lista - imperio e latam

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  • INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO E ESTUDOS DE GOVERNO PREPARAO CONTNUA (Objetivas + Discursiva)

    HISTRIA DO BRASIL PROF. RODRIGO GOYENA SOARES

    AULA 01

    Av. Nilo Peanha, 50 - sala 304 - Centro, Rio de Janeiro Rua da Consolao, 1667 - Consolao - So Paulo

    Fone: (21) 3173-1137 / (11) 4327-8474 ideg.com.br skype: secretaria.ideg

    Os sistemas de alianas na bacia do Prata (1840-1860)

    TEMA I: A Guerra contra Oribe e Rosas (1851-1852)

    A lgica das alianas sistmicas no Prata transformou-se em disputas blicas em duas ocasies: na

    Guerra contra Oribe e Rosas e na Guerra do Paraguai.

    Guerra contra Oribe e Rosas (1851-1852):

    A poltica interna da Confederao Argentina e do Uruguai condicionou

    sobremaneira a ecloso da guerra.

    O Uruguai embarcara-se, desde 1838, em uma guerra civil entre o partido

    blanco e o partido colorado.

    A Grande Guerra, como hoje a denomina a historiografia uruguaia,

    no somente envolveu as alas partidrias uruguaias, mas tambm

    o presidente da Confederao Argentina, Juan Manuel de Rosas.

    Em 1845, a Confederao Argentina rompeu com o Imprio devido s presses

    brasileiras para a abertura livre navegao do rio da Prata.

    Para garantir o acesso ao Mato Grosso era de importncia fundamental o

    livre trnsito pelos rios Paran e Paraguai.

    Para Rosas, interessava a reconstruo do antigo Vice-Reino do Prata, que

    agrupava os agora independentes Estados do Uruguai e do Paraguai e

    parte da Bolvia tambm-.

    O principal empecilho expanso territorial argentina, no entender do

    presidente da provncia de Buenos Aires, seria o Imprio de Dom Pedro II.

    Para alm das rivalidades entre repblica e monarquia, a coliso de

    interesses argentinos e brasileiros condicionou o desenrolar da Grande

    Guerra.

    Presidente blanco do Uruguai at 1838, Manuel Oribe, que era contra a livre

    navegao do rio da Prata, encontrou em Rosas, que chegara ao poder em 1835, um

    sustentculo tanto contra os colorados quanto contra o Imprio do Brasil, ento

    envolvido na Revoluo Farroupilha.

  • 2

    O apoio de Rosas, que vislumbrava no Uruguai uma possvel extenso da

    Confederao que presidia, permitiu a Oribe montar um cerco contra

    Montevidu, ento sob controle do colorado Fructuoso Rivera.

    Vitorioso na aliana com Rosas, Oribe, no entanto, encontrou na Inglaterra e na Frana

    presses contra o cerceamento das atividades do porto de Montevidu.

    Ao longo da dcada de 1840, essas duas potncias europeias constituram um

    bloqueio naval na integralidade do rio da Prata, o que no fez seno suscitar o

    desconforto do Brasil.

    Neutro durante o conflito entre, de um lado, a Frana e a Inglaterra, e do outro, a

    Confederao Argentina e o Uruguai de Oribe, o Brasil enviou misso diplomtica a

    Londres e a Paris, em 1844, no intuito de conclamar uma rpida queda dos blancos.

    Quais as razes do conflito entre a Frana e a Inglaterra vs. Confederao

    Argentina e Uruguai de Oribe?

    1833: Inglaterra toma fora as Ilhas Malvinas.

    Manter aberto o comrcio na Bacia do Prata.

    Excluir sditos franceses do alistamento militar argentino.

    1838: Esquadra francesa bloqueia porto de Buenos Aires.

    Inglaterra pressiona tambm para manter aberto o comrcio na

    Bacia do Prata.

    1845: Ao conjunto entre franceses e ingleses na Bacia do Prata.

    Bloqueio total ao porto de Buenos Aires.

    Rosas procura apoio dos EUA, que trazem tona a

    Doutrina Monroe.

    Mas James Polk mantm neutralidade no

    conflito; afinal, estava em curso processo de

    expanso americana para o Oeste.

    1847: Desgaste blico. Ingleses e Franceses propem paz, aps a

    manobra de Vuelta de Obligado.

