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VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA LITERATURAS HISPÂNICAS I Rio de Janeiro / 2010 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO Conteudista Conteudista Vivian de Oliveira Quandt

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VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE

COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

LITERATURASHISPÂNICAS I

Rio de Janeiro / 2010

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

ConteudistaConteudistaVivian de Oliveira Quandt

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

Todos os direitos reservados à Universidade Castelo Branco - UCB

Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou por quaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade Castelo Branco - UCB.

Universidade Castelo Branco - UCBAvenida Santa Cruz, 1.631Rio de Janeiro - RJ21710-255 Tel. (21) 3216-7700 Fax (21) 2401-9696www.castelobranco.br

Un3l Universidade Castelo Branco

Literaturas Hispânicas I / Universidade Castelo Branco. – Rio de Janeiro: UCB, 2010. - 56 p.: il.

ISBN 978-85-7880-108-3

1. Ensino a Distância. 2. Título.

CDD – 371.39

Apresentação

Prezado(a) Aluno(a): É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de gradu-

ação, na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, consequentemente, propiciando oportunidade para melhoria de seu desempenho profi ssional. Nossos funcionários e nosso corpo docente es-peram retribuir a sua escolha, reafi rmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma estrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua.

Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhe-cimento teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica.

Seja bem-vindo(a)!Paulo Alcantara Gomes

Reitor

Orientações para o Autoestudo

O presente instrucional está dividido em três unidades programáticas, cada uma com objetivos defi nidos e conteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam atingidos com êxito.

Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades com-plementares.

As Unidades 1 e 2 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1.

Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das três unidades.

Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todo o conteúdo de todas as Unidades Programáticas.

A carga horária do material instrucional para o autoestudo que você está recebendo agora, juntamente com os horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 30 horas-aula, que você administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso.

Bons Estudos!

Dicas para o Autoestudo

1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.

2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite interrupções.

3 - Não deixe para estudar na última hora.

4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor.

5 - Não pule etapas.

6 - Faça todas as tarefas propostas.

7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento da disciplina.

8 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a auto-avaliação.

9 - Não hesite em começar de novo.

SUMÁRIO

Quadro-síntese do conteúdo programático ................................................................................................. 09

Contextualização da disciplina ................................................................................................................... 11

UNIDAD I

EL SIGLO DE ORO .................................................................................................................................... 13

UNIDAD II

RENACIMIENTO

2.1 - El Renacimiento: Contexto Histórico y Cultural ................................................................................ 142.2 - La Literatura Española en el Renacimiento ........................................................................................ 15

2.2.1 - La Literatura de Conquista ...................................................................................................... 152.2.2. La Poesía del Primer Renacimiento ........................................................................................... 212.2.3. La Poesía del Segundo Renacimiento ....................................................................................... 222.2.4. La Literatura Religiosa: Místicos y Ascéticos .......................................................................... 232.2.5. La Narrativa Picaresca: El Lazarillo de Tormes ....................................................................... 25

UNIDAD III

BARROCO

3.1 - El Barroco: Contexto Histórico y Cultural ......................................................................................... 293.2 - La Literatura Española en el Barroco ................................................................................................. 29

3.2.1 - El Teatro Español ..................................................................................................................... 303.2.1.1 - Félix Lope de Vega y la Creación del Teatro Nacional ................................................ 303.2.1.2. Tirso de Molina y “El burlador de Sevilla” .................................................................... 323.2.1.3. Pedro Calderón de la Barca y “El gran Teatro del Mundo” ........................................... 34

3.2.2 - Cervantes y su Obra ................................................................................................................. 393.2.3 - La Poesía Barroca .................................................................................................................... 44

3.2.3.1 - La Poesía en América: la Mística Sor Juana Inés de la Cruz (1651 – 1695) ................ 46

Glosario ....................................................................................................................................................... 50

Claves .......................................................................................................................................................... 51

Referências bibliográfi cas ........................................................................................................................... 55

9Quadro-síntese do conteúdo programático

UNIDADES DO PROGRAMA OBJETIVOS

I - EL SIGLO DE ORO

II - RENACIMIENTO2.1 - El Renacimiento: Contexto Histórico y Cultural2.2 - La Literatura Española en el Renacimiento2.2.1 - La Literatura de Conquista2.2.2. La Poesía del Primer Renacimiento2.2.3. La Poesía del Segundo Renacimiento2.2.4. La Literatura Religiosa: Místicos y Ascéticos2.2.5. La Narrativa Picaresca: El Lazarillo de Tormes

III - BARROCO3.1 - El Barroco: Contexto Histórico y Cultural3.2 - La Literatura Española en el Barroco3.2.1 - El Teatro Español3.2.1.1 - Félix Lope de Vega y la Creación del Teatro Nacional3.2.1.2. Tirso de Molina y “El burlador de Sevilla”3.2.1.3. Pedro Calderón de la Barca y “El gran Teatro del Mundo”3.2.2 - Cervantes y su Obra3.2.3 - La Poesía Barroca3.2.3.1 - La Poesía en América: la Mística Sor Juana Inés de la Cruz (1651 – 1695)

• Apresentar o Século de Ouro.

• Apresentar a contextualização histórica do Renascimento;

• Apresentar as características literárias do Renascimento Espanhol;

• Apresentar principais autores do Renascimento Espanhol.

• Apresentar a contextualização histórica do Barroco;• Apresentar as características literárias do Barroco

Espanhol;• Apresentar principais autores do Barroco Espanhol;• Apresentar a poesia Barroca da América.

11Contextualização da Disciplina

Querido alumno,

A través de este módulo te estamos introduciendo en el amplio y creativo mundo de las literaturas hispánicas. Como verás, empezaremos por los siglos XVI y XVII, que comprenden el Siglo de Oro Español, época dorada de las artes española, que abarca el Renacimiento y el Barroco, dos movimientos literarios de bastante relieve dentro de España.

Veremos también el inicio de la literatura en Hispanoamérica – La literatura de Conquista – que ocurre en la época del Renacimiento y también el desarrollo de la poesía barroca a través de la gran poetiza – Sor Juana Inés de la Cruz.

El estudio de las literaturas hispánicas es absolutamente fundamental en tu formación, ya que a través de su lectura y conocimiento, podrás adquirir una mayor comprensión del mundo hispánico al que te dedicas en esta Universidad. La literatura nos muestra, a sus lectores, todo un rico y diferente mundo de símbolos, mitos, realidades políticas, económicas y sociales… o sea, nos informa y nos profundiza en el imaginario que mantiene viva la cultura de los países de habla hispánica. Por ello, en muchos momentos tendremos que ver el contexto histórico en el cual surgen determinados movimientos y autores, ya que toda literatura refl eja su contexto, al mismo tiempo que le infl uencia profundamente. Entre la realidad real y la realidad literaria hay un camino de doble mano, es decir, el mundo y la literatura negocian infl uencias y dialogan entre sí, ya para nosotros es una herramienta maravillosa para entender cómo piensan, cómo viven, qué sueñan, qué desean, contra qué luchan las personas que leen y escriben en castellano.

Sin embargo, como tenemos todo un continente hispanoamericano, además de España, para estudiar en tan

poco espacio, nos vamos a dedicar a algunos movimientos y autores más conocidos internacionalmente, y cuya producción nos parece más interesante. Por eso, te rogamos que el estudio literario no se agote en las próximas páginas, al contrario, que te sirvan para empezar, para introducirte en el increíble mundo literario y cultural hispánico. Que seas tú el que busques más informaciones y lecturas, para que conozcas mejor la literatura y la lengua hispánicas, y para que crezcas como persona y como profesor de español. En fi n, para que seas capaz de llevarles a tus futuros alumnos no sólo la lengua, sino también todo el mundo cultural e imaginario de Latinoamérica y de España.

13UNIDAD I

EL SIGLO DE OROEL SIGLO DE ORO

Finalizada la Edad Media, comienza, en España, el “Siglo de Oro”, expresión que ha de tomarse en sentido amplio, ya que abarca la dilatada época que se extiende desde principios del siglo XVI hasta fi nes del XVII. Es la etapa más fecunda y gloriosa de las Artes y las Letras Españolas.

Dada la diversidad de caracteres que ofrece el período áureo de la literatura española, es necesario su división en dos períodos, correspondientes a los mencionados siglos: el Renacimiento y el Barroco.

14 UNIDAD II

RENACIMIENTORENACIMIENTO

2.12.1 - El Renacimiento: Contexto Histórico y Cultural

El reinado de los Reyes Católicos puso las bases del predominio español en el Occidente. La política matrimonial se dirigió a crear lazos de unión con otros estados europeos. La política de expansión había dado como fruto el descubrimiento de América, cuya conquista y colonización se consolidarán en los reinados del siglo XVI.

Según Pedraza & Rodríguez (2000), esta presencia universal de la monarquía española se vincula a un ciclo expansivo en lo demográfi co y en lo económico, lo que permitirá consolidar un imperio que durará tres siglos y crear una comunidad cultural y lingüística que ha dado en la literatura frutos de extraordinario relieve. Sin embargo, esa misma hegemonía se reveló pronto difícilmente sostenible para un reino con las dimensiones, la demografía de Castilla. De ahí que la dilatada historia imperial de España, esos tres siglos a que fueron mencionados, no coincidan con el período de hegemonía, que hay que reducir a los ochenta años de reinado de Carlos I (1516 – 1556) y Felipe II (1556 – 1598). Vale resaltar que incluso esa época está llena de crisis económicas.

Tras la muerte de Fernando de Aragón, quien llega al poder es su nieto Carlos I de España y V de Alemania, que pasa a ser el imperador de España e Italia (Europa Meridional), Alemania e Países Bajos (Europa Central) e Hispanoamérica. El nuevo rey no era español y nunca había vivido en España, pero aprende el castellano y pasa a utilizarlo en las más diversas situaciones de comunicación. La política de Carlos I aspiró a establecer la unidad europea y cristiana. Justamente por eso, se sucedieron muchas guerras. La persecución a los judíos y a los musulmanes debilitó la economía, pues ellos tenían actuación importante en el comercio, a punto de hacer concurrencia a la burguesía española, otro hecho que colaboró para su expulsión. Así, la política imperialista de Carlos I lleva España a ruina económica debido a la utilización del dinero de la corona en guerras con fi nes religiosos que poco atendían a los intereses nacionales.

La Reforma Protestante empezada por Lutero1, en Alemania, ya había conquistado varios territorios de Europa, pero España seguía Católica. La iglesia estaba inmersa en un mar de corrupción y se mostraba más preocupada con los bienes materiales que con la

espiritualidad de sus representantes. La inmoralidad junto a la pérdida de fi eles para el protestantismo hizo con que se convocase, por iniciativa de Carlos I, el Concilio de Trento. La Contrarreforma aumentó la persecución a los ‘infi eles’ y debido al triunfo de la Reforma en varios países de Europa, la inquisición aumentó su rigor, pues los ‘heréticos’ eran una amenaza al sistema. En ese contexto, aumenta la situación de miseria de gran parte de los españoles.

En 1556, Carlos I abdica el trono y se retira al monasterio de Yuste, en Extremadura, dónde muere. Antes divide sus posesiones entre su hermano Fernando, que le sucedió el trono imperial, y su hijo Felipe, que heredó la corona española.

Durante el reinado de Felipe II, continuó la represión contra la disidencia religiosa. Aunque las violencias efectivas fueron relativamente pequeñas, las trabas a la difusión de nuevas ideas fueron muy severas.

Las fi nanzas sufrieron graves difi cultades, debidas a las empresas bélicas, cuyo costo extendía incluso a las grandes rentas obtenidas en América. Según Pedraza & Rodríguez (2000), en tres ocasiones (1557, 1576 y 1596) la corona se declaró en bancarrota.

El mayor enemigo de la España de Felipe II fue la Inglaterra de Isabel I, que se estaba convirtiendo en una potencia y amenazaba el dominio español en el mar. Contra ella se organizó la Jornada de Inglaterra, una magna expedición marítima que acabó en desastre, a la que sus enemigos llamaron irónicamente la Armada invencible.

Así, la hegemonía española, como se ha dicho arriba, no estuvo exenta de serios problemas políticos y económicos. El dinámico siglo XVI cayó en una paulatina desactivación de la industria. Incluso el comercio que generaba la conquista y colonización de América derivó hacia la burocratización y el control paralizador.

El aluvión de metales preciosos procedentes de América provocó una infl ación que dañó gravemente las posibilidades de crear riqueza. La riqueza estaba creada: venía de América y la distribuían el estado y la iglesia a los servidores de sus inabarcables empresas políticas y militares. El dicho “iglesia, mar y casa real” resume efi cazmente el panorama

1 Para comprender un poco más sobre el movimiento de Lutero y la posición de Carlos I frente a ello, vean la película LUTERO.

15que se ofrecía a los españoles: el abandono de las actividades productivas para encauzar la vida hacia la burocracia (eclesiástica o estatal), el ejército o la emigración a las indias (PEDRAZA & RODRÍGUEZ, 2000:123-124). De esa forma, como nos advierte Galeano (1976:34),

“España tenía la vaca, pero los otros tomaban la leche”. Es decir, la aristocracia española sólo se preocupaba en construir palacios, iglesias, juntar joyas, tierras y títulos de nobleza. Tales actividades eran fi nanciadas

por los saqueos de oro y plata del Nuevo Mundo. Sin embargo, la carga, antes de llegar al suelo español, tenía otro destino: las manos de los banqueros alemanes, holandeses, genoveses, franceses, ingleses. Como España no investía en su desarrollo industrial, dependía de productos manufacturados de esos países. El resultado de eso es colapso, miseria y hambre. La exuberancia de los ricos parásitos en un país cada vez más pobre.

2.22.2 - La Literatura Española en el Renacimiento

Al inicio del siglo XVI, queda fi nalmente constituida la cultura del renacimiento, cuyo eje será la entusiasta valoración del mundo y del hombre, presidida por el conocimiento y admiración de la antigüedad clásica.

El Renacimiento español superó el de los demás países debido a su originalidad y hondura merced a lo que constituye su rasgo esencial: la perfecta unión de las nuevas corrientes europeas con la tradición nacional, o sea, lo medieval con lo renacentista.

La nueva valoración del mundo y del hombre no impide la persistencia del tradicional espíritu religioso. La naturaleza es objeto de admiración y estudio, pero ni se la diviniza, como en otras partes, ni se la hace ocupar el lugar de Dios.

Otro rasgo sumamente notable es la coexistencia de lo popular y lo local hispánico con lo universal y europeo culto: junto a los temas bucólicos y mitológicos veremos perdurar el recuerdo e las grandes fi guras de la tradición épica medieval.

En el Renacimiento, la expresión no está condicionada a los elementos de la iglesia. Ahora, se busca algo armónico, estructurado. La gran tónica del arte del Renacimiento es el equilibrio. De esta manera, los elementos deben ser dosifi cados. La idea es enfatizar el hombre y todos sus aspectos. La antigua visión teocéntrica deja paso a un orgulloso antropocentrismo, que exalta el poder de la naturaleza humana. Así, se tendrá una confi anza plena en la razón, en los sentimientos e instintos.

La naturaleza será muy estudiada y será considerada el modelo ideal de cualquier actividad humana. Sólo en el campo, en el ambiente pastoril existe una vida sencilla y natural, por tanto perfecta (Bucolismo).

Así, según López (1999:154) las principales características del Renacimiento español serían las siguientes:

“1º - lo tradicional religioso junto al humanismo pagano de la época;

2º - popularismo y cultismo;3º - persistencia de lo local frente a lo universal europeo;4º - realismo e idealismo;5º - fi nalidad ética al lado de un afán de logros estéticos;6º - libertad de expresión y preocupación por el estilo;7º - admiración por los clásicos y sentido de

independencia estética.”

2.2.1. La Literatura de Conquista

El descubrimiento y la conquista del Nuevo Mundo fueron una empresa Europea y Renacentista. En ella participaron Italianos, alemanes, holandeses y portugueses. Pero fue España y los españoles, como protagonistas directos, quienes ejecutaron los principales hechos.

Los españoles aunque viviesen el renacimiento, estaban impregnados de ideas y valores medievales. “En 1492, España consolidaba su unidad política y nacía como estado Nacional. Bajo los postulados del Cristianismo, triunfaba en su lucha militar contra los árabes y contra los judíos” (SHIMOSE, 1993:23).

Durante la conquista y colonización de América muchas cartas, relaciones y crónicas fueron escritas y éstas forman un capítulo importante de la literatura latinoamericana. Los cronistas tanto europeos como mestizos y aborígenes sientan las bases de la cultura latinoamericana.

Casi todos los cronistas de Indias vivieron en el Nuevo Mundo y viajaron por él: Cristóbal Colón, Hernán Cortés, Bernal Díaz del Castillo, Fray Bartolomé de las Casas. Muchos de ellos fueron protagonistas de los sucesos que narraban con bastante subjetivismo y, a veces, con la fantasía propia de quienes habían visitado las novelas de Caballería2.

Dentro de ese subjetivismo había dos visiones: una llamada “visión de los vencidos” y otra llamada “visión de los vencedores”. Tenían esta última visión los españoles impregnados por los valores

2 Un autor de Novelas de Caballería bastante leído fue Amadís de Gaula, que cuenta aventuras fantásticas que tiene como marco una geografía irreal. Encontramos, en Amadís, la exaltación del amor y de los ideales caballerescos dentro de unos esquemas maniqueístas.

16mencionados arriba o por la cultura eclesiástica de la época – que justifi caba la conquista como una forma de salvación de las almas de los aborígenes y/o como una forma de desarrollo cultural de las nuevas tierras. La visión de los vencidos era formada por nativos de América, por mestizos y por españoles que defendían a los indios.

- Visión de los Vencedores

Cristóbal Colón (1451 – 506)

Las crónicas se inician con el “Diario de navegación”, escrito por Cristóbal Colón, y sus “Cartas del Descubrimiento” dirigidas a los Reyes Católicos.

Colón es de Génova, Italia, y se dedica al mar desde muy joven. A los 25 años naufraga junto a Costa de Portugal y se establece en ese país. Se casa y tiene un hijo, Diego. Mientras está en este país elabora su plan a llegar a las indias. Como no tenía recursos para tal viaje, recurre a D. Juan de Portugal, que no se interesa. En 1486, pide a los reyes Fernando e Isabel

que evalúen dicho proyecto y, algunos años después, concuerdan con los términos de Colón: nombrarlo virrey de cualquier territorio encontrado y darle 10% de los lucros de las tierras descubiertas. Así planeaba su ascensión social. En agosto de 1492, las carabelas Santa María, Pinta y Niña parten al desconocido.

