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CÓDIGO PENAL PARTE GERAL

Comentado e exemplificado com sua interpretação doutrinária e jurisprudencial

Cortesia do(s) autor( es) e da EDITORA

.• ET U S

Gúrie/a Marques Rosa"""""' Advogada

OABIGO 24.600 HISPF.ITE O AUTOR .\t.l F,ç.\ CC\PI\

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© 2006, Editora lmpetus Ltda.

Editora lmpetus Ltda Rua Alexandre Moura, 51- Gragoatá- Niterói - RJ CEP: 24210-200 - 'Ielefax: (2 l) 2621- 7007

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8277c

Barros, Francisco Dirceu. Código penal: parte geral: comentado e exemplificado com sua

interpretação doutrinária e jurisprudencial / Francisco Dirceu Barros - Nl Lerói, RI: Impetus, 2006. 816 p.; 16x 23 cm.

ISBN 85-7626-171-5

l. Brasil (Código penal (1940) J. 2. Direito penal - Brasil. I. Título.

CDD-345.81

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS- É proibida a reprodução, salvo pequenos trechos, mencionando-se a fonte. A violação dos direitos autorais (Lei n.o 9.610/98) 15 crime (art. 184 do Código Penal). Depósllo legal na Biblioteca Nacional, conforme Decreto nª 1.825, de 20/12/1907. O autor é seu professor; respeite-o: não faça cópia ilegal.

A Editora Impetus informa que quaisquer vícios do produto concernentes aos conceitos doutrinários, às concepções Jdeológicas, às referências e à atualização da obra são de total responsabilidade do autor/atualizador.

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Francisco Dirceu Barros

CÓDIGO PENAL PARTE GERAL

Comentado e exemplificado com sua interpretação .doutrinária e jurisprudencial

Niterói, RJ 2006

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Capítulo 25

LEGÍTIMA DEFESA

LEGfTJMA DEFESA Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

1. EXPLICAÇÃO DIDÁTICA 1.1. Da legítima defesa

Legítima defesa. Ê a utilização moderada dos meios necessários repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

para

OBSERVAÇÕES DIDÁTICAS A honra (com divergência) também pode ser defendida desde que, em se

tratando de legítima defesa, haja moderação. Entendemos que a honra não pode ser usada para justificar o hediondo crime de homicfdio.

Alguém pode defender terceiro. Uma pessoa pode defender uma criança de um agressor, e invocar esta excludente. O sujeito, nesta excludente, é o agente que legitimamente exercita o direito.

Quem se excede nos meios responde pelo excesso na modalidade culposa, ou na dolosa.

Legítima defesa putativa: é o erro de fato ou que faz supor urna situação que, se realmente existisse, tornaria sua ação legítima.

Segundo Edmundo Oliveira 1, há legítima defesa putativa quando o agente, por erro de tipo (art, 20, § 1 °, do CP) ou por erro de proibição (art. 21 do CP), plenamente justificados pelas circunstâncias, supõe encontrar-se diante de agressão injusta, atual ou iminente, a direito próprio ou de outrem.

Em se tratando de legítima defesa putativa, como a questão é resolvida pelo instituto do erro, não fica excluída a antijuridicidade do fato, mas sim a culpabilidade do agente (veja os arts. 20 e 21 do CP referentes ao erro de tipo e de proibição).

1 OLIVEIRA. Edmundo. Comentários ao Código Penal, Parte Geral, Editora Saraiva. 3• Edição, 2005 •

• • • • • • • • • • • • il ••••••••• il •• 153 XEMPLIFICAll I\JRISPRIIDENCIAL"

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EXEMPLO DIDÁTICO emplo de legítima defesa putatíva por erro de tipo: no auge de uma

discussão entre duas pessoas, uma delas leva a mão ao bolso e a outra, supondo que aquela ta sacar uma arma, atira primeiro, mas depois se descobre que a vítima estava desarmada.

Exemplo de legítima defesa pusatíva po.r erro de proibição: diante de uma agressão iminente, o agente atinge terceiro inocente, supondo ser o agressor.

Legítima defesa recíproca: ocorre quando não se pode determinar quem foi o agressor ou o agredido. É uma questão de política criminal. Usando o principio in dubio pro reo.

1.2. O.s requisitos da legítim.a, defesa Os requisitos da legítima defesa encontram-se enumerados a seguir. l 0• Agressão injusta. Observe que a simples prcvocação ou o desafio, desde que não ofenda

diretamente ou não represente um perigo concreto a um bem jurídico do provocado, não constitui, em princípio, uma agressão injusta, pois "aceitar desafio equivale a disputar duelo ,e quem assim procede não age em legítima defesa".2

2°. Aru.ail (agressão esta acontecendo). 3.0,. Iminente íagressão estã na iminência de acontecer). 42• Uso moderado de meios .. So. Proteção do direito propdo (Legítima defesa própria). &'. Ou de outrem. flegiítima defesa de terceiro). 7fl. Elemento subjetivo: ,animas defendendi. A legítima defesa deve ser objetivamente necessária e subjetivamente

orientada pela vontade de defender-se. Como afirmava Welzel, "a ação de defesa é aquela executada com o propósito de defender-se da agressão. O que se defende tem que conhecer a agressãn atual e ter a vontade de defender-se".3

1.3. o excesso e as nomenclaturas da legítima defesa Legítima defesa sucessiva É a repulsa do agressor inicial contra o excesso.

Assim, a pessoa que estava inicialmente se defendendo, no momento do excesso, passa a ser considerada agressora, de forma a permitir legítima defesa por parte do primeiro agressor.

2 TAMG, RT4:831375; TACrSP, AT5761396; T JRS, RT5&11370; T JPR. RTS42/418; T JSP, RT475/275.

3 DerechoPenaL., p.125.

154 •• Ili! il ., ,., ,. , •••••• , , ••••• !li' •••• ,., • ili •

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Legítima defesa subjetiva. É o excesso por erro de tipo escusável, ou seja, quando o agente, por erro, supõe ainda existir a agressão e, por isso, excede-se. Nesse caso, excluem-se o dolo e a culpa (art. 20, § 1°, lª parte). Na doutrina, encontramos a expressão "exculpante" para denominar tal excesso. Entendemos que a terminologia exculpante não é adequada, uma vez que não se trata de exclusão de culpabilidade, e sim do fato típico, devido o erro de tipo escusável excluir o dolo e a culpa.

