LISTA DOS MANTÓDEOS COLETADOS NA ILHA DE MARACÁ. (*)

Lauro José Jantsch (**)

INTRODUÇÃO

0 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, a Royal Geographical Society e a

Secretaria Especial do Meio Ambiente desenvolveram o Projeto Ilha de Maracá entre 1987

e 1988. Como parte do levantamento ecológico foram realizadas coletas. A mim coube

identificar e/ou determinar a fauna mantodeológica. Foram-me enviados 36 exemplares de

louva-a-deus pertencentes a 18 espécies cuja lista está abaixo. Para tornar este traba_

lho mais útil, achei conveniente, além da lista, fornecer os dados sinonímicos e a dis

tribuição geográfica das espécies. 0 material examinado foi devolvido ao Museu do INPA.

RESULTADOS

Família CHAETEESIDAE Handlirsch

Pequenos, com caracters primitivos, protõrax quase quadrado; tíbias anteriores em

garra terminal; cercos longos; somente um gênero neotropical.

Gênero Chaeteessa (Burmeister)

Corpo delgado; antenas mais longas que o corpo; espinhos tibiais longos e finos.

Chaeteessa caudata Saussure ( 1 <f)

Chaetessa caudata Saussure, l871:Brasil.

Chaeteessa caudata:Giglio-tos, 1 9 2 7 :Brasil.

Chaeteessa filata Burmeister ( 2 d v )

C. filata Burmeister, 1838 :Ceará.

C. filata: Saussure, 1 8 7 1 : B r a s l 1 ; Rehn, 1 9 1 9:Pará; G i g l i o - t o s , , 1 3 2 7 : B r a s í 1 .

Família HYMENOPODIDAE Chopard

Pequenos a médios; cores homocrômicas; pronoto geralmente com expansões; fêmeas

braqu ípteras.

Subfamíl ia ACROMANTI ΝΑΕ Gigl io-tos

Escudo frontal com tubérculos.

(*) Este trabalho foi realizado como parte do Projeto Maracá em 1987-88 (INPA, Royal Geographical Society, Secretaria Especial do Meio Ambiente.

(**) Instituto de Biociencias da PUC-RS, Porto Alegre, RS. ACTA AMAZONICA, 21(único) . 1 2 3 - 1 3 0 . 1991. 1 2 3

Tribo EPAPHRODITINI Beier

Médios; marrons; olhos arredondados.

Gênero Acanthops Servi lie

Corpo delgado nos machos e robustos nas fêmeas; cercos curtos e achatados.

A c a n t h o p s f a l c a t a r i a (Goeze) ( 5 <f<r)

( M a n t i s ) f a l c a t a r i a Goeze, 1778 e SEBA, 1 7 6 5 (sem localidade).

A c a n t h o p s f a l c a t a r i a : Saussure, 1 8 7 ! (sem l o c ) ; Chopard, 1 9 1 6 (Sta. Catarina, Brasil);

Giglio-tos, 1 9 2 7 (Brasil e Chile); Lima, 1 9 3 8 (Brasil); Travassos, 1 9 ^ 5 (Brasil); H e i t £

mann, 1 9 6 2 (Brasil).

Gênero M e t i l i a Stal

Fêmures anteriores com 7 espinhos externos.

M e t í l i a i n t e g r a Stal ( 2 <f<f)

M. I n t e g r a Stal, 1 8 7 7 : Brasil; W e s t w o o d , 1 8 8 9 : Santarém (Brasil); Giglio-tos, 1927 (Bra

sil).

Tribo ACONTISTINI Beier

Pequenos; olhos redondos; fêmeas braquípteras.

Gênero Acontiothespis Saussure

Esverdeados ou marrons; espinhos tibiais inclinados mais pronunciadamente na ex­

tremidade.

A c o n t i o t h e s p i s f u s c a (Olivier) (4 <f<f)

M a n t i s f u s c a Olivier, 1 7 9 2 : sem localidade.

M. t r u n c a t a : Fabricius, 1 7 9 3 : Lichtenstein, 1 8 0 2 ; Stoll, 1 8 l 3 (sem localidade).

M. mui t i s t r i a t a : Serville, 1839 (sem l o c ) .

A c o n t i s t a m u i t i s t r i a t a : Saussure, 1 8 6 9 (sem l o c ) .

A . t r u n c a t a : Saussure, 1871 (sem l o c ) .

A . p e r s p i c u a : Chopard, 1912 (sem l o c ) .

