livro Ética cidadania

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  • 5/26/2018 Livro tica Cidadania

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    tica e CidadaniaElaine Arantes

    2013Curitiba-PR

    PARAN

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    Catalogao na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paran

    INSTITUTO FEDERAL DO PARAN EDUCAO A DISTNCIA

    Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paran para a rede e-Tec Brasil.

    Presidncia da Repblica Federativa do Brasil

    Ministrio da Educao

    Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica

    Prof. Irineu Mario ColomboReitor

    Prof. Joelson JukChefe de Gabinete

    Prof. Ezequiel WestphalPr-Reitor de Ensino PROENS

    Gilmar Jos Ferreira dos SantosPr-Reitor de Administrao PROAD

    Prof. Silvestre LabiakPr-Reitor de Extenso, Pesquisa eInovao PROEPI

    Neide AlvesPr-Reitor de Gesto de Pessoas PROGEPE

    Bruno Pereira FaracoPr-Reitor de Planejamento eDesenvolvimento Institucional PROPLAN

    Prof. Marcelo Camilo PedraDiretor Geral do Cmpus EaD

    Prof. Clio Alves Tibes JuniorDiretor de Ensino, Pesquisa e Extenso DEPE/EaDCoordenador Geral da Rede e-Tec Brasil IFPR

    Thiago da Costa FlorencioDiretor Substituto de Planejamento eAdministrao do Cmpus EaD

    Prof. Patrcia de Souza MachadoCoordenadora de Ensino Mdio eTcnico do Cmpus EaD

    Prof. Monica BeltramiCoordenadora do Curso

    Jessica Brisola StoriAssistente Pedaggica

    Prof. Ester dos Santos OliveiraCoordenadora de Design Instrucional

    Prof. Sheila Cristina MocellinLdia Emi Ogura FujikawaDesigners Instrucionais

    Jessica Deus SoaresRevisora

    Aline KavinskiDiagramadora

    e-Tec/MECProjeto Grfico

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    e-Tec Brasil3

    Prezado estudante,

    Bem-vindo Rede e-Tec Brasil!

    Voc faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma

    das aes do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico eEmprego. O Pronatec, institudo pela Lei n 12.513/2011, tem como objetivo

    principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de EducaoProfissional e Tecnolgica (EPT) para a populao brasileira propiciandocaminho de o acesso mais rpido ao emprego.

    neste mbito que as aes da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entrea Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica (SETEC) e as instncias

    promotoras de ensino tcnico como os Institutos Federais, as Secretarias deEducao dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colgios Tecnolgicos

    e o Sistema S.

    A Educao a Distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande

    diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas aogarantir acesso educao de qualidade, e promover o fortalecimento daformao de jovens moradores de regies distantes, geograficamente ou

    economicamente, dos grandes centros.

    A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos tcnicos a todas as regies do

    pas, incentivando os estudantes a concluir o Ensino Mdio e realizar umaformao e atualizao contnuas. Os cursos so ofertados pelas instituies

    de educao profissional e o atendimento ao estudante realizado tanto nassedes das instituies quanto em suas unidades remotas, os polos.

    Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educao profissionalqualificada integradora do ensino mdio e educao tcnica, capaz

    de promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm comautonomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, social,familiar, esportiva, poltica e tica.

    Ns acreditamos em voc!

    Desejamos sucesso na sua formao profissional!

    Ministrio da Educao

    Novembro de 2011

    Nosso [email protected]

    Apresentao e-Tec Brasil

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    e-Tec Brasil5

    Indicao de cones

    Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas de

    linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.

    Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.

    Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o

    assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao

    tema estudado.

    Glossrio: indica a definio de um termo, palavra ou expresso

    utilizada no texto.

    Mdias integradas:sempre que se desejar que os estudantes

    desenvolvam atividades empregando diferentes mdias: vdeos,

    filmes, jornais, ambiente AVA e outras.

    Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em

    diferentes nveis de aprendizagem para que o estudante possa

    realiz-las e conferir o seu domnio do tema estudado.

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    Sumrio

    Palavra da professora-autora 11Aula 1 tica e moral 13

    1.1 Introduo tica 13

    1.2 Introduo Moral 14

    1.3 A viso tica de Einstein 16

    Aula 2 Valores ticos individuais e organizacionais 192.1 Valores e virtudes 19

    2.2 Conscincia tica 21

    Aula 3 Conduta humana fundamentada na tica 233.1 A conduta tica 23

    3.2 Os dilemas pessoais e profissionais que enfrentamos 23

    3.3 Os interesses pessoais 24

    Aula 4 Por que falar sobre tica? 274.1 Decises ticas e antiticas

    na histria da humanidade 27

    4.2 Pesquisas cientficas 28

    4.3 Internetcom tica 29

    Aula 5 A conduta cidad 315.1 Evoluo do conceito de cidadania 31

    Aula 6 Cidados: direitos e deveres cotidianos 356.1 Cidado ou consumidor do governo? 35

    6.2 O jeitinho um trao cultural brasileiro? 36

    Aula 7 tica profissional 397.1 O que profisso? 39

    7.2 Virtudes exigidas na conduta profissional 40

    7.3 Cdigo de tica de uma profisso 40

    e-Tec Brasil

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    Aula 8 Cdigo de tica 438.1 Cdigo de tica empresarial e profissional 43

    8.2 Como se elabora um cdigo de tica empresarial 44

    Aula 9 Gesto da reputao do profissional 47

    9.1 A tica, a reputao e a imagem do profissional 479.2 Direito de uso de imagem 47

    Aula 10 tica na administrao e gesto 5310.1 Habilidades para a administrao 53

    10.2 Mudanas na natureza do trabalhoe a necessidadedo desenvolvimentode novas habilidades de gesto 54

    Aula 11 Questes ticas envolvidasnos relacionamentosinterpessoais no trabalho 57

    11.1 O processo de comunicao 57

    11.2 Rudos de comunicao e conflitos 58

    Aula 12 Adversidades no ambiente detrabalho e o papel da liderana 61

    12.1 A linha que separa a firmezada liderana e o assdio moral 61

    12.2 Resilincia: suportando pressesnum ambiente de adversidades 61

    Aula 13 A gesto da diversidadevalorizando as diferenas noconvvio social e profissional I 65

    13.1 A gesto da diversidade 65

    13.2 Afrodescendentes no Brasil 65

    13.3 A poltica de cotas no Brasil 67

    Aula 14 A gesto da diversidadevalorizando as diferenas noconvvio social e profissional II 69

    14.1 Exemplos de superao 69

    14.2 A normatizao brasileira garantindo aincluso de pessoas com deficincia 70

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    Aula 15 A segurana no trabalhopara pessoas com deficincia 73

    15.1 Conceito de deficincia 73

    15.2 Pessoas com deficincia no ambiente de trabalho 74

    15.3 Segurana e medicina no trabalho

    para pessoas com deficincia 75

    Aula 16 Interculturalidade, relaesinterpessoais e a conduta tica profissional 79

    16.1 A influncia do contexto culturalno comportamento tico profissional 79

    16.2 A moral brasileira 79

    Aula 17 tica nas negociaes 81

    17.1 O sim nem sempre o suficiente 8117.2 Natureza do conflito 81

    17.2.2 Conflitos devem ser evitados? 82

    Aula 18 A tica no setor pblico 8518.1 O cdigo de tica do servidor pblico 85

    Aula 19 A tica, a transparncia e aresponsabilidade social 89

    19.1 Como a responsabilidade socialse insere na gesto das organizaes 89

    19.2 A gesto socialmenteresponsvel dosnegcios e o respeito diversidade 90

    19.3 O que a responsabilidade tem aver com a segurana do trabalho? 91

    Aula 20 tica pessoal, pblica e privada 9320.1 Decises ticas so tomadas por pessoas ticas 93

    Referncias 95

    Atividades autointrutivas 99

    Currculo da professora-autora 119

    e-Tec Brasil

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    Palavra da professora-autora

    e-Tec Brasil11

    Querido aluno,

    tica um tema sempre presente no nosso cotidiano desde o relacionamento

    pessoal e profissional at a reflexo sobre as descobertas feitas por pesquisas

    cientficas feitas cujo impacto leva ao questionamento sobre os limites do

    controle da vida do ser humano. Ns nos deparamos frequentemente

    com escndalos e tendemos a crer que a falta de tica a regra geral, na

    conduta do homem. Quero, neste livro, ressaltar que cabe a cada um de

    ns o comportamento tico e moral dirio dando a devida importncia ao

    exerccio pleno da cidadania contribuindo para a formao de pessoas eprofissionais que construam uma Nao melhor.

    Iniciaremos nossa abordagem com os conceitos fundamentais de tica, moral,

    cidadania, valores, conduta tica, dilemas ticos e conscincia tica. Vistos

    estes conceitos, vamos aplic-los no cotidiano do homem e do profissional,

    voltando para a gesto. O profissional de segurana do trabalho, assim como

    aqueles de diferentes reas, se depara diariamente com situaes em que

    seus valores so colocados prova.

    Quais parmetros considerar para a tomada de deciso? Vamos discutir

    amplamente neste livro os temas voltados para a gesto e sua relao com

    as bases ticas fundamentais. Liderana, comunicao, relacionamento

    interpessoal, cdigo de tica profissional e organizacional, gesto da

    reputao, valorizao da diversidade, tica no servio pblico so alguns

    temas sobre os quais voc refletir em termos de conscincia e conduta tica.

    Ao final deste livro, fica a pergunta: tica pblica e privada: h luz no fim do

    tnel? Vamos refletir e responder juntos a partir das discusses que fizemos

    ao longo desta obra. Artigos, vdeos, entrevistas e enquetes complementam ocontedo apresentado a partir da percepo de outras pessoas e nos permitem

    comparar o que foi visto neste livro, nossa prpria percepo e a contribuio

    de terceiros. Minha sugesto que voc leia, reflita e discuta com os seus

    colegas, construindo coletivamente o conhecimento sobre este tema.

    Boa leitura e bom trabalho!

    Professora Elaine Cristina Arantes

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    e-Tec Brasil13

    Aula 1 tica e moral

    Na primeira aula, vamos abordar os conceitos fundamentais detica e moral desde sua abordagem nos tempos antigos, antes

    de Cristo at nossos dias. Vamos refletir sobre a base destes

    conceitos e compreender a diferena entre o que moral, imo-

    ral e amoral.

    Desde j, quero deixar claro que no minha pretenso abordar a tica

    e seus conceitos correlatos em bases filosficas, mas trazendo para nosso

    cotidiano a reflexo sobre o que tico e antitico assim como a relao do

    cidado com seu municpio, estado e pas na busca pelo bem comum.