1.4. Confrontos dos tipos de legítima defesa a) Legítima defesa real versus legítima defesa putativa

EXEMPLO DIDÁTICO Uma pessoa atira em um parente que está entrando em sua casa, supondo

tratar-se de um assalto. O parente, que também está armado, reage e mata o primeiro agressor.

b) Legítima defesa putativa versus legítima defesa real

EXEMPLO DIDÁTICO ''N.' vai agredir "B". ''N.' joga "B" no chão. "B", em legítima defesa real,

imobiliza ''N.'. Nesse instante chega "C" e, desconhecendo que "B" está em legítima defesa real, ataca-o, agindo em legítima defesa putativa de "X' (legítima defesa de terceiro).

e) Legítima defesa contra agressão culposa. Isso porque ainda que a agressão seja culposa, sendo ela também ilícita, contra ela cabe a excludente.

Por outro lado, não se admite: a) legítima defesa real de legítima defesa real; b) legítima defesa real de estado de necessidade real; e) legítima defesa real. de exercício regular de direito real; d) legitima defesa real de estrito cumprimento do dever legal real; e) isso porque em nenhum desses casos tem-se agressão injusta, ilícita.

1.5. As diferenças entre o estado de necessidade e a legítima defesa

São inúmeras as diferenças. As principais são as seguintes: a) no estado de necessidade, há um conflito entre bens jurídicos; na legítima

defesa, ocorre uma repulsa contra um ataque;

......................... CÓDIGO PBNAL: "COMBN l'AUO E FX6MPLIPICA00

COM SUA INTERPR6TAÇÃO l)OUTIIINÁRIA g JURISPIIUDENCIAL" 155

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b) no estado de necessidade, o bem é exposto a risco; na legítima defesa, o bem sofre uma agressão atual ou iminente;

e) no estado de necessidade, o perigo pode ser proveniente de conduta humana ou animal; na legítima defesa, a agressão deve ser humana;

d) no estado de necessidade, a conduta pode atingir bem jurídico de terceiro inocente; na legítima defesa, a conduta pode ser dirigida apenas contra o agressor.

Observa Gaidíno Siqueira que no estado de necessidade há conflitos de interesses lícitos, direires ou deveres, entre si, cada um dos quais só pode ser conservado ou cumprido à custa de outro, ao passo que na legítima defesa o conflito é entre interesses lícitos de um lado e ilícitos do outro. Ali, o agredido é Inocente, estranho ao perigo que ameaça os interesses do outro; aqui, pelo contrário, é o autor do perigo do ataque injusto. 4

2. EXPOSIÇÃO iDOUTRINÁIRIA 2.1. A legít.ima def:esa na doutriiina1

Ela corresponde a uma exigência natural, a um instinto que leva o agredido a repelir a agressão a um bem tutelado pelo Direito.5

Afronta a natureza das coisas aceitar a idéia de que a ação injusta do agressor deva prevalecer sobre a liberdade, a vida, a integridade física, o patrimônio ou a honra do agredido. Daí a lição de H. H. Iescheck, afirmando que a idéia, que fundamenta ao longo dos tempos a legítima defesa, é a de que o direito não tem por que ceder ao injusto. 6

a Antiguidade, justificava-se a legftima defesa como um direito sagrado do agredido, Nessa linha de pensamento, os romanos consagraram a máxima de que é lícito repelir a violência pela violência. Aníbal Bruno entende que, em Roma, o direito de defesa era plenamente reconhecido em relação à vida, à integridade física, ,à liberdade sexual e aos bens patrímoníals,?

Na doutrina nacional, Nélson Hungria escreveu que a defesa privada não contraria o direito, porque, "coincide com o próprio fim do díreíto'i'' Aníbal Bruno vê na legítima defesa "um ato de defesa da ordemjurídica".9 Assis Toledo entende que se trata de situação legitimada pela ordem jurídica, com base na idéia de que o "'direito deve se impor ao illcito".1º Magalhães Noronha afirma que a legítima

• A{xl,d, Pontes. Ribeiro. Código Penal Comentado, 1111 Edição, Editora Freitas Bastos Editora, 2000, pág. 48. s BETIIOL,G,. Díreíto Penal. Vol. 1, São Pauto: Revista dos Tribunais, 1996, p. 369. 6 Tratado de Derecho Penal: Parte Geral. Barcelona.: Bosch, 1'981, p. 459. 1 Direito Penal: Parte Geral. Tomo 1, Rio de Janeiro: Forense, 1959, p. 357. 8 Comenúlnos ao Código Penal. 4ª eo., Vol. 1, Tomo 2, Rio de Janeiro: Forense, 1958, p, 286.

v Direito Penal. Vol. 1, Tomo 1, p. 360. 10 Prlnc{pios Bdsicos de Direíto Penal. São Paulo: Saraiva, 1966, p. 1'92.

156 ..... , ,,., . LEGITIMA OP,P,BSA

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defesa "integra-se na ordem jurídica e conseqüentemente é um direíto".11 Para Damásio de Jesus, a legítima defesa é um direito, porque não pode ser considerada ilícita a afirmação do próprio direito contra a agressão que é contrária às exigências do ordenamento jurídico.12

2.2. A díferenc;a entre agressão e provocação na legítima defesa Diz Edmundo Oliveira13 que cabe distinguir ainda agressão da provocação.

Uma simples provocação pode não constituir agressão e, nesse caso, o provocador pode agir em legítima defesa, porque não é razoável que, diante de uma provocação de ínfima intensidade, o provocador fique à mercê de outrem. Agora, se a provocação, no caso concreto, constitui uma verdadeira agressão, o provocador, sem um comportamento legítimo, não pode alegar legitima defesa. A justificativa, assim, ocorrendo, beneficia o provocado. É a confirmação da tese de que não há legítima defesa contra legítima defesa.

