livrete quaresma e páscoa 2014

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Livrete quaresma e Páscoa 2014

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Page 1: Livrete quaresma e Páscoa 2014
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Encontros para Grupos Bíblicos em Família (GBF) e Comunidades Eclesiais de Base (CEBs)

Quaresma e Páscoa – 2014

JESUS CRISTO LIBERTADOR

Arquidiocese de Florianópolis

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SUMÁRIO

Apresentação .................................................................................... 3

Orientações para os animadores e animadoras dos Grupos Bíblicos em Família (GBF) e ComunidadesEclesiais de Base (CEBs) ............................................ 4

Celebração inicial: CAMINHO DE LIBERTAÇÃO ............................... 6

1º Encontro: TRANSFIGURAÇÃO .................................................. 12

2º Encontro: JESUS ROMPE PRECONCEITOS ............................ 17

3º Encontro: O DOM DA VISÃO ..................................................... 23

4º Encontro: CAMINHO DE RESSURREIÇÃO ............................... 29

5º Encontro: VIA-SACRA – LIBERDADE E DIGNIDADE PARA TODOS ............................................................ 35

6º Encontro: PÁSCOA – SURGE UM NOVO DIA! .......................... 49

7º Encontro: TESTEMUNHO DE FÉ .............................................. 55

8º Encontro: CAMINHANDO COM JESUS ..................................... 61

9º Encontro: O BOM PASTOR ........................................................ 67

10º Encontro: JESUS É O CAMINHO ............................................... 72

11º Encontro: AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO ............................... 78

12º Encontro: É PENTECOSTES! .................................................... 83

Anexo 1: Campanha da Solidariedade ...................................... 89

Anexo 2: Programa SOS Desaparecidos .................................. 90

Anexo 3: Hino dos GBF ............................................................. 91

Equipe de Elaboração, Revisão e Editoração .................................. 92

Equipes de Articulação ..................................................................... 93

Avaliação ................................................................................... 95

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APRESENTAÇÃO

O Papa Francisco tem afirmado muitas vezes e de várias ma-neiras que a cultura do bem-estar dos tempos atuais tem gerado uma “globalização da indiferença”. Para superar esta realidade é preciso construir a cultura do encontro.

A Campanha da Fraternidade de 2014 convida a Igreja do Brasil a confrontar-se com uma realidade que não pode continuar: o tráfico humano. Este problema se apresenta de várias maneiras. São pessoas que são aliciadas a trabalhar em regime de quase escravidão. Mulheres são enganadas com promessas e depois são obrigadas a trabalharem como prostitutas. Há ainda a realidade do comércio de órgãos do corpo humano. As vítimas do tráfico humano são, geralmente, pessoas que se encontram em vulnerabilidade social.

O fenômeno da migração é uma constante na história da humani-dade. Os seres humanos estão sempre à procura de melhores situações de vida. Verifica-se também em nossos dias. Há um número considerável de brasileiros que foram para o exterior. Cresce o número de estrangeiros que buscam fixar residência no Brasil. Há ainda a migração interna. São muitos os brasileiros que se deslocam de uma região para a outra.

Estes fenômenos não estão longe de nós. Santa Catarina, sobretudo o litoral, se tornou o destino de muitos migrantes. O verão constitui ainda um fenômeno particular. São muitos que vêm passar férias, outros tantos que buscam uma oportunidade de trabalho durante a temporada.

Os textos apresentados nos ajudam a entender e nos posicionar diante desta realidade. À luz da Palavra de Deus queremos aprender a ler e acolher o mundo que nos cerca. Os Grupos Bíblicos em Família são instrumento privilegiado que ajudam a refletir esta situação. Que a meditação da Palavra de Deus possa suscitar atitudes que levem a superar as situações caracterizadas como tráfico humano!

Florianópolis, 01 de janeiro de 2014.

D. Wilson Tadeu Jönckarcebispo

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ORIENTAÇÕES PARA OS ANIMADORE E ANIMADORAS DOS GRUPOS BÍBLICOS

EM FAMÍLIA (GBF) E COMUNIDADES ECLESIAS DE BASE (CEBs)

Os animadores e animadoras dos Grupos Bíblicos em Família e das Comunidades Eclesiais de Base exercem um ministério bonito e importante na nossa Igreja arquidiocesana. As orientações sejam vistas como lembretes, como ajuda na sua missão de dinamizar o funciona-mento dos Grupos:

1. CELEBRAÇÃO INICIAL: Prepará-la bem. Reunir os vários grupos da comunidade ou da paróquia para fazê-la em comum.

2. AMBIENTE: É muito importante usar a criatividade, prepa-rando bem o ambiente, com símbolos que ilustrem a ideia central do encontro.

– Bíblia: Não pode faltar. É importante que todos os participantes a levem sempre, porque é a fonte inspiradora de toda oração, reflexão e proposta de ação do grupo.

– Casinha: Símbolo forte, deve estar sempre presente, porque identifica os Grupos Bíblicos em Família como “Igreja nas casas”, lem-brando as primeiras comunidades cristãs.

3. CANTOS: Quando não são conhecidos, poderão ser rezados, ou substituídos por outros que o grupo conhece.

4. TAREFAS DO ANIMADOR(A): Envolver todos os participan-tes, distribuindo responsabilidades. Dar atenção especial aos jovens e crianças. Apresentar os novos membros ao grupo. Promover um clima de acolhida e bem-estar para todos. Visitar os novos moradores da comunidade e as famílias convidando para participar.

5. GRUPOS GRANDES: Quando o grupo for muito grande, a ponto de dificultar a participação ativa de todos, propomos que dois membros, já bem familiarizados com a vida dos grupos, se disponham a iniciar novos grupos, colaborando com a propagação do anúncio da Palavra de Deus na comunidade.

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6. QUESTÕES DA COMUNIDADE: Trazê-las para o grupo, con-versar sobre elas. Lembrar as necessidades da comunidade (água, esgoto, coleta de lixo, calçamento, policiamento, controle do tráfico e uso de drogas, violência, locais para celebrações, catequese e lazer...), a fim de que o grupo esteja sempre atento, valorizando a vida num todo e colaborando com o bem-estar da comunidade.

7. COMPROMISSOS: Insistir neles, a fim de que a vida do grupo não fique restrita àquela hora do encontro e desligada da realidade. Se o compromisso sugerido para um encontro for difícil de ser execu-tado, escolha-se outro. O importante é ligar sempre oração, reflexão e ação.

8. CONTINUIDADE: Manter o grupo unido e articulado, motivan-do-o a dar continuidade aos encontros durante todo o ano. A equipe de redação prepara um livreto para os encontros de cada tempo litúrgico do ano: Advento e Natal; Quaresma e Páscoa; Tempo Comum.

9. PLANEJAMENTO PAROQUIAL: Para o bom funcionamento dos GBF e das CEBs em nível paroquial é necessário que o nosso planejamento esteja contemplado no planejamento paroquial.

10. AVALIAÇÃO: É importante fazer a avaliação dos encontros do livreto. Este livreto trouxe um novo roteiro. Pedimos sua colaboração, enviando-nos sua opinião, que é muito importante para a equipe de elaboração e revisão. É avaliando que se aprende a melhorar a quali-dade do nosso trabalho de evangelização. Faça a avaliação no grupo, seguindo o questionário que está no final do livreto, dê sua opinião e envie para:

Coordenação Arquidiocesana dos Grupos Bíblicos em FamíliaRua Esteves Junior, 447 – Centro

CEP: 88015-130 – Florianópolis/SCE-mail: [email protected]

Obrigada pela sua valiosa colaboração e bom trabalho!

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Celebração inicial

CAMINHO DE LIBERTAÇÃO

“É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1)

Ambiente: Bíblia, vela, casinha, crucifixo, pano roxo e pano branco, cartaz da Campanha da Fra-ternidade 2014, corrente, símbolo ou livreto sobre o Ano da Fé, catecismo, foto do Papa (se possível).

Acolhida: Acolher com alegria as pessoas na igreja ou na casa.

Motivação e oração

Animador(a) 1: Irmãs e irmãos, retomamos com alegria nossa cami-nhada de Igreja nas casas, trilhando o caminho de Jesus libertador que envolve todo o Mistério Pascal. Tracemos sobre nós o sinal da cruz.

Todos(as): Em nome do Pai...A 2: Pedimos ao Espírito Santo que nos ilumine e nos fortaleça neste

tempo propício para olharmos dentro do nosso interior e também na direção dos nossos irmãos e irmãs sofredores. Cantemos:

Canto: Vem, ó Deus da vida, vem nos ajudar! (bis)/ Vem, não demo-res mais, vem nos libertar! (bis)/ Toda a humanidade o Senhor chamou, (bis)/ à festa do seu Reino ele convocou (bis).

A 1: Rezemos juntos alguns versículos do Salmo 138.

T: Senhor, eu te louvo porque me fizeste maravilhoso; são admi-ráveis as tuas obras; tu me conheces por inteiro. Não te eram ocultos os meus ossos quando eu estava sendo formado em segredo, e era tecido nas profundezas da terra.

A 2: Vamos lembrar momentos fortes na caminhada da nossa Igreja no último ano: Celebramos o Ano da Fé; comemoramos os 50 anos de abertura do Concílio Vaticano Segundo e os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica; acompanhamos a eleição do nos-so querido Papa Francisco e a sua vinda ao Brasil na Jornada

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Mundial da Juventude; e realizamos os encontros dos Grupos Bíblicos em Família nas casas.

T: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

(Enquanto cantamos, entram os símbolos: casinha, crucifixo, um pano roxo e um branco, cartaz sobre o Ano da Fé,

catecismo, recorte de jornal ou foto do Papa)

Canto: /: É fé e vida na partilha. É Grupo Bíblico em Família. :/

1. Igreja nas casas! A Arquidiocese / nos chama e convida a evangelizar.

Os grupos refletem o rosto da Igreja,/ que é graça presente em todo lugar.

A 1: O tempo quaresmal inicia na quarta-feira de cinzas e vai até o Sábado Santo. Neste período lembraremos a caminhada de Je-sus, sua paixão-morte-ressurreição. Os exercícios quaresmais do jejum, da oração e da esmola nos abrem para o encontro com Jesus, que é a plenitude da vida.

Leitor(a) 1: A oração é a atitude de quem espera ser atingido pela mise-ricórdia de Deus, que nos amou por primeiro e até o fim (Jo 4,10).

L 2: O jejum é um esvaziamento de si, é deixar-se atingir pela graça da liberdade e vida nova que Cristo nos trouxe.

L 3: A esmola é o amor partilhado, é sair de si mesmo; é deixar-se tocar pela presença do outro, especialmente do mais necessitado.

Canto: /: Eis o tempo de conversão, eis o dia da salvação. Ao Pai voltemos, juntos andemos. Eis o tempo de conversão. :/

A 2: A Igreja no Brasil nos propõe a Campanha da Fraternidade, para vivermos com mais intensidade esse tempo quaresmal e pascal.

T: Fraternidade e tráfico humano. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).

L 1: O apelo da Campanha da Fraternidade deste ano enriquece nossa caminhada quaresmal e nos aponta um caminho de conversão, preparando-nos para a Páscoa, a vida nova em Cristo.

T: Não existe Quaresma sem preocupação com o próximo.

Canto: /: Eis o tempo de conversão, eis o dia da salvação. Ao Pai voltemos, juntos andemos. Eis o tempo de conversão. :/

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A 1: Alguns fatos reais que vamos trazer em alguns dos 12 encontros que refletiremos no tempo quaresmal e pascal serão tirados das denúncias sobre o tráfico de pessoas e relatos do sofrimento de famílias que têm seus entes queridos desaparecidos.

Fato real

A 2: Vamos nos situar frente ao apelo da Campanha da Fraternidade.

Leitor(a): No Brasil são 200 mil desaparecimentos de pessoas por ano, sendo 40% de crianças, adolescentes e jovens. Todos os anos, há em Santa Catarina aproximadamente três mil registros de pessoas desaparecidas. Diante disto, a Polícia Militar lançou o programa SOS Desaparecidos, focando no atendimento e res-posta às famílias atingidas por algum desaparecimento de pes-soas, priorizando as crianças e adolescentes. Após um trabalho no Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP), verificou-se que, de janeiro de 2005 a outubro de 2011, em Santa Catarina já foram registrados 18.773 casos de desaparecimento. Nesses sete anos, só em Florianópolis são 650 registros de crianças desaparecidas.

T: Queremos liberdade e ressurreição para todos.

A 1: Com esses dados percebemos que a reflexão da temática da CF deste ano será de grande importância para identificarmos as prá-ticas de tráfico humano em suas várias formas e os denunciarmos como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.

Canto: /: É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus liberta-dor! É para a liberdade que Cristo nos libertou! :/

1. Deus não quer ver seus filhos sendo escravizados, à seme-lhança e à sua imagem os criou. Na cruz de Cristo foram todos resgatados. Pra liberdade é que Jesus nos libertou!

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A Palavra de Deus ilumina

A 2: A reflexão e a oração nos GBF nos introduzem no grande Mistério Pascal e na temática da Campanha da Fraternidade, propiciando um caminho de conversão e libertação.

Canto: Fala, Senhor! Fala, Senhor! Palavra de fraternidade! Fala, Se-nhor! Fala, Senhor! És luz da humanidade!

(Enquanto se canta, crianças entram com a Bíblia, a vela acesa, a corrente e o cartaz da CF)

Leitor(a) da Palavra: Leitura da carta de São Paulo aos Gálatas 5,1.

(Um breve silêncio para interiorização. Em seguida, ler novamente o texto)

A 1: a) Que palavra no texto nos chamou atenção? b) O que Deus nos quer dizer neste texto?

(Responder)

A 2: Que relação tem o texto bíblico com a Campanha da Fraternidade e o relato do fato real?

(Conversar sobre o assunto)

Aprofundando o tema à luz da Palavra de Deus

A 1: O texto bíblico que lemos e o tema da Campanha da Fraternidade nos convidam a refletir sobre todas as situações de injustiça e escravidão e tomar atitudes contra esse grande mal.

T: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (5,1).

L 2: O tempo quaresmal possibilita o caminho da verdadeira liberda-de. A Igreja do Brasil apresenta na Quaresma a Campanha da Fraternidade como caminho de libertação pessoal, comunitária e social.

T: “Ficai firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão” (Gl 5,1).

L 3: O tráfico de pessoas ultraja a dignidade de filhos e filhas de Deus, destrói a imagem de Deus impressa nas pessoas, tira a liberdade da-queles que foram resgatados por Cristo para terem uma vida feliz.

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T: O ser humano é imagem e semelhança de Deus e está acima de qualquer tipo de exploração para o lucro e vantagem de enriquecimento ou banalização da vida.

L 1: Os dados alarmantes apresentados no fato real nos levam a estar atentos ao que acontece em nossa volta, nos advertem a sermos vigilantes e a exercer a profecia.

A 2: Há tráfico de crianças para adoção ilegal. Há tráfico de ado-lescentes, jovens e mulheres para prostituição. Há tráfico de pessoas para o trabalho escravo. Há tráfico de pessoas para a doação forçada de órgãos. Tudo isso é um afronta ao Deus que no mistério da Páscoa trouxe vida e liberdade para todos.

L 2: A nossa missão é defender a vida humana e solidarizar-nos com as dores e sofrimentos de familiares das vitimas do tráfico de pessoas, revelando o amor compassivo de Jesus libertador.

Canto: Senhor da vida, tu és a nossa salvação! Ao prepararmos a tua mesa, em ti buscamos ressurreição!

Compromisso

A 1: Queremos lembrar que na preparação para o Natal fizemos o propósito de assumir um compromisso não só para o tempo do Advento, mas que pudesse ser vivenciado durante todo o ano de 2014, tais como: a) O grupo adota e acompanha uma família caren-te, orientando-a e apoiando para que busque melhores condições de vida. b) Ajudar algum morador de rua a se recuperar para viver com mais dignidade. c) Ajudar, no que for necessário, famílias que cuidam de idosos e doentes. d) Participar da Campanha em prol do projeto educacional para as crianças da África, colaborando com R$ 240,00 por ano, adotando os estudos de uma criança (Informações

com Willian Narzetti, do Instituto Padre Vilson Groh, pelo fone (48) 3039 1828, ou pelo e-mail

[email protected]). Assumindo quaisquer desses compromissos, e algum deste livreto relacionado ao tempo quaresmal e pascal, estaremos vivenciando nossa conversão pessoal, também em momentos de reconciliação na família, na comunidade e entre os amigos, e assim celebraremos com alegria a Páscoa do Senhor.

(Momento de conversar e definir algum compromisso dentro da sua realidade)

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Oração e bênção

A 2: Ó Deus, fonte de toda a sabedoria, derrama sobre nós a luz do teu Espírito. Inspira nossas palavras e conduze nossas ações. Guia nossos passos sempre em direção da defesa da vida.

T: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.

A 1: Que Maria, a mãe de Jesus, seja nossa companheira nas alegrias e nos sofrimentos nesta caminhada rumo ao Pai.

T: Ave Maria...A 2: O Senhor esteja sempre atrás de nós para nos guiar, à nossa

frente para nos conduzir por bons caminhos, abaixo de nós para nos sustentar nos momentos difíceis da vida, acima de nós para derramar sobre nós as suas graças, e em nossos corações para que tenhamos muita vida!

T: Que o Senhor mostre a sua face para nós e nos dê a paz! Que o Senhor nos proteja, nos ilumine e nos abençoe, hoje e sempre! Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Canto: /: Imaculada, Maria de Deus, coração pobre acolhendo Jesus. Ima-culada, Maria do povo, Mãe dos aflitos que estão junto à cruz. :/1. Um coração que era sim para a vida. Um coração que era sim

para o irmão. Um coração que era sim para Deus. Reino de Deus renovando este chão!

2. Olhos abertos para a sede do povo. Passo bem firme que o medo desterra. Mãos estendidas que os tronos renegam. Reino de Deus que renova esta terra!

Atenção: É bom que nos preparemos para o próximo encontro, lendo o tema e o texto bíblico.

É necessário levar a Bíblia em todos os encontros.

Tempo quaresmalNa Quaresma participamos com muita fé dos exercícios quaresmais (je-jum, esmola e oração) e também de um ato concreto que se expressa pela oferta da Coleta da Solidariedade, realizada todos os anos no domingo de Ramos, este ano dia 13 de abril. Os recursos da Coleta da Solidariedade são aplicados para apoiar projetos em prol do tema da Campanha da Fra-ternidade 2014, “Fraternidade e tráfico de pessoas”.

