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Secretaria de Estado da Cultura - SP Secretário Marcelo Mattos Araújo Ceabra Presidente João Carlos Borges Martins Título Marcha da Consciência Negra em São Paulo Dez anos de luta por uma sociedade sem racismo Gestora do Projeto Aparecida Conceição dos Santos Pesquisadora Gevanilda Santos Projeto gráfico e diagramação Marina Jorge Revisão de texto e checagem José Genulino Moura Ribeiro Santos, Gevanilda. Marcha da consciência negra em São Paulo: dez anos de luta por uma sociedade sem racismo / Santos, Gevanilda. – São Paulo: Edições Soweto, 2013. 28 p. Il. color. : 20 cm. Este livro foi editado como produto final do projeto Marcha da consciência negra: Uma sociedade sem racismo, junho de 2013 1. São Paulo – Questão racial 2. Negros – São Paulo – Combate ao racismo 3. Marcha da consciência negra: Dez anos de luta por uma sociedade sem racismo (2003 – 2013) – São Paulo I. Titulo II. Dez anos de luta por uma sociedade sem racismo. CDD 305.89608161 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Elaborada por Antonio Jorge Valério CRB-8 /6708

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Secretaria de Estado da Cultura - SPSecretário Marcelo Mattos Araújo

Ceabra Presidente João Carlos Borges Martins

TítuloMarcha da Consciência Negra em São Paulo

Dez anos de luta por uma sociedade sem racismo

Gestora do Projeto Aparecida Conceição dos Santos

PesquisadoraGevanilda Santos

Projeto gráfico e diagramaçãoMarina Jorge

Revisão de texto e checagem José Genulino Moura Ribeiro

Santos, Gevanilda.Marcha da consciência negra em São Paulo: dez anos de luta

por uma sociedade sem racismo / Santos, Gevanilda. – São Paulo:Edições Soweto, 2013.

28 p. Il. color. : 20 cm.

Este livro foi editado como produto final do projeto Marcha daconsciência negra: Uma sociedade sem racismo, junho de 2013 1. São Paulo – Questão racial 2. Negros – São Paulo – Combate aoracismo 3. Marcha da consciência negra: Dez anos de luta por umasociedade sem racismo (2003 – 2013) – São Paulo I. Titulo II. Dez anos de luta por uma sociedade sem racismo. CDD 305.89608161

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Elaborada por Antonio Jorge Valério CRB-8 /6708

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Coletivo de Empresários e Empreendedores Afro-Brasileiros – CeabraPresidente – João Carlos Borges MartinsSecretaria-Geral – Edison Benedito LuizCoordenadora de Projetos – Aparecida Conceição dos SantosAvenida São João, 313 – 11º andarSão Paulo – SP – BrasilCEP 01035-000www.ceabra.com.br

Edições SowetoRua Silveira Martins, 131 – sala 22São Paulo – SP – BrasilCEP 01019-000www.soweto.com.br

ProduçãoColorSide Copiadora e GráficaRua Loefgreen 919-ASão Paulo – SP – BrasilCEP 04040-030www.colorside.com.br

Projeto realizado com apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura. Programa de Ação Cultural 2013. O livro foi editado como produto final do projeto “Marcha da Consciência Negra: Uma sociedade sem racismo”, tiragem de 500 unidades, junho de 2013.

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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MARCHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA EM SÃO PAULO

10 ANOS DE LUTA POR UMA SOCIEDADE SEM RACISMO

Texto e Organização:Gevanilda Santos

Colaboradores:Flavio Jorge Rodrigues da Silva Glauciana Aparecida de Souza

Lina RosaSandra Mariano

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Agradecimentos

O registro desta memória é dedicado a todos os que, com entusiasmo, ajudaram a construir a Marcha da Consciência Negra em São Paulo e, em especial, este livro.

Nossos agradecimentos às comissões organizadoras das marchas, aos movimentos sociais e populares, as centrais sindicais, aos vereadores, deputados estaduais e federais que estiveram presentes nas marchas, e aos governos municipais, estaduais e federal parceiros.

Agora, neste ano de 2013, chegou a hora de agradecer também a todos aqueles que compareceram às manifestações no dia 20 de Novembro, feriado municipal em São Paulo, e encantaram a cidade com o protesto negro nas ruas.

Axé a todas, a todos.

