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Ministério da Educação e Valorização dos Recursos Humanos Direcção Geral do Ensino Básico e Secundário Guia de Actividades Curriculares Para a Educação Pré-Escolar

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Ministério da Educação e Valorização dos Recursos HumanosDirecção Geral do Ensino Básico e Secundário

Guia de Actividades CurricularesPara a Educação Pré-Escolar

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Ficha Técnica

ProduçãoMEVRH - Direcção Geral do Ensino Básico e Secundário CoordenaçãoDirecção Geral do Ensino Básico e Secundário Dra. Adla Lima Barreto, coordenadora de actividades do Pró-Ensino

Equipa de ProduçãoArminda BritoEleonora SousaMaria Jesus RibeiroMaria Teresa Araújo

Supervisão TécnicaConsultoras da Fundação Calouste GulbenkianMaria Elisa LeandroColaboração de Maria Emília Nabuco e Purificação Mil- Homens

RevisãoHaydée Ferro

Arranjo Gráfico e CapaTemby Caprio

DesenhosMárcia, Marco, Nilda, Yanick

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Índice

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 5

I. FUNDAMENTOS DO GUIA DE ACTIVIDADES CURRICULARES ................................... 7Princípios Gerais e Objectivos da Lei de Bases do Sistema Educativo ......................... 7As Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar ........................................... 9

II. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA OS(AS) EDUCADORES(AS) ...................................... 13Características do desenvolvimento e da aprendizagem das crianças ........................ 13A Intencionalidade Educativa e as Funções do(a) educador(a) ................................... 15

III. ORGANIZAÇÃO DO CONTEXTO EDUCATIVO ........................................................... 19Organização dos Espaços ............................................................................................ 19Organização dos Materiais ........................................................................................... 24Organização do Espaço e dos materiais por “Cantos” ou Áreas de Interesse ............. 25Organização de Grupo e Ambiente Relacional ............................................................ 31

IV. ACTIVIDADES............................................................................................................... 33Área de Conteúdo: Desenvolvimento Pessoal e Social ............................................... 34Área de Conteúdo: Expressão e Communicação ......................................................... 36

Linguagem Oral ....................................................................................................... 38Actividade de desenvolvimento da Literacia ........................................................... 43Expressão Musical .................................................................................................. 46Expressão Dramática .............................................................................................. 53Expressão Plástica .................................................................................................. 58Matemática .............................................................................................................. 64Expressão Físico-Motora......................................................................................... 73

Área de Conteúdo Conhecimento do Mundo................................................................ 75

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 81

ANEXO

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INTRODUÇÃO

O Guia de Actividades Curriculares surge nasequência do diagnóstico da situação do sector pré-escolar levado a cabo em 1998, em que se constatou anecessidade da existência de um instrumento de apoioà prática pedagógica nos jardins de infância.

Este documento vem dar corpo aos princípiosorientadores e aos objectivos pedagógicos da educaçãode infância instituindo em termos de prática pedagógica,a nova perspectiva preconizada nos documentos oficiais.

Visa a concretização das directrizes emanadasdas Orientações Curriculares para a Educação daInfância, tendo por finalidade primeira facilitar emelhorar a actuação dos profissionais da educaçãode infância1 e, por consequência, elevar o nível dequalidade do atendimento às crianças, através de umconjunto de exemplos práticos.

Em sintonia com as Orientações Curriculareselege a organização do contexto educativo (espaço/materiais/tempo/clima/grupo de crianças) como suportede todo o processo educativo, bem como a construçãoarticulada do saber através da introdução de propostas/actividades inseridas em áreas de conteúdo integradas(Desenvolvimento Pessoal e Social; Expressão;Comunicação e Conhecimento do Mundo). Estas áreasconstituem referências gerais a considerar noplaneamento e avaliação das situações e oportunidadesde aprendizagem oferecidas às crianças. O Guia deActividades Curriculares está organizado do seguintemodo:

1 Neste documento, o termoeducador(a) tem um sentido universal erefere-se a todos os que trabalhamdirectamente com crianças,independentemente da categoriaprofissional.

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No primeiro capítulo são apresentados os seusFundamentos, que integram algumas referências àimportância da educação da infância, à sua inclusão nosistema educativo de Cabo Verde e aos objectivosconsignados na Lei de Bases para este nível educativo.Neste capítulo são também referidas as OrientaçõesCurriculares, nomeadamente no que concerne à suaorganização por áreas de conteúdo numa perspectivaintegradora dos vários domínios do saber indispensáveisà formação das crianças.

O segundo capítulo, aborda as Orientações Geraispara os(as) Educadores(as), enquadradas por princípiosderivados das investigações realizadas no âmbito daeducação da infância. Este capítulo integra ainda umareferência à Intencionalidade Educativa, na qual sãosintetizadas as funções fundamentais que competemao(à) educador(a) de infância.

O terceiro capítulo, inclui a Organização doContexto Educativo, no qual se aborda a organizaçãodos espaços e materiais, tempo, clima de interacções egrupo de crianças.

No capítulo quatro, são apresentadas asActividades e as sugestões para a sua realização práticacom as crianças. São integradas nas áreas de conteúdopreconizadas pelas Orientações Curriculares ediscriminadas segundo os diferentes domínios do saber.A apresentação por domínios disciplinares obedeceapenas a critérios de organização formal para facilitaraos(às) educadores(as) o planeamento da sua práticapedagógica. Considera-se fundamental que narealização das actividades se privilegie uma educaçãointegrada para as crianças deste nível educativo.

Este capítulo é seguido da bibliografia.

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I. FUNDAMENTOS DO GUIA DE ACTIVIDADESCURRICULARES

Qualquer proposta educativa tem subjacentedeterminados fundamentos que lhe dão corpo. Daí anecessidade de tornar explícitos os pressupostos queenquadram as opções deste Guia.

Princípios Gerais e Objectivos da Lei de Bases doSistema Educativo (Lei n.º 103/III/90)

Hoje em dia ninguém questiona a importância e opapel da educação da infância no desenvolvimento eaprendizagem das crianças e no contributo para o seusucesso escolar futuro. A preparação de uma transiçãosem rupturas entre o nível pré-escolar e a escolaridadebásica, com a criação de condições favoráveis para umaigualdade de oportunidades, leva à sua inclusão comouma primeira e fundamental etapa da educação. A suaimportância é tanto maior quanto pensarmos nas difíceiscondições sociais e económicas em que muitas criançasnascem e vivem, o que aumenta drasticamente asprobabilidades de virem a ser futuramente mal sucedidasno plano emocional, afectivo e educativo.

Um sistema de educação da infância bemconduzido pode compensar situações familiares poucofavoráveis, enquanto, a criação de instituições de máqualidade, que funcionam sobretudo como lugares ondese guardam crianças, pode prejudicar gravemente o seudesenvolvimento, com sérias consequências para o seufuturo.

É um contributo importante para odesenvolvimento harmonioso da criança e para o seusucesso escolar e educativo. Quando chega à escola,depois de frequentar o jardim de infância, a criança, jáfez “leituras” do mundo que a rodeia, já viu imagens, játeve contacto com a escrita, expressou sentimentos eemoções, aprendeu a trabalhar em grupo,

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desenvolvendo a autonomia e o desejo de aprender. Asvivências positivas em grupo proporcionamenriquecedoras experiências que preparam a criançapara a sua escolarização futura, para além deproporcionarem o seu desenvolvimento físico, intelectual,e afectivo.

O Sistema Educativo de Cabo Verde reconhecea necessidade de protecção à infância, relevando aimportância da educação pré-escolar, nodesenvolvimento da personalidade considerada emtodos os seus aspectos; na aquisição de competênciase desenvolvimento de atitudes nos vários domínios dosaber; na familiarização com o meio cultural; nodesenvolvimento de comportamentos reflectidos eresponsáveis; na integração social e escolar, tendo emvista o seu contributo impulsionador no sucesso daescolaridade básica.

Assim, os responsáveis da educação integrama educação pré-escolar no sistema educativo, destinadaàs crianças com idades compreendidas entre os trêsanos e a idade de ingresso no ensino básico.

Este subsistema consubstancia-se num conjuntode acções articuladas com a família, materializado emjardins de infância ou em instituições análogasoficialmente reconhecidas.

O jardim de infância é considerado como umestabelecimento de educação que presta serviçosorientados para o desenvolvimento e a aprendizagemda criança proporcionando-lhe actividades educativase actividades complementares de apoio à família.

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A Lei de Bases define para este nível educativoos seguintes OBJECTIVOS GERAIS:

a) Apoiar o desenvolvimento equilibrado daspotencialidades da criança.

b) Possibilitar à criança a observação e acompreensão do meio que a cerca.

c) Contribuir para a sua estabilidade esegurança afectiva.

d) Facilitar o processo de socialização dacriança.

e) Favorecer a organização de característicasespecíficas da criança e garantir umaeficiente orientação das suas capacidades.

As Orientações Curricularespara a Educação Pré-escolar

As Orientações Curriculares para a educação pré-escolar constituem um quadro de referência comum paratodos(as) os(as) educadores(as) (cf. Lei 103/III/90, art.º1, ponto 3) visando promover uma melhoria da qualidadedesse sub-sistema. Integram um conjunto de princípiospara apoiar os(as) educadores(as) nas decisões sobrea sua prática e, consequentemente, na condução doprocesso educativo a desenvolver com as crianças.

Segundo as Orientações Curriculares aconcretização prática dos objectivos da educação pré-escolar faz-se pelo desenvolvimento de experiências/actividades com as crianças nos jardins de infância.Essas actividades organizam-se em áreas de conteúdode forma a evidenciar dimensões da aprendizagem efacilitar a acção integrada dos(as) educadores(as). Comefeito, os blocos assim constituídos não pretendemfuncionar como compartimentos estanques, antes sãoconcebidos de forma articulada, por forma a que secumpra um dos maiores desígnios da educação da

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infância que é o desenvolvimento integral da criança. Aabordagem dos domínios incluídos em cada uma dasáreas faz-se de forma integrada.

Assim, distinguem-se três áreas de conteúdoque integram vários domínios do saber, saber fazer esaber ser:

1. Área do Desenvolvimento Pessoal e Social2. Área da Comunicação e Expressão.3. Área do Conhecimento do Mundo.

A área do Desenvolvimento Pessoal e Social éuma área integradora e transversal às demais áreas,sendo muito importante na vida e ao longo do processode aprendizagem e aquisição do saber. Compreende asaprendizagens relacionadas com os aspectos evolutivosda identidade da criança (imagem positiva de si mesmoe os sentimentos de eficácia, segurança e auto-estima),sublinha as finalidades formativas da socialização,numa perspectiva de educação para os valores. Ainclusão destes conteúdos na intervenção educativaimplica que se promovam: vivências positivas deinteracção social que levem as crianças a construíremreferências para a compreensão dos direitos e deveresinerentes à vida em sociedade; atitudes e valores quelhes permitam tornarem-se cidadãos conscientes,autónomos, responsáveis e livres, capazes deresolverem problemas; o crescimento pessoal, a nívelfísico e psíquico respeitando as diferenças sociais,étnicas e de género.

Área da Comunicação e Expressão – englobaas aprendizagens relacionadas com o desenvolvimentopsicomotor, simbólico e da imaginação criadora, quedeterminam a compreensão e progressivo domínio dasdiferentes formas de linguagem para comunicar erepresentar pensamentos, sentimentos e vivências.Compreende três domínios intimamente relacionados:o das expressões - motora, dramática, plástica e

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musical; o da linguagem oral e abordagem da escritae matemática. Todos estes domínios contribuem para aaprendizagem de códigos, que são meios de relaçãocom os outros, de recolha de informação e desensibilização estética, indispensáveis para a criançarepresentar o seu mundo e o mundo que a rodeia.

Área do Conhecimento do Mundo – integra osdomínios das ciências do meio físico e social,procurando responder à curiosidade natural das criançase ao seu desejo de saber e compreender o ambienteque as cerca e que está ao alcance da sua percepção eexperiência. A intervenção educativa deverá desenvolverum processo de ensino e aprendizagem que as capacitepara: observar e identificar os elementos da paisagemnatural e humana; estabelecer algumas relações entreas características do meio físico com as formas de vida;valorizar a importância do meio natural e a sua qualidadepara a vida; conhecer algumas das formas mais usuaisde organização da vida humana, valorizando a suautilidade; conhecer hábitos e normas de comportamentosocial, os costumes e aspectos tradicionais dacomunidade.

