[lisa kaye laurel] pai solteiro procura

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7/23/2019 [Lisa Kaye Laurel] Pai Solteiro Procura http://slidepdf.com/reader/full/lisa-kaye-laurel-pai-solteiro-procura 1/81 Lisa Kaye Laurel PAI SOLTEIRO PROCURA MOMMY  FOR THE MOMENT BIANCA SONHOS 3 PAI SOLTEIRO PROCURA... Robert Winfield precisava de uma mãe para sua filha de quatro meses. Alguém que apreciasse as coisas simples da vida, tais como o primeiro sorriso de um bebe, os  primeiros passos... Theresa seria perfeita... desde que ele conseguisse convencê-la a ficar Theresa estava apai!onada pela pequenina "eredith e por seu pai. # noite, enquanto embalava o bebê, ela sonhava em estar nos bra$os de Robert assim% indefesa, entregue, confiante... "as seu passado ordenava-lhe que fugisse do sentimento que se tornava cada ve& mais poderoso. 'ois, apesar do dese(o de tornar-se mãe de "eredith, (amais poderia ser esposa de Robert Digitalização: Camilla )

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Lisa Kaye Laurel

PAI SOLTEIRO

PROCURAMOMMY  FOR THE MOMENT

BIANCA SONHOS 3

PAI SOLTEIRO PROCURA...Robert Winfield precisava de uma mãe para sua filha de quatro meses. Alguém

que apreciasse as coisas simples da vida, tais como o primeiro sorriso de um bebe, os

 primeiros passos...Theresa seria perfeita... desde que ele conseguisse convencê-la a ficarTheresa estava apai!onada pela pequenina "eredith e por seu pai. # noite,

enquanto embalava o bebê, ela sonhava em estar nos bra$os de Robert assim% indefesa,entregue, confiante...

"as seu passado ordenava-lhe que fugisse do sentimento que se tornava cadave& mais poderoso. 'ois, apesar do dese(o de tornar-se mãe de "eredith, (amais poderiaser esposa de Robert

Digitalização: Camilla

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CAPÍTULO I 

*+oisas desse tipo (amais acontecem...*, Theresa pensou, com um suspiro.*!ceto para mim.*

estava ela, com o carro quebrado numa estrada deserta, /s quatro horas da

tarde. 0lhou com preocupa$ão para as pesadas nuvens que se acumulavam no céu, prometendo uma tempestade iminente... 1ue come$ou a cair em poucos minutos.

2echou as (anelas do carro, um velho convers3vel comprado na semana anterior,e recostou-se no assento. 'ingos grossos, impulsionados por fortes ra(adas de vento,fustigavam o ve3culo.

 4 5em... speremos que isso não dure uma eternidade 4 ela murmuroulutando para manter a calma que amea$ava abandon-la.

+erca de quarenta minutos depois a chuva come$ou a amainar. ra sempreassim, no verão. A chuva e o sol reve&avam-se com uma rapide& impressionante.

Abrindo a porta do carro, Theresa saltou e contemplou a paisagem ao redor.

Ainda havia nuvens pesadas no hori&onte. 6sso significava que em breve voltaria achover.

* eu não pretendo estar aqui, para assistir a uma nova tempestade...*, eladecidiu. Tinha de tomar uma providência e rpido. "as o que, e!atamente, poderiafa&er7

8esde que sa3ra da estrada principal para tomar aquela via secundria, nãoavistara nenhuma casa ou propriedade. +ru&ara apenas com dois ve3culos% umacaminhonete e um caminhão, ambos com placas do "aine, tal como a dela. Afora isso,não vira mais ninguém.

 4 8roga 4 Theresa resmungou. 9e seu carro não houvesse se quebrado, elatalve& ( estivesse chegando em :artford... 0u não7

 ;a verdade, Theresa não fa&ia a menor idéia de onde se encontrava. 0funcionrio de um entreposto a havia informado, logo no in3cio da viagem, que e!istiauma estrada vicinal para :artford. frisara%

 4 Trata-se de uma pista de terra, mas encontra-se em <timo estado. 9e seguir  por ela, chegar mais depressa.

Agora Theresa perguntava-se se teria mesmo sido uma boa idéia aceitar aqueleconselho. Afinal, para que ela queria chegar mais depressa a :artford7 ;ão tinhahorrios a cumprir, estava livre como um pssaro e além do mais não havia ninguém asua espera. la simplesmente resolvera fa&er uma visita-surpresa / irmã ca$ula.

8e fato fora um erro tomar uma estrada deserta como aquela, Theresa concluiu,

aborrecida. "as de nada adiantava lamentar-se, /quela altura dos acontecimentos. 0melhor que tinha a fa&er era tentar sair daquela enrascada.A cerca de tre&entos metros adiante a estrada descrevia uma curva fechada.

Theresa resolveu caminhar naquela dire$ão. Talve& encontrasse um posto de servi$oslogo ap<s a curva... 0u então uma propriedade habitada por pessoas hospitaleiras egentis, que a a(udariam de bom grado.

 4 8oce esperan$a... 4 murmurou, enquanto andava. sses golpes de sorte (amais aconteciam com ela. 0 mais provvel era que não achasse nada, e!ceto acontinua$ão daquela estrada deserta.

'orém, mal dobrou a curva, Theresa sentiu-se invadida por uma onda de al3vio.A cem metros de dist=ncia havia uma cabine telef>nica, *do tipo que os super-her<is

usavam para se transformar de simples mortais em lutadores invenc3veis, prontos parasalvar mocinhas indefesas...*, ela pensou.

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Rindo de si mesma por aquela compara$ão absurda, apressou o passo e chegou /cabine. Abriu a porta, pegou o fone... logo constatou que tudo aquilo era bom demais

 para ser verdade. 0 telefone estava mudo. isso a levava de volta / estaca &ero, ou se(a%estava numa situa$ão terr3vel e não tinha muitas chances de se safar.

A esquerda uma velha porteira desabada indicava a entrada de uma propriedade.

Algum dia deveria ter e!istido ali uma trilha que condu&ia a um s3tio ou fa&enda... "asisso ( fa&ia muito tempo, Theresa concluiu, observando o mato que cobria a trilha, osgon&os da cancela enferru(ados e a madeira tomada por cupins.

9em outra alternativa ela voltou sobre os pr<prios passos, até o carro. Apesar dachuva que tinha ca3do h pouco, o clima estava abafado e quente. ntrando no ve3culoTheresa bai!ou os vidros e a capota, que se abriu com um ru3do estranho, semelhante aode uma porta rangendo.

 4 9anto 8eus 4 ela disse, bai!inho. 4 ssa geringon$a est pior do que eu pensava.

Ao comprar aquele velho convers3vel, na semana anterior, Theresa nãoimaginara que estivesse se metendo numa encrencas. 0 vendedor garantira que o motor 

estava em perfeito funcionamento, bem como os outros dispositivos do ve3culo que,segundo ele, podaria chegar até a lua.

5em, Theresa nem dese(ava ir tão longe. ;o momento, s< gos-taria de estar seguindo seu caminho até :artford, onde a irmã ca$ula morava.

se aquele vendedor trapaceiro tivesse verificado o motor com a mesmaaten$ão com que a observara da cabe$a aos pés... 5em, talve& ele descobrisse o

 problema."as a questão não era essa, Theresa pensou, fechando os olhos por um instante.

concluiu% obviamente o vendedor sabia que o velho convers3vel não chegaria muitolonge... 'or isso mesmo estava ansioso para vendê-lo. ela, Theresa 6rene 'adderson,ca3ra na armadilha.

@ fa&ia muitos anos que se sentia a pessoa mais trapalhona do mundo. isso (lhe causara muitos problemas. +om "ichael Tarlington, por e!emplo...

+om um brusco meneio de cabe$a, Theresa interrompeu o flu!o de pensamentos. Aquele não era o momento nem tampouco o local Adequado pararecorda$es desse tipo.

2altavam menos de duas horas para anoitecer. a Bltima coisa que Theresadese(ava no mundo era passar a noite so&inha, numa estrada deserta. 'ortanto, tinha de

 procurar uma sa3da. rpido."as qual7, ela perguntou-se, como ( havia feito de&enas desses, na Bltima hora.m primeiro lugar, era preciso rela!ar. Tensa como estava, não chegaria a nada.

Camos ver se o rdio desta maravilha sobre quatro rodas ainda continuafuncionando 4 murmurou, com amarga ironia, enquanto ligava o aparelho de som.9intoni&ou uma esta$ão de mBsica popular, que naquele mo-mento transmitia

um programa especial sobre os +arpenters, uma dupla que fora famosa nos anos setenta.+om um sorriso, Theresa lembrou-se de uma colega de faculdade, chamada

"aggie 8icDson, que adorava os +arpenters. 2ora através dela que Theresa conhecera o belo trabalho da dupla. chegara a gostar muito de certas mBsicas, inclusive deYesterday Once More, que a emissora de rdio agora transmitia%

Quando eu era garota costumava ouvir o rádio, esperando pelas minhas

canções avoritas. Quando elas eram tocadas eu cantava !unto e isso me dei"ava eli#.

 $queles eram bons momentos%

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e nem a# tanto tempo assim...

 $h, como eu sinto que tenham passado.

 Mas as canções me voltam,

como um velho amigo

que n&o ve!o há muito tempo.

'odas as canções que eu amovoltam...

 Minhas mais caras lembranças

me voltam claramente

e algumas me a#em chorar,

tal como acontecia antes(

é o passado que retorna,

mais uma ve#...

A essa mBsica seguiram-se outras, sucessos marcantes da dupla, que ( nãoe!istia mais. Theresa teria gostado de ouvir o programa até o fim, mas uma forte ra(ada

de vento alertou-a de que uma nova chuva não tardaria a cair.+om um suspiro Theresa acionou o dispositivo para subir a capota... 1ue se

ergueu alguns cent3metros e parou em seguida.la desligou o dispositivo e acionou-o novamente...

 ;ada. A capota parecia recusar-se a subir. Tentou mais algumas ve&es, semnenhum sucesso.

 4 0h não 4 resmungou, perdendo a paciência. 4 6sso não vai acontecer agora... +erto7

*rrado*, concluiu, em pensamento, depois de muitas outras tentativas. 'or algum motivo ine!plicvel, a capota recusava-se a bai!ar.

Theresa desligou o rdio e, saltando para o banco de trs do ve3culo, pu!ou acapota para bai!o.

 4 9e você não quer funcionar automaticamente, que tal uma a(uda manual7 4 disse, entre os dentes.

A chuva surpreendeu-a em meio a essa Bltima tentativa. 8urou apenas uns vinteminutos, mas foi suficiente para dei!-la encharcada, bem como o interior do velhoconvers3vel.

2eli&mente suas duas valises de viagem eram de material impermevel, tal comoa velha bolsa a tiracolo que a acompanhava h muitos anos. ;ão fosse por isso, odesastre teria sido total.

8epois de abrir as portas do carro e tirar a gua do melhor modo poss3vel, com a

a(uda de uma caneca de plstico, Theresa torceu a barra do vestido de algodão queestava usando. 0 tecido havia se colado a seu corpo e feli&mente não era transparente.0s motivos florais, onde predominava o tom a&ul, a protegiam de uma situa$ão aindamais embara$osa.

8e repente, Theresa riu e perguntou-se% 4 mbara$osa... 'ara quem7Afinal, não havia ninguém mais naquele lugar. a perspectiva de conseguir 

a(uda parecia mais remota do que o sol que, parcialmente oculto pelas nuvens, estendiaseus Bltimos raios no hori&onte.

Theresa mal havia acabado de formular esse pensamento, quando ouviu ummotor se apro!imando. 0 som vinha da dire$ão da curva. 9eria um fruto de sua

imagina$ão7 Theresa perguntou-se.  teve a resposta em poucos instantes.Agora o ru3do era mais do que claro, ela concluiu, tomada por uma indescrit3vel

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sensa$ão de al3vio. Algum motorista vinha em sentido oposto ao seu. , embora Theresaainda não tivesse avistado o ve3culo, ela poderia (urar que o veria em poucos segundos.

'or um momento o al3vio transformou-se em preocupa$ão. 9er que a pessoaque se apro!imava a a(udaria7 9er que se condoeria de sua situa$ão7 se a pessoasimplesmente passasse por ela, sem se incomodar7 0u, pior ainda% e se fosse alguém

 perigoso, que de repente se sentisse tentado a cometer estranhas atitudes diante de umamulher indefesa7+om um brusco meneio de cabe$a, Theresa interrompeu as cogita$es.*Cocê anda vendo filmes de suspense demais, garota*, repreen-deu-se, em

 pensamento. * verdade que ocorrem coisas terr3veis em lugares desertos, mas aconteceque você ( teve sua cota de a&ar suficiente por ho(e. agora tudo vai melhorar...*

 4 Ao menos espero que sim 4 acrescentou, bai!inho, com o cora$ãodisparado de medo.

Gm relu&ente 'orsche cin&a-chumbo surgiu na curva. ra u carro antigo, masmuito bem conservado. 0 motorista diminuiu a marcha e parou perto de Theresa.

A sorte estava mudando, ela pensou, ao ver o homem de cerca de sessenta anos

descendo do 'orsche e apro!imando-se com ar sol3cito. le era muito alto, vestia-secom eleg=ncia e tinha um rosto marcante, vincado pelos anos.

 4 0 que houve, senhorita7 4 indagou, num tom amvel, que acabou por dissipar os Bltimos receios de Theresa.

m poucas palavras ela e!plicou o acontecido. 0 homem ouviu tudo com umae!pressão amvel e então comentou%

 4 Acho que a senhorita precisa de um telefone. 4 9e est se referindo /quela cabine ali adiante, esque$a, senhor 4 ela

retrucou, desanimada. 4 0 telefone est mudo e... 4 ;ão se trata disso 4 ele a interrompeu, com um sorriso. Abriu a porta do

'orsche e pegou o telefone celular que tra&ia no banco traseiro. 4 Aqui est. 4 0brigada 4 ela agradeceu, retribuindo o sorriso. +ome$ou a digitar o

nBmero da irmã em :artford, mas interrompeu-se para perguntar% 4 0 senhor pode medi&er onde estamos7

le tornou a sorrir% 4 A cidade mais pr<!ima é "adisonville 4 ele informou. 4 A senhorita... st

 perdida7 4 'ode-se di&er que sim 4 ela respondeu, com um suspiro. 4 8isseram-me

que este era o caminho mais rpido para :artford... 4 Relativamente, sim 4 ele tornou a interrompê-la. 4 +omo, senhor7

 4 5em, este ( foi um bom atalho para :artford. "as agora o melhor que se pode fa&er é seguir pela rodovia principal. A dist=ncia é maior, mas a qualidade doasfalto e a <tima sinali&a$ão compensam esse detalhe.

Theresa assentiu com um gesto de cabe$a e ele prosseguiu. 4 sta estrada, em contrapartida, pode ser perigosa para quem não est

acostumado a passar por aqui sempre... 9obretudo nesta época do ano, quando chovemuito.

 4 @ deu para perceber isso 4 ela comentou, com uma e!pressão de desalento. 4 5em, vou ligar para minha irmã em :artford e pedir-lhe que me arran(e ummec=nico.

 4 "as estamos a duas horas e meia de l 4 o homem argumentou. 4 ;ão

seria melhor pedir a(uda em "adisonville7 4 9im 4 Theresa concordou, com ar de dBvida. 4 "as acontece que não

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conhe$o ninguém..."ais uma ve& o homem fitou-a com ar de bondosa compreensão.m seguida afirmou%

 4 : dois lugares para os quais a senhorita poder ligar, em "adisonville. Gmdeles é a filial do Automobile-+lub, que e!iste

em todo o pa3s... 4 qual é o outro7 4 Theresa indagou. 9er s<cia de uma institui$ão rica comoo Automobile-+lub era o tipo de lu!o que ela não podia desfrutar.

 4 5em, h uma oficina mec=nica em "adisonville. 4 trata-se de uma boa oficina7 4 5em, o dono é um rapa& honesto e competente. 4 9e o senhor di& isso, eu acredito 4 Theresa sorriu, aliviada. 8ecididamente,

sua sorte estava mudando, ela pensou. Aquele homem mais parecia um pai devotado, doque um estranho. 0 tipo de pessoa em quem se podia confiar... 0u não7

'or um instante, Theresa hesitou. Ainda h pouco ela refletia nobre asconsequências de ter sido e!cessivamente ingênua ao acreditar no homem que lhe

vendera o convers3vel... 9er que não estava prestes a cair numa nova armadilha75em, mas fosse como fosse, aquele não era o momento adequado para esse tipo

de cogita$ão. Afinal, o homem ca3ra-lhe do céu como um an(o da guarda. não eranada bom desconfiar de an(os...

Theresa pensou. 4 'ronto 4 ele estendeu-lhe uma folha que havia acabado de e!trair de um

 bloco de anota$es. 4 Aqui est o telefone da oficina. 4 "adison "otors 4 Theresa leu. 4 "uito obrigada, senhor. digitou o

nBmero.0 telefone chamou vrias ve&es, sem que ninguém atendesse.

 4 Acho que a oficina est fechada 4 ela comentou, preocupada. 8e repentelembrou-se% 4 0ra, mas é claro que est. Afinal, ho(e é domingo

 4 0s mec=nicos, tal como os médicos, não têm domingos nem feriados,senhorita.

 4 8iga isso para o rapa& honesto e competente da "adison "otors, quandoencontr-lo 4 ela retrucou, aborrecida. m seguida desculpou-se% 4 0h, perdoe-me,senhor. u não quis ser grosseira. "as acontece que o dia de ho(e est tão dif3cil

 4 Tente novamente 4 o homem recomendou, num tom calmo, que contrastavacom o nervosismo de Theresa.

9em nenhum entusiasmo, ela obedeceu. 0 telefone voltou a chamar vrias ve&es. Theresa ( ia desistir, quando finalmente uma vo& masculina atendeu a liga$ão%

 4 Al>7 4 Al> 4 ela e!clamou, euf<rica. 4 I da "adison "otors7 4 9im 4 A resposta era seca e tinha até uma ponta de irrita$ão. "as Theresa

estava feli& demais para ressentir-se disso. +om um misto de ansiedade e alegria,e!plicou%

 4 'reciso de sua a(uda, senhor. "eu carro est quebrado. 4 Aonde7 4 u... 4 ela hesitou. 4 Ainda não sei ao certo, mas... 5em, estou a duas horas

e meia de :artford, a cerca de tre&entos metros de uma curva onde h uma velha cabinetelef>nica.

 4 'or que não disse logo que estava ligando da cabine7 4 o homem retrucou,

de m vontade. 4 I a Bnica que e!iste nessa estrada. 4 Acontece que o telefone de l não funciona. ;a verdade, estou falando de um

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telefone celular. 4 Ah 4 o homem aquiesceu. 4 quem foi que lhe deu meu nBmero7 4 Gm cavalheiro muito gentil me indicou sua oficina 4 Theresa afirmou,

sorrindo para o velho senhor. 4 8iga-lhe que est perto da entrada da fa&enda do velho KarL ester 4 ele

recomendou.Theresa repetiu as palavras que acabava de ouvir. irritou-se ainda mais quandoo homem da oficina "adison tornou a provoc-la%

 4 'or que não disse logo que estava perto da fa&enda ester7 4 'orque acabo de ser informada disso 4 Theresa respondeu, r3spida. 4 +omo

o senhor ( deve ter dedu&ido, eu não sou da região e... 4 Tudo bem 4 o homem interrompeu-a. 4 @ sei aonde você est. 4 0h, que Mtimo 4 disse Theresa, num tom sarcstico. 4 0 senhor é de uma

delicade&a a toda prova. 4 desligou, antes que o homem pudesse retrucar. mseguida devolveu o telefone ao velho senhor. 4 0brigada 4 agradeceu, for$ando umsorriso.

 4 A senhorita est tão nervosa 4 ele comentou e corrigiu-se a tempo. 4 0ra,que bobagem estou di&endo7 Afinal, quem não estaria irritado, em sua situa$ão7

 )rritaç&o era uma palavra muito leve para e!pressar o estado de raiva eansiedade em que Theresa se encontrava.

0 homem da oficina "adison a havia tirado do sério, rouban-do-lhe as Bltimasreservas de controle de que dispunha.

0 pior era que /quela altura ela nem sabia ao certo se o tal mec=nico asocorreria. +om a m vontade que ele demonstrara, era mais provvel que a dei!assemofar ali, naquela estrada deserta.

 4 1uer que eu lhe fa$a companhia até o mec=nico chegar7 4 o velho senhor indagou, num tom sol3cito.

 4 ;ão é preciso 4 Theresa recusou amavelmente. 4 @ tomei demais o seutempo.

 4 8e modo algum, senhorita 4 ele discordou. 4 9e quiser que eu espere... 4 Agrade$o, mas realmente não é necessrio 4 ela replicou. 4 ;esse caso... 4 0 homem inclinou ligeiramente a cabe$a, numa espécie de

reverência que lembrava os antigos cavalheiros. 4 Até qualquer dia, senhorita. 4 Até. 4 Theresa acenou em despedida."omentos depois, estava de novo so&inha na velha estrada. Ao menos não

chovia mais... 9e é que isso servia de algum consolo, ela pensou, observando comdesgosto o interior de seu velho convers3vel, totalmente encharcado.

2eli&mente suas roupas e demais pertences estavam a salvo, protegidos pelasvalises e pela bolsa de material impermevel. Theresa tentou reanimar-se com essaconstata$ão, sem muito sucesso.

'egando um pano de limpe&a que tra&ia no porta-luvas, come$ou a en!ugar o painel do carro. 8ecididamente, aquela viagem havia come$ado mal... muito mal.

Robert Winfield acionou o motor de seu velho caminhão. 2a&ia um bom tempoque não o usava. , na verdade, Robert bem que gostaria que as coisas continuassemassim% o caminhão na garagem... ele em casa.

Afinal era domingo, dia de descanso e de la&er, bem merecidos por um homemque havia trabalhado a semana inteira.

8ecididamente, aquele dia estava dif3cil, Robert pensou, recos-tando-se no

assento, / espera de que o motor se aquecesse.:avia ganho dois ingressos para o (ogo de beisebol que se reali&aria no final da

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tarde, mais precisamente dentro de meia hora. ;ão que Robert pretendesse ir ao (ogo... 9ua vida era complicada, atribulada

demais para permitir-lhe esse tipo de la&er. Tanto, que passara os ingressos para osirmãos 2rederich e @eremL, que trabalhavam para ele na oficina.

"as plane(ara, isso sim, assistir ao (ogo pela televisão, tomando uma boa cerve(a

e saboreando salgadinhos de quei(o, ( comprados no dia anterior. Tratava-se da decisãodo campeonato estadual e o time de 'rovidence, pelo qual a maioria dos moradores de"a-disonville torcia, era um dos finalistas.

 4 'or que essas coisas acontecem comigo7 4 ele resmungou, manobrando ove3culo para sair da garagem.

"inutos depois, uma chuva fina come$ou a cair. Robert observou o hori&ontecom uma e!pressão aborrecida. Apesar de ( haver chovido bastante naquele dia, era

 bem poss3vel que aquela garoa se transformasse numa tempestade, em poucos instantes.0 que, e!atamente, uma mulher que não era da região estaria fa&endo na antiga

estrada de terra, que por sinal s< era usada por uns poucos moradores das pro!imidades7, Robert perguntou-se, irritado.

por que, e!atamente, ele decidira socorrê-la7 'or que, se a mulher o haviadesacatado, desligando o telefone em meio ao que ele di&ia7

Robert lan$ou um olhar para o banco de passageiros, a sua direita. ;o fundo,sabia muito bem por que estava indo socorrer a desconhecida... Além disso, queriadescobrir quem dera o telefone de sua oficina para ela. nfim, alguém teria de salvar aquela imprudente e atrevida motorista.

Gma e!pressão de embara$o estampou-se nos olhos a&ul-violeta de Robert.:avia também um outro motivo, que ele relutava em admitir... 2ora e!cessivamenteseco e rude com a desconhecida. de certo modo dera-lhe motivos para bater o telefonedaquele (eito.

+om um leve meneio de cabe$a, Robert afastou aqueles pensamentos. A estradaestava em péssimo estado. , se não tomasse cuidado, acabaria atolando no barro.

A chuva havia aumentado, quando ele avistou a cabine telef>nica. Transp>s acurva e não conseguiu conter uma impreca$ão ao avistar o convers3vel com a capotatotalmente levantada.

 4 A3 est uma daquelas geringon$as estrangeiras, do tipo que os espertinhosvendem aos desavisados, garantindo mais de cem mil quil>metros de rodagem antes do

 primeiro problema... 4 ele resmungou.8etestava trabalhar naquele tipo de carro. podia imaginar o estado em que o

motor se encontrava...

O

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CAPÍTULO II 

- u não acredito 4 disse Theresa, cru&ando os bra$os sobre a dire$ão do carroe repousando a cabe$a sobre eles. 4 ssa chuva não pode aumentar agora...

"as a despeito de seus lamentos, a garoa fina havia se transformado numa chuva

torrencial. 4 Tudo bem 4 ela murmurou, sem sequer erguer a cabe$a. 4 'ode cair...8aqui eu não saio.

@ estava molhada da cabe$a aos pés e tanto fa&ia ficar dentro do carro comofora dele.

:aviam se passado quase quarenta minutos, desde que ela falara com o homemda oficina "adison "otors. Theresa come$ava a pensar que ele não viria socorrê-la.

Afinal, ela havia perdido a paciência e desligado o telefone bruscamente... 0tipo da grosseria imperdovel, Theresa pensava, a cabe$a ainda descansando sobre os

 bra$os."as, por outro lado, o homem até que havia pedido por isso, ao trat-la daquele

modo spero.*"esmo assim, eu deveria ter me controlado*, Theresa repreen-deu-se

mentalmente. agora7, perguntou-se, angustiada. 0 que aconteceria se o homem nãoviesse socorrê-la7

 4 +alma 4 recomendou-se, bai!inho, lutando para vencer os temores queamea$avam domin-la. Tinha de pensar em outra coisa, qualquer coisa que não fosse aterr3vel situa$ão em que se encontrava.

Respirando lentamente ela procurou rela!ar. "as sua mente parecia disposta atortur-la, naquele final de tarde... Aproveitan-do-se de sua fraque&a, levava-a a refletir sobre um assunto do qual Theresa vinha fugindo h anos% sua pr*pria vida.

1ue caminhos trilhara no passado, o que estava pretendendo fa&er no momentoe... ( que parecia ter um bom tempo pela frente, para onde pretendia ir7

m resumo% o que dese!ava da vida+

 4 2ormar uma fam3lia... 4 Theresa disse bai!inho, pronunciando bem cadas3laba. ra incr3vel como três palavras tão simples podiam e!pressar algo tão grandioso,sublime e... dif3cil "uito dif3cil

m primeiro lugar, precisava encontrar um homem. Alguém que a amasse peloque ela era de verdade, tanto interiormente quanto e!teriormente. Alguém que a vissecomo pessoa e não apenas como um corpo escultural, de onde se podia e!trair pra&er.ra por essa ra&ão que os homens se apro!imavam dela. sque-ciam-se que por trs dasformas perfeitas e sensuais e!istia um ser humano... Gm ser que fugia cada ve& mais das

rela$es afetivas, por puro medo de ser tratada como um ob(eto."as devia haver alguém diferente, entre os milhes de seres humanos quehabitavam o stado, o pa3s, o continente... 0 planeta. m algum ponto e!istiria umhomem capa& de am-la verdadeiramente. se tivesse a sorte de encontr-lo, Theresanão hesitaria em entregar-se com toda a for$a de seu cora$ão. 9eria sua companheira,esposa, amiga e amante... 9eria a mãe de seus filhos, seria a mulher mais feli& douniverso, porque enfim possuiria sua pr<pria fam3lia.

A3 estava um sonho simples, comum a tantas pessoas... Gm sonho do qualTheresa, depois de muito sofrimento, finalmente desistira.

Tudo isso porque, h vrios anos, quando estivera prestes a reali&ar esse sonho,Theresa o vira dissolver-se entre seus dedos como num passe de triste magia. acabara

se tornando uma pessoa solitria, descrente.+ontinuava não sabendo para onde ia, mas de uma coisa tinha certe&a% seu

P

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estado atual era triste e doloroso.Tinha acabado de dei!ar seu emprego no "aine, cancelado o contrato de aluguel

de seu apartamento, fechado sua conta bancria e... partido.Theresa suspirou, tomada por uma indescrit3vel angBstia. 'or que, e!atamente,

estava se sentindo assim7 @ devia ter se acostumado com esse estilo de vida. Afinal, era

a quinta ve& que fa&ia isso, nos Bltimos anos.0 problema era que, nas outras ve&es, sentira-se aliviada. ra como se estivesseescapando da rotina esmagadora que causava depressão a tantas pessoas. Agora, noentanto, a sensa$ão era bem diferente. 'arecia que alguma coisa nova estava prestes aacontecer... Restava apenas saber se essa coisa seria boa ou m.

A (ulgar por aquele princ3pio de viagem... Theresa estremeceu e não tevecoragem de concluir o pensamento. @ estava mesmo numa situa$ão dif3cil. 0 melhor que tinha a fa&er era manter o equil3brio... 0u o que restava dele.

m primeiro lugar, precisava descansar por alguns dias num local tranquilo,onde de preferência não tivesse de gastar dinheiro. A casa de sua irmã, "arL Qate, era olocal perfeito para isso. "as Theresa sabia que não poderia se demorar l por mais de

duas ou três semanas. 'ois apesar de a casa ser espa$osa, a fam3lia de "arL Qate eragrande. Theresa, embora soubesse que seria muito bem recebida, não queriaatrapalhar.

8epois dessas breves férias, ela teria de mudar-se, estabele-cer-se em outrolocal, enfim... come$ar tudo de novo.

A princ3pio a idéia de comprar um carro parecera-lhe maravilhosa. A perspectivade trilhar livremente as estradas, parando onde bem entendesse e demorando quantotempo quisesse, era emocionante. Apenas, Theresa não contara com a possibilidade de ocarro engui$ar logo no primeiro dia de viagem.

0 ru3do da porta do ve3culo sendo aberta interrompeu-lhe bruscamente os pensamentos. Theresa ergueu a cabe$a e deparou com um homem alto, que a fitava comuma e!pressão séria, quase carrancuda.

Apesar de assustada, ela perguntou-se quais seriam suas chances de escapar,caso estivesse diante de um assaltante. concluiu, com horror, que não teria sequer tempo de correr. 'ois o homem era de fato muito alto e, se quisesse, a dominaria semnenhuma dificuldade.

A sensa$ão de medo cedeu, por um instante, / impressão de que conhecia aquelehomem de algum lugar. "as Theresa logo abandonou essa hip<tese. 'ois se ( tivessedeparado com aqueles olhos a&ul-violeta antes, não esqueceria.

 4 0 que h de errado com o carro7 4 ele perguntou, num tom seco.*ntão era isso*, Theresa concluiu, invadida por uma onda de puro al3vio. 0

homem que ali estava não era um assaltante e sim o mec=nico que viera socorrê-la.'elo espelho retrovisor ela viu um velho caminhão estacionado a poucos metros,tendo na porta um logotipo onde mal se podia ler  Madison Motors, em letras quase quetotalmente apagadas.

0 caminhão mais parecia uma rel3quia, Theresa constatou. ra estranho, masnão o tinha ouvido apro!imar-se. stava tão entretida nas divaga$es, que se desligarade tudo ao redor.

