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  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

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  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

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    Editor

    Eric Bairro Ruivo Beauval Zoo 41110 Saint Aignan sur Cher France Tel. +33 254 757 435 [email protected]

    Contribuies

    Eric Bairro Ruivo1 ZooParc de Beauval 41110 Saint Aignan France [email protected]

    Hannah M. Buchanan-Smith University of Stirling Stirling FK9 4LA, Scotland United Kingdom [email protected]

    Morgane Byrne3 Zoo dAsson 6 chemin du Brouquet, 64800 Asson France [email protected]

    J. Bryan Carroll4 Bristol Conservation and Science Foundation & Bristol Zoo Gardens Clifton, Bristol BS8 3HA United Kingdom [email protected]

    Aude Desmoulins5 ZooParc de Beauval 41110 Saint Aignan France [email protected]

    Yedra Feltrer6 Zoological Society of London Regents Park NW1 4RY United Kingdom [email protected]

    Peter Galbusera7 Royal Zoological Society of Antwerp Konigin Astridplein 26, B-2018 Antwerpen Belgium [email protected]

    Tine Griede8 Hogeschool van Hall Larenstein Postbus 1528, 8901 BV Leeuwarden The Netherlands [email protected]

    Pierre Grothmann9 Zoologischer Garten Magdeburg Zooallee 1, D-39124 Magdeburg Germany [email protected]

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

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    Warner Jens10 Apenheul Primate Park PO Box 97 7300 AB Apeldoorn The Netherlands [email protected]

    Kristin Leus11 CBSG Europe Copenhagen Zoo & EAZA p/a Annuntiatenstraat 6, 2170 Merksem Belgium [email protected] & [email protected]

    Nick Lindsay12 Zoological Society of London Regents Park NW1 4RY United Kingdom [email protected]

    Agustin Lopez Goya13 Faunia Zoo 28 Avenida Comunidades, 28032 Centro, Madrid Spanish [email protected]

    Luc Lorca14 Zoo dAsson 6 Chemin du Brouquet, 64800 Asson France [email protected]

    Stewart Muir15 Newquay Zoo Trenance Park Newquay, Cornwall TR7 2LZ United Kingdom [email protected]

    Thierry Petit16 Zoo de la Palmyre 17570 Les Mathes France [email protected]

    Anthony B. Rylands17 Conservation International 2011 Crystal Drive, Arlington 22202, VA United States [email protected]

    Christoph Schwitzer18 Bristol Conservation and Science Foundation Bristol Zoo Gardens, Clifton, Bristol BS8 3HA United Kingdom [email protected]

    Tai Strike19 Zoological Society of London Regents Park NW1 4RY United Kingdom [email protected]

    Dominic Wormell20 Durrell Wildlife Conservation Trust Les Augres Manor, Trinity, Jersey JE3 5BP, Channel Islands United Kingdom [email protected]

    Melissa Yaxley21 Animal Centre Reaseheath College, Nantwich, Cheshire CW5 6DF United Kingdom [email protected]

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

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    Traduo para Portugus por cortesia do Zoolgico de So Paulo com a colaborao de:

    Joo Baptista da Cruz

    Mdico Veterinrio, pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Niteri, RJ, 1973;

    Mestre em Medicina Veterinria pela UFF, em 1977;

    Ph.D. em Patologia Veterinria pela Texas A & M University, Texas, EUA, em 1983;

    Professor Titular de Anatomia Patolgica Veterinria da UFF, em1986;

    Membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinria desde 2005

    Diretor Tcnico Cientfico da Fundao Parque Zoolgico de So Paulo, Atual

    Vice Presidente da ALPZA 2009-2011 e 2011-2013;

    Presidente da Sociedade Paulista de Zoolgicos (SPZ).

    Mara Cristina Marques

    Graduada em Cincias Biolgicas, pela Universidade So Paulo,1989

    Biloga do Departamento Tcnico da Fundao Parque Zoolgico de So Paulo, Atual

    Curadora do Setor de Mamferos da Fundao Parque Zoolgico de So Paulo (2006-2010)

    Curadora Geral da Diviso de Cincias Biolgicas da Fundao Parque Zoolgico de So Paulo (2009- 2010)

    ISIS/ZIMS Registradora

    Secretria da Sociedade Paulista de Zoolgicos (SPZ)

    Agradecimentos Os autores agradecem a Dr. Ken Glod e Dr. Gabor Gosi pela contribuio da 1 edio deste guia de maneio. Os autores tambm agradecem a Dr. Eluned Price pela reviso deste documento, que foi consideravelmente reforado como resultado do seu esforo. O editor agradece Aude Desmoulins e Laure Pelletier pela ajuda na edio deste guia de maneio.

    Ilustrao e mapas de Distribuio Todos os desenhos e mapas de distribuio usados neste guia de maneio (incluindo a capa) foram doados por Stephen Nash, o qual permitiu o seu uso nesta publicao. Todos os direitos autorais desses desenhos e mapas pertencem a Stephen Nash e no podem ser utilizados ou reproduzidos sem a sua autorizao.

    Stephen Nashs e-mail : [email protected]

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

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    Capa e design Mafalda Simes MAF Design 6, rue Constant Ragot, 41110 Saint Aignan sur Cher France [email protected]

    Direitos autorais Direitos autorais (Setembro 2010) do Escritrio executivo da EAZA, Amsterdam. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicao pode ser reproduzida em papel, formas de leitura ptica ou outros sem autorizao prvia por escrito da Associao Europeia de Zoolgicos e Aqurios (EAZA). Membros da Associao Europeia de Zoos e Aqurios (EAZA) podem copiar essas informaes para seu prprio uso, se necessrio. As informaes contidas neste guia de maneio foram obtidas de vrias fontes consideradas confiveis. A EAZA ea EAZA Calitriquideos TAG fazem um esforo diligente para fornecer uma representao completa e precisa dos dados nos seus relatrios, publicaes e servios. No entanto, a EAZA no garante a exatido, adequao ou a totalidade de quaisquer informaes. A EAZA isenta de qualquer responsabilidade por erros ou omisses que possam existir e no ser responsvel por quaisquer danos acidentais, consequentes ou outros (seja resultante de negligncia ou no), incluindo, sem limitao, danos exemplares ou lucros cessantes decorrentes ou em conexo com o uso desta publicao. Por conta das informaes tcnicas fornecidas, o guia de maneio pode ser facilmente interpretado ou mal interpretado se no for analizado devidamente. A EAZA recomenda que os usurios destas informaes consultem os editores em todos os assuntos relacionados anlise e interpretao dos dados.

    Publicao Publicado pelo Zoo de Beauval em 2010

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

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    Guia de Maneio para Calitriqudeos da EAZA

    Prembulo para o Guia de maneio da EAZA

    Desde o incio tem sido uma preocupao da EAZA e do EE P encorajar e promover os mais elevados padres de criao de animais de zoolgicos. Por esta razo, muito cedo, a EAZA desenvolveu os "Padres Mnimos para o alojamento e cuidados dos animais em jardins zoolgicos e aqurios". Estas normas estabelecem os princpios gerais de manuteno animal, ao qual os membros da EAZA se sentem comprometidos. Acima e, alm disso, alguns pases definiram padres mnimos regulamentares para a manuteno de espcies individuais em relao ao tamanho e mobilirio dos recintos, etc., que, na opinio dos autores, devem ser definitivamente cumpridas antes de permitir que tais animais possam ser mantidos dentro das rea de jurisdio desses pases. Esses padres mnimos tem o objetivo de determinar a fronteira de bem-estar animal aceitvel. No permitido ficar aqum destas normas. Entretanto, difcil determinar os padresdevido ao fato de que as normas mnimas variam de pas para pas.

    Acima e alm disso, especialistas do EEP e TAGs empreenderam a tarefa considervel de estabelecer as orientaes para manter espcies animais individuais. Embora alguns aspectos da criao relatada nas orientaes definem as normas mnimas, em geral, estas orientaes no devem ser entendidas como requisitos mnimos, que representam as melhores prticas. Como tal, o guia de maneio para a manutenao de animais da EAZA / EEP pretende descrever os designs desejveis para recintos e pr-requisitos para manuteno dos animais que so, de acordo com o estado atual do conhecimento, considerados como sendo tima para cada espcie. Pretendemos, acima de tudo indicar como os recintos devem ser concebidos e que condies devem ser cumpridas para os melhores cuidados individuais da espcie.

    Introduo

    Bem-vindo esta Segunda Edio do Guia de Maneio para Calitriqudeos da EAZA. A primeira edio foi publicada em 2002. A reviso que levou esta segunda edio foi iniciada em 2008 e concluda em 2010.

    Em alguns lugares as mudanas da primeira edio so considerveis. Isso inclui uma estrutura modificada, para refletir o padro EAZA no formato do guia introduzido em 2008. Tem havido uma reviso considervel da Seo 1, Biologia e Dados de Campo, que resulta em mudanas de ambas na taxonomia e na descoberta de um nmero de novas espcies ao longo da ltima dcada. Mudanas na Seo 2 refletem os avanos na criao e nossa maior compreenso das dietas, cuidados da sade e comportamento social.

    O Plano de Coleo Regional da EAZA para Calitriqudeos destaca a necessidade da criao de uma populao saudvel, a fim de manter a nossa populao de calitriqudeos em cativeiro. Algumas espcies exigem um maneio considervel. Devido ao pequeno tamanho populacional e dificuldades no estabelecimento de reproduo de vrias geraes. Alguns programas so essenciais por razes de conservao, como os saguis e os micos-lees. Alm disso, a nossa experincia ao longo dos anos nos diz que precisamos constantemente buscar avanos no cuidado e no bem-estar dos animais em nossos programas de reproduo. Esta segunda edio do guia de maneio foi escrita por especialistas em maneio e fornece diretrizes na criao, taxonomia, comportamento social, nutrio e sade animal e reflete o que vemos como a melhor prtica para os nossos animais. Esperamos que seja til no apenas para zoolgicos da EAZA, mas tambm para jardins zoolgicos de outras regies. Em particular, esperamos que estas orientaes sejam teis para os jardins zoolgicos da

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

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    Amrica Latina, em pases que tm a sorte de ter calitriqudeos selvagens. A maioria das espcies de primatas esto diminuindo em nmero assim como seu habitat e os zoolgicos tm uma parte cada vez maior a desempenhar na ajuda para as espcies na natureza. As melhores prticas de maneio, em todos os seus aspectos, fundamental para cumprir esse papel. Finalmente, se voc sentir que alguns aspectos no esto claros, ou talvez em falta, ou mesmo se voc tiver experincias que sejam teis para incluir, por favor nos avise para que possamos melhorar futuras edies do guia. Dr J Bryan Carroll Presidente durante o perodo que este documento foi produzido). EAZA Callitrichidae Taxon Advisory Group.