A hipótese acima não deve ser confundida com a chamada provocação intencional de legítima defesa (expressão do inesquecível Professor Nélson Hungria). Acontece a "provocação intencional de legítima defesa", quando a provocação é realizada com o fim específico de produzir uma situação de legítima defesa. Exemplo: o agente, para matar um marido, seu desafeto, de cuja mulher é amante, programa para que o marido surpreenda o adultério. 14 Com a ocorrência do fato, o marido, surpreso, saca o revólver, mas, como o amante já estava de sobreaviso, teve maior chance de matar seu desafeto (o marido) com um tiro. Não cabe a legítima defesa alegada pelo amante, porque a situação real era apenas de legítima defesa aparente, não passando de um ardil preparado pelo provocador que responderá por homicídio doloso.

2.3. As terminologias do excesso Ainda temos na doutrina três terminologias referentes ao excesso.

a) Excesso intensivo: ocorre o excesso intensivo, diz Mirabete, 15 quando o autor por consternação, medo ou susto excede a medida requerida para a defesa" Heleno Cláudio Fragoso16 lecionava que o intensivo é o excesso "que se refere à espécie dos meios empregados ou ao grau de sua utilização".

b) Excesso extensivo: Rogério Greco'? leciona que: diz-se extensivo o excesso quando o agente, inicialmente, fazendo cessar a agressão injusta que era

11 Direito Penei: Parte Geral. 238 ed., São Paulo: Saraiva, 1985, p. 188. 12 Direito Penei: Parte Geral. 31 ed., Vol. 1, São Paulo: Saraiva, 1985. p. 335. 13 Oliveira. Edmundo. Comentários ao Código Penal, Parte Geral, Editora Saraiva, 3° Ediç.'.lo. 2005, pág. 320. 14 Obs, Não existe mais o crime de adultério no ordenamento jurídico brasileiro. 15 MIRABETE, Júlio Fabbrlní. Manual de direito penal - Parte gemi, p. 182. 16 FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de direito penei - Parte geral. p. 188 17 Greco. Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral, 41 Edição, 2004, Editora lmpetus, pâg.399.

1 ••••••••••••••••••••••••

CÓDIGO PBN/\1.: "COM6NTIIUO H f.~6Ml'lll'lCl\llO CUM SUi\ INl"flHl'HBTI\ÇÃO DOllTHlNÁRll\ 6 JURISPHUOHNCI\L"

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praticada contra a sua pessoa, dá continuidade ao ataque, quando este já não mais se fazia necessário.

e) Excesso exculpante: leciona Alberto Silva Franco que "a locução 'excesso exculpante' define bem a matéria que se abriga sob sua ârea de abrangência. Trata-se da ocorrência de um excesso. na reação defensiva, que não é, por suas peculiaridades, reprovável, ou melhor, merecedor de apenação. Não se cuida de excesso culposo porque, neste, o excesso deriua da falta do dever objetivo de uidado enquanto que, naquele, há um excesso resultante de medo, surpresa ou de perturbação de ânimo. É evidente que o excesso exculpante pressupõe uma agressão real, atual ou iminente, e injusta, isto é, com rodas a.s características de urna ação ofensiva. A resposta deve, no entanto, ser havida como excessiva e tal excesso não é devido a uma postura dolosa ou culposa mas a uma atitude emocional do agredido." 18

3. PRINCIPAIS DIVERGÊNCIAS DOUTRINÁRIAS 3.1. A colocação de ofendícula e a excludente

O termo latino offendicula (plural de offendiculum) ou offensacula (plural de offensaculum; significa, segundo a cátedra sempre oportuna de Walter de Abreu Garcez, literalmente, obstáculos. Consistem em aparatos capazes de proteger bens, quase sempre imóveis, uerbi gratia, nos casos de disposição de estilhaços de vidro por sobre um muro, uso de corrente elétrica em cercas, arames farpados em portões etc. Quanto a possibilidade de excludente, existe grande divergência doutrinária.

1 a posição. Exercício regular de direito. Dentre os autores que acatam o uso das ofendícula como "exercício regular

de direito", podemos citar o brilhantismo do mestre Aníbal Bruno que, em sua obra Direito Penal, expõe com a peculiar maestria.

A essa mesma categoria de exercício regular de um direito pertence o ato do indivíduo que, para defender a sua propriedade, cerca-a de vários meios de proteção, as chamadas defesas predispostas ou ofendícula, dispositivos ou instrumentos que impeçam ou embaracem o acesso do malfeitor ao bem protegido, muros com pontas de ferro ou fragmentos de vidro, grades, fossos, ou aparelhos mecânicos, como pistolas automáticas, armadilhas mais ou menos perigosas, destinados a funcionar no momento da agressão.

2ª posição. Legítima defesa. Tal corrente entende que, se o offensaculum atuar no momento em que o

bem protegido estiver, efetivamente, sofrendo uma agressão, o agente estará, sem qualquer dúvida, acobertado pela legítima defesa. 11

SILVA FRANCO, Alberto. C6dlgo Penal e sua ínterpretaçlo Jurispru~ncís/- Parte geral, p. 348.

158 .......................... LEGITIMA DFFESA

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O grande Nélson Hungria expõe, ao exemplificar o uso de offendiculum: Quem predispõe o offendiculum não se encontra em condição diversa daquele que se arma de uma espingarda ou adquire um cão de guarda prevendo a eventualidade de um assalto. Portanto, considera-se que o offendtculum é preparado para ser acionado, em princípio, somente na hipótese de ação de um delinqüente, presente a figura da legítima defesa, vez que registrada a ocorrência de "agressão injusta atual" ao bem juridicamente protegido.

O consagrado Magalhães Noronha também se expressa acerca do tema de forma similar.

Vejamos o caso de quem eletrifica, por exemplo, as portas e janelas de sua casa, contra possíveis assaltantes, à noite. Argumentam alguns que a disposição do aparelho deu-se quando não havia agressão, ao que replicam outros, e com procedência, que ele atua só no momento da ofensa.

É perfeitamente possível, por esse modo, a legítima defesa. Aliás, não se vê a diferença que existe entre o uso de um dispositivo qualquer e o emprego de um cão para a defesa da propriedade.

3ª posição. Existe ainda urna terceira corrente, que faz uma mescla das figuras excludentes, de acordo com o momento da instalação do aparato e sua efetiva utilização.

Para os defensores da aludida corrente, quando o offendiculum é disposto, ocorre um "exercício regular de direito". Todavia, uma vez acionado pelo agressor, presente, sem qualquer dúvida, a "legítima defesa". Daí falar-se em legítima defesa preordenada.