 4 Cocê pode não acreditar nisso, mo$a 4 disse o homem, sem ocultar uma ponta de irrita$ão. 4 "as h muitas coisas que eu gostaria de estar fa&endo agora, emve& de ficar aqui, / espera de que você se digne a responder minha pergunta. 4 Ap<suma pausa, ele repetiu% 4 0 que h de errado com o carro7

A chuva torrencial era agora apenas uma garoa fina, que cessaria em poucosminutos. 0 sol se punha no hori&onte, num esban(amento de cores que variavam do

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dourado ao pBrpura. Theresa gostaria de contemplar aquele espetculo, se não tivesse de pensar rpido para responder ao mec=nico.

le lhe parecia um t3pico machista, daqueles que despre&avam qualquer conhecimento feminino a respeito de mec=nica e achavam que o tr=nsito iria muitomelhor se as mulheres não se atrevessem a dirigir...

mbora detestasse admitir, Theresa tinha de reconhecer que não entendia quasenada de mec=nica de autom<veis. Aprendera a dirigir h muito tempo, com "ichael..."as afora uns poucos conhecimentos bsicos, ela não tinha a menor idéia de como fun-cionava um motor, ou do que poderia ter causado o defeito no velho convers3vel.

ntretanto, por nada no mundo ela reconheceria isso diante do homem que afitava com ar superior.

 4 Cocê é muda, mo$a7 4 ele indagou, r3spido. ;um tom sarcstico,acrescentou% 4 0u est tentando falar comigo através de telepatia7 u lhe perguntei...

 4 9ei muito bem o que você perguntou 4 Theresa o interrompeu, tomandof>lego. 4 Cocê quer saber o que h de errado com o carro... era e!atamente sobre issoque eu estava pensando, ainda h pouco.

 4 Mtimo. 4 0 homem sorriu, e!ibindo dentes perfeitos. 4 o que foi quededu&iu, mo$a7

 4 ;ão sei 4 ela respondeu, for(ando um tom displicente. mencionou todosos termos mec=nicos dos quais se lembrava% 4 'ode ser o c=mbio, ou um dos pistes,ou a correia do motor, ou ainda um desequil3brio nos amortecedores e...

 4 Tudo bem 4 ele a interrompeu, com um sorriso ir>nico. 4 @ entendi% vocênão tem a menor idéia do que aconteceu. 'or que não foi mais simples e direta, em ve&de tentar me convencer de que é uma e"pert em mec=nica7

Cencida, Theresa apenas e!plicou% 4 u estava dirigindo e de repente o motor parou. Tentei acio-n-lo novamente,

mas não consegui. 4 ssa estrada é muito acidentada 4 ele comentou, mantendo o sorriso. 4 

'rovavelmente o chiclete desprendeu-se com algum solavanco. 4 +hiclete7 4 Theresa repetiu, sem entender. 4 +omo assim7 6gnorando a

 pergunta, ele retrucou% 4 Cocê... +omprou este ve3culo de segunda mão, certo7 4 9im. 4 o vendedor garantiu-lhe que esta maravilha andaria até a lua, sem o menor 

 problema.

 4 !ato 4 ela aquiesceu, surpresa. 4 +omo sabe disso7 4 I o (argão que eles usam, quando querem empurrar um refugo desse tipo

 para pessoas ine!perientes. 4 ntão eu fui mesmo tapeada por aquele tratante... 4 ela concluiu, com ar derrotado. 4 9e visse a convic$ão com que ele afirmou que o carro estava praticamentenovo

 4 "as aposto que ele não lhe contou que a correia do motor estava grudadacom goma de mascar...

 4 "uito engra$ado 4 Theresa resmungou, aborrecida. 0 homem riu% 4 ainda por cima você escolheu essa estrada cheia de buracos para passear 

com esse modelo Bltimo tipo... 4 scute, por que você não toma alguma providência, em ve& de ficar se

divertindo / minha custa7 4 ela retrucou, irritada.

 4 I o que estou tentando fa&er. 'or favor, dê-me licen$a. Theresa saltou dove3culo. le sentou-se ao volante e acionou o motor por vrias ve&es, mas não

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conseguiu fa&ê-lo funcionar. m seguida verificou o combust3vel e, por fim, desceu docarro. 2oi até o caminhão e, saltando para cima da carroceria, pegou um cabo de a$o.

 4 6mporta-se de me contar o que pretende fa&er7 4 Theresa indagou. 9euvestido estava colado ao corpo e ela a(eitou-se como p>de. 'assou a mão pelos cabelosruivos e cacheados, arrumando-os por detrs das orelhas. ;ão via a hora de chegar em

:artford, para tomar um banho e vestir roupas secas. 4 i stou falando com você,mo$o 4 disse, elevando a vo&. 4 0 que pretende fa&er cora esse cabo de a$o7 4 0 <bvio 4 ele respondeu, sem sequer desviar os olhos do cabo, que

desenrolava com incr3vel habilidade. 4 Cocê... Cai guinchar o meu carro7 4 ;ão. 4 0 homem interrompeu-se por um momento. +om ar &ombeteiro

continuou% 4 Cou assobiar e ver se o seu lindo convers3vel me segue até a oficina. 4 9uas piadinhas são lamentveis 4 ela reclamou, ofendida. Andando de um

lado a outro da estrada, sentia-se tomada por um terr3vel nervosismo. 'or fim, nãoconseguiu se conter e perguntou% 4 scute, por que você não d uma olhada no motor7

 ;ão acha que seria melhor fa&er isso, antes de assumir uma atitude tão radical comorebocar o meu carro7

le cru&ou os bra$os e fitou-a com vis3vel desagrado% 4 Camos dei!ar uma coisa bem clara... 9ou um profissional e!periente, mo$a.

 ;ão aceito palpites no meu trabalho de mec=nico, sobretudo de pessoas cu(o m!imoconhecimento nessa rea res-tringe-se a ligar e desligar o secador de cabelos.

 4 1ue machismo despre&3vel 4 ela e!clamou, chocada. 4 Achei que esse tipode mentalidade ( não e!istisse mais.

 4 8esculpe 4 ele pediu, ap<s alguns instantes. 4 ;ão era minha inten$ãoofendê-la.

 4 "as ofendeu 4 Theresa retrucou, encarando-o com ar de desafio. 4 5em, o que quer que eu fa$a7 4 le sustentou-lhe o olhar. 4 8evo

a(oelhar-me e implorar pelo seu perdão7 4 9eria melhor parar de perder tempo e consertar o carro 4 ela rebateu. 4 ra o que eu tentava fa&er, antes de você me interromper. A prop<sito, o que

você fa&, além de andar por estradas desconhecidas e dar palpites7Theresa suspirou. +om tantos mec=nicos no mundo, ela fora encontrar 

 (ustamente um com tendências humor3sticas. 4 u leciono matemtica 4 disse, por fim. 4 "uito bem, professora... Teremos de ir até minha oficina. , farei uma boa

verifica$ão no motor, para descobrir o defeito.la não respondeu e ele insistiu%

 4 ntendeu o que eu disse7 4 9im. creio que s< me resta concordar com isso 4 Theresa respondeu, numtom seco.

 4 Acertou em cheio, professora.le atou o cabo de a$o no caminhão e pu!ou-o com for$a, para ver se estava

 bem preso.Theresa espirrou, foi até o carro, pegou a bolsa e retirou um len$o de papel.

 4 'arece que você se resfriou 4 o homem comentou, enquanto prendia o cabode a$o no convers3vel.

 4 6sso não é nada 4 ela respondeu, colocando a bolsa a tiracolo. 4 ;ada7 4 ele repetiu, incrédulo. 4 Aposto que você ( tomou chuva umas

três ve&es, ho(e. 4 Apontando a capota do convers3vel, acrescentou% 4 0u você é umagrande masoquista, ou então essa geringon$a engui$ou... +erto7

)?

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 4 !ato 4 Theresa assentiu, sem nenhum entusiasmo. 4 agora sua bagagem est encharcada. 4 2eli&mente, não. "inhas duas valises são impermeveis, bem como a bolsa. 4 9orte sua.Theresa sorriu, com amargura. A palavra  sorte  parecia-lhe tão impr<pria,

naquele momento 4 1uer colocar as valises na cabine do meu caminhão7 4 ele ofereceu. 4 0brigada, mas não é preciso 4 Theresa recusou, um tanto surpresa com

aquela primeira demonstra$ão de boa vontade. 4 +omo eu ( disse, elas sãoimpermeveis.

 4 +erto. 4 le terminou de prender o cabo de a$o no velho convers3vel. 4 5em, acho que ( podemos ir.

Theresa aquiesceu com um gesto de cabe$a e fe& men$ão de entrar no carro. 4 i, o que est fa&endo7 4 ele indagou. Antes que Theresa respondesse,

acrescentou% 4 melhor você ir comigo no caminhão. 4 'or quê7 4 ela retrucou, aborrecida, não gostando nem um pouco da idéia de

ficar a s<s com aquele homem numa cabina. ;ão que tivesse medo dele, ou algo assim.0 fato era que de algum modo ele a intimidava... Gm modo que Theresa não sabiae!plicar.

 4 ;ão é seguro você ir no carro 4 ele replicou. 4 A dire$ão est travada evocê não ter controle sobre ela. Além do mais, com a estrada nesse estado, o carrosofrer alguns solavancos.

 4 Tudo bem 4 Theresa cedeu. 4 9eguirei com você, então. A noite ca3a. Gmvento frio soprava enquanto os Bltimos raios

de sol escondiam-se por trs da linha do hori&onte. 4 ntre logo no caminhão 4 o homem sugeriu. 4 Cocê est tremendo de frio. 4 2rio, eu...7 4 Theresa retrucou, com vo& trêmula. 4 6magine 4 'or que ser que as mulheres gostam tanto de mentir7 4 ele perguntou,

como se falasse consigo mesmo% 4 Cocê est morta do frio e no entanto insiste emdi&er o contrrio.

 4 Apenas não quero dei!-lo preocupado 4 ela se defendeu. 4 foi por isso que mentiu7 4 9im. 4 st bem 4 ele aquiesceu, tomando-a pelo bra$o e condu-&indo-a em

dire$ão ao caminhão. 4 Cou fingir que acredito. 4 8everia, pois é a pura verdade 4 Theresa insistiu, num tom sério,

estremecendo novamente.

 4 ntre 4 o homem convidou, abrindo a porta do lado dos passageiros. 4 1uer uma a(uda7 0s degraus da cabine são bem altos. 4 Agrade$o, mas posso subir so&inha. 4 Theresa al$ou-se ao primeiro degrau...

quase caiu ao deparar com uma cesta no meio do banco. 4 0h, 8eus, o que temosaqui7 Gm bebê : um bebé nesta cesta

 4 9im 4 ele concordou, a(udando-a a subir até o segundo degrau e em seguidaa sentar-se. 8epois fechou a porta e, contornando o ve3culo, acomodou-se ao volante.

8eu partida no motor e, mantendo uma velocidade bai!a, come$ou a rebocar oconvers3vel.

 4 sse bebê... 4 Theresa apontava a crian$a que dormia pla-cidamente, alheiaaos acontecimentos. 4 I seu7

 4 9im 4 o homem assentiu, com os olhos fi!os na estrada, 4 como ele se chama7

)E

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 4 la 4 o homem corrigiu. 4 Trata-se de uma menina e seu nome é "eredith. 4 +omo Theresa continuasse a fit-lo com uma e!pressão perple!a, ele provocou-a% 4 0 que h, professora7 st pensando que eu sequestrei essa crian$a7

 4 0h, não foi isso que eu quis di&er 4 ela respondeu prontamente. nãoconseguiu mais desviar os olhos da pequenina "eredith.

9empre gostara muito de crian$as. 9eu irmão 9tephen tinha uma filhinha. 9uairmã Rosaline, três. Theresa ia visit-los sempre que podia e mantinha uma estreitarela$ão com os sobrinhos. ra uma tia coru(a e orgulhava-se disso. Apenas com osfilhos de "arL Qate, a ca$ula, que morava em :artford, Theresa tinha uma rela$ão maisdistante. ;ão porque quisesse, mas devido ao fato de morar longe deles.

9im... Theresa pensou. la sempre adorara crian$as. "as aquele bebê, particularmente, estava lhe despertando um sentimento especial.

 4 "eredith... 4 Theresa disse bai!inho, pronunciando cada s3laba como sefosse uma car3cia. Coltando-se para o homem e!clamou% 4 la é linda.

 4 +oncordo plenamente professora. 4 As fei$es do homem suavi&aram-se,tal como sua vo&.

Theresa observou-o com aten$ão. Tratava-se de um belo homemS isso ela (havia percebido logo de in3cio. ntretanto, não era por esse motivo que estava surpresae sim pelo fato de ele parecer-lhe, de repente, por demais encantador.

 4 1ual é o seu nome7 4 ela indagou. 4 Robert Winfield 4 ele respondeu, estendendo a mão por nobre a cesta do

 bebé, num rpido cumprimento. 4 você7 4 Theresa 6rene 'adderson. 4 la tomou a mão de Robert entre as suas por 

um instante. novamente surpreendeu-se, dian-te daquele contato quente e suave. 0sangue subiu-lhe /s faces e Theresa soltou-lhe rapidamente a mão. 4 I um pra&er conhecê-lo disse, bai!ando os olhos.

 4 0 pra&er é todo meu, professora 4 ele retrucou, com um sorriso que pareciailuminar todo o interior da cabina.

0 silêncio caiu entre ambos, como uma cortina pesada e densa. Robert foi o primeiro a quebr-lo, minutos depois%

 4 +ome$amos mal, Theresa. 4 desviou os olhos da estrada por um instante, para fit-la. 4 "as podemos melhorar nossas rela$es, a partir de agora.

- claro que sim 4 ela assentiu, sem hesitar. 'arecia ina-creditvel, mas o fatoera que ( não se sentia nem um pouco irritada com aquele homem. A presen$ainesperada do bebê devia ter lan$ado uma onda de magia no ar, e!pulsando o mauhumor para bem longe...

"ais um longo momento se passou, antes que Theresa perguntasse%

 4 1ual a idade de "eredith7 4 1uatro meses. 4 você sempre a leva (unto, quando atende a algum chamado7 4 ;ão. 4 por que resolveu tra&ê-la (ustamente ho(e7 4 'orque ho(e é domingo, eu estava de folga...- por minha culpa você teve de carregar "eredith embai!o de chuva... 4 

Theresa o interrompeu, constrangida. 4 0ra, o caso não é tão dramtico assim 4 Robert argumentou, com um meio

sorriso. 4 "eredith não tomou sequer um pingo de chuva. u a agasalhei bem, comovocê pode ver.

+omovida, Theresa contemplou a colcha branca, bordada, que cobria a crian$a."as ainda assim continuava achando que a pequenina "eredith estaria muito melhor no

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 ber$o do que naquela 5esta, na cabine do caminhão, na estrada escura e esburacada. 4 'or que não dei!ou-a com a mãe dela7 4 perguntou, por fim.Robert levou alguns segundos para responder%

 4 A mãe de "eredith não estava em casa. 4 Ah 4 Theresa assentiu. 4 1ue a&ar ela ter sa3do (usto ho(e, hein7

 4 ;a verdade, ela nunca est. 4 +omo assim7 4 Theresa reagiu, confusa.Robert suspirou profundamente. 1uantas ve&es ( não se vira naquela situa$ão7

mesmo assim não conseguia manter-se indiferente ao espanto das pessoas, quandoe!plicava%

 4 u e a mãe de "eredith não vivemos (untos.Theresa aquiesceu com uma e!pressão séria, embora no fundo se sentisse

chocada. ra triste, para di&er o m3nimo, ver um casal separado... ainda por cima comum bebê de quatro meses

'or delicade&a, Theresa preferiu não demonstrar seu espanto. sua vo& sooucalma ao indagar%

 4 1uer di&er que você fica com "eredith nos finais de semana7 4 9im. nos dias Bteis também. 4 +omo7 4 Agora Theresa nem fa&ia questão de disfar$ar a perple!idade. ra

dif3cil, senão imposs3vel, imaginar uma mãe que se recusasse a ter contato com um bebêtão adorvel quanto "eredith. A menos que ela n&o pudesse estar (unto do bebê,Theresa pensou, estremecendo. num tom cauteloso indagou% 4 A mãe dela ( éfalecida7

Robert não respondeu. A estrada de terra dava acesso a uma pista de asfalto, queele agora tomava com e!tremo cuidado. Gma placa indicava a entrada para a cidade de"adisonville e ele seguiu naquela dire$ão.

 4 stou sendo indiscreta7 4 Theresa perguntou, minutos depois. 4 9im. 4 2oi a resposta seca de Robert, que de repente parecia estar a milhares

de quil>metros de dist=ncia, mergulhado em profundos pensamentos.Theresa não insistiu mais. Tampouco fe& algum comentrio quando Robert

estacionou em frente a uma constru$ão cor de marfim, onde se podia ler%  Madison

 Motors Oicina. Ao lado da constru$ão havia uma casa da mesma cor, que lembrava aarquitetura colonial do in3cio do século% paredes altas, amplas (anelas de madeira,muitas seteiras e uma grande varanda em formato de

Theresa ( estava abrindo a porta do caminhão para saltar, quando Robert disse% 4 ;ão. 4 +omo7 4 ela perguntou, sem entender.

 4 A mãe de "eredith não morreu. 4 ;em tampouco est doente7 4 ;ão.* como é que ela tem coragem de ficar longe desse bebê tão lindo7*, Theresa

 pensou, sem coragem de formular a pergunta."esmo porque, o modo com que Robert acabava de se referir a mãe do bebé

dei!ava bem claro que ele não estava disposto a falar sobre o assunto.

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CAPÍTULO III 

Theresa surpreendeu-se com o fato de a oficina ser incrivelmente limpa eorgani&ada. ra também espa$osa e clara, com vrias (anelas e telhas de vidro quedei!avam passar uma boa luminosidade.

Tra&endo nos bra$os a cesta com o bebê ainda adormecido, Ro-bert condu&iuTheresa ao escrit<rio situado nos fundos da oficina. 4 2ique / vontade 4 disse, abrindo a porta e dando-lhe passagem. ;o

escrit<rio havia uma escrivaninha, uma estante com pastase livros, um armrio cheio de ferramentas e meia dB&ia de cadeiras ao redor de

uma mesa de formato oval, onde Robert depositou cuidadosamente a cesta com o bebéainda adormecido.

 4 "eredith dorme tão serenamente 4 Theresa comentou, com um sorrisocomovido.

 4 la sempre costuma dormir neste horrio 4 Robert afirmou. m seguidaafastou a colcha e retirou a touquinha da cabe$a da filha. 4 5em, acho que ela não

 precisa desses agasalhos, agora. 4 ;ossa 4 Theresa e!clamou ao ver os cabelos avermelhados do bebé. 4 8e

quem "eredith herdou essa cabeleira ruiva7 4 2itando os cabelos negros de Robert,acrescentou% 4 8e você é que não foi...

9< então deu-se conta de que havia falado demais. logo procurou se corrigir% 4 0h, perdoe-me. 9abe, a curiosidade é o meu segundo maior defeito. #s ve&es

acho que eu deveria ter seguido a carreira de cientista, ou detetive 4 afirmou, numatentativa de humor.

 4 por que você não optou por uma dessas duas profisses7 4 'or causa do meu primeiro maior defeito. 4 1ual7 4 Robert indagou, sorrindo. 4 A falta de perseveran$a. u... @amais consigo fa&er a mesma coisa por muito

tempo, sabe7 Kosto de estar sempre mudando de ares, de local de trabalho, deresidência...

* isso me dei!a numa posi$ão muito clara com você, Theresa 6rene 'adderson*,Robert pensou, fitando-a com uma e!pressão severa.

9eria absurdo negar que havia achado aquela mulher atraente, desde o primeiromomento em que a vira. "ais do que isso, ela possu3a uma olhar penetrante e... puro.

9im. ssa era a melhor palavra para definir a lu& que ele havia vislumbradonaqueles olhos verdes como esmeraldas preciosas, que pareciam contemplar o mundocom o misto de curiosidade e alegria que s< as crian$as possu3am.

Gm profundo suspiro brotou da garganta de Robert. 8urante o tra(eto de volta,houvera um momento em que ele dese(ara acariciar o rosto de Theresa, desenhando-lheo contorno dos lbios... 1ue bei(aria em seguida.

Repreendendo-se mentalmente, Robert interrompeu a linha de pensamentos. 1ueestupide&, achar que aquela mulher poderia ser talve& a pessoa que vinha procurando hdois meses sse tipo de cogita$ão não fa&ia o menor sentido.

As pr<prias palavras de Theresa confirmavam isso, ele pensou. Afinal, elamesma não acabara de confessar que era inconstante, que (amais conseguia fa&er amesma coisa por muito tempo7

5onita ou não, encantadora ou não, Theresa 6rene 'adderson não era mulher  para ele, Robert concluiu. 0u melhor% não era a m&e de que "eredith tanto necessitava.

Afinal, "eredith ( fora abandonada uma ve&. Robert preferiria mil ve&es asolidão, a envolver-se com uma mulher capa& de fa&er o mesmo.

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onge de imaginar os sombrios pensamentos do homem a sua frente, Theresasentia-se uma verdadeira tola. 'or que tinha falado nobre seus dois maiores defeitoscom um homem que mal conhecia e que, afinal, pouco se importava com ela7

 ;um impulso, tentou corrigir-se novamente% 4 5em, nem sempre eu sou tão inconstante 4 disse, for(ando uma seguran$a

que estava longe de sentir. 4 Afinal, se eu não fosse ao menos um  pouquinho perseverante não teria conseguido concluir a faculdade de "atemtica. 4 Ap<s uma pausa, finali&ou%

9e bem que, quando resolvi fa&er p<s-gradua$ão, mudei de tema tantas ve&esque até ho(e não terminei a tese...

Robert não respondeu. Apenas pu!ou uma cadeira para que ela se sentasse.*'ronto*, Theresa disse para si, dei!ando-se cair sobre a cadeira. *Agora ele me

acha duas ve&es idiota...* 4 "inha av< materna 4 disse Robert, ap<s alguns instantes de silêncio. 4 +omo7 4 la possu3a cabelos ruivos.

Theresa assentiu com um gesto de cabe$a e desculpou-se% 4 'erdoe-me por ter sido indiscreta novamente. 4 Acho que ( estou me acostumando 4 ele retrucou, num tom humorado. 4 

agora, enquanto preparo um pouco de café, que tal me contar quem lhe indicou minhaoficina7

 4 +afé 4 Theresa repetiu, com e!agerada ênfase. 4 I e!a-tamente disso que preciso, para me sentir mais revigorada. 4 2or(ando uma e!pressão muito séria,acrescentou% 4 scute, que tal comprar o meu belo convers3vel7

 4 A que pre$o7 4 Robert indagou, entrando na brincadeira. 4 le lhe custar apenas uma boa !3cara de café. 4 caro demais 4 Robert sentenciou, com uma careta c>mica. 4 Até mesmo

"eredith, que nasceu praticamente ontem, não cometeria tamanha imprudência. 4 ntão, que tal compr-lo por meia !3cara de café7 pegar ou largar.Ambos riram, divertidos, levando a mão / boca para não acordar "eredith. 'or 

fim Robert retomou o assunto% 4 1uem foi7 4 perguntou. 4 1ue me deu seu telefone7 4 Theresa sorriu. 4 ;ão sei o nome dele. ra um

senhor ( idoso e gentil, que dirigia um carro muito bonito. 4 qual era a marca do carro dele7Theresa refletiu por alguns instantes. 9eria um 9imca, um Audi, ou 'orsche...7

5oa pergunta. Theresa não se lembrava%

 4 ;a verdade, eu não sou muito boa para guardar marcas de carro 4 disse, por fim. 4 "as você deve ao menos lembrar-se da cor. 4 0h, claro... Talve& fosse cin&a... 5ege... 0u marrom... 0u cor de marfim. 4 

la afastou uma mecha de cabelos ruivos que lhe ca3a na testa. 4 0lhe, para ser sincera, eu não sei.

 4 @ entendi. 4 Robert fe& uma pausa. 4 9uponho que aquele convers3vel se(ao seu primeiro carro.

 4 9egundo 4 Theresa o corrigiu. Tivera seu primeiro carro h muitos anos."ichael dera-lhe um scort &ero quil>metro, como presente de casamento. 2ora naquelaépoca que Theresa aprendera a dirigir.

8epois viera a separa$ão e ela não fi&era questão de ficar com 8 carro. ;uncamais comprara outro ve3culo, a não ser aquele velho convers3vel.

)N

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 4 5em, parece que você não daria mesmo uma boa detetive, ( que nem selembra de um detalhe tão simples *como esse 4 Robert comentou, encerrando oassunto. 4 +om licen$aS vou preparar o café. 4 caminhou até a porta que davaacesso a uma pequena co&inha.

nquanto aguardava, Theresa voltou a contemplar "eredith, que continuava

dormindo serenamente. 4 8eus estava inspirado quando fe& você, bonequinha 4 disse, bai!inho,tocando com e!trema delicade&a os cabelos ruivos do bebê.

Robert retornou logo depois, com uma bande(a contendo uma garrafa térmica evrias pequenas canecas, que depositou sobre a mesa.

 4 9irva-se 4 disse para Theresa.- ;em é preciso mandar duas ve&es 4 ela grace(ou. ncheu duas canecas e

estendeu-lhe uma. 4 sta é para você. 4 0brigado 4 ele agradeceu, antes de sorver um gole da bebida fumegante.

+om um olhar atento observou Theresa, que saboreava o café e continuava a admirar o bebê adormecido. Tal como ( havia reparado, aquela mulher possu3a um rosto de tra$os

 perfeitos e um corpo que parecia ter sido esculpido pelo "aior dos Artistas.0 vestido de algodão que ela usava amoldava-se /s formas sua-vemente

arredondadas, tornando-a ainda mais tentadora.2a&ia muito tempo que ninguém chamava-lhe a aten$ão daquele (eito, Robert

 pensou. poderia (urar que não estava impressionado apenas com a bele&a f3sica deTheresa. la possu3a algo mais... Algo capa& de fascin-lo terrivelmente, de torn-louma espécie de escravo.

+om um suspiro Robert interrompeu aqueles pensamentos pe-rigosos. 9abiamuito bem o que acontecia a um homem que se dei!asse fascinar por mulheres comoTheresa... @ sofrera um pro-cesso parecido com a mãe de "eredith e por nada nomundo de-se(ava repetir a e!periência.

Alis, ambas até que se pareciam. ;ão sob o ponto de vista f3sico, mas no modode ser% possu3am aquela espécie de pure&a infantil, mesclada ao encanto de mulher adulta. 9abiam iluminar um ambiente inteiro com um simples sorriso. ainda por cimatinham um (eito de olhar que comoveria o mais insens3vel dos seres humanos.

*;ão*, Robert sentenciou em pensamento. @ ca3ra nas garras de uma mulher assim, certa ve&. (ulgara que não fosse suportar o sofrimento. +onseguira recuperar-se

 por puro milagre... também por causa de "eredith, sua Bnica ra&ão de viver. 4 ;ão 4 ele repetiu, em vo& alta. 4 0 que disse7 4 Theresa indagou, longe de supor a perturba$ão de Robert. 4 +omo7 4 le for$ou um sorriso e terminou de beber o café. 4 0ra, eu

apenas ia comentar que você deve estar preocupada com o carro. 4 +laro que sim 4 ela assentiu, depositando a !3cara de volta na bande(a. 4 "as estou também constrangida por ter estragado sua tarde de domingo.

 4 5em, isso não importa, agora 4 Robert retrucou, for$ando-se a fitar Theresaapenas nos olhos, em ve& de demorar-se a observar cada detalhe daquele corpo perfeito.

 4 0 (ogo de beisebol ao qual eu pretendia assistir ( deve estar no fim. 1uanto a"eredith, ela s< acordar por volta de sete e meia, para tomar a mamadeira da noite.

Theresa aquiesceu com um gesto de cabe$a e acrescentou% 4 'arece que é um pouco tarde para pedir-lhe desculpas pelo inc>modo. 4 8ei!e estar. 4 Agora Robert sorria de verdade. 4 5em, vou verificar o seu

carro. nquanto isso, você *poder usar o telefone. 4 le apontou o aparelho, sobre a

escrivaninha. 4 Agrade$o, mas acho que não ser necessrio. 'refiro esperar que você

)O

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conserte o carro, para seguir meu caminho. 4 "as não sei quanto tempo isso levar 4 Robert argumentou. 4 I melhor 

você ligar avisando que chegar mais tarde. Afinal, se não fosse esse contratempo, você ( estaria em :artford.

 4 ;ão h ninguém a minha espera 4 Theresa confessou, um tanto embara$ada.

ra a irmã mais velha da fam3lia. 1uando perdera os pais, aos de&oito anos, tornara-seuma espécie de segunda mãe para os irmãos a quem a(udara a criar. +omo todos a (ulgavam auto-suficiente, quase nunca se preocupavam com ela. A pr<pria Theresa preferia agir assim, sem prestar satisfa$es a ninguém, seguindo apenas seus pr<prios palpites. Tanto que resolvera fa&er uma visita-surpresa a "arL Qate, que morava em:artford com o marido e os dois filhos.

Robert a fitava com ar de e!pectativa. 1uase chegava a dese(ar que aquela belamulher ligasse para o marido ou o namorado, e!plicando o ocorrido e (ustificando-se

 pelo atraso. 6sso ( o dei!aria, em parte, aliviado. Afinal, Robert sempre souberarespeitar as mulheres comprometidas, por mais belas ou atraentes que fossem.

 4 1uem toma conta de sua filha, enquanto você trabalha7 4 a vo& de Theresa

interrompeu-lhe os pensamentos. 4 5ela pergunta 4 ele comentou, com uma ponta de melancolia. 4 sta não é uma boa resposta. 4 a situa$ão em que me encontro é ainda pior 4 ele confessou. +ontratei

quatro babs, nos Bltimos dois meses. A Bltima pediudemissão ontem / tarde.

 4 'or quê7 4 Theresa indagou, espantada. 4 0 que você fe& para ascoitadinhas7

 4 u7 4 Robert riu. 4 'or acaso lhe pare$o um vilão, do tipo que aterrori&a as babs da pr<pria filha7

 4 +laro que não 4 ela respondeu, rpido. 4 "as não consigo entender... 4 A resposta é muito simples. m primeiro lugar, minha casa é afastada do

centro da cidade, onde recentemente foi inaugurada uma escola infantil, que possuidesde um ber$rio até o pré-primrio.

 4 da37 4 8a3 que a dire$ão da escola est oferecendo cursos de puericultura gratuitos,

com direito a certificado e emprego de meio-per3odo na pr<pria escola, com um salriomaior do que posso pagar por um per3odo inteiro.

 4 ntendi 4 Theresa assentiu, pensativa. Ap<s uma pausa 'erguntou% 4 quanto a essa escola de que você falou... I boa7

 4 +reio que sim. +onheci a diretora, uma pedagoga recém-chegada da

+alif<rnia. 'areceu-me uma <tima pessoa. 4 ntão, seu problema ( est resolvido 4 Theresa e!clamou, Triunfante. 4 +omo assim7 4 0ra, você pode matricular "eredith na escolinha e... 4 8ei!-la no ber$rio durante o dia todo7 4 Robert completou. 4 9im. 4 ;egativo. 8etesto a idéia de levar minha filha para um local de manhã e

 busc-la / noite, como se ela fosse um ob(eto. 4 8epende de como você encara a questão 4 Theresa argumentou, num tom

sério. 4 : certos pais que precisam fa&er isso, pais têm de trabalhar e... 4 u sei 4 Robert interrompeu-a. 4 não os condeno. "as quanto a mim,

 bem, eu moro aqui do lado, numa casa ra&oavelmente confortvel. gosto de ver "eredith sempre que tenho um intervalo no trabalho. 4 Ap<s uma pausa, prosseguiu%

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 4 +laro que, se eu não tiver outra alternativa, acabarei cedendo. "as enquanto puder continuar tentando...

 4 5em, dese(o-lhe boa sorte. 4 Theresa sorriu. 4 0brigado. 4 Robert sorriu de volta e, inclinando-se sobre a cesta onde

"eredith dormia, bei(ou-a levemente na testa. m seguida pediu licen$a e saiu.

Aquele gesto comoveu Theresa. 9e pudesse, teria batido um retrato de Robertinclinado sobre a filha, com uma e!pressão que s< poderia chamar-se amor. 5em, dealguma forma ela ( havia fotografado a cena, guardando-a para sempre na mem<ria.