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Sumário

Introdução

1ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

2ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

3ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

4ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

5ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

6ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

7ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

8ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

9ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

Anexo Bibliografia

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Introdução

A história da Marcha da Consciência Negra em São Paulo nasceu da iniciativa de lideranças do Movimento Negro paulistano por uma sociedade sem preconceito, racismo ou qualquer forma de discriminação.

Uma obra coletiva, a história da Marcha da Consciência Negra revisitou muitos lugares e territórios da cidade de São Paulo: a Avenida Paulista, o Largo do Paissandu, a Praça Ramos de Azevedo, os espaços do protesto negro em São Paulo. Fez jorrar da memória e do acervo particular dos ativistas e das organizações negras a história não contada na versão oficial, com a cumplicidade da grande mídia. E, sobretudo, oferece uma nova trilha e uma boa leitura para quem está interessado em conhecer um pouco da trajetória das nove Marchas da Consciência Negra em São Paulo.

Vamos conhecer e relembrar a história.

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1ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

A Marcha da Consciência Negra já se tornou um evento da cidade de São Paulo e demarcou o mês de novembro para entrar no calendário da cidade e falar o quanto a presença da cultura de matriz africana está enraizada na cidade. Milton Santos, geógrafo da modernidade, ajudou a conceituar o significado da Marcha e toda a expressão cultural que ela traz à Avenida Paulista como um território negro da cidade de São Paulo. A Marcha renasce a cada ano, no mês de novembro, neste lugar especial da cidade, quando os manifestantes rememoram a luta de Zumbi dos Palmares por liberdade, justiça social, igualdade de direitos e cidadania.

A luta de Zumbi, no passado, e a Marcha da Consciência Negra, no presente, interligam uma história de luta, resistência e utopia pelo fim das desigualdades em São Paulo.

As mudanças e novidades políticas de interesse dos trabalhadores surgidas nos últimos dez anos, tais como leis ou disposições de utilidade pública para juventude, idoso, criança e adolescente, mulher, homossexual, pessoa com deficiência, população de rua, entre outros, são serviços ur-banos recentes, apesar do desenvolvimento e da modernidade paulistana. Foram implantados tanto por pressão dos movimentos sociais quanto por interesse dos parlamentares ou vontade política do Poder Executivo, seja ele/a prefeito/a, governador/a, seja presidente/a da República.

Com a luta antirracista não foi diferente e seu desdobramento sofreu impacto positivo daquela atmosfera política.

A 1ª Marcha da Consciência Negra sobreveio então de resoluções do II Encontro Estadual de Entidades Negras de São Paulo. Tal encontro, realizado na primavera de 2003, na cidade de Cajamar, reuniu organiza-ções sociais, políticas e culturais, abrigadas sob a Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN 1.

1. O I Encontro Estadual de Entidades Negras de São Paulo foi realizado em Junho de 1997, na cidade de Diadema.

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Entre outras resoluções, ocorreu a deliberação de importante proposta de ação política, uma marcha com a finalidade de estimular o reconhe-cimento de Zumbi dos Palmares como herói nacional.

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A Marcha da Consciência Negra é uma manifestação organizada, pacífica ‒ que afirma a pluralidade das ideias e o livre pensamento ‒, e é aberta à participação de todas e de todos os que compartilham o ideal antirracista e a justiça social. Inicialmente, a Marcha foi porta-voz e o instrumento de pressão social para a decretação do feriado municipal no dia 20 de novembro.

Convite e panfleto

II Encontro Estadual de Entidades Negras de São Paulo

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A 1ª Marcha saiu às ruas de São Paulo em 2003

Na quinta-feira, dia 20 de novembro, pela primeira vez esse tipo de manifestação ocupou a Avenida Paulista, para homenagear o líder negro Zumbi dos Palmares (1655-1695).

Após ato político no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), os manifestantes saíram em passeata pelas ruas em direção à Assembleia Legislativa e, simbolicamente, entregaram a proposta do feriado do dia 20 de novembro aos deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

No cenário político do ano de 2003, o Brasil respirava novidade, inovação, porque Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência da República. O exemplo do nordestino retirante que conseguiu trabalho nos parques industriais paulistas e se transformou em liderança sindical, depois se tornou parlamentar e até chegou à Presidência, encantou e estimulou a participação popular na luta por direitos sociais. Onde não existiam, tais direitos passam a ser criados. Primeiro a organização, mais tarde o protesto nas ruas como expressão de um direto negado, e, por fim, a lei e as políticas públicas de ação afirmativa. Isso é democracia.

