livro contabilidade basica[1]

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Contabilidade básica Edição Uniube Uberaba 2010 Adalberto dos Santos Juliane Miziara Machado Borges Carlos Roberto Souza Carmo Laércio Alaim Borges Marco Antonio de Oliveira Caetano UNIVERSIDADE DE UBERABA

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Page 1: Livro contabilidade basica[1]

Contabilidade básica

Edição UniubeUberaba

2010

Adalberto dos Santos

Juliane Miziara Machado Borges

Carlos Roberto Souza Carmo

Laércio Alaim Borges

Marco Antonio de Oliveira Caetano

UNIVERSIDADE DE UBERABA

Page 2: Livro contabilidade basica[1]

© 2010 by Universidade de Uberaba

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio,

eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização,

por escrito, da Universidade de Uberaba.

Universidade de Uberaba

Reitor: Marcelo Palmério

Pró-Reitora de Ensino Superior:Inara Barbosa Pena Elias

Pró-Reitor de Educação a Distância:Fernando César Marra e Silva

Assessoria Técnica:Ymiracy N. Sousa Polak

Produção de Material Didático:• Comissão Central de Produção

• Subcomissão de Produção

Editoração:Supervisão de Editoração

Equipe de Diagramação e Arte

Edição:Universidade de Uberaba

Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Santos, Adalberto do

S59c Contabilidade básica / Adalberto dos Santos ... [et al.] ; ilustração [de] Rodrigo de Melo Rodovalho. – Uberaba : Universidade de Uberaba, 2010.

123 p. : il.

ISBN 978857777364

1. Contabilidade. 2. Balanço (Contabilidade). 3. Análise de balanço. I. Borges, Juliane Miziara Machado. II. Carmo, Carlos Roberto Souza. III. Borges, Laércio Alaim. IV. Caetano, Marco Antonio de Oliveira. II. Título.

CDD: 657

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Sobre os autores

Adalberto dos Santos

Especialista em Auditoria, Controladoria e Perícia pela Universidade de Franca (SP). Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro (MG). Professor titular da disciplina de Perícia Contábil da FCETM – Uberaba (MG). Orientador Web das disciplinas Contabilidade Básica e Comercial na Universidade de Uberaba. Atualmente é perito e calculista em Perícias Contábeis.

Carlos Roberto Souza Carmo

Mestre em Ciências Contábeis, pela PUC-SP. MBA em Controladoria e Finanças, pela FUNDACE-USP, Ribeirão Preto-SP. Bacharel em Ciências Contábeis, pela Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro. Professor do curso presencial de Ciências Contábeis, da Universidade da Uberaba – UNIUBE. Roteirista e parecerista do curso de Ciências Contábeis, a distância, da Universidade da Uberaba – UNIUBE. Consultor de empresas na cidade de Uberaba-MG e região.

Juliane Miziara Machado Borges

Especialista em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (RJ). Bacharel em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (SP). Professora da Universidade de Uberaba. Professora, parecerista e roteirista de componentes curriculares para EAD da Universidade de Uberaba - UNIUBE.Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Ciências Contábeis,atuando principalmente nos componentes de Matemática e Administração Financeira.

Laércio Alaim Borges

Especialista em Marketing com ênfase em Logística Empresarial pela Universidade Cândido Mendes(RJ). Licenciado em Matemática pelo Centro Universitário de Brasília e bacharel em Ciências Contábeis pela União Educacional de Brasília. Professor titular - Secretaria de Estado de Educação do DF e professor da Universidade de Uberaba. Professor, parecerista, e roteirista de componentes curriculares para EAD da Universidade de Uberaba.Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Ciências Contábeis, atuando principalmente nos seguintes temas: contabilidade, análise contábil, gestão de materiais, logística empresarial, gestão organizacional, impostos, liderança e consultoria empresarial.

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Marco Antonio de Oliveira Caetano

Especialista em Contabilidade e Controladoria pela Universidade Federal de Uberlândia. Especialista em Relações Interpessoais pela Dale Carnegie. Bacharel em Ciências Contábeis pela FCETM. Professor titular da Universidade de Uberaba. Professor, parecerista e roteirista de componentes curriculares para EAD da Universidade de Uberaba. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Ciências Contábeis, atuando principalmente nos seguintes temas: contabilidade, análise contábil, gestão organizacional, impostos, liderança e consultoria empresarial.

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ApresentaçãoCaro(a) aluno(a)

A Contabilidade é a ciência que estuda e registra os fenômenos que alteram o Patrimônio das entidades, com o objetivo de prestar informações de natureza econômica e financeira aos vários usuários da informação contábil.

Sua origem remonta à época do império fenício, que desenvolveu os primeiros sistemas de controle das operações comerciais. O seu desenvolvimento, enquanto ciência do Patrimônio foi precedido de várias teorias e estudos, denominados de Escolas de Contabilidade. Sendo as mais conhecidas as Escolas Europeia e Americana. Na Escola Europeia, cujo berço foi a Itália, surgiu e progrediu o Método das Partidas Dobradas, sendo este método utilizado até hoje nos registros contábeis. A Escola Americana tem suas teorias e práticas voltadas para a gestão de atividades das grandes organizações e suas relações com o mercado e governo.

No Brasil, a Contabilidade teve início na época colonial com as primeiras alfândegas em 1530. Sendo que, atualmente, a Contabilidade brasileira passa por um processo de convergência em relação às normas internacionais de Contabilidade. Esse processo de convergência teve seu marco inicial na promulgação da Lei 11.638/2007.

No primeiro capítulo desta obra – Conhecendo a Contabilidade – você terá contato com o que chamamos de estrutura conceitual da contabilidade (princípios, postulados e convenções) e, ainda, com o objeto principal da Contabilidade, ou seja, o Patrimônio das entidades.

No capítulo dois – Descobrindo o Patrimônio – você aprofundará seus estudos acerca dos componentes Patrimoniais de uma entidade (bens, direito e obrigações), bem como a sua forma básica de apresentação, isto é, o Balanço Patrimonial.

O capítulo três – Métodos e Mudanças Patrimoniais – aborda o método de registro dos eventos que alteram os componentes patrimoniais. Para tanto, você conhecerá o que denominamos tecnicamente de método das partidas dobradas, ou seja, o débito e crédito propriamente dito.

No capítulo quatro – Apuração de resultado e escrituração – você complementará o seu estudo sobre o processo de registro dos fatos contábeis e, ainda, aprenderá a realizar procedimentos básicos de encerramento e apuração de resultados de exercício. É nessa etapa que você compreenderá como surge o lucro ou o prejuízo das organizações.

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No último capítulo – Demonstrando o mundo contábil – você aprofundará os seus estudos sobre o processo de demonstração do estado patrimonial, mediante a elaboração detalhada de um Balanço Patrimonial. Além disso, você aprenderá como é demonstrado o resultado (lucro o prejuízo) apurado pelas entidades contábeis. Aliado a isso, você terá um primeiro contato com outras peças contábeis (demonstrativos) tão importantes quanto o Balanço Patrimonial - BP e a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE. Por exemplo, a Demonstração do Valor Adicionado – DVA, a Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC, e outros.

De uma forma geral, durante seus estudos nesse componente curricular, você perceberá que a Contabilidade está mais presente no seu dia a dia do que você imagina. Além de realizar todas as atividades de aprendizado indicadas ao longo desse material, sugerimos complementar seu aprendizado por meio também de outros materiais que abordem o assunto em questão.

Bons estudos!

Page 7: Livro contabilidade basica[1]

SumárioCapítulo 1 Conhecendo a Contabilidade .............................................................................1

1.1 Contabilidade: breve visão histórica .......................................................................................2

1.2 Postulados, princípios e convenções fundamentais da Contabilidade ................................4

1.2.1 Postulados que sustentam toda a teoria contábil ....................................................... 5

1.2.2 Princípios que norteiam a prática contábil .............................................................. 6

1.2.3 Convenções ............................................................................................................ 6

1.3 Noções gerais de Contabilidade...................................................................................... 8

1.3.1 Definição de Contabilidade .................................................................................... 8

1.3.2 Usuários da Contabilidade ..................................................................................... 8

1.3.3 Objeto da Contabilidade ......................................................................................... 9

1.3.4 Mercado de trabalho para o profissional da Contabilidade .................................. 10

Capítulo 2 Descobrindo o Patrimônio .............................................................................. 15

2.1 Definindo Patrimônio ...................................................................................................... 17

2.1.1 Aspectos do Patrimônio .......................................................................................... 17

2.1.2 Componentes do Patrimônio .................................................................................. 18

2.1.3 Patrimônio Líquido ................................................................................................. 20

2.1.4 Equações fundamentais do Patrimônio ................................................................. 21

2.1.5 Constituição do Patrimônio .................................................................................... 23

2.1.6 Contas Patrimoniais e de Resultado ...................................................................... 25

2.1.7 Despesas ............................................................................................................... 26

2.1.8 Receitas ................................................................................................................. 26

Page 8: Livro contabilidade basica[1]

Capítulo 3 Métodos e Mudanças Patrimoniais ...........................................................31

3.1 A importância do método das partidas dobradas ...........................................................32

3.1.1 Débito e Crédito .......................................................................................................34

3.1.2 Lançamentos a débito e a crédito das contas .......................................................36

3.2 De onde vêm e como são aplicados os recursos ..........................................................40

3.2.1 Origem dos recursos – Passivo ..............................................................................40

3.2.2 Aplicação dos recursos – Ativo ...............................................................................41

3.3 Variações Patrimoniais .....................................................................................................43

3.3.1 Atos administrativos ................................................................................................43

3.3.2 Fatos administrativos ...............................................................................................44

3.4 Operações com mercadorias ...........................................................................................52

3.4.1 Critérios mais comuns que determinada empresa pode utilizar .........................52

3.4.2 Fatos que alteram as aquisições ............................................................................52

3.4.3 Fatos que alteram os valores de vendas ...............................................................53

3.4.4 Resultado da Conta Mercadorias - RCM ...............................................................53

3.5 Estoque de mercadorias ..................................................................................................60

3.5.1 Preço Específico - PE ..............................................................................................60

3.5.2 Primeiro que Entra, Primeiro que Sai - PEPS........................................................60

3.5.3 Último que Entra, Primeiro que Sai - UEPS ...........................................................62

3.5.4 Custo médio ponderado móvel ...............................................................................63

3.5.5 Custo médio ponderado fixo ...................................................................................64

Page 9: Livro contabilidade basica[1]

Capítulo 4 Apuração de Resultado e Escrituração ........................................................69

4.1 Contas de Resultado ............................................................................................................71

4.1.1 As receitas ...................................................................................................................71

4.1.2 As despesas ................................................................................................................71

4.2 Depreciação, Amortização e Exaustão ..............................................................................72

4.2.1 Depreciação ................................................................................................................72

4.2.2 Amortização .................................................................................................................74

4.2.3 Exaustão ......................................................................................................................75

4.3 Mecanismos de Débito e Crédito nas Contas de Resultado .............................................76

4.4 Apuração Contábil do Resultado .........................................................................................77

4.4.1 Encerramento das Contas de Resultado ..................................................................78

4.4.2 Lançamento de encerramento ...................................................................................78

4.4.3 Apuração do Resultado ..............................................................................................79

4.5 Escrituração ..........................................................................................................................80

4.5.1 Métodos de escrituração ............................................................................................80

4.5.2 Lançamento .................................................................................................................81

4.6 Livros utilizados na escrituração .........................................................................................84

4.6.1 Livro Diário ..................................................................................................................84

4.6.2 Livro Razão .................................................................................................................86

4.6.3 Livro Conta Correntes .................................................................................................88

4.6.4 Livro Caixa ...................................................................................................................88

4.6.5 Operações diversas ....................................................................................................88

Page 10: Livro contabilidade basica[1]

Capítulo 5 Demonstrando o Mundo Contábil ..................................................................95

5.1 Características gerais dos relatórios contábeis..................................................................97

5.2 Balanço Patrimonial - BP .....................................................................................................99

5.3 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE ............................................................106

5.4 Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL e Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA ............................................................................................ 110

5.5 Demonstração de Fluxo de Caixa - DFC .......................................................................... 112

5.6 Demonstração do Valor Adicionado - DVA ....................................................................... 115

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CONHECENDO A CONTABILIDADE

Seja bem-vindo ao estudo da Contabilidade básica.

Convido você a iniciar seus estudos a partir da origem da Contabilidade e acompanhar a sua evolução. Em seguida, conhecer os princípios fundamentais contábeis, ou seja, os pilares de sustentação de toda contabilidade.

Encerrando, este capítulo, você compreenderá alguns conceitos básicos de contabilidade, que são: o Patrimônio e suas variações patrimoniais.

Você perceberá, durante este estudo, que a Contabilidade está mais presente no seu dia a dia do que você imagina.

Bons estudos!

1Adalberto dos Santos

Juliane Miziara Machado Borges

Após os estudos realizados a partir deste capítulo, esperamos que você esteja apto a:

• identifi car e defi nir os componentes do Patrimônio;• identifi car e defi nir os princípios fundamentais da contabilidade, bem

como suas aplicações;• determinar qual o mercado de trabalho disponível para o profi ssional

contábil;• avaliar a importância da Contabilidade no desenvolvimento da

humanidade.

Objetivos

Introdução

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� UNIUBE

A origem da Contabilidade remonta a época do Império fenício, que desenvolveu os primeiros sistemas de controle das operações comerciais.

Na medida em que o comércio e o acúmulo de riquezas foram se intensificando, surgiu a necessidade de aprimorar as técnicas de registro e controle das operações. Logo, a Contabilidade veio para suprir essa necessidade.

O desenvolvimento da Contabilidade foi precedido de teorias e estudos, denominados de Escolas de Contabilidade. As mais conhecidas são as Escolas Europeia e Americana.

1.1 Contabilidade: breve visão histórica

Os temas abordados neste capítulo estão apresentados a seguir:

Esquema

Império fenícioSociedade extremamente comercial. Localizada na região do atual Líbano, que teve seu auge no período aproximado entre os séculos X e V a.C.

Contabilidade“É a ciência que estuda os fenômenos Patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidências e comportamentos dos mesmos, em relação à eficácia das células sociais” (SÁ, 1998).

Origem

Mercado Patrimônio

Conceito

Convenções

Postulados

Princípios

Contabilidade

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� UNIUBENa Escola Europeia, especificamente na Itália, surgiu e progrediu o Método das Partidas dobradas, sendo este método utilizado até hoje nos registros contábeis.

Já a Escola Americana, tem suas teorias e práticas voltadas para a gestão de atividades das grandes organizações e suas relações com o mercado e governo. As teorias e práticas propostas pela Escola Americana, especificamente em território brasileiro, podem ser percebidas na redação da Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976 conhecida como Lei das Empresas de Sociedades Anônimas, recentemente revisada por intermédio da Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007.

No Brasil, a Contabilidade teve início na época colonial com as primeiras alfândegas em 1530.

Foi a chegada da família real no Brasil, em 1808, que promoveu o efetivo desenvolvimento da contabilidade, com a abertura dos portos e criação do Banco do Brasil entre outras instituições ligadas à prática contábil.

O desenvolvimento social e comercial, promovidos pela vinda da família real ao Brasil, exigiu a criação do Erário Régio, cuja finalidade era controlar as contas públicas, para isso foi implantado o sistema de Partidas Dobradas, já utilizado em Portugal.

Outro marco importante no desenvolvimento da Contabilidade no Brasil foi a criação do Código Comercial Brasileiro por D. Pedro II em 1850.

Com o advento da Proclamação da República e a intensificação das atividades realizadas pelos agentes públicos contábeis denominados na época de “guarda-livros”, foram implantadas instituições destinadas à formação de desses profissionais. Entre os órgãos criados temos: as escolas técnicas, os institutos de Contabilidade, o Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais de Contabilidade.

Até 1950, a Escola Europeia, principalmente a Italiana, exerceu grande influência nas práticas contábeis nacionais. A partir da década de 50, com a chegada das multinacionais ao Brasil, a Escola Americana passou a influenciar os processos contábeis.

Partidas dobradasMetodologia da qual não pode haver um registro contábil sem sua contrapartida, ou seja, não pode haver uma saída sem uma entrada ou vice-versa.

AlfândegaLocal onde é feito o controle das mercadorias que entram no país.

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4 UNIUBE

Para aprofundar os conhecimentos sobre a história da contabilidade, acesse os links a seguir:

a) <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm>, relata a evolução da Contabilidade como ciência.

b) <http://www.revistas.unifacs.br/index.php/sepa/article/viewFile/299/247>, descreve como se desenvolveu a Contabilidade no Brasil.

c) <http://www.guba.com/watch/3000127476/>, vídeo com duração aproximada de 10 minutos que mostra o caminho percorrido pela Contabilidade no Brasil e no mundo.

Saiba mais

Agora que você já conheceu mais detalhadamente a história contábil, troque ideias com seus colegas, relacionando o desenvolvimento comercial e econômico com a evolução do pensamento contábil.

1.2 Postulados, princípios e convenções fundamentais da Contabilidade

Como toda profi ssão, a prática contábil exige que seus procedimentos sejam orientados com base em conceitos e teorias fundamentadas na lógica e na ética; assim, surgiram os postulados, princípios e convenções que regem o trabalho contábil.

Neste capítulo, você deve prestar muita atenção para que possa compreender as principais características dos postulados, princípios e convenções contábeis.

A fi gura 1, a seguir, mostra como está construída a estrutura da Contabilidade: os postulados são a base para os princípios, sendo que estes determinam as convenções.

Figura 1: Estrutura da Contabilidade.Fonte: Acervo do autor.

Convenções: conceitos para servirem como um guia para o profi ssional da área contábil, normatizando padrões de conduta na hora de escriturar os fatos contábeis.

Princípios: é a padronização das técnicas contábeis adotadas pela maioria dos profi ssionais, com o intuito de normalizar os lançamentos e relatórios, para um melhor controle do Patrimônio da entidade.

Postulados: são comumente chamados de “Pilares da Contabilidade”, por serem a base de toda a teoria contábil.

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5 UNIUBE

Importante!

Exemplifi cando

1.2.1 Postulados que sustentam toda a teoria contábil

Postulado da Entidade:

Este postulado faz referência ao Patrimônio que será administrado, estudado ou avaliado. Lembre-se que Patrimônio são os pertences materiais e imateriais de uma pessoa ou empresa. Constitui-se em elemento independente em relação aos detentores do capital. Pode-se afi rmar, então, que o Patrimônio dos sócios não se confunde com o da empresa. Separa a pessoa física da pessoa jurídica e, no caso de grupos econômicos, os dados de cada empresa devem ser tratados separadamente.

• um sócio de uma empresa não pode pagar sua viagem de férias com um cheque da pessoa jurídica;

• a empresa 1 e a empresa 2 fazem parte do mesmo grupo, mas a empresa 1 não pode adquirir e pagar por uma máquina utilizando o caixa da empresa 2.

Postulado da Continuidade

Os procedimentos contábeis devem considerar a continuidade dos negócios da entidade, uma vez que esses negócios se renovam por meio de seu ciclo de operações e investimentos.

A organização é considerada um ser autônomo, ou seja, sua existência e continuidade são independentes. Este postulado fi ca mais evidenciado quando pensamos nas Sociedades Anônimas - S.A, que apresentam capital amplamente pulverizado e continuam operando de maneira independente.

Vários autores tratam os dois postulados acima como princípios. O importante é que você compreenda o objetivo dos mesmos e que não deixe de aplicá-los.

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� UNIUBE

1.2.2 Princípios que norteiam a prática contábil

Princípio da realização

Este princípio trata os registros contábeis no momento da realização financeira. Isto é, no instante dos recebimentos e ou pagamentos. Também é chamado de regime de caixa, os fatos contábeis são registrados na efetiva saída ou entrada de recursos financeiros na empresa. Este princípio é utilizado no controle interno do caixa da empresa (fluxo de caixa).

Princípio do custo como Base de Valor

Neste princípio, os elementos do ativo são registrados pelo preço pago para adquiri-los ou fabricá-los. Seu valor não é alterado, a não ser para os elementos do ativo sujeitos à amortização, depreciação ou exaustão, ressalvando-se ainda a regra do “custo ou mercado, o mais baixo”.

Princípio da confrontação das Despesas com as Receitas (Competência)

Este princípio é também chamado de regime de competência. Entende-se que as receitas e as despesas devem ser consideradas para fins de apuração do resultado, do período de sua ocorrência, não importando o momento que a receita foi recebida ou que a despesa foi paga.

É utilizado na elaboração dos demonstrativos contábeis (balanço, demonstração de resultados, entre outros) e no cálculo de impostos.

Princípio do denominador comum monetário

Este princípio determina que todas as operações financeiras realizadas em âmbito nacional devem ser registradas na moeda oficial do Brasil. Todas as transações realizadas em outras moedas são convertidas para moeda em vigor no País. Os princípios e postulados anteriormente mencionados são regulamentados pelas convenções a seguir:

1.2.3 Convenções

Convenção da consistência (Uniformidade)

Os relatórios contábeis devem ser elaborados utilizando critérios que não necessitem alterações regulares, com o objetivo de facilitar sua interpretação, comparação entre os relatórios e a análise pelos diversos usuários dos dados contábeis.

Convenção do conservadorismo (Prudência)

Estabelece que o profissional da contabilidade deve manter uma conduta

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7 UNIUBE

Saiba mais

Importante!

Vale ressaltar, que alguns autores também tratam as convenções como princípios. Novamente, voltamos a enfatizar que o importante é que você compreenda e aplique os postulados, princípios e convenções no exercício de sua atividade, independente da nomenclatura utilizada. O não cumprimento dos princípios contábeis pode resultar em penalidades como a desclassifi cação dos registros contábeis, entre outras, além de responsabilidade civil e penal.

Aproveite esse momento para aprofundar sobre o assunto; para isso, acesse o site do Conselho Federal de Contabilidade (www.cfc.org.br) na seção legislação, e procure sobre a Resolução 750 de 1993 que tratada dos princípios fundamentais de Contabilidade. Para acessar diretamente essa resolução digite:<http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1993/000750>e faça download do arquivo que está em Word. Faça a leitura completa desta resolução, pois ela regulamenta o exercício da sua futura profi ssão.

conservadora em relação aos resultados apresentados. Assim sendo, se houver duas opções igualmente válidas deve-se optar sempre por aquela que acusa um menor valor para os ativos e para as receitas e o maior valor para os passivos e para as despesas.

Convenção da materialidade (Relevância)

A informação contábil deve ser relevante, justa e adequada e o profi ssional deve considerar a relação custo x benefício da informação que será gerada, evitando perda de recursos e de tempo da entidade.

Convenção da objetividade

O profi ssional deve exercer a Contabilidade de forma objetiva, não se deixando levar por sentimentos ou expectativas de pessoas que venham a infl uenciar no seu trabalho e os registros devem estar baseados, em documentos que comprovem os fatos.

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8 UNIUBE

1.3 Noções gerais da ContabilidadeNeste momento, você irá conhecer o objetivo e fi nalidade da contabilidade, assim terá a oportunidade de se familiarizar com os componentes que formam o Patrimônio, além de uma visão do mercado de trabalho e os horizontes da contabilidade atual.

1.3.1 Defi nição de Contabilidade

A Contabilidade é defi nida de forma simples como a arte de registrar todas as transações e as variações do Patrimônio. Veja, agora, algumas defi nições de importantes autores da área:

“A Contabilidade é um instrumento que fornece o máximo de informações úteis para tomada de decisões dentro e fora da empresa”. (MARION, 2009).

“A Contabilidade é uma ciência social que tem por objeto o Patrimônio das entidades econômico-administrativa”. (RIBEIRO, 2008).

“A Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no Patrimônio das entidades, mediante o registro, a classifi cação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fi m de oferecer informações e orientação – necessárias à tomada de decisões – sobre a composição do Patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial”. (FRANCO, 1997).

“A Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos Patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidências e comportamentos dos mesmos, em relação à efi cácia das células sociais”. (SÁ, 1998).

O objetivo principal da Contabilidade é permitir o estudo, o controle e a apuração de resultados diante dos fatos decorrentes da gestão do Patrimônio.

1.3.2 Usuários da Contabilidade

Os usuários da contabilidade são pessoas físicas ou jurídicas que têm interesse nas informações da organização:

• sócios, acionistas;• administradores, diretores;• governo;• bancos, capitalistas;• sindicatos;• fornecedores;• etc.

PatrimônioConjunto de bens, direitos e obrigações.

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9 UNIUBEComo você já deve ter imaginado, cada um dos interessados pelos dados gerados pela Contabilidade, utilizam-nos de acordo com seus interesses particulares.

Sócios, investidores e acionistas buscam saber sobre confi abilidade e retorno que o investimento naquela empresa pode proporcionar. Querem informações, por exemplo, sobre taxa de lucratividade.

Já o mercado de crédito, principalmente os bancos, também se interessa pelo retorno e solidez do negócio, mas também querem informações sobre giro de estoque, prazo médio de pagamento, prazo médio de recebimento e outros.

Os executivos, diretores e administradores, têm grande interesse na contabilidade gerencial e na contabilidade de custos que serão utilizadas nas tomadas de decisão.