Con una prosa aprendida en Portugal, Colón se puso a describir lo que veía, pero la codicia del oro lo enceguecía. Debió de sentirse desencantado ante su propio descubrimiento: islas a principio pobres, pobladas de hombres desnudos. Pero hizo esfuerzos para mostrarse entusiasmado.

En sus cartas, Colón – infl uido por las Sagradas Escrituras – describe un mundo paradisíaco, irreal e idealizado que da sustancia a dos de los grandes temas renacentistas: el hombre natural feliz y virtuoso (El “Buen Salvaje”) y la naturaleza pródiga como un Paraíso.

Colón, aunque tuviese impulsos renacentistas, su cabeza era Medieval y, por eso, coloreaba y transfi guraba la realidad americana.

DIARIO DE NAVEGACIÓN (Fragmentos)(Anotado por Fray Bartolomé de las Casas)

Jueves, 11 de octubre.

Navegó al Ouesudueste. Tuvieron mucha mar y más que en todo el viaje habían tenido. Vieron pardelas y un junco verde junto a la nao. Vieron los de la carabela Pinta una caña y un palo , y tomaron otro palillo labrado a lo que parecía con hierro, y un pedazo de caña y otra hierba que nace en tierra, y una tablilla. Los de la carabela Niña también vieron otras señales de tierra y un palillo cargado de escaramojos. Con estas señales respiraron y alegráronse todos. Anduvieron con este día, hasta puesto el Sol, 27 leguas.

(…)

Pero el Almirante tuvo por cierto estar junto a la tierra. Por lo cual, cuando dijeron la Salve, que la acostumbraban decir y cantar a su manera todos los marineros y se hallan todos, rogó y amonestóles el Almirante que hiciesen buena guarda al castillo de proa y mirasen bien por la tierra. Y que al que le dijese primero que veía tierra le daría luego un jubón de seda. A las dos horas después de media noche pareció la tierra, de la cual estarían dos leguas. (…)

Puesto en tierra vieron árboles muy verdes, y aguas muchas y frutas de diversas maneras. El

Almirante llamó a dos capitanes y a los demás que saltaron en tierra, y a Rodrigo de Escobedo, escribano de toda la armada, y a Rodrigo Sánchez de Segovia, y dijo que le diesen por fe y testimonio como él por ante todos tomaba, como de hecho tomó, posesión de la dicha isla por el Rey y por la Reina sus señores, haciendo las protestaciones que se requerían, como más largo se contiene en los testimonios que allí se hicieron por escrito. Luego se juntó allí mucha gente de la Isla.

Esto que sigue son palabras formales del Almirante, en su libro de su primera navegación y descubrimiento de estas Indias: “Yo porque nos tuviesen mucha amistad, porque conocí que era gente que mejor se libraría y convertiría a Nuestra Santa Fe con Amor que no por fuerza, les di a algunos de ellos unos bonetes colorados y unas cuentas de vidrio que se ponían al pescuezo, y otras cosas de poco valor, con que tuvieron mucho placer y quedaron tanto nuestros que era maravilla. (…)

En fi n todo tomaban y daban de aquello que tenían de buena voluntad. Mas me pareció que era gente muy pobre de todo. Ellos andan todos desnudos como su madre los parió, y también las mujeres, aunque no vide más de una harto moza. Y todos que

17vi eran todos mancebos, que ninguno vide de edad de más de 30 años. Muy bien hechos, de muy hermosos cuerpos y muy buenas caras. Los cabellos gruesos casi como sedas de cola de caballos, y cortos. (…)

Ellos deben ser buenos servidores y de buen ingenio, que veo que muy presto dicen todo lo que les decía. Y creo que ligeramente se harían

cristianos, que me pareció que ninguna secta tenían. Yo, placiendo a Nuestro Señor, llevaré de aquí al tiempo de mi partida seis a Vuestra Alteza para que aprendan a hablar. Ninguna bestia de ninguna manera vi, salvo papagayos en esta Isla”. Todas son palabras del Almirante.

(ESTEBAN, 2003:98-101)

Hernán Cortés (1485 – 1547)

Hernán Cortés es caudillo de la Empresa que descubre y conquista las tierras mejicanas y acaba con los aztecas.

Describe sus hazañas en cinco extensas cartas de relación que escribe entre 1519 y 1526. Van dirigidas al imperador Carlos I para informarle puntualmente de lo acontecido.

Era del ejército y su fi n era la conquista, pero, mientras iba dominando por la persuasión, la intriga, la habilidad política, la mentira y la brutalidad, supo apreciar el valor de la organización social de los aztecas. La obediencia a la iglesia y al imperador dio a su alma la dureza de la espada. Ordena y amenaza.

Si se le someten habrá paz; si no, torturará, asesinará, incendiará, masacrará. En sus cartas se nos muestra frío como quién compone la propia fi gura para causar impresión.

Sin embargo, si simpatizamos con los indios a lo largo de sus cartas es, en parte, porque Cortés nos los muestra con simpatía.

Cortés ofrece, con todo lujo de detalles, su experiencia de observador, profundamente atraído por el mundo mexicano, al que no escatima las muestras de admiración. Más que del marco natural, que tanto atrae a cronistas, se ocupa de la organización social y las costumbres (…). Aborda asuntos de carácter político y legal, ya que intuye la importancia de la empresa que acomete (PEDRAZA & RODRÍGUEZ, 2000:137).

Segunda Carta (Fragmentos)

30 de Octubre de 1520

La cual ciudad es tan grande y de tanta admiración que aunque mucho de lo que de ella podría decir dejé, lo poco que diré creo que es casi increíble, porque es muy mejor que Granada y muy más fuerte y de tan buenos edifi cios y de muy mejor abastecida de las cosas que ellos comen muy buenas. Hay en esta ciudad un mercado en que casi cotidianamente todos los días hay en él de treinta mil ánimas arriba, vendiendo y comprando, sin otros muchos mercadillos que hay por la ciudad en partes. En este mercado hay todas cuantas cosas, así de mantenimiento como de vestido y calzado, que ellos tratan y pueden haber; así joyerías de oro y plata y piedras y de otras joyas de plumajes, tan bien concertado como puede ser en todas las plazas y mercados del mundo. Hay mucha loza de muchas maneras y muy buena y tal como la mejor de España.

Venden mucha leña y carbón y hierbas de comer medicinales. Hay casas donde lavan las cabezas como barberos y las rapan; hay baños. Finalmente, que entre ellos hay toda la manera de buena orden y política, y es gente de toda razón y concierto, y así que lo mejor de África no se le iguala. (…)

Porque para dar cuenta, muy poderoso señor, a vuestra real excelencia, de la grandeza, extrañas y maravillosas cosas de esta gran ciudad de Temixtian, del señorío y servicio de mutezuma, señor de ella, y de los ritos y costumbres que esta tiene, y de la orden que en la gobernación, así de esta ciudad como las otras que eran de este señor; hay, sería menester mucho tiempo y ser muchos relatores y muy expertos; no podré yo decir de cien partes una, de las que de ellas se podrían decir.

(SHIMOSE, 1993:29)

18 Bernal Díaz del Castillo (1495 – 1584)

Bernal Díaz del Castillo fue uno de los soldados de Cortés y reconoce su valor, su eficacia y su dignidad. En su “Verdadera Historia de la Conquista de la Nueva España” humaniza a Cortés, poniéndolo junto a la gente. Vale resaltar que su “historia” no es totalmente verdadera, sino muy coloreada.

En una prosa dura de frases cortas, escribe con el aliento de todo un grupo. Es un cronista de muchedumbres. Es bastante caballeresco y menciona novelas de Caballería, en particular de Amadís en sus crónicas.

Dedica su atención a una serie de compañeros que, a no ser por su libro, quedarían sepultados en el olvido. Su afán de reivindicar la importancia de los actores secundarios no le impide reconocer las extraordinarias capacidades de Cortés (PEDRAZA & RODRÍGUEZ, 2000:138).

Antes que más meta la mano en lo del gran Montezuma y su gran Méjico y mejicanos, quiero decir lo de doña Marina: como desde su niñez fue gran señora y cacica de pueblos y vasallos: y es de esa manera: Que su padre y madre eran señores y caciques de un pueblo que se dice Paynala, y tenía otros pueblos sujetos a él obra de ocho leguas de la villa de Guazacualco; y murió el padre, quedando muy niña, y la madre se casó con otro cacique mancebo, y hobieron un hijo y, según paresció, queriánlo bien al hijo que habían habido; acordaron entre el padre y la madre de dalle el cacigazgo después de sus días, y porque en ello no hobiese estorbo dieron de noche a la niña doña Marina a unos indios de Xicalango, porque no fuese vista, y hecharon fama que había muerto, y en aquella

sazón murió una hija de una india esclava suya, y publicaron que era la heredera; por manera que los de Xilacango la dieron a los de Tabaco y los de Tabaco a Cortés. (…)

E volviendo a nuestra materia, doña Marina sabía la lengua de Guazacualco,que es la propia de Méjico, y sabía la de Tabasco, como Jerónimo Aguilar sabía la de Yucatán y Tabasco, que es toda una. He querido declarar esto porque sin ir doña Marina no podíamos entender la lengua de la Nueva España y Méjico. Donde lo dejaré y volveré a decir cómo nos desembarcamos en el puerto de San Juan de Ulúa.

(SHIMOSE, 1993:29)

Historia Verdadera de la Conquista de la Nueva España / Cap. XXXVII (Fragmentos)

- Visión de los Vencidos

Fray Bartolomé de las Casas

Fray Bartolomé de las Casas es el más polémico cronista de Indias. Dedica sus vehementes escritos a defender al indio y atacar a los conquistadores, a los que responsabiliza de su aniquilación.

Las casas entabla una polémica con muchos humanistas de la época, que argumentan en favor del derecho a someter por la fuerza a los indios para cristianizarlos, actitud que queda legitimada por su naturaleza bárbara y por la necesidad de oponerse a la idolatría, los sacrifi cios humanos y la antropofagia. Las casas refuta todos sus razonamientos y se muestra partidario de una conversión pacífi ca.

Su crónica que levantó más atención por sus violentas acusaciones fue “Brevísima Relación de la Destrucción de las Indias” dirigida al Príncipe Felipe para que pusiera fi n a tantos desmanes. Se ocupa de la 1ª etapa de la conquista. Muestra las bondades naturales de las tierras descubiertas y sus pobladores y, como contrapunto, las crueldades de los españoles. Para las Casas todos los españoles que habían despojado y sometido a los indios debían devolverles sus bienes si querían salvar las propias almas.

Gracias a los primeros relatos del descubrimiento, se afi anzaron los sueños utópicos de una naturaleza paradisíaca y de un noble salvaje. Pero, también muy tempranamente, algunos cronistas denigraron la naturaleza del nuevo mundo y declararon la inferioridad de sus habitantes, hombres sin almas.

19Brevísima Relación de la Destrucción de las Indias (Fragmentos)

La causa por la que han muerto y destruido tantas y tales y tan infi nito número de ánimas los Cristianos, ha sido solamente por tener por su fi n último el oro y henchirse de riquezas en muy breves días y subir a estados muy altos y sin proporción de sus personas, conviene a saber, por la insaciable codicia y ambición que han tenido, que ha sido mayor que en el mundo ser pudo, por ser aquellas tierras tan felices y tan ricas, y las gentes tan humildes, tan pacientes y tan fáciles a sujetarlas, a las cuales no han tenido más respeto, ni de ellas han hecho más cuenta y estima (hablo con verdad, por lo que sé y he visto todo el dicho tiempo) no digo que de bestias, porque plugiera a Dios que como a bestias las hubieran tratado y estimado, pero como y menos que estiércol de las plazas. (…)

Y porque toda la gente que huir podía se encerraba en los montes y subía a las sierras … amaestraron lebreles, perros bravísimos, que en viendo un indio lo hacían pedazos en un credo… Estos perros hicieron grandes estragos y carnicerías. Y porque algunas veces, raras y pocas, mataban los indios algunos cristianos con justa razón, hicieron ley entre sí, que por un cristiano que los indios matasen, habían los cristianos de matar cien indios. (…)

Y para que más compasión cualquiera cristiano haya de aquellas inocentes naciones y de su perdición y condenación más se duela y más culpe y abomine y deteste la codicia y ambición y crueldad de los españoles, tengan todos por verdadera esta verdad con las que arriba he afi rmado, que después que descubrieron las Indias hasta hoy, nunca en ninguna parte de ellas los indios hicieron mal al cristianos sin que primero hubiesen recibido males y robos y traiciones de ellos, antes siempre los estimaban por inmortales y venidos del cielo y como a tales los recibían, hasta que sus obras testifi caban quiénes eran y qué pretendían. (…)

Donde han cesado de matar con espadas de presto, mátanles con servicios personales y otras vejaciones injustas e intolerables poco a poco. Y hasta ahora no es poderoso el rey para lo estorbar, porque todos, chicos y grandes, andan a robar, unos más, unos menos, unos pública y abierta, otros secreta y pálidamente. Y con color de que sirven al rey, deshonran a Dios, roban y destruyen.

(SHIMOSE, 1993:31)

El Inca Garcilaso de la Vega

Gómez Suárez de Figueroa, el Inca Garcilaso de la Vega, nació en 1539, en Cuzco, y murió, en 1616, en Córdoba. Fue el más genial de los mestizos escritores. Descendía de la nobleza incaica (su madre era una princesa india) y castellana (su padre era capitán español). Pasó los doce primeros años de su vida con sus padres en Cuzco, a menudo participando de sangrientas guerras civiles y tuvo en ese tiempo mucho contacto con el idioma y la cultura quechua. A los 21 años se va a España y no vuelve más a Perú.

Se siente autorizado a hablar de la Historia Inca porque pertenece a ella. Su principal obra, “Comentarios reales’, trata de la historia de Perú, el origen de los Incas, su gobierno, sus leyes, sus reyes y sus conquistas. Los nueve libros que componen la obra

tratan, también, de religión las vías de comunicación, los templos, las costumbres familiares, la vida social, la agricultura, la llegada de los españoles y la situación interna de aquellos momentos. La descripción de la cultura incaica es extremadamente positiva: presenta el pueblo precolombino como una civilización muy evolucionada, carente de barbarie. Se mantiene al lado de los indios, que sucumbe con los españoles.

La idea de la conquista adquiere matices absolutamente originales gracias a la obra del Inca gracilazo, cuya posición privilegiada se debe a su doble origen, español y americano (ESTEBAN, 2003:118).

Quienes descreen de la posibilidad de la gran civilización no europea declaran que los “Comentarios Reales” no son textos históricos sino cuentos de hadas, novela utópica.

Comentarios Reales (cap. XV – El origen de los Incas, reyes del Perú) Fragmentos

(…)Después de haber dado muchas trazas, y

tomando muchos caminos para entrar a dar cuenta del origen y principio de los Incas, reyes naturales que fueron del Perú, me pareció que

la mejor traza y el camino más fácil y llano, era contar lo que en mis niñeces oí muchas veces a mi madre y a sus hermanos y tíos, y a otros sus mayores, acerca deste origen y principio: por que todo lo que por otras vías se dice dél, viene

20 a reducirse en lo mismo que nosotros diremos, y será mejor que se sepa por las propias palabras que los Incas los cuentan, que no por las de otros autores estraños. Es así que residiendo mi madre en el Cozco, su patria, venían a visitarla casi cada semana pos pocos parientes y parientas, que de las crueldades y tiranías de Atahualpa (como en su vida contaremos) escaparon; en las cuales visitas, siempre sua mas ordinarias pláticas, eran tratar

del origen de sus reyes, de la majestad dellos, de la grandeza de su imperio, de sus conquistas y hazañas, del gobierno que en paz y en guerra tenían, de las leyes que tan en provecho y en favor de sus vasallos ordenaban. En suma, no dejaban cosa de las prósperas que entre ellos hubiese acaecido que no la trajesen a cuenta.

(ESTEBAN, 2003:121-122)

Alonso de Ercilla y Zúñiga (1533 – 1594)

Alonso de Ercilla, español de nacimiento, desde los quince años paje del príncipe Felipe, futuro Felipe II, escribe el poema cumbre de la épica hispanoamericana – La Araucana.

“La Araucana” es una poesía épica que se hizo crónica de conquista, porque cuenta un episodio de la conquista del pequeño vale chileno de Arauco.

A los 21 años Ercilla llega a América y empieza a escribir. “La Araucana” fue la primera obra en que el

poeta aparece como actor de la epopeya que describe, por lo tanto, fue la primera obra que confi rió dignidad épica a acontecimientos todavía en curso.

Esa obra se divide en tres partes y cada una de ellas en cantos. La primera parte trata la historia de Chile antes de llegar Ercilla y se inicia con un canto a la grandeza del imperio español y su defensa de la fe católica, seguido de una exaltación del pueblo araucano. A continuación se describe el pueblo chileno con sus gentes, sus costumbres. Seguidamente vienes los sucesos bélicos (ESTEBAN, 2003:126).

Canto IIPónese la discordia que entre los caciques de

Arauco hubo sobre la elección de capitángeneral, y el medio que se tomó por el consejodel cacique Colocolo, con la entrada que porengaño los bárbaros hicieron en la casa fuerte

de Tucapél, y la batalla que con losespañoles tuvieron.

Muchos hay en el mundo que han llegadoA la engañosa alteza desta vida,Que Fortuna los ha siempre ayudadoY dádoles la mano á la subida,Para, después de haberlos levantado,Derribarlos con mísera caída,Cuando es mayor el golpe y sentimiento.Y menos el pensar que hay mudamiento. No entienden con la próspera bonanzaQue el contento es principio de tristeza,Ni miran en la súbita mudanzaDel consumidor tiempo y su presteza:Mas con altiva y vana confi anzaQuieren que en su fortuna haya fi rmeza;La cual de su aspereza no olvidada Revuelve con la vuelta acostumbrada. (…)

(ESTEBAN, 2003:128)

La Araucana (Canto II) Fragmentos

212.2.2. La Poesía del Primer Renacimiento

Garcilaso de la Vega

Garcilaso de la Vega (1503-1536) era un típico hombre del Renacimiento, pues conciliaba las armas y las letras. Siempre al lado de Carlos I, participa en diversas guerras y, a la vez, posee una amplia cultura humanística; domina el latín y conoce el griego, además del francés y el Italiano. Compuso varias poesías y una de ellas es la égloga – poema de tema pastoril (composición lírica) que hacía referencias a personajes reales de la corte. Lo esencial de su poesía va a estar dividido en dos momentos distintos: casamiento y muerte de la amada.

