lista de exercícios - comunicacao sem fio

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA DISCIPLINA: COMUNICAÇÕES SEM FIO DOCENTE: ANTONIO LUIZ PEREIRA DE SIQUEIRA CAMPOS RESOLUÇÃO DA LISTA DE EXERCÍCIOS DE COMUNICAÇÕES SEM FIO FRANCISCO CARLOS GURGEL DA SILVA SEGUNDO VALDEMIR PRAXEDES DA SILVA NETO NATAL - RN 2012.

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Page 1: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

DISCIPLINA: COMUNICAÇÕES SEM FIO DOCENTE: ANTONIO LUIZ PEREIRA DE SIQUEIRA CAMPOS

RESOLUÇÃO DA LISTA DE EXERCÍCIOS DE COMUNICAÇÕES SEM FIO

FRANCISCO CARLOS GURGEL DA SILVA SEGUNDO

VALDEMIR PRAXEDES DA SILVA NETO

NATAL - RN 2012.

Page 2: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

RESOLUÇÃO DA 1ª LISTA DE EXERCÍCIOS

1) Considere a função densidade de probabilidade da distribuição

uniforme para um intervalo [a,b]. Calcule o valor médio e o valor médio

quadrático da distribuição em função de a e b.

Considerando que a variável aleatória apresenta distribuição uniforme no

intervalo [a,b], a função de densidade de probabilidade para a variável em

questão é expressa pelo gráfico seguinte.

O valor médio da variável aleatória pode ser calculado por meio da

determinação da esperança da variável aleatória, como é definida pela

equação seguinte.

dxxpxxE )(.

Onde x representa o processo aleatório e p(x) a função densidade de

probabilidade.

O valor médio quadrático, também é determinado pelo cálculo da

esperança do sinal, por meio da equação abaixo:

dxxpxxE )(.22

Nesse contexto, o cálculo para o valor médio e valor médio quadrático

para o processo aleatório em questão é mostrado a seguir.

Valor médio:

Page 3: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

[ ( )] ∫

[ ( )]

( )( )

( )( )( )

[ ( )]

Valor médio quadrático:

[ ( )] ∫

[ ( )]

( )( )

( )( )( )

[ ( )]

2) Considere um processo randômico X(t) definido como

( ) ( )

Em que fC é uma variável randômica uniformemente distribuída sobre o

intervalo [0,W]. Mostre que X(t) é não estacionário.

Por processo aleatório estacionário, entende-se como sendo todo

processo estocástico em que os seus parâmetros não variam com o tempo.

Para mostrar que o processo aleatório X(t), descrito no enunciado, basta

mostrar que algum dos parâmetros desse processo varia com o tempo.

Considerando o processo ( ) ( ), com fc sendo uma variável

aleatório de distribuição uniforme no intervalo de [0,W]; a função densidade de

probabilidade para esta variável é mostrado a seguir.

Page 4: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

Calculando-se a esperança do processo aleatório X(t) temos:

[ ( )] ∫

( )

∫ ( )

[ ( )]

( )

( ( ) )

[ ( )]

( ( ))

Como E[x(t)] depende do tempo, o processo aleatório X(t) é não

estacionário.

3) Um processo randômico X(t) definido por:

( ) ( ) Em que A é uma variável randômica com distribuição gaussiana de média

zero e variância . Este processo randômico é aplicado a um integrador

ideal produzido a saída:

( ) ∫ ( )

Determine:

a) A função densidade de probabilidade da saída Y(t) em um tempo

qualquer tk;

Considerando o processo Y(t), definido por ( ) ∫ ( )

, temos que:

( ) ∫ ( )

( )

Page 5: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

Como a única variável aleatório do processo Y(t) é A, que apresenta

distribuição gaussiana com média nula e variância , o processo aleatório Y(t)

terá também uma distribuição gaussiana, nos restando apenas determinar sua

média e variância. Neste sentido, os momentos de primeira e segunda ordem

para o processo Y(t), podem ser então determinados por:

[ ( )]

( ) [ ]

( )

[ ( )] [( ( )) ] [ ]

[ ( )] [

( )]

[ ( )]

( ) [ ]

( )

Portanto, Y(t) apresenta distribuição gaussiana com média nula e

variância

( ) .

Sendo a função f(y) a função densidade de probabilidade para um

processo aleatório y(t) genérico, com média m e variância temos que:

( )

√ ( )

Considerando-se a média e variância calculadas anteriormente,

podemos concluir que a função densidade de probabilidade para o processo

Y(t) é dado por:

( ) √

( )

( )

( )

( ) √

( )

( )

b) Se o processo Y(t) é ou não estacionário.

O processo aleatório Y(t) é não estacionário visto que a variância de

Y(t) apresenta dependência temporal, conforme pode-se verificar no

resultado obtido anteriormente.

Page 6: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

Mesmo a esperança do processo aleatório Y(t) sendo independente do

tempo, ao calcularmos a variância (momento de ordem 2), vemos que a

mesma apresenta dependência temporal o que nos permite concluir que o

processo estocástico y(t) é não estacionário de 2ª ordem.