O governo utiliza as informações contábeis na elaboração da política tributária e somado a dados estatísticos conseguem ver o desenvolvimento econômico de uma região.

E você como pessoa física? Qual o seu maior interesse na contabilidade? Com certeza, todos se lembram da fi gura do contabilista e recorrem à sua ajuda para a elaboração do Imposto de Renda.

1.3.3 Objeto da Contabilidade

O objeto de atuação da Contabilidade é o Patrimônio, que é o conjunto de bens pertencentes a uma pessoa ou a uma empresa, valores a receber, chamados de “Direitos a Receber” ou simplesmente Direitos e Obrigações.

Patrimônio: Bens + Direitos e Obrigações

Entende-se por Bens as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e das empresas e mensuráveis monetariamente.

Os Bens podem ser classifi cados, quanto à natureza, em:

− Bens Tangíves: se os bens têm forma física, são palpáveis, denominam-se bens tangíveis.Ex: veículos, estoques e dinheiro etc.

− Bens Intangíveis: se os bens são incorpóreos, isto é, não palpáveis, não constituídos de matérias. Ex: Marcas, Patentes, Capital Intelectual.

Capital IntelectualÉ o nome dado a toda a informação, transformada em conhecimento que se agrega àqueles que você já possui.

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10 UNIUBE

Direito é entendido como o poder de exigir alguma coisa de alguém. São todos os valores a receber. Ex: duplicatas a receber, títulos, depósitos bancários.

As Obrigações são compreendidas como todos os compromissos ou dívidas assumidos por uma pessoa ou empresa, com datas de vencimentos e que serão exigidos.Ex: fornecedores, contas a pagar, recolhimentos de impostos etc.

Com base nos conhecimentos adquiridos até este ponto, refl ita sobre o conceito de Patrimônio. Como é formado o Patrimônio de sua família, os bens, os direitos e as obrigações? Como deve ser formado o Patrimônio de uma pequena empresa? Para ajudar nessa tarefa, refl ita e liste em uma folha de papel quais seriam os elementos que compõem esses Patrimônios. Compartilhe suas ideias com seus colegas e com o preceptor nos encontros presenciais.

Parada obrigatória

1.3.4 Mercado de trabalho para o profi ssional da Contabilidade

A Contabilidade é uma ciência em franco desenvolvimento, proporcionando às empresas e indivíduos sempre novas ferramentas de trabalho. A função básica do contador é, de acordo com Marion (2004), produzir informações úteis aos usuários da Contabilidade para a tomada de decisões.

Contador é o profi ssional que exerce funções contábeis. As funções contábeis são voltadas para a empresa e para o dono da empresa. O contador deve escolher o segmento que mais o atrai e se especializar.

As principais especializações para atuar nas empresas são:

• Atuário: contador que se especializa em previdência privada, pública e seguros.

• Planejador tributário: orientador dos processos tributários.• Analista fi nanceiro: analista de crédito, desempenho, mercado de capitais,

dentre outros.• Contador geral: podendo se especializar em Contabilidade rural, hospitalar,

fi scal, hoteleira, industrial, comercial, turística, bancária e outros.• Contador de custo: responsável por todo custo da empresa.• Contador gerencial: atua na Controladoria, Contabilidade internacional,

Contabilidade ambiental.• Cargos administrativos: área de fi nanças, comércio exterior, logística.

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11 UNIUBEAs especializações do contador no ensino: professor, pesquisador, escritor, conferencista, parecerista. Em órgãos públicos, o contador atua como: contador público, agente fiscal de renda, tribunal de contas, oficialcontador, perito contábil.

Além de poder trabalhar como autônomo tendo o seu próprio escritório de práticas contábeis e prestar consultorias. Independente da área escolhida, o contador deve, também, primar pela ética e pela retidão moral.

Sempre que o profissional busca conhecer e aprimorar os requisitos necessários para exercer a sua profissão com zelo, honestidade, ética, está ampliando e assegurando os horizontes da Contabilidade, pois cada vez mais irá se fortalecer para garantir o sucesso de seus trabalhos entregues à sociedade.

Como você pode perceber o conhecimento tem que estar sempre sendo atualizado.

Neste capítulo introdutório, você pôde estudar sobre a evolução da contabilidade, suas bases filosóficas. Aprendeu qual o objeto de atuação da Contabilidade e seus componentes básicos e pôde, ainda, refletir sobre a profissão contábil. Com o conhecimento adquirido, você poderá seguir para as próximas etapas de estudo da Contabilidade básica.

Sugerimos a realização das atividades de fixação propostas.

Bons estudos!

Agora, vá ao livro customizado que você recebeu - IUDÍCIBUS, Sérgio de et. al. Contabilidade introdutória: equipe de professores FEA/USP. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2006. - e leia os capítulos:

capítulo 1 – Noções preliminares, páginas 7 a 21.

capítulo 10 – Princípios contábeis: Introdução, páginas 267 a 280.

Resumo

Leituras

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1� UNIUBE

Agora, você irá exercitar um pouco do que aprendemos. As atividades contidas neste capítulo irão contribuir para a fixação do conhecimento adquirido.

Descreva com suas palavras qual a importância das escolas europeia e norte- americana para a contabilidade, e quais foram as suas contribuições.

Atividade 1

Um empresário que tenha diversas empresas pode pagar despesas de uma empresa usando recursos de outra sob a argumentação que ambas pertencem à mesma pessoa? Justifique.

Sr. José dos Santos adquiriu um carro de passeio para sua esposa no valor de $ 35.000. O pagamento foi efetuado à vista com cheque de sua empresa. Questionado por seu contador, ele argumentou que a empresa é sua e, portanto, poderia perfeitamente pagar suas contas pessoais com o dinheiro da empresa. O princípio contábil ferido pelo Sr. José foi o da:

a) ( ) prudência;

b) ( ) continuidade;

c) ( ) competência;

d) ( ) oportunidade;

e) ( ) entidade.

Atividade 2

Atividade 3

Uma empresa adquiriu mercadorias a crédito em janeiro. Mesmo vencendo no mês seguinte, seu valor foi contabilizado no mês da ocorrência. Escreva qual princípio foi aplicado. Justifique.

Atividade 4

Atividades

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1� UNIUBE

5.1 Relacione a coluna da esquerda com a da direita:

a) Bens ( ) Dinheiro b) Direitos ( ) Contas a Pagarc) Obrigações ( ) Salários a Pagar ( ) Móveis ( ) Promissórias a Receber ( ) Contas a Receber

Atividade 5

5.2 Escolha a alternativa que contenha apenas obrigações:

a) ( ) Clientes, Capital e Contas a Pagar;b) ( ) Veículos, Móveis e Dinheiro;c) ( ) Fornecedores, Duplicatas a Pagar e Clientes;d) ( ) Fornecedores, Contas a Pagar e Empréstimos a Receber;e) ( ) Fornecedores, Contas a Pagar e Salários a Pagar.

GRECO, Alvísio; AREND, Lauro Roberto. GARTENR, Günther. Contabilidade – teoria e prática básica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade introdutória: equipe de professores FEA/USP. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SANTOS, José Luiz dos et al. Teoria da Contabilidade: Introdutória, Intermediária e Avançada. São Paulo: Atlas, 2007.

Referências

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DESCOBRINDO O PATRIMÔNIO

Parabéns aluno(a), você está no segundo capítulo da Contabilidade básica! A partir de agora, aprenderá muito sobre o Patrimônio das entidades.

No capítulo anterior, Conhecendo a Contabilidade, quando iniciou seus estudos sobre a origem e a evolução da contabilidade, passando por postulados, princípios fundamentais e convenções, e ainda, conceitos e fi nalidades do Patrimônio, você pôde perceber que a Contabilidade é uma ciência simples e pura, e que todos os negócios baseiam-se em suas normas e aplicações para registrarem e controlarem suas transações.

Vimos também que, no Patrimônio das pessoas jurídicas, ou mesmo físicas, não poderíamos deixar de incluir os bens, direitos e obrigações. Desta forma, pode-se afi rmar que os bens são tudo aquilo que a empresa ou a pessoa possui em seu poder, que os direitos são coisas ou títulos a receber, e as obrigações são contas a pagar. No caso dos bens e direitos, os mesmos são positivos para o Patrimônio, enquanto as obrigações são negativas.

Esses elementos (bens, direitos e obrigações), são demonstrados na contabilidade dentro do Balanço Patrimonial, nos grupos de contas chamados Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.

2Adalberto dos Santos

Juliane Miziara Machado Borges

Balanço PatrimonialRepresenta grafi camente o Patrimônio.

AtivoCompreende bens e direitos de uma entidade expressos em moeda.

PassivoCompreende basicamente as obrigações a pagar de uma empresa.

Patrimônio LíquidoDe maneira simplifi cada e numérica é a diferença entre Ativo e Passivo.

Nesse segundo capítulo, você estudará a estática do Patrimônio, assim como, abordará, basicamente, determinados grupos de contas em que são evidenciados o Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido e resultado.

Introdução

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1� UNIUBE

Convidamos você para continuar, com o mesmo afinco de sempre, o estudo da Contabilidade básica, aprendendo e aprofundando seus conhecimentos neste universo tão estimulante chamado Patrimônio. É, sobremaneira, fundamental e imprescindível sua dedicação para que consiga aprender e entender o que estamos desenvolvendo.

Bons estudos!

Após os estudos realizados a partir deste capítulo, você será capaz de:• definir Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido;• determinar as principais características do Ativo, Passivo e Patrimônio

Líquido;• identificar os principais aspectos relacionados à mensuração (medição,

avaliação) de Ativos e Passivos;• analisar as equações fundamentais do Patrimônio;• especificar os significados das contas patrimoniais utilizadas para registro

na contabilidade.

Definição Ativo

Passivo

Patrimônio Líquido

Contas de resultado

Despesa Receitas

Característica

Mensuração

Característica

Mensuração

Característica

Mensuração

Descobrindo o Patrimônio

Esquema

Objetivos

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17 UNIUBE2.1 Defi nindo PatrimônioRecorde que Patrimônio, no Capítulo 1 – “Conhecendo a Contabilidade” foi defi nido como o conjunto de bens, valores a receber e obrigações de uma empresa ou indivíduo.

Vamos iniciar nosso estudo sobre o Patrimônio, ressaltando quais aspectos do mesmo são relevantes para a Contabilidade. Também vamos aprofundar nosso conhecimento sobre os itens que compõem o Patrimônio e como o mesmo é representado grafi camente.

O Patrimônio é composto pelo Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, sendo o Balanço Patrimonial sua representação gráfi ca. O Patrimônio deve ser estudado sob os pontos de vista qualitativo e quantitativo.

A seguir, estudaremos: os aspectos e componentes do Patrimônio (Ativo e Passivo); Patrimônio Líquido e suas fontes; estados e situações líquidas Patrimoniais; constituição do Patrimônio; contas patrimoniais e de resultado, despesas, receitas.

2.1.1 Aspectos do Patrimônio

Analisamos o Patrimônio sob o enfoque qualitativo e quantitativo. O aspecto qualitativo refere-se a nomear os elementos que compõem os bens, os direitos e as obrigações.

Exemplifi cando!

Bens: Veículos.Direitos: Duplicatas a receber.

Para pesquisar

No capítulo anterior, “Conhecendo a Contabilidade”, você aprendeu os conceitos de bens, obrigações e direitos. Elabore uma relação de itens que representam cada um destes conceitos. Dessa forma, você estará analisando o Patrimônio sob o aspecto qualitativo.

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18 UNIUBE

b) Não Circulante: abrange as contas conversíveis em Caixa após um ano contado da data da elaboração do balanço.

• Realizável a Longo Prazo: direitos realizáveis após o término do próximo exercício social. Como por exemplo: direitos derivados de vendas realizadas em 60 meses.

• Investimentos: participações em outras empresas e direitos de qualquer natureza, que não têm como fi nalidade a manutenção

O aspecto quantitativo trata da mensuração monetária, ou seja, atribui valores aos itens determinados anteriormente.

2.1.2 Componentes do Patrimônio

O Patrimônio é composto por três grandes grupos, que são: o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido. Agora, vamos estudar cada um desses grupos separadamente, suas defi nições, as subdivisões e o lugar que cada um deles ocupa no Balanço Patrimonial.

Ativo

O Ativo representa os bens, os direitos e todas as outras aplicações de recursos controlados pela organização.

Parada para refl exão

Aproveitando que você acabou de conhecer o conceito de Ativo, faça um levantamento de seus ativos particulares.

Agora vamos analisar os subgrupos que compõem o Ativo. Essa divisão é realizada em ordem decrescente de liquidez, ou seja, do ativo mais líquido para o menos líquido.

As contas do Ativo devem ser dispostas em grupos classifi cados em ordem de liquidez, conforme relacionado a seguir: Contas

Nome dado ao instrumento utilizado para registrar e agrupar fatos contábeis comuns, ou seja, fatos que possuem a mesma natureza.

a) Circulante: engloba as contas que podem ser convertidas em dinheiro (caixa) até o término do exercício social seguinte.

Exercício SocialÉ o período de 12 meses, sendo que, ao seu término, as empresas apuram seus resultados. O exercício social não tem que obrigatoriamente coincidir com o ano-calendário. O início e o término do exercício social são estabelecidos pelo estatuto ou contrato social, sempre respeitando o intervalo de 12 meses.

LiquidezFacilidade com que determinado objeto pode ser convertido em dinheiro.

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19 UNIUBEda atividade da organização. O enfoque principal é que a empresa não use esses bens para realizar suas atividades rotineiras. Como por exemplo: ações, imóveis não utilizados etc.

• Imobilizado: bens que visam a manutenção das atividades da empresa. São exemplos de imobilizado: móveis e utensílios etc.

• Intangível: direitos que visam a manutenção das atividades da empresa. São exemplos de intangível: marcas e patentes.

O Ativo situa-se do lado esquerdo do Balanço Patrimonial e em ordem decrescente de liquidez conforme quadro 01, a seguir.

ATIVO PASSIVOCaixa 2.500 xxxxxxxBancos 12.620 xxxxxxxAplicações fi nanceiras 58.600 xxxxxxxDuplicatas a receber 20.000 Patrimônio LíquidoEstoques 36.000 xxxxxxx

xxxxxxxTotal 129.720 xxxxxxx

Quadro 1 - Balanço Patrimonial e em ordem decrescente de liquidez

Parada obrigatória!

As contas do Ativo são devedoras. De forma simplifi cada, são representadas pelos bens e direitos da entidade expressos em moedas. Agora que você conhece melhor o Ativo e já relacionou, anteriormente, os itens que compõem seu ativo particular; distribua-os nos subgrupos que compõem o Ativo.

Passivo

Conjunto de contas que representam as fontes de recursos que a empresa tem com terceiros ou obrigações. As contas do Passivo devem ser dispostas em grupos classifi cados em ordem de exigibilidade, ou de vencimento, conforme relacionado abaixo:

As contas do Passivo são classifi cáveis nos seguintes grupos:

a) Circulante: obrigações ou dívidas que apresentam vencimento durante o exercício seguinte, como por exemplo: duplicatas a pagar, contas a pagar, títulos a pagar, empréstimos bancários, imposto de renda a pagar, salários a pagar.

b) Não Circulante: obrigações da empresa que devem ser pagas após o exercício seguinte.

Fonte: Dados dos autores.

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�0 UNIUBE

c) Exigível a longo prazo: este termo era utilizado para identifi car o Passivo não Circulante.

Importante!

As contas do Passivo são credoras.

De forma simplifi cada, são representadas pelas obrigações (dívidas) da entidade.

O Passivo situa-se do lado direito do Balanço Patrimonial e em ordem decrescente de vencimento conforme quadro 02, a seguir:

Quadro 02 – Balanço Patrimonial em ordem decrescente de vencimentoATIVO PASSIVO

Xxxxxxx Fornecedores 14.620Xxxxxxx Impostos a pagar 16.000Xxxxxxx Empréstimos 31.000XxxxxxxXxxxxxx Patrimônio LíquidoXxxxxxx xxxxxxxXxxxxxx xxxxxxx

Parada para refl exão

Aproveitando que você acabou de conhecer o conceito de Passivo, faça um levantamento de seus passivos particulares e relacione-os em ordem de vencimento.

2.1.3 Patrimônio Líquido

Conjunto de contas que representam o valor que os sócios e/ou acionistas possuem aplicado na empresa. Matematicamente, o valor do Patrimônio Líquido é a diferença entre os valores do Ativo e Passivo de uma empresa, em dado período de tempo.

Sendo representado, principalmente, pelas contas abaixo:

• capital Social: montante que os sócios e/ou acionistas aplicaram na empresa;

• lucros acumulados: parte do lucro que foi reinvestida na empresa;

Page 31: Livro contabilidade basica[1]

�1 UNIUBE• reservas: parte dos lucros da empresa destinada para fi ns específi cos por

diversas razões (legal, estatutária etc.).

O Patrimônio Líquido fi ca situado no lado direito do Balanço Patrimonial e logo abaixo das contas do Passivo, como demonstrado a seguir, no quadro 3.

Quadro 03 – Patrimônio LíquidoATIVO PASSIVO

Caixa 2.500 Fornecedores 14.620Bancos 12.620 Impostos a pagar 16.000Aplicações fi nanceiras 58.600 Empréstimos 31.000Duplicatas a receber 20.000Estoques 36.000 Patrimônio Líquido

Capital 40.000Reservas de lucros 28.100

Total Ativo 129.720 Total Passivo 129.720

Parada para refl exão

Como você já sabe o valor de seus Ativos e Passivos, encontre matematicamente quanto vale seu Patrimônio Líquido.

Fontes do Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido de uma empresa tem sua origem nas seguintes fontes:

1. Investimentos: efetuados pelos sócios em troca de ações, ou quotas de participações.

2. Lucros: resultado das operações da empresa.

2.1.4 Equações Fundamentais do Patrimônio

A representação quantitativa do Patrimônio de uma organização é denominada Balanço Patrimonial. Você deve se lembrar da defi nição de Patrimônio Líquido já estudada – Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade.

Patrimônio LIQUIDO = ATIVO - PASSIVO

ATIVO = PASSIVO + Patrimônio Líquido

ATIVO + PASSIVO A DESCOBERTO = PASSIVO

Passivo a DescobertoQuando o Patrimônio Líquido for negativo, ele é denominado Passivo a Descoberto. Neste caso o Passivo supera o Ativo.

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�� UNIUBE

Estados e Situações Líquidas Patrimoniais

Como vimos anteriormente, o Patrimônio Líquido - PL é a diferença algébrica entre o Ativo - A e o Passivo - P. Tomando como base a equação fundamental do patromônio, PL = A – P, nos deparamos com algumas situações que estão descritas abaixo:

a) Quando o A > P , teremos PL > 0

A P

5020PL30

Nesta situação, o Patrimônio Líquido é positivo, também é conhecido como Patrimônio Líquido Ativo e indica a existência de riqueza própria. A soma dos bens e direitos é maior que as obrigações.

b) Quando o A >P e P = 0, teremos PL > 0

A P

500

PL50

Quando falamos que determinada empresa não possui Passivo, ou que o mesmo é nulo, queremos dizer que esta organização não utiliza fontes de terceiros para financiar suas atividades. Logo, todo o Ativo pertence aos sócios e não há exigências de terceiros sobre ele. Só existem Bens e Direitos, não existem obrigações.

c) Quando A = P, teremos PL = 0

A P

5050PL0

Neste caso o Patrimônio Líquido é nulo e demonstra a inexistência de riqueza própria, como, por exemplo, acontece com indivíduo que possui bens à sua disposição, mas tem dívida junto a terceiros de igual valor. A soma dos bens e direitos se iguala com a soma das obrigações.

d) Quando P > A, teremos PL < 0

A P

5060PL-10

Nesta situação, o Patrimônio Líquido é negativo, e também é conhecido como “Passivo a Descoberto” ou Patrimônio Líquido Passivo. A soma dos bens e direitos são inferiores às obrigações.

e) Quando P > A e A = 0, teremos PL < 0

A P

060PL

- 60

Nesta situação, o Ativo é nulo, logo não há bens e/ou direitos. Apenas dívidas (obrigações).

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Parada para refl exão

Você já calculou o valor de seu Patrimônio Líquido particular, agora identifi que em qual dos Estados Patrimoniais acima ele se encaixa.

2.1.5 Constituição do Patrimônio

Observe que, para constituir uma empresa, é necessário que se tenha, inicialmente, recursos monetários e/ou recursos materiais. Quando a empresa está sendo constituída, a palavra capital é usada para representar os recursos que o proprietário ou os sócios da empresa possuem para montar o seu negócio, e permitir a empresas iniciar as suas atividades.

CapitalÉ o conjunto de valores e bens necessários para a empresa realizar suas atividades.

Veja, agora, as operações mais comuns na formação inicial do Patrimônio:

Fato nº 1 – Capital Social

Duas pessoas resolvem abrir uma empresa com o Capital inicial de $ 10.000,00, cada um entrando com $ 5.000,00 (subscrição do capital) em dinheiro.

Os sócios, ao fundarem a empresa, assinam um contrato social, comprometendo-se a colocar o dinheiro à sua disposição (capital social inicial), o que passa a ser um direito para a entidade. Os direitos são inscritos no Ativo, logo, esse fato provoca um aumento do Ativo.

A empresa deverá registrar na sua contabilidade que os sócios aplicaram no negócio $ 5.000,00 cada, isto é, registrar o capital dos proprietários (Capital social inicial). Esse fato provoca um aumento do Patrimônio Líquido.

Ativo 10.000 Patrimônio Liquido 10.000

Fato nº 2 – Integralização do Capital

Os sócios, que devem à empresa, efetivamente colocam dinheiro nela, isso é, integralizam o capital social. O dinheiro é um componente patrimonial positivo que a entidade passa a ter, logo, o Ativo aumenta com o ingresso do dinheiro, ao mesmo tempo, diminui com a exclusão dos direitos, uma vez que os sócios pagaram suas dívidas.

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ATIVO PASSIVOCaixa 10.000 0

Patrimônio LíquidoCapital Social 10.000

Fato nº 3 – Compra de Veículo

A empresa compra veículos no valor de $1.500,00, para pagamento a prazo. Os veículos passaram a ser bens da empresa, o que configura um aumento do Ativo.

Quando da compra a prazo, isto é, ao adquirir os veículos, a empresa contraiu uma dívida, fazendo com que o Passivo aumente, passando de zero para $ 1.500,00.

ATIVO PASSIVOCaixa 10.000

Duplicatas a Pagar 1.500Veículos 1.500

Patrimônio LíquidoCapital Social 10.000

Total 11.500 Total 11.500

Fato nº 4 – Compra de Mercadorias

A empresa adquiriu, à vista, mercadorias no valor de $ 2.000,00.

No Ativo: mercadorias são bens para a empresa, logo, sua integração no estoque representa aumento no Ativo, mas como a compra foi paga em dinheiro, que é um ativo, a mesma transação provocou também diminuição no Ativo.

ATIVO PASSIVOCaixa 8.000

Duplicatas a Pagar 1.500Veículos 1.500Mercadorias 2.000 Patrimônio Líquido

Capital Social 10.000Total 11.500 Total 11.500

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�5 UNIUBE

Fato nº 5 – Pagamento de dívida

A empresa efetua o pagamento da dívida assumida (refere-se à aquisição de veículos). Com o pagamento da dívida, o dinheiro existente em caixa foi reduzido, ou seja, houve diminuição do Ativo.

No momento em que a empresa efetua o pagamento da dívida, ela diminui suas obrigações, logo, o Passivo passa a ser menor, nesse caso fica zerado.

ATIVO PASSIVOCaixa 6.500 0 Veículos 1.500Mercadorias 2.000 Patrimônio Líquido

Capital Social 10.000Total 10.000 Total 10.000

2.1.6 Contas Patrimoniais e de Resultado

Vamos agora aprofundar no estudo do conceito da palavra CONTAS.

No nosso dia a dia, utilizamos a palavra conta para identificar as mais variadas situações, como as listadas abaixo:

• uma operação aritmética de soma, subtração, multiplicação ou divisão;

• a conta de água e esgoto, energia elétrica ou telefone que temos de pagar;

• uma conta corrente bancária;• conta a pagar na loja, na padaria, no açougue etc.

Do ponto de vista contábil, conta é a denominação dada ao conjunto de componentes Patrimoniais (bens, direitos, obrigações e Patrimônio Líquido), e aos elementos de resultado (despesas e receitas).

Logo, todos os itens que aparecem no Balanço Patrimonial e no estudo do Patrimônio são contas. Para exemplificar: Conta Caixa, Conta Fornecedores, Conta Estoques etc.

É por meio da utilização das contas que são registradas as alterações ocorridas no Patrimônio. As contas são classificadas em Contas Patrimoniais e em Contas de Resultado.

Já estudamos as contas Patrimoniais: são aquelas que representam os bens, os direitos, as obrigações e o Patrimônio Líquido. Dividem-se em Ativas e Passivas e são elas que representam o Patrimônio da empresa num dado momento, por meio do Balanço Patrimonial. Veja basicamente alguns exemplos:

AritméticaParte da matemática que investiga as propriedades elementares dos números inteiros e racionais.