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II. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA OS(AS)EDUCADORES(AS)

Características do desenvolvimento e daaprendizagem das crianças

As Orientações Curriculares apoiam-se nosresultados de investigações realizadas sobre o modocomo as crianças se desenvolvem e aprendem.

Sabemos assim que:

o é no decurso dos primeiros anos de vida que seelaboram as estruturas fundamentais dapersonalidade (afectividade, inteligência,competências comunicativas e sociais);

o existe relação entre o desenvolvimento e aaprendizagem em sequências ou períodosoptimizados pela intervenção adequada ao níveldo desenvolvimento das crianças;

o há uma relação estreita entre o equilíbrio afectivoe social (sentir-se aceite, valorizada, amada) eos progressos efectuados noutras dimensões dodesenvolvimento;

o o desenvolvimento depende da estimulação quea criança encontra no seu meio envolvente;

o a criança dos três aos seis anos distingue-se pelasua curiosidade, desejo de saber, de explorar eexperimentar;

o a construção do saber deve tomar como pontode partida o que a criança já sabe, valorizandoos seus saberes como fundamento para novasaprendizagens e modificações dos esquemas deconhecimento;

o os progressos realizados são em grande parte oresultado da actividade da própria criança;

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o a criança aprende através da actividade lúdica.O jogo infantil é um veículo primário deaprendizagem e um indicador do crescimentoindividual. O brincar permite que a criançaprogrida ao longo da sequência dodesenvolvimento.

Para uma Intervenção Educativa com qualidade os (as)educadores(as) devem considerar estes princípiosbásicos na metodologia utilizada no trabalho directo comas crianças, o que implica:

• Organizar o contexto educativo (espaço, materiais, tempo, clima, grupo) onde o jardim de infância funciona, de forma motivadora e adequada à idade e ao desenvolvimento das crianças para proporcionar-lhes experiências variadas e com sentido.

• Acolher as crianças estabelecendo comelas relações afectuosas, construindo umclima de interacções positivas baseado naconfiança, empatia e no respeito mútuo. Darparticular atenção à qualidade da sua relaçãocom as crianças, cujo desenvolvimento ouadaptação ao jardim de infância lhe pareçamais difícil, procurando ajudá-las a uma boaintegração.

• Adequar as actividades e as experiênciasao nível do desenvolvimento e àsnecessidades das crianças.

• Utilizar metodologias globalizantescentradas na criança (nas suaspossibilidades e interesses), dando liberdadee o tempo para a criança experimentar,comparar, combinar os materiais, entrar emrelação com os outros e descobrir o meio que

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a cerca numa educação orientada para aautonomia e para a cidadania responsável

• Deixar a criança aprender através da suaprópria acção. A aprendizagem activaestimula a imaginação e incentiva a criança ater uma boa imagem de si própria. Nestaprática pedagógica a criança é tomada comoo centro da aprendizagem, participando,colaborando e manifestando os seusinteresses, exercitando a sua iniciativa eautonomia.

• Favorecer o prazer que as crianças têm peladescoberta e pela pesquisa, através da qualrealizam um conjunto de actividades viradaspara a acção. Durante este processo vãoadquirir competências, atitudes e saberes.

• Promover e apoiar actividades lúdicas ede descoberta, de acordo com as áreas deconteúdo numa perspectiva integrada.

• Valorizar os conhecimentos que ascrianças já trazem e criar um ambienteestimulante e seguro, para elas construiremaprendizagens significativas.

A intencionalidade Educativa e as Funçõesdo(a) Educador(a)

A prática pedagógica dos (as) educadores(as) éencaminhada por objectivos tendo em vistaresultados a atingir para o sucesso educativode todas as crianças. Esta intencionalidadeexige que o educador(a) observe, planeie eavalie a sua acção, que articule com a famíliae com outros parceiros educativos,

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comunicando os resultados da sua intervenção.Estas características do trabalho do(a)educador(a) implicam, para além do seutrabalho directo com as crianças, odesempenho de outras funções específicas:

• Observar as crianças a fim de obterinformações que lhes permitam conhecer adiversidade das suas experiências e vivênciasno contexto familiar e no meio onde as criançasvivem, bem como dos níveis dedesenvolvimento psicomotor, social, afectivo,cognitivo e linguistico muito diferentes. Aobservação da criança e do grupo leva aoconhecimento das suas capacidades,interesses e dificuldades, constituindo a basedo planeamento e da avaliação.

• Detectar dificuldades (sensoriais, motoras ououtras) por forma a encaminhar o seutratamento precoce e zelar pela saúde ehigiene das crianças.

• Planear, avaliar e reajustar a sua intervençãojunto das crianças, os espaços, os materiais eo tempo, com base nas observações dos seusinteresses e necessidades, para poderproporcionar actividades com sentido e,integrada nos domínios curriculares, bem comoas propostas implícitas das crianças.

• Avaliar, registar e comunicar os progressosrealizados por cada criança, bem como anatureza e a eficácia da sua própria acçãopedagógica em função dos objectivos daeducação pré escolar.

• Envolver as famílias e a comunidade

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consciencializando-as para a participação eenvolvimento activo no trabalho desenvolvidono jardim de infância e ainda solicitar o apoioaos parceiros, nacionais e internacionais, quetrabalham em benefício da criança.

• Facilitar a transição das crianças para aescola,colaborando com os professores do 1ºano de escolaridade no sentido de umaefectiva articulação entre os dois níveiseducativos.

Nos capitulos seguintes serão apresentadosexemplos para concretização da acçãopedagógica a realizar com as crianças.

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III. ORGANIZAÇÃO DO CONTEXTOEDUCATIVO

O contexto educativo onde se desenvolve a acçãopedagógica dos (as) educadores(as) engloba uma sériede elementos tais como: espaço, materiais, tempo, grupode crianças e clima de interacções. A organização destemeio ambiente como forma de proporcionar boassituações de aprendizagem depende fundamentalmentedo papel do(a) educador(a). Este deve aproveitar eintegrar a família e a comunidade no trabalho adesenvolver com as crianças.

Organização dos Espaços

Não existe uma organização espacial que sepossa considerar exemplar ou que funcione comomodelo. Cada educador(a) deve adequar a organizaçãodo espaço às características das crianças que ofrequentam e às dimensões existentes, aosequipamentos de que dispõe, aos materiais educativosque possui ou que pode vir a possuir, à realidade local,onde se situa o jardim de infância

O espaço não diz respeito apenas à sala onde serealizam as actividades. Estende-se às casas de banho,à cozinha, aos locais onde se guardam os materiais deconsumo, ao quintal e ao pátio, se os houver, ou mesmoà área em frente ao jardim que pode ser utilizada paramuitas actividades, jogos principalmente (mesmo quenão tenha o aspecto de um pátio, mas desde que estejalimpo, serve).

Dispondo de espaços exteriores e interiores,podem criar-se ambientes onde as crianças se sintambem e possam brincar, aprender e desenvolver todas assuas capacidades da melhor maneira possível,contribuindo assim para as suas experiências deaprendizagem.

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O Espaço exterior ou pátio interior aberto - opátio interior ou quintal, como é designadocorrentemente,-é um espaço aberto, porque nãoapresenta nenhuma cobertura e é protegido porqueisolado do exterior-. Em alguns jardins este espaço nãoexiste. Este espaço é utilizado para as brincadeiras derecreio, momentos em que as crianças precisam de estarmais à vontade e desenvolver actividades como:corridas, saltos, gincanas, estafetas, jogos de pista,futebol, jogo do ringue, a malha, jogos de roda, entreoutros.

É neste tipo de espaço que a criança tem maispossibilidade de exprimir as suas capacidades corporais.No recreio, a criança brinca normalmente com os seuscompanheiros e é o próprio grupo que inventa as suasbrincadeiras, o que a leva à descoberta das suas própriascapacidades de agilidade, destreza e domínio.

Para estimular a aprendizagem da criança, estetipo de recinto deve ter:

• Árvores, canteiros cultivados e, se possível,alguns animais que deverão ser tratados pelascrianças. Este tipo de actividades desenvolveo contacto com a natureza e sensibiliza acriança a ganhar respeito pelos seres vivos.

• Estruturas fixas como: baloiços, escorregas,túneis... Poderão ser utilizados troncos deárvores, manilhas, bidões, pneus velhos, etc.

• Tanque com areia e alguns materiais como:baldes, formas, pás, etc.;

• Material para: ° Lançar:bolas, ringues, etc.; ° Rebocar: camionetas, caixas, carros,

caixotes... ° Empurrar: pneus, carrinhos de mão, etc.; ° Saltar e fazer outros exercícios físicos:

cordas, arcos, etc.;

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Estes materiais poderão ser guardados em caixotes comrodízios, aproveitados de carros velhos, que facilmentese arrumam noutro espaço.

As crianças deverão ser estimuladas a manter oespaço limpo e organizado. Para isso, o(a) educador(a)poderá utilizar mensagens visuais (por exemplo, cartazesilustrados pelas crianças mais velhas).Podem conter asseguintes afirmações:

° Este espaço é teu. Cuida bem dele° Deita o lixo no cesto.°Trata bem as plantas.° Cuida bem dos brinquedos.° Protege o ambiente, planta uma árvore.

Muitos jardins de infância, pela sua localizaçãoou pela sua própria arquitectura, não dispõem de pátiointerior nem de um espaço exterior. Estes podem, noentanto, ser simulados na própria sala de actividade. Deque modo?

• Libertando um espaço a um canto da sala, depreferência onde haja luz natural;

• Improvisando nesse espaço um canteiro ondese possa plantar algumas sementes cujocrescimento as crianças devem acompanhar;

• Colocando alguns brinquedos comocavalinhos de madeira, um cesto compequenas bolas, cordas de saltar, entre outras,e desenvolvendo algumas brincadeiras comas crianças.

Os espaços interiores são espaçosnormalmente reservados à realização de actividades

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educativas. Por isso, devem ser espaços atraentes,apresentando uma boa arrumação e organização interna.

A arrumação do espaço passa por criar umambiente confortável e agradável onde as crianças sesintam bem. Antes de mais é preciso que:

• o espaço seja limpo, pintado com cores clarase suaves (se não for possível pintar as paredescom muita frequência, devem ser lavadas comágua e sabão, o importante é que estejamlimpas);

• tenha aberturas para o exterior (portas ejanelas) que permitam a entrada da luz do sole o seu arejamento, evitando que o ar fiqueviciado;

• as janelas tenham redes para evitar a entradade moscas e mosquitos, insectos nocivos àsaúde das crianças.

O espaço deve ser preferencialmente o mais amplopossível, uma vez que as crianças precisam de:

• mover-se livremente;• falar à vontade sobre o que estão a fazer;• usar os materiais educativos;• fazer explorações;• criar e resolver problemas, trabalhar

individualmente , com os companheiros e/oucom os (as) educadores (as). ou em grupo.

Por outro lado, o(a) educador(a) deve ter ocuidado de dispor os móveis da sala de actividades demodo a permitir o fácil manuseamento dos objectos neleexpostos e convidar ao jogo e à brincadeira. Devepermitir o encontro dos elementos de diferentes grupos

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e favorecer o trabalho individual. A organização doespaço deve ser feita de tal modo que permita a suautilização autónoma.

Organização dos Materiais

Não há jardins de infância sem materiaiseducativos. A escolha dos objectos e materiaiseducativos ou a sua produção pelo (a) educador (a),com apoio das própria crianças, devem ser cuidadosase adequadas à idade das mesmas.

Os equipamentos e os materiais existentescondicionam o que as crianças podem fazer e aprender.Por isso, a escolha deve corresponder a alguns critérios:

• Serem variados, duráveis, atractivos eadaptados às crianças;

• Serem estimulantes, estarem acessíveis,rotulados e sempre arrumados nos mesmoslocais, de forma que a criança possa ir buscá-los e arrumá-los;

• Apresentarem-se sem perigos (não conteremsubstâncias tóxicas, não existirem objectosdemasiado pequenos que possam serengolidos, não terem saliências agudas);

• Serem de fácil limpeza.

A utilização de materiais naturais e desperdícioé de grande valor pedagógico quando devidamentepreparado (limpo e seguro). Dá oportunidade à criançade ser ela a recolher e/ou desenvolver actividades no

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âmbito da expressão plástica, matemática, ciências, etc.

