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LIVRO DO ALUNO E DO PROFESSOR: MANUAIS TÉCNICOS NO ENSINO PROFISSIONAL Joseane Abilio de Sousa Ferreira Vanderlucia Mamedo Bezerra Wojciech Andrzej Kulesza Universidade Federal da Paraíba/CNPq [email protected] [email protected] [email protected] Palavras-chave: livros didáticos, ensino profissional, instituições escolares 1. INTRODUÇÃO O trabalho propõe entender o papel dos manuais técnicos no ensino profissional ofertado pela Escola de Aprendizes Artífices da Paraíba (EAAPB), de 1910 a 1942. A pesquisa centra-se no estudo e análise dos livros e manuais técnicos, identificando a partir dos estudos realizados as possibilidades de uso, e assim analisarmos o livro em sua materialidade, suas formas de acesso, processo de seleção e suas contribuições diretas e indiretas na formação do trabalhador. Já algum tempo o livro didático vem sendo o próprio norteador do currículo, um material fundamental da educação, do ensino e das instituições escolares. Esse tão importante componente da vida escolar, é um objeto que caracteriza o ensino, permitindo interpretação tanto como recurso material como conteúdo específico. È importante destacar que os estudos sobre o livro didático no Brasil configuram um diversificado campo para pesquisas, posto que, tal iniciativa segue uma tendência internacional e está direcionado especificamente para materialidade dos livros. Com isso, tem se criado grandes acervos de livros escolares como é o caso dos projetos EMMANUELLE na França e MANES na Espanha no âmbito internacional e outros que têm os mesmos objetivos e são produzidos e utilizados no Brasil, onde podemos destacar o projeto LIVRES na Universidade de São Paulo. Com esse entendimento, pretendemos contribuir com as investigações e pesquisas sobre o livro didático, bem como, discutirmos os passos adotados para a oferta desse ensino elementar e do processo de formação dos artífices da EAAPB. O estudo se dará baseado na analise de documentos oficias como os relatórios do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, e ainda fazermos o levantamento e análise dos livros editados antes de 1950, que se encontram na biblioteca e no Arquivo do Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET/PB). Desse modo, é importante entendermos a história institucional da EAAPB dentro do contexto do ensino profissional, que segundo Carvalho (1989), o Brasil atravessava um período de mudanças expressivas nas esferas políticas, econômicas e sociais, considerando assim, a educação como instrumento motivador dessas mudanças que por meio da preparação de mão-de-obra, procurava atender às emergências da indústria que se instalava no país. Esse processo de transformação no campo do trabalho para relações

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LIVRO DO ALUNO E DO PROFESSOR: MANUAIS TÉCNICOS NO ENSINO PROFISSIONAL

Joseane Abilio de Sousa Ferreira Vanderlucia Mamedo Bezerra Wojciech Andrzej Kulesza

Universidade Federal da Paraíba/CNPq [email protected] [email protected]

[email protected] Palavras-chave: livros didáticos, ensino profissional, instituições escolares

1. INTRODUÇÃO

O trabalho propõe entender o papel dos manuais técnicos no ensino profissional ofertado pela Escola de Aprendizes Artífices da Paraíba (EAAPB), de 1910 a 1942. A pesquisa centra-se no estudo e análise dos livros e manuais técnicos, identificando a partir dos estudos realizados as possibilidades de uso, e assim analisarmos o livro em sua materialidade, suas formas de acesso, processo de seleção e suas contribuições diretas e indiretas na formação do trabalhador.

Já algum tempo o livro didático vem sendo o próprio norteador do currículo, um material fundamental da educação, do ensino e das instituições escolares. Esse tão importante componente da vida escolar, é um objeto que caracteriza o ensino, permitindo interpretação tanto como recurso material como conteúdo específico.

È importante destacar que os estudos sobre o livro didático no Brasil configuram um diversificado campo para pesquisas, posto que, tal iniciativa segue uma tendência internacional e está direcionado especificamente para materialidade dos livros. Com isso, tem se criado grandes acervos de livros escolares como é o caso dos projetos EMMANUELLE na França e MANES na Espanha no âmbito internacional e outros que têm os mesmos objetivos e são produzidos e utilizados no Brasil, onde podemos destacar o projeto LIVRES na Universidade de São Paulo.