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�� UNIUBE

As contas de resultado dividem-se em contas de despesas e de receitas. Originam-se durante o exercício social, de acordo com as operações, e são encerradas juntamente com o término do exercício social. Não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas é por meio delas que fi camos sabendo se a empresa apresentou lucro ou prejuízo no desenvolvimento de suas atividades.

2.1.7 Despesas

As despesas referem-se ao consumo de bens e a utilização de serviços, a fi m de proporcionar receitas.

São exemplos de despesas: energia elétrica; materiais de limpeza (sabão, detergente, vassoura); materiais de expediente (caneta, papel, cartucho de tintas para impressoras); serviços telefônicos etc.

2.1.8 Receitas

As receitas são resultantes da venda de bens e da prestação de serviços. Existem em número menor que as despesas, sendo as mais comuns representadas pelas seguintes contas: vendas de mercadorias; receitas de serviços etc.

Parada para refl exão

Agora que você conhece as contas de resultado relacione suas receitas e despesas.

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�7 UNIUBE

Nesse capítulo, você estudou a definição de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, determinando as principais características e as respectivas localizações no Balanço Patrimonial. A classificação leva também em consideração as alterações da legislação recente pertinentes a classificação do Ativo e Passivo em Circulante, Não Circulante.

E, por fim foram estudados os significados das contas utilizadas para o registro na contabilidade.

Para ampliar sua visão do assunto estudado e consolidar sua aprendizagem faça a leitura dos textos customizados do livro IUDÍCIBUS, Sérgio de et. al. Contabilidade introdutória: equipe de professores FEA/USP. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

Estas leituras são de fundamental importância e imprescindíveis para que você consiga aprender e entender o que estamos desenvolvendo neste capítulo – Descobrindo o Patrimônio.

O capítulo 2, Estática Patrimonial: O Balanço, páginas 22 a 41 discorre sobre a representação gráfica do Patrimônio e seus componentes (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido). Também aborda as fontes do Patrimônio Líquido e as configurações do estado Patrimonial.

Leia ainda o capítulo 3, Procedimentos Contábeis Básicos Segundo o Método das Partidas Dobradas, páginas 42 a 69.

Realize, também, a leitura do seguinte texto, que está disponível na internet:

COMO ELABORAR UM PLANO DE CONTAS. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/planodecontas.htm>. Acesso em: nov. 2009.

Nesta página você encontrará informações sobre a montagem de um plano de contas que contempla as informações que os usuários precisam compreender.

Resumo

Leituras

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�8 UNIUBE

Vamos exercitar um pouco do que aprendemos? Desenvolveremos algumas atividades que irão contribuir para o seu conhecimento, a partir do tema que abordamos neste capítulo.

1.1 Analise, atentamente, cada um dos elementos dados a seguir. Partindo do pressuposto que esses itens pertencem ao Patrimônio de certa entidade contábil, tome por base o que você estudou até esse momento e classifique cada um dos elementos dados como um Ativo, Passivo ou Patrimônio Líquido. Para tanto, assinale 1 se o item analisado pertencer ao grupo do ativo, 2 se ele puder ser classificado como um passivo e 3, caso ele pertença ao Patrimônio Líquido.

( ) Bens ( ) Duplicata a pagar ( ) Fornecedores( ) Caixa ( ) Reserva de lucros ( ) Salários a pagar( ) Obrigações exigíveis ( ) Veículo ( ) Capital

1.2 Observe o Patrimônio de certa entidade contábil devidamente apresentado no balanço Patrimonial a seguir.

Atividade 1

ATIVO

Caixa.......................................2.500Banco conta movimento.........1.200Duplicatas a receber...............3.700Estoque de mercadorias.........4.000Edifícios.................................22.000Veículos.................................18.000

Total do Ativo.......................51.400

PASSIVO

Duplicatas a pagar................1.500Salários a pagar....................3.800Empréstimos a pagar............5.500

Patrimônio Líquido

Capital..................................xxxxxLucro Acumulado..................5.000

Total do Passivo e P.L......xxxxxx

Atividades

Page 39: Livro contabilidade basica[1]

�9 UNIUBEAgora, levando em conta os conceitos relativos à equação patrimonial, estudados ao longo deste capítulo, calcule e escreva, a seguir, o valor referente aos itens solicitados:

a) O valor do Patrimônio da empresa___________________________________b) O valor total do Ativo______________________________________________c) O valor total do Passivo___________________________________________d) Qual o valor do Capital ____________________________________________

Atividade 22.1 Leia atentamente cada uma das quatro sentenças a seguir, classificando-as em “Falsa - F” ou “Verdadeira - V”.

(i) A situação líquida patrimonial é igual à soma do Ativo com Passivo.(ii) A situação líquida patrimonial será sempre positiva em decorrência da

equação fundamental do Patrimônio.(iii) A situação líquida patrimonial é igual ao Ativo diminuído das obrigações.(iv) A equação fundamental do Patrimônio é expressa pela seguinte formulação:

(bens + direitos) – (obrigações) = Patrimônio Líquido. Agora, levando em conta tudo o que você estudou nesse capítulo sobre a equação Patrimonial, assinale a alternativa correta com relação às respectivas classificações.

a.( ) F; F; V; V.b.( ) V; V; V; F.c.( ) F; V; F; V.d.( ) V; F; V; V.e.( ) F; F; F; V.

2.2 Leve em conta tudo o que você estudou nesse capítulo sobre a equação Patrimonial, classifique a segunda coluna de acordo com primeira.(1) Situação líquida positiva ( ) Bens + Direitos = Obrigações(2) Situação líquida negativa ( ) Bens + Direitos < Obrigações(3) Situação líquida nula ( ) Bens + Direitos > Obrigações

Agora, com base na classificação que você realizou, assinale a alternativa correta dentre aquelas disponíveis a seguir.

a.( ) 3;1;2b.( ) 1;2;3.c.( ) 1;3;2.d.( ) 3;2;1.e.( ) 2;1;3.

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�0 UNIUBE

Atividade 33.1 Com relação à denominação técnica dos componentes patrimoniais, ou seja, as contas, é correto afirmar que esses itens podem ser separados em dois grandes grupos: Contas Patrimoniais e Contas de Resultados.

Esses dois grandes grupos podem ser divididos em subgrupos. Dentre as alternativas a seguir, assinale aquele subgrupo no qual devem ser classificados os bens que uma empresa possui.a.( ) Passivo;b.( ) Compensação;c.( ) Receitas;d.( ) Ativo;e.( ) Despesa.

3.2 A seguir, são apresentadas todas as transações praticadas pela Empresa Comercial Bahia S.A, cronologicamente, ao longo mês de Janeiro de 20X1.

Data Descrição do fato contábila) 2/1 Investimento de capital, em dinheiro, no valor de $ 10.000.b) 4/1 Aquisição de um imóvel da Cia. A por $ 4.000 com pagamento de $2.000

a vista e o restante a prazo.c) 5/1 Compra à vista de instalações (cortinas, blindex etc.) para empresa

$1.000.d) 15/1 Aquisição de equipamentos, a prazo, de M & Cia, por $ 3.000.e) 18/1 Obtenção de empréstimo de $ 10.000, no Banco Beta, com emissão de

uma nota promissória.f) 26/1 Pagamento de $ 3.000, a M & Cia, para liquidar a dívida pela compra

efetuada dia 15/01.g) 30/1 Compra a vista de peças para reparos da Cia Ômega, por $ 5.300.

Agora, com base nos dois capítulos estudados até esse momento por você, elabore um balanço da Empresa Comercial Bahia S. A, após cada uma das operações dadas.

GRECO, Alvísio, AREND, Lauro Roberto. GARTENR, Günther. Contabilidade – teoria e prática básica, 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

IUDÍCIBUS, Sérgio de et. al. Contabilidade introdutória: equipe de professores FEA/USP. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

Referências

Page 41: Livro contabilidade basica[1]

MÉTODOS E MUDANÇAS PATRIMONIAIS

Prezado(a) aluno(a), estamos iniciando mais um capítulo de estudo de Contabilidade, no qual iremos praticar e desenvolver o método contábil, ou seja, o mecanismo da contabilidade mais utilizado em todo o mundo, que podemos classifi car como: Débito e Crédito, lembrando que, para este estudo, são necessárias muita atenção e compreensão para o desenvolvimento.

No capítulo, “Descobrindo o Patrimônio”, utilizamos a técnica de balanços sucessivos, a qual, no assunto anterior (Estática Patrimonial), desenvolveu-se um Balanço Patrimonial para cada evento contábil. Agora, vamos aprender a fazer uma série de lançamentos e apresentar um Balanço Patrimonial ao fi nal destes lançamentos.

Em seguida, estudaremos as variações patrimoniais, demonstrando os fatos e atos que modifi cam o Patrimônio das empresas, abrangendo ainda as operações com mercadorias, inclusive os impostos incidentes, e, sobretudo, como controlar os estoques, identifi cando e aplicando controle sobre os mesmos.

Sendo assim, convido você a explorar com afi nco o estudo deste capítulo, aprendendo e aprofundando seus conhecimentos nesse universo tão estimulante denominado de Métodos e Mudanças Patrimoniais. Para tanto, é fundamental e imprescindível sua dedicação para que consiga aprender e entender o que estamos desenvolvendo.

Bons estudos!

3Adalberto dos Santos

Marco Antonio de Oliveira Caetano

Introdução

Page 42: Livro contabilidade basica[1]

�� UNIUBE

Após os estudos realizados neste capítulo, você será capaz de:

utilizar o método das partidas dobradas;efetuar os lançamentos contábeis com precisão;elaborar o Balanço Patrimonial;apurar o resultado das operações com mercadorias e produtos;analisar e identificar as mutações patrimoniais.

•••••

Objetivos

Esquema

MÉTODOS E MUDANÇAS PATRIMONIAIS

3.1 A Importância do método das partidas dobradasO método das partidas dobradas surgiu em 1494, na Itália, pela figura do frei Luca Bartolomeo de Pacioli que escreveu o “Tratactus de Computis Et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas), enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números negativos e positivos.

Mecanismo Débito e Crédito

Lançamentos Contábeis

Apuração do resultado do Exercício

RCM - Resultado Com Mercadorias

Análise e Identificação das Mutações Patrimônias

Método das Partidas Dobradas

Bal

anço

Pat

rimon

ial

Page 43: Livro contabilidade basica[1]

�� UNIUBEPacioli foi matemático, teólogo, contabilista, entre outras profi ssões. Deixou muitas obras, destacando “Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et proportionalità”, impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre a Contabilidade e Escrituração.

No Portal da Contabilidade, pode-se também conferir a parte da história da contabilidade, em que o Frei Luca é citado. Considerado o pai da contabilidade, frei Luca Pacioli não foi o criador das Partidas Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na cidade de Toscana, desde o século XIV.

Mesmo assim, a sua contribuição foi de grande importância para o mundo, pois resgatou o método e enfatizou a sua terminologia. Quando Pacioli escreveu o seu tratado da contabilidade, ele destacava a princípio, o que era de fato necessário aos registros das operações comerciais para aquela época.

Em seguida, diante destas operações, notadamente a aquisição de mercadorias e sua respectiva estocagem, Pacioli tratava do que aqui passa-se a chamar de inventário. Em seguida, discorria sobre os livros mercantis, tais como: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação destes; sobre registros de operações, inclusive as aquisições, as permutas, os tipos de sociedades, dentre outras; sobre contas em geral: como abrir e como encerrar através da utilização de contrapartidas; ainda, contas de armazenamento; lucros e perdas, que, na época, eram nominadas de “Pro” e “Dano”; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos etc.

PermutaÉ o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro.

Para pesquisar

Na página da internet, a seguir, você encontrará a história da criação do método das partidas dobradas:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Luca_Pacioli>.

Comente a respeito da leitura socializando-a com seus colegas nos encontros presenciais.

InventárioÉ uma relação dos bens disponíveis em estoque para venda no processo normal de um negócio, ou a serem utilizados na fabricação de produtos comercializados pela empresa.

Page 44: Livro contabilidade basica[1]

�4 UNIUBE

Agora, daremos início ao estudo do Débito e do Crédito. 3.1.1 Débito e Crédito

Veja bem, quando falamos em Débito na linguagem comum, significa: dívida, situação negativa, ter saldo negativo na conta corrente bancária etc. Já, o Crédito significa: situação positiva, possibilidade de poder comprar a prazo, saldo positivo na conta corrente bancária.

Imagine que você precise comprar materiais escolares, tais como canetas, lápis, livros didáticos dentre outros, e que para essa aquisição você se planeja para pagamento posterior. Inicialmente você possui um crédito na loja; e, com a aquisição, passou a ter um débito, ou seja, uma dívida. Entenda, então, que essa operação possui natureza cotidiana e não uma linguagem técnica.

Mas, entenda de vez que você não deve associar esta definição da linguagem comum para a contabilidade, pois na terminologia contábil, conforme já falamos, essas palavras assumem vários significados. Há situações em que têm os mesmos significados da linguagem comum, e há outras que podem representar coisas diferentes, normalmente com sentido inverso.

Segundo Marion (2009, p.149), Débito e Crédito são mecanismos contábeis e

por muito tempo, no Brasil, os conceitos de débito e crédito foram dados aos estudantes de Contabilidade de maneira complexa, de forma tal que muitos contadores deixavam a faculdade sem saber debitar e creditar. A tentativa de conceituar débito e crédito encontrava séria resistência no iniciante em Contabilidade, pois era levado a pensar que débito significava coisa desfavorável e crédito significava coisa favorável. Com o advento da Escola Contábil Americana no Brasil, basicamente introduzida pelo livro Contabilidade Introdutória por uma equipe de professores da FEA/USP, houve uma notável simplificação para o estudante de Contabilidade, uma vez que essa escola dispõe que tais denominações (débito e crédito), “atualmente, são simplesmente convenções contábeis”. Dessa forma, em vez de se chamar “lado esquerdo do razonete”, denomina-se débito (portanto, débito é como se chama o lado esquerdo de uma conta e crédito é o nome do lado direito da conta.

Juntos, vamos entender melhor como debitar e creditar as contas: vamos utilizar novamente a disposição gráfica do razonete, para que possamos didaticamente ilustrar corretamente a disposição em que os débitos e créditos aparecem, assim como das suas mutações.

A fim de ilustrar melhor, observe a Figura 1, a seguir:

Page 45: Livro contabilidade basica[1]

�5 UNIUBE

Figura 1 – RazonetesFonte: Dados do autor.

Necessitando de um empréstimo para saldar as suas dívidas, você recorre a um banco; seu crédito é aprovado e o banco, em seguida, libera a você a quantia solicitada para pagamento em 12 parcelas.

O lançamento contábil em sua contabilidade, assim seria evidenciado:

Pela entrada de dinheiro em seu Caixa e a respectiva obrigação contraída:− Débito: Caixa− Crédito: Empréstimos a Pagar

Para pesquisar

Acesse o link:<http://www.algosobre.com.br/contabilidade-geral/escrituracao-contabil-teoria-das-contas-debito-credito-e-saldo.html>.Neste site, você irá entender o que é débito e crédito em uma conta.

Socialize seu entendimento com seus colegas nos encontros presenciais.

Parada obrigatória

Agora, é possível depois de sua leitura e estudo, praticarmos um pouco mais. Faça uma relação de seus bens e direitos e as suas dívidas e na época própria, compartilhe suas ideias nos encontros presenciais.

Page 46: Livro contabilidade basica[1]

�� UNIUBE

Saiba mais

Resumidamente, pode-se entender que debitar signifi ca lançar valores do lado esquerdo e creditar signifi ca lançar valores no lado direito do razonete.

Então, vamos às regras de aplicação geral:

todo aumento de Ativo (lança-se no lado esquerdo do razonete): debitan-do-o;toda diminuição de Ativo (lança-se no lado direito do razonete): creditan-do-o;todo aumento do Passivo e PL (lança-se no lado direito do razonete): creditando-o;toda diminuição de Passivo e PL (lança-se no lado esquerdo do razone-te): debitando-o.

3.1.2 Lançamentos a débito e a crédito das contas

Após a leitura atenta dos mecanismos que ocasionam aumentos e diminuições do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido, é possível, em seguida, estudar os lançamentos contábeis utilizando do razonete.

As contas (representadas em razonetes) possuem dois lados (esquerdo e direito); dessa forma, os aumentos podem ser registrados de um lado e as diminuições no outro, quando as contas são de natureza ativa e, quando de natureza passiva, ocorrerá o contrário.

Importante!

Para que possamos compreender melhor o mecanismo de débito e crédito e a movimentação das contas, é necessário ainda o estudo da natureza das contas.Pode-se entender por natureza das contas: é a que grupo pertence Ativo; Passivo; Patrimônio Líquido; Receitas; ou Despesas.

Portanto, a natureza da conta é que decidirá o lado que provocará os aumentos e o lado das diminuições, como veremos, a seguir.

Exemplo:Débito: Veículos (Ativo)Crédito: Financiamentos (Passivo)

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�7 UNIUBEPara um melhor entendimento, vamos estudar por partes.

Contas do Ativo

As contas do Ativo (bens e direitos) possuem a natureza devedora, e, portanto, devem apresentar seus saldos do lado esquerdo.

É importante ressaltarmos que uma empresa ou possui, ou não, bens e direitos: não há bens negativos e tampouco direitos negativos: portanto, as contas do Ativo possuem saldo devedor ou nulo.

Para que uma conta de Ativo tenha saldo devedor, é necessário que os aumentos e as diminuições nela ocorridos sejam assim registrados da seguinte forma:

Saiba mais

Acesse o endereço:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ativo>.

Neste site, você irá ler as defi nições do que é Ativo, e alguns dos exemplos mais comuns a respeito.

Após a leitura, liste alguns exemplos de ativos identifi cados em seu dia a dia e comente com seus colegas nos encontros presenciais.

Contas do Passivo

As contas do Passivo (obrigações-capital de terceiros) têm a natureza credora e, portanto, devem apresentar saldos no lado direito.

Para que uma conta de Passivo tenha saldo credor, é necessário que os aumentos e as diminuições nela ocorridos sejam assim registrados:

Page 48: Livro contabilidade basica[1]

�8 UNIUBE

Acesse o endereço, a seguir:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Passivo_%28contabilidade%29>.

Nesse site, você irá conhecer a defi nição de passivo com alguns dos exemplos mais comuns.

Após a leitura, liste alguns exemplos de passivos identifi cados em seu dia a dia e comente com seus colegas nos encontros presenciais.

Saiba mais

Contas de Patrimônio Líquido

As contas do Patrimônio Líquido (capital próprio) tem a natureza credora e, portanto, devem apresentar saldos no lado direito, o funcionamento de suas contas será igual ao funcionamento das do Passivo.

Acesse o endereço, a seguir:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Patrim%C3%B4nio_l%C3%ADquido>.

Neste site, você irá entender acerca da defi nição de Patrimônio com alguns dos exemplos mais comuns.

Após a leitura, liste alguns exemplos de Patrimônio Líquido identifi cados em seu dia a dia e comente com seus colegas nos encontros presenciais.

Saiba mais

Page 49: Livro contabilidade basica[1]

�9 UNIUBE

Relembrando

Quando o Patrimônio Líquido for negativo, estará do lado esquerdo do Balanço, junto com Ativo, ou subtraído do Passivo (lado direito do Balanço), com saldo devedor.

Acesse o endereço, a seguir:<http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t32.htm>.

Aqui, você irá ler acerca da NBC T 3.2, aprovada pela Resolução CFC 686/1990, alterada pela Resolução 1.049/2005, sobre Passivo a Descoberto.

Comente com seus colegas nos encontros presenciais.

Para pesquisar

Retomando um exemplo:

Admita que em seu dia a dia, você resolva levantar o seu Patrimônio indicando seus bens, seus direitos e suas obrigações para com terceiros ou não; sendo assim, veja a seguinte disposição:

Bens e Direitos ...................................................................................... $ 4.000,00Obrigações ............................................................................................ $ 6.000,00Passivo a Descoberto ............................................................................ $ 2.000,00

A seguir, um quadro demonstrativo do mecanismo do débito e do crédito.

Page 50: Livro contabilidade basica[1]

40 UNIUBE

3.2 De onde vêm e como são aplicados os recursosÉ importante ressaltarmos que a palavra Capital representa um elemento, ou seja, uma conta do grupo do Patrimônio Líquido e que, quando da constituição de uma empresa, corresponde à soma dos valores com os quais o proprietário inicia suas atividades.

Entretanto, na Contabilidade, quando a palavra capital está acompanhada do adjetivo “total”, compondo a expressão “capital total” à disposição da empresa, ela representa os recursos totais que a empresa possui.

3.2.1 Origem dos recursos - Passivo

Do Passivo: estudamos que ele é composto por dois grupos de elementos Patrimoniais, são eles: Obrigações e Patrimônio Líquido.

Obrigações

É a parte do Patrimônio que a empresa deve para terceiros, sendo também chamadas de Capitais de Terceiros. O desenvolvimento normal das atividades da empresa faz com que ela efetue no seu dia a dia uma série de operações que acarretam obrigações, representadas por duplicatas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar, promissórias a pagar e etc. A empresa tem de pagar essas obrigações para fornecedores, empregados, governo, bancos e outros.

Page 51: Livro contabilidade basica[1]

41 UNIUBEPatrimônio Líquido

É a parte do Patrimônio que pertence ao proprietário da empresa: os capitais próprios. Os capitais próprios podem se originar de duas fontes:

a) recursos do proprietário: capital inicial e aumentos posteriores, quando efetuados com recursos do proprietário, vindos de fora da empresa;

b) evolução normal da empresa: lucros e, consequentemente, reservas. Os lucros, conforme visto, decorrem da gestão do Patrimônio, enquanto as reservas são partes desses lucros que fi cam retidas para investimentos futuros ou para outros fi ns.

Importante!

Capitais de terceiros = ObrigaçõesCapitais próprios = Patrimônio Líquido

A seguir, a representação gráfi ca:

3.2.2 Aplicação dos recursos – Ativo

No lado do Ativo, estudamos que ele é composto por dois grupos de elementos Patrimoniais: Bens e Direitos.

Page 52: Livro contabilidade basica[1]

4� UNIUBE

Os capitais próprios e de terceiros, cujas origens são demonstradas por meio dos elementos que compõem o Passivo, são aplicados na empresa em bens e direitos, conforme mostram os elementos que compõem o lado do Ativo. Portanto, os recursos que a empresa utilizou para ter no seu Ativo os bens e os direitos foram obtidos conforme mostram os elementos do Passivo.

A fim de fixar as definições até aqui estudadas, observe o Balanço Patrimonial acima, e atente-se para o seguinte:

a) o Ativo mostra em que a empresa aplicou os recursos, ou onde aplicou todo seu capital. No exemplo em questão, os recursos totais à disposição da empresa estão aplicados: no caixa $ 1.200; em duplicatas a receber $ 900, e em veículos, $1.700;

b) o Passivo mostra onde a empresa obteve os recursos que estão aplicados no Ativo. No nosso exemplo, $2.200 representam o Capital Nominal ou Capital inicial “originados dos proprietários”, e $1.600 são capitais de terceiros, originados, possivelmente, em decorrência de compras a prazo relativos a Fornecedores, Financiamentos e Empréstimos.

ATIVO PASSIVOCaixa ....................................... 1.200Duplicatas a receber ................. 900Veículos .................................. 1.700

Total ........................................ 3.800

Fornecedores ............................. 850Empréstimo a pagar .................. 750Capital ..................................... 2.200

Total ........................................ 3.800

BALANÇO PATRIMONIAL

Page 53: Livro contabilidade basica[1]

4� UNIUBE

Parada para refl exão

Após a leitura, liste alguns exemplos de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido identifi cados em seu dia a dia e comente com seus colegas nos encontros presenciais.

Vamos ao estudo das variações Patrimoniais.

3.3 Variações PatrimoniaisSabemos que o Patrimônio das empresas está em constante movimento em decorrência dos acontecimentos diários, provocando várias alterações sendo elas aumentativas, diminutivas ou permutativas. Podemos classifi cá-los em dois grupos:

a) atos administrativos;b) fatos administrativos.

3.3.1 Atos administrativos

Atos administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no Patrimônio.

Veja os exemplos, a seguir:

admissão de empregados;assinatura de contratos de compras;aval de títulos;fi anças em favor de terceiros.

Mas, alguns destes atos administrativos anteriores poderão no futuro, provocar alterações no Patrimônio da empresa. Eles são considerados relevantes; veja alguns exemplos:

••••

Page 54: Livro contabilidade basica[1]

44 UNIUBEa) aval de títulos: a empresa avaliza títulos para terceiros. Esse ato coloca em

risco seu Patrimônio, porque a empresa se compromete em pagar a dívida caso o devedor (o avalizado) não pague;

b) fi anças em favor de terceiros: a empresa torna-se fi adora de um terceiro. Esse ato põe em risco o Patrimônio da empresa que se obriga a efetuar o pagamento do aluguel caso o devedor (o afi ançado) não pague.

