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7 Tenha um Coração de Servo. Extraído do livro. MULTIPLICANDO DISCÍPULOS – WAYLON B.MOORE – JUERP 1981. Espera-se que você encarne em sua vida o tema de sua adoração: você deve ser tomado, consagrado, partido e distribuído, para que possa ser o meio de graça e o veículo do Amor Eterno. — Santo Agostinho UM CORAÇÃO DE SERVO é um dos canais supremos de Deus para ganhar os perdidos para Cristo. Edificar pontes de amor para os corações dos que não têm Cristo é uma preparação para compartilhar o evangelho. Algumas pessoas podem ser alcançadas com apenas uma apresentação do evangelho. Muitas outras vêm a Cristo somente quando nos tornamos servos dele. Você conhece alguém a quem poderia classificar como servo do Senhor? Ser servo é uma atitude, e não uma posição. Envolve uma disposição para satisfazer as necessidades de outros por conta do servo. Muitas vezes o servo não será visível, porém mais cedo ou mais tarde os outros começarão a depender dele e a procurá-lo. Esse ministério de serviço pode, com o tempo, tornar-se o canal que sirva de modelo de Cristo para os discípulos em crescimento. O SERVO MODELO A profecia do Velho Testamento identifica o Messias como o "servo sofredor". Isaías diz: "Eis aqui o meu-servo, a quem sustenho, o meu escolhido, em que se compraz a minha alma, pus o meu espírito sobre ele; ele trará justiça às nações" (Is. 42:1). A personificação de Jesus como servo, nesta passagem (versículos 1 a 4) e em outras passagens, é diametralmente oposta aos nossos desejos carnais de sermos servidos. Contudo, a nossa identificação com Cristo faz com que um coração de servo se torne necessário. Através do seu serviço aos ingratos, Jesus estabeleceu um padrão de ministério que os seus discípulos — e fazedores de discípulos — precisam seguir. Diante daqueles que vigiavam cada movimento que fazia, Cristo apresentou as qualificações para liderança: "E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo; assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos" (Mat. 20:27,28). O caminho para cima é descendo. Jesus veio para servir, para servir como escravo. Quando Abraão e seu sobrinho Ló tiveram dificuldades para alimentar o seu gado na mesma região, Abraão deu a Ló a oportunidade de escolher em primeiro lugar a terra para onde quisesse ir, embora o privilégio de escolher primeiro fosse dele. Ló escolheu a terra próxima a Sodoma. E então Deus falou a Abraão e lhe disse que toda a terra era dele. Deus fez de Abraão o senhor inconteste de tudo o que ele podia ver — depois que ele preferiu ser servo.

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Page 1: Livro - MULTIPLICANDO DISCÍPULOS - Lição 7.doc

7 Tenha um Coração de Servo .

Extraído do livro. MULTIPLICANDO DISCÍPULOS – WAYLON B.MOORE – JUERP 1981.

Espera-se que você encarne em sua vida o tema de sua adoração: você deve ser tomado, consagrado, partido e

distribuído, para que possa ser o meio de graça e o veículo do Amor Eterno.

— Santo Agostinho

UM CORAÇÃO DE SERVO é um dos canais supremos de Deus para ganhar os perdidos para Cristo.

Edificar pontes de amor para os corações dos que não têm Cristo é uma preparação para compartilhar o

evangelho. Algumas pessoas podem ser alcançadas com apenas uma apresentação do evangelho. Muitas

outras vêm a Cristo somente quando nos tornamos servos dele.

Você conhece alguém a quem poderia classificar como servo do Senhor? Ser servo é uma atitude, e não uma posição. Envolve uma disposição para satisfazer as necessidades de outros por conta do servo. Muitas vezes o servo não será visível, porém mais cedo ou mais tarde os outros começarão a depender dele e a procurá-lo.

Esse ministério de serviço pode, com o tempo, tornar-se o canal que sirva de modelo de Cristo para os discípulos em crescimento.