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

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    Membros do TAG da EAZA

    Presidente:

    Eric Bairro Ruivo, Beauval [email protected]

    Vice-presidente:

    Dominic Wormell, Jersey [email protected]

    Coordenadores do programa

    Aude Desmoulins, Beauval [email protected]

    Peter Galbusera, Antwerp [email protected]

    Pierre Grothmann, Magdeburg [email protected]

    Bernard Holdijk, Wissel [email protected]

    Andrew Hope, Belfast [email protected]

    Nick Lindsay, Whipsnade [email protected]

    Agustn Lpez Goya, Faunia [email protected]

    Luc Lorca, Asson [email protected]

    Tracey Moore, Shaldon [email protected]

    Patricia Vilarinho, Lisbon [email protected]

    Dominic Wormell, Jersey [email protected]

    Conselheiros

    Conservao

    Anthony Rylands, Conservation International [email protected]

    Educao

    Tine Griede, Van Hall Larenstein [email protected]

    Geral

    Sabine Boucherie, Zodiac [email protected]

    J. Bryan Carroll, Bristol [email protected]

    Mark Challis, Belfast [email protected]

    David Field, London [email protected]

    Warner Jens, Apeldoorn [email protected]

    Stewart Muir, Newquay [email protected]

    Nutrio

    Christoph Schwitzer, Bristol [email protected]

    Maneio Populacional

    Kristin Leus, Antwerp [email protected]

    Veterinaria

    Thierry Petit, La Palmyre [email protected]

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

    10

    Contedo

    Agradecimentos e direitos 3

    Introduo 7

    Lista dos membros do TAG 9

    Captulo 1: Biologia e Dados de Campo 15

    Biologia 15

    1.1 Taxomonia 15

    1.2 Morfologia 17

    1.3 Fisiologia 17

    1.4 Longevidade 18

    Dados de Campo 18

    1.5 Status de Conservao/Distribuio/Ecologia 18

    1.6 Dieta e comportamento alimentar 18

    1.6.1 Ecologia alimentar 18

    1.6.2 Comportamento de forrageio 22

    1.7 Reproduo 25

    1.8 Comportamento 26

    1.9 Espcies consideradas 27

    Gnero Callibella 27

    Gnero Callimico 28

    Gnero Callithrix 29

    Gnero Cebuella 35

    Gnero Leontopithecus 36

    Gnero Mico 40

    Gnero Saguinus 54

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

    11

    Seo 2: Maneio em Zoolgicos 72

    2.1 Instalaes e exibio de Calitriqudeos 72

    2.1.1 Tamanho de recinto 72

    2.1.2 Desenho de portas e tneis 73

    2.1.3 Materiais de construo 74

    2.1.4 Barreiras 74

    2.1.5 Orientao e localizao dos recintos 75

    2.1.6 Limpeza e substrato 76

    2.1.7 Mobilirio 76

    2.1.8 Iluminao e fotoperodo 79

    2.1.9 Temperatura e umidade 79

    2.1.10 Instalaes de livre circulao 80

    2.2 Alimentao 80

    2.2.1 Dieta bsica: componentes alimentares e regime alimentar 80

    2.2.2 Requerimentos nutricionais 82

    2.2.3 Recomendaes de dietas 87

    2.2.4 Mtodo de alimentao: extraindo comportamento de forrageamento natural 91

    2.2.5 Outras consideraes 93

    2.2.6 Exemplos de dietas de instituies experientes 94

    2.3 Estrutura social e comportamento 111

    2.3.1 Estrutura do grupo 111

    2.3.2 Repertrio geral do comportamento e comunicao 112

    2.3.3 Grupo em cativeiro 113

    2.3.4 Exibies de espcies mistas 115

    2.3.4.1 Mtodos de introduo 117

    2.3.4.2 Tabelas de espcies mistas 117

    2.4 Reproduo 119

    2.4.1 Gmeos 120

    2.4.2 Estratgias reprodutivas 121

    2.4.3 Supresso reprodutiva 121

    2.4.4 Padres de cuidados parentais entre Calitriqudeos 122

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

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    2.4.5 Implicaes para o maneio em cativeiro 122

    2.4.6 Criao artificial (criao mo) 123

    2.4.6.1 Necessidade de criar a mo 123

    2.4.6.2 Condies fsicas do filhote 124

    2.4.6.3 Regime alimentar 124

    2.4.6.4 Monitorando o progresso 125

    2.4.6.5 Reintroduo 126

    2.4.7 Populao e controle reprodutivo 126

    2.4.7.1 Introduo 126

    2.4.7.2 Opes atuais para o controle populacional 127

    2.4.7.2.1 Grupos familiares 128

    2.4.7.2.2 Grupos unisex 128

    2.4.7.2.3 Contraceptivo qumico 128

    2.4.7.2.4 Imunocontracepo 134

    2.4.7.2.5 Dispositivos intrauterinos (IUD) 135

    2.4.7.2.6 Finalizao da gestao.mediante a injeo regular

    de prostaglandinas 135

    2.4.7.2.7 Mtodos contraceptivos cirrgicos 135

    2.4.7.2.8 Eutansia 136

    2.4.7.3 Resumo 136

    2.4.7.4 APPENDIX Possveis argumentos a favor e contra a eutansia 138

    2.5 Enriquecimento ambiental 140

    2.5.1 Introduo 140

    2.5.2 O que o enriquecimento? 140

    2.5.3 Qual o objetivo do enriquecimento? 140

    2.5.4 Porque o enriquecimento importante? 141

    2.5.5 Se no fizermos o enrequecimento? 142

    2.5.6 Cuidados 142

    2.5.7 Ecologia e comportamento de forrageio dos calitriqudeos 142

    2.5.8 Um ambiente enriquecido 143

    2.5.9 Dispositivos artificiais 144

    2.5.10 Outras formas de enriquecimento 146

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

    13

    2.5.11 Coisas a evitar 147

    2.6 Captura, maneio e transporte 147

    2.6.1 Princpios gerais 147

    2.6.2 Mtodos de captura 148

    2.6.3 Maneio 152

    2.6.4 Transporte 152

    2.6.5 Segurana 154

    2.7 Consideraes mdico veterinrias para sade e bem estar 155

    2.7.1 Introduo 155

    2.7.2 Observaes de rotina 155

    2.7.3 Exame clnico 156

    2.7.4 Tratamento 156

    2.7.5 Quarentena 157

    2.7.6 Exames pos-morte 157

    2.7.7 Anestesia 158

    2.7.8 Contracepo 158

    2.7.9 Medidas preventiva 159

    2.7.10 Vacinao 159

    2.7.11 Zoonoses 159

    2.7.12 Desordens comuns (breve descrio, tratamento e profilaxia) 160

    2.7.12.1 Sistema digestivo 160

    2.7.12.2 Sistema respiratrio 162

    2.7.12.3 Sistema urinrio 163

    2.7.12.4 Sistema reprodutivo 163

    2.7.12.5 Sistema locomotor 163

    2.1.12.6 Sistema nervoso 164

    2.1.12.7 Pele e mucosas 165

    2.1.12.8 Sistema cardiovascular 165

    2.1.12.9 Condio corporal geral 166

    2.1.12.10 Doenas metablicas 167

    2.7.13 Apndice 167

    2.8 Questes especiais 174

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

    14

    2.8.1 Notas 174

    2.8.2 Sagui-de-cara-nua (Saguinus bicolor) 175

    2.8.2.1 Introduo 175

    2.8.2.2 Sndrome do emagrecimento progressivo 175

    2.8.2.2.1 Sinais comportamentais da sndrome 175

    2.8.2.2.2 Sinais fsicos da sndrome 175

    2.8.2.2.3 Monitoramento 176

    2.8.2.2.4 Tratamento para a sndrome 177

    2.8.2.3 Evitando o stress 178

    2.8.2.4 Necessidades nutricionais e acesso luz UV 178

    2.9 Recomendado (e planejado) pesquisa ex situ 180

    2.9.1 Medicina veterinria 181

    2.9.2 Gentica 181

    2.9.3 Estudos hormonais 181

    2.9.4 Pesquisa comportamental/enriquecimento 182

    2.9.5 Nutrio 182

    Seo 3: Referncias 184

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

    15

    Seo 1-Biologia e Dados de Campo Autores: Eric Bairro Ruivo1, J. Bryan Carroll4, Aude Desmoulins5 and Anthony B. Rylands17 (exceto seo 1.6)) Capitulo 1.(Dieta e Comportamento Alimentar): : Christoph Schwitzer18, Kristin Leus11, Luc Lorca14 and Melissa Yaxley21

    Biologia 1.1 Taxonomia

    A taxonomia dos sagis e micos mudou consideravelmente desde que foi proposto por Hershkovitz (1977, 1979, 1982). Hershkovitz reconhecia duas famlias: Callimiconidae (Callimico) e Callitrichidae (Cebuella, Callithrix, Saguinus e Leontopithecus), distinguindo-os dos gneros platyrrhine restantes, que foram agrupados na Cebidae. Foram os estudos morfolgicos de Rosenberger (1980, 1981;. Ver tambm Rosenberger et al, 1990) que iniciaram uma grande mudana no pensamento sobre a maior taxonomia deste grupo. Sua tese consistia em colocar os sagis, micos e Callimico em uma subfamlia (Callitrichinae) em um Cebidae redefinido, que de outra forma inclui os mico-de-cheiro (Saimiri) e macacos-prego (Cebus),ambos compem o Cebinae. Este arranjo e pequenas variaes do mesmo foram subsequentemente reforados amplamente e justificado por inmeros estudos genticos (por exemplo, Schneider et al, 1993, 1996;. Harada et al, 1995;. Nagamachi et al, 1996, 1999;. Schneider e Rosenberger, , 1996). A classificao platyrrhine estabelecida hoje aceita por todos na afinidade do Cebus, Saimiri e os sagis, micos e callimico. Alguns autores os colocam em famlias separadas (Rylands et al., 2000) e outros como duas subfamlias da Cebidae (Groves, 1993, 2001, 2005). Neste documento, colocamos macaco de Goeldi e todos os sagis e micos-lees na Famlia Callitrichidae.

    Cronin e Sarich (1978), Seunez et al. (1989), Pastorini et al. (1998), Chaves et al. (1999), Canavez et al.

    (1999a, 1999b) e Neusser et al. (2001) tm demonstrado que todos os Callithrix (Groves sensu, 2001) e Callimico so mais estreitamente relacionados entre si do que Callithrix para os Saguinus ou Leontopithecus (para reviso ver Pastorini et al., 1998). Colocando Callimico em uma famlia separada ou em subfamlia no vlida em funo desta concluso, a menos que Saguinus e Leontopithecus sejam tambm separados no nvel de famlia ou de subfamlia; (ver Groves, 2004).

    A taxonomia no nvel de gneros, espcies e subespcies tambm mudou desde a sntese Hershkovitz de 1977; ele reconheceu 46 txons em cinco gneros-Callimico, Cebuella, Callithrix, Saguinus e Leontopithecus. Onze novos txons foram descritos, um deles em um novo gnero (Callibella), uma das subespcies de saddleback tamarin reconhecida por Hershkovitz (1977) tenha sido reduzido como um sinnimo (acrensis Carvalho, 1957) (ver Peres et al, 1996. ); ns agora reconhecemos a validade de trs sagis (Callithrix kuhlii Coimbra-Filho, 1985, Mico emiliae [Thomas, 1920] e Cebuella pygmaea niveiventris Lnnberg, 1940) o qual Hershkovitz no reconhece; e muitos dos txons considerados como subespcies por Hershkovitz (1977) so agora consideradas como espcies.

