livro de rute

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Livro de RuteOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

Julius Schnorr von Carolsfeld: Rute e Boaz, 1828

O livro de Rute, na Bblia Grega e Latina, um dos livros histricos do antigo testamento da Bblia vem depois do Livro dos Juzes e antes de I Samuel.[1][2], enquanto que na Bblia Hebraica se situa entre os "Ketubim" ou Escritos[3]. Possui 4 captulos onde narrada uma histria situada no perodo dos Juzes de Israel. O momento histrico exato no se conhece; todavia, Josefo, historiador judeu, opina que Rute do tempo do sacerdote Eli (Antig. 5,9,1). Este livro da Bblia deriva seu nome de um dos seus personagens principais, Rute (cujo nome significa "amizade"), a moabita. A narrativa mostra como Rute se tornou uma ancestral de Davi por meio do casamento de cunhado com Boaz, em favor de sua sogra, Noemi. O apreo, a lealdade e a confiana emYHVH que Boaz, Noemi e Rute demonstraram permeiam o relato. Rute 1:8, 9, 16, 17; 2:4, 10-13, 19, 20; 3:9-13; 4:10. Excetuando-se a lista genealgica (Rute 4:18-22), os eventos relatados no livro de Rute abrangem um perodo de cerca de 11 anos no tempo dos juzes, embora no se declare exatamente quando ocorreram. Rute 1:1, 4, 22; 2:23; 4:13. A tradio judaica atribui a Samuel a escrita deste livro, e isto no discordaria da evidncia interna. O fato de que o relato conclui com a genealogia de Davi sugere que o escritor estava a par do propsito de Deus com respeito a Davi. Isto se ajustaria a Samuel, pois foi ele quem ungiu a Davi para ser rei. Por isso, teria sido tambm apropriado que Samuel fizesse um registro dos ancestrais de Davi (I Samuel 16:1, 13). Por outro lado a Edio Pastoral da Bblia indica que o livro foi escrito em Jud, depois do Exlio na Babilnia, na metade do sc. V AC[4]. A historicidade do livro de Rute fica confirmada pela genealogia de Jesus Cristo, apresentada por Mateus, a qual alista Boaz, Rute e Obed na linhagem de ascendentes. (Evangelho segundo Mateus1:5; compare com Ru 4:18-22; II Crnicas 2:5, 9-15.) Ademais, inconcebvel que um escritor hebreu tivesse inventado deliberadamente um ancestral materno estrangeiro para Davi, o primeiro rei da linhagem real de Jud. O registro histrico fornece matria de fundo que ilustra e esclarece outras partes da Bblia. Apresenta-se de forma vvida a aplicao das leis referentes respiga (Levtico 19:9, 10; Deuteronmio24:19-22; Rute 2:1, 3, 7, 15-17, 23) e ao casamento de cunhado. (De 25:510; Ru 3:7-13; 4:1-13) H evidncia da orientao de Jeov na preservao da linhagem que levava ao Messias, bem como na escolha dos indivduos para essa linhagem. s mulheres israelitas casadas com um homem da tribo de Jud apresentava-se a possvel perspectiva de contribuir para a linhagem terrestre do Messias (Gnesis 49:10).

Tambm merece destaque o fato da protagonista do livro ser uma estrangeira, e isso mostra que a salvao no tem fronteiras, e que o amor de Deus no nacionalista, nem exclusivista[4].

Referncias

1. 2. 3. 4.[editar]Ver

Echegary, J. Gonzlez et ali. A Bblia e seu contexto (em portugus). 2 ed. So Paulo: Edies Ave Maria,

2000. 1133 p. 2 vol. ISBN 978-85-276-0347-8 Pearlman, Myer. Atravs da Bblia: Livro por Livro (em portugus). 23 ed. So Paulo: Editora Vida, 2006. 439

p. ISBN 978-85-7367-134-6 Traduo Ecumnica da Bblia, Ed. Loyola, So Paulo, 1994, p 1.285 a b Rute, acessado em 27 de julho de 2010

tambm

Eva, Sara (Bblia), Rebeca, Lia, Bila, Raquel, Miri, Dbora (juza), Rute, Ana, Abisag, Judite, Ester, Abigail (Bblia), Agar, BateSeba, Din, Lea, Mical, Tamar, Zpora, Azenate, Zilpa, Joquebede, Hel,Naar, Aino, Maaca, Zeruia, Egl, Quzia, Ada, Besemate. Genealogia de Ado at Davi segundo a Bblia Ado at Quena Enoqu Matusal Lamequ Ado Sete Enos Mahalalel Jarede No Sem Sem n e m e Arpachad Arpacha Pelegu Serugu Isaa Sel ber Re Nahor Ter Abrao Jac e at Jac de e e c Jud at Pere Ezro Aminada Naaso Salmo Jess Dav Jud Aram Boaz Obed Davi z n be m m i

SEGUNDA PARTE

O livro de Rute e a sua relao com a histria de Israel e doAntigo Oriente Mdio

Data

(1) O acontecimento narrado: O livro de Rute narra uma histriado tempo dos juzes, antes de se instalar a monarquia em Israel. Essa histria era to querida e to importante para a formao do povo bblico que ela foi guardada e transmitida, oralmente, por vrios sculos, at se tornar um documento escrito e includono livro sagrado de Israel.

(2) A editorao da histria: A publicao escrita do livro de Rutedeu-se aps o perodo de Esdras. sabido que nesse perodo, Esdras editou a Tora, o ensino divino (o Pentateuco) e deu muitanfase ao cumprimento de suas palavras. Todavia, o povo procurava cumprir as formalidades externas da lei, sem procurar relacion-la vida humana e suas

carncias bsicas, a saber, oamor, a bondade, a compaixo. Foi nesse momento que o povo crente fez uso da histria de Rute, para mostrar s pessoas que o amor mais importante que a letra da lei.

(3) A canonizao como texto sagrado: Foi no perodo ps-exlico que o povo fiel decidiu a separar e tratar essa histria como uma"palavra inspirada de Deus". O critrio de escolha dos livros sagrados, por parte da comunidade de crentes, baseou-se nainspirao divina, e nunca na beleza esttica e literria dacomposio.