Organização do Espaço e dosMateriais por “Cantos” ou Áreas de

Interesse

A organização do espaço da sala de actividadespor áreas de interesse bem definidas permite umavariedade de acções muito diferenciadas e reflecte ummodelo educativo mais centrado na riqueza dosestímulos e na autonomia da criança.

Os objectivos e a natureza de cada área ditam otipo de actividades que nela devem ser realizadas, se abrincadeira é livre ou orientada pelo (a) educador(a).

Para uma melhor organização do espaço torna-se necessário seleccionar as áreas fundamentais, quepodem ser alteradas durante o ano, evitandosobrecarregar a sala de actividades.

Para identificar as diferentes áreas, é importanteque seja feito com símbolos e nomes, habituando desdemuito cedo as crianças a terem contacto com letras e amoverem-se em ambientes com mensagensidentificadoras. Devem ser escolhidos nomes fáceis queas crianças , fixem sem dificuldade.

É importante solicitar as ideias das crianças e asua participação em todo este trabalho. Também podeser pedida a colaboração dos pais, amigos e padrinhosdo jardim de infância para fazerem e/ou ofereceremequipamento e material para as áreas segundo as suaspossibilidades.

Existem áreas que, pela sua natureza, nãodevem ser colocadas próximas uma da outra, ex.:área da música e dança que é mais barulhenta, com a

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área da biblioteca que é mais calma e tranquila.

O Tempo: Organização da Rotina Diária

O processo de aprendizagem constrói-se notempo. As crianças necessitam de tempo para:

• a acção;• a relação;• se descobrirem a si próprios e aos outros;• se situarem no mundo e organizarem a

realidade.

No entanto, é conveniente lembrar que cadacriança tem o seu ritmo próprio de auto - estruturaçãoemocional, cognitiva e social. O respeito pelo ritmo decada criança e pela sua vivência do tempo é o melhorcaminho para que ela se perceba única, diferente,reconhecida, valorizada e aceite.

A organização temporal deve contemplarmomentos para satisfazer as necessidades das crianças,na construção gradual de uma rotina diária coerente,que lhes dê a oportunidade de:

· comunicar· conversar entre si· planear· pôr em prática os seus planos· participar nas actividades de grupo· rever o que fez· brincar no recreio· comer· descansar.

Os ritmos das actividades das crianças sãomarcados pelas suas rotinas quotidianas maissignificativas. São essas rotinas que lhes proporcionarãosegurança e lhes permitirão diferenciar de forma

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progressiva os diferentes momentos do dia, chegando aprever e a antecipar o momento seguinte da sua acção.Para a criança interiorizar essas sequências temporaisé necessário frequentar regularmente o jardim deinfância.

Na organização e planificação da rotina deve-seter em conta que todos os momentos são educativos.

As rotinas diárias são planeadas de forma a:

• Apoiar as iniciativas das crianças: dartempo e espaço para expressarem o quepretendem fazer, para realizarem as suasacções. Isso torna-as mais autónomas econsequentemente menos dependentes dapresença e da orientação constante e, porvezes opressiva, do(a) educador(a).

• Proporcionar uma organização deactividades lúdicas e educativas diárias: osacontecimentos diários não acontecemdesordenadamente. Deve criar-se umentendimento entre as crianças e os adultossobre o que se pretende fazer diariamente,qual a sequência temporal em que asactividades se devem realizar e com quem seprevê executá-las. Através desta práticadesenvolve-se a noção de grupo.

• Promover a flexibilidade na realização dasactividades: em princípio os acontecimentosdiários desenvolvem-se em momentospreviamente planeados, mas esses momentosnão devem ser de forma alguma rígidos, umavez que se torna bastante difícil prever comexactidão aquilo que as crianças vão fazer.Assim, há que dar espaço para que as criançasexpandam as suas iniciativas sempre que

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mostrarem interesse em o fazer, bem comopara situações e descobertas imprevistas;

• Alternar as actividades que requerem maioresforço, físico ou mental, com outras menoscansativas e variar as situações e o materialao dispor das crianças, de acordo com o in-teresse que suscitam. De igual modo, prevermomentos intercalares de repouso entre asactividades.

• Prever e dinamizar os momentos detransição (mudança de um espaço/actividadepara outro) e ter também estratégias paraanunciar o início e o fim das actividades(gestos, símbolos).

• Combinar com as crianças sobre o que vãofazer ao longo do período do dia;

• Dar segurança às crianças mantendo amesma organização e sequência dos períodosde tempo; qualquer mudança deverá ter umaexplicação.

Todos os períodos têm igual importância, quersejam de actividades, de descanso, de recreio, de comer,de ir à casa de banho, etc. Por isso, todos devem serprevistos e planeados.

Alguns momentos a considerar:

• momento do acolhimento e doplaneamento: acontece à chegada dascrianças ao jardim de infância e pode ocorrerno período da manhã ou no período da tarde,conforme os períodos de frequência dosgrupos. Este momento é importante e deve

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ser cumprido, pois é uma oportunidade idealpara motivar e preparar a criança para asactividades do dia: os jogos ao ar livre, asactividades de grupo, etc.;

• momento de actividade em pequeno grupopara as crianças poderem realizar actividadesnas diferentes áreas organizadas na sala:pintar; desenhar; fazer jogos e construções;brincar na casinha das bonecas, etc.; trabalharem pequenos projectos de iniciativa dascrianças ou propostos pelo(a) educador(a);

• momento em grande grupo (pode surgirmais do que uma vez na rotina diária): é omomento em que crianças e adultos se juntampara realizarem em comum actividadesdiversas: cantar, jogar, conversar, ler oucontar estórias, realizar actividades de música,fazer jogos orientados e sessões demovimento, para avaliarem o seu trabalho eas suas produções, etc. Participar no grandegrupo dá às crianças e aos adultos aoportunidade de trabalharem juntas, deconstruírem, partilharem e avaliaremexperiências. Isto tudo leva as crianças aconstruir a noção de comunidade;

• momento de recreio: é o momento do diadestinado às brincadeiras realizadas emespaços exteriores onde as crianças sesentem livres, à vontade para semovimentarem, falarem e fazeremexplorações. É neste momento que têm lugaras brincadeiras que requerem força física,como as correrias e os jogos que elas própriasinventam com as suas próprias regras e quenormalmente são realizadas em conjunto.

Rever(pensar sobre o que fez; partilhar;mostrar aos outros e ao(à)educador(a))

Fazer(experimentar a sua ideia)

Planear(ter ideias e expressar o quequer fazer)

Rotina diáriaTrês momentos para a criança:

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• momento do lanche/refeição leve: é operíodo de interrupção das actividades parauma refeição leve, já que, normalmente, asnossas crianças só permanecem no jardim deinfância apenas uma parte do dia – um períododa manhã ou da tarde;

• momento do descanso: é o período pararelaxar e praticar actividades lúdicasindividuais e mais calmas. É também umtempo de aprendizagem e de descoberta

É importante incluir na rotina diária momentospara a criança:

Planear- ter ideias e expressar o que querfazer;Fazer- experimentar a sua ideia;Rever- pensar sobre o que fez; partilhar;

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mostrar aos outros e ao (à) educador (a).

crianças do grupo é essencial para a aprendizagem econstitui a base para o desenvolvimento da identidadepessoal da criança.

Torna-se pertinente fazer aqui referência aosconteúdos da área do Desenvolvimento Pessoal eSocial, apresentados pelas Orientações Curriculares,pois terão que estar presentes na construção de umambiente saudável que visa levar a criança a sentir-sesegura, valorizada, confiante e autónoma.

Para estas idades a afectividade é fundamentalbem como a existência de regras claras e eficazes,para que a criança se sinta segura e autónoma e aprendanormas de convivência social.

Para a organização do grupo de crianças nãoexistem regras fixas. Estas dependem do contexto e dascondições oferecidas pelo jardim de infância. A Lei deBases define a idade de frequência das crianças dos 3aos 6 anos. Pode-se organizar o grupo com crianças damesma idade (grupos de três anos, quatro anos e decinco anos) e também organizar o grupo com criançasde idades diferentes (três, quatro, e cinco anos juntas).É de se ter em conta que as crianças embora tendo amesma idade não têm o mesmo ritmo dedesenvolvimento, as mesmas necessidades e aptidões.

Organização de Grupos e AmbienteRelacional

A qualidade da relação adulto/criança e entre as

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A convivência de crianças de várias faixas etárias,significa uma vivência num grupo social mais alargado,o que irá promover o confronto entre saberes eexperiências diversas, facilitando o desenvolvimento ea aprendizagem.

O(A) educador(a) deverá criar condições para arealização de actividades entre pares, grandes grupose pequenos grupos a fim de permitir esse confronto. Asactividades em pequenos grupos (de 5 a 10 crianças)destinam-se ao trabalho das áreas organizadas nassalas, à brincadeira espontânea, ou à elaboração depequenos projectos com o apoio específico do(a)educador(a).

As actividades em grande grupo são constituídaspor propostas dos(as) educadores(as), isto é, actividadesdirigidas, tais como: histórias, poesias, lengalengas,música, jogos de regras e sessões de movimento. Oacolhimento, o planeamento e a avaliação (rever o quese fez e mostrar aos outros) também são habitualmenterealizados em grande grupo todavia, é preciso ter ematenção o facto de que as crianças pequenas têmnecessidade de tratamento mais individualizado nãosendo por isso aconselhável criar grupos muito grandes.

A criação de um clima de relação positivas no grupo decrianças terá que ser baseada na confiança, no respeitoe na cooperaçaõ. Para o seu funcionamento éindispensável que as regras sejam construidas com ascrianças e que respondam a uma necessidade. Destemodo elas poderão entendê-las, ao mesmo tempo quese vão apropriando da sua razão de ser para o bem-estar pessoal e social, adquirindo competências decidadania.

• encorajar as crianças na realização de tarefas com ao seus pares, desafiá-las a pensare fazer as coisas por si próprias, reflectindo, na medida das suas possibilidades, sobreas suas realizações;

• deixá-las efectuar escolhas e tomar decisões para desenvolverem a iniciativa;

• ajudá-las a estabelecer relações de amizade e a desenvolver um sentimento depertença, estimulando a cooperação e a atenção do ponto de vista do outro;

• levá-las a acreditar na sua própria competência para atingir objectivos e conseguirrealizar tarefas.

Como estabelecer um ambiente relacional positivo

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IV. ACTIVIDADES

Segundo as Orientações Curriculares, asactividades desenvolvidas nos jardins de infância, estãoinseridas em três grandes áreas de conteúdo:Desenvolvimento Pessoal e Social; Expressão eComunicação; Conhecimento do Mundo, como foireferido.

Na concretização das actividades deveremos terem conta que elas devem ser planeadas, organizadas erealizadas de forma a pôr em prática os diferentesobjectivos da Educação de Infância. Devem serabordadas segundo uma metodologia que correspondaaos princípios definidos anteriormente: abordagemglobalizante, lúdica, significativa e centrada naexperiência activa da criança.

No tocante ao planeamento das actividades,deve ser cumprido o princípio de adequação aodesenvolvimento das crianças, respeitando as suasnecessidades e interesses. Neste planeamento tambémdeve ser levado em conta o contexto familiar e social,tendo em atenção as mudanças do tempo, as festas etradições locais, os aniversários das crianças, etc.

O(A) educador(a) não pode pensar que asactividades só se devem realizar no jardim de infânciamas abrir-se à comunidade através da realização devisitas e passeios, bem como acolher crianças de outrassalas, de outros jardins ou escolas e dos pais ou outrosmembros da comunidade, para haver trocas de saber ede experiências.

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Desenvolvimento Pessoal e Social

Esta área integra todas as outras, pois tem a vercom a forma como a criança se relaciona consigo própria,com os outros e com o mundo, num processo que implicao desenvolvimento de atitudes e valores. Torna-sefundamental que, na realização de actividadesintegradas noutras áreas, sejam também desenvolvidosobjectivos respeitantes a esta área.

Objectivo para os (as ) educadores (as)

• Favorecer a construção da identidade,respeitando as diferenças sociais e étnicas ea diversidade de contributos individuais parao enriquecimento colectivo;

• Facilitar a igualdade de oportunidades numaperspectiva de educação multicultural(culturas diferentes);

• Promover a construção de auto-conceitospositivos na criança (gostar de si, ser capazde fazer, confiar em si);

• Possibilitar a interacção de diferentes valorese perspectivas, para a criança aprender atomar consciência de si e do outro;

• Proporcionar vivências de valoresdemocráticos, tais como a participação e ajustiça, a responsabilização, a cooperação eo empenhamento pelo bem-estar colectivo;

• Levar a criança a reconhecer laços depertença social e cultural como parte dodesenvolvimento da identidade (usos e cos-tumes da sua região, da sua família);

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• Promover a educação estética e a educaçãopara uma cidadania consciente e responsável.