    1.1 Introduo ticaH uma confuso na compreenso dos termos tica e moral, inclusive levan-

    do a crer que ambos tm o mesmo significado. Deixo claro que isto no est

    correto. Vamos compreender o conceito de tica para depois diferenci-lo

    de moral.

    Quando falamos sobre tica, parece que as coisas esto indo mal. Pareceque h uma crise e logo nos reportamos a escndalos envolvendo a admi-

    nistrao pblica. "Ora, cada um de ns tem sua prpria tica baseada nas

    regras impostas pelo grupo do qual fazemos parte cujas aes se fundamen-

    tam na cultura transmitida de gerao a gerao e que nos diz o que certo

    ou errado".

    A tica, como cincia do ethos, um saber elaborado segundo regras ou

    segundo uma lgica peculiar segundo o ensinamento de Patrus-Penas e

    Castro (2010, p. 32).

    a tica, conforme Srour (2011, p.21), que esclarece o motivo que leva os

    agentes sociais a tomarem esta ou aquela deciso, orientados por este ou

    aquele valor, condicionados por estes ou aqueles interesses. Portanto, ser

    tico, significa ser um agente social cujas decises so fundamentadas na

    moral do grupo ao qual pertence e so tomadas com base em valores e in-

    teresses que busquem o bem comum.

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    Colomboet. al(2011, p.11) recorre a Vzquez (2005) para ensinar que tica

    pode ser compreendida como teoria, investigao ou explicao de um tipo

    de experincia humana ou forma de comportamento dos homens e possui

    como funo fundamental estudar a essncia do comportamento moral.

    O termo tica foi trazido pelos trabalhos de Pitgoras em VI a.C. e por Aris-tteles, em IV a.C. em sua obra tica a Nicmaco.

    Cada sociedade tem sua tica prpria, assim, no podemos dizer que h cer-

    to ou errado quando se compara o papel que se atribui mulher no ocidente

    com aquele preconizadono Oriente Mdio ou na cultura muulmana. Veja

    o exemplo da Figura 1.1, em que a mulher muulmana est usando uma

    burka, vestimenta que no adotada pela mulher ocidental.

    Figura 1.1: Burka vestimenta obrigatria para as mulheres mulumanas.Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons.

    1.2 Introduo MoralColombo et. al (2011 p. 25) indica que, para Vsquez (2005) o compor-

    tamento moral legislado pela tica. Os autores reforam ainda que a

    tica vai definir o que bom e investigar princpios da moralidade de uma

    sociedade. Ela fundamenta e justifica certos comportamentos, mas no cria

    a moral.

    A moral de um povo o conjunto de normas vigentes consideradas como

    critrios que orientam o modo de agir dos indivduos daquela sociedade.

    Quando se qualifica um comportamento como bom ou mau, tem-se um

    critrio que definido no espao da moralidade ensina Rios (2011, p. 29) e

    isso interessa tica no sentido de procurar o fundamento dos valores que

    oferecem sustentao para este comportamento bom ou mau.

    Preconizado: que sepreconizou; aconselhado,

    recomendado. Fonte: http://aulete.uol.com.br/preconizado.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 14

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    Observe que a Figura 1.2 resume e diferencia a tica como disciplina terica

    e a tica individual, a moral e a conduta.

    Figura 1.2: Terminologia para tica, moral e conduta.Fonte: SROUR, HENRY, 2003.

    A origem da palavra tica, conforme Srour (2011, p. 18), est no carter

    distintivo, os costumes, hbitos e valores de determinada coletividade oupessoa. Da surge a confuso entre tica e moral, pois a palavra costume

    foi traduzida em latim por mos ou moresno plural, derivando a palavra mo-

    ral, no portugus.

    Vamos nos reportar a Srour (2011, p. 21) para a definio de tica como

    sendo o estudo dos fatos sociais, ou seja, relaes entre agentes histori-

    camente definidos. A tica o conhecimento cientfico dos fatos morais.

    As escolhas que estes agentes fazem considerando suas avaliaes sobre obem e o mal; o mal e o bem (quando se admite que h um mal necessrio

    para que um bem maior seja atingido); o bem e o bem (quando s possvel

    beneficiar uma das partes como exemplificado na Figura 1.3); e o mal e o

    mal (quando se admite que entre os males, o menor) o que diferencia

    fatos morais (estudados pela tica) de fatos sociais (do cotidiano).

    Figura 1.3: A escolha entre o bem e o bem: o que bom para a gazela no bom para a leoa.

    Fonte: Brocken Inaglory/Wikimedia Commons.

    e-Tec BrasilAula 1 tica e moral 15

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    Temos ento que moral, para Rios (2011, p. 32) um conjunto de normas

    e regras destinadas a regular as relaes dos indivduos em uma comunidade

    social dada. Estas normas e regras, para Rios (2011, p. 32) se sustentam

    nos valores criados pelos sujeitos em suas relaes entre si e com a natureza.

    1.3 A viso tica de EinsteinA humildade, afabilidade, cordialidade e confiana naquilo que fazia eram

    caractersticas de Albert Einstein (veja Figura 1.4) cuja irreverncia, segundo

    S (2010, p. 46) era fruto de seu inconformismo. Sua viso tica sobre a vida

    foi um de seus legados, alm das brilhantes pesquisas no campo da Fsica

    e da Matemtica. S (2010, p. 47) refora alguns dos princpios ticos de

    Einstein:

    Valor para a simplicidade, liberdade e respeito a cada ser;

    Recusa a normas, dogmas, inconformismo e submisso;

    Aceitao daquilo que se pode compreender;

    Repdio escravido;

    Confiana na criatividade do ser humano;

    Crena de que os males so resultado do desamor e da ignorncia;

    Aceitao de que no se ensina ou aprende o que no se ama;

    Fama merece cautela, pois causa inveja e ressentimento.

    Albert Einstein nasceu na Alemanha em 1879.

    Conhecido por ter desenvolvido a teoria da

    relatividade, seu trabalho abriu caminho parao desenvolvimento da energia atmica. Rece-

    beu em 1921 o Prmio Nobel de Fsica pela

    sua teoria quntica, esclarecendo o efeito fo-

    toeltrico. Perseguido pelos nazistas, deixou

    a Alemanha passando a morar nos Estados

    Unidos, como cidado americano onde fa-

    leceu em 1955. Em 2009 foi eleito por 100

    renomados fsicos em todo o mundo como o

    fsico mais memorvel de todos os tempos.Figura 1.4: Albert Einstein em 1921.Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons.

    Assista ao vdeo com aentrevista concedida pelo

    Prof. Mario Sergio Cortellaa J Soares, exibido pela TV

    Globo e disponvel no linkhttp://www.youtube.com/

    watch?v=QK5LDsEKuEA. Nestaentrevista, Cortella fala sobre

    tica e explica conceitoscomo: moralidade;

    amoralidade e imoralidade.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 16

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    ResumoNesta aula, vimos que tica e moral no so a mesma coisa. tica uma

    disciplina terica que estuda os princpios da moralidade. A moral um con-

    junto de normas e regras destinadas a regular as relaes dos indivduos em

    uma comunidade social. Vimos tambm que alguns dos princpios de Eins-

    tein, um gnio que no se rendeu a condutas antiticas mesmo que tenhasido perseguido em seu prprio pas.

    Atividades de aprendizagem Reflita sobre um personagem da Histria que tenha deixado um lega-

    do tico assim como vimos nesta aula, em relao a Einstein. Faa uma

    relao dos princpios desta pessoa e a utilize como exemplo para suas

    reflexes sobre os temas que iremos abordar neste livro.

    e-Tec BrasilAula 1 tica e moral 17

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    Aula 2 Valores ticos individuaise organizacionais

    Nesta aula, vamos abordar os valores, elementos fundamentaispara as decises ticas individuais e organizacionais, sejam elas

    pblicas ou privadas.

    A conscincia tica tambm um tema desta aula e sua abordagem ser feita

    com base nos exemplos que temos em nosso cotidiano. Vamos saber mais?

    2.1 Valores e virtudesValores so princpios dos quais no se abre mo. Eles esto na base denossa conduta individual assim como so os fundamentos da tomada de

    deciso das organizaes. Voc conhece os valores declarados pela empresa

    onde voc trabalha? Observe que na Figura 2.1, os valores esto na base do

    planejamento estratgico das organizaes. Os nveis estratgico, ttico e

    operacional executam suas tarefas e tomam decises com base nas crenas

    da organizao.

    S (2010, p. 79), recorre a Aristteles para ensinar que aos hbitos dig-

    nos de louvor chamamos virtudes. Vale aqui ressaltar que os virtuosos sodignos de louvor ainda que o meio em que vivam ou trabalhem no pro-

    porcione a prtica da conduta virtuosa. A conduta virtuosa (respeitar todos

    os seres, por exemplo) uma qualidade fundamental no campo da tica e

    somente possvel para pessoas com valores (respeito, por exemplo) fortes.

    Figura 2.1: valores da organizao na base de seu planejamento estratgico.

    Fonte: elaborada pela autora.

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    Veremos mais adiante a importncia dos cdigos de tica profissionais e

    organizacionais, contudo, vale aqui observar que de nada adianta existirem

    padres de conduta se as pessoas no se identificarem legitimamente com

    seus princpios.

    Quando os valores mudam os costumes tambm mudam, a legislao acom-panha esta mudana e estabelece limites para o convvio harmonioso e este

    conjunto determina o comportamento tico das pessoas naquela sociedade.

    Por exemplo, na dcada de 50 no se imaginava que as mulheres traba-

    lhassem fora de casa. O valor atribudo presena da mulher no mundo do

    trabalho era diferente daquele que vemos atualmente, no sculo XXI.

    A mudana deste valor leva a uma mudana de costumes, pois atualmente

    no somente a mulher trabalha como j se v uma mudana radical de valo-

    res em que o homem passa a se dedicar mais s atividades domsticas. Comesta mudana de valores e costumes, a legislao que prev os direitos das

    mulheres passa a reger situaes como a obrigatoriedade de berrio para

    empresas com um nmero mnimo de mulheres empregadas.

    Para Rios (2011, p. 29), no apenas no campo da moralidade que se en-

    contram valores. Existe valorao na medida em que qualquer interferncia

    do homem na realidade se d para conferir um significado a esta realidade.

    Figura 2.2: O papel da mulher nos anos 50 e no sculo XXI.Fonte: http://office.microsoft.com

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 20

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    2.2 Conscincia ticaO que fazer se o Cdigo Civil protege o sigilo e a lei fiscal obriga sua quebra?

    A conscincia, como bem lembra S (2009, p. 73) tem como mais forte o

    dever de no trair e de no insurgir-secontra aquele que se tem o dever

    de proteger.

