livro proprietário - metodologia científica pag 58-85

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58 capítulo 3 Neste capítulo, iniciaremos discutindo modos de fazer o TCC. Em segui- da, vamos avaliar a importância de uma boa revisão de literatura, ativi- dade que deve integrar de forma contínua o processo de elaboração de qualquer produção científica. Você ainda saberá como realizar uma re- visão de literatura para deixá-la disponível: elaborar resenhas, resumos, fichamentos e bibliografias. Discutiremos como a relação entre você, seu orientador, seus professores e colegas pode ajudar na elaboração do TCC. Ao final, vamos esclarecer o papel da metodologia e dos demais passos da elaboração de um trabalho científico, que serão detalhados no Capítulo 4. Procedimentos de elaboração do TCC Produzir um trabalho científico é de grande importância para o estu- dante de graduação, já que todo mundo que se forma em um curso de nível superior vai manusear informações, que devem ser confiáveis, em seu futuro trabalho. A melhor maneira de identificar informações con- fiáveis é saber como produzi-las, e é a experiência da elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de graduação que vai fazer com que você aprenda como fazer e identificar um trabalho científico. É sempre bom lembrar que o TCC é um trabalho científico, que deve ser reconhecido como um conhecimento confiável por quem vai ter acesso a ele. Hoje em dia, existe algum acesso aos TCCs, que ficam disponíveis às vezes em sites de universidades ou de busca (como, por exemplo, o site do scribd), bem como em sites de bibliotecas. No míni- mo, será possível encontrar o resumo do que foi feito, e pesquisadores de todo o mundo terão acesso ao que você fez. ATENÇÃO Existem na internet muitos modelos para a confecção do TCC, e muitos deles dis- ponibilizados mediante pagamento. Porém, o melhor é ter bom senso e fazer você mesmo seu TCC, já que não é algo fora de seu alcance e vai empliar as chances na sua vida profissional. Aprender a fazer um trabalho científico vai destacá-lo entre outros candidatos a um emprego, por exemplo. Conforme foi visto no Capítulo 1, o conhecimento científico é dife- rente de outros tipos de conhecimentos, pelo modo como é produzido e por outras características que você vai aprender durante a sua forma- ção. Uma das características do trabalho científico é que, na realidade, 3 Metodologia para a elaboração de trabalho científico COMENTÁRIO TCC Cada curso tem suas normas para a confecção do TCC. Você deve con- sultar o coordenador de seu curso a respeito. As normas, no entanto, obe- decem a critérios que são os mesmos em qualquer lugar do mundo. Neste ca- pítulo, você encontrará sugestões para organizar seu trabalho.

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Livro Proprietário - Metodologia Científica Pag 58-85

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  • 58 qcaptulo 3

    Neste captulo, iniciaremos discutindo modos de fazer o TCC. Em segui-

    da, vamos avaliar a importncia de uma boa reviso de literatura, ativi-

    dade que deve integrar de forma contnua o processo de elaborao de

    qualquer produo cientfica. Voc ainda saber como realizar uma re-

    viso de literatura para deix-la disponvel: elaborar resenhas, resumos,

    fichamentos e bibliografias. Discutiremos como a relao entre voc, seu

    orientador, seus professores e colegas pode ajudar na elaborao do TCC.

    Ao final, vamos esclarecer o papel da metodologia e dos demais passos da

    elaborao de um trabalho cientfico, que sero detalhados no Captulo 4.

    Procedimentos de elaborao do TCC

    Produzir um trabalho cientfico de grande importncia para o estu-

    dante de graduao, j que todo mundo que se forma em um curso de

    nvel superior vai manusear informaes, que devem ser confiveis, em

    seu futuro trabalho. A melhor maneira de identificar informaes con-

    fiveis saber como produzi-las, e a experincia da elaborao de um

    Trabalho de Concluso de Curso (TCC) de graduao que vai fazer com

    que voc aprenda como fazer e identificar um trabalho cientfico.

    sempre bom lembrar que o TCC um trabalho cientfico, que

    deve ser reconhecido como um conhecimento confivel por quem vai

    ter acesso a ele. Hoje em dia, existe algum acesso aos TCCs, que ficam

    disponveis s vezes em sites de universidades ou de busca (como, por

    exemplo, o site do scribd), bem como em sites de bibliotecas. No mni-

    mo, ser possvel encontrar o resumo do que foi feito, e pesquisadores

    de todo o mundo tero acesso ao que voc fez.

    ATENO

    Existem na internet muitos modelos para a confeco do TCC, e muitos deles dis-

    ponibilizados mediante pagamento. Porm, o melhor ter bom senso e fazer voc

    mesmo seu TCC, j que no algo fora de seu alcance e vai empliar as chances na

    sua vida profissional. Aprender a fazer um trabalho cientfico vai destac-lo entre

    outros candidatos a um emprego, por exemplo.

    Conforme foi visto no Captulo 1, o conhecimento cientfico dife-

    rente de outros tipos de conhecimentos, pelo modo como produzido

    e por outras caractersticas que voc vai aprender durante a sua forma-

    o. Uma das caractersticas do trabalho cientfico que, na realidade,

    3 Metodologia para a elaborao de trabalho cientficoCOMENTRIO

    TCC

    Cada curso tem suas normas para a

    confeco do TCC. Voc deve con-

    sultar o coordenador de seu curso a

    respeito. As normas, no entanto, obe-

    decem a critrios que so os mesmos

    em qualquer lugar do mundo. Neste ca-

    ptulo, voc encontrar sugestes para

    organizar seu trabalho.

  • captulo 3 q59

    COMENTRIO

    Dilogo

    Escrever pode ser algo bem novo para

    quem faz um curso de graduao. Pode

    acontecer que voc sinta muita dificulda-

    de, sobretudo, para comear. Ter algum

    que leia o que voc escreve, que faa

    comentrios sobre o andamento do seu

    produto ou sobre a escrita de sua disser-

    tao, que se interesse em fornecer lei-

    turas que esclaream os melhores cami-

    nhos a tomar, um grande privilgio. Seu

    parceiro uma espcie de cmplice, com

    quem voc deve contar nessa tarefa. Se

    achar mais de um, melhor ainda.

    COMENTRIO

    Professor

    Todo professor quer dialogar sobre o

    TCC de um aluno que vai trabalhar com

    o tema que ele domina e, para voc,

    essa a pessoa mais indicada para

    essa tarefa. Esse professor pode ler e

    direcionar seu trabalho e, se fizer isso,

    ser um parceiro. Um orientador-parcei-

    ro de TCC, alm de ter interesse sobre

    o tema que escolheu para trabalhar, tem

    que ser uma pessoa com quem voc

    goste de conversar e de trocar ideias.

    COMENTRIO

    Reviso da literatura

    A reviso de literatura pode simplificar

    muito um trabalho de pesquisa ou a

    confeco de um produto. Muitas vezes

    acontece de nos embrenharmos em

    uma pesquisa, s vezes com poucos re-

    cursos, para descobrirmos depois que

    ela j foi realizada de modo muito mais

    criterioso por outro grupo de pesquisa.

    ele no nasce de uma mente iluminada, mas de um dilogo entre voc

    e outros que se interessaram pelo mesmo tema.

    A escolha de um orientador em alguns cursos nem sempre pos-

    svel, mas se no seu caso for, ser um trunfo importante para voc. O

    orientador aquele que vai acompanhar seu trabalho, algum que j

    passou por essa etapa e se preparou para auxili-lo em seu percurso. Al-

    guns cursos tm vrios professores para esta tarefa, outros nem tanto.

    A dica que, se encontrar algum, um professor, por exemplo, que en-

    tenda do assunto que voc escolheu para seu TCC, converse com ele e

    proponha que ele o oriente. Se no for possvel, encontre um professor

    que entenda do assunto.

    bom destacar que ele a pessoa que vai se interessar em ler o que

    voc escreve, avaliar seu produto, e isso fundamental para que o traba-

    lho fique bem feito. O interesse seu, ento voc deve procur-lo sempre

    que tiver dvidas sobre o que fazer. Voc vai sentir muito orgulho aps

    ter feito um bom trabalho.

    Reviso de literatura

    necessrio ler os trabalhos que j foram feitos por outros sobre o tema.

    As discusses entre voc e seus par-

    ceiros no nascem do nada. pre-

    ciso conhecer o assunto que se est

    querendo trabalhar. As conversas

    nascem justamente quando se co-

    mea a conhecer o que j existe sobre o assunto. Chamamos esse primeiro

    trabalho de reviso de literatura. No importa que tipo de trabalho voc

    est fazendo para o seu TCC, nem qual curso est fazendo em sua gradua-

    o, a reviso de literatura sempre tem de ser feita. Ela se estende do primei-

    ro dia em que comea o trabalho do seu TCC at o ltimo, pois esse um

    processo contnuo de produo para qualquer trabalho cientfico.

    O ponto de partida, a leitura que mais nos interessa, aquela sobre

    o tema mais prximo ao que nos propomos a trabalhar. Para se falar de

    um assunto, preciso conhec-lo e conhecer seus principais autores.

    Quem est pesquisando sobre o assunto? A que concluses chegou?

    Quais as consequncias dessas concluses? A reviso de literatura vai

    permitir que voc fale do assunto que escolheu com propriedade e pro-

    duza um conhecimento confivel sobre ele.

    ATENO

    Os rgos governamentais tm integrado cada vez mais a pesquisa aos seus

    planejamentos. Os Ministrios, as Secretarias, o IBGE e, mesmo a Cmara e o

    Senado, realizam pesquisas que valem a pena consultar. Devem ser consultadas

    tambm universidades, bibliotecas e at mesmo empresas privadas. A maioria das

  • 60 qcaptulo 3

    universidades mantm centros de pesquisa e muitas deixam disponveis a pro-

    duo de seus alunos e professores em seu sites. So alternativas de fonte de

    pesquisa que devem ser exploradas.

    O TCC no um trabalho de recorte e colagem.

    Algum cuidado, no entanto, deve

    ser tomado com relao utiliza-

    o da reviso de literatura em

    seu TCC. Alm de no ser um

    simples copiar e colar da inter-

    net, no tampouco um trabalho em que se enumera a opinio de vrios

    autores. Seu trabalho deve refletir as suas concluses acerca das leituras

    que fez, e no as dos autores que leu.