    A misso Calmon (e Abrantes), como ficara conhecida, fracassou, na medida em que

    Londres no sustentaria a poltica platina de uma pas que negara a reconduo do

    tratado anglo-brasileiro, de 1827, e que editara a tarifa Alves Branco, de 1844. O

    Brasil teria portanto de encontrar outros aliados.

  • 3

    Na viso de Francisco Doratioto, a aliana ente o Imprio e os colorados uruguaios

    estruturou o desfecho da Guerra contra Oribe e Rosas .

    Equilibrou a balana de poder a favor dos colorados.

    Os colorados eram no somente favorveis abertura do rio Prata, mas tambm ao

    comrcio com o Brasil e, sobretudo, presena do gado gacho na banda oriental, o

    que no era pouco favorvel ao Imprio, a considerar os 20% a 30% do territrio

    uruguaio que estava em posse de fazendeiros gachos.

    Diplomacia dos pataces, por intermdio do Banco Mau, com

    sede em Montevidu.

    Com a declarao de guerra endereada por Rosas a Dom Pedro II, no

    restou ao Brasil seno promover dissidncias no interior da Confederao

    Argentina.

    Em 1851, imediatamente aps a ecloso da guerra, Honrio Hermeto

    Carneiro Leo, o artfice do ministrio da conciliao, foi enviado a

    Montevidu para negociar aproximao Urquiza e Virasoro,

    respectivamente governadores das provncias argentinas de Entre Rios e de

    Corrientes.

    Forma-se a aliana entre dissidentes argentinos, colorados

    uruguaios e conservadores brasileiros.

    Paulino Jos Soares de Souza, pilar da poltica externa durante a

    trindade saquarema, adotou postura de interveno no Prata,

    buscando menos expandir os interesses brasileiros do que manter

    o status quo na regio

    O desfecho final da guerra ocorreu na batalha de Monte Caseros,

    em 1852, quando Oribe e Rosas foram derrotados pelas tropas de

    Urquiza e de Virasoro, que contavam com o apoio de Caxias, de

    Osrio e da cavalaria gacha.

    A seu turno, Paulino Jos Soares de Souza foi agraciado com o

    ttulo de Visconde do Uruguai.

    Forado ao exlio, ironicamente na Inglaterra, Rosas deixou o

    poder em benefcio de Urquiza. No Uruguai, Oribe perdeu o apoio

    poltico dos blancos, e os colorados afirmaram-se no poder com

    Venncio Flores.

  • 4

    As consequncias e os resultados da Guerra contra Oribe e Rosas, no

    entender da historiografia uruguaia, foram benficos ao Brasil.

    O preo da manuteno da independncia uruguaia contra

    intervencionismo de Rosas foi alto, na compreenso dessa linha

    historiogrfica.

    Pelo tratado de 1851, assinado ente o Brasil e o Uruguai, ficavam

    abolidos os direitos alfandegrios sobre a exportao de gado

    gacho.

    Assegurava-se a consolidao da presena dos mais de 20 mil

    brasileiros no Uruguai.

    Ao Imprio dava-se o direito de interveno no Uruguai em caso

    de conflito interno.

    Poderia ainda o Brasil solicitar extradio de escravos foragidos,

    quando o Uruguai havia abolido a escravido precisamente

    durante a guerra.

    Mais importante, garantia-se ao Brasil a livre navegao do rio

    Uruguai e reconhecia-se dvida pelo auxlio militar brasileiro.

    Por fim, o Uruguai renunciava aos territrios ao Norte do rio

    Quara e ao direito de navegao da Lagoa Mirim, no rio Jaguaro,

    fronteira natural com o Imprio.

    Exerccio de Primeira Fase

    Julgue C ou E a da poltica externa brasileira para a Bacia do Prata nas dcadas de 1840 e de 1850:

    1. A poltica interna uruguaia da dcada de 1840 teve notrios impactos na poltica externa brasileira para a Bacia do Prata. Aliado a Manuel Oribe na Guerra Grande contra Fructuoso Rivera, Juan Manuel de Rosas recusou-se a abrir o rio Paran livre navegao, portanto, ao comrcio internacional. O feito valeu-lhe notria hostilidade da Inglaterra e da Frana, potncias interessadas em galgar posies no comrcio platino, mas acenou para, ainda que breve e pouco sistemtica, alguma aproximao com o Rio de Janeiro, onde havia averso aos britnicos em razo dos tratados oriundos do reconhecimento da independncia.