O ilustre Fernando de Almeida Pedroso, do Ministério Público de São Paulo, expõe:

Crível é que o aparato preordenado, enquanto não funcione, inscreve-se no exercício regular de um direito. Todavia, se as ofendículas vierem a funcionar, de seu uso não resulta ou flui o exercício regular de um direito, corno pretendem alguns doutrinadores, mas a excludente da legitima defesa. Sim, porque as ofendfculas têm sua funcionalidade preparada para o momento de um ato agressivo.

Outro não é o entendimento de Damásio, que assim se expressa acerca das ofendículas:

, A predisposição do aparelho constitui exercício regular de direito. Mas quando funciona em face de um ataque, o problema é de legítima defesa preordenada, desde que a ação do mecanismo não tenha início até que tenha lugar o ataque e que a gravidade de seus efeitos não ultrapasse os limites da excludente da ilicitude. A agressão injusta ocorre, verbi gratia, quando o ladrão tenta forçar a fechadura da porta interna da residência.

Entendo acertada esta corrente, não obstante os doutos ensinamento divergentes, pois não há como negar a existência de dois instantes distintos e

.................... " .... CÕUICO l'RNAL: ·coMENTAOO E EXF.MPLIFIC ••• 00

COM SUA INl'BRPRliTI\ÇÃO DOUTRlNÁRIA 6 )URIS.RllllENCIAL" 159

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autônomos. Um, no momento da disposição do aparato, em que a ofensa ao direito não passa de mera presunção; outro, no da efetiva deflagração do mecanismo pelo mal.feitor.

3.2. A legítima defesa da honra no contexto do adultério Tormentosa questão é saber se a honra pode ser defendida, validamente,

pela excludente da legítima defesa, bem como - e principalmente - se existe legítima defesa da honra no adultério. Basileu Garcia defendia não ser possível falar em legítima defesa da honra, porque se trata de bem imaterial, não suscetível de perecimento. Uma vez ofendida, a pessoa pode conseguir reparação nas esferas penal e civil, não sendo necessário valer-se da legítima defesa. Esta posição tornou-se minoritária, pois a própria Constituição garante o direito à honra e o Código Penal (art. 25) não faz distinção entre os direitos passíveis de proteção através do instituto da legítima defesa. A maioria da doutrina, atualmente, sustenta a possibilidade de reação contra agressão à honra, na esteira da lição de Mezger: É indiferente a índole do interesse juridicamente protegido contra o qual o ataque se dirige: pode ser o corpo ou a vida, a liberdade, a honra, a honestidade, a inviolabilidade de domicílio, a situação jurídica familiar, o patrimônio, a posse etc. ( ... ) Todo bem jurídico é suscetível de ser defendido legitimamente. 19

Com tal não concordamos, quando, no contexto, está o adultério. Neste caso, o grande dilema é descortinar qual é a honra atingida: do cônjuge inocente ou do adúltero? Pregando a Impossibilidade, argumentam Frederico Marques e Magalhães Noronha que a honra é individual e não pode ser "partilhada" entre os cônjuges, cada qual possuindo a sua. Além disso, a honra de quem foi infiel é que foi atingida, pois foi a parte que infringiu os deveres do casamento. Em terceiro plano, deve-se considerar que não haveria mais atualidade na agressão, uma vez que já consumada com o simples início da relação adúltera. Finalmente, se o cônjuge inocente age para salvar sua honradez, em verdade, provoca, com a violência empregada, um público conhecimento do acontecido. Assim, acórdão do STJ: "Não há ofensa à honra do marido pelo adultério da esposa, desde que não existe essa honra conjugal.. Ela é pessoal, própria de cada um dos cônjuges." Observe que estamos relatando o adultério como infidelidade de um dos cônjuges, pois não existe mais em nosso ordenamento jurídico o crime de adultério.

informo, enfim, que a jurisprudência vencedora não a admite legítima defesa da honra (RT, 488:337, 505:314, 549:304 e 574:325; RJTJSP, 71:28; RF; 263:301; RAMPR, 47:210).

1• Tratado de Derec/Jo Penal. p. 454.

160 ............... ·• . LEGÍTIMA OEPESA

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3.3. A legítima defesa e o inimputável Lecionava Hungria "Cumpre, porém, atender que o instituto da legítima

defesa tem um aspecto político ou de prevenção geral: representa um contramotivo à prática de ofensas injustas. Ora, esse fim psicológico da legítima defesa não pode dizer, evidentemente, com os incapazes de entendimento ou reflexão. Ainda mais: quando a lei deixa de exigir entre os requisitos da legítima defesa a impossibilidade de fuga, tem em consideração, não só que deve ser prestigiado o espírito de luta pelo direito, mas também que é inexigível a vexatória ou infamante renúncia a defesa de um direito. Ora, a possível fuga diante da agressão de um inimputável nada tem de deprimente: não é um ato de poltronaria, mas uma conduta sensata e louvável. Assim, no caso de tal agressão, o que se deve reconhecer é o 'estado de necessidade', que, diversamente da legítima defesa, fica excluído pela possibilidade de retirada do periclitante" .20

Defendia Roxin: "As agressões não culpáveis também dão direito a legítima defesa, mas o interesse no prevalecimento do direito é substancialmente menor do que no caso normal. É verdade que, embora se renuncie totalmente a pena nesses casos, ainda se pode seguir defendendo o Direito frente ao injusto; mas essa defesa há de manter-se nos limites que exige uma proteção do agredido guiada pela consideração social. "21 É a minha posição e da maioria da doutrina.

3.4. O elemento subjetivo O Professor Rogério Greco, 22 sobre o tema, apresenta relevante lição:

Dependendo da posição doutrinária que se coloque o intérprete, tal problema poderá ser analisado de duas formas: a) se não se exigir o elemento subjetivo do agente, para que lhe possa ser aplicada a causa de exclusão da ilicitude, no exemplo fornecido teria o agente atuado em legítima defesa de terceiros, uma vez que, ao atirar em B, salvou a vida de C, que por aquele seria morto; b) se, para a aplicação da causa de justificação, for preciso apurar o elemento subjetivo do agente, ou seja, chegar à conclusão de que, ao atirar em B, sabia ele que agia com animus de defender terceira pessoa, no caso em tela não seria possível a aplicação da excludente da legítima defesa (de terceiros).

