livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

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DE ACORDO COM AS NOVAS PRÁTICAS CONTÁBEIS BRASILEIRAS EM PADRÃO INTERNACIONAL (IFRS) Clóvis Luís Padoveze INTRODUÇÃO SEGUNDA EDIÇÃO

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DE ACORDO COM AS NOVAS PRÁTICAS CONTÁBEIS BRASILEIRAS EM PADRÃO INTERNACIONAL (IFRS)

Clóvis Luís Padoveze

I N T R O D U Ç Ã O

SEGUNDA EDIÇÃO

S E G U N D A E D I Ç Ã O

I N T R O D U Ç Ã O

Clóvis Luís Padoveze

Para suas soluções de curso e aprendizado, visite www.cengage.com.br

CLÓVIS LUÍS PADOVEZEé doutor em Controladoria e Contabilidade

pela Universidade de São Paulo (FEA-USP),

mestre em Ciências Contábeis pela Pontíficia

Universidade Católica de São Paulo e

professor do mestrado profissional em

Administração da Universidade Metodista

de Piracicaba – SP.

É autor de inúmeros livros na área de

contabilidade, contabilidade gerencial,

controladoria e finanças, além de publicar

regularmente artigos em revistas

especializadas.

Em 2009 recebeu o Troféu Cultura Econômica

Jornal do Comércio e Caixa RS, de

Porto Alegre – RS, pelo melhor livro de

contabilidade de 2009, Gerenciamento do

Risco Corporativo em Controladoria,

editado pela Editora Cengage Learning.

ISBN 13 978-85-221-0803-9ISBN 10 85-221-0803-X

Cló

vis L

uís P

adoveze

INTRODUÇÃO À A

DM

INISTRA

ÇÃO

FINANCEIRA

9 7 8 8 5 2 2 1 0 8 0 3 9

O U T R A S O B R A S

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – 3ª edição revista e ampliada

Clóvis Luís Padoveze e Gideon Carvalho de

Benedicto

CONTABILIDADE DE CUSTOS – 11ª edição

Edward J. VanDerbeck & Charles F. Nagy

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conceitos, métodos e aplicações –

Tradução da 12ª edição norte–americana

Clyde P. Stickney e Roman L. Weil

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Clóvis Luís Padoveze

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Clóvis Luís Padoveze

Este livro caracteriza-se pela abordagem prática e metodológica e apresenta uma visão

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entendimento dos fluxos e das funções financeiras, a compreensão das demonstrações

financeiras básicas e seus instrumentos de análise, além dos fundamentos para o

planejamento financeiro e o controle orçamentário.

A obra é estruturada em três partes. Na Parte I são abordados o fluxo financeiro, os

objetivos e as funções das finanças, o entendimento do custo de capital, a análise da

rentabilidade e os critérios de avaliação de investimentos. A Parte II é dedicada ao estudo

das três funções financeiras fundamentais: a decisão de investimento, a decisão de

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SEGUNDA EDIÇÃO DE ACORDO COM AS NOVAS PRÁTICAS CONTÁBEIS BRASILEIRAS EM PADRÃO INTERNACIONAL (IFRS)

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INTRODUÇÃO ÀADMINISTRAÇÃO

FINANCEIRA

adm_00:adm_00 9/15/10 12:03 PM Page I

Page 4: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

Padoveze, Clóvis LuísIntrodução à administração financeira : texto eexercícios / Clóvis Luís Padoveze. -- 2. ed. -- São Paulo : Cengage Learning, 2010.

BibliografiaISBN 978-85-221-1470-2

1. Administração financeira 2. Administração financeira - Problemas, exercícios etc I. Título.

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INTRODUÇÃO ÀADMINISTRAÇÃO

FINANCEIRA Texto e Exercícios

2a edição

Clóvis Luís Padoveze

Austrália • Brasil • Japão • Coreia • México • Cingapura • Espanha • Reino Unido • Estados Unidos

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Page 6: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

Introdução à Administração Financeira –2a ediçãoClóvis Luís Padoveze

Gerente Editorial: Patricia La Rosa

Editora de Desenvolvimento: Gisela Carnicelli

Supervisora de Produção Editorial: Fabiana Alencar Albuquerque

Revisão: Daniele Fátima Oliveira e Ivaldo Soares

Diagramação: Cia. Editorial

Capa: Ale Gustavo

©2011 Cengage Learning Edições Ltda.

Todos os direitos reservados.

Todos os direitos reservados. Nenhuma partedeste livro poderá ser reproduzida, sejam quaisforem os meios empregados, sem a permissão,por escrito, da Editora. Aos infratores aplicam-seas sanções previstas nos artigos 102, 104, 106 e107 da Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

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ISBN-13: 978-85-221-1470-2ISBN-10: 85-221-1470-6

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Impresso no Brasil.Printed in Brazil.2 3 4 5 6 7 15 14 13 12 11

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Sumário

PARTE I – FUNDAMENTOS

Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IXPrefácio à 2a edição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XICapítulo 1 – Fluxo Financeiro ou de Caixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Fluxo Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3Demonstrações Financeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11Demonstração do Fluxo de Caixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16Métodos de Apresentação do Fluxo de Caixa: Direto e Indireto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20Fórmulas para Obtenção dos Dados do Fluxo de Caixa pelo Método Direto . . . . . . . . . . 25Análise do Fluxo de Caixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28Periodicidade do Fluxo de Caixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29Depreciação como Fonte de Caixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29Apêndice: Critérios Básicos de Avaliação dos Elementos do Balanço Patrimonial . . . . . . . 32Questões e Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

Capítulo 2 – Objetivos, Funções e Estrutura de Finanças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39Objetivo de Finanças: Maximização do Lucro x Maximização da Riqueza x Criação de Valor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39Lucro Econômico x Lucro Contábil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41Criação de Valor – Atividade Produtiva e Valor Agregado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43Criação de Valor para o Acionista e Valor Econômico Adicionado (EVA – Economic Value Added ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44Modelo de Gestão Econômica para Criação de Valor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46Valor de Mercado Adicionado (MVA – Market Value Added ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47Funções de Finanças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48Responsabilidade Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52Risco, Retorno e Liquidez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52Teoria da Agência (Agency Theory) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54Governança Corporativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55Estrutura Administrativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57Questões e Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

Capítulo 3 – Custo de Capital e Rentabilidade do Investimento . . . . . . . . . . . . . . . . . 63Análise de Rentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64Custo de Capital: Parâmetro para Avaliação da Rentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72Rentabilidade do Acionista pelo Lucro Líquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

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Rentabilidade da Empresa pelo Lucro Operacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78Rentabilidade do Financiamento pela Alavancagem Financeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83Análise Geral da Rentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83Custo de Capital, Estrutura do Passivo e Valor da Empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84Custo do Capital Próprio: Introdução ao Modelo CAPM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90Questões e Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

Capítulo 4 – O Processo de Gestão e o Valor do Dinheiro no Tempo . . . . . . . . . . . . . 99O Processo de Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99Planejamento Estratégico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100Planejamento Operacional e Planejamento de Curto Prazo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102Planejamento Financeiro de Longo Prazo ou Orçamento de Capital . . . . . . . . . . . . . . . 102O Valor do Dinheiro no Tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103Critérios de Avaliação dos Investimentos – VPL, TIR, Tirm, Payback . . . . . . . . . . . . . . 106Projetos de Investimento e Fluxo de Caixa Descontado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114Questões e Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120

PARTE II – PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Capítulo 5 – Decisão de Investimento e Estrutura do Ativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125Conceito e Classificação de Investimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125Determinação da Estrutura do Ativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127Modelo de Decisão para Definição da Estrutura do Ativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128Exemplo de Estruturas de Ativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129Estrutura do Ativo, Estrutura de Custos e Alavancagem Operacional . . . . . . . . . . . . . . 131Risco Operacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136Modelo de Decisão da Margem de Contribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138Margem de Contribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143Ponto de Equilíbrio (Break-Even Point) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145Modelo de Decisão da Margem de Contribuição – Vários Produtos . . . . . . . . . . . . . . . 152Utilização do Modelo de Decisão da Margem de

Contribuição para Maximização do Lucro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153Exemplo de Utilização do Modelo e suas Variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153Questões e Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155

Capítulo 6 – Decisão de Financiamento e Estrutura do Passivo . . . . . . . . . . . . . . . . 161Estrutura do Passivo como Opção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .162Capital Próprio e Capital de Terceiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .162Grau de Endividamento e Risco Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163Alavancagem Financeira e Alavancagem Combinada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167

VIMMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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O Impacto Tributário na Alavancagem Financeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174Modelos de Decisão para Emprestar ou Não Emprestar: Ponto de Indiferença . . . . . . . 174Mercados Financeiros e Sistema Financeiro Nacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178Fontes de Financiamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179Fontes de Recursos Próprios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181Fontes de Recursos de Terceiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183Questões e Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186

Capítulo 7 – Decisão de Dividendos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189Sinalização para os Investidores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .189Política de Dividendos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190Continuidade da Empresa e Manutenção do Capital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191O Caso Brasileiro – Algumas Características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192Juros sobre o Capital Próprio (JSCP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193Questões e Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194

Capítulo 8 – Introdução à Gestão do Capital de Giro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195Ciclo Operacional, Ciclo Econômico e Ciclo Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195Mensuração e Gestão do Ciclo Operacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198Mensuração e Gestão dos Ciclos Econômico e Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201Mensuração Contábil dos Ciclos Econômico e Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201Gestão do Capital de Giro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204Principais Fatores que Afetam a Necessidade Líquida de Capital de Giro . . . . . . . . . . . 211Estratégias Financeiras: Hedging, Derivativos, Securitização, Factoring . . . . . . . . . . . . 214Questões e Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216

Capítulo 9 – Análise das Demonstrações Financeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219Análise Financeira ou de Balanço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219Análise da Rentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231Valor Econômico Agregado ou Adicionado (EVA® – Economic Value Added) . . . . . . . . . 231Questões e Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234

PARTE III – PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

Capítulo 10 – Planejamento e Controle Orçamentário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239Conceitos e Tipos de Orçamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241Orçamento, Inflação e Moedas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245Organização e Processo de Elaboração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246Estrutura do Plano Orçamentário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249Orçamento de Vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252

SUMÁRIOMMVII

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Orçamento de Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 256Orçamento de Capacidade e Logística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257Orçamento de Materiais e Estoques . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 258Orçamento de Impostos a Recolher . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 262Orçamento de Despesas Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263Orçamento de Investimentos e Financiamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272Controle Orçamentário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277Questões e Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279

Capítulo 11 – Projeção das Demonstrações Financeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 289Demonstrativos Contábeis a Serem Projetados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 289Metodologia das Projeções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 290Questões e Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 295

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 301

VIIIMMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Prefácio

Nosso tra ba lho foi estru tu ra do tendo como refe rên cia uma visão geral de finan çasempre sa riais para a dis ci pli na Administração Financeira e Orçamentária em cur sosde gra dua ção em Administração, Economia, Contabilidade e Engenharia. Portanto,carac te ri za-se den tro de uma abor da gem intro du tó ria. Como, de um modo geral, háo con ta to com essa dis ci pli na após dis ci pli na ou dis ci pli nas intro du tó rias deContabilidade, par ti mos da pre mis sa de que o lei tor já conhe ce os con cei tos bási cosdas demons tra ções finan cei ras fun da men tais, do balan ço patri mo nial e da demons -tra ção de resul ta dos.

A estrutura do trabalho está centralizada na apresentação dos objetivos e mode-los que embasam as decisões financeiras fundamentais: a decisão de investimento, adecisão de financiamento e a decisão de dividendos. Para tanto, é necessário enten-der os fluxos econômicos e financeiros, os fundamentos do custo de capital, a análi-se financeira, a análise de investimentos e as projeções.

A principal opção metodológica que adotamos foi a de fazer uma apresentaçãodo fluxo financeiro ou de caixa antes da apresentação dos objetivos e fundamentosde finanças. Os motivos principais são:

a) essa opção permite um reencontro com os fundamentos da demonstração deresultados e o balanço patrimonial, e as inter-relações de seus valores e contas;

b) permite ao docente a possibilidade de uma revisão das principais movimenta-ções econômico-financeiras de uma empresa;

c) possibilita também uma revisão das diferenças entre os conceitos de geraçãode lucro e geração de caixa;

d) permite desenvolver os modelos de fluxos de caixa direto e indireto, seus ele-mentos formadores e as fórmulas de obtenção dos dados;

e) deixa claro o fluxo de caixa como demonstrativo complementar e fundamental aobalanço e à demonstração de resultados para a gestão financeira das empresas.

Após o contato com o fluxo financeiro e uma revisão das demonstrações finan-ceiras fundamentais, entendemos que se torna mais fácil e assimilável a apresenta-ção dos objetivos e funções das finanças. Em termos metodológicos, sugerimos aosdocentes que, enquanto o primeiro capítulo foi apresentado e treinado, solicitem aosalunos trabalhos de leitura e resumo dos objetivos e funções financeiras, utilizandotextos de outros autores. Dessa maneira, a apresentação do segundo capítulo emclasse será mais discussão e debate do que propriamente apresentação. Outrosrecursos didáticos podem ser utilizados – por exemplo, apresentações do tema porgrupos de alunos, de forma resumida.

A segunda opção metodológica que introduzimos é a apresentação, logo emseguida, do conceito de custo de capital. Temos notado que, em cursos de graduação,esse conceito nem sempre é enfatizado, sendo apresentado de maneira rápida, nor-malmente em conjunto com os critérios de avaliação de investimentos. Nessemomento, faz-se a apresentação conjugada dos conceitos de custo de capital e ren-tabilidade do investimento.

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Os demais temas são apresentados dentro de uma sequência tradicional, em quecada docente pode trabalhar os diversos temas com mais ou menos ênfase. Todos oscapítulos trazem exercícios para aprendizagem. Esperamos que nosso trabalho sejaútil, e ficamos gratos por qualquer sugestão de tema a ser inserido.

XMMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Prefácio à Segunda Edição

É com imensa satisfação que temos a oportunidade de rever o conteúdo de nossotrabalho para esta segunda edição. Nosso entendimento é que uma nova ediçãorepresenta uma resposta dos usuários de nosso livro, aprovando sua concepção. Istonos deixa gratificado, mas também dá-nos uma responsabilidade e desafio de conti-nuar tendo a aprovação de todos, mantendo a qualidade do trabalho.

Nesta oportunidade procuramos fazer os ajustes necessários e mesmo algumascorreções, procurando sempre deixar o material em condições de utilização para osdocentes, discentes e profissionais da área.

Várias alterações foram realizadas tendo em vista as recentes modificações naestrutura de apresentação das demonstrações financeiras em razão da adaptação daspráticas contábeis brasileiras às normas internacionais de contabilidade determinadapela Lei 11.638 de dezembro de 2007 e corroboradas pela Lei 11.941 de maio de 2009,que alteraram as disposições contábeis da Lei 6.406/76, conhecida como Lei das S/A.As alterações principais nas demonstrações financeiras e práticas contábeis foram:

a) Supressão do conceito de Ativo Permanente, sendo substituído pelo conceitode Ativo Não Circulante, que passou a englobar o Realizável a Longo Prazo, osInvestimentos, o Imobilizado e o Intangível;

b) Eliminação do conceito de Ativo Diferido, que não mais existirá;c) Inclusão do grupo Intangível, que absorverá os direitos de bens incorpóreos

que tenham condição de produzir benefícios econômicos futuros e possam sereles mesmos comercializáveis;

d) Introdução do conceito de Passivo Não Circulante, que englobará o Exigível aLongo Prazo;

e) Eliminação da possibilidade de Reavaliação de Ativos;f) Introdução do conceito de redução ao valor recuperável de ativos (impairment)

para provisionar valores contábeis de ativos acima de valor do mercado ou dovalor em uso;

g) Introdução do conceito de valor justo (fair value) para aferir o valor dos ativos epassivos ao preço de mercado ou pelo fluxo de caixa descontado (valor em uso).

Em relação ao livro, essas alterações restringiram-se basicamente ao formato deapresentação, uma vez que as alterações não trazem substancialmente nenhumamodificação nos aspectos gerenciais e de retorno do investimento.

Consideramos a principal alteração financeira nesta nova edição a inclusão noCapítulo 4 – O Processo de Gestão e o Valor do Dinheiro no Tempo, do conceito deTirm – Taxa Interna de Retorno Modificada. Era uma lacuna que queríamos eliminare esta nova edição nos deu essa oportunidade.

Agradecemos mais uma vez a todos que nos honram com a utilização de nossotrabalho e continuamos disponíveis para sugestões e modificações.

Clóvis Luís Padoveze

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PARTE I – FUN DA MEN TOS

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1 Fluxo Financeiro ou de Caixa

A gera ção de caixa é o obje ti vo que supor ta a mis são das empre sas, efe ti van do finan -cei ra men te os lucros neces sá rios à remu ne ra ção do capi tal inves ti do, com isso per mi -tin do a sua con ti nui da de – sua exis tên cia por tempo inde ter mi na do. A com preen sãoda movi men ta ção finan cei ra, por tan to, é fun da men tal para o enten di men to das ope -ra ções da empre sa e para a ava lia ção da via bi li da de e retor no do inves ti men to.

As empre sas nas cem a par tir de inves ti men tos nas ope ra ções neces sá rias para pro -du zir e ven der os pro du tos e ser vi ços esco lhi dos. Esses inves ti men tos são des ti na dosaos diver sos ati vos neces sá rios a essas ope ra ções, ati vos esses que, movi men ta dos pelaspes soas, pro du zem e comer cia li zam os pro du tos e ser vi ços, geran do os lucros neces sá -rios para dar o retor no espe ra do pelos inves ti do res. O retor no neces sá rio é deno mi na -do criação de valor.

O peque no e sim ples exem plo sobre o obje ti vo de finan ças com a aber tu ra deuma empre sa, de Ross et al. (2002, p. 26), ilus tra bem a ques tão: “No lin gua jar finan -cei ro, seria feito um inves ti men to em ati vos, como esto ques, máqui nas, ter re nos emão de obra. O dinhei ro apli ca do em ati vos deve ser con tra ba lan ça do por uma quan -tia idên ti ca de dinhei ro gera do por algum finan cia men to. Quando come çar a ven der,sua empre sa irá gerar dinhei ro. Essa é a base da cria ção de valor (grifo nosso). A fina li da -de da empre sa é criar valor para o seu pro prie tá rio. O valor está refle ti do no mode lobási co da empre sa, repre sen ta do pelo seu balan ço patri mo nial”.

Fluxo FinanceiroAs ope ra ções para pro du zir e ven der pro du tos e ser vi ços exi gem recur sos, que, porsua vez, têm que ser pagos em dinhei ro. O rece bi men to de dinhei ro pela venda des -ses pro du tos e ser vi ços é a con tra par ti da pelos esfor ços rea li za dos. A dife ren ça entreos valo res pagos pelos recur sos uti li za dos e os valo res rece bi dos pela venda dos pro -du tos e ser vi ços é a gera ção ope ra cio nal de caixa, que decor re do lucro gera do poresses pro du tos e ser vi ços.

Denominamos fluxo finan cei ro ou de caixa essa movi men ta ção bási ca de recur sos.Acoplado às movi men ta ções finan cei ras de inves ti men to e entra das de capi tal,temos o fluxo finan cei ro geral do empreen di men to. Assim, o fluxo finan cei ro ou decaixa pode ser defi ni do como o con jun to de movi men ta ções finan cei ras decor ren tedo paga men to e rece bi men to dos even tos eco nô mi cos das ope ra ções da empre sa edas ati vi da des de cap ta ção de recur sos e inves ti men tos de capi tal.

Geração de Lucro ver sus Geração de Caixa das OperaçõesConsiderando a empre sa em con ti nui da de, den tro de uma visão de longo prazo, todosos lucros devem se trans for mar em caixa. Contudo, no mundo real, o momen to da

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gera ção de lucro não coin ci de com o momen to da gera ção de caixa. Só há coin ci dên -cia des ses momen tos quan do todas as ope ra ções são rea li za das à vista, o que é impro -vá vel em uma empre sa em con di ções nor mais de ope ra ção. De um modo geral, agera ção de caixa é um even to que acon te ce em um momen to pos te rior à gera ção dolucro. Isso pode ser exem pli fi ca do de forma sim ples, con si de ran do as duas ati vi da desprin ci pais de uma empre sa comer cial: a com pra e a venda de mer ca do rias.

Vamos supor que uma empre sa adqui ra mer ca do rias para reven da no valor de $ 100, para paga men to em 30 dias. Essas mer ca do rias fica rão esto ca das nesse pri mei -ro momen to. O balan ço patri mo nial da empre sa regis tra essa movi men ta ção apon -tan do no ativo a conta de Estoque de Mercadorias, e no pas si vo, a conta de Du plicatas a Pagar a for ne ce do res, ambas no valor de $ 100. Nesse exem plo, dei xa -re mos de lado quais quer outros valo res patri mo niais, aten do-nos pura men te aoseven tos des sas ope ra ções.

4MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Ativo Passivo

Estoques 100 Duplicatas a Pagar 100

Essa con ta bi li za ção é feita con si de ran do-se o momento eco nô mi co do even to, ouseja, o momen to em que acon te ceu a com pra. A meto do lo gia con tá bil tra ba lha sem -pre com esse con cei to, con ta bi li zan do os dois momen tos bási cos das ope ra ções: o momen to eco nô mi co, quan do acon te ce o even to, e o momento finan cei ro, quan do a ope ra ção é fina li za da finan cei ra men te. O méto do da con ta bi li da de é exe cu ta do,então, sob o prin cí pio da com pe tên cia, que diz que um even to eco nô mi co tem que serescri tu ra do quan do de sua ocor rên cia, inde pen den te men te do seu paga men to ou rece bi men to.

Continuando nosso exem plo, vamos supor agora que as mer ca do rias sejam ven -di das, tam bém para rece bi men to em 30 dias, pelo valor de $ 180. Nesse momen to,iden ti fi ca mos três novos ele men tos:

1. O sur gi men to de um direi to, a ser regis tra do na conta Duplicatas a Receber,por que o clien te que adqui riu a mer ca do ria paga rá em 30 dias.

2. A gera ção do lucro de $ 80, uma vez que o valor da venda foi supe rior ao valorda com pra ($ 180 do valor da venda (–) $ 100 do valor da com pra).

3. O regis tro do lucro no pas si vo, que fica rá à dis po si ção dos donos do capi tal àespe ra de dis tri bui ção.

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Os dois even tos regis tra dos até agora, pelo momen to de suas ocor rên cias, mos -tra ram a geração de lucro de $ 80. Contudo, essa gera ção de lucro ainda não se trans -for mou em caixa. A gera ção de caixa ocorrerá quan do as tran sa ções de com pra evenda forem efe ti va das finan cei ra men te, ou seja, a dupli ca ta a rece ber será rece bi da,e a dupli ca ta a pagar será paga.

Em decor rên cia da venda, surge a pos si bi li da de de apre sen tar a gera ção do lucrosob a forma de uma outra demons tra ção finan cei ra, a Demonstração de Resultados.A mais conhe ci da é a Demonstração do Resultado do Exercício, que é uma demons -tra ção obri ga tó ria para fins legais e fis cais; ela mos tra o lucro gera do em um ano deope ra ções. Contudo, pode-se ter a Demonstração do Resultado de cada tran sa ção,para cada mês, para cada tri mes tre ou para cada perío do esco lhi do ou neces sá rio paraa ges tão eco nô mi co-finan cei ra. Essa pri mei ra Demonstração de Resultados pode serassim apre sen ta da:

FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM5

Ativo Passivo

Caixa 80 Lucro Gera do 80

Ativo Passivo

Duplicatas a Receber 180 Duplicatas a Pagar 100

Lucro Gerado 80

Demonstração de Resultados das Operações

Venda 180

(-) Custo das Mercadorias Vendidas (100)

= Lucro na Venda das Mercadorias 80

Para a con clu são de nosso exem plo, vamos supor que, pas sa dos os 30 dias, a dupli -ca ta do clien te seja rece bi da e a dupli ca ta do for ne ce dor seja paga. Recebendo-se $ 180 do clien te e pagan do-se $ 100 ao for ne ce dor, sobram para a empre sa $ 80, quefica rão no seu Caixa. O balan ço patri mo nial refle ti rá assim essas duas tran sa çõesfinan cei ras:

O balan ço patri mo nial fica agora da seguin te forma:

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Fica claro que, em con di ções nor mais, o lucro gera do se trans for ma em caixa. Em linhas gerais, pode mos dizer que a gera ção de caixa acon te ce depois da gera ção delucro. Essa admi nis tra ção finan cei ra é fun da men tal, pois, se nesse espa ço de tempo aempre sa não tiver dis po ni bi li da de para fazer face a seus com pro mis sos finan cei ros,ela se verá em difi cul da des. Para tanto, um con jun to de pro ce di men tos finan cei -ros deve ser obser va do de ante mão, de tal forma que a empre sa sem pre tenha recur -sos dis po ní veis ou no seu capi tal de giro para a ges tão finan cei ra entre o momen toda gera ção de lucro e o momen to da gera ção de caixa.

Uma outra demons tra ção finan cei ra pode ser estru tu ra da após essas tran sa ções.É a Demonstração do Fluxo de Caixa, ou sim ples men te Fluxo de Caixa, evi den cian -do os valo res rece bi dos e pagos. Ela pode ser assim apre sen ta da:

6MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Demonstração do Fluxo de Caixa

Recebimentos (a)

de Duplicatas de Clientes 180

Pagamentos (b)

de Duplicatas de Fornecedores (100)

Saldo (a - b) 80

(+) Saldo Inicial de Caixa 0

= Saldo Final de Caixa 80

O Aspecto Tridimensional da Gestão Empresarial

Como já intro du zi mos, pode mos dizer que a ges tão empre sa rial é seg men ta da emtrês aspec tos:

• o aspec to ope ra cio nal;• o aspec to eco nô mi co;• o aspec to finan cei ro.

Em cada ati vi da de desen vol vi da pela empre sa obser vam-se três aspec tos inter -de pen den tes. “O pri mei ro diz res pei to a qua li da de, quan ti da de e cum pri men to deprazo, que deno mi na mos de ope ra cio nal... Aos recur sos con su mi dos e aos pro du tose ser vi ços gera dos, podem ser asso cia dos valo res eco nô mi cos... o que cara te ri za oaspec to eco nô mi co da ati vi da de. Finalmente, as ope ra ções envol vem pra zos depaga men tos e rece bi men tos, o que cara te ri za o aspec to finan cei ro da ati vi da de”(Catelli e Guerreiro, 1992, p. 12).

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Fundamentalmente, o fator tempo está liga do ao aspec to ope ra cio nal das ati vi da -des, ou seja, ao cum pri men to dos pra zos do pro ces so de pro du ção e comer cia li za ção.O aspec to finan cei ro tam bém evi den cia o fator tempo, pois trata de pra zos de rece bi -men tos e paga men tos. A Figura 1.1 refle te os efei tos eco nô mi co, finan cei ro e patri mo -nial do aspec to tem po ral de exe cu ção ope ra cio nal das ati vi da des, evi den cian do o eloentre a ava lia ção do tempo gasto pelas ati vi da des e o resul ta do eco nô mi co gera do por elas.

FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM7

FluxoOperacional

(Físico)Fluxo

EconômicoFluxo

PatrimonialMensuração

Recursos

Produção

Produtos e Serviços

Desembolsos

Recebimentos

Saldo de Caixa

Estoques

Contas a Receber

Contas a Pagar

Caixa

Patrim. Líquido Final

Ativos Fixos

Custos/Estoques

Receitas

Resultado Operacional

ResultadoFinanceiro

Resultado Final

Fluxo Financeiro

Figura 1.1 – Fluxo Ope ra cio nal, Eco nô mi co, Finan cei ro e Patri mo nial das Ati vi da des.

Conceito de Caixa e DisponibilidadesA pala vra Caixa, de forma res tri ta, repre sen ta o nume rá rio exis ten te na empre sa emdeter mi na do momen to. Para fins de ges tão finan cei ra e neste livro, essa pala vra repre -sen ta, além do nume rá rio exis ten te, o valor dos sal dos ban cá rios e das apli ca çõesfinan cei ras de curto prazo. Esse con jun to de ati vos é deno mi na do Disponibilidadespela con ta bi li da de, mas uti li za re mos a pala vra Caixa como sinô ni mo.

A exis tên cia de apli ca ções finan cei ras de longo prazo (apli ca ções com res ga te pre -vis to além de um ano da data do encer ra men to de um balan ço patri mo nial) é pos sí -vel, mas sua clas si fi ca ção não é no grupo Disponibilidades. Elas são apre sen ta das noRealizável a Longo Prazo e se qua li fi cam mais ade qua da men te como inves ti men to.Contudo, esse tipo de ocor rên cia é menos comum, pois as empre sas, nota da men teem nosso país, ten dem a man ter suas apli ca ções finan cei ras como reser vas finan cei -ras para uti li za ção a curto prazo.

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Fornecedores

Vendas ClientesDespesas

Mão de ObraImpostos

Visão Geral da Movimentação Financeira ou do Fluxo de CaixaApresentamos a seguir, na Figura 1.2, uma visão esque má ti ca das prin ci pais movi men -ta ções finan cei ras de uma empre sa comer cial ou indus trial, tendo como refe rên cia o caixa.

8MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Capital dos

SóciosAtivos

Fixos

CAIXA (Caixa,

Bancos, Aplicações

Financeiras)

Receitas

Financeiras

Estoques

• Materiais

• Em Processo

• Acabados

Empréstimos

de Terceiros

Dividendos Desimobilizações

Visã

o do

Flu

xo E

conô

mico

–Fin

ance

iro

Fluxo de Financiamentos Fluxo de Investimentos

Fluxo Operacional (Resultado: Lucro ou Prejuízo)

*Amortizações/juros

Figura 1.2 – Visão Geral da Movi men ta ção Eco nô mi co-Finan cei ra.

Uma empre sa come ça com a deci são de inves tir. Os inves ti men tos são em ati vosfixos e em capi tal de giro. Os ati vos fixos rece bem essa deno mi na ção por que são ele -men tos patri mo niais que a empre sa adqui re com a inten ção de não reven der. Sãorepre sen ta dos clas si ca men te pelos ati vos imo bi li za dos (ter re nos, pré dios, equi pa men -tos, máqui nas, móveis e veí cu los). O capi tal de giro é repre sen ta do pela neces si da dede a empre sa ter esto ques à mão para pro du ção e ven das, e tam bém pela neces si da -de de dar um prazo para o rece bi men to das ven das. O capi tal de giro repre sen ta aope ra ção da empre sa.

Toda deci são de inves ti men to é acom pa nha da da deci são de finan cia men to, pois,para inves tir, é neces sá ria a obten ção de fun dos. Esses fun dos podem vir tanto dospro prie tá rios do negó cio, que toma ram a ini cia ti va de inves tir, como de ter cei ros, viafinan cia men tos ou emprés ti mos ban cá rios.

*

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O fluxo de caixa pode, então, ser seg men ta do em três gran des áreas:

1. fluxo de inves ti men tos;2. fluxo de finan cia men tos;3. fluxo das ope ra ções ou fluxo ope ra cio nal.

O fluxo de inves ti men tos com preen de:

• Os gas tos que a empre sa faz para aqui si ção de seus ati vos fixos, cor res pon den -do, então, às saí das de caixa.

• O valor rece bi do pelas desi mo bi li za ções, ou seja, o valor obti do pela venda deati vos fixos (imó veis, equi pa men tos etc.) que não são mais neces sá rios para asope ra ções ou que serão repos tos. Corresponde, então, a entra das no caixa.

• Os investimentos no capital de giro líquido (estoques, clientes, fornecedores,contas a pagar) constam do fluxo de caixa operacional.

O fluxo de finan cia men tos com preen de:

• A entra da de dinhei ro na empre sa a títu lo de entra da de capi tal, mais os seusincre men tos. Essas entra das são deno mi na das capital pró prio, pois a fonte des -ses recur sos são os donos da empre sa ( sócios, adqui rin do cotas da empre sa, ouacio nis tas, adqui rin do ações). Essa é, na rea li da de, em ter mos con cei tuais, a pri -mei ra entra da de caixa da empre sa, pois é o even to que a faz dar ori gem. Acarac te rís ti ca bási ca dessa entra da de caixa é que, fun da men tal men te, esse valornão será devol vi do aos donos até o encer ra men to das ati vi da des da empre sa.

• A entra da de dinhei ro de ter cei ros, por meio da obten ção de emprés ti mos efinan cia men tos na rede ban cá ria ou nos mer ca dos finan cei ros. Essas fon tes derecur sos são deno mi na das fontes de capi tal de ter cei ros. Correspondem às entra -das de caixa, mas, em linhas gerais, devem ser devol vi das no futu ro, uma vez queos emprés ti mos e finan cia men tos devem ser pagos com os encar gos finan cei ros.

• A saída de caixa para o paga men to dos encar gos finan cei ros do capi tal de ter -cei ros, nor mal men te deno mi na dos despesas finan cei ras (juros, comis sões,spread, varia ções cam biais ou mone tá rias etc.).

• A saída de caixa para o paga men to do prin ci pal dos emprés ti mos e finan cia -men tos obti dos, nos res pec ti vos ven ci men tos con tra ta dos. O paga men to doprin ci pal do capi tal de ter cei ros é deno mi na do amortização (da dívi da).

• A saída de caixa para a dis tri bui ção de lucros aos sócios ou acio nis tas. Quandose refe re às empre sas limi ta das, deno mi na-se lucros dis tri buí dos. Quando se refe -re às socie da des anô ni mas, deno mi na-se dividendos. No Brasil, exis te ainda afigu ra do paga men to de juros sobre o capi tal pró prio, que é tam bém uma formade dis tri bui ção de lucros, com tri bu ta ção dife ren cia da das demais dis tri bui ções.

• A saída de caixa para devo lu ção do capi tal social aos sócios ou acio nis tas. Essassaí das são raras, uma vez que, de um modo geral, só se retor na o valor do capi -tal social quan do do encer ra men to das ati vi da des da empre sa. Contudo, exis te

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a pos si bi li da de de redu ção do capi tal social, ou mesmo a recom pra de ações,quan do então se carac te ri za um tipo de saída de caixa.

O fluxo ope ra cio nal é o cami nho para a obten ção do lucro dese ja do pela empre sa. É,por tan to, o mais impor tan te, deven do ser ana li sa do de acor do com suas fun ções bási -cas. O fluxo das ope ra ções tem uma lógi ca bási ca que é o pro ces so de com prar, pro du -zir, ven der e rece ber, retor nan do em segui da o mesmo pro ces so, o que dá a ideia de ummovi men to cir cu lar, repe ti ti vo, con tí nuo, de forma a gerar lucros inin ter rup ta men te.

O fluxo ope ra cio nal com preen de basi ca men te:

• A saída de caixa para aqui si ção de esto ques de mer ca do rias (se comér cio) ematé rias-pri mas e com po nen tes (se indús tria). Conforme evi den cia do no fluxo,é comum que essa saída de caixa não seja de ime dia to, uma vez que, de ummodo geral, os for ne ce do res de mer ca do rias e mate riais dão um prazo paraope ra cio na li zar o paga men to das entre gas. Assim, essa saída de caixa cor res -pon de ao paga men to a for ne ce do res, por meio da qui ta ção das dupli ca tas ori -gi na das de suas fatu ras emi ti das con tra a empre sa.

• A saída de caixa para paga men to das des pe sas gerais neces sá rias para manu ten -ção e ope ra ção de todas as ati vi da des empre sa riais, de pro du ção, comer cia li za çãoe admi nis tra ção. As des pe sas com preen dem os gas tos com mão de obra e seusencar gos sociais, obri ga tó rios e espon tâ neos, e os gas tos diver sos com ener gia,via gens, alu guéis, segu ros, fre tes etc. São todas as des pe sas depar ta men tais.

• A entra da de caixa pelas ven das efe tua das de mer ca do rias, pro du tos ou ser vi -ços, por meio do rece bi men to das dupli ca tas dos clien tes, ori gi na das das fatu -ras emi ti das pela empre sa. Observe, no fluxo, que o even to que ante ce de orece bi men to das dupli ca tas dos clien tes é a venda. As empre sas que têm con -di ções de ven der à vista (super mer ca dos, por exem plo) não têm o tempo deespe ra para rea li zar finan cei ra men te a venda. Contudo, a maior parte dasempre sas vende a prazo, para dar tempo aos seus clien tes de escri tu ra rem asfatu ras e pro vi den ciar o paga men to.

• A saída de caixa para paga men to dos impos tos devi dos ao gover no, em suasdiver sas esfe ras e moda li da des. Os impos tos são gera dos pelas ven das, pelolucro, por movi men ta ção finan cei ra e outros fatos gera do res, con ti dos basi ca -men te nas ope ra ções da empre sa.

Preferimos alo car as receitas finan cei ras decor ren tes das apli ca ções finan cei rassepa ra da men te, com a movi men ta ção final de caixa. Alguns auto res clas si fi cam asrecei tas finan cei ras com o fluxo de finan cia men tos, como redu tor das des pe sasfinan cei ras. Porém, enten de mos que esse even to está estri ta men te liga do ao caixa eao seu saldo, razão por que não o clas si fi ca mos em nenhum dos três seg men tos dofluxo de caixa.

10MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Demonstrações Financeiras

Balanço Patrimonial: A Representação Básica da Gestão FinanceiraNo exem plo intro du tó rio em que evi den cia mos a gera ção de lucro e de caixa, veri fi ca -mos que o Balanço Patrimonial mos tra, além dos ele men tos patri mo niais exis ten tes, ocaixa e o lucro gera dos. Portanto, fica claro que essa demons tra ção finan cei ra é a maisimpor tan te e deve ser o guia para toda a ges tão finan cei ra.

Essa demons tra ção, ela bo ra da pela con ta bi li da de, tem a seguin te apre sen ta çãobási ca:1

Quadro 1.1 – Estrutura Bási ca do Balan ço Patri mo nial

FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM11

1 Ver, ao final do capí tu lo, os prin ci pais cri té rios de ava lia ção uti li za dos pela con ta bi li da depara as con tas do balan ço patri mo nial.

Podemos, outros sim, fazer uma adap ta ção para ade quar o balan ço patri mo nial àsneces si da des da ges tão finan cei ra bási ca, de modo a per mi tir que essa demons tra çãofinan cei ra apre sen te de forma mais clara o resul ta do das deci sões de inves ti men to e finan cia men to. As deci sões de inves ti men to devem ser refle ti das no passivo e clas si -fi ca das entre capi tal de giro e ativo fixo. Em outras pala vras, repre sen tam as apli ca çõesde recur sos na empre sa. As deci sões de finan cia men to devem ser refle ti das no passivo

ATIVO PASSIVO (1)

CIRCULANTE CIRCULANTE

Disponibilidades, Contas a Receber de Clientes, Duplicatas e Contas a Pagar, Impostos a Recolher, Estoques e outros valores a receber e a realizar, Empréstimos e Financiamentos e outras obrigações,dentro do prazo de um ano vencíveis dentro do prazo de um ano

NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Bens e direitos a receber ou a realizar com prazo Empréstimos e Financiamentos, Tributos parcelados e outrassuperior a um ano, com intenção de negociação obrigações com vencimento superior a um ano, e ou realização receitas diferidas

Investimentos, Imobilizado e Intangível PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Bens e direitos, adquiridos ou construídos com intenção de Valor das entradas de capital, mais as reservas originadas denão venda, para utilização nas atividades operacionais doações, os ajustes de avaliação patrimonial ainda nãoda companhia, com os valores líquidos das depreciações, contabilizadas em resultado, mais os lucros retidos nas amortizações e exaustões (antigo Ativo Permanente) Reservas de Lucros, menos Prejuízos Acumulados

(1) Com a adoção das práticas internacionais de contabilidade introduzida pela Lei 11.638/07, muitas

empresas passaram a denominar o lado direito do balanço patrimonial de Passivo e Patrimônio

Líquido. Em todo o nosso trabalho, manteremos a denominação de Passivo para o lado direito do

balanço patrimonial.

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Assumindo valo res alea tó rios para os prin ci pais ele men tos patri mo niais con tá -beis, pode mos apre sen tar o balan ço patri mo nial con for me as duas óti cas: a óticacon tá bil e a ótica finan cei ra. A Tabela 1.1 evi den cia o balan ço apre sen ta do sob aótica con tá bil, com a sua nomen cla tu ra.

Tabela 1.1 – Balanço Patri mo nial – Ótica Con tá bil

12MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

ATIVO PAS SI VO

Circulante 3.500 Circulante 1.600

Caixa 100 Duplicatas a Pagar 900

Duplicatas a Receber 1.000 Impostos e Contas a Pagar 700

Estoques 2.400

Exigível a Longo Prazo 2.000

Financiamentos 2.000

Não Circulante 3.500 Patrimônio Líquido 3.400

Imobilizado 3.500 Capital Social 3.000

Lucros Acumulados 400

Total 7.000 Total 7.000

Observe-se que os ati vos e pas si vos cir cu lan tes são os ele men tos do fluxo ope ra -cio nal e cor res pon dem ao giro da empre sa. Os pas si vos cir cu lan tes são obri ga ções decurto prazo e estão rela cio na dos com os ati vos cir cu lan tes. As dupli ca tas a pagardecor rem da com pra de esto ques, e os impos tos e con tas a pagar decor rem das ven -das (e, por tan to, das dupli ca tas a rece ber), dos esto ques e dos lucros. Podemos afir mar,dessa manei ra, que os pas si vos cir cu lan tes tra di cio nais são ele men tos redu to res dosati vos cir cu lan tes, ou seja, cor res pon dem à par ce la ainda não paga dos ati vos cir cu lan -tes. Deixamos de intro du zir o grupo rea li zá vel a longo prazo para sim pli fi ca ção.

ATIVO PAS SI VO

INVES TI MEN TOS FINAN CIA MEN TOS

APLI CA ÇÕES DE RECUR SOS FON TES DE RECUR SOS

Capital de Giro Capital de Terceiros

Ativo Fixo Capital Próprio

Figura 1.3 – Balanço Patri mo nial na Ótica das Deci sões Finan cei ras.

e clas si fi ca das entre capi tal de ter cei ros e capi tal pró prio. Representam as fon tes derecur sos obti das pela empre sa para fazer os inves ti men tos. O balan ço patri mo nial, soba ótica finan cei ra, pode ser então apre sen ta do como na Figura 1.3.

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Dentro dessa linha de racio cí nio, a ótica finan cei ra per mi te levar para o ativo os pas -si vos cir cu lan tes rela cio na dos com o giro da empre sa, com sinal nega ti vo, pas san do essecon jun to de ele men tos patri mo niais a ser deno mi na do capital de giro (ou capital de giropró prio). O ativo não circulante (excluso o realizável a longo prazo) muda a nomen cla -tu ra para ativo fixo. Os finan cia men tos, carac te ris ti ca men te de longo prazo, repre sen tamo capi tal de ter cei ros; o patri mô nio líqui do con tá bil repre sen ta o dinhei ro dos sócios ouacio nis tas, pro prie tá rios da empre sa, e é deno mi na do finan cei ra men te de capital pró prio.A Tabela 1.2 apre sen ta o balan ço patri mo nial sob a ótica finan cei ra.

Tabela 1.2 – Balanço Patri mo nial – Ótica Finan cei ra

FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM13

ATIVO PAS SI VO

Capital de giro 1.900 Capital de Terceiros 2.000

Caixa 100 Financiamentos 2.000

Duplicatas a Receber 1.000

Estoques 2.400

(-) Duplicatas a Pagar (900)

(-) Impostos e Contas a Pagar (700)

Ativo fixo 3.500 Capital Próprio 3.400

Imobilizado 3.500 Capital Social 3.000

Lucros Acumulados 400

Total 5.400 Total 5.400

Sob essa ótica é que o balan ço patri mo nial fun da men ta a ges tão de finan ças. Essaapre sen ta ção per mi te evi den ciar cla ra men te os efei tos das fun ções finan cei ras pri -mor diais, bem como desen vol ver os prin ci pais mode los deci só rios para os obje ti vosde finan ças den tro das empre sas.

Modelo para Gestão Financeira: Balanço Patrimonial ou Fluxo de Caixa?É impor tan te res sal tar que, ape sar do fluxo de caixa, em um pri mei ro momen to,apre sen tar-se como o mode lo bási co da ges tão de finan ças, ele não o é na rea li da de.O mode lo bási co é o balan ço patri mo nial, uma vez que con tém todos os ele men tospatri mo niais exis ten tes em um deter mi na do momen to, as obri ga ções e os direi tos daempre sa, o valor do capi tal dos pro prie tá rios, bem como o resul ta do acu mu la do dos lucros na empre sa. Apresenta tam bém o pró prio caixa.

O caixa é um dos ele men tos patri mo niais con ti dos no balan ço, e deve ser geren -cia do ade qua da men te, igual aos outros ele men tos. A aten ção espe cial ao caixa decor -re de que a empre sa deve ser admi nis tra da com dinhei ro sufi cien te para hon rar todosos seus com pro mis sos, e, se não o fizer, pode com pro me ter o empreen di men to como

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um todo. Além disso, já veri fi ca mos que o caixa rece be o refle xo da gera ção do lucro,guar da dos os devi dos des co la men tos de tempo entre lucro e caixa.

Em resu mo, pode mos afir mar que o mode lo bási co para a ges tão finan cei ra é obalan ço patri mo nial, secun da do pela demons tra ção de resul ta dos e pelo fluxo decaixa. A uti li za ção inte gra da des sas três demons tra ções finan cei ras, que no fundo sãorepre sen ta ti vas de mode los deci só rios de cará ter de gran de agre ga ção, per mi te ages tão finan cei ra ade qua da dos empreen di men tos.

Demonstração dos Resultados: Evidenciação da Criação de ValorEnquanto o balan ço patri mo nial repre sen ta a situa ção da empre sa em um deter mi -na do momen to, em uma data, a demons tra ção de resul ta dos repre sen ta os ele men -tos que pos si bi li ta ram gerar o lucro em um deter mi na do perío do de tempo. O valordo lucro é o fun da men to da cria ção de valor para a empre sa e para seus donos.

A demons tra ção de resul ta dos inse re-se, então, entre dois balan ços patri mo niais.Parte-se de uma data e, con se quen te men te, de um balan ço patri mo nial ini cial, emede-se o resul ta do das ope ra ções de um deter mi na do perío do. O balan ço patri mo -nial ao final desse perío do incor po ra o lucro do perío do e as alte ra ções feitas naestru tu ra de ati vos e pas si vos tam bém nesse perío do. Partindo dos dados do nossoexem plo intro du tó rio, e supon do uma tran sa ção de com pra de mer ca do ria para esto -ques de $ 150, com paga men to de $ 50 e o res tan te a prazo, e, em segui da, umavenda de mer ca do rias de esto ques por $ 200, de custo de $ 95, rece ben do $ 170 efican do $ 30 por rece ber, desen vol ve re mos um novo exem plo numé ri co. A Tabela 1.3repre sen ta esque ma ti ca men te essa inte ra ção.

Tabela 1.3 – Interação entre o Balan ço Patri mo nial e a Demons tra ção de Resul ta dos

14MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Balanço Patrimonial Inicial

Ativo Passivo

Caixa 80 Lucro Acumulado 80

Demonstração de Resultados do Período

Vendas 200

Custo das Vendas (95)

Lucro 105

Balanço Patrimonial Final

Ativo Passivo

Caixa 200 Dupls. a Pagar 100

Estoques 55

Dupls. a Receber 30 Lucro Acumulado 185

Total 285 Total 285

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O balan ço ini cial repre sen ta o que a empre sa tinha ao come çar um novo perío dode ope ra ções. A demons tra ção dos resul ta dos repre sen ta quan to a empre sa ganhouou per deu em um perío do. O balan ço final repre sen ta a nova situa ção, e a contaLucro Acumulado, no pas si vo, indi ca o lucro acu mu la do de todos os perío dos. Emnosso exem plo, foram dois perío dos. O valor de $ 185 sig ni fi ca que as ope ra ções daempre sa lhe cria ram valor.

A conta Lucro Acumulado fica rá com esse valor até que seja dado um des ti nopara o lucro. Há qua tro pos si bi li da des:

• ele ser dis tri buí do em retor no aos donos do capi tal, total ou par cial men te;• ele ser capi ta li za do, trans for man do-se em capi tal social, total ou par cial men te;• ele ser man ti do sob essa rubri ca, total ou par cial men te;• as três alter na ti vas ante rio res em con jun to.

Fluxo de Caixa: Efetivação e Gestão da Riqueza CriadaNo últi mo exem plo apre sen ta do, a varia ção do caixa não foi o mesmo valor do lucroobti do no perío do. Enquanto o lucro foi de $ 105, a varia ção do caixa foi de $ 120. Oexem plo mos tra que é nor mal um des com pas so entre a gera ção de lucro e a gera çãode caixa.

É impor tan te ana li sar o fluxo de caixa para o moni to ra men to desse des com pas so.Em linhas gerais, pode mos dizer que o ideal é o máxi mo de apro xi ma ção entre otempo de gera ção de lucro e a gera ção de caixa. O caixa sig ni fi ca a efe ti va ção finan -cei ra da rique za cria da. Portanto, a sua ges tão deve se con cen trar nesse aspec to.

A ges tão do fluxo de caixa deve focar no des com pas so entre a gera ção de lucroe a sua efe ti va ção finan cei ra, iden ti fi can do as varia ções e seus moti vos.

O fluxo de caixa foi desen vol vi do nesse sen ti do. A varia ção de $ 120 ocor ri da noperío do pode ser infe ri da a par tir dos dados do balan ço patri mo nial e da demons tra -ção de resul ta dos. A Tabela 1.4 é a demons tra ção do fluxo de caixa, evi den cian do suamovi men ta ção, o saldo do perío do e os sal dos ini ciais e finais, para con fron ta ção.

Tabela 1.4 – Demonstração do Fluxo de Caixa do Perío do

FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM15

Demonstração do Fluxo de Caixa do Período

Recebimentos (a)

de Duplicatas de Clientes 170

Pagamentos (b)

de Duplicatas de Fornecedores (50)

Saldo do Perío do (a - b) 120

(+) Saldo Inicial de Caixa 80

= Saldo Final de Caixa 200

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O valor do rece bi men to das dupli ca tas foi obti do da seguin te manei ra:

Valor das Vendas, obti do na Demonstração de Resultados $ 200(-) Saldo de Dupls. a Receber, obti do no Balanço Patrimonial (30)= Recebimento de Duplicatas 170

O valor do paga men to das dupli ca tas foi obti do da seguin te manei ra:

Valor do Estoque, obti do no Balanço Patrimonial $ 55Valor do Custo das Vendas, obti do na Demonstração de Resultados 95= Valor das Compras do perío do 150(-) Saldo de Dupls. a Pagar, obti do no Balanço Patrimonial (100)= Pagamento de Duplicatas 50

Fica claro, nesse exem plo, que con du zir uni ca men te a ges tão finan cei ra daempre sa pelo fluxo de caixa não é ade qua do. O lucro gera do foi de $ 105, que cor -res pon de efe ti va men te ao con cei to de cria ção de valor, e foi infe rior ao aumen to docaixa. Interpretando-se o aumen to de caixa de $ 120 como cria ção de valor, poder--se-ia infe rir que no futu ro essa mesma con di ção se repro du ziria, tal vez oca sio nan -do falhas na ges tão dos flu xos futu ros decor ren tes das ati vi da des empre sa riais.

Como já salien ta mos, a ges tão deve con tem plar os aspec tos ope ra cio nais, eco nô -mi cos, finan cei ros e patri mo niais, par tin do do balan ço patri mo nial e da demons tra çãode resul ta dos, para, com auxí lio do fluxo de caixa, obter uma visão com ple ta tanto dagera ção de lucro como da movi men ta ção finan cei ra e da reten ção da rique za, espe lha -da no balan ço patri mo nial.

Demonstração do Fluxo de CaixaO fluxo de caixa, com a demons tra ção dos lucros acu mu la dos ou reti dos, é umdemons tra ti vo que com ple men ta o balan ço patri mo nial e a demons tra ção de resul -ta dos. Utilizando as prin ci pais movi men ta ções eco nô mi co-finan cei ras de umaempre sa, con si de ran do-as como se esti ves sem ini cian do suas ope ra ções, desen vol -ve re mos um exem plo numé ri co que ilus tra a estru tu ra ção des sas demons tra çõesfinan cei ras, even to por even to, apresentados de forma cumu la ti va.

A pri mei ra demons tra ção finan cei ra é o balan ço patri mo nial. É inte res san te notarque os even tos de 1 a 5 são exclu si va men te de alte ra ção no balan ço patri mo nial, sempro vo car alte ra ção na rique za patri mo nial dos pro prie tá rios ( sócios ou acio nis tas),uma vez que o patri mô nio líqui do é repre sen ta do ape nas pelo capi tal social ini cialincor po ra do à empre sa no even to 1, e este não se alte ra com os even tos 2 a 4.

O pri mei ro even to de varia ção da rique za (e de cria ção de valor) é o even to 6,quan do há a venda de mer ca do rias com lucro. Em sequên cia, os even tos 8, 9, 10, 11e 12 repre sen tam as pos si bi li da des mais comuns de des pe sas e recei tas, afe tan do oresul ta do, con se quen te men te o lucro e a cria ção de valor. Cada um des ses even tospro vo ca, no momen to, antes ou depois, alte ra ções no caixa.

O even to 13, ape sar de redu zir o valor total do patri mô nio líqui do, não pode sercon si de ra do um even to de dimi nui ção ou des trui ção de valor, por que repre sen ta a dis -

16MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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tri bui ção de lucros aos sócios ou acio nis tas. Esse even to é enca ra do como o paga men -to em dinhei ro aos pro prie tá rios, neces sá rio para jus ti fi car o retor no do inves ti men tona empre sa. Ilustra a ter cei ra demons tra ção finan cei ra, fun da men tal para con cluir avisua li za ção do fluxo eco nô mi co-finan cei ro da empre sa. Representa a dis tri bui ção dolucro gera do. Assim, pode mos resu mir os obje ti vos das três demons tra ções finan cei -ras já apre sen ta das:

• O Balanço Patrimonial evi den cia a situa ção patri mo nial total, após cada even to,em valor e em qua li da de, dos inves ti men tos rea li za dos, suas fon tes de finan cia -men to (pas si vo) e onde estão apli ca dos (ativo). A conta Lucros Acumulados evi -den cia tanto o valor total da rique za gera da como sua dis tri bui ção.

• A Demonstração de Resultados evi den cia os even tos prin ci pais que per mi ti ram agera ção da rique za, resu mi dos e clas si fi ca dos em seus tipos prin ci pais, orde na -dos den tro de uma estru tu ra lógi ca e geren cial. Portanto, a Demonstração deResultados, como pro pria men te indi ca seu nome, tem a fun ção de explicarcomo o resul ta do foi obti do.

• A Demonstração de Lucros Acumulados obje ti va evi den ciar a movi men ta ção darique za gera da, indi can do, basi ca men te, quan to foi gera do, dis tri buí do em retor -no aos inves ti do res e reti do na empre sa para a con ti nui da de de suas ope ra ções.

Tabela 1.5 – Principais Movi men ta ções Eco nô mi co-Finan cei ras de uma Empre sa

FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM17

$1 - Incorporação de capital inicial em dinhei ro 5002 - Investimentos em ativo fixo em dinhei ro, sendo: Terrenos = 50

Prédios = 120Equipamentos = 240Total = 410

3 - Empréstimo toma do para paga men to a longo prazo 4004 - Aquisição de esto ques de mer ca do rias a prazo 3805 - Pagamento de dupli ca tas em dinhei ro a for ne ce do res 3006 - Venda a prazo, por $ 475, de 50% das mer ca do rias esto ca das 475

Custo das mer ca do rias ven di das 190Lucro = 285

7 - Recebimento de dupli ca tas de clien tes, em dinhei ro 3208 - Despesas de salá rios e outras, 50% pagas em dinhei ro 1709 - Pagamento da 1a par ce la do emprés ti mo 20

Pagamento dos juros incor ri dos até o momen to 10Total pago em dinhei ro 30

10 - Contabilização da depre cia ção dos imo bi li za dos 2011 - Receitas finan cei ras de apli ca ções 512 - Impostos sobre o lucro (40%), 50% pagos em dinhei ro 3613 - Distribuição de 80% dos lucros aos sócios, em dinhei ro 43

O res tan te do lucro fica rá na empre sa como lucro reti do ou lucro acu mu la do

Essas três demons tra ções são apre sen ta das a seguir, na Tabela 1.6.

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Page 32: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

18MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Tabel

a 1

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13

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074

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85

85

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18

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500

500

500

500

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500

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500

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500

500

500

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285

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074

cont

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FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM19

Rela

tório

2EV

EN TO

S

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Page 34: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

Com os mes mos even tos eco nô mi cos, ela bo ra mos a demons tra ção do fluxo decaixa. O obje ti vo bási co do fluxo de caixa não é apu rar a gera ção da rique za da empre -sa, mas con tro lar sua liqui dez (capa ci da de de paga men to). Como já vimos, há umdes com pas so natu ral entre a gera ção da rique za e a sua efe ti va ção finan cei ra den trodo fluxo de caixa; ao longo do tempo, ele deve ser mini mi za do.

Em nosso exem plo, mos tra do na Tabela 1.7, se con si de rar mos que os $ 500 ini ciaisde inte gra li za ção de capi tal não sig ni fi cam gera ção de rique za, há uma redu ção dofluxo de caixa, por que o saldo final é menor, $ 339. Se todo o lucro gera do de $ 54,menos os $ 43 dis tri buí dos em retor no aos pro prie tá rios, tives sem sido trans for ma dosem caixa, o saldo final seria de $ 511. Contudo, parte dos valo res dos fun dos obti dose do lucro foi des ti na da ao capi tal de giro e ao ativo fixo, razão por que o saldo finalde caixa não per mi te uma iden ti fi ca ção dire ta com o lucro, o que é nor mal.

Métodos de Apresentação do Fluxo de Caixa: Direto e IndiretoO fluxo de caixa apre sen ta do na Tabela 1.7 foi ela bo ra do a par tir dos even tos finan cei -ros regis tra dos no con tro le das dis po ni bi li da des. Em linhas gerais, sua apre sen ta çãofor mal é deno mi na da método dire to. O méto do dire to é a forma de apre sen ta ção dofluxo de caixa que res ga ta exa ta men te os valo res movi men ta dos no con tro le do caixa(das dis po ni bi li da des).

O fluxo de caixa pelo méto do dire to pode ser ela bo ra do de duas manei ras:

a) pelo soma tó rio de todos os even tos finan cei ros ocor ri dos na movi men ta ção decaixa, den tro de um padrão de clas si fi ca ção dos desem bol sos e entra das ado -ta do pela empre sa;

b) pela movi men ta ção das con tas do balan ço patri mo nial e da demons tra ção deresul ta dos de seus ele men tos que se inter-rela cio nam.

A pri mei ra alter na ti va é mais tra ba lho sa, pois impli ca em obter cada entra da ecada saída de caixa, para o pro ces so de resu mo e clas si fi ca ção. A outra alter na ti va émais sim ples e parte dos sal dos finais e ini ciais dos ele men tos patri mo niais de cadaperío do, em que os dados já estão resu mi dos. Essa segun da alter na ti va, con tu do, sóé pos sí vel se o sis te ma de infor ma ção esti ver ade qua da men te estru tu ra do.

O méto do indi re to não se preo cu pa em obter as infor ma ções de entra das e desem -bol sos do perío do, mas sim a movi men ta ção de fun dos (ori gens e apli ca ções) que dãoori gem ao saldo final de caixa. Assemelha-se bas tan te com a demons tra ção con tá bildas Origens e Aplicações de Recursos (Doar), que foi exigida pela legislação brasileirapara as sociedades anônimas até 31.12.2007, com duas prin ci pais dife ren ças:

• não con si de ra o saldo de dis po ni bi li da des como capi tal cir cu lan te;• deta lha no fluxo de caixa as varia ções de todos os ele men tos do capi tal cir cu -

lan te, enquan to na Doar essa varia ção é apre sen ta da de forma com pac ta e inclui as pró prias dis po ni bi li da des.

20MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM21

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Page 36: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

Faremos uma evi den cia ção do fluxo de caixa pelos dois méto dos, par tin do de umademons tra ção de resul ta dos de um perío do e do balan ço patri mo nial do iní cio e finaldo perío do. O méto do dire to será desen vol vi do pela movi men ta ção dos ele men tospatri mo niais des sas demons tra ções, ou seja, o que deno mi na mos ante rior men te desegun da alter na ti va.

Tabela 1.8 – Demonstração de Resul ta dos do Perío do

22MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

$Receita Operacional Bruta 33.800 (-) Impostos sobre Vendas (6.760)RECEI TA OPE RA CIO NAL LÍQUIDA 27.040 (-) Custo das Mercadorias Vendidas (16.224)

LUCRO BRUTO 10.816

Despesas Operacionais(Administrativas e Comerciais). Salários e Encargos Sociais (4.500). Despesas Gerais (2.900). Depreciações (1.050)

LUCRO OPE RA CIO NAL 2.366

Receitas Financeiras 30 Despesas Financeiras (600)Equivalência Patrimonial 320

LUCRO ANTES DOS IMPOS TOS 2.116

Impostos sobre o Lucro (741)LUCRO LÍQUIDO APÓS IMPOS TOS 1.375

Tabela 1.9 – Balanço Patri mo nial (Ini cial e Final)

ATIVO Inicial Final PAS SI VO Inicial Final$ $ $ $

ATIVO CIR CU LAN TE PAS SI VO CIR CU LAN TECaixa/Bancos/Apl. Financeiras 1.440 230 Dupls. a Pagar – Fornecedores 1.070 930 Dupls. a Receber – Clientes 3.550 2.950 Salários e Encargos a Pagar 190 580 Estoque de Mercadorias 2.100 3.845 Contas a Pagar 80 120 . Soma 7.090 7.025 Imp. a Recolher s/ Mercadorias 590 440

. Soma 1.930 2.070 NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTERea lizável a Longo Prazo Exigível a Longo PrazoDepósitos Judiciais 100 120 Financiamentos 5.600 5.180 INVESTIMENTOS E IMOBILIZADO PATRIMÔNIO LÍQUIDOInvestimentos em Controladas 2.500 2.820 Capital Social 7.000 7.800 Imobilizado Bruto 9.000 10.500 Reservas 590 590 (-) Depreciações Acumuladas (3.400) (4.450) Lucros Acumulados 170 375 . Soma 8.100 8.870 . Soma 7.760 8.765 ATIVO TOTAL 15.290 16.015 PAS SI VO TOTAL 15.290 16.015

Outras InformaçõesImpostos sobre Compras – $ 3.200Novos Empréstimos 1.000

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Page 37: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

No método indi re to, parte-se do lucro líqui do do exer cí cio e adi cio nam-se as recei -tas e des pe sas que cla ra men te não são efe ti va das finan cei ra men te (depre cia ções,equi va lên cia patri mo nial). Depois, iden ti fi cam-se as varia ções ocor ri das no capi tal degiro; em segui da, as varia ções finan cei ras de finan cia men tos e inves ti men tos, con for -me demons tra do na Tabela 1.10. Ressaltamos que as varia ções das con tas patri mo niaispodem ser de aumen to ou redu ção. Tomemos como exem plo a varia ção de Duplicatasa Receber: neste fluxo, é uma redu ção, mas pode ria ser um aumen to, e assim com as demais con tas.

As prin ci pais carac te rís ti cas desse méto do são:

• toda a movi men ta ção é feita tendo como foco os sal dos ini ciais e finais de caixa;• evi den cia cla ra men te a inter-rela ção exis ten te entre a demons tra ção de resul ta -

dos, o balan ço patri mo nial e o fluxo de caixa;• não men su ra, con tu do, o fluxo finan cei ro efe ti vo das recei tas e gas tos, uma vez

que já parte do lucro líqui do;• pes soas não fami lia ri za das com o mode lo têm difi cul da de de enten der a movi -

men ta ção finan cei ra ape nas pelas varia ções das con tas do capi tal de giro;• as varia ções do capi tal de giro, pelas suas natu rais osci la ções, tra zem difi cul da -

des para a extra po la ção de seus dados para os perío dos futu ros.

Tabela 1.10 – Fluxo de Caixa – Méto do Indi re to

FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM23

DAS ATI VI DA DES OPE RA CIO NAIS $Lucro Líquido do Período 1.375 (+/-) Receitas e Despesas não Efe ti va das Finan cei ra men teDepreciações 1.050

(-) Equivalência Patrimonial (320)= Lucro Gerado pelas Operações 2.105

(+/-) Ajustes por Mudan ça no Capital de Giro(+) Diminuição de Duplicatas a Receber 600 (-) Aumento dos Estoques (1.745)(-) Diminuição de Duplicatas a Pagar (140)(+) Aumento de Salários a Pagar 390 (+) Aumento de Contas a Pagar 40 (-) Diminuição de Impostos a Recolher (150)Saldo 1.100

DAS ATI VI DA DES DE FINAN CIA MEN TORedução dos Financiamentos de Longo Prazo (420)Variação dos Financiamentos de Curto Prazo 0Aumento de Capital em Dinhei ro 800 Distribuição de Lucros ou Dividendos (1.170)Saldo (790)

continua

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Page 38: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

O método dire to tem como pre mis sa bási ca repro du zir fiel men te a movi men ta çãofinan cei ra refle ti da nos resul ta dos e no balan ço patri mo nial. Nesse sen ti do, é maisfacil men te assi mi lá vel por qual quer usuá rio, mesmo que não seja espe cia lis ta emfinan ças. Além disso, suas movi men ta ções refle tem os even tos eco nô mi cos nor maisda empre sa, per mi tin do um pro ces so mais ade qua do para a extra po la ção dos dadospara perío dos futu ros.

Os dados para o fluxo de caixa pelo méto do dire to tam bém podem ser extraí dosdas demons tra ções bási cas, por meio do retra ba lho das inte ra ções exis ten tes entreas rubri cas da demons tra ção de resul ta dos e do balan ço patri mo nial, das con tas quenatu ral men te se rela cio nam. Para dar con sis tên cia defi ni ti va com a movi men ta çãofinan cei ra, duas infor ma ções adi cio nais bási cas devem ser obti das para com ple -men ta ção da meto do lo gia do méto do dire to: os impos tos sobre com pras e umamovi men ta ção de entra da ou paga men to de finan cia men to. Se as infor ma ções nãoesti ve rem dis po ní veis, o fluxo tam bém será con cluí do, mas o valor dos paga men tosa for ne ce do res e a movi men ta ção finan cei ra dos finan cia men tos serão por valo reslíqui dos des ses dados, e não pelos valo res exa ta men te refle ti dos nas movi men ta -ções finan cei ras.

A Tabela 1.11 apre sen ta um mode lo de fluxo de caixa pelo méto do dire to. Logo a seguir, apre sen ta mos as fór mu las finan cei ras para obten ção dos dados do fluxo decaixa, pela inte ra ção das con tas das demons tra ções finan cei ras.

Tabela 1.11 – Fluxo de Caixa – Méto do Dire to

24MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

DAS ATI VI DA DES DE INVES TI MEN TOAquisição de Imobilizados 1.500 Investimentos e Diferido 0 Realizável a Longo Prazo 20 Saldo (1.520)

SALDO TOTAL (1.210)

(+) Saldo Inicial de Caixa 1.440 = Saldo Final de Caixa 230

Tabela 1.10 – Fluxo de Caixa – Méto do Indi re to (continuação)

OPE RA CIO NAL $Recebimentosdas Vendas 34.400

(-) PagamentosFornecedores 21.309 Salários e Encargos 4.110 Despesas Gerais 2.860 Impostos sobre Vendas 3.710

continua

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FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM25

OPE RA CIO NAL $Impostos sobre o Lucro 741 Soma 32.730

SALDO OPE RA CIO NAL 1.670 DE INVES TI MEN TOSAquisição de Imobilizados 1.500 Investimentos e Diferido 0Realizável a Longo Prazo 20

SALDO DE INVES TI MEN TOS (1.520)DE FINAN CIA MEN TOSAumento de Capital 800 Novos Empréstimos 1.000(-) Amortizações e Juros (2.020)Lucros Distribuídos (1.170)

SALDO DE FINAN CIA MEN TOS (1.390)SALDO TOTAL (1.240)

+ Receitas Financeiras 30 (+) Saldo Inicial de Caixa 1.440 = Saldo Final de Caixa 230

Tabela 1.11 – Fluxo de Caixa – Méto do Dire to (continuação)

Fórmulas para Obtenção dos Dados do Fluxo de Caixa pelo Método DiretoRecebimento das Vendas Demonstrativo Valor – $ Receita Operacional Bruta Demonstração de Resultados 33.800 (+) Saldo Inicial de Duplicatas a Receber Balanço Patrimonial 3.550 (-) Saldo Final de Duplicatas a Receber Balanço Patrimonial (2.950)

34.400 Pagamento a Fornecedores Demonstrativo Valor – $ Custo das Mercadorias Vendidas Demonstração de Resultados 16.224 (+) Saldo Final de Estoque de Mercadorias Balanço Patrimonial 3.845 (-) Saldo Inicial de Estoque de Mercadorias Balanço Patrimonial (2.100)= Compras - Líquidas de Impostos 17.969

(+) Impostos sobre Compras Outras Informações 3.200= Compras Brutas 21.169

(+) Saldo Inicial de Fornecedores Balanço Patrimonial 1.070 (-) Saldo Final de Fornecedores Balanço Patrimonial (930)

21.309

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Pagamento de Salários e Encargos Demonstrativo Valor – $ Salários e Encargos Sociais Demonstração de Resultados 4.500 (+) Saldo Inicial de Salários e Encargos a Pagar Balanço Patrimonial 190 (-) Saldo Final de Salários e Encargos a Pagar Balanço Patrimonial (580)

4.110 Pagamento de Despesas Gerais Demonstrativo Valor – $ Despesas Gerais Demonstração de Resultados 2.900 (+) Saldo Inicial de Contas a Pagar Balanço Patrimonial 80 (-) Saldo Final de Contas a Pagar Balanço Patrimonial (120)

2.860 Pagamento de Impostos sobre Vendas Demonstrativo Valor – $ Impostos sobre Vendas Demonstração de Resultados 6.760 (-) Impostos sobre Compras Outras Informações (3.200)(+) Saldo Inicial de Imp. a Recolher Balanço Patrimonial 590

s/ Mercadorias(-) Saldo Final de Contas a Pagar Balanço Patrimonial (440)

3.710 Aplicações no Realizável a Longo Prazo Demonstrativo Valor – $ (+) Saldo Final Realizável a Longo Prazo Balanço Patrimonial 120 (-) Saldo Inicial Realizável a Longo Prazo Balanço Patrimonial (100)

20 Aumento de Capital Demonstrativo Valor – $ (+) Saldo Final de Capital Social Balanço Patrimonial 7.800 (-) Saldo Inicial de Capital Social Balanço Patrimonial (7.000)

800 Distribuição de Lucros ou Dividendos Demonstrativo Valor – $ Lucro Líquido do Exercício Demonstração de Resultados 1.375 (+) Saldo Inicial de Lucros Acumulados Balanço Patrimonial 170 (-) Saldo Final de Lucros Acumulados Balanço Patrimonial (375)

1.170 Novos Empréstimos Demonstrativo Valor – $ Novos Empréstimos Outras Informações 1.000

1.000 Aplicações no Realizável a Longo Prazo Demonstrativo Valor – $ (+) Saldo Final Realizável a Longo Prazo Balanço Patrimonial 120 (-) Saldo Inicial Realizável a Longo Prazo Balanço Patrimonial (100)

20 Aumento de Capital Demonstrativo Valor – $ (+) Saldo Final de Capital Social Balanço Patrimonial 7.800 (-) Saldo Inicial de Capital Social Balanço Patrimonial (7.000)

800

26MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Page 41: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM27

Distribuição de Lucros ou Dividendos Demonstrativo Valor – $ Lucro Líquido do Exercício Demonstração de Resultados 1.375 (+) Saldo Inicial de Lucros Acumulados Balanço Patrimonial 170 (-) Saldo Final de Lucros Acumulados Balanço Patrimonial (375)

1.170 Novos Empréstimos Demonstrativo Valor – $ Novos Empréstimos Outras Informações 1.000

1.000 Amortizações e Juros Demonstrativo Valor – $ Despesas Financeiras Demonstração de Resultados 600 (+) Novos Empréstimos Outras Informações 1.000 (+) Saldo Inicial de Financiamentos Balanço Patrimonial 5.600 (-) Saldo Final de Financiamentos Balanço Patrimonial (5.180)

2.020

Com essa fór mu la, obtém-se o valor pago das amor ti za ções e juros, tendo comoinfor ma ção com ple men tar o valor dos novos emprés ti mos. Se, em vez disso, a infor ma -ção com ple men tar for dos paga men tos efe tua dos de amor ti za ções e juros, a fór mu la deveser adap ta da para obter o valor dos novos emprés ti mos, con for me vemos a seguir.

Novos Empréstimos Demonstrativo Valor – $ (+) Saldo Final de Financiamentos Balanço Patrimonial 5.180 (-) Despesas Financeiras Demonstração de Resultados (600)(+) Amortizações Outras Informações 2.020 (-) Saldo Inicial de Financiamentos Balanço Patrimonial (5.600)

1.000

Outrossim, caso o sis te ma de infor ma ção não possa dar nenhu ma das duas infor -ma ções, seja dos novos emprés ti mos, seja das amor ti za ções, o fluxo de caixa deve ráapre sen tar o valor líqui do da varia ção dos finan cia men tos, que será obti do pela fór -mu la a seguir.

Financiamentos Líquidos Demonstrativo Valor – $ Saldo Final de Financiamentos Balanço Patrimonial 5.180 (-) Despesas Financeiras Demonstração de Resultados (600)(-) Saldo Inicial de Financiamentos Balanço Patrimonial (5.600)

(1.020)

Note-se que o valor líqui do dos finan cia men tos foi uma varia ção nega ti va de $ 1.020, ou seja, as amor ti za ções ($ 2.020) foram maio res que os novos emprés ti mos ($ 1.000).

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Page 42: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

28MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Essa meto do lo gia pode ser empre ga da para todas as inter-rela ções que os even -tos eco nô mi cos pro vo cam nas demons tra ções finan cei ras. Assim, outras fór mu lasserão desen vol vi das para obter os dados para o fluxo de caixa de even tos e con tasnão com preen di das nesse exem plo.

Análise do Fluxo de CaixaOs dois mode los de apre sen ta ção do fluxo de caixa são impor tan tes para aná li se dodesem pe nho eco nô mi co-finan cei ro da empre sa. O méto do indi re to tem uma vin cu -la ção dire ta com a demons tra ção de resul ta dos, e a abor da gem da aná li se fun da men -ta-se no con cei to de ori gens e apli ca ções de recur sos (moti vo por que esse mode lode fluxo de caixa tem subs ti tuí do a Demonstração das Origens e Aplicações deRecursos na maior parte dos paí ses, ainda obri ga tó ria para as socie da des anô ni masde capi tal aber to em nosso país). Já o mode lo apre sen ta do pelo méto do dire to étotal men te vin cu la do à movi men ta ção finan cei ra, e é um ins tru men to con ca te na docom a ges tão de tesou ra ria.

O ponto fun da men tal para a aná li se do fluxo de caixa decor re da sua seg men ta -ção nos três gran des blo cos: ati vi da de ope ra cio nal, ati vi da de de inves ti men to e ati vi -da de de finan cia men to. Em linhas gerais, espe ra-se que o saldo de caixa decor ren teda ati vi da de ope ra cio nal seja sem pre posi ti vo, uma vez que as empre sas têm que darlucro, caso tenham fins lucra ti vos, ou uma sobra, caso não tenham. São dois os aspec -tos fun da men tais na gera ção ope ra cio nal de caixa:

• o caixa gera do pelas ope ra ções deve ser sem pre posi ti vo;• o caixa posi ti vo gera do deve ser sufi cien te para obter o retor no espe ra do do

inves ti men to.

Portanto, não basta ser posi ti va a gera ção de caixa; ela deve ser ava lia da em rela -ção ao mon tan te espe ra do ou pla ne ja do. A gera ção posi ti va de caixa é impe ra ti va edecor re da venda dos pro du tos e ser vi ços com mar gem de lucro sufi cien te.2 Portanto,se as mar gens de lucros não forem ade qua das, a gera ção ope ra cio nal de caixa pode -rá ser com pro me ti da.

Não há dúvi da de que, em um perío do ou outro (con si de ran do-se o perío do men -sal como o mais ade qua do e uti li za do), a empre sa possa apre sen tar gera ção nega ti vaope ra cio nal de caixa. Isso pode ocor rer por ques tões sazo nais pró prias do negó -cio, perío dos de férias etc. Contudo, se, con sis ten te men te, a gera ção de caixa fornega ti va, há indí cios cla ros de que a ati vi da de ope ra cio nal está sem mar gem, em rotade pre juí zo. Recomenda-se, por tan to, que, se após dois ou três meses de ope ra ção asitua ção nega ti va con ti nuar, tomem-se pro vi dên cias de curto e médio pra zos parareto ma da da gera ção posi ti va ope ra cio nal de caixa.

2 Devem ser feitas as devidas considerações com o valor da depreciação, que é redutora dolucro contábil e, portanto, deve compor a margem de lucro, mas não é saída efetiva decaixa.

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Page 43: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

O ponto fun da men tal da aná li se do fluxo de caixa é veri fi car a esta bi li da de e acon sis tên cia da gera ção posi ti va de caixa decor ren te da ati vi da de ope ra cio nal.

Com rela ção aos outros dois seg men tos do fluxo de caixa, eles podem apre sen -tar-se tanto posi ti vos como nega ti vos. De um modo geral, o fluxo de inves ti men tostende a ser sem pre defi ci tá rio, pois é natu ral des ses even tos o gasto ante ci pa do àsope ra ções. Normalmente, pro cu ra-se equi li brar o desen cai xe para a ati vi da de deinves ti men to com entra das sufi cien tes no fluxo de finan cia men tos. Contudo, nemsem pre o fluxo de finan cia men tos é posi ti vo. Em diver sas situa ções, quan do o inves -ti men to está em ope ra ção e não há novos inves ti men tos, o fluxo de finan cia men tospode ser nega ti vo, decor ren te da amor ti za ção natu ral dos emprés ti mos e paga men -tos dos juros.

Periodicidade do Fluxo de CaixaA ela bo ra ção mensal do fluxo de caixa é fun da men tal para o acom pa nha men to dasope ra ções e da capa ci da de de paga men to da empre sa. Além disso, ela é neces sá riapara o pro ces so de con tro le orça men tá rio, uma vez que a con clu são do orça men tosão as pro je ções das demons tra ções finan cei ras, que devem ser ava lia das men sal -men te, sendo jus ti fi ca das suas varia ções.

Para a ges tão de tesou ra ria, outros sim, há a neces si da de de ela bo ra ção diária dofluxo de caixa, cen tra do na neces si da de bási ca de moni to rar o fluxo de paga men tos,rece bi men tos e dis po ni bi li da des, veri fi can do se há exce den tes a serem apli ca dos nomer ca do finan cei ro ou se há neces si da de de cap ta ções de curto prazo para suprirneces si da des epi só di cas de caixa.

Relatórios de fluxo de caixa de perio di ci da de anual servem para dar infor ma çõescom ple men ta res a inves ti do res, ana lis tas de cré di to e outros usuá rios exter nos, mas,para fins inter nos e geren ciais têm pouca uti li za ção.

Depreciação como Fonte de CaixaA demons tra ção de caixa pelo méto do indi re to suge re que a depre cia ção aumen ta osaldo de caixa, por se somar ao lucro líqui do para obter o lucro gera do pelas ope ra -ções. A depre cia ção (e a amor ti za ção do dife ri do) é o lan ça men to em des pe sa, con si -de ran do alguns cri té rios con tá beis, dos valo res inves ti dos no imo bi li za do e dife ri do.Em outras pala vras, a depre cia ção é um méto do para recu pe rar, na recei ta de vendados pro du tos e ser vi ços, o valor dos inves ti men tos fei tos nes ses tipos de ati vos fixos.

A obser va ção de que a depre cia ção é uma fonte de recur sos de caixa só pode serfeita con si de ran do-se o perío do em que essa des pe sa come ça a ser con ta bi li za da.Contudo, con vém lem brar que, antes de a depre cia ção ser obje to de con ta bi li za çãocomo des pe sa, a empre sa fez o inves ti men to no imo bi li za do. Portanto, se con si de -

FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM29

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Page 44: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

30MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

rar mos os dois even tos em con jun to, a afir ma ção de que a depre cia ção é uma fontede caixa não é abso lu ta men te cor re ta.

Tomemos como exem plo os dados apre sen ta dos na Tabela 1.12. O exem plo mos -tra no Ano 0 uma empre sa ini cian do-se com uma entra da de capi tal dos sócios colo -ca da no caixa. O Ano 1 evi den cia que o valor do caixa foi total men te inves ti do emequi pa men tos depre ciá veis. Neste exem plo, foi con si de ra da uma taxa de depre cia çãode 50%, e, por tan to, a des pe sa anual de depre cia ção é de $ 500 por ano. Essas depre -cia ções foram con si de ra das nas demons tra ções de resul ta dos dos anos 2 e 3, redu -zin do o lucro. Ao final do Ano 2, o caixa de $ 1.200 repre sen ta o valor do capi tal ini -cial, $ 1.000, mais o total do lucro dos dois anos, $ 200.

Tabela 1.12 – Balanço Patri mo nial e Demons tra ção de Resul ta dos

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Total

Balanço Patrimonial

AtivoCaixa 1.000 0 600 1.200 Equipamentos 0 1.000 1.000 1.000 (-) Depreciação Acumulada 0 0 (500) (1.000)Total 1.000 1.000 1.100 1.200

PassivoCapital Social 1.000 1.000 1.000 1.000 Lucros Acumulados 0 0 100 200 Total 1.000 1.000 1.100 1.200

Demonstração de Resultados

Receitas – à vista - - 2.000 2.000 4.000 (-) Despesas – à vista - - (1.400) (1.400) (2.800)(-) Depreciação - - (500) (500) (1.000)

Lucro do Período - - 100 100 200

A demons tra ção do fluxo de caixa tra di cio nal pelo méto do dire to, apre sen ta da noiní cio da Tabela 1.13, não faz nenhu ma men ção à depre cia ção, uma vez que não sãoeven tos efe ti va dos finan cei ra men te. Fica claro que o aumen to de caixa de $ 200, apósa entra da de capi tal, equi va le exa ta men te ao valor do lucro obti do nos anos 2 e 3, de$ 100 cada ano.

Contudo, se olhar mos iso la da men te o fluxo de caixa pelo méto do indi re to nosanos 2 e 3, veri fi ca mos que, soman do a depre cia ção ao lucro, o mon tan te repre sen tao acrés ci mo de caixa do perío do. Diante dessa cons ta ta ção surge o con cei to de que adepre cia ção é uma fonte de recur sos. Assim, se somar mos o total dos anos 1, 2 e 3, e

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Page 45: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM31

con si de rar mos que houve pri mei ro o desem bol so com o inves ti men to em imo bi li za -do, o soma tó rio desses três anos indi ca que, de fato, o caixa só aumen tou pelo lucro.Assim, o con cei to de que a depre cia ção é uma fonte de caixa só vale para a aná li sede um perío do de manei ra iso la da, mas não no con jun to de um fluxo de caixa de umpro je to de inves ti men to.

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Total

Fluxo de Caixa

Recebimentos de Vendas 0 0 2.000 2.000 4.000 Pagamento de Despesas 0 0 (1.400) (1.400) (2.800)Entrada de Capital 1.000 0 0 0 1.000

Investimentos em Imobilizado 0 (1.000) 0 0 (1.000)Saldo do Período 1.000 (1.000) 600 600 1.200 (+) Saldo Inicial de Caixa 0 1.000 0 600 0 = Saldo Final de Caixa 1.000 0 600 1.200 1.200

Depreciação como Fonte de Caixa

Entrada de Capital 1.000 0 0 0 1.000 Investimentos em Imobilizado 0 (1.000) 0 0 (1.000)Lucro do Período 0 0 100 100 200 (+) Depreciação do Período 0 0 500 500 1.000 Saldo do Período 1.000 (1.000) 600 600 1.200 (+) Saldo Inicial de Caixa 0 1.000 0 600 0 = Saldo Final de Caixa 1.000 0 600 1.200 1.200

Tabela 1.13 – Fluxo de Caixa e Depre cia ção como Fonte de Caixa

Depreciação comoFonte de Caixa

adm_01:adm_01 9/15/10 12:30 PM Page 31

Page 46: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

32MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

BALA

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FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM33

BALA

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2008

adm_01:adm_01 9/15/10 12:30 PM Page 33

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34MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM35

Questões e Exercícios1. Com as demons tra ções finan cei ras a seguir, ela bo re o fluxo de caixa do perío do,

evi den cian do a movi men ta ção de como os valo res foram obti dos.

Balanço Patrimonial Inicial Final

Ativo

Caixa 400 250 Estoques 1.000 1.200 Duplicatas a Receber 800 1.100 Imobilizados 2.000 2.250 Total 4.200 4.800 PassivoDuplicatas a Pagar 500 600 Capital Social 3.500 3.500 Lucros Acumulados 200 700 Total 4.200 4.800

Demonstração de Resultados do Período

Vendas 2.000 Custo das Vendas (1.500)Lucro 500

2. Com as demons tra ções finan cei ras apre sen ta das a seguir, ela bo re um fluxo decaixa evi den cian do a depre cia ção como fonte de recur sos finan cei ros.

Balanço Patrimonial Inicial Final

Ativo

Caixa 400 900 Imobilizados 2.000 1.800 Total 2.400 2.700 PassivoCapital Social 2.200 2.200 Lucros Acumulados 200 500 Total 2.400 2.700

Demonstração de Resultados do Período

Vendas 2.000 Custo das Vendas (1.500)Depreciação (200)Lucro 300

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36MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3. Demonstrações Contábeis Complementares:a) Dados:

BALAN ÇOS PATRI MO NIAIS EM 31.12

ATIVO X0 X1 PAS SI VO X0 X1$ $ $ $ $

CIR CU LAN TE 40.157 70.585 CIR CU LAN TE 16.157 8.539Caixa/Bancos 4.014 7.848 Duplicatas a Pagar 5.330 6.000Aplicações Finan cei ras 18.772 48.657 Salários + Encar gos 1.102 900Duplicatas a Rece ber 9.291 7.000 Dividendos 3.161 520Estoques 8.080 7.080 Provisão Impos to de Renda 6.564 1.119

REA LIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 20.575 47.265Eletrobrás 228 348

PER MA NEN TE 66.563 157.950 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 70.216 173.079Investimento Con tro la do 11.634 30.400 Capital Social 28.100 63.900Imobilizado Correção Mon. Capi tal 32.844 85.366Terrenos 35.129 85.310 Lucros Acu mu la dos 9.272 23.813Máquinas 22.000 52.800(–) Deprec. Acu mu la da (2.200) (10.500)

TOTAL 106.948 228.883 TOTAL 106.948 228.883

Demonstração de Resultados – Ano X1Vendas 20.000(–) CVM (10.000)Lucro Bruto 10.000(–) Despesas Ope ra cio nais (3.780)(–) Despesas Finan cei ras (24.990)(+) Receitas Finan cei ras 29.885(–) Correção Mone tá ria (7.094)(+) Equivalência Patri mo nial 2.478(–) Depreciação (3.300)Lucro Líqui do 3.199(–) Provisão Impos to de Renda (1.119)Lucro Líqui do após Impos to de Renda 2.080Dividendos (25%) (520)Lucro Líqui do após Divi den dos 1.560

Outros dados:i) Aquisição imo bi li za dos = $ 1.000ii) Aumento de capi tal em dinhei ro = $ 3.000iii) Novos emprés ti mos LP = $ 2.000

b) Pede-se:Fazer a Demonstração do Fluxo de Caixa pelos méto dos dire to e indi re to.