    2. Em 1843, o governo do Rio de Janeiro aceitou proposta de aliana feita por Rosas: afinal, julgava-se, naquela altura, que Oribe sairia vitorioso na guerra civil uruguaia e, ainda, que com a aliana no haveria riscos de novo lao entre os argentinos, os blancos e os revoltosos da Farroupilha. Para Rosas, no entanto, a possvel aliana com Dom Pedro II significava sustar ao militar anglo-francesa que eventualmente o obrigasse a retirar suas tropas no Uruguai. Embora assinado pelo monarca brasileiro, o tratado no foi ratificado por Rosas. Recusou-se a faz-lo sob o argumento de que nenhum acordo podia ser negociado sem o consentimento de Oribe, o que era pretexto para desfazer a aliana: ela tornara-se desnecessrio a Rosas, pois a ameaa anglo-francesa fora afastada.

    3. As consequncias e os resultados da Guerra contra Oribe e Rosas, no entender da historiografia uruguaia, foram benficos ao Brasil. Pelo tratado de 1851, assinado ente o Brasil e o Uruguai, ficavam abolidos os direitos alfandegrios sobre a exportao de gado gacho. Assegurava-se a consolidao da presena dos mais

  • 5

    de 20 mil brasileiros no Uruguai. Ao Imprio dava-se o direito de interveno no Uruguai em caso de conflito interno. Poderia ainda o Brasil solicitar extradio de escravos foragidos, quando o Uruguai havia abolido a escravido precisamente durante a guerra. Mais importante, garantia-se ao Brasil a livre navegao do rio Uruguai e reconhecia-se dvida pelo auxlio militar brasileiro.

    4. Os conflitos internos no Uruguai, embora terminada a Guerra Grande, continuaram a ter impacto na balana platina de poder, no mais como foco de tenses entre brasileiros e argentinos, mas como peso poltico a favor ou contra o Paraguai. O partido colorado contestou a fiscalizao que o Imprio exerceu sobre o Uruguai aps a assinatura do tratado de 1851. Em 1860, foi eleito o presidente Bernardo Berro, lder dos colorados, quem adotou postura contrria ao Imprio, restringindo as posses brasileiras no Uruguai, controlando o comrcio entre os dois pases e, portanto, recobrando o direito alfandegrio sobre as exportaes brasileiras.

    TEMA II: As relaes entre o Imprio do brasil e a duas Argentinas (1851-1861)

    E depois da Guerra contra Oribe e Rosas (1851-1852), quais foram as relaes entre o Imprio do Brasil e a

    Argentina?

    Argentina fraciona-se em dois Estados: o Estado de Buenos Aires e a Confederao

    Argentina (com capital em Paran, Entre Rios)

    Ao Brasil no interessava a instabilidade poltica argentina:

    Riscos para a segurana na Bacia do Prata.

    Ricos para a estabilidade poltica da regio.

    Um Argentina unida teria maiores condies de pagar as indenizaes de guerra

    devidas ao Tesouro Imperial.

    Dvida contrado por Urquiza, para financiar empreendimentos militares

    contra Rosas.

    Como honrar esses compromissos financeiros sem a provncia mais rica da

    antiga Confederao, isto , Buenos Aires?

    GABARITO 1 - C 2 - C 3 - C 4 - E

  • 6

    Neutralidade imperial no decurso dos conflitos entre Buenos Aires e Paran.

    Embora o Imprio continuasse a financiar a nova Confederao.

    Alguma proximidade entre o Imprio e a Confederao:

    Jos Maria da Silva Paranhos assina acordo militar, pelo meio do qual a

    Confederao apoiaria o Brasil em caso de conflito lindeiro com o Paraguai.

    Imprio volta a emprestar dinheiro Confederao.

    Ao mesmo tempo, Paranhos assina com Assuno acordo de livre navegao

    fluvial.

    Urquiza envia misses diplomticas Frana e Inglaterra, com vistas a

    enfraquecer o Estado de Buenos Aires.

    Neutralidade imperfeita com a Confederao Argentina termina quando o Imprio no

    atendeu solicitao de Paran para colocar-se contra Buenos Aires.

    Urquiza afastou-se, em consequncia, do Imperial e aproximou-se do Paraguai.

