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2.ªEJA FASE
PROF. DENILSON SATURNINO
PROF.ª JOYCE MARTINS
LÍNGUA PORTUGUESA
Unidade IIITrabalho - a trajetória humana nas produções e manifestações
CONTEÚDOS E HABILIDADES
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Aula 18.2ConteúdoModernismo no Brasil - Segunda Fase - Prosa: Rachel de Queiroz
CONTEÚDOS E HABILIDADES
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HabilidadeEstabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando os aspectos do contexto histórico-social e político.
CONTEÚDOS E HABILIDADES
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Modernismo no Brasil - Segunda Fase - Prosa:
• Graciliano Ramos • Vidas Secas
REVISÃO
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O quinze - Rachel de Queiroz
DESAFIO DO DIA
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O vídeo é a recriação para o cinema da obra “O quinze”, de Rachel de Queiroz.O que você conhece sobre esse romance? E sobre a autora?
DESAFIO DO DIA
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Rachel de QueirozRachel de Queiroz (1910-2003) exerceu profissionalmente a atividade de jornalista. Escreveu reportagens e crônicas para jornais importantes do Brasil durante toda a vida, mas sua literatura é feita quase exclusivamente de romances. Nesse gênero, a obra mais importante e conhecida é o seu livro de estreia, O quinze, publicado em 1930.
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O quinzeO quinze narra as histórias entrecruzadas de dois núcleos de personagens. A narrativa do primeiro núcleo aborda o amor fracassado entre Vicente, vaqueiro e criador de gado, e sua prima Conceição, professora da cidade, culta e com tendência feminista. A história do segundo núcleo trata da vida miserável e decadente de Chico Bento e sua família, devastados em consequência da seca de 1915.
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O quinzeFoi Conceição quem os descobriu, sentados pensativamente debaixo do cajueiro: Chico Bento com os braços cruzados, e o olhar vago, Cordulina de cócoras segurando um filho, e um outro menino mastigando uma folha, deixando escorrer-lhe pelo canto da boca um fio de saliva esverdeada.
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(...)Afinal ali estavam. Foi realmente com dificuldade que os identificou, apesar de seus olhos já se terem habituado a reconhecer as criaturas através da máscara costumeira com que as disfarçava a miséria.
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E marchou para eles, com o coração estalando de pena, lembrando-se da última vez em que os vira, num passeio às Aroeiras feito em companhia do pessoal de Dona Idalina: Chico Bento, chegando do campo, todo encourado, e Cordulina muito gorda, muito pesada, servindo café às visitas em tigelinhas de louça.
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Por sinal, nesse dia, Cordulina pedira a Conceição e a Vicente que aceitassem ser padrinhos da criança que estava por nascer.Conceição, porém, nunca vira o afilhado. já estava na cidade, ao tempo do batizado.
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E lembrara-se de ter achado graça ao ver, na procuração que enviara, o seu nome junto ao de Vicente, num papel sério, eclesiástico, em que eles se tratavam mutuamente por nós, bem expresso na fórmula final: “reservando para nós o parentesco espiritual”...Conceição gostara daquele nós de bom agouro, que simbolizava
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suas mãos juntas, unidas, colocadas protetoramente, pela autoridade da Igreja, sobre a cabeça do neófito...Enfim, ali estavam.E a criança que outro tempo trazia Cordulina tão gorda, era decerto aquela que lhe pendia do colo, e que agora a trazia tão magra, tão magra que nem uma visagem, que nem a morte, que
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só talvez um esqueleto fosse tão magro…(...)A moça dirigiu-se a Cordulina:- E você, comadre, como vai? Tão fraquinha, hein? A mulher respondeu tristemente:- Ai, minha comadre, eu lá sei como vou!... Parece que ainda estou viva...- É este o meu afilhado?
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Mas Conceição, que tivera a intenção de o tomar ao colo, recuou ante a asquerosa imundície da criança, contentando-se em lhe pegar a mão - uma pequenina garra seca, encascada, encolhida...
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A seca no sertão brasileiro tem solução?
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Leia.Chegou a desolação da primeira fome. Vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos vazios, na descarnada nudez das latas raspadas.- Mãezinha, cadê a janta?- Cala a boca, menino! Já vem!- Vem lá o quê!...Angustiado, Chico Bento apalpava os bolsos... nem um triste vintém azinhavrado...
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Lembrou-se da rede nova, grande e de listras que comprara em Quixadá por conta do vale de Vicente.Tinha sido para a viagem. Mas antes dormir no chão do que ver os meninos chorando, com a barriga roncando de fome.Estavam já na estrada do Castro. E se arrancharam debaixo dum velho pau-branco seco, nu e retorcido, a bem dizer ao tempo, porque aqueles cepos apontados para o céu não tinham nada de abrigo.O vaqueiro saiu com a rede, resoluto:
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- Vou ali naquela bodega, ver se dou um jeito...Voltou mais tarde, sem a rede, trazendo uma rapadura e um litro de farinha:- Tá aqui. O homem disse que a rede estava velha, só deu isso, e ainda por cima se fazendo de compadecido...Faminta, a meninada avançou; e até Mocinha, sempre mais ou menos calada e indiferente, estendeu a mão com avidez.
QUEIROZ, Rachel de. O Quinze. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1979, p. 33.
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“O Quinze”, romance de estreia de Rachel de Queiroz, publicado em 1930, retrata a intensa seca que marcou o ano de 1915 no sertão cearense. Considerando o fragmento apresentado, é correto afirmar.
a) Ainda que publicado no início da década de 30, momento de intensas mudanças políticas e culturais no país, o romance liga-se estética e tematicamente às propostas literárias da primeira geração modernista.
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b) Na narrativa, estreitamente ligada às propostas de denúncia social dos regionalistas de 30, destacam-se o drama da seca, a miséria e a degradação humana, marcantes em cenas como a do fragmento citado.
c) Apesar de se referir à seca que marcou o ano de 1915, o romance coloca em primeiro plano a violência e o desrespeito que marcam as relações sociais, independente das condições climáticas; exemplo disso é a relação de espoliação entre Chico Bento e o homem da bodega.
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d) A linguagem utilizada pela autora, para construir o romance, aproxima-se da oralidade, conforme se vê no fragmento. Tal recurso é utilizado para se contrapor à escrita extremamente rebuscada de alguns modernistas da primeira geração, como Oswald de Andrade.
e) O fragmento apresenta um discurso moralizante, recorrente nos romances da segunda geração modernista, e destaca o drama vivido pela família de Chico Bento, diante das dificuldades de sobrevivência.
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Segunda fase do Modernismo - Prosa:
Rachel de QueirozJosé Lins do Rego“Menino de Engenho” (1932) “O Quinze” (1930)
RESUMO DO DIA
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O que acontece quando um menino, nascido e criado na cidade grande, muda-se para o interior?Você já viu situação semelhante ocorrer? Como foi a adaptação do menino?Como tal situação se associa ao romance “Menino de engenho”, de José Lins do Rego?
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O quinze - Rachel de Queiroz
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O vídeo é a recriação para o cinema da obra “O quinze”, de Rachel de Queiroz.O que você conhece sobre esse romance? E sobre a autora?
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