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LIVRO DA BOLSA

VOL. 1

INTRODUÇÃO À ANÁLISE TÉCNICA

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AGRADECIMENTOS

Quero deixar os meus agradecimentos aos meus pais. Ao meu pai por me ter convencido a entrar neste novo mundo na década de 90 e aos seus bons conselhos, e à minha mãe pelos conselhos preciosos que sempre me deu.

Agradeço aos dois pelo apoio incondicional que me deram em relação aos investimentos bem como ao longo da vida.

A ambos dedico este livro.

«I create nothing. I own.»Gordon Gekko, Wall Street

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INTRODUÇÃO

Todos os anos, muitas pessoas entram no mundo dos investimentos. Quer seja na compra de acções e outros activos transaccionados quer seja em Bolsa, nos mercados cambiais, etc.

Contudo, a grande maioria delas ignora por completo a extrema importância de se saber analisar um gráfico. Sem se saber analisar um gráfico de um activo financeiro, como vai um investidor saber onde e quando investir e que decisões tomar?

Este livro aborda esse ponto imprescindível na aprendizagem de qualquer investidor iniciado. É feito de forma bastante simples e fácil de entender, mesmo para quem nem tenha bem noção do que é um gráfico. Com ele, qualquer pessoa poderá aprender o que é um gráfico, ver os tipos principais de gráficos, quais utilizar, como os utilizar, que padrões identificar e como os procurar, entre outras coisas.

Aprenderá também o leitor o que é a tendência, e porque é tão importante, bem como criar e interpretar linhas de tendência, ou mesmo o que são suportes e resistências, entre vários outros aspectos essenciais.

Este primeiro volume deixará um iniciado na área preparado para começar a interpretar gráficos e decidir assim melhor que decisões tomar nos momentos cruciais. Deixará também o leitor preparado para os futuros passos de quem quer aprofundar o estudo da Análise Técnica posteriormente, sendo por isso intitulado de “Introdução à Análise Técnica”, por ser apenas um ponto de partida no caminho que o leitor terá de percorrer para se tornar num investidor de sucesso.

Bem vindos ao mundo da Análise Técnica, e que esta sirva para vos proporcionar muitos negócios de sucesso e que este primeiro volume seja só o primeiro passo.

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ÍNDICEIntrodução......................................................................Índice.............................................................................

I – Gráficos...................................................................• Introdução............................................................

• O que é um Gráfico......................................• Gráfico de Pontos...................................................• Gráficos de Linhas (Close Only Plot).........................• O Volume.............................................................• A Periodicidade dos Gráficos....................................• Os Campos de Preço..............................................• Gráficos de Barras HLC e OHLC................................• Estudo dos Padrões das Barras OHLC.......................

• Doji...........................................................• Bullish Doji.................................................• Bearish Doji................................................• Bearish Thrust.............................................• Bullish Thrust..............................................• Outros Padrões............................................• Conclusão...................................................

• Gráficos de Velas Japonesas....................................• História das Velas Japonesas.........................• Vantagens dos Gráficos de Velas Japonesas.....• Constituição das Velas Japonesas...................• Comprimento dos Corpos das Velas................• Como Analisar o Comportamento dos Preços

Dentro do Período de Tempo Representado por Uma Vela?..................................................

• O Uso de Cores nas Velas Japonesas..............• Qual o Método de Mais Fácil Interpretação nos

Gráficos de Velas Japonesas?.........................• Outras Formas de Construção das Velas

Japonesas...................................................• Interpretação dos Dados Extra Expostos nos

Gráficos dos Exemplos..................................• Adaptação de Dados Históricos para Poderem

ser Representados por Velas Japonesas...........• Gráficos CandleVolume...........................................• Gráficos EquiVolume...............................................• Gráficos de Ponto e Figura (Point and Figure Charts)...

• Gráficos de Ponto e Figura Vs Gráficos de Barras........................................................

• Interpretação dos Gráficos de Ponto e Figura...• Construção de Gráficos de Ponto e Figura........

• Gráficos Three Line Break.......................................

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• Gráficos Kagi.........................................................• Gráficos Renko......................................................• Conclusão Sobre o Estudo dos Gráficos.....................

II – A Tendência............................................................• As Três Direcções da Tendência...............................• Os Tipos de Tendências...........................................• Os Traders e as Tendências.....................................• Estudo de Tendências em Gráficos Reais e o Zig Zag..

• O Perigo Grave de Indicadores como o Zig Zag• Trading Ranges............................................

III – Suportes e Resistências........................................• Os Suportes e as Resistências..................................• Inversão de Papeis (Resistência Torna-se Suporte e

Vice-Versa)...........................................................• Os Suportes e Resistências e os Traders....................• A Relação Entre os Fundamentais e os Suportes e

Resistências..........................................................• Suportes, Resistências e a Tendência........................• O Arrependimento dos Traders (Traders' Remorse).....• O Volume na Confirmação das Penetrações................• Introdução às Bull Traps e Bear Traps.......................

• Traps em Possíveis Inversões de Tendências....• As Bull Traps.........................................................• As Bear Traps........................................................• Traps em Tendências Laterais ou na Continuação das

Tendências Actuais.................................................• Os Números Redondos como Suportes e Resistências..• Conclusão Sobre Suportes e Resistências..................

IV – Linhas de Tendência..............................................• Introdução às Linhas de Tendência (Trendlines).........• O Que São as Linhas de Tendência?..........................• Como Desenhar Uma Linha de Tendência..................• Avaliação da Importância das Linhas de Tendência.....

• 1. Comprimento da Linha..............................• 2. Número de Vezes que a Linha de Tendência

é Tocada ou Aproximada...............................• 3. Ângulo de Subida ou Descida e Momentum..

• Canais de Tendência (Trend Channels)......................• Penetração das Linhas de Retorno............................• Exaustões.............................................................• Canais de Tendência Dentro de Canais de Tendência...• Objectivos de Preço (Price Targets e Target Prices).....• Falsos Sinais, Falsos Rompimentos, Spikes e Filtros....• Algumas Considerações Sobre as Linhas de Tendência

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• O Princípio de Leque (Fan Principle)..........................

V – Padrões das Velas Japonesas..................................• Introdução............................................................• Estudo Individual das Velas.....................................

• Vela Longa (Long Candle)..............................• Vela Longa Marubozu....................................• Bullish and Bearish Belt Hold..........................• Doji............................................................• Long Legged Doji (Juji).................................• Dragonfly Doji (Tonbo)..................................• Gravestone Doji (Tohba)...............................• Spinning Tops..............................................• Padrões Hammer, Inverted Hammer, Shooting

Star e Hanging Man......................................• Hanging Man (Enforcado, ou Kubitsuri).• Martelo (Hammer, ou Takuri)...............• Estrela Cadente (Shooting Star)...........• Martelo Invertido (Inverted Hammer)...

• Padrões de Continuação..........................................• Janela ou Gap (Window, Ku)....................................

• Gap de Abertura..........................................• Gaps Comuns (Common Gaps)......................• Gaps de Penetração (Breakaway Gaps)...........• Gaps de Continuação (Runaway Gaps)............• Gaps de Exaustão (Exhaustion Gaps)..............• Conclusão Sobre os Gaps..............................

• Gap de Alta (Upside Gap, ou Tasuki).........................• Rising and Falling Three Methods.............................• Padrões de Reversão..............................................• Reversão Chave (Key Reversal)...............................• Dark Cloud Cover (Kabuse).....................................• Piercing Line (Kirikomi, ou Kirihaeshi).......................• Padrão Engulfing (Tsutsumi)....................................• Gap de Alta Com Dois Corvos (Upside Gap

Two Crows / Narabi Kuro).......................................• Harami.................................................................• Exemplos em Gráficos Reais....................................• Estrelas (Hoshi, ou Stars)........................................• Estrelas Doji (Doji Stars).........................................• Estrelas Cadentes (Shooting Stars)...........................• Estrela da Manhã (Morning Star)..............................• Estrela Doji da Manhã (Morning Doji Star).................• Estrela da Noite (Evening Star)................................• Estrela Doji da Noite (Evening Doji Star)...................• Conclusão Sobre as Velas Japonesas.........................

Acerca Deste Livro e Contactos..........................................

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GRÁFICOS

INTRODUÇÃO

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OS GRÁFICOS

INTRODUÇÃO

A Análise Técnica baseia-se essencialmente em gráficos, e sem eles ela nunca seria a mesma.

Por esse motivo é importante estudar os principais tipos de gráficos, dando mais ênfase aos mais utilizados, não deixando claro de explicar em que consistem os menos usados, pois será um pouco de informação extra que custará a ser lida e que poderá mesmo ser bastante interessante, até porque todos têm os seus adeptos.

Em primeiro lugar iremos rever o que é um gráfico.

Claro que esta parte inicial se destina a quem não tem ainda qualquer experiência com gráficos, para que perceba o método de funcionamento dos mesmos.

Iremos assim estudar as diferentes partes que compõem um gráfico, as suas escalas, e como se lê o mesmo, e iremos posteriormente verificar já exemplos reais com Gráficos de Pontos.

De seguida, iremos estudar a forma mais básica de representação gráfica, que é o Gráfico de Linhas, seguido dos Gráficos de Barras, Gráficos de Velas Japonesas, entre outros géneros depois, sendo dada mais importância a estes três primeiros, especialmente

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NOTA:A Análise Técnica baseia-se essencialmente em gráficos pelo que toda ela tem o gráfico como instrumento principal.

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os de Velas Japonesas, por serem os mais comuns e relevantes.

Iremos pelo meio estudar outros dados importantes para sabermos ler bem um gráfico, como o Volume usado num gráfico, os campos de e mesmo padrões formados pelos mais importantes tipos de gráficos, neste caso os gráficos de Velas Japonesas e os Gráficos de Barras.

Tudo isto será explicado de uma forma gradual, desde os conceitos mais básicos até aos mais complicados, de forma a que nada fique por explicar ou imperceptível, podendo por isso acontecer que hajam conceitos que já sejam familiares à maioria das pessoas, mas será de qualquer das formas imprescindível que estes assuntos estejam presentes.

Poderão ser saltadas essas partes por quem já as conheça bem, mas de qualquer das formas, dado o seu pouco espaço ocupado no livro, seria aconselhável de qualquer das formas a sua leitura, pois é rápida e é importante para o enquadramento no seguimento lógico destas matérias, e para que não se comece do meio numa matéria que deve ser bem assimilada.

O QUE É UM GRÁFICO?

Um gráfico, no que respeita à Análise Técnica, numa explicação o mais simples possível, não passa de uma forma de representarmos visualmente algo, numa área e sistema de coordenadas específicas, coordenadas essas que neste caso terão a ver com tempo e preço.

Neste caso, esse algo que veremos representado no gráfico, serão os preços a que um determinado activo financeiro esteve, durante o período de tempo representado por esse gráfico.

A primeira forma de representação gráfica que iremos estudar serão os Gráficos de Pontos, por serem os mais

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NOTA:Os tipos mais importantes de gráficos são o Gráfico de Linhas, Gráfico de Barras e Gráfico de Velas Japonesas, sendo o último o gráfico de eleição nesta obra.

NOTA:Os gráficos representam essencialmente as movimentações de preços dos activos financeiros ao longo de um período de tempo.

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simples, e porque é preciso saber quais os principais componentes de qualquer gráfico e o funcionamento dos mesmos, sendo o Gráfico de Pontos a forma mais simples e consequentemente a primeira a ter de ser estudada.

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GRÁFICOS

GRÁFICOS DE PONTOS

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GRÁFICOS DE PONTOS

Visualizando um gráfico de pontos, e olhando para um ponto, podemos ver a que coordenadas corresponde o mesmo, sabendo assim a que preço esteve numa determinada data e/ou hora.

Quanto às coordenadas, há duas escalas onde as mesmas são representadas.

A escala horizontal, normalmente designada em matemática por eixo x (ou “x axis”, em Inglês), contém a escala temporal, ou seja, a marcação de cada período, podendo conter dias, horas, semanas, minutos, ou qualquer outra medida de tempo que seja escolhida para lá estar.

A escala vertical, normalmente designada em matemática por eixo y (ou “y axis”, em Inglês), contém a escala de preços, ou seja, os valores de preço a que correspondem os valores marcados no gráfico.

Iremos ver agora um Gráfico de Pontos, onde poderemos ver que cada ponto nesse gráfico corresponde a uma certa coordenada no eixo x, ou seja, correspondendo a uma certa data na escala temporal, e ao mesmo tempo correspondendo a uma certa coordenada no eixo y, ou seja, correspondendo a um certo preço na escala de preços, nessa mesma data.

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NOTA:Os gráficos usados na A.T. possuem dois tipos de escalas, a horizontal é a escala temporal e representa um período de tempo, e a vertical representa os valores dos preços.

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Dessa forma assim podemos ver a evolução de preços de um activo financeiro durante um certo período de tempo.

Vejamos o gráfico:

Como podemos ver neste exemplo acima, o qual foi retirado do câmbio Euro/Dólar, em finais de 2004, temos a evolução do câmbio durante a época natalícia.

Podemos ver em baixo a escala temporal, que neste caso está dividida em dois níveis, o nível superior a marcar os dias de trading, onde podemos ver a pausa do fim de semana natalício nos dias 25 e 26 que não aparecem, pois não houve negociação nesses dias.

O nível inferior dessa escala temporal, contém o mês do período em questão, e neste caso apenas podemos ler “December” (“Dezembro”, em Inglês), pois os dias são todos desse mês.

Do lado direito, na vertical, temos a escala onde estão marcados os preços, os tais valores a que o par cambial Euro/Dólar é cotado nesses dias.

Como podemos ver, logo no início do gráfico, o dia 23 foi o dia em que o câmbio esteve no seu valor mais baixo de todos os dias representados no gráfico, quando foi cotado pouco acima do valor 1.3500.

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NOTA:Normalmente escolhe-se remover os períodos de tempo sem negociação como os feriados, dos gráficos, ou poderiam tornar-se ilegíveis com tanto valor a nulo a interromper os mesmos.

NOTA:Os Gráficos de Pontos não devem ser utilizados pois são muito difíceis de ler.

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No dia seguinte, o dia 24 de Dezembro, como podemos ver, já estaria cotado acima dos 1.3530.

Para quem nunca viu um gráfico antes ou não os saiba interpretar, no terceiro dia do gráfico, o dia 27 de Dezembro, está marcado em relevo uma linha a tracejado mais forte entre o ponto e as duas escalas, que como podemos ver, apontam em baixo para o dia 27, e à direita para o valor certo de 1.3620, que foi o preço a que foi cotado o câmbio nesse dia.

As cotações acalmaram nos dias seguintes, tendo no último dia do gráfico, no dia 30 de Dezembro, atingido o valor mais alto de todos os dias desse gráfico.

Como podemos ver, é bastante fácil ler um gráfico, é só verificar a que valor e data cada um dos valores marcados nele pertencem em ambas as escalas, e comparar esses valores com os outros, e teremos uma leitura fácil do comportamento dos preços dentro do período de tempo que ele reflecte.

Nem somos obrigados a olhar com atenção para as escalas, pois é fácil deduzir ao andar para a direita que estamos a avançar no tempo, e que ao subir e descer no gráfico estaremos a ver os preços a aumentar e subir, definindo assim movimentos de subida e descida, tendo apenas de olhar com mais atenção se quisermos verificar a que valor um dado activo financeiro foi cotado num certo ponto temporal, neste caso num certo dia.

Veremos mais abaixo um exemplo de visualização de evolução de preços num determinado período de tempo, em que a escala temporal estará dividida em dias, ou seja cada valor correspondendo a um dia diferente, e com o preço desse mesmo activo financeiro à direita para vermos que preço esse activo tem em cada dia, e assim vendo facilmente a sua evolução.

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NOTA:A escala temporal mais comum e famosa é a diária, em que cada ponto do gráfico corresponde a um dia de trading, apesar de existirem outras também muito utilizadas.

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Aqui temos o exemplo:

Tal como no exemplo acima, retirado de um gráfico diário (onde cada ponto representa o valor de um dia apenas) do câmbio Euro/Dólar de finais do ano de 2004, as escalas costumam estar na grande maioria dos gráficos representadas desta forma, com a escala temporal abaixo do gráfico, e a escala de preços à direita, sendo a forma mais comum de visualizar estas escalas.

Desta vez podemos ver também que já temos mais de um mês definido na área inferior da escala temporal, tal como o ano de 2005 marcado no começo do mesmo, enquanto temos os dias marcados de cinco em cinco dias na área superior da escala, a cada segunda feira, que é o dia de começo de negociação semanal do câmbio em questão, e podemos ver as semanas separadas por divisores constituídos por linhas a tracejado verticais, para podermos identificar facilmente a evolução de preços entre cada semana.

Veremos de seguida um exemplo do mesmo período de tempo mas com pontos de cor azul quando estes estão acima dos pontos do dia anterior, representando subidas de preços, e pontos de cor vermelha quando estes estão abaixo dos pontos do dia anterior, representando quedas de preços.

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NOTA:Os riscos na vertical que podemos ver no gráfico acima são normalmente chamados em Inglês de gridlines e os softwares têm normalmente opções para os activar ou desactivar.

NOTA:Normalmente as cores mais utilizadas nos gráficos para separar subidas e descidas são a cor Azul para subidas e a cor Vermelha para descidas.

NOTA:É regra habitual colocar a escala de preços, ou seja a vertical, do lado direito dos gráficos, e a temporal, ou seja a horizontal, abaixo, mas cabe a cada um definir onde as colocar.

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Aqui temos o exemplo:

Como podemos verificar pelo gráfico acima, conseguimos facilmente ver as pequenas ondas de subidas e descidas que vão acontecendo, mas que contudo vão os preços acabando por subir até cerca dos 1.3650, seguido de uma queda até abaixo dos 1.3300.

Vejamos agora como seria interpretar esses preços através de números numa tabela, para termos a noção da importância dos gráficos nas nossas análises:

Basicamente, e como podemos ver, é muito mais fácil interpretar um gráfico do que uma tabela de preços.

Como podemos ver acima, por uma tabela de preços, até podemos conseguir com algum esforço, tentar visualizar mentalmente as subidas e descidas dos preços durante aquele período de tempo, mas por muito esforço que se faça ao tentar interpretar essa tabela, e

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por muito tempo que se gaste nessa interpretação, nunca conseguiremos visualizar mentalmente e perceber os movimentos de preços pela tabela tão bem quanto faríamos se olhássemos para o gráfico nem que fosse apenas por um segundo.

A simples visualização de um gráfico é por isso, algo que nos poupa muito tempo e esforço mental, além de que nos dá uma melhor imagem do que queremos saber, do que se tentássemos analisar tudo através de números em bruto, como na tabela acima.

É caso para se dizer que “uma imagem vale mais do que mil palavras”, lembrando que esse já antigo continua a ser bem actual.

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NOTA:Da mesma forma que se costuma dizer que uma imagem vale por mil palavras, pode-se dizer que na A.T. um gráfico vale por mil linhas com valores.

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GRÁFICOS

GRÁFICOS DE LINHAS

(Close Only Plot)

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GRÁFICOS DE LINHAS (Close Only Plot)

Como vimos, um gráfico de pontos é mais fácil de ser interpretado do que os valores em bruto numa tabela, pois basta olharmos para o gráfico para termos logo uma ideia geral do que se passou nesse período de tempo, mas como pudemos verificar, ainda é em termos de gráficos, meio complicado de visualizar esse movimento de preços, pois não passa de um grupo de pontos, o que torna difícil a sua fácil visualização.

E se juntássemos esses pontos?

Obteríamos algo muito mais fácil de ser interpretado.

Vejamos como ficaria esse Gráfico de Pontos ao unirmos cada dois pontos com uma linha:

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NOTA:É importante referir que é muito desaconselhável o uso de Gráficos de Pontos pela sua dificuldade de leitura. Foi apenas exibido como parte da matéria. No mínimo deverá ser utilizado um Gráfico de Linhas ou outros que veremos posteriormente.

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Como podemos ver, agora o gráfico está muito mais perceptível do que o anterior gráfico que continha apenas pontos.

Desta forma consegue-se reparar muito mais facilmente nas subidas e descidas de preços, onde poderemos ver facilmente qual é a tendência principal dos movimentos de preços durante o período de tempo que o gráfico representa, e mesmo as pequenas subidas e descidas de preços que vão acontecendo pelo caminho.

Já que as linhas do gráfico anterior foram feitas à mão, unindo-se os pontos com linhas, vejamos um gráfico tirado desse mesmo período de tempo, desenhado pelo próprio programa de visualização gráfica:

Como podemos ver, esta é das formas mais simples de representação gráfica que existem, e possivelmente pode-se dizer o mesmo sobre este tipo de gráficos mesmo em relação ao Gráfico de Pontos anteriormente falado, pois apesar de não ser mais simples que o anterior, também não acrescenta nenhuma informação extra aos dados expostos, tendo apenas como única diferença o facto de os pontos serem unidos por linhas, o que ao contrário de o tornar mais complicado, o torna até mais simples de ser visualizado.

Basicamente estes dois tipos de gráficos, o de pontos e o de linhas, são os mais simples que existem, mas o de

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pontos não costuma ser usado em gráficos de Análise Técnica, pois além de conterem a mesma informação que os de linhas, são muito mais difíceis de ler, sendo por isso este o tipo de representação gráfica mais simples usada na Análise Técnica, onde existe apenas um valor correspondente a cada período de tempo.

A sua força, basicamente, reside essencialmente na sua simplicidade, sem deixar contudo de nos mostrar os dados mais importantes para uma boa visão sobre a evolução dos preços, dados esses que serão os valores de Fecho de cada dia dado que o gráfico acima é diário.

Neste tipo de gráficos, apenas são registados os valores de Fecho de um certo intervalo de tempo específico, que irão corresponder aos pontos que são distribuídos pelo gráfico inteiro, tal como nos Gráficos de Pontos, com a diferença de que aqui esses pontos são unidos por linhas sólidas.

O valor de Fecho que vemos no gráfico a unir as linhas, ou representado por um ponto nos Gráficos de Pontos, consiste no valor da última transacção efectuada num dado período de tempo.

Neste caso, como são períodos de tempo de um dia, cada dia verá marcado no gráfico no lugar correspondente o valor da última transacção efectuada nesse mesmo dia.

Se num dado dia, o preço de um activo financeiro abrir a um valor de por exemplo 1.2000, cair logo a seguir até aos 1.1900, subir até aos 1.2300 e acabar por cair um pouco, fechando nos 1.2200, como o valor de Fecho desse dia, que foi o valor da última transacção feita nele, é de 1.2200, então num Gráfico de Pontos esse dia terá um ponto ao nível do valor 1.2200 da escala de preços, e em termos de linhas falando, será aí que a linha que virá do dia anterior irá parar.

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NOTA:O valor de Fecho de um gráfico diário representado por cada ponto é o valor da última negociação do dia, ou seja, o último valor desse dia, algo que irá ser estudado mais abaixo.

NOTA:Aqui falamos de vários campos de preço de um dia, o valor de Abertura, o Máximo do dia, o Mínimo do dia, e o valor de Fecho. O Gráfico de Pontos só representa o de Fecho por isso o seu uso é desaconselhado.

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Vejamos um exemplo real:

Como podemos ver pelo gráfico, há uma divisão entre cada dia, neste caso duas linhas verticais a tracejado.

Do lado esquerdo da primeira linha, podemos ver na escala temporal em baixo escrito “15 Mar 2006”, e à direita da segunda linha podemos ver “17 Mar”, e entre as duas “16 Mar”, pois o dia estudado é neste gráfico o dia 16 de Março de 2006 e escusa-se repetir o ano.

Nos gráficos diários que tivemos a oportunidade de ver acima, cada ponto dentro de cada dia, quer isolado nos Gráficos de Barras, que unidos por linhas nos Gráficos de Linhas, correspondia ao preço de Fecho de cada dia, mas neste gráfico acima, podemos ver toda a movimentação de preços existente durante esse dia, e cada linha de variação de preços, acaba por representar o movimento de preços de cada período de cinco minutos, pois a escala temporal deste gráfico está dividida em períodos de cinco minutos.

Se este fosse um Gráfico de Pontos, entre essas duas linhas a tracejado verticais, representantes do início e fim do dia 16 de Março, existiriam 288 pontos, pois corresponderia a 12 períodos de 5 minutos em cada hora, durante as 24 horas que correspondem a um dia.

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NOTA:Normalmente nas escalas temporais evita-se repetir o ano para simplificar a sua leitura.

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Com linhas entre eles, temos o resultado que nos aparece acima.

No caso deste gráfico, podemos ver que o valor da última transacção nesse dia, que será também o mesmo que o valor do último período de cinco minutos desse dia, que é o das 23:55 às 00:00, e que é 1.2172, será considerado como o valor de Fecho desse dia, além de ser o valor de Fecho do último período de cinco minutos do dia também.

Basicamente é esse o valor que aparece marcado em todos os períodos dos Gráficos de Pontos e dos Gráficos de Linhas (Close Only Plot).

Nós podemos não conseguir ver pelo gráfico diário o que se passou dentro de cada período de tempo que representaria neste caso um dia, mas conseguimos ver qual o preço a que terminou esse período, que será o preço de Fecho desse dia.

Daí vem o nome “Close Only Plot” em Inglês na designação dada aos Gráficos de Linha, pois são gráficos onde apenas poderemos ver o valor de Fecho, ou seja, “Close Only”, que significa “Fecho Apenas”, pois é um gráfico onde poderemos apenas ver o valor de Fecho de cada período.

A maioria dos analistas considera que o valor de Fecho são de todos os valores de cada período, o valor mais importante, pois afinal de contas, é o valor a que fica o preço quando um mercado fecha, ou quando simplesmente acaba o período de tempo corrente e começa o próximo (para os mercados que não fecham diariamente).

Este dado designado por “Fecho” será estudado mais à frente, antes de passarmos para outros tipos de gráficos.

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NOTA:O nome em Inglês dado ao Gráfico de Pontos, “Close Only Plot”, vem do facto de apenas o valor de Fecho, ou seja o valor de Close, ser representado por cada ponto do gráfico.

NOTA:O valor de Fecho acaba por ser o valor mais importante de todos os campos de preço que poderíamos ter num dado período de tempo, mais importante que os valores de Abertura, Máximo e Mínimo desse período.

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Vamos ter uma primeira introdução à importância das cores num gráfico, vendo como ficaria representado um gráfico que contivesse todas as suas subidas desenhadas a azul e todas as suas quedas desenhadas a vermelho, possivelmente as cores mais usadas para serem associadas a este tipo de movimentos de preços:

Alguns programas permitem-nos ver os Gráficos de Linhas como este que acabámos de ver em cima.

Como podemos ver, ajuda um pouco a separarmos visualmente as subidas das descidas, onde a distinção é feita pela cor, associando-se a cor vermelha às quedas de preços, e a cor azul às subidas de preços.

Já estudamos as formas mais simples de representação gráfica, mas estas formas não são suficientes para uma boa análise a um dado activo financeiro, até porque nestes dois últimos tipos de gráficos apenas um campo é representado: o valor de Fecho de cada intervalo.

Devido a isso, iremos estudar alguns métodos mais avançados e completos de representação gráfica posteriormente.

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NOTA:Nos Gráficos de Linhas, tal como nos Gráficos de Pontos, não ajudará muito a colocação de cores a não ser que se aumente muito a espessura dos pontos e linhas, mas será muito importante nos gráficos que iremos estudar a seguir.

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GRÁFICOS

O VOLUME

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O VOLUME

Vamos estudar agora um dado muito importante, um campo novo além do campo Fecho que acabámos de dar.

Este dado é o Volume, e refere-se ao número de activos financeiros transaccionados num dado período, como o número de acções, opções, contratos de futuros, ou outros, ou mesmo o valor em termos monetários, como por exemplo a quantidade de dinheiro transaccionada num certo período de tempos no mercado cambial, entre outras coisas.

No nosso caso, nos exemplos que estaremos a visualizar referentes ao mercado cambial, mais especificamente ao par Euro/Dólar, o Volume permite-nos ter uma ideia da variação da quantidade de dinheiro transaccionada nesse par cambial.

Na imagem seguinte, teremos como exemplo, o último Gráfico de Linhas dado no exemplo acima, em duas cores, mas com o Volume adicionado em baixo.

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NOTA:O Volume representa o número de activos financeiros que são transaccionados num dado período de tempo como por exemplo no caso das acções, ou mesmo o valor das transacções nesse mesmo período como se vê no caso dos mercados cambiais.

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Aqui está o gráfico mencionado agora com o Volume:

Como pudemos ver no gráfico acima, o Volume foi inserido na parte inferior do gráfico, por baixo das linhas que representam as variações de preços nesses períodos, mas em forma de pequenas linhas verticais, com a sua escala de valores do lado direito, separada da escala de preços do câmbio, que poderemos ver mais acima, mas em caso de mistura de escalas seria normalmente escondida do gráfico.

Neste tipo de gráficos, não nos é muito relevante verificar que valor cada linha do Volume representa exactamente, mas sim a variação do Volume de dia para dia, ou seja, verificar se o Volume sobe ou cai ao mesmo tempo que acontecem certos movimentos de preços, podendo assim esse dado novo confirmar se esses movimentos de preços terão alguma consistência e importância ou não.

Por exemplo, se acontece um movimento de preços forte como por exemplo uma subida, e verificamos que o Volume aumenta de forma significativa, podemos ver que há entrada de mais capital do que é normal no mercado, há mais transacções, e que por isso essa subida se deve realmente à actividade dos traders em si e ao interesse dos mesmos, provando de certa forma

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NOTA:O Volume tem uma escala própria, que ou é misturada com a escala dos preços e normalmente escondida, ou como no exemplo do lado é separado numa área à parte mantendo assim a sua escala visível.

NOTA:O Volume pode mostrar-nos de certa forma a importância de cada movimento de preços, pelo que movimentos com baixo volume tenderão a ser menos relevantes e importantes.

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que esse movimento não aconteceu por acaso, mas sim devido à actividade desses traders.

Se essa subida acontecesse, com muito pouco Volume ou mesmo redução do mesmo, a subida poderia ser devida não ao interesse e actividade dos traders e sim a pelo contrário, uma ausência dos mesmos nos mercados, fazendo com que houvesse menos liquidez no mercado e assim permitindo mais facilmente a influência de qualquer das partes interessadas e fazendo oscilar mais os preços consequentemente.

Um exemplo bem visível de como o Volume é um bom indicador acerca da consistência e fiabilidade dos movimentos de preços, é o da diferença existente entre as empresas Large Caps, ou seja aquelas empresas de grande capitalização bolsista, e as Small Caps, aquelas empresas com reduzidas capitalizações bolsistas.

As primeiras, devido às suas elevadas capitalizações bolsistas, têm por norma um volume médio de transacções diário extremamente elevado, enquanto que as Small Caps têm por norma um volume médio diário de transacções muito mais reduzido, devido também à sua reduzida capitalização bolsista.

Este facto acaba por afectar os seus comportamentos diários, pois nas Large Caps, podem-se executar ordens de compra e venda com valores bastante elevados sem afectar muito os preços, enquanto que nas Small Caps, basta por vezes uma ordem bastante pequena para se originar uma queda grande.

Se um título tem um Volume médio diário de umas cem acções, quem der uma ordem de venda ao melhor preço de mil acções, acaba por estar a originar um Volume dez vezes superior ao normal, algo a que o mercado poderá não estar habituado, e poder provocar de repente uma queda de preços bastante grande.

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NOTA:Subidas ou descidas fortes mas sem grande Volume podem dever-se à ausência dos traders dos mercados, algo que fará com que facilmente hajam grandes movimentos por falta de liquidez, mas tenderão a ser movimentos sem importância, muitas vezes corrigidos mais tarde.

NOTA:As Large Caps são empresas com Volume médio de transacções elevado e por isso não costumam ter variações de preços tão bruscas quanto as Small Caps, que são as que costumam ter um Volume médio diário de transacções mais baixo.

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Sabendo então, que num dia de baixa liquidez se consegue com pouco Volume criar grandes oscilações de preços, enquanto que em dias de muita liquidez acaba por ser mais difícil causar essas mesmas oscilações de preços, percebe-se facilmente porque é que o Volume é importante de ser analisado em certos dias de subidas repentinas ou bruscas de preços, para percebermos se foi uma subida que se deveu apenas a falta de liquidez, ou se foi realmente um movimento provocado por uma grande força compradora ou vendedora, sendo esta última hipótese aquela que torna esse movimento mais válido e importante.

Em certos programas ou plataformas de visualização de gráficos, este campo, o Volume, pode ser considerado um indicador, e ter de ser adicionado nessa secção para se poder tê-lo visível nos gráficos, mas por norma com um simples clique no rato é activado e fica de imediato visível no gráfico.

Alguns programas separam-no numa janela à parte da área de preços, com uma escala própria em separado debaixo da escala de preços, outros inserem-no dentro da área dos preços, misturado com essa área e fundindo as escalas.

Há várias formas de escalas usadas na representação do Volume nos gráficos, mesmo que possam aparecer invisíveis no gráfico.

Por vezes as escalas são “Zero-Based”, ou seja, a sua base é o número zero, mas isto poderá dar origem a muitas linhas do volume quase da mesma altura sem grandes diferenças, o que seria mau para a sua visualização de forma mais fácil.

Há uma escala “Relative-Adjusted”, onde é subtraído o valor mais baixo de todo o conjunto de barras de Volume mostradas no gráfico, ou seja, é subtraído a essas barras o valor mínimo de Volume e com isso temos um maior relevo às suas oscilações.

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NOTA:Em dias de baixa liquidez, com Volume mais baixo, conseguem-se facilmente maiores oscilações de preços com menos dinheiro transaccionado. Em dias de maior Volume tal é mais difícil de acontecer.

NOTA:Em alguns programas o Volume é adicionado e removido com um simples clique de rato, mas noutros é adicionado como sendo um indicador.

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Vejamos um exemplo das duas escalas:

Neste exemplo, podemos ver uma escala com base zero (Zero-Based Scale), e uma outra escala ajustada relativamente (Relative-Adjusted Scale).

Como podemos ver pela primeira, dado que é apresentada a escala por inteiro, desde o zero até ao seu valor máximo, as pequenas oscilações que sofrem diariamente acima ou abaixo da média diária de Volume, são pouco visíveis no Volume, pois é apenas uma pequena parte do total de Volume médio diário, mas se mostrarmos essa escala a começar do Volume mínimo apresentado nesse gráfico, ou pelo menos lá perto, como está no exemplo acima, já se notará com muito mais facilidade as oscilações diárias do Volume de transacções desse activo financeiro, sendo por isso a melhor forma de escala que se possa usar no Volume de entre as duas.

No gráfico anterior, tanto a área de preços e a área do Volume, como as duas escalas associadas a essas duas áreas, estavam separadas no gráfico, mas essa separação não é algo necessário e pode roubar importante espaço de trabalho, o ideal seria se ambas ocupassem o mesmo espaço.

Mas vejamos um exemplo de um gráfico com a área de Volume fundida com a área dos preços, e cuja escala foi fundida à escala de preços também, sendo suprimida do gráfico.

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NOTA:Se possível escolher entre a escala Zero-Based e a Relative-Adjusted, a segunda será a melhor, pois ao contrário da primeira que começa sempre no valor zero, esta segunda começa só a partir do valor mínimo e isso faz com que no gráfico de Volume se possam ver melhor as variações do mesmo.

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Aqui temos o gráfico falado acima:

Pelo gráfico verifica-se que o Volume e os preços partilham a mesma área, mas não é por isso que deixam essas duas áreas de ser bem perceptíveis e fáceis de interpretar.

Quando ao facto de não existir uma escala para o Volume, ao contrário da que existe no gráfico anterior, não é relevante, pois por norma, passando com o rato por cima de um dado preço, costumam aparecer os dados do mesmo, incluindo o valor, visíveis para nossa consulta, além de que o mais importante na interpretação do Volume será a sua oscilação e não o seu valor em si.

Iremos estudar de seguida, outros campos dos preços, necessários para se poder estudar os próximos tipos de representação gráfica, pois ainda só estudamos o Fecho e o Volume, e esses métodos de representação gráfica usam outros três que iremos ver de seguida.

Por motivos de habituação ao uso do Volume nos gráficos e à gradual habituação da sua relação com os movimentos de preços, serão apresentados gráficos com o Volume já inserido neles, nos três principais tipos de gráficos, que além deste serão os Gráficos de Barras e os gráficos de Velas Japonesas.

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NOTA:A forma ideal de se ter o Volume mostrado no gráfico costuma ser a que funde a escala do Volume com a do gráfico e assim se poupa espaço de trabalho.

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GRÁFICOS

A PERIODICIDADE DOS GRÁFICOS

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A PERIODICIDADE DOS GRÁFICOS

Já vimos que os Gráficos de Linhas, não passam de Gráficos de Pontos cujos pontos são unidos por linhas, criando assim aquilo que conhecemos por Gráfico de Linhas, onde podemos visualizar uma linha contínua com altos e baixos a representar a variação de preços de um activo financeiro no mercado, num determinado espaço de tempo.

Já vimos também que, por norma, esses pontos representam o último valor a que foi transaccionado esse mesmo activo em cada período de tempo que cada um desses pontos representam, ou seja, que cada ponto num gráfico diário, representaria o valor da última transacção efectuada nesse mesmo dia, ou seja, o valor de Fecho desse dia.

Agora, e se quiséssemos ver o movimento de preços durante um determinado dia em períodos horários?

Teríamos de ver um gráfico horário, ou seja, um gráfico em que cada ponto representaria o valor de Fecho de cada hora que fizesse parte desse dia, ou seja, um gráfico com um período de tempo horário.

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Assim veríamos o movimento de preços durante o dia, de hora a hora, até chegar ao valor de Fecho do dia, o valor da última transacção desse mesmo dia.

Há muitos outros períodos de tempo que se podem usar para visualizar gráficos, entre os quais anuais, mensais, semanais, diários, períodos de três ou quatro horas, horários, períodos de cinco minutos, um minuto ou ainda menores.

Podemos definir o período de tempo em que queremos visualizar um determinado movimento de preços dentro de dada altura, de acordo com as hipóteses que o programa ou plataforma que usamos nos permitirem.

Desta forma podemos ver um gráfico anual, e escolher um determinado ano em que iremos ver o gráfico mensal do mesmo, semanal, diário, e mesmo escolhendo um dia de entre os vários dias desse gráfico diário, poderemos ver os movimentos de preços que ocorreram nele em escalas de tempo ainda menores, como horárias, entre outras.

Estas escalas de tempo são muito importantes, pois se para investimentos a longo prazo nos podem ser úteis escalas anuais ou mensais, para investimentos a curto prazo, irão ser-nos úteis gráficos numa escala de tempo muito inferior, pois não vamos tomar uma decisão acerca de uma negociação que queremos efectuar agora para fechar daqui a duas horas com lucro, baseados num gráfico diário, pois não nos revelaria o comportamento das últimas horas que nos permitisse ajudar a prever as próximas horas, usaríamos sim por exemplo, uma escala de tempo horária, que já nos permitia ver o que aconteceu em termos de oscilação de preços nas últimas horas e o que seria provável acontecer nas seguintes, para vermos se seria boa altura para comprar ou vender com intenção de assumir mais valias dentro das duas horas seguintes.

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NOTA:Há vários tipos de periodicidade. Um gráfico pode ter valores que repersentam dias, semanas, meses, anos, ou mesmo horas, minutos, entre outros.

NOTA:Escolhemos a escala temporal consoante o período de tempo em que pretendemos investir. Se queremos comprar para vender daqui a anos, teremos de olhar para um gráfico em escala diária ou mensal e não um gráfico em escala horária. Se queremos comprar algo para vender daqui a duas horas, é-nos irrelevante ver um gráfico diário ou mensal, deveríamos nesse caso ver um gráfico com períodos de uma hora ou menos. Assim, a escala temporal é associada ao período de tempo em que tencionamos ter a posição aberta.

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É por isso que no dia a dia nos é útil trabalhar com gráficos nas mais variadas escalas de tempo, onde cada ponto irá representar os mais variados períodos de tempo à nossa escolha para nos permitir efectuarmos as análises mais correctas.

É importante associarmos dois termos em Inglês a este conceito, sendo o primeiro o termo “Time Frame”, termo que é usado para designar o período de tempo de cada ponto num gráfico, e que convém sabermos pois a maioria dos programas e plataformas deste género tem como língua mãe a Língua Inglesa.

Logo um gráfico horário, em que cada ponto representaria uma hora, será um gráfico com Time Frames de uma hora, ou um gráfico cuja Periodicity será de uma hora, sendo este sendo termo algo que significa Periodicidade, em Português, muito usado também no dia a dia dos mercados a nível internacional.

Vamos de seguida visualizar vários gráficos referentes ao câmbio Euro/Dólar, desde gráficos mensais até gráficos de cinco minutos, onde iremos visualizar o que se passou desde todos os meses de 2004 até ao que se passou durante os dias e horas finais desse mesmo ano, para nos habituarmos a mudar de periodicidade conforme precisamos ou não de analisar com mais detalhe o que se passou dentro de determinado período de tempo.

Poderíamos usar gráficos com periodicidade superior, tal como gráficos anuais, ou gráficos com períodos de tempo ainda menores que os cinco minutos, como os de um minuto, havendo ainda plataformas que nos deixam visualizar gráficos de tempo com períodos tão pequenos como o de cinco segundos, mas o importante será mesmo termos a noção de como “navegar” por entre estes diversos períodos de tempo e compreender como é que isso influencia a nossa forma de interpretar os movimentos de preços.

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NOTA:Em Inglês chamamos à periodicidade de Time Frame ou Periodicity.

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Vejamos agora o gráficos:

Neste exemplo acima podemos ver um gráfico do câmbio Euro/Dólar referente ao ano de 2005, apanhando um pouco dos anos 2004 e 2006 também.

Como podemos ver, há doze pequenas linhas no gráfico no período de tempo de 2005, que unem os doze pontos correspondentes ao valor de Fecho de cada um dos doze meses de 2005.

Há também um separador constituído por uma linha vertical a tracejado, a dividir os diversos anos presentes no gráfico.

Podemos ver assim a variação de preços durante esse ano em períodos mensais.

Esta visualização permite-nos ter uma ideia do que aconteceu nesse ano e ter uma ideia do que será provável que aconteça nos próximos meses.

Assim esta periodicidade, será algo que é útil para quem invista a mais longo prazo e com baixo risco, que tenha por hábito abrir posições que só decida fechar meses depois, sem ter de se preocupar no dia a dia com o mercado, bastando-lhe analisar as variações mensais dos preços para as tomadas de decisões.

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No caso de o trader em questão ser alguém que tenha por hábito abrir e fechar posições mais frequentemente, como por exemplo várias vezes por semana, este tipo de gráficos não lhe seria útil, pois não lhe daria qualquer ideia do que se poderia passar num pequeno número de dias seguintes à ordem ser executada, mas sim aos meses, pois mesmo que o gráfico em períodos mensais pareça ter tendência para subir, e realmente o faça, nos dias seguintes poderá cair bastante e dar prejuízo ao trader, fazendo-o fechar posições.

Para um trader que invista a mais curto prazo, a periodicidade ideal seria algo mais pequeno, tal como períodos diários, ou mesmo períodos de uma hora ou menos, para os chamados daytraders, que por norma abrem e fecham muitas posições durante o dia, com vista à obtenção de lucros.

Vejamos agora um gráfico com periodicidade semanal, a partir de Março desse mesmo ano:

Aqui como podemos ver, temos uma noção mais exacta do que se passou nesses últimos dez meses desse ano, pois cada ponto corresponde ao valor de Fecho de cada semana, e assim podemos ver variações semanais dentro de cada mês, dando-nos uma melhor noção do que se passa em períodos de tempo mais pequenos, neste caso semanais, e assim permite-nos prever com

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NOTA:Um trader que deseje investir a médio ou longo prazo deverá analisar gráficos em períodos de tempo maiores como o diário, e os que desejarem fazer daytrading ou investir por poucos dias, deverão escolher períodos de tempo inferiores como o horário.

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maior exactidão o que se poderá passar na semana ou semanas seguintes do que com gráficos mensais.

Mas e se quisermos tentar prever o que se irá passar nos próximos dias de trading?

Vejamos agora um gráfico com periodicidade diária:

Aqui temos um gráfico, desta vez com periodicidade diária, em que cada ponto representa um dia de negociação, e referente aos meses de Novembro e Dezembro.

Aqui já conseguimos ver o que se passa dentro de cada semana que compõe esses dois meses, meses esses que são separados por linhas verticais a tracejado, e permite-nos ver novos movimentos de preços que em gráficos de periodicidade semanal não se veriam, algo melhor para quem possa querer executar mais do que uma ordem por semana.

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Vejamos agora gráficos com periodicidade inferior a um dia, para quem aposte nos mercados a mais curto prazo:

No exemplo acima, temos um gráfico do mesmo câmbio mas desta vez com periodicidade de quatro horas, onde cada ponto representa um período de tempo de quatro horas, sendo necessários oito pontos para constituir um dia, e podemos ver nele representadas as últimas duas semanas do ano de 2004, havendo uma linha a tracejado vertical a dividir cada semana.

Esta é uma periodicidade muito usada, apesar de o gráfico com periodicidade horária ser famoso, o qual iremos ver de seguida:

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Aqui temos possivelmente a periodicidade mais usada pelos daytraders, que é a periodicidade horária, o que quer dizer que cada vinte e quatro pontos representarão um dia inteiro, sendo aqui os dias separados por linhas a tracejado verticais, estando representados no gráfico os últimos dias do ano de 2004.

Apesar de existirem vários níveis de periodicidade inferiores a uma hora usados no dia a dia nas representações gráficas, tal como os períodos de trinta minutos, quinze minutos, um minuto, ou outros, vimos acima apenas um gráfico de entre os de periodicidade inferior a uma hora, que é este de cinco minutos, onde cada hora é representada por doze pontos de cinco minutos cada, podendo nós assim visualizar doze oscilações de preço por cada hora, o que, como podemos verificar, nos dá uma informação bastante mais completa sobre o que se passou em cada dia, estando aqui os dias separados por linhas a tracejado verticais e de acordo com o horário da corretora.

Como tivemos a chance de verificar por estes exemplos, podemos navegar através da periodicidade de tempo dos gráficos de cada activo financeiro, fazendo um zoom in e zoom out sempre que quisermos ver com mais ou menos detalhe o que se passou em cada período temporal, ou ter uma vista mais global da tendência.

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NOTA:Há algo a ter em conta sobre o início e fim de cada dia nos gráficos se o mercado for o Forex. Como nos mercados cambiais a negociação está em aberto 24 horas ao dia fechando só aos fins de semana, os gráficos terão normalmente como hora de fecho do dia a hora da própria corretora pelo que duas corretoras em dois locais do mundo diferentes poderão ter barras ou velas diárias diferentes entre si, e originando assim análises diferentes aos gráficos, sendo nesses casos recomendada antes uma análise a velas horárias onde não existirá já esse problema.

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Podemos assim também ver de uma perspectiva global o comportamento de um câmbio, como foi feito acima, em gráficos de períodos mensais, ao longo dos anos, escolher um determinado período de tempo, tendo sido neste caso escolhido para o efeito o do fim do ano de 2004, e ampliando esse período de tempo até vermos a variação de preços de dia para dia, de hora para hora, e mesmo entre cada cinco minutos, que acabámos por ver quando ampliámos o último dia desse ano.

Desta forma, podemos temos sempre a hipótese de tentar prever com mais exactidão quais poderão ser os movimentos de preços futuros, conforme queremos investir a longo prazo, médio prazo, curto prazo, ou mesmo daytrading, executando várias ordens durante o mesmo dia, onde usaríamos em princípio neste caso períodos de cinco minutos.

Já que podemos compreender agora melhor a escala temporal dos gráficos, vamos tentar estudar outros factores importantes, como os campos dos preços, e outras formas de representações gráficas.

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GRÁFICOS

OS CAMPOS DE PREÇO (Price Fields)

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OS CAMPOS DE PREÇO (Price Fields)

Já estudámos dois campos importantes relativos ao preço em si, que são o preço de Fecho de um determinado período de negociação, e o Volume desse mesmo período de negociação.

Mas estes dois dados sozinhos, não são suficientes para nos dar uma ideia clara do que aconteceu exactamente dentro de cada período.

No gráfico diário que vimos acima, vimos que cada ponto entre duas linhas, representa o valor de Fecho de um dia, e vimos também o Volume desse dia mais abaixo.

Mas esses dois dados sozinhos não são suficientes para uma boa análise.

Através do Gráfico de Linhas anteriormente apresentado que mostrava em períodos de cinco minutos os movimentos de preços feitos durante um dia, podíamos ver que o último valor negociado nesse dia foi assumido como valor de Fecho desse dia, mas havia lá mais dados importantes, essenciais para a Análise Técnica e que não foram referidos.

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Se virmos, tal como houve um valor de Fecho que foi possível achar, também houve um valor de Abertura, que foi o preço da primeira transacção que foi feita nesse dia, o valor Máximo, que foi o valor da transacção que se efectuou a um preço mais elevado nesse dia, e o valor Mínimo, que foi o valor da transacção que se efectuou a um preço mais baixo nesse dia.

Revejamos os quatro campos principais de preço:

• Abertura (Open) – É o valor a que o mercado abriu nesse período de tempo a que o valor de Abertura diz respeito, ou seja, o primeiro valor desse período, ou por outras palavras, ou o valor da primeira transacção efectuada no mercado durante esse período.

• Máximo (High) – É o preço mais alto a que o activo financeiro foi transaccionado nesse período de tempo a que o valor de Máximo diz respeito, ou por outras palavras, o valor mais alto atingido durante esse período.

• Mínimo (Low) – É o preço mais baixo a que o activo financeiro foi transaccionado nesse período de tempo a que o valor de Mínimo diz respeito, ou por outras palavras, o valor mais baixo atingido durante esse período.

• Fecho (Close) – É o último preço a que o activo financeiro foi transaccionado nesse período de tempo a que o valor de Fecho diz respeito, ou por outras palavras, o valor final durante esse período de tempo.

Será este o valor que por norma é usado nos Gráficos de Pontos e Gráficos de Linhas, por ser considerado o mais importante deste conjunto de quatro valores, ou cinco se incluirmos o Volume.

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NOTA:Há quatro campos principais de preço: Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho, além do Volume de cada período.

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• Volume – Este dado poderá corresponder a diversas coisas, tendo a ver essencialmente com a quantidade que foi transaccionada durante esse período, relativamente ao activo financeiro.

Poderá representar um número de acções transaccionadas, contratos de futuros, ou mesmo uma quantidade em dinheiro transaccionado nesse período.

É usado por isso para ver até que ponto houve participação dos traders no mercado num dado período de tempo.

Ao contrário do Fecho, que se pode ver por cada ponto representar o Fecho de cada período de cinco minutos bastando para isso ver qual era o valor do ponto referente aos últimos cinco minutos do dia, não se podem achar por esse gráfico os valores de Abertura, Máximo e Mínimo, pois em cada período é representado nesse gráfico o seu valor de Fecho apenas, e não os restantes, mas posteriormente iremos estudar esses novos tipos de dados.

Como pudemos estudar anteriormente, é possível visualizar um gráfico em períodos de tempo de tempo diversos, pelo que iremos ver agora um exemplo retirado do câmbio Euro/Dólar com periodicidade de tempo de cinco minutos, para podermos ver as variações de preços que aconteceram a cada cinco minutos de um determinado dia para o nosso exemplo seguinte, onde poderemos apenas achar o valor de Fecho mais elevado do dia, o mais baixo, e o primeiro valor de Fecho do dia, e não o valor Máximo e Mínimo desse dia, pois cada ponto representa apenas o valor de Fecho de cada período de tempo de cinco minutos, e não os seus valores Máximo e Mínimo, como iremos ver no exemplo abaixo.

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NOTA:O Volume é um dado que poderá representar várias coisas diferentes. Como por exemplo podemos ver dois casos, em acções o Volume será o número de acções transaccionadas no período, e nos mercados cambiais, ou seja no Forex, o Volume já representará a quantidade em dinheiro transaccionada nesse mesmo período.

NOTA:Em gráficos que nos mostrem apenas o valor de Fecho como os de pontos e linhas, nunca poderemos saber com exactidão so valores de Abertura, Máximo e Mínimo do dia, pois só sabemos o valor de Fecho de cada período.

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Vejamos o seguinte gráfico:

Apesar de por este gráfico só podermos visualizar os Fechos, dá para termos ideia de que os dados Máximo, Mínimo e Abertura também são importantes, mas relativamente ao seu uso nos gráficos, será algo que iremos estudar posteriormente com os Gráficos de Barras e outros, pois nos actuais Gráficos de Linhas, cujos pontos representam apenas os valores de Fecho de cada período nestes exemplos, seria impossível ver neles representados também os valores de Abertura, Máximo, e Mínimo ao mesmo tempo.

Poderíamos apenas ter representados Gráficos de Linhas apenas com valores de Mínimo, ou Máximo ou mesmo Abertura de cada período, mas isso seria algo inútil por um lado, pois o valor mais importante de cada período será em princípio o valor de Fecho do mesmo, e daí ser o valor escolhido por defeito para ser representado em gráficos que apenas nos permitem ver representados um valor por cada período de tempo: os Gráficos de Pontos e os Gráficos de Linhas.

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NOTA:Só a partir dos Gráficos de Barras OHLC e Gráficos de Velas Japonesas é que já teremos acesso a todos os campos de preço, Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho.

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Vejamos uma tabela com todos os valores essenciais para que tenhamos uma boa visão sobre o que se passou num dado período de tempo:

Nesta tabela acima, já estarão presentes todos os dados necessários para sabermos com exactidão suficiente o que se passou em cada período de um gráfico.

Estes campos de preços foram e serão sempre escritos com as primeiras letras em maiúsculas, para dar ênfase aos mesmos durante as matérias que estudámos e iremos estudar posteriormente.

Agora como representar esses valores referentes a cada período num gráfico, em vez dos pontos actuais existentes nos Gráficos de Pontos ou os pontos que ligam as linhas num Gráfico de Linhas?

Isso será o que iremos estudar no próximo tipo de representação gráfica, os Gráficos de Barras OHLC.

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NOTA:Normalmente os ficheiros que contém os históricos de cotações de um activo, como os populares ficheiros .CSV (Comma Separated Values), têm como campos mais comuns pelo menos o da Data, Abertura, Máximo, Mínimo, Fecho e Volume, tendo alguns outros também o da Hora como nos históricos Intraday, e tal como o nome indica vêm separados os campos por vírgulas e com um registo por linha.

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GRÁFICOS

GRÁFICOS DE BARRAS HLC E OHLC

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GRÁFICOS DE BARRAS HLC E OHLC

Como vimos, há quatro valores de preços além do preço de Fecho de cada período de tempo que são essenciais para que um gráfico seja completo.

O valor de Fecho vimos também que é facilmente representado por um Gráfico de Pontos e por um Gráfico de Linhas, mas o problema que existe, é o de não ser possível com esse tipo de gráficos podermos visualizar todos os quatros campos essenciais, a não ser que tivéssemos quatro pontos ou quatro linhas em simultâneo em cada período de tempo, em vez de um como nos gráficos anteriores, mas isso tornaria impossível de ler o gráfico em condições, sendo muito difícil mesmo que tivessem esses pontos e linhas todos cores diferenciadas.

Por isso para se representarem todos esses dados, foi criado um tipo de gráficos mais completo, que por acaso é o mais divulgado no mundo dos investimentos junto com o das Velas Japonesas, por ser o mais antigo tipo de gráficos usado no mundo ocidental que consegue representar todos os campos de preços, o OHLC e HLC.

O termo “OHLC” não passa de um conjunto de iniciais que representam as palavras Open, High, Low e Close, que traduzidas para Português, querem dizer Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho, respectivamente.

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NOTA:O as letras OHLC ou HLC vêm das palavras Open, High, Low, Close, ou seja, Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho.

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Este tipo de gráficos tem esse grupo de iniciais no seu nome, porque cada período de tempo é representado por uma barra vertical onde são assinalados todos esses valores na mesma barra, referentes ao período de tempo que ela representa.

Devido a estas barras apresentarem vários valores dentro da mesma barra, pertencentes a diversas alturas temporais dentro de cada período de tempo que ela representa, este gráfico torna-se não só um gráfico de preços, tal como o é o Gráfico de Pontos e o Gráfico de Linhas, pois apresentam apenas um valor de preço por cada período de tempo, mas também um gráfico de tempo.

Este gráfico é de certa forma um gráfico de tempo também, pois cada barra acaba por representar vários valores de preços, pertencentes a várias alturas de tempo dentro de cada período que a barra representa, e ao representar esses valores, o seu valor de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho, estão no fundo a descrever o percurso dos preços nesse período de tempo, tornando-se assim algo que representa também um percurso temporal, e não só o preço final de Fecho.

Em certos mercados, em que o valor de Abertura é descartado, existem apenas os valores de Máximo, Mínimo e Fecho em cada barra, e nesses casos, os Gráficos de Barras usados, são uma variante dos Gráficos de Barras OHLC, chamados neste caso de Gráficos de Barras HLC, iniciais para High, Low, e Close, ou seja, Máximo, Mínimo e Fecho, respectivamente.

Vejamos como é processada a evolução de um Gráfico de Pontos simples, onde só vemos representados o valor de Fecho de cada período, para um Gráfico de Barras HLC, que já contém três dos valores mais importantes.

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NOTA:Como uma barra HLC ou OHLC representa os valores dos preços em várias alturas do período que representa, pode ser considerado um gráfico representativo de tempo pois descreve o percurso dos preços dentro do período de tempo por ele representado.

NOTA:Há mercados em que não é dado o valor de Abertura de cada período de tempo, e assim o valor de Abertura, ou em Inglês Close, é eliminado do histórico e gráfico e assim o gráfico OHLC passa a ser um gráfico de HLC, sem o Open.

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Primeiro iremos ver os pontos que representam o valor de Fecho de cada período de tempo tornarem-se numa pequena marca horizontal, para melhor visualização:

Como podemos ver, é muito mais fácil de ver os valores do gráfico assim com estas marcas horizontais do que com pontos pequenos que nos poderiam escapar à vista.

Além disso foram colocados já com a cor vermelha aqueles que fecharam abaixo do Fecho do período anterior, representando assim quedas de preços, e a azul os que fecharam acima do Fecho do período anterior, representando assim subidas de preços.

Como seriam representados os preços Máximo e Mínimo de cada barra de preços no gráfico acima?

Não poderiam ser representados por mais duas marcas horizontais, ou tornar-se-ia quase impossível de se interpretar o gráfico em condições.

Em vez disso, passa-se a colocar uma linha vertical, anexada a essa marca de Fecho já existente, e que representa o intervalo que foi percorrido pelos preços entre o valor Mínimo e o valor Máximo atingido pelos mesmos dentro desse período de tempo.

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NOTA:O intervalo percorrido pelos preços entre os valores Mínimo e Máximo atingidos pelos preços dentro do período de tempo representado pela barra, é representado por uma linha vertical que fica entre o risco do valor de Abertura e o de Fecho, ou antes do valor de Fecho caso o de Abertura não exista.

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Vejamos como ficaria essa linha horizontal entre o valor Mínimo e o valor Máximo anexada à já existente marca horizontal que representa o preço de Fecho:

Como acabámos de ver no exemplo acima, obtivemos já um gráfico bastante mais completo.

Em cada período de tempo, desta vez, vemos não só o valor de Fecho representado pela marca horizontal, mas também uma linha vertical que nos diz até onde os preços acabaram por chegar dentro desse período de tempo, ou seja, qual o valor Máximo e Mínimo percorrido dentro desse período de tempo.

Conseguimos agora verificar que em certos momentos, os topos e fundos de mercado, afinal acabaram por ser muito mais acima ou abaixo do que antes pensávamos ao ver apenas o valor de Fecho de cada período de tempo.

Podemos ver também que certas alturas em que os preços pareciam mal se ter mexido em relação ao período anterior, afinal acabaram por ter bastante mais oscilação do que se pensava, com valores máximos e mínimos muito distantes do valor de Fecho final.

Acabamos por ter também uma maior noção de continuidade, ao vermos melhor todos os intervalos de

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NOTA:Só com gráficos OHLC e outros que contenham os campos Máximo e Mínimo (High e Low) é que poderemos ter uma ideia correcta sobre qual a real amplitude dos preços num período de tempo, vendo os valores Máximo e Mínimo atingidos por eles.

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preços percorridos pelo activo financeiro em causa, e a consequente melhoria na sua visualização.

O Gráfico de Barras HLC, já foi por nós visto acima do que se trata, e como podemos ver é bastante mais completo do que os dois vistos anteriormente.

Mas e se juntássemos o valor de Abertura ao gráfico acima?

Só aí teríamos todos os quatro valores principais de preço de cada período de tempo exposto para uma análise completa dos preços.

Vejamos agora o valor de Abertura adicionado a cada barra do Gráfico de Barras HLC anterior:

Aqui temos, tal como o valor de Fecho, que se encontra presente sob a forma de uma marca horizontal pequena, à direita da linha vertical que une os valores Máximo e Mínimo, o valor de Abertura de cada período foi colocado também sob a forma de marca horizontal, mas desta vez, à esquerda da linha vertical.

Desta forma em cada barra, começamos por ver o valor de Abertura (Open) à esquerda da linha vertical, o Máximo (High) e o Mínimo (Low) na linha vertical do meio, e o valor de Fecho (Close) na marca horizontal à direita da linha vertical, por fim, tendo assim todos os quatro valores e sendo designadas de Barras OHLC,

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sendo este por isso o nosso primeiro exemplo de um Gráfico de Barras OHLC.

E o que é que cada uma destas barras e os seus quatro valores nos dizem sobre o que se passou com os preços durante o período de tempo que elas representam?

Vejamos dois exemplos sobre Barras OHLC, um com uma barra de subida de preços, e outro com uma barra de queda de preços, cada um com um exemplo do comportamento de preços mais provável que elas representam durante o período de tempo que essa barra representa, ou seja, ao longo desse dia, pois são barras diárias:

Neste exemplo acima, podemos ver uma barra de subida, em que o mais provável movimento de preços que ela representa, seria o demonstrado na curva de evolução descrito à direita, ou seja, o movimento em que os preços terão ido após o valor de Abertura dessa barra até ao valor Mínimo atingido pelos mesmos nesse período, indo de seguida no sentido contrário até atingirem o seu valor Máximo, caindo depois para um valor por volta da altura em que o período de tempo representado pela barra acabaria, ficando assim achado o preço de Fecho dessa barra, ou seja o valor a que o activo financeiro foi transaccionado pela última vez durante esse período que a barra representa.

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NOTA:Com Gráficos OHLC já podemos finalmente simular mentalmente em cada barra os possíveis percursos dos preços no período representado por cada uma delas.

NOTA:Nunca podemos ter certezas sobre qual o valor atingido primeiro, se o Máximo ou o Mínimo de cada período da barra. Podemos apenas deduzir que se o Fecho estiver por exemplo mais perto do Máximo que tenha ido primeiro ao Mínimo mas é impossível ter certezas disso, mas é bom simular mentalmente dessa forma quando as interpretamos.

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Vejamos agora uma barra de queda:

No exemplo acima, podemos ver uma barra de queda, em que o mais provável movimento de preços que ela representa, seria o demonstrado na curva de evolução descrito à direita, ou seja, o movimento em que os preços terão ido após o valor de Abertura dessa barra até ao valor Máximo atingido pelos mesmos nesse período, indo de seguida no sentido contrário até atingirem o seu valor Mínimo, subindo depois para um valor por volta da altura em que o período de tempo representado pela barra acabaria, ficando assim achado o preço de Fecho dessa barra, ou seja o valor a que o activo financeiro foi transaccionado pela última vez durante esse período que a barra representa.

Nos dois exemplos acima, podemos verificar também como a linha vertical representa tão bem o intervalo de variação de preços durante o período de tempo representado pela barra, que será um dia, devido a ser uma barra diária, e que esse período é designado muitas vezes também por Range Diário.

Pudemos ver também associados a esses quatro valores, como iremos ver também em alguns exemplos mais adiante, na própria barra, as letras OHLC, unidas

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NOTA:O intervalo de preços representado pela barra vertical, ou seja, entre o valor Mínimo e Máximo da barra, é normalmente chamado de Range, pelo que numa barra

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aos preços correspondentes na curva de preços à direita por uma linha a tracejado.

E assim vemos explicado o funcionamento das Barras OHLC, que como podemos ver, representam um grande passo evolutivo em relação aos dois tipos de gráficos anteriores, e bastante completo.

Vejamos agora outro exemplo real da mesma altura do Gráfico de Barras OHLC anterior, mas abrangendo um período de tempo melhor, para visualizarmos como é fácil de ler os seus movimentos de preços, apesar de ter a complexidade de possuir quatro valores por cada barra em vez de apenas um:

Para o gráfico de cima ser completo, em termos dos cinco campos de preços essenciais, só lhe faltaria o Volume.

Esse volume não é apresentado nas barras em si, que já contém quatro dados, mas sim como foi feito nos exemplos anteriores de Gráficos de Pontos e Gráficos de Linhas, ou seja, sob a forma de pequenas linhas verticais no fundo do gráfico que representam o Volume de cada período de tempo.

Se adicionarmos ao gráfico acima o Volume, ficando exposto também no seu fundo, e já num gráfico que abrange um período de tempo superior, expondo mais

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NOTA:O Volume, tal como nos outros tipos de gráficos estudados, não é incluído nas próprias barras mas sim à parte, normalmente no formato de barras, e por norma colocados abaixo do gráfico em questão.

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de quatro meses de trading, com barras diárias, ou seja em que cada uma representa um período de tempo de um dia, teremos algo muito diferente.

Vejamos o gráfico acima com o Volume exposto no seu fundo e abrangendo mais de quatro meses de histórico:

E já vimos o Volume exposto nas linhas verticais azuis abaixo.

Esse Volume poderá estar representado em outros locais, como é lógico, dependendo do gosto de cada um.

Estas linhas de Volume, tal como as linhas verticais de cada Barra OHLC e HLC, têm sido designadas de linhas, mas são no fundo barras, daí o nome também dado às Barras OHLC, por serem barras de preços que contém esses dados, mas não deixam de ser linhas na mesma.

O mesmo se passa com o gráfico do Volume, que aparece abaixo do gráfico de preços que vimos acima, a sua representação poderia ser feita por linhas, mas é feita da uma forma que é designada por gráficos de barras em várias aplicações de representação gráfica usada no dia a dia, e nas folhas de cálculo, mas por serem barras muito finas e altas, não deixam de ser consideradas linhas, de qualquer das formas.

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Esses gráficos de barras que existem fora da Análise Técnica e que como podemos ver são usados para representar o Volume nos nossos gráficos de preços, andam lado a lado com os gráficos de queijo e os de linhas, entre outros, entre as formas mais comuns de representação gráfica, sendo não só usados para representar o Volume dentro do gráfico acima, mas como em muitas outras aplicações e nas mais diversas áreas, mas não devendo ser confundida a sua designação com os Gráficos de Barras OHLC e HLC que aplicamos nos estudos dos preços, tendo apenas como únicas palavras em comum nos seus nomes, as palavras “Gráfico de Barras”.

O Volume poderia ter sido representado sob a forma de um Gráfico de Linhas, e possivelmente até seria mais fácil a sua visualização, mas é raro ser apresentado desta forma, sendo muito mais comum a sua visualização sob a forma de gráficos de barras normais, as tais linhas verticais que vemos no fundo do ecrã normalmente por baixo dos gráficos de preços.

Vejamos um exemplo de um Gráfico de Barras OHLC, mas com o Volume apresentado sob a forma de gráfico de linhas:

Como vimos, temos o Volume representado de uma forma bastante diferente da normal que costuma ser através de gráficos de barras, e desta vez com uma

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NOTA:O tipo de gráfico normalmente designado de “Gráfico de Barras” que é muito utilizado em folhas de cálculo e afins ou na representação do campo Volume nos exemplos, não tem nada que ver com as “Barras OHLC” estudadas aqui, sendo ambas barras mas muito diferentes entre si.

NOTA:O Volume pode ser representado por um Gráfico de Linhas em vez do Gráfico de Barras habitual mas tornar-se-á de mais difícil leitura posteriormente pois as barras são mais fáceis de visualizar que as linhas.

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escala ajustada relativamente (Relative-Adjusted Scale), pelo que se notará com mais intensidade as suas alterações de Volume.

Apesar de possivelmente para muitos esta forma de representar o Volume seja de mais fácil leitura, pois dá mais realce às variações do mesmo em relação aos períodos anteriores através das linhas de subida ou queda que unem esses períodos, muitos programas não permitem a possibilidade de representar o Volume desta forma, obrigando o seu uso com gráficos de barras.

De qualquer das formas ficou aqui um exemplo de como fica quando aplicado desta forma.

Vejamos agora um Gráfico de Barras OHLC já noutro programa, tirado do câmbio Euro/Dólar novamente, com barras diárias e o Volume exposto num gráfico de barras em baixo:

Concluindo, este novo método de representação gráfica, dentro dos que já estudámos, é o mais completo, e já nos permite analisar a evolução dos preços dentro de cada período de tempo representado por cada barra, e é algo que iremos ver posteriormente, já que as bases da matéria sobre os Gráficos de Barras já foram dadas.

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NOTA:A escala Relative Ajusted usada no gráfico de Volume do exemplo faz com que o Volume seja representado não desde o zero mas sim desde o valor mínimo e torna assim as variações do mesmo mais fáceis de visualizar, tal como estudado no tópico do Volume anteriormente.

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GRÁFICOS

ESTUDO DOS PADRÕES DAS BARRAS OHLC

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ESTUDO DOS PADRÕES DAS BARRAS OHLC

Agora que sabemos ler um Gráfico de Barras, deveremos aprender a interpretar o que é que os padrões que elas formam significam.

Uma das principais armas de um analista técnico é o de saber como interpretar de forma correcta todos os sinais fornecidos pelas barras que o gráfico contém, o que é especialmente importante, porque por norma todos os factores que influenciam os mercados e ditam os seus comportamentos, são reflectidos nos próprios preços, pelo que saber interpretá-los é muito importante.

Vamos rever novamente os quatro valores principais que nos são apresentados por cada barra:

Quando um mercado abre, o seu preço de Abertura, ou seja o primeiro valor a que o mercado abre, situa-se num ponto de equilíbrio entre bulls e bears, entre compradores e vendedores, preço esse que se irá alterar durante a sessão.

Há mercados que antes de iniciarem as suas sessões, estão já a funcionar em períodos de pré-negociação, para achar esse valor de equilíbrio entre compradores e vendedores, para abrir assim nesse valor de equilíbrio.

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NOTA:Há mercados que têm um período de pré-negociação para calcular o ponto de equilíbrio entre bulls e bears e assim achar o valor de Abertura do dia.

NOTA:Costumamos chamar de bulls aos traders que apostam nas subidas e de bears aos traders que apostam nas quedas dos preços. Bem como de forma resumida podemos dizer da mesma forma a bullish a algo que está com tendência de subida e bearish a algo com tendência de queda.

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Em relação a cada barra do presente no gráfico, referente a cada período de tempo, esse valor de Abertura é simplesmente o valor a que foi feita a primeira transacção dentro desse período de tempo que essa barra representa.

Como já estudámos também, após esse valor de Abertura, ele irá acabar por atingir o valor Máximo desse período.

Esse movimento de preço, resulta da acção combinada dos traders interessados na subida do preço, ou seja os bulls do mercado, levando os preços a esse valor Máximo, traders esses a quem interessa que o preço suba o mais possível para terem o maior lucro possível.

Desta forma o valor Máximo marca o ponto onde o interesse e força deste grupo de traders se esgota, ou pelo menos deixa de ser tão relevante e perde a força, para dar lugar à entrada daqueles a quem interessa fazer parar a subida e dar origem a novas quedas de preço, ou simplesmente por a oferta se tornar mais forte que a procura, e o preço de equilíbrio se encontrar afinal mais abaixo, tendo os preços de cair para o atingir.

O preço Mínimo, por sua vez, é exactamente o contrário, ou seja, é um ponto onde a pressão vendedora por parte dos bears do mercado se começa a esgotar, ou perder força relativamente aos bulls, que pelas mais variadas razões começam a ter mais força que os que apostam nas quedas, e fazendo aumentar a procura em relação à oferta disponível, fazendo subir os preços até um novo valor de equilíbrio mais acima.

É esgotada a força dos bears e os bulls tomam conta do mercado.

O preço de Fecho dessa barra, acaba por ser o ponto de equilíbrio entre a oferta e a procura no momento de Fecho desse período que a barra representa, preço esse

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NOTA:O preço Mínimo é normalmente atingido devido aos bears do mercado e ao fecho de posições longas quer sejam por vontade dos traders ou por stop-losses activados.

NOTA:O preço Máximo é normalmente atingido devido aos bulls do mercado e ao fecho de posições curtas quer sejam por vontade dos traders ou por stop-losses activados.

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que posteriormente, nas próximas barras, poderá continuar a mudar de posição, mas não deixa de ser um valor importante e a ter em conta, especialmente se coincidir com o momento de fecho de uma sessão de trading, pois indica qual era o preço de equilíbrio, e onde se situava o interesse dos traders no momento exacto em que a sessão foi interrompida.

No caso dos mercados de Forex, por exemplo, que funcionam vinte e quatro horas por dia, a sessão só acaba uma vez por semana, pelo que o preço de fecho diário não costuma ser tão importante quanto os dos mercados que vêem as suas sessões interrompidas até ao dia seguinte, por verem limitado o seu horário de funcionamento a um certo número de horas por dia, mas não deixa de ser possivelmente o valor mais importante dos quatro campos de preço de cada barra, por revelar o valor de equilíbrio de preços no fim do período dessa barra.

Como vimos, os movimentos de preços entre os valores de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho, revelam-nos o comportamento dos traders, durante o período de tempo representado por cada barra, e por aí podemos ver a força e mesmo intenções tanto dos bulls como dos bears do mercado, relativamente a certos níveis de preços e a certas alturas, fazendo-nos perceber até que ponto eles estão dispostos a continuar a insistir na subida ou descida de preços, até onde a força deles vai e se esgota, onde aparecem os primeiros sinais de uma força renovada do grupo oposto, ou mesmo intenções de reverter a tendência do mercado.

Com os padrões, e vendo assim o comportamento das duas grandes forças que controlam o mercado, os bulls e os bears, conseguimos perceber com mais facilidade para onde eles irão levar o mercado no futuro e com maior eficácia e fiabilidade.

Vamos tentar agora verificar alguns padrões que acontecem com as Barras OHLC, e os possíveis

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significados que elas possam ter em relação aos traders que participaram na sua formação e seus comportamentos, bem como as suas eventuais intenções e o que revelam acerca da força de cada grupo.

DOJI

Começamos por este padrão, que é conhecido por Doji nos gráficos de Velas Japonesas, como iremos estudar posteriormente, onde o valor de Abertura (Open) e o valor de Fecho (Close), estão ao mesmo nível, ou seja, fornece informações ambíguas sobre quem controla o mercado, tendo sido tentada uma subida e queda de preços, mas acabando por fechar ao mesmo valor de Abertura, tendo sido este um valor importante para a decisão final do preço de Fecho.

Não se sabe assim quem controla o mercado, se os bulls, se os bears, e a subida e queda de preços antes do valor de Fecho, atingindo aqueles valores de Máximo e Mínimo antes, revelam alguma indecisão por parte dos traders, e nesse caso devemos esperar pelo preço de Abertura da barra seguinte para ver que possível evolução poderá ter, caso seja um mercado que interrompa a sua sessão todos os dias, ou

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NOTA:A Doji é uma barra onde o valor de Abertura (Open) e Fecho (Close) se encontram ao mesmo nível. É um sinal de indecisão e onde o valor de Abertura tem um papel decisivo na decisão do valor de Fecho mais tarde. Esta barra tem o mesmo nome como padrão nos gráficos de Velas Japonesas que serão estudados mais abaixo.

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simplesmente avaliar os movimentos de preços nas futuras barras, caso seja um mercado contínuo.

Esta barra é também chamada de Doji nos gráficos de Velas Japonesas, que iremos estudar posteriormente, e apesar de ser uma barra que por ela mesma revela apenas alguma indecisão, poderá ser importante se acontecer em conjunção com outras barras, como iremos estudar mais adiante.

BULLISH DOJI

Esta barra, uma Bullish Doji, é conhecida por Dragonfly Doji nos gráficos de Velas Japonesas, e é uma barra em que podemos encontrar o valor de Fecho a encontrar-se ao mesmo nível do valor de Abertura do período que a barra representa.

Pelo que podemos verificar, o mercado aqui acabou por abrir no valor Máximo da barra, ou pelo menos lá perto, e que o grupo de traders interessados na descida de preços, ou seja os bears, estiveram no comando do mercado inicialmente, levando-o a cair e atingir o valor Mínimo desse período de tempo, acabando esse comando por passar depois na segunda parte para os bulls, que levaram assim de volta os preços para os

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NOTA:A Bullish Doji é conhecida nos gráficos de Velas Japonesas por Dragonfly Doji e é uma barra onde há grande pressão por parte dos bears mas onde após recuperação o valor de Fecho acaba por ser ao nível do valor de Abertura.

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níveis iniciais, acabando por fechar ao nível do valor de Abertura.

Mais uma vez, o preço de Abertura, e consequentemente o de Fecho, que é o mesmo, são considerados valores muito importantes de referência para os traders, pois o valor de Abertura foi bastante importante na escolha do preço de equilíbrio no momento de Fecho do período de tempo que a barra representa.

De qualquer das formas esta barra pode ser interpretada como uma tentativa falhada por parte dos bears do mercado em tentar levar os preços a níveis inferiores, indiciando assim que há força suficiente por parte dos bulls do mercado para originar novas subidas de preços, sendo por isso um padrão geralmente bullish, especialmente se for encontrado após quedas significativas de preços, podendo aí dar origem a novas tendências de subida de preços, marcando assim fundos de mercado nessas situações, onde se verificam inversões de tendência.

Se pelo contrário, for encontrado após subidas significativas de preços, poderia revelar o aparecimento de alguma força vendedora, ou seja, que foi atingido um nível em que os bears teriam alguma força e começariam já a oferecer alguma resistência a novas subidas, e aí deveria ser tomado em conta, devendo o trader ter em atenção os acontecimentos futuros para verificar se a subida se mantém ou se se começa a estagnar e com várias pressões deste género, sendo aí caso para se ter uma maior atenção, podendo os preços estar perto de um novo ou velho valor de resistência.

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BEARISH DOJI

Esta barra, uma Bearish Doji, é conhecida por Gravestone Doji nos gráficos de Velas Japonesas, e é uma barra em que podemos ver novamente o valor de Fecho a encontrar-se ao mesmo nível do valor de Abertura do período que a barra representa.

Pelo que podemos verificar, o mercado aqui acabou por abrir no valor Mínimo da barra, ou pelo menos lá perto, e que o grupo de traders interessados na subida de preços, ou seja os bulls, estiveram no comando do mercado inicialmente, levando-o a subir e atingir o valor Máximo desse período de tempo, acabando esse comando por passar depois na segunda parte para os bears, que levaram assim de volta os preços para os níveis iniciais, acabando por fechar ao nível do valor de Abertura.

Mais uma vez, o preço de Abertura, e consequentemente o de Fecho, que é o mesmo, são considerados valores muito importantes de referência para os traders, pois o valor de Abertura foi bastante importante na escolha do preço de equilíbrio no momento de Fecho do período de tempo que a barra representa.