Com esse entendimento, pretendemos contribuir com as investigações e pesquisas sobre o livro didático, bem como, discutirmos os passos adotados para a oferta desse ensino elementar e do processo de formação dos artífices da EAAPB. O estudo se dará baseado na analise de documentos oficias como os relatórios do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, e ainda fazermos o levantamento e análise dos livros editados antes de 1950, que se encontram na biblioteca e no Arquivo do Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET/PB).

Desse modo, é importante entendermos a história institucional da EAAPB dentro do contexto do ensino profissional, que segundo Carvalho (1989), o Brasil atravessava um período de mudanças expressivas nas esferas políticas, econômicas e sociais, considerando assim, a educação como instrumento motivador dessas mudanças que por meio da preparação de mão-de-obra, procurava atender às emergências da indústria que se instalava no país. Esse processo de transformação no campo do trabalho para relações

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capitalistas de produção deixa bem claro que era preciso que o governo se posicionasse frente às novas exigências da lei de mercado, que agora era ditada pelo capital. A idéia que urgia era de regenerar a “classe improdutiva” em camada popular disciplinada, produtiva e dócil para o trabalho industrial. Tal procedimento seria favorável para manter a ordem social e avançar com os processos de urbanização.

O Brasil vivia um momento favorável para o crescimento das escolas de Aprendizes Artífices, pois não havia local mais adequado para disseminar o ideário burguês do que pelo viés educacional. O ensino industrial, além da formação técnica, visava oferecer uma educação moral e cívica, de modo a garantir a transmissão dos valores e hábitos da moralidade social. Caracterizadas pelos princípios – assistencialista, disciplinar e regenerador - essas instituições escolares configuram um marco na história da educação profissional no Brasil.

Nesta perspectiva, entender as vertentes em que se processaram o ensino primário, significa perceber sua relevância para a educação profissional do Brasil no período republicano. Com isso, revelar a identidade histórica do ensino ofertado pelas EAAPB requer compreender sua realidade enquanto seus aspectos pedagógicos, estruturais, organizacionais e materiais e por fim, as intencionalidades e finalidades deste ensino.

Dessa forma, analisar a prática escolar, a estreita relação da escola com o mercado de trabalho, e especificamente, os livros e manuais técnicos adotados pela escola e utilizados pelos alunos e professores, bem como sua postura disciplinar e socializadora, significa caracterizar o ensino profissional de modo a compreender a dinâmica da escola a partir do que se é revelado através do registro dos livros didáticos, manuais técnicos e disciplinas ensinadas, como também, entender o conjunto dos fatores que o compõem enquanto instituição educativa.

Desse modo, nossa pesquisa centra-se no livro didático enquanto objeto de pesquisa, identificando os conteúdos por ele veiculados, suas características físicas bem como, sua utilização na formação do trabalhador. A pertinência desta pesquisa encontra-se nas contribuições capazes de recuperar a história institucional da escola, possibilitando uma reconstrução histórica do ensino profissional na Paraíba, e também no panorama geral do ensino profissional no Brasil.

2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESCOLA DE APRENDIZES ARTÍFICES

O início do século XX foi marcado por grandes avanços no setor industrial e um acelerado processo de urbanização. Nesses tempos o Brasil sofreu uma série de mudanças e alterações na sua conjuntura econômica, política e social. O governo defendia a idéia de que o país precisava avançar com o processo de industrialização e que só desse modo a nação se tornaria civilizada, fazendo valer a ordem e o progresso, e conseqüentemente, um rápido crescimento nas bases da indústria nacional.

De acordo com Fonseca (1997), um dos primeiros historiadores do ensino profissional no Brasil, o desenvolvimento da indústria implicaria a criação de estabelecimentos destinados ao ensino profissional, pois era preciso qualificar o povo para executar as tarefas, que agora, eram mais complexas e, portanto necessitavam de homens com conhecimentos especializados. Diante dos acontecimentos, cabia ao governo tomar providências para promoção do ensino profissional e, com isso, avançar no desenvolvimento do campo industrial. A primeira política nacional de educação profissional no Brasil aconteceu junto das novas instalações industriais que apontavam para um novo tempo marcado pelo o paradigma do progresso, que estava se inserindo na sociedade brasileira.