8ecididamente aquele homem sabia como ser encantador, quando queria,Theresa pensou, sentando-se sobre a mesa, ao lado da cesta onde o bebê dormia.

 4 Robert Winfield... 4 ela disse bai!inho. 4 Cocê tem um carisma e tanto,rapa&. 6sso, para não falar da bele&a f3sica, que é de arrasar...

Rindo de si mesma, Theresa procurou pensar em outra coisa. "as, no 3ntimo,estava intrigada. 'ois fa&ia muito tempo que nenhum homem lhe chamava a aten$ão."uito tempo mesmo...

9aindo da mesa, Theresa come$ou a caminhar pelo escrit<rio, observando os

ob(etos que estavam sobre a escrivaninha% uma agenda, um grampeador, algumas pastas,canetas, lpis, um es-tilete e...

 4 2rancamente 4 ela e!clamou ao ver um calendrio com a foto de umamulher nua, ao lado de um con(unto de acess<rios para caminhes. m seguidarepreendeu-se% 4 "as por que tanto espanto, Theresa 6rene 'adderson7

'ois, pensando bem, calendrios daquele tipo eram. comuns em oficinasmec=nicas. ;ão havia motivo, portanto, para sentir-se tão surpresa.

"as a questão era bem outra... nada tinha a ver com preconceito, ou puritanismo.

0 fato era que, embora detestasse admitir, Theresa ( estava come$ando a achar que Robert Winfield era diferente não apenas dos outros mec=nicos, mas dos outroshomens. +ome$ava a (ulg-lo uma pessoa especial, vendo-o sob um ponto de vista

 bastante rom=ntico% um homem solteiro, trabalhador, lutando para criar uma filha deapenas quatro meses de idade...

 4 agora s< falta um som de violinos ao fundo, para criar a atsmosfera perfeitade uma novela a$ucarada 4 Theresa pensou em vo& alta, rindo de seu romantismoe!agerado.

 ;ão sabia ao certo o porquê de sua velha mania de ver as pessoas e fatos sob um=ngulo sentimental. 'ara que se iludir7, perguntou-se, censurando-se duramente.

Robert Winfield era um homem igual a todos os outros, disse para si. Gmhomem capa& de encantar, ferir, recriminar e... +obrar. Gm homem que admirava fotos

de mulheres nuas, em poses que eram mais rid3culas do que sensuais.Robert retornou meia hora mais tarde, limpando as mãos num peda$o de estopa.- : uma coisa que eu gostaria de saber... 4 disse Theresa, num tom severo.- Cocê sempre tem alguma pergunta a fa&er, professora 4 ele retrucou, com um

meio-sorriso, caminhando na dire$ão da mesa para ver "eredith.- A questão é% o que mulheres nuas têm a ver com acess<rios para carros7 'or 

que e!iste esse tipo de calendrio em todas as oficinas mec=nicas do pa3s e, talve&, do planeta7

Robert fitou-a sem entender. "as então seus olhos reca3ram sobre o calendrioque 2rederich, seu empregado, havia tra&ido para a oficina no dia anterior.

- Ah, você se refere a isso... 4 comentou, num tom quase indiferente.

- 0ra, esque$a. 4 Theresa desistiu de question-lo. 4 Camos ao que interessa...- 9eu carro 4 Robert completou, aliviado pela mudan$a de assunto. Afinal, não

?

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saberia como e!plicar a Theresa que sempre considerara aquelas fotos de péssimogosto. "as ( que os gêmeos 2rederich e @eremL achavam aquilo o má"imo, elesimplesmente não tivera coragem de (ogar o calendrio fora.

- Cocê descobriu o defeito7 4 Theresa perguntou.- Crios.

- +omo assim7 4 ela indagou, confusa.- 8escobri vrios problemas e ( resolvi alguns. "as creio que você não poderseguir viagem ho(e. Amanhã farei uma e!ame mais apurado e terei uma no$ão precisada situa$ão do carro. 4 +omo Theresa não respondesse, ele acrescentou% 4 : umafilial do Automobile-+lub na cidade. 9e você quiser que eu reboque o seu carro até l...

- ;em pensar 4 Theresa o interrompeu, desanimada. 4 9< para olhar o carroeles ( cobram ta!as absurdas. Além do mais eu não sou s<cia do Automobile-+lub. 4 la fe& uma pausa. 4 1uanto você me cobrar para fa&er o or$amento7

 4 ;ada. 4 Robert sentou-se / escrivaninha e apontou a cadeira em frente% 4 Acomode-se, professora. 4 Abriu uma gaveta e pegou uma ficha. 4 'reciso de algunsdados seus.

 4 'ois não 4 ela aquiesceu, com um suspiro. 4 0 que quer saber7 4 9eu nome completo. 4 u ( lhe disse% Theresa 6rene 'adderson. 4 +erto. 4 Robert anotou o nome na ficha e fe& a pr<!ima pergunta% 4 

ndere$o7Theresa não respondeu. Apenas assumiu uma e!pressão confusa. @ulgando que

ela não tivesse ouvido a pergunta, Robert repetiu% 4 ndere$o7 4 +omo assim7 4 ela perguntou, embara$ada. 4 Cou lhe dar uma pista... 4 ele afirmou, num tom humorado. 4 9eu endere$o deve ser em algum lugar do "aine... 8igo isso porque a placa

de seu carro é de l. A menos que você tenha feito algum neg<cio escuso e... 4 Acha-me capa& disso7 4 ela o interrompeu, chocada. 4 1uem pode saber7 4 Robert argumentou, com ar &ombeteiro. 4 #s ve&es os maiores vigaristas têm aparência de an(o. Theresa riu, um tanto

lison(eada% 4 Acha que me pare$o com um an(o7 4 +omo posso saber ao certo, se (amais vi um7 4 "as você disse que... 4 Cocê lembra aqueles an(os das gravuras renascentistas, sim 4 Robert sentenciou, interrompendo-a. Theresa fitou-o espantada.

 4 9er que eu disse algum absurdo7 4 ele indagou, com um sorriso. 4 ;ão e!atamente. "as confesso que estou surpresa com o fato de um homemque adora calendrios de mulheres nuas conhecer a arte renascentista.

*pa*, Robert pensou, censurando-se mentalmente. *Cocê acaba de chutar uma bola fora, rapa&.* @ fa&ia tempo que dei!ara o intelecto de lado, para dedicar-se a umavida simples como a de qualquer trabalhador de "adisonville.

2ormado em 2ilosofia pela Gniversidade de 8allas, ele passara anos a fiomergulhado nos livros e teorias dos grandes pensadores... 'ara depois descobrir quetodas aquelas informa$es não o tornavam mais forte nem mais apto do que qualquer mortal a suportar uma desilusão.

Assim, Robert resolvera dei!ar os livros para dedicar-se a sua segunda pai!ão% a

23sica, mais precisamente na rea da "ec=nica.Algum dia ele retomaria o lado intelectual que abandonara h mais de um ano,

?)

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ao come$ar a sofrer por ouise "a!ell, a mãe de "eredith. ;ada do que lera ouestudara o prevenira contra os mistérios nem as dores do amor.

 4 0ra, quem ( não ouviu falar da arte renascentista7 4 ele comentou, no tommais neutro que conseguiu. retomou a conversa% 4 então, professora, ser que ( serecordou de seu endere$o7

 4 ;a verdade, eu nem sequer o esqueci 4 ela respondeu, com um suspiro. 4 "as acontece que ( não moro mais l. 4 Aonde7 4 ;o "aine. 4 ntretanto, a placa de seu carro... 4 I do "aine 4 Theresa o interrompeu e e!plicou% 4 +om-prei-o na semana

 passada. 4 Ce(amos se entendi bem... 4 disse Robert, fitando-a nos olhos. 4 Cocê

comprou aquele carro h poucos dias, registrou-o no "aine... agora me di& que ( nãomora mais l7

 4 6sso mesmo. ;a verdade, ( não moro em lugar algum.

 4 ;ão diga 4 Robert fran&iu a testa, numa e!pressão de e!agerado espanto. 4 Cocê... Resolveu mudar-se do planeta, ou algo assim7

Theresa suspirou% 4 Trata-se de uma longa hist<ria. 4 0h, posso apostar que sim 4 ele aquiesceu, ir>nico. 4 'arti do "aine ho(e 4 Theresa esclareceu ap<s um longo momento. 4 

stava a caminho de :artford, onde minha irmã ca$ula mora. Cou lhe dar o endere$odela.

Robert anotou-o e em seguida perguntou% 4 Cocê disse que partiu do "aine7 4 6sso mesmo. 4 1uer di&er que est se mudando de l7 4 !ato. 4 "as e quanto ao seu trabalho7 4 +omo assim7 4 0ra, você deve ter um emprego... 4 Robert interrompeu-se e comentou

como se falasse para si% 4 +reio que agora sou eu quem est sendo indiscreto. 4 8e fato... 4 Theresa concordou, com um sorriso. acrescentou% 4 1uanto

a sua suposi$ão, a resposta é sim, eu tinha um emprego l. 8ava aulas de "atemticanum bom colégio.

 4 agora7

 4 'edi demissão de ambos 4 ela respondeu, simplesmente. 4 "as comcerte&a arran(arei trabalho em outro lugar. Cocê sabe, a "atemtica é matériaobrigat<ria em todas as escolas. , assim, U não terei muitas dificuldades em meempregar novamente.

Robert sorriu% 4 ;esse caso, dese(o-lhe sorte. 4 0brigada. 4 Theresa levantou-se. 4 5em, acho que preciso tomar alguma

 providência, ( que não poderei seguir viagem ho(e. 4 0 telefone continua a sua disposi$ão 4 ele afirmou, num tom sol3cito. 4 9e

quiser contatar sua irmã, em :artford... 4 2arei isso 4 Theresa decidiu, pegando o aparelho do gancho. 8etestava a

idéia de importunar "arL Qate, mas não lhe restava outra alternativa. Teria mesmo de pedir / irmã que viesse apanh-la ali na oficina.

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tornou a apontar o telefone. 4 9e quiser ligar para outra pessoa, fique / vontade. 4 i, Robert 4 Gma possante vo& masculina soou na porta da oficina. 4 

stou chegando"omentos depois um rapa& de cerca de vinte anos, robusto e sorridente, entrou

no escrit<rio.

 4 2ale bai!o, 2rederich 4 Robert repreendeu-o. 4 8esse (eito você vaiacordar "eredith. 4 8esculpe. 4 0 rapa& levou a mão / boca, visivelmente embara$ado. ;um

tom quase inaud3vel, acrescentou% 4 'osso falar com você7 4 @ est falando. 4 Robert respondeu, sorrindo.

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CAPÍTULO IV 

2rederich era irmão gêmeo de @eremL, ambos a(udantes de Robert na oficina.Robusto, grandalhão, de rosto redondo e avermelhado, 2rederich mais parecia umgaroto e!cessivamente crescido.

 4 i 4 ele e!clamou, ao deparar com Theresa. 4 : uma garota aqui,Robert 4 8uas 4 ela o corrigiu, com um sorriso. 4 u e "eredith. 0 rapa& bai!ou os

olhos, com uma e!pressão envergonhada. 4 2rederich, esta é Theresa 4 disse Robert. 4 la estava a caminho de

:artford quando seu carro quebrou, na estrada secundria. 4 ntão ela é a dona da latavelha que est ali na oficina7 4 2rederich indagou

e em seguida enrubesceu, visivelmente arrependido por suas palavras. 4 0h, desculpe,mo$a 4 murmurou, sem se atrever a fitar Theresa nos olhos. 4 u... ;ão falei por mal.

 4 Tudo bem 4 Theresa assentiu, num tom amvel. 4 u não fiquei ofendida. 4 stendendo a mão, acrescentou% 4 um pra&er conhecê-lo, 2rederich.

 4 'ra&er... 4 ele repetiu, com os olhos fi!os no chão. 4 i, 2rederich, seu caipira 4 Robert bateu-lhe no ombro. 4 +umprimente a

mo$a, vamosRubro de vergonha, o rapa& pressionou levemente a mão de Theresa e soltou-a

em seguida. 4 Cocê ( deve ter percebido que ele é um pouco t3mido 4 Robert grace(ou,

 piscando um olho para Theresa. 4 "as tem um cora$ão de ouro e é bastantecompetente.

 4 Cocês trabalham (untos7 4 Theresa quis saber. 4 9im. 2rederich e seu irmão são meus a(udantes. 4 Coltan-do-se para o

rapa&, Robert indagou% 4 "as o que tra& você aqui, em plena noite de domingo7 stinteressado em fa&er umas horas e!tras7

2rederich riu, embara$ado, mas não respondeu a pergunta. 4 0 que aconteceu7 4 Robert insistiu. 4 2oi o @eremL. 4 o que houve com ele7 4 ;<s... stvamos apostando corrida l no s3tio. 4 u ( não disse para vocês que isso é muito perigoso7 4 Coltando-se para

Theresa, Robert e!plicou% 4 2rederich e @eremL são caseiros de um pequeno hotel-fa&enda, nos limites da cidade.

 4 "as não é preciso ser h<spede para andar a cavalo, ou passear 4 2rederich

apartou. Robert esclareceu% 4 0 proprietrio aluga cavalos e promove passeios ecol<gicos durante o verão. 4 "as pode-se andar a pé ou de (ipe 4 2rederich tornou a intervir. 4 ntendi 4 disse Theresa. 4 0 proprietrio deve alugar (ipes, também. 4 !ato 4 Robert confirmou. 4 Acontece que /s ve&es o maluco do 2rederich

e seu irmão @eremL resolvem apostarU corrida com ( os (ipes de l, numa estrada sinuosa,onde todo cuidado é pouco. 4 Coltando-se para o rapa&, indagou% 4 A prop<sito, vocêsnão iam assistir ao (ogo de beisebol7

 4 +hoveu muito 4 2rederich respondeu, tornando a bai!ar os olhos. 4 Achamos que era perigoso sair...

 4 por isso resolveram fa&er algo mais simples, como correr com (ipes numaestrada lisa como sabão 4 Robert completou, ir>nico.

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 4 "as n<s não usamos (ipes na corrida 4 2rederich e!plicou, num fio de vo&. 4 ;ão me diga que resolveram brincar de caub<is7 4 Robert retrucou. 4 

Cocês obrigaram os pobres cavalos a correr naquela estrada7 4 0h, claro que não. 4 2rederich levou um longo momento para acrescentar%

 4 Tudo come$ou com um (ogo eletr>nico, sabe, daqueles que tem l na 9usie...

 4 1uem é 9usie7 4 Theresa o interrompeu.0 rapa& fitou-a com ar encabulado, mas nada disse. 4 A curiosidade é o segundo grande defeito desta mo$a 4 Robert interveio.

como 2rederich continuasse calado, ele mesmo e!plicou para Theresa% 4 9usie é

 balconista do Kood 'oint, uma espécie de minimercado da cidade. 2unciona comomercearia, bar, lanchonete...

 4 tem videogame 4 2rederich completou. 4 9im. 'ossui duas mquinas de (ogos eletr>nicos, que são a grande pai!ão de

2rederich e @eremL. 4 ntão... 2oi tudo culpa da mquina 4 o rapa& afirmou, com veemência. 4 

+hegaram uns (ogos novos, sabe, de corrida de carros. 8a3 @eremL e eu estvamos

 (ogando e resolvemos... 4 Apostar uma corrida ao vivo 4 Robert concluiu. 4 6sso mesmo. 4 "as se vocês não usaram os (ipes nem os cavalos para correr... 4 Trator 4 disse 2rederich, com ar de culpa, como um garoto pêgo em

flagrante em meio a uma travessura. 4 0 quê7 4 Robert e Theresa indagaram quase ao mesmo tempo. 4 u peguei o trator do pai... @eremL ficou com o da fa&enda. 4 0s pais de 2rederich e @eremL são sitiantes 4 Robert e!plicou, ainda não

refeito da surpresa. 4 les pertencem a uma cooperativa de pequenos proprietrios querecentemente compraram um trator de segunda mão, para uso de todos os s<cios.

 4 vocês resolveram apostar uma corrida de tratores numa estrada perigosa echeia de curvas7 4 Theresa dirigiu-se a 2rederich, que continuava terrivelmenteenvergonhado.

 4 Cocês dois são piores do que crian$as 4 Robert censurou-o, num tom firme. 4 ra s< uma corridinha até o celeiro 4 o rapa& argumentou. 4 "as @eremL

atolou no meio do caminho. foi por isso que vim aqui... 'ara pedir a(uda.Robert meneou a cabe$a%

 4 ;ão acredito no que estou ouvindo Cocê quer que eu v rebocar @eremL...+om o meu pobre caminhão7

 4 0h não 4 o rapa& discordou, erguendo os olhos. 4 u mesmo farei isso com

o meu trator, quero di&er, com o trator do meu pai... 8epois que você resolver.Robert fran&iu a testa% 4 Resolver o quê, 2rederich7 4 0 problema, oras. 4 1ue problema, rapa&7 4 Ainda não sei qual é, mas tenho certe&a de que você acabar achando o

defeito. 4 2rederich relutou, antes de confessar% 4 9abe, h algum problema com omotor do trator que eu dirigia, mas não consegui descobrir o que é. 4 +om um esbo$ode sorriso, finali&ou% 4 5om, mas se o trator parou, não foi por minha culpa e sim domotor. eu não atolei, pois sou muito melhor motorista do que @eremL. Robertsuspirou%

 4 @ entendi. 5em, l vou eu. 4 Aonde7 4 Theresa indagou.

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 4 0ra, socorrer o maluco do @eremL. 4 Robert olhou ao redor. 4 Acho quedei!ei minha mala de ferramentas na oficina.

 4 u vou com você 4 disse 2rederich. 4 ;ada disso, rapa&. Cocê far companhia a Theresa e "eredith. 2rederich

arregalou os olhos.

 4 Cocê... 1uer que eu fique aqui com essa mo$a7 4 ;ão se preocupe... 4 Robert sorriu 4 ela não morde. 4 "uito engra$ado 4 Theresa resmungou. 4 o que fa$o se "eredith

acordar7 4 u voltarei antes disso. 4 "as e se você não voltar7 4 2a$a o que a sua intui$ão pedir.*"inha intui$ão pede um banho quente e uma refei$ão leve, seguida de uma boa

noite de sono*, Theresa respondeu em pensamento. "as nada disse. stava e!austa. 4 5em, até logo 4 Robert despediu-se. 4 Até... 4 ela respondeu, com um suspiro, perguntando-se se haveria um bom

hotel na cidade, onde a diria fosse barata e o atendimento, ra&ovel.Robert não tardou a identificar o problema no trator que 2rederich havia

dirigido. "as levou um bom tempo para consert-lo, apesar da a(uda de @eremL.0 dif3cil, porém, foi desatolar o outro trator. A estrada estava escorregadia como

sabão, devido /s chuvas. foi preciso chamar vrios moradores das redonde&as, paraa(udar no trabalho.

ram quase oito e meia da noite quando Robert finalmente retornou / oficina,e!austo e preocupado com "eredith, que /quela altura ( devia ter acordado. 9<esperava que Theresa e 2rederich tivessem paciência com ela.

Robert abriu a porta e encontrou a oficina /s escuras. Tateando a parede,locali&ou o interruptor e acendeu a lu&. 'oderia (urar que a havia dei!ado acesa, ao sair.

+aminhou até o escrit<rio, entrou e tornou a espantar-se, dessa ve& um poucomais. Também ali as lu&es estavam apagadas e o silêncio era absoluto.

+om um gesto trêmulo Robert acionou o interruptor e olhou ao redor. ;ão havianinguém por ali... ;em sinal de Theresa, de 2rederich, ou da pequena "eredith.

 4 9anto 8eus 4 ele murmurou, com um calafrio de medo. 4 0 que pode ter acontecido7

Gma série de suposi$es, cada qual mais terr3vel do que a outra, passou-lhe pelamente. 9eria poss3vel que Theresa, que parecia uma pessoa tão 3ntegra, fosse capa& de...

Robert não teve coragem de concluir o pensamento. utando para não ceder aodesespero, ele esfor$ava-se para raciocinar com clare&a e encontrar uma solu$ão.

Theresa não tinha ficado so&inha com o bebê... :avia 2rederich, em quem eleconfiava plenamente. 0 rapa& podia ser um pouco trapalhão, mas possu3a bonssentimentos e (amais faria nenhum mal a "eredith.

 4 +alma 4 Robert recomendou-se, pressionando com for$a as têmporas, quecome$avam a late(ar. Alcan$ou o telefone sobre a escrivaninha e, com gestos trêmulos,digitou o nBmero do hotel-fa&enda onde 2rederich e @eremL moravam e trabalhavamcomo caseiros.

@eremL não tardou a atender% 4 Al>7 4 recitou o slogan do local% 4 Aqui é da 2a&enda 5ree&e, o local

ideal para você descansar neste verão. 4 @eremL, sou eu...

 4 0i, Robert, não me diga que seu caminhão quebrou no caminho... 4 ;ada disso 4 ele respondeu, no tom mais calmo que conseguiu. 4 Alis, eu

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 ( cheguei / oficina. 4 Ah, que bom. 4 scute, @eremL, seu irmão est7 4 +laro que não 4 o rapa& respondeu, surpreso. 4 Cocê mesmo disse que ele

tinha ficado a3 na oficina, lembra-se7

 4 9im 4 Robert assentiu, armando-se de paciência. 4 "as acontece que nãoo encontrei aqui e por isso... 4 Ah, espere um pouco 4 @eremL o interrompeu. 4 le est chegando. 4 Mtimo. 4 Robert suspirou, aliviado. 2rederich não demorou a atender% 4 0 que foi, Robert7 4 +omo assim... O que oi+l 4 ele e!clamou, perdendo totalmente o controle.

 4 Cocê devia ter esperado que eu chegasse aqui, para sair 4 "as a mo$a disse para eu vir embora 4 2rederich afirmou, com uma calma

que s< serviu para e!asper-lo ainda mais. 4 se ela dissesse para você se atirar num lago cheio de (acarés, você também

obedeceria7 4 Robert e!plodiu, com a vo& trêmula.

 4 +omo assim, amigo7 4 2rederich indagou, sem se alterar. 4 u... ;ãoentendi direito o que você falou.

 4 0ra, esque$a. 8iga-me apenas aonde ela est 4 Robert e!igiu, no limite daresistência.

 4 A mo$a7 0ra, ela ficou a3 na oficina, ninando "eredith, que não parava dechorar.

 4 Acontece que eu estou na oficina e... 4 ntão você ( encontrou a mo$a e o bebê. 4 ;ão 4 Robert gritou. 4 ;ão h ninguém aqui I por isso que estou lhe

telefonando, entendeu7 4 Ah, bom. 4 2rederich fe& uma pausa. 4 "as você não deve se preocupar,

 porque a mo$a é muito boa&inha. 9e visse o (eito delicado com que ela falava com"eredith... Até parecia mãe da princesinha.

 4 0h, 8eus, dai-me paciência 4 Robert murmurou, fechando os olhos. ;ãoqueria ofender 2rederich, mas estava a ponto de mand-lo ao inferno.

 4 la deve ter sa3do com "eredith, para dar um passeio 4 o rapa& concluiu. 4 #s oito e meia da noite, num tempo chuvoso7 4 Robert tornou a gritar e

então desistiu de interpel-lo. 4 Tudo bem, 2rederich. Responda-me apenas uma Bltima pergunta% 4 A que horas você saiu daqui7

 4 pelas sete e meia. +ontei para a mo$a que ia passar um filme bom natelevisão e que eu estava louco para assistir. 8a3 ela me sugeriu que...

 4 Cocê fosse embora e lhe dei!asse o caminho livre para sequestrar minhafilha 4 Robert concluiu, horrori&ado. bateu o telefone.9aiu do escrit<rio, atravessou a oficina a passos largos e foi até a rua. 9< então

notou que havia lu& na casa onde morava. +om o cora$ão aos saltos, e!perimentou ama$aneta e entrou. 'assou pelo hall e, ao chegar / sala, ouviu a vo& de Theresa mes-clada ao riso de "eredith. 0s sons vinham da co&inha.

 4 0h, 8eus 4 disse, bai!inho, com uma indescrit3vel sensa$ão de al3vio.'recipitou-se pelo corredor que condu&ia / co&inha e estacou ao chegar / porta.

0 nervosismo que até então o havia dominado cedeu lugar a uma intensa emo$ão, aover Theresa, deitada num colchonete, erguendo "eredith nos bra$os.

0 bebê ria, deliciado. Theresa cantarolava%

 4 -orboleta, borboleta oando no meu !ardim em voar nessa bele#a Que sintodentro de mim...

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m seguida bei(ava a barriguinha de "eredith, que novamente desatava a rir.Robert sorriu, comovido. Ao vê-lo, "eredith agitou os bracinhos. Theresa então

sentou-se no colchonete. ;aquele momento ela lhe pareceu ainda mais bela do queantes. 8os cabelos ruivos e Bmidos e!alava um suave perfume. ela havia trocado ovestido estampado por um !eans e camiseta a&ul-clara.

 4 i, papai chegou 4 Theresa e!clamou, levantando-se. 4 +onte para ele, princesinha, que você ( tomou seu banho, sua mamadeira e agora s< quer um bei(o bemamoroso...

 4 stou imundo 4 disse Robert, mostrando as mãos que ainda tinham manchasde gra!a. 9orrindo para a filhinha, disse% 4 Cocê espera papai tomar um banho,

 princesa7"eredith emitiu uma série de sons inintelig3veis, mas a e!pressão de seu

rostinho indicava que ela estava com <tima disposi$ão.Robert dei!ou-se cair sobre uma cadeira. :avia e!perimentado emo$es

absolutamente opostas, em poucos minutos. 9eu cora$ão ainda pulsava descompassado, ( não de tensão, mas de pura alegria.

 4 Cocês me pregaram um belo susto 4 ele confessou, passando a mão peloscabelos negros, num gesto que era a um s< tempo al3vio e cansa$o.

 4 'or quê7 4 Theresa perguntou, sem entender. 4 0ra, o que você acha que senti ao encontrar a oficina va&ia7 4 "as eu dei!ei

um bilhete sobre a escrivaninha, avisando que estava aqui, com "eredith. 4 mesmo7 4 +laro. 4 Theresa sentou-se, aconchegando "eredith nos bra$os. 4 

2rederich comentou que dese(ava assistir a um filme na TC. ntão eu disse a ele que podia ir embora.

 4 sse peda$o eu ( sei, pois liguei para 2rederich agora h pouco. "as estavatão nervoso, que nem vi o bilhete sobre a escrivaninha.

 4 aposto que também não viu minha bagagem, l na sala, ao lado do sof. 4 +onfesso que não. 4 0 que por sinal é muito compreens3vel 4 ela comentou. 4 Afinal, um

homem desesperado com o desaparecimento da filha não repararia nisso. 4 8e fato. 4 Robert meneou a cabe$a. 4 'obre 2rederich... 2ui tão grosseiro

com ele. 4 'or quê7 4 'orque ele simplesmente não me respondia aonde você estava. 4 2rederich não sabia que eu tinha vindo para c 4 Theresa esclareceu. 4 

"eredith acordou pouco antes de ele sair. stava com fome e tinha feito !i!i. 8a3

2rederich me disse que você costumava dei!ar a mamadeira dela pronta, aqui naco&inha. con-tou-me que a chave da casa ficava na gaveta da escrivaninha. 4 da3 você resolveu vir para c. 4 ;ão de imediato. 2iquei com receio, pois não queria invadir sua privacidade.

1uando 2rederich saiu, eu ainda não havia me decidido. "as da3, como você nãochegava e "eredith continuava chorando...

 4 Cocê tomou a decisão certa. 4 1uer di&er que não est irritado comigo7 4 +omo poderia, se você cuidou tão bem da minha princesinha7 4 Robert

sorriu e por um instante Theresa pensou que aquele homem sabia sorrir não apenas comos lbios, mas também com os olhos.

Gm tanto embara$ada, ela anunciou% 4 Tomei também a liberdade de usar seu chuveiro. 'ara ser franca, eu estava

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ansiosa por um banho, mas não o fi& por mim e sim por "eredith. Afinal, meu vestidoestava Bmido e eu não queria provocar-lhe um resfriado.

 4 +laro. 4 Robert continuava sorrindo. 4 5em, s< posso agradecê-la pelocarinho com que tratou minha filha... também pedir-lhe desculpas pelo inc>modo.

 4 1ue inc>modo7 4 Theresa sorria de volta. 4 Tive um pra&er imenso nisso.

Alis, não sei se fui eu quem cuidou de "eredith, ou vice-versa...0 bebê deu um gritinho de contentamento. 4 Ah, est vendo s<7 4 disse Theresa, acariciando-lhe o ros-tinho. 4 "eredith

sabe que estamos falando dela. 4 +reio que sim. 4 Robert riu, com os olhos fi!os nos da filha, que eram a&ul-

violeta como os seus. 4 A prop<sito, posso lhe fa&er uma pergunta7 4 9im 4 ele assentiu, voltando-se para Theresa. 4 0 que quer saber7 4 2iquei surpresa com a organi&a$ão dos pertences de "eredith. Tudo no lugar,

com uma ordem impressionante. Cocê... sempre foi assim7 4 'ara ser franco, não. "as comecei a me tornar organi&ado, desde que

"eredith nasceu. 4 I o que eu digo 4 Theresa comentou, pensativa. 4 A gente /s ve&es pensa

que est cuidando de alguém, mas o que se d é (ustamente o contrrio... 4 0u ambas as coisas 4 Robert afirmou. 4 9im 4 ela assentiu e brincou com o bebê. 4 1uer di&er então que você

ensinou o papai a ser mais organi&ado...7 4 mais sensato, também 4 Robert confessou, levantando-se. 4 5em, se

vocês me dão licen$a, vou tomar um banho. 4 9< mais uma coisa... 4 disse Theresa, visivelmente constrangida. 4 9im7 4 'reciso lhe fa&er uma outra pergunta. 4 8iga 4 ele aquiesceu, num tom humorado. 4 @ estou me acostumando.

Trata-se do seu segundo grande defeito, não é mesmo7 4 ;o caso, não. 4 Theresa bai!ou os olhos. :avia bem poucas coisas no

mundo capa&es de dei!-la encabulada. pedir favores era uma delas. 4 2ale, por favor 4 Robert encora(ou-a.Theresa suspirou e fitou-o com uma e!pressão de total embara$o%

 4 embra-se de que você disse que eu poderia usar o telefone / vontade7 4 +laro. Cocê voltou a ligar para sua irmã7 4 9im... também para minha outra irmã e para meu irmão, que moram no

"aine. 9< que não consegui falar com ninguém.

 4 1ue pena. 4 agora preciso de um favor seu% quero que me indique um hotel bom e barato, na cidade... Afora aquele onde 2rederich e seu irmão trabalham.

 4 'or que não quer ficar l7 4 Robert indagou, sem entender. 4 0 local é muito bonito... 4 "as não h vagas 4 Theresa o interrompeu. 4 +omo sabe disso7 4 2rederich me contou que uma companhia tur3stica de 8allas ( reservou todos

os apartamentos para um grupo que chegar amanhã cedo ao hotel. 4 ;esse caso, restam o 0ld-Cille e o +asablanca 4 disse Robert. 4 9ão <timos hotéis.

 4 5aratos7 4 0 +asablanca, sim.

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 4 Mtimo. Cocê tem o nBmero de l7 4 st na minha agenda, ao lado do telefone, ali na sala. 4 +erto. 4 Theresa ergueu-se, espalmando uma das mãos nas costinhas de

"eredith e aconchegando-a contra o peito. 4 Camos telefonar comigo, princesinha7 4 2ique / vontade 4 disse Robert, afastando-se em dire$ão ao banheiro.

 4 0brigada.1uando Robert retornou / sala, cerca de vinte minutos depois, tra(ando cal$aslargas de brim a&ul e uma camisa de gola p<lo, branca, encontrou Theresa com umae!pressão de des=nimo.

"eredith dormia em seus bra$os. 4 la acabou de adormecer 4 Theresa anunciou. 4 'osso coloc-la no ber$o7 4 +laro. Cenha comigo.Theresa seguiu-o pelo corredor, até um quarto amplo, onde havia uma cama de

casal e um bercinho com cortinado branco, que Robert afastou. m seguida ele acendeuum aba(ur que estava sobre o criado-mudo.