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NOTA:A Bearish Doji é conhecida nos gráficos de Velas Japonesas por Gravestone Doji e é uma barra onde há grande pressão por parte dos bulls mas onde após novos ataques por parte dos bears o valor de Fecho acaba por ser ao nível do valor de Abertura.

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De qualquer das formas esta barra pode ser interpretada como uma tentativa falhada por parte dos bulls do mercado em tentar levar os preços a níveis superiores, indiciando assim que há força suficiente por parte dos bears do mercado para originar novas quedas de preços, sendo por isso um padrão geralmente bearish, especialmente se for encontrado após subidas significativas de preços, podendo aí dar origem a novas tendências de quedas de preços, marcando assim topos de mercado nessas situações, onde se verificam inversões de tendência.

Se pelo contrário, for encontrado após quedas significativas de preços, poderia revelar o aparecimento de alguma força compradora, ou seja, que foi atingido um nível em que os bulls teriam alguma força e começariam já a oferecer alguma resistência a novas quedas, e aí deveria ser tomado em conta, devendo o trader ter em atenção os acontecimentos futuros para verificar se a queda se mantém ou se se começa a estagnar e com várias pressões deste género, sendo aí caso para se ter uma maior atenção, podendo os preços estar perto de um novo ou velho valor de suporte.

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BEARISH THRUST

Esta barra, é conhecida por Bearish Thrust, pois é uma barra bearish, e reflecte que os bears comandaram o mercado do início ao fim, desde o valor de Abertura até ao valor de Fecho.

Basicamente, pode-se dizer que os preços abriram no valor Máximo do dia, e fecharam no valor Mínimo do dia, algo que é considerado como sendo um sinal fortemente bearish.

Dado que os traders interessados na queda de preços tiveram o controlo praticamente total do mercado durante o período de tempo representado por esta barra, é de se esperar uma continuação de quedas no período de tempo seguinte, pois há grandes probabilidades de que essa tendência que demonstrou não encontrar qualquer resistência durante este período de tempo continue com força no seguinte.

Quaisquer esforços que possam ter havido por parte dos bulls do mercado para inverter a tendência de queda ou tentar que os preços não caíssem tanto, foram completamente ineficazes, pelo que se pode ver.

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NOTA:A Bearish Thrust é uma barra onde os bears do mercado comandam desde o início até ao fim, e onde podemos ver que tem como valor Máximo do período o valor de Abertura, e desde aí é queda de preços até que acaba por fechar no valor Mínimo do período, um sinal fortemente bearish.

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É frequente haver este tipo de barras durante tendências fortemente bearish, onde se verificam fortes quedas de preços.

BULLISH THRUST

Esta barra, é exactamente o inverso da barra anterior, e é conhecida por Bullish Thrust, pois é uma barra bullish, e reflecte que os bulls comandaram o mercado do início ao fim, desde o valor de Abertura até ao valor de Fecho.

Basicamente, pode-se dizer que os preços abriram no valor Mínimo do dia, e fecharam no valor Máximo do dia, algo que é considerado como sendo um sinal fortemente bullish.

Dado que os traders interessados na subida de preços tiveram o controlo praticamente total do mercado durante o período de tempo representado por esta barra, é de se esperar uma continuação de subidas no período de tempo seguinte, pois há grandes probabilidades de que essa tendência que demonstrou não encontrar qualquer resistência durante este período de tempo, continue com força no seguinte.

Quaisquer esforços que possam ter havido por parte dos bears do mercado para inverter a tendência de subida

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NOTA:A Bullish Thrust é uma barra onde os bulls do mercado comandam desde o início até ao fim, e onde podemos ver que tem como valor Mínimo do período o valor de Abertura, e desde aí é subida de preços até que acaba por fechar no valor Máximo do período, um sinal fortemente bullish.

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ou tentar que os preços não subissem tanto, foram completamente nulos, pelo que se pode ver.

É frequente haver este tipo de barras durante tendências fortemente bullish, onde se verificam fortes subidas de preços.

Uma outra barra que representa um tipo diferente de acção de preços:

Nesta barra, podemos ver que os preços abriram por volta do meio da barra, tendo atingido o valor Máximo desse período, acabando depois por cair e fechar no valor Mínimo da barra.

Esta barra acaba por não fornecer dados muito concretos sobre quem realmente está a controlar o mercado, pois não há um movimento de preços muito significativo caso a barra seja pequena, havendo mesmo alguma indecisão visível na mesma.

O que se pode concluir desta barra é que os bulls controlaram a primeira parte do período de tempo que esta barra representa, fazendo os preços subirem inicialmente, tendo a segunda parte ficado sob controlo dos bears do mercado, fazendo os preços cair, sendo

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deles o controlo do mercado na altura do Fecho do mesmo.

Seria talvez mais provável neste caso uma queda de preços no período de tempo seguinte, dando continuação ao movimento de preços já existente na barra corrente, do que uma subida de preços.

De qualquer das formas não se podem tirar grandes conclusões acerca desta barra.

E também é importante notar que os preços acabaram por fechar abaixo do preço de Abertura da barra, sendo esse um factor a ser tomado em conta.

E a barra inversa à anterior:

Desta barra concluí-se exactamente o oposto da barra anterior, e nela podemos ver que os preços abriram por volta do meio da barra novamente, tal como no exemplo anterior, tendo atingido o valor Mínimo desse período, acabando depois por subir e fechar no valor Máximo da barra.

Esta barra acaba por não fornecer dados muito concretos sobre quem realmente está a controlar o mercado, pois não há um movimento de preços muito

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significativo caso a barra seja pequena, havendo mesmo alguma indecisão visível na mesma.

O que se pode concluir desta barra é que os bears controlaram a primeira parte do período de tempo que esta barra representa, fazendo os preços caírem inicialmente, tendo a segunda parte ficado sobcontrolo dos bulls do mercado, fazendo os preços subir, sendo deles o controlo do mercado na altura do Fecho do mesmo.

Seria talvez mais provável neste caso uma subida de preços no período de tempo seguinte, dando continuação ao movimento de preços já existente na barra corrente, do que uma queda de preços.

De qualquer das formas não se podem tirar grandes conclusões novamente acerca desta barra, tal como na anterior.

E também é importante notar que os preços acabaram por fechar acima do preço de Abertura da barra, sendo esse um factor a ser tomado em conta.

Outro tipo de barra:

Nesta barra, já se podem tirar conclusões diferentes.

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Aqui já vemos os preços a abrirem no valor Máximo do período que a barra representa, sendo a partir daí o controlo tomado pelos bears do mercado, fazendo os preços caírem até atingirem o valor Mínimo da barra, recuperando um pouco desde aí, acabando por fechar perto do valor médio da barra.

Esta barra acaba, tal como as últimas duas, por não fornecer dados muito concretos sobre quem realmente está a controlar o mercado, e acaba por ser ainda mais difícil prever se no período seguinte os preços irão subir ou descer do que nos dois últimos exemplos, pois ao contrário desses exemplos, aqui a barra não tem como valor de Fecho o valor Máximo ou Mínimo da mesma, e sim o seu valor médio, não sendo por isso algo muito significativo em termos de tendência, pois houve uma retracção após ser atingido o valor Mínimo da mesma, revelando uma indecisão maior.

De qualquer das formas, é importante notar que os preços acabaram por fechar abaixo do preço de Abertura da barra, sendo esse um factor a ser tomado em conta.

E a barra inversa à anterior:

Esta barra é o contrário da barra que vimos acima.

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Aqui acabamos por ver os preços a abrir no valor Mínimo do período que a barra representa, sendo a partir daí o controlo tomado pelos bulls do mercado, fazendo os preços subirem até atingirem o valor Máximo da barra, retraindo um pouco desde aí, acabando por fechar perto do valor médio da barra.

Esta barra acaba, tal como a anterior, por não fornecer dados muito concretos sobre quem realmente está a controlar o mercado, e acaba por ser mais difícil prever se no período seguinte os preços irão subir ou descer, pois aqui a barra não tem como valor de Fecho o valor Máximo ou Mínimo da mesma, e sim o seu valor médio, não sendo por isso algo muito significativo em termos de tendência, pois houve uma retracção após ser atingido o valor Máximo da mesma, revelando uma indecisão maior.

De qualquer das formas, é importante notar que os preços acabaram por fechar acima do preço de Abertura da barra, sendo esse um factor a ser tomado em conta.

CONCLUSÃO

Como pudemos verificar, com estes quatro principais campos do preço, os valores de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho (OHLC), devidamente representados sob o formato de Gráfico de Barras OHLC, ou outras formas de representação gráfica, como iremos estudar posteriormente, conseguimos recolher informações preciosas acerca de quem comanda o mercado em dado momento, quem o comandará no futuro, ou mesmo acerca das intenções dos traders em geral num dado período de tempo.

Saber interpretar os padrões formados por estas barras, tal como em outro tipo de padrões verificados em outras formas de representação gráfica, será então meio caminho andado para prever futuros movimentos de preços, e assim entrar no mercado nas alturas certas, além de aproveitar a tempo tendências de

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preços que possam surgir ou mesmo aprender a prevê-las com alguma exactidão com o passar do tempo e prática adquirida.

De seguida vamos passar ao estudo do tipo de gráficos cuja utilização é recomendada, os Gráficos de Velas Japonesas.

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GRÁFICOS

GRÁFICOS DE VELAS JAPONESAS

(JAPANESE CANDLESTICKS)

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GRÁFICOS DE VELAS JAPONESAS

(JAPANESE CANDLESTICKS)

Vamos agora dar início ao estudo da metodologia de representação gráfica de eleição no meio das várias que estamos a estudar.

Será esta a considerada tanto a mais completa, como mais fácil de interpretar e de usar, além de estar presente na quase totalidade de programas de análise técnica hoje em dia, por ser das mais usadas no mundo pelos traders, e de ter uma certa magia e mística inerente aos padrões formados pelas suas velas, que iremos estudar mais adiante, que nos permitem identificar mais facilmente inversões de tendências entre outras coisas.

História das Velas Japonesas

Os gráficos de Velas Japonesas são um método de representação gráfica desenvolvido no Japão alguns séculos atrás.

Segundo vários relatos, os Japoneses começaram a usar este seu próprio tipo de Análise Técnica para comercializar arroz por volta do século XVII.

Esta era uma forma precoce de Análise Técnica, diferente da praticada nos Estados Unidos (a que foi

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NOTA:Os Gráficos de Velas Japonesas são a forma de representação gráfica recomendada nesta obra e mais desenvolvida, bem como possivelmente a mais utilizada pelos traders em geral.

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iniciada por Charles Dow cerca de 1900, daí o nome Dow Jones num dos índices americanos da actualidade), mas tinha já alguns princípios básicos muito semelhantes aos que essa possuía.

Aqui ficam alguns desses princípios:

• Toda a informação conhecida é reflectida sempre nos preços, por isso deverá sempre ser suficiente fazer análises baseadas apenas nos preços;

• O “Quê”, que representa a acção dos preços, é mais importante do que o “Porquê” (que é relativo aos relatórios de ganhos, notícias, rumores, e por aí adiante);

• Existem flutuações de mercado;

• Os movimentos de mercado são feitos pelos compradores (os bulls) e pelos vendedores (os bears), baseados em expectativas e emoções (como por exemplo as famosas emoções que nos afectam, a Ganância, a Esperança e o Medo);

• O preço actual pode não reflectir o valor subjacente do activo;

Ou seja, estas quatro regras dizem-nos basicamente que muitos investidores deveriam tomar decisões no mercado baseados apenas nos gráficos, onde estudam o comportamento dos preços, porque toda a informação conhecida está reflectida nos preços e por isso basta estudá-los.

Daí dizer-se que o “Quê” (a acção do preço em si) ser então mais relevante e importante que o “Porquê”, ou seja que as razões que levaram os preços a subir, que sejam notícias, relatórios, etc, pois o “Porquê”, como foi dito acima, está já reflectido no “Quê”, ou seja, nos movimentos de preços em si e desta forma nos gráficos.

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NOTA:Na Análise Técnica partimos sempre do princípio de que toda a informação e todos os acontecimentos já se encontram reflectidos nos preços e que por isso nos basta interpretar os gráficos representativos dos mesmos para tentar prever o futuro desses preços. É de verdade possível fazer lucro e ter sucesso olhando apenas para gráficos sem nada mais.

NOTA:Considera-se que existem três emoções muito importantes que são as que afectam todos os traders e nos podem fazer perder dinheiro, que são a Ganância (ex: alguém não vender a tempo porque queria ganhar mais e ter prejuízo depois), a Esperança (ex: alguém ver-se a perder dinheiro e em vez de fechar posições mantém abertas a ver se recupera o dinheiro perdido e acaba por perder mais o fim), e o Medo (ex: alguém vender antes do tempo com medo de perder dinheiro e assim perder ganhos potencialmente elevados ou até perder dinheiro em vez de ganhar.

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Dizem-nos então que devido a isso existem flutuações de mercados, sendo esses movimentos de preços provocados pelos bulls e pelos bears, baseados em expectativas e emoções, acabando por isso por não ser sempre reflectido o valor subjacente de um activo no seu preço actual no mercado, ou seja, uma empresa pode não ter grande valor e ver as suas acções atingirem preços muito mais elevados devido aos traders se basearem em futuras expectativas da empresa e não ao seu valor actual, ou por exemplo uma empresa de grande valor ver as suas acções extremamente subvalorizadas devido a medos no mercado de que algo de mau esteja para acontecer, por exemplo.

Estes eram princípios já aceites também neste tipo de Análise Técnica na altura, pelo que já era algo um pouco avançado para a época e que ainda hoje em dia são ideias aceites pelos traders nos mercados actuais.

Apesar de existir já há alguns séculos, o método de representação gráfica por Velas Japonesas, permaneceu um segredo conhecido apenas pelos traders de acções Japoneses até cerca de 1990.

Foi um trader de acções e escritor chamado Steve Nison, que praticamente tropeçou nesse método de representação gráfica enquanto falava com um corretor de acções Japonês, e foi assim descoberto.

Ele reparou que um corretor Japonês estaria a olhar para uns gráficos de aspecto invulgar e estranho, e acabou por interrogar alguns japoneses acerca deles, é dito que eles pareciam nervosos ou mostravam ignorância em relação aos mesmos.

Numa busca de biblioteca, acabou por encontrar apenas rascunhos e informação muito pobre em língua Inglesa, mas insistiu em continuar as suas pesquisas, e começou a iniciar uma correspondência longa por fax com adeptos Japoneses através da Associação de Analistas

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NOTA:Um exemplo de como a Análise Técnica poderá ser mais importante que a Análise Fundamental serão os casos de empresas com bons fundamentais e notícias caírem devido a padrões ocorridos em gráficos e ficarem subvalorizadas, e o de empresas falidas terem subidas enormes de preços previstas em gráficos pela Análise Técnica.

NOTA:Steve Nison é muito famoso no que diz respeito às Velas Japonesas e diz-se ser quem as trouxe ao mundo ocidental e as popularizou. Quanto à origem das mesmas no Japão, nunca se poderão ter certezas 100% absolutas sobre o passado das mesmas mas fica aqui nesta obra um pequeno resumo investigado na Internet.

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Técnicos Nipónica (Nippon Technical Analysts Association), até que encontrou um tradutor (que era também entendido em Análise Técnica), que lhe tornou possível a tradução de nove textos clássicos japoneses para Inglês.

Segundo palavras de Nison, as terminologias exóticas chamaram-lhe a atenção: «The exotic terminology piqued my interest».

Diz-se que ficou desde cedo convencido que os gráficos de Velas Japonesas lhe proporcionavam melhores formas para prever o Mercado do que os velhos Gráficos de Barras usados na altura.

Após isso, seria apenas uma questão de espalhar esse conhecimento pelo resto do mundo dos investimentos, e foi ele mais tarde que levou os gráficos de Velas Japonesas para a América, revelando-os aos olhos do mundo ocidental.

De qualquer das formas, apesar de muitos dizerem que a metodologia de representação gráfica por Velas Japonesas foi originária no século XVII, de acordo com Steve Nison, é possível que esta metodologia tenha aparecido apenas por volta de 1850, e que muito do crédito pelo seu desenvolvimento e uso em gráficos vai para um legendário trader de arroz Japonês chamado Munehisa Homma, na cidade de Sakata.

O Mestre Homma era um Samurai da velha guarda e chamado por alguns como um deus dos Mercados.

De qualquer das formas, é possível, e muito provável, que o método das Velas Japonesas que usamos hoje em dia, tenha vindo a ser melhorado ao longo dos tempos, e tendo algumas das suas ideias sido modificadas ao longo dos muitos anos de trading até aos dias de hoje, resultando assim no método de representação gráfica das Velas Japonesas que conhecemos e usamos hoje em dia.

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NOTA:As Velas Japonesas têm uma terminologia fascinante e exótica como iremos ver mais abaixo, em que cada padrão tem nomes bastante exóticos e associados à Natureza.

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Existem muitos outros defensores do uso deste método de representação gráfica por todo o mundo, alguns mais famosos que outros, e que acabaram por perceber que este método de representação gráfica lhes tornava muito mais fácil fazer dinheiro nos mercados do que antes com outros tipos de gráficos, e que passaram a ser partes activas na divulgação das Velas Japonesas pelo mundo dos investimentos posteriormente.

Vantagens dos gráficos de Velas Japonesas

Se olharmos bem para este tipo de representação gráfica, poderemos pensar por vezes que não passa simplesmente de uma nova forma de olhar para os preços através de um gráfico, porque no fundo acaba por ter os mesmos dados que um Gráfico de Barras tem, o valor de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho de cada vela, e no fundo não há qualquer dado adicional.

Mas há uma grande e importantíssima diferença neste método, é a de que curiosamente, os gráficos de Velas Japonesas evidenciam muito mais a relação entre os preços de Abertura e de Fecho, e essa relação é muito importante para quem visualiza o gráfico.

Não só dá um grande ênfase ao intervalo de negociação (trading range) entre os preços de Abertura e Fecho, como também evidencia muito bem qual deles foi o valor mais elevado, se o de Abertura, se o de Fecho, o que é muito importante também.

Por exemplo, tendo essa relação entre os preços de Abertura e Fecho evidenciadas fazendo a vela ter uma cor negra ou branca conforme seja o preço de Abertura superior ou o de Fecho, faz-nos distinguir com muita facilidade, mesmo quando temos os gráficos muito reduzidos, as sequências de velas onde os preços sobem ou caem, podendo nós ver grupos de velas negras ou brancas, e assim percebendo melhor as tendências.

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NOTA:Uma das grandes diferenças nestes gráficos e que lhes dá vantagem é a de que cada vela evidencia fortemente se os preços subiram ou caíram durante o período que representam, ou seja a relação entre o preço de Abertura e o de Fecho da mesma. Pode parecer insignificante mas veremos nos exemplos abaixo como essa diferença é incrivelmente vantajosa na leitura de gráficos, ao vermos velas “negras” quando os preços fecham abaixo do preço de Abertura (quedas) e “brancas” quando fecham acima (subidas).

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Vendo muitas velas negras juntas, poderemos identificar melhor certos períodos onde a pressão vendedora é maior, e onde há muitas velas brancas juntas, podemos identificar períodos onde a pressão compradora é superior, mesmo reduzindo muito o tamanho do gráfico.

Vamos ver, em dois exemplos, um com um gráfico de Velas Japonesas, e outro com um Gráfico de Barras, uma comparação sobre o tipo de percepção de mercado que cada um nos proporciona, para percebermos bem por aqui o que torna o primeiro tão mais fácil de usar que o segundo, além de vermos os padrões das velas que podemos verificar serem bem perceptíveis em gráficos de Velas Japonesas e não se perceberem no Gráfico de Barras abaixo, sendo neste segundo mesmo com atenção difícil de perceber o que no de Velas Japonesas à partida é bem evidente.

Primeiro o de Velas Japonesas:

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NOTA:Mesmo se reduzirmos o zoom do gráfico, poderemos distinguir facilmente os grupos de velas brancas dos de velas negras e identificar melhor subidas e descidas nos mercados.

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Agora o das Barras OHLC:

Vamos ver agora mais dois exemplos do mesmo período de tempo, um em Velas Japonesas e outro em Gráfico de Barras, desta vez em velas de quatro horas, e evidenciando uma altura em que houve uma inversão de tendência de queda para subida, para verificarmos a forma como o preenchimento das velas (ou não) evidenciam as subidas e quedas do mercado, formando zonas mais negras ou mais claras nos gráficos.

Primeiro o de Velas Japonesas:

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Agora o das Barras OHLC:

Como podemos ver, este tipo de representação gráfica permite-nos descobrir facilmente padrões que antes em Gráficos de Barras normais pareciam não se encontrar lá, ou que simplesmente nos iriam exigir muito mais tempo e atenção para que os pudéssemos encontrar.

É basicamente a diferença entre a quantidade enorme de tempo que nós perderíamos ao tentar encontrar padrões num Gráfico de Barras normal (e que poderíamos nem encontrar por vezes podendo alguns padrões escaparem-se-nos à atenção), e a facilidade e rapidez de encontrar um ou vários padrões importantes só por olharmos de repente para um gráfico de Velas Japonesas, algo quer seria muito mais rápido e menos cansativo, além de mais intuitivo.

Desta forma este tipo de representação gráfica, dá-nos maior rapidez na tomada de decisões e muito mais chances de encontrar todos os padrões certos que nos importam encontrar nos momentos críticos e não só num gráfico, e no caso do trading, pode-se dizer que o tempo é literalmente dinheiro.

Pode ser também uma das maiores diferenças entre a Análise Técnica praticada entre um trader de sucesso e um que não tem sucesso nos seus investimentos.

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NOTA:Com os gráficos de Velas Japonesas, as velas não nos parecem tão iguais unas às outras como acontece no caso das barras OHLC, algo que os faz identificar e até memorizar padrões mais facilmente e rápido nas Velas Japonesas do que aconteceria nas barras OHLC.

NOTA:No mundo do trading, pode-se dizer literalmente que “tempo é dinheiro”, e assim sendo, quanto mais rápido identificarmos padrões ou compreendermos um gráfico, melhor, e é uma das grandes vantagens também das Velas Japonesas.

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De qualquer das formas, o que poderá existir de mal neste tipo de gráficos, que são algo que nos permite compreender os movimentos de preço e prevê-los mais facilmente ou que pura e simplesmente nos torne as nossas análises mais agradáveis e rápidas no dia a dia?

O método de representação gráfica por Velas Japonesas é visualmente muito mais apelativo e fácil de interpretar, e tem a sua própria mística, um pequeno toque da cultura oriental e do modo de vida oriental que é adicionado ao nosso processo de trading, e talvez essas razões, entre outras, sejam responsáveis pelo cada vez maior número de traders que são adeptos deste tipo de gráficos, sendo já raro ver gráficos em muitos locais que não estejam em Velas Japonesas.

Por isso, é fortemente aconselhável a qualquer trader que use gráficos de Velas Japonesas, e deve-se encorajar quem quer que seja que não os use a fazê-lo sempre, que explorem as suas potencialidades e os estudem o máximo que puderem, e estarão assim mais treinados em encontrar os padrões essenciais no mercado que lhes permitam evitar prejuízos e entrar nos mercados nas melhores oportunidades, encontrando as reversões de mercado nos locais e momentos certos, algo que é possível muitas vezes olhando pura e simplesmente para um gráfico de Velas Japonesas sem olhar para qualquer indicador.

Um trader que não tenha qualquer conhecimento acerca do uso de gráficos de Velas Japonesas tem muito menos chances de se tornar um trader de sucesso do que um trader adepto desse tipo de gráficos.

Agora, devemos ter em conta que as Velas Japonesas por si só não são um “Holy Grail” dos mercados (aquele conceito que até nem devemos acreditar existir, o do “Santo Graal”, que nos mercados é o de algo que nos dará riquezas infindáveis de forma super fácil e garantida), mas não deixa de ser uma das melhores

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NOTA:Há também uma mística incrível neste tipo de gráficos, e um toque oriental e exótico, ao falarmos termos como “Harami”. E a mística envolvente, como haver padrões chamados de “estrela da manhã”, ou padrões com “corvos”, etc. Torna algo chato e pesado (gráficos OHLC), em algo deveras fascinante (Velas Japonesas), e para haver sucesso em algo, é necessário gostar-se do que se faz.

NOTA:Muitos traders referem o termo “Holy Grail”, ou “Santo Graal” que será uma forma fácil e rápida de enriquecer sem esforço, algo que todos procuram, normalmente associado a um sistema de trading perfeito.

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armas que poderemos ter contra os imprevistos do mercado e um aliado dos nossos lucros.

Passar de um gráfico de Velas Japonesas para um Gráfico de Barras no mundo da Análise Técnica é para muitos como passar a conduzir à noite em vez de dia, é possível ver quase tudo o que se via de dia de qualquer das formas, mas com muito mais esforço e dificuldade, levando mais tempo a percepção e mesmo tomada de decisões, obrigando-nos a ir mais devagar, e com eventuais contratempos como virem carros no sentido contrário com os máximos ligados ofuscando-nos a vista, e no que diz respeito aos gráficos, esse tipo de ofuscação talvez pudesse ser comparado com a mais confusa disposição dos preços através de barras OHLC em vez de Velas Japonesas, tornando mais difícil a sua visualização, seria também como conduzir sob efeito do álcool.

Passar de Gráficos de Barras para Velas Japonesas e depois para Gráficos de Barras de novo é como alguém trabalhar num portátil muito antigo e lento, que lhe permite fazer as coisas básicas do dia a dia e ao qual se acomodou e aceita, e de repente ter um muito melhor que lhe permite muito mais coisas de forma mais rápida e com melhores resultados e depois voltar ao portátil anterior...

Esse portátil anterior que antes nos era perfeitamente aceitável, passaria a ser agora algo horrível e desesperante de se utilizar, pois estaríamos já habituados a algo muito melhor, e teríamos de usar algo que antes era aceitável mas que agora é indesejável.

Regra geral então, quem experimenta este tipo de representação gráfica não volta mais a usar outras formas mais simples depois.

Com isto tudo quer-se dizer que o método de representação gráfica através de Velas Japonesas, é

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NOTA:A diferença entre as Velas Japonesas e os gráficos de velas OHLC é tanta que podemos dizer que passar do primeiro para o segundo método seria como passar a conduzir sob efeito de álcool ou passar a conduzir de noite, podendo fazer quase as mesmas coisas mas com mais dificuldade e mais probabilidades de falharmos em algo.

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uma das melhores ferramentas e aliadas que alguma vez poderemos ter na Análise Técnica.

As Velas Japonesas têm a sua própria magia presente nas suas técnicas e padrões, com padrões com nomes como “Estrela Cadente”, “Estrela da Manhã”, “Estrela da Noite”, “Martelo”, “Nuvem Negra”, que trazem também alguma vida aos gráficos dos traders.

Alguns desses padrões, têm alguma conotação negativa nos seus nomes, tal como o padrão “Enforcado”, que tem um nome que deverá incutir algum medo nos traders, fazendo os mais sábios tomar certas precauções ou acções para evitar possíveis prejuízos, sendo um padrão de queda (bearish) que poderá indiciar uma possível inversão de tendência também, enquanto outros padrões terão outros nomes, mais optimistas, como a “Morning Star” (“Estrela da Manhã”), um padrão com um nome mais agradável, e que faz lembrar o começo de um novo dia, lembrando novas subidas de preços, uma inversão de uma tendência de queda para uma nova tendência de subida (apesar de que para os traders que estejam a apostar na queda, os bears, possa ser mau sinal), ao contrário da “Evening Star” (“Estrela da Noite”), que é um padrão inverso com uma conotação negativa, avizinhando o começo da noite, e o começo de novas quedas de preços, uma inversão de uma tendência de subida (bullish) para uma nova tendência de descida (bearish).

Acerca das Velas Japonesas, devemos ter sempre em atenção que os padrões formados por elas e que iremos estudar de seguida, são sempre mais fiáveis quando em períodos de tempo maiores, como em velas horárias e diárias, porque nesses períodos de tempo, eles não só nos mostram o futuro mais provável dos movimentos de preços, como também teremos a certeza de que muitos traders pelo mundo fora irão ver esses padrões e seguir essas regras que nos são ditadas pelas Velas Japonesas ao verem os gráficos no fim do dia, com efeito a curto, médio ou mesmo longo prazo nos seus investimentos,

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NOTA:Em nomes de padrões como “Estrela Cadente”, “Estrela da Manhã”, “Estrela da Noite”, “Nuvem Negra”, “Martelo”, entre outros, dão uma grande magia e fantasia às Velas Japonesas e dão vida aos gráficos. Alguns terão conotação positiva como a “Estrela da Manhã” que dá origem a um novo e bonito dia, e outros negativa, como o padrão “Enforcado” que só pode ser um mau presságio.

NOTA:Estes padrões são mais fiáveis quando as velas representam períodos de tempo maiores, como diárias, ou horárias e não terão a mesma importância nem serão tão fidedignas se representarem apenas períodos de 5 minutos ou 1 minuto.

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enquanto que em gráficos de períodos de tempo de por exemplo um minuto, os padrões acabam por acontecer por vezes por mero acaso, não tendo na maioria das vezes qualquer significado inerente, sendo ignoradas tanto pelos traders do momento como pelos investidores no fim do dia para os quais esses padrões teriam sido invisíveis e irrelevantes, ou seja, serão períodos de tempo em que padrões apesar de revelarem o comportamento dos traders na altura, serão comportamentos irrelevantes por representarem períodos de tempo demasiado pequenos.

Em velas horárias e especialmente em velas diárias, por outro lado, quando há padrões fortes de reversão, é mais provável que muitos traders em todo o mundo sigam os avisos dados por esses padrões e mudem de posições, deixem o mercado, reforcem, ou qualquer acção que seja apropriada com base nesses padrões.

Por isso, nunca devemos cometer o erro de acabar por decidir executar uma ordem baseados em padrões de Velas Japonesas de pequenos períodos de tempo como de um minuto por exemplo, pois serão muito provavelmente falsos sinais e irrelevantes, pois a fiabilidade de um sinal dado por um padrão de Velas Japonesas é por norma directamente proporcional à grandeza do período de tempo que cada vela representa.

Constituição das Velas Japonesas

Enquanto os Gráficos de Barras são representados por linhas verticais, com um traço pequeno horizontal do lado esquerdo a representar o valor de Abertura da vela, e outro do lado direito a representar o valor de Fecho da vela, juntos ao traço vertical que representa o intervalo de variação de preços dessa vela, os gráficos de Velas Japonesas funcionam de outra forma.

São necessários quatros valores por cada vela para podermos construir um gráfico de Velas Japonesas, os

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mesmos quatro valores necessários para a criação de Barras OHLC, o valor de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho (Open, High, Low e Close, respectivamente, em Inglês), valores esses que serão usados para criar barras de preços verticais, tal como nas outras barras, mas com algumas diferenças bem visíveis e importantes na sua formação.

As Velas Japonesas, como já pudemos verificar nos exemplos acima, são representadas por caixas rectangulares verticais, que representam o intervalo de variação de preços entre o valores de Abertura e Fecho da vela, com linhas verticais no colocadas horizontalmente a centro desse rectângulo, e que verticalmente percorrem as distâncias entre esse tal rectângulo e os valores de Máximo e Mínimo da vela.

O rectângulo que marca a distância entre os valores de Abertura e Fecho da vela, é normalmente denominado por “Corpo” da vela (normalmente designado em Inglês por “real body”), e as tais duas linhas que partem do corpo da vela e terminam no valor Máximo e Mínimo da vela, são designadas por “Sombras” das velas (normalmente designadas em Inglês por “shadows”, mas por vezes podem ser usados também os termos “wicks” ou mesmo “tails”).

O corpo da vela, que como já vimos é o tal rectângulo entre os preços de Abertura e Fecho da vela, pode ser cheio ou vazio, conforme se o valor de Abertura da vela for superior ao Fecho, ou o inverso, respectivamente.

Nesses casos, quando o corpo é cheio, diz-se que a vela é uma vela negra, e quando o corpo da vela é vazio, diz-se que a vela é uma vela branca.

Isto prende-se ao facto de os gráficos de Velas Japonesas quando desenhados nas cores por defeito a preto e branco (especialmente vistas em jornais de negócios, entre outros), ficarem preenchidas pela cor negra quando o corpo seria cheio, e com a cor branca

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NOTA:A caixa que marca a distância entre os valores de Abertura e Fecho do período é designado de corpo da vela (“real body”), e as linhas rectas que seguem mais acima e abaixo, marcando o Máximo e Mínimo do período, são designadas de sombras das velas (“shadows”, “wicks” ou “tails”), havendo a superior e a inferior.

NOTA:Quando o corpo da vela é cheio é designada de vela negra (descida), e quando é vazio, de vela branca (subida), mesmo que no gráfico tenham outras cores como azul, vermelho, etc.

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quando o corpo seria vazio, designando-se sempre a partir daí como velas negras quando cheias e velas brancas quando vazias, mesmo que tenham uma cor azul ou vermelha em vez das cores preta e branca, entre outras.

Se a vela abre num determinado valor, e fecha acima desse valor, o seu valor de Fecho é superior ao valor de Abertura, e nesse caso o corpo da vela é vazio e a vela é designada de vela branca (que até é uma cor com conotação positiva), enquanto que se a vela abrir num valor e fechar abaixo desse valor, será o inverso, teremos o valor de Abertura superior ao valor de Fecho, e aí o corpo da vela será cheio, e ela será designada como vela negra (que costuma ser uma cor com conotação negativa).

Por outras palavras, há uma subida de preços desde o valor de Abertura da vela até ao valor de Fecho de uma vela, quando a mesma é uma vela branca, e há uma queda de preços, desde a Abertura da vela até ao seu Fecho, quando temos uma vela negra.

Assim é natural vermos a concentração de velas negras durante quedas de preços, e velas brancas durante subidas de preços.

Agora quanto às sombras das velas, que como vimos acima, se tratam daquelas linhas finas das mesmas, que ligam o corpo da vela aos níveis dos valores Máximo e Mínimo, essas marcam o intervalo de preços (frequentemente designado por “range” de preços, quer em Português, quer em Inglês).

Basicamente, o topo dessa linha, ou seja da sombra superior da vela, marca o valor Máximo dessa vela, que foi o valor mais elevado atingido no período de tempo representado por essa vela, enquanto que o fundo dessa linha, ou seja o fundo da sombra inferior da vela, marca o valor Mínimo dessa vela, que foi o valor mais

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NOTA:Quando o valor de Fecho é superior à Abertura (subida), a vela tem corpo vazio e assim será uma vela branca, e quando o valor de Fecho é inferior ao valor de Abertura (descida), a vela tem corpo cheio e assim será uma vela negra.

NOTA:A sombra das velas, marca o intervalo de preços percorrido no período dessa vela, e é frequentemente designado de “range” de preços.

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baixo atingido no período de tempo representado por essa vela.

Como exemplo vamos imaginar que temos uma vela relativa a um período de tempo e que o gráfico está medido em Euros.

Imaginemos agora o preço de Abertura ocorre a 10€, e que após abrir, o preço desce até 9€, e antes ainda do período de tempo representado pela vela acabar, consegue recuperar e subir bastante, atingindo ainda os 12€, mas fraquejando um pouco fechando por fim nos 11€.

Nesse caso, teríamos uma vela branca, por ela ter um corpo vazio (devido ao preço de Fecho, nos 11€ ser superior ao preço de Abertura, nos 10€), e veríamos duas linhas finas, ou seja as suas sombras, uma acima e uma abaixo, marcando a sombra inferior o intervalo de preços entre os 9€ e os 10€, que foi o intervalo percorrido pelos preços logo após a Abertura da vela, e marcando a sombra superior o intervalo de preços entre os 11€ e os 12€, que foi o intervalo percorrido pelos preços mesmo antes de se chegar ao valor de Fecho da vela.

Se tivesse sido o inverso, se tivesse aberto a 11€ e fechado a 10€, a única diferença visível seria no corpo da vela, que seria cheio em vez de vazio, passando nesse caso a ser chamada de vela negra.

Vejamos agora esta teoria explicada de outra forma mais visual e fácil de perceber, onde iremos ver tanto uma vela branca como uma vela negra, e um possível comportamento de preços durante o período de cada uma delas, para fácil compreensão do porquê de elas serem representadas desta forma e de como interpretar o comportamento de preços olhando para elas no futuro, mais abaixo.

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Vejamos:

Comprimento dos corpos das velas

Há um outro factor importante e fácil de notar nas Velas Japonesas, que não é tão facilmente percebido nos Gráficos de Barras: a pressão compradora e vendedora.

Basicamente, quanto maior o corpo da vela, mais intensa a pressão compradora ou vendedora é (conforme se a vela é branca ou negra, respectivamente).

Nos Gráficos de Barras não é tão fácil avaliar essa pressão nos preços, porque não é facilmente distinguível nas barras a diferença entre o preço de Abertura e Fecho de cada vela, tendo de ser praticamente analisadas uma a uma, as duas marcas

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NOTA:É bom o analista técnico, durante a fase de aprendizagem habituar-se a simular com a mente os movimentos de preços dentro de cada vela que analisam no gráfico como no exemplo ao lado, para assim assimilarem melhor o funcionamento dos mercados.

NOTA:Nos gráficos de Velas Japonesas é fácil analisar a força da pressão compradora ou vendedora pelo tamanho do corpo da vela. Quanto maior o corpo da vela, maior a pressão compradora ou vendedora durante o período da mesma, algo que não se visualizaria tão facilmente nos gráficos de barras OHLC.

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horizontais de cada vela e a distância entre as duas para percebermos se foi uma grande distância percorrida ou não.

Agora com as Velas Japonesas, a situação muda de aspecto, passa a ser muito mais fácil reparar nas zonas de grande pressão compradora ou vendedora ao vermos as velas longas num gráfico, especialmente quando há muitas delas juntas num movimento de preços, onde podemos ver zonas com alguma concentração da cor branca ou negra nas velas.

Velas mais pequenas normalmente representam consolidação ou indecisão, especialmente por revelarem ter pouco movimento de preços.

Por exemplo, quanto mais longa é uma vela, mais distante ficou o preço de Fecho do preço de Abertura da vela, revelando que os compradores foram agressivos e tiveram força (ou vendedores, conforme a vela é branca ou negra, respectivamente).

A falta desse distanciamento entre o valor de Fecho e o de Abertura, revela falta dessa força, dessa agressividade, e essa apatia reflecte-se na vela que será mais curta.

Velas longas acabam por poder significar um potencial começo de uma nova tendência ou movimento de preços, quando ocorrem contra a tendência de movimento de preços actual e especialmente quando esse movimento já atingiu valores sobre-comprados (“overbought”) ou sobre-vendidos (“oversold”), como por exemplo uma vela longa branca após uma forte queda de preços.

Vamos ver dois gráficos, um sob a forma de Gráfico de Barras e o seguinte sob a forma de gráfico de Velas Japonesas, ambos retirados do câmbio Euro/Dólar, com velas de períodos de quatro horas cada, retirados do mesmo espaço temporal para que possamos ver bem a

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NOTA:Velas de corpo mais pequeno costumam normalmente representar consolidação ou indecisão por parte dos traders devido ao pouco movimento das mesmas.

NOTA:As velas longas podem ser também sinal de começo de nova tendência se ocorrem contra a tendência actual e após os preços estarem já sobre-comprados ou sobre-vendidos, como uma grande vela branca após uma queda de preços.

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diferença entre estes dois tipos de gráficos no que diz respeito ao relevo dado ao comprimento das velas e assim às pressões vendedoras por parte das duas grandes forças presentes no mercado, os bears e os bulls:

Como podemos ver nestes dois exemplos, são óbvias as vantagens das Velas Japonesas na facilidade com que dá relevo às pressões compradoras e vendedoras, que pela facilidade que temos a distinguir as velas longas de curtas nos gráficos, como nas concentrações de cores em certas zonas, que nos fazem ter a percepção exacta de quais as zonas onde se concentram as maiores quedas e subidas.

Podemos reparar ainda em outro tipo de confusões que um Gráfico de Barras nos pode dar se não o virmos com

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atenção e que o de Velas Japonesas, pelo contrário, nos facilita a compreensão, que é o caso de velas com sombras muito grandes, poderem ser frequentemente confundidas com velas longas durante quedas ou subidas nos preços, facto que é causado devido ao relevo dado à relação entre os preços de Abertura e de Fecho não ser tão forte como é nos gráficos de Velas Japonesas.

Se repararmos na nona vela completa dos gráficos (pois a primeira que é visível está cortada, só aparecendo metade da mesma no gráfico), podemos verificar que temos uma vela com um corpo muito pequeno e com uma sombra inferior enorme, e uma sombra inferior maior que o corpo também, ou seja, uma vela com um intervalo de oscilação diário muito grande mas que acaba por fechar quase perto do valor de Abertura, sem cair praticamente nada, mas se virmos acima no Gráfico de Barras, veremos que esse padrão se torna muito mais difícil de reconhecer, parecendo mesmo à primeira vista que é apenas mais uma barra longa de queda de preços que faz parte da descida, sendo que apenas com algum custo e atenção dada à vela, nos apercebemos mais facilmente de que o preço de Fecho acabou por ser superior ao de Abertura, situação que se agrava ainda mais se o gráfico estiver numa vista ainda mais reduzida e consequentemente com as suas vela ainda mais pequenas e difíceis de analisar.

Com tudo isto se conclui que será um erro usar os Gráficos de Barras sempre que tenhamos a possibilidade de usar gráficos de Velas Japonesas, sendo a segunda opção a obrigatória para qualquer trader se uma boa análise for o desejado.

Como analisar o comportamento dos preços dentro do período de tempo representado por uma vela?

Já estudámos como ver o significado de cada vela e o que ela nos diz sobre o range de preços percorrido,

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NOTA:Também acontece nos gráficos de barras OHLC algo grave, que é o frequentemente podermos confundir uma vela de corpo pequeno e sombras grandes com uma vela de corpo grande e assim pensarmos haver força numa subida onde afinal só haja indecisão, algo que não se passa nas Velas Japonesas por terem uma relação entre Abertura e Fecho mais visível em que bastando olhar para o corpo da vela ficamos a saber se houve mesmo força ou indecisão.

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valores máximos e mínimos entre outros, pressão vendedora e compradora, e as maiores vantagens das mesmas sobre os Gráficos de Barras normais.

Falta-nos aprender a visualizar o movimento de preços mais provável dentro do período de tempo representado por cada vela, para que as saibamos interpretar em condições.

Saber os valores de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho de cada vela, é necessário, mas saber qual foi o possível comportamento dos preços dentro desse período de tempo representado pela vela, é essencial para um trader que queira tentar prever futuros movimentos de preços, especialmente quando falamos de velas com maiores períodos de tempo.

Quando foi mencionado acima, sobre o saber-se o possível comportamento dos preços dentro do período de tempo representado por uma vela, foi usada a palavra “possível”.

Porquê?

A explicação é simples: as Velas Japonesas dizem-nos tudo o que precisamos saber acerca dos movimentos de preços num gráfico, mas há uma coisa que não nos consegue dizer: o percurso que os preços tiveram desde a Abertura da vela até ao seu Fecho.

Podemos apenas ter uma ideia de que os preços atingiram um certo valor Mínimo, e um certo valor Máximo, e que abriram num determinado valor e fecharam noutro, no período que essa vela representa, mas não sabemos através dela o percurso correcto que o preço teve dentro desse período, e acima de tudo, e isto é muito importante: uma Vela Japonesa não nos consegue dizer que valor foi atingido primeiro, se o valor Máximo da vela, se o valor Mínimo da vela.

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NOTA:Uma Vela Japonesa não nos consegue dizer algo importante: se foi o valor Máximo ou o valor Mínimo o primeiro a ser atingido antes de se chegar ao preço de Fecho. Por isso podemos apenas habituarmo-nos a simular o mais provável ao olharmos para uma vela.

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Mesmo numa vela branca, em que os preços fecham acima do valor de Abertura da vela, é possível que tenham ido primeiro os preços ao valor Máximo da vela, depois ao Mínimo e após isso subir e fechar acima da Abertura, no valor de Fecho, formando uma vela branca, e não necessariamente ir primeiro ao valor Mínimo que é o que está mais perto da Abertura para depois ir ao Máximo e depois cair e Fechar como vela branca.

Daí resulta que apenas podemos deduzir pelo formato de uma vela qual o comportamento mais provável dos preços dentro desse período, e nunca ter certezas.

Vamos ver alguns exemplos sobre possíveis flutuações de preços dentro do período representado por uma vela japonesa, um com uma vela branca e o outro com uma vela negra.

Primeiro exemplo:

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Segundo exemplo:

Como pudemos ver com estes dois exemplos, as Velas Japonesas não nos garantem com precisão qual o percurso que os preços tiveram dentro desse período, qualquer das opções acima seria válida, que poderiam ter acontecido para que a vela final tivesse aquele aspecto.

No exemplo “a)” podemos ver que os preços foram primeiro ao valor Mínimo na vela branca e Máximo na vela negra, e depois percorreram bastante do caminho no sentido oposto, atingindo o valor Máximo na vela branca e Mínimo na vela negra, retraindo depois um pouco até ao valor de Fecho.

O exemplo “d)” é praticamente o mesmo do que o exemplo “a)”, e o exemplo “c)”, apesar de ter como primeiro movimento uma ida ao valor de Fecho da vela, acaba por ser parecido com os exemplos “a)” e “d)” pois na vela branca os preços dirigem-se primeiro ao valor de Mínimo e só após ao valor de Máximo, e na negra primeiro ao valor Máximo e só após ao valor Mínimo.

No exemplo “b)”, podemos ver o contrário, em que antes de tudo, após abrir, os preços dirigem-se ao valor

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Máximo no exemplo da vela branca e ao valor Mínimo no exemplo da vela negra, e só após têm uma grande retracção de preços, passando novamente pelo valor de Abertura, atingindo o valor Mínimo na vela branca e valor Máximo na vela negra, voltando a inverter e acabando por fechar acima da Abertura na vela branca, e abaixo na vela negra, respectivamente.

Poderia ter andado a oscilar bastante entre a quase totalidade da vela como nos exemplos “b)” e “c)”, como poderia ter oscilado muitas vezes entre o corpo da vela e os seus valores Máximo e Mínimo como no exemplo “d)”, ou ter tido pura e simplesmente três movimentos principais de preço como no exemplo “a)”.

São infinitas as possibilidades de percurso dos preços entre os quatro valores principais das velas, durante o período de tempo das mesmas.

Dos exemplos dados acima, podemos concluir que seriam os exemplos “a)” e “d)” que demonstrariam mais força e movimentos de preços mais sustentáveis, considerados mais bullish ou bearish (conforme as velas).

Os outros dois exemplos, o “b)” e o “c)”, revelariam maior volatilidade e com isso, maior indecisão nos mercados.

A palavra volatilidade usada aqui é pura e simplesmente relativa ao conceito de movimento, e ao facto de estas velas mais voláteis sofrerem oscilações fortes durante o seu período de tempo, sendo a volatilidade uma medida estatística criada para medir as flutuações de preço de um activo, sendo nestes exemplos o activo o câmbio Euro/Dólar.

Para finalizar a análise feita a estes dois exemplos, podemos concluir que eles mostram apenas quatro das infinitas possibilidades de percurso de preços que poderiam ter acontecido durante aquele período de

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tempo representado pela vela, que iriam acabar por representar a vela como a vemos no gráfico da mesma forma sem qualquer alteração, visto que ela só regista os valores de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho.

Só poderíamos ver o percurso de preços efectuado no espaço de tempo representado por uma vela diária, com gráficos de velas com períodos de tempo mais pequeno, ou seja com vinte e quatro velas horárias desse mesmo período, ou outras velas com períodos ainda menores.

Visto isto, como devemos imaginar os movimentos de preços das velas ao ler um gráfico?

O melhor que temos a fazer é basicamente ao ver uma vela, imaginar o movimento de preços mais provável e mais simples, e interpretar cada vela que nos apareça pela frente da seguinte forma:

Como vimos neste exemplo retirado do exemplo anterior, a opção que vimos acima ser a mais simples, a opção “a)”, é a opção que deveremos usar sempre que quisermos interpretar uma vela, e ter uma ideia do que poderá ter acontecido durante esse período de tempo.

Ou seja, deveremos fazer em cada vela um conjunto de três movimentos, representados nas velas por setas com o número de cada ponto que percorremos, que

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NOTA:O analista deverá aprender desde cedo a simular com a mente os movimentos de cada vela diária como no exemplo em anexo, sob a forma de três movimentos internos, da Abertura ao Mínimo e depois ao Máximo caindo por fim para o Fecho nas subidas, e da Abertura ao Máximo e depois ao Mínimo subindo depois para o Fecho nas quedas, e assim poderá percorrer com a mente as diversas velas de forma contínua e ajuda-lo a perceber o que se passa no gráfico em termos de movimentos de preços.

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será correspondente ao movimento que vemos na alínea “a)”, e que é de qualquer das formas o movimento mais provável de ter acontecido.

Ou seja sempre que vemos uma vela branca, devemos seguir o movimento desde o valor de Abertura ao Mínimo, que é o valor mais perto, depois disso do valor Mínimo ao Máximo e por fim do Máximo ao valor de Fecho, terminando aí o movimento de preços da vela, sendo no caso das velas negras ligeiramente diferente, ou seja, deveremos ir do preço de Abertura ao valor Máximo da vela, depois ao valor Mínimo da mesma, pois ela caiu, e após o valor Mínimo devemos ir ao valor de Fecho, ficando por aí o movimento de preços da vela.

Pode-se dizer que muito provavelmente (especialmente em velas mais longas), a grande maioria das velas cumpre este movimento de preços, indo primeiro ao valor mais próximo, seguindo depois para o extremo oposto, e retrocedendo um pouco depois até ao seu valor de Fecho.

Numa vela branca, por exemplo, é possível que após o valor de Abertura os preços se dirijam ao valor Máximo (em vez do valor Mínimo que estaria mais próximo), retraindo depois desse ponto até ao valor Mínimo, e aí invertendo, subindo de novo até ao valor de Fecho, mas esse tipo de movimentos é mais frequente em velas com corpos e intervalos de preços pequenos, como por exemplo um Spinning Top (que iremos estudar mais adiante), sendo muito raro de acontecer com velas longas, e é essa a explicação de se dizer que a grande maioria cumpre este movimento de preços.

Por essa razão devem ser todas interpretadas dessa forma quando é necessário visualizar um gráfico de velas de períodos de tempo mais longos, como por exemplo velas diárias, para fazermos uma análise mais rápida.

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Vejamos agora esse movimento que é considerado aqui como sendo o mais provável de acontecer em cada tipo de velas, traduzido para gráficos reais, em apenas duas velas, uma branca e uma negra, que nos irão mostrar o que se passou realmente por detrás desse movimento imaginário que criamos ao visualizar cada vela.

Nos gráficos seguintes, podemos ver o câmbio Euro/Dólar em velas de cinco minutos bastante reduzidas, para que se possa ver um dia inteiro de negociação no câmbio, sendo o começo e fim do dia marcados por uma linha a vertical tracejada.

Durante o percurso dos preços dentro desse intervalo diário, iremos ver assinalados o valor Máximo dessa vela diária, o Mínimo, tal como os valores de Abertura e Fecho da mesma, estando estes dois últimos assinalados mesmo nas linhas a tracejado verticais, por corresponderem ao início e fim do dia.

À esquerda teremos também uma vela em ponto grande, para que represente em tamanho real a variação diária de preços que irá dar origem a essa mesma vela, para que se perceba como essa variação de preços acaba por formar a vela de determinada forma.

Neste gráfico serão também usadas as cores azul nas velas cujo preço de Fecho é superior ao Fecho da vela anterior, e o vermelho na condição contrária, caso o preço de Fecho seja inferior ao Fecho da vela anterior, tanto nas velas de cinco minutos, onde poderemos ver algumas zonas azuis e outras vermelhas, como na vela grande diária desenhada à esquerda, mas de qualquer das formas iremos estudar as cores usadas nas velas posteriormente.

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Vejamos agora dois exemplos reais:

Após estes dois exemplos, como exercício, é recomendado que se pegue inicialmente num gráfico e se sigam todas as suas velas uma a uma, desta forma descrita acima, para que se simulem os movimentos de preços representados por cada vela, que será um movimento contínuo, a não ser que existam gaps pelo meio (que são no fundo uma espécie de intervalos entre as barras onde não existem negociações, algo que iremos estudar mais abaixo).

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Pode ser feito visualmente olhando para as velas de seguida, ou mesmo apontando para o gráfico, usando para tal o gráfico abaixo:

Este exercício, embora possa não parecer, foi importante para a boa assimilação deste conceito de representação gráfica, e para uma adaptação à visualização de movimentos de preços desta forma, pela simples visualização de um gráfico ou mesmo apontando para as velas individualmente, tal como para a visualização do trader dos pontos onde possam existir perdas de força tanto dos bulls como dos bears e assim tentar perceber melhor o que se passou em certos movimentos de preços e em cada vela que originaram inversões de mercado, entre outras coisas.

Esse movimento imaginário feito a olhar-se para as velas foi com grande probabilidade o que realmente se passou durante esse gráfico.

É aconselhável que cada novo adepto a este tipo de gráficos repita isto com vários outros gráficos até que perceba perfeitamente e assimile esta forma de representação gráfica.

O uso de cores nas Velas Japonesas

Vamos agora estudar mais um complemento dado às Velas Japonesas que se revela uma boa ajuda à nossa

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Análise Técnica, na medida que nos permite visualizar melhor os movimentos de preços e tendências, as cores das velas.

Vamos imaginar que sempre que uma vela fechasse acima do valor de Fecho da vela anterior, revelando assim uma subida de preços face à vela anterior, ela fosse desenhada com a cor azul, e caso fechasse abaixo do Fecho da vela anterior, fosse desenhada com a cor vermelha.

Vejamos agora como exemplo dois gráficos de Velas Japonesas, um com as velas a preto e branco e o outro a azul e vermelho:

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Como podemos ver, fica mais evidente ainda o contraste entre as velas, quer quando se verificam subidas de preços, ficando associadas à cor azul, quer quando se verificam quedas de preços, associadas à cor vermelha.

Podemos ao mesmo tempo verificar que os gráficos se tornam ainda mais agradáveis à vista, e menos cansativos, levando-nos a detectar mais facilmente padrões importantes ou tendências.

É de notar também, que quanto mais minimizado for o gráfico, mais confuso se torna distinguir as velas brancas das negras se não tiverem cores diferentes atribuídas às velas de subida e de queda, como poderemos ver nos dois exemplos seguintes:

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Nestes dois exemplos podemos ver bem a diferença entre um gráfico só com a cor negra e outro com velas em duas cores, e as vantagens que isso nos proporciona.

Antes de mais, qual será a forma mais completa de usar cores nas Vejas Japonesas?

Essa forma seria colocar ter as velas brancas sem qualquer cor de preenchimento no corpo (vazias), e ter as velas negras com o corpo preenchido com uma das duas cores possíveis.

Para escolha dessas duas cores, a nossa opção recairá nas que serão muito possivelmente das cores mais usadas neste tipo de gráficos (exceptuando as cores preto e branco), que são as cores azul para as velas de subida e vermelho para as velas de descida.

Estas serão sempre também as cores de eleição para os gráficos dos exemplos que serão dados no futuro.

Vejamos então um exemplo de gráfico com essas cores:

Se virmos pelo exemplo acima, cada vela é desenhada com cor azul sempre que o seu Fecho for superior ao Fecho da vela anterior, independentemente se esse valor de Fecho é acima do valor de Abertura (onde seria uma vela branca, onde terá um corpo sem preenchimento) ou se tiver o valor de Fecho abaixo do

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NOTA:Temos de ter em atenção que se dermos cores às velas como azul e vermelho em relação ao preço de fecho da vela anterior. existirão velas negras de cor azul ou vermelha quer sejam brancas ou negras o que poderá causar à partida confusão, mas é correcto. Uma vela poderá ser branca porque o Fecho é acima da Abertura (subida durante o período da vela), e ao mesmo tempo ser vermelha de cor por fechar abaixo do Fecho da vela anterior, e poderá ser negra por ter o Fecho abaixo da Abertura mas azul por fechar acima do Fecho da vela anterior.

NOTA:Há plataformas em que pintam toda a vela de azul ou vermelho conforme seja branca ou negra respectivamente, o que não será tão completa como acima vimos, mas há muitas formas de usar cores.

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valor de Abertura (onde seria uma vela negra, com o seu corpo preenchido de azul).

Se a vela tiver o seu Fecho abaixo do Fecho da vela anterior, nesse caso será pintada com a cor vermelha, independentemente se o seu valor de Fecho é acima do valor de Abertura (onde seria uma vela branca, com o seu corpo sem qualquer preenchimento), ou se o seu valor de Fecho é abaixo do valor de Abertura (onde seria uma vela negra, com o seu corpo preenchido pela cor vermelha).

Este exemplo é retirado de um gráfico real do câmbio Euro/Dólar em velas diárias.

Como vemos a cor azul está associada não ao facto da vela ser branca mas sim ao facto de fechar acima da vela anterior, e a vermelha está associada não ao facto de a vela ser negra mas sim ao facto de fechar abaixo da vela anterior, ficando o preenchimento das velas ou não a indicar se a vela é negra (com Fecho abaixo da Abertura) ou branca (com Fecho acima da Abertura).

Vejamos mais de perto e de forma ampliada quatro tipos de preenchimento de velas, retiradas do exemplo acima:

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Aqui vemos ampliadas as quatro hipóteses possíveis de cores, velas brancas azuis e vermelhas, e velas negras azuis e vermelhas.

No quadro à esquerda, começamos com uma vela branca, que está de cor azul devido a fechar acima do valor de Fecho da vela anterior (apesar de isso não se poder confirmar pois essa vela não é visível).

A seguir, temos uma vela que abre acima desse Fecho, e acaba por fechar ela própria abaixo do seu valor de Abertura, o que a torna uma vela negra, mas como mesmo assim, fecha acima do valor de Fecho da vela anterior, a sua cor será azul, ou seja uma vela negra (Fecho abaixo da Abertura), de cor azul (pois está acima do Fecho da vela anterior).

De seguida, na terceira vela, temos uma vela que acaba por fechar abaixo do seu valor de Abertura, o que a torna uma vela negra, mas como desta vez, ao contrário da anterior, ela fecha abaixo do valor de Fecho dessa vela anterior, já será pintada de vermelha, acabando nós por ver uma vela negra (Fecho abaixo da Abertura), de cor vermelha (pois fecha abaixo do Fecho da vela anterior).

No quadro à direita, começamos com uma vela que fecha abaixo do seu valor de Abertura, sendo por isso uma vela negra, mas que é preenchida com a cor vermelha, pois o seu valor de Fecho é inferior ao seu valor de Abertura (como podemos ver no outro gráfico anterior completo).

De seguida temos uma curiosidade: uma vela que abre abaixo do Fecho da vela anterior, mas cujo valor de Fecho é acima do seu valor de Abertura, sendo assim uma vela branca e por isso não vendo preenchido o seu corpo, mas como acaba por fechar mesmo assim abaixo do Fecho da vela anterior, acabamos por ver a vela desenhada de vermelho, ou seja uma vela branca de

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vermelho por ter fechado abaixo do Fecho da vela anterior.

Por fim, na terceira vela, temos uma vela que tem o seu Fecho acima do seu valor de Abertura, sendo por isso uma vela branca, desenhada de azul pois fecha acima do Fecho da vela anterior.

É de notar que neste gráfico existiram apenas duas cores principais, o azul e o vermelho.

Uma vela aqui ao ser chamada de branca, não implica que seja pintada de branco no meio, e sim que seja uma vela vazia, que por coincidência tem um fundo branco no gráfico e acabou por parecer ter o seu corpo pintado de branco, mas o vazio nota-se ao vermos os tracejados verticais de fundo visíveis através das velas, não fossem elas vazias.

Se o fundo fosse negro, iríamos ver as velas vazias com cor negra, de acordo com o fundo, ou seja, transparentes.

Vejamos um exemplo agora com uma cor de fundo completamente diferente para se verificar que uma vela branca acaba por ser mesmo apenas uma vela vazia, transparente, ficando assim com a mesma cor do fundo:

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NOTA:É de notar que uma vela branca não implica que tenha o corpo desenhado de branco mas sim vazio, ou seja, transparente, ficando com a cor do fundo. Mas haverá plataformas onde podemos definir para ficar com o corpo branco mesmo que o fundo seja preto, ou outras cores. Depende sempre da plataforma.

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Como vemos neste gráfico, é tudo absolutamente igual, a única diferença é que a cor do fundo mudou, e por isso, as velas brancas, que por definição têm os seus corpos vazios, ou seja, transparentes, acabam por ter a mesma cor do fundo.

Foi importante ver este exemplo para que não se confundisse a designação das velas brancas, com a cor das próprias velas brancas em cima, que teriam os seus corpos brancos por ser essa a cor do fundo.

Como vimos neste gráfico, há apenas duas cores nas velas, que neste caso são a azul para as velas que têm Fecho acima do da vela anterior, e vermelho para as velas que têm o Fecho abaixo do da vela anterior.

As velas ditas “brancas”, têm assim sempre a cor do fundo, pois são vazias.

Foi escolhida esta cor de fundo do gráfico em vez da cor negra pois dadas as cores das velas o gráfico seria de difícil percepção.

Qual é o método de mais fácil interpretação nos gráficos de Velas Japonesas?

Vejamos agora qual é o método de construção de Velas Japonesas de mais fácil interpretação e ao mesmo tempo menos complexo, que será o mais usado daqui em diante na maioria dos gráficos expostos.

Se virmos pelos exemplos anteriores, apesar de acontecer ocasionalmente, costumam ser raras as velas negras pintadas com a cor de subida (onde usámos a cor azul), que foram velas que apesar de terem o preço de Fecho abaixo do preço de Abertura, fecharam acima do Fecho da vela anterior, e as velas brancas pintadas com a cor de descida (onde usámos a cor vermelha), que foram velas que apesar de terem o preço de Fecho acima do preço de Abertura, fecharam abaixo do Fecho da vela anterior.

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Agora, talvez não compense, por este tipo de velas que não acontecem com muita frequência, tornar a leitura do gráfico mais complexa.

Por um lado a sua leitura é muito mais completa por abranger um maior número de combinações e revelar com mais detalhe os movimentos de preços durante o período de uma vela, mas esse pouco número de velas desse género tal como a sua relevância às nossas análises não justificam esse aumento de complexidade.

Por isso é aconselhável por vezes que se prescinda desses extras e se faça a coloração das velas da seguinte forma: para velas negras, ou seja, velas com o valor de Fecho abaixo do seu valor de Abertura, haverá uma determinada cor, tendo sido escolhida a cor vermelha aqui para este efeito, e para as velas brancas, ou seja, velas com o valor de Fecho acima do seu valor de Abertura, haverá outra determinada cor, tendo sido escolhida a cor azul ou branca para este efeito.

Resumindo, irá ser ignorado o facto de a vela fechar acima ou abaixo do valor de Fecho da vela anterior, e será dada apenas importância ao facto de as velas serem negras ou brancas.

Não conseguiremos saber assim, ao contrário dos exemplos anteriores, visualizar se a vela fechou abaixo ou acima do preço de Fecho da vela anterior a não ser que olhemos com muita atenção e tentemos comparar os níveis de Fecho das mesmas.

Contudo não será algo muito necessário pois distinguir as velas negras das brancas é o essencial para uma boa interpretação do gráfico.

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NOTA:Vimos acima como pode ser complexo o sistema mais completo de Velas Japonesas que define cores consoante a relação do Fecho com o Fecho da vela anterior, além da relação entre a Abertura e o Fecho. Desta forma, é vivamente aconselhável prescindir da relação com o Fecho anterior, que só irá causar confusão, e termos apenas duas cores: uma para quando o Fecho está acima da Abertura, normalmente azul, e outra para quando o Fecho está abaixo da Abertura, normalmente vermelho. Podemos adicionar ainda a cor branca às de subida. Assim teremos velas totalmente vermelhas se negras, e azuis com branco no corpo se brancas. Assim evitam-se confusões e os gráficos ficam mais fáceis de ler.

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Vejamos um exemplo de um gráfico mais simplificado, construído desta maneira, e onde poderemos ver o mesmo período de tempo representado pelo gráfico acima nas primeiras velas:

Como podemos ver neste gráfico acima, as primeiras onze velas completas (pois a primeira está cortada e não totalmente visível), serão as mesmas que verificámos no exemplo anterior.

Ao contrário do exemplo anterior, onde a segunda vela seria uma vela negra mas azul (pois fecharia acima do Fecho da vela anterior), e a terceira seria uma vela negra vermelha (pois fecharia abaixo do Fecho da vela anterior), aqui acabamos por ter essas duas velas como sendo velas negras, e por isso preenchidas a vermelho.

Mais à frente, perto do centro deste gráfico, verificamos que temos tanto a décima como a décima primeira velas, como velas brancas, e por isso preenchidas a branco (no programa usado as velas são preenchidas por cores à nossa escolha em vez de serem velas vazias e transparentes), pois os seus preços de Fecho são superiores aos seus preços de Abertura, ao contrário do exemplo acima onde tanto uma como a outra seriam velas brancas mas com a primeira vela desenhada a vermelho (pois tinha o valor de Fecho abaixo do valor de Fecho da vela anterior), e a segunda vela desenhada

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a azul, por ter o valor de Fecho acima do Fecho da vela anterior.

É de notar que as velas não deixam transparecer os tracejados do fundo do gráfico, pois estão pintadas a branco, e não transparentes, como vimos nos outros tipos de gráficos anteriores.

Como vemos assim tornou-se mais simples a leitura do gráfico, tendo relevância apenas o facto de a vela ser considerada branca ou negra, e facilitando a nossa leitura na mesma, ignorando o facto pouco significante por vezes, de a vela fechar um “décimo milésimo” acima ou abaixo da vela anterior, algo menos importante do que a própria vela em si ser negra ou branca, porque o fechar acima ou abaixo podemos ver.

Outras formas de construção das Velas Japonesas

Por vezes, não só as velas negras são preenchidas com uma cor.

Nessas alturas encontraremos as velas brancas com uma determinada cor a preencher o seu corpo, tal como acontece com as velas negras, podendo nós distinguir as negras das brancas pelas cores associadas a cada uma delas.

Vejamos uma combinação de cores muito usada:

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Desta forma, vemos as velas negras representadas pela cor vermelha, associada às quedas de preços, e as velas brancas associadas à cor azul, associada às subidas de preços.

Esta é uma das combinações de cores mais usadas em gráficos cujas velas brancas são preenchidas por uma determinada cor.

Ele representa exactamente o mesmo que o gráfico anterior, onde as velas brancas seriam desenhadas a azul mas preenchidas a branco, aqui a única diferença é que são desenhadas a azul e preenchidas a azul também.

O único facto importante é a associação da cor azul às subidas de preços (ou seja, às velas brancas), e a associação da cor vermelha às quedas de preços (ou seja, às velas negras).

Vejamos mais dois exemplos, um em velas diárias e o outro em velas horárias, ambos com as velas brancas desenhadas e preenchidas na sua totalidade com uma tonalidade azul mais clara, e as negras desenhadas e preenchidas na sua totalidade com uma cor vermelha.

Primeiro exemplo:

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Segundo exemplo:

Contudo, em comparação com a combinação de cores usada anteriormente com velas brancas preenchidas a branco e negras a vermelho, esta combinação deixa um pouco a desejar, podendo mesmo confundir inicialmente alguém que esteja habituado as zonas de concentração de cores mais escuras de um gráfico a quedas de preços, pois aqui as velas mais escuras serão as de subida, as chamadas velas brancas.

Há muitos outros tipos de combinações de cores usadas, não só das velas como também dos fundos dos gráficos, possíveis de escolher na maioria dos programas que nos permitem vê-los.

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NOTA:Este tipo de gráficos se forem pintadas as suas velas com apenas duas cores, tem muitas desvantagens, no caso do exemplo ao lado se for azul para subidas e vermelho para descidas, dá uma ideia errada, dado que as azuis das subidas são mais escuras fazem-nos pensar à partida que são velas negras por terem cores mais fortes e transmitem uma ideia errada ao analista, sendo que o ideal é utilizar cor branca dentro do corpo das de subida apesar de ser azul, como no exemplo anterior.

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Vejamos uma combinação diferente mas comum também:

Este exemplo acima é um exemplo muito comum, vindo mesmo como uma das cores por defeito no programa que construiu o gráfico acima, que é um gráfico com fundo negro, muito usado por muitos traders que possam considerar que faça menos mal à vista, não a cansando tanto devido a causar menos brilho no ecrã que a cor de fundo branca, e com velas desenhadas a verde, sendo as velas brancas preenchidas pela cor negra (para simularem velas vazias transparentes e terem de ficar com a cor negra do fundo por essa razão), e com as velas negras preenchidas por uma cor inversamente ao negro, usadas por norma uma cor branca ou uma espécie de amarelado muito esbranquiçado.

Logicamente se as velas brancas passam a ter cor negra, tal como o fundo, as velas negras passariam a ter uma cor inversa também, neste caso uma cor perto da branca e inversa à cor do fundo negra, tal como um negativo de uma fotografia, como pudemos ver acima.

Milhares de combinações são possíveis, sendo estas apresentadas algumas das mais usadas, e veremos agora a combinação mais básica de cores, que será aquela a preto e branco, mas desta vez criada no

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mesmo programa usado para criar os últimos exemplos para que possamos compará-las:

Tal como nos exemplos anteriores, aqui vemos que as velas não são transparentes e sim preenchidas, pelo que como o fundo é branco, as velas brancas estão preenchidas com a cor branca e não transparente, não deixando transparecer os tracejados de fundo, e as negras com a cor negra.

Este será sempre a melhor combinação de cores a ser usada quando se pretende imprimir o gráfico numa impressora a preto e branco, pelo que irá ser imprimido o gráfico tal e qual o vemos no ecrã, mas os gráficos com velas brancas preenchidas a branco e desenhadas a azul e as negras preenchidas e desenhadas a vermelho, ficam por norma igualmente bem, pois continua a existir, mesmo imprimido a preto e branco, a distinção entre as velas brancas (vazias) e negras (cheias) independentemente das suas cores, mesmo que as cores azul e vermelha saiam praticamente indistinguíveis.

E com mais estes exemplos apresentados, já estaremos preparados para ler gráficos de Velas Japonesas de qualquer tipo de apresentação e em qualquer cor, bastando-nos apenas prestar alguma atenção inicial quando virmos uma combinação de cores que nos pareça algo de completamente novo, pois já demos

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todas as principais probabilidades, apesar de não termos visto expostas todas as combinações de cores, algo que seria impossível.

A melhor escolha será em princípio, a combinação de cores que irá ser usada nos gráficos dos exemplos posteriores, que serão os das velas brancas desenhadas a azul e de corpo preenchido de branco, com velas negras desenhadas e preenchidas a vermelho e com a cor de fundo do gráfico a branco.

É um exemplo bastante simples de visualizar e diferenciar os diferentes tipos de velas sem grandes complexidades, agradável à vista, ficando inclusive bem em impressões, mesmo em impressoras a preto e branco.

Interpretação dos dados extra expostos nos gráficos dos exemplos

Para começar, vejamos o gráfico seguinte, já na combinação de cores escolhida por nós para ser usada por defeito nos nossos futuros exemplos:

Neste exemplo acima, vamos verificar o significado de vários dados extra presentes no gráfico e cujo seu significado não tenha sido ainda estudado por nós anteriormente.

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Para além das duas escalas, a escala de tempo horizontal com as datas, e a escala de preços vertical, temos uma linha de texto no canto superior esquerdo, e ocasionalmente, como acontece neste exemplo, poderemos ter uma linha cinza horizontal que culmina com um preço em relevo na escala vertical de preços à direita, escrito em cor branca sob o fundo negro de um pequeno rectângulo, e que representa simplesmente o valor de preço da última transacção efectuada no câmbio exposto em tempo real.

Significa que na altura em que este exemplo foi retirado em tempo real dos mercados cambiais para construção deste exemplo, o preço do câmbio Euro/Dólar era de exactamente 1.2126, sendo por isso esse o valor em relevo na escala de preços, marcado também pela linha horizontal cinza que passa todo o gráfico.

Se esse último preço estivesse fora da escala do gráfico, não estaria presente no mesmo nem a linha nem o valor em relevo.

Agora a linha exposta no canto superior esquerdo, terá significado igualmente sem importância para nós nestes exemplos tal como a do preço actual em relevo que já vimos.

Esta linha, como podemos ver, contém a frase “EURUSD, Daily 1.2026 1.2154 1.2024 1.2126”.

O significado dos primeiros dados, ou seja do “EURUSD, Daily” é nada mais nada menos que a identificação do par cambial exposto, o EUR/USD (escrito sem a barra, representando o Euro/Dólar), e o período de tempo das velas, ou seja “Daily”, que em Inglês significa “Diário”, o que quer dizer que são velas diárias, e que cada vela representa o período de tempo de um dia.

Se fosse composto da letra “H” seguida de um número, quereria dizer que cada vela representaria um período de tempo relativo a esse número de horas, ou seja,

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“H1” para velas horárias, em que cada vela representaria um período de uma hora, e “H4” para velas de quatro horas, em que cada vela representaria um período de quatro horas.

Se fosse composto da letra “M” seguida de um número, quereria dizer que cada vela representaria um período de tempo relativo a esse número de minutos, ou seja, “M1” para velas que representariam apenas um minuto cada, “M5” para velas de cinco minutos, “M15” para quinze, e “M30” para meias horas.

Poderia ter também outros valores como “Weekly” (de “Semana”), para velas semanais, representando cada vela um período de tempo equivalente a uma semana cada, ou “Monthly” (de “Mês”), para velas mensais, representando cada vela um período de tempo equivalente a um mês cada.

Quanto aos seguintes quatro valores que compõem essa linha do canto superior esquerdo, ou seja os valores “1.2026 1.2154 1.2024 1.2126”, não são nada mais nada menos que os valores de Abertura (a 1.2026 no exemplo), Máximo (a 1.2154 no exemplo), Mínimo (a 1.2024 no exemplo) e Fecho (a 1.2126 no exemplo), correspondentes à vela actual, neste caso correspondentes ao dia corrente de negociação, pois as velas são diárias neste caso, e seriam valores correspondentes ao valor de Abertura do dia, os seus Máximos e Mínimos atingidos durante o dia, e o último neste caso não poderia ser considerado um valor de Fecho, pois o dia não terminou ainda, mas sim o valor da última negociação feita, e que por isso poderá alterar de segundo a segundo em tempo real, conforme o mercado.

Da mesma forma os outros três valores, podem alterar constantemente, até ao fim do dia, sendo que apenas no fim do dia, após a vela parar de sofrer alterações, é que esses quatro valores seriam definitivos, e seria dada origem a uma nova vela.

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O mesmo se passa com velas de todos os outros períodos de tempo.

A maioria deste tipo de programas, também nos permite, ao passarmos com o rato por cima de uma das velas à nossa escolha, visualizar um pequeno quadro informativo com os dados desta vela.

Vejamos um exemplo:

Como pudemos verificar neste exemplo, ao passar com o rato por cima desta vela branca, podemos verificar que nos aparecer um pequeno quadro com a indicação tanto da data e hora da vela, dos valores de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho da mesma, e ainda o seu Volume neste software e no geral todos o fazem.

Neste programa, ao contrário de outros, não basta passar por cima da vela, teremos de pausar o rato por uns momentos por cima da zona de Fecho da vela, ou não nos será apresentado o quadro informativo.

O Volume é um dado que poderá ser incluído nos gráficos e que apenas não o é feito nos exemplos para melhor visualização dos mesmos.

No canto inferior esquerdo, poderemos ver uma nota informativa sobre o nome do programa que foi usado para visualizar e retirar o gráfico, o Metatrader, pertencente à Metaquotes Software Corp.

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NOTA:Normalmente as plataformas de trading ou softwares de Análise Técnica mostram-nos os dados de cada vela ao passarmos o rato por cima das mesmas, indicando-nos coisas como os campos de preço (Abertura, Máximo, Mínimo, Fecho e Volume), da Data e/ou Hora da mesma, entre outros dados.

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Adaptação de dados históricos para poderem ser representados por Velas Japonesas

Um gráfico de Velas Japonesas, para ser formado correctamente, precisa de ter quatro valores por vela, como já vimos antes, os valores de Abertura, Máximo, Mínimo e o de Fecho.

Agora pode acontecer um determinado entrave quando queremos representar dados de outras origens sob a forma de Velas Japonesas, é o de que há mercados, e históricos de dados também, que não contém todos estes quatro valores.

Além de certos históricos de certos activos financeiros obtidos em determinados lugares poderem vir sem um ou mais destes valores, também há mercados onde um dos quatro valores principais é descartado como aqueles que descartam ou descartavam no passado o valor de Abertura das velas, e que usam ou usavam Gráficos de Barras HLC apenas, contando apenas com os valores de Máximo, Mínimo e Fecho nas suas barras.

Como formar então um gráfico de Velas Japonesas a partir de um histórico obtido de um Gráfico de Barras HLC?

Vejamos primeiro um exemplo de dados obtidos do histórico do câmbio Euro/Dólar:

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Neste exemplo podemos ver parte de um histórico do câmbio Euro/Dólar, que como podemos ver pela coluna de numeração (a primeira a contar do lado esquerdo), continha já mais de 4.000 registos, cada um correspondente a uma vela diária, histórico esse que viria já desde 1989.

Este é um exemplo do que é o ideal em termos de dados para criação tanto de Gráficos de Barras OHLC como de gráficos de Velas Japonesas, pois todos os valores necessários à criação dos mesmos se encontram presentes.

Este histórico de dados daria origem ao seguinte gráfico de Velas Japonesas, onde poderemos também ver os dados apresentados no histórico acima, na segunda metade do gráfico abaixo:

Mas se tivéssemos apenas três dos valores não iríamos formar correctamente as Velas Japonesas.

Este tipo de dados só poderia ser representado sem alterações num Gráfico de Barras HLC, que como vimos antes é um barro do tipo do OHLC mas sem o valor de Abertura (ou Open, em Inglês, representado pela letra “O” no nome), os que não têm desenhada a marca esquerda da Abertura nas barras como já estudámos, e

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apenas com os dados existentes num gráfico OHLC poderíamos construir um gráfico de Velas Japonesas.

Neste caso podemos corrigir este problema, que é o da falta do valor de Abertura em cada vela, de uma forma simples: adicionando esse valor a cada vela.

Mas a questão seria: “Que valor adicionar como valor de Abertura da vela?”.

Seria uma perda de tempo colocar o valor de Abertura da vela como sendo igual ao valor de Fecho da própria vela, porque dessa forma a maior vantagem entre todas as que o método de representação gráfica por Velas Japonesas contém, que seria a do corpo da vela, aquele rectângulo que realça o intervalo e variação de preços entre o valor de Abertura e o Fecho da vela, não existiria, pois esses valores seriam os mesmos.

Vejamos o que aconteceria agora no gráfico ao colocarmos o valor de Abertura igual ao valor de Fecho de cada vela:

Como podemos verificar através da visualização deste gráfico, este gráfico nunca poderia ser visto como um gráfico de Velas Japonesas, pois o corpo da vela nunca existiria, pois o valor de Abertura e o de Fecho seriam

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sempre os mesmos, e por isso não existiriam nem velas brancas nem negras no mesmo.

