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Linux, Entendendo o Sistema Carlos E. Morimoto Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

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Linux,Entendendo o Sistema

Carlos E. Morimoto

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Muita gente usa Windows sem utilizar nada muito além das funções básicas. Da mesma forma, muitagente usa Linux sem entender como o sistema funciona, sem saber como resolver problemas comuns esem usar mais do que alguns dos programas pré-instalados.

Até certo ponto, é mais difícil ensinar Linux, pois existem muitas distribuições diferentes, com conjuntosdiferentes de programas e utilitários de configuração. Existem também as diferenças entre o KDE e oGnome e as diferenças na instalação dos programas, só para citar alguns fatores.

Mas, na minha opinião, não existe sistema difícil, existem livros e tutoriais mal escritos ;). Este é um livrodedicado a mostrar como o Linux funciona, que explica as diferenças entre as principais distribuições e seaprofunda em duas delas: O Kurumin e o Ubuntu. A maior parte das dicas também se aplicam ao Debiane a outras distribuições derivadas dele, dando-lhe uma boa base para utilizar também outras distribuições.

Normalmente, os usuários Linux acabam adquirindo também conhecimentos sobre hardware,fundamentos sobre programação e outras áreas relacionadas. Isso acontece pois tradicionalmente asdistribuições Linux sempre foram mais complicadas de usar, obrigando quem usa a resolver maisproblemas e desenvolver mais habilidades.

Hoje em dia isso não é mais correto em todos os casos. Já existem distribuições muito fáceis de usar,embora distribuições "difíceis" como o Debian (puro) e o Slackware ainda continuem bastante usadas. Ocaminho natural é começar usando o Kurumin, Slax, Knoppix ou outro live-CD e, a partir de um certoponto, começar a testar as distribuições mais tradicionais.

Um usuário Linux avançado conhece diversos programas e sabe trabalhar em diversas distribuiçõesdiferentes. Apesar de existirem muitas diferenças entre elas, os componentes do sistema continuamfundamentalmente os mesmos. Por isso, conhecendo as diferenças gerais, é possível dominar váriasdistribuições diferentes sem tanto esforço.

Este é um livro para iniciantes, no sentido de que você não precisa de muitos conhecimentos prévios paraacompanhá-lo, mas sem cair no erro de se limitar apenas a explicações superficiais. Este não é um livroque se destina a fazer propaganda ou mostrar como é fácil usar Linux, mas que mostra o sistema como eleé, lhe oferecendo uma curva acentuada de aprendizado.

Ele começa do básico, explicando o básico sobre hardware, redes e programação, para depois abordar asdiferenças entre as distribuições e os componentes básicos do sistema partindo em seguida para a parteprática. Uma das grandes preocupações é explicar de forma clara, lhe tratando como a pessoa inteligenteque é.

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Capitulo 1: Introdução

O sistema operacional é o responsável por "dar vida" ao PC, fazer a placa de vídeomandar imagens para o monitor, a placa de rede enviar e receber dados e assimpor diante. Ele é o responsável por fazer as coisas funcionarem e rodar osprogramas da forma mais estável e rápida possível.

Existem vários sistemas operacionais, que servem às mais diversas aplicações, deservidores a celulares. O Linux é um sistema livre, o que significa que ele não édesenvolvido por uma única empresa ou organização, ele é a soma dos esforços deuma comunidade mundial, que inclui tanto empresas quanto desenvolvedoresautônomos.

O código fonte é aberto, o que permite que qualquer interessado estude emodifique o sistema. Muitas destas melhorias acabam sendo incorporadas aosistema principal, fazendo com que ele evolua muito rápido.

Um pouco sobre a história do Linux

Paralelamente à história da informática que conhecemos, com a IBM lançando seuIBM PC em 1981, o MS-DOS e as várias versões do Windows, existiram váriasversões dos sistemas Unix, como o Solaris e o AIX que reinaram durante muitotempo nos servidores.

Mas, o Windows foi o primeiro sistema operacional amigável e acessível, que otransformou numa espécie de opção default para micros domésticos. A Apple tinhao Mac OS, outro sistema amigável e superior ao Windows em muitos aspectos, masque só rodava nos computadores produzidos pela própria Apple, muito mais carosque os PCs.

Quem precisava de um sistema robusto e confiável para seus servidores optava poruma das várias versões do Unix, profissionais da área gráfica usavam Macs e oresto convivia com os problemas do Windows.

O Linux surgiu de uma forma completamente despretensiosa, como o projeto deum estudante Finlandês. Muitos sistemas são desenvolvidos como projetos deconclusão de curso ou apenas por hobby. O que permitiu que o Linux setransformasse no que é foi uma grande combinação de fatores e alguma dose desorte.

Tudo começou em 1983, pouco depois que a IBM lançou seu primeiro PC e aMicrosoft sua primeira versão do DOS. Richard Stallman criava a Free SoftwareFundation, que ao longo da década produziu a licença GNU e toda a base filosóficarelacionada a ela e, mais importante, um conjunto de ferramentas, como o editorEmacs e o compilador GCC.

O Emacs é um editor de texto que combina uma grande quantidade de recursos eferramentas úteis para programadores. O GCC é o compilador que permite

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transformar o código escrito nele em arquivos executáveis. A idéia era desenvolverum sistema operacional completo, mas para isso faltava a peça principal: o Kernel.

Imagine o Kernel como o cérebro e o coração de um sistema operacional. Elesozinho não serve para nada, mas sem ele o resto do corpo também não vai muitolonge. Em 1991, a Free Software Fundation ainda estava dando os primeiros passosno desenvolvimento do Hurd (que ainda hoje está muito longe se ser concluído),enquanto o Linux de Linus Torvalds era utilizável desde suas primeiras versões. Ocorpo encontrava o cérebro.

O fato do código fonte estar amplamente disponível e poder ser utilizado de formamuito liberal permitiu que muitos desenvolvedores passassem a trabalhar nosistema ainda em sua fase embrionária, adicionando novos recursos num ritmomuito rápido. Mas, durante os primeiros anos, o Linux ficou restrito a este círculotécnico, muito longe de ser usado em larga escala.

Isso começou a mudar com o aparecimento da Internet. O Apache foi um dosprimeiros servidores web a ser lançado e tornou-se rapidamente o mais usadonuma época em que existiam poucos concorrentes à altura. O Apache rodava emvárias plataformas, mas o Linux tornou-se a opção mais comum, por ser rápido eestável.

Pouco tempo depois veio o servidor Samba, que permitia compartilhar arquivosnuma rede Windows, de forma mais estável e mais barata que usando um servidorWindows. Novamente, o Linux tornou-se a opção preferida. Depois, vieram osbancos de dados e muitas outras aplicações, mas todas tinham algo em comum:sempre falávamos de servidores.

Por volta do final de 1994 foi lançada a primeira versão for Linux do Xfree. Ele é um"servidor gráfico", uma interface gráfica usada em vários sistemas Unix. Antes doXfree, o Linux tinha apenas a velha interface de modo texto, o que explicava o fatode ele ser popular apenas entre programadores e administradores de sistemas. Em2004, o Xfree passou a ser gradualmente substituído pelo X.org.

Uma coisa interessante sobre o X é que ele fornece a fase para o funcionamento daparte gráfica, incluindo o suporte à placa de vídeo e mouse, mas não inclui ainterface em si. Graças a isso, não existe uma interface gráfica padrão como temosno Windows, por exemplo.

Existem no Linux várias interfaces diferentes, conhecidas como gerenciadores dejanelas. No início existiam muitas interfaces diferentes, mas nenhuma chegavapróxima do nível de funcionalidade e integração que existe no Windows. Istomudou com o aparecimento do KDE (que é a interface usada por padrão emdiversas distribuições, incluindo o Mandriva, SuSE e o Kurumin) e mais tardetambém com o Gnome.

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Ainda por volta de 1994 começaram a surgir as primeiras distribuições Linux, queeram um jeito mais "fácil" de instalar o sistema. Ao invés de ficar compilando tudo,começando pelo Kernel e passando por todos os aplicativos da Free SoftwareFundation, Xfree e o que mais você pretendesse rodar, você simplesmente passavaalguns dias editando arquivos de configuração com a ajuda de alguns manuais malescritos. Para você ter uma idéia do tamanho da encrenca, uma das distribuiçõesconsideradas mais "amigáveis" na época era o Slackware, ainda em suas primeirasversões.

Se você é algum saudosista desta época em que "homens eram homens ecompilavam seus sistemas do zero", sinta-se livre para pesquisar no Google sobre o"Linux from Scratch", um passo a passo (com muitos passos...) que ensina comofazer isso. Pobres mortais como eu, possuem coisas mais urgentes e menos chatasa fazer... ;-).

Uma distribuição é um conjunto com o Kernel e vários programas, empacotado deforma que seja fácil de instalar e manter atualizado. Uma das primeiras versõescom foco na facilidade de uso foi o Red Hat, que serviu de base para um grandenúmero de distribuições, como o Mandrake, SuSE e Conectiva.

O Red Hat trouxe uma idéia nova, que foi rapidamente adotada em todas as outrasdistribuições: um sistema de gerenciamento de pacotes. Cada programa incluídoera transformado num pacote compactado, que podia ser instalado através de umúnico comando. O sistema guardava as informações dos pacotes instaladospermitindo que você pudesse removê-los depois. Não era tão amigável quanto

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clicar num executável e ter um instalador gráfico e, existiam problemas comdependências (um pacote precisa do outro, que precisa do outro, que precisa dooutro...), mas já era muito melhor que sair compilando as coisas na unha.

Por volta de 1997 já existiam um conjunto de distribuições relativamente fáceis deusar, com sistemas de instalação relativamente simples, do tipo que um técnicomédio consegue seguir sozinho com a ajuda do manual.

Nesta época algumas empresas passaram a portar seus sistemas e utilizar o Linuxcomo uma forma de reduzir seus custos com licenciamento e manutenção(imunidade a vírus, menos travamentos, menos reinstalações do sistema; quem jáusou o Windows 3.11 ou o 95 sabe do que estou falando...). O Linux dava seusprimeiros passos no desktop, mas ainda existiam poucos aplicativos querivalizassem em recursos e facilidade de uso com os do Windows.

Nos anos seguintes houve um crescimento espantoso. Aquele sistema feio, difícil deusar, famoso apenas por ser estável e bom para servidores ganhou o KDE e oGnome, finalmente duas interfaces bonitas e fáceis de usar, ferramentas deconfiguração automática e um grande número de aplicativos, incluindocompatibilidade com alguns programas e jogos do Windows através do Wine, o quelevou a um número cada vez maior de desenvolvedores e usuários.

Ao contrário de um sistema comercial, com todo o planejamento e estruturasenvolvidas, o Linux é desenvolvido de forma descentralizada. Qualquer um podepegar o código de algum programa, adaptá-lo, acrescentar novos recursos etransformá-lo em algo diferente do original, com aplicações que o autor original nãoseria capaz de sequer sonhar.

Isto cresce em escala geométrica, como uma bola de neve que vai crescendo epassando por cima de quem se atrever a oferecer resistência.

A licença GPL, pode ser resumida em 4 direitos básicos e uma obrigação:

1- Você tem o direito de usar o programa para qualquer fim. Não existediscriminação. Um exemplo é que ninguém pode impedir que um programa GPLseja usado numa clínica de aborto ou numa instalação militar, por exemplo.

2- Você tem o direito de tirar cópias do programa, distribuí-las ou até mesmovendê-las a quem tiver interesse. Existe a possibilidade de ganhar algum dinheirovendendo CDs gravados, por exemplo, mas como todo mundo pode fazer a mesmacoisa, é preciso vender por um preço relativamente baixo, cobrando pelo trabalhode gravação e não pelo software em si, que está largamente disponível. A formamais eficiente de ganhar dinheiro com software livre é vender suporte e serviços depersonalização sobre os programas e distribuições que você domina. Para o clienteacaba sendo vantajoso, pois o custo de implantação será o gasto com a consultoriae treinamentos, enquanto ao implantar um software comercial qualquer ele gastariatambém com as licenças de uso.

3- Direito de ter acesso ao código fonte do programa, fazer alterações e redistribuí-las. Para um programador este é o principal atrativo, pois você pode criar novosprojetos usando como base o código fonte de programas já existentes ao invés deter sempre que começar do zero, sem falar na grande oportunidade de aprendizadoque examinar o código fonte dos programas disponíveis propicia.

4- Direito (e ao mesmo tempo a obrigação) de redistribuir as modificações feitas.Este é o ponto onde existem mais mal-entendidos. Se você desenvolve um software

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por hobby, ou por usá-lo internamente na sua empresa, e não possui interesse emexplorá-lo comercialmente, você pode simplesmente divulgar o código fonte paratodo mundo, o que é o caminho mais lógico se você pretende atrair outrosinteressados em ajudá-lo no desenvolvimento. Mas, caso você pretenda receberpelo seu trabalho de desenvolvimento, existem duas opções:

a) Você pode distribuir o software livremente para aumentar a base de usuários eganhar vendendo suporte, treinamentos e personalizações ou:

b) Você só é obrigado a distribuir o código fonte a quem obtém o software, deforma que você pode trabalhar batendo de porta a porta, vendendo o software paraalguns clientes específicos e fornecendo o código fonte apenas para eles. Não existenada de errado com este modelo, mas você perde a possibilidade de tercontribuições de outros desenvolvedores, o que pode ser ruim a longo prazo.

5- Os softwares distribuídos sob a GPL não "contaminam" softwares comerciais oude outras licenças no caso de distribuição conjunta. Por exemplo, uma revista podedistribuir alguns softwares GPL no meio de um monte de aplicativos fechados namesma edição. Os softwares GPL continuam sendo GPL, com todas regras quevimos acima, enquanto os softwares comerciais continuam sendo fechados. Arevista deve incluir o código fonte dos aplicativos GPL (ou pelo menos a informaçãode como obtê-los via internet), mas naturalmente não precisa fazer o mesmo comos outros aplicativos incluídos no CD.

Você pode também usar algum software GPL em conjunto com o seu aplicativocomercial, desenvolvendo um aplicativo qualquer que utiliza o Postgree SQL (umservidor de banco de dados), por exemplo. O Postgree SQL continua sendo GPL e oseu aplicativo continua sendo fechado; qualquer um pode usar e tirar cópias doPostgree SQL, mas você controla a distribuição do seu aplicativo. Uma coisa nãointerfere com a outra.

Um exemplo: desenvolvi o Kurumin usando como base dois projetos já existentes,o Knoppix e o Debian. O Knoppix entrou com sistema de detecção de hardware econfiguração automática e o Debian com toda a base do sistema, como os pacotese ferramentas de administração como o apt-get. Ao invés de ter que ficarcompilando tudo, posso usar os pacotes do Debian que já estão prontos; e, aoinvés de ficar desenvolvendo mais um ferramenta de detecção, posso usar osistema do Knoppix que funciona extremamente bem.

Como a parte funcional do sistema já está pronta, posso trabalhar personalizando osistema, desenvolvendo scripts de instalação, ferramentas de configuração,adicionando novos recursos e corrigindo problemas. Começo do ponto aonde osoutros já chegaram, aproveitando todo o esforço anterior.

Quando alguém desenvolve um projeto derivado, uma outra distribuição Linuxusando o Kurumin como base, como o Kalango ou o Dizinha, ganho novamente,pois posso utilizar as correções e novos recursos adicionados neles.

Muitas pessoas que utilizam o Kurumin acabam contribuindo com soluções paraproblemas e melhorias diversas. Para eles é interessante fazer isso, pois osproblemas são resolvidos nas novas versões, evitando que eles precisem ficarcorrigindo manualmente os novos problemas indefinidamente.

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O Linux hoje

Hoje em dia já existem ferramentas suficientes para desenvolver distribuiçõesmuito fáceis de usar. Quase toda a configuração do sistema pode ser feita de formaautomática e não é mais necessário sequer instalar o sistema, pois ele pode rodar apartir do CD-ROM, como no caso do Kurumin. Existem ainda um grande número dedistribuições especializadas, destinadas a públicos específicos: artistas gráficos,multimídia, escolas, servidores e assim por diante.

A instalação de novos programas é mais simples na maioria dos casos, pois osprogramas são mais acessíveis. Você não precisa gastar um monte de dinheiro, ouir até o camelô da esquina e depois ficar zanzando pelos sites de cracks (e pegarmais vírus...) para conseguir rodar sua cópia ilegal. Na maioria dos casos bastabaixar o programa e instalar.

Gerenciadores como o apt-get são capazes de baixar os pacotes da internet e fazertoda a instalação automaticamente, de forma bem mais simples que no Windows,onde você precisa comprar o CD com o programa, instalar, registrar e muitas vezesainda perder tempo removendo spywares ou propagandas.

Com exceção de aplicativos muito especializados, como o AutoCAD, Corel ePremier, existem boas alternativas para quase todas as áreas e existe suporte aprogramas nativos do Windows através do Wine (que devagar vai aumentando sualista de compatibilidade) ou através do VMware, que aborda o problema de umaforma diferente, permitindo rodar uma cópia completa do Windows dentro de umajanela. Ainda existem deficiências, mas por outro lado também vários pontos emque o Linux já é mais forte.

Existe ainda suporte à quase todo tipo de hardware: mesmo softmodems, scannerse câmeras digitais não são um problema se você pesquisar um pouco antes decomprar.

Apesar de todos os progressos em termos de facilidade de uso, notícias sobre vírus,trojans e pragas em geral para Linux são raras, ao contrário do que vemos nomundo Windows. Você não precisa sacrificar o desempenho da sua máquinamantendo um antivírus ativo e atualizando-o religiosamente apenas para ser nofinal surpreendido pela última versão do vírus da moda que chegou por e-mail.

É comum ouvir notícias de servidores Linux que estão ligados há vários anos, deforma contínua, sem nunca serem reiniciados ou invadidos. Ao usar um micro comcomponentes de boa qualidade, é possível ter uma amostra desta estabilidademesmo num desktop. Uma instalação bem feita pode durar meses ou até anos.Mesmo muitas pessoas leigas, que usam o micro apenas para navegar e ler e-mailsestão migrando para o Kurumin ou outras distribuições fáceis de usar, a fim defugir dos travamentos e vírus.

Como a filosofia Open Source privilegia a troca de informações e a cooperação, éfácil achar informações na web e, se você for educado, ajuda nos fóruns. Como emqualquer sociedade é possível encontrar todo tipo de pessoas, existem algunsgrupos elitistas e gente mal-educada, mas em geral eles são as exceções, não aregra. Como usuário ou como desenvolvedor, você tem acesso a uma grandequantidade de informação e a chance de aprender mais.

O foco deste livro é explicar a estrutura do sistema, mostrar os programas eferramentas de instalação disponíveis e abordar em detalhes a instalação e

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configuração. O objetivo é fornecer a base necessária para que você consigatrabalhar com várias distribuições.

Neste livro abordo três distribuições: o Kurumin, que apesar de ser um projetopessoal acabou se tornando uma das mais usadas no Brasil; o Ubuntu, outradistribuição com foco na facilidade de uso que vem crescendo rapidamente; e oSlax, uma distribuição derivada do Slackware, que é uma forma mais fácil eagradável de aprender a trabalhar com ele.

Este é um livro para quem está interessado em entender como o sistema funciona,aproveitar melhor os muitos recursos disponíveis e aprender a resolver problemas.É um livro para iniciantes, mas que oferece uma curva acentuada de aprendizadoabordando muitos aspectos avançados e macetes do sistema.

Como um PC funciona

Antes de começar a falar sobre as diferentes distribuições Linux, vamos começarcom algumas noções básicas sobre como um PC atual funciona, para que vocêpossa começar a entender melhor a coisa do ponto de vista do sistema operacional.

Existem duas maneiras de representar uma informação: analogicamente oudigitalmente. Uma música é gravada numa fita K7 de forma analógica, codificadana forma de uma grande onda de sinais magnéticos, que pode assumir um númeroilimitado de freqüências. Um som grave seria representado por um ponto maisbaixo da onda, enquanto um ponto mais alto representaria um som agudo.

O sistema digital, por sua vez, permite armazenar qualquer informação na forma deuma seqüência de valores positivos e negativos, ou seja, na forma de uns e zeros.O número 181, por exemplo, pode ser representado digitalmente como 10110101.Qualquer tipo de informação, seja um texto, uma imagem, um vídeo, umprograma, ou qualquer outra coisa, será processado e armazenado pelocomputador na forma de uma grande seqüência de uns e zeros.

Os computadores são o exemplo claro do cúmulo da burrice, afinal eles sóconhecem dois valores e precisam adaptar tudo a esta concepção limitada quepossuem. Eles também não são capazes de tomar decisões por mais simples quesejam, pois um e zero não dão margem para interpretação. Um é um, zero é zero eponto final.

Sempre existe um ser humano orientando o computador e dizendo a ele o quefazer a cada passo. Seja você mesmo, teclando e usando o mouse, ou, num nívelmais baixo, o programador que escreveu os programas que você está usando.

Quando o computador trava significa justamente que chegou a uma situação ondeele não sabe o que fazer. O programador estava com sono e esqueceu de fecharalguma função ou de verificar alguma variável. Como disse, o computador não sabelidar com situações inesperadas: quando não sabe o que fazer, simplesmenteempaca.

Sempre que alguém lhe disser que "não entende nada de computadores", expliqueque é impossível ser mais burro que eles. Lembre-se de que você é o ser pensanteque está no comando.

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Mas, por outro lado, é justamente o uso do sistema binário que torna oscomputadores confiáveis, pois a possibilidade de um valor 1 ser alterado para umvalor 0, o oposto, é muito pequena. Lidando com apenas dois valores diferentes, avelocidade de processamento também torna-se maior, devido à simplicidade doscálculos.

Imagine que os computadores são os funcionários perfeitos: eles não se importamde ficar fazendo tarefas repetitivas por longos períodos, não reclamam de ficartrabalhando durante a madrugada baixando um arquivo ou compactando um vídeo,não tiram férias e ainda por cima não recebem salário! Tudo bem, eles travam devez em quando, mas por outro lado fazem tudo o que você manda no resto dotempo :-P.

Cada um ou zero que é processado ou armazenado é chamado de "bit", contraçãode "binary digit" ou "dígito binário". Um conjunto de 8 bits forma um byte, e umconjunto de 1024 bytes forma um Kilobyte (ou Kbyte).

O número 1024 foi escolhido por ser a potência de 2 mais próxima de 1000. É maisfácil para os computadores trabalharem com múltiplos de dois do que usar osistema decimal como nós. Seja compreensivo com as limitações de nossos pobresserviçais: lembre-se de que você é mais inteligente do que eles, então como todoser superior é seu dever fazer algumas concessões de vez em quando ;).

Um conjunto de 1024 Kbytes forma um Megabyte e um conjunto de 1024Megabytes forma um Gigabyte. Os próximos múltiplos são o Terabyte (1024Gibabytes) e o Petabyte (1024 Terabytes), Exabyte, Zetabyte e o Yotabyte, queequivale a 1,208,925,819,614,629,174,706,176 bytes :).

Não se sabe se algum dia todos estes múltiplos chegarão a realmente ser usados.Para armazenar um Yottabyte inteiro, usando tecnologia atual, seria necessárioconstruir uma estrutura colossal de servidores.

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Imagine que, para manter os custos baixos, fosse adotada uma estratégia estiloGoogle, usando PCs comuns, com HDs IDE. Cada PC seria equipado com 4 HDs de250 GB, o que resultaria em aproximadamente 1 Terabyte por PC. Estes PCs sãoentão organizados em enormes racks, onde cada rack tem espaço para 1024 PCs.Os PCs de cada rack são ligados a um conjunto de switchs e cada grupo de switchsé ligado a um grande roteador. Uma vez ligados em rede, os 1024 PCs sãoconfigurados para atuar como um enorme cluster, trabalhando como se fossem umúnico sistema.

Construímos então um enorme galpão, capaz de comportar 1024 destes racks,construindo uma malha de switchs e roteadores capaz de ligá-los em rede com umdesempenho minimamente aceitável. Este galpão precisa de um sistema derefrigeração colossal, sem falar da energia consumida pelo mais de um milhão dePCs dentro dele, por isso construímos uma usina hidrelétrica para alimentá-lo,represando um rio próximo.

Com tudo isso, conseguimos montar uma estrutura computacional capaz dearmazenar 1 Exabyte. Ainda precisaríamos construir mais 1.048.575 mega-datacenters como este para chegar a 1 Yottabyte. Se toda a humanidade sedividisse em grupos de 6.000 pessoas cada um e cada grupo fosse capaz deconstruir um ao longo de sua vida, deixando de lado outras necessidadesexistenciais, poderíamos chegar lá :-P.

Voltando à realidade, usamos também os termos Kbit, Megabit e Gigabit, pararepresentar conjuntos de 1024 bits. Como um byte corresponde a 8 bits, umMegabyte corresponde a 8 Megabits e assim por diante. Quando você compra umaplaca de rede de "100 megabits" está na verdade levando para a casa uma placaque transmite 12.5 megabytes por segundo, pois cada byte tem 8 bits.

Quando vamos abreviar, também existe diferença. Quando estamos falando deKbytes ou Megabytes, abreviamos respectivamente como KB e MB, sempre com o Bmaiúsculo.

Por outro lado, quando estamos falando de Kbits ou Megabits abreviamos damesma forma, porém usando o B minúsculo: Kb, Mb e assim por diante. Parece sóum daqueles detalhes sem importância, mas esta é uma fonte de muitas confusões.Se alguém anuncia no jornal que está vendendo uma "placa de rede de 1000 MB",está dando a entender que a placa trabalha a 8000 megabits e não a 1000.

Você tem uma boa chance de ficar rico (e ter que fugir pouco tempo depois ;),anunciando pendrives de 4 Gb (Gigabits), pentes de memória de 8 Gb e HDs de2000 Tb (Terabits), por preços pouca coisa maiores que os de 512 MB, 1 GB e 250GB dos concorrentes :-p.

Os componentes básicos

Qualquer PC é composto pelos mesmos componentes básicos: processador,memória, HD, placa- mãe e placa de vídeo. A partir daí você pode adicionar placasde rede, modems, placas de som e outros periféricos. Com o micro montado, opróximo passo é instalar o sistema operacional e programas, que finalmente vãopermitir que ele faça algo de útil. Vamos começar com um overview da função decada um destes componentes:

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Processador

O processador é o cérebro do sistema, encarregado de processar todas asinformações. Ele também é o componente onde são usadas as tecnologias maisrecentes. Existem no mundo apenas quatro grandes empresas com tecnologia parafabricar processadores competitivos para micros PC: a Intel (que domina mais de70% do mercado), a AMD, Via (que comprou a antiga Cyrix e atualmente fabrica oschips Via C3 e C7) e a IBM, que fabrica processadores para outras empresas, comoa Transmeta.

O processador é o componente mais complexo e freqüentemente o mais caro, masele não pode fazer nada sozinho. Como todo cérebro, ele precisa de um corpo, queé formado pelos outros componentes do micro, incluindo memória, HD, placa devídeo e de rede, monitor, teclado e mouse.

Dentro do mundo PC, tudo começou com o 8088, lançado pela Intel em 1979 eusado no primeiro PC, lançado pela IBM em 1981. Depois veio o 286, lançado em1982, e o 386, lançado em 1985.

O 386 pode ser considerado o primeiro processador moderno, pois foi o primeiro aincluir o conjunto de instruções básico, usado até os dias de hoje. O 486, que aindafaz parte das lembranças de muita gente que comprou seu primeiro computador foilançado em 1989, mas ainda era comum encontrar micros com ele à venda até porvolta de 1997.

Depois entramos na era atual, inaugurada pelo Pentium, que foi lançado em 1993,mas demorou alguns anos para se popularizar e substituir os 486. Em 1997 foilançado o Pentium MMX, que deu um último fôlego à plataforma. Depois, em 1997,veio o Pentium II, que usava um encaixe diferente e por isso era incompatível comas placas-mãe antigas. A AMD soube aproveitar a oportunidade, desenvolvendo oK6-2, um chip com uma arquitetura similar ao Pentium II, mas que era compatívelcom as placas antigas.

A partir daí as coisas passaram a acontecer mais rápido. Em 1999 foi lançado oPentium III e em 2000 o Pentium 4, que trouxe uma arquitetura bem diferente doschips anteriores, otimizada para permitir o lançamento de processadores quetrabalham a freqüências mais altas.

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O último Pentium III trabalhava a 1.0 GHz, enquanto o Pentium 4 atingiurapidamente os 2.0 GHz, depois 3 GHz e depois 4.0 GHz. O problema é que oPentium 4 possui um desempenho por ciclo de clock inferior a outrosprocessadores, o que faz com que a alta freqüência de operação sirvasimplesmente para equilibrar as coisas. A primeira versão do Pentium 4 operava a1.3 GHz e, mesmo assim, perdia para o Pentium III de 1.0 GHz em algumasaplicações.

Quanto mais alta a freqüência do processador, mais ele esquenta e mais energiaconsome, o que acaba se tornando um grande problema. Em 2003 a Intel lançou oPentium M, um chip derivado da antiga arquitetura do Pentium III, que consomepouca energia, esquenta pouco e mesmo assim oferece um excelente desempenho.Um Pentium M de 1.4 GHz chega a superar um Pentium 4 de 2.6 GHz em diversasaplicações.

O Pentium M foi desenvolvido originalmente para ser usado em notebooks, mas semostrou tão eficiente que a arquitetura está sendo adotado como base para odesenvolvimento dos futuros chips Intel, que combinarão dois ou quatroprocessadores no mesmo chip.

Paralelamente a todos estes processadores, temos o Celeron, uma versão maisbarata, mas com um desempenho um pouco inferior, por ter menos cache. Naverdade, o Celeron não é uma família separada de chips, mas apenas um nomecomercial usado nas versões mais baratas (com metade ou um quarto do cache) devários processadores Intel. Existem Celerons baseados no Pentium II, no PentiumIII, no Pentium 4 e agora no Pentium M.

Para efeito de comparação, entre os chips antigos e os atuais, um 486 tinha cercade 1 milhão de transistores e chegou a 133 MHz, enquanto o Pentium MMX tinha4.3 milhões e chegou a 233 MHz. Um Pentium 4 (Prescott) tem 125 milhões echega a 4.0 GHz. O transistor é a unidade básica do processador, capaz deprocessar um bit de cada vez. Mais transistores permitem que o processadorprocesse mais instruções de cada vez enquanto a freqüência de operaçãodetermina quantos ciclos de processamento são executados por segundo.

A AMD, por sua vez, começou produzindo processadores 386 e 486, muito similaresaos da Intel, porém mais baratos. Quando a Intel lançou o Pentium, que exigia ouso de novas placas-mãe, a AMD lançou o "5x86", um 486 de 133 MHz, que foibastante popular, servindo como uma opção barata de upgrade. Embora o "5x86" eo clock de 133 MHz dessem a entender que se tratava de um processador com umdesempenho similar a um Pentium 133, o desempenho era muito inferior, malconcorrendo com um Pentium 66. Este foi o primeiro de uma série de exemplos,tanto do lado da AMD, quanto do lado da Intel, em que existiu uma diferençagritante entre o desempenho de dois processadores do mesmo clock. Embora sejaum item importante, a freqüência de operação não é um indicador direto dodesempenho do processador.

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Uma analogia poderia ser feita em relação aos motores de carro. Os motores de 1.6do final da década de 70, usados nas Brasílias e Fuscas, tinham 44 cavalos depotência, enquanto os motores 1.0 atuais chegam a mais de 70 cavalos. Além dacapacidade cúbica, existem muitos outros fatores, como a eficiência do sistema deinjeção de ar e combustível, taxa de compressão, refrigeração, etc.

Depois do 5x68 a AMD lançou o K5, um processador similar ao Pentium, mas quenão fez tanto sucesso. Ele foi seguido pelo K6 e mais tarde pelo K6-2, quenovamente fez bastante sucesso, como uma opção barata, e ao mesmo tempocomo uma opção de upgrade para quem tinha um Pentium ou Pentium MMX.

Esta era do K6-2 foi uma época negra da informática, não pelo processador em si(que excluindo o desempenho em jogos, tinha um bom custo-benefício), mas pelasplacas-mãe baratas que inundaram o mercado. Aproveitando o baixo custo doprocessador, os fabricantes passaram a desenvolver placas cada vez mais baratas(e de qualidade cada vez pior) para vender mais oferecendo PCs de baixo custo. Aépoca foi marcada por aberrações. Um certo fabricante chegou a lançar uma famíliade placas sem cache L2, que pifavam em média depois de um ano de uso.

As coisas voltaram aos trilhos com o Athlon, que foi o primeiro grande processador(tanto em desempenho, quanto em tamanho :) da AMD. A primeira versão usavaum formato de cartucho (slot), similar ao Pentium II, mas incompatível com asplacas para ele. Ele foi sucedido pelo Athlon Thunderbird, que passou a usar oformato de soquete utilizado até os dias de hoje pelo Sempron.

Competindo com o Celeron, a AMD produziu o Duron, um processador de baixocusto, idêntico ao Athlon, mas com menos cache. Em 2005 o Athlon foidescontinuado e o cargo herdado pelo Sempron, uma versão aperfeiçoada do Duron(com mais cache e capaz de atingir freqüências mais altas), que passou a servendido segundo um índice de desempenho (em relação ao Pentium 4) e não maissegundo o clock real.

Por volta de 2000, surgiram as primeiras notícias do "SledgeHammer", umprocessador de 64 bits, que foi finalmente lançado em versão doméstica na formado Athlon 64, que passou a ser o topo de linha da AMD. Apesar das mudançasinternas, o Athlon 64 continua sendo compatível com os programas de 32 bits, damesma forma que os processadores atuais são capazes de rodar softwares daépoca do 386, muito embora tenham incorporado diversos novos recursos.

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Na prática, o fato de ser um processador de 64 bits não torna o Athlon 64gritantemente mais rápido, mesmo em aplicativos otimizados (os ganhos dedesempenho surgem mais devido ao controlador de memória integrado e aos novosregistradores). A principal vantagem dos processadores de 64 bits é derrubar umalimitação inerente a todos os processadores de 32 bits, que são capazes de cessarapenas 4 GB de memória RAM, um limite que está se tornando cada vez mais umalimitação grave em várias áreas.

Os 4 GB de memória podem não parecer um obstáculo imediato, mas lembre-se deque há duas décadas os PCs eram vendidos com 128 KB de memória, há umadécada já vinham com 4 ou 8 MB, e hoje são vendidos com 512 MB ou mais.

Memória

Depois do processador, temos a memória RAM, usada por ele para armazenar osarquivos e programas que estão sendo executados. Funciona como uma espécie demesa de trabalho. A quantidade de memória RAM disponível tem um grande efeitosobre o desempenho.

Os chips de memória são vendidos na forma de pentes de memória. Existem pentesde várias capacidades e normalmente as placas possuem dois ou três encaixesdisponíveis. Você pode instalar um pente de 512 MB junto com o de 256 MB queveio no micro para ter um total de 768 MB, por exemplo.

Ao contrário do processador, que é extremamente complexo, os chips de memóriasão formados pela repetição de uma estrutura bem simples, formada por um par deum transistor e um capacitor. Um transistor solitário e capaz de processar um únicobit de cada vez, e o capacitor permite armazenar a informação por um certo tempo.Esta simplicidade faz com que os pentes de memória sejam muito mais baratos queos processadores, principalmente se levarmos em conta o número de transistores.

Um pente de 1 GB é geralmente composto com 16 chips, cada um deles com umtotal de 512 megabits, o que equivale a 512 milhões de transistores. Um Athlon 64

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X2, que é um dos maiores processadores atualmente, tem "apenas" 233 milhões ecusta absurdamente mais caro que um pente de memória.

Existem basicamente dois tipos de memória em uso: SDR e DDR. As SDR são o tipotradicional, onde o controlador de memória faz apenas uma leitura por ciclo,enquanto as DDR são mais rápidas, pois fazem duas leituras por ciclo. Odesempenho não chega a dobrar, pois o acesso inicial continua demorando omesmo tempo, mas melhora bastante.

Os pentes de memória SDR são usados em micros antigos: Pentium II e PentiumIII e os primeiros Athlons e Durons. Por não serem mais fabricados, eles sãoatualmente muito mais raros e caros que os DDR, algo semelhante ao queaconteceu com os antigos pentes de 72 vias, usados na época do Pentium.

É fácil diferenciar os pentes SDR e DDR, pois os SDR possuem dois chanfros e osDDR apenas um. Essa diferença faz com que também não seja possível trocar asbolas, encaixando por engano um pente DDR numa placa-mãe que use SDR e vice-versa (a menos que você use um alicate e um martelo, mas a placa provavelmentenão vai funcionar mais depois ;).

Algumas poucas placas possuem os dois tipos de soquete, permitindo usar os doistipos de acordo com a conveniência, mas sem misturar os dois.

Apesar de toda a evolução, a memória RAM continua sendo gritantemente maislenta que o processador. Para atenuar a diferença, são usados dois níveis de cache,incluídos no próprio processador: o L1 e o L2.

O cache L1 é extremamente rápido, trabalhando próximo à freqüência nativa doprocessador. Na verdade, os dois trabalham na mesma freqüência, mas sãonecessários alguns ciclos de clock para que a informação armazenada no L1 chegueaté as unidades de processamento. No caso do Pentium 4, chega-se ao extremo dearmazenar instruções já decodificadas no L1. Elas ocupam mais espaço, maseliminam este tempo inicial. A grosso modo, quanto mais rápido o cache, maisespaço ele ocupa e menos é possível incluir no processador. É por isso que oPentium 4 inclui apenas um total de 20 KB deste cache L1 ultra-rápido, contra os128 KB do cache um pouco mais lento usado no Sempron.

Em seguida vem o cache L2, que é mais lento tanto em termos de tempo de acesso(o tempo necessário para iniciar a transferência) quanto em largura de banda, masé bem mais econômico em termos de transistores, permitindo que seja usado emmaior quantidade. Um Pentium 4 possui (de acordo com o modelo) 512 KB, 1 MBou 2 MB de cache L2, enquanto o Sempron tem 256 KB.

A principal característica da memória RAM é que ela é volátil, ou seja, os dados seperdem ao reiniciar o micro. É por isso que ao ligar é necessário sempre refazertodo o processo de carregamento, em que o sistema operacional e aplicativosusados são transferidos do HD para a memória, onde podem ser executados peloprocessador.

Disco rígido

No final das contas, a memória RAM funciona como uma mesa de trabalho. Os

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dados mesmo são armazenados no disco rígido, também chamado de hard disk (otermo em Inglês), HD ou até mesmo de "disco duro" pelos nossos primos lusitanos.É nele que ficam guardados programas e dados enquanto não estão em uso, ouquando o micro é desligado.

O HD armazena os dados em discos magnéticos que mantêm a gravação por váriosanos. Estes discos giram e uma cabeça de leitura móvel faz o trabalho de gravar ouacessar os dados em qualquer posição nos discos. Junto com o CD-ROM, o HD é umdos poucos componentes mecânicos ainda usados nos micros atuais e, justamentepor isso, é o que normalmente dura menos tempo (em média dois anos de usocontínuo) e que inspira mais cuidados.

Na verdade, os discos magnéticos dos HDs são selados, pois a superfície magnéticaonde são armazenados os dados é extremamente fina e sensível. Qualquer grão depoeira que entrasse iria começar a riscar os discos por causa da velocidade em queeles giram (7200 ou 10000 RPM nos atuais) o que faria com que em poucas horasquase todos os dados armazenados fossem destruídos. Fotos em que o HD apareceaberto são apenas ilustrativas, no mundo real ele é apenas uma caixa fechada semtanta graça.

Tradicionalmente, o sistema operacional era sempre instalado no HD antes depoder ser usado. Enquanto está trabalhando, o sistema precisa freqüentementemodificar arquivos e configurações, o que seria impossível num CD-ROM, já que osdados gravados nele não podem ser alterados.

Isso mudou com o aparecimento do Demolinux, Knoppix, Kurumin e outrasdistribuições Linux que rodam diretamente do CD-ROM. Neste caso, um conjuntode modificações "enganam" o sistema, fazendo com que ele use a maior parte dosarquivos (os que não precisam ser alterados) a partir do CD-ROM, e o restante (osque realmente precisam ser alterados) a partir da memória RAM.

Isto tem algumas limitações: as configurações são perdidas ao desligar (a menosque você as salve em um disquete ou cartão de memória), pois tudo é armazenadona memória RAM e o conteúdo dela é sempre perdido ao desligar o micro.

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Também é mais complicado (mas não impossível!) instalar novos programas pois ésempre preciso enganar o sistema fazendo-o gravar tudo na memória RAM. Poroutro lado, a facilidade de uso é imbatível, pois basta inicializar o micro usando oCD do Kurumin e ele roda alegre e saltitante, sem precisar alterar o que já estáinstalado no micro.

Mas, voltando à função do HD, imagine que, como memória RAM é cara, vocêcompra sempre uma quantidade relativamente pequena, geralmente 512 MB ou 1GB, de acordo com o seu bolso. Por outro lado, você dificilmente vai encontrar umHD de menos que 80 ou 120 GB à venda. Ou seja, temos centenas de vezes maisespaço no HD do que na memória RAM.

Lembre-se de que o computador é burro, quando ele fica sem memória RAM,simplesmente trava. Não existe negociação com quem só entende uns e zeros.

Bem antigamente, nos anos 80, época dos primeiros PCs, você só podia rodarprogramas que coubessem na memória RAM disponível. Naquela época, a memóriaRAM era muito mais cara que hoje em dia, então o mais comum era usar 256 ou512 KB (sim, kbytes, duas mil vezes menos que usamos hoje, tempos difíceisaqueles, nem existia Linux... :). Os mais abonados tinham dinheiro para comprarum megabyte inteiro mas parava por aí.

Se você quisesse rodar um programa com mais de 256 KB, tinha que comprar maismemória, não tinha conversa. Os programadores, coitados, tinham que deixar seusprogramas o mais compactos possíveis para que eles rodassem nos micros commenos memória.

Mais tarde, quando a Intel estava desenvolvendo o 386, um dos engenheiros bempagos da empresa, num momento de criatividade despertada por iluminação divina,teve a idéia de criar um recurso chamado de memória virtual.

O processador (através de uma instrução incluída no microcode e ativada pelosistema operacional) é instruído a mover alguns arquivos para o HD sempre que amemória RAM estiver acabando. Isso faz com que a memória nunca "acabe" e elenão trave. Enquanto tiver espaço no HD, ele vai caminhando.

O Linux sabe como usar memória virtual desde o comecinho, quando um russopediu encarecidamente que Linus Torvalds incluísse o recurso para que ele pudesserodar o Linux no seu 386 com 2 MB de RAM (não tente fazer isso em casa! :-).

O problema é que o HD é muito mais lento que a memória RAM. Se você for numaloja de informática qualquer e perguntar sobre os tipos de pente de memória queestão à venda, vai encontrar pentes de memória DDR de 2100, 2700 ou até 3200MB/s (a memória conversa com o processador a até 3200 megabytes por segundo).Na pior das hipóteses, você vai encontrar um pente antigo de memória PC-100, quetransmite a 800 MB/s.

Existe um comando no Linux que serve para mostrar de forma rápida odesempenho do HD, o hdparm. Quando o rodo no meu micro, que usa um HD IDErelativamente recente, ele diz o seguinte:

$ hdparm -t /dev/hda/dev/hda: Timing buffered disk reads: 158 MB in 3.03 seconds = 52.20 MB/sec

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Ou seja, enquanto na memória RAM falamos de 2 ou 3 gigabytes por segundo, noHD falamos em algumas dezenas de megabytes. Para piorar as coisas, o tempo deacesso do HD (o tempo necessário para localizar a informação e iniciar atransferência) é absurdamente mais alto, em torno de 10 milessegundos, enquantona memória RAM falamos em nanossegundos.

Agora você entende por que o Kurumin roda tão lento naqueles micros velhos comapenas 64 MB. O sistema até consegue trabalhar, com a ajuda da memória virtual,mas como uma grande parte das coisas acaba indo para o HD, tudo fica leeeeento,independentemente do clock do processador.

A fórmula é simples: quanto menos memória RAM, mais memória swap (memóriavirtual) é usada e mais lento o sistema fica. O processador, coitado, não pode fazernada além de ficar esperando a boa vontade do HD em mandar à conta-gotas osdados de que ele precisa para trabalhar. Ou seja, quando você compra um microcom um processador de 3 GHz e 256 MB de RAM, você está literalmente jogandodinheiro no lixo, pois o seu processador super ultra rápido vai ficar boa parte dotempo esperando pelo HD.

Vender micros novos com 256, ou pior, apenas 128 MB de RAM, é uma atrocidadeque deveria ser classificada como crime contra a humanidade ;).

Por outro lado, quando você tem instalado mais memória do que o sistemarealmente precisa, é feito o inverso. Ao invés de copiar arquivos da memória para oHD, arquivos do HD, contendo os programas, arquivos e bibliotecas que já foramanteriormente abertos é que são copiados para a memória, fazendo com que oacesso a eles passe a ser instantâneo. Os programas e arquivos passam a serabertos de forma gritantemente mais rápida, como se você tivesse um HD muitomais rápido do que realmente é.

Este recurso é chamado de cache de disco e no Linux é gerenciado de formaautomática pelo sistema, usando a memória disponível. Naturalmente, o cachedisco é descartado imediatamente quando a memória precisa ser usada para outrascoisas. Ele é apenas uma forma de aproveitar o excedente de memória, sem causarnenhum efeito desagradável.

Ironicamente, a forma mais eficiente de melhorar o desempenho do HD, é instalarmais memória, fazendo com que uma quantidade maior de arquivos possa serarmazenada no cache de disco. É por isso que servidores de arquivos, proxy e debanco de dados costumam usar muita memória RAM, em muitos casos 4 GB oumais.

Uma outra forma de melhorar o desempenho do HD é usar RAID, onde dois ouquatro HDs passam a ser acessados como se fossem um só, multiplicando avelocidade de leitura e gravação. Este tipo de RAID, usado para melhorar odesempenho é chamado de RAID 0. Existe ainda o RAID 1, onde são usados doisHDs, mas o segundo é uma cópia exata do primeiro, que garante que os dados nãosejam perdidos no caso de algum problema mecânico em qualquer um dos dois.

O RAID tem se tornado um recurso relativamente popular, pois muitas placas-mãejá vêm com controladoras RAID onboard.

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Placa de vídeo

Depois do processador, memória e HD, a placa de vídeo é provavelmente ocomponente mais importante do PC. Originalmente, as placas de vídeo eramdispositivos simples, que se limitavam a mostrar o conteúdo da memória de vídeono monitor. A memória de vídeo contém um bitmap da imagem atual, atualizadapelo processador, e o RAMDAC (um conversor digital-analógico) lê esta imagemperiodicamente e a envia ao monitor.

A resolução máxima suportada pela placa de vídeo era limitada pela quantidade dememória de vídeo. Na época, memória era um artigo caro, de forma que as placasvinham com apenas 1 ou 2 MB. As placas de 1 MB permitiam usar no máximo800x600 com 16 bits de cor, ou 1024x768 com 256 cores. Estavam limitadas aoque cabia na memória de vídeo.

Em seguida, as placas passaram a suportar recursos de aceleração, que permitemfazer coisas como mover janelas ou processar arquivos de vídeo de forma a aliviaro processador principal. Estes recursos melhoram bastante a velocidade deatualização da tela (em 2D), tornando o sistema bem mais responsívo.

Finalmente, as placas deram o passo final, passando a suportar recursos 3D. Umaplaca 3D é capaz de gerar, processar e renderizar imagens em 3D, que por sua vezsão formadas por uma quantidade gigantesca de polígonos, posicionados no espaçotridimensional e texturas aplicadas sobre eles, que os transformam em objetosmais semelhantes aos reais.

Junto com as placas 3D, surgiu a febre dos games de primeira pessoa, começandocom o Quake 2 e Quake 3 e depois chegando ao Counter Strike, Doom 3 ecompanhia. Muitos destes games (incluindo todos os títulos da ID e a série UnrealTournament) possuem versões Linux nativas. Em geral você baixa um instalador napágina do desenvolvedor, que instala a partir do CD com a versão Windows.

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Outros podem ser executados no Linux usando o Cedega (chamado de WineX nasversões anteriores), que simula um ambiente Windows, incluindo o DirectX e outrosrecursos usados pelos games. Já existem até casos de LanHouses onde todas ouquase todas as máquinas (os desktops mesmo, não apenas os servidores) rodamLinux. Você pode ver mais detalhes sobre o projeto aqui:http://www.guiadohardware.net/artigos/309/.

Para usar todos os recursos da placa de vídeo, do 3D à aceleração de vídeo básica,é necessário que existam drivers adequados para ela. A maioria das placaspossuem bons drivers para Linux, a maior parte deles incluída no próprio X.org, deforma que venham pré-instalados no sistema. A lista inclui desde as antigas placasVoodoo (1, 2, 3, 4 e Banshee) até muitas placas ATI e Via recentes, passando porquase todas as placas onboard da Intel, encontradas sobretudo em notebooks.

A nVidia desenvolve um driver proprietário de boa qualidade, que é compatível comtoda a linha de placas e pode ser instalado em (praticamente) qualquer distribuiçãoLinux sem muitas dificuldades. Algumas já até incluem o driver diretamente.

O desempenho é bem similar ao obtido no Windows, variando um pouco para maisou para menos de acordo com o game. Alguns chegam a ficar bem mais rápidos noLinux, enquanto outros (sobretudo os executados através do Cedega) rodam comperdas significativas por causa da camada de emulação. O driver Linux da nVidiapode ser baixado no: http://www.nvidia.com/object/unix.html.

A ATI também desenvolve um driver próprio, mas que não possui uma qualidadetão boa. O desempenho é inferior ao do driver for Windows e o driver não instalaem todas as distribuições. Como o custo das placas não é tão diferente assim, dêpreferência às placas da nVidia ao comprar uma placa 3D para uso no Linux.Lembre-se de que o driver influencia diretamente o desempenho da placa: umaplaca rápida no Windows pode ser muito lenta no Linux se o driver não tiverqualidade.

Entre as placas onboard, as com melhor suporte são as com chipset Intel, tanto asencontradas em notebooks, quanto as usadas em placas para desktop.Praticamente todas são suportadas no Linux e o driver oferece um bomdesempenho (dentro das limitações do hardware, claro). Alguns dos chipsetsrecentes passaram a ser suportados apenas no Kernel 2.6.12, por isso dêpreferência às últimas versões das distribuições.

Temos também as placas com o Via Unicrome, um chipset de vídeo incluído namaior parte das placas-mãe com chipset Via de fabricação recente. Até poucotempo, estas placas não tinham suporte 3D no Linux, mas isso mudou a partir dejulho de 2005, quando a Via passou a patrocinar o desenvolvimento de um driveropen source. Como o projeto é recente, muitas distribuições ainda não incluem odriver, mas no futuro ele tende a se tornar tão bem suportado quanto os Intel.

Por último, temos as placas SiS (tanto onboard quanto offboard), que são as piorsuportadas no Linux. O fabricante simplesmente não desenvolve nenhum driver,nem abre as especificações das placas, que permitiriam que outras pessoas ofizessem. Não apenas as placas de vídeo, mas também as placas-mãe com chipsetSiS de uma forma geral (independente do fabricante da placa-mãe) são as maisproblemáticas no Linux, novamente pela questão da falta de drivers, por isso érecomendável deixá-las em último na lista de compra. Só considere comprar umase a diferença de preço for realmente grande e você achar que a economiacompensa a falta de suporte e dor de cabeça.

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Embora funcionem no Linux, o driver "sis" do X.org (que dá suporte às placas comchipset SiS) não oferece desempenho 3D para nenhum dos modelos, limitandobastante seu uso. Um número relativamente grande de placas não possui sequeraceleração 2D, fazendo com que o desempenho fique comprometido mesmo emtarefas básicas, como assistir vídeos ou usar o VMware. Existe um projeto paraoferecer suporte 3D a algumas placas (embora sem nenhum apoio do fabricante),mas que não tem feito muito progresso nos últimos tempos, disponível no:http://www.winischhofer.at/linuxsisvga.shtml.

A principal diferença entre as placas 3D onboard e as offboard é o barramento deacesso à memória, que nas placas atuais é o principal limitante de desempenho.Nas placas offboard, a placa inclui uma quantidade generosa de memória de vídeo,acessada através de um barramento muito rápido. O GPU (o chipset da placa) étambém muito poderoso, de forma que as duas coisas se combinam para oferecerum desempenho monstruoso. As placas 3D atuais são praticamente umcomputador à parte, pois além da qualidade generosa de memória RAM, acessadaatravés de um barramento muito mais rápido que a do sistema, o chipset de vídeoé muito mais complexo e absurdamente mais rápido que o processador principal noprocessamento de gráficos. O chipset de uma GeForce 7800 GT, por exemplo, écomposto por 302 milhões de transistores, enquanto um Pentium III tem "apenas"28 milhões.

No caso de uma placa onboard, o chipset de vídeo é bem mais simples e incluídodiretamente no chipset da placa-mãe. Para reduzir ainda mais o custo, o vídeo nãopossui memória dedicada, simplesmente compartilha a memória principal com oprocessador.

Mesmo uma placa relativamente barata atualmente, como a GeForce 4 Ti4600 tem10.4 GB/s de barramento com a memória de vídeo, enquanto ao usar um pente dememória DDR PC 3200, temos apenas 3.2 GB/s de barramento na memóriaprincipal, que ainda por cima precisa ser compartilhado entre o vídeo e oprocessador principal. O processador lida bem com isto, graças aos caches L1 e L2,mas a placa de vídeo realmente não tem para onde correr. É por isso que oschipsets de vídeo onboard são normalmente bem mais simples: mesmo um chipcaro e complexo não ofereceria um desempenho muito melhor, pois o grandelimitante é o acesso à memória.