Acesse o link a seguir:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ato_administrativo_%28Contabilidade%29>.

Neste site, você irá encontrar defi nições acerca de atos administrativos com alguns exemplos.

Saiba mais

3.3.2 Fatos administrativos

Fatos administrativos são os acontecimentos que provocam variações nos valores Patrimoniais, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. Por modifi carem o Patrimônio, devem ser contabilizados por meios de contas Patrimoniais ou de resultado.

Os fatos administrativos podem ser classifi cados em três grupos:

a) fatos permutativos;b) fatos modifi cativos;c) fatos mistos.

Saiba mais

Acesse o link, a seguir:<http://www.portaldecontabilidade.hpg.ig.com.br/contabilidade1.htm>

Neste site, você irá ler acerca do que vem ser fatos administrativos com alguns exemplos.

Após a leitura, liste exemplos de seu cotidiano de seus respectivos bens, direitos e obrigações e em seguida elabore o Balanço Patrimonial acima sugerido e comente com seus colegas nos encontros presenciais.

Page 55: Livro contabilidade basica[1]

45 UNIUBEVeja o exemplo, a seguir:

Para que você possa compreender melhor a explicação dos fatos anteriores, veja a seguir a situação Patrimonial da qual partiremos:

Fatos Permutativos / Qualitativos

Fatos permutativos são aqueles que provocam permutações entre os elementos componentes do Ativo e/ou do Passivo, sem modificar o valor do Patrimônio Líquido.

Permutação entre elementos do Ativo

Aproveitando o Balanço Patrimonial, apresentado anteriormente, suponhamos que na empresa Santos S/A tenha ocorrido o seguinte:

Fato a: recebimento da importância de $ 500, em dinheiro, referente a uma duplicata.

Esse fato aumentará o valor do caixa em $ 500, pela entrada em dinheiro, e diminuirá na conta duplicatas a receber $ 500.

Veja como ficou o Balanço Patrimonial da empresa Santos S/A, após esse acontecimento:

ATIVO PASSIVOBensCaixa ........................................ 1.200Veículos .................................... 1.700

DireitosDuplicatas a receber ................ 900

Total .......................................... 3.800

ObrigaçõesSalários a pagar ........................ 850

Patrimônio LíquidoCapital ...................................... 2.200Reserva de Lucros .................... 750

Total .......................................... 3.800

BALANÇO PATRIMONIAL DE SANTOS S/A

Page 56: Livro contabilidade basica[1]

4� UNIUBE

Permutações entre elementos do Passivo

Partindo do Balanço Patrimonial anterior, já modificado pelo fato “a”, consideremos o seguinte:

Fato b: na conta Salários a Pagar, no valor de $ 850, registrada no Passivo, representando o valor líquido dos salários que a empresa tem a pagar a seus empregados, está contida a importância de $ 150, correspondente ao Imposto de Renda.

Veja como fica o Balanço Patrimonial da empresa, após esse acontecimento:

ATIVO PASSIVOBensCaixa ........................................ 1.700Veículos .................................... 1.700

DireitosDuplicatas a receber ................ 400

Total .......................................... 3.800

ObrigaçõesSalários a pagar ........................ 850

Patrimônio LíquidoCapital ...................................... 2.200Reserva de lucros .................... 750

Total .......................................... 3.800

BALANÇO PATRIMONIAL DE SANTOS S/A

ATIVO PASSIVOBensCaixa ........................................ 1.700Veículos .................................... 1.700

DireitosDuplicatas a receber ................ 400

Total .......................................... 3.800

ObrigaçõesSalários a pagar ........................ 700Impostos a recolher ................. 150

Patrimônio LíquidoCapital ...................................... 2.200Reserva de lucros .................... 750

Total .......................................... 3.800

BALANÇO PATRIMONIAL DE SANTOS S/A

Page 57: Livro contabilidade basica[1]

47 UNIUBEPermutações entre elementos Ativos e Passivos

Nesse caso, o fato ocorrido poderá acarretar aumento ou diminuição no valor total do Patrimônio, embora não interfira no Patrimônio Líquido.

Fato c: compra de móveis e utensílios a prazo, no valor de $ 600.

Veja que o Ativo aumentou em $ 600, indo de $ 3.800 para $ 4.400, com a inclusão da conta de Móveis e Utensílios, tendo em vista a compra efetuada; o Passivo também aumentou em $ 600, passando de $3.800 para $ 4.400, com a inclusão da conta Duplicatas a pagar, devido à obrigação contraída.

Fatos Modificativos / Quantitativos

Fatos modificativos são aqueles que acarretam alterações, para mais ou para menos, no Patrimônio Líquido.

Como pudemos observar, os fatos permutativos envolvem apenas as contas Patrimoniais, sem provocar alteração alguma no Patrimônio Líquido. Porém, os fatos modificativos envolvem contas de resultado (receitas e despesas) e, consequentemente, alteram o Patrimônio Líquido.

ATIVO PASSIVOBensCaixa ........................................ 1.700Veículos .................................... 1.700Móveis e utensílios ................... 600

DireitosDuplicatas a receber ................ 400

Total .......................................... 4.400

ObrigaçõesSalários a pagar ........................ 700Impostos a recolher ................. 150Duplicatas a pagar .................... 600

Patrimônio LíquidoCapital ...................................... 2.200Reserva de Lucros .................... 750Total .......................................... 4.400

BALANÇO PATRIMONIAL DE SANTOS S/A

Page 58: Livro contabilidade basica[1]

48 UNIUBE

Fato d: a empresa Santos S/A, pagou a importância de $200 em dinheiro, referente a despesas com uso de telefone.

Esse fato diminuirá o Caixa em $200, pela saída do dinheiro, e, por envolver uma despesa, diminuirá também o Patrimônio Líquido no mesmo valor.

Após esse fato, veja como fi cou a situação patrimonial da empresa:

Importante!

É evidente que, na vida prática, não é imediatamente após cada evento ocorrido que o contabilista altera o Balanço Patrimonial da empresa, diminuindo ou aumentando os lucros. Essas simulações didáticas servem para você entender como o fato administrativo atua na situação patrimonial.

Aumento

Suponhamos, agora, a seguinte ocorrência:

Fato e: a empresa Santos S/A, recebe a importância de $ 300, em dinheiro, proveniente de receitas de aluguéis de imóveis.

Diminuição

Partindo do balanço anterior, suponhamos a seguinte ocorrência:

ATIVO PASSIVOBensCaixa ........................................ 1.500Veículos .................................... 1.700Móveis e utensílios ................... 600

DireitosDuplicatas a receber ................ 400

Total .......................................... 4.200

ObrigaçõesSalários a pagar ........................ 700Impostos a recolher ................. 150Duplicatas a pagar .................... 600

Patrimônio LíquidoCapital ...................................... 2.200Reserva de lucros .................... 550Total .......................................... 4.200

BALANÇO PATRIMONIAL DE SANTOS S/A

Page 59: Livro contabilidade basica[1]

49 UNIUBEEsse fato aumenta o Ativo pela entrada de dinheiro na conta Caixa e aumentará o Patrimônio Líquido pela receita auferida.

Veja a situação Patrimonial, modificada por esse evento:

Fatos Mistos

O fato misto envolve, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um modificativo.

Portanto, podem acarretar alterações no Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.

Os fatos mistos também podem aumentar ou diminuir o Patrimônio.

Aumento

Partindo do balanço anterior, suponhamos a seguinte ocorrência:

Fato f: os Móveis e Utensílios que custaram $ 600 foram vendidos, à vista, por $800.

Esse fato diminuirá o Ativo em $ 600, pela saída dos móveis; aumentará o caixa pela entrada de $ 800, em dinheiro; e aumentará o Patrimônio Líquido em $ 200, pelo lucro auferido.

ATIVO PASSIVOBensCaixa ........................................ 1.800Veículos .................................... 1.700Móveis e Utensílios ................... 600

DireitosDuplicatas a Receber ................ 400

Total .......................................... 4.500

ObrigaçõesSalários a Pagar ........................ 700Impostos a Recolher ................. 150Duplicatas a Pagar .................... 600

Patrimônio LíquidoCapital ...................................... 2.200Reserva de Lucros .................... 850Total .......................................... 4.500

BALANÇO PATRIMONIAL DE SANTOS S/A

Page 60: Livro contabilidade basica[1]

50 UNIUBE

Diminuição

Suponhamos, agora, a seguinte ocorrência:

Fato G: a empresa Santos S/A, efetuou o pagamento de uma duplicata no valor de $600, em dinheiro, tendo pago, também $ 50 de juros pelo atraso.

Esse fato acarretará diminuição no Ativo, pela saída de $ 650, do caixa; diminuirá o Passivo, pela quitação da duplicata a pagar, no valor de $ 600, e reduzirá o Patrimônio Líquido na conta Lucros, devido à despesa de $ 50, ocorrida.

A situação Patrimonial ficou assim:

O Balanço Patrimonial ficará assim:

ATIVO PASSIVOBensCaixa ........................................ 2.600Veículos .................................... 1.700

DireitosDuplicatas a receber................... 400

Total ......................................... 4.700

ObrigaçõesSalários a pagar ........................ 700Impostos a recolher ................. 150Duplicatas a pagar .................... 600

Patrimônio LíquidoCapital ...................................... 2.200Reserva de lucros .................... 1.050Total .......................................... 4.700

BALANÇO PATRIMONIAL DE SANTOS S/A

ATIVO PASSIVOBensCaixa ........................................ 1.950Veículos .................................... 1.700

DireitosDuplicatas a receber ................ 400

Total .......................................... 4.050

ObrigaçõesSalários a pagar ........................ 700Impostos a recolher ................. 150

Patrimônio LíquidoCapital ...................................... 2.200Reserva de lucros .................... 1.000Total .......................................... 4.050

BALANÇO PATRIMONIAL DE SANTOS S/A

Page 61: Livro contabilidade basica[1]

51 UNIUBE

Parada obrigatória

Após a leitura, faça uma nova lista com exemplos de seu cotidiano de seus respectivos bens, direitos e obrigações e em seguida elabore o Balanço Patrimonial acima sugerido e comente com seus colegas nos encontros presenciais.

Com essa última situação patrimonial, encerramos o nosso assunto referente às variações patrimoniais. Convido você para a leitura do quadro, a seguir, para melhor fi xação dos tipos de fatos administrativos.

Parada para refl exão

Recordando...

Fatos Permutativos: apenas contas patrimoniais;Fatos Modifi cativos: apenas uma conta patrimonial (que representa um bem, direito ou obrigação) e uma ou mais contas de resultado ou do Patrimônio Líquido;Fatos Mistos: mais de uma conta patrimonial e uma ou mais contas de Resultado ou do Patrimônio Líquido.

Agora iremos trabalhar o assunto, operações com mercadorias, tendo em vista a importância dessas operações nas mutações patrimoniais:

Saiba mais

Antes de avançarmos, acesse o link <http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf>. Nesse site, você irá compreender os conceitos fundamentais para a preparação e elaboração de demonstrações contábeis destinadas aos usuários externos.

Page 62: Livro contabilidade basica[1]

5� UNIUBE

3.4 Operações com mercadorias Prezado(a) aluno(a), já vimos que as mercadorias compreendem todos os bens que as empresas comerciais compram para revender. As operações envolvem as compras e vendas de mercadorias, que constituem a atividade principal das empresas comerciais. Inúmeras são as operações que envolvem mercadorias, e que devem ser registradas contabilmente em contas apropriadas, permitindo elaborar as demonstrações financeiras com plena correção. Além de todas as operações que a empresa desenvolve, ela tem que adotar um sistema de inventário para controle de suas mercadorias.

3.4.1 Critérios mais comuns que determinada empresa pode utilizar

a) inventário permanente: controle permanente do valor de estoque de mercadorias. A cada compra efetuada, o custo da respectiva compra é adicionado ao estoque; da mesma forma, a cada venda efetuada, o custo da respectiva venda é diminuído do estoque. Dessa forma, o estoque de mercadorias fica atualizado constantemente;

b) inventário periódico: o valor do estoque de mercadorias só é conhecido no final do período, após a realização da contagem física de todas as mercadorias existentes (inventário).

3.4.2 Fatos que alteram as aquisições

Fretes e Seguros sobre as compras

Correspondem às importâncias pagas pela empresa, diretamente ao fornecedor ou a uma empresa transportadora, referentes a despesas com seguros e transporte das mercadorias, do estabelecimento do fornecedor, até a nossa empresa.

Compras anuladas ou devoluções de compras

Consistem na devolução total ou parcial das mercadorias adquiridas, tendo em vista fatos desconhecidos no momento da compra, como ocorre quando, por exemplo, ao recebermos as mercadorias adquiridas de um fornecedor, for constatado que elas sofreram avarias no transporte, ou quando não correspondem ao seu pedido.

Abatimento sobre as compras

Quando ganhamos um abatimento no preço da compra, nossa empresa não precisa devolver as mercadorias ao fornecedor, mas, sim, pagar-lhe valor menor que o constante no documento fiscal originalmente emitido.

Page 63: Livro contabilidade basica[1]

5� UNIUBEDescontos incondicionais obtidos

Compreendem aqueles descontos que nossa empresa ganha dos fornecedores, no momento em que efetuamos compras de mercadorias. São destacados nas próprias notas fi scais.

3.4.3 Fatos que alteram os valores de vendas

Vendas anuladas ou devoluções de vendas

É quando as empresas recebem dos seus clientes, em devolução, o total ou parte das mercadorias a eles vendidas, por motivos desconhecidos no momento das vendas.

Abatimento sobre as vendas

É quando nossos clientes, ao receberem as mercadorias por nós adquiridas, constatarem alguma irregularidade (avaria por transporte, ou modelo não corresponde ao pedido), eles poderão devolver total ou parcialmente as mercadorias, ou solicitarem um abatimento no preço de custo.

Saiba mais

Os valores dos fretes e dos seguros calculados sobre as vendas, quando correrem por conta do fornecedor (vendedor), deverão ser contabilizados em contas representativas de Despesas Operacionais, classifi cadas no grupo das Despesas com Vendas. Portanto, esses gastos não interferem no valor das vendas de mercadorias.

Os saldos das contas Venda Anuladas, Abatimentos sobre Vendas e Descontos incondicionais concedidos, como interferem no valor das vendas, serão transferidos para a conta RCM, no fi nal do exercício, por ocasião da apuração do resultado bruto do exercício.

3.4.4 Resultado da Conta Mercadorias - RCM

Aprenderemos a apurar o Resultado da Conta Mercadorias para sabermos se a empresa comercial obteve lucro ou prejuízo em sua atividade principal.

Page 64: Livro contabilidade basica[1]

54 UNIUBE

Vamos assumir que você possua uma empresa e que após o levantamento dos saldos das contas em uma determinada data, ou seja, em 31 de dezembro, tenham sido os seguintes valores levantados:

a) Estoque de Mercadorias, saldo devedor de $ 7.000;b) Compras de Mercadorias, saldo devedor de $ 21.000;c) Vendas de Mercadorias, saldo credor de $ 24.000.

Adotando o método do inventário periódico, estudado anteriormente, para apurarmos o Resultado da Conta Mercadorias em 31 de dezembro, além das contas anteriores dispostas, precisamos conhecer o valor das mercadorias existentes em estoque no último dia do ano. Com esse objetivo, é feita, na empresa, uma contagem física das mercadorias. A essa contagem física das mercadorias, dá-se o nome de inventário.

Supondo que o inventário físico realizado em 31 de dezembro tenha sido de $11.000, vamos estudar a apuração extracontábil.

Conheça a primeira fórmula a ser aplicada:

CMV = EI + C - EF

Sendo que:

CMV = Custo da Mercadoria VendidaEI = Estoque Inicial de MercadoriasC = Compras de MercadoriasEF= Estoque Final das Mercadorias

A fórmula das Compras de mercadorias (C) é igual à subtração das devoluções, descontos, compras anuladas, dos abatimentos, e depois somadas ao frete e seguros para que possamos ter C da fórmula.

Importante!

Para entendermos, veja o exemplo, a seguir:

{

Page 65: Livro contabilidade basica[1]

55 UNIUBEVeja como é fácil aplicar essa fórmula:

Resolvendo: CMV = EI + C – EF CMV = 7.000 + 21.000 – 11.000 CMV = 17.000

Conheça, agora, a segunda fórmula a ser aplicada:

RCM = V - CMV

Sendo que:

RCM = Resultado da Conta MercadoriaV = Vendas de MercadoriasCMV = Custo das Mercadorias Vendidas, apurado por meio da 1ª fórmula.

As vendas de mercadorias são líquidas, portanto serão Vendas – (abatimentos + vendas anuladas + descontos + tributos).

Importante!

Veja, também, como é de fácil aplicação essa fórmula: Resolvendo: RCM = V – CMV RCM = 24.000 – 17.000 RCM = 7.000

Neste exemplo, o RCM foi positivo, signifi ca que o valor das vendas de mercadorias foi superior ao custo das respectivas mercadorias vendidas, logo, corresponde a lucro. Esse lucro apurado nas vendas de mercadorias é denominado lucro bruto do exercício.

{

Page 66: Livro contabilidade basica[1]

5� UNIUBE

Parada para refl exão

Agora, vamos conhecer os tributos e impostos que incidem sobre compras e vendas das mercadorias, neste capítulo, ainda, aprenderemos a contabilizar o ICMS, o PIS e a COFINS e IPI.

Saiba mais

ICMS quer dizer Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. Ele é um imposto de competência estadual, incidindo sobre a circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços. Sua alíquota varia de 7% a 33%, mas existe uma alíquota básica de 18% para a maior parte das mercadorias. É também um imposto não cumulativo, isto é, o valor incidente em uma operação (compra) será compensado do valor incidente na operação subsequente (venda).

Veja o exemplo, a seguir:

Suponhamos que ocorreram os seguintes fatos na empresa Sem Teto Ltda, durante o mês de novembro:

1. compras de mercadorias, à vista, do fornecedor Comercial Tem Tudo S/A, conforme nota fi scal nº 302, no valor de $ 20.000, com ICMS incidente de $ 3.600.

Vendas de mercadorias efetuadas durante o mês, à vista, conforme nossas notas fi scais nº. 30 a 90, no valor de $ 40.000, com ICMS incidente de $ 7.200;

2. considerando que no mês referente ocorreram somente essas operações, veja como deverão ser contabilizados:

1) Débito: Compras Débito: ICMS a Recuperar Crédito: Caixa 2) Débito: Caixa Crédito: Vendas de mercadorias

Page 67: Livro contabilidade basica[1]

57 UNIUBE3) Débito: ICMS sobre Vendas Crédito: ICMS a Recuperar

Veja o exemplo, a seguir.

Considerando que durante o mês de novembro ocorreram somente essas operações envolvendo ICMS, precisamos apurar, no último dia do mês, o saldo da conta ICMS a Recuperar, para ver se nesse mesmo mês a movimentação com mercadorias gerou direito ou obrigação.

O saldo credor apurado indica que as obrigações superaram os direitos no referido mês, logo, essa importância deverá ser recolhida ao governo do estado no mês seguinte. Para regularizar a situação, ainda no último dia de novembro, faremos:

4) Débito: ICMS a Recuperar Crédito: ICMS a Recolher Saldo credor apurado nas operações Realizada no mês..............................................................................3.600

PIS quer dizer Programa de Integração Social é uma contribuição de competência federal e destina-se ao pagamento do seguro-desemprego e do abono anual que a Caixa Econômica Federal paga aos trabalhadores cadastrados.

Alíquota = 0,65%

Base de cálculo = o total das receitas auferidas pela empresa durante o mês, inclusive as variações monetárias ativas, diminuído das vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos.

Page 68: Livro contabilidade basica[1]

58 UNIUBE

Veja o exemplo, a seguir.

Suponhamos que o faturamento da empresa Sem Teto, durante o mês de novembro, tenha sido de $ 45.000. Nesse caso, no último dia desse mês, faremos o seguinte registro no livro Diário:

Débito: PIS sobre o faturamentoCrédito: PIS sobre o faturamento a recolher0,65% sobre o faturamento do mês............................................................$295,50

Importante!

A conta PIS sobre o faturamento foi debitada, pois é conta de despesa, redutora da receita bruta de vendas. O saldo dessa conta, no fi nal do exercício, será transferido para a conta RCM, por ocasião da apuração do resultado bruto.

A conta PIS sobre Faturamento a Recolher, que é uma conta de obrigação, foi creditada, pois representa o compromisso da empresa em recolher o imposto, no mês seguinte, a respectiva obrigação.

COFINS quer dizer Contribuição Social Sobre o Faturamento é uma contribuição de competência federal. Como as alterações na alíquota e na base para o cálculo da COFINS são frequentes, para aplicar os critérios em vigor em cada ano consulte a legislação tributária.

Alíquota = 3%.

Base de cálculo = o total das receitas auferidas pela empresa durante o mês, inclusive as variações monetárias ativas, diminuído das vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos.

Exemplo:

suponhamos que o faturamento da empresa Sem Teto, durante o mês de novembro tenha sido de $ 45.000. Veja como será apropriada a despesa com a COFINS, no último dia desse mês:

Débito: COFINS Crédito: COFINS a recolher 3% sobre o faturamento do mês.............................................................$1.350

Page 69: Livro contabilidade basica[1]

59 UNIUBE

Importante!

A conta COFINS foi debitada, pois é conta de despesa, redutora da receita bruta de vendas. O saldo dessa conta, no fi nal do exercício, será transferido para a conta RCM, por ocasião da apuração do resultado bruto.

A conta COFINS a Recolher, que é uma conta de obrigação, foi creditada, pois representa o compromisso da empresa em recolher o imposto, no mês seguinte, a respectiva obrigação.

IPI quer dizer Imposto sobre Produtos Industrializados, é de competência federal. A alíquota do IPI varia de acordo com o produto, ou seja, tratando-se de produtos de primeira necessidade, a alíquota é baixa ou até mesmo zero, tratando-se de produtos supérfl uos, a alíquota é elevada e pode chegar até próximo dos 400%. O IPI é um imposto que não é cumulativo.

Alíquota = 0% aproximadamente aos 400% (varia de acordo com o produto).

Importante!

Não daremos um tratamento mais profundo a este imposto (IPI), pois o nosso objetivo neste capítulo é o conhecimento e aplicação dos outros impostos citados anteriormente.

Parada obrigatória

Após a leitura, faça uma nova lista com exemplos dos impostos tratados até aqui, exceto o IPI para comentar com seus colegas nos encontros presenciais.

Agora, algumas das considerações acerca da apuração de estoques pelo critério do inventário permanente:

Page 70: Livro contabilidade basica[1]

�0 UNIUBE

3.5 Estoque de mercadorias Estudaremos, a partir de agora, um dos principais critérios para a valoração das mercadorias estocadas na empresa. Para determinarmos o custo das mercadorias estocadas, faremos o uso dos custos das compras, isto é, do valor pago pela aquisição de tais mercadorias acrescido das despesas acessórias. Entende-se por despesas acessórias, toda despesa necessária para se colocar em condição de uso mercadorias para fins de revenda. Como o nosso objetivo é abordar os estoques das empresas comerciais, e também os impostos incidentes sobre as compras, somente o ICMS deverá ser excluído. O IPI só será excluído no caso de equiparação com empresa industrial.

Tendo em vista que a empresa poderá adquirir um mesmo tipo de mercadoria em datas diferentes, pagando por ela preços variados, para determinar o custo das mercadorias estocadas, há necessidade de adotarmos alguns critérios.

Conheça agora os principais métodos que são utilizados para avaliação dos estoques pelo inventário permanente:

Preço Específico;PEPS;UEPS;Custo Médio Ponderado Móvel;Custo Médio Ponderado Fixo.

3.5.1 Preço Específico - PE

Consiste em atribuir, a cada unidade de mercadoria existente em estoque, o preço efetivamente pago por ela. Só pode ser usado, contudo, para mercadorias de fácil identificação física, por exemplo: imóveis para revenda, veículos.

3.5.2 Primeiro que Entra, Primeiro que Sai - PEPS

Atribui-se aos estoques os custos mais recentes. Nesse critério, cada entrada de mercadoria no estoque é registrada pelo seu valor de aquisição e, a cada saída, são considerados os estoques anteriores, ou seja, os primeiros que entraram no estoque.

Então, vamos praticar.

Vamos considerar os seguintes fatos ocorridos na empresa comercial Alves S/A, atacadista de portas de aço, tamanho 2,10 x 0,70.

Fatos ocorridos:1. em 05/04, a empresa adquiriu do fornecedor Santos Ltda. 100 portas por

$100 cada, conforme nota fiscal nº 650;

2. em 08/04, vendeu ao cliente Depósito Boa fé Ltda. 20 portas, conforme nota fiscal nº 80;

Page 71: Livro contabilidade basica[1]

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CRITÉRIO DE CONTROLE: PEPS

Mercadoria: Portas de Aço Tamanho 2,10 x 0,70 Fornecedor: Santos Ltda.

Data Histórico Entradas Saídas SaldosQuant. Custo

Unit.

Custo

Total

Quant. Custo

Unit.

Custo

Total

Quant. Custo

Unit.