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Nesta perspectiva, o propósito de investir na preparação para o trabalho industrial e num ensino profissional que oferecesse uma formação qualificada, seria um grande passo para o desenvolvimento da indústria nacional. A implementação dessas instituições escolares no Brasil representou um espaço apropriado para ofertar a formação de mão-de-obra especializada para a classe pobre, atendendo as demandas locais para a expansão industrial e crescimento do capital, constituindo assim, num discurso que tinha a escola como um mecanismo de ascensão social para os filhos dos proletários.

Com o decreto de nº. 7.566 de 23 de setembro de 1909, foi institucionalizado no Brasil o ensino profissional, com a criação da Escola de Aprendizes Artífices. Diante do progresso de industrialização que emergia em todo o país, foram implantadas dezenove escolas que foram distribuídas entre as capitais brasileiras.

Em 05 de janeiro de 1910, foi instalada a primeira Escola de Aprendizes Artífices da Paraíba começando a funcionar 40 dias depois com 33 alunos, e em maio do mesmo ano este número foi ampliado para 134 alunos. No início sua sede funcionava na ala do quartel da Força Policial, que fora concedido pelo o governo do Estado. A escola permaneceu durante 19 anos no mesmo local, mudando-se em 1929 para edifício próprio na Rua das Trincheiras. Passaram pela direção da EAAPB nesse período: Miguel de Medeiros Raposo (1909-1920), Eugênio Gomes Outeiro (1921-1922) e João Rodrigues Coriolano de Medeiros (1922-1940). O surgimento dessas instituições visava propiciar ao povo um ensino profissional destinado a formar para o trabalho, a qualificar mão-de-obra para trabalhar nas indústrias. A sociedade vivia um momento de reordenamento social, onde eram exigidos padrões e modelos para que o homem pobre pudesse se adequar aos moldes da vida urbana. Estando a serviço do Estado, atendendo às exigências e normas de uma formação moral e, ainda tendo como propósito disseminar os valores burgueses, as Escolas de Aprendizes Artífices trabalhavam sob a perspectiva de formação e de moralização dos “homens pobres desvalidos”. O próprio decreto nº. 7.566 é claro a respeito dessa intenção:

considerando: que o aumento constante da população das cidades exige que se facilite ás classes proletárias os meios de vencer as dificuldades sempre crescentes da luta pela existência; que para isso se torna necessário não só habilitar os filhos dos desfavorecidos da fortuna com o indispensável preparo técnico e intelectual, como fazê-lo adquirir hábitos de trabalho profícuo, que os afastará da ociosidade, escola do vício e do crime, que é um dos primeiros deveres do Governo da República formar cidadãos úteis à nação.

Considerando essa política de formação do trabalhador como uma iniciativa

urgente e necessária ao país, onde o cidadão tem a oportunidade de ser capacitado e produtivo, surgem os seguintes questionamentos: quais foram às práticas de ensino envolvidas naqueles cursos industriais e em cada oficio, os seus componentes curriculares, o projeto pedagógico com suas disciplinas e ainda, os conhecimentos e saberes desejáveis para construir o perfil de trabalhador almejado à época. Desse modo, se faz pertinente estudar como se dava o processo de formação, o número de entrada e saída dos alunos na escola, o tempo gasto para se formar, quantos se formaram, para melhor compreender o perfil da escola, bem como, a mediação que a escola realizava entre a sociedade e os sujeitos em formação.

Agora iremos apresentar tabelas que mostram o total de alunos matriculados, a relação entre os anos de duração dos cursos e o tempo necessário para conclusão, bem

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como, faremos uma comparação dos dados a luz de uma nova fonte, a saber, o livro de Registros de Certificados (encontrada no arquivo da escola e ilustrada abaixo), com os dados explanados por Cunha em seu clássico trabalho (2005).

Tabela 1 - ALUNOS MATRICULADOS NA EAAPB

Fonte: Medeiros (1940)

A Tabela 1 mostra os alunos matriculados na EAAPB, em todos os ofícios e séries, nos primeiros trinta anos de seu funcionamento, conforme relatório de seu Diretor, Coriolano de Medeiros, datado de 1940. Os dados diferem (133 matrículas no total) das tabelas elaboradas por Cunha em seu clássico trabalho (2005), com base em diversas fontes, provavelmente, porque registram a matrícula inicial e não a freqüência efetiva do aluno à Escola. De qualquer maneira, os dados mostram o crescimento da procura pela Escola ao longo do tempo, estabilizando-se ao final do período por ter alcançado seu limite máximo de atendimento.