O SERVO MODELO

A profecia do Velho Testamento identifica o Messias como o "servo sofredor". Isaías diz: "Eis aqui o meu-servo, a quem sustenho, o meu escolhido, em que se compraz a minha alma, pus o meu espírito sobre ele; ele trará justiça às nações" (Is. 42:1).

A personificação de Jesus como servo, nesta passagem (versículos 1 a 4) e em outras passagens, é diametralmente oposta aos nossos desejos carnais de sermos servidos. Contudo, a nossa identificação com Cristo faz com que um coração de servo se torne necessário. Através do seu serviço aos ingratos, Jesus estabeleceu um padrão de ministério que os seus discípulos — e fazedores de discípulos — precisam seguir.

Diante daqueles que vigiavam cada movimento que fazia, Cristo apresentou as qualificações para liderança: "E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo; assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos" (Mat. 20:27,28). O caminho para cima é descendo. Jesus veio para servir, para servir como escravo.

Quando Abraão e seu sobrinho Ló tiveram dificuldades para alimentar o seu gado na mesma região, Abraão deu a Ló a oportunidade de escolher em primeiro lugar a terra para onde quisesse ir, embora o privilégio de escolher primeiro fosse dele. Ló escolheu a terra próxima a Sodoma. E então Deus falou a Abraão e lhe disse que toda a terra era dele. Deus fez de Abraão o senhor inconteste de tudo o que ele podia ver — depois que ele preferiu ser servo.

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Pode ser difícil os brasileiros entenderem o conceito de servidão. A nossa sociedade e a ênfase que dá ao lazer fizeram o serviço aos outros ser considerado aviltante e depreciador. Servir é estar nos degraus mais baixos da escala social. Jesus contra-ataca todo o nosso orgulho com o ponto de vista divino de João 12:24,25. Em suma, Cristo diz que morrer para o eu é viver; perder a vida é achá-la. Quando seguimos e servimos a Cristo, não ao eu, nos tornamos disponíveis para servir aos outros. Discipulado e serviço estão irrevogavelmente ligados.

O exemplo de nosso Senhor, no decorrer de toda a sua vida, foi viver sempre e apenas em completa submissão a outrem. A escolha deliberada de Jesus de se tornar servo de Deus, em favor dos homens perdidos, é enfatizada por Paulo em Filipenses 2:5-10, particularmente no versículo 7: "Mas esva ziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo" (escravo).

A natureza da obediência, como escravo, é submissão. A vontade do Pai era a vontade de Cristo. A palavra do Pai era a sua palavra. O caminho do Pai era o seu caminho — por escolha. Isso é submissão. Precisamos escolher viver através do Espirito, sempre em completa submissão ao Filho.

Da mesma forma como a manifestação exterior de um escravo obediente é submissão, a sua manifestação interior como escravo obediente é mansidão. O que é mansidão? A palavra manso significa "domado" ou "subjugado", e, por isso, controlado. Você lembra qual foi a única coisa que Jesus recomendou que aprendamos dele? "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração" (Mat. 11:29). Cristo deseja que aprendamos mansidão com ele.

Você se lembra de uma coisa que Jesus disse que devemos copiar como exemplo, na sua vida? "Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (João 13:14,15). Servir aos outros é ser semelhante a Cristo.

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Em I Pedro 2:21-24 Pedro nos faz recordar outro exemplo que Jesus deixou para nós:

"Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas... sendo injuriado, não injuriava; e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente."

A mansidão da fé — sofrendo em silêncio — é a natureza de Cristo. Os seus discípulos, portanto, devem ter o atributo de servir a Cristo e aos outros com submissão e mansidão.

Jesus resumiu a sua peregrinação terrena em Lucas 22:27: "Pois qual é maior, quem está à mesa, ou quem serve?... Eu, porém, estou entre vós como quem serve." Jesus partiu o pão durante as refeições, reabasteceu a festa de vinho em Cana, e preparou uma refeição à beira do mar. Ele estava constantemente disponível, a qualquer hora, para os corpos e corações feridos. Cingindo-se da vestimenta de um escravo, ele lavou os pés dos discípulos, inclusive de Judas.