En las églogas, el mundo circundante o escenográfi co es el bucólico y pastoril. La naturaleza y sus paisajes son vistos de una manera ideal e irreal. Hay paisajes suaves, armónicos y ambientes delicados.

Los principales temas utilizados por Garcilaso son amor, amistad, bucolismo, melancolía y mitología.

(Garcilaso) cultiva una poesía intimista, suavemente melancólica, en la que todo lo relativo a la amada y a la pasión que ella despierta aparece sublimado (PEDRAZA & RODRÍGUEZ, 2000:156).

Su vida amorosa es un poco importante para comprender su égloga I. En 1525, se casa con Elena de Zúñiga, pero al año siguiente se enamora de Isabel Freire, una dama portuguesa de la reina, por quien mantiene un amor platónico.

Los personajes Salicio y Nemoroso, Galatea y Eliza, presentes en la égloga I, representan a él mismo y a la amada, según el esquema abajo:

Salicio → Galatea → Isabel está casada

Garcilaso Nemoroso → Eliza → Isabel está muerta

La égloga I, que presentamos algunos fragmentos en seguida, es formada por estrofas de 14 versos, siendo algunos endecasílabos y otros heptasílabos.

ÉGLOGA I (Fragmentos)

El dulce lamentar de dos pastores,Salicio juntamente y Nemoroso,he de contar, sus quejas imitandocuyas ovejas al cantar sabrosoestaban muy atentas, los amores,(de pacer olvidadas) escuchando.Tú, que ganaste obrandoun nombre en todo el mundoy un grado sin segundo,agora estés atento sólo y dadoel ínclito gobierno del estadoAlbano; agora vuelto a la otra parte,resplandeciente, armado,representando en tierra el fi ero Marte;Saliendo de las ondas encendido,rayaba de los montes al alturael sol, cuando Salicio, recostado al pie de un alta haya en la verdura,por donde un agua clara con sonidoatravesaba el fresco y verde prado,él, con canto acordadoal rumor que sonaba, del agua que pasaba,se quejaba tan dulce y blandamentecomo si no estuviera de allí ausentela que de su dolor culpa tenía;y así, como presente, razonando con ella, le decía:(…)Salicio:¡Oh más dura que mármol a mis quejas,y al encendido fuego en que me quemo

más helada que nieve, Galatea!,estoy muriendo, y aún la vida temo;témola con razón, pues tú me dejas,que no hay, sin ti, el vivir para qué sea.Vergüenza he que me veaninguno en tal estado,de ti desamparado, y de mí mismo yo me corro agora.¿De un alma te desdeñas ser señora,donde siempre moraste, no pudiendode ella salir un hora?Salid sin duelo, lágrimas, corriendo.

El sol tiende los rayos de su lumbrepor montes y por valles, despertandolas aves y animales y la gente:cuál por el aire claro va volando,cuál por el verde valle o alta cumbre paciendo va segura y libremente,cuál con el sol presenteva de nuevo al ofi cio,y al usado ejerciciodo su natura o menester le inclina,siempre está en llanto esta ánima mezquina,cuando la sombra el mondo va cubriendo,o la luz se avecina.Salid sin duelo, lágrimas, corriendo.

¿Y tú, de esta mi vida ya olvidada, sin mostrar un pequeño sentimientode que por ti Salicio triste muera,dejas llevar (¡desconocida!) al viento

22 el amor y la fe que ser guardadaeternamente sólo a mí debiera? ¡Oh Dios!, ¿por qué siquiera,pues ves desde tu alturaesta falsa perjuracausar la muerte de un estrecho amigo)no recibe del cielo algún castigo? Si en pago del amor yo estoy muriendo,¿qué hará el enemigo?Salid sin duelo, lágrimas, corriendo.

Nemoroso:Corrientes aguas, puras, cristalinas,árboles que os estáis mirando en ellas,verde prado, de fresca sombra lleno,aves que aquí sembráis vuestras querellas,hiedra que por los árboles caminas,torciendo el paso por su verde seno:yo me vi tan ajeno que de puro contentocon vuestra soledad me recreaba,

donde con dulce sueño reposaba,o con el pensamiento discurríapor donde no hallabasino memorias llenas de alegría.

Y en este mismo valle, donde agora me entristezco y me canso, en el reposoestuve ya contento y descansado.¡Oh bien caduco, vano y presuroso!Acuérdome, durmiendo aquí alguna hora,que despertando, a Elisa vi a mi lado.¡Oh miserable hado!¡Oh tela delicada, antes de tiempo dadaa los agudos fi los de la muerte!Más convenible fuera aquesta suertea los cansados años de mi vida,que es más que el hierro fuerte, pues no la ha quebrantado tu partida.¿Dó están agora aquellos claros ojosque llevaban tras sí, como colgada,mi ánima doquier que ellos se volvían?(…)

2.2.3. La Poesía del Segundo Renacimiento

Fray Luís de León

Fray Luis de León (1527-1591), catedrático y teólogo, tenía un temperamento inquieto e batallador.

Se le acusa ante la Inquisición de preferir el texto hebreo de la Biblia frente a la vulgata, la traducción latina de San Jerónimo que ha adoptado el Concilio de Trento. Tradujo al castellano el el cantar de los cantares – representaba el matrimonio del pueblo judío con Dios – cuando está prohibido pasar los libros sagrados a las lenguas vulgares. Por eso, permanece en la cárcel inquisitorial de Valladolid de 1572 hasta fi nales de 1576 (PEDRAZA & RODRÍGUEZ, 2000:163).

Para Fray Luis de León la divinidad, la poesía y la naturaleza siempre van a estar juntas.

La base de su poesía es clásica, pues tiene infl uencia de Horacio y Virgilio. Además de eso, toda la exaltación que

hace a la naturaleza tiene infl uencia de Garcilaso de la Vega. El tema de su poesía es rústico y sencillo, siempre en contacto con la naturaleza, pues, para él, sólo así el hombre va a tener conocimiento y entrará en contacto con Dios.

En su poesía se reiteran obsesivamente un conjunto de símbolos que refl ejan sus más íntimas vivencias y anhelos: el mar – vida agitada, locas ambiciones del hombre; la noche – la angustia y el desamparo de la criatura humana; el aire – es imagen de felicidad y de la belleza; la música – se une al aire para reforzar esa simbología.

La estrofa más empleada es la lira – estrofa con 5 versos – 2 endecasílabos y 3 heptasílabos. Rima ABABB. Temas dominantes: la soledad del campo; el abandono de la lucha, la tranquilidad y la paz. Todos los poemas de él tienen una intención moral.

Abajo, presentamos su poema más famoso, que sólo fue nombrado después de su muerte. Presenta dos nombres, a saber: Canción de la vida solitaria y Oda a la vida retirada.

ODA A LA VIDA RETIRADA

¡Qué descansada vida la del que huye el mundanal ruido y sigue la escondida senda por donde han ido 5 los pocos sabios que en el mundo han sido!

Que no le enturbia el pecho de los soberbios grandes el estado, ni del dorado techo se admira, fabricado 10 del sabio moro, en jaspes sustentado.

23 No cura si la fama canta con voz su nombre pregonera, ni cura si encarama la lengua lisonjera 15 lo que condena la verdad sincera.

¿Qué presta a mi contento, si soy del vano dedo señalado, si en busca de este viento ando desalentado 20 con ansias vivas, con mortal cuidado?

¡Oh monte, oh fuente, oh río! ¡Oh secreto seguro, deleitoso! Roto casi el navío a vuestro almo reposo, 25 huyo de aqueste mar tempestuoso.

Un no rompido sueño, un día puro, alegre, libre quiero; no quiero ver el ceño vanamente severo 30 de quien la sangre ensalza o el dinero.

Despiértenme las aves con su cantar sabroso no aprendido, no los cuidados graves de que es siempre seguido 35 el que al ajeno arbitrio está atenido.

Vivir quiero conmigo, gozar quiero del bien que debo al cielo a solas, sin testigo, libre de amor, de celo, 40 de odio, de esperanzas, de recelo.

Del monte en la ladera por mi mano plantado tengo un huerto, que con la primavera, de bella fl or cubierto, 45 ya muestra en esperanza el fruto cierto.

Y como codiciosa por ver y acrecentar su hermosura, desde la cumbre airosa

una fontana pura 50 hasta llegar corriendo se apresura.

Y luego sosegada, el paso entre los árboles torciendo, el suelo de pasada de verdura vistiendo, 55 y con diversas fl ores va esparciendo.

El aire el huerto orea y ofrece mil olores al sentido, los árboles menea con un manso ruido 60 que del oro y del cetro pone olvido.

Ténganse su tesoro los que de un falso leño se confían: no es mío ver el lloro de los que desconfían 65 cuando el cierzo y el ábrego porfían.

La combatida antena cruje, y en ciega noche el claro día se torna, al cielo suena confusa vocería, 70 y la mar enriquecen a porfía.

A mí una pobrecilla mesa de amable paz bien abastada me basta, y la vajilla de fi no oro labrada 75 sea de quien la mar no teme airada.

Y mientras miserable- mente se están los otros abrasando con sed insaciable del no durable mando, 80 tendido yo a la sombra esté cantando

A la sombra tendido, de hiedra y lauro eterno coronado, puesto el atento oído al son dulce, acordado 85 del plectro sabiamente meneado.

2.2.4. La Literatura Religiosa: Místicos y Ascéticos

A fi nes del siglo XVI reaparece en España una literatura ascética y mística, pero ¿qué signifi can esos términos?

Ascética equivale a esfuerzo personal encaminado a lograr la máxima perfección del espíritu mediante la práctica de virtudes y el dominio de las pasiones, con

la ayuda de la gracia. La Mística aspira, por su parte, a un fi n más alto: la íntima unión del alma con Dios, anticipando, en lo posible, la absoluta beatitud, que sólo se alcanza plenamente en la otra vida. Nada vale aquí el propio esfuerzo, puesto que todo depende de la voluntad divina.

Aunque Dios puede conceder la gracia de su presencia lo mismo a un pecador que a un justo, las prácticas

24ascéticas se consideran siempre como la preparación obligada para llegar al goce de la unión mística. Por eso los tratadistas establecen tres fases – vías – en el camino que conduce a la Divinidad: 1ª: vía purgativa – es la etapa ascética. En ella, el alma se purifica de sus vicios, valiéndose de la oración - ; 2ª: vía iluminativa – corresponde ya a la mística. El alma libre de sus anteriores defectos, comienza a participar de los dones del espíritu Santo y a gozar de la presencia de Dios - ; 3ª: vía unitiva – se llega al fi nal de ella a la íntima unión con Dios. El mundo ya no signifi ca nada y el alma que a solas con la Divinidad en absoluta entrega amorosa.

El estilo – Los Místicos españoles intentaron popularizar sus doctrinas en amplios sectores, movidos por un caritativo afán de evangelización. El místico se debate en un constante esfuerzo para expresar con claridad sus íntimas experiencias religiosas, pero al referirse al momento supremo de la unión con Dios abandona el lenguaje directo, por resultar insufi ciente y se ve obligado a utilizar toda clase de símbolos, metáforas, paradojas, frases de sentido vago o simples exclamaciones. Muy frecuente, también, es la imagen del amor humano para expresar el divino.

Santa Teresa de Jesús y San Juan de la Cruz son las dos fi guras supremas de la mística española. Ambos

pertenecen a la Orden del Carmelo y son perseguidos por la Inquisición debido a la austera reforma de la Orden emprendida por ellos. Pero sus esfuerzos alcanzaron un éxito muy grande.

Santa Teresa de Jesús (1515 – 1582)

Teresa de Cepeda y Ahumada, Santa Teresa de Jesús, profesa sus votos en el Convento Carmelita de la Encarnación, en 1537. En ese convento, aunque tuviera graves problemas de salud, agravados por los rigurosos ejercicios ascéticos, desarrolla una actividad incansable en el intento de reformar la orden carmelitana. Esta tarea le acarrea muchos problemas con las autoridades religiosas.

No tenía pretensiones artísticas, sólo escribía para orientar a sus monjas en el camino de la perfección espiritual. En su producción, la doctrina místico-ascética casi nunca responde solamente a un esfuerzo de tipo intelectual: o bien se basa en experiencias propias o bien aprovecha y sintetiza lo dicho anteriormente por otros. El Libro de su Vida es su obra inicial. Lo escribió ya en edad madura y en él relata, con mucha sinceridad, partiendo de su infancia, la historia de su evolución espiritual. Su expresión es, pues, la corriente en el habla familiar de Castilla la Vieja.

El Libro de su Vida (Fragmento)

VIDA DE SANTA TERESA DE JESUS

Y ALGUNAS DE LAS MERCEDES QUE DIOS LE HIZO, ESCRITAS POR ELLA MISMA POR MANDADO DE SU CONFESOR, A QUIEN LO ENVIA Y DIRIGE, Y DICE ASÍ:

PROLOGO

Quisiera yo que, como me han mandado y dado larga licencia para que escriba el modo de oración y las mercedes que el Señor me ha hecho, me la dieran para que por muy menudo y con claridad dijera mis grandes pecados y ruin vida. Diérame gran consuelo; mas no han querido, antes atádome mucho en este caso; y por esto pido, por amor del Señor, tenga delante de los ojos quien este discurso de mi vida leyere, que ha sido, de los que se tornaron a Dios, con quien consolarme. Porque

considero que, después que el señor los llamaba, no le tornaban a ofender. Yo no solo tornaba a ser peor, sino que parecía traía estudio a resistir las mercedes que Su Majestad me hacía, con quien se veía obligar a servir más, y entendía de sí no podía pagar lo menos de lo que debía.

Sea bendito por siempre, que tanto me esperó, a quien con todo mi corazón suplico me dé gracias para que con toda claridad y verdad y haga esa relación que mis confesores mandan, y aun el Señor sé yo lo quiere muchos días ha, sino que yo no me he atrevido; y que sea para gloria y alabanza suya, y para que de aquí adelante, conociéndome ellos mejor, ayuden a mi fl aqueza para que pueda servir algo de lo que debo al Señor, a quien siempre alaben todas las cosas. Amén.

San Juan de la Cruz (1542 – 1591)

Juan de Yepes y Álvarez, San Juan de la Cruz, hijo de familia humilde, a los veintiún años ingresó en la orden del Carmelo. A los veinticinco años se encuentra con Santa Teresa de Jesús, quien le convierte en fi rme

colaborador de la reforma de la Orden. Su producción trasluce una amplia formación religiosa. Su libro preferido era la Biblia.

Su vida religiosa es muy conturbada, ya que sufre muchas persecuciones. El punto culminante de sus

25problemas ocurre cuando es raptado, por sus opositores, y encarcelado en una estrecha celda de la que sólo logró salir nueve meses después.

Aunque su producción literaria sea muy escasa, es considerado uno de los mayores poetas en lengua castellana. Señalar sus rasgos esenciales es muy difícil, dada la gran variedad que presenta. Cada poema es

un mundo aparte y responde a una emoción y una técnica completamente distintas. Además utilizaba características comunes a la poesía mística: expresiones paradójicas y exclamaciones.

Sus poemas tardaron mucho en llegar al público. No se imprimieron en vida del autor.

LLAMA DE AMOR VIVA

Canciones del alma en la íntimacomunicación de unión de amor de Dios

1. ¡Oh llama de amor viva.que tiernamente hieresde mi alma en el más profundo centro!,pues ya no eres esquiva,acaba ya si quieres,rompe la tela de este dulce encuentro.

2. ¡Oh cauterio suave!,¡oh regalada llaga!,¡oh mano blanda!, ¡oh toque delicadoque a vida eterna sabe,

y toda deuda paga!Matando, muerte en vida la has trocado.

3. ¡Oh lámpara de fuego,en cuyos resplandoreslas profundas cavernas del sentido,que estaba oscuro y ciego,con extraños primorescalor y luz dan junto a su querido!

4. ¡Cuán manso y amorosorecuerdas en mi seno,donde secretamente solo moras;y en tu aspirar sabroso,de bien y gloria lleno,cuán delicadamente me enamoras!

2.2.5. La Narrativa Picaresca: El Lazarillo de Tormes

La obra que va a ser presentada surgió, en España, en meados del siglo XVI. Este libro no sólo tuvo mucho éxito sino también signifi có el nacimiento de un nuevo género literario: la novela picaresca.

Hasta entones dominaba, en España, el idealismo de novelas sentimentales, pastoriles y de caballería: sus temas y personajes estaban muy distantes de la realidad de la época. Al contrario, la acción de “Lazarillo de Tormes” y de las novelas picarescas que se siguieron se desarrollaron en el espacio y en el tiempo conocido por los lectores contemporáneos: en una España que vivía momentos de gloria y de poder, sino también, a pesar de las conquistas de América, de crisis interior económica y social. Además, es una época en que no hay movilidad social. Veamos, por tanto el cuadro social de la época:

La nobleza que, en el pasado, conquistó con bravura y con lucha sus cargos y privilegios, ahora es hereditaria y, por eso, pasa a ser un problema para el Estado, porque los nobles no quieren trabajar;

Los clérigos, los que representan la iglesia, son corruptos y están más preocupados con los bienes que con la espiritualidad. Viven como parásitos;

El trabajo es visto con desprecio por la realeza y por la nobleza;

Ascender socialmente a través de un casamiento era difícil, pues había mucho prejuicio por el trabajador, el pobre, el moro, el judío o el gitano. Así, mejorar de vida a través del trabajo digno es casi imposible.

Las novelas picarescas se presentan como relatos autobiográfi cos, escritos en primera persona. Su protagonista es un pícaro, de quien el género toma su nombre.

Mientras las novelas caballerescas daban énfasis a un mundo maravilloso y a un héroe, símbolo de perfección, las novelas picarescas muestran lo extremo opuesto de las sagas medievales: el pícaro es un antihéroe, una persona sin dinero, de un pasado malo – sus padres pertenecen a los estratos más bajos de la sociedad y son casi siempre ladrones, brujas, prostitutas – que busca la ascensión social por medio de trampas y de la astucia. El pícaro es siempre alguien que viene de fuera y percurre la sociedad, denuncia sus problemas y busca inserirse en esta sociedad.

“La vida de Lazarillo de Tormes y de sus fortunas y adversidades” tuvo, en 1554, tres ediciones que aparecieron en tres ciudades distintas: Burgos, Alcalá y Antuérpia. Tal vez haya habido una o dos publicaciones anteriores, pero el hecho de existir tantas ediciones revela el éxito de la obra que fue censurada en 1559, pues está en el índice de los libros prohibidos de la Inquisición.