A . f u s c a : Giglio-tos, 1 9 2 7 (Brasil, Bolívia, Guiana e Suriname).

Em I 9 I 6 , Rehn estabeleceu A c o n t i o t h e s p i s pró A c o n t i s t a (pré-ocupado)

A c o n t I o t h e s p i s c o r d i l l e r a e Saussure ( 2 d w )

A c o n t i s t a c o r d i l l e r a e Saussure, 1 8 6 9 ; Saus., 1 8 7 1 ; Saus., 1 8 7 2 ; Giglio-tos, 1 9 2 7 (Méxj_

co, Costa Rica e Guiana).

A . f r a t e r n a : Saus., 6 Zehntner, 189*1.

A . g r a c i l i s : Chopard, 1912 (sem l o c ) .

Família MANTIDAE Burmeister

Tamanho variável; antenas, nunca bissereadas; fêmures anteriores com uma fileira

de espinhos interno-ventrais, aiternadamente, um longo e um curto.

Subfamília LITURGUSINAE Giglio-tos

Olhos muito grandes; geralmente marrons ou cor de madeira seca.

Gênero Liturguda Saussure

Cabeça larga; pronoto tio longo como as coxas anteriores; placa supranal grande;

cercos longos, finos e pilosos.

Liturgusa maya (Saus., & Zehntner) (1 ?)

L i t u r g u s a c a y e n n e n s i s Saus., & Zehntner, 189* * (sem l o c ) .

L i t u r g u s a m a y a : Kirky, 1904; Giglio-tos, 1927 (Brasil e Guiana); Beier, 1937 (México,

Costa Rica, Guatemala e Pará).

Subfamília THESPINAE Beier

Marrons; fêmeas ápteras; metazona com granulações; fêmures anteriores com k espi­

nhos discoidais.

Gênero M u s o n i e l l a Giglio-tos

Pardos; vértice mais elevado que os olhos; placa supranal mais curta que os cer­

cos.

M u s o n i e l l a a r g e n t i n a (Saussure) (4 <f<f)

M i o p t e r y x a r g e n t i n a Saussure, 1870 (Argentina); 1871 (Argentina e Brasil).

T h e s p i s s u r i n a m a : Giglio-tos, 189^ (sem l o c ) .

M u s o n i e l l a a r g e n t i n a : Giglio-tos, 1 9 2 7 (Argentina, Paraguai, Brasil): Jantsch £ Cor-

seuil, 1 9 8 8 (RS).

M. c h o p a r d i Mello-Leitão, 1939 (Mato Grosso); Rehn, 1920 (Goiás); Beier, 1935 (Brasil,

Paragua i.

Gênero T h e s p i s Servi lie

Castanhos; tégminas mais curtas que o abdome.

T h e s p i s p a r v a (Drury) (l <f)

M a n t i s p a r v a Drury, 1 7 7 3 ; Olivier, 1792; Burmeister, 1838 (sem l o c ) .

T h e s p i s p a r v a : Rehn, 1902; Giglio-tos, 1927 (Colômbia; T e r r a , 1982 (ibid.).

Tribo PSEU0OMIOPTERYGINI Beier

Pequenos; marrons; olhos redondos; pronoto curto, mais curto que as coxas anterio

res.

Lista dos mantodeos. 125

Gênero Promiopteryx Giglio-tos

Vértice convexo, mais elevado que os olhos; tíbias anteriores com 7 espinhos ex­

ternos, os dois primeiros pequenos e afastados dos demais.

P r o m i o p t e r y x f a l l a x Giglio-tos ( 1 <f)

P r o m i o p t e r y x f a l l a x Giglio-tos, 1915; 1 9 2 7 (Bogotá); Terra, l982 (Venezuela e Colôm­

bia) .

P r o r a í o t e r y x s i m p l e x Giglio-tos ( 1 <f)

P r o m i o t e r y x s i m p l e x Giglio-tos, 1915; Terra, 1 9 8 2 (ibid.).

Subfamília ANGELINAE Beier

Esbeltos; pronoto muito longo e estreito; fêmeas braquíteras e machos com asas

mais curtas que o abdome.

Gênero A n g e l a Servi lie

Asas anteriores do macho transparentes e as da fêmea o p a c a s ; asas posteriores co­

loridas; abdome esbelto, cervos foliáceos.

A n g e l a s u b h y a l i n a (Chopard) (1 <f)

A n g e l a s u b h y a l i n a : Giglio-tos, 1 9 2 7 : dá a sinonímia e cita a Bolívia na distribuiçio

geográf ica.