Como se percebe, a discussão, mais do que acadêmica, leva a conseqüências importantíssimas: ou o agente responde pelo crime de homicídio ou não pratica crime algum, pois que atua conforme o direito.

Para nós, o elemento subjetivo do agente é indispensável à caracterização das excludentes de ilicitude. Quando, através do finalismo de Welzel, o elemento subjetivo foi transportado da culpabilidade para o fato típico, mais precisament

:0 HUNGRIA, Nélson. Comentán'os ao Código Penal, v. 1, t. li, p. 296. 1 ROXIN, Claus. Derecho penal - Parte general, t. 1, p. 638. 22 GRECO. Rogér1o. Curso de Direito Penal, Parte Geral, 41 Edição. 2004, Editora lmpetus, pág. 350 .

. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . CôDlGO PBNAL: "COMF.NT\00 ti EXBMPLlflC\llO

CUM SU/I JN'fliRPRBTAÇÃO OUUTIIINÁIIIA S JURISPRU06NC'IAI" 161

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para a conduta do agente, na verdade o foi para o próprio injusto penal. Sim, porque a antijurídicidade é um predicado da conduta típica. O dolo do agente pode ter simplesmente uma finalidade ílícita (matar alguém por motivo fútil), ou uma finalidade amparada pelo ordenamento jurídico (matar alguém para se defender de uma agressão injusta que estava sendo praticada contra a sua pessoa}. Essa finalidade jamais poderá ser desprezada, sob pena de regredirmos a conceitos ultrapassados da teoria causal.

e a vontade do agente era de causar a morte de B, e não de salvar a vida de C. Por isso, deverá responder pelo seu dolo e ser responsabilizado pelo delito de homicídio. O elemento subjetivo, portanto, é de fundamental importância à definição jurídica do fato, para que possamos concluir se o agente atuou ou não em conformidade com o ordenamento jurídico.

4. EXPOSIÇÃO lURISPRUDENCIAL 4.1. A prova da legítima defesa • i1. legitima defesa para que possa ser colhida, precisa ficar provada, a prova é o ônus do

réu, sendo insuficiente a simples alegação". (TACRIM-SP - AC - Rei. Hélio de Freitas - RT 671/346).

• "Instituto especial que é, a legítima defesa não pode assentar-se em suposições e hipóteses imaginosas; seu reconhecimento exige prova, ainda que mínima, mas séria e conuicente, a cargo da defesa". (TJMG - AC - Rel. Freitas Teixeira - ADV 3.4811136).

• O STF entende que "Cabe à defesa a produção de prova da ocorrência de álibi que aproveite ao réu (CPP, an. 156)". - HC indeferido. (STF - HC 70742 - 2'1 T - Rel. Min. Carlos Velfoso - DJU 30.06.2000- p. 00039) JCPP.156 JCPP.156.I JCFS JCE5.XXXVIII

4.2. Exemplos jurisprudenciais em que foi constatado a ausência de um dos requisitos da legítima defesa 4.2.1.Ação passada excluí o requisito da atualidade

• ·~ ofensa já consumada não autoriza nem justifica repulsa. Por isso, não há legítima defesa quando o fato tipico está relacionado com agressão pretérita a um direito (TJRS - AC - Rei. Nelson Luiz Púperi - RT 606/395).

• "Não há legitima defesa quando o réu agride a vítima em represália a uma agressão a tapa já cessada, não existindo mais ofensa atual ou eminente partindo dela, vítima" (TACRIM-SP­ AC ReL Hélio de Freitas- JUTACRIM 89/438). "A excludente de antijuridicidade - legitima defesa não protege quem se arma para ir ao encontro do ofensor" (TACRIM-SP-AC - Rei. Pedro Gagliardi - JUTACRJM 89/426).

4.2.2.0 requisito da atualldade • "Em qualquer modalidade de legítima defesa é indispensável o requisito da atualidade

ou iminência da agressão. Assim, não pode ser reconhecida a justificativa penal, tratando-se de ofensa e honra do agente, quando este, passada a atualidade do fato, sai

162 •••••••••••••••••••••••••• 1

LP.GITIMA OEfESA

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em perseguição ao ofensor e o agride, ferindo-o, pois tal procedimento importa em desforra ou vingança" (TAMG -AC - Rei. Lamarüne Campos- RT 463/417).

• "Nilo tem cabimento a legiüma defesa, se a vítima foi morta quando dormia" (TJSP-AC Rel. Prestes Barro- RT 571/326).

, "Não age em legítima defesa quem de tocaia e de inopino atinge seu desafeto com quatro disparos de arma de fogo. Tal procedimento não se harmoniza com a excludente" (TJES - AC - Rel. José Eduardo Grandi Ribeiro - RT 6241346).

• "Não age ao amparo da excludente de criminalidade da legitima defesa quem, em decorrência de desavença antiga com a vítima, espera-a a saída de armazém e a agride, acabando por causar-lhe a morte" (TJPR-AC-Rel. Eros Gradouiski RT610/411).

4.2.3.Necessidade de moderação • Não deve ser acolhida a tese de legitima defesa quando ausentes os seus pressupostos,

uma vez que o acervo probatório demonstra nitidamente que o acusado não usou moderadamente os meios necessários, para repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, conforme regra insculpida no art. 25 do Código Penal. 11. Recurso que se nega provimento à unanimidade (TJMA - RSE 019296/2002 - (42.257/ 2002)-2" C.Crim. -Reta Desa Nelma Celeste Souza Silva Samey Costa=]. 21.11.2002).

4.2.4.A provocação passada suprime o requisito da injusta agressão • ''.A repulsa da agressão, atual ou iminente, e requisito que, na legitima defesa, jamais se há

de confundir com revide por parte do réu a provocações reiteradas da vitima, tanto mais quando, no momento preciso da ação, incorria essa habitual conduta do provocador" (TJMT -AC - Rei. Raul "Bezerra - RT 466/392).