O único chipset de vídeo onboard que oferece um desempenho mais próximo dodas placas offboard é o usado nas placas nVidia GeForce, que utilizam um chipsetde vídeo separado e o "twin bank", uma tecnologia que permite que dois pentes dememória sejam acessados simultaneamente, reduzindo o problema da lentidão doacesso à memória.

Em compensação, as placas com ele são consideravelmente mais caras, e vocêprecisa gastar um pouco a mais para comprar dois pentes de memória, o que acabaanulando grande parte da economia em relação a uma placa off-board.

De uma forma geral, as placas de vídeo onboard (pelo menos os modelos quedispõe de drivers adequados) atuais atendem bem às tarefas do dia-a-dia, com agrande vantagem do custo. Elas também permitem rodar os games mais antigoscom um bom desempenho, apesar de naturalmente ficarem devendo noslançamentos recentes.

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Placa-mãe

A placa-mãe é o componente mais importante do micro, pois é ela a responsávelpela comunicação entre todos os componentes. Pela enorme quantidade de chips,trilhas, capacitores e encaixes, a placa-mãe também é o componente que, de umaforma geral, mais dá defeitos. É comum que um slot PCI pare de funcionar (emboraos outros continuem normais), que instalar um pente de memória no segundosoquete faça o micro passar a travar, embora o mesmo pente funcioneperfeitamente no primeiro, e assim por diante.

A maior parte dos problemas de instabilidade e travamentos são causados porproblemas diversos na placa-mãe, por isso ela é o componente que deve serescolhido com mais cuidado.

A qualidade da placa-mãe é de longe mais importante que o desempenho doprocessador. Você mal vai perceber uma diferença de 20% no clock doprocessador, mas com certeza vai perceber se o seu micro começar a travar ou sea placa de vídeo onboard não tiver um bom suporte no Linux.

Ao montar um PC de baixo custo, economize primeiro no processador, depois naplaca de vídeo, som e outros periféricos. Deixe a placa-mãe por último no corte dedespesas.

Não se baseie apenas na marca da placa na hora de comprar, mas também nofornecedor. Como muitos componentes entram no país ilegalmente, "via Paraguai",é muito comum que lotes de placas remanufaturadas, ou defeituosas acabemchegando ao mercado. Muita gente compra estes lotes, vende por um preço umpouco abaixo do mercado e depois desaparece. Outras lojas simplesmente vãovendendo placas que sabem ser defeituosas até acharem algum cliente que nãoreclame. Muitas vezes os travamentos da placa são confundidos com "paus doWindows", de forma que sempre aparece algum desavisado que não percebe oproblema.

Antigamente existia a polêmica entre as placas com ou sem componentes onboard.Hoje em dia isso não existe mais, pois todas as placas vem com som e redeonboard. Apenas alguns modelos não trazem vídeo onboard, atendendo ao públicoque vai usar uma placa 3D off-board e prefere uma placa mais barata ou com maisslots PCI do que com o vídeo onboard que, de qualquer forma, não vai usar.

Quanto aos conectores, temos na placa-mãe dois conectores IDE para conectar oHD e o CD-ROM, um slot AGP (o marrom) para a placa de vídeo, vários slots PCI(os brancos) para o modem, placa de som e outras placas, soquetes para conectara memória, o soquete para o processador, o conector para a fonte de alimentação eo painel traseiro, que agrupa os encaixes dos componentes onboard, incluindo ovídeo, som, rede e portas USB.

O soquete (ou slot) para o processador é a principal característica da placa-mãe,pois indica com quais processadores ela é compatível. Você não pode instalar umAthlon 64 numa placa soquete A (que é compatível com os Athlons, Durons eSemprons), nem muito menos encaixar um Sempron numa placa soquete 478,destinada aos Pentium 4. O soquete é na verdade apenas um indício de diferençasmais "estruturais" na placa, incluindo o chipset usado, o layout das trilhas dedados, etc. É preciso desenvolver uma placa quase que inteiramente diferente parasuportar um novo processador.

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Existem ainda dois tipos de portas para a conexão do HD: as portas IDEtradicionais, de 40 pinos (PATA, de Parallel ATA) e os conectores SATA (Serial ATA),que são muito menores. Muitas placas recentes incluem um único conector PATA equatro conectores SATA. Outras incluem as duas portas IDE tradicionais e doisconectores SATA e, algumas já passam a trazer apenas conectores SATA, deixandode lado os conectores antigos. Existem ainda algumas placas "legacy free", queeliminam também os conectores para o drive de disquete, portas seriais e portaparalela, incluindo apenas as portas USB. Isso permite simplificar o design dasplacas, reduzindo o custo de produção.

Tudo isso é montado dentro do gabinete, que contém outro componenteimportante: a fonte de alimentação. A função da fonte é transformar a correntealternada da tomada em corrente contínua (AC) já nas tensões corretas, usadaspelos componentes. Ela serve também como uma última linha de defesa contrapicos de tensão e instabilidade na corrente, depois do nobreak ou estabilizador.

Embora quase sempre relegada a último plano, a fonte é outro componenteessencial num PC atual. Com a evolução das placas de vídeo e processadores, osPCs consomem cada vez mais energia. Na época dos 486, as fontes mais vendidastinham 200 watts ou menos, enquanto as atuais têm a partir de 450 watts. Umafonte subdimensionada não é capaz de fornecer energia suficiente nos momentosde pico, causando desde erros diversos, provocados por falhas no fornecimento (omicro trava ao tentar rodar um game pesado, ou trava sempre depois de algum

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tempo de uso, por exemplo), ou, em casos mais graves, até mesmo danos aoscomponentes. Uma fonte de má qualidade, obrigada a trabalhar além do suportado,pode literalmente explodir, danificando a placa-mãe, memórias, HDs e outroscomponentes sensíveis.

Evite comprar fontes muito baratas e, ao montar um micro mais parrudo, invistanuma fonte de maior capacidade.

Não se esqueça também do fio terra, que é outro componente importante, masfreqüentemente esquecido. O fio terra funciona como uma rota de fuga para picosde tensão provenientes da rede elétrica. A eletricidade flui de uma forma similar àágua: vai sempre pelo caminho mais fácil. Sem ter para onde ir, um raio vai torraro estabilizador, a fonte de alimentação e, com um pouco mais de azar, a placa-mãee o resto do micro. O fio terra evita isso, permitindo que a eletricidade escoe porum caminho mais fácil, deixando todo o equipamento intacto.

O fio terra é simplesmente uma barra de cobre com dois a três metros decomprimento, que é cravada no solo, no meio de um buraco de 20 cm de largura,preenchido com sal grosso e carvão. Naturalmente, instalar o terra é trabalho parao eletricista, até porque cavar o buraco e cravar a barra não é um trabalho nadafácil :-). Sem o terra, o estabilizador perde grande parte de sua função, tornando-se mais um componente decorativo, que vai ser torrado junto com o resto, do queuma proteção real.

Nas grandes cidades, é relativamente raro acontecer dos micros queimarem porcausa de raios, pois os transformadores e disjuntores oferecem uma proteçãorazoável. Mas, pequenos picos de tensão são responsáveis por pequenos danos nospentes de memória e outros componentes sensíveis, danos que se acumulam,comprometendo a estabilidade e abreviando a vida útil do equipamento.

A longo prazo, o investimento na instalação do terra e melhorias na instalaçãoelétrica acabam se pagando com juros, principalmente se você tem mais de ummicro.

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Hardware x Software

Toda esta parte física, as coisas tangíveis, que você pode tocar é chamada dehardware. A parte mais importante vem depois, o Software, os programas quepermitem que o computador faça coisas úteis. É aí que entra o sistema operacionale, depois dele, os programas que usamos no dia-a-dia.

Um bom sistema operacional é invisível. A função dele é detectar e utilizar ohardware da máquina de forma eficiente, fornecendo uma base estável sobre a qualos programas que utilizamos no cotidiano possam ser usados. Como diz LinusTorvalds, as pessoas não usam o sistema operacional, usam os programasinstalados. Quando você se lembra que está usando um sistema operacional, ésinal de que alguma coisa não está funcionando como deveria.

O sistema operacional permite que o programador se concentre em adicionarfunções úteis, sem ficar se preocupando com que tipo de placa de vídeo ou placa desom você tem. O programa diz que quer mostrar uma janela na tela e ponto; omodelo de placa de vídeo que está instalado e que comandos são necessários paramostrar a janela são problema do sistema operacional.

Para acessar a placa de vídeo, ou qualquer outro componente instalado, o sistemaoperacional precisa de um driver, que é um pequeno programa que trabalha comoum intérprete, permitindo que o sistema converse com o dispositivo. Cada placa devídeo ou som possui um conjunto próprio de recursos e comandos que permitemusá-los. O driver converte estes diferentes comandos em comandos padrão, quesão entendidos pelo sistema operacional.

O driver é como se fosse a chave do carro, sem ela você não entra no carro nem dáa partida e ele não serve para nada. Comprar uma impressora ou scanner que nãopossua driver para o Linux, ou outro sistema operacional que você pretendeutilizar, é como comprar um carro sem a chave. Pesquise antes para não levar gatopor lebre.

Arquiteturas

Nos primórdios da informática, nas décadas de 50, 60 e 70, vários fabricantesdiferentes disputavam o mercado. Cada um desenvolvia seus próprioscomputadores, que eram incompatíveis entre si. Tanto o hardware quanto ossoftwares para cada arquitetura não funcionavam nas outras. Isso causava umaineficiência generalizada, pois cada fabricante tinha que desenvolver tudo, daplaca-mãe ao sistema operacional.

No começo dos anos 80, os fabricantes começaram a se especializar. Surgiu entãoo PC que é uma arquitetura aberta, um conjunto de padrões que permite usarperiféricos de vários fabricantes diferentes e roda vários tipos de sistemasoperacionais.

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O principal concorrente é a Apple, que produz os Macs. Ao contrário dos PCs, elespossuem uma arquitetura fechada. A Apple desenvolve tanto os computadoresquando o sistema operacional.

Naturalmente muita coisa é terceirizada e várias empresas desenvolvem programase acessórios, mas como a Apple precisa manter o controle de tudo e desenvolvermuita coisa por conta própria, o custo dos Macs acaba sendo bem mais alto que odos PCs. Isso faz com que (embora tenham seus atrativos) eles sejam muito menospopulares. Atualmente os Macs possuem menos de 3% do mercado mundial, o quesignifica uma proporção de mais de 30 PCs para cada Mac.

No início da década de 80, a concorrência era mais acirrada e muitos achavam queo modelo da Apple poderia prevalecer, mas não foi o que aconteceu. Dentro dahistória da informática temos inúmeras histórias que mostram que os padrõesabertos quase sempre prevalecem. Um ambiente onde existem várias empresasconcorrendo entre si favorece o desenvolvimento de produtos melhores, o que criauma demanda maior e, graças à economia de escala, permite preços mais baixos.

Como os micros PC possuem uma arquitetura aberta, ou seja, a possibilidade devários fabricantes diferentes desenvolverem seus próprios componentes baseadosem padrões já definidos, temos uma lista enorme de componentes compatíveisentre si. Podemos escolher entre várias marcas e modelos os componentes quemelhor atendam nossas necessidades e montar nossa própria configuração, deacordo com o uso.

Qualquer novo fabricante, com uma placa-mãe mais barata ou um processadormais rápido, por exemplo, pode entrar no mercado, é apenas uma questão de criara demanda necessária. A concorrência faz com que os fabricantes sejam obrigadosa trabalhar com uma margem de lucro relativamente baixa, ganhando com base novolume de peças vendidas, o que é muito bom para nós que compramos.

Um pouco sobre redes

Montar uma rede já foi complicado e caro. Hoje em dia, as redes são algoonipresente, uma forma barata de trocar arquivos, compartilhar a conexão com ainternet, compartilhar impressoras, CD-ROM e outros periféricos e assim por diante.

O uso mais corriqueiro é compartilhar a conexão com a internet. Você tem apenasuma linha ADSL ou apenas uma assinatura do serviço de acesso via cabo e podeacessar, ao mesmo tempo, a partir de todos os micros que tiver em sua casa ouempresa. Neste caso um dos micros atua como um ponto de encontro, enviando ospedidos de todos para a internet e devolvendo as respostas. Além de compartilhara conexão, este servidor pode compartilhar arquivos, servir como firewall(protegendo a rede de acessos externos), rodar um proxy (que permite criar umcache de arquivos e páginas acessados, melhorando a velocidade da conexão),além de outros serviços.

Outra necessidade comum é compartilhar arquivos. Antigamente (naquela épocaem que os micros tinham 512 KB de memória e os homens eram homens eescreviam seus próprios sistemas operacionais) era usado o protocolo DPL/DPC(disquete pra lá, disquete pra cá), mas ele não era muito eficiente, principalmentequando o amigo que estava esperando os arquivos estava em outra cidade...

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Os componentes básicos da rede são uma placa de rede para cada micro, os cabose o hub ou switch que serve como um ponto de encontro, permitindo que todos osmicros se enxerguem e conversem entre si.

As placas de rede já foram componentes caros, mas como elas são dispositivosrelativamente simples e o funcionamento é baseado em padrões abertos, qualquerum pode abrir uma fábrica de placas de rede, o que faz com que exista umaconcorrência acirrada que obriga os fabricantes a produzirem placas cada vez maisbaratas e trabalhem com margens de lucro cada vez mais estreitas. As placas derede mais baratas chegam a ser vendidas no atacado por menos de três dólares. Opreço final é um pouco mais alto naturalmente, mas não é difícil achar placas por20 reais ou até menos.

Temos três padrões de redes Ethernet: de 10 megabits, 100 megabits e 1 gigabit.As placas são intercompatíveis, mas, ao usar placas de velocidades diferentes, asduas vão conversar na velocidade da placa mais lenta.

As redes 10 megabits já são obsoletas, mas ainda é possível encontrar muitasinstalações antigas por aí. Caso a rede já use cabos de categoria 5 (o número vemdecalcado no cabo), é possível fazer um upgrade direto para 100 megabits,trocando apenas o hub e placas.

Lembre-se de que a velocidade das placas é calculada em bits e não em bytes. Umarede de 100 megabits permite uma taxa de transmissão (teórica) de 12.5 MB/s.Como além dos dados são transmitidas outras informações (a estrutura dospacotes, retransmissões, códigos de correção de erros, etc.), a velocidade naprática fica sempre um pouco abaixo disso. Normalmente é possível transferirarquivos a no máximo 10.5 MB/s, com a taxa máxima variando sutilmente deacordo com a placa e o sistema operacional usado.

A opção para quem precisa de mais velocidade são as redes Gigabit Ethernet, quetransmitem a até 1000 megabits (125 megabytes) por segundo. As placas Gigabitatuais são compatíveis com os mesmos cabos de par trançado categoria 5, usadospelas placas de 100 megabits, por isso a diferença de custo fica por conta apenasdas placas e do switch. Elas ainda são muito mais caras, mas pouco a pouco opreço vai caindo.

Os cabos de rede também são um artigo relativamente barato. Os cabos decategoria 5 que usamos em redes de 100 ou 1000 megabits geralmente custam emtorno de 80 centavos o metro, com mais alguns centavos por conector.

Você pode comprar quantos metros de cabo quiser, junto com os conectores e fazercrimpar os cabos você mesmo, ou pode comprá-los já prontos. É no caso dos cabosjá crimpados que o preço começa a variar. Algumas lojas chegam a crimpar os

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cabos na hora cobrando apenas o valor do material, enquanto outras vendem oscabos por preços exorbitantes.

Os cabos devem ter um mínimo de 30 centímetros e um máximo de 100 metros, adistância máxima que o sinal elétrico percorre antes que comece a haver umadegradação que comprometa a comunicação. Na verdade, estes valores não sãoexatos, principalmente com relação ao comprimento máximo do cabo.

Não é incomum ver gente usando cabos fora do padrão, com 120, 150 ou, emalguns casos até 200 metros. Dependendo da qualidade das placas de redes, cabos,conectores, crimpagem e do nível de interferências do ambiente, o sinal pode sepropagar por distâncias bem acima dos 100 metros, mas neste caos sem garantianenhuma de estabilidade. Até 100 metros você pode ter certeza de que a redefuncionará, acima disso começa a depender da sorte.

Existem dois tipos de cabos de rede: os cabos retos (straight), que são os cabos"normais", usados para ligar os vários micros ao hub ou switch, e os cabos cross-over, que utilizam um padrão diferente, que permite ligar diretamente dois micros,sem precisar de um hub.

Todas as placas são ligadas ao hub ou switch, que serve como uma central, deonde os sinais de um micro são retransmitidos para os demais. Todas as placas derede são ligadas ao hub ou switch e é possível ligar vários hubs ou switchs entre si(até um máximo de 7) caso necessário, formando redes maiores.

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A diferença entre um hub é um switch é que o hub apenas retransmite tudo o querecebe para todos os micros conectados a ele, é um tagarela. Isso faz com queapenas um micro consiga transmitir dados de cada vez e que todas as placasprecisem operar na mesma velocidade (sempre nivelada por baixo, caso vocêcoloque um micro com uma placa de 10 megabits na rede, a rede toda passará atrabalhar a 10 megabits).

Os switchs, por sua vez, são aparelhos mais inteligentes. Eles fecham canaisexclusivos de comunicação entre o micro que está enviando dados e o que estárecebendo, permitindo que vários pares de micros troquem dados entre si aomesmo tempo. Isso melhora bastante a velocidade em redes congestionadas, commuitos micros.

Antigamente, existia uma grande diferença de preço entre os hubs burros e osswitchs, mas os componentes caíram tanto de preço que a partir de um certo pontoa diferença se tornou insignificante e os fabricantes passaram a fabricar apenasswitchs, que por sua vez dividem-se em duas categorias: os switchs "de verdade",aparelhos caros, capazes de gerenciar o tráfego de uma quantidade maior demicros e que possuem várias ferramentas de gerenciamento e os "hub-switchs", osmodelos mais simples e baratos, que usamos no dia-a-dia.

O TCP/IP e a configuração da rede

Tudo o que vimos até agora, sobre placas e cabos representa a parte física da rede,os componentes necessários para fazer os uns e zeros enviados por umcomputador chegarem ao outro. O TCP/IP é o protocolo de rede, o conjunto deregras e padrões que permite que eles realmente falem a mesma língua.

Pense nas placas, hubs e cabos como o sistema telefônico e no TCP/IP como alíngua falada que você usa para realmente se comunicar. Não adianta nada ligarpara alguém na China que não saiba falar Português. Sua voz vai chegar até lá,mas ela não vai entender nada. Além da língua em si, existe um conjunto depadrões, como por exemplo dizer "alô" ao atender o telefone, dizer quem é, sedespedir antes de desligar, etc.

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Ligar os cabos e ver se os leds do hub e das placas estão acesos é o primeiropasso. O segundo é configurar os endereços da rede para que os micros possamconversar entre si, e o terceiro é finalmente compartilhar a internet, arquivos,impressoras e o que mais você quer que os outros micros da rede tenham acesso.

Graças ao TCP/IP, tanto o Linux quanto o Windows e outros sistemas operacionaisem uso são intercompatíveis dentro da rede. Não existe problema para asmáquinas com o Windows acessarem a internet através da conexão compartilhadano Linux, por exemplo.

Independente do sistema operacional usado, as informações básicas para que elepossa acessar a internet através da rede são:

- Endereço IP:

Os endereços IP identificam cada micro na rede. A regra básica é que cada microdeve ter um endereço IP diferente e todos devem usar endereços dentro da mesmafaixa.

O endereço IP é dividido em duas partes. A primeira identifica a rede à qual ocomputador está conectado (necessário, pois numa rede TCP/IP podemos ter váriasredes conectadas entre si, veja o caso da internet) e a segunda identifica ocomputador (chamado de host) dentro da rede. É como se o mesmo endereçocontivesse o número do CEP (que indica a cidade e a rua) e o número da casa.

A parte inicial do endereço identifica a rede e os últimos identificam o computadordentro da rede. Quando temos um endereço "192.168.0.1", por exemplo, temos omicro "1" dentro da rede "192.168.0". Quando alguém diz "uso a faixa 192.168.0.xna minha rede", está querendo dizer justamente que apenas o último número mudade um micro para outro.

Na verdade, os endereços IP são números binários, de 32 bits. Para facilitar aconfiguração e memorização dos endereços, eles são quebrados em 4 números de8 bits cada um. Os 8 bits permitem 256 combinações diferentes, por isso usamos 4números de 0 a 255 para representá-los.

Todos os endereços IP válidos na internet possuem dono. Seja alguma empresa oualguma entidade certificadora que os fornece junto com novos links. Por isso nãopodemos utilizar nenhum deles a esmo.

Quando você se conecta na internet você recebe um (e apenas um) endereço IPválido, emprestado pelo provedor de acesso, algo como por exemplo"200.220.231.34". É através deste número que outros computadores na Internetpodem enviar informações e arquivos para o seu.

Quando quiser configurar uma rede local, você deve usar um dos endereçosreservados, endereços que não existem na internet e que por isso podemos utilizarà vontade em nossas redes particulares. Algumas das faixas reservadas deendereços são: 10.x.x.x, 172.16.x.x até 172.31.x.x e 192.168.0.x até 192.168.255.x

Você pode usar qualquer uma dessas faixas de endereços na sua rede. Uma faixade endereços das mais usadas é a 192.168.0.x, onde o "192.168.0." vai ser igualem todos os micros da rede e muda apenas o último número, que pode ser de 1 até254 (o 0 e o 255 são reservados para o endereço da rede e o sinal de broadcast).

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Se você tiver 4 micros na rede, os endereços deles podem ser, por exemplo,192.168.0.1, 192.168.0.2, 192.168.0.3 e 192.168.0.4.

- Máscara de sub-rede

A máscara é um componente importante do endereço IP. É ela que explica para osistema operacional como é feita a divisão do endereço, ou seja, quais dos 4octetos compõem o endereço da rede e quais contém o endereço do host, ou seja,o endereço de cada micro dentro da rede.

Ao contrário do endereço IP, que é formado por valores entre 0 e 255, a máscarade sub-rede é formada por apenas dois valores: 0 e 255, como em 255.255.0.0 ou255.0.0.0, onde um valor 255 indica a parte endereço IP referente à rede, e umvalor 0 indica a parte endereço IP referente ao host.

Se você está usando a faixa 192.168.0.x, por exemplo, que é um endereço declasse C, então a máscara de sub-rede vai ser 255.255.255.0 para todos os micros.Você poderia usar uma máscara diferente: 255.255.0.0 ou mesmo 255.0.0.0,desde que a máscara seja a mesma em todos os micros.

Se você tiver dois micros, 192.168.0.1 e 192.168.0.2, mas um configurado com amáscara "255.255.255.0" e o outro com "255.255.0.0", você terá na verdade duasredes diferentes. Um dos micros será o "1" conectado na rede "192.168.0" e ooutro será o "0.2", conectado na rede "192.168".

- Default Gateway (gateway padrão)

Lembra que disse que quando você se conecta à internet através de um provedorde acesso qualquer, você recebe apenas um endereço IP válido? Quando vocêcompartilha a conexão entre vários micros, apenas o servidor que estácompartilhando a conexão possui um endereço IP válido, só ele "existe" nainternet. Todos os demais acessam através dele.

O default gateway ou gateway padrão é justamente o micro da rede que tem aconexão, que os outros consultarão quando precisarem acessar qualquer coisa nainternet.

Por exemplo, se você montar uma rede doméstica com 4 PCs, usando os endereçosIP 192.168.0.1, 192.168.0.2, 192.168.0.3 e 192.168.0.4, e o PC 192.168.0.1estiver compartilhando o acesso à internet, as outras três estações deverão serconfiguradas para utilizar o endereço 192.168.0.1 como gateway padrão.

- Servidor DNS

Memorizar os 4 números de um endereço IP é muito mais simples do quememorizar o endereço binário. Mas, mesmo assim, fora os endereços usados nasua rede interna, é complicado sair decorando um monte de endereços diferentes.

O DNS (domain name system) permite usar nomes amigáveis ao invés deendereços IP para acessar servidores, um recurso básico que existe praticamentedesde os primórdios da internet. Quando você se conecta à internet e acessa oendereço http://www.guiadohardware.net, é um servidor DNS que converte o

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"nome fantasia" no endereço IP real do servidor, permitindo que seu micro possaacessar o site.

Para tanto, o servidor DNS mantém uma tabela com todos os nomes fantasia,relacionados com os respectivos endereços IP. A maior dificuldade em manter umservidor DNS é justamente manter esta tabela atualizada, pois o serviço tem queser feito manualmente. Dentro da internet, temos várias instituições que cuidamdesta tarefa. No Brasil, por exemplo, temos a FAPESP. Para registrar um domínio épreciso fornecer à FAPESP o endereço IP real do servidor onde a página ficaráhospedada. A FAPESP cobra uma taxa de manutenção anual de R$ 30 por esteserviço.

Servidores DNS também são muito usados em intranets, para tornar os endereçosmais amigáveis e fáceis de guardar.

Faz parte da configuração da rede informar os endereços DNS do provedor (ouqualquer outro servidor que você tenha acesso), que é para quem seu micro iráperguntar sempre que você tentar acessar qualquer coisa usando um nome dedomínio e não um endereço IP. O jeito mais fácil de conseguir os endereço doprovedor é simplesmente ligar para o suporte e perguntar.

O ideal é informar dois endereços, assim se o primeiro estiver fora do ar, vocêcontinua acessando através do segundo. Também funciona com um endereço só,mas você perde a redundância. Exemplos de endereços de servidores DNS são:200.204.0.10 e 200.204.0.138.

No Kurumin você encontra a opção de configurar a rede dentro do Painel de Controle, em"Conectar na internet ou configurar a rede > Configurar conexão via rede local". Oassistente vai perguntando as configurações da rede que vimos.

Um exemplo de configuração de rede completa para um dos micros da rede, quevai acessar a internet através do micro que está compartilhando a conexão seria:

IP: 192.168.0.2Máscara: 255.255.255.0Gateway: 192.168.0.1 (o endereço do micro compartilhando a conexão)DNS: 200.204.0.10 200.204.0.138

O micro que está compartilhando a conexão por sua vez vai ter duas placas derede, uma para a internet e outra para a rede local, por isso vai ter umaconfiguração separada para cada uma. A configuração da internet é feita da formanormal, de acordo com o tipo de conexão que você usa, e a configuração da redeinterna segue o padrão que vimos até aqui.

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É possível usar também um servidor DHCP para fornecer as configurações da redepara os micros, de forma que você não precise ficar configurando os endereçosmanualmente em cada um. O configurador do Kurumin pergunta sobre isso logo naprimeira opção: "Configurar a rede via DHCP"?

Respondendo "Sim", o micro simplesmente "pede socorro" na rede e é ajudado peloservidor DHCP, que fornece para ele toda a configuração da rede, de formaautomática. Você gasta um pouco mais de tempo configurando o servidor DHCP,mas em compensação economiza na configuração dos micros.

Redes wireless

Apesar de inicialmente muito mais caras, as redes wireless estão gradualmentecaindo de preço e se popularizando rapidamente. Além da questão da praticidade,em muitos casos simplesmente não é viável usar cabos. Imagine que você preciseligar dois escritórios situados em dois prédios distantes, ou que a sua mãe/esposa/marido não deixa você nem pensar em espalhar cabos pela casa.

O que você precisa prestar atenção na hora de comprar é se o modelo escolhido ébem suportado no Linux. Caso a placa tenha um driver disponível, a configuraçãoserá simples, quase como a de uma placa de rede normal, mas sem o driver vocêfica trancado do lado de fora do carro. Lembre-se, o driver é a chave e você nuncadeve comprar um carro sem a chave :-).

Numa rede wireless, o hub é substituído pelo ponto de acesso (access-point eminglês). Ele tem basicamente a mesma função: retransmitir os pacotes de dados,de forma que todos os micros da rede os recebam. Em geral os pontos de acessopossuem uma saída para serem conectados num hub tradicional, permitindo quevocê "junte" os micros da rede com fios com os que estão acessando através darede wireless, formando uma única rede.

Ao contrário dos hubs, os pontos de acesso são dispositivos inteligentes, quepodem ser configurados através de uma interface de administração via web. Vocêse conecta num endereço específico usando o navegador (que muda de aparelhopara aparelho, mas pode ser encontrado facilmente no manual), loga-se usandouma senha padrão e altera as configurações (e senhas!) de acordo com asnecessidades da sua rede.

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Ao contrário de uma rede cabeada, com um switch, em qualquer rede wireless abanda da rede é compartilhada entre os micros que estiverem transmitindo dadossimultaneamente. Isso acontece pois não existem cabos independentes ligando oponto de acesso a cada micro, mas um único meio de transmissão (o ar), o que fazcom que a rede opere como se todos os micros estivessem ligados ao mesmo cabo.Enquanto um transmite, os outros esperam. Conforme aumenta o número demicros e aumenta o tráfego da rede, mais cai o desempenho.

Outra questão é que a potência do sinal decai conforme aumenta a distância,enquanto a qualidade decai pela combinação do aumento da distância e dosobstáculos pelo caminho. É por isso que num campo aberto o alcance será muitomaior do que dentro de um prédio, por exemplo.

Conforme a potência e qualidade do sinal se degrada, o ponto de acesso podediminuir a velocidade de transmissão a fim de melhorar a confiabilidade datransmissão. A velocidade pode cair para 5.5 megabits, 2 megabits ou chegar aapenas 1 megabit por segundo antes que o sinal se perca completamente.

Existem três padrões diferentes de rede wireless em uso. O primeiro (e maiscomum) é o 802.11b, onde a rede opera a uma taxa teórica de 11 megabits.

O seguinte é o 802.11a, que ao contrário do que o nome dá a entender, é maisrecente que o 802.11b. As redes 802.11a são mais rápidas (54 megabits) e sãomais resistentes a interferências, pois operam na faixa de freqüência dos 5 GHz, aoinvés dos 2.4 GHz usados no 802.11b. A desvantagem é que, pelo mesmo motivo(a freqüência mais alta), o alcance das redes 802.11a é menor, cerca de metadeque numa rede 802.11b. As placas 802.11a são relativamente raras e, como amaioria é capaz de operar nos dois padrões, muitas delas acabam operando a 11megabits, juntando-se a redes 802.11b já existentes.

Finalmente, temos o 802.11g, o padrão atual. Ele junta o melhor dos dois mundos,operando a 54 megabits, como no 802.11a e trabalhando na mesma faixa defreqüência do 802.11b (2.4 GHz), o que mantém o alcance inicial. Para que a redefuncione a 54 megabits, é necessário que tanto o ponto de acesso, quanto todas as

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placas sejam 802.11g, caso contrário a rede inteira passa a operar a 11 megabits,a fim de manter compatibilidade com as placas antigas. Muitos pontos de acessopermitem desativar este recurso, fazendo com que as placas de 11 megabitssimplesmente fiquem fora da rede, sem prejudicar o desempenho das demais.

Existem ainda as placas dual band, que são capazes de transmitir simultaneamenteusando dois canais diferentes, dobrando a taxa de transmissão. Uma placa de "108megabits" é na verdade uma 802.11g dual-band.

As redes wireless também são redes Ethernet e também usam o TCP/IP. Mas, alémda configuração dos endereços IP, máscara, gateway, etc., feita da mesma formaque numa rede cabeada, temos um conjunto de parâmetros adicional.

A configuração da rede wireless é feita em duas etapas. Primeiro você precisaconfigurar o ESSID, canal e (caso usada encriptação) a chave WEP ou WPA que dáacesso à rede.

O ESSID é uma espécie de nome de rede. Dois pontos de acesso, instalados namesma área, mas configurados com dois ESSIDs diferentes formam duas redesseparadas, permitindo que a sua rede não interfira com a do vizinho, por exemplo.Mesmo que existam várias redes na mesma sala, indicar o ESSID permite que vocêse conecte à rede correta.

Em seguida temos o canal que, novamente permite que vários pontos de acessodentro da mesma área trabalhem sem interferir entre si. Temos um total de 16canais (numerados de 1 a 16), mas a legislação de cada país permite o uso deapenas alguns deles. Nos EUA, por exemplo, é permitido usar apenas do 1 ao 11 ena França apenas do 10 ao 13. Esta configuração de país é definida na configuraçãodo ponto de acesso.

O ESSID sozinho provê uma segurança muito fraca, pois qualquer um que soubesseo nome da rede poderia se conectar a ele ou mesmo começar a escutar todas asconexões. Embora o alcance normal de uma rede wireless, usando as antenaspadrão das placas e pontos de acesso normalmente não passe de 30 ou 50 metros(em ambientes fechados) usando antenas maiores, de alto ganho e conseguindouma rota sem obstáculos, é possível captar o sinal de muito longe, chegando a 2 ouaté mesmo 5 KM, de acordo com a potência do seu ponto de acesso.

Como é praticamente impossível impedir que outras pessoas captem o sinal da suarede, a melhor solução é encriptar as informações, de forma que ela não tenhautilidade fora o círculo autorizado a acessar a rede.

Existem atualmente três padrões de encriptação, o WEP de 64 bits, WEP de 128bits e o WPA, o padrão mais recente e considerado mais seguro.

Embora nenhum dos três seja livre de falhas, elas são uma camada essencial deproteção, que evita que sua rede seja um alvo fácil. É como as portas de uma casa.Nenhuma porta é impossível de arrombar, mas você não gostaria de morar numacasa sem portas.

Ao usar WEP, você define numa chave de 10 (WEP de 64 bits) ou 26 (WEP de 128bits) caracteres em hexa, onde podem ser usados números de 0 a 9 e as letras A,B, C, D, E e F. Também é possível usar caracteres ASCII (incluindo acentuação etodo tipo de caracteres especiais); neste caso as chaves terão respectivamente 5 e13 caracteres.

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A regra básica é que os micros precisam possuir a chave correta para seassociarem ao ponto de acesso e acessarem a rede. Em geral os pontos de acessopermitem que você especifique várias chaves diferentes, de forma que cada micropode usar uma diferente.

Acesso Remoto

Muitos dispositivos, como por exemplo modems ADSL, pequenos servidores deimpressão, roteadores, etc. possuem várias opções de configuração; muitas vezesrodam o Linux ou outro sistema operacional completo, mas não possuem nemteclado nem monitor.

Nestes casos toda a configuração é feita remotamente, através de algum utilitáriode configuração. O mais comum é o uso de alguma interface http, que você acessade qualquer micro da rede local usando o navegador, ou então o uso do ssh outelnet.

Eu, por exemplo, uso um modem ADSL Parks 600, que pode ser configurado comoroteador ou bridge, através de uma interface de administração simples, que acessovia telnet, a partir de qualquer micro da rede.

O telnet é um protocolo primitivo que permite rodar comandos remotamenteatravés de uma interface de modo texto. Existem clientes telnet para váriossistemas operacionais. Tanto no Linux quanto no Windows, você acessa umamáquina remotamente via telnet usando o comando "telnet" seguido do endereçoIP destino, como em:

$ telnet 192.168.0.1

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O grande problema é que o telnet não oferece nenhum tipo de segurança. Todas asinformações, incluindo as senhas são transmitidas em texto puro, de forma legívelpela rede e são fáceis de interceptar. É como se você fizesse suas transaçõesbancárias gritando pela janela.

O ssh já é mais evoluído. Ele utiliza um sistema de criptografia bastante seguropara proteger os dados. Alguém pode interceptar as informações, afinal a internet éuma rede pública, mas os dados capturados não terão utilidade nenhuma. O ssh é aopção mais usada para administrar servidores remotamente.

Hoje em dia poucas empresas hospedam seus websites "in house" ou seja, emservidores instalados dentro da própria empresa. Quase sempre os servidores ficamhospedados em data centers, complexos que oferecem toda a estrutura necessáriapara que os servidores fiquem no ar de forma confiável, incluindo links redundantes(se o link principal cai, existe um segundo de reserva), nobreaks de grande porte,geradores, refrigeração (a temperatura ambiente mais baixa ajuda os componentesa trabalhar de forma mais estável) e assim por diante.

Isto significa que, apesar do servidor ser "seu", você não tem nenhum tipo deacesso físico a ele. Não pode usar o teclado ou mouse por exemplo, tudo precisaser feito a distância.

No Linux, toda a configuração do sistema, instalação de novos programas, etc.pode ser feita a partir do modo texto, o que permite configurar o servidor e mantê-lo atualizado remotamente, via ssh. Outro ponto interessante é que apesar de sernativo do Unix, existem clientes ssh também para Windows e outras plataformas,permitindo que o responsável administre o servidor a partir de uma estaçãoWindows, por exemplo.

Outra possibilidade interessante para o ssh é suporte a distância. Você pode seconectar no micro de um amigo para corrigir algum problema, por exemplo.

Para acessar uma máquina remotamente via ssh, você deve informar o login quevocê usará para se conectar, seguido do IP da máquina, que pode estar tanto narede local quanto na internet. Se o seu amigo criou o login "suporte" para que vocêacesse o micro dele remotamente e o IP é 200.221.34.32, o comando seria:

$ ssh [email protected]

O ssh pede a senha (tudo feito através da conexão segura) e depois você já vê oprompt da outra máquina:

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Embora o uso mais comum seja rodar comandos de modo texto, o ssh tambémpermite rodar aplicativos gráficos. Se você estiver se conectando a partir do Linux,geralmente não precisará fazer nada além de chamar o programa pelo nome, comoem:

$ konqueror

O programa roda no servidor, mas a imagem é exibida no seu monitor:

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Este recurso de rodar aplicativos gráficos remotamente é mais útil dentro de umarede local, pois consome muita banda, deixando as respostas lentas se você acessavia modem, por exemplo.

Outro programa interessante para acessar outros micros remotamente é o VNC.Ele permite ver uma extensão do desktop da outra máquina, incluindo o KDE ououtra interface gráfica. O VNC é dividido em dois módulos, um cliente e umservidor. O servidor VNC é instalado na máquina que será acessada remotamente,enquanto as que vão acessar precisam apenas do cliente, um programa pequenoque já vem pré-instalado na maioria das distribuições. Os dois estão disponíveistanto para Linux quanto para Windows, de forma que você pode acessar um microcom o Windows a partir do Kurumin ou vice-versa.

Finalmente, temos as interfaces de administração via web. Como disse, elas sãousadas por muitos modems ADSL (são mais fáceis de usar que a interface de modotexto do meu Parks) e também por programas de configuração destinados aservidores Linux, como o Swat e o Webmin.

O Swat permite configurar o Samba, usado para compartilhar arquivos commáquinas Windows, enquanto o Webmin é uma ferramenta completa, que permiteconfigurar vários servidores diferentes. Caso instalados no servidor, ambos podemser acessados a partir de outro micro da rede local, ou até mesmo via internet,usando o navegador:

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O Kernel e as distribuições

Nas reportagens sobre o Linux você lerá muito sobre Linus Torvalds, o criador doKernel do Linux. Ele (o Kernel) é a peça fundamental do sistema, responsável porprover a infra-estrutura básica para os programas funcionarem. O Kernel é algocomum em todas as diferentes distribuições; muda a versão, mas o Kernel do Linusestá sempre ali.

O Kernel é o responsável por dar suporte aos mais diferentes periféricos: placas derede, som, e o que mais você tiver espetado no micro. Uma nova versão sempretraz suporte a muita coisa nova, o que faz diferença principalmente para quempretende trocar de PC em breve ou está de olho em algum handheld ou mp3playerexótico. É por isso que o lançamento de uma atualização importante, como o Kernel2.6, é sempre tão comemorado.

Mas, apesar de toda a sua importância, o grande objetivo dos desenvolvedores éque o Kernel seja invisível. Ele deve simplesmente fazer seu trabalho sem que vocêprecise se preocupar com ele. Você só se dá conta que o Kernel existe quando algonão funciona, de forma que quanto menos você notá-lo melhor, sinal de que ascoisas estão funcionando bem... :-).

Uma distribuição Linux é como uma receita, ao invés de ficar compilando o Kernel eos programas como faziam os pioneiros, você simplesmente instala um conjuntoque uma equipe desenvolveu e disponibilizou. O bom dos softwares é que uma vezcriados eles podem ser distribuídos quase sem custo. Ao contrário de um objetomaterial, que se quebra ao ser dividido, quanto mais pessoas copiarem e usaremsua distribuição melhor: seu trabalho terá mais reconhecimento e apoio.

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Alguns exemplos de distribuições são o Debian, Mandriva, Fedora, SuSE, Slackwaree Gentoo.

Qualquer pessoa ou empresa com tempo e conhecimentos suficientes podedesenvolver uma distribuição. O mais comum é usar uma distribuição já existentecomo ponto de partida e ir incluindo novos recursos a partir daí. No mundo open-source não é preciso reinventar a roda, os trabalhos anteriores são respeitados ereutilizados, aumentando radicalmente a velocidade de desenvolvimento de novosprojetos.

A distribuição mais antiga, ainda ativa é o Slackware, que em julho de 2006completou 13 anos. O Slackware é uma das distribuições mais espartanas, que temcomo objetivo preservar a tradição dos sistemas Unix, provendo um sistemaestável, organizado, mas com poucas ferramentas automatizadas, que te obriga aestudar e ir mais a fundo na estrutura do sistema para conseguir usar. Muita genteusa o Slackware como ferramenta de aprendizado, encarando os problemas edeficiências como um estímulo para aprender.

Pouco depois, em novembro de 1994, foi lançado o Red Hat, que foi desenvolvidocom o objetivo de facilitar a configuração e automatização do sistema, incluindovárias ferramentas de configuração. Apesar de sua alma comercial, todas asferramentas desenvolvidas pela equipe do Red Hat tinham seu código aberto, o quepossibilitou o surgimento de muitas outras distribuições derivadas dele, incluindo oMandrake (França) e o Conectiva (Brasil). Devido à sua origem comum, estasdistribuições preservam muitas semelhanças até hoje, sobretudo na estrutura dosistema e localização dos arquivos de configuração.

A partir de 2003, a Red Hat mudou seu foco, concentrando seus esforços no públicoempresarial, desenvolvendo o Red Hat Enterprise e vendendo pacotes com osistema, suporte e atualizações.

O Red Hat Desktop foi descontinuado em 2004, pouco depois do lançamento o RedHat 9. A partir daí, passou a ser desenvolvido o Fedora combinando os esforços departe da equipe da Red Hat e vários voluntários que, com a maior abertura,passaram a contribuir com melhorias, documentações e suporte comunitário nosfóruns. O Fedora herdou a maior parte dos usuários do Red Hat Desktop e éatualmente uma das distribuições mais usadas.

O Mandrake começou de uma forma modesta, como uma versão modificada doRed Hat, lançada em julho de 1998, cuja principal modificação foi a inclusão do KDE(ainda na versão 1.0). O Mandrake conquistou rapidamente um númerorelativamente grande de usuários e passou a ser desenvolvido de formaindependente, com foco na facilidade de uso. Em 2005 aconteceu a fusão entre oMandrake e o Conectiva, que deu origem ao atual Mandriva, que passou a serdesenvolvido combinando os esforços dos desenvolvedores das duas distribuições.

A história do SuSE é um pouco mais complicada. As primeiras versões forambaseadas no SLS, uma das primeiras distribuições Linux que se têm notícia. Em1995 os scripts e ferramentas foram migrados para o Jurix, que por sua vez erabaseado no Slackware. A partir a versão 5.0, lançada em 1998, o SuSE passou autilizar pacotes RPM, o formato do Red Hat e passou a incorporar características eferramentas derivadas dele. Todas estas ferramentas foram integradas no Yast, umpainel de controle central que facilita bastante a administração do sistema.

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Devido a todas estas mudanças, o SuSE é difícil de catalogar, mas atualmente osistema possui muito mais semelhanças com o Fedora e o Mandriva do que com oSlackware, por isso é mais acertado colocá-lo dentro da família Red Hat.

Em 2003, a SuSE foi adquirida pela Novell, dando origem ao Novell Desktop (umasolução comercial) e ao OpenSuSE, um projeto comunitário, que usa uma estruturaorganizacional inspirada no exemplo do Fedora.

Finalmente, temos o Debian, cuja primeira versão oficial (chamada Buzz) foilançada em 1996. O Debian deu origem a uma grande linhagem de distribuições,que incluem de produtos comerciais, como o Linspire e o Xandros a projetoscomunitários, como o Ubuntu, Knoppix, Mephis e o próprio Kurumin.

As principais características do Debian são a grande quantidade de pacotesdisponíveis (atualmente, quase 25 mil, se incluídas as fontes não oficiais) e o apt-get, um gerenciador de pacotes que permite baixar, instalar, atualizar e remover ospacotes de forma automática.

O Debian utiliza um sistema de desenvolvimento contínuo, onde são desenvolvidassimultaneamente 3 versões, chamadas de Stable (estável), Testing (teste) eUnstable (instável). A versão estável é o release oficial, que tem suporte eatualizações de segurança freqüentes. A versão estável atual é o Sarge (3.1),lançado em junho de 2005; antes dele veio o Woody (3.0), lançado em julho de2002 e o Potato (2.2), lançado em agosto de 2000. O lançamento da próximaversão estável (batizada de Etch), está planejada para o final de 2006.

Apesar do longo intervalo entre os lançamentos das versões estáveis, os pacotesficam congelados, recebendo apenas correções de segurança. Isso faz com que ospacotes do Stable fiquem rapidamente defasados em relação a outras distribuições.Para solucionar este problema, existe a opção de usar o Testing, composto depacotes recentes porém menos testados e, como última opção, existe o Unstable,que é a porta de entrada para as últimas versões e por isso sujeito a maisproblemas. Em algumas épocas, o uso do Unstable é impraticável, pois muitasalterações são feitas simultaneamente, fazendo com que muitos pacotes fiquemquebrados e apareçam problemas diversos.

Tipicamente, os pacotes começam no Unstable, onde recebem uma primeira rodadade testes. Depois de algumas semanas, são movidos para o Testing.Periodicamente, os pacotes no Testing são congelados, dando origem a uma novaversão estável. Além destes, existe o Experimental, usado como um laboratóriopara a inclusão de novos pacotes.

O Debian em si é bastante espartano em termos de ferramentas de configuração epor isso reservado a usuários mais avançados. Porém, muitas distribuiçõesderivadas dele, como Ubuntu, o Mepis e o Kurumin, são desenvolvidas com foco nafacilidade de uso e incluem muitas ferramentas e assistentes de configuração.

Você pode ver uma tabela mais completa com as origens de cada distribuição nestelink do Distrowatch:

http://distrowatch.com/dwres.php?resource=independence

Veja que dentre as distribuições cadastradas no site, a grande maioria é baseadano Debian (129) ou no Knoppix (50). Naturalmente, as distribuições baseadas noKnoppix também são indiretamente derivadas do Debian e, de fato, muitasdistribuições são incluídas dentro das duas categorias.

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Em seguida temos as distribuições derivadas do Fedora (63), do Slackware (28) edo Mandriva (14). Até o Kurumin já entrou na lista, com 5 filhos.

Os live-CDs

Tradicionalmente, qualquer sistema operacional precisa ser instalado no HD antesde ser usado. Você dá boot usando o CD ou DVD de instalação e é aberto umsistema compacto, que roda o instalador e se encarrega de instalar e configurar osistema principal. Depois de algum tempo respondendo perguntas e vendo a barrade progresso da cópia dos arquivos, você reinicia o micro e pode finalmentecomeçar a usar o sistema. Isso é válido tanto para o Windows quanto para a maiorparte das distribuições Linux.

Os live-CDs são distribuições Linux que rodam diretamente a partir do CD-ROM,sem necessidade de instalar. Um dos pioneiros nesta área é o Knoppix (derivado doDebian), que até hoje é um dos live-CDs de maior sucesso. O Kurumin é umdescendente direto dele, desenvolvido com base no Knoppix 3.1 (a versão maisrecente no início de 2003) e desenvolvido de forma mais ou menos autônoma apartir daí, utilizando como base os pacotes do Debian, combinados comatualizações provenientes do Knoppix e várias outras distribuições, além de umconjunto de scripts e ferramentas de configuração próprias, centralizadas na formado Clica-aki.

Para quem já se acostumou com a idéia, pode parecer natural rodar o sistema apartir do CD e até mesmo instalar novos programas, sem precisar modificar asinformações salvas no HD, mas o aparecimento do Knoppix foi um verdadeiromarco dentro do mundo Linux.

A base de tudo é um módulo de Kernel chamado cloop, um hack que permite queo sistema rode a partir de um sistema de arquivos compactado, gravado no CD-

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ROM. Os dados são descompactados "on-the-fly", conforme são necessários. É algoque funciona de forma similar às partições compactadas pelo smartdrive noWindows 95/98 (ainda lembrado pelos saudosistas :), mas com um desempenhomelhor e otimizado para CD-ROMs.

Graças à compressão, uma distribuição como o Kurumin pode incluir cerca de 1.2GB de programas, em uma imagem com pouco mais de 400 MB. Além de reduzir otamanho do sistema, comprimir os arquivos melhora também a taxa detransferência do CD-ROM, diminuindo a perda de desempenho causado pela baixataxa de leitura.

A idéia é que um CD-ROM de 40X é capaz de ler a em média 4 MB/s, pois como oCD gira sempre na mesma velocidade, as informações gravadas nas trilhas da parteexterna do CD (mais longas), são lidas a mais ou menos o dobro da velocidade dasdo centro (que são mais curtas). Um CD-ROM de 40x lê a 6 MB/s nas trilhasexternas mas a apenas 3 MB/s nas internas. Como o CD-ROM é gravado a partir docentro, na maior parte do tempo ele lê os dados a 3, 4 ou 5 MB/s.

Mas, ao ler 4 MB/s de dados compactados a uma razão de 3x, ele estará lendo naprática a quase 12 MB/s, quase a mesma taxa de transferência de um HD de meiadécada atrás. Naturalmente ainda existem outros problemas, como o tempo debusca, que é muito mais alto num CD-ROM, mas o problema principal é bastanteamenizado.

Se não fosse o sistema de compressão, os live-CDs descendentes do Knoppixseriam três vezes maiores e três vezes mais lentos ao rodar do CD, o que ostornariam sistemas muito menos atrativos.

Em contrapartida, o trabalho do processador passa a ser maior, pois, além deprocessar os dados referentes aos programas, ele tem que ao mesmo tempodescompactar os dados lidos pelo CD-ROM. Por isso, mais do que em outrasdistribuições, o desempenho (ao rodar do CD) aumenta de acordo com o poder deprocessamento da máquina. Numa máquina lenta, um Pentium II 300, porexemplo, o desempenho é cerca de 50% menor do que seria ao rodar umadistribuição instalada no HD, enquanto num Athlon XP ou Pentium 4 a diferença jáé muito menor.

A primeira etapa do boot é a tela de boas-vindas e uma linha onde você podefornecer parâmetros para o boot. Logo depois é carregado o Kernel, que por suavez inicializa o hardware, cria um ramdisk usando uma parte (pequena) damemória RAM onde são armazenados arquivos de configuração e outros dados queprecisam ser alterados durante o uso. Depois disso entra em ação o hwsetup, oprograma de detecção que se encarrega de detectar a placa de vídeo, som, rede,modem e outros periféricos suportados, desenvolvido por Klaus Knopper com baseno Kudzu do Red Hat.

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Este trabalho de detecção é justamente o grande trunfo. Em poucos segundos osistema é capaz de detectar, configurar e ativar todos os periféricos suportados namáquina, baseado nos códigos de identificação dos dispositivos, sem nenhumaintervenção do usuário.

Claro, sempre existem casos de problemas. Algumas placas-mãe travam durante adetecção do ACPI, alguns notebooks travam durante a etapa inicial, onde o sistemaprocura por placas SCSI e assim por diante. Mas na grande maioria dos casos estesproblemas podem ser resolvidos desativando as partes da detecção que causamproblemas, usando opções de boot. Veremos mais detalhes sobre isso no capítulo3.

Durante o boot ele tenta sempre configurar automaticamente a rede, obtendo o IPe outros dados a partir de um servidor DHCP disponível na rede. Se a máquinaacessar a internet através de uma conexão compartilhada dentro da rede local ouatravés de um modem ADSL configurado como roteador, ele já será capaz deacessar a web logo após o boot, caso contrário você pode configurar a redemanualmente.

Uma questão importante ao usar qualquer live-CD é a questão da memória RAM.Como o sistema por padrão não utiliza as partições do HD, tudo é feito usando amemória RAM, incluindo a instalação de novos programas. O ramdisk que é criadodurante o boot vai crescendo conforme são feitas modificações. Em micros compouca RAM você verá uma mensagem de "disco cheio" (quando na verdade o queacabou foi o espaço no ramdisk), ou até mesmo efeitos diversos por falta dememória RAM disponível.

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A instalação de novos programas é possibilitada pelo UnionFS, mais um hack quemonitora tentativas de alterações nos arquivos do CD (originalmente impossíveis,já que o CD é somente-leitura) e engana os programas, fazendo-as no ramdisk,permitindo que você altere arquivos e instale novos programas, mesmo ao rodar osistema a partir do CD. Este recurso está disponível a partir do Knoppix 3.8 e doKurumin 5.0.

A configuração mínima para rodar o Kurumin é um Pentium II com 128 MB de RAM.Para o Knoppix ou outras distribuições, os requisitos variam de 128 a 256 MB. Parausar o apt-get e instalar novos programas (UnionFS), você precisa ter 512 MB deRAM.

Para poder abrir vários programas simultaneamente e para melhorar o desempenhogeral do sistema, é recomendável ter disponível uma partição swap, que pode sercriada usando o gparted, cfdisk, ou outro programa de particionamento. Muitasdistribuições criam uma partição swap automaticamente ao serem instaladas.

A memória swap (ou memória virtual) é um recurso usado por todos os sistemasoperacionais atuais quando não existe memória RAM suficiente. Ele passa aarmazenar os dados que não "cabem" na memória num arquivo ou partição swapcriada no HD. É o uso da memória swap que permite que o sistema continuefuncionando, mesmo quando não existe memória RAM suficiente.