VIVA COM UM CORAÇÃO DE SERVO

Paulo começou quatro cartas chamando-se de "servo de Cristo" (veja Rom. 1:1; Gál. 1:10; Fil. 1:1 e Tito 1:1). Depois de três anos difíceis em Éfeso, ele recorda ter estado "servindo ao Senhor com toda a humildade, e com lágrimas... mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim... estou limpo do sangue de todos. Porque não me esquivei de vos anunciar todo o conselho de Deus... Em tudo vos dei o exemplo de que, assim trabalhando, é necessário socorrer os enfermos (ou fracos)" (At. 20:19-35).

Paulo se deu como servo de Cristo, de forma que Deus, por seu turno, podia dar Paulo para uma cidade. Por que Paulo enfrentou turbas e multidões que não estavam dispostas a ouvir? Por que foi que ele aceitou açoites e prisão em Filipos? Como servo de Cristo, Paulo foi levado pelo Espírito a ficar em silêncio a respeito de sua cidadania romana. Ele foi jogado

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em uma masmorra. E então Deus disse ao seu servo, Paulo, para abrir a boca e cantar; só depois disso ele iria falar.

Que coisa intrigante fez Paulo, fez Deus. Paulo e Silas estavam dispostos a ser presos para serem servos de Cristo para aquela cidade, e para levar um carcereiro e sua família a Cristo. O preço da servidão é elevado, mas as suas recompensas não têm preço.

Algumas vezes tenho orado: "Senhor, dá-nos esta cidade para Cristo." Não obstante, parece que Deus está dizendo através do ministério de Paulo: "Eu lhe darei esta cidade."

Freqüentemente — geralmente na hora do jantar — alguém batia à porta de nossa casa, pedindo comida ou dinheiro; uma pessoa queria até uma passagem de avião. O que dizer a alguém que em todos os respeitos mostra que está abrindo caminho através da vida, usando os seus filhos sujos e mal vestidos para conseguir esmolas? Nunca recusamos conceder as coisas pedidas. Algumas vezes eu não podia deixar de dar alguns cruzeiros para passagens, roupa, ou outras coisas necessárias.

Porém, à medida que os anos foram-se passando, tornei-me endurecido. Podendo estar em casa apenas uma hora ou duas, vendo a minha família pela primeira vez no final do dia, eu queria sossego. Logo depois eu estaria de volta ao meu carro, para ir visitar os perdidos até tarde da noite.

Com quanto amor o Senhor persistiu em procurar ensinar-me que alimento e dinheiro não eram as verdadeiras necessidades! O alvo dele era a minha atitude, mas fracassei tantas vezes, porque, por detrás do meu sorriso e de minha esmola, estava a ira contra o povo da minha igreja, no outro quartei rão, que havia enviado aquela gente à minha porta. Eu detestava ter que trabalhar as minhas dezesseis horas por dia, só para dar alimentos e dinheiro a pessoas que eu sinceramente achava que não queriam trabalhar.

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Minha esposa dizia: "Se é para você ajudá-los, faça-o com boa vontade. Você perde todo o mérito para com as pessoas, se a sua atitude é azeda, e você perde a sua recompensa da parte de Deus." O Senhor começou a me ensinar que "ao servo do Senhor não convém contender; mas, sim, ser brando para com todos" (II Tim. 2:24). "E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor, e não aos homens, sabendo que do Senhor recebereis como recompensa a heran ça; servi a Cristo, o Senhor" (Col. 3:23,24).

Quando eu estava servindo a mim mesmo, a minha atitude era errada, Mas quando comecei a me identificar com Cristo, como seu servo, as oportunidades se tornaram bênçãos, e algumas vezes vi mudanças nas vidas dos outros.

As passagens bíblicas que enfatizam o poder do coração de servo para ganhar os perdidos simplesmente saltam das páginas da Bíblia.

"Pois, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior número possível; fiz-me como judeu para os judeus... para os que estão debaixo da lei, corno se estivesse eu debaixo da lei... para ganhar os que estão debaixo da lei... para os que estão sem lei... para os fracos... Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns... tudo faço por causa do evangelho" (1 Cor. 9:19-23; o grifo é meu).