O que veríamos neste gráfico de Velas Japonesas seria um grupo enormíssimo de velas Doji, um padrão que ocorre por vezes nos gráficos de Velas Japonesas em que o valor de Abertura e de Fecho de cada vela acabam por ser iguais, padrão esse que iremos estudar mais adiante, entre outros.

Poderia ser considerado mais um Gráfico de Barras OHLC por alguns, mas seria também errado fazê-lo, pois as barras contêm valores de Abertura errados, e para ter essa marca esquerda em cada vela a indicar esse valor errado de Abertura, mais valia não o ter e ser um Gráfico de Barras HLC, além de que uma das vantagens das barras OHLC, à semelhança dos de Velas Japonesas, seria o de podermos ver a diferença entre a Abertura e o Fecho de cada barra, algo que aqui não nos seria possível.

Seria preferível ter um Gráfico de Barras HLC completo do que um Gráfico de Barras OHLC ou mesmo de Velas Japonesas com valores errados.

Um truque fácil de aplicar e que resolveria este problema é o de colocarmos o valor de Abertura de cada vela como sendo igual ao valor de Fecho da vela anterior, o que faria com que já existisse um corpo em cada vela, que representaria no fundo a distância percorrida desde o valor de Fecho da vela anterior até ao valor de Fecho da vela corrente, como se cada vela abrisse exactamente ao nível exacto de Fecho da vela anterior.

Apesar de serem dados em parte “falsificados”, não deixa de ser a melhor solução a aplicar a este problema em específico.

Vejamos agora uma simulação do que aconteceria, se quiséssemos fazer um gráfico de Velas Japonesas a

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NOTA:Para adaptarmos um histórico de dados sem o valor de Abertura de cada período, o ideal seria assumirmos o valor de Abertura como o valor de Fecho da vela anterior pois só assim conseguiríamos ter os quatro dados principais OHLC, e criar Velas Japonesas, pois se colocássemos o valor de Abertura igual ao do Fecho, não seria correcto pois teríamos o gráfico cheio de velas estilo Doji.

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partir de um histórico que não contivesse o valor de Abertura de cada vela, e usássemos o valor de Fecho da vela anterior como sendo o de Abertura de cada vela:

Como pudemos ver no exemplo acima, apesar de continuarmos com dados “falsificados” na mesma, ou seja, dados não verídicos na sua totalidade e que por isso não representariam com total fiabilidade o que realmente se passou, não deixariam de ser resultados muito próximos dos do gráfico representado pelos valores reais, que como podemos verificar pelo exemplo dado no início deste tema, é quase igual, não havendo praticamente grande diferença à primeira vista entre os dois, numa primeira observação.

Mas esta solução, apesar de ser a melhor para o problema em questão, não será perfeita, e isso não tem apenas a ver com o facto de conter dados “falsificados”, pois esse problema é possível de ser ignorado, dada a sua parecença tão grande com o gráfico exposto construído com os valores reais.

O maior problema que poderá saltar à vista, embora costume ser algo raro de acontecer, será o de certos dados incoerentes relativos aos valores Máximo e Mínimo de algumas velas.

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Este problema acontece quando o valor Mínimo de uma vela, está acima do valor de Fecho da vela anterior, e quando o valor Máximo de uma vela, está abaixo do valor de Fecho da vela anterior.

Nestes casos, ao colocarmos o valor de Fecho da vela igual ao Fecho da vela anterior, ficaremos ou com o valor de Abertura abaixo do valor Mínimo da vela (pois o Mínimo da vela está acima do valor de Fecho da vela anterior), ou com o valor de Abertura acima do valor Máximo da vela (pois o Máximo da vela está abaixo do valor de Fecho da vela anterior), sendo as duas condições impossíveis de acontecer na realidade, pois o valor de Abertura de uma vela nunca poderia ser abaixo do volume Mínimo da própria vela, nem acima do valor Máximo da vela.

O valor máximo que a Abertura da vela poderia ter seria o Máximo da própria vela, e o valor mínimo que a Abertura da vela poderia ter seria o Mínimo da própria vela.

Como os programas de gráficos regra geral não estão prontos para lidar com este tipo de fenómeno, acontece o que se pode verificar no exemplo acima, que é o de uma sombra inferior dentro do próprio corpo da vela, quando deveria estar fora do corpo, partindo do corpo até ao valor Mínimo da mesma.

Esses programas estão preparados para desenhar a sombra da vela, desde o fim do corpo da vela até ao valor Máximo ou Mínimo da vela, criando assim uma linha exterior ao corpo da vela, a sombra superior ou inferior, mas não estando preparados alguns deles para este fenómeno, não verificam a fiabilidade dos dados, aplicando sempre essa regra, e neste caso acabam por desenhar sombras dentro dos corpos das próprias velas, o que é algo que não deveria acontecer, mas neste caso a culpa seria de quem “corrompeu” os dados desta forma.

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NOTA:Ao colocarmos o valor de Abertura de cada vela igual ao valor de Fecho da vela anterior, poderemos ter valores de Abertura acima do valor Máximo da vela e valores de Abertura abaixo do valor Mínimo da vela, algo que não deveria acontecer e pode acontecer se a vela estiver após um gap por exemplo, um fenómeno a estudar posteriormente. Nesse caso teremos de verificar esses valores como se verá abaixo.

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Contudo, este pequeno “bug” só acontece nas velas brancas, onde será visível a linha da sombra dentro do corpo da vela, sendo que se acontecer numa vela negra preenchida e desenhada com a mesma cor, essa sombra dentro do corpo da vela já não seria visível da mesma forma, isto se falarmos de velas transparentes.

Outro problema que se repara ao se usar este pequeno truque para preenchermos os valores de Abertura que faltam nos nossos gráficos, é o de que são eliminados do gráfico algo que iremos estudar posteriormente, os gaps, que acontecem quando há um espaço não preenchido entre duas velas, como por exemplo quando o Mínimo de uma vela estiver por exemplo acima do Máximo da vela anterior, esse espaço deixará de ser vazio, e será preenchido pela própria vela actual pois o valor de Abertura passará a ser o mesmo que o de Fecho da vela anterior, mas isso será um mal menor, tendo em conta todas as vantagens que teríamos em poder visualizar o gráfico sob a forma de Velas Japonesas.

Agora, como resolver este problema?

Para quem não precisa de adaptar dados históricos, e por isso não precisa de resolver este tipo de problemas, seria aconselhável passar à frente desta pequena matéria, pois a quem não tenha prática a nível informático, ela poderá parecer meio complicada e confusa, afastando-nos do assunto principal que tem a ver com os investimentos e não estes assuntos informáticos.

De qualquer das formas não terá mal nenhum estudar-se esta pequena matéria, não deixando de ser dispensável para a maioria utilizadores.

Iremos ver agora como resolver este problema, que em princípio poucos precisarão alguma vez de o fazer mas ficam aqui os passos essenciais, que não deixam de ser

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bons para dar também uma ideia geral melhor acerca do funcionamento destes programas:

Antes de tudo, teremos de guardar o histórico de cotações do câmbio que queremos alterar num ficheiro de extensão CSV, cujas iniciais significam “Comma Separated Values”, e que é um formato usado essencialmente para gravar dados de forma simples, com os valores de cada campo separados por vírgulas, algo que torna fácil a importação desses dados posteriormente por qualquer programa de forma simples.

Imaginemos o caso de um câmbio, nomeadamente o Euro/Dólar, em que temos em cada registo um dia diferente, e em registo um grupo de sete valores: a Data da vela, a sua Hora, o seu valor de Abertura, o seu valor Máximo, o seu valor Mínimo, o seu valor de Fecho e por fim o seu Volume.

Se fosse guardado esse histórico em formato CSV, e depois aberto com algum editor de texto, mostraria algo do género:

Este ficheiro em formato CSV foi gravado com a opção “Guardar Como” (em Inglês “Save As”) do programa

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NOTA:Os históricos de cotações são normalmente guardados em ficheiros em formato de CSV, iniciais para “Comma Separated Values”, ou em Português “Valores Separados por Vírgulas”, onde cada vela é guardada numa linha com os seus dados divididos por vírgulas. Este formato possibilita a fácil importação posteriormente para a mais variada lista de softwares.

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usado para fazer vários dos gráficos dos exemplos, o Metatrader, e mostra-nos uma parte do histórico do câmbio Euro/Dólar.

Se copiarmos a totalidade desse histórico com uma opção como a “Seleccionar tudo” do menu “Editar” do Bloco de Notas, por exemplo, ficaremos com a mesma em memória, e poderemos colá-la posteriormente numa folha de cálculo.

Obteríamos algo como isto:

Não se nota muito por esta imagem, mas o facto é que as linhas inteiras com todos os valores separados por vírgulas, ficaram todos na coluna A apenas, ficando assim impróprios para podermos trabalhar com eles.

Mas há uma forma de contornar este problema, a maioria das folhas de cálculo, pelo menos as mais famosas, têm opções próprias para isso.

Uma das mais famosas folhas de cálculo do mercado, contém, dentro do menu “Data”, uma opção denominada “Text to Columns”, onde nos poderão aparecer um conjunto de quadros para escolhermos certas opções de acordo com o que tencionamos fazer.

No primeiro quadro dessa opção temos por exemplo a opção “Delimited”, em que ao escolhermos estaremos a dizer que as linhas escolhidas por nós têm os seus campos (como os valores de Data, Hora, Abertura,

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Máximo, etc) separados por um caractere, como a vírgula (“Comma”), ou um “Tab”, por exemplo.

Noutro quadro teremos de escolher qual o caractere que separa os campos, onde como é usado por norma, poderá vir escolhido por defeito o “Tab”, que deveremos desmarcar e escolher a opção da vírgula (ou “Comma”, em Inglês).

Por fim no formato final das colunas deveremos escolher a opção do formato geral (ou “General”, em Inglês).

E veremos como resultado final algo assim:

Desta forma já teremos tudo pronto para ser tratado, célula a célula, em poucos minutos, para procedermos às adaptações das cotações para nosso uso futuro.

Para quem não tem uma folha de cálculo com esse tipo de ferramentas que nos permitam fazer esta operação de forma tão rápida, os dados teriam de ser tratados de outra forma, um pouco mais complicada, mas mais uma vez, é aconselhável a leitura apenas a quem possa precisar de usar ou esteja interessado e à vontade nestas áreas.

Nestes casos, há funções nas folhas de cálculo usadas para tratamento de cadeias de caracteres, neste caso as linhas com os campos em questão, funções essas que

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nos permitiriam separar “manualmente” esses campos através dessas funções.

Vamos estudar algumas presentes numa das mais famosas folhas de cálculo do mercado.

Vejamos algumas funções inseridas em cada coluna de campo para vermos como ficariam e o que farão:

A primeira função usada acima, a “LEFT(x;y)”, é uma função que nos devolve os y caracteres mais à esquerda da célula x, que neste caso é a “A2”.

Neste caso está dada a opção de “LEFT(x;16)”, para abranger os dezasseis caracteres mais à esquerda dessa célula, que abrangem neste caso o campo da Data e o da Hora, que nos iria dar então o valor de “1989.06.23,00:00”.

A segunda função visível é a “MID(x;y;z)”, que nos devolve como resultado um z número de caracteres a contar do caractere y da célula x.

Basicamente, com a função “MID(x;25;6)” do exemplo, retorna-nos seis caracteres da célula x, que neste caso é a “A4”, a contar do caractere vinte e cinco.

Se virmos, iria dar-nos o valor de “0.9955”, correspondente ao valor Máximo dessa linha.

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O funcionamento das outras funções será sempre igual, mas destinado a obter outros valores, nomeadamente o valor de Mínimo, e Fecho da vela.

É de notar que neste caso o valor de Abertura já existe no histórico, apesar de que teoricamente não deveria existir, pelo que não contaremos com ele no exemplo apesar de se apresentar no mesmo, em vez de irmos buscar esse valor à linha da esquerda como fizemos com os restantes, como teoricamente ele não deveria existir na linha, iremos colocar “=Jx”, onde x corresponde à linha anterior, na coluna J, que corresponde ao valor de Fecho, ou seja, esse valor de Abertura será equivalente ao valor de Fecho da vela anterior, que neste caso está descrito na linha anterior na coluna J.

Ou seja, numa situação real, não havendo preço de Abertura da vela, iremos dizer-lhe que será igual ao preço de Fecho da vela anterior com essa simples fórmula.

No caso de se ter usado uma ferramenta como a que foi descrita em primeiro lugar, que faz a separação em poucos segundos, poderemos passar logo ao exemplo seguinte assumindo que essas velas que a ferramenta criou seriam as velas que em cima foram criadas com funções, faltando-nos apenas nelas também os valores de Abertura de cada uma, que seriam tal como no exemplo acima descrito, dadas como iguais aos valores de Abertura das velas imediatamente anteriores.

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Vejamos agora quando acontecem as tais situações que fazem serem desenhadas no gráfico as velas de forma incorrecta:

Como vemos acima, nas células marcadas, temos um exemplo de uma vela de entre as que vimos nos últimos gráficos, em que o seu valor Mínimo é mais elevado que o seu valor de Abertura, algo impossível, pois se o seu valor Mínimo fosse 1.2709, nunca o seu valor de Abertura poderia ser abaixo dele, desenhando uma sombra bem visível (por ser vela branca), dentro do corpo da vela entre o valor de Abertura e o valor Mínimo da mesma que estaria mais acima.

Vamos resolver o problema de se ter valores de Abertura incoerentes com o resto das cotações, para que tenhamos um gráfico de velas bem desenhado.

Vejamos o seguinte exemplo:

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Seria através destas duas funções acima descritas que iríamos resolver a situação.

Ao invés de colocarmos uma indicação de que a célula que contivesse o valor de Abertura da vela fosse igual à célula que continha o valor de Fecho da vela imediatamente superior (o tal “=Jx” que vimos acima), iríamos colocar uma condição que verificasse se esse valor de Fecho da vela anterior seria igual ou maior que o valor Mínimo da vela corrente, e se a condição fosse verdadeira, a célula, ou seja, o valor de Abertura da vela, seria igual ao valor de Fecho da vela anterior, pois não haveria condições impossíveis e estaria dentro do intervalo de preços entre a Abertura e Fecho da vela, mas caso não fosse, ou seja, caso esse valor de Fecho da vela anterior, fosse inferior ao valor do Mínimo da vela corrente, então daríamos como valor de Abertura da vela corrente, o valor do próprio valor Mínimo da vela, e assim seria uma vela sem sombra inferior, com valor Mínimo igual ao da Abertura, e sem qualquer tipo de incoerências.

Essa condição foi colocada como “=IF(Jx>=Iy;Jx;IY)” (em vez de “IF”, poderia ser usada a função “SE”, em Português dependendo da língua do software).

Esta condição diz-nos que se a célula com o valor de Fecho da vela anterior (célula J3989, no exemplo), for superior ou igual ao valor de Mínimo da vela corrente (célula I3990, no exemplo), o valor da célula de Abertura seria o desse valor de Fecho da vela anterior, ou seja o I3989, caso contrário seria o do próprio Mínimo da vela, ou seja, o I3990.

Faltaria nesta última condição verificar também se o valor de Fecho da vela anterior seria igual ou inferior ao Máximo da vela corrente, e caso fosse, passaria a ser o valor da Abertura da vela corrente, e caso não fosse, a Abertura da vela seria o valor Máximo da própria vela, caso fosse vela negra, como é lógico, mas essa condição é completamente desnecessária visto que se a

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vela for negra, a sombra desenhada dentro da vela não seria visível, pelo que a fórmula de cima sozinha é mais que suficiente para atingirmos o nosso objectivo, e ficaríamos com os gráficos sem qualquer tipo de erros no que diz respeito à formação das velas.

Concluindo, esta matéria pode parecer confusa mas foi apenas algo anexado ao assunto das Velas Japonesas, para ser aplicada em casos isolados, pelo que não vale a pena tentar percebê-la caso não se precise de o fazer, o que é o mais provável, pelo menos nos mercados cambiais, pois hoje em dia a maioria dos históricos e programas de visualização de gráficos em Forex têm dados completos, sendo muito difícil encontrar um histórico que não esteja.

Este assunto foi basicamente mais um complemento à matéria sobre o que são as Velas Japonesas do que algo a aplicar ao estudo dos mercados de Forex.

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GRÁFICOS

GRÁFICOS CANDLEVOLUME

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GRÁFICOS CANDLEVOLUME

Agora vamos estudar um método de representação gráfica em tudo similar ao das Velas Japonesas que acabámos de estudar.

Este tipo de representação gráfica que vamos estudar agora, dá pelo nome de CandleVolume, que traduzido para Português, daria algo como “Velas com Volume”.

Este nome deve-se ao facto de estas serem no fundo, Velas Japonesas, com uma única diferença, a de que conseguem conjugar numa única vela os cinco campos de preço, e não os quatro como as Velas Japonesas têm, ou seja, conseguem representar na própria vela o Volume da mesma em proporção às outras.

Assim, em vez de cada vela ter representado apenas os campos de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho, como nas Velas Japonesas comuns, aqui está também presente nas velas o campo Volume, representado na própria vela, sem necessidade de termos um pequeno gráfico de barras à parte a representar o Volume.

Agora, como é feita esta adição do Volume à vela?

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NOTA:Os gráficos de CandleVolume, que em Português seria algo como “Velas com Volume”, são quase iguais aos das Velas Japonesas, tendo apenas uma diferença que é a de terem o indicador de Volume representado nas próprias velas.

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Vejamos o exemplo seguinte:

Como podemos ver, simplesmente ajustando a largura da vela consoante o Volume da mesma em relação às outras, conseguimos ter uma ideia do Volume das mesmas em relação às demais do gráfico em questão, tornando-se assim desnecessário adicionarmos esse campo Volume num gráfico à parte.

Em cada gráfico, o programa que o constrói, verifica qual o valor máximo do Volume de todas as velas e o valor mínimo do Volume das mesmas, e com isso define a largura máxima e mínima das velas e constrói essas velas com um Volume de acordo com essa escala.

Desta forma, em cada período temporal, constituído por um determinado número de velas, poderemos distinguir quais delas serão as que têm maiores valores de Volume e as que têm os menores, bastando para isso verificar quais serão as mais largas e as mais finas, algo que sobressai à vista facilmente aquando da visualização do gráfico.

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NOTA:Nos gráficos de CandleVolume, o indicador de Volume é definido pela largura das próprias velas. Sendo assim, quanto maior a largura da vela, maior o volume do período de tempo representado pela mesma. Assim evita-se adicionar o Volume à parte, mas este tipo de representação gráfica não é recomendado nesta obra, sendo preferível o das Velas Japonesas.

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Em primeiro lugar, vejamos um gráfico de Velas Japonesas vulgar, onde só poderemos ver os campos de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho em cada vela:

Agora iremos aplicar ao mesmo período de tempo representado pelo gráfico acima, o princípio que vimos antes, o de regular a largura de cada vela de acordo com o Volume da mesma relativamente às outras, e iremos obter o seguinte gráfico:

Olhando para o gráfico acima de CandleVolume, podemos distinguir facilmente quais as velas que têm mais Volume que as demais, e as que têm um Volume menor também, pois notamos que há velas tão finas que praticamente mal se vêem no gráfico e outras que sobressaem bastante mesmo em relação à maioria das outras, que serão as que têm maior Volume.

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NOTA:Neste tipo de representação gráfica o Volume tem um grande peso e as velas com mais Volume sobressaem bastante mas em contrapartida as de menor Volume podem ficar pouco visíveis, razão pela qual nesta obra é recomendado o uso das Velas Japonesas com o indicador Volume à parte em vez das velas CandleVolume.

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Por um lado, este tipo de gráfico, poderá ser considerado o mais completo em termos de análise individual a cada vela, pois consegue ter cinco campos de preço descritos em cada uma das velas, e ao mesmo tempo possui as mesmas características em termos de padrões das Velas Japonesas, mas por outro lado, poderá tornar-se meio confusa a sua leitura, devido a haver velas que mal se vêem, especialmente quando o gráfico mostra uma grande quantidade de velas ao mesmo tempo, chegando mesmo algumas a tornarem-se praticamente invisíveis.

Nem todos os programas de Análise Técnica possuem este tipo de representação gráfica, além de que em princípio será sempre melhor usarmos os gráficos de Velas Japonesas normais em vez deste género de gráficos, por ser mais fácil a sua leitura, bastando para quem quer consultar a variação do Volume de cada vela, acrescentar o Volume num gráfico de barras separado acoplado ao gráfico principal, tornando assim fácil tanto a leitura do gráfico e de cada vela, como do Volume em si, por ser mais fácil interpretar variações de Volume quando esse mesmo Volume está representado em gráficos de barras à parte, onde sobressai facilmente a oscilação do mesmo, do que nos gráficos de CandleVolume, onde poderá ser difícil distinguir a diferença de Volume entre as velas comparando a largura de cada vela, especialmente em velas com corpos pequenos, onde a largura das mesmas será mais dificilmente medida.

Ao mesmo tempo, é considerado por muitos traders como sendo um tipo de representação gráfica menos bonito que o das Velas Japonesas original.

Contudo, ficou aqui descrito este tipo de gráfico para que seja facilmente reconhecido para quem algum dia acabe por se deparar com um e ache estranho a largura diferente de cada uma das velas.

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NOTA:Apesar de desvantagens como algumas velas ficarem quase invisíveis e outras ocuparem demasiado espaço e até dificultarem a vida a quem tenta criar linhas de tendência e fazer outro tipo de análises, pode-se dizer que em termos de representação individual de cada vela, este é o método mais completo pois cada vela tem identificada nela os cinco campos de preço incluindo o Volume, apesar do seu uso ser desaconselhado.

NOTA:Outra desvantagem importante é a de que com o Volume à parte num gráfico de barras, podemos estudar o Volume, desenhar linhas de tendência nele, médias móveis, entre outros indicadores, além de compararmos bem o Volume de cada vela, enquanto que neste método é difícil compara o Volume de várias velas entre si e a aplicação de indicadores como os referidos acima torna-se impossível.

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GRÁFICOS

GRÁFICOS EQUIVOLUME

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GRÁFICOS EQUIVOLUME

O EquiVolume, é um tipo de representação gráfica pouco usual, mas fica aqui para dar uma ideia de outro género de gráficos com que podemos dar de cara no dia a dia possivelmente.

Este tipo de gráficos dispõe os preços de uma forma que dá mais ênfase ao Volume e à relação entre o valor Máximo e Mínimo de cada vela, ou seja, o intervalo de preços percorrido em cada vela.

Esta relação bidimensional é feita usando a largura da vela para calcular o Volume da mesma, conforme o tipo de gráficos estudado anteriormente, as velas dos gráficos CandleVolume, mas não tem nelas representado nem o valor de Abertura nem o de Fecho de cada vela, apenas uma vela, que verticalmente marca o intervalo de preços percorrido nessa vela, sendo o topo da vela correspondente ao valor Máximo dessa vela, e o Mínimo representado pelo fundo dessa vela.

Este sistema de representação gráfica não é muito utilizado normalmente mas é útil quando desejamos ter uma fácil visualização gráfica de largos períodos de tempo, ou seja, gráficos com velas bastante reduzidas, onde as Velas Japonesas normais não seriam tão facilmente visíveis.

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NOTA:Aqui temos um método de representação gráfica raro, o EquiVolume, que é parecido ao CandleVolume, na medida em que o Volume define a largura de cada vela, mas com a diferença de que neste só são visíveis os valores de Máximo e Mínimo da vela, bem como se é branca ou negra de corpo, dando mais ênfase à tendência inerente ao período de cada vela, ao intervalo da mesma e ao Volume de cada uma. Assim, nestes gráficos são anuladas as sombras das velas.

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Vejamos a forma de construção deste tipo de velas:

Como podemos ver pelo desenho acima, pode-se dizer que este tipo de velas realça essencialmente a relação entre o intervalo de preços percorrido em cada uma delas e o seu Volume, essencialmente.

Este tipo de representação gráfica, apesar de ser muito pouco usada ao que parece no dia a dia e ser difícil de encontrar, além de que nem todos os programas de representação gráfica a usam, ficou aqui também explicada por ser um tipo de gráficos que se poderá encontrar ocasionalmente, e para que se saiba interpretá-lo.

Como regras deste tipo de gráficos, temos várias, mas uma das mais importantes, é a de que as velas curtas e largas, ou seja, com pouca oscilação de preços mas com grande Volume, tendem a acontecer em pontos de viragem de mercado, como fundos e topos de mercado, onde se invertem as tendências, enquanto que as velas longas e finas, ou seja, com grande oscilação de preços mas com pouco Volume, são mais encontradas e mais prováveis de acontecerem durante tendências bem definidas, não sendo preciso grande Volume de compras

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NOTA:De forma resumida, pode-se dizer que este tipo de gráficos realçam basicamente o intervalo de preços percorrido no período representado pela vela, o facto de ser branca ou negra, e o seu Volume, ignorando o resto.

NOTA:Neste método é fácil reparar aqui naquele tipo de velas de intervalo de preços pequeno, ou seja com o Mínimo próximo do Máximo, e com muito Volume, que tendem a acontecer em pontos de viragem, e que aqui terão aspectos mais achatados e bem visíveis.

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ou vendas para que os preços sigam o seu caminho, devido à tendência ser forte e bem definida e não haver por isso grande resistência.

Apesar de ter sido usado aqui o termo de vela aplicado a cada uma das caixas que representam cada período, para motivos de mais fácil compreensão, após termos estudado as Velas Japonesas, o termo real aplicado neste tipo de gráficos é o de “box”, que significa “caixa”, traduzido para Português.

No fundo cada vela é chamada de caixa neste tipo de gráficos, e uma Powerbox, que é um termo que poderia ser traduzido à letra como “caixa de poder” ou não tão à letra como “caixa poderosa” ou “caixa com força”, será visualmente algo parecido com uma vela longa nas Velas Japonesas, mas com grande Volume, ou seja, será uma vela longa, com grande distância entre o preço Máximo e o preço Mínimo da mesma, e com um aumento de Volume também, sendo por isso mais larga que as anteriores.

Ao vermos uma vela muito mais longa que a anterior além de mais larga também, estamos a olhar para uma Powerbox, aqui neste tipo de representação gráfica, que encontramos muitas vezes a romper importantes níveis de suporte e resistência.

Devido às características das Powerboxes, elas dão-nos sinais importantes nos chamados breakouts, que acontecem quando as caixas penetram níveis de suporte ou resistência importantes, sendo a importância delas muito significativa também devido ao forte Volume das mesmas confirmarem e darem força a essas penetrações.

Pelo contrário, as caixas mais finas, por norma designadas por narrow boxes, em Inglês, devido ao seu fraco Volume, colocariam a validade do breakout em causa em questão.

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NOTA:Nestes gráficos, em vez de chamarmos cada vela de “velas”, chamamos-as de “caixas”, ou “boxes” em Inglês.

NOTA:As mais fortes caixas neste gráfico seriam as Powerboxes, que seriam caixas bastante longas, ou seja com o valor Máximo bem afastado do valor Mínimo, e com grande Volume ou seja, largas, que seriam caixas bastante fortes, muitas vezes vistas a romper níveis importantes de resistências e quebrar suportes importantes.

NOTA:Caixas mais finas (ou “narrow boxes” em Inglês, colocariam a validade de breakouts em questão por falta de Volume e força.

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Primeiro, vejamos um gráfico normal de um determinado período temporal sob a forma de gráfico de Velas Japonesas:

Vejamos agora um gráfico do mesmo período temporal representado desta vez sob a forma de gráfico EquiVolume:

Acabámos de ver um gráfico EquiVolume, mas como podemos ver, torna-se complicada a sua interpretação, em termos de distinção entre as caixas a azul, representativas de caixas em que o preço de Fecho subiu em relação ao preço de Fecho da caixa anterior, e as caixas a vermelho, representativas de caixas em que o preço de Fecho caiu em relação ao preço de Fecho da caixa anterior, devido à difícil distinção dessas cores nos

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finos riscos que constituem os contornos de cada caixa, especialmente se o gráfico for abrangente de um número maior de velas.

Se estas caixas forem todas da mesma cor, aí ainda será mais difícil tentar perceber quais as velas em que o preço caiu em relação à caixa anterior ou não, sendo mais difícil ainda descobrir tendências.

Contudo, se for usada em períodos de tempo muito baixos, como por exemplo de cinco minutos por cada caixa, essa desvantagem torna-se mais irrelevante, mas não deixa contudo de ser uma grande desvantagem neste tipo de representação gráfica.

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GRÁFICOS

GRÁFICOS DE PONTO E FIGURA

(Point and Figure Charts)

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GRÁFICOS DE PONTO E FIGURA

(Point and Figure Charts)

Este é um tipo de gráfico completamente diferente dos anteriores, pelos mais variados aspectos, como iremos ver de seguida, e poderá ser considerado meio estranho à partida por quem o veja pela primeira vez.

Segundo tanto a opinião de muitos como também várias evidências, a metodologia de representação gráfica de Ponto e Figura, parece ter sido a primeira a ser usada pelos traders nos mercados de acções antes do século vinte, apesar de hoje em dia muito raramente ser visto e usado pelos investidores, ao que parece, devido à quantidade cada vez maior de novas ferramentas e técnicas disponíveis a qualquer trader, e mais fáceis de visualizar e aplicar também, tendo os gráficos de Ponto e Figura caído em desuso com o tempo, mas não deixando com isso de se tornar uma ferramenta muito útil, de qualquer das formas, especialmente em análises de mercado a longo prazo.

Gráficos de Ponto e Figura Vs Gráficos de Barras

Os gráficos de Ponto e Figura e os outros tipos de gráficos que demos anteriormente, como os Gráficos de Barras ou mesmo os gráficos de Velas Japonesas, têm duas importantes diferenças entre eles.

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NOTA:Os Gráficos de Ponto e Figura serão mostrados aqui, não por serem de uso recomendado mas sim por serem muito utilizados por vezes e por serem tão diferentes dos habituais, especialmente a nível de escala temporal como iremos ver abaixo. O seu uso não é aconselhado, mas a leitura deste capítulo será em princípio útil e recomendada, além de interessante.

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Em primeiro lugar, os outros tipos de gráficos são desenhados em intervalos de tempo específicos, independentemente do facto de existirem ou não mudanças de preço, ou seja, num gráfico de períodos de cinco minutos, mesmo que numa hora os preços não variem uma única vez, teríamos doze barras de cinco minutos cada sem qualquer oscilação de preços visível, mas não deixando de continuarem presentes no mesmo.

Nos gráficos de Ponto e Figura, por sua vez, cada novo elemento desenhado no gráfico, é apenas desenhado quando o preço varia um determinado montante, e não será desenhado num intervalo de tempo específico, podendo ser colocado acima do elemento anterior, na mesma posição da escala temporal horizontal.

Basicamente, este tipo de gráficos preocupam-se apenas em medir as variações de preços e não a evolução temporal dos mesmos, enquanto que os outros tipos de gráficos que demos, medem não só os movimentos de preços, na escala vertical de preços, como também o tempo, na escala horizontal de tempo.

Em segundo lugar, outra enorme diferença é a de que os outros tipos de gráficos que demos, gravam todas as mudanças de preço dentro de cada período que elas medem, enquanto que nos gráficos de Ponto e Figura são ignorados todos os movimentos de preços que sejam inferiores a uma quantidade especificada.

Se como exemplo tivermos um mês em que não existiu uma única variação de preços, num Gráfico de Barras, teremos nele desenhados todos os seus dias de negociação na mesma, mesmo sem representar qualquer alteração de preços, enquanto que num gráfico de Ponto e Figura esses dias seriam todos descartados, ignorados completamente e não seriam representados no gráfico, por serem inferiores ao montante estabelecido inicialmente.

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NOTA:Nos outros métodos de representação gráfica o gráfico é desenhado à medida que o tempo passa, ou seja, se passarem dez períodos sem movimento, dez velas serão desenhadas. Neste método, o gráfico é desenhado apenas quando o preço varia um determinado montante e assim em dez períodos sem movimento não seri alterado. Da mesma forma, poderia ter actualizações na vertical acima do elemento anterior como veremos abaixo. Basicamente, estes gráficos medem não a evolução temporal dos preços mas sim as variações reais dos mesmos sem relação temporal.

NOTA:Estes gráficos também têm outra diferença importante, ao contráriod os outros métodos, aqui são ignorados todos os movimentos de preços que sejam inferiores a um montante especificado. Assim se num mês sem variação de preços, ou onde as variações sejam todas abaixo do mínimo exigido, num Gráfico Ponto e Figura todos esses dias do mês seriam descartados e não seriam desenhados.

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Se num determinado gráfico uma caixa é associada a um movimento de preços de cinco pontos para um dado activo financeiro, todas as variações abaixo desses cinco pontos serão ignoradas, e apenas as outras serão representadas.

É por isso que em determinados gráficos podemos ver por exemplo certos anos com uma grande parte da escala temporal horizontal ocupada e com outros anos que ocupam muito pouco espaço, devido a terem muito menos movimentos de preço que satisfaçam as condições para que se desenhe um novo elemento nesse gráfico, ou por ter menos mudanças de tendência, pois há dois tipos diferentes de caixas a serem desenhados neste tipo de gráficos como iremos ver posteriormente.

Uma caixa, poderá ser chamada por outros nomes em Português, como por exemplo casa, sendo da preferência de cada um a escolha do termo a ser usado.

Este tipo de gráficos tem como maior diferença o facto de ignorar completamente a passagem do tempo, e concentrar-se unicamente nas variações de preços, sendo essencialmente isso que eles representam tão bem.

Nestes gráficos, as barras, neste caso, as caixas, não são desenhadas de acordo com a escala temporal horizontal, e sim o contrário, a escala temporal horizontal, é desenhada de acordo com as caixas do gráfico, para nos dar uma ideia da altura temporal em que elas ocorreram.

Isto deve-se também ao facto de as variações de preços não serem desenhadas apenas na escala vertical, como também na horizontal, como iremos ver a seguir por terem um símbolo associado às quedas e outro às subidas de preços, tendo ambos de se encontrar em colunas verticais diferentes, ocupando assim mais espaço na escala temporal horizontal.

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NOTA:Nestes gráficos, cada unidade irá ser chamada de “caixa” ou “casa”, entre outros nomes.

NOTA:Em vez de o gráfico se adaptar à escala temporal como acontece com os outros tipos de gráficos, neste tipo de gráficos, é a escala temporal que se adapta ao gráfico em si, para indicar a que época as caixas de uma dada linha vertical pertencem, sejam horas, dias, meses, anos, etc. Podem haver também anos com várias linhas, e uma só linha que englobe vários anos, por exemplo.

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Concluindo, num gráfico de Ponto e Figura, apenas se registam as mudanças de preços acima de um determinado valor definido pelo trader, ficando o gráfico sem qualquer alteração caso os preços se mantenham abaixo desse valor definido ou sem quaisquer alterações de preços, e é descartada completamente a escala temporal, sendo apenas representada em baixo para uma identificação do período temporal em que as caixas do gráfico foram desenhadas, podendo também serem adicionadas referências e anotações ao mesmo a título informativo do leitor do gráfico posteriormente.

Este tipo de representação gráfica é similar a outros tipos de representação gráfica como a Kagi, a Renko, ou o Three Line Break, como iremos estudar posteriormente.

Interpretação dos Gráficos de Ponto e Figura

Esta metodologia de representação gráfica, estuda o puro movimento dos preços, tal como estuda também, além de a representar muito bem, a inerente oferta e procura dos preços.

Talvez também pela forma de estudar a oferta e procura dos preços, esteja agora esta metodologia de representação gráfica tanto em desuso hoje em dia, com a cada vez menor importância que é dada a este conceito actualmente.

O conceito é simples:

Uma coluna de símbolos “X” mostram que a procura está a superar a oferta, criando um rally de preços, enquanto que as colunas de símbolos “O” mostram que a oferta está a superar a procura, provocando assim quedas de preços.

Por outro lado, um grupo de pequenas colunas mostram-nos que a oferta e procura estão a níveis muito semelhantes, fazendo com que os preços andem

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NOTA:Diz-se que os Gráficos de Ponto e Figura estudam o puro movimento dos preços.

NOTA:Colunas com símbolos “X” mostram-nos subidas de preços, e colunas com símbolos “O” mostram-nos quedas de preços.

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com uma tendência algo lateral, sem grandes subidas nem quedas de preços.

Basicamente, nos gráficos de Ponto e Figura, o símbolo “X” representa uma caixa de subida de preços, e o símbolo “O” representa uma caixa de queda de preços.

Vejamos o exemplo de um gráfico de Ponto e Figura retirado do câmbio Euro/Dólar:

Como podemos ver no gráfico acima, a escala temporal horizontal em baixo, adapta-se aos preços acima, e não o contrário como acontece em outros gráficos.

Por isso vemos que há anos que ocupam pouco espaço nessa escala horizontal, como o de 1999, e outros que ocupam bastante mais espaço, como por exemplo o de 1992.

Vamos ver agora mais abaixo um exemplo a mais curto prazo, para vermos o que se verifica quando os dois parâmetros são inferiores e por isso cada caixa representa um período inferior de tempo, tal como o próprio gráfico que irá representar um período de tempo inferior no mesmo espaço.

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Vejamos:

Como podemos ver acima, quanto menor for o valor de variação de preços representado por cada caixa, e consequentemente quanto maior o detalhe do gráfico que vemos num menor período de tempo, mais iguais são os períodos de tempo na escala temporal horizontal, pois menos oscilação de preços haverá em cada um deles, e por isso menos chances existirão de serem criadas novas colunas tão facilmente do que se essa escala abrangesse um período temporal muito maior.

Neste tipo de gráficos, à semelhança de outros tipos de gráficos como os de Velas Japonesas, existem vários padrões que aparecem com alguma regularidade, e que nos permitem tentar prever com alguma exactidão os comportamentos futuros de preços, tal como os duplos ou triplos topos e fundos (double or triple tops and bottoms), certas formações de sinais bullish e bearish, triângulos simétricos (symmetrical triangles), entre outros, mas seria ir além dos objectivos deste livro aprofundar mais esse tipo de conhecimentos, tendo sido descrito este tipo de metodologia apenas para efeitos de conhecimento geral, tal como em outros já descritos por alto anteriormente.

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NOTA:Neste método de representação gráfica existirão, à semelhança do que se passa com as Velas Japonesas, padrões regulares que nos permitem tentar prever também com alguma exactidão por vezes os comportamentos futuros dos preços, como duplos fundos, entre outros.

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O Volume será algo a ser ignorado também neste tipo de gráficos, pelo que não é apresentado neles, sendo apenas a acção dos preços representada por eles.

Construção de Gráficos de Ponto e Figura

Como já pudemos ver nas linhas anteriores, os gráficos de Ponto e Figura são construídos usando combinações de dois símbolos, o “X” e o “O”, para representar os dois tipos diferentes de caixas existentes neste tipo de gráficos.

As caixas representadas por “X” mostram que os preços estão a subir, e as caixas representadas por “O” mostram que os preços estão a cair.

Agora, após ser escolhida a quantidade de tempo em termos de histórico a ser representada pelo gráfico, ao contrário dos outros tipos de gráficos já estudados, nos de Ponto e Figura, existem dois parâmetros que devem ser preenchidos para que se possa construir um gráfico, que são o valor que cada caixa representa em termos de variação de preço, e o critério de reversão que o trader escolhe para o gráfico, que iremos estudar já de seguida, o que se torna uma grande vantagem por permitir ao trader que usa o gráfico, adaptá-lo de forma a servir da melhor maneira as suas necessidades e maneira de negociar.

Vejamos agora os dois principais critérios a serem definidos neste tipo de gráficos:

Valor que cada caixa representa:

Em primeiro lugar, o trader deve saber quanto é que cada caixa representa em termos de variação de preço.

Se por exemplo cada caixa representar uma variação de preços de um Euro, um movimento de cinco Euros iria desenhar no gráfico cinco caixas correspondentes a esse movimento de preços, caixas que seriam representadas

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NOTA:Nestes gráficos, existem dois parâmetros que devem ser configurados para que possam ser construídos, que são o valor que cada caixa representa em termos de variação de preço, e o critério de reversão que o trader escolhe para o gráfico.

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através de um “X”, caso fossem de subida, ou por um “O”, caso fossem de queda, como já vimos anteriormente.

Quanto menor for este valor que cada caixa representa, mais sensível às variações do mercado será o gráfico, e quanto maior for este valor, mais insensível será, necessitando aí de maiores subidas e quedas para haver um maior número de caixas e mudança de colunas nos gráficos, sendo esta última opção de maior valor por cada caixa, mais indicada para análises de mercado a mais longo prazo, e as de menor valor por caixa para análises de mercado a mais curto prazo.

Basicamente, quanto menor for o valor de variação de preços representado por cada caixa, maior será o detalhe do gráfico, mais útil em análises em períodos de tempo mais pequenos, e quanto maior esse valor, menor o detalhe e mais útil será em análises em períodos de tempo superiores.

É de notar que nenhuma caixa é desenhada quando há movimentos de preços inferiores ao valor de variação de preços representado por cada caixa, sendo ignorados esses movimentos.

Critério de reversão do gráfico:

Em segundo lugar, o trader deve escolher o critério de reversão do gráfico, que é um valor escolhido pelo trader que define a quantidade de caixas que é necessário que existam no sentido contrário do sentido da coluna actual, para que se crie uma nova coluna no sentido inverso.

Por norma usam-se como valores para este critério, o de uma, três ou cinco caixas.

Se tivermos um valor de por exemplo três caixas como critério de reversão, e tivermos uma coluna com várias caixas de subida, ou seja com “X”, seria preciso

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NOTA:Para análises de mercado a mais curto prazo, o valor que representa cada caixa deverá ser menor, e para análises a mais longo prazo, este valor deverá ser maior, pois quanto maior o valor, mais insensível será aos movimentos de preços.

NOTA:O critério de reversão define qual a quantidade de caixas que é necessário que existam no sentido contrário da coluna actual para que se crie uma nova coluna no sentido inverso. Se esse mínimo não for atingido, a nova coluna não será criada.

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verificar-se uma inversão de preços correspondente a essas três caixas, ou seja, uma queda no valor correspondente a essas três casas, para que se começassem a ser registadas na coluna seguinte essas casas com símbolo “O”.

A partir daí, para voltar a outra coluna com caixas “X”, de subida, teria de existir uma nova subida com no mínimo o valor correspondente a essas três caixas.

Ao se alterar o critério de reversão, verificamos logo uma alteração na concentração das acções de preços.

Se for subido o valor desse critério para um valor de caixas superior, passamos a ter uma condensação da acção do preço, ou seja, ao ser necessário um maior número de casas para que se adicionassem novas colunas no sentido contrário, menos colunas existiriam, e mais condensado seria o preço num número menor de colunas, algo que seria mais útil para análises de tendências a mais longo prazo.

Se por outro lado for reduzido esse valor correspondente a esse critério de reversão, veríamos um maior número de colunas demonstrando um maior número de inversão de preços e um número maior de casas, sendo menos condensado o gráfico e fazendo os mesmos períodos de tempo ocupar mais espaço no mesmo, algo mais útil para análises a mais curto prazo, onde se convém ver com mais detalhe os movimentos de preços de períodos de tempo inferiores.

É prática comum, usar os valores de Máximo e Mínimo dos preços, e não apenas os de Fecho, para se decidir se os preços variaram o suficiente para criar uma nova caixa, não sendo obrigatório que assim seja, de qualquer das formas.

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Aqui temos um gráfico do câmbio Euro/Dólar desde 1989 sob a forma de Ponto e Figura:

Podemos verificar no gráfico acima, que há anos que ocupam maior espaço na escala temporal, devido a terem mais colunas com variação de preços, como o ano de 1991 e o de 1995, e outros como o de 1999 ou 2001 que contêm um número inferior de colunas, ocupando assim menos espaço na barra horizontal temporal.

Há alguns princípios a ter em atenção na construção deste tipo de gráficos.

Por exemplo, cada coluna pode ter apenas um tipo de caixa, como podemos ver acima, e nunca dois diferentes.

Sempre que há uma inversão no valor suficiente para ser desenhada uma outra caixa, ela será colocada noutra coluna, que será posicionada à frente da actual.

Esse valor de inversão de preços necessária para que seja criada uma nova coluna é fácil de calcular.

Se tivermos como critério de inversão o valor de três caixas, e se cada caixa tiver um valor de variação de preços correspondente a 0,20€, a variação de preços necessária para que seja desenhada nova coluna, seria

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NOTA:Cada coluna poderá ter apenas um tipo de caixas.

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a multiplicação desses dois valores, ou seja, três caixas com 0,20€ cada, concluindo-se que seria necessária uma variação de preços de 0,60€ no sentido contrário do representado pelas caixas actuais, para que se verificasse uma nova coluna, ou seja, se estivéssemos numa coluna de caixas de subida, ou seja “X”, seria preciso uma queda de 0,60€ neste caso, para se começar a desenhar uma nova coluna de “O”, representando uma coluna de quedas de preços.

Como os preços têm de inverter a sua direcção com um número mínimo de caixas correspondente ao critério de reversão, o número mínimo de caixas “X” ou caixas “O” que podem aparecer em cada coluna nova, será o valor desse critério de reversão, não havendo colunas com um número inferior de caixas, pois se não há um número de caixas no sentido inverso de preços correspondente ao valor do critério de reversão, uma nova coluna nunca seria criada, em primeiro lugar.

Uma mudança de coluna, e consequentemente, a passagem do uso de um tipo de caixas para outro, conforme se são movimentos de subida ou queda de preços, representa uma mudança na tendência de preços.

Ou seja, quando começa a haver uma coluna com caixas “X”, é sinal de que os preços estão numa tendência de subida de preços e a subir cada vez mais, e quando aparece uma coluna com caixas “O”, é sinal de que estaremos em tendências de queda de preços, onde eles estarão a mover-se cada vez mais abaixo na escala de preços.

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Vejamos um exemplo retirado do câmbio Euro/Dólar, mas desta vez com um valor de inversão de preços inferior, o que causa que haja novas colunas mais frequentemente, e com a variação de preços necessária para que seja desenhada uma nova caixa, inferior, o que fará com que hajam mais caixas por menores movimentos de preços:

Como pudemos ver neste gráfico acima, baixando o valor dos dois parâmetros principais deste tipo de gráficos, podemos aplicá-los a períodos de tempo mais pequenos, e a análises a mais curto prazo, sendo o gráfico ocupado neste exemplo por apenas umas semanas de trading, e podemos observar no gráfico também a força da nova tendência desenhada pela última coluna de caixas “O”, sinal de uma nova e forte tendência que se gerou, que posteriormente acabou por levar os preços abaixo do nível dos 1,2000.

Como podemos ver, a análise de tendências neste tipo de gráficos continua a ser fácil em qualquer tipo de período de tempo analisado.

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Vejamos o mesmo exemplo de cima, mas desta vez com o Volume mostrado no gráfico, para vermos como é apresentado o campo do Volume neste tipo de representação gráfica:

Como vimos, é possível aplicar o volume a este género de gráficos, basta desenhar esse campo com a soma dos campos de Volume de uma coluna, soma essa dos valores que são achados somando o Volume transaccionado no período de tempo representado por cada caixa, aos das outras caixas da mesma coluna, calculando-se assim o valor de Volume total de cada coluna de preços.

A construção deste tipo de gráficos, tem muitas semelhanças com um indicador técnico usado por muitos traders no dia a dia, de nome Zig-Zag, que iremos estudar posteriormente, no que diz respeito à forma como é calculado o seu critério de reversão.

Neste tipo de gráficos, aplicam-se da mesma forma os conceitos de linhas de suporte e resistência, padrões geométricos, canais de tendência, entre outros que iremos estudar posteriormente, com a mesma facilidade com que se aplicam em outros tipos de gráficos, ou talvez mais ainda, sendo muito úteis e funcionando

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NOTA:Podemos também utilizar o indicador de Volume a este tipo de gráficos, o que fará com que o software some os Volumes de todas as caixas de cada coluna e assim ficamos com o Volume visível, apesar de talvez não tão exacto quanto desejaríamos e teríamos noutros métodos de representação gráfica.

NOTA:O critério de reversão desta metodologia de gráficos é muito semelhante ao do indicador Zig-Zag que estudaremos mais abaixo.

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muito bem neles esse tipo de estudos de linhas a longo prazo.

Por vezes, se o gráfico estiver desenhado em folhas de papel quadriculado, onde cada caixa é desenhada dentro de um quadrado, é tão simples como pintar os quadrados por baixo ou por cima das caixas para desenhar as linhas de tendência que nos outros seriam desenhadas com linhas rectas normais, sendo por isso mais fáceis de perceber por vezes, por sobressaírem mais à vista.

Podemos concluir, que apesar de ser um tipo de gráficos meio complexo à partida de ser desenhado pelos analistas, devido essencialmente à forma como tem de ser calculado, como há hoje em dia programas que os desenham instantaneamente, aliado ao facto de ser um tipo de representação gráfica útil em análises de tendência a mais longo prazo e devido também à simplicidade da visualização dessas tendências que nos proporciona, não é um tipo de gráficos a ser ignorado por completo, sendo por isso importante a que qualquer trader saiba no mínimo o que ele representa e como funciona, além de o saber ler, apesar de ser muito mais aconselhável serem usados os outros tipos de gráficos, especialmente o de Velas Japonesas, por ser o mais simples e fácil de usar no dia a dia, especialmente a curto prazo, sendo por isso o de Velas Japonesas o usado por defeito em todas as matérias que iremos estudar posteriormente.

Outros gráficos menos conhecidos

Iremos estudar agora alguns tipos diferentes de representação gráfica, mas que são menos usados no dia a dia entre os traders, sendo por isso menos conhecidos, mas não perdendo por isso a sua importância, sendo essencial o seu estudo, pelo menos para que se fiquemos a conhecê-los e saibamos interpreta-los, caso nos deparemos com algum deles no dia a dia.

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NOTA:Muitos desenham gráficos deste género em papeis quadriculados, sendo uma quadrícula cheia por cada casa, para cima e para baixo, de forma simples e rápida a quem o decida fazer à mão.

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GRÁFICOS

GRÁFICOS THREE LINE BREAK

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GRÁFICOS THREE LINE BREAK

Os gráficos Three Line Break, são não só uma forma de representação gráfica, como também um sistema de compra e venda em simultâneo, originário do Japão, tal como as Velas Japonesas.

Este tipo de gráficos, que tal como o já estudado gráfico de Ponto e Figura e os posteriores Kagi e Renko, é um gráfico onde as séries de caixas verticais (ou linhas como quisermos chamar) se baseiam também nas mudanças de preços, ou seja, ignoram a passagem do tempo, sendo-lhes indiferente se passa uma semana ou um ano, para que seja criada uma nova caixa ou coluna.

As regras básicas de trading para quem usa este tipo de gráficos são simples: comprar quando uma caixa branca emergir após três linhas negras adjacentes, algo que tem a designação de “white turnaround line”, que significará em Português algo como “linha de viragem branca”, e vender quando uma caixa negra surgir após três linhas brancas adjacentes, algo que tem a designação de “black turnaround line”, que significará em Português algo como “linha de viragem negra”.

Deve-se ter como regra também, a de evitar o mais possível mercados sem tendência, ou seja em que os preços não subam nem caiam muito, em que não haja

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NOTA:Este tipo de gráfico, à semelhança dos Gráficos de Ponto e Figura, ignora a passagem do tempo.

NOTA:Este sistema gráfico é em simultâneo um sistema de trading, e as suas regras são simples, comprar quando uma caixa branca emergir após três linhas negras adjacentes, e vender quando uma caixa negra surgir após três linhas brancas adjacentes.

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várias linhas seguidas da mesma cor, ou seja em que as linhas alternem muito de cor, pois se não o fizermos, poderemos ter vários prejuízos, pois este sistema tenta tirar lucro de movimentos de preços maiores, e nos menores poderá ter resultados negativos.

Uma vantagem da Three Line Break é a de que não há um valor fixo a ser usado como parâmetro de reversão, pois é a própria acção do preço que nos dá a indicação de uma nova reversão, ou seja, o facto de aparecer uma linha de cor contrária a um determinado número, que por norma é três, de linhas na cor actual, podendo esse valor sim ser alterado por nós, apesar de ser usado o valor três por defeito como o próprio nome indica.

É deste parâmetro usado por defeito para achar os pontos de reversão de posições, o número três, que provém o nome dado a este tipo de gráficos, o “Three Line Break”, que terá como significado em Português, algo como “Ruptura de Três Linhas”, pois é após a ruptura de um movimento de preços que tem pelo menos três linhas de uma cor, com o aparecimento de uma nova linha de cor contrária, que é assumida nova posição no mercado.

Uma desvantagem deste tipo de gráficos e sistema de compra e venda de um activo no mercado baseado neles, é a de que os sinais de compra e venda são gerados por norma quando a nova tendência já está bem definida, ou seja, tardiamente, acabando os traders por entrar no mercado por vezes já a meio desse novo movimento de preços, perdendo por isso parte dos lucros que esse movimento lhes poderia proporcionar, acabando também por saírem a meio do futuro movimento de preços, perdendo novamente parte do potencial lucro tanto do movimento actual como do futuro, sendo por isso que estes sistemas funcionam melhor em mercados com tendências bem definidas, pois é necessário movimentos de preços com uma certa duração, para que os traders consigam ter

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NOTA:À semelhança de muitos sistemas de trading, este sistema deverá ser utilizado mais em mercados tendenciais, e evitado em mercados sem tendência definida, ou haverá inclinação para prejuízos devido a muitos sinais falsos de compra e venda.

NOTA:Esta metodologia não tem um valor fixo a ser usado como parâmetro de reversão, o que é uma vantagem. Podemos apenas alterar o número de linhas contrárias adjacentes que terão de existir para que uma inversa possa fazer surgir uma linha contrária, que por defeito é três como o nome sugere, mas que poderá conter outros números.

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lucro suficiente, apesar de entrarem e saírem tarde desses movimentos de preços, que possam compensar futuras perdas dadas por sinais falsos no futuro com movimentos pequenos demais para que haja lucro.

Está na altura de vermos um gráfico sob a forma de Three Line Break para melhor o compreendermos e estudarmos os seus pontos de entrada no mercado:

Como acabamos de ver no exemplo acima, após uma posição longa, que apostava por isso na subida de preços, logo após a primeira linha negra dá-se origem a uma posição nova short, apostando na queda, e após uma linha grande mais tarde, será dado um novo sinal de compra, acabando o lucro por essa posição short anterior por ser anulado, por ter entrado e saído tarde do mercado, pois seria na abertura da segunda linha de cada um daqueles movimentos de preços, que entraríamos no mercado, após sabermos que a linha anterior fechou positiva.

Devido a esse atraso, e visto que o valor de Abertura de cada uma das segundas velas desses dois movimentos de preços está quase aos mesmos níveis, o lucro foi muito pouco, do que poderia ter sido num movimento daquele tamanho, e já após algum tempo de espera.

Continuando pelo gráfico, temos logo no início daquele movimento de preços enorme de subida, como terceira

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NOTA:O sistema de trading implícito neste tipo de gráficos, à semelhança de sistemas baseados em cruzamento de preços com médias móveis de parâmetros altos, dá-nos sinais tardios de compra e venda, pois quando a nova linha surge já os preços subiram ou cairam um bom bocado, respectivamente. Por isso deverão ser utilizados em mercados com tendências bem definidas para que dêem lucros em movimentos de preços mais prolongados.

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linha, uma linha negra e grande, mas que, por só se poder abrir posição após três linhas de cor oposta adjacentes, e visto que só teríamos ali duas delas, a posição short acaba por não ser aberta, e continuamos longos no mercado até perto do topo, em que perto dos níveis em que o câmbio é cotado a 1.3400, surge uma linha negra, que como se encontra após pelo menos três linhas de cor opostas, ou seja, brancas, dá origem a que seja aberta uma nova posição short e ficamos a apostar na queda do mercado.

O mercado aí continua a subir, apesar de estarmos a apostar na queda, devido às regras de utilização deste tipo de gráficos, mas por sorte (pois seguindo estas regras agora estaríamos apenas dependentes do comportamento do câmbio em si), o mercado acaba por inverter perto dos valores de 1.3600, algo que nos poupa a maiores prejuízos, acabando nós no fim por estarmos a ganhar em relação ao preço de entrada anterior.

Como podemos ver, do movimento maior que poderíamos ter entrado perto dos 1.2100 e saído perto dos 1.3600, acabamos por entrar apenas perto dos 1.2300 e saído logo perto dos 1.3300, perdendo uns cerca de 500 pips de um movimento que nos poderia dar uns potenciais 1500 pips de lucro, de onde retirámos apenas uns 1000 pips de lucro, devido aos sinais tardios dado por este tipo de sistema, não deixando o lucro de qualquer das formas de ser considerado bastante bom e atractivo.

Vamos ver mais abaixo outro exemplo mas desta vez numa altura em que não existiriam tendências fortes, para que se veja como ele funcionaria mal com mercados de fraca tendência ou com muitas variações nas cores das linhas, como foi referido antes.

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NOTA:Um Pip, termo referido no texto ao lado, é a unidade mais pequena que um par cambial move, medida principalmente utilizada nos mercados de Forex. Como exemplo, se o par cambial EUR/USD subir de 1,2000 para 1,2100, terá uma subida de 100 pips, sendo que cada pip será de 0,0001 que é a unidade mais pequena possível que o par cambial poderá mover.

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Vejamos:

Vamos agora analisar o exemplo acima, que desta vez vê desenhadas nele várias setas, a apontar para cima e para baixo, conforme indicam o preço e altura de entrada numa nova ordem.

Elas não indicam quando o sinal foi dado, mas sim a altura de entrada numa nova posição após a o sinal ter dado, pois apenas após o fecho da linha actual que dá o sinal, é que podemos ver como ela fechou e abrir posição na vela seguinte, tendo assim uma linha de atraso sempre a abertura das ordens.

Começamos por ver uma linha branca após mais do que três negras, causando por isso a abertura de uma nova ordem longa, para apostar na subida de preços.

Após essa subida temos uma linha negra que deu nova ordem, desta vez de venda, pois estava após mais do que três linhas brancas.

Após essa queda de preços, seria dada nova ordem, desta vez de compra, por ter aparecido uma linha branca, assumindo mais uma vez um lucro na posição anterior.

Até aqui tudo estaria relativamente bem, não seriam aproveitados os movimentos de preços por inteiro mas

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NOTA:As setas que indicam compra e vendas acontecem nas velas seguintes às velas que os dariam sinais de compra ou venda. Isto acontece porque só após o fim do período representado por uma vela Japonesa, ou neste caso após uma linha contrária ser desenhada, é que poderíamos ver que um sinal foi dado e executá-lo. Muitas vezes investidores que tentam programar sistemas de trading caem nos erros de fazer o sistema calcular os lucros como se dessem entrada no mercado na própria vela do sinal, algo impossivel que lhes daria lucros extraordinários quando no fundo os sistemas dariam muito prejuízo.

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haveria lucro nas ordens dadas, entrando nós agora num mercado sem tendência definida e mais volátil e lateral.

Mas esta última ordem longa já começa mal, apesar de ter assumido um lucro positivo na ordem anterior que foi fechada com o aparecimento desta, os preços começam a cair, e como estão após três linhas brancas, é dado sinal de venda, venda essa assumida na linha seguinte já assumindo prejuízo da ordem anterior que teria apostado na queda num valor já mais acima.

Pode-se dizer que talvez por azar, pois estamos dependentes neste caso das decisões do sistema e não das nossas, pois o estamos a seguir à letra, aparece uma linha branca após exactamente três de queda, que é o mínimo exigível para abertura de nova ordem, e aí é dado sinal de compra, que é executado na abertura da linha seguinte, apostando na subida desta vez e assumindo um pequeno lucro.

Os preços acabam por cair e a ordem é mantida pois o único sinal que poderia ter sido dado no fundo seria um de compra, que já foi dado mais acima, de forma ineficiente, e muito antes do tempo do que deveria ter sido o ideal.

Os preços voltam a subir, e como aparece linha negra após várias de subida, mais de três como é necessário, é dado sinal de venda que é assumida na linha seguinte, indo nós novamente contra a tendência dos preços, apostando na queda com os preços a subirem, mas por sorte voltaram a cair a tempo de se assumir uma nova ordem, novamente tardia, mas que por sorte assumiu um novo lucro na ordem anterior mas muito pequeno.

Como jeito de conclusão a esta análise pequena a esta forma de investir baseados neste tipo de representação gráfica, pode-se dizer que neste exemplo acabámos de perder pelo menos quatro oportunidades de fazer lucro

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aproveitando pequenos movimentos de preço, tendo ido ao invés disso, contra os preços e fechado com alguma sorte com algum lucro positivo em várias, mas dá para ver que não se deve usar este tipo de sistema em mercados com tendência lateral e instáveis.

De qualquer das formas, muitos traders, estão dispostos a aceitar esses sinais tardios e essas pequenas desvantagens que esse sistema lhes dá, e com isso aceitarem o não aproveitamento de alguns movimentos de preços na sua totalidade como pudemos ver no exemplo acima, ou mesmo assumirem prejuízos por vezes com sinais falsos e irem contra a tendência muitas vezes, simplesmente por saberem que este tipo de gráficos lhes permite apanhar bem as tendências maiores, sendo um sistema bom para quem queira apanhar tendências e deixar-se ir nelas até que acabem, especialmente investidores a mais longo prazo, que novamente, como pudemos ver acima, acabou de dar um lucro de perto de 1.000 pips a quem o usou.

De qualquer das formas este sistema pode ser adaptado também a curto prazo e não apenas a longo prazo.

Nós podemos ajustar a sensibilidade do critério de reversão do sistema simplesmente mudando o número de linhas após as quais uma vela de cor diferente origina uma nova ordem inversa, que por defeito é três, como o próprio nome indica.

Por exemplo, os traders que investem mais a curto prazo, podem usar duas linhas como critério para definir inversões em vez das três por defeito, algo que faria com que existissem mais inversões, e consequentemente mais sinais de compra e venda, os quais seriam dados mais cedo também, o que por um lado ajudava-os a aproveitar melhor os pequenos movimentos de preços e sair a tempo dos mesmos, apesar de poder provocar também mais sinais falsos, mas que acabaria por dar um número muito maior de ordens do que se fossem usadas três linhas como

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NOTA:Quando falamos em lucros nos mercados cambiais, Forex, referimo-nos normalmente a pips, até porque esse número de pips ganhos numa ordem, poderão representar diferentes ganhos percentuais, com base na alavancagem utilizada e no próprio preço do par cambial e assim a quantidade percentual que cada pip representa a dado momento. Este tema não é explorado neste volume, pelo que quem desejar saber mais deverá indagar um pouco sobre pips e o Forex.

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critério, mas que de qualquer das formas é o que os traders que investem a mais curto prazo querem: dar o maior número de ordens em menos tempo para tentar fazer mais lucro aproveitando o mais possível todas as oportunidades que as oscilações de preços lhes dão.

Os traders que pretendem investir a mais longo prazo, por outro lado, se tivessem como critério de inversão quatro ou cinco linhas, veriam menos inversões e menos sinais de compra e venda serem dados no mesmo período de tempo, algo que lhes convém pois gostam de dar menos ordens, e que cada ordem dada leve mais tempo a ser fechada, de preferência por terem lucros mais elevados, chegando alguns a utilizarem como critério dez linhas, para investimentos bem a longo prazo.

De qualquer das formas o parâmetro mais popular não só entre os traders de todo o mundo, como também no Japão, o seu país de origem, é o das três linhas, que deu origem ao nome.

Este tipo de gráficos é usado por muitos em conjunção com os gráficos de Velas Japonesas, complementando-se por vezes nas formas de analisar gráficos de muitos traders, que usam muitas vezes os gráficos sob a forma de Three Line Break para determinar as tendências prevalecentes, enquanto usam os gráficos de Velas Japonesas para as suas trades individuais no dia a dia, de acordo com as tendências determinadas pelo Three Line Break.

Apesar de não ser um dos mais famosos métodos de representação gráfica, merece com toda a certeza a sua referência e que seja conhecido por todos os traders, quanto mais não seja para os poderem identificar no futuro caso se deparem com um gráfico deste género ou caso procurem formas de estudar as tendências para não irem contra elas.

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NOTA:Muitos traders usam estes gráficos em simultâneo com os das Velas Japonesas, os das velas para o seu trading diário e os de Three Line Break para determinarem as tendências prevalecentes.

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GRÁFICOS

GRÁFICOS KAGI

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GRÁFICOS KAGI

Vamos agora estudar um outro tipo de gráficos, novamente fruto da imaginação dos traders Japoneses do passado, os Gráficos Kagi.

Estima-se que este tipo de gráficos tenham sido criados por volta da altura em que o Mercado de Acções Japonês começou a funcionar, por volta de 1870.

Tal como o gráfico anterior e outros como os gráficos de Ponto e Figura, os gráficos Kagi também ignoram a passagem do tempo, e baseiam-se puramente na acção dos preços, e são desta forma também desenhados de maneira diferente dos anteriores.

Este tipo de gráficos é desenhado através de uma série de linhas verticais todas interligadas entre elas, onde as direcções das linhas e a sua espessura ou cores são escolhidas de acordo com a acção dos preços, tal como no tipo de gráficos anterior.

Nestes gráficos, se os preços continuam a mover-se na mesma direcção, a linha actual estende-se verticalmente, mas se os preços revertem o seu sentido por um determinado valor de reversão, então nesse caso uma nova linha Kagi é desenhada numa nova coluna.

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NOTA:Os Gráficos Kagi são mais uma metodologia gráfica semelhante aos de Ponto e Figura e Three Line Break, no sentido em que ignoram a passagem do tempo e baseiam-se puramente na acção dos preços.

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Agora quanto à espessura das suas linhas, ou por outras palavras também poderá dizer-se “quanto à cor das suas linhas”, pois usam-se sempre por norma cores diferentes para as duas espessuras diferentes das linhas, o método é outro: sempre que os preços ultrapassam os valores Máximo ou Mínimo anteriores, a espessura das linhas Kagi e consequentemente as suas cores, irão alterar, sendo as cores no exemplo que se segue azul escuro para quando são ultrapassados os valores máximos anteriores e um vermelho para os valores mínimos anteriores.

Vejamos um exemplo agora de um gráfico Kagi do câmbio Euro/Dólar com as definições de cores acima referidas devidamente configuradas:

Como vemos, o gráfico fica com uma linha de espessura superior sempre que é ultrapassado o Máximo anterior, além de ficar com cor azul também, e de uma espessura inferior sempre que é quebrado o Mínimo anterior, ficando aí com cor vermelha.

Como podemos verificar também no exemplo acima, pela escala horizontal temporal, os valores não têm as mesmas distâncias, havendo anos com mais espaço ocupado que outros, revelando que a passagem de tempo é realmente completamente ignorada, sendo feito o gráfico apenas com a acção dos preços.

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NOTA:Neste tipo de gráficos, alternam-se entre dois tipos de linhas, dependendo do que dita o método: sempre que os preços ultrapassam os valores Máximo ou Mínimo anteriores, as linhas ficarão mais espessas e de cor azul ou mais finas e vermelhas, respectivamente.

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Acerca da sua fiabilidade, o que podemos referir é que se tivéssemos comprado sempre que o gráfico fica a azul e vendido sempre que o gráfico fica a vermelho, teríamos boas chances de fazer lucros.

Isto deve-se também em parte a certas regras dos mercados que dão muita força a certos sinais como o de os preços ultrapassarem os máximos anteriores ser um sinal bullish associado a continuações de subidas, e o de os preços quebrarem os mínimos anteriores ser um sinal bearish associado a continuações de quedas, algo que por muitos traders levarem à letra, acaba por dar uma certa força aos princípios que regem este tipo de gráficos, que serão princípios seguidos também pela generalidade dos traders no dia a dia, dando por isso possibilidades de lucro muitas vezes.

No fundo os gráficos Kagi ilustram nada mais nada menos do que as forças da oferta e procura num activo financeiro, demonstrando as linhas com mais espessura que a procura excede a oferta e as de menos espessura que a oferta supera a procura, simplesmente, e uma alternação entre esses dois tipos de linhas dando a entender que o mercado está num equilíbrio de preços, em que a oferta e procura desse activo financeiro andam lado a lado em termos de força, fazendo com que o gráfico vá alternando entre as duas com menos movimento.

Escusado será dizer que o mercado estará bullish quando as linhas estão mais espessas e neste caso a azul, e bearish quando as linhas estão menos espessas e neste caso a vermelho.

É de lembrar que o sistema mais usado por defeito neste tipo de gráficos, e mais simples, é o mesmo que foi o já referido acima, o de comprar sempre que a linha passa de fina a mais espessa, ou seja, de vermelho a azul no exemplo acima, e vender quando a linha passa de mais espessa a fina, ou seja, de azul a vermelho no exemplo acima.

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NOTA:O sistema utilizado por defeito neste tipo de gráficos é o de comprar ou vender, consoante as linhas passam da cor vermelha à cor azul ou da cor azul à cor vermelha, respectivamente.

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GRÁFICOS

GRÁFICOS RENKO

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GRÁFICOS RENKO

Este é uma outra forma de representação gráfica, também desta vez parecida com a dos gráficos de Ponto e Figura, de nome Renko, nome esse que ao que se pensa, deve ter vindo do nome “renga” que é a palavra em Japonês para “tijolos”, que é uma palavra que poderá ser bem aplicada ao que este gráfico parece ter: um conjunto de pequenos tijolos que representam a acção dos preços, à semelhança das caixas dos gráficos de Ponto e Figura mas com a diferença das caixas serem iguais em formato mudando apenas a sua cor.

No fundo, pode-se dizer que este tipo de gráficos é uma espécie de mistura entre gráficos de Ponto em Figura, por cada caixa aqui representar uma determinada variação mínima de preços, e os gráficos Three Line Break, pois são representados por caixas iguais, mudando tal como nesse outro tipo de gráficos apenas a sua cor, preenchidos tal como as Velas Japonesas, caixas vazias quando é de subida, normalmente desenhadas numa cor, como a do exemplo abaixo a azul, e caixas cheias quando é de queda, normalmente desenhadas e preenchidas a uma outra cor, como a do exemplo abaixo que está a vermelho.

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NOTA:Os Gráficos Renko são uma espécie de mistura entre gráficos de Ponto e Figura e Velas Japonesas, em que cada “tijolo” de queda é preenchido normalmente a vermelho, e cada “tijolo” de subida vazio e estando no gráfico desenhados a azul. Estes gráficos são desenhados ignorando a escala temporal e representando puramente a acção dos preços.

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Vejamos um exemplo de um gráfico Renko:

Aqui temos um exemplo de um gráfico Renko, que como podemos ver torna a visualização da acção dos preços muito simples e a sua interpretação também.

Num gráfico Renko, cada caixa, que é o nome dado nos gráficos de Ponto e Figura, é chamada aqui por “brick”, ou seja, “tijolo”, traduzido à letra para Português, mas vários traders lhes chamam linha também, entre outros nomes.

Cada tijolo neste tipo de gráficos, só será desenhado caso os preços se movam um determinado montante mínimo, que será o tamanho do tijolo em questão, sendo todos os tijolos de tamanho igual, à semelhança das caixas dos gráficos de Ponto e Figura.

Como exemplo, podemos pensar que um movimento de preços de vinte pips, seria traduzido em cinco tijolos de quatro pips cada, se o tamanho predefinido de cada tijolo fosse de quatro pips, ou dois tijolos de dez pips, se cada tijolo tivesse um tamanho predefinido de dez pips.

A análise do gráfico de forma a detectar novas tendências, é extremamente simples de ser feita, devido à sua simplicidade.

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NOTA:Nos Gráficos Renko, como visto já acima, cada caixa é designada de “tijolo”, ou “brick” em Inglês.

NOTA:Nestes gráficos, cada tijolo só é desenhado caso os preços se movam um determinado montante mínimo, à semelhança das caixas dos gráficos de Ponto e Figura, ignorando a escala temporal.

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Nos gráficos Renko, as reversões de tendências, são basicamente assinaladas com o aparecimento de um tijolo de cor diferente da dos tijolos anteriores, ou seja, com o aparecimento de um tijolo branco após um tijolo negro, ou de um tijolo negro após um tijolo branco.

Visto assim as coisas, um tijolo branco após um negro assinalaria o princípio de uma nova tendência de subida, e um tijolo negro após um branco assinalaria o princípio de uma nova tendência de queda.

Agora este tipo de gráficos e sistemas, tal como alguns anteriores que já estudámos, são sistemas seguidores de tendência, que darão sinais um pouco tardios por vezes, e que poderão acabar por entrar numa tendência um pouco tarde, e também dar prejuízo em alturas em que o mercado não tenha tendência predefinida e ande um pouco de lado, em vez de ter uma tendência de subida ou queda, podendo o trader acabar por entrar no mercado já com a tendência a acabar, por ser pequena, apesar de ter acabado de começar.

De qualquer das formas, tal como os outros sistemas já estudados do mesmo género, a expectativa destes sistemas é a de se conseguir tirar o maior proveito de tendências de subida ou queda grandes para fazer lucros, algo que este sistema consegue, não se importando os traders de ter alguns eventuais prejuízos e sinais falsos nas alturas em que o mercado não tem tendência de subida ou queda formadas.

Vamos ver mais abaixo um exemplo de um gráfico Renko mas já com tendências formadas para vermos de que forma ele tira proveito das mesmas para se fazer lucros.

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NOTA:Nos gráficos Renko as reversões de tendência são teoricamente ditadas com o aparecimento de um tijolo de cor diferente do anterior.

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Vejamos:

Como vimos no gráfico acima, se neste período de tempo do câmbio Euro/Dólar, sempre que víssemos um tijolo de uma cor diferente surgir, que marcaria o começo de uma nova tendência contrária à actual, entrássemos numa nova posição de acordo com a tendência nova que esse tijolo nos sugerisse logo na Abertura do tijolo seguinte, ou seja, no começo do período de tempo representado pelo tijolo seguinte, se formos a ver pelo gráfico, teríamos tido lucros bons na maioria das ordens que daríamos durante este período de tempo em especial, tendo sido este período temporal escolhido para o efeito especialmente devido à tendência bullish que nele se verificava, pois num período sem tendência os resultados seriam muito piores.

Como este tipo de gráficos filtram os pequenos movimentos de preços inferiores ao movimento de preços representado por cada tijolo, simplifica bastante a nossa visualização da acção de preços e das tendências em geral, ajudando-nos também a evitar sinais falsos dados por movimentos irrelevantes de preços para o gráfico em questão, de acordo com as nossas definições de quanto cada tijolo valeria em termos de movimento de preço.

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É de reparar também que nos dias em que o preço se moveu mais, podemos ver pela escala horizontal temporal que os dias ocupam mais espaço na lateral, devido a cada caixa representar um determinado valor fixo de movimento de preços, e por isso terem de ser desenhados esses tijolos dentro do espaço temporal desse dia, e tendo os dias com menor movimento de preços menor espaço ocupado, ou sendo mesmo inexistentes certos dias nessa tabela temporal, visto não ter sido atingido neles o movimento de preços mínimo necessário à criação de um novo tijolo no gráfico.

Filtrando todos os movimentos de preços que consideramos insignificantes para uma análise mais calma do gráfico, eliminando algum do “ruído” que nos possam confundir as análises no dia a dia, podemos ter aqui uma ferramenta importante para análise de tendências de forma fácil também, sendo contudo, tal como os últimos tipos de gráficos que acabámos de estudar, difíceis de encontrar em qualquer programa de análise técnica, sendo que apenas alguns permitem o uso deste tipo de gráficos.

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GRÁFICOS

CONCLUSÃO SOBRE O ESTUDO DOS GRÁFICOS

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CONCLUSÃO SOBRE O ESTUDO DOS GRÁFICOS

E assim damos por concluído o estudo dos gráficos em geral e dos diversos tipos de gráficos mais usados no mundo dos investimentos, sendo o gráfico a ferramenta mais importante de um analista técnico.

Quem nunca viu o que era um gráfico, com esta obra acabou por aprender o que é um gráfico e como se interpreta um, entre outras coisas, além de estudar os tipos de gráficos mais famosos.

Estudámos também padrões existentes em vários tipos de gráficos que nos permitem identificar possíveis tendências futuras e inversões de tendências, que usadas no dia a dia pelos traders serão ferramentas importantes no objectivo de atingir lucros e valorizar as suas carteiras.

Foi dado como tipo de gráfico preferencial a ser usado pelos traders, os gráficos de Velas Japonesas, tendo sido explicado o porquê dessa escolha, e tendo sido por isso o que teve matéria mais desenvolvida e com mais exemplos, tanto pelo seu poder e facilidade de detecção

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e leitura de padrões importantes, como por ser extremamente completo em termos dos dados que nos fornece, além de existir em qualquer programa de trading, para não falar das vantagens que tem sobre os demais tipos de gráficos que representam o passar do tempo e não apenas as acções de preços, sendo estes últimos um caso à parte mas continuando os gráficos de Velas Japonesas a serem preferenciais a eles.

Agora, sabendo já que tipo de gráficos usar, como o escolher, como o ler e interpretar, como encontrar padrões nele e tentar prever inversões de tendência futuras nos preços, passaremos ao passos seguintes, em que já se partirá do princípio que a matéria sobre os gráficos de Velas Japonesas foi aprendida.

Como metodologia de representação gráfica recomendado para qualquer trader usar no dia a dia, fica a que mereceu mais destaque e maior estudo, os gráficos de Velas Japonesas, e que será alvo de mais estudo abaixo quando estudarmos os seus padrões, podendo os outros tipos de gráficos serem complementos dos mesmos também, ou usados pelos traders, não deixando as Velas Japonesas de serem as representações gráficas de eleição nestes estudos.

Sem quaisquer problemas ou reservas, os gráficos de Velas Japonesas são eleitos nesta obra como os ideais e extremamente recomendada a sua adopção para qualquer novo investidor.

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NOTA:A principal conclusão que tiramos pelo que foi escrito até agora nesta obra é a de que os Gráficos de Velas Japonesas saem da mesma como os grandes vencedores e serão os recomendados para uso por parte dos traders nas suas análises técnicas.

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A TENDÊNCIA

AS TRÊS DIRECÇÕES DA TENDÊNCIA

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A TENDÊNCIA

AS TRÊS DIRECÇÕES DA TENDÊNCIA

Vamos agora estudar o conceito de Tendência.

Este conceito é um dos principais conceitos na Análise Técnica, senão o principal, pois uma das assumpções da Análise Técnica é a de que os preços têm tendências.

No fundo, o a Tendência, ou “Trend” como é dito na língua Inglesa, é simplesmente a direcção ou sentido actuais do mercado (ambas as palavras estarão correctas), tendência essa que poderá ser ascendente, ou seja de subida (ou bullish, em Inglês), descendente, ou seja de descida (ou bearish, ou Inglês), ou poderemos ter uma tendência lateral, que como o nome associado em Inglês diz, “sideways”, será uma tendência em que os preços andam “de lado” pelo gráfico, não demonstrando grande subida ou queda de preços, que muitos chamam também de períodos de tempo sem tendência “trendless”, que podem ser designados também como movimentos de preços que não possuam uma direcção clara.

Muitos poderiam dizer que há uma diferença entre o significado das palavras sentido e direcção, podendo haver uma direcção com dois sentidos opostos, mas neste caso a palavra direcção é bem aplicada, pois os

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NOTA:É sabido que os preços se movem, e se movem de forma tendencial, seguindo uma determinada tendência a cada momento. A Tendência é no fundo a direcção ou sentido que os preços seguem no mercado, que poderá ser de subida (“bullish”), de descida (“bearish”), ou lateral (“sideways”), sendo que na última, a lateral, se pode dizer também que os mercados se encontram “sem tendência”, ou “trendless” em Inglês, pois andam os preços no geral de lado e não possuem uma direcção clara, tanto subindo como caindo mas mantendo um movimento lateral.