Como não é possível fazer memória swap no CD-ROM, o sistema é capaz dedetectar e montar automaticamente partições de memória swap de outrasdistribuições Linux. Caso você tenha apenas o Windows instalado, ele tentará emúltimo caso criar um arquivo de swap dentro da partição do Windows, mas isto só épossível se o HD estiver formatado em FAT32 (o sistema de arquivos usado peloWindows 98). Por enquanto ainda não é possível fazer isso em partições NTFS doWindows XP.

Ou seja, para rodar o Kurumin em micros com pouca memória RAM, você devepreferencialmente usar um programa de particionamento qualquer para criar umapartição Linux swap ou pelo menos certificar-se de que o HD está formatado emFAT32 e não em NTFS, caso contrário ele não terá para onde correr quando amemória RAM acabar ;-).

Além do Knoppix e do Kurumin, existem muitos outros live-CDs, tanto baseados no Debian quantobaseados em outras distribuições, como o Slax (baseado no Slackware) e o PcLinuxOS (baseado noMandriva).

Como baixar, gravar e dar boot

A forma mais popular de disponibilizar novas versões das distribuições é através dearquivos ISO, cópias binárias do conteúdo dos CDs ou DVD de instalação, que vocêpode gravar usando o Nero, K3B ou outro programa de gravação, obtendo um CDidêntico ao original.

Gravar um arquivo ISO é diferente de gravar um arquivo qualquer no CD. Umarquivo ISO é uma imagem binária que deve ser copiada bit a bit no CD-ROM, enão simplesmente adicionado dentro de uma nova seção. Todos os bons programasde gravação suportam a gravação de arquivos ISO, veja como gravar o arquivousando alguns programas populares.

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Ao usar o Easy CD Creator, abra o Easy CD Creator e clique em "File > Menu >Record CD from CD Image". Aponte o arquivo que será gravado. Marque a opção"ISO Image Files (*.iso)" na janela de navegação e clique em "Start Recording"para gravar o CD.

No Nero Burning Rom, clique em File > Burn Image, aponte o arquivo que serágravado e clique em "Write" para gravar o CD.

Ao usar o K3B (no Linux), clique em Ferramentas > Gravar Imagem ISO (ouQueimar imagem de CD), aponte o arquivo, escolha a velocidade de gravação eclique em "Gravar".

Depois de gravado o CD, o próximo passo é configurar o setup da placa-mãe paradar boot através do CD-ROM. A maioria dos micros vem configurados para dar bootpreferencialmente através do CD-ROM. Neste caso basta deixar o CD na bandeja evocê já cai na tela de boas vindas do sistema. Se não for o seu caso, pressione atecla DEL durante o teste de memória para entrar no Setup.

Procure pela seção "Boot" e coloque o CD-ROM como dispositivo primário. Tudopronto, agora é só salvar a configuração acessando o menu exit, escolhendo aopção "Save & Exit setup".

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Ao reiniciar o micro sem o CD no drive, ele volta a carregar o Windows ou outrosistema que estiver instalado no HD. Esta alteração apenas faz com que ele passe aprocurar primeiro no CD-ROM.

Um hábito saudável é verificar a integridade do arquivo .ISO antes de gravar o CD.Sempre é possível que o arquivo esteja incompleto, ou venha corrompido, seja porproblemas com a conexão ou no gerenciador de download usado. Você podedetectar este tipo de problema (e evitar gastar mídias à toa), verificando oMD5SUM do arquivo, um teste que soma todos os bits do arquivo e devolve uma"assinatura", um código de 32 dígitos que permite detectar qualquer mudança noarquivo.

Os códigos de assinatura dos arquivos estão quase sempre disponíveis na páginade download, como em:

11479ced7eea505506b5a3314d33ee70 kurumin-5.0.iso

Você precisa apenas rodar o MD5SUM no arquivo baixado e ver se o resultado éigual ao número da página. No Linux (qualquer distribuição), acesse a pasta onde oarquivo foi baixado e digite:

$ md5sum kurumin-5.0.iso

Se o número retornado for igual, você pode gravar a imagem sem medo, o arquivoestá ok. Caso o número seja diferente, então o arquivo chegou corrompido ouincompleto. Uma dica nesta caso é que é possível corrigir arquivos corrompidosusando o bittorrent (se o arquivo estiver disponível para download através dele).Para isso, baixe o arquivo .torrent para a mesma pasta do arquivo corrompido einicie o download. O bittorrent usa um algoritmo próprio para verificar cada pedaçodo arquivo, descartando os pedaços corrompidos. Isso permite que ele baixenovamente apenas os pedaços corrompidos, sem precisar baixar novamente todo oarquivo.

No Windows baixe o programa disponível nohttp://www.md5summer.org/download.html. Ele é gráfico, até mais fácil de usarque a versão Linux.

Uma última dica é com relação aos famosos "Cloop Errors", erros de leitura queaparecem ao tentar rodar qualquer live-CD (que usa o módulo cloop para

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compactar os dados) a partir de uma mídia ruim. O cloop possui um sistemapróprio para verificar as integridade dos dados no CD, detectando e avisando sobreos erros de leitura.

Nestes casos você verá vários "CLOOP READ erros" durante o boot, que indicamjustamente que o sistema não está conseguindo ler os dados corretamente. Vejaum exemplo:

CLOOP READ ERROR:AT POS 5233960 IN FILE/CDROM/KNOPPIX/KNOPPIXCLOOP:ERROR-3 UNCOMPRESSING BLOCK 46065536/0/23207/05233960-I/O ERROR DEV OB:00, SECTOR 17212 LINUXRC CANNOT CREAT/VAN/RUN/VTMP.DIRECTORYNOEXISTENT

Os cloop erros podem ser causados por três fatores:

a) O arquivo baixado está incompleto ou corrompido.

b) O CD ou CD-RW está riscado/danificado e o sistema não está conseguindo ler osdados corretamente (o mais comum). Os CD-RW dão esse tipo de problema maisfreqüentemente, pois o índice de refração luminosa da mídia é mais baixa e asuperfície de gravação mais frágil, facilitando o aparecimento de problemas deleitura.

c) O próprio leitor CD-ROM ou o cabo IDE podem estar com problemas e por isso osdados não estão sendo lidos corretamente, embora a mídia esteja em bom estado.

Os CLOOP ERRORS são sempre causados direta ou indiretamente por um destestrês fatores; problemas com o CD ou com o hardware do seu micro e não porproblemas do software. O sistema pode apresentar outros tipos de problemas nasua máquina, como travar durante a detecção de algum componente, mas este erroespecífico é justamente um aviso de problemas com a leitura dos dados.

Em muitos casos, o sistema roda normalmente a partir do CD, mas apresentaproblemas estranhos ao ser instalado (o modo gráfico não abre, alguns aplicativosnão funcionam, mensagens de erro diversas reclamando da falta de aplicativos oubibliotecas, etc.), causados por problemas de leitura durante a instalação.

Prefira usar mídias CDR normais e depois doar suas cópias antigas para amigos queainda não conheçam o sistema, assim você estará evitando dor de cabeça e aindafazendo uma boa ação :).

Linguagens de programação

Os computadores são funcionários quase perfeitos. Fazem tudo o que mandamos,não reclamam, não se importam de trabalhar até tarde da noite, não cobram horaextra nem tiram férias. Mas, em compensação, também não pensam. Para quefaçam qualquer coisa é preciso explicar tudo com os mínimos detalhes e na línguadeles.

Considerando que tudo o que os computadores conseguem entender sãoseqüências intermináveis de números binários, fornecer estas "instruções" pode sermuito penoso para um ser humano. Você consegue se imaginar lendo um manual

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de 5.000 páginas e decorando um a um centenas de códigos binários querepresentam as instruções do processador?

Se os programadores precisassem programar diretamente em binários, decorandoseqüências como 10111011101101101110110011001010 para cada instrução doprocessador e para cada endereço de memória a ser acessado, provavelmente nãoteríamos mais programadores; já estariam todos loucos.

Para facilitar as coisas, começaram a ser desenvolvidas as linguagens deprogramação, que diferem na sintaxe e recursos, mas têm um ponto em comum,que é a existência de um compilador. Seja programando em C, ou seja em Kylix,você usará um editor para escrever seu programa, respeitando as regras dalinguagem escolhida e em seguida rodará o compilador, que interpretará oscomandos que formam o seu programa e os transformará em um arquivo binário,que contém as instruções binárias que são entendidas pelo processador.

No Windows não temos muito contato com código fonte, pois os programas sãoquase sempre distribuídos apenas em formato binário, que você não tem comoalterar. Mas, no caso do Linux, temos a possibilidade de baixar o código fonte depraticamente todos os programas que usamos no dia-a-dia. Muita gente aprende aprogramar fuçando no código fonte de algum programa que conhece bem,começando com pequenas traduções e mudanças, e acaba entendendo bem asintaxe da linguagem e vários dos truques usados. Depois de cada rodada dealterações, é possível compilar todo o código, abrir o programa e verificar de queforma elas alteraram o programa final.

A vantagem de usar linguagens de programação é que o desenvolvedor passa atrabalhar com instruções como "if", "else", etc. além de todas as facilidadesoferecidas pela linguagem ao invés de gigantescos endereços binários. Sem dúvidamuito mais simples.

Existem diversas linguagens de programação. Meu objetivo aqui é dar algumasnoções básicas sobre as peculiaridades e utilidade de algumas delas

Para começar, existe uma linguagem "básica" para quem quer aprender aprogramar, ensinada nos cursos de lógica da programação, o pseudocódigo. Ele nãoé uma linguagem "de verdade", mas sim uma maneira mais simples para aprenderos fundamentos usados em todas as linguagens de programação.

Podemos começar com um exemplo simples. Vamos fazer um programa capaz detomar uma decisão fácil. Ele pergunta a nota do aluno e diz se ele passou ou não.Para um ser humano isso seria um problema muito elementar, mas para ocomputador as coisas não são assim tão simples. Lembre-se de que ele é burro eprecisa ser orientado passo a passo. Nosso programinha em pseudocódigo poderiaficar assim:

escreva: "Qual é a nota do aluno?"leia nota

se nota maior ou igual a seteentão:escreva "Ele passou"senão:escreva: "Ele foi reprovado"

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fim do sefim do programa

Este programinha perguntaria a nota e, com base no número que for digitado,avisaria se o aluno passou ou não.

Ele poderia ser escrito em qualquer linguagem, mas a lógica seria a mesma. Deacordo com os recursos oferecidos pela linguagem escolhida, ele poderia ter umainterface simples em modo texto, uma interface gráfica mais trabalhada, aparecerno meio de uma pagina web e assim por diante. O mesmo programinha escrito emshell script, a linguagem mais elementar que temos no Linux, onde utilizamoscomandos de terminal, poderia ficar assim:

echo "Qual é a nota do aluno"read nota

if [ "$nota" -ge "7" ]thenecho "Ele passou"elseecho "Ele foi reprovado"fi

As linguagens de programação são conjuntos de padrões e comandos que vocêpode usar para dar ordens para nossos amigos burros.

Assim como nas línguas faladas, existem diferenças de sintaxe, gramática eexistem linguagens mais simples ou mais complicadas de aprender e linguagensmais adequadas para cada tipo de tarefa a realizar. Veja alguns exemplos delinguagens de programação:

- Assembly: O Assembly foi provavelmente a primeira linguagem de programaçãoda história, surgida na década de 50, época em que os computadores aindausavam válvulas. A idéia do Assembly é usar um comando em substituição a cadainstrução de máquina.

No Assembly, cada uma destas instruções equivale a uma instrução doprocessador. Ao invés de usar instruções como 10101011, você pode usar outrasbem mais fáceis de entender e de memorizar, como add, div, mul, and, or, not, etc.Você também pode criar variáveis, que são pequenos espaços na memória RAMreservados para guardar algum tipo de informação, que o programa precisará maistarde. Você pode usar aquelas instruções que citei para lidar com elas. Porexemplo, a instrução "add" faz com que o processador some duas variáveis; "addx, y" por exemplo, soma os valores de x e y.

Apesar de ser exaustivamente trabalhoso, você pode perfeitamente desenvolverpequenos programas em Assembly. Para isso só vai precisar de um compilador ebastante paciência para aprender. Um bom ponto de partida é baixar o MenuetOS,um sistema operacional aberto, inteiramente escrito em Assembly, que inclui todasas ferramentas e compiladores necessários para começar a programar. Na páginavocê encontra também alguns tutoriais e exemplos:http://www.menuetos.net/

O compilador transforma o código escrito em Assembly em linguagem de máquina,que finalmente poderá ser entendida pelo processador.

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Existem também os decompiladores, que fazem o trabalho inverso, de transformarum programa já compilado em código Assembly. Este recurso é chamado deengenharia reversa. É assim que conseguem crackear programas, quebrar códigosde proteção (como o do DVD), etc. Claro que para isso, é preciso alguém queconheça muito de Assembly e que tenha disposição para ficar estudando o códigoaté encontrar o que procura.

Por causa desta característica de permitir trabalhar diretamente com as instruçõesdo processador, o Assembly é uma linguagem de baixo nível. Existem tambémlinguagens de alto nível, como C++ ou Pascal, onde é possível usar várias funçõesjá prontas ou mesmo ferramentas visuais, como o Kdeveloper ou o Kylix, que sãoainda mais fáceis.

Em se tratando de programação, o fato de uma linguagem ser "de baixo nível", nãosignifica que ela é ruim, mas apenas que ela manipula diretamente as instruções eendereços de memória e, por isso, é mais trabalhosa e voltada para odesenvolvimento de aplicativos otimizados.

- Fortran: O Fortran foi uma das primeiras linguagens de alto nível da história.Enquanto o Assembly é chamado de linguagem de baixo nível, por nele utilizarmosdiretamente as instruções e endereços do processador e memória, numa linguagemde alto nível temos várias funções prontas, o que facilita muito a programação, masem compensação torna em muitos casos o programa maior e mais pesado, já que ocompilador jamais conseguirá gerar um código tão otimizado quanto umprogramador experiente conseguiria.

Fortran é a contração de "Formula Translator". A primeira versão do Fortran foicriada no final da década de 50, mas a linguagem começou a ser usada em largaescala a partir da metade da década de 60, quando surgiram várias versõesdiferentes. Atualmente o Fortran é ainda usado em diversos aplicativosrelacionados a engenharia. Ele é também ensinado em várias universidades, comouma forma mais prática de ensinar lógica da programação.

- Pascal: O Pascal é outra linguagem de alto nível, criada durante a década de 60.O Pascal é uma linguagem bastante estruturada, com regras bastante rígidas, oque a torna difícil de usar. Hoje em dia o Pascal original é pouco usado, mas seusdescendentes diretos como o Free Pascal evoluíram muito. O próprio Kylix (juntocom o Delphi) é uma evolução do Pascal.

- Cobol: Cobol significa "Common Business Oriented Language". Esta linguagem foidesenvolvida no final da década de 50, com o objetivo de ser uma plataforma dedesenvolvimento para aplicações bancárias e financeiras em geral. Comparado como Pascal e o Assembly, comuns na época, o Cobol é uma linguagem relativamenteamigável, o que garantiu uma grande aceitação. Até hoje esta linguagem é usadaem muitos sistemas bancários, o que explica a grande procura por programadoresexperientes nesta linguagem na época do bug do ano 2000.

- C: O C foi desenvolvido durante a década de 70, mas ainda é largamenteutilizado. A grande vantagem do C é permitir escrever tanto programasextremamente otimizados para a máquina, como seria possível apenas emAssembly, e ao mesmo tempo vir com várias funções prontas, como uma

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linguagem de alto nível, que podem ser utilizadas quando não for necessário gerarum código tão otimizado.

A maior parte dos programas Linux e quase todo o Kernel foram escritos em C, oque explica o porquê do sistema ser tão rápido em algumas tarefas.

- C++: O C++ mantém os recursos do C original, mas traz muitos recursos novos,como recursos orientados a objetos, sendo também bem mais fácil de utilizar. O C++ é bastante usado atualmente para desenvolver muitos programas para váriasplataformas. Ele é, por exemplo, a linguagem oficial do KDE e da maioria dosprogramas para ele.

- Python: O Python é uma linguagem de programação com uma sintaxe muitosimples e intuitiva e ao mesmo tempo bastante poderosa, que pode ser usada portoda classe de usuários. É uma boa opção de linguagem para quem estácomeçando a programar. No Kurumin, você pode abrir o interpretador do Pythonem Iniciar > Sistema > Desenvolvimento.

A maior parte das distribuições instalam o Python por default. Basta abrir umterminal e chamar o comando "python". Existe também uma versão for Windowsque pode ser baixada no: http://www.python.org/download/. Ao abrir umprograma, você verá um prompt como este:

Este é o interpretador do Python, um prompt onde você pode digitar um comandode cada vez e já ir vendo os resultados. Bom para ir testando os comandosenquanto você não quiser realmente desenvolver nenhum programa completo.

Vamos começar com uma coisa simples. Que tal ouvir um bom dia? Para issopodemos usar o "print" que é o comando para escrever coisas na tela. Estecomando é simples de usar, basta escrever a frase entre aspas: print "Bom Dia!".

E você terá um:

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Podemos personalizar um pouco isto, fazendo com que ele primeiro pergunte o seunome e depois dê bom dia. Para isso, podemos usar o comando "raw_input", que lêtexto digitado no teclado. Este texto precisa ser guardado em algum lugar, paraarmazená-lo usamos uma variável, que é um pequeno espaço de memóriareservado e que pode ser usado mais tarde.

Experimente usar a linha abaixo:

nome = raw_input("Olá, qual é o seu nome? ")

Isso faz com que ele pergunte o seu nome e fique esperando você digitar algumacoisa e dar Enter. Em seguida ele armazena o texto digitado na variável "nome" evolta para o prompt. O texto entre aspas pode ser substituído por outra coisa sequiser.

Como disse, a variável armazena dados que podem ser usados mais tarde. Comoagora já temos o seu nome armazenado na variável "nome", podemos completarnosso bom dia, fazendo com que ele escreva junto o seu nome (ou o que for quevocê tenha digitado no passo anterior :-):

print "Bom dia", nome

Ele escreve a frase "Bom Dia" que está entre aspas e em seguida completa com otexto armazenado na variável "nome". Não se esqueça da vírgula, ela indica quealém de escrever o texto armazenado na variável, o interpretador deve adicionar apalavra "nome" em seguida.

Experimente agora abrir o kedit (ou outro editor de textos qualquer) e salvar nossopequeno programa num arquivo de texto. Ele pode se chamar, por exemplo,"programa.py" (.py de python). Eu enfeitei um pouco mais o meu. Os "\n" no meiodo texto são quebras de linha:

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Este arquivo pode ser executado usando o interpretador do Python. Para isso, abraum terminal e chame o comando:

$ python programa.py

O programa vai fazer o mesmo que no prompt do Python, a diferença é que agoraele executa os comandos escritos no arquivo de texto ao invés de ir perguntando.

Podemos agora fazer algo usando uma instrução de tomada de decisão. Que talperguntar a idade e com base nela decidir qual será a próxima frase do diálogo? Seo interlocutor responder que menos de 18 anos, ele pode receber um "Beleza, temaula hoje?" e se tiver 18 ou mais recebe um "Ei, você não vai trabalhar hoje?".

Para isso precisamos começar perguntando a idade. De volta ao nosso editor detextos acrescentamos ao que já tínhamos feito:

idade = input("Quantos anos você tem? ")

Veja que mudamos o "raw_input" para apenas "input". A diferença entre os dois éque o raw_input pode ser qualquer tipo de dados (letras, números, binários),enquanto o "input" serve para armazenar números.

Agora chegamos à parte mais importante, que é fazer o programa descobrir se onúmero digitado é maior ou menor que 18 e depois decidir qual frase deveescrever. Para isso, vamos usar a instrução "if" (se) que tem sua companheirainseparável, a "elif" (então se). Funciona assim:

if idade < 18:print "Beleza, tem aula hoje?"

elif idade >= 18:print "Ei, você não vai trabalhar hoje?"

Parece complicado à primeira vista, mas não é. O primeiro if verifica se o número émenor (<) que 18. Caso seja, ele escreve o "Beleza, tem aula hoje?" e o programaacaba.

Caso o número seja maior que 18, então o primeiro if não faz nada e ele passapara o elif que vai verificar se o número é maior ou igual (>=) a 18. Caso seja, ele

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imprime a frase "Ei, você não vai trabalhar hoje?". Veja que eu aproveitei pracolocar mais quebras de linha, que servem para deixar a saída de texto doprograma mais legível.

Como vimos, o Python pode trabalhar com expressões aritméticas, usando númerose os operadores:

+ (mais)- (menos)* (multiplicação)/ (divisão)== (igual a)!= (diferente de)> (maior que)>= (maior ou igual a)< (menor que)<= (menor ou igual a)** (exponenciação, elevado à)

Podemos usá-los para resolver aquele problema clássico de tirar a média das notasdo aluno e dizer se ele passou de ano. Digamos que sejam 4 provas e a média parapassar seja 7. Precisaríamos perguntar as notas das quatro provas, tirar a média edepois usar o if e o elif para descobrir se a média é maior ou menor que 7.

O programa poderia ficar assim:

aluno = raw_input("\n Qual o nome do aluno? ")prova1 = input("\n Nota da primeira prova: ")prova2 = input("\n Nota da segunda prova: ")prova3 = input("\n Nota da terceira prova: ")prova4 = input("\n Nota da quarta prova: ")

media = (prova1 + prova2 + prova3 + prova4) / 4if media < 7:print "\n Média", media,". Que vergonha", aluno,". Levou bomba!"elif media >=7:print "\n Média", media,".", aluno, "passou. Parabéns!"

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Imagine agora que você não queria saber apenas a média de um aluno, mas dasala inteira. Você precisaria que o programa ficasse perguntando as notas de todosos alunos, um por vez e depois desse a média geral.

Para isso precisamos usar a instrução "while" (enquanto), que repete umaseqüência de instruções até que uma condição seja atingida. Podemos começar oprograma perguntando o número de alunos na sala e criar uma variável"contagem" com o valor zero. Cada vez que são dadas as notas de um aluno, avariável "contagem" aumenta em 1. Quando ela chegar ao número de alunos dasala, sabemos que todos foram contados. O programa ficaria assim:

alunos = input("\n Quantos alunos esta sala tem?")contagem = 0total = 0

while contagem < alunos: contagem = contagem + 1print "\n Notas do aluno ", contagemprova1 = input(" Nota da primeira prova: ")prova2 = input(" Nota da segunda prova: ")prova3 = input(" Nota da terceira prova: ")prova4 = input(" Nota da quarta prova: ")total = total + prova1 + prova2 + prova3 + prova4

media = total / alunos / 4print "\n\n A média geral da sala é", media, "\n\n"

Este já ficou um pouco mais complexo que o anterior. Temos três novas variáveis.A variável "alunos" armazena o número de alunos da sala. A variável "contagem"começa com zero mais vai aumentando em 1 a cada vez que o programa roda. Owhile vai perguntando as notas e vai somando tudo na variável total. Quandofinalmente o número de alunos é atingido, vamos para a parte final do programa,onde a média é calculada e escrita na tela.

Ao ser executado, o programa primeiro pergunta o número de alunos da sala edepois vai perguntando as notas de cada prova até chegar ao resultado.

O Python reconhece a parte do texto que pertence ao while pela indentação dotexto. Quando acaba a indentação, acaba o while. Para indentar uma linha, basta

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pressionar espaço quatro vezes. Alguns editores, como o Kwrite e o Kate, possuembotões para indentar blocos de texto, o que facilita seu trabalho neste caso.

- Java: O Java é uma linguagem de programação multiplataforma, com umasintaxe até certo ponto parecida com o C++, porém com bibliotecas diferentes. Osprogramas em Java podem ser executados em qualquer sistema operacional, desdeque o interpretador esteja instalado.

A JVM é um programa que converte o código Java em comandos que o sistemaoperacional possa executar. Existem máquinas virtuais para vários sistemasoperacionais: o problema é que, devido ao processamento executado pela máquinavirtual, o programa torna-se mais pesado do que seria caso escrito diretamentepara a plataforma.

Um exemplo de programa desenvolvido desta forma é o Mercury (um cliente MSNcom versões para Linux e Windows, um dos primeiros a oferecer suporte a webcame por isso bastante famoso). Embora o código fonte do programa sejarelativamente simples e bem escrito, ele é bem mais pesado que outros programassimilares, por causa da máquina virtual.

Explicando de forma mais elaborada, linguagens de programação "tradicionais",como o C e o C++, utilizam um compilador diferente para cada plataforma ousistema operacional em que o programa irá rodar. O código fonte em si pode serescrito de forma a ser facilmente portável, ou seja, rodar em diferentes versões doUnix ou em várias famílias de processadores diferentes sem muitas alterações, masainda assim será necessário recompilar o código fonte, gerando um bináriodiferente para cada caso.

Embora o trabalho inicial seja maior, a vantagem desta abordagem é que odesempenho é o melhor possível, já que sempre teremos um programa bináriootimizado para a plataforma.

O Java utiliza um conceito diferente. Ao invés de gerar um binário diferente paracada plataforma, é gerado um binário que pode ser executado em qualquerplataforma, dentro de uma máquina virtual. Este binário "universal" é chamado debytecode.

A idéia é criar aplicativos que possam ser escritos uma vez e a partir daí seremexecutados em qualquer plataforma, reduzindo os custos de desenvolvimento.Apenas o software da máquina virtual é que precisa ser reescrito para cadaplataforma, mas isso é problema dos desenvolvedores da linguagem, não doprogramador.

Existe ainda a opção de abrir mão da flexibilidade do bytecode em troca de ummaior desempenho, passando a compilar os programas com otimizações para umadeterminada plataforma. Isso é muito útil quando o programa será executadoapenas dentro de computadores de uma certa plataforma, como PCs rodandoLinux, por exemplo.

No caso do Java, a máquina virtual que executa os programas é chamada de JavaVirtual Machine. Muitas páginas web utilizam applets Java, por isso a maioria daspessoas acaba instalando o suporte a Java. Hoje em dia, além do Java da Sun,temos versões alternativas, como o Blackdown e o Kofee, que possuem conjuntosde recursos variados, mas são a princípio compatíveis com o código gerado para oJava da Sun.

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Embora tenha ganhado relevância com o Java, este conceito não é exatamentenovo. Linguagens mais antigas como o LISP e o Prolog já utilizam bytecode emáquinas virtuais.

- Shell Script: Qualquer distribuição Linux inclui um número absurdo de comandose pequenos utilitários de modo texto, que são o terror dos iniciantes, mas a alegriados usuários mais avançados. O motivo de utilitários como o "tar", "dump", "dd","rsync" e muitos outros terem sobrevivido durante tantas décadas sem muitasmodificações, não é apenas resultado do saudosismo de alguns, mas resultado dofato de que, ao contrário da maioria dos utilitários gráficos, eles podem sercombinados com outros comandos e entre si, formando scripts poderosos debackup, automatização de tarefas diversas e muitas outras coisas.

O shell script é uma espécie de linguagem universal no Linux, pois combinacomandos de terminal com estruturas lógicas, similares às encontradas em outraslinguagens para criar programas de poucas linhas, capazes de executar tarefascomplexas. Via shell script é possível desenvolver em minutos ferramentas quedemandariam horas de trabalho em outras linguagens.

Muitos dos utilitários de configuração usados nas distribuições (embora muitasvezes não pareçam) são na verdade shell scripts elaborados, que aparentam sermuito mais complexos do que realmente são.

Um exemplo de uso de shell scripts são os ícones mágicos, painéis e outrasferramentas que desenvolvi para uso no Kurumin. Uma outra vantagem é que estesprogramas não precisam ser compilados. Você simplesmente escreve os comandosnum arquivo de texto e executa diretamente. Quando precisa fazer algumaalteração você altera o arquivo e pronto, o problema está resolvido.

Um exemplo de shell script, que serve só para mostrar uma janelinha dando olá natela seria simplesmente: kdialog --msgbox "Olá, tudo bem?"

Não escrevi errado, ele só tem uma linha mesmo. Na verdade, quando vocêescreve um shell script, você simplesmente usa funções de outros programas queestão instalados, por isso ele é tão simples se comparado às linguagens deprogramação "de verdade" que vimos acima.

Você pode encontrar os scripts usados no Kurumin dentro da pasta"/usr/local/bin/". Para estudá-los, você pode abrí-los em qualquer editor detexto e começar fazendo pequenas modificações, para ir aprendendo como elesfuncionam.

Os painéis gráficos são desenvolvidos com a ajuda do Kommander, que permitecriar scripts gráficos, usando as funções do KDE. Os arquivos vão na pasta

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"/etc/Painel/" e podem ser abertos usando o "kmdr-editor", no "Iniciar > Sistema >Desenvolvimento".

Um shell script nada mais é do que um arquivo de texto comum, contendo oscomandos que serão executados, em ordem. Basicamente, se você sabe como fazeralguma tarefa via linha de comando, você não tem problemas em fazer o mesmovia shell script. Este é um exemplo de script simples, que serve para fazer backupdos arquivos de uma pasta num segundo HD, usando o rsync:

#!/bin/shrsync -av /mnt/hda6/ARQUIVOS/ /mnt/hdb6/ARQUIVOS

Todo shell script deve começar com a linha "#!/bin/sh" (ou "#!/bin/bash", que temexatamente a mesma função), que indica quem irá executar os comandos a seguir,neste caso o próprio bash, o interpretador de comandos do Linux. Na verdade,estas linhas não são realmente necessárias, pois o bash é o padrão de qualquerforma, mas não custa nada fazer as coisas de forma elegante ;-).

O rsync é eficiente para este tipo de tarefa, pois ele sincroniza o conteúdo das duaspastas transferindo apenas as modificações e não os arquivos completos, comoaconteceria se você fizesse uma cópia simples. Para que este arquivo de texto vireum script, é necessário que ele tenha permissão para ser executado, o que é feitousando o comando "chmod +x", como em "chmod +x script".

Este é um exemplo de script bem mais complexo, que faz parte do ícone mágicopara instalar o VMware Player no Kurumin. Ele faz download do arquivo, verifica sefoi baixado corretamente e, se necessário, remove o arquivo e começa de novo, atéter certeza de que ele está ok. Depois, são executados os passos necessários parainstalar o programa via linha de comando. No final, ele verifica se o programa foimesmo instalado e exibe a mensagem apropriada. Este exemplo é mais complexoque os anteriores, pois minha idéia é dar um exemplo de script que é usado naprática:

#!/bin/shcd /packagesmd5sum=`md5sum vmware-player-distrib.tar.bz2`

while [ "$md5sum" != \"9e41fed4b2d15d3f44522e5861b4bf5a vmware-player-distrib.tar.bz2" ]do

cd /packagesrm -f vmware-player-distrib.tar.bz2wget -c http://downloads-guiadohardware.net/vmware-player-distrib.tar.bz2md5sum=`md5sum vmware-player-distrib.tar.bz2`done

tar -jxvf vmware-player-distrib.tar.bz2cd vmware-player-distrib/sudo ./vmware-install.plrm -rf vmware-player-distrib/

if [ -e /usr/bin/vmplayer ]; thenkdialog --msgbox "O VMware Player foi instalado com sucesso. Você pode criar novas máquinas virtuais ealterar suas configurações usando o Kurumin-EMU, encontrado no Iniciar > Escritório e Utilitários."

elsekdialog --msgbox "Aparentemente houve algum problema durante a instalação. Verifique se está conectado

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à Internet. Se o servidor do arquivo estiver fora do ar, espere alguns minutos e tente novamente."fi

À primeira vista, o script não parece tão simples assim, mas sem dúvida é bemmais simples que programas escritos em outras linguagens. Dentro do código,podemos notar algumas funções lógicas, como o while (enquanto), o "if" (então) eo "else" (senão).

O script começa acessando a pasta onde será feito o download e verificando se oarquivo já não foi baixado. Isso evita que ele baixe de novo se ele já foi instaladoanteriormente. Em seguida temos um while, que faz com que ele execute umtrecho de código repetidamente, até que uma determinada condição seja satisfeita.No caso, a condição é que o md5sum do arquivo precisa estar correto. Senecessário, ele deleta o arquivo e começa de novo.

Depois de baixar o arquivo e verificar o md5sum, ele parte para a instalação,descompactando o arquivo, acessando a pasta que é criada e executando oprograma de instalação. No final ele verifica (if [ -e ) se o executável"/usr/bin/vmware" existe, um indício de que o programa foi realmente instalado. Sealgo de errado aconteceu e o executável não existe, ele exibe uma mensagemavisando do problema.

Hoje em dia, muitos programas gráficos podem ser controlados via linha decomando. Graças a isso, um script pode fazer coisas como abrir e fecharprogramas, criar novas janelas, minimizá-las ou maximizá-las, alterar seu conteúdoe assim por diante. Via script também é possível acessar bancos de dados,modificar arquivos de configuração de outros programas ou alterar a configuraçãodo sistema e assim por diante. Você pode ler mais sobre o desenvolvimento deshell scripts no meu livro Linux, Ferramentas Técnicas.

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Capitulo 2: Entendendo o Sistema

Apesar das distribuições estarem cada vez mais fáceis de instalar e existir a opçãode rodar o sistema direto a partir do CD-ROM, o "modus operandi" do sistema ébem diferente que o do Windows, o que faz com que muitas vezes mesmo tarefassimples, como instalar novos programas ou configurar a rede, pareçamcomplicadas. Existe ainda a famosa linha de comando, um recurso extremamentepoderoso, que não encontra similar no Windows (o prompt do DOS não passa deuma sombra ridícula e subnutrida que nem entra na conta ;).

Este capítulo é um resumo geral da organização do sistema, uso da linha decomando, instalação de novos programas e outras dúvidas comuns. Ele é escrito deforma bem genérica, para que as informações sejam aplicáveis a váriasdistribuições.

As interfaces e programas

No Windows, a interface gráfica se confunde com o restante do sistema. Existe umainterface "tamanho único" e você simplesmente não tem escolha a não ser sehabituar com ela.

No Linux, o conceito de interface gráfica é um pouco diferente. O X.org, ou apenasX para os íntimos, é o responsável pela infra-estrutura básica. Ele é o responsávelpor se comunicar com a placa de vídeo, montar as imagens que serão mostradasno monitor e fornecer os recursos de que os programas precisam. Mas, assim comoo Kernel, ele é "invisível". Quem você vê não é o X.org, mas sim um gerenciador dejanelas, que é o programa que monta as janelas e menus que você vê na tela.

A vantagem é que você pode escolher qual gerenciador de janelas usar. O KDE,usado por padrão no Kurumin e muitas outras distribuições, tem um visual mais oumenos parecido com o do Windows. Se você quiser alguma coisa mais parecidacom o MacOS, pode experimentar o Gnome (usado por padrão em muitasdistribuições, como o Ubuntu); se quiser algo mais geek, pode tentar o Fluxbox, eassim por diante.

Eu pessoalmente recomendo o KDE como melhor opção para quem estácomeçando. Ele tem muitas opções de personalização, permitindo que você deixe-ocom praticamente a cara que quiser. Você pode baixar temas, ícones, sons, papéisde parede, etc. no http://kde-look.org. Como o nome sugere, ele é um sitededicado a tudo relacionado a "embelezamento" do KDE.

Claro que o Kernel, o X e o KDE são importantes, eles são a base, mas o queinteressa mesmo são os programas. Aqui cai bem uma frase interessante do Linus:"Uma coisa interessante sobre os sistemas operacionais é que ninguém realmenteusa um sistema operacional, as pessoas usam os programas instalados nele". Deque adiantaria um Kernel rápido e estável e uma interface bonita se você nãopudesse navegar na internet, assistir filmes nem ouvir música?.

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Por serem dois sistemas operacionais muito diferentes, não existe a princípioqualquer compatibilidade entre os programas escritos para o Linux e o Windows.Disse "a princípio", pois hoje em dia existem alternativas para quem precisa rodarprogramas do Windows no Linux, o que acho muito positivo já que aumenta nossaliberdade de escolha. Não seria muito agradável se você encontrasse váriosrecursos interessantes no Linux, mas ficasse preso ao Windows por causa de algumprograma que você não pode viver sem.

Existem basicamente duas opções: o Wine permite executar diretamenteprogramas Windows no Linux. Ele funciona muito bem em alguns casos e não tãobem em outros. O Cedega é uma versão do Wine otimizada para jogos, quepermite rodar um grande número de games, como o Counte Strike e Warcraft III, eo CrossOver Office é uma versão otimizada para rodar o Office e outrosaplicativos de produtividade.

Temos ainda o VMware, que permite rodar o Windows inteiro dentro de umajanela e conseqüentemente todos os programas que quiser. A grande diferençaentre o Wine e o VMware, é que o Wine executa os programas Windowsdiretamente, com compatibilidade limitada, enquanto o VMware permite que vocêexecute diretamente uma instância completa do Windows dentro de uma janela, erode os programas dentro dela.

Mas, voltando ao ponto principal, aqui vai uma pequena amostra de alguns dosprogramas incluídos nas distribuições atuais, que dão conta das tarefas maiscomuns. Mais adiante teremos um capítulo inteiro dedicado a mostrar e analisar osprogramas disponíveis.

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O Konqueror é o navegador incluído no KDE. Ele é bastante rápido e servetambém como um excelente gerenciador de arquivos. O Konqueror é bastanteversátil, pois pode ser usado para acessar compartilhamentos de rede, ripar CDs,acessar as configurações do KDE e muitas outras funções. Concorrendo com eletemos o Firefox, que se tornou uma espécie de navegador padrão, roubando atémesmo o espaço do IE no Windows. O Firefox deu origem a outros navegadores,como o Epiphany e o Galeon, encontrados em algumas distribuições.

Entre os programas de mensagem instantânea, temos o Gaim, Kopete e Sim, quecombinam acesso a vários protocolos, como o Trillian for Windows. Entre osprogramas especializados, que acessam apenas o MSN, temos o Mercury (queinclui inclusive suporte a webcam) e o Amsn, além do Skype, que possui versãoLinux.

Para assistir filmes e DVDs, você pode contar com o Kaffeine, Xine (e suasvariantes, como o gXine e o Toten) e o Mplayer. O suporte a formatos de vídeodiversos já foi um problema no Linux, mas hoje em dia a situação é muito maisconfortável que no Windows, com suporte inclusive a vídeos via streaming atravésdo navegador.

A maior parte dos codecs disponíveis já vem incluídos no sistema, e o suporte aosformatos de vídeo mais "complicados", como o QuickTime e o WMF, é adicionadoinstalando um pacote adicional, o "w32codecs". Para assistir DVDs protegidos, vocêprecisa do pacote "libdvdcss2". Existe ainda uma versão Linux do RealPlayer, quecompleta o time.

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Existem algumas exceções a esta regra, como o Fedora, OpenSuSE e o Ubuntu,que vem por padrão com um conjunto capado de codecs, com o objetivo deeliminar qualquer possibilidade de problemas relacionados a licenças ou patentes.Nestes casos, você tem suporte apenas aos formatos mais básicos (muitas vezessequer a arquivos MP3) e precisa adicionar os demais manualmente.

Para ouvir música temos o clássico XMMS, que oferece um conjunto de funçõessimilar ao WinAmp, o próprio Kaffeine e um conjunto de players de "nova geração",como o Amarok, que seguem a tendência de organizar as músicas na forma decoleções, inaugurada pelo iTunes da Apple.

Para edição de texto, planilhas e apresentações, a opção mais desenvolvida é oOpenOffice. Como ele é atualizado muito freqüentemente, recebe correções emelhorias num ritmo muito acelerado. Ele já está à frente do MS Office em váriasáreas, oferece por exemplo um recurso de salvar qualquer documento como umarquivo PDF, um formato ideal para mandar por e-mail ou publicar na web porexemplo. Em outubro de 2005, foi lançado o OpenOffice 2.0, que trouxe melhoriasexpressivas na interface e na compatibilidade com os arquivos do Office e oOpenOffice Base, um aplicativo de banco de dados que concorre com o Access.

Apesar do OpenOffice ser de longe o mais conhecido e aberto, temos outrasopções, como o Koffice, a suíte office do KDE, composta de 11 aplicativos,incluindo o Kword, Koffice, Kpresenter, Kivio (fluxogramas), Krita (editor deimagens), Kchart, Kformula e outros. Eles oferecem a vantagem de serem maisleves que o OpenOffice e possuírem menos funções, o que os torna mais fáceis deusar para muitos. Mais uma opção é a dupla Abiword (texto) e Gnumeric(planilhas), que são bem completos mas ainda assim bastante leves emcomparação com o OpenOffice.

Para edição de imagem temos o Gimp, um concorrente direto do Photoshop. Paradesenho vetorial temos o Inkscape, Sodipodi, Karbon14 e o próprio OpenOfficeDraw.

O Mozilla Thunderbird é um cliente de e-mails com muitos recursos, incluindo umfiltro anti-span adaptável, que "aprende" durante o uso, relacionando novasmensagens de span com outras anteriormente recebidas, enquanto o Evolution émais parecido com o Outlook, incluindo compatibilidade com servidores Exchange.Temos ainda o Kmail, que se diferencia dos dois por ser um cliente mais simples eleve, integrado ao KDE.

Existem muitos jogos que rodam nativamente no Linux, como o Unreal (2003 e2004), toda a série Quake (incluindo o 4), vários jogos próprios para a plataforma emuitos que rodam através do Cedega.

Uma grande diferença entre o Windows e as principais distribuições nesta área éque o Windows em si traz poucos aplicativos e você precisa baixar ou comprar osprogramas adicionais e ir instalando-os posteriormente. No caso das distribuições,o sistema já vem com um grande conjunto de programas, fazendo com que emmuitos casos o principal trabalho seja remover os que não usa.

Onde estou?? Entendendo os diretórios

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O primeiro choque para quem está chegando agora é a estrutura de diretórios doLinux, que não lembra em nada o que temos no Windows. No Windows temos osarquivos do sistema concentrados nas pastas Windows e Arquivos de programas, evocê pode criar e organizar suas pastas da forma que quiser.

No Linux é basicamente o contrário. O diretório raiz está tomado pelas pastas dosistema e espera-se que você armazene seus arquivos pessoais dentro da suapasta no diretório /home.

Mas, as diferenças não param por aí. Para onde vão os programas que sãoinstalados se não existe uma pasta central como a "Arquivos de programas"? Epara onde vão os arquivos de configuração se o Linux não possui nada semelhanteao registro do Windows?

A primeira coisa com que você precisa se habituar é que no Linux os discos epartições não aparecem necessariamente como unidades diferentes, como o C:, D:,E: do Windows. Tudo faz parte de um único diretório, chamado diretório raiz ousimplesmente "/".

Dentro deste diretório temos não apenas todos arquivos e as partições de disco,mas também o CD-ROM, drive de disquete e outros dispositivos, formando aestrutura que você vê no gerenciador de arquivos.

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O diretório "/bin" armazena os executáveis de alguns comandos básicos dosistema, como o su, tar, cat, rm, pwd, etc. Geralmente isto soma de 5 a 7 MB,pouca coisa.

O grosso dos programas ficam instalados dentro do diretório /usr (de "UnixSystem Resources", ou recursos de sistema Unix). Este é de longe o diretório commais arquivos em qualquer distribuição Linux, pois é aqui que ficam os executáveise bibliotecas de todos os principais programas. A pasta "/usr/bin" (bin de binário),por exemplo, armazena cerca de 2.000 programas e atalhos para programas numainstalação típica. Se você tiver que chutar em que pasta está o executável de umprograma qualquer, o melhor chute seria justamente a pasta /usr/bin :-).

Outro diretório "populado" é o "/usr/lib", onde ficam armazenadas bibliotecasusadas pelos programas. A função destas bibliotecas lembra um pouco a dosarquivos .dll no Windows. As bibliotecas com extensão ".a" são bibliotecasestáticas, que fazem parte de um programa específico, enquanto as terminadas em".so.versão" (xxx.so.1, yyy.so.3, etc.) são bibliotecas compartilhadas, usadas porvários programas.

Subindo de novo, a pasta "/boot" armazena (como era de se esperar) o Kernel ealguns arquivos usados pelo Lilo (o gerenciador de boot do sistema), que sãocarregados na fase inicial do boot. Estes arquivos são pequenos, geralmenteocupam menos de 5 MB. Versões antigas do Red Hat e de outras distribuiçõescriam por default uma partição separada para o diretório "/boot" de cerca de 30MB, posicionada no início do disco para evitar o limite de 1024 cilindros dos BIOSde micros antigos. Isto não é necessário hoje em dia, pois nas versões atuais doLilo este limite não existe mais. Apesar disso, alguns usuários preferem manter o "/boot" numa partição separada por questão de hábito.

Se tiver curiosidade, o arquivo "config-2.6.11-kanotix-7" (o número de versãomuda de acordo com a distribuição) é justamente o arquivo compactado com oKernel do sistema, que é carregado durante o boot.

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Quando se fala em particionamento, as possibilidades são muitas, existem até listasde discussão dedicadas exclusivamente ao assunto. Afinal, talvez usar o sistema dearquivos xxx na partição yyy possa melhorar em 0,03% o desempenho dosistema... Tem gente que realmente se prende aos detalhes. :-).

Logo abaixo temos o diretório "/dev", que é de longe o exemplo mais exótico deestrutura de diretório no Linux. Todos os arquivos contidos aqui, como, porexemplo, "/dev/hda", "/dev/dsp", "/dev/modem", etc., não são arquivosarmazenados no HD, mas sim ponteiros para dispositivos de hardware. Porexemplo, todos os arquivos gravados no "arquivo" "/dev/dsp" serão reproduzidospela placa de som, enquanto o "arquivo" "/dev/mouse" contém as informaçõesenviadas pelo mouse.

Esta organização visa facilitar a vida dos programadores, que podem acessar ohardware do micro simplesmente fazendo seus programas lerem e gravarem emarquivos. Não é preciso nenhum comando esdrúxulo para tocar um arquivo em.wav, basta "copiá-lo" para o arquivo "/dev/dsp", o resto do trabalho é feito pelopróprio sistema. O mesmo se aplica ao enviar um arquivo pela rede, ler as teclasdo teclado ou os clicks do mouse e assim por diante. O Kernel se encarrega daparte complicada.

O diretório "/etc" concentra os arquivos de configuração do sistema, substituindode certa forma o registro do Windows. A vantagem é que enquanto o registro éuma espécie de caixa preta, os scripts do diretório "/etc" são desenvolvidos

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justamente para facilitar a edição manual. É verdade que na maioria dos casos istonão é necessário, graças aos vários utilitários de configuração disponíveis, mas apossibilidade continua aí.

Os arquivos recebem o nome dos programas seguidos geralmente da extensão.conf. Por exemplo, o arquivo de configuração do servidor DHCP (que pode serconfigurado para atribuir endereços IP aos outros micros da rede) é o"/etc/dhcpd.conf", enquanto o do servidor FTP é o "/etc/proftpd.conf". Claro, aocontrário do registro, os arquivos do "/etc" não se corrompem sozinhos e é fácilfazer cópias de segurança caso necessário.

O diretório "/mnt" (de "mount") recebe este nome justamente por servir de pontode montagem para o CD-ROM (/mnt/cdrom), drive de disquetes (/mnt/floppy),drives Zip e outros dispositivos de armazenamento. O uso do diretório /mnt éapenas uma convenção. Você pode alterar o ponto de montagem do CD-ROM para /CD, ou qualquer outro lugar se quiser. Isso é configurável através do arquivo "/etc/fstab", onde vai a lista de todos os dispositivos usados pelo sistema e as pastas emque cada um é montado.

Nada impede que você crie mais pastas no diretório raiz para armazenar seusarquivos. Apesar de ser recomendável em termos de organização e segurança, vocênão é obrigado a concentrar seus arquivos dentro do seu diretório de usuário. Nadaimpede que você abra o gerenciador de arquivos como root (kdesu konqueror), crie

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uma pasta /MP3, abra o menu de permissões para que seu login de usuário tenhapermissão para acessá-la e a utilize para guardar suas músicas, por exemplo.

Usando o terminal

No início, todos os sistemas operacionais usavam apenas interfaces de modo texto.Antes do Windows, existiu o DOS e, antes do KDE, Gnome e todas as outrasinterfaces que temos atualmente, o Linux tinha também apenas uma interface demodo texto.

A diferença é que no Linux a interface de modo texto evoluiu junto com o restantedo sistema e se integrou de uma forma bastante consistente com os aplicativosgráficos. Quanto mais você aprende, mais tempo você acaba passando no terminal;não por masoquismo, mas porque ele é realmente mais prático para fazer muitascoisas.

Você pode chamar qualquer aplicativo gráfico a partir do terminal; na maioria doscasos o comando é o próprio nome do programa, como "konqueror" ou "firefox".Durante o livro você vai notar que, em muitos exemplos, ensino os passos paraexecutar tarefas através da linha de comando, pois os atalhos para abrir osprogramas, itens nos menus, etc., podem mudar de lugar, mas os comandos detexto são algo mais ou menos universal, mudam pouco mesmo entre diferentesdistribuições. Esta mesma abordagem é adotada de forma geral dentro dos livrossobre Linux.

Por exemplo, para descompactar um arquivo com a extensão .tar.gz, pelo terminal,você usaria o comando:

$ tar -zxvf arquivo.tar.gz

Aqui o "tar" é o comando e o "-zxvf" são parâmetros passados para ele. O tarpermite tanto compactar quanto descompactar arquivos e pode trabalhar commuitos formatos de arquivos diferentes, por isso é necessário especificar que eledeve descompactar o arquivo (-x) e que o arquivo está comprimido no formato gzip(z). O "v" é na verdade opcional, ele ativa o modo verbose, onde ele lista na tela osarquivos extraídos e para onde foram.

Se você tivesse em mãos um arquivo .tar.bz2 (que usa o bzip2, um formato decompactação diferente do gzip), mudaria a primeira letra dos parâmetros, quepassaria a ser "j", indicando o formato, como em:

$ tar -jxvf arquivo.tar.bz2

Você poderia também descompactar o arquivo clicando com o botão direito sobreele numa janela do Konqueror e usando a opção "Extrair > Extrair aqui". Para quemescreve, é normalmente mais fácil e direto incluir o comando de texto, mas vocêpode escolher a maneira mais prática na hora de fazer.

Existe um número muito grande de pequenos aplicativos de modo texto, cada umdeles suportando muitos parâmetros diferentes, por isso é quase impossívelconhecer todos. Aprender a usar o modo texto é parecido com aprender umasegunda língua, é um processo gradual e constante, onde você sempre está

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aprendendo comandos, parâmetros e truques novos. É uma área em que ninguémpode dizer que sabe tudo.

Existem duas formas de usar o terminal. Você pode acessar um terminal "puro"pressionando as teclas "Ctrl+Alt+F1", mudar entre os terminais virtuaispressionando "Alt+F2", "Alt+F3", etc. e depois voltar ao modo gráfico pressionando"Alt+F7", "Alt+F5" ou mesmo "Alt+F3", dependendo do número de terminais detexto usados na distribuição em uso.

Estes terminais são às vezes necessários para manutenção do sistema, em casosem que o modo gráfico deixa de abrir, mas no dia-a-dia não é prático usá-los, poissempre existe uma pequena demora ao mudar para o texto e voltar para oambiente gráfico, e, principalmente, estes terminais não permitem usar aplicativosgráficos.

Na maior parte do tempo, usamos a segunda forma, que é usar um "emulador determinal", um terminal gráfico que permite rodar tanto os aplicativos de texto,quanto os gráficos.

No KDE, procure o atalho para abrir o Konsole. Ele possui várias opções deconfiguração (fontes, cores, múltiplas janelas, etc.). Se você preferir umaalternativa mais simples, procure pelo Xterm.

O Xterm é o mais simples, que abre quase instantaneamente. O Konsole por sua vez é bem mais pesado,mas oferece mais recursos, como abrir vários terminais dentro da mesma janela, fundo transparente, etc.Dê uma olhada rápida em cada um e veja qual lhe agrada mais. Além destes dois, existem váriosoutros, como o Gnome Terminal, Rxvt e Eterm, incluídos ou não de acordo com adistribuição.

Na maioria dos casos, ao chamar um programa gráfico através do terminal, vocêpode passar parâmetros para ele, fazendo com que ele abra diretamente algumarquivo ou pasta. Por exemplo, para abrir o arquivo "/etc/fstab" no Kedit, use:

$ kedit /etc/fstab

Para abrir o arquivo "imagem.png" no Gimp, use:

$ gimp imagem.png

No começo, faz realmente pouco sentido ficar tentando se lembrar do comandopara chamar um determinado aplicativo ao invés de simplesmente clicar de umavez no ícone do menu. Mas, depois de algum tempo, você vai perceber que muitastarefas são realmente mais práticas de fazer via terminal.

É mais rápido digitar "kedit /etc/fstab" do que abrir o kedit pelo menu, clicar no"Arquivo > Abrir" e ir até o arquivo usando o menu. É uma questão de costume egosto. O importante é que você veja o terminal como mais uma opção, que podeser utilizada quando conveniente, e não como algo intimidador.

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Completando com a tecla Tab

Um dos recursos que torna o terminal um ambiente dinâmico é a possibilidade de completar comandos enomes de arquivos usando a tecla Tab do teclado. Por exemplo, imagine o comando:

$ md5sum kurumin-6.0alpha1.iso

Um pouco desconfortável de digitar não é mesmo? Nem tanto. Com a ajuda da tecla tab, você podedigitá-lo com apenas 8 toques: md5<tab> kur<tab>. Prontinho, fica faltando só dar o enter :-).

Se por acaso houver outro comando começado com "md5" ou outro arquivo na mesma pasta começadocom "kur", então o Tab completará até o ponto em que as opções forem iguais e exibirá uma lista com aspossibilidades para que você termine de completar o comando. Por exemplo, se tivesse os arquivoskurumin-5.1.iso e kurumin-6.0alpha1.iso na mesma pasta, ele completaria até o "md5sum kurumin-",onde os nomes diferem e deixaria que completasse o comando.

