livro de cronicas

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Quem não gosta de ler um bom texto, com uma linguagem simples, informações breves, sem tantos detalhes, pitadas de sutileza e que mais parece uma conversa informal do que a obra de um autor consagrado? Pois bem! Se você aprecia textos desse gênero, você é adepto das famosas crônicas que existem há séculos e surgiram, inicialmente, apenas como uma forma de relatos de acontecimentos em ordem cronológica, daí o nome “crônica” que deriva do latim chronica e do grego khrónos (tempo). Ela apareceu pela primeira vez em 1.799, no Journal de Débats, publicado em Paris e a partir dessa época eram publicadas apenas em jornais ou revistas. Com o tempo diversos escritores tornaram-se famosos por suas crônicas publicadas, nos chamados folhetins e, posteriormente, em livros conhecidos nacional e internacionalmente. E neste livro temos o prazer de apresentar o trabalho desenvolvido pelos alunos dos 4º anosA, B,C, D, E, F e G, por isso o título “Crônicas de A a G”.

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Page 1: Livro de Cronicas

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EMEF Professora Luciana Pedroni

Crônicas de A a G

Alunos dos 4° Anos

2014

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Agradecimentos

Nossos agradecimentos são dedicados aos profissionais Marcos, Rita, Tatiani, Damaris, Vanecia Keila, Maria Carolina, Falangem, professores dos 4° Anos da EMEF Professora Luciana Pedroni .

Somos gratos a toda equipe pela difícil tarefa de selecionar alguns dos títulos dentre tantas produções dos alunos para composição do conteúdo dos capítulos.

Agradecemos a todos que contribuíram direta ou indiretamente para que esta obra se tornasse realidade.

Equipe Gestora

2014

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Page 4: Livro de Cronicas

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Page 5: Livro de Cronicas

APRESENTAÇÃO

Quem não gosta de ler um bom texto, com uma linguagem simples, informações

breves, sem tantos detalhes, pitadas de sutileza e que mais parece uma conversa informal do que a obra de um autor consagrado?

Pois bem! Se você aprecia textos desse gênero, você é adepto das famosas crônicas que existem há séculos e surgiram, inicialmente, apenas como uma forma de relatos de acontecimentos em ordem cronológica, daí o nome “crônica” que deriva do latim chronica e do grego khrónos (tempo).

Ela apareceu pela primeira vez em 1.799, no Journal de Débats, publicado em Paris e a partir dessa época eram publicadas apenas em jornais ou revistas.

Com o tempo diversos escritores tornaram-se famosos por suas crônicas publicadas, nos chamados folhetins e, posteriormente, em livros conhecidos nacional e internacionalmente.

E neste livro temos o prazer de apresentar o trabalho desenvolvido pelos alunos dos 4º anosA, B,C, D, E, F e G, por isso o título “Crônicas de A a G”.

Muitas vezes, após a leitura de uma história, imaginamos um final diferente, por mais que tenhamosnos emocionado ou até mesmo dado gargalhadas com o desfecho escrito pelo autor, sempre nos vem aquela sensação de que podia ter sido diferente... Depois nos conformamos e partimos para novas emoções em outras histórias... Mas os alunos dos 4° Anos da EMEF Professora Luciana Pedroni resolveram fazer diferente... Antes de partirem para novas leituras, resolveram que poderiam ir além da imaginação, poderiam e fizeram.

Aqui estão reunidas crônicas de autores consagrados como Luís Fernando Veríssimo e Stanislaw Ponte Preta, porém com a criatividade de nossos alunos que criaram inícios, meios e finais diferentes dos textos originais, além de crônicas, na íntegra, da autoria dessas crianças.

Crônicas de A a G reúne não só os textos produzidos pelos alunos, sob a orientação de suas professoras, mas também as provas de que é possível transformar hábitos a partir da leitura e enriquecer o conhecimento e gosto pelo estudo da Língua, através dos processos a serem percorridos para se obter uma escrita de qualidade e desta forma, termos jovens escritores que irão trilhar os caminhos que partem do coração rumo à sensibilidade de seus leitores.

Apreciem a obra.

Equipe docente

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SUMÁRIO

Pneu Furado 08 Luiz Fernando Veríssimo Pneu Furado 09 Nova versão de final pelo aluno Eduardo Henrique – 4°D Pneu Furado 11 Nova versão do final produzida coletivamente pelos alunos do 4° E O homem trocado 12 Nova versão produzida pelos alunos Matheus Marques e Felipe Santos – 4° D O homem trocado 15 Nova versão do final produzido coletivamente pelos alunos do 4° B O homem trocado 17 Luiz Fernando Veríssimo O menino que chupou a bala errada 19 Reescrita pelas alunas Monica Vieira e Renata Silva – 4° D O menino que chupou a bala errada 20 Stanislaw Ponte Preta Coisas de escola 22 Produzido coletivamente pelos alunos do 4°D O primeiro dia de aula 24 Produzido coletivamente pelos alunos do 4° E Família feliz 25 Produzido coletivamente pelos alunos do 4° F O menino que queria um animal 26 Produzido pelo aluno Gabriel Toledo – 4° F A mulher que faz tudo errado 28 Produzido pela aluna Rafaela – 4° F Lixo 30 Produzido coletivamente pelos alunos do 4° G A mulher vestida 32 Fernando Sabino

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Page 7: Livro de Cronicas

A mulher vestida 35 Nova versão do final produzido coletivamente pelos alunos do 4° C A mulher vestida 40 Nova versão produzida coletivamente pelos alunos do 4°B A Surpresa 42 Produzido pelos alunos Beatriz e Gabriel- 4° C O sonho da tragédia do caminhão 45 Produzida coletivamente pelos alunos do 4° C O homem nu 48 Fernando Sabino O homem nu 53 Nova versão do final produzido coletivamente pelos alunos do 4° B A bola 57 Luiz Fernando Verissimo A bola 59 Nova versão produzida coletivamente pelos alunos do 4° A Feriado 61 Produzido coletivamente pelos alunos do 4° G Nem tudo que se joga fora é lixo 62 Fernando Bonassi Nem tudo que se joga fora é lixo 63 Nova versão do final produzido coletivamente pelos alunos do 4° A Nosso Brasil 64 Produzido coletivamente pelos alunos do 4° A

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Page 8: Livro de Cronicas

PNEU FURADO

Luís Fernando Veríssimo

O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonitinha. Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu um homem dizendo “Pode deixar”. Ele trocaria o pneu.

- Você tem macaco? – perguntou o homem.

- Não – respondeu a moça.

- Tudo bem, eu tenho – disse o homem – Você tem estepe?

- Não – disse a moça.

- Vamos usar o meu – disse o homem.

E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça.

Terminou no momento em que chegava o ônibus que a moça estava esperando. Ele ficou ali, suando, de boca aberta, vendo o ônibus se afastar. Dali a pouco chegou o dono do carro.

- Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado.

- É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar.

- Coisa estranha.

- É uma compulsão. Sei lá.

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Page 9: Livro de Cronicas

PNEU FURADO

Nova versão de final produzida pelo aluno Eduardo Henrique4º ano D

O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonitinha. Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu um homem dizendo “Pode deixar”. Ele trocaria o pneu.

- Você tem macaco? – perguntou o homem.

- Não – respondeu a moça.

- Tudo bem, eu tenho – disse o homem – Você tem estepe?

- Não – disse a moça.

- Vamos usar o meu – disse o homem.

E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça.

O homem estava tão apaixonado que não percebeu que o pneu estava “careca” e não sabia que o documento do carro dela estava vencido.

De repente chegou um guarda, perguntou o que estava acontecendo, analisou o carro e pediu os documentos. A mulher entregou o documento e pelas condições irregulares do veículo, o policial apreendeu o carro e deu uma multa para o homem que nem teve tempo de se explicar.