• ''Ainda quando existe injusta provocação da vítima. não ia falar em legitima defesa na conduta de quem agride ao provocador, já estando este em fuga" (TACRIM-SP -AC - Rei. Siluio Lemmi -JUTACRJM 35/245).

4.2.5.Com a desproporção a legítima defesa também não pode ser reconhecida ' A legítima defesa não ocorrerá quando exista inadmissível desproporção entre o bem jurídico atacado e a lesão ou o perigo para o agressor" (TJSP- Rec. - Rei. Dante Busana - RT 7021326 e 777 148/270).

4.2.6.A reiteração de golpes • "O número desusado de facadas desferidas pelo réu na vítima, matando-a, já de si é fator

que afasta a legítima defesa por ele invocada, pois revela fúria agressiva" (T!SP - Rec. - Rel. Mendes França - RT 4091129).

' "Verifica-se o excesso na reação, que repele a Legítima defesa, na conduta do acusado desfechando mais tiros no ofendido quando este, ferido mortalmente, já não oferecia qualquer perigo à sua incolumidade fisica" (TJSP - Rec. - Rei. Márcio Bonitba - RT 5251350).

. . cõmco VllNAL: "ÇOMtiNTAOO li 6X~MPI.IFIÇAOO

COM SUA IN l'BIH'R6TAÇÃO DOUTRINÁRIA ll lURISPRUUfNClAL" 163

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4.2.7.Exigência do requisito da injusta agressão • l - Só se configura legítima defesa quando concorrentes os requisitos da injusta agressão,

ainda que iminen te, proporcionalidade no uso dos meios necessários para fazer cessar a agrcssilo e anirnus de se defendertll - Recurso não provido. (TJMA - AC 2 J .46012004 - (52797/2004) - Bacabal=Rei. Des. Cleones Carvalho Cunha=I. 16.12.2004).

4.3. .Exemplos jurisprudenciais em que ficou configuração da legítima defesa • lrretoaiieí a sentença monocrdtica que absolve sumariamente réu que, agindo

moderadamente e usando dos meios de que dispunha, repeliu agressão real, injusta e atual, atendendo, assim, aos requisitos da excludente de ilicitude prevista no art. 25, do Código Penal Negado o provimento. (TJRR - RN 001003000400-5 - T.Crim. - ReL Des. Lupercino Nogueira - DPJ 06.09.2003- p. 08109) "Quem reage a uma atividade ilícita defendendo a si e a terceiros dentro dos limites juridicamente admitidos age de acordo com o Direito, pois está protegendo aquilo sobre o qual recai a tutela do Estado" (TAPR - HC - Rei. Oswaldo Bsptndola - RT 543/424). "Quem repele injusta e pertinaz violação à sua tranqüilidade, fazendo-o moderadamente, não age de forma a merecer reprimenda penal, por faltar para tanto a indispensâiel anttjuridicidade" (TACRJM-SP-AC- Rei. Penteado de Moraes -JUTACRlM 66/409).

'J-\ge secundum jus quem, sentindo-se em situação de perigo, pois a propriedade que vigiava já havia sido assaltada anteriormente, dispara seu revólver contra os que pretendiam nela ingressar. atingindo mortalmente um deles" (TJSP-Rec. -Rel. Hoeppner Dutra - RT 524/348).

'i\ge em legítima defesa do lar e da honra aquele que, surpreendendo a vitima no interior do quarto de sua filha. a agride, produzindo-lhe ferimentos leves" (TJSC - AC - Rel. Marcilio Medeiros - RT 5441398).

"Não se pode considerar imoderado um único golpe de faca desferido pelo acusado na uitima; extremo meio de que dispunha para fazer cessar a investida desta contra sua pessoa, procurando agredi-lo" (TJSP- Rec. - Rei. Silva Leme- RT 553/347).

4.4. A legítima defesa e a aberratio ictus • ''.A legitima defesa é perfeitamente admissível quando terceiro vem a ser atingido, em

hipótese de aberratio íctus, pelo acusado" (TJSP -Rec. - Rei. Nelson Schiaui - RT 6001321).

4.5. A legítima defesa de terceiros • "Legitima defesa de terceiro. Considera-se empreendida com normalidade a legítima

defesa de terceiro quando o pai, para defender o filho que sofre agressão injusta e desproporcional, se utiliza de enxada, desde que este seja o único meio à sua disposição no momento da reação e tendo-se em vista as características pessoais como a idade e capacidade ftstca" (TACR!M-SP -AC - Rei. Álvaro Cury- JUTACRJM 711297).

164 ......................... LEGITIMA oePtsA

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...• S. PRINCPAIS DIVERGENCIM JURISPRUDENCAIS 5.1. A legítima defesa da honra e a injúria

Existe divergência jurisprudcncial: Iª posição: TACRSP: "Se todo o direito é suscetível de defesa própria

mediante repulsa adequada a ato que ofenda, tanto mais o será a honra, que compreende o decoro, a dignidade, o respeito à pessoa" (JTACRIM 38/361 ).

2ª posição: TA.PR: "Ofensas morais e simples provocações, sem conteúdo de agressões físicas, não autorizam a reação violenta do agente, não se configurando hipótese de legítima defesa, pelo que se dá provimento ao recurso" (RT 687 /339). No mesmo sentido, TJSP: RT 391/113, 439/366; TJES: RT 382/331; TJSC: RT 461/320.

Minha posição: a primeira. No mesmo sentido, STJ: JSTJ 50/322; TJSP: RT 425/296; TJMS: RT 631/340; TACRSP: RT 378/309, 395/288, 437 /380, 458/369, 488/ 380, 544/382, 552/355, JTACRIM 31/383, 32/222, 38/390, 49/255, 92/286; TARS: RT 652/362. 5.2. A embriaguez e a legítima defesa

Existe divergência jurisprudencial: Iª posição: o ébrio pode se defender: RT 599:327; 2ª posição: o ébrio não pode se defender: RT, 375:79. Minha posição: a primeira. TJSP: "O ébrio, como outrem, tem todo o direito

de se defender. O fato de ser ébrio ou de encontrar-se alguém alcoolizado não obsta a esse direito, nem ilegítima sua ação, se exercida dentro dos limites legais" (RT 599/327). No mesmo sentido: TJSP: RT 396/113.