Questes para pensar:

1.

Por que a histria de Rute levou tanto tempo para ser escrita? Ser que o povo que guardou e

transmitiu ahistria de Rute e Noemi era analfabeto? No perodo 1000,antes de Cristo, o papiro ainda no era usado? Para que finalidade a histria de Rute e Noemi foi usada: para o entretenimento das famlias e do povo? Para o prazer deuma boa leitura? Para a busca de informaes sobre a vidae cultura do povo israelita no perodo anterior monarquia? Como uma histria significativa e instrutiva para o povo? Como um constante testemunho para as geraes do presente e do futuro?

2.

Por que no guardamos e transmitimos o testemunho demulheres e homens de nossa igreja local?

Lugar

A histria, contada pelo livro de Rute, transcorre em dois lugares: as regies montanhosas de Moab (na Transjordnia) ede Belm (em Jud). Alguns detalhes dessa histria so valiosas para a reflexo:

1. 2. 3.

Rute e Orfa eram moabitas, isto , estrangeiras, enquanto que Noemi, Elimeque e os filhos Malom e

Quilion eram israelitas. Tanto em Moab como Belm no possuam templo, rei e sacerdote. Isso

uma prova que a histria de Rute dotempo dos juzes (1200-1030 a.C.). O livro mostra que a vida no estava fcil para a populaode Jud. Havia fome entre as famlias

que viviam na periferiados centros de produo agrcola (Rt 1.1). Apesar das dificuldades, a famlia de Noemi Elimeque (esposo), Malom e Quiliom (filhos) - no perderam a f e a esperana em Jav.

(4) Belm uma cidade situada sobre as montanhas a dez quilmetros de Jerusalm, ao sul do territrio de Cana (mais tarde denominada Terra de Israel). Belm uma cidadeimportante para a histria bblica. terra natal de Davi e deJesus, e onde Gn 35.16-20 menciona estar o tmulo de Raquel. Quanto Moab, trata-se de uma regio montanhosa localizadaao leste do Mar Morto, por onde Moiss passou antes de atingir o Monte Nebo e entrar em Cana. O povo de Moab eraaparentado com os israelitas, mas sempre considerados estrangeiros.

Questes para pensar:

1.

Por que o cenrio da histria de Rute e Noemi to negativo: fome, semi-deserto, morte

e amargura? Ser quea periferia dos espaos preferidos para Deus agir? Ser que a periferia um dos cenrios preferidos da Bblia parafazer nascer a esperana?

2.

Pensar que o povo de Israel nasceu no deserto, isto , naperiferia da terra de Cana; Pensar que

Jesus nasceu naestrebaria, isto , periferia da cidade de Belm, e que o ministrio de Jesus tambm teve incio no deserto, periferiade Jud.

3.

Apesar das dificuldades prprias da vida na periferia, aBblia quer valorizar e aprofundar o sentido

da vida em famlia.

Os motivos que levaram a histria de Rute ser guardada namemria do povo israelita, transmitida e, finalmente, editada naBblia

Motivos estticos

O seu livro foi escrito numa forma de novela, certamente, paraatrair mais a ateno dos ouvintes e leitores. Esteticamente uma leitura agradvel e prazerosa. A histria possui um enredo principal (a trajetria da moabita Rute at se tornar parte dagenealogia de Davi e Jesus). Todavia, a histria no dispensa os elementos secundrios, pois eles ajudam a compor o belo e charmoso conjunto literrio. Por ser uma narrativa perfeita, muitos novelistas, teatrlogos e produtores de cinema tomaram e projetaram a histria de Rute como tema.

Tambm no passava, pela cabea do povo bblico, tomar as pequenas histrias, como a de Rute, com a inteno deentretenimento e lazer. Parodiando o profeta Jeremias, o povo no cavava poo onde no havia gua (Jr 2.13).

**Observao:** o autor ou autora no se preocupou, basicamente, com a beleza literria de seu livro.

Motivos histricos:

Os historiadores modernos no levam a srio a veracidadedessa histria. Todavia, preciso levar em conta algunsdetalhes importantes para o estudo do livro:

Primeiro, os historiadores modernos descrevem a histriaatravs do critrio da factualidade, isto , do ocorrido, do fatoacontecido.

Segundo, o povo bblico tinha um outro jeito de descrever um fato histrico. A Bblia conta a histria atravs de

1. 2. 3.

novelas (como o livro de Rute), fbula (como a de Joato, Jz 9.7-15), contos (como o de Jos, em Gn 37-47).

4.

saga herica (como a de Moiss, narrada pelos livros xodo e Deuteronmio).

Terceiro, os historiadores e historiadoras da Bblia mostram umaforma alternativa de narrar a histria: eles/as contam a histriapriorizando a mo de Deus, intervindo nos acontecimentos. O ceticismo, s vezes, e o constante interesse pela anlise cientfica dos fatos acontecidos, colaboram para que os/as historiadores/as modernos/as optem por este critrio.

**Observao:** A Bblia no est preocupada em apresentar provas da historicidade dos testemunhos contados por seu povo.

Motivos pedaggicos

O livro conta uma histria ocorrida no perodo dos juzes, isto , entre 1200 e 1030 anos antes de Cristo, aproximadamente. Certamente, a situao do povo bblico era de desobedincia, pois o livro mostra que a disciplina da comunidade estava fraca:a "lei do levirato" (ler Dt 25.5-10 e Gn 38) - que obrigava um irmo, ou parente mais prximo, a casar-se com a viva do irmo ou parente falecido - no estava sendo aplicada. Por que razo o povo fez uso dessa histria?

Primeiro. Algo errado estava ocorrendo na comunidade do povo bblico, e quando isso ocorria, as pessoas lanavam mo defrmulas de soluo:

1.

Recorriam s formulaes legais. Nesse caso, eles liam eanalisavam a instruo divina (Dt 25.5-

10). bom lembrar que o ensino divino por excelncia est basicamente nos cinco livros, o Pentateuco. O Salmo 19 afirma que o ensinodo Senhor perfeito e restaura a vida (Sl 19. 7-10).

2.