Theresa colocou o bebê delicadamente sobre o pequenino colchão e cobriu-o.

Robert a(eitou o cortinado e ambos sa3ram do quarto, pé ante pé. ;a sala, ele indagou% 4  "eredith deu muito trabalho para dormir7 4 8e (eito nenhum 4 ela respondeu, meneando a cabe$a. 4 ntão, suponho que tenha se cansado de cuidar dela. 4 'or que di& isso7 4 'orque est você com um ar de des=nimo. 4 Ah, mas não é por culpa de "eredith. 4 ntão, o que houve7la suspirou profundamente%

 4 'arece que ho(e não é meu dia de sorte. 4 +omo assim7 4 5em, eu liguei para o hotel +asablanca. 4 então7, 4 :ouve um casamento na cidade, ho(e cedo, seguido de uma grande festa. 4 0h, sim 4 Robert recordou-se. 4 A filha do prefeito ia se casar com um

rapa& de uma cidade vi&inha... 4 'rovidence 4 disse Theresa. 4 I este o nome da cidade do noivo. 4 !ato 4 Robert confirmou. 4 "as como sabe disso7 4 A recepcionista do +asablanca me informou. Acontece que o tal rapa&

 pertence a uma fam3lia imensa e tem muitos amigos. 8a3, o prefeito não conseguiu

hospedar todo mundo em sua casa. 4 @ adivinhei o final da hist<ria 4 Robert concluiu. 4 2oram todos para ohotel +asablanca.

 4 !ato. ;ão h nenhum quarto vago. 8roga... 0 que vou fa&er agora7 4 9e(a minha convidada, oras 4 Robert sugeriu, simplesmente. Theresa fitou-o

espantada. ele continuou% 4 Tenho um quarto de h<spedes, aqui... mbora não receba ninguém h muito

tempo, costumo mantê-lo limpo e are(ado. 9e você concordar em ficar... 4 ;ão apenas concordo como agrade$o sua generosidade 4 Theresa afirmou,

depois de refletir por alguns instantes. 4 Alis, que tal fa&ermos um trato7 4 Robert prop>s, de sBbito.

 4 1ue espécie de trato7 4 ela indagou, sorrindo. 4 5em, eu preciso trabalhar amanhã... não tenho quem cuide de "eredith.

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Cocê, por outro lado, precisa de um local para hos-pedar-se, até seu carro ficar pronto... 4 uma mão lava a outra 4 Theresa concluiu, radiante, estendendo a mão.

 4 Toque aqui, s<cio. 0 acordo est selado.Robert tomou-lhe a mão entre as suas, num gesto inesperadamente suave. 0s

olhos de ambos se encontraram por um momento. Theresa sentiu-se invadida por uma

onda de calor, que lhe subiu /s faces, fa&endo-a enrubescer. 4 9er... Gm pra&er ficar com "eredith amanhã 4 ela balbuciou, apenas paradi&er algo.

 4 u, naturalmente, não lhe cobrarei nada pelo conserto do carro, ( queestamos trocando trabalho... 4 ele afirmou, com a vo& ligeiramente rouca.

 4 8iscordo 4 Theresa retrucou. 4 'or quê7 4 'orque estou trocando minha hospedagem pelo trabalho de cuidar de

"eredith. 0 conserto do carro nada tem a ver com isso. 4 Agora sou eu quem discorda...Ambos continuavam falando, mas os olhos pareciam transmitir outras

mensagens, bem diferentes das palavras.'or fim Robert soltou a mão de Theresa, censurando-se intimamente por ter se

dei!ado levar pela emo$ão. stava diante de uma bela mulher, disso não havia dBvida."as não podia esque-cer-se do quanto ( sofrera no passado. 9obrevivera, era verdade."as não queria arriscar-se novamente.

9ufocando a atra$ão que sentia por aquela mulher, Robert imprimiu um tomsevero / vo&, ao di&er%

 4 Camos optar por um meio-termo, que se(a (usto para ambos. 4 9im7 4 Theresa indagou, esfor$ando-se para manter o ritmo da respira$ão,

que de repente havia se tornado mais rpida. 4 Cocê pagar apenas pelas pe$as que eu tiver de comprar, para consertar o

carro. 1uanto ao meu servi$o, nada cobrarei. 4 ;em pela hospedagem7 4 ;ada 4 ele repetiu. 4 "as você sair perdendo, nesse trato... 4 9er7 4 ele retrucou, fitando-a no fundo dos olhos.*'or favor, não me olhe assim*, Theresa pediu, em pensamento. *Cocê est me

despertando coisas que esqueci h muito tempo... nas quais ( não acredito.* 4 5em, o trato est feito 4 disse Robert, for$ando-se a desviar os olhos dos de

Theresa, que pareciam hipnoti&-lo. 4 +erto7 4 +erto 4 ela aquiesceu. 4 Cocê acha que o carro ficar pronto amanhã7

 4 ;ão sei. Talve& se(a necessrio trocar algumas pe$as... "as logo pela manhãlhe darei um parecer mais preciso. 4 st bem. 9ei que, no que depender de você, não haver problemas. 4 0brigado pela confian$a 4 ele agradeceu, um tanto surpreso. 4 Cocê é

muito gentil. 4 0ra, não se trata disso. 4 do que se trata7 4 Robert indagou, sorrindo. 4 5em, você é o melhor mec=nico da região. 'ortanto, não tenho dBvidas de

que cuidar muito bem do meu carro. 4 1uem foi que lhe disse que sou o melhor7 4 0 cavalheiro que me deu seu telefone... também 2rederich.

 4 o que outras mentiras eles lhe contaram a meu respeito7 4 Robert grace(ou.

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 4 5em, o cavalheiro não me disse mais nada. "as 2rederich assegurou-me quevocê, além de Mtimo mec=nico, é uma pessoa maravilhosa.

 4 você acreditou7 4 +laro. Tanto é que aceitei dormir com você. 4 "al havia acabado de falar,

Theresa arrependeu-se amargamente.

*u e minha grande l3ngua*, pensou, com as faces afogueadas de vergonha. *'or que não aprendo a calar a boca, nessas horas7*utando para imprimir / vo& um tom natural, apressou-se a acrescentar%

 4 8esculpe, eu... Acho que me e!pressei mal. 1uis di&er apenas que você éuma pessoa de confian$a e que... 8roga 4 resmungou, interrompendo-se. concluiurapidamente. 4 que não tenho medo de dormir na mesma casa que você. Gfa 4 finali&ou, com um suspiro. 4 ra isso.

Robert desatou a rir. "as no fundo estava encantado. 8ecididamente, aquelamulher tinha algo de especial, que mesclava o encanto feminino a uma ingenuidadequase infantil.

 4 8evo ser muito engra$ada, mesmo 4 ela resmungou, irritada.

 4 9abe de uma coisa7 stou detestando vê-lo rir de mim. o pior é que nem posso conden-lo por isso, pois sou mesmo uma grande trapalhona.

 4 'erdoe-me... 4 Robert tentava conter o riso. 4 ;ão a estou depreciando,Theresa, pode apostar nisso. "as você h de convir que... 4 tornou a rir de novo. 'or fim conseguiu se controlar e num tom carregado de suavidade sugeriu% 4 'or que nãovai ver o quarto de h<spedes7 evarei sua bagagem até l, depois de encomendar a

 pi&&a. 4 1ue pi&&a7 4 A que comeremos no (antar, oras. 4 5oa idéia 4 ela aprovou, um pouco mais rela!ada. 4 'ara ser franca, estou

faminta. 4 eu também. Agora diga-me qual o seu tipo de pi&&a preferido... 4 "ussarela com milho verde. 4 +erto. 4 Robert sorriu. 4 9eu pedido est anotado, madame. Agora v ver 

se seus novos aposentos são de seu agrado.Theresa afastou-se alguns passos e voltou-se para di&er%

 4 0brigada, Robert. 4 Cocê encontrar roupa de cama limpa, no armrio 4 ele informou-a,

disfar$ando uma nova onda de ternura que amea$ava invadi-lo.

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CAPITULO V 

0 cheiro forte de café despertou Theresa por volta de seis e meia da manhã. 4 5om dia 4 ela cumprimentou Robert, ao entrar na co&inha. 9entada numa

cadeirinha pr<pria para bebês, "eredith sorriu

e agitou os bracinhos, num sinal de reconhecimento e alegria.Gm velho rdio, mais parecia uma pe$a de antiqurio, estava sintoni&ado numaemissora de 'rovidence, que transmitia o primeiro noticirio do dia.

9entado / mesa, Robert bebericava uma !3cara de café. 4 5om dia 4 ele retribuiu o cumprimento. 4 Cocê se levantou cedoS espero

que "eredith não a tenha acordado. 4 ;a verdade, foi o cheiro de café que me tentou... 4 Theresa afirmou,

sorrindo, acariciando levemente os cabelos ruivos do bebê. 4 ntão, sirva-se.Theresa agradeceu com ura gesto de cabe$a e sentou-se / mesa. 9erviu-se de

uma !3cara de café e mordiscou uma torrada. 9< então reparou nas profundas olheiras

de Robert. 'reocupada, indagou% 4 Cocê não dormiu bem7 4 "aravilhosamente, até /s quatro e meia da manhã. 4 por que acordou tão cedo7 4 'ergunte / princesinha 4 Robert respondeu, com um sorriso. - la despertou

com a maior disposi$ão de brincar e, assim, nãotive outra alternativa senão entrar no (ogo. Theresa sorriu para o bebê%

 4 ntão você costuma acordar com os passarinhos, hein7 "eredith respondeucom um gritinho e um som inintelig3vel,

 para total deleite de Theresa, que comentou% 4 Ah, est vendo s<7 la entendeu muito bem o que eu disse. Robert riu e

informou-a% 4 : leite quente sobre o fogão. "as se você preferir iogurte... 4 0h, sim, eu adoro iogurte 4 ela o interrompeu. 4 st na geladeira, numa (arra de lou$a.Theresa levantou-se e caminhou até o refrigerador. Abriu-o e logo encontrou a

 (arra de iogurte. stava retornando / mesa, quando surpreendeu Robert fitando-a comintensidade, não nos olhos, mas na altura dos seios. Gma sensa$ão inc>moda a invadiu.8etestava quando os homens a olhavam daquele modo insinuante... isso ( aconteceratantas ve&es, que ela perdera a conta.

 4 0 que foi7 4 indagou, num tom seco, depositando a (arra sobre a mesa.

 4 u estava observando sua camiseta... 4 ele respondeu, com simplicidade. 4 Cocê ( lecionou nessa escola7Theresa olhou para o logotipo do Mulligan /ollege estampado na camiseta, em

letras vermelhas. ntão era isso que havia chamado a aten$ão de Robert, ela concluiu,com al3vio.

 4 @ 4 ela respondeu, por fim. 4 0  Mulligan /ollege é um dos melhores de6ndiana.

 4 1uer di&er que você ( morou em 6ndiana7 4 9im. Trabalhei no  Mulligan durante um ano. 8epois, mu-dei-me para o

"aine. 4 quanto ao  0ight1chool+  4 Robert indagou. 4 i esse nome na sua

valise, ontem / noite, quando a levei para o quarto. 4 Ah, o 0ight fica na +alif<rnia. u lecionei l h mais ou menos... 8ei!e-me

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ver... 4 Theresa ficou pensativa por alguns instantes, antes de finali&ar. 4 : quatroanos. 9im, foi isso mesmo.

le sorriu% 4 0nde mais você morou e lecionou7 4 ;o  2igh0essons, em 5oston, logo depois que me formei professora.

também no /atherine 1ullivan, em 0hio. 4 Theresa sorriu de volta. 4 "inha outravalise é de l.Robert fitou-a com curiosidade%

 4 1uer di&er que em cinco anos você morou e trabalhou em cinco locaisdiferentes7

 4 9im. ;ão gosto de ficar no mesmo lugar por muito tempo. *Tal como ouise"a!ell*, Robert pensou, enquanto a imagem

da mãe de "eredith estampava-se em sua mente. Gma onda de triste&a oinvadiu, ao recordar a partida da mulher por quem fora tão apai!onado.

Tudo ocorrera h pouco mais de dois meses. "as ainda agora Robert continuavachocado com a displicência de ouise ao dei!ar a filha. ra como se estivesse

abandonando um fardo inc>modo. 4 ;ão fique tão arrasado, por favor. 6sso não é o fim do mundo, Robert 4 ela

dissera, num tom cruel. 4 ;osso acordo foi muito claro% eu ficaria aqui durante ummês, amamentando a crian$a. ( fa& quase dois que ela nasceu. 'ortanto, não me olhecomo se eu fosse a pessoa mais desumana do mundo.

 4 ;ão acredito que você se(a tão insens3vel a esse ponto. 1ue você não meame, eu posso compreender. "as que ignore "eredith desse (eito...

 4 0h, Robert querido, não fa$a dramas, sim7 @ estou farta das nossasdiscusses infrut3feras. Alis, elas nunca nos levarão a nada... !ceto, talve&, a umesgotamento nervoso ou um enfarto prematuro.

 4 Cocê (amais sofrer um enfarto, ouise 4 ele sentenciara. 4 'ois para issoseria preciso ter um cora$ão.

Robert afastou da mente aquelas recorda$es tristes. ;ão queria lembrar-se dafase que fora a mais dif3cil de sua vida... "esmo porque, isso em nada a(udaria.

 4 i, aonde é que você est7 4 A vo& de Theresa a(udou-o a voltar aomomento presente.

 4 'erdoe-me 4 ele se desculpou. 4 Acho que eu me distra3. 4 6sso deu para perceber 4 ela retrucou, sorrindo. 4 Cocê estava a milhares

de quil<metros daqui. aposto que nem sequer ouviu minha pergunta. 4 1ue pergunta7 4 5em, eu estava lhe perguntando onde est o (ornal de ho(e...

 4 u não costumo comprar (ornais. 4 ;ão7 4 Theresa surpreendeu-se. 4 como fica sabendo das not3ciasimportantes7

Robert apontou o rdio, de onde agora vinha o som de uma conhecida can$ãocountry(

 4 ssa emissora de 'rovidence transmite um Mtimo noticirio, todas asmanhãs. 4 le fe& uma pausa. 4 'osso contar-lhe um segredo7

 4 +laro. 8o que se trata7 4 9ou apai!onado pelo rdio. Apesar de a televisão ser um meio de

comunica$ão maravilhoso, isso sem contar os avan$os da informtica... 4 le hesitou,antes de finali&ar% 4 A questão é que o rdio me fascina. 1uando garoto eu passava

horas ao lado dessa cai!inha de surpresas, literalmente maravilhado.Theresa sorriu. Também ela era fã do rdio, que considerava um meio de

EH

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comunica$ão especial. ;em todas as maravilhas da informtica ou da transmissão acabo poderiam suplant-lo. "as, no momento, ela estava interessada em saber um

 pouco mais sobre a cidade onde viera parar... para isso precisava de um (ornal. 4 quanto /s not3cias locais7 4 perguntou. 4 +omo é que você fica sabendo

delas7

 4 ;uma cidade pequena como "adisonville, as hist<rias correm depressa. 4 "as imagino que a fic$ão se misture com a realidade, como acontece emqualquer local desse tipo.

 4 1ue modo delicado de referir-se / fofoca 4 Robert comentou. 4 não é verdade7 A fofoca é um dos males das pequenas comunidades. 4 Tem ra&ão. 5em, se você fa& mesmo questão de comprar um (ornal local, é

s< ir até o Kood 'oint. 4 0 minimercado de que você falou, ontem7 4 !ato. 4 é muito longe7 4 ;ãoS fica no centro da cidade, a cerca de três quil>metros de dist=ncia.

 4 Ah, então até que é perto 4 ela comentou. 4 u adoro caminhar. 4 "as se quiser usar meu (ipe, est /s ordens. 4 Agrade$o, mas não é preciso. 4 Theresa terminou seu copo de iogurte e

levantou-se. 4 Aonde vai7 4 5uscar o (ornal. Ah, pode dei!ar que eu tirarei a mesa e lavarei a lou$a

quando voltar. 4 "as... 4 Robert hesitou. 4 Cocê disse que ia cuidar de "eredith, enquanto

eu estivesse trabalhando. 4 9im. o acordo continua em pé. 4 Acontece que vou abrir a oficina daqui a vinte minutos. por mais rpido

que você v até a cidade, não estar de volta nesse tempo. 4 !atamente, mas você não precisa se preocupar por isso. 4 +omo não7 4 Robert impacientou-se. 4 0nde dei!arei "eredith enquanto

você estiver ausente7 4 la ir comigo. 4 Theresa voltou-se para o bebê. 4 0 que você acha,

gracinha7 A manhã est radiante, ideal para um belo passeio"eredith riu, batendo com as mão&inhas no tampo da cadeira onde estava

sentada. 4 Cocê viu, Robert7 4 Theresa comentou, animada. 4 la concordou"as Robert não estava nada convencido de que aquela seria uma boa idéia.

+ru&ando os bra$os, argumentou% 4 Cocê não acha que ficar cansada de carregar "eredith por seis quil<metros7 4 quem disse que pretendo fa&er isso7 4 Theresa retrucou. 4 9eria desconfortvel para a princesinha... 4 como vai lev-la7 4 5em suponho que você tenha um carrinho de bebê. 4 9im, mas... 4 ntão, est resolvido. Agora diga-me onde ele est. 4 m cima do meu armrio 4 Robert respondeu, ainda relutando em concordar 

com o passeio. 4 scute, Theresa, se você fa& mesmo questão de ir até a cidade, tudo bem. u ficarei aqui em casa com "eredith.

 4 "as ( lhe disse que... 4 la interrompeu-se e fran&iu a testa, numae!pressão intrigada. 4 i, você não est desconfiando de mim... 0u ser que est7

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Ainda me acha capa& de sequestrar sua filha, ou de qualquer outro absurdo desse tipo7 4 ;ão se trata disso. 4 ntão, o que h7 4 ;ão sei... 4 Robert hesitava. 4 "eredith não est acostumada a muito

movimento. Talve& ela fique cansada.

Theresa riu% 4 ntão era isso. 4 2or(ando uma vo& engra$ada, sentenciou% 4 Aten$ão 'ai coru(a acaba de ter um ataque de ciBme. 0 que devemos fa&er 

com ele7 'u!ar-lhe as orelhas, ou cham-lo de bobo7 4 ;um tom suave acrescentou% 4 ;ão se preocupe, Robert. u cuidarei muito

 bem da princesinha, (urole ficou pensativo por um longo momento, mas por fim acenou a cabe$a, num

gesto de concord=ncia. 4 Cocês duas venceram. 'odem ir passear. 4 Cocê viu s<, princesinha7 4 Theresa sorriu para o bebê. 4 9eu pai coru(a

resolveu parar com as tolices...

Robert sorriu mas, no 3ntimo, continuava apreensivo. ;ão que desconfiasse deTheresa. mbora a conhecesse h menos de vinte e quatro horas, não tinha dBvidas deque ela cuidaria bem da pequena "eredith. Afinal, Theresa ( lhe dera provassuficientes disso, na noite anterior.

0 problema era bem outro, Robert pensou, com amargura. ;ão o agradava nemum pouco a idéia de "eredith ser e!posta aos olhos da cidade... 0u daquele gentilsenhor que encontrara Theresa por acaso, na estrada. Gm senhor que ele sabia muito

 bem quem era.2echando os olhos por um instante, Robert reviu os fatos que tanto dese(ava

esquecer% o conturbado namoro com ouise "a!ell, que viera passar as férias nohotel-fa&enda de "adisonville... A gravide& que ela insistira em interromper e que por fim concordara em levar adiante, com a condi$ão de que ele ficasse com a crian$a. A

 partida de ouise para ;ova VorD, onde pretendia dar seguimento a sua carreira demodelo fotogrfico... A tentativa de KregorL Winfield de a(ud-lo a vencer a terr3velcrise que tudo isso lhe causara. "as Robert conhecia o velho KregorL o suficiente parasaber que sua a!uda seria, na verdade, uma nova forma de impor sua autoridade. Robert preferiria morrer de angBstia e solidão, a aceitar interferências em sua vida.

 4 'ronto 4 A vo& de Theresa interrompeu-lhe as lembran$as. 4 vai vocêde novo.

 4 0h, desculpe. u... Acho que me distra3 novamente. 4 st perdoado. 4 la sorriu. 4 Agora, ser que você poderia pegar o

carrinho de "eredith7 4 +laro. 4 Robert saiu em dire$ão ao quarto e retornou minutos depois,tra&endo uma grande cai!a de papelão. 4 st novinho em folha 4 anunciou.

 4 Cocê ainda nem o usou 4 Theresa e!clamou, a(udando-o a abrir a cai!a. 4 'or quê7

 4 5em, eu geralmente passeio com "eredith no colo, quando vou a algumlugar aqui perto.

 4 0u então na cesta. 4 0u na cadeirinha dela, fi!ada no banco do (ipe. 4 'ois mesmo com todas essas op$es, você deveria usar o carrinho, sobretudo

quando fosse passear na cidade.

 4 ;ão tenho muitas ra&es para isso 4 ele respondeu, num tom severo. 4 9<vou / cidade para tratar de assuntos prticos.

EN

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 4 +omo assim7 3 5em, de tempos em tempos sou obrigado a ir ao banco ou / agência dos

correios... "as em geral prefiro evitar "adisonville. 4 Alguma ra&ão especial para isso7 4 Theresa indagou e cor-rigiu-se em

seguida% 4 0h, acho que estou sendo indiscreta de novo.

 4 Acertou em cheio, professora 4 Robert retrucou, dei!ando bem claro quenão dese(ava continuar falando daquele assunto.0 carrinho era branco, muito bonito, com delicados desenhos infantis na

 pequenina capota que servia para proteger o bebê do sol. 4 i, "eredith 4 Theresa e!clamou, quando ela e Robert terminaram de

armar o carrinho. 4 0 que você acha desse modelo Bltimo tipo7 4 8iga, a ela que antes de mais nada você precisa trocar de roupa, meu bem.

 4 Robert ergueu a filha nos bra$os, com e!trema delicade&a. m seguida informouTheresa% 4 la ( tomou uma mamadeira /s sete horas. A outra, ser por volta das on&e.

 4 +erto. 4 8ei!ei o mingau pronto na geladeira. s< esquentar, ver se a temperatura

est correta e encher a mamadeira. 4 st bem. 4 Theresa estendeu os bra$os para pegar o bebê. 4 Agora dei!e

que eu mesma trocarei a princesinha. As roupinhas dela estão naquele armrio do banheiro, não é7

 4 9< uma parte. A maioria fica no meu quarto, na c>moda ao lado do ber$o."inutos depois Theresa sa3a, empurrando o carrinho de "eredith. Robert

acompanhou-a até a porta% 4 I s< seguir nessa dire$ão e você chegar ao centro da cidade. 0 Kood 'oint

fica em frente / pra$a principal. ;ão h como errar. 4 st bem 4 Theresa assentiu e grace(ou% 4 ;ão v chamar a pol3cia, se

demorarmos um pouco. Afinal, o dia est maravilhoso, ideal para um passeio. 4 6nclinando-se sobre o carrinho, acariciou o rostinho de "eredith. 4 8iga até logo parao papai, meu an(o.

 4 Até logo. 4 Robert sorriu para a filha. 4 ficou observando Theresaafastar-se, empurrando o carrinho. stava surpreso consigo mesmo pela confian$a quedepositava naquela mulher. @amais sentira-se desse modo com rela$ão /s outras babs.

"as, pensando bem, Theresa não era e!atamente uma bab. sse fato, longe de preocup-lo, dei!ava-o tranquilo. ra verdade que ela não tinha e!periência com bebês."as possu3a bons sentimentos e era inteligente. 6sso supriria sua falta de conhecimento.

*"eredith estar bem*, Robert pensou, entrando em casa. m compensa$ão elesentia-se terrivelmente inquieto...

A atra$ão que sentia por Theresa era forte demais para ser ignorada. , o que eramais curioso, ambos se conheciam h menos de vinte e quatro horas +omo e!plicar esse fato7 +omo podia sentir-se assim com rela$ão a uma mulher que era praticamenteuma desconhecida7

Gm sorriso insinuou-se nos lbios de Robert. ;aquele momento, ele tinha an3tida sensa$ão de que conhecia Theresa h muito tempo.

como era bela... 0s cabelos ruivos pareciam a moldura perfeita para o rostodelicado, onde os olhos verdes brilhavam como esmeraldas preciosas. o corpo esguio,as curvas sensuais que bem poderiam enlouquecer um homem de dese(o...

Robert meneou a cabe$a, como se assim pudesse afastar aqueles pensamentos."as a imagem de Theresa insistia em estampar-se em sua mente, com uma

nitide& cruel.Aos vinte e nove anos, Robert ( conhecera vrias mulheres bonitas, com quem

EO

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tivera rela$es passageiras e superficiais. 9entira carinho por todas elas mas... Amaraapenas ouise "a!ell, mãe de "eredith. 1uando ela partira, Robert (urara nunca maisamar ninguém. pretendia manter a promessa, custasse o que custasse.

ra incr3vel como Theresa o fa&ia pensar em ouise... Ambas eram a um s<tempo parecidas e essencialmente diferentes como o sol e a lua, a noite e o dia.

ouise sempre fora o ego3smo em pessoa. ra como se o mundo girasse emtorno dela... Ao passo que Theresa possu3a um desprendimento, uma generosidadecomovente.

ouise era autoritria e tinha um gênio terr3vel... nquanto Theresa possu3a umencanto especial, capa& de cativar o mais insens3vel dos seres humanos.

Robert suspirou. 'oderia ficar horas refletindo sobre as diferen$as entre ouise"a!ell e Theresa 6rene 'adderson. "as precisava de apenas alguns segundos paraidentificar duas perigosas semelhan$as entre ambas% tanto uma quanto a outra eram

 bel3ssimas... nunca ficavam num lugar por muito tempo. ra por isso, apenas por isso,que ele deveria manter-se longe de Theresa, independente do que sentisse por ela.

 4 9er muito bom se Theresa partir ainda ho(e 4 Robert pensou, em vo& alta,

 preparando-se para mais um dia de trabalho. 4 ;o que depender de mim, farei de tudo para que isso aconte$a 4 acrescentou, bai!inho.Theresa não teve dificuldades para encontrar a pra$a principal da cidade, nem o

Kood 'oint. Gma placa pr<!ima / porta do estabelecimento anunciava% *Kood 'oint -temos todos os tipos de variedades*.

*9er que têm mesmo7*, Theresa perguntou-se. logo concluiu que aquelaafirma$ão estava bem pr<!ima da verdade. ;unca vira tantos produtos diferentes, numlocal tão pequeno.

ogo ao entrar Theresa viu uma banca de (ornais e revistas, ao lado de duasmquinas de (ogos eletr>nicos. 8eteve-se um pouco a observar os t3tulos das

 publica$es. :avia apenas dois (ornais locais e ela decidiu compr-los. 0lhou ao redor,/ procura de alguém que pudesse atendê-la, mas não avistou ninguém. Tornou a colocar os (ornais na banca e decidiu dar uma olhada nos produtos do Kood 'oint.

As prateleiras ofereciam de tudo% desde arame galvani&ado e grampos paracercas, até escovas de dentes. 'rodutos de limpe&a, de papelaria, latic3nios, latarias,verduras e legumes frescos... :avia de tudo por ali, Theresa constatou, enquanto

 passeava pelos corredores empurrando o carrinho de "eredith. ;o fundo do salão havia um balcão e cadeiras. Gma placa anunciava%

 4elicatessen  4 1algadinhos  4 1andu5ches 6aturais. A um canto, uma mquina decafé e!presso e chocolate quente anunciava o melhor capuccino da cidade. Theresa

teria e!perimentado, não fosse o calor que fa&ia. Assim, ela preferiu pedir um suco delaran(a natural, bem mais adequado ao clima quente.Gma garota robusta, de rosto corado e sorriso franco, veio dos fundos da lo(a em

dire$ão ao balcão% 4 5om dia, mo$a 4 saudou-a, num tom simptico. 4 m que posso servi-la7 4 1uero um suco de laran(a sem gelo e sem a$Bcar, por favor. 4 Theresa

sentou-se e pu!ou o carrinho de "eredith para perto de si. 4 I para (. 4 +om incr3vel habilidade, a gar$onete preparou o suco e serviu

Theresa. 4 Aqui est. 4 0brigada. 4 A senhora não é daqui 4 a gar$onete comentou. Theresa sorriu%

 4 i, não é preciso me chamar de senhora. 4 st bem, mo$a 4 a gar$onete assentiu, sorrindo de volta. Apontando

EP

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"eredith, acrescentou% 4 9ua filhinha é linda. 1ual é a idade dela7 4 1uatro meses 4 Theresa respondeu. 4 9< que eu não sou a mãe dessa

 princesinha... 4 ;ão7 4 a garota surpreendeu-se. 4 "as vocês são tão parecidas. 4 Temos os cabelos da mesma cor, mas trata-se de uma coincidência. 4

Theresa e!plicou% 4 sta é "eredith, filha de Robert Winfield. 4 ;ão diga 4 a gar$onete e!clamou. ;aquele momento um casal apro!imou-se e brincou com "eredith. Também

eles não a conheciam e (ulgaram que fosse filha de Theresa. "ais uma ve& elaesclareceu o assunto, mas no fundo estava espantada com o fato de as pessoas nãoreconhecerem a pequenina "eredith como filha de Robert.

 4 sta cidade é tão pequena 4 ela comentou, quando os outros fregueses seforam. 4 Achei que todos conhecessem "eredith...

 4 Acontece que Robert raramente vem aqui. le costuma fa&er compras nacooperativa de 'rovidence, uma cidade pr<!ima.

Theresa assentiu com um gesto de cabe$a, mas preferiu não fa&er mais

 perguntas. 4 , quando vem, dei!a a bonequinha no carro 4 a gar$onete continuou. 4 1uer di&er que você ainda não conhecia "eredith... 4 Theresa comentou. 4 'ara ser franca, eu a vi uma ve&, h cerca de uns dois meses, no banco. "as

ela estava dormindo e quase que inteirinha coberta... 4 A gar$onete contornou o balcãoe apro!imou-se do carrinho. 6nclinando-se, brincou com o bebê. 4 i, mas você émesmo uma gracinha... 'arece uma pintura, de tão linda

"eredith riu, como se compreendesse o carinho e!presso naquelas palavras. 4 la est agradecendo o elogio e di&endo que você também é muito bonita 4 

disse Theresa, com um largo sorriso. 4 I mesmo7 4 a garota retrucou, lison(eada. m seguida perguntou% 4 A

 prop<sito,. qual é o seu nome7 4 Theresa 6rene 'adderson. o seu7 4 9usie WalDers. 4 la estendeu a mão. 4 I um pra&er conhecê-la, Theresa. 4 0 pra&er é todo meu, 9usie. 4 Theresa levantou-se% 4 5em, n<s ( vamos

indo. 1uanto lhe devo pelo suco7Antes que a garota respondesse, ela acrescentou% 4 Ah, quero levar os dois

 (ornais locais, também. 4 'ara que, se os dois publicam as mesmas not3cias7 4 9usie argumentou. 4 

Cocê sabe, cidade pequena é assim mesmo... +omo s< e!istem dois (ornais, um quer ser melhor do que o outro.

 4 u ( imaginava que houvesse essa rivalidade. "as mesmo assim vou levar os dois. Kostaria de comparar os estilos, a dia-grama$ão, enfim... 4 st bem 4 9usie assentiu e fe& a soma dos pre$os. Theresa agradeceu,

despediu-se e caminhou em dire$ão / sa3da,empurrando o carrinho de "eredith. Ao apro!imar-se da banca para pegar os

 (ornais, viu um rapa& diante de uma mquina de videogame.