    Alguns alunos de graduao cometem o erro de apenas citar diferen-

    tes autores sem dar nenhuma contribuio pessoal para a comunidade

    cientfica, como se o TCC fosse um trabalho feito apenas para satisfazer

    um quesito imposto pelo MEC. Grande engano: como dissemos antes,

    fazer um TCC bem feito vai distinguir voc de outros candidatos na hora

    de concorrer a uma vaga de emprego, ou de obter algum auxlio ou bolsa

    de estudos junto aos rgos de fomento.

    Para fazer a consulta, preciso que j se tenha bem definido o

    tema da pesquisa. Existe um sistema de palavras-chave que classi-

    fica as pesquisas, sistema esse que funciona no mundo inteiro. As

    palavras-chave so, em geral, uma nica palavra ou expresses que

    situam a temtica da pesquisa.

    As pesquisas na internet devem se limitar a sites confiveis. Hoje to-

    dos escrevem na internet sobre qualquer assunto, ento devemos saber

    reconhecer quando o site confivel, pois um trabalho acadmico deve

    se basear em outros trabalhos acadmicos. claro que alguns temas vo

    requerer pesquisas em fontes de outra natureza, mas, de maneira geral,

    deve-se buscar os sites que apresentam TCCs, dissertaes, teses e arti-

    gos, de preferncia, recentes.

    EXEMPLO

    Estudando um caso

    Imagine o seguinte tema de pesquisa: anlise do processo de produo do livro digital

    voltado para aprendizagem. Voc, na condio de pesquisador, poderia iniciar uma revi-

    so de literatura a partir de pesquisa pela internet, em sites recomendados para esse

    fim, utilizando palavras-chave. Claramente, a primeira palavra-chave que se destaca

    livro digital, o que permitir levar a resultados como o que segue (um livro sobre o tema):

    GRUSZYNSKI, A. et al. Livro digital: objeto de estudo de mltiplos olhares. In: Con-

    gresso do Livro Digital, v.4, So Paulo, 2013.

    COMENTRIO

    Autores

    Voc pode at citar os autores que leu,

    mas as citaes s so feitas para tornar

    mais preciso um conceito ou para ilustrar

    alguma ideia do autor, mesmo assim,

    quando o que ele diz dito de forma que

    no se pode parafrasear, isto , escrever

    com suas palavras a ideia de outro.

    CONCEITO

    Palavras-chave

    Imagine que voc deseja realizar uma

    pesquisa cujo objetivo o de determi-

    nar as condies de vida e trabalho de

    pessoas que trabalham em canaviais.

    Quais seriam as palavras-chave? De

    imediato, s em relao ao objetivo, po-

    demos determinar trs palavras-chave:

    trabalho em canaviais, trabalhador rural

    e perfil populacional. Pronto! Com essas

    palavras, voc ser capaz de encontrar

    diversos outros trabalhos que podero

    ser interessantes para sua pesquisa.

  • captulo 3 q61

    Usando as palavras-chave nos sites, voc vai selecionar uma srie de

    trabalhos relacionados ao tema que escolheu. Os sites sempre utilizam

    esses buscadores. O nmero de trabalhos a serem lidos vai variar segundo

    o assunto e ser resultado de uma consulta feita ao orientador, que vai

    fazer vrias sugestes para voc procurar e lhe dizer quais devem ser lidos.

    Das referncias selecionadas com o seu orientador, voc vai ler os re-

    sumos para fazer uma nova seleo. Voc ver que os resumos trazem o

    essencial do texto para essa nova seleo. Dessa forma, reduz-se o volume

    de ttulos a serem lidos a somente aqueles que interessam. O ideal que,

    nesse momento, voc faa o fichamento ou resenha do contedo dos tra-

    balhos que leu. Isso deixar sua leitura disponvel para quando precisar.

    ATIVIDADE

    Experimentando fazer uma reviso de literatura

    1) Escolha um assunto e, em seguida, escolha para ele 5 palavras-chave;

    2) V at um dos sites de busca recomendados e encontre 5 artigos ou disserta-

    es mais prximos do tema escolhido;

    3) Agora escolha um segundo site e faa o mesmo.

    COMENTRIO

    A busca nos sites recomendados exibir muitas opes. Para escolher os

    artigos ou dissertaes mais aderentes ao seu tema, um dos procedimen-

    tos recomendados ler os resumos daqueles que aparentam ser os mais

    prximos.

    Como fazer um resumo

    O resumo diz o essencial do contedo de uma obra, ele apresenta as

    principais ideias do autor. uma informao rpida que permite co-

    nhecer um texto no que ele tem de fundamental. Aprendendo a fazer

    o resumo, voc vai tambm aprender a identificar quais textos esto

    corretos e quais no do as informaes necessrias ao trabalho de

    reviso de literatura.

    COMENTRIO

    O resumo no pode conter nenhuma cpia do texto do autor, deve ser escrito

    por voc, caso o autor no o deixe mais disponvel ou caso o local de publicao

    a retire do catlogo.

    LINK

    Sites recomendados

    O Google pode ser consultado, mas

    sempre com orientao. Existem tam-

    bm sites especficos para cada rea,

    geralmente das associaes profissio-

    nais e de pesquisa, alm dos sites das

    universidades prprios de cada curso.

    Nesse caso, bom saber quais locais

    se dedicam a pesquisar o assunto que

    voc vai estudar e quais desses so

    mais importantes na rea.

    Recomendamos os seguintes sites

    para pesquisa (lembre-se de que eles

    podem mudar de endereo ou serem

    descontinuados):

    http://www.inep.gov.br

    http://www.cnpq.br

    http://scholar.google.com.br

    http://www.periodicos.capes.gov.br

    http://www.scielo.org/

    http://prossiga.ibict.br

    COMENTRIO

    Autores

    Para que a leitura de textos fique arma-

    zenada de modo a ser utlizada por voc

    quando precisar, insistimos que, durante

    e aps a leitura, voc faa fichas de lei-

    tura. Neste captulo, vamos apresentar

    algumas opes, com destaque para re-

    sumos, fichamentos ou resenhas. Essas

    formas de armazenamento so utilizadas

    tambm em outras reas, no s na aca-

    dmica. O que vamos ensinar aqui servir

    para os trabalhos acadmicos.

  • 62 qcaptulo 3

    ATENO

    O resumo no deve ser extenso. Em geral, limita-se a 250 palavras, ou a 1.500 ca-

    racteres com espao ou a 10 linhas. Para facilitar, os programas de edio de texto

    permitem contar palavras v ao menu reviso, depois contar palavras. Essa mes-

    ma funo fornece as trs informaes (nmero de palavras, linhas e caracteres),

    alm de outras informaes quantitativas sobre o texto.

    Passos para a confeco de um resumo

    O resumo geralmente feito em espao simples. No se usa pargrafo e

    o texto do resumo no pode ser dividido, ele se apresenta como um ti-

    jolo. Eventualmente pode conter indicao dos autores ou abordagens

    com as quais o texto dialoga, mas no faz sentido ter referncias que no

    sejam descritas nele mesmo, pois geralmente elas so consultadas in-

    dependentemente do texto principal. Existem sites que disponibilizam

    resumos, mas no os textos originais. Se fizer alguma referncia que de-

    penda do texto, o leitor vai ficar sem saber que referncia essa.

    ATENO

    Passo a passo para confeco de resumo

    1) O resumo comea revelando o objetivo do texto: se o texto no traz o objetivo

    explicitamente, quem faz o resumo deve escrev-lo. O objetivo diz para que o texto

    foi escrito, qual foi a inteno do autor, o que ele pretendeu;

    2) O passo seguinte revelar como o autor fez para cumprir seu objetivo. Qual foi o

    desenvolvimento que ele usou, que argumentos foram articulados para defender as

    ideias, ou seja, voc deve dizer como o autor desenvolveu o texto. Em outras pala-

    vras, dizer qual a fundamentao terica e metodolgica do trabalho;

    3) O ltimo passo assinalar quais foram as concluses do autor. As concluses

    referem-se sempre ao objetivo. O autor se props a escrever sobre algo e as conclu-

    ses devem se referir ao que ele se props.

    A seguir voc ver um resumo de artigo escrito por Ana Luisa Noguei-

    ra de Amorim e Adelaide Alves Dias intitulado Organizao dos espaos

    nas creches: possibilidades e limites, publicado em 2013 na Revista Edu-

    cao e Cultura Contempornea (v.10, n. 21. p.224-254).

    O objetivo desse texto discutir a importncia da organizao dos espaos

    destinados s crianas nas creches, tomando por base a compreenso de que

    a organizao dos ambientes destinados Educao Infantil interfere nas pr-

    ticas educativas, podendo ou no favorecer o desenvolvimento das crianas.

    COMENTRIO

    Referncias

    Existem sites que disponibilizam resu-

    mos, mas no os textos originais. Se

    fizer alguma referncia que dependa

    do texto, o leitor vai ficar sem saber que

    referncia essa caso o texto original

    tenha sua publicao suspensa. Caso

    o texto no traga ficha catalogrfica,

    sempre til fazer a identificao comple-

    ta do texto e acrescentar ao resumo. A

    Identificao do texto tem os seguintes

    elementos: nome do(s) autor(es), ttulo,

    local, editora, data e palavras-chave. Ela

    pode conter tambm uma referncia

    mais especfica sobre o(s) autor(es) ou

    sobre o texto em relao totalidade da

    obra do(s) autor(es). O mais importante

    que ele deve conter as informaes

    que algum interessado no assunto,

    como voc, v encontrar quando fizer a

    reviso de literatura.

  • captulo 3 q63

    O texto apresenta parte dos resultados de pesquisa de campo realizada

    em tese de doutorado, desenvolvida a partir de observao realizada em

    creches pblicas de um municpio paraibano. Os dados produzidos na pes-

    quisa foram registrados em dirio de campo e enriquecidos com fotos que

    registraram alguns ambientes das creches. A anlise dos dados indicou a

    desconsiderao dos parmetros nacionais estabelecidos e a falta de pla-

    nejamento e organizao dos espaos. Na maioria das creches, constata-

    mos a falta de equipamentos, brinquedos, objetos e materiais, indispensveis

    para a realizao de um trabalho pedaggico de boa qualidade, capaz de

    favorecer o desenvolvimento pleno e integral das crianas. Tais anlises evi-

    denciaram os descompassos identificados entre os documentos nacionais e

    locais e aquilo que ocorria nas creches; retomando a discusso sobre a no

    superao da dicotomia cuidar e educar, e da concepo assistencialista

    de Educao Infantil que ainda permeia as concepes sobre crianas e a

    organizao das instituies no contexto municipal.