    Contudo, quando prevalece o bem pblico, age a lei no sentido de revelar

    aquilo que a conscincia leva a omitir. Deveria ser necessria a ao da lei j

    que se sabe que a omisso prejudica o bem estar pblico?

    Uma imagem que me vem mente quando falo sobre conscincia tica a

    ocupao, em novembro de 2010, do Morro do Alemo e um ano depois,

    em novembro de 2011 a ocupao da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.

    Estas duas comunidades mantinham seu prprio cdigo de tica respeitado

    no somente pelos prprios traficantes, mas tambm pelos moradores inde-pendente de sua opinio a respeito.

    Figura 2.3: Ocupao do Complexo do Alemo em novembro 2010.Fonte: Agncia Brasil ABr/Wikimedia Commons.

    A interveno dos policiais, com apoio do Governo Federal brasileiro se deu

    e foi legtima, pois a tica ali predominante entrava em conflito com a tica

    da sociedade, prejudicando os moradores daquele local e oferecendo um

    exemplo de conduta para outros indivduos que no condiz com a convivn-

    cia saudvel que se espera para os seres humanos.

    Insurgir: opor-se reagir.Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/

    index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=insurgir

    e-Tec BrasilAula 2 Valores ticos individuais e organizacionais 21

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    A conscincia tica daqueles que dominavam estas comunidades no condiz

    com aquela que aceita em nossa sociedade. deste choque de percepes

    sobre o que certo e errado que se origina confrontos com estes aos quais

    assistimos.

    S (2011, p. 74) apresenta alguns estados especiais de manifestao daconscincia tica ao indicar que sentimentos morais, religiosos, partidrios e

    econmicos assim como as expresses do ego voltadas para o interesse e a

    emoo podem tentar a conscincia tica a ceder. A qualidade destas mani-

    festaes que determina o quanto as circunstncias ambientais influencia-

    ro na firmeza do carter de quem toma a deciso.

    ResumoNesta aula, aprendemos que valores so princpios dos quais no se abre

    mo, podendo ser individuais ou organizacionais. Vimos que hbitos dignosde louvor so chamados de virtudes e que de nada adianta cdigos da pro-

    fisso ou de organizaes se as pessoas no internalizarem seu significado.

    A conscincia tica tambm foi tema de discusso desta aula em que trata-

    mos dos dilemas a que so confrontados os profissionais.

    Atividades de aprendizagem E voc, quais so seus valores? J pensou sobre isso? Quais so as atitu-

    des, os posicionamentos dos quais voc no abre mo?

    Para saber mais sobre aocupao da polcia na Favela daRocinha em 2011 acesse: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/

    rocinha-ganha-reforco-no-policiamento-a-pe

    Leia o artigo sobre opensamento e a obra de

    Aristteles, em especial ticaa Nicmaco disponvel no

    linkhttp://www.webartigos.com/articles/5996/1/Etica-a-

    Nicomaco/pagina1.html.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 22

  • 5/26/2018 Livro tica Cidadania

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    e-Tec Brasil23

    Aula 3 Conduta humanafundamentada na tica

    Nesta aula, abordaremos a tica como base para a conduta dohomem, individualmente, nas organizaes em que trabalha

    ou nos grupos sociais aos quais pertence.

    Ao compreendermos que o estudo da tica passa pela normatizaodas

    condutas dos indivduos, precisamos tambm conhecer as razes que levam

    os indivduos a aceitarem as normas impostas pelo grupo ao qual pertencem.

    3.1 A conduta ticaVoc j observou que h situaes em que se faz necessria a orientao

    quanto s roupas adequadas para situaes especiais no cotidiano, no am-

    biente de trabalho e no culto religioso. Veja que, no nosso pas, no h

    penalidades legais implcitas, mas existem punies sociais expressas pela

    rejeio do grupo. J em outros pases, o desrespeito s normas de conduta

    simples como o uso de vestimentas especficas ferem os princpios religio-

    sos e, neste caso existe a punio pela lei. Veremos este tema mais adiante

    quando tratarmos da tica presente na interculturalidade.

    Neste sentido, vale ressaltar que a conduta humana deve respeitar normas

    implcitas no convvio ou explcitas em manuais, cdigos ou na lei, por exem-

    plo. A palavra etiqueta traz este conceito, pois trata-se do respeito tica

    em situaes especficas do convvio, como por exemplo mesa, durante

    as refeies; numa cerimnia religiosa; num evento poltico. O cerimonial

    segue uma etiqueta prevista que por sua vez contempla os princpios ticos

    fundamentados na moral, nos costumes e valores daquele grupo.

    3.2 Os dilemas pessoais eprofissionais que enfrentamos

    No exerccio de nossa profisso, nos deparamos frequentemente com dile-

    mas ticos que exigem reflexo. Por exemplo, o que dizer de um advogado

    que deve defender um criminoso? Ou de um contador que, mesmo sabendo

    das atividades ilcitas de seu cliente, tenha que lhe prestar servio? Ou de um

    da obrigatoriedade de se reportar um acidente ocorrido no trabalho ainda

    que isto cause impactos negativos para a empresa junto sociedade?

    Normatizao: (norma+izar)VTD Estabelecer normas para. Cf.normalizar. Fonte: http://www.dicionarioweb.com.br/norma-tizar.html

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    A sabedoria de Salomo

    Apresentaram-se duas mulheres a Salomo. Uma disse: "Senhor, eu e esta

    mulher habitvamos na mesma casa. Durante a noite, estando a dormir,

    sufocou o filho e, aproveitando-se do meu sono, ps o meu filho adorme-

    cido junto de si e colocou aos meus ps o seu filho que estava morto. Demanh, olhando de perto para ele, vi que no era o meu filho".

    A outra mulher interrompeu: "No, o meu filho o que est vivo, o teu

    morreu". A primeira replicou: "No, o teu que morreu. O que est vivo

    meu". E continuaram a disputar. Ento o rei disse: Trazei uma espada,

    dividi em duas partes o menino que est vivo e dai metade a cada uma!".

    Cheia de amor ao seu filho, a mulher cujo filho estava vivo suplicou: "Se-

    nhor, peo-vos que lhes deis a ela o menino vivo e no o mateis!".

    A outra, pelo contrrio, dizia: "No seja para mim nem para ti, mas divida-

    -se". Ento Salomo disse: "Dai a primeira o menino vivo porque ela a

    verdadeira me". E assim todo o povo de Israel soube que a sabedoria de

    Deus assistia ao rei para julgar com retido.

    Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/historia_biblia/17.php. Acesso em: 08 set. 2011.

    3.3 Os interesses pessoaisPara Srour (2011, p. 41), interesses so fatores to valiosos para os agentessociais que eles se mobilizam para satisfaz-los e defend-los. O problema

    comea quando os interesses pessoais encontram-se no limite do egosmo e

    da ganncia. Voc se lembra da fraude de 65 bilhes de dlares conduzida

    por Bernard Madoff, ex-presidente da bolsa eletrnica Nasdaq? A pirmide

    de investimentos que ele criou consistia em usar o dinheiro de novos apli-

    cadores para remunerar os antigos. Quando houve uma brusca queda nos

    novos investimentos em 2008 face recesso mundial, o esquema desmoro-

    nou. Em junho de 2009, Madoff foi condenado a 150 anos de priso. Mui-

    tos perderam suas economias neste investimento que contava com a boa fdas pessoas e que acabou prejudicando suas vidas.

    Por outro lado, h uma situao interessante a ser observada. Os trabalha-

    dores muitas vezes se queixam da presso sofrida no ambiente de trabalho,

    mas quando so chamados a revelar a causa do estresse, no apontam suas

    verdadeiras causas acreditando que colocaro em risco sua competncia

    profissional. Veja o resultado da pesquisa feita pela ONG britnica Mind.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 24

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    A ONG britnica Mind, voltada para a sade mental, publicou um le-

    vantamento referente ao estresse endmico que acomete milhes de

    trabalhadores no Reino Unido e que acarreta a perda de bilhes de d-

    lares em horas de trabalho. O mais curioso que 93% mentiram a seus

    patres a respeito do motivo real de seu absentesmo. Alegaram dores de

    estmago, resfriados, dores de cabea, consultas mdias, problemas emcasa ou doenas na famlia, menos o estresse no trabalho. No confes-

    saram que aguentam cada vez menos as presses para o cumprimento

    de metas, nem tentaram discutir as questes referentes ao ambiente de

    trabalho em que prevalece o moral baixo, a baixa produtividade e formas

    escapistas de enfrentar tenses.

    Fonte: Srour, 2011.Citado em: www.mind.org.uk/news/4106_the_final_taboo_millions_of_employees_forced_to_lie_about_stress

    medida que cada um olha somente para seus interesses pessoais, cria-se

    um crculo vicioso e todos perdem. Veja como a conduta tica permeia vrios

    aspectos do nosso cotidiano exigindo reflexes constantes!

    ResumoNesta aula, vimos que o estudo da tica passa pela normatizao das condutas

    dos indivduos. Ainda que o interesse pessoal exista, este no deve ser tal que

    se exceda para o egosmo e para a ganncia que prejudicam a todos. Por outro

    lado, a sinceridade na avaliao de situaes difceis contribui para sua soluoenquanto que condutas evasivas somente levam a uma perda coletiva.

    Atividades de aprendizagem No exerccio de sua profisso, voc j se deparou com dilemas ticos?

    Qual escolha voc fez e a que voc renunciou? Aps sua deciso, qual foi

    sua avaliao: a escolha que fez demonstrou ser a mais acertada?

    Sugiro que voc pesquisesobre aCAT - Comunicaode Acidentes de Trabalhonos linkshttp://www.inss.gov.br/conteudoDinamico.php?id=39e http://www.mps.

    gov.br/conteudoDinamico.php?id=463.

    A matria Hemofilia e o dilematico disponvel no linkhttp://veja.abril.com.br/blog/genetica/arquivo/hemofilia-e-o-dilema-etico/ um exemplo do estudoda tica voltado para questescientficas e de convvio socialenvolvendo a tica profissionalna rea mdica. Neste caso,um dilema se impe aosmdicos envolvendo um casode paternidade. Leia, reflita e d

    sua opinio. Discuta com seuscolegas a respeito e compare asopinies a respeito deste caso.

    Endmico: que tem carter deendemia. Peculiar a um povoou regio. Endemia: Doenaque existe constantemente emdeterminado lugar e ataca as

    pessoas que a vivem. Fonte:http://www.dicionarioinformal.com.br/end%C3%AAmico

    e-Tec BrasilAula 3 Conduta humana fundamentada na tica 25

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    e-Tec Brasil27

    Aula 4 Por que falar sobre tica?

    Nesta aula, vamos rever alguns temas polmicos ao longo dahistria da Humanidade que nos levam a refletir sobre as ra-

    zes para sermos ticos.