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Page 10: Livro de Cronicas

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PNEU FURADO

Nova versão do final produzido coletivamente pelos alunos do 4º ano E

O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonitinha. Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu um homem dizendo: - Pode deixar. Ele trocaria o pneu. - Você tem macaco? - perguntou o homem. - Não - respondeu a moça. - Tudo bem, eu tenho - disse o homem – Você tem estepe? - Não - disse a moça. - Vamos usar o meu - disse o homem. E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça.

- Obrigada! Assim que terminar vamos ao borracheiro para concertar o meu pneu e devolver seu estepe - disse a moça.

- Não é necessário, faço questão que fique com meu estepe - disse o homem, convencendo a moça.

Após resolver o problema, o homem foi embora e nunca mais o encontraram.

Já a moça foi logo encontrada pela polícia em uma blitz que a aguardava. Foi acusada de roubo de joias, havia provas, mas nenhuma explicação.

Graças ao rastreador localizado no pneu de seu carro.

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Page 12: Livro de Cronicas

O HOMEM TROCADO

Nova versão produzida pelos alunos Matheus Marques e Felipe Santos4º ano D

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.

- Tudo perfeito – diz a enfermeira, sorrindo.

- Eu estava com medo desta operação...

- Por quê? Não havia risco nenhum.

- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos...

Como por exemplo, quando eu era criança e troquei de lugar com meu irmão e fui, sem querer, jogar no time de futebol americano. Foi um desastre!

E quando fomos acampar e eu fiquei encarregado de levar a gasolina reservada para a volta, mas em vez de eu pegar o galão do combustível, peguei um galão de shampoo. Ficamos na pior!

Certo dia fui fazer compras e estacionei meu carro, por coincidência, ao lado de um carro bem parecido com o meu. Não sabia que aquele carro era roubado e que os bandidos estavam assaltando o supermercado e ao saírem correndo, entraram no meu carro e o levaram por engano.

Quando a polícia chegou, viu que eu estava perto do carro roubado e achou que eu fosse o bandido! Fui preso, mas minha mãe pagou a fiança. Minha vida sempre foi assim, um engano atrás do outro! Sem contar que eu só vim parar aqui neste hospital porque tinha feito uns exames e os resultados deram muito alterados porque se enganaram e me mandaram os resultados errados, era de outro paciente com uma doença grave, mas felizmente consertaram o erro. Foram tantos os enganos que eu já não acreditava em mais nada e ainda tive que refazer os exames. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:

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Page 13: Livro de Cronicas

- O senhor está desenganado.

Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.

- Se você diz que a operação foi bem...

A enfermeira parou de sorrir.

- Apendicite? – perguntou, hesitante.

- É. A operação era para retirar o apêndice.

- Não era para trocar de sexo?

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Page 14: Livro de Cronicas

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O HOMEM TROCADO

Nova versão do meio da crônica produzido pelos alunos do 4º ANO B

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de

recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.

- Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.

- Eu estava com medo desta operação...

- Por quê? Não havia risco nenhum.

- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de

enganos...

Derci contou a enfermeira, que comprou uma roupa para

sua formatura pela internet e quando abriu a encomenda levou

um tremendo susto, era um vestido, vermelho!

Certa vez, ficou muito feliz ao saber por um colega que

havia passado no vestibular, mas quando foi à universidade para

conferir a informação, descobriu que seu nome não constava na

lista, o nome que seu amigo viu era Darcy, uma mulher!

Enganaram-se no banco, o depósito que fizera para quitar

uma dívida, foi creditado em outra conta, e ele só percebeu

quando recebeu uma notificação comunicando que seu título seria

protestado.

Estes foram apenas alguns enganos, entre tantos que

ocorreramem sua vida.

Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:

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Page 16: Livro de Cronicas

- O senhor está desenganado.

Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim.

Uma simples apendicite.

- Se você diz que a operação foi bem...

A enfermeira parou de sorrir.

- Apendicite? - perguntou,hesitante.

- É. A operação era para tirar o apêndice.

- Não era para trocar de sexo?

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Page 17: Livro de Cronicas

O HOMEM TROCADO

Luís Fernando Veríssimo

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.

- Tudo perfeito – diz a enfermeira, sorrindo.

- Eu estava com medo desta operação...

- Por quê? Não havia risco nenhum.

- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos...

E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.

- E o meu nome? Outro engano.

- Seu nome não é Lírio?

- Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e...

Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.

- Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais de R$ 3 mil.

- O senhor não faz chamadas interurbanas?

- Eu não tenho telefone!

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Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.

- Por quê?

- Ela me enganava.

Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:

- O senhor está desenganado.

Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.

- Se você diz que a operação foi bem...

A enfermeira parou de sorrir.

- Apendicite? – perguntou, hesitante.

- É. A operação era para retirar o apêndice.

- Não era para trocar de sexo?

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Page 19: Livro de Cronicas

O MENINO QUE CHUPOU A BALA ERRADA

Reescrita da crônica pelas alunas Mônica Vieira e Renata Silva 4º ano D

Todo garotinho gosta de bala, não é? O menino dessa história era fissurado por balas, não podia ver uma que ia direto comê-la.

Certo dia seu pai estava limpando o revólver e para não sofrer nenhum acidente, precisou descarregá-lo em cima da mesa.

O menino chegou de repente do quintal e viu as balas na mesa e disse ao pai:

- O que é isso em cima da mesa, pai?

O pai desligado disse:

- São balas!

O menino imediatamente as balas e abocanhou-as.

Quando o pai percebeu, o menino já tinha engolido e desesperado chamou a mãe que ficou ainda mais desesperada. Correu para ligar para o médico e esperou até que ele viesse em sua casa.

Quando o doutor chegou, disse que já estava acostumado com muitos casos como esse e tranquilizou-a:

- Não é nada grave! Eu já dei um laxante e agora é só esperar, mas não precisa se preocupar.

Mas a mãe inconformada perguntou:

- Não acontecerá nada, doutor?

- Não! Com ele não acontecerá nada de grave! Com os outros talvez!

- Como assim? –perguntou a mãe aflita.

- É que até que passe a recuperação aconselho não apontá-lo para ninguém.

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MENINO QUE CHUPOU A BALA ERRADA

Stanislaw Ponte Preta

Diz que era um menininho que adorava bala e isto não lhe dava qualquer

condição de originalidade, é ou não é? Tudo que é menininho gosta de bala.

Mas o garoto desta história era tarado por bala. Ele tinha assim uma espécie

de ideia fixa, uma coisa assim... assim, como direi? Ah... creio que arranjei

um bom exemplo comparativo: o garoto tinha por bala a mesma loucura

que o Sr. Lacerda tem pelo poder.

Vai daí um dia o pai do menininho estava limpando o revólver e, para

que a arma não lhe fizesse uma falseta, descarregou-a, colocando as balas

em cima da mesa. O menininho veio lá do quintal, viu aquilo ali e

perguntou pro pai o que era:

- É bala – respondeu o pai, distraído.

Imediatamente o menininho pegou diversas, botou na boca e engoliu,

para desespero do pai, que não medira as consequências de uma

informação que seria razoável a um filho comum, mas não a um filho que

não podia ouvir falar em balas que ficava tarado para chupá-las.

Chamou a mãe (do menino), explicou o que ocorrera e a pobre senhora

saiu desvairada para o telefone, para comunicar a desgraça ao médico.

Esse tranquilizou a senhora e disse que iria até lá em seguida.

Era um velho clínico, desses gordos e bonachões, acostumados aos

pequenos dramas domésticos. Deu um laxante para o menininho e

esclareceu que nada de mais iria ocorrer. Mas a mãe estava ainda aflita e

insistiu:

- Mas não há perigo de vida, doutor?

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Page 21: Livro de Cronicas

-Não – garantiu o médico: - Para o menino não há o menor perigo de

vida. Para os outros talvez.