Lazarillo es una obra anónima, probablemente por su contenido fuertemente anticlerical3 o por ser autobiográfi ca, pues crea la ilusión de que el protagonista y el autor son las mismas personas. El carácter realista es una de las características de la

3 Todos los representantes de la iglesia, presentes en la obra, son mezquinos y corruptos, por tanto, muestra que la iglesia católica está alejada del verdadero cristianismo. La crítica a las costumbres eclesiásticas sería un motivo para el anonimato, pues la afronta a la Iglesia y a la Corona Española, signifi caba persecuciones y castigos.

26novela picaresca, que es una pseudo-autobiografía de un antihéroe que intenta ascender por la trampa.

El hambre es un punto principal en la obra. Es para acabar con ella y, también, ascender socialmente que él hace trampas. Pero, a pesar de la crítica social y de la situación mala que describe, la historia se establece con humor e ironía.

En resumen, “Lazarillo de Tormes”, como cualquier obra picaresca es escrita en 1ª persona y su protagonista es un pícaro. Es un personaje de las clases bajas de la sociedad, sin ofi cio determinado, creado de muchos amos, que sobrevive utilizando su ingenio e imaginación. Además, la obra hace una denuncia del hambre que existía entre la gente del campo y del pueblo y una crítica a las clases privilegiadas, la iglesia, en particular.

“La vida de Lazarillo de Tormes y de sus fortunas y adversidades”

Prólogo

Yo por bien tengo que cosas tan señaladas, y por ventura nunca oídas ni vistas, vengan a noticia de muchos y no se entierren en la sepultura del olvido, pues podría ser que alguno que las lea halle algo que le agrade, y a los que no ahondaren tanto los deleite; y a este proposito dice Plinio que no hay libro, por malo que sea, que no tenga alguna cosa buena; mayormente que los gustos no son todos unos, mas lo que uno no come, otro se pierde por ello. Y así vemos cosas tenidas en poco de algunos, que de otros no lo son. Y esto, para ninguna cosa se debería romper ni echar a mal, si muy detestable no fuese, sino que a todos se comunicase, mayormente siendo sin perjuicio y pudiendo sacar della algún fruto.

Porque si así no fuese, muy pocos escribirían para uno solo, pues no se hace sin trabajo, y quieren, ya que lo pasan, ser recompensados, no con dineros, mas con que vean y lean sus obras, y si hay de que, se las alaben; y a este proposito dice Tulio:

“La honra cría las artes.”

¿Quién piensa que el soldado que es primero del escala, tiene mas aborrecido el vivir? No, por

cierto; mas el deseo de alabanza le hace ponerse en peligro; y así, en las artes y letras es lo mesmo. Predica muy bien el presentado, y es hombre que desea mucho el provecho de las animas; mas pregunten a su merced si le pesa cuando le dicen: “¡Oh, que maravillosamente lo ha hecho vuestra reverencia!” Justo muy ruinmente el señor don Fulano, y dio el sayete de armas al truhán, porque le loaba de haber llevado muy buenas lanzas. ¿Que hiciera si fuera verdad?

Y todo va desta manera: que confesando yo no ser mas santo que mis vecinos, desta nonada, que en este grosero estilo escribo, no me pesara que hayan parte y se huelguen con ello todos los que en ella algún gusto hallaren, y vean que vive un hombre con tantas fortunas, peligros y adversidades.

Suplico a vuestra merced reciba el pobre servicio de mano de quien lo hiciera más rico si su poder y deseo se conformaran.

Y pues vuestra merced escribe se le escriba y relate el caso por muy extenso, pareciome no tomalle por el medio, sino por el principio, porque se tenga entera noticia de mi persona, y también porque consideren los que heredaron nobles estados cuán poco se les debe, pues Fortuna fue con ellos parcial, y cuanto mas hicieron los que, siendoles contraria, con fuerza y mana remando, salieron a buen puerto.

Tratado Primero

Cuenta Lázaro su vida, y cuyo hijo fue

Pues sepa vuestra merced ante todas cosas que a mí llaman Lázaro de Tormes, hijo de Tome González y de Antonia Pérez, naturales de Tejares, aldea de Salamanca. Mi nacimiento fue dentro del río Tormes, por la cual causa tome el sobrenombre, y fue desta manera. Mi padre, que Dios perdone, tenia cargo de proveer una molienda de una acena, que esta ribera de aquel río, en la cual fue molinero mas de quince anos; y estando

mi madre una noche en la acena, preñada de mí, tomole el parto y pariome allí: de manera que con verdad puedo decir nacido en el río. Pues siendo yo niño de ocho anos, achacaron a mi padre ciertas sangrías mal hechas en los costales de los que allí a moler venían, por lo que fue preso, y confeso y no negó y padeció persecución por justicia. Espero en Dios que esta en la Gloria, pues el Evangelio los llama bienaventurados. En este tiempo se hizo cierta armada contra moros, entre los cuales fue mi padre, que a la sazón estaba desterrado por el desastre ya dicho, con cargo de acemilero de un

27caballero que allá fue, y con su señor, como leal criado, feneció su vida.

Mi viuda madre, como sin marido y sin abrigo se viese, determino arrimarse a los buenos por ser uno dellos, y vinose a vivir a la ciudad, y alquilo una casilla, y metiose a guisar de comer a ciertos estudiantes, y lavaba la ropa a ciertos mozos de caballos del Comendador de la Magdalena, de manera que fue frecuentando las caballerizas. Ella y un hombre moreno de aquellos que las bestias curaban, vinieron en conocimiento. Este algunas veces se venia a nuestra casa, y se iba a la mañana; otras veces de día llegaba a la puerta, en achaque de comprar huevos, y entrabase en casa. Yo al principio de su entrada, pesabame con el y habiale miedo, viendo el color y mal gesto que tenia; mas de que vi que con su venida mejoraba el comer, fuile queriendo bien, porque siempre traía pan,

pedazos de carne, y en el invierno leños, a que nos calentábamos. De manera que, continuando con la posada y conversación, mi madre vino a darme un negrito muy bonito, el cual yo brincaba y ayudaba a calentar. Y acuerdome que, estando el negro de mi padre trebejando con el mozuelo, como el niño veía a mi madre y a mí blancos, y a él no, huía del con miedo para mi madre, y señalando con el dedo decía: “¡Madre, coco!”.Respondió él riendo: “¡Hideputa!”

Yo, aunque bien muchacho, note aquella palabra de mi hermanico, y dije entre mí:

“¡Cuantos debe de haber en el mundo que huyen de otros porque no se ven a sí mesmos!”

(…)

Tratado Segundo

Como Lázaro se asentó con un clérigo, y de las cosas que con él pasó

Otro día, no pareciendome estar alli seguro, fuime a un lugar que llaman Maqueda, adonde me toparon mis pecados con un clérigo que, llegando a pedir limosna, me pregunto si sabia ayudar a misa. Yo dije que si, como era verdad; que, aunque maltratado, mil cosas buenas me mostró el pecador del ciego, y una dellas fue esta.

Finalmente, el clérigo me recibió por suyo. Escape del trueno y di en el relámpago, porque era el ciego para con este un Alejandro Magno, con ser la mesma avaricia, como he contado. No digo mas sino que toda la lacería del mundo estaba encerrada en este. No sé si de su cosecha era, o lo habia anexado con el habito de clerecía.

Él tenia un arcaz viejo y cerrado con su llave, la cual traía atada con un agujeta del paletoque, y en viniendo el bodigo de la iglesia, por su mano era luego alli lanzado, y tornada a cerrar el arca. Y en toda la casa no habia ninguna cosa de comer, como suele estar en otras: algún tocino colgado al humero, algún queso puesto en alguna tabla o en el armario, algún canastillo con algunos pedazos de pan que de la mesa sobran; que me parece a mí que aunque dello no me aprovechara, con la vista dello me consolara. Solamente habia una horca de cebollas, y tras la llave en una cámara en lo alto de la casa. Destas tenia yo de ración una para cada cuatro días; y cuando le pedia la llave para ir por ella, si alguno estaba presente, echaba mano

al falsopeto y con gran continencia la desataba y me la daba diciendo: “Toma, y vuelvela luego, y no hagáis sino golosinar”, como si debajo della estuvieran todas las conservas de Valencia, con no haber en la dicha cámara, como dije, maldita la otra cosa que las cebollas colgadas de un clavo, las cuales el tenia tan bien por cuenta, que si por malos de mis pecados me desmandara a mas de mi tasa, me costara caro. Finalmente, yo me fi naba de hambre. Pues, ya que conmigo tenia poca caridad, consigo usaba más. Cinco blancas de carne era su ordinario para comer y cenar. Verdad es que partía conmigo del caldo, que de la carne, ¡tan blanco el ojo!, sino un poco de pan, y pluguiera a Dios que me demediara.

Los sábados comense en esta tierra cabezas de carnero, y enviabame por una que costaba tres maravedís. Aquella le cocía y comía los ojos y la lengua y el cogote y sesos y la carne que en las quijadas tenia, y dabame todos los huesos roídos, y dabamelos en el plato, diciendo:

“Toma, come, triunfa, que para ti es el mundo. Mejor vida tienes que el Papa.”

“¡Tal te la dé Dios!”, decía yo paso entre mí.

A cabo de tres semanas que estuve con él, vine a tanta fl aqueza que no me podía tener en las piernas de pura hambre. Vime claramente ir a la sepultura, si Dios y mi saber no me remediaran.

(…)

28Ejercicios:

2.1.1- Haz un resumen del contexto histórico y cultural de España en el Renacimiento.2- Explica la siguiente afi rmación de Galeano (1976): “España tenía la vaca, pero los otros tomaban la leche”.

2.2.1- Haz un resumen de las características literarias del Renacimiento Español.

2.2.1. 1- ¿Cuál es la diferencia entre los textos que pertenecen a la visión de los vencidos y los textos que pertenecen

a la visión de los vencedores.

2.2.2.1- Analice el fragmento de la égloga I, de Garcilaso de la vega, y menciona las características de su poesía.

2.2.3.1- Lee el poema “Oda de la vida retirada” de Fray Luís de León, y menciona las características, allí encontradas,

de su poesía.

2.2.4.1- Explica las principales características de la literatura Mística renacentista.

2.2.5.1- ¿Por qué la obra “Lazarillo de Tormes” es anónima?

29UNIDAD III

BARROCOBARROCO

3.13.1 - El Barroco: Contexto Histórico y Cultural

Desde fi nes del siglo XVI hasta fi nes del siglo XVII, España pasa de ser la potencia hegemónica a convertirse en un estado de segunda fi la, a pesar de mantenerse, con más o menos difi cultades, un inmenso territorio repartido entre varios continentes.

La última etapa del reinado de Felipe II revelaba las difi cultades de la monarquía española para mantener el papel hegemónico que todavía desempeñaba en Europa. El acudir los diferentes frentes consumía las remesas de plata americana. Las guerras europeas y la conquista y colonización de América provocaron una creciente despoblación y empobrecimiento de los reinos peninsulares, principalmente Castilla.

Al llegar al trono Felipe III (1598-1621), se cambió sustancialmente la forma de gobierno. El nuevo rey delegó las tareas en la fi gura del valido, una especie de primer ministro, Duque Lerma, quien desmantela todo el aparato administrativo del reinado anterior, para proceder al nombramiento en los puestos claves del Estado de sus familiares, amigos y partidario, sobre quienes tenía la certeza de poder ejercer absoluta infl uencia.

El gobierno del Duque Lerma orientó la política exterior hacia el pacifi smo, pero no hizo reformas para que España saliera de crisis social y económica.

El gobierno de Felipe IV (1621-1665) llevó a la cárcel varios Ministros corruptos de Felipe III. En

esta época se propuso reforzar el poder real, propiciar la centralización y crear una monarquía absoluta e intervencionista. La hegemonía continental pasa a las manos francesas.

Durante su gobierno, hubo el intento de dinamizar la economía. Para tanto quiso acabar con los prejuicios a los judíos y fomentar el crecimiento de una clase media laboriosa. Pero, sus ideas no fueron adelante, pues, a la vez, pretendía frenar la movilidad social.

Carlos II (1665-1700) – último rey de la casa de Austria – fue considerado, durante siglos, como símbolo de la extrema decadencia española. Sin embargo, en verdad, la pérdida de la hegemonía fue un alivio económico e infl uyó en un lento cambio de rumbo. Se intentó corregir el absurdo planteamiento que llevó a la bancarrota.

Con su muerte – como no tenía hijos – Francia y Austria disputaron la corona española, por eso, empezó una guerra civil.

En la Europa del siglo XVII, no solo en España, existe una clara conciencia de malestar. La economía en crisis, los trastornos monetarios, la inseguridad del crédito, las guerras económicas y, junto a esto, la vigorización de la propiedad agraria señorial y el creciente empobrecimiento de las masas, crean un sentimiento de amenaza e inestabilidad en la vida social y personal (PEDRAZA & RODRÍGUEZ, 2000:156).

3.23.2 - La Literatura Española en el Barroco

De los rasgos típicos del momento renacentista – la exaltación del mundo y del hombre y el conocimiento y admiración de la antigüedad clásica – el barroco sustituye al primero por una radical desvalorización de la vida presente y de la naturaleza humana. (López, 1999)

El siglo XVII señala la pérdida de la hegemonía política española. Frente a tal estado de cosas, el espíritu español adopta dos actitudes diametralmente opuestas. Hay, en primer lugar, la de quienes, movidos por una aguda coincidencia de la dolorosa realidad, reaccionan con desolado pesimismo – como es el caso de Quevedo – y la de quienes prefi eren embriagarse con los placeres de una vida frívola o refugiarse en un

mundo falso de bellas ilusiones y fantasías novelescas, cerrando los ojos a la realidad – como es el caso del teatro de Lope de Vega y Tirso de Molina.

A la confi ada exaltación renacentista de la vida presente sucede una desvalorización de todo lo terreno. Desilusión, desconfi anza, pero al mismo tiempo desenfrenado goce de placeres sensoriales. La progresiva desorganización política, social y económica favorece el nuevo estado de cosas y la sociedad española experimenta, en sus varios sectores, un considerable descenso de nivel moral.

Las clases altas se dejan arrastrar por un exacerbado apetito de lujo y de placeres mientras degeneran o

30se esfuman los ideales de otros tiempos. En cuanto a las clases inferiores, es de notar la presencia de una miserable población de vagos, mendigos y delincuentes. La novela picaresca retrata eso. Se compara la vida humana a un sueño, a una breve representación teatral.

El hombre del siglo barroco no sabe situarse con serenidad ante la vida. Ha perdido el optimismo de la

época precedente y su concepto pesimista de la realidad le inclina unas veces a subrayar morbosamente su lado repulsivo, otras a eludirla en un ansia de belleza absoluta (LÓPEZ, 1999:268).

Para sintetizar las características del barroco español, López (1999:268-269) presenta el siguiente esquema:

1º, afanosa búsqueda de lo nuevo o extraordinario, para excitar la sensibilidad y la inteligencia y provocar la admiración;

2º, substitución de las normas clásicas por la apreciación del individuo o el capricho personal;

3º, exageración, gusto por lo desmesurado e hiperbólico, tendencia a superar todo límite;

4º, concepción dinámica de la vida y el arte, contorsión en los gestos, rapidez y retorcimiento en el estilo;

5º, violenta contraposición de elementos extremos, subordinación del conjun to a un motivo central;

6º, artifi ciosidad, complicación, arte difícil, para minorías, superabundancia de adornos;

7º, visión unilateral de la realidad: deformación expresionista e idealización desorbitada. Desequilibrio.

3.2.1. El Teatro Español

3.2.1.1. Félix Lope de Vega y la creación del teatro nacional

Félix Lope de Vega (1562 – 1635) es considerado el creador del teatro nacional y nada mejor para conocer sus opiniones sobre dramaturgía que seguirlas a través de su Arte nuevo de hacer comedias en este tiempo, escrito en 1609, para ser leído en la Academia de Madrid. En esta obra, justifi ca sus innovaciones ante las censuras de los que defendían los preceptos clásicos, rompe con las normas poéticas tradicionales y las sustituye por otras más de acuerdo con la psicología del público español de la época, ya que lo que quería era producir placer al pueblo.

“Y cuando he de escribir una comedia, / encierro los preceptos con seis llaves, / saco a Terencio y Plauto de mi estudio / para que no me den voces, que suele / dar gritos la verdad en libros mudos, / y escribo por el arte que inventaron / los que el vulgar aplauso pretendieron; / porque, como los paga el vulgo, es justo / hablarle en necio para darle gusto”.

Lope no más escribirá obras con cinco actos, bien al gusto clásico, sino obras con tres actos, ya que, según el autor, el público español estaba ávido por emociones y no tenían más paciencia. Además mezclará lo cómico con lo clásico en una misma obra y no dará mucha importancia a las nociones de lugar y tiempo, pues así, el autor puede “trasladar rápidamente la acción e un punto a otro y mostrarnos toda la vida en concentrada síntesis” (LÓPEZ, 1999:330).

Tres son los temas a los que dio vida literaria, fi jándolos defi nitivamente en nuestra escena: el épico, el religioso y el del honor.

El tema del honor será uno de los motivos fundamentales del teatro español desde que Lope lo lleve a escena. Según Menéndez Pidal, “la venganza del honor es un bien social que hay que anteponer a la propia vida o de los seres queridos; tiene el carácter de heroicidad, que se cumple con sufrimiento sereno y decidido; el castigo ha de ser diligente y adecuado a la ofensa, público o secreto según la ofensa sea manifi esta o se halle aún oculta” (LÓPEZ, 1999:331-332).

Lope es un gran intérprete del sentir de la colectividad y de los ideales nacionales. El núcleo fundamental de sus obras dramáticas son las tradiciones españolas. “Su teatro ofrece una enorme variedad de asuntos, de personajes, de ambientes y situaciones, pero siempre hay una estrecha relación con lo hispánico” (LÓPEZ, 1999:331).

Una de las principales obras teatrales de Lope es “Fuente Ovejuna”. Se basa en un acontecimiento histórico: el levantamiento armado del pueblo cordobés contra el comendador de Calatrava. Así es una obra de contenido social y reivindicativo. Presenta la rebelión del pueblo, unido ante la tiranía y la injusticia expuestas crudamente a fi nales del siglo XV (Durante el reinado de los Reyes Católicos). La obra fue escrita, en 1612, y se puede considerar de una gran valentía y de carácter pedagógico.