4) Prove as seguintes duas propriedades da função auto-correlação Rx(τ)

de um processo randômico X(t):

a) Se X(t) contém uma componente CC igual a A, então Rx(τ) conterá uma

componente constante igual a A2;

Considerando um processo aleatório x(t) formando por uma combinação

linear de uma componente constante e um processo aleatório qualquer,

conforme podemos ver pela equação seguinte:

( ) ( )

Por função de auto-correlação, define-se como sendo o produto escalar

hilbertiano (admitindo-se que as funções aleatórias pertencem a um espaço de

Hilbert munido de um produto escalar). Considerando o processo aleatório X(t)

real, podemos calcular sua auto-correlação por:

( ) ( ) ( )

( ) ∫ ( ( )) ( ( ))

( ) ∫ [ [ ( ) ( )] ( ) ( )]

Pela expressão anterior, podemos verificar a existência de três integrais

a serem resolvidas. A primeira integral corresponde a ∫

é exatamente

igual a média do processo A2, como este processo representa um termo

constante sua média é exatamente igual a A2.

A segunda integral corresponde a ∫ [ ( ) ( )]

pode ser

quebrada em duas outras integrais, cujo resultado de cada uma corresponde a

média ou a esperança do processo aleatório Y(t); e por fim a última integral

Page 7: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

dada por ∫ ( ) ( )]

representa a auto correlação do processo Y(t),

portanto, a função de auto correlação do processo X(t), formado pela

combinação linear de uma constate e Y(t) é dada por:

( ) ( ) [ ( )]

Supondo que Y(t) é um processo aleatório que apresenta média nula

temos:

( ) ( )

b) Se X(t) contém uma componente senoidal, então Rx(τ) também conterá

uma componente senoidal de mesma frequência.

Tomando-se base da propriedade de linearidade da função de auto

correlação, que foi anteriormente demonstrada ao resolver a alternativa

anterior, podemos provar a propriedade em questão partindo-se de um

processo aleatório X(t) definido por:

( ) ( ) Calculando-se sua função de auto-correlação temos que:

( )

∫ ( ) ( ( ))

[ ( ) ( )]

( )

∫ ( ( ) ( ))

A integral ∫ ( ( )

= 0, viso que recai-se em uma

integral da função cosseno e com os limites de integração considerados,

resulta-se em valores de sen(+π)=0; portanto:

( )

( ) (

)

( )

( )

Page 8: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

5) Suponha um enlace com propagação no espaço livre, a 2,5 GHz, na

distância de 5 km. Se no enlace forem utilizadas antenas parabólicas com

ganho de 25 dBi colocadas a uma distância de 60m do transmissor e do

receptor e ligadas a estes por guias elípticos com uma atenuação

de 44,3 dB/km e se o transmissor tiver uma potência de 1 W, qual a

potência na entrada do receptor em dBm?

De acordo com os dados enunciados na questão, podemos

esquematizar o enlace descrito pela figura seguinte:

Dados: f = 2,5GHz d = 5Km Gt = Gr = 25dBi ht =hr = 60m Acabos = 44,3dB/km Pt = 1W. Pr= ?

Inicialmente calculamos a atenuação no espaço livre pela seguinte

equação:

(

)

Convertendo essa resultado pera dB, temos:

Calculando-se a atenuação em cada um dos cabos temos:

dB

Page 9: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

Podemos obter a potência recebida utilizando-se da Equação de Friis,

conforme mostrado a seguir:

= - 69,34 dBW

Para realizar a conversão desse resultado para dBm, basta somarmos

30 ao valor em dB. Portanto, a potência recebida em dBm é:

Pr = -39,34 dBm

6) Comparação entre os sistemas de comunicação, calculando-se para cada um deles.

a) Densidade de Potência no Receptor

Considerando a densidade de potência no receptor dada por:

Calcularemos agora, a expressão para cada um dos sistemas anteriores

em função da distância do enlace.

1º Sistema: Visada Direta

[

]

2º Sistema: TV

[

]

3º Sistema: Satélite UL

Page 10: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

[

]

4º Sistema: Satélite DL

[

]

Plotando-se a densidade de potência na entrada do receptor como

função da distância, em escala logarítmica para os dois eixos, podemos

comparar esses sistemas. Conforme os resultados anteriores previam, o

sistema que se apresentou como sendo o mais eficiente, no que concerne a

densidade de potência foi o satélite UL, como era de se esperar visto que o

mesmo é o que apresenta o maior valor para o produto Pt x Gt, uma vez que o

parâmetro densidade de potência não depende de outros parâmetros.

Seguindo-se temos, o sistema de TV, o visada direta e o satélite DL.

Page 11: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

b) Intensidade de Campo elétrico

Considerando a densidade de potência no receptor dada por:

Calcularemos agora, a expressão para cada um dos sistemas anteriores

em função da distância do enlace.

