livro hospital cap 45, 46, 47

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 Proced mentos  Técn  c o s  avanderia ospitalar Lavanderia Hospitalar 65 2  Planejamento 653  Tecnologia  dos  Tecidos 657  Água 661  Equi pamentos para Lavanderia 665  Classificação  das  Máquinas  de  Lavar 668  Equipamentos  de  Pré-secagem 669  Equipamentos  de  Secagem 670  Equipamen tos para Calandragem 672  Equipamentos Acessórios  de  Lavanderia 673  Produtos  e  Processo  de  Lavagem 674 Tereza  ngélica  artolomeu Lilían  Regina  Will e  Lucchin Este  capítulo  descreve uma lavanderia hospitalar da forma exigida pelos órgãos governamentais a p li c á veis a  grandes  hospitais porém  com perfei ta adaptação aos hospitais m enores sujeitos à mes ma legislação. Extraí do do Manual  de  Lavanderia  Hospitalar do  Ministério  de  Saúde.

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Proced i mentos Tcn icos

Lavanderia o Hospitalar

45 s-

Lavanderia Hospitalar, 652 Planejamento, 653 Tecnologia dos Tecidos, 657 gua, 661 Equipamentos para Lavanderia, 665 Classificao das Mquinas de Lavar, 668 Equipamentos de Pr-secagem, 669 Equipamentos de Secagem, 670 Equipamentos para Calandragem, 672 Equipamentos Acessrios de Lavanderia, 673 Produtos e Processo de Lavagem, 674 Tereza Anglica Bartolomeu Lilan Regina Wille Lucchin

Este captulo descreve uma lavanderia hospitalar da forma exigida pelos rgos governamentais, aplicveis a grandes hospitais, porm com perfeita adaptao aos hospitais menores, sujeitos mesma legislao. Extrado do Manual de Lavanderia Hospitalar do Ministrio de Sade.

Procedimentos TcnicosP

I javanderi a Hospi tf il ar

,45!

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Lavanderia Hospitalar

PlanejamentoP P P P P O planejamento de uma lavanderia hospitalar depende de suas funes, complexidade de aes e aspecto econmico das instalaes. A lavanderia de grande importncia para o funcionamento das diversas unidades hospitalares e qualquer que seja sua dimenso e capacidade, deve ser planejada, instalada, organizada e controlada com o mesmo rigor dispensado s demais unidades do hospital. Certamente, a roupa limpa indispensvel ao funcionamento eficiente de um hospital [BRASIL, 1986]. No momento de construir ou reformar uma lavanderia, alguns dados bsicos devem ser determinados, com a maior preciso possvel, para a elaborao do projeto, e seguir algumas determinaes como: cumprimento das Normas para Projetos Fsicos de Estabelecimentos Assistenciais de Sade; determinao de fluxos correios e adequados a cada hospital, sem cruzamento de trfego limpo/sujo; instalao de equipamentos adequados e que atendam s necessidades; estabelecimento de tcnicas de processamento que combatam a infeco hospitalar, com a sua respectiva manuteno; exausto e ventilao adequadas s diferenas de presso entre as reas, com a garantia de troca mnima do ar; iluminao de acordo com as normas; respeito aos princpios ergonmicos.

Lavanderia Hospitalar ou Servio de Processamento de Roupas Hospitalares, pode ser descrita como "uma unidade funcional de apoio logstico destinada ao atendimento dos clientes internos e/ou externos do hospital, cujas finalidades so: coleta, separao, processamento, confeco, reparo, reforma, fornecimento e distribuio de roupa hospitalar em condies de uso, higiene, quantidade, qualidade e conservao" [LISBOA, 2.000]. Difere das lavanderias comerciais pela obrigatoriedade da barreira de contaminao que separa a rea limpa da rea contaminada ou suja.

P P P P P P P P P P Prea contaminada

Insere-se, atualmente, na estrutura organizacional do Servio de Hotelaria Hospitalar existente em algumas instituies. mais comum ser considerada como integrante do Servio de Apoio. Um bom sistema de processamento da roupa fator de reduo das infeces hospitalares. Estudos realizados na rea de microbiologia revelaram que o processamento da roupa em ambiente nico, utilizado nas lavanderias tradicionais, propicia a recontaminao constante da roupa limpa na lavanderia. Esses estudos mostraram, ainda, que grande nmero de bactrias jogadas no ar, durante o processo de separao da roupa suja, contaminava todo o ambiente circundante. Tais descobertas revolucionaram a planta fsica da lavanderia hospitalar, bem como instalaes, equipamentos e os mtodos utilizados no processamento da roupa. A principal medida introduzida para o controle das infeces, foi a instalao de barreira de contaminao, que separa a lavanderia em duas reas distintas: 1. rea contaminada ou suja, utilizada para separao e lavagem;

Para dimensionar a rea deve-se determinar: peso da roupa a ser processada; tipo de tecido; tipo de equipamento; tipo de instalaes; tipo de hospital; fluxo da roupa; tcnica de processamento; jornada de trabalho; qualificao de pessoal; distribuio de equipamento; condies climticas.

Determinar a quantidade de roupa necessria requer conhecimento de: nmero total de leitos; taxa de ocupao; tipo de hospital ou sua finalidade; frequncia de troca de roupa dos leitos; quantidade e tipo de roupa utilizada nas diversas unidades de atendimento. Normalmente encontramos um valor que varia entre 2 a 8 kg/leito/dia. Para determinar a capacidade de processamento por dia da lavanderia, podem ser usadas as frmulas recomendadas no Manual de Lavanderia Hospitalar do Ministrio da Sade: Total de leitos x kg/leito/dia x 7 dias Jornada de trabalho por semana = kg/dia

2. rea limpa, utilizada para acabamento (centrifugao, secagem/calandragem, dobragem] e seleo, acondicionamento e estocagem. Esta barreira de contaminao s realmente eficiente se existirem as lavadoras de desinfeco, com duas portas de acesso, uma para cada rea, na parede que separa a rea suja/contaminada da rea limpa, e se as pessoas da rea contaminada no circularem nas reas onde a roupa sai limpa (figura abaixo]. A barreira de separao deve ser dotada de visores para facilitar a comunicao e o controle.

1 iparede parede

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rea limpa Lavanderia tipo hospitalar ou de barreira.

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Para clculo do peso de roupa por hora trabalhada usa-se a frmula a seguir, considerando uma reduo de 20% devido a interrupes inevitveis na atividade dos trabalhadores. Total de leitos x kg/leito/dia Jornada de trabalho por semana - 20% da jornada = kg/dia

Alguns tipos de roupas como uniformes dos colaboradores, devem ter seu peso adicionado ao total da inii|>;i ;i s(!i piDcessada para ser determinada a icnl i:;i| Bridado da lavanderia.

652

653

Procedimentos Tcnicos

P

ar Lavanderia Hospitalai 451

Aspectos FsicosA localizao adequada de uma lavanderia hospitalar a que considera os seguintes aspectos: transporte e circulao da roupa; demanda das unidades do hospital; sistema de distribuio de suprimentos no hospital; distncias, considerando diversos fatores: tempos e movimentos; rudos e vibraes; odores; calor; riscos de contaminao; futura expanso; localizao das caldeiras; custo de construo; direo dos ventos; orientao solar. [MACHADO, 1.996].

P

Dentre estes, deve-se dar nfase especial direo dos ventos, para que no haja corrente de ar do ambiente contaminado para o limpo. Deve-se evitar escadas ou degraus entre a lavanderia e o restante do prdio, para facilitar o transporte da roupa. Havendo desnveis inevitveis, deve-se adotar rampas para facilitar a circulao de carrinhos, tanto de roupa suja como limpa. O formato da lavanderia deve possibilitar um fluxo racional de trabalho de processamento da roupa, seguindo um deslocamento progressivo, como em uma linha de montagem industrial, evitando cruzamento de circulaes das atividades. Para um fluxograma funcionalmente resolvido, so admitidas formas de l, L ou U, mostradas abaixo:

p p p p(P

Etapas do Processamento de Roupas Acondicionamento e coleta Usar sacos plsticos ou de tecido - os sacos plsticos devero ser de cor diferente da usada para resduos slidos. Horrios predeterminados.

Uso de EPI.Retirar objetos estranhos. Ateno com as roupas molhadas ou com maior sujidade.

Transporte Horizontal, feito em carrinhos, por meio do uso de elevadores, rampas ou corredores. Monta-cargas e tubo de queda [exclusivos para recolhimento de roupa, praticamente em desuso], Veculos para transporte de roupa para lavanderias externas.

Pesagem e Separao

Lavagem e Centrifugagem

Acabamento

Estocagem e Distribuio

:

Lavanderia com fluxo no formato I.

Pesagem e Separao

Lavagem e Centrifugagem

Acabamento

Estocagem e Distribuio

Pesagem e Separao

Estocagem e Distribuio

Lavagem e Centrifugagem

Acabamento

Lavanderia com fluxo no formato U.

A precauo fundamental evitar que a roupa suja cruze ou entre em contato com a limpa, evitando a recontaminao que pode ser causada pelo trnsito das pessoas entre as reas. A localizao inadequada dos equipamentos e instalaes, que no condizem com o servio, levam a um desperdcio de tempo, aumento de fadiga e, consequentemente, baixo rendimento.

654

p p p p p p p r P P P p P F P P J

Pesagem Deve ser realizada em duas etapas: Roupa dentro da embalagem - Tem a finalidade de fornecer dados para as unidades, servios, centros ou clientes e o controle de custos. Aps separao e classificao - Tem a finalidade de definir a carga correia que cada mquina comporta e de acordo com o programa de frmulas de lavagem. Separao e classificao Objetivo Agrupar as roupas que podem ser lavadas em conjunto. Agrupar as roupas que tero o mesmo acabamento. Retirar objetos estranhos. Fazer lotes de acordo com a capacidade da lavadora e classificao das roupas (grau do sujidn de, colorao, tipo de fibra txtil, tecido, formato, tamanho e/ou tipo de pea].

Uso de EPIMacaco de mangas compridas. Avental impermevel. Gorro, mscara, luvas de borracha. Cuidados Risco de leso com perfurocortante. Lavagem das mos. Imunizao contra Hepatite B e Ttano. Banho de chuveiro com troca de roupa antes de sair da rea suja. Botas de borracha. culos de proteo.

Princpios Bsicos da Lavagem da RoupaA lavagem uma operao que visa devolver roupa o seu aspecto original. Portanto, necessrio: eliminar as sujeiras que esto fixadas; restituir um nvel bacteriolgico aceitvel;

655

Procedimentos Tcnicos

Lavanderia Hospitalar

a, 45:

l

preservar as fibras e cores; manter a maciez e elasticidade.

Sujeiras eliminadas por via fsica

F

Pertencem a este grupo: areia; fuligem; poeira e similares. Elas fixam-se s fibras por simples aderncia fsica ("grudam"]. Atravs da ao mecnica, muitas vezes aliada ao umectante de um produto tensoativo, estas sujeiras so removidas. Isto ocorre durante a pr-lavagem. Sujeiras eliminadas por descolorao Quando a fibra "tingida" pelos pigmentos de determinada sujeira, como ch, caf, vinho, medicamentos, e outros no possvel remov-las. A no ser por meio da "destruio" da cor, normalmente pela oxidao (modificao qumica que provoca a retirada de eltrons]. Esta operao efetuada por agentes de branqueamento, quer em nvel de lavagem ou em nvel dos enxges.