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FLUXO FINANCEIRO OU DE CAIXAMM37

4. Com os demons tra ti vos con tá beis a seguir, ela bo ra dos sem cor re ção mone tá riade balan ço, fazer a demons tra ção do fluxo de caixa:a) pelo méto do dire to (inter-rela cio na men to das con tas do balan ço patri mo nial e

demons tra ção de resul ta dos mais dados adi cio nais);b) pelo méto do indi re to.

BALAN ÇO PATRI MO NIAL

ATIVO Inicial FinalCIR CU LAN TECaixa/Bancos/Aplicações Financeiras 1.000 1.700Estoques 5.000 6.000Clientes 6.500 7.000Outros Rea li zá veis 500 600PER MA NEN TEInvestimentos 1.000 1.400Imobilizado 11.000 12.500(–) Depreciação Acumulada (2.000) (3.000)TOTAL 23.000 26.200PAS SI VOCIR CU LAN TEFornecedores 2.700 3.080Contas a Pagar 200 300Impostos a Recolher 100 120EXIGÍVEL A LONGO PRAZOEmpréstimos 8.000 8.500 PATRIMÔNIO LÍQUIDOCapital Social 10.000 11.000Lucro Acumulado 2.000 3.200TOTAL 23.000 26.200

DEMONS TRA ÇÃO DO RESUL TA DO DO PERÍODO

Vendas Brutas 9.600(–) Impostos s/ Vendas (1.600)Vendas Líquidas 8.000(–) CMV (5.000)= Lucro Bruto 3.000

(–) Despesas Operacionais (700)(–) Juros (200)(–) Depreciação (1.000)(+) Equivalência Patrimonial 400= Lucro Líquido 1.500

INFOR MA ÇÕES ADI CIO NAISImpostos sobre Compras = 1.200Novos Empréstimos = 800

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2 Objetivos, Funções e Estrutura de Finanças

Van Horne (1993, p. 3) ini cia seu tra ba lho de forma clara quan do diz: “O obje ti vo deuma com pa nhia deve ser a cria ção de valor para seus acio nis tas. O valor é repre sen ta dopelo preço de mer ca do da ação ordi ná ria da com pa nhia, o qual, por outro lado, é umafun ção das deci sões de inves ti men to, finan cia men to e divi den dos da empre sa... Portodo este livro, o tema uni fi can te é a cria ção de valor”.

A maio ria dos livros sobre finan ças tem ori gem nos Esta dos Unidos, onde associe da des anô ni mas de capi tal aber to são extre ma men te repre sen ta ti vas, razão pelaqual o foco de finan ças tem sido os acio nis tas. A rea li da de bra si lei ra é dife ren te, poisa quan ti da de e o valor patri mo nial das socie da des anô ni mas não têm a mesmarepre sen ta ti vi da de, e a maior parte das empre sas bra si lei ras com fins lucra ti vos cons -ti tui-se socie ta ria men te como limi ta da. Nesse caso, a figu ra é o sócio, dono das cotas.

De qual quer forma, a pala vra acionistas deve repre sen tar, além des tes, os sócios eos donos das empre sas indi vi duais. Em outras pala vras, o obje ti vo maior de finan çasé criar valor para seus pro prie tá rios, sejam eles quais forem.

O obje ti vo de uma empre sa deve ser a cria ção de valor para seus acio nis tas oupro prie tá rios.

As finan ças das enti da des sem fins lucra ti vos devem inter pre tar o obje ti vo de cria -ção de valor de forma simi lar. Assim, a gera ção ou cria ção de um resul ta do eco nô mi -co e finan cei ro posi ti vo, que per mi ta o desen vol vi men to nor mal de suas ope ra ções eas neces si da des gerais de inves ti men tos, de modo a garan tir sua con ti nui da de e cum -prir a mis são a que se des ti nam, repre sen ta a mesma coisa que o con cei to de cria çãode valor. Nesse caso, a cria ção de valor é para a enti da de, e não para os pro prie tá rios,uma vez que essas enti da des não se carac te ri zam como pro prie da de de alguém.

Como a pala vra valor se pres ta a mui tas inter pre ta ções, con vém res sal tar que ocon cei to a que se refe re o obje ti vo de finan ças é valor eco nô mi co, ou seja, a repre -sen ta ção do valor da empre sa medi do em uni da des mone tá rias. Portanto, cria ção devalor em finan ças é um con cei to obje ti vo, men su rá vel em moeda.

Objetivo de Finanças: Maximização do Lucro x Maximização daRiqueza x Criação de ValorO con cei to de maxi mi za ção do lucro como o obje ti vo prin ci pal de finan ças é bastantedifun di do e desde muito tempo tem sido con si de ra do o pro pó si to mais impor tan te daati vi da de finan cei ra. Contudo, é pos sí vel fazer uma dis tin ção sig ni fi ca ti va entre o con -cei to de maxi mi za ção do lucro e o con cei to de maxi mi za ção da rique za.

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40MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

O con cei to de maximização do lucro parte da equa ção con tá bil tra di cio nal de queo lucro é resul tan te das recei tas menos as des pe sas de um perío do:

Lucro do Período = Receitas (-) Despesas

Apesar de lógi co, esse con cei to, toma do e uti li za do de forma res tri ta, pode nãocon du zir os rumos das empre sas a uma situa ção melhor. A obten ção de um bomlucro em um perío do não quer dizer que o futu ro da empre sa será bene fi cia do porisso. Diversas pos si bi li da des de ges tão podem levar a empre sa a obter um exce len telucro em um perío do, mas pre ju di car o seu futu ro.

Eventualmente, admi nis tra do res das empre sas, com inte res ses dis so cia dos dosacio nis tas, podem tomar deci sões de modo a garan tir ou aumen tar o resul ta do espe -ra do de um perío do, e com pro me ter o futu ro da rique za dos acio nis tas. Exemplos depos si bi li da des nesse sen ti do são:

• redu ção ou sus pen são dos gas tos com trei na men to e capa ci ta ção de fun cio ná rios;• redu ção ou sus pen são dos gas tos com manu ten ção dos ati vos fixos;• redu ção dos gas tos com desen vol vi men to de novos pro du tos;• redu ção dos gas tos com publi ci da de e pro mo ção;• redu ção ou sus pen são dos inves ti men tos em moder ni za ção do par que ope ra -

cio nal;• aumen to do volu me de ven das por meio de des con tos de pre ços, aumen tan do

o valor do lucro, mas dimi nuin do a lucra ti vi da de dos pro du tos etc.

Note-se que esses tipos de deci sões estão asso cia dos ao obje ti vo de obten ção demaior lucro, redu zin do as des pe sas e aumen tan do a recei ta, uti li zan do-se da fór mu latra di cio nal con tá bil-finan cei ra. Contudo, a fór mu la con tá bil-finan cei ra do lucro res -trin ge-se ape nas ao perío do em pauta, mas não reme te à ques tão da gera ção de lucrosfutu ros. Dessa manei ra, deci sões capa zes de aumen tar o lucro de um perío do podempre ju di car sen si vel men te a gera ção futu ra de lucros. Nesse caso, tem-se a maxi mi za -ção do lucro, mas não a maxi mi za ção da rique za, pois esta está rela cio na da mais coma gera ção futu ra de lucros do que a obten ção de lucros no pre sen te.

Assim, pode mos dizer que o con cei to de maxi mi za ção do lucro é um con cei to quetem ade rên cia à visão de curto prazo, mas não per mi te uma ges tão basea da no longoprazo. De um modo geral, os acio nis tas inves tem pen san do em divi den dos recor ren -tes e con tí nuos ao longo do tempo, den tro de uma con cep ção de longo prazo, razãopor que ges tões de aumen to de lucro no curto prazo podem estar em desa cor do comas inten ções gerais dos pro prie tá rios da empre sa.

O con cei to de maxi mi za ção de lucro é ade ren te à ges tão de curto prazo e podeoca sio nar dis so cia ções de inte res ses dos admi nis tra do res da empre sa e deseus acio nis tas.

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OBJETIVOS, FUNÇÕES E ESTRUTURA DE FINANÇASMM41

O con cei to de maximização da rique za é o mesmo que o de cria ção de valor. A cria -ção de valor repre sen ta o aumen to da rique za. Maximizando a rique za, maxi mi za-sea cria ção de valor. A rique za com preen de o valor patri mo nial de alguém ou de umaempre sa, men su ra do eco no mi ca men te. Inclui todos os seus inves ti men tos, líqui dosde suas dívi das, e os lucros gera dos por esses inves ti men tos até o momen to da men -su ra ção da rique za.

O valor da rique za dos acio nis tas é repre sen ta do nas demons tra ções finan cei raspelo valor do capi tal pró prio ou patri mô nio líqui do.

Nas empre sas, em ter mos finan cei ros e den tro da ótica dos acio nis tas, a rique zaé o valor do capital pró prio repre sen ta do pelo capi tal inves ti do e os lucros reti dos. Emter mos con tá beis, esse valor é expres so pela figu ra do patrimônio líqui do (PL).

Considerando o con cei to de maxi mi za ção da rique za, a cria ção de valor é a dife -ren ça entre o valor da rique za no fim de um perío do e o valor da rique za no seu iní -cio. Em outras pala vras, a cria ção de valor é o lucro do perío do ana li sa do. Nasemân ti ca con tá bil-finan cei ra, é a dife ren ça entre o valor do Patrimônio LíquidoFinal (PLf) menos o valor do Patrimônio Líquido Inicial (PLi), que pode ser tra du -zi do na seguin te fór mu la:

Criação de Valor (Lucro do Período) = PLf 1 – PLi

Nesse con cei to, em vez de se obter o lucro pelo con fron to das recei tas e des pe -sas do perío do, obtém-se o valor pela ava lia ção do patri mô nio líqui do da empre sa aofinal do perío do, e ele é então con fron ta do com o valor do patri mô nio líqui do ini cial,que foi ava lia do pelo mesmo cri té rio. Esse con cei to de lucro é deno mi na do lucro eco -nô mi co, em con tra po si ção ao con cei to tra di cio nal de lucro con tá bil.

Lucro Econômico x Lucro ContábilO con cei to de lucro eco nô mi co moti va os prin ci pais cri té rios de ava lia ção de açõese inves ti men tos. De um modo geral, quan do se inves te em títu los, espe ra-se umren di men to. O valor dos ren di men tos futu ros é que deter mi na o valor atual doinves ti men to. Em outras pala vras, o valor de hoje de um inves ti men to é o valor dosren di men tos futu ros que esse inves ti men to pro por cio na rá. Essa é a base do lucroeco nô mi co.

Podemos apre sen tar esse con cei to em um sim ples exem plo. Imaginemos que uminves ti dor tenha um imó vel pelo qual pagou $ 50.000 – con si de ra do seu patri mô niolíqui do ini cial. Nos últi mos doze meses, ele rece beu $ 500 men sais de alu guel, tota -

1 Desconsiderados aumen tos ou redu ções de capi tal e dis tri bui ção de resul ta dos.

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li zan do $ 6.000 no perío do de um ano. Supondo ausên cia de des pe sa, o lucro con tá -bil seria os mes mos $ 6.000.

Lucro ContábilReceitas do ano $ 6.000(-) Despesas do ano -0-Lucro do ano $ 6.000

Vamos supor, tam bém, que, para o pró xi mo perío do, os alu guéis men sais serão de$ 600 por mês. Sob a abor da gem do lucro eco nô mi co, o valor da rique za do pro prie -tá rio do imó vel são os flu xos futu ros des con ta dos a deter mi na do custo de capi tal.Imaginando um custo de capi tal de 1% ao mês (equi va len te ao rece bi men to de juros)e con si de ran do o ren di men to men sal de $ 600, o valor do imó vel seria $ 60.000.

Valor do imó vel sob o con cei to de Lucro EconômicoValor do ren di men to men sal espe ra do $ 600Custo de capi tal do inves ti dor 1% ao mêsValor do imó vel com renda $ 60.000 ($ 600 : 0,01)

Nesse exem plo, o valor atual do imó vel decor re do valor do fluxo futu ro das recei -tas que ele irá gerar.

Com este dado, pode mos cal cu lar o lucro eco nô mi co desse patri mô nio:

Lucro EconômicoValor do Patrimônio Líquido Final $ 60.000(-) Valor do Patrimônio Inicial $ 50.000Lucro Econômico do Ano $ 10.000

O lucro con tá bil, como vimos, não tra ba lha com pers pec ti va de futu ro. Utiliza-seape nas dos dados do pas sa do (recei tas e cus tos his tó ri cos, já acon te ci dos) para men -su rar o lucro. Dessa manei ra, como obje ti vo de finan ças, impõe-se a uti li za ção docon cei to de lucro eco nô mi co, que é coe ren te com o con cei to de maxi mi za ção darique za e cria ção de valor e está vol ta do para as ren das futu ras do inves ti men to.

Para ava lia ção dos inves ti men tos e empre sas pelo con cei to de lucro eco nô mi co,são neces sá rios, por tan to, os mode los de pre vi são de lucros, caixa e inves ti men tos.Como é neces sá rio um valor que possa ser uti li za do no pre sen te, des con tam-se osflu xos futu ros a uma taxa de custo de capi tal. O valor obti do por esse mode lo de ava -lia ção pode supe rar o valor con tá bil do patri mô nio líqui do. Essa dife ren ça é nor mal -men te deno mi na da goodwill, um valor que, de modo geral, repre sen ta os intan gí veisda empre sa, como marca, capi tal inte lec tual, ponto, fundo de comér cio etc.

O qua dro a seguir apre sen ta de forma com pa ra ti va os prin ci pais con cei tos quedesen vol ve mos até agora.

42MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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OBJETIVOS, FUNÇÕES E ESTRUTURA DE FINANÇASMM43

Quadro 2.1 – Análise Com pa ra ti va: Maxi mi za ção do Lucro x Cria ção de Valor

Elemento/Fator/Variável Maximização do Lucro Criação de Valor

Horizonte Temporal Curto Prazo Longo PrazoModelo de Mensuração do Lucro Lucro Contábil Lucro EconômicoElementos da Apuração do Lucro Receitas e Despesas Receitas e Despesas e Custo de Capital

Intangíveis e Goodwill Não Reconhece ReconhecePerspectiva Histórica FuturaDados Utilizados Passados FuturosFoco Lucro do Período Valor da RiquezaObjeto Resultado das Operações Atuais Resultado das Operações Futuras

Não há dúvi da de que os dois con cei tos de lucro podem ser tra ba lha dos con jun ta -men te. Partindo da pre mis sa de que o good will surge da ava lia ção dos flu xos futu ros, eadmi tin do esse valor na equa ção do lucro con tá bil, tería mos:

Lucro Econômico a par tir do Lucro ContábilReceitas(–) Despesas(+/–) GoodwillLucro Econômico

Criação de Valor – Atividade Produtiva e Valor Agregado

A Ciência Econômica é res pon sá vel pelo con cei to-base de adi ção ou agre ga ção devalor. Conforme Rossetti (1994, p. 81), “a pro du ção deve ser vista como um pro ces socon tí nuo de entra das ( inputs) e saí das (outputs). O pro du to deve ser enten di do comoa dife ren ça entre o valor das saí das e o valor das entra das, o que equi va le dizer queo con cei to de pro du to cor res pon de ao valor agre ga do pelas empre sas no decur so dopro ces sa men to da pro du ção”.

Portanto, a base sobre a qual se fun da men ta o pro ces so de cria ção de valor empre -sa rial são a pro du ção e a venda dos pro du tos e ser vi ços da empre sa. Cada uni da de depro du to ou ser vi ço traz den tro de si seu valor agre ga do (VA), que é a dife ren ça entreo preço de venda obti do no mer ca do menos o preço de com pra dos insu mos e ser vi -ços adqui ri dos de ter cei ros tam bém no mer ca do.

Para pro du zir e entre gar os pro du tos e ser vi ços, a empre sa pre ci sa desen vol veruma série de ati vi da des inter nas, que, por sua vez, tam bém têm um preço de vendae, por tan to, um valor agre ga do. Dessa manei ra, a máxi ma efi ciên cia e efi cá cia obti dano desen vol vi men to de todas as ati vi da des do sis te ma empre sa é que per mi te, àempre sa, a pos si bi li da de de cria ção de valor, que se tra duz no lucro ope ra cio nal.

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44MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Denominamos esse pro ces so de apropriação de valor agre ga do, que pode ser vistoresu mi da men te na Figura 2.1.

A gera ção ou cria ção de valor é decor ren te do lucro obti do na venda dos pro du -tos e ser vi ços, que, por sua vez, decor re da máxi ma apro pria ção do valor agre -ga do dado por eles, a pre ços de mer ca do.

Custos

Fornecedores

Preço de Mercado

Valor Agregado doProduto/Serviço

Venda

Clientes

Preço de Mercado

40 60 100

Desenvolvimento de Atividades Internas

Ativ. 1 Ativ. 2 Ativ. 3

Apropriação de VA

Criação de Valor

Custo + VA Custo + VA Custo + VA

Figura 2.1 – Processo de Apro pria ção de Valor Agregado.

Criação de Valor para o Acionista e Valor Econômico Adicionado(EVA – Economic Value Added )A fun ção-obje ti vo de finan ças de cria ção de valor para os acio nis tas nos pare ce clara,e é um con cei to obje ti vo, pois pode ser men su ra do eco no mi ca men te. A cria ção dovalor para o acio nis ta cen tra-se na gera ção do lucro empre sa rial, que, por sua vez, étrans fe ri do para os pro prie tá rios da enti da de, que gene ri ca men te esta mos deno mi -nan do acionistas.

Dentro da área de finan ças, mais liga do à aná li se de inves ti men tos, sur giu o con -cei to de EVA/MVA – valor eco nô mi co adi cio na do/valor de mer ca do adi cio na do.Conforme Atkinson et al. (2000, p. 478-479), “recen te men te, um núme ro de ana lis -tas e con sul to res tem pro pos to o uso do valor eco nô mi co adi cio na do como uma fer -ra men ta para ava lia ção do desem pe nho da orga ni za ção... O ana lis ta ajus ta o lucrocon tá bil, cor ri gin do-o com o que os pro po nen tes do valor eco nô mi co adi cio na do

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con si de ram para sua visão con ser va do ra. Por exem plo, os ajus tes incluem a capi ta li -za ção e amor ti za ção de cus tos de pes qui sa e desen vol vi men to e cus tos sig ni fi ca ti vosde lan ça men to de pro du tos. A seguir, o ana lis ta com pu ta a im por tân cia do inves ti -men to na orga ni za ção e deri va o valor eco nô mi co adi cio na do, como segue:

Valor Econômico Adicionado = Lucro Contábil Ajustado (–) Custo de Capital xNível de Investimento

Na rea li da de, pode mos dizer que o con cei to do EVA nada mais é que uma apli -ca ção do con cei to de custo de opor tu ni da de do capi tal e do con cei to de manu ten çãodo capi tal finan cei ro da empre sa.

Custo de OportunidadeTodas as ati vi da des devem ser ava lia das pelo mer ca do, que repre sen ta o custo deopor tu ni da de de man ter deter mi na da ati vi da de. Fundamentalmente, isso é expli ci -ta do em dois con cei tos de custo de opor tu ni da de:

1. preço de mer ca do e preço de trans fe rên cia basea do no preço de mer ca do, paraava lia ção dos esto ques e pro du tos finais, e dos pro du tos e ser vi ços pro du zi dospelas ati vi da des inter nas;

2. custo de opor tu ni da de finan cei ro, para men su rar e ava liar o aspec to finan cei rodas ati vi da des e do custo de opor tu ni da de dos acio nis tas, for ne ce do res decapi tal à empre sa e às ati vi da des.

A ado ção do custo de opor tu ni da de para os acio nis tas impli ca em criar uma áreade resul ta dos espe cí fi ca para men su rar a ren ta bi li da de dos acio nis tas. O custo de opor -tu ni da de dos acio nis tas é o lucro míni mo que eles deve riam rece ber para jus ti fi car seuinves ti men to (o seu custo de opor tu ni da de, a preço de mer ca do). O con cei to de custode opor tu ni da de dos acio nis tas per mi te uma visão cor re ta do lucro dis tri buí vel, ou seja,só dis tri buir o exce den te à manu ten ção do capi tal finan cei ro e, com isso, dar con di çõeseco nô mi cas para o pro ces so de sobre vi vên cia do sis te ma empre sa – e, por tan to, parasua con ti nui da de. O con cei to de custo de opor tu ni da de, aco pla do a con cei tos de men -su ra ção rela cio na dos com o fluxo futu ro de bene fí cios, con fi gu ra o con cei to de lucroeco nô mi co, em opo si ção ao con cei to tra di cio nal de lucro con tá bil.

O lucro ope ra cio nal obti do por meio da venda dos pro du tos e ser vi ços deve sersufi cien te para cobrir o custo de capi tal dos inves ti do res ou acio nis tas, paragera ção de valor eco nô mi co adi cio na do.

Para man ter o capi tal intac to, é neces sá ria a ado ção do con cei to de custo deopor tu ni da de do capi tal. Esse con cei to impli ca em uma ren ta bi li da de míni ma de mer ca do de tal forma que os inves ti do res sejam remu ne ra dos além dessa ren ta -bi li da de míni ma, sob pena de aban do na rem os inves ti men tos na empre sa. Assim,

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dois con cei tos de men su ra ção são fun da men tais para finan ças, a fim de obter o cor -re to valor da empre sa e o resul ta do eco nô mi co cor re to: custo de opor tu ni da de efluxo líqui do de bene fí cios futu ros.

EVA e Destruição de ValorO con cei to de des trui ção de valor emer ge como con cei to inver so ao con cei to de adi -ção de valor, con si de ran do o custo de opor tu ni da de de capi tal. Todas as ati vi da desque tive rem um resul ta do infe rior ao custo de opor tu ni da de do inves ti men to apre -sen tam des trui ção de valor, pois os acio nis tas serão remu ne ra dos com ren ta bi li da deinfe rior ao custo médio de opor tu ni da de do mer ca do.

A dis tri bui ção de resul ta dos nessa con di ção impli ca ria em um pro ces so de des -trui ção do capi tal da empre sa, por que, na rea li da de, isso seria dis tri buir capi tal dosacio nis tas, e, con se quen te men te, redu zir o valor da empre sa.

Modelo de Gestão Econômica para Criação de ValorOs con cei tos apre sen ta dos podem ser incor po ra dos e resu mi dos den tro do balan çopatri mo nial. O con cei to de valor agre ga do pela empre sa, decor ren te da venda dospro du tos e ser vi ços a seus clien tes, é o con cei to de valor agre ga do liga do ao ativo. Em outras pala vras, o ativo é o recur so neces sá rio para gerar o valor agre ga do pelaempre sa, por meio da com pra, pro du ção e venda de seus pro du tos e ser vi ços.

O con cei to de valor adi cio na do para os acio nis tas está liga do às fon tes supri do rasde capi tal – no caso, os pro prie tá rios da empre sa. Dessa manei ra, os dois con cei tos decria ção de valor podem ser asso cia dos ao balan ço patri mo nial. A cria ção de valor pelaempre sa, por meio de seus pro du tos, é ope ra cio na li za da pelo ativo. A cria ção de valorpara os acio nis tas é para me tri za da pelo custo de opor tu ni da de de capi tal des ses acio -nis tas e fica evi den cia da na figu ra do pas si vo, como mos tra o qua dro a seguir.

Quadro 2.2 – Criação de Valor e o Mode lo Con tá bil

Ativo Passivo

Criação de valor pela empre sa por meio Criação de valor para o acio nis ta por meio da apro pria ção do valor agre ga do da ado ção do custo de opor tu ni da de dado pelos pro du tos e ser vi ços de capi tal

Em outras pala vras, o ativo repre sen ta a ope ra cio na li za ção e cria ção do valor paraa empre sa. O pas si vo repre sen ta a dis tri bui ção e afe ri ção da cria ção de valor para oacio nis ta.

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Pontos Limítrofes ou Referenciais no Processo de Criação de Valor Conclui-se, então, que exis tem dois pon tos refe ren ciais na aná li se do pro ces so decria ção de valor:

1. o con cei to de Valor Agregado, decor ren te da Teoria Econômica, é expres so pelovalor de mer ca do do pro du to final entre gue aos clien tes, menos o valor dos insu -mos adqui ri dos de ter cei ros, tam bém a pre ços de mer ca do, ou seja, o con cei to deValor Adicionado ado ta do pela Ciência Contábil;

2. o Custo de Oportunidade de Capital dos Acionistas, que enten de como cria çãode valor o lucro empre sa rial que exce de o custo de opor tu ni da de do capi tal sobreo valor dos inves ti men tos no negó cio.

Dentro des ses pon tos refe ren ciais, a ati vi da de de finan ças, no exer cí cio da fun çãogeren cial, pode moni to rar ade qua da men te o pro ces so de gera ção de valor den tro daempre sa. Nesse sen ti do, todas as estru tu ras orga ni za cio nais da empre sa tra ba lha rão demaneira con gruen te com os acio nis tas, obje ti vo maior da enti da de e da con ti nui da dedo empreen di men to. Juntamente com a con tro la do ria, por meio dos sis te mas de infor -ma ções geren ciais, que incor po ram os con cei tos de lucro eco nô mi co, a ati vi da de dasfinan ças dá à empre sa con di ções de ava liar todo o pro ces so de gera ção ou cria ção devalor para a empre sa e para os acio nis tas.

Ativo Passivo

Capital de Giro Capital de Terceiros

Ativo FixoCapital Próprio dos

Acionistas

Juros

Distribuição de Lucros

Criação de ValorDistribuição do Valor

Criado

Figura 2.2 – Balanço Patrimonial, Criação e Distribuição do Valor.

Valor de Mercado Adicionado (MVA – Market Value Added )O con cei to de valor de mer ca do adi cio na do (MVA – Mar ket Value Added) é decor ren tedo con cei to de EVA (valor eco nô mi co adi cio na do). O EVA mede o resul ta do de umperío do, ou seja, quan to a empre sa agre gou de lucro para o acio nis ta no perío do, emrela ção ao custo de opor tu ni da de do mer ca do no perío do. O MVA mede o cres ci -men to do valor total da empre sa, ou seja, resul ta do EVA de todos os perío dos.

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O MVA é o valor de mer ca do de uma empre sa menos o valor con tá bil de seucapi tal inves ti do:

MVA = Valor de Mercado da Empresa (-) Capital Investido

Dessa forma, o MVA refle te a valo ri za ção da empre sa (ou das ações da empre sa,se for empre sa com ações cota das em bolsa) menos os valo res que os acio nis tasinves ti ram no empreen di men to. Sempre que o valor for posi ti vo, have rá MVA. Emcaso de ocor rên cia nega ti va de valor, sig ni fi ca que houve des trui ção de valor do acio -nis ta, pois o valor de mer ca do é infe rior ao valor gasto no inves ti men to.

O aspec to fun da men tal para men su ra ção do MVA cen tra-se no valor do capi talinves ti do. Nem todos acei tam paci fi ca men te o valor con tá bil, e a maior parte enten -de que o valor con tá bil deve rá sofrer ajus tes, tais como:

• con si de rar como inves ti men to as des pe sas com pes qui sa e desen vol vi men to denovos pro du tos;

• ajus tar amor ti za ções de ati vos intan gí veis;• ajus tar a depre cia ção para me tri zan do-a no con cei to de arren da men to mer-

can til;• con si de rar como inves ti men to os gas tos com rees tru tu ra ção etc.

O valor de mer ca do da empre sa deve refle tir o valor pre sen te dos flu xos futu ros.Contudo, o valor da empre sa não indi ca se houve valor de mer ca do adi cio na do. Estesó pode rá ser obti do con fron tan do-se o valor da empre sa com o valor do capi talinves ti do.

Com os dados a seguir, o valor de mer ca do adi cio na do da Empresa A é $ 8.000,con si de ran do que o valor do capi tal inves ti do cor res pon de ao patri mô nio líqui do ini -cial do ano-base. Vejamos:

Valor de Mercado Atual da Empresa $ 140.000Valor do Capital Investimento (Patrimônio Líquido Inicial) $ 132.000MVA $ 8.000

O con cei to de MVA é total men te coe ren te com o con cei to de cria ção de valor parao acio nis ta. Portanto, deve ser incor po ra do ao mode lo de con tro la do ria de ges tão eco -nô mi ca, pois o foco dessa meto do lo gia é adi cio nar valor à empre sa e ao acio nis ta. Ocon cei to MVA, assim como o EVA, deve ser incor po ra do aos cri té rios de men su ra çãode desem pe nho das ati vi da des e uni da des de negó cios.

Funções de FinançasAs prin ci pais fun ções de finan ças decor rem das deci sões fun da men tais que os admi -nis tra do res são leva dos a tomar no coti dia no do desem pe nho des tas, com o obje ti vo

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de cria ção de valor para a empre sa e os acio nis tas. São elas as deci sões de inves ti -men to, de finan cia men to e divi den dos.

Decisão de InvestimentoÉ con si de ra da a mais impor tan te das três deci sões, uma vez que é a pró pria razão deser de um empreen di men to – inves ti men to para gerar pro du tos e ser vi ços, e, con se -quen te men te, resul ta dos. A deci são de inves tir é a mais com ple xa das deci sões finan -cei ras, pois envol ve incer te zas em todo o seu pro ces so, uma vez que tra ba lha com ointer va lo de tempo entre o inves ti men to hoje para recu pe ra ção no futu ro.

O inves ti men to de capi tal é a alo ca ção do capi tal em pro pos tas de inves ti men toscujos bene fí cios serão rea li za dos no futu ro. Uma vez que os bene fí cios futu ros nãosão conhe ci dos com cer te za, as pro pos tas de inves ti men tos neces sa ria men te envol -vem ris cos. O capi tal inves ti do tem um custo – finan cei ro ou de capi tal – que deveser recu pe ra do para jus ti fi car o inves ti men to e o risco. Assim, as variá veis fun da men -tais para a deci são de inves ti men to são:

• o empreen di men to ou o pro je to de inves ti men to;• o valor do inves ti men to;• o perío do pre vis to de ope ra cio na li za ção do inves ti men to;• os flu xos futu ros de lucros e caixa pre vis tos pelo inves ti men to duran te o perío -

do pre vis to;• o risco envol vi do no inves ti men to;• o custo do capi tal.

A deci são de inves ti men to está liga da ao ativo no mode lo do balan ço patri mo nial.

Decisão de Financiamento

É a segun da mais impor tan te deci são finan cei ra. O admi nis tra dor finan cei ro é com -pe li do a deter mi nar o melhor mix de finan cia men to para o pro je to ou estru tu ra decapi tal da empre sa, entre capi tal pró prio e capi tal de ter cei ros. Não exis te inves ti -men to sem finan cia men to de igual mon tan te.

A deci são de finan cia men to envol ve as seguin tes variá veis:

• o mon tan te do inves ti men to;• a dis po ni bi li da de de fun dos de capi tal, pró prio e/ou de ter cei ros;• o risco do inves ti men to;• o custo de capi tal das fon tes de finan cia men to.

Alguns auto res enten dem que é pos sí vel aumen tar o valor da empre sa pelaestru tu ra ção ou mudan ça da estru tu ra de capi tal. Alguns inves ti do res podem atri buir

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maior valor às ações da com pa nhia com estru tu ras de capi tal mais con ser va do ras,com maior par ti ci pa ção de capi tal pró prio e menor risco finan cei ro.

A deci são de finan cia men to está liga da ao pas si vo no mode lo do balan ço patri -mo nial.

Decisão de DividendosA ter cei ra deci são com ple men ta as deci sões ante rio res, uma vez que trata do retor nodo capi tal aos inves ti do res, após a gera ção de lucros e cria ção de valor. Em linhas gerais, impli ca a deci são de dis tri buir ou reter os lucros obti dos. A dis tri bui ção dedivi den dos deter mi na a par ce la de lucros reti da na empre sa, e deve ser ana li sa da emrela ção ao custo de opor tu ni da de de auto fi nan cia men to. Inclui a por cen ta gem de lucros a ser dis tri buí da em dinhei ro, a esta bi li da de de divi den dos fixos ou não, divi -den dos em ações ou boni fi ca ções e a recom pra de ações. A deci são de divi den dosdeve ser ana li sa da sem pre em rela ção à deci são de finan cia men to.

A deci são de divi den dos está liga da ao pas si vo no mode lo do balan ço patri mo nial.

Decisões Financeiras e Custo de CapitalPodemos dizer, então, que a admi nis tra ção finan cei ra fun da men ta-se na solu çãodes sas três deci sões fun da men tais. Juntas, elas deter mi nam o valor da empre sa paraos acio nis tas. São deci sões inter-rela cio na das, e sua com bi na ção ótima, resol vi dacon jun ta men te, é o mode lo gené ri co de ges tão finan cei ra.

O custo de capi tal é o ele men to deci só rio inte gra dor das três fun ções ou deci sõesfinan cei ras. O custo de capi tal das fon tes de finan cia men to deter mi na a ava lia ção dopro je to de inves ti men to e sua acei ta ção ou não. Os lucros gera dos pelo inves ti men todevem cobrir o custo de capi tal, remu ne ran do as fon tes pró prias e de ter cei ros egeran do valor adi cio na do para a empre sa e para os acio nis tas. Após a remu ne ra çãodas fon tes de finan cia men to de ter cei ros, a dis tri bui ção de divi den dos jus ti fi ca oinves ti men to de capi tal dos acio nis tas.

O custo de capi tal é o ele men to que inte gra as deci sões de inves ti men to, finan -cia men to e divi den dos.

Modelo de Avaliação do Investimento: o ROI O inves ti men to em ope ra ção deve ser ava lia do em rela ção aos resul ta dos espe ra dos.Assim, os lucros obti dos nos perío dos sub se quen tes aos inves ti men tos devem sercon fron ta dos com os lucros pro je ta dos con si de ra dos no pro ces so deci só rio do inves -ti men to.

O mode lo bási co de ava lia ção é deno mi na do retorno do inves ti men to (ROI – ReturnOn Inves tment). Relaciona os lucros reais obti dos com os inves ti men tos rea li za dos,tra du zin do em per cen tual anual.

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Lucro Obtido no PeríodoROI =

Investimento Realizado

Imaginando que o lucro obti do no pri mei ro ano do inves ti men to tenha sido de $ 4.200 e o inves ti men to rea li za do, $ 30.000, o ROI nesse perío do foi de 14%.

$ 4.200ROI = = 0,14 ou 14%

$ 30.000

Confrontado com o custo de capi tal uti li za do para ava liar o pro je to de inves ti -men to, o ROI obti do será con si de ra do bom ou não. O ROI de 14% será con si de ra dobom se o custo de capi tal, uti li za do quan do da acei ta ção do pro je to de inves ti men to,for infe rior a 14%; será con si de ra do ruim se no pro je to foi uti li za do um custo decapi tal supe rior a 14%; será con si de ra do nor mal e ade qua do se for igual.

Ativo Passivo

Decisão de

Investimento

Decisão de

Financiamento

Custo de Capital

Decisão de

Dividendos

Modelo Básico de Avaliação de Desempenho

Retorno do Investimento (ROI)

Figura 2.3 – Decisões finan cei ras.

Outras FunçõesO admi nis tra dor finan cei ro tem outras fun ções bási cas. Destacam-se entre elas:

• a ges tão do fluxo finan cei ro ou de caixa, de curto e longo pra zos;• a admi nis tra ção da liqui dez da empre sa;• a admi nis tra ção do risco finan cei ro;• a aná li se e ava lia ção do desem pe nho finan cei ro geral da com pa nhia e suas uni -

da des de negó cios.

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Responsabilidade SocialNão se pode dizer que a admi nis tra ção igno ra a res pon sa bi li da de social da empre sa,como pro te ção aos con su mi do res, paga men to de salá rios, manu ten ção de prá ti casden tro da ética, con di ções segu ras de tra ba lho, supor te à edu ca ção e envol vi men tocom assun tos ambien tais. Além disso, todos os inte res sa dos na empre sa nuncadevem ser igno ra dos. São eles credores, empre ga dos, clien tes, for ne ce do res, comu -ni da des nas quais a com pa nhia opera etc.

O impac to das deci sões sobre esses inte res sa dos deve ser reco nhe ci do. A rique zados acio nis tas, e tam bém da pró pria empre sa, depen de de sua res pon sa bi li da de social. Quando a socie da de age, por meio do Congresso ou outros cor pos repre sen -ta ti vos da comu ni da de, esta be le cen do as regras gover na men tais que fazem a liga çãoentre os obje ti vos sociais e de efi ciên cia eco nô mi ca, a tare fa da cor po ra ção fica maisclara com rela ção à sua res pon sa bi li da de social. Assim, a empre sa pode ser vistacomo uma pro du to ra de bens ou ser vi ços tanto no enfo que pri va do como no social,e a maxi mi za ção da rique za do acio nis ta, por meio do lucro, per ma ne ce um obje ti vocor po ra ti vo viá vel.

Risco, Retorno e LiquidezO admi nis tra dor finan cei ro defron ta-se con ti nua da men te com dois gran des dile mas,decor ren tes das incer te zas dos flu xos de bene fí cios futu ros: a ava lia ção do retor no deum inves ti men to em rela ção ao risco e a pos si bi li da de de ter maior retor no ou ren -ta bi li da de sacri fi can do pro vi so ria men te sua capa ci da de de liqui dez ou paga men to.

Risco x RetornoTecnicamente, em finan ças, o risco sig ni fi ca a varia bi li da de em rela ção ao retor noespe ra do. A varia bi li da de, por tan to, pode ser para mais ou para menos. Contudo,como o resul ta do infe rior ao pla ne ja do é que pre ju di ca o pro ces so de inves ti men to,o risco pode ser defi ni do como pro ba bi li da de de perda em rela ção a resul ta dos espe ra dos.

Há geral acei ta ção de que empreen di men tos com maior pro ba bi li da de de riscodevem ser recom pen sa dos com retor no maior. Essa con cep ção parte de que háretor nos livres de risco, como é o caso de títu los gover na men tais. Como, em tese, ogover no nunca pode falir, qual quer inves ti men to em títu los gover na men tais podeser con si de ra do livre de risco. Consequentemente, os outros inves ti men tos têm umrisco, que deve ser remu ne ra do com um retor no maior.

Contudo, é pos sí vel fazer uma inver são do con cei to. Se um risco maior exigeum retor no maior, um retor no maior deve ter um risco maior. Em outras pala vras,quan do um inves ti dor se defron ta com várias alter na ti vas de inves ti men to, aque leque ofe re ce maior retor no pode (ou deve) estar con tem plan do, asso cia ti va men te,um risco maior.

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Considerando essa abor da gem o dile ma se ins ta la. O admi nis tra dor finan cei ro, nabusca de um retor no maior, pode estar incor ren do em um risco maior, aumen tan doa pro ba bi li da de de difi cul da des finan cei ras, caso um retor no muito baixo pre ju di quea gera ção de caixa para as ope ra ções.

Um dos mode los mais uti li za dos para mimi ni zar o efei to dos ris cos asso cia dos aosin ves ti men tos é buscar a diver si fi ca ção de inves ti men tos. Construindo uma car tei ra de in -ves ti men tos ade qua da men te diver si fi ca da, há pos si bi li da des de redu ção do risco emaxi mi za ção do retor no, con si de ran do essa mini mi za ção do risco.

Preferências com Relação ao RiscoAs empre sas são de pro prie da de de pes soas e admi nis tra das por pes soas que têmcom por ta men tos espe cí fi cos, que se refle tem nas várias ati vi da des empre sa riaisden tro dos diver sos mode los deci só rios. As pre fe rên cias das pes soas com rela ção aorisco são:

• indiferentes ao risco: não exi gem mudan ças de retor no caso o risco aumen te;• tendentes ao risco: a taxa de retor no pode dimi nuir mesmo que o risco aumen te;• avessas ao risco: exi gem um aumen to da taxa de retor no caso o risco aumen te.

Tipos de RiscoConsiderando a empre sa den tro do mer ca do como uma opção de inves ti men to, orisco é clas si fi ca do em dois tipos:

• risco de mer ca do ou sis te má ti co, aquele a que todas as empre sas den tro de ummesmo ambien te aca bam por sofrer, decor ren te de aspec tos con jun tu rais, polí -ti cos, reces sões, guer ras, aumen tos gerais de com mo di ties etc.

• risco não sis te má ti co, que afeta espe ci fi ca men te cada empre sa, e pode serdiver si fi cá vel em uma car tei ra de inves ti men tos.

Esses tipos de ris cos estão apre sen ta dos no Capítulo 3.Considerando a empre sa iso la da men te, pode mos iden ti fi car dois tipos de risco,

que, asso cia dos, dão o risco da empre sa:

• risco ope ra cio nal, que decor re da opção por uma deter mi na da estru tu ra de ati -vos, que, por sua vez, con duz a uma estru tu ra de cus tos (pro por ção de cus tosfixos e variá veis). Este risco é apre sen ta do no Capítulo 5;

• risco finan cei ro, que decor re da opção por uma deter mi na da estru tu ra de pas -si vos, que con duz a um nível de endi vi da men to finan cei ro e à neces si da de deabsor ção dos cus tos fixos finan cei ros. Este risco é apre sen ta do no Capítulo 6;

• risco da empre sa, que é a com bi na ção do risco ope ra cio nal com o risco finan cei ro.

Pode-se falar, tam bém, em risco do negó cio, con si de ran do que cada ramo de ati vi -da de tenha carac te rís ti cas pecu lia res que con du zam a deter mi na do nível de risco

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dife ren te de outro ramo. Assim, pode-se ima gi nar que o ramo de comer cia li za ção deali men tos tenha um risco menor que o agrí co la, que o auto mo bi lís ti co tenha um riscomaior que o do ramo de ener gia elé tri ca, que seto res liga dos a pro du tos supér fluosincor po rem ris cos maio res que os de seto res liga dos a con su mo bási co etc.

Liquidez x Rentabilidade

A busca de uma ótima estru tu ra de capi tal parte do pres su pos to de que é pos sí vel ter lucros maio res quan do se obtém a maior quan ti da de de fon tes bara tas de capi talexter no. O custo das fon tes de capi tal de ter cei ros são os juros e qual quer outraremu ne ra ção que se pague aos deten to res e ceden tes do capi tal. Quanto menor ocusto das fon tes de capi tal, mais lucros a empre sa pode rá con se guir. Dentro dessepres su pos to, há uma ideia ini cial de se bus car a maior quan ti da de de fon tes exter nasde capi tal, desde que a um custo menor que as fon tes dos acio nis tas.

Contudo, a empre sa pode não con se guir os resul ta dos espe ra dos, em fun ção de outros ris cos exis ten tes, e per der, par cial ou total men te, tem po rá ria ou defi ni ti va -men te, a con di ção de hon rar as par ce las dos juros e das amor ti za ções do prin ci pal.Denominamos liquidez a con di ção que a empre sa tem de hon rar todos os seus com -pro mis sos finan cei ros. Quanto maior a liqui dez, mais segu ran ça finan cei ra a empre -sa tem. Portanto, na busca da maior ren ta bi li da de por meio do uso inten si vo de fon -tes exter nas de capi tal, a empre sa pode se ver, no hori zon te futu ro, às vol tas com apos si bi li da de de perda par cial ou total de liqui dez.

Esse dile ma pode ser enca mi nha do tam bém por meio de outra abor da gem. Osadmi nis tra do res finan cei ros que que rem pri vi le giar a liqui dez podem man ter naempre sa dis po ni bi li da des e apli ca ções finan cei ras em exces so ao mon tan te estri ta -men te neces sá rio, para se res guar da rem ao máxi mo de even tuais pro ble mas com opaga men to de suas con tas. Contudo, os valo res reti dos em dis po ni bi li da des e apli ca -dos no mer ca do finan cei ro têm nor mal men te um ren di men to muito infe rior ao de outras pos si bi li da des de inves ti men to de risco, seja na pró pria empre sa, seja em outros pro je tos de inves ti men tos. Dessa forma, com o obje ti vo de pre ser var ao máxi -mo a liqui dez da empre sa, a ren ta bi li da de geral cai, pois o ren di men to finan cei rotende a ser infe rior ao ren di men to dado pela venda dos pro du tos e ser vi ços de pro -je tos de inves ti men tos alter na ti vos.

Teoria da Agência (Agency Theory)Um aspec to rele van te em finan ças é o estu do do rela cio na men to entre os diver sosinte res sa dos em um empreen di men to empre sa rial (stakeholders), com ênfa se para arela ção entre os acio nis tas e os admi nis tra do res das empre sas, deno mi na do teoria da

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agên cia. Nessa abor da gem, a empre sa é enfo ca da como um con jun to de con tra tos,onde uma parte auto ri za que a outra atue em seu nome, seja seu agen te.

Em uma empre sa cons ti tuí da como socie da de por ações, neces sa ria men te osacio nis tas têm que cons ti tuir um con se lho e uma dire to ria que admi nis trem aempre sa para eles. Essa rela ção pode ser vista como um con tra to, em que os donosda par ti ci pa ção acio ná ria dele gam a admi nis tra do res a auto ri da de para agir em seusnomes. Assim, os admi nis tra do res podem ser vis tos como agen tes dos pro prie tá rios.

Os pro prie tá rios dele gam a res pon sa bi li da de da toma da de deci são aos admi nis -tra do res, espe ran do que eles, os agen tes, ajam no melhor dos seus inte res ses.Contudo, estan do a pro prie da de e o con tro le sepa ra dos, cons ta ta-se uma situa çãoque per mi te à admi nis tra ção agir mais em seu pró prio inte res se do que, even tual -men te, naque les dos acio nis tas. Em outras pala vras, os obje ti vos da admi nis tra çãopodem dife rir dos obje ti vos dos donos da empre sa. Essa situa ção de con fli to de obje -ti vos pode pre ju di car o valor da empre sa.

Para ten tar con tor nar esse con fli to, os acio nis tas podem desen co ra jar os admi nis -tra do res a se des viar dos seus inte res ses, median te a con cep ção de incen ti vos apro -pria dos para os admi nis tra do res (remu ne ra ção variá vel, prê mios por resul ta dos, opções em ações (stock options) etc.), moni to ran do a seguir seu com por ta men to.

Os con cei tos de maxi mi za ção do lucro, maxi mi za ção da rique za e cria ção de valorpodem ser vin cu la dos à teo ria da agên cia, con for me a Figura 2.4.

Maximização

do Lucro

Criação de Valor

para os Acionistas

Administradores Acionistas

Controle Propriedade

Conjunto de Contratos

X

X

X

Figura 2.4 – Teoria da Agên cia.

Governança CorporativaUm dos ins tru men tos para aju dar no pro ces so de mini mi za ção do con fli to de agên ciaé a intro du ção do con cei to de gover nan ça cor po ra ti va. Define-se gover nan ça cor po ra -ti va como o con jun to de ati vi da des, pro ce di men tos e prá ti cas que per mi tem dar totaltrans pa rên cia dos negó cios das empre sas socie da des anô ni mas de capi tal aber to, como intui to bási co de pro te ção máxi ma ao inves ti dor mino ri tá rio.

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A Bovespa defi ne gover nan ça cor po ra ti va como um con jun to de nor mas de con -du ta para empre sas, admi nis tra do res e con tro la do res con si de ra do impor tan te parauma boa valo ri za ção das ações e outros ati vos emi ti dos pela com pa nhia. Mais do queuma ins ti tui ção, o con cei to de gover nan ça cor po ra ti va repre sen ta a par ti ci pa ção ativados inves ti do res ins ti tu cio nais na admi nis tra ção geral dos negó cios da empre sa. Deum modo geral, repre sen ta a neces si da de que os acio nis tas mino ri tá rios têm de par -ti ci par efe ti va men te da dire ção geral dos negó cios da cor po ra ção.

O obje ti vo da gover nan ça cor po ra ti va é a cria ção de valor para o acio nis ta. Aoincor po rar esse con cei to, as empre sas dei xam de ser admi nis tra das exclu si va men tepelo grupo majo ri tá rio e o con se lho de admi nis tra ção elei to por esse grupo majo ri -tá rio, e pas sam a acei tar inter fe rên cias de outros inves ti do res ins ti tu cio nais.

As empre sas que ado tam o con cei to de gover nan ça cor po ra ti va ten dem a darmaior trans pa rên cia de seus negó cios e padrões con tá beis e finan cei ros para o mer ca -do, tor nan do-se empre sas com maior acei ta ção geral e, con se quen te men te, atra ti vaspara inves ti men tos. A ado ção do con cei to de gover nan ça cor po ra ti va tal vez seja umdos melho res ins tru men tos para o rela cio na men to com os inves ti do res, uma vez quedeixa de tratá-los como acio nis tas resi duais, pas san do a incor po rar suas metas no con -jun to de estra té gias e obje ti vos da empre sa.

Pertencem à gover nan ça cor po ra ti va os meca nis mos ins ti tu cio nais e eco nô mi cosque tor nam efi ca zes os direi tos de cre do res e acio nis tas, isto é, que asse gu ram quecre do res e acio nis tas tenham aces so ao ren di men to do capi tal. No Brasil, a CVM(Comissão de Valores Mobiliários), a Lei das Sociedades Anônimas, a Lei de Falên-cias, os esta tu tos, os con tra tos sociais, as leis de con tra tos, os mer ca dos de capi tais,as assem bleias de acio nis tas, os con se lhos de admi nis tra ção e as dire to rias dasempre sas fazem parte da gover nan ça cor po ra ti va, mas, muito mais do que isso, delafaz parte, desde a prá ti ca con tá bil até o modus ope ran di do sis te ma polí ti co bra si lei ro(Sá, 2001, p. 60).

Papéis CaracterísticosEm linhas gerais, o obje ti vo da ins ta la ção da gover nan ça cor po ra ti va é a atua çãocoor de na da de todos os inves ti do res, majo ri tá rios e mino ri tá rios, nos seguin tes papéis prin ci pais:

• pro ver dire cio na men to geral para a cor po ra ção e apro var estra té gias;• moni to rar e ava liar o desem pe nho da orga ni za ção;• apro var os obje ti vos e estra té gias finan cei ras;• assegurar que os sis te mas moni to rem o cum pri men to de padrões éti cos e legais.

Esses qua tro papéis estão liga dos, em resu mo, ao dire cio na men to, moni to ra men toe men su ra ção da busca pela orga ni za ção de valor ao acio nis ta. Os demais, apre sen ta -dos a seguir, estão liga dos à pro vi são de meca nis mos exter nos para mudar a orga ni za -ção caso ela não mude inter na men te.

56MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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• Selecionar, ava liar, com pen sar e subs ti tuir dire to res da empre sa e asse gu rar pla -nos de suces são.

• Avaliar o desem pe nho do pró prio con se lho de admi nis tra ção.

Consequências da Adoção da Governança CorporativaO ati vis mo dos inves ti do res ins ti tu cio nais na empre sa, por meio do sis te ma de gover -nan ça, dá maior com pe ti ti vi da de de ges tão e foco na cria ção de valor, con se guin do:

• tor nar os admi nis tra do res mais foca dos em resul ta dos e retor no do inves ti men to;• maior agi li da de de cor re ção de rumos em perío dos de menor lucra ti vi da de;• maior trans pa rên cia e aten ção com direi tos de mino ri tá rios;• que os inves ti do res em geral se tor nem alia dos, e não amea ças ao con tro le acio -

ná rio;• que a empre sa e os inves ti do res se bene fi ciem dessa abor da gem.

A Bovespa con si de ra que as com pa nhias aber tas têm gover nan ça cor po ra ti vaquan do, além do aten di men to das obri ga ções cons tan tes na legis la ção (Lei no

6.404/76 e Lei no 10.303/02), são admi ti das como Companhia de Mercado Nível 1 eNível 2.

Lei Sarbanes-Oxley

Em razão de diver sos escân da los cor po ra ti vos no sécu lo XX e iní cio do sécu lo XXI,que resul ta ram em enor mes pre juí zos para os acio nis tas, o gover no norte-ame ri ca noedi tou, em 2002, a Lei Sarbanes-Oxley, intro du zin do cri té rios mais rígi dos paramoni to rar a res pon sa bi li da de dos acio nis tas e admi nis tra do res das empre sas socie -da des por ações.

Ela torna os dire to res exe cu ti vos e dire to res finan cei ros expli ci ta men te res pon -sá veis por esta be le cer, ava liar e moni to rar a efi cá cia dos con tro les inter nos sobrerela tó rios finan cei ros e divul ga ções de dados e pers pec ti vas da com pa nhia. Exigeque todas as com pa nhias de capi tal aber to lis ta das nas bol sas de valo res tenhamum Comitê de Auditoria, que inclua pelo menos um espe cia lis ta finan cei ro entre os mem bros.

Estrutura Administrativa

O con jun to das fun ções finan cei ras nas empre sas é desem pe nha do pelos seto res decon tro la do ria e tesou ra ria, nor mal men te de res pon sa bi li da de de um dire tor ougeren te admi nis tra ti vo/finan cei ro.

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58MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Figura 2.5 – Finanças na Orga ni za ção.

Vice-Presidente (Diretor) de Produção

Vice-Presidente (Diretor)de Comercialização

Vice-Presidente (Diretor) Administrativo/

Financeiro

Presidente

CONTROLLER TESOUREIRO

A con tro la do ria é a uni da de admi nis tra ti va den tro da empre sa que, por meio daCiência Contábil e do Sistema de Informação de Controladoria, é res pon sá vel pelacoor de na ção da ges tão eco nô mi ca do sis te ma empre sa. Sua base de infor ma ções é osub sis te ma de con ta bi li da de socie tá ria e fis cal, expan din do esse sub sis te ma para suprir a empre sa de infor ma ções geren ciais. A gran de liga ção da con tro la do ria coma tesou ra ria con sis te no pro ces so orça men tá rio. O orça men to nasce na con tro la do -ria e, após sua con clu são, os dados são envia dos à tesou ra ria para mon tar seuPlanejamento Financeiro de Curto e Longo Prazos.

Auditoria Interna

CONTROLADORIA

Relações com Investidores

Sistema de InformaçãoGerencial

EscrituraçãoPlanejamento e

Controle

• Orçamento, Projeções eAnálise de Investimentos

• Contabilidade de Custos• Contabilidade por

Responsabilidades• Acompanhamento do Negócio

e Estudos Especiais

• Contabilidade Societária• Controle Patrimonial• Contabilidade Tributária

Figura 2.6 – Estrutura da Con tro la do ria.

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OBJETIVOS, FUNÇÕES E ESTRUTURA DE FINANÇASMM59

Controladoria e TesourariaFundamentalmente, con cor da mos com a posi ção do con trol ler sepa ra da do res pon -sá vel pela tesou ra ria. Entendemos que a fun ção de tesou ra ria ou de finan ças é umaati vi da de de linha e ope ra cio nal, que basi ca men te tem como fun ção o supri men to derecur sos para as demais ati vi da des desen vol vi das inter na men te na com pa nhia, ati vi -da de que, como as demais, deve ser ava lia da pela con tro la do ria, como pode mos verna Figura 2.7.

Pesquisa eDesenvolvimento

Compras Estocagem Vendas Produção

Recursos para as Atividades

Finanças

Figura 2.7 – A Ati vi da de de Finan ças como Supri do ra de Recur sos Finan cei ros às Demais Ati vi da des Ope ra cio nais da Empre sa.

As prin ci pais ati vi da des ou fun ções de tesou ra ria, tam bém deno mi na da dire to riaou gerên cia finan cei ra, são as seguin tes, evi den cia das na Figura 2.8:

Planejamento

Finanças

Sistema de Informação de Tesouraria

Operação

• Planejamento Financeiro deLongo Prazo

• Banco Interno• Captação de Recursos. Financiamentos. Debêntures. Acionistas• Planejamento e Controle

Financeiro de Curto Prazo

• Contas a Receber• Contas a Pagar• Contas Cambiais• Administração de Excedentes

de Caixa• Gestão de Risco Financeiro

Figura 2.8 – Estrutura da Tesou ra ria ou Ati vi da de de Finan ças.

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Note-se que, den tro dessa estru tu ra, o res pon sá vel pela tesou ra ria tem uma fun -ção ope ra cio nal e deve, inclu si ve, gerar resul ta do posi ti vo para a empre sa, e ser ava -lia do pelo seu desem pe nho por meio de seus resul ta dos alcan ça dos.

Funções e Exercício das FunçõesÉ muito comum ima gi nar que a exis tên cia das ati vi da des de con tro la do ria e tesou ra -ria, vis tas como estru tu ras dis tin tas, seja pos sí vel somen te para empre sas de médioe gran de por tes. Nesse sen ti do, con vém res sal tar a dife ren ça entre a existência dasfun ções e o exercício des sas fun ções pelas pes soas den tro da empre sa.

Qualquer empre sa abar ca todas as fun ções bási cas neces sá rias para o cum pri -men to de suas ati vi da des de com prar, pro du zir, ven der e admi nis trar. Dessa manei -ra, em todas as empre sas exis tem as fun ções de com pra, pro du ção, manu ten ção,desen vol vi men to de pro du tos, con tro le de qua li da de, pla ne ja men to de pro du ção even das, esto ques, comer cia li za ção, expe di ção, fatu ra men to, mar ke ting, logís ti ca,recur sos huma nos, tec no lo gia de infor ma ção, con ta bi li da de, con tro la do ria, tesou ra -ria etc.

Dependendo do porte da empre sa, a maior parte des sas fun ções são exer ci daspor pes soas ou seto res dis tin tos. Contudo, todas essas fun ções exis tem em empre sasmeno res, mesmo em um microem preen di men to que tenha ape nas um único fun cio -ná rio, nor mal men te seu pro prie tá rio. Nesse caso, uma pes soa só exe cu ta todas asfun ções empre sa riais. Assim, em empre sas de peque no e médio por tes, é comum queuma pes soa exe cu te duas ou três fun ções. Pode-se ter em uma empre sa um res pon -sá vel pelas áreas de con tro la do ria, finan ças e tec no lo gia de infor ma ção, exe cu tan dotodas essas fun ções.

Questões e Exercícios1. Uma empre sa deci de entrar no ramo de leite longa vida e espe ra ven der cinco

milhões de litros ao mês. O preço pago pela maté ria-prima é de $ 0,25 o litro, eo preço de mer ca do do pro du to final é igual a $ 1,10. Qual será o valor agre ga domáxi mo dado pelo pro du to em um ano de fatu ra men to? Desconsidere impos tospara esse cál cu lo.

2. O gasto esti ma do para supor tar as ati vi da des inter nas desen vol vi das para fabri care comer cia li zar o pro du to do exer cí cio ante rior somam $ 46.500.000 para um ano.Os inves ti men tos neces sá rios para implan ta ção do pro je to de leite longa vida sãoda ordem de $ 38.000.000. Qual é a ren ta bi li da de anual do inves ti men to?

3. Supondo que os finan cia do res do pro je to tenham em mente um custo de opor -tu ni da de de capi tal de 11% ao ano, qual será a cria ção de valor para os acio nis -tas esti ma da anual men te?

60MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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4. Considere outra alter na ti va com o preço de venda do litro de leite cres cen do 3%e o preço da maté ria-prima subin do ape nas 2%. Considere que o custo anual dasati vi da des seja o mesmo, bem como o inves ti men to ini cial. Calcule:a) o novo valor agre ga do gera do pela empre sa;b) a ren ta bi li da de anual do inves ti men to;c) o valor cria do para o acio nis ta, par tin do agora do pres su pos to de que o custo

de opor tu ni da de dos for ne ce do res de capi tal seja de 18% ao ano.

5. A pro je ção do fluxo líqui do de caixa de uma empre sa para os pró xi mos cinco anosé a seguin te:

Fluxo de Caixa Projetado

Ano 1 $ 20.000Ano 2 23.500Ano 3 24.000Ano 4 28.000Ano 5 30.000

Considerando um valor resi dual de $ 35.000 e um custo de opor tu ni da de de capi -tal de 13% ao ano, qual será o valor da empre sa pelo cri té rio de flu xos futu ros?

6. Uma empre sa tem um valor atual de mer ca do de $ 154,5 milhões. Novas pre -mis sas e con di ções do ambien te indi cam que ela tem uma capa ci da de anual degera ção de lucro de $ 19,2 milhões. Considerando um custo de opor tu ni da de de capi tal de 12% ao ano, em per pe tui da de, indi que o novo valor da empre sa eo good will resul tan te.

OBJETIVOS, FUNÇÕES E ESTRUTURA DE FINANÇASMM61

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Taxa de Juros de um Financiamento

3 Custo de Capital e Rentabilidade doInvestimento

Podemos dizer que os con cei tos de custo de capi tal e de ren ta bi li da de do inves ti -men to são faces da mesma moeda e podem se fun dir em diver sos mode los de aná -li se e toma da de deci são.

Custo de capi tal é o valor ou taxa que se paga para um for ne ce dor de capi tal, nor -mal men te repre sen ta do por uma taxa de juros ou prê mio. Por exem plo, quan do seobtém um emprés ti mo ou finan cia men to de um banco, a taxa per cen tual que obanco cobra pelo for ne ci men to desse recur so ao longo do tempo de sua uti li za ção éo custo de capi tal.

Rentabilidade do inves ti men to é o lucro obti do em um perío do em razão de uminves ti men to feito em um pro je to, empreen di men to ou empre sa. Representa aremu ne ra ção obti da como prê mio pela apli ca ção de recur sos finan cei ros em uminves ti men to. Normalmente, tam bém é expres sa em uma taxa per cen tual.

Tomando o exem plo do emprés ti mo ou finan cia men to do banco para umaempre sa, para a empre sa que toma o recur so, a taxa de juros repre sen ta o custo decapi tal de ter cei ros. Para o banco que empres tou o recur so, a taxa repre sen ta a ren -ta bi li da de do inves ti men to.

Rentabilidade doInvestimento

Custo de Capital

Ótica do Banco Emprestador do Recurso

Ótica da Empresa Tomadora do Recurso

Quando do pro ces so de toma da de deci são para ava liar um pro je to de inves ti -men to, é neces sá ria a intro du ção do custo de capi tal para ava liar sua via bi li da deeco nô mi ca, que con sis te em saber se os flu xos futu ros de bene fí cios gera dos pelopro je to serão sufi cien tes para cobrir o custo de capi tal. Nesse momen to, esta mosuti li zan do o con cei to de custo de capi tal.

Quando do pro ces so em anda men to, deve-se ava liar ou moni to rar o inves ti men toem mar cha, para saber se os lucros obtidos estão coe ren tes com o custo de capi tal ado -ta do duran te a deci são de ini ciar o inves ti men to. Nesse momen to, esta mos uti li zan doo con cei to de ren ta bi li da de do inves ti men to.

Dessa manei ra, os mode los de aná li se de custo de capi tal são seme lhan tes aosmode los de aná li se de ren ta bi li da de do inves ti men to.

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Análise de RentabilidadeA aná li se de ren ta bi li da de obje ti va men su rar o retor no do capi tal inves ti do e iden ti -fi car os fato res que con du zi ram a essa ren ta bi li da de. O pro ces so deci só rio clás si co –e inques tio na vel men te acei to em todo o mundo – para ava lia ção de pro je tos deinves ti men tos con sis te em men su rar os lucros futu ros (ou flu xos futu ros de caixa)pre vis tos no pro je to, con tra os valo res gas tos a títu lo de inves ti men to nesse mesmopro je to. Os méto dos reco men da dos são o valor pre sen te líqui do (VPL) e a taxa inter -na de retor no (TIR). Um ter cei ro méto do, deno mi na do payback,1 tam bém tem sidouti li za do com ple men tar men te na aná li se da deci são de inves ti men tos.

O VPL e a TIR são meto do lo gias que des con tam os lucros ou flu xos futu ros decaixa por uma taxa de juros que repre sen ta o custo de capi tal. No VPL, atri bui-se umcusto míni mo de capi tal e des con tam-se os flu xos futu ros pre vis tos. Na TIR, em vezde atri buir um custo míni mo, busca-se a taxa de retor no que igua la os flu xos futu rosaos inves ti men tos fei tos. Com o méto do do payback, des co bre-se em quan tos anosretor na rá o inves ti men to.

Partindo das pre mis sas de que:

• na deci são sobre um inves ti men to ana li sa-se pre via men te sua ren ta bi li da de;• uma empre sa nada mais é do que um ou mais pro je tos de inves ti men tos ope -

ran do simul ta nea men te;• o ativo repre sen ta o inves ti men to, e o pas si vo, o finan cia men to obti do para via -

bi li zar esse inves ti men to;

a aná li se da ren ta bi li da de é o cri té rio natu ral de ava lia ção do retor no do inves ti men to,qua li fi can do-se, por tan to, como o indi ca dor mais impor tan te da aná li se finan cei ra.

Poder-se-ia argu men tar que a aná li se da capa ci da de de paga men to e da soli dezfinan cei ra da empre sa é o seg men to mais impor tan te da aná li se finan cei ra, poisindi ca a capa ci da de de sobre vi vên cia da empre sa a curto prazo. Contudo, con vémsalien tar que a saúde finan cei ra da empre sa é decor ren te da obten ção de sua ren ta -bi li da de. Uma empre sa ren tá vel (e ade qua da men te admi nis tra da) não terá pro ble -mas de sol vên cia ou capa ci da de de paga men to. Uma empre sa com pro ble mas deliqui dez decor re, pro va vel men te, de uma ina de qua da ren ta bi li da de pas sa da, ou mauredi re cio na men to de seus lucros ou fun dos.

Fundamentos A ren ta bi li da de é a resul tan te das ope ra ções da empre sa em um deter mi na do perío -do e, por tan to, envol ve todos os ele men tos ope ra cio nais, eco nô mi cos e finan cei ros doempreen di men to. Esse resul ta do pode ser visto por diver sos ângu los, que estão repre -

64MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

1 Abordaremos esses cri té rios, de forma intro du tó ria, no Capítulo 4.

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CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM65

sen ta dos no balan ço patri mo nial. O ativo repre sen ta todos os inves ti men tos fei tos naempre sa, e o pas si vo, as duas fon tes de finan cia men to (capi tal de ter cei ros e capi talpró prio). Esses três ele men tos patri mo niais con du zem às três abor da gens prin ci paisda aná li se de ren ta bi li da de.

A obten ção do lucro, por sua vez, decor re das estra té gias uti li za das nas ope ra çõese das mar gens repas sa das nos pre ços de ven das dos pro du tos e ser vi ços da empre sa.Portanto, o volu me ven di do e os pre ços obti dos são os fato res bási cos de gera ção dolucro. O lucro obti do deve ser con fron ta do com os lucros pla ne ja dos, uma vez que,con for me intro du zi mos neste capí tu lo, o resul ta do rea li za do é que deter mi na rá aava lia ção de desem pe nho dos pro je tos de inves ti men tos, onde, ini cial men te, forampre vis tos os lucros que jus ti fi ca ram a deci são pela acei ta ção des ses pro je tos.Apresentamos a seguir os prin ci pais fun da men tos que envol vem a aná li se de ren ta -bi li da de.

Abordagens da Análise da RentabilidadeA abor da gem prin ci pal de ren ta bi li da de tem como refe rên cia os donos da empre sa(os sócios, se limi ta das, ou acio nis tas, se socie da des anô ni mas). O valor do inves ti -men to dos pro prie tá rios é deno mi na do, em finan ças, capital pró prio, e é repre sen ta dono balan ço patri mo nial pela figu ra do patrimônio líqui do.

Essa abor da gem é con si de ra da a aná li se defi ni ti va de ren ta bi li da de, pois rela cio nao lucro líqui do após os impos tos, que é a men su ra ção final do lucro obti do,2 com ovalor do patri mô nio líqui do, men su ran do a ren ta bi li da de à luz do inte res sa do maisimpor tan te no inves ti men to na empre sa, que é o dono do capi tal.

A segun da abor da gem obje ti va men su rar a ren ta bi li da de da empre sa como umtodo, sem se preo cu par, pri ma ria men te, quem finan ciou o inves ti men to. Essa abor -da gem busca men su rar a ren ta bi li da de do inves ti men to total, ou seja, do ativo, tam -bém deno mi na da rentabilidade do ativo ope ra cio nal.

A ter cei ra abor da gem qua li fi ca da de mais impor tan te busca iden ti fi car o impac todo finan cia men to que a empre sa obte ve do capi tal de ter cei ros (as ins ti tui ções finan -cei ras que con ce de ram emprés ti mos e finan cia men tos à empre sa, além dos sócios ouacio nis tas). Avaliam-se o custo médio do capi tal de ter cei ros e sua rela ção com a ren -ta bi li da de ope ra cio nal, para veri fi car se houve van ta gem na uti li za ção des ses capi -tais. Essa van ta gem, quan do ocor re, é deno mi na da alavancagem finan cei ra.

Essas três abor da gens podem ser visua li za das inte gra da men te na Figura 3.1,apre sen ta da a seguir. Esse mode lo será apre sen ta do de forma mais deta lha da ao finaldeste capí tu lo.

2 Referimo-nos sem pre ao resul ta do posi ti vo alcan ça do, deno mi na do lucro, para sim pli fi -ca ção. A ter mi no lo gia mais cor re ta seria resul ta do líqui do, pois a empre sa pode tanto obterlucro como incor rer em pre juí zo no perío do.

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Figura 3.1 – Abordagens Bási cas de Ren ta bi li da de.

66MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Rentabilidade doPatrimônio Líquido

RentabilidadeOperacional

Rentabilidade doFinanciamento

Dada a com ple xi da de da aná li se de ren ta bi li da de, outras abor da gens foramdesen vol vi das, basi ca men te cen tra das nos con cei tos de valor adi cio na do e cria çãode valor. De um modo geral, essas abor da gens intro du zem um ele men to adi cio nal,não explí ci to, que é o custo de opor tu ni da de de capi tal, ava lian do a ren ta bi li da deobti da por meio de sua con fron ta ção com a ren ta bi li da de de outros ati vos e inves -ti men tos no mer ca do finan cei ro. Os con cei tos de EVA e MVA são decor ren tes des -sas abor da gens.

Lucratividade e Margem x RentabilidadeEssas nomen cla tu ras têm sido comu men te uti li za das como se fos sem a mesma coisa,mas repre sen tam men su ra ções eco nô mi co-finan cei ras dis tin tas. Reconhecemos quepara um leigo podem pare cer iguais, mas tec ni ca men te con vém fazer a cor re ta dis -tin ção entre delas.

Lucratividade e margem podem ser con si de ra das sinô ni mos. Representam o lucroobti do em rela ção ao valor das ven das. Podemos ter o lucro ou mar gem uni tá riacomo lucro ou mar gem total. A lucra ti vi da de/mar gem uni tá ria é o lucro obti do pelavenda de cada uni da de de pro du to ou ser vi ço. A lucra ti vi da de/mar gem total é o lucrolíqui do total obti do pelo total das recei tas das ven das dos pro du tos e ser vi ços duran -te um perío do.

A mar gem e a lucra ti vi da de são expres sas tanto em valor quan to em per cen tual.Por exem plo, temos a mar gem de con tri bui ção uni tá ria em valor e a mar gem de con -tri bui ção uni tá ria em per cen tual. Temos o lucro (mar gem) bruto em valor e o lucro(mar gem) bruto em per cen tual.

Margem ou lucra ti vi da de é uma rela ção do resul ta do obti do com o valor davenda.

Objetivando-se o apro fun da men to na aná li se de ren ta bi li da de e gera ção delucro, men su ram-se vários tipos de mar gem em rela ção às ven das. As mar gens mais comuns, decor ren tes da aná li se das demons tra ções finan cei ras, são:

• a mar gem bruta, repre sen ta da pelo lucro bruto, que sig ni fi ca a recei ta de ven -das dedu zi da dos cus tos de comer cia li za ção ou fabri ca ção;

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• a mar gem ope ra cio nal, repre sen ta da pelo lucro ope ra cio nal, que é o lucro brutodedu zi do das des pe sas admi nis tra ti vas e comer ciais;

• a mar gem antes dos impos tos sobre o lucro, repre sen ta da pelo lucro ope ra cio -nal, dedu zi do das des pe sas finan cei ras líqui das das recei tas finan cei ras e outrosele men tos con si de ra dos não ope ra cio nais nas demons tra ções publi ca das;

• a mar gem líqui da do perío do, repre sen ta da pelo lucro líqui do após os impos tossobre o lucro, que é o resul ta do final apu ra do pela empre sa no perío do e fica àdis po si ção dos sócios ou acio nis tas para dis tri bui ção ou reten ção den tro daempre sa.

Exemplo – Margem Unitária:Preço de Venda de um Produto $ 2.000,00 = 100%(–) Custo Unitário de Fabricação $ (1.200,00) = 60%= (Lucro) Margem Bruta $ 800,00 = 40%(–) Custo Administrativo e Comercial $ (500,00) = 25%= (Lucro) Margem Operacional $ 300,00 = 15%Exemplo – Margem Total:Receita das Vendas de Mercadorias $ 300.000,00 = 100%(–) Custo das Mercadorias Vendidas $ (210.000,00) = 70%= Lucro (Margem) Bruto $ 90.000,00 = 30%(–) Despesas Administrativas e Comerciais $ (30.000,00) = 10%= Lucro (Margem) Operacional $ 60.000,00 = 20%(–) Despesas Financeiras Líquidas $ (15.000,00) = 5%= Lucro (Margem) Antes dos Impostos $ 45.000,00 = 15%(–) Impostos sobre o Lucro $ (15.000,00) = 5%= Lucro (Margem) Líquido do Período $ 30.000,00 = 10%

A rentabilidade rela cio na o lucro obti do ao inves ti men to feito ou exis ten te. O obje ti vo da ren ta bi li da de é deter mi nar o retor no do inves ti men to. Em outraspala vras, a apu ra ção da ren ta bi li da de tem por fina li da de saber se o retor no real foicoe ren te com o retor no pla ne ja do. A ren ta bi li da de é sem pre uma medi da per cen -tual, e, por tan to, rela ti va.

Rentabilidade é uma rela ção per cen tual do resul ta do obti do com o valor doinves ti men to.

Exemplo – Ativo Financeiro:Aplicação na pou pan ça $ 10.000,00 (a)Rendimento obti do após um mês $ 120,00 (b)Rentabilidade do mês 1,2% (b:a)Exemplo – Lucro Empresarial:Patrimônio Líquido Inicial $ 1.000.000,00 (a)Lucro Líquido Anual $ 135.000,00 (b)Rentabilidade do ano 13,5% (b:a)

CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM67

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A ren ta bi li da de é uma medi da defi ni ti va: pode ser com pa ra da com qual querempre sa ou qual quer inves ti men to. A lucra ti vi da de é uma medi da par cial: sua men -su ra ção só tem sig ni fi ca do para a empre sa ana li sa da, uma vez que, em linhas gerais,cada empre sa tem sua estru tu ra de cus tos e des pe sas em rela ção às recei tas ou aopreço de venda de seus pro du tos e ser vi ços. Porém, há uma liga ção dire ta entre essasduas medi das de desem pe nho eco nô mi co-finan cei ro, uma vez que por meio dalucra ti vi da de ou da obten ção das mar gens sobre as ven das se con se gue a ren ta bi li -da de do inves ti men to.

A mar gem ou lucra ti vi da de sobre ven das e recei tas é o ele men to para se obter aren ta bi li da de do inves ti men to.

Os Fatores que Impulsionam a Rentabilidade: Giro e MargemSe a mar gem é o ele men to para se obter a ren ta bi li da de, o cami nho é o “giro”. A pala vra giro, na aná li se finan cei ra, sig ni fi ca a pro du ti vi da de do inves ti men torepre sen ta da pela velo ci da de com que os ati vos são ope ra cio na li za dos e trans for -mam os insu mos em ven das.

A medi da clás si ca do giro é a divi são do valor das recei tas pelo ativo total. Comoo ativo total repre sen ta os inves ti men tos na empre sa, quan to mais ven das a empre -sa fizer, mais pro du ti vo será o ativo (inves ti men to) da empre sa. Quanto mais umaempre sa con se gue fatu rar com o mesmo valor de inves ti men tos, mais pos si bi li da deela tem de obter lucros, pois, em cada venda, há a pos si bi li da de de obter uma lucra -ti vi da de uni tá ria.

Valor das VendasGiro do Ativo =

Valor do Ativo (Investimento)

Vejamos um exem plo com pa ra ti vo hipo té ti co:

Tabela 3.1 – Exemplo de Giro do Ativo

68MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Empresa A Empresa B Empresa C

Receita de Vendas Anuais – $ (a) 2.000.000 3.000.000 4.000.000

Valor do Ativo (Investimento) – $ (b) 2.000.000 2.000.000 2.000.000

Giro (a : b) 1,00 1,50 2,00

No exem plo da Tabela 3.1, a Empresa A tem o menor giro, e a Empresa C, omaior. Note que o valor do inves ti men to é o mesmo para as três empre sas, só que aEmpresa C con se gue pro du zir recei ta de ven das 50% a mais que a Empresa B e o

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Com os dados da Tabela 3.2 pode mos, então, apre sen tar a fór mu la dos com po -nen tes ou fato res da ren ta bi li da de:

Rentabilidade = Margem x Giro

Utilizando nova men te os dados da Tabela 3.2, pode mos apre sen tar a ren ta bi li da de,segun do os com po nen tes da sua fór mu la, para cada empre sa do exem plo.

Tabela 3.3 – Fórmula de Ren ta bi li da de

dobro em rela ção à Empresa A. Caracteriza-se a Empresa C com maior pro du ti vi da dedo inves ti men to, pois con se gue gerar muito mais recei ta ope ra cio nal do que as outras empre sas com pa ra das.

Por que isso é impor tan te?A impor tân cia do maior giro pos sí vel está em que, haven do lucra ti vi da de/mar -

gem nos pro du tos e ser vi ços que a empre sa vende, quan to maior a quan ti da de devenda, e, con se quen te men te de recei ta, há a pos si bi li da de de gerar mais lucros, e,por tan to, rentabilidade. Reforçando, se o ele men to fun da men tal da ren ta bi li da de é alucra ti vi da de, o cami nho é o giro do inves ti men to (do ativo).

Vamos ima gi nar que todas as três empre sas do exem plo con si gam obter a mesmamar gem líqui da em cada venda rea li za da, da ordem de 12%. Observe, na Tabela 3.2,que a Empresa C obtém um maior mon tan te de lucro líqui do. A ren ta bi li da de daEmpresa C é de 24%, con tra ape nas 12% da Empresa A.

Tabela 3.2 – Giro do Ativo, Mar gem e Ren ta bi li da de

CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM69

Empresa A Empresa B Empresa C

Receita de Vendas Anuais – $ (a) 2.000.000 3.000.000 4.000.000

Valor do Ativo (Investimento) – $ (b) 2.000.000 2.000.000 2.000.000

Giro (c = a : b) 1,00 1,50 2,00

Margem Líquida (d) 12% 12% 12%

Resultado Líquido (e = d x a) 240.000 360.000 480.000

Rentabilidade do Investimento (e : b) 12% 18% 24%

Empresa A Empresa B Empresa C

Margem (a) 12% 12% 12%

Giro (b) 1,00 1,50 2,00

Rentabilidade (a x b) 12% 18% 24%

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Esse exem plo carac te ri za mais uma vez que a mar gem ou lucra ti vi da de é o ele -men to fun da men tal para se obter a ren ta bi li da de, mas não é um indi ca dor sufi cien tepara ava lia ção do desem pe nho do inves ti men to. A mar gem ou lucra ti vi da de deve seraco pla da ao indi ca dor do giro do ativo ou do inves ti men to, para com ple tar a aná li see a men su ra ção da ren ta bi li da de, este sim o indi ca dor final de ava lia ção do retor no do inves ti men to.

Giro e Margem e Tipo de EmpresaDe um modo geral, as empre sas comer ciais ten dem a apre sen tar maior giro do ativodo que as empre sas indus triais e de ser vi ços, pois o pro ces so de aqui si ção e venda sedá mais rapi da men te, uma vez que elas não trans for mam as mer ca do rias adqui ri daspara reven da. Os super mer ca dos são exem plos clás si cos de empre sas com gran degiro do ativo, pois con se guem ope ra cio na li zar a com pra e venda de mer ca do rias empra zos cur tís si mos.

As empre sas pres ta do ras de ser vi ços, que cla ra men te tam bém depen dem dotempo dos ser vi ços, apre sen tam-se com giro muito varia do, pois exis tem ser vi ços derea li za ção e con su mo ime dia to, como exis tem ser vi ços de rea li za ção rela ti va men tedemo ra do. Por exem plo, redes de fast-food têm todas as carac te rís ti cas de um giromuito gran de, enquan to empre sas pres ta do ras de ser vi ços de pro je tos de enge nha -ria ten dem a deman dar maior tempo na exe cu ção dos ser vi ços e, por tan to, devem terum giro menor.

As indús trias, pela sua pró pria natu re za de trans for ma ção de insu mos em pro -du tos, ten dem a deman dar maior tempo nesse pro ces so (deno mi na do de ciclo ope -ra cio nal) e, con se quen te men te, ten dem a apre sen tar um giro infe rior ao dos demaistipos de empre sa. Alguns empreen di men tos indus triais têm um ciclo pro du ti vo ecomer cial curto (empre sas pro ces sa do ras de plás ti co, por exem plo), enquan to outros, como as indús trias de base, ten dem a apre sen tar um ciclo muito longo e,con se quen te men te, um baixo giro.

Quanto maior o giro, maior a pos si bi li da de de redu zir a mar gem de lucro navenda dos pro du tos e ser vi ços, e, com isso, com pe tir no mer ca do com pre ços maisbai xos. Como já salien ta mos, é o caso dos super mer ca dos e das cadeias de for ne ci -men to de ali men ta ção rápi da. Quanto maior o tempo na rea li za ção dos pro du tos eser vi ços, menor o giro, e maior terá que ser a mar gem para com pen sar a len ti dão dospro ces sos ope ra cio nais. Uma indús tria for ne ce do ra de equi pa men tos para usi nas deener gia elé tri ca pro va vel men te terá que adi cio nar lar gas mar gens na venda de seuspro du tos para com pen sar o tempo gasto na cons tru ção dos equi pa men tos.

Utilização do Método de Análise da RentabilidadeA fór mu la da ren ta bi li da de é deno mi na da Método DuPont, uma vez que, em 1930,esse impor tan te ins tru men to foi apre sen ta do à comu ni da de aca dê mi ca e empre sa -

70MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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rial dos Estados Unidos, como fer ra men tal bási co uti li za do pela empre sa DuPontpara aná li se e ava lia ção de seus inves ti men tos nas suas uni da des de negó cio.

Os dois com po nen tes da fór mu la devem per ma nen te men te rece ber aten ção dosadmi nis tra do res finan cei ros. Sempre é impor tan te aumen tar a mar gem e o giro,aumen tan do assim a ren ta bi li da de do negó cio. Outras deci sões táti cas e estra té gi caspode rão ser toma das uti li zan do esse ins tru men tal. Utilizando nosso exem plo, pode -mos supor que a Empresa C, por ter um giro muito melhor que o das demais, tente ganhar uma fatia adi cio nal do mer ca do, aumen tan do seu volu me de ven das. Comosua ren ta bi li da de é bas tan te alta, pode rá redu zir a mar gem con ti da nos pre ços deven das de seus pro du tos, bus can do incen ti var maio res ven das. Supondo que aoredu zir a mar gem líqui da para 10% ela con si ga ven der mais $ 1.000.000, veja moscomo fica a sua ren ta bi li da de.

Tabela 3.4 – Giro do Ativo, Mar gem e Ren ta bi li da de

CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM71

Empresa A Empresa B Empresa C

Receita de Vendas Anuais – $ (a) 2.000.000 3.000.000 5.000.000

Valor do Ativo (Investimento) – $ (b) 2.000.000 2.000.000 2.000.000

Giro (c = a : b) 1,00 1,50 2,50

Margem Líquida (d) 12% 12% 10%

Resultado Líquido (e = d x a) 240.000 360.000 500.000

Rentabilidade do Investimento (e : b) 12% 18% 25%

Observe que a empre sa redu ziu a mar gem, mas con se guiu aumen tar o giro e aren ta bi li da de final pas sou de 24% para 25%. Esse é um exem plo de como se podeuti li zar o Método DuPont para melho ra da ren ta bi li da de.

O Método DuPont, ou Modelo de Análise da Rentabilidade, con duz, basi ca men te,as deci sões empre sa riais para medi das a serem ado ta das nas seguin tes variá veis, nabusca de maior ren ta bi li da de:

a) aumen tar o volu me de ven das, pro vo can do aumen to no giro;3

b) aumen tar o preço dos pro du tos e ser vi ços ven di dos, aumen tan do a mar gem eo giro;

c) redu zir o mon tan te dos inves ti men tos, aumen tan do o giro;d) redu zir os cus tos e des pe sas, aumen tan do a mar gem.

3 Deverá tam bém pro vo car aumen to na mar gem, com uti li za ção mais efi cien te dos cus tose des pe sas fixas.

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Custo de Capital: Parâmetro para Avaliação da RentabilidadeA ren ta bi li da de é medi da em per cen tual, nor mal men te anual, pois sem pre será umamedi da rela ti va. Nesse sen ti do, a com pa ra bi li da de não é com o mon tan te de lucroobti do, mas sim com o per cen tual obti do. Quanto maior o per cen tual, melhor será aava lia ção do desem pe nho do inves ti men to. Assim, se em um ano uma empre saobte ve um lucro líqui do de $ 400.000, para um inves ti men to base de $ 4.000.000, asua ren ta bi li da de foi de 10% no ano. Outra empre sa que tenha obti do um lucro líqui -do anual de $ 150.000, para um inves ti men to base de $ 1.000.000, terá um desem pe -nho con si de ra do melhor, pois sua ren ta bi li da de foi de 15% no ano.

O parâ me tro para veri fi car se a ren ta bi li da de é boa é o con cei to de custo de capi -tal. Custo de capi tal é o custo que se paga para obter dinhei ro para o inves ti men to.O custo de capi tal, por sua vez, decor re basi ca men te das taxas de juros cons tan tes naeco no mia, que, de um modo geral, par tem das taxas cobra das pelos gover nos dospaí ses por meio de seus ban cos cen trais. Esses parâ me tros são con si de ra dos cus tosexplí ci tos.

A teo ria eco nô mi ca, por outro lado, adota tam bém o con cei to de custo de opor tu -ni da de. Nesse con cei to, deve-se ava liar o retor no do inves ti men to pelas alter na ti vasque foram aban do na das quan do se deci diu por deter mi na do inves ti men to. Nessesen ti do, o custo de opor tu ni da de é um parâ me tro não explí ci to. Dentro do con cei tode custo de opor tu ni da de, acei ta-se tam bém a tese de que pode ser um custo de capi -tal míni mo dese ja do pelo inves ti dor. Nesse caso, é um parâ me tro decla ra do, e não cal -cu la do ou exis ten te.

Na teo ria de finan ças, o con cei to mais acei to é o de custo médio pon de ra do decapi tal, que faz a média do custo de capi tal de ter cei ros (emprés ti mos e finan cia men -tos) com o custo do capi tal dos acio nis tas. Para apu rar o custo de capi tal dos acio nis -tas, que é o caso mais com ple xo, o mode lo mais ado ta do é o CAPM (Capital AssetPricing Model),4 segun do o qual o custo de capi tal dos sócios ou acio nis tas decor re desua varia bi li da de com a média de ren ta bi li da de obti da no mer ca do. Nesse mode lo,pra ti ca men te não se teria um parâ me tro geral para ava lia ção de ren ta bi li da de.

Em ter mos prá ti cos, con tu do, enten de mos que o con cei to de custo de opor tu ni -da de, basea do nas taxas de juros do mer ca do finan cei ro, tem pre va le ci do para a maiorparte das empre sas. Assim, é pos sí vel para me tri zar a ava lia ção da ren ta bi li da de de ati -vos finan cei ros ou taxas de juros bási cas exis ten tes no mer ca do. Entendemos que uminves ti dor, ao se deci dir pelo inves ti men to, veri fi ca rá quais as opções que exis tem nomer ca do finan cei ro, e, ajus tan do-as ao seu per fil de aver são ou não ao risco, toma ráa deci são em cima da ren ta bi li da de des sas opções exis ten tes.