Pressionando <tab> duas vezes, ele exibe uma lista das opções disponíveis. Por exemplo, digitando: apt-get remove<tab><tab>, ele pergunta:

Display all 826 possibilities? (y or n)

Continuando, ele exibe uma lista de todos os pacotes (atualmente instalados), que poderiam serremovidos usando o comando. O autocompletar é bem inteligente, entendendo a sintaxe dos comandosusados e exibindo apenas as possibilidades que se aplicam a eles.

Comandos do prompt

Apesar da interface gráfica ser muito mais fácil de usar, é bom você ter pelo menos uma boa noção decomo as coisas funcionam pelo prompt de comando, isso vai lhe dar um domínio muito maior sobre osistema.

Em vários pontos deste livro, sem falar de outros tipos de documentação sobre Linux, você verá receitascom longas listas de comandos que devem ser dados para configurar ou alterar algo. Na grande maioriados casos, existe algum utilitário gráfico que permite fazer o mesmo, mas os autores geralmente preferemdar a receita de como fazer via linha de comando, pois nem todo mundo terá os utilitários à mão e muitasvezes existem diferenças entre as opções disponíveis nas diferentes distribuições. Dar simplesmente umalista de comandos torna a dica utilizável para um número maior de pessoas.

Outro ponto é que muitas vezes é realmente mais fácil simplesmente dar um comando para abrir umarquivo e descomentar algumas linhas do que abrir um utilitário que demora 10 segundos para carregar,navegar por um monte de menus diferentes e marcar algumas opções escondidas. Uma coisa interessanteno Linux é que você não precisa realmente digitar os comandos, basta selecionar a linha e usar o botão domeio do mouse para colá-la na janela do prompt.

O modo de comando é uma forma de "conversar" com o sistema, com mais opções do que seria possívelatravés de um utilitário gráfico e obtendo respostas mais rápidas. É claro que o modo de comando podeassustar no início, mas um pouco de insistência vai facilitar bastante sua vida daqui em diante. Não sejaapressado, o legal é justamente ir aprendendo comandos novos conforme os problemas forem aparecendo.

Aqui estão alguns comandos básicos:

cd: Serve para navegar entre os diretórios. Ao abrir o terminal, você começa dentro do seu diretório home(como "/home/kurumin"). Para acessar um diretório específico, especifique-o como parâmetro, como em

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"cd /etc". Para subir um diretório use "cd .." e, para voltar ao home, digite simplesmente "cd", semparâmetro algum. Sempre que quiser confirmar em qual diretório está, use o comando "pwd".

Se você estiver dentro da pasta "/home/kurumin/arquivos/", por exemplo, e quiser ir para a pasta"/usr/local", não é preciso usar o "cd .." até voltar ao diretório raiz, para só depois abrir a pasta, basta daro comando "cd /usr/local", de qualquer lugar, para ir diretamente à pasta desejada. Se, por outro lado,você quiser acessar a pasta "trabalho", dentro da pasta atual, digite apenas "cd trabalho".

ls: Serve para listar os arquivos e diretórios dentro da pasta atual. Na maioria das distribuições, a listagemaparece colorida, permitindo diferenciar as pastas e os diferentes tipos de arquivos. As pastas aparecemem azul, os links em azul claro, os arquivos compactados em vermelho, as imagens em rosa, osexecutáveis em verde e os arquivos de texto e outros formatos em preto.

Para incluir os arquivos ocultos (que no Linux começam com "."), use "ls -a". Para ver mais detalhessobre cada arquivo, incluindo o tamanho, permissões de acesso e dono, use "ls -lh". Para incluir osocultos, adicione o "a", como em "ls -lha".

A ordem dos parâmetros não altera o resultado do comando. Tanto faz digitar "tar -zxvf arquivo.tar.gz",quando "tar -xzfv arquivo.tar.gz". Acostume-se a sempre usar a tecla Tab para completar os comandos(principalmente os nomes de arquivos), assim, além de digitar mais rápido, você diminui a possibilidadede erros.

man: Como disse, ninguém pode dizer que sabe tudo sobre todos os comandos do terminal. Para facilitaras coisas, cada comando possui um manual, onde são citados todos os parâmetros e vários exemplos.Todos estes manuais são acessados através de um comando único, o "man". Para ver as (muitas) opçõesdo "ls", por exemplo, use "man ls". Use as setas para rolar a tela e, para sair do manual, pressione a tecla"q".

O man acaba sendo um componente essencial para quem usa muito a linha de comando, pois mesmocomandos simples, como o ls, cat, grep, tail, usados no dia-a-dia possuem mais parâmetros do que épossível memorizar (pelo menos para uma pessoa normal ;), de forma que o man acaba servindo comoum guia de consulta rápida.

Mas, devido à quantidade de parâmetros disponíveis, os manuais de muitos programas são muito longos ecomplicados. Por isso, muitos suportam o parâmetro "--help", que exibe uma ajuda resumida, contendoapenas os parâmetros mais usados. Experimente, por exemplo, o "ls --help".

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Se você quiser apenas uma descrição rápida do que um determinado comando faz, experimente ocomando "whatis" (o que é), como em: "whatis ls".

Mais uma variante do man é o comando "info", que contém manuais alternativos para muitos comandos.Enquanto os manuais do man são técnicos, desenvolvidos para serem manuais de referência, os do infonormalmente utilizam uma linguagem mais simples, abordando apenas as opções mais comuns. Nemtodos os comandos possuem uma página info, mas o número vem crescendo. Para usá-lo, basta digitar"info comando", como em "info lsmod".

cp: Este é o comando usado para copiar arquivos de uma pasta a outra. Inclua o nome do arquivo e apasta para onde ele vai, como em "cp arquivo.tar.gz /mnt/sda1". Se você quiser copiar um arquivo queestá em outra pasta para o diretório atual, inclua a localização completa do arquivo e em seguida o "./"(que representa o diretório atual), como em "cp /mnt/cdrom/video.avi ./".

O cp é por padrão um comando bastante chato e difícil de entender. Se você quer copiar uma pasta do CDpara o diretório atual, o mais lógico seria digitar "cp /mnt/cdrom/musicas ./", não é?. Mas, se você fizerisso, ele responde: "cp: omitindo diretório '/mnt/cdrom/musicas' ".

Para copiar toda a pasta, você precisaria incluir o comando "-r", que explica que ele deve copiarrecursivamente, incluindo todos os arquivos e subdiretórios.

Um parâmetro bastante útil é o "-a", que faz com que o cp sempre copie recursivamente, mantenha aspermissões do arquivo original e preserve os links simbólicos que encontrar pelo caminho. Em resumo,faz o cp se comportar de uma forma mais simples e lógica. Para copiar a pasta do exemplo original,experimente usar "cp -a /mnt/cdrom/musicas ./".

Você pode ainda usar o "*" e a "?" como curingas quando quiser copiar vários arquivos. Para copiar todosos arquivos da pasta atual para a pasta "/mnt/hda6", por exemplo, use "cp * /mnt/hda6".

A "?" por sua vez é mais contida, substituindo um único caractere. Por exemplo, "cp arquivo?.txt/mnt/hda6", copia o "arquivo1.txt", "arquivo2.txt" e o "arquivo3.txt", mas não o "arquivo21.txt".

Lembre-se da diferença entre usar a barra ou não no início do arquivo. Uma barra especifica que vocêestá dando o caminho completo a partir do diretório raiz, como em "/mnt/cdrom/musicas", por exemplo.Ao dar o nome de uma pasta ou arquivo, sem a barra, o sistema entende que ele está dentro do diretórioatual. Por exemplo, se você está no diretório /home e quer acessar a pasta "/home/kurumin/arquivos",você precisaria digitar apenas "cd kurumin/arquivos".

Outra dica é que existem no shell algumas variáveis de ambiente que podem ser usadas para abreviarcomandos. Por exemplo, o caractere "~" representa seu diretório home (como "/home/kurumin"). Vocêpode usá-lo para abreviar comandos: para copiar a pasta "/mnt/cdrom/musicas" para o home, você podeusar "cp -a /mnt/cdrom/musicas ~", ao invés de digitar "cp -a /mnt/cdrom/musicas /home/kurumin", porexemplo.

mv: O mv serve tanto para mover arquivos de um lugar para o outro quanto para copiar arquivos. Paramover o arquivo foto.png para a pasta "/mnt/hda6/", o comando seria "mv foto.png /mnt/hda6". Vocêpode usar o mv também para mover e renomear pastas. A diferença entre o mv e o cp é que, ao mover, oarquivo original deixa de existir.

rm: O rm serve para remover tanto arquivos quanto diretórios, de acordo com os parâmetros usados. Pararemover um arquivo simples, basta usá-lo diretamente, como em "rm arquivo". Para que ele remova sempedir a confirmação, adicione o parâmetro "-f", como em "rm -f arquivo". Para remover uma pasta e todosos arquivos e diretórios dentro dela, adicione o parâmetro "-r", como em "rm -rf arquivos/".

Tome cuidado ao usar o "-rf", pois ele não pede confirmação, deleta os arquivos diretamente, sem escalas.Respire fundo e verifique se realmente está deletando a pasta certa antes de pressionar Enter.

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É possível também usar caracteres curingas na hora de remover arquivos. Para remover todos quepossuírem a extensão ".jpg", use "rm -f *.jpg". Para remover todos os arquivos que começarem com"img", use "rm -f img*". Lembre-se de que você pode usar também o "?" quando quiser usar o curingapara apenas um caractere específico. Se você quiser remover os arquivos "doc1.txt", "doc2.txt" e"doc3.txt", mas sem remover o "doc10.txt" e o "doc11.txt", você poderia usar o comando "rm -f doc?.txt".

mkdir: Este serve para criar novos diretórios, como em "mkdir /mnt/hda6/arquivos". É possível tambémcriar pastas recursivamente, criando se necessário todas as pastas necessárias até chegar a que você pediu,adicionando o parâmetro "-p" como em "mkdir -p /mnt/hda6/arquivos/novos/2006". Mesmo que a pasta"novos" não exista, ela será criada.

rmdir: Esta é uma variação do mkdir, que permite remover diretórios. A diferença entre ele e o "rm -rf" éque o rmdir só remove diretórios vazios. Acostume-se a usá-lo no lugar do "rm -rf" ao deletar uma pastaque acha que está vazia, assim você evita acidentes.

locate: Este é um dos comandos mais úteis na minha opinião; ele permite encontrar arquivos de formainstantânea. Assim como mecanismos de busca, como o Google, o locate não sai procurando em todo oHD até achar o arquivo que pediu. Ele procura apenas dentro de uma base de dados, que contém osnomes de todos os arquivos. Esta base é gerada ao rodar o comando "updatedb", sua cara metade.

A vantagem de usar a base de dados é que as buscas são instantâneas, a desvantagem é que você precisarodar o updatedb (como root) de vez em quando, a fim de incluir as últimas modificações. Para procurarum arquivo, simplesmente use "locate arquivo".

Se você está procurando por um programa, experimente o comando "which", uma variante do locate quemostra apenas executáveis.

find: O find também permite localizar arquivos, mas funciona da forma tradicional, realmentevasculhando os diretórios em busca dos arquivos, ao invés de usar uma base de dados, como o locate.Embora seja lento ao procurar em diretórios com muitos arquivos e subdiretórios, o find é eficiente sevocê souber previamente onde procurar. Por exemplo, o diretório "/etc" concentra as configurações dosistema. Se você estiver procurando pelo arquivo "smb.conf" (onde é armazenada a configuração doSamba), você poderia ir direto à fonte, usando o comando "find /etc -name smb.conf".

Note que além do diretório onde ele vai procurar (/etc no exemplo), você deve usar o parâmetro "-name"antes de indicar o nome do arquivo que está procurando. Omitindo o diretório, ele simplesmente procuradentro do diretório atual. Você pode também fazer buscas por todos os arquivos com uma determinadaextensão, como em "find /mnt/hda6 -name *.mp3".

Uma forma mais amigável de procurar arquivos é usar o kfind, o "Procurar arquivos" do KDE, que servecomo uma interface para o find. Através dele você pode procurar pelo nome ou tipo de arquivo (vocêpode fazer uma busca incluindo apenas arquivos de imagem, por exemplo), procurar dentro de pastasespecíficas ou localizar arquivos pertencentes a um determinado usuário ou grupo do sistema, ou atémesmo procurar por arquivos modificados recentemente.

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su: No Linux, existe uma separação clara entre o root e os demais usuários do sistema. O root é o únicoque pode alterar a configuração do sistema e usar a maior parte das ferramentas de configuração. Osusuários normais, por sua vez, podem usar os programas instalados e modificar arquivos dentro do seudiretório home. Esta organização permite que várias pessoas usem o mesmo micro (o que é vital no casodos servidores), sem que um possa alterar as configurações do outro, nem muito menos mudar asconfigurações do sistema.

Por um lado, isso torna o sistema muito mais robusto, mas por outro faz com que algumas tarefas sejammais complexas, pois você precisará primeiro se logar como root, para depois executar o comando. O supermite que você "vire" root a qualquer momento, passando a abrir os programas, modificar arquivos eusar todas as ferramentas sem limitações.

Digite "su" e forneça a senha de root. O "$" do terminal vira um "#", alertando que a partir daí você templenos poderes. Se ao tentar abrir arquivos gráficos você receber uma mensagem dizendo que não épossível se conectar ao X, experimente usar o comando "sux" no lugar do su. Ele configura as permissõescorretamente.

Algumas distribuições, como o Kurumin e o Ubuntu incluem uma variação dele, o "sudo", que permiteexecutar comandos específicos como root. Para abrir o Konqueror (o gerenciador de arquivos), comoroot, de forma a conseguir alterar arquivos fora do seu home, digite "sudo konqueror". Dependendo daconfiguração, ele abre sem pedir senha, ou confirma sua senha de usuário, uma proteção contra apossibilidade de outra pessoa estar usando seu micro.

cat: Serve para ver o conteúdo de um arquivo. Por exemplo, "cat carta" mostra o conteúdo do arquivo"carta". Este comando serve bem para ver o conteúdo de arquivos de texto pequenos, sem precisar abrirum editor mais sofisticado. Ele também pode ser combinado com outros comandos para realizar tarefasmais complexas. Por exemplo, se você tem um arquivo "boot.img" com a imagem de um disquete deboot, não bastaria simplesmente copiar o arquivo para o disquete com o comando cp; você precisariafazer uma cópia bit a bit. Existem várias formas de fazer isso, mas uma solução simples seria usar ocomando "cat boot.img > /dev/fd0".

Neste caso, ele lista o conteúdo do arquivo, mas ao invés de mostrar na tela ele o escreve no disquete(/dev/fd0). No shell existem alguns caracteres especiais, como o ">", ">>" e o "|", que permitem enviarinformações e o texto de resposta de comandos de um lugar para o outro. Você verá muitos usos úteispara estes recursos especiais ao estudar sobre shell script.

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clear: Limpa a tela, uma forma de colocar a ordem na casa antes de executar novos comandos. Ao invésde digitar, você pode pressionar "Ctrl+L", que é o atalho de teclado para ele.

head: Este é um dos primos do cat, ele permite ver apenas as primeiras linhas do arquivo, ao invés deexibir a coisa inteira. Basta especificar o número de linhas que devem ser exibidas, como por exemplo"head -20 texto.txt".

Outro parente distante é o tail (cauda), que mostra as últimas linhas do arquivo. O uso é o mesmo, bastaindicar o número de linhas que devem ser mostradas e o nome do arquivo, como "tail -12meu_longo_texto.txt".

Este comando é muito usado por administradores de sistemas para acompanhar os arquivos de log de seusservidores. Como as novas entradas destes arquivos vão sendo inseridas no final do arquivo, o tail permiteverificar rapidamente apenas as novas inclusões, sem precisar perder tempo abrindo o arquivo inteiro.

du: O du permite ver uma lista com o espaço ocupado por cada pasta dentro do diretório atual. É umaforma rápida de encontrar grandes arquivos ou pastas que estão consumindo muito espaço. Em geralusamos "du -h", onde o -h faz com que ele exiba o tamanho dos arquivos de forma "humana", escrevendo"2,8G" ao invés de "2876322", por exemplo.

O Konqueror inclui um modo de visualização que funciona de maneira similar, mostrando os arquivos epastas na forma de blocos coloridos, classificados de acordo com o tamanho. Para ativar este modo,clique no último botão da barra de funções:

| (pipe): Junto com as setas de redirecionamento (> e >>), o pipe ( | ) é muito usado em scripts ecomandos diversos. Ele permite fazer com que a saída de um comando seja enviada para outro ao invésde ser mostrada na tela. Parece uma coisa muito exótica, mas acaba sendo incrivelmente útil, pois permite"combinar" diversos comandos que originalmente não teriam nenhuma relação entre si, de forma que elesfaçam alguma coisa específica.

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Por exemplo, imagine que você quer imprimir o manual de algum dos comandos, ou mandar por e-mailpara alguém que não tem Linux instalado. Uma forma de fazer isso seria usar o comando "mancomando | col -b > arquivo.txt", que copia toda a saída do comando man para oarquivo.txt, mantendo a formatação e as quebras de linha. Aqui usamos o pipepara enviar a saída do man, que originalmente seria mostrada na tela, para serreformatada pelo comando "col -b" e, a partir daí, para o arquivo. O pipe é umcomponente de muitos comandos que veremos ao longo do livro.

grep: O grep permite filtrar a saída de um determinado comando, de forma que aoinvés de um monte de linhas, você veja apenas a informação que está procurando.Ele é freqüentemente usado em conjunto com o pipe, sobretudo em scripts.

Um exemplo simples: sua placa de rede não está funcionando e você quer saber seo módulo de kernel "sis900", que dá suporte a ela, está carregado. Você pode veros módulos que estão carregados usando o comando "lsmod", mas a lista é umpouco longa. Você poderia completar o lsmod com "| grep sis900", que vai filtrarusando o grep, mostrando na tela apenas as linhas contendo "sis900". O comandoficaria então "lsmod | grep sis900".

Se não aparecer nada na tela, você sabe de antemão que o módulo não está ativo,Neste caso, você poderia tentar carregá-lo manualmente usando o comando"modprobe sis900", como root.

split: Esse comando serve para quebrar arquivos em vários pedaços. Muito útil quando você precisagravar arquivos grandes em vários disquetes ou CDs, por exemplo. Imagine que você queira quebrar umarquivo de 3 GB chamado "tenshi.avi" em vários arquivos de 650 MB cada um, de forma a conseguirgravá-lo em vários CDs. Poderia usar o comando "split -b 650m tenshi.avi".

O "650m" é o tamanho de cada pedaço, no caso 650 MB. Você precisa apenas trocar o tamanho dospedaços e o nome do arquivo. Esse comando vai gerar vários arquivos: xaa, xab, xac, xad, etc. que podemser transportados. Para juntá-los depois, usamos o comando cat que vimos acima. Basta reunir todos namesma pasta novamente e rodar o comando "cat x* > tenshi.avi".

Isso junta todos os arquivos (na ordem) restaurando o arquivo original. Isso funciona porque osfragmentos de arquivo gerados pelo split sempre começam com "x".

Outro truque é que você pode usar o cat também para juntar diversos arquivos, formando um só. Istofunciona para músicas e vídeos, por exemplo. Para juntar vários vídeos curtos, num único maior, use "catvideo1.avi video2.avi video3.avi > videozao.avi".

&: Este é um parâmetro que permite rodar aplicativos mantendo o terminal livre. No Linux, todos osaplicativos, mesmo os gráficos, podem ser chamados a partir de uma janela de terminal. O problema éque, ao chamar algum aplicativo, o terminal ficará bloqueado até que o aplicativo seja finalizado,obrigando-lhe a abrir um para cada programa.

Acrescentar o & no final do comando, como em "konqueror /etc &" resolve este problema, mantendo oterminal livre. Se você esquecer de acrescentar ao "&" ao abrir um programa, ainda pode "destravar" oterminal pressionando "Ctrl+Z" (que paralisa o programa e te devolve o controle do terminal) e depois"bg", que reinicia o programa em background.

Note que alguns aplicativos exibem mensagens diversas e avisos depois de serem abertos, o que "suja" oterminal, mas sem comprometer o que você está fazendo. Se isto te incomodar, você pode adicionar um"&>/dev/null" ao comando, o que descarta todas as mensagens, como em "konqueror /etc &&>/dev/null".

startx: Serve para abrir a interface gráfica a partir do prompt, caso você tenha escolhido inicializar osistema em modo texto.

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Histórico: O terminal mantém um histórico dos últimos 500 comandos digitados. Para repetir umcomando recente, simplesmente pressione as setas para cima ou para baixo até encontrá-lo. Para fazeruma busca use o comando "history | grep comando" , como em "history | grep cp" para mostrar todas asentradas onde foi usado o comando "cp".

Ponto e vírgula: Você também pode executar uma fila de comandos de uma vez. Basta separá-los porponto e vírgula, como em "ls; pwd" ou "cd /mnt/arquivos; ls"

Lembre-se de que no Linux o terminal distingue entre letras maiúsculas e minúsculas. "ls" é diferente de"LS". Quando criar novos arquivos e pastas, prefira usar nomes em minúsculas, assim você evitaconfusão.

Desligando: Assim como no Windows, você precisa desligar o sistema corretamente para evitar perda dearquivos e corrompimentos diversos na estrutura da partição. Além das opções nos menus do KDE ouGnome, você pode desligar via terminal, usando os comandos abaixo. Não se esqueça que todos elesprecisam ser executados como root. Use primeiro o comando su ou o sudo:

reboot: Reinicia o micro.

halt: Desliga o micro.

shutdown -h now: Também serve para desligar o sistema, mas permite que você especifique um horário.É muito útil se você deixar o micro ligado à noite fazendo alguma coisa ou baixando um arquivo, masquiser que ele desligue sozinho depois de um certo tempo. Substitua now (agora) por um tempo emminutos que o sistema esperará antes de desligar, usando o parâmetro "+" como em shutdown -h +60.Você pode ainda especificar um horário, no formato hh:mm como em shutdown -h +06:00 (para desligaràs 6:00 da manhã).

Ctrl+Alt+Del: Este é um atalho de teclado que, dado no terminal de texto, serve para reiniciar o micro.Não tem tanta utilidade quanto no Windows, mas é mais rápido que fazer o login e rodar o comando"reboot" ;).

Editando os arquivos de configuração

Complementando os comandos de terminal, existem os arquivos de configuração. Ao contrário doWindows, onde as configurações são salvas numa caixa preta, o registro, difícil de entender e ainda maisde editar, no Linux as configurações são salvas sempre dentro de arquivos de texto, na maior parte dasvezes legíveis, que você pode editar manualmente quando necessário.

Na verdade, a maioria dos programas de configuração nada mais são do que assistentes que facilitam aconfiguração destes arquivos. O programa lhe mostra as opções de uma forma amigável, mas na hora desalvá-las eles simplesmente reescrevem os arquivos correspondentes. Eu tenho uma certa experiência nodesenvolvimento destes utilitários, pois ao longo dos anos desenvolvi muitos deles para incluir noKurumin, mas, para não alongar muito, vou me limitar a dar uma visão geral sobre os principais arquivosde configuração do sistema.

Não é realmente necessário que você estude cada um destes arquivos (a menos que você esteja estudandopara alguma prova de certificação), mas é importante ter pelo menos uma idéia geral sobre a função decada um, pois ao pesquisar sobre instalação de drivers e programas, pesquisar soluções para problemasdiversos, ou mesmo receber ajuda de alguém através dos fóruns, você vai ver muitas referências aarquivos de configuração diversos. Eles são o denominador comum entre as diversas distribuições, porisso a única forma de escrever algum artigo ou howto explicando sobre como instalar um driver de ummodem ou placa wireless, por exemplo, em diversas distribuições diferentes, é explicar o caminho das

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pedras através dos arquivos de configuração, que é justamente a abordagem que a maioria dos autoresacaba adotando.

Ou seja, gostando ou não, muitas vezes você precisará editar algum arquivo de configuração, ou talvezprefira fazer isso algumas vezes para ganhar tempo ou para ter acesso a opções que não estejamdisponíveis nos utilitários de configuração.

Para editar os arquivos, você precisará apenas de um editor de textos. Existem vários exemplos: vocêpode por exemplo usar o kedit ou o kwrite no KDE, o gedit no Gnome, ou o mcedit, joe, nano oumesmo o antigo e pouco amigável vi, caso esteja em modo texto.

Lembre-se de que em qualquer um deles você pode abrir o editor diretamente no arquivo que quisereditar, como em "mcedit /etc/fstab".

Tanto o kedit quanto o gedit são editores relativamente simples, que lembram até certo ponto o notepaddo Windows. O kwite já é um editor mais avançado, voltado para quem escreve scripts ou mesmoprograma em linguagens diversas. Ele é capaz de realçar a sintaxe de várias linguagens, diferenciando oscomandos, condicionais, comentários, etc., através de cores. Isso ajuda muito a entender o código epermite identificar erros muito mais rápido.

Nos editores de modo texto as coisas são um pouco mais complicadas, já que eles são controlados atravésde atalhos de teclado, mas você acaba precisando deles para resolver problemas em situações onde omodo gráfico não está mais abrindo, ou ao usar outras máquinas remotamente, via SSH.

O mais simples é o mcedit. Ele faz parte do pacote "mc", que é encontrado em todas as distribuições. Seele não estiver instalado, você resolve o problema instalando o pacote. Nele, as funções são acessadasusando as teclas F1 a F10, com uma legenda mostrada na parte inferior da tela. Para salvar você pressionaF2 e para sair, F10.

O joe é um meio termo. Ele é muito parecido com o antigo Wordstar do DOS e usa as mesmas teclas deatalho que ele. Para salvar o arquivo e sair, você pressiona Ctrl+K e depois X. Para salvar e sair no nano,pressione Ctrl+X, depois S e Enter.

Finalmente, temos o vi, que por algum motivo conquistou um grupo de usuários fiéis ao longo de seusquase 30 anos de vida e, graças eles, continua vivo até hoje, muito embora seja um dos editores menosamigáveis.

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O vi tem três modos de operação: comando, edição e o modo ex. Ao abrir o programa, você estará emmodo de comando; para começar a editar o texto, pressione a tecla "i". A partir daí, ele funciona como umeditor de textos normal, onde o Enter insere uma nova linha, as setas movem o cursor, etc.

Quando terminar de editar o arquivo, pressione Esc para voltar ao modo de comando e em seguida "ZZ"(dois Z maiúsculos) para salvar o arquivo e sair. Para sair sem salvar pressione Esc e digite ":q!"(exatamente como aqui, dois pontos, quê, exclamação, seguido de Enter). Uma segunda opção para salvare sair é pressionar Esc seguido de ":wq". Para apenas salvar, sem sair, pressione Esc seguido de ":w" epara sair sem salvar use o Esc seguido de ":q!".

Resumindo, o Esc faz com que o vi volte ao modo de comando, o ":" nos coloca no modo ex, ondepodemos salvar e fechar, entre outras funções. O "q" fecha o programa, o "w" salva o arquivo e o "!" éuma confirmação.

Embora não seja exatamente pequeno (se comparado a editores mais simples, como o joe ou o nano),muito menos fácil de usar, o vi é praticamente o único editor que pode ser encontrado em qualquerdistribuição. Em muitos casos é usado o elvis, uma versão simplificada, mas que funciona mais ou menosda mesma forma. O pequeno grupo de usuários forma um bando bem organizado, que urra, balança osgalhos das árvores e atira cocos nas cabeças dos desenvolvedores, sempre que uma distribuição se atrevea removê-lo :-P.

Ao sair do editor, volta para o terminal. Você pode verificar se o arquivo realmente foi salvocorretamente usando o cat, como em "cat /etc/fstab". No caso de arquivos longos, acrescente "| more",que permite ler uma página de cada vez, como em "cat /var/log/syslog | more".

Alguns arquivos particularmente importantes são:

/etc/fstab: Aqui vai uma lista das partições que são acessadas pelo sistema, onde cada uma é montada equais delas são montadas automaticamente na hora do boot. Além das partições, o fstab pode ser usadotambém para incluir CD-ROMs e até mesmo compartilhamentos de rede.

/etc/modules: Neste arquivo vão módulos que são carregados durante o boot. Em geral, usamos estearquivo para ativar o carregamento de módulos para placas wireless, modems e placas de som que nãoforam instalados manualmente, ou que não foram detectados automaticamente durante a instalação. Vocêvai ver muitas referências a este arquivo em tutoriais falando sobre a instalação de drivers diversos.

/etc/lilo.conf: O lilo é o gerenciador de boot, responsável por carregar o sistema. O lilo pode serconfigurado para carregar diversos sistemas operacionais diferentes, onde você escolhe qual usar na horado boot. Você pode fazer dual-boot entre Linux e Windows, ou até mesmo instalar diversas distribuiçõesdiferentes no mesmo HD. Sempre que fizer alterações no arquivo, rode o comando "lilo" (como root) parasalvar as alterações.

/boot/grub/menu.lst: Muitas distribuições adotam o grub como gerenciador de boot ao invés de usar olilo. No caso do grub, as alterações no arquivo são aplicadas automaticamente.

/etc/X11/xorg.conf: Este é o arquivo onde vai a configuração do vídeo, que inclui o driver usado,resolução, taxa de atualização e configuração de cores do monitor, além da configuração do mouse. Hojeem dia, praticamente todas as distribuições (com exceção do Slackware) são capazes de configurar ovídeo corretamente durante a instalação, mas você pode manter uma cópia do arquivo à mão para poderrestaurar a configuração do vídeo em caso de problemas. Você pode também usar o arquivo gerado emoutras distribuições.

O xorg.conf é usado pelo X.org, que é a versão atual do servidor gráfico. Distribuições antigas usam oXfree, que armazena as configurações num arquivo diferente, o "/etc/X11/XF86Config-4".

/etc/passwd, /etc/shadow e /etc/group: Estes arquivos armazenam a base de dados dos usuários, senhas egrupos do sistema. Naturalmente, você não precisa se preocupar em alterá-los, pois eles são modificados

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automaticamente pelo adduser, users-admin e outras ferramentas, mas é interessante saber que elesexistem. Você pode ver o conteúdo dos três apenas como root.

O "/etc/passwd" guarda os logins e outras informações sobre ou usuários. Você notará que além do root edos usuários que adicionou, existem vários usuários de sistema, como o cupsys, proxy, sys, etc. Estesusuários são usados internamente pelos programas, você não pode fazer login através dele. Esta prática deter usuários separados para cada programa aumenta bastante a segurança do sistema. Apesar do nome, o"/etc/passwd" não armazena as senhas, elas vão no arquivo "/etc/shadow" num formato encriptado.

Criando links

O comando ln permite criar links. Existem dois tipos de links suportados pelo Linux, os hard links e oslinks simbólicos. Os links simbólicos têm uma função parecida com os atalhos do Windows: elesapontam para um arquivo, mas se o arquivo é movido para outro diretório, o link fica quebrado. Os hardlinks por sua vez são semelhantes aos atalhos do OS/2 da IBM, eles são mais intimamente ligados aoarquivo e são alterados junto com ele. Se o arquivo muda de lugar, o link é automaticamente atualizado.Isto é possível porque nos sistemas de arquivos usados pelo Linux cada arquivo possui um código deidentificação (chamado de inode), que nunca muda. O sistema sabe que o arquivo renomeado é o mesmodo atalho simplesmente procurando-o pelo inode ao invés do nome.

O comando ln dado sem argumentos cria um hard link, como em:

$ ln /home/morimoto/arquivo.txt arquivo

Onde será criado um link chamado "arquivo" no diretório corrente, que apontará para o arquivo.txt dentrodo diretório /home/morimoto.

Para criar um link simbólico, acrescente o argumento "-s", como em:

$ ln -s /home/morimoto/arquivo.txt arquivo

Você pode criar tanto links apontando para arquivos, quanto links apontando para diretórios. Porexemplo, se você acha muito trabalhoso acessar o CD-ROM através do diretório /mnt/cdrom, você podesimplesmente criar um link para ele dentro do seu diretório de usuário, ou onde você quiser. Ao clicarsobre o link no gerenciador de arquivos, você acessará o CD-ROM.

Para criar um link chamado "CD" dentro do seu diretório de usuário apontando para o CD-ROM, ocomando seria:

$ ln -s /mnt/cdrom ~/CD

O interpretador de comandos se encarregará de substituir automaticamente o "~" pela localização corretada sua pasta de usuário, não importa qual seja.

Você pode ainda criar links que funcionarão em qualquer parte do sistema. Por exemplo, imagine quevocê armazene seus arquivos de trabalho na pasta /home/seu_nome/trabalho/arquivos. Ao invés de digitaro caminho completo, você poderia criar um link simbólico "arquivos" que poderia ser acessado a partir dequalquer pasta do sistema. Para isto, basta acessar o diretório "/usr/bin" e criar o link por lá, usando oscomandos:

$ cd /usr/bin$ ln -s /home/seu_nome/trabalho/arquivos arquivos

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Você verá muitos links espalhados pela estrutura de diretórios do Linux, um recurso muito usado quandoos arquivos de sistemas mudam de lugar numa nova versão. Mantendo um link na localização antiga,todos os programas antigos continuam funcionando sem problemas.

Fechando programas travados

Apesar do Kernel do Linux ser extremamente estável, quase impossível de travar, os programas nemsempre são. Para complicar, o rápido desenvolvimento do sistema e a necessidade por novos aplicativosacabam fazendo com que muitas vezes as distribuições tragam programas ainda em estágio beta, oumesmo alpha, que ainda não estão completamente estáveis. Isto acaba muitas vezes resultando emtravamentos. A vantagem do Linux neste ponto é que você quase nunca precisará reiniciar todo o sistema,basta matar o aplicativo problemático, ou, no pior dos casos, reiniciar o ambiente gráfico.

A forma mais prática de finalizar aplicativos é usar o xkill. Ao clicar sobre o ícone do programa, ouchamá-lo pelo terminal (digitando xkill), o cursor do mouse vira um ícone de caveira e basta clicar sobreo programa travado para matá-lo sem dó. Você pode também chamar o xkill usando o atalho"Ctrl+Alt+ESC.

Se a coisa for séria e o mouse parar de responder, você pode reiniciar o X, o que reabre toda a partegráfica, pressionando "Ctrl+Alt+Backspace". Embora você possa perder arquivos não salvos, esta é umasolução muito menos radical (e mais rápida) do que reiniciar o micro no botão.

Embora mais trabalhoso, você pode também finalizar os programas através do terminal, usando oscomandos kill e killall. O killall pode ser usado sempre que você souber o comando que inicializa oprograma a ser fechado. Por exemplo, para fechar o xmms, o mesmo do screenshot acima, bastariaescrever "killall xmms"; para finalizar o konqueror o comando seria "killall konqueror", e assim pordiante.

O problema com o killall é que em muitos casos o comando para fechar o programa não é o mesmo queseu nome. Para fechar o Firefox, por exemplo, você teria que digitar "killall firefox-bin" e não apenas"killall firefox", que seria o mais lógico.

Para os casos onde você não souber o nome do programa, existe o comando "ps" que mostra todos osprocessos abertos. Existem várias opções para este comando. A que costumo usar mais freqüentemente é"ps -x | more", que mostra todos os processos iniciados por você, sempre dando uma pausa quando estaencher a tela:

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Na coluna direita da lista você verá os nomes dos aplicativos. Veja que em muitos casos o mesmoprograma aparece várias vezes, seja porque você abriu várias instâncias do programa, seja por elerealmente ser dividido em vários processos diferentes, mas o killall se encarrega de acabar com todos osvestígios.

Na coluna da esquerda está o PID de cada processo, um número de identificação que pode ser usado emconjunto com o comando kill para matar um processo específico, como em "kill 4060".

Além do ps -x, você pode tentar o "ps -aux", que inclui todos os processos ativos. A lista é sempre longa,pois inclui todos os serviços e componentes do sistema que são carregados automaticamente durante oboot. Outro programa de texto com a mesma função é o pstree. Ele mostra os processos na forma de umaárvore, permitindo que você veja como eles se relacionam.

Se você estiver no KDE, pode gerenciar os processos de uma forma muito mais amigável usando oKsysguard. Basta procurar por ele no iniciar ou pressionar "Ctrl+Esc" para abri-lo:

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Montando e desmontando

Embora cada vez mais as distribuições detectem as partições, CD-ROMs, pendrives e outros dispositivosautomaticamente, criando ícones no desktop ou algo similar, por baixo dos panos é sempre necessáriomontar os dispositivos antes de acessá-los. Isto é feito automaticamente quando você clica no ícone doCD-ROM no desktop, por exemplo, mas, dependendo da distribuição que resolver usar, você acabaráprecisando fazer isso manualmente em muitos casos. Vamos então entender como esse processo funciona.

Cada dispositivo ou partição é acessado pelo sistema através de um device, um arquivo especial criadodentro do diretório "/dev". Para entender a ordem usada para nomear estes dispositivos é preciso usaralgumas noções de hardware.

Na placa-mãe você encontra duas portas IDE (primária e secundária), que são usadas para instalar o HD eCD-ROM. Cada uma das duas permite conectar dois dispositivos, de forma que podemos instalar um totalde 4 HDs ou CD-ROMs na mesma placa. Os drives IDE "tradicionais", que usam os cabos de 40 ou 80vias são chamados de "PATA", de "parallel ATA".

Cada par de drives é instalado na mesma porta. Para diferenciar os dois é usado um jumper, que permiteconfigurar cada drive como master (mestre) ou slave. O mais comum é usarmos apenas um HD e maisum CD-ROM ou DVD, cada um instalado em sua própria porta e ambos configurados como master. Aoadicionar um segundo HD, você poderia escolher entre instalar na primeira ou segunda porta IDE, mas dequalquer forma precisaria configurá-lo como slave, mudando a posição do jumper. Independentemente deser um HD, CD-ROM ou qualquer outro tipo de dispositivo, os drives são detectados pelo sistema daseguinte forma:

IDE primária, master: /dev/hdaIDE primária, slave: /dev/hdbIDE secundária, master: /dev/hdcIDE secundária, slave: /dev/hdd

Os HDs Serial ATA (SATA) são vistos pelo sistema da mesma forma que HDs SCSI. Isso também seaplica a pendrives e outros dispositivos USB. Aqui entra uma história interessante: como o código éaberto, é muito comum que novos módulos sejam baseados ou utilizem código de outros módulos jáexistentes. O suporte a drives SCSI no Kernel é tão bom que ele passou a ser usado (com pequenasadaptações) para dar suporte a outros tipos de dispositivos. Na época do Kernel 2.4, até os gravadores deCD eram vistos pelo sistema como drives SCSI.

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O primeiro dispositivo SCSI é detectado como "/dev/sda", o segundo como "/dev/sdb" e assim por diante.Se você tiver um HD SATA ou pendrive, o drive é visto como "/dev/sda" e não como "/dev/hda", comoseria se fosse um drive IDE.

Se você tiver um HD SATA e um pendrive, instalados na mesma máquina, então o HD será visto como "/dev/sda" (pois é inicializado primeiro, logo no início do boot) e o pendrive como "/dev/sdb". Se vocêplugar um segundo pendrive, ele será visto como "/dev/sdc", e assim por diante. Ao contrário dosdispositivos IDE, os devices são definidos seqüencialmente, conforme o sistema vai detectando osdispositivos. Quem chega primeiro leva.

Se você tiver um HD IDE e um pendrive, então o HD será visto como "/dev/hda" e o pendrive como"/dev/sda". Uma observação é que você quase sempre encontrará uma opção dentro do Setup que permitecolocar as portas SATA em modo de compatibilidade (Legacy Mode ou Compatibility Mode,dependendo da placa). Ao ativar esta opção, seu HD SATA passará a ser visto pelo sistema como "/dev/hda', como se fosse um HD IDE normal. Esta opção é útil ao instalar distribuições antigas, que aindanão oferecem um bom suporte a HDs SATA.

Em seguida vem a questão das partições. Ao invés de ser um espaço único e indivisível, um HD é comouma grande sala comercial, que pode ser dividida em vários escritórios e ambientes diferentes. Ao instalaro sistema operacional, você tem a chance de particionar o HD, onde é feita esta divisão. É semprerecomendável usar pelo menos duas partições separadas, uma para o sistema e outra para seus arquivos.Isto permite reinstalar o sistema sempre que necessário, sem perder seus arquivos e configurações.

No Linux existe ainda a necessidade de criar uma partição separada para a memória swap. Esta partiçãoutiliza uma organização própria, otimizada para a tarefa. Embora um pouco mais complicada, estaabordagem faz com que o acesso seja mais rápido que no Windows, onde o swap é feito dentro de umarquivo, criado na partição de instalação de sistema.

Existem diversos programas de particionamento, os mais usados no Linux são o cfdisk, gparted e oqtparted. Muitas distribuições incluem particionadores próprios, o Mandriva por exemplo inclui odiskdrake. Veremos mais detalhes sobre o particionamento e instalação do sistema no próximo capítulo.

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Acima temos um screenshot do Gparted. Como pode ver, cada partição recebe um número e é vista pelosistema como um dispositivo diferente. A primeira partição do "/dev/hda" é vista como "/dev/hda1" eassim por diante. O mesmo acontece com os pendrives, que do ponto de vista do sistema operacional sãouma espécie de HD em miniatura.

O sistema nunca acessa os dados dentro da partição diretamente. Ao invés disso, ele permite que você"monte" a partição numa determinada pasta e acesse os arquivos dentro da partição através dela, o que éfeito usando o comando "mount".

A sintaxe básica inclui o dispositivo e a pasta onde ele será acessado, como em:

# mount /dev/hda2 /mnt/hda2

O mais comum é que as partições "extras" sejam montadas dentro da pasta "/mnt", que é própria para atarefa, mas isso não é uma regra; você pode montar as partições em qualquer pasta vazia. Não se esqueçade criar a pasta desejada, se necessário, usando o comando "mkdir".

No caso do CD-ROM, citamos apenas o dispositivo, sem incluir a partição (já que um CD-ROM nãopode ser particionado, como um HD). Você pode tanto usar o dispositivo correto, como "/dev/hdc" ou"/dev/hdd", quanto usar o "/dev/cdrom", um link que é criado durante a instalação:

# mount /dev/cdrom /mnt/cdrom

Se quiser trocar o CD que está na bandeja, você deve primeiro "desmontar" o CD-ROM, com o comando"umount /mnt/cdrom". O mesmo se aplica a pendrives e HDs externos: é sempre necessário desmontarantes de desplugá-los. No caso dos pendrives e HDs, desmontar é fundamental, pois as alterações não sãonecessariamente salvas imediatamente por causa do cache de disco. Removendo sem desmontar, existeuma probabilidade muito grande das últimas alterações serem perdidas. É muito comum as pessoasgravarem arquivos no pendrive, desplugarem logo depois (sem desmontar) e, ao tentar usar de novo,verem que os arquivos simplesmente não foram gravados.

Se por acaso você tiver um drive de disquetes (em que século você vive? :), o comando para montá-lomanualmente é "mount /dev/fd0 /mnt/floppy" e, para desmontar, "umount /mnt/floppy". Assim como nocaso dos pendrives, é importante desmontar antes de remover o disquete do drive.

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Os pontos de montagem, ou seja, as pastas onde as partições serão montadas podem ser configuradosatravés do arquivo "/etc/fstab". Quase sempre, este arquivo é configurado durante a instalação, incluindoreferências a todas as partições e CD-ROMs disponíveis, de forma que você pode montar as partiçõesdigitando apenas "mount /mnt/hda6" (por exemplo), sem precisar usar o comando completo.

Naturalmente, além da forma manual, existem maneiras mais práticas de acessar o CD-ROM e partições.Em primeiro lugar, ao usar o KDE, você pode sempre usar o ícone no desktop, clicando sobre ele paramontar e usando a opção "desmontar" (que aparece ao clicar com o botão direito sobre o ícone) paraliberar o CD na hora de remover. Na maioria das distribuições, ao plugar um pendrive é criadoautomaticamente um ícone no desktop para acessar os arquivos. Geralmente o ícone inclui uma opçãopara desmontar, acessível ao clicar sobre ele com o botão direito.

Ainda no KDE, você pode acessar as demais partições do HD abrindo o Konqueror e acessando a url"media:/" (ou "devices:/", nas versões antigas). Assim como no caso do CD-ROM, você acessa osarquivos clicando sobre o ícone. No caso das partições do HD, não é necessário desmontar depois de usar,pois elas são desmontadas ao desligar o micro.

Muitas distribuições incluem o automount, que faz com que o acesso ao CD-ROM e disquete sejatransparente, como no Windows. Você coloca o CD-ROM na bandeja. Ao acessar a pasta "/mnt/cdrom" osistema se encarrega de montá-lo automaticamente. Quando você pressiona o botão para ejetar o CD, osinal é interceptado pelo sistema que se encarrega de desmontá-lo e em seguida ejetar o CD.

O clipboard e o terceiro botão

O botão central do mouse, que não tem muita serventia no Windows, permitecopiar e colar entre aplicativos ou até mesmo entre aplicativos gráficos e terminaisabertos dentro da interface gráfica. Isso substitui o Ctrl+C, Ctrl+V, com avantagem do comando ser dado com um único clique do mouse. Basta selecionar otrecho de texto, a imagem, ou o que quiser copiar numa janela e clicar com o botãocentral na janela onde quiser colar a seleção. Se você não tiver um mouse de trêsbotões, pressione simultaneamente os dois botões.

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Porém, este modo "padrão" tem algumas deficiências. Ele não funciona muito bempara copiar grandes quantidades de texto, e o texto a ser copiado precisa ficarselecionado durante a operação. Basicamente, você consegue copiar o que puderser visualizado na tela. Não funciona para copiar 120 páginas de texto do Abiwordpara o OpenOffice, por exemplo.

Pensando nisso, os desenvolvedores do KDE e do Gnome se preocuparam emincluir sistemas de copiar e colar com um funcionamento semelhante ao doWindows. Você pode selecionar várias páginas de texto do Kword e colar no Kmail,por exemplo, usando o bom e velho Ctrl+C, Ctrl+V.

O KDE inclui até um Applet, o Klipper (que no Kurumin e em outras distribuiçõesbaseadas no Debian pode ser instalado com o comando "apt-get install klipper"),que multiplica a área de transferência. Você tem vários slots que armazenam todasas últimas operações e pode colar qualquer uma das anteriores, selecionando adesejada através do ícone ao lado do relógio, de forma bem prática.

Trabalhando com permissões

Apesar de toda a evolução em relação aos antigos sistemas Unix, usados nasdécadas de 70 e 80, o Linux mantém suas raízes multiusuário. Isso significa que osistema pode ser usado por várias pessoas simultaneamente (imagine o caso deum servidor de rede), sem que uma atrapalhe o trabalho da outra, nem possa ver ealterar arquivos que não deveria.

Para isso, é usado um sistema de permissões simples, porém eficiente, queconsiste num conjunto de três permissões de acesso (ler, gravar e executar) e trêsgrupos (dono, grupo e outros), que combinadas permitem fazer muita coisa. Estesistema de permissões é bem similar ao usado do Windows 2000 e no Windows XP,a principal diferença é que no Windows você usa o sistema como administrador

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(equivalente ao root) por padrão e muitos programas não funcionam corretamentequando você tenta usar uma conta sem privilégios especiais. No Linux é ocontrário, você usa o sistema com um login de usuário e os programas sãoprojetados para funcionar desta forma. Apenas os utilitários de configuração ealguns programas para tarefas específicas precisam ser executados como root. Issofaz com que o sistema seja fundamentalmente mais seguro.

Um argumento comum é que não existem muitos vírus, worms e trojans para Linuxporque o sistema é menos popular. Porém, nos servidores, o Linux já é mais usadoque o Windows e mesmo assim os casos de problemas de segurança continuamsendo mais raros. Segundo a Netcraft, quase 70% dos sites da internet rodamsobre o Apache, a grande maioria deles sobre o Linux, enquanto apenas 20%rodam sobre o IIS da Microsoft. Mas, mesmo assim, é muito mais comum termosnotícias de problemas de segurança no IIS do que no Apache:

http://news.netcraft.com/archives/2005/10/04/october_2005_web_server_survey.html

Voltando às permissões, clicando sobre as propriedades de qualquer arquivo noKonqueror você verá uma janela com três menus de seleção, que permitem ajustarindividualmente as permissões para o dono do arquivo, para usuários que façamparte do mesmo grupo e para os outros, que inclui todo mundo que tenha acessoao sistema.

Cada um dos campos aceita três possibilidades: "negado", "pode ler" e "pode ler eescrever". Por default, o dono é o único que pode ler e escrever, os demais (grupoe outros) podem apenas ler o arquivo, mas sem modificar.

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No caso dos arquivos, existe uma quarta permissão que é o campo "É executável".Esta é uma daquelas diferenças fundamentais entre o Linux e o Windows: o sistemanão decide quais arquivos são programas pela extensão, mas sim pelas permissões.Isso aumenta bastante a segurança do sistema, mas por outro lado causa umpouco de dor de cabeça em algumas situações. Sempre que você baixar uminstalador qualquer via web (o driver da nVidia, por exemplo), vai precisar primeiromarcar o "É executável" nas propriedades do arquivo antes de conseguir instalá-lo.

O "dono" do arquivo é por default o usuário que criou o arquivo. Apenas esteusuário pode alterar as permissões de acesso ao arquivo e pasta. Em seguida vema configuração do grupo, que permite que vários usuários tenham acesso a umarquivo ou pasta, sem ter que apelar para o campo "outros" que daria acesso aqualquer um.

Imagine que estamos configurando um servidor em uma empresa importante, eneste servidor temos uma pasta chamada "projeto_apolo" com vários arquivosconfidenciais que deverá ser acessada apenas pelos programadores que estãotrabalhando no projeto.

Desativaríamos de imediato o campo "todos", mantendo marcados apenas oscampos "usuário" e "grupo". O próximo passo seria justamente criar um novogrupo de usuários ("apolo", por exemplo) e incluir neste grupo todos os usuáriosque fazem parte do projeto. A partir daí, todos os programadores passariam a teracesso à pasta, já que fazem parte do grupo.

Você pode criar novos grupos e adicionar usuários a eles através do "users-admin" ou do "kuser", usando o que estiver disponível na distribuição. Bastachamá-los pelo terminal ou procurar pelo atalho no menu.

No Fedora, o users-admin se chama "system-config-users", e, no Mandriva,"userdrake". O Kuser é usado em um número menor de distribuições, mas étambém bastante usado.

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Para criar um novo grupo, clique em "Grupo > Adicionar grupo". Na janela que seráaberta, especifique o nome do grupo e os usuários que farão parte dele. Ummesmo usuário pode fazer parte de vários grupos simultaneamente. Muita gentecria um grupo diferente para cada pasta importante, de forma a poder definirindividualmente quem terá acesso a ela.

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Você notará que nesta tela aparecem vários usuários que não são mostrados natela principal, como o "bin", "daemon" e "mail". Estes são usuários ocultos dosistema, contas sem privilégios e que não possuem senhas definidas (ésimplesmente impossível fazer login com qualquer uma delas), que são usadas paraisolar os programas, fazendo com que cada um tenha acesso apenas a seuspróprios arquivos. Isso limita muito os danos que um programa ou servidor combugs ou falhas de segurança pode causar quando alguma coisa dá errado.

De fato, a configuração default da maior parte das distribuições Linux atuais é daracesso de leitura para a maioria das pastas (com exceção, naturalmente, dosarquivos de senha e outros arquivos críticos) para todos os usuários, mas aomesmo tempo dar acesso de gravação apenas para o diretório home de cada um.

Ou seja, por default você, logado como usuário normal, poderá navegar por quasetodos os diretórios do sistema, mas só poderá criar e alterar arquivos dentro da suapasta de usuário. Nos outros lugares receberá sempre um aviso de acesso negado.Isso impede que os usuários possam fazer besteira no sistema, como por exemplo,tentar deletar a pasta de módulos do Kernel ;-).

Claro, como todas as regras, as permissões de acesso têm sua exceção: o root. Eleé o único que não possui restrições: pode alterar, executar ou deletar o que bementender. Pode alterar o dono das pastas ou alterar as permissões de acesso. Oroot é o deus do sistema.

Você precisará usar o root sempre que for alterar as permissões de acesso a umapasta do sistema ou criada por outro usuário, mas não use-o regularmente, amenos que esteja apenas brincando com o sistema e possa reinstalá-lo a qualquermomento, pois além de poder destruir facilmente arquivos do sistema, usar o rootabre as portas para várias brechas de segurança ao usar programas de IRC, abriranexos em e-mails ou mesmo navegar na web.

A maioria dos problemas de segurança a que os usuários do Windows estãosubmetidos decorre justamente do fato de utilizarem contas com privilégiosequivalentes ao do root no Linux. Se você pode fazer o que quiser no sistema, osprogramas executados por você (incluindo trojans, scripts incluídos de páginas webexecutados pelo navegador, etc.) também poderão não ter restrições.

Se você se pergunta como alguns vírus do Windows, como o Ninda e o Sircanpodem se espalhar tão rapidamente, saiba que o problema é justamente este: acombinação de um sistema com um fraco controle de segurança, combinado com ouso de contas administrativas por usuários sem noções de segurança.

Voltando ao tema da criação de usuários, se você não gostou dos utilitáriosgráficos, pode adicionar novos usuários também usando os comandos "adduser" e"passwd" (como root). Por exemplo:

# adduser manuel(cria o usuário manuel, já definindo a senha)

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# passwd manuel(altera a senha posteriormente)

Para remover um usuário anteriormente criado, utilize o comando "userdel", comoem "userdel manuel". Por questões de segurança o comando remove apenas ologin, preservando o diretório home do usuário. Caso você tenha certeza que nãová mais precisar de nada, deve deletar o diretório manualmente depois.

Você também pode bloquear temporariamente um usuário, um amigo que vemjogar Warcraft 3 com você apenas nos fins de semana, por exemplo, e não precisaficar com o login ativo no resto do tempo. Neste caso, use o comando "passwd -lusuário" para bloquear o login e "passwd -u usuário" para desbloqueá-lo.