    ATIVIDADE

    Fazendo um resumo

    Esta atividade vai servir para experimentar os conhecimentos que voc obteve sobre

    os resumos.

    1) Escolha um texto sobre o seu tema com aproximadamente 12 pginas. Aps sua

    leitura, faa um resumo seguindo os passos sugeridos.

    2) Embora os resumos possam variar quanto ao nmero de palavras ou caracteres,

    neste primeiro, utilize as indicaes feitas nos passos anteriores.

    COMENTRIO

    A maior parte dos resumos tem como objetivo informar ao leitor, brevemen-

    te, o contedo do trabalho. Assim, deve-se evitar qualquer cpia do texto ou

    informaes que informem detalhes sobre o contedo.

    Como fazer um fichamento

    O fichamento feito para armazenar outros dados sobre o texto que se-

    ro teis a trabalhos que voc venha a fazer depois. Voc ter mais liber-

    dade para fazer um fichamento do que para o resumo, pois so menos

    regras a seguir, j que o fichamento feito para o seu prprio consumo,

    enquanto o resumo geralmente utlizado por muitos, uma vez que de-

    ver ficar disponvel para consulta. O fichamento deve conter, alm do

    resumo do texto, os seguintes itens:

    COMENTRIO

    Fichamento

    Podemos dizer que so fichas de lei-

    tura que registram informaes que

    ns mesmos pretendemos usar em

    outra ocasio, por isso, o tamanho no

    determinado. Passado algum tempo

    depois de termos lido um livro ou um

    artigo, esquecemos alguns aspectos s

    vezes importantes da leitura. O ficha-

    mento guarda essas informaes.

  • 64 qcaptulo 3

    Sntese das ideias do autor que no esto contempladas no resumo, mas que

    voc julga serem importantes.

    Boas perguntas que podem ser formuladas e que o texto no responde,

    indicando a possvel necessidade de outras leituras ou conexes com

    outros textos.

    Comentrios pessoais, que expressam sua compreenso e reflexo crtica

    sobre a obra, baseando-se ou no em outros autores e em outras obras, com

    observaes que seriam teis para o seu trabalho posterior.

    Citaes, ou seja, partes do texto que voc pretende citar em seu trabalho, j

    que podem estar relacionadas ao que voc pretende dizer nele. Em geral,

    devem ser escolhidas de acordo com o objetivo da leitura e podem ser

    precedidas de algum esclarecimento (ou motivo da escolha). No esquea de

    colocar a citao entre aspas, caso tenha menos de quatro linhas, e inserir o

    nmero da pgina onde a citao ocorre.

    Exemplo de fichamento

    Identificao: ALVES-MAZOTTI, ALDA J. O planejamento de pesquisas qualitativas. In: ALVES

    -MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O mtodo nas cincias naturais e sociais: pesquisa

    quantitativa e qualitativa. 1 ed. So Paulo: Pioneira, 2000. Palavras-chave: cincias; cincias so-

    ciais; mtodo; metodologia cientfica.

    Resumo: o principal objetivo da autora apresentar pontos importantes no que se refere discus-

    so do paradigma qualitativo. Tal problemtica, que permeia o ttulo e, basicamente, todo o texto,

    faz referncia discusso da ideia de que, para ser cincia, um estudo deve ser neutro, objetivo

    e racional e, para tanto, as Cincias Sociais devem almejar o rigor se quer conquistar o respeito

    entre as demais cincias. Em sua argumentao, a autora discute trs paradigmas: empirismo

    lgico, teoria crtica e relativismo. Em sua concluso, a autora enfatiza a curiosidade metodolgica,

    acreditando que se deve ter certa objetividade, sim, nas cincias sociais, mas que a complexidade

    dos estudos desse tipo de cincia no deve ser descartada.

    Minha crtica: acredito que a parte final do texto seja a mais relevante para meu projeto de pesquisa,

    e que me ajudar para a construo da monografia, por se tratar mais diretamente da pesquisa na

    minha rea e da crise que gira em torno da pesquisa, suas delimitaes e coerncia A autora frisa

    que o panorama atual da pesquisa em cincias sociais, de uma forma geral, bastante complexo.

    Entre os inmeros problemas, ela destaca: a pobreza terico-metodolgica na abordagem dos temas

    de pesquisa, a pulverizao e irrelevncia dos temas escolhidos, adoo crtica de modismos na

  • captulo 3 q65

    seleo de quadros terico-metodolgicos, preocupao com a aplicabilidade imediata dos resul-

    tados e divulgao restrita dos resultados e pouco impacto sobre as prticas. Isso tudo produto

    das incertezas e falsas certezas em torno do modelo tradicional de cincia, que desorientou os

    pesquisadores ao longo do tempo, refletindo-se nos dias de hoje, mas deve-se lutar para que esse

    quadro mude, apesar de totalmente compreensvel. No se deve usar isso como justificativa para

    que no se tenha rigor na pesquisa. por isso que se pode afirmar que a parte final a mais re-

    levante para os estudos de graduao, e deve ser usado no s como parte da monografia, como

    tambm inserido no pensamento, para toda a vida acadmica e de pesquisa.

    Citao a ser utilizada: "planejamentos menos estruturados so mais adequados para o estudo de

    realidades muito complexas e/ou pouco conhecidas" (p.148).

    Boas perguntas: Como garantir o rigor em pesquisas na graduao?

    No obrigatrio fazer todos os itens que indicamos, e bom lembrar que o fichamento

    feito para que ns tenhamos acesso a informaes que ns mesmos iremos utilizar.

    ATIVIDADE

    Fazendo um fichamento

    Esta atividade vai servir para experimentar os conhecimentos que voc obteve sobre os fichamentos.

    1) Escolha um texto sobre um tema de seu interesse com aproximadamente 20 pginas. Aps sua leitura,

    faa o resumo dele seguindo os passos sugeridos;

    2) Tambm seguindo as orientaes que voc acabou de ver, faa o fichamento do texto. importante que

    preencha todos os itens na primeira vez que se faz um fichamento, para justamente experimentar cada

    passo e calibrar essa prtica.

    COMENTRIO

    Os fichamentos so para consumo prprio. Por isso, escreva todas as suas dvidas, guarde todas

    as pginas do texto que pretende citar, faa boas perguntas e procure respond-las perguntando

    a quem sabe. No se esquea de evitar qualquer cpia do texto no resumo, observe que os passos

    contemplam as citaes que pretende usar. importante tambm fazer comentrios sobre o texto,

    pois eles sero importantes na hora da escrita de seu trabalho.

    Como fazer ou utilizar-se de uma resenha

    Uma resenha serve para, em poucas pginas, descrever o contedo de um livro ou outro

    trabalho qualquer, que tenha a caracterstica de ser grande e complexo. Serve para divulgar

    ou armazenar esse contedo, de modo a ser utilizado com facilidade. Difere de um ficha-

    mento porque traz uma sntese completa da obra. Neste captulo, vamos nos ater resenha

    que voc dever fazer dos livros que pretende utilizar no TCC.

  • 66 qcaptulo 3

    A resenha de um livro pode meramente descrever seu contedo como tambm pode

    conter avaliaes pessoais de quem a faz. No caso especfico da resenha que se faz para

    consumo prprio (no seu caso, visando ao TCC), sempre interessante que ela j tenha sua

    crtica. A crtica em uma resenha tem o objetivo de apontar tantos os aspectos positivos,

    quanto os negativos do texto.

    REFLEXO

    A crtica, como j vimos no Captulo 1, um procedimento necessrio do trabalho cientfico. Ela d con-

    fiabilidade ao seu trabalho. No Brasil, no temos o hbito de usar a crtica desse modo, normalmente a

    interpretamos como desmerecimento. Em trabalhos cientficos, ela faz parte do processo de validao

    e d confiabilidade ao que foi escrito. Ela faz parte dos procedimentos que tornam um conhecimento

    produzido por ns, cientfico.

    Veja a seguir uma sugesto de roteiro para resenha:

    IDENTIFICAODO TEXTO

    Localize e inclua os seguintes elementos:

    a) nome do(s) autor(es); b) ttulo; c) local de publicao; d) editora; e) data de

    publicao (incluir n da edio, se for o caso); e) palavras-chave.

    AVALIAOCRTICA

    Aqui aparecero suas opinies sobre o texto, que devem ser fundamentadas.

    uma anlise crtica (comentada, avaliada) das principais ideias do texto,

    geralmente baseada em outras leituras.

    SNTESE DASIDEIAS DO

    AUTOR

    Compilao das principais ideias do autor, organizadas em temas, se for o caso.

    Uma boa prtica para treinar essa ao e ler sublinhando as partes que

    chamam sua ateno.

    OPCIONAL

    Fazer um quadro organizativo dos aspectos mais importantes da obra,

    destacando o que mais importante (do ponto de vista do que voc pretende

    fazer com a resenha, se divulgao ou armazenamento de informao) de

    forma resumida.

    Como a resenha vai ficar disponvel para outros, comece fazendo fichamentos e resu-

    mos; deixe as resenhas para um momento em que voc conhea mais sobre o tema. Aquele

    que faz uma resenha tem de estar por dentro do assunto. Tem de conhecer alguns autores

    que escrevem sobre o tema, o que se tem dito sobre ele... Enfim, para fazer uma crtica bem

    fundamentada, voc deve j ter, no mnimo, lido sobre o assunto.

    ATENO

    importante ter em mente que a resenha vai servir como material para futuras consultas, tanto suas quan-

    to de qualquer outra pessoa. possvel, inclusive, publicar resenhas em peridicos, e isso interessante

    para alunos de graduao, pois as agncias de fomento identificam essas resenhas como uma produo

    do aluno. Para futuros pedidos a essas agncias, a resenha publicada tem um grande valor.

  • captulo 3 q67

    As formas comumente usadas para armazenar um contedo, visan-

    do escrita de um trabalho cientfico, vo servir para vrios fins em sua

    vida. Seu orientador tem tambm a funo de sugerir obras que ele j leu

    e que sabe que sero importantes para o seu trabalho. Por isso, durante

    a reviso de literatura conte com ele, siga suas sugestes, converse so-

    bre o que j leu, explore esse canal privilegiado de interao. Lembre-se

    sempre de que, quanto mais informado sobre seu trabalho, melhores

    sugestes o orientador poder lhe dar.