De um modo geral, as empre sas não finan cei ras devem bus car uma ren ta bi li da desupe rior ao custo de capi tal dos finan cia men tos obti dos junto às enti da des finan cei -

72MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

4 Esse mode lo é apre sen ta do de forma resu mi da ao final deste capí tu lo.

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ras. Como as ins ti tui ções finan cei ras para me tri zam o custo de seus finan cia men tospela taxa bási ca de juros deter mi na da pelo banco cen tral do país ou da comu ni da dede paí ses em que se inse rem, a ren ta bi li da de dos empreen di men tos não finan cei rosé decor ren te des sas taxas.

Além das taxas de juros deter mi na das pelos gover nos, os ban cos estru tu ramtaxas míni mas para pro por cio nar a seus clien tes, deno mi na das taxas inter ban cá rias.Em nosso país, a taxa bási ca ado ta da pelo gover no, deter mi na da pelo ConselhoMonetário Nacional (Copom), é deno mi na da Selic (decor ren te do Sistema Especialde Liquidação e Custódia). A taxa inter ban cá ria é deno mi na da CDI (Certificado deDepósito Interbancário).

No mer ca do inter na cio nal, as taxas inter ban cá rias mais conhe ci das são a Libor(London Inter bank Offer Rate), que é a taxa de juros cobra da pelos ban cos lon dri nose serve de base para a maior parte dos emprés ti mos inter na cio nais, e a prime rate, queé a taxa de juros que mais se apro xi ma da paga pelo inves ti men to sem risco, isto é,aque la pro por cio na da pelos títu los de pri mei ra linha ou de alta qua li da de, sendo,por tan to, a cor res pon den te aos títu los cujo prê mio por risco é pra ti ca men te zero. É ataxa mais baixa que pode ser encon tra da nos Estados Unidos, e os ban cos a pro por -cio nam ape nas aos seus clien tes pre fe ren ciais para emprés ti mos de curto prazo(Sandroni, 2001, p. 348 e 494).

Todas as taxas de juros sofrem a influên cia da infla ção ou defla ção, pois a polí ti camone tá ria uti li za a taxa de juros para o seu con tro le. Contudo, em nosso país, as taxasSelic e CDI rece bem outras influên cias exter nas, e, nos últi mos anos, elas não têmsido con si de ra das parâ me tros razoá veis para afe ri ção do retor no do inves ti men to. A TJLP (taxa de juros de longo prazo), ado ta da pelo BNDES, é, atual men te, a únicaque tem con di ção de ser vir de parâ me tro ade qua do para o retor no do inves ti men to.

Na Figura 3.2, apre sen ta mos uma forma de apre sen tar como se estru tu ra o custode capi tal, para fins de ava lia ção da ren ta bi li da de.

CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM73

Custo de Capital Próprio

Custo de Capital de Terceiros

Taxa BásicaDeterminada pelo

Banco Central

ComplementoInterbancário

CDI – Libor – Prime Rate – Spread

Risco Financeiro

Complemento pelo

Risco da Empresa

Risco Operacional

Risco da Empresa

Figura 3.2 – Estrutura do Custo de Capi tal.

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Na Tabela 3.5, apre sen ta mos uma média da ren ta bi li da de do mer ca do de açõesem diver sos paí ses, com pa ra da com as taxas médias ofe re ci das pelos seus gover nos.

Tabela 3.5 – Rendimentos ao Redor do Mundo – 1970/1990 (%)

74MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

País Ações (a) Bônus do Prêmios deGoverno (b) Risco (a – b)

Austrália 9,60 7,35 2,25Canadá 10,50 7,41 3,09França 11,90 7,68 4,22Alemanha 7,40 6,81 0,59Itália 9,40 9,06 0,34Japão 13,70 6,96 6,74Países Baixos 11,20 6,87 4,33Suíça 5,30 4,10 1,20Reino Unido 14,70 8,45 6,25Estados Unidos 10,00 6,18 3,82Média 10,37 7,09 3,28

Fonte: Damodaran, Aswath. Avaliação de Investimentos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997, p. 61.

Na Tabela 3.6, apre sen ta mos o ren di men to anual médio das bol sas de valo res deSão Paulo e Nova York nos últi mos anos.

Tabela 3.6 – Rendimentos de Bol sas de Valo res

Taxas Anuais – Final do Ano Bovespa NYSE*

1995 17,52% 19,57% 1996 51,42% 27,48%1997 73,91% 28,69%1998 –11,26% 15,76%1999 24,49% 21,66%2000 40,80% 2,03%2001 –15,24% –6,23%2002 –17,01% –16,76%2003 20,44% 10,69%Média 20,56% 11,43%* New York Securities Exchange

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A Tabela 3.7 apre sen ta as taxas anuais bási cas de juros dos anos mais recen tes.

Tabela 3.7 – Taxas Bási cas de Juros

CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM75

Taxas Anuais – Final do Ano Poupança TJPL Libor (1) Prime Rate (2)

2000 8,61% 9,75% 6,63% 9,19%2001 8,49% 10,00% 2,00% 5,00%2002 8,21% 10,00% 1,47% 4,25%2003 9,64% 12,00% 1,18% 4,00%Média 8,74% 10,44% 2,82% 5,61%

(1) Para empréstimos de seis meses.

(2) Taxas do Citibank.

De um modo geral, pode mos dizer que, em ambien tes de infla ção con tro la da, aren ta bi li da de míni ma dese ja da fica ao redor de 10% a 12% ao ano. Rendimentos de15% são con si de ra dos bons, e de 18% para cima, óti mos.

Tabela 3.8 – Parâmetros Prá ti cos para Ava lia ção de Ren ta bi li da de

Mínimo Médio/Bom Excelente

Rentabilidade Obtida 12% 15% 18%Retorno do Investimento (em anos) 8,33 6,67 5,56

Considerando o con cei to de juros sim ples, uma ren ta bi li da de anual de 12% per mi -ti rá que o inves ti dor recu pe re o inves ti men to em 8,33 anos (100% ÷ 12%). O retor nodo inves ti men to se dará em 5,56 anos, caso a empre sa con si ga dar ao sócio ou acio -nis ta uma ren ta bi li da de anual con se cu ti va de 18%.

Rentabilidade do Acionista pelo Lucro LíquidoA aná li se finan cei ra de balan ço con si de ra essa abor da gem de aná li se da ren ta bi li da -de como a prin ci pal, já que tem como foco a figu ra dos donos do capi tal da empre sa,que esta mos cha man do gene ri ca men te de acionistas. O lucro líqui do do exer cí cio,após a con ta bi li za ção das des pe sas finan cei ras do capi tal de ter cei ros de emprés ti mose finan cia men tos, e após os impos tos sobre o lucro, resul ta em um mon tan te dis po -ni bi li za do para os acio nis tas, que cor rem o risco da empre sa.

O lucro líqui do do exer cí cio pode então ser total men te dis tri buí do aos acio nis tas,ou ficar, par cial ou mesmo total men te, reti do na empre sa obje ti van do maio res ren -di men tos futu ros. Dessa manei ra, a aná li se de ren ta bi li da de sob a ótica do acio nis tatoma como refe rên cia o patri mô nio líqui do do balan ço patri mo nial como o inves ti -men to do acio nis ta.

A fór mu la da aná li se de ren ta bi li da de do acio nis ta é:

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Lucro Líquido do ExercícioRentabilidade do Patrimônio Líquido (RSPL) =

Patrimônio Líquido

Em nosso exem plo numé ri co, temos:

739.410X0 – RSPL = = 18,49%

4.000.000

450.126X1 – RSPL = = 10,54%

4.270.075

A ren ta bi li da de de X0 deve ser con si de ra da exce len te, enquan to a ren ta bi li da dede X1 deve ser con si de ra da ape nas satis fa tó ria.

Aplicação do Método DuPontO Método DuPont pode ser adap ta do tam bém para a aná li se de ren ta bi li da de dopatri mô nio líqui do sob a ótica do acio nis ta. Para man ter sua base ori gi nal, deve-seacres cen tar na fór mu la a par ti ci pa ção do capi tal pró prio sobre o ativo total. Dessamanei ra, a aná li se de ren ta bi li da de com o Método DuPont, con si de ran do o patri mô -nio líqui do como inves ti men to final e não mais o ativo, apre sen ta-se com a seguin tefór mu la:

Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL) = (Giro do Ativo x Margem):(Participação do Patrimônio Líquido no Ativo Total)

Sendo:

VendasGiro do Ativo =

Ativo

Lucro LíquidoMargem =

Vendas

Patrimônio LíquidoParticipação do PL no Ativo =

Ativo Total

Com os dados do nosso exem plo, ela bo ra mos a Tabela 3.9, na qual apre sen ta mosum for ma to da aná li se da ren ta bi li da de do patri mô nio líqui do pelo Método DuPont.

76MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Tabela 3.9 – Análise da Ren ta bi li da de do Patri mô nio Líqui do – Método DuPont Adap ta do

CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM77

Fator Fórmula X0 X1

GiroVendas 18.637.279 1,62 18.713.105 1,49

Ativo 11.523.500 12.554.719

x x x

Lucro Líquido 739.410 3,97% 450.126 2,41%Margem

Vendas 18.637.279 18.713.105

: : :

Patrimônio Líquido 4.000.000 34,71% 4.270.075 34,01%Participação do PL

Ativo 11.523.500 12.554.719

= = =

Lucro Líquido 739.410 18,49% 450.126 10,54%Retorno sobre o PL

Patrimônio Líquido 4.000.000 4.270.075

Com esse mode lo, alar ga-se a pos si bi li da de de aná li se do resul ta do obti do. Noteque, no ano de X1, houve uma peque na queda no giro, ou seja, a empre sa con se guiuum volu me de recei tas pouco supe rior ao do ano ante rior, com aumen to do ativo,carac te ri zan do uma queda de pro du ti vi da de do ativo/inves ti men to. Além disso, amar gem líqui da redu ziu-se quase pela meta de. A mar gem de 3,97% obti da em X0caiu para 2,41% no ano seguin te. Como a par ti ci pa ção do capi tal pró prio é simi larnos dois perío dos, pode mos dizer que o fator mais impor tan te que con tri buiu para aqueda da ren ta bi li da de de X1 foi a queda da mar gem líqui da.

Essa cons ta ta ção con duz neces sa ria men te a ana li sar a demons tra ção do resul ta dodo perío do, para veri fi car quais ele men tos de des pe sas e recei tas foram res pon sá veispela queda da mar gem em X1. Essa aná li se, deno mi na da análise de lucra ti vi da de, seráevi den cia da no Capítulo 6.

As Variáveis do Método DuPont de Rentabilidade do Patrimônio LíquidoAs variá veis com po nen tes do giro e mar gem devem mere cer o mesmo pro ces so deestu do e uti li za ção da toma da de deci são que já explo ra mos na intro du ção des sesitens para aumen tar o lucro e a ren ta bi li da de, ou seja, aumen tar a recei ta, dimi nuiras des pe sas e cus tos e redu zir os inves ti men tos no ativo.

A inser ção do índi ce de par ti ci pa ção do patri mô nio líqui do no ativo total, noMétodo DuPont adap ta do para aná li se de ren ta bi li da de sob o enfo que do acio nis -ta, intro duz um ele men to adi cio nal de aten ção. Quanto menor a par ti ci pa ção docapi tal pró prio (PL), ten den cial men te maior será sua ren ta bi li da de, de acor do coma com po si ção da fór mu la. Em outras pala vras, o Método DuPont adap ta do suge re

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tra ba lhar inten sa men te com capi tal de ter cei ros, con fi gu ran do-se o mode lo deestru tu ra de capi tal de ala van ca gem finan cei ra, que é, na rea li da de, o foco da abor -da gem orto do xa da teo ria de finan ças empre sa riais.

Rentabilidade da Empresa pelo Lucro OperacionalNesta abor da gem, a aná li se da ren ta bi li da de ini cia-se pela ava lia ção do lucro ope ra -cio nal total, rela cio nan do-o com o ativo da empre sa, e não mais com o patri mô niolíqui do. Torna-se mais rele van te veri fi car a ren ta bi li da de do inves ti men to como umtodo, sem ater-se a que tipo de capi tal foi finan cia do.

É uma aná li se extre ma men te impor tan te, pois des vin cu la o inves ti men to feito (o ativo) do finan cia men to (pas si vo) levan ta do para finan ciar esse inves ti men to.Assim, pode-se fazer uma aná li se com pa ra ti va com maior isen ção ao longo do tem po,com as demais empre sas, sejam do pró prio setor ou não, ou com o desem pe nho dapró pria empre sa, e mesmo com outros ati vos ou inves ti men tos finan cei ros.

A fór mu la bási ca para apu ra ção dessa ren ta bi li da de é dada a seguir:

Lucro OperacionalRentabilidade Operacional ou do Ativo =

Ativo Operacional

O for ma to tra di cio nal das demons tra ções finan cei ras publi ca das não ofe re ce deime dia to os núme ros para essa aná li se. Para que essa ren ta bi li da de seja men su ra dacor re ta men te, é neces sá rio fazer uma adap ta ção tanto do balan ço patri mo nial quan toda demons tra ção de resul ta dos. No balan ço, temos que sair do con cei to con tá bil deativo total para o con cei to finan cei ro de ativo ope ra cio nal; na demons tra ção de resul -ta dos, temos que apu rar o lucro das ope ra ções sem con si de rar as des pe sas finan cei rascom o capi tal de ter cei ros, já que, nesse mode lo, as des pe sas finan cei ras com capi talde ter cei ros dei xam de ser des pe sas e pas sam a ser dis tri bui ção de resul ta dos.

Ativo Total(–) Passivo de Funcionamento

FornecedoresImpostos a RecolherSalários a PagarDividendos a Pagar

= Investimento

Ativo OperacionalPara essa aná li se, o ativo ope ra cio nal deve rá ser igual ao valor das fon tes de capi tal quefinan cia ram o inves ti men to: o capi tal pró prio dos acio nis tas e o capi tal de ter cei ros, dasins ti tui ções finan cei ras que estão finan cian do a empre sa. O capi tal pró prio será repre -

78MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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sen ta do sem pre pelo valor do patri mô nio líqui do das demons tra ções finan cei ras, e ocapi tal de ter cei ros, pelos emprés ti mos e finan cia men tos com ônus finan cei ros.Portanto, todos os pas si vos que não forem one ra dos por juros e prê mios finan - cei ros não serão con si de ra dos fon tes de finan cia men to e deve rão ser apre sen ta doscom valor nega ti vo no ativo. Na rea li da de, esses pas si vos repre sen tam, em linhas gerais, os for ne ce do res e as con tas a pagar, decor ren tes dos pra zos nor mais de aqui si -ção de bens e ser vi ços a prazo. Caracterizam-se, por tan to, como ele men tos nega ti vosdo capi tal de giro, e, finan cei ra men te, são reti fi ca do res do capi tal de giro do ativo (esto -ques e clien tes).

As apli ca ções finan cei ras, com ren di men tos finan cei ros, deve rão redu zir o valor dosfinan cia men tos e emprés ti mos do capi tal de ter cei ros. Em linhas gerais, os exce den tesde caixa apli ca dos no mer ca do finan cei ro podem ser uti li za dos para qui tar dívi das. Nãoacon te cen do isso, enten de mos mais ade qua do redu zir do valor atri buí do ao capi tal deter cei ros o valor des ses ati vos. Admitimos que este ponto é dis cu tí vel. Nosso enten di -men to é que valo res con si de ra dos como caixa míni mo, para as neces si da des sazo naisde fluxo de caixa, podem ser con si de ra dos como ati vos. Todo exce den te que supe ra ocon cei to de caixa míni mo deve ser con si de ra do como redu tor do capi tal de ter cei ros.

Outro ponto dis cu tí vel são os valo res de dupli ca tas des con ta das. Nosso enten di -men to é que uma empre sa, em linhas gerais, não pode finan ciar seus ati vos ope ra -cio nais com des con to de dupli ca tas de clien tes. Essa moda li da de de finan cia men tocarac te ri za-se por ser ins tru men to de uti li za ção even tual, espo rá di ca, ape nas parafazer face às insu fi ciên cias de caixa em perío dos de pou cos dias. A uti li za ção inten -si va e con tí nua de des con to de dupli ca tas carac te ri za uma empre sa com finan çasdete rio ra das, salvo se, por uma opção, o custo desse tipo de emprés ti mo já esti vercla ra men te supor ta do nos seus pre ços de venda, o que, em ter mos prá ti cos, não é oque acon te ce.

Tomando como refe rên cia os dados de nosso exem plo, apre sen ta mos a seguir aTabela 3.10, na qual está estru tu ra do o ativo ope ra cio nal para os dois perío dos emaná li se. Consequentemente, o pas si vo ope ra cio nal refle te o mesmo valor do ativo,den tro do mode lo do balan ço patri mo nial.

Tabela 3.10 – Ativo Ope ra cio nal – For ma to Finan cei ro

CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM79

31.12.x0 31.12.x1

ATIVO CIRCULANTE (a) 4.750.340 5.315.777 Caixa/Bancos 1.000 1.000 Contas a Receber de Clientes 1.650.000 2.048.604 (–) Títulos Descontados (30.000) (43.899)Estoques 3.124.340 3.302.972 Impostos a Recuperar 4.500 5.800 Despesas do Exercício Seguinte 500 1.300

continua

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31.12.x0 31.12.x1

(–) PASSIVO SEM ÔNUS FINANCEIRO (b) 1.525.500 1.799.085 Fornecedores 460.000 679.377 Salários e Encargos a Pagar 200.000 264.981 Contas a Pagar 100.000 120.446 Impostos a Recolher - sobre Mercadorias 460.000 475.203 Impostos a Recolher - sobre Lucros 100.000 72.028 Adiantamento de Clientes 3.500 5.000 Dividendos a Pagar 200.000 180.050 Outras Obrigações de Longo Prazo 2.000 2.000

CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO OU PRÓPRIO (a-b) 3.224.840 3.516.692

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 6.000 8.000Empréstimos a Controladas 5.000 7.000 Depósitos Judiciais e Incentivos Fiscais 1.000 1.000

INVESTIMENTOS, IMOBILIZADO E INTANGÍVEL 5.990.000 5.634.775Investimentos em Controladas 200.000 230.000 Imobilizado Líquido 5.790.000 5.404.775 Intangível 0 0

ATIVO TOTAL 9.220.840 9.159.467

80MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Tabela 3.10 – Ativo Ope ra cio nal – For ma to Finan cei ro (continuação)

Tabela 3.11 – Passivo Ope ra cio nal – For ma to Finan cei ro

31.12.x0 31.12.x1

CAPITAL DE TERCEIROS 5.220.840 4.889.392 Empréstimos do Passivo Circulante 1.200.000 1.649.124 Financiamentos do Exigível a Longo Prazo 4.798.000 4.836.435 (–) Aplicações Financeiras (777.160) (1.596.167)

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4.000.000 4.270.075Capital Social 4.000.000 4.000.000 Reservas de Capital 0 0 Reservas de Reavaliação 0 0 Reservas de Lucros/Lucros Acumulados 0 0 Lucro do Período 0 270.075

PASSIVO TOTAL 9.220.840 9.159.467

continua

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Lucro OperacionalConsideramos lucro ope ra cio nal o resul ta do da empre sa iso la do das des pe sas finan -cei ras dos emprés ti mos e finan cia men tos, e das recei tas finan cei ras pro ve nien tes dasapli ca ções finan cei ras. Denominamos o valor das des pe sas finan cei ras, dedu zi dasdas recei tas finan cei ras, de despesas finan cei ras líqui das. Contudo, para dar con sis tên -cia ana lí ti ca, é neces sá rio con si de rar o efei to dos impos tos sobre o lucro, tanto parao lucro ope ra cio nal quan to para as des pe sas finan cei ras líqui das. Para esse fim, tendoem vista que esses impos tos são gené ri cos para a empre sa, o cri té rio mais uti li za doé uti li zar a alí quo ta média real obser va da no exer cí cio, que inci diu no lucro antes des -ses impos tos, e apli cá-la ao resul ta do das des pe sas finan cei ras líqui das, redu zin doseu efei to eco nô mi co. O valor res tan te do impos to é atri buí do ao lucro ope ra cio nal.

O lucro ope ra cio nal, dedu zi do dos seus res pec ti vos impos tos sobre o lucro, é queserá base para ava lia ção da ren ta bi li da de ope ra cio nal da empre sa. As des pe sas finan -cei ras líqui das das recei tas e dos res pec ti vos impos tos sobre o lucro serão uti li za daspara ava liar se a ala van ca gem finan cei ra foi posi ti va, tema que será tra ta do no pró xi -mo tópi co.

A Tabela 3.12 apre sen ta um mode lo para apu ra ção do lucro ope ra cio nal líqui dodos impos tos sobre o lucro.

Tabela 3.12 – Demonstração do Resul ta do do Exer cí cio e Apu ra ção do Lucro Ope ra cio nal

CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM81

31.12.x0 31.12.x1

A – Formato Oficial LUCRO OPERACIONAL ANTES DAS 1.669.499 1.145.610 DESPESAS E RECEITAS FINANCEIRASReceitas Financeiras 46.800 166.657 Despesas Financeiras com Financiamentos (552.999) (590.230)Outras Despesas Financeiras (90.000) (106.800)Equivalência Patrimonial 2.000 30.000 LUCRO OPERACIONAL 1.075.300 645.237Resultados Não Operacionais (19.000) (2.200)LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS 1.056.300 643.037Impostos sobre o Lucro (316.890) (192.911)LUCRO LÍQUIDO DEPOIS DOS IMPOSTOS 739.410 450.126

B – Alíquota Média dos Impostos sobre o LucroLucro Antes dos Impostos (a) 1.056.300 643.037 Impostos sobre o Lucro (b) 316.890 192.911 Alíquota Média (a : b) 30,0% 30,0%

C – Despesas FinanceirasDespesas Financeiras com Financiamentos 552.999 590.230 (–) Receitas Financeiras (46.800) (166.657)Despesas Financeiras Líquidas (a) 506.199 423.573

continua

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Análise da Rentabilidade Operacional pelo Método DuPontVerificados os dois ele men tos para apu ra ção da ren ta bi li da de, pode mos intro du zi-losno Modelo DuPont e ela bo rar a aná li se, con si de ran do os efei tos do giro e da mar gem.Nessa aná li se, não há que se fazer nenhu ma adap ta ção, pois ela refle te exa ta men te oobje ti vo ini cial do Modelo DuPont.

Tabela 3.13 – Análise da Ren ta bi li da de Ope ra cio nal da Empre sa – Método Dupont

82MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

31.12.x0 31.12.x1

Alíquota Média de Impostos sobre o Lucro 30,0% 30,0%Impostos sobre Despesas Financeiras Líquidas (b) 151.860 127.072Despesas Financeiras Líquidas dos Impostos (a - b) 354.339 296.501

D – Lucro Operacional Lucro Líquido do Exercício (a) 739.410 450.126(+) Despesas Financeiras Líquidas dos Impostos (b) 354.339 296.501 Lucro Operacional 1.093.749 746.627

Fator Fórmula 19X0 19X1

GiroVendas 18.637.279 2,02 18.713.105 2,04

Ativo Operacional 9.220.840 9.159.467

x x x

Lucro Operacional 1.093.749 5,87% 746.627 3,99%Margem

Vendas 18.637.279 18.713.105

= = =

Retorno sobre o Lucro Operacional 1.093.749 11,86% 746.627 8,15%

Ativo Operacional Ativo Operacional 9.220.840 9.159.467

Por essa aná li se, simi lar à obser va da na aná li se da ren ta bi li da de do patri mô niolíqui do, o retor no fraco do ativo ope ra cio nal no ano X1 deveu-se à queda da mar gemope ra cio nal, uma vez que o giro foi ligei ra men te melhor que no ano ante rior. Naaná li se de ren ta bi li da de do patri mô nio líqui do, a queda da mar gem líquida tinha sidode apro xi ma da men te 50%. Com os dados dessa nova aná li se, veri fi ca-se que oimpac to das des pe sas finan cei ras não foi res pon sá vel pela queda da mar gem líqui da,mas sim a pró pria mar gem ope ra cio nal. A redu ção da mar gem ope ra cio nal em x1 emrela ção a x0 foi de 32,02% (3,99% ÷ 5,87% – 1 x 100).

Tabela 3.12 – Demonstração do Resul ta do do Exer cí cio e Apu ra ção do Lucro Ope ra cio nal (continuação)

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CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM83

Rentabilidade do Financiamento pela Alavancagem FinanceiraA aná li se com ple men tar natu ral das duas aná li ses ante rio res é veri fi car se a uti li za çãodo capi tal de ter cei ros tra du ziu-se em bene fí cio para os acio nis tas, para qua li fi carcomo efe ti va e posi ti va a ala van ca gem finan cei ra ado ta da.

O con cei to de ala van ca gem finan cei ra pro põe o maior uso pos sí vel de capi tal deter cei ros com o obje ti vo de melho rar a ren ta bi li da de do capi tal pró prio. Isso se dápor que o custo de capi tal de ter cei ros (os juros pagos pelos emprés ti mos e finan cia -men tos) é um gasto fixo. Dessa manei ra, e em linhas gerais, nas situa ções em que háaumen to de volu me e mais recei tas, o lucro variá vel e ope ra cio nal cres ce, tendo con -di ções de absor ver cada vez mais as des pe sas fixas de juros.

O segun do fun da men to da ala van ca gem finan cei ra é que o custo de capi tal definan cia men to é infe rior ao custo de capi tal pró prio, como já demons tra mos naFigura 3.2, que mos tra a for ma ção da estru tu ra do custo de capi tal. As ati vi da des nãofinan cei ras devem dar uma ren ta bi li da de maior que o custo dos juros, já que elas têmum risco maior.

A ala van ca gem finan cei ra torna-se nega ti va, e pre ju di cial à empre sa, quan do aren ta bi li da de ope ra cio nal é infe rior ao custo médio dos juros, ou em situa ções dequeda da deman da e do volu me de ati vi da de. São duas situa ções que não devem seper pe tuar, pois não são da essên cia das ati vi da des empre sa riais.

Os dados para aná li se da ren ta bi li da de do finan cia men to, ou do custo do capi talde ter cei ros, são fei tos a par tir das infor ma ções ela bo ra das para aná li se da ren ta bi li -da de ope ra cio nal. A Tabela 3.11 já des ta ca o valor do capi tal de ter cei ros de nossoexem plo numé ri co, e a Tabela 3.12 des ta ca o valor das des pe sas finan cei ras líqui dasdos impos tos sobre o lucro. A rela ção per cen tual entre esses dois ele men tos con fi gu -ra-se na aná li se de ren ta bi li da de do finan cia men to. Isso pode ser visto na Tabela 3.14.

Tabela 3.14 – Análise da Ren ta bi li da de do Finan cia men to (Custo do Capi tal de Ter cei ros)

Fator Fórmula 31.12.x0 31.12.x1

Custo do Capital Despesas Financeiras Líquidas 354.339 6,79% 296.501 6,06%

de Terceiros Capital de Terceiros 5.220.840 4.889.392

Essa aná li se deve ser con cluí da den tro de um mode lo de aná li se geral, inter-rela -cio nan do a ren ta bi li da de ope ra cio nal e a ren ta bi li da de do patri mô nio líqui do.

Análise Geral da RentabilidadeConcluindo o pro ces so geral de aná li se, deve mos veri fi car se a ren ta bi li da de do capi -tal pró prio do acio nis ta, pelo patri mô nio líqui do, foi bene fi cia da com o uso de capi tal

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Fator Fórmula 31.12.x0 31.12.x1

Retorno sobre o Lucro Operacional 1.093.749 11,86% 746.627 8,15%

Ativo Operacional Ativo Operacional 9.220.840 9.159.467

Custo do Capital Despesas Financeiras Líquidas 354.339 6,79% 296.501 6,06%

de Terceiros Capital de Terceiros 5.220.840 4.889.392

Retorno sobre o PL Lucro Líquido 739.410 18,49% 450.126 10,54%

Patrimônio Líquido 4.000.000 4.270.075

84MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

de ter cei ros, por meio da ren ta bi li da de ope ra cio nal da empre sa. A Tabela 3.15 apre -sen ta as três ren ta bi li da des obti das em nosso exem plo.

Tabela 3.15 – Análise Geral da Ren ta bi li da de

Verificamos que, nos dois exer cí cios, o retor no ope ra cio nal foi supe rior ao custodo capi tal de ter cei ros, fazen do com que a ren ta bi li da de do patri mô nio líqui do fossemaior que a ren ta bi li da de ope ra cio nal, con fi gu ran do-se a efe ti vi da de da ala van ca -gem finan cei ra.

Custo de Capital, Estrutura do Passivo e Valor da Empresa5

A abordagem tra di cio nal ou orto do xa assu me que há uma estru tu ra ótima de capi tal eque a empre sa pode aumen tar o seu valor por meio do uso ade qua do do efei to ala van ca gem.Esse enfo que suge re que a empre sa ini cial men te pode bai xar seu custo de capi tal eaumen tar seu valor total por meio da ala van ca gem finan cei ra. Embora os acio nis tasaumen tem a taxa de retor no reque ri da para o capi tal pró prio, o incre men to de suataxa de retor no (Ke) não asse gu ra intei ra men te o bene fí cio de usar cus tos mais bara -tos de capi tal de ter cei ros. Quanto mais ala van ca gem ocor rer, e, con se quen te men te,maior grau de endi vi da men to finan cei ro, os finan cia do res exter nos pro va vel men teirão pena li zar a empre sa com taxas de juros maio res nos novos emprés ti mos a seremfor ne ci dos para a empre sa, uma vez que pas sa rão a assu mir ris cos maio res.

A abor da gem tra di cio nal cen tra-se na ques tão de mini mi zar o custo médio de capi tal daempre sa (Ko). Assim, defi ne o valor da empre sa como o valor de mer ca do de suas fon -tes de capi tal, ou seja, o valor dos emprés ti mos e o valor das ações.

Define-se Ki como o custo da ala van ca gem, ou custo dos emprés ti mos; defi ne-seKe como o custo das ações, ou o custo exi gi do pelos acio nis tas. O valor dos acio nis -tas é o lucro após os juros. Portanto, temos as seguin tes equa ções para tra ba lhar aestru tu ra de capi tal:

5 Adaptado de Van Horne, 1998, cap. 9.

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CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM85

Custo Anual dos JurosKi =

Valor de Mercado das Dívidas(capi tal de ter cei ros)

Lucro Disponível aos Acionistas(Lucro Operacional Depois dos Juros)

Ke =Valor de Mercado do Patrimônio Líquido

(capi tal pró prio)

Lucro Operacional(Lucro Antes dos Juros)

Ko = Valor de Mercado da Empresa

(capi tal de ter cei ros + capi tal pró prio)

Valor da Empresa (VE) = Capital de Terceiros + Capital Próprio

Exemplo 1Uma empre sa tem a seguin te car tei ra de emprés ti mos:

Empréstimo I – $ 10.000 a 11% a.a.Empréstimo II – 20.000 a 10% a.a.Debêntures – 20.000 a 9% a.a.

O lucro ope ra cio nal (antes dos juros) está esti ma do em $ 15.400, e o valor daempre sa, em $ 120.000.

Calcular:

a) o custo médio de capi tal de ter cei ros, Ki;b) o custo médio de capi tal dos acio nis tas, Ke;c) o custo médio de capi tal da empre sa, Ko.

Custo Médio Ponderado de Capital de TerceirosCapital x Taxa de Juros = Custo Anual

Empréstimo I $ 10.000 11% a.a. = $ 1.100Empréstimo II 20.000 10% a.a. = 2.000Debêntures 20.000 9% a.a. = 1.800Total 50.000 = 4.900

$ 4.900Ki = = 9,8% a.a.

$ 50.000

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86MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Custo Médio de Capital dos Acionistas

Valor da Empresa = $ 120.000(–) Valor do Capital de Terceiros = (50.000)= Valor do Capital dos Acionistas = 70.000

Lucro Operacional = $ 15.400(–) Custo dos Juros = (4.900)= Lucro para os Acio nis tas = 10.500

$ 10.500Ke = = 15,0% a.a.

$ 70.000

Custo Médio de Capital da Empresa

$ 15.400Ko = = 12,83% a.a.

$ 120.000

Exemplo 2Uma empre sa tem um ativo de $ 20.000 e um giro de 2,2. Os acio nis tas enten -

dem que um endi vi da men to de 1,5 é acei tá vel para man ter a liqui dez da empre sa.Sabe-se que a mar gem ope ra cio nal é de 6,5% antes dos juros. O custo médio docapi tal de ter cei ros (Ki) é 18%.

1. Calcular Ke e Ko.2. Qual seria o valor da empre sa se os acio nis tas dese jas sem um custo de capi tal

de 14% a.a.?3. Qual pode ria ser o custo de capi tal de ter cei ros para man ter o valor da empre sa

em $ 20.000 e o custo de capi tal de 14% para os acio nis tas?

a) Lucro Operacional

VendasGiro do Ativo =

Ativo

Vendas = Giro x Ativo → 2,2 x $ 20.000 = $ 44.000

Vendas x Margem Operacional = Lucro Operacional$ 44.000 x 6,5% = $ 2.860

Estrutura do PassivoX + Y = $ 20.000, onde X = Capital de Terceiros e Y = Capital PróprioEndividamento Máxi mo = 1,5

Capital de Terceiros (X)Endividamento =

Capital Próprio (Y)

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CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM87

XPortanto: = 1,5

Y

Resolvendo: X = 1,5 Y

Substituindo:1,5 Y + Y = $ 20.000

$ 20.000Y =

2,5

Y = $ 8.000 (Capital Próprio)

Capital Próprio = $ 8.000Capital de Terceiros = 12.000Valor da Empresa = 20.000

Custo Anual do Capital de Terceiros

Ki = 18% x $ 12.000 = $ 2.160

Lucro para os Acionistas e KeLucro Operacional = $ 2.860(–) Custo dos Juros = (2.160)= Lucro para os Acio nis tas = 800

$ 800Ke = = 10,0% a.a.

$ 8.000

Custo Médio de Capital da Empresa

$ 2.860Ko = = 14,3% a.a.

$ 20.000

b) Valor da Empresa com Custo de Capital dos Acionistas de 14% a.a.

$ 800Ke = = 14,0% a.a.

X

$ 800Capital do Acionistas = = $ 5.714

0,14

Valor da EmpresaCapital de Terceiros = $ 12.000Novo Capital dos Acionistas = $ 5.714Valor da Empresa = $ 17.714

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c) Valor da Empresa em $ 20.000 com Custo de Capital dos Acionistas de 14% a.a. Ki?Valor da EmpresaCapital de Terceiros = $ 12.000Capital dos Acionistas = $ 8.000Valor da Empresa = $ 20.000

Lucro espe ra do para os acio nis tas= Ke x Capital dos Acionistas = 0,14 x $ 8.000 = $ 1.120

Custo máxi mo de capi tal de ter cei rosLucro Operacional = $ 2.860(–) Lucro Espe ra do pelos Acio nis tas = (1.120)= Custo Máxi mo de Juros = 1.740

$ 1.740Ki = = 14,5% a.a.

$ 12.000

Abordagem do Lucro OperacionalNesta abor da gem, o valor da empre sa é obti do pela capi ta li za ção do lucro ope ra cio -nal (lucro antes dos juros) a uma deter mi nada taxa geral de capi ta li za ção. O valor docapi tal dos acio nis tas é obti do pela dife ren ça entre o valor total da empre sa e o valordas dívi das. Nessa abor da gem, o valor da empre sa não é afe ta do pela estru tu ra de capi tal.

Exemplo: se uma empre sa tives se um lucro ope ra cio nal médio espe ra do de $ 2.000 e assu mis se uma taxa geral de capi ta li za ção de 12,5%, o valor da empre saseria $ 16.000. Supondo que o total de dívi das finan cei ras fosse de $ 7.000, o valor docapi tal dos acio nis tas seria de $ 9.000.

O Lucro Operacional (Antes dos Juros) $ 2.000Ko Taxa Geral de Capitalização 0,125V Valor da Empresa (O : Ko) $ 16.000B Valor da Dívida (Capital de Terceiros) $ 7.000S Valor dos Acionistas (Capital Próprio) $ 9.000

Assumindo, por exem plo, que a taxa de juros dos emprés ti mos fosse de 10% a.a.,o custo de capi tal dos acio nis tas seria:

Lucro Operacional = $ 2.000(–) Custo dos Juros = (700)= Lucro para os Acionistas = 1.200

$ 1.200Ke = = 13,3% a.a.

$ 9.000

88MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Considerando uma outra hipó te se de capi tal de ter cei ros, no mon tan te de $ 9.500, ao mesmo custo de 10% a.a., o valor da empre sa seria o mesmo, mas o valordo capi tal dos acio nis tas e seu custo de capi tal seriam dife ren tes, como mos tra do a seguir.

O Lucro Operacional (Antes dos Juros) $ 2.000Ko Taxa Geral de Capitalização 0,125V Valor da Empresa (O:Ko) $ 16.000B Valor da Dívida (Capital de Terceiros) $ 9.500S Valor dos Acionistas (Capital Próprio) $ 6.500

Lucro Operacional = $ 2.000(–) Custo dos Juros = (950)= Lucro para os Acionistas = 1.050

$ 1.050Ke = = 16,1% a.a.

$ 6.500

Abordagem MM (Modigliani e Miller)A abor da gem MM sobre a estru tu ra de capi tal da empre sa dife re sig ni fi ca ti va men teda abor da gem orto do xa, e é simi lar à abor da gem do lucro ope ra cio nal. Ela parte dopres su pos to de que, em mer ca dos per fei tos, é irre le van te a estru tu ra de capi tal, e,con se quen te men te, a polí ti ca de divi den dos. Conforme Brealey e Myers (1992, p. 395e 400), “Modigliani e Miller mos tra ram que a polí ti ca de divi den dos não é rele van tenos mer ca dos de capi tais per fei tos. A sua famo sa ‘pro po si ção I’ esta be le ce que umaempre sa não pode alte rar o valor total dos seus títu los, por meio da sim ples repar ti -ção dos seus flu xos de tesou ra ria em dife ren tes cor ren tes: o valor da empre sa édeter mi na do pelos seus ati vos reais, e não pelos títu los que emite. Desse modo, aestru tu ra de capi tal é irre le van te, desde que as deci sões de inves ti men to da empre sasejam con si de ra das como dados... O valor de mer ca do de qual quer empre sa é inde -pen den te da estru tu ra do seu capi tal”.

Dentro das con di ções de mer ca dos de capi tais per fei tos, have ria abun dân cia decapi tal. Portanto, os inves ti do res esta riam dis pos tos a cor rer os mes mos ris cos dostra di cio nais pro prie tá rios. O supor te para essa posi ção está em que a empre sa nãocon se gue fazer pelos seus acio nis tas mais do que eles con se guem fazer para si mes -mos. Dentro da con di ção de mer ca dos per fei tos, com infor ma ções dis po ní veis atodos, os acio nis tas pode rão eles mes mos fazer suas ala van ca gens finan cei ras emudar seus inves ti men tos nas empre sas, e ainda assim as mudan ças das fon tes decapi tal das empre sas não aumen ta rão seu valor.

Dentro dessa linha, alguns pon tos podem ser levan ta dos, como pre mis sas daabor da gem MM:

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• não há “donos”na empre sa;• não é rele van te a fonte de capi tal; todas elas têm uma remu ne ra ção, cuja dife -

ren ça é ape nas de nome (juros, prê mio, divi den dos);• não há risco finan cei ro (todos são iden ti ca men te for ne ce do res de capi tal);• por tan to, não há ala van ca gem finan cei ra que possa maxi mi zar o valor da

empre sa;• há ape nas o risco do negó cio (risco não sis te má ti co).

Modigliani e Miller pro vam mate ma ti ca men te suas teses e não há como refu tá--las den tro de uma abor da gem teó ri ca. Contudo, o mundo real não é per fei to, nemos mer ca dos de capi tais. As empre sas são ana li sa das e ava lia das na sua rela ção decapi tal pró prio ver sus capital de ter cei ros, e o obje ti vo tem sido a maxi mi za ção dovalor da empre sa, sob a ótica do patri mô nio líqui do con tá bil (ou do capi tal pró prio),que é de pro prie da de de seus acio nis tas ou donos.

Custo do Capital Próprio: Introdução ao Modelo CAPMO con cei to atual men te pre va le cen te é que a taxa de juros a ser uti li za da para o des -con to dos flu xos de bene fí cios futu ros deve ser uma taxa que refli ta o risco de cadaempre sa. Essa taxa é expres sa pela seguin te equa ção:

RI = Taxa Livre de Risco + Beta (Retorno de Mercado – Taxa Livre de Risco)

Onde:

RI = Retorno espe ra do de um inves ti men toTaxa Livre de Risco = Rentabilidade de títu los gover na men taisBeta = Coeficiente que repre sen ta o risco espe cí fi co da empre sa em rela ção à

média do mer ca doRetorno de Mercado = Retorno médio espe ra do de deter mi na da car tei ra de

inves ti men tos no mer ca do

Os con cei tos bási cos, por tan to, são:a) con si de ra-se como risco espe cí fi co da empre sa a varia ção de sua ren ta bi li da de

em rela ção à ren ta bi li da de média de um con jun to de inves ti men tos exis ten tese alter na ti vos no mer ca do, que é medi do pelo coe fi cien te beta;

b) esse risco espe cí fi co deve ser adi cio na do ao retor no médio de mer ca do paraincor po ra ção no mode lo de VPL e des con tar os flu xos futu ros de bene fí cios;

c) um empreen di men to deve sem pre ter uma ren ta bi li da de supe rior a uma taxalivre de risco.

O Beta no Modelo CAPMO con cei to de beta apre sen ta do ante rior men te sur giu den tro do mode lo CAPM(Capital Asset Pricing Model – Modelo de Precificação de Ativos), desen vol vi do nos

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CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM91

anos 1960 pelos pro fes so res Harry Markowitz e William Sharpe. O obje ti vo era abusca de car tei ra efi cien te de títu los, ou seja, aque la que tives se o maior retor no e omenor risco. Esse con sa gra do mode lo é o mais uti li za do pelo mer ca do finan cei ro.

Entendemos que seus con cei tos podem ser esten di dos para ava lia ção de outrosinves ti men tos e empre sas, razão pela qual o esta mos ado tan do, pois per mi te incor -po rar o risco espe cí fi co de cada empreen di men to ou empre sa no mode lo de VPL.

O beta repre sen ta a covariân cia do retor no de um títu lo ou inves ti men to indi vi -dual com o da car tei ra (mer ca do) divi di do pela variân cia do retor no dessa car tei ra.Em outras pala vras, sig ni fi ca a rea ção média da ren ta bi li da de da empre sa em rela çãoà ren ta bi li da de média do mer ca do; como enten de-se que há total rela ção entre riscoe retor no, se há retor nos maio res é por que há ris cos maio res, e vice-versa. Portanto,a rea ção da ren ta bi li da de de uma empre sa indi vi dual em rela ção à ren ta bi li da demédia do mer ca do indi ca o risco da empre sa, que é medi do pelo beta.

Apresentamos a seguir dois exem plos de cál cu los de beta. Vejamos pri mei ro o daEmpresa A (hipo té ti ca), na Figura 3.3.

Retorno Retorno doEmpresa A Médio de RA–RAM RM–RMM (RM–RMM)2 (RA–RAM)

Ano RA (%) Mercado RM (%) (%) (%) (%) (RM-RMM) (%)

1 5,0 4,0 2,2 1,8 3,24 3,962 8,0 6,0 5,2 3,8 14,44 19,763 – 4,0 – 3,0 – 6,8 – 5,2 27,04 35,364 – 7,0 – 6,0 – 9,8 – 8,2 67,24 80,365 12,0 10,0 9,2 7,8 60,84 71,76

Média 2,80 2,20 172,80 211,20

Beta = 211,20% = 1,222172,80%

Figura 3.3 – Exemplo de Cál cu lo do Beta – Empresa A.

Sequência 1

Sequência 2

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RA = Retorno da EmpresaRAM = Retorno Médio da Empresa – Média dos Perío dos Con si de ra dos (cinco

anos no exem plo)RM = Retorno de MercadoRMM = Retorno Médio de Mercado – Média dos Perío dos Con si de ra dos (cinco

anos no exem plo)

O beta da Empresa A, de 1,222, sig ni fi ca uma empre sa que tem uma rea ção sem -pre exce den te ao mer ca do, tanto no aspec to posi ti vo quan to no aspec to nega ti vo. Em linhas gerais, pode mos dizer que é uma empre sa mais ala van ca da que a média domer ca do (ver os capí tu los 5 e 6). Toda empre sa que tem um beta maior que 1 deveindi car empre sa com essa estru tu ra de negó cios e, por tan to, com maior grau de riscoque a média do mer ca do. Outrossim, como con tra par ti da natu ral, com maio res pos -si bi li da des de lucros adi cio nais que a média do mer ca do em situa ção de cres ci men to.

O grá fi co (Figura 3.3) espe lha bem a situa ção. Os retor nos da empre sa são maio -res que o mer ca do em caso de ren ta bi li da des posi ti vas (anos 1, 2 e 5). Outrossim, asper das são maio res que o mer ca do em caso de ren ta bi li da des nega ti vas (anos 3 e 4).

A Figura 3.4 indi ca uma empre sa de carac te rís ti ca opos ta: a hipo té ti ca Empresa B.

Retorno Retorno doEmpresa B Médio de RA–RAM RM–RMM (RM–RMM)2 (RA–RAM)

Ano (%) RA (%) Mercado RM (%) (%) (%) (%) (RM-RMM) (%)

1 3,0 4,0 0,2 1,8 3,24 0,362 5,0 6,0 2,2 3,8 14,44 8,363 – 2,0 – 3,0 – 4,8 – 5,2 27,04 24,964 – 4,0 – 6,0 – 6,8 – 8,2 67,24 55,765 8,0 10,0 5,2 7,8 60,84 40,56

Média 2,00 2,20 172,80 130,00

Beta = 130,00% = 0,752 172,80%

O beta da Empresa B é 0,752. Significa que a empre sa tem uma rea ção infe rior àmédia do mer ca do, sendo, em linhas gerais, mais con ser va do ra e menos ala van ca da. Aempre sa tende a apre sen tar ren ta bi li da des meno res que a média do mer ca do apre sen -ta em situa ção posi ti va. Contudo, em situa ção nega ti va, os pre juí zos ten dem tam béma ser meno res. O grá fi co deixa bem claro essa ten dên cia. Quando uma empre sa temum beta igual a 1, sig ni fi ca que ela tem uma rea ção igual à média do mer ca do.

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Taxa de Juros do AcionistaNormalmente, as medi das de ren ta bi li da de do mer ca do têm como refe ren cial o lucrolíqui do da empre sa por balan ços publi ca dos, e, con se quen te men te, pela ótica dosacio nis tas, uma vez que os juros são aba ti dos nor mal men te como des pe sas. Portanto,o beta refle te, em linhas gerais, o risco do acio nis ta e seu custo de opor tu ni da de,expli ci ta dos pela ren ta bi li da de final da empre sa.

Dessa manei ra, para uti li za ção no mode lo do VPL, o uso do fluxo de caixa do acio -nis ta pede o uso da taxa de juros do acio nis ta, que pode ser obti da pela teo ria doCAPM por meio do beta.

Risco Diversificável e Risco Não DiversificávelO estu do do CAPM per mi te incor po rar os con cei tos de risco de mer ca do (não diver si -fi cá vel) e risco diver si fi cá vel, que, con jun ta men te, for mam o risco da ação ou da empre -sa. O risco do mer ca do tam bém é cha ma do de risco sis te má ti co, e o risco da empre sa,de não sis te má ti co.

O risco de mer ca do (sis te má ti co ou não diver si fi cá vel) decor re de variá veis con jun -tu rais e sis tê mi cas, que, de modo geral, afe tam todas as empre sas, tais como infla ção,reces são, guer ras, taxas de juros etc. O risco diver si fi cá vel ou não sis te má ti co decor rede variá veis que afe tam espe ci fi ca men te cada empre sa, tais como sua pró pria ope ra -ção, cam pa nhas de mar ke ting, gran des ven das etc.

A par ce la do risco da empre sa que pode ser mini mi za da ou oti mi za da (even -tual men te, até eli mi na da) é o risco não sis te má ti co, via diver si fi ca ção da car tei ra. Apar ce la do risco sis te má ti co ou não diver si fi cá vel não pode ser eli mi na da por umacar tei ra ótima de ações, uma vez que é ine ren te, na média, a todas as empre sas.

Figura 3.4 – Exemplo de Cál cu lo do Beta – Empresa B.

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O risco de uma car tei ra bem diver si fi ca da depen de do beta médio dos títu losincluí dos na car tei ra. Assim, a con tri bui ção de um títu lo para o risco da car tei radepen de do beta do títu lo. O risco de mer ca do da car tei ra, por tan to, é medi dopelo beta.

Custo Médio Ponderado de CapitalQuando se opta por tra ba lhar a ava lia ção de empre sas e inves ti men tos des con si de ran -do-se o acio nis ta em par ti cu lar, com foco vol ta do ao valor ope ra cio nal da empre sa, ocon cei to mais uti li za do é a ado ção, como taxa de juros para des con to dos flu xos futu -ros, do custo médio pon de ra do de capi tal (WACC – Weigh ted Ave ra ge Cost of Capi tal).

O custo médio pon de ra do de capi tal leva em con si de ra ção a estru tu ra de capi talda empre sa, ou seja, par ti ci pa ção de capi tal de ter cei ros e o capi tal pró prio no inves ti -men to total. A taxa de juros do capi tal de ter cei ros a ser con si de ra da deve ser líqui dados impos tos sobre o lucro. Vejamos um exem plo numé ri co.

Uma empre sa tem $ 1.000.000 de inves ti men tos, dos quais 60% são finan cia dospor recur sos pró prios e 40% por capi tal de ter cei ros, com um custo finan cei ro de 14%ao ano. Os impos tos sobre o lucro são de 35%. O custo de capi tal dos acio nis tas,medi do pelo beta, é de 12% ao ano, já líqui do dos impos tos.

Primeiramente, cal cu la-se o custo de capi tal de ter cei ros, líqui do dos impos tos:

14% x 0,75 (1 – 35%) = 10,5%

Em segui da, faz-se o cál cu lo pon de ran do a par ti ci pa ção dos capi tais na estru- tu ra de capi tal da empre sa em rela ção ao custo líqui do de capi tal de cada tipo derecur so de capi tal:

Capital Próprio = 60% x 12% = 7,2%Capital de Terceiros = 40% x 10,5% = 4,2%Custo Médio Ponderado de Capital = 100% = 11,4%

Questões e Exercícios1. Uma empre sa fez um inves ti men to de $ 1.200.000 e espe ra um retor no do inves -

ti men to de 15% ao ano. Calcule qual deve ser a mar gem líqui da sobre as ven das,para que a empre sa obte nha essa ren ta bi li da de, se o giro espe ra do for de 2,45.

2. Tomando como refe rên cia os dados do exer cí cio ante rior, con si de re que a empre saestá pre ven do uma mar gem líqui da de ape nas 3% para o ano seguin te. Diantedisso, a empre sa admi te um retor no do inves ti men to de ape nas 12%. Calculequal deve rá ser o giro para obter esse retor no e qual será a varia ção do valor dasven das em rela ção ao exer cí cio ante rior.

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CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM95

3. Das demons tra ções con tá beis da empre sa Monte Azul Ltda., foram extraí dos osseguin tes índi ces:

RsA (Retorno sobre o Ativo) = 300/1.000 = 30%CD (Custo da Dívida) = 80/400 = 20%RsPL (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) = 220/600 = 36,66%GAF (Grau de Alavancagem Financeira) = 36,66/30 = 1,22

Em rela ção à ala van ca gem finan cei ra, pode mos afir mar que:

a) Houve um retor no de R$ 1,22 para cada R$ 1,00 de capi tal de ter cei ros.b) Para cada R$ 100,00 inves ti dos, a empre sa gerou 20% de lucro.c) A empre sa paga 30% de juros para cada R$ 100,00 toma dos em emprés ti mo.d) O negó cio ren deu 20% de retor no sobre o ativo.e) Os acio nis tas ganha ram 6,66% para cada R$ 100,00 inves ti dos.

4. Com os demons tra ti vos apre sen ta dos a seguir, faça as aná li ses da ren ta bi li da depara os dois perío dos:

a) Análise de ren ta bi li da de pelo Méto do DuPont.b) Rentabilidade do capi tal de finan cia men to.c) Rentabilidade do capi tal pró prio.d) Avaliação da ren ta bi li da de final – se forte ou fraca.

BALANÇO PATRIMONIAL Ano 1 Ano 2

Ativo Circulante 120.000 132.700 Aplicações Financeiras 25.000 23.200 Contas a Receber de Clientes 43.000 61.200 Estoques 50.000 45.500 Outros Valores a Realizar 2.000 2.800

Realizável a Longo Prazo 2.000 2.400 Depósitos Judiciais 2.000 2.400

Investimentos e Imobilizado 88.000 81.900 Investimentos em Controladas 18.000 19.200 Imobilizados 150.000 162.000 (–) Depreciação Acumulada (80.000) (99.300)

TOTAL 210.000 217.000

Passivo Circulante 85.300 85.600 Fornecedores 10.000 11.000 Contas a Pagar 7.800 8.300 Impostos a Recolher 4.500 5.800 Dividendos a Pagar 8.000 4.000 Empréstimos 55.000 56.500

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96MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

BALANÇO PATRIMONIAL Ano 1 Ano 2

Exigível a Longo Prazo 34.700 37.400 Financiamentos 34.700 37.400

Patrimônio Líquido 90.000 94.000 Capital Social 68.000 68.000 Reservas 16.400 22.000 Lucros Acumulados 5.600 4.000

TOTAL 210.000 217.000

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Ano 1 Ano 2Receita Operacional Bruta 320.000 347.000 (–) Impostos sobre Vendas (35.000) (38.000)Receita Operacional Líquida 285.000 309.000

Custo dos Produtos Vendidos 187.400 205.800 Materiais Consumos 104.000 114.000 Depreciação 18.400 19.300 Outros Custos de Fabricação 65.000 72.500

Lucro Bruto 97.600 103.200

(–) Despesas Operacionais 67.500 76.700 com Vendas 38.400 41.700 Administrativas 29.100 35.000

Lucro Operacional I 30.100 26.500

Receitas Financeiras 2.800 2.500 Despesas Financeiras (13.050) (18.000)Equivalência Patrimonial 800 1.200 Lucro Operacional II 20.650 12.200

Impostos sobre o Lucro (7.021) (4.148)Lucro Líquido do Exercício 13.629 8.052

5. Com as demons tra ções apre sen ta das a seguir:a) Elabore a ren ta bi li da de do finan cia men to.b) Demonstre a aná li se de ren ta bi li da de do ativo ope ra cio nal e do patri mô nio

líqui do, uti li zan do o Méto do DuPont.c) Faça uma aná li se da evo lu ção da ren ta bi li da de e iden ti fi que os aspec tos que

leva ram a sua alte ra ção.

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CUSTO DE CAPITAL E RENTABILIDADE DO INVESTIMENTOMM97

Balanço Patrimonial x1 x2

Ativo Circulante 1.180.000 1.027.505 Aplicações Financeiras 20.000 37.505 Clientes 500.000 550.000 Estoques 660.000 440.000 Ativo Imobilizado 960.000 1.290.000 Imobilizado 1.200.000 1.700.000 (–) Depreciações Acumuladas (240.000) (410.000)

ATIVO TOTAL 2.140.000 2.317.505

Passivo Circulante 540.000 470.000 Fornecedores 240.000 220.000 Salários e Encargos a Pagar 120.000 130.000 Impostos a Recolher 180.000 120.000 Exigível a Longo PrazoFinanciamentos 900.000 1.100.000 Patrimônio Líquido 700.000 747.505 Capital Social 500.000 500.000 Lucros Acumulados 200.000 247.505 PASSIVO TOTAL 2.140.000 2.317.505

Demonstração de Resultados do Exercício x1 x2Receita Operacional Bruta 4.800.000 4.100.000 (–) Impostos sobre Vendas (1.008.000) (861.000)Receita Operacional Líquida 3.792.000 3.239.000 (–) Custo das Mercadorias Vendidas (2.521.680) (2.140.979)Lucro Bruto 1.270.320 1.098.021 Despesas (1.113.264) (1.026.044)Administrativas (424.704) (405.744)Comerciais (587.760) (474.000)Financeiras Líquidas (100.800) (146.300)Lucro Antes dos Impostos 157.056 71.977 Impostos sobre o Lucro (53.399) (24.472)Lucro Líquido 103.657 47.505

6. Uma empre sa deu uma ren ta bi li da de (custo) do capi tal de ter cei ros de 12,4% noano e de 9% do capi tal pró prio. Seu ativo ope ra cio nal é de $ 200.000. Sabendoque o capi tal pró prio repre sen ta 60% da estru tu ra de finan cia men to e que o girodo ativo ope ra cio nal foi de 0,90, cal cu le a mar gem ope ra cio nal do perío do.Desconsidere impos tos sobre o lucro.

7. Uma empre sa está sendo finan cia da atual men te por três finan cia men tos:a) $ 10.000 a uma taxa anual de 8,5%;b) $ 15.000 a uma taxa anual de 9,6%;c) $ 12.000 a uma taxa anual de 13%.

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98MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

O capi tal pró prio da empre sa é repre sen ta do por 1 milhão de ações, cota das nabolsa por $ 0,07 cada uma. O lucro espe ra do ope ra cio nal anual, antes das des pe -sas finan cei ras, é $ 13.900.I. Calcule o custo médio dos finan cia men tos, o custo médio do capi tal pró prio e

o custo médio de capi tal da empre sa.II. Sabe-se que a empre sa está rece ben do uma pro pos ta para tro car os finan cia -

men tos b e c por debên tu res que seriam remu ne ra das a uma taxa anual de 11%.a) Qual o novo custo médio de capi tal de ter cei ros?b) Qual o novo custo médio de capi tal da empre sa?c) A empre sa deve acei tar a pro pos ta? Por quê?

Desconsidere os impos tos sobre o lucro.8. Uma empre sa tem um ativo de $ 240.000 e um giro de 1,8. Os acio nis tas enten dem

que um endi vi da men to de 1,25 é acei tá vel para man ter a liqui dez da empre sa.Sabe-se que a mar gem ope ra cio nal é de 8,5% antes dos juros. O custo médio decapi tal de ter cei ros (Ki) é 15%.a) Calcule Ke e Ko.b) Qual seria o valor da empre sa, se os acio nis tas dese jas sem um custo de capi -

tal de 18% a.a.?c) Qual pode ria ser o custo de capi tal de ter cei ros para man ter o valor da empre sa

em $ 240.000 e o custo de capi tal de 18% para os acio nis tas?Desconsidere os impos tos sobre o lucro.

9. Considerando os seguin tes retor nos anuais das empre sas A e B e a média demer ca do, cal cu le o beta de cada uma delas.

Retorno anual – %

Empresa A Empresa B Mercado

Ano 1 6,5% 8,5% 7,2%Ano 2 3,0% 6,8% 4,5%Ano 3 –4,0% –8,0% –5,0%Ano 4 12,0% 14,0% 13,0%Ano 5 9,0% 13,5% 12,0%Ano 6 7,2% 9,1% 9,0%

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4 O Processo de Gestão e o Valor do Dinheiro no Tempo

No Capí tu lo 2, enfa ti za mos a impor tân cia do custo de capi tal como o ele men to inte -gra dor das deci sões finan cei ras fun da men tais. A prin ci pal deci são finan cei ra é a deci -são de inves ti men to. Esta envol ve, em linhas gerais, um pla ne ja men to do negó cio aser inves ti do e as expec ta ti vas do retor no finan cei ro que esse negó cio trará nos perío -dos futu ros – o sufi cien te para cobrir o capi tal apli ca do mais um ren di men to míni modese ja do. Assim, a deci são de inves ti men to incor po ra a variá vel tempo. Aplica-se hojepara recu pe rar o valor, com ren di men tos adi cio nais, no futu ro.

Alguns auto res se refe rem a esse pro ces so como deci são de con su mo inter tem po ral(Ross et al., 2002, p. 59). Um indi ví duo pode ter uma pre fe rên cia de con su mo, de talforma que dese ja con su mir algo ime dia ta men te. Não tendo dinhei ro, toma umemprés ti mo, ajus tan do seu dese jo de con su mo ime dia to. Para tanto, paga juros aoempres ta dor. O outro indi ví duo, naque le momen to em que está empres tan do, cedeseu dese jo de con su mo ime dia to em troca do rece bi men to de juros pelo perío do quedis põe do dinhei ro. Assim, ele trans fe re seu dese jo de con su mo para o futu ro(Brealey e Myers, 1992, p. 16 e 17).

O con cei to da deci são de con su mo inter tem po ral fun da men ta o con cei to do valordo dinhei ro no tempo. Como a deci são de inves ti men to é nor mal men te uma deci sãode pla ne ja men to finan cei ro de longo prazo, deve ser toma da con si de ran do esse con -cei to finan cei ro fun da men tal.

O Processo de GestãoDefine-se pro ces so de ges tão como o con jun to sequen cial de ati vi da des admi nis tra -ti vas para a ges tão dos obje ti vos de uma enti da de. Uma enti da de com fins lucra ti vostem como obje ti vo finan cei ro a con du ção de seus negó cios com ren ta bi li da de sufi -cien te para cobrir o custo de capi tal de seu finan cia men to. O pro ces so de ges tãocom preen de o ciclo de pla ne ja men to, exe cu ção e con tro le, poden do o pla ne ja men toser seg men ta do em de longo prazo ou estra té gi co, de médio prazo ou ope ra cio nal(táti co) ou pla ne ja men to de curto prazo (pro gra ma ção).

PlanejamentoEstratégico

PlanejamentoOperacional

ou Tático

Planejamentode Curto Prazo

ouProgramação

Execução Controle

Figura 4.1 – O Pro ces so de Ges tão.

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O planejamento estra té gi co tem como esco po a manu ten ção da empre sa em con -ti nui da de de ope ra ções, e, por tan to, tra ba lha com as deci sões de hori zon te tem po ralde longo prazo, sendo, por tan to, a prin ci pal etapa do pro ces so deci só rio. Em linhas gerais, o pla ne ja men to estra té gi co pro duz dire tri zes estra té gi cas que englo bam osprin ci pais negó cios ado ta dos pela empre sa e a estru tu ra orga ni za cio nal do empreen -di men to, den tro da mis são da empre sa, suas cren ças, cul tu ra e valo res.

A etapa do planejamento ope ra cio nal carac te ri za-se por dar subs tân cia para osnegó cios deli nea dos na estra té gi ca, den tro da estru tu ra orga ni za cio nal ado ta da. Em linhas gerais, é nessa etapa que as deci sões de inves ti men to, finan cia men to e divi -den dos tomam corpo, já que se des ti nam a deter mi nar as estru tu ras de ativo e pas -si vo dese ja das ou neces sá rias. Portanto, essa etapa con tem pla hori zon tes tem po raisde longo e médio pra zos.

A programação trata do hori zon te tem po ral de curto prazo, porque tam bém édeno mi na da planejamento de curto prazo. O obje ti vo dessa etapa do pro ces so deci só -rio é men su rar quan ti ta ti va men te e finan cei ra men te todos os pla nos ope ra cio naispara o pró xi mo exer cí cio, para dar guia ao desen vol vi men to de todas as ati vi da desempre sa riais. O ins tru men tal bási co de pla ne ja men to de curto prazo é o plano orça -men tá rio.

A etapa da execução, como o pró prio nome diz, trata de rea li zar o pla ne ja do naetapa ante rior. Tão ou mais impor tan te do que pla ne jar é a habi li da de de exe cu tar. Éna exe cu ção que, de fato, acon te cem os resul ta dos, as recei tas, os gas tos, os lucros oupre juí zos. Portanto, são neces sá rios e impres cin dí veis mode los deci só rios para apoiaro pro ces so de exe cu ção dos prin ci pais even tos eco nô mi cos empre sa riais, obje ti van doa oti mi za ção da obten ção dos resul ta dos pla ne ja dos.

O controle é exer ci do con jun ta men te com a exe cu ção, tam bém em cima dos dadospla ne ja dos e pro gra ma dos. Assim como a exe cu ção deve seguir pla nos prees ta be le ci -dos, o con tro le do exe cu ta do é feito em cima das con di ções pro gra ma das. O obje ti vodessa etapa do pro ces so de ges tão é o moni to ra men to para afe rir o pla ne ja do e cor -ri gir, se neces sá rio, para o pro ces so de oti mi za ção dos resul ta dos.

Planejamento EstratégicoA meto do lo gia mais reco men da da para o pro ces so da ela bo ra ção da estra té gia e dopla ne ja men to estra té gi co é a aná li se da empre sa den tro do seu ambien te. A empre saé um sis te ma que pro ces sa recur sos inter nos e pro duz saí das. Em ter mos físi cos, asentra das cor res pon dem aos recur sos uti li za dos (mate riais, equi pa men tos, tec no lo gia,mão de obra, ener gia, ser vi ços etc.); o pro ces sa men to, às ati vi da des orga ni za das paraexe cu tar todos os pro ces sos ope ra cio nais (pro du ção, comer cia li za ção, admi nis tra ção efinan ças); e os pro du tos e ser vi ços ven di dos, às saí das. Em ter mos eco nô mi cos, asentra das são repre sen ta das pelos cus tos e des pe sas; e as saí das, pelas recei tas.

100MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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O PROCESSO DE GESTÃO E O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPOMM101

Dessa manei ra, a aná li se ambien tal é a meto do lo gia bási ca para o enten di men toda empre sa den tro da socie da de e dos negó cios, e cor res pon de a uma aná li se de todasas variá veis e enti da des que influen ciam a empre sa – que, por sua vez, tam bém podeinfluen ciá-la. Confronta-se a aná li se das variá veis exter nas com as variá veis e enti da -des do ambien te inter no, para veri fi ca ção da qua li da de e influên cia de cada um.

Governo

Sociedade

Economia

Comunidade

Natureza

Concorrentes etc.

Clientes

Fornecedores

Tecnologia

Sindicatos

Acionistas

Tributos etc.

Ambiente Externo

A EmpresaAmbiente Interno

Ambiente Externo

Figura 4.2 – A Empre sa e o Ambien te.

A meto do lo gia de aná li se do ambien te é deno mi na da Análise SWOT (Strenghts,Weaknesses, Opportunities, Threats – Forças, Fraquezas, Oportunidades, Ameaças).

O pro ces so bási co é o seguin te:

• iden ti fi cam-se todas as variá veis e enti da des do ambien te exter no que se rela -cio nam com a empre sa;

• qua li fi ca-se cada uma des sas variá veis em amea ças ou opor tu ni da des, men su -ran do o máxi mo pos sí vel dos ele men tos que as com põem;

• iden ti fi cam-se todas as variá veis e enti da des do ambien te inter no;• qua li fi ca-se cada uma des sas variá veis e enti da des em for ças ou fra que zas,

men su ran do o máxi mo pos sí vel dos ele men tos que as com põem;• con fron tam-se as amea ças exter nas com as for ças ou fra que zas inter nas e

extraem-se as ava lia ções posi ti vas ou nega ti vas;• con fron tam-se as opor tu ni da des exter nas com as for ças ou fra que zas inter nas

e extraem-se as ava lia ções posi ti vas ou nega ti vas.

Em linha gerais, as ações deri vam das seguin tes cons ta ta ções:

• se é uma amea ça onde a empre sa é forte, é preciso admi nis trar e moni to rar,para não per der a força e não dei xar a amea ça ganhar corpo;

• se é uma amea ça onde a empre sa é fraca, tem de se ten tar eli mi nar a amea çaou ini ciar um pro ces so de for ta le ci men to do ponto fraco da empre sa;

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• se é uma opor tu ni da de que se rela cio na com um ponto fraco da empre sa, deve--se tra ba lhar e trans for mar o ponto fraco em algo forte, para apro vei ta men to daopor tu ni da de o mais rápi do pos sí vel;

• se é uma opor tu ni da de rela cio na da com um ponto forte da empre sa, deve-sediri gir todas as for ças para isso, de modo a capi ta li zar o máxi mo de recei tas e lucros dessa opor tu ni da de exis ten te ou a exis tir.

Estratégia e Planejamento Financeiro de Longo PrazoO pla ne ja men to estra té gi co esta be le ce o mode lo de ges tão a ser ado ta do para orga -ni za ção, os negó cios em que a empre sa atua ou atua rá, as estru tu ras orga ni za cio naisdese ja das ou neces sá rias para ope ra cio na li zar os negó cios deter mi na dos. Portanto, opla ne ja men to estra té gi co cul mi na na neces si da de de um pla ne ja men to finan cei ro delongo prazo.

Todo pla ne ja men to finan cei ro é um plano de inves ti men tos e finan cia men tos,jus ti fi ca dos pela ren ta bi li da de a ser obti da. Portanto, o pla ne ja men to finan cei ro delongo prazo envol ve as entra das ini ciais de capi tal, suas fon tes de finan cia men to e osflu xos futu ros de lucros e de caixa para jus ti fi car o retor no do inves ti men to.

Planejamento Operacional e Planejamento de Curto PrazoO pla ne ja men to ope ra cio nal decor re das estra té gias ado ta das. Definidas as linhas deatua ção nos negó cios, cabe ao admi nis tra dor finan cei ro fazer um estu do deta lha dodas neces si da des de inves ti men tos, tanto de ati vos fixos como de capi tal de giro, paraope ra cio na li zar os negó cios deci di dos na estra té gia, den tro dos mode los orga ni za -cio nais deter mi na dos. Assim, o pla ne ja men to ope ra cio nal (táti co ou de médio prazo)carac te ri za-se pela:

• deter mi na ção da estru tu ra do ativo;• deter mi na ção da estru tu ra do pas si vo.

Esse pla ne ja men to finan cei ro é apre sen ta do na Parte II deste livro.O pla ne ja men to finan cei ro de curto prazo cor res pon de à men su ra ção dos pla nos

ope ra cio nais para o pró xi mo exer cí cio, estru tu ra do pelo mode lo do PlanoOrçamentário. Esse tópi co é apre sen ta do na Parte III.

Planejamento Financeiro de Longo Prazo ou Orçamento de CapitalA ter mi no lo gia orçamento de capi tal é muito uti li za da em finan ças sem a exis tên cia deuma defi ni ção apro pria da. Tem sido apli ca da para dois pro ces sos de pla ne ja men to:

1. o con jun to de pro ce di men tos para ava lia ção de um pro je to de inves ti men to;2. a peça orça men tá ria para estimativa dos inves ti men tos em ati vos per ma nen tes

den tro do plano orça men tá rio.

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Neste livro, ado ta re mos essa ter mi no lo gia para o pri mei ro pro ces so, ou seja, ospro ce di men tos para ava lia ção dos pro je tos de inves ti men tos, e, por tan to, pla nos finan -cei ros de longo prazo. Como esses pro je tos pre ci sam de fun dos para via bi li zá-los (ocapi tal), enten de mos que orça men to de capi tal resu me um pro je to de inves ti men to,em que cons tam as fon tes de capi tal para financiá-los (de capi tal pró prio ou de ter cei -ros), seus valores, os flu xos futu ros de lucros e caixa desse inves ti men to e o custo decapi tal neces sá rio para ava liar o pro je to como um todo.

Orçamento de capi tal é o pro ce di men to para o pla ne ja men to finan cei ro delongo prazo.

Dessa manei ra, pode mos uti li zar como sinô ni mos orça men to de capi tal e pla ne -ja men to finan cei ro de longo prazo, que se refe rem ao con jun to de con cei to e téc ni -cas para ava liar pro je tos de inves ti men tos decor ren tes das estra té gias empre sa riais.

O Valor do Dinheiro no TempoO sur gi men to da moeda1 como padrão de troca de mer ca do rias e ser vi ços pro vo cou,como con se quên cia ime dia ta, o sur gi men to do juro como remu ne ra ção pelo uso ememprés ti mo dessa mer ca do ria e a pos si bi li da de de infla ção pela alta gene ra li za da econ tí nua dos pre ços medi dos em moeda.

O fun da men to para a exis tên cia do juro é a pos si bi li da de de algu ma pes soaante ci par ou não o con su mo de bens e ser vi ços. Esse des lo ca men to de tempo podeser con si de ra do um ser vi ço, porque o paga men to de juros tam bém é deno mi na dopagamento do ser vi ço da dívi da. Ou seja, a dívi da pres ta um ser vi ço a quem tomaempres ta do. Como todo ser vi ço tem um preço, o juro é o preço pelo uso da moedade outrem.

Outra visão, simi lar, é de que o juro é uma com pen sa ção pela espe ra, ou seja, umacom pen sa ção pelo fato de o dono do capi tal dei xar de dis por desse dinhei ro. Umaoutra expli ca ção é que o juro é um prê mio pela renún cia tem po rá ria da liqui dez deseu pro prie tá rio, pro va vel men te uma cobran ça para fazer face à escas sez dessa mer -ca do ria em deter mi na dos momen tos e mer ca dos (Sandroni, 2001, p. 316).

Isso posto, fica claro que o valor do dinhei ro no tempo decor re: a) do seu custo(para quem paga) e b) da renda (para quem rece be). Assim, o dinhei ro (uma uni da demone tá ria) vale hoje mais do que uma uni da de mone tá ria dis po ní vel no futu ro, umavez que o dinhei ro dis po ní vel agora pode ser inves ti do e come çar a ren der juros

O PROCESSO DE GESTÃO E O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPOMM103

1 Os pri mei ros regis tros do uso da moeda datam do sécu lo VII a. C., na Lídia, reino da ÁsiaMenor, na região que hoje cor res pon de a Turquia e Iraque (Sandroni, 2001, p. 405).

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ime dia ta men te. Além disso, o dinhei ro dis po ní vel hoje está segu ro. O capital empres -ta do, com o ceden te abdi can do da liqui dez, incor po ra o risco de ele não ser devol vi -do. Portanto, dinhei ro hoje vale mais que um dinhei ro com risco no futu ro.

A taxa de juros é o ele men to que liga e ajus ta as deci sões inter tem po rais de con su mo.

O méto do bási co para ava liar a equi va lên cia de capi tais ao longo do tempo é tra -zer os valo res de dois tem pos dis tin tos em uma única data-base de com pa ra ção. O méto do mais uti li za do é a taxa de retor no (ou taxa inter na de retor no), que cor res -pon de ao des con to do valor futu ro a ser pago, tra zen do-o à base mone tá ria de hoje,com o valor atual desem bol sa do, iden ti fi can do a taxa de juros ado ta da.

Tomemos como exem plo alguém que empres ta $ 10.000 para paga men to em 30dias, pro me ten do pagar, ao final dos 30 dias, $ 10.500. A fór mu la bási ca é a seguin te:

Valor Futuro= Valor Presente

1 + taxa de juros (i )

Em nosso exem plo, temos:

$ 10.500= $ 10.000

(1 + i)

$ 10.500= (1 + i)

$ 10.000

1,05 = (1 + i)

No caso, a taxa de juros que equa li za o valor pre sen te ao valor futu ro é 5% (o queexce de 1 mul ti pli ca do por 100). Em outras pala vras, con si de ran do uma taxa de jurosde 5% ao mês, $ 10.500 a pre ços daqui a 30 dias equi va lem a $ 10.000 a pre ços de hoje.

A meto do lo gia do valor pre sen te líqui do, varian te da taxa de retor no (e mais uti li -za da devi do à sua sim pli ci da de), em vez de des co brir a taxa, parte da deter mi na çãode uma taxa neces sá ria ou dese ja da e des con ta o valor futu ro a essa taxa. Se o valorfutu ro des con ta do for supe rior ao valor pre sen te, enten de-se que há um valor pre -sen te líqui do ou valor pre sen te adi cio nal, o que vali da a nego cia ção.

Com os dados ini ciais do exem plo ante rior, mas admi tin do que o indi ví duo queempres tou o dinhei ro acei te uma taxa de 4% ao mês, ele des con ta o valor futu ro poressa taxa e com pa ra com os $ 10.000 de valor pre sen te, que ele empres tou. A fór -mu la é a mesma, mas, em vez de deter mi nar a taxa de juros, deter mi na-se o valorpre sen te:

104MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Valor Futuro= Valor Presente

1 + taxa de juros (i)

Em nosso exem plo, temos:

$ 10.500= X

(1 + 0,04)

$ 10.500= 10.096

1,04

10.096 = Valor Presente

Nesse caso, o empres ta dor abdi cou de $ 10.000 reais agora para rece ber no futu ro $ 10.500. Como ele se con ten ta com 4% ao mês, rece be rá, daí a 30 dias, $ 10.096, umvalor supe rior ao que tinha. Dessa manei ra, além de perce ber os juros míni mos dese ja -dos, te rá $ 96 a mais. Essa ava lia ção indi ca que a ope ra ção deve ser acei ta.

Juros e InflaçãoA infla ção2 é um fenô me no que tem a pos si bi li da de de exis tir em todas as eco no miasregi das por moeda. Como a moeda é uti li za da para men su rar o preço dos bens e ser -vi ços, deter mi na dos momen tos eco nô mi cos podem fazer com que os pre ços ini cial -men te esta be le ci dos subam. Quando os pre ços sobem, a mesma quan ti da de demoeda perde poder aqui si ti vo (poder de com pra), pois não con se gue com prar amesma quan ti da de de bens e ser vi ços de antes da subi da dos pre ços.

Assim, a taxa de juros ten de rá a se elevar se a infla ção exis tir ou subir. Caso umempres ta dor acei ta rece ber 10% ao ano pela ces são do seu dinhei ro, ten de rá a exi gir15% se tiver a expec ta ti va de que no ano have rá uma infla ção de 5%. Ou seja, eleadi cio na rá à taxa de juros o per cen tual da expec ta ti va da infla ção.

Nesse caso, as ter mi no lo gias mais uti li za das são as seguin tes:

• Taxa de juros nomi nal, que repre sen ta a taxa com ple ta e com preen de a taxa dejuros mais a taxa de infla ção espe ra da. Em nosso exem plo, 15%.

• Taxa de juros real, que é a taxa de juros dimi nuí da da taxa espe ra da de infla ção.Em nosso exem plo, é 10% (taxa de juros nomi nal – 15% –, menos 5% da taxaespe ra da de infla ção no ano).

O PROCESSO DE GESTÃO E O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPOMM105

2 A defla ção é o fenô me no opos to ao da infla ção. Significa queda gene ra li za da e con tí nuados pre ços dos bens e ser vi ços.

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Critérios de Avaliação dos Investimentos – VPL, TIR, Tirm, PaybackOs mode los para deci são de inves ti men tos e para men su ra ção do valor da empre sacom preen dem fun da men tal men te as mes mas variá veis. Todos con si de ram o valor aser inves ti do ou atual men te inves ti do, os flu xos futu ros de bene fí cios, a quan ti da dede tempo em que esses flu xos futu ros ocor re rão e o custo do dinhei ro no tempo.

Os mode los para deci são de inves ti men tos par tem da ideia de veri fi car a via bi li da -de eco nô mi ca de um inves ti men to, antes de sua imple men ta ção. Os mode los de deci -são de men su ra ção do valor da empre sa cen tram-se em deter mi nar o valor de umaempre sa em anda men to. Como uma empre sa em anda men to é fruto de um con jun -to de inves ti men tos em ope ra ção, já deci di dos no pas sa do, os cri té rios de ava lia çãodevem ser os mes mos. Em outras pala vras, os mes mos cri té rios ado ta dos para a deci -são de inves tir devem ser uti li za dos para a men su ra ção do valor des ses mes mosinves ti men tos em ope ra ção.

Para a con tro la do ria, é fun da men tal a apu ra ção do valor da empre sa. A con tro la -do ria tem como foco os resul ta dos empre sa riais e ava lia a efi cá cia da empre sa pormeio dos resul ta dos perió di cos obti dos. O obje ti vo de qual quer empreen di men to écriar valor para os acio nis tas, valor esse que é gera do pelas ope ra ções e men su ra doe evi den cia do con ta bil men te pela demons tra ção de resul ta dos. Os resul ta dos obti -dos refle tem as deci sões de inves ti men tos do pas sa do, e, con se quen te men te, sãoava lia do res do desem pe nho dos res pon sá veis pela deci são. Dessa manei ra, a con tro -la do ria deve con ti nua da men te men su rar o valor da empre sa, para moni to rar os pro -ces sos de cria ção de valor e ava lia ção do desem pe nho dos inves ti men tos.

Modelo Básico para Decisão de Investimento: Valor Presente Líquido (VPL)Um inves ti men to é feito no pres su pos to de gerar um resul ta do que supe re o valorinves ti do, para com pen sar o risco de tro car um valor pre sen te certo por um valor futu -ro com risco em sua recu pe ra ção.3 Esse resul ta do exce den te é a ren ta bi li da de doinves ti men to além do prê mio por inves tir. Essa recompensa é o con cei to que fun da -men ta a exis tên cia dos juros como paga men to pelo ser vi ço pres ta do ao inves ti dorpelo ato de empres tar dinhei ro para um ter cei ro.

Outrossim, no mer ca do exis tem inú me ras pos si bi li da des de inves ti men tos, e,den tre elas, algu mas em que não há risco nenhum, como os títu los gover na men tais.

106MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3 Não pode mos dizer que há incer te za do retor no, por que a incer te za carac te ri za-se pelototal des co nhe ci men to do futu ro. No caso de um inves ti men to, deno mi na-se essa lacu na deconhe ci men to do futu ro de risco, uma vez que é pos sí vel asso ciar pro ba bi li da des de êxito aoretor no do inves ti men to. Ou seja, quan do faz um inves ti men to, o inves ti dor tem uma sériede infor ma ções que lhe per mi tem vis lum brar algo do futu ro e asso ciar pro ba bi li da des deêxito ao seu inves ti men to, o que se carac te ri za como risco, e não como incer te za.

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Portanto, o aplicador tem infor ma ções sobre as ren ta bi li da des pos sí veis de inú me rosinves ti men tos. Ao empregar seu dinhei ro, o inves ti dor está dian te de várias pos si bi li -da des de inves ti men to e res pec ti vas ren ta bi li da des. Denominamos essas pos si bi li da -des oportunidades de inves ti men to.

Dessa manei ra, ao se deci dir por um inves ti men to, o apli ca dor deixa de rece ber ren -ta bi li da des dos demais inves ti men tos aban do na dos. Portanto, o gran de parâ me tro parao mode lo de deci são do inves ti dor é a ren ta bi li da de dos outros inves ti men tos. Deno -minamos custo de opor tu ni da de essas ren ta bi li da des de inves ti men tos con cor ren tes.

A ren ta bi li da de dos demais inves ti men tos deter mi na qual será a ren ta bi li da de queo inves ti dor dese ja rá do inves ti men to sob o pro ces so de deci são. Ele pode dese jar aren ta bi li da de média dos demais inves ti men tos, como pode dese jar ren ta bi li da dessupe rio res. Dificilmente ele admi ti rá ren ta bi li da des infe rio res à média, se bem que,em teo ria, isso seria pos sí vel.

A ren ta bi li da de dese ja da que será incor po ra da ao mode lo de deci são de inves ti -men tos é deno mi na da juros remu ne ra tó rios. Em con di ções nor mais de mer ca do, ojuro é expres so de forma anual, e, nas eco no mias esta bi li za das, com preen de o custode capi tal mais uma taxa espe ra da de infla ção, redun dan do em uma taxa única oupré-fixa da. Em eco no mias com ocor rên cia de infla ção crô ni ca, o con cei to mais uti li -za do é o de ren di men to pós-fixa do, que com preen de uma taxa de juros pré-fixa daque se soma rá à infla ção que acon te cer no futu ro.

Valor Presente LíquidoO cri té rio de valor pre sen te líqui do é o mode lo clás si co para a deci são de inves ti men -tos e com preen de as seguin tes variá veis:

a) o valor do inves ti men to;b) o valor dos flu xos futu ros de bene fí cios (de caixa, de lucro, de divi den dos, de

juros);c) a quan ti da de de perío dos em que have rá os flu xos futu ros;d) a taxa de juros dese ja da pelo inves ti dor.

Exceto com rela ção ao item a (o valor do inves ti men to), todas as demais variá veisapre sen tam algu ma difi cul da de para incor po ra ção ao mode lo deci só rio.

A obten ção das infor ma ções sobre o valor dos flu xos futu ros depen de de estu dosante ci pa tó rios das pro ba bi li da des de ocor rên cia de ven das, mer ca dos, cus tos, infla çãoetc., que fatal men te con du zem a difi cul da des de pre vi si bi li da de. O mesmo acon te cecom a quan ti da de de perío dos a serem uti li za dos no mode lo. Excetuando-se casoscomo apli ca ções em renda fixa, con tra tos de remu ne ra ção pré-fixa da com perío docerto etc., difi cil men te se sabe com pre ci são por quan to tempo o inves ti men to pro du -zi rá flu xos futu ros.

As taxas de juros sem pre depen de rão das expec ta ti vas de infla ção, tanto do paíscomo do exte rior. Dependerão tam bém das taxas bási cas de juros exis ten tes no mer -

O PROCESSO DE GESTÃO E O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPOMM107

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ca do, como as do banco cen tral do país, as taxas dos títu los do Tesouro norte-ame ri -ca no, as do banco cen tral euro peu, da Libor, da Prime Rate etc.

Fundamento do VPL: O Valor do Dinheiro no Tempo

O fun da men to do VPL é o custo do dinhei ro no tempo. Um bem ou direi to hoje temum valor dife ren te para as pes soas em rela ção a esse mesmo bem ou direi to no futu -ro. Essa dife ren ça tem como base o custo do dinhei ro. Ou seja, sem pre have rá umapos si bi li da de de empres tar o dinhei ro, que será remu ne ra do por uma taxa de juros.Portanto, o valor de um bem ou direi to que não acom pa nha o juro míni mo exis ten -te no mer ca do perde valor eco nô mi co.

Adicionalmente, quan to mais tempo for neces sá rio para que haja retor no doinves ti men to, mais ris cos have rá, e, por tan to, a taxa de juros a ser incor po ra da aomode lo deve rá ser ade qua da para cobrir o risco decor ren te da exten são do tempo.

Conceito do VPL: Valor Atual

Valor Presente Líquido sig ni fi ca des con tar o valor dos flu xos futu ros, a uma deter mi -na da taxa de juros, de tal modo que esse fluxo futu ro se apre sen te a valo res de hoje,ou ao valor atual. O valor atual dos flu xos futu ros, con fron ta do com o valor atual doinves ti men to a ser feito, indi ca a deci são a ser toma da:

• Se o valor atual dos flu xos futu ros for igual ou supe rior ao valor atual a ser inves -ti do, o inves ti men to deverá ser acei to.

• Se o valor atual dos flu xos futu ros for inferior ao valor a ser inves ti do, o inves -ti men to não deve rá ser acei to.

ExemploInvestimento a ser feito (Ano 0 ou T0) – $ 1.000.000Rentabilidade míni ma exi gi da (taxa de juros) 12%Fluxo Futuro de Benefícios• Ano 1 (T1) 500.000• Ano 2 (T2) 500.000• Ano 3 (T3) 500.000Total 1.500.000

Valor Presente Líquido dos Fluxos Futuros

108MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Fluxo Futuro Índice da Taxa de Desconto Valor Atual do Fluxo FuturoA B C (A : B)

Ano 1 500.000 1,12 446.429Ano 2 500.000 1,2544 398.597Ano 3 500.000 1,404928 335.890

1.500.000 1.200.916

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Pelos dados apu ra dos no exem plo, o inves ti men to deve rá ser acei to, uma vez quea soma do valor atual dos flu xos dos pró xi mos três anos, des con ta dos à taxa de 12%a.a., é de $ 1.200.916, supe rior ao valor de $ 1.000.000 a ser inves ti do.