    Como querem que eu faa tudo direito se a justia morosa, os impostos

    so um absurdo, todo dia vemos escndalos com os polticos em quem vota-

    mos, o mundo cheio de gente esperta[...] por que eu tenho que ser tico?

    Querido aluno, estas e outras situaes no podem servir como parmetros

    para nossa conduta. Vamos saber mais?

    4.1 Decises ticas e antiticasna histria da humanidade

    A histria da humanidade revela situaes baseadas em decises antiticas

    que ao longo do tempo foram corrigidas. Ao declarar que a Terra se move

    em torno do Sol e no o inverso, Galileu Galilei desafiou a Igreja Catlica que

    o convocou para julgamento diante do Santo Ofcio, em Roma. Condenado

    a se retratar publicamente, diz-se que ele teria sussurradoEppur si muove ou

    seja mas ela se move referindo-se ao movimento da Terra em torno do Sol.

    Imagine que somente no Sculo XX, a Igreja Catlica por meio do Papa Joo

    Paulo II se retratou publicamente, assumindo o erro por esta condenao.

    Figura 4.1: Galileu Galilei.Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons.

    Fsico, matemtico e astrnomo, o italiano

    Galileu Galilei nasceu em Pisa em 1564 e

    faleceu em Florena em 1642, na Itlia.

    Suas pesquisas revolucionaram a cinciacom o enunciado do princpio da inrcia e

    os estudos sobre o movimento uniforme-

    mente acelerado e sobre o movimento do

    pndulo. Descobertas sobre manchas so-

    lares, satlites de Jpiter, anis de Saturno

    e estrelas da Via Lctea complementaram

    a defesa que fez do heliocentrismo.

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    4.2 Pesquisas cientficasEm 1996, pesquisadores escoceses surpreenderam o mundo com o resulta-

    do da primeira experincia de clonagem de animais: nascia a ovelha batizada

    como Dolly a partir de uma clula da glndula mamria de uma ovelha

    adulta. Na sequncia, foram tambm clonados bois, cavalos, ratos e porcos.

    Figura 4.2: A ovelha Dolly, primeiro mamfero clonado.Fonte: Toni Barros/Wikimedia Commons.

    Produzir artificialmente um ser vivo tornou-se objeto de polmicas entre re-

    ligiosos, polticos e movimentos sociais em diversos pases. A discusso reto-

    mou sua fora quando Dolly precisou ser sacrificada, em 2003, devido umadoena pulmonar progressiva.

    Pesquisas com clulas tronco nos levam a crer na esperana de cura para

    doenas como diabetes, esclerose, Alzheimer, distrofia muscular e Parkinson.

    As clulas embrionrias usadas nestas pesquisas so as nicas com capacida-

    de de diferenciao nos 216 tecidos que formam o corpo humano. Por outro

    lado, despertam discusses calorosas sobre o acesso do homem a clulas

    embrionrias. A discusso gira em torno da vida de um indivduo que deixa

    de se formar para curar outro ser humano.

    Tambm os resultados de pesquisas so objeto de preocupao dos rgos

    pblicos. No Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e

    Tecnolgico (CNPq) divulgou diretrizes que promovem a tica na divulgao

    dos resultados das pesquisas que so realizadas em nosso pas. Esta iniciativa

    se deu devido a fraudes ocorridas na comunicao de resultados obtidos por

    pesquisadores brasileiros.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 28

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    No se pode realizar procedimentos mdicos sem a anuncia do paciente. A

    tica se faz presente na conduo de situaes como esta j que h grupos

    de pessoas incapazes de deciso como crianas e pacientes de hospitais psi-

    quitricos cuja concordncia com pesquisas cientficas deve se dar por seus

    representantes legais. Entram em cena a conscincia tica do ser humano e

    do profissional fundamentada nos valores do indivduo que toma a deciso enos deveres profissionais ticos esclarecidos no cdigo da categoria.

    4.3 Internetcom ticaVoc faz parte de redes sociais como Orkut, FacebookouLinkedin? Se a res-

    posta for afirmativa, voc sabe quantas mudanas ocorreram nestes espaos

    virtuais buscando oferecer alguma privacidade aos seus participantes. Ento

    voc tambm sabe o quanto esta privacidade cada vez mais difcil de se

    obter. Os usurios da internetconsomem a informao quando quiserem ea utilizam da maneira que desejarem. Quantos processos j foram movidos

    por pessoas que se sentiram prejudicadas pelo uso indevido de seus nomes,

    comprometendo a imagem pessoal e profissional! Ainda que seja possvel

    descobrir a fonte de observaes equivocadas feitas na internet, somente

    com o apoio da Justia pode-se consultar os provedores e ento fazer mo-

    vimentos para tentar restabelecer a imagem de quem se sentiu prejudicado.

    O fato que no possvel haver um controle 100% efetivo sobre o que

    acontece no ambiente virtual. Dependemos da conscincia tica das pessoasque nele navegam para que seu uso seja feito para o bem comum. isso que

    voc v no seu dia a dia?A pirataria na internet ocorre quando se obtm c-

    pias no autorizadas de bens para uso pessoal (Srour, 2011), da mesma ma-

    neira que estas cpias so vendidas no mercado, nas ruas ou nas casas, sem

    autorizao legal. A moral do oportunismo se instala e a conduta antitica

    justificada pela necessidade do suprimento de necessidades bsicas do ser

    humano. Esta conduta se justifica? Srour (2011, p. 38), indica que raciona-

    lizao antitica est na base desta conduta orientando prticas racionais

    fundamentadas no que S (2010, p. 263), chama de tica da mentira. Aspessoas estabelecem um conjunto articulado de justificativas para seus atos

    imorais e ilcitos, condenados pela sociedade.

    A ovelha Dolly foi o primeiromamfero clonado e teve queser sacrificada devido umadoena pulmonar progressiva.Saiba mais lendo: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u8462.shtml acessadoem 04/12/2011.

    Pesquisas com clulas tronco soo tema da matria publicada emhttp://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/celulas_tronco/01.html. Acesso em: 04 dez. 2011.Leia esta matria e reflita sobreos avanos que as pesquisascientficas podem trazer paraa medicina e considere aspolmicas geradas por estes

    movimentos cientficos.

    Leia no linkhttp://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=cnpq-diretrizes-eticas-pesquisa&id=010175111026.Acesso em: 04 dez. 2011 sobreas diretrizes ticas estabelecidasno Brasil pelo CNPq para quesejam feitas pesquisas cientficas.

    e-Tec BrasilAula 4 Por que falar sobre tica? 29

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    ResumoNesta aula, vimos que ao longo da histria da Humanidade foram tomadas

    decises antiticas que se basearam nos princpios vigentes naquele momen-

    to e que norteavam a conduta da sociedade. Vimos tambm que polmicas

    so levantadas a partir de pesquisas cientficas realizadas na busca pela cura

    de doenas. A tica nainternet um tema contemporneo que precisa serconsiderado orientando o comportamento dos indivduos no sentido de pro-

    mover um convvio harmnico de todos.

    Atividades de aprendizagem Em que medida vlido colocar em risco seres vivos ou mesmo coloc-los

    em risco para se desenvolver pesquisas cientficas? Observe quantos ex-

    perimentos so feitos e relacione seus benefcios comparando-os com os

    riscos que apresentam. Reflita sobre os resultados desta anlise e compare

    com os de seus colegas.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 30

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    e-Tec Brasil31

    Aula 5 A conduta cidad

    Nesta aula, vamos abordar a conduta de cada cidado em re-lao aos seus direitos e deveres para com coletividade a que

    faz parte. Vamos refletir sobre a tica presente no cotidiano do

    cidado no somente em relao ao que ele pode exigir do Es-

    tado mas no que diz respeito ao cumprimento de seus deveres.

    Ao abordar o tema da conduta tica, fundamental tratar a questo da re-

    lao entre o indivduo e o Estado, ou seja, a cidadania. J na Roma Antiga

    um perodo que durou 12 sculos e se iniciou em VIII a.C. com a fundao

    de Roma - se estabeleceu os direitos e deveres que cada indivduo tem paracom o Estado.

    5.1 Evoluo do conceito de cidadaniaOriginado na Grcia antiga (1100 a.C. at 146 a.C.) o termo cidadania indica

    aquele que habita uma cidade (civitas) e dizia respeito sua atuao efetiva

    o que significava dizer que nem todos eram cidados, mas somente aqueles

    que usufruam de privilgios em determinadas classes sociais. O conceito,

    naquela poca exclua mulheres, crianas e escravos e inclua somente oshomens totalmente livres, ou seja, aqueles que no precisavam trabalhar para

    viver. Imagine que o nmero de cidados era bem reduzido.

    Figura 5.1: Grcia Antiga.

    Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons.

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    Na Roma Antiga, cidadania estava relacionada ao exerccio de direitos pol-

    ticos, civis e religiosos atribuda somente aos patrcios (homens livres, des-

    cendentes dos fundadores da cidade); negada aos plebeus (descendentes

    de estrangeiros) assim como aos escravos (todos aqueles que no saldavam

    suas dvidas, os traidores e os prisioneiros de guerra). Com a expanso militar

    romana, o advento da Lei das Doze Tbuas (450 a.C.) assegurou aos plebeuso acesso ao exerccio da cidadania.

    Com a queda do Imprio Romano e o incio da Idade Mdia, as relaes

    entre o cidado e o Estado passaram a ser controladas pela Igreja Catlica

    e com o Feudalismo, a vassalagem estabeleceu uma relao intensa de de-

    pendncia do campons. O homem medieval nunca foi cidado. De alguma

    maneira, foram suspensos os princpios de cidadania.

    A Revoluo Francesa, que iniciou em Paris em 14 de julho de 1789, com aQueda da Bastilha, alterou o quadro poltico daquele pas e foi um marco na

    instaurao de um Estado democrtico voltado para os interesses de todos

    os cidados e um exemplo seguido por outros pases. Com o incio da Idade

    Moderna foram introduzidos os princpios de liberdade e igualdade na busca

    pela justia e contra os privilgios.

    Figura 5.2: Obra de Eugne Delacroix representandoMarianne que personifica a Repblica Francesa.Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons.

    A queda da Bastilha foi oevento decisivo para o incio daRevoluo Francesa de 1789. A

    Bastilha era uma velha fortalezaconstruda em 1370, utilizadapelo regime monrquico comopriso de criminosos comuns.