Custo

Total05/04 NF 650 100 100 10.000 - - - 100 100 10.00008/04 NF 080 - - - 20 100 2.000 80 100 8.00010/04 NF 720 50 115 5.750 - - - 80 100 8.000

50 115 5.750130 13.750

20/04 NF.850 50 150 7.500 - - - 80 100 8.000 50 115 5.750 50 150 7.500180 21.250

21/04 NF.117 - - - 10 100 1.000 70 100 7.000 50 115 5.750 50 150 7.500

TOTAIS 200 23.250 30 3.000 170 20.250

No exercício que acabamos de desenvolver, levamos em conta que os tributos já foram excluídos dos respectivos valores. Na venda, a baixa é feita pelo custo, logo, também sem tributos.

Importante!

3. em 10/04, adquiriu do fornecedor Santos Ltda. 50 portas por $ 115 cada, conforme nota fi scal nº 720;

4. em 20/04, adquiriu do fornecedor Santos Ltda. 50 portas por $ 150 cada, conforme nota fi scal nº 850;

5. em 21/04, vendeu ao cliente São José Ltda. 10 portas conforme nota fi scal nº 117.

Page 72: Livro contabilidade basica[1]

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3.5.3 Último que Entra, Primeiro que Sai - UEPS

Atribuem-se os custos mais antigos ao estoque. Esse critério apresenta duas implicações:

a) do ponto de vista técnico: se a empresa adotar a política de estoque mínimo, não deixando zerar o estoque antes de efetuar novas compras, com a inflação e troca de moeda, fatos comuns no Brasil nas últimas duas décadas do século XX, os valores das moedas antigas se tornarão tão irreais que causarão problemas para valorar as unidades remanescentes em estoques;

b) do ponto de vista fiscal: atribuindo preços mais recentes para as mercadorias vendidas e preços mais antigos para os estoques remanescentes, resultará em lucros menores e consequentemente menores os valores dos impostos a serem pagos ao governo. Por esse motivo, o governo não aprova a adoção desse critério.

Veja, a seguir, os mesmos cinco fatos apresentados anteriormente para que possa acompanhar o processo de construção, devidamente registrados na ficha de controle de estoque, pelo critério UEPS:

CRITÉRIO DE CONTROLE: UEPS Mercadoria: Portas de Aço Tamanho 2,10 x 0,70 Fornecedor: Santos Ltda.

Data Histórico Entradas Saídas SaldosQuant. Custo

Unit.

Custo

Total

Quant. Custo

Unit.

Custo

Total

Quant. Custo

Unit.

Custo

Total05/04 NF 650 100 100 10.000 - - - 100 100 10.00008/04 NF 080 - - - 20 100 2.000 80 100 8.00010/04 NF 720 50 115 5.750 - - - 80 100 8.000

50 115 5.750130 13.750

20/04 NF 850 50 150 7.500 - - - 80 100 8.000 50 115 5.750 50 150 7.500180 21.250

21/04 NF 117 - - - 10 150 1.500 80 100 8.000 50 115 5.750 40 150 6.000

TOTAIS 200 23.250 30 3.500 170 19.750

Page 73: Livro contabilidade basica[1]

�� UNIUBE3.5.4 Custo médio ponderado móvel (média ponderada móvel)

Nesse critério, as mercadorias estocadas são sempre valoradas pela média dos custos de aquisição, sendo estes atualizados a cada compra efetuada.

Veja como calcular o custo médio ponderado móvel:

Após efetuar a nova compra com custo unitário diferente do custo unitário do estoque, você irá proceder da seguinte maneira: somam-se as quantidades que estavam em estoque com as quantidades da nova compra; soma-se o valor total do saldo de estoque com o valor total da nova compra; em seguida, divide-se o total obtido pela soma dos valores pelo total do saldo obtido pela soma das quantidades, obtendo-se, assim, o novo custo médio ponderado móvel unitário das unidades em estoque.

Importante!

CRITÉRIO DE CONTROLE: CUSTO MÉDIO PONDERÁVEL MÓVEL Mercadoria: Portas de Aço Tamanho 2,10 x 0,70 Fornecedor: Santos Ltda.

Data Histórico Entradas Saídas SaldosQuant. Custo

Unit.

Custo

Total

Quant. Custo

Unit.

Custo

Total

Quant. Custo

Unit.

Custo

Total05/04 NF 650 100 100 10.000 - - - 100 100 10.00008/04 NF 080 - - - 20 100 2.000 80 100 8.00010/04 NF 720 50 115 5.750 - - - 130 106 13.75020/04 NF 850 50 150 7.500 - - - 180 118 21.25021/04 NF 117 - - - 10 118 1.180 170 118 20.070

TOTAIS 200 23.250 30 3.180 170 118 20.070

A coluna destinada ao saldo indicará sempre as quantidades em estoque com seus respectivos valores médios, isto é, atualizados sempre em função das últimas compras.

Importante!

Page 74: Livro contabilidade basica[1]

�4 UNIUBE

3.5.5 Custo médio ponderado fixo (média ponderada fixa)

Nesse critério, as mercadorias estocadas são valoradas somente no final do período (normalmente, no final do ano), pela média dos custos das mercadorias que estiveram disponíveis para venda durante todo o período.

Enquanto o custo médio ponderado móvel é atualizado durante o exercício, tantas vezes quantas forem as compras efetuadas, o custo médio ponderado fixo é apurado uma só vez, e, no final do exercício, após a última compra efetuada. Para obtê-lo, basta dividir o custo total das mercadorias disponíveis para venda pela quantidade total dessas mesmas mercadorias.

Vamos aproveitar os mesmos dados utilizados na tabela anterior, para ilustrar os cálculos da média ponderada fixa:

a) cálculo do custo médio ponderado fixo:Custo total das mercadorias disponíveis para venda, dividido pelas quantidades totais das mercadorias disponíveis para venda:

23.250 = $ 116,25 200

b) atribuição do custo ao estoque finalUnidades de mercadorias existentes em estoques no final do período multiplicadas pelo custo médio ponderado fixo.

170 unidades x $ 116,25 = $ 19.762,50

c) cálculo do custo das mercadorias vendidasCusto total das mercadorias disponíveis para venda, diminuído do custo do estoque final.

$ 23.250,00 – $ 19.762,50 = $ 3.487,50

Nesse capítulo, apresentamos a você, caro(a) aluno(a), os métodos e mudanças Patrimoniais.

Entende-se aqui por mudanças patrimoniais, a variação ocorrida de acordo com atos e fatos administrativos, que provocam variações patrimoniais, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido, e aqueles não o provocam. Quanto aos fatos administrativos, são divididos em permutativos, modificativos e mistos.

E, por fim, estudou-se operações com mercadorias, incluindo impostos na compra o ICMS (imposto de natureza estadual) e na venda o PIS e a COFINS (impostos de natureza federal), abordando os inventários permanentes e seus métodos PEPS, UEPS e MPM, e o periódico, dando ênfase a este último.

Resumo

Page 75: Livro contabilidade basica[1]

�5 UNIUBELembramos, sempre, que você não deve limitar seus estudos apenas no contexto que propomos, se faz necessário que você procure por novas leituras e meios de adquirir o conhecimento desejado. Acredite no seu potencial e vá em frente com seus estudos.

Não esgotamos, neste capítulo, todos os conhecimentos que abrangem a Contabilidade, tendo em vista que o assunto é vasto e extenso.

Realize, agora, a leitura dos textos constantes do livro customizado que você recebeu junto ao seu material: IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade introdutória: equipe de professores FEA/USP. 10. Ed. São Paulo: Atlas, 2006.

O capítulo 3, intitulado Procedimentos contábeis básicos segundo o método das partidas dobradas, páginas 42 a 69, trata dos lançamentos a débito e a crédito das contas, assim como das contas de Ativo, Passivo e de Patrimônio Líquido; dos métodos das partidas dobradas; das partidas de diário; assim como de algumas das operações básicas de constituição de capital, aquisição de imobilizados, mercadorias, dentre outras.

Já, o capítulo 4, As Variações do Patrimônio Líquido, páginas 70 a 105, trata das operações básicas com despesas e receitas e a sua apuração de resultado, assim como do mecanismo de débito e crédito, do período contábil e encerramento de contas de despesas e receitas, notadamente o regime competência dos exercícios, inclusive do registro de determinadas operações normais.

O capítulo 5, Operações com Mercadorias, páginas 106 a 164, trata das operações básicas com mercadorias, desde sua aquisição, estocagem, venda e a apuração do resultado com mercadorias (RCM), incluindo o Custo das Mercadorias Vendidas, dos tipos de inventário e sua contabilização.

O capítulo 8, Ativos Imobilizado e Intangível e suas depreciações e amortizações, páginas 249 a 266, trata de operações de contabilização do ativo imobilizado, assim como das técnicas de reconhecimento das depreciações, amortizações e exaustões.

É, ainda, importante ressaltar a você que não se atenha somente às leituras aqui propostas, mas que também o faça de forma a contextualizar e formar seus conhecimentos aliando a teoria à prática, ou seja, convém a você ainda utilizar de outras ferramentas disponíveis e, se assim o preferir, de outros autores.

Boa leitura!

Leituras

Page 76: Livro contabilidade basica[1]

�� UNIUBE

1.3 A origem dos recursos está:

a) No Passivob) No Ativo

Vamos exercitar um pouco do que aprendemos? Desenvolveremos algumas atividades que irão contribuir para o seu conhecimento, a partir do tema que abordamos neste capítulo.

Atividade 11.1 Relacione a coluna da esquerda com a da direita:

a) Ativo Circulante ( ) Fornecedoresb) Ativo Permanente ( ) Caixac) Passivo Circulante ( ) Imóveisd) Patrimônio Líquido ( ) Água e Esgotoe) Despesas Operacionais ( ) Receitas de serviçosf) Receitas Operacionais ( ) Clientes ( ) Juros Ativos ( ) Impostos e Taxas a recolher ( ) Estoque de Mercadorias ( ) Capital ( ) Veículos ( ) Fretes e Carretos ( ) Reserva legal ( ) Salários a pagar ( ) Duplicatas a receber

1.2 Indique a natureza das contas, colocando as seguintes letras de referência: D= Devedora e C= Credora

( ) Caixa ( ) Bancos conta movimento( ) Estoque de mercadorias ( ) Duplicatas a receber( ) Fornecedores ( ) Capital( ) Veículos ( ) Juros Passivos( ) Receitas de serviços ( ) Impostos a pagar( ) Fretes e Carretos ( ) Móveis e Utensílios

Atividades

Page 77: Livro contabilidade basica[1]

�7 UNIUBEAtividade 22.1 Complete:

a) Atos administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e que ________________________ modificações Patrimônio.

b) Os fatos permutativos são aqueles que provocam permutações entre os elementos componentes do Ativo e/ou do __________________________.

c) Os fatos que provocam modificações no Patrimônio Líquido são denominados de ___________________________________.

2.2 Relacione a coluna da esquerda com a da direita, associando o tipo de fato:

a) Fato permutativo ( ) Compra de veículo à vista.b) Fato modificativo ( ) Pagamento de duplicata.c) Fato misto ( ) Pagamento de despesas de

juros. ( ) Vendas de mercadorias a

prazo, pelo preço de custo.

A Companhia Valente comercializa eletrodomésticos. Em abril / X6, seu setor de geladeiras efetuou as seguintes operações, a prazo, com as geladeiras modelo 2005:

04/04 – Compra de 200 unidades a $ 100 cada.05/04 – Compra de 100 unidades a $ 80 cada.06/04 – Venda de 150 unidades por $ 300 cada.07/04 – Devolução de 50 unidades da compra do dia 4.08/04 – Compra de 20 unidades a $ 120 cada.11/04 – Abatimento de $ 100 obtido sobre o total da última compra.12/04 – Venda de 100 unidades por $ 20.000.13/04 – Desconto comercial de 3% concedido sobre a venda do dia 12.14/04 – Recebimento, em devolução, de 10 unidades da venda do dia 12.15/04 – Abatimento de $ 5.000 concedido sobre as unidades restantes da última

venda.

Atividade 3

Page 78: Livro contabilidade basica[1]

�8 UNIUBE

Pede-se:

a) preencher a ficha de estoque pelo método da média ponderada móvel;b) apurar o CMV no razonete;c) apurar o resultado no razonete;d) indicar o valor do estoque final; e) indicar a quantidade do estoque final.

MARION, José Carlos.Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

Referências

Page 79: Livro contabilidade basica[1]

APURAÇÃO DE RESULTADO E ESCRITURAÇÃO

Prezado(a) aluno(a), como você pode observar, a cada capítulo o estudo da Contabilidade vai se aprofundando, e hoje iniciamos mais um capítulo, em que serão desenvolvidas habilidades na técnica de Escrituração Contábil.

Inicialmente, você vai rever alguns conceitos. Em seguida, estudar os métodos de Depreciação, Amortização e Exaustão, destacando suas defi nições e formas de calcular cada um. Verá o mecanismo de débito e crédito das contas de resultados e sua apuração. Até o presente momento, foram estudados os efeitos dos lançamentos contábeis sem a preocupação de escriturá-los em livros contábeis. Você irá aprender sobre os livros contábeis. Observe que o perfeito domínio dos dois capítulos anteriores, capítulo 02 – Descobrindo o Patrimônio e o capítulo 03 – Métodos e Mudanças Patrimoniais são imprescindíveis para a aprendizagem desta unidade.

Convido você a iniciar, com muita atenção, o estudo deste capítulo, pois os procedimentos da escrituração contábil são fundamentais para que possam ser demonstrados todos os fatos ocorridos no Patrimônio das empresas.

Bons estudos!

4Adalberto dos SantosLaércio Alaim Borges

Introdução

Page 80: Livro contabilidade basica[1]

70 UNIUBE

Esquema

Após os estudos realizados a partir deste capítulo, você será capaz de:

• reconhecer e classificar contas de resultado;• calcular e registrar a depreciação, amortização e exaustão;• desenvolver as regras de contabilização das contas de resultado;• distinguir os métodos de escrituração; • apontar e relacionar os livros que são usados para registro de cada fato

contábil.

Objetivos

Contas de Resultados

ReceitasDepreciação

Despesas Amortização

Apuração do Resultado

Exaustão

Métodos de Escrituração

Partidas Simples

Partidas Dobradas

Livros Contábeis

Contabilidade

Page 81: Livro contabilidade basica[1]

71 UNIUBE4.1 Contas de ResultadoCaro(a) aluno(a), apesar de já ter sido visto anteriormente as definições de despesas, receitas e contas de resultado no capítulo 2 – Descobrindo o Patrimônio, faz-se necessário rever estas definições que são de extrema importância para o próximo passo de seus estudos, ou seja, a aplicação das contas de resultado por meio do mecanismo de débito e crédito, com o objetivo de apurar e contabilizar o Lucro ou Prejuízo na atividade empresarial.

Você aprendeu, nos capítulos anteriores, que as contas de resultado possuem função específica, que é auxiliar na apuração dos resultados econômicos das atividades empresariais, ou seja, apurar o Lucro ou Prejuízo em certo período de trabalho. Para isso, as contas de resultado são classificadas em dois grandes grupos, as Despesas e as Receitas. Veja, agora, um pouco mais sobre cada grupo desses.

4.1.1 As receitas

Considera-se como receita de uma empresa os recursos financeiros que a mesma recebe ou que tem direito a receber, proveniente de suas operações, além de outros ganhos que possam refletir no resultado econômico da empresa.

Exemplos:

• receita de vendas;• receita de serviços prestados;• receita de aluguel;• receita de juros;• ganhos de capitais.

4.1.2 As despesas

As despesas de uma empresa são os gastos, desembolsados ou devidos pela mesma, necessários ao desenvolvimento de suas operações. Os valores relativos a perdas econômicas ocorridas durante o período, também são tratados como Contas de Resultado dentro do grupo de Despesas.

Perdas econômicasQuando um ativo é vendido por um valor inferior ao registrado pela contabilidade. Há várias razões que geram perdas econômicas, por exemplo: valor de mercado inferior ao valor registrado, variações cambiais, inadimplência etc.

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7� UNIUBE

Exemplos:

• salários de empregados;• aluguel;• energia elétrica;• material de escritório;• juros sobre empréstimos;• depreciação;• perdas de capital.

Parada obrigatória

Agora que você estudou um pouco mais sobre as contas de resultado. Faça uma relação de suas receitas e despesas mensais. Compartilhe suas ideias com os colegas ou com seu preceptor.

4.2 Depreciação, Amortização e ExaustãoAntes de tratarmos da apuração do resultado propriamente dito, faz-se necessário, ainda, o estudo de outras contas; tais como a depreciação, amortização e a exaustão, ou seja, aquelas que representam o desgaste pelo uso, pela redução da aquisição de direitos de propriedade e da diminuição do valor decorrente da exploração de direitos, respectivamente.

4.2.1 Depreciação

Contabilmente, a Depreciação pode ser defi nida como a perda de valor dos bens pelo uso, desgaste e/ou obsolescência.

Veja o exemplo: aquisição no início de ano de uma máquina para uso em uma indústria no valor de $ 15.000,00. Ao fi nal do ano, ela foi estimada no valor de $10.000,00. Portanto, a diferença entre o valor inicial de aquisição e o valor fi nal restante corresponde à Depreciação.

Importante!

Segundo o artigo 305 do RIR/1999 – Regulamento do Imposto de Renda, de 1999, a depreciação é a importância correspondente à diminuição do valor dos bens do Ativo resultante do desgaste pelo uso, pela ação da natureza e obsolescência normal.

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7� UNIUBE

Saiba mais...

a) Desgaste pelo uso: você compra um automóvel hoje. Daqui a cinco ou seis anos esse automóvel, sendo usado diariamente, não terá o mesmo rendimento de quando novo.

b) Ação do tempo: o próprio automóvel citado anteriormente, por fi car exposto ao sol, à chuva, sofre essas infl uências climáticas e se desgasta.

c) Obsolescência: antigamente existiam as calculadoras manuais, grandes, de difícil manejo e transporte. Hoje, com os novos inventos, temos calculadoras muito mais efi cientes e em tamanhos incomparavelmente menores.

Os bens não duram eternamente; eles têm um tempo de vida útil. Desgastados pelo uso, por ação da natureza ou mesmo pela obsolescência, deixam de ser convenientes para a empresa. Portanto, veja a seguir, alguns exemplos de depreciação:

Vida útil É o tempo estimado entre o início de funcionamento de uma máquina ou equipamento até sua perda de utilidade.

Obsolescência É a condição que ocorre a um produto ou serviço que deixa de ser útil, mesmo estando em perfeito estado de funcionamento, devido ao surgimento de um produto tecnologicamente mais avançado

No site da Receita Federal do Brasil, você poderá aprofundar seu estudo sobre o tema Depreciação. Para isso, acesse o link, a seguir. <http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2001/pergresp2001/pr353a366.htm >.

Métodos de Cálculo de Depreciação

Existem vários métodos de cálculo da Depreciação dos bens imobilizados, ou seja, para uso da empresa, tais como: Método Linear, ou também chamado de Método de Linha Reta, ou ainda Método das Cotas Constantes; o Método da Soma dos Algarismos dos Anos; o Método dos Saldos Decrescentes e outros mais. O método que iremos utilizar será o da Linha Reta ou Cotas Constantes, pois é o mais utilizado.

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74 UNIUBE

Esse método determina a aplicação de taxas constantes durante o tempo de vida útil estimada para o bem e é o método adotado pela legislação fi scal do Brasil. Neste caso, para você conhecer o valor da depreciação do bem em cada exercício, basta aplicar a taxa sobre o valor desse bem.

Veja como é fácil, acompanhe o exemplo, a seguir. Vamos calcular o valor da quota de depreciação de um veículo adquirido no início do ano, sabendo que o valor de aquisição foi de $ 50.000,00, e a vida útil estimada, conforme a tabela do Imposto de Renda, é de 5 anos, logo:

Sabendo-se que a vida útil é de 5 anos, podemos chegar à taxa a ser utilizada no cálculo da depreciação.

Observe que 5 anos correspondem a 100% da vida útil do bem; sendo assim, a taxa de depreciação será de 20% ao ano: 100%

5= 20%

Então, temos:

Taxa x Valor do Bem = quota de depreciação

Veja os cálculos: 20 x 50.000 = $ 10.000 100

A contabilização da quota de depreciação é feita por meio do seguinte lançamento:

Debita: Despesas com Depreciação.....................................................$ 10.000,00

Credita: Depreciação Acumulada de Veículos .....................................$ 10.000,00

100

4.2.2 Amortização

Amortização é a redução do valor aplicado na aquisição de direitos de propriedade em razão do tempo.

Importante!

Segundo Ribeiro (2005), enquanto a depreciação é utilizada para os bens materiais (tangíveis), a amortização é usada para os bens imateriais (intangíveis), como Benfeitoria em bens de terceiros, Gastos de organizações.

Page 85: Livro contabilidade basica[1]

75 UNIUBESuponhamos que uma empresa tenha realizado benfeitorias em um imóvel que ela aluga de terceiros, no montante de $ 60.000; sendo assim, conforme determina o artigo 324, do Regulamento de Imposto de Renda, ela só poderá considerar parte desse valor como despesas do período o qual deve ser amortizado à taxa de 10% ao ano.Temos: Taxa x Valor do Bem = quota de amortização

Veja os cálculos: 10 x 60.000 = $ 6.000 100A contabilização da quota de amortização é feita por meio do seguinte lançamento:

Debita: Despesa com Amortização.........................................................$ 6.000,00

Credita: Amortização Acumulada de Benfeitorias em Bens de Terceiros .................. $ 6.000,00

100

4.2.3 Exaustão

Exaustão é a redução do valor aplicado na aquisição de recurso natural imobilizado em razão do seu potencial. Entende-se por recurso natural os recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

A diminuição destes recursos minerais, resultante da sua exploração, deverá ser computada como custo ou encargo.

A sistemática para a determinação da quota anual de exaustão é semelhante àquela aplicada no cálculo do encargo anual de depreciação.

A determinação da quota anual da exaustão se dá com base no volume da produção do ano e sua relação com a capacidade de produção do recurso explorado, ou em função do prazo de concessão para sua exploração.

ConcessãoAutorização que o poder público (governo) concede a um particular ou empresa privada para que seja realizada a exploração de recursos naturais por prazo determinado.

Existem, portanto, dois critérios para o cálculo da quota de exaustão de recursos minerais, a saber:

a. com base na relação existente entre a extração efetuada no respectivo período de apuração com a capacidade produtiva conhecida da mina (quantidade estimada de minérios da jazida);

b. com base no prazo de concessão para exploração da jazida.

Page 86: Livro contabilidade basica[1]

7� UNIUBEO critério a ser observado será aquele que proporcionar maior percentual de exaustão no período.

Para exemplificar, vamos calcular a quota (valor) anual de exaustão de uma jazida de minério considerando-se os seguintes dados:

Valor contábil da jazida: $ 30.000,00Capacidade produtiva conhecida ou estima da jazida: 5.000 toneladasProdução ou extração do período: 750 toneladasPrazo para término da concessão: 8 anos

Valor de exaustão a ser considerado como redução do período com base nos dois critérios:

a. com base no volume extraído, ou seja, relação entre a produção no período e a capacidade produtiva conhecida da mina:

750 toneladas x 100 / 5.000 = 15%$ 30.000,00 x 15% = $ 4.500,00

b. com base no prazo para término da concessão de uso:

100 / 8 = 12,5%$ 30.000,00 x 12,5% = $ 3.750,00

No exemplo anterior, o prazo para término da concessão é de 8 (oito) anos e, assim sendo, o encargo que você terá de contabilizar será no valor de $ 4.500,00, uma vez que a jazida estará exaurida antes do término do prazo de concessão.

4.3 Mecanismo de Débito e Crédito nas Contas de ResultadoAs Contas de Resultado, Receitas e Despesas, afetam o Patrimônio Líquido aumentando ou diminuindo seu valor. O aumento do Patrimônio Líquido ocorre pela inserção de receitas e a redução se dá pela de despesas. Logo, as despesas quando registradas pela contabilidade são consideradas como débitos e as receitas como créditos.

O quadro, a seguir, mostra que, quando debitamos uma conta de receita, há uma redução no saldo da mesma, e quando a creditamos, ocorre um aumento do saldo. Já, com as despesas, o fenômeno ocorre de forma invertida, ou seja, há um aumento do saldo quando debitamos, e uma diminuição quando creditamos.

Page 87: Livro contabilidade basica[1]

77 UNIUBEConta Débito para CréditoReceita Reduzir o saldo Aumentar o saldoDespesa Aumentar o saldo Reduzir o saldo

4.4 Apuração Contábil do ResultadoPeriodicamente, faz-se necessário apurar o resultado (lucro ou prejuízo).

Sendo assim, confrontam-se todas as Despesas que foram consideradas no período com todas as Receitas que, igualmente, ocorreram. Lembrando que devemos observar o princípio de competência e de realização da receitas (Capítulo 01 – Conhecendo a Contabilidade).

No final do período contábil, somamos todas as despesas e as receitas. E, contabilmente, as confrontamos.