  • Guia de Maneio da EAZA para Calitriqudeos-2nd edio-2010

    16

    Talvez a divergncia mais profunda do arranjo de Hershkovitz decorre da concluso de estudos morfolgicos e genticos onde o sagi pigmeu (Cebuella) mais estreitamente relacionado com os sagis da Amaznia do que os sagis amaznicos so com os sagis da Mata Atlntica (Tagliaro et al., 1997 , 2001; Chaves et al 1999).O mesmo parece que verdade para o sagi-ano (Callibella Van Roosmalen et al, 1998;. Ver Van Roosmalen e Van Roosmalen, 2003). Para evitar parafilia, portanto, existem apenas duas opes relativas separao genrica dos sagis (ver Groves, 2004): 1) Todos pertencem a um gnero (Callithrix) uma classificao adotada pelo Groves (2001, 2005); ou 2) todas so colocadas em gneros distintos, com uma separao genrica dos sagis da Amaznia (o Grupo de Argentata de Hershkovitz), por um lado, as brasileiras orientais (no-amaznicas) forma (Grupo de Jacchus de Hershkovitz), por outro, distinto gnero. Mico Lesson, 1840, o nome disponvel para os sagis amaznicos Grupo Argentata. Esta segunda classificao, com os sagis da Amaznia que est sendo atribudo ao gnero Mico seguido por Rylands et al. (2000, 2008, 2009; Rylands e Mittermeier, 2008).

    Tabela 1.1.1. Espcies e subespcies de calitriqudeos descrita desde 1983.

    Callibella humilis (Van Roosmalen, Van Roosmalen, Mittermeier and Fonseca, 1998)

    Sagui-ano

    Callithrix kuhlii (Coimbra-Filho, 1985) Sagui-de-wiedi

    Mico nigriceps (Ferrari and Lopes, 1992) Sagui-de-orelha- preta

    Mico mauesi (Mittermeier, Ayres and Schwarz, 1992) Sagui-de-maus

    Mico marcai (Alperin, 1993) Sagui-de-marca

    Mico saterei (Sousa e Silva Jr and Noronha, 1998) Sagui-de-satarm

    Mico manicorensis (Van Roosmalen, Van Roosmalen, Mittermeier and Rylands, 2000)

    Sagui-de-manicor

    Mico acariensis (Van Roosmalen, Van Roosmalen, Mittermeier and Rylands, 2000)

    Sagui-do-rio-acar

    Mico rondoni (Ferrari, Sena, Schneider and Silva Jr., 2010) Sagui-de- rondon

    Saguinus fuscicollis mura (Rhe, Silva Jr., Sampaio and Rylands, 2009) Sagui-de-cara-suja

    Leontopithecus caissara (Lorini and Persson, 1990) Mico-leo-de-cara-preta

    Enfatizamos que as diferenas entre as taxonomias de Groves (2001, 2005) e Rylands et al. (2000, 2008,

    2009; Rylands e Mittermeier, 2008) so em grande parte limitada sua colocao na famlia Callitrichidae (Rylands et al.) ou na subfamlia Callitrichinae (Groves), e para a separao de sagis em gneros distintos (Rylands et al .) ao invs de combin-las em um gnero, mas distinguindo grupos da mesma espcie "no nvel subgenerico (Groves). Assim, por exemplo, Groves chama o sagi pigmeu Callithrix (Cebuella) pygmaea, enquanto Rylands et al. Referem-se a ele como Cebuella pygmaea. Da mesma forma, Groves (2001) chama o sagui prateado Callithrix (Mico) argentata, enquanto Rylands et al. referem a ele como Mico argentatus. Duas

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    outras diferenas so: 1) Groves (2001) enumera o sagui-de-bigode como espcie unica, Saguinus pileatus, enquanto Rylands et al. seguem ainda Hershkovitz considerando-o uma subespcie de S. mystax e 2) Groves considera o sagui-de-manto-preto Graells como uma unica espcie, Saguinus graellsi, enquanto Rylands et al, como Hershkovitz (1982), lista-a como uma subespcie. de S. nigricollis. A taxonomia de ambos Groves (2001, 2005) e Rylands et al. (2000, 2008, 2009; Rylands e Mittermeier, 2008) so de outra maneira totalmente concordantes, eles reconhecem a prpria diversidade da mesma taxa.

    Assim, neste documento, como no Plano de Coleo Regional, ns usamos Callithrix para os sagis da

    Mata Atlntica (o gnero agora endmico para o Brasil) e Mico para os sagis amaznicos. Reconhecemos tambm Callibella Van Roosmalen e Van Roosmalen, de 2003, o sagi-ano, como um gnero distinto (ver Aguiar e Lacher, 2009).

    Listamos 61 espcies e subespcies da famlia Calitrichidae-22 sagis (Cebuella, Callibella, Mico e

    Callithrix), 34 micos (Saguinus), quatro micos-lees (Leontopithecus), e macaco Goeldi (Callimico) (ver Rylands et al., 2000 , 2006, 2008, 2009; Groves, 2001, 2005; Rylands e Mittermeier, 2008; Rohe et al, 2009).Estes 61 calitriqudeos representam cerca de 30% dos primatas do Novo Mundo existentes.

    Julga-se, de modo geral, que os Calitriqudeos so anes filogenticos, ou seja, evoluram a partir de

    um ancestral maior. Durante este processo de reduo de tamanho (dwarfing), os sagis e micos distinguiram-se a partir dos tpicos primatas smios de vrias maneiras. Eles adquiriram unhas em forma de garras, ao inve da unha achatada tpica dos primatas. Eles perderam a oponibilidade total do polegar, embora o dedo grande do p ser ainda totalmente oponvel. Todas as espcies, exceo do Callimico goeldii, perderam o terceiro molar, e todas, exceo de uma, Callimico, ganharam a capacidade de ter nascimentos multiplos, sendo gmeos a regra em vez da exceo.

    1.2 Morfologia

    Os sagis e micos so diferenciados principalmente pelos incisivos inferiores alongados nos sagis, uma adaptao para comer exudados de plantas (consumidores de goma). Os incisivos inferiores alongados so do mesmo comprimento que os caninos inferiores, que so, portanto, menos proeminente nos sagis do que os micos. Os micos so, portanto, por vezes referidos como de presas longas, enquanto que os sagis so referidos como presas curtas. Sagis tm geralmente um ceco mais complexo do que os micos, provavelmente como uma adaptao ao aumentou de exudados na alimentao entre os primeiros. Sagis tambm tm genitlia grande e visualmente bvia que so exibidas como parte de comportamentos ritualizados de ameaa.

    Calitriqudeos so primatas pequenos, e incluem o menor smio, o sagi pigmeu Cebuella pygmaea. O sagi pigmeu adulto pesa cerca de 120g, enquanto o maior mico-leo pesa at 750g. A maioria dos Callithrix adultos pesam em torno de 400-450g, enquanto os Saguinus adultos so ligeiramente maiores pesando em torno de 450-550g. Adaptaes morfolgicas resultantes da reduo de tamanho (nanismo) so descritos acima (Taxonomia Seo 1.1).

    1.3 Fisiologia

    Informaes sobre a fisiologia de calitriqudeos vem de estudos em cativeiro.Como resultado do uso de primatas em laboratrio, h um considervel corpo de literatura sobre sua fisiologia. Aspectos relevantes da fisiologia so tratados em captulos posteriores.

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    1.4 Longevidade

    H poucos estudos que registram mortes com a idade conhecida dos calitriqudeos na natureza. Em catveiro os calitriqudeos raramente sobrevivem mais de 20 anos, e aqueles que o fazem, normalmente apresentam sinais de enfermidade associada idade avanada (JB Carroll, pers. Obs.). No entanto, h um nmero crescente de amostras de sobreviventes com mais de 20 anos e at mesmo de reproduo nessa idade. Assumimos que a longevidade na natureza significativamente menor.

    Dados de Campo

    1.5 Estado de Conservao/Distribuio/Ecologia

    Os Calitriquideos so encontrados apenas na regio neotropical da Amrica do Sul. As espcies mais setentrionais, sagui-de-cara-branca (Saguinus geoffroyi), se extende para o sul do Panam, mas a famlia no encontrada de outra forma na Amrica Central. Eles ocorrem nas florestas do Caribe no norte da Colmbia e sul do Panam (Saguinus), nas florestas do leste dos Andes e Amaznia (Callimico, Callibella, Cebuella, Mico e Saguinus), nos cerrados (savana tropical) do Brasil Central (Callithrix), na caatinga (matagal deserto e floresta decdua seca) do Nordeste do Brasil (Callithrix) do Pantanal e Chaco da Bolvia, Brasil e Paraguai (Mico), e da Mata Atlntica do leste e sudeste do Brasil (Leontopithecus e Callithrix). Ocorrem em floresta primrias ou secundrias, e so mais abundantes em floresta secundrias ou alteradas. So arborcolas, geralmente habitam os patamares mdios e inferiores da floresta.

    1.6 Dieta e Comportamento alimentar 1.6.1 Ecologia alimentar

    Em geral, o Callitrichidae possa ser melhor descrito como frugvoro-insetvoro, alimentando-se de uma

    ampla variedade de frutos, artrpodes e exsudatos e um menor grau de brotos, flores, nctar, fungos, caracis, pequenos vertebrados (principalmente lagartos e sapos) e provavelmente tambm ovos de aves e pequenos pssaros. No entanto, a proporo de cada um desses itens alimentares na dieta difere entre espcies e dentro das espcies entre as estaes. Da mesma forma, a maneira pela qual os alimentos so adquiridos difere entre as espcies. O grupo dos calitriqudeos como um todo, e dentro dos diferentes gneros e espcies, desenvolveram adaptaes anatmicas e comportamentais para fazer o melhor uso dessas tcnicas de forrageamento e alimentao. Afinal, cada um desses macacos ocupa o seu nicho de alimentao prpria dentro de seu ambiente (Sussman e Kinzey, 1984; Ford e Davis, 1992; Garber, 1992; Rosenberger, 1992).

    Sagui pigmeu - Cebuella pygmaea

    Embora haja casos documentados da alimentao de exsudato para cada gnero da Callitrichidae, Cebuella pygmaea, Callibella humilis e alguns membros do gnero Callithrix esto entre os mais exudativos primatas (Power, 1996; Poder e Oftedal, 1996; Van Roosmalen e Van Roosmalen , 2003). Callithrix, Callibella e Cebuella so os nicos calitriqudeos do gnero com adaptaes dentrias para o comportamento de perfurar as rvores: os incisivos superiores esto ancorados em uma posio fixa enquanto relativamente grande (quase to longo quanto os caninos), como um formo, os incisivos inferiores em forma de copo , escavam a casca com a mandbula (Coimbra-Filho e Mittermeier, 1973; Garber, 1992; Rylands e de Faria, 1993; Power, 1996). Lambem, ento, o fluxo de exsudato resultante ou escavam com os dentes. Nenhum dos outros gneros de calitriqudeos (Saguinus, Leontopithecus e Callimico) tem essas adaptaes para consumir a goma. Este ltimo

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    pode, portanto, apenas de forma oportunista se alimentar de exsudatos, por exemplo, leses locais em rvores (como resultado da abraso ou tempestades de vento ou perfuraes de insetos), furos vazados por esquilos ou outros animais ou, no caso do Saguinus fuscicollis buracos que foram arrancados por Cebuella (Soini, 1987; Snowdon e Soini, 1988).

