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Agradecemos a todos os participantes do processo de elaboração do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo de Balneário Piçarras, Em especial a Comissão Intersetorial, que com responsabilidade assumiram o compromisso de elaborar esse Plano. Foi uma construção coletiva na direção da garantia de direitos daqueles adolescentes, que por alguma circunstância da sua vida cometeram ato infracional. Esperamos que esse Plano seja um instrumento de trabalho intersetorial, que venha a fortalecer o trabalho socioeducativo no município. Esse documento é o início de um novo caminhar...

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Page 1: LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES - cloudsoftcam.com.br · cometeram ato infracional. Esperamos que esse Plano seja um instrumento de trabalho ... ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente

Agradecemos a todos os participantes do processo de

elaboração do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo de

Balneário Piçarras,

Em especial a Comissão Intersetorial, que com

responsabilidade assumiram o compromisso de elaborar esse Plano.

Foi uma construção coletiva na direção da garantia de direitos

daqueles adolescentes, que por alguma circunstância da sua vida

cometeram ato infracional.

Esperamos que esse Plano seja um instrumento de trabalho

intersetorial, que venha a fortalecer o trabalho socioeducativo no

município.

Esse documento é o início de um novo caminhar...

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

Art. - Artigo

AMFRI - Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí

CMDCA - Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes

CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social

CRAS - Centro de Referência da Assistência Social

CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social

ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente

EGEM - Escola de Gestão Pública Municipal

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LA - Liberdade Assistida

LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social

MDS - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

MSE - Medida Socioeducativa

MPAS - Ministério da Previdência e Assistência Social

NOB - Norma Operacional Básica

OMS - Organização Mundial de Saúde

PAEFI - Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Família e Indivíduos

PAIF - Serviço de Proteção Integral à Família

PETI - Programa de Erradicação do Trabalho Infantil

PNAS - Política Nacional de Assistência Social

PSC - Prestação de Serviços à Comunidade

SAS - Secretaria Nacional de Assistência Social

SIAB - Sistema de Informação de Atenção Básica

SINASE - Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo

SUAS - Sistema Único de Assistência Social

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: 1ª Reunião Oficina de Elaboração Plano Socioeducativo Figura 2: 1ª Reunião

Oficina de Elaboração Plano Socioeducativo ........................................................................... 15

Figura 2: 2ª Reunião Oficina de Elaboração Plano Socioeducativo Figura 6: 2ª Reunião

Oficina de Elaboração Plano Socioeducativo ........................................................................... 16

Figura 3: 3ª Reunião Oficina de Elaboração Plano Socioeducativo ......................................... 16

Figura 4: Fase policial. ............................................................................................................. 32

Figura 5: Fase ministerial. ........................................................................................................ 33

Figura 6: Fase judicial. ............................................................................................................. 34

Figura 7: Síntese da organização da Política de Assistência Social, segundo a Tipificação

nacional dos serviços socioassistenciais. .................................................................................. 36

Fluxograma 1: Fluxograma de atendimento das medidas socioeducativas. 37

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: População de jovens entre 10 e 19 anos, segundo dados do Censo 2010. .............. 17

Gráfico 2: Proporção Masculino x Feminino, no cumprimento de medidas socioeducativas. 18

Gráfico 3: Proporção de atos infracionais encaminhados ........................................................ 18

Gráfico 4: Bairros que os adolescentes são provenientes ......................................................... 19

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13

2 METODOLOGIA DA ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL ............................. 15

3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE SITUACIONAL ............................................................... 17

4 DIRETRIZES ...................................................................................................................... 21

5 MARCOS LEGAIS ............................................................................................................. 23

5.1 BASE NORMATIVA DO DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: .............. 23

5.2 BASE NORMATIVA DO DIREITO SOCIOASSISTENCIAL ........................................ 24

6 MARCOS CONCEITUAIS ................................................................................................ 27

6.1 O ADOLESCENTE E O ATO INFRACIONAL ............................................................... 27

6.2 MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS ................................................................................... 29

6.3 O SISTEMA PÚBLICO: A TRAJETÓRIA DO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM

A LEI ATÉ O INÍCIO DO CUMPRIMENTO DA EXECUÇÃO DA MEDIDA

SOCIOEDUCATIVA ............................................................................................................... 31

6.4 AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E O ATENDIMENTO ÀS

MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS ......................................................................................... 35

7 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 39

7.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 39

7.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 39

8 RESULTADOS .................................................................................................................... 41

9 FORMAS DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO ................................................... 43

10 AÇÕES ............................................................................................................................... 45

10.1 ASSISTÊNCIA SOCIAL ................................................................................................. 45

10.2 SAÚDE ............................................................................................................................. 46

10.3 EDUCAÇÃO .................................................................................................................... 46

10.4 ESPORTE, CULTURA E TURISMO ............................................................................. 47

11 FORMAS DE FINANCIAMENTO ................................................................................. 49

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 51

ANEXOS ................................................................................................................................. 55

ANEXO A – MODELO DE ENCAMINHAMENTO ............................................................. 57

ANEXO B – MODELO DE CONTRA-REFERÊNCIA DOS ENCAMINHAMENTOS DA

REDE INTERSETORIAL ........................................................................................................ 59

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IDENTIFICAÇÃO

Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo

Vigência: 2014-2024

Período de elaboração: Junho a Agosto de 2014

Responsável pela elaboração: Gabriel Fernandes Camargo Rosa

PREFEITURA MUNICIPAL DE BALNEÁRIO PIÇARRAS

Prefeito: Leonel José Martins

Porte do Município: PP1

Endereço: Rua Alexandre Guilherme Figueiredo, 68 – Centro – CEP 88380-000

Telefone: (47) 3347 4747

E-mail: [email protected]

Site: http://www.picarras.sc.gov.br

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Gestão/Secretária: Juliana da Silva

Endereço: Avenida Nereu Ramos, 817 – Centro – CEP 88380-000

Telefone: (47) 3347 3464

E-mail: [email protected]

[email protected]

CONSELHO MUNICIPAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE BALNEÁRIO

PIÇARRAS (COMDICAPI)

Presidente: Miriam Brito Bezerra

Telefone: (47) 3347 4747

E-mail: [email protected]

CONSELHO TUTELAR

Presidente: Roseli de Fátima Carvalho Krahl

Telefone: (47) 3347 0063

E-mail: [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

A Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), dentre outras questões, estabelece

em seu art. 227 que,

é dever da família, da sociedade e do Estado que é assegurar à criança, ao

adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à

alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao

respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a

salvo de toda forma de negligência, exploração, violência, crueldade e opressão.

A absoluta prioridade de que trata o texto constitucional foi confirmada e

regulamentada através da Lei n° 8.069/90 (BRASIL, 1990), batizada de Estatuto da Criança e

do Adolescente (ECA). Recentemente a Lei n° 12.594, de 18 de janeiro de 2012 (BRASIL,

2012), que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), bem

como regulamentou a execução das medidas socioeducativas destinadas ao adolescente que

pratique ato infracional, e ainda alterou dispositivos do ECA.