Apresentam-se em síntese alguns exemplos para aconcretização de alguns destes objectivos:

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ÁREA DE CONTEÚDO: EXPRESSÃO ECOMUNICAÇÃO

Esta área engloba as diversas formas de representaçãoou linguagens pertencentes a vários domínios do saberque as crianças utilizam como veículo de comunicaçãoe expressão. O domínio da linguagem oral e daliteracia, o domínio da matemática, e o domínio dasexpressões que compreende: a expressão plástica,dramática, musical e físico-motora. Cada uma destaslinguagens tem as suas características próprias, integraconteúdos específicos e mobiliza diversas actividadesque oferecem oportunidades para a criança se expressare representar a compreensão do mundo que a cerca.Na educação pré-escolar a abordagem destes domíniosdeve ser feita de forma integrada.

Objectivos para os (as) educadores (as)

°Planear e organizar actividades para a expressão ecomunicação da criança em todos os domínios, parauma educação global e harmoniosa da criança;

°Proporcionar o jogo simbólico e criar um ambientefavorável ao desenvolvimento da criatividade, commateriais e equipamentos adequados e de qualidade;

°Apoiar o processo de criação da criança e valorizar assuas produções, tendo em conta as sua capacidades epossibilidades, bem como a sua evolução;

°Dar às crianças a oportunidade de apreciarem rimas,músicas, canções poesias, histórias, dramatizações ede explorarem as possibilidades expressivas domovimento do seu próprio corpo;

°Apoiar a resolução de problemas e favorecer odesenvolvimento do pensamento lógico-matemático.

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°Levar a criança a interiorizar regras que implicam ocuidado e a responsabilização pelo material colectivo, orespeito pelos outros e pelo meio ambiente.

°Desenvolver a sensibilidade e o sentido estético.

Apresentam-se em síntese alguns exemplos para aconcretização destes objectivos

-Criar situações de iniciativadas crianças ou do(a)educador (a), quepossibilitem e desenvolvam alinguagem oral, opensamento lógico-matemático, e as expressões(plástica, musical, dramática,e motora) a propósito deproblemas, questões outemas em estudo.

-Comunicação verbal e nãoverbal, expressividade dalinguagem e algumascompetências técnicas;

-Articulação da linguagem como movimento físico , através decanções ou jogos com acçãomotora, dramatizações erepresentações plásticas egráficas;

-Noções matemáticas atravésda vivência de situações dedescoberta, vivência doespaço e do tempo e dabrincadeira espontânea.

- Alargar o campo de experiências da criança através daorganização de áreas (cantinhos) com materiaisespecíficos de cada um dos domínios disciplinares (verfichas-exemplo, anexo 1);

- Sair com as crianças, com os devidos cuidados e regras,de modo a estimular e despertar o interesse para adescoberta de tópicos, projectos ou centros de interessedas crianças;

- Organizar actividades que levem a criança a aprenderatravés das actividades com fio condutor a propósito doassunto de descoberta. Ex: contar uma historia e cadacriança desenha uma sequência lembrada paraconstruírem em conjunto um livro; fazer mímica,movimento recorrendo a imagens vivenciadas e/ouobservadas durante o passeio. - Incentivar as crianças aexplorarem diferentes tipos de materiais; encarar osvários tempos da Rotina Diária como oportunidades paraas crianças planificarem actividades, fazerem previsões,diferenciarem agora/logo; fazerem contagens, distribuemmaterial; efectuar medições, ex. registar o crescimentodas plantas que semearam.

Objectivos Conteúdos Actividades/Estratégias

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Linguagem oral

As actividades de linguagem oral visam sobretudodesenvolver na criança as capacidades de interagir como mundo através da fala, porque a função principal dalinguagem é a de permitir a comunicação. É atravésdela que mantemos relações com outras pessoas e como mundo. Assim, todas as actividades que se realizaremdevem tentar estimular as crianças a falaremespontâneamente, a utilizarem a sua imaginação, adesenvolverem a sua capacidade de improvisação,comunicarem os seus pensamentos, sentimentos evivências.

Como qualquer outra pessoa, a criança conversaporque tem algo de importante para comunicar e querpartilhar as suas experiências com pessoas que paraela são importantes. Quando falam, escutam e sentemque são ouvidas, as crianças vão descobrindo que alinguagem ajuda as pessoas a entenderem-se.

Objectivos• Exprimir as suas emoções ou os seus

sentimentos a propósito de situaçõesvividas;

• Compreender uma mensagem oral;• Traduzir verbalmente e ser capaz de

comentar as suas acções, gestos, atitudes eproduções;

• Desenvolver a articulação;• Construir frases e enriquecer o

vocabulário;• Desenvolver atitudes de escuta (do outro,

dos relatos de contos, histórias e poesias);• Desenvolver o gosto pelo livro;• Ser capaz de recontar pequenas histórias

com apoio do (da) educador (a).• As crianças podem tomar a iniciativa indi-

vidual de “ler” por prazer;• Folheiam livros em conjunto e discutem

entre si as imagens e algumas letras oupalavras do texto;

• Uma criança pode contar uma história aosoutros colegas;

• Uma mãe, avó ou um irmão mais velho é

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convidado para vir contar uma história às cri-anças, que depois é discutida por todos;

• Podem organizar uma exposição acerca de umtema, decorrente da leitura de uma história.

Actividades

Conversas

Conversar com as crianças sobreacontecimentos, novidades, visitas efectuadas ou arealizar, comemorações, etc. Quando as crianças falamdas suas experiências, frequentemente descrevemobjectos, acontecimentos e relações. À sua própriamaneira e com o seu ritmo pessoal, elas expressam oque conhecem usando as palavras, procurando construiruma compreensão coerente do que à sua volta lhesinteressa, ou as faz interrogarem-se.

O que importa é que elas falem e falem muito,construindo e utilizando a sua própria linguagem.

Ouvir histórias e poemas2 contados pelo (a)educador(a) que desenvolve estratégias diversas para ascrianças recontarem, comentarem certas passagens dahistoria, responderem a certas perguntas, etc.

Inventar histórias, cantos e rimas como formade, não só retirar prazer da linguagem, como tambémde desenvolver a expressão através da mudança de voze gestos e a capacidade de comunicar uma mensagem.

Muitas destas actividades podem ser realizadasno cantinho da leitura onde:

• As crianças podem tomar a iniciativa individual de“ler” por prazer;

• Folheiam livros em conjunto e discutem entre si asimagens e algumas letras ou palavras do texto;

• Uma criança pode contar uma história aos outroscolegas;

• Uma mãe, avó ou um irmão mais velho é convida-do para vir contar uma história às crianças, quedepois é discutida por todos;

• Podem organizar uma exposição acerca de umtema, decorrente da leitura de uma história.

2 Recorrer aos cadernos: Vamos Contar

e ouvir estórias. Vamos aprender

adivinhas, Provérbios , Poesias e

Lengalengas

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Jogos de Linguagem utilizandolengalengas e rimas para desenvolver a sensibilidadeem relação à estrutura das palavras: ex. descobrir apalavra que não rima, ao ouvi-la a criança bate aspalmas; para estimular a compreensão de absurdos: ex.o João calçou as meias na orelha; para completar osentido: ex. pequena história “ a menina desceu asescadas a correr e ..” ; para analogia verbal (género,tamanho, número, forma, côr, utilidade).

Visitas e passeios ao meio natural e socialenvolvente para ampliar a experiência e o vocabulárioda criança e enriquecer a compreensão de conceitos.

Realização de pequenos projectos oucentros de interesse de resposta a um problema, umtópico de interesse, um tema a partir de uma festividade.Esta metodologia leva a criança a pensar no que fazer,o que precisa, como vai realizar, a quem vai mostrar. Aopesquisar, fala com os companheiros e com os adultos,partilha informações e ideias. Todas estas actividadespoderão constituir momentos fundamentais para odesenvolvimento da linguagem. As competênciaslinguísticas são estimuladas, quer sob o ponto de vistada capacidade técnica, quer aquelas que se referem àcomunicação e expressão da linguagem.

Sugestões para os (as) educadores (as)

Disponibilizar-se para conversar com as criançasdurante o tempo da realização das actividades.

Enquanto conversam umas com as outras, o papeldo educador resume-se a:

• Estimular a comunicação entre ascrianças, encorajando-as a dirigirem-se aoscolegas e a dialogarem;• Colocar as questões e problemas deuma criança para a outra, interpretando eenviando mensagens;• Conversar com todas as crianças,

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procurando oportunidades agradáveis para odiálogo;• Proporcionar experiências e materiaisinteressantes - com o apoio destes aconversa entre elas fluirá mais facilmente;• Encorajar as crianças a falarem dos seusplanos, dos seus trabalhos, experiências edescobertas (recordar o que fizeram, comofizeram);• Contar e ler livros de historias àscrianças;• Utilizar lengalengas e rimas associadasa batimentos de ritmos e a gestos parabrincar com as crianças.

Aquisição e desenvolvimento da linguagem

No que diz respeito à aquisição edesenvolvimento da linguagem, há que terem conta que o nosso contexto línguistico émarcado pela convivência de duas línguas:

a língua caboverdiana é a lingua maternaatravés da qual a criança exprime palavras,constrói as suas primeiras frases e as suasprimeiras representações do mundo e davida.

a língua portuguesa é a lingua segunda,oficial, veículo de comunicação utilizada emtoda aprendizagem posterior da criança. Namaior parte dos casos é nos jardins deinfância que muitas crianças tomam contactocom a língua portuguesa. Assim, o jardim deinfância tem um papel extremamenteimportante a fazer nesta matéria, uma vezque deve iniciar as crianças na aquisição dalíngua, recorrendo a situações múltiplas evariadas de aprendizagem.

A aprendizagem da língua portuguesa devecentrar-se sobretudo no desenvolvimento daexpressão oral, uma vez que o desenvolvi-

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mento da oralidade é de extremaimportância para as crianças nesta faixaetária. Certamente que as crianças terãomenor inibição a falar quando se expressamatravés da língua materna. Contudo, devemser gradualmente iniciadas na línguaportuguesa. Em situação de coloquialidadedeve permitir-se que as crianças escolham alíngua em que vão falar, dado que não érecomendável obrigá-las a utilizar a línguaportuguesa, porque isso as inibe e impedede se expressarem livremente.

A iniciação à língua portuguesa far-se-áatravés do contexto social, de ouvir os (as)educadores (as) a falarem português, poisestes constituem modelos linguísticos muitoimportantes, e das experiências doquotidiano das crianças. Pode também serconcretizada através da organização dejogos de linguagem realizados pelaoralidade que levem a criança a identificare nomear objectos, a alargar o campovocabular, a construir frases simples.

Em função do conteúdo temático a ser trabalhadoem cada dia, o educador elege o objectivo a cumprirpara a aprendizagem da língua oficial:

• Identificar diferentes tipos de objectos;• Dar nomes aos objectos;• Formar pequenas frases;• Adquirir novas palavras;• Construir o seu vocabulário individual;• Desenvolver competências de expressão oral;• Construir frases orais.

Sugestões de Actividades

Jogo do saco das surpresas, utilizando osbrinquedos da sala (pode ir perguntando: o que é isto?E isto, como se chama? Etc.).

Jogo de identificação de imagens (peças de

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3 Literacia: capacidade de compreender eusar todas as formas e tipos de materialescrito requeridas pela sociedade e usadospelos indivíduos que a integram. Sim-Sim,Inês (1989) «Literacia e Alfabetização DoisConceitos Não Coincidentes».Revista Internacional de Língua Portuguesa.

mobiliário; de vestuário; utensílios da cozinha; objectosde pintura ou desenhos; objectos da sala de actividades,entre muitos outros) para construção de pequenas frases.

Conversas relacionadas com as suas vivências,experiências, descobertas ou dados de imaginação em queo (a) educador (a) participa, dialogando com as crianças.Aproveitando esta motivação natural, estimula--se a suacapacidade de expressão levando-as a construíremfrases curtas e simples. O (A) educador (a) deve ter ocuidado de ir introduzindo frases mais complexas quevisem o progressivo desenvolvimento das noçõeslinguísticas já adquiridas.