-Bem... ponderou o doutor: - O que eu quero dizer é que, pelo menos

durante o período de recuperação, talvez fosse prudente não apontar o

menino para ninguém.

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COISAS DE ESCOLA

Produzido coletivamente pelos alunos do 4º ano D

Os dois encontram-se em frente à cantina da escola e conversam sem se importarem com o barulhãono pátio.

- Nossa, Daniel! Nessa semana teremos muitas atividades, não é?

- É verdade, Paloma! Tinha até me esquecido! Ainda bem que você me lembrou! Mas as férias já estão chegando!!!

O sinal toca e vai cada um para sua sala.

Na sala de aula, cada um se concentra em suas atividades em meio a várias aulas.

Algum tempo depois se encontram novamente no recreio e combinam de tomarem um sorvete depois da aula, mas precisam combinar rápido, pois são interrompidos pelo anúncio da diretora, ao microfone, para que todos se dirijam à quadra a fim de assistirem à final do campeonato de vôlei das turmas dos 5ºs anos.

A disputa entre as turmas foi tão acirrada e emocionante que nem se deram conta do horário e quando voltaram para a sala faltavam apenas dez minutos para irem embora.

Imediatamente todos organizam as suas coisas para a saída e Paloma sai apressada para alcançar Daniel que já estava descendo as escadas:

- Ei, Dani! Me espera para tomarmos sorvete, viu?

- Claro! Está tão quente que eu jamais esqueceria! Mas mesmo se eu esquecesse hoje, poderíamos ir à sorveteria todos os dias! Afinal, as férias estão chegando! Dá para acreditar? – Daniel comenta todo animado.

Enquanto caminham para a sorveteria vão planejando o que vão fazer durante o período de férias, quais lugares gostariam de ir, clubes, cinema, shopping, parques, enfim, a programação já está feita. Finalmente chegam

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Page 23: Livro de Cronicas

na sorveteria que fica pertinho da escola, na mesma calçada, e perto de suas casas também, por isso foram a pé.

- Olha, eu adoro tudo isso, mas fico super cansado! Diz Daniel se espreguiçando no banquinho da sorveteria.

Paloma, depois de uma colherada de sorvete de pistache, concorda:

- Com certeza! Mas isso compensa porque nossos alunos são muito esforçados! E amanhã tem mais!

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O PRIMEIRO DIA DE AULA

Crônica produzida coletivamente pelos alunos do 4° Ano E

O relógio despertou as 07h00min da manhã, o dia estava ensolarado e prometia grandes acontecimentos.

Miguel movido pela ansiedade e expectativa do grande dia, disparou feito um foguete para a escola. Mas, aterrissou assim que saiu pela porta ao ver o ônibus passar a sua frente.

Persistente pegou a sua bicicleta, em uma nova decolagem, disparou. Focado em seu destino não percebeu o caco de vidro, o pneu furou. Deixou a bicicleta para trás e correu desesperadamente como se estivesse em uma maratona.

Já muito cansado, num certo ponto do trajeto, Miguel parou. Queria recuperar o fôlego para continuar. Mais a frente avistou um campo de futebol e muitas crianças jogando, torcendo e se divertindo. Então sentiu uma imensa vontade de correr para o campo e jogar futebol com eles. Porém tinha um objetivo a cumprir, seu primeiro dia de aula.

Prosseguiu em seu caminho, até finalmente chegar à escola. Respirou fundo, ajeitou o uniforme, mas não entrou, o portão estava fechado e a escola deserta. Então pensou: onde estão os alunos? Foram todos para o campo jogar bola?

Neste instante, colocou a mão no bolso pegou seu celular e leu a seguinte informação:

SÁBADO, 25 DE JANEIRO

11H59MIN

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FAMÍLIA FELIZ

Crônica produzida coletivamente pelos alunos do 4° Ano F

Cada um acorda de um jeito diferente. Temalguns que acordam com

o despertador, outros com os berros da mamãe e outros ainda, caindo da

cama.

Existem maneiras de despertar que são mais prazerosas,como com

um beijinho da mamãe, um cafuné e uma mesa com café quentinho me

esperando.

Levanto bem contente, tomo banho, escovo os dentes para acabar

com o bafo, consulto a previsão do tempo, visto a roupa mais adequada e

junto-me a mesa com a família para saborear um delicioso pedaço de bolo.

Ajudo a mamãe a tirar a mesa e lavo louça enquanto meu irmão

arruma as camas.

Finalmente vamos para a sala. Quatro crianças. Uma televisão.

Cemcanais. Umcontrole remoto e muita confusão.

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Page 26: Livro de Cronicas

O MENINO QUE QUERIA UM ANIMAL

Crônica produzida pelo aluno Gabriel Toledo,4º ano F

O menino acordou, correu para o quarto de seus pais e gritou:

- Pai, mãe acordem! É o meu aniversário!

- Feliz aniversário filho! - disse o pai.

- Feliz aniversário filho! - disse a mãe.

- Olha, seu presente filho, vamos providenciar – disse a mãe –

adivinha o que é?

- É um dragão que eu queria? - perguntou o filho entusiasmado – É

ele mesmo? Muito obrigado!

- Filho, vamos tomar café e vamos ao shopping.- disse o pai,

tentando disfarçar.

- Fazer o quê?

- É uma surpresa!

Depois do café o menino entrou no carro pensando no que ele iria

ganhar. Imaginou que seria um passeio de elefanteou uma super guitarra,

imaginou também que iria ganhar um dragão.

Andarampelas lojas e pararam em frente a uma loja de animais.

- Pai, o que estamosfazendo na parte dos animais?

- Filho é para você escolher um bichinho de estimação.

- Sério? Eu quero um filhote de dragão!

- Eu vi uns filhotinhos de cachorro ali atrás. – disse o pai semgraça.

O menino escolheu um filhote bemsimpático para ser o seu protetor

como queria o pai e o levou para casa.

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Page 27: Livro de Cronicas

O menino , vestiu o cachorro com uma fantasia e ficou jogando- o

para o alto para ele aprender a voar mas isso não aconteceu e ele se

acostumou, mas não parou nunca de imaginar como seria ter um dragão.

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Page 28: Livro de Cronicas

A MULHER QUE FAZ TUDO ERRADO

Crônica produzida pela aluna Rafaela4º ano F

A mulher estava dormindo quando foi acordada pelo som estridente

do despertador. Levantou assustada, correu para o banho e escorregou no

pedacinho de sabonete que havia deixado no box no dia anterior e quase

caiu.

Vestiu-se com cuidado, fez a maquiagem, penteou os cabelos, olhou-

se de corpo inteiro no espelho e constatou que o vestido estava do avesso.

Trocou-se.

Sentou-se a mesa para a primeira refeição do dia, serviu-se de uma

xícara de café e foi conferir as mensagens do WhatsAppe distraída

derramou o café quente na roupa. Trocou-se.

Enfim pronta, pegou a bolsa e as chaves do carro, entrou no elevador

que estava muito cheio e esqueceu-se de apertar o botão do estacionamento

indo parar no último andar ao invés de chegar ao subsolo.

Vinte andares abaixo, já muito atrasada, finalmente o estacionamento

e a necessidade de avisar ao chefe que chegaria atrasada.

Procurou o celular na bolsa e não encontrou. Lembrou-se que tinha

ficado na mesa.

Subiu para buscar o celulare desceu enviando a mensagem que

informava o atraso.

Quando chegou ao carro, a mulher percebeu que tinha esquecido a

bolsa no apartamento.

Semoutra alternativa, o jeito era subir novamente. Apertou o botão

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Page 29: Livro de Cronicas

do elevador e o segurança avisou que estava faltando energia e o elevador

não iria funcionar.

Subiu dez andares pela escada até seu apartamento e recuperou a

bolsa.