De acordo com Merigo e Souza (2014), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

atribui a responsabilidade aos adolescentes que cometem atos infracionais de

responsabilizarem-se por sua prática. Tal responsabilidade não lhes é imputada frente à

legislação penal comum, mas com base nas normas do Estatuto da Criança e Adolescente –

ECA, submetendo-se a medidas socioeducativas de caráter especial. Esse atendimento,

diferenciado dos adultos, justifica-se em razão de sua condição de sujeitos que atravessam

etapas importantes do seu desenvolvimento biopsicossocial.

O fato é que o Brasil, como a maioria dos países ocidentais, conta em seu

ordenamento jurídico com dois sistemas1 para a responsabilização daqueles que cometem

crimes, ou atos infracionais: o sistema penal adulto, destinado à responsabilização das pessoas

com mais de dezoito anos; e um sistema de responsabilização juvenil, destinado a

responsabilizar por seus atos os (as) adolescentes de doze anos a dezoito anos de idade.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (2012), trata-se de uma opção

adotada pela Constituição Federal Brasileira de 1988, em seu art. 228, que define um período

etário que vai até o limite superior, de dezoito anos, para que os sujeitos, que estão em uma

fase de desenvolvimento diferenciada do mundo adulto, respondam perante um sistema de

responsabilidade também diferenciado dos adultos.

1Utiliza-se neste texto a ideia de sistema, como sistema normativo, ou um conjunto de normas previstas no

ordenamento jurídico, integradas ao seu conjunto, mas que entre si tem uma lógica de organização própria,

destinadas à aplicação em determinadas circunstâncias específicas.

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A partir de tal definição, estabeleceu-se um “modelo de responsabilização especial

para adolescentes”, que contempla sanções especiais e reconhece em seus destinatários uma

capacidade de responder pelos atos praticados, de acordo com sua etapa de desenvolvimento.

São, assim, somente imputáveis perante seu sistema próprio. No caso brasileiro, são

imputáveis perante o Estatuto da Criança e do Adolescente2.

O sistema de responsabilização de adolescentes previsto na Legislação brasileira é

composto por medidas socioeducativas, as quais têm natureza sancionatória, no sentido de

que são aplicadas aos seus destinatários em decorrência de um ato infracional praticado.

Também são impostas ao (à) adolescente, após a apuração da responsabilidade deste(a)

mediante um processo judicial, no qual cabe ao Estado, através do Ministério Público,

demonstrar a sua autoria e ao juiz aplicar a medida cabível, proporcional à prática cometida e

ao envolvimento de seu autor. Portanto, as medidas socioeducativas são respostas do Estado

restritivas de direitos, impostas ao sujeito autor, em razão de uma conduta ilícita, assim

definida pelo ordenamento jurídico brasileiro.

As medidas socioeducativas devem ser aplicadas para que o adolescente reafirme ou

elabore seu projeto de vida e para que, nesse processo, tenha oportunidades criadas

tecnicamente para a revisão do ato cometido.

Diante deste contexto, em janeiro de 2012, foi aprovada a Lei nº 12.594/2012, que

institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo - SINASE e regulamenta a

execução das medidas destinadas à adolescente que pratique ato infracional (BRASIL, 2012).

O SINASE é o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que envolvem a execução

de medidas socioeducativas, incluindo-se nele, por adesão, os sistemas estaduais, distrital e

municipais, bem como todos os planos, políticas e programas específicos de atendimento a

adolescente em conflito com a lei.

Compreendendo que os adolescentes atendidos no cumprimento de medidas

socioeducativas no município de Balneário Piçarras têm seus direitos garantidos pelo ECA.

Entende-se que a efetividade desses direitos depende da padronização dos serviços públicos

ofertados e da efetividade do trabalho em rede com as demais políticas públicas e com o

sistema de garantia de direitos.

Sendo desta maneira, o presente Plano de Atendimento envolve a proposta de orientar

e otimizar as ações cotidianas junto aos adolescentes em cumprimento de medidas

socioeducativas, alinhando-as em consonância aos dispositivos legais vigentes no país.

2 O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) define em seu art. 104: “São penalmente inimputáveis

os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei” (BRASIL, 1990).

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2 METODOLOGIA DA ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL

O presente Plano de Atendimento Socioeducativo foi realizado mediante capacitação

oferecida pela Escola de Gestão Publica Municipal (EGEM), nas dependências da Associação

dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí (AMFRI), no município de Itajaí. Ao todo

foram três encontros, em que a condução das discussões pautavam-se nos tópicos que

precisariam constar no presente Plano, conforme orientado na lei do SINASE (12.594/2012) e

pela Federação catarinense de Municípios (FECAM).

No dia 08 de maio de 2014 ocorreu a primeira oficina, na oportunidade foi apresentada

a proposta de realização das Oficinas para elaboração do Plano de Atendimento

Socioeducativo. Nesta ocasião estavam presentes representantes da Equipe do CREAS e a

equipe da Escola de Gestão Pública Municipal (EGEM) realizou uma breve apresentação das

funções da Escola de Gestão e da Comissão Intersetorial, bem como a responsabilidade dos

municípios. Na sequência das atividades apresentou-se a proposta do roteiro,

O Plano de Atendimento Socioeducativo foi elaborado de forma coletiva e

participativa, com envolvimento dos municípios associados à AMFRI: Balneário Piçarras,

Bombinhas, Camboriú, Ilhota, Itapema, Luís Alves, Navegantes, Penha e Porto Belo, e,

integrantes dos municípios representantes da rede intersetorial – saúde, cultura, educação,

assistência social – bem como a presença dos órgãos do Sistema de Garantia de Direitos –

Delegacia, Poder Judiciário, Conselho Tutelar, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e

do Adolescente e Conselho Municipal de Assistência Social.

Figura 1: 1ª Reunião Oficina de Elaboração Plano Socioeducativo Figura 2: 1ª Reunião Oficina de Elaboração

Plano Socioeducativo

Fonte: Arquivos AMFRI, 2014

Conforme continuidade da programação da Oficina de Elaboração do Plano Municipal

de Atendimento Socioeducativo no dia 30 de maio deste ano com orientação do Dr. André

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Viana, foram abordados temáticas para construção dos marcos conceituais e legais para a

elaboração do plano.

Figura 2: 2ª Reunião Oficina de Elaboração Plano Socioeducativo Figura 6: 2ª Reunião Oficina de Elaboração

Plano Socioeducativo

Fonte: Arquivos AMFRI, 2014

Em outro momento, a comissão reuniu-se para continuidade no desenvolvimento de

construção do PMASE na sede da AMFRI. O último encontro foi realizado no dia 09 de

julho. Neste dia foram esclarecidas algumas dúvidas quanto aos demais itens do plano e

construído conjuntamente os objetivos geral e específicos.

Figura 3: 3ª Reunião Oficina de Elaboração Plano Socioeducativo

Fonte: Arquivos AMFRI, 2014

As informações ora apresentadas foram possíveis a partir de diálogos com a equipe

técnica e outros profissionais da rede, observações da realidade vivenciada no cotidiano,

arquivos e bases de dados do município, bem como consultas às leis e normatizações que

sustentam a existência do serviço.

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3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE SITUACIONAL

De acordo com dados do Censo realizado em 2010, pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), o Município de Balneário Piçarras tem uma população de

17.078 habitantes. Ainda seguindo a estimativa realizada pelo próprio IBGE, a cidade

chegaria ao ano de 2013 com algo em torno de 19.329 habitantes.