    O sagi pigmeu, Cebuella pygmaea, parece ser um especialista verdadeiro em exudado e pode ser classificado como um insetvoro alimentador de exudado (Soini, 1982, 1988, 1993; Power, 1996). Alimentao de exsudato uma atividade importante de sua vida cotidiana. Em mdia, 32% do seu tempo total dirio de atividade e 67% do seu tempo de alimentao mensal dedicado alimentao em exsudatos de plantas (Ramirez et al, 1977;. Soini, 1982). Exsudatos so ainda disponveis e consumidos durante todo o ano. A poro de exsudato da dieta principalmente complementada por insetos e aranhas enquanto as frutas, brotos, flores, nctar e vertebrados constituem apenas uma parte pequena da dieta (Soini, 1982, 1988, 1993). Townsend (1999), no entanto, observou um sagi pigmeu capturado da natureza, pegar e matar um pssaro. Os insetos so boas fontes de protenas e lipdios, mas so pobres em clcio e baixo na proporo calcio:fsforo (Oftedal e Allen, 1996; Allen e Oftedal, 1996). Eles, portanto, parecem formar um bom complemento com o exsudato que so ricos em complexos de polissacardeos e muitas vezes contm quantidades significativas de minerais e especialmente o clcio (Garber, 1992, 1993). (Ver tambm a tabela 1.6.1-1 em exsudatos e sua digesto.) Saguis, gnero Callithrix, Callibela e Mico

    Como indicado acima, os sagis, como Cebuella, tm adaptaes morfolgicas necessrias para perfurar fazendo aberturas nas rvores, a fim de se alimentarem de exsudatos. H, porm, uma pequena variao dentro dos sagis, tanto quanto a importncia de exsudatos na dieta no que diz respeito. Os agrupamentos nutricionais para os sagis nos gneros Callithrix, Callibella e Mico, talvez possam ser melhor descritos como segue (Rylands e de Faria, 1993):

    Grupo1:Espcies altamente exudvoras: C. jacchus, C. Penicillata

    Grupo 2: Espcies menos exudvoras que o grupo 1, mas melhor adaptadas para perfurar rvores que os grupos 3 e 4: C. kuhlii, C. geoffroyi Grupo 3: Espcies relativamente mal adaptadas para perfurar casca de rvores; a proporo de exsudatos na dieta, depende da disponibilidade: C. aurita, C. Flaviceps Grupo 4: Espcies altamente frugvoras, relativamente mal adaptadas para perfurar casca de rvores e apenas sazonalmente exudvoras: por exemplo, M. humeralifer, M. argentatus

    Para os animais do Grupo 1, que so habilmente adaptados tanto adquirir como digerir exsudatos

    sempre que necessrio (ver Caixa 1.6.1-1), exsudatos formam um importante substituto para frutas em pocas e lugares, quando estes so raros. Porque, isso garante aos animais um fornecimento regular de carboidratos e alguns minerais (como clcio) durante todo o ano, eles podem viver em pequenas reas em fragmentos florestais com disponibilidade altamente sazonal de frutas e insetos (florestas alteradas e/ou climas secos e severos ) (Stevenson e Rylands, 1988;. Caton et al, 1996). Extrapolando a partir deste, a concluso da hiptese de que os sagis da Mata Atlntica com mais vegetao e umidade (C. kuhlii, C. aurita, C. flaviceps e C. geoffroyi) dependem menos do exudado do que o C. jacchus e C. penicillata, mas provavelmente mais do que os sagis da Amaznia (Stevenson e Rylands, 1988).

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    Para os Grupos 2-4, alimentao de exsudato , em maior ou menor extenso sazonal e principalmente correlacionada negativamente com a disponibilidade de frutas (Rylands e de Faria, 1993). Estes sagis talvez possam ser melhor descritos como frugvoro-insetvoros. Todas as espcies de sagi gastam uma parte considervel do seu dia forrageando por presa animal (24-30% de sua atividade diria, Stevenson e Rylands, 1988). Presa animal consiste principalmente de insetos e aranhas e, em menor grau, caracis, rs, lagartos, pequenas aves e ovos de aves. (Ver tambm a tabela 1.6.1-1 em exsudatos e sua digesto.) Saguis, gnero Saguinus

    A maior parte da dieta de todas as espcies de saguis estudados consistem de insetos e frutas (Snowdon e Soini, 1988). Os saguis em geral, podem ser considerados como insetvoros-frugvoros.

    Eles complementam sua dieta com menor (ou sazonal) quantidades de exsudatos (gomas e / ou seiva),

    nctar, caracis, mel, flores, folhas, brotos, fungos, cascas e pequenos vertebrados. As propores relativas dos diferentes itens alimentares dependem da disponibilidade. Saguis tendem a manter uma ingesto considervel de invertebrados, principalmente insetos ortpteros ao longo do ano (30-77% da alimentao total e tempo de forrageio) (Terborgh, 1983; Soini, 1987; Garber, 1993).

    Frutas formam a fonte de alimento de plantas mais importante do ano (cerca de 20-65% de frutos

    maduros do tempo total de alimentao) (Snowdon e Soini, 1988; Garber, 1993), mas o que acontece durante as pocas de pico de frutificao ou perodos de escassez de frutas depende da espcie e da localizao. Por exemplo, a dieta do sagui-preto-de-mo-amarela Saguinus midas na Guiana Francesa contm, numa base anual, 47,1% de frutas e invertebrados 50,2%, tornando-se a espcie insetvora mais estudada at agora na Guiana Francesa. Mesmo durante a poca de pico da frutificao, a espcie no aumenta o seu consumo de frutas, mas aproveita a disponibilidade de insetos concomitantemente e aumenta seu consumo de insetos, possivelmente como resultado da concorrncia com grandes primatas simptricos (Pack, 1999). Terborgh (1983) estudou o sagui-de-bigode Saguinus imperator e o sagui Saguinus fuscicollis em Cocha Pagos no Peru e constatou que S. imperator gastou 34% do seu tempo dirio de alimentao, consumindo insetos e 16% de material vegetal. Para S. fuscicollis foi de 16% e 16% respectivamente (eles gastam muito mais tempo descansando do que S. imperator). Durante a estao chuvosa ambas as espcies passaram mais de 95% do tempo total de alimentao se alimentando de frutas. Durante a estao seca S. imperator s gastou 41% do tempo de alimentao em frutas, mas gastou 52% se alimentado de nctar. O tempo de alimentao de frutas para S. fuscicollis durante a estao seca caiu para 16% de vantagem com relao alimentao de nctar (75%). Garber (1988b), estudando o S.mystax e o S. fuscicollis no nordeste do Peru, tambm descobriu que, para estas espcies o nctar, ao invs de exsudatos foi o substituto do principal das frutas durante os meses de estao seca (22-37% de forrageamento e tempo de alimentao) . Em contraste, o S.fuscicollis estudado por Soini (1987) em um local diferente no nordeste do Peru ligado em grande parte alimentao por exsudato em vez de se alimentar de nctar durante a estao seca. Embora o fruto era quantitativamente o recurso vegetal alimentar mais importante durante a estao chuvosa, durante o pico da estao seca, 58% do tempo de alimentao foi gasto consumindo exsudatos (em comparao a 4% durante a estao chuvosa) (Soini, 1987). 45% das atividades dirias de alimentao consistia de forrageamento de insetos e 14% em recursos vegetais.

    Como mencionado acima (ver tambm Tabela 1.6.1-1), saguis no tem as adaptaes anatmicas para

    perfurar rvores e para digerir grandes quantidades de goma. Eles se alimentam de goma e seiva oportunisticamente (em locais de leso ou buracos de rvores arrancados por outros animais), mas na maioria das espcies a alimentao de exsudados apenas um fenmeno sazonal e representa menos de 5% do tempo de alimentao total (Garber, 1993; Power, 1996; Poder e Oftedal, 1996). Os saguis parecem uma exceo

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    regra, eles consomem gomas de forma mais consistente ao longo do ano e em nveis mais elevados do que outras espcies (12% do tempo de alimentao mensal com uma gama de 5-58%) (Terborgh, 1983; Soini , 1987; Garber, 1988a; Power, 1996). Por conta dos saguinus em cativeiro, melhorarem a sua capacidade de digerir a goma quanto mais recebem (embora nunca tenham atingindo a eficincia dos calitriqudeos) possvel que quanto mais constante seja a ingesto de goma pelos saguis, lhe permita manter uma maior digestibilidade deste produto do que outros saguis. Os saguis tambm so altamente insetvoros e, portanto, possvel que para eles a seiva sirva, fundamentalmente, como uma fonte de mineral (clcio) ao invs de uma fonte de energia (Power, 1996). Mico -leo, gnero Leontopithecus

    Os micos-lees podem ser classificados como frugvoros-insetvoros, com frutas (de preferncia suave, doce e macia) e insetos que compem a maior parte de sua dieta, complementada por pequenas quantidades de outros invertebrados, flores, exsudatos, nctar, fungos e pequenos vertebrados tais como sapos, lagartos e pequenas cobras e filhotes de passaros (Coimbra-Filho e Mittermeier, 1973; Kleiman et al, 1988;. Rylands, 1993;. Dietz et al, 1997). Exclusivo para o mico-leo a maior parte do forrageio por presas ocorre em epfitas, principalmente bromlias epfitas (ver seco: comportamento de forrageamento). Por exemplo, do seu tempo total da atividade diria, o L. chrysomelas gasta 24% consumindo alimentos de origem vegetal, 13% de forrageamento por presa animal e 3% de presas animais pelo qual quase metade das presas de animais de forrageamento ocorre em bromlias (Rylands, 1989 ). Micos-lees tambm tm sido observados comendo as bases das folhas e a base da ptala da flor de bromlias pequenas (Lorini e Persson, 1994;.. Prado, pers comm).