Este objetivo atinge-se: recorrendo s mquinas; utilizando mtodos e produtos apropriados, determinados em funo das sujeiras, das fibras e da qualidade da gua utilizada.

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Portanto, necessrio conhecer: a natureza das sujeiras; a natureza das fibras; a influncia da gua; os produtos de lavagem; os processos de lavagem; os controles; a execuo prtica.

Sujeiras ou sujidades bastante til conhecer a origem da sujeira, que so muitas e determinam a escolha do processo de lavagem. Podemos classificar as sujeiras de acordo com a forma como ela ser eliminada: Solubilidade na gua. Saponificao. Emulso. ' Eliminao fsica. Descolorao. Matrias albuminides.

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Matrias albuminides Trata-se de matrias azotadas (que possuem nitrognio] que se encontram em todos os corpos vegetais ou animais. As matrias albuminides (da natureza da albumina, protena simples caracterizada por sua insolubilidade em solventes neutros] fazem parte dos colides (referem-se aos corpos que dificilmente ou nunca se cristalizam]. Distinguem-se, entre outras: Albumina Coagula a 70C e dissolve em solues alcalinas muito diludas; em contrapartida, solues extremamente concentradas tm a tendncia de fix-las. Matrias proteicas - sangue So matrias albuminides, contendo simultaneamente Albumina e outros compostos orgnicos. O sangue divide-se em: cogulo, composto de Fibrina e de glbulos brancos e vermelhos e plasma.

Sujeiras solveis na gua Neste grupo esto: acares; alguns sais; . ., , sucos de frutas; alguns corantes. ,

A forma de fixao destas substncias na roupa simplesmente por aderncia. E a sua eliminao acontece, principalmente, durante os enxges iniciais. Sujeiras saponificveis Esto includas neste grupo matrias gordurosas de origem vegetal ou animal. Fixam-se nas fibras tanto pela sua composio qumica, como por aderncia fsica.

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Tecnologia dos Tecidos - A Fibra TxtilA fibra txtil uma matria que pode ser transformada em fios. Quanto mais longa for a fibra, mais resistente ser o fio. Pontos comuns entre as fibras: Grande comprimento em relao ao dimetro. Flexibilidade e maleabilidade. Resistncia a tores. Flexes alternadas. Tenacidade e resistncia trao. Resistncia s intempries. Coeso (liga]. Porosidade. Elasticidade.Fibra de Acetato Fibra de Viscose

F F F P P F P P

Fibras tftxtols

A ao do calor, combinada com a dos lcalis [nome dado geralmente s bases (qumica]] e agitao mecnica, amolece as gorduras, saponifica (converte em sabo] e as remove. Ento, so mantidas afastadas da roupa por suspenso. Esta eliminao efetua-se durante as operaes de pr-lavagem e de lavagem.

Sujeiras emulsionveis Aqui encontramos os leos minerais. Devido sua estrutura qumica s possvel elimin-las por meio da emulsificao (retirar por presso], por ao de tensoativos (possui a capacidade de quebrar a tenso superficial da gua, emulsionar, suspender e remover a sujeira}. Estes removem sujeiras deste tipo devido ao seu poder umectante (hidratante}. Em seguida, pela ao de sua cadeia lipoflica e hidroflica, os tensoativos formam um composto com os leos minerais, que permitem emulsionar todo o conjunto. Tudo isso ocorre durante a pr-lavagem e a lavagem das roupas.

Diferentes fibras txteis.

656

657

Procedimentos Tcnicos

O Fio constitudo por um conjunto de fibras dispostas paralelamente e solidrias entre si, por meio da toro no fio. Fio simples Obtido pelo agrupamento uniforme de fibras, torcidos para dar consistncia. Fio retorcido Compostos de fios simples, torcidos separadamente num sentido e depois em conjunto, em sentido contrrio. Pode ser toro simples se retorcido de dois fios; toro duplo se retorcidos de quatro fios. Fios mauline ou com alma Composto de fios semitorcidos, um dos quais pode enrolar em espiral sobre os outros. Fios compostos Obtido pela toro de trs a doze ou mais fios. Fios cordonsB

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Lavanderia Hospitalar 4:0 S m

Artificiais: so fabricados a partir da celulose. Aps mltiplas transformaes, a matria obtida sempre a celulose ou celulose modificada, mas apta para ser fiada. Ex.: rayon, fibrana, acetato. Sintticos: so fabricados a partir de produtos qumicos, por reao de polimerizao (combinao de vrias molculas que formam um composto mais complexo). Acrlicas - Crylor, Orion, Dralon, Leacryl, Courtelle, Tercryl. polister - Tergal, Dacron, Diolene, Terital, Terylene, Terlenka. clorofibras - Rhovyl, Clorene, Retractyl, Fibravyl, Thermovyl, Rhovyline. Poliamidas - Nyon, Rilsan. Processos de reconhecimento dos principais tecidos muito importante saber qual a origem da fibra para determinar qual o processo de lavagem adequado, evitando prejuzo, tendo em vista o alto custo das roupas hospitalares. Por meio de testes simples, visuais e olfativos, possvel determinar a origem da fibra, observando: aspecto e combusto. Pelo Aspecto Devido ao preparo e acabamento dos tecidos, o aspecto, muitas vezes, pode nos enganar. Detalhes a serem observados: A tecelagem de uma pea de algodo muito regular. A tecelagem do linho caracteriza-se pela irregularidade. Em alguns pontos o fio de linho se alonga ou se avoluma, como formando um n. Um tecido de l suave e quente ao tato, o que reala a sua elasticidade, flexibilidade e maciez. Um tecido de seda de grande suavidade. 0 rayon tem aspecto brilhante. E a fibra de acetato tem aspecto aproximado seda. As poliamidas so fibras brancas de brilho nacarado, ou seja, madreprola. Os polisteres tm um aspecto sedoso, mas com brilho mais atenuado do que as poliamidas. As clorofibras tm aspecto liso e brilhante.

Diferentes tores do fio.

Formados pelo conjunto de fios torcidos e retorcidos em sentido contrrio. Tecelagem o processo de entrelaamento de fios para obteno do tecido. Urdume Fios paralelos no sentido do comprimento. Trama Fios paralelos no sentido da largura. Ourela Agrupamento de fios nas laterais do tecido para reforar. A armao do tecido o resultado do entrelaamento dos fios de urdume com os da trama. Deste modo, se obtm tecidos de aspectos diferentes: tela, sarja, acetinado. A urdidura e a trama no so obrigatoriamente constitudas por fios de mesma origem. Um soltoTrama de fio.

Fios de urdume

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Pela Combusto Atravs da forma como o tecido queima podemos determinar sua origem. Tecidos de origem animal Os componentes qumicos destas fibras so: queratina (l ou qualquer substncia pelfera) e fibrina (seda). A l queima com dificuldade, exalando cheiro de chifre queimado e deixando um resduo negro de carvo. A seda queima lentamente, exalando tambm um cheiro de chifre queimado, porm deixa cinzas negra e moles. Tecidos de origem vegetal Os componentes das fibras vegetais so a celulose, algodo e o linho, que inflamam facilmente, exalando um cheiro de papel queimado, assim como os outros tecidos de origem vegetal. Tecidos de origem mineral Amianto no queima e no funde, vidro no queima, mas funde, formando uma bola branca e dura. Tecidos artificiais Rayon e a fibrana tem uma combusto semelhante ao do algodo. A fibra de acetato queima rapidamente, acompanhada de fuso, exalando um cheiro de vinagre e deixa uma massa carbonizada irregular. Tecidos sintticos A poliamida 66 (A/y/on) funde-se formando uma bola castanha que se separa sob forma de gotas, exalando um cheiro de aipo. A poliamida 1 1 (Rilsan) queima da mesma forma, porm no exala cheiro. Acrlicos (Crylor) tm combusto fcil e desprendem uma chama fuliginosa acompanhada de fuso que exala

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Reconhecimento do TecidoNum centmetro quadrado de tecido, os fios urdidura so mais finos e em maior nmero. H um aparelho especial, o contafios, munido de lentes de aumento que circunscreve em centmetro quadrado e permite a contagem dos fios. O valor comercial de certos tecidos, sobretudo brins, baseia-se nessa contagem. Classificao Natural Origem Animal - L, carneiro, cabra, lhama, camelo; Seda - bicho-da-seda. Origem Vegetal - Fibra - algodo; Folha - rfia; Caule - linho, cnhamo, juta, sisal. Origem Mineral - Amianto, a partir de rochas: silicato de magnsio; vidro txtil; l de vidro.

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659

Procedimentos Tcnicos

Lavanderia HoHpitalar 4O S Hl Aspectos higinicos: mais favorvel para evitar a proliferao da contaminao, pois o polister liso, dificultando o desenvolvimento de bactrias. Podem ser lavadas em temperaturas mais baixas, e secam mais rapidamente. A natureza e a estrutura da fibra sinttica no favorecem a fixao da sujeira. Desta forma, podem ser lavadas com menor quantidade de detergentes, empregando menos tempo para lavagem, secagem e passagem. Resistncia: as fibras de polister so 100% mais resistentes que as do algodo puro. Economia: durabilidade maior reduz nmero de compras necessrias.

cheiro adocicado e resduo preto e quebradio. O polister funde-se, mas no queima ou escorre aps o afastamento da chama. Clorofibra no queima e repele a chama, deixando um resduo preto irregular. Reao dos diferentes tecidos aos produtos qumicos cidos Diludos: Acidulantes. cidos Concentrados: Oxlico, Fluordrico. Bases [lcalis] Diludas: Produtos de Lavagem. Bases [lcalis] Concentradas: Soda Custica. Compostos Clorados: Hipoclorito, Cloro em P. Solventes: Varsol, Peroloroetileno.

Dados tcnicos do lenol tergalizado idealTipos Txteis de Origem Animal L e Seda Txteis de Origem Vegetal Aigoclo e Linho Txteis Artificiais Rayon Txteis Sintticos Polisteres Poliamidas icos

Composio: 50% de fibra polister, 50% de algodo penteado fibra longa. Qualidade: garantida pelo fabricante por meio de controle laboratorial. Leveza: um lenol pesa 500 g contra 600 g ou mais. Estabilidade: encolhe, no mximo, 2% contra 8/o. Volume: ocupa volume menor que o de algodo. Durabilidade: no mnimo 2 vezes mais. Cor: firme indelvel. Conforto: toque de conforto permanente. Lavagem: desinfeco igual ao de algodo, porm o processo mais rpido. Contextura: (fios por cm3) 34 x 31 contra 29 x 25. Peso/m2: 114 g contra 138 g. Resistncia: perda em 50 lavagens aps uso real, 14,5% contra 20% no urdume, 12,9% contra 16,6% na trama, dando um ndice de 91 contra 47 em relao ao de algodo. Lavagem: ocupa 50% da capacidade da mquina. Recomendado usar temperatura entre 80 e 95C e detergentes no-inicos. Enxge: maior volume de gua. Centrifugao: em 2 minutos a 600 rpm retm apenas 49% da umidade: com algodo seriam necessrios 15 minutos. Secagem: normal, porm mais rpida. Calandragem: 150 a 170C, em velocidade alta.