Ponderando-se ainda pelos dados do Censo 2010, dos pouco mais de 17mil habitantes

da cidade de Piçarras, 3.156 são jovens com idades entre 10 e 19 anos. No gráfico a seguir

(Gráfico 1), pode-se observar a distribuição por sexo e local de habitação destes jovens:

Gráfico 1: População de jovens entre 10 e 19 anos, segundo dados do Censo 2010.

Fonte: IBGE, 2010

O que pode se observar a partir deste gráfico é que a população de jovens é

substancialmente maior na zona urbana, em relação a zona rural. Além do mais, também é

possível identificar que a população masculina apresenta maior número, seja na zona urbana,

seja na zona rural.

Partindo para a população de adolescentes que cometeram ato infracional passíveis de

cumprimento de medidas socioeducativas de Prestação de Serviço a Comunidade (PSC) e/ou

Liberdade Assistida (LA), do ano de 2010 até julho de 2014, o número de processos que

chegaram ao serviço de atendimento foi 34. De todos esses processos, apenas 6 eram para LA,

sendo que 2 deles havia o acúmulo de LA e PSC. Além disso, vale destacar também, que do

número total de processos, apenas 6 eram de meninas, sendo então, a grande maioria de

atendimentos realizados junto a adolescentes do sexo masculino, conforme demonstra o

Gráfico 2:

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

Feminino Masculino

Zona rural

Zona urbana

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18

Gráfico 2: Proporção Masculino x Feminino, no cumprimento de medidas socioeducativas.

Fonte: Secretaria de Assistência Social do município, 20014.

Destes adolescentes, o ato infracional mais comum é o tráfico (art. 133), seguido de

furto (art. 155). Outras infrações da lei que também constam nos arquivos mais de uma vez

são de casos de ameaça (art. 147), lesão corporal (art. 129) e porte de tóxicos (art. 28).

Infrações como abuso sexual (art. 217), estupro (art. 213), denunciação caluniosa (art. 339) e

porte de arma (art. 14) também foram identificadas, no entanto, houve apenas um caso de

cada um desses três últimos citados. No Gráfico3 é possível conferir a proporção desses

casos:

Gráfico 3: Proporção de atos infracionais encaminhados

Fonte: Secretaria de Assistência Social do município, 20014.

Por fim, no que tange o local em que residem, todos os adolescentes encaminhados são

provenientes na zona urbana, sendo o maior número deles no bairro Nossa Senhora da Paz,

82%

18%

Masculino

Feminino

25%

31% 10%

10%

3%

9%

3% 3%

3% 3%

Furto

Tráfico

Porte de tóxicos

Ameaça

Ofença

Lesão corporal

Estupro

Porte de arma

Abuso sexual

Denunciação caluniosa

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seguido daqueles que moram no Centro. Os bairros Nossa Senhora da Conceição, Itacolomi,

Bela Vista e Santo Antonio também possuem mais de uma incidência. O Gráfico 4 apresenta

um gráfico indicando tal proporção:

Gráfico 4: Bairros que os adolescentes são provenientes

Fonte: Secretaria de Assistência Social do município, 20014.

Como se pode notar, pouco menos da metade de todos os atendimentos são

adolescentes provenientes do bairro Nossa Senhora da Paz. Objetivando compreender melhor

esta informação, parte-se para dados recuperados junto a Secretaria de Saúde, acerca das

famílias cadastradas no Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB). No ano de 2014, o

referido sistema conta com 15.962 pessoas cadastradas, sendo o bairro Nossa Senhora da Paz

o que possui maior número de cadastramentos (4.782 pessoas).

Do número total de cadastros no SIAB, 2.588 são jovens com idade entre 10 e 19

anos, residentes no bairro Nossa Senhora da Paz. Condição essa que representa uma

importante informação que tende a contribuir na formulação de futuros projetos de

intervenção junto à comunidade.

17%

10%

50%

6%

10%

7%

Centro

Itacolomi

Nossa Senhora da Paz

Bela Vista

Nossa Senhora da Conceição

Santo Antonio

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4 DIRETRIZES

Tendo em vista a demanda apresentada até então, o presente Plano de Atendimento

parte do que pontua o SINASE (2006), articulando com a realidade do Município de

Balneário Piçarras, pondera as seguintes diretrizes, para execução:

Garantia da qualidade do atendimento socioeducativo de acordo com os parâmetros do

SINASE;

Focar na socioeducação por meio da construção de novos projetos pactuados com os

adolescentes e famílias, consubstanciados em Planos Individuais de Atendimento;

Incentivar o protagonismo, participação e autonomia de adolescentes em cumprimento

de medida socioeducativa e de suas famílias;

Primazia das medidas socioeducativas em meio aberto;

Humanizar as Unidades de Internação, garantindo a incolumidade, integridade física e

mental e segurança do/a adolescente e dos profissionais que trabalham no interior das

unidades socioeducativas;

Criar mecanismos que previnam e medeiem situações de conflito e estabelecer práticas

restaurativas;

Garantir a oferta e acesso à educação de qualidade, à profissionalização, às atividades

esportivas, de lazer e de cultura no centro de internação e na articulação da rede, em

meio aberto e semiliberdade;

Garantir o direito à educação para os adolescentes em cumprimento de medidas

socioeducativas e egressos, considerando sua condução singular como estudantes e

reconhecendo a escolarização como elemento estruturante do sistema socioeducativo;

Garantir o acesso à programas de saúde integral;

Garantir ao adolescente o direito de reavaliação e progressão da

medidasocioeducativa;

Integração operacional dos órgãos que compõem o sistema (art 8º, da LF nº

12.594/2012);

Valorizar os profissionais da socioeducação e promover formação continuada;

Garantir a autonomia dos Conselhos dos Direitos nas deliberações, controle social e

fiscalização do Plano e do SINASE;

Ter regras claras de convivência institucional definidas em regimentos internos

apropriados por toda a comunidade socioeducativa;

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Integração das políticas públicas no atendimento do adolescente e da família,

envolvidos com ato infracional.

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5 MARCOS LEGAIS

5.1 BASE NORMATIVA DO DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE:

Visando proteger os direitos da criança e do adolescente, instituiu-se, a nível

internacional, diretrizes para nortear as práticas voltadas a esta população. Existem registros

no Brasil datando do início do séc. XX que apresentam as propostas iniciais visando à

proteção de menores, tais como: o Comitê de Defesa Proletária (1917), que defendia a

extinção do trabalho de menores de 14 anos e a abolição do trabalho noturno de mulheres e

menores de 18 anos; bem como a criação do Juizado de Menores, no ano de 1923; e a

promulgação em 1927 do Código de Menores, também conhecido como Código Mello

Mattos, que visava estabelecer diretrizes para a população infanto-juvenil excluída, bem como

a regulamentação de questões acerca de tutela, trabalho infantil, pátrio poder, liberdade

vigiada e delinquência.

