literatura brasileira – aula de revisÃo av1 prof.ª dr.ª marcia veiga bucheb

19
LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Upload: internet

Post on 21-Apr-2015

106 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1

PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Page 2: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Aula de Revisão – AV1

Page 3: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Estudando a História da Literatura Brasileira• O período é definido como uma “secção de tempo

dominada por um sistema de normas, convenções e padrões literários, cuja introdução, difusão, diversificação, integração e desaparecimento podem ser seguidos por nós”

• Hans Robert Jauss:“A história da literatura é um processo de recepção e produção estética que se realiza na atualização dos textos literários por parte do leitor que os recebe, do escritor, que se faz novamente produtor, e do crítico, que sobre eles reflete. ”

Page 4: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Lucien Goldmann:não se pode ignorar que o autor manifesta, por meio de seu estilo, a distribuição de papéis dentro de uma sociedade e a ideologia que sustenta a divisão de classes.

“ Dominique Maingueneau: “a obra é indissociável das instituições que a tornaram possível”,dessa forma, “ as obras falam efetivamente do mundo, mas sua enunciação é parte integrante do mundo que pretensamente representam”

Page 5: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

O ponto de partida do estudo das histórias da literatura é dado com a publicação de História da Literatura Brasileira, de Silvio Romero, em 1888.

Page 6: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Textos de informação

“Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem nenhuma cousa de metal, nem de ferro; nem lho vimos. A terra, porém, em si, é de muito bons ares (...). Águas são muitas, infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem. Mas o melhor furto que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa alteza em ela deve lançar.”

• A Carta, Pero Vaz de Caminha

Page 7: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Padre José de Anchieta

AUTO DE SÃO LOURENÇOTEMAApós a cena do martírio de São Lourenço, Guaixará chama Aimbirêe Saravaia para ajudarem a perverter a aldeia. São Lourenço adefende, São Sebastião prende os demônios. Um anjo manda-ossufocarem Décio e Valeriano. Quatro companheiros acorrem paraauxiliar os demônios. Os imperadores recordam façanhas, quandoAimbirê se aproxima. O calor que se desprende dele abrasa osimperadores, que suplicam a morte. O Anjo, o Temor de Deus, e oAmor de Deus aconselham a caridade, contrição e confiança em SãoLourenço. Faz-se o enterro do santo. Meninos índios dançam

Page 8: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

GUAIXARÁEsta virtude estrangeiraMe irrita sobremaneira.Quem a teria trazido,com seus hábitos polidosestragando a terra inteira?

Só eupermaneço nesta aldeiacomo chefe guardião.Minha lei é a inspiraçãoque lhe dou, daqui vou longevisitar outro torrão.

Quem é forte como eu?Como eu, conceituado?Sou diabo bem assado.A fama me precedeu;Guaixará sou chamado.

Meu sistema é o bem viver.Que não seja constrangidoo prazer, nem abolido.Quero as tabas acendercom meu fogo preferido

Page 9: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Quem bom costume é bailar!Adornar-se, andar pintado,tingir pernas, empenadofumar e curandeirar,andar de negro pintado.

Andar matando de fúria,amancebar-se, comerum ao outro, e ainda serespião, prender Tapuia,desonesto a honra perder.

Para issocom os índios convivi.Vêm os tais padres agoracom regras fora de horaprá que duvidem de mim.Lei de Deus que não vigora.

Pois aquitem meu ajudante-mor,diabo bem requeimado,meu bom colaborador:grande Aimberê, perversordos homens, regimentado.

Page 10: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Barroco – Padre Antônio Vieira “Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para

que conheça, há de dividi-la para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências que se hão de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar; há de responder às dúvidas, há de satisfazer ás dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários, e depois disto há de recolher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar.”

(Sermão da Sexagésima - Padre Antônio Vieira)

Page 11: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Barroco – Gregório de Matos

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,Da vossa alta clemência me despido,Porque quanto mais tenho delinquido,Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,A abrandar-vos sobeja um só gemido:Que a mesma culpa, que vos há ofendido,Vos tem para o perdão lisonjeado.

Page 12: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Se uma ovelha perdida e já cobradaGlória tal e prazer tão repentinoVos deu, como afirmais na sacra história:

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,Perder na vossa ovelha a vossa glória.

Page 13: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Contexto histórico: contrarreforma, século XVIITendências: cultismo e conceptismoCaracterísticas:• linguagem rebuscada, • emprego excessivo de figuras de linguagem,• dualismos, tensão

Barroco:

Page 14: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Arcadismo-Cláudio Manuel da CostaDestes penhascos fez a naturezaO berço em que nasci! Oh quem cuidara,Que entre penhas tão duras se criaraUma alma terna, um peito sem dureza!

Amor, que vence os tigres, por empresaTomou logo render-me; ele declaraContra o meu coração guerra tão rara,Que não me foi bastante a fortaleza.

Page 15: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,A que dava ocasião minha brandura,Nunca pude fugir ao cego engano:

Vós, que ostentais a condição mais dura,Temei, penhas, temei; que Amor tirano,Onde há mais resistência, mais se apura.

Page 16: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Tomás Antônio Gonzaga

Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro,Fui honrado pastor da tua aldeia;Vestia finas lãs, e tinha sempreA minha choça do preciso cheia.Tiraram-me o casal, e o manso gado,Nem tenho, a que me encoste, um só cajado.(...)Ah! Minha Bela, se a Fortuna volta,Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo;Por essas brancas mãos, por essas facesTe juro renascer um homem novo;Romper a nuvem, que os meus olhos cerra,Amar no Céu a Jove, e a ti na terra.

Page 17: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Arcadismo

Contexto histórico: Século XVIII, Iluminismo, Inconfidência Mineira

Características:• recuperação dos mitos da Grécia antiga;• linguagem simples;• delegação da voz poética.• Natureza- Verdade-Razão

Page 18: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Romantismo

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.

Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.

Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto.

Iracema saiu do banho: o aljôfar d’água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do gará as flechas de seu arco, e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o

canto agreste.

Page 19: LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB

Romantismo

Contexto histórico: vinda da Família Real (1808); Independência do Brasil (1822);

Características:• a arte passa a ressaltar a visão emotiva e subjetiva do

mundo;• Patriotismo, nacionalismo, reformismo;• Valorização da natureza: expressão dos sentimentos

do artista, natureza exótica.Destaque: a prosa de José de Alencar