    Para saber mais acesse: http://www.infoescola.com/historia/

    queda-da-bastilha/.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 32

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    O conceito de cidadania no Estado Democrtico de Direito, conforme explica

    Luiz Flvio Borges dUrso est relacionado a

    um status jurdico e poltico mediante o qual o cidado adquire direi-

    tos civis, polticos e sociais; e deveres (pagar impostos, votar, cumprir

    as leis) relativos a uma coletividade poltica, alm da possibilidade de

    participar na vida coletiva do Estado. Esta possibilidade surge do prin-

    cpio democrtico da soberania popular.

    Disponvel em: .Acesso em: 04 dez. 2011.

    Assim, participar ativamente da conduo da gesto pblica faz parte do

    exerccio pleno da cidadania importando no somente em apontar as melho-

    rias a serem realizadas, mas tambm em atuar na direo de sua realizao.

    A incluso poltica se faz por meio do exerccio pleno da cidadania o que

    reforado pela colocao de Dalmo de Abreu Dallari (1998, p. 14),

    A cidadania expressa um conjunto de direitos que d pessoa a pos-

    sibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo.

    Quem no tem cidadania est marginalizado ou excludo da vida social

    e da tomada de decises, ficando numa posio de inferioridade den-

    tro do grupo social.

    Observe que as palavras de Dallari (1998) indicam que participar ativamen-

    te da vida e do governo um direito do povo. Voc tem exercido este

    direito, em seu municpio? No Brasil, a Constituio de 1988 foi um marco

    na conquista do povo pelo seu direito a participar da tomada de decises no

    pas. No dia 27 de julho de 88, em que foi promulgada a nova Constituio,

    Ulysses Guimares disse:

    essa ser a Constituio cidad, porque recuperar como cidados

    milhes de brasileiros, vtimas da pior das discriminaes: a misria.

    Cidado o usurio de bens e servios do desenvolvimento. Isso hoje

    no acontece com milhes de brasileiros, segregados nos guetos da

    perseguio social.

    Para relembrar o que foi oImpeachment do PresidenteFernando Collor de Mello leiaa reportagem disponvel em:http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/09/impeachment-de-collor-faz-20-anos-relembre-fatos-que-levaram-queda.html.

    e-Tec BrasilAula 5 A conduta cidad 33

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    Movimentos populares como a Ao Ci-

    dadania Contra a Misria e pela Vida, li-

    derado por Betinho e a ao dos caras

    pintadas que incentivou o impeachment

    do Presidente Fernando Collor de Mello

    so exemplos do exerccio destes direitos.

    Outro exemplo o recolhimento correto dos impostos que deve ser feito por

    todos os cidados da mesma maneira que devem contribuir para a manuten-

    o da segurana e do patrimnio pblico. Considerando estes exemplos,

    voc diria que temos exercido a cidadania de maneira plena?

    Vale tambm ressaltar que a cidadania empresarial tambm uma maneira

    de as organizaes cumprirem com seus deveres ao mesmo tempo em que

    usufruem de seus direitos na relao com os pblicos que de alguma manei-

    ra so impactados por suas atividades. A cidadania empresarial est presente

    quando uma organizao oferece aos seus funcionrios mais do que prev

    a lei, como no caso de berrio, creche, assistncia mdica extensiva a fa-

    miliares, integrao de pessoas com deficincia ao ambiente de trabalho e

    promoo de seu relacionamento saudvel com os colegas, etc. Este um

    termo que tem sido cada vez mais utilizado no Brasil desde que o InstitutoEthos de Responsabilidade Social iniciou suas atividades, em 1998, estimu-

    lando o investimento em projetos sociais e ambientais pela iniciativa privada.

    ResumoNesta aula, vimos que o conceito de cidadania evoluiu desde a Roma e a

    Grcia Antigas at os dias de hoje, mudando ao longo do tempo face aos

    novos cenrios polticos que se apresentavam. Durante o Feudalismo, vimos

    que os princpios relacionados cidadania ficaram suspensos com a insta-

    lao de relaes de dependncia entre o homem e o Estado que passava aser controlado pela Igreja Catlica.

    Atividades de aprendizagem Observe a conduta das pessoas que voc conhece (a sua prpria, inclusi-

    ve!) e analise se todos esto praticando plenamente a cidadania no senti-

    do de exercer o direito gesto pblica seja de seu municpio, seu estado

    ou do nosso pas.

    A Declarao dos DireitosHumanos que se encontra

    na ntegra no linkhttp://www.onu-brasil.org.br/

    documentos_direitoshumanos.php, foi proposta pela ONU

    Organizao das Naes Unidase assinada por todos os Estados

    Membros garantindo a todos

    os membros da famlia humanae de seus direitos iguais einalienveis o fundamento

    da liberdade, da justiae da paz no mundo.

    Figura 5.3: logotipo do movimentoliderado por Betinho.Fonte: http://www.acaodacidadania.com.br

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 34

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    e-Tec Brasil35

    Aula 6 Cidados: direitose deveres cotidianos

    Nesta aula, vamos refletir sobre o exerccio cidado face ad-ministrao pblica. Vamos tambm discutir o conhecido jei-

    tinho brasileiro de se resolver as situaes delicadas.

    H aqueles que afirmam que se trata de um trao cultural do povo brasileiro,

    enquanto outros defendem a afirmao de que se trata de pura falta de tica

    mascarada pela culturalidade. Vamos conhecer o que alguns pesquisadores

    dizem a respeito e refletir sobre seus ensinamentos, comparando-os com o

    que vemos no nosso cotidiano.

    6.1 Cidado ou consumidor do governo?Em seu artigo, Mintzberg (1998, p. 151), retoma o questionamento feito

    por Tom Peters sobre a mxima que conhecemos: o direito de uma pessoa

    termina quando comea o direito da outra. Leia atentamente o trecho do

    artigo de Mintzberg:

    Eu no quero, diz Tom Peters, um burocrata da prefeitura me criando

    dificuldades. Eu quero tratamento apropriado, rpido,eficaz e profis-

    sional. Mas o que acontece se meu vizinho quiser uma permisso para

    aumentar a casa dele, fazendo sombra sobre a minha?Quem o clien-

    te da prefeitura neste caso? MINTZBERG, 1998.

    Voc sabia?

    Henry Mintzberg (nascido nos EUA em 1939) reconhecido mundial-

    mente como uma referncia nas reas de estratgia e gesto de negcios.Mintzberg afirma que o gestor gerencia os negcios em trs nveis: ao,

    informao e pessoas.

    Thomas Peters (nascido em 1942/EUA) uma referncia mundial na ges-

    to de negcios. Destruio Criativa e Descontinuidade so temas

    que ele aborda alertando para a gesto nociva da manuteno de antigos

    paradigmas.

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    Com base no que vimos at agora, vale lembrar Matias-Pereira (2010, p. 37)

    quando indica que o conceito de cliente pode ser ampliado quando se fala

    em administrao pblica considerando o cidado como um cliente que

    recebe servios ao mesmo tempo em que se concebe a organizao como

    um sistema integrado de provedores internos e externos.

    Observe como temos aqui afirmaes que se complementam: o cidado

    pode ser visto como um consumidor na medida em que interage com a

    gesto pblica como provedor externo de informaes, recolhimento de tri-

    butos, conservao de patrimnio pblico, etc. Vale aqui ressaltar que na

    iniciativa privada, as organizaes cada vez mais tm envolvido os consumi-

    dores no desenvolvimento e aperfeioamento de seus produtos e servios.

    Tambm as organizaes tm sido cobradas pela sociedade pelo exerccio

    da cidadania empresarial ou seja, seu comprometimento com a gesto doque pblico por meio de parcerias estratgicas. O exerccio da cidadania

    empresarial no se limita ao recolhimento de tributos, mais amplo do que

    isso. So exemplos de cidadania empresarial: programas de incluso social

    por meio de investimento social; integrao de pessoas com deficincia no

    ambiente de trabalho, indo muito alm do que exige a legislao; preserva-

    o meio ambiente, entre outros.

    6.2 O jeitinho um traocultural brasileiro?O antroplogo Roberto da Matta (2009), ao discutir o tema: O jeitinho brasi-

    leiro uma forma de corrupo? ensina que esta forma de resolver situaes

    difceis contando com a benevolncia dos outros poderia ser mundial, no

    fosse em pases como a Alemanha ou Sua onde impera a rigidez no cum-

    primento das normas. Para este autor, o mesmo jeitinho que facilita a vida

    no cotidiano tambm coloca o brasileiro acima da lei: o jeitinho se confunde

    com corrupo porque desiguala o que deveria ser tratado com igualdade.

    Para da Matta, h uma questo sociolgica envolvida no jeitinho que es-

    tabelece uma relao ruim com a norma estabelecida para todos. O cidado

    exige o cumprimento da lei pelo poltico que ocupa um cargo pblico, mas

    por outro lado, pede a um parente que faa vista grossa sobre um tributo

    no recolhido. Como lidar com a tica nesta situao? Como dizer que o

    representante do povo foi antitico e precisa ter seus direitos polticos cassa-

    dos se o prprio cidado transgride a lei.

    Leia o artigo Voc temcultura? escrito por Roberto da

    Matta e disponvel no linkhttp://www.arq.ufsc.br/urbanismo5/

    artigos/artigos_mr.pdfAcesso em: 21 dez. 2012.

    Compreenda a reflexo que oautor faz sobre o agir cultural

    brasileiro de dizerque no tem cultura.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 36

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    ResumoAprendemos nesta aula, que a relao entre os cidados e o governo precisa

    ser muito mais intensa do que o mero recolhimento de tributos e sua apli-

    cao na rea pblica. A participao do cidado na gesto faz a diferena

    entre ser apenas consumidor e ser cidado atuante na gesto pblica. Vimos

    tambm que o jeitinho brasileiro uma maneira que encontramos deresolver situaes difceis usando subterfgiosou contando com a bene-

    volncia dos outros.

    Atividades de aprendizagem Discuta com seus colegas as seguintes colocaes: Al Gore quando era

    vice-presidente dos EUA afirmou que o povo americano consumidor

    do governo; Henry Mintzberg se diz mais do que mero consumidor do

    governo. Qual sua percepo sobre estas duas colocaes? O que dizem

    seus colegas a respeito?

    Anotaes

    Subterfgio: pretextopara evitar uma dificuldade.Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/

    index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=subterf%FAgio

    e-Tec BrasilAula 6 Cidados: direitos e deveres cotidianos 37

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    e-Tec Brasil39

    Aula 7 tica profissional

    Nesta aula, veremos o conceito de profisso e as virtudes queseu exerccio exige.

    Discutiremos a relao entre a habilidade tcnica no exerccio da profisso e

    a prtica das virtudes universais que permeiam as profisses.

    7.1 O que profisso?O exerccio habitual de uma tarefa, a servio de outras pessoas o concei-

    to que S (2009, p. 155) atribui profisso. Os benefcios, tanto para quemdesempenha esta tarefa como para quem beneficiado por sua execuo

    tambm integram este conceito.