Para alterar as permissões de acesso de arquivos e pastas via linha de comando,você deve usar o comando chmod. A sintaxe dele parece um pouco complicada àprimeira vista, mas nada que um pouco de prática não possa resolver:

# chmod 744 arquivo

Temos aqui o comando chmod propriamente dito, o arquivo ou pasta que terá suaspermissões de acesso alteradas e um número de três dígitos que indica as novaspermissões para o arquivo. Note que o "744" é só um exemplo.

Os três números indicam respectivamente:

7: Permissões para o dono do arquivo.4: Permissões para o grupo.4: Permissões para os demais usuários.

Você deve lembrar que temos três permissões: leitura, gravação e execução. Comoé possível representar estes três atributos através de um único número?

Bem, os programadores costumam ser muito bons em matemática e, como emoutros casos, usaram um pequeno truque para resolver este problema. Cadapermissão é representada por um número:

4: Ler.2: Alterar o conteúdo, criar novos arquivos (no caso de uma pasta).1: Execução (no caso dos arquivos) ou listar os arquivos (no caso daspastas).

Você simplesmente soma estes números para ter o número referente ao conjuntode permissões que deseja:

0: Sem permissão alguma. Se for uma pasta, o usuário sequer pode ver oconteúdo.1: Permissão apenas para executar (não é possível ler o arquivo ou alterá-lo,apenas executar um programa). No caso de uma pasta, 1 permite que se liste osarquivos dentro dela, mas sem ler ou alterar os arquivos.4: Apenas leitura.5 (4+1): Ler e executar (no caso de um arquivo) ou ver os arquivos e abri-los, nocaso de uma pasta. 6 (4+2): Leitura + gravação.7 (4+2+1): Controle total: leitura + gravação + permissão para executar.

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Uma observação importante é que ao configurar as permissões de acesso de umapasta, você sempre deve usar 5 (4+1) ou 7 (4+2+1), pois, sem permissão paralistar o conteúdo da pasta, você não consegue ver os arquivos dentro dela.

Engenhoso, não é? Se você quer dar controle total do arquivo ou pasta para o donoe para o grupo, mas permissão de apenas leitura para os demais usuários, usaria onúmero 774; se você quisesse que todos os usuários tivessem permissão de leiturae gravação, mas sem poder executar nada, usaria o número 666; se quisesse darcontrole total para todo mundo, usaria 777 e assim por diante. Como disse, pareceum pouco complicado, mas depois de usar o comando algumas vezes você não vaiesquecer mais.

Para alterar o dono e o grupo do arquivo, você deve usar o comando chown. O usodele é simples, basta indicar qual é o novo dono e em seguida indicar o arquivo oupasta que mudará de dono, como em:

# chown manuel projeto_apollo/

Se você quiser que a alteração se aplique a todos os arquivos e subpastas dodiretório, use a opção -R (de recursivo) como em:

# chown -R manuel projeto_apolo/

Se você quiser alterar também o nome do grupo, acrescente o nome do novo grupoapós o nome do dono, separando ambos por um ponto:

# chown -R manuel.apolo projeto_apolo/

Agora a pasta "projeto_apolo" passa a ser propriedade do usuário manuel e dogrupo apolo. Fizemos a mesma coisa que no exemplo anterior, mas agora usando ocomando de modo texto. Você escolhe qual forma prefere.

Rodando programas como root

No Linux, o usuário root é o deus do sistema, o único que tem acesso a todos os arquivos e configurações.Os usuários normais têm acesso apenas a seus arquivos dentro do diretório /home e outros para os quaisvocê alterar as permissões manualmente.

Todos os programas salvam suas configurações dentro de pastas ocultas (o nome começa com ponto,como em ".kde"), dentro do home do seu usuário. Isso faz com que cada usuário tenha suas configuraçõesseparadas, sem que possa interferir com as configurações de outros ou alterar as configurações padrão dosistema.

Isso torna o sistema bastante seguro contra barbeiragens em geral feitas pelos usuários. Como eles podemapenas alterar suas próprias configurações, na pior das hipóteses você pode deletar o usuário e criar outro.Você pode criar uma conta de usuário separada para cada pessoa que precisar user seu micro e ter certezade que eles não destruirão a instalação do sistema e seus arquivos.

Nas versões recentes do KDE, existe uma opção interessante, que permite abrir uma segunda seção do X,onde é possível se logar com um usuário diferente. Para usar esse recurso, clique no "Iniciar > Trocar deUsuário > Bloquear a atual & Iniciar nova sessão".

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Como vimos no tópico sobre comandos, é possível também executar programas como root, usando ocomando "su" e suas variantes.

Num terminal de texto, digite simplesmente "su" e forneça a senha de root. O símbolo do terminal mudade um "$" para um "#", indicando que a partir daí, todos os comandos digitados (apenas nesse terminalespecífico) serão executados como root. Use isso sempre que precisar editar arquivos do sistema, moverarquivos ou mudar permissões, criar novos usuários, etc.

Para abrir os programas gráficos, a melhor opção é usar o "kdesu", que exibe um prompt de senha gráficoe ajusta todas as permissões e variáveis do sistema de forma que o programa possa rodar semsobressaltos.

Use o kdesu num terminal, ou usando o "Executar comando" do KDE (alt+F2), seguido do comando queserá executado como root, como em "kdesu konqueror /etc", o que abrirá uma janela do Konqueror, comoroot e já mostrando os arquivos do diretório "/etc".

Muitas distribuições, como o Kurumin e o Ubuntu, usam o "sudo" como uma forma de facilitar o uso dosistema. O sudo é uma variante do su, que permite criar usuários "administrativos", que podem executarcomandos como root, sem precisar fornecer a senha.

No Kurumin, o usuário padrão, "kurumin", vem configurado com permissão para executar qualquercomando como root, sem precisar fornecer a senha. Isso permite que os painéis e scripts de configuraçãofuncionem diretamente, sem que você precise ficar fornecendo a senha de root toda hora, o que facilitasobretudo ao rodar do CD. Basta adicionar o "sudo" antes do comando, como em "sudo konqueror /etc".

O Ubuntu usa uma abordagem mais conservadora, confirmando sua senha de usuário antes de executar ocomando, mas em ambos os casos a configuração de quais usuários podem usar o sudo vai no arquivo"/etc/sudoers".

A idéia é que você configure o sistema e instale todos os programas desejados e depois, se desejar,desative o sudo ou crie um novo usuário sem privilégios para uso normal do sistema.

Para que um determinado usuário tenha permissão para usar o sudo e, conseqüentemente, instalarprogramas através dos ícones mágicos e alterar a configuração do sistema, adicione uma nova linha noarquivo /etc/sudoers:

usuario ALL=NOPASSWD: ALL

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... substituindo o "usuário" pelo login desejado. Você pode também comentar a linha referente ao usuáriokurumin para tirar seus superpoderes, ou simplesmente criar outro usuário com seu nome e passar a usá-lo no dia-a-dia, deixando para usar o user kurumin apenas quando precisar instalar novos programas oualterar a configuração do sistema.

Máquinas virtuais

Quase tudo pode ser simulado via software. É possível até mesmo simular umcomputador de arquitetura diferente, para que os softwares escritos pare ele rodemda mesma forma que rodam dentro do seu sistema nativo.

Um dos exemplos mais conhecidos são os emuladores de videogames antigos, quepermitem rodar jogos de Atari, Nintendo 8 bits, Mega-Drive, Super-Nes, Playstatione outros.

Assim como é possível emular um videogame para rodar os jogos escritos para ele,é possível simular um PC completo e rodar outros sistemas operacionais, dentro deuma janela. Isso permite que você rode o Windows dentro do Linux ou vice-versa.Esse PC "de mentira" é chamado de máquina virtual.

O sistema principal neste caso passa a ser chamado de host (hospedeiro) e o outrosistema operacional que está rodando dentro da máquina virtual é chamado de"guest" (convidado). Ele acha que tem um PC completo para si, enquanto naverdade está rodando dentro de uma "matrix", na máquina virtual.

Naturalmente, este trabalho de simular um PC completo e ainda por cima com umbom desempenho não é simples, veja o caso dos emuladores de videogame de umaforma geral, que sempre precisam de um PC muito mais poderoso do que o sistemaoriginal. É preciso um Pentium 200 para emular um Super Nes (que usa umprocessador de 3.5 MHz e 128 KB de RAM) com qualidade.

Existem atualmente três softwares que se destacam nesta categoria, o VMware,Qemu e o Xen, que trabalham de forma ligeiramente diferente, mas com grandesdiferenças práticas.

O VMware usa um conceito de virtualização. Ele tenta sempre que possívelconverter os comandos usados pelo sistema dentro da máquina virtual emcomandos que o sistema host entenda e execute diretamente. Por exemplo, se oWindows dentro da máquina virtual tenta tocar alguma coisa na placa de som, oVMware simplesmente pega os dados e toca na placa de som "real" do micro, comose fosse outro programa qualquer. O mesmo se aplica a todo tipo de instruçõesbásicas, que são executadas diretamente pelo processador principal. O VMwareinterpreta e converte instruções o mínimo possível.

O Qemu por sua vez é um emulador. Ele tenta processar todas as instruções, oque acaba demorando mais tempo e fazendo com que a performance seja menor.Em geral o VMware (nas versões recentes) consegue fazer com que o sistema guestrode com 60 a 90% do desempenho que teria se estivesse rodando diretamente,enquanto o Qemu obtém de 5 a 10%. O Qemu possui um módulo adicional, oKqemu, que faz com que ele passe a funcionar de forma mais similar ao VMware,virtualizando as instruções básicas do processador, ao invés de emular tudo. OKqemu melhora consideravelmente o desempenho do Qemu, mas ainda assim odeixa bem atrás do VMware em questão de desempenho.

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O Qemu é um projeto open-source, enquanto o VMware é comercial, disponível emduas versões. O VMware Workstation é a versão completa, um softwarerelativamente caro (199 dólares), mas que pode ser usado por 30 dias. O VMwarePlayer por sua vez é a versão gratuita, com bem menos funções, que pode serusada para rodar máquinas virtuais criadas através do VMware Workstation,praticamente sem limitações, mas sem criar novas máquinas virtuais (VMs). A dicaé que você pode obter a versão trial do VMware Workstation e usá-la para criar asmáquinas virtuais e passar a usar o VMware Player depois que o trial expirar. Vocêpode baixar ambas no http://www.vmware.com. Baixe o pacote genérico, que podeser instalado em várias distribuições.

No Kurumin (a partir do 5.1) você encontra o VMware Player e um script para criare alterar as configurações das VMs, provendo uma solução completa.

Estas máquinas virtuais são extremamente úteis no dia-a-dia, pois permitem quevocê rode outros sistemas operacionais dentro de uma janela, tendo acesso a todosos softwares que precisa. Muita gente utiliza este recurso para manter uma cópiado Windows à mão para quando precisam de algum programa específico. Muitosmicros (e quase todos os notebooks) vêm com uma licença do Windows dequalquer forma e esta é uma boa maneira de aproveitá-la sem sair do Linux.

Conforme o Qemu e VMware forem evoluindo e os micros forem ficando cada vezmais rápidos, a perda de desempenho por rodar o Windows dentro da máquinavirtual será cada vez menos significativo, permitindo que você tenha uma formaconfortável de continuar rodando seus aplicativos antigos mesmo depois de migrardefinitivamente para o Linux.

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Outra grande utilidade é que você pode testar outras distribuições e ter um sistema"sparing", onde você pode testar de tudo sem medo de danificar sua instalaçãoprincipal. Todos os arquivos da máquina virtual são salvos num "disco virtual", quenada mais é do que um arquivo comum, dentro da pasta com a VM, formatado deuma forma especial. Este arquivo é usado de tal forma que o sistema dentro da VMrealmente acha que está usando um HD real, particionando, formatando e tudomais.

Tudo começa com a criação da máquina virtual, que consiste basicamente noarquivo com o disco virtual e um arquivo de configuração, salvos dentro da pastaescolhida. No VMware, o tamanho do disco virtual é apenas um limite. O arquivocomeça vazio, ocupando apenas alguns kbytes e vai inchando conforme sãoinstalados programas dentro da máquina virtual, ocupando sempre um espaçoequivalente ao espaço ocupado pelo sistema instalado.

A instalação do sistema dentro da máquina virtual é feita de forma normal. Vocêvai particionar e formatar o "HD" e tudo mais, só que tudo vai sendo feito dentro dodisco virtual, sem que o Windows dentro da máquina virtual tenha acesso diretoaos demais arquivos no HD. Se ele pega um vírus, apenas o que está dentro dodisco virtual é afetado. Na pior das hipóteses você pode deletar o arquivo ecomeçar de novo. Para todos os efeitos, a VM funciona como um PC real; você pode

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até mesmo instalar Windows e Linux em dual boot, ou experimentar a instalação devárias distribuições Linux no mesmo HD.

O VMware e o Qemu são os mais usados nos desktops, mas existe uma terceiraopção, muito popular nos servidores, o Xen.

O Xen utiliza uma idéia diferente, a paravirtualização, que consiste em dividir deforma transparente os recursos do hardware, permitindo que o sistema guest rodecom uma redução de performance muito pequena (menos de 5%, na maioria doscasos). O maior problema é que para rodar dentro do Xen é necessário que osistema guest seja modificado. Não é possível rodar qualquer sistema diretamente,como no caso do VMware e do Qemu.

Isto não é um grande problema no caso das distribuições Linux, mas é no caso doWindows e outros sistemas de código fechado.

O Xen é muito mais complicado de configurar que o VMware. No caso dosservidores (onde temos um público da área técnica) isto não chega a ser umgrande problema, mas nos desktops ele é ainda pouco usado. Mesmo assim, épossível que o Xen evolua em termos de facilidade de uso e, graças ao bomdesempenho, comece a disputar diretamente com o VMware. A página do Xen é ahttp://www.xensource.com/.

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Capitulo 3: Instalando o Kurumin

A primeira diferença fundamental entre live-CDs, como o Kurumin e o Slax edistribuições "tradicionais", como o Mandriva, Fedora e Slackware, é a forma comoo sistema é instalado.

Tradicionalmente, os CDs de instalação contém pacotes individuais de instalaçãodos programas junto com um programa de instalação. Durante a instalação, vocêpode escolher quais pacotes quer instalar e o instalador se encarrega de "montar" osistema, instalando individualmente os pacotes marcados, como neste screenshotdo instalador do Mandriva:

Esta abordagem permite um controle maior sobre o que será instalado, mas possui também algumasdesvantagens:

-Torna a instalação mais complexa e confunde os usuários iniciantes (e muitas vezes também osavançados), já que pouca gente conhece a função de cada pacote e não sabe bem quais instalar.Nem sempre as descrições dos pacotes dão uma visão clara sobre sua função e importância. Paraamenizar isso, os instaladores adotam um "meio termo", onde você inicialmente escolhe entrealgumas categorias, como "Ferramentas de escritório", "Programação", "Servidores", etc., eacessa a tela de seleção manual de pacotes apenas se quiser personalizar a instalação.

-Aumenta muito o trabalho dos desenvolvedores, que precisam se preocupar em checar asdependências de cada pacote, etc. para manter a instalação consistente, independentemente doque o usuário escolher.

-Neste caso o sistema pode ser apenas instalado, não roda direto do CD.

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Nos live-CDs temos um sistema "base", já configurado que roda diretamente do CD. O instalador limita-se a copiar este sistema para o HD e fazer as alterações necessárias para que ele se adapte ao novoambiente.

A instalação no HD mantém as configurações feitas durante o boot. Por isso, primeiro teste o sistemarodando a partir do CD e certifique-se que o vídeo está corretamente configurado, as placas de som e redeestão funcionando, etc. antes de iniciar a instalação.

Neste livro abordo a instalação e configuração de três distribuições: Kurumin, Ubuntu e Slax.

Esta não é uma escolha aleatória. O Kurumin é um dos melhores exemplos de distribuição amigável, queautomatiza vários aspectos do uso do sistema, por isso uma das melhores opções para começar. Por baixodos scripts e painéis de configuração, você tem uma instalação do Debian, que permite que você aprendasobre a estrutura do sistema, sem ter que encarar o próprio logo no começo.

O Slax é um live-CD derivado do Slackware, que mantém a mesma estrutura básica (incluindo os scriptsde configuração e utilitários disponíveis no Slackware), mas roda do CD e é muito mais simples deinstalar.

Finalmente, temos o Ubuntu, o "Debian para desktops", que é oferecido em duas versões: um CD deinstalação tradicional, que utiliza um instalador muito similar ao encontrado no Debian e um live-CD, quevocê pode usar para conhecer o sistema e ver se seu PC é compatível antes de instalar. O Ubuntu tambémdifere do Kurumin e o Slax por utilizar o Gnome por padrão ao invés do KDE.

Depois de abordar os conceitos gerais, vamos começar a abordar temas específicos dentro de cadadistribuição e ver dicas sobre os programas e ferramentas de configuração disponíveis. Este terceirocapítulo é dedicado à instalação do Kurumin, incluindo o particionamento do HD, dual boot com oWindows e outras distribuições, uso do home em uma partição separada e solução de problemas. O quartocapítulo é dedicado à configuração do Kurumin e do KDE, abordando também vários fundamentos sobrea organização do sistema (das distribuições Linux de uma forma geral), configuração de redes e placasWireless e assim por diante. O capítulo 5 é dedicado aos programas Linux de uma forma geral, sem seprender a uma única distribuição, enquanto o capítulo 6 volta a ser específico, falando sobre a instalação econfiguração do Ubuntu (incluindo dicas sobre o Gnome) e do Slax.

Os temas são abordados com um nível crescente de complexidade, sem repetir assuntos já abordados. Oparticionamento do HD e configuração do Lilo, por exemplo, são abordados apenas no capítulo 3, juntocom a instalação do Kurumin, sem ser repetida no capítulo do Ubuntu. O ideal é que você realmente leiaos capítulos seqüencialmente e pratique instalando cada uma no seu no seu micro.

Se você não tem espaço suficiente no HD para criar várias partições, ou não quer arriscar seus arquivosmexendo no particionamento do HD (lembre-se: Só Jesus salva, o homem faz backup! ;), você pode aindatreinar usando o VMware Player, um virtualizador que permite instalar as distribuições dentro demáquinas virtuais, que abordo no capítulo 5. Embora no livro fale apenas sobre a versão Linux, oVMware também roda sobre o Windows XP ou 2000, com os mesmos recursos.

Opções de boot no Kurumin

Um dos principais atrativos do Kurumin e outros live-CDs é o fato do sistema rodardiretamente a partir do CD-ROM, sem necessidade de alterar o que está instaladodo HD e detectar o hardware da máquina no boot, dando-lhe um desktop funcionalem poucos minutos.

Mas, ao contrário do que pode parecer à primeira vista, detectar todo o hardware de uma máquina atual econfigurar o sistema para trabalhar sobre ele sem ficar perguntando, não é uma tarefa nada fácil.

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Algumas placas-mãe mal projetadas podem travar durante o processo de detecção do ACPI, SCSI ouRAID, pode ser que a placa de vídeo não tenha um driver específico, ou que use um código deidentificação diferente do padrão, pode ser que o mouse tenha scroll ou outro recurso especial que nãoseja possível detectar automaticamente e assim por diante. Além disso, o sistema simplesmente não temcomo adivinhar que resolução de tela e taxa de atualização que você prefere usar, pode no máximo tentar"adivinhar" baseado nas características do monitor.

Logo no início do boot você verá uma tela gráfica que apresenta algumas opções de boot. Estas opçõespermitem alterar o comportamento padrão do sistema, fazendo com que ele dê boot em placasproblemáticas ou que utilize a resolução de vídeo de sua preferência, entre outras configurações, quepodem ser usadas em casas onde o sistema de detecção não dê conta do recado.

O Kurumin é capaz de dar boot diretamente em uns 90% dos micros, enquanto as opções permitem queele funcione na maior parte dos 10% restantes. É raro um PC em que realmente não exista como fazer oKurumin funcionar. Muitas destas opções são válidas também no Knoppix e nos outros live-CDsderivados dele, como o Kanotix e Mephis e também nos live-CDs derivados do Kurumin, como oKalango e o Kurumin Games. A única mudança é que neles ao invés das opções começarem com"kurumin", começam com "knoppix", "kalango", ou o nome da distro.

Existem opções de boot para especificar a configuração do vídeo, para desabilitar a detecção dedeterminados componentes, opções para copiar a imagem do Kurumin para o HD e dar boot com o drivede CD livre, dar boot a partir de um arquivo .ISO salvo no HD e até algumas opções específicas, quevariam de uma distribuição para outra.

No canto inferior da tela aparece um prompt (boot:) para digitar as opções. Se você apenas pressionarEnter, ou esperar 30 segundos, o sistema inicializa no modo default, tentando detectar tudo sozinho. Asopções de boot permitem modificar o comportamento padrão do sistema, desabilitando algum recurso queestá fazendo o micro travar no boot, alterar a resolução do vídeo e assim por diante.

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No screenshot acima, estou usando como exemplo uma opção bem longa para configurar vídeo,especificando a resolução, taxa de atualização e o driver de vídeo e desabilitar o ACPI.

Basta digitar a opção desejada e pressionar Enter. Os parâmetros devem ser digitados exatamente comodescritos abaixo, sempre em minúsculas. Todos estes parâmetros são opcionais, eles foram desenvolvidospara serem usados em casos de problemas.

Opções de vídeo

As opções mais usadas são as referentes à resolução e taxa de atualização do monitor. Por default, oKurumin tenta detectar automaticamente a sua placa de vídeo e utiliza uma resolução compatível com seumonitor, detectada via DCC.

A configuração do monitor é composta por três parâmetros:

1- O driver de vídeo 2- A resolução e profundidade de cor3- A taxa de atualização.

O driver de vídeo é o que permite que o sistema se comunique com a placa de vídeo e,conseqüentemente, envie as imagens para o monitor. Cada placa de vídeo tem um conjunto próprio derecursos e se comunica numa linguagem diferente. O driver de vídeo é o "intérprete" que permite que osistema converse com a sua.

O software responsável por mostrar imagens na tela (o "servidor gráfico" falando em linguagem maistécnica) é o X.org. É ele quem contém os drivers para todas as placas de vídeo suportadas pelo sistema.Nas versões atuais do X.org temos um conjunto relativamente pequeno de drivers, um para cadafabricante (e não um para cada placa de vídeo como antigamente).

O driver "sis", por exemplo, dá suporte a todas as placas de vídeo da SiS, o driver "nv" dá suporte a todasas placas da nVidia e assim por diante. Temos ainda dois drivers genéricos, o "vesa" e o "fbdev" quefuncionam com quase todas as placas de vídeo. Eles podem ser usados, por exemplo, quando você tiveralguma placa de vídeo muito recente, que ainda não seja suportada.

A resolução determina a quantidade de pontos mostrados na tela. Os monitores sempre suportam váriasresoluções diferentes, permitindo que você use a que achar mais confortável. Um monitor de 17", porexemplo, geralmente suportará de 640x480 a até 1280x1024.

O que muda ao usar resoluções diferentes é a taxa de atualização, que determina quantas vezes porsegundo a imagem é atualizada no monitor.

O grande problema é que os monitores atuais utilizam células de fósforo para formar a imagem. Estascélulas não conservam seu brilho por muito tempo e por isso precisam ser realimentadas constantemente.

O ideal é usar uma taxa de atualização de 75 Hz (75 atualizações por segundo) ou mais. Usando menosque isso teremos um fenômeno chamado flicker, onde a tela fica instável, piscando, parecendo tremer,como se a tela do monitor fosse uma gelatina. É justamente o flicker que causa a sensação de cansaço aose olhar para o monitor por muito tempo, e a médio prazo pode até causar danos à visão.

Outra coisa que ajuda e muito a diminuir o flicker é diminuir o brilho do monitor. O ideal é usar a tela omais escura possível, dentro do que for confortável, naturalmente. Uma dica é deixar o controle de brilhono mínimo e ajustar apenas pelo contraste. Quanto maior for a taxa de atualização e quanto menor for aclaridade da imagem menor será o flicker e menor será o cansaço dos olhos.

As taxas de atualização máximas dependem tanto da placa de vídeo quanto do monitor. Quanto maisbaixa for a resolução de imagem escolhida, maior será a taxa de atualização suportada pelo monitor. Amaioria dos monitores de 15" suportam 800x600 com 85 Hz de taxa de atualização ou 1024x768 a 70 Hz.

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Os monitores de 17" geralmente suportam 1024x768 a 85 Hz, enquanto os monitores mais caros, como osFlatron e Trinitron, de 17" (CRT) chegam a suportar 1600x1200 com 60 Hz.

A placas de vídeo também podem limitar a resolução máxima. Uma placa antiga, uma Trident 9680 porexemplo, não conseguirá trabalhar com mais de 70 Hz de refresh a 1024 x 768 (independentemente domonitor, é uma limitação da própria placa de vídeo). Muitas placas onboard são capazes de exibir1024x768 com 85 Hz, mas apenas 70 Hz se você usar 1280x1024. Geralmente, apenas as placas de vídeomais caras são capazes de trabalhar a 1600x1200 com 75 Hz de refresh ou mais, uma possibilidade que ésuportada por alguns monitores de 19".

Tudo o que falei até agora sobre taxa de atualização e flicker se aplica apenas aos monitores de CRT (osgrandões que ainda usam tubo de imagem). Hoje em dia temos um segundo tipo de monitores, osmonitores de LCD, aqueles modelos fininhos e com tela 100% plana, usados desde sempre nosnotebooks.

Nos monitores de LCD, cada ponto na tela é como uma lâmpada acesa, eles não possuem problemas comflicker, a imagem é sólida, independentemente da taxa de atualização usada. Em geral, os monitores deLCD suportam várias taxas de atualização, o mais comum é de 56 a até 75 Hz. Isto é feito para permitirque funcionem em conjunto com qualquer placa de vídeo e em várias configurações. Porém, neste caso, ataxa de atualização não afeta a qualidade da imagem.

Se você fica muito tempo na frente do micro ou, principalmente, se trabalha com um, os monitores deLCD são a opção ideal. Eles são mais caros, mas se você dividir a diferença de preço por 36 meses (avida útil média de um monitor) vai ver que o custo mensal não é tão alto assim. Eles também consomemmenos energia (35 watts em média, contra 100 watts ou mais de um monitor CRT) o que economizaráalguns trocados todo mês na conta de luz, ajudando a amortizar a diferença de preço.

Mas, voltando à configuração do Kurumin, as opções de boot relacionadas com o vídeo permitemespecificar a configuração que deseja usar e resolver os casos em que o sistema não consegue abrir omodo gráfico.

Basta digitar a opção desejada na tela de boot:

fb1024x768: Esta é uma espécie de opção à prova de falhas, que força a resolução de 1024x768 usando odriver fbdev (frame buffer). O frame buffer é um recurso suportado pelo kernel que permite exibirimagens manipulando diretamente o conteúdo da memória de vídeo. A grande vantagem é que não épreciso um driver de vídeo; este modo vai funcionar mesmo em placas de vídeo que não sejamoficialmente suportadas pelo Linux. O modo gráfico é aberto a 1024x768 usando 60 Hz de taxa deatualização, o que permite usar esta opção na grande maioria dos monitores de 14 e 15 polegadas.Funciona em cerca de 90% das placas de vídeo.

fb800x600: É uma variação da opção acima, que utiliza resolução de 800x600. Algumas placas de vídeoonboard e algumas placas antigas só funcionam usando esta opção.

kurumin xvrefresh=60: Esta opção força o sistema a utilizar uma taxa de atualização de apenas 60 Hzpara o monitor. Ela é necessária em alguns monitores de LCD que não suportam taxas de atualizaçãomais altas e em vários monitores antigos. O "60" pode ser substituído por qualquer outra taxa deatualização desejada, como em: kurumin xvrefresh=75. Você pode verificar qual é a configuração usadano Windows (ou no sistema atual) e especificar manualmente aqui.

kurumin xdepth=16: Esta opção complementa as outras, permitindo configurar a profundidade de cor. O"16" indica a quantidade de cores em bits. Lembre que 16 bits equivalem a 65 mil cores, 24 equivalem a16 milhões de cores e 8 equivalem a apenas 256 cores. Em geral o Kurumin dá sempre boot usando 16 ou24 bits de cor, de acordo com o suportado pela placa, mas caso você tenha um micro muito antigo, comuma placa de vídeo com apenas 1 MB, você pode preferir usar 256 cores para que a placa possa trabalhara 1024x768.

kurumin desktop=fluxbox: Esta opção faz com que o Kurumin use o fluxbox como gerenciador dejanelas ao invés do KDE. O Fluxbox é bem mais simples e menos amigável, mas permite usar o Kurumin

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em máquinas antigas, onde o KDE fica muito lento. Usando o Fluxbox o consumo de memória durante oboot (ao rodar do CD) cai quase pela metade, permitindo usar o sistema em micros com 64 MB de RAM.

Algumas remasterizações do Kurumin podem incluir outros gerenciadores de janelas, como o Gnome,IceWM ou o Blanes. Nestes casos, você pode usar esta opção para especificar qual gerenciador usar,como em "kurumin desktop=gnome".

kurumin screen=1280x1024: Esta opção é dedicada especialmente para quem usa monitores grandes, de17" ou mais. É preciso que o monitor suporte 1280x1024 com 75 Hz de taxa de atualização.

kurumin screen=1024x768: Força o Kurumin a usar resolução de 1024x768. Este modo é diferente do"fb1024x768" pois neste a sua placa de vídeo é detectada e são ativados os recursos de aceleração devídeo suportados por ela. Aqui você está especificando apenas a resolução e deixando que o sistemadetecte o restante.

A opção "screen=" pode ser usada para especificar qualquer resolução suportada pelo monitor, mesmoque fora do padrão. Por exemplo, muitos notebooks usam telas wide, com resolução de 1280x800 ou1280x768, por exemplo. Em muitos deles, o sistema detecta a resolução incorretamente e acaba abrindosempre a 1024x768. Para que toda a área útil do monitor seja usada, basta especificar manualmente, comoem: "kurumin screen=1280x800" no boot.

kurumin screen=1024x768 xvrefresh=60: Aqui estamos combinando as duas opções: resolução de1024x768 e taxa de atualização de 60 Hz.

Em alguns casos raros, pode ser que o problema seja com a detecção do driver de vídeo, como, porexemplo, o sistema tentando usar o driver "sis" para uma placa recente da SiS que ainda não é suportadapor ele. Neste caso, você pode usar a opção "xmodule=vesa" para especificar o driver de vídeo a serutilizado. Lembre-se de que o vesa é um curinga, um driver genérico que funciona com praticamentetodas as placas de vídeo. Você pode combinar esta opção com as outras que já vimos, como em: kuruminscreen=1024x768 xvrefresh=60 xmodule=vesa

É possível também combinar várias opções no mesmo comando, basta ir colocando-as em seqüência,sempre começando com "kurumin", como em: kurumin screen=1280x1024 xvrefresh=60 xmodule=vesadesktop=fluxbox.

A configuração do vídeo pode ser também alterada através da opção "Configurar Vídeo", que estádisponível no "Centro de Controle do Kurumin > Suporte a Hardware > Configuração do Vídeo, Som,Teclado e Joystick".

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Aqui você tem acesso às mesmas opções disponíveis na hora do boot. Se não marcar nenhuma opção, ovídeo simplesmente é redetectado automaticamente. As opções permitem forçar o uso das configuraçõesdesejadas. O utilitário gera o novo arquivo de configuração, permite que você teste a configuração, parater certeza que está realmente funcionando e, no final, confirma se você quer usá-la.

Opções para solucionar problemas

Além das opções relacionadas ao vídeo, existem as opções que solucionam problemas durante a detecçãode dispositivos, que é a principal causa de problemas durante o boot do Kurumin. Como disse, muitasplacas-mãe problemáticas travam durante a detecção de alguns periféricos, como as M810 (na detecçãodo ACPI) e algumas placas com RAID ou SCSI onboard.

Você pode simplesmente desativar estes recursos (sobretudo o suporte ACPI que é o mais problemático)no setup da própria placa-mãe. Mas, também é possível fazer isso na linha de boot do Kurumin:

As opções disponíveis são: acpi=off, noapic, noagp, noscsi, noapm, nodma, nopcmcia e nousb.

A opção acpi=off é uma das mais importantes. Muitas placas, especialmente as M810, M812 e outrosmodelos do mesmo "famoso" fabricante possuem implementações problemáticas do ACPI que funcionamde forma errática, fazendo com que a placa trave durante o boot caso o recurso não seja explicitamentedesabilitado no setup ou nas opções de boot.

A opção noapic desabilita o realocamento de endereços de IRQ por parte do BIOS, deixando o serviço acargo do sistema operacional. Algumas placas usam BIOS bugados que não gerenciam corretamente esterecurso, fazendo que placas de som, rede e outros periféricos não sejam detectados no boot, emboraperfeitamente suportados pelo sistema.

A opção noagp não desabilita placas de vídeo AGP, apenas o recurso de acesso à memória RAM que équem pode causar problemas em alguns casos. Mesmo usando-o sua placa de vídeo AGP continuarásendo detectada normalmente. O mesmo se aplica à opção nousb, que faz com que mouses e tecladosUSB sejam reconhecidos pelo sistema como periféricos PS/2.

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Você pode combinar várias opções na mesma linha, começando sempre com "kurumin". Você podecomeçar com a linha abaixo, que vai desativar a detecção de quase tudo e depois ir retirando algumasopções até descobrir qual é exatamente o problema com a sua placa, como em: kurumin noapic acpi=offnoagp noscsi noapm nousb

A partir do Kurumin 4.0, existe uma opção nova, necessária em algumas placas-mãe e notebooks:kurumin pci=bios. Esta é uma opção de compatibilidade, destinada a burlar problemas com acontroladora PCI da placa. Outras opções menos usadas são:

expert: Esta opção ativa um modo de inicialização alternativa, que vai perguntando passo a passo o quedeve ser detectado ou não pelo sistema durante o boot. Esta opção permite detectar partes da detecçãoautomática que fazem o sistema travar em algumas placas-mãe e também configurar manualmente suaplaca de vídeo, som, mouse, teclado e placa SCSI. Esta opção faz com que o boot seja bem maisdemorado; deve ser usada apenas para solução de problemas.

kurumin vga=normal: Desabilita o frame-buffer durante a primeira parte da inicialização (onde édetectado o hardware, etc.). Algumas placas de vídeo antigas não suportam o recurso, o que faz com queelas exibam uma mensagem de erro durante o boot. Isso não é problema, pois basta pressionar Enter ouesperar 30 segundos para que o boot prossiga normalmente. Mas, de qualquer forma, a opção permitedesativar isso.

kurumin mem=32M: Esta é uma opção obsoleta, que permite especificar manualmente a quantidade dememória RAM instalada, mas que parece ser necessária em algumas placas mães antigas. Tive notícias deduas ou três placas para Pentium 1 e também casos de usuários de placas M810 que travavam no bootcaso esta opção não fosse usada. O "32M" deve ser substituído pela quantidade de memória RAMpresente no sistema, em megabytes (64M, 128M, etc.). O "M" deve ser sempre maiúsculo.

Rodando o Kurumin com o drive de CD livre

Outra limitação dos live-CDs é que depois do boot, o drive de CD-ROM fica ocupado, de forma que vocênão pode ouvir um CD de música ou assistir um DVD, por exemplo.

É possível evitar isso copiando os arquivos para uma partição do HD. Neste caso, o drive fica livre odesempenho do sistema fica melhor, já que passa a rodar a partir do HD, que é muito mais rápido. Paraisso, use a opção:

kurumin tohd=/dev/hda1

Onde o "/dev/hda1" é a partição do HD para onde será feita a cópia dos arquivos. É importante lembrarque a partição não é formatada, o sistema cria apenas uma pasta "/knoppix" dentro da partição, com umacópia do conteúdo do CD. Naturalmente, é preciso existir espaço livre suficiente para receber a cópia doconteúdo do CD.

Neste caso, o CD é usado apenas na etapa inicial do boot. Depois que o sistema é carregado a partir dosarquivos na partição, o CD pode ser ejetado. A cópia demora alguns minutos. Mas, depois de fazê-la pelaprimeira vez, você pode aproveitá-la nas inicializações seguintes, usando a opção "fromhd=", como em:

kurumin fromhd=/dev/hda1

Isso fará com que o Kurumin use a cópia já feita, sem precisar ficar copiando de novo a cada boot.

A grande limitação é que por enquanto a imagem de boot do Kurumin suporta apenas partições Windowsformatadas em FAT16 ou FAT32 ou partições Linux, formatadas em EXT2, EXT3 ou ReiserFS,deixando de fora as partições NTFS do Windows XP, que ainda não possuem um driver seguro paraescrita no Linux. Numa máquina com o Windows instalado, onde existe apenas uma partição NTFSocupando todo o HD, ainda existe a opção de redimensionar a partição usando o gparted, criando uma

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pequena partição Linux no final do HD para fazer a cópia. Veja mais detalhes sobre como usar o gpartedlogo a seguir, no tópico sobre instalação do sistema.

Lembre-se de que você pode ver as partições existentes no seu HD e em qual sistema de arquivos cadauma está formatada abrindo o gparted ou o cfdisk. Se você tem o Windows instalado, então o drive C:será sempre a partição "/dev/hda1".

É possível ainda usar a opção "bootfrom=", que permite dar boot diretamente a partir do arquivo ISO deuma nova (ou a mesma) versão do Kurumin, sem precisar queimar o CD. Esta opção funciona de formamuito similar à "fromhd", com a diferença de que ao invés de procurar pela pasta "knoppix/", o sistemaprocura pelo arquivo ISO dentro da partição.

Ao usar esta opção, é preciso indicar a partição e o nome arquivo ISO dentro dela, como em:

kurumin bootfrom=/dev/hda1/kurumin.iso

Note que esta dica funciona apenas entre versões do Kurumin que utilizam o mesmo Kernel, pois vocêestá usando o Kernel incluído no CD para inicializar o sistema dentro do ISO. A versões 3.x usam oKernel 2.4.25, as versões 4.x usam o Kernel 2.6.8, enquanto o 5.0 e 5.1 usa o 2.6.11. Você pode usar umCD do Kurumin 5.0 para dar boot usando o ISO do 5.1, por exemplo, mas não vai funcionar se vocêtentar usar um CD da série 4.x, por exemplo, que usa um Kernel diferente.

A principal vantagem de usar estas opções é o desempenho do sistema, que melhora realmente de formabrutal. Num notebook HP nx6110, o boot pelo CD (Kurumin 5.1) demora 2:45 minutos, enquanto ao darboot usando um ISO gravado no HD, demora apenas 55 segundos, 3 vezes menos! Outra vantagem é queo sistema não fica dando aquelas "travadinhas", causadas pelo modo de economia de energia do drive.

Fora isso, o sistema continua se comportando exatamente da mesma forma que ao dar um boot "normal" apartir do CD, você pode inclusive instalar a partir daí.

Salvando suas configurações

A partir do Kurumin 5.1 foram incluídas duas opções que permitem salvar arquivos e novos programasinstalados, mesmo ao rodar o Kurumin do CD. Estas opções são destinadas principalmente a quem usapendrives, mas você pode usar uma partição no HD, complementando a opção de copiar os arquivos dosistema para a partição.

A primeira opção salva os arquivos e configurações armazenados no diretório "/home/kurumin", enquantoa segunda permite salvar todas as alterações feitas no sistema (como novos programas instalados usandoo UnionFS). Ambas utilizam um recurso especial do sistema, as famosas imagens de loopback, que sãoarquivos especialmente formatados, que podem ser armazenados em qualquer tipo de partição (mesmouma partição FAT do Windows), mas são acessados pelo sistema como se fossem partições separadas.

Para salvar as configurações, criando as imagens de loopback, use as opções encontradas no Iniciar >Configuração do Sistema:

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O utilitário mostra as partições disponíveis (incluindo o pendrive, detectado pelo sistema como /dev/sdaou /dev/sdb) e o espaço disponível em cada uma, em qual partição o arquivo será criado e qual será seutamanho. Ao salvar o home, é criado um arquivo "kurumin.img" e ao salvar as modificações no sistema écriado o arquivo "union.img".

Para usá-los no boot, use as opções:

kurumin home=/dev/hda1/kurumin.img (para o arquivo com o home), ou:

kurumin union=/dev/hda1/union.img(para o arquivo com a imagem do UnionFS)

Você pode também combinar as duas opções, como em:

kurumin home=/dev/hda1/kurumin.img union=/dev/hda1/union.img

Isto fará com que o arquivo seja montado no diretório apropriado, fazendo com que as configurações earquivos salvos fiquem disponíveis. Todas as alterações feitas são salvas diretamente nos arquivos deimagem, permitindo que você instale novos programas e salve arquivos, de uma forma similar ao quefaria com o sistema instalado no HD.

Instalando

A opção de instalar o Kurumin está bem visível dentro da tela inicial do Painel de Controle, você podetambém chamar o instalador usando o comando "sudo kurumin-install" num terminal. No Painel estãoorganizadas também outras funções que usamos para configurar o sistema, que examinaremos com maiscuidado adiante.

O instalador é na verdade um script, localizado dentro da pasta "/usr/local/bin/". Você pode estuda-lo eaté alterá-lo caso necessário, usando um editor de textos qualquer. Assim como o instalador, muitasferramentas aparentemente complexas, são na verdade scripts relativamente simples, que trabalhamexecutando em ordem os comandos de texto necessários para realizar cada tarefa. Uma característicaimportante no Linux é que apesar de todas as ferramentas gráficas, toda configuração do sistema pode serfeita através do terminal, desde que você saiba os passos necessários.

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Antes de instalar, vamos revisar alguns passos importantes:

As partições no Linux

Temos duas interfaces IDE na placa-mãe, onde cada uma permite a conexão de dois HDs, configuradoscomo master ou slave. O primeiro HD, conectado à interface IDE primária e configurado como master, éreconhecido pelo Linux como hda, o segundo HD, slave da IDE primária é reconhecido como hdb,enquanto os dois HDs conectados à IDE secundária são reconhecidos como hdc e hdd.

Caso você esteja usando um HD Serial ATA, então ele será visto como sda. Caso sejam dois, um será osda e o outro sdb. O mesmo acontece ao usar HDs SCSI.

Ao mesmo tempo, cada HD pode ser dividido em várias partições. Podemos ter um total de 4 partiçõesprimárias ou três partições primárias e mais uma partição extendida, que pode englobar até 255 partiçõeslógicas. É justamente a partição lógica que permite a nós dividir o HD em mais de 4 partições.

Esta limitação das 4 partições primárias, é uma limitação que existe desde o primeiro PC, lançado em1981. Os projetistas que escreveram o BIOS para ele, precisavam economizar memória e chegaram àconclusão que 2 bits (4 combinações) para o endereço das partições seriam suficientes, pois na época osHDs mais vendidos tinham apenas 5 MB e só existia um sistema operacional para PCs, o PC-DOS, deforma que era raro alguém precisar criar mais de uma partição. As coisas mudaram um pouco de lá pracá, mas infelizmente esta limitação continua até os dias de hoje.

Para amenizar o problema, foi criado o recurso da partição estendida e das partições lógicas. A partiçãoestendida contém uma área extra de endereçamento, que permite endereçar as 255 partições lógicas. Épossível criar até 4 partições extendidas, de forma que (em teoria) é possível dividir o HD em até 1020partições :).

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A primeira partição primária, do primeiro HD (hda) é chamada de hda1. Caso o HD seja dividido emvárias partições, as demais partições primárias são chamadas de hda2, hda3 e hda4. Porém, o maiscomum ao dividir o HD em várias partições é criar apenas uma partição primária e criar as demaispartições dentro de uma partição extendida. É isso que o particionador faz por default.

As partições extendidas recebem números de 5 em diante (hda5, hda6, hda7, etc.) mesmo que aspartições hda2 e hda3 não existam:

Neste mapa temos a partição primária, montada no diretório raiz (/) e uma partição extendida, queengloba tanto a partição swap quanto a partição montada em /home.

Este é o esquema de particionamento mais usado no Linux: três partições, sendo uma a partição raiz, ondeo sistema fica instalado, a partição swap e uma terceira partição (opcional), montada no diretório /home.

A idéia é a mesma de dividir o HD em C:\ e D:\ no Windows: simplesmente manter seus arquivospessoais numa partição diferente da dos arquivos do sistema, para melhorar a segurança e permitir quevocê possa tranqüilamente reformatar a partição do sistema quando precisar reinstalá-lo, sem correr orisco de perder junto seus arquivos pessoais.

Se estiver com dúvidas sobre como o HD está particionado, abra o gparted, que você encontra no Iniciar> Sistema. Ele mostra um mapa do HD.

Instalando

Ao começar a instalação propriamente dita, o primeiro passo é escolher em qual HD o sistema seráinstalado, caso você tenha mais de um:

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O particionamento do HD pode ser feito através do cfdisk, um particionador de modo texto que lembraum pouco o fdisk do Windows 98, ou usando o gparted, um particionador gráfico com uma interfaceparecida com o Partition Magic.

O cfdisk é mais prático quando você simplesmente quer formatar o HD todo e criar novas partições,enquanto o gparted permite que você redimensione partições do Windows e outras distribuições Linuxpara liberar espaço para instalar o Kurumin.

Particionando com o cfdisk

O cfdisk é um programa simples, de modo texto. Se você é iniciante, vai se sentir mais confortávelusando o gparted, o Partition Magic (no Windows) ou o particionador oferecido durante a instalação doMandriva. Basta dar boot com um CD do Mandriva, ou do Mandrake 9.0 em diante, seguir até oparticionamento do disco e abortar a instalação depois de fazer o particionamento. Ele é bem fácil de usare oferece a opção de redimensionar partições Windows.

Caso o HD já esteja particionado basta selecionar a opção "Quit" na janela do cfdisk, ou pressionar atecla "q" para prosseguir com a instalação. Para alternar entre as opções dentro do cfdisk, use as setaspara a esquerda e direita no teclado; para selecionar uma opção tecle Enter.

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Dentro do cfdisk, use as setas para cima e para baixo para selecionar uma partição ou trecho de espaçolivre e as setas para a direita e esquerda para navegar entre as opções, que incluem:

Delete: Deletar uma partição, transformando-a em espaço livre. Use esta opção para deletar partições jáexistentes no HD para poder criar novas.

Create: Cria uma partição usando um trecho de espaço livre. O assistente perguntará sobre o tamanho dapartição, em megabytes. Você terá ainda a opção de criar uma partição primária e uma partição extendida.

Você pode criar no máximo de quatro partições primárias, uma limitação que vem desde o PC-XT. Mas,por outro lado pode criar até 255 partições extendidas. Todas as versões do Windows e do DOS exigemque sejam instaladas numa partição primária, mas no Linux não existe esta limitação.

Você pode criar quantas partições for necessário e instalar o Kurumin em qual delas preferir.

Maximize: Redimensiona uma partição, para que ela ocupe todo o espaço disponível no HD. O processonão é destrutivo, pois o sistema simplesmente adiciona o espaço adicional no final da partição, sem mexerno que está gravado, mas de qualquer forma é sempre saudável fazer um backup.

Type: Altera o sistema de arquivos da partição (Linux, FAT, Linux Swap, etc.). Lembre-se de que vocêdeve ter no mínimo uma partição Linux e outra Linux Swap.

Bootable: Esta é mais uma opção necessária para partições do Windows ou DOS, mas não para o Linux.Mas a regra básica é que ao usar várias partições, a partição onde o sistema operacional está instalado sejamarcada com este atributo.

Write: Salva as alterações.

Quit: Depois de fazer as alterações necessárias e salvar, só falta sair do programa ;-).

Basicamente, ao usar o cfdisk, você deve criar duas partições, uma maior para instalar o sistema e outramenor, de 500 MB ou 1 GB para a memória swap. Ao deletar uma partição antiga você seleciona o trechode espaço livre e acessa a opção Create para criar uma partição Linux para a instalação do sistema. Paracriar a partição swap, você repete o procedimento, criando uma segunda partição Linux, mas em seguidavocê acessa a opção Type e pressiona Enter duas vezes para que o cfdisk a transforme numa partiçãoswap. Criadas as duas partições, é só salvar e sair.

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O cfdisk não oferece nenhuma opção para redimensionar partições. Para isso você deve usar o gparted, ououtro particionador com que tenha familiaridade, como o Partition Magic ou o particionador usadodurante a instalação do Mandrake por exemplo (basta iniciar a instalação até chegar ao particionamentodo disco, alterar o particionamento, salvar e em seguida abortar a instalação).

Lembre-se de que o cfdisk deve ser usado apenas se você deseja deletar ou criar partições no HD. Sevocê quer apenas instalar o Kurumin numa partição que já existe (mesmo que seja uma partição doWindows ou esteja formatada em outro sistema de arquivos qualquer), pode dispensar o cfdisk, basta sairsem fazer nada. A formatação propriamente dita é feita mais adiante durante a instalação.

Alguns programas de particionamento (como o do instalador do Mandrake) criam tabelas de partição quenão são entendidas pelo cfdisk. Neste caso, ao abrir o cfdisk você receberá uma mensagem de erro sobre atabela de partição. Isto não significa necessariamente que exista algo errado com o seu HD, apenas que ocfdisk não conseguiu entender a tabela de partição atual.

Isto é perfeitamente normal, basta pressionar Enter para fechar o cfdisk e prosseguir com a instalação. Oúnico problema neste caso é que você terá que recorrer a outro programa para reparticionar o HD. Comodisse acima, você pode usar um CD de instalação do Mandriva, prosseguir até a parte de particionamentodo disco e depois abortar a instalação.

Se você quer apenas usar o cfdisk para reformatar o HD, sem se preocupar com os dados, você pode fazero cfdisk eliminar a tabela de partição do HD, criando uma nova tabela em branco. Esta opção é perigosa(vai apagar todos os dados), por isso não foi incluída no instalador. Se você quiser usá-la, abra o RootShell encontrado em Iniciar > Configuração do Sistema e chame o comando "cfdisk -z" e particione odisco a seu gosto. Lembre-se, esta opção vai destruir todos os dados do HD.

Particionando com o gparted

O gparted é um particionador gráfico, bem mais amigável. Ao usá-lo, é importante observar que todas aspartições do HD devem estar desmontadas, ou seja, elas não devem estar em uso. Ao dar boot com o CDdo Kurumin, todas as partições ficam por padrão desativadas. Elas são montadas quando você clica sobreos ícones das partições dentro do "Meu Computador" para ver os arquivos. Para desmontá-las, clique como botão direito sobre o ícone e acione a opção "Desmontar".

Na tela principal, você verá um "mapa" do HD, com todas as partições disponíveis e pode criar, deletar eredimensionar partições a partir dele. Neste exemplo, tenho uma partição Windows de 6 GB, formatadaem NTFS, onde apenas 1.4 GB estão usados (a parte que aparece em amarelo no"mapa"). É possível redimensionar a partição reduzindo seu tamanho para algopróximo do espaço ocupado, 2 ou 3 GB por exemplo.

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Você pode usar o gparted para redimensionar a partição do Windows e liberar espaço para o Kurumin.Ele é capaz de redimensionar tanto partições FAT32 quanto partições em NTFS. A única exigência é queantes de redimensionar você deve primeiro desfragmentar a partição alvo (reinicie e use o defrag dopróprio Windows). Caso a partição não esteja desfragmentada ele aborta a operação para evitar qualquerpossibilidade de perda de dados.

Para redimensionar, clique na partição e em seguida sobre a opção "Redimensionar/Mover", ondevocê pode ajustar o novo tamanho da partição.

As alterações não são feitas automaticamente. Depois de revisar tudo clique no "Aplicar" para que asmodificações sejam aplicadas. O gparted utiliza vários outros programas para checar as partições e fazer otrabalho pesado. Clique no botão "Details" para ver os passos que estão sendo executados.

O gparted tem como principal objetivo evitar perda de dados, de forma que sempre que ele encontraalgum problema na partição, a operação é abortada. O problema mais comum ao redimensionar partiçõesWindows é o fato da partição estar fragmentada. O gparted não tenta mover arquivos dentro da partição,ele apenas altera seu tamanho. Se houver arquivos gravados no final da partição, ele se recusará a tentar

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redimensioná-la, para evitar que estes arquivos sejam perdidos. Para corrigir o problema, volte aoWindows e desfragmente a partição.

Depois de concluído, você ficará com um bloco cinza, que representa espaço livre, não particionado. Paracriar uma nova partição, clique com o botão direito sobre ele e em seguida sobre o botão "Novo". Na telaseguinte você pode escolher o sistema de arquivos em que a partição será formatada, seu tamanho etambém se ela deve ser criada como uma partição primária, ou uma partição lógica. Lembre-se de quevocê só pode criar quatro partições primárias, ou até três primárias e uma extendida, com várias partiçõeslógicas dentro dela. Ao terminar, clique no "Adicionar" para concluir a alteração.

Note que as alterações são realmente aplicadas apenas ao clicar sobre o "Aplicar". Se mudar de idéia,basta usar o botão "Desfazer".

Para instalar, você precisa de uma partição Linux, formatada em ReiserFS, EXT2 ou EXT3, e umapartição swap. A partição swap não é realmente obrigatória, você até pode passar sem ela se tiver 512 MBde RAM ou mais. Porém, mesmo com bastante memória RAM, é recomendável usar uma partição swap,pois ela permite que o sistema remova bibliotecas e arquivos que não estão sendo usados da memória, emcaso de necessidade, deixando mais memória livre para rodar os aplicativos nos momentos em que vocêestiver rodando muita coisa ao mesmo tempo e o PC estiver sofrendo para acompanhá-lo :-).

Muita gente tem uma imagem errada do uso da memória swap por causa da forma burra como ela égerenciada no Windows 98. Nele, mesmo com muita memória disponível, o sistema insiste em fazerswap, prejudicando o desempenho e tornando o sistema menos responsivo.

No caso do Linux, principalmente ao usar uma distribuição recente, com o Kernel 2.6, o gerenciamento éfeito de forma muito mais inteligente. O sistema leva vários fatores em conta na hora de decidir se usaswap ou não, usando-a apenas em casos de real necessidade, ou quando seu uso vai melhorar odesempenho do sistema.