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1º Encontro

TRANSFIGURAÇÃO

“Este é meu Filho Amado” (Mt 17,5)

Ambiente: Bíblia, casinha, imagem da Sagrada Famí-lia, ou de Maria, ramo verde, jornal com notícias sobre desaparecimento de pessoas...

Acolhida: Pela família ou animador(a) que acolhe o grupo.

Motivação e oração

Animador(a): Irmãos e irmãs. É um momento de graça estarmos aqui, nesse início de Quaresma, para nos fortalecer na fé, aprofundar nossa amizade, partilhar nossas vidas com suas alegrias e preo-cupações do dia a dia, vivendo com toda a Igreja esse tempo de graças. Assim animados, vamos saudar a Santíssima Trindade.

Todos(as): O Pai, o Filho e o Espírito Santo. A: Nessa caminhada quaresmal para a Páscoa de Jesus, somos

convidados a rezar e refletir também sobre o sofrimento e a esperança das pessoas traficadas e das famílias que vivem o drama do desaparecimento de seu ente querido. Enquanto uma pessoa segura e ergue o ramo verde da esperança, cantemos confiantes.

Canto: Quando o Espírito de Deus soprou, o mundo inteiro se iluminou. A esperança na terra brotou e um povo novo deu-se as mãos e caminhou.

/: Lutar e crer, vencer a dor, louvar ao Criador. Justiça e paz hão de reinar, e viva o amor. :/

Fato real

A: No Brasil são 200 mil pessoas desaparecidas por ano. Dessas, 40.000 são crianças e adolescentes. Em Santa Catarina, a cada

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ano temos aproximadamente mais 3.000 novos registros de desaparecidos.

Leitor(a): Bary Livny foi adotada por uma família israelense. Através das redes sociais, Bary divulgou seu desejo de encontrar sua mãe biológica. A equipe do SOS Desaparecidos, da Policia Militar de Santa Catarina, em parceria com a ONG Desaparecidos do Brasil, fez levantamento minucioso das documentações e informações passadas pela jovem adotada. Chegou-se ao paradeiro de Rute da Silva Reis, moradora de Camboriú e mãe biológica de Bary. Ao ver as fotos de Bary Livny, Rute não teve dúvidas de que ela é sua filha, pois até um sinal, acima da sobrancelha, é igual ao seu. Segundo relatos de Rute, sua filha nasceu em Itajaí, SC, no dia 27 de junho de 1987. Conta que foi obrigada a doar a filha, para conseguir emprego, pois era mãe solteira. Tempo depois, Rute casou-se e teve oito filhos, e todos conhecem bem a sua angústia. Ela pediu ajuda da equipe do SOS Desaparecidos para a aproximação dela com a filha. Agora Bary está estudando a língua portuguesa, para não precisar de tradutor quando se encontrar com sua mãe.

A: A feliz iniciativa da Polícia Militar do Estado é um sinal de espe-rança e transformação para todos os irmãos, irmãs e crianças arrancadas do convívio de seus pais e familiares.

A Palavra de Deus ilumina

A: A passagem do Evangelho que vamos ouvir relata um momento fascinante vivido pelos apóstolos Pedro, Tiago e João: a trans-figuração de Jesus. A fé em Jesus nos deixa transfigurados de alegria e esperança. Preparemo-nos para ouvir a Palavra de Deus, cantando:

Canto: /: Palavra de salvação somente o céu tem pra dar. Por isso meu coração se abre para escutar. :/

Leitor (a) da Palavra: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 17, 1 a 9.

(Um breve silêncio)

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A: Vamos reler com calma e saborear o texto em silêncio, depois dizer a palavra ou frase que mais nos chamou a atenção.

(Reler e contar o texto)

A: Vamos refletir: a) O que o texto diz para nós e que ligação tem com o tema da

Campanha da Fraternidade?b) Em um dos versículos, Deus disse: “Este é o meu Filho amado”.

O que isto pode significar para a mãe que reencontra sua filha amada, depois de 25 anos?

(Vamos conversar)

Aprofundando o tema à luz da Palavra

A: Tanto o fato da vida como a passagem da transfiguração de Jesus revelam como Deus recompensa os que têm fé nele e esperam pela manifestação do seu amor divino no dia a dia.

L 1: Antes da sua ressurreição, Jesus já demonstrou aos Apóstolos como será a nova vida daqueles que creem e depositam sua esperança na misericórdia de Deus.

T: “Senhor, é bom estarmos aqui” (Mt 17,4).

L 2: O fato da vida nos mostra como o amor de uma mãe e sua filha foi recompensado pelo reencontro de suas vidas.

T: “Este é o meu Filho amado” (Mt 17,5).

L 3: O destino final de todas as pessoas que creem e esperam em Deus é a transfiguração do sofrimento e da perda do amor humano em ressurreição e vida plena.

T: “Levantai-vos, não tenhais medo” (Mt 17,7).

L 1: A revelação do mistério de Deus em Cristo é também a revelação da vocação humana ao amor que ilumina a dignidade e a liberdade pessoal de cada pessoa.

T: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).

L 2: Em Jesus Cristo cumpre-se decisivamente a ação libertadora de Deus. Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. A vida humana é inviolável.

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L 3: A Igreja está intimamente solidária com as pessoas em situação de tráfico humano e quer mobilizar todos os cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.

A: Que o texto bíblico nos mostre o caminho e nos faça abrir os olhos para tantas situações de sofrimento de violação da vida, frustrando a esperança de famílias destruídas e de sonhos despedaçados.

Canto: 1. Dentro de mim existe uma luz que me mostra por onde de-verei andar. Dentro de mim também mora Jesus, que me ensina a buscar o seu jeito de amar.

/: Minha luz é Jesus, e Jesus me conduz pelos caminhos da paz. :/

Compromissos

A: Crer em Jesus é transformar a realidade da vida com a alegria da fé. Essa alegria nos transfor-ma e transborda para os nos-sos irmãos e irmãs sofredores. Queremos nos comprometer na transformação da realidade do tráfico de pessoas, garantindo a conscientização, a prevenção, a denúncia e o acolhimento das famílias. Sugestões:a) Falar do problema das pessoas desaparecidas e da Campanha

da Fraternidade 2014, nas conversas com pessoas amigas e irmãos de fé na comunidade, no trabalho e por onde andar.

b) Divulgar as iniciativas do governo, do SOS Desaparecidos e das delegacias assistenciais, no sentido de combater o tráfico de pessoas e de localizar as pessoas desaparecidas.

c) Oferecer apoio fraterno e levar a esperança em Deus, que nunca abandona seus filhos, aos familiares que sofrem com o desaparecimento de um ente querido.

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Oração e bênção

A: Pensando nas famílias da nossa comunidade, e em todas as famí-lias que sofrem o drama do desaparecimento de um ente querido, e das pessoas que são traficadas, rezemos em dois coros com amor e confiança a oração da Campanha da Fraternidade.

Mulheres: Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo e vos com-padeceis dos oprimidos e escravizados. Fazei que experimentem a libertação da cruz e a ressurreição de Jesus.

Homens: Nós vos pedimos pelos que sofrem o flagelo do tráfico hu-mano. Convertei-nos pela força do vosso Espírito e tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos.

T: Comprometidos na superação deste mal, vivamos como vos-sos filhos e filhas, na liberdade e na paz. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

A: Olhando para o ramo verde, que simboliza a nossa esperança em Deus, rezemos pedindo a bênção:

T: O Senhor nos abençoe e nos guarde na saúde e na paz. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

Canto: Hino da Campanha da Fraternidade 2014.

/: É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus liberta-dor! É para a liberdade que Cristo nos libertou! :/

1. Deus não quer ver seus filhos sendo escravizados, à seme-lhança e à sua imagem os criou. Na cruz de Cristo foram todos resgatados. Pra liberdade é que Jesus nos libertou!

Atenção: É bom que nos preparemos para o próximo encontro, lendo o tema e o texto bíblico.

É necessário levar a Bíblia em todos os encontros.

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2º Encontro

JESUS ROMPE PRECONCEITOS

“Senhor, dá-me dessa água” (Jo 4,15)

Ambiente: Bíblia, casinha, jarra com água, copos, estampa ou imagem de Jesus, símbolos qua-resmais, fotos ou figuras de pessoas desapa-recidas.

Acolhida: Pelas pessoas da casa.

Motivação e oração

Animador (a): Ao iniciar nosso encontro, acolhemos a cada um e cada uma com um gesto fraterno, oferecendo água que sacia a sede.

(Tempo para servir a água)

A: Irmãos e irmãs, o encontro de hoje nos apresenta o gesto de Jesus que acolhe e valoriza uma mulher da Samaria. Ele deixa de lado o preconceito que existia entre judeus e samaritanos. O ensinamento de Jesus também nos ilumina, mostrando como agir nas reflexões da temática da Campanha da Fraternidade. Antes de iniciar nossa reflexão, saudemos a Trindade Santa.

Todos(as): Em nome do Pai... A: Peçamos ao Espírito Santo que nos ilumine.

T: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e ...Canto: /: Vem, Espírito Santo, vem, vem iluminar. :/

1. Nossos caminhos vem iluminar. Nossas ideias vem iluminar. Nossas angústias vem iluminar. As incertezas vem iluminar.

A: A Campanha da Fraternidade deste ano nos alerta para o tráfico de pessoas e órgãos, trabalho escravo, e as propostas encan-tadoras que aliciam jovens para a prostituição. Durante o ano vamos saber de muitos casos e denúncias que serão manchetes e notícias nos diversos meios de comunicação social: jornal, TV, rádios, redes sociais...

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Fato real

Leitor (a): No tráfico de pessoas, as mulheres ainda são as mais atin-gidas para o mercado sexual. Muitas até são traficadas. Essa situação de exploração abrange muitas jovens envolvidas no pro-cesso migratório. Em Santa Catarina, muitas jovens são aliciadas com promessas fabulosas de ganhar muito dinheiro e mudar de vida. São mantidas em regime de cárcere privado, sem opção de escolhas, forçadas a se prostituir. Nessa perspectiva, a vítima é nomeada e classificada no amplo contingente de mulheres sem rosto, voz, identidade, nome..., apenas são vistas como massa anônima para um mercado que visa ao lucro desenfreado. Elas são vigiadas dia e noite, e, sem ter em quem confiar, são inca-pazes de pedir ajuda ou denunciar.

T: A vida é muito preciosa para ser violada.A: Muitas vezes ignoramos o drama das pessoas vítimas do tráfico

humano. Com certeza conhecemos famílias que sofrem com situações assim e com o desaparecimento de algum de seus membros. Essas pessoas e seus familiares contam com a nossa solidariedade, compaixão e generosidade.

Canto: /: É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus liberta-dor! É para a liberdade que Cristo nos libertou! :/

A Palavra de Deus ilumina

A: Em torno de um poço, na busca de água, Jesus se revela como o Messias aos samaritanos, e hoje a todos que o seguem. O texto que vamos refletir fala do encontro de Jesus com a mulher sa-maritana, e nos mostra como agir diante do apelo da Campanha da Fraternida-de. Acolhamos a Palavra cantando.

Canto: Teu povo aqui reunido procura vida nova. Tu és a esperança, o Deus que nos consola.

/: Fala, Senhor, fala da vida. Só tu tens palavras eternas, queremos te ouvir :/

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Leitor (a) da Palavra: Proclamação de Evangelho de Jesus Cristo segundo João 4,5 a 42.

(Breve silêncio. Vamos reler o texto)

A: Vamos contar o texto com nossas palavras, destacando o que consideramos mais importante.

(Contar o texto)

A: Vamos refletir o que o texto diz para nós hoje. a) Relacionando o fato real com o texto bíblico, que mensagem po-

demos tirar para melhor vivermos os ensinamentos de Jesus?(Momento de conversa)

Canto: És água viva, és vida nova, e todo dia me batizas outra vez. Me fazes renascer, me fazes reviver. Eu quero água desta fonte de onde vens.

Aprofundando o tema à luz da Palavra

A: O texto bíblico nos revela que Jesus é fonte de vida. A Quaresma é tempo propício para nos converter, para escolher a vida verda-deira que é Cristo e bebermos da água viva que ele oferece.

T: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6).

L 1: Jesus provoca um diálogo com a samaritana. Ela sente-se aco-lhida e valorizada. Ele inicia a conversa, dizendo:

T: Dá-me de beber! (Jo 4,7).

L 2: Como a samaritana, tantas pessoas hoje têm sede de amor, so-lidariedade, justiça, paz e vida digna. Jesus mostra um caminho a seguir e de qual fonte devemos saciar a sede.

T: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede” (Jo 4,15).

L 3: O diálogo de Jesus com a samaritana rompe com os preconceitos e favorece uma mútua compreensão. Aponta para uma vida sem exclu-sões, a busca mais profunda da mulher e de todo o povo oprimido.

T: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abun-dância” (Jo 10,10).

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A: Jesus traz vida em abundância, fazendo frente às obras de morte: preconceito, exploração, ganância, egoísmo e fechamento em si mesmo. A vida com dignidade seja respeitada em todas as fases e momentos da existência.

T: A dignidade humana está fundamentada na criação à imagem e semelhança de Deus (CIC 1700).

L 1: Muitas vezes, a vida é violada por homens e mulheres que se deixam guiar por ideologias, egoísmo, interesse pessoal, visando ao lucro, ao poder e ao prazer.

L 2: Com essas atitudes, coloca-se a vida de muita gente em risco, causando muito sofrimento, como vimos no fato real.

T: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).

L 3: Hoje Jesus continua oferendo “água viva” que sacia a nossa sede de justiça. Rompe com as barreiras do preconceito, das injustiças, do sofrimento, das falsas promessas de vida boa.

L 1: Ele oferece um caminho de liberdade e vida para todas as pes-soas, até mesmo as que se iludem com propostas fantásticas de ganhar muito dinheiro, tornando-se vítimas do tráfico humano, do trabalho escravo, da prostituição, das drogas.

T: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede” (Jo 4,15).

L 2: Vimos que Jesus agiu por gestos e palavras. Ele acolhe, ama, en-coraja, perdoa e transforma a vida dos samaritanos, e hoje também quer transformar tantas vidas amarguradas, sofridas e traficadas.

T: “Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus por causa da palavra da mulher” (Jo 4,39).

A: O tráfico de pessoas é um total desrespeito com a vida humana, é crime. Somos portadores da Boa-Notícia da salvação. Jesus precisa de cada um de nós, para que suas ações, gestos e pala-vras cheguem às pessoas sofredoras.

Canto: Quero ser pro meu irmão a imagem dele, meu irmão que até nem tem o necessário pra ter paz. Quero ser pro meu irmão a resposta dele, eu que vivo mais feliz e às vezes tenho até demais.

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Compromisso

A: Hoje entendemos que Jesus é a água viva e pode saciar nossa sede de conversão. A quaresma é tempo para revermos nossas atitudes: gestos de acolhida, solidariedade com os mais sofridos, estilo de vida... Um gesto concreto de fraternidade que podemos assumir é colaborar com a Coleta da Solidariedade no domingo de Ramos, dia 13 de abril, realizado em âmbito nacional, em todas as comunidades, paróquias e dioceses. Também lembrando os compromissos assumidos no en-contro anterior, vamos partilhar o que estamos fazendo de concreto.

(Momento de partilha e de conversa sobre os compromissos)

Oração e bênção

A: Trazendo presente o diálogo de Jesus com a samaritana, o tema da Campanha da Fraternidade, o valor da dignidade da pessoa hu-mana e o tempo quaresmal, façamos um momento de silêncio.

(Um breve silêncio. Em seguida, rezamos a oração da CF)

Lado A: Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo e vos compadeceis dos oprimidos e escravizados. Fazei que experimentem a libertação da cruz e a ressurreição de Jesus.

T: Nós vos pedimos pelos que so-frem o flagelo do tráfico humano. Convertei-nos pela força do vosso Espirito, e tomai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos.

Lado B: Comprometidos na superação deste mal, vivamos como vossos filhos e filhas, na liberdade e na paz. Por Cristo, nosso Senhor.

T: Amém!A: Demo-nos as mãos e rezemos o Pai Nosso.T: Pai Nosso...A: O Senhor nos abençoe, nos proteja e nos guarde em seus cami-

nhos até a Pascoa da Ressurreição!T: AmémA: Abençoe-nos Deus de bondade e misericórdia, o Pai, o Filho e o

Espírito Santo. Amém.

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Canto: Bendito poço

1. Bendito poço na beira da estrada, que aproxima quem está cansado e quem busca água. Bendita hora do meio dia, hora na vida daquela mulher da Samaria. Bendito moço, que pede água, embora tente um jeito de desconversar. /: Passo a passo, momento a momento, a oferta da água que jorra de dentro e se faz fonte a transbordar.:/ Quando se desce às águas profundas do coração, falham sistemas, rompem-se esquemas, discriminação. E acontece a beleza suprema da comunhão. /: Fonte de vida eterna, alegria da Salvação.:/

2. Bendito balde, ficou na saudade, pois a mulher agora encontrou a sua verdade. Bendito mestre: Ternura e perdão. Cria, renova e devolve a alegria ao coração. Bendito anúncio: Venham prá ver, disse-me tudo o que eu fiz com tanto amor. /: Foram e viram e acreditaram. Fica conosco: ficou. Confirmaram: Ele é mesmo o Salvador.:/ Quando se desce às águas pro-fundas do coração, falham sistemas, rompem-se esquemas, discriminação. E acontece a beleza suprema da comunhão. /: Fonte de vida eterna, alegria da Salvação.:/

Atenção: É bom que nos preparemos para o próximo encontro, lendo o tema e o texto bíblico.

É necessário levar a Bíblia em todos os encontros.

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3º Encontro

O DOM DA VISÃO

“Rabi, quem pecou para que nascesse cego, ele ou seus pais? Jesus respondeu:

Nem ele, nem seus pais pecaram” (Jo 9,2-3).

Símbolos: Bíblia, cruz com pano roxo, casinha, gra-vuras ou fotos de pessoas.

Acolhida: Pela família que acolhe o grupo.

Motivação e oração

Animador(a): Que alegria mais uma vez, nesta Quaresma, podermos nos encontrar como Grupo Bíblico em Família, para refletir sobre a nossa vida e nossa missão cristã, à luz da Palavra de Deus, e assim nos prepararmos melhor para celebrar a Páscoa de Jesus. Que todos se sintam muito bem-vindos. Saudemos a Santíssima Trindade e invoquemos o Espírito Santo.

Todos(as): Em nome do Pai...Canto: /: Vem, vem, vem, vem, Espírito Santo de Amor. Vem a nós,

traz à Igreja um novo vigor! :/A: O tempo quaresmal convida-nos a fixar confiantes nossos olhos em

Cristo, que na cruz se faz solidário com os que sofrem, por situações em que a pessoa é ferida na sua dignidade. Diante do apelo da Campanha da Fraternidade, vamos expressar nosso pedido de perdão a Deus.