La obra tiene como tema central el honor - en este caso la defensa del honor en los villanos – y como tema secundario la vida campesina.

31Fuente Ovejuna (3er Acto – Fragmentos)

(Vanse, y salen los labradores y las labradoras, con la cabez de Fernán Gómez en una lanza)

MÚSICOS ¡Muchos años vivan Isabel Y Fernando y mueran los tiranos!

BARRILDO Diga su copla Frondoso.

FRONDOSO Ya va mi copla a la fe; Si le faltare algún pie, Enmiéndelo el más curioso. Vivan la bella Isabel, Y Fernando de Aragón, Pues que para en uno son, Él con ella, ella con él! A los cielos San Miguel Lleve a los dos de las manos. ¡Vivan muchos años, y mueran los tiranos!

LAURENCIA Diga Barrildo

BARRILDO Ya va, Que a fe que la he pensado.

PASCUALA Si la dices con cuidado, buena y rebuena será

BARRILDO ¡Vivan los reyes famosos Muchos años, pues que tienen La vitoria, y a ser viene Nuestros dueños venturosos! Salgan siempre vitoriosos De gigantes y de enanos, ¡y mueran los tiranos! (…) MENGO Una mañana en domingo Me mandó azotar aquél, De manera que el rabel Daba espantoso respingo; Pero agora que lo pringo; ¡vivan los reyes cristiánigos, y mueran los tiránigos!

MÚSICOS ¡Vivan muchos años!

ESTEBAN Quita la cabeza allá.

MENGO Cara tiene de ahorcado.

(Saca un escudo JUAN ROJO, con las armas [reales])

CUADRADO Ya las armas han llegado.

ESTEBAN Mostrá las armas acá.

JUAN ROJO ¿Adónde se han de poner?

CUADRADO Aquí, en el ayuntamiento.

ESTEBAN ¡Vivan Castilla y León, y las barras de Aragón y muera la tiranía! Advertid, Fuente Ovejuna, a las palabras de un viejo; que el admitir su consejo no ha dañado vez ninguna. Los Reyes han de querer averiguar este caso, y más tan cerca del paso y jornada que han de hacer. Concertaos todos a una En lo que habéis de decir

FRONDOSO ¿Qué es tu consejo?

ESTEBAN Morir diciendo Fuente Ovejuna, y a nadie saquen de aquí.

FRONDOSO El camino derecho. Fuente Ovejuna lo ha hecho.

ESTEBAN ¿Queréis responder así?

TODOS Sí.

ESTEBAN Ahora pues, yo quiro ser Agora el pesquisidor, Para ensayarnos mejor En lo que habemos de hacer. Sea Mengo el que esté puesto En el tormento.

MENGO ¿No hallaste Otro más fl aco?

ESTEBAN ¿Quién mató al Comendador?

MENGO Fuente Ovejuna lo hizo.

ESTEBAN Perro, ¿si te martirizo?

MENGO Aunque me matéis; señor.

ESTEBAN Confi esa, ladrón.

MENGO Confi eso.

ESTEBAN Pues ¿quién fue?

MENGO Fuente Ovejuna.

323.2.1.2. Tirso de Molina y “El burlador de Sevilla”

Tirso de Molina, seudónimo de Gabriel Telles, nació en Madrid en 1579. De origen humilde, ingresó todavía joven en el convento, donde tuvo su vida relacionada a los designios de sus superiores, a los cuales servía con obediencia y dignidad. Eso le confi rió la ocupación del cargo de comendador en algunos conventos.

Tirso es, después de Lope y Calderón, la fi gura más importante del teatro español. Su teatro, aunque sigue al de Lope en la amplia libertad de su técnica y en su vivo dinamismo escénico, ofrece notas particulares, como son el presentar personajes fuertemente caracterizados.

Una gran característica de su obra es el elemento humorístico. Algunas de sus obras, proporcionaba a los lectores el entretenimiento, la admiración por las acciones complejas dentro de universos de burlas y enredos admirables. Garantía un humor refi nado, por la originalidad y la capacidad de conducir las palabras.

En 1630, presenta al mundo, por primera vez, el tipo Don Juan, a través de la obra “El Burlador de Sevilla y el Convidado de Piedra”. La obra presenta un joven rebelde, que parece concentrar la rebeldía de muchas personas. Uno de los elementos fundamentales presentados por Tirso, en esa obra, es el aspecto teológico, la creación de un prototipo adverso a la

ideología vigente – D. Juan – sin los convencionalismos sociales, las leyes familiares y divinas.

D. Juan es un joven sevillano, seductor, que no cree en el amor. Aunque sea profundamente católico, es un pecador en su esencia máxima y está a todo tiempo desafi ando Dios, en la medida que transgride las normas, viola las costumbres más sagradas, como respeto a los muertos e, incluso, al sacramento del matrimonio. Hay en su carácter una búsqueda incansable por el placer y, en esa búsqueda encuentra varias mujeres. Su poder de seducción es tan grande que goza a las mujeres, les propone casamiento y, enseguida, les descarta. Su objetivo es, pues, hacerlas perder la honra: “… el mayor gusto que en mí puede haber es burlar una mujer” (MOLINA, 1995).

El drama funde dos mitos: el del burlador que seduce o engaña a las mujeres y del libertino que por escarnio invita a cenar a un muerto.

El castigo del protagonista, que muere y se condena después del banquete macabro ofrecido por la estatua del comendador, a quien aquél había invitado a cenar, se presenta como el justo fi n de una desenfrenada vida de placeres. El siglo XVII no podía reaccionar de otro modo ante la fi gura de D. Juan, encarnación típicamente barroca del ansia nunca satisfecha de goces sensuales. El romanticismo, en cambio, adoptó otra actitud al ver en él un símbolo de la rebeldía contra las trabas de la moral y de los prejuicios sociales; de ahí el desenlace de la obra de Zorrilla4, en la que D. Juan acaba salvándose.

4 En el Romanticismo, José Zorrilla, rescribe el mito de D. Juan, en la obra “Don Juan Tenorio”.

EL Burlador de Sevilla y el Convidado de Piedra (Fragmentos)

JORNADA PRIMERA

Salen D. JUAN. TENORIO Y ISABELA, duquesa

ISABELA. Duque Octavio, por aquí podrás salir más seguro.

D. JUAN. Duquesa, de nuevo os juro de cumplir el dulce sí.

ISABELA. ¿Mis glorias serán verdades, promesas y ofrecimientos, regalos y cumplimientos, voluntades y amistades?

D. JUAN. Sí, mi bien.

ISABELA. Quiero sacar una luz.

33D. JUAN. Pues, ¿para qué?

ISABELA. Para que el alma dé fe del bien que llego a gozar.

D. JUAN. Mataréte la luz yo.

ISABELA. ¡Ah, cielo! ¿Quién eres, hombre?

D. JUAN. ¿Quién soy? Un hombre sin nombre.

ISABELA. ¿Que no eres el duque?

D. JUAN. No.

ISABELA. ¡Ah de palacio!

D. JUAN. Deténte; dame, duquesa, la mano.

ISABELA. No me detengas, villano. ¡Ah, del rey! ¡Soldados, gente!

Sale EL REY DE NÁPOLES con una vela en un candelero

REY. ¿Qué es esto?

ISABELA. ¡El rey! ¡Ay triste!

REY. ¿Quién eres?

D. JUAN. ¿Quién ha de ser? Un hombre y una mujer.

REY. Esto en prudencia consiste. ¡Ah, de mi guarda! Prendé a este hombre.

ISABELA. ¡Ay, perdido honor!

Sale D. PEDRO TENORIO, embajador de España, y GUARDA

D. PEDRO. ¡En tu cuarto, gran señor, voces! ¿Quién la causa fue?

REY. Don Pedro Tenorio, a vos esta prisión os encargo. Siendo corto, andad vos largo: mirad quién son estos dos. Y con secreto ha de ser, que algún mal suceso creo, porque si yo aquí lo veo no me queda más que ver. (Vase.)

D. PEDRO. ¡Prendelde!

D. JUAN. ¿Quién ha de osar? Bien puedo perder la vida, mas ha de ir tan bien vendida, que a alguno le ha de pesar.

D. PEDRO. ¡Matalde!

34

3.2.1.3. Pedro Calderón de la Barca y “El gran Teatro del Mundo”

Calderón de la Barca llega a la escena cuando Lope de Vega (creador del teatro nacional español) y sus discípulos habían creado un conjunto de convencio-nes dramáticas, un lenguaje teatral muy efi caz y bien aceptado por el público. Calderón continúa y perfec-ciona lo ya conseguido. Incorpora en su texto los más extremados recursos del barroco. Además es concep-tista y culteranista5 a la vez.

En Calderón, el elemento filosófico cobra una importancia decisiva, pues los temas morales de validez universal están siempre presentes en sus obras y la acción aparece a menudo subordinada al pensamiento.

La obra de Calderón (120 comedias, ochenta autos sacramentales y algunas piezas breves) pueden divi-dirse de la siguiente manera:

- Comedias de historia y leyenda española – cuen-ta historias de España.

- Comedias de honor y de celos – en ellas se plantea con mucha violencia el tema de honor conyugal. Los protagonistas, después de sutiles

razonamientos e impulsados por un deber social, matan la esposa, aunque sólo haya sospechas de su infidelidad.

- Comedias de capa y espada - son historias que desarrollan una complicada intriga amorosa, en un ambiente urbano y palaciego. Siempre terminan con la boda del galán con la dama.

- Comedias fi losófi cas – son dramas de ideas, hay siempre problemas fi losófi cos de trascendental impor-tancia. A este grupo pertenece “La Vida es Sueño”, de gran importancia dentro de la obra de Calderón, pues habla sobre la infl uencia de la educación en la vida del hombre; el poder de la voluntad frente al destino; la libertad y la inconsistencia de la realidad. Su resu-men es como sigue:

“Segismundo está preso desde su nacimiento por-que su padre, Basilio, rey de Polonia, da crédito a un augurio que dice que el príncipe ha de ser cruel e impío. Cuando llega a la edad adulta, decide ha-cer con él un experimento: llevarlo narcotizado al palacio para ver cómo reacciona y saber si se equi-vocó al encerrarlo. Como cabía de esperar, su com-portamiento es bárbaro y despiadado. Lo devuelven a la prisión y le hacen creer que cuando vivió en la corte fue un sueño. La confusión del protagonista lo

5 Las defi niciones para conceptismo y culteranismo serán dadas en el subcapítulo 3.2.3.

D. JUAN. ¿Quién os engaña? Resuelto en morir estoy, porque caballero soy del embajador de España. Llegue; que solo ha de ser quien me rinda.

D. PEDRO. Apartad; a ese cuarto os retirad todos con esa mujer. [Vanse.] Ya estamos solos los dos; muestra aquí tu esfuerzo y brío.

D. JUAN. Aunque tengo esfuerzo, tío, no le tengo para vos.

D. PEDRO. ¡Di quién eres!

D. JUAN. Ya lo digo: tu sobrino.

D. PEDRO. (¡Ay, corazón, que temo alguna traición!) ¿Qué es lo que has hecho enemigo? ¿Cómo estás de aquesa suerte? Dime presto lo que ha sido. ¡Desobediente, atrevido! Estoy por darte la muerte. Acaba.

D. JUAN. Tío y señor, mozo soy y mozo fuiste; y pues que de amor supiste, tenga disculpa mi amor. Y pues a decir me obligas la verdad, oye y diréla: yo engañe y gocé a Isabela la duquesa...

D. PEDRO. No prosigas; tente. ¿Cómo la engañaste? Habla quedo y cierra el labio.

D. JUAN. Fingí ser el duque Octavio.

D. PEDRO. No digas más, calla, baste.

35lleva a concluir dolorosamente que toda muestra de vida carece de realidad. Al verse nuevamente en la cárcel, le hace reprimir sus impulsos, moviéndose a obrar generosamente” (LÓPEZ, 1999:380).

Abajo, está una parte de la obra en que Segismundo llega a una conclusión negativa sobre la vida y el va-lor de la existencia humana:

“Sueña el rey que es rey, y vive con este engaño mandando, disponiendo y gobernando; y este aplauso, que recibe prestado, en el viento escribe, y en cenizas le convierte la muerte, ¡desdicha fuerte! ¿Que hay quien intente reinar, viendo que ha de despertar en el sueño de la muerte?

Sueña el rico en su riqueza, que más cuidados le ofrece; sueña el pobre que padece su miseria y su pobreza; sueña el que a medrar empieza,

sueña el que afana y pretende, sueña el que agravia y ofende, y en el mundo, en conclusión, todos sueñan lo que son, aunque ninguno lo entiende.

Yo sueño que estoy aquí destas prisiones cargado, y soñé que en otro estado más lisonjero me vi. ¿Qué es la vida? Un frenesí. ¿Qué es la vida? Una ilusión, una sombra, una fi cción, y el mayor bien es pequeño: que toda la vida es sueño, y los sueños, sueños son.”

- Comedias religiosas – habla de temas religiosos, como la devoción por la cruz, por ejemplo.

- Comedias fantásticas y mitológicas – habla de temas caballerescos, bien al gusto barroco.

- Los Autos Sacramentales – Con Calderón, el auto sacramental alcanzó la máxima perfección, hasta el punto de escribirlos para el ayuntamiento de Madrid.

El auto sacramental es una representación dramática en acto sólo, alegórica y referente a la Eucaristía, que era representado próximo al Corpus Christi. Tiene su origen como género en el siglo XVI y es una fusión entre los Misterios – presentaban una historia bien simple referente a las Sagradas escrituras – y las moralidades – representaban una historia compleja y se caracterizaban por una índole más alegórica y más fi losófi ca.

La representación de estos autos eran bien simples, pues era hecha en plaza pública – ayudando, de esa manera, la contrarreforma.

Su valor literario era de dos tipos: dogmático – referente a la Eucaristía – y poético. Este se dividía en dos subaspectos: lírico-épico, que está relacionado al uso de simbolismos y alegoría – los personajes son conceptos abstractos.

Auto Sacramental – El Gran Teatro del Mundo

El principal auto sacramental de Calderón de la Barca, El Gran Teatro del Mundo, además de poseer las características expuestas arriba, tiene también muchos aspectos barrocos, tales como: dinamismo y movilidad de la acción y de los personajes – todo pasa muy rápido – , equilibrio inestable; contrastes – todo es construido con antítesis y paradojas, como por ejemplo, el rico x el pobre, la hermosura x la discreción – ; tendencia a hipérboles y emoción.

La pieza es dividida en cinco momentos. En el primero, el autor, que es Dios, expone al mundo que quiere hacer una comedia de la vida; en el segundo, el autor distribuye los papeles – alegoría del nacimiento – y el mundo distribuye los adornos; en el tercero ocurre la representación de la vida y Dios se retira, en el cuarto hay la alegoría de la muerte en que todos tienen que devolver sus adornos; por fi n, en el quinto momento el autor (Dios) vuelve a la escena y pasa a juzgar las personas.

Dentro de la visión barroca de Calderón, se puede discutir dos características encontradas en la obra (ambas calcadas en la idea “Obrar bien, Dios es Dios”), son ellas: oposición entre representar x vivir y la cuestión del libre albedrío.

36Con relación a la primera característica, se puede

decir que la pieza es la propia representación de la vida, o sea, vivir es representar. Esa representación está relacionada a la fi losofía católica, ya que la vida verdadera es aquella después de la muerte. Esa que tenemos como real sería solamente una escenifi cación, es decir, la vida es un gran teatro, que, en relación a la obra en cuestión, posee personajes humanos, que son: el labrador – encarna el prejuicio contra el trabajo manual –; el pobre – sirve de pretexto para que otros personajes se expongan –; el rey – representa el poder – y el rico – y la hermosura, que encarnan la fi losofía del Carpe Diem. La obra tiene, también personajes no humanos: el mundo – que representa el propio teatro, el palco –; el autor

– Dios –; la ley – que hace el papel del coro – y la voz – que hace el papel de la muerte.

El gran tema de la obra es el libre albedrío, es decir, el derecho de escoger. Pero el hecho de escoger es un tanto comprometido, ya que la vida eterna sólo será dada a quien seguir los dogmas de la iglesia. Así, en realidad, este tema es lo de la fi losofía moral, pues plantea la discusión sobre hasta que punto va la libertad del hombre, puesto que los papeles que van asumir son decididos por Dios. Eso puede ser comprobado, a partir del siguiente trozo sacado del texto: “Pero yo, Autor soberano, / sé bien qué papel hará / mejor cada uno; / así va / repartiéndolos mi mano.”

El Gran Teatro del Mundo (Fragmentos)

Pero yo, Autor soberano, sé bien qué papel hará mejor cada uno; así va repartiéndolos mi mano. Haz tú el Rey. (Da su papel a cada uno.)

REY. Honores gano.

AUTOR. La dama, que es la hermosura humana, tú.

HERMOSURA. ¡Qué ventura!

AUTOR. Haz tú al rico, al poderoso.

RICO. En fi n, nazco venturoso a ver del sol la luz pura.

AUTOR. Tú has de hacer al labrador.

LABRADOR. ¿Es ofi cio o benefi cio?

AUTOR. Es un trabajoso ofi cio.

LABRADOR

Seré mal trabajador. Por vida vuestra, Señor, que aunque soy hijo de Adán, que no me deis este afán, aunque me deis posesiones, porque tengo presumpciones que he de ser grande holgazán. De mi natural infi ero,

37con ser tan nuevo, Señor, que seré mal cavador y seré peor quintero; si aquí valiera un “no quiero” dijérale, mas delante de un autor tan elegante, nada un “no quiero” remedia, y así seré en la comedia el peor representante. Como sois cuerdo, me dais como el talento el ofi cio, y así mi poco jüicio sufrís y disimuláis; nieve como lana dais; justo sois, no hay que quejarme; y pues que ya perdonarme vuestro amor me muestra en él, yo haré, Señor, mi papel despacio por no cansarme.

AUTOR. Tú la discreción harás.

DISCRECIÓN. Venturoso estado sigo.

AUTOR. Haz tú al mísero, al mendigo.

POBRE. ¿Aqueste papel me das?

AUTOR. Tú sin nacer morirás.

NIÑO. Poco estudio el papel tiene.

AUTOR

Así mi ciencia previene que represente el que viva. Justicia distributiva soy, y es lo que os conviene.