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gráficos são lidos sempre da esquerda para a direita, de acordo com a escala temporal dos mesmos, existindo por isso apenas um sentido possível em cada direcção que os preços tomem, que será o da esquerda para a direita, havendo assim três direcções principais possíveis, cada uma delas com um sentido único.

Vejamos agora as três direcções (ou sentidos) principais existentes nos mercados:

Pelo que pudemos ver no gráfico de linhas acima, há uma linha cheia de curvas e contínua, que representa a uma hipotética acção de preços, ou seja, o movimento de preços durante o período de tempo representado acima.

Nesse movimento de preços, podemos detectar três tendências principais.

Inicialmente uma tendência bullish, em que se verifica uma subida de preços.

A meio desse movimento, essa tendência bullish termina e dá origem a uma nova tendência em sideways, ou seja uma tendência lateral de preços, em que os preços vão oscilando ligeiramente mas sem se verificarem nem subidas nem quebras significativas de preços.

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Finda essa tendência lateral, dá-se início a uma nova tendência bearish, em que se verifica uma descida de preços, até ao fim do gráfico.

As pequenas setas servem apenas para representar as pressões compradoras e vendedoras que provocam as tendências, representando as laterais alturas em que a oferta e a procura andam relativamente equilibradas, estando os preços estagnados dentro daquela zona.

São estas as três tendências principais do mercado que podemos verificar no dia a dia, ou estará o activo financeiro em estudo com uma tendência de subida, ou com tendência de descida, ou verificamos que se encontra em tendência lateral, ou segundo alguns gostam de dizer designar também, sem tendência, mas sendo em princípio mais comum o termo de tendência lateral.

Já pudemos ver pelo exemplo acima, de forma simples, como podem ser as tendências num mercado.

Mas na realidade a tendência nem sempre é tão fácil de descobrir como foi nos exemplos artificiais acima demonstrados.

Vejamos um exemplo retirado de um gráfico diário real do câmbio Euro/Dólar:

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Como vimos o mercado é meio errático, e é composto não por linhas rectas mas sim por subida e quedas constantes de preços, mas que acabam por definir uma tendência, pois se vão movendo numa certa direcção ao longo do tempo, uma das três estudadas por nós acima.

Não é preciso ser-se um génio matemático para se perceber que no gráfico acima há várias tendências distintas.

Vamos tentar agora definir as tendências principais visíveis no gráfico anterior:

Acabámos de ver desenhadas no gráfico acima, quatro setas junto aos gráficos, representantes de quatro pequenas tendências que ocorreram entre o fim do ano de 2003 e meados de 2004 no câmbio EUR/USD.

Podemos identificar muito facilmente uma tendência inicial de subida logo no princípio do gráfico.

Chegando ao topo, apesar de ser mais subjectivo, vemos que durante o mês de Janeiro e parte do de Fevereiro, a tendência de subida acabou, não havendo também uma tendência de descida, havendo apenas alguma oscilação nos mercados durante esses dias, mas andando o mercado de lado, mantendo-se nos mesmos níveis de preço, com uma amplitude de oscilações de apenas quatro porcento nesses meses, mas acabando

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NOTA:Os mercados são sempre geralmente um pouco erráticos, pelo que a meio de uma subida, descida ou mesmo tendência lateral, há sempre subidas e descidas, em vários movimentos, e isso faz com que se tenha de ter alguma atenção antes de se ver que tendências existem num gráfico e qual é a tendência actual.

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esse período de tempo por ficar nos mesmos valores com que foi iniciada, ou seja sem variação significativa, podendo assim ser considerada como tendência lateral de preços durante esse pequeno período.

Após o segundo topo de mercado, na casa dos 1.2900, podemos ver que se dá início a uma nova tendência, desta vez de descida que se prolonga até perto dos 1.1700, que será seguida de uma nova tendência de subida de preços, que acaba posteriormente por levar os preços muito acima desses valores.

Esta análise de tendências foi feita tendo em conta o prazo em que são avaliadas essas mesmas tendências e o período de tempo do gráfico.

Neste caso, foram evidenciadas tendências não com poucos dias ou semanas de vida, mas sim tendências com meses de vida.

Se estivéssemos a analisar com um gráfico horário, dentro do período de tendência lateral que temos no gráfico, poderíamos identificar muitas tendências de subida e descida pelo meio, como iremos estudar mais tarde.

Mesmo neste gráfico, se aceitarmos como tendências as que tenham apenas uma semana de duração, ou seja, com pelo menos entre cinco a sete velas diárias correspondentes a cada semana, poderemos ver não quatro tendências mensais como descrito acima mas sim mais de dez, umas muito mais curtas.

Já foram estudadas quais as direcções possíveis que a Tendência pode tomar num determinado mercado ou activo financeiro, iremos passar de seguida ao estudo dos vários tipos de tendência, que também envolverá algum estudo relativamente à periodicidade das mesmas, conforme o ponto referido acima.

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NOTA:As tendências mostradas no gráfico acima existem com o período de tempo seleccionado acima para as velas, sendo que se alterarmos o período de tempo das mesmas, as tendências poderão ser outras, porque dentro de uma tendência poderão existir várias, e estas várias poderão ser parte de apenas uma se tivéssemos escolhido um período de tempo superior para as velas como por exemplo velas de uma semana de time frame.

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A TENDÊNCIA

OS TIPOS DE TENDÊNCIAS

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OS TIPOS DE TENDÊNCIAS

Já estudámos as várias direcções que a Tendência pode assumir, mas como foi referido acima, há vários tipos de tendências que podem existir no mesmo gráfico, em que foi dito que um período composto por uma tendência com velas diárias, poderia conter várias tendências mais pequenas com velas horárias, por exemplo.

Porque dentro de uma semana podem existir duas ou três ou mais tendências de alguns dias, e dentro de cada dia várias sub-tendências de várias horas, e por aí adiante.

Vimos também que os mercados não se movem em linhas rectilíneas como as setas vistas nos gráficos anteriores, e sim de forma muito mais errática, sob a forma de zig-zags constantes compostos pelas velas que representam os movimentos de preços, dando mesmo esse comportamento de mercados sob a forma de zig-zag o nome a um indicador que iremos estudar mais tarde, o “Zig Zag”.

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NOTA:Até aqui já foi estudado que a Tendência pod assumir três direcções, e que dentro de cada tendência poderão existir outras sub-tendências mais pequenas, além de que os mercados não se movem em linhas rectas mas sim sob a forma de Zig Zags, mesmo tendo uma tendência bem definida.

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Vejamos um exemplo possível de um hipotético gráfico de linhas representando o movimento de preços de um activo financeiro num dado período de tempo:

Vimos no gráfico anterior, uma linha que pelo seu percurso vai tendo vários movimentos contrários mas com uma determinada tendência dominante, que leva os preços a determinados níveis.

O nome mais usado e possivelmente o mais apropriado para designar estes altos e baixos constantes dos mercados, será “Ondas” (ou “Waves”, em Inglês).

No fundo estes gráficos são constituídos por pequenas ou grandes ondas que representam as flutuações dos preços dos activos financeiros em análise em determinados períodos de tempo.

Como podemos ver acima, onde parecemos ter três ondas maiores cada uma constituída por três ondas mais pequenas, cada onda pode ser composta de outras ondas de tamanho inferior, que revelam tendências a mais curto prazo que a que eles constituem, e pode ser ao mesmo tempo parte de uma onda maior, numa tendência a mais longo prazo que a actual.

Há ondas pequenas que compõem uma onda maior, que fará parte por sua vez, juntamente com outras ondas de tamanhos parecidos, de uma onda ainda maior, e é assim que o mercado é constituído, em termos de

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NOTA:Normalmente designamos estes altos e baixos que compõem os movimentos de preços os mercados, de ondas, ou waves em Inglês, e dizemos assim que os preços se movem em ondas, mesmo quando o fazem em tendências bem definidas.

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tendências: por várias ondas de vários tamanhos e amplitudes diferentes, dependendo do período de tempo em análise, dando origem a várias, umas englobando outras, como iremos estudar mais adiante.

Vejamos agora o exemplo dado acima, mas com cada onda identificada, para posterior referência, com letras de “A” a “C”, conforme a ordem em que as ditas ondas aparecem dentro de cada onda superior:

Como podemos verificar, com este exemplo acima, temos na linha mais fina e clara, um total de nove ondas pequenas, em três fases.

Se repararmos existem as ondas “A”, “B” e “C” após uma ligeira subida, vemos novamente três ondas iguais após subir mais um pouco, e por fim, após uma pequena queda, novamente três ondas iguais, antes de terminarmos o gráfico.

Estas tendências poderiam ser consideradas como Tendências Menores (ou “Minor Trends”, em Inglês).

Agora, se virmos cada uma dessas três fases que contêm as três ondas descritas acima, individualmente, temos a linha a meio a cinzento, onde podemos ver apenas três ondas, a “A”, a “B” e a “C”, englobando cada uma delas, as três ondas mais pequenas.

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NOTA:Às pequenas tendências que ocorrem dentro de tendências maiores, costumamos designar de Tendências Menores (ou “Minor Trends” em Inglês).

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Ou seja, basicamente, onde antes víamos em termos de tendências a mais curto prazo, nove pequenas tendências de subida e nove pequenas tendências de descida, representadas pelas nova ondas que podemos ver na primeira linha mais fina, agora vemos em termos de tendência a um prazo superior, apenas três tendências de subida e três de descida, verificadas pelo movimento dos preços que por sua vez é representado pela linha do meio a cinzento, que de certa forma representa aquilo que poderemos chamar de Tendências Secundárias (ou “Secondary Trends”, em Inglês).

Este tipo de tendências é também chamado de Tendências Intermédias.

Por fim se olharmos com atenção para o exemplo, vemos que mesmo nessa linha que representa a tendência secundária, a cinzento, há uma certa tendência de subida até ao meio do exemplo, seguida de uma tendência de descida até ao fim do exemplo.

No fundo há duas tendências primárias, maiores que as secundárias, que as abrangem.

Basicamente temos uma única onda, que é suposto representar a Tendência Primária (ou “Primary Trend”, em Inglês), com uma tendência de descida até meio do exemplo seguida de uma tendência de queda até ao fim do mesmo, tendência primária essa que é composta neste caso por seis pequenas tendências secundárias, representadas por três ondas, sendo cada uma delas composta por outras seis pequenas tendências menores cada, representadas por três ondas mais pequenas.

A Tendência Primária é também chamada de Tendência Principal por muitos.

A Teoria de Dow, algo a ser estudado posteriormente, classifica a Tendência Primária como uma tendência com duração superior a um ano, a Tendência Secundária como uma tendência com uma duração de

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NOTA:Às tendências que vão englobar as tendências menores, ou seja, tendências que acabam por ser maiores que as tais menores que estudámos e onde dentro de uma tendência poderão existir várias tendências menores, iremos designar de Tendências Secundárias (ou “Secondary Trends”, em Inglês). Estas tendências podem ser também designadas de Tendências Intermédias, por se encontrarem entre as tendências menores e outras que serão maiores que estas, as primárias.

NOTA:A Tendência Primária, será a tal tendência referida acima, que irá ter dentro de si várias tendências secundárias, e que por sua vez as secundárias terão várias tendências menores dentro. Esta Tendência Primária (ou “Primary Trend”, em Inglês), é também designada de Tendência Principal por muitos.

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entre três semanas a um mês, e a Tendência Menor com uma duração inferior a duas ou três semanas, mas não passa de uma teoria, pois na prática, podemos considerar esses três tipos de tendências em períodos superiores ou inferiores, conforme o mercado, sendo a mesma teoria muito relativa não só ao tipo de mercado como aos tempos em que ocorrem, sendo que os mercados hoje em dia diferem dos mercados de quando essa mesma teoria foi feita.

A ideia subjacente contudo, continua válida.

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NOTA:A teoria de Dow diz-nos que a Tendência Primária tem normalmente uma duração superior a um ano, que a Tendência Secundária tem uma duração entre três semanas e um mês, e que a Tendência Menor tem uma duração inferior a duas ou três semanas. Claro que é só uma teoria, e na realidade não terá de ser 100% exacta, mas aproxima-se muito da realidade no geral.

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A TENDÊNCIA

OS TRADERS E AS TENDÊNCIAS

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OS TRADERS E AS TENDÊNCIAS

Se um trader aposta na subida dos preços, deve-o ter feito ou por a tendência actual ser de subida, ou por pensar que a tendência futura irá ser de subida, invertendo de uma possível tendência descendente ou lateral actuais.

Para todos os efeitos, e isto é aplicável a qualquer trader, se o mesmo quer ter lucros, tenta estar sempre do lado da tendência que se julga que os preços irão ter após esse mesmo trader entrar no mercado, e falhar esse julgamento sobre a futura tendência, será falhar no objectivo de alcançar lucros futuros.

No fundo os traders tentam adivinhar as tendências que se irão verificar no futuro para terem lucros.

É por essas razões que se diz que a tendência é nossa amiga, pois é algo que devemos ter do nosso lado e nunca tentar ir contra ela, ou poderemos ter maus resultados no futuro, caso vamos contra ela e ela não se inverta, pois não se faz lucro abrindo posições no mercado contra a tendência actual, se ela não inverter para ficar do nosso lado.

Por estas razões, devemos sempre negociar a favor da tendência corrente, ou caso tentemos prever uma

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NOTA:Os traders tentam adivinhar as tendências, quando começam e acabam, e tentam estar sempre do lado delas, pois falhar essa previsão significa entrar no mercado contra a tendêcia actual e perder dinheiro, e não descobrir que ela terminou a tempo significa reduzir o lucro potencial que teriam se fechassem a tempo as suas posições.

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inversão de mercado com algumas certezas e fundamentos, a favor do que achamos que vá ser a tendência no momento em que iremos abrir a nova posição, mas sendo esta segunda hipótese algo mais arriscado, por estarmos a ir contra a tendência.

Vejamos um exemplo de como se pode perder dinheiro por se tentar apostar contra a direcção da tendência corrente:

Neste gráfico diário do câmbio Euro/Dólar, podemos ver os últimos dois meses do ano de 2003.

Imaginemos que abrimos uma posição longa, ou seja, apostando na subida dos preços, logo na segunda barra visível, como se vê no exemplo pela seta inicial azul apontada para cima, marcando a abertura de uma posição longa.

Imaginemos agora que iríamos de férias na décima primeira vela, e que teríamos de decidir se deixaríamos posição aberta longa ou curta, apostando na subida ou descida de preços, e que só voltaríamos no início do ano seguinte, um mês depois.

Teríamos duas opções, ou deixarmo-nos ir na tendência, que era de subida e que nos faria manter a posição longa, ou devido a termos tido algumas velas negras apostarmos numa inversão de tendência e

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NOTA:A Tendência é nossa amiga, e devemos tê-la sempre do nosso lado, e assim nunca devemos abrir posições que vão contra a tendência actual. Quem o faz só tem sucesso se adivinhar o fim da tendência e começo de outra e para isso é necessário muita prática.

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possível nova tendência de descida, e assim abrir posição inversa, ou seja curta, apostando na descida.

Teremos assim no gráfico uma seta vermelha a apontar para baixo, um sinal de venda nesse dia.

Temos assim também duas linhas horizontais em baixo, uma ao nível dos 1.1515, que seria o preço de abertura da vela do dia em que se abriu posição longa inicialmente, e outra nos 1.1773, preço de abertura da vela do dia em que se fechou a posição longa e abriu posição curta.

Entre essas duas linhas horizontais que marcam a entrada e saída da posição longa, temos uma linha vertical azul que indica o intervalo de preços percorrido por essa posição longa, ou seja, basicamente o lucro que essa ordem obteve, para mais fácil visualização da performance das duas ordens.

Mais acima, na penúltima vela, temos uma seta azul novamente, que marca o regresso das hipotéticas férias e o fecho da posição curta, e abertura de uma nova posição longa, que por acaso neste dia ocorreu não no começo do dia mas no fim do dia, nos 1.2818, valor de fecho dessa vela diária, havendo uma linha horizontal novamente a marcar esse nível.

Temos assim também uma linha vertical vermelha à esquerda, marcando o intervalo de preços entre o preço de abertura e fecho dessa ordem curta, o seu prejuízo.

Como pudemos verificar, essa linha vertical vermelha é muito superior à linha vertical azul, indiciando que o prejuízo provocado pela ordem curta, foi bastante superior ao lucro originado pela ordem longa anterior.

Isto deveu-se simplesmente por um dos erros mais comuns praticados pelos traders no dia a dia nos mercados financeiros: o erro de ir contra a Tendência.

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NOTA:Um dos erros mais comuns por parte dos traders é o de irem contra a Tendência.

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Por vezes há boas razões para se ir contra a tendência dominante, por se achar que se está perante a inversão da mesma e o começo de uma tendência inversa, mas essas situações devem basear-se em sinais válidos além de serem acompanhadas pelo trader, pois se os sinais são falsos, podem surgir perdas elevadas por estarmos na direcção contrária do mercado.

Não existindo essas razões que nos levam a crer que a inversão da tendência corrente está prestes a acontecer, ou mesmo não podendo nós estar no mercado para acompanhar essa inversão de posições da nossa parte para ver se nos damos bem ou não, é muito arriscado inverter posições e ir contra a tendência.

Neste caso o facto de irmos contra a tendência sem acompanhar o desenvolvimento da situação, levar-nos-ia a um mês de perdas sem acompanhamento da nossa carteira, contra a tendência de mercado.

Se tivéssemos deixado neste caso posição aberta a favor da tendência teríamos tido um lucro bastante grande em comparação com o que tivemos subtraído do prejuízo da segunda ordem.

Quando se tem de deixar o mercado por uns dias, e se tem dúvidas sobre o desenrolar futuro do mercado, pode-se sempre tomar como opção o fecho de posições e ficar “off the market”, ou seja, fora de mercado, pois assim não teremos ganhos mas evitaremos possíveis quebras durante um período no qual não teremos qualquer controlo sobre a nossa carteira.

Nesse caso manteríamos o lucro pequeno da primeira posição longa, marcado pela pequena linha vertical a azul, e evitado o prejuízo marcado pela enorme linha vertical a vermelho.

Como acabámos de ver, dada a importância da tendência para os lucros de um trader, não será de

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NOTA:Só quando traders experientes, mediante muito boas razões para se ir contra a tendência actual, ou seja, razões que apontam para o fim da mesma e começo de uma inversa depois, é que se pode ir contra a tendência e ter lucro. Mas é um risco e é necessário conhecimento e prática para o correr. Sem essas muito boas razões, não se deve nunca ir contra a tendência sem certezas.

NOTA:Quanto temos de estar ausentes do mercado, poderemos sempre optar pela opção de fecharmos posições e ficarmos assim “off the market”, ou seja, fora do mercado. Assim não teremos ganhos mas também não teremos prejuízo. Claro que o ideal se pensarmos que a tendência actual irá continuar por algum tempo, será manter posição e tentarmos estar a par das cotações durante o dia para evitar surpresas desagradáveis.

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estranhar que seja considerada pela maioria como o factor mais importante dentro da Análise Técnica, e que por isso todos os esforços dos analistas técnicos se foquem essencialmente no estudo das tendências, tal como todas as ferramentas usadas por eles para análise dos gráficos se destinem a analisar as tendências do mercado, tanto a passada e corrente, como a previsão do início de tendências futuras, tentando estar sempre do lado das mesmas.

Quando um trader abre uma posição no mercado, acaba por o fazer para se deixar ir a favor da tendência actual e com isso tentar fazer lucros, esperando que a tendência corrente não esteja para terminar tão cedo e possibilitando-o de atingir os seus lucros, ou então abre posição contra a tendência corrente, pensando que ela estará para inverter brevemente e que em breve tenha a tendência do seu lado, sendo aí um dos primeiros traders a entrar no ponto certo e a fazer bons lucros, mas a segunda opção de ir contra a tendência por se pensar que esteja para haver uma inversão será sempre a mais arriscada, pois deve-se sempre ir de acordo com uma tendência que vejamos que esteja confirmada, se queremos jogar pelo seguro.

Devido aos erros que muitos traders acabam por fazer por ir contra a tendência, é que há frases famosas como a “never try to catch a falling knife”, que em Português significa “nunca tente apanhar uma faca em queda”.

Neste caso a faca em queda seria geralmente associada a algum activo financeiro, como por exemplo uma acção de uma empresa, que estivesse a meio de uma queda, normalmente forte, e nesse caso, o acto de apanhar a faca em queda, seria o de tentar apanhar esse activo financeiro em plena queda, ou seja, abrir posição longa e com isso apostar na subida desse activo, a meio da queda.

Na realidade, não deixa de ser um acto perigoso quando se tenta apanhar uma faca em queda, pois pode dar

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NOTA:Pode-se dizer que a Tendência é o factor mais importante dentro da Análise Técnica e que é o factor que todos tentam adivinhar, pois quem está do lado da tendência tem lucro certo.

NOTA:Os traders que entram no mercado contra a tendência por acharem que a mesma já terminou, e que se arriscam a cometer mais erros, fazem-no para tentar ganhar o mais possível com cada tendência, entrando o mais cedo possível nelas, e saindo o mais cedo possível nelas enquanto o ganho é elevado.

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origem a ferimentos e a faca acabar por cair na mesma, o que no caso dos investimentos, pode dar origem a que o activo financeiro continue a cair após o trader abrir posição, causando-lhe ferimentos na carteira, devido aos prejuízos da posição errada que acabou de assumir.

Especialmente no Forex, esse ditado aplica-se literalmente tanto às subidas como às quedas de preços, pois no fundo quando a cotação do par cambial Euro/Dólar está a subir, no fundo pode-se dizer que a cotação do par cambial Dólar/Euro está a cair, pelo que a subida do Euro face ao Dólar, será a queda do Dólar face ao Euro, ou seja um trader cuidadoso também não abrirá posições curtas, apostando na queda de um par cambial, a meio de uma subida forte do mesmo, sem ver primeiro sinais de inversão ou mesmo o início da mesma.

Concluindo, devemos sempre prestar o máximo de atenção à tendência corrente e futura, e evitar ir contra a mesma em todas as ocasiões, a não ser para quem tem motivos fortes para pensar que a mesma irá inverter em breve e bastante experiência adquirida.

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NOTA:Uma frase famosa dos mercados é: “never try to catch a falling knife” e seria algo como “nunca tente apanhar uma faca em queda”. Poderá representar algo como existir uma tendência forte de queda, e um trader pensar “já caiu muito, não deve cair mais”, ou outro pensamento errado como “está já muito barata”, e assim entrar no mercado contra a tendência, e os preços continuarem a cair e perder dinheiro. Quem tenta apanhar uma faca em queda, magoa-se.

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A TENDÊNCIA

ESTUDO DE TENDÊNCIAS EM GRÁFICOS REAIS

E O ZIG ZAG

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ESTUDO DE TENDÊNCIAS EM GRÁFICOS REAIS E O ZIG ZAG

Vamos agora tentar identificar os vários tipos de tendências, primárias, secundárias e menores, em vários gráficos reais retirados dos pares cambiais Euro/Dólar.

Para melhor identificarmos as diferenças entre esses vários tipos de tendências, é necessário que as mesmas sejam identificadas nos gráficos, e isso será feito com o auxílio de um indicador conhecido por Zig Zag, nome escolhido em parte pelo seu efeito visual nos gráficos, visto que ele desenha linhas em “zig zag” pelo gráfico.

É de ter em atenção que este indicador apenas nos ajuda a identificar melhor tendências correntes, e não a defini-las com exactidão, pois ele o que faz é basicamente unir pontos de inversão segundo parâmetros que lhe atribuímos.

Por essa razão, os exemplos que iremos ver abaixo dados como tendências nos gráficos desenhadas por essas linhas desse indicador, não serão perfeitos, servindo apenas para se poder visualizar como serão identificadas e interpretadas os diversos tipos de tendência num gráfico.

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NOTA:O Zig Zag é um indicador cujo nome vem do seu efeito visual nos gráficos, onde desenha várias linhas em formato de zig zag. Este indicador serve para nos ajudar a visualizar melhor as tendências unindo pontos de reversão de tendência calculados de acordo com certos parâmetros por nós definidos.

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Iremos melhorar o estudo das tendências posteriormente e aí veremos aprofundada da melhor forma esta matéria.

Existem indicadores que são usados na Análise Técnica pelos traders no dia a dia e que são basicamente ferramentas que por norma nos mostram nos gráficos vários dados que nos ajudam a identificar tendências entre outras coisas, quer seja sobre a forma de linhas, pontos, entre outras, que será algo que iremos estudar posteriormente.

De entre esses indicadores, o Zig Zag é um indicador que de certa forma representa os movimentos dos preços, mas que filtra mudanças inferiores a um determinado valor, ou seja, se tivermos como valor de mudança mínimo trinta pips, e o mercado tiver dez oscilações de apenas dez pips, não chegando ao mínimo dos trinta, o indicador desenha uma linha do início ao fim do gráfico ignorando essas dez oscilações por não terem a oscilação mínima exigida.

Resumindo, este indicador acaba por mostrar apenas mudanças significativas de preço num gráfico, de acordo com um valor que venhamos a definir.

Este indicador será estudado posteriormente com mais atenção, não sendo já a altura apropriada para esse estudo, tendo sido apenas dada esta pequena explicação para que se saiba de onde vêm estas linhas desenhadas abaixo nos exemplos, e o porquê de terem sido desenhadas desta forma.

Neste momento não é nem relevante, nem importante nem necessário perceber o funcionamento deste indicador, apenas foi explicado para se saber o porquê e como foram desenhadas as linhas nos gráficos abaixo, que nos ajudarão a definir as tendências.

O importante mesmo é que subindo ou reduzindo o tal valor mínimo que permite ao Zig Zag desenhar ou não

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NOTA:Muitos deverão já saber o que são mas, indicadores são de certa forma ferramentas que nos ajudam a visualizar os mais diversos tipos de dados em gráficos para nos ajudar a identificar tendências, entre várias outras coisas. Como exemplos de indicadores podemos dar por exemplo as médias móveis, que nos mostram as médias de preços dos últimos x dias.

NOTA:Este indicador permite-nos definir um valor mínimo, a partir do qual o indicador só inverterá a tendência se os preços se moverem na direcção contrária da mesma o valor por nós definido, e se os preços não se moverem contra a tendência esse valor mínimo, o Zig Zag manterá a linha conforme está, só invertendo a tendência se um movimento acima desse valor na direcção contrária acontecer.

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as linhas de acordo com as oscilações dos mercados, poderemos ter linhas representando tendências primárias, que são as que terão menos linhas e mais longas, secundárias, que terão já mais linhas que as das tendências primárias e mais curtas, e as tendências menores, que terão ainda mais linhas e ainda mais curtas, aproximando-se mais da própria acção dos preços, e podendo ter a duração de apenas algumas velas.

Vamos em primeiro lugar ver um gráfico semanal do par cambial Euro/Dólar, correspondendo ao período de tempo entre 1991 e 2004, em que definimos um valor mínimo para o indicador Zig Zag suficientemente elevado para que ele filtrasse as pequenas variações de preço que vão acontecendo pelo meio, e assim desenhar com linhas rectas o que podemos considerar como sendo uma tendência primária:

Como vimos acima, foi fácil identificar através das linhas desenhadas por este indicador, quais as variações de preço de certa forma mais importantes durante aquele período de tempo.

Se em vez de olharmos para as velas que representam os movimentos de preço propriamente ditos, olharmos simplesmente para aquelas linhas rectas, temos uma ideia mais perceptível do que se passou durante aqueles anos com os preços.

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NOTA:No Zig Zag, alterando o valor mínimo para a reversão de tendência, poderemos achar valores que façam com que ele desenhe tendências primárias, secundárias, ou outras para nossa análise dos mercados nesse período.

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Tivemos aqui então desenhadas nove linhas que podem ser consideradas linhas primárias de tendência, com quatro ondas bem visíveis no gráfico.

Possivelmente seria melhor termos definido um valor mínimo de oscilação no indicador superior ao que foi usado, para que não existissem tantas linhas, e tivéssemos após o último topo de 1995 apenas duas tendências, uma de queda de 1995 a 2000 e outra de subida de 2000 até ao fim do gráfico em 2005, para definir de melhor forma a tendência primária forte que dominou esses anos, mas desta forma como foi feito fica mais fácil de entender para quem se depara com o uso deste indicador pela primeira vez, além de que a definição de tendências primárias, secundárias e menores terá a ver nestes exemplos também com a periodicidade usada, o período de tempo analisado, entre outros factores pelo que é muito relativo a escolha do valor ideal para este indicador.

Vejamos agora o que acontece quando reduzimos o valor mínimo do Zig Zag necessário para dar origem a uma nova linha de tendência contrária:

Como vimos, já não teríamos nove tendências primárias desenhadas no gráfico com quatro ondas visíveis mas sim vinte e três tendências secundárias em onze ondas, que aconteceriam durante as tendências primárias mas

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NOTA:É preciso ter em atenção que nestes exemplos, ao usarmos o indicador Zig Zag para demonstrar um pouco o que são as tendências, estaremos a dar mais importância aos movimentos de tempo do que ao tempo que duram, ignorando assim a escala temporal, algo que não será o mais correcto e não será aquilo que Dow nos ensinou sobre as tendências, e até poderia mostrar coisas sem lógica como uma tendência primária não com um ano ou mais, mas sim com um mês, algo que não teria muita lógica, mas nestes exemplos o importante é mostrar antes o que são tendências dentro de tendências e até mesmo tentar mostrar as reais tendências primárias e secundárias com o indicador, algo que não será possível de realizar na perfeição porque as tendências não costumam ter movimentos da mesma amplitude, mas é mais do que suficiente para os exemplos que visam explicar esta matéria nesta obra por isso são aceites como válidos na mesma mas não deverão ser levados à risca na realidade.

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sem alterar os inevitáveis objectivos de preço a que as tendências primárias os levam.

Teríamos assim mais linhas representando mais tendências, e podemos ver que durariam por norma menos tempo, pois são tendências que ocorreriam durante o período de tempo que cada tendência primária dura, durando assim menos tempo.

Vamos reduzir ainda mais o valor mínimo de oscilação de preços necessário para existirem novas linhas no indicador:

Desta vez, temos não temos nem nove tendências primárias nem vinte e três tendências secundárias, mas sim linhas que poderiam representar teoricamente quarenta e cinco tendências menores com vinte e duas ondas visíveis, aproximando-se estas muito mais do próprio comportamento do preço e de menor duração que as tendências secundárias.

Não podemos esquecer, como foi dito na caixa acima, que na realidade seriam muito mais e que o Zig Zag deu apenas uma ideia aproximada porque ignora a escala temporal e existiriam mais tendências e ainda mais pequenas dentro das secundárias, na realidade.

Podemos ver assim que certas linhas que poderiam representar tendências primárias, chegam a conter

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nove linhas que poderiam representar tendências secundárias no mesmo período de tempo, e que há linhas representantes de tendências secundárias que chegam a conter cindo linhas que poderiam representar tendências menores.

Infelizmente, há alturas nestes exemplos em que a tendência poderia ser considerada como lateral, ou período de tempo sem tendência, mas o Zig Zag não identifica esses períodos, pois apenas une certos pontos do gráfico fazendo subidas e descidas com as suas linhas, o que fará com que nesses períodos de tendência lateral vejamos na mesma subidas e descidas no indicador.

De qualquer das formas se virmos várias ondas sem atingirem novos máximos ou novos mínimos, e que se note visivelmente que os preços estejam a andar de lado, poderemos estar perante uma tendência lateral.

Agora, verificamos que dentro de algumas tendências, podem existir várias tendências ainda menores, com períodos de tempo inferiores, dependendo com o Zig Zag a sua visualização da periodicidade do gráfico analisado ou do intervalo de tempo apresentado nele e do movimento feito dentro de cada tendência.

Imaginemos que pegamos num período de tempo de perto de um mês de duração, o que corresponde a cerca de quatro das velas semanais que temos no exemplo anterior, exemplo esse em que é muito difícil encontrar tendências menores com apenas quatro velas de duração.

Imaginemos também que representamos num gráfico, apenas esse período de tempo de um mês, e o dispomos em velas horárias, e com um indicador Zig Zag com valores parecidos aos usados acima, tendo como única diferença a periodicidade de tempo e o intervalo de tempo exposto.

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NOTA:Este indicador, além dos pequenos defeitos referidos anteriormente no que diz respeito à ajuda na visualização de possíveis tendências, tem outro problema, ele só anda em duas direcções, subida ou queda, ignorando tendências laterais de preços e suprimindo assim tendências laterais do período mostrado no gráfico. Mas como já foi dito acima, este indicador foi apenas utilizado para tentar mostrar aos que se iniciam uma forma de aprenderem por eles mesmos num gráfico com este indicador, a visualizar o que são tendências e sub-tendências, não sendo algo infalível e perfeito.

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Vejamos:

Como vimos, um período de um mês, em que no gráfico semanal antes visto verificamos que seria muito difícil ser suficiente para conter uma tendência menor apenas, num gráfico de velas horárias poderíamos afirmar que poderia conter não uma, mas sim dezasseis linhas representando pequenas tendências, em sete ondas visíveis, e que poderiam ser divididas em ondas ainda menores.

Com isto chega-se à conclusão que uma tendência que possa ser identificada a muito curto prazo em velas de cinco minutos, poderá ser apenas uma de muitas tendências verificadas durante o período em que ocorre uma tendência menor em velas diárias, e uma tendência em velas diárias poderia ser apenas uma de muitas tendências verificadas durante uma tendência secundária encontrada num gráfico de velas semanais ou mensais.

Assim, podemos ter uma tendência enormíssima de subida durante um século num gráfico de velas anuais, com uma tendência mais pequena de descida durante a última década, com uma tendência ainda mais pequena de subida durante os últimos anos, com outra ainda mais pequena de queda durante os últimos meses, e por aí adiante.

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NOTA:Neste exemplo ao lado podemos verificar que para identificarmos tendências muito pequenas teremos de utilizar períodos de tempo baixos nas velas, pois se tivermos velas de um ano cada por exemplo, nunca poderíamos identificar tendências secundárias de meses ou menores de semanas dentro das velas, é por isso que não só o Zig Zag apenas serve de ajuda no estudo das tendências e pode falhar, como também depende da periodicidade de tempo das velas a obtenção de resultados ideais que nos permitam aprender como funcionam melhor as tendências.

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E poderíamos continuar assim até chegar a velas de cinco minutos se preciso, porque pode-se dizer que há sempre uma tendência maior que a que estamos a ver, e sempre uma mais pequena, bastando apenas mudarmos a periodicidade do gráfico, com limites como é óbvio pois o nosso histórico é limitado em duração e não há velas abaixo de certos períodos de tempo.

Basicamente, tendências há muitas, umas em períodos de tempo mais amplos como anos ou durando décadas mesmo, outras durando apenas alguns meses, outras durando dias ou horas.

Cabe ao trader que analisa um gráfico, achar a tendência que lhe irá permitir prever os possíveis movimentos futuros no período de tempo que estuda, e não os movimentos que aconteceram no último século ou irão acontecer ao longo do próximo século.

Com isto quer-se dizer que quem pensa em atingir lucros na sua carteira nos próximos meses, deve avaliar tendências mensais com velas diárias e tentar acertar na tendência que irá prevalecer durante esses próximos meses, pois tenciona fechar posições nos próximos meses com lucro, e não na tendência que irá prevalecer no próximo século analisando gráficos de velas anuais, em que teria de esperar muito possivelmente alguns anos até acertar na tendência e atingir lucros.

Um trader que tencione fazer lucros nos próximos dias, deverá também tentar encontrar tendências em velas diárias ou horárias ou mesmo com períodos de tempo inferiores, e não com velas mensais, pois apesar de possivelmente durante o próximo mês a tendência ser a que deseja, nos próximos dias pode ser o contrário e ter prejuízos.

Vamos agora comparar esses três tipos de tendências nos gráficos seguintes, com esses mesmos três valores usados como parâmetros no indicador Zig Zag dos exemplos anteriores, mas iremos visualizar essas

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NOTA:Um trader que tentará abrir uma posição que fechará daqui a um ano tentará prever a tendência durante esse ano, um que abra posição para fechar daqui a um mês tentará prever a tendência durante esse mês, e um que abra posição para fechar daqui a duas horas, tentará prever a tendência que prevalece nessas duas horas, e a cada uma caberá uma periodicidade específica a ser usada.

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tendências em simultâneo no mesmo gráfico, para melhor as podermos comparar.

Primeiro vamos verificar um gráfico do par cambial Euro/Dólar num período desde 1991 a 2004.

Iremos ver nela já desenhadas linhas do indicador Zig Zag que poderiam ser representativas da tendência considerada hipoteticamente por nós como sendo as maiores, ignorando nós assim a escala temporal:

E aqui temos um gráfico com oito inversões de tendência segundo os parâmetros por nós definidos para o indicador Zig Zag.

Poderíamos considerar como tendência primária nesse espaço de tempo algo mais abrangente e a mais longo prazo: poderíamos considerar o mercado nesse gráfico como estando de certa forma com tendência lateral até perto de 1995, iniciando-se aí finalmente uma tendência de descida com uma ligeira inversão pelo meio, retomando de imediato a tendência de queda, e iniciando uma tendência de subida durante o ano de 2000.

Mas neste caso, de qualquer das formas vamos aceitar hipoteticamente como tendências primárias as definidas pelas linhas do nosso indicador, para efeitos de estudo e melhor percepção da matéria dada.

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Vejamos agora adicionado ao gráfico um outro indicador Zig Zag mas com um parâmetro diferente, para se tentar assim simular tendências secundárias durante esse período de tempo, desenhado a cor cinzenta:

Como podemos ver, a meio de cada uma das tendências primárias podemos encontrar várias mudanças de tendências mais pequenas que poderíamos neste caso, dadas as circunstâncias, considerar como tendências secundárias, não deixando contudo de escapar ao caminho seguido pela tendência primária a mais longo prazo.

Tivemos por razões óbvias, de ampliar o gráfico e visualizar apenas o período compreendido entre 1998 e 2004, para melhor visualizar as tendências secundárias simuladas pelo nosso indicador.

De seguida iremos tentar identificar no gráfico tendências menores abrangidas pelas tendências secundárias anteriormente encontradas, e que serão desenhadas a um azul claro.

Para tal só teremos apenas de adicionar um novo indicador Zig Zag com um parâmetro que o faça inverter o sentido das suas linhas com uma quantidade menor de movimento de preços, apesar de estarmos a ignorar a escala temporal, mas conseguindo assim bons exemplos para demonstrar as tendências.

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Aqui está o gráfico:

Neste gráfico de velas semanais que remontam ao ano de 1998, já usámos outro indicador Zig Zag em simultâneo mas com parâmetros diferentes, que nos permite simular tendências menores, que fazem parte das tendências secundárias há pouco identificadas com a cor cinzenta, e consequentemente das tendências primárias desenhadas a cor azul.

Há alturas, visto este não ser um exemplo ideal para simular tendências, em que as tendências menores e secundárias criadas pelo indicador se sobrepõem, e em que a cor azul clara da tendência menor se sobrepõe à cor cinzenta da tendência secundária, mas o que é apresentado é suficiente para se perceber já neste ponto as diferenças entre os vários tipos de tendências, que foi o grande objectivo desta matéria.

E como podemos ver, este tipo de simulações para estudar tendências está ao alcance de qualquer iniciado nesta área, e aconselha-se inclusivamente a quem tenha tempo experimentar fazê-lo em diversos gráficos e nas mais variadas alturas de cada histórico, aumentando assim a sua percepção do que são tendências e até familiarizar-se com as mesmas.

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NOTA:Adicionando três indicadores Zig Zag ao mesmo gráfico com parâmetros diferentes, podemos conseguir obter bons exemplos do que poderiam ser os três principais tipos de tendência dentro de um gráfico, mesmo que possam não identificar as tendências na perfeição por vezes, por outras obtemos resultados excepcionais.

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Vejamos outro exemplo, desta vez entre 1996 e 2003:

Parecido com o exemplo anterior, podemos novamente ver uma tentativa de diferenciar vários tipos de tendência simulados no gráfico com o nosso indicador Zig Zag, distinguidas em três cores novamente.

Já vimos simulações de tendências de subida e descida, mas faltou-nos ver um exemplo de uma tendência lateral, ou por outras palavras, de um período de mercado sem tendência.

Vejamos agora um gráfico horário retirado do par cambial Euro/Dólar com um exemplo bem claro do que se pode considerar uma tendência lateral ou um período de tempo sem tendência e esquecendo a periodicidade:

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NOTA:No gráfico ao lado é dito para se esquecer a periodicidade, pois para se ir buscar um gráfico que fosse claramente lateral a forma mais rápida foi baixar a periodicidade pois com velas horárias é fácil encontrar movimentos laterais de preços. Assim vamos fingir que o gráfico representa um período de tempo superior como feito noutros exemplos anteriores.

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Logo no início do gráfico reparamos que o mercado está claramente sem demonstrar nem tendência de subida, pois não passa dos 1.2440 e vai vendo decrescer a altura das suas ondas até quase estagnar, e sem cair do valor 1.2385 onde encontra um suporte que evita quedas abaixo do mesmo.

Durante o dia 24 de Dezembro, podemos verificar que há um pequeno salto dos preços, passado a oscilar entre os 1.2440 e os 1.2470 durante cerca de dois dias, e baixando um pouco até aos 1.2425 antes de romper essa tendência lateral e entrar numa nova tendência de subida que o levou acima dos 1.2600 no exemplo acima.

Neste caso o preço pode-se dizer ter encontrado um suporte nos 1.2440 e uma resistência nos 1.2470.

Este foi um bom exemplo do que se pode considerar como uma tendência lateral (ou sideways trend, em Inglês), ou como um mercado sem tendência (ou trendless market, em Inglês).

Nos exemplos anteriores poderiam existir períodos assim, mas como nos estávamos a basear apenas no indicador Zig Zag, que apenas subia ou descia, sem andar de lado, tais períodos não foram tidos em conta na nossa procura por possíveis tendências.

O perigo grave de indicadores como o Zip Zag

Vimos aqui um indicador que é o Zig Zag e que por breves momentos poderá fazer alguém pensar que a previsão de preços futuros é bastante fácil, afinal pelos mesmos, podemos ver que assim que o indicador inverte, a tendência também inverte, certo?

Ou seja podemos pensar que com este indicador é fácil ter lucro pois identificamos tendências facilmente.

Mas nada poderia estar mais longe da verdade...

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O problema é que o Zig Zag é um indicador que faz batota, costumamos nós dizer, que é um indicador que “consegue ver o futuro”.

Como ele consegue ver o futuro, corre tudo bem com ele pois se necessário altera-se a ele mesmo nas velas anteriores, assim se ele mudar de tendência numa vela pode até mudar a linha que representa nas velas anteriores como se nelas visse o futuro e acertasse.

Se alguém experimentar colocar este indicador num gráfico, irá ver que por exemplo pelas 15:00 de um dia, o Zig Zag está por exemplo a desenhar uma recta já com vários dias a descer, e continua a descer.

Subitamente pelas 15:50 após uma subida mais forte de preços, o Zig Zag decide que afinal após as 14:50 já deveria ter invertido, e muda o seu desenho no gráfico, e passamos a ter pelas 14:50 e 15:00 o Zig Zag já a subir, quando há 50 minutos antes não o vimos assim.

Ou seja, o Zig Zag é um dos indicadores que fazem batota, porque vêm o futuro, ou por outro lado, alteram o seu passado conforme o presente.

Isto pode fazer com que alguns façam sistemas de trading automatizados, e vejam lucros milionários, e decidam aplicá-los na prática, e estes sistemas que davam lucros incríveis, na realidade acabem por dar 99% de prejuízo.

É preciso muito cuidado antes de se pensar em utilizar este indicador ou outros do género que “olhem para o futuro” ou “alterem o passado” nos investimentos e análises do dia a dia ou sistemas de trading que acabarão inevitavelmente por ficar viciados.

Foi apenas utilizado neste livro para exemplificação de tendências, e poderá ser utilizado para visualização fácil das mesmas, até no dia a dia, mas com cuidado em relação à importância dada ao que o mesmo nos diz.

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NOTA:O Zig Zag é excelente para aprendizagem e demonstração de tendências e ensino de Análise Técnica mas é muito perigoso se for utilizado para decisões de entrada ou saída dos mercados, porque é um indicador que faz batota, porque ele “vê o futuro”. Com isto quer dizer que se tivermos dez velas, e ele desenhar uma linha de subida da vela um à nona, e estivermos na décima, e na décima existir uma queda maior, ele poderá devido a isso passar a ter desenhada uma linha de subida da vela um até apenas à quinta, e da quinta à décima uma linha de queda. Ou seja, ele altera o passado conforme o que se passa no presente, por isso parece tão perfeito e tão fácil teoricamente fazer lucro com ele, porque ele faz batota, mas é uma facilidade irreal e perigosa. Muitos cometem o erro de basear decisões nele e fazer até sistemas de trading nele e terem muito prejuízo, porque ele parece prever bem as inversões, mas é à custa da batota de manipulação de dados. Há outros indicadores assim e deverão ser evitados.

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TRADING RANGES

Falámos aqui já nos termos “suporte” e “resistência”, mas não foram explicados os seus conceitos, algo que irá ser explicado de seguida.

O importante foi ter-se aprendido quais os tipos de tendência existentes, as suas direcções possíveis, e perceber que cada tendência é sempre parte de uma tendência maior, como pudemos ver.

É de notar que os mercados passam por norma cerca de um terço do tempo em tendência lateral, em que se vive um equilíbrio de preços entre a oferta e a procura, e nesses casos é dito que os mercados se movem num determinado trading range.

O trading range é um intervalo de variação de preços em que os preços sobem e descem entre dois limites bem definidos de preços, um superior e outro inferior, mantendo-se entre os mesmos e assim andando de forma previsível dentro deles.

Os mercados passam cerca de um terço do tempo em trading range, andando de lado numa tendência lateral.

É também designado por consolidação de preços, quando isto acontece.

Os traders não gostam por norma deste tipo de mercados em tendências laterais, pois a maioria dos indicadores e ferramentas de Análise Técnica, bem como sistemas, são desenhados especificamente para mercados com uma determinada tendência, que seja de subida ou de queda, não funcionando tão bem quando o mercado se encontra numa tendência lateral, sendo por isso uma altura de mercado em que se poderão verificar prejuízos para muitos traders que apostem nele como se tivessem numa tendência, e sendo por isso um tipo de mercado indesejável para muitos.

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NOTA:Os mercados chegam a passar por norma um terço do seu tempo em tendências laterais, ou digamos assim, sem tendência de subida ou queda definidas e diz-se também que nesse período que movem dentro de um determinado trading range. O trading range é o intervalo entre o valor Máximo e Mínimo em que os preços se movem durante um período de tempo. Esses períodos também são designados por consolidação de preços.

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Por essa razão é que os sistemas desenhados para funcionar especificamente durante mercados com tendência costumam ser chamados de Sistemas Seguidores de Tendência (ou Trend Following Systems, em Inglês).

Esses sistemas são usados pelos traders especialmente quando os mercados se encontram com uma certa tendência, ficando os traders que os usam por norma fora do mercado quando se apercebem de que o mercado se encontra sem essa tendência de subida ou descida necessária para o bom funcionamento dos sistemas, ou seja, durante tendências laterais.

A maioria dos traders é durante estas fases de tendências laterais que têm os seus prejuízos, porque durante uma tendência, se forem contra ela, acabam por perceber o erro e colocam-se do lado da tendência, ou quanto muito poderão falhar previsões de inversão possível de uma tendência, mas apostar numa tendência quando ela não existe e ter prejuízo, e depois inverter posição a pensar que se está na tendência contrária e perder novamente por ela inverter novamente nas típicas subidas e descidas num mercado sem tendência, é algo que causa bastantes prejuízos aos traders mais incautos.

Há contudo sistemas que funcionam melhor em mercados sem tendência, mas há sempre algum tempo que passa até um trader perceber que o mercado de tendência acabou ou começou para poder alternar entre ferramentas ou sistemas, ou mesmo metodologias de trading.

Vamos agora tentar visualizar alguns exemplos de como se portaria um trader, que de acordo com uma determinada metodologia que usasse para entrar e sair do mercado, investisse durante períodos de mercado com e sem tendência.

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NOTA:Muitos traders têm prejuízo durante tendências laterais, não só pelo hábito de quererem estar sempre no mercado a apostar numa subida ou descida e falharem assim atingir os lucros devido à sua impaciência, como também porque a maioria dos sistemas de trading e indicadores estão preparados especialmente para mercados com tendência definida de subida ou descida, falhando mais assim durante os períodos de tendência lateral. Muitos ficam off the market se virem que os seus sistemas não funcionarão bem durante um certo período de tempo por estarem com uma tendência lateral.

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Imaginemos que esse trader em questão abriria uma posição de acordo com a tendência actual, sempre que os preços invertessem a sua tendência por um determinado valor mínimo.

Vejamos o comportamento desse trader durante um mercado sem tendência, numa certa escala de grandeza porque normalmente existem sempre tendências nem que sejam micro-tendências umas dentro de outras:

As setas no gráfico indicam a posição tomada pelo trader no mercado, que será longa, se a seta apontar para cima, ou curta, se a seta apontar para baixo.

Como podemos verificar, o trader foi apanhado num mercado de tendência lateral, e com uma estratégia que lhe dizia que após um determinado valor que o mercado percorresse no sentido contrário ao da sua posição, que ele inverteria a posição para estar de acordo com a tendência.

Esta estratégia não seria má, se ele não se encontrasse num mercado sem uma tendência definida dentro daquela escala temporal.

Este período de mercado compõe-se de altos e baixos mas sem tendência definida.

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Como podemos verificar, o trader começou por abrir uma posição curta, apostando na descida dos preços pois já estavam os preços em queda.

Acaba por inverter o mercado e o trader acaba por abrir nova posição longa, seguida infelizmente de outra queda que o faz abrir uma posição curta novamente tarde demais.

Isto aconteceu devido ao trader após uma inversão de preços de um certo valor, inverter a sua posição para tentar acompanhar a tendência e assim ganhar dinheiro com ela, sem se aperceber que a tendência era lateral.

Como o mercado não tem tendência definida, sempre que o trader mudava de posição, os preços invertiam novamente, pois andavam num trading range entre dois valores, subindo e caindo constantemente.

Desta forma o trader entrava sempre tarde demais no mercado já perto da próxima inversão.

Se esse trader tivesse mantido a posição longa que tinha antes do período representado pelo gráfico, teria tido lucro, enquanto que ao andar a inverter posições desnecessariamente num mercado sem tendência acabou por ficar com nove posições perdedoras e atingindo um prejuízo considerável.

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Vejamos agora o comportamento desse trader adoptando a mesma estratégia usada no exemplo acima, mas desta vez num mercado com tendência:

O gráfico começou onde acabou o exemplo anterior, com a última posição longa assumida no exemplo anterior.

Desta vez a estratégia do trader poderia ter resultado, visto que o mercado não inverteria o suficiente para o fazer mudar de posição durante a subida e queda, pois o mercado aqui teve uma clara tendência de subida seguida de uma clara tendência de queda.

Assim o trader acabaria por ter lucro tanto na primeira e terceira posições, ambas longas, como na segunda posição, que seria curta.

Se não tivesse tido tanto prejuízo com a mesma estratégia no período anterior, este período seria o suficiente para o deixar bastante satisfeito com essa mesma estratégia.

O grande inimigo do trader neste caso foi um período de mercado sem tendência, e uma estratégia seguidora de tendências, ou sistema seguidor de tendências (trend following system).

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NOTA:A tendência lateral é um dos maiores inimigos dos traders que utilizam sistemas ou estratégias seguidoras de tendência (ou “trend following systems”, em Inglês), pois esses sistemas foram feitos para acompanhar tendências que se não existirem poderão ter resultados desastrosos.

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Já estudámos a Tendência, e acabámos de ver também que os preços se movem em ondas e que a direcção tomada pelos topos e fundos dessas ondas determina a direcção da tendência principal dos preços.

Aprendemos também os vários tipos de tendências e as suas três direcções possíveis.

Vimos como aplicar o indicador Zig Zag para visualizar melhor as tendências, e algumas consequências de quando se tenta ir contra a tendência dominante.

Não estudámos a fundo o caminho formado pelos fundos e topos das ondas que compõem cada movimento de preços, nem as linhas de tendência formadas pelas suas uniões, pois iremos fazê-lo de seguida com os estudos do Suporte e Resistência e posteriormente das Linhas de Tendência.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

OS SUPORTES E AS RESISTÊNCIAS

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

OS SUPORTES E AS RESISTÊNCIAS

Já deu pelos exemplos anteriores, para verificar que há certos níveis de preços que por vezes servem de barreira aos movimentos de preços em determinadas ocasiões.

Quando os preços dos activos financeiros em questão entram nas proximidades desses níveis de preços, deparamo-nos com uma súbita paragem nos seus movimentos, ou mesmo inversão de tendência.

Esses níveis de preços são conhecidos por níveis de Suporte e de Resistência.

Quando esse nível impede os preços de subirem mais alto, e os fazem inverter o movimento de subida para um novo movimento de queda, ou pura e simplesmente faz os preços estarem bastante tempo perto desse nível sem o passar, podemos dizer que estamos perante uma Resistência (ou “Resistance”, em Inglês).

Quando esse nível impede os preços de caírem mais abaixo, e os fazem inverter o movimento de queda para um novo movimento de subida, ou pura e simplesmente faz os preços estarem bastante tempo perto desse nível sem o passar, podemos dizer que estamos perante um Suporte (ou “Support”, em Inglês).

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NOTA:Suportes e Resistências são níveis de preços que os preços têm dificuldade em ultrapassar, podendo mesmo inverter a tendência ao bater neles ou aproximarem-se deles, ou ficar bastante tempo perto deles sem os ultrapassar. Quando um nível de preços é difícil de ultrapassar durante uma subida podendo mesmo provocar quedas ao chegar lá perto, estaremos diante de uma Resistência, e se for o inverso, um nível de preços onde os preços ao se aproximarem ou baterem subirem ou tiverem dificuldades de o quebrar, estaremos então diante de um Suporte.

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Basicamente, os níveis de Resistência são níveis que impedem ou atrasam a subida dos preços, sendo por isso algo que incute medo nos bulls do mercado, pois apostam na subida de preços e poderão ver os movimentos de tendência de subida (bullish) inverter ou terminar.

Inversamente, os níveis de Suporte são níveis que impedem ou atrasam a queda dos preços, sendo por isso algo que incute medo nos bears do mercado, pois apostam na queda de preços e poderão ver os movimentos de tendência de queda (bearish) inverter ou terminar.

Por essa razão os suportes são níveis que ajudam e dão confiança aos bulls do mercado, que apostam nas subidas de preços, e podem mesmo proporcionar bons pontos de entrada para eles no mercado, pois podem ser pontos onde o mercado poderá inverter tendências de descida para novas tendências de subida, dando assim lucro aos bulls que abram posições longas nesses níveis.

Novamente de forma inversa, as resistências são níveis que ajudam e dão confiança aos bears do mercado, que apostam nas quedas de preços, e podem mesmo proporcionar bons pontos de entrada para eles no mercado, pois podem ser pontos onde o mercado poderá inverter tendências de subida para novas tendências de descida, dando assim lucro aos bears que abram posições curtas nesses níveis.

As resistências, quando os preços conseguem passar por elas, diz-se por norma que foram rompidas, ou seja, quando um preço passa por uma resistência, diz-se que essa resistência foi “rompida”.

Os suportes, quando os preços conseguem passar por eles, diz-se por norma que foram quebrados, ou seja, quando um preço passa por um suporte, diz-se que esse suporte foi “quebrado”.

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NOTA:Os Suportes e Resistências costumam proporcionar bons pontos de entrada e saída dos mercados. Assim, por vezes os bulls que fecham posição ao se aproximarem de uma Resistência evitarão possivelmente perder dinheiro, e os bears que apostem na queda nesses pontos poderão ter lucro com a reacção em queda que aconteça aos preços se aproximarem ou tocarem na Resistência. E o inverso se passa, os Suportes poderão ser bons pontos para os bears fecharem posição e bons pontos para os bulls abrirem posição e apostarem assim na subida de preços, quando os preços tocam ou se aproximam dos suportes. Isto porque Suportes e Resistências podem ser pontos de inversão de tendência nos mercados.

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Assim, os suportes são quebrados e as resistências são rompidas, na linguagem comum dos traders.

Em Inglês, é frequente ouvir dizer coisas como “the support was broken” ou “the resistance was broken”.

Vejamos um exemplo com um suporte e uma resistência e como afectam os movimentos de preços quando se deparam com elas, caso não sejam penetradas:

Vemos aqui neste exemplo representados por “R” todos os pontos em que os preços tocaram na resistência que foi desenhada sob a forma da linha horizontal superior, e representados por “S” todos os pontos em que os preços tocaram no suporte que foi desenhado sob a forma da linha horizontal inferior.

Como podemos ver também pelo exemplo, os preços ao tocarem na resistência acabaram por inverter a sua tendência de subida e voltaram a cair, e os preços ao tocarem no suporte acabaram por inverter a sua tendência de queda e voltaram a subir.

Este exemplo demonstra bem o conceito de suporte e resistência nos mercados.

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NOTA:Tradicionalmente, quando os preços passam por uma Resistência diz-se que a mesma foi “rompida”, e quando os preços passam por um Suporte, diz-se que o mesmo foi “quebrado”. Assim Resistências são rompidas e Suportes quebrados. Em Inglês contudo, costuma-se ver a mesma palavra “broken” utilizada nos dois casos como “the resistance was broken” ou “the support was broken”.

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Os suportes e as resistências são das coisas que mais facilmente se identificam ao olharmos para um gráfico.

Sempre que olhamos para um, é fácil distinguirmos certos pontos onde os preços invertem por diversas vezes e onde existem resistências que os fazem inverter, ou suportes que impedem os preços de cair.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

INVERSÃO DE PAPEIS

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INVERSÃO DE PAPEIS

(Resistência torna-se Suporte e vice-versa)

As resistências, após serem rompidas transformam-se por norma em suportes, e os suportes, após serem quebrados, transformam-se por norma em resistências.

Se as resistências sofrem rompidas com sucesso, ou os suportes quebrados com sucesso, então passamos a estar realmente perante suportes ou resistências, respectivamente.

Diz-se “com sucesso”, para afastar as probabilidades de estarmos a falar de tentativas falhadas de rompimentos de resistências ou de quebras de suporte.

Vejamos agora um exemplo com um suporte e uma resistência e em que podemos ver como o que outrora foi resistência se torna depois num suporte, e vice-versa:

Como podemos ver pelo exemplo acima, os preços tocam na resistência, onde esta não os deixou subir mais, num ponto marcado por “R”, retraindo depois para o suporte que tem abaixo, num ponto marcado por

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NOTA:Aqui podemos descobrir outra regra universal no mundo da Análise Técnica, que nos diz que, uma Resistência que é rompida com sucesso passa a ser vista como um Suporte, e um Suporte que é quebrado pelos preços, passa a ser visto como uma Resistência, mantendo assim as duas a sua importância mas com papeis opostos.

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“S”, retomando a subida novamente, pois o suporte não deixou os preços caírem mais.

Aí conseguiu romper a anterior resistência subindo muito acima, mas quando os preços voltam a assumir o caminho da queda, o que foi outrora resistência, tornou-se agora num suporte, mantendo os preços acima dele, no segundo “S” do exemplo.

Após isso temos mais um “S” onde os preços tocam que faz de suporte após o suporte de cima ter sido quebrado, e por fim vemos que o nível de cima voltou a actuar como resistência, num ponto marcado por “R”, que leva os preços abaixo novamente, para os níveis do início do exemplo.

Basicamente, se os preços a meio de um movimento de subida, conseguem romper uma resistência, é bem possível que uma vez acima dela, se caírem e se aproximarem desse valor novamente, que era posteriormente uma resistência, antes de ser quebrada, reajam positivamente a uma aproximação a ela e subam novamente, sendo essa anterior resistência agora considerada como um suporte.

Inversamente, um anterior suporte que tenha sido quebrado, torna-se frequentemente uma nova resistência, ou seja, uma vez que os preços quebrem esse suporte e estejam abaixo dele, é frequente que depois tenham dificuldades em subir acima dele, por se ter tornado uma resistência.

Vamos ver de seguida um exemplo com níveis de suporte e resistência e em que podemos visualizar como um nível que anteriormente seria considerado como uma resistência, após ser rompido será agora considerado como suporte, e que posteriormente, após ter sido considerado como suporte, uma vez quebrado, seria considerado como resistência, trocando de papel conforme a posição actual dos preços, e onde daremos

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NOTA:É em parte devido à aceitação por todos deste tipo de regras, e ao facto de que todos acabam por obedecer às mesmas e dar a devida importância aos Suportes e Resistências e às suas inversões de papel, que este tipo de regras se tornam tão eficazes e cumpridas por todos e nos proporcionam assim bons pontos de entrada e saída nos mercados. Se ninguém desse importância a estas regras, elas perderiam o seu efeito.

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também realce aos locais onde os suportes e resistências são penetrados pelos preços:

Como vemos no exemplo acima, a linha de baixo no início é tida como resistência, mas após uma penetração da mesma pelos preços, num ponto marcado por “P”, acaba por se tornar um suporte.

A linha de cima é inicialmente uma resistência também, mas após penetrada, no segundo ponto “P”, passa a suporte também, suportando os preços uma vez antes de ser penetrada também e se tornar novamente resistência.

Após isso temos mais dois testes ao suporte na linha inferior marcados pelos dois pontos “S”, até que é quebrada no quarto ponto “P”.

A linha de baixo passa a ser uma resistência mas não por muito tempo, até que é penetrada pelos preços, no quinto ponto “S”, e acaba por penetrar na resistência representada pela linha acima no sexto ponto “P” por fim, após mais um teste a essa resistência representada pela linha de cima que tinha feito os preços retrair um pouco.

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NOTA:Quando os preços passam por um Suporte ou Resistência, costumamos dizer que houve uma penetração do tal Suporte ou Resistência. Ou seja os preços penetram os Suportes e Resistências, e se a penetração for válida poderão assim inverter os seus papeis, havendo também o que chamamos de penetrações falhadas, quando os preços não conseguem manter-se para além dos níveis de Suporte e Resistência e assim não invertem os seus papeis.

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Como podemos ver no gráfico, o que anteriormente possa ter sido uma resistência, pode-se tornar um suporte posteriormente, e algo que tenha sido considerado um suporte, se pode tornar uma resistência posteriormente.

Assim, após uma barreira de suporte ou resistência ter sido quebrada, poderá continuar a existir, mas desta vez no sentido contrário, ajudando ao seguimento do movimento que teve origem quando essa barreira foi quebrada.

Desta forma se uma resistência que antes impedia a subida de preços for rompida, poderá tornar-se um suporte que ajudará à continuação desse movimento de subida, e um suporte que antes impedia a queda de preços for rompido, poderá tornar-se uma resistência que ajudará à continuação desse movimento de queda.

Há algo importante a ter em conta também: as linhas horizontais que vemos desenhadas no gráfico são designadas por linhas de suporte ou resistência.

Se uma linha representar um valor que é considerado como uma resistência para os preços, essa linha será considerada uma linha de resistência.

Se uma linha representar um valor que é considerado como um suporte para os preços, essa linha será considerada como uma linha de suporte.

Assim, num dado período de tempo representado por um gráfico, uma linha poderá ser considerada ao mesmo tempo como linha de suporte e linha de resistência, se o gráfico abranger as duas fases do preço em relação a essa linha, o antes e o depois de ela ter sido transposta por eles.

Vejamos um exemplo retirado do mesmo período de tempo do par cambial Euro/Dólar exposto pouco acima no estudo da Tendência, com várias linhas a identificar

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NOTA:Uma linha que representa um Suporte é designada por uma Linha de Suporte, e uma linha que representa uma Resistência é designada por Linha de Resistência.

NOTA:Uma mesma linha pode também ser Linha de Suporte e Linha de Resistência num gráfico, se nesse mesmo gráfico for transposta pelos preços, invertendo assim de papel a meio do gráfico.

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vários suportes e resistências e mantendo o indicador Zig Zag para fácil interpretação dos movimentos de preços:

Este não é o melhor exemplo para se verificarem suportes e resistências pois o gráfico baseia-se em velas horárias e não tem nele visíveis grandes variações de preços, mas de qualquer das formas é útil para termos uma primeira aproximação a suportes e resistências em gráficos reais.

Se virmos bem, os preços tiveram no gráfico como primeira resistência os 1.2440, tendo depois retraído e não conseguido romper a pequena resistência nos 1.2425 mais abaixo, mas não quebrando também um suporte bastante visível nos 1.2385, pois temos lá três momentos com reacções a esse suporte em que os preços sobem novamente sempre que se aproximam dele, além das velas no início do gráfico que já permaneciam acima dele.

Após romper os 1.2425 e os 1.2440, passamos a ter como nova resistência os 1.2470 e como suporte os 1.2440, e numa altura em que foi quebrado e foi testada a anterior resistência de 1.2425, mas agora como suporte, houve uma reacção nos preços que deu origem a uma nova tendência de subida, fazendo os preços sair da tendência lateral que se encontravam.

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Vejamos outro exemplo retirado do par cambial Euro/Dólar novamente, em velas semanais:

Podemos ver aqui como alguns níveis de preços acabam por servir de suportes e resistências fortes para os preços, impedindo quedas ou subidas dos mesmos, ajudando assim a formar as ondas que vemos nos gráficos habitualmente.

Há muito mais linhas de suporte e resistências neste gráfico do que as apresentadas, e nem são todas estas apresentadas as que melhor representam esses conceitos, mas servem para demonstrar a existência desses suportes e resistências, que apesar de invisíveis sem estas linhas estarem desenhadas, não deixam de existir, exercendo forças invisíveis nos preços.

Há também linhas de suporte e resistência que não estão representadas possivelmente como deveriam para serem perfeitas, como é exemplo a linha dos 1,2705, cujo nível de suporte e resistência deveria ser o 1,2700 e não o 1,2705, por ser um “número redondo”, conceito esse que iremos estudar posteriormente, tendo sido desenhada cinco décimos milésimos acima apenas por uma questão de ficar bem visível no gráfico o seu efeito nos preços.

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NOTA:É de notar que, tal como acontece com as Linhas de Tendência que iremos estudar mais abaixo, as linhas que representam os Suportes e Resistências devem se possível ser desenhadas com uma linha com um pouco mais de espessura, pois os toques ou aproximações às linhas não têm de ser precisos ao milímetro para existir uma reacção, e desta forma uma linha com mais espessura faz-nos ver melhor essa aproximação das mesmas pois a linha ficará mais perto dos preços. Podemos e devemos também colocar as linhas com maior importância com mais espessura do que as que têm menor importância.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

OS SUPORTES E RESISTÊNCIAS

E OS TRADERS

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OS SUPORTES E RESISTÊNCIAS E OS TRADERS

Essas reacções por parte dos traders que fazem com que esses suportes e resistências funcionem tão bem, são devido a esses traders ao verificarem que há um certo ponto onde se desencadeou uma reacção inversa ao movimento corrente de preços, deduzirem que tal se irá repetir, e especialmente caso já tenha acontecido essa reacção diversas vezes nesse nível de preços.

São zonas onde ou os bulls ou os bears têm mais força que as forças inversas, e os traders tomam isso em conta, sabendo que ali se encontra um suporte ou resistência de preços.

Daí muitos traders escolherem comprar ou vender nessa zona consoante se tratar de um suporte ou resistência, respectivamente.

Há aqueles também que procuram testar esse suporte ou resistência mais do que uma vez para terem a certeza de que o suporte ou resistência é mesmo algo real onde os bulls ou bears detêm mais força, e não apenas uma coincidência, tal como para terem certeza de que desse nível os preços não irão passar também.

Por essa razão é que existem padrões denominados “Duplo Topo” e “Duplo Fundo”, entre outros, algo que iremos estudar posteriormente quando estivermos a ver os estudos de linhas.

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NOTA:Os Suportes e Resistências ganham importância e força porque os traders assim o permitem, por respeitarem esses níveis de preços e esperarem que esses níveis poderão voltar a ter reacções nos preços parecidas no futuro. São os traders que fazem mover os preços e são assim eles que criam e dão poder a este tipo de barreiras.

NOTA:Há momentos em que os traders procuram testar um Suporte ou uma Resistência mais do que uma vez para testar a sua força e é assim que acabam por nascer padrões que serão estudados posteriormente como o “Duplo Topo” e o “Duplo Fundo”.

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Como os níveis de suporte e resistência funcionam de acordo com expectativas e deduções por parte dos traders, e como essas suas expectativas se alteram ao longo do tempo, os preços podem acabar mais cedo ou mais tarde por avançar para outros patamares, rompendo resistências e quebrando suportes, encontrando outras resistências mais acima e outros suportes mais abaixo posteriormente.

Se assim não fosse e as expectativas dos traders não se alterassem, esses suportes e resistências seriam eternamente inquebráveis e os preços nunca teriam mais do que uma pequena volatilidade nos mercados.

Quando essas expectativas dos traders mudam e provocam essas quebras desses suportes e resistências, por norma elas mudam bastante repentinamente, o que provoca também uma mexida bastante forte de preços, por norma acompanhadas também por um aumento no volume de transacções pois muito mais traders serão atraídos pelos rompimentos dessas resistências ou pelas quebras desses suportes.

Vamos ver um exemplo real muito bom e bastante famoso acerca de suportes e resistências.

Nada melhor para isso do que um gráfico real do índice norte-americano Dow Jones.

Antes de mais, a título de curiosidade, e para quem ainda não esteja totalmente familiarizado com o índice Dow Jones, vamos relembrar no que consiste este mesmo índice, o Dow Jones Industrial Average (ou Média Industrial Dow Jones, em Português), representado no gráfico pelo símbolo DJI.

O indíce Dow Jones Industrial Average, foi um dos vários índices dos mercados de acções criados por Charles Dow, um editor do Wall Street Jornal e fundador da Dow Jones & Company, como já tivemos a chance de estudar anteriormente.

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NOTA:Como os níveis de Suporte e Resistência existem devido às expectativas e deduções dos traders em relação aos mesmos, e como essas expectativas inevitavelmente se alteram com o passar do tempo, os preços acabam por penetrar essas barreiras e avançar para outros patamares com o tempo.

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Dow quis criar, como forma de representar a performance da componente industrial dos mercados de acções americanos, esse índice que conhecemos por Dow Jones Industrial Average, e é o índice mais antigo em utilização hoje em dia nos Estados Unidos.

Começou por representar em 26 de Maio de 1896, dia em que foi publicado pela primeira vez, a média de doze acções de várias indústrias americanas importantes, das quais apenas a General Electric continua no índice hoje em dia.

Foi alargado posteriormente para vinte empresas em 1916, e finalmente para trinta em 1928.

Hoje em dia o índice é composto por trinta das empresas mais largas e de maiores capitalizações bolsistas dos Estados Unidos, e a palavra “Industrial” permanece puramente histórica, pois muitas das empresas presentes no índice não têm a ver com indústrias pesadas.

Antes era calculada sob a forma de média simples, e agora é calculada mais sob a forma de média ponderada.

Estes dois termos será estudado posteriormente durante a matéria das Médias Móveis.

Bem, agora estudando o índice em si, este índice quando foi publicado pela primeira vez, tinha o valor de 40.94, calculado sob a forma de média simples pois eram somados os preços das acções que o compunham e divididos pelo número de acções componentes, ou seja, doze, dando esse valor.

O índice Dow Jones Industrial Average, foi subindo, como seria de esperar, ao longo dos tempos, mas só em 14 de Novembro de 1972, é que este índice fechou acima dos 1.000 pontos, fechando nos (1.003,16).

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NOTA:O Dow Jones, ou melhor, o Dow Jones Industrial Average, é um dos vários índices dos mercados e acções que foram criados por Charles Dow, e foi criado numa sua tentativa de recriar a performance da componente industrial dos mercados de acções americanos e é o índice mais antigo ainda em utilização nos E.U.A. hoje em dia com mais de 100 anos, e contem das empresas com maiores capitalizações bolsistas dos Estados Unidos, sendo que a palavra “Industrial” permanece apenas por razões puramente históricas.

NOTA:Só em 14 de Novembro de 1972 é que o índice Dow Jones Industrial Average fechou acima da então importante Resistência dos 1.000 pontos, fechando então nos 1.003,16 pontos nesse dia.

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Mesmo assim ainda foram precisos vários anos para que o índice rompesse essa resistência forte dos 1.000 pontos com força suficiente, como iremos ver a seguir.

Vejamos um gráfico do índice Dow Jones Industrial Average nos anos em que fechou pela primeira vez acima dos 1.000 pontos:

Como vemos aqui os 1.000 pontos, mesmo após os preços terem fechado acima deles pela primeira vez em 1972, continuaram a oferecer uma resistência bastante forte até perto de 1982/1983, quando rompeu finalmente com força essa resistência.

Podemos reparar também numa linha de suporte horizontal desenhada nos 740 de valor, sendo esse um nível que como podemos ver serviu de suporte várias vezes, andando numa tendência lateral bem visível até ser ultrapassada finalmente a barreira dos 1.000 pontos de resistência, que após várias tentativas, acabou por se tornar um suporte forte o suficiente para apoiar uma nova subida com bastante força.

Durante muito tempo, os investidores não esperavam que o índice passasse tão facilmente um dia a enorme barreira dos 1.000 pontos, e havia sempre aquela expectativa do índice embater nessa barreira e cair com força sempre que lá chegasse.

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Mas como vimos há pouco, as expectativas mudam com o tempo.

E podem mudar durante bastante mesmo, e de forma bastante abrupta!

Vejamos o gráfico seguinte para percebermos melhor o quão abrupta foi essa mudança de expectativas relativamente ao índice Dow Jones Industrial Average:

Como podemos ver no gráfico acima, as expectativas mudam, e mudam bastante abruptamente por vezes.

No gráfico acima podemos ver como os 1.000 se tornaram um suporte forte que aguentou a primeira queda após o seu anterior rompimento com força.

Após esse teste ao suporte que se revelou bastante positivo, a subida encontrou poucas resistências, como por exemplo perto dos 2.700 pontos em que houve uma ligeira retracção, mas retomando de imediato o caminho da subida.

O que durante muito tempo pareceu um valor bastante elevado no qual se deveria apostar na queda e vender as acções que compunham o índice, pouco tempo depois pareceu um valor no qual todos os traders adorariam comprar essas acções.

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Praticamente no mesmo tempo que os preços andaram a lateralizar, sem ultrapassar os 1.000 de barreira, foi o tempo que levou aos preços a atingirem um valor de 10.000 pontos em apenas alguns anos, o que dá praticamente dez vezes mais do que o valor da anterior barreira fortíssima dos 1.000 pontos, ou seja, uns 1.000% de aumento.

Talvez poucos traders fossem capazes de arriscar comprar as acções do índice quando este andava perto dos 1.000 pontos antes, mas poucos anos depois muitos considerariam esse valor bastante baixo, estando o índice poucos anos depois já nos 3.000 pontos.

Nos 10.000 pontos, escusado será dizer que qualquer trader adoraria entrar nessas acções a preços dez vezes mais baixos com o índice nos 1.000 pontos e não nos 10.000.

É um exemplo muito bom para demonstrar o quanto as expectativas dos traders mudam com o tempo.

Vejamos já agora o que se passou com esse mesmo índice quando passou a barreira dos 10.000 pontos, barreira que se revelou menos forte que a histórica barreira dos 1.000:

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Neste gráfico podemos ver um suporte perto dos 7.400 pontos que suporta os preços algumas vezes, tal como uma resistência pelos 11.400 que acaba por fazer com que os preços caiam sempre que lá se aproximam, e marcada também uma resistência perto dos 11.900 onde os preços conseguiram chegar uma vez mas que foi forte demais para que a rompessem.

Desde há uns anos, desde cerca de 1997, que o índice Dow Jones Industrial Average tem vindo a viver num range entre esses suportes e resistências, sendo possível que esteja apenas no começo ainda de uma tendência lateral bastante longa, ou talvez curta, mas sendo possível afirmar sem dúvidas que o mercado estagnou a sua subida que vinha trazendo desde que rompeu os 1.000 pontos.

Podemos ver que o suporte dos 7.400 pontos mostrou ser extremamente bullish, bem como poderá ser também o dos 6.400 mais abaixo, e como fortes resistências poderemos ter no futuro perto dos 14.000 e 15.000 pontos nos próximos anos.

No meio destas análises temos a prova de que por vezes basta apenas o rompimento de uma resistência, tendo por acaso este “apenas” levado anos a ser concretizado, para que os traders ganhem coragem e apostem na subida do mercado e o levem a níveis bastante mais elevados.

Basta um trader ver um activo financeiro que há bastante tempo que não rompe uma resistência e que de repente a rompe com bastante força, para desejar entrar nesse activo financeiro e apostar mais na subida, pois sabe que poderá vir um movimento ainda mais forte de preços que o levará bastante mais acima e que ainda poderá assim ter bastante lucro com uma posição longa nesse mesmo activo, além de que poderá também ditar o início de uma nova tendência por vezes.

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É frequente os traders abandonarem as suas posições longas ao verem que os preços se aproximam de uma resistência forte e que não a conseguem romper, ou seja, vermos bulls a ficarem “fora do mercado” até verem se é confirmada a continuação da subida, ou a inversão do movimento de subida.

Após verem que a resistência é quebrada, é frequente voltarem ao mercado em força para levar os preços mais acima.

Ao verem que se confirma uma inversão de tendência, ou apostam agora na queda de preços (tornando-se bears do mercado), ou ficam de fora mais uns tempos à espera da retoma dos movimentos de subida, se acharem que se trata de uma ligeira e momentânea retracção do movimento de subida de preços.

Inversamente, no caso de movimentos de descida de preços, é frequente vermos traders a fecharem as suas posições curtas, ou seja, bears a ficarem “fora do mercado”, ao verem que os preços se aproximam de um suporte forte e não o conseguem quebrar, ficando à espera de confirmação ou da continuação da queda ou da inversão do movimento de queda.

Após verem que o suporte é quebrado, é frequente os bears voltarem ao mercado em força para levar os preços ainda mais abaixo.

Ao verem que se aproxima uma inversão de tendência, ou apostam agora na subida de preços (tornando-se bulls do mercado), ou ficam de fora mais uns tempos à espera da retoma dos movimentos de queda, se acharem que se trata apenas de uma ligeira e momentânea retracção no movimento de queda de preços.

É frequentemente também, devido a esta atitude por parte dos traders de saírem temporariamente do mercado quando ele se aproxima de alguma barreira,

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até ver se a consegue passar ou inverte, que os preços acabam mesmo por não vencer essas barreiras.

Se tomarmos como exemplo uma resistência forte, que os traders saibam que por norma os preços não a consigam romper, se eles sempre que os preços se aproximam de lá, fecham as suas posições longas, ou seja vendendo os seus activos financeiros, estarão a pressionar no sentido da queda dos preços esses mesmos activos.

Logo, o simples facto dos traders poderem sair do mercado perto desses níveis para saber se o mercado continuará com força ou sem ela, está a contribuir para que o mercado não consiga passar essa mesma barreira.

Por isso é que grande parte do poder que leva ao bom funcionamento dos suportes e resistências é psicológico, dependendo do que os traders pensem e façam face a esses mesmos suportes e resistências.