Graças a Deus chegou com a bolsa e o celular no estacionamento,

mas ao tentarabrir o carro tinha esquecido as chaves do veículo na porta do

apartamento.

Subiu e desceu os dez andares novamente e quando chegou no

subsolo quebrou o salto do sapato.

Conferiu se estava com a bolsa, o celular e as chaves e decidiu ir

com o salto quebrado mesmo.

Quando finalmente chegou ao prédio em que trabalhava, estacionou

seu carro, apertou o botão do elevador, mas ele estava em manutenção.

Já conformada, subiu quinze andares até a sala de reunião. Não havia

ninguémlá. Consultou o celular para ver se havia alguma mensagem. O

plano de fundo avisou: “Bom domingo!”

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Page 30: Livro de Cronicas

Lixo

Crônica produzida coletivamente pelos alunos do 4° Ano G

Certo dia, mais especificamente no dia 25 de janeiro deste ano, São Paulo estava em festa, pois era seu aniversario. Eu passeava tranquilamente pelas ruas da cidade, em minha caminhada rotineira. Em determinado momento, já me preparando para voltar para casa, deparei-me comum grupo de pessoas que visivelmente voltavam de algum tipo de comemoração. Riam alto, entre empurrões e provocações entre si, enquanto despreocupadamente, livravam- se displicentemente das garrafas vazias e embalagem que agora não tinham mais a importância de momentos atrás. Acompanhei com o olhar aqueles jovens até dobrarem a esquina, deixando para trás um rastro de sujeira. Não pude deixar de notar a ironia da cena que acabara de presenciar... Comemoravam o aniversário da cidade, ao mesmo tempo em que ajudavam a entulhar de lixo suas ruas.

Segui o meu caminho com uma tamanha indignação que a imagem daqueles jovens me perseguiu por todo o dia. Não podia deixar de pensar principalmente em um dos integrantes do grupo, que pude perceber, trazia em sua camiseta a seguinte estampa: “Eu amo São Paulo”.

Passado algumas semanas, estava assistindo ao jornal, que tinha como destaque em seu noticiário uma notícia que me chamou a atenção: “Enchentes que atingiu moradores próximos ao rio Tietê”. O curioso é que pude reconhecer, entre os protestantes que gritavam em frente as câmeras para demonstrar sua indignação, alguns rostos por mim conhecidos, os mesmos que naquela manhã que tanto me desagradou no aniversário da nossa cidade. Eles agora falavam a respeito do lixo, criticavam o Governo e as Autoridades Componentes a situação, solicitando condições habitacionais e as infraestruturas urbanísticas, seja apta para evitar enchentes, garantindo uma qualidade de vida melhor.

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Page 31: Livro de Cronicas

Mas, o problema não acabou ai e nem começou também, pois dizem que tudo começou quando os “portugueses ” chegaram às margens do rio Tietê.

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Page 32: Livro de Cronicas

A MULHER VESTIDA

Fernando Sabino

Eu estava num centro comercial de Copacabana e era sábado, pouco

depois do meio dia.

A tanta começou a ouvir uma martelação de ensurdecer. O dono de

uma lojinha de sapatos para senhoras chegou-se à porta, assustado:

-Que será isso?

E saiu pelo corredor a investigar. Caminhávamos na mesma direção

e logo descobrimos que o ruído vinha de uma sala fechada, um curso de

ginástica.

Batiam desesperadamente na porta, lá dentro – com um alitere, no

mínimo.

- Que está acontecendo? – o sapateiro gritou do lado de cá.

Uma voz chorosa de mulher explicou que a porta estava trancada, ela

não podia sair.

- Que de a chave? – berrou o homem.

- O professor levou – respondeu a voz

- O professor de ginástica.

- Espere que eu vou chamar o zelador – arrematou o homem, solícito.

E se voltou para mim:

- O senhor podia fazer o favor de procurar o zelador para soltar a

mulher? Não posso abandonar a minha loja sem ninguém.

Assim, ele ia tirar a castanha com a mão do gato. Não tive outro jeito

senão sair à procura do zelador.

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Page 33: Livro de Cronicas

Encontrei-o à porta do prédio chupando uma tangerina. Era um pau-

de-arara delicado e solícito, mas infelizmente não podia fazer nada: não

tinha a chave da sala.

Voltei ao corredor, vencendo a tentação de cair fora de uma vez,

deixar que a mulher se arranjasse. A bateção recomeçara ela parecia

disposta a botar abaixo:

- Abre essa porta! Pelo amor de Deus!

- Calma, minha senhora – berrei do lado de cá: - Vamos ver se a

gente dá um jeito.

No corredor ia-se juntando gente, e várias sugestões eram aventadas:

abrir um buraco na parede, chamar o Corpo de Bombeiros, retirá-la pela

janela.

- Deve ser uma mulher forte pra chuchu.

- Eu se fosse ela aproveitava e quebrava tudo lá dentro.

Pensei em transferir a alguém mais a tarefa que o sapateiro me

confiara, não encontrou ninguém que parecesse disposto a aceitar a

responsabilidade: todos se limitavam a fazer comentários jocosos, estavam

é se divertindo com o incidente. De súbito me ocorreu perguntar à mulher o

número do telefone do professor. Foi um custo fazê-la cantar de lá a

resposta, algarismo por algarismo. Saí para a rua à procura de um telefone

– tive de andar um quarteirão inteiro até uma farmácia, onde fiquei

aguardando na fila. Chegou afinal a minha vez.

Atendeu-me uma voz de criança, certamente filha do professor. Que

ainda não havia chegado em casa, pelo que pude entender:

- Escuta meu benzinho, diga para o papai que tem uma mulher

trancada na sala lá do curso ele, está me entendendo? Repete comigo: uma

mulher trancada...

33

Page 34: Livro de Cronicas

Não havendo mais nada a fazer, resolvi tomar o caminho de casa –

mas a curiosidade me arrastou mais uma vez até o centro comercial, para

uma última olhada sem compromisso.

O interesse conquistara todo o andar, espalhava-se aos demais,

ganhava a rua: gente se acotovelava diante do prédio, agora era uma

multidão de verdade que acompanhava os acontecimentos:

- Por que não arrombam a porta de uma vez?

- O que é que a mulher está fazendo lá dentro?

- Dizem que ela está nua.

A palavra mágica correu logo entre a multidão: nua, uma mulher

nua! E cada vez juntava mais gente, ameaçando interromper o tráfego:

- Mulher nua! Mulher nua! – gritavam os moleques.

Dois soldados da polícia militar passaram correndo, cassetetes em

riste, sem saber para onde se dirigir. A multidão se abriu, precavidamente.

Um homem de ar decidido pedia licença e ia entrando pelo centro

comercial adentro como quem vai resolver o problema.

Devia ser algum comissário de polícia.

Era o professor, que comparecia com a chave, não sei se mercê do

meu recado. Em pouco a porta do curso de ginástica se abriu e a mulher

saiu, ressabiada – completamente vestida. Era baixinha e meio gorda,

estava mesmo precisando de ginástica.

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Page 35: Livro de Cronicas

A MULHER VESTIDA

Nova versão do final produzido coletivamente pelos alunos do4º ano C

Eu estava num centro comercial de Copacabana e era sábado, pouco

depois do meio dia.

A tanta começou a ouvir uma martelação de ensurdecer. O dono de

uma lojinha de sapatos para senhoras chegou-se à porta, assustado:

-Que será isso?

E saiu pelo corredor a investigar. Caminhávamos na mesma direção

e logo descobrimos que o ruído vinha de uma sala fechada, um curso de

ginástica.

Batiam desesperadamente na porta, lá dentro – com um alitere, no

mínimo.

- Que está acontecendo? – o sapateiro gritou do lado de cá.

Uma voz chorosa de mulher explicou que a porta estava trancada, ela

não podia sair.

- Que de a chave? – berrou o homem.

- O professor levou – respondeu a voz

- O professor de ginástica.