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P

Reaes

l IP

Aos cidos diludos

Ao insignificante

Ao insignificante

Destruio

Ao insignificante

Aos cidos concentrados

Destruio

Destruio

Destruio das Poliamidas

Mercerizao

Aos solventes * gua quente p

Suportam calor Queimam com chPiio de papU

Combusto igual aos txteis de origem vegeta! No suportam calor Em geral fundem, mas no inflamam

Podem ser utilizados [limpeza a seco]

Reteno de gua/m2: 109 g contra 122 g.

guaSem reao Destruio

Elemento essencial para a sobrevivncia do homem e indispensvel ao funcionamento de uma lavanderia, devido ao seu poder solubilizante que auxilia na remoo da sujeira dos tecidos. Considerando o aspecto qumico, a gua considerada como solvente universal por sua capacidade de dissolver grande variedade de substncias, principalmente sais orgnicos ou tambm chamados sais minerais. As propriedades de uma determinada gua tm grande influncia nos resultados de lavagem da roupa, variando segundo a sua origem. Classificao gua de precipitao gua da chuva

No suporta temperatura

Suporta bem temperatura

Evitar choque trmico

Mercerizao - Bases concentradas e frias (16a 30% de soda custica), aplicadas s fibras, as tomam mais brilhantes, resistentes e fceis de serem tingidas.

Polister versus Algodo Vantagens das fibras sintticas misturadas com algodoO melhor resultado de uma mistura entre algodo natural e fibras de polister para roupa de uso pessoal [uniformes], 67% polister e 33% algodo, e para hotelaria [fronhas, lenis] 50% algodo e 50% polister. Aparncia: quase permanente, no desgasta com facilidade e no descora. Conforto: so mais leves, permitem melhor ventilao e os 33% de algodo permitem boa absoro do suor.

,661

Ao atravessar a atmosfera, as gotas vo se carregando de gases e partculas, portanto, as impurezas l < - | > ' i ii li m i In composio da atmosfera. Em uma locjiiioiujicola, a gua da chuva ser mais pura que em uniu regiSo industrial. do tipo "mole". gua natural muito pura.

660

Procedimentos Tcnicos

As impurezas encontradas so basicamente: cido carbnico; amnia; cido ntrico; cido nitroso; cido clordrico; cido sulfnico; cido sulforoso; poeiras; plens; microrganismos.

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Pi' Dureza temporria

Lavanderia Hospitalar 4 3 S H l

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Indica o teor em carbonatos e bicarbonatos de clcio e magnsio.

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Na ausncia de cido carbnico e pela ao do calor, os bicarbonatos de clcio e magnsio precipitam-se (se transformam de substncia solvel em insolvel], naturalmente, sob a forma de carbonato de clcio e de magnsio. Estes so insolveis na gua, na ausncia de gs carbnico. Este ltimo ponto explica porque o calcrio se deposita na roupa, nas mquinas, nas caldeiras, etc., quando as operaes se efetuam a quente. De fato, quando a gua aquecida, o gs carbnico dissolvido nela, liberta-se e, como deixa de estar presente, os carbonatos precipitam-se, depositando-se sobre a roupa ou na mquina. A dureza temporria de uma gua representa os minerais que precipitam-se quando a gua aquecida at a ebulio. Dureza permanente Deve-se a todos os outros compostos, exceto carbonatos, tais como: sulfatos, nitratos, cloretos, que se mantm solveis na gua, na presena ou no de gs carbnico. Aquecendo esta gua at a ebulio, estes compostos no se precipitam. Dureza total = dureza permanente + dureza temporria Este valor indica o teor global de sais de clcio e magnsio. _ u ;: M r;';j

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gua de superfcie Em geral fortemente poluda e pode conter: celulose; acar; produtos em decomposio; microrganismos; nitratos; nitritos; fosfates; slidos em suspenso.

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gua dos rios Determinar a "dureza" e a pureza desta gua depende de: estao do ano; natureza dos terrenos por onde passa; fbricas e cidades localizadas ao longo de seu curso.

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gua encanada [captada em rios e represas] Conforme a captao, encontraremos uma gua mais ou menos salina ou mais ou menos dura. No Brasil, normalmente a gua encanada mole, sendo raras as regies de gua dura. gua de subsolo Geralmente mais dura que a de superfcie, porm temos slidos em suspenso e contm maior dureza, com sais, clcio e magnsio. Maior quantidade de sais dissolvidos. Maior possibilidade de conter ons de ferro. gua da fonte Sua composio est diretamente relacionada com a natureza dos terrenos que atravessa antes de brotar na superfcie. Geralmente bastante calcria e sua composio se mantm constante. A gua da chuva encontra-se carregada de gs carbnico, o que favorece a dissoluo do carbonato de clcio e de magnsio, transformando-os nos bicarbonatos correspondentes. Portanto, gua que atravessa a camada calcrea do solo vai ficando progressivamente carregada de tais sais. gua dos poos Geralmente tem a mesma composio que a gua da fonte.

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Por comodidade, a dureza de uma gua expressa como equivalente ao carbonato de clcio, ainda que a dureza se deva tambm a outros compostos, tais como: bicarbonatos, sulfatos, nitratos, cloretos, etc. de clcio e magnsio. Normalmente, a dureza expressa, no Brasil, em miligramas de carbonato de clcio por litro de gua, ou partes de carbonato de clcio por um milho de partes de gua (ppm). importante saber qual a dureza da gua quando se lava roupa, porque os sais de clcio e magnsio vo combinar-se com o sabo, formando sabes de clcio e magnsio que so insolveis e inativos. Quanto mais dura for a gua, mais sabo se consome, o que representa grande perda. Os precipitados de sabo de clcio e magnsio vo se depositar sobre a roupa, deixando-a acinzentada e spera. A dureza da gua varia de acordo com a regio do pas. Geralmente, as guas so moles em regies granticas e duras em regies calcrias. Classificao Mole Ligeiramente Dura g Dura Muito Dura ^ onte l , Observao ' E' Gramas de Carbonato de Clcio 0-40 0-100 40-90 100-200 90-150 200-300

1 *" 1 P"* 1 1H

Propriedades da "gua Pura"Aspecto: a gua deve ser lmpida e no conter materiais em suspenso que possam se depositar sobre o tecido durante o processo de lavagem. Dureza Expressa globalmente a concentrao de sais de clcio e magnsio dissolvidos, que se encontram numa gua. Sendo considerada como gua dura - a que contm em soluo teor elevado de sais de clcio e magnsio e, como gua mole - que contm pouco ou nenhum sal de clcio e magnsio dissolvido. A dureza da gua tem como consequncia a formao de depsitos calcreos. Existem dois tipos de durezas:

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Consenso - Ideal abaixo de 1 00 ppm (alguns citam como melhor = 1 8 ppm).

H 1

Para determinar a dureza da gua em uso absolutamente necessrio realizar uma anlise, verificando: alcalinidade, presena de matria orgnica, ferro e pH. Alcalinidade Indica a presena de sais na forma de xidos (genericamente a combinao de oxignio com outros elementos) de sdio e potssio dissolvidos na gua.111

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Esses sais dificultam os enxgues finais e, se a concentrao desses sais for muito alta, podem causar um descoramento lento e progressivo da roupa. Outro problema causado pelo excesso de alcalinidade da gua que ela torna a roupa dura e spera, ficando desconfortvel ao uso e at mesmo provocando reaes alrgicas como coceiras, assaduras, etc. De-

662

P 1 F 1

1

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Procedimentos Tcnicos

lavanderia HospitalarMatria OrgnicaOrigina-se da decomposio de insetos, plantas, algas, bactrias, etc., na gua. medida em mg de permanganato de potssio [KMnOt) por litro de gua.

45' '

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pendendo da forma como os sais de sdio ou de potssio se encontram na gua, podem existir dois tipos de alcalinidade: Alcalinidade livre Indica a presena de xidos de sdio ou potssio, mas que no esto ligados a outros grupos qumicos.

CloretosRaramente causam problemas no processo de lavagem, exceto em casos muito particulares, como gua do mar ou de regies prximas a minas de sal. gua que contenha alto teor de cloretos pode formar incrustaes nas mquinas de lavar e nas calandras. Alm disso, os cloretos causam a decomposio do alvejante base de cloro, prejudicando o resultado da lavagem. Ferro Dos metais, o ferro o mais perigoso na lavanderia, pois ele a causa de muitos problemas na lavagem de roupas: Durante a operao de alvejamento com cloro ou oxignio, ele provoca uma rpida decomposio desses produtos, causando a decomposio da celulose do algodo, transformando-a em oxicelulose. Como a oxicelulose solvel em gua, a roupa fica cada vez mais fina e rala a cada lavagem. Em casos em que h excesso de ferro na gua, ele acaba formando depsitos nos tecidos. Ocorre, ento, o fenmeno da formao da oxicelulose, s que os danos nos tecidos so localizados com o aparecimento de furos. Em geral, o ferro contido na gua est na forma de sais de Fe++ [ferroso) que uma forma solvel e incolor dos sais de ferro. Quando o sal de Fe++ submetido a uma oxidao, ele se transforma em sal de Fe [frrico) que insolvel em gua e de cor marram. Na etapa seguinte, esse sal se deposita no tecido formando as pintas ou manchas de ferrugem.

Alcalinidade inativaIndica a presena de xidos de sdio ou de potssio, ligados a outros grupos qumicos. Esta alcalinidade faz a gua parecer "oleosa" e dificulta os enxgues finais dos processos de lavagem. Alcalinidade total = Alcalinidade Livre + Alcalinidade Inativa. OpH Todas as substncias so eletricamente neutras mas, quando so dissolvidas em gua, algumas se dividem em duas partculas: uma positiva e outra negativa. Essas partculas so chamadas genericamente de ons. Quando o on positivo chamado de ction e, quando negativo, de nion. A gua uma substncia neutra cuja frmula H20, e que parcialmente se divide em dois ons: o ction H [hidrognio] e o nion OH~ (hidroxnio). Estudos demonstraram que em 10.000.000 de molculas de gua, so encontrados 7 ctions H+ e 7 nions OH~. Como em 10.000.000 existem sete zeros, definiu-se que o potencial hidrognico [pH] e o potencial oxidrilainica [pOH) da gua so iguais a 7. Quando a quantidade de ons H+ e OH~ so iguais, isto , quando o pH e pOH so iguais a 7, a gua eletricamente neutra. Surgiu assim a escala que vai de O a 14 para definir o equilbrio entre pH e o pOH. A escala do pH marca a intensidade de uma soluo cida ou alcalina. O zero representa a acidez extrema, enquanto que o 14, a alcalinidade mxima. O valor pH 7, que o meio termo entre os dois, considerado "neutro", no sendo nem cido nem alcalino; poderia ser comparado gua pura. Nmero de vezes que acidez ou alcalinidade excede o pH da gua [7,0) *\cidez gua 11 Alcalinidade P

Equipamentos para LavanderiaApesar de numerosas tentativas, no foram descobertos ainda produtos de lavagem capazes de eliminar a totalidade das sujeiras fixadas sobre a roupa, sem ao mecnica. Os equipamentos de lavagem tm a finalidade de provocar, sem interveno manual direta, um trabalho mecnico que visa: causar frico; aumentar a velocidade de passagem da gua com produtos atravs das fibras; facilitar a formao de emulses e disperses.