Leitor(a) 1: Perdão, Senhor, por muitas vezes não termos compaixão e não sermos solidários com as dores e o sofrimento das pessoas vítimas do tráfico, da exploração sexual, do trabalho escravo, dos preconceitos raciais e do tráfico de órgãos.

L 2: Perdão, Senhor, pela crueldade de muitas pessoas que, por causa da ganância, favorecem o tráfico de crianças e adolescentes, através de redes de imigração internacional e nacional.

L 3: Perdão, Senhor, por muitas vezes sermos indiferentes, passivos e nos sentirmos incapazes diante das injustiças e de pessoas em situação de vulnerabilidade e opressão.

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Canto: /: Piedade, Senhor, tem piedade, Senhor, meu pecado vem lavar com teu amor. :/

Canto: Me chamaste para caminhar na vida contigo. Decidi para sempre seguir-te e não voltar atrás. Me puseste uma brasa no peito e uma flecha na alma. É difícil agora viver sem lembrar-me de ti.

/: Te amarei, Senhor, te amarei, Senhor. Eu só encontro a paz e a alegria bem perto de ti. :/

Fato real

Leitor(a): Clóvis era um rapaz de muitos sonhos. Queria muito en-contrar um meio de melhorar de vida. Porém, não conseguia estudar e queria uma solução rápida para sua situação. Certo dia foi abordado por uma pessoa que lhe ofereceu uma opor-tunidade de melhorar de vida, mas, para isso, seria necessário deixar sua família e sua cidade por um longo tempo. Aceitou a oferta e viajou, entusiasmado com as promessas que recebeu. Sabia que seria necessário trabalhar muito, mas que poderia voltar com recursos para si e também para ajudar sua família. Em outro país a vida não foi o que imaginou. As promessas não se cumpriram. E, sentindo-se enganado e muito sozinho, acabou deixando-se levar pela vida amargurada e sem sentido que foi obrigado a viver. Certo dia, ao olhar-se no espelho, não conseguiu reconhecer a imagem que via refletida. Não era mais o mesmo Clóvis de antes. O que fazer? Como poder resgatar a sua imagem de antes e a sua dignidade? O caminho mais difícil e certo seria abandonar tudo e procurar voltar. Mas como? Fi-nalmente um dia conseguiu libertar-se e, com muita dificuldade, voltou para o seu país e para sua família. Mas o encontro não foi como ele imaginou, estava tão mudado que custou muito para ser reconhecido pelos seus familiares.

A: O que essa história diz para nós? O que de positivo podemos elencar? Conhecemos algum fato semelhante?

(Para conversar)

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A Palavra de Deus ilumina

A: Somos convidados a aprofundar nos-sa reflexão com a Palavra de Deus que iremos ouvir, que nos fala sobre a cura de um cego de nascença, que reconheceu Jesus como Senhor.

Canto: Pela Palavra de Deus, saberemos por onde andar. Ela é luz e verdade, precisamos acreditar.

Leitor(a) da Palavra: Proclamação do Evangelho segundo João 9,1 a 41.

(Um breve silêncio)

A: Vamos reler o texto, comentando, identificando os personagens, percebendo a ação de Deus e dizendo a palavra ou frase que mais nos chamou atenção.

(Reler e partilhar conforme se pede)

A: Muitas vezes nós nos acomodamos e deixamos de ver o que realmente está acontecendo no mundo, ou até mesmo de refletir a respeito. a) Quando passamos pelas ruas, vemos realmente os mais ne-

cessitados? Qual a nossa reação? O que fazemos?(Responder)

A: Há um ditado popular que diz: “O pior cego é aquele que não quer ver”. Com base no texto do evangelho e no fato real que ouvimos, a quem esse ditado popular, hoje, mais se aplica? Por quê?

(Momento de conversa)

Canto: Jesus Cristo é o Senhor, o Senhor, o Senhor! Jesus Cristo é o Senhor. Glória a ti, Senhor!

Aprofundando o tema à luz da Palavra de Deus

A: No texto do evangelho, os discípulos de Jesus perguntam sobre a causa da cegueira do homem. Ainda estavam com a ideia de que doença era sinal de castigo de Deus pelo pecado.

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L 1: Contra essa forma de pensar, Jesus afirma que ninguém pecou para que esse homem nascesse cego, pois nos pobres e excluídos a luz de Deus também se manifesta.

T: “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo” (Jo 9,5).

L 2: E o homem cego de nascença, depois que foi curado, reconheceu Jesus como sendo o Filho do Homem, o Messias:

T: “Eu creio, Senhor! E ajoelhou-se diante de Jesus” (Jo 9,38).

A: O texto nos ensina que aquele que era considerado como pecador e impuro, porque nascera cego, conseguiu ver realmente quem era Jesus. Mas aqueles que se consideravam puros, apegados à Lei e aos seus preconceitos, não conseguiram reconhecer Jesus como o Filho de Deus.

L 3: Toda pessoa, independente da forma como é ou se apresenta, precisa ser reconhecida como imagem e semelhança de Deus.

L 1: O homem cego, ao ser curado, teve sua dignidade reconhecida e sentiu-se incluído no meio de todos.

T: “A dignidade da pessoa humana se fundamenta em sua cria-ção à imagem e semelhança de Deus. A imagem divina está presente em cada pessoa” (CIC 1700).

L 2: O apelo da Campanha da Fraternidade quer abrir nossos olhos para percebermos que em nosso redor há tantos casos de víti-mas do tráfico humano, rostos de pessoas que sofrem com essa exploração.

L 3: Quer também que, à luz da Palavra de Deus e da fé em Jesus Cristo, sejamos denunciadores do tráfico humano, promovendo ações de acolhida, prevenção e resgate da cidadania dessas pessoas em situação de risco.

Canto: /: É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus liberta-dor! É para a liberdade que Cristo nos libertou! :/

Compromisso

A: A partir do que ouvimos e refletimos hoje, que compromissos poderemos assumir? Sugestões:

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a) Ir ao encontro de pessoas que estão afastadas da vida de comunidade.

b) Apoiar as atividades que tragam para a comunidade maior cons-cientização sobre as questões de saúde, segurança, educação, e sobre a temática da Campanha da Fraternidade 2014.

c) Reconhecer a própria cegueira e buscar no sacramento da Con-fissão a reconciliação com Deus e com os irmãos e irmãs.

(Podemos também assumir outros compromissos mais necessários na comunidade)

Oração e bênção

A: Ao encerrarmos nosso encontro, rezemos pelas pessoas que não convivem mais com seus familiares, que, forçadas, perderam os laços afetivos com seus entes queridos, por aqueles que não podem voltar para suas casas e também por todos que estão afastados de Deus. Apresentemos também nossas intenções particulares. A cada intenção digamos:

T: Ó Senhor, acolhe a nossa oração.

(Momento para as preces espontâneas)

A: No espírito quaresmal, queremos também rezar a oração da Campanha da Fraternidade.

Lado A: Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo e vos compa-deceis dos oprimidos e escravizados. Fazei que experimentem a libertação da cruz e a ressurreição de Jesus.

T: Nós vos pedimos pelos que sofrem o flagelo do tráfico huma-no. Convertei-nos pela força do vosso Espírito, e tomai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos.

Lado B: Comprometidos na superação deste mal, vivamos como vossos filhos e filhas, na liberdade e na paz. Por Cristo nosso Senhor.

T: Amém!A: Deus todo poderoso, por sua bondade infinita, nos abençoe e nos

guarde, nos dê saúde e paz. T: Ele que é Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

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Canto: Hino da Campanha da Fraternidade /: É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus liberta-dor! É para a liberdade que Cristo nos libertou! :/

1. Deus não quer ver seus filhos sendo escravizados, à seme-lhança e à sua imagem os criou. Na cruz de Cristo foram todos resgatados. Pra liberdade é que Jesus nos libertou!

2. Há tanta gente que, ao buscar nova alvorada, sai pela estrada a procurar libertação; mas como é triste ver, ao fim da cami-nhada, que foi levada a trabalhar na escravidão!

3. E quantos chegam a perder a dignidade, sua cidade, a família, o seu valor. Falta justiça, falta mais fraternidade pra libertá-los para a vida e para o amor!

4. Que abracemos a certeza da esperança, que já nos lança nessa marcha em comunhão. Pra novo céu e nova terra da aliança, de liberdade e vida plena para o irmão…

Atenção: É bom que nos preparemos para o próximo encontro, lendo o tema e o texto bíblico.

É necessário levar a Bíblia em todos os encontros.

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4º Encontro

CAMINHO DE RESSURREIÇÃO

“Senhor, aquele que tu amas está enfermo” (Jo 11,3b).

Ambiente: Bíblia, crucifixo, vela, casinha, cartaz da Campanha da Fraternidade 2014, pano roxo, fotos de desaparecidos.

Acolhida: Pela família que recebe o grupo para o encontro.

Motivação e oração

Animador(a): Irmãos e irmãs, hoje nos reunimos em nome do Senhor Jesus para partilhar a Palavra de Deus, a nossa vida e nossa fé e renovar nossa esperança. Nossa partilha e reflexão serão iluminadas pelo Evangelho da ressurreição de Lázaro. Jesus chama com voz forte:

Todos(as): “Lázaro, vem para fora!” (Jo 11,43).

A: A caminhada quaresmal nos convida à conversão a Cristo e aos irmãos e irmãs. Estamos nos aproximando da semana da Paixão. É tempo de fazermos uma séria e profunda reflexão de nossas atitudes e também sobre o apelo da Campanha da Fraternidade. Saudemos a Santíssima Trindade.

T: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.Leitor(a) 1: Queremos celebrar a Páscoa com o coração renovado, e

para isso pediremos perdão a Deus no momento em que faremos nossa confissão individual e hoje também aqui no grupo.

(Um breve silêncio. Em seguida rezemos:)

T: Confesso a Deus todo poderoso, e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes por pensamentos, palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos, e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim, a Deus, nosso Senhor. Amém.

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Canto: Eis o tempo de conversão. Eis o dia da salvação. Ao Pai voltemos, juntos andemos. Eis o tempo de conversão!

A: Rezemos parte do Salmo 10:

Homens: Levantai-vos, Senhor! Estendei a mão! E não vos esqueçais dos pobres! Por que razão o ímpio despreza Deus e diz no seu coração: “Não haverá castigo”?

Mulheres: Entretanto, vós vedes tudo: observais os que penam e so-frem, a fim de tomar a causa deles em vossas mãos. É a vós que se abandona o infortunado, sois vós o amparo do órfão.

T: Senhor, ouvistes os desejos dos humildes, confortastes seu coração e os atendestes, pra que a justiça seja feita ao órfão e ao oprimido.

Canto: /: O amor, o amor, o amor não há de acabar jamais, o amor, o amor: por ele Deus vai nos julgar.:/

Fato real

Leitor(a): Queridos. Procuro minha mãe e família biológica. Nasci entre março e maio de l987. Passei pelo Lar da Criança Menino Jesus, do Bairro Santana, em São Paulo. A mulher que consta como mãe biológica e me levou à França não é minha mãe. Ela trabalha no Lar da Criança Menino Jesus. A diretora da institui-ção foi testemunha no Registro Civil. Os dados do registro são declarações falsas. Não sei a data e local do meu nascimento. Se você perdeu uma criança ou entregou seu bebê para adoção nesse período, ou tiver quaisquer informações que possam ajudar, por favor entre em contato comigo, me ajude. Obrigado. (Charlote

Cohen-Tenudji – Publicado em 2013, facebook)

A: Tomamos conhecimento de mais um fato real causado pelo tráfico humano, realidade vivida por inúmeras pessoas, que sofrem a dor do desaparecimento ou perda definitiva de um membro de sua família.

T: Nós vos pedimos, Senhor, pelos que sofrem o flagelo do tráfico humano!

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A Palavra de Deus ilumina

A: O tráfico humano é uma grave forma de restrição da liberdade e agressão à dignidade dos filhos e filhas de Deus. A Palavra de Deus ilumina a angústia vivida pela jovem que clama por ajuda e também a nossa realidade.

Canto: /: Louvor e glória a ti, Senhor. Cristo, Palavra de Deus. Cristo, Palavra de Deus! :/

Leitor(a): Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo escrito por João 11,1 a 45.

(Um breve silêncio)

A: Vamos reler o texto, atentos às situações, palavras e atitudes dos personagens da narrativa.

(Reler o texto em silêncio)

A: O que mais nos chamou a atenção no texto?

(Responder)

A: O que o texto diz para nós hoje?

(Conversar)

A: O que o texto nos leva a dizer a Deus em oração?

(Fazer algumas preces de súplica, agradecimento ou louvor)

Iluminando o tema à luz da Palavra

A: O Evangelho narra a ressurreição de Lázaro. Marta e Maria cho-ram a perda do irmão. Movida pela fé, Marta, quando ouviu dizer que Jesus estava chegando, vai ao seu encontro e diz:

T: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (Jo 11,21).

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L 2: Mesmo dizendo isso, Marta tem fé e insiste com Jesus, dizendo: “Tudo o que pedires a Deus ele te dará”. Jesus afirma a neces-sidade da fé em Deus e em seus desígnios e poder.

T: Jesus diz: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá” (Jo 11,25).

L 3: Diante do sofrimento da família e dos amigos de Lázaro, Jesus também se comoveu, chorou, e perguntou: “Onde o pusestes?” (Jo 11,34).

T: Jesus foi até o túmulo e gritou bem forte: “Lázaro, vem para fora” (Jo 11,43).

A: Considerando a atitude de Jesus diante da morte de Lázaro, so-mos convidados a ser solidários com quem perde um ente querido, ou perde a liberdade e a própria identidade de ser humano pelo tráfico de pessoas.

L 1: Também nas realidades em que homens e mulheres são trafica-dos, mortos, torturados, marginalizados e marcados pelo sofri-mento, Jesus continua gritando:

T: “Lázaro, vem para fora” (Jo 11,43).L 2: Na história vivida pela jovem Charlotte, ela clama por ajuda para

reestruturar sua vida, encontrar sua verdadeira identidade, sua mãe biológica, e a história de seu nascimento.

T: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).L 3: A reflexão de hoje nos conduz a uma tomada de consciência

maior sobre o tráfico humano. Faz-nos ver algemas que cerceiam a liberdade das pessoas, “túmulos” de pais desesperados, sem esperança de rever seus filhos.

L 1: Há ainda muitas barreiras, dificuldades e falta de interesse do poder público que impedem de romper as estruturas desse grande comércio do tráfico.

A: Mas a fé em Jesus Cristo nos faz resistir à dor e ao sofrimento, nos dá força para lutar em favor das pessoas desaparecidas, na esperança do reencontro, e de lutar por justiça e por vida digna para todos.

Canto: /: É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus liberta-dor! É para a liberdade que Cristo nos libertou! :/

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Compromissos

A: A Palavra de Jesus fala com for-ça, para sairmos da indiferença, do comodismo, da omissão, para buscarmos a conversão do coração, e nos convoca a assumir compromissos em relação à denúncia e à soli-dariedade com as vítimas do flagelo do tráfico de pessoas. Lembremos também de rever os compromissos assumidos

na celebração inicial e de fazermos uma boa confissão, para celebrarmos bem a Páscoa do Senhor.

(O grupo conversa para ver que compromisso pode assumir)

Oração

A: Vivemos o tempo de conversão e libertação. Rezemos a Oração da Campanha da Fraternidade, lembrando todas as pessoas desaparecidas e seus familiares, e tantas pessoas em situações de perda, sofrimento e dor.

T: Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo e vos compadeceis dos oprimidos e escravizados. Fa-zei que experimentem a libertação da cruz e a ressurreição de Jesus. Nós vos pedimos pelos que so-frem o flagelo do tráfico humano. Convertei-nos pela força do vosso Espírito, e tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos. Com-prometidos na superação deste mal, vivamos como vossos filhos e filhas, na liberdade e na paz. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

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Bênção

A: Pedimos a bênção a Deus por todos os que trabalham para reen-contrar pessoas desaparecidas, pessoas que sofrem tais perdas e por todos nós, para que o nosso coração se sensibilize ante a dor de tantos irmãos e irmãs, e a dor de toda a humanidade.

T: Que o Senhor nos abençoe e nos ilumine. Que o Senhor nos mostre sua face e nos dê sua paz! Ele que é Pai, Filho e Es-pírito Santo. Amém.

Canto: /: É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus liberta-dor! É para a liberdade que Cristo nos libertou! :/1. Deus não quer ver seus filhos sendo escravizados, à seme-

lhança e à sua imagem os criou. Na cruz de Cristo foram todos resgatados, pra liberdade é que Jesus nos libertou!

2. Há tanta gente que, ao buscar nova alvorada, sai pela estrada a procurar libertação; mas como é triste ver, ao fim da cami-nhada, que foi levada a trabalhar na escravidão!

Atenção: O próximo encontro é a VIA-SACRA. É bom que nos preparemos bem para rezar a Via-Sacra, seja no

próprio grupo, na igreja ou pelas ruas da comunidade.

Este é um momento muito forte na nossa caminhada quaresmal: a Via-Sacra é uma expressão de fé

no Cristo ressuscitado.

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5º Encontro: VIA-SACRA

LIBERDADE E DIGNIDADE PARA TODOS

Ambiente: Cruz, vela, cartaz da Campanha da Fra-ternidade 2014.

Animador(a): Irmãs e irmãos em Cristo Jesus. Estamos mais uma vez reunidos para re-zar. Neste momento de oração e piedade,

vamos nos encontrar com Jesus no sofrimento da Via Dolorosa. Jesus é condenado à morte porque não foi compreendido o seu propósito que era de vida plena para todos, conforme foi dito no livro de Isaías:

Todos(as): “Anunciar a Boa-Nova aos pobres, proclamar a liber-tação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos” (Lc 4,18).

Leitor(a): A exemplo de Jesus, também a Campanha da Fraternidade deste ano propõe como lema:

Todos: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).

A: A liberdade nos foi doada na cruz de Cristo. Ele nos libertou e, por isso, concedeu-nos participar da plenitude de sua vida.

T: Na morte, deu-nos a vida; no sofrimento, conquistou para nós a plena liberdade de filhos e filhas de Deus.

A: Rezemos:

T: Pai Nosso...

A: Com fé, vamos seguir Jesus até a Cruz.

T: Iniciemos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

A: Jesus, manso e humilde de coração,

T: Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.

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1ª Estação: JESUS É CONDENADO À MORTE

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.A: Jesus antevê sua condenação. Fica triste. No Horto das Oliveiras cai

por terra e ora para que aquela hora, se fosse possível, passasse dele e rezava ao Pai (Mc 14,35):

Todos: Abbá! Pai! Tudo é possível para ti. Afasta de mim este cálice! Mas seja feito não o que eu quero, porém o que tu queres (Mc 14,36).