- Espere, que eu vou chamar o zelador – arrematou o homem,

solícito.

E se voltou para mim:

- O senhor podia fazer o favor de procurar o zelador para soltar a

mulher? Não posso abandonar a minha loja sem ninguém.

Assim, ele ia tirar a castanha com a mão do gato. Não tive outro jeito

senão sair à procura do zelador.

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Page 36: Livro de Cronicas

Encontrei-o à porta do prédio chupando uma tangerina. Era um pau-

de-arara delicado e solícito, mas infelizmente não podia fazer nada: não

tinha a chave da sala.

Voltei ao corredor, vencendo a tentação de cair fora de uma vez,

deixar que a mulher se arranjasse. A bateção recomeçara ela parecia

disposta a botar abaixo:

- Abre essa porta! Pelo amor de Deus!

- Calma, minha senhora – berrei do lado de cá: - Vamos ver se a

gente dá um jeito.

- Você pode se afastar da porta! Disse o sapateiro.

E a moça respondeu:

- Claro que sim.

O sapateiro tentou abrir a porta de varias maneiras, usando um

grampo, martelo, mas nada deu certo.

- Conseguiu? Falou a mulher desesperada.

- Fique calma minha senhora, estou quase abrindo a porta.

Enquanto pensava em uma solução ele perguntou:

- Como você ficou trancada ai!

- O professor me trancou aqui sem querer, por que eu estava no

banheiro me trocando para ir embora, por que depois da ginastica

tenho que me vestir para ir para meu trabalho, faço isso todos os dias,

mas desta vez acho que o professor não me viu. Creio que ele achou

que não tinha ninguém.

- Eu ouvi barulho de marteladas, ou algo parecido.

- Acho que foi quando ele bateu a porta.

- Tive um ideia - gritou o sapateiro com a solução na ponta da

língua.

- Veja se tem alguma janela aberta.

- Espere um pouco, mas é claro, tem sim!!!! Mas infelizmente

esta fechada. Indagou a pobre mulher abalada.

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Page 37: Livro de Cronicas

O sapateiro logo foi falando.

- É de vidro?

- Sim.

O sapateiro pensou, pensou, pensou...

- Mas é claro você pode quebrar o vidro. Pegue qualquer

equipamento de ginastica e quebre.

A mulher, sem pestanejar foi logo executar o grande plano.

Puft! Foram cacos para todos os lados, e a saída daquela aflição

estava no fim. Mas de repente um som muito alto surgiu...

Ui! Ui! Ui! O alarme foi acionado da sala de ginastica. Os dois

ficaram sem reação e começaram a se perguntar.

- E agora, o que é isso? Berrou o sapateiro.

- Nossa! Essa sala tem alarme, meu professor vai me matar...

Quebrei toda a vidraça.

Não mais que de repente chegaram os policiais e forma logo

perguntando.

- O que esta acontecendo aqui?

O sapateiro sentado no chão, foi explicando.

- Olha seu policial, eu vim ajudar uma mulher que ficou presa na

sala de ginastica, a única saída foi quebrar a vidraça.

- Onde esta a moça?

- Lá dentro.

O policial chamou um chaveiro, para abrir a porta, e pediu para

a mulher não sair pela janela, pois podia se cortar com os cacos.

O chaveiro foi falando:

- Se afastem todos, preciso de espaço.

Todos ficaram aguardando o momento em que aquela mulher

poderia ter sua sonhada liberdade. Mas um riso somente era o que se

ouvia.

O sapateiro foi logo dizendo:

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Page 38: Livro de Cronicas

- O chaveiro está louco! Em vez de abrir a porta esta dando

risada. O que foi meu senhor?

- Por que vocês me chamaram aqui? Respondeu o chaveiro.

- Ué! Para abrir a porta e mulher sair.

O chaveiro olha em volta e revelou algo inesperado.

- Os senhores me chamaram aqui para eu ensinar a usar a

maçaneta?

O sapateiro ficou nervoso e retrucou.

Esta tirando sarro da nossa cara? Abra a porta agora.

- Sim, basta virar a maçaneta. A porta estava aberta o tempo

todo.

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Page 39: Livro de Cronicas

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Page 40: Livro de Cronicas

A MULHER VESTIDA

Nova versão da crônica produzido coletivamente pelos alunos do 4º anoB

Era sábado, estava num centro comercial de Copacabana,

Quando ouvi um barulho de estourar os tímpanos. O proprietário de uma loja de sapatos, saiuassustado e perguntou:

- O que será isso?

Saímos pelo corredor para ver o que estava acontecendo, e ouvimos um ruído que vinha da sala de ginástica.

Alguém batia na porta desesperadamente, o homem que me acompanhava na investigação, gritou:

- O que esta acontecendo?

Uma mulher chorando, disse que a porta estava trancada e que ela não conseguia sair. O homem perguntou:

- Onde está a chave?

- O professor de ginástica levou – respondeu a mulher.

O sapateiro pediu que ela esperasse, ele iria avisar o zelador, mas passou a tarefa para mim, justificando que precisava voltar para sua loja. Fui a procura do zelador, mas ele não podia fazer nada, pois não tinha a chave da sala.

Pensei em desistir e deixar que os outros resolvessem o problema, porém a mulher começou a gritar:

- Socorro, me ajudem, abram essa porta!

- Calma senhora, vamos tirá-la daí.

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Page 41: Livro de Cronicas

Várias sugestões foram dadas pelas pessoas, que cada vez mais iam chegando ao corredor: abrir um buraco na parede, chamar o corpo de bombeiros, entre outras.

Muitos se divertiam diante do incidente.

De repente, me ocorreu pedir a mulher, o número do telefone do professor. Liguei, a filha dele atendeu, e disse que o pai não estava em casa. Deixei o recado, que fosse urgente para o prédio com a chave da sala de ginástica, pois havia uma mulher presa lá.

Pensei em ir para casa, pois já tinha feito a minha parte para resolver a situação, e embora não querendo mais me envolver, decidi dar uma passada pelo centro comercial para ver como estavam as coisas. Infelizmente tudo permanecia do mesmo jeito, exceto o número de pessoas que agora era uma multidão espalhada pelos andares do prédio e pela rua, em meioa uma confusão de falas:

- Vamos arrombar a porta!

- O que será que esta mulher está fazendo lá dentro?

- Dizem que ela está nua!

A palavra mágica caiu como um raio entre a multidão.

- Mulher nua, mulher nua!

Dois policiais passaram correndo, meio sem saber para onde ir, e após eles um homem de ar decidido, como quem vai resolver o problema entrou no centro comercial. Certamente um comissário de polícia.

Era o professor! Abriu a porta da sala e a mulher saiu encabulada, completamente vestida.

E não é que ela estava mesmo precisando muito de ginástica?

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Page 42: Livro de Cronicas

A SURPRESA

Crônica produzida pelos alunos Beatriz e Gabriel do4º ANO C

Doisdias antes do aniversario da professora a Bruna foi logo falando:

- Eu trago um bolo de duas camadas, enorme. Minha mãe sabe fazer bolos deliciosos.

Dias se passarame chegou o grande dia.

Chegando à escola, todos estavam preparados, alguns trouxeram salgadinho, refrigerante, doces, copos, tudo para a festa.

- E ai Guilherme, o que você trouxe?

- Refrigerante.

- E você Isabela? -Questionou a Emily como sempre.

- Minha mãe fez coxinha.

E os meninos foram logo pedindo uma.

- Dá uma Isabela!

- Não. Elas são para o aniversário da professora.

O tempo se passou e nada da Bruna, era quase oito horas e a professora ia descobrir a surpresa. Alguns alunos foram ver pelo portão se a professora estava chegando, outros foram arrumar a sala, colocamos balões, arrumamos as mesas, escrevemos mensagens na lousa, ficou tudo muito lindo.