Lanavam mo de histrias pessoais ou testemunhos depessoas que foram guardados

na memria do povo como exemplo de soluo para esses problemas particulares.Assim, as histrias de Jud e Tamar (Gn 38) e Ruteajudavam a corrigir as pessoas infratoras.

3.

Tudo faz crer que as formulaes de leis, como Dt 25.5-10, no eram simpticas ao povo, mas as

histrias, contendo exemplos de vida, eram mais usadas e assimiladas pelapopulao. Da, a importncia do livro de Rute.

4.

A prtica de recorrer s pequenas histrias do povo comum ao povo

bblico. A finalidade dessa prtica era, e continua sendo, a busca de informaes, pistas e solues para enfrentar os problemas do dia-a-dia. A prtica derecorrer as histrias do passado foi comum nos perodo degrande tribulao e dificuldade. Muitas eram as finalidades:

para revigorar e alentar a f do povo crente e oprimido, para saber como o povo do passado enfrentava os desafios, para iluminar o presente e projetar o futuro.

Essa prtica tornou-se comum nos sculos que se seguiram ao exlio babilnico (550 a 300 anos antes de Cristo). Da, surgiu umnovo mtodo de estudo da Bblia, chamado "Midraxe", umapalavra hebraica que tem sua raiz no verbo "buscar".

Por exemplo, durante o cativeiro na Babilnia, um profeta do Senhor leu e reinterpretou a histria do xodo do Egito (Isaas 40.1-55.13). Enfrentando o exlio, o profeta levou o povo a saber como Deus salvou os irmos e irms do passado, nas mesmas condies.

TERCEIRA PARTE

O livro de Rute conduz muitas lies que o povo soube captar e usar nos momentos oportunos

Lies que o livro de Rute nos traz

(1) Dos nomes

Tudo tem sentido na histria de Rute. As/os personagens destahistria tm nomes cujos significados ajudam a revelar a funode cada pessoa dentro dessa inteligente e inspirada novela. Tal como o sbio disse: "A glria de Deus encobrir as coisas" (Pr 25.2), assim o livro de Rute que no oferece tudo pronto paraos seus leitores ou suas leitoras. Assim o nome das/os personagens do livro: eles podem ajudar a entender amensagem dessa histria.

Elimeleque (marido de Noemi) significa meu Deus rei; Noemi (esposa de Elimeleque) significa minha alegria, meu prazer; Mara (outro nome de Noemi, Rt 1.20) significa amarga; Maalon (filho de Noemi e Elimeleque) significa doena; Quelion (filho de Noemi e Elimeleque) significa fragilidade; Orfa (nora de Noemi e Elimeleque) significa costas, nuca; Rute (nora de Noemi e Elimeleque) significa amiga, companheira; Boaz (parente de Noemi) significa pela fora; Obed (filho de Rute e Boaz) significa servo.

A partir dos nomes possvel interpretar a histria de Rute: possvel, atravs do significado de cada nome, traar o roteiro da histria de Rute, bem como perceber a sua inteno. Assim, o rei no existe no perodo dos juzes, mas Deus o governosupremo (Elimeleque). Maalon e Quelion so israelitas, mas por suas fraquezas e enfermidades morrem

para dar lugar a Obed, onovo homem, sem as caractersticas reais, mas as de servo. Anova gerao de povo de Deus ter a fora de Boaz e o companheirismo amvel de Rute. O futuro da comunidadechamada por Deus est, assim, marcado pela amizade de Rute,a alegria de Noemi, pela fora de Boaz e a conduta de servo Obed. Quanto Orfa, ela virou as costas e se perdeu o trem dahistria da salvao que seguir em frente, chegando em Jesus. a linha de esplendor sem fim.

(2) A valorizao dos compromissos familiares.

A solidariedade na famlia no est funcionando. Este o recado do livro de Rute. Quando os compromissos entre os membros dafamlia andam frouxos, l-se a histria de Rute. Por qu?

(a) A lei do levirato. A histria de Rute para ser lida junto aDeuteronmio 25.5-10 e Gnesis 38.1-30. Todos estes trs textos estimulam o povo bblico a levar a srio a instituio dafamlia. O texto de Deuteronmio 25.5-10 legisla sobre oassunto. As histrias e Jud e Tamar (Gnesis 38) e de Rutemostram duas aplicaes dessa lei para servir como exemplo para o povo. Para que no haja rfos (meninos/as de rua) e vivas desprotegidas na sociedade israelita, a instruo divina para que, em caso de morte do marido, o irmo mais velhoassumisse a condio de protetor da casa enlutada, tomando aviva e os filhos ou as filhas rfos. A finalidade dessa lei eraevitar que houvesse vivas e crianas sem lar.

(b) A aplicao da lei do Levirato. No perodo da reconstruo do povo bblico, aps o desastre das perdas da terra e do rei, e adestruio de Jerusalm, o povo comeou a buscar com mais intensidade as instrues divinas, atravs das leis e dos testemunhos histricos. Na verdade, a liderana queriareconstruir a nao com as prticas mais saudveis do passado. O povo sabia que reforando os compromissos familiares, ele estava profetizando um futuro feliz para a nao.

(3) A valorizao da pessoa e no da raa.

O livro de Rute foi guardado e transmitido por grupo de pessoas que estavam convictas que Jav o Senhor do universo, e no somente do restrito grupo de judeus. Por isso, o livro de Jonas ea histria de Rute tm a mesma inteno, a saber, o compromisso de Deus com as pessoas e no simplesmente com a raa dos judeus. Este ponto foi muito bem entendido e proclamado por Jesus, particularmente, Paulo (ler e reflexionar sobre o conflito entre Paulo e Pedro sobre esteassunto.................).

(4) A lei deve estar a servio da vida.

A histria de Rute uma formidvel afirmao de que a lei deve ser tomada e aplicada para trazer e criar o bem-estar nacomunidade. Aqui, a lei entra na histria de maneira sutil e escondida para prestar servio a uma pessoa que se achavaangustiada. interessante observar que a Bblia fala muito em disciplina (lei), justia e direito. Especialmente, o Antigo Testamento d muito espao para as normas e disciplinas nacomunidade, todavia as leis deveriam ser aplicadas, preferencialmente, quando a justia for acompanhada debondade, amor, compaixo, fidelidade, lealdade e paz (ler e reflexionar sobre o Salmo 85).