A: A Campanha da Fraternidade deste ano nos diz que o tráfico hu-mano é um crime que atenta contra a dignidade humana, já que explora o filho e a filha de Deus, limita sua liberdade, despreza sua honra, ameaça sua vida, “condenando-os, moralmente, à morte”.

L: No rosto dessas vítimas do tráfico humano, a Igreja identifica traços do rosto de Jesus sofredor.

L: O Filho de Deus, com sua encarnação, se uniu a cada pessoa humana em seu sofrer, tem compaixão e identifica-se com cada oprimido, explorado e humilhado, a exemplo dos vitimados pelo tráfico humano.

Canto: 1. Por causa de um certo Reino, estradas eu caminhei, buscan-do sem ter sossego o Reino que eu vislumbrei. Brilhava a estrela d’alva, e eu, quase sem dormir, /: buscando este certo Reino, a lembrança dele a me perseguir. :/

2ª Estação: JESUS TOMA A CRUZ

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.A: Jesus já foi condenado à morte. Resta-lhe, agora, pegar a Cruz

que lhe entregaram. Toma-a nos ombros e começa sua caminhada até o Calvário.

L: Diante dos “poderosos” e da multidão, Jesus foi maltratado e humilhado, porém não perdeu sua dignidade de Filho de Deus.

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L: Na mesma situação de humilhação vemos hoje tantos irmãos e irmãs traficados, retirados de suas famílias e forçados a agirem contra a própria vontade.

A: Rezemos:

T: Ó Deus de amor, vosso Filho Jesus Cristo assumiu nossa condição humana e deu a sua vida na cruz. Dai-nos a graça de aprendermos este ensinamento da sua Paixão, para que, seguindo os seus passos no caminho da cruz, possamos ressuscitar com ele em sua glória. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

Canto: 1. Tu te abeiraste na praia, não buscaste nem sábios, nem ricos. Somente queres que eu te siga.

/: Senhor, tu me olhaste nos olhos, a sorrir, pronunciaste meu nome. Lá na praia eu larguei o meu barco. Junto a ti buscarei outro mar. :/

3ª Estação: JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.

A: Jesus continua no caminho da cruz. Sua força começa a diminuir. Agora, ele cai pela primeira vez.

L: Certamente, com os joelhos no chão e inclinando-se em oração, intercede ao Pai, não só por si mesmo, mas por todos que o condenaram.

L: Tantos irmãos e irmãs traficados só têm a oração como conforto. Rezam dia e noite, pedindo a libertação de seu sofrimento.

T: Senhor Jesus, concedei a esses nossos irmãos e irmãs a gra-ça de tomar parte na vossa paixão por meio dos sofrimentos da vida!

A: Deus quer que o ser humano se relacione com ele e participe da sua vida. Deus confere à pessoa humana uma grande dignidade, porque a coloca como o ponto mais alto da criação.

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T: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou. E Deus os abençoou” (Gn 1,27-28).

Canto: 1. Vejam, eu andei pelas vilas, apontei as saídas como o Pai me pediu. Portas, eu cheguei para abri-las. Eu curei as feridas como nunca se viu.

/: Por onde formos também nós, que brilhe a tua luz! Fala, Senhor, na nossa voz, em nossa vida. Nosso caminho en-tão conduz, queremos ser assim! Que o pão da vida nos revigore em nosso sim. :/

4ª Estação: JESUS SE ENCONTRA COM MARIA, SUA MÃE

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.Canto: Imaculada, Maria de Deus, coração pobre acolhendo Jesus. Ima-

culada, Maria do povo, Mãe dos aflitos que estão junto à cruz!A: Mãe e filho se encontram em meio à dor. Maria compartilha o

sofrimento de Jesus. Não fala nada. Sua união com o filho era tão perfeita que não tinha necessidade de falar nada. O olhar materno já dizia tudo.

L: Quantas mães e famílias em meio à dor esperam um abraço fraterno de um ente querido desaparecido. Ainda lhes resta a esperança de um dia encontrá-lo.

A: Rezemos:

T: Ave Maria...A: Jesus, quando menino, foi apresentado no templo, conforme a Lei

judaica. O velho Simeão, homem justo e piedoso, tomando Jesus nos braços, louvou a Deus e, em meio à sua profecia, disse a Maria:

T: ...“Eis que esse menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Quanto a você, Maria, uma espada há de atravessar-lhe a alma...” (Lc 2,34-35).

A: Rezemos:

T: Salve Rainha...

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5ª Estação: JESUS RECEBE AJUDA DE UM CIRINEU

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.

A: Quando Jesus passava na via da crucificação, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a ajudar Jesus a carregar a cruz (Mt 27,32).

L: Mesmo forçado, esse homem certamente se compadeceu do sofrimento de Jesus. Com isso, compartilha com Jesus o peso da cruz.

L: Podemos, também, envolvidos pelo sentimento cristão, comparti-lhar do sofrimento do nosso próximo, ajudando-o a carregar sua cruz pesada de cada dia...

L: Ter paciência para escutar um amigo, uma pessoa que sofre; esquecer-se de si mesmo e ficar à disposição do outro.

L: Ir ao encontro da família que perdeu um ente querido pelos mais variados tipos de violência, de injustiça, e escutar seu sofrimento.

L: Procurar um irmão ou irmã que perdeu um ser querido pelos mais variados tipos de tráfico, e escutar sua lamentação...

A: Rezemos:

T: “Meu servo, o justo, fará justos inúmeros homens, carre-gando sobre si suas culpas. Por isso, compartilharei com ele multidões, e ele repartirá suas riquezas com os valentes seguidores, pois entregou seu corpo à morte, sendo contado como um malfeitor. Ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos pecadores” (Is 53,11-12).

Canto: /: Eu confio em nosso Senhor, com fé, esperança e amor. :/

1. A meu Deus fiel sempre serei, eu confio em nosso Senhor. Seus preceitos, oh, sim, cumprirei! Com fé, esperança e amor.

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6ª Estação: VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.A: Outro gesto muito humano e fraterno que jamais será esquecido:

Verônica enxuga o rosto de Jesus, já desfigurado pela tortura, pela dor e sofrimento.

L: Aquela mulher abre caminho no meio da multidão, para chegar a Jesus. Ela não se conteve. Não suportou ver o rosto tão desfi-gurado. Teve coragem diante do perigo da força brutal de quem comandava a situação.

A: Não se constrói a paz com uma postura indiferente ou neutra diante da violência ou da injustiça, nem escondendo conflitos, divergên-cias, mas procurando uma maneira de resolvê-los. É preciso fazer alguma coisa, ter coragem. Assim fez Verônica.

T: Senhor, precisamos ser solidários como Verônica, para “en-xugarmos” os rostos sofridos de tantos irmãos e irmãs que ainda não perderam a esperança de encontrar seus parentes desaparecidos por qualquer tipo de tráfico.

Canto: /: Quem nos separará, quem vai nos separar do amor de Cristo, quem nos separará? Se ele é por nós, quem será, quem será contra nós? Quem nos separará do amor de Cristo, quem será? 1. Nem a angústia, nem a fome, nem a nudez ou tribulação, perigo

ou espada, toda perseguição.

7ª Estação: JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.A: Vimos que Jesus cai pela segunda vez no caminho da cruz. Em

cada passo que dá, mesmo com a ajuda do Cirineu, suas forças vão diminuindo.

L: Jesus caiu pela segunda vez, porém não ficará prostrado no chão. Sabe que deve continuar de pé até a cruz.

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A: Também nós, muitas vezes, estamos cansados com muitos traba-lhos. Colocam sobre nós uma carga excessiva de compromissos. Somos tomados pelo desânimo; parece que vamos cair. A tristeza e o desencanto querem nos tirar as forças.

L: Muitas vezes, o poder do dinheiro nos oprime. As lojas do co-mércio dos grandes centros urbanos não fecham mais nos dias santificados, por isso, muitos irmãos e irmãs nem conseguem descansar no domingo, dia do Senhor. São forçados a trabalhar, sob pena de perder o emprego.

T: “Este é o dia consagrado ao Senhor, nosso Deus! Não fiqueis tristes nem choreis. Pois este dia é santo para o nosso Se-nhor. Não fiqueis tristes, porque a alegria do Senhor será vossa força” (Ne 8,9-10).

Canto: 1. A ti, meu Deus, elevo meu coração, elevo as minhas mãos, meu olhar, minha voz. A ti, meu Deus, eu quero oferecer meus passos e meu viver, meus caminhos, meu sofrer.

/: A tua ternura, Senhor, vem me abraçar! E a tua bondade infinita me perdoar. Vou ser o teu seguidor e te dar o meu coração. Eu quero sentir o calor de tuas mãos. :/

8ª Estação: JESUS CONSOLA AS MULHERES DE JERUSALÉM

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.A: Mulheres que estavam presentes na passagem de Jesus carre-

gando a cruz se compadecem dele. Jesus aceita a compaixão delas, porém devolve-lhes a compaixão, dizendo:

T: “Mulheres de Jerusalém, não chorem por mim! Chorem por vocês mesmas e por seus filhos!” (Lc 23,28).

A: Mesmo no próprio sofrimento, precisando de compaixão, Jesus sabe que muitas mães sofrem pelos filhos, porque o caminho percorrido por eles não foi o que elas desejaram:

L: É o caso dos extraviados e traficados pelo mundo afora, ou víti-mas das drogas e outros males, ou presos por cometerem algum crime.

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A: Rezemos:

T: Deus todo poderoso, vós que sois bom e fiel, por vossa misericórdia ajudai-nos a vencer o mal, praticando o bem. Que por vossa bondade vençamos a miséria, a injustiça e a violência. Isso vos pedimos por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém!

Canto: 1. Por melhor que seja alguém, chega um dia em que há de faltar. Só Deus vivo a Palavra mantém e jamais ele há de falhar.

/: Quero cantar ao Senhor, sempre enquanto eu viver. Hei de provar seu amor, seu valor e seu poder. :/

9ª Estação: JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.A: Jesus quase não tem mais forças para caminhar, por isso, mais

uma vez cai sob o peso da cruz.

L: Esta é a última queda até a cruz. Lá na cruz, sentiu-se sozinho, abandonado e angustiado.

T: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” (Mt 27,46).A: Deus não deseja nossa queda, ele deseja que caminhemos de

cabeça erguida em busca de um ideal, isto é, a vida plena que Jesus veio nos oferecer.

T: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abun-dância” (Jo 10,10).

Canto: 1. Um dia escutei teu chamado, divino recado, batendo no coração. Deixei deste mundo as promessas e fui bem depressa no rumo de tua mão!

/: Tu és a razão da jornada, tu és minha estrada, meu guia, meu fim. No grito que vem do teu povo, te escuto de novo, chamando por mim. :/

1. Embora tão fraco e pequeno, caminho sereno com a força que vem de ti. A cada momento que passa, revivo esta graça de ser teu sinal aqui.

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10ª Estação: JESUS É DESPOJADO DE SUAS VESTES

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.

A: Antes de ser crucificado, tiraram-lhe a roupa, sem piedade, e a repartiram entre eles.

L: Mesmo sem roupas, Jesus não perde sua dignidade. Ele é o próprio Filho de Deus.

L: A Campanha da Fraternidade aponta para o crime do tráfico hu-mano, que atenta contra a dignidade humana, já que explora os filhos e filhas de Deus.

A: Rezemos a Oração da Campanha da Fraternidade 2014:

A: Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo e vos compade-ceis dos oprimidos e escravizados. Fazei que experimentem a libertação da cruz e a ressurreição de Jesus.

T: Nós vos pedimos pelos que sofrem o flagelo do tráfico humano.

A: Convertei-nos pela força do vosso Espírito, e tornai-nos sen-síveis às dores destes nossos irmãos. Comprometidos na su-peração deste mal, vivamos como filhos e filhas, na liberdade e na paz.

T: Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

Canto: 1. Reveste-me, Senhor, com a tua graça, eu quero ao meu irmão servir melhor. Que o teu Espírito em mim se faça, que eu possa caminhar no teu amor.

/: Reveste-me, Senhor, reveste-me, Senhor, reveste-me, Senhor com teu amor :/

2. Que eu busque em minha vida a santidade, no exemplo de Jesus, a inspiração. Na fé e na esperança e caridade, fazendo acontecer libertação.

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11ª Estação: JESUS É PREGADO NA CRUZ

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.A: Jesus é pregado na cruz. Sobre sua cabeça está o motivo de sua

condenação:

T: “Jesus de Nazaré, o rei dos judeus”. A: “A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e

sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e humilhado! Mas ele foi ferido por causa de nossos pecados, esmagado por causa de nossos cri-mes; a punição a ele imposta era o preço de nossa paz, e suas feridas, o preço da nossa cura” (Is 53,4-5).

Canto: /: A tua ternura, Senhor, vem me abraçar. E a tua bondade infinita me perdoar. Vou ser o teu seguidor e te dar o meu coração. Eu quero sentir o calor de tuas mãos. :/1. A ti, meu Deus, que és bom e que tens amor ao pobre e ao

sofredor, vou servir e esperar. Em ti, Senhor, humildes se ale-grarão, cantando a nova canção de esperança e de paz.

12ª Estação: JESUS MORRE NA CRUZ

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.

(Silêncio profundo)

Canto: 1. O silêncio está cantando uma canção de amor e paz. O silêncio está rezando uma oração por seu irmão. Muita gente vive sem amor e tem solidão. Mas aqui nesta casa do Senhor /: Solidão não existe, não:/1. O silêncio está gritando, pedindo paz, gritando amor. O silêncio

está falando: põe teu amor no teu Senhor. Muita gente vive sem amor e tem solidão. Mas aqui nesta casa do Senhor /: Solidão não existe, não:/

A: O sol escondeu-se. Jesus gritou do alto da cruz:

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T: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espirito”. Jesus baixa a cabeça e morre.

(Continuemos num silêncio profundo)

A: “Jesus tinha a condição divina, mas não se apegou à sua igualda-de com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz!

T: Por isso, Deus o exaltou grandemente, e lhe deu o nome que está acima de qualquer outro nome; para que, ao nome de Jesus, se dobre todo o joelho no céu, na terra e sob a terra; e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl 2, 6-11).

Canto: Um certo dia, ao tribunal alguém levou o jovem galileu. Nin-guém sabia qual foi o mal, o crime que ele fez, quais foram seus pecados. Seu jeito honesto de denunciar mexeu na posição de alguns privilegiados. E mataram a Jesus de Nazaré e no meio de ladrões puseram sua cruz, mas o mundo ainda tem medo de Jesus que tinha tanto amor.

/: E seu nome era Jesus de Nazaré. Sua fama se espalhou e todos vinham ver o fenômeno do jovem pregador que tinha tanto amor. :/

13ª Estação: JESUS É DESCIDO DA CRUZ

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.

A: “José de Arimateia era discípulo de Jesus, mas às escondidas, porque tinha medo das autoridades dos judeus. Pediu a Pilatos para retirar o corpo de Jesus da cruz” (Jo 19,38).

L: Juntamente com outros amigos de Jesus, pegou o corpo e o enrolou num lençol.

L: Depois, Maria recebe o Filho morto em seus braços.

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L: A dor de Maria, naquele momento, ao receber o Filho nos braços, é como a dor de tantas mães que veem seus filhos maltratados, as-sassinados brutalmente, explorados pelos mais sórdidos tráficos.

A: Vamos ouvir o depoimento de uma mãe, cujo filho desapareceu há 30 anos, quando tinha 4 anos:

T: “Queria ver meu filho morto e sepultado, mas não queria sentir a dor pelo desaparecimento do meu filho” (depoimento de

uma mãe)

Canto: 1. Virgem dolorosa, que aflita chorais, /: repleta de angústias, bendita sejais :/ 2. Bendita sejais, Senhora das Dores. /: Ouvi nossos rogos,

mãe dos pecadores :/3. De Simeão as vozes no templo escutais: /: Cruéis profecias,

bendita sejais :/ 4. Que dor indizível quando o encontrais /: com a cruz às costas,

bendita sejais :/ 5. A dor ainda cresce quando contemplais /: Jesus expirando,

bendita sejais :/

14ª Estação: JESUS É SEPULTADO

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.A: “Havia um homem bom e justo, chamado José, membro do siné-

drio, o qual não tinha aprovado a decisão, nem a ação dos outros membros...

L: Ele era de Arimateia, uma cidade da Judeia, e esperava a vinda do Reino de Deus...

L: José foi ter com Pilatos e pediu o corpo de Jesus...

A: Desceu o corpo da cruz, enrolou-o num lençol e colocou-o num tú-mulo escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha sido sepultado. Era dia de preparação, e o sábado estava para começar...

L: As mulheres que com Jesus vieram da Galileia acompanharam José e observaram o túmulo e o modo como o corpo ali era co-locado” (Lc 23,50-55).

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L: No túmulo está o corpo santo de Jesus. Ainda tudo é morte, mas por pouco tempo.

A: Ainda que no mundo tenhamos sofrimento e morte, lembremo-nos do que Jesus disse:

T: “Em mim, tenhais paz. No mundo tereis aflição. Mas tende coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33).

Canto: 1. Ele assumiu nossas dores, veio viver entre nós, santificou nossas vidas, cansadas, vencidas de tanta ilusão. Ele falou do teu Reino e te chamava de Pai, e revelou tua imagem e deu-nos coragem de sermos irmãos.

/: Ousamos chamar-te de Pai, ousamos chamar-te Senhor. Jesus nos mostrou que tu sentes e ficas presente onde mora o amor. Pai nosso que estás no céu, Pai nosso que estás aqui. :/

2. Ele mostrou o caminho, veio mostrar quem tu és. Disse com graça e com jeito que os nossos defeitos tu vais perdoar. Disse que a vida que deste queres com juros ganhar, cuidas de cada cabelo que vamos perdendo sem mesmo notar.

15ªEstação: JESUS RESSUSCITA PARA A VIDA

A: Nós vos adoramos, Senhor Jesus!

T: Porque pela vossa morte e ressurreição salvastes o mundo.A: O túmulo está vazio. Tudo, agora, em Cristo Jesus é vida nova.

A vida venceu a morte:

T: Aleluia, aleluia, aleluia!Canto: /: Eu creio no mundo novo, pois Cristo ressuscitou, eu vejo

sua luz no povo, por isso alegre eu vou. :/1. Em toda pequena oferta, na força da união, no pobre que se

liberta, eu vejo ressurreição.