    Figura 7.1: Profisses.Fonte: IFPR 2013.

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    A tica, para S (2009) ,permeia o exerccio da profisso na medida em que a

    conduta profissional condizente com a moral e a regulao feita pela lei ga-

    rantem benefcios para os profissionais, a categoria qual pertencem e para

    a sociedade. Vale aqui ressaltar que a conduta tica universal independe das

    culturas cujos costumes so diferenciados, ou seja, o zelo, a honestidade,

    e a competncia so virtudes desejadas em qualquer exerccio profissionalindependente da rea de atuao ou cultura em que for desenvolvido. Uma

    frase de S (2009, p. 164) significativa: A profisso no deve ser um meio,

    apenas de ganhar a vida, mas de ganhar pela vida que ela proporciona, re-

    presentando um propsito de f.

    7.2 Virtudes exigidasna conduta profissional

    Para o exerccio de uma profisso, habilidades tcnicas so exigidas. A per-gunta que coloco para sua reflexo : somente habilidades tcnicas so su-

    ficientes para que seja virtuoso o exerccio de uma profisso? Na matria

    publicada na edio especial Veja na Histria, observa-se que durante a

    Segunda Guerra Mundial, mdicos nazistas utilizaram as tcnicas da pro-

    fisso para uma determinada finalidade que inclui pesquisas. No preciso

    dizer que tais prticas foram e continuam sendo condenadas pela ausncia

    absoluta de respeito dignidade humana, virtude necessria prtica de

    qualquer profisso. Sei que o exemplo extremo, mas coloco aqui para que

    no nos esqueamos que a prtica de nossas profisses requer acima detudo o exerccio da moral e da tica colocando em prtica as virtudes univer-

    sais que permeiam os relacionamentos, em nossa sociedade.

    7.3 Cdigo de tica de uma profissoEm seu livro, S (2009, p. 152) ensina que a profisso pode enobrecer pela

    ao correta e competente, pode tambm ensejar a desmoralizao, atravs

    da conduta inconveniente, com a quebra de princpios ticos. Ao pertencer

    a uma classe profissional, qualquer que seja sua natureza, o indivduo assu-me um compromisso com a sociedade e com os colegas de profisso. O que

    dizer de um mdico ou um enfermeiro que negligencia os cuidados com um

    paciente? E um professor que desrespeita um aluno? Veja os polticos! Te-

    mos aqueles que se dedicam ao exerccio da representao popular e aque-

    les citados negativamente pela mdia. Observe como existe uma tendncia a

    generalizar a atuao profissional, fazendo referncias negativas ou positivas

    a uma classe profissional apenas pela observao de um ou de alguns indiv-

    duos cuja tica questionvel pela sociedade.

    Leia a matria publicada na

    edio especial Veja na Histria,disponvel no linkhttp://veja.abril.com.br/especiais_online/

    segunda_guerra/edicao006/sub2.shtml

    Acesso em: 22 jan. 2012.Reflita sobre exemplos de outras

    atuaes profissionais em quesomente o domnio da tcnica

    no suficiente para garantir aconduta tica do profissional.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 40

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    ResumoAprendemos, nesta aula, que o conceito de profisso envolve a prtica ha-

    bitual de uma tarefa e pressupe a conduta tica do profissional que a de-

    senvolve. Virtudes como zelo, honestidade, e competncia so inerentes ao

    exerccio de qualquer profisso independente do pas e da cultura onde for

    colocada em prtica.

    Atividades de aprendizagem Discuta com seus colegas o seguinte tema: em que medida a ampliao

    do conhecimento de um profissional para alm das habilidades tcnicas

    contribui para sua conduta tica?

    Anotaes

    e-Tec BrasilAula 7 tica profissional 41

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    Aula 8 Cdigo de tica

    Nesta aula, vamos falar sobre o cdigo de tica empresarial eprofissional e para finalizar, abordaremos o cdigo de tica do

    tcnico em segurana do trabalho.

    Inicialmente, vamos compreender o que tem motivado as organizaes a re-

    digirem, publicarem e disseminarem um cdigo de tica para os pblicos com

    os quais se relaciona. Na sequncia, discutiremos uma metodologia de pro-

    duo do cdigo de tica envolvendo os funcionrios de uma organizao.

    8.1 Cdigo de ticaempresarial e profissional

    O que um cdigo de tica? ARRUDA (2006, p. 526) ensina que se trata

    de um documento cujo objetivo nortear condutas, mas procedimentos

    especficos devem constar de normas, manuais ou polticas definidas concre-

    tamente para cada setor ou atividade.

    O cdigo de tica, segundo Patrus-Pena e Castro (2010, p. 48) representa a

    oportunidade de a empresa manifestar os valores bsicos que pautam suaconduta no mundo dos negcios e na relao com a sociedade.

    Desde que o Instituto Ethos iniciou suas atividades no Brasil, em 1998, as

    organizaes tm discutido o tema da responsabilidade social cujo conceito

    volta-se para a gesto do negcio de maneira tica e transparente com os

    pblicos com os quais se relaciona, pautando-se no desenvolvimento susten-

    tvel, caminho para sua sustentabilidade.

    Com a evoluo das discusses sobre este tema, observa-se que as organiza-es cada vez mais tm adotado o cdigo de tica como uma ferramenta de

    orientao de conduta das pessoas que nelas trabalham. Lembre-se que j

    falamos que no existem empresas ticas, mas pessoas ticas que trabalham

    nas empresas. As decises destas pessoas no cotidiano da gesto do negcio

    constri a reputao tanto da organizao como dos prprios profissionais

    tomadores de deciso.

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    No sentido de orientar a atuao dos profissionais no sentido da conduta ti-

    ca, zelando pela reputao da categoria, redigido e divulgado o cdigo de

    tica da profisso. De quantos casos voc j tomou conhecimento por meio da

    mdia sobre mdicos, por exemplo, que tiveram cassado seu registro no con-

    selho da profisso devido sua conduta antitica? Leia a reportagem sobre a

    mdica do Hospital Evanglico de Curitiba. Disponvel em: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2013/02/hospital-evangelico-de-curitiba-afas-

    ta-47-funcionarios-da-uti.html e faa tambm outras pesquisas.

    8.2 Como se elabora umcdigo de tica empresarial

    Se um cdigo de tica orienta a conduta dos profissionais de uma orga-

    nizao, ento, para que seja efetivo preciso que eles participem de sua

    elaborao. Algumas sugestes so feitas por ARANTES (2011, p. 143) paraque este processo seja inclusivo e educativo. Sugiro que sejam seguidas as

    seguintes etapas na produo de um cdigo de tica empresarial:

    1. Organizar reunies de trabalho no formato de oficinas.

    2. Selecionar representantes de todas as reas da organizao para partici-

    par das reunies.

    3. Iniciar com a explicao sobre os objetivos do trabalho que ser realizado.

    4. Propor uma discusso inicial sobre o entendimento de cada participante

    sobre os conceitos: tica, moral, cidadania, valores, entre outros.

    5. Levantar as situaes vividas pelos participantes que exemplifiquem con-

    dutas ticas e antiticas.

    6. Discutir a necessidade de normas para o convvio harmonioso e produtivo.

    7. Conhecer cdigos de tica de outras organizaes.

    8. Iniciar a elaborao do cdigo de tica da organizao utilizando como

    base os conhecimentos adquiridos.

    9. Apresentar para a alta direo e validar o contedo.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 44

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    10.Organizar reunies com todos os funcionrios divididos por rea para apre-

    sentao da ntegra do cdigo elaborado e aprovado pela alta direo.

    11.Entregar o cdigo de tica a cada um dos funcionrios com protocolo.

    12.Enviar o cdigo de tica para os demais pblicos com os quais a organi-zao se relaciona: fornecedores, principais clientes, governo, parceiros

    estratgicos.

    13.Disponibilizar o texto do cdigo de tica no websiteda organizao.

    14.Disponibilizar um canal de denncias para condutas antiticas.

    15.Organizar um comit de tica que avalie as denncias, d retorno que-

    les que se identificaram e acompanhe a aplicao do cdigo de tica naorganizao.

    16.Tornar pblico os nomes dos participantes do comit de tica.

    ResumoAprendemos. nesta aula, que a conduta de um profissional causa impacto

    sobre sua prpria reputao assim como sobre a reputao da organizao

    onde ele trabalha e sobre a categoria qual ele pertence. Vimos que para

    ser efetivo, preciso que o cdigo de tica de uma organizao tenha cunhoeducativo e seja elaborado com a participao de representantes de todas as

    reas. Conhecemos tambm os movimentos que a Federao dos Tcnicos

    em Segurana no Trabalho esto fazendo para que o profissional da rea

    tenha aprovado o cdigo de tica de sua profisso.

    Atividades de aprendizagem Pesquise o cdigo de tica da organizao em que voc trabalha. Voc j

    o conhecia? Procure saber como ele foi construdo e divulgado e se todos

    os funcionrios tm conhecimento de seu contedo, alm de seguir aquiloque nele est indicado. O que voc mudaria no texto do cdigo de sua

    organizao? Caso ela ainda no tenha, reflita sobre a possibilidade de pro-

    por uma discusso sobre a tica e os outros temas tratados em nossas aulas.

    Conhea o contedo do Cdigo

    de tica e Disciplina da OABno linkwww.oab.org.br/Content/pdf/LegislacaoOab/codigodeetica.pdfAcesso em: 14 maio 2013.

    e-Tec BrasilAula 8 Cdigo de tica 45

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    Aula 9 Gesto da reputaodo profissional

    Nesta aula, vamos discutir os impactos causados pela condutasobre a reputao de um profissional.

    Abordaremos o quanto a exposio dos profissionais nas redes sociais pode

    causar impactos positivos e negativos sobre a reputao de um profissional.

    9.1 A tica, a reputao e aimagem do profissional

    O patrimnio de um profissional constitudo tambm da percepo que setem dele, de suas decises na vida pessoal e de sua conduta na organizao

    com os colegas e na sua relao com o trabalho. Em sua obra, S (2010) re-

    fora o valor do cdigo de tica da profisso no sentido de preservar o nome

    profissional que causa impactos em toda categoria.

    Ao tratar as condutas antiticas do ser humano, S (2010, p. 153) refora

    a importncia de se preservar a imagem pessoal e profissional que faz por

    merecer a confiana da sociedade e das organizaes. O que se faz du-

    rante toda uma vida, em poucos dias pode desmoronar, diante dos efeitosmalvolos da ao dos caluniadores, traidores, difamadores, chantagistas e

    intrigantes diz S (2010, p. 153). Energia e inteligncia so necessrias para

    que possamos nos contrapor aos resultados das aes que buscam destruir

    uma imagem positiva, seja ela pessoal ou profissional.