(5) A lealdade entre Noemi e Rute anuncia a graa e asalvao.

O livro de Rute quer resgatar e aplicar esse valor na sociedadeisraelita. Trata-se de uma lealdade que supera todos os preconceitos e anuncia o novo tempo da graa (ler e meditar sobre as palavras de Rute para Noemi, em Rt 1.16-17).

(6) A esperana nasce em Belm.

interessante observar que a Bblia liga a esperana a lugares e pessoas simples e humildes. A cidade de Belm fica na periferiada Cana e a famlia de Noemi, sofrendo os horrores da seca e fome, foi obrigada a migrar para uma terra distante e estranha. Com isso, a histria de Rute quer mostrar que a esperanaacontece quando h seriedade e fidelidade no Senhor. Noemi,Rute e Boaz so sinnimos de fidelidade.

(7) O menino Obed mais do que um homem: o nascer donovo mundo.

O rei morreu; a fraqueza e a enfermidade continuamameaando; o virar as costas para a salvao uma realidadeentre o povo; a fome e a busca de um teto para morar e lugar para ganhar o po de cada dia continua incomodando. Apesarde todos esses impedimentos que a vida expe diante das pessoas, possvel reconhecer que Deus est agindo no mundo,atravs do servo de Deus.

O LIVRO DE RUTE E SUA MENSAGEM CRISTOLGICAAvaliao do Usurio: Pior /0

AvaliarMelhor

Escrito por Pr. Marconi Lopes I Viso Geral Dentre as divises existentes na Bblia (Pentateuco, Histrico, Profticos Profetas Maiores e Menores-, Evangelhos, Epstolas e Apocalipse), figura um livro, que mesmo pequeno, revela um esplendor de informaes, remetendo-nos para Jesus, e Seu processo salvfico. O Livro Histrico de Rute uma das narrativas mais encantadoras da histria hebraica [1], tendo o objetivo de mostrar que em meio corrupo generalizada havia exemplos de amor nobre, cortesia piedosa e ideal elevados.[2] O nome Rute, tem o significado de amizade[3], e junto com Ester, so os nicos livros da Bblia com nome de mulheres. Alguns eruditos, apesar de exaltar a beleza do livro, consideram-no como um conto[4]. No entanto: " melhor ver essa histria como sendo uma histria verdadeira, e que mostra algo sobre o relacionamento entre Deus e o homem. [5]

II Autoria e Data

Apesar de levar seu nome e contar sua histria, Rute no foi autora do livro, que leva seu nome. Eruditos tm levantado durantes anos, diversas teorias sobre o verdadeiro autor do livro. O captulo 1:1 d uma viso geral da poca que aconteceram os fatos narrados: Nos dias em que julgavam os Juzes, houve fome na terra..., indicando o livro como suplemento dos Juzes [6]. Teorias como a composio, sendo certo conto potico antigo do Oriente prximo ou verso ps-exlica [7]; descartada. A tradio judaica aceita a escrita como sendo de Samuel[8] , no entanto alguns acham improvveis, pois o livro fala sobre Davi (Rute 4:17-22) implicando uma data posterior[9]. A expresso de Rute 1:1, indica a escrita depois de terminar o perodo dos Juzes, porm, no muito tempo depois. Podem-se afirmar segundo estudiosos, alguns argumentos em relao autoria do livro: 1. A forma da redao se enquadra com os primeiros anos do reinado de Davi; 2. Samuel foi o autor do relato na sua forma atual[10]; ... os tradutores da Septuaginta colocaram o livro de Rute como apndice de Juzes. Isto corresponde bem com o tempo de El, o Sumo Sacerdote em cujos ltimos anos Samuel, sendo chamado ao oficio proftico. Um feito importante da vida de Samuel foi a uno de Saul, o primeiro Rei de Israel. As ltimas palavras do livro de Juzes so: Nestes dias no havia Rei em Israel; cada um fazia o que bem lhe parecia (Juzes 21:25).[11]

A data sugerida por alguns estudiosos o reino de Davi, pelos seguintes motivos: 1. Rute 1:1 Livro escrito depois dos Juzes, referncia h um tempo passado; 2. Rute 4:7 O relato fala sobre um costume que havia findado em Israel, o autor se detm para explic-lo; 3. Rute 4:17-22 Genealogia vai at Davi, sendo interrompida nele; 4. O reinado de Davi foi suficientemente longo para permitir que um costume dos primeiros dias ou metade do perodo de Juzes, casse em desuso; 5. O reino de Davi foi uma poca literria, tendo o prprio Rei como um exemplo tpico disto; 6. Davi no se envergonharia do seu elo Moabita (I Samuel 22:3-4). [12]

III Esboo e Quiasmo Tema: Amor de Rute por Noemi e sua incluso na linhagem Davdica. I Deciso de Rute pelo Senhor na terra de Moabe Captulo 1 A. Fome em Belm 1:1-2 B. Morte em Moabe 1:3-5

C. Deciso de Noemi e de Rute 1:6-18 D. Volta a Belm 1:19-22 II Trabalho de Rute para Noemi nos campos de Boaz Captulo 2 A. Trabalho humilde de Rute 2:1-3 B. Encontro providencial com Boaz 2:4-13 C. Cuidado providencial de Boaz 2:14-23 III Noivado de Rute e Boaz Na eira Captulo 3 A. Proveitoso conselho de Noemi 3:1-5 B. Proveitoso encontro com Boaz 3:6-15 C. Feliz comunicado a Noemi 3:16-18 IV Casamento de Rute e Boaz porta da cidade Captulo 4 A. Direito de resgate procurado 4:1-8 B. Preo do resgate estipulado 4:9 C. Casamento com Boaz abenoado 4:10 -13 D. Nascimento de Obede abenoado 4:13-17 E. Genealogia at Davi delineada 4:18-22.[13] Podem-se dividir os dois captulos finais do livro de Rute com os seguintes temas:

4:1-16 Boaz aceita sua responsabilidade como GOEL; 4:17-22 A promessa e posteridade[14] Na estrutura de Quiasmo do livro de Rute pode se verificar o seguinte esquema[15]:

A ESTRUTURA QUISTICA DE RUTE

A.Noemi Muito velha para engravidar B.O possvel remidor introduzido C.Rute e Noemi fazem um plano D.Rute e Boaz no campo E.Boaz vem de Belm F.Boaz pergunta: Quem esta jovem mulher? G.Rute torna-se parte da tribo de Boaz - Servos vo oferecer-lhe gua

Captulo 1 2:1 2:2 2:3 2:4 2:5-7. 2:8-16

- Ela para ser considerada como uma empregada e pode comer na casa RUTE TRAZ UM EFA DE CEVADA PARA NOEMI H.Noemi abenoa Boaz I.Boaz o nico que est em posio para redimir J.Rute associa-se com os trabalhadores de Boaz O ponto principal: O plano elaborado por Noemi e Rute I. Rute desafia boaz para agir como um remidor H. Boaz abenoa Rute G. Boaz promete casar-se com Rute 2:17-18 2:19 2:20 3:9 3:1-8 3:9 3:10 3:11-15

RUTE TRAZ SEIS MEDIDAS DE CEVADA PARA NOEMI 3:16 F. Noemi pergunta: Quem so vocs? E. Boaz parte para Belm 3:16-18 4:1

D. Rute no campo C. O plano de Noemi e Rute cumprido, casamento B. O Redentor no se negou A. Um filho foi nascido para Noemi Apndice: Como um filho! Av do Rei Davi 22[16] Pode-se afirmar que,

4:2-12 4:13 4:14-16 4:17 4:19-

Geralmente o centro de um Quiasmo modelo considerado como indicao para o tema essencial da passagem ou texto em mos. Em Rute, isto no precisamente o caso. O drama alcana, num senso, um ponto central no pice do Quiasmo; mas a implicao teolgica trouxe ateno somente para o final, na direo ao fim do livro... o narrador deixa a perspectiva teolgica cheia e precisa at muito perto do fim da histria. [17] No esboo, como tambm no Quiasmo ou na estrutura apresentada acima, fica evidente que toda a narrativa do livro tem como objetivo, enfocar o ato remidor de Boaz. Isto torna o livro de Rute um mini evangelho, pois existe um claro simbolismo de Jesus no ato de Boaz.

IV. Rute, a Moabita. Rute tomou uma deciso memorvel (1:16-17), ao seguir sua sogra at a terra de Israel. Ela estava decidida a participar da sorte incerta de uma companheira j velha que estava voltando para uma terra, cujos habitantes eram inimigos tradicionais de Israel.[19] A deciso de Rute no foi s por Noemi e sim pelo Deus de Noemi. Rute era de Moabe, termo que faz referncia s pessoas e ao territrio onde viviam estas pessoas. A sua localizao era prximo a Transjordnia, situado de forma imediata ao leste do Mar Morto. A origem deste povo remonta para L e sua filha mais velha (Gnesis 19:37). Na poca dos Juzes, o povo Israelita foram oprimidos pelos Moabitas, sendo libertos por Ede (Juzes 11:26), quando assassinou seu Rei. No relato de Rute, parece haver paz entre as duas terras, fazendo que houvesse migraes de Israel para Moabe, onde o clima era mais favorvel e os alimentos eram mais abundantes. De acordo com Nmeros 21:29 e Jeremias 48:46, os Moabitas adoravam a Quems[20], sendo encontradas inscries onde mostravam a intercesso dos adoradores nas lutas que seriam travadas pelo Exrcito contra Israel. Na sua religio era includo, da mesma forma que os Hebreus, um Sacerdote (Jeremias 48:7); e todo um Sistema de Sacrifcio (Nmeros 22:40 23:30; 25:1-5; II Reis 3:27; Jeremias 48:31).[21]

Quando pensamos na exclusividade zelosa dos judeus da antiguidade, notvel encontrar esta descrio sincera de uma mulher moabita como alvo de admirao. Ela vista sobrepujando at as filhas de Israel, mas disto no resulta o menor ressentimento, e sim, uma admirao merecida. O fato de a graa e a virtude da bondosa filha de Moabe terem tido um reconhecimento assim to franco evidenciado pelo prprio autor. A histria inteira escrita num esprito de caridade e universalidade... foi Boaz quem introduziu a Rute, uma gentia, entre os ancestrais de Davi e na linhagem messinica... linhagem em que Rute brilha como uma dedicada estrela.[22]

V. Casamento Levirato O desenvolvimento da narrativa do livro de Rute leva o leitor at o momento onde existe o encontro da personagem principal com o seu futuro Remidor. O texto mostra que na verdade teria ali lugar o desenvolvimento da lei do levirato (Deuteronmio 25:5-10), onde era... Estipulado que se um homem morrer-se sem ter filhos, ento o irmo teria que ter relaes com a viva e ter filhos. O primeiro filho levaria o nome do morto. Tambm herdaria os bens deixados pelo morto. No caso de no haver irmos, se aplicava o concerto do Redentor, um parente prximo que poderia assumir a obrigao.[23] Significado do casamento levirato em Rute: Aplicaes do livro de Rute: 1. Noemi e Rute eram vivas necessitadas de resgate e proteo para preservar a linhagem de Elimeleque e Malon. 2. Somente Boaz estava qualificado a ser o parenteresgatador, pelo seu parentesco e pela sua capacidade de resgatar apropriadamente. 3. O casamento de Boaz e Rute preservou a linhagem de Elimeleque e tambm originou a linhagem real do reinado de Israel. 4. A genealogia remontada a Perez enfatiza o levirato no livro de Rute. Foi justamente antes do nascimento de Perez (nascido de incesto) que o levirato foi ordenado a On aps a morte de Er (Gnesis 38:8).[24]

O captulo quatro, precisamente no verso 10, fica evidente que o interesse de Boaz Rute e no as propriedades da famlia[25] . Aps todo um processo de arredamento com o outro parente (4:4-7), Boaz se tornou o parente mais prximo, o Goel, remidor de Rute.