Em 1924, a Declaração de Genebra sobre os Direitos da Criança afirma a necessidade

de proteção especial à criança. Com a promulgação da Declaração Universal dos Direitos

Humanos, no ano de 1948, seus princípios nortearam a elaboração de diversos tratados de

nível internacional objetivando produzir uma Doutrina da Proteção Integral das Nações

Unidas para a Infância, sendo promulgada em 1959 a Declaração Universal dos Direitos da

Criança. Por sua vez, no ano de 1989 foi aprovada por unanimidade na Assembleia Geral das

Nações Unidas a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, posteriormente assinada

pelo Brasil em 26 de janeiro de 1990. A mesma é composta por 54 artigos, subdivididos em 3

partes, definindo o infanto como sendo o ser humano menor de 18 anos de idade – embora

permitindo que os países possam estabelecer limites menores de maioridade, segundo suas

leis, bem como apresenta princípios para o desenvolvimento saudável da criança, e institui o

paradigma de proteção integral e especial do indivíduo infanto-juvenil. No Brasil, segundo o

Código Civil (Lei nº 10.406 de 10/1/2002, entrando em vigor em 13/1/2003), a maioridade

civil segue a idade de 18 anos.

Com a nova Constituição Federal Brasileira promulgada em 1988, os direitos da

criança e do adolescente são assegurados em seu art. 227, que institui que:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente,

com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao

lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à

convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de

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negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL,

1988)

A partir da Constituição Federal, define-se que todas as crianças e adolescentes são

indivíduos possuidores de direitos, além de universalizar os direitos humanos e determinar a

participação popular na gestão das políticas. A partir daí, os movimentos de defesa dos

direitos das crianças e dos adolescentes continuaram em atividade, visando à inclusão dos

direitos da criança e do adolescente nas constituições estaduais e leis orgânicas municipais.

Com efeito, a Lei nº 8.069 de 13/7/1990 institui o Estatuto da Criança e do Adolescente

(ECA), sendo este o detalhamento do art. 227 da Constituição Federal e a tradução brasileira

da Convenção Internacional dos Direitos da Criança. Ressalta-se que tanto o artigo 227 da

Constituição Federal, quanto o ECA apresenta suas origens, sendo: a Declaração Universal

dos Direitos Humanos; a Declaração universal dos Direitos da Criança; a Convenção

Internacional dos Direitos da Criança; as Regras de Beijing; as Diretrizes de Riad, dentre

outras que tratam dos direitos fundamentais e da proteção integral de crianças e de

adolescentes.

Acerca dos pressupostos do ECA, este institui os conselhos dos direitos da criança e

do adolescente em todos os níveis, nacional, distrital, estaduais e municipais, com o caráter

deliberativo e de controle das ações governamentais e não- governamentais, de composição

paritária, objetivando possibilitar políticas para a efetivação dos direitos; além dos conselhos

tutelares, com a função de zelar pelo cumprimento da Lei e atender os casos de violações dos

direitos de crianças e adolescentes (BRASIL, 1990; CURY et al, 2002). Quanto às medidas de

internação, o ECA impõe que esta seja tomada como ultimo recurso, restrito apenas aos casos

de atos infracionais.

Com efeito, embora se perceba os constantes desafios que emergem no cotidiano das

políticas sociais voltadas às crianças e adolescentes, podem-se verificar importantes avanços

ao longo do século XX. Tais avanços necessitam, além de serem cumpridos com base na

legislação vigente, também necessitam ser incrementados e transformados, à medida que a

realidade e as demandas desta população vão se modificando.

5.2 BASE NORMATIVA DO DIREITO SOCIOASSISTENCIAL

A lei n. 8.742, promulgada em 7/12/1993, dispõe dentre outras providências sobre a

organização da assistência social, intitulando-se Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).

A referida lei permitiu a priorização do atendimento à criança e adolescente previsto nas

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ações de atendimento às políticas municipais da criança e do adolescente, contidas nas

praticas de atendimento às políticas municipais da criança e do adolescente, através da

assistência social. Com a Medida Provisória n.813, promulgada em 1995, o então Ministério

da Previdência Social transforma-se em Ministério da Previdência e Assistência Social

(MPAS), gestando também a Secretaria Nacional de Assistência Social (SAS), enquanto

órgão da gestão federal.

Em 1996, institui-se o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), por meio

do SAS, sendo complementado em 2001 com a portaria n. 458. No ano de 2004, cria-se o

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), através da medida

provisória n. 163 de janeiro de 2004, posteriormente transformada em Lei n. 10.869 de maio

de 2004. Sua função era coordenar a política de desenvolvimento social, de segurança

alimentar e nutricional, de renda, de cidadania e de assistência social. No mesmo ano,

elabora-se a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), em 28/10/2004, definindo as

diretrizes para o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que trata das condições para a

extensão e universalização da proteção social básica e especial à população, e de maneira

singular à população infanto-juvenil em contextos de vulnerabilidade social.

Em 2005, o SUAS implementa-se mediante a publicação da Norma Operacional

Básica (NOB), do Sistema Único de Assistência Social, mediante a resolução do Conselho

Nacional n. 130 (julho/2005), regulamentando o dispositivo da PNAS e definindo os

parâmetros para a regulamentação e implementação do SUAS em todo o Brasil (BRASIL,

2004; RUS PERES, PASSONE, 2010). Por fim, a Resolução n. 109, de 11/11/2009, intitulada

Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, busca tipificar os serviços

socioassistenciais disponíveis no país, organizando-os por nível de complexidade do SUAS:

Proteção Social Básica (tais como: proteção e atendimento integral à família (PAIF);

convivência e fortalecimento de vínculos; proteção social básica no domicílio para pessoas

idosas e/ou com deficiência); Proteção Social Especial de Média Complexidade (como:

Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI); Proteção Social

Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias; Serviço Especializado para

Pessoas em Situação de Rua; Serviço Especializado em Abordagem Social, Proteção Social a

Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de

Prestação de Serviços à Comunidade (PSC); etc.) e Alta Complexidade (Serviços de

Acolhimento Institucional, nas seguintes modalidades abrigo institucional: Casa-Lar, Casa de

Passagem e Residência Inclusiva; de Acolhimento em República; de Acolhimento em Família

Acolhedora; e de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.

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6 MARCOS CONCEITUAIS

6.1 O ADOLESCENTE E O ATO INFRACIONAL

A Organização Mundial de Saúde (OMS) pondera a adolescência como uma fase de

transição entre a infância e a idade adulta. Etapa essa que, segundo o Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA) – pode ser fixada no período de 12 à 18 anos (BRASIL, 1990). Por sua

vez, diversos cientistas sociais buscam trazer uma definição sobre a adolescência. Segundo

Erickson (1976), a adolescência seria uma fase especial no processo do desenvolvimento, no

qual ocorre uma confusão de papéis, havendo assim dificuldades para estabelecer uma

identidade própria. Levinsky (1995) aponta ser uma fase do desenvolvimento evolutivo, de

passagem da infância à vida adulta, segundo as condições ambientais e histórico pessoal,

havendo assim uma dinamicidade psicossocial. Outeiral (1994) conceitua a adolescência

como uma fase do crescimento humano que culmina na definição da identidade, iniciando

com as transformações do corpo e se estendendo até que a maturidade e a responsabilidade

social.