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Os componentes bsicos da lavagem so: Mais cido Neutro Mais alcalino ao mecnica - trabalho de bater e esfregar; ao qumica; temperatura;

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tempo - durao da operao. Compem o que chamamos de Crculo de Sinner.Escala de pH.

ff NotaObserve-se que, cada aumento ou decrscimo de uma unidade do pH, aumenta em l O vezes a concentrao. Uma gua muito cida pode causar problemas de corroso das tubulaes, como tambm aumenta o consumo de produtos de lavagem que, em geral, trabalham em meio alcalino. J uma gua muito alcalina dificulta enxgues e causa problemas na calandragem. O aparelho que mede o pH chama-se Potencimetro, muito preciso. Existem no mercado papis especiais com substncias que mudam de cor de acordo com o pH da soluo.

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O conhecimento das interferncias e interdependncias entre estes componentes orientaram as evolues das tcnicas e dos equipamentos.

Princpios gerais das mquinas de lavarA mquina de lavar tem a finalidade de exercer uma ao mecnica. Bate e esfrega a roupa, imitando o trabalho de uma lavadeira que bate roupa nas pedras de um rio. O modelo mais comumente usado o de tambor ou cilindro. Este tipo consiste em montar um tambor interno perfurado, rotativo dentro de um tambor fixo. O tambor interno chamado "cesto" e permite que a soluo de lavagem passe dele para o tambor fixo e vice-versa. O tambor fixo, tambm denominado tambor externo, serve como um tanque para a soluo de lavagem.

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Procedimentos Tcnicos

1

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Nesse movimento, existem frices de roupa contra roupa, e roupa contra tambor, e queda da roupa na soluo Relao de banho i>' ! l : '.- - :-( : ' ' de lavagem. Essa ao conjunta de esfregar e bater a roupa denomina-se ao mecnica. Volume necessrio, em litros de gua, para cada quilo de roupa seca. :- '": ' ' ' ''>' ' > Para se obter o mximo de efeito de ao mecnica, a altura de que a roupa cai deve ser a maior possvel. E isto depende do dimetro do cesto, da sua rotao e do dimensionamento das ps. " ! Define o nvel de gua na mquina e de acordo com a natureza do tecido e sua densidade. de suma importncia ter-se o nmero exato de rotaes do cesto, pois -^SpF^x uma baixa rotao resulta na roupa girando na soluo de lavagem. Por outro lado, /^(n\ \ a elevada rotao produz um efeto centrfugo que impede 5:1queda da roupa h necessidade de 5 litros de gua para 1 quilo de partes internas do cesto. Assim, a rotao a Significa que / *A \a soluo, colando-a nas roupa seca de algodo.

ajustada de tal forma que se consiga o mximo efeito de Ao Mecnica. Fatores que influem na ao mecnica Carga da roupa. Relao de banho. Velocidade perifrica. Reverso do cesto. Dimensionamento das ps. ' i ' ' ' ' '"

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Carga da roupa

de suma importncia conhecer a quantidade de roupa colocada na mquina. Caso a cesta esteja completamente carregada, no haver possibilidade de bater a roupa, e a ao mecnica ser diminuda. Por outro lado, o excesso de carga impede que a soluo de lavagem penetre completamente no teddo. Fator de Carga Relao existente entre o volume do cesto, em litros, e o peso da roupa seca de algodo, em quilos. Depende tambm da natureza do tecido e seu grau de sujeira. Fator de carga 12 Significa que existe a necessidade de um espao equivalente a ^ 1 litros para cada quilo de roupa de algodo com sujidade leve. Fator de carga 14 Significa que existe a necessidade de um espao equivalente a ^l^ litros para cada quilo de roupa de algodo com sujidade pesada. Clculo do volume do cesto V volume do cesto em litros r-m;: ,, L = comprimento do cesto em dcm 0 volume calculado por esta expresso resultar em litros. Capacidade da mquina A capacidade da mquina determinada por: C = Capacidade da mquina em kg V = Volume do cesto F = Fator de carga Exemplo: Um cesto de 1 m de dimetro e 1 ,20 m de comprimento. u V F i i(|

' 3,14. [ D x D ] . L , 4 , ' ,v ,

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Lavanderia Hospitalar 4O H

Esta relao define o nvel de gua baixo, normalmente usado na lavagem de roupas. 6:1 Significa que h necessidade de 6 litros de gua para 1 quilo de roupa seca de algodo. Define o nvel de gua mdio, normalmente usando o alvejamento e amaciamento. 8:1 Significa que h necessidade de 8 litros de gua para 1 quilo de roupa seca de algodo. Define o nvel de gua alto, normalmente usado nos enxges. Velocidade perifrica a velocidade que um ponto do cesto percorre num determinado tempo. A velocidade perifrica de uma lavadora deve ser de 1,0 a 1,50 metros por segundo, dependendo do dimetro e rotao por minuto do cesto. Essa velocidade muito importante para obter uma boa ao mecnica. calculada por meio da frmula: , ' ;,r

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3,14xDxRPM 60 :, D = Dimetro em metros

:..,.-. al-- .,!. V = Velocidade perifrica em m/seg. RPM = Rotao por minuto

0 resultado ser mais eficiente quando a velocidade perifrica for mais elevada, naturalmente ela limitada, caso contrrio, no haveria a queda da roupa na soluo de lavagem, devido sua aderncia s paredes do cesto. ;< :Exemplo:

anten^nc, w, , 3,14x0,85x25111m,

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01 lavadora com cesto de 0,85 m de dimetro e 25 RPM. .M

60Reduzindo a rotao do cesto para 22,5 RPM, estaremos no limite de 1m/s, o que significa que a roupa ir rolar dentro do cesto, ao invs de sofrer uma queda. Aumentando a rotao do cesto para 33,7 RPM, estaremos no limite 1 ,5 m/s, o que significa que a roupa adere parede do cesto. " Reverso do cesto Reverso do cesto bem balanceada, evita que a roupa seja torcida dentro dele. A variao permitida entre o nmero de voltas para um e outro lado , no mximo, de 5,0%. Quanto ao nmero de reverses, pode-se utilizar 2 ou 4 reverses por minuto, dependendo da rotao por minuto do cesto e da natureza do tecido lavado. Normalmente utilizam-se 4 reverses por minuto, com nmero igual de giro para cada lado. / Dimensionamento das ps

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As ps tm como funo elevar a roupa e provocar sua queda, proporcionando ao mecnica. 0 nmero de ps dentro do cesto varia de acordo com sua altura. Uma p baixa deixa a roupa cair mais rapidamente em relao a uma p alta. Neste caso, necessrio aumentar o nmero de ps. Na mquina convencional o nmero de ps varia de 3 a 4. Provas demonstram que a lavagem depende do nvel do levantamento da carga. E a velocidade da operao do cilindro dependente da altura das ps.

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Procedimentos Tcnicos

Lavanderia Hospital 451 alar

Capacidade de produo O nmero de cargas a ser processado no depende apenas do processo de lavagem, mas tambm das instalaes disponveis, como: abastecimento de gua, energia e vapor, e dos acessrios da prpria mquina [vlvula de entrada e descarga, sistema de reverso, etc.)

Quanto Descarga de gua Central- Usada normalmente nas lavadoras convencionais. Lateral- Usada em lavadoras convencionais e nas extratoras.

Quanto ao Aquecimento de gua Vapor direto - Normalmente de baixo rendimento. Resistncias eltricas internas. Serpentina de vapor interna. Aquecedor de acumulao conjugado mquina ou no.

Classificao das Mquinas de Lavar Quanto ao tipo de equipamento: Lavadora convencionalMquina simples, dotada de um cesto interno que recebe um movimento rotativo reversvel, podendo ser do tipo horizontal com carregamento pela parte externa do cesto, ou do tipo frontal, com carregamento pela parte frontal do cesto. Neste caso, o eixo do cesto est na parte traseira da mquina. No tipo horizontal, os eixos de apoio encontram-se na parte lateral da mquina. Lavadora extratora Mquina que pode ser horizontal ou frontal [maioria dos casos), em que a operao de centrifugao realizada no mesmo cesto de lavagem com bvio ganho de tempo (no retirar a roupa molhada da mquina de lavar convencional e transportar para a centrfuga) e reduo de desgaste da roupa. a mquina usual nos E.U.A. e Europa.

Quanto ao Sistema de Transmisso Correias em V (polias com sulcos). Correias planas. Correntes. Coroa/pinho. Sistema combinado. Mquina de lavar comum. Mquina para lavagens mais agressivas. Termmetros. Termostatos para controle de temperatura da gua. Adio automtica de produtos. Controle de nvel passivo (indicador).

Quanto ao Revestimento Interno e Chapas Externas

Quanto aos Opcionais Temporizadores.

Tnel de lavagemEquipamento destinado a processar grandes quantidades de roupa por processo. Torna-se economicamente rentvel a partir de 6 toneladas de roupa processada por dia. Tem operaes automticas e em srie, o que reduz sensivelmente a quantidade de roupa transportada entre os processos, e obtm uma produo mais homognea que a dos processos convencionais devido a uma maior preciso na conservao dos parmetros envolvidos na lavagem.Entrada da roupa Umectao Pr lavagem

Controle de nvel ativo (com trs posies ou a determinar). Equipamentos de Pr-SecagemA pr-secagem ocorre de 3 formas: Em lavadoras extratoras, como parte integrante do processo de lavagem, sem necessidade de retirada da roupa da mquina, em operao segura e sem movimentao ou transporte agregado. Em extratoras centrfugas, normalmente so os equipamentos mais perigosos da lavanderia. Em prensas tipo membrana ou prato fixo. Neste caso, a roupa colocada sobre uma plataforma, tendo sua volta um aro de proteo. A roupa submetida a presses gradativas por uma membrana de borracha (menor desgaste da roupa) ou por um prato fixo de metal perfurado, por onde a gua escoa. Pode-se tambm ter os 2 processos combinados em prensas duplas.

Lavagem

Enxgue

Rolo de arrasto

Motor

Quanto Proteo Anti-lnfeco Cruzada Convencional - Normalmente utilizada em lavanderias comerciais. Com Barreira - Preparada para separao de ambientes, normalmente dotada de dispositivos que mantm fluxo de ar constante da parte limpa para a parte suja da lavanderia.

Extrao ou CentrifugaoTem como finalidade eliminar a gua contida na roupa lavada. Cada quilo de roupa seca pode absorver de l ,5 a 3 vezes o seu peso em gua.

Quanto s Divises Internas do Cesto Sem divises internas [A). Com l diviso interna [chamado tipo D ou Pullmann) (B). Diviso tipo Y - 3 compartimentos (C). Diviso tipo X - 4 compartimentos [D) (usada em lavadoras extratoras de grande capacidade, 315 kg de carga ou mais).

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Quanto ao tipo de extrao Por toro. Por centrifugao. Por compresso por rolos. Por compresso por prato fixo. Por compresso por membrana de borracha.

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Procedimentos Tcnicos

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alar [javanderia Hospital 45

Quanto ao Modelo Construtivo

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'Extratores pendulares Extratores rotativos basculantes

Para pequenas e mdias capacidades: : :X

A capacidade depender dos seguintes fatores

m m

Diferenas entre os sistemas de lavadoras quanto ao trabalho de carregamento da roupa.

ao da roupa e carregamento para pesagen 500 kg

Classificao da roupa e carregamento para pesagen 500 kg

Classif cao da roupa manual, carregamento, lavagem, extrao, secagem, calandragem e descarga da roupa automtica

Carregamento da maquin500 kg

Carregamento da lavadora extratora 500 kg -Operao automtica de lavagem.