Já foi dito que um trader pode abandonar a sua posição longa na proximidade de uma resistência.

Também já foi dito que esse mesmo trader poderá retomar a sua posição longa após o rompimento de uma resistência, na expectativa de continuar os seus lucros com as subidas de preços.

Já foi dito também que os traders após o rompimento de uma resistência podem entrar em força, por vezes com muita força mesmo.

Vamos agora estudar um caso de uma acção portuguesa, a Pararede (de símbolo PAD), onde podemos ver que após um muito longo movimento de tendência lateral de preços, e de uma calmia bastante longa, que o simples rompimento com força de uma resistência há muito funcional (em parte também por alguma inércia dos preços), levou bastantes traders a

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entrar na acção com objectivos de levar os preços mais alto, tal como vimos no exemplo anterior do índice do Dow Jones, mas sendo que no anterior levou anos a ser concretizada a subida e no gráfico de baixo apenas dias, visto ser representado em velas diárias.

Vejamos o gráfico diário da Pararede, com a sua estrondosa subida no início deste milénio na bolsa portuguesa:

Também se deverá dizer que este foi um exemplo excepcional, a par com outros ocasionais momentos da bolsa portuguesa, visto não ser comum acções subirem para perto de 500% do seu valor inicial em apenas alguns dias.

Aqui esteve envolvida muita especulação também, que ajudou ao movimento exagerado de preços após o rompimento com força daquelas resistências iniciais.

De qualquer das formas dá para repararmos no gráfico de volume em baixo, que houve uma subida forte do volume durante essa subida de preços, algo que demonstra claramente que houve uma entrada muito forte dos traders neste título.

Havendo muito mais traders a entrar na acção, sobem o volume de acções transaccionadas, aumentam as compras neste caso, sobem os preços.

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O número de vendedores (bears) manteve-se igual ou menor, e o dos compradores (bulls) subiu de forma exagerada, algo que só podia fazer os preços dispararem desta forma incrível.

Ou número, ou força e intensidade das suas ordens de compra e venda.

Apesar de haver especulação envolvida neste movimento forte de preços, não deixa de ser um bom exemplo a termos em conta no estudo dos suportes e resistências.

É também um bom exemplo para demonstrar aquela regra que diz que quanto maior e mais prolongada a calmia de preços de um dado activo financeiro, mais explosivo será o movimento de preços gerado quando os preços acabarem por sair dessa mesma calmia.

O exemplo dado acima é o exemplo perfeito disso.

Agora também é verdade, segundo muitos traders sabem, que raramente uma subida de preços derivada de pura especulação e que os eleva a níveis muito para lá do valor real da própria empresa, se conseguem manter sustentáveis.

Isto por estes valores fora do normal serem normalmente valores baseados não no valor actual da empresa representada pelo título financeiro em questão, mas sim nas expectativas que os traders depositam nessa mesma empresa e no valor que as acções da mesma terão no futuro.

No caso desta subida nascida no seio de especulação que teve subida de uns 400% em poucos dias, não foi excepção à regra, e acabou por ver os seus preços cair, ainda mais do que os preços antes da subida, devido a alguns factores fundamentais da mesma, aliado novamente às expectativas dos traders em relação ao futuro da mesma, sendo desta vez negativas.

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Vejamos o gráfico desta mesma acção, desta vez em finais de 2002:

A acção em questão foi bastante castigada pelos traders posteriormente.

Ao contrário da subida inicial de 400% que a fez ficar com cinco vezes mais valor que o que teve ao ser lançada em bolsa, teve agora queda de mais de 98% em relação aos máximos que atingiu, chegando a ter praticamente vinte vezes menos que o valor com que foi lançada em bolsa, ou seja queda de 95% desde a sua OPV inicial (Oferta Pública de Venda).

No exemplo acima é possível reparar também que a acção em questão encontrou um suporte bastante forte naqueles valores, sendo fácil de notar que seria muito difícil quebrar desse valor de suporte, tendo sido o valor mais baixo atingido na altura de 0.15€ de cotação.

Foi esse o valor mais baixo alguma vez atingido até ao ano de 2006 pela empresa.

Diz-se nesse caso que esta acção teve o seu mínimo histórico de 0.15€ em Setembro de 2002.

Da mesma forma pode-se dizer que esta empresa atingiu o seu máximo histórico acima dos 9.5€, na grande subida após ter rompido aquele período de calmia inicial.

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A Oferta Pública de Venda é, explicada de forma simples, uma operação segundo a qual uma empresa vende acções representantes do seu capital ao público em geral, e é quando a empresa aparece cotada em Bolsa, algo que é encontrado no primeiro dia em que é possível ver essa empresa representada num gráfico, ou em colocações posteriores.

A título de curiosidade, o equivalente mais próximo da OPV em Língua Inglesa, é a IPO, que são iniciais para “Initial Public Offering”, ou OPI (Oferta Pública Inicial), mas com a diferença de que por norma chamamos de OPV às várias colocações em Bolsa e não apenas à primeira, enquanto que as IPO/OPI referem-se mais à colocação inicial em Bolsa e não às seguintes.

Estes exemplos do comportamento de uma acção, são também exemplos perfeitos para percebermos o quão seguros podem ser os mercados de Forex e por que razões estes últimos deverão ser escolhidos para quem quer começar ou mesmo continuar a investir, devido a terem serem mais estáveis e seguros que os mercados de acções, algo que iremos comparar mais tarde, mas apenas se não forem utilizadas alavancagens, porque se se investe no Forex utilizando alavancagens, poderá tornar-se bem mais perigoso do que investir em Bolsa sem alavancagens.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

A RELAÇÃO ENTRE OS FUNDAMENTAIS

E OS SUPORTES E RESISTÊNCIAS

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A RELAÇÃO ENTRE OS FUNDAMENTAISE OS SUPORTES E RESISTÊNCIAS

Já vimos que há traders que preferem esperar até que se confirme o rompimento de uma resistência ou a quebra de um suporte para entrarem de novo no mercado.

Mas o que faz com que haja força suficiente para quebrar essas barreiras?

Existem também os traders que lutam pelo rompimento dessas mesmas barreiras mas, a não ser que sejam mesmo muitos a lutar por esse objectivo ou não haja grande oposição ao rompimento das mesmas, eles não são regra geral suficientes para provocar esse rompimento.

Muitas vezes o que faz entrar tantos traders em certas alturas no mercado nas alturas certas para dar força suficiente a um movimento de preços para romper qualquer barreira, são os fundamentais desses activos financeiros.

Neste caso quando nos referimos aos fundamentais desses activos não nos referimos àqueles que a empresa tem já dados como aceites mas sim àqueles que surgem de repente, dados novos que suscitam

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interesse ou desinteresse repentinos nesses activos por parte dos traders.

Imaginemos uma acção representativa de uma empresa.

Não será por todos saberem que as acções andam subvalorizadas que as irão comprar de um dia para o outro repentinamente, senão já teriam sido compradas há muito tempo por muitos traders e não seriam assim tão subvalorizadas de qualquer das formas.

É frequente ver acções bastante subvalorizadas, ou mesmo bastante sobrevalorizadas em relação ao seu valor real, sem com isso virem subir ou cair os seus preços para atingirem um valor de equilíbrio.

Isso deve-se a inúmeros factores, como por exemplo o de as acções representarem mais as expectativas dos traders para o futuro da empresa do que propriamente o valor actual da mesma muitas vezes, ou serem alvo simplesmente de especulação, entre outras possíveis razões.

Há certos acontecimentos fundamentais, não provocados pela Análise Técnica propriamente dita, como por exemplo a publicação de resultados de uma empresa relativos ao primeiro semestre do ano corrente, que possam mostrar aos traders que estão enganados em relação ao preço actual da acção referente a essa empresa, e que ela deveria ter um valor muito mais alto ou muito mais baixo que o seu valor actual, baseados em expectativas futuras.

Esses resultados fariam os traders apostar na subida ou queda da acção, provocando uma reacção bastante repentina aos dados fundamentais saídos e uma oscilação possivelmente abrupta dos preços.

Imaginemos que saem uns dados muito bons referentes a uma empresa cotada em Bolsa, que fazem os traders

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perceber que as acções estão a menos de metade do valor que realmente deveriam ter.

Muitos traders que teriam acções à venda, iriam rapidamente retira-las da venda a esses preços que antes seriam considerados normais mas agora considerados baixos, e colocando-as à venda a um preço muito superior ou simplesmente esperar que os preços subam para decidir.

Outros traders decidiriam entrar nas acções enquanto elas ainda estão baixas para tentar aproveitar a eventual subida de preços para obter lucros.

Uma grande afluência de traders a essas acções iria provocar uma subida desmesurada de preços, podendo essa subida romper quaisquer resistências que existissem próximas.

O mesmo se passa com outro tipo de acontecimentos inesperados que afectam o comportamento dos preços, como a famosa OPA (Oferta Pública de Aquisição), em que uma pessoa ou entidade decide lançar uma Oferta Pública de Aquisição sobre uma acção cotada em bolsa, oferecendo um preço acima do valor actual dessa acção, como por exemplo 20% acima, provocando assim em minutos uma subida de 20% nos preços dessas mesmas acções, entre outros tipos de acontecimentos comuns.

Vamos ver mais abaixo um desses acontecimentos inesperados, mas nos mercados cambiais, desta vez no câmbio Euro/Dólar durante o ano de 2004, já que no Forex, se o virmos em velas horárias ou menores, poderemos ver muitas vezes subidas ou quedas abruptas de preços devido à saída de indicadores, ou seja, dados novos que fazem os traders alterarem as suas expectativas sobre o par cambial em questão e entrarem ou sairem em força do mesmo.

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Vejamos:

Neste gráfico, temos um dia do câmbio Euro/Dólar em que saíram dados que influenciariam esse mesmo câmbio, como por exemplo algo referente à economia norte-americana ou europeia, e que provocaram uma reacção forte por parte dos traders, fazendo o par cambial Euro/Dólar subir mais de duzentos pips em menos de uma hora, tendo nós uma vela horária longa a marcar essa exagerada reacção.

Este tipo de acontecimentos, uns mais fortes que outros, provocam frequentemente subidas ou descidas de preços tão fortes e repentinas, que pulverizam qualquer resistência ou suporte que se encontre no caminho dos movimentos de preços, dependendo também da força associada ao tipo de dados que acabam de sair, como é óbvio.

Por norma os números que saem tanto no Forex como noutro tipo de mercados, acabam por ser de alguma forma esperados pelo mercado como sendo de um determinado valor, mas por vezes acabam por sair com esses números acima ou abaixo do previsto, como um relatório de ganhos numa empresa ser esperado por volta dos dez milhões no ano anterior e acabar por sair com 20 milhões, algo que provocaria uma reacção bastante boa nas acções dessa empresa, dependendo também do tamanho da mesma, pois seriam muito

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bons numa empresa pequena mas possivelmente algo absolutamente possível de ser ignorado numa empresa que já teve centenas de milhões de lucros em algum ano anterior.

No fundo, e falando em termos de acções, a penetração de níveis de suporte e resistência pode ser provocada por mudanças fundamentais que acabam por sair acima ou abaixo das expectativas dos investidores, como por exemplo resultados melhores ou piores do que o previsto, mudanças nas administrações das empresas, efeitos causados pela concorrência, entre outros.

A nível de Forex já tem a ver com variados factores que afectam as economias subjacentes aos câmbios que as representam, como taxas de juro, estado da economia, reservas de petróleo, subidas dos preços energéticos, guerras, desemprego, vendas de casas, entre outros.

Há também a causa mais simples, que é a dos traders continuarem a comprar ou vender o activo financeiro em questão simplesmente por estarem a ver os preços a subir ou cair, respectivamente, fazendo assim com que as resistências e suportes sejam arrasados por vezes de forma muito fácil.

Como já alguém disse em tempos, “a causa não é tão significativa quanto o efeito” e “novas expectativas levam a novos níveis de preços”.

Basicamente, o importante não é o que causou a subida de preços e rompimento de uma resistência, mas sim que os preços subiram realmente e que essa resistência foi mesmo rompida.

E realmente, com novas expectativas por parte dos traders, novos objectivos de preços são traçados e mais longe tentarão os traders ir no futuro, a novos e mais distantes níveis de preços.

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Já vimos bem o que são suportes e resistências, o que provoca por vezes as suas quebras e rompimentos, além dos comportamentos dos traders em relação aos mesmos, vamos agora ver as suas relações com as tendências, e de que forma as influenciam ou ajudam a criar.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

SUPORTES, RESISTÊNCIAS E A TENDÊNCIA

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SUPORTES, RESISTÊNCIAS E A TENDÊNCIA

Os preços de qualquer activo financeiro como pudemos ver, resultam de uma batalha frente a frente entre os bulls, ou seja os compradores, e os bears, ou seja os vendedores.

Os bulls puxando os preços para cima, e os bears puxando os preços para baixo, e o resultado dessa batalha é a direcção que os preços acabam por tomar, revelando assim quem está a ganhar essa batalha, e a tendência actual dos preços.

O mercado é constituído logicamente por várias resistências, que vão sendo rompidas ao longo de tendências de subida, e vários suportes, que vão também sendo quebrados ao longo do tempo durante tendências de descida.

Agora, para haver uma tendência de subida, essa tendência tem de ser contínua e cada resistência que apareça nela, tem de ser superior à resistência anterior.

Basicamente cada resistência que vá aparecendo para ser rompida pelos preços, terá de ser a um valor mais elevado que a anterior, e cada suporte onde os preços se apoiam para continuarem as suas subidas, terá de ser superior ao suporte anterior.

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Se uma destas duas condições não se verificasse, ou seja, se começassem a existir resistências mais abaixo do que a última resistência, ou suportes mais abaixo do que o suporte anterior, ou seja tendo o suporte anterior sido quebrado e estaríamos agora com suportes mais abaixo, seria sinal de que os preços estariam a subir cada vez menos, e a cair cada vez mais.

Vejamos um exemplo do que acontece quando os suportes começam a ser quebrados cada vez mais abaixo e as resistências, que impedem os preços de subir, começam a baixar também, sustentando uma descida e dando início a uma nova tendência de descida dos preços:

Como vemos pelo exemplo acima, quando os preços começam a atingir suportes cada vez mais baixos que os seus anteriores, e a ter resistências cada vez mais baixas que as suas anteriores, é sinal de que vão andando em zig zags os preços para baixo, com topos das ondas cada vez mais abaixo e fundos das ondas cada vez mais abaixo também, o que nos demonstra que a tendência se tornou claramente de queda.

No caso de uma situação inversa, de estarmos a meio de uma tendência de descida, deveríamos ter suportes a serem quebrados cada vez mais baixos que os

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anteriores, para que os preços continuem a cair cada vez mais, e resistências cada vez mais baixas, que impedem os preços de voltar a subir, apoiando os movimentos de descida e pressionando os preços para baixo cada vez mais.

Se começarmos a ter suportes mais altos que os anteriores, ou seja a fazer com que os preços deixem de cair tanto e comecem a ser suportados mais acima, ou resistências cada vez mais altas, significando que os preços começam a romper resistências e a subir, estaríamos neste caso perante também uma nova tendência lateral ou tendência inversa de subida.

Vejamos um exemplo do que acontece quando as resistências começam a ser rompidas cada vez mais acima e os suportes, que impedem os preços de cair, começam a subir também, sustentando uma subida e dando início a uma nova tendência de subida dos preços:

Como vemos pelo exemplo acima, quando os preços começam a atingir resistências cada vez mais altas que as suas anteriores, e a ter suportes cada vez mais altos que os seus anteriores, é sinal de que vão andando em zig zags os preços para cima, com topos das ondas cada vez mais acima e fundos das ondas cada vez mais

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acima também, o que nos demonstra que a tendência se tornou claramente de subida.

Já vimos que o aparecimento de suportes e resistências cada vez mais baixos ou altos nos revelam que estamos frente a frente com uma mudança de tendência de subida para descida, ou de descida para subida.

Agora, elas podem revelar também uma alteração de tendência de subida ou descida para uma nova tendência lateral, ao vermos que começou um movimento lateral de preços, ou como alguns gostam de chamar, um período de mercado sem tendência.

Vejamos um exemplo de uma tendência lateral de preços que sucede a uma tendência de subida inicial:

Como podemos ver no exemplo acima, tanto os suportes como as resistências vão sendo cada vez mais elevados, até que chegamos a uma altura em que os preços se deparam com uma resistência mais forte, esgotando-se um pouco a força que originou a tal tendência de subida inicial, sem contudo haver força para quebrar o suporte logo abaixo, que no exemplo foi testado quatro vezes sem ser quebrado, havendo um equilíbrio de preços que dão origem a esse movimento lateral de preços a que chamamos de tendência lateral

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ou mesmo período sem tendência, andando os preços a subir e a cair ligeiramente entre esse suporte e essa resistência.

Agora vejamos um exemplo inverso, uma tendência lateral de preços que sucede a uma tendência de descida inicial:

Como podemos ver no exemplo acima, inversamente ao modelo anterior, tanto os suportes como as resistências vão sendo cada vez mais baixos, até que chegamos a uma altura que os preços se deparam com um suporte mais forte, esgotando-se um pouco a força que originou a tal tendência de descida inicial, sem contudo haver força para romper a resistência logo acima, que no exemplo foi testada quatro vezes sem ser rompida, havendo um equilíbrio de preços que dão origem a esse movimento lateral de preços a que chamamos de tendência lateral ou mesmo período sem tendência, andando os preços a subir e cair ligeiramente entre esse suporte e essa resistência.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

O ARREPENDIMENTO DOS TRADERS

(TRADERS’ REMORSE)

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O ARREPENDIMENTO DOS TRADERS

(TRADERS’ REMORSE)

Após a penetração por parte dos preços de uma resistência ou suporte, é bastante comum para os traders se questionarem acerca dos novos níveis de preços, sobre se serão razoáveis ou não, e possivelmente arrependerem-se de estarem a apostar ainda no sentido que esses preços tomaram ao chegarem a esses novos níveis, saindo assim do mercado ou invertendo posições, provocando desta forma um recuo desses preços, algo que é chamado de “Traders’ Remorse”, que traduzido à letra para a Língua Portuguesa, daria algo como “Arrependimento dos Negociadores”, ou “Remorsos dos Negociadores”.

Por exemplo, após um rompimento de uma resistência, tanto os bulls como os bears do mercado podem questionar-se sobre a validade dos novos preços atingidos ao ser rompida essa resistência, e podem decidir-se em vender, caso achem estar sobrevalorizado o activo financeiro em questão.

Podem pelo contrário achar que ainda há muito espaço para subir ou estar num preço de equilíbrio, o que os faria comprar ou mesmo manter as suas posições.

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A famosa designação de Traders’ Remorse dá-se quando os preços neste caso retornam até aos níveis de suporte ou resistência após essa penetração dos preços nesses mesmos suportes ou resistências.

Vejamos agora dois exemplos de dois tipos de Traders’ Remorse:

Como podemos visualizar nos exemplos acima, os Traders’ Remorse são bem fáceis de identificar.

Como podemos ver no primeiro exemplo, após uma subida de preços, chegou-se a uma resistência que fez os preços retraírem um pouco, antes de voltarem a subir, rompendo desta vez a resistência.

Ao romper essa resistência, os preços tiveram uma pequena retracção mas sem contudo irem de volta à resistência, tentando subir novamente, até que se dá o Traders’ Remorse, em que os traders se arrependem de estarem no mercado a apostar na subida, perdendo as expectativas de que os preços continuem a subir, e ou saem do mercado, dando força aos bears, ou invertem posições e apostam na queda, levando esse Traders’ Remorse a provocar uma queda forte dos preços levando-os de volta abaixo da resistência, tendo sido esta assim uma penetração falhada.

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O inverso se passa com o segundo exemplo, após se quebrar finalmente um suporte, os traders chegam a um consenso de que afinal os preços não têm força para continuar a cair, fazendo com que os bears saiam do mercado ou se tornem bulls apostando na subida dos preços, e dando assim mais força aos bulls que acham que a penetração não teria força para continuar, provocando assim um Traders’ Remorse que acabou por levar os preços novamente para níveis bem acima dessa resistência, tornando assim essa penetração como sendo falhada.

Vejamos um exemplo real, onde iremos aproveitar mais uma vez o exemplo do índice Dow Jones Industrial Average, desta vez em gráfico diário, onde poderemos ver o que aconteceu entre os anos de 1972 e 1973, quando houve uma tentativa de rompimento da famosa resistência dos 1.000 pontos do índice, que levou anos a ser quebrada:

Como vemos acima, houve um rompimento desta linha de resistência nos 1.000 pontos, havendo depois uma ligeira retracção de preços até ao suporte, que foi outrora uma resistência, mas tendo actuado esse suporte devidamente, fazendo os preços ressaltarem novamente para perto dos 1.065 pontos.

Aí acaba por haver um grande arrependimento por parte dos traders que apostavam no rompimento desse

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importante nível de resistência, arrependimento esse que os faz fecharem as suas posições longas, e ficarem de fora do mercado ou mesmo inverterem posições, passando a apostar na queda, criando uma descida de preços que foi ajudada também pelos bears do mercado, e que levou os preços abaixo novamente do suporte dos 1.000 pontos.

Uma vez tornada resistência novamente, o nível dos 1.000 pontos foi ultrapassado depois novamente logo após a sua passagem de suporte para resistência, mas sem sucesso caindo novamente para abaixo dos 1.000 pontos.

Temos outra grande tentativa de subida perto de Setembro de 1973, mas como vemos aí por essa altura, a resistência dos 1.000 pontos foi bastante eficaz mal chegando os preços perto da mesma, caindo logo com muita força para níveis na casa dos 700 pontos.

Basicamente, durante o período possível de Remorse, ou por outras palavras durante o período possível de haver arrependimento, a acção dos preços é deveras importante, onde poderão acontecer duas coisas: ou há um consenso entre bulls e bears de que as expectativas em relação aos novos preços atingidos não são viáveis, havendo aí um regresso dos preços até ao nível anterior antes desse suporte ou resistência ter sido penetrado pelos preços, ou os traders aceitam esses novos níveis de preços atingidos após a penetração desse suporte ou resistência, e aceitam esses preços como viáveis e passíveis de irem mais longe, e nesse caso os preços irão continuar a mover-se na direcção dessa penetração.

No caso da primeira hipótese, em que os novos níveis de preços não sejam aceites consensualmente pelos traders, estaremos perante uma bull trap ou uma bear trap, como iremos estudar posteriormente.

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No caso da aceitação consensual por parte dos traders dos novos preços, esses mesmos preços irão continuar a mover-se na direcção dessa penetração, ou seja, para cima, caso tenha sido penetrada uma resistência, ou para baixo, caso tenha sido penetrado um suporte.

Já anteriormente vimos neste exemplo do Dow Jones que houve tentativas ao longo do tempo de penetração dos preços da resistência dos 1.000 pontos, que correram mal, havendo um Traders’ Remorse que acabou por levar posteriormente os preços abaixo novamente dessa resistência forte dos 1.000 pontos.

Vejamos então agora um exemplo real de como no Dow Jones Industrial Average, perto da famosa barreira dos 1.000 pontos, houve uma aceitação de preços após um potencial traders’ remorse, aceitação essa que acabou por levar os preços ao longo dos anos até acima dos 10.000 pontos:

Neste exemplo acima, podemos ver logo no início que houve uma penetração da famosa resistência dos 1.000 pontos, havendo depois um potencial Traders’ Remorse que levou os preços de volta ao nível dos 1.000 pontos, mas desta vez sendo esse nível um suporte e não resistência, teve força suficiente para suportar os preços, e levá-los mais acima.

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O que se passou neste caso, é que houve um consenso entre as duas grandes forças do mercado, os bulls e os bears, que aceitaram os novos valores atingidos pelo índice como viáveis, deixando os preços subir, algo que deu a liberdade necessária aos preços para continuarem o seu caminho, tendo chegado em poucos anos a uma subida de mais de 1.000%, acima dos 11.000 pontos.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

O VOLUME NA CONFIRMAÇÃO DAS PENETRAÇÕES

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O VOLUME NA CONFIRMAÇÃO DAS PENETRAÇÕES

Agora como poderemos distinguir uma penetração de preços válida de outra que irá ser anulada e que verá os preços regredirem posteriormente?

Aquando de um rompimento de uma resistência ou a quebra de um suporte, há um valioso dado que nos poderá ditar se haverá força por parte dos traders que causam a penetração de uma barreira por parte dos preços: o Volume.

Um movimento de preços que tenha um fraco Volume, não terá tantas chances de ter sucesso quanto um que tenha um Volume bastante superior.

O Volume como tivemos a chance de estudar anteriormente, dá-nos a conhecer também a quantidade de traders e de capital investido em cada vela de um gráfico.

Logo, se virmos velas com um Volume superior ao das velas anteriores, demonstrará um maior interesse por parte dos traders no movimento actual dos preços do que nos movimentos anteriores com menor Volume.

Um maior Volume dá a entender também que houve um maior número de traders do lado da tendência inerente ao movimento de preços corrente, ou seja, quanto

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NOTA:O Volume é um factor importante a termos em contra aquando do rompimento de uma resistência ou quebra de um suporte, pois é ele que nos diz a quantidade de traders que estavam no mercado nesse momento, e assim se essa penetração foi da vontade de muitos, ou causada pela inércia dos outros traders. Assim, se foi algo provocado pela vontade de muitos, terá mais força e menos chances de ser dada como inválida, enquanto que se apenas aconteceu por inércia dos outros traders, quando voltarem ao mercado poderão tornar essa penetração inválida. Assim, dá-se mais importância às penetrações que tenham Volumes maiores a acompanhar as mesmas.

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maior o Volume em determinado movimento de preços, maior o número de traders do lado desse movimento, e consequentemente, menor o número de traders que se opõem a esse movimento.

Dessa forma, se estivermos frente a frente com uma penetração de uma barreira importante, como por exemplo uma resistência, e se essa penetração ocorrer com bastante Volume, poderá querer dizer que a maioria dos traders está do lado da subida, ou seja, são bulls, e que a minoria que ficou fora do mercado, serão os bears, em muito menor número.

Dessa forma, havendo muito mais bulls do que bears no mercado associados a esse movimento de preços, maiores as chances de após a penetração esse movimento continuar, e menores as chances de esse pequeno grupo de bears conseguir sobrepor-se à força dos bulls em maior número, e levar os preços mais abaixo.

Menores serão também as probabilidades de alguns bulls ao saírem do mercado ou inverterem as suas posições levarem os preços abaixo consigo, pois serão menos traders entre muitos, do que se fosse algo com pouco Volume onde se os poucos que ajudaram à penetração desistissem ela perdesse a sua força toda.

No caso de haver uma penetração de uma barreira mas com pouco Volume, significará que há menos traders do lado desse movimento de preços, e com isso, existirão muito mais potenciais traders contra o movimento de preços actual, ou fora do mercado e dispostos a apostar na tendência contrária perto da penetração da resistência, e o menor número de traders do lado da tendência actual, poderá não ser suficiente para resistir à oposição dos que possam decidir ir na direcção contrária desse movimento de preços.

Basicamente falando, quanto maior o Volume, maior o número de traders que sabemos estarem do lado da

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direcção que leva à penetração da barreira pelos preços, e menor o número de traders que se poderão opor a essa penetração, levando a uma maior probabilidade de que a penetração seja feita com sucesso.

Vejamos novamente um exemplo tirado do índice Dow Jones Industrial Average, novamente na barreira dos 1.000 pontos:

Se verificarmos no gráfico acima, tanto na penetração falhada do suporte nos 800 pontos no início de 1980, como na penetração falhada da resistência nos 1.000 pontos durante o ano de 1981, verificou-se um “não aumento” de Volume, ou mesmo uma redução de Volume, durante essas penetrações de preço, levando a que as mesmas fossem feitas sem força e sem apoio da maioria dos traders do mercado, que possivelmente estariam à espera que os preços se aproximassem dessas barreiras para apostar na direcção contrária e fazerem com isso lucros.

A penetração da barreira dos 1.000 pontos já durante o ano de 1982, já foi como se pode ver, feita com perto do dobro do Volume médio dos anos anteriores marcado com aquela linha horizontal no fundo, o que quererá dizer que já teve bastante mais força e que foi feito por muito mais traders interessados nessa penetração de

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preços do que nas anteriores, havendo menos probabilidades de falhar.

Se repararmos, a barreira foi quebrada com bastante Volume, houve um arrependimento momentâneo dos traders que levou os preços até perto da agora resistência dos 1.000 pontos, aliado a alguma redução do Volume, e continuando a sua subida posteriormente sempre com um bom nível de Volume, algo que faltou nas alturas em que aconteceram as tentativas falhadas anteriores de rompimento da barreira dos 1.000 pontos, o que nos mostra o quão importante o Volume pode ser nestes casos.

O Volume é assim uma boa forma de quantificar as expectativas de um determinado número de traders do mercado, que poderá ser alto ou baixo, associadas a essa penetração dessa barreira que poderá ser um suporte ou uma resistência.

Se existir um aumento de Volume durante essa penetração, e especialmente se for notado uma redução de Volume durante o traders’ remorse (demonstrando falta de força por parte dos traders que querem contrariar a penetração), será fácil de deduzir que poucas expectativas de mercado terão sido alteradas após essa penetração, e que o regresso ao movimento de preços na direcção da penetração deverá por isso continuar.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

INTRODUÇÃO ÀS BULL TRAPS E BEAR TRAPS

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INTRODUÇÃO ÀS BULL TRAPS E BEAR TRAPS

Vamos estudar agora dois fenómenos designados por “Bull Trap” e “Bear Trap”.

Já sabemos que os traders que apostam nas subidas de preços são designados por bulls e que os traders que apostam nas descidas de preços são designados por bears.

Sabemos também que essas palavras significam em Língua Portuguesa Touro e Urso, respectivamente, e que são mesmo esses dois animais os representantes desses dois tipos de forças do mercado, ou mesmo sentimentos de mercado, dizendo-se que os traders podem ser descritos como tendo sentimentos bullish ou bearish, afectando dessa forma de acordo com o sentimento de mercado a evolução dos preços.

Os analistas técnicos dos mercados de capitais têm usado um conjunto de metáforas para designar as mais diversas figuras e teorias com que trabalham no dia a dia, criando um certo misticismo em torno deste tipo de matérias como pudemos ver na matéria das Velas Japonesas, por exemplo.

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Aqui não fugimos à regra, como iremos ver de seguida, com estas “armadilhas” para os touros (bulls) e ursos (bears) do mercado.

As Bull Traps e as Bear Traps são no fundo falsas penetrações nas resistências e suportes (“false breakouts”, na Língua Inglesa), que levam os bulls ou os bears a crerem que podem entrar no mercado e fazerem lucro e depois verem as suas aspirações irem por água abaixo e acabarem por terem prejuízo por terem seguido um sinal de compra ou venda falso.

Sempre que uma resistência é rompida ou um suporte quebrado, e depois os traders chegam a um consenso de que esses novos níveis de preços atingidos não são viáveis, há o tal Traders’ Remorse que estudamos acima, e aí, pode-se dizer que houve uma “armadilha” que conseguiu capturar alguns traders, ou bulls ou bears do mercado.

Vejamos agora exemplos do que seriam uma bull trap e uma bear trap, com respectiva indicação dos pontos quer dos pontos em que a linha horizontal representou um suporte, quer os pontos em que a linha horizontal representou uma resistência.

Vejamos um exemplo de uma bear trap:

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Aqui podemos ver uma linha de suporte que sustentou os preços após vários testes ao mesmo, mas havendo uma altura em que é quebrado por eles.

De seguida os preços voltam ao anterior suporte, actuando agora como resistência, que não é rompida pelos preços, que acabam por cair posteriormente mais um pouco, com um aumento e reforço de posições curtas por parte dos bears, caindo assim estes na armadilha.

Chegamos assim a uma altura em que as expectativas dos traders mudam, e entram num consenso de que os preços não são sustentáveis a estes níveis de momento, e que estão afinal demasiado baixos, o que leva os preços a subir e romper a resistência, que depois actua novamente como suporte, voltando os preços a um nível em que há um equilíbrio maior entre a oferta e a procura, ou seja, um consenso maior entre os bulls e os bears do mercado.

Esta situação foi no fundo uma bear trap, onde vários bears do mercado foram cair, ao acontecer o posterior traders’ remorse que lhes infligiu prejuízos nas suas carteiras.

Vejamos agora o exemplo de uma bull trap:

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Aqui, inversamente ao exemplo de cima, podemos ver uma linha de resistência que impediu a subida de preços após vários testes à mesma, mas havendo uma altura em que é rompida por eles.

De seguida os preços voltam à anterior resistência, actuando agora como suporte, que não é quebrado pelos preços, que acabam por subir posteriormente mais um pouco, com um aumento e reforço de posições longas por parte dos bulls, caindo estes assim na armadilha.

Chegamos assim a uma altura em que as expectativas dos traders mudam, e entram num consenso de que os preços não são sustentáveis a estes níveis de momento, e que estão afinal demasiado elevados, o que leva os preços a caírem e quebrarem o suporte, que depois actua novamente como resistência, voltando os preços a um nível em que há um equilíbrio maior entre a oferta e a procura, ou seja, um consenso maior entre os bulls e bears do mercado.

Esta situação foi no fundo uma bull trap, onde vários bulls do mercado foram cair, ao acontecer o posterior traders’ remorse que lhes infligiu prejuízos nas suas carteiras.

Pode-se dizer que existem basicamente duas situações em que as armadilhas (traps) podem ocorrer:

Há as que acontecem a meio de uma tendência definida de subida ou queda, em que os bulls ou bears apostam na inversão da tendência por verem penetrada uma resistência ou suporte, respectivamente, e que depois vêem voltar à tendência anterior.

As outras são as que acontecem quando se está perto de um topo ou fundo, próximos de uma resistência ou suporte, respectivamente, e em que acontece uma penetração, como a verificada anteriormente com o exemplo dos 1.000 pontos do Dow Jones, e que leva os

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bulls ou bears (consoante é uma resistência ou suporte), a tomarem uma posição a favor da continuação da tendência para novos níveis de preço ou mesmo início de uma nova tendência (quando estivermos numa tendência lateral), e terem de fechar posições depois por verem que essa penetração dessa resistência ou suporte ter sido inválida.

Ou seja, a primeira que iremos estudar, são traps em que os bulls ou bears do mercado caem ao julgarem que estão presentes numa inversão da tendência actual do mercado, enquanto que na segunda, esses traders julgam haver um breakout (penetração) de um suporte ou resistência que levarão a uma continuação da tendência actual ou ao início de uma nova tendência.

Traps em possíveis inversões de tendências

Quanto à primeira situação de trap referida, acontece quando os traders pensam devido a algum movimento novo e contrário de preços a meio da tendência actual, que essa mesma tendência se irá inverter e dar origem a uma tendência inversa, ou seja a uma reversão de tendência, e entram no mercado, invertendo posições, para descobrir pouco tempo depois que essa inversão de tendência era apenas um sinal falso e retomando a tendência anterior, fazendo-os ter prejuízo.

Ou seja, este tipo de traps é visível a meio de tendências quando há um qualquer movimento contrário à tendência, em que haja penetração de algum suporte ou resistência, dando a ideia de que a tendência será invertida, e depois acabando por voltar à tendência anterior e assim não havendo inversão, sendo assim uma armadilha em que acabam por cair alguns traders e deixá-los fora do mercado ou fazê-los ter prejuízos.

Tal como uma armadilha na vida real que deixaria o touro ou urso fora da corrida por ficarem lá presos durante algum tempo (fora do mercado na vida real até

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decidir quando voltar a entrar), ou deixando-os feridos, ou seja, com prejuízos em carteira, na vida real, assumindo novamente a posição a favor da tendência.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

AS BULL TRAPS

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AS BULL TRAPS

No caso de isto acontecer a meio de uma tendência de queda, em que alguns bulls decidam entrar no mercado no sentido oposto da tendência por virem rompida uma resistência que possa dar sinais de inversão de tendência, dá-se o nome de bull trap, pois serão os bulls os que cairão nesta armadilha.

Vejamos um exemplo de uma bull trap a meio de uma tendência de descida dos preços:

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Como podemos ver no exemplo acima, nesta tendência de queda, tanto os suportes como as resistências vão sendo cada vez mais baixos, ajudando as resistências a impor barreiras cada vez mais abaixo às subidas de preços, fazendo-os cair, e os suportes sendo quebrados constantemente, não conseguindo evitar essas quedas.

Chegamos contudo a uma altura, a meio da tendência de queda, em que curiosamente, após uma normal retracção dos preços face a uma das resistências, os preços acabam mesmo por romper essa resistência, o que faz com que alguns bulls do mercado acreditem tratar-se de uma inversão da tendência de descida actual e abrirem ou reforçarem posições longas no mercado, apostando na subida dos preços, caindo assim numa armadilha de bulls, uma bull trap.

Contudo, os novos níveis de preços acabam por não ser afinal sustentáveis, e dá-se um Traders’ Remorse, acabando os preços por voltar novamente para níveis abaixo desse suporte, que actua posteriormente como resistência novamente, e continuando os preços o seu caminho de descida, de acordo com a tendência actual.

Assim deu-se uma bull trap, tendo sido apanhados nela alguns bulls desprevenidos a meio de uma tendência de descida de preços, bulls estes que julgavam estar perante uma inversão de tendência.

Vamos ver mais abaixo exemplos reais de algumas armadilhas no dia a dia do câmbio Euro/Dólar onde alguns bulls acabam por cair.

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Primeiro exemplo:

O gráfico horário acima, mostra-nos que durante uma tendência de queda, houve uma determinada altura em que os preços subiram ligeiramente, e depois houve uma explosão repentina nos preços, fazendo-os subir bastante acima dos máximos das últimas vinte e quatro horas.

Tal subida repentina e forte fez certamente muitos bulls pensarem que seria uma boa altura para entrar no mercado com posições longas, pois poderiam estar perante uma inversão de tendência, daí o movimento ter também subido tão repentinamente, devido à quantidade de compras e devido a stop losses fechados de posições curtas.

Acabam no fundo por cair em pequenas armadilhas, pois depois vêem os preços inverter e cair novamente em poucos minutos e por norma esses bulls aguentam um pouco as quedas na esperança de que voltem a subir os preços por estarem supostamente numa nova tendência de subida, mas infelizmente os preços caem cada vez mais, tendo fechado a vela mais de cem pips abaixo, e indo os preços a mais de duzentos pips abaixo nas horas seguintes.

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Neste caso muitos bulls poderão ter entrado ao verem rompida a resistência dos 1.2100 com força, caindo assim numa armadilha.

Muito pouco tempo depois de esses bulls terem entrado no mercado, os preços começam a cair e acabam por ver que foi um falso sinal de subida.

Se fosse em velas de cinco minutos seriam mais perceptíveis os movimentos que fazem os traders caírem nestas armadilhas e os arrependimentos dos mesmos, mas não seriam visíveis tão bem as tendências de descida de preços, pelo que foram escolhidos gráficos com velas de uma hora.

Vejamos outro exemplo de armadilha para os bulls:

Nesta vela realçada a meio do gráfico, vemos uma vela que tem uma sombra superior de cerca de cem pips.

Devido possivelmente a alguma notícia, houve uma subida brusca de preços, que após a recente calmia no mercado, levou muitos bulls a entrarem no mercado ou a reforçarem posições, pensando vir aí um novo movimento de subida de preços, tendo os preços rompido o anterior suporte de 1.3000, agora resistência, e tendo também alguns bulls tido o azar de ter entrado mesmo perto dos 1.3050 de preço, pois se os preços chegaram a esse valor, é porque houve bulls

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que tiveram o azar de comprar a esse preço e bears que tiveram a sorte de abrir posições a esse preço.

Neste caso muitos bulls poderão ter entrado perto do nível dos 1.3000 que seria uma resistência forte para muitos, caindo assim numa armadilha.

Mais uma vez, tal como no exemplo anterior, pouco tempo depois de esses bulls terem entrado no mercado, os preços começam a cair e acabam por ver que foi um falso sinal de subida.

Vejamos agora em gráficos com velas de cinco minutos um movimento de preços que foi tão rápido que nem deve ter dado tempo a que muitos bulls possam ter entrado nesse momento, a não ser talvez aqueles que estivessem de olho no mercado e ao verem a subida repentina pensarem que seria uma daquelas subidas repentinas de mais de cem pips, e terem entrado no mercado, para em poucos minutos depois assumirem prejuízos avultados, ou devido a ordens pendentes:

Como vemos, em bastante pouco tempo, em menos de cinco minutos que é a duração da vela em questão, os preços subiram repentinamente cerca de trinta pips, não chegando sequer a romper bem a resistência dos 1.2100, mas contudo, devido a ter sido um movimento bastante repentino de subida após uma calmia bem visível no mercado, pode ter levado alguns bulls a

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terem apostado na subida dos preços na expectativa de que estivessem perante um daqueles movimentos repentinos de mais de cem pips de tamanho e com força que iria romper a resistência dos 1.2100 dando início a um novo movimento de subida.

Escusado será dizer que os bulls que entraram no mercado nesse momento, viram as suas expectativas frustradas com a queda seguinte que se seguiu nos preços, pois os preços reagiram mal à resistência dos 1.2100.

De qualquer das formas, este foi um exemplo mais de um sinal falso, do que propriamente uma bull trap convencional em si, pois nenhuma resistência importante foi quebrada, no fundo foi apenas um sinal falso de compra, não deixando contudo de ter sido uma pequena armadilha para alguns bulls com mais azar que acabaram por ter sido apanhados nela e ter tido prejuízos na carteira, mas não sendo um bom exemplo do que andámos a estudar anteriormente, servindo apenas para alerta de algo que se passa frequentemente no dia a dia e ao que os traders devem ter sempre em conta que poderá acontecer.

Se tivesse sido rompida a resistência dos 1.2100 aí poderia ter havido uma verdadeira bull trap com um traders’ remorse depois, com muitos bulls a caírem nela e aí sim seria um bom exemplo.

Muitos destes movimentos repentinos de preços devem-se à saída de números e relatórios, ou mesmo notícias, entre outros factores fundamentais que ocorrem no dia a dia nos mercados cambiais, e muitas vezes levam os traders a pensar que são daqueles movimentos bruscos bastante fortes com mais de cem ou duzentos pips de subida e a entrarem na direcção desses movimentos, especialmente após a penetração de suportes e resistências, para depois verem frustradas as suas expectativas com um traders’ remorse que os faz entrar na zona dos prejuízos.

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Por vezes saem números e notícias que levam a movimentos repentinos de mais de cem e duzentos pips, mas convém sempre ver se são para se manter ou apenas sinais falsos como no caso anterior.

Deparamo-nos no dia a dia frequentemente com todo o tipo de armadilhas, há também pequenos acontecimentos que levam os traders a pensar que a tendência irá continuar ou inverter para depois lhes mostrar que estavam enganados e fazendo-os perder dinheiro.

Vamos ver de seguida um exemplo desses acontecimentos que levam os traders a perder dinheiro.

Vejamos agora com mais atenção um exemplo em que alguns bulls, levados pelas emoções do momento, acabaram por entrar em subidas repentinas que poderiam ser o início de novas subidas de preços, mas que acabaram por se revelar armadilhas que levaram muitos desses bulls a ter de fechar posições ou assumir perdas, pois foram apanhados numa situação típica e vulgar dos mercados cambiais:

Nesta situação, há alguns bulls que são apanhados naquilo que pensam ser uma inversão da tendência actual da queda para verem que afinal era apenas um sinal falso de subida.

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Neste exemplo, em velas horárias, como podemos ver, há uma vela branca longa mas que é seguida de uma fortíssima vela negra que fecha abaixo dos mínimos da vela branca anterior, levando os preços posteriormente muito mais abaixo.

Vejamos agora melhor o que se passou em velas de cinco minutos:

Basicamente o que podemos reparar é que finalmente os preços saíram do movimento lateral a curto prazo em que se encontravam para subir fortemente, também devido à ajuda de muitos traders que entraram no mercado assumindo posições longas, mas não conseguindo eles enfrentar as fortes vendas dos bears que detinham bastante força perto da resistência importante dos 1.2000, não chegando os preços a conseguir sequer tocar lá, sendo seguida essa aproximação provocada por essa subida repentina, de uma queda igualmente repentina e ainda mais forte, levando os preços a cair quase duzentos pips nas horas seguintes.

No fundo a principal causa desta queda abrupta e com isso os prejuízos causados às carteiras dos bulls que entraram na subida repentina, foi a resistência muito forte dos 1.2000, e devem nestes casos os bulls do mercado ter atenção primeiro ao facto de os preços conseguirem romper essas resistências ou não, antes

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de entrarem no mercado apostando na subida, pois frequentemente essas resistências têm força suficiente para evitar essas subidas.

Vejamos um exemplo bem visível de uma armadilha em que caíram muitos bulls pois pouco levava a prever que os preços iriam cair posteriormente:

No exemplo acima, em velas horárias, podemos ver que após uma queda continuada, há algumas tentativas de subida por parte dos bulls do mercado.

Pelos 1.3150 os preços foram suportados e houve uma pequena subida gradual até que com uma única vela negra os preços caíram dos 1.3155 aos 1.3085.

Mas essa queda é irrelevante, o que iremos estudar é diferente.

Se virmos na segunda parte do gráfico, os preços começam a andar mais de forma lateral, não passando por norma de uma resistência nos 1.2980.

Há uma primeira tentativa em que os preços rompem mesmo essa resistência, mas havendo depois um traders’ remorse, provocando assim prejuízo aos bulls que caíram na armadilha de comprar durante esse rompimento dessa resistência, e levando os preços novamente abaixo da mesma.

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Mais tarde, há um movimento bastante forte que leva os preços acima dessa resistência, como iremos ver desta vez de forma ampliada:

Como podemos ver, dessa segunda tentativa, a resistência não tem qualquer força perante a força dos bulls que elevam os preços bastante acima, rompendo também uma resistência existente nos 1.3020, a mesma que evitou que os preços subissem mais na primeira tentativa falhada.

Essa subida tão abrupta dos preços, rompendo com facilidade essa resistência nos 1.2980, chega a passar também a resistência dos 1.3020, tudo em menos de meia hora, levando muitos bulls a entrar no mercado ou a reforçar posições, mas não chegando a vela dessa hora a fechar acima da resistência dos 1.3020, sendo seguida de uma vela negra longa que demonstra um arrependimento por parte dos traders e que leva os preços de novo abaixo dos 1.2980, sendo seguida também por outra vela negra ainda maior que leva os preços abaixo dos 1.2900.

No fundo a resistência muito forte dos 1.3000 fez o seu papel, mas no caso do gráfico isso é visível perto dos 1.3020 que foi a resistência até onde os preços conseguiram ir duas vezes antes da queda final e que deu origem aos dois arrependimentos que causaram prejuízos a vários bulls que apostavam nas subidas.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

AS BEAR TRAPS

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AS BEAR TRAPS

Agora, se a trap em questão acontecer a meio de uma tendência de subida, em que alguns bears decidam entrar no mercado no sentido oposto da tendência por virem quebrado um suporte que possa dar sinais de inversão de tendência, dá-se o nome de bear trap, pois serão os bears os que cairão nesta armadilha.

Vejamos agora um exemplo de uma bear trap a meio de uma tendência de subida dos preços:

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Como podemos ver desta vez no exemplo acima, nesta tendência de subida, tanto os suportes como as resistências vão sendo cada vez mais elevadas, ajudando os suportes a sustentar os preços cada vez mais acima, ajudando-os a subir, e as resistências sendo rompidas constantemente, não conseguindo evitar essas subidas.

Chegamos contudo a uma altura, a meio da tendência de subida, em que curiosamente, após um normal ressalto dos preços face a um dos suportes, os preços acabam mesmo por quebrar esse suporte, o que faz com que alguns bears do mercado acreditem tratar-se de uma inversão da tendência de subida actual e abrirem ou reforçarem posições curtas no mercado, apostando na descida de preços, caindo assim numa armadilha de bears, uma bear trap.

Contudo, os novos níveis de preço acabam por não ser afinal sustentáveis, e dá-se um Traders’ Remorse, acabando os preços por voltar novamente para níveis acima dessa resistência, que actua posteriormente como suporte novamente, e continuando os preços o seu caminho de subida, de acordo com a tendência actual.

Assim deu-se uma bear trap, tendo sido apanhados nela alguns bears desprevenidos a meio de uma tendência de subida de preços, bears estes que julgavam estar perante uma inversão de tendência.

Os mercados cambiais são locais ideais para procurarmos este tipo de pequenas armadilhas que deixam muitos traders com elevados prejuízos em pouco tempo, mas não nos esqueçamos que estamos a ir buscar exemplos com velas de muito baixos períodos de tempo apenas para efeitos de demonstração.

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Vejamos um exemplo real de o que seria uma bastante perigosa bear trap no câmbio Euro/Dólar:

Como pudemos ver no exemplo acima, houve uma terrível armadilha para os bears.

Neste caso aconteceu bastante depressa, e por isso em velas de uma hora não é bem visível o que se passou, e teríamos de visualizar essa trap em velas de cinco minutos.

De qualquer das formas, podemos ver na vela em realce, que teve uma sombra que penetrou praticamente todos e quaisquer suportes visíveis no gráfico, e uma sombra inferior com mais de duzentos pips de tamanho, mostrando que os preços percorreram duzentos pips para baixo, antes de voltarem a subir.

Com essa queda repentina, muitas ordens longas foram fechadas, quer por stop-losses que os bulls tinham definido, quer por decisão própria dos mesmos.

Quem é que ao ver que os preços se estariam a mover tão rápido na direcção contrária não sairia do mercado com o pânico de estar a ter prejuízos elevados ou mesmo tentaria inverter posições e tentar assim tirar algum lucro da queda?

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Só traders experientes e com sorte, ou que não estivessem de olho nos mercados a essa hora, é que evitariam cair nessa armadilha e continuariam quietos, em termos de bulls que se tornariam bears ou simplesmente fechariam posições indevidamente, ou mesmo bears que apostariam na queda muito abaixo para depois ver prejuízos com a subida de preços e estes nervos são uma das razões pelas quais o daytrading é tão stressante e uma das razões pelas quais muitos optam por investir em prazos mais alargados e de forma mais tranquila.

Após essa queda de mais de duzentos pips, os preços não foram aceites como válidos, e ocorreu a subida de preços, levando-os de volta aos valores iniciais com uma recuperação tão ou mais forte quanto a descida inicial em si.

Contudo, no meio desta queda, houve muitos bulls que viram as suas posições fechadas com prejuízo, e muitos bears que entraram no mercado ou mesmo reforçaram posições curtas, apostando na descida, e que acabaram por perder dinheiro ao ver os preços recuperar depois, caindo assim numa perigosa e rápida armadilha.

O pior caso possível, ainda pior do que bears entrando no mercado para ganhar dinheiro com a queda, seriam bulls que ao verem os seus prejuízos aumentarem com a queda, assumiram os prejuízos, fechando posições, apostando depois na queda de preços, infelizmente alguns erradamente na casa dos 1.23 de preço, tornando-se bears tarde demais, perdendo bastante depois com a subida de preços subsequente por estarem a apostar na queda, ficando assim a perder duas vezes numa só hora e com bastantes prejuízos, se não tivessem agido, talvez não tivessem perdido nada.

Primeiro por fecharem a posição num sinal falso de venda, e segundo por se tornarem bears e caírem assim numa bear trap fatal.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

TRAPS EM TENDÊNCIAS LATERAIS OU NA CONTINUAÇÃO DAS TENDÊNCIAS ACTUAIS

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TRAPS EM TENDÊNCIAS LATERAIS OU NA CONTINUAÇÃO DAS TENDÊNCIAS ACTUAIS

As situações em que estudámos o acontecimento destas traps até agora, foram as que eram relativas a suportes ou resistências de menor força, aquelas mais a curto prazo que iam sendo geradas a meio de subidas ou descidas e que poderiam levar os traders a deduzirem que estaria a acontecer uma inversão de tendência e a entrarem nos mercados.

As outras situações em que se verificam as traps, e possivelmente as mais visíveis, além de serem as mais conhecidas e referidas quando se estudam estes fenómenos, são aquelas situações em que o mercado ou já se encontra na direcção do nível de preço onde está o suporte e resistência, e chegando lá, penetra essa barreira levando os traders a pensar que poderá ir mais longe e a entrar no mercado, ou então numa tendência lateral de preços, limitada por um suporte ou resistência que ao serem penetrados levam os traders a entrar no mercado por julgarem ser o início de uma nova tendência.

Ao contrário do tipo de suportes e resistências referidos nos tipos de traps falados anteriormente, estas traps já

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ocorrem com suportes e resistências muito mais fortes, normalmente de mais longa duração e não criadas há pouco tempo, sendo por isso as mais faladas e o principal tipo de traps existente.

Por norma o anterior tipo de traps, referente a breakouts que possam dar início a inversões de tendência, não costuma ser exemplificado quando é estudado, e sim este que iremos estudar agora, que são possivelmente mais fáceis de identificar, mas foi referido pois não deixam de ser armadilhas colocadas aos traders no dia a dia e que convém estarmos preparados para as evitarmos, além de que é comum referir que se está perante uma bull trap ou bear trap naquelas situações referidas acima de inversões falsas de tendência através de falsos breakouts dando início a falsas inversões de tendência.

Aqui estamos presentemente numa tendência, quer seja lateral, de subida ou de descida, quando os preços chegam a uma resistência ou a um suporte, que se forem penetradas pelos preços, poderão dar origem a uma continuação da tendência actual para preços mais distantes, ou mesmo ao início de uma nova tendência no caso de estarmos perante uma tendência actual lateral.

Vamos ver então mais abaixo um exemplo de uma bull trap durante uma tendência lateral que leva os bulls a pensarem que se irá dar início a uma nova tendência bullish, para depois verem as suas expectativas frustradas ao verem os preços voltarem à tendência lateral já existente.

Mas este tipo de bull traps não serão das piores, dado que sendo a tendência lateral, as perdas para os que caem nestas armadilhas não serão das piores.

As piores traps são normalmente as que ocorrem a meio de tendências fortes e levam os traders a perder dinheiro com as quebras consequentes.

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Vejamos então o exemplo acima referido:

Vejamos agora em exemplo uma bear trap durante uma tendência lateral que leva os bears a pensarem que se irá dar início a uma nova tendência bearish, para depois verem as suas expectativas frustradas ao verem os preços voltarem à tendência lateral já existente:

Iremos ver agora em exemplo uma bull trap e uma bear trap aquando já presentes numa tendência de subida ou descida, levando os bulls a pensarem que após rompida a resistência encontrada, os preços

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poderão subir ainda mais pelo que deverão abrir ou reforçar posições longas após o rompimento da mesma, e os bears a pensar que após quebrado o suporte encontrado os preços poderão cair ainda mais pelo que deverão abrir ou reforçar posições curtas após a quebra do mesmo, ou seja, a pensarem os traders que os preços irão, basicamente ainda mais longe.

Vejamos uma bear trap que acontece durante uma queda de preços:

Como podemos ver acima, o que se passa é que os bears que andam a apostar na queda de preços durante esta tendência bearish, deparam-se mais uma vez com um dos vários suportes que têm vindo a encontrar pelo caminho e que têm sido quebrados, e pensam mais uma vez que irá ser quebrado como os anteriores, e realmente acaba por o ser, mas desta vez há um arrependimento por parte dos traders e os preços voltam novamente para valores anteriores à quebra desse suporte, ou seja, acima dele, assumindo depois normalmente outra tendência, como uma tendência lateral ou uma tendência inversa, de subida de preços, no caso do exemplo acima.

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Vejamos uma bull trap que acontece durante uma subida de preços:

Como podemos desta vez ver acima, o que se passa é que os bulls que andam a apostar na subida dos preços durante esta tendência bullish, deparam-se mais uma vez com uma das várias resistências que têm vindo a encontrar pelo caminho e que têm sido rompidas, e pensam mais uma vez que irá ser rompida como as anteriores, e realmente acaba por o ser, mas desta vez há um arrependimento por parte dos traders e os preços voltam novamente para valores anteriores ao rompimento dessa resistência, ou seja para baixo dela, assumindo depois normalmente uma outra tendência, como uma tendência lateral ou uma tendência inversa, de descida de preços, no caso do exemplo acima.

Como vimos por estes dois exemplos, este tipo de traps acontecem já na continuação de um movimento de preços, quer esteja este dentro de uma tendência lateral de preços e que possa significar que essa tendência seja rompida para dar lugar a uma nova tendência de subida ou queda de preços, quer esteja a meio já de uma tendência de subida ou queda bem delineada, mas que possa dar a entender que uma

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barreira tenha sido quebrada e que leve essa tendência a seguir caminho por mais algum tempo.

De qualquer das formas, entre estas e as traps anteriores que aconteciam a meio de uma tendência contrária, essas que aconteciam a meio de uma tendência contrária serão possivelmente as mais perigosas, visto que por norma, se por exemplo estivermos a lidar com uma bull trap os bulls que esperavam que os preços invertessem e subissem mais, acabam por ficar com acções sobrevalorizadas (ou outro tipo de activo financeiro) em mãos, quando vêm retomada a tendência anterior que ao ser de queda os faz ter prejuízos, especialmente se for retomada com força.

Vejamos novamente como exemplo real o famoso índice Dow Jones Industrial Average com duas barreiras, um suporte nos 800 pontos e uma resistência nos 1.000 pontos:

Como podemos verificar no gráfico acima, o nível dos 800 pontos era um bom nível de suporte ao índice, e os 1.000 pontos uma forte resistência psicológica, e não foi fácil passá-la, e antes de ser rompida existiram várias tentativas falhadas para passar um nível que parecia tão difícil de ultrapassar e que em cerca de vinte anos depois, estando a níveis dez vezes superiores, todos desejariam retornar aos 1.000.

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Vamos ampliar agora a parte referente aos anos 1980 e 1981 em que houve algumas tentativas de rompimento com sucesso da resistência dos 1.000 pontos:

Estes gráficos podem não dar para se reparar bem nos Traders’ Remorses e na bull trap e bear trap, pois está com velas semanais, mas se tivesse com velas diárias seriam mais visíveis os movimentos propriamente ditos, mas ficariam pequenas demais e irreconhecíveis pelo que por vezes dá jeito o uso de velas semanais.

Poderá não ser um bom exemplo, mas se tivermos em conta o suporte dos 800 pontos, onde como podemos ver acima os preços ressaltavam bastante quando de lá se aproximavam, por ser um bom suporte, podemos ver inicialmente uma bear trap, em que houve uma penetração com sucesso do suporte dos 800 pontos numa semana, que levou ainda os bears a apostar mais ainda na queda levando os preços até níveis abaixo dos 750 pontos, sendo por isso uma bear trap, pois pouco tempo depois dá-se um traders’ remorse, e com ele, a subida dos preços, deixando os bears apanhados na armadilha com prejuízos e forçados a sair do mercado ou inverter posições.

Posteriormente vamos reparar apenas em uma tentativa de penetração da resistência dos 1.000 pontos, a mais visível, apesar de em velas semanais

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não ser fácil de verificar, mas não sendo de esquecer que cada vela dessas representa cinco ou seis velas diárias.

Nessa tentativa, em que os preços penetram essa mesma resistência, continuam a haver reforços de posições por parte dos bulls que continuam a apostar na subida e no rompimento dessa resistência para levar os preços mais acima.

Essa aposta por parte dos bulls vem-se contudo a revelar uma bull trap, pois são bulls que se vêm apanhados numa armadilha, iludidos em como os preços irão mais acima, quando na última semana, na última vela negra, os preços acabam por sofrer de uma correcção forte, provocada por um traders’ remorse, levando os preços a fechar abaixo do suporte dos 1.000 pontos.

A queda é tão forte que leva os preços a abrirem na semana seguinte em gap down, havendo outra tentativa falhada de penetração dessa barreira antes da queda que levará os preços abaixo do nível dos 800 pontos novamente.

Concluindo, primeiro vem uma penetração pelos preços de uma determinada barreira, que será suporte ou resistência, levando os bulls ou os bears a reforçar posições ou a entrar no mercado, caso se trate de uma resistência rompida ou de um suporte quebrado, respectivamente.

Tendo falhado essa penetração dos preços (sendo uma “false breakout”, em Inglês), há lugar posteriormente ao traders’ remorse, que leva os preços até aos níveis da barreira novamente ou ainda mais atrás, sendo por isso classificada essa acção de reforço de posições pelos traders aquando da penetração dessa barreira, como tendo sido uma bull trap ou uma bear trap, consoante tenham sido apanhados na armadilha os bulls ou os bears do mercado, respectivamente.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

OS NÚMEROS REDONDOS COMO

SUPORTES E RESISTÊNCIAS

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OS NÚMEROS REDONDOS COMO SUPORTES E RESISTÊNCIAS

Por norma há vários tipos de factores que originam o aparecimento de suportes e resistências, e nos mais variados níveis de preços, dependendo do activo financeiro em questão.

Mas há um tipo de suportes e resistências que acaba por ser universal em praticamente todos os tipos de activos financeiros, quer sejam câmbios, acções, warrants, ou outros.

Este tipo de suportes e resistências universal, são os chamados “números redondos” (“round numbers”, em Inglês).

Números redondos são números que como o nome indica, têm finais redondos, ou seja com zeros, como por exemplo o 10, 20, 30, 100, 1.000, 10.000, e por aí adiante.

Basicamente, múltiplos de 10, 100, 1.000, mas também podem ser considerados números redondos, os números 15, 25, ou seja múltiplos de 5, ou mesmo múltiplos de 1 ou 0,10 conforme os níveis dos preços.

Se um de um activo financeiro estiver cotado por volta dos 1.000 pontos, aí os números redondos a serem

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especialmente tomados em conta deverão ser em múltiplos de 100 ou 1.000, pois cada 1% de subida subiria logo mais de 10 pontos.

Se um activo financeiro estiver cotado por volta dos 100 pontos, aí os números redondos a serem especialmente tomados em conta deverão ser em múltiplos de 10 e de 100, sendo claro os de 1.000 e maiores ainda mais importantes, pois cada subida de 1% equivalerá a apenas 1 ponto de subida.

Se um activo financeiro estiver cotado entre 1 e 10, os números redondos a serem especialmente tomados em conta deverão ser os múltiplos de 1 e de 10, e seguintes como é lógico, pois cada subida de 1% equivalerá a apenas a um pequeno múltiplo de 0,10.

Por fim, e a título de exemplo, os números redondos a serem tomados em conta a um activo que esteja abaixo de 1 unidade de valor, ou que se mova num espaço de 1 unidade, como por exemplo algo que esteja entre as 0 e 1 unidades, ou entre as 1 e 2 unidades, deverão ser múltiplos de 0,1000, 0,0500 ou 0,0100 unidades, e claro, as seguintes.

Como exemplo real, podemos ver o caso do par cambial Euro/Dólar (EUR/USD), em que nos gráficos acima, rondavam os preços de 1.2000.

Neste caso, os números redondos mais importantes a serem tomados em especial atenção como suportes e resistências, seriam neste caso os múltiplos de 0,1000 como os 1,0000, os 1,1000, os 1,2000, os 1,3000, 1,4000 e por aí adiante, ou os múltiplos de 0,0500 como 1,1500, 1,2000, 1,2500, e por aí adiante.

Claro que múltiplos de 0,0100 poderão ser por vezes importantes também, pelo que nos câmbios muitas vezes os preços a tocarem num nível como 1,2400, apesar de não ser nos 1,2500, acabam muitas vezes por fazer os preços inverter as suas tendências.

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Contudo, quanto maior for o múltiplo usado para marcar esse número redondo, maior será a força desse suporte e resistência, sendo por isso os níveis de 1,1000, 1,2000 e 1,3000 suportes ou resistências muito mais fortes que múltiplos de 0,0500 como por exemplo 1,0500, 1,1500 e 1,2500, e estas serão consequentemente mais fortes que múltiplos de 0,0100 como 1,2100, 1,2200 ou 1,2300.

Vejamos uma tabela com alguns exemplos de valores de um determinado activo financeiro com múltiplos considerados números redondos com maior importância em termos de suportes e resistências e com exemplos desses múltiplos:

Como vimos, a noção de números redondos varia um pouco consoante o valor do activo financeiro, e se o múltiplo 100 é muito importante para algo que vá nos 95 de preço, por exemplo, será completamente irrelevante para algo que vá nos 15.000 de preço, onde cada pequena subida de 1% representará logo 150 de subida, tornando o múltiplo 100 irrelevante como número redondo.

Estes valores, considerados números redondos, são muitas vezes pontos de viragem psicológicos muito importantes onde muitos traders irão fazer decisões de compra ou venda nos mercados, devido à grande visibilidade que estes números têm por parte dos traders que acompanham os mercados no dia a dia.

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Por isso, se muitos traders estiverem a pensar em comprar um activo a um preço perto dos 100, e ele esteja a uns 110 de preço, torna muito difícil que os preços caiam abaixo desse nível, dos 100.

Se pelo contrário muitos traders pensem que se o preço desse activo atingir os 120 será ideal vender, será muito difícil os preços passarem dos 120 com essa pressão vendedora que se originará lá perto.

São estes tipos de pressões derivadas de um factor psicológico que fazem com que os números redondos possam ser suportes e resistências tão importantes.

Agora, porque é que estes números redondos são tão importantes?

A resposta é mais simples do que parece à partida.

Quando se compra algo a um preço de por exemplo 123€, qual das seguintes opções é que alguém tem mais tendência a pensar à partida quando pensa no futuro vender?

«Quando forem aos 130,00 vendo.»

«Quando forem aos 128,00 vendo.»

«Quando forem aos 129,37 vendo.»

A resposta é simples, a grande maioria dos traders iria escolher a primeira opção, simplesmente porque é um número redondo.

Os seres humanos têm mais tendência a reparar nesse tipo de números, os que acabam em zero, talvez por parecerem mais simples, são também por isso os mais fáceis de visualizar ou memorizar ou chamar à atenção.

Para quê escolher 130,004 se existe o 130,000, o começo dessa dezena de milhares?

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Alguns traders podem ter alguma teoria em relação ao valor 1,3010 e outros ao valor 1,2910, mas todos eles, olham para o valor 1,3000 num gráfico, pois são números que têm grande visibilidade, e sendo por isso universalmente vistos pelos traders, tendo essa sua visibilidade efeitos imediatos nos comportamentos dos preços, e o ser humano gosta de arredondar números.

Que valor é que um trader irá considerar como sendo a próxima importante resistência com um câmbio cotado nos 1,2620 por exemplo pela primeira vez?

Ninguém irá pensar que será os 1,2683 ou os 1,2876 ou os 1,2947, mas a grande maioria dos traders, senão a totalidade deles, irá dizer 1,3000, e com os preços a 1,2230 por exemplo, possivelmente iriam dizer 1,2500 e uma resistência ainda mais forte a 1,3000.

Lá estão mais uma vez os números redondos.

O valor 1,3000 será um número ainda mais redondo que 1,2500, com não dois mas sim três zeros nele.

Logo se a grande maioria dos traders pensa num dado número, e se lembra dele por ser redondo ou por qualquer outra razão válida, e se lembra dele muito mais do que qualquer outro, será logicamente de esperar que os preços encontrem suporte ou resistência mais forte nesse número em detrimento de outros números menos redondos ou mais difíceis de lembrar ou pensar.

Dessa forma criam-se grandes expectativas em torno destes números em que uma grande maioria de traders pensa, sendo por isso muito importantes os números redondos para os traders no dia a dia.

Vejamos o exemplo anterior do Dow Jones Industrial Average que estudámos há pouco, onde pudemos reparar que os grandes suportes e resistências eram todos números redondos, antes dos 1.000 foram vários

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como 700, 800, mas sendo a resistência dos 1.000 a mais forte que levou anos a ser rompida com sucesso, andando agora os preços a lutar contra outros números redondos mais acima e tendo visto suporte noutros números redondos como 7.400 entre outros.

Revejamos o exemplo desde índice, agora em gráfico de velas mensais:

Como podemos reparar neste gráfico acima, onde foram apenas marcadas algumas linhas de suporte e resistência, encontramos muitos números redondos com grande efeito psicológico nos traders.

Vemos ali uma resistência nos 11.900 e um suporte nos 7.400 e não nos 12.000 e nos 7.500 mas isso deve-se a um factor que iremos estudar posteriormente.

Vamos ver mais abaixo um exemplo retirado do câmbio Euro/Dólar, onde podemos ver distinguidos com uma linha mais grossa os números redondos de três zeros, como 1,1000, 1,2000 e 1,3000, e com linhas mais finas números redondos com apenas dois zeros como 1,1500, 1,2500 e 1,3500.

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Aqui temos o exemplo mencionado:

Como podemos facilmente notar logo à partida no gráfico que acabámos de ver, as linhas que vimos acima marcadas nos números mais redondos, acabam por ser suportes e resistências bastante fortes nas mais diversas alturas, como a 1,2000 que suportou várias vezes os preços evitando quedas maiores, a 1,3000 que foi uma forte resistência, entre outras, onde as intermédias tiveram também papéis bastante fortes como a 1,2500 como resistência neste caso e uma vez como suporte, ou a 1,3500, ou mesmo a 1,1500 como suporte no início.

É de notar que uma resistência pode não aparecer nos gráficos como uma parede intransponível, mas não será por isso que deixará de ser uma resistência, tal como no que diz respeito aos suportes.

Por essa razão podemos ver os 1,3000 actuarem como resistência forte e os preços não passarem dos 1,2950 ou os 1,1500 actuarem como suporte e os preços irem um pouco mais abaixo antes de subirem, numa tentativa falhada de quebra de suporte.

O porquê disto acontecer será explicado depois, mas não invalida o efeito dos números redondos nestes gráficos mesmo que pareçam não ter a exactidão

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milimétrica por vezes, como alguns se calhar esperariam ou desejariam.

Vejamos o mesmo câmbio visto acima, novamente em velas semanais, mas com menos “zoom”, podendo nós assim visualizar os preços já desde 1992:

Aqui podemos ver novamente como é naqueles números redondos que muitas vezes os preços param ou pausam os seus movimentos de subida e descida, e onde por vezes há inversões, actuando eles como suportes e resistências que por vezes fazem inverter os preços por serem um pouco intransponíveis e por outras acabam por ser quebrados e rompidas, atrasando apenas um pouco os movimentos.

De qualquer das formas são evidentes os seus efeitos nos preços.

Agora, porque é que, conforme vimos acima, os preços por vezes invertem antes de chegarem a essas resistências ou após as passarem, ou mesmo em relação aos suportes?

A explicação é simples: quando se pensa que os preços devem inverter perto dos 1,3000 por exemplo, não devemos colocar ordem de venda nos 1,3000, pois a esses níveis já estarão muitas ordens mesmo de todo o tipo de traders, vendo nós mínimas as chances de a

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ordem ser executada caso os preços não cheguem a esse nível.

É prática comum, além de ser aconselhável, que os traders coloquem as ordens de venda mais abaixo, pois muitas vezes os preços mal tocam nas resistências, tal não é a força vendedora inicial antes dos preços lá chegarem.

Devido a essa força é que também os preços acabam por não chegar lá, sendo por isso um ciclo vicioso, provocando a venda antecipada do activo que os preços invertam antes de tocar na resistência, e provocando o facto daí derivado de os preços por vezes não chegarem sequer a tocar nas resistências, a que mais traders vendam antecipadamente para verem cumpridas as suas ordens, pois muitos traders iniciados acabam por tentar vender em valores demasiado acima quando os preços não chegam lá, vendo assim frustradas as suas tentativas de terem algum lucro e não conseguindo fechar posições.

O mesmo se passa com os suportes.

Muitos traders, sabendo que por exemplo os preços possam inverter pelo nível 1,1500, irão colocar as suas ordens a 1,1510 ou 1,1520 ou mesmo mais acima, para garantir que sejam executadas, pois quanto mais acima, mais chances há de serem executadas.

Esse facto provoca por sua vez que os preços muitas vezes não toquem nos suportes antes de voltarem a subir, quando há inversões.

Trata-se no fundo de tentar colocar os preços mais abaixo das resistências aquando das vendas, ou os preços mais acima dos suportes aquando das compras, numa tentativa do trader se antecipar à multidão dos demais traders, sendo como de costume os que se antecipam nos negócios aqueles que acabam por assumir os maiores lucros e terem mais sucesso.

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Por essas razões, por vezes podemos ver os preços inverterem uma descida não nos 1,1500 mas sim nos 1,1530 ou inverter uma subida não nos 1,3000 mas sim nos 1,2960, ou mesmo a preços mais distanciados dos suportes e resistências, não deixando de serem possivelmente os números redondos 1,3000 e 1,1500 os responsáveis nesses casos pela inversão de preços, e não os 1,1530 e 1,2960 como possamos pensar.

Contudo, se existirem várias inversões no nível de preços 1,2960 ou 1,1530, poderão também ser considerados como suportes ou resistências pelos traders, mesmo que tenham inicialmente nascido por influência dos números redondos que lhes estão próximos, mas não deixando esses números redondos 1,3000 e 1,1500 de ter mais força habitualmente.

Mesmo nos números menos redondos, e nos quais pensemos que os preços irão inverter, convém sempre que coloquemos as ordens um pouco acima ou abaixo dos mesmos para serem mesmo executadas.

Imaginemos que há uma resistência forte nos 1,2840, onde os preços por norma invertam sempre e julgamos que vá acontecer novamente a mesma coisa.

Devemos nesse caso, colocar a ordem de venda não nos 1,2840 mas sim num preço mais abaixo como 1,2838, 1,2836 ou preferencialmente ainda mais abaixo como 1,2828 ou 1,2826.

Se já existirem por exemplo um milhão de unidades à venda ao preço de 1,3000, e coloquemos apenas cem unidades à venda a esse mesmo nível também, necessitaríamos que esse milhão de unidades fossem vendidas primeiro, além de quaisquer outras que estivessem à nossa frente para que as nossas cem fossem vendidas também.

Se forem compradas apenas 990.000 unidades a 1,3000, o milhão de ordens que lá estariam à venda

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não seriam vendidas e as nossas cem também não, pois estariam atrás delas, das quais sobrariam ainda 10.000.

Contudo, se neste exemplo tivéssemos colocado as nossas cem à venda a 1,2999 em vez de 1,3000, já veríamos a nossa ordem de venda executada, antes dos preços prosseguirem para os 1,3000.

Como às vezes nem aos 1,2999 os preços chegam, deveriam estar mais abaixo as ordens que quiséssemos dar com mais garantias de execução.

É de notar que quanto mais perto de um nível de suporte ou resistência causado por um número redondo estivermos, mais devemos dar as nossas ordens afastados desses níveis, pois mais traders verão a importância desses números redondos e mais traders afastarão as suas ordens desses níveis numa tentativa de se anteciparem ao resto do mercado, e consequentemente, menos chances teremos de ver ordens executadas tão perto desses números redondos.

Agora, como em qualquer suporte ou resistência normal, podemos ver nos gráficos os preços inverterem abaixo desses números redondos, caso sejam suportes, e acima deles, caso sejam resistências.

Isso já foi estudado anteriormente, por vezes há certas expectativas de que esses níveis sejam penetrados pelos preços, e os traders entram em força, quer sejam bears ou bulls, acabando por vezes por se arrepender mais tarde e voltarem os preços a níveis anteriores a esses números redondos, e inverterem a sua tendência.

De qualquer das formas é fácil de reparar através dos exemplos acima, que acontecem muitas vezes essas penetrações falhadas pelos preços nesses números redondos, o que demonstra a eficácia dos mesmos.

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E vamos acabar este estudo sobre os números redondos com mais um gráfico diário do par cambial Euro/Dólar, com vários números redondos visíveis nele:

Como vimos, a pressão exercida nos preços por parte de certos níveis nos chamados números redondos, é bastante forte, marcando o topo e fundo de diversas ondas de movimentos de preços.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS

CONCLUSÃO SOBRE SUPORTES E RESISTÊNCIAS

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CONCLUSÃO SOBRE SUPORTES E RESISTÊNCIAS

Damos assim por concluída a matéria inicial sobre suportes e resistências.

Já ficámos a saber o que é um suporte e uma resistência, o que são as quebras e rompimentos das mesmas, respectivamente, através dos breakouts, que poderão ser false breakouts, dando lugar a traders’ remorses e com isso tornando o reforço de posições e entrada de novos traders no mercado durante a penetração da barreira algo designado por bull trap ou bear trap, conforme essa barreira penetrada se trate de uma resistência ou de um suporte, respectivamente, devido ao traders’ remorse levar os preços de volta ao nível da barreira ou mais abaixo e caso não volte a seguir o movimento da penetração dessa mesma barreira, tornando-a uma falsa penetração e deixando esses traders que caíram nessa armadilha com prejuízos e forçados a abandonar as suas posições.

Agora esta matéria sobre suportes e resistências não ficará completa até que iniciemos o estudo das Linhas de Tendência de seguida, onde iremos verificar que há outros tipos de suportes e resistências que não apenas estes demarcados por estas linhas horizontais que estivemos a estudar, e onde acontecem também os diversos fenómenos aqui estudados como as armadilhas (bull traps e bear traps), penetrações (breakouts), ou

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seja rompimento de resistências e quebras de suportes, traders’ remorses, entre outros.

Outra coisa que deu para perceber com este estudo é o quão importantes podem ser os suportes e resistências nos mercados e o quão fortes podem ser as suas influências nos movimentos de preços e na definição de tendências.

Vimos também que através dos suportes e resistências, conseguimos ter uma boa percepção de como estão e de quais são as expectativas dos traders no mercado, e com isso ver o estado da oferta e da procura.

Vamos fazer um pequeno balanço de alguns conceitos referentes aos suportes e resistências de preços nos mercados:

• Já sabemos que o preço de um determinado activo financeiro representa um valor consensual determinado de acordo com as expectativas entre os bulls e bears do mercado, sendo um valor de equilíbrio nas expectativas dessas duas grandes forças;

• As mudanças nesses preços resultam das mudanças das expectativas dos traders, tanto bulls como bears em relação aos preços futuros desse mesmo activo financeiro em questão;

• Os níveis de suporte ocorrem quando o consenso entre os bulls e os bears do mercado é o de que os preços não se moverão mais abaixo para além desses níveis;

• Os níveis de resistência ocorrem quando o consenso entre os bulls e os bears do mercado é o de que os preços não se moverão mais acima para além desses níveis;

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• Os números redondos proporcionam por norma bons suportes e resistências, devido à grande visibilidade que têm nos traders que acompanham os mercados no dia a dia;

• A penetração desses níveis de suportes ou resistências indicam uma mudança nas expectativas dos traders que poderá dar origem a novas tendências e ao fim da tendência corrente, ou mesmo prolongar ainda mais do que o que era antes esperado a tendência actual;

• A penetração dos níveis de suporte e resistências indicam que houve também mudança nas linhas de equilíbrio entre a oferta e a procura;

• O Volume é muito útil na determinação da força da mudança de expectativas por parte dos traders durante penetrações de suportes e resistências, e com isso também na percepção sobre se essas penetrações serão válidas ou falsas penetrações;

• O traders’ remorse aparece frequentemente após a penetração de um nível de suporte ou resistência, levando os preços a retrair até a esses níveis novamente, ou mesmo voltar para trás deles;

• Se após um traders’ remorse os preços voltarem para os níveis anteriores ao nível de suporte ou resistência penetrado, e continuar a regredir tornando essa penetração como falhada, ou seja uma false breakout, essa penetração acaba por ser uma bull trap ou bear trap, armadilha onde caem os bulls ou bears que reforçaram posições ou entraram nos mercados aquando dessa penetração ao julgarem que seria válida e que os preços continuariam nessa direcção por mais tempo;

• Se penetradas com sucesso, os níveis de suporte e resistência invertem os seus papeis, passando os suportes a resistências, e as resistências a

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suportes, apoiando posteriormente a continuação do movimento de preços na direcção da penetração.