POBRE

Si yo pudiera excusarme deste papel, me excusara, cuando mi vida repara en el que has querido darme; y ya que no declararme puedo, aunque atrevido quiera, le tomo, mas considera, ya que he de hacer el mendigo, no, Señor, lo que te digo,

38lo que decirte quisiera. ¿Por qué tengo de hacer yo el pobre en esta comedia? ¿Para mí ha de ser tragedia, y para los otros no? ¿Cuando este papel me dio tu mano, no me dio en él igual alma a la de aquel que hace al rey? ¿Igual sentido? ¿Igual ser? Pues ¿por qué ha sido tan desigual mi papel? Si de otro barro me hicieras, si de otra alma me adornaras, menos vida me fïaras, menos sentidos me dieras; ya parece que tuvieras otro motivo, Señor; pero parece rigor, perdona decir crüel, el ser mejor su papel no siendo su ser mejor.

AUTOR

En la representación igualmente satisface el que bien al pobre hace con afecto, alma y acción como el que hace al rey, y son iguales este y aquel en acabando el papel. Haz tú bien el tuyo y piensa que para la recompensa yo te igualaré con él. No porque pena te sobre, siendo pobre, es en mi ley mejor papel el del rey si hace bien el suyo el pobre; uno y otro de mí cobre todo el salario después que haya merecido, pues con cualquier papel se gana, que toda la vida humana representaciones es. Y la comedia acabada ha de cenar a mi lado el que haya representado,

39

3.2.2. Cervantes y su Obra

La vida de Miguel de Cervantes Saavedra (1547 – 1616) siempre fue muy conturbada: En 1571, como soldado, interviene heroicamente en la Batalla de Levanto, recibiendo heridas en el pecho y en la mano izquierda, que hará con que nunca más su brazo se quede sano; estará tres veces en la cárcel – la primera, cuando es llevado por unos piratas y las otras dos cuando está trabajando, recogiendo dinero y comida para la Armada Invencible.

Con relación a su carácter, hay que destacar la dignidad y entereza con que supo hacer frente a la adversidad de su vida. Casi no obtuvo éxito con sus obras. La única que le trajo algo de fama fue El Quijote. Mismo así, había personas que, todavía, no hablaban bien de ella, como Lope de Vega, por ejemplo.

Su poesía, aunque Cervantes siempre mostrara afi ción a escribir versos, no se encuentra a la altura de la prosa. Gran parte de sus versos se hallan intercalados en las obras en prosa.

Su producción teatral es bastante extensa y mejor que la poética, pero todavía no va alcanzar un gran éxito. En un primer momento, va a escribir siguiendo el teatro humanístico del siglo XVI, es decir, no va a seguir las innovaciones de Lope de Vega. Más tarde, en un según momento, percibe que las cosas cambian con el tiempo, y va a seguir el teatro popular de Lope.

La vida y la obra de Cervantes se pasan en el cruce de lo siglos XVI y XVII, o sea, están entre el Renacimiento y el Barroco. La formación cultural de Cervantes es renacentista (idealismo, platonismo, fe en la Naturaleza son rasgos que están presentes en muchas de sus obras). Pero las circunstancias personales de su vida y los acontecimientos históricos (el comienzo de la decadencia española) añaden, con el tiempo, un tono de crítica, pesimismo, contrastes, conciencia de la doble realidad en sus obras, lo que supone un avance hacia el barroco.

La 1ª obra literaria de Cervantes es “La Galatea” (1585), una novela pastoril, con los rasgos propios

del género, que cuenta los amores de Elicio y Galatea en medio de un paisaje idealizado.

Las Novelas6 Ejemplares son una elección de doce novelas cortas, publicadas en 1613, es decir, fueron escritas entre la primera y la segunda parte del Quijote. Cervantes manifi esta su legítimo orgullo por haber sido el primero en adaptar este género de procedencia italiana a la lengua española. En cuanto al califi cativo de ejemplares, no debe entenderse en un sentido moral estricto, sino como enseñanza para la vida.

Ángel Valbuena Prat estableció una división tripartida según el grado de realismo de los relatos (PEDRAZA & RODRÍGUEZ, 2000:229).

• Novelas idealistas: El amante liberal, la señora Cornelia, La española inglesa, Las dos doncellas, La fuerza de la sangre.

• Novelas ideorrealistas: La gitanilla, La ilustre fregona, El casamiento engañoso, El celoso extremeño.

• Novelas realistas: Rinconete y Cortadillo, El coloquio de los perros, El licenciado Vidriera.

Conviene subrayar cómo el autor no solo acerca o se aleja de las técnicas realistas, sino que ofrece enfoques contrapuestos al lector y al novelista que quiere aprender de él. En los relatos señalados en primer lugar predomina la tensión argumental, a menudo sostenida en aventuras fantásticas y peripecias poco verosímiles.

En cambio, en las novelas ideorrealistas se combinan los recursos de la narración irreal (como, por ejemplo, la belleza y perfección casi divinas de las protagonistas de La gitanilla y La ilustre fregona) con la descripción de ambientes y escenarios de la vida cotidiana y las observaciones exactas sobre el comportamiento humano.

Con Rinconete y Cortadillo, que pertenece al tercer grupo de novelas, Cervantes aborda la materia picaresca. El narrador es omnisciente e irónico: no

6 Por novela se entendió en el siglo XVII la narración breve intermedia entre el cuento y la novela extensa, o sea, lo que hoy se llama novela corta.

sin haber errado en nada, su parte más acertada; allí igualaré a los dos.

HERMOSURA. Pues decidnos, Señor, Vós, ¿cómo en lengua de la fama esta comedia se llama?

AUTOR. Obrar bien, que Dios es Dios.

40se tiene el punto de vista del protagonista. Además la obra carece de clímax fi nal, la historia queda abierta.

El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha

Don Quijote de la Mancha se publicó en dos partes. Al aparecer la primera en 1605, hubo un considerable revuelo en le mundo literario. Con algunas voces discordantes, como la de Lope de Vega, la opinión general proclamó que se trataba de una obra de excepción. El éxito fue inmediato. En vida del autor se realizaron 16 ediciones y se tradujo al inglés y al francés.

La segunda parte (1615) tuvo que ser concluida precipitadamente porque un tal Alonso Fernández de Avellaneda, cuya identidad se ignora, había publicado en 1614 en Tarragona una continuación de las aventuras de don Quijote. Todo parece indicar que se trata de un seudónimo. Debe de ocultarse tras él un rival del autor, ya que en el prólogo lo insulta y denigra. Se piensa quizá pertenecía al círculo de Lope. Cervantes se vio obligado a modifi car el plan de su obra para no coincidir con su imitador.

Los primeros capítulos del quijote pueden hacernos pensar en una novela corta: no hay digresiones, los episodios se suceden con rapidez. Sin embrago, luego en los próximos capítulos, Cervantes abandonó la economía con que hasta ese momento había llevado el relato. Combinó las aventuras de don Quijote y Sancho con excursos narrativos: la historia de de Marcela y Grisóstomo (novela pastoril); la del curioso impertinente (psicológica), etc.

- La caracterización de los personajes: El protagonista es un hidalgo que goza de un mediano pasar. Los ratos que estaba ocioso, que eran los más del año, los dedicaba a leer libros de caballerías. Poco a poco ese mundo fantástico va apoderándose de su cerebro y cae en la locura de interpretar lo que ocurre en la realidad como si se tratara de una de esas novelas. En ellas encuentra justamente lo que a él le falta: acción, aventuras, amor ...

Si don Quijote no tuviera más trasfondo, sería simplemente un fi gurón cómico. El acierto de Cervantes consiste en haber pintado una criatura sumamente compleja, en la que alternan los disparates caballerescos y la refl exión sensata. La hondura del personaje se acrecienta con su bondad. Aunque yerre y resulte ridículo, vemos que todas sus aventuras se encaminan a lo que él considera la práctica del bien y la justicia. Al principio está convencido de su misión como caballero andante; pero en la segunda parte, precisamente cuando los demás siguen su juego, empieza a dudar de tarea. La duda da paso al desengaño y, con él, a la muerte (PEDRAZA & RODRÍGUEZ, 2000:226).

Por lo que a Sancho respecta, tradicionalmente se ha visto en él un contrapunto de don Quijote, tanto en lo físico con en la moral. Eso es una simplifi cación de un personaje mucho más rico y complejo. Cierto que se muestra más realista y materialista que don Quijote, pero en ocasiones es también ingenio y se ilusiona con las mismas fantasías que el hidalgo.

A lo largo del relato, Sancho se va contagiando de la mentalidad de don Quijote y de su forma de hablar, fenómeno que también se produce en sentido inverso. Al fi nal, cuando el hidalgo está ya desengañado, es su escudero quien lo anima a seguir sus aventuras (PEDRAZA & RODRÍGUEZ, 2000:226-227).

Don Quijote es publicado en una época en que el espíritu de España es de mucha inseguridad e inquietud, bien al gusto del barroco. De esa forma, está claro que la obra D. Quijote, por estar inserida en este período, va a tener muchos rasgos de él, tales como: conciencia de la fi cción; realismo de los detalles x irrealidad de la concepción general; idealismo romántico x racionalismo realista; naturaleza doble del héroe (sublime x grotesco); mezcla de lo cómico y de lo trágico; estructura bastante libre.

Tratándose de la conciencia de la fi cción se puede decir que Cervantes hizo un juego entre realidad y fi cción, cuando en el segundo libro, pone D, Quijote conocedor de que fue personaje en el primer libro. Además, el personaje imita en la vida el arte, una vez que enloquece y pasa a vivenciar las experiencias de un caballero de las novelas de caballería.

Las escenas del Quijote son muy verdaderas, de esa manera, ocurriendo un realismo de los detalles, pero, a la vez hay la irrealidad de la concepción general, pues un individuo quiere vivenciar experiencias fi cticias de las novelas de caballería. Siendo así, esa contraposición entre lo real y lo irreal constituye una gran paradoja dentro de la obra.

El gran éxito de la obra es atribuido a los dos personajes centrales, D. Quijote y Sancho. Don Quijote sería la fi gura que encarnaría la idea, preocupándose con el más allá, el misticismo y el espiritual, totalmente despreocupado con el concreto, con el cotidiano. Sancho ya sería el opuesto, es decir, volcado para el plan terrenal y aprovechador de los placeres. Mientras tanto estos dos personajes no son maniqueístas, o sea, D. Quijote no es sólo idealista, una vez que sus valores son los del hombre español de la época y sancho, por su vez, no es sólo racionalista ya que concuerda con las fantasías de Quijote dejando casa, hijos y familia.

Otra cuestión de la obra es la oscilación entre lo sublime y lo grotesco como naturaleza del héroe. Don

41Quijote es sublime en el ideal que encarna, ya que mismo con sus fracasos, no pierde su dignidad. Al mismo tiempo es grotesco, una vez que es caricaturado por su prosaísmo y por su defasaje que existe entre su sueño y la realidad concreta.

Hay también en la obra la mezcla entre lo trágico y lo cómico. D. Quijote no sería un personaje trágico en los moldes Shakesperianos o de los griegos, pues su

sufrimiento (lo trágico de la obra) es atenuado por la comicidad de las escenas.

La estructura de la obra es libre y episódica y la casualidad desempeña un papel fundamental, ya que los personajes D. Quijote y Sancho Panza salen a la búsqueda de aventuras y van viviendo historias completamente distintas e independientes una de las otras.

Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha (Fragmentos)

Capítulo octavo

Del buen suceso que el valeroso Don Quijote tuvo en la espantable y jamás imaginada aventura de los molinos de viento, con otros sucesos dignos de felice recordación

En esto descubrieron treinta o cuarenta molinos de viento que hay en aquel campo, y así como Don Quijote los vió, dijo a su escudero: la ventura va guiando nuestras cosas mejor de lo que acertáramos a desear; porque ves allí, amigo Sancho Panza, donde se descubren treinta o poco más desaforados gigantes con quien pienso hacer batalla, y quitarles a todos las vidas, con cuyos despojos comenzaremos a enriquecer: que esta es buena guerra, y es gran servicio de Dios quitar tan mala simiente de sobre la faz de la tierra. ¿Qué gigantes? dijo Sancho Panza.

Aquellos que allí ves, respondió su amo, de los brazos largos, que los suelen tener algunos de casi dos leguas. Mire vuestra merced, respondió Sancho, que aquellos que allí se parecen no son gigantes, sino molinos de viento, y lo que en ellos parecen brazos son las aspas, que volteadas del viento hacen andar la piedra del molino. Bien parece, respondió Don Quijote, que no estás cursado en esto de las aventuras; ellos son gigantes, y si tienes miedo quítate de ahí, y ponte en oración en el espacio que yo voy a entrar con ellos en fi era y desigual batalla. Y diciendo esto, dio de espuelas a su caballo Rocinante, sin atender a las voces que su escudero Sancho le daba, advirtiéndole que sin duda alguna eran molinos de viento, y no gigantes aquellos que iba a acometer. Pero él iba tan puesto en que eran gigantes, que ni oía las voces de su escudero Sancho, ni echaba de ver, aunque estaba ya bien cerca, lo que eran; antes iba diciendo en voces altas: non fuyades, cobardes y viles criaturas, que un solo caballero es el que os acomete. Levantóse en esto un poco de viento y las grandes aspas comenzaron a moverse, lo cual visto

por Don Quijote, dijo: pues aunque mováis más brazos que los del gigante Briareo, me lo habéis de pagar.

Y en diciendo esto, y encomendándose de todo corazón a su señora Dulcinea, pidiéndole que en tal trance le socorriese, bien cubierto de su rodela, con la lanza en ristre, arremetió a todo el galope de Rocinante, y embistió con el primer molino que estaba delante; y dándole una lanzada en el aspa, la volvió el viento con tanta furia, que hizo la lanza pedazos, llevándose tras sí al caballo y al caballero, que fue rodando muy maltrecho por el campo. Acudió Sancho Panza a socorrerle a todo el correr de su asno, y cuando llegó, halló que no se podía menear, tal fue el golpe que dio con él Rocinante. ¡Válame Dios! dijo Sancho; ¿no le dije yo a vuestra merced que mirase bien lo que hacía, que no eran sino molinos de viento, y no los podía ignorar sino quien llevase otros tales en la cabeza? Calla, amigo Sancho, respondió Don Quijote, que las cosas de la guerra, más que otras, están sujetas a continua mudanza, cuanto más que yo pienso, y es así verdad, que aquel sabio Frestón, que me robó el aposento y los libros, ha vuelto estos gigantes en molinos por quitarme la gloria de su vencimiento: tal es la enemistad que me tiene; mas al cabo al cabo han de poder poco sus malas artes contra la voluntad de mi espada. Dios lo haga como puede, respondió Sancho Panza. Y ayudándole a levantar, tornó a subir sobre Rocinante, que medio despaldado estaba; y hablando en la pasada aventura, siguieron el camino del puerto Lápice, porque allí decía Don Quijote que no era posible dejar de hallarse muchas y diversas aventuras, por ser lugar muy pasajero; sino que iba muy pesaroso por haberle faltado la lanza y diciéndoselo a su escudero, dijo: yo me acuerdo haber leído que un caballero español, llamado Diego Pérez de Vargas, habiéndosele en una batalla roto la espada, desgajó de una encina un pesado ramo o tronco, y con él hizo tales cosas aquel día, y machacó tantos moros, que le quedó por sobrenombre Machuca, y

42 así él, como sus descendientes, se llamaron desde aquel día en adelante Vargas y Machuca. Hete dicho esto, porque de la primera encina o roble que se me depare, pienso desgajar otro tronco tal y bueno como aquel, que me imagino y pienso hacer con él tales hazañas, que tú te tengas por bien afortunado de haber merecido venir a verlas, y aser testigo de cosas que apenas podrán ser creídas. A la mano de Dios, dijo Sancho, yo lo creo todo así como vuestra merced lo dice; pero enderécese un poco, que parece que va de medio lado, y debe de ser del molimiento de la caída. Así es la verdad, respondió Don Quijote; y si no me quejo del dolor, es porque no es dado a los caballeros andantes quejarse de herida alguna, aunque se le salgan las tripas por ella. Si eso es así, no tengo yo que replicar, respondió Sancho; pero sabe Dios si yo me holgara que vuestra merced se quejara cuando alguna cosa le doliera. De mí sé decir, que me he de quejar del más pequeño dolor que tenga, si ya no se entiende también con los escuderos de los caballeros andantes eso del no quejarse.

No se dejó de reír Don Quijote de la simplicidad de su escudero; y así le declaró que podía muy bien quejarse, como y cuando quisiese, sin gana o con ella, que hasta entonces no había leído cosa en contrario en la orden de caballería. Díjole Sancho que mirase que era hora de comer. Respondióle su amo que por entonces no le hacía menester; que comiese él cuando se le antojase. Con esta licencia se acomodó Sancho lo mejor que pudo sobre su jumento, y sacando de las alforjas lo que en ellas había puesto, iba caminando y comiendo detrás de su amo muy despacio, y de cuando en cuando empinaba la bota con tanto gusto, que le pudiera envidiar el más regalado bodegonero de Málaga. Y en tanto que él iba de aquella manera menudeando tragos, no se le acordaba de ninguna promesa que su amo le hubiese hecho, ni tenía por ningún trabajo, sino por mucho descanso, andar buscando las aventuras por peligrosas que fuesen. En resolución, aquella noche la pasaron entre unos árboles, y del uno de ellos desgajó Don Quijote un ramo seco, que casi le podía servir de lanza, y puso en él el hierro que quitó de la que se le había quebrado. Toda aquella noche no durmió Don Quijote, pensando en su señora Dulcinea, por acomodarse a lo que había leído en sus libros, cuando los caballeros pasaban sin dormir muchas noches en las fl orestas y despoblados, entretenidos en las memorias de sus señoras.

No la pasó así Sancho Panza, que como tenía el estómago lleno, y no de agua de chicoria, de un sueño se la llevó toda, y no fueran parte para despertarle, si su amo no le llamara, los rayos del

sol que le daban en el rostro, ni el canto de las aves, que muchas y muy regocijadamente la venida del nuevo día saludaban. Al levantarse dio un tiento a la bota, y hallóla algo más fl aca que la noche antes, y afl igiósele el corazón por parecerle que no llevaban camino de remediar tan presto su falta. No quiso desayunarse Don Quijote porque como está dicho, dio en sustentarse de sabrosas memorias.