Usar swap para melhorar o desempenho parece paradoxal. Afinal, a swap é centenas de vezes mais lentaque a memória RAM e tudo que é colocado nela demora muito tempo para ser reavido. Porém, quandovocê abre muitos aplicativos e a memória RAM começa a acabar, mover para a swap arquivos ebibliotecas que possuem pouca chance de serem usados novamente faz sentido, pois libera memória parauso dos aplicativos que você realmente está usando.

Outra coisa a levar em consideração é o cache de disco, espaços de memória que são usados para copiarinformações que são freqüentemente lidas no HD, de forma a agilizar o acesso a elas. Você pode ver issofuncionando na prática: abra uma janela do OpenOffice ou o Firefox. Da primeira vez demora um poucopara carregar. Feche a janela e abra novamente. Da segunda vez já demorou bem menos, não é?

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Isto acontece justamente porque na segunda abertura o sistema acessou boa parte das informações a partirdo cache, ao invés de ter de ler tudo novamente a partir do HD ou CD. O cache de disco é um recurso queacelera absurdamente o tempo de carregamento dos programas e arquivos. Com mais memóriadisponível, o sistema pode fazer mais cache, melhorando perceptivelmente o desempenho.

A terceira questão é que sem swap o sistema não tem para onde correr em situações onde você precisaabrir muitos programas ou executar alguma tarefa que realmente use toda a memória disponível. Semmemória, o sistema vai começar a ficar lento e, em situações mais extremas, os aplicativos começarão afechar por falta de memória.

Se você tiver bastante espaço disponível no HD, crie uma partição swap de 1 GB ou 2 GB. Se o espaçoestiver racionado, crie uma partição menor, de 300 ou 500 MB. O ideal é que a partição swap seja maiorem micros com pouca RAM e menor em micros com mais memória.

Para criar a partição swap no gparted, escolha "linux-swap" no campo "Sistema de Arquivos".

Uma dica é que o gparted também pode ser usado para criar partições FAT32 e NTFS do Windows. Ouseja, você pode usá-lo também para particionar um HD para a instalação do Windows ao invés daquelesultrapassados disquetes de boot do Windows 98. Basta dar um boot com o Kurumin :).

Lembre-se de que o Kurumin ocupa cerca de 1.2 GB ao ser instado, mas você precisará de espaço paraguardar seus arquivos e instalar outros programas. O ideal é reservar pelo menos 2 GB para o sistema emais uns 500 MB (ou mais) de espaço para a partição swap.

Se você tiver mais espaço disponível, aproveite para criar também uma partição extra para armazenar odiretório /home, que veremos como configurar a seguir. Esta partição separada permitirá reinstalar osistema posteriormente sem perder seus arquivos, que ficarão protegidos numa partição separada.

Em muitos micros é preciso reiniciar depois de modificar o particionamento do HD para que o sistemaseja capaz de perceber as alterações. A limitação neste caso é o BIOS da placa-mãe, que em muitos casossó é capaz de ler a tabela de partições do HD durante o boot. Se o instalador reclamar que não existempartições Linux disponíveis, mesmo que você tenha feito tudo corretamente, é provável que seja este seucaso. Reinicie e comece novamente a instalação, dessa vez passando batido pela parte de particionamento.

Copiando os arquivos

Depois de particionar o HD, chegamos à parte mais crucial da instalação, que é a cópia dos arquivospropriamente dita. O instalador pergunta se você deseja usar uma partição swap e em qual partição o

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sistema deve ser instalado. Note que a lista inclui apenas partições formatadas em sistemas de arquivos doLinux, para evitar o clássico acidente de formatar por engano a partição do Windows. Lembre-se de que asua partição C:\ do Windows é a "/dev/hda1" no Linux.

O Linux suporta vários sistemas de arquivos diferentes. A função do sistema de arquivos é organizar oespaço disponível no HD, criar estruturas que permitem gravar e ler arquivos de forma organizada. Osprimeiros sistemas de arquivos suportados pelo Linux, bem no começo do desenvolvimento, eram oMinix e o EXT. Ambos possuíam limitações graves com relação ao desempenho e o tamanho máximodas partições, de forma que ambos foram substituídos pelo EXT2, que continua em uso até hoje.

O EXT2 é um sistema similar à FAT32 do Windows. Os arquivos são organizados de uma formasimples, com o HD dividido em vários clusters (que no EXT2 chamamos de blocos), onde cada clusterarmazena um arquivo ou um fragmento de arquivo. Um índice no início do HD guarda uma tabela com osendereços de cada arquivo no HD.

Muita gente gosta desta simplicidade e por isso continua usando o EXT2 até hoje. O problema é que,assim como o FAT32, o EXT2 tem uma grande tendência a perder dados quando o micro é desligadoincorretamente (o que num desktop é muito comum). Nestes casos entra em ação o fsck, que vasculhatodos os arquivos da partição, de forma a detectar e corrigir erros, da mesma forma que o scandisk doWindows. Os dois problemas fundamentais com o fsck são que:

1- O teste demora muito. 2- Ele só corrige erros simples. Sempre que um problema mais grave é detectado, o carregamento dosistema é abortado e você cai num prompt de recuperação (herança da época em que o Linux era feio,estranho e complicado), onde você precisa conhecer e saber usar os comandos necessários para reparar oserros manualmente.

Ou seja, a menos que você tenha um nobreak e seu micro nunca seja desligado no botão, não use o EXT2.Ele é um sistema obsoleto, assim com o FAT32 no Windows.

Temos em seguida o EXT3, uma evolução do EXT2, que inclui um sistema de journaling. O journal(diário) consiste numa espécie de log, que armazena todas as alterações que são feitas nos arquivos equando elas foram concluídas.

Quando o micro é desligado incorretamente, o fsck consulta este jornal para corrigir os erros, semprecisar executar o teste completo. Isso diminui bastante o problema, mas não o corrige completamente,pois o journal é na verdade um arquivo, que assim como os outros pode ser perdido. Quando isso

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acontece, o fsck precisa realizar o teste completo e, caso encontre algum problema, te joga novamente noestúpido prompt de recuperação. Um terceiro problema é que o journal precisa ser atualizado conforme asalterações são feitas, um trabalho extra que reduz o desempenho de leitura e gravação de dados em até30% em relação ao EXT2.

Finalmente, temos o ReiserFS, que está para o EXT2 e o EXT3 da mesma forma que o NTFS está para oFAT32 no Windows. Ele é um sistema mais moderno, que inclui muitos recursos para a proteção dosdados e do próprio sistema de arquivos no caso de problemas diversos e desligamentos incorretos. OReiserFS também aproveita melhor o espaço, agrupando arquivos pequenos, de forma que eles sejamgravados de forma contínua. Isso acaba fazendo uma grande diferença, pois no Linux temos umaquantidade muito grande de pequenos executáveis, bibliotecas e arquivos de configuração.

O ReiserFS é um sistema bastante robusto, bem melhor adaptado para suportar os maus-tratos típicos deum desktop, por isso é o sistema recomendado. Você pode ver uma descrição técnica dos recursos dosistema e alguns benchmarks no: http://namesys.com/.

- Corrigindo problemas em partições ReiserFS:

Problemas de corrupção de dados no ReiserFS são bastante raros. Mas, caso chegue ao ponto do sistema não dar boot porcausa de um problema grave, causado por um desligamento no botão, é possível reparar a partição dando boot com um CDdo Kurumin.

Comece (a partir do CD) abrindo um terminal e logando-se como root, usando o comando "sudo su". A partir daí, rode ocomando:

# reiserfsck --check /dev/hda1

Ele exibe um aviso: Do you want to run this program?[N/Yes] (note need to type Yes if you do):

Ou seja, você precisa digitar "Yes" para continuar; caso apenas dê Enter, ele aborta a operação. Ele vai verificar toda aestrutura do sistema de arquivos e indicar os erros encontrados. O próximo passo é usar a opção "--fix-fixable":

# reiserfsck --fix-fixable /dev/hda1

Este segundo comando efetivamente corrige todos os erros simples, que possam ser corrigidos sem colocar em risco asdemais estruturas do sistema de arquivos. Em 90% dos casos isto é suficiente.

Se for encontrado algum erro grave, ele vai abortar a operação. Estes erros mais graves podem ser corrigidos com ocomando:

# reiserfsck --rebuild-tree /dev/hda1

Este comando vai reconstruir do zero todas as estruturas do sistema de arquivos, vasculhando todos os arquivosarmazenados. Esta operação pode demorar bastante, de acordo com o tamanho e quantidade de arquivos na partição.Nunca interrompa a reconstrução, caso contrário você não vai conseguir acessar nada dentro da partição até que recomecee realmente termine a operação.

O --rebuild-tree vai realmente corrigir qualquer tipo de erro no sistema de arquivos. Ele só não vai resolver o problemacaso realmente exista algum problema físico, como, por exemplo, um grande número de setores defeituosos no HD.

Outros sistemas "modernos" são o XFS e o JFS, que são otimizados para uso em servidores. Eles tambémsão relativamente populares, mas não são usados no instalador para não aumentar muito o número deopções.

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Depois de selecionar a partição e o sistema de arquivos, o instalador confirma mais uma vez se vocêrealmente quer formatar a partição para instalar o sistema. Existe aqui uma opção de atualizaçãoescondida, que foi incluída a partir do Kurumin 4.2. Se você responder "Não", o instalador vai copiar osarquivos sem formatar a partição, atualizando uma versão anterior do Kurumin instalada, sem apagar seusarquivos e configurações.

Assim como no Windows, esta opção de atualização é mais propensa a problemas, pois é difícil preservartodos os programas instalados e todas as modificações que foram feitas. Embora a atualização funcionebem na maioria dos casos, alguns programas podem deixar de funcionar (o que pode ser resolvidosimplesmente reinstalando-os). Os arquivos e configurações, que são o mais importante, são semprepreservados.

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A cópia dos arquivos propriamente dita é muito rápida, de 4 minutos (num PC atual) a 12 minutos (numPentium II com 128 MB e um CD-ROM de 32x). Embora o sistema fique carregado durante a cópia, nadaimpede que você navegue ou faça alguma outra coisa enquanto o sistema está sendo instalado. Os dadossão copiados diretamente a partir do CD-ROM (que é somente leitura) para dentro da partição, de formaque a cópia não é perturbada mesmo que você crie ou modifique alguns arquivos durante a instalação,

Concluindo a instalação

Depois de copiar o sistema, o instalador faz algumas perguntas, usadas para concluir a configuração. Aprimeira é sobre a configuração da rede, onde você pode definir um nome para a máquina e depois aopção de configurar a rede automaticamente via DHCP ou especificar manualmente o endereço IP,gateway e servidor DNS.

Uma observação importante é que o nome da máquina não pode conter espaços nem caracteres especiais.Usar um nome como "Dandão #$@" vai causar sérios problemas, pois o sistema não conseguirá atualizaro nome da máquina durante o boot e vários programas deixarão de funcionar corretamente. Use um nomesimples, contendo apenas letras e números, ou mantenha o padrão.

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Até o Kurumin 5.0, era perguntado se você queria configurar a rede durante a instalação. Se você conectavia ADSL com autenticação (Speedy, Velox, etc.) usando o pppoeconf, você deveria responder "Não" edeixar para configurar depois de concluída a instalação.

Para simplificar as coisas, a partir do 5.1, a configuração da rede passou a ser feita no primeiro bootdepois da instalação, como parte do assistente de boas-vindas.

Claro, não poderíamos nos esquecer de escolher uma senha para o root e também para o usuário kurumin,que será usado depois de concluída a instalação. O instalador não aceita senhas em branco. É importanteusar boas senhas ao acessar a internet, pois a senha é a última linha de proteção caso você mantenha oSSH ou outros servidores ativos. Senhas fáceis são a principal causa de invasões em sistemas Linux.

O usuário kurumin (ou knoppix nas versões antigas) é uma espécie de power-user, criado com o objetivode facilitar o uso do sistema para novos usuários. Ele tem acesso aos utilitários de configuração,permissão para instalar novos programas e configurar programas como o K3B, de modo que você nãoprecise ficar toda hora fornecendo a senha de root.

O usuário kurumin possui privilégios suficientes para usar o sistema sem sobressaltos, mas sem abrir asvárias brechas de segurança de usar o usuário root diretamente. É um meio termo entre segurança epraticidade. O Ubuntu adota um sistema similar, onde a conta de root é desativada e você usa o comando

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"sudo" (como no Kurumin) quando precisa executar comandos como root. A principal diferença é que oUbuntu confirma a senha (da conta de usuário, não do root) periodicamente.

Se você é um usuário com mais experiência, pode preferir criar um novo usuário, este sim um usuário"comum", sem privilégios especiais. Para criar mais usuários depois da instalação, use o comando"adduser" (como root) como em "adduser joao". Os novos usuários aparecem automaticamente na telade login.

Se preferir um utilitário gráfico, você pode usar o "users-admin", que pode ser executado pelo terminal,ou pelo ícone no "Iniciar > Sistema > Gnome System Tools". Ele pode ser encontrado também no Fedora(onde se chama "system-config-users") e no Mandriva (onde se chama "userdrake").

Você pode ativar ou desativar o uso do sudo, que é o responsável pelos privilégios administrativos aqualquer momento, usando as opções dentro do painel dos ícones mágicos. Estas opçõesfazem as alterações necessárias no arquivo "/etc/sudoers" e a alteração passa a valer imediatamente. Nãoé preciso reiniciar o KDE.

Naturalmente, para ativar o sudo para um novo usuário, é preciso fornecer a senha de root.

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Configurando o Lilo

A última etapa da instalação é a configuração do Lilo, o gerenciador de boot usado para inicializar osistema, e pode ser configurado para inicializar também o Windows e outras distribuições Linuxinstaladas no HD.

Você tem a opção de instalar o Lilo na trilha MBR do HD, fazendo com que o Kurumin passe a ser osistema default (respondendo "Sim" à pergunta), ou instalar o Lilo na partição (respondendo "Não").

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Quando você liga o micro, o BIOS da placa-mãe detecta o HD, CD-ROM, disquete eoutros periféricos instalados. Depois de terminar seu trabalho, o BIOS procura poralgum sistema operacional para carregar, seja no HD, CD-ROM, disquete ou mesmovia rede, de acordo com o configurado no setup.

No caso do HD, o BIOS lê apenas os primeiros 512 bytes, que são justamente atrilha 0, ou trilha MBR do HD. Neste pequeno espaço vai a tabela de partição e ogerenciador de boot.

Cada sistema operacional utiliza um gerenciador de boot próprio. Como o espaço noMBR é muito reduzido, apenas um pode ser instalado no MBR de cada vez. Quandoum sistema grava seu gerenciador no MBR, automaticamente apaga o do anterior.

Ao ter mais de um sistema instalado, a solução é gravar apenas um deles no MBR e gravar dos demais noprimeiro setor da partição onde cada sistema está instalado. Com isso, o gravado na MBR pode serconfigurado para carregar os demais.

Se o Kurumin for o único sistema instalado, basta responder Sim e seus problemas acabaram. Se poroutro lado você está instalando o Kurumin em dual-boot com o Windows ou outra distribuição do Linux,siga os seguintes passos para configurar os dois sistemas em dual-boot:

1) Windows + Kurumin: Se o Windows já está instalado, responda "Sim" para que o lilo seja gravado naMBR. O Windows grava seu gerenciador de boot tanto na MBR quanto no primeiro setor da partição, porisso é o mais fácil de configurar. Por ser gravado na MBR, o lilo será carregado primeiro e oferecerá aopção de escolher entre carregar o Kurumin ou o Windows a cada boot.

Isso é feito adicionando duas linhas no arquivo de configuração do lilo, que explicam para ele que existeoutro sistema instalado. A partir do Kurumin 5.0 esta configuração é feita automaticamente, nas versõesantigas é necessário adicionar as linhas manualmente:

other = /dev/hda1label = Windows

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2) Kurumin + Outra distribuição Linux: Ao instalar o Kurumin em dual boot com outra distribuição, énecessário que você configure um para gravar na MBR e o outro para gravar na partição. Instale a outradistribuição primeiro, responda que não quer gravar o gerenciador de boot na MBR durante a instalação e,ao instalar o Kurumin, adicione as mesmas duas linhas na configuração do lilo, dizendo a partição onde aoutra distribuição está instalada e dando um nome para ela, como em:

other = /dev/hda2label = Mandriva

Uma observação importante: Os nomes não podem ter mais de 14 caracteres e não podem conter espaçosou caracteres especiais.

O arquivo de configuração do lilo é o "/etc/lilo.conf". O instalador lhe dá a chance de revisar aconfiguração do arquivo, onde você pode incluir as linhas caso necessário:

Os comentários no arquivo são auto-explicativos. Tudo o que você precisa fazer é retirar os comentários(#) das linhas referentes à partição onde está instalado o outro sistema operacional (caso ele não tenhasido detectado automaticamente pelo instalador) e salvar o arquivo.

No screenshot abaixo, por exemplo, o Kurumin está sendo instalado em dual-boot com o Windows XP. Oinstalador detectou o dual-boot e colocou as linhas referentes ao Windows automaticamente. O único erroé que o label ficou "WinNT(hda1)", mas, fora a questão estética isso não faz diferença. Você pode mudaro label para "WinXP" ou qualquer coisa do gênero se quiser:

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Depois de salvar o arquivo, basta fechar a janela para continuar a instalação.

A partir daí você tem a opção de escolher qual sistema operacional será carregado durante o boot. Vocêpode configurar o lilo do Kurumin para inicializar vários sistemas diferentes se for o caso, basta irdescomentando os pares de linhas correspondentes. Para modificar a configuração do lilo depois deconcluída a instalação, abra o arquivo "/etc/lilo.conf" (como root) e, depois de salvar as alterações,execute o comando "lilo" (novamente como root) para que elas sejam gravadas no HD.

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Depois de instalado no HD, o desempenho do Kurumin fica melhor, pois o processador não precisa maisficar descompactando os dados do CD, além de que um HD sempre oferece um tempo de busca bemmenor.

Usando uma partição separada para o diretório /home

Desde o Kurumin 2.0, existe a opção de instalar o diretório "/home" numa partição separada do restantedo sistema, opção que é dada no final da instalação. Naturalmente, para usar este recurso, é preciso quevocê tenha criada uma partição adicional ao particionar o HD.

O mais comum neste caso é criar uma partição menor, de 4 a 8 GB para instalar o sistema (de acordo coma quantidade de programas adicionais que você pretende instalar), uma partição swap de 1 ou 2 GB e umapartição maior, englobando o restante do HD, para ser usada como "/home". A partição home deve sermaior, pois é nela que serão guardados seus arquivos, músicas, e-mails, trabalhos, filmes, etc., coisas quenormalmente ocupam bem mais espaço que os arquivos do sistema.

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Usar uma partição separada permite que você possa reinstalar o sistema sem perder seus arquivos econfigurações, o que é especialmente interessante no caso do Kurumin, que é atualizado freqüentemente.

Usando um diretório home separado, as reinstalações tornam-se mais transparentes, você ainda precisareinstalar os programas (o que não é tão complicado assim se você usar os ícones mágicos), mas todas asconfigurações dos aplicativos são preservadas.

Cada programa armazena suas configurações dentro de uma pasta oculta dentro do seu diretório deusuário, como ".mozilla", ".kde", etc. Mesmo ao reinstalar o sistema, estas pastas são reconhecidas e asconfigurações antigas preservadas. Basta tomar o cuidado de guardar também todos os seus arquivosdentro do diretório home e você não perderá quase nada ao reinstalar.

O primeiro passo é indicar a partição que deseja usar. Como já vimos, no Linux as partições aparecemcomo dispositivos dentro do diretório /dev/, como "/dev/hda1" (para a primeira partição, o C: noWindows) ou "/dev/hda2". Em caso de dúvidas, você pode ver um mapa mostrando como o HD estáformatado dentro do gparted.

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Preste atenção quando o instalador perguntar se a partição já está formatada. A legenda nesse caso é auto-explicativa; responda que "sim" se você tem dados na partição e quer usá-la da forma como está, ouresponda "não" apenas se você acabou de criar a partição e quer formatá-la para usar.

Caso você esteja usando uma partição home de uma instalação anterior, responda "sim" e indique em qualsistema de arquivos a partição está formatada. O instalador suporta partições home formatadas emReiserFS, EXT2 e EXT3. Lembre-se de que o ReiserFS é a opção recomendada.

Em seguida o instalador abre uma janela do kedit com o arquivo "/etc/fstab", onde vão as informaçõessobre todas as partições e outros sistemas de arquivos que são montados durante o boot. Esta janela éapenas "um extrato para simples conferência"; você não precisa se preocupar em alterar mais nada. Aslinhas adicionadas pelo instalador vão no final do arquivo, como em:

# Monta a partição /home, adicionado pelo instalador do Kurumin/dev/hda2 /home reiserfs notail 0 2

Veja que a sintaxe não é tão complicada assim. Traduzindo para o Português, a linha diz: "Monte apartição /dev/hda2 no diretório /home. Esta partição está formatada em ReiserFS e você deve montá-lausando a opção notail (que melhora o desempenho no acesso à partição)".

Ao reinstalar o sistema, você deve apenas repetir o processo, indicando a partição, dizendo que ela já estáformatada e indicando o sistema de arquivos. O resto é automático.

Outra opção para usar o diretório home numa partição separada (que muitos acham mais simples) é

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simplesmente copiar a pasta home para dentro da outra partição e criar um link para ela, substituindo apasta home do sistema.

Imagine que você tem o sistema instalado e algum tempo e agora quer reinstalar sem perder os arquivosdo home. Você tem uma partição livre, a "/dev/hda2" disponível.

O primeiro passo seria montar a partição livre e em seguida copiar o home atual para ela. É importantefazer isso como root, usando o comando "cp -a", que faz uma cópia exata, mantendo todas as permissõesdos arquivos. Se a sua pasta home é "/home/joao", o comando seria:

# cp -a /home/joao /mnt/hda2

Depois de reinstalar o sistema, crie novamente o usuário "joao" e edite o arquivo "/etc/fstab", para que apartição "/dev/hda2" (onde está o home) seja montada automaticamente durante o boot. A linha referentea ela ficará algo como "/dev/hda2 /mnt/hda2 reiserfs notail 0 2".

Monte a partição ou reinicie o micro para verificar se a configuração está correta. Se a partição estivermontando corretamente, falta apenas o último passo que é criar o link. Mova o home vazio criado aocadastrar o usuário no sistema e o substitua por um link apostando para o home dentro da partição:

# mv /home/joao /home/joao-old# ln -s /mnt/hda2/joao /jome/joao

Embora possa ser um pouco mais trabalhosa, esta segunda receita tem um efeito similar à primeira. Vocêescolhe qual prefere usar ;).

Depois de reiniciar o micro, você tem a opção de configurar a conexão com a internet, atualizar a lista depacotes do apt-get (apt-get update) e de ativar o firewall. Os dois passos são opcionais; atualizar a lista depacotes do apt é necessário para poder instalar novos programas usando o apt-get ou os ícones mágicos, eativar o firewall é sempre uma boa idéia se seu micro está diretamente conectado à internet.

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Capitulo 4: Configurando eresolvendo problemas

No Linux quase tudo é configurado através de arquivos de texto. Usuários avançados geralmentepreferem editar muitos destes arquivos diretamente para configurar o sistema, mas existem muitosprogramas de configuração que facilitam as coisas.

O Kurumin inclui uma quantidade muito grande de scripts e pequenos programas de configuração que sãoagrupados num painel de controle central que batizei de Clica-Aki. Você encontra o ícone para abri-lo no"Iniciar > Configuração do Sistema" ou dentro da pasta "Meu Computador", no Desktop.

A idéia é que as opções incluídas no Painel sejam auto-explicativas, por isso uma grande parte dodesenvolvimento se concentra em adicionar instruções e textos de ajuda. O objetivo é criar umaferramenta simples de usar, mas ao mesmo tempo bastante poderosa.

As opções estão agrupadas em categorias. Até o Kurumin 4.2, as opções para instalar novos programas einstalar servidores só funcionavam com o Kurumin instalado no HD, por causa da limitação óbvia de nãoser possível instalar novos programas com o sistema rodando a partir do CD-ROM, já que ele é somente-leitura.

Mas, a partir do Kurumin 5.0, esta última limitação foi derrubada, com a inclusão do UnionFS. Graças aele, passou a ser possível usar o apt-get e os ícones mágicos para instalar novos programas e mexer emtodos os arquivos de configuração do sistema, mesmo com o sistema rodando do CD.

Isto permite testar os recursos do sistema com muito mais liberdade, sem precisar instalar. Você pode darboot, instalar um servidor Apache e Squid, os drivers da nVidia, o VMware e outros programas quequiser testar e reiniciar o micro, como se nada tivesse acontecido.

O UnionFS funciona de uma forma bastante engenhosa, uma daquelas idéias aparentemente simples, queresolvem problemas complexos.

Com o Kurumin rodando a partir do CD, os arquivos armazenados no diretório home e alguns arquivos deconfiguração, que precisam ser alterados durante o boot, são armazenados num ramdisk (um disco virtual,criado usando uma parte da memória RAM); mas, fora isto, tudo é acessado dentro do arquivo/cdrom/KNOPPIX, que, além de fazer parte do CD, está compactado num formato que não permitealterações, completamente selado.

Para permitir esta "mágica", o UnionFS permite juntar dois (ou mais) diretórios em um, estabelecendouma hierarquia entre eles. O "Union" vem justamente de "união".

Temos então o arquivo compactado do CD num nível hierárquico mais baixo, montado como somenteleitura e um ramdisk, que originalmente está quase vazio, mas que vai armazenando todas as alterações.Os dois são montados numa única pasta, a /UNIONFS, que contém o conteúdo do arquivo compactado edo ramdisk. Os links que tradicionalmente apontariam para a pasta "/KNOPPIX", onde fica montado oarquivo compactado, são todos recriados apontando para ela.

Na hora de ler um arquivo, o sistema verifica se existe uma versão mais recente armazenada no ramdisk,caso contrário lê no arquivo principal. Na hora de gravar, as alterações são sempre armazenadas noramdisk, de forma automática e transparente.

No final, você acaba podendo instalar programas e fazer qualquer tipo de alteração no sistema, da mesmaforma que se ele estivesse instalado. As limitações neste caso são que todas as modificações são salvas noramdisk. Para conseguir instalar programas grandes com o sistema rodando a partir do CD, você precisater 512 MB de RAM. Caso contrário, você pode instalar alguns programas pequenos de cada vez e irreiniciando o micro para testar outros, conforme a memória for sendo ocupada.

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O UnionFS é ativado por padrão durante o boot, quando é exibida a mensagem "UnionFS: União do CD/DVD (ro) com o ramdisk (rw) realizada com sucesso". Não é preciso usar nenhuma opção de boot, bastaatualizar a lista do apt-get, executando o comando "sudo apt-get update" e começar a instalar programas.

Configuração do som

Existem dois conjuntos de drivers de som disponíveis no Linux: o OSS é o mais antigo, com umaarquitetura mais simples e suporte a um número menor de placas de som, usado desde as primeirasversões do Kernel. O Alsa é mais moderno, com suporte a mais placas e drivers com mais recursos.

O Alsa é o sistema padrão no Kernel 2.6 e nas versões recentes do Kurumin, baseados nele.

O utilitário padrão para detectar a placa de som ao usar o Alsa é o alsaconf (que deve ser executado comoroot, num terminal). Você pode usá-lo sempre que quiser redetectar a placa de som, ou em casos em queela não seja detectada automaticamente durante o boot. Você pode também acioná-lo usando a opçãodentro da seção "Suporte a Hardware" no Painel de Controle.

O alsaconf roda em modo texto justamente para que seja compatível com qualquer distribuiçãoindependente do ambiente gráfico instalado. Ele é uma das ferramentas padrão, que você encontra emqualquer distribuição.

Ao ser executado, ele fecha todos os programas que estejam usando o som, por isso tome sempre ocuidado de salvar seus trabalhos. Depois de ativar a placa, ajuste os volumes usando o kmix (o ícone doalto-falante ao lado do relógio). Se preferir, você pode usar também o aumix ou o alsamixer. Emmuitas distribuições, o som fica mudo por padrão, até que você ajuste o volume.

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Outra observação importante sobre o suporte a placas de som é que ao contrário deplacas mais caras, como as SB Live e Audigy, muitas placas de som onboard e os modelos PCI baratosnão suportam múltiplos fluxos de som simultâneos via hardware. Ou seja, a placa originalmente não écapaz de reproduzir um MP3 e tocar os sons de sistema ao mesmo tempo.

No Windows este recurso é implementado via software, através de funções incluídas nos drivers dasplacas. No Linux, isto é feito através de um servidor de som, o Kurumin usa o Arts, o servidorde som do KDE. A função do servidor de som é processar os eventos de som emandar tudo mastigado para a placa de som. Ele serve como um intermediárioentre os programas e o hardware.

O problema é que muitos aplicativos e jogos só sabem utilizar os drivers OSS antigos. O Alsa ofereceuma camada de compatibilidade que permite que estes aplicativos funcionem na maioria dos casos e oArts vem configurado para fechar automaticamente depois de 4 segundos sem uso. Ou seja, se vocêfechar todos os programas que usam o som e contar até 4, a sua placa de som vai estar livre para serutilizada por programas antigos.

Programas baseados na biblioteca do Gnome, como o XMMS e o gMplayer incluídos no Kurumin,podem ser configurados tanto para acessar a placa de som diretamente, seja usando os drivers Alsa quantoos drivers OSS, quanto para usar o Arts.

Em muitos programas, o default é utilizar o Arts sempre que possível, mas caso você esteja tendoproblemas com o som em algum aplicativo em particular, experimente dar uma olhada na configuração ever se não existe uma opção para mudar o servidor de som usado. Veja por exemplo a configuração dogMplayer:

Você pode experimentar mudar para a opção "alsa 1x". Isso faz com que o programa passe a acessar aplaca diretamente, sem passar pelo Arts.

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O XMMS oferece uma opção semelhante em Preferências > Plugins E/S de Áudio > Plugin de saída:

Na maioria das distribuições, o Arts vem desativado por padrão, permitindo que os programas acessem aplaca de som diretamente. Caso você esteja tendo problemas para usar o som simultaneamente em maisde um aplicativo por vez, ou alguns programas estiverem "travando" a placa de som, impedindo queoutros usem o som mesmo depois de finalizados, experimente ativar o Arts, marcando a opção "Habilitaro Sistema de Som", dentro do Painel de controle do KDE, seção "Som & Multimídia > Sistema de Som":

Configuração da impressora

Antigamente, configurar uma impressora no Linux era muito mais complicado.Existiam vários sistemas de impressão diferentes, era preciso pesquisar qual delessuportava sua impressora e depois sair configurando cada programa para utilizá-lo.

Hoje em dia, configurar uma impressora no Linux é até mais fácil que no Windows.O KDE vem com o kaddprinterwizard, um utilitário bem fácil de usar e okprinter, um servidor de impressão que unifica os drivers disponíveis e permite

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que as impressoras instaladas no kaddprinterwizard sejam usadas em qualquerprograma do KDE.

Você pode abri-lo através da opção "Instalar uma Impressora" dentro da seção"Suporte a Hardware" do Painel de controle ou chamá-lo diretamente pelo terminal.Ao contrário da maioria dos programas de configuração, você não precisa abrir okaddprinterwizard como root.

Note que no Painel estão disponíveis também opções para compartilhar a impressora com a rede (asimpressoras compartilhadas podem ser instaladas também nas máquinas Windows), rodar o printconf(um utilitário simples, que tenta detectar e configurar a impressora automaticamente) e também gerenciaras impressoras já instaladas.

Na tela principal do kaddprinterwizard estão disponíveis várias opções. Ele permite instalar tantoimpressoras locais quanto impressoras de rede. Servem impressoras compartilhadas em máquinasWindows, em outras máquinas Linux da rede, etc.:

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- Local Printer (parallel, serial, USB): Esta opção é a mais usada, permiteconfigurar uma impressora local, ligada na porta paralela ou USB. Na segunda telaele mostra a porta e o modelo das impressoras encontradas e, em seguida, vocêpode escolher o driver, configurar o tipo de papel e qualidade de impressão.

Em muitos casos serão oferecidas várias opções de drivers de impressão. A menosque você tenha alguma preferência por um driver em particular (sempre existempequenas diferenças entre os recursos), o ideal é simplesmente aceitar a opçãorecomendada.

- SMB shared Printer (Windows): Permite instalar uma impressora compartilhadano Windows ou num servidor Linux rodando o Samba. Você deve especificar oendereço IP do servidor e o nome do compartilhamento.

- Remote Cups server (IPP/HTTP): Instalar uma impressora compartilhada numservidor Linux através do Cups. Em geral os clientes configuram estas impressorasautomaticamente, mas esta opção permite configurar manualmente caso aautodetecção falhe.

Na segunda tela você deve indicar a localização da impressora. Se você estáinstalando uma impressora local, indique se a impressora está conectada na portaparalela ou numa porta USB. Em geral ele acha a impressora sozinho e só pede suaconfirmação. Caso você esteja instalando uma impressora de rede, ele pedirá o IPou nome do servidor e o nome da impressora compartilhada.

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O próximo passo é indicar a marca e modelo da impressora, ou, em outraspalavras, indicar o driver de impressão que será usado.

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Existe um ícone mágico na seção de suporte a Hardware que instala um driveradicional para impressoras Lexmark. Ao instalá-lo, os novos drivers aparecemdentro do kaddprinterwizard, na seção de impressoras da Lexmark.

Como de praxe, depois de instalar a impressora você pode também configurar otipo de papel, qualidade de impressão, etc.:

Como disse no início, existem vários conjuntos de drivers para impressora no Linux,como o Gimp-Print, Hpijs, Foomatic, etc. O kaddprinterwizard unifica todos estesdrivers, permitindo configurar a impressora num só lugar.

Em muitos casos, a mesma impressora pode ter vários drivers disponíveisdiferentes. Neste caso, ele pergunta qual você deseja usar, mas sempre colocandoum deles, o melhor testado ou com melhores recursos como "[recommended]".Se por acaso este driver recomendado não funcionar corretamente ou não ofereceralgum recurso de que você precisa, você pode voltar e testar os outros.

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Os programas do KDE sempre usam o kprinter como padrão, mas outrosprogramas vêm pré-configurados para usar o lpr ou outro sistema. Nestes casos asolução mais fácil é simplesmente configurar o programa para usar o kprintercomo comando de impressão.

Por exemplo, no Mozilla Firefox vá em Arquivo > Imprimir > Propriedades e coloqueo kprinter como comando de impressão:

Assim, ao imprimir qualquer coisa, o Firefox passa a chamar o menu de impressãodo KDE ao invés de tentar imprimir diretamente:

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Suporte a scanners

O suporte a scanners no Linux, de uma forma geral, é provido por dois programas,o Sane (a biblioteca que contém os drivers) e o Xsane, a ferramenta que detecta econfigura os scanners conectados. Ele é capaz de detectar scanners USB e algunsscanners paralelos suportados. Chame-o com o comando xsane, ou use o ícone no menu.

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Depois de configurar o scanner no Xsane, você pode usar o Kooka para escanearas imagens. Ele inclui também um software de OCR e outros recursos:

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O manual do Kooka está disponível no:http://www.kde.org/apps/kooka/doc/manual.php.

Você pode ver uma lista de scanners suportados pelo Sane no: http://sane-project.org/sane-mfgs.html

Veja mais informações sobre o suporte a scanners no Linux em:http://www.buzzard.org.uk/jonathan/scanners-usb.htmlhttp://orbita.starmedia.com/~neofpo/

Mais uma observação é que muitos scanners USB utilizam um arquivo de firmwareque deve ser transferido para o scanner antes que ele comece a funcionar. Ofirmware é o software responsável por fazer o hardware funcionar. Sem ele nadafunciona.

O arquivo binário pode ser encontrado dentro do CD de drivers do scanner,geralmente um arquivo com a extensão .bin, como por exemplo "u34v101.bin".

Estes scanners são suportados pelo snapscan, mais um front-end para o sane, quepode ser encontrado em: http://snapscan.sourceforge.net/.

Configuração do mouse

No Linux, a configuração do mouse faz parte da configuração do vídeo, que vai no arquivo"/etc/X11/xorg.conf". Em 99% dos casos o mouse é detectado automaticamente, mesmo que você tenhamais de um, como ao usar um mouse USB num notebook que já possui um touchpad. Mas, existemalgumas dicas que podem ser usadas em caso de problemas.

Se você está tendo problemas com seu mouse ou teclado USB, reinicie e desative a opção "USBLEGACY SUPPORT" no Setup do micro. Esta opção ativa uma camada de compatibilidade, destinada afazer o teclado e mouse funcionarem no MS-DOS, que em algumas placas faz com que o sistema deixede detectar os dispositivos e ativar os drivers necessários durante o boot. Pressione a tecla "DEL" durantea contagem de memória para acessar o setup.

Caso você realmente precise revisar a configuração do mouse manualmente, abra o arquivo"/etc/X11/xorg.conf" num editor de textos. Se você estiver no KDE (e sem mouse), pressione Alt+F2 paraabrir o "executar comando" e chame o "kdesu kedit /etc/X11/xorg.conf" (para abrir o kedit como root), ouuma janela de terminal. Se estiver no modo texto, logue-se como root e rode o comando "mcedit/etc/X11/xorg.conf".

A configuração do mouse, dentro do arquivo, é dividida em duas seções. Na primeira você especifica otipo de mouse que está usando e, em seguida, existe uma seção maior com a configuração de cada tipo.

O arquivo do Kurumin vem comentado, o que facilita a configuração. Este mesmo arquivo pode ser usadoem outras distribuições, já que todas usam o mesmo servidor gráfico, o X.org ou (nas mais antigas) oXfree. Basta copiar o arquivo, substituindo o arquivo padrão da outra distribuição para que o vídeo emouse fiquem configurados da mesma maneira que estão no Kurumin.

Logo no começo do arquivo, procure a linha com a configuração do mouse, como em:

InputDevice "USB Mouse" "CorePointer"

O "USB Mouse" indica o tipo de mouse usado. Você pode substituí-lo por "PS/2 Mouse" ou "SerialMouse", no caso de um mouse serial. Nas versões do Kurumin que usam o Kernel 2.6 (a partir do 4.0), aopção para mouses USB funciona também com mouses PS/2 e touchpad, de forma que normalmente vocêsó precisará alterar esta opção caso use um antigo mouse serial.

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O restante da configuração, como a sensibilidade do cursor, comportamento da roda, intervalo do cliqueduplo, etc. é feita no Painel de Controle do KDE, na seção Periféricos > Mouse.

Alguns mouses PS/2 utilizam uma taxa de leitura diferente da padrão e por isso o cursor fica muito "leve"e difícil de controlar. Nos casos em que alterar a aceleração e sensibilidade do mouse através do painel decontrole do KDE não resolver, você pode corrigir o problema alterando diretamente a configuração do X.

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Procure a seção referente a seu mouse dentro do arquivo "/etc/X11/xorg.conf" e adicione a linha Option"Resolution" "800", como em:

Section "InputDevice"Identifier "PS/2 Mouse"Driver "mouse"Option "Protocol" "IMPS/2"Option "ZAxisMapping" "4 5"Option "Device" "/dev/input/mice"Option "Emulate3Buttons" "true"Option "Emulate3Timeout" "70"Option "Resolution" "800"Option "SendCoreEvents" "true"EndSection

Reinicie o X (pressionando Ctrl+Alt+Backspace) para que a alteração entre em vigor. Em geral estaconfiguração funciona melhor combinada com um valor baixo para a opção "Aceleração do ponteiro"(uso geralmente "1,2x" neste caso) e "0" na opção "Limite do Ponteiro".

Configurando o teclado

O KDE oferece um utilitário bem prático para configurar o teclado: o kxkb. Ele é o responsável peloiconezinho da bandeira do Brasil ao lado do relógio, que indica que o sistema vem configurado para usarum teclado ABNT2.

Para configurar o teclado, clique com o botão direito sobre o ícone e acesse a opção "Configurar...". Vocêtambém tem acesso à mesma configuração dentro do Painel de Controle do KDE, na seção Regional &Acessibilidade > Configuração do teclado:

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A configuração do teclado é feita pela combinação de duas configurações: o modelo do teclado e o layoutdo teclado (as opções na coluna da esquerda), que indica como as teclas serão mapeadas.

Se você usa um teclado ABNT2, então a configuração correta é o modelo do teclado como "ABNT2Brasileiro" e o layout do teclado como "Brasileiro".

Se você usa um teclado padrão Americano, então a configuração seria: modelo do teclado: "Genérico –105 teclas (intl) PC" e layout "Inglês Norte-Americano com deadkeys (us_intl)",que equivale ao "US Internacional" do Windows.

O kxkb também suporta o uso de layouts múltiplos. Por exemplo, os teclados usados em notebooksjaponeses possuem uma disposição de teclas muito semelhante à dos teclados ABNT2, apenas mapeadasde forma diferente. É comum que os Brasileiros que moram por lá configurem o teclado como sendo umABNT2, para escrever em Português, mas deixando disponível também o layout japonês. Neste caso, épossível chavear entre os dois layouts clicando sobre o ícone ao lado do relógio.

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Existem algumas combinações que permitem chavear entre teclados diferentes como, por exemplo, acombinação de um teclado ABNT2 com o layout "Inglês Norte Americano com deadkeys" que ficadisponível como layout alternativo no Kurumin.

Esta configuração permite que quem tem um teclado US Internacional possa trocar o layout do teclado noKurumin com apenas um click na bandeirinha ao lado do relógio. Não fica perfeito, pois os dois layoutssão diferentes (a tecla "\" não funciona, por exemplo), mas é um quebra galho que poupa tempo emmuitos casos.

Para usar as teclas de terceiro nível, ou seja, símbolos como "º", "ª", "£", "¬", "¢" ou "§", mantenhapressionada a tecla "Alt" direita (Alt GR) e pressione a tecla desejada. Para o "€", por exemplo, vocêpressiona Alt e 5. Você pode mudar a tecla usada para ativar o terceiro nível no Painel de Controle doKDE, em "Regional e Acessibilidade > Layout do Teclado > Opções Xkb > Terceiro nível".

Naturalmente, a configuração do kxkb só é válida enquanto ele está ativo, ou seja, apenas dentro do KDE.Se você quiser alterar a configuração "de baixo nível", pode alterar diretamente a configuração do tecladono arquivo "/etc/X11/xorg.conf", onde vai a configuração do X. Lembre-se de que em distribuiçõesantigas, que ainda utilizam o Xfree, o arquivo será o "/etc/X11/XF86Config-4".

Procure a seção referente ao teclado. Normalmente ela aparece logo depois da seção referente ao mouse.Para um teclado ABNT2, a seção fica:

Section "InputDevice"Identifier "Keyboard0"Driver "keyboard"Option "CoreKeyboard"Option "XkbRules" "xorg"Option "XkbModel" "abnt2"Option "XkbLayout" "br"Option "XkbVariant" "abnt2"

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Option "XkbOptions" "abnt2"EndSection

Para um teclado Americano, a seção fica:

Section "InputDevice"Identifier "Keyboard0"Driver "kbd"Option "CoreKeyboard"Option "XkbRules" "xorg"Option "XkbModel" "pc105"Option "XkbLayout" "abnt2"EndSection

Mais uma dica é que em casos de necessidade é possível usar o teclado como mouse. Embora seja raro,em alguns casos o Kurumin pode não conseguir detectar o mouse durante o boot. Pode acontecer ainda domouse parar de funcionar caso você tente alterar a configuração e acabe fazendo alguma besteira, ouainda que o seu mouse simplesmente pare de funcionar por falta de limpeza :-).

Seja qual for a causa, o KDE oferece um recurso de mouse virtual, que permite usar o micro mesmo semo mouse. O movimento do mouse passa a ser controlado pelas teclas do teclado numérico.

Para ativar o mouse virtual, pressione a tecla Shift junto com a tecla NumLock do teclado numérico. Apartir, daí as teclas 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8 e 9 ficam responsáveis pela movimentação do mouse, enquanto atecla 5 simula o clique do botão esquerdo, pressionando a tecla 5 duas vezes você simula um duploclique.

Para arrastar arrastar e soltar pressione a tecla 0 para prender e depois a tecla 5 para soltar.

Por padrão a tecla 5 simula o botão esquerdo do mouse. Para simular os outros botões você usa as teclas /(botão direito), * (botão central) e - (para voltar ao botão esquerdo), que funcionam como teclasmodificadoras.

Para desativar o mouse virtual, pressione Shift + NumLock novamente.

Usando joysticks

Existem basicamente três tipos de joysticks para PC em uso: Os antigos joysticks analógicos, ligados nasaída da placa de som, joysticks USB e joysticks artesanais (controles de Playstation ou Super Nesadaptados para serem ligados na porta paralela do micro).

A tendência é que os joysticks USB caiam de preço cada vez mais, se popularizem e eliminemdefinitivamente os analógicos. Eles possuem algumas vantagens importantes: são mais precisos, nãoprecisam ser calibrados e não degradam o desempenho da máquina ao serem usados.

Os joysticks USB são também os que funcionam melhor no Linux. O joystick é detectado ao ser plugadona porta USB, graças ao hotplug que fica ativo por padrão no Kurumin e na grande maioria dasdistribuições atuais.

Se estiver curioso, rode o comando "dmesg" e você verá uma entrada como esta, avisando da detecção dojoystick:

usb 1-2: new low speed USB device using address 6input: USB HID v1.10 Joystick [Logitech WingMan Precision USB] on usb-0000:00:1d.0-2

No caso dos joysticks analógicos, não existe detecção automática, é preciso carregar o módulo que ativa osuporte ao joystick para que ele seja visto pelo sistema. No Kurumin você encontra um script que testa os

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módulos disponíveis até carregar o correto no menu "Jogos > Joystick > Habilitar joystick analógicoligado na placa de som".

Você pode checar o joystick na seção "Periféricos > Joystick" do Centro de Controle do KDE. Ele incluiuma opção para calibrar o joystick, que só é necessária em joysticks analógicos.

A maioria dos games inclui suporte a joysticks. Se o joystick funciona no módulo dopainel de controle, ele também funcionará nos programas. Se por acaso o joystickUSB não foi detectado automaticamente, experimente reiniciar o hotplug com ocomando:

# service hotplug restart

Para usar o joystick no Zsnes (o emulador de SuperNes, disponível no "Iniciar >Jogos"), vá em "Config > Input #1", marque a opção "Keyb/Joystick" e clique em"Set". Agora é só definir a função de cada botão. O Generator não inclui a opçãode configurar os botões, mas detecta o joystick automaticamente.

Nem todos os games nativos oferecem suporte a joystick. O Froze Bubble e oLtris, por exemplo, não oferecem nenhuma opção para usar o joystick, enquanto oSupertux e o Xgalaga ativam-no automaticamente.

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É possível também usar um joystick de Playstation ou Super Nes adaptado para serligado na porta paralela. Esta é a opção preferida por quem gosta de emuladores.

Você já deve ter visto destes pra vender nos sites de leilão e até mesmo emalgumas lojas de informática. Eles não são caros, em média uns 20 reais. Se vocêtiver um ferro de solda, pode até mesmo tentar fazer o seu, seguindo as instruçõesdesta página:http://www.emulatronia.com/reportajes/directpad/psx/index.htm

Estes joysticks funcionam no Linux usando dois módulos de kernel, chamadosjaydev e gamecom e o Xjoypad, um programinha que converte os sinais recebidosdo joystick em teclas do teclado.

Quando você pressionar o botão "X" do controle, o sistema acha que vocêpressionou a tecla "3" do teclado numérico, por exemplo. Ele é interessante poispode ser usado não apenas nos emuladores, mas também em qualquer jogo queutilize o teclado. Basta configurá-los para usar as teclas emuladas pelo controle.

A desvantagem de utilizar um joystick adaptado é que a utilização do processador émuito alta, pois ele precisa ficar monitorando os sinais recebidos na porta paralela.Mesmo num processador relativamente rápido, um Athlon de 1.5 GHz, porexemplo, a diminuição do desempenho chega a 20% enquanto o joystick está emuso. Usando um joystick ligado na placa de som, a perda é bem menor, cerca de3% a 5%, enquanto ao usar um joystick USB ela é próxima de zero, pois os sinaissão processados pelo próprio joystick.

O Kurumin já inclui o Xjoypad e um ícone mágico, que você encontra em "Jogos >Joystick > Habilitar Joystick de Playstation ligado na porta paralela" que cuida de tudo. Mas, se vocêprecisar habilitar o joystick manualmente em outra distribuição, os passos são os seguintes:

1- Ativar os módulos "joydev" e o "gamecon", que geralmente já vêm nasdistribuições usando o comando "modprobe". Antes de carregá-los, você deveverificar também se os dispositivos do joystick já estão criados dentro do diretório"/dev". A lista completa dos comandos é um pouco extensa, então eu recomendoque você simplesmente faça um shell script e execute quando precisar.

É bem simples, crie um arquivo de texto e copie os comandos para ele. Depois desalvar, marque a permissão de execução nas propriedades do arquivo ou use ocomando "chmod +x arquivo". A partir daí é só chamá-lo com o comando"./arquivo" para que todos os comandos sejam executados de uma vez só.Normalmente, você precisa executar apenas os últimos três comandos. Os demaisservem apenas para checar se os links dos dispositivos do joystick existem eapontam para as localizações corretas.

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cd /devrm js*mkdir inputmknod input/js0 c 13 0mknod input/js1 c 13 1mknod input/js2 c 13 2mknod input/js3 c 13 3ln -s input/js0 js0ln -s input/js1 js1ln -s input/js2 js2ln -s input/js3 js3mknod input/event0 c 13 64mknod input/event1 c 13 65mknod input/event2 c 13 66mknod input/event3 c 13 67

modprobe -r lpmodprobe joydev modprobe gamecon map=0,7

Ao usar uma distribuição antiga, que ainda use o Kernel 2.4, o comando paracarregar o módulo gamecon é: "modprobe gamecon gc=0,7" (o parâmetro "map"muda para "gc"). Você pode checar qual é a versão do Kernel usada com ocomando "uname -r".

2- Depois de ativar o joystick, falta ativar o Xjoypad. Você pode baixar o arquivono:http://downloads-guiadohardware.net/xjoypad.zip

Descompacte o arquivo (use o comando "unzip" se quiser fazer via terminal),acesse a nova pasta que será criada e copie o arquivo "xjoypad" para a pasta/usr/local/bin, assim ele se transformará num comando do sistema e você terámais facilidade para chamá-lo.

Feito isso você só precisa deixar o comando residente. Adicione mais este comandono seu script:

# xjoypad -device /dev/js0 &

Configurando a conexão

Hoje em dia é possível acessar a Web de (basicamente) 7 maneiras diferentes:

1- Via modem discado.2- Através de uma conexão compartilhada, dentro da rede local.3- Via ADSL, com IP fixo ou usando um modem ADSL configurado com roteador.4- Via ADSL com autenticação via PPPoE, usando um modem configurado com bridge.5- Via rádio (a modalidade oferecida em condomínios).6- Via cabo.7- Via wireless.

No Kurumin, os ícones de configuração podem ser acessados dentro do Iniciar > Internet, ou dentro domenu "Conectar na internet ou configurar a rede" no Painel de Controle.

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Conectando via modem

Se você acessa via modem, existem duas possibilidades. Se você usa um softmodem, que são de longe otipo de modem mais comum hoje em dia, o primeiro passo é ativar o suporte ao seu modelo. Nem todosos modelos são suportados no Linux, simplesmente porque nem todos os fabricantes desenvolvemdrivers, mas os drivers incluídos no Kurumin dão suporte à maior parte dos modelos.

Você pode ver várias informações sobre os dispositivos da sua máquina, incluindo o modelo do modemno Centro de Informações do KDE, que pode ser encontrado em "Iniciar > Sistema > Centro deInformações".

Caso você não faça a mínima idéia de qual é o modelo do seu modem e esteja com preguiça de descobrir,pode apelar para técnica da tentativa e erro. Simplesmente vá testando todos os drivers. Clique em um,tente discar com o Kppp, tente outro e assim por diante, até achar o que funcione no seu modem.

Os scripts foram feitos para serem "resistentes a cliques múltiplos". Ao ativar um dos drivers, eleprimeiro desativa o anterior, de modo a evitar qualquer problema. Depois de ativar o driver correto, omodem já estará pronto para o uso. Você pode discar e efetuar a conexão usando o kppp, incluído noKurumin. Ele oferece várias opções de configuração, incluindo um recurso para calcular o gasto comtelefone baseado no tempo e horários de uso:

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Os drivers disponíveis nas versões recentes são:

- Intel 537 AC'97: Este é um modem Intel encontrado em muitos notebooks, como o HP nx6110. Elefunciona graças a uma combinação de um driver open-source, que faz parte do Alsa e o executável dodriver da Smartlink. Ao usar o comando "lspci" o modem é identificado como "Modem: Intel Corp.82801FB/FBM/FR/FW/FRW (ICH6 Family) AC'97 Modem Controller".

Note que existe um modelo anterior de modem Intel AC'97, encontrado em alguns notebooks Toshiba etambém em versão PCI que ainda não possui driver no Kernel 2.6.

- Intel 537 e 537ep: Estes são os modems Intel Ambient (geralmente encontrados em versão PCI)vendidos atualmente. Você pode diferenciar os dois usando o comando "lspci" que retorna os códigos deidentificação dos componentes do micro. O 537 aparece como "Intel Tigerjet" enquanto o 537ep aparececomo "Intel Ambient".

- Lucent e Agere: Este driver parou de ser desenvolvido em 2002 e não funciona com os modelos novos,vendidos atualmente, que usam o chipset SV92 (o código vem decalcado no chip do modem). Estes novosmodems não são suportados, por isso evite comprá-los.

