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Literatura
3º ano do Ensino Médio
Prof. Andréia Campos
Início nas artes plásticas, ampliando-se para as
outras manifestações artísticas.
Definição: “Anúncio do futuro, dos novos tempos”,
pioneirismo.
Culto da velocidade, do progresso, da aceleração
técnico-cientista.
Ausência de valores humanos (religiosos e
científicos) .
Crítica mordaz às convenções culturais e artísticas
burguesas (representação do passado).
Defesa da interdependência da linguagem artística:
música, escultura, arquitetura, literatura e cinema.
INÍCIO: Itália (1909), por Marinetti.
“Beleza da velocidade, as grandes multidões
agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela revolta”.
Postura política direitista:
caráter antifeminista, antiburguês,
antissocialista e antidemocrático;
exaltação da “bofetada e do soco”;
glorificação da guerra como “única higiene
do mundo”.
Movimento, atitude de irreverência.
Destruição de códigos, arte agressiva.
Pintura: cores vivas e deformações.
Reunião de beleza e feiura ou do que era
considerado grotesco.
Na literatura: “destruição da sintaxe”, a depreciação
do adjetivo, advérbio e da pontuação, frases
fragmentadas, palavras em liberdade (substantivos
aleatórios)
GIACOMO BALLA - Voo das Andorinhas, de 1913
GIACOMO BALLA - Dinamismo de um cão na coleira, de 1912
UMBERTO BOCCIONI
Tumulto na galeria, de 1909
Ode triunfal
Ó rodas, ó engrenagem, r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
(...)
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma máquina!
(...)
Fernando Pessoa
INÍCIO: França (1907).
Principais nomes: Pablo Picasso (pintura) e
Guilaume Apollinaire (literatura).
Recortes e colagens, desfoque.
Estrutura total do objeto: diferentes planos
geométricos e ângulos retos, representação do
objeto sob todos os ângulos.
Não só se acentua o caráter de destruição mas
também acrescenta a construção.
Na literatura: desintegração da realidade, ilogismo,
humor, anti-intelectualismo, linguagem nominal,
maios ou menos caótica.
PABLO PICASSO
Les demoiselles
d’Avignon - 1907
PABLO PICASSO – Guernica, de 1937
Hípica
Oswald de Andrade
Guillaume Apolinaire
INÍCIO: Suíça (1916) – Tristan Tzara.
Rompimento com o bom senso, a lógica.
Antiarte: o mais radical e demolidor dos movimentos.
Irreverência artística.
Forte caráter pessimista.
Contestação às atrocidades decorrentes da Primeira
Guerra.
Destruição da cultura e da linguagem (substituição das
palavras por ruídos e gritos inarticulados).
Slogans: “Ser dadá é ser antidadá”, “a arte não é
séria, eu lhes asseguro”, “nós escarramos na
humanidade”.
Na literatura: a agressividade verbalizada, a
desordem das palavras, a incoerência, a
banalização da rima, da lógica, do raciocínio. Faz
uso do nonsense (falta de sentido da linguagem, as
palavras são dispostas conforme surgem no
pensamento, a fim de ridicularizar o tradicionalismo).
Para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você
deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras
que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são
tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma
sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do
público.
( Tristan Tzara)
Ode ao burguês
“Eu insulto o burgês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! (...)”
Mário de Andrade
Maturidade
O sr. e a sra. Amadeu
Participam a V. Exa.
O feliz nascimento
De sua filha Gilberta
Oswald de Andrade
A Batalha
Berr… bum, bumbum, bum…
Ssi… bum, papapa bum, bumm
Zazzau… Dum, bum, bumbumbum
Prã, prà, prã… ra, hã-hã, aa…
Hahol…
Ludwig Kassak
MAX ERNEST
O gigante acéfalo
(1937)
MARCEL DUCHAMP
A fonte (1917)
MARCEL DUCHAMP
Nu descendo a escada
(1912)
HANS ARP
Colagem Disposta Segundo as
Leis do Acaso (1917)
INÍCIO: Alemanha (1905).
Principais nomes: Edvard Munch e Vincent Van Gogh.
Cores intensas e simbólicas.
Deformação da realidade e distorção (traçados
espessos e angulosos das formas retratadas,
produzindo uma simplificação radical das formas).
Profundidade psicológica: representação das
emoções sem comprometimento com a realidade
externa, mas com a natureza interna e as
impressões causadas no expectador.
Expressão dos sentimentos e das emoções do
autor.
Revelação do lado pessimista da vida, da angústia
existencial.
Denúncia social (face oculta da modernização, do
isolamento, da alienação, da massificação).
EDVARD MUNCH
O grito
VICENT VAN GOGH
Homem velho com
a cabeça em suas mãos
VICENT VAN GOGH - Noite Estrelada
Início: Paris (1920)
Principais nomes: Salvador Dalí, René Magritte, Joan
Miró.
Inauguração de um novo conceito da realidade,
baseado no surreal.
Expressão da ausência de racionalidade humana.
Manifestações do subconsciente.
Liberdade de expressão.
Questionamento das crenças culturais e da postura
humana, frente a uma realidade cada vez mais difícil
de se compreender.
Ausência da racionalidade humana e manifestação
da imaginação, do sonho e da fantasia criadora do
inconsciente (influência de Freud).
Retratação do inconsciente através da abstração ou
de imagens simbólicas (o sonhos, o sobrenatural, a
loucura e os estados alucinatórios).
SALVADOR DALÍ – A persistência da memória (1931)
SALVADOR DALÍ – Criança geopolítica assistindo o nascimento de um mundo novo (1943)
RENÉ MAGRITTE – Os amantes (1928)
RENÉ MAGRITTE – A traição das imagens
RENÉ MAGRITTE – A queda – chuva de homens
Salvador Dalí – A mão
Salvador Dalí – O sonho
Salvador Dalí – O ovo cósmico
JOAN MIRÓ – Nord - Sud
JOAN MIRÓ - O Carnaval de Arlequim
MIRÓ - Números e Constelações em Amor
com Uma Mulher
MIRÓ – Maternidade
Reflexão nº1
Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
Nem ama duas vezes a mesma mulher.
Deus de onde tudo deriva
E a circulação e o movimento infinito.
Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido.
Murilo Mendes
Pré-história
Mamãe vestida de rendas
Tocava piano no caos.
Uma noite abriu as asas
Cansada de tanto som,
Equilibrou-se no azul,
De tonta não mais olhou
Para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos.
Murilo Mendes