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78 UNIUBE

4.4.1 Encerramento das Contas de Resultado

Por ser uma exigência legal, pelo menos uma vez por ano as empresas estão obrigadas a encerrar as contas de resultado; nada impede que seja realizada a apuração em períodos inferiores a 12 meses. Conforme falamos, esse momento ocorre na confrontação das despesas e receitas para apurar o resultado ( lucro ou prejuízo).

Você verá, agora, como se dá o processo de contabilização do encerramento.

4.4.2 Lançamentos de encerramento

Veja como é simples a técnica a ser aplicada:

a. abre-se uma conta com o título de Apuração do Resultado do Exercício -ARE, em que realizamos a confrontação da receita e despesa;

b. transferimos contabilmente, ou seja, por meio da escrituração, todos os saldos das contas de receitas e despesas para a conta de resultado (ARE). Note que nessa transferência encerramos as contas de receitas e despesas.

Realizado o encerramento de todas as contas de resultado, elas ficam com o saldo zerado para o início do próximo período contábil.

Veja as seguintes contas de resultados de uma empresa comercial:

Agora encerramos essas contas, transferindo o saldo final de cada uma delas para a conta denominada de Apuração do Resultado do Exercício - ARE.

17.000 8.000 49.000

Despesas de Salários Desp. Mat. Escritório Receitas

$ $ $

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79 UNIUBE

4.4.3 Apuração do Resultado

Quando o total da soma das receitas for maior que a soma das despesas, o valor será considerado como um lucro do exercício; e se a soma das receitas for menor que a soma das despesas, haverá um prejuízo do exercício.

No exemplo anterior, temos uma receita de $ 49.000, contra $ 25.000 de despesas; portanto, teremos um lucro no exercício de $ 24.000.

Você pode observar essa situação no quadro, a seguir:

Só para concluirmos este assunto, observe que o lucro que é apurado pela contabilidade é direcionado para diversas finalidades, dentre elas a distribuição de dinheiro para os donos do negócio e para determinadas reservas de lucros.

Despesas de Salários

Desp. Mat. Escritório

Receitas

Apur. Res. Exercício(ARE)

17.00017.000

8.0008.000

49.000

49.000

49.00017.000

8.000

$$

$$

$

$

$

$

$

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80 UNIUBE

4.5 EscrituraçãoEscrituração é uma técnica contábil que Consiste em registrar nos livros Diário, Razão, Caixa etc.; todos os acontecimentos que ocorreram na empresa e que provocam modificações no Patrimônio, além da apuração do resultado, conforme já estudamos.

4.5.1 Métodos de escrituração

Com certeza, até essa etapa de seu estudo sobre Contabilidade, você já observou que todos os procedimentos realizados destinam-se ao controle e acompanhamento dos fatos, e, é claro, permitem a geração de informações sobre o Patrimônio. Mas, para isso é necessário o uso de técnicas e métodos profissionais.

Vamos, agora, estudar os dois métodos de escrituração (método das partidas simples, e o método das partidas dobradas), nos quais iremos registrar as operações relevantes, ou seja, os atos e fatos administrativos de uma determinada empresa.

Métodos das Partidas Simples

É o método pelo qual são registradas as operações específicas, envolvendo o controle de um único elemento. Ele é utilizado somente por empresas que não visam lucros, pois o método das partidas simples é deficiente e incompleto, por não permitir o controle total do Patrimônio.

No livro caixa, os eventos de uma empresa são registrados visando apenas controle do dinheiro (entradas, saídas), sem a preocupação de controlar outros elementos patrimoniais, ou até mesmo de evidenciar lucro ou prejuízo.

Método das Partidas Dobradas

É o método que é utilizado universalmente, foi divulgado pelo frade franciscano Luca Paccioli, que definiu o seguinte:

“Não há devedor sem que haja credor e não há credor sem que haja devedor, sendo que cada débito corresponde a um crédito de igual valor”.

Muita atenção com as palavras devedor e credor (débito e crédito), procure analisar com cuidado o que essas duas palavras representam para a contabilidade, de acordo com nossas explicações, não confunda nunca com o significado que essas palavras assumem em nossa linguagem comum.

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81 UNIUBEPara ajudá-lo a entender melhor:

no método das partidas dobradas é utilizada a palavra Débito para representar e indicar o elemento ao qual está sendo aplicado algum valor monetário. Exemplo: quando a empresa recebe alguma quantidade de dinheiro e este é guardado na tesouraria, na Contabilidade o valor correspondente a esse dinheiro é registrado como sendo um débito da Conta, que representa dinheiro, ou seja, a conta Caixa, pois, para a Contabilidade, esse fato indica que foi aplicado ou aumentou o valor do elemento existente na empresa chamado de caixa e que representa dinheiro.

Caso alguma quantia do dinheiro seja utilizada para pagamento de alguma dívida ou compra de algum bem, o valor correspondente será registrado na Contabilidade como sendo um Crédito na Conta Caixa, pois nesse momento a conta Caixa passa a ser uma origem de recursos.

Logo a palavra débito tem sentido de Aplicação de recursos no Patrimônio ou no resultado e a palavra crédito, representa Origem de recursos.

Com o Método das Partidas Dobradas não é possível ter uma Aplicação sem ter uma Origem, ou seja, não podemos ter um débito sem ter pelo menos um crédito correspondente.

Para se utilizar o método das partidas dobradas na contabilidade, se faz necessário a utilização da técnica chamada de lançamento.

Vamos, agora, estudar esta técnica.

4.5.2 Lançamento

Podemos definir lançamento como o meio pelo qual se processa a escrituração.Todos os atos e fatos administrativos são registrados por meio de lançamento contábil, primeiramente no livro diário, sempre com documentos legítimos da operação (Notas fiscais, Recibos, Contratos etc.).

Elementos essenciais de um lançamento

Os fatos contábeis são lançados de acordo com sua ordem cronológica de dia, mês e ano, e os elementos que o compõem obedecem a uma determinada disposição.

Acompanhe, a seguir, os elementos essenciais, que não podem faltar quando efetuamos um lançamento.

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8� UNIUBE

1. local e data da ocorrência do fato;

2. conta a ser debitada;

3. conta a ser creditada;

4. histórico;

5. valor.

Em seguida, iremos acompanhar os sete passos que nos orientam para a elaboração dos lançamentos no livro diário.

Vamos, então, aos passos:

1º passo: verificar o local e a data da ocorrência do fato;

2º passo: verificar que documento foi emitido para comprovar a operação;

3º passo: identificar, no fato, quais os elementos envolvidos;

4º passo: verificar no elenco de contas quais serão utilizadas para registrar cada um dos elementos identificados no 3º passo;

5º passo: preparar o histórico do problema, ou seja, relato do fato ocorrido;

6º passo: identificar qual conta será debitada e qual será creditada;

7º passo: efetuar o lançamento.

Para facilitar os registros dos lançamentos, pode-se utilizar o quadro, a seguir:

Quadro 1 – Registros dos lançamentos

1. Para elementos patrimoniais

a) Toda vez que aumentar o Ativo, debitar a respectiva conta.

b) Toda vez que diminuir o Ativo, creditar a respectiva conta.

c) Toda vez que aumentar o Passivo, creditar a respectiva conta.

d) Toda vez que diminuir o Passivo, debitar a respectiva conta.

2. Para os elementos de resultados

e) Toda vez que ocorrer uma despesa, debitar a respectiva conta.

f) Toda vez que ocorrer uma receita, creditar a respectiva conta.

Fonte: RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 2005.

Page 93: Livro contabilidade basica[1]

8� UNIUBEFormas de lançamento

Os lançamentos contábeis podem envolver uma origem – crédito e um débito – aplicação, ou mais de um crédito e mais de um débito. Para isso, os lançamentos podem ser classificados como Lançamentos de primeira, segunda, terceira e quarta formas. Você vai, agora, estudar cada uma dessas formas de lançamento.

Lançamento de primeira forma

É o lançamento mais comum e mais simples, ele é realizado quando no fato contábil está envolvido apenas uma conta como origem e uma como aplicação.

Veja um exemplo:

Compra à vista de produtos para revenda, conforme Nota Fiscal, no valor de $ 10.000,00

Débito de Mercadorias Crédito Caixa........................................$ 10.000,00.

Lançamento de Segunda Forma

Ocorre quando temos uma conta a débito e mais de uma a crédito.

Veja o exemplo, a seguir:

Compra de geladeira e produtos conforme Nota Fiscal, no valor de $ 15.000,00, sendo parte do pagamento à vista e o restante a prazo.

Débito Mercadorias ......................................... $15.000,00

Crédito Caixa .................................................... $ 7.500,00

Crédito de Fornecedores .................................. $ 7.500,00

Lançamento de Terceira Forma

Quando ocorre mais de uma conta a ser debitada e apenas uma a ser creditada.

Exemplo:

Compra à vista de uma geladeira por $ 2.000,00 e um computador por $ 3.000,00, conforme nota fiscal.

Page 94: Livro contabilidade basica[1]

84 UNIUBE

4.6 Livros utilizados na escrituração

Os lançamentos e a escrituração contábil devem ser realizados em local próprio e formalizado; para isso foram criados os Livros Contábeis. Os principais livros contábeis são dois: Livro Diário e Livro Razão. No entanto, a contabilidade utiliza ainda os livros auxiliares, que podem ser contábeis, como é o caso dos livros caixa, conta corrente, contas a receber, contas a pagar, livro de registro de duplicatas etc.

Vamos conhecer um pouco mais sobre estes livros?

4.6.1 Livro Diário

O livro Diário é uma peça fundamental para a escrituração, pois é nele que nós registramos todos os acontecimentos que ocorrem na empresa e que provocam alterações no Patrimônio, é também um livro de uso obrigatório, conforme a Lei nº6.404/1976, com alterações realizadas por meio da Lei nº 11.638/2007.

Devemos observar na escrituração do Diário algumas formalidades legais, como:

Formalidades Extrínsecas (externas)

O livro Diário deve ser encadernado com folhas numeradas e em sequência,

Débito de Máquinas ................................................................$ 2.000,00

Débito de Equipamentos de Informática .................................$ 3.000,00

Crédito de Caixa ......................................................................$ 5.000,00

Lançamentos de Quarta Forma

Ocorre quando temos mais de uma conta a débito e mais de uma conta a crédito.

Exemplo:

Compra de um veículo por $ 25.000,00 e de televisor por $2.000,00, conforme nota fiscal, sendo o pagamento parte a vista (40%) e o restante a prazo.

Débito de Veículos ................................................................ $20.000,00;

Débito de Equipamentos ....................................................... $2.000,00;

Crédito de Caixa ................................................................... $8.800,00;

Crédito de Contas a Pagar ............................................... $13.200,00

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85 UNIUBE

Formalidade Intrínsecas (internas)

As formalidades intrínsecas dizem respeito à escrituração no Diário, é escriturada em idioma e moeda nacionais e em forma contábil, ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, e muito menos com borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.

Como você já sabe, a vida da empresa é registrada nesse livro; toda e qualquer demonstração elaborada e que tiver sua comprovação no livro Diário será reconhecida como válida, desde que não contenha erros na escrituração, contrários às formalidades legais descritas.

A escrituração no livro diário já passou pelo menos por três estágios até chegar à nossa atualidade; começamos a escrituração com o processo manual, que era feito de forma manuscrita; depois, trabalhamos com o processamento mecânico da escrita, em que era realizada em folhas soltas e depois copiada por decalque no livro; e, por último, o processamento eletrônico de dados, em que hoje quase todas as empresas processam a sua escrituração, imprimem e posteriormente seguem para a gráfica para serem encadernadas.

Por exemplo, vamos supor que, em abril de 20X2, a empresa Barco Furado & Cia. realize as seguintes operações:

21-4: compra de veículo, à vista, da empresa Tigra e Cia., conforme nota fiscal série A nº 22.150, por $ 700.000;

27-4: deposita no Banco Leste a quantia de $ 850.000.

contendo os termos de abertura e encerramento, submetendo o mesmo para registro no órgão competente.

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8� UNIUBE

Para que possamos ter a exatidão dos lançamentos no exemplo anterior, basta somarmos a coluna do Débito e a do Crédito, uma forma de averiguação parcial, já que pelo método das partidas dobradas os totais deverão ser iguais.

4.6.2 Livro Razão

O livro Razão para a contabilidade é de extrema utilidade, pois é nele que registramos o movimento individualizado de todas as contas. A escrituração no livro Razão por muito tempo foi facultativa, mas é obrigatória desde agosto de 1.991, conforme o art. 14 da lei nº 8.128, de 28/08/91.

No início da escrituração contábil só existia o Razão em forma de livros, mas com o passar dos tempos, as folhas avulsas foram substituindo as páginas do livro. Também foram muito comuns as fichas Razão, utilizadas na contabilidade mecanizada; no entanto, a cada conta que fosse aberta devia ter pelo menos uma ficha Razão.

A escrituração no livro Razão, conforme foi citado anteriormente, é feita em contas individualizadas, tendo assim um controle por conta. Se abrirmos uma conta Caixa e registrarmos todas as operações, evidentemente elas irão afetar o caixa; debitando-se ou creditando-se nesta conta, a qualquer momento podemos apurar o saldo.

Para apresentar os lançamentos realizados no Razão, podemos utilizar de um recurso didático chamado de Razonete, onde teremos o nome da conta movimentada, de um lado os valores lançados a débito nessa conta; do outro lado, os valores lançados a crédito, e ainda o resultado entre esses valores, que é chamado de saldo.

Veja como é um razonete:

Data Títulos das Contas e HistóricoCódigo

da

ContaDébito Crédito

Ano: 20x7dia mês Veículos - 700.00027 05 Caixa - 700.000

N. F 22.150 – Série A Tigra e CiaBanco Conta Movimento - 850.000 Caixa - 850.000Depósito no Banco Leste

Page 97: Livro contabilidade basica[1]

87 UNIUBE

Débitos Créditos

Saldo

Nome da conta

Saldo

Diferença entre os Débitos e Créditos é chamado de Saldo, que, conforme o caso, pode ser saldo devedor ou saldo credor.

Com base nos Razonetes, podemos observar como funciona um Razão. A empresa Cobra Cega, tem $ 1.000.000,00 em Caixa e compra à vista, em 25-04-X2, veículos por $ 800.000,00.

Acompanhe o exemplo, a seguir:

Agora veja como ficaria a ficha do Razão:Conta: Caixa Código: 1.1.1 (Plano de contas)

Data Histórico Débito Crédito SaldoD/C Valores

- Saldo já existente - - D 1.100.00025-04-X2 Compra de Veículos - 900.000 D 200.000

Conta: Veículos Código: 1.2.7 (Plano de contas)

Data Histórico Débito Crédito SaldoD/C Valores

25-04-X2 Aquisição à vista 900.000 - D 900.000

Caixa Veículos

D1.100.000

200.000Saldo

Devedor(D)

C800.000

D900.000

SaldoDevedor

(D)

C$

$

$ $

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88 UNIUBE

Note que, no final da escrituração, o caixa que tinha um saldo de $ 1.000.000, passou a ter um saldo de $ 200.000, e abrimos uma conta para veículos, em que foi escriturado o valor de $ 800.000. Lembrando que todos os registros efetuados nos livros contábeis deverão ser baseados em documentos fiscais, e nunca inventarmos valores.

4.6.3 Livro Contas Correntes

O livro contas correntes é utilizado para controlar a movimentação das contas que representam direitos e obrigações, sendo que este livro é um auxiliar para o livro razão. Esses livros também são conhecidos como livros de Contas a Receber e Contas a Pagar, também são utilizados para controlar as movimentações das contas correntes da empresa existentes nos Bancos.

4.6.4 Livro Caixa

No livro caixa, nós registramos todas as operações que envolvam entradas e saídas de dinheiro; ele é um livro auxiliar na contabilidade. Esse livro é muito importante, pois permite o acompanhamento das movimentações financeiras da empresa, identificando as entradas e saídas imediatas de recursos monetários.É um grande instrumento de auxílio na elaboração de fluxo de caixa.

4.6.5 Operações diversas

Continuando com nosso estudo: quando apuramos o resultado econômico das empresas, também é necessário, considerar diversas operações comuns ao universo empresarial.

Veja:

as organizações podem pagar ou receber valores referentes a juros, descontos, ou até pagar ou receber aluguéis.

Quando uma empresa atrasa o pagamento de alguma obrigação é comum que se paguem Juros. Contabilmente, esses juros são conhecidos como Juros Passivos; por outro lado, caso ela receba juros de algum cliente, estes são chamados de Juros Ativos.

Ao utilizar os termos “Ativos” ou “Passivos”, nesses momentos, não significa que a conta tenha alguma relação com os Grupos Patrimoniais. Na verdade, estamos indicando que o Juro Ativo é um juro positivo para a empresa, ou seja, a favor da empresa e que, neste caso, é considerado como Receita de Juros. Quando indicamos Juro Passivo, estamos nos referindo a juro pago pela empresa, ou uma situação negativa, que indica uma Despesa com Juros.

Também existem os Aluguéis Passivos e Aluguéis Ativos, que são aluguéis pagos ou recebidos pela empresa. No caso, Aluguel Ativo é Receita e o Aluguel Passivo

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89 UNIUBEé Despesa. Existem outras contas/nomenclaturas que podem ser utilizadas no caso dos Aluguéis, como Receitas de Aluguéis ou Despesas de Aluguéis, dentre outras.

Agora, vamos falar um pouco de outras receitas e despesas comuns às empresas comerciais: os Descontos. Os descontos podem ser Obtidos ou Concedidos. E esses, ainda podem ser Condicionais ou Incondicionais. Os Descontos Condicionais podem ser chamados também de descontos financeiros, porque ocorrem quando do pagamento de compras ou recebimento de vendas. Sendo assim, eles podem ser Descontos Condicionais Obtidos ou Descontos Condicionais Concedidos.

Parabéns! Você chegou ao final do estudo desse capítulo. Você aprofundou o conhecimento sobre as contas de resultado, aprendeu a finalidade dessas contas e sobre a depreciação, amortização e exaustão.

Agora, você já sabe como utilizar as técnicas contábeis para registrar os fatos ocorridos no Patrimônio das empresas, e também como contabilizar a apuração do resultado. Você já é capaz de apontar quais os livros utilizados na contabilidade e quais as suas funções. Para fixar todo esse conteúdo, leia com atenção as leituras sugeridas.

Nesse capítulo, você foi apresentado e orientado ao estudo com auxílio das leituras, e da utilização dos recursos disponíveis no curso para discutir e trocar opiniões e ideias com seus colegas, sobre os assuntos abordados. Isso proporcionará uma ótima oportunidade de aumentar mais ainda os seus conhecimentos. Não deixe de realizar as atividades.

Bons estudos!

As leituras, a seguir, são de fundamental importância e imprescindíveis para que você consiga aprender e entender o que estamos desenvolvendo neste capítulo de estudo.

Como é de seu conhecimento, no capítulo anterior deste livro de Contabilidade Básica, você já estudou através das obras customizadas pela editora Atlas, os textos: 03 (Procedimentos Contábeis Básicos Segundo o Método das Partidas Dobradas); 04 (As Variações do Patrimônio Líquido) e 08 (Ativo Imobilizado e O Problema das Amortizações).

Você percebeu que estes textos tratam de conceitos sobre os métodos de escrituração (em especial, o método das partidas dobradas); sobre os elementos

Resumo

Leituras

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90 UNIUBE

Vamos exercitar um pouco do que aprendemos? Desenvolva as atividades a seguir, pois elas irão contribuir para fixar o conhecimento adquirido no capítulo, nas leituras anexas e indicadas.

Atividade 1Você aprendeu que a Contabilidade tem a função de oferecer informações aos seus usuários, para isso ela utiliza de técnicas e métodos. Entre os procedimentos estudados nesse capítulo, o encerramento de todas as contas de receitas e despesas tem por finalidade a determinação:

a) ( ) do aumento do ativo;b) ( ) do aumento do passivo;c) ( ) do aumento do capital;d) ( ) da apuração de resultado.

Atividades

necessários para a apuração do resultado econômico das empresas e dos procedimentos para chegar a essa apuração, utilizando o método das partidas; sobre as operações de contabilização do ativo imobilizado e das técnicas de reconhecimento das depreciações, amortizações e exaustões.

Agora, no mesmo livro IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade Introdutória: equipe de professores FEA/USP. 10. Ed. São Paulo: Atlas, 2006. No capítulo 7, Problemas Contábeis Diversos, páginas 201 a 248, você vai estudar de forma mais detalhada os procedimentos diversos e comuns à atividade empresarial, identificando suas influências na apuração do resultado econômico.

É importante destacar que você não deve limitar seus estudos apenas no contexto que propomos. É necessário que você leia outras obras e procure ferramentas de estudo com visões diferenciadas. Boa leitura!

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91 UNIUBEAtividade 2Você aprendeu que os bens imobilizados das empresas sofrem perdas de valor por ação do tempo ou por obsolescência. Com base no conteúdo estudado, calcule e contabilize no Diário e no Razonete a Depreciação dos bens, a seguir:

a) veículos – saldo: $ 28.000 com vida útil de 5 anos;b) instalações – saldo: $ 42.000 com vida útil de 10 anos;c) máquinas – saldo de $ 160.000 com vida útil de 10 anos.

Atividade 33.1 – Coloque A para os bens sujeitos à amortização, D para os bens sujeitos à depreciação e N para os bens não sujeitos aos casos em questão:

a) ( ) Móveis e utensíliosb) ( ) Gastos de organizaçãoc) ( ) Veículosd) ( ) Benfeitorias em bens de terceirose) ( ) Caixaf) ( ) Imóveis (prédios)

3.2 – O desgaste pelo uso, ação do tempo e obsolescência são causas da:

a) ( ) Amortizaçãob) ( ) Depreciaçãoc) ( ) Exaustãod) ( ) Correção monetária

3.3 – Na contabilização da Depreciação, é utilizada uma conta de resultado e uma representativa da perda de valor por parte do bem depreciado. Entre as opções, a seguir, qual apresenta as contas corretas para esse procedimento?

a) ( ) Depreciação a móveis e utensíliosb) ( ) Depreciação acumulada a depreciaçãoc) ( ) Depreciação a depreciação acumulada

Atividade 4Você estudou, nesse capítulo, sobre os livros contábeis e sobre as técnicas de escrituração. Como auxílio da relação das contas a seguir, faça o que se pede.

• Registre os fatos, a seguir, no Diário, nos Razonetes e apure os saldos.

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9� UNIUBE

Plano de Contas simples:Caixa; Banco Conta Movimento; Duplicatas a Pagar, Veículos, Receita de Serviços, Despesas de Impostos, Nota promissória a receber, Capital social.

Atividade 5Agora, que você já aprendeu como apurar o resultado do exercício, pratique um pouco para fixar o tema.

A seguir, estão relacionadas algumas contas de resultado, extraídas dos registros da contabilidade de uma empresa comercial.

Contabilize nos Razonetes a apuração do Resultado (lucro ou prejuízo).

Fatos ocorridos em uma empresa comercial durante um certo mês:01/12 A Cia. Lady Katty Ltda. iniciou suas atividades com um Capital de

$250.000,00 integralizado (pago) pelos sócios da seguinte forma:

Em Caixa: $ 130.000,00;

Em Equipamentos: $ 25.000,00;

Em Imóveis: $ 95.000,00; 05/12 Abertura de conta corrente no Banco do Brasil S/A, depósito inicial de

$60.000,0007/12 Compra a prazo (com duplicata) de veículo por $ 26.000,00

20/12 Pagamento em cheque de Despesas com Impostos e Taxas, valor de $ 3.200,00

22/12 Prestação de Serviço a prazo (com Nota Promissória) por $ 20.000,00

Contas de Resultado Saldos Devedores

Saldos Credores

Custo de Mercadorias Vendidas 11.042,88 0,00Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços - ICMS sobre Vendas 3.556,44 0,00Despesas com Publicidade 2.692,00 0,00Despesas de Depreciações 4.129,08 0,00Despesas Gerais 5.720,00 0,00Despesas Bancárias 1.350,00 0,00Receita de Vendas 0,00 49.958,00

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9� UNIUBEAtividade 6Responda: entre os métodos de escrituração contábil estudados, um deles é utilizado universalmente. Qual é e como funciona esse método? Explique.

IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade introdutória: equipe de professores FEA/USP. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

MARION, José Carlos.Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 2005.

GRECO, Alvísio. AREND, Lauro Roberto. GARTNER, Gunther. Contabilidade – Teoria e Prática Básica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

Referências

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DEMONSTRANDO O MUNDO CONTÁBIL

Olá! Você acaba de chegar ao último capítulo dos seus estudos em Contabilidade básica. Porém, antes de iniciarmos os estudos relativos a esse capítulo propriamente dito, vamos realizar uma rápida recordação sobre tudo o que foi estudado até esse momento.

No primeiro capítulo, você pôde conhecer um pouco sobre a origem e a história da Contabilidade, bem como, a sua importância para o desenvolvimento da humanidade. Além disso, ainda nesse primeiro momento, você estudou os princípios fundamentais da Contabilidade e pôde compreender as suas aplicações no processo de registro, controle e demonstração dos componentes do Patrimônio.