Note que o fluxo futu ro de cada ano é dife ren te em ter mos de valor atual. O fluxofutu ro do Ano 1 foi des con ta do pela taxa de 12% para um ano, e o seu valor atualequi va len te, um ano antes, é de $ 446.429. Ou seja, $ 446.429 hoje equi va lem a $ 500.00 daqui a um ano.

O valor atual do fluxo do segun do ano equi va le a pre ços do Ano 0 a $ 398.597.Ou seja, se apli car mos hoje $ 398.597 a uma taxa de 12% ao ano, tere mos $ 500.000daqui a dois anos ($ 398.597 x 1,12 x 1,12).

Taxa Interna de Retorno (TIR)

O mode lo de deci são basea do na Taxa Interna de Retorno é uma varia ção do cri té riodo VPL. Nesse mode lo, em vez de se bus car o VPL do fluxo futu ro, busca-se a taxade juros que igua la o total dos flu xos futu ros des con ta dos a essa taxa de juros, como valor do inves ti men to ini cial. A fór mu la é a seguin te:

FF(1) FF(2) FF(n)I (0) = + + ....... +

1 2 n

(1 + i) (1 + i) (1 + i)

onde:

I (0) = Investimento ini cial no perío do 0FF = Fluxos futu ros dos perío dos 1 a ni = Taxa de juros que igua la a equa ção

Utilizando os dados do nosso exem plo, a taxa de juros anual que igua la o inves -ti men to ao fluxo futu ro des con ta do é de 23,3752% a.a. Para o cál cu lo da TIR, uti li za -mos essa fun ção no Excel. O Excel exige que o inves ti men to ini cial este ja com sinalnega ti vo. Esse valor está na célu la B2, enquan to os três flu xos futu ros estão nas célu -las B4, B5 e B6. A fór mu la exi gi da pelo Excel para cal cu lar a TIR com essas célu las é= TIR (B2 : B6). O resul ta do é ime dia to: 23,3752%, que é a taxa anual.

Utilizando essa taxa para des con tar os flu xos futu ros, e apli car no mode lo de VPL,temos que o valor atual dos flu xos futu ros, des con ta dos a 23,3752% a.a., é de $ 1.000.000, com pro van do a TIR.

O PROCESSO DE GESTÃO E O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPOMM109

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Taxa Interna de Retorno Modificada – TirmO grande problema da TIR é que a taxa de juros resultante da fórmula pode ser maisdo que uma, ou seja, pode ocorrer a existência de múltiplas taxas de TIR para umúnico fluxo. Assim, desenvolveram-se várias melhorias neste critério de avaliação deinvestimento, denominadas de “modificações” na taxa interna de retorno, de modo apermitir um único valor resultando da aplicação da fórmula.

Vamos tomar como exemplo o seguinte fluxo de caixa:

Valor Presente Líquido dos Fluxos Futuros com Taxa de 23,3752%

A B

1 Taxa Interna de Retorno2 Investimento a Ser Feito (Ano 0 ou T0) – $ (1.000.000)3 Fluxo Futuro de Benefícios4 • Ano 1 (T1) 500.0005 • Ano 2 (T2) 500.0006 • Ano 3 (T3) 500.0007 Total 1.500.0008 = TIR (B2 : B6) 23,3752 %

Fluxo Futuro Índice da Taxa de Desconto Valor Atual do Fluxo FuturoA B C (A : B)

Ano 1 500.000 1,233752 405.268Ano 2 500.000 1,5221438 328.484Ano 3 500.000 1,8779479 266.248

1.500.000 1.000.000

Fluxo de Caixa $

Ano 0 (1.600)

Ano 1 9.200

Ano 2 (17.000)

Ano 3 10.000

Aplicando a função TIR do Excel, teremos como resposta a taxa de 25% ao ano.Isto pode ser confirmado fazendo o VPL com essa taxa de 25%, conforme demons-trado a seguir.

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Descontando por período a 25% a.a.

O PROCESSO DE GESTÃO E O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPOMM111

Fluxo de Caixa $ Divisor Valor Descontado

Ano 0 (1.600) 0 (1.600)Ano 1 9.200 1,25 7.360 Ano 2 (17.000) 1,5625 (10.880)Ano 3 10.000 1,9531 5.120 Saldo do Fluxo 0

Fluxo de Caixa $ Divisor Valor Descontado

Ano 0 (1.600) 0 (1.600)Ano 1 9.200 2,00 4.600 Ano 2 (17.000) 4,00 (4.250)Ano 3 10.000 8,00 1.250 Saldo do Fluxo 0

Fluxo de Caixa $ Divisor Valor Descontado

Ano 0 (1.600) 0 (1.600)Ano 1 9.200 2,50 3.680 Ano 2 (17.000) 6,250 (2.720)Ano 3 10.000 15,625 640 Saldo do Fluxo 0

Note que o saldo do fluxo, somando todos os fluxos anuais, positivos e negativos, ézero, confirmando a TIR de 25%. Contudo, se aplicarmos para desconto a taxa de 100%ao ano, o fluxo de caixa também será zerado, significando que a TIR de 100% tambémé uma resultante matemática desse mesmo fluxo, conforme apresentado a seguir.

Descontando por período a 100% a.a.

Outra taxa que se caracteriza por TIR para este mesmo fluxo é a taxa de 150% a.a.,como é demonstrado a seguir.

Descontando por período a 150% a.a.

A premissa subjacente TIR é que a reaplicação dos fluxos, positivos ou negativos,se dá pela mesma TIR que será obtida no cálculo, o que também não ocorre na rea-lidade. Em razão dessas questões é que desenvolveu-se metodologias complemen-tares para ajuste da TIR.

No exemplo dado a seguir apresentaremos o método desenvolvido por Kassai(1996) extraído do trabalho de Eder et al. (2004). O método desenvolvido por Kassai temquatro etapas:

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a) Definição da taxa de reinvestimento e taxa de financiamento;b) Descapitalização dos fluxos de caixa negativos por meio da taxa de financia-

mento;c) Capitalização dos fluxos de caixa positivos por meio da taxa de reinvestimento;d) Cálculo da Tirm como a taxa de desconto que iguala os dois valores.

Vamos tomar como exemplo o fluxo de caixa apresentado nos cálculos anterioresdeste tópico.

A taxa de reinvestimento a ser utilizada será de 15% e a taxa de financiamentoserá de 10%. Fazendo a descapitalização dos fluxos de caixa negativos, com a taxa definanciamento, teremos o valor de $ 156.500 no período zero, que passará a repre-sentar o Valor Presente (VP – Present Value), ou seja o valor dos investimentos.

Descapitalização dos fluxos de caixa negativos

112MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Fluxo de Caixa $ Divisor Valor Descontado

Ano 0 (1.600) 1,00 (1.600)Ano 2 (17.000) 1,210(1) (14.050)Total (15.650)

(1) (1 + 0,10)2 = 1,21

Fluxo de Caixa Valor Divisor Valor Presente

Ano 1 12.167 1,416626239(3) 8.589 Ano 3 10.000 1,416626239(3) 7.059 Total 15.648

(3) (1 + 0,1231)3 = 1,416626239

Fluxo de Caixa Valor Multiplicador Valor Capitalizado

Ano 1 9.200 1,32(2) 12.167 Ano 3 10.000 1,000 10.000 Total 22.167

(2) (1 + 0,15)2 = 1,32

Fazendo a capitalização dos fluxos de caixa positivos pela taxa de reinvestimento,teremos o valor de $ 22.167 para o período 3, que passará a representar o Valor Futuro(VF – Future Value), ou seja, o valor das entradas líquidas de caixa do fluxo do projeto.

Capitalização dos fluxos de caixa positivos

Com esses dois valores podemos agora calcular a TIR que iguala os fluxos desaída e os fluxos de entrada, que é de 12,31% a.a. Com aplicação do critério do VPListo pode ser confirmado, conforme apresentado a seguir.

Valor Presente Líquido dos fluxos de caixa positivos à taxa de 12,31% a.a.

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A diferença de $ 2 decorre de arredondamentos. A Tirm é importante quando osfluxos permitem múltiplas taxas resultantes da aplicação da fórmula. Em condiçõesnormais, a TIR é suficiente para avaliar os projetos de investimento.

O PROCESSO DE GESTÃO E O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPOMM113

Períodos de Retorno do Investimento (Payback)Este cri té rio, apli ca do ao con cei to VPL, indi ca em quan tos perío dos (nor mal men teanos) have rá o retor no do inves ti men to ini cial. É uma infor ma ção com ple men tar aopro ces so deci só rio, e even tual men te impor tan te quan do, além do retor no do inves -ti men to, o tempo de recu pe ra ção é impor tan te.

Em nosso exem plo, con si de ran do a taxa de 12% a.a., o pay back médio é de 2,43 anos.

PAY BACK – Valor Presente Líquido dos Fluxos Futuros a 12% a.a.

Fluxo Futuro Índice da Taxa Valor Atual do Investimento Inicialde Desconto Fluxo Futuro $ 1.000.000

A B C (A : B) Saldo a Recuperar

Ano 1 500.000 1,12 446.429 553.571Ano 2 500.000 1,2544 398.597 154.974Ano 3 500.000 1,404928 355.890

1.500.000 1.200.916

O saldo do inves ti men to de $ 1.000.000 só será recu pe ra do no últi mo e no ter cei roanos. Esse saldo de $ 154.974 equi va le a 43% do fluxo do ter cei ro ano, que repre sen -ta 5,2 meses.

$ 154.974 : 355.890 x 12 meses = 5,2 meses.Somando esse perío do aos dois pri mei ros anos, o retor no do inves ti men to será

obtido em 2 anos e 5,2 meses.

Payback Nominal

Muitos auto res e admi nis tra do res finan cei ros uti li zam o cri té rio do pay back com osvalo res dos flu xos futu ros nomi nais, sem o des con to por um custo de capi tal, parasim pli fi car e obter uma infor ma ção do tempo de recu pe ra ção de forma mais rápi da.Para pro je tos em que o retor no espe ra do seja de pou cos perío dos ou o retor no espe -ra do seja subs tan cial men te nos pri mei ros perío dos, a infor ma ção, mesmo não sendocien tí fi ca, torna-se uti li zá vel.

Em nosso exem plo, como os dois pri mei ros anos terão flu xos futu ros iguais de $ 500.000 e o valor do inves ti men to foi de $ 1.000.000, o perío do de recu pe ra ção é de exa ta men te dois anos.

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Projetos de Investimento e Fluxo de Caixa DescontadoO pla ne ja men to finan cei ro de longo prazo com preen de um ou mais pro je tos deinves ti men to. Cada pro je to tem que ser ana li sa do e ava lia do em rela ção a seu retor -no, seus cri té rios do valor pre sen te líqui do ou à taxa inter na de retor no. Serão acei -tos os pro je tos de inves ti men to: a) com valor pre sen te líqui do posi ti vo ou igual a zeroou b) os que tive rem maior taxa inter na de retor no, de acor do com a meto do lo gia dedeci são ado ta da pela empre sa.

Em linhas gerais, os pro je tos se clas si fi cam em:

• pro je tos inde pen den tes;• pro je tos depen den tes;• pro je tos mutua men te exclu den tes.

Os pro je tos inde pen den tes são ava lia dos iso la da men te, e, por não incor po ra remnenhu ma depen dên cia com outros pro je tos, a deci são pode ser toma da ape nas emfun ção de que satis fa çam a ren ta bi li da de dese ja da. Os pro je tos depen den tes envol -vem a aná li se con jun ta de dois ou mais pro je tos, já que a acei ta ção de um pro je to podeafe tar sig ni fi ca ti va men te a ren ta bi li da de de outro, e vice-versa. Às vezes, pelo grau dedepen dên cia, ambos devem ser acei tos con jun ta men te. Projetos mutua men te exclu -den tes são aque les em que a deci são de acei ta ção de um pro je to impe de a acei ta çãocon jun ta de outro pro je to con cor ren te.

Fluxos de Caixa, Fluxos de Lucros e Fluxo de Caixa DescontadoComo já vimos, todos os flu xos de lucros se trans for mam em fluxo de caixa ao longodo tempo. Dessa manei ra, con si de ran do-se hori zon tes de longo prazo, em teo ria,ambos os flu xos seriam acei tos para a aná li se de via bi li da de eco nô mi ca dos pro je -tos. Contudo, uma vez que um inves ti men to sig ni fi ca um desem bol so finan cei ro,reco men da-se a ado ção do fluxo de caixa como o mode lo con du tor para esse tipode deci são.

Em ter mos prá ti cos, há a neces si da de de se ela bo rar os dois flu xos. Primeiro, é pre -ci so pro je tar os flu xos de lucros, uma vez que eles con têm dados fun da men tais paramen su rar os impos tos sobre o lucro. Como a demons tra ção de resul ta dos com preen dea depre cia ção con tá bil, e esta des pe sa não finan cei ra é aba ti da para cál cu lo dosimpos tos sobre o lucro, há a neces si da de de pro je tar os flu xos de lucros futu ros.

Em segui da, com as pro je ções dos balan ços patri mo niais de cada perío do futu ro,ela bo ra-se o fluxo de caixa. O fluxo de caixa não leva rá em conta as depre cia ções con -tá beis, mas os impos tos sobre o lucro, em que essas des pe sas foram con si de ra das.

Genericamente, um fluxo de caixa com preen de um resu mo de todas as recei tasoriun das do pro je to, menos as des pe sas neces sá rias para pro du zir, ven der e rece beras ven das dos pro du tos e ser vi ços que geram essas recei tas. Os flu xos de caixa líqui -dos do pro je to (recei tas do pro je to (-) des pe sas do pro je to) devem ser des con ta dos a

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Não neces sa ria men te o inves ti men to é feito de uma só vez. Na rea li da de, é pro -va vel que na maior parte dos pro je tos de inves ti men tos os desem bol sos sejam fei tosem várias par ce las e em vários momen tos. A Figura 4.4 mos tra um exem plo em queas saí das para os inves ti men tos ocor rem nos perío dos 0 e 1, enquan to as entra dascome çam a exis tir a par tir do perío do 2.

O PROCESSO DE GESTÃO E O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPOMM115

um custo de capi tal e con fron ta dos com o valor dos inves ti men tos. Essa meto do lo giabási ca é deno mi na da fluxo de caixa des con ta do e é, na rea li da de, o mesmo mode lodeci só rio do valor pre sen te líqui do.

Representação Gráfica do Fluxo de CaixaÉ comum a repre sen ta ção do fluxo de caixa em um grá fi co, evi den cian do o resu modas entra das e saí das do pro je to de inves ti men to:

a) todos os perío dos (nor mal men te anuais) das entra das e saí das ao longo davida do pro je to, que é a linha do tempo do pro je to;

b) o valor de cada entra da em cada perío do;c) o valor de cada saída em cada perío do.

Com esses dados e a incor po ra ção do custo de capi tal, cal cu la-se o valor pre sen telíqui do do pro je to, ou seja, o seu fluxo de caixa des con ta do. As figu ras 4.3, 4.4 e 4.5apre sen tam exem plos de flu xos de caixa. A pri mei ra figu ra mos tra o mode lo maissim ples, em que o inves ti men to (a saída) é feito em um perío do ini cial (o perío do 0)e as entra das acon te cem regu lar men te nos três perío dos sub se quen tes.

Entradas $ 40.000 $ 40.000 $ 40.000

TempoPeríodos 0 1 2 3

Saídas $ 100.000

Figura 4.3 – Representação Grá fi ca de um Fluxo de Caixa.

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116MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Entradas $ 40.000 $ 40.000 $ 40.000

TempoPeríodos 0 1 2 3 4

Saídas $ 50.000 $ 50.000

Figura 4.4 – Representação Grá fi ca de um Fluxo de Caixa.

Também não neces sa ria men te os retor nos ou entra das do pro je to devem ini ciarape nas após os inves ti men tos. É pos sí vel que alguns retor nos acon te çam antes dacon clu são total dos inves ti men tos. A Figura 4.5 mos tra de forma resu mi da essa pos -si bi li da de.

Entradas $ 30.000 $ 50.000 $ 40.000

TempoPeríodos 0 1 2 3 4

Saídas $ 50.000 $ 50.000

Figura 4.5 – Representação Grá fi ca de um Fluxo de Caixa.

Fluxo de Caixa Descontado ou Valor Presente Líquido de um Projeto de InvestimentoA men su ra ção das entra das de um pro je to é, pro va vel men te, o que traz maior difi cul -da de para sua obten ção, uma vez que, pela pró pria carac te rís ti ca do inves ti men to,lida com a men su ra ção dos retor nos futu ros e com as incer te zas ine ren tes a qual querfutu ro. De um modo geral, a men su ra ção das saí das (os inves ti men tos) não apre sen -ta difi cul da des em dema sia, pela mesma ques tão. Os admi nis tra do res ope ra cio nais efinan cei ros sabem o que deve ser adqui ri do ou inves ti do agora, ou seja, o grau deincer te za é muito menor por que basi ca men te o tempo é o pre sen te.

As entra das dos flu xos futu ros de caixa devem ser obti das pelas pro je ções dasdemons tra ções de resul ta dos perió di cas e dos balan ços patri mo niais futu ros dosperío dos de bene fí cios que os pro je tos de inves ti men tos tra rão. Faremos dois exem -plos, con si de ran do ape nas as demons tra ções de resul ta dos, no pres su pos to de queos balan ços ini ciais e finais não con tem plem nenhum inves ti men to ini cial ou valorresi dual do inves ti men to.

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Com os dados do caixa gera do em cada perío do, con fron ta dos com o total doinves ti men to, des con tan do a um custo de capi tal dese ja do ou neces sá rio, pode mosela bo rar o fluxo de caixa des con ta do. Os núme ros das entra das e saí das do pro je tode inves ti men to são os cons tan tes da Figura 4.3. Adotamos para o exem plo da Tabela4.3 um custo de capi tal de 8% ao ano.

O PROCESSO DE GESTÃO E O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPOMM117

Tabela 4.1 – Demonstração de Resul ta dos para os Perío dos Futu ros de um Pro je to de Inves ti men to

Período 1 Período 2 Período 3 Total

Receita de VendasQuantidade de Produtos 50.000 50.000 50.000 150.000 Preço Médio Unitário 6,00 6,00 6,00 Receita de Vendas 300.000 300.000 300.000 900.000

Custos e DespesasCusto das Vendas (180.000) (180.000) (180.000) (540.000)Despesas Operacionais (76.566) (76.566) (76.566) (229.697)Depreciações (33.333) (33.333) (33.333) (100.000)

Lucro Operacional 10.101 10.101 10.101 30.303 Impostos sobre o Lucro (34%) (3.434) (3.434) (3.434) (10.303)Lucro Líquido 6.667 6.667 6.667 20.000

Considerando o pro je to de inves ti men to como inde pen den te (no caso, a empre satendo seu iní cio por esse pro je to e ope ra cio na li zan do ape nas o pro je to), temos quetrans for mar o fluxo de lucros em fluxo de caixa. Nessa demons tra ção de resul ta dos,temos as depre cia ções (onde simu la mos depre ciar todo o inves ti men to ini cial de $ 100.000 em três anos, com uma taxa de depre cia ção de 33,33% ao ano), que, emter mos de caixa, não repre sen tam desem bol sos finan cei ros, mas são aba ti das parafins de impos tos sobre o lucro.

Dessa manei ra, para trans for mar mos o fluxo de lucros em fluxo de caixa, adi cio -na mos ao valor do Lucro Líquido o valor das depre cia ções de cada perío do, obten do,assim, o fluxo de caixa de entra das para cada perío do futu ro do pro je to de inves ti men -to, como mos tra do na Tabela 4.2.

Tabela 4.2 – Fluxo de Caixa de um Pro je to de Inves ti men to

Período 1 Período 2 Período 3 Total

Lucro Líquido 6.667 6.667 6.667 20.000 (+) Depreciações 33.333 33.333 33.333 100.000 = Caixa Gerado no Período 40.000 40.000 40.000 120.000

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Tabela 4.3 – Fluxo de Caixa Des con ta do

Período 0 Período 1 Período 2 Período 3 Total

Investimento (Saídas) (100.000) 0 0 0 (100.000)Retornos (Entradas) Nominais 0 40.000 40.000 40.000 120.000 Fluxo de Caixa Nominal (100.000) 40.000 40.000 40.000 20.000

Taxa de Desconto – 8% ao Ano 1,00 1,08000 1,16640 1,25971 Fluxo de Caixa Descontado (100.000) 37.037 34.294 31.753 3.084

Os flu xos futu ros de caixa do pro je to, des con ta dos a 8%, capi ta li za dos anual men te,resul tam em um valor pre sen te líqui do de $ 3.094, que é o soma tó rio dos flu xos des -con ta dos dos três perío dos futu ros, de $ 103.084, menos o valor de $ 100.000 inves -ti do ini cial men te. Nessas con di ções, esse pro je to deve rá ser acei to.

Fica claro, nesse exem plo, a impor tân cia do custo de capi tal ou da taxa de juros.Ele é o ele men to que une as deci sões de inves ti men to com a deci são de finan- cia men to. Em cima des ses dados, a empre sa bus ca rá fun dos para finan ciar os inves -ti men tos, cujo custo deve rá ser infe rior, no máxi mo igual, aos 8% con si de ra dos nofluxo de caixa des con ta do.

Outrossim, se o custo de capi tal neces sá rio ou dese ja do for maior – diga mos,10% –, o valor pre sen te pas sa rá a ser nega ti vo. Quanto maior o custo de capi tal,maior difi cul da de para jus ti fi car cada pro je to de inves ti men to.

Projeto de Investimento Considerando Fundos de Capital de TerceirosO exem plo ante rior de fluxo de caixa des con ta do não faz refe rên cia a quem finan cia ráo pro je to de inves ti men to, poden do ser todo de capi tal pró prio ou de capi tal de ter -cei ros, pois con si de ra o retor no ope ra cio nal. Outra alter na ti va para ava liar pro je tosde inves ti men to é fazê-lo da ótica do capi tal pró prio, con si de ran do o capi tal de ter -cei ros como entra das e saí das a ser cober tas pelos flu xos futu ros.

Partindo dos dados do exem plo ante rior, vamos ima gi nar que 50% dos fun dosserão obti dos por meio de emprés ti mos ban cá rios, a uma taxa de juros de 10%,pagos em cada perío do. O prin ci pal, $ 50.000, será pago no últi mo perío do. Os jurosserão aba ti dos para fins de impos tos sobre o lucro. A seguir é mostrado como fica-ram os demonstrativos.

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O PROCESSO DE GESTÃO E O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPOMM119

Tabela 4.4 – Demonstração de Resul ta dos dos Perío dos Futu ros – Pro je to com Recur sos de Ter cei ros

Período 1 Período 2 Período 3 Total

Receita de VendasQuantidade de Produtos 50.000 50.000 50.000 150.000 Preço Médio Unitário 6,00 6,00 6,00 Receita de Vendas 300.000 300.000 300.000 900.000

Custos e DespesasCusto das Vendas (180.000) (180.000) (180.000) (540.000)Despesas Operacionais (76.566) (76.566) (76.566) (229.697)Depreciações (33.333) (33.333) (33.333) (100.000)

Lucro Operacional 10.101 10.101 10.101 30.303

Juros sobre os Empréstimos (5.000) (5.000) (5.000) (15.000)

Lucro Antes dos Impostos 5.101 5.101 5.101 15.303 Impostos sobre o Lucro (34%) (1.734) (1.734) (1.734) (5.203)Lucro Líquido 3.367 3.367 3.367 10.100

Note que a demons tra ção de resul ta dos con tem pla agora as des pe sas de jurossobre os emprés ti mos após o lucro ope ra cio nal. Essas des pe sas finan cei ras redu zemo lucro líqui do, mas tam bém redu zem os impos tos sobre o lucro. O lucro líqui do finalé menor que o lucro líqui do obti do no exem plo ante rior.

Tabela 4.5 – Fluxo de Caixa do Pro je to de Inves ti men to

Período 1 Período 2 Período 3 Total

Lucro Líquido 3.367 3.367 3.367 10.100 (+) Depreciações 33.333 33.333 33.333 100.000 = Caixa Operacional Gerado no Período 36.700 36.700 36.700 110.100

(–) Pagamento dos Empréstimos 0 0 (50.000) (50.000)= Caixa Líquido Gerado 36.700 36.700 (13.300) 60.100

O fluxo de caixa, neste exem plo, con tem pla tam bém uma nova linha, que é o paga -men to dos emprés ti mos (ao final do Período 3), uma vez que determinamos a pre mis -sa de que os juros serão pagos tam bém den tro do ano e já estão den tro do lucrolíqui do. Temos um caixa líqui do gera do menor nos perío dos 1 e 2 e um caixa nega ti -vo no perío do 3.

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Tabela 4.6 – Fluxo de Caixa Des con ta do

Período 0 Período 1 Período 2 Período 3 Total

Investimento (Saídas) (50.000) 0 0 0 (50.000)Retornos (Entradas) Nominais 0 36.700 36.700 (13.300) 60.100 Fluxo de Caixa Nominal (50.000) 36.700 36.700 (13.300) 10.100

Taxa de Desconto – 8% ao Ano 1,00 1,08000 1,16640 1,25971 Fluxo de Caixa Descontado (50.000) 33.981 31.464 (10.558) 4.888

Descontando o fluxo de caixa, temos um valor pre sen te líqui do de $ 4.888, supe -rior ao fluxo de caixa des con ta do do pri mei ro exem plo. Como o pro je to foi ava lia doda ótica dos acio nis tas (os donos do capi tal pró prio), que, neste caso, inves ti ram ape -nas $ 50.000 (o res tan te foi cap ta do em ban cos), o valor pre sen te líqui do jus ti fi catam bém o pro je to de inves ti men to nessa con di ção de finan cia men to par cial comrecur sos de ter cei ros.

É impor tan te res sal tar que, mesmo pagan do 10% ao ano de custo de capi tal dosemprés ti mos, há ala van ca gem finan cei ra para o capi tal pró prio. Isso ocor re por queos juros são aba ti dos do impos to de renda e o custo líqui do de capi tal do emprés ti -mo é 6,6% ao ano, ou seja, a taxa de 10% ao ano dimi nuí da da taxa de 34% deimpos tos sobre o lucro.

Custo de capi tal de ter cei ros efe ti voTaxa nomi nal 10%(-) 34% de aba ti men to de impos tos sobre o lucro (3,4%) (0,10 x 34%)Taxa efe ti va 6,6%

Questões e Exercícios1. Um inves ti men to de $ 2.000.000 tem um lucro esti ma do de 10% no pri mei ro ano,

15% no segun do, 25% no ter cei ro e 22,5% nos pró xi mos qua tro anos. Calcule o pay -back pelo cri té rio do retor no médio e pelo cri té rio do retor no his tó ri co.

2. Um inves ti men to tem gas tos de $ 200.000 no perío do 1 e $ 200.000 no perío do 2.O lucro é de $ 180.000 nos pró xi mos três anos. a) Desejando-se uma taxa de 10% ao ano de retor no, qual o VPL?b) Se a taxa for de 15% ao ano, qual o VPL?c) Qual a TIR?

3. Calcule o VPL do Exercício 1, con si de ran do uma taxa de retor no de 8% ao ano etam bém um valor resi dual do inves ti men to de $ 200.000 no últi mo ano. Calculetam bém os dois novos pay backs, com os valo res des con ta dos.

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4. Considerando os dados do Exercício 1, cal cu le a TIR do inves ti men to.

5. Uma empre sa tem um pro je to de inves ti men to que exi gi rá $ 150.000 em inves ti -men tos ini ciais, a ser recu pe ra dos nos pró xi mos três anos. A linha de pro du tosque pre ten de ven der terá pre ços uni tá rios médios de $ 40,00 no Ano 1, $ 41,00no Ano 2 e $ 42,00 no Ano 3. Espera-se ven der 10 mil, 11 mil e 12 mil uni da des,res pec ti va men te, nos anos 1, 2 e 3. O custo das ven das é variá vel e repre sen ta 65% da recei ta de ven das. As des pe -sas ope ra cio nais serão fixas duran te os três anos futu ros, no valor de $ 80.000 porano. Todo o inves ti men to ini cial será amor ti za do em três anos. Considerandouma taxa de impos tos sobre o lucro de 34% e um custo de capi tal de 15% ao ano.a) Faça a demons tra ção de resul ta dos para os pró xi mos três anos.b) Elabore o fluxo de caixa do pro je to de inves ti men to.c) Elabore o fluxo de caixa des con ta do com custo de capi tal de 15% ao ano e veri -

fi que se o pro je to pode rá ser acei to.

6. Tomando como base os mes mos dados obti dos no exer cí cio ante rior, ela bo re ofluxo de caixa des con ta do con si de ran do, agora, um custo de opor tu ni da de de18% ao ano e veri fi que se o pro je to pode rá ser acei to.

7. Com os mes mos dados do Exercício 5, con si de re agora que 40% dos fun dosneces sá rios para os inves ti men tos serão obti dos de ban cos e que serão remu ne -ra dos a uma taxa de 30% ao ano. Os juros de cada ano serão pagos no mesmoano; o valor empres ta do será pago ao final do ter cei ro ano. a) Faça a demons tra ção de resul ta dos para os pró xi mos três anos.b) Elabore o fluxo de caixa do pro je to de inves ti men to.c) Elabore o fluxo de caixa des con ta do com custo de capi tal de 15% ao ano e veri -

fi que se o pro je to pode rá ser acei to.

8. Considere os dados apre sen ta dos no fluxo de caixa repre sen ta do pela Tabela 4.5e cal cu le o valor pre sen te líqui do do pro je to uti li zan do um custo de capi tal de10% ao ano.

9. Considere os dados apre sen ta dos no fluxo de caixa repre sen ta do pela Figura 4.5e cal cu le o valor pre sen te líqui do do pro je to uti li zan do um custo de capi tal de12% ao ano.

O PROCESSO DE GESTÃO E O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPOMM121

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PARTE II – PLANEJAMENTOFINANCEIRO

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5 Decisão de Investimento e Estrutura do Ativo

Praticamente todos os auto res de finan ças são unâ ni mes em defi nir as fun ções fun -da men tais do admi nis tra dor finan cei ro. São elas: deci são de inves ti men to, deci são definan cia men to e deci são de divi den dos. Conforme Van Horne (1998, p. 5 e 6), “as fun -ções de finan ças envol vem três prin ci pais deci sões que a com pa nhia tem que tomar:a deci são de inves ti men to, a de finan cia men to e a de divi den dos. Cada uma deve sercon si de ra da em rela ção ao nosso obje ti vo; uma ótima com bi na ção das três criarávalor. A decisão de inves ti men to é a mais impor tan te das três quan do o pro pó si toé de criar valor. Investimento de capi tal é a alo ca ção de capi tal para as pro pos tas deinves ti men tos cujos bene fí cios serão rea li za dos no futu ro. Uma vez que os futu rosbene fí cios não são conhe ci dos com cer te za, as pro pos tas de inves ti men to neces sa -ria men te envol vem ris cos. Consequentemente, elas devem ser ava lia das na rela çãode seu retor no e risco espe ra dos, uma vez que esses fato res afe tam a ava lia ção daempre sa no mer ca do”.

O tema decisão de inves ti men to tem sido nor mal men te explo ra do, na lite ra tu rafinan cei ra, em ter mos de uma deci são em cima de opções de inves ti men tos, comseus res pec ti vos ris cos e retor nos. Os inves ti men tos pos sí veis são apre sen ta dosbasi ca men te den tro do con cei to de flu xos de caixa, e a deci são deve ser feita à luzdos con cei tos de valor do dinhei ro no tempo e retor no e risco espe ra dos. Os cri té -rios mais uti li za dos são o VPL (Valor Presente Líquido) e a TIR (Taxa Interna deRetorno). Será esco lhi do o inves ti men to, ou con jun to de inves ti men tos, que apre -sen tar o melhor retor no com o menor risco. Esses aspec tos foram apre sen ta dos noCapí tu lo 4.

Não tem sido explo ra do e desen vol vi do, con tu do, um mode lo de deci são que evi -den cie os cri té rios e con cei tos para se che gar ao valor que deve rá ser inves ti do emcada uma das opções. Os mode los apre sen ta dos em finan ças basi ca men te par tem devalo res totais esti ma dos, sem evi den ciar os meios, cri té rios e con cei tos para se che -gar a tais valo res.

Contudo, con for me Gitman (1997, p. 14), “as deci sões de inves ti men to deter mi -nam a com bi na ção e o tipo de ati vos cons tan tes do balan ço patri mo nial da empre sa...A com bi na ção refe re-se ao mon tan te de recur sos apli ca dos em ati vos cir cu lan tes eati vos per ma nen tes”. Esse aspec to, que em nosso enten di men to é da etapa do pla -ne ja men to ope ra cio nal, será o obje to de apre sen ta ção neste capí tu lo.

Conceito e Classificação de InvestimentosUm inves ti men to se carac te ri za por ser um gasto não con su mi do ime dia ta men tecujos resul ta dos virão dos bene fí cios futu ros desse gasto.

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Portanto, um inves ti men to carac te ri za-se pelo seguin te:

• são todos os gas tos que uti li zam deter mi na do mode lo de men su ra ção, nor mal -men te fluxo de caixa des con ta do;

• são gera do res de outros pro du tos e ser vi ços;• são ins tru men tos e meios para desen vol ver as ati vi da des;• não se exau rem de uma única vez;• deve haver o usu fru to (uma obra de arte não seria con si de ra da um inves ti men to

indus trial).

A con ta bi li da de deno mi na esses inves ti men tos de ativos per ma nen tes, e as finan -ças, de ativos fixos.

Investimentos e AtividadesUma das carac te rís ti cas dos inves ti men tos é que eles são um dos recur sos, meios ouins tru men tos uti li za dos pelas ati vi da des para que estas pro du zam os pro du tos e ser -vi ços a que se des ti nam. Podemos defi nir as ati vi da des como uni da des de aglu ti na çãode espe cia li za ções do conhe ci men to huma no den tro da empre sa, neces sá rias paraque ela atin ja seus obje ti vos com efi cá cia. Como as pes soas desen vol vem suas ati vi -da des den tro da empre sa con su min do recur sos, a empre sa tam bém pode ser carac te -ri za da como uma matriz de espe cia li za ções e recur sos.

Dessa manei ra, pode mos clas si fi car as ati vi da des (espe cia li za ções) da empre sa,em rela ção aos recur sos uti li za dos para obten ção dos pro du tos e ser vi ços finais, emdois gran des tipos:

• ati vi da des que uti li zam os recur sos;• ati vi da des que coor de nam ou dis tri buem recur sos.

As ati vi da des de com pras, esto ca gem, pro du ção e ven das são os prin ci pais exem -plos de ati vi da des que uti li zam os recur sos. As de finan ças, recur sos huma nos, sis te -mas, enge nha ria, con tro la do ria etc. são exem plos de ati vi da des que têm como fun çãomoni to rar ou dis tri buir recur sos.

Ativos Fixos e Capital de GiroDentro do balan ço patri mo nial, o ativo repre sen ta os inves ti men tos da empre sa,agru pa dos em duas clas ses prin ci pais:

• inves ti men tos que têm uma dinâ mi ca pró pria e acom pa nham o ciclo de ope ra -ções da empre sa, deno mi na dos investimentos no capi tal de giro (esto ques, con tasa rece ber, con tas a pagar);

• inves ti men tos que se carac te ri zam por um forte grau de imu ta bi li da de ou fixi -dez, deno mi na dos ativos fixos (imó veis, equi pa men tos, uten sí lios, intan gí veisadqui ri dos).

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Portanto, as ati vi da des, para desen vol ver suas fun ções, reque rem, além dos recur -sos ime dia ta men te con su mi dos no pro ces so de exe cu ção de suas ati vi da des e obten -ção dos pro du tos e ser vi ços, inves ti men tos nas duas clas ses de ati vos.

Tipos de Investimentos

As pos si bi li da des de inves ti men tos são infi ni tas e podem ocor rer de forma inin ter -rup ta e varia da para as pes soas físi cas, den tro das empre sas e cor po ra ções. Podemosinves tir em ati vos finan cei ros (títu los do gover no, de renda fixa, ações de empre sas,deri va ti vos, mer ca do futu ro etc.), em com mo di ties ( metais, pro du tos agro pe cuá rios,mine rais etc.), no mer ca do imo bi liá rio, em artes etc.

O que nos inte res sa, con tu do, é o ambien te empre sa rial, onde pode mos vis lum -brar qua tro gran des prin ci pais tipos de inves ti men tos:

1. aqui si ção de uma empre sa já exis ten te;2. inves ti men to em uma nova empre sa;3. inves ti men to da empre sa em uma nova uni da de de negó cio ou novo pro du to;4. inves ti men to da empre sa em ati vos espe cí fi cos.

Todos os tipos de inves ti men tos reque rem aná li se do retor no e risco. Contudo, adeci são sobre os inves ti men tos dos tipos 1 e 4 se carac te ri zam fun da men tal men tepor ser basea da em único valor – o valor total da empre sa e o valor do ativo espe cí -fi co. Já a deci são sobre os inves ti men tos dos tipos 2 e 3 se carac te ri za por um valordecor ren te da com bi na ção das duas clas ses de inves ti men tos: ati vos fixos e capi tal degiro. Esses tipos de inves ti men tos reque rem um estu do dife ren cia do deno mi nadodeterminação da estru tu ra do ativo.

Determinação da Estrutura do Ativo

Determinar a estru tu ra do ativo sig ni fi ca iden ti fi car a quan ti da de e a qua li da de doinves ti men to.

Conceitua-se deter mi na ção da estru tu ra do ativo como a deci são de inves ti -men to que é toma da com base na obten ção da com bi na ção ideal de ati vos emrela ção ao negó cio pro pos to, obje ti van do a menor estru tu ra de capi tal.

Essa com bi na ção obje ti va deter mi nar a par ce la ideal de inves ti men tos em ati vosfixos e capi tal de giro para o negó cio ou empre sa a ser cons ti tuí da.

Tal vez seja uma das deci sões mais difí ceis de ser mode la das na ges tão eco nô mi cadas empre sas. A deter mi na ção da estru tu ra do ativo é con se quên cia de uma série de outras deci sões ante rio res, que decor re ram do pla ne ja men to estra té gi co. Da aná li sedo plano estra té gi co para inves tir em uma nova empre sa, ou em uma nova uni da de

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de negó cio, sai rão as dire tri zes e os pon tos refe ren ciais que vão deter mi nar a estru -tu ra do ativo do inves ti men to.

Modelo de Decisão para Definição da Estrutura do Ativo1

Para desen vol ver este tema, toma re mos como refe rên cia o pro ces so de inves ti men toem uma nova empre sa ou uma nova uni da de de negó cio.

Para defi nir a estru tu ra do ativo, é neces sá ria antes a defi ni ção de uma série de outras variá veis, que se ini cia pela defi ni ção do pro du to, ou pro du tos, que serãofor ne ci dos den tro do negó cio a ser explo ra do.

A defi ni ção da estru tu ra do ativo é com ple xa, pois envol ve uma série muito gran -de de variá veis (volu me, pre ços de venda, tec no lo gias, pro ces sos, estru tu ra do pro du -to, ati vi da des a ser inter na das etc.) que devem ser defi ni das com ante ce dên cia, já queneces si da de de inves ti men tos e o tipo de ativo decor rem de opções efe tua das em cadauma delas, cada uma a seu tempo, obe de cen do a uma orde na ção e den tro de umaestru tu ra lógi ca de gera ção e inter-rela cio na men to de variá veis.

É pos sí vel, con tu do, cons truir um mode lo de deci são orien ta ti vo. Em linhas gerais, qual quer mode lo de defi ni ção da estru tu ra do ativo ini cia-se por defi nir o pro -du to ou linha de pro du tos que a empre sa ou uni da de de negó cio irá ofe re cer aoscon su mi do res. Portanto, o mode lo deve par tir das seguin tes defi ni ções pré vias:

• defi ni ção dos pro du tos ou linha de pro du tos que serão ofe re ci dos;• defi ni ção, con co mi tan te, dos mer ca dos em que serão ofe re ci dos;• defi ni ção, tam bém con co mi tan te, do volu me nor mal espe ra do e do(s) preço(s)

de venda;• defi ni ção, logo a seguir, de em qual seg men to da cadeia pro du ti va ou comer cial

a empre sa ou uni da de de negó cio ope ra rá;• defi ni ção, em con clu são, da tec no lo gia bási ca a ser ado ta da para pro du ção e

comer cia li za ção.

Essas defi ni ções con du zi rão a uma estru tu ra de ati vos da empre sa ou uni da de denegó cio, como, con se quen te men te, a uma estru tu ra de cus tos dos pro du tos. Essepro ces so pode ser visua li za do suma ria men te na Figura 5.1.

128MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

1 Esse mode lo está deta lha do no arti go do autor “A con tro la do ria no pla ne ja men to ope ra -cio nal: Modelo para deter mi na ção da estru tu ra do ativo”. Revista de Contabilidade do CRC-SP, São Paulo, Ano VI, no 20, junho de 2002, p. 24 a 44.

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Figura 5.1 – Modelo Deci só rio para Deter mi na ção da Estru tu ra do Ativo.

DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM129

Definição doProduto ou

Serviço

DefiniçõesConcomitantes:

• Volume• Preço de

Venda• Mercados

Definição doSegmento da

CadeiaProdutiva

Definição dasTecnologiasEssenciais:Produtiva;

Comercial eAdministrativa

Estruturaçãodo Ativo:

Ativos Fixos eCapital de

Giro

A Figura 5.2 apre sen ta um exem plo de cadeia pro du ti va do ramo têx til de con fec -ções. Essa etapa do pro ces so deci só rio é fun da men tal, uma vez que, escolhida a opçãopela etapa da cadeia pro du ti va do pro du to ou ser vi ço, essa deci são indica a estru tu rado ativo a ser for ma da. Se a empre sa pre fe rir entrar desde o iní cio da cadeia pro du ti -va, fatal men te terá uma estru tu ra mais ver ti ca li za da, deman dan do mais ati vos fixos.Se optar por tra ba lhar nas eta pas finais da cadeia pro du ti va, como no vare jo, terá umaestru tu ra mais hori zon ta li za da, com menor deman da de ati vos fixos e mais deman dade capi tal de giro, basi ca men te de esto ques.

Fiação Tecelagem AcabamentoGrife e

EtiquetaVarejo

Figura 5.2 – Exemplo de Cadeia Pro du ti va – Con fec ção.

Exemplo de Estruturas de Ativos

A seguir, tra ba lha re mos um peque no e sim ples exem plo de como pode se apre sen -tar a estru tu ra do ativo de uma nova empre sa ou uni da de de negó cio, estru tu ra do emcima do setor de con fec ção de ves tuá rio. O exem plo apre sen ta duas opções para odeci sor, a par tir de uma defi ni ção ini cial. A empre sa pode ser estru tu ra da desen vol -ven do o máxi mo pos sí vel de ati vi da des ope ra cio nais inter na men te (Opção 1), comopode entre gar a ter cei ros o desen vol vi men to das ati vi da des neces sá rias para levar opro du to ao con su mi dor final (Opção 2).

A Opção 1 repre sen ta uma empre sa de con fec ção que pro duz e vende com corpopró prio de ven das. A Opção 2 repre sen ta uma empre sa que não pro duz; ape nas põesua marca e, além disso, negocia por meio de ven de do res ter cei ri za dos que ganhampor comis são. A Tabela 5.1 repre sen ta como uma estru tu ra de ativo pode ser dife ren -te de outra, a par tir de deci sões de tec no lo gias e seg men to da cadei a ope ra cio nal. Asquan ti da des a ser ven di das são as mes mas para as duas opções.

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Tabela 5.1 – Estrutura do Ativo (Inves ti men tos)

130MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Opção 1 Opção 2

$ % $ %

GIRO . Estoque de Materiais 24.000,00 9,56% 0,00 0,00%. (–) Fornecedores (8.000,00) -3,19% (16.266,67) -13,96%. Estoque de Produtos Acabados 43.000,00 17,13% 48.800,00 41,88%. Clientes 60.000,00 23,90% 60.000,00 51,49%Soma 119.000,00 47,41% 92.533,33 79,41%

ATIVO FIXO . Imóveis – Fábrica 48.000,00 19,12% 0,00 0,00%. Equipamentos – Fábrica 60.000,00 23,90% 0,00 0,00%. Equipamentos – Administração / Vendas 24.000,00 9,56% 24.000,00 20,59%Soma 132.000,00 52,59% 24.000,00 20,59%

TOTAL 251.000,00 100,00 116.533,33 100,00

Fica evi den te que o ativo decor ren te da esco lha pela Opção 1 é muito maior doque se esco lhi da a Opção 2, por que, inter nan do mais pro ces sos, há neces si da de demais ati vos fixos e esto ques. A Opção 2 exige menos inves ti men tos. Outro pontoimpor tan te é a estru tu ra per cen tual do ativo. A Opção 1 tem 52,59% de ati vos fixose 47,41% de capi tal de giro. A Opção 2 tem muito mais par ti ci pa ção de capi tal de giro(79,41%), já que, por não ter fábri ca, exige menos inves ti men tos em ati vos fixos.

Lucro EsperadoCada opção traz resul ta dos dife ren tes em ter mos de lucro ou pre juí zo. As estru tu rasde gas tos, de mate riais e de ati vos são dife ren tes. Portanto, fica claro que o lucro serádife ren te. Na Tabela 5.2, apre sen ta mos a resul tan te, em ter mos de resul ta do, dasduas opções, a par tir dos dados levan ta dos ini cial men te. Nesse momen to, não intro -du zi re mos as des pe sas finan cei ras do finan cia men to dos inves ti men tos, nem osimpos tos sobre o lucro, obje ti van do uma aná li se ope ra cio nal mais foca da.

Tabela 5.2 – Demonstração de Resul ta dos

Opção 1 Opção 2

$ % $ %

RECEITA TOTAL 40.000,00 100,00 40.000,00 100,00(–) Custos Variáveis. Materiais 8.000,00 20,00% 24.400,00 61,00%. Comissões 0,00 0,00% 6.000,00 15,00%Total 8.000,00 20,00% 30.400,00 76,00%Margem de Contribuição (1) 32.000,00 80,00% 9.600,00 24,00%(–) Custos/Despesas Fixas (A+B+C) 28.700,00 71,75% 7.700,00 19,25%Lucro Operacional (2) 3.300,00 8,25% 1.900,00 4,75%

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A Opção 1 evi den cia um lucro ope ra cio nal men sal de $ 3.300,00, bem maior queo lucro ope ra cio nal de $ 1.900,00 da Opção 2. Se aten tás se mos ape nas para o valorabso lu to do lucro, pode ría mos esco lher a Opção 1. Porém, essa aná li se não é con clu -si va. É neces sá rio fazer a aná li se de ren ta bi li da de, por meio do retor no sobre o ativo,uma vez que cada opção exi giu valo res de inves ti men tos dife ren tes nos ati vos.

De qual quer manei ra, as diver sas eta pas do mode lo de deci são con du zi ram adeter mi na das estru tu ras de ati vos, que, por sua vez, con du zi ram a deter mi na dasestru tu ras de resul ta do, e, con se quen te men te, de lucro espe ra do.

Retorno do InvestimentoEsta é a aná li se final den tro dessa etapa de defi ni ção. O retor no do inves ti men to éque deve ser o ele men to a deter mi nar a esco lha de uma alter na ti va ou outra. Ele é arela ção entre o lucro ope ra cio nal e os ati vos neces sá rios para se obter esse lucro, pelopro ces sa men to das tran sa ções e ope ra ções neces sá rias para pro du zir, admi nis trar even der o pro du to esco lhi do para a nova empre sa ou uni da de de negó cio. Essa aná -li se é apre sen ta da na Tabela 5.3 a seguir. A anua li za ção da ren ta bi li da de foi feita deforma sim ples, mul ti pli can do por 12 a ren ta bi li da de men sal obti da.

Tabela 5.3 – Rentabilidade do Ativo

DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM131

Opção 1 Opção 2

Lucro Operacional (A) 3.300,00 1.900,00

Ativo Total (B) 251.000,00 116.533,33

Rentabilidade do Ativo (anualizada) (A:B) 15,78% 19,57%

De posse dessa aná li se, veri fi ca mos que, ape sar do lucro ope ra cio nal da Opção 2ser menor, pelo fato de ela ter exi gi do menos inves ti men tos de recur sos finan cei rosna sua estru tu ra de ati vos, a ren ta bi li da de é maior – 19,57% –, con tra os 15,78% daOpção 2. A Opção 1 exi giu mais ati vos, à luz dos dados ela bo ra dos. Assim, mesmotendo lucro maior, a ren ta bi li da de final foi menor que a da Opção 2.

A deci são seria, nesse momen to, pela Opção 2.

Estrutura do Ativo, Estrutura de Custos e Alavancagem OperacionalPodemos defi nir a estru tu ra de cus tos de uma empre sa como a pro por ção rela ti vaentre o total de cus tos e des pe sas fixas e o total de cus tos e des pe sas variá veis, den trodo total de cus tos e des pe sas da empre sa. Podemos ver de duas for mas a estru tu ra decus tos de uma empre sa: o total dos gas tos fixos e variá veis em rela ção às ven das e ototal dos gas tos fixos e variá veis em rela ção ao total de gas tos. O mais comum temsido ana li sar a estru tu ra de cus tos em rela ção às ven das ou recei tas (líqui das deimpos tos sobre as recei tas).

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132MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Estrutura de Custos: par ti ci pa ção rela ti va dos cus tos fixos e variá veis no totaldos gas tos ou em rela ção à recei ta total.

A Tabela 5.2 evi den ciou a par ti ci pa ção dos cus tos variá veis e fixos na recei ta total.Na Opção 1, os cus tos variá veis repre sen tam 20% da recei ta, enquan to os cus tos edes pe sas fixas repre sen tam 71,75%. Na Opção 2, os cus tos variá veis repre sen tammuito mais, 61%, uma vez que a empre sa é pra ti ca men te reven de do ra, com pran doo pro du to pron to. Nessa opção, os cus tos e des pe sas fixas repre sen tam ape nas19,25% da recei ta.

A seguir, na Figura 5.3, apre sen ta mos os mes mos dados, mas con si de ran do ape -nas os gas tos. Na Opção 1, os gas tos fixos repre sen tam 78% do total dos gas tos, e osvariá veis, 22%. Na Opção 2, quase uma estru tu ra opos ta, os gas tos fixos repre sen tamape nas 20%, con tra 80% de variá veis.

Opção 1 Opção 2

Custos e Despesas Variáveis 8.000,00 22% 30.400,00 80%Custos e Despesas Fixas 28.700,00 78% 7.700,00 20%Total 36.700,00 100% 38.100,00 100%

22%

78%

80%

20%

Custos e Despesas VariáveisCustos e Despesas Fixas

Custos e Despesas VariáveisCustos e Despesas Fixas

Figura 5.3 – Estrutura de Cus tos.

Alavancagem OperacionalOcorrendo cus tos e des pe sas fixas ope ra cio nais den tro da empre sa, há a pos si bi li da dede ala van ca gem ope ra cio nal. A pala vra alavancagem, deri va da do con cei to de ala van -ca da físi ca, é uti li za da para indi car a obten ção de um resul ta do final em uma rela -ção mais do que pro por cio nal ao esfor ço empre ga do. A ala van ca gem ope ra cio nalcarac te ri za-se quan do, dado um deter mi na do aumen to de volu me (do nível de ati -vi da de), a empre sa obtém um aumen to maior no lucro ope ra cio nal.

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Alavancagem ope ra cio nal é a pos si bi li da de de um acrés ci mo per cen tual, nolucro ope ra cio nal, maior do que o per cen tual obti do com o aumen to das ven das.

Só exis te pos si bi li da de de ala van ca gem ope ra cio nal quan do há cus tos e des pe sasfixos. Portanto, a ala van ca gem ope ra cio nal é um ins tru men to geren cial de oti mi za -ção de gas tos fixos, pelo aumen to do volu me. Quanto maior a inci dên cia de gas tosfixos, maior a pos si bi li da de de ala van ca gem ope ra cio nal.

A sepa ra ção e clas si fi ca ção de cus tos entre diretos e indi re tos, uti li za da para fins deapu ra ção do custo uni tá rio dos pro du tos, não per mi te o estu do e iden ti fi ca ção da ala -van ca gem. Isso por que mui tos cus tos dire tos são fixos, bem como alguns cus tos indi -re tos podem ter carac te rís ti cas de varia bi li da de. Portanto, o estu do e a uti li za ção docon cei to de ala van ca gem ope ra cio nal são pos sí veis ape nas quan do se sepa ram osgas tos pela sua natu re za com por ta men tal em rela ção ao volu me (fixos e variá veis).

A sepa ra ção dos cus tos e des pe sas em fixos e variá veis tam bém pos si bi li ta a uti -li za ção de um con cei to fun da men tal na ges tão eco nô mi ca, que é a margem de con tri -bui ção, uni tá ria e total. Margem de con tri bui ção é a dife ren ça entre o preço de venda(ou das ven das) e os cus tos/des pe sas variá veis uni tá rios (ou o total dos gas tos variá -veis). Esse con cei to e sua ins tru men ta li za ção serão estu da dos mais pro fun da men teao final do capí tu lo.

Relação entre Estrutura de Ativo e Alavancagem Operacional

A ala van ca gem ope ra cio nal decor re de uma estru tu ra ope ra cio nal mon ta da parauma empre sa ou uni da de de negó cio. Ou seja, deriva da mon ta gem de uma estru tu -ra de ativo para aten der às ope ra ções neces sá rias para pro du zir e ven der os pro du -tos e ser vi ços defi ni dos.

A estru tu ra de ati vos ado ta da con duz a uma estru tu ra de cus tos, ou seja, uma par -ce la de cus tos fixos e uma par ce la de cus tos variá veis. A ala van ca gem ope ra cio nalmaior ou menor tem origem de uma estru tu ra de cus tos com maior ou menor inci -dên cia de cus tos fixos. Dessa manei ra, fica con fi gu ra da a rela ção entre estru tu ra de ati -vos e ala van ca gem ope ra cio nal, já que a estru tu ra de ati vos deter mi na uma estru tu rade cus tos, e a ala van ca gem ope ra cio nal decor re da estru tu ra de cus tos con fi gu ra da.

A estru tu ra de ati vos se carac te ri za pela com po si ção de capi tal de giro e ativo fixono ativo do empreen di men to. Cada tipo de ativo se expres sa em ter mos de cus tos edes pe sas na demons tra ção de resul ta dos, de onde se ori gi na a estru tu ra de cus tos.

Na Figura 5.4, faze mos uma apre sen ta ção esque má ti ca dessa rela ção, exem pli fi -can do dois prin ci pais tipos de ati vos e como eles se refle tem em ter mos de cus tos nademons tra ção de resul ta dos, evi den cian do a rela ção entre estru tu ra de ativo e ala -van ca gem ope ra cio nal.

DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM133

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Grau de ala van ca gem ope ra cio nalGrau de ala van ca gem ope ra cio nal é a medi da da exten são da uti li za ção dos cus tos edes pe sas fixos den tro da empre sa. É um indi ca dor que mede o poten cial da pos si bi -li da de da ala van ca gem ope ra cio nal. Pode ser medi do pela seguin te fór mu la:

Margem de Contribuição Total= Grau de Alavancagem Operacional (GAO)

Lucro Operacional

Em nosso exem plo numé ri co, o grau de ala van ca gem ope ra cio nal da Opção 1 é9,70, e o da Opção 2 é 5,05. Vejamos a Tabela 5.4 apre sen ta da a seguir.

Tabela 5.4 – Demonstração de Resul ta dos

134MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Estrutura doAtivo

Capital deGiro Estoque

CMV (Custoda Mercadoria

Vendida)Custo Variável

Ativo Fixo Equipamento Depreciação Custo Fixo

AlavancagemOperacional

Exemplo deTipo de Ativo

CustoDecorrente do

Ativo doExemplo

Tipo de CustoEstrutura de

Custo

Figura 5.4 – Relacionamento entre Estru tu ra do Ativo e Ala van ca gem Ope ra cio nal.

Opção 1 Opção 2

$ % $ %

RECEITA TOTAL 40.000,00 100,00 40.000,00 100,00(–) Custos Variáveis. Materiais 8.000,00 20,00% 24.400,00 61,00%. Comissões 0,00 0,00% 6.000,00 15,00%Total 8.000,00 20,00% 30.400,00 76,00%

Margem de Contribuição (1) 32.000,00 80,00% 9.600,00 24,00%

(–) Custos/Despesas Fixas (A+B+C) 28.700,00 71,75% 7.700,00 19,25%Lucro Operacional (2) 3.300,00 8,25% 1.900,00 4,75%

GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL (1:2) 9,70 5,05

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O fenô me no da ala van ca gem evi den cia-se quan do há aumen to de volu me. Dadoum aumen to de volu me, quan to maior o grau de ala van ca gem ope ra cio nal, maiorserá a varia ção do lucro ope ra cio nal. A Tabela 5.5 exem pli fi ca como o valor do lucroope ra cio nal reage em rela ção a um deter mi na do aumen to de ven das (que sig ni fi caaumen to por volu me, não por pre ços).

Tabela 5.5 – Alavancagem Ope ra cio nal – Demons tra ção de Resul ta dos com 15% deAumen to no Volu me

DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM135

Opção 1 Opção 2

$ Variação % $ Variação %

RECEITA TOTAL 46.000,00 15,0% 46.000,00 15,0%(–) Custos Variáveis. Materiais 9.200,00 15,0% 28.060,00 15,0%. Comissões 0,00 6.900,00 Total 9.200,00 15,0% 34.960,00 15,0%

Margem de Contribuição 36.800,00 15,0% 11.040,00 15,0%

(–) Custos/Despesas Fixas 28.700,00 0,0% 7.700,00 0,0%

Lucro Operacional 8.100,00 145,5% 3.340,00 75,8%

ATIVO TOTAL 251.000,00 116.533,33 Rentabilidade do Ativo (Anualizada) 38,7% 145,5% 34,4% 75,8%

Um aumen to de 15% no volu me aumen ta na mesma pro por ção as ven das, oscus tos variá veis e a mar gem de con tri bui ção. Os cus tos fixos, pela sua pró pria natu -re za, não têm aumen to. Portanto, o lucro ope ra cio nal tem um aumen to muito maiorque o aumen to do volu me.

No caso da Opção 1, um aumen to de 15% no volu me de ven das oca sio nou umaumen to de 145,5% no lucro ope ra cio nal, em rela ção à situa ção ante rior.

Lucro ope ra cio nal com aumen to de 15% nas ven das $ 8.100,00= = 145,5%

Lucro ope ra cio nal ante rior $ 3.300,00

Na Opção 2, devi do a um menor grau de ala van ca gem ope ra cio nal, a rea ção dolucro ope ra cio nal em ter mos per cen tuais foi menor, de ape nas 75,8%.

Lucro ope ra cio nal com aumen to de 15% nas ven das $ 3.340,00= = + 75,8%

Lucro ope ra cio nal ante rior $ 1.900,00

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A varia ção per cen tual do lucro ope ra cio nal, dado um aumen to de ven das, podetam bém ser obti da de forma dire ta, uti li zan do-se o grau de ala van ca gem ope ra cio -nal (GAO), de acor do com a seguin te fór mu la:

Variação Percentual do Lucro = GAO x Variação Percentual das Vendas

Comprovando:Opção 1:GAO x varia ção % ven das = varia ção % do lucro ope ra cio nal9,70 x 15% = 145,5%

Opção 2:GAO x varia ção % ven das = varia ção % do lucro ope ra cio nal5,05 x 15% = 75,8%

Risco OperacionalToda estru tu ra de ala van ca gem tem a sua con tra par ti da, que é a pos si bi li da de deocor rên cia do risco. No caso da ala van ca gem ope ra cio nal, o seu opos to é o risco ope -ra cio nal. Risco pode ser defi ni do como a pos si bi li da de de o retor no real se des viar doretor no espe ra do. Em outras pala vras, a pro ba bi li da de de per der ou não ganhar.

Toda empre sa tem seu risco. Um dos com po nen tes fun da men tais do risco daempre sa é o risco ope ra cio nal, que decor re da ado ção de uma deter mi na da estru tu -ra do ativo. Uma estru tu ra de ativo está liga da ao volu me e aos pre ços espe ra dos,bem como à estru tu ra de cus tos decor ren te da com po si ção do ativo.

Evidencia-se a ocor rên cia do risco ope ra cio nal quan do, ao invés do aumen to dovolu me, ocor re a dimi nui ção do volu me espe ra do. Portanto, o risco é o fenô me nocon trá rio ao da ala van ca gem. A ala van ca gem ope ra cio nal acon te ce quan do aumen -ta-se o volu me e não há aumen to dos gas tos com os cus tos e des pe sas fixos. O riscoope ra cio nal acon te ce quan do há uma redu ção do volu me e não há pos si bi li da de de redu ziros gas tos com os cus tos e des pe sas fixos.

A res pos ta do lucro ope ra cio nal é na pro por ção do grau de ala van ca gem ope ra cio -nal. Portanto, uma redu ção do volu me sig ni fi ca uma ala van ca gem nega ti va, e o lucrodecres ce na mesma pro por ção do grau de ala van ca gem. A Tabela 5.6 apre sen ta omesmo exem plo ante rior, mas em uma situa ção de dimi nui ção de 15% no volu me.

O exem plo numé ri co deixa claro que o lucro ope ra cio nal dimi nuiu na mesmapro por ção do grau de ala van ca gem. Uma redu ção de 15% no volu me oca sio nou umaredu ção de 145,5% no lucro ope ra cio nal da Opção 1 (que resul tou em pre juí zo). A Opção 2, por ter menos cus tos fixos, teve uma redu ção menor, de –75,8%.

136MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Tabela 5.6 – Risco Ope ra cio nal – Demons tra ção de Resul ta dos com 15% de Dimi nui -ção no Volu me

DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM137

Opção 1 Opção 2

$ Variação % $ Variação %

RECEITA TOTAL 34.000,00 –15,0% 34.000,00 –15,0%(–) Custos Variáveis. Materiais 6.800,00 –15,0% 20.740,00 –15,0%. Comissões 0,00 5.100,00 Total 6.800,00 –15,0% 25.840,00 –15,0%

Margem de Contribuição 27.200,00 –15,0% 8.160,00 –15,0%

(–) Custos/Despesas Fixas 28.700,00 0,0% 7.700,00 0,0%

Lucro Operacional (Prejuízo) (1.500,00) –145,5% 460,00 –75,8%

ATIVO TOTAL 251.000,00 116.533,33 Rentabilidade do Ativo (Anualizada) –7,2% –145,5% 4,7% –75,8%

Podemos con cluir este tópi co da seguin te manei ra:

• quan to mais cus tos fixos na estru tu ra de cus tos, maior grau de ala van ca gemope ra cio nal;

• maior grau de ala van ca gem ope ra cio nal pro duz lucros melho res em situa ção deaumen to da deman da, já que não há aumen to dos cus tos fixos;

• maior grau de ala van ca gem ope ra cio nal leva a lucros meno res (até a pre juí zo)em situa ção de redu ção da deman da, já que não há dimi nui ção dos cus tos fixos.

Existe Grau de Alavancagem Operacional Ideal?Não exis te grau de ala van ca gem ideal. Tampouco é pos sí vel dizer que um deter mi -na do índi ce de GAO, ana li sa do iso la da men te, sig ni fi ca uma empre sa bas tan te oupouco ala van ca da. O GAO só tem duas vali da des:

• per mi te com pa rar duas estru tu ras de cus tos, evi den cian do que a estru tu ra commaior GAO é mais ala van ca da;

• per mi te cal cu lar ime dia ta men te qual será a varia ção do lucro ope ra cio nal, dadouma varia ção per cen tual espe ra da no volu me de ven das.

Outra uti li za ção pos sí vel do GAO seria com pa rar qual o GAO da empre sa emrela ção ao GAO médio do setor em que ela atua. Porém, o que real men te deter mi nao GAO de uma empre sa é a sua deci são de como estru tu rar o ativo, con for medemons tra mos no mode lo de deci são apre sen ta do na Figura 5.1.

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Nas deci sões que a empre sa toma e que con du zem a uma deter mi na da estru tu rado ativo, há o com po nen te deno mi na do grau de aver são ao risco. Cada empre sa tema sua cul tu ra, e, den tro dessa cul tu ra, cria-se um deter mi na do e espe cí fi co com por -ta men to dian te do risco. Algumas empre sas ten dem a ser mais arro ja das, e, nor mal -men te, optam por estru tu ras mais arris ca das (mais cus tos e des pe sas fixas). Outrasempre sas têm uma cul tu ra mais con ser va do ra e pre fe rem uma estru tu ra com maiscus tos e des pe sas variá veis, e, por tan to, com menor grau de expo si ção ao risco.

Modelo de Decisão da Margem de ContribuiçãoA deter mi na ção da estru tu ra do ativo con duz, como já vimos, a uma estru tu ra decus tos. Os cus tos, por sua vez, podem, essen cial men te, ser fixos ou variá veis. A sepa -ra ção des ses cus tos é fun da men tal para o cál cu lo do custo uni tá rio dos pro du tos e,con se quen te men te, a aná li se de ren ta bi li da de des tes. Assim, o estu do da estru tu rado ativo con duz ao estu do dos tipos de cus tos e aos mode los deci só rios basea dos nosméto dos de cus teio.

O méto do de cus teio reco men da do deci so rial men te é o méto do do cus teio variá -vel, tam bém às vezes deno mi na do, ina de qua da men te, custeio dire to. Podemos dizerque todos os cus tos variá veis são cus tos dire tos aos pro du tos, mas nem todos os cus -tos dire tos aos pro du tos são variá veis, pois pode mos ter cus tos dire tos fixos.

O mode lo de deci são da mar gem de con tri bui ção é o mode lo deci só rio fun da -men tal para ges tão dos resul ta dos da empre sa, seja em ter mos de ren ta bi li da dedos pro du tos, ati vi da des, áreas de res pon sa bi li da de, divi sões, uni da des de negó -cios ou da empre sa como um todo.

Principais Conceitos do Método de Custeio Variável/Direto

O con cei to de aná li se com por ta men tal de cus tos, sepa ran do-os em cus tos fixos evariá veis, pos si bi li ta uma expan são das pos si bi li da des de aná li se dos gas tos e recei -tas da empre sa, em rela ção aos volu mes pro du zi dos ou ven di dos, deter mi nan dopon tos impor tan tes para fun da men tar futu ras deci sões de aumen to ou dimi nui çãodos volu mes de pro du ção, corte ou manu ten ção de pro du tos exis ten tes, mudan çasno mix de pro du ção, incor po ra ção de novos pro du tos ou quan ti da des adi cio nais etc.

Esse fer ra men tal de aná li se eco nô mi ca é nor mal men te deno mi na do análise decusto/volu me/lucro e con duz a três impor tan tes con cei tos: mar gem de con tri bui ção,ponto de equi lí brio e ala van ca gem ope ra cio nal. Esses con cei tos podem ser agru pa -dos em um único mode lo deci só rio, que deno mi namos modelo de deci são da mar gemde con tri bui ção.

138MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Essencialmente, clas si fi cam-se de duas manei ras os cus tos e des pe sas:

• quan to ao obje to a ser cus tea do: cus tos dire tos e indi re tos;• quan to ao volu me de pro du ção ou venda: cus tos fixos e variá veis.

Denomina-se comportamento de custo a evo lu ção do valor dos cus tos fixos e variá -veis em rela ção ao volu me de ati vi da de.

Custos Diretos

Custos dire tos são os cus tos que podem ser fisi ca men te iden ti fi ca dos para um seg -men to par ti cu lar sob con si de ra ção. Assim, se o que está sob con si de ra ção é umalinha de pro du tos, os mate riais e a mão de obra envol vi dos na sua manu fa tu ra sãoambos cus tos dire tos.

Dessa forma, rela cio nan do-os com os pro du tos finais, os cus tos dire tos são osgas tos indus triais que podem ser alo ca dos dire ta e obje ti va men te aos pro du tos.Podem ser fixos ou variá veis.

Custos Indiretos

São os gas tos indus triais que não podem ser alo ca dos de forma dire ta ou obje ti vaaos pro du tos ou a outro seg men to ou ati vi da de ope ra cio nal, e, caso sejam atri buí -dos aos pro du tos, ser vi ços ou depar ta men tos, será por meio de cri té rios de dis tri -bui ção (rateio, alo ca ção e apro pria ção são outros ter mos uti li za dos). São tam bémdeno mi na dos custos comuns. Podem ser fixos ou variá veis.

Custos Fixos

Apesar da pos si bi li da de de clas si fi car mos uma série de gas tos como cus tos fixos, éimpor tan te res sal tar que qual quer custo é sujei to a mudan ças. Mas os cus tos queten dem a se man ter cons tan tes nas alte ra ções do volu me das ati vi da des ope ra cio naissão tidos como cus tos fixos. De um modo geral, são cus tos e des pe sas neces sá riospara man ter um nível míni mo de ati vi da de ope ra cio nal, por isso são tam bém deno -mi na dos custos de capa ci da de.

Apesar de ser con cei tual men te fixos, tais cus tos podem aumen tar ou dimi nuir emfun ção da capa ci da de ou do inter va lo de pro du ção. Assim, os cus tos são fixos den trode um inter va lo rele van te de pro du ção ou venda, e podem variar se os aumen tos oudimi nui ções de volu me forem sig ni fi ca ti vos.

Custos Variáveis

São assim cha ma dos os cus tos e des pe sas cujo mon tan te em uni da des mone tá riasvaria na pro por ção dire ta das varia ções do nível de ati vi da des. É impor tan te salien tarque a varia bi li da de de um custo exis te em rela ção a um deno mi na dor espe cí fi co.Dessa forma, é impor tan te res sal tar a dife ren ça entre custo variá vel e custo dire to.

DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM139

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Um custo é variá vel se real men te acom pa nha a pro por ção da ati vi da de com que érela cio na do. Um custo dire to é aque le que se pode medir em rela ção a essa ati vi da deou ao pro du to. Assim, a mão de obra dire ta, quan do con tra ta da para deter mi na dovolu me de pro du ção, é fixa em rela ção a esse volu me, mas é dire ta em rela ção ao pro -du to, uma vez que pode mos medir os esfor ços fei tos para cada uni da de de pro du to.

Análise Gráfica do Comportamento dos Custos

140MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Exemplo: Materiais Diretos

Volume de Produção Valor GastoQuantidade $

– –

200 4.000

400 8.000

600 12.000

800 16.000

1.000 20.000

25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

0

0 200 400 600 800 1.000

Exemplo: Prestação de Leasing

Volume de Produção Valor GastoQuantidade $

– 2.000

200 2.000

400 2.000

600 2.000

800 2.000

1.000 2.000

Figura 5.5 – Custo Variá vel.

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Figura 5.6 – Custo Fixo.

DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM141

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000

0

0 200 400 600 800 1.000

Exemplo: Materiais Auxiliares

Volume de Produção Valor GastoQuantidade $

– –

200 700

400 880

600 1.050

800 1.200

1.000 1.320

2.000

1.500

1.000

5.000

0

0 200 400 600 800 1.000

Figura 5.7 – Custo Semi va riá vel.

Exemplo: Energia Elétrica

Volume de Produção Valor GastoQuantidade $

– 300200 700400 1.100600 1.500800 1.900

1.000 2.300

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Figura 5.8 – Custo Semi fi xo.

Custos Fixos, Capacidade de Produção e Intervalo Relevante

Sabemos que os cus tos fixos con cei tual men te não variam em rela ção ao volu me pro -du zi do ou ven di do. Porém, não pode mos esque cer que os cus tos fixos estão tam bémrela cio na mos à capa ci da de de pro du ção ou venda, ou seja, de um modo geral elesacon te cem ou são fixa dos con si de ran do-se um inter va lo de pro du ção ou venda.

Exemplificando nova men te com as des pe sas de alu guéis: a empre sa aluga umimó vel para pro du zir e ven der deter mi na do pro du to. Esse imó vel é sufi cien te paraabri gar um volu me de pro du ção e um núme ro de fun cio ná rios que variam den tro deum inter va lo quan ti ta ti vo. Caso haja neces si da de de expan são, have rá neces si da dede um outro imó vel, que terá um outro alu guel. Assim, o custo fixo de alu guel seráalte ra do, mudan do para outro pata mar de custo fixo. Conceitualmente, con ti nua rácomo custo fixo, mas den tro de um novo valor, de um novo pata mar. Denominamosisso intervalo rele van te. Vejamos como fica o grá fi co de custo fixo den tro de inter va losrele van tes:

142MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

500

0

0 200 400 600 800 1.000

Exemplo: Aluguéis de Imóveis

Volume de Produção Valor GastoQuantidade $

0 2.000200 2.000

400 4.000600 4.000

800 6.0001.000 6.000

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DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM143

6.000

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000

0

0 200 400 600 800 1.000

Margem de ContribuiçãoRepresenta o lucro variá vel. É a dife ren ça entre o preço de venda uni tá rio do pro du toou ser vi ço e os cus tos e des pe sas variá veis por uni da de de pro du to ou ser vi ço.Significa que em cada uni da de ven di da a empre sa lucra rá deter mi na do valor.Multiplicado pelo total ven di do, tere mos a mar gem de con tri bui ção total do pro du topara a empre sa.

Ponto de EquilíbrioEvidencia, em ter mos quan ti ta ti vos, qual é o volu me que a empre sa pre ci sa pro du zirou ven der para que con si ga pagar todos os cus tos e des pe sas fixos, além dos cus tose des pe sas variá veis que ela tem neces sa ria men te que incor rer para fabri car/ven dero pro du to. No ponto de equi lí brio, não há lucro ou pre juí zo. A par tir de volu mes adi -cio nais de pro du ção ou venda, a empre sa passa a ter lucros.

A infor ma ção do ponto de equi lí brio da empre sa, tanto do total glo bal como porpro du to indi vi dual, é impor tan te por que iden ti fi ca o nível míni mo de ati vi da de emque a empre sa ou cada divi são deve ope rar.

Margem de Contribuição Unitária e Ponto de Equilíbrio por Produto ou DivisãoA par tir do momen to em que há o cus tea men to variá vel/dire to para cada pro du to daempre sa, além de uma boa iden ti fi ca ção dos cus tos e des pe sas fixos de cada um deles,é pos sí vel cons truir o ponto de equi lí brio de cada pro du to. O mesmo acon te ce comos dados das divi sões.

Margem de ContribuiçãoMargem de con tri bui ção é a mar gem bruta obti da pela venda de um pro du to ou ser -vi ço que exce de seus cus tos variá veis uni tá rios. Em outras pala vras, a mar gem de

Figura 5.9 – Custo Fixo e Inter va lo Rele van te.

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Page 158: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

con tri bui ção é o mesmo que o lucro variá vel uni tá rio, ou seja, preço de venda uni tá -rio do pro du to dedu zi do dos cus tos e des pe sas variá veis neces sá rios para pro du zir even der o pro du to.

Usando o mesmo exem plo con cei tual, temos:

Cus tos e des pe sas variáveis – Produto A$

Matéria-prima e mate riais dire tos 460,00Materiais indi re tos variá veis 36,00Mão-de-obra dire ta 200,00Comissões – 12% de $ 1.700,00 (preço de venda uni tá rio) 204,00Total do Custo Variável 900,00

Produto APreço de Venda Unitário $ 1.700,00 100,00%Custo Variável Unitário 900,00 52,94%Margem de Contribuição Unitária 800,00 47,06%

Isso sig ni fi ca que, a cada uni da de ven di da de Produto A, a empre sa rece be umlucro uni tá rio de $ 900,00. É a con tri bui ção uni tá ria que o Produto A dá para aempre sa, para cobrir todos os cus tos e des pe sas fixos (cus tos de capa ci da de) e tam -bém pro pi ciar a mar gem de lucra ti vi da de dese ja da.

No cus tea men to variá vel, os cus tos e des pe sas fixos são con si de ra dos cus tosperió di cos, e não cus tos do pro du to. Nesse con cei to, não há neces si da de de adi cio naros cus tos e as des pe sas fixos ao cus tea men to uni tá rio do pro du to, deven do esses gas -tos ser tra ta dos de forma glo bal, ape nas na demons tra ção de resul ta dos do perío do.

O exem plo ante rior evi den cia dois impor tan tes con cei tos de mar gem de con tri -bui ção:

• o con cei to de mar gem de con tri bui ção uni tá ria, em valor;• o con cei to de mar gem de con tri bui ção per cen tual.

Modelo de Decisão – Um Único ProdutoO mode lo de deci são da mar gem de con tri bui ção se expres sa em uma demons tra çãode resul ta dos, em que neces sa ria men te devem ser incor po ra dos os dados quan ti ta -ti vos (que repre sen tam os volu mes de pro du ção, venda ou o nível de ati vi da de) e ospre ços uni tá rios. A Tabela 5.7 apre sen ta o mode lo de deci são da mar gem de con tri -bui ção para um volu me de ati vi da de de mil uni da des anuais de pro du ção e ven dasdo Produto A.

144MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Tabela 5.7 – Modelo de Deci são de Mar gem de Con tri bui ção: Único Pro du to –Demons tra ção de Resul ta dos do Perío do

DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM145

Quantidade Preço Total - $Unitário – $

Vendas 1.000 1.700,00 1.700.000 Custos e Despesas Variáveis 1.000 900,00 900.000 Margem de Contribuição 1.000 800,00 800.000Custos e Despesas Fixas do Ano 560.000 Lucro Operacional Total 240.000

Margem de Contribuição e Volume de Produção/VendasPartindo do pres su pos to de que a venda de cada uni da de de pro du to pro pi cia umacon tri bui ção uni tá ria para cobrir os cus tos e des pe sas fixos e pos si bi li tar valo res delucro, pode mos fazer uma simu la ção de como seria o lucro líqui do em algu mas situa -ções de quan ti da de ven di da:

Tabela 5.8 – Margem de Con tri bui ção e Volu me de Pro du ção/Ven das

Dados Quantidade Produzida/Vendida

Unitários 1 2 700 701

Vendas 1.700,00 1.700 3.400 1.190.000 1.191.700 Custos e Despesas Variáveis (900,00) (900) (1.800) (630.000) (630.900)Margem de Contribuição 800,00 800 1.600 560.000 560.800 Custos e Despesas Fixos do Ano (560.000) (560.000) (560.000) (560.000)Resultado Operacional Total (559.200) (558.400) 0 800

Ao ven der 700 uni da des, a empre sa tem um resul ta do líqui do igual a zero.Denominamos essa situa ção de estrutura de equi lí brio, ou ponto de equi lí brio das ven das.Estudaremos esse con cei to a seguir com mais deta lhes.

Ponto de Equilíbrio (Break-Even Point)Denominamos ponto de equi lí brio o volu me de ati vi da de ope ra cio nal em que o totalda mar gem de con tri bui ção da quan ti da de ven di da/pro du zi da se igua la aos cus tos edes pe sas fixos. Em outras pala vras, o ponto de equi lí brio mos tra o nível de ati vi da deou volu me ope ra cio nal quan do a recei ta total das ven das se igua la ao soma tó rio doscus tos variá veis totais mais os cus tos e des pe sas fixos. Assim, o ponto de equi lí brioevi den cia os parâ me tros que mos tram a capa ci da de míni ma em que a empre sa deveope rar para não ter pre juí zo, mesmo que à custa de um lucro zero. O ponto de equi -lí brio é tam bém deno mi na do ponto de rup tu ra (break-even point).

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Ponto de Equilíbrio e Gestão de Curto PrazoO con cei to de ponto de equi lí brio tam bém é um con cei to para a ges tão de curtoprazo da empre sa. É impor tan te res sal tar esse enfo que. Isso é claro por que o pontode equi lí brio mos tra o ponto míni mo onde a empre sa pode ope rar tendo lucro zero.Nesse ponto míni mo de capa ci da de de ope ra ção, a empre sa con se gue cobrir os cus -tos variá veis das uni da des ven di das ou pro du zi das, e tam bém cobrir todos os cus tosde capa ci da de, os cus tos fixos.

Nessa linha de pen sa men to, fica evi den te que é uma téc ni ca para uti li za ção emges tão de curto prazo, por que não se pode pen sar em pla ne ja men to de longo prazopara uma empre sa que não dê resul ta do posi ti vo e não remu ne re os deten to res desuas fon tes de recur sos.

Equação e Cálculo do Ponto de EquilíbrioComo o ponto de equi lí brio con cei tua o ponto em que o lucro líqui do é igual a zero,é fácil deter mi nar sua equa ção, em uma deter mi na da quan ti da de, uti li zan do-se osdados res tan tes da aná li se da mar gem de con tri bui ção. Assim, a equação do pontode equi lí brio é desen vol vi da a par tir das seguin tes pre mis sas:

Vendas = Custos Variáveis + Custos Fixos + Lucros

Como se busca um ponto em que os lucros serão iguais a zero, a equa ção ficaassim:

Vendas = Custos Variáveis + Custos Fixos

Ponto de Equilíbrio em QuantidadeObjetiva deter mi nar a quan ti da de míni ma que a empre sa deve pro du zir e ven der.Abaixo dessa quan ti da de de pro du ção e ven das, segu ra men te a empre sa esta rá ope -ran do com pre juí zo.

Partindo da equa ção mos tra da ante rior men te, a fór mu la do ponto de equi lí brioem quan ti da de é a seguin te:

Custos Fixos TotaisPonto de Equilíbrio em Quantidade =

Margem de Contribuição Unitária

Demonstração da FórmulaPartindo da equa ção que fun da men ta o ponto de equi lí brio, vamos demons trar suafór mu la:

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Vendas = Custos Variáveis + Custos Fixos

Vendas = Preço de Venda Unitário (PV) x Quantidade ven di da no PE (Q)Custos Variáveis = Custo Variá vel Uni tá rio (CV) x Quantidade no PE (Q)Custos Fixos = Total em Reais dos Cus tos e Des pe sas Fixos (CF)Margem de Contribuição (MC) = Preço de Venda – Custo Variável

MC = PV – CV

Assim, temos:Equação do ponto de equi lí brio, con si de ran do dados uni tá rios:

PV x Q = CV x Q + CF Vendas Custos Variáveis Custos Fixos

PV x Q = CV x Q + CF(PV x Q) – (CV x Q) = CF

Como PV – CV = MC (Mar gem de Con tri bui ção Uni tá ria), subs ti tuí mos assim:

MC x Q = CF

Portanto, a quan ti da de no Ponto de Equilíbrio é:

MCPE (Q) =

CF

Em nosso exem plo intro du tó rio:

$ 560.000Ponto de Equilíbrio = =em Quantidade $ 800,00 [$ 1.700,00 (-) $ 900,00]

PE em quan ti da de = 700 uni da des

Ponto de Equilíbrio em ValorEm deter mi na das situa ções, nota da men te quan do o leque de pro du tos é muito gran dee há difi cul da des de se obter o mix ideal de pro du tos e suas quan ti da des no pontode equi lí brio, além de difi cul da des em iden ti fi car os cus tos e as des pe sas fixos paracada pro du to, temos que nos valer de uma infor ma ção de cará ter glo bal expres sa emdeno mi na dor mone tá rio. Assim, tra du zi mos o ponto de equi lí brio em valor de ven -das – ou seja, qual o valor míni mo de ven das para que a empre sa não tenha pre juí -zo e obte nha lucro zero.

Para esse cál cu lo, pre ci sa mos conhe cer a mar gem de con tri bui ção em per cen tualsobre o preço de venda.

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Margem de con tri bui ção per cen tual:Preço de venda uni tá rio $ 1.700,00 100,00Margem de con tri bui ção uni tá ria $ 800,00 47,06%

Fórmula:

Custos Fixos TotaisPonto de Equilíbrio =

em Valor Margem de Contribuição Percentual

Em nosso exem plo intro du tó rio:

$ 560.000Ponto de Equilíbrio = =

em Valor 0,4706 (47,06% : 100)

PE em valor = $ 1.190.000 (apro xi ma ção do resul ta do mate má ti co de $ 1.189.970)

Em nosso exem plo, o valor míni mo que a empre sa neces si ta ven der para cobrirtodos os seus cus tos fixos e variá veis é $ 1.190.000.

Podemos con fir mar o cál cu lo do ponto de equi lí brio em valor, mul ti pli can do aquan ti da de obti da no ponto de equi lí brio em quan ti da de pelo preço uni tá rio de venda.

PE em quan ti da de = 700 uni da des (A)Preço de venda uni tá rio = $ 1.700,00 (B)PE em valor = $ 1.190.000 (A x B)

Metas de Ponto de Equilíbrio Em algu mas situa ções se faz neces sá rio um estu do de ponto de equi lí brio, prin ci pal -men te em valor, para evi den ciar algu ma situa ção dese ja da, ou mesmo um cál cu lorápi do que mos tre o míni mo de ati vi da de em que a empre sa pode atuar em deter -mi na das situa ções não habi tuais.

Basicamente, as diver sas varian tes de cál cu lo de metas de ponto de equi lí brio sãoela bo ra das com a reti ra da de alguns cus tos e des pe sas fixos da fór mu la de cál cu lo,ou da intro du ção de valo res míni mos de lucro que se ima gi na colo car como meta.Dão-se nomes diver sos para os pon tos de equi lí brio encon tra dos nessas situa ções.Veremos a seguir algu mas delas.

Ponto de Equilíbrio Operacional

Denominamos ponto de equi lí brio ope ra cio nal a quan ti da de de ven das que deve serefe tua da para cobrir todos os cus tos e des pe sas fixos, dei xan do de lado os aspec tosfinan cei ros e não ope ra cio nais. Portanto, o ponto de equi lí brio ope ra cio nal con si de raos seguin tes dados:

• recei tas de ven das (ou da pro du ção a pre ços de venda);• cus tos variá veis – obti dos do custo dos pro du tos ven di dos/pro du zi dos;

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• des pe sas variá veis – obti das das des pe sas ope ra cio nais (admi nis tra ti vas e deven das);

• cus tos fixos – obti dos do custo dos pro du tos ven di dos/pro du zi dos;• des pe sas fixas – obti das das des pe sas ope ra cio nais.

Ponto de Equilíbrio Econômico

Para este cál cu lo, inclui re mos as des pe sas e recei tas finan cei ras, mais os efei tos mone -tá rios, tra ta dos como des pe sas fixas. Obteremos, assim, o valor da recei ta míni ma quegera lucro zero, mas que cobre todos os gas tos ope ra cio nais e finan cei ros e os efei -tos da infla ção nos ati vos e pas si vos mone tá rios.

Ponto de Equilíbrio Financeiro

Trata-se de uma varian te do ponto de equi lí brio eco nô mi co, excluin do-se ape nas adepre cia ção, pois momen ta nea men te ela é uma des pe sa não desem bol sá vel. É impor -tan te em situa ções de even tuais redu ções da capa ci da de de paga men to da empre sa.

Ponto de Equilíbrio Meta

É outra varian te do ponto de equi lí brio em valor, adi cio nan do-se aos cus tos e des pe -sas fixos e aos efei tos finan cei ros e mone tá rios um mon tan te de lucro míni mo que aempre sa enten de ser obri ga tó rio.

Análise Gráfica do Ponto de EquilíbrioExtremamente inte res san te e impor tan te é colo car mos em um grá fi co os dados quefor mam o ponto de equi lí brio. No eixo X serão indi ca dos os dados de volu me, e noeixo Y, os dados de valor. Colocaremos gra fi ca men te as retas de valor das ven das eas retas de cus tos fixos e variá veis, con for me havía mos intro du zi do no tópi co ondeana li sa mos gra fi ca men te o com por ta men to dos cus tos.