Tornaron a su comenzado camino del puerto Lápice, y a hora de las tres del día le descubrieron. Aquí, dijo en viéndole Don Quijote, podemos, hermano Sancho Panza, meter las manos hasta los codos en esto que llaman aventuras, mas advierte que, aunque me veas en los mayores peligros del mundo, no has de poner mano a tu espada para defenderme, si ya no vieres que los que me ofenden es canalla y gente baja, que en tal caso bien puedes ayudarme; pero si fueren caballeros, en ninguna manera te es lícito ni concedido por las leyes de caballería que me ayudes, hasta que seas armado caballero. Por cierto, señor, respondió Sancho, que vuestra merced será muy bien obedecido en esto, y más que yo de mío me soy pacífi co y enemigo de meterme en ruidos y pendencias; bien es verdad que en lo que tocare a defender mi persona no tendré mucha cuenta con esas leyes, pues las divinas y humanas permiten que cada uno se defi enda de quien quisiere agraviarle. No digo yo menos, respondió Don Quijote; pero en esto de ayudarme contra caballeros, has de tener a raya tus naturales ímpetus. Digo que sí lo haré, respondió Sancho, y que guardaré ese precepto tan bien como el día del domingo. Estando en estas razones, asomaron por el camino dos frailes de la orden de San Benito, caballeros sobre dos dromedarios, que no eran más pequeñas dos mulas en que venían. Traían sus anteojos de camino y sus quitasoles. Detrás de ellos venía un coche con cuatro o cinco de a caballo que les acompañaban, y dos mozos de mulas a pie. Venía en el coche, como después se supo, una señora vizcaína que ia a Sevilla, donde estaba su marido que pasaba a las Indias con muy honroso cargo. No venían los frailes con ella, aunque iban el mismo camino; mas apenas los divisó Don Quijote, cuando dijo a su escudero: o yo me engaño, o esta ha de ser la más famosa aventura que se haya visto, porque aquellos bultos negros que allí parecen, deben ser, y son sin duda, algunos encantadores que llevan hurtada alguna princesa en aquel coche, y es menester deshacer este tuerto a todo mi poderío. Peor será esto que los molinos de viento, dijo Sancho. Mire señor, que aquellos son frailes de San Benito, y el coche debe de ser de alguna gente pasajera: mire que digo que mire bien lo que hace, no sea el diablo que le engañe. Ya te he dicho, Sancho, respondió Don Quijote, que

43sabes poco de achaques de aventuras: lo que yo digo es verdad, y ahora lo verás. Y diciendo esto se adelantó, y se puso en la mitad del camino por donde los frailes venían, y en llegando tan cerca que a él le pareció que le podían oír lo que dijese, en alta voz dijo: gente endiablada y descomunal, dejad luego al punto las altas princesas que en ese coche lleváis forzadas, si no, aparejáos a recibir presta muerte por justo castigo de vuestras malas obras.

Detuvieron los frailes las riendas, y quedaron admirados, así de la fi gura de Don Quijote, como de sus razones; a las cuales respondieron: señor caballero, nosotros no somos endiablados ni descomunales, sino dos religiosos de San Benito, que vamos a nuestro camino, y no sabemos si en este coche vienen o no ningunas forzadas princesas. Para conmigo no hay palabras blandas, que ya yo os conozco, fementida canalla, dijo Don Quijote. Y sin esperar más respuesta, picó a Rocinante, y la lanza baja arremetió contra el primer fraile con tanta furia y denuedo, que si el fraile no se dejara caer de la mula, él le hiciera venir al suelo mal de su grado, y aun mal ferido si no cayera muerto. El segundo religioso, que vio del modo que trataban a su compañero, puso piernas al castillo de su buena mula, y comenzó a correr por aquella campaña más ligero que el mismo viento. Sancho Panza que vio en el suelo al fraile, apeándose ligeramente de su asno, arremetió a él y le comenzó a quitar los hábitos. Llegaron en esto dos mozos de los frailes, y preguntáronle que por qué le desnudaba. Respondióles Sancho que aquello le tocaba a él legítimamente, como despojos de la batalla que su señor Don Quijote había ganado. Los mozos, que no sabían de burla, ni entendían aquello de despojos ni batallas, viendo que ya Don Quijote estaba desviado de allí, hablando con las que en el coche venían, arremetieron con Sancho, y dieron con él en el suelo; y sin dejarle pelo en las barbas le molieron a coces y le dejaron tendido en el suelo sin aliento ni sentido: y sin detenerse un punto, tornó a subir el fraile, todo temeroso y acobardado y sin color en el rostro y cuando se vio a caballo picó tras su compañero, que un buen espacio de allí le estaba aguardando, y esperando en qué paraba aquel sobresalto; y sin querer aguardar el fi n de todo aquel comenzado suceso, siguieron su camino haciéndose más cruces que si llevaran el diablo a las espaldas. Don Quijote estaba, como se ha dicho, hablando con la señora del coche, diciéndole: la vuestra fermosura, señora mía, puede facer de su persona lo que más le viniera en talante, porque ya la soberbia de vuestros robadores yace por el suelo derribada por este mi fuerte brazo; y porque no penéis por saber el nombre de vuestro libertador, sabed que yo me llamo Don Quijote de la Mancha,

caballero andante y aventurero, y cautivo de la sin par y hermosa doña Dulcinea del Toboso; y en pago del benefi cio que de mí habéis recibido o quiero otra cosa sino que volváis al Toboso, y que de mi parte os presentéis ante esta señora, y le digáis lo que por vuestra libertad he fecho. Todo esto que Don Quijote decía, escuchaba un escudero de los que el coche acompañaban, que era vizcaíno; el cual, viendo que no quería dejar pasar el coche adelante, sino que decía que luego había de dar la vuelta al Toboso, se fue para Don Quijote, y asiéndole de la lanza le dijo en mala lengua castellana, y peor vizcaína, de esta manera: anda, caballero, que mal andes; por el Dios que crióme, que si no dejas coche, así te matas como estás ahí vizcaíno. Entendióle muy bien Don Quijote, y con mucho sosiego le respondió: si fueras caballero, como no lo eres, ya yo hubiera castigado tu sandez y atrevimiento, cautiva criatura. A lo cual replicó el vizcaíno: ¿yo no caballero? juro a Dios tan mientes como cristiano; si lanza arrojas y espada sacas, el agua cuán presto verás que el gato llevas; vizcaíno por tierra, hidalgo por mar, hidalgo por el diablo; y mientes, que mira si otra dices cosa. Ahora lo veredes, dijo Agraves, respondió Don Quijote; y arrojando la lanza en el suelo, sacó su espada y embrazó su rodela, y arremetió al vizcaíno con determinación de quitarle la vida.

El vizcaíno, que así le vio venir, aunque quisiera apearse de la mula, que por ser de las malas de alquiler, no había que fi ar en ella, no pudo hacer otra cosa sino sacar su espada; pero avínole bien que se halló junto al coche, de donde pudo tomar una almohada que le sirvió de escudo, y luego fueron el uno para el otro, como si fueran dos mortales enemigos. La demás gente quisiera ponerlos en paz; mas no pudo, porque decía el vizcaíno en sus mal trabadas razones, que si no le dejaban acabar su batalla, que él mismo había de matar a su ama y a toda la gente que se lo estorbase. La señora del coche, admirada y temerosa de lo que veía, hizo al cochero que se desviase de allí algún poco, y desde lejos se puso a mirar la rigurosa contienda, en el discurso de la cual dio el vizcaíno una gran cuchillada a Don Quijote encima de un hombro por encima de la rodela, que a dársela sin defensa, le abriera hasta la cintura. Don Quijote, que sintió la pesadumbre de aquel desaforado golpe, dio una gran voz, diciendo: ¡oh señora de mi alma, Dulcinea, fl or de la fermosura, socorred a este vuestro caballero, que por satisfacer a la vuestra mucha bondad, en este riguroso trance se halla! El decir esto, y el apretar la espada, y el cubrirse bien de su rodela, y el arremeter al vizcaíno, todo fue en un tiempo, llevando determinación de aventurarlo todo a la de un solo golpe. El vizcaíno, que así le vio venir

44 contra él, bien entendió por su denuedo su coraje, y determinó hacer lo mismo que Don Quijote: y así le aguardó bien cubierto de su almohada, sin poder rodear la mula a una ni a otra parte, que ya de puro cansada, y no hecha a semejantes niñerías, no podía dar un paso. Venía, pues, como se ha dicho, Don Quijote contra el cauto vizcaíno con la espada en alto, con determinación de abrirle por medio, y el vizcaíno le aguardaba asimismo, levantada la espada y aforrado con su almohada, y todos los circunstantes estaban temerosos y colgados de lo que había de suceder de aquellos tamaños golpes con que se amenazaban, y la señora del coche y las demás criadas suyas estaban haciendo mil votos y ofrecimientos a todas las imágenes y casas de devoción de España, porque Dios librase a su

escudero y a ellas de aquel tan grande peligro en que se hallaban. Pero está el daño de todo esto, que en este punto y término deja el autor de esta historia esta batalla, disculpándose que no halló más escrito destas hazañas de Don Quijote, de las que deja referidas. Bien es verdad que el segundo autor de esta obra no quiso creer que tan curiosa historia estuviese entregada a las leyes del olvido, ni que hubiesen sido tan poco curiosos los ingenios de la Mancha que no tuviesen en sus archivos o en sus escritorios algunos papeles que de este famoso caballero tratasen; y así, con esta imaginación, no se desesperó de hallar el fi n de esta apacible historia, el cual, siéndole el cielo favorable, le halló del modo que se contará en el siguiente capítulo.

3.2.3. La Poesía Barroca

Como siempre hay una correlación entre política y literatura, es evidente que la literatura española del si-glo XVII no podía ser idéntica a la del siglo anterior. En la lírica, por ejemplo, se ha roto aquel equilibrio del renacimiento. La admirable fusión entre fondo (conte-nido) y forma, sin predominio manifi esto del uno o de la otra, ha terminado. Unos poetas, los culteranos, per-seguían locamente la conquista de la forma y sus más altos primores, con menosprecio del contenido; otros, los conceptistas, atenderán primordialmente a éste.

Hay estudiosos literarios que dicen que el culteranismo sería un vicio de forma y el conceptismo, un vicio de fondo. Pero eso no es verdad. La separación de ambas tendencias es muy difícil y más de una vez culteranismo y conceptismo se entrecruzan, se funden en un mismo fenómeno: la metáfora propia del culteranismo (gongorismo), por ejemplo, es también, un juego conceptual.

Culteranismo

Por haber sido Góngora su más caracterizado representante, se le viene llamando culteranismo o cultismo, también de gongorismo y corresponde cronológicamente con otros movimientos similares en distintas literaturas europeas: el marinismo, en Italia; el preciosismo, en Francia; el eufuismo, en Inglaterra.

Caracteres y procedimientos del culteranismo

La poesía culterana debe tener su lenguaje propio, buscando así, procedimientos especiales:

- Al vocabulario: el léxico se renueva, el vocabulario se enriquece por la introducción de innumerables términos no usados hasta entonces. Tales términos son tomados, principalmente del latín.

- A la sintaxis: la sintaxis se revoluciona. Por medio de transposiciones, de hipérbatos violentos, se aspira la creación de una lengua nueva. Hay presencia, también, muy frecuente de la gradación.

- Al lenguaje poético, en forma de metáforas.

- A los motivos mitológicos: con los culteranos, la presencia de toda la clase de personajes del mundo grecolatino, introducidos por el renacimiento, van a multiplicarse en número alarmante.

En síntesis: El cultismo gongorino creó una lengua oscura, pródiga de latinismos, hipérbatos, muy compleja en su organización sintáctica. A estas difi cultades se añade, todavía, el uso de metáforas difíciles.

El mayor representante del culteranismo y su

creador, Luís de Góngora (1561 – 1627), se ordenó sacerdote, en 1617, y fue nombrado capellán real. Mantuvo una dura guerra literaria, durante muchos años, con Lope de Vega y Quevedo.

Como buen barroco, presenta en sus versos violentos contrastes. Alterna la visión ascendente y la degradante. Hay obras de tono exaltado, de una belleza refi nada y colorista, mientras que en otras aparece la ridicularización de mitos poéticos o los aspectos más groseros de la realidad. Estos contrastes se dan a veces en una misma composición (PEDRAZA & RODRÍGUEZ, 2000:265).

45A UNA ROSA

Ayer naciste, y morirás mañana.Para tan breve ser, ¿quién te dio vida?¿Para vivir tan poco estás lucida?Y, ¿para no ser nada estás lozana?

Si te engañó su hermosura vana,bien presto la verás desvanecida,porque en tu hermosura está escondidala ocasión de morir muerte temprana.

Cuando te corte la robusta mano,ley de la agricultura permitida,grosero aliento acabará tu suerte.No salgas, que te aguarda algún tirano;

dilata tu nacer para la vida,que anticipas tu ser para tu muerte.Ya besando unas manos cristalinas,ya anudándose a un blanco y liso cuello,

ya esparciendo por él aquel cabelloque Amor sacó entre el oro de sus minas,ya quebrando en aquellas perlas fi naspalabras dulces mil sin merecello,

ya cogiendo de cada labio bellopurpúreas rosas sin temor de espinas,

estaba, oh, claro sol invidïoso,cuando tu luz, hiriéndome los ojos,

mató mi gloria y acabó mi suerte.Si el cielo ya no es menos poderoso,porque no den los suyos más enojos,rayos, como a tu hijo, te den muerte.

GOZAD DE LA HERMOSA JUVENTUD

Mientras por competir con tu cabello,oro bruñido al sol relumbra en vano;mientras con menosprecio en medio el llanomira tu blanca frente el lilio bello;

mientras a cada labio, por cogello,siguen más ojos que al clavel temprano,y mientras triunfa con desdén lozanodel luciente cristal tu gentil cuello,

goza cuello, cabello, labio y frente,antes que lo que fue en tu edad doradaoro, lirio, clavel, cristal luciente,

no sólo en plata o viola troncadase vuelva, más tú y ello juntamenteen tierra, en humo, en polvo, en sombra, en nada.

Conceptismo Es muy difícil aislar bien el culteranismo del conceptismo.

Decir que el primero atiende primordialmente a la forma y el segundo a la idea es enunciar una sola de sus notas.

El conceptismo se fundaba en el refi namiento de la abstracción.

Aspectos internos del conceptismo

Hay algunas notas que defi nen el conceptismo en función de contenido:

- La agudeza: la agudeza, para los conceptistas, era sinónimo de pensamiento nuevo, original, penetrante, sutil.

- El concepto: La aspiración de un perfecto conceptista sería llenar su obra de tantas ideas como palabras y aunque algunas de éstas encerrasen tres o cuatro ideas.

- El humor: Todos los escritores conceptistas tienden a ver la vida a través de un prisma deformador.

Siempre la actitud de éstos ante la vida es de censura, de burla, de interpretación humorística de las cosas.

- La tendencia ético-docente: el culterano busca exclusivamente una fi nalidad estética; quiere ante todo, agradar; se siente más que nada poeta. El conceptista persigue una fi nalidad moral, política.

Francisco de Quevedo (1580 – 1645), principal representante del conceptismo, estudia en Alcalá de Henares, donde adquiere una sólida cultura. Es “una de personalidades más originales y contradictorias que ha dado el arte español. Su actitud vital e ideológica presenta caracteres contrapuestos y, en apariencia, difíciles de conciliar. Apasionado y desdeñoso, niega los valores de la existencia” (PEDRAZA & RODRÍGUEZ, 2000:243).

Vale resaltar que la obra en verso de Quevedo se divide en tres partes: obras satíricas y burlescas; poemas fi losófi cos y morales (cuyo tema principal es el discurrir de la vida hacia la muerte, el paso inexorable y destructivo del tiempo); poemas amorosos (cuyo tema principal es el amor que sobrevive a la muerte).

46 A UNA NARIZ

Érase un hombre a una nariz pegado,érase una nariz superlativa,érase una nariz sayón y escriba,érase un pez espada muy barbado.

Era un reloj de sol mal encarado,érase una alquitara pensativa,érase un elefante boca arriba, era Ovidio Nasón más narizado

Érase un espolón de una galera,Érase una pirámide de Egipto;las doce tribus de narices era.

Érase un naricísimo infi nito,muchísimo nariz, nariz tan fi era,que en la cara de Anás fuera delito.

¡AH DE LA VIDA ...¿NADIE ME RESPONDE?

¡Ah de la vida!” ... ¿Nadie me responde?¡Aquí de los antaños que he vivido!La Fortuna mis tiempos ha mordido;las Horas mi locura las esconde.

¡Que sin poder saber cómo ni adónde,la salud y la edad se hayan huido!Falta la vida, asiste lo vivido,y no hay calamidad que no me ronde.

Ayer se fue; mañana no ha llegado;hoy se está yendo sin parar un punto;soy un fue, y un será y un es cansado.

En el hoy y mañana y ayer, juntopañales y mortaja, y he quedadopresentes sucesiones de difunto.

AMOR IMPRESO EN EL ALMA...

Si hija de mi amor mi muerte fuese, ¡qué parto tan dichoso que sería el de mi amor contra la vida mía! ¡Qué gloria que el morir de amar naciese!

Llevara yo en el alma, adonde fuese, el fuego en que me abraso, y guardaría su llama fi el con la ceniza fría, en el mismo sepulcro en que muriese.

De esotra parte de la muerte dura, vivirán en mi sombra mis cuidados, y más allá del Lethe mi memoria.

Triunfará del olvido tu hermosura; mi pura fe y ardiente, de los hados, y el no ser por amar, será mi gloria...

DEFINIENDO EL AMOR

Es hielo abrasador, es fuego helado,es herida que duele y no se siente,es un soñado bien, un mal presente,es un breve descanso muy cansado.

Es un descuido que nos da cuidado,un cobarde con nombre de valiente,un andar solitario entre la gente,un amar solamente ser amado.

Es una libertad encarcelada,que dura hasta el postrero parasismo,enfermedad que crece si es curada.

Éste es el niño Amor, éste es tu abismo:mirad cuál amistad tendrá con nadael que en todo es contrario de sí mismo.

3.2.3.1. La poesía en América: la Mística Sor Juana Inés de la Cruz (1651 – 1695)

La literatura religiosa americana discurre durante los siglos XVI y XVII por los mismos caminos que la peninsular. Pero hay una fi gura femenina – Sor Juana Inés de la Cruz – que merece relieve en la literatura mística de América.

En el siglo XVII, tanto el mundo occidental como hispanoamericano, hubo la manifestación del estilo Barroco. En este estilo todo es llevado a las últimas consecuencias. Sus principales características son: existencia de confl ictos entre temas opuestos y tendencia a la contradicción en los planos estilísticos y temáticos,

pues todo es hecho a partir de contrastes – antítesis, paradojas.