A seguir, você aprendeu a identifi car os componentes do Patrimônio das entidades contábeis e a suas principais características. Você ainda teve a oportunidade de conhecer alguns dos principais aspectos relativos à mensuração dos componentes patrimoniais (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido). Com base na identifi cação dos componentes patrimoniais, você pôde compreender a equação fundamental do Patrimônio e a sua utilização para identifi cação da situação líquida das entidades contábeis.

Já no capítulo três, você teve o seu primeiro contato com o processo de registro contábil das operações realizadas pelas empresas em geral. Para tanto, estudou o método das partidas dobradas aplicado às contas patrimoniais (contas de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido). Além disso, você aprendeu como elaborar um balanço patrimonial de forma simplifi cada e identifi car as mutações patrimoniais. Nesse mesmo capítulo, você também conheceu, de forma introdutória, como se processa a apuração do resultado envolvendo as operações com mercadorias e produtos.

No capítulo quatro, você aprendeu a defi nir e conceituar as contas de resultado e, ainda, estudou o método das partidas dobradas aplicado às contas dessa mesma natureza (contas de receita e de despesas). Você aprendeu também

5Carlos Roberto Souza Carmo

Introdução

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9� UNIUBE

Ao final desse capítulo, você deverá ser capaz de:

• identificar os relatórios contábeis obrigatórios e os não obrigatórios para as empresas em geral;

• identificar e conhecer, introdutoriamente, a formatação dos relatórios produzidos pela Contabilidade, em especial o Balanço Patrimonial e a demonstração do resultado do exercício;

• identificar a informação contábil fornecida por cada um dos relatórios contábeis estudados de forma introdutória nesse componente curricular.

Objetivos

quais são os livros utilizados pela contabilidade para realizar o registro das operações que alteram o Patrimônio das entidades. Por último, mas ainda no capítulo quatro, você aprendeu como se processa a apuração e o reconhecimento dos valores referentes à depreciação, à amortização e à exaustão de ativos.

Nesse último, vamos encerrar os seus estudos sobre a Contabilidade básica abordando os demonstrativos contábeis. Ou seja, vamos tratar dos assuntos relacionados ao produto final da Contabilidade, cuja finalidade é fornecer informações econômicas e financeiras aos usuários da informação contábil. Por isso, a compreensão e o domínio de todo o conteúdo abordado nos capítulos anteriores é de fundamental importância para a consolidação do seu aprendizado.

Assim, após completar todas as atividades previstas nessa última fase do seu aprendizado introdutório sobre Contabilidade, você desenvolverá conhecimentos sobre o processo de estruturação e elaboração do Balanço Patrimonial - BP e da Demonstração do Resultado do Exercício - DRE e, ainda, passará a conhecer a estrutura e apresentação da Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados - DLPA, da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL, da Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC e da Demonstração do Valor Adicionado - DVA.

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97 UNIUBEEsquema

5.1 Características gerais dos relatórios contábeisUm relatório contábil pode ser caracterizado como uma demonstração ordenada de uma série de dados capturados e tratados pela Contabilidade, cujo objetivo é produzir informações para os diversos usuários da informação contábil.

Esses relatórios podem ser classificados em dois grandes grupos: os obrigatórios e os não obrigatórios. Sendo que, os relatórios contábeis obrigatórios são assim definidos por força da legislação pertinente. Eles também são conhecidos como demonstrações financeiras.

De forma muito resumida, pode-se afirmar que os instrumentos legais que normatizam os relatórios contábeis considerados obrigatórios são: a Lei 6.404/1976, a Lei e 11.638/2007, a Lei 11.941/2008, o Código Civil e o Regulamento do Imposto de Renda.

Nesse capítulo, abordaremos exclusiva e introdutoriamente, relatórios contábeis considerados obrigatórios, ou seja, as demonstrações financeiras.

Por força legal, as demonstrações financeiras devem ser elaboradas ao final de cada exercício social. Esse período corresponde, normalmente, a um ano. Além

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98 UNIUBE

de serem elaboradas periodicamente, no caso das companhias de capital aberto, as demonstrações financeiras devem ser publicadas em, no mínimo, dois jornais de grande circulação. Sendo que, um deles deve ser o Diário Oficial.

Com a sanção da Lei 11.638/2007, são considerados demonstrativos obrigatórios para as sociedades anônimas (S.A.) os seguintes relatórios contábeis:

• Balanço Patrimonial - BP;• Demonstração do Resultado do Exercício - DRE;• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA;• Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL em substituição

à demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados;• Demonstração de Fluxo de Caixa - DFC;• Demonstração de Valor Adicionado - DVA.

Cabe destacar que a Lei 6.404/1976 obrigava a publicação da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos - DOAR para as sociedades anônimas de capital aberto. Porém a Lei 11.638/2007 excluiu a DOAR do grupo dos demonstrativos contábeis obrigatórios.

No caso das empresas concebidas sob a forma de sociedades por quotas de responsabilidade limitada Ltda., segundo o Código Civil e o Regulamento do Imposto de Renda são consideradas demonstrações obrigatórias somente o Balanço Patrimonial - BP, Demonstração do Resultado do Exercício - DRE e a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA.

Além da periodicidade e da obrigatoriedade comentadas acima, as demonstrações financeiras devem apresentar algumas características gerais, além daquelas características próprias de cada tipo de demonstrativo. As demonstrações contábeis devem ser publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior, além de também poderem ser publicadas adotando a expressão monetária “milhar de real” ou “em mil ($)”, permitindo assim, o cancelamento dos três últimos dígitos.

Por último, cabe ressaltar que, além das demonstrações financeiras propriamente ditas, as empresas que estão obrigadas a elaborar periodicamente algum tipo de relatório contábil devem apresentar informações adicionais a estes. Essas informações adicionais têm por objetivo proporcionar ao usuário da informação contábil uma maior compreensão acerca do conteúdo das demonstrações financeiras. Dentre essas informações adicionais, destacam-se as notas explicativas, o relatório da administração e, ainda, o parecer dos auditores independentes como forma de validar o processo de elaboração dos demonstrativos contábeis publicados.

Agora, passaremos a estudar e conhecer cada um daqueles relatórios considerados obrigatórios para as empresas em geral, segundo teoria contábil e a legislação vigente.

Vamos lá?

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99 UNIUBE5.2 Balanço Patrimonial - BP

O Balanço Patrimonial é uma demonstração, sintética e ordenada, do saldo de todos os valores integrantes do Patrimônio de uma empresa, em uma determinada data. Ele apresenta informações de natureza predominantemente fi nanceira, na data do encerramento do exercício social.

Com o Balanço Patrimonial, pode-se identifi car informações acerca da situação fi nanceira da empresa em um determinado momento. Dentre essas informações, destacam-se:

• o total de ativos (no lado esquerdo). Ou seja, os bens e direitos à disposição da entidade contábil;

• o total de passivos e Patrimônio Líquido (no lado direito). Ou seja, as fontes de fi nanciamento dos recursos investidos no ativo;

• a posição de liquidez e nível do endividamento da empresa;• a representatividade dos principais grupos patrimoniais. Por exemplo, o

total dos recursos circulantes, dos não circulantes, a situação líquida da entidade.

Na internet, acesse o endereço a seguir:

<http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf>.

Esse link o direcionará para o pronunciamento conceitual básico, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis-CPC.

Conforme comentado anteriormente, ele trata da estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis.

Após acessar o arquivo sugerido, leia atentamente os itens de 47 a 52. Essa leitura lhe fornecerá subsídios para ampliar sua compreensão do processo de elaboração e apresentação do balanço Patrimonial.

Saiba mais

Segundo a legislação vigente e as normas contábeis brasileiras, o Balanço Patrimonial dever ter os seus componentes (contas e grupos de contas) classifi cados em circulante e não circulante. Sendo que, são classifi cadas como circulantes as contas que podem ser convertidas em dinheiro (caixa) ou exigidas (cobradas) até o término do exercício social seguinte. Assim, se determinada empresa adota como exercício social o prazo de um ano, serão consideradas contas do ativo circulante e do passivo circulante, aquelas contas representativas

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100 UNIUBE

Quadro 1: Estrutura básica do Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE

NÃO CIRCULANTE

CIRCULANTE

NÃO CIRCULANTERealizável a longo prazo Exigível a longo prazo

Permanente - Investimento PATRIMÔNIO LÍQUIDO - Imobilizado - Capital - Intangível - Reservas

Fonte: Acervo do autor.

Cabe salientar que, todas as contas integrantes do ativo da entidade devem ser ordenadas em ordem decrescente de liquidez, ou seja, do mais líquido (como a conta caixa) até o menos líquido (por exemplo, os bens do ativo permanente). Para o passivo, deve ser respeitada a ordem decrescente de exigibilidade.

A estruturação proposta pelo Quadro 1 deve ser detalhada de forma a permitir um maior nível de compreensão por parte dos usuários da informação contábil.

No Quadro 2, apresentado a seguir, você pode visualizar o detalhamento sugerido para o grupo do Ativo Circulante.

Quadro 2: Estrutura básica do Ativo CirculanteATIVO CIRCULANTE

DISPONÍVELCaixaBancos (conta corrente)Títulos de negociação imediata

Outras contas desse grupo[...]APLICAÇÕES FINANCEIRAS

RDB, CDB, letras de câmbio, debêntures, ouro etc.

Outras contas desse grupo[...]REALIZÁVEL A CURTO PRAZO

Duplicatas a receber(-) Duplicatas descontadas(-) Provisão para devedores duvidososOutros valores a curto prazo a receber

Outras contas desse grupo[...]

de bens, direitos e obrigações, conversíveis em caixa (bens e direitos) ou exigíveis (obrigações), até um ano após o encerramento do exercício. Sendo que, aquelas contas conversíveis em caixa ou exigíveis após um ano contado da data da elaboração do balanço deverão ser consideradas como itens do grupo de contas não circulantes. Conforme determina a Lei 11.638/2007, a estruturação do Balanço Patrimonial deve obedecer a formatação sugerida pelo Quadro 1, a seguir.

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101 UNIUBE

Fonte: Acervo do autor.

A seguir, no quadro 3, você visualizará o detalhamento sugerido para o grupo do Ativo Não Circulante.

ESTOQUESMatérias-primas e embalagens Produtos em elaboraçãoProdutos acabados/mercadoriasMateriais diversos (consumo e almoxarifado)

Outras contas desse grupo[...]DESPESAS ANTECIPADAS

Despesas apropriáveis no exercício seguinte

Outras contas desse grupo[...]

Quadro 3: Estrutura básica do Ativo Não Circulante

ATIVO NÃO CIRCULANTEATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Valores a receberTítulos e valores mobiliadosEmpréstimos compulsóriosIncentivos fiscaisOutras contas desse grupo[...]

ATIVO PERMANENTEINVESTIMENTOS

Participação acionária em empresas coligadas e controladasOutros investimentos

Outras contas desse grupo[...]IMOBILIZADO

Prédios e terrenosMáquinas e acessóriosInstalações e ferramentas de valorVeículosMobiliários e equipamentos de escritório(-) Depreciação acumuladaMinas, florestas, jazidas e reservas petrolíferas(-) Exaustão acumulada

Outras contas desse grupo[...]INTANGÍVEL

Marcas e patentesFundo de comércio(-) Amortização acumulada

Outras contas desse grupo[...]Fonte: Acervo do autor.

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10� UNIUBE

No Quadro 4, apresentado a seguir, você visualizará o detalhamento sugerido para o grupo do Passivo Circulante. Ao analisá-lo, você perceberá que houve uma preocupação em ordenar as contas em ordem de exigibilidade. Entretanto, cabe salientar que essa exigibilidade está diretamente relacionada com a data do vencimento das obrigações da empresa. Uma vez que podem existir obrigações das mais variadas naturezas com os mais variados vencimentos, o mais lógico seria procurar ordenar as contas do circulante em grupos correlatos e recorrentes. Por exemplo, os pagamentos aos fornecedores são mais frequentes e, talvez, até mais expressivos com outras obrigações. Por isso, deveriam ser considerados mais exigíveis que algumas provisões que, normalmente, serão pagas uma vez a cada exercício social, por exemplo, 13º salário e férias.

Quadro 4: Estrutura básica do Passivo Circulante

PASSIVO CIRCULANTEEXIGÍVEL

FornecedoresEmpréstimos e financiamentos a pagar(-) Encargos a apropriarImpostos, taxas e contribuições sociais a recolherOrdenados e salários a pagarOutras exigibilidades a curto prazo a pagarProvisões para imposto de renda, férias, dividendos propostos, 13º salários.

Outras contas desse grupo[...]Fonte: Acervo do autor.

Quadro 5: Estrutura básica do Passivo Não Circulante

PASSIVO NÃO CIRCULANTEEXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Financiamentos a pagar (nacionais e estrangeiros)Outras exigibilidades a longo prazo a pagar

Outras contas desse grupo[...]Patrimônio Líquido

CAPITAL SOCIALCapital social subscrito(-) Capital social a realizar

RESERVAS DE LUCROSReserva legalReservas estatutárias Reservas para contingênciasReservas para plano de investimentosReservas de lucro a realizar (-) Ações em tesouraria

Outras contas desse grupo[...]Fonte: Acervo do autor.

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10� UNIUBENo Quadro 5, apresentado anteriormente, você visualizou o detalhamento sugerido para o grupo do Passivo Não Circulante.

Para que você possa compreender um pouco mais a estruturação de um Balanço Patrimonial, doravante, passaremos à explicação de cada um dos seus grupos de contas. Tal explicação não tem a pretensão de esgotar o assunto. Entretanto, ela será suficiente para que você domine os componentes desse demonstrativo contábil tão importante para que a Contabilidade consiga atingir o seu objetivo maior, ou seja, prestar informações que possam subsidiar a tomada de decisões dos usuários da informação contábil.

No Ativo Circulante Disponível, devem ser agrupadas e totalizadas as contas com o maior grau de liquidez do ativo como um todo. Normalmente, o Disponível é composto, por exemplo, pelo dinheiro em caixa, pelos cheques recebidos e ainda não depositados e, ainda, os saldos dos depósitos bancários disponíveis para a movimentação imediata da empresa.

As Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata referem-se aos recursos da empresa que foram investidos em algum tipo de aplicação que possua liquidez dentro do curto prazo. Normalmente, tais investimentos são realizados com a utilização de recursos financeiros excedentes nos caixas e contas bancárias da entidade.

No Ativo Circulante Realizável a Curto Prazo, devem ser classificados aqueles valores que caracterizam-se por direitos da empresa cuja realização financeira possa ocorrer a qualquer momento dentro do curto prazo. Normalmente, são classificados nesse grupo os valores a receber provenientes das vendas a prazo realizadas pela entidade.

Do montante de valores a receber de clientes (Ativo Circulante Realizável a Curto Prazo) devem ser deduzidos os valores descontados. Ou seja, deve-se abater do total a receber aqueles valores cujo direito de cobrança e recebimento foram transferidos a terceiros, por exemplo, instituições financeiras. Essa dedução aparecerá no balanço, mais comumente, sob a denominação de Duplicatas Descontadas. Além disso, deve-se abater dos valores a receber uma parcela representativa das possíveis perdas provenientes da inadimplência dos seus clientes. Essa segunda dedução dos valores a receber no curto prazo deve constar no balanço sob titulação de Provisão para Duvidosos.

O total dos estoques representa o montante dos estoques à disposição da empresa. Normalmente, esses estoques representam mercadorias destinadas à venda. Entretanto, nesse grupo, também devem constar os estoques para consumo próprio, como por exemplo, o estoque de materiais de expediente (escritório) ou, ainda, peças para reparos.

Realização financeiraConversão em recursos financeiros. Recebimento na forma de dinheiro.

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Com relação ao último grupo do Ativo Circulante, as Despesas Pagas Antecipadamente, devem constar nesse subgrupo todos aqueles recursos aplicados, ou melhor, gastos ao longo do exercício social que se encerra e, todavia, proporcionarão algum tipo de benefício para empresa durante o próximo exercício social. Aqui se enquadram, por exemplo, o pagamento de prêmios de seguros cuja cobertura ocorrerá ao longo do próximo exercício social, portanto, diferente da data de apuração do balanço.

Passando a tratar agora dos componentes do ativo não circulante, devem ser classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo todos os direitos cujos vencimentos ocorrerão apenas após o término do exercício social seguinte. Por exemplo, os valores a receber provenientes de uma venda a prazo em trinta e seis parcelas mensais realizada no dia do encerramento do balanço. Doze daquelas trinta e seis parcelas serão classificadas nos direitos de curto prazo do ativo circulante e as vinte e quatro restantes devem compor o ativo realizável a longo prazo, que é um subgrupo do Ativo Não Circulante.

No Ativo Permanente são registrados os bens e direitos com o menor grau de liquidez do Balanço Patrimonial. Ele é subdividido em três subgrupos.

• Investimentos: nesse subgrupo, são registrados os investimentos que a empresa realizou, em itens que, além de não se destinarem à manutenção das suas atividades operacionais, não serão convertidos em caixa a curto ou médio prazo. Por exemplo, a participação acionária em outras empresas, terrenos não utilizados pela entidade, obras de arte etc.

• Imobilizado: ao contrário dos valores registrados no grupo “investimentos” do ativo não circulante, aqui registram-se os valores referentes a todos os bens e direitos que se destinam à manutenção da atividade operacional (operações) de uma empresa. Tipicamente, são registrados nesse grupo os valores referentes à prédios e instalações, máquina e equipamentos, veículos, entre outros.

• Intangível: esse grupo é composto por direitos de propriedade de uso industrial ou comercial, legalmente conferidos à empresa. Sendo que, esses valores não têm origem na propriedade física do bem ou direito, propriamente dita. Na verdade, a empresa detém o direito de uso do bem e esse direito normalmente está embasado em algum tipo de documentação. Como exemplos de intangíveis, podem ser citados direitos autorais, patentes, marcas etc.

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Acesse novamente o link indicado anteriormente:<http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf>.

Esse link o direcionará para o pronunciamento conceitual básico.

Conforme comentado anteriormente, ele trata da estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis.

Realize, então, a leitura dos itens 53 até 59. Além de ampliar seu conhecimento sobre os critérios para defi nição e reconhecimento de elementos do ativo, essa leitura lhe ajudará a compreender um pouco mais a temática sobre o ativo no balanço Patrimonial.

Saiba mais

Ao analisar os elementos classifi cáveis no Passivo Circulante de uma empresa, você constatará que, nesse grupo, são classifi cadas as contas que representam algum tipo de obrigação ou dívida para a empresa, cuja exigibilidade ocorrerá até a fi m do próximo exercício social da entidade. No Passivo Circulante são classifi cadas as obrigações operacionais da entidade, por exemplo: fornecedores, salários a pagar, obrigações sociais e legais, etc.

No Exigível a Longo Prazo, classifi cam-se todas as obrigações da empresa cuja exigibilidade, ou melhor, o vencimento ocorra após o término do exercício seguinte ao encerramento do balanço, portanto, no longo prazo. Aqui, normalmente, são registrados os empréstimos e fi nanciamentos de instituições fi nanceiras, debêntures a pagar, fornecedores de equipamentos operacionais etc. Cabe destacar que, na medida em que o vencimento das obrigações classifi cadas no Passivo Exigível a Longo Prazo forem passíveis de classifi cação no curto prazo, elas deverão ser transferidas para o passivo circulante.

Conforme visto nos capítulos iniciais, o Patrimônio Líquido representa a situação líquida da entidade. Sendo que, essa situação líquida pode ser calculada pela diferença entre o total ativo e os grupos do passivo. De acordo com a antiga legislação societária (Lei nº 6.404/1976), o Patrimônio Líquido era constituído pelos seguintes subgrupos: capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados. Com o advento da Lei 11.638/07, o Patrimônio Líquido passou a ser constituído pelo capital social e pelas reservas de lucros, pois, a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados passou a ter um caráter de transitório, ou seja, os valores nela lançados durante o exercício social devem ser direcionados para reservas de lucros ou distribuídos até, no máximo, a data da publicação do balanço da entidade.

O Capital Social representa os valores investidos pelos sócios da sociedade (integralização de capital). Ele deve ser registrado pelo seu valor efetivamente

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10� UNIUBE

Saiba mais

Acesse o link a seguir:<http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf>.

Novamente, você será direcionado para o pronunciamento conceitual básico, que trata da estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demostrações contábeis.

Após acessar o pronunciamento, leia os seus itens 60 até 68. Essa leitura lhe proporcionará o contato com uma série de informações adicionais acerca do passivo e do Patrimônio Líquido da entidade.

É um demonstrativo que compara as receitas com as despesas do período de forma verticalizada, ou seja, ela deduz das receitas do período todos os gastos realizados para a sua obtenção, portanto, as despesas do respectivo período contábil.

Do confronto entre receitas e despesas, surge o resultado econômico do exercício social. Assim, sempre que o montante das receitas for superior ao montante das despesas a empresa apurará um lucro. Ao contrário, toda vez que as receitas forem inferiores às despesas a empresa apurará um prejuízo contábil.

5.3 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE

integralizado, excluindo-se do capital social aquelas parcelas ainda não integralizadas. No caso de uma sociedade anônima, o capital social é dividido em ações. Quando as ações forem emitidas com o valor nominal, somente esse valor é que compõe o capital social, fi cando o eventual ágio (diferença entre o que os acionistas pagaram e o valor nominal da ação) registrado em reserva própria para tal fi nalidade.

As Reservas de Lucros, normalmente, representam os lucros retidos pela entidade para fazer frente às fi nalidades específi cas. Sendo que, com exceção das reservas para contingências e reservas de lucro a realizar, o somatório dos saldos mantidos em reservas não pode exceder o total do capital social. Caso isso ocorra, a assembleia geral da empresa deverá deliberar propondo a destinação do referido excesso. Essa destinação pode ser feita, por exemplo, mediante aumento de capital social ou, ainda, para a distribuição de dividendos aos acionistas.

Por último, resta-nos comentar sobre as Ações em Tesouraria. O total dessa conta representa o montante das ações adquiridas de entidades adquiridas por ela mesma. Assim, esse total deve funcionar como uma dedução do Patrimônio Líquido.

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107 UNIUBE

Saiba mais

Acesse o link <http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf>, e mais uma vez, será direcionado para o pronunciamento conceitual básico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

No pronunciamento, leia os seus itens 69 até 80. Essa leitura facilitará o seu entendimento sobre o processo de apuração de resultados e criará um contexto que lhe permitirá compreender mais facilmente as informações sobre apuração e demonstração do resultado do exercício, expostas a seguir.

A seguir, no Quadro 6, você visualizará a estruturação básica sugerida para a elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício.

Quadro 6: Estrutura básica da Demonstração do Resultado do ExercícioReceita bruta (-)Deduções da receita bruta(=)Receita líquida (-)Custos - CMV/CSP/CPV(=)Resultado bruto (-)Despesas operacionais(+)Receitas outras operacionais(=)Resultado operacional(+/-)Resultado não operacional(=)Resultado antes do imposto de renda (-)Prov. p/ IRPJ e CSSLL (-)Participações e Contribuições(=)Resultado líquido

Lucro por AçãoFonte: Acervo do autor.

Todo demonstrativo contábil deve apresentar o maior nível de clareza e detalhe possível. Isso como forma de facilitar a sua compreensão por parte daqueles que utilizam os dados disponibilizados pela Contabilidade. Assim, um pouco mais adiante, no Quadro 7, você visualizará uma proposta de estruturação da DRE mais completa e detalhada que aquela apresentada no Quadro 6.

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108 UNIUBE

Quadro 7: Estrutura detalhada da Demonstração do Resultado do Exercício

Receita Bruta das Vendas e Serviços(-) Devoluções(-) Abatimentos(-) Impostos sobre Vendas.(=) Receitas Líquidas das Vendas e Serviços( -) Custo das Mercadorias/Produtos Vendidos/Serviços Prestados(=) Resultado Bruto(-) Despesas com Vendas(-) Despesas Administrativas(-) Despesas Financeiras (deduzidas das Receitas Financeiras)(-) Outras Despesas Operacionais(+) Outras Receitas Operacionais(=) Resultado ou Prejuízo Operacional(+/-)Resultado não operacional (+) Receitas não Operacionais (-) Despesas não Operacionais(=) Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda(-) Provisão para o Imposto de Renda(-) Provisão para a Contribuição Social(-) Participação dos Empregados(-) Contribuições para Instituições ou Fundo de Assistência ou

Previdência de Empregados(=) Resultado Líquido ou Prejuízo do Exercício

Resultado ou Prejuízo por Ação

Fonte: Acervo do autor.

Como todo procedimento contábil, a elaboração da demonstração do resultado do exercício obedece a todos os princípios contábeis. Mas, dentre eles, aquele que mais se destaca no processo de apuração do resultado do exercício é o da Competência, uma vez que as receitas obtidas pela entidade precisam ser confrontadas com as despesas incorridas para a sua obtenção dentro do período contábil em que efetivamente ocorreram, independentemente do seu pagamento ou recebimento (realização financeira).