VI - Goel No momento que Boaz efetuou o trato com o outro parente mais prximo[26], trouxe para si a responsabilidade de ser o GOEL de Rute. O termo gl[27] tornou-se um substantivo, sendo apenas uma forma do verbo. Tem o significado de Redentor, esta palavra faz distino do casamento do Levirato servindo apenas para o ato de redimir. A raiz da palavra gal, com significado de redimir, vingar, resgatar, livrar, cumprir o papel de resgatador, tendo o sentido original desta raiz o de cumprir o papel de resgatador, redimindo, portanto seu parente da dificuldade ou do perigo... h nfase em gal na redeno como privilgio ou dever de um parente prximo. [28] O captulo quatro o ponto central da histria, onde demonstra um Boaz com qualificaes para agir como resgatador[29]: 1. 2. 3.Ter o direito de resgatar; O poder para resgatar; A vontade de resgatar

[30].

De essa forma Rute tornar-se agora algum da genealogia de Davi, consequentemente tambm do Messias. No s teria a herana do seu marido preservada, como tambm uma felicidade extrema ao lado de um homem justo e com princpios que emanavam fidelidade.

VII Cristologia no Livro de Rute: O resgate de Cristo. O fato de Boaz ser o Goel de Rute faz deste uma tipologia do papel remidor de Jesus traado no Velho Testamento, e mostrado de forma abrangente no Novo Testamento. H duas referencias a Cristo, de forma direta no livro de Rute, em paralelo com Boaz[31]:1. 2. O nome de Boaz est registrado em todas as genealogias de Jesus; Como parente redentor, Boaz tornou-se qualificado para redimir, algo feito tambm por Jesus (Romanos 11:26; Hebreus 2:14-15).

O parente redentor serve como um tipo ou prenuncio do Messias, o Goel que preenche as seguintes qualificaes e funes em prol dos seus aparentados: a) precisa ser um parente de sangue (assim como Cristo se aparentou com a raa humana atravs do nascimento virginal); b) precisa possuir o valor necessrio para comprar a herana perdida (4:10), assim como Cristo possua o mrito suficiente para pagar o preo em prol dos pecadores); c) precisa dispor-se a casar com a esposa do seu

parente falecido (4:10- tipifica o relacionamento de noivo e noiva entre Cristo e Sua Igreja)...livro de Rute um dos mais instrutivos no Antigo Testamento, no que diz respeito, obra do Senhor Jesus como Mediador.[32] Cristo aquele que proporciona a redeno para o ser humano. Redimir um ato de comprar ou comprar de volta, atravs de um resgate[33]. O ser humano necessita ser resgatado, pois sua situao deplorvel e est separado de Deus (Gnesis 3; Isaias 59:2). Duas palavras gregas retratam bem esta ao no Novo Testamento. Elas so: Lytroo, traduzida como redimir e Apolytrosis, traduzida como redeno. A raiz destas palavras Lytron, significando um resgate ou preo da soltura[34]. O redentor do mundo, o Filho Unignito de Deus, por Sua perfeita obedincia a lei, por Sua vida e carter, resgatou o que foi perdido na queda e possibilitou que o homem obedecesse a santa lei de justia transgredida por Ado. Cristo no trocou Sua divindade pela humanidade, mas combinou a humanidade com a divindade; e na humanidade Ele viveu a lei em favor da famlia humana. Os pecados de todos os que recebem a Cristo foram colocados em Sua conta, e Ele satisfez plenamente a justia de Deus.[35] Como agente deste processo redentivo, onde resgatou o ser humano da sua morte na cruz, a partir de um pensamento Paulino em Romanos 3:24, chega aos seguintes pormenores: Jesus o intermedirio, do plano da redeno Efsios 1:4-5; A vida de Cristo duplicada no homem, os homens participam da natureza divina, como Cristo participou da natureza humana- II Pedro 1:4; A morte expiatria fez parte do plano Romanos 3:25

[36].

Dessa forma a redeno do homem foi um pagamento da divida do pecado, ou seja, Cristo satisfez as exigncias da lei, vivendo uma perfeita obedincia aos seus reclamos, morreu na cruz, oferecendo assim a salvao (Ver Glatas 3:10-13; Glatas 4:1-5; Filipenses 3:9; Tito 2:14). O homem estava perdido, preso sem esperana, pegando as migalhas (Compare com o livro de Rute), e Cristo pagou a dvida tirou este homem da terra de cativeiro, libertou-o da escravido do mal, atravs do pagamento final: a Sua prpria execuo. O preo do resgate foi vida do Filho de Deus. A vida aqui na terra, deve ser uma constante lembrana do tema da redeno. A cruz foi na verdade um encontro da vergonha e a glria, da vida oferecida por Cristo e a morte que pertencia ao homem, justia da lei e a imensa misericrdia de Deus, o custo da salvao. A cruz de Cristo ser a cincia e cntico dos remidos por toda a eternidade. Em Cristo glorificado eles contemplaro Cristo crucificado. Jamais se olvidar que Aquele cujo poder criou e manteve os inumerveis mundos atravs dos vastos domnios do espao, o Amado de Deus, a Majestade do cu, Aquele a quem os querubins e resplendentes serafins se deleitavam em adorar humilhou-Se para levantar o homem decado; que Ele arrostou a culpa e a ignomnia do pecado e a ocultao da face de Seu Pai, at que as misrias de um mundo perdido lhe quebrantaram o

corao e aniquilaram a vida na cruz do Calvrio. O fato de o Criador de todos os mundos, o Arbitro de todos os destinos, deixar Sua glria e humilhar-Se por amor do homem, despertar eternamente a admirao e a adorao do Universo. Ao olharem as naes dos salvos para o Seu redentor e contemplarem a glria eterna do Pai resplandecendo em Seu semblante; ao verem o Seu trono que de eternidade em eternidade, e saberem que Seu reino no ter fim, irrompem num hino arrebatador: Digno, digno o Cordeiro que foi morto, e nos remiu para Deus com Seu mui precioso sangue![37]

A aceitao do resgate a certeza do triunfo. A recompensa da aceitao a vida eterna (I Joo 2:25), onde o Resgatador exultar pelo Seu feito.