ANO MATRÍCULAS 1910 143 1911 134 1912 181 1913 201 1914 185 1915 200 1916 175 1917 163 1918 126 1919 147 1920 164 1921 178 1922 232 1923 314 1924 370 1925 336 1926 360 1927 368 1928 445 1929 379 1930 365 1931 452 1932 513 1933 549 1934 595 1935 400 1936 353 1937 400 1938 400 1939 400

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Desse grande contingente de alunos, ainda segundo o relatório citado, concluíram o curso apenas setenta alunos nesse período de trinta anos. Como mostram os dados recolhidos por Cunha, essa baixa taxa de conclusão é uma constante nas diversas escolas de aprendizes do país e, segundo esse autor, teriam ainda tido uma “sensível diminuição” no período (Cunha, 2005:109). Como esse autor utiliza explicitamente dados referentes à escola de aprendizes da Paraíba, consideramos importante retomarmos aqui a discussão dessas estatísticas a luz de uma nova fonte encontrada no arquivo da Escola, a saber, o livro de Registros de Certificados, do qual a Figura 1 exibe uma página ilustrativa.

Figura 1

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Para a construção da Tabela 2, calculamos os anos necessários pelos aprendizes para obter os certificados, descontados os meses de janeiro, e às vezes fevereiro, ao final dos quais eles ingressavam na Escola, bem como o mês de férias de dezembro (com a finalidade de arredondar os dados, para os sete concluintes que ingressaram no meio do ano, de 15 a 30 de junho, consideramos que eles ingressaram em fevereiro do respectivo ano). Dos setenta diplomados no período, obtivemos a data de sua primeira matrícula de sessenta e um aprendizes, os quais demoraram seis anos, em média, para concluir o curso. Como mostra a tabela, encontramos uma distribuição bastante uniforme entre os ofícios, apesar de que os alfaiates demoraram um pouco menos e os marceneiros um pouco mais para se formar.

OFÍCIOS

ANOS ALFAIAT. SERRALH. MARCEN. ENCADER. SAPATAR.

1915 3, 4, 6 1917 5 7, 6, 8 1919 8, 6 1920 4, 5, 5 8 1921 5 6 7 1922 4 1923 5 1924 4 1926 6, 4 4, 4, 4, 5, 7,7 5 8 1929 4, 7, 8 4, 7 1930 8 7 1931 6 4, 5 1932 7 5, 5 1933 4, 6 7, 6, 8 1935 8, 6 1937 5, 7, 8 1938 7, 7, 9, 5 6, 7, 7, 7, 7 TOTAL 15 27 12 6 1

Tabela 2 - DISTRIBUIÇÃO DOS ANOS NECESSÁRIOS PARA SE FORMAR

NA EAAPB POR OFÍCIO E ANO Fonte: Livro de Registro de Certificados da EAAPB

Apesar de que os cursos das escolas de aprendizes artífices passaram a ter duração de seis anos somente a partir de 1920, a média de seis anos para se formar é dominante em todo o período. Por outro lado, esses dados invalidam totalmente as hipóteses assumidas por Cunha na construção da Tabela 2.19 do seu trabalho anteriormente citado (2005:109), especialmente na definição das coortes estudadas. Deste modo, nada podemos concluir, a partir dos dados, sobre o comportamento da taxa de conclusões ao longo do período, se aumentou ou diminuiu. Muito menos concluir, como faz o autor, que “fracassaram as providências tomadas, a partir de 1920, pelo Serviço de Remodelação Profissional Técnico, no sentido de manter os aprendizes nas escolas até sua diplomação” (Idem:110). A nosso ver, o acréscimo de dois anos complementares em 1920, mais do estender a formação dos alunos para evitar o fracasso escolar, serviu muito mais para legalizar a permanência de alguns alunos