Reconheceu-o imediatamente. 'egou os (ornais, guardou-os numa bolsa que pendia do carrinho e então tocou levemente no ombro do rapa&, que parecia muitoconcentrado no (ogo%

 4 Al>, 2rederich.0 rapa& deu um salto de lado e fitou Theresa como se estivesse diante de uma

apari$ão. 4 A senhora... 4 ele balbuciou 4 a senhorita... 8eu-me um grande susto.

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 4 6sso, eu ( percebi. 4 Theresa sorriu. 4 5em, desculpe, 2rederich, não eraminha inten$ão. ;a verdade eu s< queria cumpriment-lo e...

 4 u não sou 2rederich 4 ele a interrompeu.9< então Theresa recordou-se de que 2rederich tinha um irmão gêmeo.

 4 "eu nome é @eremL 4 disse o rapa&. ;aquele momento a mquina emitiu

um som agudo e a inscri$ão inal de !ogo estam-pou-se na tela. 4 8roga, eu perdi 4 ele resmungou. 4 stava prestes a ganhar vinte e cinco d<lares. 4 ;esse caso, eu lhe devo um novo pedido de desculpas. 4 ;ão fa& mal. 4 0 rapa& fe& um gesto vago. 9< então pareceu notar "eredith,

que observava a cena com uma e!pressão serena. 4- 0i, bonequinha, lembra-se dovelho @eremL7 4 m seguida fitou Theresa longamente, antes de concluir% 4 i,você... 1uero di&er, a senhorita deve ser a mo$a bonita, dona da latavelha.

 4 9ou eu mesma 4 Theresa assentiu, rindo. 4 9< que costumo chamar a lata

velha de carro.

 4 0h, desculpe. u não quis ofender. 4 Tudo bem, @eremL 4 ela o tranquili&ou. 4 9eu irmão disse a mesma coisa,

ontem. 4 2rederich gostou muito da senhorita. 4 Ah, eu também simpati&ei muito com ele 4 Theresa afirmou. 4 I dif3cil 2rederich gostar de alguém assim, logo na primeira ve&. le é muito

acanhado, sabe7 4 u vi 4 Theresa afirmou. stava gostando da simplicidade daquele rapa&,

que mais parecia um garoto crescido. 4 5em, @eremL, eu ( vou indo. 2oi um pra&er conhecê-lo.

 4 u também estava de sa3da. 4 le hesitou antes de confessar% 4 9abe,senhorita, o Robert me pediu para ir l no "artin comprar umas pe$as para a sua lata...

1uero di&er, para o seu convers3vel. 4 mesmo7 4 ela reagiu, surpresa. 4 1ue bom saber que ele ( est

trabalhando no carro. 6sso significa que talve& eu possa partir ainda ho(e. 4 Acho que não... 4 'or quê, @eremL7 4 'orque o "artin não tem as pe$as. le até pode encomend-las, mas não

sabe quando chegarão.Theresa suspirou, desanimada.

 4 não h outra lo(a de acess<rios, aqui em "adisonville7 4 :, senhorita 4 @eremL acenou a cabe$a em concord=ncia, enquanto falava. 4 você ( foi até l para ver se encontra as pe$as7

 4 u ia... 4 @eremL tornou a hesitar. 4 "as da3 parei um pouquinho aqui, para (ogar. 4 @ entendi 4 Theresa concluiu. 4 Cocê resolveu tirar alguns minutos de

folga, antes de ir até a outra lo(a. +erto7 4 9im, mas ( estou a caminho de l. 4 tomara que encontre as pe$as, @eremL.Ambos sa3ram do Kood 'oint e despediram-se na cal$ada.

 4 u vou para l 4 disse @eremL. 4 n<s daremos uma volta pela pra$a. 8iga a Robert que ambas estamos

adorando o passeio, est bem7 4 +erto. 4 @eremL afastou-se alguns passos e então voltou-se para di&er% 4 

9enhorita...7 4 9im7

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 4 u... 1ueria pedir para... 4 calou-se. 4 'ode falar, @eremL 4 Theresa encora(ou-o. 4 0 que é7 le tentou

responder, mas apenas gague(ou e, enrubescendoviolentamente, bai!ou os olhos.

 4 Cocê não é tão t3mido quanto 2rederich... 4 ela comentou, meneando a

cabe$a. 4 2ale, @eremL. 4 I que... 5em, Robert não gostaria de saber que eu... stava... 4 @ogando videogame durante o horrio de trabalho7 4 Theresa completou. 4 9im 4 ele respondeu, num fio de vo&. la sorriu% 4 2ique tranquilo, @eremL. ;em me ocorreria comentar com Robert sobre isso.

"as, se aceita um conselho, é bom folgar nas horas de folga e trabalhar nas horas detrabalho...

 4 0brigado, senhorita. 4 0 rapa& sorriu e come$ou a se afastar a passos largos. 4 Cou correndo para compensar o tempo perdido 4 disse, por cima dos ombros, seminterromper a caminhada.

Theresa riu e, inclinando-se sobre o carrinho, brincou com "eredith%

 4 5em, meu amor, vamos descobrir "adisonville (untas7

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CAPITULO VI 

A pra$a central de "adisonville era muito bonita, com grandes rvorescentenrias, bancos de pedra, playground e um lago em cu(as guas o sol se espelhava,como um disco de prata.

Theresa passeou longamente pela pra$a, parando ve& por outra para conversar com os poucos transeuntes que por ali passavam, a caminho da escola ou do emprego.Apenas algumas babs com crian$as, ou pessoas idosas, desfrutavam a tranquilidade da

 pra$a. ra dia de trabalho na pequena "adisonville.+ontinuando o passeio, Theresa enveredou por uma rua estreita, ladeada por 

rvores que propiciavam uma sombra bastante agradvel e refrescante, na quente manhãde verão.

A esquerda do Kood 'oint havia um velho teatro, muito bem conservado. A (ulgar pelos grandes carta&es colocados (unto / porta, funcionava também como cinema.:avia também uma farmcia e uma pi&&aria, de onde certamente Robert haviaencomendado a pi&&a na noite anterior, Theresa pensou. 'ois reconheceu o nome

 7iren#e, que viera impresso na embalagem e nos guardanapos. 8uas agências bancrias,o correio, o posto telef<nico, uns poucos restaurantes, uma biblioteca e um ba&ar completavam o centro comercial da cidade.

Andando ao acaso, Theresa tomou uma avenida cal$ada de pedras, que condu&iaao 'a$o "unicipal. Ali funcionava o setor administrativo da cidade, numa velha e bemconservada mansão da época vitoriana, ladeada por constru$es mais simples, nomesmo estilo. 'lacas indicavam o gabinete do prefeito, a c=mara dos vereadores e vriassecretarias. ;o centro do pa$o ficava o marco de funda$ão da cidade, ao lado de uma

 placa de bron&e que contava um pouco da hist<ria de "adisonville, seus cidadãoshonorrios e suas tradi$es.

Theresa contemplou aquelas constru$es imponentes por um bom tempo. 8epoisretornou ao centro da cidade e seguiu na dire$ão oposta. Cisitou uma velha igre(a,detendo-se a todo momento para admirar as imagens e vitrais de mais de três séculos dee!istência.

8epois passeou ao acaso. Ciu a 9anta +asa, o colégio municipal, a escolinharecém-inaugurada que aceitava desde bebês até crian$as em idade pré-escolar, umaacademia de ginstica e uma escola técnica que oferecia vrios cursos

 profissionali&antes. 4 5em, acho que ( temos uma no$ão ra&ovel de onde estamos, princesinha 4 

disse Theresa, sorrindo para "eredith. 4 Agora, que tal se nos refrescssemos um pouquinho, antes de voltarmos para casa7 4 :avia retornado / pra$a. scolheu um

 banco de pedra / sombra de uma rvore frondosa e sentou-se, pu!ando o carrinho para perto de si. m seguida pegou uma pequena garrafa térmica que havia tra&ido, comgua. Tomou o bebê nos bra$os, acariciou-lhe o rostinho e levou-lhe a mamadeira aoslbios, num gesto delicado. 4 'ronto... Aqui est.

"eredith come$ou a sorver o l3quido. A certa altura, segurou o dedo indicador de Theresa, causando-lhe uma intensa emo$ão.

 4 9abe de uma coisa, princesinha7 4 ela disse, bai!inho. 4 Cou sentir saudades de você...

 4 5om dia, senhorita.Theresa voltou-se e deparou com o velho senhor que havia encontrado na

estrada, um dia antes, e que lhe dera o telefone de Robert.

Gsando um moletom cin&a, camisa branca de malha e tênis, ele parecia mais (ovem e menos formal do que antes.

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 4 Aproveitei um momento de folga no trabalho para caminhar um pouco ao ar livre 4 anunciou, com um sorriso. 4 I um pra&er revê-la, senhorita.

 4 0 pra&er é todo meu. 4 la sorriu de volta. 4 Ah, quero agradecê-lo por ter me indicado a oficina de Robert Winfield. le é um Mtimo mec=nico.

 4 suponho que ( tenha consertado seu carro.

 4 6nfeli&mente não, pois ter de trocar algumas pe$as. "as talve& Robertconsiga apront-lo ainda ho(e. 4 1ue bom. 4 0 velho senhor inclinou-se na dire$ão de "eredith, que havia

 parado de mamar e o fitava com uma e!pressão serena. 4 i, que crian$a linda 4 mseguida olhou para Theresa. 4 1ual a idade dela, mamãe...7

 4 1uatro meses 4 Theresa respondeu. 4 "as não sou sua mãe. 4 ;ão7 4 o velho senhor repetiu, surpreso. Theresa sorriu% 4 @ sei o que o senhor vai di&er% que somos parecidas, que temos os cabelos

da mesma cor... Todos aqui em "adisonville falam a mesma coisa.le sorriu de volta. sua vo& soou ansiosa ao indagar%

 4 1ual é o nome do bebê, senhorita7

 4 "eredith 4 Theresa respondeu, simplesmente. ;um tom humorado,acrescentou% 4 stou tomando conta dela, enquanto Robert conserta o meu carro. ;averdade, n<s fi&emos um acordo...

 4 ntão esta é a filha de Robert7 4 o homem indagou, com uma e!pressão perple!a.

 4 9im 4 ela confirmou. 4 5em, eu compreendo sua surpresa. 9abe que quaseninguém, aqui em "adisonville, a conhecia7 'arece que Robert não gosta muito de

 passear com ela. "as deveria, pois "eredith adora brincar com as pessoas... Ce(a s< 4 e!clamou, no momento em que "eredith sorriu para o velho cavalheiro. 4 la gostoudo senhor.

0 homem não respondeu. +ontinuou fitando o bebê por mais alguns momentos eentão despediu-se%

 4 5em, eu preciso ir, agora. Tenha um bom dia, senhorita. 4 u e "eredith dese(amos o mesmo para o senhor.0 homem sorriu, mas o espanto continuava estampado em seus olhos.nquanto ele se afastava, Theresa pensou no lapso que tinha acabado de

cometer% esquecera-se completamente de apresentar-se /quele senhor tão gentil. 4 le ficou fascinado por você, "eredith 4 disse, voltando a oferecer a

mamadeira ao bebê. 4 quem não ficaria7+erca de quarenta minutos mais tarde Theresa chegava / casa de Robert.

ncontrou-o debru$ado sobre o cap> do convers3vel, do lado de fora da oficina.

 4 Al> 4 saudou-o, num tom alegre. 4 @ estamos de volta, sãs e salvas. 4 bom saber disso. 4 Robert ergueu-se e sorriu. ;um tom divertido,e!plicou% 4 Resolvi trabalhar aqui fora. Assim o seu carro ficar totalmente seco,gra$as a esse sol de estourar os miolos. 4 Ap<s uma pausa, indagou% 4 +omo vai a

 princesinha7 4 "aravilhosamente bem. 4 Mtimo. 9< não vou peg-la agora porque estou imundo.* encantador*, Theresa pensou. Robert usava um macacão de brim a&ul, com o

nome Madison Motors bordado no bolso. 4 @eremL ( voltou da cidade7 4 ela perguntou. 4 ;ão.

 4 A senhorita conhece meu irmão7 4 2rederich indagou, saindo de trs dove3culo, onde até h pouco estivera abai!ado, verificando o escapamento.

FF

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 4 Ah, ol, 2rederich 4 ela o cumprimentou, com um sorriso. 4 u o conhecil no Kood 'oint, (ogando... 4 Theresa interrom-peu-se, levando a mão / boca. Tinhafalado demais, como sempre... tentou corrigir-se. 4 5em, ele estava procurandoalgumas pe$as para o carro.

 4 resolveu parar para (ogar videogame 4 Robert concluiu.

 4 ;ão 4 Theresa negou. 4 ;a verdade @eremL... 4 'ediu-lhe para não me contar nada sobre isso 4 Robert completou,Theresa enrubesceu violentamente. "as ainda tentou negar%

 4 ;ão foi bem assim... 4 ;ão se preocupe. 4 Robert deu de ombros. 4 le di& isso a todos. 4 

6mitando a vo& do rapa&, acrescentou% 4 *0h, por favor, não conte a Robert que me viuaqui...*

2rederich desatou a rir. Theresa acabou fa&endo o mesmo. 4 8e fato, foi e!atamente assim que ele falou. 4 ;um tom mais sério, pediu%

 4 "as por favor, perdoe-lhe esse pequeno desli&e. 4 u7 4 Robert riu. 4 +onhe$o @eremL o suficiente para saber o risco que

corro, quando o mando / cidade. 4 Apontando 2rederich, afirmou% 4 este aqui éoutro...

 4 u, não 4 o rapa& defendeu-se. 4 Cocê sabe que s< vou ao Kood 'oint para fa&er compras...

 4 também para (ogar videogame e flertar com 9usie WalDers 4 Robertcompletou. 4 +erto7

 4 ;ada disso 4 2rederich meneava a cabe$a, em sinal de nega$ão. 4 Cocê gosta de 9usie WalDers7 4 Theresa indagou. 4 ;ão. 6sso é s< uma inven$ão do Robert. 4 "entira 4 Robert retrucou. 4 le é apai!onado por 9usie. 4 fa& muito bem, pois ela é uma <tima garota 4 Theresa opinou. 4 A senhorita acha mesmo7 4 2rederich arregalou os olhos, numa e!pressão

de contentamento. 4 +laro. Cocê fe& uma <tima escolha, 2rederich. 4 9< que ela não sabe 4 o rapa& confessou timidamente. 4 ;ão sabe o quê7 4 Theresa indagou. 4 1ue gosto dela 4 2rederich respondeu, ap<s um longo momento de

hesita$ão. 4 0ra, então diga-lhe 4 Theresa sugeriu. 4 u... ;ão consigo. 4 le morre de vergonha s< de olhar para 9usie 4 Robert interveio.

 4 'ois deveria criar coragem e confessar seu amor 4 Theresa aconselhou, numtom amvel. 4 0 que acha disso, 2rederich7 4 Cou tentar 4 ele respondeu, num fio de vo&. 4 Mtimo. 5em, rapa&es, n<s ( vamos indo... 4 9< uma pergunta 4 disse Robert. 4 'ois não, senhor7 4 Theresa assentiu, num tom brincalhão. 4 Cocê conversou com @eremL7 4 9im. 4 le comentou algo sobre as pe$as7la respondeu com um gesto afirmativo e acrescentou%

 4 +ontou-me que um rapa& chamado... 4 ela fe& uma pausa, tentando

lembrar-se. 4 0h, como era mesmo o nome7 "alcon7 "arvin...7 4 "artin 4 disse Robert.

FH

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 4 6sso mesmo 5em, ele falou que não tinha encontrado as pe$as na lo(a dessetal "artin, mas que ia procur-las numa outra.

 4 Theresa fe& uma pausa. 4 9er que conseguir ach-las7 4 9inceramente, não sei 4 Robert afirmou, fran&indo o cenho. 4 "artin tem a melhor lo(a de pe$as e acess<rios para ve3culos da cidade...

"as, enfim, vamos esperar para ver o que acontece. 9< espero que aquele moleque emforma de homem crescido não se esque$a totalmente do tempo, na mquina devideogame.

 4 u também. 4 Theresa for$ou um sorriso, lutando para não ceder / preocupa$ão. A idéia de passar uma segunda noite na casa de Robert a dei!ava inquieta."as era melhor não pensar nisso, ao menos por enquanto. Afinal, talve& @eremL tivessea sorte de encontrar as pe$as. Assim ela poderia partir ainda naquela tarde... evando

 boas lembran$as de "adisonville e dos olhos a&ul-violeta mais lindos que ( vira% osolhos de Robert Winfield. 4 5em, com licen$a. 'reciso cuidar da princesinha.

 4 +erto. 2ique / vontade e fa$a de conta que a casa é sua. A porta est s<encostada. 4 Robert acenou-lhe e voltou a debru-$ar-se sobre o cap> do velho

convers3vel.2rederich ( havia retomado o trabalho.A primeira coisa que Theresa fe&, ao entrar na casa, foi tomar um copo de gua

fresca. m seguida resolveu dar um banho em "eredith, que parecia adorar o contatocom a gua. Theresa, que ( tinha feito esse trabalho na noite anterior, descobriu-seadorando cada momento daquele banho... A sensa$ão de cuidar de um ser pequenino,tão inocente e belo, era maravilhosa.

8epois do banho, Theresa en!ugou o bebê com uma toalha macia, colocou-lhetalco e vestiu-o com roupinhas leves.

"eredith estava com <tima disposi$ão... faminta 'ois tomou toda amamadeira e até um pouquinho mais, que Theresa ofereceu ao vê-la com tanto apetite.

+erca de vinte minutos depois "eredith dormia serenamente, dei!ando Theresalivre para cuidar de si mesma. Também ela estava com fome e precisava se alimentar.

Abrindo a geladeira e os armrios da co&inha, Theresa fe& uma rpidaverifica$ão dos alimentos dispon3veis. concluiu que poderia preparar um almo$ora&ovel com eles.

0 cardpio não tardou a ser definido% salada de folhas e legumes, com filé de pei!e. A3 estava uma refei$ão ideal para o dia quente.

Aos vinte e sete anos, Theresa tinha uma visão bastante clara sobre si mesma,suas qualidades e defeitos. ra até e!cessivamente cr3tica e costumava sofrer muito por isso. "as também sabia reconhecer certas habilidades que possu3a. Algumas eram natasS

outras, ela desenvolvera ao longo de muitos anos de esfor$o e dedica$ão. Gma de suasqualidades atuais era co&inhar muito bem, de maneira rpida e eficiente.+ome$ara a desenvolver essa habilidade pouco antes de casar-se com "ichael,

 pois até então não aprendera sequer a fritar um ovo, ou a fa&er arro&... ntretanto, (ulgava absurdo uma pessoa não saber co&inhar, nem que fosse o trivial. A princ3pio oaprendi&ado custara-lhe muitos esfor$os. "as com o passar do tempo Theresa foradescobrindo um imenso pra&er no preparo e disposi$ão dos alimentos, na criatividade ecombina$ão de sabores, aromas... nfim, penetrara no mundo fascinante da arteculinria e torna-ra-se uma grande gourmet.

"as nos Bltimos tempos não via muita gra$a em preparar pratos apenas para simesma. +ostumava di&er que s< ficava inspirada quando co&inhava para a fam3lia, ou

 para os amigos.Agora, enquanto os filés de pei!e descansavam num molho de limão e orégano,

FJ

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Theresa preparava as folhas e legumes com os quais faria a salada mista, uma de suasespecialidades.

m quarenta minutos o almo$o estava pronto e a mesa, posta.Theresa cobriu a travessa de salada com um grande guardanapo de papel e

guardou os filés de pei!e no forno. m seguida foi tornar um banho.

"inutos depois, usando uma saia de algodão com delicados bordados na barra, blusa branca de gola canoa e sandlias de tirinhas, ela estava pronta para almo$ar. "asRobert ainda não havia chegado.

8epois de olhar "eredith, que continuava dormindo, Theresa re-solveuaproveitar o momento para ler os (ornais que havia comprado.

9entou-se no sof da sala e leu por cerca de meia hora. ntão resolveu ligar para"arL Qate, em :artford. Alis, ( deveria ter feito isso, Theresa pensou, enquantodigitava o nBmero.

0 telefone soou três ve&es, antes que alguém atendesse. Theresa reconheceuimediatamente a vo& da irmã.

 4 Al>, maninha, sou eu...

 4 Tip 4 "arL Qate e!clamou, tratando-a pelo apelido carinhoso, formado pelas iniciais de seu nome completo% Theresa 6rene 'adderson. 4 u liguei para seuapartamento a manhã inteira 'or onde você andou7

 4 i, um momento 4 Theresa retrucou, bem humorada. 4 9ou eu quemdeveria fa&er essa pergunta, ( que liguei vrias ve&es ontem / noite para a3 e nãoencontrei ninguém.

 4 TommL e eu resolvemos levar as crian$as para passar o fim de semana na praia. Coltamos ho(e cedo.

 4 ntão foi por isso que não os encontrei em casa 4 Theresa concluiu. 4 9im, querida. 4 "arL Qate estava bastante animada. 4 Ah, você precisava

ter estado l, conosco 2icamos num chalé maravilhoso, pertencente a um professor amigo de TommL. Alis você o conhece, querida.

 4 mesmo7 4 9im. Trata-se daquele solteirão charmos3ssimo que eu lhe apresentei, no

aniversrio de TommL. embra-se7Theresa riu%

 4 "aninha, você me apresentou a todos os amigos solteiros de seu marido, nosBltimos cinco anos.

 4 "uito engra$ado 4 "arL Qate retrucou, num tom que era a um s< tempocensura e carinho. 4 5em, agora quero que me e!plique uma coisa.

 4 Tudo o que você quiser, do$ura 4 Theresa afirmou, num tom brincalhão.

 4 1uando liguei para seu apartamento, ho(e cedo, ouvi uma grava$ão dacompanhia telef>nica avisando que você mudou de domic3lio. 6nsisti por vrias ve&es,achando que tinha me enganado de nBmero ou que havia algum problema com ostroncos telef>nicos, mas a grava$ão se repetiu. 4 "arL Qate fe& uma pausa. 4 0 quehouve afinal, Tip7

 4 0ra, você ( sabe... u me mudei, oras. 'or que não acreditou na grava$ão dacompanhia telef>nica7

 4 ntão é verdade7 4 "arL Qate reagiu espantada. 4 Cocê realmente... 0hnão, Tip 8e novo7 Cocê é mesmo uma desmiolada

 4 ;ão me elogie desse (eito, mana... 4 disse Theresa, num tom ir>nico 4 ouacabarei ficando embara$ada.

"as "arL Qate estava preocupada demais para achar gra$a no comentrio. ;umtom ansioso, indagou%

FN

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 4 Aonde você foi parar, desta ve&7 4 +omo assim, mana7 4 0nde é que você est, sua cabe$a-de-vento7 4 i, olhe o respeito 4 Theresa repreendeu-a, num tom carinhoso. 4 ;ão se

esque$a de que sou sua irmã mais velha.

 4 Tip, quer ser mais ob(etiva, por favor7 4 0h, claro 4 Theresa assentiu, com um suspiro. 4 0 que você quer saber7 4 +omece respondendo a minha pergunta. 4 Ah, sim, você perguntou sobre o meu paradeiro... 4 !ato. 4 5em, na verdade eu... ;o momento não estou em lugar algum.  4 +omo7 4 1uero di&er, eu estava a caminho da3... 4 Cocê vinha para c, Tip7 4 9im. 'ensei em passar alguns dias com você, TommL e as crian$as. 0 que

acha7

 4 0ra, que pergunta, sua bobinha claro que eu acho maravilhoso. 4 ntão me aguarde, que logo estarei a3. 4 +erto. 1uando é que você chega7 4 ;ão sei. 4 +omo assim, Tip7 4 ;a verdade, eu ( deveria ter chegado. 4 o que a impediu7 4 0h, um pequeno contratempo 4 Theresa resumiu. 4 1ue tipo de contratempo7 4 5em, como ( lhe disse, eu estava a caminho da3. "as acabei tendo de parar 

aqui. 4 $qui... Aonde, Tip7 4 "adisonville. 4 esse lugar fica longe daqui7 4 A mais ou menos duas horas e pouco, segundo me informaram. 4 ;ão pode ser tão perto. +aso contrrio, eu saberia... 4 "arL Qate fe& uma

 pausa. 4 Cocê disse Madisonville+

 4 6sso mesmo. 4 Agora estou me lembrando... 'arece que TommL conhece esse povoado. 4 I poss3vel que sim. 4 5em, mas por que você parou a37

 4 Trata-se de uma longa hist<ria. "eu carro resolveu engui$ar numa estradasecundria e esta era a cidade mais pr<!ima. assim aqui estou eu, esperando que elese(a consertado. ;ão sei quando poderei seguir viagem.

'or alguns momentos, "arL Qate nada disse. quando o fe&, sua vo& sooucarregada de apreensão%

 4 Tip, até quando você viver assim7 4 0h não 4 Theresa suspirou. 4 @ ouvi esse sermão antes, maninha, e não

quero repetir o sacrif3cio... 4 1uando é que você criar (u3&o, afinal7 4 "arL Qate insistiu, ignorando-lhe

o protesto. 4 5em, o que, e!atamente, você entende por criar !u5#o+ 4 Theresa indagou,

ainda tentando brincar. "as no 3ntimo estava come$ando a se entristecer.*'or que as pessoas que amamos insistem em intrometer-se em nossa vida7*,

FO

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 perguntou-se, embora ( soubesse muito bem a resposta% *'orque elas se preocupamconosco... "as então por que diabos nos dão essa sensa$ão de que somos crian$astrapalhonas, incapa&es de acertar ou de vencer nossos pr<prios obstculos7*

 4 Cocê não pode continuar assim, Tip 4 "arL Qate di&ia, num tom professoral. 4 'recisa estabelecer-se definitivamente num lugar.

 4 "aninha, se houvéssemos nascido para passar a vida inteira num Bnico local,ter3amos ra3&es no lugar dos pés... 4 ;ão me venha com essas idéias sonhadoras, Tip. Cocê era uma pessoa tão

sensata, antes..."arL Qate interrompeu-se. "as Theresa poderia apostar que ela ia di&er antes

do div*rcio.

 4 "as de uns tempos para c tem agido como uma adolescente 4 "arL Qatecompletou.

 4 @ chega de sermes, querida irmã&inha. 4 Theresa decidiu encerrar aconversa. 4 5em, agora preciso desligar. "as prometo que ligarei novamente, quandoestiver a caminho da3. 4 Cocê não tem sequer uma previsão de quando vir7

 4 ;ão. "as se eu for ho(e, com certe&a não chegarei antes da noite. 4 'or que não7 4 'orque arran(ei um emprego de bab e devo trabalhar até /s seis da tarde."arL Qate come$ou a rir%

 4 u desisto de pu!ar-lhe as orelhas, Tip. Cocê é simplesmente impagvel 4 'or que di& isso7 4 0ra, estamos falando de coisas sérias e você resolve fa&er piadas... 4 "as estou falando sério 4 Theresa afirmou, com veemência. 4 @ura7 4 +laro. Alis, se "eredith não estivesse dormindo, eu a colocaria pr<!ima do

fone, para você ouvi-la. Ah, ela é tão linda, maninha 4 ntão é verdade mesmo7 Cocê dei!ou um emprego de professora de

matemtica para ser uma... 5ab7 4 i, um momento, mocinha 4 Theresa repreendeu-a, num tom severo. 4 

stou enganada, ou acabo de ouvi-la falar como uma pessoa esnobe e preconceituosa7 ;ão me diga que você acha que o trabalho de uma bab vale menos do que o de um professor... 1ue vergonha, maninha ;unca imaginei que você fosse capa& de pensar assim.

 4 Tudo bem, eu pe$o desculpas 4 disse "arL Qate, ap<s um breve momentode silêncio. 4 "as acontece que você est me dei!ando confusa.

 4 Cocê é que est sendo e!ageradamente dramtica. Agora se(a uma boa

menina e dei!e-me desligar. 8ê um bei(o nas crian$as e em TommL por mim. 4 Antes diga-me se você est bem, Tip. 4 stou <timaS não se preocupe. 4 aonde, e!atamente, você est7 4 ;a casa de Robert Winfield, o mec=nico que est consertando o carro. A

crian$a de quem lhe falei é filhinha dele. ;<s fi&emos um trato% eu tomo conta de"eredith enquanto ele cuida do meu velho convers3vel.

 4 1ual a idade do bebê, Tip7 4 "eredith tem quatro meses. 4 a mãe dela, onde est7 4 ;ão sei.

 4 +omo assim, Tip7 4 la não mora aqui.

FP

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 4 1uer di&er que o pai vive so&inho com a crian$a7 4 6sso mesmo 4 Theresa respondeu, ( adivinhando a pr<!ima pergunta, que

"arL Qate não tardou a fa&er. 4 8iga-me, Tip, onde foi que você passou a noite7 4 Aqui.

Gm novo momento de silêncio seguiu-se /s palavras de Tip, que esperou pelae!plosão de "arL Qate% 4 Theresa 6rene 'adderson Cocê est tentando me di&er que dormiu na casa de

um estranho7 4 5em, ele não era e!atamente um estranho... 4 Tip, você não tem o menor senso de perigo7 sse homem poderia tê-la... 4 0h, pelo amor de 8eus, "arL Qate 4 Theresa a interrompeu. 4 ;ada de

estupros, assassinatos ou torturas, est bem7 4 "as era e!atamente isso que poderia ter lhe acontecido,  sua maluca 0

mundo est cheio de maldades, Tip, mas você parece fa&er questão de ignorar este fato 4 5em, eu estou viva, não estou7

 4 "as poderia... 4 @ chega, "arL Qate 4 Theresa tornou a interrompê-la. 4 Aprecio sua

 preocupa$ão comigo, mas por favor pare de tratar-me como se eu fosse uma crian$a boba. Tenho vinte e sete anos e sei tomar conta de mim mesma.

 4 ;ão parece. 4 'or que di& isso7 4 'orque você não tem se cuidado muito bem, desde o div<rcio. 4 "as que diabos tem meu div<rcio a ver com o fato ,de eu dormir na casa do

homem que est consertando meu carro7 4 Theresa quase gritou. 4 Tem que você ficou alheia aos homens, desde que se separou de "ichael. 4 o que você queria que eu fi&esse7 4 Theresa argumentou. - 1ue me

casasse com o primeiro que aparecesse, s< para calar a boca da sociedade acadêmica,que ficou escandali&ada com a separa$ão7

 4 1ueria apenas que você procurasse se interessar por alguém... 4 "arL Qateretrucou, num tom mais suave. 4 Cocê é tão solitria, Tip.

'or um instante Theresa comoveu-se com a preocupa$ão da irmã. tentougrace(ar, para não ceder / emo$ão que amea$ava tra&er-lhe lgrimas aos olhos%

 4 Tudo bem, maninha. 9uas preces foram ouvidas. 4 0 que est di&endo, Tip7 4 1ue ontem, pela primeira ve& depois de tanto tempo, fla-grei-me achando

um homem atraente.

 4 quem era ele7 4 "arL Qate indagou curiosa. 4 Robert Winfield, o mec=nico que est consertando meu carro. 4 ntão foi por isso que você dormiu a3... 'orque est atra3da por ele, não é7 4 "aninha, o fato de eu consider-lo atraente não significa que estou atra5da

 por ele. 4 9er que não7 4 "arL Qate indagou, num tom de desafio. Theresa não

respondeu / provoca$ão. Apenas afirmou% 4 ainda que isso fosse verdade, Robert não est nem um pouco interessado

em mim.

8e fato, os homens (amais se interessavam por ela, a não ser de maneirasuperficial... Theresa pensou, invadida por uma onda de angBstia. Robert,

naturalmente, não fugiria / regra. 4 5em, até logo, maninha 4 disse, ansiosa por encerrar a conversa. 4 Talve&

H

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nos ve(amos ainda ho(e. 4 Até...Theresa ( ia desligar, mas "arL Qate tornou a prolongar a conversa%

 4 Tip, ser que posso lhe dar um conselho7 4 9e eu disser n&o, você dar do mesmo (eito, certo7 4 Theresa retrucou,

numa tentativa de humor. 4 2alo sério, Tip. Cocê tem essa mania de achar que os homens nunca estãointeressados...