>,

,Descarregamento da mquina de lavar 1 .500 kg Descarregamento da lavad( estraEora 1.000 kg

Clculo de capacidade de produon x D x RPM 60

-Tratamento contnuo do processo. -Maior rentabilidade, devido ao menor consumo de gua e uso mximo dos produtos.

Para calcular a capacidade em m2 por hora, deve-se conhecer a velocidade 'perifrica do rolo.l r:VATransporto at a centrfuga

Velocidade perifrica (rolo) =

(resultado em m/s).

TU = 3,1415; D = dimetro do rolo em metros; RPM = rotaes por minuto doflo/LardJiira (L) do rolo: Capacidade Produo da Calandra = VP (rolo) x L (mV/s) ., i ,yyfi jp Multiplicando-se por 3.600 teremos a produo em mVhora i > >~ '"Carregamento da centrfuga 1,500 kg descarregamento da calandra 1.000 kg grande porte e de alto custo

Tecidos com maior percentual de polister retm menos gua e tendero a secar mais ftocj, e a produo da calandra calculada para algodo aumenta significativamente. ' ' Ocorre o mesmo com os secadores.

Equipamentos Acessrios de LavanderiaPara complementar h uma srie de mquinas e dispositivos que visam diminuir o transporte interno, as operaes desnecessrias e dar melhor acabamento e maior rapidez. r, .

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Procedimentos Tcnicos ; ! - . '

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Produtos de LavagemDetergente Capaz de separar a sujeira da fibra. Umectante Favorece o contato entre a soluo e a superfcie dos slidos. Emulsionante Provoca disperso entre lquidos que no se misturam. Suspendente Evita redeposio das sujeiras nas fibras. Defloculante Mantm as pequenas partculas slidas separadas e a sujeira fica suspensa na gua. Componentes dos Produtos de Lavagem Agente tensoativo No-inicos: possuem poder espumante, umectante e emulsionante. lnicos: so espumantes, umectantes, solubilizantes, insensveis aos alcalinos terrosos. Carga mineral alcalina ., -, , , .?..: ,,,-.'.'. ' * ,.; >' " ' "

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Lavanderia Hospitalar 4:0

Processos de Lavagem por Tipo de Alvejamento Alvejamento oxigenado'"'" Operao Umectao Enxquea

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Resduos Hospitalares 40 f Hl

Vantagens

Facilitar a operao. -,:,.' Baixo custo operacional, manuteno simples e barata. , Gerao d e odores desagradveis e aerossis.

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Grande poder de penetrao da radiao.

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Desvantagens Alto custo de instalao.

Desvantagens

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Baixa ou nenhuma reduo do volume dos resduos tratados. Necessidade de adquirir recipientes termorresistentes de alto custo. No adequado para resduos anatmicos.

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Complexidade de operao para manuteno das condies de segurana.

No fim da vida til do equipamento, a fonte de irradiao se torna rejeito radiotivo de alta periculosidade, causando problema quanto sua disposio final. Incinerao Consiste em destruir os resduos mediante um processo de combusto (800C a 1200C] no qual os resduos so reduzidos a cinzas. Vrios tipos de tratamento utilizam a combusto dos resduos, sob condies especficas, como forma de desinfeco. Gera como problema a emisso de gases txicos que devem ser previamente tratados (lavagem, qumica, ciclones ou precipitadores eletrostticos, filtros, etc.]. Vantagens ,;. Alta eficincia na destruio. Reduo do volume (de 80 a 95/o] dos resduos tratados. . t

Microondas Consiste em submeter os resduos biolgicos, previamente triturados e envolvidos com vapor, vibrao eletromagntica de alta frequncia, at alcanar e manter a temperatura de 100 C. Baseiam-se na ao do calor produzido pelos geradores de radiao magntica de alta frequncia. Vantagens Operao contnua. Descaracterizao e reduo de volume quando utilizada triturao.

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Desvantagens Custo operacional alto em relao aos demais mtodos. Capacidade de operao limitada. Risco de emisso de aerossis, vapores txicos e radiao.

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Especialmente vantajoso para o tratamento dos resduos anatomopatolgicos, devido ao alto nvel de descaracterizao dos resduos. Desvantagens .. , .. : >' ' (j Custo operacional e de manuteno elevados, principalmente em funo do sistema de*tratamento de gases. .. . ' ' -, Necessidade de manuteno constante. .. . Risco de contaminao do ar por dioxinas e outros compostos perigosos presentes nos efluentes gasosos. Custo elevado no monitoramento das emisses gasosas. ""' .-,; Contra-indicado caso no exista volume de resduos suficientes para utilizao do incinerador de forma contnua. No se aplicam aos rejeitos radioativos, recipientes pressurizados e a vidros. As cinzas resultantes da queima so classificadas como resduo perigoso, classe l devido aos altos nveis de metais pesados.

Tratamento Qumico Por meio do uso de um desinfetante. Leva-se em considerao: tipo de microorganismo, grau de contaminao e tipo; concentrao e quantidade de desinfetante utilizado; alm de temperatura, grau de mistura e durao do contato do desinfetante com os resduos. Baseia-se na ao de produtos qumicos, associados a outros fatores como temperatura, triturao, controle de pH. O objetivo de seu uso a eliminao de microoganismos, porm estes produtos podem sofrer inativao por matrias orgnicas e/ou diluio. Ver Anti-spticos Captulo 7, Desinfetantes Captulo 8 e Esterilizantes Captulo 10. Vantagens Custo operacional baixo. Baixo investimento inicial para o caso de tratamento local. Possibilidade de realizao na gerao (para tratamento local].

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Nota

Desvantagens Ineficaz contra patognicos resistentes ao desinfetante utilizado. No h reduo do volume (a no ser que exista triturao]. Necessidade de cuidados adicionais com os efluentes gerados. Ionizao Neste processo, os resduos so submetidos ao de raios gama, utilizando-se uma fonte radioativa que destri os microorganismos. Mais comumente utilizada na esterilizao de produtos farmacuticos e alimentares, com pouca utilizao no tratamento do RSSS. Vantagens Alta eficincia.;

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0 tratamento por incinerao no deve ser confundido com queima de resduos. A simples queima de resduos, a cu aberto, ou em equipamentos precrios, no apresenta condies adequadas para degradao trmica e desinfeco: temperatura, tempo, tratamento dos gases gerados, etc. Seleo do Tratamento para Resduos do Grupo A Conforme o Ministrio da Sade (Projeto REFORSUS, BRASIL 2.002], para selecionar o tipo de tratamento mais adequado dos RSSS deve-se avaliar os seguintes fatores: 1. impacto ambiental; 2. custos de instalao e manuteno; 3. capacidade do equipamento; 4. fatores de segurana.

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Procedimentos Tcnicos

Iteduos Hospitalares

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Tratamento dos Resduos do Grupo BUm estabelecimento de sade utiliza diariamente um grande nmero de produtos qumicos como solventes, detergentes, medicamentos, metais, etc. Istopos

Meia-Vida Mdia e Decaimento de Radiatividade de Alguns Elementos RadiativosMeia VictB i lias pnns

Tempo de SegiiJia'3 altos

Produto Qumico por Local de GeraoCozinha Detergentes Lavanderia Detergentes leos Graxas Graxas Limpeza Detergentes Desinfetantes Oxidantes Lab Metais Solues Qumicas eagentes Qumicos Desinfetantes Detergentes Medicamentos

"Os resduos qumicos devero ser submetidos a tratamento e disposio finais especficos" [CONAMA N 5/93], pois seu lanamento junto eom os efluentes lquidos gera poluio, provoca efeitos graves nos organismos vivos que compem o ecossistema e prejudica a sade das pessoas expostas a essa substncias". Algumas aes propostas para reduo dos riscos associados aos resduos do Grupo B Substituio de produtos qumicos perigosos. Substituio de equipamentos clssicos por eletrnicos. Substituio de mtodos qumicos por fsicos. Considerar se o vendedor/fabricante preocupado com o meio ambiente e se aceita a devoluo dos produtos no utilizados ou reciclveis. Informar o usurio sobre caractersticas e manuseio dos produtos. Observar validade na compra e no decorrer da estocagem. Compra centralizada com controle de fluxo e destino do produto. Comprar pequenas quantidades de produtos instveis. Uso em quantidades exalas (limpeza). Reciclar a prata do material radiolgico. Compostar resduos da cozinha no-contaminados. Reutilizar material de vidro e plstico aps desinfeco apropriada. Devolver tubos de aerossis ao fabricante para recarga do contedo.Tc = Tecncio, Ga = Glio, l = lodo, Cr = Cromo, Fe = Ferro, Si = Silcio, Ce = Csio, Am = Amercio

Tratamento dos Resduos do Grupo DComo os resduos de servios de sade do grupo D (comuns) tm caractersticas similares as dos resduos domiciliares, no so considerados resduos perigosos, nem so exigidos sistemas de tratamento especficos. No entanto, recomendvel alguma forma de valorizao destes resduos, prolongando o tempo de vida til dos materiais que os compem. Para que se viabilize a valorizao dos resduos, fundamental que se realize a separao dos diferentes tipos de resduos comuns, o que deve ser feito no momento da gerao. A valorizao apresenta diversos benefcios, como reduo da poluio, economia de matriasprimas e reduo de custos, alm de possibilitar rendimentos extras com a comercializao de materiais. Entre estes processos acham-se a reciclagem dos diversos resduos, inclusive a compostagem de matria orgnica.

ReciclagemA reciclagem proporcionada pela segregao e coleta seletiva dos resduos muito importante no processo de gerenciamento dos RSSS. Os quadros a seguir mostram as principais fontes de cada tipo de material reciclvel - papel, metal, plstico, vidro, outros.

Tratamento dos Resduos do Grupo CO nico tratamento capaz de eliminar as caractersticas de periculosidade o armazenamento para decaimento de sua radioatividade, que varia de acordo com a meia-vida de cada elemento radioativo. Meia-Vida - o tempo necessrio para que o elemento radioativo perca metade de seus radioistopos. Quanto menor a meia-vida, mais rapidamente o elemento tem sua periculosidade reduzida. Depois do decaimento, qualquer referncia radioatividade (smbolo e inscrio} deve ser descaracterizada, e os resduos podem ser encaminhados para disposio final, ou tratamento, conforme seu novo enquadramento (grupo A, B ou D]. Para ilustrao da complexidade do tratamento, a seguir alguns tempos de decaimento, meia vida e tempo de segurana: ReciclvelPapel branco: computador, caderno, sulfite, fotocpias (no-brilhante), escritrio [sem etiquetas, janelas de plstico, selos, clipes, grampos e fitas colantes), etc. Papel de jornal. Papel colorido: revistas, etc. Papelo. Papel misturado: no-sujo.

No-ReciclvelPapel brilhante/espelhado: parafinado, aluminizado, laminado, betumado (carbono), vegetal, papel de fax (brilhante), papel de fotocpia (brilhante), papel de fotografia, papel de bala. Papel sujo: papel higinico, guardanapo: fraldas descartveis, toco de cigarro; papel sujo e/ou contaminado em geral.

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Procedimentos Tcnicos

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Resduos Hospitalares

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Reciclvel Ao leve (latas]: Latas de folhas-de-flandres [estanhada). Ex.: extraio de tomate, salsicha, sardinha, leite em p, compota, etc. Latas de folha cromada. Exemplo: tampa de lata de tinta. Latas de folhas no revestidas. Exemplo: lata de leo comestvel. Ao pesado (barras): Sucatas de ferro, de cobre, de metais no-ferrosos (no-atrados por im), de alumnio (lata, panela, ele.). Miudezas: arame, prego, tampinhas, tubo de pasta de dente.