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2ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

A 20 de novembro de 2004, um sábado, a Marcha estava nas ruas da cidade pela primeira vez no cenário de um feriado municipal. A mani-festação reuniu cerca de 5 mil pessoas no vão livre do Masp e percorreu novo trajeto. Saiu da Avenida Paulista, seguiu pela Rua da Consolação até a Praça Ramos de Azevedo, no Centro da cidade. Nas escadarias do Teatro Municipal, palco histórico da fundação do Movimento Negro Unificado (MNU), encerraram-se as comemorações do Dia de Zumbi e da Consciência Negra.

Nesse ano houve maior consenso sobre as ideias organizativas: mobilização, itinerário, segurança, recurso financeiro, comunicação, parceiros políticos e convidados, o que fez amadurecer o processo coletivo de coordenação e organização da Marcha.

Dia de Zumbi é o feriado da Consciência Negra

Dois mil e quatro entrou para a história do Movimento Negro paulista como um ano de conquista. A proposta de transformar o 20 de Novembro em feriado resultou na Lei nº 13.707/2004. A Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou o feriado do Dia da Consciência Negra na administração da prefeita Marta Suplicy, depois de quatro anos de tramitação do projeto de lei original dos vereadores Ítalo Cardoso (PT) e Claudete Alves (PT) 2.

A história do Dia da Consciência Negra

Em 20 de novembro 1971, o “Grupo Palmares”, formado em julho daquele ano por estudiosos e intelectuais, realizou a primeira manifesta-ção pública em homenagem a Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares,

2. Ver a integra da Lei nº 13.707/2004 no Anexo do livro.

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dado como morto na data de 20 de novembro de 1695. Já naquela ocasião Zumbi foi apresentado ao público como herói nacional e, então, até se dizia que o 13 de Maio era uma data que representava a farsa da Abolição. O poeta, historiador e pesquisador gaúcho Oliveira Silveira, integrante do Grupo Palmares, àquele tempo realizou vários debates na intitulada Semana da Consciência Negra ‒ instituída por lei em Porto Alegre em dezembro de 1991.

No jornal Versus, Hamilton Cardoso escrevia – no encarte chamado Afro-Latino-América, uma espécie de imprensa negra paulista da época – sobre as polêmicas em relação às comemorações do 13 de Maio 3.

Fins dos anos 70, respirando os ares da luta contra a ditadura militar, o Núcleo Negro Socialista defendia o protestos de rua, para desmistificar a versão da “generosidade” da princesa Isabel ao assinar a Lei Áurea 4.

O Núcleo Negro Socialista afirmava que muitos brasileiros ainda acreditavam naquela versão da história e noutra farsa dela decorrente, o “mito democracia racial”, cujo sentido propaga a ideia de o Brasil ser um país onde não existe racismo e de que a integração dos três povos for-madores da sociedade brasileira ocorreu no mesmo pé de igualdade e de oportunidades. O grupo apoiava, então, o pensamento crítico sobre o que fora a Abolição da Escravatura e, sobretudo, nesta data, o 13 de Maio, buscava romper o silencio diante dos casos de preconceito e discriminação na escola, no trabalho, no campo e na cidade.

Naquela época havia também o jornal Árvore das Palavras, uma espécie de fanzine que divulgava as polêmicas e os protestos e era distribuído nos locais de grande concentração de população negra, no Viaduto do Chá, no Largo do Paissandu, nas escolas de samba e nos bailes black espalhados por toda a cidade e, principalmente, nas distantes periferias.

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3. A seção Afro Latino América foi encarte do Jornal Versus nas edições 12ª. a 24ª. Para mais informações consulte site: www.enfpt.org.br

4. O Núcleo Negro Socialista era formado por ativistas da esquerda brasileira e reunia lideranças negras estudantis de vários estados basileiros. Para mais informações, consulte IANNI, Octavio; SILVA, Benedita da; SANTOS, Gevanilda; SANTOS, Luiz Alberto) - O negro e o socialismo, São Paulo, Perseu Abramo, 2005, e , SANTOS, Gevanilda – Relações Raciais e desigualdades no Brasil, SP, Selo Negro, 2009.

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Mais ainda, outras organizações e ativistas também contestavam a versão oficial do significado histórico do 13 de Maio.