1º Sistema: Visada Direta

[

]

2º Sistema: TV

[

]

3º Sistema: Satélite UL

[

]

4º Sistema: Satélite DL

[

]

Pelo mesmo motivo que no caso anterior, a intensidade de campo

elétrico depende apenas do produto de PtxGt, logo, a ordem de sistemas que

apresentam a maior intensidade de campo decresce da mesma forma que no

caso da densidade de potência no receptor, conforme pode ser visto no gráfico

seguinte.

Page 12: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

c) Potência Recebida

A potência recebida no receptor, pode ser determinada pela seguinte

expressão:

onde Lp representa as perdas por propagação, que no caso do espaço livre

pode ser expressa por:

(

)

1º Sistema: Visada Direta

(

)

(

)

[ ]

Page 13: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

2º Sistema: TV

(

)

(

)

[ ]

3º Sistema: Satélite UL

(

)

(

)

[ ]

4º Sistema: Satélite DL

(

)

(

)

[ ]

Conforme previsto numéricamente os gráficos mostram que embora

sistemas com um alto valor de potência transmistida e ganho de antena alto,

como por exemplo o satélite UL, a nível de atenuação é maior visto que existe

um porporcionalidade entre atenuação no espaço livre e frequência de

operação, ou seja quanto maior a frequência maior será a atenuação; o que

podemos comprovar com o gráfico seguinte.

Page 14: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

d) Relação Pr/Pt A relação Pr/Pt corresponde basicamente a relação entre o produto de

ganhos e a atenuação no espaço livre anteriormente calculadas. A comparação

gráfica entre esses sistemas pode ser realizada com auxílio da figura seguinte.

Page 15: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

7) Suponha terra plana e sem atmosfera, deduza a expressão do n-ésimo

elipsóide de Fresnel e represente graficamente o 1º elipsóide de Fresnel

num perfil longitudinal do percurso para uma distância de 50 km e

frequências de 4 e 6 GHz. As cotas das antenas dos terminais são,

respectivamente, de 100 e 200 m para o transmissor e o receptor.

Na figura abaixo, consideramos h como sendo o raio de uma

circunferência qualquer, no plano descrito e centrada no ponto A.

Sabendo-se que um percurso que passa por qualquer outro ponto da

circunferência de raio h pode ser dado por:

Considerando que o valor máximo dos percursos que partem do ponto A

se diferem de

, temos que:

( )

( )

√ ( )

Page 16: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

onde h = rn é o raio do n-ésimo elipsoide de Fresnel a uma distância d1 da

fonte.

Considerando-se as aplicações numéricas solicitadas, tais que os dados

são os seguintes:

f1= 4GHz f2= 6GHz ht = 100m hr = 200m d = 50 km Os raios do primeiro elipsoide de Fresnel são os seguintes (admitindo o

ponto A no meio do percurso total):

Para f1:

Para f2:

8) Considere um enlace de micro-ondas sobre terra plana operando na

frequência de 4 GHz. A distância entre transmissor e receptor é de 15 km

e a altura da antena transmissora é de 80 m. Considerando polarização

horizontal, trace o gráfico da potência recebida quando a altura da antena

de recepção varia entre 0 e 150 m. Calcule os máximos e mínimos da

potência recebida para a situação referida.

Considerando-se propagação em terra plana, a potência recebida pode

ser expressa pela equação seguinte:

(

)

(

)

Para efeito do estudo da influência da variação da altura do receptor na

potência recebida, parâmetros como a potência de transmissão e os ganhos

Page 17: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

das antenas para o enlace em questão serão considerados unitários, o que nos

faz recair sobre uma equação da potência recebida como sendo:

(

)

(

)

Plotando-se essa expressão para a variação da altura do receptor considerada

[0,150m] temos que:

Para realizarmos um estudo sobre os máximos e mínimos de potência

recebida, basta-nos que encontremos os instantes em que a primeira derivada,

da expressão para a potência recebida é nula e tais pontos são candidatos a

máximos ou mínimos de potência recebida.

Para sabermos se o ponto é máximo ou mínimo é necessário realizar um

estudo do sinal para a segunda derivada da expressão para a potência

recebida. Se o sinal da segunda derivada, no ponto interesse for maior que

zero dizemos que este ponto trata-se de um ponto de máxima potência

recebida, se ele for menos que zero trata-se de um ponto de mínima potência

recebida. As equações seguintes descrevem as expressões para a primeira e

segunda derivadas da expressão da potência recebida. Logo em seguida são

Page 18: Lista de Exercícios - Comunicacao Sem Fio

apresentados os gráficos das três expressões, onde podemos identificar os

pontos em que a primeira derivada se anulam e classifica-los em pontos

máximo e mínimo a partir do estudo do sinal da segunda derivada.

Expressão para a primeira derivada:

[ (

)

] (

) (

)

Expressão para a segunda derivada:

[ (

)

] (

) [(

) [ (

)

(

)

]]

Os pontos assinalados representam os instantes em que a primeira

derivada é nula, logo serão os candidatos a pontos de máxima ou mínima

potência recebida. A partir do sinal da curva em verde, podemos classificar

em pontos em máximo ou mínimo conforme anteriormente explicado.