    9.2 Direito de uso de imagemPessoas que constroem ao longo de suas vidas uma imagem to positiva

    que acabam se tornando uma celebridade precisam cuidar para que delano se faa uso indevido ou sem autorizao. Campanhas de comunicao

    frequentemente utilizam a imagem de atletas, atores, entre outros para en-

    dossar produtos ou servios de organizaes de diferentes segmentos.

    A imagem de um profissional um assunto to srio que a normatizao de

    seu uso feita pela legislao. A lei 9.610 de 19/02/1998 cuja ntegra est

    disponvel no linkhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm,

    acesso em: 05 fev. 2012, dispe sobre direitos autorais.

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    Vale aqui ressaltar que tambm fazem parte desta discusso o direito ao

    desenvolvimento de um produto, servio, autoria de textos ou produes

    culturais, entre outros. O INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial

    o rgo que regula os registros de patentes neste campo. Quando patentes

    so registradas e seus produtos tornados pblicos qualquer utilizao sem

    autorizao prvia ou fazendo a devida referncia punida pela lei.

    Da mesma maneira, textos acadmicos devem fazer referncia aos seus au-

    tores originais, como fontes de referncia. Veja o exemplo deste livro. Inme-

    ros autores so citados, suas referncias esto no texto e ao final desta obra.

    Assim, quando fazemos trabalhos acadmicos, devemos seguir as normas

    da ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas que oferecem as diretri-

    zes para as instituies de ensino, como a nossa, e seus alunos. Observe que

    o Manual de Normas para a Redao de Trabalhos Acadmicos do IFPR est

    sua disposio, em nosso portal.

    Fica altamente prejudicada a imagem daquele que se apropria de trechos de

    obras j publicadas, sem fazer a devida referncia, conforme orienta a ABNT.

    Para refletir

    A matria intitulada Reputao on-

    -line: como cuidar da sua imagem na

    internet que voc l a seguir abordaum tema muito atual voltado para o

    acesso ilimitado que todos tm sobre

    todas as pessoas, apenas digitando

    seus nomes num sitede pesquisa, na

    internet. Voc j teve sua privacidade

    invadida pelainternet? At que ponto

    considera benfica a participao em

    redes sociais como Orkut, Facebooke

    outrossitesde relacionamento, e de que maneira esta exposio pode preju-dicar um profissional? Que atitudes voc adota para se prevenir de situaes

    indesejveis que possam afetar sua imagem como profissional?

    Leia no linkhttp://www.jornaldocampus.usp.br/index.

    php/2011/03/professor-demitido-responsabiliza-aluna-

    por-plagio, acesso em: 06 fev.2012, a matria sobre uma

    caso de apropriao indevidade trechos de obras

    publicadas onde os nomes daspessoas envolvidas foram

    tambm publicados.

    Figura 9.1: Imagem em foco.Fonte: IFPR 2013.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 48

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    Reputao on-line: como cuidar de sua imagem na internet

    Ateno, voc est sendo googlado. Qualquer pessoa com conexo

    internetpode ter acesso informaes bsicas sobre outra em uma sim-

    ples busca emsites, por exemplo, o Google. Inclusive o atual chefe e um

    futuro empregador.

    Monitorar a imagem e ter certos cuidados antes de se expor nas redes so-

    ciais esitesno uma tarefa impossvel. Ningum enviaria um currculo

    impresso com uma foto de biquni anexada para tentar uma nova opor-

    tunidade de emprego. A necessidade de etiqueta pessoal e profissional

    ocorre em qualquer contexto e apenas mais evidente na internet, diz

    Ana Paula Zacharias, scia-diretora da Hunter Consulting Group.

    Vamos fazer um teste?

    1. Pesquise o seu nome:

    Observe o que as outras pessoas podem descobrir sobre voc e veja se

    h textos e fotos comprometedores ou indesejveis a seu respeito. Muita

    gente comblog pessoal esitesde fotos como Flickr ou Fotolog pode se

    esquecer depostagensantigas e at com opinies que j no condizem

    com a sua, mas que podem comprometer na busca por um emprego.

    Caso o seu nome seja comum ou no aparea nos primeiros resultados,

    o escreva entre aspas e veja o que listado com o nome completo e as

    variaes possveis dele. O uso de palavras-chave, como o atual emprega-

    dor ou cidade, acompanhadas do nome tambm ajudam a potencializar

    a pesquisa. Altere as configuraes de privacidade das redes sociais que

    aparecem nos resultados ou delete o contedo indesejado. Se o resultado

    no puder ser removido, pode ser necessrio buscar ajuda especializada.

    2. No adianta se esconder.

    Quem prefere no ter conta em redes sociais ou se esconder atrs de ape-

    lidos corre outro risco: perder oportunidades. A escolha de no se expor

    deixa o profissional sem visibilidade diante da busca de um recrutador.

    No estar na rede hoje pode ser grave e significar desatualizao, princi-

    palmente para algumas carreiras, explica Ana Paula.

    Postagens= Pr-se,colocar-se. Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.

    php?lingua=portugues-portugues&palavra=postar

    e-Tec BrasilAula 9 Gesto da reputao do profissional 49

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    Redes sociais como LinkedIne o Facebook, se usadas corretamente, po-

    dem turbinar a carreira e ser vitrine do seu trabalho. Us-las a seu favor

    conta pontos e pode ser determinante na busca por um emprego ou no

    crescimento profissional.

    3. O que um recrutador pode procurar?

    Em um processo de seleo, por que o recrutador busca os profissionais

    na internet antes de decidir se a entrevista de emprego ser oferecida?

    Usar o Google ou procurar informaes nas redes sociais fornecem, de

    antemo, dados sobre o perfil da pessoa, que poder ser o desejado pela

    empresa ou no.

    Opinies polmicas, fotos comprometedoras ou falta de credibilidade po-

    dem afetar o julgamento do profissional, mas um recrutador espera sem-pre encontrar pontos favorveis sobre o candidato.

    O selecionador quer ter acesso a informaes pessoais do candidato,

    mas deve entender que um profissional pode se expor na rede diferente-

    mente da forma como conduz a vida profissional, diz Ana Paula.

    4. Qual imagem virtual agrada empregadores?

    Informaes sobre envolvimento em atividades e pessoas relacionadas funo exercida pelo profissional contam a favor. importante que o

    profissional seja verdadeiro e ativo nas redes sociais, mostrando uma ima-

    gem que condiz com o histrico profissional, diz Ana Paula.

    5. Como melhorar a reputao on-line?

    Publique boas informaes a seu respeito na internet. Quem possui contas

    de blogs, Twitter, Facebook e LinkedIn, entre os principais, pode usar a ati-

    vidade online a seu favor. Poste opinies e textos que condizem com a suaprofisso e use uma linguagem adequada.

    D uma checada s vezes nas buscas a seu respeito, inclusive nos fruns de

    discusso da web, para no escorregar diante da liberdade de expresso.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 50

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    Fique atento ainda s configuraes de privacidade das suas redes sociais.

    Se for preciso, crie um perfil profissional no Facebook, por exemplo, e

    mantenha o seu pessoal com configurao para no aparecer em buscas.

    O cuidado sempre tem que existir porque o que voc publica pode estar

    acessvel, mas uma exposio condizente com o seu objetivo pode dar

    bons resultados, aconselha Ana Paula.

    Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/reputacao-online-veja-como-cuidar-da-sua-imagem-na-internet

    Leia a ntegra da palestraproferida pelo jurista brasileiroDalmo de Abreu Dallari sobretica, disponvel no linkhttps://gestao.dnit.gov.br/institucional/

    comissao-de-etica/artigos-e-publicacoes/publicacoes/Etica-Dalmo%20de%20Abreu%20Dallari.pdfAcesso em: 24 abr. 2011. Quaispontos chamaram sua atenono texto? Reflita e discuta comseus amigos.Resumo

    Nesta aula, vimos que a imagem de um indivduo elemento fundamental no

    patrimnio de uma pessoa e de um profissional. Pessoas, profissionais e orga-

    nizaes constroem imagens positivas sustentadas por aes que beneficiam

    a sociedade. Indivduos cuja imagem est associada tica e retido de ca-

    rter so frequentemente citados como exemplos para a sociedade. A legis-lao prev normas especficas para o uso de imagem e deve ser respeitada.

    Atividades de aprendizagem Faa uma reviso dos perfis que voc disponibiliza nas redes sociais. Veja

    tambm as fotos que voc publicou. Reflita sobre o impacto que estas

    informaes pode ter sobre sua reputao como indivduo e como profis-

    sional. Voc acredita que necessrio alterar seu perfil nas redes sociais?

    Discuta com seus colegas e acompanhe suas reflexes sobre este tema.

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    e-Tec Brasil53

    Aula 10 tica na administraoe gesto

    Nesta aula, discutiremos a tomada de deciso dos gestores deuma organizao com base em suas habilidades.

    Voc conhecer as habilidades necessrias para um profissional atuar na ges-

    to e vamos refletir sobre a atuao profissional do tcnico em segurana de

    trabalho no contexto organizacional.

    10.1 Habilidades para a administraoUma organizao tem trs nveis para sua gesto: estratgico, ocupado pelapresidncia e diretoria; ttico, ocupado pela gerncia; e operacional, ocupado

    por todos aqueles que no esto nos dois primeiros nveis. Vale aqui lembrar

    que quando falamos em nvel operacional, no estamos nos referindo apenas

    s pessoas que trabalham na indstria, operando mquinas, mas tambm

    aos supervisores, coordenadores, analistas, estagirios, etc.

    Em todos estes nveis, necessrio que o profissional domine habilidades que

    esto demonstradas na Figura 10.1:

    Figura 10.1: As habilidades de um administrador.Fonte: Chiavenato (2003).

    Observe que as habilidades tcnicas so mais especficas do nvel operacio-

    nal, o que no significa dizer que os demais nveis no precisem ter domnio

    sobre questes tcnicas envolvidas nos processo. Eles precisam, mas numa

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    intensidade menor. Chiavenato (2003), denomina de intermedirio ou t-

    tico o nvel em que esto os gerentes cuja viso do negcio (habilidades

    conceituais) deve ser mais intensa do que o domnio de habilidades tcnicas.

    Quanto ao nvel estratgico, observa-se pela figura 10.1 que as habilidades

    conceituais so ainda mais requisitadas (CHIAVENATO, 2003; RIBEIRO, 2009).

    Observe, contudo que o relacionamento humano fundamental na gesto

    de um negcio e isto fica claro na figura 10.1, pois as habilidades humanas

    aparecem com a mesma intensidade nos trs nveis de uma organizao.