    Paraguai de Carlos Solano Lpez (1844-1862) buscava o reconhecimento dos

    direitos paraguaios sobre seus rios ribeirinhos, no marco, contudo, de um

    abertura das fronteiras paraguaias.

    Relao de foras inverte-se radicalmente em setembro de 1861, aps a Batalha de Pavn.

    Unitaristas portenhos de Mitre sufocam a Confederao: surge a Repblica

    Argentina moderna.

    Exerccio de Primeira Fase

    Julgue C ou E a respeito das relaes do Brasil com a Confederao Argentina e com o Estado de Buenos Aires aps a

    derrota de Rosas em Monte Caseros, em 3 de fevereiro de 1851:

    1. Aps a queda de Rosas, a Argentina atual cindiu-se em duas organizaes independentes: a Confederao e o

    governo autnomo de Buenos Aires. No final da dcada de 1850, o Imprio assinou com a Confederao

    tratado de amizade, comrcio, navegao, extradio e limites, embora no tenha sido ratificado pelo

    Congresso confederativo. Em 1857, o Imprio voltou carga. Jos Maria da Silva Paranhos assinou acordo de

    aliana militar com a Confederao, pelo qual esta apoiaria o Brasil em eventual desencontro com Buenos

    Aires e, em compensao, a Confederao obteve emprstimo do Tesouro Imperial no valor de 300 mil

    pataces.

    2. As relaes entre o Imprio e o Paraguai foram estremecidas j no comeo da segunda metade do sculo XIX.

    Carlos Antonio Lpez negou-se a abrir os rios Paraguai e Paran navegao internacional, em perfeito

    consonncia com a tradio isolacionista do Estado guarani. A Confederao Argentina, malgrado a

  • 7

    aproximao com o Imprio, declarou apoiar o Paraguai em caso de conflito com o Brasil. Voltavam a

    preocupar, portanto, as relaes no Prata passados to somente alguns anos da Guerra contra Oribe e Rosas.

    3. Antes da Batalha de Pavn (1861), o Imprio buscou manter boas relaes com os dois Estados argentinos.

    Aps a 1861, no entanto, o cenrio mudou radicalmente. Eleito presidente em 1862, alm de substituir a

    antiga Confederao Argentina pela Argentina unificada, Mitre buscou aproximar-se dos colorados uruguaios,

    visto que seriam o baluarte da garantia contra as empreitadas federalistas que os blancos uruguaios pareciam

    incentivar. Interessava a Mitre, portanto, manter a unidade da Argentina consolidada em 1861. No Brasil, aps

    a nomeao do liberal Zacarias de Gis e Vasconcellos para a presidncia do Conselho de Ministros, a aliana

    com Mitre e os colorados parecia desejvel, se no inevitvel.

    4. Em abril de 1863, a guerra civil uruguaia voltou a tomar seu curso. Vindo de Buenos Aires, o caudilho colorado

    Venncio Flores invadiu o pas para derrubar o governo blanco do presidente Bernardo Berro, que mantinha

    relaes com Jos Justo Urquiza, lder da oposio federal argentina, que, por sua vez, se relacionava com

    Francisco Solano Lpez, que se tornou chefe do Estado paraguaio em 1862.

    Exerccio de Terceira fase

    Introduo, o que ?

    o Contextualizao do problema.

    o Definio do problema histrico.

    o Definio da posio historiogrfica.

    Encaminhamento da questo, como se faz?

    o Regra principal: um pargrafo, um argumento.

    Concluso, o que ?

    o No uma abertura para novos dados histricos.

    o No um resumo da dissertao.

    o uma comprovao do posicionamento historiogrfico.

    o um fechamento de argumento historiogrfico.

    o uma prova de que nosso argumento faz sentido:

    GABARITO 1 - E 2 - E 3 - C 4 - C

  • 8

    Agora que voc leu o texto, voc entende o problema que coloquei na introduo.

    o Lendo a introduo e a concluso, a banca tem que compreender o que voc quer dizer. Se no

    consegue, a introduo no est boa, nem a concluso.

    Exemplo de prova

    A aproximao entre o Brasil e os Estados Unidos no comeou com a Repblica; ganhou impulso, contudo, depois de

    1889. A relao, com Rio Branco, adquiriu consistncia e levou o eixo tradicional da diplomacia brasileira, apoiado nas

    relaes com as potncias europeias, a uma gradual substituio pela aliana no escrita com os Estados unidos.