    A pesquisa cientfica e o TCC

    Uma vez feita a reviso de literatura, o prximo passo escolher o tipo de

    TCC que voc vai fazer. Nas reas ligadas s Cincias Humanas e Sociais,

    geralmente o TCC uma monografia, relacionada a uma pesquisa. Em

    cursos ditos tcnicos, o trabalho final costuma ser um produto, como um

    banco de dados, um software, um modelo de organizao para departa-

    mento de pessoal, uma mquina, um prottipo, um projeto de arquitetu-

    ra, a testagem de um novo medicamento em animais etc.

    Tudo em um TCC feito para que o leitor possa compreender seu

    trabalho, por isso importante faz-lo, pois vai aprender a se comunicar

    por escrito com um pblico que tem a mesma formao que voc. um

    conhecimento importante para profissionais de todas as reas. Vejamos

    abaixo alguns exemplos de temas e respectivos resumos/descries:

    EXEMPLO

    Exemplo 1 (TCC do Curso de Informtica para negcios)

    Ttulo: Projeto de banco de dados, apresentando as vantagens da implementao

    de aplicaes no banco de dados.

    Resumo: hoje em dia o conceito de banco de dados vem sendo amplamente utiliza-

    do em diversos projetos, inclusive para o desenvolvimento de aplicaes, implemen-

    tando a lgica do negcio, segurana como controle de acessos, regras de negcios

    e outras funcionalidades no prprio banco de dados. Isso vem sendo possvel com

    o avano dos desenvolvedores de SGBDs (Sistemas de Gerenciadores de Banco

    de Dados), que vem agregando todas essas funcionalidade ao SGBD. O objetivo

    estudar e demonstrar as vantagens da implementao lgica de uma aplicao, em

    um banco de dados, por meio da pesquisa e aplicao da teoria em um projeto no

    SGBD Sql Server com interface VB.

    (Fonte: http://fateczl.edu.br/TCC/2010-2/TCC-001.pdf)

    COMENTRIO

    Tcnicos

    Mesmo em cursos tcnicos, o TCC pode

    ser uma monografia que explora a utili-

    zao de um produto. Na sequncia do

    texto, voc encontrar alguns exemplos.

    Os cursos geralmente tm orientado os

    alunos na escolha do tema e do tipo de

    TCC que iro desenvolver. Seu orienta-

    dor ir fazer algumas sugestes entre

    as quais o curso disponibiliza.

  • 68 qcaptulo 3

    EXEMPLO

    Exemplo 2 (TCC em Design Grfico)

    Ttulo: Projeto de criao de embalagem para a cooperativa de produtores de cachaa de So Joo de Boa Vista.

    Descrio: objetivo do projeto foi a criao de marca e embalagem para uma nova marca da cachaa de

    So Joo da Boa Vista e para o lanamento de uma nica marca para o mercado da Grande So Paulo.

    (Fonte: http://pt.slideshare.net/vicentedesign/apresentao-tcc-pesquisa-conceito-e-produto-cachaa-raiz)

    EXEMPLO

    Exemplo 3 (TCC em Direito)

    Ttulo: Investigao de paternidade: quando a paternidade socioafetiva sobrepe a biolgica.

    Resumo: o presente trabalho de concluso de curso trata do reconhecimento da paternidade socioafetiva,

    em uma ao de investigao de paternidade, quando esta estiver em conflito com a paternidade biolgica.

    Cabendo ao julgador prestigiar a paternidade socioafetiva quando o filho j vive a posse de estado de filho, e

    preenche todos os requisitos que caracterizam tal estado. So diversas circunstncias que exteriorizam a condi-

    o de filho, porque quando educa, cria e zela, aquele que considera como filho, est manifestando a funo de

    pai publicamente, somente dessa forma a paternidade socioafetiva poder se sobrepor paternidade biolgica.

    (Fonte: http://www.jurisway.org.br/monografias/monografia.asp?id_dh=11386)

    EXEMPLO

    Exemplo 4 (TCC em Engenharia Eltrica)

    Ttulo: Aplicao de painis solares fotovoltaicos como fonte geradora complementar de energia eltrica

    em residncias.

    Resumo: o presente trabalho investiga a viabilidade econmica da implementao de um sistema fotovoltaico co-

    nectado rede eltrica de baixa tenso na cidade de Curitiba/PR, para suprir parcialmente o consumo de energia

    eltrica de uma residncia de mdio/alto padro com quatro habitantes, cujo consumo mensal de aproximada-

    mente 400 kWh. Considerando que a barreira tcnica para a disseminao dessa forma de produo de energia

    descentralizada j foi superada, estudar a viabilidade econmica de sua instalao poder ajudar na propagao

    dessa tecnologia no pas. A questo de busca de fontes alternativas e renovveis de produo de energia eltrica,

    que no ocasionam graves problemas ambientais, h muito tempo deixou de ser uma utopia. J uma realidade

    concreta e confivel, visvel em muitos pases considerados desenvolvidos. Hoje em dia, possvel encontrar te-

    lhados fotovoltaicos em edificaes de diversos tipos em centros urbanos dos principais pases da Europa, nota-

    damente Alemanha e Espanha, gerando energia limpa. No Brasil, a energia solar fotovoltaica ainda no conseguiu

    superar a barreira econmica, pois a energia gerada pelos mdulos fotovoltaicos continua tendo um custo elevado

    em comparao gerao hidreltrica, principal fonte energtica na matriz de gerao do pas. Analisando os re-

    sultados obtidos na anlise do projeto proposto, este trabalho mostra que a produo de energia solar fotovoltaica

    est em vias de se tornar um investimento ao alcance da populao de classe mdia alta, mas ainda necessita de

    um ambiente mais favorvel para sua expanso, onde incentivos fiscais e de produo sejam concedidos por parte

    do governo, justificado pelo impacto ambiental que a disseminao desta tecnologia proporcionaria.

    (Fonte: http://www.eletrica.ufpr.br/p/tcc:listagem)

  • captulo 3 q69

    Os trabalhos de concluso de cursos de graduao, no caso das mono-

    grafias, so reflexes feitas a com base em dados de pesquisa. Os critrios

    para classificao das pesquisas tm sido criados pelas prticas dos pesqui-

    sadores. Algumas se relacionam com os campos em que tm sido aplicadas,

    como na Educao, na Histria, na Medicina, na Matemtica ou na Biologia,

    por exemplo. Outras se relacionam com os objetivos da pesquisa: descrever,

    prever, encontrar as causas de um fenmeno. Outras ainda se relacionam

    com o lugar de realizao da pesquisa, em campo ou em laboratrio, ou ain-

    da em relao sua aplicao, como a pesquisa pura ou aplicada.

    REFLEXO

    Existem ainda aquelas relacionadas aos recursos de coleta de dados, como question-

    rios, testes, entrevistas, bibliografias ou aos mtodos para estabelecer relaes, como a

    correlacional, a experimental e mais uma infinita lista de categorias. Na prtica, o pesqui-

    sador utiliza s vezes mais de um tipo de pesquisa, ou faz adaptaes dos vrios tipos.

    Explorando a pesquisa bibliogrfica

    No prximo captulo, voc encontrar alguns tipos de pesquisa. Neste,

    vamos nos dedicar a apenas um deles, que muito utilizado em mono-

    grafias, e pode ser considerado uma extenso da reviso de literatura.

    Trata-se da pesquisa bibliogrfica.

    A pesquisa bibliogrfica geralmente delimitada pelo tema das obras,

    pelo perodo em que foram escritas e por alguns conceitos e ideias que

    analisa. Uma vez delimitada, a pesquisa ser feita com base na seleo das

    obras que a integraro, por sua leitura e anlise. Essas obras sero lidas

    a com base no que foi considerado nessa delimitao, isto , pelo tema,

    perodo e conceitos e ideias que se pretende analisar. Vejamos um passo

    a passo para elaborao de uma pesquisa bibliogrfica:

    REFLEXO

    1) Delimitao do que ser analisado na pesquisa bibliogrfica nesse passo, ser

    definido o tema, o perodo e o tipo de produo cientfica que ser analisada: artigos,

    monografias, teses etc.

    Por exemplo, para o tema sugerido pelo ttulo trabalho cooperativo em redes

    sociais, como um tema recente, o indicado seria trabalhar com um perodo

    prximo (por exemplo, os ltimos trs anos anteriores ao incio da pesquisa).

    Como devem ser poucos os livros escritos sobre o assunto, uma boa escolha

    seria o estudo de dissertaes sobre o tema.

    CONCEITO

    Pesquisa bibliogrfica

    A pesquisa bibliogrfica investiga

    ideias e conceitos que comparam as

    posies de diversos autores em re-

    lao a um tema especfico, estabe-

    lecendo uma reflexo crtica sobre as

    ideias e conceitos escolhidos e defen-

    dendo uma ou vrias afirmativas, que

    podemos caracterizar como argumen-

    tos. Ela comeou com os estudos da

    Sociologia do Conhecimento e, hoje,

    tem sido utilizada em outros campos.

  • 70 qcaptulo 3

    2) Delimitao dos conceitos e ideias a serem analisados h duas formas de

    escolher as ideias e os conceitos a serem analisados nas obras: ou eles sero esco-

    lhidos anteriormente leitura das obras, por se tratarem de um interesse do pesqui-

    sador; ou eles sero escolhidos aps a leitura dos textos, por serem as ideias e os

    conceitos que caracterizam o tema ou o perodo da anlise.

    Por exemplo: a) os objetivos da anlise; b) o tipo mais comum de pesquisa

    feita sobre o tema ou o que mais se pesquisou sobre o tema; c) as refern-

    cias tericas utilizadas pelos autores, se eles utilizam os mesmos autores e

    mesmos conceitos, ou se so pesquisas com referncias muito diferentes e

    quais so elas; d) os resultados alcanados ou se os resultados so coeren-

    tes entre si e quais so os mais relevantes etc.

    3) Anlise dos dados o trabalho de anlise de qualquer pesquisa bibliogrfica

    deve ser organizado com base nos conceitos e ideias que foram selecionados. Um

    quadro comparativo pode ajudar nesse momento, levantando os conceitos utilizados,

    as ideias mais frequentes, as lacunas deixadas pelos autores etc.