5.3. A proporcionalidade entre o mal causado e o evitado Existe divergência jurisprudencial: Iª posição: "TJPR: "Havendo flagrante desproporção entre a ofensa ao

patrimônio do recorrente e a reação por ele posta em prática, não se pode cogitar de absolvição liminar pela excludente da legítima defesa" (RT 542/377).

2ª posição: TACRSP: "Em tema de legítima defesa, para medir a adequação ou demasia desta, não se deve fazer o confronto entre o mal sofrido e o mal causado pela reação, que pode ser sensivelmente superior ao primeiro, sem que por isso fique excluída a justificativa. O confronto deve ser feito entre os meios defensivos que o agredido tinha à sua disposição e os meios empregados, devendo a reação ser aquilatada tendo em vista as circunstâncias do caso e, também, a personalidade do agressor, bem como o meio ambiente" (JTACRIM 38/277).

Minha posição: a primeira. TJSP: "A legítima defesa não ocorrerá quando exista inadmissível desproporção entre o bem jurídico atacado e a lesão ou o perigo para o agressor" (RT 702/326- 7) .

• • • • • • Ili •••••••••••••••••• 165 ÕOIGO 1'6NAL: •coMBNtAUO li FXIJMPllFICADO OM su~ lNl'BJIPRf.l'AÇÃO OOUTRINÁRIA J! JURlSl'RUOF'IICIAL"

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5.,4. A natureza d,o interesse defendido e a legítima defesa Existe divergência jurisprudencial: 111 posição: Qualquer bem jurídico pode ser protegido através da ofensa

legítima, não se fazendo distinção entre bens pessoais e impessoais (vida, incolumidade pessoal, honra, pudor, liberdade, tranqüilidade doméstica, patrimônio, pátrio poder etc. (No sentido do texto: JTACrimSP, 38:258).

2ª posição: No sentido de que somente os bens suscetíveis de ofensa material podem ser protegidos: RT, 378:233.

Pusíção major.iitáda: a primeira.

5.5. Aberratio ictus e a legítima defesa Existe divergência jurisprudencial: Iª posição:: TfSP: "A legítima defesa é perfeitamente admissível quando

terceiro vem a ser atingido, em hipótese de aberrado ictus, pelo acusado" No mesmo sentido, TJSP: RT 3931129.

2ª posição: TACRSP: "No ato de defesa pode ser atingida pessoa diversa da do agressor; ou por aberratio ictus, ou por error tn persona. Em qualquer dos casos não se pode reconhecer a legítima defesa, pois esta inexiste fora de suas condições objetivas, entre as quais a de que a repulsa seja exercida contra o injusto agressor" (RT .569/315).

Minha posição: a primeira.

5.6. Inadlmissibilidade da causa de inexigibilidade de conduta diversa

Existe divergência jurisprudencial: lªposição: USP: "O sistema penal vigente somente admite a inexigibilidade

de conduta diversa como excludente da culpabilidade quando expressamente prevista. Isto porque não há reconhecer lacunas na lei em matéria de dirimentes, a impor a integração ou extensão do respectivo rol com o socorro da analogia in bonam partem" (RT 662/266).

~ posição,.: admissibilidade. STJ: "Inexígíbilidade de outra conduta. Causa legal e supralegal de exclusão de culpabilidade cuja admissibilidade no Direito brasileiro já não pode ser negada. Júri. Homicídio. Defesa alternativa baseada na alegação de não-exigibilidade de conduta diversa Possibilidade em tese, desde que se apresentem ao Júri. quesitos sobre fatos e circunstâncias, não sobre mero conceito jurídico" (JS,TJ 18/243 e RT 660/358).

Minha posição: a segunda. TARJ: "A inexigibílidade de outra conduta é a primeira e mais importante causa de exclusão da culpabilidade, e que deve ser

•••• ··" ,. ••••••• ·• •••••••.•••• 1

LEG !TIMA DBFP.SA

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erigido, como um verdadeiro princípio de Direito Penal. Quando aflora em preceitos legislativos, é uma causa legal de exclusão, e se não, deve ser reputada causa supralegal, alçando-se cm princípio fundamental, intimamente ligado com 0 problema da responsabilidade pessoal e que dispensa, via de conseqüência, a existência de normas expressas a respeito. Exclui-se a reprovação e, portanto, a culpabilidade se ocorreu circunstâncias em face das quais não se pode exigir de quem atua um comportamento ajustado ao dever" (RT 732/713).

5.7. A provocação e a legítima defesa Existe divergência jurisprudencial: lª posição: "Não pode invocar a legítima defesa quem deu causa aos

acontecimentos, como agente provocador" (RT 562/358). 2ª posição: TJSP: "A provocação do agredido não elimina, perante o Código

Penal, a injustiça da agressão posto que não constitua, em si mesma, uma real agressão" (RT 472/321).

Minha posição: a primeira. TJRS: "Quem provoca a reação da vítima, e depois vêm abatê-la, não pode invocar, com êxito, a legítima defesa. Ninguém pode beneficiar-se com situação censurável a que deu causa" (RJTJERGS 151/245). E também: TJSP: "Quem provoca e desafia não pode ser considerado como estando em legítima defesa. Esta pressupõe revide a injusta agressão, o que não ocorre se houver desafio inicial do agressor" (RT 572/340).

5.8. A legítima defesa e porte ilegal de arma Existe divergência jurisprudencial: Iª posição: possibilidade. "A irregularidade do porte de arma cede lugar à

necessidade de seu uso em face de urna ação ofensiva iminente e injusta. Deste modo, a conduta do apelante, ao munir-se da arma que trazia índevídamente, em seu automóvel, e ao exibi-la aos circunstantes que o ameaçavam de agressão física, foi necessária e tal necessidade legitimou o porte daquele instrumento. Entender-se de modo diverso representaria um verdadeiro absurdo lógico. Se tivesse feito uso da arma efetuando algum disparo, seria absolvido pela excludente da legítima defesa, e o fato contravencional estaria coberto por essa causa de licitude. Como, no entanto, diante da mesma situação concreta, não acionou a arma, sendo certo que sua exibição bastou para que as ameaças de agressão cessassem, foi considerado incurso na figura contravencional" (TACRIM-SP-AC 258.621 -Rel. Silva Franco).