Subfamília VATINAE Saussure

Médios a grandes; pernas posteriores, às vezes, com expansões.

Tribo STAGMATIPTERINI Beier .

Pernas sem expansões; asas das fêmeas, seguidamente, com manchas amarelas ou ban­

das amarelas.

Gênero S t a g m a t o p t e r a Burmeister

Vértice não tuberculado; pronoto bem mais longo que as coxas anteriores; asas bem

desenvolvidas.

S t a g m a t o p t e r a b i o o t a t a (Scudder) (1 tf)

M a n t i s ( S . ) r o g a t ó r i a (non M a n t i s r o g a t ó r i a Stoll, 1813) Burmeister, 1838 (América do

Sul).

S t a g m a t o p t e r a r o g a t ó r i a : Saussure, 1871 (Brasil); Rehn, 1904 (Pebas); Westwood, 1889 (Bra_

si 1, Peru).

S t a g m a t o p t e r a b i n o t a t a : Scudder, 1868 (Napo); Kirby, 1904 (Brasil); Gíglio-tos, 1914 (Pe

ru, Pará); Giglio-tos, 1 9 2 7 (América Meridional, Peru, Pará, Andes Peruanos); Beier,

1 9 3 1 (Manacapuru, Solimões, Canabouca) ; Jantsch S Corseuil, 1988 (Rio Grande do Sul

(RS)).

Gênero P a r a s t a g m a t o p t e r a Sassure

Perfeitamente alados; antenas filiformes nas fêmeas e serreadas nos machos.

P a r a s t a g m a t o p t e r a s e r r i c o r n i s (Haan) (1 ?)

M a n t i s h y a l i n a Haan, 18^2

M. u n i p u n c t a t a : Burmeister, 1 8 6 4

S t a g m a t o p t e r a f l a v o g u t t a t a : Saussure, 1 8 6 9 ; 1 8 7 1 ; 1 8 7 2

P a r a s t a g m a t o p t e r a u n i p u n c t a t a : Saus., S Zehntner, 1 8 9 ^

P . s e r r i c o r n i s : Kírby, 1904 (Santarém); Rehn, 1 9 1 1 (Santarém); Giçlio-tos, ? 9 ? 4 ; 1 9 2 7

(Brasil, Argentina); Piza, 1 9 6 8 (Piracicaba); Jantsch S Corseuil, 1 9 8 8 (RS).

P a r a s t a g m a t o p t e r a t e s s e l l a t a Saussure & Zehntner (1 °")

P . t e s s e l l a t a Saus., & Zehnt., 1 9 8 4 (Caiena); Kirby, 1 9 0 4 (Ibid.); Rehn, 1 9 0 6 ; 1911(Caie

n a ) ; Giglío-tos, 1914 (Buenos Aires, La Plata); \32J (Argentina, Guiana); Jantsch & Co£

seuil, 1988 (RS).

Tribo VATINI Beier

Cabeça com processos ocelígeros; asas das fêmeas nunca com manchas ou bandas.

Gênero P h y l l o v a t e s Kirby, 1 9 0 4

Processos ocelígeros laterais prolongados; antenas dos machos serreadas; tégminas

dos machos com manchas ou bandas.

P h y l l o v a t e s t r í p u n c t a t a (Burmeister) (1 <f)

M a n t i s c i n g u l a t a Burmeister, 1 8 3 8

T h e o c l y t e s c i n g u l a t a : Saussure, 1 8 7 1 , 1874

P h y l l o v a t e s s t o l l i : Rehn, 1 9 1 1 (Guiana, Brasil); Giglio-tos, 1 9 1 4 (Bahia)

P . t r i p u n c t a t a : Kirby, 1 9 0 4 (Brasil, Bahia, Guiana); Giglio-tos, 1 9 2 7 (Brasil, Surina -

m e , México e Antilhas); Jantsch & Corseuil, 1 9 8 8 (RS).

Subfamília PHOTININAE Giglio-tos

Médios a grandes; maioria verdes.

Tribo PHOT INI NI Beier

Fêmures anteriores com 4 espinhos d isco ida is.

Gênero P h o t i n a Burmeister

Olhos salientes; vértice liso, a ultrapassando os olhos, cercos cônicos.

P h o t i n a g r a c i l i s Giglio-tos

P h o t i n a g r a c i l i s Giglio-tos, 1915 (Sta. Catarina); 1 9 2 7 (Brasil); Beier, 1 9 3 7 (Brasil).

Lista dos xnantódeos. 127

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(Aceito para publicação em 28.03.1990)