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INDÍGENAS A FANTÁSTICA HISTÓRIA DOS KAINGANGS

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Um pouco sobre a tribo dos Kaingangs.

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Indígenasa fantástIca hIstórIa dos

KaIngangs

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Indígenasa fantástIca hIstórIa dos KaIngangs

Indígenasa fantástIca hIstórIa dos KaIngangs

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Equipe editorial: Bruna Costa Camargo, Indira Tatsch Maronez, Pedro Barcellos Ferreira e Vinícius de Souza RodriguesCapa, Projeto gráfico e Diagramação: Vinícius de Souza RodriguesRevisão: Bruna Costa Camargo, Indira Tatsch Maronez e Pedro Barcellos Ferreira

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O R G A N I Z A D O R E S

Bruna Costa CamargoIndira Tatsch MaronezPedro Barcellos Ferreira

Vinícius de Souza Rodrigues

Indígenasa fantástIca hIstórIa dos KaIngangs

santa maria | 20141a edição

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Kaingang

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Os Kaingang são um povo Indígina do Brasil, é estão entre os mais numerosos do nosso país. Falam uma língua pertencente à família linguística Jê.

regIão em que vIvem atualmente Sua cultura desenvolveu-se à sombra dos pinheirais, ocu-

pando a região sudeste/sul do atual território brasileiro. Há pelo menos dois séculos sua extensão territorial compreende a zona entre o Rio Tietê (SP) e o Rio Ijuí (norte do RS). No século XIX seus domínios se estendiam, para oeste, até San Pedro, na província argentina de Misiones.

Atualmente os Kaingang ocupam pouco mais de 30 áreas reduzidas, distribuídas sobre seu antigo território, nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com uma população aproximada de 34 mil pessoas.

Sozinhos, os Kaingang correspondem a quase 50% de toda população dos povos de língua Jê, sendo um dos cinco povos indígenas mais populosos no Brasil.

sobre a aldeIaCada aldeia caingangue se divide em duas metades chama-

das kaiurukré e kamé (ou, usando a escrita da própria língua: Kanhru e Kame). Os membros de cada metade só podem se casar com os membros da outra metade . Os filhos (de ambos

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os sexos) sempre pertencerão à metade (ou à marca) do pai.Antes do contato com o homem branco, no seu esta-

do total, a divisão de trabalho era por sexo, deixando as mulheres encarregadas dos serviços cotidianos, como o plan-tio nas pequenas roças, colheita, educação dos filhos, fabricação do artesanato, etc. E o homem como guardião do rancho, do grupo e em alguns momentos, como caçador.

Os Kaingang eram divididos em pequenos ranchos em que viviam aproximadamente 20 a 30 índios, cada rancho submeti-do a um chefe tribal,o Cacique, que detinha plenos poderes.

Como sobrevivem: a maioria deles sobrevivem das roças administradas pela FUNAI, das roças familiares, da venda de artesanato e da prestação de serviços para produtores rurais.

PoPulaçãoEstimava-se uma população kaingang de 33.064 (Funasa,

2009) pessoas vivendo em 32 Terras Indígenas. No entanto, verifica-se a presença de famílias vivendo nas zonas urbanas e rurais.

alImentaçãoO alimento do Kaingang pode-se considerar variado; está

representado pelos três reinos naturais. Entre os alimentos animais registramos a carne de diversos tipos, obtido pela caça, pela pesca ou pela colheita (larvas e insetos), e o mel de abelha

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silvestre; entre os vegetais temos grande variedade de frutos e raízes silvestres resultantes da colheita, e também os produtos provenientes do plantio incipiente de mandioca, da abóbora, do milho, etc.

a festa do KIKIA Festa do Kiki, é uma festa anual muito importante, é

dedicada aos mortos. Consiste em afastar os espíritos maus e chamar os espíritos do mortos e levá-los embora do cemitério para ficarem em paz. Estes espíritos são representados por cruzes, onde são feitas as pinturas Kamé e Kairu. A festa dura três dias e acontece quando o milho está no ponto para prepa-rar a bebida kiki, uma espécie de canjica com mel, fermentada num tronco de araucária.

Dura três dias e acontece quando o milho está no ponto para preparar a bebida kiki, uma espécie de canjica com mel, fermentada num tronco de araucária. Um paí de cada clã es-colhem as pessoas que irão trazer o mel e outros materiais para a festa.

casamentoOs casamentos são exogâmicos, assim, os indivíduos de

uma metade devem casar-se com os indivíduos da outra. Mas também podem casar-se com outros grupos indígenas ou indivíduos da sociedade envolvente.