    Nesse quadro, voc deve fazer um levantamento de quais ideias e concei-

    tos so tratados na bibliografia estudada, descrever como os autores tratam

    cada um deles. O exame desse quadro pode fornecer o que esses autores

    consideram essencial. importante ainda levantar os principais achados das

    pesquisas e as concluses a que chegaram.

    Esse tipo de pesquisa tambm pode se apresentar como estado da arte

    sobre algum tema. A delimitao, nos estados da arte, feita do mesmo

    modo que qualquer pesquisa bibliogrfica. A diferena que a anlise vai

    procurar dar conta de tudo o que foi produzido sobre o assunto, de maneira

    crtica. Os estados da arte apontam o que j foi pesquisado, quais perguntas

    foram respondidas e o que ainda est por fazer. sempre bom lembrar que

    outros pesquisadores iro se servir dos dados encontrados por eles.

    EXEMPLO

    Exemplo 1 de pesquisa bibliogrfica (TCC em Pediatria)

    Ttulo: Doena celaca: reviso bibliogrfica.

    Resumo: a doena celaca uma afeco inflamatria do intestino delgado associada

    intolerncia permanente ao glten, que ocorre em indivduos geneticamente suscetveis.

    Pensava-se ser uma doena rara da infncia caracterizada pela diarreia. Mas a doena

    celaca uma desordem multissistmica que ocorre em consequncia de uma resposta

    imune ao glten ingerido em indivduos geneticamente predispostos. Estudo de scree-

    ning tem revelado que a DC comum em pacientes assintomticos. Embora o progresso

    cientfico considervel em compreender a doena celaca e em impedir ou curar suas

    manifestaes, uma dieta isenta de glten o nico tratamento para doena celaca.

    CONCEITO

    Estado da arte

    Esse o termo utilizado para designar

    um tipo de pesquisa bibliogrfica que

    procura descrever e analisar tudo o que

    foi escrito sobre um tema em um per-

    odo determinado, de modo a informar

    outros pesquisadores do mesmo cam-

    po sobre a produo cientfica daquele

    tema. Fazer o estado da arte significa

    informar, criticamente, como se encon-

    tra a produo de artigos, livros, mono-

    grafia, teses, dissertaes e resenhas,

    dependendo da delimitao feita.

  • captulo 3 q71

    O diagnstico precoce e o tratamento, junto com visitas regulares a um nutricionista, so necessrios para

    assegurar adequada dieta e para impedir a desnutrio ao aderir dieta isenta de glten durante toda a vida.

    A finalidade desta reviso fornecer informao atualizada sobre a doena celaca, sua apresentao clnica

    diversa, prevalncia aumentada, a forte predisposio gentica doena celaca e seu diagnstico.

    (Fonte: http://www.paulomargotto.com.br/documentos/Monografia_doen%C3%A7a%20cel%C3%ADaca.pdf)

    EXEMPLO

    Exemplo 2 de pesquisa bibliogrfica (TCC em Cincias Contbeis)

    Ttulo: A influncia da substituio tributria do ICMS no custo das mercadorias em uma empresa do

    segmento de comrcio de equipamentos de telecomunicaes.

    Resumo: este estudo monogrfico intitulado A Influncia da Substituio Tributria do ICMS no custo das

    Mercadorias em uma Empresa do Segmento de Comrcio de Equipamentos de Telecomunicaes tem

    como objetivo realizar uma pesquisa sobre o instituto tributrio, chamado Substituio Tributria, adotado

    pelo Governo na cobrana do ICMS, e apresentar sua influncia nos custos das mercadorias de uma em-

    presa no ramo do comrcio de equipamentos de telecomunicao. Para desenvolvimento do referido estu-

    do, utilizou-se primeiramente o mtodo de pesquisa bibliogrfica com o objetivo de apresentar os conceitos

    dos vrios elementos que compem a substituio tributria, por meio de livros e artigos que abordam este

    assunto. Aps todo o estudo realizado, foi possvel constatar que a substituio tributria influencia sim no

    custo das mercadorias, deixando mais oneroso. E quando as duas tributaes so comparadas, observa-se

    que a carga tributria efetiva maior na tributao de substituio tributria. Por consequncia, na compa-

    rao dos resultados, a margem operacional menor na tributao de substituio tributria sendo menos

    lucrativa que a tributao normal. Isso leva a concluir que o regime de substituio tributria beneficia em

    maior proporo o Sujeito Ativo, facilitando na cobrana do tributo ao Sujeito Passivo.

    (Fonte: http://www.flf.edu.br/revista-flf/monografias-contabeis/monografia-rafael-barros.pdf)

    EXEMPLO

    Exemplo 3 de pesquisa bibliogrfica (Especializao em Gesto de Sistemas e Servios de Sade)

    Ttulo: Estresse e o trabalho do enfermeiro: uma reviso bibliogrfica.

    Resumo: trata-se de uma reviso bibliogrfica sobre o estresse e o trabalho do enfermeiro hospitalar.

    Objetivos: apresentar uma reviso bibliogrfica dos estudos epidemiolgicos existentes sobre estresse e

    trabalhadores de enfermagem, realizados a partir do ano de 1990. Foram examinadas as prevalncias e os

    fatores de risco para o estresse no trabalho hospitalar.

    Mtodo: pesquisa de reviso bibliogrfica, em que foram includos na reviso artigos indexados, publica-

    dos desde 1990, escritos em portugus, que determinaram a prevalncia do estresse nos enfermeiros

    hospitalares. Resultados e concluso: Constatou-se que os enfermeiros que atuam em unidades de en-

    fermaria obtiveram maior nvel de estresse do que aqueles que trabalham em unidades fechadas, como

    as unidades de terapia intensiva, e praticamente a atuao relacionada administrao de pessoal foi

    considerada estressante para a totalidade de enfermeiros. necessria a educao do enfermeiro para

    minimizar esses fatores estressantes.

    (Fonte: http://www.cpqam.fiocruz.br/bibpdf/2011alves-acgc.pdf)

  • 72 qcaptulo 3

    ATIVIDADE

    Experimente os conhecimentos que voc obteve sobre a pesquisa bibliogrfica!

    1) Descreva um tema pelo qual se interesse em um pargrafo. Escolha 3 palavras-

    chave para ele. Faa uma busca em sites confiveis e tente levantar 20 ttulos sobre

    o tema;

    2) Agora limite o perodo para as obras escolhidas, por exemplo, os ltimos cinco

    anos. Das 20 obras encontradas, verifique quantas esto no perodo escolhido. Leia

    o resumo das que ficaram e verifique se o interesse nelas permanece. Os ttulos que

    ficaram devem ser armazenados para futura leitura.

    COMENTRIO

    O procedimento de encontrar obras sobre um tema determinado pode ser

    enriquecido com outros que voc ache pertinentes. Isto se deve ao fato de

    que cada assunto tem caractersticas prprias. Por exemplo, pode ser que

    sua pesquisa seja histrica e que muitos autores tenham escrito sobre o

    tema em uma dcada determinada. Pode acontecer de haver muita literatura

    sobre um produto na poca em que foi criado. Esses so fatores que depen-

    dem diretamente do tema e que no podem ser padronizados. importante,

    portanto, usar seu conhecimento sobre o assunto e sua intuio.

    Panorama sobre diferentes metodologias

    Uma vez definido o tipo de pesquisa que ser feita, a prxima escolha

    a fazer qual metodologia utilizar para coletar os dados da pesquisa. A

    metodologia de pesquisa a ser adotada uma escolha do pesquisador,

    porm, deve estar em sintonia com os objetivos do trabalho e de acordo

    com a questo que voc pretende estudar, pois ela escolhida para res-

    ponder tal questo. A metodologia determina como a pesquisa ser rea-

    lizada e deve ser pensada antes de iniciar a pesquisa, pois ela indicar os

    caminhos a serem seguidos.

    A seleo das ferramentas metodolgicas de pesquisa feita depois

    que forem estabelecidas as questes e as hipteses de pesquisa. Assim,

    voc escolher com seu orientador o procedimento a ser utilizado, ou

    seja, como fazer e por que fazer de um determinado jeito.

    ATENO

    importante saber por que usar tal mtodo ou tcnica, e qual tipo de informao

    aquele mtodo ou aquela tcnica permitem obter, de forma a viabilizar um material

    realmente til para sua pesquisa. nessa etapa que voc dever tambm identificar

    COMENTRIO

    Metodologia

    Entrar em campo sem definir a meto-

    dologia um desperdcio de tempo e

    de investimento. Enfim, a metodologia

    no algo que se possa descartar, ela

    necessria para voc saber o que fazer,

    que caminhos trilhar para desenvolver

    seu TCC. Deve-se escolher uma meto-

    dologia em qualquer caso de trabalho

    cientfico, seja uma monografia ou o de-

    senvolvimento de um produto. O captu-

    lo seguinte vai mostrar alguns exemplos

    de ferramentas metodolgicas utiliza-

    das em Trabalhos de Concluso de Cur-

    so, no caso das monografias.

  • captulo 3 q73

    a populao a ser investigada, que chamamos sujeitos da pesquisa, caso seja uma

    pesquisa com pessoas. Nesse caso, voc e seu orientador precisaro definir algum

    critrio para a escolha dos sujeitos de pesquisa, ou seja, por que escolher determi-

    nados sujeitos e no outros.

    EXEMPLO

    Exemplo 1 (TCC em Letras)

    Ttulo: anlise comparativa das diferentes abordagens das gramticas normativas

    sobre o emprego dos pronomes relativos em francs e portugus.

    Metodologia utilizada: foi feita uma anlise comparativa das gramticas de lngua

    portuguesa.

    (Fonte: http://www.letras.ufpr.br/documentos/graduacao/monografias/ss_2007/

    Julio_Cesar_Araujo.pdf)

    Exemplo 2 (TCC em Direito)

    Ttulo: a importncia da retrica para o direito para uma justificao razovel das

    decises.

    Metodologia utilizada: pesquisa bibliogrfica.

    (Fonte: http://www.academia.edu/1166990/A_importancia_da_retorica_para_o_

    direito_para_uma_justificacao_razoavel_das_decisoes)

    Exemplo 3 (TCC em Engenharia Civil)

    Ttulo: alternativas sustentveis para a circulao urbana estudo de caso as cida-

    des de Guaratinguet e Lorena.