Paulo se fez servo; depois, prossegue escrevendo que fez-se "tudo para todos". O Espírito começou a sua obra de fazer Paulo disponível para ser servo de Cristo. Em seguida, Paulo se tornou as mãos, o coração e os pés de Cristo, para ministrar aos condenados e moribundos.

Mas Paulo não terminou. "Não vos tomeis causa de tropeço nem a judeus, nem a gregos, nem à igreja de Deus; assim também como eu em tudo procuro agradar a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que sejam salvos" (I Cor. 10:32,33). Identificação com a vida e a

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mensagem de Cristo significa uma decisão de alcançar os perdidos através de um coração de servo. "Fazer-se tudo para todos" é alvo alcançado sobrenaturalmente. Precisamos começar cedendo em nossos direitos, de forma que Cristo possa servir livremente através de nós.

OS MUNDOS QUE EVANGELIZAMOS

Devemos evangelizar o mundo em que vivemos. Os estratos de nosso mundo são o nosso lar, a vizinhança, a comunidade, a escola, o trabalho e a igreja. Tornamo-nos servos de Cristo onde estamos agora, e, à medida que ele nos dirige, "até os confins da terra".

Ao servir a vizinhos que não eram salvos, ajuntamos o lixo deles quando uma lata estava tombada. O Senhor nos levou a aparar a grama de alguns quintais. Através destas e de outras experiências, os não salvos se abriram para o evangelho, e alguns aceitaram Cristo.

Transmitir esta idéia a uma pessoa que você está treinando leva à realização de alguns projetos específicos por vocês juntos. Encoraje o seu discípulo a executar projetos criativos, incluindo os seus vizinhos e amigos, bem como pessoas necessitadas e idosas.

Um discípulo com um coração de servo pode expressá-lo em nosso mundo turbulento:

Sendo acessível (veja Gál. 6:10). - Sendo hospitaleiro para com todos, e não fazendo acepção de pessoas. Dando valor às pessoas, arranjando tempo para visitá-las e servi-las. Sendo criativo em encontrar formas de ajudar os outros (veja Heb. 10:24). Servindo apenas quando necessário, ao invés de servir para merecer reconhecimento dos

outros (veja Gál. 1:10). Exercitando o seu dom espiritual como canal de serviço (veja I Ped. 4:10).

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SERVINDO IRMÃOS EM CRISTO

Os nomes dos que têm coração de servo são como pepitas de ouro espargidas através das últimas páginas de algumas das cartas de Paulo. A família de Estéfanas, em Corinto, estava sempre procurando servir aos outros. "Sabeis que a familia de Estéfanas é as primícias da Acaia; e que se tem dedicado ao ministério dos santos" (I Cor. 16:15; o grifo é meu). Dedicado significa literalmente "autonomeado". Refere-se a um "dever auto-imposto".1 No mesmo capítulo, Áqüila e Priscila têm uma igreja em sua casa, em Corinto, como tinham anteriormente em Roma. O ministério de serviço de Epafrodito para com Paulo é registrado para mostrar-nos o valor que Deus dá às tarefas riuotidianas (veja Fil. 2:25-30).

Um dos versículos mais emocionantes das Escrituras que pode ajudar o discípulo a desenvolver um coração de servo é Hebreus 10:24: "E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras." Devemos observar os outros e estimulá-los a amar e ministrar. Precisamos pedir ao Senhor para colocar uma pessoa em nosso coração, para que procuremos entender as suas necessidades, e depois provocá-la a buscar a Deus.