    Durante a estao seca, quando os frutos so raros, micos-lees-dourados L. rosalia, micos-lees-cara-dourada L. chrysomelas e micos-lees-preto L. chrysopygus tm sido observados alimentando-se de nctar em uma quantidade pequena, mas significativa de exsudatos (Peres, 1989; Rylands, 1993; Dietz et al, 1997). A alimentao de exsudato at agora no foi observado no mico-leo-de-cara-preta L. caissara, mas isso pode ser devido ao fato de que a maioria das observaes foram feitas durante a estao chuvosa quando as frutas eram abundantes (Valladares,-Pdua e Prado, 1996). Assim como os saguis, nos micos-lees h falta de adaptaes morfolgicas para perfurar rvores e tendem a se alimentar de exsudato oportunisticamente (Peres, 1989; Rylands, 1989, 1993). No entanto, L. rosalia tambm tem sido observado provocando fluxo de exsudato ativamente mordendo a base de certas lianas (Peres, 1989). Macaco-de goeldi - Callimico goeldii

    Pouco se conhece sobre os hbitos alimentares do Callimico na natureza (Pook e Pook, 1981; Heltne et al, 1981). Callimico parece ser principalmente frugvoro. Durante a estao chuvosa eles exibem uma preferncia por frutos macios e doces. Da frao de invertebrados, so consumidos insetos e aranhas. Ocasionalmente, os animais tambm se alimentam de brotos, folhas jovens, frutos de epfitas baixas, formigas, etc. Durante a estao seca, quando as frutas se tornam mais escassas, consumida a goma das vagens da rvore Piptadenia e Parkia velutina (Pook e Pook, 1981; Porter et al., 2009). Curiosamente, Callimico tem sido observado consumindo fungos em uma taxa maior do que qualquer outro primata, especialmente durante a estao seca (Hanson, et al, 2003;. Hanson, et al, 2006;.. Porter et al, 2009). Os esporocarpos que so consumidos por estes macacos tem sido encontrados principalmente nas estruturas que compreendem os carboidratos, com uma pequena quantidade de acar e gordura que proveria energia para os animais(Hanson, et al., 2006).

    Sagis, como uma adaptao para exudao, reduziram o seu intestino delgado e alargaram o ceco de

    forma compartimentada, o que permite a fermentao dos carboidratos estruturais da goma (Lambert, 1998).

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    Hanson et al. (2006) sugerem que, devido ao Callimico filogeneticamente ser mais prximo ao sagis, eles teriam uma morfologia intestinal similar, permitindo a digesto dos fungos. Em seu estudo de campo de nove meses,com um grupo de Callimico no norte da Bolvia, Porter et al. (2009) encontraram os animais explorando fungos durante 42 9% de observaes de alimentao. Frutos maduros responderam por 27 5%, artrpodes para 14 2%, exsudatos por 12 3%, e a raiz do tronco e exsudatos de 1 0% da alimentao. Considerando que o tempo gasto consumindo artrpodes permaneceu relativamente constante ao longo do ano o uso de outros alimentos variados (Porter et al., 2009),os autores propem que o Callimico usa o exudado como reserva durante a escassez de frutas.

    1.6.2 Comportamento de Forrageio Goma

    rvores que apresentam exsudato so frequentemente visitadas por vrias vezes por longos perodos de tempo (Stevenson e Rylands, 1988). As perfuraes de exudado so tambm marcaes odorferas. No caso de Cebuella pygmaea, um grupo geralmente tem uma rvore como fonte principal de exudato para o casal dominante e para o filhote (Soini, 1982). Os filhotes mais velhos tm um acesso mais restrito a esta rvore e para eles as rvores secundrias do casal dominante e filhote so as fontes principais de exsudato.

    Para Cebuella pygmaea, Callithrix jacchus e C. penicillata, e em menor medida os outros sagis, a goma uma parte essencial de sua dieta em estado selvagem (particularmente nos momentos em que outros alimentos so escassos) a alimentao de exsudato e a abertura de fendas nas rvores para os extrair, ocupam uma grande proporo de suas atividades dirias. Cebuella pygmaea e as espcies de Callithrix so capazes de arrancar rvores verdadeiramente (veja acima). Para as outras espcies de calitriqudeos o exudado so de uma importncia limitada e mais sazonal. Alguns saguis foram observados extraindo goma de fendas estreitas, passando a mo por estas fendas e lambendo o exsudado dos dedos (Snowdon e Soini, 1988). Quando alimentam-se de gomas das vagens da rvore Piptadenia,o Callimico foi observado de cabea para baixo por sua patas traseiras no galho. Eles, ento, alcanam as vagens e as puxam por meio da haste flexvel (Pook e Pook, 1981). Heymann (1999) observaram S. mystax na natureza e constatou que a maioria da alimentao por goma ocorre no perodo da tarde.

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    Box 1.6.2-1: Exudados e digesto de goma.

    Existem quatro tipos principais de exudados estruturais, quimica e nutricionalmente distintos uns dos outros (Stevenson and Rylands, 1988; Lambert, 1998). - Resinas: Produzidas nos canais de resina pelas conferas e algumas angiospermas tropicais. So derivadas de fenis e terpenos, metabolitos de plantas. Insolveis em gua. Seu consumo por qualquer outra espice de primata desconhecido. - Goma: Possui uma frao solvel em gua e so ricas em carboidratos complexos compostos de polissacardeos multiramificados e sem amido. As gomas no contm gordura nem vitaminas, mas algumas gomas possuem uma pequena frao de protena (0.5%-35% por peso) e contm com frequencia quantidades significativas de minerais nutricionalmente importantes, como o clcio, o magnsio e o potssio (Gaber, 1993. Muitas famlias de angiospermas tropicais produzem gomas. Algumas gomas coagulam e formam uma massa gelatinosa ou slida. So prontamente consumidas pelos calitriqudeos e alguns outros primatas. - Seivas: Exudado de xilema e floema (por esta razo todas as rvores produzem seiva). So solveis em gua e ricas em carboidratos simples e relativamente fceis de digerir. - Latex: Similar goma, mas branco-leitoso, amarelo ou vermelho. Contem terpenos, taninos e elementos resinosos, bem como pequenas quantidades de protenas e aucares no redutores. Raramente consumida por primatas. O ltex torna-se semelhante borracha ou slido quando exposto ao ar.

    Durantes a abertura de orifcios procura de gomas, ou em resultado de danos numa rvore, a goma muitas vezes mistura-se com a seiva. Todos os calithriqudeos, em uma maior ou menor extenso, consomem, por esta razo, gomas e seivas. Apenas os Callithrix e Cebuella se alimentam excepcionalmente de latex (Stevenso e Rylands, 1988; Garber, 1993).

    As gomas so polissacardeos multiramificados, com -ligaes, e so resistentes s enzimas digestivas dos mamferos. Isto significa que a fermentao microbiana necessria de forma que o animal consiga retirar energia destes carboidratos (Power, 1996; Power e Ofetedal, 1996; Caton et al.,1996). O mesmo parece ser verdade para seu contedo mineral (Power, 1996). Pode, por isso, ser posta a hiptese de que os animais que se alimentam de goma tem adaptaes anatmicas e fisiolgicas para os ajudarem a aumentar o tempo de permanncia dentro dessas zonas do trato digestivo onde a fermentao poderia ocorrer (Ferrari a Martins, 1992; Power e Oftedal, 1996). De fato, o ceco e o clon representam uma poro do trato gastro-intestinal nos saguis do que em outros calitriqudeos (Ferrari and Martins, 1992; Power, 1996). O ceco mantm o mesmo calibre ao longo de todo o seu comprimento com a poro final e terminao em forma de U (Ferrari e Martins, 1992; Caton et.al;1996).

    Devido as gomas terem uma frao solvel em gua, pode se esperar que transportem componentes lquidos resultantes da digesto. Estudos do tempo de trnsito levados a cabo no C. jacchus por Caton et al. (1996) demonstram que, nesta espcie, os fluidos digestivos so seletivamente retidos no grande ceco. Os estudos sugerem, portanto, que o sagui comum emprega uma estratgia digestiva dividida em duas partes (Caton et al., 1996) 1) Rpida digesto no estmago e ao longo do intestino delgado de alimentos de alta qualidade, tais como, as frutas e insetos, para a exigncia de energia imediata necessria s atividades dirias. 2) Reteno seletiva e fermentao no ceco dos polissacardeos complexos solveis dos exudatos, bem como partculas muito pequenas de exoesqueletos de insetos. Os exoesqueletos so primariamente feitos de quitina, um polissacardeo rijo que pode ser fragmentado pela fermentao microbiana (Lambert, 1998). Esta fermentao no ceco permite uma mais lenta, mas constante produo secundria de energia. Um estudo comparativo do tempo de trnsito e digestibilidade (Power, 1996; Power and Oftedal, 1996) nos Cebuella pygmaea, Callithrix jacchus, Saguinus fuscicollis, Saguinus oedipus e Leontopithecus rosalia revelou que quando alimentados com uma dieta contendo goma-arbica, o tempo de trnsito para os Callithrix tendem a aumentar (apesar de no ser significativo em termos estatsticos) enquanto a sua eficincia digestiva no afetada. Nos saguis e mico-leo-dourado, o tempo de trnsito no foi afetado pela goma, mas a eficincia digestiva foi reduzida, confirmando que os saguis e os micos-lees so anatomicamente e fisiologicamente menos bem adaptados ingesto e digesto de gomas.

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    Presa animal O consumo de presa animal para os calitriqudeos pode ser classificado em pelo menos trs diferentes

    categorias (adaptados da classificao para Saguinus de Garber (1993)). Padro 1: Energtico: Forrageio em ramos finos e flexveis

    Os animais sobem energticamente, agarram e saltam sobre ramos finos e flexveis de arbustos baixos e emaranhados (0-5 m acima do solo). A presas so capturadas lanando rapidamente os membros anteriores, enquanto os membros posteriores se mantem firmemente agarrados na vegetao de suporte (por exemplo, Saguinus geoffroyi).

    Padro 2: Tcnica de ataque furtivo e captura rpida ou tcnica de apanhar folhas A locomoo envolve ataques de deslocao furtiva, enquanto permanece continuamente em alerta nos arredores imediatos. Os animais rastejam ao longo de ramos na parte inferior da copa e nas camadas inferiores da floresta, frequentemente colocando a cabea perto dos ramos e folhagem, enquanto olham, imveis, ao longo dos ramos e folhas, provavelmente procura da silhueta de insetos camuflados. A captura envolve ataque furtivo, e agarrar rapidamente a presa (por exemplo, entre duas mos fechadas em forma de concha). Caa de presas expostas, visveis (mas muitas vezes camufladas) e capazes de fuga rpida (por exemplo, Cebuella pygmaea, Callithrix spp., Mico spp., Saguinus mystax, Saguinus labiatus, Saguinus imperator, Saguinus midas possivelmente). Animais desta categoria, ocasionalmente, tambm forrageiam por manipulao (padro 3).

    Padro 3: Local especifico de manipulao e forrageio.

    Caracterizada por locomoo do tipo agarrar e saltar e posturas verticais de fixao em suportes moderados a grandes, tais como troncos ou grandes ramos. A partir de uma posio estvel, microhabitats especficos tais como ns de madeira, fendas, casca de rvores e de outras regies do tronco so exploradas. Para micos-lees, especificamente, os locais de explorao de microhabitat mais importantes que so epfitas especialmente as bromeliaceas epfitas. Os animais se alimentam principalmente de presas imveis e escondidas,cuja consideralvel maioria localizada pelo tato, em vez da viso. As mos e dedos compridos e esguios dos micos-lees so perfeitamente adaptados para este tipo de forrageamento {exemplo, S. fuscicollis (possivelmente tambm S. nigricollis e S. bicolor) e Leontopithecus sp}.