    Metodologia utilizada: estudo de caso.

    (Fonte: http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/tcc/beg/19386/2011/

    oliveira_bc_tcc_guara.pdf)

    Exemplo 4 (TCC em Geografia)

    Ttulo: quilombos urbanos, segregao espacial e resistncia em Porto Alegre/RS:

    uma anlise a partir dos Quilombos do Areal e da Famlia Silva.

    Metodologia utilizada: pesquisa de campo de cunho etnogrfico.

    (Fonte: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/1600

    Como voc pode observar nos exemplos, a metodologia serve para

    voc saber como deve proceder em cada caso. Geralmente os pesquisa-

    dores usam um captulo para descrever os procedimentos metodolgi-

    cos utilizados para coletar os dados. Este captulo muito importante

    para outros pesquisadores.

    Dizer como foi feita a pesquisa, baseada em que prtica, de qual pes-

    quisador e quais foram os problemas enfrentados, vai auxiliar outros pes-

    quisadores na hora de planejar suas pesquisas e avaliar os resultados da

    sua, na perspectiva da intersubjetividade, como voc viu no Captulo 1.

    COMENTRIO

    Problemas enfrentados

    Ao contrrio do que possa parecer,

    descrever os problemas enfrentados

    no uma falha do pesquisador, mas

    um dos elementos mais cobiados por

    quem se inicia na pesquisa ou em um

    tipo de pesquisa que lhe pouco co-

    nhecido, e isso vale inclusive para pes-

    quisadores experientes.

  • 74 qcaptulo 3

    O Trabalho de Concluso de Curso: roteiro para sua elaborao e normas tcnicas

    No Brasil, o rgo que regulamenta as regras utilizadas para padronizar os trabalhos cien-

    tficos a ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas. As regras da ABNT so facil-

    mente encontradas em sites de universidades, peridicos cientficos e outros que utilizam

    esse tipo de informao. Tais regras foram pensadas para facilitar a produo de trabalhos

    cientficos e a comunicao entre os pesquisadores.

    ATENO

    A construo de um TCC depende muito do que ele vai ser, se uma monografia ou um produto. As regras

    para elaborar um TCC, no entanto, so as mesmas para qualquer um dos casos. Para ambos, voc deve

    comear pela reviso de literatura, j que outros passos podem variar.

    Roteiro para a elaborao de produtos

    Desenvolver um produto depende principalmente a que ele se prope. Um banco de dados,

    por exemplo, pode ter muitas utilidades e o objetivo de sua criao que vai determinar os

    passos a serem dados. A reviso de literatura tambm vai indicar modos de desenvolver seu

    produto. De um modo geral, consideramos os seguintes passos:

    Passo 1: definio do produto

    A definio do que ser o produto a ser desenvolvido ser sempre uma deciso tomada pelo

    aluno em conjunto com seu orientador. A escolha deve ser feita levando em conta a sua

    carreira e aquilo que interessa a voc.

    ATENO

    Assim que se defina o produto a ser desenvolvido, iniciar a reviso de literatura, procurando

    trabalhos de desenvolvimento, ou de produtos similares ou do mesmo, conforme o caso.

    Essa leitura vai economizar muito trabalho, pois esclarecer o estado a importncia do de-

    senvolvimento de seu produto, sua aceitao e possveis caminhos a serem tomados.

    Passo 2: desenvolvimento do produto

    Nessa etapa, seu orientador a pessoa mais importante para voc manter um dilogo.

    Ele vai fazer sugestes que vo dirigir o que deve ser feito e como.

  • captulo 3 q75

    Passo 3: testagem do produto

    Uma vez que o produto esteja desenvolvido, ele deve ser testado para

    que se tenha ideia se est funcionando do jeito esperado.

    Passo 4: homologao do produto

    Aps a testagem, seu produto deve ser apresentado a outros para sofrer cr-

    ticas ou possveis ajustes. Como dito anteriormente, a crtica faz parte de

    um trabalho cientfico, ela um dos quesitos para validar o que foi feito.

    Roteiro para elaborao de uma monografia: introduo

    Os passos que vamos apresentar foram pensados a partir da experincia

    de orientadores de monografias e outros trabalhos cientficos. Aconse-

    lhamos que voc siga os passos indicados, pois s depois que se apren-

    de como fazer o primeiro trabalho cientfico, possvel inventar, fazer

    diferente. Para comear mais prudente seguir os passos e entend-los,

    pois eles so fundamentais para a elaborao do seu trabalho. Vamos

    discutir cada um deles separadamente de modo que fique bem claro o

    que deve conter uma monografia.

    Roteiro para elaborao de uma monografia: escolha do tema

    Fazer uma monografia supe uma pesquisa que ser orientada, sobre-

    tudo, pela reviso de literatura. Somente iniciamos a reviso de litera-

    tura aps a escolha do tema, pois ele que vai fornecer o conjunto de

    palavras-chave necessrio para a reviso da literatura. A escolha do tema

    o primeiro passo na elaborao de uma monografia, pois permitir a

    sistematizao das ideias que levar necessidade de investigao.

    EXEMPLO

    Exemplo 1 (TCC em Tecnologia em Redes de Computadores)

    Ttulo: TV digital interativa

    Resumo: o objetivo do trabalho foi levantar a trajetria de implantao da TV digital

    no Brasil. O trabalho explica o funcionamento de uma TV digital interativa.

    (Fonte: http://pt.slideshare.net/JooXimenes/apresentao)

    Exemplo 2 (TCC em Cincias Econmicas)

    Ttulo: Fordismo: uma anlise aplicada aos casos do Brasil e Japo.

    Resumo: o presente trabalho tem por objetivo caracterizar o Modelo de Desenvol-

    vimento Fordista de Produo nas economias dos Estados Unidos, Brasil e Japo.

    Sero caracterizadas as principais polticas adotadas pelos pases referentes poltica

    COMENTRIO

    Escolha do tema

    O tema deve ser definido em poucas

    pginas e deve descrever todos os ele-

    mentos necessrios compreenso da

    questo que ser investigada. A escrita

    de um texto que explique o tema aju-

    da a torn-lo claro inclusive para voc.

    Por isso, um bom exerccio escrever

    algumas pginas e contar com seus

    parceiros (seu orientador, colegas de

    curso etc.) para a leitura delas. Se ficar

    claro para eles, um bom sinal; caso

    contrrio, ser preciso voltar e escrever

    de forma mais clara.

  • 76 qcaptulo 3

    de defesa da concorrncia, desenvolvimento econmico, implantao de novas tecno-

    logias, mudanas organizacionais, o papel do Estado na adoo de polticas industriais,

    bem como um comparativo entre os padres de desenvolvimento brasileiro e japons

    vigorados entre os anos de 1950 a 1970. A partir da, sero identificados, avaliados

    e comparados os principais resultados oriundos das polticas adotadas no Brasil e

    Japo, durante o processo de vigncia do modelo de produo estabelecido na poca,

    por cada um desses pases.

    (Fonte: http://tcc.bu.ufsc.br/Economia300197)

    Vejamos algumas dicas:

    q "EFGJOJPEPUFNBPQBTTPJOJDJBMRVFQPTTJCJMJUBBSFWJTPEFMJUFSBUVSBq 5FNBDPOGVTPTFNDMBSF[BMFWBQFSEBEFUFNQPFBGSBDBTTPOPQFSDVSTPq 0UFNBQPSTJTOPEFGJOFPQSPCMFNB0QSPCMFNBBRVFTUPRVFser investigada;

    q 0 CPN UFNB BRVFMF RVF UFNPT GDJM BDFTTP CPB GBNJMJBSJEBEF PVinteresse) e facilidade em problematizar;

    q JNQPSUBOUFEFGJOJSVNttulo para o trabalho, ainda que provisrio.

    ATIVIDADE

    Treinando a escrita sobre um tema

    1) Escreva quatro pginas descrevendo seu tema de pesquisa. Selecione um colega

    ou professor para ler criticamente.

    2) Com base nas crticas de seu leitor, reescreva o texto, agora com seis pginas.

    COMENTRIO

    A escrita a forma melhor para se esclarecer um tema. No existe receita

    para isso, o mais indicado contar com um leitor, pode ser um professor ou

    um colega que se interesse por seu tema. Ter algum para conversar sobre

    o tema ajuda a organizar as ideias sobre ele. S se aprende a escrever,

    escrevendo. Portanto, faa esse esforo inicial, voc ver que quanto mais

    escreve, mais aprende sobre o assunto.

    Roteiro para elaborao de uma monografia: questo

    problema e/ou hiptese

    O tema, uma vez escolhido, seguido do que chamamos problema-

    tizao: relacionamos alguns sinais para os quais no temos explicao

    COMENTRIO

    Ttulo

    Normalmente o ttulo de um trabalho

    cientfico definido ao final, quando

    praticamente toda a pesquisa foi reali-

    zada. exceo regra um ttulo inicial

    permanecer o mesmo at o encerra-

    mento da pesquisa. Entretanto, impor-

    tante estabeler um, ainda que provis-

    rio, inclusive para ajudar a quem ir ler

    e tambm para dar coerncia ao tema

    de pesquisa.

    CONCEITO

    Problematizao

    O conjunto de perguntas para as quais

    no temos uma explicao satisfatria

    ou suficiente o que lanamos mo

    para a problematizao.

  • captulo 3 q77

    ou que desconfiamos da explicao aceita com excessiva naturalidade

    e, para isso, uma sugesto elaborar um conjunto de boas perguntas

    sobre o fenmeno que desejamos estudar.

    As perguntas devem ser relativas queles sinais que identificamos ou ao

    que a reviso de literatura apontou como mal explicado, incompleto ou, at

    mesmo, sem uma explicao. Por isso,

    uma vez que temos esse conjunto de

    perguntas, procuramos respond-las.

    Aquelas que nos parecem j bem res-

    pondidas, devem ser abandonadas.

    Qual o inconveniente de uma dada situao, qual a sua origem?

    Existem causas? A quem atinge? Algumas respostas podem ser de fcil

    identificao, outras vo depender da realizao de uma pesquisa pr-

    via, outras ainda vo gerar um conjunto distinto de perguntas, e pode

    haver perguntas que no requerem resposta alguma.