Uma familia da igreja, em cujas vidas tínhamos um ministério ativo, parou de falar conosco. Procuramos saber qual era a causa daquilo, para pedir desculpas, mas eles não queriam conversar conosco, ou com outras pessoas, a respeito da razão para aquele procedimento. Por causa do nosso genuíno amor e respeito, oramos diariamente por eles. Nada parecia acontecer. Então o Senhor mostrou-me a necessidade de aplicar Hebreus 10:24 à situação. Minha esposa e eu decidimos juntos, depois de termos orado, demonstrar o nosso amor mandando flores àquela familia. Encomendamos lindos crisántemos, mas duas semanas se passaram sem qualquer mudança de atitude que se pudesse notar em nossos amigos. Verificamos com o florista: a entrega havia sido feita. Então, oramos. Uma semana depois, o casal veio ao meu escritório, e

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conversamos. Eles contaram qual era o problema e disseram que passariam a fazer parte de outra igreja, se eu achasse que era melhor. Eu lhes disse que os amava, que estava orando por eles e precisava do ministério deles. Deus uniu os nossos corações novamente, naquela tarde, e o nosso relacionamento foi restabelecido. Hebreus 10:24 é um versículo que encorajo os discípulos a aprenderem e aplicarem.

Um grande grupo de pastores ingleses foi a uma das grandes Conferências Bíblicas de Northfield, realizadas por D.L. Moody, no fim do século passado. Como era costume na Inglaterra, cada pastor colocou o seu sapato à porta, do lado de fora do quarto, para ser engraxado pelos criados durante a noite. Porém não havia criados naquela Conferência.

Moody estava andando pelo dormitório naquela noite, e viu dez ou mais pares de sapatos sujos nos corredores. Vendo nisso uma oportunidade para servir aos seus irmãos, Moody mencionou o fato a alguns dos seminaristas. Em resposta, houve apenas silêncio da parte deles. Moody voltou, então, ao dormitório, e juntou todos os sapatos. Marcou cuidadosamente o número do quarto em cada par de sapatos, para não os trocar. Sozinho, em seu quarto, ele começou a engraxar todos os sapatos. Ocorreu, então, que um amigo bateu à porta do quarto de Moody, e viu-o atacando com dedicação a pilha de sapatos.

Quando os pastores ingleses abriram a porta de seus quartos, na manhã seguinte, os seus sapatos estavam brilhando, mas eles não ficaram sabendo de nada. Moody não o contou a ninguém; porém o seu amigo cansado contou-o a algumas pessoas. Daí em diante, durante o restante da conferência, diferentes pessoas se dispuseram voluntariamente a engraxar secretamente os sapatos.

Um coração de servo é contagioso! O que pegamos por contágio com Cristo pode, em seguida, ser "pego" pelos que querem ser moldados à imagem de nosso Senhor Servo. Um coração de servo atrairá outros a você, fará com que eles se sintam confortáveis na sua companhia, e futuramente fará

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com que os discípulos que você está treinando desejem ser mais parecidos com Jesus. "Porque Deus não é injusto, para se esquecer da vossa obra, e do amor que para com o seu nome mostrastes, porquanto servistes aos santos, e ainda os servis" (Hebreus 6:10).

PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

1. Por que a liderança bíblica está ligada com o serviço? Como este conceito se compara com as suas experiências no trabalho, na igreja e em outros lugares?

2. Como podemos aprender mansidão com Cristo, desta forma cumprindo a sua ordem (veja Mateus 11:28-30)?3. Você é capaz de lembrar alguns dos custos pessoais que teve que pagar para ser servo de Cristo para o povo?

4. Leia, em voz alta, Hebreus 10:24.a) Escolha uma pessoa, em sua igreja, que necessite de ser estimulada a amar. Ore, perguntando a Deus o que

você pode fazer para levar essa pessoa a praticar boas obras. Asse um bolo, para ela, mande-lhe flores, ou escreva-lhe uma notinha de agradecimento por algo. Para causar um impacto especial, não coloque o seu nome; envie o presente secretamente.

b) Relacione três pessoas sem Cristo, em cada um dos mundos do seu testemunho (veja a página 65). Ore diariamente por elas. Pergunte a Deus o que ele quer que você faça para aplicar Hebreus 10:24 de alguma forma à vida delas. Deus apontará uma pessoa em cada esfera de sua vida, para você servir. Compartilhe os resultados com outros discípulos.