    Pouco se sabe sobre os hbitos de forrageamento do Callimico na natureza, e ainda no est claro qual, se h algum, padro de forrageamento de insetos e a espcie que pertence. Os animais foram repetidamente vistos saltando para o cho e imediatamente saltando de volta para cima, segurando um grande gafanhoto na boca (Pook e Pook, 1981). Seu estilo de locomoo do tipo agarrar e saltar numa altura preferencialmente de 2-3m acima do solo, pode ajuda-lo nesta tcnica de captura da pressa. Fruta

    Os mtodos para forrageamento de frutas so bastante semelhantes entre os calitriqudeos (Rylands, 1981; Snowdon e Soini, 1988; Stevenson e Rylands, 1988). A maioria das frutas consumidas so pequenas e so puxadas ou mordidas fora da rvore e so realizadas com ambas as mos, enquantoso comidos. Frutos maiores so comidos enquanto ainda ligados s rvores. C. jacchus foi observado pendurado de cabea para baixo apoiado com as pernas traseiras para se alimentar de frutos pendentes (Stevenson e Rylands, 1988). Com frutos maiores do que os animais, eles se seguram na superfcie externa do fruto e fazem buracos em direo ao seu interior.

    Para a maioria dos calitriqudeos, a maior parte da dieta indigervel consiste basicamente de sementes que so engolidas inteiras e passam atravs do trato digestivo praticamente inalteradas (Heymann, 1992; Power, 1996;. Dietz et al, 1997). Os calitriqudeos, portanto, parecem desempenhar um papel como dispersores de sementes na floresta tropical (eg, Passos, 1997).

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    Table 1.6.2-1: RESUMO DA ECOLOGIA ALIMENTAR DOS CALITRIQUDEOS (Tabela de NRC, 2003; para referencias, consultar National Academy of Sciences)

    Dieta dominada por frutas e insetos. Gomas de importncia sazonal

    Callithrix

    Dieta: 27%( 24-30%) da atividade de forrageio dedicado busca de insetos, portanto o tempo de forrageio gasto em busca de insetos de 56%(50-63%) frutas 33%(26-37%) e exudatos (goma 11%-5-16%) quando h escassez de frutas.

    Comportamento: diurno a maioria arbreo, grupos de multi-machos e multi-fmeas de 3-20 indivduos.

    Peso: 190-320g fmeas, 357-450g machos; C. nigriceps (370g machos; 390g fmeas)

    Referncias: Ferrari, 1993; Ferrari & Ferrari, 1989; Ferrari & Rylands, 1994; Ford & Davis 1992, Harrison & Tardif, 1994; Koenig, 1995; Muskin, 1984; Rylands, 1993; Stevenson & Rylands 1988.

    Espcies: C. argentata (Sagi-branco); C. aurita (Sagi-da-serra), C. geoffroyi (Sagi-de-cara-branca), C. humeralifera (Sagi-de-santarm), C. kuhlii, C. mauesi, C. nigriceps.

    Dieta dominada por frutas e insetos e Gomas de importncia sazonal

    Leontopithecus

    Dieta: frutas maduras 53% (32-78%), forrageio por insetos 25% (14-50%) do tempo da alimentao, fruta madura 6-7%, exudatos (gomas) 9% (1-20%), e nctar 7%(0-43%).

    Comportamento: diurnos, a maioria arbreos,,pares de multi-machos/multi-fmeas de 2-3 adultos/grupo 2-16 total

    Peso: 361g-794g fmeas /437-710g machos

    Espcies: L. caissara (Mico-leo-cara-preta); L .chrysomelas (Mico-leo-cara-dourada); L. chrysopygus (Mico-leo-preto); L. rosalia (Mico-leo-dourado).

    Referncias: Abernaz, 1997; Butynski, 1982; Dietz et.al, 1997; Ferrari & Ferrari, 1889; Ford & Davis, 1992; Rylands, 1993; Tardif et.al, 1993.

    Dieta dominada por gomas, insetos, frutas pode depender da localidade.

    Callithrix

    Dieta: exudatos (gomas) 45% (24-70%), frutas 16% (14-30%) forrageio de insetos 39% (30-70%), nctar na estao seca; C. pygmea, exudatos (goma) 60% (30-77%), frutas 8% (0-10%), insetos 30% (20-33%).

    Comportamento: diurnos, a maioria arbreos, multi-machos/multi-fmeas em grupos de 1-15; C. pygmaea, famlias monogmicas at 4 camadas vivendo juntas.

    Peso: 182-354g fmeas, 225-406g machos; C pygmaea 112-140g fmeas, 99-160g machos

    Espcies: C.jacchus (Sagi-de-tufo-branco),C.flaviceps (Sagi-da-serra-escuro) ;C .penicillata (Sagi-de-tufo-preto); C. pymaea (Sagi-pigmeu) (gnero Cebuella).

    Referncia: Coimbra-Filho & Mittermeir, 1978; Ferrari & Ferrari, 1989; Ferrari & Rylands, 1994; Ford & Davis, 1992; Ramirez, 1985; Rylands & de Faria, 1993; Silva & Downing, 1996; Soini, 1982, 1988 e1983.

    Dieta dominada por frutas e insetos, gomas e nctar de importncia sazonal

    Callimico

    Dieta: os insetos so o alimento preferido, tambm frutas suaves e doces da estao mida, folhas jovens, dieta similar a Saguinus spp.algumas vezes vivem com grupos mistos.

    Comportamento: diurnos a maioria arbreos, pares monogmicos, grupos de 2-8 indivduos.

    Peso: 400-535g

    Referncias: Ford & Davis, 1992; Heltne et al, 1981; Mittermeier & Coimbra-Filho, 1997; Pook & Pook, 1981, 1982.

    Espcie: Callimico goeldi

    Saguinus

    Dieta: insetos 45% (30-77%), frutas 35% (13-74%), exudatos 10% (0-37%), nctar 7% (0-35%), folhas jovens 35%, sementes 34-8% das atividades totais de forrageio por insetos , 17% plantas.

    Comportamento: diurnos arbreos, grupos multi-machos/multi-fmeas 2-16 indivduos, S. imperator e S. midas (multi-machos/multi-fmeas, porm, somente uma fmea reproduz.

    Espcies: S .bicolor (Sagi-de-cara-nua), S .fuscicollis, S. geoffroyi (Sagi-de-cara-branca), S. imperator (Sagi-de-bigode), S. inustus ,S .labiatus ( Sagi-de-boca-branca), S .leucopus, S .midas (Sagi-preto-de-mo-amarela), S. mystax ( Sagi-de-boca-branca), S .nigricolis ,S .tripartitus

    Peso: 272-600g fmeas, 242-633g machos

    Referncias: Crandlemire-Sacco, 1988; Egler, 1992, Ferrari & Ferrari, 1989; Ford & Davis, 1992; Garber, 1984, 1988, 1993 e.b; Harrison & Tardif, 1994; Lopes & Ferrari, 1994; Packet at al, 1999, Peres, 1993a; Ramirez, 1985 a e b; Skimer, 1985; Silva & Downing, 1995; Soini, 1987; Terborgh, 1983

    1.7 Reproduo

    Pensava-se que os calitriqudeos fossem monogmicos e a maioria dos grupos sociais de calitriqudeos

    tivessem somente uma nica fmea reprodutora. Diversos estudos de campo observaram no entanto, que h mltiplos machos reprodutores, e menos freqentemente, mais de uma fmea reprodutora. Em cativeiro, pelo menos, a reproduo de fmeas subordinadas, na maioria dos grupos ena maioria das espcies,

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    aparentemente suprimida fisiologicamente. Fmeas subordinadas no apresentam ciclos estrais. A exceo a isso o mico-leo, em que fmeas subordinadas exibem ciclos ovulatrios. Pensa-se que a supresso da reproduo dessas espcies seja por meio comportamental.

    Com a exceo do Callimico, todos os Calitriqudeos normalmente tm nascimentos de gmeos. O

    nascimento de um nico filhote e trigmeos no so, no entanto, incomum. Nascimento de quadruplos ocorrem raramente. Em Callimico, nascimentos de gmeos so excepcionalmente raros em cativeiro, enquanto trigmeos e quadrigmeos nunca foram reportados.

    Todos os calitriqudeos mostram cuidados com o filhote de forma compartilhada, e todos os membros

    do grupo participam na realizao do transporte e limpeza dos filhotes. s vezes a me somente segura os filhotes, a fim de aliment-los. Todos os membros do grupo costumam dividir a comida slida com o filhote desmamado. Mais informaes na sesso 2.3 e 2.4.

    1.8 Comportamento Todos os Calitriqudeos vivem em grupos sociais, dentro do qual pode haver uma hierarquia de

    dominncia, mas nem sempre evidente. A composio dos grupos muito varivel, mas geralmente contm vrios adultos de ambos os sexos. A maioria contm uma nica fmea reprodutora. Esta fmea pode coabitar com vrios machos reprodutores, e o grupo pode tambm incluir filhos de vrias idades, algumas de idade adulta. Raramente, os grupos foram observados com mais de uma fmea reprodutora em estado selvagem. Tais grupos so raramente estveis a longo prazo em cativeiro.

    Calitriqudeos mostram uma gama tpica de comportamentos sociais de primatas. Em cativeiro a

    agresso entre os membros do grupo familiar raro. Uma gama ampla de vocalizaes aparente. Expresses faciais so mais limitadas, mas so vistas. Marcao de cheiro um meio comum de comunicao.Existem trs glndulas de cheiro, esternal, suprapbica e circumgenital. A aparncia da glndula de cheiro varia de acordo com gnero e espcie. O quanto a glndula de cheiro usada tambm varia com a espcie e gnero. Acredita-se que informaes como identidade, idade e condio sexual pode ser transmitida atravs de marcas de cheiro. Marcas de cheiro tambm tm uma funo territorial, as fronteiras territriais so marcadas com freqncia

    Os Calitriqudeos so arborcolas e viajam geralmente por locomoo quadrpedal. Algumas espcies utilizam a posio vertical agarrando-se e pulando entre poleiros verticais para viajar, enquanto tambm podem, por vezes, ir para o cho para viajar de rvore em rvore.

    So diurnos, emergindo dos locais de dormida pouco depois do amanhecer e, geralmente, se retiram para dormir no final da tarde antes que o sol comea a se por. Membros do grupo geralmente dormem em contato ou na proximidade de uma cavidade da rvore ou em um emaranhado de videira.Algumas espcies formam associaes com outras espcies e viajam ou forrageiam em grupos mistos, e defendem um territrio comum.

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    Espcies listadas: Asespcies esto listadas abaixo em ordem alfabtica dentro dos gneros pelo nome especfico. A

    classificao do estado de conservao segue a Lista Vermelha da IUCN de espcies ameaadas (IUCN, 2009).