2. Em todos que estão unidos, com outros partindo o pão, nos fracos fortalecidos, eu vejo ressurreição.

3. Na fé dos que estão sofrendo, no riso do meu irmão, na hora em que está morrendo, eu vejo ressurreição.

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A: Estamos encerrando este momento de oração e piedade que fizemos com Jesus na Via-Sacra. Agradeçamos ao Senhor da Vida, rezando:

T: Creio em Deus Pai...A: Peçamos também a Maria santíssima muita paz para as nossas

famílias e nossa comunidade, rezando:

T: Salve Rainha...A: Vamos rezar o Salmo 66/67, pedindo ao Senhor sua bênção e

sua graça:

T: Que Deus nos dê sua graça e sua bênção e sua face resplan-deça sobre nós!

A: Que na terra se conheça o seu caminho e a sua salvação por entre os povos.

T: Que todas as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem!

A: Exulte de alegria a terra inteira, pois julgais o universo com justi-ça; os povos governais com retidão, e guiais, em toda a terra, as nações.

T: A terra produziu sua colheita, o Senhor e nosso Deus nos abençoe, e o respeitem os confins de toda a terra.

A: Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!

T: Como era no princípio, agora e sempre. Amém!A: Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo...

T: Para sempre seja louvado!

Atenção: É bom que nos preparemos para o próximo encontro, lendo o tema e o texto bíblico.

É necessário levar a Bíblia em todos os encontros.

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6º Encontro

PÁSCOA – SURGE UM NOVO DIA!

“Maria Madalena viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo” (Jo 20,1).

Ambiente: Bíblia, vela acesa, flores e outros símbolos que indicam fraternidade, alegria, paz...

Acolhida: Feita pela família que recebe o grupo.

Motivação e oração

Animador(a): Irmãos e irmãs! Estamos em tempo de Páscoa, a festa da vida em plenitude. Com alegria, saudemos uns aos outros, manifestando os votos de Feliz Páscoa. Vamos iniciar o nosso encontro partilhando o que para cada um de nós significa a Pás-coa para a nossa vida.

(Tempo para conversar)

A: Jesus ressuscitou verdadeiramente. Deus nos tirou do pecado e da morte. Com o coração cheio de gratidão, saudemos a Deus Trindade, cantando:

Canto: Em nome do Pai...

A: Pela ressurreição de Jesus, Deus nos concede a vida em pleni-tude. A ressurreição de Jesus é a mais bela notícia que o mundo pode receber. A morte foi vencida para sempre! Rezemos em dois lados este hino pascal:

Lado A: Vós que testemunhastes a alegria / de ver Cristo Jesus res-suscitado. Anunciai que já nasceu o dia / em que o homem é salvo do pecado.

Lado B: Levai a grande festa ao mundo inteiro, / proclamai às nações a Boa-Nova. Em Cristo, Deus e homem verdadeiro, / a velha hu-manidade se renova.

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Lado A: Chegam, enfim, os tempos gloriosos / exultam sobre a terra os altos montes. Brilham no céu os astros jubilosos, / cantam as águas nas alegres fontes.

Lado B: Cristo ressuscitou, venceu a morte, / o seu corpo se envolve em luz divina. Eis o sol da esperança, eis o Deus forte / que nos liberta e que nos ilumina.

Todos(as): A nova criação hoje começa / jamais triunfará o vil pe-cado. O Senhor nos cumpriu sua promessa / no sangue do Cordeiro imaculado.

Canto: /: Vinde e vede, vinde! Ele está no meio de nós. Ele está no meio de nós. :/

Fato real

A: Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11,25). Neste encontro vamos relatar um crime bárbaro, onde a vida é banalizada por poucos reais.

Nos anos 80, o Hospital Maternidade PAMEC, de Salvador, Bahia, foi acusado de tráfico de crianças e também da morte de bebês recém-nascidos, sendo inclusive encontrados fetos enterrados no terreno da clínica, no Bairro Caixa D’Água.

As investigações começaram graças às denúncias de muitas mães que afirmam que seus bebês nasciam perfeitos, mas logo em seguida eram dados como mortos, não sendo mais vistos os seus corpos, que assim não podiam ser levados pelas famílias. A muitos pais, em choque pela perda do bebê, eram aplicadas técnicas de convencimento afirmando que os órgãos seriam do-ados ou estudados em benefício de outras vidas.

A reportagem cita a doméstica Terezinha Nascimento Freire dos Santos e o operário Balbino Carvalho Duque, que afirmam que seus filhos nasceram saudáveis e logo foram afastados das mães e dados como mortos, sendo que ninguém da família nunca viu os corpos. Uma das mães, com o coração dolorido, disse: Prefiro ver meu filho morto e enterrá-lo a não ter o direito de saber o que aconteceu com ele. Comparando: Em Santa Catarina, como sabemos pela série ORFÃOS DO BRASIL, do Diário Catarinense, também houve, nos anos 80 e 90, esse grave problema de tráfico humano, mas aqui os bebês eram vendidos em adoção, enquanto em Salvador eles eram dados como mortos e depois vendidos.

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A: Sabemos que muitas pessoas que desaparecem têm como fim a morte, outras são aprisionadas e vivem reféns dos mafiosos; aos seus familiares muitas vezes não resta outro conforto a não ser a certeza de que Deus os consola em seus sofrimentos, os ampara, e lhes dá força para sobreviverem.

Canto: /: Eu creio num mundo novo, pois Cristo ressuscitou. Eu vejo a luz do povo, por isso alegre sou :/

A Palavra de Deus ilumina

A: A ressurreição de Jesus não foi uma história inventada. Muitas pessoas viram Jesus ressuscitado. A primeira pessoa que testemunhou a ressur-reição de Jesus foi Maria Madalena. Aclamemos a Palavra de Deus, cantando.

Canto: Que alegria, Cristo ressurgiu. No Evangelho ele vai falar, entoe-mos nosso canto de louvor e gratidão sua Palavra vamos aclamar. /: Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia! :/

Leitor(a) da Palavra: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20,1 a 9.

(Um breve silêncio para deixar que a Palavra de Deus entre em nosso coração. Vamos reler o texto)

A: Refletindo um pouco mais sobre o texto:1. Quais os personagens que aparecem no texto? 2. Como se comporta cada um deles?3. Quem deles “viu e acreditou”? 4. Que outros pontos chamaram a atenção nesta Palavra de

Deus?(Responder)

A: Que relação tem o texto bíblico com a Campanha da Fraternidade e o relato do fato real?

(Para conversar)

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Aprofundando a Palavra de Deus

A: João escreve o seu Evangelho pelo final do primeiro século, entre os anos 90 e 100 de nossa era, mas 70 anos depois da morte de Jesus. Lembra o que aconteceu com Maria Madalena, com Pedro e o discípulo que Jesus amava.

L 1: Maria Madalena, ao ver o túmulo vazio, correu ao encontro de Pedro e João. O túmulo vazio mostra que Jesus não ficou prisio-neiro da morte.

T: “Tiraram do túmulo o Senhor e não sabemos onde o colocaram” (Jo 20,2).

L 2: Certamente, em seu coração, Maria Madalena sabia que Jesus estava vivo. Quem tem esta certeza corre ao encontro dos outros para levar a Boa-Notícia da Ressurreição.

L 3: João corre mais depressa para ver, compreende o porquê do túmulo vazio, acolhe a notícia da ressurreição e acredita sem dificuldades. Pedro é mais vagaroso, fica cheio de dúvidas, mas também acredita.

T: “O discípulo amado viu e acreditou” (Jo 20,8). L 1: A Boa-Notícia da ressurreição de Jesus é testemunhada com fé

até os dias de hoje; ela traz vida nova para o mundo, um novo tempo para a humanidade.

T: Deus nos liberta da morte e nos dá a vida em plenitude.L 2: Muitas vezes, o medo, os acontecimentos mundanos impedem o

anúncio da ressurreição; mas Jesus vem nos libertar de todos os males, mostrando que o amor doado até a morte é sinal de vitória.

T: Jesus nos liberta de todos os males que nos acorrentam e impedem de vivermos com dignidade.

L 3: Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54).

T: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11,25). L 1: O Catecismo nos lembra que a ressurreição dos mortos foi re-

velada pouco a pouco por Deus ao seu povo (CIC,992). Deus nos liberta de tudo que impede uma vida de liberdade, de fraternidade e de paz.

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T: “Nós cremos que Cristo ressuscitou e esperamos firmemente que, ao morrermos, ele também nos ressuscitará” (CIC 989).

A: Em cada missa, ao celebrarmos a Páscoa como memória da morte e da ressurreição de Jesus, também lembraremos que Jesus ressuscitará nossos irmãos e irmãs que morreram vítimas do tráfico, das injustiças e da opressão.

T: Um novo dia, mais vida e esperança, aqui trazemos com toda a confiança. Ao teu altar, Senhor, nós elevamos a vida que nos deste e os bens que esperamos.

L 2: Nós esperamos a ressurreição no final de nossa vida. Mas já agora lutamos para que haja sinais de ressurreição:

T: a libertação das pessoas traficadas, o respeito pela dignidade de todos, o cuidado com os pobres, os doentes, os desam-parados, a união das famílias, a celebração da fé.

Canto: /: E quando amanhecer o dia eterno, a plena visão, ressur-giremos por crer nesta vida escondida no pão. :/ 1. Para lembrarmos a morte, a cruz do Senhor, nós repetimos,

como ele fez: gestos, palavras, até que volte outra vez.

Compromissos

A: A ressurreição nos aponta para uma vida nova. Ressuscitar é ter a disposição sincera de fazer o bem e construir um mundo novo de paz e de fraternidade, começando na casa da gente:

Todo dia é um novo dia para abandonar o erro, a mentira, a • falsidade, a corrupção, o egoísmo...

Todo dia é um novo dia para amar o outro, respeitar, dialogar, • perdoar, pedir perdão, animar, confortar, visitar os doentes...

Todo dia é um novo dia para ser discípulo missionário de • Jesus pelo testemunho de vida, pela oração em família, pela participação na comunidade.

Oração e bênção

A: Façamos um breve silêncio e lembremos todas as pessoas que sofrem com os flagelos do tráfico e as angústias do desapareci-mento de seus entes queridos.

(Silêncio. Em seguida, dizemos juntos)

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T: Senhor, convertei-nos pela força do vosso Espírito Santo e tornai-nos sensíveis com as dores de nossos irmãos e irmãs sofredores.

A: Vamos concluir nosso encontro com um hino pascal. Em dois lados:

Lado A: Como a noite fugindo / ao dia que amanhece, /fugiu vencida a morte / e a vida resplandece.

Lado B: Jesus Cristo ressurge / no seu fulgor divino, /a sua Igreja canta / um jubiloso hino:

Lado A: Jesus ressuscitado, / ó redentor do mundo, /conheça a huma-nidade / mistério tão profundo.

Lado B: Da morte, Jesus Cristo / sofreu a extrema prova; /regada por seu sangue, / a terra se renova.

T: Um ser humano novo nasce / da morte libertado; /o sangue do Cordeiro / lavou-nos do pecado.

A: Que o amor de Jesus Cristo ressuscitado nos renove e nos con-serve no caminho do bem. Desça sobre nós a bênção de Deus.

T: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!Canto: O Senhor ressurgiu, aleluia, aleluia! É o Cordeiro Pascal,

aleluia, aleluia! Imolado por nós, aleluia, aleluia! É o Cristo Senhor: Ele vive e venceu, aleluia!1. O Cristo Senhor ressuscitou, a nossa esperança realizou:

vencida a morte para sempre, triunfa a vida eternamente!

2. O Cristo remiu a seus irmãos, ao Pai os conduziu por sua mão; no Espírito Santo unida esteja a família de Deus, que é a Igreja!

Atenção: É bom que nos preparemos para o próximo encontro, lendo o tema e o texto bíblico.

É necessário levar a Bíblia em todos os encontros.

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7º Encontro

TESTEMUNHO DE FÉ

“Estando fechadas as portas onde se achavam os discípulos, Jesus veio e, pondo-se no meio

deles, lhes disse: A paz esteja convosco” (Jo 20,19).

Ambiente: Bíblia, casinha, vela, ramo verde, recortes de jornal ou fotos representando vivência de comunidade: solidariedade, partilha, alegria...

Acolhida: Pelas pessoas da casa.

Motivação e oração

Animador(a): Como Igreja, povo de Deus, aqui estamos para celebrar nossa fé no Deus da vida, que em Jesus nos libertou e nos chama a testemunhar seu amor por nós, vivendo como irmãs e irmãos na comunidade.

(Momento para dar um abraço de paz)

A: Este encontro vem nos alertar para o compromisso que temos enquanto Igreja de sermos missionários e missionárias, levando a todos um abraço de Deus misericordioso, pai e mãe dos pobres.

Canto: Senhor, o Deus dos pobres, do povo sofredor, aqui nos reu-niu pra cantar o seu louvor, pra nos dar esperança e contar com sua mão na construção do reino, reino novo, povo irmão.

A: Saudemos o Deus criador que, por intermédio de seu Filho res-suscitado, derrama sobre nós a paz.

Todos(as): Em nome do Pai...A: Estamos vivendo um tempo muito especial, tempo de renovar

nossa esperança. É Páscoa! A vida venceu! Cristo ressuscitou! Essa certeza nos motiva a caminhar, com coragem, transformando as realidades que não estão de acordo com a vida e a paz.

A: Rezemos em dois lados parte do Salmo 84.

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Lado A: Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. Perdoastes o pecado ao vosso povo, encobristes toda a falta cometida.

Lado B: Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anun-ciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração.

Lado A: A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abra-çarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.

Lado B: O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus.

T: Glória ao Pai ...

Fato real

Leitor(a): Caso Simone Borges, 23 anos – Destino: Espanha. O que res-tou para a família de Simone foi uma foto, a sensação de impotência e impunidade, além do vazio eterno ocasionado pela saudade. A jovem de 23 anos deixou o Brasil em busca de melhores condições de vida na Espanha. Aliciada por uma quadrilha que traficam mu-lheres para fins sexuais, Simone morreu misteriosamente no país desconhecido, apenas três meses após sua chegada. Até hoje, os pais buscam explicações para o fato e dizem que nunca mais foram os mesmos desde o falecimento precoce da filha. “Aplicaram over-dose nela, soltaram na rua, morreu minha filha... Eu fiquei nessa rua andando pra cá e pra lá, sem saber o que fazia... Aí fui lutar... Lutar e pensar nas outras que estavam lá. Olha, agora eles não fazem mais mal para a minha filha, mas não vou parar, vou lutar para salvar as outras que estão lá” (João Borges, pai de Simone Borges).

(Um breve silêncio)

A: Vamos conversar sobre o fato real. O que leva as pessoas a tomarem atitudes como Simone? Que cuidados preventivos de-vemos ter para evitar o tráfico de pessoas, sobretudo de crianças, adolescentes e jovens?

(Momento de conversa)

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A: Como cristãos devemos identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-las como violação da dignida-de e da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.

Canto: /: Quero ser pro meu irmão a imagem dele, meu irmão que até nem tem o necessário pra ter paz. Quero ser pro meu irmão a resposta dele, eu que vivo mais feliz e às vezes tenho até demais. :/

Palavra de Deus Ilumina

A: Sensíveis ao que acabamos de ouvir, mas alegres pela presença de Cristo Ressuscitado que vem nos dar a paz, cantemos aclamando o Evangelho.

Canto: 1. Vai falar no Evangelho Jesus Cristo, aleluia! Sua Palavra é alimen-to que dá vida, aleluia!

/: Glória a ti, Senhor. Toda graça e louvor. :/Leitor(a) da Palavra: Proclamação do evangelho de Jesus Cristo se-

gundo João 20,19 a 31.(Silêncio para meditar a Palavra. Após vamos ler novamente o texto)

A: Vamos conversar para ver o que este texto nos diz:a) No Evangelho de hoje, Jesus repete duas vezes: “A paz esteja

com vocês”. A paz é a plenitude da bênção, o amor que vence o ódio. Como ainda podemos falar de paz?

b) Jesus dá aos discípulos o seu Espírito. Onde o Espírito de Jesus Cristo se manifesta em nossas vidas?

c) Temos consciência de que ser cristão é continuar a missão de Jesus? Que exemplo concreto podemos dar?

d) O que motivou a dúvida de fé de Tomé?e) O que precisamos fazer para passar pela transformação que

Tomé experimentou?f) E nós, quando temos dúvida, o que fazemos para acreditar?

(Vamos ler na Bíblia o versículo 22)

Canto: Creio, Senhor, mas aumentai minha fé.

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Aprofundando o tema à luz da Palavra

A: O texto que ouvimos e meditamos fala da aparição de Jesus aos discípulos. Jesus se coloca no meio deles e diz:

T: “A paz esteja com vocês!”

L 1: Jesus se apresentou no meio dos discípulos que estavam tran-cados de portas fechadas e com medo.

L 2: Ele mostra as mãos e o lado, sinais da paixão, pois Jesus Ressus-citado continua o mesmo que se encarnou e morreu por todos.

T: O mistério pascal da cruz e da ressurreição de Cristo está no centro da Boa Nova que os apóstolos e a Igreja, na esteira deles, devem anunciar ao mundo (CIC,571).

L 3: Hoje vemos em nosso meio as marcas da paixão de Jesus no sofrimento do pobre que tem fome, nas marcas de muitas pessoas traficadas e torturadas, nos sofrimentos de pais pelo desapareci-mento dos seus filhos e filhas.

L 1: Lembrando o fato real, vemos tantas pessoas desfiguradas pelas injustiças sociais, jovens consumidos pelas drogas, mulheres sendo traficadas para exploração do corpo.

L 2: Por outro lado, porém, vemos também pessoas que reagem, lutam pela vida e não se deixam abater e seduzir, continuam sonhando por vida melhor, anunciando e denunciando, pois a missão nasce do amor.

T: O Senhor exige que amemos, como ele, mesmo os nossos inimigos, que nos tornemos o próximo do mais afastado, que amemos como ele as crianças e os pobres (CIC,1825).

L 3: Nossa missão é construir a paz, isto é, uma convivência harmo-niosa onde todos tenham o necessário para viver.

T: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo” (Gaudium et Spes, 1).

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Canto: Somos gente da esperança que caminha rumo ao Pai. Somos povo da Aliança que já sabe aonde vai.