Como Cons truir o Grá fi coa) Faça a linha para le la ao eixo X do volu me (quan ti da de) com o valor dos cus tos

fixos totais.b) Pegue um volu me de ven das (no caso, mil uni da des) e encon tre o total de cus tos

fixos mais cus tos variá veis para essa quan ti da de. Trace a reta par tin do da inter -sec ção da reta para le la ao eixo X, con se gui da no item a (o ponto onde a reta doscus tos fixos encon tra o eixo Y).

c) Trace a reta de ven das totais, par tin do do ponto O até um volu me em reais, mul -ti pli can do a quan ti da de pelo preço de venda (no caso, o Preço de Venda x 1.000Unidades).

DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM149

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Com isso, na inter sec ção da reta dos cus tos totais com a reta das ven das totais,tere mos gra fi ca men te repre sen ta do o ponto de equi lí brio. Abaixo do ponto de equi -lí brio, encon tra-se a área de pre juí zo, e acima dele, a área de lucros.

150MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Ponto de Equilíbrio em Quantidade para Múltiplos ProdutosEste é um dos assun tos mais com ple xos da aná li se custo/volu me/lucro. Já vimosque o ponto de equi lí brio em valor é um cri té rio de mar gem de con tri bui ção média,por meio da mar gem de con tri bui ção per cen tual, e é um dos pro ce di men tos maisuti li za dos para se encon trar o valor das ven das no ponto de equi lí brio. Contudo,há difi cul da des para se encon trar o ponto de equi lí brio em quan ti da de para maisde um pro du to.

Outra con si de ra ção neces sá ria é que o ponto de equi lí brio em quan ti da de paramais de um pro du to só tem sen ti do se a uni da de de medi da de quan ti da de depro du ção e ven das for a mesma para todos os pro du tos, além de os pro du tosserem rela ti va men te homo gê neos. Apresentamos a seguir um mode lo para deter -mi na ção do ponto de equi lí brio em quan ti da de para três pro du tos: Produto 1,Produto 2 e Produto 3. A empre sa tem cus tos fixos comuns de $ 488.000, e osdados uni tá rios apre sen ta dos a seguir. Vamos assu mir que o mix atual será omesmo no ponto de equi lí brio.

Custos Fixos

Eixo Y $

1.700.000

1.600.000

1.200.000

1.000.000

800.000

600.000

400.000

200.000

0

200 400 600 700 800 1.000 Eixo X Quantidade

PE = 700 unidades$ 1.190.000

Área de Prejuízo

Receitas Totais

Despesas Totais

Área de Lucro

Figura 5.10 – Gráfico do Ponto de Equi lí brio.

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Calcula-se pri mei ro a par ti ci pa ção dos pro du tos no total de quan ti da des pro du -zi das, obten do-se o mix em per cen tual. Em segui da, apli ca-se o per cen tual obti donas mar gens de con tri bui ção uni tá rias, obten do-se uma mar gem de con tri bui çãouni tá ria média. Com isso, pode mos uti li zar a equa ção do ponto de equi lí brio emquan ti da de.

Mix de Quantidades Em PercentualProduto 1 62.500 25%Produto 2 75.000 30%Produto 3 112.500 45%Total 250.000 100%

Aplicando os per cen tuais do mix na mar gem de con tri bui ção uni tá ria, obte re mosuma mar gem de con tri bui ção uni tá ria média.

Produto 1 Produto 2 Produto 3(0,25 x $ 2) + (0,30 x $ 4) + (0,45 x $ 3) =

= 0,50 + 1,20 + 1,35 = $ 3,05

$ 488.000PE em quan ti da de = = 160.000 uni da des

$ 3,05

Margem de SegurançaMargem de segu ran ça pode ser defi ni da como o volu me de ven das que exce de asven das cal cu la das no ponto de equi lí brio. O volu me de ven das exce den te para ana -li sar a mar gem de segu ran ça pode ser tanto o valor das ven das orça das como ovalor real das ven das.

Equacionando:

Margem de segu ran ça (MS) = Vendas reais/orça das (–) Vendas no PE

Em nosso exem plo:MS = 1.700.000 (–) 1.190.000MS = 510.000

DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM151

Dados Unitários

Preço de Venda Custo Variável Margem de Quantidade deContribuição Vendas Esperadas

Produto 1 6 4 2 62.500 uni da desProduto 2 7 3 4 75.000 uni da desProduto 3 8 5 3 112.500 uni da des

Custos Fixos Comuns = $ 488.000

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Percentual da mar gem de segu ran ça

MS em valorPercentual da MS =

Vendas totais

Em nosso exem plo:

510.000Percentual da MS =

1.700.000

Percentual da MS = 30%

Modelo de Decisão da Margem de Contribuição – Vários ProdutosDificilmente uma empre sa pro duz e vende um único pro du to ou ser vi ço. Portanto, éneces sá rio cons truir um mode lo de deci são de mar gem de con tri bui ção para múl ti -plos pro du tos e ser vi ços. Ele deve con ter tam bém os mes mos ele men tos fun da men -tais do mode lo bási co: os volu mes e os dados uni tá rios, no for ma to de demons tra çãode resul ta dos de um perío do, con for me demons tra do a seguir.

Tabela 5.9 – Modelo de Deci são de Mar gem de Con tri bui ção – Múl ti plos Pro du tos

152MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Produto A Produto B Produto N

Quantidade 625 250 NPreço de Venda – Unitário 1.700,00 3.750,00 NCustos Variáveis – Unitários 696,00 1.512,00 NDespesas Variáveis – Unitárias 204,00 450,00 NMargem de Contribuição – Unitária 800,00 1.788,00 N Total

Vendas Totais 1.062.500 937.500 2.000.000 Custos Variáveis Totais (435.000) (378.000) (813.000)Despesas Variáveis Totais (127.500) (112.500) (240.000)Margem de Contribuição Total 500.000 447.000 0 947.000 Margem de Contribuição Percentual 47,1% 47,7% 47,4%

(–) Custos e Despesas Fixos Totais (560.000)

Lucro Operacional Total 387.000 Margem Operacional Percentual 19,4%Participação dos Produtos na Margem de Contribuição Total 52,8% 47,2% 100%

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Utilização do Modelo de Decisão da Margem de Contribuição para Maximização do LucroTodos os com po nen tes do mode lo pode rão ser tra ba lha dos de forma a ala van car oresul ta do líqui do total da empre sa. Cada um deles per mi te ao admi nis tra dor finan -cei ro um estu do apro fun da do e polí ti cas estru tu ra das ou apli ca ções momen tâ neas,pos si bi li tan do alte ra ções de forma a aumen tar o lucro da com pa nhia.

Repassemos os fato res que afe tam o estu do da mar gem de con tri bui ção e a ala -van ca gem ope ra cio nal:

1. pre ços dos pro du tos;2. quan ti da de ven di da/pro du zi da, ou nível de ati vi da de;3. cus tos variá veis por uni da de;4. total dos cus tos fixos;5. mix dos pro du tos ven di dos;6. pro du ti vi da de.

Alterações em qual quer uma das variá veis do mode lo pro vo ca rão alte ra ções noresul ta do líqui do da com pa nhia, para mais ou para menos. O parâ me tro deci só riosuge ri do pelo mode lo é eco nô mi co, men su ra do pelo resul ta do total da empre sa.Comparando o resul ta do obti do de um curso alter na ti vo de ação com o resul ta dototal ante rior, a deci são será pelo resul ta do maior.

Sabemos que uma deci são empre sa rial não neces sa ria men te tem que ser deci di daape nas pelo resul ta do eco nô mi co. Outras variá veis podem ser con si de ra das, e, emdeter mi na dos momen tos, elas podem até ter mais sig ni fi cân cia que o resul ta do eco -nô mi co. Variáveis como qua li da de, con cor rên cia, par ti ci pa ção no mer ca do, novosmer ca dos, tec no lo gias emer gen tes etc. pode rão fazer com que a deci são não se pauteexclu si va men te pelo resul ta do eco nô mi co.

O mode lo de deci são da mar gem de con tri bui ção é um mode lo de men su ra çãoeco nô mi ca e é o mode lo indi ca do para esse aspec to da deci são.

Exemplo de Utilização do Modelo e suas VariáveisApós pes qui sa de mer ca do, a empre sa iden ti fi cou a pos si bi li da de de lan çar um pro -du to de preço e fun ções inter me diá rias entre o Produto A e o Produto B, capaz detra zer um maior valor agre ga do. Esse novo pro du to, Produto C, pode ser ven di do por$ 2.500,00, desde que o Produto A seja ven di do a um preço 10% infe rior ao atual,para que o clien te per ce ba dife ren ça de valor. A comis são sobre ven das é a mesmados demais pro du tos: 12% do preço de venda uni tá rio.

A empre sa ima gi na que dei xa rá de ven der 250 uni da des do Produto A e que ven -de rá 230 uni da des do novo Produto C. O custo variá vel uni tá rio do Produto C é 30%maior que o do pro du to A. Para efe ti var essa modi fi ca ção do mix de venda dos pro -

DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM153

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du tos, a empre sa neces si ta rá incor rer em $ 30.000 de des pe sas fixas anuais de publi -ci da de.

Observe que esse exem plo pro vo ca alte ra ções em todas as variá veis:

• alte ra-se o preço do Produto A;• alte ra-se a quan ti da de ven di da do Produto A e incor po ra-se quan ti da de do

Produto C;• incor po ra-se o custo variá vel do Produto C e alte ra-se a des pe sa variá vel do

Produto A, já que a redu ção em seu preço causa redu ção tam bém da comis -são uni tá ria;

• os gas tos fixos são alte ra dos, pois há um aumen to de $ 30.000;• a pro du ti vi da de é alte ra da, pois have rá dimi nui ção da quan ti da de de pro du to

final, já que serão tro ca das 250 uni da des do Produto A por 230 do Produto C.

Apresentamos as variá veis modi fi ca das e seus res pec ti vos cál cu los:

• Novo preço de venda uni tá rio do Produto A = $ 1.530,00 ($ 1.700,00 – 10%).• Comissão (des pe sa variá vel) do Produto A = $ 183,60 (12% x $ 1.530,00).• Comissão (des pe sa variá vel) do Produto C = $ 300,00 (12% x $ 2.500,00).• Custo variá vel do Produto C = $ 904,80 ($ 696,00 x 1,30).• Nova quan ti da de do Produto A = 375 uni da des (625 – 250).• Novo total de cus tos e des pe sas fixos = $ 590.000 ($ 560.000 = $ 30.000).

Tabela 5.10 – Utilização do Mode lo de Deci são de Mar gem de Con tri bui ção

154MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Produto A Produto B Produto N

Quantidade 375 250 230 Preço de Venda – Unitário 1.530,00 3.750,00 2.500,00 Custos Variáveis – Unitários 696,00 1.512,00 904,80 Despesas Variáveis – Unitárias 183,60 450,00 300,00 Margem de Contribuição – Unitária 650,40 1.788,00 1.295,20 Total

Vendas Totais 573.750 937.500 575.000 2.086.250 Custos Variáveis Totais (261.000) (378.000) (208.104) (847.104)Despesas Variáveis Totais (68.850) (112.500) (69.000) (250.350)Margem de Contribuição Total 243.900 447.000 297.896 988.796 Margem de Contribuição Percentual 42,5% 47,7% 51,8% 47,4%

(–) Custos e Despesas Fixas Totais (590.000)

Lucro Operacional Total 398.796 Margem Operacional Percentual 19,1%Participação dos Produtos na Margem de Contribuição Total 24,7% 45,2% 30,1% 100%

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Os dados levan ta dos den tro do mode lo evi den ciam infor ma ções impor tan tes,com pa ran do-se com os dados cons tan tes do mode lo ini cial com ape nas dois pro du tos:

• A nova alter na ti va pro pi ciou aumen to da recei ta total de ven das, de $ 2.000.000para $ 2.086.250.

• O novo mix não alte rou sig ni fi ca ti va men te a mar gem de con tri bui ção per cen -tual média da empre sa, que con ti nuou em 47,4%.

• A mar gem de con tri bui ção do Produto A dimi nuiu de 47,1% para 42,5%, poishouve redu ção de 10% no preço de venda uni tá rio.

• O novo Produto C traz um valor agre ga do maior, evi den cia do pela maior mar -gem de con tri bui ção per cen tual, que é de 51,8% – a maior dos três pro du tos.

• Os cus tos fixos aumen ta ram, mas a mar gem de con tri bui ção total com o novomix e o novo pro du to é maior, resul tan do em um lucro ope ra cio nal total maior,de $ 387.000 para $ 398.796.

• A mar gem ope ra cio nal per cen tual total média dimi nuiu de 19,4% para 19,1%.Esse dado, que ana li sa do iso la da men te é ruim, não deve ser con si de ra do rele -van te, pois o valor abso lu to do lucro ope ra cio nal total aumen tou. Como nas pre -mis sas não houve inves ti men tos em ati vos imo bi li za dos, a ren ta bi li da de dosati vos aumen tou.

• Pelos dados evi den cia dos no mode lo deci só rio, essa alter na ti va deve rá ser acei ta,pois eco no mi ca men te o lucro total é supe rior ao da situa ção ante rior.

Questões e Exercícios1. Identifique os prin ci pais seg men tos da cadeia ope ra cio nal para os seguin tes pro -

du tos finais:a) açú car refi na do;b) sabão em pó com marca de super mer ca do;c) ham búr guer de carne bovi na;d) micro com pu ta dor;e) móveis de madei ra;f) fer ra men tas de aço.

2. Uma empre sa está deci din do pela ins ta la ção de um negó cio e tem duas opçõesbási cas de pro ces sos ope ra cio nais, bem como de imo bi li za ção. Com os dados a seguir, pede-se:a) Determinar a estru tu ra do ativo (inves ti men tos) neces sá ria de cada opção.b) Fazer a aná li se de ren ta bi li da de do inves ti men to de cada opção. Desconsidere

impos tos sobre o lucro.

Dados: Opção A Opção BVendas Esperadas em um Mês Normal 3.000 uni da des 3.000 uni da desPreço de Venda Unitário de Mercado $ 30 por uni da de $ 30 por uni da de

DECISÃO DE INVESTIMENTO E ESTRUTURA DO ATIVOMM155

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DEMONS TRA ÇÃO DE RESUL TA DOSReceita Total $ 90.000 $ 90.000(–) Custos Variáveis Totais – Materiais (27.000) (54.000)= Margem de Contribuição 63.000 36.000(–) Custos e Despesas Fixos. Industriais (20.000) -0-. Administrativos/Comerciais (30.000) (30.000)= Lucro Operacional 13.000 11.000

GIRO NECESSÁRIO/OBTI DOEstoques de Materiais 2,5 meses -0-Produtos Acabados 4 meses 4 mesesFinanciamento a Clientes 27 dias 27 diasPagamentos de Fornecedores 20 dias 10 dias

ATIVO FIXO NECESSÁRIOImóveis 40.000 20.000Equipamentos 80.000 40.000

3. Discorra resu mi da men te sobre os fun da men tos da ala van ca gem ope ra cio nal.

4. Com os dados obti dos no Exercício 2, cal cu le o grau de ala van ca gem ope ra cio nalde cada opção. Faça em segui da uma esti ma ti va com um aumen to do volu me deven das da ordem de 5% e veri fi que a varia ção do lucro líqui do e a nova ren ta bi -li da de do inves ti men to de cada opção. Considere que os inves ti men tos em ati vosfixos serão os mes mos e que os inves ti men tos em capi tal de giro segui rão as pre -mis sas ante rio res.

5. Vejamos duas estru tu ras de cus tos dife ren tes para volu me de pro du ção de 800uni da des:

Empresa A Empresa BVEN DAS 3.200.000 3.200.000CUS TOS VARIÁVEIS 1.450.000 750.000CUS TOS E DES PE SAS FIXOS 950.000 1.650.000LUCRO OPE RA CIO NAL 800.000 800.000

a) Calcule o grau de ala van ca gem ope ra cio nal.b) Qual será o aumen to de lucro líqui do, se hou ver uma varia ção de 15% nas

ven das, para mais e para menos, para cada empre sa? Elabore um qua dro evi -den cian do os valo res. Desconsidere impos tos sobre o lucro.

6. O que é mar gem de con tri bui ção e onde ela se fun da men ta?

7. Por que o con cei to de ponto de equi lí brio é asso cia do à ges tão de curto prazo daempre sa?

156MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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8. Apresente a melhor res pos ta para cada uma das seguin tes ques tões:a) Se a empre sa tem uma con tri bui ção mar gi nal nega ti va, para alcan çar o

ponto de equi lí brio deve rá:(1) aumen tar o volu me de ven das;(2) dimi nuir o volu me de ven das;(3) aumen tar o valor dos cus tos fixos;(4) dimi nuir o valor dos cus tos fixos;(5) aumen tar o preço de venda.

b) Se a con tri bui ção mar gi nal dimi nuiu em deter mi na do mon tan te, o lucro ope -ra cio nal deve ter:(1) dimi nuí do no mesmo mon tan te;(2) dimi nuí do mais do que esse mon tan te;(3) aumen ta do no mesmo mon tan te;(4) per ma ne ci do inal te ra do;(5) nenhu ma das alter na ti vas ante rio res.

c) O ponto de equi lí brio de um pro du to pode ser aumen ta do por:(1) um decrés ci mo nos cus tos fixos;(2) um aumen to no per cen tual da mar gem de con tri bui ção;(3) um aumen to nos cus tos variá veis;(4) um decrés ci mo nos cus tos variá veis;(5) nenhu ma das alter na ti vas ante rio res.

9. Para fazer e ven der o Produto A, a empre sa tem que incor rer nos seguin tes gas -tos ope ra cio nais:

Matéria-prima neces sá ria para uma uni da de do Produto A:500 uni da des a $ 2,00 cadaTempo neces sá rio para pro du zir uma uni da de do Produto A:5 horas a $ 80,00 por horaGastos do perío do:• Salários/des pe sas dos depar ta men tos de apoio à pro du ção $ 440.000• Depreciações $ 320.000• Salários/des pe sas admi nis tra ti vas/comer ciais $ 180.000Outros dados:Comissões – 12% sobre o preço de vendaPreço de Venda – $ 3.600 por uni da de do Produto AQuantidade pro du zi da (e igual men te ven di da) – 900 uni da des

I. a) Calcule o custo uni tá rio pelo cri té rio de cus teio dire to, e iden ti fi que a mar -gem de con tri bui ção uni tá ria e a per cen tual.

b) Apure o lucro líqui do total com a venda de 900 uni da des.c) Calcule o ponto de equi lí brio da empre sa, em quan ti da de e em valor.

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II. d) Com um novo pro ces so de pro du ção, have rá neces si da de de troca de qua -li da de de mate rial dire to, que pas sa rá a cus tar 20% a mais. Esse aumen tode custo fixo de $ 60.000 fará o volu me de pro du ção aumen tar em 120 uni -da des, que o mer ca do deve rá acei tar se o preço de venda redu zir 2%. Serálucra ti va essa hipó te se?

10. Uma reven de do ra de auto mó veis vende dois mode los bási cos: Esporte e Luxo. A seguir, apre sen ta mos os dados de cus tos e ven das.

Esporte LuxoPreço Médio de Venda Unitário $ 25.000 $ 35.000Custo Variável Médio Unitário 20.000 25.000Margem de Contribuição Unitária 5.000 10.000Custos Fixos Totais = $ 300.000

a) Monte a equa ção mate má ti ca para obter a quan ti da de de ven das no ponto deequi lí brio.

b) Calcule a quan ti da de no ponto de equi lí brio se fosse ven di do ape nas o mode loEsporte.

c) Calcule a quan ti da de no ponto de equi lí brio se fosse ven di do ape nas o mode loLuxo.

d) Assumindo que um paco te de mix nor mal de pro du tos seja de três car rosEsporte para cada um Luxo (3 : 1), qual seria o núme ro de paco tes no pontode equi lí brio?

e) Calcule a quan ti da de de car ros no ponto de equi lí brio, inde pen den te men te demode lo, assu min do uma mar gem de con tri bui ção média.

f) Supondo que se possa dis tin guir cus tos fixos dire tos de $ 80.000 para o mode loEsporte e $ 100.000 para o mode lo Luxo, res tam ape nas $ 120.000 de cus tos fixos comuns. Qual a quan ti da de a ser ven di da de cada mode lo para assu mir um pre -juí zo de $ 120.000?

g) Imaginando uma alo ca ção dos $ 120.000 de cus tos fixos comuns, dis tri buin dometa de para cada mode lo, cal cu le o ponto de equi lí brio em quan ti da de paracada mode lo, bem como o ponto de equi lí brio em quan ti da de de car ros, inde -pen den te men te de mode los, con si de ran do uma mar gem de lucro média paraos dois pro du tos.

11. Uma com pa nhia pro duz os seguin tes pro du tos, com estes dados de cus tos even das:

Produto I Produto II Produto IIIPreço Unitário de Venda $ 5 $ 6 $ 7Custo Variável Unitário $ 3 $ 2 $ 4Vendas Esperadas (em uni da des) 100.000 150.000 250.000Custos Fixos Totais = $ 1.240.000

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Assumindo que o mix de pro du to pode ria ser o mesmo no ponto de equi lí brio,cal cu le o ponto de equi lí brio em quan ti da des e em valor de ven das.

12. Contribuição Marginal e Fator LimitativoUma empre sa tem dois pro du tos, que apre sen tam os seguin tes dados:

Produto A Produto BPreço de Venda $ 20,00 $ 30,00Custos e Despesas Variáveis 14,00 18,00Margem de Contribuição 6,00 12,00

a) Pela aná li se per cen tual da mar gem de con tri bui ção, qual pro du to deve ria tersua pro du ção e ven das mais enfa ti za das?

b) Ainda com os dados já apre sen ta dos, saben do que o mer ca do tem con di ção deabsor ver ape nas 500 uni da des do Produto B, a capa ci da de de pro du ção doProduto A fica res tri ta a 1.500 uni da des. Calcule a mar gem de con tri bui çãototal da empre sa nessa com bi na ção de fatu ra men to.

c) Outra infor ma ção agora é incor po ra da a nosso pro ble ma. A geren te divi sio naldiz que só tem à sua dis po si ção mil horas de fábri ca para pro du zir os pro du tos A e B. Sabendo que uma hora de trabalho fabrica três uni da des do Produto Ae ape nas uma uni da de do Produto B, mas que o mer ca do pode absor ver ape -nas 2.400 uni da des do Produto A, cal cu le a mar gem de con tri bui ção total daempre sa nessa nova com bi na ção de pro du ção.

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6 Decisão de Financiamento e Estrutura do Passivo

Como com ple men to natu ral da deter mi na ção da estru tu ra do ativo, qual quer pro je tode inves ti men to requer a deci são de finan cia men to, ou seja, quais serão as fon tes derecur sos a ser bus ca das que per mi ti rão a efe ti va ção do inves ti men to pro pos to. Adeci são de finan cia men to para um pro je to espe cí fi co deter mi na sua estru tu ra espe -cí fi ca de pas si vo. Contudo, den tro da visão de uma ope ra cio na li da de con tí nua, umaempre sa não deixa de ser uma suces são de pro je tos de inves ti men tos. Assim, a deci -são de finan cia men to de um pro je to junta-se a deci sões ante rio res de finan cia men -to de outros pro je tos, for man do, no seu con jun to, a estru tu ra do pas si vo da empre -sa. Essa estru tu ra do pas si vo tem que ser admi nis tra da con ti nua da men te.

Define-se estrutura do pas si vo a par ti ci pa ção rela ti va dos diver sos tipos de fon tesde capi tal remu ne ra das que estão em uso para finan ciar os inves ti men tos do ativo daempre sa. A estru tu ra do pas si vo tam bém é deno mi na da estrutura do capi tal.

Dentro do estu do da estru tu ra do pas si vo não se con si de ram fon tes de capi tal ospas si vos nor mais decor ren tes do finan cia men to dos cus tos das ope ra ções da empre sa,como for ne ce do res, con tas a pagar, salá rios e encar gos sociais a pagar, impos tos a reco -lher e adian ta men tos de clien tes. Estes são deno mi na dos pas si vos de funcionamento,pois não são remu ne ra dos expli ci ta men te com juros, e os pra zos de paga men to des ses pas si vos exis tem para dar ope ra cio na li da de de roti na de paga men tos. Essespas si vos, para estu do da estru tu ra do pas si vo, devem ser alo ca dos no ativo com sinalnega ti vo, pois fazem parte do inves ti men to no capi tal de giro. Os pas si vos remu ne -ra dos com juros, que fazem parte do con cei to de estru tu ra do pas si vo, são deno mi -na dos pas si vos de financiamento.

Apresentamos a seguir dois exem plos de estru tu ra do pas si vo.

Tabela 6.1 – Exemplos de Estru tu ra do Pas si vo

Empresa A Empresa B

Valor – $ Participação % Valor – $ Participação %

Financiamentos 100.000 10% 250.000 25%Debêntures 250.000 25% 350.000 35%Ações Preferenciais 300.000 30% 150.000 15%Ações Ordinárias 350.000 35% 250.000 25%Total 1.000.000 100% 1.000.000 100%

A Empresa A apre sen ta fon tes de capi tal exter nas – finan cia men tos e debên tu -res – que tota li zam 35% da estru tu ra do pas si vo. A maior parte está repre sen ta dapor cap ta ção junto a acio nis tas ordi ná rios e pre fe ren ciais, que detêm 65% da estru -tu ra do pas si vo.

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A Empresa B tem uma situa ção opos ta: 60% de sua par ti ci pa ção é cap ta çãoexter na, e ape nas 40% são de acio nis tas. Graficamente, a estru tu ra do pas si vo cos tu -ma ser apre sen ta da em forma de pizza, como na Figura 6.1 a seguir.

162MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Empresa B

Fontes Externas 60%

Capital dosAcionistas40%

Empresa ACapital dosAcionistas65%

Fontes Externas 35%

Figura 6.1 – Estrutura do Pas si vo – Apre sen ta ção Grá fi ca.

Estrutura do Passivo como OpçãoJá vimos que a deci são de inves ti men to e a deter mi na ção da estru tu ra do ativo apre -sen tam pos si bi li da des. Sabe-se, con tu do, que deter mi na dos negó cios, den tro devolu mes e tec no lo gias reco men da das, exi gem deter mi na das estru tu ras de ativo queper mi tem menor liber da de de ação para sua deci são.

Para a deter mi na ção da estru tu ra do pas si vo, exis te maior grau de liber da de, tantonas deci sões ini ciais de finan cia men to dos inves ti men tos como pos te rior men te,quan do, den tro de um con jun to nor mal de con di ções empre sa riais, há sem pre pos -si bi li da des de refa zi men to do per fil da dívi da, tanto em ter mos de par ti ci pa ções per -cen tuais como de pra zos de amor ti za ção e taxas de juros.

Os prin ci pais parâ me tros nor tea do res da estru tu ra do pas si vo são:

• grau de aver são ao risco;• dile ma liqui dez x ren ta bi li da de;• men su ra ção do endi vi da men to.

Capital Próprio e Capital de TerceirosA visão tra di cio nal de finan ças (deno mi na da abor da gem orto do xa) enca ra os for ne ce -do res de fon tes exter nas de capi tal (finan cia men tos e debên tu res) como capi tal deter cei ros, ou seja, seus deten to res não fazem parte da ges tão da firma.

O valor das fon tes dos acio nis tas, con si de ra dos for ne ce do res inter nos de capi -tal, é deno mi na do capital pró prio. Em nosso país, enqua dram-se aí os acio nis tas pre -fe ren ciais e ordi ná rios. Na lite ra tu ra finan cei ra inter na cio nal, basi ca men te domi na -da pela lite ra tu ra norte-ame ri ca na, as ações pre fe ren ciais são con si de ra das capi talde ter cei ros.

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DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM163

Basicamente, a sepa ra ção entre capi tal pró prio e capi tal de ter cei ros decor re dedois fun da men tos:

1. Aspecto Jurídico: legal men te, os acio nis tas assu mem os ris cos e as res pon sa bi li -da des finais pelo empreen di men to, quan do de sua even tual liqui da ção.

2. Tipo de Remuneração: as fon tes de capi tal de ter cei ros devem ser remu ne ra das deacor do com os ter mos con tra tuais, por meio dos juros ou prê mios, inde pen den -te men te de a empre sa ter ou não lucro sufi cien te para tanto. São con si de ra doscomo renda fixa. Já as fon tes de capi tal pró prio são remu ne ra das basi ca men tepelo lucro resi dual, após o paga men to dos juros aos finan cia do res exter nos. Emcaso de ine xis tên cia de lucros resi duais (pre juí zo), os acio nis tas não terão lucros para serem dis tri buí dos. Os lucros pagos aos acio nis tas são deno mi na -dos dividendos ou lucros distribuídos. São con si de ra dos como renda variá vel porser lucros resi duais.

Grau de Endividamento e Risco FinanceiroA sepa ra ção das fon tes de capi tal em capi tal pró prio e capi tal de ter cei ros decor re,então, como já vimos, do fato de a empre sa, por meio de seus acio nis tas, ser res pon sá -vel final pelo empreen di men to; além disso, os finan cia do res exter nos (ban cos e deben -tu ris tas) devem rece ber os juros inde pen den te men te da exis tên cia ou não de lucros.Denomina-se risco finan cei ro a pos si bi li da de de a empre sa não se res pon sa bi li zar, tem -po rá ria ou defi ni ti va men te, pelos paga men tos das par ce las do prin ci pal e dos juroscon tra tuais. Portanto, os finan cia do res exter nos têm um risco de não rece ber em devo -lu ção o capi tal empres ta do e seus juros. Esse é o risco finan cei ro da empre sa.

Os finan cia do res exter nos ado tam como refe rên cia bási ca para medir o riscofinan cei ro de cada empre sa, além do poten cial de gera ção ope ra cio nal de lucros, ograu de endi vi da men to atual e futu ro. O grau de endi vi da men to é a rela ção per cen -tual entre o total das fon tes de capi tal de ter cei ros em rela ção ao total das fon tes decapi tal pró prio.

Capital de TerceirosGrau de Endividamento (GE) =

Capital Próprio

Quanto maior o grau de endi vi da men to maior o risco finan cei ro da empre sa, poishá maior uti li za ção do capi tal de ter cei ros. Como o capi tal de ter cei ros exige umaremu ne ra ção fixa, quan to mais emprés ti mos e debên tu res exis ti rem den tro daempre sa maior serão os com pro me ti men tos finan cei ros no seu fluxo de caixa. Os finan cia do res exter nos sem pre esta rão aten tos a empre sas com ele va do grau deendi vi da men to, pois, em caso de lucros futu ros meno res que os espe ra dos, a pos si -bi li da de de ina dim plên cia dos com pro mis sos finan cei ros aumen ta.

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O grau de endi vi da men to tam bém mos tra uma rela ção de garan tia. Evidenciaqual é a pro por ção em que os acio nis tas estão finan cian do o negó cio em rela ção aocapi tal de ter cei ros. Quanto mais inves tem no pró prio negó cio, mais claros são os sinais de que há con fian ça no empreen di men to e que os acio nis tas estão dis pos tos aassu mir os ris cos ope ra cio nais, salientan do aos donos do capi tal de ter cei ros umagaran tia adi cio nal.

Tabela 6.2 – Exemplos de Grau de Endi vi da men to

164MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Estrutura A Estrutura B Estrutura C

Capital de Terceiros (A) 0 500.000 750.000Capital Próprio (B) 1.000.000 500.000 250.000Total das Fontes – Passivo Total 1.000.000 1.000.000 1.000.000Grau de Endividamento (A/B) 0,0 1,0 3,0

A Estrutura A é de uma empre sa que não usa capi tal de ter cei ros e, por tan to, oendi vi da men to é zero, bem como seu risco finan cei ro. É tam bém deno mi na da estru-tura finan cei ra não ala van ca da, abso lu ta men te con ser va do ra. A Estrutura B mos trauma rela ção 1:1, ou seja, para cada uni da de mone tá ria de capi tal de ter cei ros, os acio -nis tas tam bém par ti ci pam da estru tu ra finan cei ra em mon tan te igual. Portanto, oendi vi da men to é igual a 1. A Estrutura C mos tra uma empre sa com pouco grau deaver são ao risco e uso inten si vo de capi tal de ter cei ros, com grau de endi vi da men toigual a 3. Pode ser con si de ra da uma estru tu ra arro ja da finan cei ra men te.

No Brasil, são comuns estru tu ras finan cei ras com grau de endi vi da men to entre0,5 e 1,0, sendo con si de ra das acei tá veis até 1,20. Nos paí ses euro peus, nos EstadosUnidos e no Japão não é inco mum haver estru tu ras finan cei ras com grau de endi vi -da men to ao redor de 2, pois as taxas de juros são meno res e os ambien tes eco nô mi -cos têm maior grau de esta bi li da de.

Lembramos que, teo ri ca men te, exis ti ria a pos si bi li da de de estru tu ra finan cei rasomen te com capi tal de ter cei ros. Porém, den tro da abor da gem orto do xa, tal situa -ção não exis te na rea li da de.

Estrutura Financeira, Rentabilidade do Ativo e Rentabilidade do AcionistaA ren ta bi li da de geral da empre sa decor re da ren ta bi li da de do ativo, do resul ta do ope -ra cio nal. A ren ta bi li da de do capi tal pró prio depen de, outros sim, de quan to em jurosdeve ser pago para os emprés ti mos (capi tal de ter cei ros). Com isso, empre sas domesmo setor podem ter a mesma ren ta bi li da de do ativo e, no entan to, obte rem ren -ta bi li da des dife ren tes para o capi tal pró prio, decor ren te de sua estru tu ra finan cei ra eda taxa de juros do capi tal de ter cei ros.

A Tabela 6.3 apre sen ta três estru tu ras finan cei ras e o impac to na ren ta bi li da dedos acio nis tas sob o efei to de duas taxas de juros esco lhi das arbi tra ria men te, 12% e18%. O lucro ope ra cio nal para todas as hipó te ses é o mesmo ($ 150.000), uma vez

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que a ren ta bi li da de ope ra cio nal está rela cio na da com os ati vos e sua estru tu ra não éafe ta da pela estru tu ra de capi tal. Outrossim, a estru tu ra de capi tal, con si de ran do osjuros devi dos ao capi tal de ter cei ros, afeta a ren ta bi li da de líqui da, que é o lucro resi -dual, de direi to dos acio nis tas. Não esta mos levando em conta os impos tos sobre olucro neste momen to, para fins de sim pli fi ca ção.

Tabela 6.3 – Endividamento e Ren ta bi li da de

DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM165

Hipótese 1 – Taxa de Juros de 12% a.a.

Estrutura A Estrutura B Estrutura C

Lucro Operacional Antes dos Juros 150.000 150.000 150.000Juros – 12% a.a. s/ Capital de Terceiros 0 60.000 90.000Lucro Líquido p/ os Acionistas 150.000 90.000 60.000

Rentabilidade do Ativo 15,0% 15,0% 15,0%

Rentabilidade dos Acionistas 15,0% 18,0% 24,0%

Hipótese 2 – Taxa de Juros de 18% a.a.

Estrutura A Estrutura B Estrutura C

Lucro Operacional Antes dos Juros 150.000 150.000 150.000Juros – 18% a.a. s/ Capital de Terceiros 0 90.000 135.000Lucro Líquido p/ os Acionistas 150.000 60.000 15.000

Rentabilidade do Ativo 15,0% 15,0% 15,0%

Rentabilidade dos Acionistas 15,0% 12,0% 6,0%

Na Hipótese 1, na Estrutura Financeira A, a ren ta bi li da de do ativo é igual à ren ta -bi li da de do capi tal pró prio (dos acio nis tas), por que não há endi vi da men to; por isso,não há ocor rên cia dos juros. Toda a ren ta bi li da de é do acio nis ta e todo o ativo é finan -cia do com recur sos pró prios. Nas estru tu ras B e C, a ren ta bi li da de dos acio nis tascres ce, por que a taxa de juros sobre capi tal de ter cei ros (12%) é menor que a ren ta -bi li da de obti da pelos ati vos (15%). Na Hipótese 1, quan to mais capi tal de ter cei rosexis tir na estru tu ra finan cei ra maior será a ren ta bi li da de resi dual para os acio nis tas.

Na Hipótese 2, as estru tu ras finan cei ras B e C evi den ciam queda da ren ta bi li da depara o acio nis ta em rela ção à remu ne ra ção do capi tal de ter cei ros. Ao pagar 18% aoano para os finan cia do res exter nos, os acio nis tas ter mi nam por obter ren ta bi li da deinfe rior até àque la gera da pelo ativo. Nesse caso, a taxa de juros com pro me te a estru -tu ra e a ala van ca gem finan cei ras.

Na Hipótese 2, fica clara a rela ção do endi vi da men to finan cei ro com o riscofinan cei ro. Tomando como base a Estrutura C, se o lucro ope ra cio nal, por per tur ba -ções não pre vis tas, for infe rior a $ 135.000, a empre sa não con se gui rá hon rar seuscom pro mis sos finan cei ros anuais, entran do em pro ble mas de liqui dez.

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Alavancagem Financeira

Alavancagem finan cei ra sig ni fi ca a pos si bi li da de de os acio nis tas da empre sa obte remmaio res lucros para suas ações, com o uso mais inten si vo de capi tal de ter cei ros, ouseja, emprés ti mos. O fun da men to da ala van ca gem finan cei ra é que os juros são cus -tos fixos e, por tan to, per mi tem o fenô me no ala van ca gem. Como sem pre, no dile marisco e retor no, todo fenô me no ala van ca gem, com base em cus tos fixos, tem a suacon tra par ti da nega ti va, que é o risco. Assim, a ala van ca gem finan cei ra traz tam bém orisco finan cei ro.

O fato de os juros serem um custo fixo per mi te duas pos si bi li da des de ala van ca -gem finan cei ra, que podem ser uti li za das con jun ta men te. A pri mei ra decor re de obtercus tos de finan cia men tos das fon tes exter nas em per cen tual infe rior à ren ta bi li da deofe re ci da pelos ati vos da empre sa, como vimos no exem plo ante rior. A segun da ala -van ca gem decor re da natu ral pos si bi li da de de as empre sas aumen ta rem seu nível deati vi da de, com ven das e lucros ope ra cio nais maio res, ala van can do ren ta bi li da de paraos acio nis tas por man te rem fixos os valo res pagos ao capi tal de ter cei ros.

A ala van ca gem finan cei ra decor ren te do aumen to do volu me é simi lar à ala van -ca gem ope ra cio nal e, den tro de expec ta ti vas de volu mes maio res espe ra dos, pode atéacei tar taxas de juros maio res daque las admis sí veis den tro de volu mes meno res deati vi da des e ven das.

A Figura 6.2 a seguir apre sen ta um esque ma resu mi do des ses con cei tos.

166MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Estrutura do Passivo

Exemplo deTipo

de Passivo

Custo/RendaDecorrente do

Passivo doExemplo

Tipo de Renda

Capital de Terceiros

Financiamentos JurosRenda Fixa(Custo Fixo)

AlavancagemFinanceira

Capital Próprio Capital Social Dividendos Renda Variável

Figura 6.2 – Relacionamento entre Estru tu ra do Pas si vo e Ala van ca gem Finan cei ra.

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Alavancagem Financeira e Alavancagem CombinadaJá vimos que a ala van ca gem finan cei ra parte do pres su pos to de que os cus tos fixos dosjuros podem ser uti li za dos para maxi mi za ção do retor no dos acio nis tas. Vimos tam bémque ela é um fun da men to clás si co da abor da gem tra di cio nal da estru tu ra de capi tal.

As empre sas têm seus cus tos fixos ope ra cio nais decor ren tes da estru tu ra ção deseus ati vos para o desem pe nho de suas ati vi da des ope ra cio nais. Esses cus tos fixosper mi tem a ala van ca gem ope ra cio nal e repre sen tam o risco ope ra cio nal.

A exis tên cia do capi tal de ter cei ros na estru tu ra de finan cia men to per mi te ofenô me no ala van ca gem finan cei ra para o capi tal pró prio. Quando uma empre sanão uti li za capi tal de ter cei ros, não exis te a pos si bi li da de de ala van ca gem finan cei -ra, e dize mos que se trata de uma empre sa não ala van ca da. A ala van ca gem finan -cei ra está liga da ao pas si vo.

Alavancagem Combinada e o Risco da EmpresaA com bi na ção de uma deter mi na da estru tu ra de ativo com uma deter mi na da estru tu -ra do pas si vo dá ori gem a um grau deter mi na do de ala van ca gem geral da empre sa, quedeno mi na mos alavancagem com bi na da. O grau de ala van ca gem com bi na da é obti dopela mul ti pli ca ção do grau de ala van ca gem ope ra cio nal pelo grau de ala van ca gemfinan cei ra. Por con se guin te, o grau de ala van ca gem com bi na da deter mi na o grau derisco do empreen di men to den tro daque la com bi na ção de ala van ca gem esco lhi da.

DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM167

Ativo Passivo

AlavancagemOperacional

Risco Operacional

AlavancagemFinanceira

RiscoFinanceiro

Alavancagem Combinada

Risco da Empresa

Figura 6.3 – Alavancagem e Risco no Balan ço Patri mo nial.

Exemplo: Alavancagem Financeira

A seguir, na Tabela 6.4, apre sen ta mos um exem plo numé ri co para evi den ciar tanto oefei to ala van ca gem como o efei to risco finan cei ro.

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168MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Dentro de uma mesma estru tu ra ope ra cio nal, apre sen ta mos duas estru tu rasfinan cei ras pos sí veis: a Estrutura A, mais con ser va do ra, e a Estrutura B, mais ala van -ca da. Note que, na situa ção atual, a Estru tu ra B já evi den cia o efei to da ala van ca gemfinan cei ra pela taxa de juros. O ativo ren den do 11% ao ano, mais do que o custo docapi tal de ter cei ros, de 10%, já per mi te maior ren ta bi li da de para o capi tal pró prio dosacio nis tas. No caso, a Estrutura B rende 12,5%, enquan to a Estrutura A rende 11,5%.

Fazendo uma hipó te se de aumen to de 12% do nível de ati vi da de, ambas as estru -tu ras res pon dem com ala van ca gem finan cei ra, pois o lucro para os acio nis tas cres cemais do que pro por cio nal men te ao aumen to das ven das, bene fi cia do tam bém pelaala van ca gem ope ra cio nal já exis ten te. A Estrutura B, por ser finan cei ra men te mais ala -van ca da – evi den cia da pelo maior grau de ala van ca gem finan cei ra –, mos tra uma ren -ta bi li da de muito maior para os acio nis tas.

O risco finan cei ro fica evi den te em um decrés ci mo do nível de ati vi da de. Re -duzindo as ven das em 12%, a Estrutura B, por ter que ban car cus tos fixos finan cei rosmaio res que a Estrutura A, tem seu lucro após os juros redu zi do em uma pro por çãomaior. Em nosso exem plo, o resul ta do ter mi na por ser um pre juí zo.

Fica claro então que, quan to mais ala van ca da finan cei ra men te for uma empre samais ela se bene fi cia rá em dois aspec tos:

• quan do o custo dos emprés ti mos for menor que o lucro ope ra cio nal sobre osati vos;

• quan do hou ver aumen to do nível de ati vi da de.

Fica claro tam bém que, quan to mais ala van ca da finan cei ra men te for a empre samaior risco ela terá na hipó te se de ocor rer queda do nível de ati vi da de.

Exemplo: Alavancagem Combinada

A ala van ca gem com bi na da, ou ala van ca gem total da empre sa, resul ta da mul ti pli ca çãoda ala van ca gem ope ra cio nal pela ala van ca gem finan cei ra. Portanto, a ala van ca gemtotal da empre sa é uma com bi na ção de estru tu ra de cus tos ope ra cio nais (via estru tu rade ati vos) com uma estru tu ra de capi tal (estru tu ra finan cei ra ou de pas si vo). Em tese,pode mos ter, então, qua tro com bi na ções de estru tu ras de empre sas:

1. Estrutura Operacional Conservadora + Estrutura Financeira Conservadora2. Estrutura Operacional Conservadora + Estrutura Financeira Arrojada3. Estrutura Operacional Arrojada + Estrutura Financeira Conservadora4. Estrutura Operacional Arrojada + Estrutura Financeira Arrojada

Consideramos estru tu ra ope ra cio nal con ser va do ra aque la que se uti li za o máxi mopos sí vel de cus tos variá veis e o míni mo pos sí vel de cus tos fixos. O opos to é a estru -tu ra ope ra cio nal men te arro ja da.

DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM169

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Consideramos estru tu ra finan cei ra con ser va do ra aque la que se uti li za o máxi mopos sí vel de capi tal pró prio e o míni mo pos sí vel de capi tal de ter cei ros. O opos to é aestru tu ra finan cei ra men te arro ja da.

Para evi den ciar as pos si bi li da des de com bi na ção de ala van ca gem, uti li za re mos osdados do exem plo numé ri co do Capítulo 4, onde veri fi ca mos duas pos si bi li da des deestru tu ra de ativo. Imaginaremos tam bém duas estru tu ras finan cei ras alter na ti vas,apre sen ta das agora na Tabela 6.5.

Tabela 6.5a – Estrutura do Pas si vo (Finan cia men to)Estrutura A: 30% de capi tal de ter cei ros, 70% de capi tal pró prio

170MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Opção 1 Opção 2

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Capital de TerceirosEmpréstimos, Financiamentos 75.300,00 30,00% 34.960,00 30,00%Soma 75.300,00 30,00% 34.960,00 30,00%Capital PróprioCapital Social, Lucros Retidos 175.700,00 70,00% 81.573,33 70,00%Soma 175.700,00 70,00% 81.573,33 70,00%

TOTAL 251.000,00 100,00 116.533,33 100,00

Tabela 6.5b – Estrutura do Pas si vo (Finan cia men to)Estrutura B: 70% de capi tal de ter cei ros, 30% de capi tal pró prio

A seguir, na Tabela 6.6, apre sen ta mos o resul ta do líqui do após os juros para evi -den ciar o efei to das com bi na ções da ala van ca gem. Deixaremos de con si de rar osimpos tos sobre o lucro, obje ti van do sim pli fi car a aná li se dos dados.

No pri mei ro qua dro, apre sen ta mos as duas pos si bi li da des de estru tu ra de cus tos– Opção 1 e Opção 2 – com a Estrutura Financeira A. No segun do qua dro, apre sen -ta mos as mes mas opções de estru tu ra de cus tos, mas com a Estrutura Financeira B.

Opção 1 Opção 2

$ % $ %

Capital de TerceirosEmpréstimos, Financiamentos 175.700,00 70,00% 81.573,33 70,00%Soma 175.700,00 70,00% 81.573,33 70,00%Capital PróprioCapital Social, Lucros Retidos 75.300,00 30,00% 34.960,00 30,00%Soma 75.300,00 30,00% 34.960,00 30,00%

TOTAL 251.000,00 100,00 116.533,33 100,00

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Tabela 6.6a – Demonstração de Resul ta dos – Estru tu ra Finan cei ra ACusto do Capi tal de Ter cei ros – 1% ao mês

DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM171

Tabela 6.6b – Demonstração de Resul ta dos – Estru tu ra Finan cei ra BCusto do Capi tal de Ter cei ros – 1% ao mês

Opção 1 Opção 2

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RECEITA TOTAL 40.000,00 100,00 40.000,00 100,00(–) Custos Variáveis. Materiais 8.000,00 20,00% 24.400,00 61,00%. Comissões 0,00 0,00% 6.000,00 15,00%Total 8.000,00 20,00% 30.400,00 76,00%Margem de Contribuição (1) 32.000,00 80,00% 9.600,00 24,00%(–) Custos/Despesas Fixas 28.700,00 71,75% 7.700,00 19,25%Lucro Operacional (2) 3.300,00 8,25% 1.900,00 4,75%Juros 753,00 1,88% 349,60 0,87%Lucro Depois dos Juros (3) 2.547,00 6,37% 1.550,40 3,88%

Grau de Alavancagem Operacional (1:2) 9,70 5,05Grau de Alavancagem Financeira (2:3) 1,30 1,23Grau de Alavancagem Combinada (1:3) 12,56 6,19

RENTABILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO (Anualizada) 17,40% 22,81%

Opção 1 Opção 2

$ % $ %

RECEITA TOTAL 40.000,00 100,00 40.000,00 100,00 (–) Custos Variáveis . Materiais 8.000,00 20,00% 24.400,00 61,00%. Comissões 0,00 0,00% 6.000,00 15,00%Total 8.000,00 20,00% 30.400,00 76,00%Margem de Contribuição (1) 32.000,00 80,00% 9.600,00 24,00%(–) Custos/Despesas Fixas 28.700,00 71,75% 7.700,00 19,25%Lucro Operacional (2) 3.300,00 8,25% 1.900,00 4,75%Juros 1.757,00 4,39% 815,73 2,04%Lucro Depois dos Juros (3) 1.543,00 3,86% 1.084,27 2,71%

Grau de Alavancagem Operacional (1:2) 9,70 5,05Grau de Alavancagem Financeira (2:3) 2,14 1,75Grau de Alavancagem Combinada (1:3) 20,74 8,85

RENTABILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO (Anualizada) 24,59% 37,22%

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172MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Note que temos dois graus de ala van ca gem ope ra cio nal e dois graus de ala van -ca gem finan cei ra. Essa com bi na ção pos si bi li ta qua tro com bi na ções de ala van ca gem,e, por tan to, qua tro dife ren tes graus de ala van ca gem com bi na da. Obviamente, a reu -nião de duas estru tu ras con ser va do ras dá o menor grau de ala van ca gem com bi na da(6,19), e a reu nião de duas estru tu ras arro ja das dá o maior grau de ala van ca gemcom bi na da (20,74).

Assim, em um pos sí vel aumen to do nível de ati vi da de da empre sa, have rá maiorres pos ta no lucro para os acio nis tas da com bi na ção que tiver o maior grau de ala van -ca gem com bi na da; o lucro cres ce rá mais. Em uma situa ção inver sa, com uma redu çãodo nível de ati vi da de, essa mesma com bi na ção sofre rá maior redu ção do lucro dosacio nis tas.

A Tabela 6.7 refle te os efei tos da ala van ca gem com bi na da com um aumen to de15% no volu me de ven das.

Tabela 6.7a – Demonstração de Resul ta dos – Estru tu ra Finan cei ra A, + 15% no Volu me de Ven dasCusto do capi tal de ter cei ros – 1% ao mês

Tabela 6.7b – Demonstração de Resul ta dos – Estru tu ra Finan cei ra B, + 15% no Volu me de Ven dasCusto do capi tal de ter cei ros – 1% ao mês

Opção 1 Opção 2

$ % $ %

RECEITA TOTAL 46.000,00 100,00 46.000,00 100,00 (–) Custos Variáveis . Materiais 9.200,00 20,00% 28.060,00 61,00%. Comissões 0,00 0,00% 6.900,00 15,00%Total 9.200,00 20,00% 34.960,00 76,00%

continua

Opção 1 Opção 2

$ % $ %

RECEITA TOTAL 46.000,00 100,00 46.000,00 100,00(–) Custos Variáveis. Materiais 9.200,00 20,00% 28.060,00 61,00%. Comissões 0,00 0,00% 6.900,00 15,00%Total 9.200,00 20,00% 34.960,00 76,00%Margem de Contribuição 36.800,00 80,00% 11.040,00 24,00%(–) Custos/Despesas Fixas 28.700,00 62,39% 7.700,00 16,74%Lucro Operacional 8.100,00 17,61% 3.340,00 7,26%Juros 753,00 1,64% 349,60 0,76%Lucro Depois dos Juros 7.347,00 15,97% 2.990,40 6,50%

RENTABILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO (Anualizada) 50,18% 43,99%

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Page 187: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

Variação do Lucro LíquidoO efei to da ala van ca gem fica evi den te na varia ção per cen tual do lucro depois dosjuros, que é o lucro para os acio nis tas. Vamos apre sen tar o lucro final na situa çãoantes do aumen to do volu me de ven das, con tra o lucro final após o aumen to de ven -das, para mos trar o efei to com bi na do da ala van ca gem da empre sa. Veja a Tabela 6.8a seguir.

A mesma varia ção do lucro líqui do pode ser obti da mul ti pli can do-se o grau deala van ca gem com bi na da pela varia ção do volu me, con for me demons tra do namesma tabe la.

Tabela 6.8 – Variação Per cen tual do Lucro Líqui do após os Juros

DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM173

Lucro Após os Juros

Anterior Após Aumento Variaçãodo Volume Percentual

Estrutura Financeira A + Opção 1 2.547,00 7.347,00 188,46%Estrutura Financeira A + Opção 2 1.550,40 2.990,40 92,88%Estrutura Financeira B + Opção 1 1.543,00 6.343,00 311,08%Estrutura Financeira B + Opção 2 1.084,27 2.524,27 132,81%

Utilizando o Grau de Alavancagem Combinada (GAC)

GAC (A) Variação no VariaçãoVolume (B) Percentual (AxB)

Estrutura Financeira A + Opção 1 12,56 15% 188,46%Estrutura Financeira A + Opção 2 6,19 15% 92,88%Estrutura Financeira B + Opção 1 20,74 15% 311,08%Estrutura Financeira B + Opção 2 8,85 15% 132,81%

Tabela 6.7b – Demonstração de Resul ta dos – Estru tu ra Finan cei ra B, + 15% no Volu me de Ven dasCusto do capi tal de ter cei ros – 1% ao mês (continuação)

Opção 1 Opção 2

$ % $ %

Margem de Contribuição 36.800,00 80,00% 11.040,00 24,00%(–) Custos/Despesas Fixas 28.700,00 62,39% 7.700,00 16,74%Lucro Operacional 8.100,00 17,61% 3.340,00 7,26%Juros 1.757,00 3,82% 815,73 1,77%Lucro Depois dos Juros 6.343,00 13,79% 2.524,27 5,49%

RENTABILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO (Anualizada) 101,08% 86,65%

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O Impacto Tributário na Alavancagem FinanceiraUm dos gran des ele men tos moti va do res da ala van ca gem finan cei ra é a dedu ti bi li da -de dos juros para fins de impos tos sobre o lucro. No Brasil, a tri bu ta ção sobre o lucrolíqui do antes dos impos tos, para as pes soas jurí di cas tri bu ta das pelo lucro real, variaentre 24% e 34%. Estamos apre sen tan do as alí quo tas gerais, sem entrar nas carac te -rís ti cas espe cí fi cas de cada empre sa.

Imposto de Renda – Alíquota Básica 15%Imposto de Renda – Adicional* 10%Contribuição Social sobre o Lucro 9%

* Sobre lucros exce den tes a $ 240.000 por ano ou $ 20.000 por mês.

Assim, o custo do capi tal de ter cei ros, por meio das taxas de juros nomi nais, éredu zi do pelo impac to tri bu tá rio, já que se trata de des pe sas dedu tí veis. O mesmo nãoocor re com os divi den dos dis tri buí dos aos acio nis tas ordi ná rios e pre fe ren ciais, quenão podem ser aba ti dos do lucro para fins de tri bu ta ção, exce to no caso da figu ra dosjuros sobre o patri mô nio líqui do, que abor da re mos a seguir.

Considerando a alí quo ta máxi ma dos impos tos sobre o lucro de 34%, uma taxade juros de 20% ao ano tem um custo real, após a uti li za ção como des pe sa dedu tí -vel pela empre sa, de 13,2%. Vejamos:

Taxa de Juros Nominal 20,0% a.a.Dedutibilidade Tributária – 34% x 20% 6,8%Taxa de Juros Efetiva 13,2% a.a.

Modelos de Decisão para Emprestar ou Não Emprestar: Ponto de IndiferençaA ala van ca gem finan cei ra nem sem pre é van ta jo sa, depen den do do nível de ati vi da -de (volu me de pro du ção e ven das e gera ção de lucro ope ra cio nal) e da taxa de jurossobre os finan cia men tos dis po ní veis no mer ca do. Apresentaremos os dois mode losmais conhe ci dos para a deci são de empres tar ou não. O pri mei ro mode lo, cha ma doplano finan cei ro, ana li sa a deci são de empres tar ou não empres tar em rela ção ao volu mede ati vi da de, man ten do cons tan te a taxa de juros dos finan cia men tos.

O segun do mode lo, cha ma do taxa de juros no ponto de indi fe ren ça, veri fi ca qual ataxa de juros máxi ma admis sí vel para empres tar, man ten do cons tan te o volu me deati vi da de. Ambos os mode los par tem do pres su pos to bási co de que as duas fon tes de finan cia men to têm capi tal sufi cien te para for ne cer à empre sa.

174MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Planos Financeiros e Análise do Ponto de Equilíbrio ou Indiferença1

A Tabela 6.9 a seguir apre sen ta uma situa ção de lucro ope ra cio nal, em deter mi na domomen to, de $ 2.400.000 por ano, com duas pos si bi li da des de finan cia men to paraum novo pro je to da empre sa: a pri mei ra com ações ordi ná rias, e a segun da, comfinan cia men tos. A neces si da de adi cio nal de capi tal é de $ 5.000.000, e, caso seja obti -da por meio de finan cia men tos, terá um custo anual de 12%. O capi tal atual daempre sa é de $ 10.000.000 e está repre sen ta do por um núme ro de ações de 200 mil.Caso a empre sa venha a acei tar nova cap ta ção de dinhei ro junto aos acio nis tas, onúme ro de ações pas sa rá a 300 mil.

Tabela 6.9 – Cálculo do Lucro por Ação: Empres tar x Não Empres tar

DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM175

1 Adaptado de Van Horne, 1998, Capítulo 10.

Dentro desse nível de resul ta do ope ra cio nal, a van ta gem é clara pela deci são deempres tar. Contudo, se o nível de ati vi da de pre vis to for infe rior, pode rá ser van ta gemnão empres tar. A ques tão é saber qual é o volu me de ati vi da de (de gera ção de lucroope ra cio nal) em que as duas situa ções são idên ti cas, ou seja, é indi fe ren te empres tarou não empres tar. De posse dessa infor ma ção, o admi nis tra dor pode rá deci dir pelo melhor meio de finan cia men to para o novo pro je to da empre sa.

O ponto de indi fe ren ça pode ser obti do pela seguin te fór mu la:

Laji – C1 = Laji – C2S1 S2

onde Laji é o Lucro Antes dos Juros e Impostos no ponto de indi fe ren ça, C1 e C2 sãoos encar gos dos finan cia men tos (zero no caso de não empres tar) e S1 e S2 são asquan ti da des de ações envol vi das nas duas opções.

Resolvendo a equa ção com os dados da Tabela 6.9:

Laji – 0 = Laji – 600.000300.000 200.000

(Laji) (200.000) = (Laji) (300.000) – (600.000) (300.000)100.000 Laji = 180.000.000

Laji = $ 1.800.000

Ações Financiamento

Lucro Operacional Antes dos Juros e Impostos (Laji) $ 2.400.000 $ 2.400.000Juros – 600.000Lucro Antes dos Impostos 2.400.000 1.800.000Impostos – 40% 960.000 720.000Lucro Líquido Depois dos Impostos 1.440.000 1.080.000Quantidade de Ações 300.000 200.000Lucro por Ação $ 4,80 $ 5,40

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Significa que, ao nível de ati vi da de que gera $ 1.800.000 de lucro ope ra cio nal, éindi fe ren te empres tar ou não empres tar, pois ambas as hipó te ses apre sen ta rão o mesmo lucro por ação. Verificamos, na Tabela 6.10, que, nessa situa ção, o lucro poração para as duas pos si bi li da des de cap ta ção de nume rá rio dão o mesmo lucro por ação de $ 3,60.

Tabela 6.10 – Lucro por Ação no Ponto de Indi fe ren ça

176MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Ações Financiamento

Lucro Operacional Antes dos Juros e Impostos (Laji) $ 1.800.000 $ 1.800.000Juros – 600.000Lucro Antes dos Impostos 1.800.000 1.200.000Impostos – 40% 720.000 480.000Lucro Líquido Depois dos Impostos 1.080.000 720.000

Quantidade de Ações 300.000 200.000Lucro por Ação $ 3,60 $ 3,60

Essa situa ção, tam bém cha ma da de ponto de equi lí brio, pode ser demonstrada gra-ficamente, con for me a Figura 6.4. O ponto de inter sec ção entre as duas retas querepre sen tam os dois pla nos finan cei ros indi ca um lucro por ação de $ 3,60 e um lucroope ra cio nal de $ 1.800.000.

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Lucro Operacional (em milhões)

Figura 6.4 – Planos Finan cei ros Alter na ti vos e Ponto de Equi lí brio.

Taxa de Juros no Ponto de IndiferençaOutro mode lo para a deci são de empres tar ou não empres tar for ne ce um parâ me troem ter mos de taxa de juros máxi ma admis sí vel dos finan cia men tos. Partindo de um

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volu me único, den tro de um pro je to de obten ção de fun dos, pode-se decidir porempres tar, se a taxa de juros ofe re ci da à empre sa for igual ou menor que a iden ti fi -ca da no mode lo. Se a taxa de juros de mer ca do ofe re ci da à empre sa for supe rior, adeci são deve rá ser por não empres tar e cap tar jun to aos acio nis tas.

Para desen vol ver esse mode lo, fare mos as seguin tes pre mis sas. A empre sa temum capi tal pró prio de $ 500.000, repre sen ta do por mil ações, e pre ten de cap tar mais$ 250.000, para um pro je to de inves ti men tos, que deve rá aumen tar o volu me de ven -das em 15%. Na hipó te se de a empre sa não empres tar, a quan ti da de repre sen ta ti vado capi tal pas sa rá para 1.500 ações. A Tabela 6.11 apre sen ta os cál cu los com basenes ses dados.

Tabela 6.11 – Taxa de Juros no Ponto de Indi fe ren ça

DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM177

Na situa ção pro je ta da, o lucro por ação subi rá de $ 24,00 para $ 32,80 por ação,indi can do que o pro je to é ren tá vel. A situa ção no ponto de indi fe ren ça, empres tan do,man tém o ren di men to de $ 32,80. Busca-se então deter mi nar o valor máxi mo a pagarde juros, como custo finan cei ro de cap ta ção de emprés ti mos de $ 250.000. Em nossoexem plo, os juros máxi mos admis sí veis no ponto de indi fe ren ça somam $ 27.333, querepre sen tam uma taxa nomi nal máxi ma admis sí vel de 10,93%.

Juros Máximos AdmissíveisTaxa de Juros no Ponto de Indiferença =

Empréstimo de Capital

$ 27.333Taxa de Juros no Ponto de Indiferença = = 10,93%

$ 250.000

Situação Futura

Situação Não EmprestandoAtual Emprestando

Receita de Vendas 1.000.000 1.150.000 1.150.000 Custos Variáveis 720.000 828.000 828.000 Custos Fixos 240.000 240.000 240.000 Lucro Antes dos Juros e Impostos 40.000 82.000 82.000

Juros 0 0 27.333 Lucro Depois dos Juros e Impostos 40.000 82.000 54.667 Impostos sobre o Lucro – 40% 16.000 32.800 21.867 Lucro Líquido para os Acionistas 24.000 49.200 32.800

Quantidade de Ações 1.000 1.500 1.000

Lucro por Ação - $ 24,00 32,80 32,80

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Qualquer taxa acima de 10,93% não deve rá ser acei ta, e o mode lo indi ca que sedeve cap tar dinhei ro junto aos acio nis tas. Qualquer taxa infe rior a 10,93% indi ca quese deve tomar dinhei ro empres ta do. A taxa de 10,93% indi ca indi fe ren ça, ou seja,tanto faz empres tar ou não empres tar.

A fór mu la para obter o valor dos juros no ponto de indi fe ren ça (VJPI) é:

VJPI = Laji ( – ) Lucro por Ação (Não Emprestando) * Quantidade de Ações Emprestando1 – Alíquota de Imposto sobre o Lucro

Calculando:

VJPI = $ 82.000 (–)(32,80 * 1.000)

1 – 0,4

VJPI = $ 82.000 (–)32.8000,60

VJPI = $ 82.000 (–) 54.667VJPI = $ 27.333

Utilizamos, nes ses exem plos, capi tal de ter cei ros con tra capi tal pró prio, con si de -ran do dis tri bui ção de divi den dos para o capi tal pró prio e não con si de ran do a figu rados juros sobre o patri mô nio líqui do (JSPL). Caso se adote a figu ra dos JSPL, o cri -té rio de cál cu lo deve rá ser adap ta do.

Mercados Financeiros e Sistema Financeiro Nacional2

O mer ca do do dinhei ro, no qual se obtêm e se tran sa cio nam moe das e cré di tos,repre sen ta o mer ca do de finan cia men to das empre sas. É clas si fi ca do em:

• mer ca do mone tá rio;• mer ca do de cré di to;• mer ca do de capi tais;• mer ca do de câm bio.

As dife ren ças bási cas entre eles são as seguin tes:

O mer ca do mone tá rio tem carac te rís ti cas de movi men ta ção de curto prazo, como obje ti vo de con tro le da liqui dez mone tá ria da eco no mia e supri men tos momen tâ -neos de caixa.

O mer ca do de cré di to se carac te ri za por movi men ta ções de curto e médio pra zos,com inter me dia ções ban cá rias e não ban cá rias, com o obje ti vo pri mor dial de finan -cia men to de con su mo e capi tal de giro das empre sas.

178MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

2 Adaptado de Cavalcante Filho e Misumi, 1998.

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O mer ca do de capi tais pode ser con si de ra do o mais impor tan te para as empre -sas, essen cial men te não ban cá rio, com a fina li da de de movi men tar capi tais para o finan cia men to de médio prazo, longo prazo e prazo inde ter mi na do, obje ti van dofinan ciar os inves ti men tos empre sa riais e gover na men tais. Assim, é o mer ca do idea -li za do para suprir os inves ti men tos em capi tal fixo e capi tal de giro, para os pro je tosde inves ti men tos. Os obje ti vos são de lucro para os empres ta do res ou par ti ci pa çãonos empreen di men tos.

O mer ca do de câm bio, como o pró prio nome suge re, é o mer ca do para con ver -são de valo res em moe das estran gei ras e nacio nal. É neces sá rio para ope ra cio na li zaras tran sa ções inter na cio nais.

Sistema Financeiro NacionalA Figura 6.5, na página seguinte, apre sen ta em resu mo o Sistema FinanceiroNacional. O órgão máxi mo é o Conselho Monetário Nacional, que esta be le ce asdire tri zes gerais das polí ti cas mone tá ria, cam bial e cre di tí cia e regu la as con di ções defun cio na men to, cons ti tui ção e fis ca li za ção das ins ti tui ções finan cei ras. O BancoCentral do Brasil tem a fun ção de ope ra cio na li zar as deli be ra ções do ConselhoMonetário Nacional.

O Banco Central, por sua vez, tem no Banco do Brasil e no BNDES (BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social) os prin ci pais órgãos para fomen -to das polí ti cas de desen vol vi men to nacio nais. As demais ins ti tui ções finan cei ras edo Sistema Financeiro da Habitação tam bém são regu la das e moni to ra das peloBanco Central do Brasil.

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é a ins ti tui ção que se res pon sa bi li zapelas Bolsas de Valores e pelas empre sas socie da des anô ni mas de capi tal aber to, como intui to de pro te ção dos acio nis tas das empre sas e dos cre do res dos títu los comer -cia li za dos e tran sa cio na dos no mer ca do de ações e títu los.

Fontes de FinanciamentoOs mer ca dos mone tá rios, de cré di to e de capi tais são as fon tes de finan cia men to.Elas são clas si fi ca das em fon tes de recur sos pró prios ou de ter cei ros, caso sejam ounão de cré di to dos sócios ou acio nis tas.

As fon tes de recursos pró prios são:

• inte gra li za ção de capi tal social;• rein ver são de lucros.

As prin ci pais fon tes de recursos de ter cei ros são:

• finan cia men tos ban cá rios;• emis sões de títu los de dívi das;• debên tu res;• pro ject finance;• lea sing.

DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM179

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DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM181

Fontes de Recursos PrópriosA integralização de capi tal social é a prin ci pal fonte de recur sos pró prios e, por que nãodizer, a fonte pri má ria de recur sos das ati vi da des empre sa riais, uma vez que o iní ciode um empreen di men to nor mal men te se dá pela pes soa físi ca ou pes soas físi cas inte -res sa das em um negó cio. Se a empre sa for limi ta da, o dinhei ro inje ta do nela a títu lode capi tal social é regis tra do sob o nome de cotas. Se a empre sa for uma socie da deanô ni ma, seja de capi tal aber to ou capi tal fecha do, é regis tra da sob o nome de ações.

O pri mei ro lan ça men to de ações no mer ca do de bolsa de valo res (a pri mei raemis são de ações, quan do a empre sa torna-se de capi tal aber to) é comu men tedeno mi na do lan ça men to ini cial ao públi co (de ações) (IPO – Initial Public Offering).

A dife ren ça entre a socie da de anô ni ma de capi tal fecha do e a de capi tal aber to estáno mer ca do em que as ações são tran sa cio na das. As empre sas de capi tal aber to têmregis tro nas bol sas de valo res, e as tran sa ções com suas ações são fei tas em um mer -ca do aber to e orga ni za do, com cota ções a todo ins tan te e garan tias que um mer ca doorga ni za do e moni to ra do pela CVM pode dar. As ações das socie da des anô ni mas decapi tal fecha do não têm um mer ca do orga ni za do e são tran sa cio na das no mer ca do de bal cão, no qual não há pos si bi li da de usual de ofer ta ao públi co. Assim, as nego cia -ções com as ações de socie da des de capi tal fecha do têm um grau bem maior de difi -cul da de, pois não há deman dan tes ou ofer tan tes conhe ci dos em um mer ca do aber to.

Mercados Primário e Secundário de AçõesAs bol sas de valo res se res pon sa bi li zam pelos dois mer ca dos. O mer ca do pri má rioexis te quan do a empre sa socie da de anô ni ma de capi tal aber to faz um lan ça men toori gi nal (novo) de ações, em que o dinhei ro arre ca da do pela venda das ações juntoaos atuais ou novos acio nis tas entra para o caixa da empre sa.

O mer ca do secun dá rio é o mer ca do das bol sas de valo res que obje ti va dar liqui -dez aos papéis lan ça dos no mer ca do pri má rio, no qual qual quer acio nis ta pode ven -der e com prar, a qual quer ins tan te, ações de empre sas lis ta das nas bol sas de valo res.É onde acon te ce a maior parte das tran sa ções com ações, com a pro prie da de delaspas san do das mãos de uns para outros. O mer ca do secun dá rio não for ne ce capi talpara a empre sa que emite ações, pois ele tran sa cio na ações que já foram obje to deum lan ça men to pri má rio.

Ações Ordinárias e PreferenciaisSão duas as gran des clas ses de ações, que even tual men te podem ser divi di das emsub clas ses. No Brasil, as dife ren ças prin ci pais entre essas duas clas ses de ações sãoas seguin tes:

a) As ações ordi ná rias ou comuns dão direi to de voto ao por ta dor nas deci sões daassem bleia geral de acio nis tas, o órgão admi nis tra ti vo máxi mo das socie da desanô ni mas, na pro por ção de um voto por ação. Assim, se um acio nis ta, ou

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grupo de acio nis tas, tiver mais que 50% das ações e exer ce rem o voto em con -jun to, eles sem pre terão o con tro le da empre sa.

b) As ações pre fe ren ciais não têm dire ito de voto nas deci sões da com pa nhia, mastêm direi to de divi den dos a mais em 10% que os acio nis tas ordi ná rios, bemcomo pre fe rên cia nos ati vos em caso de liqui da ção da com pa nhia.

No Brasil, os acio nis tas pre fe ren ciais e ordi ná rios são con si de ra dos donos daempre sa na pro por ção da quan ti da de de ações que pos suí rem. Nos EstadosUnidos, as ações pre fe ren ciais geral men te têm direi tos a um divi den do fixo perió -di co, inde pen den te men te de a empre sa obter ou não lucro, caben do aos acio nis tasordi ná rios o lucro rema nes cen te. Dessa manei ra, nos livros de finan ças norte-ame -ri ca nos, as ações pre fe ren ciais são tra ta das como capi tal de ter cei ros, o que não é ocaso do Brasil.

Ações Nominativas, ao Portador e Escriturais

Ações nomi na ti vas são as regis tra das com o nome dos pro prie tá rios. Ações ao por -ta dor são aque las em que não há regis tro do pro prie tá rio, e os exer cí cios a que têmdirei to são usu fruí dos pelo por ta dor na oca sião em que podem ser exer ci dos.

No Brasil, as ações são hoje todas nomi na ti vas por ser escri tu rais, ou seja, a enti -da de cus to dian te e con tro la do ra das ações junto às bol sas de valo res tem que regis -trar o nome do atual pro prie tá rio nos seus regis tros, hoje ele trô ni cos.

Valor das Ações em Bolsa

O valor de cota ção das ações nas bol sas de valo res não tem rela ção dire ta com o valorpatri mo nial obti do nas demons tra ções finan cei ras. O valor é dado, basi ca men te, pelaexpec ta ti va de ren di men tos futu ros que cada ação tem, seja em ter mos de divi den -dos, seja em ter mos de valo ri za ção ou não do valor de cada ação, ou a soma dos dois.

O mode lo mais uti li za do pelo mer ca do de inves ti do res para o apre ça men to dasações (o preço de cota ção) é o méto do do fluxo de caixa des con ta do, obti do por meiode pro je ções das demons tra ções finan cei ras que cada inves ti dor faz para sua aná li see ava lia ção.

A dife ren ça entre o valor das ações no mer ca do e o valor patri mo nial con tá bilpode indi car, entre outras coi sas:

a) no caso de o valor patri mo nial con tá bil ser supe rior:• supe ra va lia ção dos ati vos, com os valo res regis tra dos nos livros con tá beis

muito supe rio res aos valo res atuais de mer ca do;• baixa gera ção de lucros em rela ção aos ati vos exis ten tes;• falta de uma polí ti ca ade qua da de dis tri bui ção de divi den dos.

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b) no caso de o valor de mer ca do ser supe rior:• suba va lia ção dos ati vos, com os valo res regis tra dos nos livros con tá beis muito

infe rio res aos valo res atuais de mer ca do;• alta gera ção de lucros em rela ção aos ati vos exis ten tes;• gran de poten cial de gera ção de lucros e flu xos futu ros de caixa;• polí ti ca ade qua da de dis tri bui ção de divi den dos;• poten cial de valo ri za ção da ação em fun ção dos itens ante rio res.

Reinversão de Lucros

A par ce la não dis tri buí da dos lucros obti dos em cada perío do sig ni fi ca auto ma ti ca -men te a rein ver são de lucros. Essa deci são deve ser toma da em rela ção à polí ti ca dedivi den dos. A rein ver são de lucros só se jus ti fi ca se os pro je tos de inves ti men tosexis ten tes na pró pria empre sa apre sen ta rem ren ta bi li da de supe rior ao custo deopor tu ni da de de capi tal do acio nis ta.

A CVM exige que as empre sas socie da des anô ni mas com pro vem, via orça men tode capi tal apro va do pela assem bleia dos acio nis tas, que os lucros rein ves ti dos sejamapli ca dos em pro je tos de inves ti men to exis ten tes ou a exis tir na empre sa.

Fontes de Recursos de TerceirosSão con si de ra das fon tes de recur sos de ter cei ros as obri ga ções emi ti das pela empre saou os emprés ti mos e finan cia men tos con traí dos que tenham remu ne ra ção finan cei ra,com juros ou prê mios. As dívi das da empre sa ou obri ga ções que não têm ônus finan -cei ro explí ci to, como for ne ce do res, con tas a pagar e impos tos a reco lher, não são con si de ra das tec ni ca men te como fon tes de recur sos, uma vez que o fun da men to desua exis tên cia é ape nas um prazo nor mal para efe ti var a ope ra ção de paga men to dobem ou ser vi ço adqui ri do a prazo.

Emissão de Títulos de DívidaNo mer ca do inter na cio nal, prin ci pal men te nas gran des cor po ra ções, a prin ci palfonte de recur sos de ter cei ros é a cap ta ção de recur sos pela emis são de títu los dedívi da, comu men te denominados bônus. A empre sa emite esses títu los e ofe re ce nomer ca do aos inves ti do res inte res sa dos em uma remu ne ra ção fixa. São títu los muitoatra ti vos por que podem ter um risco menor do que o inves ti men to em ações, em quea renda é variá vel e depen den te dos lucros obti dos.

Os prin ci pais tipos são:

a) ADRs (American Depositary Receipts), que são notas comer ciais ou pro mis só rias(commercial papers), emi ti das por empre sas estran gei ras nos Estados Unidos even di das e tran sa cio na das em bol sas de valo res;

DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM183

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b) bônus inter na cio nais (bônus estran gei ros e euro bô nus), que são títu los ven di -dos fora do país do toma dor e dis tri buí dos fre quen te men te em vários paí ses.

DebênturesDebêntures são títu los de dívi da emi ti dos pelas empre sas tipi ca men te no ter ri tó rionacio nal. As empre sas as uti li zam para cap tar recur sos, pagan do juros e prê mios esti -pu la dos em uma escri tu ra regis tra da, em que são res guar da dos todos os direi tos econ di ções. Os inves ti do res podem ser empre sas jurí di cas, ban cos e mesmo pes soasfísi cas. Em linhas gerais, não deixa de ser um finan cia men to ou emprés ti mo toma dojunto ao públi co; não se carac te ri za, então, como finan cia men to ban cá rio.

Há dois tipos bási cos de debên tu res:

a) debên tu res con ver sí veis em ações;

b) debên tu res não con ver sí veis em ações.

As debên tu res con ver sí veis em ações dão ao adqui ren te do títu lo o direi to derenun ciar ao rece bi men to do valor no ven ci men to, e, com o valor das debên tu res,trans for má-las em ações ordi ná rias ou pre fe ren ciais, de acor do com o esti pu la do naescri tu ra em ter mos de valor e quan ti da des equi va len tes. Nesse caso, a empre sa secom pro me te a uma nova emis são de ações para fun da men tar a incor po ra ção dasdebên tu res como capi tal social.

As debên tu res não con ver sí veis não per mi tem a trans for ma ção em ações. Noven ci men to, a empre sa tem que hon rar o paga men to da obri ga ção.

Financiamentos e Empréstimos BancáriosÉ o mais conhe ci do recur so de ter cei ros. A empre sa obtém junto a uma ins ti tui çãofinan cei ra recur sos para serem pagos den tro de pra zos, perío dos e taxas de remu ne -ra ção acor da dos, com o obje ti vo de finan ciar seus inves ti men tos no ativo.

As melho res taxas de finan cia men to são ofe re ci das nor mal men te pelos ban cos dedesen vol vi men to liga dos a órgãos gover na men tais ou de fomen to mun dial (BancoMundial, BNDES etc.). No Brasil, o BNDES tem o papel mais impor tan te no finan cia -men to de empre sas nacio nais, por meio de diver sas linhas espe cí fi cas (Finame,Modermaq, Moderfrota, Modercarga, Tecnologia, Projetos de Investimentos etc.).

As prin ci pais linhas de finan cia men to do BNDES são ope ra cio na li za das pelosban cos comer ciais, deno mi na dos agentes, que cobram uma taxa adi cio nal para essainter me dia ção (o spread).

Project FinanceTrata-se de uma moda li da de de con sór cio de finan cia men to em que diver sos inte -res sa dos se unem para finan ciar um deter mi na do pro je to de inves ti men to, seja eleúnico ou parte de uma empre sa. É indi ca do ape nas para gran des mon tan tes, pois o

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custo de ope ra cio na li za ção e admi nis tra ção é sig ni fi ca ti vo. Uma carac te rís ti ca fun da -men tal do pro ject finan ce é que, além dos juros, os finan cia do res podem par ti ci par dos lucros ou recei tas do pro je to finan cia do.

Tem sido uti li za do para inves ti men tos de base, como usi nas, rodo vias, fer ro vias,pon tes de gran de per cur so, pla ta for mas espe cí fi cas de petró leo etc. Quando o pro jectfinan ce con tem pla ape nas parte de uma empre sa, o pro je to deve ter uma con ta bi li da -de sepa ra da das demais ati vi da des, seg men tos ou outros pro je tos dessa empre sa.

LeasingO lea sing ou arren da men to mer can til, que sig ni fi ca pagar uma pres ta ção para o alu -guel de um bem, é uma fonte de recur sos de ter cei ros que tem a carac te rís ti ca de ligara fonte de recur so a uma apli ca ção de recur so, ou seja, é o único caso em que, aofinan ciar, já se sabe o que será inves ti do. É uma moda li da de inte res san te pela sua fle -xi bi li da de e rapi dez de obten ção, basi ca men te em fun ção de que há uma garan tiareal da ope ra ção, que é o pró prio bem arren da do.

Os prin ci pais tipos de lea sing são:

• leasing operacional, que carac te ri za de fato a ope ra ção de alu guel, na qual, apóso uso, o bem é devol vi do à empre sa que o arren dou;

• leasing financeiro, quan do a ope ra ção é feita a par tir da pre mis sa de que, ao finaldo paga men to das pres ta ções, o bem fica rá de posse do arren da dor, pagan doum valor resi dual. Esse é o caso que se carac te ri za real men te como uma fontede recur sos de ter cei ros;

• lease-back, quan do o agen te finan cei ro com pra um bem de uma empre sa e aarren da em retor no ime dia to para a mesma empre sa. É uma forma de finan -cia men to que uti li za bens da empre sa ainda não one ra dos em nenhum outrocon tra to.

Títulos Descontados e FactoringA cap ta ção de recur sos pelo des con to de saques, títu los ou dupli ca tas, ape sar de exi -gir uma remu ne ra ção finan cei ra, não deve ser enqua dra da como fonte de recur sos deter cei ros, por que sua natu re za é de essen cial men te cobrir fal tas de caixa de cur tís si moprazo. O fac to ring é uma moda li da de de des con to de títu los que, em vez de ser feitacom um banco tra di cio nal, é feita com empre sas exclu si va men te cons ti tuí das paraessa fina li da de.

As empre sas que uti li zam con ti nua men te esses dois tipos de cap ta ção de recur sosde curto prazo ten dem a apre sen tar pro ble mas de liqui dez e ren ta bi li da de, pois ocusto finan cei ro des sas ope ra ções é muito mais alto que o de finan cia men tos comuns.

DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM185

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Refinanciamento de TributosEm nosso país, essa figu ra tem sido muito uti li za da, even tual men te até como opçãode finan cia men to. De qual quer forma, quan do um tri bu to é refi nan cia do, sig ni fi caque ele não foi pago no ven ci men to cor re to. Os órgãos gover na men tais que reco -lhem e admi nis tram esses tri bu tos podem ofe re cer con di ções de refi nan cia men to,cobran do mul tas e juros.

Essa obri ga ção, ape sar de ser tam bém remu ne ra da, não deve ser con si de ra dacomo fonte de recur sos de ter cei ros, pois advém de situa ções excep cio nais, e não depla ne ja men to finan cei ro nor mal de longo prazo.

Questões e Exercícios

1. Explique, com suas pala vras, o que é grau de endi vi da men to e qual é sua rela çãocom o risco finan cei ro. Dentro desse con tex to, como se inse re a ques tão das taxasde juros do capi tal de ter cei ros?

2. A seguir, estão três alter na ti vas de estru tu ras finan cei ras. Considere que o patri -mô nio líqui do é com pos to ape nas de capi tal social.

Estrutura A Estrutura B Estrutura C$ $ $

Ativo Total 200.000 200.000 200.000Passivo Total 200.000 200.000 200.000Empréstimos 0 75.000 120.000Patrimônio Líquido 200.000 125.000 80.000

a) Calcule o grau de endi vi da men to de cada estru tu ra.b) Considerando um lucro ope ra cio nal de $ 27.500 anual e uma taxa de juros de

11% ao ano inci din do sobre os emprés ti mos, cal cu le o lucro após os juros, aren ta bi li da de do ativo e a ren ta bi li da de do patri mô nio líqui do. Desconsidereos impos tos sobre o lucro.

c) Apure os mes mos valo res e indi ca do res, agora con si de ran do uma taxa de jurosde 16% ao ano.

d) Faça suas obser va ções sobre os resul ta dos dos dois cál cu los.e) Qual é a estru tu ra mais con ser va do ra e a estru tu ra mais arris ca da, con si de ran -

do o con cei to de aver são ao risco? Quais as van ta gens e des van ta gens?

3. Defina o que é ala van ca gem finan cei ra e em que ela se fun da men ta.

4. Considere as estru tu ras finan cei ras dadas a seguir e uma taxa de juros de 12% aoano, que inci de sobre o capi tal de ter cei ros.

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Estrutura Financeira A Estrutura Financeira B$ $

Capital de Terceiros 200.000 450.000Capital Próprio 400.000 150.000Ativo/Passivo Total 600.000 600.000

As duas estru tu ras finan cei ras tra ba lham com a mesma estru tu ra de cus tos paraum volu me atual de ven das de $ 800.000. Os cus tos e des pe sas variá veis repre -sen tam 60% das ven das, e os cus tos e des pe sas fixos mon tam $ 250.000. Calcule:

a) o lucro ope ra cio nal e o lucro após os juros, para cada estru tu ra finan cei ra;b) a ren ta bi li da de ope ra cio nal sobre o ativo e a ren ta bi li da de sobre o capi tal pró -

prio de cada estru tu ra finan cei ra;c) o grau de ala van ca gem finan cei ra das duas estru tu ras;d) a varia ção do lucro líqui do, con si de ran do um aumen to de 6% no volu me/valor

das ven das, para cada uma das estru tu ras finan cei ras;e) a varia ção do lucro líqui do, con si de ran do uma redu ção de 6% no volu me/valor

das ven das, para cada uma das estru tu ras finan cei ras.Desconsidere os impos tos sobre o lucro.

5. Considere as duas estru tu ras finan cei ras dadas a seguir (A e B), as duas estru tu rasde cus tos (1 e 2) e uma taxa de juros para os emprés ti mos de 14% no perío do.

Estrutura Financeira A – Capital Próprio – $ 500.000 / Quantidade de ações = 500Empréstimos – 500.000Estrutura Financeira B – Capital Próprio – $ 700.000 / Quantidade de ações = 700Empréstimos – 300.000

Estrutura de Custos 1 Estrutura de Custos 2Vendas $ 1.000.000 $ 1.000.000Custos Variáveis 450.000 300.000Custos Fixos 200.000 350.000

I. Calcule:a) o lucro por ação para todas as hipó te ses de com bi na ções de ala van ca gens;b) os graus de ala van ca gem (ope ra cio nal, finan cei ra, com bi na da);c) o lucro por ação para todas as hipó te ses de com bi na ção, con si de ran do aumen to

de 8% nas ven das;d) as varia ções de lucro por ação com o pri mei ro cál cu lo.

II. Verifique qual a estru tu ra mais arro ja da e explique resu mi da men te por quê.III. Desconsidere os impos tos sobre o lucro.

6. Uma empre sa tem um patri mô nio líqui do de $ 300.000, repre sen ta do por 6 milações. Ela está dian te de um novo pro je to que deman da rá a obten ção de $ 150.000 em recur sos e pro vo ca rá um aumen to de 18% no volu me de ven das. A situa ção atual da empre sa, em ter mos de resul ta dos anuais, é a seguin te:

DECISÃO DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVOMM187

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$Vendas 800.000Custos e Despesas Variáveis 490.000Custos e Despesas Fixos 260.000Juros -0-Lucro Antes do Imp. Renda 50.000Imp. Renda – 44% 22.000Lucro Depois Imp. Renda 28.000

Calcule o lucro por ação: a) com a alter na ti va de não empres tar e b) no ponto deindi fe ren ça, ou seja, o máxi mo de juros a ser admi ti do e a taxa de juros, de modoque o lucro por ação, na hipó te se de não empres tar, seja igual ao da hipó te se deempres tar.Nota: na hipó te se de não empres tar, o núme ro de ações passa para 9 mil.