Histórias, canções e dramatizações comfantoches são actividades que devem ser utilizadaspara a aprendizagem do português, desde queantecedidas por uma explicação em crioulo do seuconteúdo.

Actividades de Desenvolvimento daLiteracia3

No Jardim de Infância as crianças não têm queaprender a ler nem a escrever formalmente, emboradevam ser estimuladas a utilizar materiais de leitura eescrita para lhes despertar o gosto por essasaprendizagens.

As crianças desenvolvem concepções sobre aleitura e sobre a escrita, que vão expressando na suaacção. Fazem ensaios para tentar imitar a escrita dosadultos, fazendo garatujas, formas parecidas com letrasou sequências de letras a que atribuem significados.Tentam escrever listas de compras, legendar os seusdesenhos, “escrever” bilhetes, etc.

Quando o (a) educador (a) aceita estas tentativas

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.de escrita e conversa com a criança acerca do que elaquis dizer, traduz a garatuja da criança para uma escritacorrecta e a incentiva a escrever mais, está a ajudar acriança a aprender a escrever.

Objectivos

• Despertar o gosto e o interesse pela leiturae escrita;

• Desenvolver a leitura e interpretação deimagens;

• Valorizar e cuidar dos livros;• Adquirir competências de coordenação

motora fina;• Ser capaz de interpretar símbolos e códigos

construídos na sala.

Sugestões para os (as) educadores (as)

• Providênciar uma grande diversidade demateriais de escrita e de desenho;

• Encorajar as crianças a escreverem à suaprópria maneira;

• Expôr e ler as experiências das criançasatravés de registos escritos elaborados peloeducador;

• Construir com as crianças livros de históriasa partir de narrativas tradicionais ouinventadas;

• Organizar a elaboração de dicionários compalavras novas descobertas pelas criançase desenhos feitos por elas para as ilustrar;

• Levar as crianças a ordenar sequências deacções do seu quotidiano ou deobservações feitas na natureza (ex: fabricodo pão, germinação e crescimento dasplantas; actividades como construção decasas, etc.)

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• Escrever histórias ditadas pelas crianças;• Expor e enviar para casa alguns exemplos

da escrita das crianças;• Escrever o nome das crianças nos seus

trabalhos e incentivar a criança a fazertentativas para escrever o seu nome:organizar uma caixa que contenha tiras depapel com os nomes das crianças escritosonde elas os passam ir buscar;

• Registar por escrito os passeios realizadose ilustrados pelas crianças com desenhosou colagens;

Outras actividades, nomeadamente, a pintura, odesenho, a educação motora, desenvolvem tambémnoções espaciais e de lateralidade, de coordenaçãomotora, etc., indispensáveis para a escrita.

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Expressão Musical

A criança revela uma tendência natural paraexplorar o som e o ritmo que para ela se encontramestreitamente associados a outras manifestaçõeselementares, como a palavra, o gesto, o movimentocorporal na dança e no jogo. Muitas vezes, ao expressarum pedido ou atender a um chamamento a criança parececantar. Essas mesmas inflexões se observam quando aonarrar um acontecimento interessante a emoção a domina:enquanto fala, realiza com gestos e movimentos corporaisuma verdadeira dança com que procura suprir ainsuficiência da sua linguagem oral. Sendo a música umacomunicação de emoções, uma necessidade deexpressão e uma forma de linguagem, à criança devemser dadas oportunidades de viver a música. Através deactividades de brincar com os sons, a criança pouco apouco começará a organizá-los e a combiná-los, e aexperiência transformar-se-á em tentativa de expressãoe de comunicação cada vez mais elaborada.

Objectivos

Expressar-se e comunicar através do som;

Desenvolver capacidades criativas pela

prática da expressão musical, quer isolada,

quer ligada com outras expressões;

Inserir-se na sua própria cultura, através

da utilização de canções integradas nas

festividades e celebrações da comunidade;

Adquirir competências sociais;

Desenvolver as capacidades a nível rítmico

e auditivo e a memória;

Aprender a apreciar a música,

desenvolvendo o sentido estético;

Desenvolver a linguagem oral.

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Metodologia do Ensino da Canção

1) Cante toda a canção observandoquantas crianças sabem parte ou atotalidade da letra da canção;

2) Cante cada verso sozinho(a) edepois com todas a cantarem emconjunto;

3) Cante toda a canção, do princípioao fim, com todas as crianças acantarem, sem parar entre osversos.

Actividades

Cantar cantigas de roda e canções infantis

As crianças pequenas gostam de cantar melodiasde todo o tipo, sejam canções de embalar, tradicionaisou populares, ou associadas a festividades ecelebrações. Gostam de cantar durante as brincadeirase de acompanhar a canção com gestos e movimentosde expressão corporal.

As cantigas de roda devem ser executadas nosespaços exteriores. Elas são importantes porqueproporcionam o desenvolvimento de atitudes decooperação e de aceitação de regras do grupo.

Objectivos

Aprender a cantar com ritmo e harmonia;Cantar diferentes tipos de canções;Ter o prazer de cantar;Desenvolver atitudes e regras de convíviosocial.

Sugestões para o (a) educador (a)

No grupo é bom cantar as músicas favoritas econhecidas de todas as crianças, introduzindo semprenovas canções. A criança é muito receptiva àcomunicação feita através da música, cantada em vozsuave e melodiosa, bem como da mímica e dos gestospara acompanhar as canções.

• Seleccionar canções adequadas à idadedas crianças e que possam ser facilmenteexecutadas por elas.4

• Gravar as crianças a cantar e deixá-lasouvir a sua própria voz;

• Encorajar as crianças a criar as suaspróprias canções; 4 Ver o caderno de apoio Vamos Cantar.

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• Explorar canções sugerindo a movimenta-ção correspondente. Tais cançõesfavorecem também a aprendizagem denoções de posição como: em baixo, emcima, para a direita, para a esquerda, paratrás, etc., bem como de partes do corpo:nariz, olhos, boca, orelhas, braços, pernas,mãos e pés;

• Dinamizar a aprendizagem de canções queajudem as crianças a perceberem asmudanças de um momento para o outro, narotina diária;

• Propôr cantigas de roda tradicionais,nacionais ou de outros países.

Explorar a voz ao cantar

No decurso das suas brincadeiras, as criançaspequenas usam as vozes de uma forma expressiva paracriarem personagens do faz-de-conta, (imitar vozes,sons...) É importante que os adultos reconheçam que,quando as crianças produzem estes tipos de sons, estãonão só a explorar as qualidades expressivas das suasvozes como a fazer descobertas que trazem riqueza aoseu cantar.

Objectivos

• Usar a voz de forma expressiva;• Produzir diferentes tipos de sons;• Explorar as qualidades expressivas da voz.

Sugestões para o(a) educador(a)

• Ouvir e mostrar reconhecimento pelasvocalizações criativas das crianças;

• Encorajar as crianças a explorarem acapacidade das suas vozes;

• Imitar sons.

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Actividades de ritmo e movimentoMover-se ao som da música tornou-se um

processo natural para as crianças que respondem àmúsica com a totalidade dos seus corpos. Dançar comos companheiros, reproduzindo ou improvisando ritmose movimentos, são actividades que lhes dão enormeprazer.

Objectivos

• Desenvolver o sentido do ritmo, do tempo;• Movimentar-se expressivamente ao som da

música.

Sugestões para os (as) educadores (as)

• Organizar actividades que associemcanções com o movimento;

• Propôr canções, melodias, rimas elengalengas com batimentos de ritmo, comgestos etc.;

• Criar sequências de movimentos ao som damúsica (andar, correr, saltar);

• Estimular a brincadeira com material sonoroou instrumentos muito simples;

• Levar a criança a descobrir aspossibilidades sonoras e rítmicas do corpo(voz e batimentos);

• Explorar a noção de som e silêncio; de fortee fraco;

• Propôr o batimento do ritmo de palavrascom diversidade de intensidade evelocidade (variações bruscas e graduais)

• Encorajar as crianças a criar movimentosao som da música 5.

• Familiarizar as crianças com ritmos degéneros musicais tradicionais, como obatuque a tabanca, o funaná e colá.

5 Para dançar, na Área da Música entreoutros materiais pode haver lenços,faixas, etc.

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Actividades de audição de sonse melodias

As crianças apreciam ouvir observar e mover-se ao som da música ao vivo proveniente de tambores,violas, cavaquinhos, violinos, gaita, entre outrosinstrumentos. A frequência com que a criança é levada aouvir e a apreciar músicas de boa qualidade éresponsável directa na educação do gosto pela música.Daí a importância de existir no jardim de infânciaequipamento de gravação.

Objectivos

• Ouvir uma grande variedade de músicas;• Mover-se ao som de melodias de estilos

diferentes;• Apreciar músicas de boa qualidade;• Descobrir, discriminar e produzir diferentes

tipos de sons.

Sugestões para os (as) educadores (as)

• Propor a audição de música variada gravadaou ao vivo:

1) canções populares de Cabo Verde: morna,coladeira, batuco, funaná, mazurca, colá,chôro, canizadi, atalaia, etc. Podem serencontrados em CDs de cantores (as) cabo-verdianos (as);

2) canções populares de outros países;3) outros géneros musicais :música clássica,

jazz e música moderna, marchas, etc.

• Escolher trechos não muito longos e dizer àscrianças o nome da música que irão ouvir, onome do autor e o nome dos instrumentosusados.

• Estimular comentários das crianças sobre o

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que a música lhes fez pensar - desenharemou pintarem ao som e ritmo da música.Deste modo, a Música, a Dança e a Pinturaintegram-se numa única actividade deexpressão criadora.

• Gravar sons do meio ambiente e conversarcom as crianças ouvindo e estimulando osseus comentários.

• Organizar jogos para adivinhar sons: paraexploração, identificação e descrição desons do contexto em que se encontram (somdos pássaros a chilrear; roncar dos motores;pessoas a falar, a andar, a abrir as portas;campainhas, barulho do mar, sons dosinstrumentos musicais, etc..).

• Proporcionar momentos calmos esilenciosos para treinarem o ouvir.

Tocar instrumentos simples

• Formar um “conjunto musical” é umaactividade que dá prazer às crianças. Elasgostam de tocar instrumentos musicais, quersozinhas, quer com os seus amigos.

• Marchas – uma criança toca e os outrosimitam à medida que marcham, seguindo olíder.

• Danças – um grupo crianças toca osinstrumentos e as restantes dançam ao somda música. Depois de uma canção, invertemos papéis.

• Jogos de parar e começar, por exemploobedecendo ao maestro, ao som produzido,etc.

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Objectivos

• Experimentar vários instrumentos;• Construir instrumentos simples;• Colaborar com o grupo;• Desenvolver a percepção auditiva, o ritmo e

a coordenação motora.

Material

Os instrumentos podem ser construídos pelascrianças nas actividades de expressão plástica ou pelosirmãos mais velhos ou até pelos pais ou avós, utilizandomaterial de desperdício, por exemplo:

• Chocalhos “recordai” podem ser construídoscom um pedaço de tábua, onde se pregamas tampinhas dos refrigerantes;

• Chocalhos de latas pequenas vazias quepodem ser preenchidas com sementes demilho, feijão ou arroz, dependendo daintensidade do som que se quer;

• Tambores de latas grandes sem bases, ondese pode colar pedaços de sacos deplástico forte, etc.

Sugestões para os (as) educadores (as)

• Fornecer materiais caseiros e materiaisreciclados, como sejam colheres, paus degelados, caixas e recipientes de comida,cocos, búzios, pedras etc. que as criançaspossam usar para fazerem as suas própriasbaterias e instrumentos de ritmo e som;

• Providenciar instrumentos musicais simples,por exemplo, tambores, pandeiretas, sinos,guizos, triângulos, ferrinhos, chocalhos,maracas, matracas, etc. ;

• Apresentar os instrumentos um a

um,fazendo com que as crianças

os experimentem e troquem

entre si;

• Depois de bem conhecidos, o (a)

educador (a) pode iniciar

combinações de sons de dois

instrumentos;

• Levar as crianças a identificarem

os instrumentos pelo nome e

pelo som;

• Dinamizar a instrumentalização

de canções conhecidas.