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Figura 2 – DURAÇÃO DE CURSO NA EAAPB PARA OS CONCLUINTES

trabalhando nas oficinas, servindo até mesmo de contra-mestres, uma vez que a reprovação dos alunos se dava primordialmente no curso primário básico e não nas oficinas como se pode inferir do relatório anteriormente citado. Nele, seu diretor, apresenta os resultados de uma enquete que fez entre os professores da escola em 1939. Para os professores “do curso primário e do desenho” ele propôs o seguinte tema: “Dizer, valendo-se da observação e da experiência, porque é pequena a percentagem de alunos cujo aproveitamento lhes permite acesso às classe superiores”, enquanto que para os professores das oficinas ele perguntou: “Que aconselhais aos vossos alunos para que se tornem bons operários e cidadãos dignos?” (Medeiros, 1940:14). O experiente diretor, cuja antiguidade ele faz questão de expressar ao final de seu relatório ao afirmar que, “Para ela entramos, confiante nuns restos de mocidade; nela sentimos alvejarem as

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primeiras cãs; nela, sem desfalecimento, vingamos os primeiros socalcos da velhice!”, sabia muito bem onde ficavam os gargalos que barravam o fluxo dos alunos. 3. MATERIAIS DIDÁTICOS NA EAAPB: MANUAIS TÉCNICOS NA FORMAÇÃO DO TRABALHADOR

As escolas de aprendizes artífices estavam vinculadas ao planejamento social e

econômico da sociedade e, ainda, eram uma das mais eficientes formas do governo ganhar forças e garantir retorno ao capital. O discurso era bem claro quando dizia: “Fundai instituições para diminuir a marginalidade e combater o analfabetismo” buscava-se formar homens utilizáveis para o trabalho e dóceis ao controle social. Com isso, seria a Escola de Aprendizes Artífices que deveria dar condições para ganhar a vida, bem como, garantir uma profissão.

O século XIX e XX foi marcado por uma política de educação para os pobres, ou melhor, para “os pobres jovens desvalidos” que estavam marginalizados. A grande questão era retirar os jovens dos vagões das ruas e adequá-los aos estreitos corredores das fábricas.

Diante disso, torna-se premente repensar o papel dessas instituições organizadas pela elite burguesa e oferecidas para a classe pobre. Eram realidades diferentes que se encontravam para determinar e legitimar relações de poder, e assim, reforçavam o problema das desigualdades sociais. Com isso, considerando as normas e práticas exercidas na escola naquela época, não podemos analisar este contexto de mudanças sem considerar o conjunto de culturas e histórias diversificadas que adentravam a escola. Posto que, cultura escolar é entendida por Dominique Julia (1993), como:

Um conjunto de normas que definem os saberes a serem ensinados e de normas a serem inculcadas e um conjunto de práticas que permitem a transmissão destes saberes e a incorporação desses comportamentos, normas e práticas ordenadas de acordo com finalidades que podem variar segundo as épocas (religiosas, sociopolíticas ou simplesmente de socialização). (apud BITTENCOURT, 2003, p. 15).

As criações e os conflitos internos das instituições técnicas revelavam a realidade vivida por alunos e professores, determinando historicamente finalidades e comportamentos. Desse modo, entender que a escola ao estabelecer relações com o exterior, com a cultura e a sociedade, permitia maior aproximação da esfera econômica que regia e centralizava o controle do ensino profissional no Brasil. Tal envolvimento direto da escola com os interesses econômicos, mais uma vez reforçava a necessidade de se manter cursos profissionalizantes.

Nesta perspectiva, através deste perfil da escola, dos cursos oferecidos (analisando duração e tempo de conclusão), discutidos nas tabelas acima, das disciplinas ministradas, das coleções adotadas (listadas logo abaixo), e especialmente, dos livros didáticos utilizados por alunos e professores (verificando seu uso, sua materialidade), é que podemos levantar dados sobre o contexto vivido pela escola e, os diferentes sujeitos que atuaram na elaboração desse espaço escolar formador de identidades.