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7 Decisão de Dividendos

A polí ti ca ou deci são de divi den dos carac te ri za-se pelo per cen tual do lucro obti do dis -tri buí do em dinhei ro aos acio nis tas.1 Os divi den dos, é claro, redu zem a impor tân ciados lucros reti dos e, por con se guin te, afe tam a polí ti ca de finan cia men to. Quanto mais lucros a empre sa reti ver menor será a neces si da de de recur sos de ter cei ros para finan -ciar os inves ti men tos pre vis tos. Portanto, a polí ti ca ótima de divi den dos é aque la que atin ge um equi lí brio entre os divi den dos cor ren tes e o cres ci men to futu ro, emaxi mi za o preço das ações da empre sa.

Uma ques tão fun da men tal e polê mi ca é se a polí ti ca de divi den dos afeta o valordas ações (o valor da empre sa). Em outras pala vras, a polí ti ca de divi den dos podecriar valor para a empre sa?

Modigliani e Miller pro va ram que, em mer ca dos per fei tos, a polí ti ca de divi den dosé irre le van te e não alte ra o valor da ação. Outros auto res enten dem que a polí ti ca dedivi den dos é um fator que alte ra o valor da ação, para mais ou para menos. O mer ca -do tende a rea gir posi ti va men te den tro de uma polí ti ca de divi den dos fixos, ou comaumen to de divi den dos, e nega ti va men te quan do há cor tes de divi den dos. A polí ti cade divi den dos de um per cen tual sobre o lucro, segun do pes qui sas empí ri cas, tam bémnão favo re ce o aumen to do valor da ação no mer ca do, por que osci la con for me o lucroe não dá ten dên cias de esta bi li da de.

Sinalização para os InvestidoresOs divi den dos dis tri buí dos em caixa podem ser vis tos como um sinal para os inves ti -do res. Presumivelmente, empre sas com boas-novas sobre sua futu ra ren ta bi li da deque rem expres sar isso aos inves ti do res. Os divi den dos fun cio nam como um ates ta doda con fian ça dos dire to res no futu ro da empre sa e de sua lucra ti vi da de.

A impor tân cia do lucro a ser dis tri buí do pode ser resu mi da nos seguin tes aspec -tos prin ci pais:

• é uma neces si da de da empre sa para man ter nela mesma os inves ti men tos já efe -tua dos pelos seus acio nis tas e inves ti do res;

1 Denominamos gene ri ca men te acio nis ta o deten tor das ações ou cotas do capi tal social.Acionista é quem tem ações de empre sas orga ni za das juri di ca men te sob a forma de socie da deanô ni ma. Sócio ou cotis ta é o dono de cotas de empre sas orga ni za das sob a forma de socie da -de por cotas de res pon sa bi li da de limi ta da. Denomina-se divi den dos a dis tri bui ção de lucrosaos acio nis tas; a dis tri bui ção de lucros aos sócios cotis tas é deno mi na da sim ples men te dis tri -bui ção de lucros. Trataremos gene ri ca men te de divi den dos qual quer dis tri bui ção de lucros eacio nis tas, quai squer deten to res do capi tal social.

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• é ponto fun da men tal para os pla nos estra té gi cos, obje ti van do a con ti nui da de daempre sa;

• é a infor ma ção mais impor tan te para os acio nis tas e inves ti do res, para com pa ra -ção com seus cus tos de opor tu ni da de.

Política de DividendosTem sido obser va da uma ten dên cia nas empre sas em ado tar uma polí ti ca está vel dedis tri bui ção de lucros ou divi den dos, de manei ra a per mi tir, o máxi mo pos sí vel, queos inves ti do res adqui ram con fian ça nessa polí ti ca, e, com isso, influen ciar posi ti va -men te no valor de mer ca do das ações. Nesse sen ti do, uma dis tri bui ção está vel e cres -cen te, não vin cu la da à osci la ção dos lucros perió di cos, pode trans mi tir aos acio nis tasum sinal de con fian ça no desem pe nho da empre sa.

A Tabela 7.1 apre sen ta os dois mode los mais uti li za dos de dis tri bui ção de divi den dos.

Tabela 7.1 – Políticas de Divi den dos – em Dinhei ro

Lucro do Quantidade Distribuição Fixa Distribuição Variável

Período – $ de Ações Valor s/Lucro Por Ação Valor s/Lucro Por Ação$ % $ $ % $

Período 1 20.000 100.000 12.000 60 0,120 12.000 60 0,120 Período 2 22.000 100.000 12.000 55 0,120 13.200 60 0,132 Período 3 18.000 100.000 14.000 78 0,140 10.800 60 0,108 Período 4 15.000 100.000 14.000 93 0,140 9.000 60 0,090 Período 5 24.000 100.000 15.000 63 0,150 14.400 60 0,144

O mode lo de dis tri bui ção fixa pro cu ra não redu zir o valor dos divi den dos poração, mesmo que haja osci la ção de redu ção no lucro de um ano para outro. Note queno Período 3 houve uma redu ção do lucro do perío do, mas os divi den dos dis tri buí -dos foram maio res que os do perío do ante rior. No Período 4 houve nova redu ção dolucro total da empre sa, mas a dis tri bui ção de divi den dos con ti nuou com o mesmovalor por ação do perío do ante rior. Esse mode lo pode indu zir os acio nis tas a ter umaava lia ção posi ti va e de esta bi li da de do desem pe nho da empre sa e con fian ça em seusadmi nis tra do res.

O mode lo de dis tri bui ção variá vel de lucro por ação dis tri bui uma par ce la fixa dos lucros. Assim, o inves ti dor sabe, no exem plo apre sen ta do, que a empre sa deve sem -pre dis tri buir 60% do lucro do ano na forma de divi den dos. Contudo, caso haja osci -la ção no mon tan te do lucro do perío do, have rá osci la ção no divi den do por ação a serdis tri buí do. Quando o lucro cai, cai tam bém a par ce la de lucro a ser dis tri buí da, e,con se quen te men te, o valor dos divi den dos por ação. Portanto, em ter mos de rece -bi men to de divi den dos, da ótica do acio nis ta, esse mode lo se carac te ri za por um

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DECISÃO DE DIVIDENDOSMM191

com por ta men to de ins ta bi li da de que pode ser trans fe ri do nega ti va men te para a ava -lia ção do preço de mer ca do da ação.

Dividendos em AçõesOutra pos si bi li da de de dis tri bui ção de lucros é a emis são de uma quan ti da de denovas ações, aumen tan do o núme ro de ações que expres sam o capi tal social daempre sa. O obje ti vo, nesse caso, e na maior parte das vezes, é reter caixa den tro da empre sa para novos inves ti men tos, ao mesmo tempo que pro cu ra satis fa zer osacio nis tas com algu ma pos si bi li da de de rea li za ção em dinhei ro pela venda das açõesadi cio nais rece bi das.

Esse mode lo, no caso bra si lei ro, não pode ser acio na do de forma auto má ti ca, umavez que se faz neces sá rio, antes, uma assem bleia geral para auto ri zar o aumen to decapi tal. Além disso, nem todos os acio nis tas neces sa ria men te vão se inte res sar porinte gra li zar a sua parte, moti vo pelo qual é um mode lo pouco uti li za do. A Tabela 7.2apre sen ta um exem plo desse mode lo, deno mi na do geral men te bonificação em ações.

Tabela 7.2 – Política de Divi den dos – Boni fi ca ção em Ações – Período 5

Valor do Patrimônio Líquido ao Final do Período 5 $ 180.000 aValor de Mercado da Empresa ao Final do Período 5 $ 120.000 bQuantidade de Ações 100.000 cValor Patrimonial por Ação $ 1,80 d = a : cValor de Mercado da Ação $ 1,20 e = b : c

Valor dos Dividendos a Distribuir $ 15.000 fValor da Ação Acertado para Fins de Bonificação $ 1,50 gQuantidade de Ações a Serem Distribuídas como Dividendos $ 10.000 h = f : gNova Quantidade de Ações do Capital Social 110.000 i = h + c

Valor Patrimonial da Ação Após a Bonificação $ 1,64 j = a : i

Uma variá vel fun da men tal nesse mode lo é o preço de refe rên cia da ação uti li za docomo base para a dis tri bui ção. No exem plo apre sen ta do, o valor uti li za do foi $ 1,50, que não é o valor de mer ca do da ação cor ren te nem o valor patri mo nial daação. É impor tan te res sal tar que, nesse mode lo, há uma dilui ção auto má ti ca do valorpatri mo nial da ação, que pode ter refle xo nega ti vo no pró prio valor de mer ca do.

Continuidade da Empresa e Manutenção do CapitalHá dois con cei tos de manu ten ção do capi tal: manu ten ção do capi tal físi co e manu -ten ção do capi tal finan cei ro. O con cei to de manu ten ção do capi tal físi co, ou capa ci -da de físi ca da empre sa indi ca que esta deve man ter sem pre a sua capa ci da de ope ra -cio nal, medi da por meio do con jun to de bens e direi tos neces sá rios às suas ati vi da des

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ope ra cio nais, de forma que possa garan tir a capa ci da de de gera ção de lucros. Nessecon cei to, a empre sa deve man ter sem pre o valor mone tá rio a pre ços atua li za dos dos ati vos neces sá rios para suas ope ra ções.

O con cei to de manu ten ção do capi tal finan cei ro está liga do à atua li za ção mone -tá ria do capi tal inves ti do, em ter mos de custo de opor tu ni da de ou índi ces gerais depre ços. Esse con cei to cen tra-se, então, na atua li za ção mone tá ria do capi tal inves ti do,sem espe ci fi car os bens que a empre sa deve ter em seu poder.

Esses dois con cei tos podem ser visua li za dos de maneira sim ples e resu mi daden tro de uma demons tra ção de resul ta dos (Horngren et al., 1996, p. 781).Considere que uma empre sa inves tiu $ 100.000 em capi tal, que foi ime dia ta men teuti li za do na com pra de mer ca do rias. As mer ca do rias foram ven di das, um ano depois, por $ 150.000. O custo de repo si ção do inven tá rio de mer ca do rias, um ano depois, é de $ 120.000. Não houve infla ção no perío do.

Manutenção do Manutenção doCapital Financeiro Capital Físico

Vendas $ 150.000 $ 150.000Custo das Vendas $ 100.000 $ 120.000Lucro $ 50.000 $ 30.000

Nesse exem plo, sob a ótica da manu ten ção do capi tal físi co, o lucro a ser dis tri -buí do pre ci sa ter como parâ me tro o resul ta do ava lia do em $ 30.000. Se dis tri buir os$ 50.000, a empre sa neces si ta rá de mais $ 20.000, para repor sua capa ci da de físi caope ra cio nal.

Lucro que Pode Ser DistribuídoConsiderando o con cei to de manu ten ção do capi tal, Szuster (1985) defi ne qual deveser o lucro pas sí vel de dis tri bui ção: todo o lucro não neces sá rio à manu ten ção do capi talpode ser dis tri buí do.

Dentro dessa abor da gem, a polí ti ca de divi den dos deve rá ter como base um mode -lo de men su ra ção do capi tal físi co e do finan cei ro. O capi tal físi co terá como refe ren -cial o valor dos ati vos neces sá rios para a manu ten ção da capa ci da de de gera ção de lucros; o capi tal finan cei ro terá como refe ren cial o custo finan cei ro de opor tu ni da de de mer ca do e infla ção geral de pre ços. O lucro a ser dis tri buí do será o valor da empre -sa que exce der o valor do capi tal a ser man ti do.

O Caso Brasileiro – Algumas CaracterísticasA legis la ção bra si lei ra, basi ca men te por meio da Lei no 6.404/76, das Sociedades porAções, exige a dis tri bui ção de divi den dos, que deve cons tar do esta tu to social da

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com pa nhia. Caso não haja a pre vi são de dis tri bui ção de divi den dos no esta tu to, estedeve rá ser pelo menos 25% do lucro líquido do exercício.

Tributação e Classes de Ações

No for ma to de divi den dos, os lucros dis tri buí dos não são tri bu ta dos na dis tri bui çãopela com pa nhia dis tri bui do ra, mas não podem ser con si de ra dos como des pe sasdedu tí veis para fins de impos tos sobre o lucro. Também não sofrem nenhu ma tri bu -ta ção na decla ra ção de ren di men tos das pes soas físi cas ou jurí di cas que os rece be rem.

Caso não haja a con di ção de tag along2 no esta tu to da com pa nhia, as ações pre -fe ren ciais rece be rão 10% a mais do valor do divi den do por ação des ti na do às açõesordi ná rias. Assim, se os divi den dos des ti na dos às ações ordi ná rias forem de $ 1,20por ação, as pre fe ren ciais rece be rão $ 1,32 por ação.

Juros sobre o Capital Próprio (JSCP)

No Brasil, foi cria da em 1995 a figu ra da dedu ti bi li da de dos juros sobre o patri mô niolíqui do (JSPL), pagos às pes soas físi cas e jurí di cas deten to ras das ações do capi tal dasempre sas (Artigo 9o da Lei no 9.249, de 26/12/95).

A empre sa pode rá dedu zir os juros, para fins dos impos tos sobre o lucro, dasimpor tân cias pagas aos acio nis tas sob essa figu ra jurí di ca. Os JSCP serão cal cu la dospela taxa de juros de longo prazo (TJLP) sobre o total do patri mô nio líqui do,excluin do-se o valor das reser vas de rea va lia ção, e pode rão ser con si de ra dos divi -den dos dis tri buí dos para fins de divi den do míni mo obri ga tó rio.

A empre sa pode dis tri buir até 50% do lucro líqui do do perío do após os impos -tos sobre o lucro, ou até 50% dos lucros acu mu la dos – dos dois o maior. A dis tri bui -ção dos JSCP será tri bu ta da na fonte em 15% e con si de ra da exclu si va para pes soasfísi cas, e apro vei tá vel em futu ras dis tri bui ções de lucros para pes soas jurí di cas rece -be do ras. Tributariamente, os JSCP são con si de ra dos des pe sas finan cei ras para quempaga e recei ta fi nan cei ra tri bu tá vel para pes soas jurí di cas que rece bem.

Essa figu ra é muito inte res san te, pois per mi te uma dis tri bui ção maior de resul -ta dos, ao mesmo tempo que enco ra ja as empre sas a se capi ta li za rem com lucrosreti dos, evi tan do maior endi vi da men to finan cei ro. Os divi den dos dis tri buí dos,outros sim, levam a van ta gem de não ser tri bu ta dos por quem rece be.

DECISÃO DE DIVIDENDOSMM193

2 Condição que deter mi na que, no caso de venda das ações ordi ná rias pelo grupo con tro la dor,a com pa nhia deve rá garan tir aos acio nis tas pre fe ren ciais a con di ção de ven der suas ações aocom pra dor, que deve rá obri ga to ria men te com prar por no míni mo 80% do valor pago pelasordi ná rias.

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Considerando a reten ção de 15% de IR e a dedu ti bi li da de para a empre sa, há umganho finan cei ro de 19% para a empre sa que dis tri bui. O ganho será um bene fí ciopara os acio nis tas pes soas físi cas em dis tri bui ções futu ras. No ato, con tu do, o acio -nis ta rece be 15% a menos do que rece be ria sob a forma de divi den dos.

Efeito da Dedutibilidade dos JSCP 34% dos Impostos sobre o LucroRetenção de IR na Fonte 15%Ganho Financeiro para a Empresa Distribuidora 19%

* Para a Receita Federal, os JSCP são con si de ra dos recei tas finan cei ras tri bu tá veis pelo PIS eCofins.

Questões e Exercícios1. Considere os seguin tes dados de uma com pa nhia aber ta:

Lucro Patrimônio LucroLíquido – $ Líquido – $ Distribuído – $

Período 1 35.000 175.000 20.000Período 2 32.000 187.000 22.000Período 3 45.000 210.000 22.000

O capi tal da empre sa é expres so por 50 mil ações. Calcule o lucro por ação decada perío do.

2. Com os mes mos dados do exer cí cio ante rior, ima gi ne que, no lugar do lucro dis -tri buí do apre sen ta do, a empre sa use um mode lo de dis tri bui ção na pro por ção dolucro, da ordem de 60% do lucro líqui do. Qual será o lucro por ação em cadaperío do?

3. Ainda con si de ran do os dados do Exercício 1, supo nha que a empre sa, em vez de dis -tri buir em dinhei ro os $ 22.000, o faça em ações boni fi ca das. Para tanto, toma comobase do valor da ação a média entre o valor de mer ca do cor ren te, que é de $ 3,80, eo valor patri mo nial do Período 3. Calcule a quan ti da de de ações a ser emi ti da eentre gue em ações, bem como o novo valor patri mo nial após essa boni fi ca ção.

4. Tomando os mes mos dados do Exercício 1, con si de re que o valor de mer ca do daação ao final dos perío dos 1 e 2 tenha sido, res pec ti va men te, $ 5,00 e $ 4,00.Calcule a ren ta bi li da de anual, toman do como base o valor de mer ca do e os divi -den dos rece bi dos.

5. Com os dados obti dos no Exercício 4, cal cu le a ren ta bi li da de do patri mô niolíqui do nos perío dos 1 e 2, e faça suas obser va ções após uma aná li se com pa ra -ti va entre os dados obti dos.

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8 Introdução à Gestão do Capital de Giro

Podemos defi nir a ges tão do capi tal de giro como a ges tão do ciclo de com prar, pro -du zir e ven der ou reven der pro du tos e ser vi ços. Ela se carac te ri za pela ges tão docon jun to de ati vi da des do sis te ma empre sa neces sá rias para gerar pro du tos e ser vi -ços e entre gá-los para sua comu ni da de de clien tes. Significa, por tan to, a ges tão dauti li za ção dos recur sos neces sá rios para o pro ces so de trans for ma ção, a ges tão do pro ces so de trans for ma ção dos pro du tos e ser vi ços e, final men te, a ges tão dopro ces so de entre ga dos pro du tos e ser vi ços aos clien tes.

Esse con jun to denominamos gestão ope ra cio nal. Em outras pala vras, a ges tão ope -ra cio nal cor res pon de à ges tão dos com po nen tes do capi tal de giro da empre sa, jun-tamente com a ges tão dos recur sos imo bi li za dos.

Ciclo Operacional, Ciclo Econômico e Ciclo Financeiro

É extre ma men te impor tante a com preen são do ciclo com ple to de cada ati vi da de. Elepode ser expres so em três con cei tos de ciclos: ciclo ope ra cio nal, ciclo eco nô mi co eciclo finan cei ro.

O ciclo ope ra cio nal cor res pon de a todas as ações neces sá rias e exer ci das para odesem pe nho de cada ati vi da de. É o pro ces so de ges tão de cada ati vi da de que incluipla ne ja men to, exe cu ção e con tro le.

O ciclo eco nô mi co evi den cia os even tos eco nô mi cos no momen to em que elesacon te cem, bem como a sua men su ra ção eco nô mi ca. É no ciclo eco nô mi co que seapura o resul ta do do desem pe nho das ati vi da des.

O ciclo finan cei ro cor res pon de ao pro ces so de efe ti va ção finan cei ra de cada even -to eco nô mi co em ter mos de fluxo de caixa.

Ciclos e Aspecto Temporal

Os ciclos são repre sen ta dos pelos momen tos de rea li za ção dos even tos prin ci pais, emter mos de trans cor rer de tempo. O mais comum é a iden ti fi ca ção da dura ção dos ciclos em quan ti da de de dias. Obviamente, algu mas ati vi da des e tare fas são desem -pe nha das em horas ou minu tos. Porém, é tra di cio nal evi den ciar os ciclos em ter mosde trans cor rer de dias.

Quanto maior o ciclo, ou seja, quan to maior a quan ti da de de dias para se exe cu -tar um ciclo ope ra cio nal com ple to, maior a neces si da de de recur sos eco nô mi cosneces sá rios para a manu ten ção das ati vi da des. Dessa manei ra, uma ges tão fun da -men tal ope ra cio nal é a ges tão do tempo.

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Há uma neces si da de cons tan te de tentar abre viar o tempo de exe cu ção das tare -fas e ati vi da des, obje ti van do maior pro du ti vi da de dos recur sos (o con cei to de maiorgiro dos ati vos), bem como sua oti mi za ção eco nô mi ca, con su min do menor quan ti -da de de recur sos eco nô mi cos e, con se quen te men te, tendo menor neces si da de decapi tal e dos cus tos finan cei ros envol vi dos para obten ção desse capi tal.

Podemos evi den ciar gra fi ca men te os três ciclos, em seus aspec tos prin ci pais, con -for me mos tra a Figura 8.1, con si de ran do uma empre sa indus trial.

Ciclo Operacional

Compreende todas as ações neces sá rias para a ges tão da ati vi da de. Conforme evi -den cia do na Figura 8.1, vai desde o momen to do pla ne ja men to da pro du ção e dorece bi men to da ordem de com pra até a ges tão dos pedi dos de venda, a entre ga do pro du to ou ser vi ço e o rece bi men to da venda. Envolve desde o momen to T0 atéo momen to T9.

Ciclo Econômico

Caracteriza-se pelo pro ces so de con su mo de recur sos, pro du ção e entre ga do pro du -to ou ser vi ço. Em cada um dos momen tos do ciclo eco nô mi co há pos si bi li da de eneces si da de de men su ra ção dos even tos nele con ti dos. Assim, há a neces si da de demen su ra ção do custo do con su mo e esto ca gem dos recur sos, do even to da pro du çãoe esto ca gem dos pro du tos finais, bem como do valor da venda. Compreende desdeo momen to T2 até o momen to T7.

Ciclo Financeiro

O ciclo finan cei ro em geral é dife ren te do ciclo eco nô mi co, pois os momen tos depaga men to e rece bi men to dos valo res dos even tos eco nô mi cos nor mal men te sãopro lon ga dos por pra zos de paga men to e rece bi men to. Os pra zos de paga men to erece bi men to, além das con di ções nor mais de cré di to ofe re ci das pelas empre sas, sãouti li za dos pela neces si da de físi ca de se ope ra cio na li zar a efe ti va ção finan cei ra dastran sa ções. As empre sas neces si tam de um tempo míni mo para, após o rece bi men todo pro du to ou ser vi ço, pro vi den ciar o seu paga men to. O ciclo finan cei ro cor res pon -de ao inter va lo entre os momen tos T3 e T9.

Apesar de o even to crédito dos impos tos sobre as com pras ser um com po nen te dociclo finan cei ro, o seu paga men to é efe ti va do ao for ne ce dor e este reco lhe os impos -tos aos órgãos gover na men tais. Os impos tos cre di ta dos são então con ta bi li za dos epos te rior men te dedu zi dos dos impos tos gera dos sobre a venda. O reco lhi men toacon te ce nos pra zos deter mi na dos pelo gover no, que não têm cor re la ção com oprazo dado pela empre sa a seus clien tes.

196MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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INTRODUÇÃO À GESTÃO DO CAPITAL DE GIROMM197

T0T1

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Mensuração e Gestão do Ciclo Operacional

Normalmente, a men su ra ção do ciclo ope ra cio nal, para fins de sua ges tão, é basea dano trans cor rer do tempo. Assim, o acom pa nha men to dos dias trans cor ri dos entretodos os momen tos do ciclo ope ra cio nal é uma ges tão fun da men tal para a oti mi za -ção do pró prio ciclo.

O fun da men to da ges tão do tempo do ciclo ope ra cio nal está em que, gas tan do-seo menor tempo pos sí vel, a empre sa pode rá acio nar mais rapi da men te o desem pe nhode suas ati vi da des outra vez, con se guin do com isso um giro maior dos recur sos à dis -po si ção das ati vi da des. O maior giro, ou maior rota ção, é evi dên cia de maior pro du -ti vi da de na uti li za ção dos recur sos e, con se quen te men te, meno res cus tos e maio res ganhos.

Dentro do pro ces so nor mal de desem pe nho das ope ra ções, que é de modo con -tí nuo e inin ter rup to, o ciclo ope ra cio nal não fica cla ra men te visí vel. Porém, a cadatér mi no de um ciclo ope ra cio nal, a empre sa está acio nan do um novo ciclo, e assimsuces si va men te. Portanto, quan to menos tempo for des pen di do em cada uma dastare fas de cada ati vi da de mais vezes o ciclo será acio na do, e have rá aumen to da pro -du ti vi da de e resul ta dos eco nô mi cos.

Exemplo: Mensuração do Ciclo Operacional em Dias

Tomando como base os ele men tos da Figura 8.1 e atri buin do arbi tra ria men te quan -ti da de de dias para todos os momen tos tem po rais do ciclo, pode mos men su rar ociclo ope ra cio nal em dias.

198MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Atividade Dias Necessários para Desenvolver a Atividade

Planejamento da Produção 5Emissão de Ordem de Compra 2Recebimento do Material 90Pagamento ao Fornecedor 30*Consumo de Materiais na Fábrica 60Processo de Fabricação – Produção 60Estoque de Produtos Acabados 30Processamento do Pedido do Cliente 10Venda 5Recebimento da Venda 30

Ciclo Operacional 292

* Apesar de cons tar do ciclo ope ra cio nal, o paga men to ao for ne ce dor é exe cu ta do em para le lo ao con su mo do mate rial e ao pro ces so defabri ca ção. Assim, essa quan ti da de de dias não deve ser soma da ao ciclo ope ra cio nal, para não dupli car a quan ti da de físi ca de dias.

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Pode pare cer exa ge ro uma quan ti da de de 292 dias para exe cu tar um ciclo ope ra cio -nal den tro de uma indús tria com algu ma com ple xi da de de tec no lo gia e pro ces so pro -du ti vo. Contudo, há que se con si de rar todos os fato res envol vi dos no pro ces so, comoexem pli fi ca re mos a seguir.

O pri mei ro gran de ciclo em dias é o rece bi men to do mate rial. Esse prazo acon te ceentre o momen to em que o for ne ce dor rece be o pedi do até o momen to em que amer ca do ria enco men da da aden tra na empre sa. Para alguns pro ces sos pro du ti vos dematé ria-prima far ta men te dis po ní vel e pul ve ri za da, é pos sí vel que o tempo sejaextre ma men te redu zi do. Contudo, o prazo para entre ga pode ser muito gran de,tanto em fun ção do mate rial quan to do for ne ce dor. Como exem plo, pode mos citarmate riais impor ta dos, cujo pro ces so de inter na ção deman da mui tos dias, nor mal -men te meses, tanto em fun ção do tipo de trans por te (a maior parte é marí ti ma) comodo pro ces so buro crá ti co adua nei ro.

Em nosso exem plo, o prazo entre o rece bi men to do mate rial e sua uti li za ção pelafábri ca é de 60 dias, apa ren te men te muito gran de. Contudo, as empre sas têm nor mal -men te polí ti cas de esto ca gem de segu ran ça, para pre ven ção de pro ble mas con jun tu raise ini bir a inter rup ção de for ne ci men to. Obviamente, depen den do do pro du to e domate rial, pra zos de esto ca gem extre ma men te cur tos podem ser obti dos.

O pro ces so de fabri ca ção com preen de todas as eta pas neces sá rias para criar opro du to par tin do de seus mate riais bási cos. Alguns pro du tos não levam mais do quesegun dos ou minu tos para ser pro du zi dos, con si de ran do tec no lo gias auto ma ti za das(pro du tos de plás ti cos, por exem plo). Outros pro du tos, que nor mal men te exi gempro ces sos manuais de mon ta gem, emba la gem e expe di ção, ou matu ra ção pelo pró -prio trans cor rer do tempo (pro du tos por enco men da, agro bu si ness, por exem plo),deman dam dias ou meses para sua pro du ção.

A quan ti da de neces sá ria de dias para esto ca gem dos pro du tos já aca ba dos tam -bém depen de do tipo de pro du to e do pro ces so de comer cia li za ção. Algumasempre sas optam por maior esto ca gem de pro du tos aca ba dos, obje ti van do sem preter pro du tos à mão para pron ta entre ga.

O pro ces sa men to inter no do pedi do do clien te pode ser total men te eli mi na docomo adi ção de dias ao ciclo ope ra cio nal se ele for feito para le la men te com outroscom po nen tes do ciclo. Contudo, o mais comum é ter pro du tos em esto que, e otempo de pro ces sa men to do pedi do do clien te impe de a venda ime dia ta.

O prazo para venda está entre o momen to do pedi do já pro ces sa do e sua expe -di ção por qual quer meio de trans por te. O prazo de rece bi men to da venda depen detanto da polí ti ca de cré di to da empre sa como do prazo cos tu mei ro no setor de atua -ção da empre sa.

Ciclos Econômico e Financeiro em DiasO ciclo eco nô mi co com preen de todos os perío dos de esto ca gem e o perío do de pro -du ção até a venda. Em nosso exem plo, com preen de ria:

INTRODUÇÃO À GESTÃO DO CAPITAL DE GIROMM199

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Estocagem de Materiais 60 diasProcesso de Fabricação 60 diasProdutos Acabados 30 diasVenda 5 diasTotal 155 dias

O ciclo finan cei ro com preen de as eta pas do paga men to das com pras de mate riaisaté o rece bi men to da venda. Em nosso exem plo, seria:

Ciclo Econômico 155 dias( – ) Prazo do Fornecedor (30) dias( + ) Prazo de Recebimento da Venda 30 diasTotal 155 dias

Redução dos Dias do Ciclo: Uma Atividade Fundamental

A ges tão do tempo do ciclo ope ra cio nal é uma ges tão con tí nua e inin ter rup ta nabusca do menor tempo pos sí vel para todas as ati vi da des. Todos os tem pos exem pli -fi ca dos ante rior men te devem ser obje tos de polí ti cas espe cí fi cas para obter suaredu ção, por meio do seu con tí nuo moni to ra men to e da busca de novas alter na ti -vas e téc ni cas de ges tão.

Conceitos de Gestão Operacional e Tecnologia de Informação1

Just-in-Time, Teoria das Restrições, Produção Lean, Kanban, Produção Modular,MRP e Células de Produção são os con cei tos mais uti li za dos para a redu ção do cicloope ra cio nal, a maior parte apoia da por soft wa res para sua imple men ta ção. Cadaempre sa deve estar aten ta a quais con cei tos se adap tam melhor a seu pro du to epro ces so pro du ti vo para uti li zá-los de maneira oti mi za da.

A uti li za ção dos sis te mas inte gra dos de ges tão (ERP – Enterprise ResourcePlanning), aco pla dos com outras solu ções ofe re ci das pela tec no lo gia de infor ma ção(CRM, ECR, EDI, Internet, E-Procurement, dis po si ti vos por tá veis etc.), tem sido ocami nho preferido para bus car melho ria sig ni fi ca ti va no ciclo ope ra cio nal, já que aatual tec no lo gia da infor ma ção per mi te maior inte gra ção e velo ci da de supe rior decomu ni ca ção de dados.

200MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

1 Temas desen vol vi dos em Padoveze (2000b).

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Mensuração e Gestão dos Ciclos Econômico e FinanceiroJá vimos que o ciclo ope ra cio nal deve ser men su ra do em ter mos de valor, para suages tão eco nô mi ca e finan cei ra. Tanto a men su ra ção quan to a ges tão dos ciclos eco -nô mi co e finan cei ro podem ser fei tas de duas manei ras:

1. men su ra ção eco nô mi ca indi vi dua li za da, idea li za da ou padrão;2. men su ra ção eco nô mi ca gené ri ca, por meio dos demons tra ti vos con tá beis.

A pri mei ra meto do lo gia de men su ra ção é feita par tin do-se dos dados levan ta dosna iden ti fi ca ção do ciclo ope ra cio nal com ple to, em dias, e dos valo res do custo dosrecur sos envol vi dos e neces sá rios para o desem pe nho de cada ati vi da de das diver saseta pas do ciclo. A segun da meto do lo gia – a mais uti li za da e a que empre ga re mos –parte dos valo res con tá beis dos itens repre sen ta ti vos do ciclo ope ra cio nal (con tas arece ber, esto ques, con tas a pagar, impos tos a reco lher), obti dos no balan ço patri mo -nial, e rela cio na-os com os valo res resul tan tes e inter-rela cio na dos com esses ele men tos do giro, den tro da demons tra ção de resul ta dos, obten do os pra zos médios das ati vi da des expres sos em dias ou em giro.

Mensuração Contábil dos Ciclos Econômico e Financeiro A men su ra ção con tá bil dos ciclos eco nô mi co e finan cei ro da empre sa é feita por meiodos dados dos demons tra ti vos con tá beis, do balan ço patri mo nial e da demons tra çãode resul ta dos, trans for man do os dados dos ele men tos do giro inter-rela cio na dos emindi ca do res de ati vi da des ou pra zos médios, indi ca dos em dias ou em núme ro degiros (rota ção).

Tomando como base os dados cons tan tes dos demons tra ti vos con tá beis doCapítulo 9, tabe las 9.1 e 9.2, apre sen ta mos os indi ca do res dos ciclos eco nô mi co efinan cei ro mais uti li za dos, tanto no con cei to de giro como no con cei to de dias.Utilizaremos os dados da demons tra ção dos resul ta dos do ano de X1 e do balan çopatri mo nial de 31.12.x1.

Estocagem de Materiais

Consumo de MateriaisGiro do Estoque (GE) =

Estoque de Materiais

$ 10.025.476GE = = 5,61 vezes

$ 1.788.347

Normalmente, a infor ma ção do valor do con su mo de mate rial não está dis po ní -vel nos demons tra ti vos con tá beis publi ca dos. Como nosso foco é a ges tão inter na,

INTRODUÇÃO À GESTÃO DO CAPITAL DE GIROMM201

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essa infor ma ção deve rá ser gera da nor mal men te pelo sis te ma con tá bil. De qual quermaneira, ela pode ser esti ma da por meio das fór mu las de inter-rela cio na men to entreas con tas dos ele men tos con tá beis envol vi das, mais uma esti ma ti va de impos tos médios das com pras, já que o con su mo de mate riais é líqui do dos impos tos.

Vejamos como isso é feito:

Consumo de Materiais $ 10.025.476( + ) Estoque Final de Materiais $ 1.788.347( – ) Estoque Inicial de Materiais ($ 1.800.000)= Compras de Materiais, Líquidas de Impostos $ 10.013.823

( + ) Impostos sobre Compras (18%) $ 1.802.488= Compras Brutas $ 11.816.311

Estoque de Materiais x 360 diasDias em Estoque =

Consumo de Materiais

$ 1.788.347 x 360Dias em Estoque = = 64,21 dias (64 dias)

$ 10.025.476

Esses indi ca do res dizem que o esto que de mate riais gira 5,61 vezes no ano e que,em média, o esto que de mate riais tem valo res esto ca dos que cor res pon dem a 64 diasdo con su mo médio de mate riais de um ano de pro du ção.

Pagamento de Fornecedores

Fornecedores (Dupls. a Pagar) x 360 diasPrazo Médio de Pagamento =

Compras de Materiais (Bruto)

$ 679.377 x 360Prazo Médio de Pagamento = = 20,70 dias (21 dias)

$ 11.816.311

Esse indi ca dor nos mos tra que o prazo médio de paga men to da empre sa é de 21dias, ou seja, os for ne ce do res, em média, dão um prazo de 21 dias para a empre sapagar suas com pras de mate riais.

Estocagem de Produtos em Processo

Custo dos Produtos VendidosGiro do Estoque (GE) =

Estoque de Produtos em Processo

202MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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INTRODUÇÃO À GESTÃO DO CAPITAL DE GIROMM203

$ 15.122.900GE= = 18,02 vezes

$ 839.145

Estoque de Produtos em Processo x 360 diasDias em Estoque =

Custo dos Produtos Vendidos

$ 839.145 x 360Dias em Estoque = = 19,97 dias (20 dias)

$ 15.122.900

Esses indi ca do res evi den ciam que a fábri ca con se gue pro du zir 18 ciclos de fabri -ca ção, ou seja, con se gue, ao longo do ano, fabri car 18 vezes a linha de pro du tos. Em outras pala vras, o ciclo pro du ti vo da empre sa, do con su mo de mate riais até a pro du -ção final, leva ape nas 20 dias.

Estocagem de Produtos Acabados

Custo dos Produtos VendidosGiro do Estoque (GE) =

Estoque de Produtos Acabados

$ 15.122.900GE = = 22,48 vezes

$ 672.679

Estoque de Produtos Acabados x 360 diasDias em Estoque =

Custo dos Produtos Vendidos

$ 672.679 x 360Dias em Estoque = = 16,01 dias (16 dias)

$ 15.122.900

Recebimento de Clientes

Clientes (Dupls. a Receber) x 360 diasPrazo Médio de Recebimento =

Vendas (Receita Operacional Bruta)

$ 2.048.604 x 360Prazo Médio de Recebimento = = 30,88 (31 dias)

$ 23.883.989

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O dado obti do indi ca que a empre sa demo ra, em média, 31 dias para rece ber ovalor das ven das. Em outras pala vras, a car tei ra de clien tes a rece ber repre sen ta 31 dias de ven das médias diá rias.

Gestão do Capital de GiroA ter mi no lo gia capital de giro vem da visão cir cu lar do pro ces so ope ra cio nal degera ção de lucros: com prar esto ques, pro du zir, ven der e rece ber, vol tar a com praresto ques, pro du zir e ven der/rece ber. Em ter mos con tá beis, o capi tal de giro é repre -sen ta do pelo total do ativo cir cu lan te, tam bém deno mi na do capital de giro bruto.

Capital de Giro PróprioComo os esto ques podem ser pro vi so ria men te finan cia dos, por meio das dupli ca tas apagar de for ne ce do res, pra zos de impos tos a reco lher e pra zos para paga men tos dossalá rios dos fun cio ná rios e des pe sas, finan cei ra men te o valor do dinhei ro neces sá riopara o giro normal dos negó cios da empre sa pode ser menor. Assim, deno mi na-secapital de giro pró prio (CGP) a dife ren ça entre o ativo cir cu lan te e o pas si vo cir cu lan te.

Eventualmente, alguns ele men tos clás si cos do capi tal de giro podem estar nolongo prazo, tanto no ativo (rea li zá vel a longo prazo) como no pas si vo (exi gí vel a longo prazo). Contudo, nor mal men te os ele men tos patri mo niais des ses dois gru posdo balan ço evi den ciam direi tos ou inves ti men tos de longo prazo, no ativo, e dívi dasde longo prazo no pas si vo, razão que não leva re mos em con si de ra ção esses gru pospatri mo niais neste tópi co do tra ba lho.

Tomando como base os dados das tabe las 9.1 e 9.2, 31.12.x1, tería mos:

Capital de Giro (Bruto) = $ 6.911.945 (Ativo Circulante)

Capital de Giro Próprio = $ 6.911.945 (Ativo Circulante)(-) $ 3.446.209 (Passivo Circulante)= $ 3.465.736 (Capital Circulante Líquido)

Reclassificação do Balanço Patrimonial para Fins de FinançasPara fins de aná li se finan cei ra, os pas si vos cir cu lan tes devem ser con si de ra dos redu -to res do ativo cir cu lan te. Assim, temos que colo cá-los no ativo, com sinal nega ti vo:

Balanço Tradicional

Ativo Circulante $ 6.911.945 Passivo Circulante $ 3.446.209Realizável a Longo Prazo $ 8.000 Exigível a Longo Prazo $ 4.838.435Outros Ativos Não

Circulantes (1) $ 5.634.775 Patrimônio Líquido $ 4.270.075Ativo Total $ 12.554.719 Passivo Total $ 12.554.719

204MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

(1) Investimentos, Imobilizado e Intangíveis

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Capital de Giro no Balanço Financeiro

Outros Ativos Não Circulantes $ 6.911.945(-) Passivo Circulante $ (3.446.209) Exigível a Longo Prazo $ 4.838.435= Capital de Giro Próprio $ 3.465.736Realizável a Longo Prazo $ 8.000Outros Ativos Não

Circulantes (1) $ 5.634.775 Patrimônio Líquido $ 4.270.075Ativo Total $ 9.108.511 Passivo Total $ 9.108.510

(1) Investimentos, Imobilizado e Intangíveis

Elementos do Capital de Giro PróprioDentro da visão tra di cio nal, os com po nen tes do capi tal de giro são todas as con tasdo ativo cir cu lan te e do pas si vo cir cu lan te. Os prin ci pais ele men tos são:

• Disponibilidades (Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras);• Contas a Receber de Clientes (Duplicatas a Receber);• Estoques (Materiais, em Processo e Acabados);• Contas a Pagar a Fornecedores (Duplicatas a Pagar);• Outras Contas a Pagar (Despesas Provisionadas);• Salários e Encargos a Pagar;• Impostos a Recolher sobre Mercadorias.

Outras con tas menos comuns e até de mon tan te menos sig ni fi ca ti vo, para amaio ria das empre sas, tam bém devem ser con si de ra das no capi tal de giro:

• Impostos a Recuperar (IR de Aplicações Financeiras, Saldo Credor de IPI/ICMSetc.);

• Provisão para Devedores Duvidosos;• Títulos Descontados;• Provisão Retificadora de Estoques;• Adiantamentos de Fornecedores;• Despesas do Exercício Seguinte (Despesas Antecipadas);• Adiantamento de Clientes;• Impostos a Recolher sobre o Lucro;• Empréstimos de Curto Prazo;• Dividendos ou Lucros a Distribuir.

Cada uma des sas con tas mere ce uma ges tão dife ren cia da, pois tem suas carac te -rís ti cas pró prias. Contudo, as prin ci pais con tas, obje to de estu do mais apro fun da do,são: Estoques, Clientes e Fornecedores, que for mam a espi nha dor sal do con cei to decapi tal de giro pró prio.

INTRODUÇÃO À GESTÃO DO CAPITAL DE GIROMM205

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O Modelo Fleuriet – Contas Cíclicas e Erráticas e Necessidade Líquida de Capital de GiroFleuriet et al. (1978) desen vol ve ram um mode lo de admi nis tra ção do capi tal de girocha ma do de Análise Financeira Dinâmica. Esse mode lo reto ma o tema da liqui dez eseus indi ca do res, suge rin do uma abor da gem nova e dife ren te da abor da gem da aná -li se de balan ço tra di cio nal. Seu mode lo foi desen vol vi do, com algu mas adap ta ções,por Olinquevitch e De Santi (1987).

Para desen vol ver seu mode lo, Fleuriet e outros sepa ra ram os ele men tos do giro, clas -si fi can do-os em dois tipos em rela ção ao seu com por ta men to com o ciclo ope ra cio nal:

a) con tas cíclicas, ou seja, con tas de natu re za ope ra cio nal;b) con tas erráticas, ou seja, as demais con tas do cir cu lan te.

As con tas cícli cas “são as que se rela cio nam dire ta men te com o ritmo ope ra cio nal,refle tin do, em seus sal dos, o nível de ope ra ções fins da empre sa... As con tas errá ti cassão aque las cujos sal dos evo luem sem qual quer rela ção com o ritmo das ope ra ções,poden do, por tan to, ser zera dos quan do a empre sa esti ver desem pe nhan do nor mal -men te suas ati vi da des” (Fioravanti, 1999, p. 15).

As con tas cícli cas rele van tes são: dupli ca tas a rece ber de clien tes, esto ques, des pe -sas pagas ante ci pa da men te – no ativo; dupli ca tas a pagar de for ne ce do res, obri ga çõestri bu tá rias inci den tes sobre o fatu ra men to, obri ga ções tra ba lhis tas – no pas si vo. Ascon tas errá ti cas rele van tes são: caixa, ban cos, apli ca ções finan cei ras, mútuos com con -tro la das e coli ga das, outras con tas cor ren tes – no ativo; finan cia men tos ban cá rios,títu los des con ta dos, pro vi sões de impos tos sobre o lucro, mútuos com con tro la das ecoli ga das, outras con tas a pagar – no pas si vo.

Considerando as natu re zas dife ren cia das das con tas do giro, há uma reclas si fi ca -ção do capi tal cir cu lan te: as con tas cícli cas são clas si fi ca das como giro, e, con se quen -te men te, o total dos ati vos cícli cos menos o total dos pas si vos cícli cos indi ca aNecessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG). As demais con tas, de cará ter finan cei -ro e não vin cu la das às ope ra ções, são deno mi na das Contas de Tesouraria, e só com elasdevem ser cal cu la das a liqui dez empre sa rial e a capa ci da de de sol vên cia da empre sano curto prazo. Com os dados do exem plo ini cial, apre sen ta mos uma reclas si fi ca çãocon for me a abor da gem dinâ mi ca do Modelo Fleuriet.

O aspec to fun da men tal dessa abor da gem, que tem como obje ti vo ofe re cer ummode lo de deci são com ple to para admi nis tra ção do capi tal de giro (Braga, 1991),cen tra-se no con cei to de que as con tas cícli cas são neces sá rias para o ritmo das ope -ra ções e, por tan to, não podem ser rea li za das, sob pena de com pro me ter a con ti nui -da de da empre sa. Além de as con tas cícli cas não pode rem ser rea li za das, e, con se -quen te men te, ser uti li za das para qui ta ção de obri ga ções finan cei ras (pas si vos errá ti -cos), o saldo das con tas cícli cas varia com o nível de ati vi da de da empre sa. Em outraspala vras, sem pre que exis tir um aumen to no volu me de pro du ção ou ven das, have -rá a neces si da de de ampliar os inves ti men tos e a reten ção de giro para fazer face a

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esse novo nível de ati vi da de. (O inver so tam bém é váli do: sem pre que hou ver redu -ção do nível de ati vi da de, deve rá haver redu ção da neces si da de de giro.2)

Dentro dessa abor da gem, a neces si da de líqui da de capi tal de giro equi pa ra-se a umcon cei to de per ma nen te, mesmo que, à luz dos prin cí pios con tá beis geral men te acei tos,não o seja. Porém, em uma abor da gem pura men te geren cial, não há pos si bi li da de dedis por dos ele men tos do giro (clien tes, esto ques), por que eles são neces sá rios eimpres cin dí veis para man ter o nível de ati vi da de da com pa nhia.

No exem plo apre sen ta do ante rior men te, a NLCG é de $ 3.763.970. Este valor nãodeve ser dis po ni bi li za do para paga men to de obri ga ções, pois é neces sá rio para amanu ten ção das ope ra ções.

Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG) = Ativos Cíclicos ( – ) Passivos CíclicosNLDG = $ 5.308.977 ( – ) $ 1.545.007

NLDG = $ 3.763.970

Necessidade de Capital de Giro, Crescimento da Empresa e Financiamento do Capital de GiroEm linhas gerais, as empre sas bus cam desem pe nhar um mode lo de crescimentocons tan te, ganhan do ou amplian do mer ca dos. Dentro dessa pre mis sa, há sem pre

INTRODUÇÃO À GESTÃO DO CAPITAL DE GIROMM207

ATIVO CIR CU LAN TE PAS SI VO CIR CU LAN TE

Contas Erráticas 1.602.967 Contas Erráticas 1.901.202Caixa/Bancos 1.000 Títulos Descontados 0 Aplicações Financeiras 1.596.167 Impostos a Recolher – sobre Lucros 72.028 Impostos a Recuperar (sobre Lucros) 5.800 Empréstimos 1.649.124

Dividendos a Pagar 180.050

Contas Cíclicas 5.308.977 Contas Cíclicas 1.545.007 Contas a Receber 2.048.604 Fornecedores 679.377 Provisão Devedores Duvidosos (43.899) Salários e Encargos a Pagar 264.981Estoques 3.300.172 Contas a Pagar 120.446 Adiantamentos a Fornecedores 2.800 Impostos a Recolher – s/ Mer ca do rias 475.203Despesas do Exercício Seguinte 1.300 Adiantamento de Clientes 5.000REA LIZÁVEL A LONGO PRAZO 8.000 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 4.838.435OUTROS ATIVOS NÃO CIRCULANTES (1) 5.634.775 PATRIMÔNIO LÍQUI DO 4.270.075ATIVO TOTAL 12.554.719 ATIVO TOTAL 12.554.719

(1) Investimentos, Imobilizado e Intangíveis

Tabela 8.1 – Balanço Patri mo nial – Modelo Fleuriet

2 Estamos des con si de ran do alte ra ções nas polí ti cas ou ganhos de pro du ti vi da de nos cré di tose esto ques.

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neces si da de adi cio nal de capi tal de giro ao longo do tempo, pois o capi tal de girorepre sen ta os recur sos neces sá rios para o desem pe nho das ope ra ções da empre sa.Já dei xa mos claro que a empre sa sem pre deve rá obje ti var uma redu ção do ciclo ope -ra cio nal. Porém, den tro de deter mi na das con di ções, essa redu ção tem limi tes e ocapi tal de giro adi cio nal, com cres ci men to do nível de ati vi da de, é neces sá rio. Alémdisso, por melho res que sejam as con di ções do pla ne ja men to e do pro ces so de ges -tão ope ra cio nal, a rea li da de dos negó cios car re ga den tro de si imper fei ções, natu raisda con jun tu ra eco nô mi ca, que afe tam o valor da neces si da de de capi tal de giro.Essas con di ções natu rais de mer ca dos imper fei tos impri mem algu ma sazo na li da denas neces si da des de capi tal de giro. Essas sazo na li da des, com a evo lu ção das con -tas errá ti cas, ter mi nam por evi den ciar dois tipos de com por ta men to do capi tal degiro: um com por ta men to cícli co, que res pon de pro por cio nal men te à evo lu ção donível de ati vi da de ao longo do tempo, e um com por ta men to sazo nal ou errá ti co, queres pon de des vin cu la do da evo lu ção natu ral do ritmo das ope ra ções. Esses doiscom por ta men tos do capi tal de giro podem ser apresentados graficamente, con for -me a Figura 8.2.

208MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Tempo

$

Exigível a longo prazo mais capital próprio

Crescimento secular doativo fixo e do ativocirculante permanente

Variação sazonal

Figura 8.2 – A Neces si da de Total de Ati vos em Fun ção do Tempo.

Essa figu ra, em con so nân cia com o con cei to de con tas cícli cas e errá ti cas, e den -tro do con cei to de que a neces si da de de capi tal de giro não pode ser dis po ni bi li za daé um inves ti men to neces sá rio, igual ao ativo per ma nen te, mos tra tam bém a pos si bi -li da de de finan cia men to do capi tal de giro.

Em linhas gerais, há duas opções cla ras de finan cia men to para o capi tal de giroem rela ção ao seu com por ta men to ao longo do tempo:

• finan ciar toda a neces si da de de giro, cícli ca e sazo nal, com recur sos de longoprazo;

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• finan ciar a neces si da de de giro cícli ca com recur sos de longo prazo, cobrin do asneces si da des sazo nais com recur sos tem po rá rios de curto prazo.

Essas duas opções de finan cia men to são apre sen ta das nas figu ras 8.3 e 8.4.

INTRODUÇÃO À GESTÃO DO CAPITAL DE GIROMM209

Necessidade total de ativos

Financiamento a longo prazo

Tempo

Aplicações Temporárias

$

Figura 8.3 – Políticas Alter na ti vas de Finan cia men tos – Estra té gia F.

Necessidade total de ativos

Financiamento a longo prazo

Tempo

$

Financiamento a curto prazo

Figura 8.4 – Políticas Alter na ti vas de Finan cia men tos – Estra té gia R.

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Gestão do Capital de Giro – Visão GeralA admi nis tra ção do capi tal de giro cor res pon de basi ca men te ao moni to ra men tocom ple to do ciclo ope ra cio nal padrão ou ideal e do impac to finan cei ro que a mag ni -tu de do ciclo pro vo ca nas neces si da des dos recur sos empre sa riais.

Podemos dizer que a fun ção de con tro la do ria, em rela ção à ges tão do capi tal degiro, con sis te em apoiar os ges to res das diver sas áreas e ati vi da des da empre sa, nabusca de desem pe nho ope ra cio nal em ter mos dos padrões iden ti fi ca dos para cadaati vi da de do ciclo ope ra cio nal.

Como já vimos, os gas tos neces sá rios para o giro estão repre sen ta dos em rubri casespe cí fi cas do balan ço patri mo nial, que tem uma rela ção dire ta e inter-rela cio na dacom dados da demons tra ção de resul ta dos. Esses dados evi den ciam a rea li da de da empre sa, e, por tan to, os indi ca do res dos pra zos médios de ati vi da des extraí dosdos demons tra ti vos con tá beis devem ser con fron ta dos com os indi ca do res ideais ou padrão detec ta dos na men su ra ção indi vi dua li za da das diver sas eta pas do ciclo ope -ra cio nal.

Foco da ges tão do capi tal de giro

Indicadores do Ciclo Operacional por meio dos Prazos Médios de Atividade ReaisX

Indicadores do Ciclo Operacional Ideais ou Padrão

A Tabela 8.2 apre sen ta um mode lo de deci são para ges tão do capi tal de giro.Vamos tomar como refe rên cia ape nas os prin ci pais ele men tos repre sen ta ti vos docapi tal de giro.

Tabela 8.2 – Modelo de Deci são para Ges tão do Capi tal de Giro

210MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Dados Reais Dados Padrão Variação

$ Dias $ Dias $ Dias Percentual

Estocagem de Materiais 1.788.347 64 1.676.000 60 112.347 4 6,7%Estoque de Produtos em Processo 839.145 20 839.000 20 145 0 0,0%Estoque de Produtos Acabados 672.679 16 625.000 15 47.679 1 7,6%Total dos Estoques 3.300.171 100 3.140.000 95 160.171 5 5,1%

Fornecedores 679.377 21 646.000 20 33.377 1 5,2%Clientes 2.048.604 31 1.850.000 28 198.604 3 10,7%

Total Geral 4.669.398 110 4.344.000 103 325.398 7 7,5%

Os dados da tabe la indi cam que há um exces so de inves ti men to de $ 320.114 emcapi tal de giro, cor res pon den do a uma média de sete dias a mais do que os dadospadro ni za dos no momen to. A con tro la do ria, com os ges to res res pon sá veis pelas

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diver sas ati vi da des, deve rá iden ti fi car as razões que estão oca sio nan do as varia çõese bus car eli mi ná-las.

Principais Fatores que Afetam a Necessidade Líquida de Capital de GiroA ges tão do capi tal de giro, como já vimos, baseia-se no moni to ra men to do cicloope ra cio nal padrão. O ciclo ope ra cio nal padrão ou ideal decor re do pro ces so pro du -ti vo e dos tem pos neces sá rios para o con jun to de ati vi da des para pro du zir e ven deros pro du tos e ser vi ços.

O ciclo padrão, con tu do, pode ser alte ra do por deci sões arbi trá rias, decor ren tesde polí ti cas que a empre sa queira imple men tar, sem pre obje ti van do maior ren ta bi li -da de e den tro da estra té gia de con tí nuo cres ci men to.

Política de Crédito x Volume de VendasO saldo de con tas a rece ber (Duplicatas a Receber de Clientes) decor re das ven das aprazo da empre sa. As ven das a prazo podem ser uma neces si da de do negó cio em quea empre sa atua, mas, na maio ria das vezes, são um pro du to da polí ti ca de cré di to dacom pa nhia. Essa polí ti ca de cré di to pode ser um ele men to com pe ti ti vo dife ren cia dorda empre sa e incre men ta dor de volu me de ven das. Assim, a polí ti ca de cré di to estáinti ma men te asso cia da à varia ção do volu me ven di do.

A polí ti ca de cré di to deman da rá uma neces si da de de capi tal de giro, que aumen -ta rá se o volu me de ven das cres cer. Além disso, uma varia ção da polí ti ca de cré di topro vo ca rá mais neces si da de de capi tal de giro (se os pra zos para rece bi men to dasven das aumen ta rem), além de redu zir o capi tal de giro (se os pra zos das ven dasdimi nuí rem).

Os fato res bási cos para deter mi na ção de uma polí ti ca de cré di to são:

• volu me de ven das a ser incre men ta do com a ado ção de uma nova polí ti ca;• volu me de capi tal neces sá rio para fomen tar essa nova polí ti ca;• qual o custo de capi tal dos inves ti men tos neces sá rios (custo de opor tu ni da de);• qual a taxa a ser cobra da dos clien tes pelos pra zos con ce di dos nas ven das.3

Exemplo

Uma empre sa vende ape nas à vista. Para aumen tar seu fatu ra men to em 12%, elapre ten de ven der tudo a prazo, para 30 dias. O volu me nor mal de ven das é $ 500.000ao mês. O custo de opor tu ni da de de capi tal é de 4% ao mês. Ela pre ten de recu pe rar

INTRODUÇÃO À GESTÃO DO CAPITAL DE GIROMM211

3 Inclui o impac to dos impos tos adi cio nais fatu ra dos sobre os juros cobra dos nas ven das.

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25% a mais de custo finan cei ro na venda a prazo. Os impos tos sobre ven das, de 20%,são reco lhi dos à vista. Vamos cal cu lar o índi ce para ven der a 30 dias e o volu meneces sá rio de capi tal de giro em con tas a rece ber.

a) Custo Financeiro a Recuperar = 5% ao mês (4% + 25% = 4 x 1,25)

b) Índice para Venda a Prazo =

Venda à Vista = $ 100,00 Imposto a Recolher = $ 20,00 Receita Líquida = $ 80,00Venda a Prazo = $ 105,00 Imposto a Recolher = $ 21,00 Receita Líquida = $ 84,00

Valor Presente da Receita da Venda a Prazo = $ 105 : 1,04 = $ 100,96( - ) Imposto Recolhido (21,00)Valor Líquido 79,96Perda por Vender a Prazo 0,04Valor a Ser Incorporado na Venda a Prazo ($ 0,04 x 1,04%) 0,0416Venda a Prazo = 105,0416

Comprovação = $ 105,0416 : 1,04 = $ 101,00 (-) 21,00 Imposto = $ 80,00

c) Volume de Capital de Giro Necessário em Contas a Receber 4

$ 500.000 x 1,12 (12% a mais de ven das) = $ 560.000Impostos – 20% $ 112.000

Valor Anterior de GiroVendas à Vista $ 500.000( - ) Impostos Recolhidos – 20% (100.000)

Vendas à Vista $ 500.000(+) Diferença de Impostos (112.000 – 100.000) 12.000= Caixa Necessário 512.000

(+) Custo de Capital (512.000 + 4%5) 532.480

O exem plo evi den cia os seguin tes aspec tos prin ci pais em uma mudan ça de polí -ti ca de cré di to:

a) há neces si da de de rever a for ma ção do preço de venda, sob pena de perda deren ta bi li da de com a ante ci pa ção do reco lhi men to dos impos tos, em rela ção àsitua ção ante rior;

b) um aumen to de ven das por polí ti ca de cré di to, aumen tan do o prazo para oclien te, vai exi gir um acrés ci mo de capi tal de giro;

212MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

4 Não esta mos levan do em conta os esto ques neces sá rios para o aumen to de venda. 5 Na polí ti ca ante rior, o valor rece bi do pode ria ser apli ca do no mer ca do finan cei ro, ganhan doo custo de opor tu ni da de do capi tal.

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c) o capi tal de giro acres ci do deve ser finan cia do, geran do-se um custo adi cio nale com ple men tar de custo do dinhei ro;

d) na rela ção custo-bene fí cio, a ren ta bi li da de maior pelo aumen to das ven dasdeve cobrir todos esses três aspec tos ini cial men te apre sen ta dos.

Análise de Crédito x Devedores Duvidosos (Inadimplência)

A aná li se de cré di to é fer ra men ta indis pen sá vel den tro da polí ti ca de cré di to, obje ti -van do a melhor car tei ra de clien tes. Ela tam bém per mi te a ado ção de polí ti cas.Política mais dura de aná li se de cré di to inibe a ina dim plên cia e, con se quen te men te,dimi nui a pro ba bi li da de de haver per das com cré di tos de clien tes. Como con tra par -ti da nega ti va, pode ini bir ven das. Políticas menos aus te ras de aná li se de cré di to sãoum fator impor tan te para obten ção de mais ven das. Como con tra par ti da nega ti va,alar gam a pro ba bi li da de de pos sí veis per das com cré di tos de clien tes.

Dentro de uma polí ti ca de cré di to, um ponto impor tan te é o moni to ra men to dacon cen tra ção de ven das a prazo por clien te, ou seja, a aná li se da con cen tra ção da polí -ti ca de cré di to.

Lote Econômico, Ponto de Pedido e Estoque de Segurança

O prin ci pal fator que pode alte rar uma polí ti ca de esto ca gem é a ques tão do lote decom pra ou de fabri ca ção. As neces si da des de mate riais são cal cu la das com base nossis te mas de infor ma ções de estru tu ra de pro du to e do pro ces so de fabri ca ção. Essesdois sis te mas apre sen tam as quan ti da des ideais de esto que.

Outrossim, outros aspec tos podem levar a empre sa a alte rar as quan ti da des teo -ri ca men te deman da das:

• cus tos da esto ca gem;• cus tos de colo car um pedi do ou ordem de fabri ca ção;• mate riais de peque no valor;• neces si da de de esto ques de segu ran ça.

Esses aspec tos podem deter mi nar polí ti cas alter na ti vas de esto ca gem. Assim,foram desen vol vi dos os con cei tos de lote eco nô mi co, ponto de pedi do e esto que desegu ran ça. Lote eco nô mi co repre sen ta um lote míni mo a ser com pra do ou fabri ca doque aten da à rela ção custo-bene fí cio entre cus tos de esto ca gem e os cus tos de colo -car pedi dos ou ordens de fabri ca ção. Estoque de segu ran ça é um esto que adi cio nalao tempo padrão para garan tia de inin ter rup ção de for ne ci men to. Ponto de pedi do éa deter mi na ção do dia ideal de se fazer uma nova com pra ou emi tir nova ordem defabri ca ção para aten der aos dois con cei tos ante rio res.

INTRODUÇÃO À GESTÃO DO CAPITAL DE GIROMM213

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Estratégias Financeiras: Hedging, Derivativos,Securitização, FactoringA ges tão de tesou ra ria, além do pla ne ja men to finan cei ro de cur tís si mo, curto, médioe longo pra zos, exige a ado ção de pro ce di men tos para mini mi zar o risco decor ren tede seus ati vos e pas si vos finan cei ros e mone tá rios, ou mesmo da pro du ção ou vendade seus pro du tos.

Os itens mone tá rios, ati vos ou pas si vos, em moeda nacio nal (caixa, saldo emban cos, con tas a rece ber, con tas a pagar) são afe ta dos prin ci pal men te pela infla ção.Os itens mone tá rios em moeda estran gei ra, além da infla ção, são afe ta dos pela polí -ti ca cam bial nacio nal e pelos mer ca dos inter na cio nais de moe das, expres sos nascota ções das taxas de câm bio.

Os itens finan cei ros, ati vos ou pas si vos, em moeda nacio nal ou em moedaestran gei ra, são afe ta dos pela infla ção e pela osci la ção das moe das estran gei ras, etam bém pela pró pria natu re za de terem pra zos de rea li za ção mais lon gos e seu valoratua li za do pelas obri ga ções con tra tuais (varia ções mone tá rias, juros, prê mios etc.) aolongo do tempo.

Os pro du tos das empre sas tanto podem ser afe ta dos por variá veis finan cei ras,nota da men te as com mo di ties (pro du tos bási cos, como pro du tos agrí co las, mine raisetc.), pois seus pre ços são dados pelo mer ca do e cota dos em bol sas de mer ca do rias,como podem ser afe ta dos por variá veis natu rais (desas tres, pro ble mas cli má ti cos etc.).

O mer ca do finan cei ro, ao longo dos sécu los, desen vol veu uma série de ins tru -men tos de pro te ção para esses ris cos, que deno mi namos estratégias finan cei ras. Asprin ci pais são apre sen ta das resu mi da men te a seguir.

HedgeGenericamente, o hedge é uma estra té gia de pro te ção, como se fosse um segu ro. Éuma téc ni ca usada para com pen sar ou pro te ger con tra o risco. Os ins tru men tosdessa téc ni ca são deno mi na dos derivativos.

Um tipo de hedge muito uti li za do é o hed ging cam bial, em que a empre sa con tra tacom uma ins ti tui ção finan cei ra uma ope ra ção de apli ca ção e finan cia men to, com ointui to de se pro te ger das osci la ções das taxas de câm bio. Ao final deste tópi co seráapre sen ta do um exem plo de hedge.

DerivativosSão ope ra ções finan cei ras cujo valor de nego cia ção deri va de outros ati vos, deno mi na -dos ativos-obje to, com a fina li da de de assu mir, limi tar ou trans fe rir ris cos. As prin ci paisope ra ções são as seguin tes:

• ope ra ções a termo (con tra tos a futu ro, ou a termo), ou seja, nego ciar agora pre çosfutu ros de mer ca do rias entre gues na oca sião do ven ci men to do con tra to;

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• opções, quan do se com pram ou ven dem opções para adqui rir ou ven der bensou ins tru men tos finan cei ros no futu ro;

• swaps de taxas de juros, de moe das etc., que cor res pon de a con tra tos de troca(swap) de tipo de remu ne ra ção ou cor re ção de um con tra to ori gi nal.

SecuritizaçãoEm linhas gerais, são ope ra ções em que há trans fe rên cia de dívi das ou cré di tos parainves ti do res, que pas sam a ser os novos cre do res des sas dívi das ou cré di tos. Écomum a secu ri ti za ção de rece bí veis exis ten tes ou futu ros. Tem sido muito uti li za dapara ante ci pa ção de con tra tos de expor ta ção.

FactoringAtividade pela qual uma ins ti tui ção finan cei ra espe cia li za da com pra e admi nis tra asdupli ca tas de outras empre sas, ou outros títu los a rece ber, inclu si ve che ques pré--data dos. Esse sis te ma per mi te a pos si bi li da de de redu ção do custo do dinhei ro, umavez que se eli mi na a inter me dia ção dos ban cos nos des con tos de dupli ca tas, auxi -lian do as empre sas na ges tão de seu giro (Sandroni, p. 232).

No fac to ring ori gi nal, a empre sa que com pra os cré di tos, com desá gio para fazerface a seus cus tos ope ra cio nais e obter sua mar gem de lucro, com pra tam bém o riscodo cré di to. Contudo, algu mas empre sas de fac to ring não acei tam essa con di ção nati vada ope ra ção e ter mi nam por fazer uma ope ra ção tra di cio nal de des con to de dupli ca -tas, como os ban cos, não assu min do a ina dim plên cia do deve dor dos títu los.

Exemplo de Hedge

Uma empre sa tem uma dívi da em moeda estran gei ra de US$ 100.000, que deve serpaga em 360 dias, e quer se pro te ger de uma varia ção cam bial exa ge ra da. A taxa decâm bio atual é de $ 2,00, e a taxa de câm bio que ela espe ra no ven ci men to é de $ 2,10.Para tanto, con tra ta uma ope ra ção de swap, em que a ins ti tui ção finan cei ra rece be ráno perío do a varia ção cam bial mais juros de 5% sobre o valor cor ri gi do. Em troca,paga rá um custo fixo de juros de 10% pelo perío do sobre o valor em reais espe ra dopara o ven ci men to, de $ 21.000 (10% de $ 210.000). Imaginando um lucro ope ra cio -nal de $ 18.000 antes dos encar gos finan cei ros, pode mos cal cu lar o resul ta do, parailus tra ção, nas seguin tes hipó te ses, para veri fi car o efei to da estra té gia de hedge:

a) con si de ran do que a taxa de câm bio ao final do perío do tenha a cota ção espe -ra da de $ 2,10, não fazen do o hedge;

b) con si de ran do que a taxa de câm bio vá a $ 2,30 ao final do perío do, tam bémsem ter feito o hedge;

c) con si de ran do que a taxa de câm bio ao final do perío do tenha a cota ção espe -ra da de $ 2,10, fazen do o hedge;

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d) supon do que a taxa con ti nue a $ 2,00 ao final do perío do, com o hedge;e) supon do que a taxa vá a $ 2,30 ao final do perío do, com o hedge.

Tabela 8.3 – Hedge – Swap de Moe das

216MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Sem Hedge Com Hedge

Valor em Moeda Estrangeira – US$ 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 Taxa do Dólar no Início do Período 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 Valor em Moeda Nacional – $ 200.000 200.000 200.000 200.000 200.000 Taxa do Dólar no Fim do Período 2,10 2,30 2,10 2,00 2,30 Valor em Moeda Nacional – $ 210.000 230.000 210.000 200.000 230.000

Lucro Operacional 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 Variação Cambial (10.000) (30.000) (10.000) 0 (30.000)Lucro Líquido I 8.000 (12.000) 8.000 18.000 (12.000)SwapCâmbio – Posição Ativa 0 0 20.500 10.000 41.500 Juros – Posição Passiva 0 0 (21.000) (21.000) (21.000)Lucro Líquido II 8.000 (12.000) 7.500 7.000 8.500

As cons ta ta ções dessa estra té gia finan cei ra são as seguin tes:

a) se a empre sa não fizer o hedge e a taxa for a espe ra da, ela terá um lucro líqui dode $ 8.000;

b) se ela não fizer o hedge e a taxa for para $ 2,30, uma cota ção não espe ra da, elaassu mi rá uma varia ção cam bial adi cio nal e terá um pre juí zo de $ 12.000;

c) fazen do o hedge e acon te cen do a taxa espe ra da, ela mini mi za rá o risco, e olucro líqui do cairá de $ 8.000 para $ 7.500. Essa dife ren ça é con si de ra da o custoespe ra do do hedge, que é o preço que ela espe ra va pagar para ter o segu ro denão ter seu resul ta do afe ta do de modo sig ni fi ca ti vo;

d) se por ven tu ra a taxa de câm bio não aumen tar, fican do em $ 2,00, a empre sadei xa rá de ganhar $ 1.000, pois a van ta gem do hedge fica rá para o banco;

e) caso acon te ça o ines pe ra do, o banco arca rá com o custo adi cio nal do câm bio eo resul ta do da empre sa pode rá ser até melhor do que antes da ope ra ção, ter mi nan do com um lucro líqui do de $ 8.500.

Fica claro tam bém que esse tipo de estra té gia finan cei ra, mesmo mini mi zan do orisco, tem um custo. Contudo, por ser uma troca e uma apos ta em posi ções futu ras,existe a pos si bi li da de até de ganho para a empre sa.

Questões e Exercícios1. Tendo como refe rên cia a empre sa em que você tra ba lha, ou outra empre sa de seu

conhe ci men to, iden ti fi que a quan ti da de de dias, em con di ções nor mais de ope -

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ra ção, do ciclo ope ra cio nal da empre sa. Em segui da, cal cu le o ciclo eco nô mi co eo ciclo finan cei ro em dias.

2. Com base nos demons tra ti vos con tá beis apre sen ta dos a seguir, cal cu le em diaso prazo médio de paga men to, o prazo médio de rece bi men to e o prazo médiode esto ca gem. Em segui da, apure o ciclo eco nô mi co e o ciclo finan cei ro, tam bémem dias.

BALAN ÇO PATRI MO NIAL

Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano2

ATIVO CIRCULANTE 120.000 132.700 Passivo Circulante 85.300 85.600Aplicações Financeiras 25.000 23.200 Fornecedores 10.000 11.000Contas a Receber de Clientes 43.000 61.200 Contas a Pagar 7.800 8.300Estoques 50.000 45.500 Impostos a Recolher 4.500 5.800Outros Valores a Realizar 2.000 2.800 Dividendos a Pagar 8.000 4.000

Empréstimos 55.000 56.500

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 2.000 2.400 Exigível a Longo Prazo 34.700 37.400Depósitos Judiciais 2.000 2.400 Financiamentos 34.700 37.400

INVESTIMENTOS E IMOBILIZADO 88.000 81.900 Patrimônio Líquido 90.000 94.000Investimentos em Controladas 18.000 19.200 Capital Social 68.000 68.000Imobilizados 150.000 162.000 Reservas 16.400 22.000(–) Depreciação Acumulada (80.000) (99.300) Lucros Acumulados 5.600 4.000

Total 210.000 217.000 210.000 217.000

DEMONS TRA ÇÃO DE RESUL TA DOS

Ano 1 Ano 2

Receita Operacional Bruta 320.000 347.000(–) Impostos sobre Vendas (35.000) (38.000)Receita Operacional Líquida 285.000 309.000

Custo dos Produtos Vendidos 187.400 205.800Materiais de Consumo 104.000 114.000Depreciação 18.400 19.300Outros Custos de Fabricação 65.000 72.500Lucro Bruto 97.600 103.200

(–) Despesas Operacionais 67.500 76.700Com Vendas 38.400 41.700Administrativas 29.100 35.000Lucro Operacional I 30.100 26.500Receitas Financeiras 2.800 2.500Despesas Financeiras (13.050) (18.000)Equivalência Patrimonial 800 1.200Lucro Operacional II 20.650 12.200Imposto sobre o Lucro (7.021) (4.148)Lucro Líquido do Exercício 13.629 8.052

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3. Com base nos demons tra ti vos con tá beis apre sen ta dos no exer cí cio ante rior,estru tu re de maneira sin té ti ca o Balanço Financeiro, iden ti fi can do o capital degiro da empre sa.

4. Utilizando os mes mos demons tra ti vos con tá beis do Exercício 2, estru tu re obalan ço patri mo nial den tro da con cep ção do Modelo Fleuriet, apu ran do emsegui da a NLCG (Necessidade Líquida de Capital de Giro).

5. Considere os seguin tes dados finan cei ros:

Dupls. a Receber $ 3.000 Dupls. a Pagar $ 900 Vendas Anuais $ 16.800Estoques $ 6.000 Financiamentos $ 5.500 (–) Custo Vendas $ 13.000Permanente $ 7.000 Patr. Líquido $ 9.600 (–) Despesas $ 1.800Ativo Total $ 16.000 Passivo Total 16.000 Lucro $ 2.000

Calcule:a) pra zos médios de rece bi men to, esto ca gem e paga men to;b) dias do ciclo ope ra cio nal e do ciclo finan cei ro;c) a neces si da de líqui da do capi tal de giro.

6. Considerando os mes mos dados do exer cí cio ante rior, faça uma esti ma ti va deneces si da de líqui da de capi tal de giro, saben do que a empre sa esti ma ven dermais 10%, caso con ce da um prazo médio de rece bi men to maior em 8%. Paracom pen sar, have rá uma polí ti ca como obje ti vo de uma redu ção do prazo médiodos esto ques em 5%. Considere tam bém que o custo das ven das é total men tevariá vel. Calcule o novo ciclo finan cei ro em dias.

7. Proteção de Excedentes – HedgeUma empre sa esti ma um lucro ope ra cio nal de $ 28.000. Tem um endi vi da men to deUS$ 60.000, que ven ce rá den tro de 180 dias. A taxa de câm bio atual é de $ 2,65, ea empre sa esti ma que a taxa de câm bio, por oca sião da qui ta ção da dívi da, esta ráem $ 2,968. Para pro te ção, con tra tou uma ope ra ção de swap; rece be rá da ins ti tui -ção finan cei ra o câm bio mais 5% de juros sobre o valor da dívi da atual. Para tanto,paga rá taxa basea da em CDI de 18,0% para seis meses.

a) Calcule o resul ta do da ope ra ção para a hipó te se espe ra da: taxa de $ 2,968;b) Calcule outras duas hipó te ses, com taxas de $ 2,65 e $ 3,286.

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9 Análise das Demonstrações Financeiras

A meto do lo gia clás si ca para ava lia ção do desem pe nho glo bal da empre sa é nor mal -men te cha ma da de análise finan cei ra ou análise de balan ço. Por meio de um con jun tode pro ce di men tos e con cei tos, apli ca dos de maneira inter-rela cio na da, obtém-seuma série de indi ca do res que per mi te fazer uma ava lia ção sobre as situa ções eco nô -mi ca e finan cei ra da empre sa, bem como uma ava lia ção do retor no do inves ti men to.

A visão mais comum da aná li se de balan ço é em rela ção a balan ços publi ca dos.Porém, em nosso enten di men to, o mais impor tan te é a apli ca ção dos fun da men tosda aná li se de balan ço com os demons tra ti vos con tá beis da pró pria empre sa, obje ti -van do um moni to ra men to dos resul ta dos e do desem pe nho dos ges to res e inves ti -men tos.

Além dos indi ca do res e téc ni cas clás si cas de aná li se de balan ço, apre sen ta re mosneste capí tu lo um pai nel para aná li se da gera ção de lucros e con si de ra ções sobre ades ti na ção des ses lucros, sob a con cei tua ção de polí ti ca de divi den dos.

Análise Financeira ou de BalançoTrata-se de um pro ces so de medi ta ção sobre os demons tra ti vos con tá beis, obje ti van -do uma ava lia ção da situa ção da empre sa em seus aspec tos ope ra cio nais, eco nô mi cos,patri mo niais e finan cei ros.

A ava lia ção da empre sa tem por fina li da de ana li sar seu resul ta do e seu desem pe -nho, detec tan do os pon tos for tes e fra cos dos pro ces sos ope ra cio nal e finan cei ro,com o obje ti vo de pro por alter na ti vas de curso futu ro a ser toma das e segui das pelosges to res.

Nesse pro ces so, o ana lis ta vale-se de uma série de cál cu los mate má ti cos, tra du zin -do os demons tra ti vos con tá beis em indi ca do res. Esses indi ca do res bus cam evi den ciaras carac te rís ti cas dos prin ci pais inter-rela cio na men tos exis ten tes entre o balan ço patri -mo nial, que apre sen ta uma visão está ti ca e momen tâ nea da empre sa, e a dinâ mi carepre sen ta da pela demons tra ção de resul ta dos.

Os demons tra ti vos con tá beis de fluxo de caixa e demons tra ção das ori gens e apli -ca ções de recur sos tam bém devem ser uti li za dos para melho rar a com preen são sobreo desem pe nho empre sa rial, pois con têm ele men tos adi cio nais para o enten di men todas ope ra ções da empre sa.

Comparabilidade e TendênciasA aná li se de balan ço deve ser um ins tru men to que pos si bi li te o geren cia men to dainfor ma ção con tá bil. Assim, um dos fun da men tos desse mode lo de aná li se é a cria çãode indi ca do res que per mi tam sem pre uma aná li se com pa ra ti va. A com pa ra bi li da de dosdados de aná li se de balan ço pode ser feita em vários aspec tos, como a comparação:

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• com perío dos pas sa dos;• com perío dos orça dos;• com padrões seto riais;• com padrões inter na cio nais;• com padrões inter nos da empre sa;• com empre sas con cor ren tes etc.

A manei ra ade qua da de dar um atri bu to de infor ma ção geren cial aos indi ca do resde aná li se de balan ço é o acom pa nha men to ten den cial. O acom pa nha men to dosindi ca do res de maneira con tí nua (no míni mo men sal e pre fe ren cial men te de formagrá fi ca) pos si bi li ta apreen der situa ções de ten dên cia futu ra, e, por tan to, dá aos ges -to res uma fer ra men ta adi cio nal para mudan ça e pla ne ja men to.

Técnicas BásicasO fer ra men tal tra di cio nal da aná li se de balan ço com põe-se de:

• aná li se ver ti cal;• aná li se hori zon tal;• indi ca do res eco nô mi co-finan cei ros;• ava lia ção final.

Análise Vertical (AV)Denominamos análise ver ti cal a verificação de par ti ci pa ção per cen tual ou de estru tu -ra dos ele men tos dos demons tra ti vos con tá beis. Assume-se como 100% um deter mi -na do ele men to patri mo nial, que, em prin cí pio, deve ser o mais impor tan te, e faz-seuma rela ção per cen tual de todos os demais ele men tos sobre ele.

Para o balan ço patri mo nial con ven cio nou-se ado tar como 100% o total do ativoe do pas si vo. Para a demons tra ção de resul ta dos con ven cio nou-se ado tar como100% o valor do total da recei ta de ven das, líqui da dos impos tos, deno mi na da legal -men te Receita Operacional Líquida.

A aná li se ver ti cal da demons tra ção de resul ta dos é muito mais sig ni fi ca ti va que ado balan ço patri mo nial, pois, pelo fato de atri buir 100% à recei ta ope ra cio nal, per mi teuma visão da estru tu ra de cus tos e des pe sas da empre sa, em ter mos de média sobreas ven das. Essa aná li se deve ser explo ra da ao máxi mo, pois per mi te extrair infor ma -ções muito úteis.

Análise Horizontal (AH)A aná li se hori zon tal é uma avaliação de cres ci men to (ou de varia ção). Toma-se como100% todas as con tas de um deter mi na do perío do e faz-se uma rela ção per cen tualem cima dos dados desse perío do. O novo núme ro rela ti vo indi ca quan to o perío dosub se quen te é maior ou menor que o perío do ante rior. Como é comum uti li zar

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vários perío dos, a varia ção sequen cial e con se cu ti va acaba indi can do uma ten dên ciade cres ci men to (ou dimi nui ção).

A aná li se hori zon tal, con si de ran do-se a moeda cor ren te do país, sem expur godos efei tos infla cio ná rios, é deno mi na da análise hori zon tal nomi nal.

Análise Horizontal Real (AHR)Como os dados dos demons tra ti vos con tá beis são expres sos em moeda (nor mal -men te moeda cor ren te do país), há a pos si bi li da de de uti li zar uma alter na ti va deiden ti fi car o cres ci men to ou varia ção de perío do a perío do, levan do-se em conta ainfla ção da moeda de cada perío do.

Assim, a aná li se hori zon tal real é a aná li se hori zon tal nomi nal menos a infla çãocon si de ra da para cada um dos perío dos sub se quen tes. Essa téc ni ca é total men tereco men dá vel quan do se uti li za mais de dois perío dos, ou sem pre, em caso deambien te con jun tu ral com altas taxas de infla ção per ma nen te men te.

Indicadores Econômico-FinanceirosCompreendem a gera ção de um pai nel bási co de indi ca do res para com ple men tar asaná li ses ver ti cal e hori zon tal. Esses indi ca do res podem ser de rela ções entre ele men -tos do balan ço patri mo nial, ou de ele men tos da demons tra ção de resul ta dos que serela cio nam com o balan ço patri mo nial.

São apre sen ta dos em ter mos de índi ces, per cen tuais, núme ros abso lu tos, diasetc., com o obje ti vo de faci li tar ainda mais o enten di men to da situa ção da empre saapre sen ta da nos demons tra ti vos con tá beis.

Avaliação FinalConsiste em um rela tó rio que resu me as con clu sões obti das na aná li se dos demons -tra ti vos con tá beis. Deve ser obje ti va ao máxi mo, neces sa ria men te com uma ava lia çãosobre a situa ção da empre sa e, se preciso, com a apre sen ta ção de pos sí veis cur sosfutu ros de ação.

Restrições dos DadosDe um modo geral, a aná li se de balan ço tem se fun da men ta do nos demons tra ti voscon tá beis apre sen ta dos pela legis la ção comer cial. Esses demons tra ti vos, ela bo ra doscon for me os prin cí pios con tá beis geral men te acei tos, incor po ram as res tri ções demen su ra ção e infor ma ção que os pró prios prin cí pios apre sen tam. Portanto, a aná li -se de balan ço com a uti li za ção des ses demons tra ti vos deve ser com ple men ta da comcon si de ra ções adi cio nais em ter mos de men su ra ção pelo valor eco nô mi co.

Dessa manei ra, é impres cin dí vel que o ava lia dor tenha em mente que umaempre sa ava lia da segun do prin cí pios de ges tão eco nô mi ca – que con si de ra flu xosfutu ros de bene fí cios des con ta dos a cus tos de opor tu ni da de – apre sen ta rá resul ta dos

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31.12.x0 AV 31.12.x1 AV AH

ATIVO CIR CU LAN TE 5.527.500 48,0% 6.911.945 55,1% 25,0%Caixa/Bancos 1.000 0,0% 1.000 0,0% 0,0%Aplicações Financeiras 777.160 6,7% 1.596.167 12,7% 105,4%Contas a Receber de Clientes 1.650.000 14,3% 2.048.604 16,3% 24,2%(-) Provisão Devedores Duvidosos (30.000) -0,3% (43.899) -0,3% 46,3%(-) Títulos Descontados 0 0,0% 0 0,0% 0,0%. Contas a Receber – Líquido 1.620.000 14,1% 2.004.705 16,0% 23,7%Estoques 3.124.340 27,1% 3.302.972 26,3% 5,7%.. De Materiais – Bruto 1.800.000 15,6% 1.788.347 14,2% -0,6%.. (-) Provisão Retificadora 0 0,0% 0 0,0% 0,0%. De Materiais – Líquido 1.800.000 15,6% 1.788.347 14,2% -0,6%. Em Processo 625.940 5,4% 839.145 6,7% 34,1%. Acabados 696.000 6,0% 672.679 5,4% -3,4%. Adiantamentos a Fornecedores 2.400 0,0% 2.800 0,0% 16,7%Impostos a Recuperar 4.500 0,0% 5.800 0,0% 28,9%Despesas do Exercício Seguinte 500 0,0% 1.300 0,0% 160,0%REA LIZÁVEL A LONGO PRAZO 6.000 0,1% 8.000 0,1% 33,3%Depósitos Judiciais 5.000 0,0% 7.000 0,1% 40,0%Incentivos Fiscais 1.000 0,0% 1.000 0,0% 0,0%OUTROS ATIVOS NÃO CIRCULANTES 5.990.000 52,0% 5.634.775 44,9% -5,9%Investimentos em Controladas 200.000 1,7% 230.000 1,8% 15,0%. Imobilizado Bruto 0 0,0% 0 0,0% 0,0%. Terrenos 0 0,0% 0 0,0% 0,0%. Reavaliação de Terrenos 0 0,0% 0 0,0% 0,0%. Outros Imobilizados 8.290.000 71,9% 8.987.000 71,6% 8,4%. (–) Depreciação Acumulada (2.500.000) -21,7% (3.582.225) -28,5% 43,3%Imobilizado Líquido 5.790.000 50,2% 5.404.775 43,0% -6,7%Intangível 0 0,0% 0 0,0% 0,0%ATIVO TOTAL 11.523.500 100,0% 12.554.719 100,0% 8,9%

dife ren tes da ava lia ção con tá bil dos demons tra ti vos tra di cio nais. Essas dife ren çasdeve rão ser con si de ra das na apre sen ta ção do rela tó rio de ava lia ção final.

Exemplo Numérico: Análises Vertical e HorizontalNas tabe las 9.1 e 9.2 a seguir, apre sen ta mos um exem plo de aná li se hori zon tal e aná -li se ver ti cal do balan ço patri mo nial e da demons tra ção de resul ta dos. Nele, nãodesen vol ve mos a aná li se hori zon tal real (des con ta da da infla ção do nível geral de pre -ços), uma vez que nosso exem plo é coe ren te com uma eco no mia de moeda está vel.