    Callibella humilis (Van Roosmalen, Van Roosmalen, Fonseca and Mittermeier, 1998) Nome comum: Lista vermelha IUCN: Vulnervel (VU) CITES: Apndice 2 Plano de Coleo Regional: No h recomendao Taxonomia: Este sagi foi descoberto e descrito em 1998. Foi descrito pela primeira vez no gnero Callithrix. Van Roosmalen e Van Roosmalen (2003) o colocou em seu prprio gnero, Callibella. Geneticamente esse sagi base para todos os clados da Amaznia e sua morfologia craniana diferente de todos os outros sagis (Aguiar e Lacher, 2003; Van Roosmalen e Van Roosmalen, 2003) Habitat & Distribuio:

    Callibella humilis vive em floresta secundria, ao sul do Rio Madeira, ao longo da margem oeste do Rio Aripuan. Os rios Mariepau e Arau podem formar o limite ao sul da sua rea,mas sua exteno no conhecida. simptrico com o Mico manicorensi o qual maior. Morfologia: Com 150-185 g e de corpo e cabea 160-170 mm, Callibella humilis maior que o Sagi pigmeu Cebuella. Sua colorao na parte superior castanho-oliva, amarelo-alaranjado a dourado para o amarelo-acinzentado na superfcie ventral, e facilmente distinguido de Callithrix com base em tamanho. Reproduo: No h informao disponvel sobre sua histria de vida. Dieta: Acredita-se que se alimenta de frutas, exsudatos, presas de animais e insetos. Ele passa muito tempo abrindo fendas nas cascas das rvores. Comportamento: Pouco se sabe no momento, mas muitas vezes assume uma postura vertical como um esquilo em troncos verticais.

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    Callimico goeldii (Thomas, 1904)

    Nome comum: Macaco de Goeldi, Callimico

    Lista vermelha IUCN Vulnervel (VU) CITES: Apndice 1 Plano de Coleo Regional EEP

    Taxonomia: At o momento, Callimico um gnero monotpico, embora persista a especulao sobre a possibilidade de haver mais de uma espcie ou subespcie. Vasarhelyi (2002) A estrutura gentica foi examinada com a populao fundadora de callimicos cativa e conclui-se que mais de uma subespcie ou espcie crptica pode ser representada.

    Habitat e distribuio: O macaco de Goeldi vive em floresta tropical mista com vegetao rasteira e bambu. Seu habitat se estende por toda a bacia ocidental da Amaznia , no Brasil, Bolvia, Peru e Colmbia. Nunca foi descrito no Equador.

    Morfologia: Esta espcie cresce em mdia at 222 mm eo comprimento da cauda varia 255-324 mm. Pesam entre 400 e 535 g. A pelagem negra, por vezes mesclada com cinza ou marrom. O pelo longo e eriado s vezes resultando em uma aparncia "descabelada". A coroa anterior da cabea tem pelo caracaterstico levantantado. Tm uma glndula de cheiro esternal claramente definida e visualmente bvia . Os adultos tm 36 dentes, mantiveram o M3, o qual foi perdido em outros Calitriqudeos

    Reproduo: Macacos de Goeldi tm uma estrutura social variavel na natureza. Podem variar de pares monogmicos para multiplos machos/grupos multiplos de fmeas com um par reprodutivo e, por vezes, ha mais de uma fmea reprodutora. O desmame do filhote ocorre com cerca de 65 dias. Ambos os sexos geralmente atingem a maturidade em cerca de 13 meses, embora uma fmea tenha sido relatada concebendo com 8,5 meses de idade. A durao do ciclo estral de 24 dias e a gestao cerca de 154 dias (intervalo 144-165). As fmeas podem dar luz a sua primeira cria em cerca de 16 meses de idade. O estro ps-parto geralmente ocorre de 5 a 10 dias. Ao contrrio de todas os outros Calitriqudeos uma nica cria a normal, e o padro de cuidados com o filhote diferente do que tipicamente observado em calitriqudeos. A fmea carrega a prole por cerca das trs primeiras semanas. Os machos e os outros membros do grupo, dividem a tarefa de carregar o filhote, at que esteja independente. Com cerca de 42 dias, os filhotes comeam a viajar de forma independente.

    Dieta: Macacos de Goeldi se alimentam de frutas e presa animal. Os fungos so tambm agora conhecidos por ser uma importante fonte de alimento. Preferem forrageirar abaixo de 5 m, mas eles tambm se alimentam na copa de rvores altas quando esto frutificando.

    Comportamento: A coeso do grupo muito forte e o tamanho do varia entre 2 e 8 indivduos. So diurnos e arbreos, preferindo viagens inferiores a 5 m. A locomoo geralmente quadrupedal embora tenham sido vistos se locomovendo agarrados verticalmente e pulando at 4 m. Usam emaranhados abaixo de 15 m como locais para dormir. O macaco de Goeldi faz marcaes de cheiro com sua cauda enrolando-a entre as patas traseiras e esfregando-s contra os rgos genitais ea glndula de cheiro esternais.Tem sete tipos diferentes de vocalizaes, incluindo uma chamada de longa distncia estridente. Micos (Saguinus) muitas vezes respondem s suas chamadas.

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    Callithrix aurita (. Geoffroy, 1812) Nome comum: Sagui-da-serra Lista vermelha da IUCN Vulnervel (VU) CITES: Apndice 1 Plano de Coleo Regional: No h recomendao. Taxonomia: Anteriormente considerada subespcie do Callithrix jacchus (ver Hershkovitz, 1977 Habitat e Distribuio: Callithrix aurita vive em terras altas e floresta semi-decdua, acima de 400-500 m, nas florestas montanhosas do sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro, e no leste e nordeste de So Paulo no sudeste do Brasil. Morfologia: O Sagi-da-serra tem a pele do corpo negra com manchas ruivas, uma listra branca na testa, uma coroa ruiva e tufos nas orelhas de cor amarelada. Pesa em torno de 400-450 g. Reproduo: No h informaes disponveis sobre histria da vida na natureza. Dieta: Callithrix aurita alimenta-se de frutas, presa animal, exudato e fungos. Comportamento: Pouco se sabe sobre a estrutura social. Ao contrrio dos outros saguis, esta espcie tem incisivos inferiores mal adaptados para as rvores gomferas que produzem seiva. Como resultado, o exsudato consumido normalmente resultado dos danos causados por insetos de madeira. Tambm relatado a utilizao dos dentes inferiores da frente para remover cascas de rvores e comer cupins e insetos de madeira.

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    Callithrix flaviceps (Thomas, 1903) Nome comum: Sagui-da-serra-escuro Lista vermelha da IUCN Em Perigo (EN) CITES: Apndice 1 Plano Regional de Coleo No h recomendao Taxonomia: Anteriormente considerado como subespcie do Callithrix jacchus (ver. Hershovitz, 1977) Habitat e Distribuio: Sagis-da-serra vivem nas montanhas verdes e florestas semi-decduas acima de 400 m na Serra da Mantiqueira no sul do Esprito Santo, sul do Rio Doce na fronteira do estado com o Rio de Janeiro, oeste para leste de Minas Gerais no Rio Manhuau, bacia no sudeste do Brasil. Morfologia: Estes animais so chamados de Buffy-headed por causa da cabea amarelo-claro com tufos curtos da orelha amarelados. Eles alcanam em mdia de 231mm a 322 mm de cauda e pesam cerca de 406 g. Reproduo: Pouco se sabe sobre a espcie em relao a sua histria de vida, exceto que as fmeas podem reproduzir em um intervalo de 6 meses. Dieta: Callithrix flaviceps alimenta-se de goma, presa animal, frutas e sementes. Comportamento: Tamanho do grupo de cerca de 9 indivduos, variando entre 5 e 15.

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    Callithrix geoffroyi (Humboldt, 1812) Nome comum: Sagui-de-cara-branca Lista vermelha de IUCN Menos preocupante (LC) CITES: Apndice 2 Plano Regional de Coleo: EEP Taxomonia: Anteriromente considerado como subespcie do Callithrix jacchus (veja Hershkovitz,1977) Habitat e Distribuio: Vivem nas terras baixas secundrias e florestas semi-decduas, na borda da floresta at 500 m. Preferem florestas alteradas a florestas maduras. Ocorrem no Esprito Santo e no leste e nordeste de Minas Gerais, sul e leste do rio Jequitinhonha e no leste do Araua no Brasil. Morfologia: O sagi-de-cara-branca tem a face e testa branca estendendo-se para trs sobre a coroa. As orelhas tm tufos pretos. O corpo negro / marrom com padro tigrado distinto das partes inferiores de marrom escuro. A cauda anelada. Um adulto mede em torno de 198 mm e o comprimento de cauda de 290mm e pesa at 350 g. Reproduo: Ha pouca informao disponvel sobre a histria de vida. O macho enrola sua cauda como uma exibio sexual durante a cpula. Comportamento: O Sagi-de-cara-branca foi observado seguindo enxames e exrcitos de formigas para capturar insetos liberados e escondidos pelas formigas. Este sagi ocasionalmente se alimenta com o Callicebus personatus.

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    Callithrix jacchus (Linnaeus, 1758) Nome comum: Sagui-de-tufo-branco Lista vermelha da IUCN Pouco Preocupante (LC) CITES: Apndice 2 Plano de Coleo Regional: Monitorado pelo TAG Taxonomia: Esta espcie incluia C. aurita, C. flaviceps, C. geoffroyi, C. kuhlii e C. penicillata; agora todos so considerados como espcies distintas. Habitat e Distribuio: Vivem em matagais, pntanos e plantaes de rvores, reas com uma grande variedade de rvores que produzem exudato no Nordeste do Brasil, ao sul at o Rio Grande e So Francisco, oeste at a margem oeste do Rio Parnaba. Foram introduzidos em florestas no nordeste do Brasil, ao sul do Rio So Francisco, Sudeste e Sul do Brasil. Morfologia: Tm grandes tufos brancos nas orelhas. A cauda tem faixas largas escuras e faixas claras estreitas. Crescem at 188 mm de comprimento com a cauda de 280mm, e pesam at 356 g. O ceco especializado para a digesto do exsudato. Reproduo: O desmame do filhote ocorre com cerca de 2 meses. Podem atingir a maturidade sexual aos 12 meses (fmeas) e 16 meses (machos). O ciclo estral de 28 dias e a gestao de 148 dias. As fmeas do luz a sua primeira cria com 20-24 meses e a reproduo pode ocorrer com um intervalo de 5-6 meses. Normalmente tm gmeos, mas um filhote, trs ou at quatro podem resultar da gravidez. O cio ocorre no ps-parto dentro de 9-10 dias aps o nascimento. O comportamento proceptivo da fmea de olhar firmemente para o macho e agitar a sua lngua de dentro e fora. Durante o acasalamento, a fmea olha para trs sobre o ombro e abre a boca. Dieta: Alimenta-se de frutas, goma e presa animal. Comportamento: So mais ativos no incio da manh e no final da tarde. O resto do dia gasto dormindo e fazendo catao. O tamanho do grupo geralmente em torno de 8 indivduos, variando entre 3 e 15, mas s vezes at 20. Esta espcie foi importada para algumas regies e adaptadas s condies locais com sucesso. Vocalizaes so, mais comum, um "Phee", um twitter, um "TsIK" e um guincho. Os filhotes tem vocalizaes para brincadeiras.