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Expressão Dramática

A expressão dramática é uma forma lúdica dascrianças representarem experiências que tiveram eaquilo que sabem sobre as pessoas e as situações.Pelo desempenho de papéis, elas seleccionam e utilizamaquilo que compreenderam dos acontecimentos quetestemunharam ou participaram, podendo controlá-los.Actividades de brincar ao faz -de -conta, de jogodramático e mímica, de dramatização de histórias(utilizando o seu próprio corpo, os fantoches ou assombras chinesas),têm um papel muito importante, nãosó no desenvolvimento sócio-afectivo da criança, mastambém na aquisição de competências linguísticas,cognitivas e sociais.

Objectivos

· desenvolver a atenção, a memória, osentido de cooperação e a criatividade;

· expressar o seu mundo interior, os seussentimentos, as suas emoções;

· desenvolver e dar azo à sua fantasia eimaginação;

· desenvolver a oralidade;· organizar as ideias;· sensibilizar-se para os valores estéticos.

Actividades

• Jogos do faz-de-conta. São actividades quedevem ser propostas diáriamente.Para queisso aconteça, o espaço da sala deve estarorganizado por áreas que contemplam zonaspara a criança brincar, imitando e reinventandoos papéis sociais que observa no seuquotidiano. Exemplos das brincadeiras de faz-de-conta: “família”, “vendedora”, “monitora deinfância”, “médico”, “mestre-de-obra”, “bombeiros”, etc.

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• Jogos de desenvolvimento da imaginação,em que as crianças, de olhos fechados, (ouabertos), imaginam situações, lugares.nasactividades físico-motoras podem serorganizadas sessões integrando o movimentoe a expressão dramática, como, por exemplo,reproduzir o passeio ou a visita efectuada(como foram, o que viram, etc.)

• Jogos de desenvolvimento de habilidadesfísicas e vocais – para estimular as criançasa representarem os movimentos e gestos dospersonagens da história, ou de pessoas,animais ou coisas que observaram evocalizarem os seus sons, ruídos ou vozes.

• Jogos de desenvolvimento da expressãocorporal, como por exemplo: jogo da estátua,jogo da máscara muda, jogo de reflexos...

• Jogos de mímica podem ser realizados comou sem música.por exemplo, a criança faz amímica de acções, como coser, martelar,pintar, etc. e as outras adivinham.

• Dramatização de histórias é uma actividadeque só deve ser realizada quando as criançasjá dominarem os jogos dramáticos maissimples e se realmente se mostrareminteressadas em representar determinadahistória. As histórias escolhidas devem serbem simples, curtas, mas com muita acção eo(a) educador(a) deverá exercer a função deorientador(a) de toda a actividade, começandopor relembrar:

· o enredo da história;· os factos mais importantes e a sua

sequência;

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· os personagens (suas características físicase suas personalidades);

· o local (ou locais) onde se passa a história.

A seguir será necessário decidir quem serão os(as)personagens. Outras crianças podem transformar-se emobjectos do cenário: árvores, flores, desde que tenhamoportunidade de aparecer também na história.Depois de tudo combinado, o(a) educador(a) inicia anarrativa, estimulando os(as) “artistas” a criarem as suasfalas, que ele (a) deve anotar num bloco.

Com dois ou três ensaios, a peça pode ser representadapara os pais ou outros grupos, se esta for a vontade dascrianças.

Deverá caber às crianças a confecção das “fantasias” ea criação dos cenários, o que as levará a realizaremactividades de expressão plástica. Tudo pode ser feitopor elas com papel, lã, fitas, tintas, tesouras, etc.

• Representação utilizando fantoches – é umadas modalidades do teatro infantil queproporciona o prazer de dar vida e voz aanimais e bonecos. Através de um fantochepode ser superada uma timidez que dificultavaa comunicação. Podem ser expressossentimentos antes difíceis de exprimir, porqueo fantoche passa a ser o foco da atenção, emvez da criança que o manipula. Ela fala através

Sombras chinesas é uma actividade queenvolve magia e um jogo estético de luz esombra muito da agrado da criança.proporciona um trabalho integrado das váriasexpressões ( oral, plástica, dramática emusical): as crianças podem inventar umahistória, fazer desenhos, recortá-los,colocar-lhes uma pequena vara para depoispoderem manipular as “sombras” e escolherou inventar uma música.

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dele, fala com ele e às vezes atribui-lhe papéisque não têm nada a ver com a suacaracterização.

O processo criativo que envolve a manipulação defantoches estimula o desenvolvimento da linguagem edo pensamento e faz com que a criança aprenda atomar decisões, a expressar-se, para além de :

· canalizar a imaginação infantil;· descarregar tensões emocionais;· resolver conflitos de ordem afectivo-

emocional;· ampliar as experiências;· ampliar o vocabulário;· desenvolver a atenção, a observação, a

imaginação, a percepção da relação entrecausa e efeito, a percepção do BEM e do MAL,de outros valores e o interesse por histórias eteatro.

Quando os adultos manipulam os fantoches, têm nasmãos um recurso mágico de fácil comunicação com acriança.

Tipos de fantoches• fantoche de saco de papel,• fantoche de pano, meia ou massa;• fantoche de diferentes tipos de bonecos

(boneco de dedo, boneco de vara, bonecosde copos, objectos e elementos da natureza).

Sugestões para o(a) educador(a)

• Fornecer diferentes tipos de materiais eadereços que as crianças poderão usar paraas brincadeiras de representação de papéis efaz-de-conta. Poderão fazer os seus própriosadereços – máscaras, chapéus, etc. e aindaos bilhetes para a peça.

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• Apoiar a brincadeira do faz-de-conta quemuda de sítio para sítio. É comum abrincadeira do faz-de-conta começar na “áreada casa”. É frequente, as crianças, depois deiniciarem as suas brincadeiras, precisarem delocais adicionais para “irem à escola”, “irem àloja”, etc.

• Observar e ouvir com atenção os elementosda brincadeira do faz-de-conta (as criançasfazem de conta que são outra pessoa, animaisou personagens de ficção; usam um objectocomo se fosse outro).

• Participar em brincadeiras do faz-de-contacom respeito, atendendo às “deixas” dascrianças. Depois de ter observado e ouvidoa brincadeira e compreendido tanto quantopossível o seu conteúdo e linhas gerais,poderá juntar-se-lhes, porque as criançasconvidam-no(a) certamente, a participar,podendo apoiar e até enriquecer a brincadeiraseguindo o tema e o conteúdo definido pelascrianças. Assim, poderá dar sugestões,respeitando as respostas das crianças.

É importante que o(a) educador(a) dê tempo edinamize contactos e experiências com o exterior paraque a brincadeira do faz-de-conta das criançasdesabroche e se desenvolva.

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Expressão Plástica

A Expressão Plástica é o registo gráfico ouplástico que corresponde a uma forma de comunicar dacriança, através de uma linguagem não verbal. Odesenho e a pintura são os meios de expressão maisutilizados, relativamente a outras técnicas plásticas, umavez que permitem transpor para o papel, através deformas e cores, vivências infantis.

Será importante considerar que a criança seexpressa verbal, corporal, melodicamente, no seu dia-a-dia, sem necessitar de outros meios para além dosque dispõe em si naturalmente. Mas para que alinguagem plástica se manifeste, é necessário que elatenha materiais à sua disposição. A diverssidade dessesmateriais e o acesso ao seu uso frequente permite aindaoutras formas de exploração. Importa, por exemplo, queas crianças tenham à sua disposição várias cores paraescolherem, combinarem e misturarem. A descoberta, aidentificação e a nomeação de cores são aspectos daexpressão plástica que se ligam com a linguagem oral.

É normalmente no espaço destinado à área daexpressão plástica que as crianças dão azo à suaimaginação através do desenvolvimento de actividadescomo a pintura, o desenho, a modelagem, rasgagem,recorte e colagem, picotagem, entre muitas outras.

Objectivos

• Desenvolver a imaginação e as capacidadesexpressivas;

• Adquirir competências gráficas e plásticas;• Desenvolver o controlo da motricidade fina;• Desenvolver noções espaciais e de

lateralidade;• Adquirir competências sociais de trabalho

cooperativo.

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Actividades

Pintura

Poderá surgir como resultado ou registo de umpasseio, de uma visita, de um jogo, de uma vivência.Não nos esqueçamos que a atitude do(a) educador(a) éimportante para motivar esta actividade de expressão erepresentação. Deve deixar a criança fazer pintura livree aceitá-la. Pode também estimular, dar sugestões sobrea técnica.

O(A) educador(a) deve estar atento à frequênciacom que as crianças estão nessa actividade e tentarestimular as que não pintam por forma a criar-lhes ogosto e o hábito de o fazerem, sem as forçar.

Observar as crianças nas suas representaçõesgráficas, dando o apoio necessário: uma tinta queescorre, um papel que cai e, sobretudo, ao diálogo quese estabelece.

Devemos ensinar e estimular a criança a prepararas tintas e a ser responsável pela limpeza dos materiaise do espaço no final da actividade.

É uma actividade que pode ser realizada no chão,na mesa, no cavalete ou na parede.

Objectivos

Experimentar as possibilidades expressivas dacor;

Construir a sensibilidade estética;Desenvolver a criatividade;Libertar tensões;Expressar sentimentos e ideias;Desenvolver a destreza manual e a coordenação

motora.

Tintas caseiras(para pintura a dedo)

Material:2 xícaras de água fria2 colheres (sopa) de maizenaCorante (guache ou anilinacomestível)

Embalagem:Vidros de conserva com tampa.

Confecção:1) Levar ao fogo a maizena e a água.2) Deixar ferver até engrossar

mexendo sempre para que nãoencaroce.

3) Despejar a papa em vasilhasrasas, adicionando o coranteescolhido, até atingir aconcentração desejada.

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Material

O papel para a pintura pode ser branco ou decores claras e as folhas não podem ser muito pequenas.Poderão aproveitar-se folhas de jornal, de papel deembrulho, caixas de cartão de diversos tamanhos,tecidos, etc. O guache ou a tinta cenográfica é o materialmais aconselhado para a pintura e deve ser preparado.

Os pincéis não devem ser muito finos,recomendando-se os números 12 e 6. Por outro lado, ascrianças devem aprender a manusear os pincéis e a lavá-los sempre que mudam de uma cor para outra diferente.Devem ser lavados logo depois de serem utilizados eguardados com os pêlos para cima. Podem ainda usaresponjas, bolas de pano, rolos de pintura de parede,escovas diversas, etc.

Desenho

Desde muito cedo que as crianças se habituam adesenhar. Em casa, primeiro, na rua, na terra, na areiada praia do mar, onde representam situações do seuquotidiano.

O espaço para desenhar poderá ser no chão, ouna mesa , em folhas grandes de papel de embrulho ououtro papel acessível. Nos jardins de infância a mesa éo lugar que mais se utiliza para desenhar. O chão éutilizado pelos mais pequeninos para apoiar a folha ou,se for no exterior da sala de actividades, para desenhardirectamente nele.

Objectivos

• Expressar livremente as suas vivências e experiências;• Desesnvolver um prograssivo controlo perceptivo-motor do traço e do espaço gráfico, adquirir progressivamente a expressão gráfica figurativa;• Desesnvolver a criatividade e o pensamento.

Modo de preparar:três colheres de tintacenográfica( guache) 1colher de aglutinante (colaem pó) e água quanto baste.

Se não conseguir tereste material pode fazertintas com borra de café,aguada de beterraba, cascade árvore, anilinas,etc.

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Material

O material utilizado é diversificado, desde lápis(mais grossos para os pequeninos e mais finos para osmais velhos) a cera, de cor, canetas de feltro, giz, pauspara desenhar na terra.

Carimbagem e Estampagem

Embora sejam actividades pouco trabalhadas nosjardins de infância, podem e devem ser estimuladas,utilizando materiais de baixo custo e de desperdício:

Objectivos

Desenvolver a imaginação;Descobrir formas e padrões,Adquirir noções espaciais

Material

• rolhas• esferovite• carrinhos de linha• folhas• tampas de esferográfica• bocados de madeira• serapilheira• rede• cordas, etc.

Recorte, Rasgagem e Colagem

Estas actividades são normalmente feitas nosjardins de infância. Mas para que elas não percam o seusignificado, convém que sejam as próprias crianças aexecutarem as actividades de rasgagem, recorte ecolagem, sob a orientação do(a) educador(a). São deextrema importância os movimentos motores que acriança executa ao realizar estas actividades.

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Objectivos• Desenvolver a criatividade e a destreza de

movimentos,• Adquirir noções espaciais;• Utilizar diferentes formas de composição dos

materiais.

Material

• colagem: papel, pano, cola, lãs, fósforos, caixa,cartões, cubos, sementes, folhas secas, etc.;

• recorte e rasgagem: tesoura, papéis, cartolinas,jornais, revistas, etc.