PC-Tel AMR ou onboard: Este driver é uma espécie de "curinga", um driver desenvolvido pelaSmartlink que funciona com os modems PC-Tel onboard (ele consegue ativar simultaneamente o modeme o som onboard, ao contrário do driver antigo), Modems PCI LG Netodragon e até mesmo com algunsmodelos de modems Intel.

PC-Tel PCI antigo (HSP Micromodem): Este driver dá suporte aos modems PC-Tel antigos,encontrado em versão PCI, que não são suportados pelo driver da Smartlink. É o driver do Jan's PCTelResources compilado com a opção "pct789".

PC-Tel USB: Esta é uma versão diferente do driver da Smartlink, que dá suporte a alguns modems PC-Tel USB, vendidos no Brasil pela LG.

Existe ainda um driver para os modems Conexant HCF e HSF. O Conexant HCF é um modem PCI quefoi um dos mais comuns à venda por volta do final de 2001, mas depois deixou de ser produzido pois eramais caro que os PC-Tel e Lucent. O Conexant HSF é um modem encontrado onboard em algunsmodelos de notebooks e desknotes, mas não é tão comum quanto os PC-Tel, por exemplo. Estes driversnão são incluídos no Kurumin, pois são drivers comerciais (e pagos), desenvolvidos pela Linuxant, quedesenvolve os drivers e dá suporte a eles, sem apoio do fabricante. Honestamente, não acho que vale àpena pagar US$ 19 pelo driver, nem estimular o desenvolvimento de drivers pagos, mas você pode baixarum trial de 30 dias ou comprar o driver completo no http://www.linuxant.com.

Os Winmodems da US Robotics não possuem suporte no Linux, são uma espécie de peso de papel deluxo. Mas, alguns modelos de Winmodem não usam chipset da US Robotics, mas sim um chipset daConexant, que funciona com o driver para modems Conexant HSF.

Os modems Motorola não possuem um bom suporte no Linux. O fabricante patrocina o desenvolvimentode um driver proprietário, que é mais um exemplo de incompetência que de boa vontade. Ele dá suporte aapenas umas poucas versões do Kernel e não pode ser adaptado para outras. Existe uma receita disponívelna web para fazê-lo funcionar no Kernel 2.4, que envolve modificar o código fonte de dois módulos erecompilar tudo para que o driver funcione. Existe ainda uma versão disponível no site da Motorola queem teoria dá suporte ao Mandrake 10, mas na prática simplesmente não funciona.

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Se você dá valor ao seu tempo, recomendo que troque seu Motorola por um modem melhor suportado, aoinvés de ficar perdendo seu tempo fazendo gambiarras para tentar fazê-lo funcionar no Linux.

Por outro lado, se você possui um hardmodem o trabalho é bem mais simples, você precisa apenasindicar a porta do modem na aba "dispositivo" do kppp e discar. Embora raros, é ainda possível encontraralguns modems externos, que são ligados a uma das portas seriais do micro. Estes modens custamnormalmente por volta de R$ 200, mas possuem uma qualidade muito boa. Se você tiver um microantigo, é possível ainda usar um hardmodem ISA, que (usados) são muito baratos hoje em dia.

Os hardmodems são caros, pois são modems completos, que fazem todo o trabalho de modulação ecorreção de erros. Eles são controlados pelo sistema operacional através de comandos AT simples,entregando de volta os dados "limpos", recebidos através da linha. Os softmodems por outro lado sãoapenas uma interface entre o processador e a linha telefônica. Um software de controle que faz parte dodriver fica encarregado de fazer todas as demais tarefas, usando o processador como burro de carga.

Os softmodems começaram a se popularizar por volta de 1999, a partir do ponto em que os microspassaram a vir com processadores poderosos o suficiente para manter o modem funcionando sem quehouvesse uma degradação muito grande no desempenho. A única vantagem dos softmodems é mesmo ofato de serem mais baratos.

Acessando via ADSL, cabo, rádio ou rede local

Os modems já foram a forma mais popular de acesso à Web, mas hoje em dia os serviços de banda largatêm uma relação custo-benefício bem melhor; pois você não gasta com telefone e, por ser ininterrupta, aconexão pode ser compartilhada entre vários micros dentro da rede local. O próprio Kurumin permitecompartilhar a conexão muito fácil.

O ícone "Configurar Rede Local, Ip Fixo, cabo ou modem roteador" chama o netcardconfig, quepermite configurar a rede. Ele lhe dá a opção de configurar a rede automaticamente via DHCP ouespecificar os endereços manualmente. Na verdade, o Kurumin já tenta configurar a redeautomaticamente via DHCP durante o boot, em muitas redes você já vai sair navegando.

Se a sua rede não possui um servidor DHCP, a configuração manual fica assim:

Endereço IP: Qualquer endereço dentro da faixa de endereços usada na sua rede, como em: 192.168.0.3.

Servidor DNS: Os endereços dos servidores DNS do seu provedor, ou o DNS da rede local, como em:200.177.250.10 .

Gateway Padrão: O endereço do modem ou servidor que está compartilhando a conexão dentro da rede,como: 192.168.0.1.

Nos serviços de acesso via cabo, o modem funciona como um bridge, conectando seu micro à rede doprovedor. Para acessar, você precisa apenas obter o endereço IP via DHCP. Compre sempre um modemque se conecta diretamente à placa de rede, isso facilita muito a configuração. Os modems que sãoligados à porta USB precisam de um driver adicional e nem todos os modelos são suportados no Linux.

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Os serviços de acesso via rádio usam uma conexão wireless, geralmente uma placa 802.11b (Wi-Fi) comum servidor, antena e amplificador instalados no topo dos prédios e cabos de rede tradicionais até osapartamentos e casas próximas. Este servidor compartilha a conexão e os assinantes precisam apenasconfigurar a rede com os endereços fornecidos pelo provedor de acesso.

Se você acessa via ADSL, existem duas possibilidades:

As instalações antigas e os planos empresariais usam IP fixo ou configuração via DHCP, onde a conexãoé configurada como se fosse uma conexão de rede local. Uma segunda forma de conectar destaforma é configurar o modem ADSL como roteador, onde o modem funciona como um servidor deconexão, efetuando a conexão e compartilhando com os micros da rede local. Você obtém a configuraçãovia DHCP e pronto.

Pesquise sobre a configuração do seu modem, a maioria oferece esta função. A configuração pode seracessada através do navegador ou via telnet, de acordo com o modelo.

Nas instalações atuais a conexão é autenticada via PPPoE, uma forma dos provedores exigiremautenticação, terem controle sobre a banda consumida e tempo de conexão. Neste caso use a opção:"Configurar ADSL/PPPoE".

Esta opção chama o pppoeconf, o utilitário que permite ativar a conexão com a Web casa você utilizealgum serviço de banda larga que exija autenticação. Naturalmente, o utilitário só funciona se a sua placade rede tiver sido detectada durante o boot. Lembre-se de que você só precisa se autenticar ao manter omodem configurado como bridge. Configurando o modem como roteador o problema é resolvido.

Uma última possibilidade são as conexões via ISDN. O Kurumin suporta vários modems ISDN, atravésdo isdn-config. A lista inclui também alguns modelos internos. Basta indicar o modelo do modem efornecer os dados do provedor de acesso. O ISDN utiliza um tipo especial de modem, que estabelece umaconexão de 64k ou 128k usando uma linha telefônica comum. Porém, além da taxa mensal, você continuapagando pulsos (conectando a 128k você paga dois pulsos, como se estivesse usando duas linhastelefônicas simultaneamente) e a mensalidade do provedor. Embora o ISDN seja um pouco mais rápido emais estável que o acesso via modem, ele nunca foi muito popular por causa do custo. Hoje em dia estácaindo em desuso por causa da concorrência do ADSL, cabo, rádio e wireless.

Se o "isdn-config" não estiver disponível na sua instalação, você pode instalá-lo via apt-get, usando ocomando:

# apt-get install isdn-config

Usando uma placa wireless

As placas Wireless também estão se tornando cada vez mais comuns. Existem várias placas suportadas noLinux, como por exemplo as Atheros e Orinoco, que são detectadas automaticamente durante o boot.

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Para as placas que ainda não possuem drivers para Linux, existe o ndiswrapper, um utilitário quepermite carregar o driver da placa para Windows. Ele não funciona com todas as placas, mas oferece bomresultados com a maioria.

O Kurumin inclui um pequeno utilitário para configurar redes Wireless, que você encontra dentro do"Centro de Controle > Conectar na Internet ou Configurar a redes > Wireless > Configurar uma placa derede Wireless". Aqui estão disponíveis as opções para configurar a rede e também para ativar placasACX100 ou ACX111, ADM8211 e Realtek8180, que não são detectadas automaticamente. Lembre-se deque você pode identificar sua placa Wireless usando o comando "lspci".

O sinal de que a placa foi ativada é o led de comunicação aceso. A partir daí, falta configurar osparâmetros da rede para que seu micro possa finalmente se conectar a ela.

Além da configuração com o IP, máscara, gateway, etc., uma rede wireless inclui mais alguns parâmetrosdefinidos no ponto de acesso, que incluem o ESSID (o nome da rede), o canal (de 0 a 16) e a chave deencriptação, caso tenha sido ativado o WEP ou WPA, que são configurados ao clicar sobre o "Configuraros parâmetros da rede Wireless" ou chamar o "wlcardconfig" (como root) no terminal.

Você pode ver uma lista das redes disponíveis na área clicando sobre o "Verificar pontos de acessodisponíveis" (que executa o comando "iwlist wlan0 scan") e monitorar a conexão e a qualidade do sinalusando o Kwifimanager.

Uma vez conectado ao ponto de acesso, falta ainda configurar os endereços da rede, como em uma redetradicional. Para isso, use a opção "Configurar rede local", ou chame o "netcardconfig" no terminal.

Se a sua placa wireless não é suportada, ainda existe uma boa chance de colocá-la para funcionar usandoo Ndiswrapper. Para isso, use a opção "Ativar placa de rede Wireless usando o Ndiswrapper".

Para usar o Ndiswrapper, você deve fornecer o driver for Windows da placa. O Ndiswrapper usa umacamada de compatibilidade para que estes drivers possam se comunicar com o Kernel do Linux. O driveracha que está instalado no Windows e o Kernel acha que está conversando com uma placa compatívelcom o Linux. Os dois lados são enganados, mas no final a placa funciona, que é o que nos interessa. Acada versão do Ndiswrapper, mais placas são suportadas.

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Dentro da pasta com os drivers da placa, você encontrará um arquivo .inf, o mesmo que você indicaria aoinstalar a placa no Windows.

Você pode começar tentando usar o driver para Windows XP que veio no CD de instalação da placa. Seele não funcionar, pesquise na lista de placas compatíveis com o Ndiswrapper disponível no:http://ndiswrapper.sourceforge.net/mediawiki/index.php/.

Embora na maioria dos casos você possa usar diretamente o driver incluído no CD de instalação, algumasplacas só funcionam com algumas versões específicas do driver. No site você encontra informações sobreo nível de compatibilidade da sua placa e links para baixar os drivers que foram testados com ela.

O script do Kurumin se encarrega de fazer uma configuração básica, de uma forma simples e rápida. Sevocê quiser se aprofundar mais no funcionamento do Ndiswrapper, pode encontrar informações geraissobre como configurá-lo manualmente a seguir, no capítulo sobre o Ubuntu, ou no:http://ndiswrapper.sourceforge.net/wiki/index.php/WirelessCardSetup.

Compartilhando a conexão e ativando o firewall

Dentro do Painel de Controle, na seção de configuração da rede, você encontra opções para compartilhara conexão e configurar o firewall.

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Para compartilhar a conexão, seu micro deve ter duas placas de rede, uma conectada à internet e outraconectada à rede local. Também é possível compartilhar uma conexão via modem ou wireless.

Comece conectando-se à internet normalmente e em seguida configure a rede local, usando o "configurarrede". Verificar se o servidor consegue enxergar os outros micros da rede e vice-versa e só depois ative ocompartilhamento.

O script mostra uma lista com as placas de rede instaladas e pergunta qual delas está conectada à internete se oferece para instalar e configurar os servidores DHCP e DNS, que são opcionais. O DHCP permiteque o servidor forneça a configuração da rede para os outros micros automaticamente e o DNS permiteque o próprio servidor seja o DNS da rede, dispensando o DNS do provedor.

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Ao compartilhar a conexão, o servidor passa a ser o gateway da rede. Ao configurar os clientes, useendereços dentro da mesma faixa do servidor (como em: 192.168.0.2) e use o IP do servidor comogateway.

No quesito firewall, você tem duas opções, usar o Kurumin Firewall, um script que faz algumasperguntas e em seguida gera um script com as regras para o IPtables, que passa a ser carregadoautomaticamente na hora do boot, ou usar o Firestarter, um configurador gráfico, estilo Zone Alarm, quemonitora as conexões e permite que você abra ou redirecione portas conforme necessário.

A diferença básica entre os dois é que as regras geradas pelo Kurumin Firewall são estáticas, ou seja, ofirewall é configurado uma vez e fica ativo fazendo o que mandou sem fazer perguntas. O Firestarter porsua vez fica residente ao lado do relógio e lhe permite ver as tentativas de conexão ao seu micro e iralterando a configuração conforme necessário. Veremos mais dicas sobre o Firestarter no capítulo sobre oUbuntu.

Acessando celulares e palmtops via bluetooth

O Bluetooth é um padrão aberto de comunicação sem fios, desenvolvido pelo SIG (Bluetooth SpecialInterest Group) que inclui diversas empresas, entre elas a Sony, IBM, Intel, Toshiba e Nokia.

Ao contrário do padrão Wi-Fi, que inclui os padrões 802.11.b, 802.11a e 802.11g, usados nas redes semfio, o Bluetooth tem como principal objetivo substituir os cabos, permitindo que celulares, palmtops,mouses, headsets, entre outros troquem dados entre sí e com o PC, sem precisar de cabos. Uma redeBluetooth é chamada de "piconet" e é composta por um dispositivo "master" e até 8 "slaves", que seconectam a ele.

Existem duas classe de dispositivos Bluetooth. Os dispositivos "classe 2" (que são os usados em quasetodos os celulares e aparelhos portáteis) trabalham com um transmissor de apenas 2.5 mW e por issopossuem um alcance de apenas 10 metros (em campo aberto). Na hora de comprar um adaptadorBluetooth para o PC, você tem a opção de também comprar um transmissor tipo 2 (que são os maiscompactos e baratos), ou comprar um adaptador com um transmissor classe 1, que possuem um alcanceteórico de 100 metros (bem menos na prática, já que você nunca está num ambiente livre de obstáculos).Atualmente, cada vez mais notebooks já vem com transmissores Bluetooth de fábrica, dispensando oadaptador.

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A velocidade de transmissão no Bluetooth é de apenas 1 megabit (721 kbits reais), o que inviabiliza atransmissão de grandes arquivos. Isso faz com que, na prática, o uso mais comum para o Bluetooth sejatransferir fotos, pequenos arquivos e (com um pouco de paciência) músicas em MP3 entre o PC e ocelular ou palmtop.

Fazer isso no Linux já foi uma tarefa ingrata (mesmo no Windows, só existe um suporte maduro a partirdo XP SP2), mas atualmente as coisas estão bem mais simples :).

O primeiro passo é instalar os pacotes necessários. Tudo começa com o "bluez-utils", que faz o trabalhopesado. Ele é complementado pelo pacote "bluez-libs", que em muitos casos é integrado ao pacoteprincipal. Em seguida temos os pacotes "kdebluetooth" e "kmobiletools", que compõem a interface deacesso.

O primeiro passo é instalar os pacotes. No Kurumin e no Ubuntu você pode instalar diretamente via apt-get:

# apt-get install bluez-utils kmobiletools kdebluetooth dbus(em outras distribuições, você pode precisar instalar também os pacotes "bluez-libs" e "bluetooth")

Serão criados ícones no "Iniciar > Internet":

Reinicie os serviços para ter certeza de que realmente estão carregados:

# /etc/init.d/dbus restart# /etc/init.d/bluetooth restart

Depois de instalar tudo, verifique se seu adaptador Bluetooth foi detectado corretamente, usando ocomando:

# hciconfig

Se ele responder algo similar a:

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hci0: Type: USBBD Address: 00:00:00:00:00:00 ACL MTU: 0:0 SCO MTU: 0:0DOWNRX bytes:0 acl:0 sco:0 events:0 errors:0TX bytes:0 acl:0 sco:0 commands:0 errors:0

... significa que o adaptador foi detectado, mas está desativado. Neste caso, rode o comando que ativa otransmissor:

# hciconfig hci0 up

Rode de novo o hciconfig e ele deve retornar algo como:

hci0: Type: USBBD Address: 00:11:67:32:95:23 ACL MTU: 678:8 SCO MTU: 48:10UP RUNNING PSCAN ISCANRX bytes:77 acl:0 sco:0 events:9 errors:0TX bytes:34 acl:0 sco:0 commands:9 errors:0

Aproveite para adicionar o comando no final do arquivo "/etc/init.d/bootmisc.sh" ou "/etc/rc.d/rc.local",para que o transmissor seja ativado automaticamente durante o boot.

Aqui vai um pequeno truque. Ao invés de abrir o arquivo e adicionar a linha manualmente, você podeusar o comando abaixo (como root) para fazer o trabalho automaticamente. Ele simplesmente cria umanova linha no final do arquivo, contendo o que colocamos entre aspas:

# echo "hciconfig hci0 up" >> /etc/init.d/bootmisc.sh

Rode agora o comando "hcitool scan". Ele deverá mostrar o ID do seu celular. Em caso de problemasneste ponto, verifique se o transmissor do celular está realmente ativado (acontece nas melhoresfamílias ;).

$ hcitool scanScanning ...00:07:E0:18:9A:02 treo

Agora vem a parte potencialmente mais problemática é que é fazer o "pairing", ou seja, fazer a conexãoinicial entre o PC e o celular, de forma que ele aceite as conexões.

No caso do meu Treo, clico na opção "Trusted Devices" dentro da configuração do Bluetooth e escolho omeu desktop na lista. Ele solicita a passkey e em seguida a conexão é estabelecida:

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A passkey é um código de segurança, que você precisa fornecer na hora de conectar seu celular, ouqualquer outro dispositivo ao seu PC. Por default, a passkey será "1234", ou "BlueZ", de acordo com aversão instalada e o nome será "BlueZ" ou o nome do micro, definido na configuração da rede.

Depois de conectar seu celular, é interessante mudar esta configuração, sobretudo a passkey. Para isso,edite o arquivo "/etc/bluetooth/hcid.conf".

As opções importantes aqui são as linhas "passkey" (também chamada de pin) e "name" (determina onome com o qual seu PC aparecerá na piconet). As demais já vêm configuradas por padrão, permitindo aconexão de qualquer dispositivo. Altere-as adicionando sua configuração, como em:

passkey "minhasenhasecreta";

name "MeuPC";

Reinicie (novamente) os serviços, para que a nova configuração entre em vigor. O fato de alterar aconfiguração, não desativa o pairing já feito com seu celular, apenas impede que outros aparelhos seconectem ao seu PC utilizando a senha default (o que seria um problema de segurança).

# /etc/init.d/dbus restart# /etc/init.d/bluetooth restart

Depois de fazer o pairing, abra o Kbluetoothd, usando o ícone no menu. Ele ficará residente na forma deum ícone ao lado do relógio. Ao clicar sobre ele, você abre uma lista com os aparelhos disponíveis e osrecursos suportados por cada um. Muitos celulares suportam o "Obex File Transfer", que permitetransferir arquivos (incluindo músicas em MP3) diretamente para o cartão de memória.

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Ao ser aberto pela primeira vez, o Kbluetoothd sugere que você use o "kbluepin" como verificador docódigo PIN, ao invés da configuração manual que usamos até aqui. Ele é um pequeno programa que abreuma janela no PC sempre que o celular tenta se conectar, perguntando qual PIN será usado. Na verdade, éuma perfumaria, que você pode usar ou não.

Se preferir mudar, edite novamente o arquivo "/etc/bluetooth/hcid.conf" e substitua a linha:

passkey "minhasenhasecreta";

Por:

pin_helper /usr/lib/kdebluetooth/kbluepin;

Para os casos em que o celular não usa um cartão de memória, ou não suporta a transferência direta dearquivos, abra o Kbtobexclient (também disponível no iniciar), que permite transferir arquivos para amemória do aparelho usando o protocolo padrão.

Para transferir, selecione o seu celular na lista da esquerda e arraste o arquivo a ser transferido para ocampo "file to send". Clique no "Send" e a transferência é iniciada:

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É mostrada uma tela no celular perguntando o que fazer com o arquivo. Os formatos de arquivossuportados variam muito de acordo com o celular, mas a maioria suporta imagens em jpg. Você podecomeçar transferindo uma imagem pequena para testar.

É possível também transferir arquivos do celular para o PC. No meu Treo 650, por exemplo, possotransferir desde imagens e músicas, até anotações feitas no MemoPad, que são recebidas como arquivosde texto. Na maioria dos celulares, você pode transferir fotos e vídeos gerados com a câmera.

Para isso, selecione a opção de envio no celular e mantenha o Kbluetoothd aberto no PC. Será mostradauma janela de confirmação:

Mude a opção "Future policy for this device and service" para "allow" se quiser que as próximastransferências sejam aceitas automaticamente, sem que seja aberta a tela de conformação. Depois é sódecidir onde salvar o arquivo :).

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Completando o time, temos o Kmobiletools, que permite acessar a agenda do celular, discar e atenderchamadas através do PC, ler e enviar mensagens SMS, entre outros recursos.

Ele pode ser usado para acessar o celular tanto através de um cabo USB, quanto via Bluetooth. Aconfiguração para acessar via cabo é mais simples: dentro das configurações, indique a porta"/dev/ttyACM0" e deixe que ele detecte o celular. Como o Kmobiletools ainda está em fase de rápidodesenvolvimento, aparelhos que não são suportados, ou operam com recursos limitados numa versão,podem passar a ser bem suportados na seguinte e também existem casos de regressões, ou seja, aparelhosque deixam de funcionar numa versão e voltam na seguinte. Segundo os desenvolvedores, os celularesmelhor suportados são os Motorola e SonyEricsson, enquanto os piores no estágio atual são os Nokia.

Para acessar o celular via Bluetooth, existem alguns passos adicionais. Comece usando o comando"hcitool scan" para descobrir o endereço do seu aparelho:

$ hcitool scanScanning ...00:07:E0:18:9A:02 treo

Precisamos agora editar o arquivo "/etc/bluetooth/rfcomm.conf", onde associaremos o celular a umaporta serial, permitindo que ele seja acessado pelo Kmobiletools. Edite o arquivo, deixando-o como esteexemplo. Note que você deve mudar o endereço e o nome do aparelho, deixando-os igual ao informadopelo "hcitool scan":

rfcomm0 {bind yes;device 00:07:E0:18:9A:02;channel 1;comment "treo";}

Depois de salvar, reinicie os serviços:

# /etc/init.d/dbus restart# /etc/init.d/bluetooth restart

Terminado, configure o Kmobiletools para acessar o celular através da porta "/dev/rfcomm0", que foicriada no passo anterior. A partir daí, o celular passa a ser acessado da mesma forma que seria através do

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cabo USB. Note que antes de fazer tudo isso, você deve ter feito os passos anteriores, ou seja, instalar oBlueZ, fazer o pairing entre o PC e o Celular e testar a conectividade.

Solucionando problemas

Caso você não consiga criar a associação a partir do celular, também é possível fazê-lo a partir do PC.Neste caso, use os comandos abaixo. Isso abrirá um diálogo no celular, pedindo para inserir a passkey dodesktop. Note que novamente é preciso especificar o ID do celular, que você descobre usando o comando"hcitool scan":

# hcitool cc 00:07:E0:18:9A:02# hcitool auth 00:07:E0:18:9A:02

Assim como qualquer software, o BlueZ teve seus altos e baixos ao longo de sua história. Uma dasversões mais problemáticas foi a 3.1, com problemas relacionados à definição do PIN e comportamentoerrático em muitas situações.

Infelizmente, o 3.1 foi uma versão muito usada. Ele é a versão usada por padrão no Ubuntu Dapper (e nosprimeiros betas do Edgy), no Debian Etch e em várias outras distribuições. Ou seja, a possibilidade devocê estar utilizando-a é bastante grande.

Se você está encontrando problemas estranhos, vale à pena atualizar o pacote bluez-utils para a versãomais recente. Comece verificando se não existe uma atualização disponível via apt-get:

# apt-get update# apt-get bluez-utils

Como último recurso, você pode experimentar instalar a versão mais atual a partir do código fonte,disponível no http://www.bluez.org/download.html.

A instalação em sí é mecânica. O maior problema é que você precisa ter instalado um conjunto debibliotecas e compiladores, para que instalação seja bem sucedida. Comece instalando o pacote "bluez-utils", disponível no site. No meu caso, baixei o arquivo "bluez-utils-3.5.tar.gz".

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O primeiro passo é instalar os compiladores e bibliotecas. Numa versão recente do Kurumin ou Ubuntu,você pode instalar os pacotes necessários usando o apt-get:

# apt-get install build-essential libbluetooth2-dev libdbus-1-dev

Em seguida, chegamos à instalação, que é feita em três passos:

1- Descompacte o arquivo (você pode fazê-lo através do Konqueror, mas já que estamos com o terminalaberto... ;)

$ tar -zxvf bluez-utils-3.5.tar.gz

2- Acesse a pasta que será criada e execute o comando "./configure". Se houver mais alguma instalaçãopendente, ele mostra um erro, informando o nome do compilador ou biblioteca que está faltando.

$ cd bluez-utils-3.5/$ ./configure

3- Concluindo, rode os comandos "make" e "make install", que compilam e instalam o programa. Vocêpode rodar o comando "make" usando seu login de usuário, mas o "make install" precisa ser executadocomo root. No Ubuntu e no Kurumin você pode fazê-lo usando o sudo. Em outras distribuições, use o"su" para virar root:

$ make$ sudo make install (ou su <senha>, make install)

Depois de terminar, faça o mesmo com o pacote "bluez-libs", disponível na mesma página.

Para evitar problemas, sempre que precisar reinstalar estes pacotes, apague manualmente o conteúdo dodiretório "/var/lib/bluetooth", onde são armazenadas as chaves de encriptação dos dispositivos que jáefetuaram conexões. Limpando a pasta, você pode começar de novo, definindo o PIN e fazendo o pairingcom o celular:

# rm -rf /var/lib/bluetooth/*

Acessando partições do Windows

Ao usar o Kurumin, as partições existentes no HD são detectadas durante o boot, não importa qual seja osistema de arquivos em que estejam formatadas. São criadas entradas no arquivo "/etc/fstab" (queorientam o sistema a usar as partições) e ícones dentro do "Meu Computador", que permitem acessar aspartições com facilidade. Clicando sobre os ícones, você monta a partição correspondente.

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Até aqui você está acessando a partição em modo somente-leitura, sem riscos de danificar qualquerarquivo. Se você quiser ativar a escrita, clique com o botão direito sobre o ícone da partição e ative aopção "Ações > Mudar para modo de leitura e escrita ou voltar para somente leitura".

Outra opção é clicar sobre o ícone "Montar as partições em leitura e escrita", que muda as propriedadesde todos os ícones, fazendo com que as partições passem a ser montadas em modo leitura e escrita porpadrão.

Mesmo depois de instalado, o sistema continua se comportando da mesma forma, montando as partiçõesapenas quando você clica sobre os ícones. Para fazer com que as outras partições sejam montadasautomaticamente durante o boot depois de instalar o Kurumin no HD, edite o arquivo "/etc/fstab" (comoroot) e retire o parâmetro "noauto" da linha referente à partição.

Se você tem o Windows instalado na partição "/dev/hda1", por exemplo, você encontraria uma linhacomo:

/dev/hda1 /mnt/hda1 vfat noauto,users,exec 0 0

O "/dev/hda1" indica a partição, o "/mnt/hda1" é a pasta onde ela será montada, o "vfat" indica o sistemade arquivos (no exemplo temos uma partição FAT32) e o restante da linha indica as opções de montagem.O "noauto" faz com que a partição não seja montada durante o boot, ficando acessível apenas ao clicarsobre o ícone ou montar manualmente. Removendo a opção, a linha fica:

/dev/hda1 /mnt/hda1 vfat users,exec 0 0

Você pode ainda montar as partições manualmente usando o comando mount, como em:

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# mount /dev/hda1 /mnt/hda1

Isso faz com que a partição "/dev/hda1" fique acessível na pasta "/mnt/hda1". Embora a tradição sejamontar as partições dentro da pasta /mnt, isto não é uma regra: você pode montar a partição em qualquerpasta vazia.

No caso das partições do Windows, é necessário usar um parâmetro adicional, o "-o umask=000", casocontrário, a partição ficará disponível apenas ao abrir o gerenciador de arquivos como root:

# mount -o umask=000 /dev/hda1 /mnt/hda1

A possibilidade de acessar as partições do HD permite que você use o Kurumin também como umsistema de emergência, para quanto o Windows ou outra distribuição Linux instalada no HD deremqualquer problema. Você pode dar um boot com o CD do Kurumin, acessar as partições, salvar osarquivos em algum lugar (gravar um CD, salvar num outro micro da rede, copiar para um segundo HD,etc.) e assim poder reinstalar o sistema sem riscos.

O Linux suporta praticamente todos os sistemas de arquivos existentes. Você conseguirá acessar osarquivos do HD mesmo que tenha instalado o BeOS, Solaris ou outro sistema pouco usado.

A única exceção importante fica por conta do sistema NTFS usado pelo Windows 2000, XP e Vista.

O suporte a escrita em partições NTFS sempre foi um problema no Linux. Por ser um sistema de arquivosproprietário, não documentado e bastante complexo, desenvolver um driver capaz de escrever empartições Windows formatadas em NTFS, sem risco de corromper os dados gravados, é um desafioformidável.

Isto era um grande problema para quem mantinha o Windows em dual-boot, pois era possível apenas leros arquivos da partição. Como o Windows também não suporta nenhum dos sistemas de arquivos usadosno Linux, você acabava sendo obrigado a instalar o Windows em uma partição FAT32 (o que tem suasdesvantagens, já que ele é um sistema muito mais propenso a problemas), ou pelo menos manter umapartição FAT32 disponível, para servir como uma "área de troca" entre os dois sistemas.

Até hoje, o driver que havia chegado mais perto era o Paragon, um software comercial, caro e que aindapor cima tinha a desvantagem de ser bastante lento. Num distante segundo lugar, tínhamos o Captive, quemodificava partições NTFS usando o próprio driver do Windows, executado sobre uma camada deemulação. Apesar de ser aberto, o Captive era complicado de instalar, ainda mais lento que o Paragon eainda por cima pouco estável, corrompendo com freqüência os dados da partição.

Mas, felizmente tudo isso é coisa do passado. O NTFS-3g pode ser considerável o primeiro driver deescrita em partições NTFS for Linux que é realmente utilizável, finalmente oferecendo uma soluçãosimples para o antigo problema.

Ao invés de ser um driver complexo, incluído no Kernel, o NTFS-3g roda através do Fuse, um móduloque permite criar drivers para sistemas de arquivo que rodam como programas comuns. Outro bomexemplo de driver que roda sobre o Fuse é o GmailFS (http://richard.jones.name/google-hacks/gmail-filesystem/gmail-filesystem.html), que permite "montar" sua conta do Gmail, acessando-a como se fosseum HD externo e usando o espaço para fazer backup e guardar arquivos. Graças ao Fuse, você nãoprecisa se preocupar com headers e patches do Kernel, como ao instalar outros drivers, o que simplificamuito a instalação.

Depois desta ladainha toda, você deve estar achando que usar o NTFS-3g deve ser muito complicado,mas na verdade usá-lo é muito simples.

O Kurumin inclui o suporte ao ntfs-3g a partir dos primeiros betas da versão 7.0. Ao clicar sobre o ícone"Montar as partições em leitura e escrita", dentro do "Meu Computador", o script detecta que umapartição NTFS está disponível e pergunta se você deseja usar o NTFS-3g para acessá-la em modo leiturae escrita:

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Como diz o aviso, nunca é possível ter 100% de certeza de que acessar a partição usando um driver "nãooficial" não vai causar problemas (você pode perder arquivos até mesmo usando o próprio Windows, porpanes diversas no sistema), mas, embora o ntfs-3g ainda seja considerado um software em estágio beta,problemas de corrupção de dados são bastante raros.

Forcei uma série de situações potencialmente perigosas durante os testes, movendo pastas com mais de1000 arquivos e subpastas, interrompendo operações no meio e até desligando o micro no botão duranteuma cópia, sem conseguir causar problemas sérios na partição. Dentro da minha experiência, o máximoque poderia acontecer em casos mais extremos seria você precisar passar um scandisk através do próprioWindows para corrigir algum eventual problema na estrutura do sistema de arquivos. De qualquer forma,lembre-se sempre do velho ditado: "Só Jesus salva, o homem faz backup". :)

Outra coisa que chama a atenção é o desempenho. O ntfs-3g obtém taxas de transferência absurdamentemaiores que o Captive e o Paragon, se aproximando do desempenho que seria oferecido por um sistemade arquivos "nativo".

No Captive, dificilmente obtinha mais do que irrisórios 300 kb/s de taxa de transferência, enquanto o ntfs-3g consegue manter entre 5 e 11 MB/s (oscilando de acordo com o tamanho dos arquivos copiados):

No Kurumin é muito simples usar o NTFS-3g por que ele já vem pré instalado no sistema e o script dedetecção automatiza seu uso. Mas, por ainda ser considerado um driver experimental, ele não é incluído

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por padrão em muitas distribuições. Vamos então ao caminho das pedras de como instalá-lo manualmenteem outras distribuições e também em versões anteriores do Kurumin.

O primeiro passo é carregar o módulo do Fuse (um driver do Kernel), usando o modprobe. Ele estádisponível em qualquer distribuição minimamente atual:

# modprobe fuse

Use o comando abaixo para adicioná-lo no arquivo "/etc/modules" (como root), de forma a garantir queele vai ser carregado durante o boot:

# echo "fuse" >> /etc/modules

A partir daí, você precisa instalar os pacote "libfuse" (ou "libfuse2") e "fuse-utils", necessários para que ontfs-3g funcione. Se você usa uma distribuição baseada no Debian Etch (incluindo o Kurumin 6.0 e 6.1),ou o Ubuntu 6.6, pode instalar diretamente via apt-get:

# apt-get install libfuse2 fuse-utils

Em outras distribuições, procure pelos pacotes "libfuse" e "fuse-utils, responsáveis pela instalação doFuse. Por ser um lançamento recente, o ntfs-3g não está disponível em muitas distribuições. Nestes casos,você pode instalá-lo através do código fonte, disponível no: http://mlf.linux.rulez.org/mlf/ezaz/ntfs-3g-download.html

O pacote é relativamente simples de compilar. Com o Fuse e os compiladores básicos instalados, bastadescompactar o arquivo e rodar os tradicionais "./configure", "make" e "make install", este último comoroot.

Enquanto escrevo, o ntfs-3g não está disponível nos repositórios do Debian, nem do Ubuntu, mas épossível instalá-lo (sem precisar recorrer ao código fonte) através do repositório do Kanotix, que incluipacotes compilados para o Debian Sid.

Para usá-lo, adicione a linha abaixo no final do arquivo "/etc/apt/source.list" e rode o comando "apt-getupdate":

deb http://kanotix.com/files/debian sid main contrib non-free

Instale agora o pacote "ntfs-3g" via apt-get. Preste atenção neste passo (sobretudo se estiver instalandosobre o Ubuntu). Caso o apt-get solicite a remoção de outros pacotes, ou proponha baixar um grandenúmero de dependências, aborte a operação (pressionando Ctrl+C) e pesquise no google sobre adisponibilidade de versões atualizadas dos pacotes.

Com os pacotes instalados, falta só montar a partição do Windows, usando o comando "ntfs-3g". Se oWindows está instalado no driver C:, visto pelo sistema como "/dev/hda1" e você deseja acessar osarquivos através da pasta "/mnt/hda1", o comando seria:

# ntfs-3g /dev/hda1 /mnt/hda1(o "/mnt/hda1" pode ser substituído por qualquer outra pasta de sua preferência)

Por padrão, o comando monta a partição com permissão de acesso apenas para o root, o que leva aoproblema clássico de você só conseguir acessar ao abrir o gerenciador de arquivos como root. Paracorrigir o problema, dando permissão de acesso para todos os usuários, adicione a opção "-o umask=0"ao rodar o comando:

# ntfs-3g -o umask=0 /dev/hda1 /mnt/hda1

Agora você consegue acessar e escrever na partição usando seu login de usuário. Porém, ao copiararquivos para dentro da partição você recebe uma mensagem chata (para cada arquivo copiado) dizendoque não é possível modificar as permissões do arquivo. Isso é perfeitamente normal, já que o NTFS não

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suporta as permissões de acesso do Linux, mas é extremamente chato se você precisa copiar um grandenúmero de arquivos.

Para desativar as mensagens, adicione a opção "silent", como em:

# ntfs-3g -o umask=0,silent /dev/hda1 /mnt/hda1

Um último problema, apontado Pelo Cláudio Loureiro é a falta de suporte a caracteres acentuados, quefaz com que arquivos e pastas contendo cedilhas e acentos fiquem ocultos. Felizmente, isso é facilmentecontornável. Rode o comando "locale -a" no terminal para verificar qual é a linguagem e conjunto decaracteres usado na sua instalação. Normalmente, ao instalar o sistema em Português do Brasil, seráusado o "pt_BR.iso88591". Adicione o parâmetro "locale=pt_BR.iso88591" no comando, para que o ntfs-3g use a linguagem e o conjunto de caracteres corretos. A partir daí, os arquivos acentuados passam aaparecer normalmente:

# ntfs-3g -o umask=0,silent,locale=pt_BR.iso88591 /dev/hda1 /mnt/hda1

Segundo o Szakacsits Szabolcs, desenvolvedor do ntfs-3g, as próximas versões serão capazes de detectarisso automaticamente, de forma que este parâmetro pode não ser mais necessário no momento em queestiver lendo esta dica.

Concluindo, caso você queira que a partição do Windows seja montada automaticamente durante o boot,existe a opção de adicionar o ponto de montagem no arquivo "/etc/fstab", que é lido durante o boot. Abrao arquivo (como root) e adicione a linha:

/dev/hda1 /mnt/hda1 ntfs-3g silent,locale=pt_BR.iso88591,umask=0 0 0

Note que a ordem dos parâmetros mudou, mas os argumentos usados continuam os mesmos. É importantenotar que você deve tomar cuidado ao editar o fstab, pois ele é um arquivo essencial para o carregamentodo sistema. Revise a alteração antes de reiniciar o micro e deixe sempre uma linha em branco no final doarquivo, caso contrário vai receber uma mensagem de erro chata durante o boot ;). Ao adicionar esta linhano fstab, você não precisa mais se preocupar com o acesso à partição, pois ela passará a serautomaticamente montada durante o boot.

Outra opção ao adicionar o ntfs-3g no /etc/fstab é usar a opção "noauto", que faz com que a partição nãoseja montada automaticamente durante o boot. Isso seria mais recomendável do ponto de vista dasegurança, pois a partição seria montada apenas quando fosse realmente acessar, evitando danosacidentais. Para acessar a partição, você usaria o comando "mount /dev/hda1" (onde o "hda1" é apartição). No KDE você pode criar ícones para acesso às partições clicando com o botão direto sobre odesktop e acionando a opção "Criar novo > Link para Dispositivo".

Ao adicionar o "noauto", a linha no fstab ficaria:

/dev/hda1 /mnt/hda1 ntfs-3g noauto,silent,locale=pt_BR.iso88591,umask=0 0 0

Graças ao NTFS-3g, mais uma grave deficiência do sistema foi corrigida. Agora é só questão de tempopara que as principais distribuições passem a oferecer suporte de gravação em partições NTFS porpadrão, facilitando a vida de quem mantém o Windows em dual boot, ou trabalha com manutenção.

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Imagine a praticidade de dar boot através de um live-CD, montar a partição do Windows e usar oClamAV para remover os vírus ;).

Acesso a redes Windows

Mesmo no Linux, você pode acessar compartilhamentos de rede nas máquinas Windows da rede e criarnovos compartilhamentos usando o Samba. Ele é dividido em dois módulos: o cliente, usado para acessaros compartilhamentos, e o servidor, usado para compartilhar arquivos com as outras máquinas da rede.

O cliente Samba pode ser encontrado pré-instalado na maioria das distribuições (incluindo o Kurumin).Nas demais, ele pode ser instalado através do pacote "smbclient" ou "samba-client". O servidor por outrolado tem uma configuração mais complicada e em geral não é instalado por padrão, para evitar qualquerpossibilidade de problemas de segurança.

O smbclient é uma espécie de biblioteca, que pode ser usada por outros programas. Existem diversosclientes Samba, escritos nas mais variadas linguagens, mas o funcionamento de todos é muito similar.

O próprio Konqueror pode ser usado para acessar os compartilhamentos. Para isso, use o endereço"smb://ip_do_servidor", como em: smb://172.20.0.2. Ao acessar um compartilhamento no Windows XP e2000 você precisa fornecer uma conta e senha de usuário para acessar. Será aberta uma janela pedindo ologin e senha do servidor. Opcionalmente, você pode especificar o login de acesso diretamente noendereço, como em "smb://[email protected]".

Uma particularidade do Konqueror é que ele não monta os compartilhamentos acessados, elesimplesmente os acessa como se estivesse mostrando uma página web ou ftp. Você transfere arquivossimplesmente arrastando, mas, ao clicar sobre um arquivo, ele pergunta se você quer salvá-lo no HD, aoinvés de abri-lo diretamente. Ou seja, para alterar um arquivo você precisa primeiro copiá-lo para umapasta do HD, editá-lo e em seguida copiá-lo de volta para o servidor. Devido a isso, o Konqueror servemais como uma solução rápida para transferir arquivos.

Se você quer uma solução mais completa, a melhor opção é o Smb4K, também encontrado em diversasdistribuições. No Kurumin você encontra o ícone para ele no "Iniciar > Redes e Acesso remoto > RedesWindows".

Ele usa uma interface bastante simples. O frame do lado esquerdo mostra os grupos, micros ecompartilhamentos disponíveis. Ao clicar sobre um dos compartilhamentos, ele é montado numa pastadentro do seu diretório home, de forma que você possa abrir e modificar os arquivos (e não apenas copiar,como no Konqueror).

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Os compartilhamentos montados são mostrados no frame do lado direito. Clicando sobre eles, é abertauma janela do gerenciador de arquivos, exibindo os arquivos. Na parte inferior da tela, você encontra umconjunto de abas que mostram as propriedades do compartilhamento.

Novamente, temos a questão da autenticação. Por padrão, o Smb4K tenta usar o mesmo login e senha quevocê usou para fazer login no seu micro. Se a máquina Windows tiver este mesmo login cadastrado, vocêacessa diretamente, caso contrário é mostrada uma janela pedindo login e senha.

Se você usa senhas diferentes para acessar diferentes micros da rede, clique com o botão direito sobre ocompartilhamento ou o micro e use a opção "Autenticação". Isso permite definir e salvar um login esenha distintos para cada um, sem precisar digitar de novo a cada acesso.

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Numa redes Windows, os clientes se comunicam através de pacotes de broadcast (pacotes enviadossimultaneamente para todos os micros da rede), que são usados para descobrir quais micros e servidoresestão ativos e quais compartilhamentos cada um está disponibilizando. Para agilizar a tarefa, existe o"master browser", um cargo assumido automaticamente por um dos micros, que passa a escanear a rede egerar uma lista dos compartilhamentos ativos, que é enviada aos demais micros da rede. Quando o masterbrowser está disponível, os clientes Windows pegam a lista dos compartilhamentos com ele, casocontrário usam os pacotes de broadcast.

Se você tiver um servidor Samba ou um servidor Windows NT/2000/2003 disponível na rede, eleassumirá automaticamente o papel de master browser. Você pode então configurar o Smb4K para pegar alista dos compartilhamentos diretamente com ele, ao invés de usar o processo tradicional. Para isso,acesse o "Configurações > Configurar Smb4K > Rede > Lista de Navegação" e indique o IP do servidorna opção "Consultar um master browser para obter a lista de navegação".

Caso tenha problemas para ver a lista dos compartilhamentos, experimente a opção "Usar smbclient" aoinvés da "Usar nmblookup" dentro da seção "Busca na rede".

Sempre que é aberto, o Smb4K fica residente na forma de um ícone ao lado do relógio. Se quiser que eleseja aberto automaticamente junto com o KDE, arraste o ícone para ele que está no iniciar para dentro dapasta "/home/$USER/.kde/Autostart/". Todos os ícones colocados dentro desta pasta são iniciadosautomaticamente durante a abertura do KDE. Você pode digitar o endereço assim mesmo no Konqueror.O "$USER" é uma variável de sistema que é substituída automaticamente pelo login de usuário que vocêestá usando.

Para simplificar ainda mais as coisas, você pode configurá-lo (o Smb4K) para lembrar oscompartilhamentos acessados e montá-los automaticamente ao ser aberto. Para isso, acesse novamente omenu de configuração e marque a opção "Remount recently used shares on program start".

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Uma terceira opção de cliente é o LinNeighborhood. Ele é um programa bem mais antigo e menosamigável que o Smb4K, mas ainda assim usado como programa cliente padrão em muitas distribuições.Já que estamos com a mão na massa, não custa aprender a trabalhar com ele também.

Ele não vem pré-instalado nas versões recentes do Kurumin, mas você pode instalá-lo via apt-get:

# apt-get install linneighborhood

O comando para chamá-lo via terminal é novamente "linneighborhood".

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Se ao abrir ele não mostrar a lista dos compartilhamentos da rede, clique em "editar > outros browsersmestre" e adicione o endereço de algumas das outras máquinas da rede.

Se os compartilhamentos estiverem disponíveis com controle de acesso por usuário(o que é o default no Windows NT/2000/XP), os compartilhamentos não aparecerãoimediatamente, clique com o botão direito sobre o grupo e acesse a opção "scangroup as user". Assim como no Smb4K, você pode utilizar um login diferente emcada host ou em cada compartilhamento se necessário.

Depois de devidamente identificado, você será capaz de ver os compartilhamentosdisponíveis na rede. Toda a configuração do linneighborhood é feita com o seupróprio login de usuário, não há necessidade de usar o root.

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Para que os compartilhamentos fiquem acessíveis, falta apenas montá-los. Cliquesobre um compartilhamento e selecione a opção "mount". A opção "Mount point"determina em qual pasta os arquivos ficarão disponíveis (ele usa por padrão umapasta dentro do seu home) e as opções "SMB User" e "SMB Password" especificamo login e senha que serão usados para montar o compartilhamento.

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A opção "Run File Manager after Mounting" faz com que ele abra uma janela dogerenciador de arquivos depois de montar, assim como faz o Smb4K. Para que estaúltima opção funcione, é preciso configurar qual gerenciador de arquivos seráusado nas preferências.

Para que os compartilhamentos sejam montados automaticamente, clique em "Edit> Preferences" na tela principal do linneighborhood para acessar o menu deconfiguração e, na aba "Miscellaneous", marque a opção "Memorize MountedShares / Remount on Next Startup".

Na aba "Scan" você pode editar mais algumas opções caso necessário. Você pode,por exemplo, indicar manualmente o IP ou nome do servidor com a função demaster browser, o que agiliza um pouco a navegação na rede. Se você estivertendo problemas para visualizar os compartilhamentos da rede, coloque o endereçodo servidor de arquivos da rede (Samba ou Windows, tanto faz) neste campo eprovavelmente o problema será resolvido.

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Criando compartilhamentos

Ao contrário do cliente, que é relativamente simples de usar, o servidor Samba é um software bem maiscomplexo, destinado não apenas a oferecer todos os recursos dos servidores de arquivos Windows, mas asuperá-los em vários aspectos, incluindo opções pouco comuns, melhor segurança e desempenho. Isso fazcom que a configuração do Samba não seja nenhum exemplo de simplicidade, com vários macetes eopções pouco conhecidas. É por isso que existem tantos livros dedicados a ele ;).

Mas, para não perdermos o fio da meada, vou me limitar a ensinar como criar uma configuração básica,suficiente para compartilhar arquivos com a rede local, sem muita segurança. Abordo a configuração doSamba com mais detalhes no livro Redes e servidores Linux.

O primeiro passo é instalar o servidor Samba propriamente dito. No Kurumin e em outras distribuiçõesderivadas do Debian, basta instalar o pacote "samba" através do apt-get. Em outras distribuições, o pacotepode ser chamar "samba-server".

# apt-get install samba

O Samba é originalmente configurado através do arquivo "/etc/samba/smb.conf". O configurador mais"tradicional" é o swat, mas o KDE oferece um utilitário muito mais simples, incluído no "Centro deControle > Internet e Rede > Configuração do Samba". Se a opção não estiver disponível, verifique se opacote "kdenetwork-filesharing" (ou apenas "kdenetwork", em outras distribuições) está instalado.

Clique no "Modo Administrador" e forneça a senha de root. Isto é necessário, pois ele precisa dascredenciais para fazer as alterações necessárias no sistema.

Na aba "Configuração Base", defina o grupo de trabalho usado na rede e o nome do seu micro na rede(Nome NetBIOS). Você pode também editar a descrição do servidor, que será visto pelos clientes comoparte do nome.

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A configuração mais importante vai na opção "Nível de Segurança", que determina a forma como oSamba controlará o acesso aos compartilhamentos.

Se você quer apenas criar alguns compartilhamentos públicos, para permitir que outros micros da redeacessem alguns arquivos, sem se preocupar com permissões e logins de acesso, use a opção"Compartilhamento" (Share), que simplesmente permite que todos os micros da rede local acessem oscompartilhamentos, como se estivesse usando uma máquina com o Windows 98.

Se quiser mais segurança, use a opção "Usuário" (user), que utiliza um nível de segurança similar ao doWindows 2000 e XP, onde apenas usuários autorizados podem acessar os compartilhamentos. Neste caso,você vai ter o trabalho de cadastrar todos os logins e senhas que serão usados para acessar oscompartilhamentos e depois ativá-los no Samba.

Comece criando os logins usando o "users-admin" ou manualmente através do comando "adduser".Depois de criar os usuários no sistema, acesse a aba "usuários" do painel e adicione os usuários criados nocampo "Usuários Samba". A lista "Usuários UNIX" mostra todos os usuários cadastrados no sistema,incluindo os usuários ocultos (por isso que é tão grande), mas você só precisa se preocupar com osusuários que adicionou.

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Quando alguém tentar acessar seus compartilhamentos a partir de uma máquina Windows, o Sambaverificará se o login que está sendo usado no Windows bate com alguma das contas cadastradas. Se bater,ele autoriza o acesso aos arquivos, caso contrário a pessoa verá o prompt para inserir um usuário e senhaválidos.

Finalmente, falta criar os compartilhamentos propriamente ditos, usando a aba "Compartilhamentos". Nocampo "Localização" vai o caminho completo da pasta que está sendo compartilhada, e no "Nome", onome do compartilhamento na rede. Se quiser que os outros possam alterar o conteúdo da pasta eadicionar novos arquivos, desmarque a opção "Somente Leitura".

A opção "Público" permite que todo mundo tenha acesso à pasta, o que é o padrão ao usar o nível desegurança no nível "Compartilhamento". Ao usar o nível de segurança "Usuário", configure as permissõesde acesso na aba "Usuários". Você pode definir individualmente quem pode acessar, quem não pode equem pode acessar em modo somente leitura. Na aba "Segurança" você pode também especificar

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individualmente máquinas que terão ou não acesso ao compartilhamento, baseado no nome ou noendereço IP.

Combinando as permissões de acesso baseadas nos logins de acesso e nomes das máquinas, você pode terum controle bastante estrito de quem pode ou não acessar cada pasta.

Naturalmente, quanto mais estritas as permissões, mais trabalhosa fica a configuração e maior é apossibilidade de erros. Uma coisa que você deve prestar atenção, sobretudo ao usar o nível de segurançaem modo compartilhamento, são as permissões de acesso da pasta no sistema.

O Samba é um programa que roda com privilégios limitados. Quando alguém tenta acessar um arquivo, oSamba decide entre autorizar ou não o acesso com base nas suas configurações, e depois tenta acessar oarquivo no sistema. Como o Samba está sujeito às permissões de acesso dos arquivos, podem acontecercasos em que esteja tudo correto nas configurações do Samba, mas você não consiga acessar, ou nãoconsiga alterar os arquivos num compartilhamento porque as permissões de acesso da pasta nãopermitem. Antes de mais nada, experimente abrir as permissões da pasta compartilhada, dando permissãode leitura e escrita para todo mundo. Se resolver, vá restringindo novamente as permissões, até quefiquem da maneira como você quer, mas sem comprometer o acesso do Samba.

Ao terminar, clique no "Aplicar" para salvar as configurações no arquivo "/etc/samba/smb.conf". Naverdade, o painel serve simplesmente como uma interface para editar este arquivo e cadastrar os usuários.

O Samba atualiza as configurações em relação ao arquivo de configuração periodicamente, a cada 30segundos. Para acelerar as coisas, fazendo com que as alterações entrem em vigor imediatamente, vocêpode reiniciar o Samba manualmente, usando o comando:

# /etc/init.d/samba/restart

Compartilhamentos em NFS

Uma forma fácil de compartilhar arquivos com outras máquinas Linux é utilizar o protocolo NFS, muitomais simples de trabalhar que o Samba. O Kurumin inclui dois ícones, para ativar ou desativar o servidorNFS e para acessar compartilhamentos de outras máquinas, disponíveis no menu "Redes e AcessoRemoto > NFS".

Imagine que você tenha duas máquinas, uma com o IP 192.168.0.1 e a outra com o 192.168.0.2. A192.168.0.1 tem uma partição no HD cheia de filmes em Divx que você quer assistir na máquina192.168.0.2.

Em primeiro lugar você monta a partição com os vídeos, clicando sobre o ícone no desktop. Depois clicano "NFS (Configurar um servidor de arquivos NFS)".