[1] HOFF, Paul. Os Livros Histricos. 1 ed. So Paulo: Editora Vida, 1996, pg. 93. [2] BAXTER,J. Sidlow. Examinais as Escrituras Juizes e Rute. 1 ed. So Paulo: Editora Vida Nova, 1993, pg. 31. Segundo Baxter, outro fator especial sobre o livro, o fato de ser o nico na Bblia, dedicado inteiramente a uma mulher. Idem, pg. 32.

[3] ELLISEN,

Stanley A. Conhea Melhor o Antigo Testamento. 1 ed. So Paulo: Editora Vida, 1991, pg. 84. Alguns estudiosos colocam o significado como companheira, outros afirmam que o significado desconhecido. CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado Versculo por Versculo, vol. 2. 1 ed. So Paulo: Editora e Distribuidora Candeia, 2000, pg. 1.091. Rute era Moabita, e naturalmente seu nome no Hebreu. No se sabe com certeza a etimologia e significado do nome, ao que alguns crem que pode estar relacionado com o verbo raah, associar-se com, e significaria, em conseqncia, amiga ou amizade. NICHOL, Francis D. (editor). Comentrio Bblico Adventista Del Sptimo Dia, vol. 2. 1 ed. Buenos Aires: Asociacion Casa Editora Sudamericana, 1993, pg. 423.

[4] CUNDALL, Arthur

E.; MORRIS, Leon. Juizes e Rute Introduo e Comentrio. 1 ed. So Paulo: Editora Vida Nova e Mundo Cristo, 1992, pg. 213; e FREEDMAN, David Noel. The Anchor Bible Dictionary, Nova Iorque: Doubleday, 1996, pg. 765.

[5] CUNDALL; MORRIS, pg. 226. [6] BOYER, O.S. Pequena Enciclopdia. 1 So Paulo: Editora Vida, 1994, pg. 551. [7] FREEDMAN, pg. 365 [8] CHAMPLIN, pg. 1.092. [9] NICHOL, pg. 424. [10] Idem, pg. 425. [11] BAXTER, pg. 35-36. [12] Idem, pg. 36. [13] ELLISEN, pg. 85. Outras sugestes de esboos:

Captulo 1 DECISO DO AMOR (A nobre escolha de Rute): Rute, a filha fiel apega-se a Noemi em seu sofrimento; Captulo 2 A RESPOSTA DO AMOR (O servio humilde de Rute): Rute, a respigadeira Moabita responde necessidade urgente de Noemi; Captulo 3 O PEDIDO DO AMOR (O terno apelo de Rute): Rute, a suplicante virtuosa apela para o parente bondoso; Captulo 4 A RECOMPENSA DO AMOR (Alegrias conjugais de Rute): Rute, a esposa e me amada alegram-se na consumao abenoada. BAXTER, pg. 36.

[14] ARCHER JR., Gleason

L. Merece Confiana o Antigo Testamento? 4 ed. So Paulo: Editora Vida Nova, 2003, pg. 204. Ele continua dizendo: Talvez o aspecto de maior importncia desta curta narrativa exibir a funo do GOEL ou parente-redentor.

[15] Por questes de espao e para o objetivo do trabalho, ser apresentado somente o Quiasmo dos Captulos dois aquatro.

[16] LEIF

HONGISTO. Literary Structure and Theology in the Book of Ruth. Andrews University Seminary Studies, vol. 23, Michigan, n 1, Spring 1985, pg. 23.

[17] Idem, pg. 24. [18] LIBRONIX. Dicionrio Virtual. [19] HOFF, pg. 95.A afeio genuna entre a sogra e as noras, d um calor pessoal ao livro de Rute. Ambas as noras insistiram que permaneceriam com Noemi, mas finalmente Noemi persuadiu rf a retornar para casa: Ento, de novo, choraram em voz alta; Orfa, com um beijo, se despediu de sua sogra, porm rute se apegou a ela. Rute sentiu que sua vida estava entrelaada com a de Noemi, e deveria ser um descanso para ela. Rute abandonou seus familiares e amigos em Moabe, e retornou a Belm onde se transformaria numa adoradora do Deus de Israel, identificando-se com este povo. PFEIFFER, Charles F. Old Testament History. 3 ed. Michigan: Baker Book House, 1975, pg. 234.

[20] Quems

(Dominador). Deus dos moabitas (Nmeros 21:24; Jeremias 48:46). Este Deus era adorado da mesma forma que Moloque, com sacrifcios de crianas, II Reis 3:27. o mesmo Moloque, como se l em Juzes 11:24, onde o Deus dos amonitas que era Moloque, I Reis 11:7, chamado Quems. Salomo edificou um templo a Quems no monte que est fronteiro a Jerusalm, I Reis 11:7, que Josias contaminou, II Reis 23:13. DAVIS, John D. Dicionrio da Bblia. 10 ed. Rio de Janeiro: Junta de Educao Religiosa e Publicaes da Conveno Batista Brasileira, 1984, pg. 98.

[21] Baseado

em HOERTH, Alfred J. et al. (editor). Peoples of the Testament World. 2 ed. Michigan: Baker Book House and The Luther worth Press Cambridge, 1996, pgs. 317-333. Ao que as chuvas por si s j so suficientes para amadurecerem as colheitas, as pessoas que vivem nos lugares altos aumentam sua proviso de gua por meio de cisternas. A terra de Moabe, todavia, proporciona bons pastos para as ovelhas... como nos tempos antigos. NICHOL, pg. 425.