Para Bock (2007) a adolescência é vista como uma construção social com

repercussões na subjetividade e no desenvolvimento do homem moderno, e não como um

período natural do desenvolvimento. Vale destacar que levar em conta unicamente os aspectos

sociais vinculados ao adolescente e suas práticas tende a limitar a compreensão desta etapa do

desenvolvimento humano, considerando que, por trás dos elementos sócio-culturais, existe

um embasamento biológico e psicológico de características universais.

A fase da adolescência caracteriza-se enquanto etapa de transformações

biopsicossociais – afetando suas dimensões físicas, emocionais, sexuais, cognitivos e sociais -

bem como de transição da fase infantil para a fase adulta (ASSIS et al, 2003;

ABERASTURY; KNOBEL, 1992). Para Aberastury e Knobel (1992), o adolescente passa por

desequilíbrios e instabilidade extremas, uma vez que está passando por profundas

transformações. Segundo Schlösser, Camargo e Moré (2014), a infância e adolescência,

enquanto etapas do ciclo da vida humana, caracterizam-se por serem períodos de baixa

morbidade e mortalidade, quando comparados à etapa adulta e idosa. Porém, as principais

causas de morte nesta faixa etária estão relacionadas à: doenças oncológicas e mortes por

motivos de violência, tais como homicídio e suicídio (BELLAET al., 2010).

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Por sua vez, o ato infracional cometido na adolescência constitui-se como um grave

problema social. O ato infracional é conceituado como um ato condenável, de

descumprimento das leis, da ordem pública, aos direitos dos cidadãos ou ao patrimônio. Por

sua vez, apenas se considera ato infracional se a conduta do indivíduo corresponder a uma

hipótese legal que determine sanções ao seu autor. Em situações de ato infracional cometido

por criança (até 12 anos), aplicam-se as medidas de proteção, sendo o Conselho Tutelar o

órgão responsável pelo atendimento a esta população. Nos casos de atos infracionais

cometidos por adolescentes, é necessário que o caso seja apurado pela Delegacia da Criança e

do Adolescente, a quem cabe encaminhar o caso ao Promotor de Justiça, podendo ou não

aplicar uma das medidas socioeducativas previstas no ECA (BRASIL,1990; AQUINO,

2005)3.

De acordo com o ECA (BRASIL, 1990) em seu art. 103, considera-se ato infracional a

conduta descrita como crime ou contravenção penal. No caso do infrator for um indivíduo

com mais de 18 anos, o termo adotado é crime, delito ou contravenção penal. No caso de

indivíduos menores de 18 anos, devido à imputabilidade penal, não se aplica pena às crianças

e aos adolescentes, mas apenas medidas socioeducativas, denominado sua conduta de ato

infracional, abrangendo tanto o crime como as contravenções penais, as quais constituem um

elenco de infrações penais de menor porte, a critério do legislador e se encontram elencadas

na Lei das Contravenções Penais.

No entanto, destaca-se que, embora o menor de 18 anos seja imputável, o art. 104 do

ECA aponta que este é capaz de cometer atos infracionais, sendo então passíveis de aplicar

medidas socioeducativas, sendo: advertência; obrigação de reparar o dano; prestação de

serviços a comunidade; liberdade assistida; inserção em regime de semiliberdade; internação

em estabelecimento educacional e, por fim, qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI,

conforme o art. 105 do ECA. A criança (pessoa até 12 anos incompletos), se praticar algum

ato infracional, será encaminhada ao Conselho Tutelar e estará sujeita às medidas de proteção

previstas no art. 101; o adolescente (entre 12 de 18 anos), ao praticar ato infracional, estará

sujeito a processo contraditório, com ampla defesa. Após o devido processo legal, receberá ou

não uma “sanção”, denominada medida socioeducativa, prevista no art. 112, do ECA.

3Maiores detalhes podem ser observados no tópico “7.3.” que discorre sobre o Sistema e o Plano

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6.2 MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

De acordo com Aquino (2005), as medidas socioeducativas seria a resposta do Estado,

aplicado pelo poder judiciário, aos adolescentes que cometeram ato infracional. Embora possa

ser visto como pena ou castigo devem ser interpretados como meio de inserção em processos

educativos, possibilitando uma construção e reconstrução da vida social do adolescente,

lesados por sua prática infracional, incluindo-o na vida social.

A aplicação das medidas socioeducativas devem ser aplicadas de acordo com as

características do ato infracional cometido, segundo a gravidade ou circunstâncias de sua

prática, bem como das características do adolescente que a praticou (incluindo a capacidade

de compreender e cumprir as medidas a ele impostas) e suas necessidades pedagógicas (sendo

necessário o trabalho multiprofissional, formada minimamente por um pedagogo, psicólogo e

assistente social, segundo prevê os artigos 150 e 151 do ECA), cabendo a estes assessorar a

Justiça da Infância e da Juventude nas decisões afetas à aplicação das medidas

socioeducativas, apontando as necessidades pedagógicas específicas em função das

características de cada adolescente e sugerindo as medidas socioeducativas e/ou de proteção

mais adequadas a cada caso, dando preferência àquelas que visem ao fortalecimento dos

vínculos familiares e comunitários (ECA, artigos 112 e 113, combinados com o artigo 100).

Convém assinalar que a autoridade judiciária também pode aplicar (cumulativamente ou não)

as medidas específicas de proteção que pertencem ao rol das medidas socioeducativas (ECA,

artigo 112, inciso VII). As medidas são:

a) Advertência: O artigo 115 do ECA aponta que “a advertência consistirá na

admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada”. Busca alertar o

adolescente infrator e seus genitores ou responsáveis para os riscos expostos ao

envolver-se neste tipo de ato. Ela poderá ser aplicada nos casos em que houver provas

da materialidade da infração e indícios suficientes de autoria (art. 114).

b) Reparação de Danos: O art. 116 do ECA prevê esta medida ao determinar que o

adolescente restitua os danos patrimoniais ou outra forma de compensação por

prejuízos à vítima – quando for o caso. Havendo impossibilidade de ressarcimento, a

medida deve ser substituída por outra que seja adequada ao caso.

c) Prestação de Serviços à Comunidade: Esta medida é prevista no art, 112 (parágrafo

III), e disciplinada no art. 117 do ECA, consistindo na prestação de serviços

comunitários por um período que não passe de seis meses (com prazo proporcional à

gravidade da infração, não prejudicando a freqüência na escola ou jornada de

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trabalho), em hospitais, escolas, entidades assistenciais, programas comunitários

governamentais e não-governamentais e outros estabelecimentos desta espécie.

d) Liberdade Assistida segundo o art. 118 do ECA, destina-se a acompanhar, auxiliar e

orientar o adolescente, sendo o mesmo acompanhado por pessoa capacitada,

designada pela autoridade. Também será nomeado um orientador, a quem incumbirá

promover socialmente o adolescente e sua família, supervisionar a frequência escolar,

diligenciar a profissionalização. De acordo com o art. 118 do ECA, será adotada

sempre que se figurar a medida mais adequada, para o fim de acompanhar, auxiliar e

orientar o adolescente. Possui prazo mínimo de seis meses, com possibilidade de

prorrogação, renovada ou substituída por outra medida (art. 118, §2º). Caso seja

considerada inadequada ao caso concreto, a medida de liberdade assistida poderá ser

substituída por outra a qualquer tempo (arts. 99 e 113 do ECA).