A compostagem anaerbica se d pela ao de microorganismos que vivem sem necessidade de oxignio, em baixa temperatura, com a desvantagem de gerar fortes odores e de ser lenta. J a aerbica, mais indicada para resduos do grupo D, proporcionada por organismos dependentes de oxignio, gerando temperaturas de at 70C, com odores mais fracos e um menor tempo de decomposio. O resultado desta fermentao a transformao de parte da massa de resduos em hmus o qual pode ser aproveitado na agricultura.

Tratamento dos Resduos do grupo EOs resduos perfurocortantes contaminados com agente biolgico Classe de Risco 4, microrganismos com relevncia epidemiolgica e risco de disseminao ou causador de doena emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmisso seja desconhecido, devem ser submetidos a tratamento, utilizando-se processo fsico ou outros processos que vierem a ser validados para a obteno de reduo ou eliminao da carga microbiana, em equipamento compatvel com Nvel III de Inativao Microbiana. Dependendo da concentrao e volume residual de contaminao por substncias qumicas perigosas, estes resduos devem ser submetidos ao mesmo tratamento dado substncia contaminante. Os resduos contaminados com radionucldeos devem ser submetidos ao mesmo tempo de decaimento do material que o contaminou. As seringas e agulhas utilizadas em processos de assistncia sade, inclusive as usadas na coleta laboratorial de amostra de paciente e os demais resduos perfurocortantes no necessitam de tratamento. Disposio Final de RSSS

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Reciclvel Garrafas e copos (cacos): marrom, verde e incolor. Frascos: remdios, produtos de limpeza. Pols: molhos, condimentos e alimentos. Vidros planos (janela), Vidro tipo pirex, Crislal, Lmpadas, Objelos ornamenlais, Espelhos, Formas, travessas, e panelas de vidro temperado, Tubos de TV.

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PlsticoReciclvel PVC - canos e tubos de conexes de gua, equipamento mdico-cirrgico, embalagens de vinagre, etc. PET - garrafas de refrigerantes (verdes e transparente), garrafas de agua minerai, leo vegetal, etc. PEAD - sacos de leite, embalagens de suco, lcool, gua mineral, gua sanitria, detergente, leo. xampus, leo lubrificante, brinquedos, engradados de bebidas, baldes, bombonas, frascos de produtos de limpeza. PEBD - sacos de arroz, acar, feijo: sacolas de supermercado: sacos de adubo; sacos de leite; embalagem de biscoitos, etc. PP - embalagem de iogurte, embalagem de detergente, embalagem para massas e biscoitos, potes de margarina, sacos de rfia, etc. No-Reciclvel Cabos de panela. Tomadas de eletricidade. Baquelite (usado em alguns equipamentos eltricos). Poliuretanos e poliacelatos de etileno vinil (exemplo: solas de sapatos).

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A disposio final dos Resduos Slidos de Servios de Sade (RSSS) segundo a resoluo n? 283/01 do CONAMA, definida como "o conjunto de instalaes, processos e procedimentos que visam destinao ambientalmente adequada dos resduos em consonncia com as exigncias dos rgos ambientais competentes" [BRASIL 2001). Cada um dos grupos de RSSS apresenta diferentes tipos de risco, portanto preciso empregar a combinao mais adequada de tratamento e destinao final que possibilite controlar melhor esses riscos. A descrio da disposio final de cada tipo de resduos foge da finalidade deste manual e pode ser consultada em literatura especfica listada ao final deste captulo. Educao Ambiental O entendimento sobre alguns conceitos fundamentais necessrio para iniciarmos nossa jornada rumo compreenso do manejo dos resduos de servios de sade. A lgica da educao ambiental fazer de cada um de ns um cidado ambientalmente educado, por intermdio da busca do conhecimento e da interao com o mundo em que vive e da noo da importncia de suas atitudes. Para adultos, no entanto, mudar hbitos e atitudes difcil. Para promover e facilitar essas mudanas necessrio utilizar todos os recursos possveis, com criatividade e determinao para alcanar resultados satisfatrios.

Outros Materiais No-Reciclveis

Opes de reciclagem, dos variados materiais, aumenta diariamente, portanto recomendvel buscar quais so oferecidas em cada localidade. Os materiais orgnicos, especificamente os restos de alimentos, podem ser utilizados para a nutrio de animais, desde que respeitadas as normas sanitrias que exigem, entre outras coisas, a fervura [100C) do material por, pelo menos, meia hora.

CompostagemA compostagem consiste na decomposio de materiais de origem animal e vegetal pela ao de microrganismos, com a vantagem de no ser necessria a adio de qualquer forma de energia ou substncia.

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Procedimentos Tcnicos

ff ffProcedimentos Tcnicos

Em um grande hospital universitrio na capital paranaense a utilizao de cores e figuras foi a maneira encontrada para conscientizar os profissionais, principalmente mdicos e pessoal de enfermagem, a segregar corretamente no momento da gerao dos resduos hospitalares. Abaixo os adesivos utilizados para identificar as lixeiras de cada tipo de resduo:

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LIXO \HOSPnALAR/

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Odontologia o Dentistas

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i Preveno e Controle de Infeco em Odontologia, 708 Medidas Preventivas de Transmisso de Infeces em Odontologia, 710 Tratamento de Materiais e Instrumentais, 715 Limpeza de Materiais, 716 Desinfeco de Materiais, 716 Esterilizao de Materiais, 719 Controle de Qualidade de Esterilizao, 721 Tratamento de Equipamentos e Materiais Especiais, 722 Controle de Infeco no Laboratrio de Prteses, 724 Descarte de Resduos, 725

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Odontologia/l Elitistas 471 H

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Preveno e Controle de Infeco em Odontologia Introduo

Apesar da escassez de estudos epidemiolgicos sobre infeces ps-procedimentos odontolgicos, que incluem nmeros significativos de pacientes, possvel afirmar que as incidncias documentadas destas infeces permanecem baixas. As infeces que envolvem a regio maxilofacial e cavidade oral podem ser categorizadas em infeces localizadas (cries, pulpites, abcessos, gengivites, alveolites, periodontites, amigdalites, parotidites, adenites, entre outras), infeces por extenso dreta (osteomielites, sinusites, mediastinites, entre outras) e infeces distantes, secundrias a uma infeco oral primria, que, apesar de mais raras, podem atingir regies intracranianas e pulmonares. Infeces por via hematognica em prteses artificiais cirurgicamente implantadas, originrias de uma infeco oral prvia, tambm tm sido descritas. Alguns relatos de bacteremias transitrias secundrias a drenagens de abcessos dentoalveolares e septicemias secundrias a infeces orais em pacientes imunocomprometidos tambm tm sido encontrados.

Apesar da recomendao de precaues padronizadas com todos os pacientes, fundamental o conhecimento do paciente que vai ser atendido. Para tanto, necessria a realizao da anamnese do paciente, incluindo um histrico das doenas pregressas e atuais, e investigao de pacientes portadores de vrus HIV e hepatites. A norma de biossegurana do estado do Rio Grande do Sul estabelece itens mnimos obrigatrios que devem constar em todas as anamneses. A crescente aderncia s precaues e recomendaes tem provavelmente contribudo para a diminuio dos riscos de transmisso de infeces na prtica odontolgica. Em um estudo de Gruninger e colaboradores, no qual foram investigados 6.451 dentistas da Associao de Dentistas Americanos CADA), foi demonstrado que a vacinao contra hepatite B aumentou de 57.8% em l .987 para 71,6% em 1990, a aderncia ao uso de luvas aumentou de 61,6% em 1987 para 93,2% em 1990, enquanto a mdia de acidentes com instrumentos e agulhas diminuiu de 83,7% para 74,9% nestes mesmos anos. Neste mesmo estudo, a soropositividade para HIV entre dentistas apareceu em 0.0% Cl.987), 0.09% Cl.988), 0,0% Cl .989) e 0,0% Cl.990). A preocupao com os custos gerados para a manuteno de medidas de controle de infeco tem sido, muitas vezes, o motivo da falta de adeso a essas medidas em muitas unidades odontolgicas. Entretanto, j foi demonstrado que esses custos no so to elevados quanto parecem. A Clinicai Research Associates, dos Estados Unidos, em 1.999. publicou um estudo demonstrando que os gastos com a implantao das medidas de controle de infeco no chegavam a mais do que 10 dlares para cada atendimento de paciente.

Patgenos OraisUma grande variedade de microrganismos podem ser encontrados como agentes causais destas infeces. Eles esto presentes nas secrees orais, respiratrias ou sangue. Muitos deles fazem parte da microbiota normal encontrada na cavidade oral dos humanos. Estes microrganismos podem incluir grupos de bactrias, vrus, protozorios e fungos. Na saliva comumente so encontrados Staphylococcus spp., Streptococcus spp., Veillonellae spp., Neisseria spp., Branhamella spp.. Cndida spp., Herpes simples vrus (HSV), Endamoeba gingivalis, Trichomonas tenax. Na placa dentria e gengiva podem ser encontrados Streptococcus spp., Peptostreptococcus spp., Veillonellae spp., Neisseria spp., Branhamella spp., Actinomyces spp., Bacterionema matruchotii, Bacteroides spp., Porphyromonas spp., Prevotella spp., Capnocytophagia spp., Eikenella corrodens, Fusobacterium nudeatum, Actinobacillus actnomycetemcomitans, Treponema spp. Alm destes, ainda podem ser isolados da cavidade oral outros microrganismos patognicos, tais como Mycobacterum tuberculosis, Citomegalovrus (CMV), vrus da hepatite B (HBV), vrus da hepatite C (HCV), vrus da imunodeficincia adquirida (HIV). A prtica da odontologia abrange uma grande variedade de procedimentos, que podem incluir desde um simples exame at uma cirurgia mais complexa. Estes procedimentos geralmente envolvem contato com secrees da cavidade oral, algumas vezes representados simplesmente pelo contato com saliva, outras vezes pelo contato com sangue, secrees orais, respiratrias e aerossis. Isto acaba resultando na possibilidade de transmisso de infeces, tanto de paciente para paciente, como dos profissionais para pacientes ou dos pacientes para os profissionais.

Risco de Transmisso de HIV e Hepatites em OdontologiaUma grande preocupao com o risco de transmisso de HIV e hepatites tem sido encontrada na prtica odontolgica. O risco mdio de aquisio de HIV entre profissionais de sade de, aproximadamente, 0,3% aps exposio percutnea e de 0,09% aps exposio mucocutnea a sangue contaminado. O risco de aquisio de hepatites mais alto, podendo atingir 40% para hepatite B (dependendo do tipo de exposio e da carga virai do paciente) e at 10% para hepatite C. Alguns relatos de transmisso de HIV e HBV em odontologia tm sido publicados sem, entretanto, identificar claramente as vias de contgio.