 4 m minha pessoa 4 Theresa completou, num tom amargo. 4 0u se(a% em mim como ser humano. 1uerem apenas desfrutar meu corpo e... 4 Tip, nem todos os homens do mundo são como seu e!-marido 4 "arL Qate interrompeu-a, num tom paciente. 4 2eli&mente não 4 Theresa comentou, com um suspiro. 4 "as o fato é que

eles têm algo em comum% pensam que uma mulher mais ou menos atraente é apenas umob(eto de pra&er, que deve ser utili&ado até a e!austão e descartado em seguida.

 4 m primeiro lugar, você não é mais ou menos atraente, maninha, e sim uma

mulher muito bonita. 4 A esta altura de minha vida, não sei se isso chega a ser um dom... #s ve&es eu

gostaria de não chamar tanto a aten$ão."arL Qate riu%

 4 Cocê é a primeira e Bnica mulher deste planeta a lamentar o fato de ser  bonita 2rancamente, mana, você tem cada uma 4 ;um tom mais sério, acrescentou% 4 Tip, você precisa dei!ar seu casamento para trs. ntende o que quero di&er7

 4 "as eu ( fi& isso. 4 9er...7 4 0ra essa, "arL Qate, você sabe muito bem que me divorciei de "ichael h

quase cinco anos. 4 0ficialmente, sim. "as e a3 dentro, Tip7 a3 em seu cora$ão, como estão as

coisas7Theresa não respondeu e "arL Qate prosseguiu%

 4 Cocê continua do mesmo (eito em que estava, na época da separa$ão...+ontinua decepcionada com "ichael, a quem considerava o modelo de homem perfeito. est transferindo essa decep$ão para todos os outros homens.

 4 i, espere um pouco, "arL Qate... 4 spere um pouco voc8, Tip 4 a outra a interrompeu, com veemência. 4 2a&

muito tempo que quero lhe di&er isso e talve& agora tenha chegado o momento. 4 "as (usto por telefone e ainda por cima interurbano 4 Theresa e!clamou,

ansiosa para encerrar o assunto.ntretanto "arL Qate mantinha-se irredut3vel% 4 Cocê acabou se. tornando uma pessoa preconceituosa com rela$ão aos

homens. sse rapa& a3 mesmo, que est consertando seu carro... 4 0 que é que Robert tem a ver com isso7 4 5em, você disse que o achou atraente... "as que tem certe&a de que ele não

est nem um pouco interessado em sua pessoa, +omo sabe disso7 +omo pode (ulgar todos os homens em fun$ão do que "ichael lhe fe&7 6sso é in(usto, Tip. 6n(usto para elese também para você.

Theresa refletiu por alguns segundos sobre essas palavras. foi obrigada areconhecer que "arL Qate estava com toda a ra&ão.

 4 "ensagem recebida, maninha 4 ela disse, por fim, imprimindo / vo& umacalma que estava longe de sentir. 4 +=mbio e desligo.

H)

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 4 +uide-se bem, Tip. dei!e o passado para trs. 4 9bio conselho, "arL Qate... 4 ela murmurou, ap<s desligar o telefone.

repetiu% 4 8ei!e o passado para trs... 'arece tão fcil

H?

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CAPÍTULO VII 

A conversa com "arL Qate ao telefone dei!ou Theresa num estado de terr3velfragilidade.

As imagens do passado, que ela dese(ava dei!ar trancadas para sempre na

mem<ria, pareceram ganhar uma nova vida e estam-param-se em sua mente com umanitide& cruel.*0 que "arL Qate não sabe... Alis o que ninguém sabe, é que fui a Bnica e

verdadeira culpada pelo fracasso do casamento com "ichael*, ela pensava, oprimida pelo remorso. *le também me magoou, é verdade. "as s< fe& isso para se defender daindiferen$a com que eu o tratava.*

Theresa fechou os olhos e recostou-se no sof. +omo num filme repassadotantas ve&es, ao qual ela ( não queria assistir, Theresa recordou-se dos tempos decolégio, quando era uma adolescente alta, magra e desa(eitada.

9uas colegas iam se tornando mocinhas graciosas e sonhadoras. la, no entanto,continuava parecendo uma crian$a crescida. Kostava de esportes, destacava-se nas

matérias pertencentes / rea de ciências e!atas, não ligava a m3nima para os rapa&es e...'ensando bem, eles também a ignoravam.

8e repente, durante o segundo ano do curso secundrio, Theresa come$ara adesabrochar...

 ;o pra&o de poucos meses tornara-se uma (ovem bonita, atraente, brilhante emuito popular entre os colegas.

0s meninos, que até então a haviam tratado com total indiferen$a, come$avam adisputar sua companhia. Theresa não compreendia muito bem o motivo daquela sBbitamudan$a pois, afinal, continuava sendo a mesma pessoa de sempre. Apenas ganharaalgumas curvas no corpo... ;ada além disso.

ntretanto, sem que ela pr<pria percebesse, algumas mudan$as come$avam aocorrer-lhe no 3ntimo. 0s olhares de admira$ão dos colegas, davam-lhe uma novaautoconfian$a. , assim, Theresa por-t,ava-se de maneira descontra3da, com tiradas

 brilhantes e humoradas, que s< lhe rendiam mais popularidade e respeito.'osse porque estivesse se transformando numa bela (ovem, ou porque sentia-se

responsvel por sua imagem de l3der no colégio, Theresa come$ara a vestir-se com maiscuidado e capricho. 'assava muito tempo diante do espelho, arran(ando os cabelos ouescolhendo a maquiagem adequada para sair com a turma no sbado / noite.

2ora nessa época que Theresa come$ara a namorar com 'eter, o garoto mais bonito da classe. ;ão estava e!atamente apai!onada por ele, mas gostava de suacompanhia, achava-o simptico e alegre. Além do mais 'eter era cobi$ado pela maioria

das garotas do colégio. Theresa sentia um secreto orgulho por ter sido a escolhida.+erca de dois meses ap<s o namoro, Theresa come$ara a sen-tir-se entediada.'referia encontrar-se com 'eter (unto com a turma, em ve& de ficar a s<s com ele. 'ois,nesses momentos, não tinha a menor idéia de como portar-se. As investidas de 'eter adesagradavam cada ve& mais. le queria, a todo custo, uma apro!ima$ão maior... erae!atamente isso que Theresa procurava evitar, com a m!ima delicade&a poss3vel.

A situa$ão come$ava a ficar insustentvel. A data da formatura apro!imava-se.Theresa e 'eter seriam os oradores da turma. 9< que o clima entre ambos ia de mal a

 pior.'oucos dias antes da solenidade, Theresa chamara-o para conversar. !plicara

que dese(ava apenas namorar, mas sem o contato se!ual. Afinal estavam se

conhecendo... ;ão ousara confessar que sentia medo do ato se!ual e que tremia s< deimaginar-se sendo possu3da pelo belo 'eter.

HE

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A rea$ão violenta do rapa& assustara Theresa% 4 m que século você pensa que estamos, garota7 Até quando você acha que

vou tolerar suas gracinhas7 4 +omo assim... Kracinhas7 4 ela balbuciara, trêmula. 4 0ra, você pensa que sou idiota7 @ percebi o seu (ogo.

 4 "as eu não estou fa&endo (ogo nenhum, 'eter 4 0h, est, sim. Cocê plane(a me dei!ar maluco de dese(o. 2inge que não quer nada, s< para eu continuar eternamente apai!onado.

 4 ;ão é nada disso, 'eter 4 ela protestara. "as ele não lhe dera ouvidos. 4 Cocê tem um corpo maravilhoso, do$ura... 8evia us-lo com mais

 propriedade. ntende o que quero di&er7Theresa respondera com um gesto negativo de cabe$a, embora compreendesse

 perfeitamente as palavras de 'eter. "as não gostava nem um pouco do modo como eleestava se e!pressando.

 4 Cocê é a garota mais linda da escola. Todos os meninos têm inve(a de mim,sabia7

Theresa não respondera e ela prosseguira. 4 u mere$o você. sabe por quê7 4 ;em imagino, 'eter... 4 ele dissera num fio de vo&. 4 'orque sou melhor do que todos eles (untos. 9ou um vencedor. Theresa

sempre detestara a teoria de que era preciso vencer os outros, para sentir-se reali&ado.'or que simplesmente as pessoas não podiam vencer a si mesmas, ela pensava. :averiareali&a$ão maior do que superar os pr<prios obstculos, as pr<prias limita$es7

 4 scute, 'eter, essa hist<ria de ser o maioral me eno(a um pouco 4 elaconfessara, armando-se de coragem.

le ficara tão surpreso, que come$ara a rir% 4 0ra, não me diga que você não sonha em ser uma vencedora7 Alis você (

 pode se considerar assim, do$ura, pois é melhor do que todas aquelas garotas idiotas lda escola.

 4 ;ão quero ser mais do que ninguém 4 ela retrucara, irritada. 4 não achominhas colegas idiotas.

 4 0 que você dese(a, afinal7 9er a 9anta Theresa 6rene7 4 le a fitara comdespre&o. 4 2rancamente, do$ura, você est com umas ideias tão infeli&es, ho(e...

 4 6nfeli& é a sua teoria 4 Theresa rebatera, num impulso. 4 1ue idiotice ver omundo como uma espécie de pista de corridas, onde é preciso pisar em todos os outros,

 para se sentir alguém.'eter ficara desconcertado, mas reagira a tempo%

 4 8e onde você tirou essas ideias piegas, do$ura7 8e alguma revistarom=ntica, ou algum programa de televisão imbecil7 4 rrou, 'eter. 8esde que me entendo por gente, ou$o meu pai falar assim, l

em casa. concordo plenamente com ele 4 Theresa sentenciara, com firme&a. fitarao namorado longamente, no fundo dos olhos. 'ela primeira ve& reparava que 'eter,apesar de ter um rosto e corpo, bem proporcionados, não era tão bonito assim... 0useriam suas teorias mesquinhas que estavam se refletindo nos olhos, tornando-osestreitos e sem brilho7

 4 5em, chega de filosofar, do$ura. 4 le encerrara a discussão, com ar superior. Atraindo-a para si, acrescentara% 4 Camos falar de assuntos maisinteressantes, como por e!emplo... A prova de amor que você me deve.

 4 Ainda é cedo para tratarmos disso. 4 +edo7 4 le rira. 4 8ecididamente, você vive no século passado. :

HF

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garotas l na escola que dormiram comigo na primeira noite em que sa3mos 1uanto an<s, ( fa& um bom tempo que listamos namorando e...

 4 5em, eu não sou como essas garotas de que você fala 4 ela o interrompera. 4 "as o que, e!atamente, você est esperando para... 4 0 momento certo 4 Theresa apartara novamente.

 4 ;ão me venha com essa conversa. Cocê ( me enganou bastante com ela. 4 'eter, eu não gosto quando você me trata assim. 4 'ois eu também detesto esse seu (eito dif3cil. 4 le apro!imara o rosto do

dela, com uma e!pressão de amea$a nos olhos. 4 'ortanto, vou lhe dar um ultimato,garota% ou você concorda com uma rela$ão mais profunda entre n<s dois, ou...

 4 0u o quê, 'eter7 4 Theresa o desafiara. 4 st tudo terminado 4 ele sentenciara, sem hesitar. 'arecia tão certo de seu

charme e carisma, que nem sequer cogitara na hip<tese de Theresa di&er... 4 ;ão. 4 +omo7 4 le fran&ira a testa. 4 I isso mesmo que você ouviu, 'eter 4 ela repetira. 4 u não vou ceder a

sua chantagem. 4 "as... 4 Adeus, 'eter. 'odemos ser amigos daqui por diante, se você quiser."as Theresa pagara caro por sua coragem. ;os dias que se seguiram, 'eter 

espalhara no colégio que fora ele quem rompera o namoro... 8epois de possuir Theresae não gostar da e!periência

A mentira correra entre os rapa&es, que voltaram a assedi-la. 2erida, elafechara-se em si mesma, recusando todos os convites para sair. ssa atitude s< servira

 para confirmar uma outra mentira de 'eter, que dissera que Theresa continuavaapai!onada por ele e que (urara não se entregar a mais ninguém.

+om o passar do tempo Theresa acabara adquirindo uma visão muito maistranquila e madura sobre aqueles fatos. Tudo não passara de uma grande mentira de umgaroto despeitado que quisera vin-gar-se. "as, na época, ela ficara terrivelmentemagoada.

m contrapartida, continuava cada ve& mais bela e atraente.0 ano em que Theresa completara de&oito anos fora marcado por dois

acontecimentos, um deles bastante trgico% perdera o pai e tivera de assumir a dire$ãoda fam3lia. 0 segundo acontecimento fora memorvel% ela tirara a melhor nota de todo ostado, nas provas para a universidade.

A princ3pio pensara em trancar a matr3cula, ou simplesmente desistir do curso."as os pr<prios irmãos a estimularam tanto, que Theresa resolvera fa&er o curso de dia

e trabalhar / noite. Assim, com a pensão dei!ada pelo pai, mais o salrio que recebia noemprego, conseguira sustentar a fam3lia. m breve, os irmãos também come$ariam atrabalhar e, assim, conseguiriam um bom or$amento familiar.

 ;a universidade, Theresa conhecera rapa&es bem mais interessantes e não tãotolos quanto 'eter.

"as Theresa tinha a n3tida impressão de que todos s< dese(avam seu corpo, enão seu esp3rito ou carter. Assim, ela continuara cada ve& mais esquiva... Até conhecer "ichael Tarlington, no segundo ano da universidade.

le era professor de trigonometria e Theresa, a melhor aluna da classe. 1uin&eanos mais velho do que ela, divorciado, inteligente e charmoso, "ichael Tarlington eratão diferente dos outros homens... 1ue Theresa rela!ara as guardas.

Todos na universidade o respeitavam como uma dos maiores e!poentes na readas ciências e!atas. 0nde quer que houvesse conferências, debates, congressos ou

HH

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discusses importantes, l estava "ichael Tarlington, recebendo homenagens e prestando sua contribui$ão para a "atemtica.

Theresa adorava conversar com ele, e!pondo suas idéias ou simplesmenteouvindo-o falar, o que era sempre um pra&er.

9entia-se / vontade em sua companhia e (ulgava-o uma espécie de semideus.

"ichael parecia simplesmente perfeito% era gentil, educado, brilhante... ainda por cima não a olhava como se ela fosse um prato apetitoso, pronto para ser devorado.le a fitava nos olhos, e tratava-a com respeito, do modo com que Theresa sempresonhara.

Assim, acontecera o inevitvel% ele ca3ra perdidamente apai!onada."eses depois, "ichael oferecera-lhe um emprego no departamento de

trigonometria da universidade. ra dirigia aquele setor e precisava de uma novaassistente. Theresa não hesitara em aceitar. A perspectiva de trabalhar com o homem aquem amava e admirava parecia maravilhosa. Tanto, que ela nem sequer se importaraem perguntar quanto ganharia... Afinal, seria capa& de trabalhar até de gra$a, desde queficasse ao lado de "ichael Tarlington.

1uando ele a informara sobre o salrio, Theresa ficara perple!a.0 salrio era o triplo do que ganhava no emprego anterior. 9eu n3vel de vida,

 bem como o do resto da fam3lia, subira da noite para o dia. ;o in3cio de seu terceiro ano na universidade, Theresa consi-derava-se a mais

feli& das mulheres. 'assava praticamente o dia todo (unto com "ichael. , / noite, sa3acom ele e outros professores para (antar ou assistir a bons filmes e pe$as de teatro.

Aos vinte e um anos ela desposara "ichael Tarlington, confiante num futuro pleno de reali&a$es e felicidade. 6maginava sua noite de lua-de-mel como um encontro perfeito, de duas almas, num plano muito mais elevado do que o f3sico. Além do mais,Theresa pensava, "ichael era quin&e anos mais velho do que ela. certamente nãodaria um valor e!agerado ao se!o, tal como os rapa&es imaturos fa&iam.

"as a despeito de suas e!pectativas Theresa descobrira, logo no in3cio docasamento, que "ichael era bem diferente do que ela imaginara.

 ;a verdade, ele mudara de forma radical. 9e antes não parecera obcecado pelo pra&er f3sico, agora mostrava-se cada ve& mais e!igente e insacivel.

Theresa tentara adequar-se /quela nova realidade. Afinal, ela também não era tãoingênua a ponto de acreditar que a rela$ão com "ichael seria apenas espiritual, ouintelectual.

Além do mais, ela sempre adorara crian$as e dese(ava ser mãe. Resolveraconversar com "ichael sobre o assunto e ficara chocada com sua rea$ão. le eraabsolutamente contra a idéia de ter filhos, sobretudo naquele in3cio de casamento,

quando ambos precisavam se conhecer melhor.ogo Theresa descobrira que, para "ichael, conhec8la melhor significava praticar se!o com ela até a e!austão.

Theresa come$ara a ficar frustrada. ;ão fora com aquela vida que sonhara...6sso não passara despercebido a "ichael, que certa noite perdera o controle%

 4 0 que h com você, afinal7 4 u é que pergunto 4 ela retrucara. 4 Cocê tem me tratado como se eu fosse

um simples ob(eto de pra&er. 'arece que se esqueceu de que sou uma pessoa, comsentimentos e opinies.

le ficara em silêncio por um longo momento, antes de di&er% 4 @ulguei que sua timide& com rela$ão a se!o, antes do casamento, fosse

resultado da cria$ão antiquada que você teve. "as agora você é minha esposa, Theresa. não precisa mais fugir de mim, entende7

HJ

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la escondera o rosto entre as mãos. ;a verdade, não queria fugir. 0 que maisdese(ava era corresponder aos dese(os de "ichael. "as simplesmente não conseguia. 0que havia de errado com ela, afinal7

ssa pergunta se repetira nos meses seguintes, quando o casamento ia de mal a pior. "ichael continuava sendo o homem perfeito de sempre. la, ao contrrio, cometia

um erro atrs do outro.2a&ia um intenso esfor$o para concentrar-se nas aulas e mal dava conta de suasfun$es como assistente do marido. 9entia-se deprimida, inferior, incapa&.

+erta noite, "ichael propusera que ambos fi&essem uma terapia. Theresarecusara. le insistira. la cedera.

"as sentia-se tão desanimada, que come$ara a faltar /s sesses com o analista.m seguida cancelara o tratamento.

Tornara-se uma mulher amargurada, infeli&. fechara-se em seu pr<prio mundo. ;o terceiro ano de casamento Theresa ouvira alguns boatos no campus.. logo

descobrira que eram verdadeiros% "ichael arran(ara uma amante. , no fundo, ela nemsequer sentia-se capa& de conden-lo. Afinal, fora ela quem falhara em todos os n3veis%

como esposa, amante e companheira.0 curso chegara ao fim e Theresa, apesar de todas as frustra$es, conseguira as

melhores notas da classe. 6sso valera-lhe um prêmio, além de uma pequena homenagemdos colegas e professores. "ichael estivera presente. ;aquela noite, ap<s a solenidade,ele a levara para um bar&inho e lhe falara longamente.

 4 1uero salvar nosso casamento 4 dissera, num tom carinhoso, que h muitonão usava. 4 "as para isso preciso de sua a(uda. 4 m seguida revelara os casos quetivera com outras mulheres. finali&ara com um pedido% 4 Camos tentar mais umave&, Theresa7

la refletira por alguns instantes, mas por fim meneara a cabe$a em sinal denega$ão%

 4 Acho que é tarde demais, "ichael. 4 9er7 4 +reio que sim. 4 "esmo assim poder3amos tentar. Theresa recusara. le insistira. la cedera. ;as semanas que se seguiram, fi&era de tudo para acertar, para ser a esposa e

amante perfeita que sempre sonhara. "as a frustra$ão voltara com redobradaintensidade. 0 casamento reve-lava-se um fracasso inegvel.

* tudo por minha culpa*, Theresa pensava, vendo seu mundo desmoronar pelasegunda ve&.

0 div<rcio acontecera alguns meses mais tarde. "ichael Tar-lington voltaria a

casar-se no ano seguinte.Theresa (urara a si mesma que (amais repetiria a e!periência. 4 Al> 4 disse Robert, entrando na sala.Theresa abriu os olhos e levou vrios segundos para compreender onde estava.

Tinha recuado alguns anos no tempo, condu&ida pelas recorda$es. 4 i, por que est me olhando desse (eito7 4 Robert indagou, com um sorriso.

 4 'are$o tão su(o assim7 4 acrescentou, olhando para as pr<prias mãos e bra$os.Theresa sentiu uma espécie de ternura por aquele homem simples, que sabia

sorrir com os lbios e com os olhos, iluminando todo o ambiente ao redor. 4 Tome um banho enquanto esquento o almo$o 4 ela sugeriu, levantando-se. 4 +erto. 0nde est a princesinha7

 4 8ormindo o sono dos an(os 4 Theresa respondeu, ( a caminho da co&inha.evou apenas alguns minutos para esquentar os filés de pei!e e temperar a

HN

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salada.Robert demorou um pouco mais para chegar, usando  shorts cin&a-chumbo e

camiseta regata branca, que dei!ava / mostra parte do t<ra! musculoso e bron&eado,coberto por uma penugem negra.

 4 ;ão d mais para trabalhar de macacão nesse calor 4 comentou, ao entrar.

8e repente parou diante da mesa e seu rosto iluminou-se numa e!pressão de alegria. 4 i, mas isso não é um almo$o e sim um banquete 4 0ra, não e!agere 4 Theresa retrucou, lison(eada. 4 2i& apenas uma

refei$ão simples e leve, ideal para esse clima quente. 4 'ois você sabe h quanto tempo não saboreio uma comida tão gostosa

quanto essa7 4 +omo pode di&er isso, se ainda não a provou7 4 Theresa riu. 4 9ente-se,

Robert. Cou servi-lo. Ah, tomei a liberdade de colocar uma garrafa de vinho branco paragelar. ncontrei-a no armrio e espero que não se importe.

 4 u a estava guardando para uma ocasião especial 4 ele e!plicou. 4 0h, desculpe.

 4 8esculpar por que, se esta é a ocasião mais especial que ( me aconteceu,desde o nascimento de "eredith7

Theresa tornou a rir% 4 Cocê é sempre assim, Robert7 4 perguntou, enquanto servia o vinho. 4 Assim... +omo7 4 "entiroso desse (eito. 4 'ois (uro que estou di&endo a verdade. 4 Robert provou um peda$o de filé.

 4 :um... 1ue del3cia.8e fato o almo$o estava muito bom, Theresa constatou, com uma ponta de

orgulho. :avia acertado no equil3brio dos pratos e do tempero.A refei$ão transcorreu num clima de alegre camaradagem. Theresa e Robert

conversaram sobre diversos assuntos, descobrindo vrias afinidades. ;o final ela preparou um café, que ambos foram saborear na sala, sentados no

sof.2alaram por mais algum tempo e então Robert levantou-se para voltar / oficina%

 4 Tenho de trabalhar. 'u!a, ho(e nem parece segunda-feira e sim domingo.9obretudo depois desse verdadeiro banquete...

 4 I o m3nimo que posso fa&er, depois de ter arruinado seu dia de descanso. 4 Theresa também ergueu-se. 4 A prop<sito, como est o meu carro7 @eremL conseguiuencontrar as pe$as necessrias para o conserto7

le fe& um gesto vago. m seguida afirmou%

 4 5em, eu não ia lhe falar nada sobre isso, até obter uma resposta mais e!ata. 4 +omo assim7 4 @eremL não achou as pe$as em "adisonville. "andei-o então até 'rovidence,

onde h uma concessionria. iguei para l antes e eles me informaram que têmalgumas pe$as que talve& possam ser adaptadas ao seu carro.

 4 ser que você conseguir coloc-las ainda ho(e7 4 9e @eremL voltar logo, sim. A questão é que não sei se essas pe$as realmente

servirão. "as, enfim, farei de tudo para... 4 u sei que far 4 Theresa o interrompeu, tocando-lhe o bra$o. 0 gesto, que

 pretendia ser apenas uma espont=nea demonstra$ão de carinho, causou em Theresa uma profunda emo$ão.

nrubescendo, ela recuou como se o contato a queimasse. "as Robert foi maisrpido e tomou-lhe a mão entre as suas.

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Theresa quis di&er algo... ele silenciou-a com um leve meneio de cabe$a% 4 'or favor, não fale nada. 8ei!e-me apenas olhar para você. 2a& tanto tempo

que não fito uma pessoa nos olhos...Theresa engoliu em seco. 0 cora$ão saltou-lhe no peito como um pssaro

assustado. 0 que, e!atamente, estava acontecendo7

Ainda h pouco ela conversava com Robert de um (eito tão descontra3do, comose ambos fossem amigos de muito tempo. "as de um momento para o outro a situa$ãohavia mudado, causan-do-lhe uma sensa$ão que era a um s< tempo inc>moda efascinante.

+om os olhos fi!os nos de Robert, Theresa ( não ousava mo-ver-se. stavaassustada com as pr<prias emo$es e temia cometer algo irrevers3vel ou vergonhoso.

 ;ão sabia como agir ou pensar, essa era a questão.Robert havia dito que s< queria fit-la... "as o problema era que aqueles olhos

a&ul-violeta poderiam enfeiti$-la... 9e é que ( não haviam feito isso 4 Cocê é uma pessoa especial, Theresa 4 Robert murmurou, numa vo& que

mais parecia uma car3cia.

 4 0h, você também é muito... 4 Theresa não conseguiu terminar a frase. Gm bei(o leve, como o esvoa$ar das asas de um pssaro, a fe& calar-se. 4 Robert 4 elae!clamou, com a vo& trêmula e as faces afogueadas. 4 0 que est fa&endo7

+omo resposta ele tornou a cobrir-lhe os lbios com os seus, dessa ve& num bei(o longo e apai!onado.

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CAPÍTULO VIII 

Theresa sentia-se transportada a um mundo diferente, semelhante ao para3so. ;unca, em toda a sua vida, e!perimentara tantas emo$es novas ao mesmo tempo.

Gma vo& interior, que ela até então nem soubera e!istir, parecia gui-la,

indicando-lhe cada gesto.Robert acariciava-lhe os cabelos ruivos, o pesco$o, as costas, despertando-lhe asensualidade adormecida h tanto tempo.

9e pudesse raciocinar naquele momento, Theresa sem dBvida ficaria espantadaao ver-se correspondendo aos bei(os e car3cias, com uma intensidade que (amaisimaginara poss3vel.

Robert e!plorava-lhe a boca com uma avide& crescente, arran-cando-lhemurmBrios que eram a um s< tempo um protesto e um consentimento.

1uando por fim os lbios de ambos se afastaram, Theresa recuou um passo,como se não acreditasse no que havia acontecido. la, que sempre considerara o contatof3sico uma simples consequência do plano espiritual ou intelectual, estava perple!a com

as emo$es que tinha acabado de e!perimentar... mo$es que apesar de terem duradoapenas alguns momentos haviam se fi!ado em sua mente e em seu cora$ão e ali

 permaneceriam para sempre.0fegante, com uma e!pressão at>nita nos olhos verdes, Theresa tentava

normali&ar a respira$ão e reassumir o autocontrole.Tinha sido roubada de si mesma e do mundo ao redor. ra como se o tempo

houvesse parado, no momento em que Robert a tomara nos bra$os... 0 que estavaacontecendo, afinal7 +omo se chamava aquele arrebatamento capa& de fa&er as pessoasesquecerem de si pr<prias e de tudo o mais, como num passe de mgica7

ra a primeira ve& que Theresa sentia-se assim. m vinte e sete anos de vida, (amais e!perimentara algo sequer parecido. As emo$es que tinha acabado de vivenciar nos bra$os de Robert não se comparavam nem de longe ao carinho respeitoso quesentira polo e!-marido durante anos de casamento.

*ntão era isso*, ela pensou, com um profundo suspiro. *ra isso que "ichaelesperava que eu sentisse, quando ele me tocava. ntretanto eu apenas aceitava a posse,com uma passividade que certamente devia feri-lo em sua dignidade e orgulho.*

Gm sentimento de ternura, mesclado / sensa$ão de culpa, a invadiu.*'obre "ichael... 9e pudesse mandar em meus sentimentos, ou o teria feito

feli&.*onge de supor os pensamentos de Theresa, Robert interpretou seu silêncio e

 perple!idade como uma clara demonstra$ão de re(ei$ão.

 4 8esculpe 4 ele balbuciou, com a vo& rouca. 4 u... ;ão deveria ter feitoisso.la o fitou nos olhos, querendo di&er que não tinha por que desculp-lo, que

afinal ele a estava fa&endo descobrir algo que até então desconhecera... "as a vo& deTheresa recusava-se a obede-cê-la. Tudo o que ela conseguiu fa&er foi engolir em seco e

 bai!ar os olhos. 4 'rometo que não acontecer novamente 4 Robert sentenciou, num tom

solene.6a di&er mais alguma coisa, mas o choro de "eredith o interrompeu.*9alvos pelo gongo*, Theresa pensou, com um suspiro. *0u melhor% pela

 princesinha*. acompanhou Robert até o quarto, onde "eredith havia acabado de

acordar.8epois de brincar com a filha, ele despediu-se e foi para a oficina.

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 4 5om trabalho, Robert 4 disse Theresa. 4 0brigado 4 ele agradeceu, ( de sa3da, evitando-lhe os olhos. Theresa trocou

"eredith, depois colocou-a no carrinho e levou-a para a co&inha. 8eu-lhe a mamadeira e em seguida come$ou a tirar a mesa do

almo$o.

ra incr3vel como seus movimentos não combinavam com a velocidade dos pensamentos, Theresa pensava, enquanto lavava a lou$a.Tinha conseguido cuidar de "eredith e até brincar com ela, enquanto no 3ntimo

sentia-se tão confusa quanto uma adolescente depois do primeiro bei(o.'ois, de algum modo, aquele tinha sido realmente o  seu primeiro bei!o... 1ue

havia lhe despertado as emo$es que qualquer colegial ( devia conhecer, Theresaconcluiu, rindo de si mesma e de sua ine!periência.

 4 Robert imaginando que estou furiosa com ele... 4 pensou, em vo& alta.'recisava esclarecer esse mal-entendido, assim que tivesse coragem.

Theresa passou o resto da tarde refletindo sobre o que havia acontecido. 9uamente, capa& de efetuar os clculos mais complicados, n&o a a(udava muito naquele

momento. como poderia, se o problema era emocional e não racional7+aminhando de um lado a outro da sala, ela falava com "eredith% 4 Ce(a bem,

gracinha... u talve& este(a fa&endo uma tempestade num copo de gua. "as tentemos pensar com clare&a% o que aqueles bei(os significaram para Robert7 "uito...7 ;ada...7Alguma coisa...7 "as para mim foram como uma porta que se abrisse, revelando ummundo totalmente novo. Agora me diga% você acha que estou apai!onada por seu pai7

 ;ão, Theresa decidiu, em pensamento. 6sso era simplesmente imposs3vel. ;inguém em sã consciência poderia se apai!onar por uma pessoa que conhecia hapenas vinte e quatro horas... +erto7 "as, se assim era, então por que seu cora$ão

 pulsava descompassado / simples lembran$a do contato dos lbios de Robert contra osseus7 'or que ela se imaginava novamente nos bra$os daquele homem, trocandocar3cias ainda mais intensas7

 4 'or quê7 4 ela repetiu, elevando a vo&. 4 8roga stou cansada de tantas perguntas

"eredith deu um gritinho, levando as mão&inhas / boca. 4 :ein7 4 Theresa tomou-a nos bra$os. 4 0 que foi que você disse...7 st

me chamando de tonta, não é7 com toda a ra&ão Alis, tonta é pouco para definir oque sou.  )diota cairia melhor, você não acha7 6diota, imprudente, inconsequente,carente...

 4 Cocê não acha que est se elogiando demais7 4 disse Robert, surgindo / (anela da sala, que dava para a varanda.

Theresa corou, mas por fim riu com ironia. 4 u estava pensando em vo& alta 4 e!plicou. 4 ;a verdade, fa&ia uma auto-anlise...