e) Semiliberdade: Comporta o exercício de atividades externas, independentemente de

autorização judicial. É obrigatória a escolarização e a profissionalização. Não

apresenta prazo determinado, devendo ser aplicadas as disposições a respeito da

internação, no que couber. Deverá ser revista a cada 6 meses (art. 121, § 2º,

subsidiariamente).Visando preservar os vínculos familiares e sociais, o ECA permite a

sua aplicação desde o início do atendimento, possibilitada a realização de atividades

externas, independentemente de autorização judicial (arts. 112, inciso V, e 120, §§1º e

2º do ECA).

f) Internação: É a mais severa das medidas apresentadas pelo ECA, uma vez que priva o

adolescente de sua liberdade, devendo ser aplicada somente nos casos mais graves, em

caráter excepcional e com a observância do processo legal. Ela é condicionada à 3

princípios elementares: Brevidade (privação da liberdade do adolescente pelo menor

tempo possível, com prazo máximo de 3 anos, com avaliação semestral. Somente

ocorre se o ato infracional cometido for grave ameaça ou violência; reincidência em

infrações graves e descumprimento reiterado e injustificável de outra medida imposta

(máximo de 3 meses). Nesse caso é obrigatório a observância do princípio do

contraditório. Aos 21 anos a liberdade é compulsória; Excepcionalidade (usado apenas

quando a gravidade do ato infracional cometido e a ausência de estrutura do

adolescente indicar que a possibilidade de reincidência em meio livre é muito grande);

Respeito à condição peculiar de pessoas em desenvolvimento (levando em

consideração todo o processo desenvolvimental que passa o indivíduo no período da

adolescência).

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g) Da Remissão: Perdão concedido pelo Promotor de Justiça ou pelo Juíz de Direito,

sendo este um tratado bilateral onde o adolescente e seus pais trocam o processo por

uma medida antecipada. Os tipos de remissão são: Ministerial (concedida pelo

promotor de justiça como meio de exclusão do processo antes de se iniciar o processo

socioeducativo); e Judicial (concedida pelo Juíz após o início do processo, tendo o

poder de suspender ou extinguir o processo).

6.3 O SISTEMA PÚBLICO: A TRAJETÓRIA DO ADOLESCENTE EM

CONFLITO COM A LEI ATÉ O INÍCIO DO CUMPRIMENTO DA EXECUÇÃO

DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA

Pode se dividir em três fases, os procedimentos a serem adotados junto ao adolescente

que comete ato infracional. O primeiro momento é denominado como fase policial, que

realiza a abordagem inicial (em casos de apreensão em flagrante) e/ou apura os atos

noticiados (em casos de denuncias) para posterior encaminhamento ao Ministério Público.

Um esquema indicando a sequencia de procedimentos é passível de observação no

fluxograma apresentado na Figura 4:

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Figura 4: Fase policial.

Fonte: Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude do Ministério Público, Florianópolis, 2010.

O Ministério Público, por sua vez, ao tomar conhecimento do caso, inicia o que

denomina-se como fase ministerial. Neste momento, as medidas cabíveis vão sendo tomadas

pelo referido órgão, dadas as circunstancias da situação, até que chegar ao conhecimento da

autoridade judiciária, que avaliará e realizará os procedimentos adequados para cada caso.

Maior detalhamento deste processo pode ser conferido na Figura 5:

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Figura 5: Fase ministerial.

Fonte: Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude do Ministério Público, Florianópolis, 2010.

Vencidas estas etapas, o processo passa para o terceiro momento, denominado por fase

judicial. Neste momento, o Juiz realiza os procedimentos necessários, culminando nas

audiências em que serão determinadas as sentenças. Para efeitos de observação, a Figura 6

demonstra um esquema que representa as etapas desta fase:

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Figura 6: Fase judicial.

Fonte: Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude do Ministério Público, Florianópolis, 2010.

Dada à sentença, observa-se qual a decisão tomada pelo Poder Judiciário, o qual

realiza o encaminhamento ao órgão responsável pela execução do processo. Uma vez

estipulado que o adolescente deve cumprir sua pena a partir de Prestação de Serviço a

Comunidade (PSC) e/ou de Liberdade Assistida (LA), o processo é encaminhado ao serviço

de média complexidade, fixado na Política Pública de Assistência Social – o SUAS – para os

devidos acompanhamentos a serem realizados pela equipe técnica.

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Para fins de esclarecimento, o tópico a seguir introduz a articulação entre o SUAS e

seu papel frente a situações de ato infracional, bem como designa quais as legislações e

aparelhos que sustentam a oferta de tais serviços.

6.4 AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E O ATENDIMENTO

ÀS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

O SUAS é caracterizado como um sistema público que organiza, de forma

descentralizada, os serviços socioassistenciais no Brasil, articulando os esforços e recursos

dos três níveis de governo para a execução e financiamento da PNAS, envolvendo

diretamente as estruturas e marcos regulatórios a níveis municipal, estadual, federal e do

Distrito Federal. O SUAS é coordenado pelo MDS, composto tanto pela sociedade civil

quanto pelo poder público, que participam dos processos decisórios.

Criado mediante as determinações propostas na IV Conferência Nacional de

Assistência Social e prevista na LOAS, o SUAS foi consolidado em 2005, por meio de sua

NOB/SUAS, que apresenta claramente as competências de cada órgão federado e os eixos de

implementação e consolidação da iniciativa.

Com efeito, o SUAS tem por função a organização das ações da assistência social em

dois modos de proteção social: Proteção Social Básica (destinada à prevenção de riscos

sociais e pessoais, por meio da oferta de projetos, serviços, programas e benefícios a

indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social); Proteção Social Especial

(destinada às famílias e indivíduos que já se encontram em situação de risco e tiveram seus

direitos violados por casos de abuso sexual, maus tratos, abandono, uso de drogas, etc.

Também oferece os Benefícios Assistenciais, oferecidos à públicos específicos de forma

articulada aos serviços, visando superar situações de vulnerabilidade. Também gerencia a

vinculação de entidades e organizações de assistência social ao Sistema, mantendo atualizado

o Cadastro Nacional de Entidades e Organizações de Assistência Social e concedendo

certificação a entidades beneficentes, quando é o caso (BRASIL, s/d).

Por sua vez, a Resolução 109 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS)

tipifica os Serviços socioassistenciais disponíveis no Brasil, organizando-os por nível de

complexidade do SUAS: Proteção Social Básica; Proteção Social Especial de Média e de Alta

Complexidade. Um esquema apresentando a distribuição dos serviços oferecidos por cada um

desses níveis pode ser conferido na Figura 7:

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Figura 7: Síntese da organização da Política de Assistência Social, segundo a Tipificação nacional dos serviços

socioassistenciais.

Fonte: Secretaria de Assistência Social do município, 20014.

Conforme pode-se identificar na Figura 7, há um destaque dado ao Serviço de

Proteção Social de Média Complexidade, haja vista que é este o setor responsável pela

condução das atividades de acompanhamento aos adolescentes em cumprimento de medidas

socioeducativas de PSC e LA. Com efeito, apresenta-se na Figura 8, um fluxograma

indicando o processo de acompanhamento e as ações a serem realizadas:

SUAS

Proteção social básica

- PAIF; - Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos; - Proteção básica a pessoas com deficiência e idosas.