Em meio a esse contexto, a 4 de novembro de 1978 o Movimento Negro Unificado, uma organização de caráter nacional reunida com seus representantes na cidade de Salvador, na Bahia, instituiu a data de 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra. Essa importante decisão deslocou a preponderância da memória da luta e resistência da comunidade negra para o dia da morte de Zumbi. O 20 de Novembro, dessa forma, entrou para o calendário de lutas como o Dia da Consciência Negra, para valorizar a memória de Zumbi dos Palmares e o seu ideal de liberdade.

Enquanto isso, o 13 de Maio, data da Abolição da Escravatura (1888), foi ressignificado e tornou-se dentro do calendário de lutas o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo, para lembrar uma abolição inacabada.

Já no ano de 2005 não houve a Marcha da Consciência Negra em São Paulo, porque ativistas dos movimentos sociais, sobretudo do Movimento Negro Brasileiro, foram participar da Marcha Nacional Zumbi + 10, em Brasília, Distrito Federal. Dez anos antes, em 1995, para celebrar o ano do tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares, havia sido realizada a Marcha Zumbi dos Palmares – Contra o Racismo, pela Igualdade e Vida, em que se reuniram em Brasília cerca de 30 mil pessoas.

Aos 7 de julho de 1978, nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, foi fundado o Movimento Unificado Contra a Discriminação

Racial, mais tarde conhecido como MNU. O ato público, denunciou a discriminação sofrida por quatro atletas negros no Clube

de Regatas Tietê e a violência policial responsável pela morte de Robson Silveira da

Luz, um jovem, negro e operário.

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Na manifestação de Brasília em 2005, denominada Marcha Zumbi + 10, determinou-se pelo desmembramento em duas datas, uma no dia 16, e outra no dia 22 de novembro, para relembrar a omissão do Estado Brasileiro diante de um cenário bastante acentuado de racismo, machismo e pobreza.

Marcha Zumbi + 10 | 22 de novembro de 2005

Joca Duarte

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3ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

Em 2006, a Marcha homenageou os 35 anos do Dia Nacional da Consciência Negra (1971-2006). Após ato político no vão livre do Masp, os manifestantes tomaram as ruas e seguiram até as escadarias do Teatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo, palco histórico da fundação do Movimento Negro Unificado em 1978.

Pela primeira vez a celebração do feriado municipal aconteceu em um dia útil, uma segunda-feira, e havia grande expectativa se a paralisa-ção das atividades poderia alterar a rotina da cidade. Felizmente tudo correu bem. Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação. Cidadãos, personalidades e representantes partidários e dos movimentos sociais, estudantis, de mulheres, da juventude e das centrais sindicais e dos sindicatos demonstraram amadurecimento em torno de uma aliança antirracista.

A marcha foi um sucesso e deixou um recado para a cidade de São Paulo: uma sociedade sem racismo só será conquistada se houver unidade de ação entre os movimentos sociais, parlamentares e governos comprometidos com esse ideal.

Curiosamente, nesse ano, vislumbrou-se a ideia de modificar o nome da Marcha da Consciência Negra para “Parada Negra”, a exemplo da já tradicional Parada do Orgulho Gay na cidade de São Paulo. Tal ideia, no entanto, não foi para a frente.

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4ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

Em 2007, terça-feira, a cidade de São Paulo assistiu uma vez mais à concentração antirracista no vão livre do Museu de Arte de São Paulo, na Avenida Paulista. Os participantes então ganharam novamente as ruas de São Paulo e saíram em direção às escadarias do Teatro Municipal. E nesta 4ª Marcha os protestos denunciaram a violência sofrida pela juventude negra.

Na ocasião, o clima de contestação juvenil ganhou colorido com a roupa, o cabelo e a beleza negra, destacando a influência cultural da Mama África.

Num depoimento da jornalista Lina Rosa, o que chama atenção foi a controvérsia acerca do número de participantes da 4ª Marcha da Consciên-cia Negra. Ela desabafa e indaga por que os números dos organizadores da Marcha são sempre tão diferentes daqueles da Polícia Militar.