Vamos agora dar início ao estudo das linhas de tendência, onde poderemos aprofundar posteriormente estes conceitos já adquiridos sobre os suportes e resistências.

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LINHAS DE TENDÊNCIA

INTRODUÇÃO ÀS LINHAS DE TENDÊNCIA

(TRENDLINES)

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LINHAS DE TENDÊNCIA

INTRODUÇÃO ÀS LINHAS DE TENDÊNCIA (TRENDLINES)

Agora, que já sabemos o que são suportes e resistências e as respectivas linhas de suporte e resistência, podemos dar início ao estudo de uma das ferramentas mais importantes para qualquer analista técnico: as linhas de tendência, ou como são conhecidas na Língua Inglesa, as “trendlines”.

Como vimos nos gráficos anteriores, o mercado move-se, mesmo dentro de uma tendência bem definida de subida ou queda, ou mesmo lateral, mas com altos e baixos constantes, parecendo mover-se sob a forma de serras, ou seja, não se move em linhas rectas.

Contudo, com apenas uma linha conseguimos demonstrar bem como a tendência existe e está presente lá, e que essas ondas todas, apesar dos altos e baixos, fazem parte dessa tendência.

Esse tipo de linhas são chamadas de linhas de tendência, que neste caso, representam a direcção a que os fundos e topos dessas pequenas ondas, estão a levar os preços, sendo essa a tendência que esses movimentos possuem.

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O que são as linhas de tendência?

São nada mais, nada menos do que linhas rectas, que desenhamos no gráfico, para representar aquilo que consideramos ser a tendência actual, que por esse motivo, são normalmente inclinadas quando a tendência é de subida ou de descida, pois elas acompanham essas mesmas tendências.

Já verificamos durante o estudo das tendências que olhando para a direcção tomada pelos sucessivos fundos das ondas, tal como os topos dessas ondas, podemos ver que direcção essas ondas estão a tomar, e com isso as tendências dos preços.

Por vezes, unindo esses topos ou fundos das ondas, acabamos por ver desenhadas as chamadas linhas de tendência, que nos ajudam a ver a direcção da tendência corrente.

Há que ter em atenção a uma perigosa tentação inerente a este instrumento tão famoso que é a linha de tendência.

Um dos problemas existentes quando analisamos gráficos, é a tentação que cada um de nós pode ter em tentar procurar apenas linhas de tendência ou padrões num gráfico que tentem confirmar algo que desejamos ser real, e isso revela-se um ponto fraco na Análise Técnica, que é o de por vezes no mesmo gráfico duas pessoas diferentes conseguirem seleccionar linhas diferentes para tentar provar dois pontos de vista diferentes.

No fundo as pessoas tentam projectar nos gráficos aquilo que desejam que venha a acontecer no futuro, tentam moldar a sua previsão de acordo com os seus interesses, e as linhas de tendência são dos instrumentos mais manipuláveis neste sentido, pois uma média móvel é sempre uma média móvel, mas as

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linhas de tendência desenhamos as que queremos e como queremos, de certa forma.

Assim, cada analista deverá ter sempre em mente que deve analisar todas as situações, e desenhar todas as linhas de tendência que vejam ser relevantes para a futura evolução dos preços, mesmo que estas se contradigam.

E no fim, ter assim uma análise bem objectiva do que o que o gráfico nos diz, e não cair assim na tentação de moldar o resultado da análise ao que queremos ver ou provar, escolhendo quais as linhas a desenhar.

Há que colocar os sentimentos de lado, e sermos sempre objectivos e sérios, especialmente no desenho das linhas de tendência.

Vejamos uma linha de tendência em plena tendência de subida:

Como podemos ver no exemplo acima, os fundos das ondas foram sucessivamente subindo, por estarem em plena tendência de subida, e unindo esses fundos, temos então uma linha de tendência, que como podemos ver, está neste caso a servir de suporte aos

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preços, não os deixando cair e contribuindo assim para essa mesma subida dos preços ao mesmo tempo.

Esta linha de tendência, é designada por “Linha de Tendência Inferior”, por se encontrar a unir os fundos das ondas, em especial quando em conjunção com uma outra linha de tendência que una os topos das mesmas, servindo essa linha de tendência no exemplo acima, de linha de suporte aos preços, contribuindo assim para a tendência de subida dos preços.

Estas linhas são normalmente abreviadas por “L.T. Inferior”, onde “L.T.” se referem a “Linha de Tendência”, como é óbvio.

Vejamos agora uma linha de tendência em plena tendência de descida:

Como podemos ver no exemplo acima, os topos das ondas foram sucessivamente descendo, por estarem em plena tendência de descida, e unindo esses topos, temos então uma linha de tendência, que como podemos ver, está neste caso a servir de resistência às tentativas de subida dos preços, contribuindo assim para essa mesma descida dos preços.

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Esta linha de tendência, é designada por “Linha de Tendência Superior”, por se encontrar a unir os topos das ondas, em especial quando em conjunção com uma outra linha de tendência que una os fundos das mesmas, servindo essa linha de tendência no exemplo acima, de linha de resistência às subidas dos preços, sustentando assim a tendência de descida dos preços.

Novamente recordamos que estas linhas são normalmente abreviadas por “L.T. Superior”, onde novamente, “L.T.” se refere à “Linha de Tendência”.

As linhas de tendência acabam por ser prova do que falámos anteriormente na matéria das tendências, de que de acordo com a direcção tomada pelos topos e bases das ondas, assim poderíamos definir a tendência como sendo de subida, descida ou lateral, neste caso sendo essa ideia reforçada com as linhas de tendência, que ao representarem bem a direcção tomada por esses topos e bases das ondas, representam também muito bem a tendência dos preços num dado momento.

Estas resistências e suportes que possam existir, são também rompidas e quebrados, respectivamente, tal como as resistências e suportes que estudámos anteriormente com as linhas horizontais.

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Vejamos um exemplo de uma quebra de uma linha de tendência inferior, ou seja a quebra de uma linha de suporte:

Como podemos ver no exemplo acima, a linha de tendência serviu de suporte diversas vezes à subida dos preços, impedindo que os preços caíssem abaixo dela por diversas vezes, em pontos em que ela faz de suporte, representados tal como anteriormente pela letra “S”, até que chega a uma dada altura, em que há uma penetração dessa linha de suporte por parte dos preços, num ponto marcado com a letra “P”, e aí, tal como os suportes estudados anteriormente, essa linha de suporte, passou agora a ser considerada uma linha de resistência, fazendo os preços retraírem assim que tocam nela, num ponto marcado pela letra “R”, perto do fim do exemplo.

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Vejamos agora o exemplo de um rompimento de uma linha de tendência superior, ou seja o rompimento de uma linha de resistência:

Como podemos ver neste exemplo acima, a linha de tendência serviu de resistência por diversas vezes à subida dos preços, impedindo que os preços subissem acima dessa mesma linha por diversas vezes, em pontos em que ela faz de resistência, representados tal como anteriormente pela letra “R”, até que chega a uma dada altura, em que há uma penetração dessa linha de resistência por parte dos preços, num ponto marcado com a letra “P”, e aí, tal como as resistências estudadas anteriormente, essa linha de resistência passou agora a ser considerada uma linha de suporte, fazendo os preços voltarem a subir assim que tocam nela, num ponto marcado pela letra “S”, perto do fim do exemplo.

A violação de uma linha de tendência é um dos melhores indicadores que podemos ter para prever mudanças de tendências.

Ao mesmo tempo, a não violação dessa mesma linha de tendência durante bastante tempo, torna-a numa área

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importante para a determinação de pontos de compra ou venda.

De qualquer das maneiras, as linhas de tendência são sempre importantes na determinação de pontos de entrada e saída nos mercados.

Acontece por vezes que há uma penetração de uma linha de tendência a dada altura, e os preços podem acabar mesmo por fechar nessa vela acima dessa mesma linha, deixando os traders na dúvida sobre se essa penetração será válida ou se irá falhar no futuro, e nesses casos resta-nos apenas estarmos atentos ao desenvolvimento futuro dos preços e saber se a tendência irá alterar mesmo ou se será considerado apenas um falso sinal.

Vejamos agora um exemplo real de uma linha de tendência que serve de suporte a uma progressiva subida dos preços, vista aqui no par cambial Euro/Dólar nos anos de 2003 e 2004:

Como pudemos ver no exemplo acima, temos uma linha de tendência inferior que serve de suporte aos preços por diversas vezes durante esses dois anos, tal como posteriormente, algo que não se pode ver neste gráfico.

Vemos que por várias vezes os preços testaram essa linha de suporte, voltando a ressaltar sempre de

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seguida, subindo novamente, sendo esse um suporte bastante forte.

Só houve uma incursão dos preços abaixo dessa linha de suporte por volta do mês de Agosto de 2003, ou seja uma quebra desse suporte, incursão essa que não durou mais de um mês, voltando os preços novamente acima do suporte sem dificuldade, e mantendo-se assim acima dele nos meses seguintes, tendo nós visíveis no gráfico acima oito pontos bem visíveis de como essa linha se revelou um suporte forte nunca deixando os preços cair abaixo dela neste gráfico.

Olhando para o gráfico anterior, pode parecer que é bastante fácil desenhar essa linha de tendência, e realmente é normal parecer fácil, pois o gráfico já está desenhado na sua totalidade, e assim basta unirmos um pouco aqueles fundos e topos e podemos desenhar as linhas tal como estão.

Mas a realidade é bem diferente, no início desses movimentos, o que veríamos seria algo assim:

Como podemos ver pelo gráfico acima, nunca iríamos reparar que aqueles dois primeiros fundos tocariam numa linha de tendência aqui ainda invisível, que nos iria proporcionar óptimos pontos de entrada no mercado no futuro e bastantes lucros, algo que é natural, pois

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ainda seria muito cedo para desenhar uma linha de tendência com apenas dois pontos.

Assim, após vermos gráficos completos já com Linhas de Tendência desenhadas, podem parecer muito simples de desenhar, e até parecer ser uma tarefa simples a de prever os preços futuros com elas, pois afinal vemos os preços ressaltarem sempre que se aproximam dessas mesmas linhas.

Mas as Linhas de Tendência têm um método muito especial de serem criadas e desenhadas no gráfico, e é necessário ser aprendido esse método antes de podermos desenhar Linhas de Tendência válidas, que no começo podem parecer não ter qualquer significado mas que posteriormente se poderão revelar linhas que se manterão válidas por largos anos possivelmente, como podemos ver no exemplo anterior e como iremos verificar nas próximas páginas.

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LINHAS DE TENDÊNCIA

COMO DESENHAR UMA LINHA DE TENDÊNCIA

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COMO DESENHAR UMA LINHA DE TENDÊNCIA

Como vimos no gráfico acima, não é assim tão fácil desenhar as linhas de tendência à partida para que possamos prever como os preços irão reagir no futuro, caso não o saibamos fazer primeiro.

Uma Linha de Tendência que num gráfico de um histórico que já passou se pode desenhar facilmente e encontrar bastando unir pontos, vendo apenas uma parte desse gráfico já não seria tão fácil de desenhar.

Assim que aparecem esses primeiros pontos de contacto com a linha de tendência, ainda não se sabe se ela irá ter grande efeito nos preços no futuro, algo que só se confirmará mais tarde.

A única coisa que se poderá fazer, é obedecer a certas regras na criação dessa mesma linha, para que mais tarde estejamos atentos a ela para ver se ela realmente nos será útil ou não a ajudar a prever os preços.

Após um determinado período de tempo passar, já teremos a certeza de que ela foi bem desenhada, e se teve muito efeito nos preços ou não, se se veio a tornar importante ou se apenas se revelou uma falsa tentativa por parte do analista técnico.

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Agora, como se deve então desenhar uma linha de tendência num gráfico que queiramos analisar?

Há dois passos essenciais na criação de uma linha de tendência: Antes de tudo, como primeiro passo, vem a tentativa de desenho de uma Linha de Tendência.

Como pudemos ver anteriormente, quando se começa a desenhar uma linha de tendência, com apenas dois pontos de contacto, nunca saberemos se ela se virá a tornar uma linha de tendência viável ou não no futuro, pelo que teremos de fazer uma tentativa primeiro de achar uma linha de tendência que possa a vir ser confirmada posteriormente e depois verificar se funciona.

Essa tentativa será feita unindo dois pontos do gráfico, sendo esses pontos mínimos ou bases, que encontramos nos fundos de algumas ondas, no caso dos preços se encontrarem numa tendência de subida, para acharmos uma linha de tendência ascendente que será por sua vez um suporte aos preços, ou então serão máximos ou topos no caso dos preços se encontrarem numa tendência de descida, para acharmos uma linha de tendência descendente que será por sua vez uma resistência à subida dos preços.

Estes dois pontos iniciais, serão chamados de pontos de teste, pois são parte de uma tentativa de achar uma possível linha de tendência válida.

Após estes dois pontos, terá de existir um terceiro ponto na linha de tendência que acabámos de desenhar unindo os dois pontos de teste, sendo esse terceiro ponto chamado de confirmação, o segundo passo.

Se tivermos desenhado uma linha de tendência unindo dois pontos de teste, e virmos que é confirmada por um terceiro ponto, o de confirmação, saberemos que temos uma linha de tendência válida, que poderá ter alguns ou mesmo muitos pontos no futuro em que os preços ao

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tocarem ou se aproximarem dessa linha irão voltar a subir, caso se trate de uma linha de suporte, ou cair, caso se trate de uma linha de resistência.

Se após o ponto de confirmação, a linha não tiver efeito sobre os preços, ou seja, não sirva de suporte ou resistência, hão-de haver outras linhas de tendência que tenhamos achado que o sejam.

Podemos encontrar várias linhas de tendência que sejam confirmadas como válidas, mas apenas algumas delas afectam realmente os preços com eficácia, sendo as outras de ignorar de momento, mas devemos ir vendo no futuro se poderão ter algum efeito, pois há linhas de tendência que se mantêm longe do contacto com os preços bastante tempo e que no futuro voltam a interagir com eles, devendo o analista estar de olho nelas em vez de as apagar de imediato.

Podemos tentar desenhar várias linhas de tendência até conseguirmos encontrar uma que vejamos que realmente tenha confirmação visível no gráfico.

Ou seja, devemos desenhar tantas tentativas de Linha de Tendência quando as necessárias até que consigamos confirmar uma delas.

Podemos também desenhar linhas de tendência sem confirmação, e deixá-las estar no gráfico e ver se nos próximos tempos os preços acabam por as confirmar ou não.

Acabamos muitas vezes por ter várias linhas de tendência desenhadas num gráfico, mesmo que à partida não saibamos quais serão as que mais efeito terão nos preços, estando apenas com atenção a elas, mas com o tempo acabamos por separar as melhores linhas de tendência, daquelas que acabam por não se mostrar válidas.

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Vejamos um exemplo do processo de tentativa de desenho de uma linha de tendência, neste caso numa tendência de subida de preços:

Como podemos ver no exemplo acima, temos os dois pontos de teste representados pela letra “T”, e o ponto de confirmação representado pela letra “C”.

O processo começa quando vemos aqueles dois primeiros fundos, que vamos considerar como pontos de teste, e os unimos.

A partir daí, ou veríamos que o terceiro ponto iria fechar acima ou abaixo dessa linha, e aí ela seria possivelmente invalidada, o que nos obrigaria a procurar outros pontos de testes que tivessem confirmação posterior, ou poderíamos mesmo por vezes continuar com o primeiro ponto de teste, e em vez do segundo ponto de teste, teríamos como segundo ponto de teste o tal terceiro ponto que invalidou a tentativa anterior, esperando depois por outro ponto de confirmação, sendo o segundo ponto, o anterior segundo ponto de teste, ignorado de momento.

É com a confirmação dessa linha de tendência no seu ponto de confirmação que a mesma começa a revelar

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inicialmente a sua utilidade, pois a tendência tenderá a seguir em frente acompanhando essa linha, além de que uma vez assumido um certo ângulo pela tendência ao acompanhar a linha em questão, se tudo correr bem, a tendência irá manter também o ângulo dessa linha sem a penetrar de forma válida, pois se a penetrasse de forma válida, seríamos levados ou à formação de um padrão de reversão, ou à criação de novas L.T..

É com o aparecimento desses padrões de reversão que vemos que as tendências vão mudar, ao deixarem de ser úteis as linhas de tendência até então válidas.

Mesmo assim deveríamos estar atentos, pois a primeira tentativa de acharmos uma linha de tendência, apesar de invalidada, poderia ser confirmada no futuro.

Como exemplo disso temos um último gráfico real do par cambial Euro/Dólar, que iremos rever já de seguida:

Como podemos ver no exemplo acima, tentou-se achar uma linha de tendência, que após os dois primeiros pontos de teste, foi considerada uma tentativa falhada de desenho dessa linha, mas meses depois, viemos a descobrir um ponto de confirmação a essa primeira tentativa inicial, que acabou por ser tornada válida, e viu-se que foi uma linha de suporte bastante importante para os preços durante esses anos, como vimos no gráfico referente a este mesmo período de tempo que

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foi exposto acima, onde esta linha serviu de suporte por diversas vezes e fornecendo muito bons pontos de entrada para os bulls do mercado.

Como conclusão deste gráfico, podemos ter que dois pontos de teste podem ser dados como uma tentativa inválida num dado momento, como no exemplo acima que acabaram os preços por ir abaixo dos 1,1000 de preço e assim invalidando a tentativa inicial, mas também que convém sempre ao trader ir vendo sempre no dia a dia, se essas tentativas falhadas acabam por se tornar em linhas de tendência válidas no futuro, confirmadas com o aparecimento de mais pontos posteriormente que confirmem essa linha inicial.

Se estivermos numa tendência de descida, será visualmente o inverso, mas mantendo-se igual o método de se achar a linha de tendência:

Como podemos ver, temos uma descida de preços, e unindo dois topos dessas duas primeiras ondas, tentamos encontrar uma confirmação num terceiro topo de onda, e assim ter uma linha de tendência que nos poderá indicar no futuro em que níveis os preços irão inverter os movimentos de subida e recomeçar as quedas, no famoso zig-zag que vimos ser comum.

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Novamente, se falharmos na terceira onda a confirmação, poderemos obtê-la noutra onda seguinte, devendo estar de olho nessas mesma ondas, mas deveremos também tentar um novo teste mas com os topos da primeira e terceira linhas como pontos de teste e esperar confirmação posterior.

Vejamos um exemplo de um gráfico em que vejamos que os dois primeiros pontos de teste não foram confirmados pelo terceiro ponto, e em que tentámos logo de seguida estabelecer uma nova linha de tendência com esse novo ponto:

O que se passou neste exemplo acima, foi que tivemos dois topos de duas ondas, e que unimos, como dois pontos de teste, mas essa união não foi confirmada pelo terceiro ponto, pelo topo da terceira onda, que não aconteceu no ponto de passagem dessa linha mas sim bastante mais acima, invalidando essa linha de tendência, que ficou a tracejado no exemplo.

O que se tentou fazer logo de imediato foi simples: se a nossa primeira tentativa de desenho de linha de tendência foi invalidada, tentamos fazer outra linha, usando como pontos de teste os dois pontos que nos parecem poderem ter mais hipóteses de resultar numa linha de tendência válida posteriormente, e esses dois

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pontos foram novamente o primeiro, e o terceiro, o tal que invalidou a primeira linha de tendência.

A união do segundo ponto com o terceiro seria impensável, pois resultaria numa linha de tendência ascendente, quando o que queremos é algo que acompanhe a descida, ou seja, descendente.

No exemplo acima, acabámos por ver que a união do primeiro com o terceiro pontos acabou por dar resultado, ao vermos a confirmação dessa linha de tendência no quarto ponto, representado pela letra “C” no gráfico, e assim ficou definida uma linha de tendência, que se tudo correr bem, nos ajudará a prever pontos de inversão dos preços no futuro.

Vejamos agora um exemplo real do que seria a procura de uma linha de tendência:

No exemplo acima, vemos que houve uma primeira tentativa de desenho de uma linha de tendência, a qual teve os dois pontos de teste, com algumas outras velas em cima dessa linha, onde ela se revelou suporte por muito pouco tempo mas que foi penetrada de seguida pelos preços.

Após essa penetração, foi desenhada uma segunda tentativa de linha de tendência, entre o ponto inicial e

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essa outra penetração, que acabou por ser penetrada mais tarde pelos preços também, revelando-se inválida.

Contudo, mesmo após a penetração nesta segunda tentativa de acharmos uma linha de tendência, essa mesma linha ainda acaba por parecer servir de suporte por momentos após a sua penetração, num ponto em que os preços se suportaram em cima dela voltando a subir, antes de se aproximarem novamente da segunda tentativa de L.T. desenhada por nós.

Vejamos o segundo passo lógico:

Visto nenhuma das linhas de tendência anteriores terem tido grande efeito nos preços, tentamos construir outra linha de tendência usando o primeiro ponto de teste e um mínimo que acaba por acontecer durante o mês de Dezembro.

Esta tentativa, contudo, não teve novamente efeitos notáveis nos preços.

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De seguida, tentamos uma nova linha de tendência:

Continuando a linha de tendência anterior ainda no gráfico, como tem sido feito nos gráficos anteriores, vemos agora desenhada uma nova tentativa de linha de tendência no gráfico.

Foi feita unindo o ponto de teste inicial que foi usado para todas as outras, com um outro ponto de teste que ocorreu já em Janeiro, o qual foi de imediato confirmado, ao vermos os preços a terem sido suportados por ela e tendo ressaltado novamente para cima, e posteriormente, durante o mês de Janeiro ainda, vemos os preços serem suportados por essa linha mais algumas vezes, deixando ela de funcionar eficazmente perto de Fevereiro, dando lucro até lá.

Contudo, esta linha teve umas seis reacções positivas por parte dos preços ao tocarem nela, apesar de a última já ter sido penetrada mas não deixando de fazer os preços subirem ao tocarem nela, ou seja, após a confirmação da mesma, houve ainda uns três pontos em que um trader poderia ter previsto inversão dos preços e nova subida, umas três vezes, fazendo lucro.

Podemos ver que essa mesma linha após ter sido quebrada, ainda forneceu um ponto de resistência que fez os preços permanecerem abaixo dessa linha perto

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do seu fim no gráfico, ajudando a prever que os preços iriam permanecer abaixo dela, actuando como linha de resistência já.

Vejamos a linha de tendência com que acabámos por ficar no final:

No fundo, foram os passos todos que tomámos até achar esta única linha de tendência que podemos ver no gráfico acima, que como podemos ver, serviu de suporte aos preços por diversas vezes, ajudando-nos a prever os pontos em que voltariam a subir, e mesmo no fim, o ponto em que eles iriam inverter e cair.

Não foi um exemplo muito bom, mas serve para vermos que nem sempre é fácil encontrar uma linha de tendência que nos ajude a prever a evolução dos preços, apesar de no exemplo acima parecer que seria bastante fácil desenhá-la vendo o gráfico já completo.

No fundo, até é fácil de desenhar.

Isto se tivermos o gráfico já todo completo à nossa frente, mas se a quiséssemos achar em tempo real, no dia a dia, teríamos seguido os passos descritos acima, e como podemos ver, já daria bastante mais trabalho, mas todo o trabalho é útil se essa linha nos vier a dar bons pontos de entrada no mercado e proporcionar-nos assim lucros futuros.

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É um conjunto dessas linhas usadas no dia a dia que nos ajudam a atingir os nossos objectivos.

Vejamos agora um exemplo em gráficos de velas de quatro horas cada, e de forma mais ampliada para termos uma noção melhor do que seria feito no dia a dia, caso nos deparássemos com a evolução dos preços e fossemos estudando as possibilidades nós mesmos na busca de linhas de tendência:

Começámos no exemplo acima, por considerar o mínimo da primeira vela longa do gráfico como ponto de teste inicial, e o mínimo de uma vela posterior como segundo ponto de teste, que seria confirmada pelas velas seguintes que tocariam nessa linha de tendência mas sem a quebrar, dando esse toque origem a uma vela branca muito forte que levou os preços a subirem de seguida.

Este é um dos casos em que um ponto de confirmação, por si só, já nos dá lucro, que é o que acontece por vezes ao tentarmos achar linhas de tendência, nem que dê lucro apenas uma vez num ponto de confirmação, por vezes acerta-se e esses lucros compensam.

Contudo, essa linha de suporte não dura muito tempo e acaba por ser quebrada pelos preços mais acima.

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Vejamos o segundo passo natural de um trader:

Visto a primeira linha não ter durado muito tempo, voltámos a unir o primeiro ponto de teste escolhido por nós para estes exemplos, mas desta vez ao mínimo de uma vela que aconteceu num fundo posteriormente à quebra da linha de suporte inicial.

Mais uma vez, no exemplo acima, como pudemos ver, essa linha de tendência que achámos acima, teve ponto de confirmação doze horas depois, tendo ainda outra vela estado acima dela, e de seguida tido uma reacção forte, tendo essa linha de suporte originado uma vela longa branca iniciando uma subida que daria lucro a quem se teria baseado nessa segunda linha de suporte para procurar pontos de entrada no mercado.

Mais uma vez, uma linha de suporte que nos teria dado muito lucro, provando que vale a pena procurá-las nos gráficos.

Contudo, e mesmo que a maioria das velas no fim se tenham mantido acima dessa linha, e mesmo uma vela negra que tenha fechado mesmo em cima dessa linha sem a quebrar, há uma quebra por uma vela branca de sombra comprida e os preços começam a mexer abaixo dela posteriormente.

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É de notar também que a primeira linha de suporte, mantida ainda no gráfico, apesar de não ter durado muito tempo como linha de suporte, veio-se a revelar interessante como linha de resistência posteriormente, ao vermos que os preços por diversas vezes retraíram ao se aproximarem dela, nunca tendo a subida de preços passado muito além dela, e por vezes nem passando por ela sequer, servindo para prever pontos de saída do mercado para quem apostou na subida dos preços com a segunda linha, ou mesmo pontos de entrada para quem quereria apostar na queda dos preços nesses momentos.

Até acharmos esta linha de tendência nova, poderíamos ter em princípio desenhado umas outras seis tentativas de linha de tendência antes, nas velas de quatro horas que temos antes desse segundo ponto de teste após a quebra da primeira linha, mas todas elas seriam invalidadas pois as velas seguintes seriam sempre abaixo, ou seja, não seria nenhuma delas o “fundo” que nós procuraríamos, mas como estaríamos à procura dela em tempo real, acontece por vezes que tenhamos muitas tentativas falhadas de achar uma nova linha de tendência, por serem várias delas penetradas e até termos encontrado outra viável mais tarde.

Vejamos agora o próximo passo na busca de uma posterior linha de tendência viável:

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NOTA:Por vezes uma L.T. pode não durar muito tempo como Suporte ou Resistência mas acaba por ser útil posteriormente com papeis inversos como Resistência ou Suporte, respectivamente, por isso não só uma L.T. que parece perder utilidade poderá voltar a ser novamente útil mais tarde como L.T. e com o mesmo papel de antes, como também em termos de Suporte e Resistência poderá continuar a ser útil especialmente com o papel inverso ao que teria inicialmente quando foi criada.

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Visto que a L.T. do gráfico anterior, como podemos ver agora neste gráfico, foi penetrada por uma vela branca com uma sombra inferior bastante comprida, tentamos logicamente construir de imediato outra linha de tendência unindo o primeiro ponto de teste inicial ao mínimo dessa vela que penetrou os preços.

Vejamos no que deu essa nova tentativa de linha de tendência:

Como podemos ver no gráfico acima, essa linha de tendência anterior que desenhámos agora, apesar de ter apenas um pequeno ponto de confirmação e de ter sido logo quebrada a seguir, se estivéssemos à espera que os preços subissem ao se aproximarem dessa linha nesse momento para entrar no mercado apostando na subida, teríamos tido um bom lucro e essa linha de tendência, nem que fosse apenas nesse ponto de confirmação, já nos teria dado lucro novamente, pois na altura em que os preços tocaram pela terceira vez nessa linha, confirmando-nos que nos valeu a pena desenhá-la e que teve efeito neles, os preços tiveram uma subida forte, dando um lucro rápido a quem teve a sorte de a desenhar.

Esta subida de preços na linha, pode até ter sido gerada por muita gente ter esperado a reacção de preços ao tocarem nesta linha de suporte por nós desenhada, que é uma das razões, de qualquer das formas, que levam

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estas linhas de tendência a serem tão úteis no dia a dia, que é a de muitos traders se basearem nelas para entrarem nos mercados, neste caso, apostando nas subidas, ou noutras vezes nas quedas, ou até saírem.

Contudo, visto ter sido quebrada essa linha logo de seguida após esse lucro rápido, temos a ideia natural de desenhar uma nova tentativa de linha de tendência, novamente com o ponto de teste inicial, unindo-o ao mínimo daquela vela negra com sombra inferior comprida, como vemos no gráfico acima, na expectativa de nos vir a proporcionar uma boa linha de suporte no futuro.

Vejamos o que acontece de seguida:

Como podemos reparar, a linha de tendência que acabámos de desenhar, que é a que aparece a meio, não teve absolutamente nenhum efeito nos preços, e em vez de um ponto de confirmação, acabámos por ter uma vela negra bastante forte que rompeu essa nossa linha de suporte sem qualquer tipo de dificuldade, fechando os preços bem abaixo dela sem qualquer dificuldade mas tendo lá tentado voltar pouco depois.

De qualquer das formas, foi recolocada novamente no gráfico a linha de tendência que desenhámos há três exemplos atrás, que apesar de ter acabado o seu efeito como suporte ainda em Dezembro, podemos ver que

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nessa altura serviu de resistência, não deixando que os preços subissem mais na pequena subida que foi seguida da queda que deu origem à nossa linha de suporte desenhada no gráfico anterior, e em mais alguns pontos durante a subida anterior, que como podemos ver, não passou com sucesso essa linha de resistência.

Mais uma vez, uma prova de que uma linha de tendência, apesar de não nos parecer mais útil num dado momento, neste caso uma linha de suporte, deve ser mantida durante uns tempos pois poderá vir a ter um efeito tardio novamente nos preços e possivelmente de efeito inverso, passando neste caso esta linha de suporte a linha de resistência e ajudando-nos a prever pontos de inversão no mercado e futuras quedas de preços.

Contudo, a vela negra bastante longa e forte que quebrou a linha de suporte anterior, viu a sua queda parada também bastante bruscamente num dado nível de preços.

Como sabemos, quando mais forte esse suporte de preços é, ou seja, quando mais forte é a vela que foi travada por esse suporte, mais forte será uma linha de tendência, neste caso uma linha de suporte, que seja baseada nesse ponto de suporte tão forte que acabámos de descobrir.

Logo, este ponto bastante importante de suporte acabado de descobrir, vem-nos a proporcionar uma linha de tendências que nos traz muito boas expectativas, e assim, acabamos por unir o ponto de testes inicial, desta vez a este novo ponto de teste que é o mínimo dessa vela negra longa, àquele ponto de suporte que teve força suficiente para parar aquela quebra forte de preços.

Ainda neste gráfico acima, podemos ver que esta linha de suporte começou logo a dar frutos, tendo sido logo

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confirmada poucas velas depois, em que o mínimo dessa vela tocou nessa linha e os preços voltaram de imediato a subir.

A linha de tendência foi assim confirmada e dada como válida logo pouco tempo após ter sido criada.

Como se isso não bastasse, temos ainda no gráfico acima mais duas velas que tocam nessa linha sem a quebrar, servindo ela novamente de suporte aos preços, tendo nós já cinco pontos em que os preços tocam essa linha sem a quebrar, o que revela a sua força e de que teremos encontrado finalmente a linha mais forte dessa tendência.

Andemos agora com o gráfico mais para a frente no período temporal para ver o que se seguiu na relação entre os preços e esta nossa nova linha de tendência:

Podemos ver agora os acontecimentos que se seguiram durante o período de vida desta linha de tendência nova.

Como já tivemos a chance de ver anteriormente, por muito forte que seja um suporte ou uma resistência, podem sempre haver penetrações dos mesmos por parte dos preços, mesmo que sejam invalidadas pouco tempo depois.

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A diferença é que, quanto mais forte é esse suporte ou resistência, mais fortes e abruptas podem ser as reacções dos preços ao tocarem neles, e especialmente ao penetrarem nesses suportes ou resistências.

Pois tal foi o que aconteceu, houve uma tentativa de penetração desta nossa nova linha de tendência, uma resistência muito forte, e ao ser penetrada pelos preços, teve logo de imediato uma reacção bastante forte e abrupta, que levou os preços a mais de duzentos pips acima em menos de quatro horas, numa única vela.

Durante essa tendência de subida de preços, como podemos ver ainda após esse pequeno episódio, temos ainda mais dois pontos que revelaram a força deste suporte, em que os preços após tocarem novamente nessa linha de tendência tiveram subidas, sendo a última delas forte novamente e após uma queda igualmente forte.

Contudo essa linha de tendência tem um fim por volta de Fevereiro, após os seus pouco mais de dois meses de vida.

Foi mantida a linha de tendência que tínhamos desenhado no exemplo anterior, para vermos a sua importância também nos preços.

Apesar de ter falhado o seu objectivo como suporte ao não ter sido confirmada logo com aquela quebra enorme que nos fez colocá-la de parte, ela não deixou de se revelar uma resistência importante no futuro, que como podemos ver, não deixou que os preços passassem para além dela, a não ser perto do fim do gráfico nas últimas duas ondas que conseguiram estar acima dela antes de voltarem a cair.

Novamente, uma linha de suporte falhada que acabou por ter alguma importância no futuro, mas a sua existência é irrelevante pois se quiséssemos uma resistência bem definida, teríamos desenhado outra

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NOTA:Quanto mais fortes os Suportes ou Resistências representados pelas L.T., mais fortes e abruptas tenderão a ser as reacções dos preços ao tocarem neles.

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linha de tendência, mas desta vez superior, que faria de resistência durante o período de tempo acima, algo deste género:

Como podemos ver aqui, teríamos uma linha de tendência superior também, e como podemos ver, os preços andaram sempre entre essas duas linhas, tornando-se mais previsíveis os seus movimentos e sendo assim, mais fácil de fazer lucro com eles, algo designado por canal, que iremos estudar posteriormente.

A forma como é achada e desenhada é exactamente a mesma que as linhas de tendência que temos vindo a desenhar até aqui, mas como resistência e não suporte.

Vejamos como ficaria tudo em vista mais reduzida:

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NOTA:No gráfico ao lado podemos ver duas L.T. paralelas uma à outra, uma L.T.S. (Linha de Tendência Superior) e uma L.T.I. (Linha de Tendência Inferior), e podemos ver os preços a subirem em ondas dentro delas. Este tipo de linhas em conjunto são designadas por Canal de Tendência, algo que será estudado posteriormente.

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Como vimos, após estas tentativas todas, várias delas resultaram em linhas de tendência viáveis que nos proporcionaram lucros, outras nem por isso, mas a mais importante acabou por ser esta que vemos que foi um suporte bastante forte em vários pontos e que suportou a subida posteriormente.

Foi evidenciada contudo, uma outra linha de tendência que teríamos se tivéssemos como primeiro ponto de teste um dos mínimos das velas iniciais seguintes ao primeiro ponto de teste usado anteriormente, que se repararmos bem, seria uma linha de tendência bastante forte e que suportou os preços durante a primeira metade do gráfico, tendo a segunda metade sido suportada pela linha de tendência inferior que definimos acima.

Esta outra linha de tendência que evidenciámos agora, acaba por, a partir da segunda metade do gráfico, onde ela perde o seu efeito de suporte passando esse efeito de suporte a ser exercido com mais intensidade pela nossa linha de tendência achada ao longo deste processo, se ver transformada numa linha de resistência, e se repararmos bem, durante a segunda metade do gráfico, foi uma resistência forte que manteve os preços entre ela e a nossa linha de suporte.

Assim, se tivéssemos além da nossa linha inferior de suporte, achado uma outra linha de suporte que acompanhou a primeira metade do gráfico bem junto aos preços, teríamos ganho com ela uma linha de resistência que na segunda parte dos gráficos nos daria bons pontos de fecho de posições longas ou abertura de posições curtas, tornando assim bastante previsíveis as entradas e saídas do mercado durante esse período de tempo, e com isso, tornando os lucros mais fáceis.

Vamos ver de seguida um outro exemplo, desta vez em gráficos de velas semanais, em como as linhas de tendência se mantêm ao longo dos gráficos, alternando os seus efeitos entre suportes e resistências, mas

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interagindo sempre com os preços muitas vezes sendo bastante importantes às nossas análises técnicas.

Aqui neste exemplo podemos ver como uma linha de tendência alterna entre o seu papel de suporte e resistência:

Na imagem acima, começaríamos a longo prazo, como é lógico, por unir um primeiro ponto de teste num dado mínimo de uma vela e onda em inícios do ano de 2002, a outro ponto de teste que se seguia.

Com isto tivemos a nossa primeira tentativa de desenhar uma linha de tendência executada.

Se virmos bem, essa linha ficou logo bem definida à partida com dois pontos onde os preços tocaram e ressaltaram, voltando a subir, sendo por isso um suporte possivelmente forte.

Faltava-nos apenas uma confirmação forte dessa linha de tendência.

Alguns meses depois, acabamos por ver essa confirmação aparecer, quando os preços, perto de Outubro de 2002, ao tocarem nessa linha de tendência por nós desenhada, acabam por voltar a subir criando mais uma onda.

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Com essa reacção à nossa linha de tendência tivemos a nossa confirmação de que a mesma seria válida e que nos poderia ajudar no futuro.

Poucas semanas depois, voltámos a ter outro teste a essa linha, quando os preços ao tocarem nela, voltaram a subir com força.

Só por volta de Março de 2003 é que os preços se aproximam um pouco dela, acabando por voltar a subir com bastante força sem sequer tocar nela, não tendo por isso tocado na linha os preços.

Chegando a cerca de Setembro de 2003, temos finalmente um outro teste à nossa linha de tendência, bastante importante, em que vemos que a mesma é penetrada pelos preços, mas vendo logo de imediato uma reacção forte a ela, iniciando-se uma subida que levou os preços a uma nova onda de subida, tendo assim o nosso suporte tido o seu efeito desejado por nós nos preços.

Contudo, um trader prevenido, vendo esta penetração da nossa linha de tendência pelos preços, acaba por desenhar uma nova linha de tendência:

Agora, para quê apagar a linha de tendência anterior?

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O ideal será manter as duas sempre no gráfico, caso sejam necessárias, obtendo um resultado assim:

Assim ficámos logo desde Setembro de 2003 com duas linhas de tendência, a nossa inicial que veria nesse mês o quinto contacto importante dos preços com a mesma, e uma outra linha de tendência nova que teria como segundo ponto de teste os mínimos desse mesmo mês de Setembro.

Após essa nova onda gerada pelo último contacto e penetração dos preços na nossa linha de tendência inicial, há uma nova aproximação dos mesmos a essa nossa linha de suporte, mas desta vez, assim que tocam nela, há um novo ressalto, não a chegando a penetrar, e subindo bastante novamente.

A nossa nova linha de tendência continuaria aqui neste momento por ser confirmada, mas presente no gráfico.

Chegamos agora perto de Abril de 2004, onde vemos finalmente os preços a quebrarem a nossa linha de tendência inicial, e mantendo-se debaixo dela.

Contudo, vemos algo de muito importante: a nossa nova linha de tendência tem finalmente a confirmação de que precisávamos e vemos que não só é válida como também nos é bastante útil.

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Os preços mantêm-se acima dela, havendo mais dois pontos seguintes ao ponto de confirmação, em que os preços tocam nela e não a penetram, voltando a subir mas mantendo-se também abaixo da linha de tendência inicial, que agora serve de resistência, onde as duas pequenas ondas que vemos após a penetração da mesma, ao atingirem essa mesma linha como resistência, voltam a cair.

Temos assim agora uma linha de tendência inferior, suporte dado pela nossa nova linha de tendência, e a nossa linha de tendência superior, a que tínhamos desde o início, que nos serve agora de resistência.

De seguida, temos uma pequena penetração à nossa nova linha de tendência inferior, mas mal penetrando a mesma, subindo logo de seguida com força suficiente para romper a nossa linha de resistência, voltando esta nossa linha de tendência inicial a servir de suporte novamente por uns momentos aos preços, como podemos ver no gráfico, antes dos preços voltarem a cair abaixo dela, altura em que voltam a tocar na nossa nova linha de suporte, que faz os preços ressaltarem mais uma vez em direcção à linha de resistência, que por sua vez envia também os preços de volta para baixo, acabando os mesmos por fechar abaixo do nosso novo suporte também, no fim do gráfico.

Sendo esta matéria, algo que só se poderá aprender “na perfeição” com muita prática, vamos tentar simular mais uma vez essa prática com mais um conjunto de exemplos retirados de gráficos reais do par cambial Euro/Dólar, agora novamente em velas de quatro horas, e onde iremos abordar desta vez com mais atenção, o facto de podermos ter, tal como nas tendências estudadas anteriormente, várias linhas de tendência no mesmo gráfico, cada uma abrangendo períodos de tempo diferentes.

Nas linhas de tendência verificámos que dentro das tendências primárias, poderíamos ter tendências

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secundárias, e dentro delas, outras tendências menores.

Nas linhas de tendência, tal facto não se altera, e podemos ver uma linha de tendência maior, com outra mais pequena dentro dela, e por sua vez, outras ainda mais pequenas dentro delas, realçando assim várias tendências de forças diferentes umas dentro de outras, todas elas úteis à nossa análise técnica no dia a dia.

Vejamos um exemplo do que acontece quando definimos várias linhas de tendência sobrepostas umas às outras:

Como podemos ver no exemplo acima, termos uma linha de tendência desenhada, não inviabiliza que tenhamos outras ao mesmo tempo, representando tendências mais pequenas englobadas pelas maiores, ajudando-nos todas elas a prever a evolução dos preços.

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Vejamos o começo deste novo exemplo, onde iremos desenhar a nossa primeira linha de tendência:

Aqui está a nossa primeira linha de tendência.

Como podemos ver, até talvez se pudesse teoricamente dizer que já teve o seu ponto de confirmação, apesar de não ser uma confirmação muito forte, pois os dois pontos de teste estão muito próximos, já é contudo uma linha de tendência a ter em atenção.

Já tocaram sete vezes os preços nesta linha de tendência, apesar de terem sido em apenas duas ou três áreas de contacto, por estarem muito juntos os pontos nesta periodicidade, mas mais visível noutras.

Mas claro que não iríamos andar este tempo todo, com os preços a subirem para longe da nossa linha de tendência, sem criar outras que mais se aproximassem dos preços, pelo que iremos criar outra logo ao vermos que há um novo fundo acima do nosso suporte já desenhado.

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Vejamos:

Aqui vemos desenhada uma nova linha de tendência, tendo agora um ponto inicial de teste diferente, que acaba por ter mais duas zonas de contacto logo de seguida, estando já bem confirmada a nossa linha de tendência, linha essa que acaba por ter outro ponto de contacto perto de meio do mês de Maio, em que os preços após uma queda abrupta, ao tocarem nessa linha de suporte, voltam a subir logo de imediato com força, mostrando-nos assim que essa linha representa um suporte bastante fiável, além de que nos proporcionou outro bom ponto de entrada no mercado, e com isso mais lucros.

Com esse teste à nossa linha de tendência nova, a meio do mês de Maio, ficamos já com cerca de oito pontos em que os preços tocaram nesse nosso suporte sem o penetrar e que voltaram a subir depois.

Mas e a pequena subida que aconteceu acima desta linha de tendência que acabámos de desenhar?

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Logo após o próximo fundo que teve origem acima dessa nossa linha de suporte nova e sem lhe tocar, o trader prevenido, deveria traçar outra linha de tendência tendo como segundo ponto de teste esse mesmo fundo:

Como vimos acima, mesmo deixando estar as linhas de tendência anteriores nos gráficos, que posteriormente nos iriam servir de suportes importantes, foi óptimo desenhar uma linha de tendência ainda menor acima delas, que ao juntarmos como pontos de teste o último contacto dos preços com a nossa anterior linha de tendência, com o primeiro fundo que nos apareceu posteriormente, vimos logo de imediato essa nossa nova linha confirmada por um outro contacto com ela horas depois por parte dos preços, e ainda outro ponto de contacto no dia nove, em que os preços ao tocarem nessa linha, subiram de imediato, proporcionando lucros a quem preveria esse ressalto baseado nesta nossa nova linha de suporte, que teve perto de catorze pontos em que os preços tocaram essa mesma linha sem a penetrar, em mais ou menos quatro fundos de ondas, sendo um deles bastante forte, fazendo os preços ressaltarem com força após uma queda forte.

Mesmo assim, antes dessa reacção forte a esta nossa terceira linha de tendência, em que os preços ressaltaram com força por volta do dia nove, ainda

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tivemos várias ondas pelo meio que parecem ter subido por cima de uma linha recta, que de momento nos é invisível, apenas imaginária, e que iremos desenhar de seguida:

Como pudemos ver, após o terceiro fundo de uma onda que deu a confirmação que precisávamos à nossa linha de tendência anterior, os preços começaram a subir, o que nos levou a desenhar outra linha de tendência unindo esse ponto de teste, ao primeiro fundo relevante que nos apareceu de seguida.

Essa linha, teve logo confirmação menos de um dia depois, ao após uma pequena onda de subida de preços e respectiva queda, os preços voltam a tocar essa nossa nova linha, facto esse que os faz saltar com bastante força, tornando esta nossa linha de tendência nova uma linha viável de suporte e confirmada pelos preços já, e levando os preços a subirem mais de 150 pips, caindo de seguida e quebrando aí esse nosso novo suporte e voltando ao anterior, que suporta as quedas mais um pouco.

No fundo, esta quarta linha de tendência que desenhámos, acaba por ter como único ponto em que prevemos a inversão dos preços, o ponto de confirmação, em que teríamos poucas certezas de que uma inversão pudesse acontecer, mas que se tivéssemos atentos, teríamos feito lucro nessa altura.

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No fundo, após desenharmos o primeiro suporte, e desenharmos o segundo, e o terceiro, acabamos por estar a guiarmo-nos pela nossa quarta linha de tendência, que só nos ajudou a prever a inversão de preços no próprio ponto de confirmação da mesma, sendo quebrada depois e voltando os preços à nossa terceira linha de suporte, onde os preços ressaltam com força, por ser um bom suporte, sendo quebrado esse suporte na queda seguinte dos preços, voltando os preços à nossa segunda linha de tendência, onde os preços ressaltam com tanta força que se dá origem a um novo conjunto de ondas bastante acima dela, onde poderíamos desenhar outras linhas de tendência.

Agora, será que essas pequenas linhas de tendência veriam o seu uso limitado apenas àquele período temporal que acabámos de ver, tendo-se tornado inúteis de seguida?

Vamos ver o gráfico abrangendo agora um período temporal maior e dando continuidade a essas nossas linhas de tendência:

Agora vemos o incrível efeito, do que pensaríamos serem apenas pequenas, sem importância e efémeras linhas de tendência, que vieram a ter nos preços durante os meses seguintes.

A mais pequena delas, a nossa quarta linha de tendência, que estava mais acima de todas as outras,

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veio a revelar-se, como podemos ver no gráfico acima, numa linha de resistência bastante forte, que fez os preços inverterem as subidas em pelo menos seis topos de ondas, sendo o primeiro o topo da onda que ressaltou quando os preços tocaram na terceira linha de tendência após quebrarem a quarta.

Além de fazer de resistência nesses pontos, ainda serviu de resistência mais uma vez bastante acima perto dos 0,9950, tendo servido de suporte logo de seguida suportando os preços quando se encontravam lá no topo do gráfico, dando origem à segunda onda no topo, a que atingiu o valor máximo do gráfico.

A terceira linha de tendência, por sua vez, veio a ser uma forte linha de suporte posteriormente, após a sua quebra, em que os preços ressaltaram na nossa segunda linha de tendência, voltando de seguida acima desta nossa terceira linha, onde vieram os preços a sofrer o seu efeito de suporte e voltarem a subir umas seis vezes após essa penetração que os levou à nossa segunda linha, sempre que tocavam nela.

Além de servirem de forte suporte durante esse tempo, serviu ainda de resistência por duas vezes, como podemos ver mais perto do fim do gráfico, onde resistiu à subida dos preços por duas vezes em que dois topos de ondas tocaram nela antes dos preços voltarem a cair.

Quanto à nossa segunda linha, além de ter exercido um forte efeito de suporte logo perto do início do gráfico, após os preços quebrarem a nossa terceira linha de tendência encontrando forte ponto de suporte nela, voltou a fazer de suporte perto do fim do gráfico novamente, onde aguentou com muita força dois contactos com ela por parte dos preços, tendo sido penetrada ligeiramente depois onde teve um pequeno efeito de resistência quase ínfimo, durante essa penetração, após a qual os preços voltaram a estar acima dela, tocando mais duas vezes nela como suporte

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antes de voltarem a subir, sendo quebrada novamente depois.

No fundo a conclusão que acabamos por tirar é a de que qualquer linha de tendência, por mais insignificante que nos possa parecer no presente, poderá vir-nos a ser muito útil no futuro, e de que deveremos desenhar o maior número possível de tentativas de linhas de tendência possível de forma a prevermos da melhor forma possível a evolução dos preços, que nos virão a ser úteis tanto como suporte tal como resistência ou mesmo das duas formas muitas vezes, sendo apenas uma questão de tempo até que elas voltem a ter qualquer tipo de efeitos nos preços de vez em quando, sendo normal termos um gráfico meio confuso por vezes, com as diversas linhas de tendência que poderemos ter num dado momento.

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LINHAS DE TENDÊNCIA

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA

DAS LINHAS DE TENDÊNCIA

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AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DAS LINHAS DE TENDÊNCIA

Já é sabido que, tal como nos conceitos de suporte e resistência estudados anteriormente, as linhas de tendência quando são penetradas com sucesso pelos preços acabam por resultar ou numa inversão da tendência actual, ou num atrasar da evolução dessa mesma tendência actual.

Apesar de não ser sempre possível avaliar qual das possíveis alternativas descritas acima irá acabar por se verificar após uma penetração válida de uma linha de tendência, é muito importante perceber a importância da penetração dos preços nessa linha em questão, para assim perceber a importância do efeito dessa penetração na evolução futura dos preços.

Vejamos agora os três principais factores que nos ajudam a avaliar a importância de uma determinada linha de tendência e com isso a importância também de uma penetração válida a essa mesma linha, que nos deverão guiar sempre que nos depararmos com uma penetração válida de uma linha de tendência.

1 - Comprimento da linha

O tamanho de uma linha de tendência, ou por outras palavras, o comprimento dessa mesma linha, é um factor extremamente importante na determinação da

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sua importância, algo que acontece também com os padrões de preços, como iremos estudar mais tarde.

Uma linha de tendência que tenha uma duração de vários anos sem ser quebrada, terá muito mais importância e efeito quer na penetração da mesma pelos preços, quer na reacção de inversão de preços ao tocarem nela, do que uma linha de tendência com apenas alguns meses ou mesmo semanas de vida.

Talvez nem todos os traders do mercado dêem muita importância a uma penetração por parte dos preços de uma linha de tendência com alguns dias ou semanas de vida (especialmente os traders que investem mais a longo prazo), mas todos se apercebem e sabem bem quando os preços se aproximam ou penetram uma linha de tendência com alguns anos de duração.

Talvez seja também por ser mais conhecida por parte de todos, que qualquer aproximação ou penetração dessa linha tenha mais efeito do que em linhas menores, mas qualquer que seja a razão, é sabido que o comprimento de uma linha de tendência é um factor extremamente importante na definição da sua importância na Análise Técnica.

2 - Número de vezes que a linha de tendência é tocada ou aproximada

Outro factor muito importante para a avaliação da importância de uma linha de tendência, é a quantidade de vezes que os preços a tocam ou se aproximam dela.

Quanto mais vezes uma linha de tendência é tocada ou aproximada com uma reacção positiva (reversão dos preços sem a penetrar de forma válida), maior é a sua importância e influência no comportamento dos preços.

Isto acontece porque uma linha de tendência é ou um suporte ou uma resistência, e conforme já vimos, quanto mais confirmações existirem de que essas linhas

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representam bons níveis de suporte ou resistência, maior é a certeza de que elas influenciam os preços e maior será a sua força no futuro ou qualquer outra reacção que venha a suceder como penetrações, por exemplo.

Resumindo, cada teste sucessivo com sucesso a uma linha de tendência, contribui para aumentar a sua importância e força como quer suporte quer resistência, e com isso fazendo-a reflectir também a força da tendência actual.

3 - Ângulo de Subida ou Descida ou Momentum

Este factor é também bastante importante, e é um factor que nos poderá fazer pensar que uma linha de tendência poderá ter um período de vida reduzido ou até colocar em questão a sua fiabilidade, que é o ângulo da inclinação dessa linha de tendência.

Sabemos que todas as linhas de tendência acabam por ser mais cedo ou mais tarde quebradas, mas obviamente as mais íngremes terão tendência a terminarem mais cedo do que as que acompanham subidas ou quedas mais graduais e suaves.

Porquê?

Acho que podemos pensar nisto com dois exemplos.

Como primeiro exemplo vamos olhar para nós mesmos como pessoas, e imaginar que temos de subir um monte com 80 metros de altura, e que para o efeito temos dois pares de escadas, um deles bastante íngreme, com degraus curtos de 40 centímetros de altura cada, e o outro menos íngreme, com degraus mais baixos de apenas 10 centímetros de altura cada, e bastante mais compridos, permitindo-nos subir mais calmamente quase como se estivéssemos a andar.

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Enquanto que no segundo par poderemos subir mais facilmente sem paragens e sem nos cansarmos tanto, no primeiro muito possivelmente teríamos de parar várias vezes a meio, por cansaço, dado que seria necessário um esforço bem maior em cada degrau.

Da mesma forma que uma subida mais íngreme nos faz esgotar as forças mais rápido e desistir da subida, também no mundo dos investimentos as subidas mais íngremes e agressivas esgotarão os compradores mais depressa e não darão tanto tempo para renovação de forças, e mais rapidamente virão as quedas.

Como segundo exemplo vamos ver os aviões.

Um avião se tentar subir a pique até aos seus limites, até à altura máxima que consegue atingir nos céus, quanto mais a pique subir o avião, mais depressa chegará aos seus limites, ou seja o movimento em direcção ao céu durará menos tempo pois o caminho é mais directo e chegará lá mais rápido.

Se subir de forma mais gradual, num ângulo de menor inclinação, demorará mais tempo a chegar aos seus limites, e o movimento assim demorará mais tempo.

Esta relação entre subidas rápidas e lentas dos preços com a duração das mesmas, poderá ser vista se virmos o exemplo abaixo que nos mostra três movimentos de preços, desde subida e descida de preços rápida, até uma subida e descida de preços lenta e gradual.

Chamamos de Momentum na Análise Técnica (até porque terá outros mas parecidos significados noutras áreas), à velocidade com que o preço do activo se movimenta a dado momento, quer durante a sua subida ou descida.

Dizemos assim que quando uma acção começa a cair lentamente, e aos poucos começa a ganhar a velocidade a queda, que está a ganhar mais Momentum, ou que

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NOTA:De forma simples podemos dizer que chamamos de momentum na Análise Técnica à velocidade com que o preço de um dado activo se movimenta num dado momento durante a sua subida ou descida. Assim podemos relacionar directamente o grau de inclinação de um movimento de preços ao seu momentum, pois quanto maior a inclinação do movimento de preços, maior o momentum.

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está com um bom momentum, e à medida que vai chegando ao fim da queda e o vai perdendo, vai perdendo o seu momentum.

No exemplo abaixo veremos um exemplo famoso que é demonstrando um efeito do que poderia acontecer se atirarmos uma bola de ténis contra o tecto:

No exemplo acima vemos um possível exemplo do que poderia acontecer se atirarmos uma bola de ténis contra o tecto.

Ao embater contra o tecto, teria uma reacção igualmente forte ao disparo inicial, com um bom momentum, e ao voltar ao chão, ressaltará mais devagar, com menos força, com menos momentum, até acabar por não ressaltar mais e ficar no chão.

Em cada subida e descida veremos que há uma parte da mesma com mais momentum e que acabam por o ir perdendo até começar a cair e voltar a ganhar momentum no sentido contrário.

Com os preços dos activos financeiros o funcionamento é muito parecido: quanto mais rápidas são as subidas ou descidas de preços, por norma mais rápidas tenderão a ser as reacções, as posteriores quedas, e quanto mais lentas essas subidas ou descidas, mais lentos tenderão a ser os movimentos inversos posteriores.

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NOTA:Normalmente, quanto mais rápidas as subidas ou descidas de preços, mais rápidas tenderão a ser as suas reacções e movimentos inversos, e quanto mais lentas essas subidas ou descidas, mais lentas tenderão a ser essas mesmas reacções e movimentos inversos, à semelhança do atirar de uma bola de ténis contra o chão com variadas forças.

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É uma tendência comportamental que se verifica muito facilmente ao olharmos para qualquer gráfico, não deixando claro está, de existirem excepções à regra.

Com as linhas de tendência, dado que reflectem as tendências dos movimentos dos preços, poderemos aplicar o mesmo princípio ao estudado acima.

Tal como as curvas sinusoidais acima, linhas de tendência muito íngremes, representam movimentos de preço agressivos como o primeiro do exemplo acima, e por isso, tenderão a ser curtas na sua duração, e a serem quebradas facilmente.

As linhas de tendência mais suaves, as menos inclinadas, serão as que acompanham os movimentos de preços mais suaves, como as outras ondas do exemplo acima, e assim tenderão a durar mais tempo, dado que são movimentos de preços suaves, e ao mesmo tempo as reacções às subidas e descidas tenderão a ser menos agressivas, pois já vimos pelo exemplo acima que quanto mais agressiva for a subida, mais agressivo tenderá a ser o movimento inverso de queda posteriormente, e vice versa, e quanto mais agressivo é o movimento inverso, que é o movimento que poderá quebrar a linha de tendência, mais probabilidades há de a quebrar, por ter mais força.

Dessa forma concluímos que, as linhas de tendência de maior inclinação deverão ser interpretadas com cuidado pois serão rompidas mais facilmente e terão tendência a durar menos tempo, até porque os seus movimentos agressivos de subidas ou quedas de preços não serão facilmente mantidos por muito tempo, enquanto que as linhas de tendência menos inclinadas, não estão normalmente sujeitas a movimentos de preços inversos em termos de reacção ao movimento actual, e normalmente são quebradas de forma mais lenta e suave, dando mais tempo para vermos que a linha de tendência foi quebrada.

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Por outro lado devemos ter em conta que a importância da quebra de uma linha de tendência mais íngreme será menor do que a quebra de uma linha de tendência que não seja tão íngreme.

Porquê?

Porque uma linha de tendência que não tem muita inclinação, é muito mais fácil de manter-se válida do que uma linha íngreme, já que o preço terá de subir muito menos, e com menos força, para manter a linha válida.

Se a linha for muito íngreme, os preços terão de subir com muito mais força e com muito mais momentum para conseguir acompanhar a linha, e uma vez quebrando-a, nem sempre significa que a tendência acabou, mas sim que os preços possam pura e simplesmente não ter conseguido acompanhar a linha com essa força, mas sem perder a tendência que se pode manter.

Vejamos de novo uma das últimas imagens mostradas acima:

Nesta imagem acima, podemos ver que, por vezes, as linhas de tendência mais íngremes são rompidas, não por a tendência de subida que elas representam no gráfico ter acabado, mas sim por a subida de preços já não manter tanta força como inicialmente, e nesses

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casos a linha pode ser quebrada, mas podemos encontrar outras linhas representando a mesma tendência de subida mas menos íngremes, que por isso durarão mais tempo e serão mais dificilmente quebradas.

No exemplo acima, a primeira linha seria difícil de manter pois acompanha uma subida forte de preços, sendo a segunda uma linha mais válida e menos inclinada, e que por isso durou várias vezes mais, sendo que essa sim, ao ser quebrada, já teve um fim de tendência mais provável.

Claro que haverão outras linhas desenhadas abaixo, e a tendência poderá ter invertido numa dada escala de tempo e mantido noutras, mas deu para perceber por este exemplo o que se quis demonstrar.

Em resumo: quanto mais inclinação tiver uma linha de tendência, mais facilmente poderá ser rompida, e menos importante tenderá a ser esse rompimento em termos de detecção de inversão dessa mesma tendência, e inversamente, quanto menos inclinação tiver uma linha de tendência, mais dificilmente tenderá a ser rompida, e mais importante será esse rompimento quando acontecer, em termos de detecção de inversão do movimento de preços, até porque se uma linha de tendência tem menos inclinação e exige assim menos força por parte dos investidores para se manter válida, se é quebrada é porque nem essa pouca força por parte dos mesmos existe, e a quebra será bem significativa da falta de força de quem a poderia evitar.

Assim, uma tendência muito aguda, ou seja, uma tendência com uma subida ou descida de grande inclinação, é difícil de manter, e consequentemente, mais susceptível de ser quebrada, quer seja para dar início a uma tendência inversa, ou mesmo para dar início a um pequeno movimento de tendência lateral, que será seguido de uma continuação da tendência anterior ou mesmo inversão dessa tendência.

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Desta forma, a quebra de uma linha de tendência muito inclinada, poderá representar mais uma continuidade da tendência do que inversão de tendência em si, e a quebra de uma menos inclinada, poderá já representar uma inversão da tendência propriamente dita.

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LINHAS DE TENDÊNCIA

CANAIS DE TENDÊNCIA (TREND CHANNELS)

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CANAIS DE TENDÊNCIA (TREND CHANNELS)

Já andámos até agora a estudar as múltiplas possibilidades de uso dos diversos tipos de linhas de tendência, como as que uniam os topos, em mercados em queda, ou seja, linhas de resistência, e as que uniam os fundos, em mercados em subida, ou seja, linhas de suporte.

Já vimos que cada uma dessas linhas, tal como as linhas de suporte e resistências estudadas inicialmente, podem inverter o seu papel, de suporte para resistência, e vice-versa, e já vimos que podemos usar várias linhas juntas, acontecendo por vezes que uma serve de suporte e outra de resistência ao mesmo tempo, parecendo nesses casos que os preços andariam dentro das duas, algo que acontece ocasionalmente por muitas vezes, mas nem sempre.

Nessa ocasião, vimos que os preços andaram entre essas duas linhas, sendo bastante fácil de prever os seus movimentos durante esse tempo, mas esse tipo de acontecimentos não tem origem sempre, e não deve o trader ficar quieto à espera que algo do género aconteça para tomar proveito dessa previsível movimentação de preços.

O que fazer então nesses casos?

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É muito atractiva a ideia de os preços se moverem entre duas linhas, não caindo abaixo da linha de suporte, ressaltando mas depois não subindo acima da linha de resistência, caindo, proporcionando lucros fáceis.

A resposta é simples, deveremos tentar desenhar uma linha oposta à que actualmente temos.

Se temos uma linha de suporte já desenhada, devemos tomar a iniciativa de desenhar uma linha de resistência também, e vice-versa.

Há uns gráficos acima, vimos que pusemos, a título de exemplo, uma linha de resistência num gráfico, um pouco acima de uma linha de suporte, em que vimos que os preços se movimentaram entre as duas, algo que designámos como canal e que iríamos estudar mais tarde.

Um canal acha-se, desenhando uma linha que é paralela àquela linha inicial que temos.

Se temos uma linha de tendência inferior já desenhada, ou seja uma linha de suporte, tentamos desenhar uma linha de tendência superior, ou seja uma linha de resistência, paralela à linha inferior, uma linha oposta, linha essa também designada por “linha de tendência de retorno” (ou “return trendline”, em Inglês), pois será uma linha que fará teoricamente os preços retornarem para a nossa linha inicial, fazendo-os andar dentro do canal formado por essas duas linhas.

Se temos uma linha de tendência superior já desenhada, ou seja uma linha de resistência, tentamos desenhar como linha de tendência de retorno uma linha paralela a essa linha superior, ou seja uma linha de tendência inferior, ou linha de suporte, onde os preços que estão em queda irão teoricamente retornar e voltar a subir, ao embater nessa linha de suporte.

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Assim, teremos duas linhas de tendência paralelas, a inicial e a oposta que desenhámos depois, sendo a linha de tendência inferior e a superior, ou linha de suporte e resistência, respectivamente, formando assim um canal com essas duas linhas, e sendo esperado que os preços se movimentem dentro dele, sem quebrar o suporte e sem romper a resistência.

É esse o conceito dos canais.

Cabe assim ao trader procurar desenhar canais de tendência, com essas duas linhas de tendência opostas, para tentar prever assim os altos e baixos dos preços dentro dessas linhas, e com isso pontos de entrada e saída tanto de posições longas como curtas dentro desses canais, na tentativa de obtenção de lucros.

Vejamos um exemplo de um canal ascendente, ou seja, um canal que acontece durante uma tendência de subida de preços:

Como vemos no exemplo acima, há já uma linha de tendência inferior, actuando como suporte, onde os preços se apoiam para subir, e o que foi feito foi desenhar uma linha paralela a essa, unindo os topos em vez dos fundos, ficando nós também com uma linha de tendência superior, uma linha de resistência que por

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norma faz os preços caírem ao tocarem nela e assim manterem-se dentro do canal, que é formado por essas duas linhas.

Vejamos desta vez um canal descendente, ou seja, um canal que acontece durante uma tendência de descida de preços:

Neste novo exemplo, vemos que já havia uma linha de tendência superior, actuando como resistência, onde os preços sofrem resistência às suas tentativas de subida, e o que foi feito foi desenhar uma linha paralela a essa, unindo os fundos em vez dos topos, ficando nós também com uma linha de tendência inferior, uma linha de suporte que por norma faz os preços subirem ao tocarem nela e assim manterem-se dentro do canal, que é formado por essas duas linhas, como no exemplo anterior.

Mas os canais de tendência, não têm obrigatoriamente de se encontrar em tendência de subida ou de descida.

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NOTA:Normalmente designamos os canais de três formas em relação à sua tendência: Canal Ascendente para os que acompanham tendências de subida, Canal Descendente para os que acompanham tendências de descida, e há claro está os Canais Laterais para quando a tendência é lateral ou por outras palavras “sem tendência”.

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Há um outro tipo de tendência que falta aqui referir: as tendências laterais, quando há movimentos laterais de preços:

Neste exemplo, tudo se passa da mesma forma, quer existindo uma linha de tendência inferior, ou uma linha de tendência superior, desenha-se a linha de tendência de retorno, ou seja, a linha de tendência oposta, e os preços andarão entre as duas, enquanto se movimentarem dentro desse canal.

No fundo é isso que um canal de tendência é.

É basicamente aquela área compreendida entre as suas duas extremidades, demarcadas pelas duas linhas de tendência, o suporte e a resistência, onde os preços se movem dentro das mesmas.

Vamos ver agora um exemplo real retirado de um gráfico do par cambial Euro/Dólar, onde podemos ver desenhado um canal de tendência ascendente.

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NOTA:Outra forma simples de descrever um canal é o de sendo o espaço entre duas linhas paralelas, sendo uma de Suporte e outra de Resistência, entre as quais os preços se movimentam. Será isso um canal, que poderá ser ascendente, descendente ou lateral, conforme a tendência inerente.

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Primeiro visualizemos o gráfico em questão sem qualquer tipo de linhas de tendência desenhadas:

No gráfico acima, à primeira vista, para alguém com olhos destreinados, não nos sobressai nenhum tipo de canal de tendência, apenas vemos um conjunto de ondas, aparentemente descoordenadas, umas mais altas que outras, umas maiores que outras, revelando várias pequenas tendências, mas sem nenhum padrão de linhas de tendência que ressalte à vista facilmente.

Mas a realidade é outra.

Iremos ver agora o mesmo gráfico com um simples canal de tendência ascendente desenhado, para vermos como teria sido relativamente fácil de prever grande parte dos movimentos de preços durante esse ano, os começos e topos de várias das pequenas ondas, entre outros acontecimentos.

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Vejamos agora o gráfico com o canal de tendência ascendente desenhado:

Como podemos ver no exemplo acima, foi desenhado um canal de tendência bem importante para a previsão de preços durante esse ano de trading.

Sem o canal desenhado, o cenário era completamente diferente.

Passámos agora de um conjunto de ondas de preços aparentemente caóticas e sem sentido para um conjunto de ondas, umas maiores que outras, mas todas obedecendo a um conjunto de regras de resistências e suportes que as fazem ter movimentos previstos por um simples canal de tendência.

Passámos com esse simples canal de tendência ascendente, a poder prever os preços, e a tê-los como algo previsíveis.

Com isto é fácil perceber como é que adicionando uma linha paralela à linha de tendência principal se consegue desenhar um canal dentro do qual os preços oscilam, ou mesmo fora dele onde ele actua como suporte e resistência aos preços, e se consegue perceber a importância deste tipo de canais de tendência.

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Vejamos ainda um exemplo desta vez com velas semanais para termos uma vista do par cambial Euro/Dólar em maior período de tempo:

Como vimos, apesar de os canais presentes neste exemplo serem diferentes dos exemplos anteriores, por abrangerem maiores períodos de tempo e com isso, maiores oscilações por parte dos preços, continuam a ser úteis e a ajudar a prever a evolução dos preços, que se mantêm dentro desses canais.

No exemplo acima, apesar de não ser um dos melhores, vemos que a linha de tendência principal, ou seja, a linha de suporte do canal de tendência ascendente, é bastante eficaz, servindo de ponto de entrada para os bulls do mercado por diversas vezes, e apesar de podermos desenhar a linha de retorno em vários níveis com sucesso, foi aqui desenhada naquele nível, para nos demonstrar como no exemplo acima, bastando por uma linha paralela à linha de suporte do canal, mesmo no topo da onda onde aconteceu a primeira grande inversão de preços do canal, conseguimos prever com exactidão o ponto de inversão da segunda onda grande que chegou até perto dos 1.3000, invertendo e indo perto dos 1.1750, onde acabou por recuperar, sendo neste caso o nível de preços 1.3000 um bom ponto de entrada para os bears do mercado, que estando atentos

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a este canal de tendência, teriam feito bastantes lucros de forma relativamente fácil.

Com isto é de reparar também, que ao contrário das linhas de tendência normais em que precisamos de ter dois pontos de teste e outro de confirmação, para podermos assumir uma linha de tendência como válida, nas linhas de retorno dos canais, visto que a linha já tem uma inclinação predeterminada por ser uma linha paralela à linha de tendência principal, muitas vezes basta-nos colocar essa linha no topo da primeira grande onda do canal para termos como segundo ponto de toque dos preços nessa linha já um ponto de previsão dos preços, podendo assim essa linha ser-nos útil logo após o primeiro ponto em que os preços lhe tocam e onde a colocamos, e se não for, acabará por ser ajustada mais tarde para outras ondas que venham posteriormente.

Não é de esquecer, que poderíamos ter usado outros pontos para desenhar a nossa linha de retorno, ou mesmo termos desenhado várias linhas de retorno ao mesmo tempo, simulando assim vários canais de alturas diferentes mas com a mesma linha de tendência principal em comum, algo que iremos estudar mais abaixo e que é prática comum no dia a dia dos traders com mais experiência, e que nos deixaria com uma espécie de canal constituído por várias linhas de tendência paralelas dentro de si, ou por outras palavras, vários canais de tendência uns dentro de outros.

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LINHAS DE TENDÊNCIA

PENETRAÇÃO DAS LINHAS DE RETORNO

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Penetração das Linhas de Retorno

As linhas de retorno são-nos muito úteis por duas razões principais.

Não só estas linhas representam importantes áreas de suporte e resistência, conforme se tratam de tendências de descida ou subida de preços, respectivamente, como também (e esta será possivelmente a razão mais importante em termos de previsão de novas tendências), nos dá um sinal de que estamos perante uma nova tendência de subida ou descida de preços, ou mesmo uma aceleração da tendência actual, quando essa linha de retorno é penetrada.

Desta forma, se os preços ao tocarem na linha de retorno, não retornarem na direcção da linha de tendência principal, e ao invés disso romperem essa mesma linha e seguirem o seu caminho, estarão a dar sinal de que a tendência que teremos a ocorrer nesse momento irá ver a sua subida ou descida de preços acelerada, ou seja, irá ganhar mais força, dando origem a novas linhas de tendência mais inclinadas no gráfico, caso estejamos numa tendência de subida ou descida de preços, ou mesmo dar sinal de que estaremos a assistir ao começo de uma nova tendência de descida

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NOTA:As duas principais razões pelas quais as linhas de retorno nos são úteis são a de representarem importantes áreas de suporte e resistência, bem como nos poderem também dar sinais durante as suas penetrações de que possamos estar perante novas tendências de preço ou aceleração das actuais.

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ou subida, caso estejamos correntemente numa tendência lateral (ou mercado sem tendência), tendência lateral essa que será quebrada para dar origem a uma nova tendência de movimento de preços, quer para cima, quer para baixo.

A penetração de linhas de retorno poderá ser sinal de exaustões dos movimentos de preços, algo que iremos estudar posteriormente.

Vejamos um exemplo do que acontece normalmente quando vemos uma linha de retorno ser penetrada com sucesso pelos preços:

Neste caso, tivemos um canal de tendência ascendente, em que a linha de tendência superior, a sua linha de retorno, que neste caso seria uma resistência à subida dos preços, acaba por ser rompida a meio do exemplo pelos preços, dando origem a uma nova tendência de subida dos preços mais acentuada, e consequentemente à formação de um novo canal de tendência ascendente, tendo tanto a linha de tendência principal (a linha de suporte), como a linha de retorno (a linha de resistência), uma inclinação mais acentuada que o canal anterior de tendência.

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O mesmo se passa em canais de tendência descendentes, mas de forma inversa:

Como vemos no exemplo acima, há inicialmente um canal de tendência descendente, em que a linha de tendência inferior, a sua linha de retorno, que neste caso seria um suporte aos preços, acaba por ser penetrada pelos preços com sucesso a meio do exemplo, algo designado por “breakdown”, dando origem a uma nova tendência de descida de preços mais acentuada, e consequentemente à formação de um novo canal de tendência descendente, tendo tanto a linha de tendência principal (a linha de resistência), como a linha de retorno (a linha de suporte), uma inclinação mais acentuada que o canal anterior de tendência.

Nestes exemplos vimos que o rompimento do canal, através do rompimento da linha de retorno desse mesmo canal, acaba por dar origem a um acentuar da tendência de movimentos de preços actual, dando origem a um novo canal de tendência ainda mais acentuado.

Resumindo pode-se dizer que o rompimento da linha de retorno dentro de um canal de tendência de subida ou descida de preços, implica uma aceleração do

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movimento de preços dentro da tendência actual, e consequentemente, o nascer de um novo canal com a mesma tendência de preços mas mais acentuada.

E no caso dos canais de tendência laterais?

O efeito é basicamente o mesmo mas com a diferença de a tendência actual se alterar:

Como podemos ver, numa linha de tendência lateral, não há distinção entre a linha de suporte ou a linha de resistência como linha de retorno, da mesma forma como o fazíamos em canais de tendência de subida e descida.

Aqui, tanto a linha de resistência como a de suporte ao serem penetradas pelos preços acabam por dar origem a um novo canal de tendência de preços de igual forma.

A principal diferença é a de que não há um acentuar da tendência actual, visto ser uma tendência lateral de preços, ou mesmo mercado sem tendência, como alguns gostam de referir, mas sim o começo de uma nova tendência completamente distinta da anterior.

No exemplo acima temos um canal lateral cuja linha de resistência é penetrada pelos preços e que dá origem a

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NOTA:Pode-se dizer que o rompimento de uma linha de retorno de um canal de tendência de subida ou descida implica uma aceleração de preços dentro da tendência actual, e com isso o nascer de um novo canal com a mesma tendência mas desta vez de uma forma mais acentuada.

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uma nova tendência, desta vez de subida de preços, e consequentemente a um novo canal com uma diferente direcção de preços.

Basicamente, passamos de uma tendência lateral de preços para uma tendência de subida ou descida de preços.

Resumindo, pode-se dizer que o rompimento de uma das linhas de tendência dentro de um canal de tendência lateral, implica o começo de um novo movimento de preços, e consequentemente, o nascer de um novo canal com essa mesma tendência de preços.

Não é só dentro dos canais de tendência laterais que a penetração dos preços numa das extremidades desses canais dá origem a uma nova tendência.

Nos exemplos acima com tendências de subida ou descida de preços, estudámos o que acontecia quando a linha de retorno era penetrada pelos preços, acentuando assim essa mesma tendência.

E o que se passa quando a linha principal de tendência, ou seja a linha de suporte durante uma tendência de subida ou a linha de resistência durante uma tendência de descida, são penetradas?

Vamos ver então mais abaixo o exemplo de um rompimento da linha de tendência principal de um canal de tendência ascendente.

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Vejamos:

Temos no exemplo acima um canal de tendência ascendente, em que vemos a sua principal linha de tendência, ou seja, a linha de tendência inferior, linha de suporte, a ser penetrada pelos preços, penetração essa que se for confirmada como no exemplo acima, acaba por inverter a tendência de subida actual, dando origem a uma nova tendência de descida de preços, como no exemplo acima, ou mesmo uma nova tendência lateral de preços.

O mesmo se passa com canais de tendência descendentes, em que veremos um efeito similar mas no sentido inverso devido à inversão vertical do padrão em questão, como iremos ver no exemplo seguinte.

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NOTA:Se um canal de tendência vir a sua linha principal penetrada de forma válida pelos preços, ou seja, a sua linha superior num canal descendente, ou a sua linha inferior num canal ascendente, como no exemplo ao lado, poderá dar origem a uma nova tendência de preços se o movimento se mantiver na direcção dessa penetração.

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Vejamos:

Temos no exemplo acima um canal de tendência descendente, em que vemos a sua principal linha de tendência, ou seja, a linha de tendência superior, linha de resistência, a ser penetrada pelos preços.

Penetração essa que se for confirmada como no exemplo acima, acaba por inverter a tendência de descida actual, dando origem a uma nova tendência de subida de preços, como no exemplo acima, ou mesmo uma nova tendência lateral de preços.

No fundo, acabámos de ver aqui o que vimos também nas linhas de tendência em si, que há inversões de tendência quando há penetrações confirmadas das linhas de suporte e resistências das tendências actuais de preços, tendo nós como diferença aqui a de que não vemos só uma linha mas sim duas, formando canais, canais esses que não só nos indicam inversões de tendências, como também acelerações dos movimentos de preços dentro dessas tendências, mas basicamente tudo o que estudámos até agora relativamente a canais de tendência já teria sido supostamente fácil de assimilar para quem já teria interiorizado o estudo das

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linhas de tendência de forma isolada, tal como os conceitos de suporte e resistência.

Vejamos agora um exemplo real, retirado do par cambial Euro/Dólar em velas de quatro horas, de um canal de tendência ascendente, cujos preços acabam por penetrar a linha de tendência principal, neste caso a linha de suporte, acabando assim por mudar de tendência:

No exemplo acima vemos já um canal de tendência ascendente o qual foi construído adicionando uma linha paralela à linha de suporte já existente.

Nesse mesmo exemplo fizemos a linha tocar por pouco nos dois primeiros topos das primeiras pequenas ondas do movimento de subida de preços.

Mas o local onde colocamos essa linha paralela, não tem de ser algo 100% exacto.