Média complexidade

- PAEFI; - Abordagem social; - PSC e LA - Proteção social especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias; - Serviço especializado para pessoas em situação de rua.

Alta complexidade

- Serviço de acolhimento institucional: * Abrigo institucional; * Casa lar; * Casa de passagem; * Residência inclusiva; - Serviço de acolhimento em república; - Serviço de acolhimento em família acolhedora; - Serviço de proteção em situação de calamidades públicas e de emergências.

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Fluxograma 1: Fluxograma de atendimento das medidas socioeducativas.

Fonte: Escola de Gestão pública Municipal, Florianópolis, 2013.

Ao que pode ser conferido no Fluxograma 1, o acompanhamento do cumprimento às

medidas socioeducativas deve estar em constante interação com a rede municipal de

atendimento. Além do mais, faz-se válido ressaltar que é de suma importância notificar o

Ministério Público acerca do acompanhamento realizado, inclusive os casos de evasão. Para

os casos em que o adolescente cumpre o que fora proposto no período determinado pelo Poder

Judicial, realiza-se o encaminhando dos devidos relatórios, bem como o desligamento deste

no serviço.

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7 OBJETIVOS

7.1 OBJETIVO GERAL

Implementar e consolidar o Plano de Atendimento Socioeducativo no Município de

Balneário Piçarras.

7.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Estabelecer um processo de acompanhamento, auxílio e orientação ao adolescente;

Garantir espaço de escuta dos adolescentes e suas respectivas famílias;

Viabilizar, nos atendimentos e acompanhamentos, um ambiente de liberdade de

expressão e de conduta, prezando-se pelo respeito à diversidade e refletindo acerca da

responsabilidade pelos atos;

Promover o envolvimento da família e comunidade, visando aspectos ligados a

reinserção do adolescente e o fortalecimento de vínculos;

Identificar habilidades e potencialidades dos adolescentes, para a inserção em

atividades compatíveis, no que tange a prestação de serviço a comunidade;

Resgatar e garantir direitos, bem como promover o exercício da cidadania, visando o

desenvolvimento psicológico e social;

Executar de forma intersetorial o acompanhamento do adolescente em cumprimento

das medidas socioeducativas;

Mobilizar e fortalecer as entidades de atendimento ao adolescente e seus familiares;

Ampliar o conhecimento e a informação à população, acerca das políticas públicas de

atendimento socioeducativo, no intento de minimizar a exclusão e a estigmatização.

Avaliar, de modo permanente, as ações realizadas para aprimoramento do trabalho

desenvolvido junto aos adolescentes e seus familiares.

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8 RESULTADOS

Qualidade no atendimento dos adolescentes e suas famílias;

Ações articuladas das políticas públicas intersetoriais garantindo a execução dos

serviços;

Compreensão e protagonismo da comunidade acerca da medida socioeducativa;

Redução da incidência e reincidência do cometimento do ato infracional;

Empoderamento dos adolescentes e familiares, fomentando maior participação social;

Estabelecimento de parcerias com organizações governamentais e não governamentais

na efetivação da rede de apoio.

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9 FORMAS DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Inicialmente as formas de monitoramento e avaliação partirão de reuniões de equipe,

onde deverá ser realizado estudos de caso e auto-avaliação dos atendimentos e

acompanhamentos realizados. A medida que o serviço de atendimento das medidas

socioeducativas forem se consolidando cada vez mais, deve-se buscar o monitoramento e

avaliação em consonância com os indicadores e instrumentos pontuados pelo SINASE (2006).

O monitoramento e avaliação do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo do

Município de Balneário Piçarras será realizado pela Secretaria Municipal de Assistência

Social, contando com a participação fundamental do Conselho Municipal dos Direitos da

Criança e do Adolescente, Conselho Municipal de Assistência Social e demais instâncias de

controle social.

O Sistema de monitoramento e avaliação será realizado num processo sistemático e

contínuo em todas as ações, onde por meio dos relatórios confeccionados trimestralmente,

onde são registradas as ações desenvolvidas no período, e que, justificam as ações previstas e

não realizadas, que objetiva informar o desenvolvimento gradual e evolutivo das ações em

relação aos objetivos propostos, e, difundir os principais resultados obtidos no trimestre.

O Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, será avaliado anualmente por

meio de:

Reuniões intersetoriais entre as Políticas Públicas envolvidas;

Grupo focal com adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa;

Grupo focal com as famílias dos adolescentes atendidos.

O relatório será elaborado a partir das reuniões realizadas e dos grupos focais

previstos. Outros documentos de sistematização, como por exemplo, fotos, e material de

divulgação, deverão, sempre que possível, acompanhar o relatório semestral.

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10 AÇÕES

Balizando-se pelo o que pontua o SINASE (2006) e levando em consideração a

realidade do Município, estipula-se a seguir ações a serem executadas durante a vigência do

presente Plano de Atendimento Socioeducativo. Faz-se válido salientar que a medida que as

ações aqui propostas forem se consolidando, há sempre a possibilidade de consultar ao

SINASE (e demais políticas relativas) para orientar-se quanto a aprimoramentos no serviço

oferecido, seja em âmbito de recursos humanos, seja em âmbito de recursos físicos.

As ações estão subdivididas da seguinte maneira:

10.1 ASSISTÊNCIA SOCIAL

AÇÕES RESPONSÁVEIS PRAZO

Implantar o Programa Jovem Aprendiz Secretaria de Assistência Social 2014-2024

Mobilizar e fortalecer as entidades que recebem os

adolescentes Equipe de Média Complexidade 2014-2024

Articular a rede setorial Equipe de Média Complexidade 2014-2024

Acolhida e acompanhamento dos adolescentes e suas

famílias Equipe de Média Complexidade 2014-2024

Elaboração do PIA Equipe de Média Complexidade 2014-2024

Encaminhamento para a rede Equipe de Média Complexidade 2014-2024

Garantir o cumprimento da medida em caráter

socioeducativo Equipe de Média Complexidade 2014-2024

Inserir adolescentes e familiares no PAEFI Equipe de Média Complexidade 2014-2024

Inserir em outras políticas públicas do Município Equipe de Média Complexidade 2014-2024

Encaminhamento para obtenção de documentos Secretaria de Assistência Social 2014-2024