/: De mãos dadas a caminho, porque juntos somos mais, pra cantar o novo hino de unidade, amor e paz. :/

Compromisso

A: Somos Igreja, povo de Deus chamado a viver em comunhão, e enviados a dar testemunho do seu amor, espe-cialmente junto aos pobres, excluídos, desanimados, pessoas traficadas... Vamos relembrar os compromissos assumidos na celebração inicial e ver o que e como podemos praticar.a) Visitar um asilo ou casa de acolhida de pessoas abandonadas,

levando um pouco de alegria e esperança.b) Visitar as famílias que sofrem pela morte de algum familiar ou

porque tem alguém no vício das drogas.c) Acolher os novos moradores no bairro, visitando suas casas. d) Organizar na comunidade um grupo de pessoas para ajudar

as famílias empobrecidas e moradores de rua, ou apoiar as iniciativas que existirem para este trabalho.

e) Rever o nosso modo de relacionar-nos e de trabalhar em co-munidade: buscar maior inclusão das pessoas.

(Discutir e ver que compromisso escolher, conforme necessidade maior da comunidade e de cada participante)

Oração

A: Senhor Deus, estivemos reunidos em vosso nome. Agradecemos pelo encontro fraterno, durante o qual rezamos e meditamos vossa Palavra. Ela nos anima e nos fortalece diante das contrariedades e desafios da vida.

T: Restaurai nossas forças e nossa coragem, e infundi em nosso coração a paz do vosso Espírito, para sermos vossos missionários e missionárias a serviço da vida e do amor.

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A: Encerrando o nosso encontro, rezemos juntos.

T: Pai Nosso... Ave Maria

Bênção

A: O Deus da paz, que pela força do Espírito Santo ressuscitou Je-sus Cristo dos mortos, nos fortaleça e nos ilumine, agora e para sempre.

T: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!Canto: 1. Novo sol brilhou! A vida superou sofrimento, dor e morte,

tudo, enfim. Nosso olhar se abriu. Deus mesmo se incumbiu de tomar-nos pela mão assim.

/: O Deus de amor jamais se descuidou. Em seu vigor, Jesus ressuscitou. :/

2. Estender a mão, abrir o coração, acolher, compartilhar e perdoar é fazer o céu cumprir o seu papel: já na terra tem de vigorar.

Atenção: É bom que nos preparemos para o próximo encontro, lendo o tema e o texto bíblico.

É necessário levar a Bíblia em todos os encontros.

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8º Encontro

CAMINHANDO COM JESUS

“Realmente o Senhor ressuscitou” (Lc 24,34).

Ambiente: Bíblia, vela acesa, casinha, cartaz da Cam-panha da Fraternidade, e outros símbolos que lembram o nosso dia a dia.

Acolhida: Quem acolhe o grupo dá as boas-vindas.

Motivação e oração

Animador(a): Saudemos o Deus Trindade com o sinal da cruz e pe-çamos as luzes do Espírito Santo, cantando.

Todos(as): Em nome do Pai...

Canto: /: Vem, Espírito Santo, vem. Vem iluminar. :/

1. Nossas famílias vem iluminar. Os nossos grupos vem iluminar. Nossos encontros vem iluminar. As incertezas vem iluminar.

A: Cantemos ou rezemos a oração do Ofício Divino das Comunidades.

Vem, ó Deus da vida, vem nos ajudar! (bis)

Vem, não demores mais, vem nos libertar! (bis)

Venham, adoremos a nosso Senhor! (bis)

Dele vem a vitória, Deus Libertador! (bis)

Com teu povo unido vem agradecer! (bis)

Por graça recebida vamos bendizer! (bis)

A tua passagem nos dá vida e paz! (bis)

Tua presença amiga só prazer nos traz! (bis)

Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito! (bis)

Glória à Trindade santa, glória a Deus bendito! (bis)

Aleluia, irmãos! Aleluia, irmãs! Povo agradecido faça louvação. (bis)

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A: Hoje vamos refletir sobre o nosso caminhar com Jesus, que exige de nós atitudes proféticas, acolhedoras, misericordiosas e liberta-doras. Esse caminho muitas vezes se faz também no sofrimento e nos desafios, quando o amor é colocado acima da dor, como no fato da vida que vamos ouvir.

Fato real

Leitor(a): No ano de 1980, na cidade de Foz do Iguaçu, numa casa simples, sem muros, viviam Antônio Carlos e Elenilde com seus dois filhos, um de 04 anos e o outro de 01 ano; eram uma família simples, mas feliz. Foz de Iguaçu era uma cidade pacata, mas de turismo, e atraía muitas pessoas para trabalhar e visitar. Num certo sábado, dia de muito movimento na cidade, ao chegar em casa, Elenilde foi fazer o pequeno Alex dormir, e Miquelângelo ficou brincando no terreiro da casa. Pouco tempo depois, Elenilde foi procurar o Miquelângelo e não o encontrou mais. Alarmou a vizinhança e procuraram por toda a cidade, e nada de encontrar o menino desaparecido. Procurou a delegacia e registrou o de-saparecimento de seu filho. Foi uma busca constante, mas nada de encontrá-lo. Com o passar dos anos, teve ajuda de pessoas da família, amigos e de um padre que tentava consolar e ajudar espiritualmente, para que o sofrimento dela e da família se tornas-se menos angustiante e para que não perdessem a esperança. Assim se deu continuidade à luta até os dias de hoje. Elenilde se envolveu no trabalho em prol de pessoas desaparecidas e atua hoje numa associação que anuncia os casos de desaparecimentos e denuncia os infratores, aliciadores. Hoje mora e vive no bairro do Campeche, em Florianópolis, com sua família. Com a força e graça de Deus, Elenilde conseguiu sobreviver, mas tem muita esperança de ainda encontrar seu filho querido.

A: Acabamos de ouvir a história de Elenilde e sua família. Conhe-cemos algum fato parecido com este?

(Vamos conversar)

A: No fato real, Elenilde e a família sofreram muito com o desapare-cimento de seu filho Miquelângelo. Para eles é um grande desafio continuar a vida sem o filho. Mas, ao mesmo tempo, a fé os faz

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perseverar, ter esperança, e ser um exemplo na luta em favor dos desaparecidos, dos traficados e contra muitas outras formas de violação da vida em nossos dias.

Canto: /: É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus liberta-dor! É para a liberdade que Cristo nos libertou! :/

Palavra de Deus ilumina

A: Os acontecimentos da vida e a Palavra de Deus nos iluminam e motivam a viver com mais intensidade a nossa fé e a vida em co-munidade. No texto que ouviremos faremos um caminho com Jesus e os discípulos de Emaús. Acolhamos a Palavra, cantando.

Canto: Tua Palavra é lâmpada para meus pés, Senhor. /: Lâmpada para meus pés, Senhor. Luz para meu caminho. :/

Leitor(a) da Palavra: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 24, 12 a 35.

(Um breve silêncio)

A: a) Vamos contar o texto com nossas palavras e dizer o que mais nos chamou a atenção.

(Contar o texto e responder)

b) O que o texto diz para nossa vida hoje? c) O que há de comum na Palavra lida e partilhada e no fato da

vida?(Vamos conversar)

Aprofundando a Palavra de Deus

A: No texto lido vemos que os dois discípulos caminhavam decep-cionados e tristes. Era uma caminhada dolorosa, recordando o caminho feito até o Calvário, onde o Mestre foi crucificado e morto.

T: Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles.

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L 1: Jesus se aproxima, busca o diálogo, se faz de desinformado, ouve suas preocupações, angústias e decepções e pergunta:

T: “O que andais conversando pelo caminho?” (Lc 24,17).

L 2: Jesus sente a aflição que ocupava o coração dos discípulos, mas percebe esperança na conversa deles. Os discípulos, ainda de-siludidos, não reconhecem Jesus, mas o convidam para entrar.

T: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!”

L 3: No relato dos discípulos de Emaús, não é por acaso que Jesus vai ao encontro deles; hoje ele também vem ao nosso encontro, das pessoas desaparecidas e traficadas, dos pobres e excluídos.

T: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho?”

L 1: Assim como fez Jesus, nós também devemos interessar-nos pelo outro, ouvir os seus desabafos, acolher, partilhar e levar esperança.

T: A esperança em Deus é a expectativa confiante que evita o desespero (CIC 442).

L 2: Vimos no fato real uma história parecida com a dos discípulos. Um caminho de tristeza, desalento, e solidão.

A: Miquelângelo foi traficado e desapareceu do convívio familiar, mas com certeza Jesus não o abandonou, assim como não abandona nenhum daqueles que o Pai lhe confia. Caminhou com ele e sua família e deu-lhes coragem para sobreviver à dor.

L 3: O amor de Deus nos faz amar o próximo e nos dá força e coragem para ajudarmos as famílias das pessoas traficadas e desapare-cidas nas mais diversas formas.

T: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

L 1: O tráfico humano é um dos modos atuais de escravidão. Ser filho, filha de Deus é a verdade que liberta e nos torna livres. A liberdade deixa clara a dignidade única e transparente da pessoa humana.

T: “É para a liberdade que Cristo nos libertou”

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L 2: À luz da Palavra de Deus, a Igreja e muitos grupos buscam transformar a realidade dos desaparecidos e de seus familiares, dos privados de sua dignidade e seus direitos, apontando como saída o caminho de inclusão.

T: Todos os laços, as amarras que impedem a liberdade desfi-guram o homem e a mulher criados “à imagem e semelhança de Deus” (Gn 1,26).

A: Quando surgem as dúvidas, o cansaço as dificuldades, parece que nossa fé enfraquece. Jesus se aproxima, aquece nosso coração com seu amor, nos ajuda a sentir a beleza de crer novamente e ver com clareza por onde devemos caminhar.

Canto: Eu creio num mundo novo pois Cristo ressuscitou. Eu vejo sua luz no povo, por isso alegre sou.

Compromisso

A: A Campanha da Fraternidade, ao trazer à luz o drama do tráfico humano, deseja despertar a sensibilidade de todas as pessoas de boa vontade. Desafiados pela Palavra de Deus e pela Campanha da Fraternidade, que compromisso podemos assumir?

Dar continuidade ao apelo que a CF faz, sendo solidários com • as famílias de pessoas desaparecidas.

Estar atentos na comunidade, nas famílias, a qualquer fato suspeito • que pode pôr em risco a vida humana e ter coragem de denun-ciar. (Contato: PM – SOS Desaparecidos, telefone: (48) 3229-6715; E-mail: [email protected]; site: www.pm.sc.gov/desaparecidos

(O grupo poderá refletir sobre o assunto e assumir outros compromissos)

Oração

A: Atentos aos desafios que a reflexão de hoje nos trouxe, queremos conversar com Deus, como discípulos e discípulas de Jesus, rezando.

Lado A: Senhor, como os discípulos de Emaús, somos peregrinos.

T: Vem caminhar conosco! Lado B: Dá-nos teu Espírito, para que façamos dos nossos Grupos Bí-

blicos em Família caminho para o discipulado e para a missão.

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Lado A: Transforma nossa Igreja em comunidades orantes e acolhe-doras, testemunhas de fé, de esperança e caridade.

Lado B: Abre nossos olhos para reconhecer-te nas situações em que a vida está ameaçada. Aquece nosso coração, para que sintamos sempre a tua presença.

Lado A: Abre nossos ouvidos para escutar a tua Palavra, fonte de vida e missão. Ensina-nos a partilhar e comungar do Pão, alimento para a caminhada.

T: Permanece conosco! Lado B: Faz de nós discípulos missionários, a exemplo de Maria, a

discípula fiel, sendo testemunhas da tua ressurreição. T: Tu que és o caminho para o Pai. Amém!

Bênção

A: Deus nos abençoe e nos guarde. Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz.

T: Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Canto: 1. Não sei se descobriste a encantadora luz no olhar da mãe feliz que embala o novo ser. Nos braços leva alguém, em forma de outro eu; vivendo agora em dois, se sente renascer.

/: A mãe será capaz de se esquecer ou deixar de amar al-gum dos filhos que gerou? E se existir acaso tal mulher, Deus se lembrará de nós em seu amor. :/

2. O amor de mãe recorda o amor de nosso Deus: tomou seu povo ao colo; quis nos atrair. Até a ingratidão inflama seu amor. Um Deus apaixonado busca a mim e a ti!

Atenção: É bom que nos preparemos para o próximo encontro, lendo o tema e o texto bíblico.

É necessário levar a Bíblia em todos os encontros.

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9º Encontro

O BOM PASTOR“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá

a vida por suas ovelhas” (Jo 10,11).

Ambiente: Bíblia, vela, casinha, planta, pão, figura do bom pastor e ou recortes de revista de pessoas com ações solidárias, cartaz da Campanha da Fraternidade.

Acolhida: Feita pelos donos da casa.

Motivação e oração inicial

Animador(a): Irmãos e irmãs, para começar nossa conversa de hoje, vamos partilhar o tema da Campanha da Fraternidade, o sofri-mento de pessoas que conhecemos e o que estamos fazendo de concreto para ajudá-las.

(Momento de partilha)

A: Reunidos em nome da Santíssima Trindade, a mais perfeita co-munidade, que nos convida a viver no amor, tracemos sobre nós o sinal de nossa fé:

Todos(as): Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.A: Em nosso encontro de hoje vamos conversar um pouco sobre

o testemunho de fé de pessoas que doam sua vida em prol do bem comum e dos sofredores. O testemunho se faz de forma especial na vivência da vida em comunidade, na confiança de que começamos a construir aqui o Reino de Deus, tendo Cristo como pastor amoroso que nos acompanha. Em oração, cantemos:

Canto: 1. Pelos prados e campinas verdejantes eu vou, é o Senhor que me leva a descansar. Junto às fontes de águas puras, repousan-tes, eu vou, minhas forças o Senhor vai animar.

/: Tu és, Senhor, o meu pastor, por isso nada em minha vida faltará. :/

2. Nos caminhos mais seguros junto dele eu vou, e pra sempre o seu nome eu honrarei. Se eu encontro mil abismos, nos caminhos eu vou. Segurança sempre tenho em suas mãos.

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Fato real

A: Na nossa sociedade, conhecemos muitas histórias de homens e mulheres que assumiram o papel de “cuidar e orientar as ovelhas”. Vamos lembrar aqui uma pessoa que marcou fortemente a vida da nossa Igreja.

Leitor (a): Hélder Pessoa Câmara, nascido em Fortaleza, grande pastor, profeta e defensor da vida. Conhecido como Dom Hél-der, foi arcebispo de Olinda e Recife e um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). São muitos os testemunhos sobre sua atuação em defesa dos pobres. Era grande defensor dos direitos humanos durante o regime militar brasileiro. Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres e a não-violência. Ficou conhecido por ter-se tornado um líder contra o autoritarismo e os abusos aos direitos humanos, frequentemen-te praticados pelos militares. Além disso, atuou em movimentos estudantis, operários, ligas comunitárias contra a fome e a mi-séria. Foi um defensor da justiça e da cidadania e, por isso, foi acusado de ser comunista. Muitos que o seguiam foram presos, torturados e mortos. Foi líder de muitas comunidades eclesiais de base organizadas com operários, trabalhadores rurais e retirantes em busca de melhores condições de trabalho e de vida. Sempre atuante, e fiel ao Evangelho, realizou muitos debates e palestras de conscientização para a cidadania em todo o país. Teve uma vida toda voltada para o projeto de Deus.

T: “É graça divina começar bem. Graça maior persistir na ca-minhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca” (D. Hélder).

A: D. Helder usava sua voz, sua forma de falar, de ensinar e de agir para defender a vida e o direito dos mais pobres, e com isso atraía as pessoas em torno da mensagem de Jesus. A Igreja sempre quer ser profeta e faz um apelo à sociedade para refletir sobre o tráfico de pessoas, levando a todos a esperança e a solidariedade. Conhecemos homens e mulheres que se doam em trabalhos e iniciativas onde a vida é ameaçada?

(Breves comentários).

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Canto: /: Eu vim para que todos tenham vida. Que todos tenham vida plenamente. :/

1. Da ovelha desgarrada eu me fiz o bom Pastor. Reconduze, acolhe e guia a que de mim se extraviou. Onde acolhes teu irmão, tu me acolhes, também, nele.

A Palavra de Deus nos ilumina

A: Ouçamos o Evangelho de Jesus Cristo narrado por João e pres-temos bem atenção ao que Jesus nos fala.

Canto: /: Envia tua Palavra, Palavra de salvação, que vem trazer a esperança, aos pobres libertação. :/

1. Tua Palavra de vida é como a chuva que cai, que torna o solo fecundo, que faz nascer a semente.

Leitor(a) da Palavra: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, escrito por São João 10,1 a 11.

(Um breve silêncio)

A: Jesus faz um bonito relato sobre a confiança da ovelha que segue o pastor, quando ouve sua voz. a) Vamos aprofundar um pouco mais a leitura que escutamos.

(Cada um lê em silêncio o texto em sua Bíblia)

b) Vamos contar, lembrando locais, personagens, falas.

A: O que diz o texto bíblico para nós, hoje?a) Hoje, quem são os pastores? b) E as ovelhas? c) E os ladrões?

(Responder)

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A: Vamos atualizar para nossos dias, lembrando nossa comunidade. a) Nós somos pastores ou ladrões? b) Atraímos ou afastamos as ovelhas?c) Que vida levamos hoje e que tipo de vida Jesus veio nos trazer?

(Momento de conversa)

Canto: /: Sou bom Pastor, ovelhas guardarei, não tenho outro ofício, nem terei. Quantas vidas eu tiver, eu lhes darei. :/

1. Maus pastores, num dia de sombra, não cuidaram, e o rebanho se perdeu. Vou sair pelo campo, reunir o que é meu, conduzir e salvar.

Aprofundando o tema à luz da Palavra

A: No evangelho, Jesus se apresenta como a porta das ovelhas. A porta dá segurança, traz salvação e libertação para quem por ela passar.

L 1: A missão do pastor é proteger e defender a vida das ovelhas, assegurar-lhes pastagem e água para matar a sede.

L 2: As ovelhas seguem somente o seu pastor, porque conhecem a sua voz e reconhecem seus passos. Jesus deixa bem clara a diferença entre o bom e o falso pastor.

T: “Eu sou o bom pastor” (Jo 10,11).L 3: D. Hélder lembra bem o bom pastor que vai ao encontro da ovelha

perdida, busca-a para seu convívio.L 1: Inquieto diante do desespero de tantas ovelhas famintas que

viviam na pobreza, tomou atitudes corajosas de compaixão e iniciativas em busca de auxílio aos mais necessitados.

T: “Ninguém é tão pobre que não possa dar nada, ninguém é tão rico que não precise de nada” (D. Hélder).

L 2: Dom Hélder, certamente, foi um profeta que ajudou a Igreja e toda a humanidade a compreender melhor a importância da atenção aos pobres, para que o mundo pudesse ter paz.

T: “Mais que o comum dos dias, olhei o mais que pude os rostos dos pobres, gastos pela fome, esmagados pelas humilhações, e neles descobri teu rosto, Cristo Ressuscitado!” (D. Hélder).