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Vejamos o exemplo abaixo:

Neste exemplo, baixámos a linha de retorno de forma a cobrir um pouco dos primeiros topos, e vemos como o seu efeito se torna muito mais eficaz no gráfico, onde vemos desta vez os preços tocarem por duas vezes essa mesma linha na última onda de subida que dela se aproximou.

Podemos ver também que após a penetração com sucesso dos preços na linha de suporte, que o canal foi quebrado e a partir daí os preços assumiram um movimento diferente, fora desse mesmo canal, como foi estudado anteriormente que poderia acontecer.

Mas em termos de desenho da linha de retorno, já vimos que os preços não têm de tocar de forma milimétrica nas linhas de tendência, nem tão pouco elas teriam de coincidir com perfeita exactidão com todos os topos, havendo uma margem de espaço onde podemos deslocar essas linhas sem afectar as nossas análises com as mesmas nos gráficos.

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Vejamos o exemplo acima, mas desta vez em velas horárias:

Agora já vemos o mesmo período de tempo do exemplo anterior, mas representado por velas horárias, onde já se pode ver melhor que os preços chegaram a manter-se por determinado tempo abaixo da linha de suporte, sem quebrar ainda assim o canal em que se encontrava, fazendo ainda outra onda.

No fim, nota-se ainda também a luta que os traders travaram e que levou os preços a andar um certo tempo mesmo em cima da linha de suporte do canal, linha essa que depois foi quebrada com bastante força, pois já era bem visível a fraca força dos bulls durante esse período, e mudando assim a tendência actual, deixando o canal de nos ser útil no momento.

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LINHAS DE TENDÊNCIA

EXAUSTÕES

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EXAUSTÕES

Agora vamos estudar outra consequência para a penetração de uma linha de retorno num canal de tendência.

Antes vimos que quando há uma penetração de uma linha de retorno por parte dos preços, por norma é confirmada e dá origem a uma tendência ainda mais forte de subida ou descida de preços, criando linhas de tendência ainda mais inclinadas mantendo a mesma tendência.

Mas nem sempre as penetrações de linhas de retorno por parte dos preços são confirmadas e dão origem a um aumento da velocidade com que os preços avançam dentro das tendências actuais, por vezes há uma exaustão na força dos traders que suportam esses mesmos movimentos de preços, levando os preços a voltar atrás dessas linhas de retorno e até a acabarem por penetrar a linha de tendência principal, e consequentemente, inverterem essa mesma tendência de preços, esgotada a força que tinha mantido essa mesma tendência, no momento de exaustão final, dando origem a uma nova tendência posteriormente.

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Vejamos agora um exemplo desse acontecimento durante um canal de tendência ascendente de preços:

Como pudemos ver acima, trata-se de um canal de tendência ascendente como os que vimos anteriormente, e vemos também nele uma penetração da linha de retorno por parte dos preços, o que nos poderia levar a concluir que daí adviria um aumento da força da tendência actual, e que daria origem a um canal com linhas de tendência ascendentes ainda mais inclinadas, mas ao contrário do que poderíamos pensar tendo em conta os exemplos anteriores, aqui os preços não continuaram o seu caminho de subida.

Basicamente, a força dos bulls de mercado no exemplo acima, entrou num estado de exaustão, tendo os mesmos perdido a força para fazer continuar a subida de preços, fazendo regredir assim os preços para baixo da linha de retorno novamente.

Essa perda de força continua a notar-se e os bears tomam conta do mercado, fazendo os preços penetrarem também a linha de suporte e dando origem assim a uma nova tendência posteriormente.

O que se passou, é designado por “Exaustão”.

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Vejamos o exemplo agora com um canal de tendência descendente:

Desta vez, passa-se exactamente a mesma coisa mas num canal de tendência descendente.

Há uma penetração da linha de retorno por parte dos preços, mas é fracassada, pois há uma exaustão da força dos bears que comandavam os preços até ali, voltando os preços para trás da linha de retorno novamente, e acabam os bulls por tomar conta do mercado, fazendo os preços penetrarem depois a linha de resistência também, e dando assim origem a uma nova tendência posteriormente.

As exaustões no trading são como as exaustões que acontecem na vida real após esforços intensos e continuados.

Um atleta após uma corrida de longa distância em que tenta ir mais longe em menos tempo, acaba por chegar à exaustão após um esforço intenso e continuado que o faz esgotar as suas forças.

No trading acontece a mesma coisa, não conseguem os traders levar os preços na mesma tendência sem atingirem uma exaustão em determinado ponto mais

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cedo ou mais tarde, fazendo aparecer uma nova tendência.

No trading, podemos ver os preços serem contidos dentro de um canal de tendência, ascendente ou descendente, mas após esse esforço continuado por levar os preços sempre dentro desse canal e seguindo essa tendência, acaba por chegar uma altura que a exaustão se aproxima.

Tal como um atleta ao chegar ao fim da prova, apesar de estar quase sem forças, dá um esforço final intenso para atingir a meta o mais rápido possível, esgotando-se completamente até ficar sem forças, no trading, acontece por vezes que nesse esforço final os preços possam ir mais longe, rompendo a linha de retorno, o que poderá iludir os traders em como uma intensificação da tendência se aproxima, mas não passando no fundo de uma exaustão das suas forças, e acabando assim os traders que apostam na tendência contrária por assumir o controlo do mercado e inverterem a tendência, fazendo os preços saírem por completo desse canal na direcção contrária.

No fundo é isso que acontece nestes casos.

A exaustão no trading é algo que se dá após um esforço continuado dos traders por levarem os preços sempre num determinado sentido, neste caso acompanhando uma determinada tendência, quando por fim se aproxima uma altura em que ocorre uma perda de força, e em que por vezes se dá um último esforço final com mais intensidade onde os traders levam os preços para além da linha de retorno, onde se esgotam as últimas forças, acabando depois por, sem forças, dar lugar aos traders que apostam na tendência contrária de tomar conta do mercado e inverterem a tendência actual e fazerem os preços saírem do canal.

Isto dá-se porque ao estarem a maioria dos traders activos do mesmo lado do mercado, ou seja quase

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todos bearish ou bullish, não sobrando assim traders livres que apoiem o movimento actual e estejam prontos para dar continuidade ao mesmo, e assim no fecho de posição dos que estão activos, os preços só poderão inverter, tendo existido assim um esgotamento de forças da parte desses traders, uma Exaustão.

Agora, perante uma penetração de uma linha de retorno por parte dos preços, como podemos deduzir se estaremos perante um movimento de exaustão descrito acima ou de um começo de um canal de tendência mais íngreme, sem ser pelos tais relatórios periódicos mencionados acima?

A resposta é simples: por norma, os movimentos de exaustão estudados acima, caracterizam-se por acontecerem em canais de tendência já bastante íngremes.

Regra geral, quanto mais íngreme o canal de tendência, mais hipóteses há de que uma penetração da linha de retorno no mesmo se venha a converter num movimento de Exaustão, representando assim um clímax de compras ou vendas, conforme a situação.

Logicamente, um canal de tendência com baixa inclinação num gráfico, tem mais probabilidades de vir a dar origem a um canal de tendência ainda mais íngreme, do que um canal de tendência já por si bastante íngreme, onde canais ainda mais íngremes seriam impossíveis pois se aproximariam de movimentos verticais de preços, algo impraticável.

Concluindo, o facto de falhar a tentativa dos preços se manterem para além dessa linha de retorno após a penetração da mesma, pode assinalar uma importante reversão de tendência, especialmente se a acção de preços for acompanhada por um elevado volume.

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LINHAS DE TENDÊNCIA

CANAIS DE TENDÊNCIA DENTRO DE

CANAIS DE TENDÊNCIA

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CANAIS DE TENDÊNCIA DENTRO DE CANAIS DE TENDÊNCIA

Vamos agora ver algo que acontece frequentemente: a criação de canais dentro de outros canais, quer paralelos, quer com outras inclinações.

Primeiro vejamos um exemplo retirado novamente do par cambial Euro/Dólar em velas diárias, mas onde iremos desenhar um canal com três linhas de tendência:

No fundo o que conseguimos aqui, foi em primeiro lugar achar uma linha de tendência principal, a linha de suporte, que após dois fundos entre Julho e Agosto de 2003 e em que vimos coincidir essa linha com um topo

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NOTA:Aqui vamos estudar as vantagens da representação de múltiplos canais dentro do mesmo gráfico, ou vários canais uns dentro de outros, pois há quem possa dizer algo como o canal correcto ser um e não o outro, mas na realidade vários canais podem ser válidos e úteis num gráfico e todos devem ser estudados e a todos lhes deve ser dada a sua importância, e veremos o porquê nesta parte da matéria.

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no início do gráfico, nos fez desenhar uma linha de suporte que se revelou bastante forte nos meses seguintes.

Como linha de retorno, desta vez, criámos uma primeira, a que vemos a meio, baseada num dos topos pequenos e que coincidia com alguns dos primeiros fundos de pequenas movimentações de preços no início e que se veio a revelar eficaz no futuro.

Como não há nenhuma regra que nos obrigue a estarmos limitados apenas a um canal, desenhámos uma segunda linha de retorno, simulando assim dois canais com a mesma linha de suporte em comum, e ficando assim com três linhas de tendência, sendo esta nova desenhada no topo de uma onda de movimento de preços em Setembro de 2003, a qual ainda neste gráfico se veio a revelar uma boa resistência a mais três topos de ondas, e suporte em outras zonas.

Vejamos a continuação da performance destas linhas no ano seguinte:

Como podemos ver, a linha do meio do canal veio a servir neste exemplo acima duas vezes como topo de ondas durante o ano de 2004, e uma vez como suporte forte aos preços após uma queda acentuada de preços que teve origem em finais de 2004, suporte esse que se veio a notar já em início de 2005, entre outras vezes

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que interagiu de forma eficiente com os movimentos dos preços.

Já a linha mais acima veio a servir de resistência e topo de ondas por três vezes neste gráfico além de ter ajudado a suportar os preços em alguns pontos também.

Poderíamos ter desenhado quatro, cinco, ou mesmo mais linhas paralelas num gráfico, e possivelmente todas nos seriam úteis, e iremos estudar algo parecido nos estudos de linhas posteriormente, mas de momento vamos ter de nos concentrar ainda neste tipo de ferramenta, as linhas e canais de tendência.

Vamos agora ampliar o período temporal compreendido entre Julho e Outubro de 2004 no gráfico anterior, aclarar as três linhas de tendência que desenhámos acima, e iremos acrescentar um novo canal de tendência dentro do que já temos criado:

Ao aclararmos as linhas de tendência anteriores, podemos dar mais relevo ao canal de tendência ascendente mais íngreme que acabámos de acrescentar, canal esse que como podemos ver, conteve os preços entre as suas extremidades por diversas vezes, tendo tido várias ondas dentro dele, e nunca tendo os preços fechado visivelmente abaixo da sua linha de suporte, tal como nunca penetraram a sua

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linha de retorno, até ao fim do exemplo em que a penetração ocorreu e levou os preços muito mais acima do mesmo.

Vejamos agora o gráfico num período de tempo mais abrangente novamente, e com as cores invertidas:

Com o gráfico assim, podemos ver novamente o pequeno canal por nós desenhado a ter algum efeito nos preços posteriormente, ao ter, apesar de forma não muito precisa, servido de suporte e resistência aos preços perto do fim, parando por momentos a queda dos mesmos, e também a tentativa de recuperação dessa descida que ocorreu perto do fim do gráfico.

Teoricamente seria assim que estes tipos de canais deveriam ser desenhados em termos de cores, as mais fortes para os canais mais abrangentes em termos temporais, e os com menor tempo de vida com cores mais claras, pois são abrangidos pelos anteriores.

Se minimizarmos o gráfico, a principal razão da existência desta regra torna-se evidente, pois quanto mais pequeno for o gráfico, e mais abrangente por isso em termos de período temporal ele for, com mais dificuldade se visualizarão os canais de tendência mais pequenos, e por isso deverão ter uma cor mais clara para não estragar a vista do gráfico, devendo os principais e mais visíveis nesse tipo de visualização

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mais reduzida ter as cores mais escuras e com isso, maior realce.

Se fizéssemos o contrário, ao reduzirmos o zoom dos gráficos e os víssemos mais pequenos, mal veríamos as Linhas de Tendência e canais de longa duração por estarem com cores claras e sem muita espessura, e os gráficos poderiam ficar ilegíveis por conterem em cada pequeno grupo de ondas várias linhas de espessura maior e cores fortes, e no fim teríamos não um gráfico perceptível mas um misto de riscos e velas literalmente, e quanto mais reduzíssemos o zoom, mais confuso ficaria.

Estas boas práticas aceleram a identificação de padrões por parte do trader que os analisa, cansam menos, e tornam mais agradável a experiência, podendo significar um fim de dia tranquilo em vez de stressante.

É aconselhável assim o analista ter gráficos o mais suaves e agradáveis possível para trabalhar no dia a dia e facilitar o processo.

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LINHAS DE TENDÊNCIA

OBJECTIVOS DE PREÇO

(PRICE TARGETS E TARGET PRICES)

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OBJECTIVOS DE PREÇO

(PRICE TARGETS E TARGET PRICES)

As linhas de tendência não só nos são úteis para determinar suportes e resistências dos movimentos de preços e dessa forma bons pontos de entrada e saída no mercado, ou mesmo detectar mudanças de tendências, mas também nos podem ser úteis de outras formas.

Uma delas, é a possibilidade de nos ajudar a prever certos alvos de preços, ou seja, certos pontos em que achamos que os preços irão atingir após penetrarem com sucesso essas mesmas linhas de tendência em questão.

Em primeiro lugar vamos estudar um conceito muito importante.

Esse conceito tem o nome de “price target”, que é a sua designação mais comum, e que traduzido à letra significará “alvo de preço”, ou de “target price”, que traduzido à letra, significará “preço alvo”.

No fundo o conceito destas duas designações é exactamente o mesmo, podendo ser aplicado a um target a curto prazo ou a um target a longo prazo.

Um alvo de preço, ou preço alvo, será basicamente um certo nível de preço a que se espera que um

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determinado activo chegue num determinado período de tempo.

Apesar de terem o mesmo significado, o termo “price target” é por norma muito mais frequente de ser visto do que o seu semelhante “target price”.

Um price target, quando dado por analistas de investimentos, corretoras, bancos e outros, costuma ser mais dirigido a um período de tempo superior, como por exemplo um preço a que se pense que uma determinada acção possa chegar no fim do ano.

É frequente vermos os analistas dizer, por exemplo, que uma acção actualmente cotada a 10€, terá uma recomendação de compra por lhe atribuírem um price target de 15€ no fim do ano, e com isso um ganho potencial de 50%, ou mesmo uma recomendação de venda, por lhe atribuírem uma recomendação de venda com um price target a 5€ e com isso uma perda potencial de 50%.

Normalmente os analistas dão este tipo de price targets relativos ao fim do ano, ou para o ano seguinte ou prazos ainda maiores, e por vezes apenas alguns meses, mas por norma sendo dados com períodos fixos de tempo.

Por norma estes analistas baseiam-se muito mais na Análise Fundamental dos activos financeiros em questão do que propriamente na Análise Técnica desses mesmos activos, baseando-se nos futuros ganhos e valor intrínseco do que esses activos representam, entre outras coisas, sendo que também existem preços alvo definidos através da Análise Técnica.

São na sua maioria os traders e analistas técnicos dedicados ao intraday dos mercados no dia a dia, ao chamado daytrading, que acabam por definir price targets a serem atingidos em poucos dias e por vezes dentro do próprio dia com base na Análise Técnica.

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Quanto aos price targets a muito curto prazo, esse tipo de análises já são feitas com base na Análise Técnica, pois não é com base nos ganhos futuros das empresas que essas empresas irão ver as suas acções subirem nas poucas horas ou dias futuros, mas sim pela análise dos gráficos que indicarão a tendência desses preços nesses próximos tempos.

Esse tipo de price targets a muito curto prazo, como os que nos dirão que níveis os preços poderão atingir nas próximas horas, dias ou mesmo minutos, especialmente úteis a daytraders, é que serão os que iremos referir de seguida nesta matéria, e já não são definidos por jornais e analistas de outras empresas, pois a prazos tão curtos, serão calculados por nós mesmos através de certas técnicas ao analisarmos gráficos.

Da mesma forma também podemos ser nós mesmos a definir os nossos próprios price targets para médio e longo prazo com base na Análise Técnica de gráficos.

E agora voltando novamente ao tema relacionado com as linhas de tendência, vamos verificar que uma penetração de uma linha de tendência por parte dos preços acaba por ser também uma boa ferramenta que nos ajuda na determinação de novos objectivos de preços.

Como regra, temos por exemplo que numa linha de tendência, quando é penetrada com sucesso pelos preços, espera-se por norma que eles se movam para além dessa linha numa distância vertical igual à distância vertical que haviam percorrido do outro lado dessa linha antes da sua penetração.

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Vejamos uma exemplificação dessa regra:

Como vemos no exemplo, os preços acabam por romper a linha de suporte do canal, e por norma acabam por percorrer após essa quebra, uma distância igual à distância que haviam percorrido no último movimento de subida antes dessa mesma quebra.

Após isso, segue-se o seu movimento de descida, de forma natural, de acordo com o exemplo acima.

Claro que, como se pode imaginar, isto é apenas uma forma de tentar prever os futuros movimentos de preços, e não quer dizer que realmente vão acontecer como esperamos pelas nossas análises.

Apenas se espera que aconteçam, e dado serem regras seguidas e esperadas por milhões de investidores pelo mundo fora, há grande tendência para que sejam seguidas, daí também facilitar a previsibilidade dos ditos movimentos.

Assim, o termo “objectivo de preço” talvez não seja o mais indicado neste caso, talvez “preço mínimo esperado” fosse melhor, e porquê?

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Porque objectivo faz-nos pensar que uma vez atingido, poderemos fechar posições com lucro se estivermos curtos, mas a verdade é que, se a quebra da linha de tendência se tratar realmente de uma inversão de tendência, então esse objectivo de preço é por norma ultrapassado, especialmente se se tratar de uma inversão de tendência, por isso não se deveria chamar muito de “objectivo de preço” mas mais algo como “objectivo mínimo de preço” ou “preço mínimo a atingir” ou algo do género.

Ou seja, lá porque o preço atinge o valor que imaginamos, não quer dizer que seja boa ideia sair nesses níveis, até porque os preços podem ir bem mais abaixo, para não falar que esse objectivo de preço, se fosse por exemplo uma linha de suporte, se for ultrapassado poderia passar a ser uma linha de resistência, e assim mais razões teríamos para nos mantermos curtos, ou o inverso se estivermos a falar do rompimento de uma resistência.

Para concluir, podemos assim dizer que estes níveis de objectivos de preços poderão revelar-se importantes níveis de suporte e resistência, e poderão ser locais onde poderão começar alguns eventuais rallies, apesar de não haver claro está uma forma de prever se tal poderia acontecer ou não.

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LINHAS DE TENDÊNCIA

FALSOS SINAIS, FALSOS ROMPIMENTOS, SPIKES E FILTROS

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FALSOS SINAIS, FALSOS ROMPIMENTOS, SPIKES E FILTROS

Já estudámos o fenómeno de exaustão acima, e este tema será bastante similar mas voltará a ser falado para complemento de conhecimento.

Na Análise Técnica há por vezes aquilo que chamamos de falsos sinais, que são sinais que nos são dados pelos gráficos em como o movimento de preços irá mudar de alguma forma mas que vimos a descobrir mais tarde serem errados.

Há assim sinais de compra ou venda correctos, que se vêm a concretizar e dados como verdadeiros, e os falsos sinais.

Da mesma forma, nas linhas de tendência e canais de tendência, há falsos sinais de rompimento dessas mesmas linhas e canais, aos que poderemos chamar de falsos rompimentos, entre outros nomes.

Nestes falsos rompimentos, vemos várias vezes os preços ultrapassarem essas linhas, para pouco tempo depois voltarem para os níveis anteriores às mesmas, e passamos a ver que afinal o rompimento dessa linha de tendência não foi válido e não o teremos em conta.

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Acontece muito que os investidores tenham os seus stop losses definidos perto dessas linhas de tendência, e ao serem atingidas, são accionados, e aumentam assim dessa forma o movimento de preços que rompe a linha com força, fazendo-nos pensar que é um rompimento válido sendo no fundo falso, entre outras causas para este tipo de acontecimento.

Se virmos uma linha de suporte, que é rompida, e existirem muitos investidores com stop losses nesse nível, os mesmos serão accionados automaticamente e serão fechadas as posições referentes a eles, e dessa força a venda é pressionada e fará cair ainda mais os preços, fazendo com que o rompimento pareça válido.

Contudo, se não existir real intenção de venda por parte dos investidores, se a linha não é quebrada por força dos investidores mas sim por outras razões como esta mencionada acima, os preços tenderão a acabar por voltar acima dessa linha de suporte.

O mesmo se passa com linhas de resistência e investidores com stop losses das suas posições curtas no mercado.

Várias causas deste género acabam por causar aquilo a que normalmente se chamam de spikes, que são basicamente variações muito bruscas e rápidas dos preços mas que após as mesmas, os preços voltam ao seu nível inicial, quer sejam causadas por accionamento de stop losses, falsas notícias, erros em ordens dadas com muito dinheiro, etc.

O importante é que se a variação for causada por motivos contrários ao da vontade dos mercados, os preços voltarão aos níveis iniciais e não passarão de simples spikes ou falsos sinais num histórico de preços.

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Vejamos aqui um exemplo de algo que será reconhecido de imediato como spike num activo relacionado com o índice Dow Jones:

Se virmos, no gráfico acima, houve uma variação de uns cerca de 8%, mas acabando por fechar bem próximo dos níveis iniciais com apenas 2% ou 3% de quebra, e tendo recuperado nos dias seguintes, mas voltando como esperado a testar novamente os níveis, mas algum tempo mais tarde.

Claro que este spike é visível nesta escala temporal e não será a mesma coisa noutras, e não foi investigada a razão desta variação durante a escrita desta obra, sendo que este gráfico foi pura e simplesmente procurado num gráfico para poder apenas dar um exemplo do que acontece com os preços e que pode provocar assim variações bruscas mas sem grande apoio por parte dos investidores, no dia a dia.

Neste caso foi uma variação brusca, e voltou-se pouco depois aos níveis iniciais, e só mais tarde já com consistência é que se acabou por voltar a esses níveis.

De qualquer das formas, nunca devemos evitar estar atentos e dar importância a qualquer um destes sinais, dado que os rompimentos válidos de uma linha de tendência ou canal são muitas vezes feitos com rapidez, força e volume, e nesses casos não tomar em atenção

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esses movimentos, poderá resultar em perda de uma boa oportunidade de lucro, ou uma boa oportunidade de evitar perdas com colocação de stop losses.

Uma variação brusca de preços, ou rompimento brusco de uma linha de tendência ou canal, deve ser olhada com especial atenção, e mesmo sabendo que poderá ser um falso sinal ou não, devemos sempre lidar como se fosse algo real, porque na verdade não sabemos se será um rompimento de linha válido ou não e devemos jogar pelo seguro.

Assim, a existência de falsos sinais não justifica a não colocação de stop losses nas ordens caso seja nossa prática e política habitual, nem tão pouco a entrada no mercado se as nossas regras habituais de investimento assim estiverem definidas, sendo sempre importante a nossa auto-disciplina.

Para se evitarem este tipo de sinais falsos e ordens erradas da nossa parte com as consequentes perdas na carteira, costumam-se usar os chamados filtros, que são formas de nada mais nada menos do que filtrar os sinais que nos surgem para tentarmos saber quais serão válidos e quais serão falsos.

Há muitas formas de filtros e será difícil explicá-las todas aqui, mas vamos ver dois tipos principais, um de quantidade e outro de tempo.

Quanto aos filtros de quantidade, podemos criá-los utilizando um critério de percentagem mínima de penetração das linhas de tendência pelos preços.

Por exemplo, se virmos que no último mês existiram 10 falsos sinais, e em que todos eles passaram no máximo 4% acima da linha de tendência de um activo, podemos criar um filtro de 5% de valor mínimo de penetração da linha de tendência para ser dado o sinal como verdadeiro.

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Desta forma, com o filtro de 5% definido, apesar de só entrarmos no mercado tendo o preço passado 5% da linha de tendência e assim perdermos os 5% de uma eventual subida num eventual rompimento válido, o que poderá parecer mau, ao mesmo tempo teremos poupado prejuízos causados pelo fecho de posição e abertura de uma nova posição que nos teria dado prejuízo 10 vezes, devido aos 10 falsos sinais.

Assim, apesar de perdermos 4% de potencial ganho numa ordem, pouparemos prejuízos noutras 10, e assim basta-nos ter uma ideia sobre que tipo de falsos sinais um activo costuma ter, para sabermos que nível percentual de filtros poderíamos definir para nos tentarmos proteger desses mesmos falsos sinais.

Quanto à outra muito utilizada forma de filtros, será a baseada no tempo.

Esta forma de filtro parte do princípio de que um falso sinal acaba por ser corrigido rapidamente pelo mercado.

Assim, aquando de um falso rompimento de uma linha de tendência, pouco tempo depois os preços voltarão aos níveis iniciais e será o sinal confirmado como falso.

Assim, em vez de definirmos um valor percentual, podemos definir um valor temporal, e só consideraríamos o rompimento como válido caso após ultrapassada a linha de tendência pelos preços, continuassem estes a se manterem para além dela após um dado período de tempo, e só se se mantiverem para além dessa linha de tendência mais do que um certo tempo definido por nós, é que se necessário fecharíamos posições e/ou possivelmente abriríamos outra por considerarmos o rompimento válido.

Há muitas outras formas de filtros, poderemos definir filtros com base no volume, noutros indicadores ou na mistura de vários indicadores, entre outros, tendo as mesmas de serem estudadas por cada investidor.

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Cada analista terá de ajustar o seu filtro, consoante o mercado em analise, porque caso este seja demasiado curto, poderá ser enganado por spikes (variações bruscas de preço, voltando este rapidamente ao seu valor original).

Vamos espreitar um gráfico com um canal de tendência ascendente, e onde veremos várias vezes os preços a tocarem ou romperem ligeiramente as linhas de tendência do canal:

No gráfico acima, veremos que, se tivéssemos por exemplo fechado posições longas e/ou apostado nas quedas abrindo posições curtas assim que os preços tocassem ou quebrassem as mesmas, teríamos aberto e fechado várias posições erradamente ou mesmo aberto posições curtas com prejuízo.

Neste gráfico o filtro ideal seria o de tempo, um que nos dissesse que só após um certo número de períodos abaixo da linha é que fecharíamos a posição, e assim só lá em cima perto dos 1,2800 de valor é que fecharíamos posição após algumas velas abaixo da linha, mas nunca antes, maximizando os lucros.

Se neste caso tivéssemos como filtro um valor percentual que só desse ordem de venda lá em cima, esse valor teria de ser abrangente o suficiente para não dar sinais falsos durante a subida, e iria fazer-nos

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fechar e/ou abrir posição apenas já nos valores cerca dos 1,2750, o que nos retiraria algum lucro.

Por isso por vezes são melhores os filtros temporais, outras vezes percentuais, outras vezes de outro tipo.

Este gráfico é apenas um exemplo de como um filtro pode evitar sinais falsos de fecho de posição ou abertura de novas posições apesar de não ser o ideal, sendo utilizado por já ter sido mostrado mais acima.

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LINHAS DE TENDÊNCIA

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE

AS LINHAS DE TENDÊNCIA

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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AS LINHAS DE TENDÊNCIA

Há algumas coisas que deveremos ter em conta no que diz respeito à construção e análise de linhas de tendência:

• Tentativa e erro – As linhas de tendência por vezes podem não ser fáceis de encontrar, o que leva a que pessoas com mais experiência vejam linhas de tendência em locais onde outras não vêem.

Da mesma forma, as linhas podem não ser fáceis de desenhar com precisão, e a descoberta das mesmas por norma poderá ocorrer num processo de tentativa e erro, ou seja, o analista vai tentando desenhar a linha tendo como ponto de partida um determinado ponto do gráfico e ir verificando se desse ponto poderá partir alguma linha representativa da tendência, válida e confirmada, ou não.

E é assim que se desenham linhas de tendência, passa por um processo de tentativas que poderá envolver falhas e novas tentativas posteriormente.

É com tentativas e erros que encontramos as linhas de tendência correctas.

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• Uma questão de julgamento – Realmente, a construção de linhas de tendência e a escolha das que melhor nos farão identificar futuros movimentos de preços, tal como no caso da identificação de padrões, é no fundo também uma questão de julgamento.

Em certos casos não tanto pois as tendências e possíveis linhas em certos gráficos são fáceis de identificar ou não são contraditórias, mas por vezes, há casos em que poderemos ter linhas de tendência contraditórias no mesmo gráfico, e o analista terá de fazer uso da sua experiência para decidir quais as melhores.

E isto também pelo processo de tentativa e erro para achar linhas de tendência, o que tenderá a criar várias linhas de tendência possíveis e diferentes de pessoa para pessoa por vezes.

Podemos num gráfico ter duas linhas de tendência em que uma apesar de ser maior, não representaria a tendência tão bem quanto uma mais pequena e difícil de ver e que possa representar melhor a situação actual e a futura evolução de preços.

Da mesma forma podemos desenhar linhas de tendência que não teriam qualquer utilidade em termos de detecção de inversões de tendência ou novas tendências, e outras menos visíveis que já nos poderiam dar sinais bastante úteis para previsão de novos movimentos de preços.

Da mesma forma entre várias linhas de tendência existirão umas que representam melhor a tendência actual em si do que outras.

Assim, o rompimento ou quebra de uma linha de tendência poderá ser mais significativa do que outras encontradas no mesmo gráfico, e assim é

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também uma questão de julgamento do próprio analista a escolha das linhas de tendência mais importantes e a seguir, dependendo deste julgamento o sucesso das futuras ordens dadas.

• Prática necessária – Tendo em conta os dois pontos anteriores, é importante saber que, apesar de as linhas de tendência serem das ferramentas de Análise Técnica mais fáceis de entender e visualizar num gráfico, acaba por ser necessária bastante mais experiência e prática antes de um analista poder construí-las ou até interpretá-las bem.

Assim, acaba por ser mais fácil aplicar um determinado indicador a um gráfico, como uma média móvel, um estocástico, ou outro, pois basta colocar e se necessário definir parâmetros, do que propriamente definir linhas de tendência ou criar canais, descobrir linhas de suporte ou resistência, etc.

• Importância de uma linha de tendência – Uma boa e válida linha de tendência representará bem a tendência subjacente dos preços no gráfico, e representa assim uma boa zona de suporte e/ou resistência em diversos períodos de tempo.

A sua importância é medida por vários factores, como o comprimento da mesma, ou seja a sua duração, a inclinação da mesma, e também a quantidade de vezes que os preços tocam na mesma ou se aproximam dela, sendo que quanto mais vezes os preços reagirem bem à mesma, mais importância ela ganha.

• Rompimentos e quebras das linhas de tendência – Os rompimentos e quebras das linhas de tendência são normalmente quando válidas ou uma interrupção temporária na tendência actual, ou uma inversão da mesma.

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Nestes casos devemos analisar o gráfico com outras ferramentas que a Análise Técnica nos proporciona para saber qual das duas opções será a mais válida, se interrupção da tendência ou inversão da mesma.

São assim estas as principais considerações sobre as Linhas de Tendência e que deverão ser conhecidas e tidas sempre em conta.

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LINHAS DE TENDÊNCIA

O PRINCÍPIO DE LEQUE (FAN PRINCIPLE)

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O PRINCÍPIO DE LEQUE (FAN PRINCIPLE)

O nome deste princípio vem da sua aparência, que faz lembrar um leque, e é um princípio bastante simples.

Em certas situações, os preços, após romperem a linha de tendência que faça de suporte ao movimento de preços, ao voltarem a subir e tocar na mesma, voltam a cair, e nessas alturas, desenha-se uma nova linha de tendência mais abaixo que será o futuro suporte, e a anterior linha de resistência, antes suporte, passará a resistência.

Se a segunda linha de tendência, que passou a ser a nova linha de suporte, for quebrada, uma nova linha de tendência mais abaixo será desenhada, que passará a ser a nova linha de suporte, e a actual linha de suporte passará a ser resistência.

Se essa terceira resistência for também quebrada, então poderemos muito provavelmente estar perante uma inversão de tendência.

Isto fará com que desenhemos no gráfico uma espécie de leque com as linhas de tendência, e isso poderá parecer complicar um pouco a nossa visão do gráfico, tornando-o muito cheio, mas na realidade poderá proporcionar-nos uma facilidade muito maior de entender o que antes nos pareceriam padrões estranhos, dando-nos assim mais clareza aos gráficos, e

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fazendo-nos perceber melhor as tendências e inversões.

Vejamos o exemplo de um leque:

Como podemos ver acima, este leque deverá ter no mínimo três linhas de tendência, e a sua origem, o seu ponto pivô, deverá ter origem num pico ou ponto bastante significativo.

Essas linhas deverão ser bem desenhadas e representarem assim de verdade a tendência dos preços, não devendo ser forçadas a encaixar nos preços, mas pelo contrário serem desenhadas com base neles.

Apesar de podermos ter mais de três linhas de tendência, não nos devemos esquecer que é normalmente na quebra ou rompimento da terceira que se dá a inversão de tendência.

As linhas deverão ter também ângulos iguais entre elas, ou quase iguais, dado que existirão sempre pequenas discrepâncias, e há normalmente nos programas de Análise Técnica ferramentas para as desenharmos.

Mais tarde este tipo de estudos poderão ser desenvolvidos estudando outros temas como os estudos Fibonacci ou Ângulos Gann.

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Alguém se poderá perguntar porque razão há esta diferença de forças ao longo de uma tendência, e se será normal.

Mas normalmente nos rallies de preços que costumam acontecer no começo de um novo bull market costumam existir subidas íngremes dos preços com a euforia inicial e também pelo fecho de posições de muitos investidores que apostavam na queda do mercado, ou seja os que estavam curtos, os bears, e mesmo as suas posições ao serem fechadas através dos seus stop losses accionados com as subidas, farão os preços subirem ainda mais rápido, e assim é normal nestes começos de tendências existirem subidas mais a pique, e assim é bastante vulgar as primeiras linhas de tendência serem quebradas mais rapidamente, e mais tarde a segunda, e a tendência ir assim ganhando consistência e subir de forma mais gradual.

Assim são normais estas variações na inclinação das linhas de tendência e têm toda a lógica este tipo de leques desenhados nos gráficos que apenas reflectem o que é normal acontecer.

Assim há este princípio estabelecido há muito tempo de que assim que a terceira linha é quebrada, o mercado normalmente muda a tendência principal, e os investidores têm assim a confirmação do fim do bull market ou bear market a que assistem.

Muitos também comparam estas três fases descritas nos leques com os três estágios principais de um bull market ou de um bear market.

Não esquecer que o princípio pode ser aplicado inversamente ao exposto no gráfico acima, ou seja, em vez de aplicado a subidas, ser aplicado às descidas, como várias linhas de resistência, linhas de tendência superiores, que vão sendo rompidas ao longo do tempo até que ao fim do rompimento da terceira poderá começar um novo período bull do mercado.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

INTRODUÇÃO

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

INTRODUÇÃO

É especialmente através da interpretação dos padrões que as Velas Japonesas formam, que é feita a sua interpretação nos gráficos na Análise Técnica.

Os padrões mais populares serão explicados nas páginas seguintes, sendo os suficientes para qualquer trader estar preparado para saber interpretar a grande maioria dos sinais que eles nos possam dar relativamente à direcção do mercado.

Em algumas das velas de exemplo que iremos expor, juntamente com as suas descrições, iremos colocar, especialmente nas primeiras em que estudaremos as velas de forma isolada e não em padrões de múltiplas velas, as letras O (de “Open”, ou Abertura), H (de “High”, ou Máximo), L (de “Low”, ou Mínimo) e C (de “Close”, ou Fecho), que representam os valores de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho dessa vela, para melhor aprendizagem e compreensão acerca do funcionamento das mesmas inicialmente.

Iremos ao longo desta matéria também, escrever estas palavras designativas dos quatro valores principais de cada vela, com letras maiúsculas, para evidenciar os mesmos como foi feito antes, visto serem tão

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importantes na construção e leitura das Velas Japonesas.

Caso se queira aprofundar mais os conhecimentos mais tarde sobre este tipo de representação gráfica, existem livros mais específicos e dedicados a este tipo de gráficos, que poderão ser estudados mais tarde para aprofundamento de conhecimentos nesta matéria, visto este livro ter um carácter mais generalizado e introdutório, com tendência para se dar uma formação geral e com mais atenção ao que se considera ser mais importante saber, para que se possa começar a investir nestes mercados sem dúvidas pendentes de início.

Vamos de seguida estudar os principais tipos de velas, e posteriormente os principais padrões que elas formam, os mais conhecidos, com alguns exemplos dos mesmos em gráficos reais sempre que possível.

Vamos agora dar início ao estudo dos padrões...

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

ESTUDO INDIVIDUAL DAS VELAS

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

ESTUDO INDIVIDUAL DAS VELAS

VELA LONGA (LONG CANDLE)

Uma vela longa é simplesmente uma vela com um corpo longo, podendo ser branca (sendo assim uma vela bullish) ou negra (sendo assim uma vela bearish).

A vela longa branca ocorre quando os preços abrem perto do valor Mínimo da vela e fecham significativamente acima, perto do seu valor Máximo, e

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a negra ocorre quando os preços abrem perto do valor Máximo da vela e fecham significativamente abaixo, perto do seu valor Mínimo.

Enquanto a branca nos dá uma informação muito óbvia de que o controlo esteve do lado dos bulls durante o período de tempo representado por essa vela, a negra, por sua vez, dá-nos a informação de que os bears tiveram controlo total sobre os preços durante o período de tempo representado por essa vela desde a abertura até ao fim, pelo que ao vermos zonas muito negras ou muito brancas num gráfico, poderemos logo distinguir facilmente à distância as zonas de grandes quebras de preços ou subidas.

Estas são duas das velas mais vistas em movimentos fortes de preço nos mercados, até porque têm uma designação muito generalizada, sendo também uma boa escolha para o primeiro tipo de vela japonesa a ser estudado por qualquer trader que se aventure pela primeira vez nesta matéria.

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VELA LONGA MARUBOZU

Aqui temos uma vela longa, tal como a definição de “vela longa” que acabámos de ver acima, com uma diferença: em Japonês, o termo Marubozu está associado a algo do tipo “cortado”, ou “liso”, ou “close cropped” em Inglês, e que basicamente tem vários termos associados em inglês como “shaven head” ou “shaved bottom”, etc.

Logo, como o termo indica, esta é uma vela longa com apenas uma sombra (ou a de cima ou a de baixo) ou mesmo nenhuma sombra, podendo a vela ser branca ou negra.

Tal como as velas longas normais, como a que vimos anteriormente (a vela longa normal), esta vela demonstra uma forte força por parte dos bulls ou dos bears (dependendo de a vela ser branca ou negra, respectivamente), pois o mercado é conduzido desde o início até ao fim do período de tempo representado pela vela, por uma dessas forças dominantes, especialmente se a vela não tiver nenhuma das sombras, o que iria dar mais ênfase ao seu significado, revelando que esse

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NOTA:A vela Marubozu, como se pode perceber pelo significado da palavra em Japonês que significa algo como “cortado” ou “liso”, é uma vela em que ou uma ou duas das suas sombras são cortadas, ou seja, não existem, fazendo com que ou a Abertura, ou o Fecho, ou mesmo ambos, estejam no mesmo valor que os Máximos ou Mínimos do dia. Ou seja, se abrir no Mínimo e Fechar no Máximo, ou apenas uma dstas condições, e for uma vela longa, será uma vela Marubozu. Esta vela demonstra uma enorme força por parte dos bulls caso a vela seja branca, ou bears caso a vela seja negra.

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movimento de subida ou descida não teve qualquer resistência por parte das forças opostas.

Esta é uma vela muito forte que poderemos ver frequentemente nos mercados aquando de movimentos de força muito bruscos, e que serão sempre sinónimos de ganhos ou perdas rápidas, pelo que são velas às quais deveremos estar muito atentos no dia a dia dos mercados.

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BULLISH AND BEARISH BELT HOLD

A vela Bullish Belt Hold é basicamente uma Vela Longa Branca Marubozu de Abertura (uma vela branca e longa que não tem qualquer sombra em baixo na sua abertura) que por norma ocorre durante uma tendência de queda, e que por causa disso, poderá ser um bom sinal de reversão.

Nesse caso, ela abriria no seu valor Mínimo, e depois acabaríamos por ver um rally durante o período da vela contra a tendência geral do mercado (acontecendo possivelmente durante uma tendência de queda, bearish), onde os bulls tomariam controlo total sobre o mercado, fechando a vela perto dos seus valores máximos mas um pouco mais abaixo, deixando uma sombra superior maior do que as sombras superiores existentes nas velas brancas Marubozu que contêm sombras superiores também.

Quanto maior o seu corpo, mais resistência à tendência de queda actual a vela oferece.

A vela Bearish Belt Hold, por sua vez, é basicamente uma Vela Longa Negra Marubozu de Abertura (uma vela negra e longa que não tem qualquer sombra em cima

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NOTA:A Bullish Belt Hold é uma Vela Longa Branca Marubozu de Abertura, ou seja uma vela branca sem qualquer sombra em baixo na Abertura e fechando perto do valor Máximo mas abaixo do mesmo deixando uma sombra maior que a visível nas velas brancas Marubozu normais, e que costuma acontecer por vezes durante tendências de queda e podendo ser assim um sinal de reversão. Quanto maior o seu corpo, mais resistência à tendência de queda actual a vela oferece.

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na sua abertura) que por norma ocorre durante uma tendência de subida, e que por causa disso, poderá ser um bom sinal de reversão.

Ela parece-se com o padrão designado por Enforcado (“Hanging Man”) que iremos ver mais abaixo, mas com a diferença de ter um corpo muito maior.

Nesse caso, ela abriria no seu valor Máximo, e depois acabaríamos por ver uma queda forte durante o período da vela contra a tendência geral do mercado (acontecendo possivelmente durante uma tendência de subida, bullish), onde os bears tomariam controlo total sobre o mercado, fechando a vela perto dos seus valores mínimos mas um pouco mais acima, deixando uma sombra inferior maior do que as sombras inferiores existentes nas velas negras Marubozu que contêm sombras inferiores também.

Quanto maior o seu corpo, mais resistência à tendência de subida actual a vela oferece.

São dois padrões comuns e fáceis de identificar e que iremos ter exemplificados mais abaixo em alguns gráficos de exemplo.

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NOTA:A Bearish Belt Hold é uma Vela Longa Negra Marubozu de Abertura, ou seja uma vela negra sem qualquer sombra em cima na Abertura e fechando perto do valor Mínimo mas acima do mesmo deixando uma sombra maior que a visível nas velas negras Marubozu normais, e que costuma acontecer por vezes durante tendências de subida e podendo ser assim um sinal de reversão. Quanto maior o seu corpo, mais resistência à tendência de subida actual a vela oferece.

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DOJI

Este é um termo muito ouvido na Análise Técnica, e é um tipo de vela que faz parte de muitos e variados padrões, como por exemplo a famosa Doji Star (Estrela Doji), que iremos estudar a seguir, e a própria vela Doji tem muitas variações, como iremos ver a mais tarde também.

Esta vela, acima da tudo, implica indecisão no mercado.

Nestas velas, os valores de Abertura e Fecho deveriam ser iguais para que as velas pudessem ser consideradas como velas Doji, ou bastando mesmo que esses dois valores estivessem simplesmente muito próximos, com duas sombras visíveis, não tendo o valor de Abertura de ser igual ao do Fecho mas pelo menos muito próximo.

Com esta vela não conseguimos descobrir quem está a controlar o mercado, se os bulls, se os bears, havendo um empate entre eles, porque não houve nenhum movimento de preço significativo o suficiente para tirar essa conclusão, até porque os preços de Abertura e Fecho acabam por estar no mesmo valor.

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De qualquer das formas, o preço de Abertura foi um importante valor de referência, que foi tomado em consideração pelos traders quando acharam o valor de fecho.

Neste caso, o preço de abertura da próxima vela seria importante para avaliar o potencial bullish ou bearish desta vela, e especialmente se a próxima vela será bullish ou bearish.

Esta vela representa frequentemente um ponto de viragem nos movimentos de preços dos mercados, especialmente se existe um gap claro entre esta vela e a anterior (sendo o termo “gap“ algo que iremos ver mais abaixo).

Nesses casos, frequentemente o preço inverte o seu sentido, mas se não inverter, e acabar por continuar no mesmo sentido, tendo outro gap na mesma direcção logo a seguir, esta vela seria chamada de “Abandoned Baby”, que significa “Bebé Abandonado” (ou seja, quando se tem um gap entre a vela e a anterior, e outro gap entre ela e a seguinte).

Double Dojis (ou seja duas velas Doji adjacentes), normalmente implicam que um movimento com força irá seguir-se após uma quebra da indecisão corrente demonstrada por essas duas velas Doji.

Devemos sempre esperar por uma confirmação antes de negociarmos uma vela Doji (fazermos um negócio baseados na indecisão demonstrada por uma vela Doji), como iremos ver posteriormente.

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LONG LEGGED DOJI (JUJI)

Esta vela, tal como o nome indica (“Long Legged”) é uma vela Doji como a anterior, mas com a diferença de ter as sombras muito mais longas, sendo as sombras de tamanhos parecidos, de preferência quase iguais.

Sendo assim, esta vela Doji, representa uma indecisão ainda maior nos mercados do que a representada pela anterior vela Doji convencional.

Durante o período de tempo representado por esta vela, os preços foram negociados bem acima e bem abaixo do valor de Abertura da vela, tendo fechado no valor de Abertura da mesma, ou pelo menos bem perto dele.

Havendo indecisão por parte dos traders, a vela poderá ser ainda maior sinal de inversão nos mercados do que a anterior, se fizer parte dos padrões de inversão que iremos estudar mais abaixo.

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DRAGONFLY DOJI (TONBO)

O termo “Dragonfly” significa em língua portuguesa “Libélula”, e tal como o termo libélula lembra um insecto a voar, estas velas têm uma conotação bullish, fazendo prever futuras subidas de preços.

Estas velas têm características semelhantes à Doji Star que vimos antes, e estas velas podem implicar também um ponto de inversão como ela, e ocorrem quando o valor de Abertura e o de Fecho são os mesmos, mas o Mínimo da vela é significativamente inferior a esses valores, fazendo-a ter uma sombra inferior muito maior que a superior, podendo ser a superior inexistente.

Podemos dizer aqui que o mercado esteve sob controlo dos bears na primeira parte desse período que a vela representa, passando o controlo para o lado dos bulls mais tarde, acabando por fechar no valor de Abertura, que foi assumido como um nível de referência pelos bulls para achar o preço de Fecho, e é uma vela que revela alguma força por parte dos bulls, o que poderá significar futuras quedas, especialmente se ocorrer em fundos de mercado, não fosse esta uma vela bullish.

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Esta vela irá ser vista mais abaixo em alguns exemplos, e é importante como qualquer outra Doji, sendo basicamente o inverso da vela que iremos ver a seguir, a Gravestone Doji, que será uma vela com conotação bearish.

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GRAVESTONE DOJI (TOHBA)

O termo “Gravestone”, tal como “Tombstone”, em Inglês, é um termo usado para designar as pedras que marcam um túmulo, e sendo um termo que lembra algo mau, a própria vela é bearish, tal como o termo, marcando possíveis futuras quedas de preços no mercado.

Esta é a vela com padrão oposto ao da Dragonfly Doji que acabamos de ver em cima, mas esta ocorre quando o valor de Abertura e Fecho são os mesmos, mas o Máximo da vela é significativamente superior a esses valores, acontecendo em alguns casos que o Mínimo da vela seja igual ao valor de Abertura e Fecho da vela, havendo assim ausência de sombra inferior.

Podemos dizer aqui que o mercado esteve sob controlo dos bulls na primeira parte desse período que a vela representa, passando o controlo para o lado dos bears mais tarde, acabando por fechar no valor de Abertura, que foi assumido como um nível de referência pelos traders para calcular o preço de Fecho.

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Como qualquer Doji, é uma vela que revela alguma indecisão no mercado, e que iremos ver mais abaixo com mais pormenor.

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SPINNING TOPS

Este tipo de velas, designadas por Spinning Tops, é um tipo de velas que é considerado neutro.

O seu nome vem do facto de fazerem lembrar os piões, que giram quando são lançados, daí o termo “Spinning”.

Elas parecem-se com as Dojis, e fazem frequentemente parte de padrões tal como as Stars (estrelas), mas com a diferença de terem um corpo maior, e costumam ter as sombras pequenas, tal como o corpo.

Elas ocorrem quando a distância entre os valores de Máximo e Mínimo, e a distância entre os valores de Abertura e Fecho, são relativamente pequenas, como podemos ver nas figuras acima.

Podem ter corpos tanto vazios como cheios, ou seja, serem velas brancas ou negras, respectivamente, sendo irrelevante para o caso.

Nos períodos de tempo representados por estas velas, a amplitude dos movimentos de preços é muito pequena.

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Estes padrões têm uma grande importância em algumas formações que iremos estudar de seguida.

Em termos de comportamento dos traders que participaram no volume destas velas, apenas há a salientar que de certa forma há uma espécie de indecisão por parte dos traders sobre que rumo dar ao mercado, tal como acontece com as Dojis, ou simplesmente, um volume de trading muito baixo, não havendo por isso muita variação de preços no mercado.

É um tipo de vela que iremos ver muito nos padrões seguintes, e que tem bastante importância nas Velas Japonesas.

Exemplo:

Agora, vamos ver um exemplo com estes padrões num gráfico horário real do câmbio de Forex EUR/USD (Euro/Dólar).

É muito difícil encontrar tantos padrões diferentes num gráfico apenas, por isso foi escolhido um onde podemos ver muitos padrões, mas nem todos eles são padrões perfeitos, mas são suficientes para nos deixar com uma boa ideia sobre como encontrar e identificar esses padrões em gráficos reais.

É de notar que estes padrões são padrões de velas individuais, e que não é suposto fazerem parte de padrões maiores nos gráficos dos exemplos nem causar qualquer tipo de reversão na tendência, estão marcadas apenas aquelas velas que sejam como os padrões que vimos acima e identificados individualmente.

Também nem todos os exemplos de cada padrão estão representados no gráfico, como resultado pode-se ver apenas marcados três Spinning Tops e é de reparar que há muito mais que esses três no gráfico, mais do dobro, e apenas aqueles três estão marcados para darem uma ideia deles, mas não todos.

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O objectivo destes exemplos é demonstrar como alguns destes padrões poderão estar visíveis num gráfico real (as velas só).

Vejamos como exemplo, um gráfico real onde poderemos ver realçadas algumas velas estudadas acima, não como fazendo parte de um padrão de várias velas, mas sim o formato de cada vela em si:

Neste exemplo acima, retirado de um gráfico horário do câmbio Euro/Dólar (EUR/USD), podemos ver vários tipos de velas.

Podemos ver inicialmente uma Bearish Belt Hold que vemos caracterizada por ser uma vela negra longa com aquela sombra inferior bem definida, vela essa que marca o começo de uma queda, e mais abaixo duas Dojis, uma Gravestone Doji, com preço de Abertura e Fecho aos mesmos níveis mas uma sombra superior muito maior que a inferior, e uma Doji, que poderia ser considerada uma Doji Star, padrão que iremos estudar mais abaixo, mas não sendo um exemplo ideal do mesmo, pois não se encontra totalmente abaixo dos corpos das velas que a sucedem e antecedem, entre outras razões que iremos ver posteriormente.

Após essa vemos uma Long Legged Doji, com as suas características sombras mais longas que o normal, não

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sendo este um exemplo perfeito, poderiam ser maiores mas era preciso demonstrá-la em gráfico real e foi melhor não alterar a vela para poder ser encontrada num gráfico real.

Segue-se uma Bearish Marubozu, que não tem qualquer sombra acima e por muito pouco não teria qualquer sombra em baixo, sendo neste caso uma sombra ínfima.

Temos depois outro bom exemplar do que é uma Gravestone Doji a seguir, com a sua enorme sombra superior, e depois um pequeno realce a três velas de corpos muito pequenos, três Spinning Tops juntos, para visualização também, seguidos de uma Bullish Belt Hold, aquela vela branca longa, com uma sombra bem visível acima.

A seguir teremos o que poderá não ser um muito bom exemplo de uma Dragonfly Doji, mas não deixa de ser uma Doji com uma sombra inferior bem maior que a superior.

Por fim teremos uma vela Bullish Marubozu, que apesar de não ser muito longa, é um bom exemplo de uma vela sem qualquer vestígio de sombra que acima quer abaixo, sendo o valor Máximo igual ao valor de Fecho, e o valor Mínimo igual ao valor de Abertura da vela, sendo por isso um Marubozu perfeito, mas poderia contudo ser um bocado mais longa para que fosse o exemplo ideal.

Mais uma vez, visualizamos aqui neste exemplo as velas de forma individualmente conforme os tipos de vela estudados acima, e não os padrões que as mesmas pudessem construir juntas.

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PADRÕES HAMMER, INVERTED HAMMER, SHOOTING STAR E HANGING MAN

(Martelo, Martelo Invertido, Estrela Cadente e Enforcado, respectivamente)

Vamos agora aprender a identificar quatro muito explícitos e poderosos padrões que estão normalmente associados a reversões de tendência nos mercados, especialmente se ocorrerem em gráficos com períodos de tempo superiores como os diários:

HANGING MAN (ENFORCADO, OU KUBITSURI)

O padrão do Enforcado (ou Hanging Man, em inglês) é um padrão de queda (bearish), que ocorre em topos de mercados, após uma subida significativa de preços.

Este padrão é especialmente bearish se ocorrer após um gap.

Se este padrão ocorresse após uma queda significativa em vez de subida, seria considerado um padrão completamente diferente, seria chamado de Hammer (Martelo), que iremos ver a seguir, e nesse caso seria bullish, tendo um efeito oposto nos preços.

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NOTA:O padrão do Enforcado (“Hanging Man”), é um padrão bearish que ocorre em topos de mercado após uma subida significativa de preços, sendo ainda mais bearish se ocorrer após um gap. Se ocorrer após uma queda significativa em vez de subida, será chamado de Hammer com efeitos opostos. Tem um corpo pequeno, uma sombra inferior bastante maior, e sombra superior minúscula ou inexistente. A vela pode ser negra ou branca.

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A vela que compõe um padrão de Enforcado tem um corpo pequeno, mas uma sombra inferior longa, onde verificamos que o valor Mínimo é significativamente inferior aos valores de Abertura, Máximo e Fecho da vela, sendo a sua sombra superior minúscula ou mesmo inexistente.

O seu corpo pode ser cheio ou vazio (ser uma vela negra ou branca, respectivamente).

Sob o ponto de vista do comportamento dos traders que intervêm nesta vela, o que podemos deduzir é simples, é que após uma subida significativa, aparecem os primeiros sinais de que se está a atingir um topo, havendo já bastante pressão vendedora por parte dos bears do mercado, fazendo os preços caírem bastante, como se pode ver pela vela inferior bastante grande, e maior que o próprio corpo da vela, tendo os bulls resistido e fazendo a vela fechar perto dos valores de Abertura, mas não sendo suficiente para fazer o mercado continuar a subir.

Mediante esta pressão vendedora e o enfraquecimento da pressão compradora, o mercado normalmente acaba por inverter a sua tendência, dando origem a uma nova tendência de queda, especialmente se for confirmado por uma queda na vela seguinte, tornando-se cada vez mais evidente aí qual o novo sentido do mercado.

Este padrão irá ser estudado em pormenor mais abaixo, e deverá ser tratado com respeito especialmente se ocorrer após um gap, o que iria aumentar as probabilidades de reversões de tendência.

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MARTELO (HAMMER, OU TAKURI)

Este padrão tem características muito semelhantes às do Hanging Man, que vimos acima, mas em vez de ocorrer em topos de mercado como acontece com o Hanging Man, este padrão ocorre em fundos de mercado, após quedas significativas, e sendo assim, é considerado um padrão de reversão bullish, pois invertendo a tendência, os preços tenderão a subir.

O seu nome, “Martelo” (ou Hammer, em inglês), vem da ideia de que esta vela poderá “martelar” os preços para cima.

O seu pequeno corpo pode estar cheio ou vazio (vela negra ou branca, respectivamente), tal como acontece no padrão do Enforcado (Hanging Man).

Em relação ao comportamento dos traders durante o período de tempo representado por esta vela, ela demonstra que os bears controlaram o mercado no início desse período, fazendo os preços cair até aquele valor Mínimo muito abaixo da Abertura, criando aquela sombra inferior longa, mas os bulls acabaram por tomar conta dele antes do fim, fazendo a vela fechar perto do

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valor de Abertura, possivelmente ao nível do valor Máximo da vela, ou muito perto.

Daí ser considerado um padrão bullish, demonstrando que há ali uma forte resistência compradora, tendo a vela fechado acima daqueles níveis, o que aliado ao facto de acontecer num fundo de mercado, após uma descida significativa, lhe dá muita força, tornando-o um padrão de reversão muito forte.

Concluindo, este padrão, quando encontrado, deverá ser tratado com respeito, especialmente se ocorrer após um gap, o que iria aumentar as hipóteses de existirem reversões de tendência (para uma nova tendência de subida neste caso).

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ESTRELA CADENTE (SHOOTING STAR)

A Shooting Star, traduzida à letra, significa “Estrela Cadente”, e tal como o próprio nome insinua, é precursora de futuras quedas.

Este padrão ocorre normalmente em topos de mercado, após subidas significativas, e aí, fazendo jus ao seu nome, é normalmente precursora de novas quedas de preço, sendo por isso um padrão de reversão bearish.

O seu nome, Estrela Cadente (Shooting Star) vem da sua forma, que faz lembrar uma estrela cadente, com um grande rasto em cima que deixa durante a queda, representado na vela pela sombra superior comprida que tem em cima.

Os corpos das Shooting Stars devem ser pequenos e aparecer perto do valor Mínimo, deixando em cima uma sombra superior longa, que seria o rasto da Estrela Cadente.

A Shooting Star ideal não deverá ter qualquer sombra inferior para ser perfeita, apesar de às vezes existirem, em certas Shooting Stars que não correspondem aos ideais desejados, mas serão válidas e aceites.

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A Shooting Star perfeita deverá também ter um gap entre ela e a vela anterior.

De qualquer das formas estas duas condições não são necessárias para que a vela seja considerada uma Shooting Star em termos práticos, mas o ideal do padrão é ter essas duas condições presentes, mas nem todos os padrões têm de ser perfeitos para serem considerados como tal, ou muitos sinais válidos passar-nos-iam ao lado.

Quando é encontrada após uma subida significativa, é considerado um sinal muito importante de reversão de tendência, especialmente após um gap, mas nem sempre essas duas condições acontecem, não deixando contudo de continuar a ser um sinal de fraqueza e previsão de possíveis quedas.

Em relação ao comportamento dos traders durante o período de tempo representado por esta vela, ela basicamente demonstra que os bulls controlaram o mercado no início desse período, fazendo os preços subirem até àquele valor Máximo da vela muito acima da abertura, criando aquela sombra superior longa, mas os bears acabaram por tomar conta dele antes do fim, fazendo a vela fechar perto do valor de Abertura, possivelmente perto do valor Mínimo da vela, ou muito perto.

Daí ser considerado um padrão bearish, demonstrando que há ali uma forte resistência vendedora, tendo a vela fechado abaixo daqueles níveis, o que aliado ao facto de acontecer num topo de mercado, após uma subida significativa, lhe dá muita força, tornando-a um padrão de reversão muito forte.

Concluindo, este padrão, quando encontrado, deverá ser tratado com respeito, especialmente se ocorrer após um gap, o que iria aumentar as hipóteses de existirem reversões de tendência (para uma nova tendência de descida neste caso).

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MARTELO INVERTIDO (INVERTED HAMMER)

Um Inverted Hammer, traduzido à letra, significa “Martelo Invertido”, e tal como o padrão Hammer (Martelo), é um padrão precursor de futuras subidas.

Este padrão ocorre normalmente em fundos de mercado, após quedas significativas, e aí, fazendo jus à palavra Hammer que está no seu nome (tendo em conta o padrão Hammer que é bullish), é normalmente precursor de novas subidas de preço, sendo por isso um padrão de reversão bullish, tal como o seu congénere Hammer (Martelo).

O seu nome, Martelo Invertido (Inverted Hammer), tal como o do seu congénere Martelo, mas desta vez apresentado de forma invertida verticalmente, vem também da ideia de que esta vela, poderá “martelar” os preços para cima.

Os seus pequenos corpos podem estar cheios ou vazios, conforme sejam velas negras ou brancas respectivamente, tal como acontece no padrão do Martelo (Hammer).

Tem a mesma forma de uma Shooting Star (Estrela Cadente), e tem uma longa sombra superior, não tendo

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por norma sombra inferior ou tendo mas sendo minúscula.

A sombra superior deverá ser pelo menos duas vezes maior que o tamanho do seu corpo, para poder ser considerado um Martelo Invertido.

Em relação ao comportamento dos traders durante o período de tempo representado por esta vela, apesar de ela demonstrar que os bulls tomaram conta do mercado no início desse período, mas tendo sido vencidos pelos bears que criaram forte resistência a subidas tendo feito os preços cair na segunda parte, fazendo-a fechar perto do valor de Abertura, possivelmente ao nível do valor Mínimo da vela, o simples facto de os bulls terem feito os preços subir até aquele valor Máximo muito acima da Abertura, criando aquela sombra superior longa, demonstra iniciativa e força por parte dos bulls a meio da queda e pressão que vinha sendo imposta por parte dos bears durante a queda, iniciativa essa, que aliada ao facto de acontecer após uma queda significativa de preços, poderá demonstrar um bom suporte de preços, evitando que caia mais e dando origem a uma nova tendência de subida, além de demonstrar que a pressão vendedora estaria a perder a sua força, algo que acontece sempre que se atinge um fundo de mercado.

Daí ser considerado um padrão de reversão bullish, indicando um possível fundo de mercado com quebra de pressão vendedora e uma nova iniciativa compradora naqueles níveis de preços.

Concluindo, este padrão, quando encontrado, deverá ser tido em conta, pois revela que a pressão vendedora está a diminuir e poderá revelar iniciativas por parte dos compradores (bulls), que serão aqueles que poderão fazer os preços subir, numa reversão de tendência (para nova tendência de subida bullish), especialmente se se encontrar num fundo de mercado após quedas significativas.

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Agora, vamos ver um exemplo destes novos padrões num gráfico diário real, retirado do mercado de Forex, neste caso relativo ao par cambial EUR/USD (Euro/Dólar).

Mais uma vez, sendo difícil encontrar vários padrões perfeitos juntos num gráfico real, poderemos ver realçadas velas que tenham formas que correspondam aos padrões que acabamos de estudar, mesmo que não cumpram certas condições como estarem após um gap, por exemplo.

Neste caso poderemos ver por exemplo uma Shooting Star que não está como deveria para ser um padrão ideal e perfeito, que seria por exemplo ter um gap entre ela e a vela anterior, mas o importante é que vendo estes padrões tenhamos uma ideia de como os podemos encontrar no dia a dia no futuro em gráficos reais e o que elas representam em termos da luta entre a oferta e procura.

Podemos notar como estes padrões de Hammers, Inverted Hammers, Shooting Stars e Hanging Mans ocorrem normalmente em topos e fundos de mercado:

Como tivemos a oportunidade de ver neste exemplo, retirado de um gráfico diário do câmbio Euro/Dólar (EUR/USD), existe um Martelo Invertido (Inverted

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Hammer) logo no início, que se formos a ver se parece com uma Estrela Cadente (Shooting Star) mas com uma sombra inferior neste caso existente, e estando perto de um fundo de mercado, tendo por isso este nome.

Após esse padrão e a subsequente subida que se verificou, podemos ver uma Estrela Cadente (Shooting Star), que ocorreu após aquela subida, e que deu origem a uma inversão de tendência, tendo os preços caído depois.

Se virmos bem, estes dois padrões, a Shooting Star e o Inverted Hammer, são muito parecidos, diferindo neste caso essencialmente em estarem em lados opostos do mercado, estando a Shooting Star após aquela subida significativa.

Depois mais em baixo, após aquela queda visível de preços, vemos um Martelo bem definido (Hammer) que se virmos, conseguiu parar a tendência de queda, tendo sido o precursor de uma nova tendência bullish.

Logo na vela seguinte, temos um Inverted Hammer, outro padrão bullish dando mais força à paragem da tendência de queda (tendência bearish), o qual indiquei apenas como forma de treino na identificação de padrões deste género, e por ser um exemplo perfeito em termos de formação.

É de notar como daria uma excelente Shooting Star se estivesse num topo de mercado e com gap, pois são padrões praticamente iguais mudando só a posição.

Após aquele período de consolidação de preços em que a tendência de preços foi algo lateral, e após vermos mais uma vela que tem uma forma ideal para ser considerada como um Hammer, temos mais um Martelo Invertido (um Inverted Hammer) que, esse sim, deu origem a uma nova e forte tendência bullish.

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Como última formação realçada, temos por fim, dando como acabada a subida originada pelo último Inverted Hammer, um Hanging Man, uma formação bearish de reversão de tendência, que como podemos ver, foi tida em atenção pelos traders que seguindo esse padrão, reverteram mesmo a tendência para bearish tendo caído com força nos dias seguintes.

Estes exemplos, dão para termos uma boa ideia de como podemos encontrar e identificar estes padrões que acabámos de estudar, na vida real, em gráficos reais.

Como podemos ver, estes padrões, em gráficos diários, são levados muito a sério pelos investidores, e por serem tão relevantes para os outros, é que devem ser relevantes e respeitados por nós como investidores, pois se há coisa que nunca devemos fazer, é ir contra a maioria quando tudo aponta para uma inversão de tendências.

A ideia é simples, se a maioria achar que após uma Shooting Star, a tendência inverte para uma nova tendência de queda, então nós devemos pensar da mesma forma, pois o mais certo é que a maioria inverta as suas posições e faça mesmo os preços caírem e a tendência inverter com a sua pressão vendedora.

Em parte, é por isso também que estes padrões têm tanta influência nos mercados quando acontecem.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

PADRÕES DE CONTINUAÇÃO

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PADRÕES DE CONTINUAÇÃO

Há basicamente dois tipos principais de padrões: os padrões de Continuação e os padrões de Reversão.

Os padrões de Continuação normalmente dizem-nos que os preços irão continuar a mover-se mantendo a sua tendência actual, significando que se estão numa tendência de subida bullish, irão continuar bullish e a subir, e se estiverem numa tendência de queda bearish, irão continuar bearish e a cair.

Estes padrões dão mais força à tendência de preços actual, fazendo os traders perceberem que ainda há força suficiente para que a tendência continue mais uns tempos, o que muitas vezes é útil em alturas que os preços parecem ter subido tanto que acabam por deixar dúvidas sobre ainda haverão forças para subir mais, ou muitas vezes servem apenas estes padrões para dar uma ideia aos traders de que o mercado está com força e que continuará mais uns tempos dessa forma.

Os padrões de Reversão, por outro lado, dizem-nos que a tendência actual está muito provavelmente a acabar, indo dar origem a uma nova tendência inversa, de bullish para bearish, ou de bearish para bullish, mas

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esses padrões iremos estudá-los mais tarde a seguir aos padrões de continuação.

Vamos começar primeiro pelos padrões de Continuação, que serão os primeiros a serem estudados.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

JANELA OU GAP (WINDOW, KU)

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JANELA OU GAP (WINDOW, KU)

Este padrão, que é normalmente designado pelo nome de Gap nos gráficos de barras tradicionais OHLC, é designado pelo nome de Janela, ou Window em Inglês, pelos analistas de gráficos de Velas Japonesas.

Onde se diz que um gap é preenchido (ou “filled”, em Inglês) nos gráficos de barras tradicionais, diz-se que uma Janela (ou “Window”) é fechada (ou “closed”, em Inglês) nos gráficos de Velas Japonesas.

De qualquer das formas, Janelas e Gaps são a mesma coisa, e por isso têm os dois exactamente o mesmo tipo de características e implicações, só as suas designações variam.

Por norma, é frequente ver os analistas técnicos, referirem-se a este tipo de padrões, as Janelas, como sendo Gaps, mesmo em gráficos de Velas Japonesas, pelo que tanto faz a forma como são designados, depende muito do gosto do próprio analista ou trader.

Aqui por norma será sempre designado como Gap por ser o termo mais usual.

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Iremos agora estudar mais sobre as Janelas/Gaps mais abaixo.

Uma Janela, diz-se fechada (ou um Gap ser preenchido), quando os preços preenchem a amplitude do mesmo, ou seja, quando determinadas velas ocupam o espaço pertencente a esse Gap, preenchendo assim o tal ”Gap”, ou fechando assim a “Janela”.

Em termos práticos, se uma vela tem valor Máximo de 1,2000 e depois temos um Gap, abrindo nos 1.2050 e continuando as próximas velas acima desse valor, haveria um Gap a ser preenchido de 0.0050 de valor, e seria necessário uma vela ter pelo menos o seu valor Mínimo a baixar até ao valor de 1.2000, que seria o último valor máximo antes do Gap, para ter um preço em comum com essa vela, preenchendo assim o Gap que havia entre elas no gráfico, ou seja fechando completamente a Janela.

Gap de Abertura

Agora vamos começar por ver um tipo de Gaps que acontecem frequentemente na Abertura de uma nova vela (acontece frequentemente em mercados de acções por exemplo), mas que na altura do Fecho da vela normalmente estão já fechados.

Um Gap de Abertura ocorre quando o preço de Abertura de uma vela está acima do Máximo da vela anterior, ou abaixo do Mínimo da vela anterior.

Quando isso acontece, diz-se que existe um Gap de Abertura, porque se fomos a ver, há uma Janela aberta que existirá até que seja fechada.

É de notar que esta teoria se aplica mais a velas de períodos de tempo maiores, e não tanto velas de 5 minutos, e também que acontece mais em mercados que só estão abertos um certo número de horas por dia, como os mercados de acções, que poderão abrir muito

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NOTA:Um Gap ou Window, conforme foi estudado antes, é aquele espaço deixado “em branco” entre os intervalos de preços de duas velas, ou seja, quando uma vela tem o seu valor Mínimo acima do valor Máximo da vela anterior, ou quando uma vela tem o seu valor Máximo abaixo do valor Mínimo da vela anterior, sendo esse espaço entre esses dois valores das duas velas, o tal espaço em branco classificado como Janela, ou Gap. Quando esse espaço é preenchido por outra vela ou grupo de velas mais tarde, diz-se que esse Gap foi preenchido, ou essa Janela foi fechada.

NOTA:Um Gap de Abertura, é um Gap que existe no momento da Abertura de uma nova vela, e quando isso acontece, há uma tendência muito forte para os preços fecharem esse Gap antes de prosseguirem o seu movimento, o que torna raro ficarem Gaps por fechar, mesmo quando os Gaps de Abertura existem. Isto acaba por nos dar oportunidades de negócio pois ao sabermos que há tendência para se fechar o Gap, apostamos logo nessa direcção.

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acima ou muito abaixo no dia seguinte, mas podem acontecer também noutro tipo de mercados como o Forex.

Normalmente, os Gaps de Abertura, raramente continuam por preencher até ao fim do período representado pela vela.

Se for uma vela diária, por exemplo, até ao fim do dia, por norma, esse gap acaba por ser preenchido até ao fim do dia, e raramente continua por preencher nessa altura.

Por isso, e especialmente a pensar em aberturas de mercados, como nos mercados de acções, quando um título fechou a um preço num dia anterior, e no dia seguinte com a abertura do mercado abre com algum tipo de Gap, nesse caso, os chamados Floor Traders, que são traders profissionais que operam nos stock pits das Bolsas (aqueles locais onde vemos os operadores das bolsas em tempo real ao vivo e a tentar dar ordens no meio daquele barulho todo), usam essa informação para vender ou comprar frequentemente quando um Gap de Abertura acontece relativamente ao dia anterior, esperando fazer alguns lucros rápidos quando os preços fecharem esses mesmos Gaps.

Essa estratégia é usada especialmente por um certo tipo de traders conhecidos por scalpers.

Scalping é uma estratégia que alguns traders têm em que tentam fazer muitos lucros por dia em pequenas mudanças de preço, acabando por ter por vezes dezenas de ordens por dia, acreditando que é mais fácil apanhar pequenas variações de preços do que as maiores.

De qualquer das formas, quando algum activo abre com Gap em relação a um dia anterior, é bom termos sempre em conta que o mercado poderá muito bem ir

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NOTA:Estes Gaps, tal como outros estudados mais tarde, aplicam-se a velas horárias ou superiores, e não a velas de cinco minutos ou mesmo um minuto, pois ninguém vai querer saber de um Gap entre duas velas de um minuto nem tão pouco tentar fechá-las, e dentro de velas horárias poderão existir várias velas de um minuto em Gaps mas são irrelevantes. Agora em velas horárias e maiores, raramente um Gap de Abertura fica por preencher até ao fim do período que representa.

NOTA:Scalping é uma estratégia em que os scalpers tentam fazer muitos lucros de pequenas quantidades derivadas de pequenas mudanças de preço ao dia, em vez de menos ordens com maior quantidade de lucro cada, acreditando que é mais fácil apanhar pequenas variações do que as maiores.

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fechar esse Gap antes de prosseguir o seu movimento, qualquer que esse possa ser.

Essa atenção permite-nos obter lucros nessas alturas, ou no mínimo estarmos prevenidos contra algo que poderá ser óbvio e assim evitar perdas, ou pelo menos limitá-las.

Vamos ver um exemplo, retirado de um gráfico horário real, do par cambial EUR/USD em 19 de Setembro de 2003:

Como podemos ver neste exemplo, retirado de um gráfico horário do câmbio Euro/Dólar (EUR/USD), um Gap ocorreu quando uma nova vela horária começou, abrindo a mesma com um Gap enorme em relação ao Máximo da vela anterior, ou Janela, como lhe quisermos chamar, que ficou por ser fechada.

Como podemos ver, após a abertura dessa vela, os traders começaram a vender na Abertura, até que o Gap foi preenchido (ou a Janela foi fechada, como preferirmos dizer), como podemos ver, ao visualizarmos que o valor Mínimo dessa vela atingiu (e por acaso foi mais abaixo ainda) o Máximo da vela anterior, fechando assim essa Janela que estaria aberta.

Não só “tocou” a sombra superior da vela anterior, como conseguiu “tocar” o corpo da mesma também.

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Após ter fechado essa Janela, podemos ver que houve uma recuperação enorme, passando o valor de Abertura da própria vela, e fechando bastante acima do valor de Abertura, fazendo a vela fechar com variação positiva, ficando assim classificada como vela branca.

Curiosamente caiu nas velas seguintes mais um pouco, antes de retomar a subida, mas não voltou a tentar fechar a Janela, pois ela já estaria fechada, ou como preferirmos, não havia já Gap a ser preenchido.

É normalmente isto que acontece em velas com períodos de tempo superiores como velas diárias e especialmente em mercados que só funcionam um certo número de horas por dia, este gráfico serviu para exemplo de como também pode acontecer em períodos de tempo mais pequenos e também para visualizarmos este tipo de fenómenos num gráfico real.

Os tipos de Gap que andámos a ver até agora, seriam os Gaps de Abertura, e aqueles que não chegavam ao fim do período representado pela vela ainda por preencher, ou seja, como Janelas abertas.

Agora, e em relação aos que não chegam a ser preenchidos, e deixam a tal Janela aberta ainda por fechar nas velas seguintes?

Vamos estudar agora, os vários tipos de Gaps que podem existir, quando um Gap fica por preencher nas velas seguintes.

Uma Janela/Gap ocorre quando o Mínimo da vela está acima do valor Máximo da vela anterior, ou quando o valor Máximo da vela está abaixo do valor Mínimo da vela anterior.

Como precisamos de ver as sombras das velas num gráfico para podermos verificar se têm Gaps ou não, só poderemos encontrar padrões de Janelas/Gaps em gráficos de Velas Japonesas, ou de barras normais,

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entre outros, apenas aqueles que contém sombras neles, não podendo procurar esse tipo de padrões em gráficos de linhas por exemplo.

Há quatro tipos de gaps:

• Gap Comum (Common Gap);

• Gap de Penetração (Breakaway Gap);

• Gap de Continuação (Runaway Gap);

• Gap de Exaustão (Exhaustion Gap);

Gaps Comuns (Common Gaps)

Vamos ver agora alguns Gaps Comuns, que ocorrem muitas vezes, e são normalmente preenchidos pouco tempo depois.

Estes Gaps são comuns de acontecer, e podem ser causados por causas tão comuns como por exemplo um dia de pouco Volume.

Por serem comuns, eles são normalmente preenchidos muito depressa, como por exemplo poucos dias ou semanas, quando vistos em gráficos diários, significando que os preços regra geral se retraem até ao nível do último dia antes do Gap acontecer, para o preencher.

Há uma regra similar àquela que vimos anteriormente sobre os Gaps de Abertura, aplicada aos Gaps Comuns: normalmente há sempre a tendência para os Gaps serem preenchidos, pelo que vemos muitas vezes a tendência inverter temporariamente apenas o suficiente para poder preencher o Gap, causando os chamados pullbacks nos preços (que são pequenas retracções desses preços), antes de prosseguir com a tendência actual de movimento de preços.

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Poderemos ver agora dois exemplos de pullbacks comuns nos preços, para fechar um Gap antes de retomarem a tendência que tinham até ao momento, que era bullish no primeiro exemplo e bearish no segundo.

Um exemplo de um Gap em tendência bullish:

Um exemplo de um Gap em tendência bearish:

Temos aqui dois exemplos retirados de gráficos com períodos de tempo de quatro horas, do câmbio Euro/Dólar (EUR/USD).

No segundo exemplo, o do Gap que aconteceu em plena queda de preços, foram marcados dois níveis: a linha a tracejado superior, que demarca juntamente com a

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inferior o Gap existente entre essa última vela acima antes do Gap e a primeira vela abaixo após o Gap.

A linha do meio a tracejado juntamente com a de baixo, demarcam o Gap existente entre aquele grupo de velas antes do Gap e o grupo de velas imediatamente a seguir ao Gap, ambos tendo sido fechados pouco tempo depois.

Como se pode deduzir nestes dois exemplos, o principal problema em descobrir o tipo específico de um Gap, é que um Gap quando acontece, parece igual a qualquer outro, até que na vela seguinte, ou várias velas depois, quando acaba por ser preenchido pelos traders, se torna apenas mais um Gap Comum, fazendo assim os traders tomarem decisões erradas e prejudiciais no mercado.

Por isso é que nem sempre é acertado tomar decisões de mercado devido a um Gap que acabou de acontecer.

Por vezes é a falta de acção dos traders quando estão de caras com um novo Gap que fazem os Gaps Comuns acontecerem.

Muitos traders quando vêem um novo Gap, acabam por preferir esperar uma ou mais velas para ver se o tal Gap acaba por ser preenchido, antes de darem as suas ordens baseadas neles, especialmente quando o Gap é suspeito de ser um Gap de Penetração (Breakaway Gap), que iremos estudar de seguida, pois é um Gap que por norma dá origem a uma nova tendência de preços, sendo por isso normalmente mais difícil de ter os seus seguidores à partida.