Tabela 9.1 – Análise Ver ti cal e Aná li se Hori zon tal do Balan ço Patri mo nial

222MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

continua

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Tabela 9.2 – Análise Ver ti cal e Aná li se Hori zon tal da Demons tra ção de Resul ta dos

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASMM223

Tabela 9.1 – Análise Ver ti cal e Aná li se Hori zon tal do Balan ço Patri mo nial (continuação)

31.12.x0 AV 31.12.x1 AV AH

RECEI TA OPE RA CIO NAL BRUTA II 23.787.210 127,6% 23.883.989 127,6% 0,4%(–) Impostos sobre Vendas IPI – ISS 0 0,0% 0 0,0% 0,0%RECEI TA OPE RA CIO NAL BRUTA I 23.787.210 127,6% 23.883.989 127,6% 0,4%(–) Impostos nas Vendas – ICMS – PIS – COFINS (5.149.931) -27,6% (5.170.884) -27,6% 0,4%RECEI TA OPE RA CIO NAL LÍQUIDA 18.637.279 100,0% 18.713.105 100,0% 0,4%CUSTO DOS PRO DU TOS VEN DI DOS 14.707.102 78,9% 15.122.900 80,8% 2,8%. Materiais Diretos 9.152.000 49,1% 9.107.375 48,7% -0,5%. Materiais Indiretos 798.000 4,3% 793.914 4,2% -0,5%Consumo Total de Materiais 9.950.000 53,4% 9.901.289 52,9% -0,5%Mão de Obra Direta 1.721.000 9,2% 1.842.222 9,8% 7,0%Mão de Obra Indireta 1.380.000 7,4% 1.474.799 7,9% 6,9%Despesas Gerais 940.986 5,0% 1.171.915 6,3% 24,5%Depreciação 905.000 4,9% 922.559 4,9% 1,9%(+/–) Variação dos Estoques Industriais (189.884) -1,0% (189.884) -1,0% 0,0%LUCRO BRUTO 3.930.177 21,1% 3.590.206 19,2% -8,7%

continua

31.12.x0 AV 31.12.x1 AV AH

PAS SI VO CIR CU LAN TE 2.723.500 23,6% 3.446.209 27,4% 26,5%Fornecedores 460.000 4,0% 679.377 5,4% 47,7%Salários e Encargos a Pagar 200.000 1,7% 264.981 2,1% 32,5%Contas a Pagar 100.000 0,9% 120.446 1,0% 20,4%Impostos a Recolher – sobre Mercadorias 460.000 4,0% 475.203 3,8% 3,3%Impostos a Recolher – sobre Lucros 100.000 0,9% 72.028 0,6% -28,0%Adiantamento de Clientes 3.500 0,0% 5.000 0,0% 42,9%Empréstimos 1.200.000 10,4% 1.649.124 13,1% 37,4%Dividendos a Pagar 200.000 1,7% 180.050 1,4% -10,0%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 4.800.000 41,7% 4.838.435 38,5% 0,8%Financiamentos 4.800.000 41,7% 4.838.435 38,5% 0,8%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4.000.000 34,7% 4.270.075 34,0% 6,8%Capital Social 4.000.000 34,7% 4.000.000 31,9% 0,0%Reservas de Capital 0 0,0% 0 0,0% 0,0%Reservas de Reavaliação 0 0,0% 0 0,0% 0,0%Reservas de Lucros/Lucros Acumulados 0 0,0% 0 0,0% 0,0%Lucro do Período 0 0,0% 270.075 2,2% 0,0%

PAS SI VO TOTAL 11.523.500 100,0% 12.554.719 100,0% 8,9%

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224MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

31.12.x0 AV 31.12.x1 AV AH

DES PE SAS OPE RA CIO NAIS 1.358.678 7,3% 2.444.596 13,1% 79,9%Comerciais 1.442.731 7,7% 1.442.731 7,7% 0,0%. Mão de Obra 150.000 0,8% 163.816 0,9% 9,2%. Materiais Indiretos 50.000 0,3% 66.009 0,4% 32,0%. Despesas 1.128.678 6,1% 1.171.007 6,3% 3,8%. Depreciação 28.000 0,2% 28.000 0,1% 0,0%. Provisão Devedores Duvidosos 2.000 0,0% 13.899 0,1% 594,9%

Administrativas 902.000 4,8% 1.001.865 5,4% 11,1%. Mão de Obra 512.000 2,7% 591.558 3,2% 15,5%. Materiais Indiretos 50.000 0,3% 58.178 0,3% 16,4%. Despesas 220.000 1,2% 220.463 1,2% 0,2%. Depreciação 120.000 0,6% 131.667 0,7% 9,7%

LUCRO OPE RA CIO NAL I 1.669.499 9,0% 1.145.610 6,1% –31,4%Receitas Financeiras de Aplicações 16.800 0,1% 110.257 0,6% 556,3%Outras Receitas Financeiras 30.000 0,2% 56.400 0,3% 88,0%Despesas Financeiras com Financiamentos (552.999) –3,0% (590.230) –3,2% 6,7%Outras Despesas Financeiras (90.000) –0,5% (106.800) –0,6% 18,7%Equivalência Patrimonial 2.000 0,0% 30.000 0,2% 1400,0%

LUCRO OPE RA CIO NAL II 1.075.300 5,8% 645.237 3,4% –40,0%Resultados Não Operacionais (19.000) –0,1% (2.200) 0,0% –88,4%. Valor de Venda de Imobilizados 1.000 0,0% 800 0,0% –20,0%. (–) Valor da Baixa de Imobilizados (20.000) –0,1% (3.000) 0,0% –85,0%

LUCRO ANTES DOS IMPOS TOS 1.056.300 5,7% 643.037 3,4% –39,1%Impostos sobre o Lucro (316.890) –1,7% (192.911) –1,0% –39,1%LUCRO LÍQUIDO DEPOIS DO IMP. RENDA 739.410 4,0% 450.126 2,4% –39,1%

Tabela 9.2 – Análise Ver ti cal e Aná li se Hori zon tal da Demons tra ção de Resul ta dos(continuação)

As aná li ses ver ti cal e hori zon tal pro du zem indi ca do res per cen tuais rela ti vos. A aná li se ver ti cal do balan ço patri mo nial deve ser feita com muito cui da do, para nãocau sar con clu sões errô neas ou óbvias demais. Como sua base é o total do ativo, qual -quer alte ra ção sig ni fi ca ti va desse valor, muito dife ren te das ope ra ções tra di cio nais,pode modi fi car as estru tu ras per cen tuais, e sua aná li se pode não for ne cer infor ma çõesúteis e con clu si vas. Como exem plos des sas alte ra ções não cos tu mei ras, pode mos citara cria ção de reser vas de rea va lia ção no ativo per ma nen te e uma con tra par ti da no patri -mô nio líqui do, um inves ti men to sig ni fi ca ti vo em imo bi li za do com entra da de capi tal,uma aqui si ção de con tro la da etc.

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Page 239: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

A aná li se ver ti cal da demons tra ção de resul ta dos, outros sim, é extre ma men te sig -ni fi ca ti va, pois deixa bem clara a estru tu ra de cus tos e des pe sas da empre sa.

Por indi car varia ção (cres ci men to ou dimi nui ção do valor do ele men to patri mo -nial em aná li se), por si só já for ne ce uma infor ma ção sig ni fi ca ti va. Além disso, deveser enri que ci da com a aná li se inter-rela cio na da das varia ções entre os ele men tos dobalan ço patri mo nial que se inte gram com os ele men tos da demons tra ção de resul ta -dos. As prin ci pais inter-rela ções são:

Elementos da Demonstração Elementos do Balançode Resultados Patrimonial

Receita Operacional Bruta Contas a Receber de ClientesImpostos a Recolher

Custo dos Produtos Vendidos Produção em Andamento eProdutos Acabados

Consumo de Materiais Estoques de MateriaisContas a Pagar a Fornecedores

Despesas de Pessoal Salários e Encargos a PagarDespesas Gerais Contas a PagarDepreciação ImobilizadoDespesas Financeiras Empréstimos e FinanciamentosReceitas Financeiras Aplicações Financeiras

Assim, caso ocor res se um aumen to de ven das de 10%, seria admis sí vel que ascon tas a rece ber tam bém aumen tas sem 10%. Uma redu ção do con su mo de mate riaisem 5% deve ria pro mo ver uma redu ção do esto que de mate riais na mesma mag ni tu -de, e assim suces si va men te.

Obviamente, outros fato res podem afe tar essa rela ção dire ta. Por exem plo, é pos -sí vel que, no caso do aumen to de ven das, ele tenha sido con se gui do com uma alte -ra ção da polí ti ca de cré di to, com mais prazo para paga men to. Neste caso, a conta arece ber de clien tes pro va vel men te terá um aumen to per cen tual maior que o aumen -to da recei ta.

Outro moti vo que causa aumen to da car tei ra de clien tes, dife ren te do aumen tode ven das, é o aumen to da ina dim plên cia. Assim, caso a empre sa tenha maio res pro -ble mas com dupli ca tas em atra so, a car tei ra de clien tes pode rá aumen tar mais do queo aumen to de ven das.

Nas áreas de com pras de mate riais e custo dos pro du tos ven di dos, a situa ção éseme lhan te. Uma redu ção do prazo médio de paga men to pode dimi nuir a conta defor ne ce do res, mesmo que o con su mo de mate riais aumen te. O inver so, um aumen -to do prazo de paga men to, aumen ta a conta de for ne ce do res em per cen tual maiorque o con su mo de mate riais.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASMM225

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Page 240: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

Exemplo de Avaliação – Análise Vertical do Balanço Patrimonial

O ativo apre sen tou uma peque na alte ra ção estru tu ral, com a par ti ci pa ção do per ma -nen te fican do menor que a par ti ci pa ção do ativo cir cu lan te. O valor abso lu to do ativoper ma nen te dimi nuiu em 19x1 em rela ção a 19x0, basi ca men te por que as novasaqui si ções de imo bi li za dos foram em valor infe rior ao total da depre cia ção lan ça dacomo des pe sa no ano.

Esse fato, alia do a um aumen to geral do pas si vo cir cu lan te, com o aumen to doendi vi da men to finan cei ro e dos pas si vos de fun cio na men to, per mi tiu que as apli ca çõesfinan cei ras de 19x1 tives sem uma elevação para 105,4%, aumen tan do sua par ti ci pa çãono total do ativo, ape sar do lucro de 19x1 ter sido menor que o lucro do ano ante rior.Os demais itens do ativo cir cu lan te tam bém tive ram um aumen to de par ti ci pa ção naestru tu ra do ativo.

A estru tu ra do pas si vo evi den cia ape nas uma peque na mudan ça do per fil da dívi -da, pois a par ce la do endi vi da men to de longo prazo foi trans fe ri da para o curto prazo.

Exemplo de Avaliação – Análise Vertical da Demonstração de Resultados

O ano de 19x0 apre sen ta um custo médio dos pro du tos ven di dos de 78,9% da recei -ta líqui da, aumen tan do para 80,8% em 19x1. A causa foi que o peque no aumen to dasven das de um ano para outro, de 0,4%, não per mi tiu uma boa dilui ção dos cus tosfixos indus triais, que aumen ta ram em valor abso lu to.

As des pe sas ope ra cio nais, admi nis tra ti vas e comer ciais tam bém tive ram umaumen to do valor abso lu to em 19x1, e pas sa ram a repre sen tar 13,1% da recei ta líqui -da de ven das, con tra 12,1% do ano ante rior.

Com isso, a mar gem ope ra cio nal, que era de 9,0% em 19x0, pas sou a 6,1% em19x1, pre ju di can do o resul ta do da empre sa. Os demais itens não tive ram alte ra çãosig ni fi ca ti va, e o lucro líqui do após os impos tos, sobre as ven das líqui das, caiu de4,0%, em 19x0, para 2,4% em 19x1.

Exemplo de Avaliação – Análise Horizontal do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultados

As varia ções de cres ci men to de con tas a rece ber maio res que as varia ções do totaldas ven das decor rem de ajus tes na polí ti ca de cré di to. O mesmo acon te ce com asvaria ções de for ne ce do res e con tas a pagar, que decor rem de ajus tes em pra zos depaga men to.

O imo bi li za do teve uma varia ção nega ti va de 5,9%, tendo em vista que o totalbruto aumen tou 8,4%, enquan to a depre cia ção acu mu la da aumen tou 43%, pro vo -can do uma redu ção de 6,7% no con jun to do imo bi li za do.

226MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Page 241: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

No pas si vo, o aumen to de emprés ti mos de curto prazo (37,4%) decor re de con -ta bi li za ção de juros e novos emprés ti mos supe rio res às amor ti za ções. O aumen to de6,8% no patri mô nio líqui do se deu em vir tu de da reten ção de lucros (resul ta dos nãodis tri buí dos) de $ 270.075.

A aná li se hori zon tal da demons tra ção de resul ta dos indi ca um aumen to de 0,4%na recei ta de ven das. O custo das ven das aumen tou 2,8%, uma vez que, mesmo redu -zin do 0,5% o custo do con su mo de mate riais, houve um aumen to muito gran de dasdes pe sas gerais (24,5%). Somado aos aumen tos dos cus tos de mão de obra, em tornode 7,0%, houve um aumen to médio do custo dos pro du tos ven di dos.

As des pe sas ope ra cio nais aumen ta ram em média 8,1%, pois são na maio riacus tos fixos que tive ram rea jus tes, prin ci pal men te a mão de obra. Com isso, o lucroope ra cio nal caiu 31,4%, e o lucro líqui do teve uma queda de 39,1%. Portanto, a ava -lia ção final é que o resul ta do do ano de 19x1 foi com pro me ti do pelo pouco aumen -to das ven das e pelo aumen to geral dos cus tos fixos, pro vo can do queda de mar geme de ren ta bi li da de.

Exemplo Numérico – Indicadores Econômico-Financeiros

O ins tru men to com ple men tar das aná li ses ver ti cal e hori zon tal é o pai nel de indi ca -do res eco nô mi co-finan cei ros. Na Tabela 9.3, apre sen ta mos os prin ci pais indi ca do res,bem como suas fór mu las, parâ me tros e o con cei to bási co.

A aná li se dos indi ca do res finan cei ros deve con si de rar todos os aspec tos con jun -ta men te. O ana lis ta deve assu mir alguns parâ me tros e bus car dizer se a empre sa estábem ou não, tanto em cada um dos indi ca do res como no con jun to deles.

Deve veri fi car, entre outras coi sas:

a) Os índi ces de liqui dez estão bons?b) O endi vi da men to é acei tá vel?c) O giro do ativo está melho ran do?d) Os pra zos médios de rece bi men to e paga men to são nor mais?e) Os pra zos médios de esto ca gem são acei tá veis para o setor? Não há exces so

de esto ques de forma crô ni ca?f) O lucro gera do apre sen ta um grau de segu ran ça para paga men to do ser vi ço da

dívi da (juros dos finan cia men tos)?g) A ren ta bi li da de do capi tal pró prio está den tro da média do custo de opor tu ni -

da de do mer ca do?h) Os divi den dos dis tri buí dos satis fa rão os acio nis tas e pro mo ve rão maior valor

da empre sa?i) A aná li se geral indi ca empre sa em cres ci men to e poten cial de gera ção de lucros?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASMM227

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228MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASMM229

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230MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Page 245: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

A aná li se de balan ço deve tam bém ques tio nar a vali da de dos núme ros apre sen -ta dos nos demons tra ti vos con tá beis. Deve haver segu ran ça em todos os dados. Porexem plo:

a) Foram fei tas todas as pro vi sões reti fi ca do ras para esto ques obso le tos e esto -ques com preço de custo maior que o mer ca do?

b) Foram fei tas todas as pro vi sões para per das pro vá veis com inves ti men tos,depó si tos em juízo, con tin gên cias fis cais e tra ba lhis tas?

c) Foi feita pro vi são ade qua da para pro vi são para cré di tos de liqui da ção duvi do sa?d) Todos os pas si vos estão decla ra dos? Há con tra tos de lea sing ou avais não cons -

tan tes como pas si vos?e) A demons tra ção de resul ta dos não con tém ele men tos em dupli ca tas? (Exem plo:

con si de rar como ven das valo res-base de inter me dia ção.)

Essas con si de ra ções têm por fina li da de dar um grau de con fian ça maior para oana lis ta e para o usuá rio dos rela tó rios da aná li se de balan ço.

Análise da RentabilidadeA aná li se da ren ta bi li da de tal vez deva ser con si de ra da a melhor aná li se a ser extraí dados demons tra ti vos con tá beis. Uma ren ta bi li da de con ti nua men te ade qua da é omaior indi ca dor da sobre vi vên cia e suces so da empre sa.

Podemos sepa rar a aná li se da ren ta bi li da de em dois gran des aspec tos:

1. a aná li se da gera ção da mar gem de lucro;2. a aná li se da des ti na ção do lucro.

A pri mei ra aná li se leva em conta o desem pe nho ope ra cio nal da empre sa, pormeio do con cei to de giro do ativo, que impli ca em maior ou menor neces si da de demar gem ope ra cio nal sobre as ven das. A segun da aná li se leva em conta a ala van ca -gem do capi tal de ter cei ros, para aumen to da ren ta bi li da de do capi tal pró prio.

Esse tópi co já foi apre sen ta do no Capítulo 3, por isso não será desen vol vi do nestecapí tu lo.

Valor Econômico Agregado ou Adicionado (EVA®1 – Economic Value Added )O con cei to de EVA (valor eco nô mi co adi cio na do) é um con cei to de custo de opor tu -ni da de, ou lucro resi dual, reto ma do mais recen te men te. O con cei to de custo de

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASMM231

1 Marca regis tra da de Stern Stewart & Co.

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opor tu ni da de é tra di cio nal na teo ria eco nô mi ca, mas nem sem pre tem sido ado ta do –tanto no tempo como em todas as empre sas.

O con cei to sig ni fi ca, em linhas gerais, que há real men te valor adi cio na do à empre -sa, caso o lucro líqui do após o impos to de renda seja supe rior a um deter mi na do custode opor tu ni da de de capi tal. Em linhas gerais, esse custo de opor tu ni da de de capi tal écon si de ra do o lucro míni mo que a empre sa deve ter para remu ne rar ade qua da men te oinves ti men to do acio nis ta.

Essa ren ta bi li da de míni ma do acio nis ta equi va le a um custo de opor tu ni da de. Em outras pala vras, se o acio nis ta apli cas se seu dinhei ro em outro negó cio ou outraempre sa, teria no míni mo aque le ren di men to. Portanto, valor adi cio na do só pode sercon si de ra do quan do o lucro obti do pelo acio nis ta é maior que um ren di men to míni -mo de mer ca do.

Recomenda-se a apli ca ção do con cei to do EVA tanto para a ren ta bi li da de doacio nis ta quan to para a ren ta bi li da de do ativo total. A fór mu la do EVA, segun do seuscria do res, é a seguin te:

EVA = Nopat – C% (TC)2

onde:

Nopat = Lucro Operacional Líquido Após os Impos tosC% = Custo Per cen tual do Capi talTC = Capital Total

Portanto, o EVA carac te ri za-se por ser um con cei to de lucro resi dual. Considera-selucro, ou valor adi cio na do, o lucro que exce de a uma ren ta bi li da de míni ma sobre oinves ti men to.

Que Custo de Oportunidade Adotar?Não há exa ta men te um con sen so sobre qual taxa de des con to ado tar. Algumassuges tões são:

• taxa de juros de títu los do gover no norte-ame ri ca no;• Libor ou Prime Rate;• taxa de juros de longo prazo (TJLP), no Brasil;• custo médio pon de ra do de capi tal da empre sa;• custo médio pon de ra do de capi tal ajus ta do pelo risco da empre sa;• custo de capi tal exi gi do/decla ra do pelos acio nis tas etc.

232MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

2 Ehrbar, 1999, p. 2.

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Quanto maior a taxa de custo de opor tu ni da de a ser ado ta da, mais difí cil será paraa empre sa apre sen tar valor agre ga do. Portanto, este é um fator fun da men tal. Nãovemos nenhum incon ve nien te em uti li zar o custo de capi tal exi gi do pelos acio nis tas.

Qual o Valor do Capital Total (Investimento)?Também este ele men to exige uma defi ni ção. Pode-se sim ples men te tomar comorefe rên cia o valor con tá bil do ativo; pode-se tomar como refe rên cia o ativo ope ra cio -nal líqui do, con for me demons tra mos na Tabela 3.10; pode-se tomar como refe rên ciao valor eco nô mi co da empre sa obti do por flu xos futu ros de caixa des con ta do no iní -cio do perío do etc.

Como a taxa de juros, este ele men to se reves te de capi tal impor tân cia. Enten -demos que o con cei to de ativo ope ra cio nal líqui do é um refe ren cial sig ni fi ca ti vo.

ExemploTomando como base os resul ta dos das tabe las 3.11 e 3.12, e assu min do um custo deopor tu ni da de exi gi do pelos acio nis tas de 12%, tería mos a seguin te men su ra ção dovalor eco nô mi co adi cio na do para os dois exer cí cios ana li sa dos:

Tabela 9.4 – EVA – Custo de Opor tu ni da de de 12% ao ano

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASMM233

31.12.x0 31.12.x1

Lucro Operacional 1.609.499 1.095.210 (–) Impostos sobre o Lucro (30%) (482.850) (328.563)= Lucro Operacional Líquido dos Impostos (A) 1.126.650 766.647

Ativo Operacional Líquido (B) 9.222.840 9.111.517

Custo de Oportunidade – (12% x B) (C) 1.106.741 1.093.382

VALOR ECONÔMICO ADI CIO NA DO (D = A – C) 19.909 (326.735)

Rentabilidade Adicionada (D/B) 0,22% –3,59%

Nesse exem plo, veri fi ca mos que em 19x0 houve um valor adi cio na do de $ 19.909,que repre sen ta uma ren ta bi li da de adi cio na da de 0,22%. Em 19x1 não houve valoradi cio na do, por que a ren ta bi li da de final foi infe rior à ren ta bi li da de míni ma exi gi dapelo custo de opor tu ni da de dos acio nis tas.

Dentro do enfo que do EVA, não houve agre ga ção de valor, mas destruição dovalor do acio nis ta. Considera-se des trui ção do valor do acio nis ta quan do o valoradi cio na do é nega ti vo. No ano de 19x1, se o acio nis ta tives se inves ti do em outronegó cio, pode ria ter uma ren ta bi li da de míni ma de $ 1.093.382. Como a empre sa sóren deu $ 766.647, o acio nis ta dei xou de ter renda de $ 326.735; por tan to, sua rique zafoi par cial men te des truí da. Percentualmente, o inves ti dor per deu 3,59% no ano, emrela ção a um custo médio de opor tu ni da de em outros empreen di men tos.

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Page 248: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

Análise do EVA e o AcionistaNo exem plo, con si de ra mos para aná li se do EVA o ativo ope ra cio nal líqui do, inde pen -den te men te de como ele foi finan cia do. Portanto, não con si de ra mos a pos si bi li da deda ala van ca gem finan cei ra. Quando se quer incor po rar o con cei to de ala van ca gemfinan cei ra, o custo de opor tu ni da de a ser ado ta do deve ser o custo médio pon de ra dode capi tal.

Questões e Exercícios1. Com os demons tra ti vos apre sen ta dos a seguir, faça uma aná li se de balan ço, ela -

bo ran do:a) aná li ses ver ti cal e hori zon tal do Balanço Patrimonial e Demonstração de

Resultados;b) cons tru ção dos indi ca do res;c) ava lia ção final sobre a empre sa em ter mos de estru tu ra finan cei ra, estru tu ra

patri mo nial e ren ta bi li da de.

BALAN ÇO PATRI MO NIAL Ano 1 Ano 2Ativo Circulante 120.000 132.700 Aplicações Financeiras 25.000 23.200 Contas a Receber de Clientes 43.000 61.200 Estoques 50.000 45.500 Outros Valores a Realizar 2.000 2.800

Realizável a Longo Prazo 2.000 2.400 Depósitos Judiciais 2.000 2.400

Investimentos e Imobilizados 88.000 81.900 Investimentos em Controladas 18.000 19.200 Imobilizados 150.000 162.000 (–) Depreciação Acumulada (80.000) (99.300)

TOTAL 210.000 217.000

Passivo Circulante 85.300 85.600 Fornecedores 10.000 11.000 Contas a Pagar 7.800 8.300 Impostos a Recolher 4.500 5.800 Dividendos a Pagar 8.000 4.000 Empréstimos 55.000 56.500

Exigível a Longo Prazo 34.700 37.400 Financiamentos 34.700 37.400

234MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Patrimônio Líquido 90.000 94.000 Capital Social 68.000 68.000 Reservas 16.400 22.000 Lucros Acumulados 5.600 4.000

TOTAL 210.000 217.000

DEMONS TRA ÇÃO DE RESUL TA DOS Ano 1 Ano 2Receita Operacional Bruta 320.000 347.000 (–) Impostos sobre Vendas (35.000) (38.000)Receita Operacional Líquida 285.000 309.000

Custo dos Produtos Vendidos 187.400 205.800 Materiais Consumidos 104.000 114.000 Depreciação 18.400 19.300 Outros Custos de Fabricação 65.000 72.500

Lucro Bruto 97.600 103.200

(–) Despesas Operacionais 67.500 76.700 com Vendas 38.400 41.700 Administrativas 29.100 35.000

Lucro Operacional I 30.100 26.500

Receitas Financeiras 2.800 2.500 Despesas Financeiras (13.050) (18.000)Equivalência Patrimonial 800 1.200

Lucro Operacional II 20.650 12.200

Impostos sobre o Lucro (7.021) (4.148)Lucro Líquido do Exercício 13.629 8.052

2. Considerando os mes mos demons tra ti vos con tá beis do exer cí cio ante rior, ela bo repara os dois exer cí cios:a) aná li se de ren ta bi li da de com o méto do Dupont;b) ren ta bi li da de do capi tal de finan cia men to;c) ren ta bi li da de do capi tal pró prio;d) ava lia ção da ren ta bi li da de final (se é forte ou fraca).

3. Considerando os mes mos demons tra ti vos do Exercício 1, apure o EVA, con si de -ran do um custo de opor tu ni da de de capi tal de 12% ao ano.

4. Considerando:a) que uma empre sa ven deu $ 120.000 em um perío do e obte ve um lucro de

$ 11.000;

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASMM235

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b) que ela tem um giro do ativo de 1,25;c) que a par ti ci pa ção do capi tal pró prio no ativo total é igual a 60%;d) que o res tan te do pas si vo está divi di do em 70% de cir cu lan te e 30% de exi gí -

vel longo prazo;e) que essa empre sa tem um índi ce de Liquidez Corrente de 1,5 e não tem rea li -

zá vel a longo prazo.

pede-se:a) o valor do seu ativo per ma nen te;b) cal cu lar, ana li sar e inter pre tar a ren ta bi li da de.

5. Considerando os seguin tes dados de uma empre sa:a) um ativo total de $ 320.000;b) um giro do ativo de 0,80;c) cus tos e des pe sas totais do perío do de $ 247.000;d) um ativo per ma nen te de 72% do ativo total;e) um exi gí vel a longo prazo de $ 10.000 (não tem rea li zá vel a longo prazo);f) um capi tal pró prio repre sen tan do 65% do ativo.

pede-se:a) cal cu lar o índi ce de Liquidez Corrente;b) cal cu lar, ana li sar e inter pre tar a ren ta bi li da de.

236MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Page 251: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

PARTE III – PLANEJAMENTOORÇAMENTÁRIO

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Page 253: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

10 Planejamento e Controle Orçamentário

A base da con tro la do ria ope ra cio nal é pro ces so de pla ne ja men to e con tro le orça -men tá rio, tam bém deno mi na do pla ne ja men to e con tro le finan cei ro ou pla ne ja men to econ tro le de resul ta dos. O orça men to é a fer ra men ta de con tro le por exce lên cia de todoo pro ces so ope ra cio nal da empre sa, pois envol ve todos os seto res da com pa nhia.

Uma defi ni ção que pode ser dada ao orça men to é a seguin te:

Orçamento “nada mais é do que colo car na fren te aqui lo que está acon te -cen do hoje”.1

Outra defi ni ção pos sí vel: o orça men to é “a expres são quan ti ta ti va de um planode ação e ajuda à coor de na ção e imple men ta ção de um plano” (Stedry, 1999, p. 22).

Orçar sig ni fi ca pro ces sar todos os dados cons tan tes do sis te ma de infor ma çãocon tá bil de hoje, intro du zin do os dados pre vis tos para o pró xi mo exer cí cio, con si de -ran do as alte ra ções já defi ni das para o pró xi mo exer cí cio. Portanto, o orça men to nãodeixa de ser uma pura repe ti ção dos rela tó rios geren ciais atuais, mas com os dadospre vis tos. Não há basi ca men te nada de espe cial a ser feito na ela bo ra ção do orça -men to; basta colo car no sis te ma de infor ma ção con tá bil, no módu lo orça men tá rio,os dados que deve rão acon te cer no futu ro, den tro da melhor visão que a empre satem no momen to de sua ela bo ra ção. Contudo, con vém lem brar que o orça men totem outros obje ti vos, e estes devem ser bus ca dos den tro de seu con jun to, sendo fer -ra men ta ideal para o pro ces so de con gruên cia de diver sos obje ti vos cor po ra ti vos e seto riais.

O orça men to pode e deve reu nir diver sos obje ti vos empre sa riais, na busca daexpres são do plano e con tro le de resul ta dos. Portanto, con vém res sal tar que o planoorça men tá rio não é ape nas pre ver o que vai acon te cer e seu pos te rior con tro le. Pontofun da men tal é o pro ces so de esta be le cer e coor de nar obje ti vos para todas as áreas daempre sa, de maneira que todos tra ba lhem siner gi ca men te em busca dos pla nos de lucros.

Exemplos de pro pó si tos gerais que devem estar con ti dos no plano orça men tá rio:

• Orçamento como sis te ma de auto ri za ção: o orça men to apro va do não deixa de serum meio de libe ra ção de recur sos para todos os seto res da empre sa, mini mi -zan do o pro ces so de con tro le.

• Um meio para pro je ções e pla ne ja men to: o con jun to das peças orça men tá rias seráuti li za do para o pro ces so de pro je ções e pla ne ja men to, per mi tin do, inclu si ve,estu dos para perío dos pos te rio res.

1 Passarelli, 1991, p. 61.

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Page 254: Livro introduã§ã£o ã  administraã§ã£o financeira clã³vis luãs padoveze

• Um canal de comu ni ca ção e coor de na ção: incor po ran do os dados do cená rio apro -va do e das pre mis sas orça men tá rias, é ins tru men to para comu ni car e coor de -nar os obje ti vos cor po ra ti vos e seto riais.

• Um ins tru men to de moti va ção: den tro da linha de que o orça men to é um sis te made auto ri za ção, per mi te um grau de liber da de de atua ção den tro das linhasapro va das, sendo ins tru men to impor tan te para o pro ces so moti va cio nal dosges to res ope ra cio nais.

• Um ins tru men to de ava lia ção e con tro le: con si de ran do tam bém os aspec tos demoti va ção e de auto ri za ção, é lógi ca a uti li za ção do orça men to como ins tru -men to de ava lia ção de desem pe nho dos ges to res e con tro le dos obje ti vos seto -riais e corporativos.

• Uma fonte de infor ma ção para toma da de deci são: con tém os dados pre vis tos eespe ra dos, bem como os obje ti vos seto riais e cor po ra ti vos; é uma fer ra men tafun da men tal para deci sões diá rias sobre os even tos eco nô mi cos de res pon sa bi -li da de dos ges to res ope ra cio nais.

Os obje ti vos da cor po ra ção, gené ri cos, dire cio nam os obje ti vos das diver sas áreasou fun ções, que são os obje ti vos espe cí fi cos. Dessa manei ra, o pro ces so de esta be le -cer obje ti vos deve ser um pro ces so inte ra ti vo, que coor de na os obje ti vos gerais comos obje ti vos espe cí fi cos. Dentro dessa linha de atua ção, o pro ces so orça men tá riodeve per mi tir a par ti ci pa ção de toda a estru tu ra hie rár qui ca com res pon sa bi li da deorça men tá ria, não deven do ser um pro ces so dita to rial com uma única dire ção, decima para baixo. Não há dúvi da de que, em últi ma ins tân cia e em caso de dúvi das,pre va le ce rão os cri té rios da cor po ra ção.

Todos os envol vi dos no pro ces so orça men tá rio devem ser ouvi dos. Esse envol vi -men to per mi ti rá uma ges tão par ti ci pa ti va, con sis ten te com a estru tu ra de dele ga çãode res pon sa bi li da des, e per mi ti rá o com pro me ti men to de todos os ges to res dos seto -res espe cí fi cos. Só assim será pos sí vel a ges tão ade qua da da etapa final do planoorça men tá rio, que é o con tro le orça men tá rio, com a aná li se das varia ções do desem -pe nho indi vi dual dos ges to res. Diante des sas colo ca ções, pode mos elen car algunsprin cí pios gerais para a estru tu ra ção do plano orça men tá rio:

• Orientação para obje ti vos: o orça men to deve se dire cio nar para que os obje ti vosda empre sa e dos seto res espe cí fi cos sejam atin gi dos efi cien te e efi caz men te.

• Envolvimento dos ges to res: todos os ges to res res pon sá veis por um orça men toespe cí fi co devem par ti ci par ati va men te dos pro ces sos de pla ne ja men to e con -tro le, para obter mos o seu com pro me ti men to.

• Comunicação inte gral: com pa ti bi li za ção entre o sis te ma de infor ma ções, o pro -ces so de toma da de deci sões e a estru tu ra orga ni za cio nal.

• Expectativas rea lís ti cas: para que o sis te ma seja moti va dor, deve apre sen tar obje -ti vos gerais e espe cí fi cos que sejam desa fia do res, den tro da melhor visão daempre sa, mas pas sí veis de ser cum pri dos.

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• Aplicação fle xí vel: o sis te ma orça men tá rio não é um ins tru men to de domi na ção.O valor do sis te ma está no pro ces so de pro du zir os pla nos, não nos pla nos em si.Assim, o sis te ma deve per mi tir cor re ções, ajus tes, revi sões de valo res e de pla nos.

• Reconhecimento dos esfor ços indi vi duais e de gru pos: o sis te ma orça men tá rio é umdos prin ci pais ins tru men tos de ava lia ção de desem pe nho etc.

Conceitos e Tipos de Orçamento

Não exis te uma única manei ra de estru tu rar o orça men to, e, con se quen te men te, decomo fazer o pro ces so de ava lia ção e con tro le. Apresentaremos a seguir, resu mi da -men te, os prin ci pais con cei tos exis ten tes, que são impor tan tes, pois dão fun da men topara o pro ces so de exe cu ção do plano orça men tá rio.

Orçamento de Tendências

Uma prá ti ca orça men tá ria muito comum tem sido a de uti li zar dados pas sa dos parapro je ções de situa ções futu ras. Tal prá ti ca tem dado bons resul ta dos, pois, de modogeral, os even tos pas sa dos são decor ren tes de estru tu ras orga ni za cio nais já exis ten tes,e, por con se guin te, há forte ten dên cia desses even tos se repro du zi rem, con si de ran do,con tu do, a intro du ção dos novos ele men tos com po nen tes do pla ne ja men to ope ra cio -nal da empre sa.

Seria ingê nuo ima gi nar uma sim ples repro du ção em ten dên cia dos even tos pas sa -dos, como se fos sem repli ca dos no futu ro. Na exe cu ção do orça men to de ten dên cias,sem pre have rá even tos pas sa dos de conhe ci men to da empre sa, que não se repe ti rãoe, por tan to, não serão repro du zi dos no orça men to. Da mesma forma, have rá even tosfutu ros que não terão um pas sa do em que se pos sam basear novas esti ma ti vas, porisso deve rão ser orça dos de outra manei ra.

Orçamento Base Zero

Esta pro pos ta con cei tual de ela bo ra ção de orça men to apa re ceu em con tra po si ção aoorça men to de ten dên cias. A filo so fia do orça men to base zero está em rom per com opas sa do. Consiste basi ca men te em dizer que o orça men to nunca deve par tir daobser va ção dos dados ante rio res, pois eles podem con ter ine fi ciên cias que o orça -men to de ten dên cias acaba por per pe tuar.

A pro pos ta do orça men to base zero está em redis cu tir toda a empre sa toda vezque se ela bo ra o orça men to. Está em ques tio nar cada gasto, cada estru tu ra, bus can -do veri fi car a real neces si da de dele.

A ques tão fun da men tal per ma nen te para o orça men to base zero é a seguin te:não é por que acon te ceu que deve rá acon te cer.

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Nessa linha de pen sa men to, cada ati vi da de da empre sa será redis cu ti da não emfun ção de valo res maio res ou meno res, mas na razão ou não da sua exis tên cia.Concluída a defi ni ção da exis tên cia da ati vi da de, será feito um estu do, par tin do dozero, de quan to deve ria ser o gasto para estru tu ra ção e manu ten ção daque la ati vi da -de, e quais seriam suas metas e obje ti vos. Dessa forma, pode mos dizer que o orça -men to base zero está inti ma men te liga do ao con cei to de custo padrão ideal.

Em nosso enten di men to, o con cei to de orça men to base zero é pre cur sor do con -cei to mais atual de reen ge nha ria, ou seja, redis cu tir a empre sa a par tir de seus pro -ces sos e da exis tên cia neces sá ria deles.

Tipos de OrçamentoBasicamente, há dois tipos clás si cos de orça men to: o orça men to está ti co e o orça -men to fle xí vel.

Orçamento Estático

É o orça men to mais comum. Elaboram-se todas as peças orça men tá rias a par tir dafixa ção de deter mi na do volu me de pro du ção ou ven das. Esses volu mes, por sua vez,tam bém deter mi na rão o volu me das demais ati vi da des e seto res da empre sa. O orça -men to é con si de ra do está ti co quan do a admi nis tra ção do sis te ma não per mi tenenhu ma alte ra ção nas peças orça men tá rias.

Caso a empre sa, duran te o perío do, con si de re que esses volu mes não serão atin -gi dos, par ce la sig ni fi ca ti va das peças orça men tá rias tende a per der valor para o pro -ces so de acom pa nha men to, con tro le e aná li se das varia ções, bem como base parapro je ções e simu la ções com os dados orça men tá rios. Apesar de con ter um ele men tocrí ti co, que é a sua esta ti ci da de, e, por tan to, sem fle xi bi li da de, esse tipo de orça men -to é muito uti li za do prin ci pal men te para gran des cor po ra ções, nota da men te as queope ram em vários paí ses. O moti vo bási co dessa uti li za ção é a gran de neces si da dede consolidação dos orça men tos de todas as suas uni da des dis per sas geo gra fi ca men -te, em um orça men to mes tre e único da cor po ra ção. Esse orça men to con so li da do évital para que a orga ni za ção tenha uma visão geral de seus negó cios e dos resul ta -dos eco nô mi cos espe ra dos para o pró xi mo ano, para apro va ção de sua dire to riamáxi ma. Nesse sen ti do, o orça men to está ti co é impor tan te, já que even tuais alte ra -ções de volu me em algu ma de suas divi sões não neces sa ria men te cau sa rão umimpac to sig ni fi ca ti vo no total dos orça men tos.

Obviamente, quan do os impac tos de alte ra ções de volu mes em todas as uni da -des da cor po ra ção forem sig ni fi ca ti vos, não há por que man ter um orça men to está -ti co que não tenha vali da de para o pro ces so deci so rial.

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Orçamento FlexívelPara solu cio nar o pro ble ma do orça men to está ti co, sur giu o con cei to de orça men tofle xí vel. Neste caso, em vez de um único núme ro deter mi na do de volu me de pro du -ção ou ven das, ou volu me de ati vi da de seto rial, a empre sa admi te uma faixa de nívelde ati vi da des, em que ten den cial men te se situa rão esses volu mes de pro du ção ouven das. Basicamente, o “orça men to fle xí vel é um con jun to de orça men tos quepodem ser ajus ta dos a qual quer nível de ati vi da des” (Horngren, 1985, p. 137). A basepara a ela bo ra ção do orça men to fle xí vel é a per fei ta dis tin ção entre cus tos fixos evariá veis. Os cus tos variá veis segui rão o volu me de ati vi da de, enquan to os cus tosfixos terão o tra ta men to tra di cio nal. Apresentamos a seguir um mode lo de orça men -to fle xí vel, de forma sin té ti ca, adap ta do de Horngren et al. (1996, p. 296).

Tabela 10.1 – Orçamento Fle xí vel para Vários Níveis de Ati vi da de de Pro du ção ou Ven das

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Orçamento por Unidade DadosUnitários

Níveis de Atividades (Em uni da des) 7.000 8.000 9.000

Vendas $ 31,00 217.000 248.000 279.000

Materiais e Componentes $ 21,00 147.000 168.000 189.000Outros Custos e Despesas Variáveis $ 0,80 5.600 6.400 7.200Soma – Custos e Despesas Variáveis $ 21,80 152.600 174.400 196.200

Margem de Contribuição $ 9,20 64.400 73.600 82.800

Orçamento – Gastos MensaisCustos Fixos de Manufatura 37.000 37.000 37.000Despesas Comerciais e Administrativas 33.000 33.000 33.000Total de Custos e de Despesas Fixos 70.000 70.000 70.000

RESUL TA DO OPE RA CIO NAL (5.600) 3.600 12.800

O enfo que do orça men to fle xí vel é pos sí vel, então, com os even tos que apre sen -tam a pos si bi li da de de uma men su ra ção uni tá ria, que cor res pon dem aos dadosvariá veis, como apre sen ta do na pri mei ra parte da Tabela 10.1. Associando-se aosvolu mes pos sí veis, podem ser fei tos quan tos orça men tos fle xí veis forem neces sá riosou dese ja dos. Os gas tos fixos con ti nuam sendo apre sen ta dos den tro do enfo que tra -di cio nal do orça men to, que é o orça men to está ti co, cor res pon den te à segun da partedo qua dro.

Outro enfo que do orça men to fle xí vel: não assu mir nenhu ma faixa de quan ti da des ounível espe ra do de ati vi da de. Faz-se ape nas o orça men to dos dados uni tá rios, e asquan ti da des a ser assu mi das seriam as real men te acon te ci das. Entendemos que, ape -sar de ser um con cei to com algu ma apli ca ção, foge ao fun da men to do orça men to, queé pre ver o que vai acon te cer. Esse con cei to difi cul ta, em muito, a con ti nui da de do pro -ces so orça men tá rio, que são as pro je ções dos demons tra ti vos con tá beis.

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Orçamento AjustadoO con cei to de orça men to ajus ta do deri va do orça men to fle xí vel. O orça men to ajus -ta do é um segun do orça men to que passa a vigo rar quan do se modi fi ca o volu me ounível de ati vi da de ini cial men te pla ne ja do, para um outro nível de volu me ou de ati -vi da de, decor ren te de um ajus te de plano. Em outras pala vras, o orça men to ajus ta doé o ajus te efe tua do nos volu mes pla ne ja dos den tro do con cei to de orça men to está -ti co ou ini cial.

É óbvio que se pode rão fazer quan tos orça men tos ajus ta dos forem neces sá rios.Em suma, toda vez que hou ver neces si da de de ajus tar os volu mes pla ne ja dos paraoutro nível de volu me, será refei to o orça men to com as novas quan ti da des, e essenovo orça men to será o orçamento ajus ta do, con tra pon do-se ao pri mei ro orça men to, oorçamento ori gi nal.

Orçamento Original (+/–) Ajustes de Volumes = Orçamento Ajustado(Volumes Planejados) (Volumes Ajustados)

Orçamento Corrigido O con cei to de orça men to cor ri gi do é o ajus te do orça men to ori gi nal, de forma auto -má ti ca, sem pre que hou ver alte ra ção de pre ços em fun ção de infla ção. É impor tan teres sal tar que nem todas as empre sas acei tam paci fi ca men te esse con cei to, já que,para mui tas empre sas, as alte ra ções de pre ços são de res pon sa bi li da de dos ges to resseto riais, e elas devem fazer parte das varia ções orça men tá rias e jus ti fi ca das, mesmoque oca sio na das por fenô me no infla cio ná rio.

Nosso enten di men to é que, se as alte ra ções de pre ços forem decor ren tes de infla -ção, e, prin ci pal men te, de even tos pac tua dos con tra tual men te (cláu su las de rea jus tescom base em índi ces de infla ção futu ra), ou impos tas pelo gover no por meio de suastaxas e pre ços admi nis tra dos, é acei tá vel a ado ção desse con cei to de orça men to, já quenão há uma pos si bi li da de clara de con tro la bi li da de pelo ges tor do orça men to.

Outrossim, a cor re ção auto má ti ca de orça men tos por outras varia ções de pre ços,não decor ren tes cláu su las de rea jus tes ou pre ços impos tos – onde cabe atua ção e,por tan to, con tro la bi li da de do ges tor – não deve ser incor po ra da auto ma ti ca men te aoorça men to.

Orçamento Original(+/–)

Variação de Preços =

Orçamento Corrigido(Preços Originais) por Inflação (Preços Corrigidos)

Budget e ForecastA ter mi no lo gia ingle sa budget é a mais uti li za da entre as empre sas trans na cio nais e serefe re basi ca men te ao orça men to den tro do con cei to está ti co. A ter mi no lo gia forecast

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é uti li za da para o con cei to de pro je ções. É muito comum, nas empre sas trans na cio -nais, cha mar tam bém de forecast a soma dos dados reais men sais já acon te ci dos noperío do, mais os dados res tan tes do orça men to a cum prir. Não deixa de ser tam bémum con cei to de pro je ção para os dados do perío do todo. Nesse con cei to, as varia çõesentre o orça men to e o real dos meses já acon te ci dos são des pre za das, pre va le cen doos dados reais, que são, então, soma dos aos meses res tan tes para cum prir o perío doorça men tá rio, fun cio nan do esses dados como a melhor pro je ção para todo o perío -do em ques tão.

Orçamento, Inflação e MoedasUma ques tão sem pre dis cu ti da é a vali da de ou não do sis te ma orça men tá rio emambien tes eco nô mi cos sob con di ções de infla ção crô ni ca, com índi ces sig ni fi ca ti vos ediversificados de varia ção geral de pre ços. Entendemos que o sis te ma orça men tá rio éváli do para qual quer enti da de em qual quer situa ção con jun tu ral. Para tanto, é neces -sá rio o enten di men to dos efei tos diver sos da infla ção nos muitos seg men tos do sis te -ma orça men tá rio e tra tar ade qua da men te cada peça orça men tá ria à luz dos efei tosespe cí fi cos que a infla ção – e a pos sí vel cor re ção mone tá ria – causa a cada seg men to do orça men to.

Quando há ocor rên cia de infla ção, a ges tão do custo dos recur sos e das recei tastende a ficar mais com ple xa, e, com isso, há uma inclinação de gerir a enti da de comnúme ros mais agre ga dos, pois os dados deta lha dos, tran sa cio na dos na moeda fracado país, ten dem a per der sig ni fi cân cia nos perío dos seguin tes. Contudo, con vémrea fir mar que, mesmo em caso de ambien te orça men tá rio, o fer ra men tal do orça -men to con ti nua váli do e tão impres cin dí vel quan to em um ambien te de esta bi li da -de mone tá ria.

Orçamento em Moeda EstrangeiraIndependentemente do fenô me no infla cio ná rio, o orça men to em moeda estran gei rapode ser neces sá rio caso a empre sa faça parte de um grupo trans na cio nal que devacon so li dar seus demons tra ti vos pro je ta dos. Para empre sas que não tenham essaobri ga to rie da de orga ni za cio nal, o orça men to em moeda estran gei ra pode ser neces -sá rio para fins de com pa ra bi li da de com con cor rên cia exter na, ava lia ção de inves ti -men to etc.

A estru tu ra ção do orça men to em moeda estran gei ra está basea da nos seguin tescri té rios:

a) men su ra ção ante rior dos dados his tó ri cos em moeda estran gei ra, para para -me tri zar os dados a ser incor po ra dos ao orça men to;

b) dados pre vis tos pas sí veis de ser men su ra dos em moeda estran gei ra;c) pre vi são das taxas de câm bio para trans for ma ção dos dados em moeda cor ren -

te pre vis tos em moeda estran gei ra;

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d) ado ção de um cri té rio de trans for ma ção (taxa men sal, taxa média, taxa diá riaetc.);

e) intro du ção dos cri té rios de trans for ma ção dos demons tra ti vos con tá beis em outras moe das.

Orçamento em Moeda CorrenteIndependentemente de qual quer situa ção de uti li za ção de orça men to em outro padrão mone tá rio, há a neces si da de da ela bo ra ção do orça men to em moeda cor ren -te. Isso se impõe por que, efe ti va men te, todas as tran sa ções são efe ti vas na moedacor ren te do país, mesmo que tenham algum inde xa dor (cor re ção mone tá ria, taxa de câm bio).

Adicionalmente, as pro je ções dos demons tra ti vos con tá beis devem ser fei tasneces sa ria men te em moeda cor ren te, tendo em vista que todos os aspec tos tri bu tá -rios do país são medi dos em moeda cor ren te, e eles envol vem todo o sis te ma orça -men tá rio. As recei tas e des pe sas finan cei ras, que tam bém sofrem os efei tos infla cio -ná rios, só podem ser obti das na moeda cor ren te.

Organização e Processo de ElaboraçãoO sis te ma orça men tá rio com preen de o con jun to de pes soas, tec no lo gia admi nis tra -ti va, sis te mas de infor ma ção, recur sos mate riais dis po ni bi li za dos e admi nis tra ção dosis te ma para exe cu ção dos pla nos orça men tá rios. Cabe ao con trol ler a admi nis tra çãodo sis te ma orça men tá rio, que rece be essa dele ga ção da cúpu la da empre sa, seja dospro prie tá rios ou da dire to ria admi nis tra ti va e finan cei ra. Ele tam bém é quem develide rar a orga ni za ção do pro ces so orça men tá rio, tanto na sua estru tu ra infor ma cio -nal como nos cro no gra mas de exe cu ção.

Organização do Orçamento

Com preen de um con jun to de medi das e estru tu ras. A seguir, apre sen ta mos um pai -nel para a orga ni za ção do pro ces so orça men tá rio e de sua implan ta ção anual e exe -cu ção, sem o obje ti vo de esgo tar o assun to.

1. Comitê Orçamentário: deve ser ins ta la do um comi tê que deci di rá pela visãomaior do orça men to anual. É com pos to nor mal men te das dire to rias, mais ocon trol ler e o res pon sá vel dire to pelo pro ces so orça men tá rio.

2. Premissas Orçamentárias: cabe ao comi tê orça men tá rio a defi ni ção das regrasmaio res e gerais a vigo ra rem para o pró xi mo orça men to, que são as pre mis sasorça men tá rias.

3. Modelo do Processo Orçamentário: cabe tam bém ao comi tê orça men tá rio adefi ni ção do mode lo de con du ção do pro ces so orça men tá rio, mode lo este que

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deve rá ser total men te coe ren te com o sub sis te ma ins ti tu cio nal do sis te maempre sa, decor ren te de suas cren ças e valo res.

4. Estrutura Contábil: cabe ao con trol ler, con si de ran do a mis são e os obje ti vos daempre sa, estru tu rar e moni to rar o sis te ma de infor ma ção con tá bil que aten daa todos os prin cí pios orça men tá rios defi ni dos pela empre sa. Dentro deste tópi -co cons tam as seguin tes neces si da des:

• defi ni ção dos cri té rios de con ta bi li za ção das recei tas e des pe sas;• defi ni ção dos cri té rios de dis tri bui ção de gas tos, se hou ver neces si da de;• manua li za ção dos pro ce di men tos cita dos ante rior men te;• estru tu ra ção da conta con tá bil;• defi ni ção das áreas de res pon sa bi li da de para incor po ra ção à conta con tá bil;• defi ni ção e cria ção das tabe las de uni da des de negó cios, cen tros de lucros e

cen tros de cus tos e suas res pec ti vas liga ções hie rár qui cas;• estru tu ra ção do plano de con tas con tá bil.

5. Sistemas de Apoio: cabe ao con trol ler a defi ni ção das tec no lo gias de infor ma -ção e sis te mas de apoio para exe cu ção dos cál cu los e lan ça men tos orça men tá -rios no sis te ma de infor ma ção con tá bil.

6. Relatórios: cabe ao con trol ler a defi ni ção dos rela tó rios orça men tá rios de pre -pa ra ção dos orça men tos, bem como dos rela tó rios para acom pa nha men to econ tro le.

7. Cronograma: cabe ao con trol ler a lide ran ça da exe cu ção do cro no gra ma orça -men tá rio, em todas as suas eta pas (pre vi são, repro je ção e con tro le).

Passos da Preparação do Plano OrçamentárioEm linhas gerais, pode mos gene ra li zar os seguin tes pas sos da exe cu ção do planoorça men tá rio:2

1. esta be le cer a mis são e os obje ti vos cor po ra ti vos;2. estru tu rar as assun ções ambien tais; a par tir des tas, deter mi nar o fator limi tan -

te, nor mal men te ven das (é pos sí vel que em deter mi na dos empreen di men tos ofator limi tan te seja a pro du ção, do tipo jazi das mine rais etc.);

3. ela bo rar o orça men to a par tir da fun ção res tri ti va do fator limi tan te;4. ela bo rar os outros orça men tos, coor de nan do-os com o fator limi tan te e os

obje ti vos cor po ra ti vos;5. sin te ti zar todos os orça men tos para pro du zir o orça men to mes tre;6. rever o orça men to mes tre à luz dos obje ti vos cor po ra ti vos;7. acei tar o orça men to mes tre, ou, se este não esti ver de acor do com os obje ti -

vos cor po ra ti vos, vol tar ao passo 2 e repe tir o pro ces so até o orça men to ficaracei tá vel;

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2 Adaptado de Kennedy e Dugdale, 1999, p. 22.

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8. moni to rar os resul ta dos reais con tra os resul ta dos orça dos e repor tar varia ções;9. como resul ta do das varia ções, (i) tomar ações cor re ti vas para eli mi nar as varia -

ções ou (ii) revi sar os orça men tos mes tres ou sub si diá rios para aco mo dar asvaria ções.

Premissas OrçamentáriasApós a esco lha do cená rio mais pro vá vel, a con tro la do ria deve rá pre pa rar o qua drode pre mis sas para o plano orça men tá rio. Posteriormente, as pre mis sas deve rão serapro va das pelo Comitê Orçamentário, tor nan do-se os fun da men tos para o pro ces sode ela bo ra ção das peças do orça men to.

As pre mis sas decor rem do cená rio esco lhi do. Por meio de infor ma ções e dadosdos quais já dis põe em seu Sistema de Informação de Acompanhamento do Ne gócio,a cúpu la dire ti va tem conhe ci men to e per cep ção geral do que deve acon te cer com osnegó cios da empre sa caso acon te ça o cená rio mais pro vá vel. Nesse sen ti do, as infor -ma ções bási cas para deli near o plano orça men tá rio, tais como com por ta men todas ven das, pro du ção, novos negó cios e opor tu ni da des, neces si da des de inves ti -men tos e finan cia men tos, logís ti ca etc., são pas sí veis de ser assu mi das em ter mosquan ti ta ti vos.

Além disso, a dire ção da empre sa já tem con di ções de esta be le cer outras pre mis -sas, fruto das deci sões de ven das e inves ti men tos, bem como decor ren tes de polí ti casadmi nis tra ti vas e finan cei ras, ou mesmo de cará ter dis cri cio ná rio, ou seja, impos tas.Deve ser expli ci ta do todo o con jun to de pre mis sas quan ti fi cá veis e que sejam ele -men tos que devem ser tra ba lha dos nas peças orça men tá rias.

Consideramos pre mis sas orça men tá rias os dados de ordem geral e que ten dem aafe tar, de forma dire ta ou indi re ta, toda a empre sa, e que, depois de assu mi das,devem ser rigo ro sa men te res pei ta das sem dis cus são. Apresentamos a seguir umqua dro exem pli fi ca ti vo de pre mis sas gerais para o pro ces so de ela bo ra ção das peçasorça men tá rias.

Quadro 10.1 – Premissas Orça men tá rias Gerais

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Programa de Produção – Uni da des/Ano 200.000Número de Funcionários 4.500Encargos Sociais Previstos – Média 92%Horas Extras Máximas 2%Aumentos Salariais – Data Base 4%Aumentos de Mérito – % Men sal 0,2%Taxa de Câmbio – % 7%Taxa de US$ – Inicial R$ 1,65 Taxa de US$ – Final $ 1.765Inflação Anual – país – % 10%Aumento de Lista de Preços – % 5%

continua

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Estratégia e OrçamentoAs pre mis sas orça men tá rias fazem parte do con jun to de infor ma ções do pla ne ja men -to ope ra cio nal. Os cená rios fazem parte do con jun to de infor ma ções do pla ne ja men toestra té gi co. As pre mis sas fun da men ta rão a cons tru ção do orça men to. Concluídastodas as peças orça men tá rias, elas deve rão ser incor po ra das ao sis te ma de infor ma çãocon tá bil, para que, no pró xi mo perío do, tenha mos os rela tó rios de con tro le, por meiode com pa ra ção com os dados reais.

Dessa manei ra, pode mos evi den ciar esse pro ces so, unin do o pla ne ja men to es -tra té gi co e o pla ne ja men to ope ra cio nal, con si de ran do os prin ci pais ins tru men tosinfor ma cio nais que supor tam esses pro ces sos den tro da empre sa.

PLANEJAMENTO E CONTROLE ORÇAMENTÁRIOMM249

Inflação Interna – % 7,6%TJLP – Empréstimos Nacionais 15,0%Taxa de Juros Média – Empréstimos Estrangeiros 8,5% + CâmbioTaxa de Juros Média – Aplicações Financeiras 16%IR Retido Fonte Aplicações Financeiras 15%Investimentos Necessários $ 1,600,000 Política de Contas a Receber 50 diasPolítica de Estocagem 90 diasPolítica de Fornecedores 30 dias

Quadro 10.1 – Premissas Orça men tá rias Gerais (continuação)

Planejamento Operacional

Leitura eAnálise doAmbiente

Construção deCenários Orçamento

Sistemas deInformações

Planejamento Estratégico

PremissasOrçamentárias

Figura 10.1 – Estratégia, Plano Orça men tá rio e Sis te mas de Infor ma ções.

Estrutura do Plano Orçamentário O plano orça men tá rio con tem pla três gran des seg men tos:

• o orça men to ope ra cio nal;• o orça men to de inves ti men tos e finan cia men tos;• a pro je ção dos demons tra ti vos con tá beis (tam bém cha ma da de orça men to

de caixa).

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Orçamento OperacionalÉ o que con tém a maior parte das peças orça men tá rias, pois englo ba todos os orça -men tos espe cí fi cos que atin gem a estru tu ra hie rár qui ca da empre sa, incluin do asáreas admi nis tra ti va, comer cial e de pro du ção. O orça men to ope ra cio nal equi va le, nademons tra ção de resul ta dos da empre sa, às infor ma ções que evi den ciam o lucro ope -ra cio nal, ou seja, ven das, custo dos pro du tos, des pe sas admi nis tra ti vas e comer ciais.

O orça men to ope ra cio nal com preen de as seguin tes peças orça men tá rias:

a) orça men to de ven das;b) orça men to de pro du ção;c) orça men to de com pras de mate riais e esto ques;d) orça men to de des pe sas depar ta men tais.

O orça men to de despesas depar ta men tais ou por cen tro de custo inclui as des pe -sas de cada setor com um res pon sá vel den tro da empre sa por gas tos con tro lá veis, e inclui:

a) con su mo de mate riais indi re tos pelo cen tro de custo;b) des pe sas com mão de obra dire ta;c) des pe sas com mão de obra indi re ta;d) gas tos gerais do cen tro de custo;e) depre cia ções do cen tro de custo.

Orçamento de Investimentos e FinanciamentosEste seg men to do plano orça men tá rio con tém as seguin tes peças orça men tá rias:

a) orça men to de inves ti men tos (aqui si ções de inves ti men tos, imo bi li za dos e dife -ri dos);

b) orça men to de finan cia men tos e amor ti za ções;c) orça men to de des pe sas finan cei ras.

Normalmente, este seg men to do plano orça men tá rio fica res tri to a algu mas pes -soas, nor mal men te da dire ção, o res pon sá vel pela tesou ra ria e o con trol ler.

Projeção dos Demonstrativos ContábeisÉ o seg men to do plano orça men tá rio que con so li da todos os orça men tos. Parte dobalan ço patri mo nial ini cial incor po ra o orça men to ope ra cio nal e o orça men to deinves ti men tos e finan cia men tos, pro je ta as demais con tas e con clui com um balan çopatri mo nial final. Compreende as seguin tes peças orça men tá rias:

a) pro je ção de outras recei tas ope ra cio nais e não ope ra cio nais e des pe sas nãoope ra cio nais;

b) pro je ção das recei tas finan cei ras;

250MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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c) pro je ção da Demonstração de Resultados do perío do do orça men to;d) pro je ção do Balanço Patrimonial ao fim do perío do orça men tá rio;e) pro je ção do Fluxo de Caixa;f) pro je ção da Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos;g) aná li se finan cei ra dos demons tra ti vos pro je ta dos.

De forma seme lhan te ao orça men to de inves ti men tos e finan cia men tos, este seg -men to do plano orça men tá rio fica res tri to à cúpu la dire ti va, e ao con trol ler e aotesou rei ro. Apresentamos, na Figura 10.2 a seguir, um resu mo do esque ma geral deum plano orça men tá rio e suas peças prin ci pais.

PLANEJAMENTO E CONTROLE ORÇAMENTÁRIOMM251

Orçamento deProdução

Orçamento deReceitas

Financeiras

Orçamento deEstoques

Projeção dosInvestimentos eDemonstrativos

Contábeis

Orçamento deInvestimentos eFinanciamentos

Orçamento deInvestimentos

Orçamento deCaixa

Orçamento deFinanciamentos

Projeção doBalanço

Patrimonial

Projeção daDemonstração de

Resultados

Orçamento deCusto dosProdutosVendidosOrçamento de

DespesasDepartamentais

Orçamento deConsumo de

Materiais

Orçamento deVendas

OrçamentoOperacional

Figura 10.2 – Esquema Geral do Plano Orça men tá rio.

Orçamento deCompras

Orçamento deDespesas

Financeiras

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Orçamento de Vendas O ponto-chave do orça men to ope ra cio nal é o orça men to de ven das. Na rea li da de, o orça men to de ven das é o ponto de par ti da de todo o pro ces so de ela bo ra ção daspeças orça men tá rias. Essa colo ca ção se deve ao fato de que, para a maio ria das empre -sas, todo o pro ces so de pla ne ja men to ope ra cio nal decor re da per cep ção da deman dade seus pro du tos para o perío do a ser orça do. Com isso, o volu me de ven das torna-se o fator limi tan te para todo o pro ces so orça men tá rio.

Convém relem brar que, em alguns casos, o orça men to de ven das é decor ren te doorça men to de pro du ção. Ou seja, o fator limi tan te da empre sa não é a deman da.Nesse caso, o mer ca do esta ria dis pos to a com prar todo o volu me que a empre sa pro -du zis se de seus pro du tos. Nessa hipó te se, o orça men to limi tan te seria o de pro du ção.Como exem plos desse tipo de empreen di men to, temos alguns pro du tos natu rais,como miné rios, ali men tos in natu ra etc.

Aspectos Gerais Fundamentalmente, o orça men to de ven das com preen de as seguin tes par tes:

a) a pre vi são de ven das em quan ti da des para cada pro du to;b) a pre vi são dos pre ços para os pro du tos e seus mer ca dos;c) a iden ti fi ca ção dos impos tos sobre as ven das;d) o orça men to de ven das em moeda cor ren te do país;e) a pro je ção do saldo final de con tas a rece ber.

Dificuldades na Previsão de VendasA etapa ini cial do orça men to de ven das é a deter mi na ção das quan ti da des a ser ven -di das dos pro du tos da empre sa. Cada empre sa tem o seu grau de difi cul da de de esti -mar as quan ti da des a ser ven di das para os pró xi mos perío dos. Essas difi cul da des sãocon si de ra das natu rais, pela natu ral impre vi si bi li da de das situa ções con jun tu rais daeco no mia e sazo na li da des exis ten tes. Contudo, a lei tu ra do ambien te e a cons tru çãodos cená rios, e as outras infor ma ções cons tan tes do Sistema de Acompanhamentodo Negócio, devem per mi tir um míni mo de con di ções de esta be le cer pro ba bi li da desde acon te ci men tos de ven das futu ras.

Além disso, é nor mal que a empre sa já tenha um con jun to de conhe ci men tossobre o com por ta men to de seus pro du tos, den tro dos mer ca dos em que ela atua(exce tuan do-se, even tual men te, pro du tos total men te iné di tos que serão lan ça dos nomer ca do no perío do orça do). Dessa manei ra, há pos si bi li da des de um acer to razoá -vel na pre vi são das quan ti da des que pos sam ser ven di das, e con se quen te men te, ini -ciar-se o pro ces so de orça men to das ven das, e, em segui da, a con clu são do pro ces soorça men tá rio. Em resu mo, a melhor com pe tên cia empre sa rial deve rá ser alo ca da napre vi são de ven das.

252MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Principais Pontos a Serem ObservadosApresentamos a seguir um con jun to de aspec tos a serem obser va dos na ela bo ra çãodo orça men to de ven das. Esses aspec tos influen ciam dife ren te men te as empre sas, e,por tan to, cada empre sa deve dar ênfa se maior ou menor a cada um deles, segun doas carac te rís ti cas de seu negó cio.

• Identificação dos pro du tos a serem ven di dos.

• Determinação do cri té rio de enten di men to do que é pro du to para fins doorça men to de ven das (por ver são espe ci fi ca da, por mode lo, por linha depro du to etc.).

• Identificação dos mer ca dos dos pro du tos (mer ca do inter no, regiões, filiais,mer ca do exter no, clien tes-cha ve etc.).

• Determinação das quan ti da des a serem orça das.

• Determinação dos pre ços para cada pro du to e para cada mer ca do.

• Determinação dos pre ços à vista e dos pre ços a prazo.

• Incorporação da even tual mudan ça da polí ti ca de cré di to.

• Determinação das quan ti da des de ven das à vista e a prazo.

• Determinação dos aumen tos pre vis tos nas lis tas de pre ços, segun do as pre -mis sas orça men tá rias.

• Determinação das pro je ções das taxas das moe das estran gei ras para ven dasao mer ca do exter no.

• Incorporação das sazo na li da des men sais conhe ci das e/ou esti ma das.

• Inclusão das expec ta ti vas de ven das de aces só rios, opcio nais, pro du toscom ple men ta res, clas si fi ca das por pro du to.

• Identificação dos impos tos sobre ven das para cada pro du to e mer ca do.

• Identificação dos cré di tos fis cais para cada pro du to e mer ca do.

• Projeção de outras recei tas aces só rias, como varia ções cam biais após avenda, recu pe ra ções de des pe sas etc.

• Projeção de ina dim plên cias etc.

Previsão de Vendas

A pri mei ra parte – e a mais difí cil – do orça men to de ven das é a deter mi na ção dasquan ti da des orça das. Para isso, exis tem pelo menos três gran des méto dos de pre vi -são, que apre sen ta mos a seguir. Não con si de ra re mos como méto do de pre vi são deven das quan do o fator limi tan te for a quan ti da de pro du zi da, por que, nesse caso, asven das seriam exa ta men te as quan ti da des pro du zi das. Nessa con di ção, o orça men -to de pro du ção, o mais impor tan te, será feito por meio da capa ci da de de pro du ção,seja medi da em ter mos de equi pa men tos e ins ta la ções, seja medi da em ter mos demão de obra dire ta dis po ní vel.

PLANEJAMENTO E CONTROLE ORÇAMENTÁRIOMM253

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Métodos EstatísticosÉ a uti li za ção de mode los esta tís ti cos de cor re la ção e aná li se seto rial, via recur soscom pu ta cio nais, ou mes mos méto dos esta tís ti cos dire tos de aná li se de ten dên cias.Isso será pos sí vel quan do o pas sa do per mi tir ima gi nar um com por ta men to futu rodas ven das. É o méto do uti li za do quan do há muita difi cul da de de se saber o que vaiven der.

Dentro dos méto dos esta tís ti cos, pode mos clas si fi car os seguin tes cri té rios:

• cor re la ção com o cres ci men to do setor ou do PIB;• aná li se de ten dên cia (regres são linear, míni mos qua dra dos);• com bi na ção dos dois méto dos ante rio res;• pes qui sa de mer ca do;• cor re la ção ou par ti ci pa ção no tama nho do mer ca do etc.

Coleta de Dados das Fontes de Origens das Vendas

Neste caso, o orça men to de quan ti da des de ven das terá como base as infor ma çõesvin das dire ta men te dos cen tros ven de do res, e elas serão com pi la das no setor decon tro la do ria. É uma meto do lo gia apa ren te men te inte res san te, porém a diver si da -de das fon tes de ori gem, bem como as pos si bi li da des de ina de qua ção de enten di -men to das pre mis sas orça men tá rias, pode rão con du zir a resul ta dos finais incon sis -ten tes e até frá geis.

Atualmente, os meios com pu ta cio nais e as infor ma ções con ti das no Sistema deAcompanhamento do Negócio podem, segu ra men te, mini mi zar o impac to da pos sí -vel fra gi li da de desse méto do. Tem sido comum que os pon tos de ven das sejam conec -ta dos com pu ta cio nal men te com o sis te ma cen tral, por meio dos sis te mas de colo ca -ção de pedi dos (order entry system). Dessa manei ra, já exis te um banco de dados comas infor ma ções dos pon tos de venda, que ser vi rão de parâ me tro para ava liar as esti -ma ti vas de ven das rece bi das das fon tes de ori gem.

Como exem plos desse méto do, pode mos citar a pre vi são de quan ti da des ven -di das obti das:

• de cada ven de dor;• de cada geren te de filial;• de cada ponto de venda de vare jo;• de cada fran quea da, con ces sio ná ria etc.

Uso Final do Produto

Este méto do deve ser uti li za do quan do, por meio do conhe ci men to do uso final dopro du to de nos sos clien tes, a empre sa pode orçar suas pró prias ven das. Saber o queseu clien te vai ven der, por meio do conhe ci men to dos pro gra mas de pro du ção des -ses clien tes, será um meio segu ro de orçar as quan ti da des de ven das da empre sa,como for ne ce do ra certa para esses clien tes.

254MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Essa meto do lo gia tende a ser cada vez mais uti li za da, devi do aos atuais con cei -tos pra ti ca dos de cadeia de for ne ci men to ( supply chain) e ter cei ri za ção (outsourcing).Esses con cei tos são decor ren tes de outro con cei to maior de modo de negó cios, queé o con cei to de par ce ria. Nesse sen ti do, quan to mais par cei ras forem as empre sas,mais elas podem e devem tro car as infor ma ções de expec ta ti vas de ven das e lan ça -men to dos pro gra mas de pro du ção. Além disso, as pos si bi li da des aber tas pela tec no -lo gia de infor ma ção, por meio do con cei to de comér cio ele trô ni co (e-com mer ce, eRM– ele tro nic rela tions hip mana ge ment etc.), ten dem a estrei tar cada vez mais os clien tese seus for ne ce do res.

Como exem plos da apli ca ção dessa meto do lo gia, pode mos citar:

• for ne ce do res de auto pe ças para indús tria auto mo bi lís ti ca;• for ne ce do res de ser vi ços ou com po nen tes para empre sas que tra ba lham

com pro gra ma de pro du ção perió di co ou anual;• cotas obri ga tó rias de ven das de pro du tos fran quea dos ou con ces sio na dos;• empre sas pres ta do ras de ser vi ços com con tra tos perió di cos ou anuais;• ati vi da des de loca ção de bens móveis e imó veis etc.

Exemplo

Apresentaremos a seguir um exem plo numé ri co de orça men to de ven das, den tro deuma abor da gem sim pli fi ca da. Os dados se refe rem a um perío do. Necessariamente, oorça men to é um sis te ma que exige a perio di ci da de men sal. Portanto, todos os dadose cál cu los apre sen ta dos no exem plo numé ri co devem ser fei tos para todos os mesesdo ano, e, pos te rior men te, con so li da dos pelo soma tó rio para obter mos tam bém osdados anuais.

Tabela 10.2 – Orçamento de Ven das – Pre ços, Quan ti da des, Recei ta, Clien tes

PLANEJAMENTO E CONTROLE ORÇAMENTÁRIOMM255

Ano/Mês 1

Dados Produto A Produto B Total

Orçamento de QuantidadeQuantidade Real – Período Anterior unid. 30.000 12.000 42.000 Aumento Previsto 10% 8%Quantidade Orçada unid. 33.000 12.960 45.960

Orçamento de PreçosPreço de Venda Atual – Bruto $ 20,00 30,00 Estimativa de Reajuste no Período 4% 5%Preço de Venda Orçado $ 20,80 31,50

Orçamento de VendasReceita Operacional Bruta $ 686.400 408.240 1.094.640 (–) Impostos sobre Vendas 25% $ (171.600) (102.060) (273.660)Receita Operacional Líquida $ 514.800 306.180 820.980

continua

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Modelo AlternativoOutro mode lo de ela bo ra ção do orça men to de ven das, mais sim pli fi ca do, mas tam-bém com boa efi cá cia, é ela bo rar os cál cu los das ven das por pro du tos e mer ca dos,con si de ran do os dados anuais e pre ços e taxas de câm bio médios do ano. Após essescál cu los, faz-se a sazo na li za ção men sal, con si de ran do algu ma ten dên cia veri fi ca da nopas sa do, que tenha con sis tên cia, ou mesmo a sazo na li da de men sal espe ra da.

Orçamento de ProduçãoEste orça men to é total men te decor ren te do orça men to de ven das. Saliente-se tam -bém que o orça men to de pro du ção é quan ti ta ti vo. Não há, em prin cí pio, neces si da dede destacar o valor da pro du ção, para fins de orça men to. O orça men to de pro du çãoem quan ti da de dos pro du tos a serem fabri ca dos é fun da men tal para a pro gra ma çãoope ra cio nal da empre sa, e dele decor rem o orça men to de con su mo e a com pra demate riais dire tos e indi re tos. Além disso, ele é a base de tra ba lho para os orça men tos de capa ci da de e logís ti ca.

São dois os dados neces sá rios para o orça men to de pro du ção:

a) orça men to de ven das em quan ti da des por pro du to;b) polí ti ca de esto ca gem de pro du tos aca ba dos.

Com esses dados, mais os dados das atuais quan ti da des em esto que de pro du tosaca ba dos, con clui-se o orça men to de pro du ção. Portanto, a dife ren ça entre a quan ti -da de ven di da e a quan ti da de a ser pro du zi da decor re da varia ção da quan ti da de doesto que de pro du tos aca ba dos. Em uma empre sa onde há pos si bi li da de de vendaime dia ta de toda a pro du ção, e, por tan to, a empre sa con se gue evi tar ou não háneces si da de de esto ca gem de pro du tos aca ba dos, o orça men to de pro du ção é igualao orça men to de ven das em quan ti da des. Esse fato pode acon te cer em empre sas quepro du zem por enco men da ou em empre sas que con se guem uma per fei ta apli ca çãodo con cei to de just-in-time para o pro du to final.

Normalmente, a polí ti ca de esto ca gem de pro du tos aca ba dos é tra du zi da em diasde ven das, por tipo de pro du to. A empre sa tem infor ma ções e expe riên cia que per mi -

256MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Ano/Mês 1

Dados Produto A Produto B Total

Orçamento de Clientes Prazo Médio de Recebimento dias 25 65 Saldo Final de Duplicatas a Receber $ 47.667 73.710 121.377 (–) Provisão para Créditos Incobráveis 2% $ (953) (1.474) (2.428)Saldo Final de Duplicatas a Receber Líquido $ 46.713 72.236 118.949

Tabela 10.2 – Orçamento de Ven das – Pre ços, Quan ti da des, Recei ta, Clien tes (continuação)

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PLANEJAMENTO E CONTROLE ORÇAMENTÁRIOMM257

tem fixar qual deve ser o esto que míni mo a ser man ti do para aten di men to às ven das.Além disso, deve ser incor po ra da a even tual mudan ça de polí ti ca de esto ca gem, sejapara maior ou para menor. Há a pos si bi li da de de a empre sa dese jar um rea bas te ci -men to maior, ou, o opos to, uma redu ção da quan ti da de esto ca da. A Tabela 10.3 apre -sen ta o orça men to de pro du ção, em con so nân cia com os dados do orça men to deven das apre sen ta do ante rior men te.

Tabela 10.3 – Orçamento de Pro du ção – Quan ti da des

Ano/Mês 1Dados Produto A Produto B Total

Estoque Inicial – Produtos Acabados unid. 2.000 1.500 3.500 Vendas Orçadas unid. 33.000 12.960 45.960 Estoque Final – Política de Estocagem dias 35 35 Estoque Final – Orçado unid. 3.208 1.260 4.468 Produção Orçada unid. 34.208 12.720 46.928

Orçamento de Capacidade e LogísticaAs quan ti da des de venda e pro du ção são as que basi ca men te deter mi nam o nível deati vi da de da empre sa. O Subsistema Físico-Operacional das empre sas e de suas res -pec ti vas áreas de res pon sa bi li da de é estru tu ra do para deter mi na dos níveis de ati vi -da des, ou faixa de ati vi da des, com limi tes de capa ci da de de pro du ção e ven das.

De um modo geral, nas uni da des de negó cios já estru tu ra das e em anda men to,as empre sas ten dem a aumen tar sua capa ci da de de pro du ção de forma gra da ti va,fazen do os ajus tes dos recur sos de pro du ção e dis tri bui ção pon tuais den tro de umcon ti nuum de inves ti men tos. Um dos aspec tos que levam a esse pro ce di men to é que,em linhas gerais, a empre sa não tra ba lha nor mal men te à plena carga, sem pre tendouma ocio si da de de recur sos físi cos (algo ao redor de 10%). Além disso, a empre satem pos si bi li da des de uti li za ção de tur nos ou horá rios extraor di ná rios para fazer facea aumen tos sig ni fi ca ti vos no nível de ati vi da de.

Por outro lado, quan do o volu me espe ra do de ati vi da de indi ca cla ra men te que háneces si da de de aumen to dos recur sos dis po ní veis para as ope ra ções, é neces sá rio ava -liar a capa ci da de atual dos recur sos fren te à capa ci da de neces sá ria para aten der aonovo pata mar de ati vi da de ope ra cio nal espe ra do.

Dentro dessa linha, com o orça men to de pro du ção e ven das, há a neces si da de doorça men to de capa ci da de ope ra cio nal, que inclui a capa ci da de fabril e a capa ci da dede comer cia li za ção. Ao mesmo tempo, é o momen to de rever toda a cadeia de supri -men to e entre ga, que deno mi na mos orçamento de logís ti ca.

Lembramos que, ape sar de a visão mais comum do orça men to de capa ci da de elogís ti ca estar rela cio na da com aumen to de recur sos, o inver so tam bém é ver da dei -ro. Situações em que os orça men tos de pro du ção e ven das indi ca rem uma sig ni fi ca -

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258MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

ti va redu ção do nível de ati vi da de, com a capa ci da de exis ten te fran ca men te exces si -va, por isso con su min do gas tos para sua manu ten ção, exi gi rão pro gra mas para redu-ção da capa ci da de. Essa pos si bi li da de se con fi gu ra com cará ter de per ma nên cia, eleva a uma redu ção do qua dro de fun cio ná rios e a desin ves ti men tos ope ra cio nais.

Orçamento de Materiais e EstoquesA pró xi ma etapa do pro ces so orça men tá rio, após a defi ni ção das infor ma ções-chave,quan ti da des a serem ven di das e pro du zi das, é o orça men to dos gas tos deter mi na -dos pelos volu mes pre ten di dos e os gas tos neces sá rios para ope ra cio na li zar os pro -gra mas de pro du ção e ven das. O orça men to dos gas tos com preen de os mate riaisneces sá rios para o pro gra ma de pro du ção e ven das, cons tan tes das estru tu ras dospro du tos, e as des pe sas que os depar ta men tos vão incor rer para pro du zir e ven deras quan ti da des pla ne ja das.

Neste tópi co, tra ta re mos ini cial men te do orça men to dos esto ques e con su mo demate riais. Primeiramente, fare mos os orça men tos liga dos aos mate riais neces sá riospara os pro du tos e ser vi ços. Em segui da, fare mos os orça men tos liga dos aos esto quesindus triais, para obten ção do orça men to do custo dos pro du tos ven di dos. Não fare -mos o tra ta men to dos esto ques de pro du ção em ela bo ra ção, pela neces si da de deexem plos sim pli fi ca dos, e tam bém por que não são mui tas as empre sas que têmmon tan te expres si vo desse tipo de esto que.

Aspectos Gerais do Orçamento de MateriaisO orça men to de mate riais com preen de qua tro peças:

a) de consumo de mate riais;b) de estoque de mate riais;c) de compras de mate riais;d) do saldo final men sal de contas a pagar a for ne ce do res.

O orça men to de con su mo de mate riais é o pri mei ro a ser ela bo ra do e indi ca ocusto dos mate riais con su mi dos pelo pro gra ma de pro du ção. Não há, tec ni ca men te,o con su mo de mate riais para pro du tos ven di dos, pois o que se vende são pro du tosaca ba dos, que saem do esto que de pro du tos aca ba dos. Portanto, o con su mo demate riais é rela cio na do ape nas com o pro gra ma de pro du ção. O orça men to de con -su mo de mate riais é que fará parte da demons tra ção de resul ta dos do perío do, den -tro do item Custo da Produção Acabada.

O orça men to de esto que de mate riais é decor ren te da polí ti ca de esto ca gem, quepode ser uma opção da empre sa, como pode ser deter mi na da por fato res exó ge nos, alheios à von ta de da orga ni za ção. A polí ti ca de esto ca gem nor mal men te é men su ra -da em dias de con su mo. Determinados os dois orça men tos, o orça men to de com prasé con se quên cia deles. As com pras de mate riais serão fei tas para aten der às neces si -

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da des de con su mo mais as neces si da des de esto ca gem. Portanto, o orça men to decom pras, em tese, nunca é igual ao orça men to de con su mo de mate riais.

O orça men to de com pras deter mi na o orça men to do saldo final a pagar aos for -ne ce do res, pois sabe-se o prazo de paga men to de cada com pra. O mais comum écons truir um indi ca dor médio, que é o prazo médio de paga men to de for ne ce do res,tam bém em quan ti da de de dias. Não há neces si da de de ela bo rar o orça men to depaga men tos a for ne ce do res, pois ele é con se quên cia do orça men to de com pras maisa varia ção do saldo de con tas a pagar a for ne ce do res.

Para a exe cu ção des ses orça men tos, três estru tu ras ou tipos de infor ma ções sãoneces sá rias:

a) o conhe ci men to da estru tu ra dos pro du tos, com a men su ra ção dos mate riaisque a com põem;

b) o conhe ci men to dos lead times dos pro ces sos de pro du ção, ven das e com pras;c) o conhe ci men to do tipo de deman da dos mate riais.

Outros aspec tos a serem obser va dos são:

• pro gra ma de pro du ção por pro du tos ou linhas de pro du tos;• pre ços atuais dos mate riais (com pras ou cota ções);• sepa ra ção das prin ci pais famí lias de mate riais por pro du to;• sepa ra ção dos mate riais nacio nais e impor ta dos;• pre ços à vista e pre ços a prazo;• aumen tos pre vis tos dos for ne ce do res (lis tas e cota ções);• pro je ções de taxas de câm bio;• inclu são de aces só rios, opcio nais, sub pro du tos (por pro du tos);• impos tos sobre com pras espe cí fi cos;• pro je ção de con su mo de mate riais indi re tos;• sazo na li da des de com pras men sais etc.

Tipos de MateriaisDe um modo geral, as empre sas clas si fi cam os mate riais em dire tos e indi re tos.Materiais dire tos são os intrin se ca men te liga dos à estru tu ra do pro du to, e clas si fi ca -dos como deman da depen den te. Compreendem:

• maté rias-pri mas bási cas dos pro du tos finais e com ple men ta res;• com po nen tes agre ga dos às maté rias-pri mas trans for ma das;• mate riais de emba la gem.

Materiais indi re tos são aqueles neces sá rios para o pro ces so fabril e o pro ces socomer cial, bem como para aten der aos depar ta men tos de apoio, incluin do os da áreaadmi nis tra ti va. Como não estão liga dos dire ta men te à estru tu ra do pro du to, são clas -si fi ca dos como deman da inde pen den te. Compreendem:

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• mate riais auxi lia res, neces sá rios aos pro ces sos pro du ti vos e comer ciais, masque não se incor po ram aos pro du tos finais e são con su mi dos duran te ospro ces sos;

• mate riais para manu ten ção dos equi pa men tos e ins ta la ções;• mate riais de expe dien te, neces sá rios aos pro ces sos admi nis tra ti vos.

Como exem plos de mate riais auxi lia res, pode mos citar insu mos para aco mo da çãode tem pe ra tu ras dos com po nen tes em fabri ca ção, fer ra men tas, dis po si ti vos, mol dese mode los de con su mo rápi do (não ati va dos), insu mos para pro te ção dos esto ques decom po nen tes e pro du tos, com bus tí veis, lubri fi can tes etc.

Os mate riais para manu ten ção com preen dem todos os mate riais con su mi dosregu lar men te, não ati va dos, para manu ten ção das máqui nas, equi pa men tos e ins ta -la ções indus triais, comer ciais e admi nis tra ti vas, bem como das obras de cons tru çãocivil. Como exem plos de mate riais de expe dien te pode mos citar os mate riais deescri tó rio, infor má ti ca e outros mate riais con su mi dos e neces sá rios aos pro ces sosadmi nis tra ti vos, como os impres sos etc.

Orçamento de Consumo de MateriaisAs estru tu ras infor ma cio nais bási cas neces sá rias para o orça men to de con su mo demate riais são:

a) orça men to do pro gra ma de pro du ção;b) estru tu ra dos pro du tos cons tan tes do pro gra ma de pro du ção;c) infor ma ções de deman da média dos mate riais indi re tos;d) preço de com pra dos mate riais, cons tan tes do sis te ma de supri men tos;e) polí ti ca de esto ca gem.

Os itens b e d são uti li za dos tam bém para a apu ra ção do custo uni tá rio dos mate -riais por pro du tos. Dessa manei ra, uma meto do lo gia muito uti li za da para o orça -men to de con su mo de mate riais con sis te em, pri mei ra men te, obter esses cus tos uni -tá rios para depois con ti nuar o pro ces so de ela bo ra ção do orça men to de con su mo.

Orçamento de Compras e Estoque de MateriaisO orça men to de com pras de mate riais decor re de:

a) polí ti ca de esto que de mate riais;b) orça men to de con su mo de mate riais, líqui do dos impos tos;c) impos tos inci den tes sobre com pras de mate riais.

Exemplo

A Tabela 9.4 apre sen ta o con jun to de peças orça men tá rias rela cio na das com mate -riais, par tin do do con su mo neces sá rio para o pro gra ma de pro du ção e obten do as

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com pras bru tas com impos tos e o saldo final de for ne ce do res. Para apu ra ção do con -su mo de mate riais foi uti li za do o cri té rio de preço médio pon de ra do.

Tabela 10.4 – Orçamento de Mate riais – Esto ques, Con su mo, Com pras, For ne ce do res

Ano/Mês 1

Dados Produto A Produto B Total

Orçamento de Estrutura do ProdutoCusto dos Materiais por Produto – Atual $ 12,00 17,00 Estima de Aumento de Custo 5% 4%Custo Orçado dos Materiais $ 12,60 17,68

Consumo de Materiais $Quantidade Orçada de Produção unid. 34.208 12.720 46.928 Custo Orçado de Materiais $ 12,60 17,68 Consumo Orçado de Materiais $ 431.025 224.890 655.915

Estoque Final de MateriaisPrazo Médio de Estocagem dias 30 40 Estoque Orçado Final $ 35.919 18.741 54.660

Compra de MateriaisEstoque Inicial – Real $ 22.000 28.000 50.000 Consumo Orçado $ 431.025 224.890 655.915 Estoque Final – Orçado $ 35.919 18.741 54.660 Orçamento de Compras – Líquido $ 444.944 215.630 660.574 (+) Impostos sobre Compras 30% $ 133.483 64.689 198.172 Orçamento de Compras – Bruto $ 578.427 280.320 858.746

Orçamento de FornecedoresPrazo Médio de Pagamento dias 20 20 Saldo Final de Duplicatas a Pagar $ 32.135 15.573 47.708

Orçamento de Estoque de Produtos Acabados e Custo dos Produtos VendidosNeste tópi co, desen vol ve re mos os con cei tos e os cri té rios de valo riza ção dos esto -ques de pro du tos aca ba dos. Em ter mos quan ti ta ti vos, a base é o orça men to de pro -du ção em quan ti da des, que con tém, tam bém, o orça men to de pro du tos aca ba dosnão ven di dos e esto ca dos. É impor tan te res sal tar que, para ela bo rar mos esse orça -men to, pri mei ro deve re mos ter o orça men to dos gas tos depar ta men tais dos seto resindus triais, uma vez que o custo dos pro du tos ven di dos, pela con ta bi li da de socie tá -ria, deve ser feito pelo méto do de cus teio por absor ção. Os gas tos depar ta men taiscom preen dem as des pe sas de mão de obra, dire ta e indi re ta, as des pe sas gerais dosseto res fabris, o con su mo de mate riais indi re tos e as depre cia ções da área indus trial.Necessitamos orçar, então, os custos:

a) da pro du ção;b) da pro du ção aca ba da;

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c) pro du ção ven di da;d) esto ques de pro du tos aca ba dos.