    FONSECA JR., Gelson. Rio-Branco diante do Monrosmo e do Pan-Americanismo: anotaes. IN: Baro do Rio

    Branco, 100 anos de memria. Braslia: FUNAG, 2012.

    Disserte a respeito da validade do conceito de aliana no escrita entre o Brasil e os Estados entre a Proclamao

    da Repblica, em 1889, e o ocaso da chancelaria de Rio Branco, em 1912.

    Extenso mxima: 90 linhas.

    (valor: 30 pontos)

    Primeira opo de abordagem

    Brainstroming ou organizao de dados dispersos

    o Aproximao comea ainda no Imprio.

    o I Conferncia Pan-Americana

    Tratado Blaine-Mendona.

    o Questo do Acre.

    o Criao da embaixada em Washington em 1905.

    o III Conferncia Pan-Americana no Rio de Janeiro, 1906.

    o IV Conferncia Pan-Americana em Buenos Aires, 1910.

    o II Conferncia da Paz da Haia, 1907.

    o Pacto ABC.

    o Posio do Baro do Rio Branco e de Joaquim Nabuco.

    o Posio de Oliveira Lima e Eduardo Prado.

    o Bradford Burns

    o Gelson Fonseca Jr.

    Segunda opo de abordagem

    Definies

    o O que uma aliana no escrita, expresso de Bradford Burns?

    o O que representam os Estados Unidos na virada do sculo?

    Hegemonia continental e irradiao internacional:

    Ex: China, Coreia, Cuba, Filipinas, Amrica latina.

    o O que queria o Brasil ao aproximar-se dos EUA?

  • 9

    Multilateralizao da Doutrina Monroe (Gelson Fonseca Jr.)

    Evitar a unilateralidade, a ambiguidade e a plasticidade da Doutrina Monroe.

    Estruturas argumentativas possveis (esqueleto de prova)

    o Sim, vlida a tese da aliana no escrita

    o Aspectos bilaterais

    Somos da Amrica e queremos ser americanos

    Incremento das relaes comerciais:

    Tarifa Blaine-Mendona.

    o Tratado de reciprocidade mediante o qual ampla gama de produtos

    manufaturados estadunidenses teriam acesso ao mercado brasileiro em

    troca da isenes alfandegrias para o acar, o couro e o caf.

    Brasil como cmplice dos EUA na Amrica do Sul:

    Argentina e demais vizinhos sulino rechaaram as pretenses dos EUA na I

    Conferncia Pan-Americana: resistncia ao incremento da influncia dos EUA na

    regio.

    EUA como cmplice do Brasil:

    Deodoro e o Congresso Nacional.

    o Questo Balmaceda.

    Participao dos EUA na Revolta da Armada.

    o Envio de esquadra para debelar o bloqueio naval Baia de Guanabara

    orquestrado por Custdio de Melo.

    Primeira Embaixada do Brasil em Washington, 1905.

    o Americanismo de Nabuco.

    o Aspectos multilaterais

    Em relao aos vizinhos:

    Posio de Cleveland na disputa lindeira com a Argentina (Questo de Palmas),

    1895.

    No se menciona a Doutrina Monroe na III Conferncia Internacional do Rio de

    Janeiro, prova de que Brasil quer evitar/intermediar atritos entre os EUA e os a

    Amrica latina.

    o Discurso do Baro durante a III Conferncia.

    Questo do Acre:

    o Bolivian Syndicate indenizado, o State Department aceita.

    IV Conferncia Pan-Americana, Buenos Aires, 1910:

    o Brasil tenta introduzir moo de reconhecimento da Doutrina Monroe.

    o No, no vlida a tese da aliana no escrita

    o Aspectos bilaterais

  • 10

    Cleveland (1893-1897) desmonta estrutura tarifria de Harrison (1889-1893)

    Fim da Tratado Blaine-Mendona.

    o 1894: Floriano Peixoto denuncia o tratado.

    o Aspectos multilaterais

    Em relao aos vizinhos sulinos:

    EUA no veio ao socorro do Brasil na Questo do Pirara.

    Pacto ABC:

    o Criar uma espao no Cone Sul alternativa hegemonia continental dos

    EUA.