O Serviço de Remodelação introduziu um parte comum a todos os ofícios com a duração de 2 anos onde, além do desenho e das disciplinas do ensino primário, a matéria denominada trabalhos manuais era ministrada como preparação para as oficinas. Referente ao tempo de duração das oficinas e às disciplinas adotadas, ficou determinado de acordo com o Relatório do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio a seguinte exigência nos artigos 4° e 5°:

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Art. 4°. O regime das escolas será o de externato e o aprendizado das officinas durará quatro annos. Paragrapho unico. O aprendiz que não concluir o curso nesse lapso de tempo poderá ainda permanecer na escola por prazo não excedente de dois annos. Art. 5°. O anno escolar abrangerá o espaço de dez mezes e os trabalhos de officinas e manuaes não poderão exceder de quatro horas por dia para os alumnos dos 1° e 2° annos e de seis para os dos 3° e 4°. Paragrapho unico. O director, de accôrdo com os professores e mestres de officinas e tendo em vista as condições climatericas do logar em que funccionar a escola, marcará o anno lectivo e organizará o horário das aulas e officinas, submettendo o seu acto á approvação do director geral de Industria e Commercio. I. Os cursos primário e de desenho abrangerão as seguintes disciplinas: portuguez, arithmetica, geometria, pratica, lições de cousas, desenho e trabalhos manuaes, calligraphia, gymnastica e canto coral, chorographia e historia do Brasil, instrução moral e civica, elementos de álgebra, noções de trigonometria, rudimentos de physica chimica, desenho industrial e technologia de cada officio.(Brasil, 1926, p.246).

A obrigatoriedade ou condições exigidas para estas disciplinas e o período

determinado para conclusão de cada oficina, bem como, a exigência de permanência dos alunos nos cursos e definições dos horários das oficinas, eram articulados e controlados pelo Ministério, que, portanto, adotava uma política nacional para o ensino profissional técnico. Ou seja, aplicável a toda escola técnica sob as mesmas determinações, ficando definido que o ensino seria prático e teórico, com aulas de duração de 50 minutos ou mais e, quanto à questão da organização do horário das aulas, no curso primário seria dada pela manhã, nos três primeiros anos e, as de desenho e trabalhos manuais à tarde. Quanto ao processo de aquisição de materiais didáticos como: livros, cadernos, artigos de expedientes e desenho, como também, matéria prima para as oficinas, etc., para a EAAPB, segundo o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio foram efetuadas compras e:

Foram impressos mais de 750 exemplares de cada um dos cadernos de desenho n° 1, para o primeiro semestre, e n° 2, para o segundo do primeiro anno do curso elementar, organizados em 1924. Taes cadernos, acompanhados das necessarias instrucções, foram distribuídas a todas as Escolas. (Brasil, 1925, p. 504).

E ainda foram distribuídas entre as escolas de:

(...) Natal, Parahyba, Recife, Bahia, bello Horizonte, Campos, São Paulo e Florianópolis pequenos aparelhos e drogas, que constituem os gabinetes de physica, do Dr. Hitor Lyra da Silva e de Chimica do Dr. Barbosa de Oliveira, adquiridos em 1924 pelo Serviço de Remodelação. (Brasil, 1925, p. 504).

Logo em seguida, foram feitas análises sobre esses livros didáticos adotados pelas Escolas de Aprendizes Artífices, por uma comissão formada por profissionais que iriam selecionar e comunicar a todas as escolas aqueles livros que deveriam ter

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preferência. Agora, sob o controle da comissão, a deliberação para adoção dos compêndios era analisada de acordo com aspectos pedagógicos e econômicos e, ainda, foi levantado pela comissão a publicação de editais identificando “cada materia do programma das escolas, quais os requisitos a serem prenchidos pelas obras que pretenderem adopção definitiva.” (p.505, ano, 1925). Chegou-se a realizar verdadeiros concursos para seleção dos livros, e com aprovação do parecer, foi comunicado aos diretores das Escolas que antes da adoção dos livros didáticos examinassem os que constavam na relação do parecer, posto que, estes deveriam ser priorizados. Ainda sobre a compra de materiais escolares, foram distribuídos, agora, segundo o que constava na referida relação, pelas Escolas de Manaus, São Luiz, Natal, Paraíba, Recife, São Paulo, Curitiba e Florianópolis, “uma serie de quadros, hymmarios, mappas, cadernos e outros livros didacticos para o ensino intuitivo das disciplinas do curso elementar”. (p.505, ano, 1925). Com o programa de Serviço de Remodelação ocorreram diversas modificações na política do ensino profissional técnico, pois era o desenvolvimento da produção industrial das oficinas escolares um dos seus principais objetivos. Dentre as mudanças ocasionadas, relacionadas aos livros didáticos adquiridos e distribuídos, o Relatório do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, registra:

(...) 250 exemplares do livro<< Instrução Moral e Cívica>>, de Araújo Castro: 300 exemplares da<< História Natural>>, de Waldomiro Potsch; 200 exemplares da << Geometria>>, de Heitor Lyra, e << Arithmetica Pratica>>, de Ruy de Lima e Silva. Remetteram-se, também, numerosos livros, revistas e jornaes scientificos e technologicos, destinados ás bibliothecas escolares, adquiridos por compras ou assignatura. (Brasil, 1925, p.505).

Era nos manuais técnicos que estava presente o pensamento da classe dominante

e os saberes necessários a serem inculcados, os livros eram identificados como grandes formadores de condutas e forte aliados para perpetuar a ideologia oficial. Desse modo, a burguesia veiculada aos livros e outros materiais escolares denunciava e transmitia os saberes convenientes com seus objetivos aos jovens estudantes.

Em 1932, o ensino profissional técnico deixou de pertencer ao Ministério da Agricultura, passando agora a assumir a responsabilidade, o da Educação, que deveria se atentar para preocupações de reformas, referentes à formação da nacionalidade, as questões orçamentárias das escolas, e uma atenção maior a proposta da obra construtiva do governo provisório. Uma vez que, entendemos que o setor industrial dependia diretamente dos saberes produzidos na educação profissional, um trecho das considerações do Inspetor do Ensino Profissional Técnico, reproduzido pelo relatório do então Ministro da Educação e Saúde, acentuava que:

“Penso, Sr. Ministro, que na hora presente, de reconstrução nacional, a solução de tão importante objeto não poderá mais ser procrastinada, antes, pelo contrário, urge ser encarada com energia e sabedoria. Hoje, que cada cidadão vale o que produz, não é possível que a educação industrial continue a marchar a passos tardos”. (Brasil, 1932, p.69).

Com isso, através dos materiais didáticos podemos fazer uma leitura da escola identificando como ocorria o processo de seleção e inserção na formação técnica, a finalidade do ensino primário, como também, seu cotidiano, sua prática escolar. E

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ainda, entendermos a relação que a sociedade mantinha com a Escola no sentido de exigência do tipo de trabalhador, do setor de maior demanda e qual o perfil de trabalhador que a sociedade precisava.

A relação era simples - a sociedade exigia e determinava, a escola executava e devolvia o aluno formado – e dessa maneira, permaneciam vínculos que determinavam o que deveria ser ensinado e o perfil de trabalhador que se pretendia formar na época. Nesse sentido, ao analisarmos a prática escolar em seu cotidiano, o estabelecimento de certas disciplinas e ofícios, facilitou-nos compreender a concepção de ensino profissional no contexto em que a Escola estava inserida. Apresentamos abaixo, num quadro geral, o acervo das coleções do Arquivo do CEFET-PB, os títulos, autores, ano e edição de manuais técnicos adotados pela EAAPB. É sobre este acervo que nos debruçaremos em nossas pesquisas posteriores pra encontrar indícios da prática pedagógica do ensino técnico realizada na Escola.

Quadro do Acervo das coleções do Arquivo do CEFET- PB

COLEÇÃO TÍTULO AUTOR ANO EDIÇÃO Ciências – Artes e ofícios

Torneado de Madera

Samuel Brailovsky

1942

// Enchapado de maderas diversas

Eduward W. Hobbs

1945 2ª

Artes e Ofícios

Cubagem de madeiras – roliças e quadradas

Alfredo Carvalho

1944

// Manual do tipógrafo

Raloh W. Polk, Martins Martz e Antônio Sandré C. Cardoso

1948

// Solda Elétrica e Oxi- Acetilênica

Orlando Frankel 1945

Biblioteca de Instrução Profissional

Elementos de modelação de ornato e figura

Thomaz Bordallo Pinheiro

// Manual do fabricante de tecidos

Livraria Ailland e Bertrand e Livraria Francisco Alves

// Encanamentos e Salubridade das habitações

João Emílio dos Santos Segurado

1940 3ª

// Acabamento das Construções: estoques, pinturas, etc.