2ª posição: impossibilidade. "Ao praticar o fato não criminoso o agente estava praticando outra infração de natureza permanente, como era trazer no veículo a arma. Durante todo o tempo em que o revólver estivera no interior do

' . 167 CÔOlGO PtiNAL: "COMtiNTAUO E EHM1'l lFICAD0 C'OM SUA INT!lRl'I\HT/\ÇÃO DOUTRINÁ RI/\ E )URISl'RllD~NCIAL"

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automóvel, tora da residência, a contravenção estava sendo praticada. A antijuridicjdade estava presente. Ora, a descriminante não apaga o que já existia. A utilização da arma, retirando-a do veículo para defender-se, é, efettvamenre, atuação secundum jus. Mas não se trata de infração instantânea, senão permanente. togo, tudo o que a legítima defesa poderia ter feiro era ínterremper a,quela permanência. Não, contudo, apagar o que já fora feito" (TAICRIM-SP-AC 258.621-Voto vencido: Adauto Suannes).

Minha poslção, a segunda.

5.'91

• A legítima defesa e habeas corpus Existe divergência [urisprudencíal: Iª posição: Cabe aqui perfeitamente a lição mencionada do ilustre Dante

Busana: "O preconeelro de que causas excludentes da antijuridicidade s6 devem ser reeonhecídas ao término do processo - durante décadas assim se entendeu ...: não em amparo na lei e ignora a necessidade de que a acusação venha revestida do indispensávelfemus boni juris, isto é, decorra da suspeita razoável de que um crime foi cometido. Nem há cercear a liberdade do indivíduo, cuja inocência não comporte dtivida, em nome de uma falsa prudência. Agir assim será escandalizar o sentimento de justiça da socíedade e sujeitar, não raro, ao mesmo constrangimento aquele que razoavelmente é suspeitado da prática de um crime e aquele que, à evidência, foi apenas vítima O valor sintomático da tipicidade deve ser posto a serviço de uma justiça mais perfeita e não ser utilizado para sentar no banco dos réus, lado a lado, o agressor e o agredido, o ladrão e o roubado, o estuprador e a estuprada, só porque as vítimas, na defesa de seu direito, lesionaram quem o violara. Seja o julgador prudente em reconhecer a juridicidade na conduta no limiar da ação penal, ou no procedimento sumaríssimo do habeas corpus, não o faça sempre que houver dúvida, ou que a hipótese reclame valoração de provas conflítantes. Não se furte de proclamá-las, porém, quando, como na hipótese, for evidente a conduta secundum jus, em fUTACRIM (lex) 80/ l 46" (TJSP- Rec. - Rel. Gentil Leite- RJTJSP 101 / 403).

2ª posição: impossibilidade. "Para que se considere legítima a defesa impõe-se necessariamente a apuração de fatos, determinante e justificativa de instauração de inquérito policial. Donde, pois, a inviabilidade de trancamento do inquérito policial por via de ação de habeas corpus" (STF - RHC - Rei. Firmino Paz -RT557/416).

"A pretensão do paciente de ver reconhecida a alegada legítima defesa da honra que foi negada pe]o Tribunal do Júri e em revisão criminal, é insuscetível de reexame em habeas corpus" (STF - BC - Rel. Eloy da Rocha - DJU 03.09.J 971, p. 4.605).

168 ... , , LEOÍTI MA D!PESA

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Minha posição: a segunda. "Constitui o habeas corpus meio procedimental inadequado ao exame de provas. Assim, não há conceder o remédio heróico ante pretensão de reconhecimento de circunstância excludente da criminalidade, pelo exame do mérito de elementos informativos" (TACRTM-SP- HC - Rel. Fernando Prado- Iuticrirn-Pranceschíni, nº 3.483).

5.10.A legítima defesa da honra e o homicídio Existe divergência jurisprudencial: l a posição: STJ: "Não há ofensa à honra do marido pelo adultério da esposa,

desde que não existe essa honra conjugal. Ela é pessoal, própria de cada um dos cônjuges. O marido, que mata sua mulher para conservar um falso crédito, na .verdade, age em momento de transtorno mental transitório, de acordo com a lição de Himénez de Asúa (El criminalista, Ed. Zavalia, B. Aires, 1960, t. N p. 34), desde que não se comprove ato de deliberada vingança. O adultério não coloca o marido ofendido em estado de legítima defesa, pela sua incompatibilidade com os requisitos do art. 25 do Código Penal" (JSTJ 25/227).

2ª posição: TJSP: "Não se pode repelir, de pronto, o entendimento de que não há de cogitar da legítima defesa da honra no fato de o marido eliminar a esposa, surpreendida em flagrante adultério. Reconhecendo-a, não decide o Júri manifestamente contra a prova dos autos" (RT 490/297).

Minha posição: a primeira.

5.11.Legítima defesa recíproca Existe divergência jurisprudencial: lª posição: Impossibilidade. "Ignorando-se qual dos contedores se

encontrava em situação de legítima defesa, por ambos invocada, a solução deverá ser a absolvição por insuficiência de provas" (TACRlM-SP - AC - Rei. Valentim Silva-JUTACRIM 55/409).

2ll posição: Possibilidade. "Se a prova dos autos não oferece a necessária segurança no sentido de precisar de qual dos dois grupos de contendores partiu a iniciativa da agressão e invocando ambos, em seu favor, a excludente da legítima defesa, é de se reconhecê-la, de modo recíproco" (TACRIM-SP - Rev. - Rel. Ítalo Galli -RT 431 /361).

Minha posição: a primeira. "Em caso de agressão mútua, ocorrendo dúvida a respeito de quem ela tenha dado início, a melhor solução sempre será a absolut6ria, porque, em tese, qualquer dos contendores poderá estar em situação de legítima defesa. Então, para que não se condene um provável inocente, mai justo que se absolvam dois possíveis culpados" (TACRIM-SP -AC 245.127 - Rel. Ercllio Sampaio).

1 ••••••••••••••••••••••••

CÓDIGO l'ENALr "('OMRNTAD0 B BX~MPI.IFIC'AOO OM SUA IN l'BRl'RliTAÇÃO llOUTRINÁRIA E IUl\lSPRIJl)ENCIAL •

169

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732 ...... ,. . PEIIDÃQ IUDICI/\L

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