L 3: Como D. Hélder devemos ser comprometidos com o Reino de Deus, tornar-nos bons pastores, com atitudes fraternas e solidá-rias, trabalhando em favor da vida.

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Compromisso

A: A Campanha da Fraternidade nos faz, ao mesmo tempo, um aler-ta e um apelo. Há muitas crianças, jovens, homens e mulheres sendo vítimas do tráfico. Aí vem nossa atitude de profetas, como D. Hélder, e de pastor, como Jesus. Vamos relembrar os compro-missos da celebração inicial e ver o que podemos assumir.

(Vamos conversar sobre o assunto)

Oração e bênção

A: Agradeçamos a Deus, que nos concede a graça da fé que se transforma em vida. Podemos fazer algumas preces de agrade-cimento, e em seguida rezar a oração do Pai nosso.

(Preces espontâneas)

T: Pai Nosso...A: Deus, que é Pai e Mãe, nos abençoe e nos guarde de todos os perigos

e acomodações, fazendo-nos viver em verdadeira comunidade.

T: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.Canto: /: No raiar de um novo tempo, vida nova então se faz. A

esperança do teu povo é justiça, amor e paz! :/1. Pai de amor, aqui estamos celebrando a unidade. Somos teus

filhos amados nesta mesa da igualdade. Somos uma só família, somos um só coração. Eis que a graça da partilha entre nós faz-se oração!

2. Ó Jesus, Senhor da vida, vem trazer libertação! Desta gente tão sofrida vem mostrar-te Deus-irmão. Tua cruz é rumo cer-to, junto de ti vamos seguir, pois teu Reino está bem perto: As sementes vão florir!

Atenção: É bom que nos preparemos para o próximo encontro, lendo o tema e o texto bíblico.

É necessário levar a Bíblia em todos os encontros.

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10º Encontro

JESUS É O CAMINHO

“Como podemos conhecer o caminho?” (Jo 14,5).

Ambiente: Bíblia, vela ou círio, casinha, crucifixo, alguma gravura de caminhos.

Acolhida: A família anfitriã.

Motivação e oração inicial

Animador(a): Irmãos e irmãs, estamos a caminho. Desde a celebração da Páscoa, sobre a qual refletimos de modo especial no 5º e 6º Encontros, estamos no caminho pascal, iluminado pela luz do círio pascal. Cantemos com alegria o sinal da cruz, enquanto a dona da casa acende o círio ou a vela que o representa.

Todos(as): Em nome do Pai ...

A: Entre as duas grandes celebrações pascais da Ascensão e de Pentecostes estaremos unidos a toda a Igreja do Brasil na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, caminhando lado a lado com tantos irmãos e irmãs de outras expressões de fé. A pergunta que sempre nos vem: Por que tantos caminhos diferentes?

(Breve silêncio. Pensar em pessoas conhecidas de outras religiões)

A: Para motivar-nos para a nossa reflexão, perguntemos com o apóstolo Tomé na leitura de hoje:

Todos(as): “Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” (Jo 14,5).

A: Com o salmista e todo o povo de Deus a caminho, rezemos em dois coros alguns versículos do salmo 25, pedindo a luz de Deus para o nosso caminho:

Lado A: Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, ensina-me tuas veredas.

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Lado B: Faz-me caminhar na tua verdade e instrui-me, porque és o Deus que me salva, e em ti sempre esperei.

Lado A: Bom e reto é o Senhor, por isso indica aos pecadores o ca-minho certo;

Lado B: guia os humildes na sua justiça, aos pobres ensina seus caminhos.

T: Todas as veredas do Senhor são amor e verdade para quem observa sua aliança e seus preceitos.

Canto: Vós sois o caminho, a verdade e a vida, o pão da alegria descido do céu!

Fato real

Leitor(a): Madre Teresa de Calcutá, missionária albanesa, começou o seu caminho vocacional ainda jovem, entrando na Congregação de Nossa Senhora de Loreto, na Irlanda, onde fez seu noviciado. O seu sonho era a Índia, onde faria um trabalho missionário com os pobres. Começou como professora num colégio da sua Ordem, lecionava Geografia e foi mesmo nomeada Diretora da Escola. Quando saía à rua, impressionava-se com a situação de pobreza e abandono de muita gente, sobretudo dos doentes e famintos espalhados por toda a parte. Tocada pela graça, desligou-se do compromisso com a sua Congregação, fez um curso de enferma-gem e deu início à sua nova e verdadeira missão em favor dos pobres da cidade de Calcutá. Mais tarde fundou a Congregação das Missionárias da Caridade, que continuam a levar adiante a sua obra entre os pobres de inúmeras regiões do mundo.

A: Podemos dizer que a vida de Madre Teresa é uma história de caminhos. Não só de caminhos geográficos, mas sobretudo de caminhos espirituais e, mesmo, ecumênicos. Tanto entre os seus alunos como, mais tarde, entre os seus pobres havia membros das várias religiões orientais e confissões cristãs. O que a movia era a paixão pela vida.

(Tempo para comentar)

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A Palavra de Deus ilumina

A: Em nossa sociedade pluralista, em que há tantas propostas também de caminhos de salvação, precisa-mos de muita luz para não perder-mos o rumo. Essa luz é a Palavra de Deus, que ilumina e ensina o caminho. Vamos acolhê-la à luz do nosso círio ou vela, cantando:

Canto: /: Pela Palavra de Deus, saberemos por onde andar. Ela é luz e verdade, precisamos acreditar. :/

1. Cristo me chama, ele é Pastor. Sabe meu nome: Fala Senhor.

Leitor(a) da Palavra: (leitura pausada, com bastante expressão): Proclama-ção do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 14, 1 a 6.

(Breve silêncio, para ouvir a palavra que ressoa no nosso coração)

A: Vamos partilhar um pouco:

1. Qual foi a palavra ou a frase que mais ressoou em meu cora-ção, que mais me tocou?

(Tempo para partilha)

2. Com que palavra Jesus provocou a reação de Tomé, que fa-lou em nome de todos? Como foi esse diálogo entre Jesus e Tomé?

(Tempo para responder e comentar.)

3. Queremos ter presentes hoje nossos irmãos e irmãs, cristãos como nós, mas de outro “caminho” de fé. Lembrando o fato real, como vemos esse texto do Evangelho em nossa relação com as outras confissões religiosas?

(Tempo para responder.)

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Aprofundando o tema à luz da Palavra de Deus

A: A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos nos faz refletir sobre os diferentes caminhos pelos quais as pessoas buscam a Deus. No texto do evangelho que ouvimos e refletimos, Jesus fala das muitas moradas na casa do Pai, e do caminho que devemos conhecer para chegar aonde ele está.

Leitor(a) 1: Jesus está preparando os discípulos para a sua despedida, hu-mana, visível, do convívio com eles, quarenta dias depois da Páscoa.

L 2: Para não deixá-los tristes, desanimados, Jesus aponta para uma expectativa de futuro feliz no lugar que ele mesmo vai preparar.

T: “Não se perturbe o vosso coração!” (Jo 14,1).A: Jesus quer que todos estejam onde ele está, não só na outra

vida, mas no dia a dia da nossa missão neste mundo. Para isso, se fez um de nós, deixou-nos seu exemplo e seus ensinamentos, morreu por nós e ressuscitou – para nos ensinar o caminho.

T: “Vós conheceis o caminho” (Jo 14,4).L 3: Mas nós somos como Tomé. Muitas pessoas ao nosso lado são

como Tomé. Damos desculpas para não conhecermos o caminho.

L 1: Temos a Palavra de Deus, temos os ensinamentos e os sacra-mentos da Igreja, mas continuamos a perguntar:

T: “Como podemos conhecer o caminho?” (Jo 14,5).L 2: Podemos lembrar também a Campanha da Fraternidade, pen-

sando especialmente em tantas pessoas desaparecidas, que seguiram por caminhos desconhecidos e sem volta.

L 3: A nossa vontade de fazer algo em favor deles e das suas famílias, que sofrem com essa incerteza, pode fazer-nos mudar um pouco a pergunta de Tomé e pedir:

T: Senhor, não sabemos para onde foram. Ajuda-nos a conhecer um caminho para encontrá-los.

A: Em espírito ecumênico, olhemos para as diversas igrejas cristãs ao lado da nossa Igreja, cujos membros buscam, como nós, conhecer o melhor caminho para chegar ao lugar das “muitas moradas” preparadas por Jesus.

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L 1: Na Semana de Oração pela Unidade, os cristãos de várias igrejas, especialmente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), procuram rezar juntos pelo grande dom da unidade no mesmo batismo e na mesma fé.

L 2: Para todas as pessoas que buscam com sinceridade, Jesus afirma claramente e sem rodeios:

T: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14,6).

Canto: Vós sois o caminho, a verdade e a vida, o pão da alegria descido do céu!

Compromisso

A: Em espírito de gratidão a Deus por nos ter chamado à sua Igreja e nos ter feito conhecer o cami-nho mais seguro que nos leva a ele, e pensando em tantas pessoas que não têm a graça da fé e o conforto de uma religião, podemos propor-nos:– participar com mais amor e convicção da vida da nossa comu-

nidade e paróquia, assumindo tarefas e dando colaboração na medida do possível;

– marcar presença cristã em ambientes de trabalho ou lazer;– participar, onde possível, de celebrações ecumênicas, espe-

cialmente na Semana de Oração pela Unidade; – tratar com respeito e cordialidade pessoas de outras crenças

em eventuais encontros.

Oração e bênção

A: Unidos em espírito a todos os irmãos e irmãs na mesma fé em Jesus, que nos leva ao Pai, rezemos a oração da unidade dos filhos e filhas de Deus:

T: Pai nosso...

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A: Que o Senhor nos conduza no seu caminho, nos confirme na fé, nos faça saborear a alegria e graça de sermos seus filhos e filhas, e nos abençoe, hoje e sempre, ele que é Pai e Filho e Espírito Santo.

Canto: /: São filhos do mesmo Pai, com sangue da mesma cor. Herdeiros do mesmo céu, nascidos do mesmo amor. :/1. Os irmãos se sentam à mesma mesa. Sabem dialogar com

toda franqueza.

2. Os irmãos residem no mesmo prédio. Para manter a paz, o amor é remédio.

3. Os irmãos estudam na mesma escola. Sua amizade é grande, a nada se iguala.

4. Os irmãos trabalham na mesma indústria. Sabem se ajudar nas suas angústias.

5. Os irmãos convivem na mesma terra. Sabem se respeitar, jamais fazem guerra.

Atenção: É bom que nos preparemos para o próximo encontro, lendo o tema e o texto bíblico.

É necessário levar a Bíblia em todos os encontros.

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11º Encontro

AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO

“Quem acolhe e observa os meus mandamentos, esse me ama” (Jo 14,15).

Ambiente: Bíblia, casinha, vela, Bandeira do Divino, colcha de retalhos simbolizando a diversida-de entre as Igrejas, cartaz da Campanha da Fraternidade.

Acolhida: Pela família que acolhe o grupo.

Motivação e oração

Animador(a): Queridos irmãos e irmãs, estamos nos aproximando da solenidade de Pentecostes. O Espírito Santo suscitará no nosso coração iniciativas para construirmos o caminho da unidade, entre todos os filhos e filhas de Deus. Saudemos a Trindade, cantando.

Canto: Em nome do Pai...

A: Nesta época estamos vivendo com muita fé e devoção a cami-nhada da Bandeira do Divino. Em muitas de nossas comunidades e paróquias, as famílias estão recebendo a visita da Bandeira do Divino em seus lares. O Espírito Santo de Deus vem trazer alegria, esperança, liberdade e fraternidade, para vivermos no amor a Deus e ao próximo.

Canto: 1. Os devotos do Divino vão abrir sua morada. Pra Bandeira do Divino ser bem-vinda, ser louvada, ai, ai.

2. Deus nos salve esse devoto pela esmola em vosso nome. Dando água a quem tem sede, dando pão a quem tem fome, ai, ai.

3. A bandeira acredita que a semente seja tanta. Que essa mesa seja farta, que essa casa seja santa, ai, ai.

4. Que o perdão seja sagrado, que a fé seja infinita, que o homem seja livre, que a justiça sobreviva, ai, ai.

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Leitor(a) 1: Neste tempo de graça à espera de Pentecostes, celebramos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, na qual todos os que creem em Cristo são convidados a participar da oração em favor da plena comunhão.

Todos(as): “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18,20).

L 2: A Semana de Oração pela Unidade inicia na Ascensão de Jesus e culmina com o Pentecostes, a vinda do Espirito Santo. O caminho para a unidade entre todos os cristãos precisa de muita oração. Rezemos a oração da unidade dos filhos e filhas de Deus:

T: Pai nosso...Canto: Tenho irmãos, tenho irmãs aos milhões, em outras religiões.

Falamos diferente, cantamos diferente, pregamos diferente, mas numa coisa nós somos iguais: Buscamos o mesmo amor, queremos a mesma luz, sofremos a mesma dor, levamos a mesma cruz.

Fato real

A: Em sua visita a Lampedusa e Linosa, no sul da Itália, em julho de 2013, o Papa Francisco, profundamente comovido pelo recente naufrágio de um barco que transportava emigrantes da África, chama atenção de todas as pessoas para as injustiças, situações de exploração e discriminação do povo.

Leito(a): Emigrantes mortos no mar; barcos que em vez de ser uma rota de esperança, foram uma rota de morte. Assim recitava o título dos jornais. Desde há algumas semanas, quando tive conhecimento desta notícia (que infelizmente se vai repetindo tantas vezes), o caso volta-me continuamente ao pensamento como um espinho no coração que faz doer. E então senti o dever de vir aqui hoje para rezar, para cumprir um gesto de solidariedade, mas também para despertar as nossas consciências a fim de que não se repita o que aconteceu. Que não se repita, por favor. Antes, porém, quero dizer uma palavra de sincera gratidão e encorajamento a vós, ha-bitantes de Lampedusa e Linosa, às associações, aos voluntários e às forças de segurança, que tendes demonstrado atenção por pessoas em viagem rumo a qualquer coisa de melhor. Sois uma realidade pequena, mas ofereceis um exemplo de solidariedade!

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Obrigado! Desejo saudar os queridos emigrantes muçulmanos que hoje, à noite, começam o jejum do Ramadão, desejando-lhes abundantes frutos espirituais. A Igreja está ao vosso lado na busca de uma vida mais digna para vós e vossas famílias.

(Um breve silêncio)

A: Essa palavra do Papa Francisco entra no espírito da Campanha da Fraternidade deste ano, pois chama a atenção das pessoas de todas as igrejas para identificarem as práticas de tráfico em suas várias formas e denunciá-las como violação da dignidade e da liberdade humanas.

L 2: A Campanha da Fraternidade procura mobilizar os cristãos e pessoas de boa vontade para erradicar este mal com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.

Canto: /: É para a liberdade que Cristo nos libertou. Jesus liberta-dor! É para a liberdade que Cristo nos libertou. :/

A Palavra de Deus ilumina

A: O Evangelho que ouviremos faz parte do discurso de despedida de Jesus em que promete o Espírito Santo. Vamos ouvir com atenção, acolhendo a Palavra de Deus e cantando.

Canto: Vem, vem, vem, vem, Espírito Santo de amor. Vem a nós, traz à Igreja um novo vigor.

Leitor(a) da Palavra: Aclamação do Evangelho de Jesus Cristo se-gundo João 14,15 a 21.

(Um breve silêncio)

A: Reler o texto e contar o que chama mais atenção. a) Com que nome Jesus fala do Espírito Santo?

(Responder)

A: O que o texto diz para nós, hoje?(Responder)

A: Qual a relação que podemos fazer do texto bíblico com o fato real, o tema da CF e as realidades que conhecemos?

(Vamos conversar)

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Aprofundando o tema à luz da Palavra

A: No texto bíblico Jesus diz que quem ama observa os seus mandamentos. O testemunho do amor de Jesus na nossa vida concreta se cumpre no mandamento do amor a Deus e ao próximo.

T: “Quem acolhe e observa os meus mandamentos, esse me ama” (Jo 14,15).

L 3: É preciso amar para entender as coisas de Deus. E não existe amor sem observância dos mandamentos.

T: “Quem acolhe e observa os meus mandamentos esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele” (Jo 14,21).

L 1: O próprio Senhor chama o Espírito Santo de ‘Espírito de verdade’ (CIC 296). É ele quem conduz e orienta nossos caminhos.

T: “Eu pedirei ao Pai, e ele vos dará um outro defensor, o Espírito da Verdade, para que ele permaneça junto de vós” (Jo 14,16-17).

A: Com a promessa da presença do Espírito da Verdade somos desafiados a perceber os sinais de Deus no cotidiano da vida, para nos colocar a serviço dos irmãos e das irmãs.

Canto: /: O amor, o amor, o amor não há de acabar jamais; o amor, o amor: por ele Deus vai nos julgar. :/

Compromisso

A: Como cristãos precisamos nos abrir à ação divina, para sermos solidários com tantas pessoas que são vítimas do flagelo do trá-fico. O que podemos fazer em espírito ecumênico para ajudar as vítimas e suas famílias?

(Conversar)

A: É compromisso nosso participar das celebrações da Semana de Oração nas igrejas e nas comunidades onde vão acontecer.

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Oração e bênção

A: Em comunhão com todas as Igrejas do mundo rezemos agrade-cendo a Deus.

T: Louvemos a Deus, que nos conduz à unidade!

(Preces espontâneas de agradecimento)

A: Pai, nós dedi camos nosso encontro à oração pelo aprofundamento de nossa unidade em Cristo. Ele venceu a morte e nos chamou a uma vida nova no Espírito. Transformados pelo amor persistente de Deus e pela paz de Jesus Cristo Ressuscitado, pedimos a bênção.

T: Abençoe-nos Deus, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.Canto: /: No raiar de um novo tempo, vida nova então se faz. A

esperança do teu povo é justiça, amor e paz! :/1. Pai de amor, aqui estamos celebrando a unidade. Somos teus

filhos amados nesta mesa da igualdade. Somos uma só família, somos um só coração. Eis que a graça da partilha entre nós faz-se oração!

2. Ó Jesus, Senhor da vida, vem trazer libertação! Desta gente tão sofrida vem mostrar-te Deus-irmão. Tua cruz é rumo cer-to, junto a ti vamos seguir, pois teu Reino está bem perto: as sementes vão florir!

3. Santo Espírito de amor, faz em nós tua morada. E na luta con-tra a dor, guia nossa caminhada! És a fonte da verdade, vem mostrar a direção: Vida plena, dignidade, povo livre, mundo irmão!

Atenção: É bom que nos preparemos para o próximo encontro, lendo o tema e o texto bíblico.