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    Callithrix kuhlii Coimbra-Filho, 1985 Nome comum: Lista vermelha da IUCN Quase ameaado (NT) CITES: Apndice 2 Plano de Coleo Regional: Monitorado pelo TAG Taxonomia: Hershkovitz (1977) considerou C. kuhlii como um hbrido de C. jacchus penicillata C. j. geoffroyi (veja Coimbra-Filho, 1985;. Coimbra-Filho et al, 2006). Habitat e Distribuio: Vivem em florestas secundrias, de baixa altitude e semi-decduas e nas bordas das florestas no leste do Brasil, entre o rio Jequitinhonha e o rio de Contas no sul da Bahia . Morfologia: Callithrix kuhlii tem um corpo acinzentado salpicado com faixas pretas e cinza. A coroa e as orelhas so pretas, enquanto a testa, bochechas, e garganta so brancas. Pesam cerca de 350-400 g. So muito semelhantes aos Callithrix penicillata. Dieta: Frutas, insetos, caracois, goma e nctar. Reproduo: A espcie-especfica abre a boca iniciando o acasalamento, mas pouca informao est disponvel sobre a reproduo. Comportamento: Geralmente forrageiam em alturas de 6 a 13 m, mas tambm capturam insetos e aranhas no cho que so perturbados por formigas. Estes sagis, ocasionalmente se associam com Leontopithecus chrysomelas.

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    Callithrix penicillata (. Geoffroy, 1812) Nome comun: Sagui-de-tufo-preto Lista vermelha da IUCN Pouco preocupante (LC) CITES: Apndice 2 Plano de Coleo Regional: Monitorado por uma pessoa Taxonomia: Anteriromente considerado como subespcie do Callithrix jacchus (ver Hershkovitz,1977). Habitat e Distribuio: Floresta secundria, floresta semidecdua e mata ciliar no leste da regio central do Brasil, nos estados da Bahia, Minas Gerais, Gois, e na ponta sudoeste do Piau, ao sul dos rios Grande e So Francisco. Introduzido em florestas fora da sua rea natural no sudeste do Brasil. Morfologia: Estes animais tm tufos pretos no ouvido e testa branca com pelo facial claro. As costas e cauda so em faixas. Crescem at 202-225 mm com um comprimento de cauda de 287-325 mm e pesam entre 182 e 225 g. Reproduo: No ha informao sobre a reproduo. Dieta: Goma, frutas e presa animal (insetos). Ha registros desses animais, quando em cativeiro, apanhando pardais que voam sobre os recintos. Comportamento: Tamanho mdio do grupo de 6,6 indivduos variando entre 3 e 9. Tm territrios menores do que os outros sagis similares, fato este o qual pensa-se estar relacionado com ao alto grau de ingesto de goma que exibem. Ocasionalmente se associam com Leontopithecus chrysomelas. A marcao feita com maior frequencia perto das fendas de seiva onde se alimentam. Pelo menos quatro vocalizaes so reconhecidas por seres humanos, entre as quais uma chamada de alarme, uma chamada de ameaa e uma alta chamada de contato penetrante.

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    Cebuella pygmaea (Spix, 1823) Nome comum: Sagui-leozinho

    Lista Vermelha da IUCN Pouco preocupante (LC) CITES: Apndice 2 Plano de Coleo Regional: Monitorado por uma pessoa

    Taxonomia: Groves (2001, 2005) o situa no gnero Callithrix. Entretanto Hershkovitz (1977) no reconhece as formas do Cebuella, Napier (1976) and Van Roosmalen and Van Roosmalen (1997) argumentaram que a forma do sul (sul do Rio Solimes), a subespcie niveiventris, Lnnberg, 1940 era vlida (ver Groves, 2001, 2005; Rylands et al., 2009). Se distiguem pela presena ou ausncia de manchas na pele e genitais.

    Habitat e Distribuio: Florestas alagadas em zonas planas perto de rios, orlas de campos agrcolas, florestas de crescimento secundrio, manchas densas de bambu no centro oeste do Brasil, Equador e leste do Peru. A subespcie nominal ocorre ao norte do Rio Solimes, enquanto o C.p. niveiventris ocorre entre o rio Solimes e o rio Madeira.

    Morfologia: Estes saguis so os menores primatas da Amrica do Sul. Possuem pelagem de cor castanho-amarelada-agouti, no corpo, e castanho-dourado-acinzentado na cabea. Crescem at 136 mm com um comprimento de cauda de 202 mm e pesam entre 126 e 130 g.

    Reproduo: A estrutura social consiste em grupos familiares monogmicos com descendncia de quatro ninhadas. O desmame das crias ocorre aos trs meses de idade e estas so totalmente independentes aos cinco meses. A gestao prolonga-se por 130 a 140 dias. Em vida livre, as fmeas do a luz s suas primeiras crias (normalmente 2, ocasionalmente 3)aos 24 meses de idade; os nascimentos seguintes ocorrem com 5 a 7 meses de intervalo. O cio ps-parto ocorre dentro das trs semanas seguintes a um nascimento.

    Dieta: Principalmente goma (67%), frutas e presa animal

    Comportamento social: Diurno a arbreo. A locomoo quadripedal com escaladas e saltos verticais (acima de 5m). O tamanho do grupo constitudo normalmente de 6 indivduos, variando entre 1 a 15. O sagui-leazinho abre fendas nas cascas de rvores e regressam aos mesmos orifcios todos os dias, para produzirem um abastecimento seguro de goma. Este saguis trocam regularmente a rea de vida, dependendo da disponibilidade de exudatos. Apesar de normalmente no procurarem alimento no cho, descem muitas vezes ao solo para caarem gafanhotos. Na estao seca, os Saguinus ssp podem visitar rvores de goma do saguis-leozinho para se alimentarem da seiva. As espcies S. nigricoliis, S. imperator, S. fuscicollis so encontrados na mesma rea. Estudos mostram que possuem 15 vocalizaes diferentes, incluindo um chamamento de contato de longa distncia, um chamamento de alarme, um chamamento de coro e outros. Tem territrios extremamente pequenos (aproximadamente meio hectare).

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    Leontopithecus caissara Lorini and Persson, 1990 Nome comum: Mico-leo-de-cara-preta Lista Vermelha da IUCN: Criticamente ameaado (CR) CITES: Apndice 1 Plano de Coleo Regional: No existe. Taxonomia: Descoberto e descrito em 1990. Algumas autoridades consideram o L. caissara como sendo uma subespcie do L. chrysopygus. (veja Coimbra-Filho,1990) Habitat e Distribuio: Florestas costeiras primarias de baixa altitude (restinga) com muitas bromeliceas epfitas e palmeiras. Distribuio limitada regio costeira do Sul do Estado de So Paulo e do Norte do Estado do Paran, no Brasil. Morfologia: O mico-leo-de-cara-preta tem o corpo dourado e a face negra. No h dados disponveis sobre o comprimento do corpo ou do peso. Reproduo: No ha informaes disponveis sobre a histria de vida ou estrutura social, mas provvel que seja semelhante aos outros micos-lees. Dieta: No h dados disponveis Comportamento: No h conhecimento sobre o tamanho do grupo.

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    Leontopithecus chrysomelas (Kuhl, 1820) Nome comum: Mico-leo-de-cara-dourada Lista vermelha da IUCN: Em Perigo (EN) CITES: Apndice 1 Plano de Coleo Regional: EEP Taxonomia: Os micos-lees, Leontophitecus, so considerados espcies separadas seguindo Della Serra, 1951 a Rosenberger e Coimbra-Filho, 1984 (veja Rylands et al; 1993) Habitat e Distribuio: Florestas de baixa altitude, pntanos, florestas semi-caduciflios, desde o nvel do mar at aos 112m, ocasionalmente plantaes sombreadas de cacau, no leste do Brasil. Morfologia: Os micos-lees-de-cara-dourada possuem o plo preto em todo o corpo, exceto na cabea, nos braos, nas pernas e parte da cauda, onde tem plo dourado. Crescem at 257mm de comprimento, a cauda mede 376mm e pesam entre 480 e 700g. Reproduo: A gestao de 128 dias. Atingem a maturidade sexual com cerca de 15 meses de idade. As fmeas subordinadas no so reprodutivamente suprimidas dentro dos seus grupos familiares, o que pode resultar na gravidez de filhas dentro dos grupos. Dieta: Frutas, gomas, nctar e presa animal. Comportamento: O tamanho mdio do grupo cerca de 7 indivduos , variando entre 5 a 8. Procuram alimentos uma altura de 12-20m e procuram por insetos em bromlias, nas folhas cadas sobre os emaranhados de trepadeiras, em fendas e casca de rvores. Estes animais associam-se a C. kuhlii e C. penicillta. Usam cavidades das rvores, nas florestas primrias, como locais para dormir.

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    Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823) Nome comum: Mico-leo-preto Lista Vermelha da IUCN Em Perigo (EN) CITES: Apndice 1 Plano de Coleo Regional: EEP Taxonomia: Os micos-lees, Leontopithecus, so considerados espcies separadas seguindo Della Serra, 1951 e Rosenberg e Coimbra-Filho, 1984 (ver Rylands et al 1993). Habitat e Distribuio: Estes animais vivem em florestas primrias semi-decduas a 100m de altitude no Estado de So Paulo no sudeste do Brasil, sul do Rio Tiete, norte do rio Paranapanema e oeste da Serra do Mar no estado de So Paulo. Morfologia: Os micos-lees-preto no so inteiramente pretos, tem uma mancha dourada na base da cauda. A extenso da cor dourada varia entre indivduos. So os maiores micos-lees, crescendo at 294mm, e o comprimento da cauda de 376mm e pesam entre 540 e 750g. Reproduo: Similar ao L. chrysomelas. Dieta: Frutas, goma e presa animal. Comportamento: O tamanho do grupo varia entre 2 e 7 indivduos. Vem ao cho para procurar presas. A rea de vida maior do que as outras trs espcies de micos-lees, porque seu habitat no tem bromeliceas e tem uma poca de seca distinta. Sendo por isso diferente daqueles encontrados perto da costa. Usam buracos de rvores como locais de dormir.

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    Leontopithecus rosalia (Linnaeus, 1766) Nome comum: Mico-leo-dourado Lista Vermelha da IUCN: Em Perigo (EN) CITES: Apndice 1 Plano de Coleo Regional: EEP Taxonomia: Os micos-lees, Leontopithecus, so considerados espcies separadas seguindo Della Serra, 1951 e Rosenberg e Coimbra-Filho, 1984 (ver Rylands et Al; 1993. Habitat e Distribuio: Florestas primrias e secundrias nas terras baixas, desde o nvel do mar at aos 500m, no Sudeste do Brasil, no Estado do Rio de Janeiro. Morfologia: Pelagem inteiramente dourada, avermelhada, cor-de-laranja exceto na face que cinzenta e sem plos. Alguns indivduos tem riscas negras na cauda ou em volta da face. Crescem at aos 261mm com um comprimento com a cauda de 370mm e pesam entre 361 a 680g. Reproduo: O desmame ocorre aos 3 meses de idade. Atingem a maturid