[22] BAXTER, pg. 33 e 35. [23] CARRO,Daniel; Poe, Jos Toms; ZORZOLI, Rubn O. Comentario Bblico Mundo Hispano Josu, Jueces Y Rute. 1 ed. El Paso: Editorial Mundo Hispano, 1997, pg. 378. O objetivo do estudo, no esta problemtica, no entanto Archer faz duas importantes perguntas: No foi a transao entre Boaz e o parente, em Rute 4:3-8, contraria as estipulaes de Deuteronmio 25:5-10? E o casamento por Levirato no fere a lei que probe incestos, conforme Levtico 18:16? Um resumo de sua resposta poderia ser dado da seguinte forma: Os versos 7 e 8 permitem que o irmo se recuse a desempenhar o seu papel de esposo substituto. Isto pode levar a um processo por parte da cunhada, humilhando o parente perante a sociedade. Em Rute 4:3-8, existem os seguintes fatos interessantes: A. Se no houver um irmo sobrevivente, do falecido (nesse caso, Quiliom tambm havia morrido, bem como o marido de Rute, Malon), a obrigao do Levirato recaia sobre o primo mais prximo, do sexo masculino. Alm da obrigao de servir de procurador do falecido no leito conjugal, havia o dever de readquirir a propriedade do morto, que porventura estivesse prestes a ser arrematada ou vendida ou perdida por

B.

hipoteca. (Tal prtica no mencionada explicitamente com respeito ordenana do Levirato, em Deuteronmio 25, mas est especificado em Levtico 25:25: Se teu irmo empobrecer e vender alguma parte das suas possesses, ento, vir o seu resgatador, seu parente, e resgatar o que seu irmo vendeu. C. No caso de uma estrangeira como rute, a Moabita, poderia ser mais justificvel que o homem se recusasse a desempenhar o dever segundo o Levirato, do que no caso de uma viva Israelita. Considere-se a maldio que fora anexada aos descendentes de Moabe (Deuteronmio 23:3). Se essa ordenana aplica-se a uma moabita casada com um israelita, tanto quanto a um homem de Moabe que se convertera ao Senhor, permanece uma questo aberta a discusso. Pelo menos, essa possibilidade levantou uma dvida que aparentemente se resolveu pela legitimidade da converso e dos direitos de Rute. Talvez porque a prpria Rute no tivesse o menor desejo de humilhar o parente remidor (Goel), visto ter j aberto seu corao para Boaz; o prprio parente remidor teve permisso para remover seu calado. E foi poupado da humilhao de receber uma cuspida no rosto.

D.

De modo algum essas quatro caractersticas especiais do caso de Rute podem ser consideradas contraditrias lei geral do Levirato, de Deuteronmio 25. As regras bsicas ali, quanto rejeio formal do dever para com a viva, como tambm quanto aceitao pblica dessa responsabilidade foram respeitadas e cumpridas pelos dois homens. Rute no desempenhou o papel da viva acusadora que humilha o gl; ela simplesmente abriu mo de seu direito de executar essa cerimnia, vista do fato de o propsito essencial da ordenana do levirato estar prestes a ser cumprido, de maneira muito mais desejvel e aceitvel, por meio de seu parente benfeitor, o prprio Boaz. ARCHER, Gleason L.Enciclopdia de Dificuldades Bblicas. 1 ed. So Paulo: Editora Vida, 1997, pg. 181.

[24] ELLISEN, pg. 87. [25] VerBLOCK, Daniel Isaac. Judges, Ruth. The New American Commentary. 1 ed. Nashville: Broadman and Holman Publishers, 2001, pg. 103.

[26] Existem diferentes opinies sobre o ato de tirar as sandlias ou sapatos no verso oito:1. A transferncia do calado (V.8) indicava a posio inferior da mulher, embora fosse ela mais honrada em Israel do que nas naes vizinhas. MEYER, F.B. Comentrio Bblico. 2 ed. Belo Horizonte: Editora Betnia, 2002, pg. 133. O contexto indica com clareza que foi o parente mais prximo que tirou o sapato ou a sandlia e deu a Boaz, para confirmar a transferncia de seu direito de redeno a Boaz. No preciso pensar que o autor do livro de rute estivera explicando uma cerimnia no conhecida para seus leitores, como tem entendido alguns comentaristas. Simplesmente sinaliza neste caso da omisso de uma das partes da cerimnia, expressaria desprezo, sendo que o parente no efetuaria o resgate. NICHOL, pg. 443. O homem passou ento o direito a Boaz, reconhecendo isto publicamente atravs do antigo costume de tirar o calado e entrega-lo a Boaz. Uma prtica que tinha origem no fato de que os homens tomavam posse legal das propriedades plantando o p ou calado no solo. Os ancios e testemunhas na porta ento disseram: Somos testemunhas. BAXTER, pg. 43.

2.

3.

[27]O

Goel um redentor, um defensor, um protetor dos interesses do individuo e do grupo. Ele intervm em certo nmero de casos. Boaz um gl de Noemi e Rute, Rute 2:20; mas h um parente mais prximo que pode exercer o direito de gl antes que Boaz, Rute 3:12; 4:4. Esse primeiro gl estaria disposto a comprar a terra, mas no aceita a dupla obrigao de comprar a terra e casar com Rute, pois o filho que nascesse dessa unio levaria o nome do defunto e herdaria a terra, rute 4:4-6. Boaz adquire ento a posse da famlia e se casa com Rute, Rute 4: 9-10. VAUX, R. de.Instituies de Israel no Antigo Testamento. 1 ed. So Paulo: Editora Teolgica/Paulus, 2003, pgs. 43-44.

[28] HARRIS, R. Laird; ARCHER JR, Gleason L.; WALTKE, Bruce K. Dicionrio Internacional de Teologia do AntigoTestamento. 1 ed. So Paulo: Sociedade Religiosa Vida Nova., 1998, pg. 235. Raiz Gal primitiva: Redentor, atua como o parente. THOMAS, Robert L. New American Standard HebrewAramaic and Greek Dictionaries. 1ed. Anaheim: Foundation Publications, Inc., 1998, pg. 1.350.

[29] CUNDALL e MORRIS defendem a idia de que o verdadeiro resgatador, pelo menos de Noemi, seja o filho de Rute.Eles afirmam: Deus enviou a criana a fim de que fosse o resgatador de Noemi (Knox: um herdeiro). Seja afamado em Israel o nome deste uma orao para que a criana se torne famosa, da mesma forma como os homens haviam orado pelo mesmo objetivo quanto a Boaz (4:11). CUNDALL e MORRIS, pg. 296. O livro de Rute, no entanto, mostra toda a nfase como Boaz sendo o Resgatador.