É necessário levar a Bíblia em todos os encontros.

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12º Encontro

É PENTECOSTES!“Todos ficaram cheios do Espírito Santo” (At 2,4).

Ambiente: Bíblia, vela grande ou círio, casinha, sete (07) velas pequenas, Bandeira do Divino, colcha de retalhos, cartaz da Campanha da Fraternida-de e outros símbolos que fizeram parte da nossa caminhada quaresmal e pascal.

Acolhida: Acolher com alegria as pessoas na igreja ou na casa.

Motivação e oração

Animador(a): Queridos irmãos e irmãs, estamos chegando ao final de uma caminhada alicerçada no amor de Jesus libertador que vem ao nosso encontro e doou sua vida por cada um de nós. É Pentecostes, que alegria! Saudemos a Trindade santa.

Todos(as): Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

A: A solenidade de Pentecostes encerra o tempo pascal. É um tempo especial para nós cristãos. É o nascimento da Igreja como co-munidade profética e missionária. Lembramos nossa caminhada durante o tempo quaresmal e pascal, acolhendo os símbolos.

(Entra a colcha com a Bandeira do Divino, cartaz da CF 2014, e os símbolos da caminhada)

Canto: /: É fé e vida na partilha. É Grupo Bíblico em Família. :/

1. Igreja nas casas! Modelo é a Trindade. Pessoas diversas constroem comunhão. Partilham suas buscas, seus sonhos, problemas, e tudo se torna fraterna oração.

Leitor(a) 1: Vivemos um novo Pentecostes. A presença atuante do Espírito Santo em nossa vida e no mundo. O Espírito Santo nos inspira diante dos desafios que encontramos no cotidiano da vida. Unidos a toda a Igreja que celebra o Pentecostes, rezemos ou cantemos a oração do Ofício Divino da tarde.

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Verdadeiramente ressurgiu Jesus. (bis)

Cantemos aleluia! Resplandece a luz! (bis)

(Acende-se o círio ou vela grande)

Ó luz radiosa do Pai esplendor, (bis)

a ti rendemos glória, nosso salvador! (bis)

(Continua o canto e acendem-se as sete velas pequenas no círio ou vela grande)

Tua luz, Senhor, clara como o dia (bis)

é chama que incendeia nossa alegria. (bis)

Nossa oração para o céu subindo, (bis)

chega como oferenda ao som deste hino! (bis)

Glória ao Pai e ao Filho e ao Santo Espírito, (bis)

glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito. (bis)

Aleluia, irmãs, aleluia irmãos, (bis)

suba do mundo inteiro a Deus louvação! (bis)

(Apagam-se as velas)

Recordação da vida

A: Neste momento vamos lembrar as reflexões, fatos reais, textos bíblicos e o apelo da CF que nos inspiraram a traçar um caminho de fé, de conversão e de compaixão por tantos irmãos e irmãs.

(Momento para lembrar nossa caminhada quaresmal e pascal)

A: É sempre Pentecostes! Rezemos para que o Espírito Santo en-viado pelo Pai nos dê forças para alcançarmos a humildade de Jesus e vivenciar a memória da história da salvação do povo de Deus, em nossas celebrações, nos encontros dos GBF e na vida diária.

Canto: Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra.

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L 2: Senhor, que o teu Santo Espírito faça a tua Igreja crescer na caridade, tornar-se santa, ser sensível ao clamor do teu povo, compadecer-se dos pobres, oprimidos e escravizados, para que experimentem a libertação da cruz e a ressurreição de Jesus.

Canto: Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra.

L 3: Senhor, olha e protege a tua Igreja que hoje se reúne em teu nome. Envia teu santo Espírito e transforma suas angústias, tribulações, dores e sofrimentos em dias alegres de esperança, justiça, vitória, fraternidade e muita paz.

Canto: Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra.

L 1: Senhor, olha para nós e acende o fogo do teu amor em nós, que somos teus missionários, para que possamos levar a tua presença e a verdadeira paz, que é dom de Deus, em todas as casas das famílias, em nossas comunidades.

T: Senhor, que o nosso coração se torne mais humilde, mais dócil, mais paciente e confiante na tua graça e na ação do Espírito Santo. Para que não percamos a fé, nem a esperança de tes-temunhar a tua ternura e compaixão no meio do teu povo.

Canto: Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra.

A Palavra de Deus ilumina

A: A Palavra de Deus é viva e eficaz. A leitura dos Atos dos Apóstolos nos conta o acontecimento de Pentecostes naquela ocasião. Ouvi-remos com atenção. Acolhamos a Palavra de Deus, cantando.

(Entra a Bíblia e círio pascal ou vela grande)

Canto: 1. Quero ouvir teu apelo, Senhor. Ao teu chamado de amor responder. Na alegria te quero servir e anunciar o teu reino de amor.

/: E pelo mundo eu vou, cantando o teu amor, pois dispo-nível estou, para servir-te, Senhor. :/

Leitor(a) da Palavra: Leitura dos Atos dos Apóstolos 2, 1 a 11.

(Um breve silêncio para interiorização. Em seguida, ler novamente o texto)

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A: a) Que palavras no texto nos chamaram atenção? b) O que Deus quer nos dizer neste texto?

(Momento para responder e conversar)

c) Como podemos interpretar esse episódio narrado por Lucas em Atos?

d) Olhando para a nossa realidade, lembrando o apelo da CF, como entendemos a ação do Espírito Santo em nossos dias?

(Momento de conversa)

Canto: /: É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus liberta-dor! É para a liberdade que Cristo nos libertou! :/

Aprofundando o tema à luz da Palavra

A: Haviam-se passado cinquenta dias depois da Páscoa. Por reco-mendação de Jesus, os discípulos, reunidos com Maria, haviam permanecido em Jerusalém, e aí presenciaram o grande acon-tecimento da vinda do Espírito Santo.

T: “Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar” (At 2,1).

L 2: O relato histórico dos Atos dos Apóstolos nos faz lembrar o nosso compromisso de continuarmos a missão de Jesus.

T: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo” (At 2,4).L 3: O acontecimento de Pentecostes provocou na Igreja de Jerusalém,

e também na Igreja de hoje, formas diversas de entendimento da ação do Espírito Santo.

T: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (At 2,4).

L 1: Com o Espírito Santo, Jesus envia os discípulos e também a nós em missão.

T: “Todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus em nossa própria língua!” (At 2,6).

L 2: Como os discípulos no dia de Pentecostes, e a exemplo de Pedro, nossa missão é ir ao encontro das pessoas e anunciar o amor libertador e misericordioso de Deus a todos os irmãos e irmãs.

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L 3: Somos missionários pelo testemunho de vida, pela alegria do Pentecostes, pelo nosso sentir, viver e agir a exemplo de Jesus no anúncio do Reino.

Canto: 1. Quando o Espírito de Deus soprou, o mundo inteiro se ilumi-nou. A esperança na terra brotou e o povo novo deu-se as mãos e caminhou.

/: Lutar e crer, vencer a dor, louvar ao criador! Justiça e paz hão de reinar e viva o amor! :/

Compromisso

A: A partir do que refletimos, sejamos alegres, perseverantes e confiantes na ação do Espírito Santo em nossa vida. Nosso com-promisso no final desta etapa pode ser o empenho em preparar bem a celebração inicial do novo livreto do Tempo Comum.

Oração e bênção

A: Com Maria e os Apóstolos queremos celebrar bem a Festa da Solenidade de Pentecostes. Pedimos a Deus que a vinda do Espírito Santo nos anime e nos impulsione a assumir a missão que Jesus nos confiou: ir, sem medo e com alegria, anunciar o Evangelho do amor e da vida, da justiça e da paz.

(Preces espontâneas)

T: Senhor, envia sobre nós teu Espírito de amor!A: Rezemos juntos.

T: Olha, Senhor, a nossa Igreja. Renova-a de acordo com o Evan-gelho e faze-a capaz de acolher todos os cristãos na ternura do teu Espírito. Faze, Senhor, que acabem as incompreensões e preconceitos entre cristãos, e que cresçamos na unidade. Fortalece em tua Igreja o serviço aos pobres e faze crescer entre nós o ministério da reconciliação. Ilumina-nos, para que sempre saibamos as razões de nossa esperança e sejamos vigilantes à espera do dia luminoso da tua vinda. Amém

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A: Pedimos a bênção de Deus.

T: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. Amém.Canto: 1. Estaremos aqui reunidos, como estavam em Jerusalém, pois

só quando vivemos unidos é que o Espírito Santo nos vem.

/: Ninguém para esse vento passando, ninguém vê, e ele sopra onde quer. Força igual tem o Espírito, quando faz a Igreja de Cristo crescer. :/

2. Feita de homens a Igreja é divina, pois o Espírito Santo a con-duz, como um fogo que aquece e ilumina, que é pureza, que é vida, que é luz.

Lembrete: Caso os grupos terminem os encontros deste livreto antes do Domingo da SantíssimaTrindade,

propomos que continuem se encontrando para não dispersar o grupo. Sugestões:

– Praticar a Leitura Orante da Palavra de Deus (por exem-plo, as leituras do domingo seguinte) no próprio grupo reunido;

– Responder no grupo à avaliação que está no final do livreto e encaminhar à Coordenação Arquidiocesana dos GBF;

– Conversar e combinar como organizar o lançamento do livreto do Tempo Comum.

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Anexo 1

CAMPANHA DA SOLIDARIEDADEA Coleta da Campanha da Solidariedade acontece no Domingo

de Ramos. É uma iniciativa da Igreja no Brasil, que nos convida, todos os anos, a selar com um gesto concreto a vivência da Quaresma e da Campanha da Fraternidade. Os recursos arrecadados são distribuídos anualmente da seguinte forma: 40% são encaminhados para o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) da CNBB, e 60% ficam na Arquidioce-se, para o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS). Com esses recursos financeiros, apoiamos iniciativas em defesa e promoção da vida nas paróquias de todo o Brasil. Com a nossa doação são financiados projetos sociais nacionais e locais. Nosso compromisso é de participar ativamente desta campanha a partir dos Grupos Bíblicos em Família, das pastorais e movimentos e de toda a comunidade. O que é FAS?

FUNDO ARQUIDIOCESANO DE SOLIDARIEDADE (FAS)

É um fundo solidário permanente, composto pelos recursos da Coleta da Campanha da Fraternidade, realizada no Domingo de Ramos.

O FAS visa a apoiar projetos so-ciais e de geração de trabalho e renda, apresentados pelas ações sociais paro-quiais, grupos e pastorais da Arquidio-cese de Florianópolis.

Com os recursos da Coleta da Campanha da Fraternidade do ano passado, o Conselho do Fundo Arquidiocesano de Solida-riedade aprovou 18 projetos sociais no mês de junho, beneficiando diversas comunidades da Arquidiocese.

Cabe à Ação Social Arquidiocesana acompanhar o an-damento dos projetos aprovados. Neste ano de 2014, o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS) estará analisando outros Projetos Sociais e Projeto de Geração de Trabalho e Renda que forem enviados. Mais informações com a Ação Social Arquidioce-sana – ASA / (48) 3224-8776 / E-mail: [email protected]

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Anexo 2

PROGRAMA SOS DESAPARECIDOS A Polícia Militar (PM) de Santa Catarina é a única no Brasil a ter uma

equipe exclusiva e especializada em desaparecimentos de pessoas.No Brasil existem somente duas delegacias especializadas e exclu-

sivas em desaparecimentos (Minas Gerais e Paraná), sendo que somente em Santa Catarina existe este tipo de serviço, oportunizando às famílias vitimadas por um desaparecimento, além da 1ª resposta, a divulgação, procura, prevenção e encaminhamento psicossocial dessas famílias.

O que é o Programa SOS Desaparecidos?No Brasil são 200 mil desaparecimentos por ano, sendo 40 mil

de crianças e adolescentes. Todos os anos, em Santa Catarina, temos aproximadamente três mil registros de pessoas desaparecidas.

Diante disso, a Polícia Militar lançou no dia 24 de outubro de 2013 o Programa SOS Desaparecidos, focado em missões de aten-dimento e resposta ao desaparecimento, priorizando as crianças e adolescentes.

O Programa ainda cria a Coordenadoria Estadual de Pessoas Desaparecidas, onde. através de uma equipe, haverá disponibilidade e exclusividade de dedicação na busca, divulgação e armazenamento de dados de desaparecidos.

Uma vez coletados os dados referentes às possíveis causas dos de-saparecimentos, estaremos contribuindo para que esses dados mobilizem a sociedade, o governo e as universidades, visando a futuras pesquisas e programas de prevenção, com o objetivo de garantia e de defesa dos direitos do cidadão brasileiro, priorizando as crianças e adolescentes.

Nesse sentido, o Programa SOS DESAPARECIDOS fortalece a política pública na área social, uma vez que participa na articulação e potencialização da rede de proteção da criança e do adolescente, fazen-do parcerias com organizações governamentais e não governamentais, além de dar um grande suporte operacional para os desaparecimentos de adultos. Maiores informações:

Contato: PM – SOS DesaparecidosTelefone: (48) 3229-6715 / (48) 9156-8264E-mail: [email protected] Site: www.pm.sc.gov/desaparecidos

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Anexo 3

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Equipe de Elaboração e RevisãoAnita KirchnerCelso LoraschiIr. Clea Fuck

Ir. Emília de Bona SartorElísio Finato

Eva da Silva LinharesDiác. José Antônio Schweitzer

Pe. Josemar da Silva Jupira Silva da Costa

Marciel Linhares Maria Angelina da Silva

Maria Glória da SilvaSilvia Togneri

Diác. Silvino AngstDiác. Wilson Fábio de Castro

Equipe de Editoração Digitação: Maria Glória da Silva Revisão teológica: Pe. Vitor Galdino Feller Apresentação: Dom Wilson Tadeu Jönck Revisão final: Ir. Clea Fuck Editoração eletrônica e capa: José Valmeci de Souza (Atta)

Coordenação Arquidiocesana de PastoralLeda Cassol Vendrúscolo

Pe. Revelino Seidler

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Equipes de Articulação Arquidiocesana dos Grupos Bíblicos em Família

Coordenação Arquidiocesana:Maria Glória da Silva – (48) 3224-4799 / (48) 3258-1281 / (48) 9634-4667

Rua: Esteves Júnior, 447 – CentroCEP: 88015-130 – Florianópolis – SC

E-mail: [email protected]

Equipes de Articulação ComarcalComarca de Santo Amaro

Diác. Paulo Cesar Turnes – (48) 3245-5282 / 9994-9113

Comarca de São JoséOsmarete Terezinha S. Barbosa – (48) 3247-8886Claudia J. Orelo e Luizinho Orelo – (48) 3033-4301

Comarca da IlhaMarlene de Almeida Dias – (48) 3225-2025 / 9103-5506

Mario Andricópolo e Lucia M. S. Andricópolo – (48) 3209-4090 / 9613-9513

Comarca do EstreitoMargarete Severino Pereira – (48) 3243-2331/ 8430-6878

Alzira Steiner Horr – (48) 3346-7896Diác. Wilson Fábio de Castro – (48) 3034-7264

Comarca de BiguaçuMaria da Glória Agassi – (48) 3246-5945

Maria Helena Campos Siqueira – (48) 3243-4600Marcia Cabral de Simas – (48) 8427-7504

Eliane Pereira – (48) 9622-7936

Comarca de TijucasLucelaine Souza Loudetti – (48) 3265-0807

Comarca de ItajaíMaria da Graça Vicente – (47) 3268-1954Glória Maria Dal Castel – (47) 3348-5726

Noêmia Mariana da Silva – (47) 3344-2561

Comarca de BrusqueElza Creppas Bosio – (47) 3355-2673Regina Martinenghi – (47) 3355-7819

Maria Luiza Rodrigues – (47) 3351-1954 / 3044-1923

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Coordenação Arquidiocesana das Comunidades Eclesiais de BaseEdson Luiz Mendes (48) 3733 5327 / (48) 9901-9316

Édem Silvana Demari (48) 3733 5327 / (48) 9901-9297E-mail: [email protected]

***

Programas de rádio dos GBF/CEBs

Rádio “Cultura AM 1110 – Mais Feliz com Jesus”Programa dos GBF – “Igreja nas casas”,

aos sábados às 14hs30min.Contato: Volmar de Souza Netto – (48) 3733-4941 / (48) 9998-6800

E-mail: [email protected]

Radio “Conceição” – ItajaíPrograma dos GBF – “Sintonia Bíblica”,

às segundas-feiras às 14hs30min.Contato: Glória Maria Dal Castel – (47) 3348-5726

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AVALIAÇÃO

As Equipes de Redação e de Articulação dos Grupos Bíblicos em Família (GBF) e das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) pedem que você colabore para o fortalecimento dos grupos na nossa Arquidiocese, respondendo ao seguinte questionário e enviando a resposta, até o dia 30 de agosto de 2014, endereçado à Coordenação Arquidiocesana dos Grupos Bíblicos em Família ou E-mail: [email protected]

1) Quanto aos grupos:

a) Qual o nome da sua Paróquia e do grupo?

b) Quantos grupos há sua na sua paróquia ou comunidade?

2) Quantas pessoas costumam participar das reuniões do seu grupo?

– Todas as pessoas colaboram com a leitura, reflexões e sugestões? Sim ( ) Não ( ) Algumas ( ).– Convidamos outras pessoas, principalmente as que se encontram

afastadas da Igreja? Sim ( ) Não ( ) Em parte ( ).

3) O conteúdo do livreto:– Os assuntos tratados nos encontros são importantes para a Igreja,

para a sua paróquia, para a sua comunidade? Sim ( ) Não ( ) Em parte ( ).– As ideias e compromissos propostos são assumidos pelos gru-

pos? Sim ( ) Não ( ) Em parte ( ).– Ajudam a transformar a vida das pessoas e da comunidade? Sim ( ) Não ( ) Em parte ( ).

4) A linguagem do livreto:– Dá para entender bem tudo o que está escrito? Tudo ( ) A maior parte ( ) Muito pouco ( ).– Se não dá para entender tudo, qual é a principal dificuldade?

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5) Os cantos:

– Os cantos estão de acordo com os temas tratados? Sim ( ) Não ( ) Em parte ( ).– Os cantos são conhecidos pelo seu grupo? Todos ( ) A maioria ( ) Alguns ( ) Nenhum ( ).

6) Como é elaborado o planejamento dos GBF e das CEBs na sua Paróquia?

7) Avalie a caminhada dos GBF e das CEBs na sua comunidade e na sua paróquia.

– Três pontos positivos:

– O que e como poderia ser melhor:

8) Você ouve os programas de rádio dos GBF e das CEBs? Como os avalia e qual é sua sugestão?

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