En esta época la escritura femenina era confesional y es Sor Juana (Juana de Asbaje y Ramírez) – fi gura muy importante del Barroco Hispanoamericano – que logra romper con estos modelos e incluso va a hablar del amor en sus poesías.

Niña prodigio, aprendió a leer a los 3 años de edad y poco después a escribir. Insistió para ir a estudiar a la Universidad de México (aunque fuera vestida de hombre) pero sus padres se negaron. Pasó, entonces, a ser autodidacta. En 1659, con solamente 8 años de edad escribe su primer poema. A los 16 ingresa en

47el estado religioso, pero continúa con sus estudios y su dedicación a la literatura, a pesar de las continuas incomprensiones y prohibiciones de sus superiores.

Ya dentro del claustro se impone por su prudencia, sabiduría y virtud hasta convertirse en el centro de la vida religiosa y social de Méjico. Pero su pensamiento está más alto: ha decidido entregarse por completo a Dios y para ello empieza un camino de sacrifi cios y renunciaciones. Abandona toda la clase de “estudios humanos” y vende los 4000 volúmenes de su biblioteca para entregar su producto a los pobres.

De su obra completa se destaca la lírica, de carácter barroco, con mucha infl uencia de Góngora, Quevedo. Hay poemas de circunstancias (que le eran pedidos en diversas celebraciones de familiares, amigos, cortesanos), poemas fi losófi cos (que hablaban de carpe diem, esperanza, vanidad de la vida, de la muerte, el sentido de la existencia, poemas de amor y religiosos).

Sus escritos en prosa son pocos. Lo más importante sería la “Carta Atenagórica”, una epístola que va a criticar la homilía pronunciada en un Jueves Santo por un cura.

Debido a esa carta, el Obispo de Puebla, bajo el seudónimo Sor Filotea de la Cruz, le escribe una carta diciendo que no criticara tanto y se dedicara a menesteres más divinos. Ella, para defenderse, escribió su respuesta, en que, llena de cortesía e ironía, explica que, para ella, es tan natural su vocación religiosa como su inclinación por la cultura, el estudio, la literatura y a la crítica. Al fi nal defi ende su condición femenina, dando ejemplos de mujeres famosas que Biblia trae.

Sor Juana escribe como una perfecta representante del Barroco. Su poesía está llena de antítesis, paradojas, contrastes.

DETENTE, SOMBRA DE MI BIEN ESQUIVO...

Detente, sombra de mi bien esquivo, imagen del hechizo que más quiero, bella ilusión por quien alegre muero, dulce fi cción por quien penosa vivo.

Si al imán de tus gracias atractivo sirve mi pecho de obediente acero, ¿para qué me enamoras lisonjero, si has de burlarme luego fugitivo?

Mas blasonar no puedes satisfecho de que triunfa de mí tu tiranía; que aunque dejas burlado el lazo estrecho

que tu forma fantástica ceñía, poco importa burlar brazos y pecho si te labra prisión mi fantasía.

EN PERSEGUIRME, MUNDO, ¿QUE INTERESAS?

En perseguirme, Mundo, ¿qué interesas?¿En qué te ofendo, cuando sólo intentoponer bellezas en mi entendimientoy no mi entendimiento en las bellezas?Yo no estimo tesoros ni riquezas;y así, siempre me causa más contentoponer riquezas en mi pensamientoque no mi pensamiento en las riquezas.Y no estimo hermosura que, vencida,es despojo civil de las edades,ni riqueza me agrada fementida,teniendo por mejor, en mis verdades,consumir vanidades de la vidaque consumir la vida en vanidades.

Ejercicios:

3.1. 1- Haz un resumen del contexto histórico y cultural de la España Barroca.

3.2.1- ¿Cuáles son las principales características del barroco español?

3.2.13.2.1.11- ¿Cuáles son las innovaciones creadas por Lope de Vega para el teatro nacional español?

483.2.1.2.1- ¿Por qué el D. Juan, de Tirso de Molina, hay que morir al fi nal?

3.2.1.3.1- Justifi ca la repetición constante de los siguientes pasajes dentro de la obra “El gran teatro del mundo”:

“Obrar bien, Dios es Dios” y “Pero yo, Autor soberano, / sé bien qué papel hará / mejor cada uno; / así va / repartiéndolos mi mano.”

3.2.21- Discurra sobre la oposición realismo x el idealismo presente en la obra “D. Quijote”.

3.2.31- Diferencia culteranismo de conceptismo.

3.2.3.1.1- Busca antítesis y paradojas en los poemas presentados de Sor Juana Inés de la Cruz.

49

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50Glosario

Antítesis - antítese (oposição ou contrariedade de juízos ou afi rmações).Caudillo - chefe, líder em uma guerra.Cura - padre (sacerdote).Epístola - carta que se escreve a alguém.Escatima - falta, defeito, diminuição em alguma coisa.Maniqueísta - maniqueísta (tendência a interpretar a vida de maneira dicotômica – bem x mal).Morbosamente - de maneira doentia.Novela - romance.Paradoja - paradoxo (ideia estranha ou oposta à opinião comum).Pícaro - tipo de pessoa descarada, travessa, de mal viver. Baixo, ruim, sem honra e vergonha.Refuta - que contradiz, rebate.Seudónimo - pseudônimo (nome falso colocado no lugar do verdadeiro, apelido).Siglo - século.Sino - mas também.Sublimado - engrandecido, exaltado.Sucesos - acontecimentos.Trozo - pedaço, parte.

51Claves

Unidad II

2.11- - Después del reinado de los Reyes Católicos, Isabel de Castilla y Fernando de Aragón – 1475 - 1516 –

empieza el reinado de los Habsburgos.- Fernando de Aragón se muere y es sucedido por su nieto Carlos I (1516-1556)- Carlos I es nuevo soberano de España, Alemania y territorios de Italia.- Es un reino con muchas guerras, pues quiere consolidar su poder en Europa. Adopta el absolutismo

monárquico. Las guerras consumen gran parte de las riquezas de Hispanoamérica.- Carlos I renuncia sus poderes en favor de su hermano, Fernando, y de su hijo, Felipe II que hereda el imperio

Español.- Felipe II tuvo como directriz reforzar la supremacía de España en Europa. ¿Cómo intentó eso? Con su ejército, con dinero proveniente de las colonias, con el catolicismo.¿Por qué no fue un gran éxito su gobierno?Inmensidad del imperio; morosidad de las comunicaciones; intransigencia religiosa (protestantismo y

moros → contracción del mercado); poco desarrollo en la industria (productos caros); España tiene que importar productos extranjeros.

- La estructura social: nobleza parasitaria; eclesiásticos en trabajos no productivos; la burguesía capitalista; pobres.

2- España era “dueña” del territorio americano, mientras tanto, toda riqueza de allá no quedaba en España sino en Inglaterra, Holanda de donde España importaba productos industrializados.

2.2.1- Según López (1999:154) las principales características del Renacimiento español serían las siguientes:“1º - lo tradicional religioso junto al humanismo pagano de la época; 2º - popularismo y cultismo; 3º - persistencia de lo local frente a lo universal europeo; 4º - realismo e idealismo; 5º - fi nalidad ética al lado de un afán de logros estéticos; 6º - libertad de expresión y preocupación por el estilo; 7º - admiración por los clásicos y sentido de independencia estética.”

2.2.1.1- El descubrimiento y la conquista de América se da en el período del Renacimiento, pero los españoles están

impregnados de ideas y valores medievales. Las cartas, relaciones y crónicas de Indias (literatura de conquista) son escritas por personas que viajan al nuevo mundo, muchos de ellos son protagonistas de los sucesos que narraban, por eso van a ser extremadamente subjetivistas. Dentro de ese subjetivismo hay dos visiones: visión de los vencedores, como Cristóbal Colón, Hernán Cortés, Bernal Díaz del Castillo y visión de los vencidos, como Fray Bartolomé de las Casas, El Inca Garcilaso de la Vega y otros mestizos y aborígenes.

Los textos que siguen la visión de los vencedores expresa el discurso ofi cial, es decir, para ellos la conquista representaría, para el continente americano, la posibilidad de salvación de las almas de los aborígenes, además de la posibilidad de desarrollo, a través del contacto con la cultura europea.

Los textos que siguen la visión de los vencedores, presentan un discurso de denuncia, representa la visión de los conquistados y señala que la llegada de españoles al nuevo continente resultó la negación de la cultura autóctone.

522.2.2.1- Garcilaso de la Vega (1503-1536) era un típico hombre del Renacimiento, pues conciliaba las armas y las

letras. Compuso varias poesías y una de ellas es la égloga – poema de tema pastoril (composición lírica) que hacía referencias a personajes reales de la corte. Lo esencial de su poesía va a estar dividido en dos momentos distintos: casamiento y muerte de la amada.

En las églogas, el mundo circundante o escenográfi co es el bucólico y pastoril. La naturaleza y sus paisajes son vistos de una manera ideal e irreal. Hay paisajes suaves, armónicos y ambientes delicados.

La égloga I es formada por estrofas de 14 versos, siendo algunos endecasílabos y otros heptasílabos.

El análisis del fragmento debe basarse en lo expresado arriba.

2.2.31- Fray Luís de León fue un catedrático y estudioso de la Biblia. Para Fray Luís de León la divinidad, la poesía

y la naturaleza son inseparables. Dios se expresa a través de la naturaleza. Él va de la naturaleza a Dios, de la armonía del mundo a la armonía de todo.

La base de la poesía de Fray Luís de León es clásica. Y también toda la admiración de la naturaleza de Garcilaso es encontrada en su poesía

La forma de verso en estrofa que usa es la lira (una estrofa de 5 versos: 2 endecasílabos y 3 heptasílabos) – es el típico verso del Renacimiento La rima es ABABB.

Sus principales temas son la vida rústica (sencilla, en contacto con la naturaleza, que para él permitía el contacto con Dios- representaba una manifestación de la perfección divina.

2.2.4.1- Los Místicos españoles intentaron popularizar sus doctrinas en amplios sectores, movidos por un caritativo

afán de evangelización. El místico se debate en un constante esfuerzo para expresar con claridad sus íntimas experiencias religiosas, pero al referirse al momento supremo de la unión con Dios abandona el lenguaje directo, por resultar insufi ciente y se ve obligado a utilizar toda clase de símbolos, metáforas, paradojas, frases de sentido vago o simples exclamaciones. Muy frecuente, también, es la imagen del amor humano para expresar el divino.

2.2.5.1- Lazarillo es una obra anónima, probablemente por su contenido fuertemente anticlerical o por ser

autobiográfi ca, pues crea la ilusión de que el protagonista y el autor son las mismas personas. El carácter realista es una de las características de la novela picaresca, que es una pseudo-autobiografía de un antihéroe que intenta ascender por la trampa.

Unidad III

3.1.1-- España pasa de ser la potencia hegemónica a convertirse en un estado de segunda fi la, a pesar de mantenerse,

con más o menos difi cultades, un inmenso territorio repartido entre varios continentes.- La última etapa del reinado de Felipe II revelaba las difi cultades de la monarquía española para mantener el

papel hegemónico que todavía desempeñaba en Europa. El acudir los diferentes frentes consumía las remesas de plata americana. Las guerras europeas y la conquista y colonización de América provocaron una creciente despoblación y empobrecimiento de los reinos peninsulares, principalmente Castilla.

- Al llegar al trono Felipe III (1598-1621), se modifi có sustancialmente la forma de gobierno. El nuevo rey delegó las tareas en la fi gura del valido, una especie de primer ministro, duque Lerma, quien desmantela todo el aparato administrativo del reinado anterior, para proceder al nombramiento en los puestos claves del Estado de sus familiares, amigos y partidario, sobre quienes tenía la certeza de poder ejercer absoluta infl uencia.

- El gobierno de Felipe IV (1621-1665) llevó a la cárcel varios Ministros corruptos de Felipe III. En esta época se propuso reforzar el poder real, propiciar la centralización y crear una monarquía absoluta e intervencionista. La hegemonía continental pasa a las manos francesas.

53- Carlos II (1665-1700) – último rey de la casa de Austria – fue considerado durante siglos como símbolo de

la extrema decadencia española. Sin embargo, en verdad, la pérdida de la hegemonía fue un alivio económico e infl uyó en un lento cambio de rumbo. Se intentó corregir el absurdo planteamiento que llevó a la bancarrota.

3.2.1- López (1999:268-269) presenta el siguiente resumen del barroco español:1º - afanosa búsqueda de lo nuevo o extraordinario, para excitar la sensibilidad y la inteligencia y provocar

la admiración;2º - substitución de las normas clásicas por la apreciación del individuo o el capricho personal;3º - exageración, gusto por lo desmesurado e hiperbólico, tendencia a superar todo límite;4º - concepción dinámica de la vida y el arte, contorsión en los gestos, rapidez y retorcimiento en el estilo;5º - violenta contraposición de elementos extremos, subordinación del conjun to a un motivo central;6º - artifi ciosidad, complicación, arte difícil, para minorías, superabundancia de adornos;7º - visión unilateral de la realidad: deformación expresionista e idealización desorbitada. Desequilibrio.

3.2.1.1.1- Lope no más escribirá obras con cinco actos, bien al gusto clásico, sino obras con tres actos. Además

mezclará lo cómico con lo clásico en una misma obra y no dará mucha importancia a las nociones de lugar y tiempo.

3.2.1.21- El castigo del protagonista, que muere y se condena después del banquete macabro ofrecido por la estatua

del comendador, a quien aquél había invitado a cenar, se presenta como el justo fi n de una desenfrenada vida de placeres. El siglo XVI, extremadamente Católico y viviendo plenamente la Inquisición, no podía reaccionar de otro modo ante la fi gura de D. Juan, encarnación típicamente barroca del ansia nunca satisfecha de goces sensuales.

3.2.1.3.1- El gran tema de la obra es el libre albedrío, es decir, el derecho de escoger. Pero el hecho de escoger es un

tanto comprometido, ya que la vida eterna sólo será dada a quien seguir los dogmas de la iglesia (por eso la constante afi rmación “obrar bien que Dios es Dios”). Así, en realidad, este tema es lo de la fi losofía moral, pues plantea la discusión sobre hasta que punto va la libertad del hombre, puesto que los papeles que van a asumir son decididos por Dios. Eso puede ser comprobado, a partir de la siguiente parte del texto: “Pero yo, Autor soberano, / sé bien qué papel hará / mejor cada uno; / así va / repartiéndolos mi mano.”

3.2.2.1- Las escenas del Quijote son muy verdaderas, de esa manera, ocurriendo un realismo de los detalles, pero, a la vez

hay la irrealidad de la concepción general, pues un individuo quiere vivenciar experiencias de fi cción de las novelas de caballería. Siendo así, esa contraposición entre lo real y lo irreal constituye una gran paradoja dentro de la obra.

El gran éxito de la obra es atribuido a los dos personajes centrales, D. Quijote y Sancho. Don Quijote sería la fi gura que encarnaría la idea, preocupándose con el más allá, el misticismo y el espiritual, totalmente despreocupado con el concreto, con el cotidiano. Sancho ya sería el opuesto, es decir, volcado para el plan terrenal y aprovechador de los placeres. Mientras tanto estos dos personajes no son maniqueístas, o sea, D. Quijote no es sólo idealista, una vez que sus valores son los del hombre español de la época y Sancho, por su vez, no es sólo racionalista ya que concuerda con las fantasías de Quijote dejando casa, hijos y familia.

3.2.31- La poesía culterana debe tener su lenguaje propio, buscando así, procedimientos especiales:- Al vocabulario: el léxico se renueva, el vocabulario se enriquece por la introducción de innumerables

términos no usados hasta entonces. Tales términos son tomados, principalmente del latín.- A la sintaxis: la sintaxis se revoluciona. Por medio de transposiciones, de hipérbatos violentos, se aspira la

creación de una lengua nueva. Hay presencia, también, muy frecuente de la gradación.- Al lenguaje poético, en forma de metáforas- A los motivos mitológicos: con los culteranos, la presencia de toda la clase de personajes del mundo

grecolatino, introducidos por el renacimiento, van a multiplicarse en número alarmante.

54Es muy difícil aislar bien el culteranismo del conceptismo. Decir que el primero atiende primordialmente a la

forma y el segundo a la idea es enunciar una sola de sus notas. El conceptismo se fundaba en el refi namiento de la abstracción. Hay algunas notas que defi nen el conceptismo

en función de contenido:- La agudeza: la agudeza, para los conceptistas, era sinónimo de pensamiento nuevo, original, penetrante, sutil.- El concepto: La aspiración de un perfecto conceptista sería llenar su obra de tantas ideas como palabras y

aunque algunas de éstas encerrasen tres o cuatro ideas.- El humor: Todos los escritores conceptistas tienden a ver la vida a través de un prisma deformador. Siempre

la actitud de éstos ante la vida es de censura, de burla, de interpretación humorística de las cosas.- La tendencia ético-docente: el culterano busca exclusivamente una fi nalidad estética; quiere ante todo,

agradar; se siente más que nada poeta. El conceptista persigue una fi nalidad moral, política, pedagógica.

3.2.3.1.1- Algunos ejemplos de antítesis presentes en el poema de Sor Juana son:“hechizo que más quiero, bella ilusión por quien alegre muero, dulce fi cción por quien penosa vivo”

55Referências Bibliográficas

CALDERÓN DE LA BARCA, Pedro. El Gran Teatro del Mundo. Olimpia, 1995.CERVANTES, SAAVEDRA. Miguel de. El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha. Madrid: EDAF.CRUZ, Sor Juana Inés de la. Prosa y Versos. Madrid: Alba, 1999.ESTEBAN, Ángel. Literatura Hispanoamericana: Introducción y antología de textos. Granada, Editorial Comares, 2003.GALEANO, Eduardo. Las venas abiertas de América Latina. Buenos Aires: Siglo XXI, 1976.LAZARILLO DE TORMES. Barcelona: Juventud, 1983. Colección Libro de Bolsillo.LOPE DE VEGA. Fuente Ovejuna. Madrid: Cátedra, 1992.LÓPEZ, José García. Historia de la Literatura Española. Barcelona, Vicens Vives, 1999.MOLINA, Tirso de (?) El Burlador de Sevilla. Ediciones, PML, 1995. PEDRAZA, Felipe B. & RODRÍGUEZ, Milagros. Historia Esencial de la Literatura. Madrid: EDAF, 2000.SHIMOSE, P. Historia de la Literatura Latinoamericana. Madrid: Ediciones SM, 1994.

56Referências Eletrônicas

http:// www.cervantesvirtual.comhttp:// www.salónhogar.comhttp:// www.elmundo.eshttp:// www.amediavoz.com