 4 você sempre costuma chamar-se por esses nomes lison!eiros+

 4 9< quando estou furiosa comigo 4 ela respondeu, com sinceridade, fi!andoos olhos de Robert, que a fitavam com indisfar$vel ansiedade.

Gm silêncio inc>modo caiu entre ambos. Robert foi o primeiro a quebr-lo. 4 9er que você pode vir até a oficina, por um momento7 4 +laro. 4 Theresa sorriu para o bebê, que ainda mantinha nos bra$os. 4 

Camos l, princesinha7Ao ver o pai, "eredith riu de contentamento.

 4 0h, desculpe, meu amor, mas não posso pegar você agora - disse Robert. 4 stou muito su(o para tocar numa princesinha tão linda como você... 4Coltando-se para

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Theresa, ele acrescentou%- 'ode dei!ar "eredith aqui mesmo. 'edi a 2rederich que ficasse com ela por 

alguns minutos. 4 onde est ele7 4 Theresa indagou. 4 Cir num instante. u a espero na oficina, então. 4 Robert afastou-se.

m menos de de& minutos 2rederich bateu / porta. Theresa colocou "eredithdelicadamente no carrinho e acariciou-lhe os cabelos ruivos% 4 +uide bem de 2rederich, meu an(o. diga a ele que se quiser café, pode

servir-se. A garrafa térmica est em cima da mesa da co&inha.0 rapa& sorriu timidamente%

 4 A senhorita fala de um (eito engra$ado... 4 Cocê acha7 4 la sorriu de volta. 4 9im. acho também que... 4 ele interrompeu-se, como se de repente

houvesse se dado conta de que falara demais. 4 8iga, 2rederich 4 Theresa encora(ou-o. 4 0ra, dei!e para l 4 o rapa& resmungou, bai!ando os olhos. 4 'ode ir,

mo$a. u cuido do neném. 4 Antes quero saber o que você ia di&endo... 4 ra bobagem, mo$a. 4 "esmo assim, conte. 2rederich suspirou. 4 5em, eu di&ia que Robert est meio ca5do pela senhorita. Theresa riu% 4 "eio... 0 quê7 4 /a5do, mo$a 4 2rederich repetiu. 4 9abe o que é isso, não7 4 9im 4 Theresa aquiesceu, divertida. 4 "as de onde você tirou essa idéia,

2rederich7 4 0ra, ele falou na senhorita o dia inteiro.Theresa sentiu-se tomada por uma onda de emo$ão. ;ão sabia ao certo se estava

comovida com a simplicidade daquele rapa&... 0u se estava feli& por saber que Robert...6nterrompendo o pensamento, ela indagou%

 4 le falou bem ou mal de mim, 2rederich7 4 1ue pergunta 4 0 rapa& riu. 4 claro que falou bem, oras le s< não

gostou de uma coisa... 4 1ual7 4 Theresa perguntou, curiosa. 4 I que a senhorita se parece com ouise, num ponto% as duas não gostam de

ficar num lugar por muito tempo. isso estraga tudo.Theresa fran&iu a testa%

 4 ;ão entendi, 2rederich. m primeiro lugar, quem é ouise7

 4 A mãe do neném. la fe& Robert sofrer muito, sabe7 agora ele est procurando uma mulher bondosa, que o a(ude a cri-lo, A senhorita caberia direitinho no papel... 9e não fosse esse seu (eito de cigana.

Theresa sorriu% 4 scute, 2rederich, você não acha que est sendo muito precipitado7 4 'or que di& isso, senhorita7 4 'orque eu e Robert mal nos conhecemos. 4 $ ra#&o tem corações que o pr*prio coraç&o desconhece  4 ele sentenciou,

num tom solene. 4 sse é um ditado muito sbio, senhorita.8ivertida, ela o corrigiu%

 4 "as você o formulou de maneira errada, 2rederich. 0 correto é% o coraç&o

tem ra#ões que a pr*pria ra#&o desconhece. 4 2oi o que eu disse, senhorita. la riu, ( a caminho da porta%

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 4 5em, até logo, 2rederich. 4 Até...1uando Theresa entrou na oficina, encontrou @eremL e Robert / sua espera,

 (unto do velho convers3vel, cu(o cap> estava fechado. 4 +omo você pode ver, o carro ( est seco e limpo 4 Robert anunciou. 4 0

sol da manhã fe& um bom trabalho e n<s cuidamos do resto. 6nclusive, consertamos omecanismo da capota. 4 Mtimo 4 Theresa aprovou, com um sorriso, observando o interior do

ve3culo, totalmente limpo. 4 Cocê demorou 4 disse Robert. 4 stava conversando com aquele an(o crescido 4 ela e!plicou. 4 +om quem7 4 @eremL indagou. 4 2rederich 4 ela respondeu, simplesmente. @eremL riu% 4 A senhorita acha que ele é um marman!o crescido7 4 $n!o 4 ela o corrigiu. 4 8e an(o meu irmão não tem nada 4 @eremL retrucou, di-vertido. 4 "as vou

contar para ele que a senhorita falou isso... 'osso7 4 +laro, @eremL. Alis, você é outro. 4 0utro o quê, senhorita7- 0ra, ( chega dessa troca de elogios 4 Robert interveio. 4 9e vocês não se

importam, precisamos falar de um outro assunto. 4 5em, se você pediu para eu vir aqui, então é porque deve dor boas

novidades... 4 la alisou a capota do velho convers3vel. X Acertei7 4 rrou longe, senhorita 4 disse @eremL. 4 Temos novidades, sim, mas não

são nada boas.Theresa olhou de @eremL para Robert, que confirmou a not3cia com um gesto de

cabe$a% 4 6nfeli&mente, essa é a verdade. Algumas das pe$as que @eremL trou!e de

'rovidence serviram, outras não. "artin poder encomend-las, mas isso levar decinco dias a sete dias.

 4 0h não 4 Theresa murmurou, decepcionada. 4 Agora, cabe a você decidir 4 Robert continuou. 4 9e quiser que eu

encomende as pe$as, ligarei agora para "artin e farei o pedido. então, o que me di&7 4 : uma segunda sa3da, também 4 @eremL interveio. 4 1ual7 4 Theresa perguntou, interessada. 4 A senhorita pode vender a latavelha e comprar outro carro. 4 I uma idéia 4 Theresa ponderou e voltou-se para Robert. 4 Cocê o

compraria7 4 u não. "as "artin, sim. 4 8e qualquer forma, isso não a(udaria muito 4 Theresa concluiu, ap<s refletir 

 por alguns momentos. 4 Afinal, com o dinheiro da venda eu s< poderia mesmocomprar outra... 0atavelha, como di&em 2rederich e @eremL. 4 la fe& uma pausa. 4 'or outro lado, isso me dei!aria livre para partir.

 4 I verdade 4 Robert concordou, num tom grave. stava confuso e chegava a pensar se não seria mesmo bom que Theresa se fosse... 1ue seguisse seu destino e odei!asse para trs. Afinal, ela acabaria mesmo fa&endo isso, mais cedo ou mais tarde.

 4 5em, acho que vou ligar para "arL Qate e pedir-lhe que venha me buscar.Alis, eu falei com ela ho(e, ao voltar do passeio com "eredith.

 4 Cocê me contou sobre isso durante o almo$o 4 Robert comentou. 4 Trata-se da sua irmã que mora em :artford, não é7

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 4 !ato 4 Theresa assentiu.0s olhos de ambos encontraram-se novamente, numa comunica$ão que ia bem

além das palavras. Gm denso silêncio caiu no ambiente e nem mesmo @eremL ousouquebr-lo.

+omo num lash Theresa repassou os fatos das Bltimas vinte e quatro horas% o

carro que engui$ara na estrada, o cavalheiro gentil que lhe dera o telefone da oficina, achegada de Robert, a surpresa ao descobrir "eredith no banco do caminhão, o estra-nhamento inicial, a simpatia que se seguira... o bei(o trocado naquele in3cio de tardeGm bei(o que lhe despertara emo$es até então desconhecidas.

8e repente uma sensa$ão de amargura a invadiu. ela dese(ou demorar-se aliem "adisonville, para conhecer melhor Robert e desfrutar mais da companhia da

 pequena "eredith... 4 9e você quiser, posso ligar agora para "artin e pedir-lhe que venha ver o

carro 4 Robert ofereceu. 4 le é um homem muito prtico e, se estiver interessado,fechar o neg<cio ho(e mesmo.

 4 0h, isso seria muito bom 4 Theresa aprovou, interrompendo bruscamente as

divaga$es. 9eu carter rom=ntico estava lhe pregando pe$as novamente. 0 melhor quetinha a fa&er era partir. 2or(ando uma calma que estava longe de sentir, ela acrescentou%

 4 0brigada pelo apoio, Robert, e também por me hospedar na noite passada. 4 u é que agrade$o por você cuidar de "eredith. spero que a princesinha não

tenha lhe dado muito trabalho. 4 0ra, foi um pra&er ficar com "eredith... la é um amor. 4 I a maior preciosidade que tenho na vida 4 Robert afirmou, comovido. 4 A prop<sito, o que você pretende fa&er com rela$ão a "eredith7 4 Cou procurar uma nova bab. 4 Tomara que você encontre uma boa pessoa. 4 Theresa suspirou. A angBstia

amea$ava domin-la. 4 "as até l como você far para trabalhar7 4 8arei um (eito. 4 Gm sorriso triste estampou-se nos lbios de Robert. 4 ,

depois, sempre posso contar com a a(uda de @eremL e 2rederich. 4 I verdade 4 Theresa assentiu, passando a mão pelos cabelos ruivos que lhe

ca3am como ondas de fogo sobre os ombros. 4 5em, acho que vou arrumar minha bagagem. m seguida telefonarei para minha irmã.

 4 nquanto isso falarei com "artin 4 Robert decidiu. 4 +erto. +om licen$a.Theresa estava a caminho da sa3da, quando a vo& de @eremL alcan$ou-a%

 4 i, espere um pouco, senhorita. 4 9im7 4 ela voltou-se.

@eremL olhou de Theresa para Robert, com o cenho fran&ido. 4 0 que foi, rapa&7 4 Robert perguntou. 4 Cocê... 1uer me di&er alguma coisa, @eremL70 rapa& não respondeu. Apenas continuou olhando de um para o outro. foi

somente depois de um longo momento que falou% 4 Todos em "adisonville di&em que eu e meu irmão gêmeo nomos os maiores

cabeçasdevento da cidade... 4 "as isso não é verdade 4 Theresa discordou, num tom amvel. 4 Ce(o que não é mesmo, pois acabo de conhecer duas pessoas que são mais

cabeçasdevento do que n<s... Alis, estou olhando para elas agora.Robert e Theresa fitaram-se, surpresos.

 4 8e que diabos você est falando, @eremL7 4 Robert indagou. 4 8e você e dessa mo$a, oras 4 o rapa& respondeu, num tom severo. 4 

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9abem, eu não sou tão t3mido como o meu irmão. gosto de falar o que penso. 4 6sso inclui chamar a mim e Theresa de cabeçasdevento+

 4 Cocês merecem. 4 @eremL 4 Robert o repreendeu. 4 Cocê est passando dos limites. 4 8ei!e-o falar 4 Theresa pediu. 4 "uito bem, amigo... 'ode se e!plicar.

 4 0ras, vocês dois estão falando uma coisa, mas sentindo outra. em ve& de sea(udarem, ficam a3 se despedindo... 4 +omo assim, @eremL7 4 Theresa perguntou. 4 0ra a senhorita precisa consertar o carro. Robert precisa de uma bab. 'or 

que não se a(udam7 4 Cocê quer di&er... 4 1ue a senhorita deve ficar cuidando de "eredith por mais uns dias, até

Robert arran(ar outra bab. nquanto isso Robert consertar sua lata...  4 @eremLinterrompeu-se e corrigiu-se a tempo% 4 9eu carro. 'arece que os dois querem isso, masnão têm coragem de falar.

Theresa estava prestes a contestar as palavras de @eremL... "as calou-se. mbora

fosse dif3cil, tinha de reconhecer que o rapa& estava com a ra&ão.Robert também quis di&er algo, mas desistiu. 2icou pensativo por um longo

momento e então voltou-se para Theresa% 4 0 que você acha7 4 1ue somos dois cabeçasdevento  4 ela grace(ou. ;um tom mais sério,

concluiu% 4 que @eremL est certo. 4 +oncordo plenamente. Gma mão lava a outra, não é mesmo7 4 9im. além do mais, eu não tenho tanta pressa de ir a :artford. 4 'ois garanto-lhe que farei esse carro chegar até l, ou não me chamo Robert

Winfield.A despeito de todos os temores, ambos estavam alegres com a perspectiva de

ficarem (untos por mais alguns dias. nem se preocupavam em disfar$ar essesentimento.

 ;a manhã seguinte Theresa saiu novamente para passear com "eredith.'assou pelo Kood 'oint, conversou com 9usie WalDers e comprou os

ingredientes necessrios para o pavê de chocolate que pretendia fa&er naquela tarde.8epois passeou pela pra$a, travou ami&ade com duas senhoras e tornou a

encontrar o velho senhor de quem ainda não sabia o nome. 8essa ve& ele apenas brincou por alguns momentos com "eredith e despediu-se, pois estava com pressa.

 4 melhor ir para casa, senhorita, pois logo come$ar a chover 4 recomendou, ao afastar-se.

la agradeceu o conselho, mas não acreditou que o tempo pudesse mudar tãodepressa. Afinal, o céu estava a&ul e l3mpido. Gma brisa fresca soprava, aliviando ocalor inclemente.

0 que Theresa não sabia era que aquela brisa, mais conhecida entre os habitantesda região como vento sul, realmente anunciava chuva. 'or isso surpreendeu-se ao ver um acBmulo de nuvens cin&entas no céu, encobrindo o sol com uma rapide&assustadora. 8e onde teriam vindo aquelas nuvens7, perguntou-se, apressando o passo.

m menos de quin&e minutos a chuva come$ou a cair. Theresa, que ( havia seafastado do centro de "adisonville, tomou "eredith nos bra$os. 'u!ando o carrinho omais depressa que podia, come$ou a correr. 9e ainda estivesse na cidade, poderia entrar no mini-mercado ou em qualquer outro local. "as ali, naquela estrada, não havia op$es

de abrigo. sconder-se sob as rvores de grandes copas que ladeavam o caminho estavafora de cogita$ão, devido ao perigo dos raios que riscavam o céu e que poderiam atingi-

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las. 4 0h, meu 8eus 4 ela lamentava-se, enquanto corria, 4 +omo pude sair sem

guarda-chuva7 'or que não ouvi o conselho daquele velho senhor7'ercebendo a sua tensão, "eredith come$ou a choramingar e debater-se.

 4 ;<s ( vamos chegar, princesinha 4 Theresa disse bai!inho.

stava tão nervosa, que não viu Robert apro!imando-se, num (ipe bege. 9< o percebeu quando ele parou a seu lado e abriu-lhe a porta% 4 ntre 4 ordenou, saltando do (ipe. 4 Rpido la obedeceu, aconchegando

"eredith contra o peito. 4 0 carrinho... 4 come$ou a di&er. "as Robert ( estava cuidando de guard-lo

na parte de trs do ve3culo.m seguida ele sentou-se ao volante e, manobrando com per3cia em meio ao

forte temporal, seguiu na dire$ão de casa. 4 Cocê deveria ter se abrigado num local qualquer l na cidade e esperar que a

chuva passasse 4 disse, durante o tra(eto. 4 Acontece que eu ( estava na estrada quando o temporal come$ou 4 ela

esclareceu. 4 ra mais fcil seguir na dire$ão de sua casa, do que retomar / cidade. 4 m seguida consolou "eredith, que chorava. 4 0h, sinto muito por esse susto, meuamor... st tudo bem, agora. 'apai veio nos resgatar. Alis, ele é mesmo especiali&adoem salvar garotas em meio a tempestades... 4 acrescentou, tentando grace(ar. "as nofundo estava envergonhada. o m3nimo que podia fa&er era se desculpar. 4 'erdoeminha imprudência, Robert. u... ;ão deveria ter sa3do sem guarda-chuva.

 4 Tudo bem. 4 le desviou os olhos da estrada por um instante e sorriu. 4 Afinal, como é que você poderia adivinhar que choveria tão rpido7

 4 "as se eu tivesse seguido o conselho daquele senhor... 4 ela lamentou-se,mortificada.

 4 1ue senhor7 4 Robert indagou, fran&indo o cenho. 4 5em, eu continuo chamando-o de velho cavalheiro,  ( que ainda não sei o

seu nome. 4 Trata-se do mesmo homem que indicou minha oficina7 4 9im. ncontrei-o ontem, na pra$a, e ho(e também. le me disse que ia

chover, mas confesso que não acreditei. +omo fui estBpida."as Robert ( não ouvia as Bltimas palavras de Theresa. +om o rosto contra3do

numa e!pressão de revolta, ele pensava no velho cavalheiro a quem Theresa se referia."as (urara nunca mais ocupar sua mente ou seu cora$ão com aquele homem... Alis,não queria nenhum contato com ele. A menos que fosse obrigado a isso.

 4 Cocê est furioso comigo, não é7 4 A vo& de Theresa inter-rompeu-lhe os

 pensamentos. 4 ;ão. 4 6sso é verdade7 4 9im. 4 "as ainda h pouco você estava com uma cara de raiva... 8esviando por um

instante os olhos da estrada, ele sorriu% 4 ;ão era nada com você, acredite. 4 9e você di&... 4 Theresa suspirou, aliviada.A primeira providência que tomou, ao chegar / casa de Robert, foi preparar um

 banho morno para a pequena "eredith. m seguida deu-lhe a mamadeira e colocou-a para dormir.

 4 'or favor, an(inho, não v se resfriar, sim7 4 ela di&ia, bai!inho, acariciandoo bebê. 4 9e isso acontecer, não me perdoarei.

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'ara seu al3vio, a pequena "eredith não tardou a adormecer. 9< então Theresafoi cuidar de si mesma% tomou um banho, vestiu roupas secas e come$ou a preparar oalmo$o.

0 cardpio que plane(ara para aquele dia era simples e fcil de preparar% purê de batatas e filé de frango com molho / base de curry. +omo entrada, uma salada de folhas.

, para beber, suco de laran(as.8epois de colocar as batatas para co&inhar e temperar os filés, Theresa lavousuas roupas e as de "eredith. avou também o carrinho de bebê, que estava su(o delama. +om uma e!pressão de desalento contemplou os ingredientes que havia compradono Kood 'oint, para preparar o pavê. A cai!a de bolachas tipo champanhe parecia umamassa disforme. o chocolate em p< não estava em melhores condi$es... Apenas a latade leite condensado poderia ser aproveitada.

+erca de meia hora mais tarde, Robert veio almo$ar. 4 Cocê vai me acostumar mal, desse (eito 4 ele brincou, durante a refei$ão,

depois de elogi-la longamente. 4 ;unca mais conseguirei comer sandu3ches ou sopasrequentadas...

 ;a verdade, Robert não estava se referindo apenas /s refei$es... 2alava de tudo,de como sua vida nunca mais seria a mesma, depois que Theresa partisse. issoaconteceria em poucos dias.

 4 Camos viver o presente 4 disse, como se fosse para si. 4 'ois nadasabemos do futuro.

 4 is a3 um Mtimo ditado 4 Theresa aprovou, com um sorriso. A conversanovamente fluiu de forma agradvel, sobre os mais

variados assuntos. "as em ve& de deter-se no campo da trivialidade, tornou-seum pouco mais 3ntima.

A certa altura Theresa confidenciou que ( fora casada. Robert falou sobreouise "a!ell, a mãe de "eredith.

Avan$avam, assim, no terreno da ami&ade e do conhecimento mBtuo. ;o final da conversa, ambos se fitavam com profundo respeito e admira$ão. As

 palavras cediam agora lugar a um novo tipo de mensagem silenciosa, e!pressa apenasatravés dos olhos.

2oi tão natural quando Robert, inclinando-se por sobre a mesa, tomou a mão deTheresa entre as suas... também quando ele a fe& levantar-se, atraindo-a para si.

 4 Algo muito importante est nos acontecendo 4 disse, bai!inho, abra$ando-acom for$a. 4 confesso que tenho medo.

 4 u também 4 ela segredou, afundando a cabe$a naquele peito quente que parecia capa& de protegê-la de todos os perigos do mundo.

9e pudesse, Theresa haveria parado o tempo naquele momento. 'ois eramaravilhoso estar assim, aconchegada nos bra$os de Robert, ouvindo-lhe as batidas docora$ão... 0u seria o  seu  pr<prio cora$ão que saltava no peito, fa&endo-a sufocar detanta emo$ão7

 ;um gesto delicado, Robert ergueu-lhe o quei!o e sorriu% 4 Cocê é linda, sabia7Gma sensa$ão de felicidade inundou de Theresa. ra dif3cil crer que tudo aquilo

estivesse acontecendo de verdade. "ais incr3vel ainda era constatar que os olhos deRobert eram absolutamente reais, tanto quanto os lbios que agora buscavam os seus.

*le vai me bei(ar*, Theresa pensou. * por mais insensato que possa parecer,não tenho a menor vontade de impedi-lo. Ao contrrio, não h nada no mundo que eu

dese(e mais.*2echando os olhos, ela esperou pelo bei(o, pronta para vivenciar as mais loucas

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emo$es.0 choro de "eredith interrompeu aquele momento especial.+omo se despertassem de um sonho, Robert e Theresa entreolharam-se.

 4 A princesinha acordou 4 disseram, quase ao mesmo tempo, enquantocorriam para o quarto.

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CAPÍTULO IX 

"eredith passou o resto do dia inquieta, chorando a todo momento, sem motivoaparente. A noite, Theresa levou um bom tempo para fa&ê-la adormecer. 'or fimcolocou-a no ber$o e foi até a sala, onde Robert assistia / TC.

 4 A princesinha estava muito agitada 4 comentou. 4 Acho que aquelacorrida sob a chuva a assustou. 4 0s bebês também têm seus dias de mau humor 4 disse Robert. 4 Amanhã

ela estar bem. 4 Tomara 4 Theresa retrucou, com um profundo suspiro. 4 5em, eu ( vou

me deitar. 4 Tão cedo7 4 9im. 0 dia de ho(e foi cansativo. 4 * cheio de emo$es*,acrescentou, em pensamento. 'recisava ficar um pouco so&inha,

 para refletir sobre sua rela$ão com Robert. Algo muito forte estavaacontecendo, ele dissera, e com toda a ra&ão. A questão era% como

lidar com aquele sentimento7 Aonde tudo aquilo levaria7Gma série de perguntas acorriam / mente de Theresa, numa velocidade

vertiginosa. 4 8aqui a pouco a TC e!ibir um programa sobre o desenvolvimento dos

 bebês, desde os primeiros meses até dois anos de vida 4 Robert anunciou. 4 'areceque ser interessante. 4 Gm tanto embara$ado, acrescentou% 4 'ensei em convid-la

 para assistir...Theresa fi!ou aqueles olhos a&ul-violeta, que pareciam guardar os mais ricos

segredos. 9eria muito bom sentar-se ali no sof, ao lado de Robert, para ver televisão... ;uma cena tipicamente doméstica e carregada de uma doce intimidade.

1uantos casais no mundo não estariam fa&endo isso, naquele momento7*Acontece que você não é casada com esse homem, Theresa 6rene 'adderson*,

ela disse para si. *Além do mais, você precisa refletir sobre seus sentimentos, antes queeles a envolvam e a la$am cometer atos dos quais se arrepender mais tarde.*

9im, Theresa decidiu. la precisava de solidão para pensar. foi com umintenso esfor$o que recusou o convite de Robert%

 4 Agrade$o, mas realmente prefiro me recolher. Tenha uma boa noite. 4 0 mesmo para você 4 ele respondeu, visivelmente decepcionado.Apesar da inquieta$ão em que se encontrava, Theresa adormeceu logo. "as

acordou sobressaltada, ouvindo um forte choro de bebê. 4 "eredith 4 e!clamou, levantando-se de um salto. Cestiu um roupão de

seda sobre a camisola e saiu correndo em dire$ão ao quarto de Robert.ncontrou a porta aberta e a lu& acesa. Robert estava sentado aos pés da cama,embalando "eredith, que chorava.

 4 i, est tudo bem, meu an(o... 4 di&ia, acariciando-a. 4 Cocê vai dormir denovo, agora.

 4 0 que aconteceu7 4 Theresa perguntou, preocupada. 4 la acordou chorando, est com o nari& escorrendo e tem um pouco de febre. 4 0h não la ficou gripada 4 Theresa concluiu. 4 tudo por minha culpa.

agora, o que faremos7 4 +alma 4 Robert recomendou. 4 u ( lhe dei algumas gotas de

antipirético. A febre deve bai!ar logo.

Theresa passou a mão pelos cabelos ruivos, num gesto de desalento. 9entou-seao lado de Robert na cama e tocou o rostinho de "eredith.

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 4 la ( teve febre, antes7 4 ;ãoS esta é a primeira ve&. 4 0h, princesinha... 4 Theresa murmurou, com os olhos rasos de lgrimas. 4 

0 que foi que eu lhe fi&7 4 'are com esse comple!o de culpa 4 Robert recomendou, num tom paciente,

como se falasse com uma crian$a. 4 u sempre acabo fa&endo isso 4 Theresa balbuciou, escondendo o rostoentre as mãos.

 4 6sso... 0 quê7 4 9empre pre(udico as pessoas que amo. 2oi assim com meu e!-marido. u

gostava dele e no entanto o fa&ia sentir-se inseguro, desinteressante... agora"eredith...

 4 Theresa, não se(a tão cruel consigo mesma. 6sso não a(uda em nada, sabe7rguendo o rosto ela o fitou com uma e!pressão de tamanho abandono, que

Robert comoveu-se. a muito custo conteve o im-pulso de tom-la nos bra$os paranin-la, como agora fa&ia com "eredith.

 4 'are de se auto-recriminar e volte para a cama 4 ele aconselhou, num tomsuave.

 4 8e (eito nenhum 4 Theresa retrucou, com veemência. 4 2icarei aqui comvocê e "eredith, até que ela adorme$a.

 4 st bem 4 ele assentiu. 4 2a$a como quiser. 4 Cocê... 'recisa de alguma a(uda7le sorriu novamente, s< para confort-la.%

 4 Cocê est falando sério7 4 +laro que sim. 0 que quer que eu fa$a7 4 Gm café. stou e!austo e tenho medo de adormecer antes de "eredith. 4 I para (. 4 Theresa prontificou-se.m menos de de& minutos, o café estava pronto. "eredith come$ava a se

acalmar. Apenas choramingava ve& por outra, mas parecia prestes a dormir novamente.+om gestos delicados, Robert limpava-lhe o nari&inho, usando macios len$osabsorventes.

9e Theresa pudesse cavar um buraco no chão para se esconder, ela faria isso.stava envergonhada, cheia de remorsos e mal conseguia bebericar o café.

0 rel<gio na cabeceira da cama de Robert indicava uma e meia da manhã.A noite estava estrelada e calma. A lua crescente destacava-se no céu,

espalhando seu manto a&ul e prata sobre a paisagem.m contraponto com a calma que reinava l fora, Theresa mal conseguia

controlar o nervosismo. Andava de um lado a outro do corredor, os bra$os cru&adossobre o peito, recriminando-se e re-&ando para que "eredith sarasse logo.9eu terr3vel estado de nervos contrastava com a serenidade de Robert, que

continuava cuidando da filha com um autocontrole impressionante. 4 Cocê sempre fica assim, descontrolada, nas situa$es dif3ceis7 4 ele disse, a

certa altura. 4 9imS sobretudo quando sou eu a culpada 4 ela respondeu, r3spida. 4

quanto a você7 ;ão fica nervoso nunca7le fitou-a nos olhos por um instante, antes de responder%

 4 8epois da tensão que passei durante o parto de "eredith, acho que nadamais pode me tirar do sério.

 4 Cocê assistiu ao parto dela7 4 Theresa indagou, arregalando os olhos. 4 6nfeli&mente, os médicos não permitiram que eu a visse nascer. "as creio que

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eu teria me sentido muito mais tranquilo na sala de partos... 8if3cil foi ficar l fora,andando de um lado a outro... 4 +om ar &ombeteiro, acrescentou% 4 Tal como vocêest fa&endo agora.

Theresa compreendia que Robert estava tentando fa&ê-la sorrir e rela!ar um pouco. "as a tensão que a dominava era mais forte do que ela.

 4 0brigada pela for$a, Robert, mas não adianta... 9< me acalmarei quando"eredith melhorar. 4 Cocê ouviu isso, princesinha7 4 le fitou a filha com infinito amor. 4 0

sorriso de Theresa est em suas mãos, agora...A despeito do otimismo e autocontrole de Robert, a febre de "eredith não

 bai!ou. 'or volta de duas e quarenta da manhã, ele decidiu tomar uma providência. 'araisso, teria de quebrar uma promessa feita h muito tempo. "as a situa$ão, afinal, era deimpasse. , por "eredith, ele faria qualquer sacrif3cio.

 4 'or favor, segure-a um momento 4 pediu a Theresa, entre-gando-lhe o bebê. 4 st bem. 4 Theresa pegou "eredith e tocou-lhe o rostinho. 4 Robert 4 

ela quase gritou. 4 A princesinha est ardendo de febre

 4 u sei. 'or isso lhe pedi para ficar com ela, enquanto me troco. 4 +erto 4 Theresa assentiu, apavorada, saindo do quarto para que Robert se

vestisse.m menos de dois minutos ele estava pronto. Tinha trocado o pi(ama por um

 !eans, camisa branca e mocassins. 4 'or favor, pegue a manta de "eredith no bercinho 4 ele pediu a Theresa. 4 

nquanto isso vou aquecer o motor do (ipe. 0nde ser que dei!ei as chaves...7 4 9obre a mesinha de centro, ao lado de sua carteira 4 ela recordou-se. 4 0brigado.Robert ( estava a caminho da sala quando Theresa afirmou%

 4 u irei com vocês. 4 ;ão é necessrio. 4 saiu, antes que ela pudesse insistir.Theresa trocou "eredith, que chorava e se debatia. m seguida agasalhou-a e

aconchegou-a nos bra$os.9entir aquele corpinho frgil e tenso contra o peito, perceben-do-lhe o

sofrimento e sabendo-se impotente para aliviar-lhe a dor... ra terr3vel. 4 0h, meu amor, me perdoe. u... ;ão queria que você ficasse doente. @uro que

não queria.0 som do motor do (ipe quebrou o silêncio da noite. Robert entrou em seguida

 para anunciar% 4 @ podemos ir, agora. 4 estendeu os bra$os para pegar "eredith.

 4 u vou com vocês 4 Theresa tornou a di&er. 4 @ disse que não é preciso. 4 ;um tom paternal, Robert sugeriu% 4 Trate dedormir um pouco. Cocê est muito desgastada.

 4 "as eu quero ir 4 ela reafirmou. 4 'osso ficar fa&endo a ficha de "eredithno pronto-socorro, enquanto você a leva até a sala do médico. Assim, ganharemostempo.

 4 ;ão teremos de passar por esse tipo de burocracia. 4 "esmo assim, eu insisto em ir. Cou me trocar e volto num instante. 4 8esculpe, mas não podemos esperar. 4 le tomou a filha nos bra$os. 4 ;esse caso, irei assim mesmo. sob o olhar at>nito de Robert, ela saiu da casa e acomodou-se no (ipe%

 4 'ode dei!ar que eu levarei "eredith. 4 "as você não pode ir assim, de camisola 4 ele e!clamou, e!asperado.

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 4 +hega de conversa, sr. Robert Winfield. Alis, caso você não tenha reparado,eu estou usando um roupão sobre a camisola.

9em outra alternativa, Robert entregou-lhe o bebê e fechou a porta do ve3culo."inutos depois os três seguiam em dire$ão a "adisonville.