Executar o Serviço de Convivência e Fortalecimento

de Vínculos Equipe de Proteção Social Básica 2014-2024

Identificar o acesso a profissionalização e cursos de

qualificação profissional de interesse do adolescente

Secretaria de Assistência Social e

Equipe de Média Complexidade 2014-2024

Promover reuniões intersetoriais para promoção,

monitoramento e avaliação dos Serviços prestados ao

adolescente

Secretaria de Assistência Social e

Equipe de Média Complexidade 2014-2024

Promover campanhas socioeducativas Secretaria de Assistência Social e

Equipe de Média Complexidade 2014-2024

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AÇÕES RESPONSÁVEIS PRAZO

Fortalecer a política de atendimento em parceria com

os conselhos Equipe de Média Complexidade 2014-2024

Capacitar permanentemente a equipe de serviço e

demais atores do Sistema de Garantia de Direitos

Secretaria de Assistência Social e

Equipe de Média Complexidade 2014-2024

Realizar frequentemente diálogo com o Poder

Judiciário Equipe de Média Complexidade 2014-2024

10.2 SAÚDE

AÇÕES RESPONSÁVEIS PRAZO

Garantir atendimento clínico (Psicologia, Psiquiatria,

Fonoaudiologia e demais especialidades) CAPS, NASF e ESF 2014-2024

Prevenção para gravidez precoce NASF e ESF 2014-2024

Tratamento para dependência química CAPS, Secretaria de Saúde e

Clínicas conveniadas 2014-2024

Apoio com grupos terapêuticos CAPS e ESF 2014-2024

Inserção em programas e políticas disponíveis que

visem o desenvolvimento psicossocial do adolescente

e/ou seus familiares

Secretaria de Saúde 2014-2024

10.3 EDUCAÇÃO

AÇÕES RESPONSÁVEIS PRAZO

Promoção de campanhas informativas Secretaria de Educação 2014-2024

Vagas escolares (respeitando o zoneamento) Secretaria de Educação 2014-2024

Sensibilização e capacitação dos profissionais por

meio de formação continuada

Secretaria de Educação

2014-2024

Inserção em programas e políticas disponíveis que

visem o desenvolvimento psicossocial do adolescente

e/ou seus familiares

Secretaria de Educação

2014-2024

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10.4 ESPORTE, CULTURA E TURISMO

AÇÕES RESPONSÁVEIS PRAZO

Oficinas de pintura, musicalização, artesanato,

informática e demais especialidades Fundação Cultural 2014-2024

Garantir a participação em programas e atividades

esportivas oferecidas no Município Secretaria de Esporte 2014-2024

Inserção em programas e políticas disponíveis que

visem o desenvolvimento psicossocial do adolescente

e/ou seus familiares

Fundação Cultural e Secretaria de

Esporte 2014-2024

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11 FORMAS DE FINANCIAMENTO

A fonte dos recursos é do próprio Município e precisam estar em consonância com o

que estabelecem e discriminam o Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias

(LDO) e confirmadas pela Lei Orçamentária Anual (LOA).

Prefeitura Municipal de Balneário Piçarras

Plano Plurianual 2014/2017

Anexo de Programas, Diagnósticos, Diretrizes, Objetivos e Metas da Administração.

Programa

Política Pública de Assistência Social

Diretrizes

Objetivos

Ações Produto Unidade

Medida Meta Valor Fonte

Execução do Plano

Municipal de

Atendimento

Socioeducativo

Total

Prefeitura Municipal de Balneário Piçarras

Plano Plurianual 2014/2017

Anexo de Programas, Diagnósticos, Diretrizes, Objetivos e Metas da Administração.

Programa

Política Pública de Saúde

Diretrizes

Objetivos

Ações Produto Unidade

Medida Meta Valor Fonte

Execução do Plano

Municipal de

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50

Atendimento

Socioeducativo

Total

Prefeitura Municipal de Balneário Piçarras

Plano Plurianual 2014/2017

Anexo de Programas, Diagnósticos, Diretrizes, Objetivos e Metas da Administração.

Programa

Política Pública de Educação, Esporte e Cultura

Diretrizes

Objetivos

Ações Produto Unidade

Medida Meta Valor Fonte

Execução do Plano

Municipal de

Atendimento

Socioeducativo

Total

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REFERÊNCIAS

ABERASTURY, A.; KNOBEL, M. Adolescência normal (10º edição). Porto Alegre: Artes

Médicas, 1992.

AQUINO, L. G. de. Criança e adolescente: o ato infracional e as medidas sócio-educativas.

Revista Jurídica Consulex, n. 193, p. 40, 2005.

ASSIS, Simone G. et al. A representação social do ser adolescente: um passo decisivo na

promoção da saúde. Ciênc. Saúde coletiva, São Paulo, v. 8, n. 3, 2003.

BELLA, M. E.; FERNÁNDEZ, R. A.; WILLINGTON, J. M. Intento de suicídio em niños e

adolescentes: depresión y transtorno de conducta disocial como patologías más

frecuentes. Archivos Argentinos de Pediatrìa, v.108, n.2, pp. 124-129, 2010.

BOCK, A. A adolescência como construção social: estudo sobre livros destinados a pais e

educadores. Rev. Semestr. da Assoc. Bras. de Psicol. Escolar e Educacional (ABRAPEE),

v.11, n. 1, pp. 63-76, 2007.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 1988. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 26 jun.

2014.

________. Lei n° 8.069, de 13 de julho e 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do

Adolescente e dá outras providências. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>.

Acesso em: 26 jun. 2014.

______. Ministério do Desenvolvimento Social. Política nacional de assistência social.

Brasília, 2004.

______. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Sistema Nacional de Atendimento

Socioeducativo - SINASE. Brasília, 2006.

CURY, M.; AMARAL E SILVA, A. F. do; MENDEZ, E. G. Estatuto da criança e do

adolescente comentado. São Paulo: Malheiros Editores, 2002.

ERICKSON, E. Identidade, juventude e crise. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

LEVINSKY, D. Adolescência: reflexões psicanalíticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

NÉRICI, I. G. Adolescência: o drama de uma idade. Editora Científica, 1961.

OUTEIRAL, J. O. Adolescer: Estudos sobre adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas,

1994.

RUS PEREZ, J. R.; PASSONE, E. F. Políticas sociais de atendimento às crianças e aos

adolescentes no Brasil. Cadernos de Pesquisa, v.40, n.140, p. 649-673, maio/ago. 2010.

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52

SCHLOSSER, A.; ROSA, G. F. C.; MORE, C. L. O. O. Revisão: comportamento suicida ao

longo do ciclo vital. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 22, n. 1, abr. 2014.

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APROVAÇÃO DO CMDCA

Parecer do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente:

Data da assembleia de deliberação:

Número da Resolução:

Nome do Presidente:

Assinatura:

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ANEXOS

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ANEXO A – MODELO DE ENCAMINHAMENTO

PREFEITURA MUNICIPAL DE BALNEÁRIO PIÇARRAS

SISTEMA MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO

ENCAMINHAMENTO

De: ________________________________________________________________________

Para:______________________________________________________________________

Encaminhamos o adolescente: _________________________________________________

Descrição do encaminhamento:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Balneário Piçarras, ____________de ___________________ de _____________.

_________________________________________

Responsável pelo Encaminhamento

Nº de Registro do Conselho

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ANEXO B – MODELO DE CONTRA-REFERÊNCIA DOS ENCAMINHAMENTOS

DA REDE INTERSETORIAL

PREFEITURA MUNICIPAL DE BALNEÁRIO PIÇARRAS

SISTEMA MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO

CONTRA-REFERÊNCIA

De: _______________________________________________________________________

Para: _____________________________________________________________________

Atendimento realizado no dia: _________/________/___________.

Retorno do atendimento:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Balneário Piçarras, ____________de ___________________ de _____________.

_________________________________________

Responsável pelo Encaminhamento

Nº de Registro do Conselho