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Quando nasce uma criança, ela pertencerá a parte respectiva do seu pai, mas são os Kuyás (pajés ou rezadores) que dão o nome para ela, conforme o seu clã. Então, através do nome sabemos a qual metade o indivíduo pertence.

armasAs principais armas de guerra constituíam-se em arcos

(uy), flechas (dou) e lanças (urugurú). As pontas das flechas eram de osso de macaco bugio (gòg) e mico (kajér), mais tar-de, passaram a ser de ferro obtido dos brancos. Alguns arcos mediam de 2.10 a 2,40m, mas podiam chegar a 2,70m. Cabeças de flechas eram feitas de taquara larga, de varas farpadas, de varas de madeira, apontadas com afiada ponta de osso de ma-caco ou veado, ou ainda com arrebites de madeira, para pegar passarinhos. Atualmente alguns Kaingang fabricam arcos e fle-chas apenas como enfeites para venderem como souvenir no mercado. Não fazem mais guerras e, quando caçam – atividade cada vez mais rara – utilizam-se de espingardas.

Instrumentos musIcaIsBuzinas de chifre de boi ou taquara (oaquire), flauta de

taquara (coqué), maracás (xii; xik-xi), apitos de taquara e outro instrumento de taquara fina encabada em uma cabaça fura-da nas extremidades (õtõrêrê). Encontramos quase todos esses instrumentos na Terra Indígena Xapecó-SC durante as

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cerimônias do kikikoi (ritual dos mortos).Nas festas atuais encontramos músicos kaingang que

aprenderam a tocar violão, acordeão e até guitarra elétrica. Há vários grupos musicais que tocam nos bailes e também nas missas e cultos religiosos nas várias igrejas que existem dentro das aldeias kaingang.

FUNAIA Fundação Nacional do Índio – FUNAI é o órgão

indigenista oficial do Estado brasileiro. Criada por meio da Lei nº 5.371, de 5 de dezembro de 1967, vinculada ao Ministério da Justiça, é a coordenadora e principal executora da política indigenista do Governo Federal. Sua missão institucional é pro-teger e promover os direitos dos povos indígenas no Brasil.

Cabe à FUNAI promover estudos de identificação e de-limitação, demarcação, regularização fundiária e registro das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas, além de monitorar e fiscalizar as terras indígenas. A FUNAI tam-bém coordena e implementa as políticas de proteção aos povo isolados e recém-contatados.

É, ainda, seu papel promover políticas voltadas ao desen-volvimento sustentáveldas populações indígenas. Nesse campo, a FUNAI promove ações de etnodesenvolvimento, conser-vação e a recuperação do meio ambiente nas terras indígenas, além de atuar no controle e mitigação de possíveis impactos

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ambientais decorrentes de interferências externas às terras indígenas.

Compete também ao órgão a estabelecer a articulação interinstitucional voltada à garantia do acesso diferenciado aos direitos sociais e de cidadaniaaos povos indígenas, por meio do monitoramento das políticas voltadas à seguridade social e educação escolar indígena, bem como promover o fomento e apoio aos processos educativos comunitários tradicionais e de participação e controle social.

A atuação da Funai está orientada por diversos princípios, dentre os quais se destaca o reconhecimento da organização social, costumes, línguas, crenças e tradições dos povos indí-genas, buscando o alcance da plena autonomia e autodeter-minação dos povos indígenas no Brasil, contribuindo para a consolidação do Estado democrático e pluriétnico.

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Este livro foi produzido pelos graduandos do curso de Comunicação Social - Produção Editorial (UFSM), durante o primeiro semestre de 2014, com fonte Gill sans MT para corpo de texto e fonte Hangyaboly para Títulos e subtítulos. Está disponível em formato PDF para impressão.

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Esse projeto (livro) adequa-se dentro da perspectiva apresen-tada pelo curso de Comunicação Social – Produção Editorial da UFSM, na disciplina de Projeto Experimental em Produção Editorial Aplicado à Educação, no qual, foi proposto a criação de um Recurso Educacional Aberto (REA). Nós, como equipe, aceitamos a proposta da criação de um produto REA, pela importância social, contribuição para área de Produção Editorial e por motivações pessoais.No social, levamos em consideração a pouca visibilidade dos índios no cenário atual, buscamos retomar sua condição de igualdade e mostrar aos estudantes os valores carregados na cultura e história dos índios, através do conteúdo disposto nesse livro.Para a equipe fica a satisfação em oferecer um produto educativo de livre acesso.

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