    O exerccio da profisso com urbanidade, independente do nvel em que

    o profissional se encontra fundamental para que se forme um ambiente

    saudvel de trabalho em que os profissionais complementem sua formao

    tcnica e sua viso sobre o negcio em que esto atuando.

    10.2 Mudanas na natureza do trabalho ea necessidade do desenvolvimentode novas habilidades de gesto

    Montana e Charnov (2010, p. 468) chamam nossa ateno para as mu-

    danas ocorridas na natureza do trabalho, ao longo do tempo. Conforme

    indicam estes autores, em 1979, o maior nmero de trabalhadores ocupava

    a funo de balconista, posio anteriormente ocupada pelo operrio e, an-

    tes deste, pelo agricultor. A mudana estrutural do mundo dos negcios dafabricao para o processamento de informaes. Neste contexto, Montana

    e Charnov (2010, p. 468) indicam que funes no campo da informao

    tiveram um notvel crescimento de 1980 a 1995, passando de uma porcen-

    tagem de 17% para 65% da fora de trabalho e aumentando significativa-

    mente com o acesso internet.

    O perfil do trabalhador tem mudado, exigindo dos profissionais o desen-

    volvimento de novos conhecimentos, habilidades e atitudes. Trabalhadores

    idosos tm sido cada vez mais percebidos no mercado de trabalho da mesmamaneira que a mudana de valores sociais abriram espao para a entrada das

    mulheres na fora de trabalho. Pessoas com deficincia tambm compem

    uma fora de trabalho cuja atuao regulada pela legislao.

    Urbanidade: qualidade doque urbano; civilidade. Fonte:

    http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.

    php?lingua=portugues-portugues&palavra=urbanidade.

    Para saber mais sobre asmudanas do perfil do

    trabalhador acesse:

    http://www.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/lei_cotas_2.asp

    e http://www.procon.sp.gov.br/categoria.asp?id=680

    Acesso em: 05 fev. 2012.

    No linkhttp://www.ufrgs.br/bioetica/eticprof.htm, acesso

    em: 17 maio 201,3 vocencontra reflexes sobre a tica

    profissional e suas relaessociais, propostas por Rosana

    Soibelmann Glock e Jos

    Roberto Goldim. Neste texto,so discutidos temas como atica da ao voluntria com

    uma perspectiva que vai faz-lopensar.

    Acesse os links:http://www.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/lei_cotas_2.asp

    e http://www.procon.sp.gov.br/categoria.asp?id=680

    Acesso em: 17 maio 2013. Econhea a legislao voltada

    para as pessoas com deficincia.Reflita sobre a atuao do

    tcnico em segurana dotrabalho para proporcionars pessoas com deficinciacondies adequadas parao desenvolvimento de suasfunes, nas organizaes.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 54

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    ResumoNesta aula, vimos que numa organizao h trs nveis nos quais se distri-

    buem os profissionais: estratgico (alta direo); ttico (gerncia); e opera-

    cional (demais funcionrios) e que a cada um cabem habilidades conceituais

    e tcnicas em mais ou menos intensidade. Vimos tambm que habilidades

    humanas so fundamentais para os profissionais nos trs nveis para garantirum ambiente saudvel no trabalho. A mudana na fora de trabalho das

    organizaes tem exigido dos profissionais o desenvolvimento de conheci-

    mentos, habilidades e atitudes

    Atividades de aprendizagem Faa uma avaliao sobre suas habilidades e verifique se voc tem mais

    habilidades conceituais do que tcnicas. Veja tambm se voc tem desen-

    volvido habilidades humanas de maneira a promover um relacionamento

    profissional que garanta um ambiente de trabalho saudvel com aquelesque o cercam.

    e-Tec BrasilAula 10 tica na administrao e gesto 55

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    e-Tec Brasil57

    Aula 11 Questes ticas envolvidasnos relacionamentosinterpessoais no trabalho

    Nesta aula, vamos discutir o processo de comunicao quepermeia as relaes interpessoais na organizao e os rudos

    que podem ocorrer.

    Inmeras aes promovem um ambiente de trabalho saudvel em que as

    pessoas se relacionam preservando o respeito ao prximo, adotando um

    comportamento tico em suas decises. No cotidiano da organizao, os

    relacionamentos entre as pessoas so fundamentais para que o ambiente

    saudvel de trabalho proporcione condies favorveis para a tomada de

    deciso. So as decises dos profissionais que garantem a imagem positivada organizao perante o mercado, fortalecendo o relacionamento com os

    consumidores ao longo do tempo como ao importante na conquista da

    sustentabilidade do negcio.

    11.1 O processo de comunicaoQuando estudamos o processo de comunicao, nos apresentado um con-

    ceito relacionado com o esquema que voc v nafigura 11.1.

    Figura 11.1: Componentes do processo de comunicao.Fonte: elaborada pela autora.

    A comunicao aparentemente muito simples: uma mensagem enviada

    por meio de um canal por um emissor para um receptor. Este d um retorno

    (feedback) sobre seu entendimento. O problema est nos rudos[...]ah! os

    rudosde comunicao!

    Feedback: retorno de informa-o ou, simplesmente retorno.

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    11.2 Rudos de comunicao e conflitosNa sequncia, voc vai conhecer algumas situaes na rea da comunicao

    que podem gerar conflitos: comunicao com consumidores de outras cul-

    turas; boatos; feedbacks para os membros da equipe. Observe as inmeras

    possibilidades de acontecerem no cotidiano das organizaes situaes que

    podem causar constrangimentos nos relacionamentos abrindo espao paracondutas imprprias, mesmo que sem inteno.

    A gesto da atuao dos profissionais no relacionamento com outras culturas

    papel da liderana da equipe, contudo, cada um dos seus integrantes pre-

    cisa ter bem definida a importncia de um comportamento adequado a este

    contexto. Montana e Charnov (2010, p. 453) apontam que a diferena de

    idioma o primeiro obstculo ainda que se contrate tradutores para apoio na

    comunicao. Grias e expresses locais do origem a situaes que precisam

    ser administradas para no se refletirem em conflitos.

    Veja os exemplos apresentados por Montana e Charnov (2010, p. 453):

    Nos EUA, a General Motors apresentava uma campanha de comu-

    nicao em que se referia qualidade do chassi de seus automveis

    com a expresso: Body by Fisher ou feito por Fisher em portu-

    gus. Esta mesma expresso na Holanda significa: Cadver feito por

    Fisher.

    Numa negociao, o norte americano props que as discusses fos-sem tabled ou adiadas em portugus. Para o ingls que estava

    na mesa de negociao, esta expresso significa exatamente o con-

    trrio, ou seja, trazer para discusso.

    Boatos so fontes inesgotveis de conflitos. Palavras mal utilizadas ou percep-

    es inadequadas das pessoas, falta de sigilo e predisposio em se propagar

    informaes no confirmadas, costumam causar situaes constrangedoras

    para todos. Voc j presenciou alguma situao delicada na organizao em

    que trabalha envolvendo boatos que levaram a situaes conflitantes? Comoesta situao ocorreu e como foi resolvida?

    Outra possibilidade de ocorrncia de conflitos face comunicao inadequa-

    da se d em funo do feedback(retorno) que os trabalhadores esperam de

    suas lideranas. O acompanhamento do desempenho dos funcionrios parte

    do princpio que critrios de avaliao foram estabelecidos previamente e

    comunicados aos funcionrios. Reunies defeedback(retorno) devem ser pe-

    Uma nova tica nosrelacionamentos interpessoais

    o ttulo do artigo escrito

    por Anderson Alberto Canfild,psiclogo do trabalho. Muito

    mais do que habilidade tcnica,a construo de relacionamentos

    no trabalho demanda umapercepo diferenciada sobre aspessoas. Leia e reflita sobre suas

    prprias habilidades. Acessehttp://www.leituracorporativa.

    com.br/open.php?pk=246&fk=83&id_

    ses=4&canal=23Acesso em: 17 maio 2013.

    Leia o artigo publicado no linkhttp://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/a-etica-do-networking/37375/,

    acesso em: 17 maio 2013e reflita sobre a tica do

    networking. Como administrarum relacionamento de troca

    cujas normas no so escritas,mas esto implcitas? A autora

    avisa Cuide de sua rede decontatos com tica, ou ser

    melhor no t-la. Reflitasobre a importncia de uma

    rede de contatos ativa para a

    organizao de eventos.

    Leia o artigo Reflexes sobreo relacionamento interpessoaldisponvel no linkhttp://www.

    administradores.com.br/informe-se/artigos/reflexoes-

    sobre-relacionamento-interpessoal/45725

    Acesso em: 17 maio 2013.Apesar de ser fundamental emnosso cotidiano, muitas vezes

    colocamos de lado nossas

    habilidades de relacionamentodevido carga de atividades quetemos. Reflita sobre o quantoisso prejudicial para voc e

    para as pessoas comquem voc se relaciona e

    de quem voc gosta.

    tica e Cidadaniae-Tec Brasil 58

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    ridicas entre a liderana e os liderados a fim de que os profissionais saibam

    como est sendo percebido seu desempenho, os pontos fortes e aquilo que

    precisa ser desenvolvido ou aprimorado. No processo defeedback a comu-

    nicao incentivada e os relacionamentos se consolidam aproximando as

    pessoas entre si.

    Quando isso no acontece, dvidas so levantadas pelos trabalhadores no

    somente em relao ao seu prprio desempenho, mas tambm em relao

    ateno que seus superiores do ao seu trabalho. Isto pode levar falta de

    motivao e comprometimento e, como consequncia, resultados negativos

    inesperados.

    ResumoNesta aula, vimos que o processo de comunicao pode apresentar rudos

    que abrem espao para situaes constrangedoras entre as pessoas, com-prometendo seu relacionamento interpessoal. Situaes como diferena de

    expresses idiomticas no so intencionais, mas podem comprometer rela-

    cionamentos de negcios. J os boatos ocorrem a partir de comportamen-

    tos inadequados. Os feedbacks, quando feitos corretamente pelas lideranas

    para os membros de suas equipes previnem situaes delicadas ao indicar a

    necessidade de desenvolvimento e aprimoramento de atitudes das pessoas

    no ambiente de trabalho.

    Atividades de aprendizagem Voc j se viu diante de uma situao como a que foi ilustrada na Figura

    11.2? Reflita sobre as consequncias para as pessoas envolvidas nesta si-

    tuao de rudos na comunicao. Faa uma relao daquilo que poderia

    ter sido feito para evitar esta situao e suas consequncias.

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    Aula 12 Adversidades no ambiente detrabalho e o papel da liderana

    Nesta aula, vamos discutir um tema que tem sido objeto demuitas discusses dentro e fora do ambiente de trabalho: o

    assdio mo