- Gente, ela chegou! Gritou o Guilherme, apontando para a Bruna e o bolo.

Todos ficaram surpresos com a chegada da Bruna, quefoi direto para a sala, graças a Deus a professora não chegou antes do bolo. A professora

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Page 43: Livro de Cronicas

foi para a sala comum pouco da turma, mas quando abriu a porta se deparou com...

- Surpresa! Parabéns!

Durante, cantávamos os parabéns e pude notar que a professora ficou sem graça, e no final agradeceu.

- Gente, não precisava! Vocês são danados.

Mas tínhamos um problema: o bolo, a Bruna não havia cumprido direito sua parte, mas de qualquer forma era um bolo. Todos comeram um pedaço bempequeno, por que a Bruna esqueceu a segunda camada em casa eu acho, mas o que valeu foi a intenção de fazermos a surpresa para a professora.

De repente um barulho, era a inspetora Simone.

- Gente, cadê meu pedaço do bolo?

A Emily olhou rápido para a mesa e viu que só restava um pedacinho pequenininho e foi logo pegando e dando a inspetora, que quase ficou sem o pedaço do bolo de duas camadas, que na verdade, mal tinha uma...

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Page 44: Livro de Cronicas

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Page 45: Livro de Cronicas

O SONHO DA TRAGÉDIA COM O CAMINHÃO

Crônica produzida coletivamente pelos alunos do4° Ano C

Era sexta-feira, alguns estudantes de 17 anos foram à faculdade com os seus pais Manuel e Leandro, era noite, as ruas estavam escuras, sombrias, de repente Manuel falou:

- Nossa estou com um pressentimento, creio que algo ruim irá acontecer.

Falou o paicom os braços arrepiados de medo. Nesse mesmo momento Leandro ia atravessando a rua, e só se ouviu...

-Ah!!!!!! Bum!!!!

Todos voltaram o olhar para a direção do barulho.

- O que foi isso!!!! Gritou o pai.

Quando olhou para o chão e viu Leandro deitado no chão de costas.

- Meu Deus Leandro, levante. Falou Manuel indo até o rapaz, mas quando se aproximou viu ele de olhos fechados e com um corte no rosto.

-Acorde, acorde, acorde!! Falou desesperado, mas nada do Leandro se mover.

-Chame a ambulância, gritou o Manuel para algumas pessoas que ia passando por ali.

Enquanto esperava, começou a lembrar de como era a infância com seu filho, os momentos em que se esqueceu de brigar com ele, mas agora queria que seu filho abrisse os olhos para juntos brincar de bola. A ambulância chegou e foi logo socorrendo o Leandro, levou ele para o hospital mais próximo. Seu pai acompanhou o filho em todos os momentos.

- Doutor me fale tudo, como esta meu filho?

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Page 46: Livro de Cronicas

- Fique calmo pai, estamos fazendo de tudo para ajudar seu filho.

- Obrigado doutor.

- Pai, o senhor viu como tudo aconteceu?

- Mais ou menos, pois estávamos conversando e de repente quando voltei a olhar para ele, eu já o vino chão.

-Mas e o motorista, alguém viu quem era?

-Sim, mas vamos cuidar do seu filho.

O tempo passou e aquela dúvida não saía de sua cabeça, quem era o motorista.

- Senhor, senhor...

- Sim, desculpe doutor estava pensando em meu filho.

- Bom infelizmente, não conseguimos salvá-lo.

-Não!!!! Como assim, meu filho...

- Senhor entenda,fizemos de tudo...

- E eu posso saber quem é o motorista

-Bom, ele morreu durante o acidente, ele tinha problemas cardíacos, e morreu de infarto fulminante. - Posso ver o rosto do homem que tirou a vida de meu filho.

-Bom não pode, mas vou deixar. Por favor, me siga.

O medico o levou pelo corredor frio, até chegar a um quarto e lá estava o motorista. Manuel olhou o homem e não acreditou quem era.

- Nossa é Vinicius meu amigo... Nãooooooo!!!!!

Nesse momento Manuel gritou tão alto que desmaiou e quando acordou assustado estado em sua cama, sua casa, e sua esposa falando.

- Manuel você está bem?

- Estou, mas ...

- Mas falo eu, você urinou na cama! Não tem vergonha?

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Page 47: Livro de Cronicas

- Como assim? Onde está o Leandro?

- Esta dormindo em seu quarto.

Nesse momento Manuel não sabia se ficava feliz por ter sido um sonho ou triste de vergonha por ter urinou na cama. Ele resolveu correr até o quarto de Leandro e lhe dar um abraço com o maior amor.

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Page 48: Livro de Cronicas

O HOMEM NU

FERNANDO SABINO

Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí

o sujeito com a conta, na certa. Masacontece que ontem eu não trouxe

dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir

rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica

quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.

Deixaele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar

um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava,

resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para

apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para

um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o

embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda

era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém

tocaram o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada

pelo vento.

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Page 49: Livro de Cronicas

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à

espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do

chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a

mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos

dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o

ponteiro subir lentamente os andares… desta vez, era o homem da

televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o

elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a

segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos,

regulares, vindos lá de baixo… tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo

uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet

grotesco e mal ensaiado. Ospassos na escada se aproximavam, e ele sem

onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de

abrir a porta e entrar, e a empregada passava vagarosa, encetando a subida

de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado , enxugando o suor da

testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.

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Page 50: Livro de Cronicas

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali,

em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido…

percebeu,desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe

de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de kafka,

instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado regime do

terror!

— Isso é que não — repetiu furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares,

obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a

momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão

do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de

mais nada: “emergência: parar”. Muito bem. E agora? Iria subir ou

descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta,

enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.

— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem

nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.

Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente

cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:

— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — imagine que eu…

A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:

— Valha-me deus! O padeiro está nu!

E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:

— Tem um homem pelado aqui na porta!

Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:

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Page 51: Livro de Cronicas

— É um tarado!

— Olha, que horror!

— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!

Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele

entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar

do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na

porta.

— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

Não era: era o cobrador da televisão.

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Page 52: Livro de Cronicas

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Page 53: Livro de Cronicas

O HOMEM NU

Produção coletiva de nova versão do final pelos anos 4° Ano B

Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí

o sujeito com a conta, na certa. Masacontece que ontem eu não trouxe

dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir

rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica

quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.

Deixaele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar

um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava,

resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para

apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para

um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o

embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda

era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém

tocaram o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada

pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à

espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do

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Page 54: Livro de Cronicas

chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a

mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos

dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o

ponteiro subir lentamente os andares… desta vez, era o homem da

televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o

elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a

segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos,

regulares, vindos lá de baixo… tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo

uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet

grotesco e mal ensaiado. Ospassos na escada se aproximavam, e ele sem

onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de

abrir a porta e entrar, e a empregada passava vagarosa, encetando a subida

de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado , enxugando o suor da

testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali,

em pelo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido…

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Page 55: Livro de Cronicas

percebeu,desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe

de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de kafka,

instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado regime do

terror!

— Isso é que não — repetiu furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares,

obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a

momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão

do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de

mais nada: “emergência: parar”. Muito bem. E agora? Iria subir ou

descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta,

enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.

— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem

nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.

Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente

cobrir-se com o embrulho de pão.

Era a mãe dele!

Aterrorizada deixou cair o bolo de chocolate que trouxe para fazer uma

surpresa para seu filho, era aniversário dele.

- Meu deus! – gritou a mulher!

O filho tentava explicar, mas não conseguia acalmá-la.

Os vizinhos assustados começaram a chegar para ver o que estava

acontecendo. A situação estava fora de controle.

De repente, chega a viatura depolícia e levam-no para a delegacia.