João Emílio dos Santos Segurado

1940 3ª

Biblioteca do Ensino

Artes Gráficas-

Antom Dakitsch 1940

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Industrial Curso de Encadernação- Guia do Professor

// Tornearia Humann C. Industrial

1954 2ª

// Artes Gráficas - Curso de Encadernação

Ministério da Educação e Saúde/Comissão Brasileiro-Americana de Educação Industrial- (CABI)

1940

// Artes Gráficas- Curso de Encadernação- Guia do Professor

Comissão Brasileiro-Americano de Educação Industrial (CABI), Ministério de Educação e Saúde – Education division- The institute of Inter - American Affairs e Francisco Montojos

1940

Artes e Ofícios Manual da Solda Elétrica

H. A. Buzzoni 1946

// Manual de fiação de algodão

Silvio Obaldo Ribeiro

1945

Manuais Técnicos

Manual do torneiro

J. C. Louvet, Hermes P. C. Vidal e H. A. Buzzoni

1947 2ª

// Manual de fundição

J. Cregorich Chistiensen e Alfredo de Carvalho

1947

// Solda autógena

H. A. Buzzoni 3ª

// Dicionário de Terme técnicos inglês-português

H. A. Buzzoni

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// Manual do Marceneiro

Herman Hjarth M. S. e Luis Leony Delpy

1948

Biblioteca de Educação

A escola ativa e os trabalhos manuais

Corinto da Fonseca

1929 2ª

Trabalhos manuais

Empalhação e estofaria (adaptação do inglês)

Henrique Braga 1926

Referências Bibliográficas

BATISTA, Antônio Augusto Gomes; GALVÃO, Ana Maria de Oliveira e KLINKE, Karina. Livros escolares de leitura: uma morfologia (1866 – 1956). Revista Brasileira de Educação, n. 20, 2002. BEZERRA, Vanderlucia Mamedo. Leituras e representações da Escola de Aprendizes Artífices da Paraíba (1909-1942). Relatório Final. João Pessoa: PIBIC/CNPq, 2007. mimeo. BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004. Coleção docência em formação. Série: ensino fundamental. ______. Livro didático e conhecimento histórico: uma história do saber escolar. (Tese de doutorado em história social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, SP, 1993. BRASIL. Relatório do Ministro da Agricultura, Indústria e Comércio, 1925. Disponível em http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/hartness/minopen.html. Acesso em 24 de junho de 2008. ______. Relatório do Ministro da Agricultura, Indústria e Comércio, 1926. Disponível em http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/hartness/minopen.html. Acesso em 24 de junho de 2008. ______. Relatório do Ministro da Educação e Saúde, 1932. Disponível em http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/hartness/minopen.html. Acesso em 24 de junho de 2008. CHARTIER, Roger. O mundo como representação. Estudos Avançados, v.5, n.1, 1991. CHERVEL, André. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria e Educação, Porto Alegre, nº. 02, p. 177-229, 1990. CORRÊIA, Rosa Lydia Teixeira. O livro escolar como fonte de pesquisa em História da Educação. Cadernos Cedes. ano 20 n. 52, p. 11-24, nov. 2000. CUNHA, Luiz Antonio. As escolas de aprendizes artífices. In: O Ensino de Ofícios nos Primórdios da Industrialização. São Paulo: Editora UNESP, Brasília: Flacso, 2000. ______, Luiz Antônio. O ensino de ofícios nos primórdios da industrialização. 2ª. Ed. São Paulo: UNESP; Brasília: FLACSO, 2005. FONSECA, Celso Suckow da. Historia do ensino industrial no Brasil. 2v. Rio de Janeiro: ETEF, 1962. LE GOFF, Jacques. História e memória. 4. ed. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1996. KULESZA, Wojciech Andrzej. Materiais didáticos no ensino primário e normal da Paraíba

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TANURI, Leonor Maria. História da formação de professores. Revista Brasileira de Educação, n.14, 2000. MUNAKATA, Kazumi. Investigações acerca dos livros escolares no Brasil: das idéias à materialidade. Memoria del VI Congreso Iberoamericano de Historia de la

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