    REFLEXO

    importante, porm, assumir sempre uma atitude de desconfiana em relao

    resposta imediata nica. Frequentemente, o que temos um conjunto de respostas.

    Algumas mais complexas. Outras mais simples. Voc deve procurar sempre os mo-

    tivos que sustentam uma delas como sendo a resposta melhor. Na construo do

    problema importante definir bem um conjunto de perguntas e respostas, seja em

    termos de possibilidade ou em termos de escolha.

    Quando escolhemos um tema e um conjunto de boas perguntas, temos

    o esboo de um problema. O tema de uma pesquisa ser sempre um modo,

    dentre outros, de olhar para um problema. A problematizao do tema par-

    ticulariza um ponto de vista. No existe o problema associado a um tema,

    a construo de um problema j resultado de uma reflexo sobre o tema.

    No trabalho cientfico, problema um conceito fundamental e pre-

    ciso, no um dado imediato nem evidente. O dado imediato sempre

    um sintoma de um problema: uma dada situao pode apresentar in-

    convenientes, obstculos e mais um conjunto de sinais indesejveis, e

    esses sero um motivador para a construo do problema. Nesse caso,

    definir um problema significar, na realidade, construir um problema.

    No possvel definir um problema quando no se tem uma anli-

    se da situao que serve de pano de fundo ao tema. A contextualizao

    da situao que deu origem ao tema faz parte tambm da construo

    do problema. A necessidade da pesquisa nasce a partir da construo

    do problema, e este definir a necessidade ou no da realizao de uma

    pesquisa que informe um bom conjunto de perguntas e respostas. O

    momento dessa construo , portanto, de fundamental importncia.

    A construo de um problema supe a formulao de boas perguntas.

    COMENTRIO

    Problema

    Em nossas relaes sociais, usamos a

    palavra problema para designar fatos

    que nos incomodam, pessoas inconve-

    nientes, empecilhos ao trabalho, desa-

    fios e mais uma infinidade de coisas que

    nos apresentam, na maioria das vezes,

    como negativas. Problema um termo

    que pode ser usado com uma grande

    variedade de sentidos no linguajar co-

    tidiano. Em todos esses usos, no en-

    tanto, problema um dado imediato: ou

    identificamos um problema, ou algum

    causa problemas, ou algo um proble-

    ma. Enfim, no precisamos de grandes

    esforos para chegar ao problema e ele

    nos parece sempre evidente.

    COMENTRIO

    Construo do problema

    Um problema mal formulado acarre-

    tar respostas inteis. importante

    voc gastar tempo e esforo cons-

    truindo bem a questo de estudo.

    preciso estar atento ao fato de que

    cada pergunta levanta um ponto de

    vista e, mesmo que esse ponto de vis-

    ta no seja relevante, ele dimensiona

    e esclarece mais o problema.

  • 78 qcaptulo 3

    EXEMPLO

    Imagine uma pesquisa cujo tema versa sobre a sade de meninos de rua. Podemos

    partir daquilo que incmodo, daquilo que visvel. Morrem muitos meninos de rua.

    Mas eles morrem de qu? Pois se morrem assassinados, no teremos um problema

    relacionado sade, mas um problema de justia. De que morrem os meninos de

    rua? Respostas: de doena, assassinato, acidente de trnsito, de m nutrio. Mas,

    digamos que se quer ainda analisar a sade de outros pontos de vista. As condies

    de sade afetam a escolaridade dos meninos? Impedem-nos de estudar? As condi-

    es de sade afetam o lazer dos meninos? Meninos de rua se divertem? E a sade

    mental? Como j foi dito, cada pergunta levanta um ponto de vista e ele dimensiona

    e esclarece mais o problema.

    Alm das boas perguntas, a construo do problema pode requerer

    uma anlise prvia da situao. Pode at ser preciso fazer uma pesquisa

    para formular outras perguntas. A construo do problema gera a neces-

    sidade de explorar a situao para elaborar um conjunto o mais comple-

    to possvel de boas perguntas.

    ATENO

    Com base em de perguntas que possam ser respondidas pela investigao, baseadas

    na reflexo sobre as ideias iniciais e na investigao sobre o tema, devem ser criados

    argumentos de defesa do problema e sua importncia que justificam o estudo.

    Quando se vivencia um problema, na maioria das vezes, algumas

    hipteses so levantadas sobre a realidade a ser estudada, mas no

    necessrio que isso ocorra. Pode-se querer simplesmente colher mais

    informaes sobre a questo. As hipteses so afirmativas que aposta-

    mos serem verdadeiras. A pesquisa no demonstra a hiptese, mas pode

    fortalec-la. Uma hiptese um pr-lanamento, seguindo algum faro,

    que por isso essencialmente aberto. A hiptese mal feita ou mal defini-

    da leva a caminhos variados e mesmo contraditrios.

    Pode acontecer de a realidade no estar de acordo com a previso

    dos pesquisadores. Nesse caso, as hipteses levantadas sero enfraque-

    cidas pela pesquisa. Como vimos no Captulo 1, sobretudo nas cincias

    reconstrutivas, como as Cincias da Natureza e as Cincias Humanas e

    Sociais, a confiabilidade do conhecimento cientfico dada pelo rigor

    no uso da metodologia.

    O momento de anlise dos dados, nesse caso, de fundamental

    importncia. Se a anlise dos dados feita sem critrios e sem mtodo,

    pode conduzir o pesquisador e seus parceiros de investigao a organi-

    zarem os dados de maneira que suas hipteses sejam fortalecidas. Mui-

    tas vezes, ocorre uma sucesso de equvocos que comeam a partir da

    prpria construo da questo do estudo. Para esse tipo de erro, o me-

    COMENTRIO

    Hipteses

    A hiptese inventada para sugerir um

    caminho e lanar luz sobre ele. Mesmo

    no podendo responder definitivamente

    s perguntas levantadas pela pesquisa,

    a hiptese orienta o estudo sobre os

    tipos de resposta que a pesquisa pode

    encontrar e estabelecer uma hierarquia

    entre eles. um exerccio lgico, em que

    um conhecimento prvio da situao

    organizado. A importncia das hipteses

    levantadas vai depender dos dados con-

    seguidos a partir da reviso bibliogrfica,

    dos conhecimentos que o grupo de pes-

    quisa (seus parceiros) tem sobre a situa-

    o e de como voc consegue articular

    estes conhecimentos. O ideal que as

    hipteses sejam discutidas em grupo e,

    claro, com o seu orientador.

  • captulo 3 q79

    lhor contar com a coerncia entre os objetivos e a metodologia escolhi-

    da. Se a pesquisa est bem planejada, diminumos as possibilidades de

    induzir resultados. Boas hipteses geralmente so obtidas na reviso de

    literatura, quando analisamos resultados de pesquisas assemelhadas.

    RESUMO

    q "RVFTUPQSPCMFNBFIJQUFTFJOJDJBTFDPNPMFWBOUBNFOUPEFCPBTQFSHVOUBTq 4PQFSHVOUBTBCFSUBTGFJUBTQBSBEJSFDJPOBSPQFSDVSTPq "QPOUBN BMHVN QSPCMFNB RVF HPTUBSBNPT EF FOGSFOUBS BMHVNB QFSHVOUB RVFmereceria resposta, algum objetivo ainda no explorado;

    q 5NBGJOBMJEBEFEFPSJFOUBSPUSBCBMIPEFOUSPEFDFSUPDBNJOIPRVFJNBHJOBNPTpromissor, permitindo tambm selecionar bibliografia, conceitos-chave, procedimen-

    tos metodolgicos.

    Roteiro para elaborao de uma monografia: fundamentos

    tericos e metodolgicos

    O quadro terico o modo pelo qual definimos os termos utilizados para

    descrever a questo a ser estudada. A teoria define os termos que usamos

    para olhar uma determinada problemtica, mostra como esses termos se

    relacionam, o que possibilita o rigor necessrio ao trabalho cientfico.

    EXEMPLO

    Por exemplo, se queremos pesquisar as atitudes democrticas de professores em

    sala de aula, temos de ter definido o que so as atitudes democrticas, como pode-

    mos identific-las e qual a relao desses termos com os outros necessrios para

    explicar esse fenmeno.

    A fundamentao terica tem de nos dizer como que cada termo se

    apresenta para ns, pois temos de saber identificar, pela definio dos

    termos, o que olhar. a fundamentao terica escolhida que define

    os termos usados em uma monografia, e esses termos devem estar de

    acordo com ela. Um mesmo problema pode ser tratado por diferentes

    pontos de vista, por diferentes teorias, e o resultado da pesquisa que elas

    sustentam ser restrito ao seu poder explicativo. Voc deve evitar usar

    uma teoria muito rebuscada, pois o mais importante que voc saiba o

    significado dos conceitos que vai usar.

    CONCEITO

    Fundamentao terica

    A fundamentao terica vem tambm

    da necessidade de desenvolver uma

    argumentao para sustentar a res-

    posta da questo escolhida e fortale-

    cer a hiptese. Por isso, ela certamente

    no um enfeite. Ela serve exatamente

    para que a argumentao que ser fei-

    ta para defender suas concluses seja

    fortalecida.

  • 80 qcaptulo 3

    RESUMO

    q %FGJOJSPTUFSNPTRVFTFSPVUJMJ[BEPTQBSBFYQMJDBSBRVFTUPFTDPMIJEBq .POUBSVNBBSHVNFOUBPBQBSUJSEBTMFJUVSBTGFJUBTOBSFWJTPEFMJUFSBUVSBq $PNPPUSBCBMIPDJFOUGJDPUBNCNVNFYFSDDJPEFBSHVNFOUBPRVBOUPNBJTsucinto, melhor. Lembre-se do princpio da parcimnia, discutido no Captulo 1;

    q 4BCFSBSHVNFOUBSEFGPSNBDPOTJTUFOUFFCFNGVOEBNFOUBEBUBOUPEPQPOUPEFvista terico como emprico , portanto, o fator mais decisivo.

    Roteiro para elaborao de uma monografia: coleta e

    produo de dados

    Quando voc j tem as questes, as hipteses e os termos definidos,

    deve escolher o procedimento a ser utilizado, ou seja, como fazer para

    encontrar dados para a explicao da questo. importante saber por

    que usar tal mtodo ou tcnica, qual o tipo de informao aquele mto-

    do ou aquela tcnica permite obter.