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Transmisso de InfecoPacientes submetidos a procedimentos odontolgicos e profissionais envolvidos nesta atividade esto expostos a uma grande variedade de microrganismos presentes em secrees orais, respiratrias ou sangue, conforme j discriminados. Estes microrganismos podem ser transmitidos por vrias rotas, incluindo contato direto com secrees e/ou sangue, contato indireto com instrumentos, equipamentos ou superfcies contaminadas, e contato com ar, partculas e/ou aerossis contaminados. Para que as infeces ocorram, trs condies devem estar envolvidas: um hospedeiro suscetvel, um patgeno capaz de causar infeco, e uma porta de entrada, caracterizando a chamada 'cadeia de infeco'. Efetivas medidas de controle de infeco visam quebrar ou minimizar este risco de transmisso de infeces na prtica da odontologia. Em virtude de que nem todos os pacientes portadores de hepatites, HIV ou outros patgenos importantes possam ser identificados previamente realizao de um procedimento invasivo, recomendado que todos os pacientes sejam considerados potencialmente contaminados e que, conseqentemente, precaues padronizadas sejam utilizadas em todos os procedimentos, com todos os pacientes.

Em 1.990 e 1.991, uma srie de publicaes do Center for Disease Control CCDC), dos Estados Unidos, descreveu a transmisso de HIV de um dentista contaminado para 5 pacientes. As investigaes no evidenciaram transmisso entre os pacientes, mas sim do dentista para os pacientes e nenhuma quebra grosseira das medidas de controle de infeco foi encontrada. Esses acontecimentos permanecem inexplicados. Outro estudo investigou a possvel transmisso de hepatite B de um dentista para seus pacientes, demonstrando o mesmo subtipo de vrus em 9 de 11 pacientes que adquiriram a hepatite. Nessa investigao ficou evidenciado que o dentista sofria acidentes durante a prtica odontolgica, o que poderia estar implicado na transmisso.

Acidentes punctriosOs acidentes punctrios permanecem como sendo os de maiores riscos de transmisso de HIV e hepatites para os profissionais de sade em geral e profissionais da odontologia em particular, por intermdio do contato com sangue. Alguns estudos que demonstram a ocorrncia de acidentes punctrios dentre os profissionais da odontologia evidenciam que a maioria dos acidentes ocorrem nas mos dos profissionais, fora da boca do paciente, durante a manipulao de agulhas, brocas e outros instrumentos perfurocortantes e, principalmente, entre profissionais da odontologia geral e laboratrios de prteses.

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Dentre as recomendaes internacionais para preveno de acidentes punctrios incluem-se o no-recape de agulhas, o descarte da agulha juntamente com a seringa (sem a tentativa de desconexo das mesmas) e a seleo e destino adequado das agulhas e instrumentos perfurocortantes. Entretanto, sabe-se que na prtica odontolgica, devido ao fato das seringas carpule metlicas serem reprocessveis, torna-se necessria a desconexo das agulhas e, para evitar acidentes durante esse ato, o seu recape. Recomenda-se a utilizao de pinas ou outros instrumentos durante a desconexo para evitar a manipulao direta das mos com os materiais contaminados. Alm disso, alguns equipamentos especiais tm sido criados e estudados no sentido de diminuir o risco de acidentes na atividade odontolgica. Um estudo ingls demonstrou a diminuio dos acidentes com agulhas entre estudantes de odontologia, por meio da utilizao de seringas especiais com mecanismo de segurana. As medidas de preveno e condutas ps-acidentes com material biolgico, dentre os profissionais de sade, tm sido bastante enfatizadas em nvel nacional e internacional. As medidas preventivas incluem vacinao contra hepatite B, cuidados gerais no manuseio de perfurocortantes e proteo de mucosas por meio do uso de mscaras e culos, dentre outras. As condutas ps-acidentes incluem o acompanhamento do profissional acidentado durante 6 meses, por meio de pesquisa sorolgica de H l V e hepatites, vacinao e uso de imunoglobulinas especficas (no caso de risco de aquisio de hepatite B) e esquema de quimioprofilaxia com anti-retrovirais (no caso de HIV). As intervenes devem ser iniciadas logo aps o acidente, para sua maior eficcia.

VacinaoA vacinao considerada uma das mais importantes medidas de preveno de aquisio de infeces. A vacinao contra hepatite B tem sido recomendada tanto para dentistas, como para auxiliares, tcnicos de higiene dental e protesistas. Essa vacina deve ser aplicada em trs doses (com intervalo de zero, um e seis meses), na forma de injeo intramuscular, de preferncia no msculo deltide. Profissionais de sade que tenham interrompido o esquema vacinai aps a l a dose, devero realizar a 2a logo que possvel e a 3a dose num intervalo de 2 meses. Profissionais que interromperam o esquema na 2a dose, devero realizar a 3a dose to logo possvel. Para profissionais com esquema vacinai incompleto, est recomendada a realizao de teste sorolgico (antiHBs) aps a vacinao (l a 6 meses aps a ltima dose) para confirmao da presena de anticorpos protetores, segundo orientaes do Ministrio da Sade. Se, aps um primeiro esquema vacinai as contagens de anticorpos forem 10, a vacina no precisa ser repetida e apresenta validade para toda vida.

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Muitos estudos tm enfatizado a importncia da vacinao contra hepatite B dentre os profissionais da odontologia, mas ainda demonstrando que a taxa de vacinao varia muito, como, por exemplo, 91 a 94% dentre profissionais do Canad, 84% dentre profissionais americanos, e somente 22% no Mxico. Alm da vacina contra Hepatite B, outras tambm so consideradas importantes, como as vacinas contra sarampo, rubola, caxumba, ttano e influenza.

Risco de Transmisso de Tuberculose em OdontologiaA preocupao com a transmisso de infeces em odontologia parece estar alm do risco de aquisio de HIV e hepatites. Alguns relatos tm demonstrado a importncia da tuberculose e os riscos de contato com seus agentes causais no atendimento odontolgico, apesar de tambm demostrarem, infelizmente, a pouca preocupao e dificuldade de aplicao de medidas preventivas especficas pelos profissionais desta rea. Um estudo realizado em cidades americanas vizinhas ao Mxico demonstrou uma taxa de teste tuberculnico positivo de 4,6% em 284 profissionais da odontologia. Na realizao de um novo teste aps 12 meses, a taxa de soroconverso foi de 1,7%. Outro estudo encontrou uma taxa de soroconverso de 10,7% entre estudantes de odontologia americanos, apesar de no ter sido identificado o atendimento de nenhum paciente portador de tuberculose no perodo estudado. Isso pode evidenciar que poucos pacientes sofrem atendimento odontolgico na fase aguda da doena ou, por outro lado, que os dentistas pouco percebem quando esto atendendo pacientes com tuberculose. A falta de conhecimento aprofundado sobre a doena, a despreocupao ou falhas na anamnese dos pacientes podem aumentar cada vez mais o risco de exposio tuberculose dentre esses profissionais.

Lavagem e Anti-sepsia das MosAs mos representam um dos maiores veculos de transmisso de infeces. A lavagem das mos , isoladamente, a ao mais importante para a preveno e controle das infeces hospitalares. As mos devem ser lavadas sempre que estiverem visivelmente sujas, antes de colocar luvas e aps retir-las, antes e aps procedimentos com todos os pacientes, aps contato com qualquer material, equipamento ou superfcie potencialmente contaminados. Vide captulo Anti-sepsia - lavagem das mos, Captulo 7. importante que algumas diferenciaes sejam feitas a respeito da colonizao das mos, cuja flora pode ser transitria ou residente. . i '. h, TM. A flora transitria das mos representada por microrganismos que podem ser encontrados na pele, mas que no esto presentes em todas as situaes. Estes microrganismos so rapidamente removidos e/ou eliminados pela lavagem e/ou anti-sepsia das mos. Exemplos: alguns gram-negativos, tais como Escherichia coli. A flora residente das mos representada por microrganismos persistentemente encontrados na pele da maioria das pessoas. Estes microrganismos no so removidos apenas por meio da frico mecnica durante a lavagem das mos. Exemplos: Staphylococcus coagulase-negatvos, Corynebacterium spp., Adnetobacter spp., Prop/onibacterum spp. e alguns membros da famlia Enterobacteriaceae.

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Medidas Preventivas de Transmisso de Infeces em Odontologia

Com o objetivo de auxiliar, normalizar e regulamentar as aes de controle e preveno de infeces em odontologia, muitos manuais, portarias e regulamentaes tm sido divulgados e publicados nessa rea, tais como as recomendaes americanas, canadenses e algumas nacionais, como as normas do estado do Rio Grande do Sul, de So Paulo e do Paran. Algumas outras publicaes tambm tm sido encontradas demonstrando o aumento da preocupao dos profissionais da odontologia com os aspectos de biossegurana e conlrole de infeco. A partir daqui sero abordados os diversos aspectos envolvidos no controle de infeco em odontologia, incluindo medidas preventivas como vacinao dos profissionais, lavagem e anti-sepsia das mos, uso de luvas, culos e vestimentas especiais, incluindo o tratamento de materiais, instrumentos, equipamentos e ambiente, uso de desinfetantes e, por fim, o descarte dos resduos slidos e lquidos gerados durante a assistncia aos pacientes.

As mos dos profissionais da sade podem no diferir das de outras pessoas em termos de colonizao com flora microbiana residente. Um estudo caso-controle demonstrou que 21% dos profissionais de sade pesquisados apresentavam colonizao das mos com bactrias gram-negativas, quando comparados com 80% do grupo de controle, que eram pessoas que no trabalhavam em hospitais. Dentre as 22 espcies de bactrias gram-negativas encontradas, 45% eram do gnero Adnetobacter e 39% eram do grupo Klebsiel/a-Enterobacter. Pessoas que lavavam as mos mais de 8 vezes por dia eram menos colonizadas do que as que lavavam menos de 8 vezes. As mos podem ser lavadas, na maioria das vezes, com a utilizao de sabo neutro, enquanto que o uso de sabo com anti-sptico deve ficar priorizado para o preparo das mos antes de procedimentos invasivos em geral e procedimentos cirrgicos, e para aquelas situaes de extrema contaminao das