    Ricupero: Seria um conselho de segurana para a Amrica do Sul,

    j que para o Caribe, para a Amrica do Norte e para a Amrica

    Central o conselho era os EUA.

    o Pacto seria um instrumento adicional da hegemonia dos EUA na regio,

    uma antecipao da tese do subimperialismo.

    o Pacto seria um escudo de resistncia.

    Em relao Europa:

    EUA no secundo o Brasil durante o incidente da canhoneira Panther.

    Crise da Haia:

    o EUA no respaldam o pleito brasileiro pelo assento permanente no

    Tribunal de Justia.

    Oliveira Lima e Eduardo Prado:

    o Americanismo iluso.

    Melhor soluo

    Plano dialtico

    o Embora no plano bilateral a aproximao entre o Brasil e os Estados Unidos, entabulada ainda

    durante os ltimos anos do Segundo Reinado (1840-1889), tenha-se traduzido em cumplicidade

    no escrita, no plano multilateral, os Estados Unidos no secundaram a emergncia de um Brasil

    contra-hegemnico no continente americano. A multilateralizao da Doutrina Monroe, projeto

    caro ao Itamaraty na dcada de 1900, no encontrou suporte, portanto, naquele que deveria ser

    o principal aliado brasileiro aos olhos do Baro do Rio Branco: os Estados Unidos.

  • 11

    Exemplos de introduo

    Introduo deficiente

    Findo o perodo imperial no Brasil, a poltica externa at ento engendrada redirecionou suas atenes para o continente americano e, desse modo, rompeu com a tradio europeia pela qual se orientara at ento. A I Conferncia Pan-Americana, iniciada em 1889, assinalou a mudana na diretriz da poltica externa brasileira na direo dos Estados Unidos da Amrica. Ao observar o contexto internacional da poltica imperialista, o Baro do Rio Branco, chanceler por uma dcada durante a Repblica Velha, optou por, de maneira pragmtica, alinhar-se ideologia da Doutrina Monroe, reafirmada pelo Corolrio Roosevelt e, dessa forma, tangenciar, entre outros, os riscos oferecidos pelo imperialismo europeu soberania brasileira. De acordo com o termo cunhado por Bradford Burns, inaugurou-se assim a Aliana no escrita.

    Introduo mediana

    A Proclamao da Repblica no Brasil foi marco da intensificao das relaes entre o pas e os Estados Unidos. O sistema implantado pelos norte-americanos desde sua independncia era considerado referncia dos republicanos brasileiros. Alm disso, a ascenso econmica dos Estados Unidos no final do sculo XIX foi fator importante para a percepo de que os americanos do norte estavam no caminho para uma posio de destaque no concerto internacional, at ento dominado pelos europeus. Partidrio dessa interpretao, o Ministro das Relaes Exteriores do Brasil de 1902 a 1912, Baro do Rio Branco, favoreceu uma aliana no escrita com os norte-americanos, nas palavras de Bradford Burns. Esse acordo informal fortalecia a amizade entre as duas naes, em grande parte devido interpretao pelo Baro de que seria instrumento importante para que o Brasil alcanasse seus objetivos em poltica externa. A aliana no escrita entre Brasil e Estados Unidos nos primeiros anos da repblica brasileira materializou-se, tempos depois, em uma aliana escrita e consolidada.

    Introduo sobressaliente

    Ao longo de todo o perodo imperial, o eixo principal da atuao diplomtica brasileira referia-se s relaes com as potncias europeias, notadamente a Inglaterra. A primazia da vertente europesta inclua razes pragmticas, como comrcio e poltica internacional, e ideolgicas, pois as faces dinsticas exerciam importante influncia nas formulaes do Conselho de Estado. A partir dos anos 1870, as relaes bilaterais com os EUA se aprofundaram, especialmente devido ao aumento do volume comercial que, gradativamente, aumentou a importncia norte-americana no comrcio exterior brasileiro. Essa aproximao foi intensificada a partir da Proclamao da Repblica, ocorrida em 1889, e estimulou Bradford Burns a cunhar o termo Aliana No Escrita, que definiria as relaes bilaterais at meados do sculo XX. Contudo, as relaes Brasil-EUA apresentavam contornos pragmticos e, para alm de uma Aliana No Escrita, eram marcadas pela busca dos pases por seus interesses de Estado, processo que acarretou momentos de aproximao e de divergncia.