(...) ”a pergunta é sobre os cálculos de público divulgados pela Polícia Militar e não questionados pela grande mídia, que, normalmente, nem sequer dá nome ao informante, fazendo crer que toda essa corporação avalia, calcula e pensa do mesmo jeito. Não há também aqui um equívoco? Não seria interessante para os/as jornalistas terem uma noção de cálculo relativa à ocupação por metros quadrados que os tornassem, também nesse item, balizados a questionar e informar seus leitores, ouvintes e telespectadores, de forma mais precisa, isenta, confiável? As informações são visivelmente disparatadas. Quando a organização faz, por exemplo, um cálculo aproximado de 30 mil participantes, a PM avalia em 3 mil, e assim vai. O que se passa? Há muito otimismo de um lado e má vontade do outro? As imagens estão mentindo? Existem intenções ocultas? Não é bom que cada negro brasileiro perceba que não está sozinho nesta luta? Os movimentos populares, quando não têm seus feitos criminalizados, têm suas ações minimizadas? Interessa à PM e também à mídia que o movimento contra o racismo, contra o preconceito e contra as desigual-dades sociais seja dissuadido? Desmotivado? Desmontado?” (...)

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Lina Rosa termina o artigo listando os quase 60 grupos e organiza-ções civis, de caráter artístico, cultural, político-partidário, parlamentar, os “independentes” e curiosos que prestigiaram a 4ª Marcha 5.

A participação do ativista Fred Hampton Jr., representante do Comitê dos Prisioneiros da Consciência (P.O.C.C), dos Estados Unidos, filho do ativista do Partido dos Panteras Negras Fred Hampton, assassinado em 4 de dezembro de 1969, foi o destaque internacional da 4ª Marcha.

Segundo Gal Souza, o ativista americano Hampton Jr. afirmou que ”mantém vivo o legado deixado por seu pai: a conscientização e o em-poderamento do negro nos Estados Unidos e no mundo” 6.

5. Ver artigo na integra no site: www.ciranda.net.6. Ver artigo na integra no site: www.ciranda.net.

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Cartaz 4ª Marcha | 20 de novembro de 2007

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5ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

A manifestação saiu às ruas de São Paulo em 20 de novembro de 2008, uma quinta-feira de feriado. Uma vez mais os manifestantes saíram do vão livre do Masp, na Avenida Paulista, e seguiram até as escadarias do Teatro Municipal, no Centro da cidade.

A Marcha demarcou naquela oportunidade os “120 anos da Abolição da Escravatura”, considerada ainda inacabada. Foi a vez de homenagear grandes personalidades da História do Brasil. Relembrou-se o centenário da morte de Machado de Assis; o centenário do nascimento de Cartola e de Solano Trindade. Chamou-se a atenção de todos para o centenário da Umbanda no Brasil, com a reivindicação do fim da intolerância religiosa. Mais ainda, rememorar aspectos importantes da História do Brasil foi uma forma de sensibilizar as escolas públicas e privadas para implantar a Lei nº 10.639/2003, cuja temática é a História e Cultura Afro-Brasileira, História da África e dos Africanos, e, sobretudo, impulsionar habilidades formado-ras de uma educação antirracista e laica nas escolas, precisamente no currículo, no livro didático e na formação e valorização do educador e do educando por uma escola sem qualquer tipo de discriminação.

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Cartaz 5ª Marcha | 20 de novembro de 2008

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6ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

Em 2009, numa sexta-feira, a marcha sofreu uma mudança no seu trajeto.

Desta vez a concentração não foi no vão livre do Museu de Arte de São Paulo, o Masp, na Avenida Paulista, e mudou para Largo do Paissandu, em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, e de lá os manifestantes seguiram pela Avenida São João, Praça da República, Avenida São Luís, até chegar às escadarias do Teatro Mu-nicipal, na Praça Ramos de Azevedo.

Oliveira Silveira, carinhosamente chamado de o “Poeta da Con-sciência Negra”, foi o grande homenageado da 6ª Marcha, em reconheci-mento à sua dedicação à valorização da negritude na história do Brasil 7.

7. Oliveira Silveira nasceu em Rosário do Sul (RS) em 1941, morto em 2009, foi um dos fundadores do Grupo Palmares, em julho de 1971, em Porto Alegre, e deixou um legado de luta para demarcar a história das comemorações do dia 20 de novembro ‒ Dia Nacional da Consciência Negra. Estimulou ainda a realização do 1º Encontro Nacional de Clubes Negros, em 2006, quando identificou mais de 70 Clubes Negros no Brasil.