A Tabela 10.5 apre sen ta um exem plo desse orça men to. Para valo ri za ção do custodos esto ques finais e do custo das ven das, ado ta mos o cri té rio de preço médio pon -de ra do de fabri ca ção.

Tabela 10.5 – Orçamento do Custo dos Pro du tos Ven di dos e Esto que Final de Pro du -tos Aca ba dos

Ano/Mês 1

Dados Produto A Produto B Total

Estoque Inicial – Produtos Acabados unid. 2.000 1.500 3.500

Estoque Inicial – Produtos Acabados $ 40.000 23.000 63.000

Orçamento de Custos de Produção

. Consumo de Materiais $ 431.025 224.890 655.915

. Custos de Fabricação $ 28.000 12.000 40.000

. Depreciação Industrial $ 30.000 25.000 55.000

Soma $ 489.025 261.890 750.915

Produção Orçada unid. 34.208 12.720 46.928

Total – Estoque Inicial + Produção (a) $ 529.025 284.890 813.915

Total – Estoque Inicial + Produção (b) unid. 36.208 14.220 50.428

Custo Médio Ponderado Orçado (a/b) $ 14,61 20,03

Quantidade

. Vendida unid. 33.000 12.960 45.960

. Do Estoque Final unid. 3.208 1.260 4.468

Custo dos Produtos

. Vendidos $ 482.149 259.646 741.796

. Do Estoque Final $ 46.876 25.243 72.119

Orçamento de Impostos a Recolher

Após a ela bo ra ção dos orça men tos de ven das e de com pras de mate riais, deve mosela bo rar os impos tos a reco lher sobre mer ca do rias e pro du tos e ser vi ços finais. Umasérie de impos tos nas ope ra ções de com pras e ven das inci dem sobre o valor agre ga -do, isto é, eles não são cumu la ti vos, e os valo res dos impos tos apu ra dos nas ven dassão reco lhi dos após o des con to dos impos tos apu ra dos (e cre di ta dos) nas com pras.Juntamente com a apu ra ção dos impos tos a serem reco lhi dos, deve mos orçar o saldoa reco lher, cons tan te do balan ço final do perío do. A Tabela 9.6 apre sen ta um exem -plo desse orça men to.

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Tabela 10.6 – Orçamento de Impos tos a Reco lher sobre Mer ca do rias e Pro du tos

Ano/Mês 1

Dados Produto A Produto B Total

Impostos a Recolher do Período(+) Impostos sobre Vendas $ – – 273.660 (-) Impostos sobre Compras $ – – (198.172)Líquido a Recolher – Orçado $ – – 75.488

Saldo Final de Impostos a RecolherPrazo Médio de Recolhimento dias – – 20 Saldo Final Orçado $ – – 4.194

Recolhimento de ImpostosSaldo Inicial $ – – 5.000 (+) Impostos a Serem Recolhidos no Ano $ – – 75.488 (-) Saldo Final Orçado $ – – (4.194)Orçamento de Recolhimento de Impostos $ – – 76.294

Orçamento de Despesas GeraisÉ a parte mais tra ba lho sa do orça men to, pois con sis te em ela bo rar pelo menos umapeça orça men tá ria para cada setor da empre sa, sob a supervisão de um res pon sá vel.Além disso, a varie da de de des pe sas tende a ser sig ni fi ca ti va. Não se reco men da oorça men to de des pe sas de forma sin té ti ca, e sim da forma mais ana lí ti ca pos sí vel.

Como já salien ta mos, o orça men to deve ser estru tu ra do den tro das mes mascarac te rís ti cas do plano de con tas da con ta bi li da de tra di cio nal, incluin do as con tasana lí ti cas. O orça men to ela bo ra do de forma sin té ti ca seria admis sí vel ape nas emsitua ções extraor di ná rias, tais como o pri mei ro ano da implan ta ção do sis te ma orça -men tá rio ou em ambien tes eco nô mi cos com infla ção crô ni ca. As pala vras gastos, cus-tos e despesas usa das neste tópi co são sinô ni mas.

Aspectos Gerais Diversos aspec tos devem ser obser va dos para a ela bo ra ção desta etapa do orça men -to, dos quais apre sen ta mos os prin ci pais:

• orça men to seguin do a hie rar quia esta be le ci da;• depar ta men ta li za ção;• orça men to para cada área de res pon sa bi li da de;• cus tos con tro lá veis;• qua dro de pre mis sas;• levan ta men to das infor ma ções-base;• obser va ção do com por ta men to dos gas tos;• orçar cada des pe sa segun do sua natu re za e com por ta men to etc.

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Organograma Empresarial e DepartamentalizaçãoO orça men to segue a hie rar quia da empre sa, que pode ser visua li za da den tro de umorga no gra ma. A estru tu ra ção den tro de um orga no gra ma faci li ta o pro ces so de aná -li se dos gas tos, iden ti fi ca ção dos seto res, bem como o pro ces so de sin te ti za ção dosorça men tos ana lí ti cos para os orça men tos seto riais ou divi sio nais, até o orça men togeral da empre sa.

O cri té rio mais uti li za do para estru tu rar o sis te ma de infor ma ção con tá bil orça -men tá rio para incor po rar infor ma ções segun do o orga no gra ma empre sa rial é adepar ta men ta li za ção. Esse cri té rio con sis te em iden ti fi car as meno res áreas de res -pon sa bi li da de, que con têm o menor nível de deci são e, por tan to, grau de res pon sa -bi li da de sobre con tro le, den tro do con cei to de centro de custo ou cen tro de des pe sa.

Accountability e Custos ControláveisÉ impor tan te que cada res pon sá vel, no menor nível de deci são den tro da hie rar quiada empre sa, tenha seu pró prio orça men to. O fun da men to dessa res pon sa bi li da de éo con cei to de cus tos con tro lá veis, ou seja, deve mos orçar para cada cen tro de custo(setor, depar ta men to) uni ca men te os cus tos que são geren cia dos e con tro la dos pelores pon sá vel pelo cen tro de custo.

O con cei to de cus tos con tro lá veis (e obvia men te, recei tas, quan do for o caso) estáden tro de um con cei to fun da men tal de con ta bi li da de por res pon sa bi li da de deno mi -na do accountability. Em linhas gerais, accountability é a res pon sa bi li da de do ges tor depres tar con tas de seus atos ou a obri ga ção de repor tar os resul ta dos obti dos(Nagakawa, 1999, p. 208). Mais gene ri ca men te, pode mos defi nir accountability comoa res pon sa bi li da de indi vi dual ou depar ta men tal de desem pe nhar uma certa fun ção.Esta pode ser dele ga da ou impos ta por leis, regu la men tos ou acor dos (Siegel e Shim,1995, p. 4).

Rateio no Orçamento de Despesas DepartamentaisAlgumas des pe sas são de con su mo comum, ou seja, os gas tos são efe tua dos de umasó vez, mas o ser vi ço aten de a vários seto res ou cen tros de cus tos. Por exem plo, gas -tos com con ser va ção e lim pe za dos edi fí cios, nor mal men te ter cei ri za dos, são pagospor con tra to e aten dem a toda a empre sa ou uni da de de negó cio. Os ser vi ços de lim -pe za podem incluir áreas comuns como cor re do res, pátios, sani tá rios etc. A ques tãoé: deve mos ratear esses gas tos por algum cri té rio para todos os seto res que rece bemo ser vi ço e, con se quen te men te, orçar tam bém o rateio?

Apesar de uti li za do, mui tas vezes obje ti van do uso futu ro para cus teio dos pro du -tos pelo méto do de absor ção, o rateio não é reco men da do sob o con cei to de “accoun ta bi lity”.Deve-se sem pre orçar a des pe sa no cen tro de custo do res pon sá vel pela ges tão dogasto. No exem plo dado, pro va vel men te alguém na empre sa é o res pon sá vel pela

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admi nis tra ção dos ser vi ços de con ser va ção e lim pe za e pelo con tra to. No cen tro decusto dele é que as des pe sas de lim pe za devem ser orça das.

Outrossim, se den tro da con tra ta ção do ser vi ço o total do con tra to foi nego cia docon si de ran do-se ser vi ços par ciais, exis tin do, assim, cla ra men te, uma defi ni ção devalo res em rela ção aos diver sos seto res usuá rios, nada impe de a cor re ta alo ca ção dades pe sa aos diver sos cen tros de cus tos. Como regra geral, deve-se evi tar ao máxi moo rateio, já que o con cei to de accountability é claro: as des pe sas só devem ser alo ca -das ao orça men to de um cen tro de custo se pude rem ser admi nis tra das por seu res -pon sá vel. Outras des pe sas que apre sen tam essas carac te rís ti cas são ener gia elé tri ca,con su mo de água, des pe sas com cen tral de cópias repro grá fi cas, des pe sas com cen -trais tele fô ni cas etc.

Orçamento por AtividadesAs empre sas que ado tam o méto do de cus tea men to por ati vi da des (custeio ABC)devem, em prin cí pio, ado tar a mesma meto do lo gia no seu pro ces so orça men tá rio.Assim, o orça men to de cada cen tro de custo deve rá ter subor ça men tos por ati vi da -des. Cada ati vi da de rele van te, em que se basea rá pos te rior men te o custeio ABC, deveter seus gas tos sepa ra dos em peças orça men tá rias, que inclui rão tam bém a quan ti -da de espe ra da de cada dire cio na dor de custo da ati vi da de.

Características Comportamentais dos Gastos Cada des pe sa apre sen ta um valor que decor re de suas carac te rís ti cas pró prias.Dentro des sas carac te rís ti cas, a prin ci pal é a varia ção do seu valor em rela ção a algu -ma outra variá vel, que ocor re den tro ou fora da empre sa e que se rela cio na com ades pe sa. A essa rea ção deno mi na mos comportamento das des pe sas.

Cada des pe sa deve ser orça da segun do suas carac te rís ti cas com por ta men tais.

O ponto-chave no orça men to das des pe sas é ana li sar e detec tar seu com por ta -men to, incluin do as variá veis-chave, e, a par tir daí, criar uma base de dados paracal cu lar os valo res futu ros a ser con si de ra dos no plano orça men tá rio, em cada cen -tro de custo. Eventualmente, a mesma des pe sa pode ter um com por ta men to dife -ren cia do para cen tros de cus tos dife ren tes.

Dentro da diver si da de dos gas tos, pode mos agru pá-los em alguns tipos, nor mal -men te con si de ran do como base de clas si fi ca ção seu com por ta men to em rela ção adeter mi na das variá veis físi cas decor ren tes das ope ra ções da empre sa.

A clas si fi ca ção tra di cio nal para a aná li se do com por ta men to dos gas tos em rela -ção a algu ma ati vi da de é a sua sepa ra ção em cus tos e des pe sas fixos e cus tos e des -pe sas variá veis. Nesse caso, as variá veis uti li za das são o volu me de pro du ção e o deven das, ou volu mes da ati vi da de dire cio na da aos gas tos.

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266MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Custos Fixos ComprometidosÉ pos sí vel um apro fun da men to dessa aná li se com por ta men tal dos gas tos, intro du -zin do os con cei tos de gas tos com pro me ti dos, dis cri cio ná rios e estru tu ra dos(Horngren, 1985, p. 162). Os cus tos fixos são deno mi na dos tam bém custos de capa ci -da de e medem os gas tos neces sá rios para a ope ra ção da fábri ca e a comer cia li za çãoden tro de deter mi na do nível de capa ci da de. Podem ser clas si fi ca dos em cus tos fixoscom pro me ti dos e cus tos fixos dis cri cio ná rios.

Custos com pro me ti dos são os aqueles liga dos intrin se ca men te à uti li za ção deum par que fabril ou comer cial – são os gas tos para man ter em ope ra ção a fábri -ca ou as ven das.

São gas tos com pro me ti dos de tal maneira com a neces si da de de ope rar as ins ta -la ções empre sa riais que não são evi tá veis. O valor des ses gas tos tende a per ma ne cerinal te ra do duran te o exer cí cio (exce to, é claro, por even tuais varia ções de preço),inde pen den te men te do volu me ven di do ou pro du zi do.

São exem plos clás si cos alu guéis dos imó veis ope ra cio nais, pres ta ções de arren da -men to mer can til de equi pa men tos, taxas de fun cio na men to, gas tos com asso cia çõesde clas se, con tra tos de manu ten ção e con ser va ção de imó veis e edi fí cios etc.

Custos Fixos DiscricionáriosCustos fixos dis cri cio ná rios são gas tos admi nis tra dos e que podem ser alte -ra dos, depen den do da dota ção orça men tá ria anual.

Apesar de con cei tual men te serem fixos, esses gas tos podem ser evi ta dos oumini mi za dos. São fixos por que não são rela cio na dos com os volu mes de pro du çãoou venda, e, se ado ta dos, não variam com o volu me. São dis cri cio ná rios por quepodem até ser can ce la dos, even tual men te.

Como exem plo, pode mos citar des pe sas com trei na men to de pes soal, que nor mal -men te rece bem uma dota ção orça men tá ria, mas não são, de modo geral, com pro me -ti das com a ope ra ção. Outros exem plos são: des pe sas com publi ci da de e pro pa gan da,con tra tos de asses so ria e con sul to ria, bene fí cios sociais a empre ga dos, doa ções e sub -ven ções etc.

Custos VariáveisQuando um custo tem uma rela ção dire ta e pro por cio nal com o volu me de pro du -ção, de venda ou de outra ati vi da de, deno mi na mos custo variá vel. Quando a rela çãocom o parâ me tro quan ti ta ti vo não for pro por cio nal men te exata, e ape nas par ce la dogasto se alte ra em fun ção do parâ me tro quan ti ta ti vo, deno mi na mos esse gas tos decusto semi va riá vel ou semi fi xo. Os exem plos clás si cos de cus tos variá veis são mate riaisdire tos e comis sões sobre ven das.

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Custos SemivariáveisUm custo é con si de ra do semi va riá vel se a sua varia ção não ocor re na mesma pro por -ção da varia ção do volu me de pro du ção ou ven das. Se, por exem plo, dado umaumen to de pro du ção, o custo aumen ta, mas não no mesmo per cen tual do aumen todo volu me, este é con si de ra do semi va riá vel. Exemplos típi cos são os gas tos commate riais indi re tos, como gas tos com fer ra men tas, dis po si ti vos, manu ten ção, mate -riais auxi lia res, mate riais de escri tó rio etc.

Custos Semifixos Podem ser assim con si de ra dos os cus tos que con têm, na sua for ma ção de valor, umapar ce la fixa e uma par ce la que varia com a ati vi da de. Somando-se a par ce la fixa e apar ce la variá vel, nota mos uma seme lhan ça com os cus tos semi va riá veis. Contudo,a dife ren ça está em que os cus tos semi va riá veis par tem do valor zero, ou seja, se nãohou ver pro du ção ou venda, é pos sí vel que não haja o gasto. Já o custo semi fi xo sem -pre apre sen ta rá o gasto da parte fixa. São exem plos des ses tipos de gas tos as des -pe sas com tele fo ne (assi na tu ra mais impul sos), des pe sas com ener gia elé tri ca(deman da con tra ta da mais con su mo), des pe sas com con su mo de água e esgo to,con tra tos com con su ma ção míni ma etc.

Custos EstruturadosUm apro fun da men to do enfo que do cará ter variá vel dos cus tos é pos sí vel com ocon cei to de custo estru tu ra do, quan do pode mos fazer uma rela ção do gasto comoutra ati vi da de físi ca que não seja a pro du ção ou venda.

Chamamos um custo de estru tu ra do quan do ele tem uma varia ção em rela çãoao ele men to sob o qual ele é estru tu ra do ou liga do, e é a causa de seu valor maiorou menor.

Como exem plos, pode mos citar: des pe sas de via gens são rela cio na das com aquan ti da de de ven de do res, assis ten tes téc ni cos e com pra do res, prin ci pal men te; des -pe sas de con sul ta a enti da des de pro te ção ao cré di to estão rela cio na das com os pedi -dos de venda e aná li se de cré di to a serem efe tua dos; des pe sas de cobran ça comdupli ca tas são estru tu ra das em rela ção à quan ti da de de dupli ca tas emi ti das etc.

Determinação do Comportamento dos Custos e OrçamentoDe modo geral, a expe riên cia empre sa rial é sufi cien te para clas si fi ca ção dos cus tosem rela ção a seu com por ta men to dian te das diver sas variá veis físi cas. É impor tan te,con tu do, um tra ba lho cien tí fi co visan do carac te ri zar com pre ci são tal com por ta men -to, para fun da men tar todo o pro ces so de orça men to dos gas tos.

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Para tanto, deve mos recor rer aos fun da men tos da dis ci pli na de MétodosQuantitativos Aplicados. É óbvio que fare mos um tra ba lho mais apro fun da do com osgas tos rele van tes, que serão pos te rior men te acom pa nha dos e con tro la dos pelosmes mos cri té rios ado ta dos para sua aná li se com por ta men tal. Gastos de poucamonta pode rão ser orça dos de forma mais sim ples.

Despesas a Serem OrçadasComo já intro du zi mos, o fun da men to para o orça men to de des pe sas gerais é a asso -cia ção das des pe sas con tro lá veis por depar ta men to ou cen tro de custo. Assim, paracada depar ta men to (cen tro de custo) deve rá haver uma peça orça men tá ria que com -preen da as des pe sas de sua res pon sa bi li da de e admi nis tra ção. Em linhas gerais, sãoqua tro gru pos de des pe sas:

• mão de obra direta e mão de obra indireta;• consumo de materiais indiretos;• despesas gerais departamentais;• depreciações e amortizações departamentais.

Mão de Obra O orça men to des sas des pe sas apre sen ta rá os gas tos pre vis tos com as des pe sas de pes -soal de toda a empre sa. Os gas tos com pes soal incluem todo o tipo de remu ne ra çãopaga aos fun cio ná rios, bem como os encar gos sociais inci den tes sobre a mão de obra.

Parte do orça men to de mão de obra (prin ci pal men te a mão de obra dire ta) estáatre la da aos orça men tos de pro du ção e ven das. O orça men to de mão de obra dire tatem sua base quan ti ta ti va (horas neces sá rias e homens neces sá rios) cal ca da no orça -men to de capa ci da de. O orça men to de ven das pode rá ser deter mi nan te, depen den -do da empre sa, para esti ma ti va de mão de obra de ven de do res e assis ten tes téc ni cos,caso um volu me adi cio nal de ven das e entre gas exija neces si da de adi cio nal de mãode obra.

O orça men to de mão de obra com por ta maior ou menor deta lha men to, depen -den do da empre sa. Se ela quer tra tar, por exem plo, as diver sas remu ne ra ções dosfun cio ná rios em orça men tos deta lha dos, como o orça men to de salá rios, horas extras,prê mios de venda, prê mios de pro du ção, adi cio nais legais etc., esta parte do orça -men to deve rá ter subor ça men tos. Da mesma forma, a empre sa pode rá deta lhar osdiver sos encar gos sociais e sala riais decor ren tes do qua dro de fun cio ná rios, taiscomo: encar gos legais, férias, déci mo ter cei ro salá rio, assis tên cia médi ca, ali men ta -ção, trans por te de fun cio ná rios, plano de apo sen ta do ria etc.

Dados Quantitativos É fun da men tal no orça men to de des pe sas incor po rar os dados quan ti ta ti vos bási cosrefe ren te à mão de obra:

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a) núme ro de fun cio ná rios por cen tro de custo, clas si fi can do em mão de obradire ta e indi re ta;

b) horas a serem tra ba lha das por cen tro de custo, clas si fi can do por tipo de mãode obra.

Além do cará ter infor ma cio nal e geren cial des sas infor ma ções, elas serão basepara o pro ces so de ela bo ra ção dos cus tos orça dos ou padrões.

As empre sas que optam tam bém por desen vol ver o orçamento por ati vi da desdevem pro vi den ciar o orça men to das quan ti da des físi cas dos dire cio na do res de cus -tos ou ati vi da des, que geram o con su mo dos recur sos.

Consumo de Materiais IndiretosCompreende o orça men to dos mate riais indi re tos uti li za dos nas ope ra ções dodepar ta men to ou ati vi da des, sejam eles liga dos indi re ta men te aos pro du tos finais ouneces sá rios para as ati vi da des dos fun cio ná rios. Esses gas tos devem ser orça dos porcen tro de cus tos, pois não são gas tos liga dos dire ta men te aos pro du tos, e o seu con -su mo é acio na do, basi ca men te, pelo res pon sá vel do depar ta men to. Os prin ci paismate riais indi re tos são:

• mate riais auxi lia res;• fer ra men tal e dis po si ti vos;• com bus tí veis;• lubri fi can tes;• mate rial de manu ten ção;• mate rial de con ser va ção e lim pe za;• mate riais de segu ran ça do tra ba lho;• mate rial de expe dien te;• mate rial de escri tó rio etc.

É muito comum que alguns des ses gas tos tenham rele vân cia em ter mos de valor.Conforme já intro du zi mos neste capí tu lo, neste caso é ade qua do um tra ta men toesta tís ti co-mate má ti co para sua pro je ção, obje ti van do fun da men ta ção cien tí fi ca parao pro ces so orça men tá rio. Vários mate riais indi re tos apre sen tam uma carac te rís ti cacom por ta men tal de cus tos semi va riá veis.

Despesas Gerais DepartamentaisSão as demais des pe sas de con su mo dos cen tros de cus tos ou ati vi da des, con for meo plano de con tas uti li za do pela empre sa. Cada uma das des pe sas deve ser orça dacon si de ran do suas carac te rís ti cas pró prias e seu com por ta men to em rela ção a algu -ma ati vi da de estru tu ra da, se hou ver. As des pe sas mais comuns são:

• ener gia elé tri ca;• tele co mu ni ca ções e comu ni ca ções;

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• des pe sas de via gens, esta dias e refei ções;• gas tos com con su mo de água e esgo to;• publi ci da de, pro pa gan da, brin des, anún cios, publi ca ções; • comis sões sobre ven das;• alu guéis e arren da men to mer can til;• fre tes e car re tos de venda;• outros fre tes e car re tos não incor po ra dos ao custo dos mate riais;• segu ros de todos os tipos (incên dio, intem pé ries, trans por te, cré di to, res pon sa -

bi li da de civil etc.);• ser vi ços ter cei ri za dos;• outros ser vi ços de ter cei ros não incor po ra dos ao custo dos mate riais;• con sul to ria, asses so ria, audi to ria exter na;• jor nais, revis tas e livros; • asso cia ções de clas se e enti da des asso cia das;• des pe sas legais;• ser vi ços de autô no mos etc.

Nem todos os cen tros de cus tos assu mem todas as des pe sas, assim como umades pe sa pode apre sen tar um com por ta men to dife ren te para cada setor ou ati vi da de.As carac te rís ti cas com por ta men tais das des pe sas são as mais varia das pos sí veis,desde algu mas cla ra men te variá veis, como comis sões e fre tes sobre ven das, até des -pe sas cla ra men te fixas, como alu guéis e arren da men tos, razão pela qual cada umadelas mere ce aten ção indi vi dua li za da.

Depreciações e AmortizaçõesCompreendem as depre cia ções e amor ti za ções de bens e direi tos à dis po si ção de cadacen tro de custo. O sub sis te ma que auxi lia o cál cu lo das depre cia ções e amor ti za çõespor depar ta men to é o sub sis te ma de Controle Patrimonial. São impor tan tes a alo ca -ção e o orça men to des ses tipos de gas tos por cen tro de custo/depar ta men to, uma vezque há neces si da de de atri bui ção de res pon sa bi li da de pelo uso dos bens à dis po si çãodas ati vi da des depar ta men tais, tam bém den tro do con cei to de accountability.

As des pe sas a serem orça das com preen dem depre cia ções e amor ti za ções dosbens e direi tos:

a) exis ten tes;b) a serem adqui ri dos duran te o exer cí cio orça men tá rio e decor ren tes do orça -

men to de inves ti men tos.

Premissas e Dados-BaseUma meto do lo gia muito váli da e uti li za da para faci li tar o cál cu lo do orça men to dedes pe sas é a cons tru ção de um con jun to de pre mis sas para vali dar o pro ces so deorça men ta ção das prin ci pais des pe sas de forma gené ri ca. Com as pre mis sas, reco -men da-se a cons tru ção de um banco de dados-base com valo res ou infor ma ções que

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tam bém pos sam auxi liar a cons tru ção de todas as peças orça men tá rias de des pe saspara todos os cen tros de cus tos. As pre mis sas espe cí fi cas para o orça men to de des -pe sas podem ser apre sen ta das sob algu mas for mas prin ci pais:

• como um pai nel dos aumen tos perió di cos (nor mal men te men sais) pre vis tospara as des pe sas a serem orça das;

• como uma série de indi ca do res de cor re ção de pre ços, caso se adote como basede inde xa ção o con cei to de orça men to cor ri gi do a par tir de dados fixos.

• como fato res de ajus tes em rela ção aos dados-base, que podem sig ni fi car tantovaria ções de pre ços como varia ções de pro du ti vi da de;

• como dados per cen tuais ou rela ti vos para iden ti fi car sazo na li da des, par ti ci pa -ções, redu ções men sais espe ra das;

• como valo res-base para refe ren ciais cál cu los pos te rio res, prin ci pal men te paraas des pe sas semi va riá veis e estru tu ra das etc.

A Tabela 10.7 apre sen ta um esbo ço de um mode lo de orça men to de des pe sas. Omode lo deve rá ser repro du zi do para setor ou depar ta men to (cen tro de custo ou des -pe sa) para todos os meses de um perío do orça men tá rio.

Tabela 10.7 – Orçamento de Des pe sas Depar ta men tais

Ano/Mês 1Departamentos

Gastos Industriais Comerciais Administrativos

Mão de Obra Direta. Salários e Outras Remunerações. Horas Extras. Incentivos . Encargos Legais e EspontâneosSoma

Mão de Obra Indireta. Salários e Outras Remunerações. Horas Extras. Incentivos . Encargos Legais e EspontâneosSoma

Materiais Indiretos. Materiais Auxiliares, Ferrramentas etc.. Materiais de Manutenção. Materiais de Expediente etc.Soma

continua

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A Tabela 10.8 é um orça men to com ple men tar ao orça men to de des pe sas, em queesti mam-se os sal dos finais de salá rios, encar gos e con tas a pagar, ele men tos patri -mo niais no pas si vo rela cio na dos com as des pe sas.

Tabela 10.8 – Orçamento de Salá rios e Con tas a Pagar

Ano/Mês 1Departamentos

Gastos Industriais Comerciais Administrativos

Despesas Gerais. Energia Elétrica. Telefone e Comunicações. Viagens com Veículos etc.. Serviços de Terceiros, Comissões etc.. Aluguéis. Publicidade. Fretes, Seguros etc. SomaSubtotal 40.000 35.000 15.000

Depreciações. Imóveis. Máquinas e Equipamentos. Móveis e Utensílios etc. Soma 55.000 2.000 3.000

TOTAL GERAL 95.000 37.000 18.000

Tabela 10.7 – Orçamento de Des pe sas Depar ta men tais (continuação)

Ano/Mês 1 TotalSaldo Inicial de Salários e Contas a Pagar 8.000 Orçamento de Mão de Obra e Despesas 90.000 Prazo Médio de Pagamento 15 dias Saldo Final de Salários e Contas a Pagar 3.750

Orçamento de Investimentos e Financiamentos Este seg men to do plano orça men tá rio tem por fina li da de fazer o orça men to dos demais com po nen tes do balan ço patri mo nial e da demons tra ção de resul ta dos, quenão foram con tem pla dos no orça men to ope ra cio nal. Na abor da gem da teo ria definan ças, refe re-se ao orça men to dos ele men tos não ope ra cio nais da demons tra çãode resul ta dos. O enfo que bási co é ela bo rar o orça men to dos gas tos pre vis tos com

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inves ti men tos que serão ati va dos como ativo não circulante, bem como dos finan cia -men tos neces sá rios para fazer face a neces si da de de fun dos para sua aqui si ção. Umacarac te rís ti ca des ses orça men tos é que sua ela bo ra ção e aná li se ten dem a ficar res tri -tas às áreas de finan ças e con tro la do ria, além da cúpu la dire ti va da com pa nhia. Outracarac te rís ti ca des ses orça men tos é que exi gem pou cas peças orça men tá rias, e, por -tan to, de mais fácil obten ção dos seus núme ros.

O Orçamento de Investimentos liga-se com o Ativo Não Circulante. O Realizávela Longo Prazo pode ser loca li za do no Orçamento de Investimentos, se for rele van te,ou dei xa do como um item da pro je ção, se não for sig ni fi ca ti vo. As entra das e saí das decapi tal e os finan cia men tos são obje to do Orçamento de Financiamentos. Os demaisitens são mais facil men te tra ba lha dos no fecha men to das pro je ções, ou Orçamento deCaixa, como é deno mi na do mais comu men te. Alguns itens ope ra cio nais, se não foremrele van tes, tam bém pode rão ser tra ba lha dos no fecha men to das pro je ções.

Orçamento de InvestimentosEsta peça orça men tá ria não se liga ape nas aos pla nos de curto prazo. Parte dos inves -ti men tos neces sá rios para o pró xi mo exer cí cio é decor ren te dos pla nos ope ra cio naisque decor rem do pla ne ja men to estra té gi co. Exemplificando: os inves ti men tos neces -sá rios para supor tar os pro je tos de inves ti men tos em novos pro du tos, em novasplan tas ou em novos canais de dis tri bui ção serão gas tos efe tua dos no pró xi mo perío -do, mas que pro va vel men te serão para pro du tos e ati vi da des a ser pro du zi das emexer cí cios futu ros, decor ren tes de deci sões do pas sa do.

Essa é uma das razões por que esse orça men to não está liga do intrin se ca men teao orça men to ope ra cio nal. Ele está os pla nos ope ra cio nais e estra té gi cos. Outrarazão é que as peças orça men tá rias desse orça men to ficam res tri tas à alta admi nis -tra ção da empre sa.

É óbvio que, em um mode lo de ges tão empre sa rial em que a res pon sa bi li da de dosinves ti men tos é dele ga da ao res pon sá vel pelo cen tro de inves ti men to ou uni da de denegó cio, é ele quem deve rá ela bo rar essa peça orça men tá ria. Orça men to com preen -de, por tan to, os inves ti men tos dos pla nos ope ra cio nais já defla gra dos no pas sa do eem exe cu ção no perío do orça men tá rio, bem como os inves ti men tos neces sá riosdetec ta dos para o perío do em curso. Exemplos defi ni dos em hori zon te de curto prazo,e não liga dos neces sa ria men te a pla nos ope ra cio nais maio res, são os inves ti men tospara manu ten ção e refor mas de equi pa men tos ope ra cio nais, refor mas de obras civis,tro cas de máqui nas da atual estru tu ra de ope ra ções, aqui si ção de equi pa men tosmeno res como com pu ta do res, soft wa res, móveis, veí cu los etc.

Análise das Alternativas de InvestimentosÉ con di ção intrín se ca do orça men to de inves ti men tos a apli ca ção das téc ni cas deaná li se de alter na ti vas de inves ti men tos e ren ta bi li da de de pro je tos. Cada inves ti -men to ou plano de inves ti men to será obje to de um estu do espe cí fi co de sua ren ta -bi li da de e das alter na ti vas pos sí veis, uti li zan do-se con cei tos como VPL, TIR e paybackapre sen ta dos no Capítulo 4.

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Finalidades e Principais Orçamentos de InvestimentosEm prin cí pio, todos os ele men tos do Ativo Não Circulante deve rão ser aten di dos poruma peça orça men tá ria. A fina li da de des ses orça men tos, além de ser um dado natu -ral para o orça men to de caixa, é tam bém com ple men tar o orça men to das depre cia -ções por cen tro de cus tos (que serão apre sen ta das no Capítulo 11), bem como darsub sí dios para o Orçamento de Financiamentos.

Faz parte inte gran te desse orça men to a pre vi são dos desin ves ti men tos. Os desin -ves ti men tos – ven das ou dis po ni bi li za ção de ati vos per ma nen tes – podem acon te cerde forma natu ral, por troca ou reno va ção tec no ló gi ca, como podem fazer parte de pla -nos ori gi nais de inves ti men tos, como ele men tos para redu zir a neces si da de de inves -ti men to finan cei ro.

Podemos então ter as seguin tes peças orça men tá rias:

a) orça men to de aqui si ção de inves ti men tos em outras empre sas;b) orça men to de venda de inves ti men tos em outras empre sas;c) orça men to de aqui si ção de imo bi li za dos;d) orça men to de venda de imo bi li za dos;e) orça men to de des pe sas geradoras de intangíveis;f) orça men to de baixa de ati vos intangíveis;g) orça men to de depre cia ções, exaus tões e amor ti za ções das novas aqui si ções e

bai xas.

Orçamento de FinanciamentosEste orça men to tem por fina li da de pre ver tudo que é rela cio na do com a área deobten ção de fun dos, os gas tos para sua manu ten ção, bem como os paga men tos pre -vis tos. A obten ção dos novos fun dos, basicamen te, deve ria estar liga da às neces si da -des de inves ti men tos em ati vos per ma nen tes. Contudo, outras neces si da des de fun -dos podem ocor rer, como fun dos para pro ver neces si da des de aumen to de capi tal degiro, pro gra mas estra té gi cos de pro pa gan da, ins ta la ção ou atua li za ção dos canais dedis tri bui ção, atua li za ção de sis te mas de infor ma ção, intro du ção de novas tec no lo giasde infor ma ção neces sá rias, pro je tos de rees tru tu ra ções orga ni za cio nais, fusões, rees -tru tu ra ção do per fil das dívi das, refor mu la ção da estru tu ra de capi tal etc.

Principais Orçamentos e Informações NecessáriasAs seguin tes peças orça men tá rias fazem parte do con jun to do Orçamento de Finan -ciamentos:

a) orça men to dos novos finan cia men tos ou fon tes de fun dos, suas des pe sasfinan cei ras e desem bol sos;

b) orça men to das des pe sas finan cei ras e desem bol sos dos finan cia men tos já exis -ten tes;

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c) orça men to de outras des pe sas finan cei ras;d) orça men to de outras recei tas finan cei ras.

Para a cor re ta ela bo ra ção des sas peças orça men tá rias, prin ci pal men te as rela cio -na das com os finan cia men tos, existe a neces si da de de iden ti fi ca ção e cole ta de todasinfor ma ções que per mi tam o ade qua do cál cu lo para o orça men to.

Em linhas gerais, as infor ma ções neces sá rias para a ela bo ra ção do orça men topara todos os finan cia men tos exis ten tes ou pre vis tos são as seguin tes:

a) tipo de finan cia men to e sua moeda de ori gem;b) inde xa dor con tra tual, se hou ver;c) taxa de juros;d) spread e comis sões ban cá rias;e) impos tos inci den tes (IOF, IOC, IRRF – Imposto sobre Operações Financeiras,

impos to sobre Operações de Câmbio, Imposto de Renda Retido na Fontesobre remes sas ao exte rior);

f) pra zos de carên cia e cro no gra ma de amor ti za ção do prin ci pal e dos juros.

Normalmente, é necessário um sis te ma de infor ma ção que apoie esse orça men to.É o Sistema de Informação de Financiamentos, de res pon sa bi li da de do setor detesou ra ria. O mais usual tam bém é o for ma to de pla ni lha para cada emprés ti mo, comuma tota li za ção para fins orça men tá rios.

As taxas de moeda estran gei ra, pre vi sões de taxas exter nas (Libor, Prime Rate) etaxas inter nas (TJLP, Copom, TR, IGPM) a serem uti li za das nos orça men tos são asque devem cons tar das pre mis sas gerais orça men tá rias.

Exemplo

As tabe las 10.9, 10.10 e 10.11 são exem plos de peças orça men tá rias para esti ma çãode inves ti men tos e finan cia men tos e os seus com ple men tos.

Tabela 10.9 – Orçamento de Inves ti men tos e Finan cia men tos

Ano/Mês 1Total

Orçamento de CapitalInvestimentos em Imobilizados 50.000 Outros Investimentos 0 Total 50.000

Orçamento de FinanciamentosFinanciamentos 20.000 Debêntures 0 Capital Social 0 Total 20.000

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276MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Tabela 10.10 – Orçamento de Depre cia ções

Ano/Mês 1Total

Orçamento de ImobilizadosSaldo Inicial de Imobilizados – Vr. Bruto 600.000 Orçamento de Aquisições do Período 50.000 Orçamento de Baixas do Período 0 Saldo Final de Imobilizados – Orçado 650.000

Orçamento de DepreciaçõesTaxa anual de depreciações. Sobre Imobilizados Existentes 7,5% 45.000 . Sobre Novos Imobilizados 30% 15.000 Total 60.000 (1)

(1) Devem ser distribuídas pelos departamentos.

Tabela 10.11 – Orçamento de Des pe sas Finan cei ras

Ano/Mês 1Total

Orçamento de FinanciamentosSaldo Inicial de Financiamentos 0 Orçamento de Financiamentos do Período 20.000 Orçamento de Amortizações do Período 0 Saldo Final de Financiamentos – Orçado 20.000

Orçamento de Despesas FinanceirasTaxa Anual de Juros . Sobre Financiamentos Existentes 0,0% 0 . Sobre Novos Financiamentos 10% 1.000 (1)Total 1.000

(1) Supondo que os financiamentos entraram no meio do período.

Orçamento de Outras Despesas e Receitas FinanceirasAlém das des pe sas finan cei ras com os finan cia men tos e emprés ti mos, a empre saincor re em outros gas tos finan cei ros não oriun dos espe ci fi ca men te dos finan cia men -tos. São gas tos neces sá rios para as ati vi da des nor mais junto aos esta be le ci men tosban cá rios, decor ren tes de outras ope ra ções finan cei ras ou ser vi ços pres ta dos pelosban cos, ou des pe sas finan cei ras mar gi nais a outras ope ra ções e que, nor mal men te,são con si de ra das des pe sas finan cei ras pela con ta bi li da de.

Esses gas tos devem ser orça dos da melhor maneira pos sí vel. A obser va ção dopas sa do, sua ten dên cia, os valo res abso lu tos e a exis tên cia ou não de sazo na li da dessão ele men tos impor tan tes para o pro ces so de orça men to dos gas tos. O apoio dasáreas de tesou ra ria, con tas a rece ber e a pagar é muito impor tan te para a ela bo ra çãodesta peça orça men tá ria.

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As recei tas finan cei ras com exce den tes de caixa (apli ca ções finan cei ras) só podemser cal cu la das após o orça men to de caixa ou a demons tra ção do balan ço final e ademons tra ção de resul ta dos serão obje to do pró xi mo capí tu lo. Contudo, exis tem outras recei tas even tuais carac te ri za das tam bém como recei tas finan cei ras. Sãoexem plos juros por atra so de clien tes, varia ções cam bais pós-embar que de expor ta -ções, des con tos obti dos, ajus tes a valor pre sen te etc.

Controle OrçamentárioEsta etapa acon te ce após a exe cu ção das tran sa ções dos even tos eco nô mi cos pre vis -tos no plano orça men tá rio. Não se con ce be um plano orça men tá rio sem o pos te rioracom pa nha men to entre os acon te ci men tos reais ver sus os pla ne ja dos e a aná li se desuas varia ções. A base do con tro le orça men tá rio é o con fron to dos dados orça doscon tra os dados reais obti dos pelo sis te ma de infor ma ção con tá bil. As varia ções ocor -ri das entre os dados reais e os dados orça dos per mi ti rão uma série de aná li ses, iden -ti fi can do se as varia ções ocor ri das foram decor ren tes de plano, pre ços, quan ti da des,efi ciên cia etc.

Objetivos, Conceitos e Funções

Os obje ti vos prin ci pais do con tro le orça men tá rio são:a) iden ti fi car e ana li sar as varia ções ocor ri das;b) cor ri gir erros detec ta dos;c) ajus tar o plano orça men tá rio, se for o caso, para garan tir o pro ces so de oti mi -

za ção do resul ta do e a efi cá cia empre sa rial.

Responsabilidade pelo Controle Orçamentário

Dentro da pre mis sa de que os ges to res são res pon sá veis pela gera ção do lucro desuas áreas de res pon sa bi li da de, o con tro le orça men tá rio é mais um dos ins tru men -tos de ges tão neces sá rios para oti mi zar esse obje ti vo. Portanto, cada ges tor deve efe -tuar o seu con tro le orça men tá rio.

O setor de con tro la do ria deve, con co mi tan te men te, efe tuar o moni to ra men to eapoio aos ges to res indi vi duais sobre seus orça men tos. Além disso, cabe à con tro la -do ria o papel de efe tuar o con tro le orça men tá rio da empre sa ou cor po ra ção comoum todo, uma vez que ela é a res pon sá vel pelo con jun to do pro ces so orça men tá rio eo acom pa nha men to e coor de na ção dos obje ti vos glo bais do empreen di men to.

Cabe tam bém à con tro la do ria pro por as ações cor re ti vas, decor ren tes do con -tro le orça men tá rio, tanto para os ges to res indi vi dual men te como para a empre sacomo um todo.

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278MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Conceito de ControleDentro da linha de dele ga ção de res pon sa bi li da de e auto ri da de e orça men to par ti ci -pa ti vo, o con cei to de con tro le efe tua do pela con tro la do ria é no sen ti do de bus car acon gruên cia de obje ti vos, oti mi za ção dos resul ta dos seto riais e cor po ra ti vos, apoioaos ges to res, cor re ção de rumos, ajus tes de pla nos etc. – nunca em um con cei to decon tro le puni ti vo, que enfra que ce a atua ção do con trol ler.

As jus ti fi ca ti vas e expli ca ções das varia ções ocor ri das auxí liam no pro ces so deoti mi za ção do lucro e efi cá cia empre sa rial. Obviamente, cada ges tor tem a cons ciên -cia de que o con tro le orça men tá rio é parte inte gran te do pro ces so de ava lia ção de desem pe nho.

Relatórios de Controle OrçamentárioTodas as peças orça men tá rias devem ser obje to dos rela tó rios de acom pa nha men toem rela ção ao real men te acon te ci do. O rela tó rio clás si co de con tro le orça men tá rio, portipo de des pe sa e recei ta, para todos os cen tros de cus tos ou divi sões, com preen de:

a) os valo res orça dos para o mês em pauta;b) os valo res reais con ta bi li za dos no mês;c) a varia ção do mês entre o real e o orça do;d) os valo res orça dos acu mu la dos até o mês em pauta;e) os valo res reais acu mu la dos con ta bi li za dos até o mês;f) a varia ção acu mu la da entre o real e o orça do até o mês.

Pode ser com ple men ta do com as seguin tes infor ma ções:

a) varia ção per cen tual do mês;b) varia ção per cen tual até o mês;c) total do orça men to do ano (budget);d) soma dos dados reais até o mês mais o orça men to res tan te do ano (forecast).

Na Figura 10.3, apre sen ta mos um mode lo bási co de rela tó rio de con tro le orça -men tá rio.

DO MÊS – R$ ATÉ O MÊS – R$ Dados Anuais

Discriminação Real Orçado Variação % Real Orçado Variação % Real + Orçado Variaçãoorçado %

Receita/Despesa

Centro de Custo

Figura 10.3 – Modelo de Rela tó rio de Con tro le Orça men tá rio.

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Análise das Variações Tendo como base as infor ma ções levan ta das pelos rela tó rios de con tro le orça men tá rio,faz-se a aná li se das varia ções. A aná li se das varia ções busca iden ti fi car em maior deta -lhe os prin ci pais moti vos que cau sa ram a varia ção em valor de cada item orça men ta -do, fun da men tan do sua jus ti fi ca ti va pelos ges to res res pon sá veis pelos orça men tos eope ra ções.

A dife ren ça de valor entre os dados reais e orça dos basi ca men te decor re de doisele men tos:

a) quan ti da de real dife ren te da quan ti da de orça da;b) preço real dife ren te do preço orça do.

Portanto, a varia ção em valor do item orça do é um soma tó rio da dife ren ça dequan ti da de mais a dife ren ça de preço.

Variação em Valor =

Diferença de Preço +

Diferença de Quantidade(Real x Orçado) (Real x Orçado) (Real x Orçado)

Questões e Exercícios1. O que é orça men to e quais os prin ci pais obje ti vos de um plano orça men tá rio?

2. Quais são os seg men tos do plano orça men tá rio? Discorra sobre cada um deles.

3. Existem ques tio na men tos sobre a vali da de de se ela bo rar um plano orça men tá -rio em eco no mias com infla ção crô ni ca. Apresente alguns argu men tos con tra e outros a favor de se fazer orça men to em ambien te infla cio ná rio. Dê sua opi niãosobre o assun to.

4. Caso uma empre sa, tendo em vista um ambien te infla cio ná rio no país, queirafazer o plano orça men tá rio em moeda forte, isso torna des ne ces sá ria a fei tu ra doorça men to na moeda cor ren te do país? Justifique.

5. Coloque nos espa ços em bran co as letras que cor res pon dem a cada con cei to deorça men to.

a) Orçamento feito a par tir da redis cus sãoda neces si da de ou não de cada gasto Orçamento Flexível

b) Orçamento feito a par tir de deter mi na do Orçamento de volu me de pro du ção/ven das Tendências

c) Orçamento feito con si de ran do-se diver sos Orçamento Base níveis de volu me de pro du ção Zero

d) Orçamento feito a par tir de obser va çãode dados pas sa dos Orçamento Estático

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6. Analise o atual ambien te empre sa rial e ela bo re três cená rios pos sí veis (oti mis ta,mode ra do e pes si mis ta). Faça suas pon de ra ções sobre os dados e as variá veis con si de ra das.

7. Tome como refe rên cia a empre sa em que você tra ba lha ou qual quer outra empre -sa conhe ci da, e, par tin do da ado ção de um dos cená rios cons truí dos no exer cí cioante rior, ela bo re um qua dro de pre mis sas gerais para con du zir um pro ces so orça -men tá rio para o ano seguin te. Apresente o máxi mo pos sí vel de dados e variá veis,jus ti fi can do cada uma delas.

8. Discorra sobre os prin ci pais méto dos de pre vi são de ven das. Apresente tam bémalgu mas situa ções ou empre sas que pos sam se adap tar melhor cada um deles.

9. A seguir, apre sen ta mos a evo lu ção das ven das anuais de uma empre sa, bemcomo a varia ção do PIB de nosso país nes ses res pec ti vos anos.

Vendas em US$ Variação do PIB1990 190.000 –4,31991 170.000 1,01992 120.000 –0,51993 145.000 4,91994 200.000 5,91995 230.000 4,21996 240.000 2,71997 300.000 3,31998 270.000 0,21999 260.000 0,82000 340.000 4,52001 360.000 1,5

a) Calcule as varia ções per cen tuais de um ano para o outro, sub se quen te men te,das ven das e da varia ção do PIB.

b) Encontre a varia ção média de todos os anos para as duas variá veis.c) Mesmo não haven do uma cor re la ção esta tís ti ca per fei ta ou posi ti va, é pos sí vel

infe rir algu ma ten dên cia entre as duas variá veis. Partindo da pre mis sa de quea varia ção do PIB para o pró xi mo ano seja posi ti va em 2,3%, que faixa de valoranual de ven das você esti ma ria para essa empre sa para o ano seguin te?

d) Faça a mesma esti ma ti va, con si de ran do uma pre vi são de cres ci men to nega ti -vo do PIB em –1,5%.

10. Tome como refe rên cia a empre sa em que você tra ba lha, ou outra empre sa conhe -ci da, e ela bo re um orça men to de ven das com ple to (quan ti da des, pre ços, valor

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bruto, valor líqui do), con si de ran do os pro du tos e os prin ci pais mer ca dos daempre sa, bem como os impos tos sobre ven das que inci dem sobre as ope ra ções esobre a empre sa esco lhi da. Para faci li tar, faça um orça men to anual.

11. Um empre sa vende dois pro du tos prin ci pais, A e B, e peças para repo si ção dopro du to A. Com os dados a seguir, obti dos junto ao setor de comer cia li za ção e jácri ti ca dos e acei tos pelas áreas cor re la tas, ela bo re um orça men to de ven das parao pró xi mo ano, apu ran do o total da recei ta bruta e da recei ta líqui da.

Produto A Produto BVendas Totais Pre vis tas 1.600 uni da des 500 uni da des• Mercado Interno 65% 90%• Mercado Externo 35% 10%Preço de Venda – Sem Impos tos• Mercado Interno $ 22.500 $ 65.000• Mercado Externo $ 18.000 $ 55.250Impostos Sobre Ven das• Mercado Interno 30% 30%• Mercado Externo – –

12. Os dados apre sen ta dos a seguir se refe rem ao últi mo exer cí cio encer ra do de umaempre sa indus trial:

Quantidades Vendas Estoque Final – Produtos AcabadosProduto A 10.000 2.000Produto B 12.000 3.000Produto C 7.000 200Produto D 5.000 900

A empre sa esti ma ven der no pró xi mo exer cí cio 10% a mais do pro du to A, 5% amenos do pro du to B, 8% a mais do pro du to C e a mesma quan ti da de do pro du -to D. Como polí ti ca de esto ca gem, a empre sa dese ja man ter no máxi mo 20 diasde ven das para os pro du tos A e B e dez dias para os demais pro du tos.Elabore:a) um orça men to de quan ti da de de ven das;b) um orça men to de esto que final;c) o orça men to de pro du ção.

13. Após obti do o orça men to de pro du ção no exer cí cio ante rior, con si de re que o pro -du to A exige 2,1 horas de mão de obra dire ta para pro du ção de cada uni da de; opro du to B exige 2,4 horas, o pro du to C exige 4,1 horas e o pro du to D exige 5,0horas. Qual a capa ci da de, em ter mos de horas de mão de obra dire ta, que seráneces sá ria para exe cu tar o pro gra ma de pro du ção orça do?

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14. Com os dados obti dos no exer cí cio ante rior, e con si de ran do que a empre sa temum efe ti vo atual de 60 fun cio ná rios dire tos, veri fi que se have rá neces si da de decon tra ta ção ou libe ra ção de mão de obra dire ta no pró xi mo exer cí cio. Considere,para tanto, que um fun cio ná rio tra ba lha em média 160 horas por mês nos 12 meses do ano.

Orçamento de Materiais e Estoques

1. Tendo como refe rên cia os pro du tos finais apre sen ta dos a seguir:

a) Hambúrguer BigMacb) Microcomputador

ela bo re uma estru tu ra de pro du to para cada um deles, con ten do os mate riais, asquan ti da des e as uni da des de medi das.

2. Com base nas estru tu ras ela bo ra das no exer cí cio ante rior, assu ma pre ços de aqui -si ção para os mate riais den tro do seu conhe ci men to e apure o custo de mate riaispara cada um des ses pro du tos.

3. A empre sa está orçan do ven das, para o pró xi mo exer cí cio, de 1.600 uni da des doProduto A e 500 uni da des do Produto B, que uti li zam as seguin tes quan ti da desde mate riais para cada uni da de de pro du to final:

Produto A Produto BMatéria-Prima 1 1,5 t 2,0 tComponente 2 400 uni da des 1.800 uni da des

As peças de repo si ção, para aten der às ven das espe ra das para o pró xi mo ano,con su mi rão em média 4% das quan ti da des pre vis tas para o com po nen te 2 dopro du to A.a) Elabore um qua dro de orça men to de quan ti da des de mate riais neces sá rias

para aten der ao pro gra ma de pro du ção, que, esti ma-se, será igual às quan ti da -des pre vis tas para a venda no pró xi mo ano.

b) Calcule a quan ti da de em esto que final de mate riais ao final do ano pre vis to,saben do que a empre sa quer ter sem pre um esto que míni mo sufi cien te paraaten der a dois meses de pro du ção.

4. Com os dados obti dos no exer cí cio ante rior, de quan ti da des neces sá rias para opro gra ma de pro du ção e quan ti da des espe ra das de esto que final, e con si de ran doos seguin tes dados adi cio nais, ela bo re:a) o orça men to de com pras, líqui das e bru tas, para o pró xi mo ano;b) a pre vi são do valor dos esto ques finais para fins con tá beis com o cri té rio de

preço médio pon de ra do. Os impos tos das com pras são recu pe ra dos.

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Matéria-Prima 1 Componente 2Preço cota do – Sem Impos tos $ 1.000,00 $ 10,00Impostos sobre Com pras 30% 30%Estoque Inicial

Quantidade 650 tons 150.000 uni da desPreço Médio Pon de ra do $ 980,00 $ 10,20Total em Esto que $ 637.000 $ 1.530.000

5. Uma empre sa pro duz e vende ape nas um único pro du to e tem os seguin tesdados de esto ques em pro ces so e pro du tos aca ba dos:

Estoque Inicial de Produtos em Processo $ 850.000Estoque Inicial de Produtos Acabados $ 620.000Quantidade em Estoque Inicial de Produtos Acabados 30.250 uni da des do Produto AQuantidade Produzida no Ano 1.000.000 uni da des do Produto AQuantidade Vendida no Ano 1.008.000 uni da des do Produto ACustos Totais de Fabricação do Ano $ 22.500.000

Considere que o Estoque Final de Produtos em Processo será 35% maior do queo esto que ini cial. Calcule:a) o custo da pro du ção aca ba da;b) o custo médio de pro du ção do Produto A;c) a quan ti da de em esto que final de pro du tos aca ba dos;d) o custo médio pon de ra do dos pro du tos aca ba dos;e) o custo dos pro du tos ven di dos;f) o valor do esto que final de pro du tos aca ba dos.

6. Partindo dos dados obti dos no exer cí cio ante rior, con si de re que a empre sa ven -de rá o Produto A por um preço médio de $ 55,00 com impos tos. Considerandoas alí quo tas de 12% de ICMS, 3,00 de Cofins e 0,65% de PIS (pro du to sem IPI),qual será o lucro bruto esti ma do da empre sa para o pró xi mo exer cí cio?Identifique tam bém a mar gem bruta a ser obti da.

Orçamento de Despesas Gerais

1. Coloque nos espa ços em bran co as letras que cor res pon dem a cada con cei to decom por ta men to de custo para orça men to.a) Custo rela cio na do dire ta men te com o volu me

de pro du ção ou venda Custo Discricionáriob) Custo liga do à uti li za ção do par que

fabril e não evi tá vel Custo Variávelc) Custo rela cio na do com o volu me de pro du ção

e venda não total men te pro por cio nal Custo Estruturado

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284MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

d) Custo que pode ser admi nis tra do ecom dota ção orça men tá ria Custo Semivariável

e) Custo rela cio na do com outra ati vi da defísi ca que não seja pro du ção ou venda Custo Comprometido

2. Tendo como refe rên cia a empre sa em que você tra ba lha ou outra empre saconhe ci da, veri fi que qual o con cei to ado ta do de con tro la bi li da de das des pe sasdepar ta men tais e se há rateios de des pe sas nos cen tros de cus tos.

3. Tomando como refe rên cia a empre sa em que você tra ba lha ou outra empre saconhe ci da, ela bo re um qua dro de pre mis sas a serem apli ca das para as seguin tesdes pe sas, par tin do da hipó te se da exe cu ção de um plano orça men tá rio para opró xi mo ano:a) des pe sas com mão de obra;b) per cen tual de encar gos sociais esti ma dos;c) des pe sas com ener gia elé tri ca;d) des pe sas com tele fo nia e tele co mu ni ca ções;e) alu guéis imo bi liá rios;f) aumen to de com bus tí veis para frota inter na;g) ser vi ços ter cei ri za dos de lim pe za.

4. Elabore o orçamento de mão de obra de cada depar ta men to, con si de ran do osdados atuais e as pre mis sas lis ta das a seguir.Dados atuais para um mês:

Depto. Industrial Depto. Adm. Depto. ComercialMão de Obra Direta 80.000 – –Mão de Obra Indireta 20.000 13.500 30.000Horas Extras Diretas 3.200 – –Prêmios de Venda – – 9.000Encargos Sociais 92.880 12.150 35.100Soma 196.080 25.650 74.100Homens Diretos 100 – –Homens Indiretos 20 15 25

Premissas para o orça men to para o pró xi mo ano:a) Horas/Ano/Funcionário Direto = 1900 horasb) Horas tra ba lha das ano ante rior

Para 4.860 uni da des do Produto A – 97.200 hs (4.860 unid. x 20 horas)Para 2.000 uni da des do Produto B – 70.000 hs (2.000 unid. x 35 horas)Para itens de repo si ção 22.800 hsTotal 190.000 hs

c) O pro gra ma de pro du ção (que é igual ao de ven das) aumen ta rá 10% para oProduto A e 15% para o Produto B, sendo que itens de repo si ção sobem pro -por cio nal men te.

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d) MOD aumen ta rá pro por cio nal men te à neces si da de do pro gra ma de pro du çãoa par tir de janei ro.

e) MOI indus trial: have rá con tra ta ção de três homens a par tir de abril, com salá -rio médio maior em 20%.

f) Horas extras dimi nui rão 50%.g) E. Sociais aumen ta rão 2 pon tos per cen tuais (inci dem sobre Salários + H.

Extras + Prêmio Vendas).h) Acordo cole ti vo de 6% a par tir de maio.i) Política de aumen tos de méri to esti ma das em 1% nos meses de abril, julho e

outu bro.j) Dias tra ba lha dos em janei ro: 15 dias; dezem bro: 15 dias.k) Prêmios de ven das aumen ta rão pro por cio nal men te ao aumen to das ven das.

5. Elabore o orçamento de despesas gerais de cada depar ta men to, con si de ran do osdados atuais e as pre mis sas lis ta das a seguir.Dados atuais para um mês:

Depto. Industrial Depto. Adm. Depto. Comercial

Mat. Indiretos 15.000 – –Mat. Expediente 5.000 2.000 3.000Energia Elétrica 10.000 – –Serviços de Terceiros 5.000 – 6.000Comunicações – 7.000 –Comissões – – 6.000Soma 35.000 9.000 15.000

Premissas para o orça men to para o pró xi mo ano:a) Materiais indiretos e energia elétrica devem subir meta de do aumen to ocor ri -

do na pro du ção, con for me obser va do no exer cí cio ante rior.b) Mat. Expediente subi rá 20% do aumen to da pro du ção.c) Serviços de Terceiros são fixos, com aumen to de pre ços de 5% pre vis to para

maio. d) Comunicações – 40% do aumen to da pro du ção. e) Comissões – pro por cio nais ao aumen to de pro du ção do Pro du to B.

6. Análise de Regressão Linear Simples para esti ma ti vas do com por ta men to de cus tos.

Desejando-se saber o com por ta men to atual dos gas tos com ener gia elé tri ca, foifeito o seguin te levan ta men to de dados, bus can do encon trar fun da men tos parauma pre vi são orça men tá ria de tal custo. Os dados a seguir foram cole ta dos dacon ta bi li da de de des pe sas da empre sa, e os valo res estão expres sos em moedade poder aqui si ti vo cons tan te. O con su mo de ener gia elé tri ca tem uma depen -dên cia da quan ti da de pro du zi da. Vejamos os dados:

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Gastos com QuantidadeEnergia Elétrica ($) Produzida (kg)

Ano 1 294.500 8.940.300Ano 2 283.000 8.500.000Ano 3 318.000 9.414.000Ano 4 346.000 10.405.800Ano 5 330.000 9.910.500Ano 6 359.000 10.801.050Ano 7 359.000 11.174.200Ano 8 369.000 11.510.500

Sabe-se que o con su mo de ener gia elé tri ca tem um com po nen te fixo e outrovariá vel. Dessa forma, pede-se:a) Faça o dia gra ma de dis per são (grá fi co) com os dados levan ta dos.b) Calcule os com po nen tes a e b da reta de regres são (a parte fixa e o com po nen -

te variá vel).c) Faça o ajus ta men to dos dados reais e cons trua a reta teó ri ca.d) Verifique a con fia bi li da de da reta teó ri ca por meio dos coe fi cien tes de deter -

mi na ção e cor re la ção.e) Utilizando as variá veis a e b já cal cu la das, pro je te qual deve rá ser o con su mo

de ener gia elé tri ca para os pró xi mos dois anos, com pro du ções esti ma das em12.000.000 kg e 12.400.000 kg, res pec ti va men te.

Orçamento de Investimentos e Financiamentos

1. Uma empre sa vai inves tir em um novo negó cio e tem duas opções de inves ti men -to em infraes tru tu ra já levan ta das pela equi pe de desen vol vi men to do pro je to. Apri mei ra alter na ti va (A) con sis te em adqui rir um pré dio indus trial pron to, e asegun da alter na ti va (B) con sis te na cons tru ção por conta pró pria do edi fí cio indus -trial. A alter na ti va A impli ca em um desen cai xe ime dia to de $ 20.000 ($ 5.000 parao ter re no e $ 15.000 para o edi fí cio), mais $ 25.000 de equi pa men tos, cuja ins ta la -ção total leva rá por volta de 12 meses. A par tir do ano seguin te, a empre sa já pode -rá ope rar, e os lucros esti ma dos anuais são da ordem de $ 13.500 por ano para ospró xi mos cinco anos.A alter na ti va B impli ca na aqui si ção de um ter re no em outro local por $ 2.000,com desen cai xe ime dia to, gas tos pré-ope ra cio nais no pri mei ro ano de $ 4.000,cons tru ção do pré dio no segun do ano, tota li zan do $ 16.000 e aqui si ção de equi -pa men tos de $ 30.000 no ter cei ro ano. A par tir do quar to ano, a empre sa esti maum lucro de $ 17.500 nos cinco anos seguin tes.a) Faça um qua dro de orça men to de inves ti men to de cada alter na ti va.b) Calcule o valor pre sen te líqui do de cada opção, con si de ran do um custo de

capi tal de 12% ao ano, e veri fi que qual delas deve rá ser acei ta.

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2. Com os dados do exer cí cio ante rior, faça um orça men to das novas depre cia çõese amor ti za ções para as duas alter na ti vas, con si de ran do as seguin tes taxas anuais:pré dios, 4% ao ano; des pe sas pré-ope ra cio nais, 10% ao ano; equi pa men tos, 10%ao ano.

3. Uma empre sa tem um endi vi da men to finan cei ro de $ 30.000 (valor ao final doexer cí cio) cons ti tuí do por um finan cia men to em moeda estran gei ra com base emdóla res, mais juros e encar gos finan cei ros de 8% ao ano (4% ao semes tre). Faltamainda seis par ce las semes trais a ser pagas, ven cí veis em junho e dezem bro decada ano. Faça o orça men to de finan cia men tos para o pró xi mo exer cí cio, tendocomo pre mis sas que a taxa do dólar subi rá 0,3% ao mês e os encar gos finan cei -ros serão pagos semes tral men te com a amor ti za ção do prin ci pal.

4. Tomando como base os dados do Exercício 1 desta seção, ima gi ne que a opçãoesco lhi da per mi ta um finan cia men to de 80% do seu valor total, libe ra do pelo seutotal no pri mei ro exer cí cio do orça men to. Faça um orça men to de finan cia men tosem bases anuais, até sua liqui da ção, tendo como pre mis sa que o finan cia men toserá res ga ta do em qua tro par ce las anuais, ao final de cada ano. Os juros são pre -fi xa dos de 10% ao ano e tam bém são pagos ao final do ano, junto com as par ce -las de amor ti za ção.

Controle Orçamentário

1. O depar ta men to de assis tên cia téc ni ca havia orça do para deter mi na do mês umgasto com reem bol so de qui lô me tros roda dos de $ 13.200, a um preço orça do de$ 0,55 por km. O gasto real foi de $ 14.022 a um preço $ 0,57 por km. Faça a aná -li se das varia ções entre o real e o orça do.

2. Considerando os dados do exer cí cio ante rior e saben do que o corpo de assis ten -tes téc ni cos com põe-se de 12 fun cio ná rios, qual a média men sal de qui lô me trosroda dos real e a orça da?

3. A recei ta líqui da das ven das orça das para deter mi na do mês foi de $ 210.000 parauma quan ti da de orça da de 4.200 uni da des de pro du to final. A recei ta líqui da realdo mês foi de $ 220.000 para uma quan ti da de de 4.450 uni da des. Faça a aná li sedas varia ções entre o real e o orça do.

4. Considerando os dados do exer cí cio ante rior, havia sido orça do um lucro brutode $ 58.800 na venda do pro du to final.a) Apure o custo total das ven das orça do.b) Calcule o custo médio do pro du to final orça do.c) Sabendo que o lucro bruto real das ven das foi de $ 56.000, faça uma aná li se das

varia ções do custo das ven das entre o real e o orça do.

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11 Projeção das Demonstrações Financeiras

É a con clu são do pro ces so orça men tá rio, em que todas as peças orça men tá rias sãoreu ni das den tro do for ma to dos demons tra ti vos con tá beis bási cos (Demonstração deResultados e Balanço Patrimonial). Como já vimos, cada peça orça men tá ria, quan doé o caso, traz as infor ma ções neces sá rias para a ela bo ra ção da pro je ção dos demons -tra ti vos con tá beis. Portanto, a ela bo ra ção das pro je ções dos demons tra ti vos con tá -beis que uti li za re mos será feita, em gran de parte, com a uti li za ção de infor ma ções jáela bo ra das ante rior men te.

A pro je ção dos demons tra ti vos con tá beis, encer ran do o pro ces so orça men tá rioanual, per mi te à alta admi nis tra ção da empre sa fazer as aná li ses finan cei ras e deretor no de inves ti men to que jus ti fi ca rão ou não todo o plano orça men tá rio. Alémdisso, são impres cin dí veis tais pro je ções, tendo em vista que tanto o balan ço patri -mo nial como a demons tra ção de resul ta dos são os pon tos-chave para o encer ra men -to fis cal e socie tá rio da empre sa, em que se apu ra rão os impos tos sobre o lucro e aspers pec ti vas de dis tri bui ção de resul ta dos.

Demonstrativos Contábeis a Serem ProjetadosSão eles:

a) Demonstração dos Resultados;b) Balanço Patrimonial;c) Fluxo de Caixa;d) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

Dentro das pro je ções con tá beis, incor po ra re mos os dados adi cio nais fal tan tesque não foram con tem pla dos em nenhu ma das peças orça men tá rias ante rior men teela bo ra das:

a) Previsão de Equivalência Patrimonial;b) Receitas Financeiras dos Excedentes de Caixa/Aplicações Financeiras;c) Resultados Não Operacionais;d) Impostos sobre o Lucro;e) Distribuição de Resultados;f) Saldos de Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras;g) Saldo de Impostos a Recuperar;h) Saldo de Impostos a Recolher sobre Lucros;i) Outras Contas a Receber ou a Realizar que não sejam obje to de orça men tos

ante rio res;j) Outras Contas a Pagar que não sejam obje to de orça men tos ante rio res;k) Dividendos ou Lucros a Pagar;l) Reservas e Lucros Retidos.

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Orçamento de Caixa ou Projeção dos Demonstrativos Contábeis?É muito comum, na lite ra tu ra con tá bil, enten der que o orça men to de caixa encer ra ociclo do pro ces so orça men tá rio. É certo que neces si ta mos do fluxo de caixa, seus sal -dos ini ciais e finais, para obter mos as recei tas finan cei ras. Contudo, o saldo de caixaé ape nas mais um dos sal dos do balan ço patri mo nial, e decorre, fun da men tal men te,das demais con tas de resul ta dos e do pró prio balan ço.

É mais fácil, por tan to, enten der o saldo de caixa, ou orça men to de caixa, como umdado resi dual. O saldo de caixa é o que sobra (ou, even tual men te, falta) depois quetodas as tran sa ções ope ra cio nais, de inves ti men tos e de finan cia men tos são pro je ta -das e refle ti das no balan ço patri mo nial. Portanto, decor re delas.

Dessa manei ra, o con cei to de Projeção dos Demonstrativos Contábeis é maisade qua do do que o con cei to de Orçamento de Caixa para o encer ra men to do orça -men to. Na abor da gem das téc ni cas bási cas, retor na re mos ao assun to.

Análise Financeira das ProjeçõesÉ fun da men tal a con clu são do pro ces so com a aná li se finan cei ra das pro je ções.Compreende basi ca men te:

a) aná li se de balan ço tra di cio nal;b) aná li se da mar gem de segu ran ça;c) aná li se da gera ção de lucros;d) aná li se de retor no do inves ti men to;e) aná li se da cria ção de valor da empre sa;f) aná li se da varia ção do risco empre sa rial;g) aná li se do valor da empre sa.

Metodologia das ProjeçõesA meto do lo gia bási ca a ser uti li za da deve fun da men tar-se na estru tu ra do lan ça men -to con tá bil pelo méto do das par ti das dobra das, e, no inter-rela cio na men to dosdemons tra ti vos con tá beis bási cos, o balan ço patri mo nial e a demons tra ção de resul -ta dos. Assim, para a exe cu ção de um dos tra ba lhos mais nobres da con ta bi li da degeren cial, que é a pro je ção dos demons tra ti vos con tá beis, vol ta mos à ori gem daestru tu ra da con ta bi li da de como ciên cia e sis te ma de infor ma ção.

A Técnica Básica: Coordenação dos Fatos e os Demonstrativos ContábeisA pro je ção dos demons tra ti vos con tá beis fun da men ta-se em:

a) um balan ço patri mo nial ini cial;b) a demons tra ção de resul ta dos do perío do orça do (pro je ta do);c) o balan ço final após a demons tra ção de resul ta dos;d) o fluxo de caixa como con se quên cia (dife ren ça) dos três itens ante rio res.

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Colocado em outra pers pec ti va, tería mos:

Informação 1 – Dado do Balanço Patrimonial InicialInformação 2 – Dado da Demonstração de Resultados do item rela cio na doInformação 3 – Dado do Balanço Patrimonial FinalInformação 4 – Efeito no Fluxo de Caixa

Podemos exem pli fi car com o ele men to patri mo nial Contas a Receber, que é rela -cio na do na Demonstração de Resultados com o item Receita Operacional Bruta.Vejamos como deve ser feita a pro je ção des ses itens, com os dados da Tabela 10.1 doOrçamento de Vendas do capí tu lo ante rior.

$Informação 1 – Dado do Balanço Patrimonial Inicial 80.000(obti do no iní cio do perío do)

Informação 2 – Dado da Demonstração de Resultados do item rela cio na do (obti do no Orçamento de Vendas – 1.094.640Receita Operacional Bruta, Tabela 10.1)

Informação 3 – Dado do Balanço Patrimonial Final 118.949(obti do pelo prazo médio de rece bi men to orça do, cons tan te doOrçamento de Vendas – Saldo de Contas a Receber, Tabela 10.1)

Informação 4 – Efeito no Fluxo de Caixa = Recebimento de Vendas 1.055.691

Métodos para Determinar o Saldo Final de CaixaO saldo final de caixa em nosso exem plo está repre sen ta do pelas dis po ni bi li da des,que com preen dem Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras. A pro je ção do seu saldopode ser deter mi na da de duas manei ras:

Método 1 – Fluxo de Caixa

É a resul tan te das movi men ta ções de entra das e saí das de caixa, por meio do rela -tó rio de Fluxo de Caixa, con for me demons tra mos na téc ni ca bási ca de pro je ção.

Método 2 – Valor Residual no Balanço Patrimonial

Neste méto do, o saldo final de caixa é obti do pela dife ren ça de ati vos e pas si vosantes do saldo final de caixa. Não é neces sá rio fazer o fluxo de caixa para se saber osaldo final de caixa.

Na pro je ção do balan ço patri mo nial, o últi mo valor a ser pro je ta do é o saldo finalde caixa. Portanto, todos os demais valo res são pas sí veis de ser pro je ta dos (orça dos)ante ci pa da men te. Partindo da equa ção fun da men tal da con ta bi li da de de que ATIVO= PAS SI VO, após pro je tar mos todos os demais itens do balan ço patri mo nial, e depois

PROJEÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASMM291

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de incluir mos o Lucro Líquido após os Impostos sobre o Lucro, auto ma ti ca men te adife ren ça será o saldo de caixa.

Vejamos os pas sos para a obten ção do saldo de caixa pelo Método 2 – ValorResidual:

Primeiro passo: pro je tar a demons tra ção de resul ta dos com ple ta.

Segundo passo: pro je tar todos os itens do balan ço patri mo nial, incluin do pre vi -são de dis tri bui ção de lucros, menos o saldo final de caixa.

Terceiro passo: somar o total do pas si vo.

Quarto passo: obter o saldo final de caixa, por dife ren ça entre o total do pas si -vo e o total do ativo antes do saldo final de caixa.

Vejamos o mês de março/x1:

$TOTAL DO PAS SI VO 731.762

TOTAL DO ATIVO (antes do saldo final de Caixa/Aplicações finan cei ras) 715.728

= Diferença = Saldo final de Caixa/Aplicações finan cei ras 16.034

Este méto do pos si bi li ta maior rapi dez de fecha men to de pro je ções men sais, por -que com ele pode mos dei xar de fazer o demons tra ti vo de fluxo de caixa. Com esseméto do, os cri té rios de cál cu lo dos dados do balan ço patri mo nial devem ser rigo ro -sos, pois um erro de ava lia ção de ati vos ou pas si vos e suas cor re ções, varia çõesmone tá rias, juros, pra zos médios etc. pro vo ca rão erros no saldo final de caixa.

Receitas Financeiras Pro je ta das

A ques tão que sem pre fica pen den te para o fecha men to da pro je ção da demons tra -ção de resul ta dos é a obten ção do valor das recei tas finan cei ras oriun das dos exce -den tes de caixa. As recei tas finan cei ras futu ras depen dem de:

a) saldo atual dos exce den tes de caixa dis po ní veis para apli ca ção;b) saldo gera do em cada pró xi mo perío do (dia, mês etc.).

A cada dia a empre sa gera um saldo de caixa, posi ti vo ou nega ti vo, que é adi cio -na do ao saldo ante rior dis po ní vel para apli ca ção. Esse saldo gera even tual recei tafinan cei ra para o dia seguin te, e assim suces si va men te. Portanto, em prin cí pio, tere -mos que cal cu lar dia ria men te a pro je ção diá ria do fluxo de caixa para obter mos osaldo diá rio dis po ní vel para apli ca ção, e, em cima desse saldo, pro je tar mos as recei -tas finan cei ras.

292MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Projeção Mensal das Receitas FinanceirasA expe riên cia tem demons tra do que não há sen ti do prá ti co em pro je tar sal dos diá -rios de fluxo de caixa den tro do pro ces so orça men tá rio, tanto pela rele vân cia dainfor ma ção para esta tare fa como pelo seu grau sig ni fi ca ti vo de impre vi si bi li da de.Esse tipo de pro je ção é neces sá rio ape nas na ges tão diá ria do fluxo de caixa, quan dodo pro ces so de exe cu ção do pla ne ja men to finan cei ro de curto prazo.

Dessa manei ra, reco men da-se a pro je ção das recei tas finan cei ras mensais, con si -de ran do ape nas dados de sal dos de caixa tam bém em perio di ci da de men sal. Dentrodesse cri té rio, temos duas meto do lo gias bási cas:

1) Considerar como base para pro je ção ape nas o saldo ini cial de dis po ni bi li da des decaixa (o saldo ante rior do balan ço patri mo nial), apli can do-se a taxa men sal médiaespe ra da de apli ca ção (de recei ta finan cei ra).

2) Considerar como base para pro je ção:a) o saldo ini cial de dis po ni bi li da des, apli can do-se a taxa men sal média espe -

ra da de apli ca ção, mais;b) o movi men to de caixa do mês em curso, apli can do-se metade da taxa men -

sal média espe ra da de apli ca ção.

Em ambas as meto do lo gias, rema nes ce a ques tão de se colo car ou não, com osaldo de caixa, a pró pria recei ta finan cei ra gera da no mês. Isso por que, no mundoreal, cada recei ta finan cei ra diá ria pode aumen tar o fluxo de caixa diá rio, e, con se -quen te men te, faz parte da base de cál cu lo da pró xi ma recei ta finan cei ra diá ria.

Entendemos que a apli ca ção do pro ce di men to mais com ple xo sem pre é o maisreco men dá vel. Em empreen di men tos finan cei ros, nos quais a recei ta finan cei ra é amaior fonte de renda e orça men to, deve-se apli car a melhor meto do lo gia pos sí vel.Em empreen di men tos comer ciais, de ser vi ços e indus triais, onde a maior fonte derenda são as recei tas de venda, e as recei tas finan cei ras ten dem a ser mar gi nais oucom ple men ta res, pode-se ado tar um pro ce di men to mais sim pli fi ca do.

Geração de Caixa Negativo e Receitas Financeiras NegativasEste tema está sendo con du zi do no pres su pos to de que a empre sa pos sui um exce den -te de caixa e con se gue mantê-lo duran te todo o perío do orça do. Contudo, é pos sí velque o fluxo de caixa gera do no ano seja nega ti vo, suplan tan do até as dis po ni bi li da desini ciais, e que a empre sa detec te a neces si da de de suprir-se de outras fon tes de finan -cia men tos para fazer face às insu fi ciên cias de caixa.

Na ocor rên cia desse fato, gera ção de caixa nega ti vo, em vez de ocor rer recei tafinan cei ra have rá a ocor rên cia de des pe sas finan cei ras. Havendo dis po ni bi li da desnega ti vas, a taxa a ser con si de ra da não deve mais ser a taxa de apli ca ção, e sim a decap ta ção, nor mal men te maior. Em resu mo, se o fluxo men sal de caixa for nega ti vo e

PROJEÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASMM293

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294MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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PROJEÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASMM295

suplan tar tam bém o saldo ini cial de caixa, have rá insu fi ciên cia de caixa, ou gera çãode caixa nega ti vo. Nesse caso, não existirá recei ta finan cei ra no sen ti do lite ral dapala vra, mas recei ta finan cei ra nega ti va (des pe sa finan cei ra), que deve rá ser obti daapli can do-se ao caixa nega ti vo a taxa de cap ta ção.

Podemos resu mir as duas pos si bi li da des:

1) Saldo Inicial de Caixa (de dis po ni bi li da des)( + ) Geração de caixa nega ti vo men sal= Saldo dis po ní vel para apli ca ção

Geração: recei ta finan cei raTaxa a ser apli ca da: de apli ca ção

2) Saldo Inicial de Caixa (de dis po ni bi li da des)( + ) Geração de caixa nega ti vo men sal= Saldo nega ti vo (insu fi ciên cia de caixa)

Geração: recei ta finan cei ra nega ti va (des pe sa finan cei ra)Taxa a ser apli ca da: de cap ta ção

A apre sen ta ção da recei ta finan cei ra nega ti va pode ser feita com a recei ta posi ti -va, já que esse fato pode ocor rer uma vez ou outra duran te o perío do, e no con jun todas duas, apre sen tar-se como recei ta finan cei ra líqui da.

Exemplo

A Tabela 11.1 apre sen ta um exem plo com as prin ci pais demons tra ções finan cei raspro je ta das, con si de ran do os dados cons tan tes de todos os orça men tos apre sen ta dosno capí tu lo ante rior. Tendo em vista o con teú do sim pli fi ca do do exem plo, ado ta mos,para fins de cál cu lo da recei ta finan cei ra, a taxa de 8%, apli ca da ape nas sobre o saldoini cial de Caixa e Aplicações Financeiras. Para a con clu são da apu ra ção do resul ta dodo perío do, admi ti mos uma taxa única de 35% para os impos tos sobre o lucro, con -si de ran do como pre mis sa que foram pagos den tro do pró prio perío do.

Questões e Exercícios1. Considere o balan ço ini cial dado a seguir e os dados adi cio nais. Elabore a pro je -

ção da demons tra ção de resul ta dos para o perío do orça do, bem como o balan çofinal pro je ta do.a) Balanço Inicial

Ativo Circulante $ Passivo Circulante $Caixa/Bancos – Duplicatas a Pagar 1.700.000Duplicatas a Receber 4.833.000 Impostos a Recolher 100.000Estoque de Materiais 2.167.000 Impostos sobre o Lucro –

Ex. Longo Prazo – Empréstimos 15.000.000

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Imobilizado Patrimônio LíquidoEquipamentos 25.000.000 Capital Social 15.200.000Total 32.000.000 Total 32.000.000

b) Orçamentos anuais e dados adi cio nais:$

Orçamento da Receita Operacional Bruta 84.329.500Orçamento da Receita Operacional Líquida 67.832.500Orçamento de Consumo de Materiais 19.070.571Orçamento de Compras Brutas 26.106.600Orçamento de Compras Líquidas de Impostos 20.082.000Orçamento de Despesas Gerais de Fabricação 26.500.000Orçamento de Depreciações Industriais 4.000.000Orçamento de Despesas com Vendas 9.000.000Orçamento de Despesas Administrativas 3.200.000Despesas Financeiras – 12% de juros ao anoImpostos sobre o Lucro – 40% sobre o Lucro depois das des pe sas finan cei ras

c) Considere ainda:• Foram adqui ri dos $ 4.300.000 em novos equi pa men tos à vista.• 75% dos impos tos sobre o lucro gera do no ano já foram pagos, res tan do ape -

nas 25% a pagar.• 50% dos juros gera dos no ano foram pagos, res tan do 50% a pagar, além do

valor prin ci pal dos emprés ti mos, nada pago ainda.• O total do lucro líqui do após os impos tos sobre o lucro foi reti do na empre sa.• Os impos tos a reco lher das ven das menos os das com pras têm um prazo

médio de reco lhi men to de 30 dias.• A conta de dupli ca tas a rece ber equi va le a 35 dias das ven das, e a conta de

dupli ca tas a pagar equi va le a 28 dias de com pras.• O saldo final de caixa será obti do por dife ren ça e não há neces si da de de pro -

je tar recei tas finan cei ras.

2. Concluído o exer cí cio ante rior, faça a pro je ção do Fluxo de Caixa do ano, uti li zan -do os dados dos balan ços ini ciais e finais e da demons tra ção de resul ta dos pro -je ta da.

3. Considere a solu ção do Exercício 1 e veri fi que e ana li se a liqui dez e o endi vi da -men to da empre sa. Calcule e ana li se a ren ta bi li da de.

4. Considere o Balanço Inicial, os dados e as infor ma ções apre sen tas a seguir:

296MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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A) Balanço Inicial $Disponibilidades 20.000Clientes 80.000Estoques. Materiais 50.000. Acabados – Quantidade = 3.500 63.000 Custo Médio = 18,00Imobilizado. Valor Original 600.000. Depreciação Acumulada –120.000Total 693.000Fornecedores 40.000Contas a Pagar 13.000Patrimônio Líquido. Capital Social 600.000Lucros Acumulados 40.000. Lucro Projetado 0

Total 693.000

B) Dados Atuais/Reais Produto A Produto B Total. Estoque Inicial – Qtde. 2.000 1.500 3.500. Vendas do Ano Anterior – Qtde. 30.000 12.000 42.000. Preço Médio Obtido – $ 20,00 30,00Custo de Materiais por Unidadede Produto – $ 12,00 17,00

C) Informações para o Orçamento de Vendas, Produção e Consumo de Materiaisa) Espera-se ven der no pró xi mo ano 10% a mais de quan ti da de do pro du to A

e 8% do pro du to B.b) Estima-se um aumen to de preço de venda da ordem de 4% para o pro du -

to A e 5% para o pro du to B.c) Os impos tos sobre ven das repre sen tam 25% da Receita Bruta.d) O saldo final da conta Clientes deve cor res pon der a 40 dias da Receita

Bruta.e) O esto que final de pro du tos aca ba dos deve man ter-se em 35 dias de venda

para os dois pro du tos.f) Estima-se que o custo dos mate riais terá aumen to de 5% para o pro du to A

e 4% para o pro du to B.g) As com pras serão iguais ao con su mo.h) Os impos tos sobre com pras repre sen tam 20% das com pras líqui das.i) O saldo final da conta Fornecedores deve cor res pon der a 20 dias das

Compras Brutas.j) Os impos tos sobre ven das serão reco lhi dos no ano, des con ta dos os impos -

tos sobre com pras.

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D) Outros dados:a) Os gas tos de fabri ca ção do ano estão pre vis tos em $ 40.000.b) As des pe sas ope ra cio nais do ano estão pre vis tas em $ 50.000.c) A taxa de depre cia ção é de 10% ao ano do valor ori gi nal do imo bi li za do e é

con si de ra da des pe sa.d) Os inves ti men tos serão de $ 50.000, rea li za dos no meio do ano, não depre -

ciá veis, dos quais 40% serão finan cia dos a uma taxa de juros de 10% ao ano,a longo prazo. Os juros serão pagos no exer cí cio.

e) O saldo orça do de conta a pagar não deve rá ter alte ra ção.f) O saldo de dis po ni bi li da des será obti do por dife ren ça, e a recei ta finan cei ra

equi va le a 8% ao ano, cal cu lá veis sobre o saldo ini cial.

E) Pede-se fazer:a) o orça men to de ven das – quan ti da de, valor líqui do, valor bruto, conta clien tes;b) o orça men to de pro du ção em quan ti da des;c) o orça men to de con su mo de mate riais, com pras líqui das, com pras bru tas;d) o orça men to do custo dos pro du tos ven di dos e esto que final de pro du tos aca -

ba dos, con si de ran do como custo de pro du ção o con su mo de mate riais e osgas tos de fabri ca ção;

e) a demons tra ção de resul ta dos pro je ta da, des con si de ran do impos to sobre olucro;

f) o balan ço final.

5. Concluído o exer cí cio ante rior, faça a pro je ção do Fluxo de Caixa do ano, uti li -zan do os dados dos balan ços ini ciais e finais e da demons tra ção de resul ta dospro je ta da.

6. Considerando a solu ção do Exercício 4, veri fi que e ana li se a liqui dez e o endi vi -da men to da empre sa. Calcule e ana li se a ren ta bi li da de.

7. Tome como refe rên cia os cál cu los efe tua dos nos orça men tos de todas as tabe lasapre sen ta das no capí tu lo ante rior. Eles foram ela bo ra dos com pla ni lha ele trô ni -ca. Descreva o for ma to de cál cu lo de todas as célu las.

8. Partindo da reso lu ção do exem plo desen vol vi do no Capí tu lo 10, a par tir da Tabela10.2, con si de re:a) que o aumen to pre vis to no orça men to de ven das da Tabela 10.2 será de 12%

para o Produto A (em vez de 10%) e de 9% para o Produto B (em vez de 8%);b) que a polí ti ca de esto ca gem de pro du tos aca ba dos, cons tan te da Tabela 10.3,

em vez de 35 dias, será de 40 dias;

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c) que a esti ma ti va de aumen to de custo da estru tu ra dos pro du tos da Tabela 10.4será de 6% para o Produto A (em vez de 5%) e de 6% para o Produto B (emvez de 4%).

Com base nes sas novas pre mis sas, e com os demais dados de todas as tabe lasdo Capítulo 10 man ten do-se iguais:

I. refa ça todos os orça men tos;II. faça uma nova pro je ção dos demons tra ti vos con tá beis.

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302MMINTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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DE ACORDO COM AS NOVAS PRÁTICAS CONTÁBEIS BRASILEIRAS EM PADRÃO INTERNACIONAL (IFRS)

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CLÓVIS LUÍS PADOVEZEé doutor em Controladoria e Contabilidade

pela Universidade de São Paulo (FEA-USP),

mestre em Ciências Contábeis pela Pontíficia

Universidade Católica de São Paulo e

professor do mestrado profissional em

Administração da Universidade Metodista

de Piracicaba – SP.

É autor de inúmeros livros na área de

contabilidade, contabilidade gerencial,

controladoria e finanças, além de publicar

regularmente artigos em revistas

especializadas.

Em 2009 recebeu o Troféu Cultura Econômica

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objetivos e as funções das finanças, o entendimento do custo de capital, a análise da

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das três funções financeiras fundamentais: a decisão de investimento, a decisão de

financiamento e a decisão de dividendos, complementadas com os principais conceitos de

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controle orçamentário, bem como os fundamentos para a projeção das demonstrações

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