Modelagem

Quase todas as crianças já viveram situações emque tiveram a oportunidade de modelar na realizaçãodas suas brincadeiras espontâneas.. Esta actividadepossibilita a expressão livre da criança a três dimensões.Requer um espaço adequado, pois nem todas assuperfícies prestam para esse fim, uma vez que têm deser lisas e laváveis.

Objectivos

• Contactar e explorar materiais compossibilidades de serem trabalhados a duas outrês dimensões;

• experimentar livremente o material demodelação: comprovar as suas propriedades (forma, textura, cor, cheiro);

• desenvolver o sentido do tacto e adquirir umprogressivo controlo motor do gesto;

• Expressar-se plasticamente mediante o domínioda forma.

Massa para modelar(massa de pão)

Material:4 xícaras de farinha de trigo1 xícara de sal1 xícara e meia de água1 colher de chá de óleo

Embalagem: saco de plásticoou vidro bem tampado.

Confecção:Num recipiente misturar todosos ingredientes.

Observação: esta mistura nãonecessita de ir ao fogo e podeser feita pela própria criança.Não seca ao sol, mas aspequenas peças podem serassadas em forno brando.

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O material mais aconselhável é o barro por tercor neutra, ter a consistência desejada e o seu custo serbaixo. Contudo, existem outros que podem ser utilizados,como:

• plasticina• pasta de papel• massa de cores• areia molhada

Massa para modelar( massa com sal)

Material Receita 1:500g de maizena100g de sal1 colher de café de óleotinta vegetal

Material Receita 2:1/2 xícara de maizena,1 xícara de sal1/2 xícara de água1 pitada de corante.

Embalagem:Saco de plástico ou vidro bemtampado

Confecção 1:1) Misturar a maizena e o sal.2) Juntar água suficiente para

formar uma pasta.3) Levar a massa ao fogo,

mexendo sempre.4) Acrescentar o óleo e o corante.

Confecção 2:1) Misturar todos os ingredientes.2) Levar ao fogo em banho maria

até desprender da panela.

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Matemática

No jardim de infância, falar de matemática nãosignifica estudar números nem fazer contas complicadas.A matemática é uma área do saber que está ao serviçodas crianças e dos adultos para os ajudar a resolver osproblemas que surgem no dia-a-dia.

Ela deverá ser sentida e encarada pela criançacomo um meio de expressão e de comunicação a seraproveitado para a descoberta de novas coisas.. Essasdescobertas deverão ser feitas, essencialmente a partirdos interesses e actividades das próprias crianças.

As actividades físico-motoras e os jogos demovimento têm noções matemáticas implícitas (porexemplo, no jogo do “João Barqueiro” divide-se oconjunto dos jogadores em dois subconjuntos definidosa partir da relação de equivalência – todos os queescolhem a mesma prenda).6

Muitas outras situações podem ser aproveitadasdo ponto de vista matemático (brincadeiras na área dosjogos/actividades de culinária: fazer um bolo/construir areceita com desenhos das crianças ou com a colagemde recortes das embalagens dos ingredientes.../ pôr amesa).

As noções de peso, número, de elemento, deconjunto, as operações sobre conjuntos, ascorrespondências entre conjuntos, as relações bináriase muitas outras noções elementares relacionadas comconjuntos podem aparecer e ser trabalhadas emdiferentes situações de jogo dos mais variados génerosem que se manipulem objectos ou se jogue com aspróprias crianças.

A exploração do espaço, em função de todas assuas possíveis utilizações e a sua transformação é,certamente, um ponto importante para o conhecimento

6 Ver o caderno de apoio Vamos Jogar –pág. 20.

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desse mesmo espaço. As noções de direita, esquerda,à frente, atrás, longe, perto, etc., não são noçõesabsolutas, são relativas à própria criança e ela só poderásentir isso jogando com o espaço e “jogando-se” nessemesmo espaço.

Assim, a realização de actividades matemáticaspara este nível educativo permite o desenvolvimento dosseguintes objectivos:

Objectivos

• desenvolver estratégias (modos de fazer)para diversos tipos de problemas esituações novas;

• desenvolver a capacidade de raciocínio e decomunicação;

• desenvolver autonomia e confiança peranteobstáculos a ultrapassar e situações novasque surgem no dia- a-dia;

• criar hábitos de trabalho individual e emgrupo, restrito ou alargado, favorecendo acomunicação e discussão com respeito,atenção e reflexão pelos argumentos dosoutros.

Para atingir os objectivos mencionados é precisoconsiderar-se que a situação problema deve:

• ser atraente para a criança – é necessáriocaptar a sua atenção;

• envolver objectos reais – para que sejacompreensível à criança;

• requerer a intervenção directa da criança notrabalho com os materiais, uma vez que nestaidade a criança aprende através da acção;

• ter diversas situações reais a explorar para umadeterminada estrutura matemática, para que acriança possa compará-las, etc.

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Actividades

As actividades de matemática nos jardins de Infânciaincidem nas experiências de:

-Classificação-Identificação de formas-Seriação-Construção do número-Relações espaciais-Noção de tempo

• brinquedos que giram:piões, roletas

• objectos que rolam:bolas, contas, latas,frascos, etc.

• líquidos: água, tintas,cola, etc.

• relógios• ampulhetas• calendários• peças para encaixar• papéis• lixa• pedras• conchas

• utensílios de cozinha• caixas• tábuas• almofadas• plasticina• barro• areia• copos de plástico• blocos de construção• pauzinhos• caricas• cordas• botões• rolhas• sementes

Materiais

Para encorajar as crianças a fazer exploração dasqualidades, ex: formas, cores, tamanhos dos materiaiso educador deve proporcionar-lhes a possibilidade decontactar com materiais atraentes. Para isso, na saladevem estar materais variados ( com qualidadescontrastantes):

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ClassificaçãoSão actividades que permitem o processo de

agrupamento de coisas de acordo com um atributo oupropriedade comum.

Objectivos

• Descrever características que um objectopossui ou a classe a que não pertence.

• Explorar e descrever semelhanças, diferençase atributos dos objectos

• Utilizar e descrever objectos de diferentesmaneiras

• Atender a mais que um atributo em simultâneo• Diferenciar entre “alguns” e “todos”

Sugestões para os (as) educadores(as)

• Arranjar materiais interessantes;

• Apoiar a recolha de materiais feita pelascrianças;

• Convidar as crianças a arrumar os objectosrecolhidos, segundo as suas características;

• propor às crianças para fazerem os rótulospara os materiais que vai introduzindo, comoforma de lhes dar oportunidade de seconcentrarem nos atributos. Ex.: numa caixacom blocos de construção a criança podedesenhar um rectângulo;

• Estar atento às referências que as criançasfizerem sobre os atributos, as semelhançase diferenças quando resolvem problemas.Ex.: Uma criança diz para a outra: “ vamosseparar os blocos, porque eu preciso detodos os blocos verdestodos os blocosverdes.”

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Identificação de Formas

As formas são um dos atributos físicos queinteressam muito às crianças quando brincam. Elasbrincam com peças de formas regulares que podemservir de materiais de construção a empilhar e pôr emequilíbrio. Quando pintam, colam ou recortam,conseguem gerar formas com as quais elas ficamespantadas.

Objectivos

• Construir objectos com formas diferentes;• Identificar e comparar formas variadas.

Sugestões para os (as) educadores (as)

• Disponibilizar materiais diversos com formasregulares como: caixas, blocos, cartões,pedaços de madeira, pratos tampas, etc.;

• Aproveitar as brincadeiras que implicam acriação de formas: nos jogos de movimento,danças, no desenho, pintura e quando brincamcom a areia. Por exemplo, o jogo “ o coelhinhona toca” implica a criação de formas ( toca docoelhinho) circulares.

Seriação

Trata-se de actividades de atribuição de umaordem lógica a um conjunto de objectos com base numavariação gradual de um único atributo ou qualidade. Ex.:quadrado azul, quadrado verde, quadrado azul: todos osblocos do mais pequeno para o maior.

Objectivos

• Comparar atributos (mais comprido/maiscurto; maior/menor; etc.);

• Dispor vários objectos uns a seguir aos

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outros numa série ou padrão e descrever asrelações entre eles (azul/verde; verde/azul;grande/maior/maior de todos);

• Fazer corresponder um conjunto de objectosordenados a um outro conjunto por tentativae erro (copo pequeno - tampa pequena;copo médio – tampa média; copo grande –tampa grande).

Sugestões para os (as) educadores (as)

• Disponibilizar objectos cujas características ascrianças consigam facilmente comparar -conjunto de objectos de dois tamanhos,materiais como plasticina e o barro para queas crianças possam construir as suaspequenas e grandes criações;

• Ler histórias e encorajar as crianças adramatizar narrativas nas quais as relaçõesentre tamanhos tenham um papel importante.Ex.: A história dos três ursinhos.

Construção de números

Dizem respeito às actividades dereconhecimento, ordenação e comparação denúmeros de 1 a 10.

Objectivos

• Contar objectos;• Ordenar dois conjuntos de objectos

efectuando uma correspondência doselementos um a um;

• Comparar o número de objectos em doisconjuntos para determinar noções de mais,menos e número igual.

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Sugestões de para os (as) educadores (as)

• Levar as crianças a fazerem comparaçõesnuméricas espontaneamente quandotrabalham e brincam;

• Fornecer materiais que podem seremparelhados em correspondência um a um:caixas de ovos, caixas e tampas, canetas defeltro e tampas, etc.;

• Observar os conjuntos de materiais emcorrespondência com os materiais que ascrianças criam quando brincam e trabalhamno decorrer do dia-a-dia;

• Fornecer objectos que se podem contar:blocos, colecção de objectos pequenos,materiais com números;

• Apoiar as crianças que estão interessadasem escrever números.

Nas suas brincadeiras, as crianças gostam de juntarconjuntos de objectos em correspondência um a um.Quando põem a mesa, colocam uma colher para cadaprato. Ao fazer isto, a criança ganha a experiência físicacom as equivalências (uma colher para cada prato),experiências estas que servem para apoiar acompreensão da contagem. Por isso, o(a) educador(a)pode construir um quadro de tarefas, dando oportunidadea cada criança para, durante o lanche ou outrasactividades, distribuir e recolher o número necessáriode copos, colheres, pratos, lápis, papéis ou outrosmateriais. Estas tarefas para além de desenvolveremnoções matemáticas, desenvolve atitudes deresponsabilidade e autonomia.

A construção do calendário e o seu uso constituem

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uma boa estratégia para o desenvolvimento de noçõesrelativas ao conceito de número, sobretudo relativamenteà sequência dos números e à diferença entre númeroanterior e número seguinte.

Relações Espaciais

São actividades que permitem às crianças situar-se e orientar-se no espaço em relação ao seu própriocorpo, aos outros e em relação aos objectos.

Objectivos

• Desenvolver noção de dentro e fora, deespaço, de formas e tamanhos: Caixotes/túneis/pneus;

• Encher e esvaziar;• Encaixar e separar objectos;• Mudar a forma e arranjo dos objectos

(embrulhar, torcer, esticar, incluir,amontoar);

• Observar pessoas, lugares e objectos apartir de diferentes pontos de vistaespaciais;

• Experimentar e descrever posições,direcções e distâncias no espaço debrincadeira, nas proximidades do jardim deinfância, nas actividades de educaçãomotora;

• Interpretar as relações espaciais emdesenho, imagens e fotografias.

• Fornecer materiais que se encaixam edesencaixarm – legos, blocos, marcadorese respectivas tampas, parafusos e porcas,roupas com colchetes, caixas e tampas,puzzles confeccionados pelo(a)educador(a), etc.;

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• Dar tempo para as crianças trabalharemsozinhas com os materiais – as criançasprecisam de tempo para fazer as suas própriasdescobertas sem ter os adultos a dar-lhesinstruções e indicações sobre “como fazercerto”;

• Encorajar as crianças a falarem do que fazem,nos momentos de avaliação.

• Possibilitar à criança criar e recriar formas apartir de modelagem com diversos tipos demateriais (cubos, blocos, papéis, plasticina,etc.), e com elásticos, cordel, fio, para esticar,atar, torcer, etc.

Noção de Tempo

A construção da noção de tempo é longa ecomplexa. Os conhecimentos quotidianos das criançassobre o tempo são o ponto de partida para aprenderemesta noção. O tempo na criança é marcado, por exemplo,pela presença de algumas coisas, por factos eacontecimentos vividos.