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Cartaz 6ª Marcha | 20 de novembro de 2009

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7ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

No sábado, dia 20 de novembro de 2010, a 7ª Marcha saiu do Largo do Paissandu, e ocupou novamente as ruas do Centro de São Paulo. Nessa ocasião a marcha homenageou os 100 anos da Revolta da Chibata (1910-2010) e seu líder, João Candido, conhecido como o Almirante Negro.

A Revolta da Chibata é referência obrigatória para conhecer a história de luta dos trabalhadores brasileiros, em especial a população negra, pela garantia dos seus direitos. Uma luta vitoriosa que extinguiu o castigo da chibata imposta aos trabalhadores da Marinha Brasileira no início da República (1910).

Os protestos e as reivindicações das Entidades Negras de São Paulo estampados no jornal da 7ª Marcha exigiam mais e melhores oportunidades.

Marchamos por Zumbi, Dandara, João Cândido e;- por cotas nas universidades públicas - basta ao genocídio contra

a juventude negra;

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Cartaz 7ª Marcha | 20 de novembro de 2010

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- pela regularização fundiária das terras quilombolas - basta a vio-lência no campo;

- pela Implantação da Lei nº 10.639/03 em todas as escolas brasileiras - basta a indiferença diante da sabedoria e conhecimento dos africanos e da diáspora negra;

- por política pública de promoção da igualdade racial na educação, saúde, trabalho e segurança - basta de políticas universalistas, elitista e machista;

- pela aplicação da Lei Maria da Penha - basta de violência contra a mulher;

- pela laicidade do Estado Brasileiro - basta de intolerância religiosa às religiões de matriz africana;

- pela aprovação do Feriado Nacional da Consciência Negra; - por solidariedade a todos os povos em luta!A coordenação da 7ª Marcha apontou a diminuição do público presente

e atribuiu responsabilidade à mudança do trajeto imposta pelo governo do município de São Paulo, que proibiu qualquer tipo de manifestação na Avenida Paulista. A proibição acarretou a difusão das homenagens a Zumbi por toda a capital e o interior de São Paulo 8.

Era 2010, um ano de eleições para a Presidência da República, e esse contexto político sempre resulta em impacto, positivo ou negativo, sobre os movimentos sociais.

A mudança do local de concentração, desde o ano anterior, não repercutia no grande público da cidade. Mas muitos dos que compareciam à Avenida Paulista eram informados de que a concentração da Marcha tinha sido mudada para o Largo do Paissandu, e isso, provavelmente, provocou o desencontro de informações e desmotivou a participação de mais paulistanos.

8. Em 2010, segundo a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir.), ligada à Presidência da República, mais de 850 municípios brasileiros comemoram o Dia Nacional da Consciência Negra, com festividades, feriado ou ponto facultativo. Ver: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/11/confira-cidades-onde-e-feriado-ou-ponto-facultativo-neste-sabado.html. Acesso em: 9 jun. 2013.

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8ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

Em 2011, a Marcha voltou a percorrer o trajeto tradicional.No domingo 20 de novembro a Marcha da Consciência Negra saiu

como de costume do Museu de Arte de São Paulo, na Avenida Paulista, e seguiu para o Teatro Municipal, no Centro. Novos episódios da violência social foram denunciados e as bandeiras de luta exigiam o fim da violência doméstica contra a mulher, da homofobia, do trabalho escravo e infantil, do extermínio da juventude negra e da criminalização dos movimentos sociais. E a garantia da legislação trabalhista a todas as trabalhadoras domésticas, assim como a garantia da regularização das terras quilombolas. Desta vez a marcha homenageou a Irmandade dos Homens Pretos da Igreja Nossa Senhora do Rosário, fundada em 1711, e Benedito de Jesus Batista Laurindo, carinhosamente chamado de “Padre Batista”, por sua ação pas-toral voltada para as crianças e os adolescentes desde a Paróquia de São Januário, na Mooca, até a região central da Sé.

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300 anos da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

Homenageados da 9ª Marcha | 20 de novembro de 2011

20 anos da morte do Padre Batista

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9ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

Nesse ano de 2012, uma vez mais a Marcha saiu da Avenida Paulista, no 20 de Novembro, uma terça-feira de feriado municipal, e percorreu as ruas de São Paulo. Uma vez mais a manifestação chamou a atenção da sociedade para as dificuldades enfrentadas pela juventude negra nas periferias da cidade. O grande protesto fez referência ao elevado índice de assassinato de jovens negros e pobres na periferia paulistana e defendeu as “cotas raciais” no Ensino Superior.