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Page 56: Livro de Cronicas

Maria sai em busca do marido em prantos, havia caído no banheiro e estava

ferida.

Após ser interrogado e liberado o marido volta com sua mãe para casa,

vestido com uma farda emprestada por um policial compadecido pela

situação.

Maria repousava no sofá, despertada pelo marido gritou:

- Senhor policial, eu posso explicar, foi tudo um equívoco!

-Maria não fique assustada, sou eu!

Estava anoitecendo, o telefone toca... Era o homem da televisão!

- Olá dona Maria, estou ligando para avisar que passarei ai amanhã a noite,

pois hoje não foi possível, tive um dia cheio!

- Tudo bem, estaremos aguardando.

Maria e seu marido riram, não foi só para eles que o dia tinha sido difícil.

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Page 57: Livro de Cronicas

A BOLA

LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao

ganhar a sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de

couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.

O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “ legal! “. Ou os que os

garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem

magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.

- Como é que me liga?- perguntou.

- Como, como é que liga? Não se liga.

O garoto procurou dentro do papel de embrulho.

- Não tem nenhuma instrução?

O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os

tempos decididamente outros.

- Não precisa manual de instrução.

- O que é que ela faz?

- Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.

- O que?

- Controla, chuta...

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Page 58: Livro de Cronicas

- Ah, então é uma bola?

- Claro que é uma bola.

- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.

- Você pensou que fosse o quê?

- Nada, não.

O garotinho agradeceu, disse “ legal! “, de novo, e dali a pouco o pai o

encontrou na frente da tevê, com a bola nova do lado, manejando os

controles de um videogame. Algo chamado monsterball, em que times de

monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de blip eletrônico

na tela ao mesmo tempo em que tentava se destruir mutuamente. O garoto

era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando

da máquina.

O pai pegou a bola nova ensaiou algumas embaixadinhas. Conseguiu

equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.

- Filho, olha.

O garoto disse “ legal “, mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a

bola com as mãos e a cheirou, tentando recuperar mentalmente o cheiro do

couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma

boia ideia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar.

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Page 59: Livro de Cronicas

A BOLA

Nova versão da crônica produzida pelos alunos do 4° Ano A

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao

ganhar a sua primeira bola do pai. Um número 5 sem tento oficial de couro.

Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.

O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “ legal! “. Ou os que os

garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem

magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.

- Como é que me liga?- perguntou.

- Como, como é que liga? Não se liga.

O garoto procurou dentro do papel de embrulho.

- Não tem nenhuma instrução?

O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os

tempos decididamente outros.

- Não precisa manual de instrução.

- O que é que ela faz?

- Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.

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Page 60: Livro de Cronicas

- O que?

- Controla, chuta...

- Ah, então é uma bola?

- Claro que é uma bola.

- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.

- Você pensou que fosse o quê?

- Nada, não.

O garoto pegou a bola e deixou-a de lado para jogar videogame, um jogo

chamado monsterball, ele tinha coordenação motora e estava ganhando da

máquina.

O pai pegou a bola e fez muitas embaixadinhas, girou-a no dedo e realizou

várias manobras.

- Filho observe!

O pai sem querer chutou a bola numa direção, porém ela desviou e foi

direto no videogame, quebrando-o.

O filho pensou pelo lado positivo, se no jogo é legal, na vida real deve ser

mais sensacional. Por isso disse:

- Pai, vamos jogar futebol?

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Page 61: Livro de Cronicas

FERIADO

Crônica produzida coletivamente pelos alunos do 4° Ano G

Todo ano se celebra alguns feriados alguns divertidos e outros

importante que celebram a vida humana e outros que ganhamos presentes

há feriados que não são tão importantes, não tendo sentido nenhum de

repente veio uma ideia.

Se existe feriado de todos os tipos, pois agora vou inventar um

feriado que se chamará o dia do “VD”, ou seja, um dia que todas as

crianças serão obrigadas a brincar de videogame sem adultos atrapalhando

e sem escola o dia todo, terá mais sentido para todas as crianças do que o

21 de abril.

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Page 62: Livro de Cronicas

NEM TUDO QUE SE JOGA FORA É LIXO

FERNANDO BONASSI. VIDA DA GENTE. CRÔNICAS PUBLICADAS NO

SUPLEMENTO FOLHINHA DE S. PAULO. SÃO PAULO: FORMATO, 2005. P. 21.

Todo dia na nossa vida, a gente pega tudo o que não interessa mais e

joga fora, certo? Daí vem o lixeiro e leva. Parece simples, mas... Para onde

o lixeiro leva o lixo? Há lugares onde eles jogam tudo, que são os lixões.

Lá, os homens ficam pondo lixo e enterrando, até que junta tanto lixo que

nem todas as máquinas do mundo conseguiriam enterrar.

Nessa hora, é preciso encontrar novos lugares para fazer novos

lixões. A gente nunca pensa nisso, afinal os lixões são todos longe da casa

da maioria de nós. Mas fique sabendo que isso é problema desse tamanho!

Algumas coisas que nós jogamos fora são tão venenosas que contaminam a

terra dos lixões por muitos anos. O problema é que não existe mágica.

Enquanto a gente viver, vai produzir lixo. O jeito menos besta de ajudar

nisso é criar a menor quantidade de lixo possível. Como?

Reciclando. Reciclar não é só juntar vidro e jornal e vender para o

garrafeiro, que vai vender para a fábrica de vidro ou papelão.

Ou então dar para o lixeiro nas cidades que coletam lixo reciclado.

A gente precisa aprender a gastar bem as coisas antes de jogar fora!

Usar sempre o papel dos dois lados, usar vidros e saquinhos pra guardar

outras coisas depois de bem lavadinhos... Se a gente não se preocupar com

isso, logo vai haver uma montanha fedida perto da nossa casa! Escute o que

estou falando!

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Page 63: Livro de Cronicas

NEM TUDO QUE SE JOGA FORA É LIXO

Nova versão do final da crônica produzido coletivamente pelos alunos do

4º A

Todo dia produzimos lixo em nossa vida, agente pega tudo que não

interessa e joga fora,certo? Daí vem o lixeiro e leva. Parece simples para

onde ele leva o lixo? Para os lixões. Lá é jogado tanto lixo que nem todas

as máquinas do mundo consegue enterrar. Quando não cabe mais eles

procuram outros lugares para jogar. A população não consegue vê os lixões

porque é longe de suas residências.

Existem algumas coisas que jogamos fora que são tão venenosas que

contaminam a terra por muitos anos. Não existe mágica, enquanto

estivermos vivos produziremos lixo. O jeito menos besta é produzir menos

lixo. Como?

Reciclando. Reciclar não é pegar o vidro e o jornal e dar para o

garrafeiro que vai vender na fábrica de vidro e papelão.

Devemos aprender a gastar bem as coisas antes de jogar fora. Usar os

papéis dos dois lados, reutilizar as sacolas plásticas e os vidros, guardando

outros objetos, antes disso lavar bem.

Se não fizermos isso pode ter uma montanha de resíduos fedidos

perto de nossas casas. Escute o que estou falando.

63

Page 64: Livro de Cronicas

NOSSO BRASIL

Crônica produzida coletivamente pelos alunos do 4° Ano A

As pessoas estão revoltadas com os acontecimentos do dia-a-dia

como: assaltos, manifestações, mortes e etc.

O policial disse para o jornal folha de São Paulo o seguinte: - após

um assalto ao banco Itaú no centro da cidade, os bandidos roubaram 189

milhões de reais, depois de dois dias nós encontramos a quadrilha.

Na primeira tentativa de captura, o chefe dos traficantes levou um

tiro na perna de foi preso. O segundo ladrão estava numa festa a fantasia,

mas neste lugar havia um policial disfarçado, no entanto, ele não imaginava

que se tratava de um bandido, nessa hora ouviu seu celular tocar, ao atender

foi alertado que nessa festa havia um fora da lei. Ao saber disso ele o

identificou e prendeu.