Objectivos

• Compreender os diferentes intervalos detempo;

• Compreender a continuidade do tempo.

• Propor a paragem e começo de umaactividade a um sinal dado;

• Organizar experiência par a criança fazer adescrição de movimentos com diferentesritmos;

• Levar a criança a fazer a antecipação,lembrança e descrição de sequências deacontecimentos;

• Propor experiências de comparação deintervalos de tempo.

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Expressão Motora

São actividades que permitem à criança aprendera utilizar, dominar e sentir melhor o seu corpo e,progressivamente, ir interiorizando a sua imagem.Permitem, igualmente, que vá tomando consciência decondições essenciais para uma vida saudável, o que serelaciona com a educação para a saúde.

Objectivos

· Aprender a utilizar, a dominar e a sentir melhoro seu corpo;

· Tomar consciência das diferentes partes docorpo, das suas possibilidades e limitações,facilitando a progressiva interiorização doesquema corporal e a tomada de consciênciado corpo em relação ao espaço;

· Adquirir noções de relações espaciais (direita/esquerda – dentro/ fora etc.);

· Ser capaz de parar o movimento, ou seja, estarquieto e relaxar;

· Aperfeiçoar o controle motor;· Aprender a manipular diversos objectos;· Produzir sons e ritmos com o corpo;· Expressar criatividade através do movimento.. Coordenar e controlar o próprio corpo para a

execução de tarefas.

Actividades

• Jogos de movimento;7

• Gincanas- propostas de percursosrecorrendo a objectos colocadosestratégicamente no espaço ( obstáculos aultrapassar) e a uma história imaginária parao caminho; • Estafetas- caminhadas e corridas compassagem de objectos pelos companheiros deequipa;

7 Recorrer ao caderno de apoio VamosJogar.

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• Sessões de movimento acompanhadascom música, com materiais móveis (arcos,bolas, fitas ringues, pinos etc.), com materiaise estruturas fixas ( espalderes, aparelhos detrepar, etc.)

sugestões para os (as) educadores (as)

- Aproveitar espaços e materiais que permitamdiversificar e enriquecer as oportunidades deexpressão físico- motora global;- Planificar e organizar actividades demovimento que permitam à criançamovimentar-se com locomoção ( saltar, correr,rodar, saltar ao pé- coxinho, marchar, subir,trepar, saltitar) ou sem locomoção ( dobrar-se, rodar, balançar-se,mexer os braços.);- Criar oportunidades de exercício demotricidade global e de motricidade fina;- Explorar a direcção, nível, intenssidade eritmo da locomoção;

- Proporcionar momentos que possam darlugar a situações de aprendizagem em quehá um contrlo voluntário do movimento, taiscomo. trepar, deslizar etc.;

- Criar momentos nas actividades físico-motoras em que as crianças possam recebere atirar objestos ( ex. bolas, ringues etc.);

- Encorajar o movimento de diferentesformas (imitar a locomoção de animais);

- Levar a criança a explorar uma grandediversidade de posições;

- Propor sequências de movimentossimples ao som da música ( ex. um coslhinhobebé e um coelho grande a andar;)

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Área de Conteúdo: Conhecimento do MundoNesta área incluem-se aspectos relativos a

diferentes domínios do conhecimento humano: ciênciassociais e da natureza, biologia, física, história, geografia.Estes domínios concretizam-se em actividadesrelacionadas com descoberta do meio físico e socisl querodeia as crianças. permitem que elas sejam capazesde observar as condições de vida de certos animais eplantas, identificar os elementos da paisagem natural ehumana e as relações que entre eles se estabelecempor forma a valorizarem o seu meio.

O processo de socialização da criança deve serfeito de modo a levá -la ao conhecimento de hábitos enormas de convivência social, conhecimento doscostumes e aspectos tradicionais da sua comunidade ede outras comunidades espalhadas pelo mundo(educação para a cidadania) .

O(A) educador(a) deve privilegiar actividades quepermitam o contacto com o meio que rodeia a criança eque desenvolvam nela hábitos de respeito e perservaçãodo ambiente.

É através das actividades de descoberta econhecimento do mundo que a criança mobiliza eenriquece od diferentes domínios da expressão ecomunicação (actividades de expressão plástica,dramática,musical, físico motora, de linguagem ematemática) contribuindo estes, por seu lado, paraaprofundar as experiências e os conhecimentos.

Objectivos para os (as) Educadores (as)

-Promover a curiosidade natural da criança;

-Desenvolver o desejo de saber e compreender o porquêdas coisas;

Proporcionar o contacto com novas situações quesimultaneamente são ocasiões de descoberta eexploração;

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-Levar a criança a conhecer alguns aspectos do ambientee natural e social;

-sensibilizar a criança para a metodologia experimental;

-ajudar a criança a estruturar o pensamento de formamais elaborada;

• Desenvolver a capacidade de observar.

- Estimular e desnvolver acuriosidade da criança,conforntando-a comsituações de descoberta ede exploração do mundo.

- Fomentar na criança umaatitude científica experimen-tal.

- Criar actividadesrelacionadas com osprocessos de aprender.

-Colocar á disposiçãomateriais de consulta( livros, jornais, imagens,etc.) e de realização deexperiências.

- Mobilizar e enriquecer osdiferentes domínios daExpressão e Comunicação ( plástica, musical,dramática, linguagem ematemática).

Promover atitudes derespeito e perservação domeio ambiente

- Estudo de um animal /planta ( como é, como eonde vive, de que sealimenta, qual o ciclo devida);

- Descoberta do Bairro( lojas, profissões, produtos,serviços da comunidade,etc.)

- Observação e verificaçãode hipóteses através daexperiência

- Articulação e integração deconteúdos de diversos tiposnas actividades deexperiência.

- Educação ambiental

- Organizar visitas ao meiopara proporcionar adescoberta;

- Trazer e preparar a vindade convidados ao jardim deinfância;

- Criar uma área ( cantinho)para experiências na sala deactividades;

- Organizar actividades /projectos com fio condutorque permitam à criançarepresentar o tema / tópico adescobrir: através domovimento do seu corpo, dodesenho, pintura oucolagem, da elaboração deum cartaz com registosescritos pelo (a) educador(a), medir ou pesar; observarimagens, fazer perguntas aoutras pessoas; imaginaruma história, etc.

- Conversar ou contarhistórias que transmitamregras e valores ambientais.

ObjectivosObjectivosObjectivosObjectivosObjectivos ConteúdosConteúdosConteúdosConteúdosConteúdos Actividades/Estratégias Actividades/Estratégias Actividades/Estratégias Actividades/Estratégias Actividades/Estratégias

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Actividades

Saídas ao meio natural- campo, praia ou mesmo aoterreno mais próximo- são momentos priveligiados paradespertar a curiosidade e o interesse das criançasrelativamente às questões ecológicas e aos fenómenosnaturais.

Exemplo: o momento do recreio no pátio constitui umperiodo de descoberta e de desenvolvimento dacuriosidade das crianças. Para além das brincadeirasque normalmente fazem, como saltar, correr, pular, entreoutras, podem ainda aproveitar para examinar ecoleccionar folhas, rochas, insectos, flores, garrafas,pedras e conchas, para observar animais e pássaros edar-lhes de comer. São estes momentos que permitemás crianças pôr em prática as suas ideias e descobertasfora da sala de actividades.

Estas saídas permitem às crianças aprofundar,as suas experiências pelo contacto directo com a terra,as plantas, os animais, as actividades agrícolas e depecuária, com os trabalhos de preservação econservação do solo e da água e, por outro, com osfenómenos naturais como a chuva, o vento, o sol, osrelâmpagos, as trovoadas, etc.

Passeios e visitas de estudo à volta dacomunidade ou a um jardim público, ao meracado, lojas,uma excursão a um espaço um pouco mais afastado,podem proporcionar muitas oportunidades para aobservação e compreensão do meio social. Sãoactividades desencadeadoras de centros de interessee projectos que levam a criança a aprender comsignificado e com sentido.

Deste modo, as saídas para o meio natural e/ousocial envolvente são indispensáveis e têm como

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objectivos:

• Enriquecer a experiência das crianças;• Multiplicar o contacto directo com as pessoas

e os objectos, com a natureza e os seres vi-vos;

• Observar e descrever o observado do pontode vista espacial;

• Adquirir experiências e conhecimentos novos,• Enriquecer a língua (descrever as descobertas

feitas permite uma expressão oral rica e aprocura do nome certo);

•estruturar o tempo e o espaço (recontar porordem as etapas da saída),

• Fazer representações gráficas e plásticas sobreo vivido;

• Criar hábitos e regras sociais;• Desenvolver atitudes de respeito e

responsabilidade.

É claro que só uma saída não é suficiente, épreciso organizar outras! Por isso, prepare-se. Escolhaperíodos que permitam um passeio agradável, uma boaobservação e recolha de materiais.

Antes• Escolher o local onde se realizará o passeio;• Fazer uma visita prévia (para se assegurar das

possibilidades de acção);• Planificar as acções a desenvolver;• Preparar o material que vai precisar.

Durante• Na partida e ao longo do trajecto, o(a)

educador(a) estimula o diálogo entre ascrianças incidindo na necessidade derespeitar os lugares.

• Propõe à partida aquilo que vão pesquisar,faz recomendações e motiva as crianças paraa tarefa.

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Depois

• Explorar a experiência através do diálogo-na natureza : o que recolhemos? Onde seencontravam os animais e as plantas? -nomeio social: o que faziam as pessoas? o quevendiam? o que disseram?

• Estas são algumas formas de estimular oconhecimento e chamar a atenção dascrianças para os cuidados com os animais ouplantas; com os lugares, com as pessoas etc.

• Organizar uma área das experiências na salacom o que se recolhe e não só.

• Criar um quadro de tarefas para cuidar doespaço, materiais, plantas ou animais.

• Desenhar a experiência / o passeio; o que“gostei mais”;

• Utilizar os desenhos para construir um cartazrepresentando e sistematizando os dadosrecolhidos através da experiência;

Actividades de Pesquisa

A curiosidade das crianças leva-as muitas vezesa colocarem questões para as quais nem sempre o(a)educador(a) tem respostas. Por isso, a melhor forma delhes responder é organizar actividades deexperimentação/investigação a partir das quais elaschegam às suas próprias conclusões. Para isso énecessário organizar material, que pode ser arranjadofacilmente, a partir de desperdícios conseguidos querpelas crianças, quer pelos familiares ou educadores(as).

Sugestões para os (as) educadores (as)

• Desenvolver pequenos projectos ou centrosde interesse à volta de tópicos interessantesa partir das visitas, histórias ouacontecimentos.

• Fazer convites para pessoas virem ao jardimde infância, contar às crianças o que fazemnos seus trabalhos:costureira, carpinteiro,

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padeiro, médico, correio, agricultor,etc.;• Planear actividades para o conhecimento do

corpo e os cuidados a ter- para a criançaconstatar que cresce comparando etapas doseu próprio crescimento desde bebé ( atravésde fotografias por exemplo)- os meios delocomoção, os órgãos do corpo. A exploraçãode aspectos ligados ao funcionamento docorpo permitirá o tratamento de questõesligadas à educação para a saúde

(alimentação, higiene,etc.);• Dinamizar pequenos projectos e/ou

actividades sobre a família (os elementos dafamília, os vínculos, os papéisdesempenhando pelos seus membros, oscuidados, etc.);

• proporcionar condições para a criançainvestigar um animal- observar directamente,ouvir histórias, ver imagens em fotografias,postais, conversar com pessoas que tenhamou tratem dos animais, fazer um álbum comdesenhos dos animais);

• Dar a conhecer algumas plantas e ajudar acriança a aprender a cuidar delas: construiruma pequena horta, fazer sementeiras; fazerum herbário;

• Propor e organizar actividades de culinária(um bolo, pãezinhos; uma sopa; salada defrutas; refrescos; iogurtes) que proporcionamgrande prazer às crianças e a partir das quaiselas aprendem noções matemáticas (pesageme medidas), desenvolvem os sentimentos(tacto, gosto, olfacto, visão) e aprendemconceitos sobre os produtos utilizados;

• Construir uma balança simples e organizaractividades de pesagem;

• Organizar actividades de medição nasactividades de descoberta (utilizando váriasunidades de medida: um pau ou uma vara, opalmo, o metro etc.)

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BIBLIOGRAFIA

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