Nesse dia, mesmo sob a forte chuva que desabou sobre a cidade, a Marcha não dispersou e cumpriu seu trajeto, conseguindo chegar às escadarias do Teatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo.

O desacordo quanto ao número de manifestantes novamente veio à tona. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 500 pessoas participaram da 9ª Marcha 9.

Mais importante que a quantidade de pessoas foi a participação qual-itativa das redes de familiares de vítimas diretas da violência, juntamente com as organizações do Movimento Negro, das Mulheres Negras, das feministas, dos movimentos sociais do campo, os cursinhos comunitários, os sindicatos, as associações, os saraus periféricos, as posses de hip-hop, a imprensa alternativa, os representantes de vários partidos políticos e inúmeras outras entidades da sociedade civil, todos participantes do Comitê de Luta Contra o Genocídio da Juventude Negra e Periferia de São Paulo 10.

E o clamor era e é por mais justiça, mais respeito, e paz!

9. Ver artigo de Fernanda Cruz, da Agência Brasil, publicado 20/11/2012, no site http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2012/11/marcha-da-consciencia-negra-em-sao-paulo-protesta-contra-violencia-na-periferia. Acesso em: 10 jun. 2013.

10. Uma delegação internacional de 80 jovens representantes da luta pelo direito à terra na Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Suécia, Uruguai e Venezuela participaram da 9ª Marcha. A delegação era visitante do curso de formação da Escola Florestan Fernandes.

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E, neste ano de 2013, será realizada a 10ª Marcha, mas ainda vamos construir essa história.

Olhando para o passado, já se foram dez anos de luta por uma sociedade sem racismo. Muitos dos participantes dessa longa caminhada já não estão mais entre nós. Na crença da cultura de matriz africana, eles foram juntar-se à ancestralidade. Nossas homenagens a Marisa Dandara, Isis Nunes, Maria da Penha Nascimento Campos, Professor Eduardo de Oliveira, Exalta de Camargo Dias, Sonia Leite e Majô, entre muitos outros identificados apenas nos números estatísticos. O racismo cotidiano os vitimou com péssimas condições de saúde, baixos salários, insalubri-dade, violência policial, violência de gênero, solidão afetiva ou tristeza.

Mas, cada um a seu modo, exigiu respeito às diferenças, justiça e dignidade social, valores intrínsecos à luta antirracista da Marcha da Consciência Negra em São Paulo.

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Cartaz 9ª Marcha | 20 de novembro de 2012

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Anexo

LEI Nº 13.707, DE 7 DE JANEIRO DE 2004

(Projeto de Lei nº 617/01, dos vereadores Ítalo Cardoso e Claudete Alves – PT) Dispõe sobre feriado municipal no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. MARTA SUPLICY, Prefeita do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 27 de novembro de 2003, decretou e eu promulgo a seguinte lei: Art. 1º – Fica instituído o feriado municipal do Dia da Consciência Negra, a ser comemorado todos os dias 20 de novembro, passando o artigo 1º da Lei nº 7.008, de 6 de abril de 1967, a vigorar com a seguinte redação: “Art. 1º – São considerados feriados no Município da Capital, para efeito do que determina o artigo 11 da Lei Federal nº 605, de 5 de janeiro de 1949, com a nova redação conferida pelo Decreto-Lei nº 86, de 27 de dezembro de 1966, os dias 25 de janeiro, 2 de novembro, 20 de novembro, sexta-feira da Semana Santa e Corpus Christi”. Art. 2º – A data fica incluída no Calendário Municipal de Eventos. Art. 3º – As despesas decorrentes da presente lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário. Art. 4º – Esta lei entra em vigor na data da sua publicação. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 7 de janeiro de 2004, 450º da fundação de São Paulo. MARTA SUPLICY, PREFEITA LUIZ TARCISIO TEIXEIRA FERREIRA, Secretário dos Negócios Jurídicos LUÍS CARLOS FERNANDES AFONSO, Secretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico Publicada na Secretaria do Governo Municipal, em 7 de janeiro de 2004. RUI GOETHE DA COSTA FALCÃO, Secretário do Governo Municipal.

http://www3.prefeitura.sp.gov.br/cadlem/secretarias/negocios_juridicos/cadlem/integra.asp?alt=08012004L%20137070000. Acesso em: 23 mai 2013.

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Documentos eletrônicos

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