 4 Cocê é a teimosia em pessoa 4 ele comentou, a certa altura. 4 Alguém (

lhe disse isso7 4 você, embora pare$a a calma em pessoa, deve estar muito nervoso... 4 elaretrucou 4 pois acaba de passar direto pela rua que condu& / 9anta +asa de"adisonville. Agora teremos que dar uma volta no quarteirão.

 4 ;<s não vamos para l 4 Robert e!plicou. 4 0ra 4 Theresa surpreendeu-se. 4 'ensei que a 9anta +asa fosse o Bnico

hospital da cidade. 4 8e fato, é. "as acontece que o pediatra de l, o dr. eis, via(ou para ;ova

0rleans a fim de participar de um congresso. 4 +omo sabe disso7 4 le mesmo me contou, ao levar o carro para fa&er uma revisão, na semana

 passada. 4 "as deve haver outros médicos, na 9anta +asa. 4 Acontece que "eredith precisa de um especialista Gm otor-

rinolaringologista, para ser mais preciso. +reio que ela est com dor de garganta. 4 I provvel 4 Theresa concordou, assustada. 4 "as e agora, Robert, o que

faremos7 9e esse tal dr. eis não est na cidade... 4 Teremos de recorrer a outro médico. 4 0ra, por que você não me avisou logo que e!istia outra op$ão7 4 ela

reclamou, aborrecida. 4 Apenas diga-me uma coisa% esse médico de que você fala é tão bom quanto o dr. eis7

 4 2oi professor dele. 4 Mtimo. 4 A prop<sito, estamos quase chegando. 4 Robert entrou numa alameda

arbori&ada. 4 ste é o bairro nobre da cidade 4 e!plicou. 4 ;ossa 4 Theresa e!clamou. 4 1uantas manses. 4 Aqui moram as fam3lias tradicionais de "adisonville. 4 A arquitetura é maravilhosa 4 ela comentou, admirando as imponentes

constru$es de estilo vitoriano que se destacavam / lu& do luar. 4 Ce(a aquela mansãoali, Robert... I a mais bonita.

 4 Cocê ter oportunidade de conhecê-la por dentro 4 ele afirmou,estacionando diante do portão de ferro batido. 4 I aqui que o dr. KregorL mora. 4

saltou do ve3culo, para tocar a campainha.Gm guarda apro!imou-se do portão e conversou com Robert por algunsmomentos. m seguida abriu-o, enquanto Robert retornava ao (ipe.

 4 le vai nos atender 4 disse, manobrando para entrar na propriedade. 'arouem frente / casa, tomou "eredith nos bra$os e saltou do ve3culo. 4 Camos,

 princesinha.Theresa o seguiu em dire$ão / porta, que estava aberta.

 4 ntrem 4 disse uma velha governanta, de cabelos totalmente brancos e olhos bondosos. Acompanhou-os até a sala e observou "eredith longamente. m seguidavoltou-se para Robert. 4 2inalmente você a trou!e para conhecer o av>.

 4 sta não é uma visita de cortesia, mas de necessidade 4 Robert retrucou,

num tom severo. 4 0nde est o doutor7 4 le ( vai descer 4 a governanta respondeu. 4 quanto a você, Robert...

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'elo visto continua sofrendo do mesmo mal. 4 u não estou doente. 0 problema é com minha filha. 4 Cocê est, sim... 4 A governanta afirmou. 4 st doente da alma. seu mal

chama-se orgulho.

 3 0h por favor, "aggie, nada de sermes, est bem7

 4 +omo quiser, Robert. 4 A governanta voltou a inclinar-se sobre "eredith. 4 la é linda... 4 9orrindo, acrescentou% 4 8eus estava inspirado quando criou você,estrelinha...

+omo se percebesse o carinho contido naquelas palavras, "eredith foi aos poucos parando de chorar.

 4 0h, minha querida, o que é que você tem7 4 +reio que se trata de uma gripe, agravada por um princ3pio de infec$ão na

garganta 4 Robert sentenciou. 4 5em, dei!e-me apresent-la... 4 0h, nem precisa di&er 4 a governanta o interrompeu e sorriu para Theresa.

 4 Cocê é a mãe desse an(inho, certo7 4 ;ão, senhora 4 Theresa respondeu, sentindo uma profunda simpatia por 

aquela velha mulher, que parecia tão sbia. 4 9ou apenas uma amiga de Robert.Theresa ia desculpar-se por estar usando apenas um roupão sobre a camisola,

mas não teve tempo, pois Robert interveio% 4 A mãe de "eredith partiu h dois meses, "aggie. 4 I mesmo7 4 a governanta surpreendeu-se. 4 u não sabia 4 ;ão7 4 Robert retrucou, desconfiado. 4 0ra, a not3cia correu pela cidade

inteira como fogo na palha. As ms l3nguas não falaram em outra coisa, por um bomtempo.

 4 Cocê sabe que eu detesto fofocasS por isso fa$o questão de ignor-las. 4 "aggie fe& uma pausa. 4 1uer di&er então que você est criando esse bebê... 9o&inho7

 4 9im. Acha que não sou capa& disso7 4 'ronto 4 "aggie e!clamou, meneando a cabe$a. 4 A3 est seu orgulho

falando alto novamente... 4 Ap<s uma pausa finali&ou% 4 u s< gostaria que você tivesse nos avisado, pois assim poder3amos a(ud-lo

a... 4 Agrade$o o oferecimento, "aggie. 4 Robert a interrompeu. 4 "as não preciso de nada que venha desta casa ou da pessoa que mora aqui.

você sabe muito bem de quem estou falando.Theresa estava (ustamente se perguntando qual seria a rela$ão de Robert com a

velha senhora, quando a ouviu di&er% 4 0ra, a3 est... Cenha, dr. KregorL. 0 senhor finalmente vai conhecer sua neta.

 4 ;eta7 4 Theresa repetiu, olhando da governanta para Robert, que por suave& fitava o homem que se apro!imava.m qualquer outra circunst=ncia, Theresa teria ficado fascinada com a decora$ão

da lu!uosa sala onde se encontrava. A escada de mrmore por onde o homem idosodescia, vestindo cal$as e camisa impecavelmente brancas, a mob3lia antiga e bemconservada, a tape$aria assinada por um artista famoso, os ob(etos de arte sobre alareira... Tudo ali era de um e!tremo bom gosto.

"as no momento Theresa estava at>nita demais para prestar aten$ão aoambiente. 'ois, como se ( não bastasse a intrigante conversa entre Robert e agovernanta, ela agora deparava com uma nova surpresa% o médico que se apro!imavaera o mesmo cavalheiro que lhe dera o telefone de Robert, no domingo... 0 mesmo com

quem se encontrara na cidade por duas ve&es 4 u ( tive o pra&er de conhecer "eredith 4 disse o homem. 9orrindo para

NE

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Theresa, acrescentou% 4 Kra$as a essa mo$a gentil, que permitiu que eu meapro!imasse dela.

 4 u (amais o proibi de vê-la 4 Robert retrucou, num tom spero. 4 "as também nunca me convidou  para conhecê-la 4 o homem rebateu,

encarando-o.

 4 0h, pelo amor de 8eus, não. comecem a discutir 4 a governanta interveio. 4 Tem ra&ão, "aggie 4 o homem aquiesceu, num tom grave. 2a&endo umsinal a Robert e Theresa, convidou% 4 Camos até meu consult<rio. 'recisamos cuidar de "eredith.

 4 nquanto isso, vou preparar um ch 4 disse "aggie, afastando-se.0 consult<rio ficava no andar térreo da casa e era um dos mais lu!uosos que

Theresa ( vira.0 velho senhor e!aminou "eredith detalhadamente e medi-cou-a. la estava

 bem mais calma, agora. ( não choramingava como antes. 4 Kripe com um princ3pio de infec$ão de garganta 4 o médico sentenciou. 4 !atamente como você suspeitava 4 disse Theresa, voltan-do-se para

Robert.le assentiu com um gesto de cabe$a%

 4 0s sintomas eram evidentes. sse tipo de problema é comum aos bebês,sobretudo quando se resfriam. Tudo o que fi& foi tirar a conclusão <bvia.

 4 Ainda assim, estou surpresa com a sua pontaria 4 ela confessou, admirada. 4 Robert sempre teve um dom especial para a medicina 4 o velho senhor 

afirmou, sorrindo para Theresa. 4 +resci num consult<rio médico, oras. 4 Robert deu de ombros. 4 ;ão h

nada de muito surpreendente nisso. 4 le é um médico nato 4 o velho senhor continuou, ignorando a interferência

do filho. 4 'or mim, teria seguido a carreira médica. "as ele preferiu cursar 2ilosofia. 4 Cocê é formado em 2ilosofia, Robert7 4 Theresa arregalou os olhos. 4 9im 4 ele confirmou, num tom displicente. 4 0 que h de tão espantoso

nisso7 4 ;ada... !ceto o fato de que até agora eu o (ulgava um mec=nico. 4 8e fato, sou. considero a "ec=nica tão respeitvel quanto a 2ilosofia. 4 Todos os trabalhos dignos merecem respeito, Robert 4 Theresa sentenciou,

ainda não refeita da surpresa. 4 8isso não tenho a menor dBvida. 4 Robert tirou uma nota brilhante em sua tese, na universidade 4 o velho

senhor afirmou, sempre dirigindo-se a Theresa. 4 "as ele prefere trabalhar naquelaoficina, a lecionar numa universidade.

 4 'elo amor de 8eus, pai 4 Robert impacientou-se. 4 ;ão comece com avelha discussão. 4 le quer fugir do mundo, sabe7 4 o velho senhor prosseguiu, indiferente ao

aparte do filho. 4 Trancou-se naquela oficina e tornou-se um eremita. 4 @ chega. 4 Robert estava e!asperado. 4 9e o senhor não se importa,

 precisamos ir, agora. 4 ;ão antes de eu despedir-me de minha neta... 4 0 velho senhor tomou

"eredith nos bra$os. 2itou-a longamente e sua vo& soou embargada de emo$ão ao falar% 4 5em-vinda / fam3lia, "eredith Winfield. 8iga ao cabeçadura do seu pai para mevisitar mais ve&es... para tra&ê-la (unto.

 4 8iga ao teimoso do seu av> que eu farei isso, desde que ele não tente dirigir 

minha vida, como sempre fe& 4 Robert resmungou, olhando para a filha. 4 9eu pai confunde conselho com intromiss&o  4 disse o velho doutor. 4 

NF

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!plique para ele que essas palavras são bem diferentes. Aproveite e fale também quequem ama se preocupa. que /s ve&es n<s, pais, podemos parecer rabugentos chatos,mas no fundo s< queremos o bem dos filhos.

 4 ;ão me venha com essa. 4 Robert ergueu os olhos para o pai. 4 9e vocêquisesse o meu bem, não teria se oposto a minha decisão de cursar filosofia, em ve& de

medicina. "as você queria que eu fosse a sua continua$ão, não é mesmo, doutor7 0 queeu sentia não importava. 4 Cocê se lembra disso com tanta nitide&... ntretanto se esquece de que me

ofereci para a(udar você e ouise, quando soube que ela ficou grvida. 4 A(udar7 4 Robert repetiu, num tom de desafio. 4 Cocê queria era dirigir 

nossas vidas, isso sim 4 +omo sabe disso, se nem sequer permitiu que eu me apro!imasse de vocês7 4 u o conhecia muito bem e não precisava de novas provas... 4 assim roubou-me a chance de mostrar-lhe que eu tinha mudado e

aprendido certas li$es. 4 0 velho médico estava e!altado. sua vo& soava trêmula. 4 0ra, o que temos aqui7 4 Robert reagiu, ir>nico. 4 0 velho dr. KregorL

Winfield est admitindo que aprendeu alguma coisa7 "as isso é incr3vel Afinal, elesempre foi o todo-poderoso, o infal3vel

 4 Cocê pensa que s< os pais ensinam aos filhos7 'ensam que o contrrio nãoacontece7 'ois saiba que aprendi muito, Robert... 4 ele hesitou antes de concluir. 4 Aprendi muito... +om você.

 4 0 quê7 4 Robert indagou, confuso. 4 1uando você insistiu em cursar filosofia, deu-me uma grande li$ão. "ostrou-

me que eu não podia guiar sua vida. , embora eu tenha reagido de um modo horr3vel,fui aos poucos compreendendo que você era um homem adulto, dono de seu destino.8epois, quando sua mãe morreu, aprendi uma nova e terr3vel li$ão% descobri que eu nãoera um médico perfeito, pois não consegui cur-la...

 4 A culpa não foi sua. 4 'ela primeira ve& a vo& de Robert suavi&ava-se. 4 u sei. Todos temos de partir, um dia ou outro. 4 0 médico fe& uma pausa.

 4 "as eu falava de você, filho... 1uando dei!ou a filosofia para se tornar ummec=nico, tivemos uma discussão terr3vel.

 4 embro-me muito bem disso. 4 0h, imagino que sim. u falei tantas coisas pesadas, naquele dia... 4 +reio que eu também o ofendi, pai 4 Robert reconheceu, com a vo&

ligeiramente trêmula. 4 'ois é... "as ensinou-me uma nova li$ão, insistindo em montar a oficina e

tornando-se um dos melhores profissionais de "adisonville no setor. 4 +om um

 profundo suspiro, o velho senhor confessou% 4 9enti-me orgulhoso de você, filho. 4 'or que não me disse isso antes7 4 Robert perguntou, at>nito. 'arecia nãoacreditar no que estava ouvindo. 0lhava para o pai, que continuava segurando "eredith,como se estivesse diante de uma visão.

Theresa, por sua ve&, não ousava interferir. +ompreendia a gravidade eimport=ncia daquele momento em que pai e filho limpavam mgoas passadas. 9<dese(ava, no fundo, que ambos se entendessem... 'elo bem de todos e de "eredith.

 4 u tentei lhe contar que tinha me tornado um homem diferente, mas creioque ( era tarde 4 disse o médico. 4 Cocê não permitia mais que eu me apro!imasse,lembra-se7

 4 6nfeli&mente, sim 4 Robert assentiu, com a vo& carregada de emo$ão. 4 

9abe, ainda h pouco, "aggie me repreendeu duramente... ela estava certa. +reio quefui orgulhoso e cruel com você, pai.

NH

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 4 1uando duas pessoas entram em choque, ambas têm sua parcela de ra&ão eculpa 4 Theresa interveio, num impulso. 4 "as o importante é que elas reconhe$amseus erros e busquem o caminho da compreensão. Gm escritor chamado 5orges disseuma ve& que esquecer é perdoar. acho que ele estava certo. 1uando conseguimosesquecer um mal que nos fi&eram, é porque ele ( não tem nenhuma import=ncia em

nossa vida. a3 podemos  perdoar quem nos ofendeu. 4 +om a vo& alterada pelaemo$ão, ela prosseguiu% 4 stou comovida por ver dois homens se retratando,limpando as mgoas passadas. 4 'egando "eredith dos bra$os do médico, disse% 4Y+reio que é melhor dei!-los a s<s, agora. Camos, princesinha. 'arece que esses doiscavalheiros têm assuntos muito importantes a tratar...

 4 8e fato, temos. 4 0 médico sorriu para Theresa. 4 "as antes queroagradecê-la, senhorita. +reio que essa conversa não teria sido poss3vel sem a sua a(uda ea de "eredith. A prop<sito, permita que eu me apresente adequadamente. 4 Tomando-lhe a mão, ele bei(ou-a, num gesto galante. 4 KregorL Winfield, a seu inteiro dispor.

 4 Theresa 6rene 'adderson, doutor 4 ela também se apresentou. 4 I umimenso pra&er... também uma grande surpresa conhecê-lo 4 acrescentou, com humor.

Theresa voltou-se em seguida para Robert, mas ele estava im<vel, com os olhosfi!os no pai. ;ão se moveu nem mesmo quando

"aggie bateu / porta do consult<rio e entrou em seguida para anunciar% 4 0 ch est pronto. 4 'siu. 4 Theresa levou a mão aos lbios, pedindo silêncio. saiu com a

governanta, levando "eredith. 4 Camos esperar l fora, est bem70s dias que se seguiram foram povoados de novidades."eredith melhorava sensivelmente e ( quase não demonstrava sintomas da

gripe. 0 dr. KregorL Winfield a havia visitado por duas ve&es, sob o prete!to deconsult-la... "as era <bvio que s< queria desfrutar a companhia da neta, por quemestava literalmente encantado.

Robert parecia um novo homem, cheio de vida e disposi$ão. Tanto, queconsertou o carro de Theresa em apenas uma tarde, assim que chegaram as pe$asencomendadas por "artin.

"aggie, a governanta do dr. KregorL, arran(ou uma bab para "eredith. Tratava-se de sua sobrinha, que morava em :artford e queria mudar-se para "adisonville.

0 destino provocara uma grande reviravolta na vida dos Winfield. tudocome$ava a mudar... 'ara melhor

0 conserto do velho convers3vel de Theresa foi comemorado com uma ta$a devinho. A idéia tinha sido de Robert, que fe& questão de e!plicar a Theresa a fun$ão decada pe$a substitu3da. 'or fim, ele mudou de assunto. com um olhar radiante

confidenciou% 4 9abe que me sinto um novo homem7 4 6sso est dando para perceber 4 ela comentou, sorrindo. 4 'ensei que nunca mais fosse me entender com meu pai... 1ue nunca mais

fosse ter gosto pela vida. acho que você é a responsvel por isso, Theresa. 4 u7 4 ela repetiu, espantada. 4 0ra, de onde você tirou essa idéia7 4 8o seu (eito especial de ser... Gm (eito que me dei!a com vontade ser alegre

e simples como você. 4 0brigada por me di&er isso. 4 ;ão me agrade$a, pois estou apenas falando a verdade. 4 le fe& uma

 pausa. 4 Alis, eu gostaria de lhe pedir uma coisa...

0 cora$ão de Theresa come$ou a pulsar descompassado. Gma esperan$a tênue brotou-lhe no 3ntimo, fa&endo renascer a garota rom=ntica que sempre fora e que agora

NJ

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 pensava% *9e Robert me pedir em namoro, eu direi sim. "esmo porque, não h nada queeu dese(e mais no mundo*.

ra verdade que, com a correria e novidades dos Bltimos dias, ambos nãohaviam mais trocado confidências e nem car3cias. "as nem por isso o sentimento queTheresa tra&ia no peito arrefecera. Ao contrrio% tornara-se ainda mais forte e poderoso.

 4 ;a verdade, eu queria uma opinião sua 4 disse Robert, interrompendo-lheas divaga$es. 4 9im7 4 ela indagou, emocionada. 4 9abe, o meu pai est pensando em reunir a fam3lia num almo$o de domingo,

 para apresentar "eredith. 9er apenas uma reunião informal, com meus irmãos ecunhados.

 4 0h, que <timo, Robert 4 ela aprovou. 4 A questão é que me mantive afastado da fam3lia durante muito tempo. 9er

que devo retomar esse contato agora, ou esperar um pouco mais7 4 'ara quê7 4 ela argumentou. 4 ;ão, Robert... Cocê não deve esperar nem

mais um dia para dei!ar "eredith conhecer seus tios, tias e priminhos.

 4 'rimos ainda não 4 ele e!plicou. 4 "eredith é a primeira e, até agora,Bnica neta do dr. KregorL Winfield. 4 2itando-a com admira$ão, acrescentou% 4 0brigado por me encora(ar a rever minha fam3lia. Cou telefonar agora mesmo para meu

 pai e di&er-lhe que pode marcar a data do almo$o. 4 'or que não lhe conta isso pessoalmente7 4 Theresa sugeriu. 4 9er melhor 

assim. 4 Mtima idéia 4 Robert aprovou."inutos depois ele sa3a com "eredith, rumo / casa do pai.

 4 9er melhor assim 4 Theresa repetia, vendo o (ipe de Robert desaparecer naestrada que condu&ia a "adisonville. 4 Afinal, eu não teria mesmo coragem dedespedir-me de "eredith... nem de você, Robert.

As lgrimas escorreram-lhe pelo rosto e Theresa en!ugou-as com as costas damão, num gesto nervoso. :avia chegado a hora de partir. Robert e "eredith ( não

 precisavam dela.

NN

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 EPILOGO

Theresa levou muito tempo para arrumar a bagagem. Tinha de parar a todomomento para en!ugar as lgrimas ou para respirar longamente, reunindo a poucacoragem que lhe restava... +oragem de partir @amais tivera problemas com isso antes.

9empre fora tão fcil dei!ar um lugar e procurar outro, onde pudesse se estabelecer atéchegar a hora de ir embora novamente.'orém agora havia uma diferen$a% ela n&o queria ir. ntretanto, era preciso. 9e

continuasse ali, com Robert e "eredith, acabaria por fa&ê-los sofrer. 2ora assim com"ichael Tarlington... seria assim no futuro.

nquanto carregava as valises e a bolsa até o carro, Theresa di&ia a si mesmaque estava tomando a atitude certa... "as isso, longe de dei!-la feli&, s< a tornava maisangustiada.

ra como se estivesse dei!ando uma parte de si mesma para trs.As chaves do velho convers3vel estavam na igni$ão. Theresa acionou o motor e

aguardou que se aquecesse. m seguida manobrou para fora da oficina. 2eli&mente

aquele era o dia de folga de 2rederich e @eremL. +aso contrrio, ambos fariam muitas perguntas...

A tarde ca3a, tingindo o hori&onte, num espetculo de lu& e cores. "as Theresaestava angustiada demais para contemplar tanta bele&a. Tinha de reunir todas as for$asque lhe restavam para concentrar-se no pouco tr=nsito da rodovia que condu&ia a:artford.

 ;aquela noite ela estaria com "arL Qate, TommL e as crian$as. *Todos os meusirmãos ( possuem uma fam3lia*, Theresa pensou. 'ara ela, entretanto, esse era umtesouro proibido. Apenas pessoas sensatas e estveis podiam construir um lar. la eradi- -ferente. ;ão conseguira sustentar o casamento com "ichael. @amais faria alguémfeli&. 9< lhe restava a solidão.

A certa altura ela avistou uma placa indicativa, informando que :artford estavaa quarenta quil>metros de dist=ncia.

 4 Agora não falta muito 4 murmurou, acelerando o carro. "as em seguidadiminuiu a velocidade. Afinal para que correr, se não tinha pressa7 ;ão havia nemsequer avisado "arL Qate de que estava a caminho. ;ão queria criar e!pectativa sobresua chegada.

Ao longo do tra(eto, Theresa observou que vrios carros vinham em sentidocontrrio, rumo a "adisonville. m contrapartida, eram bem poucos os que seguiam

 para :artford.*'arece que s< eu vou para l*, ela pensou, com amargura. *8 até a impressão

de que estou andando na contramão. talve& se(a este o meu destino... 9eguir nadire$ão contrria / da maioria das pessoas.* 4 i 4 ela gritou de repente, interrompendo o flu!o de pensamentos. 4 Cocê

quer causar um acidente, seu maluco7Cindo de uma estrada vicinal, um relu&ente 'orsche acabava de surgir na

rodovia, logo atrs de Theresa, e agora a ultrapassava, obrigando-a a redu&ir ainda maisa velocidade.

 4 +ada louco que aparece 4 ela resmungou. 4 i, mas o que esse cretino pensa que est fa&endo7

0 motorista do 'orsche a havia fechado e agora dava sinais de lanterna,avisando que ia parar.

 4 u não acredito 4 Theresa quase gritou. 4 Abriu a porta e saiu do ve3culo, pronta a di&er umas boas verdades /quele imprudente.

NO

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 4 9e algum morador de "adisonville souber que fi& essa barbeiragem, nuncamais me dar seu carro para consertar... 4 disse Robert, saltando do 'orsche. 4 verdade que daqui por diante a mec=nica ser apenas um hobby para mim, pois estou

 pensando em dar aulas de filosofia e... 4 Cocê 4 Theresa constatou, at<nita.

 4 9im. Tive de pegar o 'orsche de meu pai emprestado, pois eu (amaisconseguiria alcan$-la com o (ipe e muito menos com meu velho caminhão. 4 Robertfalava e gesticulava o tempo todo, dando va&ão / ansiedade que o habitava. 9uastentativas de grace(ar eram apenas um disfarce pois, no 3ntimo, ele estava apavoradocom a idéia de perder Theresa para sempre.

Tinha plane(ado declarar seu amor naquela noite, mas Theresa resolvera partir...2a&endo-o sentir-se como um garoto perdido e abandonado. agora ele queria e!plicar-lhe o que estava sentindo, queria pedir-lhe que ficasse. "as tudo o que conseguia fa&er era lalar sem parar%

 4 9abe, meu pai ficou muito feli& quando eu lhe pedi para marcar a data doalmo$o. le sugeriu o pr<!imo domingo e eu aceitei. 2eli&mente ele resolveu ir comigo

até em casa para pegar uns livros de filosofia que lhe indiquei. 4 Robert fe& uma pausa.2itando-a no fundo dos olhos, continuou% 4 0 resto você pode imaginar... 2iqueiat<nito com sua partida e então meu pai disse% *9e você realmente ama essa mulher,

 pegue meu carro e tente alcan$-la...*Theresa estava igualmente perple!a. 1ueria di&er algo, mas tudo o que

conseguia fa&er era contemplar aquele homem que, recortado contra a lu& do poente,estava mais belo do que nunca.

 4 como eu realmente amo você, Theresa 6rene 'adderson, aqui estou 4 elesentenciou.

 4 Cocê... 8isse que me ama7 4 ela indagou, com a vo& trêmula de emo$ão. 4 9im. Ainda não deu para perceber7 4 u também amo você, Robert 4 Theresa confessou, com os olhos rasos de

lgrimas. 4 amo "eredith. 9< que não posso... 4 ;ão pode o quê, Theresa7 4 2icar. 'reciso partir, ou acabarei por mago-los, como fi& com "ichael...

como ouise fe& com vocês. 4 "as por que essa hist<ria tem que se repetir7 4 ele argumentou, tomando-

lhe a mão entre as suas. 4 se tudo for diferente, agora7 4 se não for7 4 ela retrucou, desesperada. 4 se eu falhar de novo7 4 Cocê tem um comple!o de culpa muito forte... Até parece que é a

responsvel por todos os males do mundo. 0utro dia mesmo, quando "eredith resfriou-

se...  4 u fui a culpada. 4 As lgrimas agora escorriam pelo rosto de Theresa e ela ( não se importava em en!ug-las. 4 ;ão adianta, Robert. 'reciso partir, antes quecause mais sofrimentos. estou fa&endo isso por amor.

 4 1ue estranha visão você tem sobre o amor, Theresa 6rene 'adderson 4 elecomentou, com amarga ironia. 4 m nome do amor você me dei!ar sofrendo elamentando a perda de tudo o que poder3amos desfrutar... m nome do amor você

 privar "eredith de sua companhia e de seu carinho. m nome do amor você est meimpedindo de mostrar-lhe que agora n<s dois poder3amos acertar, que as e!periências do

 passado não têm necessariamente que se repetir... 'ois aprendemos algumas li$es e nãocometeremos mais os mesmos erros.

 4 Robert, por favor... 4 ela pediu, num fio de vo&. 4 u estou tentando apenas preservar você e "eredith de novos sofrimentos.

NP

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 4 st também nos preservando da felicidade, depois de nos acenar com ela 4 ele afirmou, com a vo& embargada de emo$ão. 4 'ois bem, Theresa, pode ir embora.

 ;ão sei até quando você pretende continuar fugindo da vida e do amor, s< porque seu primeiro casamento foi um fracasso.

 4 u não estou fugindo 4 ela protestou.

 4 0h, est, sim. sabe por quê7 u mesmo responderei% porque você nãoacredita em si mesma. 4 Cocê est sendo cruel, Robert... 6gnorando-lhe as palavras, ele prosseguiu% 4 'ois vou lhe di&er uma coisa, Theresa% você nunca saber se compreendeu

uma li$ão, a menos que se e!perimente de novo... a li$ão a que me refiro não seaprende na escola, professora, mas na vida.

Theresa quis di&er algo, mas a vo& não lhe obedeceu. Robert continuava,sabendo que era tudo ou nada, que sua felicidade dependia daquele Bnico momento%

 4 0lhe s< para mim... 'assei muito tempo recusando-me a ter contato com meu pai e o resto da fam3lia. tudo por medo de sofrer, de cometer os mesmos erros deantes. 9< que o tempo nos ensina muitas coisas, Theresa. A gente cresce, sabia7 4 

Toman-do-lhe o rosto entre as mãos, ele acrescentou% 4 Aprendi isso com uma pessoamaravilhosa, que apareceu em minha vida num domingo chuvoso. Gma pessoa por quem me apai!onei perdidamente e a quem quero ter sempre a meu lado.

 4 Cocê é mesmo um fil<sofo 4 ela disse bai!inho. 4 2ala coisas tão profundas e verdadeiras...

 4 Theresa, por favor. 4 le bei(ou-a de leve, nos lbios. 4 ;<s dois temoshist<rias passadas e dolorosas. "as podemos acertar, agora... ;ão nos tire o direito detentar.

 4 'elo amor de 8eus, não me olhe assim 4 ela pediu, num tom de sBplica. 4 'orque senão acabarei...

 4 8i&endo sim+ 4 le sorriu. 4 9im.Theresa teria falado algo mais, se Robert não a houvesse calado com um bei(o

longo e apai!onado. 4 i,  seus barbeiros 4 gritou o motorista de uma caminhonete, ao passar por 

eles. 4 'or que não vão namorar no 9aradiso+:

 4 0 que foi que ele disse7 4 Theresa indagou, rindo. 4 2alou para irmos ao 9aradiso 4 Robert respondeu, divertido. 4 5em, ao menos foi gentil... 'oderia ter rios mandado ao inferno. 4 0  9aradiso é um hotel-campestre, que fica bem perto daqui, no pr<!imo

entroncamento 4 ele e!plicou, fitando-a com um olhar intenso, como se quisesse

desnud-la. 4 você est sugerindo que... 4 6sso mesmo, sra. Winfield. 4 0 que disse, Robert7 4 ela indagou, surpresa. 4 9ra. Theresa 6rene 'adderson Winfield 4 ele sentenciou, num tom solene.

 4 Acha que soa bem7+omo resposta, Theresa atirou-se nos seus bra$os. "inutos depois ela o seguia

no convers3vel, rumo ao hotel 9aradiso. 2eli&mente não havia telefonado a "arL Qate,avisando de sua chegada, Theresa pensava, radiante. +aso contrrio teria de ligar novamente para di&er que se atrasaria...

Tomada por uma sensa$ão de felicidade, Theresa pensava na reviravolta que sua

vida havia sofrido, nos Bltimos minutos. o futuro lhe parecia uma série infindvel de promessas de reali&a$es.

O

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Ainda teria de lutar contra o velho comple!o de culpa, o medo de errar, dedecepcionar. "as o amor que sentia por Robert e "eredith haveria de lhe dar for$as

 para vencer a si pr<pria.Theresa sorriu, radiante. Ali estava sua segunda chance de ser feli&. dessa ve&

ela faria de tudo para acertar.

1uando Theresa parou atrs do 'orsche, / entrada do hotel  9aradiso, ela sentia-se como uma noiva prestes a vivenciar sua primeira noite de nBpcias. , de certa forma,isso era verdade. Robert seria de fato seu primeiro homem.

 4 u acabei de fa&er as reservas 4 ele anunciou, apro!iman-do-se da (anela doconvers3vel. 4 "as h um detalhe do qual ainda não lhe falei...

 4 1ual7 4 Theresa indagou, curiosa. 4 Teremos de dividir a suite com uma terceira pessoa. 4 +omo7 4 Theresa reagiu, espantada. 4 "eredith 4 ele respondeu, com um sorriso que parecia iluminar a noite. 4 

u a trou!e comigo. sabe de uma coisa7 Acho que sou o homem mais feli& do mundo.9< de pensar em passar a noite com as duas mulheres de minha vida...

 4 Cocê é imposs3vel, Robert Winfield 4 Theresa ria, deliciada.ra como se o mundo houvesse ganho um novo significado, uma nova

dimensão.Robert estava certo... ;ão se podia passar a vida toda pensando nos erros do

 passado. ra preciso tentar novamente, tentar sempre, até alcan$ar a felicidade.