A demonstração do resultado do exercício possui um estreito relacionamento com o Balanço Patrimonial. Pois, o resultado econômico informado na DRE, oriundo de Despesas e Receitas que têm como contrapartidas as contas patrimoniais, é acumulado nas contas de Patrimônio Líquido e, depois, direcionado para reservas e/ou para o pagamento de dividendos aos sócios da entidade contábil. Percebe-se então, que o resultado econômico informado pela Demonstração do Resultado do Exercício ou será direcionado para o Patrimônio Líquido (Reservas) e/ou para o Passivo (Dividendos a Pagar).

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109 UNIUBEConforme dito inicialmente, a DRE tem por objetivo demonstrar como foi gerado o resultado do período (lucro ou prejuízo). Para tanto, as receitas e despesas incorridas ao longo do exercício social são confrontadas de forma dedutiva, em que, as receitas são deduzidas das despesas. Desse confronto, surge a Receita Líquida, o Resultado Bruto, o Resultado Operacional, o Resultado antes do Imposto de Renda e das Contribuições e, finalmente, o resultado líquido seguido do Lucro por Ação. Aliás, esses são os itens mínimos a serem apresentados na demonstração do resultado do exercício, conforme preconiza a legislação e as normas contábeis em vigor.

Ao longo do Capítulo 3, você estudou o Resultado com Mercadorias - RCM. Você aprendeu que o RCM surge do confronto das receitas brutas com as deduções e o Custo das Mercadorias Vendidas - CMV. O RCM é exatamente o “resultado bruto” (lucro bruto) demonstrado pela DRE. Ou seja, do confronto entre as receitas brutas e as deduções, surgem as receitas líquidas. Depois, deduzido o CMV das receitas líquidas obtém-se o resultado bruto. Logo, o resultado bruto engloba todas as contas que envolvem operações com mercadorias, relacionando-as de forma dedutiva.

Apurado o Resultado Bruto, basta deduzir desse subtotal (Resultado Bruto) as Despesas Operacionais para encontrar o Resultado Operacional. Ou seja, esse item surge do relacionamento dedutivo (subtrativo) do Resultado Bruto com todas as despesas operacionais. Estas, por sua vez, devem ser entendidas como gastos relacionados à atividade operacional da entidade, normalmente, realizados para a obtenção de receitas operacionais. Tais despesas são classificadas em três grandes grupos: despesas administrativas, despesas de venda e despesas financeiras. Sendo que, no caso dessas últimas, elas devem ser apresentadas já deduzidas dos eventuais ganhos financeiros, ou melhor, receitas financeiras.

Após a apuração do Resultado Operacional, o próximo item a ser identificado na DRE é o Resultado antes do Imposto de Renda. Ele tem origem no confronto do resultado operacional com o Resultado Não Operacional do período. Entende-se por resultado não operacional o saldo oriundo do confronto entre receitas e despesas não operacionais. Sendo que, nesse caso, são considerados itens não operacionais os ganhos ou perdas que acontecem de forma eventual e, obrigatoriamente, que não estejam relacionados com a atividade operacional da entidade. Um bom exemplo de fato contábil não operacional é a venda de uma máquina utilizada no processo fabril da entidade. Ou seja, a empresa vive da venda dos itens que produz ─ aliás, essa é a sua atividade operacional ─ e não da venda das máquinas e equipamentos do seu parque fabril.

Finalmente, após apurado o resultado antes do imposto de renda, deve-se deduzir deste valor os impostos incidentes sobre a lucratividade da entidade, normalmente, o imposto de renda da pessoa jurídica e a contribuição social sobre o lucro líquido. Além da tributação sobre a lucratividade, a empresa também deve deduzir do resultado antes do imposto de renda aquelas parcelas pagas aos funcionários a título de participação na lucratividade obtida ao longo de exercício social. Logo

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110 UNIUBE

Saiba mais

Você sabe a diferença entre os termos “reconhecimento” e “mensuração”, no contexto contábil?Vamos pesquisar a respeito!Acesse o pronunciamento conceitual básico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que está disponível no link: <http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf>.Pesquise nos itens entre 82 e 101 a diferença entre as terminologias “reconhecimento” e “mensuração”.

5.4 Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL e Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA

A Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL e a Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados - DLPA retratam o fl uxo econômico relacionado à movimentação oriunda dos chamados recursos próprios da entidade.

A DLPA tem por objetivo evidenciar, de forma detalhada, todas as movimentações ocorridas na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Sendo que, nesse processo de demonstração, os itens mínimos a serem destacados são:

• o saldo inicial e o saldo fi nal da conta;• todos os ajustes provenientes de erros de exercícios sociais passados;• as reversões recebidas de reservas;• o resultado apurado no período contábil corrente, bem como, a respectiva

destinação;• os dividendos propostos; e• as transferências realizadas para as reservas.

O saldo inicial corresponde ao saldo da conta “lucros ou prejuízos acumulados” no início do período contábil. Os ajustes de exercícios sociais anteriores caracterizam-se por modificações de saldos decorrentes de mudança de critério contábil ou de retificação de erros referentes a períodos passados, cujos balanços já tenham sido encerrados e publicados. As reversões de reservas referem-se aos valores que estavam contabilizados em reservas de lucros e, em função do

após, da apuração do resultado líquido deve constar o lucro por ação, que é basicamente a divisão do resultado líquido do período pela quantidade de ações. Entretanto, cabe destacar que existe muita discussão acerca do tipo de ação que deverá compor esse cálculo, se preferencial ou ordinária. Mas, nessa etapa dos seus estudos, basta você entender que o resultado líquido deve ser dividido pela quantidade de ações em que está dividido o capital social da empresa.

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111 UNIUBE

Para facilitar a compreensão acerca da estruturação e apresentação das informações contidas na DLPA, observe atentamente o Quadro 8, a seguir.

Quadro 8: Estrutura básica da Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados

(=) Saldo no Início do Exercício Social (+/) Ajustes de Exercícios Anteriores (=) Saldo Ajustado (+/) Lucro / Prejuízo Líquido do Exercício: (+) Reversões de Reservas () Destinações durante o Exercício

caráter não cumulativo de tais reservas, tiveram seus saldos devolvidos à conta de lucros ou prejuízos acumulados. O resultado apurado no período contábil corrente é exatamente o valor apurado e informado a título de lucro líquido, na demonstração de resultado do exercício do respectivo período. Os dividendos propostos correspondem à parcela dos resultados acumulados que será paga aos sócios a título de distribuição de resultados. As transferências realizadas para as reservas dizem respeito à parcela dos resultados acumulados que será destinado às reservas de lucro propriamente ditas para algum tipo de utilização futura.

(=) Saldo a Distribuir () Transferência para Reservas () Dividendos a Distribuir (=) Saldo no Fim do Exercício Social

Fonte: Acervo do autor.

Uma vez que a DMPL demonstra a movimentação de todas as contas pertencentes ao Patrimônio Líquido, ela abrange a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA, pois, esta última fornece a movimentação da conta de “lucros ou prejuízos acumulados”, conta essa pertencente ao grupo do Patrimônio Líquido da entidade.

O objetivo da DMPL é detalhar todo o acréscimo e/ou diminuição do Patrimônio Líquido, conta por conta principal, bem como a formação e utilização de reservas. Dessa forma, a estrutura da DMPL deve discriminar os seguintes itens mínimos e movimentações:

• os saldos no início do período;• os ajustes de exercícios anteriores;• as reversões e transferências de reservas e lucros;• os aumentos de capital, discriminando sua natureza;• a redução de capital;• as destinações do lucro líquido do período;• o resultado do período;• as compensações de prejuízos, se houver;• os lucros acumulados distribuídos;• os saldos no final do período.

Page 122: Livro contabilidade basica[1]

11� UNIUBE

Quadro 9: Estrutura básica da demonstração das mutações do Patrimônio Líquido

Fonte: Acervo do autor.

5.5 Demonstração de Fluxo de Caixa - DFC

Após a entrada em vigor da Lei nº11.638/2007, a Demonstração de Fluxo de Caixa - DFC tornou-se um demonstrativo obrigatório. Essa demonstração tem por objetivo evidenciar como as movimentações de recursos financeiros, acontecidas ao longo do exercício social, alteraram o disponível da entidade.

Mediante a interpretação da DFC, é possível verificar qual a capacidade da empresa gerar fluxos de caixa positivos e, assim, saldar os seus compromissos e remunerar o capital nela investido. A DFC, aliada à DRE, pode-se traduzir em uma poderosa ferramenta de análise voltada para a tomada de decisões da natureza financeira.

A DFC pode ser elaborada de duas formas: pelo método direto e o método indireto. Sendo que, independentemente da metodologia adotada para a sua elaboração, os fluxos de caixa detalhados pela DFC devem ser classificados de acordo com a natureza da sua origem e destinação. Ou seja, esses fluxos devem ser classificados e separados em três grandes grupos de atividades:

• fluxos das atividades operacionais: são os recursos relacionados com as atividades de produção e/ou comercialização de bens/serviços;

• fluxos das atividades de financiamento: são aqueles recursos oriundos das atividades relacionadas com os empréstimos de credores e investidores à entidade;

• fluxos das atividades de investimento: dizem respeito às atividades de investimento realizadas pela entidade. Essas atividades, normalmente, relacionam-se com as variações no total dos ativos de longo prazo e ativos permanentes, normalmente, utilizados no suporte da atividade operacional da entidade.

Para tanto, a estrutura da DMPL deve ser composta por uma coluna para cada conta principal pertencente ao Patrimônio Líquido da entidade. A seguir, nas linhas, devem ser indicados os principais eventos e valores que implicaram em algum tipo de movimentação nas contas discriminadas naquela coluna abordada inicialmente, conforme sugerido no Quadro 9, a seguir.

Capital Social Reservas de Capital Reservas de Lucros Lucros Acumulados Total

Capital Subscrito

A Realizar

Ágio na emissão de ações

Ações em Tesouraria

Subvenções para Investimentos

Legal Estatutária Lucros a Realizar

-

Saldos em 31/12/xx04

Movimentações - - - - - - - -

Saldos em 31/12/xx05

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11� UNIUBEPara facilitar a compreensão acerca da estruturação e apresentação da DFC, observe atentamente os Quadros 10 e 11, apresentados a seguir. No Quadro 10, você poderá visualizar uma exemplificação da demonstração do fluxo de caixa pelo método direto. Já no Quadro 11, você visualiza uma exemplificação da demonstração do fluxo de caixa pelo método indireto. Observe que a diferença básica entre as duas metodologias está na forma como são apresentados os fluxos relativos às atividades operacionais.

Quadro 10: Exemplificação da demonstração do fluxo de caixa pelo método direto

Fonte: Adaptado de Marion (2002, p.396).

Fluxos de caixas das atividades operacionais

(+) Recebimento de Vendas(-) Pagamento de Compras(-) Pgto. desp. de vendas(-) Pgto. desp. adm.(-) Pgto. outras. desp.(-) Pgto. de RPJ s/ lucroCaixa líquido proveniente das atividades operacionais

Fluxos de caixa das atividades de investimentos

(-) Aquisiçao de móveis e utens.(-) Aquisição de terrenos(-) Investimentos e outras entidadesCaixa líquido proveniente das atividades de investimentos

Fluxos de caixa das atividades de financiamentos(+) Empréstimos bancários(+) Aumento Integralização do Capital Social(-) Pgto. de dividendosCaixa líquido proveniente das atividades de financiamentos

Aumento líquido de caixa

Caixa no início do períodoCaixa no fim de períodoAumento líquido de caixa

9.500,00(3.950,00) (500,00) (380,00) (500,00)(1.050,00) 3,128,00

(300,00) (1.000,00) (2.140,00) (3,440,00)

470,00 1.500,00 (850,00) 1.120,00

800,00

1.500,002.300,00 800,00

Page 124: Livro contabilidade basica[1]

114 UNIUBE

Quadro 11: Exemplifi cação da demonstração do fl uxo de caixa pelo método indireto

Fluxos de caixa das atividade s operacionaisLucro antes do IRPJ e da CSLL 3.000,00

Ajustes por:(+)Depreciação 120,00

(=)Lucro antes do IRPJ e da CSLL Ajustado 3.120,00(-)Aumento do contas a receber (500,00)(+)Diminuição dos Estoques 550,00(+)Aumento de Fornecedores 1.000,00(-)Pgto. de IRPJ s/ lucro (1.050,00)Caixa líquido proveniente d as atividades operacionais 3. 120,00

Fluxos de caixa das atividade s de investimentos(-)Aquisição de móveis e utens. (300,00)(-)Aquisição de terrenos (1.000,00)(-)Investimentos e outras entidades (2.140,00)Caixa líquido proveniente d as atividades de invest imentos (3. 440,00)

Fluxos de caixa das atividade s de financiamentos(+)Empréstimos bancários 470,00(+)Aumento/Integralização do Capital Social 1.500,00(-)Pgto. de dividendos (850,00)Caixa líquido proveniente d as atividades de financiamentos 1. 120,00

Aumento l íquido de caixa 800,00

Caix a no início do período 1.500,00Caix a no fim do período 2.300,00Aumento líquido de caix a 800,00

Fonte: Adaptado de Marion (2002, p.396).

Saiba mais

Na internet, acesse o link <http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_03.pdf>.

Você será direcionado para o pronunciamento técnico CPC 03, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

No pronunciamento, leia os itens de 11 até 19. Após essa leitura, você compreenderá um pouco mais a classifi cação dos fl uxos de caixa em “fl uxos das atividades operacionais”, “fl uxos das atividades fi nanceiras” e “fl uxos das atividades de investimentos”.

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115 UNIUBE5.6 Demonstração do Valor Adicionado - DVAA Demonstração do Valor Adicionado - DVA é mais um demonstrativo que passou a integrar o grupo dos demonstrações contábeis obrigatórias em função da aprovação da Lei 11.638/2007.

Mesmo antes da publicação de Lei 11.638/2007, a Comissão de Valores Mobiliários - CVM já incentivava a elaboração e a divulgação da DVA. Em 2000, a CVM sugeriu a utilização de um modelo elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras - FIPECAF.

De uma forma geral, pode-se afirmar que a DVA é um demonstrativo complementar à DRE. Aliás, em conjunto, elas constituem uma importante fonte de informações econômicas sobre a capacidade de geração de riqueza por parte da entidade. Assim, as informações disponibilizadas nesse demonstrativo permitem a análise do desempenho econômico da empresa.

Para que você possa compreender um pouco mais a estruturação da DVA, analise atentamente o modelo sugerido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, reproduzido no Quadro 12 e apresentado um pouco mais adiante.

Quadro 12: Modelo de Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS EM GERAL

DESCRIÇÃOEm milhares

de reais 20X1Em milhares

de reais 20X21 – RECEITAS 1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 1.2) Outras receitas 1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios 1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição) 2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

(inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS) 2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos 2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 2.3) Perda / Recuperação de valores ativos 2.4) Outras (especificar) 3 - VALOR ADICIONADO (1-2) 4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE

(3-4)

Page 126: Livro contabilidade basica[1]

11� UNIUBE

6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 6.1) Resultado de equivalência patrimonial 6.2) Receitas fi nanceiras 6.3) Outras 7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*) 8.1) Pessoal 8.1.1 – Remuneração direta 8.1.2 – Benefícios 8.1.3 – F.G.T.S 8.2) Impostos, taxas e contribuições 8.2.1 – Federais 8.2.2 – Estaduais 8.2.3 – Municipais 8.3) Remuneração de capitais de terceiros 8.3.1 – Juros 8.3.2 – Aluguéis 8.3.3 – Outras 8.4) Remuneração de Capitais Próprios 8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio 8.4.2 – Dividendos 8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício 8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação) (*) O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.

Fonte: Pronunciamento técnico CPC 09 (Comitê de Pronunciamentos Contábeis, 2008).

Disponível em < http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_09.pdf>.

Para pesquisar

Acesse, na internet, o pronunciamento técnico CPC 09 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Para tanto, utilize o link <http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_09.pdf>.

Esse pronunciamento aborda o processo de elaboração da Demonstração do Valor Adicionado - DVA.

Page 127: Livro contabilidade basica[1]

117 UNIUBE

Chegamos ao fim de mais um capítulo. Além disso, essa foi nossa última etapa no processo de construção do seu conhecimento acerca do processo contábil básico.

Destacamos que, apesar da temática abordada ser muito extensa, a sua compreensão é de fundamental importância para a continuidade dos seus estudos, pois, existem outros componentes curriculares (disciplinas ao longo do curso) que farão uso dos conhecimentos que você adquiriu ao longo desses cinco capítulos.

Com relação específi ca ao processo de estruturação dos demonstrativos contábeis, você deve ter notado que, a partir do Balanço Patrimonial - BP e da Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, você consegue complementar e até mesmo produzir outros demonstrativos contábeis que lhe serão muito úteis na tomada de decisões econômicas e fi nanceiras.

Novamente, ressalta-se que, além de realizar todas as atividades de aprendizado (leituras, testes, pesquisas, reestudos etc.) descritas neste material, você deve dar continuidade ao seu aprendizado mediante a leitura de outras obras que tratem do assunto em questão.

Bom estudo e sucesso ao longo do curso!

Mediante uma leitura criteriosa, pesquise nesse pronunciamento quais são os quatro componentes básicos da distribuição da riqueza da empresa, descritos na segunda parte da Demonstração do Valor Adicionado.

A seguir, vá ao livro que você recebeu junto a esse material, IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade Introdutória: equipe de professores FEA/USP. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

Neste livro, no capítulo 6 Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado – Aspectos Contábeis, Legais e Societários, páginas 165 a 200, você encontrará uma série de informações sobre a estruturação e a apresentação do dois demonstrativos básicos da Contabilidade: Balanço Patrimonial - BP e Demonstração do Resultado do Exercício - DRE. Adicionalmente, você aprenderá um pouco mais sobre alguns dos demais demonstrativos contábeis abordados nesse capítulo.

Resumo

Leituras

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118 UNIUBE

Texto 1

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Conceitual Básico. Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis. Brasília, 2008.Disponível em: <http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf>. Acesso em: nov. 2009.

No texto indicado, você encontrará uma série de informações sobre a estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis.

Texto 2COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 03. Demonstração dos Fluxos de Caixa. Brasília, 2008.Disponível em: <http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_03.pdf>. Acesso em: nov. 2009.

No texto indicado, você encontrará uma série de informações sobre a composição e o processo de elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC.

Texto 3COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 09. Demonstração de Valor Adicionado. Brasília, 2008.Disponível em: <http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_09.pdf>. Acesso em: nov. 2009.

No texto indicado, você encontrará uma série de informações sobre a composição e o processo de elaboração da Demonstração de Valor Adicionado - DVA.

ATENÇÃO: enunciado único para resolução das atividades 1, 2, 3, 4 e 5.

Agora, se quiser aprofundar seus estudos sobre o tema, ainda sugerimos a leitura de mais textos importantes para uma melhor assimilação do conteúdo abordado anteriormente e para a consolidação de sua aprendizagem. Boa leitura!

Atividades

Agora, tomando por base o conteúdo estudado ao longo desse capítulo, resolva as atividades 1, 2, 3, 4 e 5 a seguir.

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119 UNIUBEO contador da Cia. Teste S/A não fez um curso superior na Universidade de Uberaba. Por isso, ele não aprendeu como estruturar corretamente um Balanço Patrimonial - BP e uma Demonstração do Resultado do Exercício - DRE. Em 31.12.20X3 ele efetuou os procedimentos normais de encerramento do resultado exercício e conseguiu apurar a seguinte relação de contas com os respectivos saldos:

Relação de contas da Cia. Teste S/A em 31.12.20X3

Contas em 31.12.20X3

Saldos em 31.12.20X3

(Em $1.000)Financiamentos (Vcto. após 31/12/20X4) 20,00 Deduções e Abatimentos 200,00 Despesas Pagas Antecipadamente 10,00 Títulos a Receber de Clientes (Vcto. após 31/12/20X4) 40,00 Veículos 15,00 Móveis e Utensílios 3,00 Desp. Financeiras 20,00 Depreciação Acumulada 6,30 Reservas de Lucros 343,60 Fornecedores (Vcto. até 31/12/20X4) 30,00 Duplicatas a Receber até 31/12/20X4 100,00 Receita de Vendas 1.000,00 Imóveis 40,00 Impostos a Recolher 10,00 Desp. de Vendas 100,00 Outras Contas a Pagar até 31/12/20X4 4,00 Financiamentos (Vcto. até 31/12/20X4) 50,00 Receitas Não Operacionais 25,00 Debêntures a Pagar(Vcto. após 31/12/20X4) 30,00 Estoques 230,00 Marcas e Patentes 100,00 Desp. Administrativas 30,00 Empréstimos Bancários a Pagar(Vcto. até 31/12/20X4) 50,00 Amortização Acumulada 0,10 Provisão p/ Imposto Renda P.J. 10,00 Aplicações Liquidez Imediata 30,00 Participações Societárias(Investimento em outras Empresas) 50,00 Custos Produtos Vendidos 450,00 Caixa 10,00 Bens de Informática 10,00 Despesas não Operacionais 15,00 Encargos Sociais a Recolher(Vcto. até 31/12/20X4) 6,00 Bancos Conta Movimento 20,00 Capital Social 100,00 Direitos autorais 2,00 Salários a Pagar até 31/12/20X4 10,00

Atividade 1 Tomando por base o conteúdo estudado ao longo desse quinto capítulo, analise as contas da Cia. Teste S/A e estruture o seu Balanço Patrimonial. Para tanto, utilize o esquema proposto a seguir.

Page 130: Livro contabilidade basica[1]

1�0 UNIUBE

Atividade 2 Tomando por base o conteúdo estudado ao longo desse quinto capítulo, analise as contas da Cia. Teste S/A e estruture a sua Demonstração de Resultado de Exercício. Para tanto, utilize o esquema proposto a seguir.

Ativo Ativo Circulante

Ativo Não CirculanteRealizável a Longo Prazo

Permanente Investimentos

Imobilizado

(-)

Intangível

(-)Total Ativo

Balanço Patrimonial em 31.12.20X3 Valores em $1.000

Passivo Passivo Circulante

Passivo Não CirculanteExigível a Longo Prazo

Patrimônio Líquido

Total do Passivo + PL

Page 131: Livro contabilidade basica[1]

1�1 UNIUBE

Atividade 3 Tomando por base o conteúdo estudado ao longo desse quinto capítulo, após analisar as contas da Cia. Teste S/A e estruturar o seu Balanço Patrimonial e a sua Demonstração de Resultado de Exercício,, assinale dentre as alternativas dadas a seguir aquela que contém o valor do Patrimônio Líquido da Cia. Teste S/A em 31.12.20X3.

( A ) 200,00 ( B ) 100,00 ( C ) 50,00 ( D ) 150,00 ( E ) 443,60

Atividade 4 Tomando por base o conteúdo estudado ao longo desse quinto capítulo, após analisar as contas da Cia. Teste S/A e estruturar o seu Balanço Patrimonial e a sua Demonstração de Resultado de Exercício, assinale dentre as alternativas dadas a seguir aquela que contém o valor do Resultado Operacional do Exercício findo em 31.12.20X3.

( A ) 210,00 ( B ) 150,00( C ) 200,00 ( D ) 350,00 ( E ) 160,00

DEMONSTRAÇÃO RESULTADO EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.20X3(Valores em $ 1.000)

( – ) RECEITA BRUTA DE VENDAS----------------------------------------------

------------------------(----------------------)

= RECEITA LÍQUIDA VENDAS----------------------------------------------

------------------------(-----------------------)

( – )

LUCRO BRUTODespesas Operacionais------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

(---------------------)(---------------------)(---------------------)

------------------------(-----------------------)

=(+/-)+-=

RESULTADO OPERACIONALResultado Não Operacional--------------------------------------------------------------------------------------------

----------------------(---------------------)

------------------------------------------------

( – ) LUCRO ANTES DO IRPJ----------------------------------------------

------------------------(-----------------------)

= LUCRO LÍQUIDO -------------------------

Page 132: Livro contabilidade basica[1]

1�� UNIUBE

CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Conceitual Básico. Brasília, de 11 de janeiro de 2008. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf>. Acesso em: 15 jan 2010.

CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos fluxos de caixa. Brasília, 13 de junho de 2008. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/pdf/Termo_de_aprovacao_CPC_09.pdf>. Acesso em: 15 jan 2010.

CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 09 – Demonstração do valor adicionado. Brasília, 30 de outubro de 2008. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/pdf/Termo_de_aprovacao_CPC_09.pdf>. Acesso em: 15 jan 2010.

MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

Atividade 5 Tomando por base o conteúdo estudado ao longo desse quinto capítulo, após analisar as contas da Cia. Teste S/A e estruturar o seu Balanço Patrimonial e a sua Demonstração de Resultado de Exercício, assinale, dentre as alternativas dadas a seguir, aquela que contém o valor do Ativo Circulante em 31.12.20X3.

( A ) 350,00 ( B ) 213,60 ( C ) 160,00 ( D ) 50,00 ( E ) 200,00

Referências

Page 133: Livro contabilidade basica[1]