    ATENO

    Importante: o dado j , ele mesmo, construdo, um produto terico, pois indica a

    parte da realidade que foi considerada importante para sua coleta e tratamento.

    Para que os dados sejam confiveis, o melhor que sejam submeti-

    dos crtica, pois ela traz confiabilidade ao trabalho cientfico. Segundo

    Alves-Mazzotti (2000, p. 123),

    Ao contrrio do que supe o senso comum, na atividade cientfica, a crtica

    no uma forma de destruir o conhecimento, e sim uma forma de constru

    -lo. As reas do saber que mais progridem so aquelas que mais se expem

    e que mais naturalmente aceitam a crtica mtua como prtica essencial ao

    processo de produo do conhecimento. Nesse sentido, criticar o trabalho

    de um aluno ou de um colega uma demonstrao de respeito a esse tra-

    balho e de reconhecimento da maturidade do pesquisador que o realizou.

    Roteiro para elaborao de uma monografia: avaliao das

    questes e as conjecturas possveis

    Avaliar questes e conjecturas significa verificar se as perguntas foram

    respondidas ou se a promessa da hiptese se sustenta ou no. Lembre-se

    COMENTRIO

    Procedimento

    Sabendo o que voc quer ou precisa co-

    letar, voc deve procurar os instrumentos

    adequados. Muitas vezes, preciso refor-

    mular os instrumentos durante a execu-

    o da pesquisa. Por outro lado, podem

    ocorrer situaes em que voc encontra

    dificuldades na coleta de dados em razo

    de uma possvel inadequao dos instru-

    mentos. Em alguns casos, convm adap-

    t-los, em outros, deve-se buscar outros

    instrumentos.

  • captulo 3 q81

    que no se buscam resultados definitivos, mas sim evidncias e argumen-

    tos inteligentes que revelem capacidade explicativa, habilidade de escre-

    ver um texto com profundidade, competncia metodolgica para ordenar

    um tema e oferecer-lhe corpo elaborado.

    Roteiro para elaborao de uma monografia: concluses

    Nas concluses, procuramos responder a pergunta que fizemos, proble-

    matizando o tema. Trata-se de uma reflexo crtica e lgica sobre os da-

    dos obtidos em funo do problema de pesquisa. Nesse momento, voc

    deve se preocupar com a divulgao dos resultados (para o que existem

    muitos instrumentos).

    Roteiro para elaborao de uma monografia: referncias

    bibliogrficas

    As referncias bibliogrficas so feitas segundo as normas da ABNT, as

    quais determinam que, ao longo do texto, faz-se uma meno breve e, ao

    final, coloca-se a obra completa que descrita.

    EXEMPLO

    As referncias ao longo do texto devem ser colocadas da seguinte forma:

    1) Quando o autor faz parte do texto:

    Para Demo (2000, p.10), atingir patamares aceitveis de qualificao dos professores (...)

    2) Quando o autor no faz parte do texto:

    O professor tem sido o foco de intensas crticas relativas ao fracasso escolar

    (FERNANDES, 2005).

    As referncias bibliogrficas ao final do trabalho (aquelas que voc

    indicou ao longo do trabalho, especialmente) devem ser completas e

    em ordem alfabtica.

    EXEMPLO

    Veja alguns exemplos para cada tipo de referncia:

    1) Livro de um s autor:

    SOBRENOME, Nome. Ttulo em itlico. Edio. Local de edio: Editora, ano de edio.

    Exemplo: MARCUSE, Herbert. Razo e Revoluo: Hegel e advento da teo-

    ria social. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

    COMENTRIO

    Ao longo do texto

    As referncias feitas ao longo do texto

    servem para que o leitor saiba de qual

    autor voc est falando. Tais referncias

    resumem a fonte de consulta completa

    que ir constar ao final do texto.

  • 82 qcaptulo 3

    2) Livro de dois autores:

    SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome. (O restante permanece como no primeiro exemplo).

    Exemplo: MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alem. So Paulo: Martins Fontes, 2001.

    3) Livro de trs autores:

    SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome. (O restante permanece como no pri-

    meiro exemplo).

    4) Livro de mais de trs autores:

    SOBRENOME, Nome et al. (et al, em Latim, significa e outros). (O restante permanece como no

    primeiro exemplo).

    5) Captulo em livros:

    SOBRENOME, Nome. Ttulo do artigo. In: SOBRENOME, Nome (Ed./Org.). Ttulo do livro em itlico. (O

    restante permanece como no primeiro exemplo). Nmero das pginas inicial e final.

    Exemplo: SANFELICE, Jos Lus. Dialtica e pesquisa em Educao. In: LOMBARDI, J.; SAVIANI,

    Demerval. (Org.). Marxismo e educao: debates contemporneos. Campinas: Autores Associa-

    dos, 2005. Pgs. 41-59.

    6) Artigos em peridicos:

    SOBRENOME, Nome. Ttulo do artigo sem aspas ou itlico. Nome da Revista em itlico, Local da publica-

    o, volume, nmero, pgina(s), ms/ano.

    Exemplo: DELUIZ, Neize; et al. Trabalho, meio ambiente e educao: um estudo das prticas

    educativas das ONGs. Educao e Cultura Contempornea, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 23-34,

    jan./jun.2004.

    7) Dissertaes e Teses:

    SOBRENOME, Nome. Ttulo da dissertao ou tese em itlico. Total de folhas. Tipo (Dissertao ou Tese).

    Nome do curso. (Mestrado em Educao ou Doutorado em Educao), Nome da Instituio (Faculdade,

    Universidade), Local, data.

    Exemplo: COSTA, Viviane da. Argumentos catlicos contra John Dewey: anlise retrica do dis-

    curso de oposio pedagogia nova. 205p. Dissertao (Mestrado em Educao Escolar), Fa-

    culdade de Cincias e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2005.

    8) Artigos em jornais:

    SOBRENOME, Nome. Ttulo do artigo sem aspas ou itlico. Nome do jornal em itlico, Local, data, Cader-

    no/Seo, nmero, pgina(s).

    Exemplo: MATTOS, Paulo. Crianas e internet. Dirio Catarinense, Florianpolis, 16 fev. 2013.

    Caderno Variedades, p.3.

  • captulo 3 q83

    9) Trabalho em evento:

    SOBRENOME, Nome. Ttulo do artigo sem aspas ou itlico. In: Nome do evento em maisculas, ano, local,

    Ttulo dos Anais em itlico. Local de Edio: Editora, ano. pgina(s).

    Exemplo: GUIMARES, Edilene. O trato com o conhecimento escolar no ensino pblico tcnico

    profissional. In: ENCONTRO NACIONAL DE DIDTICA E PRTICA DE ENSINO, XI., 2002, Goi-

    nia. Anais: igualdade e diversidade na educao. Goinia: ENDIPE, 2002. 1 CD-ROM.

    10) Material disponvel na internet:

    Referenciar de acordo com o tipo de material, como nos itens acima, e ao final acrescentar Disponvel em:

    . Acesso em: data do acesso.

    Exemplo: CIAVATTA, Maria. A formao integrada: a escola e o trabalho como lugares de memria

    e de identidade. Niteri: EdUFF, 2005. Disponvel em:

    http://www.uff.br/trabalhonecessario/MMGN3.htm> Acesso em: 10 abr. 2005.

    ATIVIDADE

    Fazendo a bibliografia do seu trabalho cientfico

    Esta atividade vai servir para experimentar os conhecimentos que voc obteve sobre a bibliografia.

    1) Da sua reviso bibliogrfica, pegue trs ttulos. Faa a referncia deles.

    2) Compare o que fez com os exemplos das referncias deste livro. Verifique se faltou alguma coisa, vr-

    gulas, pontos, letra maiscula etc.

    COMENTRIO

    A bibliografia de seu trabalho deve ser feita constantemente. No deixe para o final. Quando termi-

    namos um trabalho, difcil prestar ateno a detalhes, e a bibliografia cheia de detalhes. Cada

    vez que ler uma obra, um artigo, um livro, uma dissertao de mestrado, uma monografia, faa logo

    a referncia bibliogrfica dela. Quando acabar seu trabalho, a bibliografia estar pronta.

    Agora, conhecendo as vrias etapas de elaborao do seu TCC, voc estar preparado

    para avaliar o que ir utilizar para obter os dados de que necessita para fazer seu trabalho

    final. Nos captulos que seguem, voc vai encontrar diversas ferramentas ou tcnicas de

    investigao que poder utilizar para a coleta e a anlise de dados de pesquisa, seja ela feita

    na internet, com pessoas, em jornais, em bibliotecas ou em outros trabalhos cientficos.

  • 84 qcaptulo 3

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ALBERTI, V. Manual de histria oral. Rio de Janeiro: FGV, 2004.

    ALVES-MAZZOTTI, A. J., GEWANDSZNAJDER, F. O mtodo nas cincias naturais e sociais: pesquisa quantitativa e

    qualitativa. 2 ed. So Paulo: Pioneira, 2000.

    ALVES-MAZZOTTI, A. J. Usos e abusos dos estudos de caso. In: Cadernos de Pesquisa. So Paulo, Fundao Carlos

    Chagas/Cortez, n. 129, 2006.

    BASTOS, L. R; PAIXO, L.; FERNANDES, L.M.; DELUIZ, N. Manual para a elaborao de projetos e relatrios de

    pesquisa, teses, dissertaes e monografias. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003.

    BOGDAN, Robert, BIKLEN, Sari. Investigao qualitativa em educao: uma introduo teoria e aos mtodos. In:

    Coleo cincia da educao, 12. Portugal: Porto, 1994

    BOSI, E. O tempo vivo da memria: ensaios de psicologia social. So Paulo: Ateli Editorial, 2003.

    BIANCHETTI, L.; MACHADO, A. M. N. (Org.). A bssola do escrever: desafios e estratgias na orientao de teses e

    dissertaes. So Paulo: Cortez, 2002.

    CASTRO, Monica Rabello de; FERREIRA, Giselle; GONZALEZ, Wania. Metodologia da Pesquisa em Educao. Nova

    Iguau: Marsupial, 2013.

    DE BRUYNE, P. et al. Dinmica da pesquisa em Cincias Sociais: os plos da prtica metodolgica. Rio de Janeiro:

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  • 4 Tcnicas de pesquisa

    wania gonzalez