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mos, ou seja, em que se deseja a remoo e eliminao de uma maior quantidade de microrganismos presentes na flora das mos. As mos devem sempre ser secas aps o procedimento de lavagem, utilizando-se, preferentemente, papel-toalha descartvel. As torneiras recomendadas para lavagem das mos so aquelas por acionamento no-manual, incluindo acionamento por pedal, cotovelo, clula foto-eltrica, entre outras. Nas situaes em que a torneira a ser utilizada para lavagem de mos do tipo manual, a tcnica de lavagem a ser seguida deve evitar a recontaminao da mo durante o ato de fechamento do registro da torneira, utilizando-se o papel-toalha para este fim. A lavagem bsica das mos o simples ato de lavar as mos com gua e sabo, visando a remoo de bactrias transitrias e algumas residentes, como tambm clulas descamativas, plos, suor, sujidades e oleosidade da pele. Podem ser utilizados sabo lquido ou em barra. No caso da utilizao de sabo lquido, 3 a 5 ml seriam suficientes. Idealmente, o sabo em barra deve estar depositado em saboneteiras lavveis e o sabo lquido em frascos descartveis com dispensadores de pedal ou cotovelo. As mos devem ser ensaboadas e friccionadas durante, aproximadamente, 15 segundos, em todas as suas faces, espaos interdigitais, articulaes, unhas e extremidades dos dedos. Posteriormente devem ser enxaguadas, removendo totalmente a espuma e resduos de sabo e enxugadas com papel-toalha descartvel. A anti-sepsia das mos diferencia-se da tcnica anterior pela substituio do sabo neutro por um sabo contendo anti-sptico. Para uma adequada penetrao do anti-sptico nas camadas mais profundas da pele, recomenda-se rigorosa frico das mos durante 5 minutos. As etapas devem ser processadas sempre obedecendo a direo mos-cotovelo. Aps a lavagem, as mos devem ser mantidas numa altura relativamente superior aos cotovelos. A tcnica de secagem correta deve ser feita com movimentos compressivos e no de esfregao. A utilizao de escovas para a lavagem das mos tornou-se polmica nos ltimos anos, devido possibilidade de ocorrerem pequenas leses e colonizao da pele, causadas pelo uso sistemtico da escovao, alm do risco de utilizao de escovas com cerdas endurecidas e que no tenham sofrido uma adequada desinfeco e/ou esterilizao. Quando utilizadas, as escovas deveriam ser estreis, descartveis e com cerdas macias. Entretanto, estudos j demonstraram que se deve dar preferncia anti-sepsia sem escovao, apenas com frico das mos. recomendada a escovao somente das unhas, pois ficam acumuladas maiores quantidades de sujidade e microrganismos na regio subungueal. De preferncia, as unhas devem ser mantidas curtas e sem pintura. Apesar da lavagem de mos estar consagrada como uma das mais importantes medidas de preveno e controle de infeces, a sua prtica ainda no adequadamente seguida pelos profissionais da sade. Num estudo de Pittet e colaboradores a mdia de adeso higiene das mos foi de 48% entre profissionais de um hospital universitrio. Num estudo canadense foi encontrada uma adeso de 76% lavagem de mos antes de procedimentos odontolgicos e 56% aps remoo das luvas, dados parecidos com aqueles encontrados em um estudo americano. Um estudo brasileiro realizado por Gonalves e Pordens demonstrou que apenas 36,7% dos periodontistas questionados lavavam as mos antes e aps cada consulta. Estratgias visando o aumento da frequncia e qualidade na lavagem das mos tm sido cada vez mais implementadas. So queixas frequentes dos profissionais que lavam as mos muitas vezes por dia as irritaes, descamao, ardncia, ressecamento e at processos alrgicos. As alergias secundrias ao uso de determinados tipos de anti-spticos devem ser resolvidas com a descontinuidade do uso e avaliaes individualizadas em relao ao anti-sptico adequado e tolervel. O uso de loes ou cremes para as mos aps sua lavagem pode representar uma alternativa para minimizar as queixas e estimular o ato de higienizao das mos. Entretanto, deve ser observado e controlado o risco de contaminao dessas loes ou cremes, que podem ocasionar recontaminao das mos e transmisso de microrganismos.

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A contaminao do sabo, tanto em barra quanto lquido, tambm pode ocorrer se os mesmos no forem dispensados de maneira correia. O sabo em barra deve estar depositado em saboneteiras lavveis, em pedaos pequenos, evitando ficar depositado em um recipiente que acumule gua e derreta o sabo, formando um 'caldo', que pode se tornar um meio de crescimento de microrganismos. O sabo lquido deve ficar depositado em dispensadores com refis descartveis ou frascos passveis de limpeza e desinfeco. Os tipos mais comuns de anti-spticos tpicos utilizados para anti-sepsia das mos so: lcool, clorexidina, triclosan, compostos de iodo, como, por exemplo, polivinilpirrolidona-iodo [PVPI) e outros iodforos. Apesar das vantagens e desvantagens de cada tipo de anti-sptico, alguns estudos tentam demonstrar aqueles que apresentam maior eficcia. A escolha do anti-sptico adequado para cada tipo de procedimento e cada instituio ou clnica deve respeitar as particularidades locais. Questes relacionadas a custos, tipo de dispensadores que acompanham os anti-spticos, tolerabilidade e adaptao aos procedimentos predominantes em cada clnica, interferem na escolha do anti-sptico. A tabela a seguir apresenta diferentes tipos de anti-spticos tpicos, suas concentraes, formulaes e alguns nomes comerciais. Para maior aprofundamento a respeito dos anti-spticos, formas de ao, vantagens e desvantagens, sugiro a leitura do captulo de anti-spticos desse livro, que se encontra na pgina 101.

Anti-spticos tpicos mais utilizados em estabelecimentos de sadeAnti-sptico Concentrao - concentraes mais efetivas: de 60 a 90/o - concentrao ideal: 70% Formulaes

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lcoois: - etlico - proplico - isoproplico

- alcolicas

- alcolicas Gluconato de clorexidina - aquosas - degermanes - alcolicas 10% de PVPI, contendo l /o de iodo ativo - aquosas - degermantes

No so recomendadas pelo Ministrio da Sade, para a finalidade de anti-sepsia da pele, as formulaes contendo mercuriais orgnicos, acetona, quaternrio de amnio, lquido de Dakin, ter e clorofrmio. O uso do lcool em substituio lavagem das mos tem sido cada vez mais enfatizado, no s pela sua eficcia na anti-sepsia, mas pela maior adeso dos profissionais a essa prtica. lcool causa menos irritabilidade da pele, menor tempo gasto para realizao da anti-sepsia, maior acessibilidade e facilidade do mtodo. Para uma adequada eficcia, o lcool deve ser fricionado em todas as superfcies das mos durante 30 segundos. Anti-spticos alcolicos em forma de gel e adicionados de emolientes apresentam melhor tolerncia e aderncia ao uso.

Uso de luvasAs luvas devem ser usadas em todos os procedimentos com todos os pacientes em odontologia. Tambm devem ser utilizadas para contato com materiais, instrumentos e equipamentos contaminados e durante o processo de limpeza desses materiais e ambiente. As luvas recomendadas para o processo de limpeza de materiais e ambiente so de borracha grossa, com cano longo. Estas luvas podem ser reutilizadas, desde que lavadas e secas aps cada uso. As luvas recomendadas para os procedimentos gerais em odontologia so aquelas denominadas 'luvas de procedimentos', que so de ltex, finas, geralmente com punho pequeno e no-esterilizadas.

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Para os procedimentos cirrgicos, ou seja, procedimentos que envolvem incises e suturas de tecidos, as luvas recomendadas so aquelas denominadas luvas cirrgicas', que possuem punho mais longo do que as anteriormente descritas e so esterilizadas. As luvas utilizadas para os procedimentos e cirurgias devem ser trocadas entre o uso em diferentes pacientes. Apesar da ocorrncia de infeces transmitidas por meio de luvas contaminadas j ter sido descrita, ainda assim muitos profissionais persistem realizando procedimentos em diferentes pacientes sem a adequada troca de luvas. O uso de luvas no deve substituir a lavagem de mos, pois elas no so completamente impermeveis e podem apresentar microperfuraes durante o uso. As luvas devem ser descartadas aps seu uso. No recomendada a reesterilizao de luvas, nem a lavagem e reutilizao das mesmas. Esse reprocessamento no tem custo-benefcio e no garante a qualidade do ltex, levando as luvas a apresentarem microfuros e rasgarem-se com facilidade. Tambm no recomendada a lavagem de mos enluvadas. A lavagem de luvas ou de mos enluvadas no garante a remoo de microrganismos patognicos aderidos ao ltex das mesmas. As mos devem ser especialmente protegidas com luvas em situaes de contaminao extrema. Um estudo realizado por Kjolen e Andersen, na Noruega, demonstrou que quando as mos de profissionais estavam pesadamente contaminadas com Staphylococcus aureus, Enterococcus faecaiis, Escherichia co/ie Enterobacter cloacae, nem sucessivas lavagens das mos, nem frico com diferentes tipos de anti-spticos, foram suficientes para erradicar completamente essas bactrias patognicas das mos. Felizmente, o uso de luvas parece ser uma das medidas mais adotadas pelos profissionais da odontologia, com incidncias acima de 87% na maioria das pesquisas realizadas.

O uso dos culos de proteo parece ser, infelizmente, uma das medidas menos adotadas na odontologia. Num questionrio realizado com dentistas brasileiros, apenas 30% relataram uso de culos durante os procedimentos. Em outros pases, essa prtica melhora um pouco, com relatos de 79% no Mxico, 80,8% num estudo americano e 82% no Canad. Na maioria das vezes, os dentistas justificam o uso de culos somente durante os procedimentos que geram aerossis, como, por exemplo, durante utilizao das canetas de baixa e alta rotao, esquecendo do risco de respingos de secrees diversas que podem ocorrer durante outros procedimentos. Inclusive, alguns casos de leso de mucosa ocular podem ocorrer por meio do trauma causado por restos de amlgama, dentes, ossos, prteses ou outros materiais rgidos.

Uso de vestimentasAs vestimentas recomendadas para uso dirio, durante procedimentos odontolgicos em geral, devem ser limpas, de material de fcil lavagem e secagem, de cores claras, confortveis e discretas. Devem ser trocadas sempre que sujidade aparente. Devem ser usadas exclusivamente no trabalho. A utilizao de gorros pelo profissional visa evitar queda de cabelos na rea do procedimento, alm de oferecer uma barreira mecnica para a possibilidade de contaminao dos cabelos pelo espirramento de secrees e aerossis. Nestas situaes tambm seria indicada a utilizao de gorro pelo paciente. Para realizao de procedimentos cirrgicos, recomendado utilizao de avental ou jaleco de mangas compridas esterilizado, em virtude do contato com o campo operatrio, tambm esterilizado, utilizado no paciente. Deve ser evitado o uso de adornos, tais como brincos, colares, correntes, pulseiras, relgios, anis e alianas, j que representam materiais de difcil descontaminao. Um estudo comprovou que as mos de profissionais que usavam anis apresentavam-se mais colonizadas antes e aps lavagem das mos quando comparadas com grupo que no usava anis.

Uso de mscarasAs mscaras representam uma barreira fsica de proteo de transmisso de infeces, tanto do paciente para os profissionais, como dos profissionais para o paciente. Devem ser usadas durante os procedimentos realizados nos pacientes e durante os processos de limpeza de materiais, em que haja possibilidade de espirramento de secrees ou sangue. As mscaras devem ser com filtro duplo, descartveis e de tamanho suficiente para cobrir completamente a boca e o nariz. As trocas das mscaras devem ser frequentes, evitando permanecer com as mesmas durante muito tempo, especialmente quando com umidade visvel e excessiva. O tempo ideal de uso das mscaras no tem sido bem descrito. As pesquisas que avaliam o uso de mscaras por profissionais da odontologia demonstram variaes de 95% no Mxico, 82% no Canad, 79,7% nos EUA e 76,7% num estudo brasileiro.

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Tratamento de Materiais e Instrumentais

A prtica da odontologia inclui uma grande diversidade de materiais e instrumentais, de acordo com cada especialidade. A crescente tecnologia amplia cada vez mais esta variedade de instrumentais e equipamentos, felizmente fabricados, nos ltimos tempos, de forma a facilitar seu processo de limpeza e esterilizao ou descarte. Nem sempre se apresenta de forma fcil para o dentista a escolha de mtodos adequados de desinfeco e esterilizao, bem como a organizao de todo este processo. Os dentistas no deveriam hesitar em solicitar auxlio de profissionais especializados nesta rea, possibilitando que estes profissionais avaliem e recomendem os melhores mtodos de limpeza, desinfeco e esterilizao dos materiais, bem como equipamentos necessrios e treinamento para execuo do processo. Vrios guias e manuais de recomendaes tm sido publicados com o objetivo de orientar os profissionais quanto ao adequado tratamento de materi