O último fugitivo teve a casa cercada pela polícia, sendo que este

tentou escaparpela chaminé, ao chegar no telhado adivinha o que

aconteceu? Foi surpreendido pelo policial que o prendeu. Quando chegou

na delegacia o delegado perguntou:

- O que você queria ser se não fosse ladrão?

- Papai Noel. Disse ele.

- Por que?

- Roubaria os brinquedos e daria para as crianças carentes.

O delegado furioso respondeu:

- Você fará isso na cadeia, vai passar sessenta anos no xilindró.

O marginal com um sorriso no rosto disse:

- Só assim terei tempo suficiente para esperar minha barba crescer.

64

Page 65: Livro de Cronicas

Turma 4º ano A

Professor: Marcos Erwesson dos Santos Correia

Ana Beatriz Gonçalves Moreira

Ana Elisa Vieira Moreira

Bruna Alessandra Cordeiro da Silva

Diovanna Roberta da Silva

Franciely dos Santos Nascimento

Geovana Pereira Granato Ramos

Giovana de Oliveira Capuchinho

Giovanna Sanabio da Silva

Grazielle Lopes dos Santos

Gustavo Gerson Gusmão de Oliveira

Gustavo Oliveira de Souza

Higor Augusto Cavalcante Munoz

Igor Torres de Araujo

Jackson Robert Silva Santos

Jeferson Danilo de Souza Lima

João Vitor dos Santos Araujo

Julia da Silva Scarparo

Karinne Ribeiro Gonçalves

Mateus Lourenço de Souza

Matheus Magalhães Batista

Miqueias Santos Aguiar Lima

Rafael Henrique de Souza Silva

Ryan Rodrigues Alexandre

Taylan Barbosa dos Santos

Tiago Henrique Buck

Gustavo Vieira dos Santos 65

Page 66: Livro de Cronicas

Turma4º ano B

Professora Rita Idalina Honório

Adriano Silva Matos

Agata Rosa Pacifico da Silva

Alan Aparecido da Silva Menezes

Alexandre Guedes de Oliveira

Felipe Matheus Cavalcanti

Gustavo Henrique da Silva Alves

Gustavo Lucena da Silva

Henrique Lucena da Silva

João Lucas da Silva Costa

Larissa dos Santos Soares

Larissa Marques Sanches

Lucca Cruz Farias de Assis

Marcos Vinicius Ribeiro da Silva

Maria Samara da Silva Alves

Rafael dos Santos Silva

Rayssa Oliveira dos Santos

Rian Olario Damceno

Tainara Lucineide da Silva

Vanessa Dias Barbosa

Vitoria Caroline Benevides Pinto

Wesley Moras de Jesus

Guilherme Washington Oliveira dos Santos

Amanda Ferreira da Silva

Gabrielly Soares Camargo

Bruna Santos Oliveira

66

Page 67: Livro de Cronicas

Turma 4º ano C

Professora Tatiani Lima da Silva

Adrielle Izabel Gomes de Oliveira

Beatriz Martins Santos

Bruna Aparecida Martins

Caio Ferreira Cerra

Daniel Gomes do Couto

Eduardo Araujo Ganzaroli Luiz

Franklin Ferro Teixeira Junior

Gabriel Oliveira Souza

Gabrielli Brandão Fabris

Giovanna Nunes dos Santos

Guilherme KenjiIkematsu Preto

Gustavo Martins de Almeida

Igor Cesar Roeda Favareto

Isabela Fumagali Falcão da Silva

Juliana Cristina Damaceno

Kaique Felipe Santos Silva

Kaue Matheus Ferreira Pinto

Lucas dos Santos Alves

Maria Eduarda Aguiar Teixeira

Matheus Araujo de Oliveira

Paloma Valesca Rodrigues Silva

Talia Santana de Oliveira

Tatiane Maria da Silva

Thiago Maciel

Vinicius Cassalho Araujo

67

Page 68: Livro de Cronicas

Turma 4º ano D Professora Damaris Lemos Ramos de Carvalho

Christhian Kaua Ferreira da Silva

Eduardo Henrique da Silva

Ezequiel Vitor de Oliveira Balbino Araújo

Felipe Santos Inácio

Geiza Gabriele Moraes Santos

Gleice Kelly dos Santos Mendes

Ida Emanuele Moraes Santos

Isac William Silva Santos

João Victor Lima dos Santos Manco

Luanna Stefany de Aguiar Ribeiro

Matheus Marques Morais da Silva

Millena Cristina de Souza Marcondes Luz

Monica Vieira Costa da Silva

Nicolas Dias da Costa

Rebeca Santos Domingues de Araújo

Renata da Silva

Ryan Santos Figueredo

Sthefany Mariani da Silva

Yasmin Lacerda Campos

Carlos Henrique da Silva Leite

Pedro Henrique Melo Sormani

Ricardo dos Santos Silva

Nicolas Alves da Silva

68

Page 69: Livro de Cronicas

Turma 4º ano E

Professora Vanécia Keila da Silva

Alice Lima Correia Arthur de Araújo Oliveira Bruno Felipe de Lima Derik Cruz Lobo Fabricio Freitas Bedoya Gabriel Figueiredo Neto Geovana dos Santos Simião Alves Jennifer Gonçalves de Souza Julia Belmiro Guilardi Julia de Sousa Santos Lucas Araújo do Nascimento Lucas Silva Santos Luiz Gustavo Santos Pinheiro Mariana Vieira Lacerda Nicolas Kenan Melo Silva Paulo Henrique Alves da Silva Rafael de Souza Rocha Ricardo Lino da Silva Sabrina Xavier Ribeiro Stefani Leite da Silva Talia Oliveira dos Santos Victor Anésio Torres Pereira Gabriel Santos Oliveira Marcela Santos de Souza Taciel Gomes Cruz Junior Enderson Iuri Lourenço da Silva

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Page 70: Livro de Cronicas

Turma 4º ano F

Maria Carolina Corrêa Ignácio

Abner Belfort Sousa do Carmo

Adrieli da Silva Santana

Bianca Conceição Soriano

Cauan Apolinario da Silva

Danilo Brandão Monteiro dos Santos

Fernanda Roberto Sena

Gabriel Toledo

Gustavo Pereira de Souza

João Gustavo Goes da Silva

José Adrian Silva Santos

Kemili Aparecida Nicomedes de Santana

Leticia Soares

Luiz Fabiano Martins de Souza

Luiz Henrique da Silva

Lyvia Brizola da Silva

Priscila da Silva Souza

Rafaela Theodoro da Silva

Rebeca Sousa da Silva

Rodney Silva de Oliveira

Sara da Silva Souza

Talita Oliveira dos Santos

Thais da Silva Santos

Thiago Rodrigues da Silva

Natália de Souza Mendonça

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Page 71: Livro de Cronicas

Turma 4º ano G

Professora Falangem das Neves Souza Rodrigues

Amanda Santos de Santana

Ana Beatriz Gonçalves e Silva

Estevão dos Santos Silva

Evelyn da Silva Pereira

Eveni Silveira dos Santos

Fabrício Henrique Rezende da Silva

Gabriel Luiz Papa

Jennefer Kelly Domingos Brito

Kaique Pereira dos Santos

Lais Naomy Yamasato Nakamo

Lais Roberta Crispim da Cruz

Larissa dos Reis Silva

Letícia Juliana André Leite

Marcelo Henrique Aparecido Rocha

Marcos Vinicius de Brito Serafim

Mariana Oliveira Costa

Mariana Reis Santos

Ronaldo Lopes dos Santos

Tabata Queiroz de Souza

Thaina de Oliveira Silva

Vinicius Gomes Alves

Willian Souza Silva

Brenda Vitoria da Silva

Camilly Cristina Crispim Soares Silva

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