Essa apatia por parte dos traders nessas alturas, acabam por cortar a força necessária para que o Gap se torne um Gap de Penetração ou de outro género, faltando suporte ao movimento por parte dos traders.

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Se essa ajuda necessária ao Gap faltar, há grandes possibilidades de ele se tornar apenas mais um Gap Comum.

Por essas razões, os traders normalmente não têm certezas sobre com que tipo de Gap estão a lidar quando o mesmo acontece, até aos dias seguintes de trading (ou velas seguintes, se estivermos a falar de velas não diárias, como por exemplo horárias).

Alguns traders acabam mesmo por se interrogar sobre o quão úteis são os Gaps nas previsões dos movimentos de preços, porque um Gap acaba por poder dar falsos sinais (se afinal de contas se vir que o Gap não passa de um Gap Comum, em vez de um outro género de Gap que os investidores possam estar à espera que seja).

Essa interrogação é válida mesmo no caso de os traders esperarem pelos movimentos seguintes para verem se o Gap é válido e um Gap Comum, pois se esperam pelas velas seguintes para agirem com segurança e filtrarem possíveis falsos sinais, acaba por ser tarde demais para entrar no mercado e tomar decisões, perdendo-se a vantagem que se tem em prever o mercado através do acontecimento de um Gap, porque se agimos após uma confirmação de que o Gap é válido, já os preços mexeram e já iremos tarde, perdemos assim a vantagem de prever o mercado assim que o tal padrão acontece, podendo assim tornar-se nula caso se espere por confirmação.

Resumindo, ou poderemos apanhar muitos sinais falsos agindo sob a forma de Gaps que acabam por ser preenchidos, ou agir com a certeza da confirmação mas tarde demais, e por essas duas frequentes situações, é que os traders acabam por se interrogar até que ponto os Gaps são úteis para prever futuros movimentos de preços.

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Gaps de Penetração (Breakaway Gaps)

Um Gap de Penetração (ou Breakaway Gap), é um Gap que aparece após uma zona de congestão de preços (Price Congestion Zone), que é um termo dado a zonas onde os preços normalmente andam em tendência lateral sem subirem nem caírem muito, e normalmente este tipo de Gaps identificam uma nova tendência, e por isso quando acontecem, normalmente dão força a esse evento de mudança de tendência, reforçando-o.

De qualquer das formas, nem todos os Gaps inicialmente identificados como Gaps de Penetração, acabam por o ser, por vezes as tendências não mudam e nessas ocasiões a situação torna-se diferente, mas é como dita a Análise Técnica, “nunca há certezas, apenas probabilidades”.

Um Gap de Penetração, deverá ter um bom aumento de Volume associado a ele, para nos dar mais probabilidades de ser mesmo o tipo de Gap que estamos à espera, e também para termos a certeza de que aconteceu devido a interesse por parte dos traders e não apenas uma mera coincidência de um dia de baixo Volume nos mercados.

Este tipo de Gap normalmente assinala o início de um novo movimento de preços que é suportado por esse mesmo aumento de volume.

Um Gap de Penetração é relativamente fácil de identificar, porque após uma zona de congestão de preços (Price Congestion Zone), qualquer Gap que inicie uma nova tendência será geralmente um Gap de Penetração e terá força normalmente por dar inicio a uma nova tendência após um período de calmia, e estes Gaps normalmente ocorrem perto de um fundo ou topo de mercado, o que exponencia a força do mesmo, apesar de existirem outras possibilidades.

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Gaps de Continuação (Runaway Gaps)

Um Gap de Continuação (ou Runaway Gap), é um Gap que ocorre durante uma tendência, não necessariamente a meio da mesma, quando os preços se movem muito rápido e as emoções estão ao rubro entre os traders.

Normalmente ocorrem a meio da tendência, e é por isso que são também designados por vezes como Gap Intermédio (Midway Gap), ou Gap de Medição (Measuring Gap), pois a sua exactidão em prever a extensão de um movimento de preços, é por vezes incrivelmente certeira.

Basicamente, ao sabermos que normalmente esse Gap costuma acontecer muitas vezes no meio de um movimento de preços, podemos deduzir quando ele acontece onde esse movimento vai acabar e perder força, ou seja, teoricamente iria continuar esse movimento ainda a mesma distância que já percorreu desde o seu início.

Ou seja se o movimento de preços é de subida (bullish), e originou-se pelos 1.0000, e ocorreu um Gap de Continuação pelos 1.1000, o fim projectado desse movimento de preços, seria o de 1.2000, nível de preço onde o mercado teoricamente iria começar a “perder o vapor”, bastando para isso somar aos 1.1000 actuais os 0.1000 que já percorreu desde os 1.0000 até ao tal Gap Intermédio nos 1.1000.

Seguindo esta regra, é possível muitas vezes prever os valores próximos dos fins das tendências e movimentos de preços.

Geralmente quando o mercado se aproxima desses valores projectados como fim provável do movimento de preços, calculado através do Gap Intermédio, os preços começam a abrandar o seu movimento, devido a

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alguns traders começarem desde logo a assumirem mais valias e fecharem posições, prevendo já a possível inversão de preços para breve, e outros posteriormente ao verem que o movimento começa a estagnar.

Alguns movimentos de preços podem contar com mais do que um Gap Intermédio, que por vezes mostra que essa tendência tem muita força, mas a existência de um terceiro Gap deve sempre alertar os traders para um possível fim de tendência (correndo-se o risco desse Gap poder ser na realidade um Gap de Exaustão, algo que iremos estudar a seguir), pois é mais raro existirem mais do que dois Gaps de Continuação num movimento de preços.

Gaps de Exaustão (Exhaustion Gaps)

Um Gap de Exaustão (ou Exhaustion Gap), é um daqueles Gaps que acontecem quando o mercado começa a “perder o vapor”, e começa a chegar perto do fim de um movimento de preços.

É um Gap que assinala o fim do movimento de preços corrente, e os traders são cuidadosos ao vê-lo.

Este Gap quando aparece é tal e qual um Gap de Continuação, pois sem se ver se o movimento de preços continua posteriormente ou não, não podemos saber se é um Gap de Continuação e os preços continuariam o seu movimento, ou se é um Gap de Exaustão e os preços parariam o seu movimento.

Por isso, é que ao aparecer mais do que um Gap de Continuação, os traders ficam cuidadosos, pois por norma esse segundo Gap de Continuação que aparece acaba por ser o tal Gap de Exaustão, pois é menos comum haver mais do que um Gap de Continuação num movimento de preços, e quando aparece um terceiro Gap de Continuação, aí ainda mais cautelosos ficam os traders, pois ainda é mais raro acontecerem três Gaps de Continuação num movimento de preços.

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Resumindo, com o aparecimento de um segundo Gap de Continuação, os traders acabam por cuidadosamente pensar nele como um possível Gap de Exaustão, e vão fazendo-o após o primeiro, porque nem sempre acontecem mais do que um Gap de Continuação num movimento.

Se o movimento prosseguir e se se vir que era de Continuação o Gap, aí muitos voltam a entrar na tendência que prossegue, e outros não chegam a sair dela, esperando antes pela confirmação das velas seguintes para verificar que tipo de Gap é antes de saírem do mercado ou inverterem posições.

Nem sempre este tipo de Gaps acontece durante uma euforia de compras (se durante uma tendência bullish) ou pânico de vendas (se durante uma tendência bearish).

Por vezes estes Gaps acontecem com o fecho de posições por parte dos traders, como por exemplo com os stop-losses, que fazem as posições fecharem quando as mesmas atingem um determinado prejuízo ou nível de cotação predefinidos pelo trader que as tem.

Por exemplo, imaginemos uma tendência bullish em que há uma subida forte de preços; mesmo durante esse tipo de tendências, continuam a haver posições curtas (short positions), de quem aposta na descida a meio do movimento, tentando adivinhar uma reversão de tendência, ou por outros motivos.

Há sempre posições curtas no mercado, mesmo durante movimentos fortes de subida, e a maioria dessas posições curtas abertas no mercado tem valores de stop-loss definidos, para o caso de os preços subirem acima de um certo nível as posições serem fechadas com segurança a fim de evitarem perdas maiores.

Esses stop-losses são colocados muitas vezes em pontos estratégicos perto de resistências que poderão

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forçar os preços a reverterem a sua tendência, por isso quando se atingem esses níveis, o que acontece muitas vezes é que esses stop-losses de posições curtas serem executados, e se são posições curtas (short positions que apostam na queda de preços), para serem fechadas é preciso que hajam compras no mercado, originando muitas compras em certos níveis como essas resistências (o mesmo acontece durante períodos de queda, quem aposta em subidas, quando os seus stop-losses são executados, originam mais vendas para fechar posições).

Esse incremento de compras durante as subidas e incremento de vendas durante as descidas, especialmente perto de certos valores como suportes ou resistências importantes onde os traders definem os seus stop-losses para saírem do mercado e evitarem possíveis perdas, acabam por originar tantas compras e vendas repentinas, originando maior pressão no mercado (ou mesmo traders quererem sair do mercado à mão por receio), que muitas vezes causam com que haja maior força no movimento de preços actuais.

Bears a fecharem posições numa subida originam ainda mais compras e subidas, e bulls a fecharem posições numa descida originam ainda mais vendas e descidas.

Daí ser frequente que este tipo de Gaps, os de Exaustão, aconteçam devido a traders com posições inversas às da tendência actual de mercado fecharem as suas posições, especialmente com stop-losses, originando um Gap final, e não devido à entrada de novos traders no mercado com posições a favor da tendência actual.

É por isso que este tipo de Gaps acontece, mesmo numa altura que ao que parece o mercado já não deveria subir mais e que mais tarde se verifica que acaba por inverter mesmo a sua tendência.

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NOTA:Os Gaps de Exaustão acontecem mais por fecho de posições através de stop-losses de quem vai contra a tendência e que ao fechar ordens ajudam a dar-lhe mais força, do que propriamente pela entrada de novos traders à última da hora nos mercados.

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Acontece mais por fecho de posições inversas e devido em grande parte a stop-losses das mesmas, do que dinheiro novo no mercado a apostar erradamente numa tendência que tudo aponta estar no fim.

Conclusão sobre os Gaps

Estes são os tipos de Gaps que um trader pode encontrar durante as suas análises e investimentos.

Há uma regra que diz que o mercado tenta sempre preencher os Gaps (“The Market always tries to fill th gaps”), o que quer dizer que mais cedo ou mais tarde, os preços irão preencher esses Gaps, e esses activos serão negociados dentro desse range deixado aberto por um Gap que tenha ocorrido.

Não há limite de tempo para o preenchimento desses Gaps, eles podem demorar a serem preenchidos dias, semanas, meses, ou mesmo anos (em períodos de tempo de longo prazo), dependendo sempre também de onde o Gap apareceu nesse mercado e no período de tempo estudado.

Outra coisa que pudemos verificar é a de que os Gaps podem-se tornar objectivos de preço ou mesmo áreas de Suporte e/ou Resistência importantes, e podem ser usados para suportar ou contrariar outros sinais técnicos dentro de uma análise técnica.

Os objectivos de preço são normalmente estabelecidos com a aparição de um Gap de Continuação, onde tenhamos medir o próximo Gap (o objectivo de preço).

Quando esse objectivo de preço é atingido, o trader deverá procurar por outros Gaps enquanto o mercado se mantém a seguir na tendência corrente, ou a preparar-se para inverter as suas posições no mercado.

De qualquer das formas, é de notar, que para os traders nem sempre é possível identificar o tipo de Gap

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NOTA:Há uma regra antiga no Trading que diz que o mercado tenta sempre fechar os Gaps (“The Market always tries to fill the Gaps”).

NOTA:Não há limite de tempo para o preenchimento de um Gap.

NOTA:Os Gaps podem-se tornar objectivos de preço ou mesmo áreas de Suporte e/ou Resistência.

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que estão a ver quando o mesmo aparece, especialmente quando o mesmo poderá ser um Gap de Continuação ou um Gap de Exaustão, pois o Gap de Penetração é relativamente fácil de identificar.

Por norma nesses casos só se poderá identificar esse Gap algumas velas depois.

Os únicos Gaps dos quais não existem dúvidas sobre o seu género serão os que já passaram e por isso estão perfeitamente identificados, os que acabam de acontecer não os podemos classificar pois não saberemos o que acontecerá depois, e isso poderá alterar o tipo de Gap ou mesmo fechá-lo.

Com estas regras e precauções, um trader está sempre bem preparado para interpretar os Gaps à medida que vão aparecendo no mercado.

Vamos agora ver um exemplo em gráfico com estes três tipos diferentes de Gap identificados (a não ser o Gap Comum que já foi demonstrado acima, e o Gap de Abertura, visto que ou é fechado durante a própria vela em que ocorre o dito Gap ou se tornará num destes três tipos expostos no gráfico abaixo:

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NOTA:É frequente e normal só se conseguir identificar o tipo de um Gap algumas velas depois.

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Este gráfico é em parte “fabricado”, pois foram unidas algumas partes de gráficos e alteradas algumas zonas, para que existissem todos os tipos de Gaps lá descritos, pois seria muito difícil mesmo encontrar um período de tempo que em gráfico tivesse todos os Gaps que aqui foram dispostos desta forma, e de tão difícil de encontrar que seria, teve mesmo de ser modificado à mão, pois o gráfico original não era igual.

Desta forma num só gráfico é possível ver os estágios de evolução de um movimento de preços em termos de Gaps e os seus géneros e onde aparecem.

Como podemos ver, verifica-se em primeiro lugar um Gap de Continuação (ou Runaway Gap) no meio de uma tendência de descida de preços, seguido de um Gap de Exaustão (Exhaustion Gap), que dá origem a uma zona de congestão de preços, aquele período de tempo em que as cotações mal se mexem, em que as cotações consolidam por entre uma luta entre os bulls e os bears, podendo ser chamada por isso também como uma zona de consolidação de preços, após a qual, assim que a cotação saia desse trading range, ou seja, dessa amplitude de preços em que se negoceia esse activo, o preço tenderá a seguir o seu actual movimento com mais força, ou então reverter a tendência dando origem a um novo e oposto movimento de preços, uma nova tendência.

Após essa zona de congestão de preços, que se encontra abaixo do último Gap de Exaustão, acontece finalmente um movimento que faz a cotação sair dessa zona de congestão, que neste caso é um Gap que será por isso designado de Gap de Penetração (ou Breakaway Gap), dando origem a uma nova tendência, neste caso de subida de preços (tendência bullish).

Após esse Gap, vemos perto do meio desse movimento de preços, que por norma é a altura ideal para ele acontecer, um Gap de Continuação (Runaway Gap), e um pouco mais acima, um Gap de Exaustão novamente

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(Exhaustion Gap), que irá possivelmente determinar uma nova zona de congestão de preços, e posteriormente uma nova tendência inversa, de queda, caso os preços revertam após essa consolidação de preços acima desse último Gap.

Na realidade, pode não ser tão fácil de determinar o tipo de Gaps que nos vão aparecendo pela frente, mas este não deixa de ser um bom exemplo de como as coisas funcionam no dia a dia em tempo real.

A prática do trader determinará o resto, como em tudo.

E assim acaba a nossa incursão através do mundo dos Gaps (ou Janelas, que é o termo correcto que designa este tipo de fenómenos em gráficos de Velas Japonesas, apesar de por norma a maioria dos traders usar o primeiro termo).

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

GAP DE ALTA (UPSIDE GAP, OU TASUKI)

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GAP DE ALTA (UPSIDE GAP, OU TASUKI)

Bem, o Upside Gap é um padrão baseado num gap.

Este padrão ocorre após uma subida, e é caracterizado por uma vela branca que surge após um gap em relação à vela anterior, e é seguida por uma vela negra que não fecha o gap, sendo esta última condição essencial.

Após este padrão, há regra geral preços mais elevados, sendo por isso este padrão considerado como um padrão bullish.

Agora, se essa última vela negra realmente fechasse o gap, tornar-se-ia então num Upside Gap With One Crow (Gap de Alta Com Um Corvo), e aí perderia todo o seu potencial de subida bullish.

Em relação ao comportamento dos traders, o que podemos verificar é que após um gap de subida, a reacção verificada na vela seguinte, apesar de contrária, não demonstrou força para conseguir fechar o gap, o que evidencia tendência bullish por parte dos traders, sendo a procura suficiente para não deixar que o gap seja fechado como habitualmente, continuando regra geral mais tarde a subida.

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NOTA:O Gap de Alta (Upside Gap, ou Tasuki), é um padrão bullish baseado num gap, que ocorre após uma subida, e é caracterizado por uma vela branca que surge após um gap e que é seguida por uma vela negra que não fecha o gap, sendo esta última condição essencial. Se essa última vela negra fechasse o gap, este padrão tornar-se-ia num Upside Gap With One Crow (Gap de Alta com Um Corvo) e aí perderia todo o seu potencial bullish.

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Em jeito de conclusão, podemos afirmar que este padrão, quando encontrado, poderá dar algum alívio aos que apostam na subida, pois regra geral é seguido de preços mais elevados, e deverá ser tido em conta por parte dos bears, que apostando na descida, deveriam ter cuidado com as suas posições, pois arriscam-se a virem a sofrer perdas maiores com novas subidas de preços.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

RISING AND FALLING THREE METHODS

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RISING AND FALLING THREE METHODS

Os nomes destes dois padrões traduzidos à letra dariam algo como “Três Métodos de Subida” e “Três Métodos de Descida”, o que não teria grande significado na língua portuguesa.

Estes padrões parecem-se com as formações de bandeira (flag formations) que estudamos geralmente nos estudos de linhas, ou habitualmente também nos Gráficos de Barras, com uma diferença principal: a de que levam apenas algumas velas para se formarem, em

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NOTA:O Rising Three Methods (Três Métodos de Subida), padrão bullish, e o Falling Three Methods (Três Métodos de Descida), padrão bearish, são formações de bandeira (flag formations) que levam apenas algumas velas para se formarem.

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vez das muitas mais presentes habitualmente nos outros tipos de formações.

O Bullish Rising Three Methods, é um padrão bullish, como o nome indica, que consiste numa vela branca longa, seguida por uma série de três ou quatro velas negras que vão retraindo os preços, e que deverão ser acompanhadas por uma contracção visível nos seus volumes (que indica que um certo equilíbrio se está a desenvolver entre os bulls e os bears).

Como última vela do padrão, temos uma vela branca longa e muito forte, que eleva os preços para um nível de fecho acima do resto das velas.

Esta última vela deverá também mostrar um aumento significativo de volume, revelando mais actividade do que nas velas anteriores.

O Bearish Rising Three Methods é exactamente o padrão oposto, uma vela negra, seguida de algumas pequenas velas brancas que vão subindo os preços com algum decréscimo de volume, seguidas por fim de uma vela branca longa e muito forte.

Tem exactamente as características opostas à sua variante bullish que vimos acima, com uma pequena diferença, as suas características de volume não são tão significantes na última vela, o que quer dizer que não precisa de ter aquele incremento de volume na última vela para ter as características ideais.

Em parte é explicado pela velha teoria de que o Pânico nas quedas dos mercados é sempre regra geral mais forte que o Pânico das subidas nos mercados, uma vela negra com um preço a cair incute sempre algum receio nos traders enquanto uma vela longa de subida fá-los sempre ter algum receio mesmo assim de que seja um sinal falso ou momentâneo.

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NOTA:O padrão bullish de nome Rising Three Methods (Três Métodos de Subida) consiste numa vela branca longa seguida de uma série de três ou quatro velas negras que demonstram uma contracção visível no Volume, sendo seguidas depois por uma vela longa branca e muito forte que eleva os preços para um nível de Fecho acima do resto das velas com aumento significativo de Volume.

NOTA:O padrão bearish de nome Falling Three Methods (Três Métodos de Descida) consiste numa vela negra longa seguida de uma série de três ou quatro velas brancas que demonstram uma contracção visível no Volume, sendo seguidas depois por uma vela negra longa e muito forte que desce os preços para um nível de Fecho abaixo do resto das velas. Mas neste padrão bearish não há tanta necessidade de que a última vela tenha um aumento de Volume, devido ao facto de o pânico das quedas regra geral tem mais força nos mercados do que as subidas.

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Do ponto de vista do comportamento dos traders podemos pensar da seguinte forma, tendo como exemplo o Bullish Rising Three Methods: o que se passa é que após essa vela branca de subida, regra geral nestes padrões, há um período em que os bulls se afastam um pouco das compras, mesmo que seja apenas para fazer uma pausa momentânea, talvez por receio de que o preço vá corrigir a seguir e queiram esperar para ver, ou mesmo para descobrir se a tendência está com força e é para manter, ou por se estar a aproximar de alguma resistência e haja algum receio ou tomada de mais valias, etc.

Agora devido a isso acontecer, é que se verifica um decréscimo do volume nas velas seguintes, pois há menos traders no mercado, ficando os bears em maioria, apesar de ser uma fraca maioria pois os preços se mantêm sem cair muito, havendo algumas velas que vão caindo um pouco e sem força.

Este decréscimo de volume diz-nos que essa queda não tem força, não há pressão vendedora para que os preços possam cair mais do que isso, e quando não há vontade de vender, o preço por norma só tem um caminho: a subida.

Devido a isso, a última vela tem então um retorno dos bulls ao mercado, que com uma vela branca longa e bastante forte, fazem os preços subirem bastante face à fraca oposição bearish verificada nas velas anteriores, e com aumento de volume que significa que houve muito mais dinheiro a entrar no mercado do lado das compras, fechando acima do resto das velas e assim terminando o padrão de forma bullish.

O padrão bearish é basicamente o oposto e as conclusões sobre o comportamento dos traders no mercado verificado são inversas, a única diferença é mesmo a da vela final não precisar de incremento de Volume para significar preços mais baixos a seguir, devido em princípio ao medo especial dos traders pelas

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quedas, uma vela negra longa é sempre mais significativa regra geral que uma vela branca longa, mesmo que tenha menos Volume, talvez em parte devido a um maior pessimismo habitual do ser humano face aos mercados.

Isto do Volume poder ser menos não se verificará claro está noutros mercados como o Forex, em que em pares cambiais quando um par sobe em relação ao outro, é sinal de que o outro sobe em relação ao primeiro, ou seja, há sempre um deles a subir e um a cair, logo não se pode dizer realmente que haja diferença entre uma vela de subida e outra de queda neste tipo de activos financeiros.

Estes são mais dois padrões fáceis de detectar, embora requerendo alguma atenção, que poderão ajudar a ver que a tendência actual irá continuar, e dar assim mais força a essa mesma tendência.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

PADRÕES DE REVERSÃO

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PADRÕES DE REVERSÃO

Vamos agora estudar os padrões de reversão.

Este tipo de padrões normalmente indicam que a tendência dos preços actual está prestes a acabar ou mesmo inverter-se, e normalmente quando estes padrões acontecem, essas reversões de preços são muito prováveis de acontecer.

Iremos agora estudar alguns dos mais representativos padrões de reversão dos gráficos de Velas Japonesas, os essenciais e os mais comuns, aqueles que poderemos ver com alguma frequência no dia a dia por acontecerem mais frequentemente, e que sejam suficientes para deixar qualquer trader mais bem preparado para os mercados.

Antes de começarmos a ver alguns padrões de reversão, vamos aprender o sentido de um termo muito importante nos mercados: “Key Reversal”.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

REVERSÃO CHAVE (KEY REVERSAL)

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REVERSÃO CHAVE (KEY REVERSAL)

Para os menos entendidos em inglês, “Key” significa “Chave”, e “Reversal” significa “Reversão”.

Basicamente, poderemos deduzir então que o termo muito comum “Key Reversal Day” significa “Dia de Reversão Chave” ou “Dia Chave de Reversão”.

O Key Reversal Day é normalmente um dia de reversão, um dia em que se inicia uma inversão de tendência e o começo de uma nova tendência inversa à actual, sendo por isso um dia chave, e daí o termo.

Agora que já sabemos de onde é originário o termo “Key Reversal”, vamos ver qual é o significado desse termo sem qualquer outra palavra adicional.

O termo “Key Reversal” é usado para descrever um padrão muito comum de reversão, a que foi dado esse nome.

O padrão Key Reversal assinala-nos a inversão da tendência corrente, e o início por isso de uma nova tendência.

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A fiabilidade deste padrão está ligada à força da tendência anterior, quando mais forte essa tendência anterior, mais fiável será esse padrão de reversão.

Se virmos este padrão de um ponto de vista mais lógico, quando mais forte essa tendência anterior for, mais difícil é de prever que possa acontecer o que se passa neste padrão, que como se vê em cima, seria de abrir acima do Fecho da vela anterior estabelecendo novos máximos e depois fechar abaixo do Mínimo da vela anterior.

Logicamente, se quanto mais forte for a tendência actual, mais difícil é que esse padrão aconteça, se acontecer mesmo é porque há muita força oposta à da tendência e muitas possibilidades de vir a haver mesmo a tal inversão, pelo que se torna directamente proporcional a fiabilidade do padrão (e chances de a tendência inverter mesmo) à força da anterior tendência.

Este padrão agudo de reversão que ocorre durante uma tendência deve ter algumas características para que possa ser considerado como tal:

• O seu valor de Abertura deve estar acima do valor de Fecho da última vela;

• Deve atingir um novo valor Máximo;

• O seu Fecho deve ser abaixo do valor Mínimo da vela anterior;

(Isto aplica-se ao caso de estarmos a falar de um padrão que ocorre numa tendência de subida, se for durante uma tendência de queda deverão ser características opostas, após uma queda).

Resumindo, num Key Reversal Day, há um padrão de reversão agudo que ocorre durante uma tendência, num dia em específico que será o dia chave para a inversão.

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Se for numa subida, o dia abrirá acima do Fecho do dia anterior, fará um novo Máximo, e aí irá cair até fechar abaixo do valor Mínimo do dia anterior.

Se for durante uma descida será o inverso, o dia abrirá abaixo do Fecho do dia anterior, fará um novo Mínimo, e só aí começará a subir até vir a fechar acima do valor Máximo do dia anterior.

Nos dias seguintes a nova tendência tenderá assim a ter continuidade após este padrão.

Quanto maior o range (intervalo) de preços e Volume do Key Reversal Day, mais fiável será como sinal de inversão.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

DARK CLOUD COVER (KABUSE)

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DARK CLOUD COVER (KABUSE)

O Dark Cloud Cover é um padrão bearish, que no fundo parece uma espécie de Key Reversal mas que não chega a fechar abaixo do Mínimo da vela anterior.

O seu nome vem das nuvens negras na vida real que indiciam a vinda de chuvas fortes, e aqui nos gráficos de Velas Japonesas, uma nuvem negra (Dark Cloud) implica, não uma queda de água como acontece na chuva, mas sim uma queda de preços.

A palavra “Cover” significa cobertura, e basicamente o padrão mostra-nos que a Dark Cloud cobre mais de metade da vela anterior (indicada a metade pelo risco a tracejado no exemplo) fechando acima do Mínimo da vela anterior.

Daí vem o seu nome que significa algo como “Cobertura de Nuvem Negra”, pois é uma nuvem negra que cobre em parte a vela anterior.

A conotação bearish deste padrão é muito pronunciada se ocorrer durante uma tendência de subida, ou se se verificar na parte superior de uma zona de congestão de

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NOTA:O Dark Cloud Cover é um padrão bearish, que acaba por ser no fundo parecido com uma Key Reversal mas que não chega a fechar abaixo do Mínimo da vela anterior. O nome Dark Cloud vem da ideia das nuvens negras que antecipam as tormentas, e é assim um padrão de descida, bearish. A palavra Cover, que sugere cobertura, explica o que se passa. Este padrão acontece quando a segunda vela, a nuvem negra (Dark Cloud), cobre mais de metade da vela anterior durante a sua queda. Ela abre acima do Máximo da vela anterior, e fecha acima do Mínimo da vela anterior mas abaixo do meio do corpo dessa vela anterior, e quanto mais da vela anterior cobrir mais bearish é.

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preços, como por exemplo após um Gap de Exaustão acontecer.

Nestas duas situações é muito mais provável que os preços caiam.

Neste padrão vemos que a segunda vela abre acima do preço Máximo da primeira vela, tal como no padrão de Key Reversal que verificamos acima, mas fecha abaixo do ponto médio da primeira vela, que é bem visível pelo tracejado no exemplo acima, e não abaixo do Mínimo da vela anterior como aconteceria no Key Reversal, sendo essa a maior diferença, além de que neste padrão a queda verifica-se logo após a abertura da segunda vela.

Este padrão não necessita de confirmação nas velas seguintes para ser validado, e quanto mais da vela anterior a segunda vela cobrir sem baixar do Mínimo da vela anterior, mais bearish é.

Do ponto de vista comportamental dos traders que participaram na construção desta vela, basicamente o que se passou, foi a vela abriu em estado de gap de Abertura, gap esse que foi logo fechado após a Abertura, mas a pressão vendedora foi bastante forte, tendo continuado os preços a caírem bastante, chegando a fechar abaixo do ponto médio da vela anterior, sinal bastante bearish.

Basicamente os bears dominaram praticamente do início ao fim da segunda vela e é de prestar muita atenção a este padrão caso se possua uma posição longa aberta, especialmente se ocorrer em certos locais do gráfico, pois possíveis perdas poderão se avizinhar no futuro caso continue a posição aberta.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

PIERCING LINE (KIRIKOMI, OU KIRIHAESHI)

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PIERCING LINE (KIRIKOMI, OU KIRIHAESHI)

Este padrão é basicamente o oposto ao anterior (o Dark Cloud Cover), sendo por isso um padrão bullish.

O seu nome traduzido para a língua portuguesa, significaria algo como “Linha de Perfuração”, ou algo muito similar, e basicamente o nome deve-se ao facto da segunda vela “perfurar” a linha média do corpo da vela anterior.

Este padrão é composto por duas velas, a primeira é uma vela Marubozu negra (vela negra longa), e a segunda é uma vela Kirikomi, que é uma vela Marubozu também, mas que tem a característica de abrir abaixo do valor Mínimo da vela anterior, e fechar acima do nível médio (50%) da vela anterior, mas abaixo da Abertura da vela anterior, que era a Marubozu negra (vela longa negra).

O que acontece é que após uma vela negra longa, uma grande queda de preços na vela anterior, a vela seguinte abre em gap down (em gap de Abertura abaixo do Mínimo da vela anterior), e o mercado tenta logo por isso fechar o gap e consegue-o, mas não se ficando por aí, continuam a subir os preços até fechar a vela acima

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do valor médio da vela anterior, sendo por isso esta vela considerada um sinal bullish forte.

Se não fechar acima do valor médio da vela anterior, será considerado como um sinal de fraqueza, não conseguindo cumprir o padrão, e por isso, uma continuação dessa fraqueza e das quedas será provável a seguir.

Deverá abrir abaixo do Mínimo do dia anterior também para ser considerado como uma Piercing Line.

A nível de comportamento dos traders, basicamente o que se passa já foi referido acima, a vela a abrir em baixa (especialmente se for na abertura de um mercado, em velas diárias, por exemplo), os bulls entram em acção e com as suas compras fecham o gap, e não se ficando por aí, aliado possivelmente a uma possível quebra da pressão vendedora ou a algum receio por parte dos bears de retomar as suas posições, continuam a fazer subir o preço tentando mesmo que feche acima do valor médio da vela anterior, para que continuem nas velas seguintes as subidas.

Trata-se de um padrão a ter em atenção, fácil de reparar com algum treino e que poderá trazer lucros ou evitar prejuízos a traders prevenidos no futuro.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

PADRÃO ENGULFING (TSUTSUMI)

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PADRÃO ENGULFING (TSUTSUMI)

Este padrão pode ser tanto bullish como bearish, e é um padrão composto por duas velas.

O nome Engulfing contém entre os seus significados possíveis, palavras como “Engolir” e “Cobrir”.

No fundo uma Engulfing Line ou Engulfing Candle (Vela Engulfing), é assim uma vela que “engole”, ou “cobre” na totalidade o corpo da vela anterior.

Então este padrão é composto por uma vela, negra ou branca, que é seguida por uma vela que tem o sentido totalmente oposto, e que engole a vela anterior, cobrindo todo o seu corpo na totalidade, como se pode ver nos exemplos acima.

As sombras da vela anterior não necessitam de ser cobertas pela segunda para que o padrão se verifique, basta o seu corpo o ser.

Por isso, num padrão bearish, a segunda vela irá abrir acima do valor de Fecho da vela anterior, e irá fechar abaixo do valor de Abertura da primeira vela (cobrindo assim todo o seu corpo).

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Num padrão bullish, será exactamente o contrário, abrindo abaixo do Fecho da vela anterior, e fechando acima do valor de Abertura da vela anterior.

Este padrão terá maior significado ainda após um movimento de preços prolongado, e o mercado deverá estar numa tendência definida, e não numa tendência lateral como numa zona de congestão de preços.

É um padrão fortemente bullish se ocorrer após uma queda de preços significativa, e fortemente bearish se ocorrer após uma subida de preços significativa.

Este padrão seria mais perfeito ainda se tivesse as duas velas sem sombras, como se pode ver no exemplo acima, e seria assim ainda mais bullish ou bearish, conforme o padrão.

A nível de comportamento dos traders, o que se pode deduzir pelo padrão é simples: por exemplo, num padrão bullish, após uma queda significativa, e abrindo abaixo do Fecho da vela anterior, a dificuldade dos traders fazerem fechar os preços acima da própria Abertura da vela anterior, “engolindo-a” assim totalmente, é tal, que o simples facto de realizarem esse feito demonstra uma força enorme por parte dos bulls do mercado, que se sobrepuseram totalmente à pressão vendedora, ou demonstraram que já não há muita pressão vendedora no mercado, sendo de qualquer das formas um sinal de que no futuro a tendência será de subida.

Num padrão bearish será o inverso.

É um padrão muito fácil de detectar e que se deverá ter sempre em conta para quem quer entrar nas alturas certas do mercado, ou para os que estão na tendência actual e querem sair antes de virem a ter prejuízos se não o fizerem a tempo.

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Vamos verificar agora alguns exemplos em gráficos reais do mercado cambial:

Neste exemplo, retirado de um gráfico diário do câmbio Euro/Dólar (EUR/USD), podemos ver um padrão perfeitamente visível de um Bearish Engulfing Line, e como podemos ver, abriu acima do Fecho da vela anterior, fechou abaixo da Abertura da vela anterior também, engolindo/cobrindo a totalidade do corpo dessa vela, e podemos depois verificar a queda de preços que se seguiu a esse padrão.

Neste exemplo, retirado de um gráfico horário do câmbio Euro/Dólar, podemos ver outros tipos de padrões que já estudamos.

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Começamos por verificar no início uma Bullish Engulfing Line, que engole totalmente o corpo da vela anterior (apesar de não ser fácil de notar pelo gráfico que abriu abaixo do Fecho da vela anterior), dando origem assim a um novo movimento de subida de preços.

Após grande parte da subida de preços que se verificou após o primeiro padrão, podemos encontrar uma Bullish Piercing Line, que apesar de não se notar na perfeição pelo gráfico, abre abaixo do valor Mínimo da vela anterior, e fecha acima do valor médio do corpo da vela anterior, tornando-se assim no padrão bullish que já vimos acima.

Após esse padrão, poucas velas à frente, deparamo-nos com outro padrão Bullish Engulfing Line, que mais uma vez não é muito perceptível pois o seu corpo é quase do mesmo tamanho do corpo da vela anterior, mas está lá, seguido de uma nova subida de preços até ao topo.

No topo dessa subida, após alguma calmia no mercado, podemos encontrar uma vela longa branca (branca de designação pois a sua cor real aqui está como azul), que é contrariada depois por um padrão que conhecemos por Bearish Engulfing Line, que é uma vela que abre acima do Fecho da vela anterior, e fecha não só abaixo da Abertura dessa vela anterior, como também abaixo do seu valor Mínimo, o que lhe dá ainda mais força, sendo seguida de uma quebra de preços, ou não fosse este um padrão bearish.

Atenção que este exemplo foi escolhido por bater tudo mais ou menos certo, mas nem sempre os padrões têm os resultados desejados, não sendo uma ciência 100% exacta.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

GAP DE ALTA COM DOIS CORVOS

(UPSIDE GAP TWO CROWS / NARABI KURO)

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GAP DE ALTA COM DOIS CORVOS

(UPSIDE GAP TWO CROWS / NARABI KURO)

O termo “Upside Gap Two Crows”, tem como significado algo como “Gap de Alta com Dois Corvos”, e no fundo não passa disso mesmo, duas velas negras (os dois corvos) que estão após um gap acima da primeira vela longa branca.

A ideia dos dois corvos no nome, provém da ideia antiga de dois corvos que permanecem em cima do ramo de uma árvore, e que pressagiam acontecimentos trágicos no futuro, neste caso, futuras quedas de preços.

Este é um padrão bearish de três velas, que acontece apenas durante uma tendência de subida.

A primeira vela caracteriza-se por ser uma vela branca longa, seguida por uma pequena vela negra que abre e permanece em gap em relação à anterior.

A terceira vela, acaba por ser também uma vela negra, mas cujo corpo é maior que o da segunda vela, e o cobre, sendo uma Bearish Engulfing Line, mas fechando ainda assim acima do Fecho da primeira vela.

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NOTA:O Upside Gap Two Crows (ou Gap de Alta com Dois Corvos), trata-se de um padrão formado primeiro por uma vela branca longa, seguida de duas velas negras como corvos, ou seja, os dois corvos, que tal como aconteceria com dois corvos num ramo de uma árvore segundo os antigos, pressagiam acontecimentos maus no futuro, neste caso quedas. Este padrão acontece apenas durante uma tendência de subida, e após a primeira vela longa branca, o primeiro corvo será uma pequena vela negra que abre e permanece em gap em relação à primeira, e o segundo corvo uma pequena vela mas cujo corpo é maior do que o da segunda vela e que o cobre, sendo assim uma Bearish Engulfing Line, mas que ainda assim fecha acima do Fecho da primeira vela.

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Em termos de comportamento dos traders que participaram na formação deste padrão, o que podemos deduzir é simples: o mercado está numa tendência de subida, e após aquela vela longa branca, abre em gap no dia seguinte.

Contudo a formação de novos máximos aliado ao gap acabam por levar alguns traders a fecharem posições longas, assumindo mais-valias, ou mesmo invertendo posições, não servindo o gap nem os valores máximos atingidos para evitar que a vela feche em queda, formando uma vela negra.

De qualquer das formas, não é uma quebra suficientemente grande para provocar medo suficiente aos bulls que continuam seguros por a vela ter fechado ainda assim acima do gap que não foi preenchido em relação à primeira vela, nem para dar força aos bears.

A terceira vela, contudo, acaba por aumentar o sentimento bearish, ao criar um novo máximo mas ao falhar ao mesmo tempo a tentativa de manter esses níveis máximos até ao fim, fechando como vela negra novamente, e ainda por cima fechando abaixo do Fecho da vela anterior, criando assim uma Bearish Engulfing Line, que é já por si um padrão bearish, mas mantendo-se ainda acima do gap, vindo depois a pertinente questão: “Se o mercado estivesse com força para subir mais, porque falharia ao tentar manter-se ao nível dos valores máximos que atinge, e fechando cada vez mais abaixo?”.

A resposta é simples, a força dos bulls não é tanta como se pensava, e assim que o mercado se apercebe disso, e que futuras quebras se avizinham, o caminho seguinte é o da descida, e novas quedas têm origem.

Concluindo, este é um padrão fácil de identificar, e que frequentemente sinaliza uma reversão de tendência no mercado, dando origem a uma nova tendência de

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quedas, e que deverá sempre ser tido em conta pelos traders.

Além disso, é um padrão bastante fácil de identificar, e talvez não muito comum por vezes, o que faz ainda mais com que seja notado pela maioria quando aparece, especialmente em velas de períodos de tempo superiores, pois como já vimos acima, velas com períodos de tempo demasiado reduzidos retiram importância aos padrões de Velas Japonesas que possam acontecer nelas.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

HARAMI

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HARAMI

Vamos agora ver um padrão extremamente comum e muito importante também, as velas Harami, ou ditas em Posição Harami.

Este é um padrão que indica um decréscimo no momentum e que implica normalmente que a tendência actual terminou, e é por isso um padrão de reversão.

O termo “Harami” significa “Grávida” em Japonês, e este padrão é basicamente composto por uma vela que se forma dentro do intervalo de preços ocupado pelo corpo da vela anterior, ou seja o intervalo entre o valor de Abertura e o de Fecho da vela anterior.

Ou seja, este padrão é o mais ou menos o oposto do Bullish e Bearish Engulfing Line, pois aqui a primeira e segunda vela trocam de posições, não é a segunda vela que irá cobrir a primeira, e sim a segunda ser coberta pela primeira.

Também se usa a designação de “posição Harami” quando uma vela está dentro do range do corpo da vela anterior, pelo que poderemos dizer que há um Inverted

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NOTA:As velas Harami, cujo significado será algo como “Grávida” em Japonês, é basicamente um padrão composto por uma vela que se forma dentro do intervalo de preços ocupado pelo corpo da vela anterior, estando assim a primeira vela “grávida” da segunda. É mais ou menos o oposto dos padrões Bullish and Bearish Engulfing Line, dado que será a primeira vela a cobrir a segunda e não o inverso. Este padrão indica um decréscimo de momentum e normalmente indica que a tendência actual terminou, sendo assim um padrão de reversão. Também se diz que uma vela está em “posição Harami” quando está dentro do range do corpo da vela anterior.

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Hammer em Posição Harami, por exemplo, se ele estiver dentro desse range do corpo da vela anterior.

O termo Harami provém da ideia de que a primeira vela poderá estar “grávida” da segunda vela, dando assim à luz uma nova tendência, que virá após este padrão.

A primeira vela tem normalmente um corpo longo que poderá ser branco ou negro, e a segunda um corpo muito mais pequeno que o anterior e que tem normalmente a cor inversa.

As sombras da segunda vela, não têm de estar contidas no range do corpo da primeira para que seja considerada de Harami, mas é preferível que estejam, o que irá dar mais força ao padrão.

A segunda vela é formada normalmente por uma Doji ou um Spinning Top, porque os Spinning Tops têm pequenos corpos, mas quando a Harami é formada por uma Doji, será nesse caso chamada de Harami Cross (Cruz Harami), e aí iria aumentar a probabilidade da tendência reverter, dando mais força ao padrão.

Em termos comportamentais a nível dos traders que agiram nessa vela, não há muito a deduzir que explique o porquê deste padrão ser normalmente sinal de inversão de tendências, a não ser possivelmente o facto de após uma vela longa no sentido da tendência actual, aparecer uma vela que abre dentro do corpo da anterior sem grandes movimentos e até revelando indecisão e falta de força nos mercados, demonstrando sinais de possível inversão e perda de força da tendência actual, sendo que no caso de a vela Harami ser uma Doji Star, ainda se poderia acrescentar que haveria indecisão acrescida dos traders visível na vela, será natural esperar-se uma inversão de tendência.

Concluindo, é uma vela bastante fácil de reparar e identificar e que regra geral vem a sinalizar que a tendência actual acabou e com isso ajudar-nos a decidir

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a tempo e horas sobre que posição devemos tomar e evitar assim possíveis prejuízos.

Claro que como foi dito nos exemplos anteriores, nada é certo na Análise Técnica, pelo que nunca há garantias de após este padrão existir mesmo uma inversão de tendência, mas é um sinal bastante elucidativo de que tal será bem possível de acontecer.

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EXEMPLOS EM GRÁFICOS REAIS

Vamos verificar agora alguns exemplos em gráficos reais do mercado cambial:

Neste exemplo acima, retirado de um gráfico horário do câmbio Euro/Dólar (EUR/USD), podemos identificar logo no início uma Bearish Harami, que é aquela vela negra (velas negras aqui pintadas de vermelho) que está em posição Harami em relação à anterior, seguida de uma pequena queda.

Após esse padrão, mais abaixo, podemos encontrar um Martelo em posição Harami (como vimos acima que outros padrões podem estar em posição Harami), com o seu corpo dentro do range da vela anterior, e é bem visível a subida de preços que ocorreram após este padrão.

No fim da subida, deparamo-nos com uma Bearish Harami, que acaba por parar a subida de preços e dar origem a uma pequena e muito lenta descida, não podendo ser considerada uma tendência de queda, mas sim lateral, mas de qualquer das formas a tendência de subida foi parada e os preços caíram um pouco depois, durante um pequeno período de consolidação.

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Vejamos o seguinte exemplo:

Neste exemplo acima, retirado também de um gráfico horário do câmbio Euro/Dólar, podemos ver o efeito de dois padrões de velas Harami, primeiro uma Bullish Harami que precede uma grande subida, e depois após a subida, no topo, uma vela que atinge um novo máximo mas que não deixa de ser uma Bearish Harami, que é seguida posteriormente de uma queda.

Ambas as velas estão dentro do range dos corpos das velas anteriores, sendo por isso consideradas de velas Harami.

Em mais um exemplo, retirado também de um gráfico horário do câmbio Euro/Dólar, começamos por ver uma Piercing Line, uma vela branca longa que abre abaixo

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do Fecho da vela anterior e fecha acima de mais de 50% do corpo da vela anterior, seguida de uma subida que terminou com o início de uma queda de preços, que teve origem numa Bearish Harami, que como podemos ver tem o seu corpo dentro do range do corpo da vela anterior e sendo uma vela negra, deu origem à queda que se seguiu.

Vamos ver agora um exemplo com vários destes padrões juntos no mesmo gráfico, e retirado de um gráfico real dos mercados de Forex, para irmos vendo alguns exemplos com cada vez mais interacção entre estes padrões e o comportamento dos preços:

Neste exemplo, retirado novamente de um gráfico horário do câmbio Euro/Dólar, podemos ver logo no início uma Bearish Harami, seguida de uma quebra de preços.

No fundo dessa descida, deparamo-nos com uma Bullish Piercing Line, que dá um impulso aos preços dando assim origem a uma nova subida.

A meio dessa subida, deparamo-nos a com uma Bearish Harami que acabou por parar essa subida e deu origem a uma pequena retracção nos preços.

Nessa retracção acabamos por ver dois padrões bullish que deram origem a uma nova subida de preços, que

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foram em primeiro lugar um Martelo (Hammer) seguido imediatamente já numa subida de preços, por uma Bullish Engulfing Line, que cobre todo o corpo da vela anterior.

Estes dois padrões são seguidos por uma nova subida de preços.

Agora outro exemplo:

Neste exemplo, retirado desta vez de um gráfico diário do câmbio Euro/Dólar, deparamo-nos logo no início com uma Bearish Harami a ditar uma queda de preços no mercado, que encontra no fim dessa queda uma Bullish Piercing Line, que é seguida de uma subida de preços.

Após essa subida, no topo, podemos encontrar uma Bearish Harami que é seguida novamente de uma queda, tal como outra mais à frente no topo seguinte.

Podemos encontrar também mais à frente duas Bullish Engulfing Lines que verificam no mínimo uma subida na vela seguinte, com uma Bearish Harami pelo meio que apesar de não estar num topo, é indicada para motivos de exemplo.

Por fim encontramos ainda uma Bearish Doji Harami (ou Harami Cross), que dá origem ao retomo das quedas.

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Não são exemplos perfeitos, mas dá para se ter uma percepção de como aparecem as velas que constituem estes padrões em gráficos reais no dia a dia dos traders.

Alguns nem seriam tomados em conta possivelmente por não reunirem as condições ideais mas são muito úteis para efeitos de demonstração.

Neste gráfico, visto ser diário e cada vela representar um dia, e estarmos numa tendência mais lateral, é possível não vermos grandes reacções aos padrões como seria de esperar em outras ocasiões.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

ESTRELAS (HOSHI, OU STARS)

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ESTRELAS (HOSHI, OU STARS)

As Stars (ou “Estrelas”, em Português), indicam pontos de reversão, e são padrões muito frequentes em gráficos de velas, compostos de várias velas que juntas formam esses padrões de reversão, bullish ou bearish, que iremos estudar de seguida.

A única coisa que todos estes padrões têm em comum é a própria estrela, aquela segunda vela que há no meio do padrão que representa um topo ou um fundo de um movimento de preços, e que podem ocorrer após uma vela de corpo muito maior, mas onde os seus corpos não se sobrepõem, havendo um gap entre os corpos das velas (sem contar com as sombras, que se poderão sobrepor).

Uma Star é uma vela com um corpo muito pequeno, tal como um Spinning Top ou uma Doji, e que é a segunda vela do padrão, sendo a que se encontra no meio do padrão em gap e entre velas maiores.

As Stars podem ser de quatro géneros: Morning Stars (Estrelas da Manhã), Evening Stars (Estrelas da Noite), Doji Stars (Estrelas Doji) e Shooting Stars (Estrelas Cadentes, que são como os Inverted Hammers, mas com a diferença de acontecerem em gap em topos de movimentos de preços).

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

ESTRELAS DOJI (DOJI STARS)

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ESTRELAS DOJI (DOJI STARS)

As Doji Stars (ou “Estrelas Doji”, em Português), revelam indecisão, e indicam possíveis pontos de reversão, ao aparecerem após uma tendência.

Nós deveremos esperar por uma confirmação (como nos padrões que iremos ver a seguir) antes de negociarmos baseados numa Doji Star, para que saibamos com certezas se uma reversão devido a essa Doji Star aconteceu ou não.

A primeira vela pode ser cheia ou vazia.

Este padrão acontece quando uma Doji surge após um gap, acima da vela (no caso de ser uma Bearish Doji Star), ou abaixo da vela (no caso de ser uma Bullish Doji Star).

No primeiro exemplo acima, podemos ver uma Bearish Doji Star, pois ocorre após uma subida, como podemos ver pela vela branca longa que a antecede, abrindo essa Doji com gap acima da primeira vela, e isto após uma subida significativa, é um sinal bearish, antecipando eventuais quedas.

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Nesse caso as próximas velas em princípio seriam de queda, indicando assim que uma reversão na tendência de preços aconteceu.

Devemos esperar sempre pela terceira vela para termos a confirmação de que a reversão se deu, nestes padrões.

Este padrão é também conhecido, quando seguido de uma vela bearish a seguir à Doji Star, como Evening Doji Star, como iremos ver mais abaixo.

No segundo exemplo vemos o oposto, uma Bullish Doji Star, onde a Doji Star abre em gap abaixo da vela anterior, que será uma vela negra longa, após uma queda de preços significativa.

Nesse caso esperamos o inverso do primeiro exemplo, esperamos que a terceira vela e próximas sejam bullish, que haja uma subida de preços e dessa forma que se verifique uma reversão de mercado, e o início de uma nova tendência de subida (bullish).

Este padrão é também conhecido, quando seguido de uma vela bullish logo a seguir à Doji Star, como Morning Doji Star, como iremos ver mais abaixo.

Concluindo, e revendo o que já falámos anteriormente sobre este padrão, uma Doji Star, sendo uma Doji, tem os preços de Abertura e Fecho aos mesmos níveis, o que revela indecisão por parte dos traders, o que aliado ao facto de estar após um gap em relação à vela anterior, faz essa indecisão pesar para o lado da balança onde se situa a probabilidade de inversão de tendência, visto estar num possível topo ou fundo de mercado.

É um padrão muito fácil de identificar e que merece sempre a máxima atenção quando aparece pois é muito previsível o seu efeito nos mercados.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

ESTRELAS CADENTES (SHOOTING STARS)

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ESTRELAS CADENTES (SHOOTING STARS)

As Shooting Stars (ou “Estrelas Cadentes”, em Português), já foram estudadas mais acima de forma isolada, e iremos aqui tratá-las sob a forma de padrões, em conjunção com outras velas que as acompanham.

Uma Shooting Star, padrão bearish, como já vimos acima, trata-se basicamente de uma vela, que se caracteriza por ter um corpo pequeno e que aparece ao fundo de uma grande sombra superior, ficando com o aspecto de uma estrela cadente, que tal como o seu nome lembra, é precursora de uma futura queda de preços, e assim inversão de tendência, sendo um sinal muito bearish.

A cor do seu corpo não é critica, mas é preferencialmente negra, o que potenciaria o seu efeito bearish no mercado.

Em relação ao comportamento dos traders, podemos ver que nessa vela, após abrir em gap acima da vela anterior, e após atingir novos máximos, os bulls não têm poder para manter os preços máximos atingidos, e segue-se uma série forte de vendas por parte dos bears, possivelmente devido a serem atingidas fortes

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resistências, ou mesmo devido ao interesse e superioridade dos bulls se ter esgotado, demonstra uma falta de força bullish, o que retira a maioria das esperanças em se tentar novamente levar os preços àqueles níveis após reacção tão negativa, pelo que são normalmente esperadas quedas nas próximas velas.

Concluindo, é um sinal a que deveremos ter muita atenção quando aparece, pois poderá significar a diferença entre uma boa tomada de mais-valias ou prejuízos.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

ESTRELA DA MANHÃ (MORNING STAR)

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ESTRELA DA MANHÃ (MORNING STAR)

A Morning Star (ou “Estrela da Manhã”, em Português), tal como se pode notar pelos exemplos acima, é um padrão de reversão de fundos, padrão bullish, ou seja uma formação de subida que costuma ser potencialmente um fundo de mercado.

A Estrela da Manhã é precursora de um novo dia, sinalizando assim o fim da noite (que fora representada pelas velas negras como a noite, que representam por sua vez as quedas), e o começo de um novo dia (que é por sua vez representado por velas brancas como a claridade do dia, que representam por sua vez subidas de preço), sendo o novo dia, uma nova tendência de subida que acontece após a Morning Star.

Este padrão é bullish e acontece após uma queda de preços significativa, e é composto por duas velas grandes separadas por um Spinning Top (se fosse por uma Doji Star, seria considerada uma Morning Doji Star, que veremos abaixo).

A primeira vela, é uma vela longa negra, que é seguida por uma outra, que forma uma Star, ou seja, a estrela, que é basicamente nada mais do que um Spinning Top,

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que poderá ser uma vela branca ou negra, e que tem um gap entre o seu corpo e o da vela anterior, abrindo abaixo dessa vela anterior.

O ideal seria que a terceira vela fosse uma vela branca que abrisse preferencialmente em gap em relação à segunda, apesar de não ser condição obrigatória, e de ser mais raro acontecer, sendo o padrão válido na mesma sem esse gap.

Esta terceira vela confirma a reversão de preços, e marca o início de uma nova subida de preços, uma nova tendência bullish que regra geral não desilude quem apostou na força deste padrão.

É ainda de notar que a última vela deverá fechar acima do ponto médio da primeira vela.

Há um padrão existente nos gráficos de barras, que é parecido com este, que é o padrão de Ilha (Island).

O padrão por defeito tem um gap entre a primeira e a segunda velas, e para ser o padrão ideal existiria também um gap entre a terceira vela e a segunda, apesar de ser mais raro acontecer e não ser condição obrigatória.

Uma regra a ter em conta, é a de que quanto mais longas forem a primeira e terceira velas, mais força terá o movimento de reversão, porque representa uma mudança muito severa no sentimento dos traders, especialmente a terceira vela, que quanto maior, melhor.

Outra regra a ter em conta, e esta diz respeito às Stars deste género, é a de que, quanto maior for a indecisão que a estrela ilustre, como por exemplo ter os níveis de Abertura e de Fecho iguais, maiores serão as probabilidades de que uma reversão irá ocorrer, tal como quando a segunda vela é uma Doji, como veremos no padrão seguinte.

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Em termos de comportamento dos traders que intervêm neste padrão, a explicação sobre o facto deste padrão resultar numa inversão, também é fácil de explicar, entre outras.

Se depois de virmos surgir um pequeno gap após uma queda acentuada, o que poderia indiciar uma queda com mais força ainda, afinal verificarmos que a vela que veio a seguir teve pouca oscilação, fazendo uma Star, demonstrando assim muita indecisão no mercado, ou visto de outro ponto de vista, um empate entre os bulls e os bears (especialmente se essa for uma Doji Star), e logo a seguir aparecer uma vela branca longa (quando mais longa melhor) a mostrar que houve uma grande subida após a segunda vela que demonstrava muita indecisão, não seriam precisas muito mais provas para percebermos que a tendência se inverteu, sendo por esse um padrão muito fácil de encontrar e poderoso, que deveremos ter sempre em conta.

Concluindo, este é um padrão bonito e optimista, até pelo nome, fiável (até porque tem confirmação na terceira vela), e ao mesmo tempo poderoso e fácil de encontrar e reconhecer, outro padrão que se deve ter sempre bem vindo pelos bulls e temido pelos bears.

Vejamos um exemplo de uma Morning Star:

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Neste exemplo, retirado de um gráfico horário do câmbio Euro/Dólar, encontramos bem visível uma Morning Star, que por pouco seria uma Morning Doji Star, pois tem o valor de Abertura e o de Fecho bem próximos, e que é um padrão bullish.

Não é fácil de analisar o padrão por este exemplo, nem é um exemplo perfeito do mesmo, apesar do padrão ser aceitável, mas é complicado encontrar exemplos perfeitos deste padrão em gráficos horários deste câmbio, mas chega para o demonstrar num gráfico real, e é ainda mais aceitável nesta obra devido a ser retirado do Forex, onde nem todos os padrões devem ser levados à letra de forma milimétrica, por motivos que serão explicados posteriormente, sendo que por essa razão quase que o poderíamos utilizar para um exemplo de uma Morning Doji Star, algo que será explicado posteriormente, quase se parecendo mais com uma Morning Doji Star do que com uma simples Morning Star possivelmente devido ao tamanho das sombras da Estrela e à pequenez do corpo da mesma.

De qualquer maneira, o pouco tamanho do corpo da vela da Estrela dá-lhe mais potencial bullish, porque quanto mais indecisão for revelada pela mesma, mais potencial de subida tem o padrão, como veremos no padrão seguinte.

Seguido desse padrão, composto pela duas velas longas com uma Estrela no meio, encontramos logo um outro padrão que designamos por Martelo (Hammer), ao qual é bom dar relevo, pois é um padrão bullish também que podemos encontrar antes do início da subida e que contribuiu para a mesma, e que foi relativamente forte por sinal.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

ESTRELA DOJI DA MANHÃ (MORNING DOJI STAR)

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ESTRELA DOJI DA MANHÃ (MORNING DOJI STAR)

Uma Morning Doji Star, significa algo como “Estrela Doji da Manhã” ou “Estrela Doji da Manhã”, e é em tudo igual ao padrão que vimos anteriormente, o Morning Star, com a diferença de a Star em si, ser uma Doji Star, tendo os valores de Abertura e de Fecho iguais, em vez do Spinning Top que encontrámos como Star no padrão anterior.

Este padrão é ainda mais significativo, fiável e poderoso que o Morning Star normal anteriormente descrito, pelo que quando acontece, é um sinal ainda mais relevante que o da Morning Star, e deveremos prestar muita atenção ao mesmo.

A razão do aumento de relevância prende-se ao facto de que, tal como foi estudado no padrão anterior, quanto maior a indecisão demonstrada pela Star, maiores as probabilidades de acontecer a reversão, e nada mais indeciso dentro das Stars do que uma Doji Star, pois tem os preços de Abertura e Fecho com o mesmo valor.

Vamos ver agora um exemplo de uma Morning Doji Star, que pelo que vemos tem uma Doji Star no meio

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em vez de um Spinning Top como deveria ter na Morning Star normal, o que revela mais indecisão na vela e torna o padrão mais relevante:

Neste exemplo, retirado de um gráfico com velas de cinco minutos do câmbio Euro/Dólar, poderemos ver um óptimo exemplo do que é uma Morning Doji Star, mesmo entre os dois movimentos de preço, marcando uma reversão, e com dois gaps bem visíveis, sendo o que está entre a vela negra e a Doji Star um gap a nível dos corpos das velas, e o que está entre a Doji Star e a última vela um gap perfeito onde nem as sombras das mesmas se tocam, o que dá ainda mais força à subida que se segue.

Agora é de ter em atenção que esta Morning Doji Star foi retirada de um gráfico com velas de cinco minutos, pelo que não será tão relevante este padrão como uma Morning Doji Star retirada de um gráfico com velas horárias, ou melhor ainda, com velas diárias, pela razão simples de que quanto menor o período das velas, menos relevantes são, e mais errático será o seu comportamento, tal como menor será a sua importância, pois um padrão de três velas que leva quinze minutos a ser formado não tem o mesmo poder, relevância e importância que um que levou três dias a ser formado.

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Contudo, há vários padrões de Velas Japonesas que acontecem em velas de cinco minutos e acabam por ter a sua relevância e correr como se espera, mas continuam a ser menos relevantes que outros períodos maiores.

Em velas de um minuto por exemplo, em que o padrão até pode acontecer devido ao acaso, ainda menos seriam de ter em conta estes padrões.

O gráfico exposto em velas de cinco minutos foi escolhido devido à maior facilidade de encontrar este tipo de padrões com escalas de tempo mais pequenas, e devido à importância de se demonstrar o padrão em si em representação gráfica mais do que propriamente mostrá-lo em escalas de tempo superiores.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

ESTRELA DA NOITE (EVENING STAR)

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ESTRELA DA NOITE (EVENING STAR)

A Evening Star, que em Português se traduz facilmente para “Estrela da Noite”, é um padrão bearish.

Ao contrário da Morning Star, que seria a estrela da manhã, e que lembra a luz do dia, e com isso velas brancas, e o consequente optimismo em relação ao mercado, prevendo futuras subidas, a Evening Star, lembra a noite com o seu céu negro, e com isso velas negras, e o consequente pessimismo em relação ao mercado, e prevê futuras quedas de preços.

Este padrão tem as características opostas às da Morning Star que estivemos a ver acima, e é no fundo um padrão bearish de reversão de topo, ou seja, é potencialmente um topo de mercado.

A Evening Star é a precursora da noite, e acontece após uma subida significativa, e o seu padrão é constituído por duas velas separadas por um Spinning Top, tal como na Morning Star, com a diferença de aqui o Spinning Top se encontrar não abaixo mas acima das duas velas, em gap em relação à primeira, sendo opcional o gap do Spinning Top em relação à terceira, mas se estiver, potenciará o seu efeito bearish.

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A sua primeira vela será uma vela longa branca, seguida de uma segunda, que será uma Star, constituída por um Spinning Top, que poderá ser tanto uma vela branca como negra, e que está em gap acima da primeira vela, sendo a terceira vela uma vela negra que confirma a reversão, com uma queda de preços.

A última vela deverá fechar abaixo do ponto médio da primeira vela para que seja aceite como uma Evening Star.

Em relação ao comportamento dos traders, é basicamente o oposto do que acontece com a Morning Star, havendo um gap acima da primeira mas que não dá frutos, e há um empate entre bulls e bears, revelando muita indecisão, acabando por pender essa batalha para os bears fazendo os preços caírem na terceira vela que é negra, são provas óbvias de que o movimento de subida de preços acabou e deu origem a um novo movimento bearish.

É um padrão fácil de reconhecer que acontece por vezes nos topos de mercado e face a eles deveremos ficar sempre prontos para novas descidas, e ter cuidado com as nossas posições, porque após um padrão desses, a queda de preços é muito provável.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

ESTRELA DOJI DA NOITE (EVENING DOJI STAR)

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ESTRELA DOJI DA NOITE (EVENING DOJI STAR)

Uma Evening Doji Star, significa algo como “Estrela Doji da Noite”, e é em tudo igual ao padrão que vimos anteriormente, o da Evening Star, com a diferença de a Star em si, ser uma Doji Star, tendo os valores de Abertura e de Fecho iguais, em vez do Spinning Top que encontrámos como Star no padrão anterior.

Este padrão é ainda mais significativo, fiável e poderoso que a Evening Star normal anteriormente descrita, pelo que quando acontece, é um sinal ainda mais relevante que a Evening Star, e deveremos prestar muita atenção ao mesmo.

A razão do aumento de relevância prende-se ao facto de que, tal como foi estudado no padrão anterior, quanto maior a indecisão demonstrada pela Star, maiores as probabilidades de acontecer a reversão, e nada mais indeciso dentro das Stars do que uma Doji Star, pois tem os preços de Abertura e Fecho com o mesmo valor revelando assim muita indecisão.

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Vamos ver agora dois exemplos de uma Evening Doji Star, que pelo que vemos tem uma Doji Star no meio em vez de um Spinning Top como deveria ter na Evening Star normal, o que revela mais indecisão na vela e torna o padrão mais relevante:

E agora o segundo exemplo:

Nestes dois exemplos, o primeiro retirado de um gráfico horário e o segundo de um gráfico diário, ambos do câmbio Euro/Dólar, podemos ver exemplos de Evening Doji Stars em dois gráficos reais retirados do mercado, e podemos verificar como após este padrão, os movimentos de subida dão origem a novos movimentos de queda de preços, invertendo assim a tendência para

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uma nova tendência bearish, ou não fosse este padrão um padrão bearish também.

É frequente encontrar este tipo de padrões no dia a dia nos mercados.

Vejamos outro exemplo:

Neste exemplo, retirado de um gráfico com velas de cinco minutos do câmbio Euro/Dólar, podemos ver dois padrões de Dojis já estudados, primeiro uma Evening Doji Star que marca o fim de uma subida e o começo de uma descida, e depois uma Dragonfly Doji, que marca o fim de uma descida e o começo de uma nova subida.

Apesar de ser um gráfico com velas de cinco minutos e por isso os padrões não serem tão fiáveis como em períodos de tempo superiores, continuam a ser por vezes importantes na detecção de possíveis fundos e topos em movimentos a muito curto prazo como estes movimentos de preço vistos acima que duram por vezes pouco mais de meia hora.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS

CONCLUSÃO SOBRE AS VELAS JAPONESAS

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CONCLUSÃO SOBRE AS VELAS JAPONESAS

Como pudemos verificar, através da simples interpretação de preços sob a forma de gráficos, podemos obter preciosas informações sobre quem está a comandar o mercado (os bulls ou os bears), e quais parecem ser as suas intenções futuras.

Usando as Velas Japonesas, podemos obter essa informação de uma forma muito mais fácil e rápida, e detectar certos padrões que não seriam tão fáceis de descobrir com outros tipos de gráficos.

As Velas Japonesas enfatizam muito bem padrões que não são tão fáceis de visualizar à partida noutras formas de representação gráfica como por exemplo nos Gráficos de Barras OHLC, mesmo com esforço em alguns deles, devido à forma como elas tão bem evidenciam a relação entre o preço de Abertura e o preço de Fecho, além do intervalo percorrido pelos preços em cada vela, na forma como as próprias velas são desenhadas.

Como as Velas Japonesas só podem ser construídas com dados que incluam os preços de Abertura, elas não podem ser aplicadas a todos os mercados, pois há mercados em que o preço de Abertura não é registado nem usado, mas também já estudámos uma forma de adaptar os dados para que possamos ver gráficos

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desses mercados sob a forma de Gráficos de Velas Japonesas.

Questões importantes sobre os padrões das velas

Há uma coisa importante que devemos ter em conta relação tanto como ao Forex como às periodicidades inferiores a um dia, que é relativo aos gaps e outros padrões.

Em primeiro lugar os gaps: num activo financeiro normal, como acções na Bolsa, podemos ter facilmente gaps, porque as Bolsas fecham diariamente a um certo horário e ao abrirem desta forma no dia seguinte a uma certa hora, os preços podem assim abrir bastante acima ou abaixo, criando os chamados gaps devido às mudanças no equilíbrio entre as forças da Oferta e da Procura enquanto esteve a encerrada a sessão.

Assim, em activos financeiros presentes em bolsas que fecham ao fim do dia, será normal a existência de gaps, mas em mercados como o Forex, em que os mercados estão abertos 24 horas por dia e só fecham aos fins de semana, não é muito fácil de nascer um gap, dado que como são mercados com muita liquidez, não nascerão por norma gaps a não ser ao fim de semana.

Desta forma, não sendo comum a existência de gaps no Forex em velas diárias ou superiores, e também inferiores, não podemos interpretar certos padrões da mesma forma como o faríamos com acções e outros activos, ou seja, as regras de cada padrão não devem ser interpretadas à letra.

Assim, se um padrão como a Morning Doji Star exigir que por exemplo a segunda vela feche em gap em relação à anterior, sabendo nós que no Forex tal não acontece facilmente, deixa de ser obrigatório o gap para que o padrão possa ser considerado uma Morning Doji Star, por exemplo.

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NOTA:Ao contrário dos mercados que fecham todos os dias para abrir no dia seguinte, como os mercados bolsistas onde é normal o surgimento de gaps de um dia para o outro, há mercados como o Forex onde tal não acontece, por estarem abertos 24 horas por dia, sendo assim difícil o surgimento de gaps que não sejam após um fim de semana. Desta forma, e não sendo normal a existência de gaps nestes mercados, ou até mesmo em mercados como o bolsista mas em períodos de tempo inferiores a um dia em acções de elevada liquidez, como períodos horários, a obrigatoriedade da existência de gaps em certos padrões mencionados acima deixa de existir, podendo assim esses padrões serem válidos mesmo sem os gaps que normalmente lhes seriam exigidos para que fossem considerados como tal. Assim será normal considerar como Estrela Cadente ou uma Estrela da Noite um padrão onde não existe gap se nos referirmos a um par cambial ou a uma acção de elevada liquidez em periodicidade horária.

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Assim, podemos dizer que um padrão só é válido se tiver um gap numa certa vela, menos no Forex, por sabermos que se no Forex não existirão facilmente gaps, não podemos exigir que existam gaps para a formação dos padrões, e assim os padrões serão validados mesmo sem terem gaps.

É por isso que em vários exemplos acima os gaps apresentados em Forex eram muito pequenos ou praticamente milimétricos, quase não existindo, por ser difícil surgir um nos gráficos de Forex fora dos fins de semana, em velas iguais ou superiores a uma hora.

E dizemos em velas iguais ou superiores a uma hora porquê?

Porque em periodicidades inferiores, como talvez a de cinco minutos, e especialmente se forem velas de um minuto, já será possível ver alguns muito pequenos gaps, e daí terem sido escolhidos vários gráficos em velas de cinco minutos para os exemplos dos padrões que necessitavam demonstrar um padrão com algum gap, porque em velas de cinco minutos já é normal encontrarmos alguns.

Quanto maior a periodicidade, mais difícil é termos gaps em mercados de Forex, mas curiosamente, também só encontraremos gaps mais facilmente em velas diárias ou de periodicidade superior causados por efeito dos fins de semana.

Da mesma forma podemos dizer que, em velas diárias, as acções podem ter gaps facilmente porque fecham entre o fim do dia e o dia útil seguinte por norma, mas se estivermos a analisar acções com velas de quatro horas, ou uma hora, ou menos, ou seja, velas inferiores à periodicidade de um dia, não podemos esperar que hajam gaps facilmente se forem acções de elevada liquidez, dado que entre cada vela os mercados não fecham, pelo que poderemos desculpar a falta de gaps em alguns padrões que exijam gap devido a ser difícil

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aparecerem padrões com gaps em velas que não têm intervalo de tempo entre si.

Por esta razão é que não foi possível escolher exemplos reais melhores para certos exemplos demonstrados antes nesta obra, e é por essa razão também que a exigência de gaps para validar padrões nem sempre será necessária.

Outra coisa que devemos ter em atenção, e neste caso em relação a mercados como o Forex, é a incoerência de dados entre corretoras.

Por um lado, podemos ter corretoras em locais diferentes, como uma na Europa e outra nos Estados Unidos, que ao terem horários diferentes, e sendo um mercado aberto 24 horas ao dia, criam as suas próprias velas diárias com base nos seus próprios horários.

Desta forma, enquanto que num país no fim do dia a vela diária fechou como sendo uma vela longa branca, no outro país onde o dia termine por exemplo apenas seis horas depois depois, já poderá a vela diária do mesmo dia terminar não como uma vela branca longa mas sim uma vela negra longa, porque simplesmente são velas diárias criadas em horários diferentes.

Assim, para que se faça uma Análise Técnica de certa forma universal que possa ser interpretada de igual forma em todo o mundo, deveremos tentar analisar gráficos com periodicidades de uma hora, ou quatro horas, ou outra abaixo de um dia, desde que a periodicidade seja abaixo de um dia, porque em todos os países as horas começam e terminam no mesmo momento, os dias é que não.

Também poderá ser algo aceitável a análise de gráficos em velas semanais ou mensais, onde as diferenças serão poucas também, mas o ideal são as periodicidades abaixo de uma hora para análises a curto e mesmo médio prazo.

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Desta forma teremos a certeza de que se a vela fechar como uma vela branca muito longa, noutro país verão o mesmo, e a análise que fizermos a um gráfico que será assim mais universalmente válida, e terá também mais probabilidades de nos ajudar a prever movimentos futuros de preços.

Mas há outra coisa que não nos podemos esquecer, que é o de como foi falado algumas frases atrás, as corretoras de Forex, criarem as suas próprias velas baseadas nos seus horários e nos seus sistemas.

Assim, uma vela horária pode fechar num valor de 1.2000 e outra na mesma cidade e numa corretora que se situa cem metros ao lado ter uma vela horária que feche no valor de 1.2002 e outra fechar a 1.1998, etc.

Isto acontece porque, não só corretoras com servidores de certas plataformas podem ter horários diferentes, e basta um décimo de segundo de atraso para os preços mexerem nos exemplos dados dois ou três ou mais pips em Forex, como também pode haver um atraso na chegada de dados às diferentes corretoras por vezes ou até falhas de comunicação, que farão com que tenham dados diferentes.

Existem até corretoras que decidem incorporar os valores dos seus spreads nos valores das suas velas, alterando-as assim em relação a corretoras que não o fazem, e assim até os próprios valores de Máximo e Mínimo de velas de certas corretoras poderão ser alterados.

Desta forma, em Forex, as corretoras não terão os históricos de cotações 100% iguais, tendo assim discrepâncias, o que pode fazer com que o mesmo sistema de trading mecânico dê mais lucro num histórico de uma corretora do que noutro de outra, e poderá também fazer com que um utilizador de uma corretora esteja a ver um padrão de Morning Star enquanto que outro esteja a ver um padrão de Morning

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NOTA:Outro factor a ter sempre em conta no Forex e que nos obriga a dar alguma tolerância de erro na detecção de padrões ou mesmo estudos de linhas e outros indicadores, é o de que as corretoras, ao criarem as velas com os seus sistemas, podem ter valores que diferem entre si, mesmo em velas tão pequenas quanto velas de um minuto, e ainda mais nas superiores. Assim, é normal termos uma cotação de 1.2000 numa vela de um minuto numa corretora, e 1.1998 noutra, e por exemplo 1.2002 noutra. Por vezes bastam atrasos de centésimos de segundo nos sistemas dessas corretoras para permitirem essas discrepâncias de preços, ou devido a problemas de comunicação, entre outros. Como se não bastasse, há também corretoras que incorporam os valores dos seus spreads nas próprias cotações, alterando assim ainda mais os valores das mesmas. Assim, é normal existirem diferenças de cotação até em velas de um minuto, pelo que devemos ser tolerantes em relação a padrões e estudos, e assim devemos pensar que não serão dois ou três pips a mais ou a menos que nos estragarão um padrão ou estudo de linhas.

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Doji Star, ou ainda com diferenças maiores, como padrões distintos, ou um ver um padrão e outro não.

Estas pequenas diferenças de pips entre corretoras podem também fazer com que um veja um gap e outro não, entre mil e uma outras possíveis discrepâncias.

É por isso que foi referido ao longo desta obra que é importante que os leitores percebam que não é necessário haver exactidão milimétrica na forma como são identificados padrões, mas sim dando atenção ao padrão assim, e foi por isso dito em exemplos acima como em Morning Stars, em como uma vela poderia ser chamada de Morning Star ou mesmo interpretada também de Morning Doji Star apesar de o corpo da vela ter uns dois ou três pips de diferença entre os seus valores de Abertura e de Fecho, porque numa corretora pode estar de uma forma, noutra de outra, por isso não deverá ser interpretado o padrão de forma milimétrica, e assim se a vela tem sombras grandes e apenas dois ou três pips de diferença entre o valor de Abertura e o de Fecho, poderemos tomar a liberdade de a considerar como uma possível Doji em vez de Spinning Top, mostrando assim alguma tolerância.

Mesmo em acções, com cotações aceites e sincronizadas por igual em todo o mundo, à excepção de eventuais erros claro está, mesmo em acções e outros activos, em que sabemos estarem certas as cotações, mesmo aí deveremos evitar identificar padrões ao milímetro.

Desta forma, não podemos dizer "se estivesse apenas um pip mais abaixo era um gap, mas como está a tocar por um pip na vela anterior não é um gap e o padrão não é válido", quando tudo bate certo menos esse pip de diferença que o destino quis que falhasse.

Assim, se um padrão não tiver tudo a bater certo de forma a ser um padrão que reconheçamos por algum nome, mas que bata quase tudo certo ou que pareça

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esse padrão e não o seja tecnicamente, mesmo assim podemos e devemos dar atenção ao mesmo, como se o padrão fosse realmente válido, pois se o padrão é parecido, os princípios em que nos baseamos para classificar o padrão como bullish ou bearish com base no comportamento dos traders identificado pela actividade das velas, serão os mesmos, apesar de terem aspectos gráficos diferentes, e as teorias aplicam-se assim da mesma forma.

Podemos ir até mais longe e dizer que se alguém vir uma vela que individualmente é nitidamente uma Estrela Cadente, mas que não está em gap por alguma razão por estar dois ou três pips dentro do range de preços da vela anterior, mas que de resto tem todas as condições, poderemos tratá-la como se fosse uma Estrela Cadente, apesar do padrão não ser perfeito, e aí não ser tão potencialmente poderoso como desejaríamos, mas ser o suficiente para o respeitarmos como se de um padrão perfeito de Estrela Cadente fosse.

Concluí-se assim com estes últimos alertas, que não devemos levar 100% à letra as regras que nos levam a identificar padrões, e devemos ter alguma tolerância a pequenos defeitos dos mesmos, pois se levarmos tudo 100% à letra de acordo com as regras, poderemos perder várias oportunidades de lucro, porque nos mercados os padrões não são todos perfeitos, há que saber reconhecer padrões onde eles existem, e onde eles quase que existem.

E assim acaba a nossa incursão pelo mundo das Velas Japonesas.

Poderá o leitor sempre aumentar o seu conhecimento neste tema através da leitura de alguns livros específicos, dedicados inteira e exclusivamente a esta matéria posteriormente.

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NOTA:Concluímos assim, que não só nas Velas Japonesas como também noutros métodos de representação gráfica, ou indicadores, ou mesmo linhas de tendência ou suporte ou resistência, entre outros, não devemos levar tudo 100% à risca, pois não será um mísero pip a mais ou a menos que alterará o sentido de um padrão que vemos num gráfico, ou que fará com que uma resistência deixe de ser válida ou não. Algum grau de tolerância é obrigatório.

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E assim chega ao fim este pequeno livro introdutório à Análise Técnica, que se espera seja útil ao leitor.

Trata-se apenas do princípio de um grande caminho que terá de ser percorrido por quem queira dominar a Análise Técnica, ferramenta tão importante para a tomada de decisões certas no momento de investir.

Quanto a futuros volumes deste livro, pode-se dizer que inicialmente estavam previstos cerca de duzentos tópicos e menos de um décimo foram abrangidos por este volume, sendo por isso possível a surgida de novos volumes no futuro, dependendo também da receptividade dos leitores a esta obra.

Quando às formas de dar feedback ou entrar em contacto com o autor, poderão encontrá-las no sítio web do livro:

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«Stop going for the easy buck and start producing somethingwith your life. Create, instead of living off the

buying and selling of others.»Carl Fox, Wall Street

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