Preencha os campos com a pasta que será compartilhada, os endereços IP que terão acesso a ela (o * é umcuringa, que diz que todos os micros dentro da faixa 192.168.0.x terão acesso) e se o compartilhamentoserá apenas leitura, ou leitura e escrita.

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No final, o script vai abrir o arquivo "/etc/exports", onde fica a lista das pastas compartilhadas com arede, de forma que você possa conferir a entrada adicionada. Você pode compartilhar várias pastasdiferentes e com permissões diferentes, basta criar vários compartilhamentos.

Você pode substituir o "*" pelo IP da máquina que acessará o compartilhamento e o "ro" por "rw" quecompartilhará a pasta com permissão de escrita. Basta salvar o arquivo e a pasta estará compartilhada atéque você clique no "NFS - Desativar servidor"

No cliente (a máquina 192.168.0.2, no exemplo), você precisa apenas clicar no "NFS (Acessar umcompartilhamento NFS)". Preencha os campos com o endereço IP do servidor, a pasta que ele estácompartilhando (/mnt/hda6 no exemplo) e a pasta local onde este compartilhamento ficará disponível,como por exemplo "/mnt/nfs/".

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Pronto, agora é só acessar a pasta e você poderá assistir seus filmes através da rede. O NFS é umprotocolo bastante simples e leve, por isso ele quase não degrada o desempenho da máquina ao acessararquivos pela rede.

O script monta o compartilhamento e abre uma janela do Konqueror mostrando os arquivos. Ao fechar ajanela, o compartilhamento é desmontado automaticamente. Marcando a opção "Criar um ícone nodesktop e adicionar uma entrada no fstab", é criado um ícone no desktop, que permite montar ocompartilhamento posteriormente, mesmo reiniciando o micro. Para desmontar, clique com o botãodireito sobre ele e use a opção "desmontar".

Se o seu servidor de arquivos fica sempre ligado e você prefere que o compartilhamento seja montadoautomaticamente durante o boot (só faça isso se o servidor vá ficar sempre ligado), abra o arquivo"/etc/fstab" (como root) e modifique a linha referente ao compartilhamento, retirando a opção "noauto".A linha originalmente será como esta:

# Acessa compartilhamento de rede nfs, adicionado pelo nfs-montar:192.168.1.100:/mnt/hda6 /mnt/nfs nfs noauto,users,exec 0 0

E depois da alteração ficará assim:

# Acessa compartilhamento de rede nfs, adicionado pelo nfs-montar:192.168.1.100:/mnt/hda6 /mnt/nfs nfs users,exec 0 0

Utilitários de Sistema

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O menu de utilitários de sistema (Iniciar > Sistema) reúne um conjunto de utilitários úteis, incluindoferramentas de particionamento, backup e um conjunto de scripts e ferramentas de configuração. Algunspodem ser encontrados também dentro do Painel de Controle, outros estão disponíveis somente aqui.

Na pasta "Particionamento", você encontra os atalhos para o Gparted e o Cfdisk, que comentei durante ocapítulo de instalação. Na pasta "Impressora", você encontra atalhos para o kaddprinterwizard (adicionarimpressora), o printmgr, o kjobviewer, onde você pode gerenciar as impressoras instaladas e gerenciar ostrabalhos de impressão (e remover aquele livro de 200 páginas que você mandou imprimir por engano ;),e o printconf, um script que detecta automaticamente novas impressoras instaladas.

Na aba "Backup", você encontra o Partition Image e o Konserve, dois utilitários de backup. O PartitionImage permite fazer imagens das partições, de forma a salvar, recuperar ou clonar as partições atuais. Eleé extremamente útil tanto nos momentos em que quiser fazer um backup completo do sistema, quantoquando precisar clonar a instalação do sistema, instalando-o em vários micros.

Ele pode ser usado com o Kurumin rodando direto do CD. O backup com a imagem da partição pode sersalvo tanto numa outra partição do HD (você deve montá-la antes, ativando a permissão de escrita)quanto via rede, numa pasta compartilhada via NFS. São copiados apenas os dados dentro da partição queem seguida são comprimidos em gzip ou bzip2 (o bzip2 comprime um pouco mais, mas é mais lento).Uma partição de 5 GB, com 3 GB ocupados vai gerar um arquivo de em média 1 GB. Não o subestimepor causa da interface em modo texto, o Partition Image é um dos programas mais usados na área,competindo diretamente com o Norton Ghost.

O Konserve por sua vez é um utilitário bem mais simples, que permite fazer backup de pastas específicas.Você define as pastas, aonde será feito o backup e sua periodicidade, e ele faz o resto.

A pasta "Ferramentas do KDE" agrupa um conjunto de pequenos utilitários e plugins do Konqueror quesão úteis em várias situações. O "Gerenciar e Instalar Novas Fontes" (fonts:/System/truetype noKonqueror) permite gerenciar e instalar novas fontes TrueType, simplesmente colocando os arquivosdentro da pasta. Você pode instalar as fontes do Windows (que ficam na pasta C:\Windows\Fonts) oufontes incluídas em programas diversos. As fontes são um componente importante, pois permitem quepáginas web e documentos sejam exibidos corretamente. Ter as fontes necessárias instaladas melhorambastante o nível de compatibilidade do OpenOffice com os arquivos do Office, por exemplo.

Para administração remota, você pode utilizar o "Compartilhamento de Desktop" (krfb), que pode seracessado pelo "Conexões em Ambiente de Trabalho Remoto" ou por qualquer cliente VNC, seja noLinux, Windows ou OS X. Ao contrário do servidor VNC for Linux, que cria uma nova seção do X, o

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Compartilhamento de desktop compartilha a tela local, a que o usuário está vendo, servindo como umaboa opção para quem trabalha com suporte ou em situações onde você precisa ajudar algum amigoremotamente.

O "Guarda do Sistema KDE" (ksysguard) mostra uma lista com os programas que estão rodando, juntocom a quantidade de memória utilizada por cada um e outras informações. Você pode usá-lo também parafinalizar programas.

O "Centro de Informações" (kinfocenter) mostra várias informações sobre o hardware da máquina,desde coisas básicas como a quantidade de memória, partições do HD e processador, até os canais de I/Oe IRQ usados e a identificação de todos os componentes instalados. Através dele, você vai saber que omicro tem uma placa de vídeo GeForce4 MX 400, uma placa de som Sound Blaster Live, rede Realtek8139C e um Modem Agere SV92, por exemplo.

Se você quiser ver uma lista dos pacotes instalados no Kurumin, abra o "Gerenciador de Pacotes"(kpackage). Se o Kurumin estiver instalado no HD e você já tiver rodando o comando "apt-get update" ouclicado no ícone "Atualizar lista de pacotes" ele também mostrará uma lista com todos os pacotesdisponíveis no repositório do Debian, que podem ser instalados via apt-get. Outro utilitário útil paragerenciar os programas instalados é o "kmenuedit", que permite editar o menu iniciar do KDE.

Na pasta Scripts você encontra um utilitário que pode se revelar o mais útil, o "remasterizar-kurumin".Ele permite remasterizar o CD do Kurumin, adicionando mais programas e arquivos, alterando asconfigurações e assim por diante. Ele é uma ferramenta valiosa para desenvolver soluções personalizadasutilizando o Kurumin como base. Que tal um firewall ou um sistema para os quiosques que a sua empresavai implantar no Shopping, que roda direto do CD?

Você também pode usá-lo para fazer pequenas modificações no seu CD do Kurumin, incluindoprogramas como o Gimp, Mozilla, OpenOffice ou o que mais você precisar usar no dia-a-dia.

O script descompacta o conteúdo da imagem do sistema numa pasta do HD, permite que você façaalterações (como instalar ou remover programas através do apt-get, ou alterar as configurações dosistema) e depois gera um novo ISO com as alterações. Naturalmente, a qualidade do resultado finaldepende unicamente de você, o script apenas automatiza as partes mecânicas do processo.

No menu "Gnome System Tools", você encontra um conjunto de utilitários que originalmente foramdesenvolvidos no Red Hat, depois incluídos no Fedora e (com modificações) no Mandriva, até finalmenteserem portados para o Debian. O conjunto inclui:

network-admin (configuração da rede): Esta é uma ferramenta alternativa para configurar a rede. Ao seraberto, ele detecta as placas de rede (incluindo placas wireless) e modems instalados, e mostra um menuseparado para cada um. Note que ele se limita a exibir as placas e modems que já foram detectados eativados, ele não é capaz de detectar sua placa wireless ou modem por si só.

boot-admin (configuração do lilo): Facilita a configuração do lilo, permitindo trocar o sistema padrão eincluir novas entradas. A configuração é automaticamente salva no arquivo "/etc/lilo.conf".

disks-admin (disks): Permite ver e montar as partições disponíveis no HD, substituindo os ícones no"Meu Computador" ou a montagem manual. Ele se limita a mostrar as partições existentes; para fazeralterações você deve usar o Gparted.

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time-admin (data e hora): É uma forma alternativa de ajustar a hora e fuso horário do sistema. Você podefazer isso também usando o "kcmshell --clock" do KDE, clicando com o botão direito sobre o relógio.

shares-admin (pastas compartilhadas): Permite criar e desativar compartilhamentos de rede.Originalmente, ele permite apenas criar compartilhamentos NFS, mas passa a incluir tambémcompartilhamentos do Samba, caso o servidor esteja instalado. Você pode instalar o servidor Samba noKurumin usando o ícone mágico.

users-admin (usuários e grupos): Este é provavelmente o utilitário mais útil do conjunto, o utilitário paragerenciar usuários e grupos que comentei no capítulo sobre a instalação do sistema.

Lembre-se de que o Linux é um sistema multiusuário, sempre que permitir que alguém use seu micro,você pode criar um usuário separado, impedindo que o visitante danifique seus arquivos ou aconfiguração do sistema. O mesmo se aplica quando quiser dar acesso via SSH para alguém ou criarcompartilhamentos usando o Samba. Utilize um usuário separado também quando precisar executaralgum problema suspeito, assim você limita os danos caso ele contenha qualquer código malicioso.

Configurando o KDE

O KDE não é apenas uma interface gráfica, mas sim o que podemos chamar de"desktop", um conjunto de bibliotecas, aplicativos, além de ferramentas deconfiguração e desenvolvimento que oferecem um ambiente completo, tanto paraquem quer apenas usar o sistema, quanto para quem desenvolve aplicativos.

O KDE é baseado na biblioteca Qt, desenvolvida pela TrollTech. Em 1997, quando oKDE começou a ser desenvolvido, a biblioteca Qt era de uso gratuito, mas não tinhao código aberto, o que gerou uma grande polêmica e levou ao surgimento doGnome, baseado na biblioteca GTK, a mesma usada por programas como o Gimp.

Com o crescimento do KDE e a possibilidade de formar uma grande comunidade dedesenvolvedores, que impulsionariam o desenvolvimento e o uso da sua biblioteca,a Qt resolveu liberar o Qt sob a GPL em Setembro de 2000, o que removeu esteentrave inicial. O Gnome continuou sendo desenvolvido, mas agora com o objetivode ser uma interface mais fácil de usar, e não como um concorrente "livre" ao KDE,já que agora ambos são :).

Quanto ao número de usuários, não existem muitas estatísticas confiáveis, mas oKDE parece ter um número bem maior de usuários. Uma pesquisa realizada pelodesktoplinux.com no início de 2005(http://www.desktoplinux.com/articles/AT2127420238.html) fala em 61% para oKDE e 21% para o Gnome. O Gnome é aparentemente mais usado nos EUA, pelapredominância de distribuições como o Fedora e o Ubuntu, enquanto o KDE pareceser mais popular no restante do mundo, incluindo o Brasil.

As configurações do KDE são organizadas num programa central, o Kcontrol(Centro de Controle do KDE). À primeira vista, o Kcontrol parece simples. Do ladoesquerdo da tela temos uma lista dos módulos disponíveis, organizados emcategorias. Clicando em qualquer um, você tem acesso às opções no frame do ladodireito.

Caso tenha dúvidas sobre um determinado módulo, você pode clicar na aba "Help"que exibe a ajuda. Os módulos mais simples possuem apenas um texto curtoexplicando para que servem, mas alguns possuem manuais bem completos. Vale apena dar uma olhada.

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Este é um tópico "light" dentro deste capítulo, onde vou falar sobre algumasconfigurações disponíveis. O Kcontrol tem vários quartos escuros e passagenssecretas, então, mesmo que você já use o sistema a algum tempo, é provável quevocê não conheça muitas das opções.

Por exemplo, existem dois modos de exibição para as opções dentro do Painel, emÁrvore ou em Ícones, que você define na opção "Ver > Modo", na janela principal.Como são muitas opções, muita gente prefere o modo de exibição em ícones, ondeao clicar sobre uma seção você passa a ver apenas as opções referentes a ela. Vocêpode definir também o tamanho dos ícones e definir atalhos de teclado para estasopções.

Aqui vai um resumo de algumas opções importantes:

Administração do Sistema: Algumas partes desta seção podem ser acessadasapenas pelo root, já que alteram aspectos sensíveis do sistema. Para ter acesso aelas, clique no botão "Modo Administrador".

A seção "Gerenciador de Login" permite configurar a tela de login do sistema,alterando as cores, papel de parede, etc. É aqui que você pode também ativar oudesativar o auto-login, o recurso usado no Kurumin para que o KDE seja abertodiretamente durante o boot. Se preferir, você pode desativar isso, fazendo com queo Kurumin passe a pedir login e senha, como em outras distribuições e vice-versa.

A seção "Data e Hora" permite ajustar a hora e o fuso horário do sistema, a mesmafunção que pode ser acessada clicando com o botão direito sobre o relógio. Omódulo "Instalador de Fontes" permite que você instale fontes truetype que

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passam a ser usadas automaticamente pelos programas instalados. Ele é bemsimples de usar, clique no "Adicionar Fontes", indique a pasta e onde estão asfontes, selecione os arquivos e clique no botão de ok.

Você pode tanto instalar as fontes logado como usuário normal, de modo que elasfiquem disponíveis apenas para o seu login, ou como root, tornando-as disponíveispara todos os usuários. Não é difícil encontrar vários sites que disponibilizam fontespor aí. Você também pode copiar as pastas de fontes do Windows(c:\Windows\Fonts) ou de programas como o Corel Draw.

Instalar as fontes do Windows permite que os documentos escritos no MicrosoftOffice sejam exibidos com formatação perfeita no OpenOffice, por exemplo, poisvocê terá instaladas as mesmas fontes que o autor original usou.

As fontes ficam automaticamente disponíveis para os navegadores e também para programas como oOpenOffice (caso esteja instalado). Você pode também usar as novas fontes para personalizar o visual dosistema, acessando a seção Aparência > Fontes do Centro de Controle do KDE.

A partir do KDE 3.3 existe uma forma ainda mais simples de instalar novas fontes. Abra uma janela doKonqueror e digite "fonts:/" na barra de endereços. Você verá duas pastas: "Pessoal" e "System". Parainstalar novas fontes, você só precisa arrastar os arquivos para dentro de uma das pastas para que elassejam automaticamente reconhecidas pelo sistema, como você faz no Windows ao copiar novas fontespara a pasta "c:\Windows\Fonts".

Copiando as fontes para a pasta Pessoal, você faz uma instalação particular, válida apenas para o seuusuário. Copiando para a pasta System, você instala de uma vez para todos os usuários cadastrados nosistema. Neste caso, o Konqueror vai pedir a senha de root.

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Para que as fontes fiquem disponíveis também dentro do OpenOffice, copie os arquivos para dentro dapasta "System/truetype/openoffice".

Aparência & Temas: Esta é provavelmente a área mais acessada do kcontrol.Parece que todo mundo gosta de personalizar o seu desktop e o KDE oferece umagrande flexibilidade neste sentido. Você pode alterar a decoração das janelas, otamanho da barra de tarefas, o conjunto de ícones do sistema e assim por diante.

Lembre-se de que existem centenas de conjuntos de ícones, papéis de parede,conjuntos de sons de sistema, etc. que você pode baixar no http://www.kde-look.org.

Para instalar um conjunto de ícones, baixe o arquivo .tar.gz (neste caso um simplesarquivo compactado contendo os ícones e não um pacote com código fonte), acessea seção "Ícones" e clicar no "Instalar Tema". A partir daí você pode escolher qualtema usar na lista. A maioria das distribuições usa o tema "Crystal SVG", umconjunto de ícones bonito e neutro, que agrada a maioria. Outros temas popularessão o Crystal Clear, o Nuvola e o Noia. No kde-look existe até um tema que imitaos ícones do Windows 2000 (gosto não se discute, se lamenta ;).

O Wallpaper é a personalização mais simples. Para alterar vá em "Fundo de Tela > Papel de Parede". OKDE suporta imagens em vários formatos, incluindo jpg, gif, png e bmp. Você pode usar também a opção"show de slides", onde você aponta uma pasta com várias imagens e ele troca periodicamente. Você podeter um papel de parede diferente a cada minuto, por exemplo.

Nos menus Cores, Fontes, Estilo, Painéis e Decoração de Janela, você pode configurar várias opçõesrelacionadas ao visual do sistema. A "Decoração da Janela" é a moldura com a barra de arrastar e osícones para maximizar, minimizar e fechar usada em todas as janelas abertas. Você pode trocar essamoldura por outra com ícones parecidos com os do Windows ou MacOS X, por exemplo. O estilodetermina a aparência dos botões, barras de rolagem e outros componentes da tela. Os dois mais usadossão o Plastik e o Lipstik. Existe até um tema particularmente feio, que tenta imitar o visual do Windows9x ;).

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Por padrão, o Kurumin vem com apenas dois protetores, o Flux e o Show de Slides (que exibe as imagensde uma pasta escolhida por você), mas você pode obter um conjunto mais completo instalando o pacote"kscreensaver", pelo apt-get.

A "Tela de Apresentação", aquela tela com o logo do Kurumin que aparece durante a abertura do KDE, éna verdade um conjunto de imagens que fica na pasta "/usr/share/apps/ksplash/pics/". Assim como nocaso dos ícones, você pode baixar novos temas no kde-look e instalá-los usando a opção "Tela deApresentação > Adicionar".

Área de Trabalho: Nesta seção estão opções relacionadas à barra de tarefas,menu iniciar e ao comportamento das janelas. Por exemplo, no Windows, um cliqueduplo sobre uma janela faz com que ela seja maximizada, enquanto, no Konqueror,o padrão é ocultar a janela, deixando apenas a barra de títulos, um comportamentonatural para quem está acostumado com outros gerenciadores de janela, mas bemestranho para quem vem do Windows. Você pode alterar isso na opção"Comportamento de Janela > Ações". Para ficar como no Windows, configure aopção "Clique duplo na barra de títulos:" como "Maximizar".

Veja que você pode definir funções para os outros botões. Na configuração padrão,o botão do meio serve para minimizar a janela.

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Um recurso interessante oferecido não apenas pelo KDE, mas pelas interfaces doLinux em geral são os desktops virtuais. Cada desktop funciona como uma áreaindependente e você pode alternar entre eles usando atalhos de teclado.

No KDE você pode alternar entre as áreas de trabalho virtuais pressionando Ctrl +uma das teclas de função, da F1 à F12, como em Ctrl+F2 (para mudar para osegundo desktop), Ctrl+F1 (para voltar para o primeiro), etc. Para enviar umprograma aberto para outro desktop virtual, clique sobre a barra com o botãodireito do mouse e use a opção "Para o ambiente...".

Os desktops virtuais permitem organizar melhor os programas abertos e alternarentre eles com mais facilidade. Você pode organizar os programas "por tema", porexemplo, deixar todas as janelas do navegador no primeiro desktop, as janelas doeditor de textos e o leitor de e-mails no segundo e assim por adiante.

Você pode ajustar o número de desktops virtuais através da opção "Múltiplas Áreasde Trabalho". Uma observação é que cada desktop virtual faz com que o sistemapasse a consumir entre 2 e 4 MB a mais de memória RAM (de acordo com aresolução de vídeo usada), o que pode ser um problema em micros com 256 MB oumenos.

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Como um complemento, você pode incluir o pager na barra de tarefas. Ele é umapplet que permite alternar entre as áreas de trabalho. Para incluí-lo, arraste ocampo onde aparece a lista de janelas um pouco para a direita e clique com obotão direito sobre a área vazia. No menu, clique no "Adicionar > Mini aplicativo >Pager".

Existem um conjunto de outros applets que podem ser adicionados da mesmaforma. Vale à pena perder um pouco de tempo testando as opções disponíveis :).Um que acho particularmente interessante é o Kweather (apt-get install kweather),que mostra a temperatura, velocidade do vento e outras informaçõesmeteorológicas e um ícone que mostra se o tempo está nublado ou chuvoso na suacidade.

Voltando ao Kcontrol, você encontra mais opções de personalização da barra detarefas, incluindo seu tamanho, pano de fundo (a barra pode ficar transparente, ouusar uma imagem qualquer como fundo), entre várias outras configurações naopção "Painéis". Você pode até mesmo ativar uma segunda barra de tarefas,exibida no topo da tela, como usado no Gnome e no MacOS.

Componentes do KDE: Esta seção concentra algumas opções "Avançadas"relacionadas ao funcionamento do KDE. A mais importante é provavelmente aseção "Associações de Arquivos", onde você define quais programas serão usadospara abrir quais extensões de arquivos. Você pode atribuir a mesma extensão paradois ou mais programas e definir uma ordem de prioridade, onde o primeiro abre os

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arquivos por default, mas você pode escolher um dos outros clicando com o botãodireito sobre o arquivo.

Muitos programas alteram as associações padrão ao serem instalados assumindo aposse dos formatos de arquivos que suportam, mas você pode sempre alterar asconfigurações, além de criar novas associações de arquivos através do Painel.

O KDE usa o Ispell como corretor ortográfico. O mesmo corretor é usado em váriosprogramas do KDE, incluindo o Konqueror, Kedit, Kword e outros. O corretor entraem ação até mesmo ao postar uma mensagem num fórum ou blog, grifando emvermelho as palavras incorretas.

Se esta opção não estiver habilitada por padrão, clique com o botão direito sobre otexto escrito, dentro do Konqueror e marque a opção "Verificar ortografiaautomaticamente". A grande limitação é que o corretor não é integrado aoOpenOffice, de forma que você fica com dois corretores diferentes, cada um usandouma lista de palavras própria.

Na opção "Gerenciador de arquivos" existem algumas opções referentes aoKonqueror, como as fontes usadas e os tipos de arquivos para os quais ele exibepreviews. Na opção "Performance do KDE" existe um item importante, relacionadoao uso de memória. Selecione a opção "Minimizar uso de memória > Nunca" sevocê tem 256 MB de RAM ou mais, isso melhora o desempenho geral do KDE eevita alguns problemas esporádicos.

Controle de Energia: Esta seção é especialmente útil para quem usa umnotebook, pois permite ativar o medidor de bateria e configurar várias opçõesrelacionadas à economia de energia, como ajustar a freqüência do processador e

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brilho da tela, de acordo com o status da bateria. A maioria das opções só ficamhabilitadas depois de clicar no "Bateria do Laptop > Configurar ACPI > DefinirAplicação Auxiliar". Esta opção ativa o suporte a ACPI, carregando os módulos deKernel apropriados.

Ao usar um notebook, é importante usar uma distribuição atual, com um Kernelrecente, pois esta é uma área em que o sistema tem evoluído rapidamente nosúltimos meses. Por exemplo, o HP nx6110 é, a partir do Kernel 2.6.13, um dosnotebooks melhor suportados no Linux: tudo funciona, incluindo o suporte a 3D, aplaca wireless (usando o Ndiswrapper), o ajuste da freqüência do processador,suspender, e até mesmo o softmodem que vem onboard. Porém, ao usar umadistribuição com um Kernel apenas um pouco mais antigo, nem o 3D, nem omodem, nem o suspender funcionam corretamente.

Internet & Rede: Esta seção concentra opções relacionadas à configuração darede. A opção "Compartilhamento de Arquivos" permite criar compartilhamentos derede Samba e NFS (os dois simultaneamente) de uma forma simples.Naturalmente, para compartilhar arquivos com máquinas Windows, é preciso que oservidor Samba esteja instalado.

A opção "Compartilhamento do desktop" abre a tela de configuração do krfb, quepermite compartilhar a imagem do desktop com outras máquinas da rede, para finsde suporte, enquanto a "Rede sem fio" mostra a configuração do kwifimanager,ambos disponíveis através do iniciar.

As opções "Navegador Web", "Navegação em Rede Local" e "Proxy" estãorelacionadas ao Konqueror. A primeira contém opções diversas relacionadas aonavegador, incluindo as opções de cache e relacionadas à segurança. A segundapermite configurar um usuário e senha padrão para serem usados ao visualizar oscompartilhamentos de outras máquinas da rede ao usar o módulo "smb:/" doKonqueror. A última contém a configuração de proxy, caso você esteja dentro deuma rede que utilize um.

Periféricos: Nesta seção você encontra configurações relacionadas ao mouse,joystick e monitor, além de poder ver e gerenciar as impressoras instaladas. Aocontrário do que seria de se esperar, a maioria das configurações do teclado poroutro lado vão na seção "Regional e Acessibilidade". Aqui você encontra apenas asopções de ajustar a taxa de repetição e o comportamento da tecla NumLock.

As opções para economia de energia do monitor estão escondidas dentro da opção"Tela > Controle de Energia", onde você configura a economia de energia para omonitor entre as opções Standby, Suspend e Power Off. Estas opções podemdesligar também o HD, caso você tenha configurado isso no setup do micro.

Um monitor de 15" consome cerca de 90 Watts de energia, então é sempreimportante fazer com que ele desligue quando o PC não estiver em uso.Antigamente se recomendava que o monitor só deveria ser desligado quando omicro fosse ficar sem uso por mais de uma hora, mas os modelos fabricados de unstrês anos para cá podem ser desligados mais freqüentemente sem prejuízo para avida útil. Você pode configurar o suspend para 5 minutos de inatividade e o PowerOff para 15 minutos, por exemplo.

No caso dos monitores de LCD, os desligamentos depois de 15 minutos deinatividade ajudam a prolongar a vida útil do aparelho. Basicamente, a tela de ummonitor de LCD é como um chip, ela não tem vida útil definida, pode trabalhardurante décadas sem problemas. O que queima depois de alguns anos de uso são

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as lâmpadas de catodo frio que iluminam a tela. Elas têm uma vida útil estimadapelos fabricantes em 10 mil horas (cerca de 3 anos caso fiquem ligadas 10 horaspor dia). Estas lâmpadas podem ser substituídas, mas não é exatamente umconserto barato, então o ideal é fazê-las durar o máximo possível.

Na opção "Tela > Tamanho e Orientação", você encontra um pequeno utilitário quepermite alterar rapidamente entre as resoluções e taxas de atualização suportadaspelo monitor. Esta opção depende da distribuição em uso ter detectadocorretamente o monitor e ter configurado corretamente o arquivo"/etc/X11/xorg.conf". Na opção "Gama" você pode ajustar via software o brilho domonitor, complementando as funções dos botões.

Regional & Acessibilidade: O KDE possui um projeto bastante abrangente deinternacionalização, que consiste não apenas em traduzir a interface para as maisdiversas línguas, mas também incluir suporte a diversos layouts de teclado e outrasparticularidades de cada região. O suporte ao português do Brasil está entre osmais completos, concentrado no pacote "kde-i18n-ptbr". Existem dezenas de outrospacotes de internacionalização, você pode inclusive instalar vários e configurar alíngua padrão do sistema no "País/Região & Idioma > Localização".

Esta seção inclui também a configuração do teclado (que já vimos no começo docapítulo) e também a configuração dos atalhos de sistema, feita através do"Atalhos de teclado".

O KDE permite associar atalhos de teclados para a maioria das funções do sistema,o que você configura na seção "Atalhos de Teclado". Se você é da velha guarda etem saudades da época do modo texto, onde tudo era feito através de atalhos deteclado, se sentirá em casa.

Além dos atalhos de teclado relacionados às janelas e ao uso do sistema, você podedefinir atalhos para abrir programas ou executar comandos diversos na seção"Teclas de Atalho" (ou "Ações de Entrada", dependendo da versão do KDE queestiver utilizando). Parece estranho ter duas seções separadas para definir teclas deatalho, mas esta divisão até que faz um certo sentido, separando os atalhos do KDEdos atalhos "gerais" definidos para outros comandos e programas.

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Por exemplo, no Windows a tecla "Print Screen" serve para tirar um screenshot da tela. No Linux vocêpode usar o Ksnapshot, que não apenas oferece várias opções, mas também pode salvar diretamente aimagem no formato de sua preferência, sem ter que colar num programa de edição de imagens e salvaratravés dele. Para configurar o KDE para abrir o Ksnapshot ao pressionar a tecla Print Screen, acesse o"Teclas de Atalho > Entradas do Editor de Menus > Nova Ação".

Dê um nome à nova ação, como "screenshot". Na aba "Gatilhos", clique em "Novo > Disparo de Atalho"e, na janela que define o atalho de teclado, pressione a tecla Print Screen. Na aba "Ações", clique em"Novo > Comando/URL" e coloque o "ksnapshot" como comando a ser executado.

Este utilitário permite definir atalhos bastante sofisticados, inclusive transmitindo comandos para outrosaplicativos abertos (como fazer o XMMS avançar ou retroceder a música, por exemplo). Veja a categoria"Examples" dentro da janela para ver mais exemplos de uso.

Som & Multimídia: O KDE possui seu próprio servidor de som, o Arts. Elecoordena o acesso à placa de som, permitindo que vários programas toquem sonssimultaneamente, mesmo que a placa de som não ofereça esse recurso viahardware, entre outros recursos.

Apesar de ter sido um "mal necessário" durante muito tempo, o Arts é atualmentepouco usado, pois o Alsa e consequentemente os drivers de som do Linux de umaforma geral evoluíram bastante nos últimos anos e passaram a oferecer suporte amúltiplos fluxos de áudio e outros recursos nativamente. O arts vem desativado porpadrão na maioria das distribuições, deixando com que os programas acessem aplaca de som diretamente. Se você tiver problemas relacionados à reprodução emalguns programas específicos, experimente ativá-lo e marcar a opção "Suspensãoautomática se ocioso por..." (configurada com "3 segundos"). Isso faz com que o

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Arts fique ativo apenas quando algum programa tentar usá-lo, sem ficarbloqueando a placa de som o tempo todo.

Ao ativar o Arts, você pode ajustar a prioridade do servidor de som e também otamanho do buffer de áudio (opção Buffer de Som). Você pode diminuir bastante autilização do processador ao ouvir música e de quebra ganhar imunidade contraeventuais falhas nos momentos de atividade simplesmente aumentando o bufferpara 400 ms ou mais. Assim o sistema passa a contar com uma reserva maior epode utilizar melhor os tempos ociosos do processador para decodificar o áudio.

O KDE é capaz de ripar CDs de música nativamente. Experimente colocar um CD demúsica no drive e acessar o endereço "audiocd:/" no Konqueror. Ele exibe as faixas de um CDde áudio na forma de arquivos .mp3, .ogg e .wav, em pastas separadas. Arraste a pasta com o formatodesejado para o desktop e o CD de música é ripado e convertido automaticamente. O mesmo pode serfeito através do Kaudiocdcreator, que oferece uma interface mais parecida com um ripador de CDs.

Em qualquer um dos dois casos, você pode ajustar a qualidade dos arquivos .mp3 ou .ogg gerados atravésda opção "CDs de Áudio".

Na seção "Notificações do Sistema" estão disponíveis também as opções de avisossonoros e visuais do sistema de uma forma geral.

Componentes do KDE

Embora à primeira vista pareça ser um pacote único, o KDE é na verdade composto por um conjunto deaplicativos mais ou menos independentes. O componente que mostra a barra de tarefas, onde vai orelógio, iniciar e outros applets é o kicker. O componente que mostra os ícones, papel de parede e outroscomponentes do desktop é o kdesktop, enquanto o kwin é responsável pelo gerenciamento e exibição dasjanelas dos programas.

Você pode brincar um pouco com estes componentes experimentando ver o que acontece ao desativarcada um. Pressione Alt+F2 para abrir o "Executar Comando" do KDE e execute o comando "killallkicker".

Você vai notar que a barra de tarefas sumiu. Você não tem mais a lista de janelas e os programasdesaparecem ao serem minimizados. Pressione Ctrl+F2 novamente e execute o comando "kicker". Tudovolta à normalidade.

Experimente fazer o mesmo com o kwin. Ao fechá-lo, as janelas ficam "grudadas" na tela, você nãoconsegue mais minimizar nem movê-las, mas ao reabri-lo tudo volta ao normal. Fazendo o mesmo com okdesktop, você vai perceber que os ícones e papel de parede do desktop desaparecem.

Às vezes acontece de um destes componentes travar (principalmente o kicker), causando os mesmossintomas que você acabou de ver. Nestes casos, ao invés de reiniciar o X, ou pior, reiniciar o micro, vocêpode simplesmente pressionar Alt+F2 e reabrir o componente, sem prejudicar o que estava fazendo.

Você pode ver mais detalhes sobre os componentes e arquivos de inicialização do KDE aqui:http://www.kde.org/areas/sysadmin/

Configurando teclados multimídia

Existem no mercado muitos teclados com teclas especiais, que permitem abrir o media player, ajustar ovolume, abrir o leitor de e-mails e assim por diante. Estes teclados quase sempre acompanham algum

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driver ou utilitário de configuração, que naturalmente está disponível apenas para Windows. Mas, vocêpode definir ações para as teclas especiais do seu teclado também no Linux, com algumas configuraçõessimples.

A idéia central é que todo teclado utiliza um processador de 8 bits para ler as teclas digitadas. Ele suporta256 teclas diferentes, mas os teclados possuem apenas 104 ou 105 teclas, deixando um monte deendereços livres. Os "teclados multimídia" aproveitam esta característica para adicionar algumas teclasextras. Ao configurar estes teclados no Linux, você precisa verificar quais são os códigos gerados pelasteclas adicionais e atribuir funções a elas, usando o Painel de controle do KDE.

Você pode usar o xev, um pequeno utilitário que monitora as teclas digitadas e lhe mostra todas asinformações. Ele permite que você veja a forma como o sistema vê cada uma.

Abra um terminal e execute-o usando seu login de usuário:

$ xev

Pressione agora cada uma das teclas especiais. Na saída exibida no terminal, o xev exibe dois eventospara cada tecla pressionada (um ao pressionar, outro ao soltar). O volume de informações é grande, mas oque nos interessa é apenas o código numérico de cada tecla, exibido depois do "keycode" na terceira linhade cada evento:

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Anote o código de cada tecla e abra o arquivo ".xmodmap", dentro do seu diretório de usuário:

$ kedit ~/.xmodmap

Vamos agora relacionar cada código com uma tecla de função. No teclado temos as teclas F1 até F12,podemos então relacionar as teclas especiais com, por exemplo, as teclas F18 em diante (que na verdadenão existem), como em:

keycode 144 = F18keycode 164 = F19keycode 162 = F20keycode 153 = F21keycode 174 = F22keycode 176 = F23keycode 160 = F24keycode 130 = F25keycode 236 = F26keycode 234 = F27keycode 233 = F28keycode 223 = F29

Aqui eu coloquei todas as teclas, mas você pode adicionar apenas as que for realmente utilizar :). Paraque a alteração entre em vigor sem precisar reiniciar o X, rode o comando:

$ xmodmap ~/.xmodmap

A partir daí, você pode configurar ações para elas no "Ações de entrada", no "Painel de Controle do KDE> Regional & Acessibilidade".

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Você pode tanto definir ações "simples", para que seja aberto um determinado programa quando a tecla épressionada, quanto ações mais complexas. Neste caso vale a criatividade.

Caso esteja em dúvida sobre qual comando abre determinado programa, clique com o botão direito sobreo botão "K" na barra de tarefas e acesse o "Editor de menus". Nele você pode ver o comandocorrespondente a cada ícone no menu.

Você não está restrito apenas a aplicativos, pode usar qualquer comando de terminal. Quanto maioresseus conhecimentos sobre o tema, mais coisas interessantes você vai conseguir fazer. Por exemplo, oKDE oferece um recurso chamado "dcop", que permite controlar funções dos aplicativos gráficos vialinha de comando. Estas funções podem ser usadas nos atalhos, aumentando brutalmente o leque deopções. Cada aplicativo suporta um número diferente de funções. Se você usa o Kmix (o ícone do autofalante ao lado do relógio), pode aumentar o volume usando o comando "dcop kmix Mixer0increaseVolume 0" e reduzir usando "dcop kmix Mixer0 decreaseVolume 0".

Você pode criar dois atalhos, usando os passos normais e usar estes comandos, criando teclas que ajustamo volume. Mesmo que você não tenha um teclado multimídia, pode fazer isso usando teclas que não sãousadas, como por exemplo as teclas "Scroll Lock" e "Pause Break".

Para os casos mais complicados, onde a tecla não gere nenhuma resposta no xev, existe um procedimentoum pouco mais trabalhoso, que "ensina" o sistema o que fazer com cada tecla.

Mude para um terminal de texto puro (pressione Ctrl+Alt+F1), e pressione as teclas especiais. Elas nãofarão com que apareça nada na tela, mas se o sistema estiver recebendo algum sinal do teclado, eleincluirá uma entrada no log, falando sobre a tecla "não identificada".

Rode o comando "dmesg", que mostra o log do sistema:

# dmesg

Você verá uma entrada para cada tecla, contendo um código em hexa para cada tecla, como em:

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atkbd.c: Unknown key pressed (translated set 2, code 0x9e on isa0060/serio0).atkbd.c: Use 'setkeycodes e01e <keycode>' to make it known.

Precisamos agora achar um código livre para associar a tecla a ele. Isto é bem simples, pois os códigos de121 a 255 estão geralmente livres. Para verificar, use o comando abaixo, substituindo o "122" por umnúmero até 255. Se ele não retornar nada, significa que o código não vago e você pode utilizar sem medo:

# getkeycodes | grep 122

Falta agora associar o código em hexa da tecla com o keycode, o que é feito usando o comando"setkeycodes", como em:

# setkeycodes e01e 122

Para que o comando torne-se definitivo, abra o arquivo "/etc/init.d/bootmisc.sh" num editor de textos(como root) e adicione o comando no final do arquivo. Todos os comandos dentro do arquivo sãoexecutados a cada boot:

# kedit /etc/init.d/bootmisc.sh

A partir daí, volte ao arquivo ".xmodmop", associe a nova tecla com o "F18" e defina uma ação para elano "Ações de entrada". Repita o processo para cada tecla que desejar ativar :).

Uma observação é que alguns teclados especiais, como os usados nos notebooks Toshiba A70 e A75realmente não funcionam, pois utilizam um sistema proprietário para o mapeamento das teclas especiais,que não é suportado pelo sistema. Nestes casos, realmente não existe muito o que fazer.

Os ícones mágicos

O Kurumin é baseado no Debian e utiliza o apt-get como ferramenta padrão de instalação de novosprogramas, sempre baixando os arquivos a partir dos repositórios do Debian. Existe uma grandepreocupação em manter o sistema compatível com o Debian original, de forma que quase todos ostutoriais sobre instalação de programas e configurações diversas que servem para o Debian, servemtambém para o Kurumin, quase sempre sem modificações.

Mas, o Kurumin inclui diversas ferramentas que facilitam muitas tarefas, incluindo a instalação de váriosprogramas comuns e até mesmo de servidores, os "Ícones mágicos".

Eles nada mais são do que scripts que automatizam os passos necessários pararealizar a instalação e a configuração inicial dos programas.

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Estes scripts estão sempre sendo atualizados, já que sempre saem versões novasdos programas, arquivos mudam de endereço, etc. Use o "Atualizar listas depacotes do apt-get" e o "Atualizar scripts de instalação dos ícones mágicos"disponíveis na aba "Ativar o apt-get" periodicamente para baixar estasatualizações. É recomendável fazer isso uma vez por semana, ou sempre que forinstalar uma grande quantidade de programas de uma vez.

Se você está curioso para ver como os ícones mágicos funcionam, dê uma olhadanos scripts que estão dentro da pasta "/usr/local/bin".

Um script nada mais é do que um arquivo de texto, com uma seqüência decomandos que são interpretados e executados pelo sistema. Cada ícone mágico éuma "receita" de como instalar um determinado programa ou configurar algumacoisa.

Você pode abrir os arquivos num editor de texto, estudá-los, adicionar novas funções, corrigir eventuaisproblemas ou adicionar qualquer personalização que ache interessante.

Instalando servidores

O Linux já é o sistema operacional mais usado em servidores. Em muitas situações, configurar umservidor Linux pode ser mais fácil do que configurar um micro doméstico, instalando plugins, suporte avários formatos de vídeo e DVDs, jogos do Windows através do Cedega, e todos os outros recursos deque um usuário doméstico normalmente precisa.

Você pode encontrar mais informações sobre a configuração de servidores Linux no meu livro Redes eServidores Linux. Mas, mesmo que você não tenha intenção de se tornar um administrador de redes

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Linux, pode instalar muita coisa de forma fácil usando os ícones mágicos incluídos no Kurumin. Paraisso, acesse a opção "Instalar e configurar Servidores" dentro do Centro de Controle:

Este é um dos painéis com mais opções dentro do Centro de Controle. Vamos a um resumo das opçõesdisponíveis.

Já falei sobre as opções para configurar a rede, compartilhar a conexão e ativar o firewall, mas o menuprincipal inclui mais duas opções interessantes. A primeira é a opção de instalar o Squid, um servidorProxy que permite incrementar o compartilhamento da conexão, adicionando um cache que armazena osarquivos mais acessados, o que melhora a velocidade de acesso e, ao mesmo tempo, permite que vocêacompanhe as páginas acessadas a partir dos outros micros da rede, usando o Sarg.

Originalmente, ao usar um proxy é necessário configurar manualmente cada micro da rede para usá-lo,mas no caso do Squid é possível configurar um proxy transparente, que funciona de forma automática.Você pode configurar o tamanho do cache e outras opções dentro do arquivo "/etc/squid/squid.conf",exibido durante a instalação.

Numa rede com muitos micros, pode ser útil monitorar o tráfego gerado por cada um, o que permitedescobrir quem está baixando filmes e prejudicando o desempenho da rede. Você pode fazer isso usandoo Netprobe.

Na aba "Web e FTP" você encontra as opções de instalar um servidor Web Apache, com suporte a PHP eMySQL, que você pode usar para estudar sobre servidores web e testar os vários chats, fóruns e sistemasde gerenciamento de conteúdo de páginas que temos disponíveis. O próprio script instala como exemplo oPHPbb, um script de fórum bastante poderoso. A configuração do Apache vai no arquivo"/etc/apache/httpd.conf", os arquivos da página vão na pasta "/var/www/" e o fórum pode ser acessadolocalmente através do endereço "http://127.0.0.1/forum/".

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No mesmo menu está a opção para instalar um servidor FTP, usando o Proftpd. Ele pode ser utilizadopara compartilhar arquivos, dentro da rede ou na internet. É possível usá-lo para criar um simples FTPanônimo, ou liberar o acesso apenas a pessoas autorizadas. Para que o FTP fique disponível na internet, énecessário manter a porta 21 aberta no firewall. Se você acessa através de um modem ADSL configuradocomo roteador, é necessário redirecionar (port forwarding) a porta 21 para o seu micro. O Proftpd éconfigurado através do arquivo "/etc/proftpd.conf" e os arquivos que ficarão disponíveis para o FTPanônimo (que você pode ativar descomentando as linhas no final do arquivo) vão na pasta "/home/ftp".

Na aba seguinte, "Arquivos e Impressoras", você encontra o script para configurar um servidor Samba,que pode ser usado para compartilhar arquivos com outras máquinas da rede, tanto Windows quantoLinux. Anteriormente, aprendemos como acessar os compartilhamentos usando o Kurumin como cliente;através desta opção, ele pode se tornar servidor.

Ao instalar o servidor Samba, é necessário cadastrar os logins dos usuários que terão acesso aoscompartilhamentos. Não é necessário que os logins e senhas sejam iguais aos usados nas máquinasWindows, mas ao usar senhas diferentes será necessário fornecer um dos logins cadastrados ao acessar oscompartilhamentos. Você pode configurar o servidor e criar novos compartilhamentos usando o Swat, oudiretamente no arquivo "/etc/samba/smb.conf".

Caso muita gente vá usar o servidor para guardar arquivos, você pode usar a opção de configurar quotasde disco, limitando o espaço que poderá ser usado por cada um.

A opção de compartilhar impressoras permite compartilhar as impressoras na rede usando o próprio Cups.Estas impressoras podem ser usadas tanto nas outras máquinas Linux, quanto nas máquinas Windows.

Na aba "Acesso Remoto" você encontra o script para instalar um servidor LTSP, batizado de "KuruminTerminal Server". O LTSP combina o NFS, DHCP, XDMCP, TFTP e um conjunto de scripts própriospara criar um servidor de terminais, que permite aproveitar micros antigos, ou com processadores lentoscomo terminais, executando via rede os aplicativos instalados no servidor.

Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, o desempenho das estações é muito bom. Mesmousando um Pentium 100 como terminal, os aplicativos rodam com praticamente a mesma velocidade querodam ao serem executados localmente no servidor. Esta solução é adotada nos Telecontros e em diversasempresas, como uma forma de aproveitar máquinas antigas e reduzir custos.

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A configuração de um servidor LTSP está longe de ser trivial, tanto que ele consome quase 50 páginas dolivro Redes e Servidores Linux. Mas, o script automatiza a maior parte da instalação, permitindo que vocêconsiga colocar o servidor para funcionar apenas lendo cuidadosamente as opções de instalação. A partemais trabalhosa é a edição do arquivo de configuração do DHCP, onde você deve cadastrar os endereçosMAC das placas de rede usadas nos clientes, de forma que o servidor possa diferenciar cada um. Noarquivo "/opt/ltsp/i386/etc/lts.conf" você pode incluir opções específicas para cada terminal, incluindo aresolução de vídeo e tipo de mouse usado em cada um.

Na mesma aba você encontra também as opções para ativar o servidor SSH e instalar o FreeNX e oVNC. Embora sirvam para basicamente a mesma coisa: acessar sua máquina remotamente, de forma aexecutar comandos ou rodar aplicativos pela rede, os três funcionam de forma bem diferente.

O SSH é a ferramenta mais básica de administração de rede. Ao ativar o servidor, você pode se conectar aele a partir das outras máquinas da rede usando o comando "ssh login@servidor", fornecendo um login deacesso válido e o IP ou domínio do servidor (como em: ssh [email protected]). É possível ainda usaro SSH para transferir arquivos. Para isso, abra uma janela do Konqueror e acesse a URL"fish://login@servidor" (como em: fish://[email protected]). Depois de fornecer a senha de acesso,você vê os arquivo do servidor e pode transferi-los simplesmente arrastando-os para outra janela.

O FreeNX usa o SSH como base, mas vai mais longe, implementando várias camadas de compressão ecache, que permitem rodar aplicativos gráficos com um excelente desempenho, mesmo via internet. Ao seconectar, você vê o desktop do servidor e pode usar qualquer aplicativo instalado nele. O FreeNX écomposto de um módulo servidor e um cliente.

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Finalmente, o VNC é o sistema mais tradicional, também usado para abrir um desktop remoto do servidore usar os aplicativos instalados nele. O VNC não é tão eficiente quanto o FreeNX, mas é mais fácil deinstalar e configurar.

Recuperando o sistema

Acontece nas melhores famílias. Ao reinstalar o Windows, originalmente instalado em dual-boot, elesubscreve a MBR, removendo o lilo e fazendo com que a instalação do Linux na outra partição fiqueindisponível. Algum serviço ou programa configurado para ser inicializado durante o boot está travando osistema e você não consegue completar o boot para desativá-lo. O X não está funcionando e você nãoconsegue configurá-lo manualmente, etc.

Quando um problema "insolúvel" aparece, a maioria opta por simplesmente reinstalar o sistema, comofariam no Windows. Mas, na maioria dos casos, é possível arrumar a bagunça de uma forma muito maisrápida, usando um CD do Kurumin ou outro live-CD como um sistema de recuperação. Através dele vocêpode acessar os arquivos na partição da instalação principal, restaurar o lilo ou modificar os arquivos deconfiguração e até mesmo abrir o X (do sistema instalado) e assim ter acesso às ferramentas gráficas.

Comece dando boot pelo CD e montando a partição onde o sistema principal está instalado. Neste caso,precisamos montar usando o caminho completo, incluindo o sistema de arquivos em que a partição estáformatada, pois precisaremos usar o chroot. Se você vai recuperar a distribuição instalada na partição"/dev/hda2", que está formatada em ReiserFS, o comando seria:

# mount -t reiserfs /dev/hda2 /mnt/hda2

Se a partição estivesse formatada em EXT3, o comando seria:

# mount -t ext3 /dev/hda2/mnt/hda2

O próximo passo é abrir um terminal e logar-se como root. No Kurumin e na maioria dos live-CDs, vocêpode fazer isso usando o comando "sudo su" ou (se você tiver definido a senha de root depois do boot),com o comando "kdesu konsole".

A partir do terminal, use o comando "chroot" para obter um prompt do sistema instalado, indicando apasta onde a partição foi montada, como em:

# chroot /mnt/hda2

A partir daí, você tem um prompt de comando da distribuição instalada, que pode ser usado pararecuperar o sistema. Para trocar a senha de root, por exemplo, use o comando:

# passwd

Para modificar o arquivo de configuração do lilo, a fim de corrigir algum erro de configuração que estáimpedindo o sistema de inicializar, use um editor de texto de terminal, como o mcedit ou o joe, como em:

# mcedit /etc/lilo.conf

Depois, como de praxe, rode o comando "lilo" (como root) para regravar o MBR, salvando as alterações.Isso faz com o lilo volte a ser aberto durante o boot (substituindo o bootloader do Windows), permitindoque você escolha o sistema.

O terminal pode ser usado para editar outros arquivos de configuração, desabilitar serviços que estãosendo carregados durante a inicialização e assim por diante. Você pode executar praticamente qualquercomando de texto dentro dele, e as alterações vão sendo feitas no sistema instalado.

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A principal limitação deste terminal de recuperação é que não é possível rodar ferramentas gráficas. Elesempre volta um erro, dizendo que não é possível acessar o servidor X.

Embora um pouco trabalhoso, é possível abrir o X e rodar programas gráficos usando o Xnest, umaespécie de servidor X "de mentira", que é aberto dentro de uma janela e pode ser acessado pelo sistemadentro da partição. Rodar os programas deste modo é mais lento e você notará algumas estranhezasdiversas, mas é suficiente para rodar os programas de configuração.

Isso é feito em duas partes. Para começar, abra outro terminal de texto, desta vez como usuário normal (enão como root, como no primeiro) e rode os comandos:

$ xhost +$ Xnest :1

O primeiro afrouxa o sistema de permissões do X, permitindo que o sistema dentro da partição consigausar a janela do Xnest que abrimos em seguida. Note que o comando para abrir o Xnest é "Xnest", com oX maiúsculo, enquanto o ":1" é o número da seção que está sendo aberta.

Com a janela do Xnest aberta, volte ao terminal do chroot e rode os comandos:

# export DISPLAY=localhost:1# startkde

O "export DISPLAY" explica que o sistema deve passar a usar a janela do Xnest para rodar aplicativosgráficos, enquanto o "startkde" carrega o KDE dentro da janela. Você pode substituir o último comandopor "gnome-desktop" (para abrir o Gnome) ou por um simples "xterm", para abrir uma janela de terminale chamar diretamente os aplicativos através dela.

Para que os programas gráficos funcionem, é necessário que a distribuição instalada e o live-CD usemversões parecidas do X. Funciona bem ao usar um CD do Kurumin para recuperar uma instalação doKurumin, ou um CD do Slax para recuperar uma instalação do Slackware, mas nem sempre funciona aousar distribuições diferentes ou ao usar versões diferentes da mesma distribuição. Nestes casos você teráque se contentar com os comandos de texto.

Mais uma dica é que você pode também copiar arquivos de configuração do live-CD para a instalaçãoprincipal, o que é útil sobretudo para solucionar problemas relacionados à configuração do vídeo. Osarquivos de configuração do X são praticamente universais; um arquivo gerado no Kurumin vai funcionarperfeitamente no Mandriva ou Slackware instalado no HD em 98% dos casos, fazendo com que o vídeovolte a funcionar, usando a mesma configuração que está sendo utilizada ao rodar do CD.

Neste caso, você precisa apenas copiar o arquivo "/etc/X11/xorg.conf" (ou "/etc/X11/XF86Config-4", sevocê estiver usando uma versão antiga do Kurumin), substituindo o arquivo dentro da partição, como em:

# cp /etc/X11/xorg.conf /mnt/hda2/etc/X11/xorg.conf

Lembre-se de que o arquivo de configuração pode ser o xorg.conf ou o XF86Config-4 (dependendo dadistribuição instalada usar o X.org ou o Xfree), mas os dois arquivos são intercompatíveis, bastarenomear caso necessário.

Kurumin em micros antigos

A configuração recomendada para rodar o Kurumin a partir do CD, rodar o OpenOffice e assistir a vídeosem Divx é um Pentium II 266 com 256 MB de RAM. A configuração mínima para rodar o sistema comqualidade é um Pentium II com 128 MB.

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Ao instalar o sistema no HD, o desempenho melhora e o consumo de memória cai um pouco, pois osistema não precisa mais criar o ramdisk nem descompactar os dados do CD. Mesmo assim, não esperemilagres, o sistema não vai ficar rápido no seu 486 só por ser instalado no HD.

Embora o Kurumin possa "dar boot" até mesmo num Pentium 100 com 32 MB (caso exista memóriaswap suficiente), esta com certeza não será uma experiência muito agradável.

Uma dica importante é que o sistema precisa de no mínimo 128 MB de RAM para dar boot e carregar osaplicativos corretamente. Se você tem menos memória, apenas 96 MB ou menos, você vai precisarobrigatoriamente ter uma partição Linux Swap no HD.

O sistema precisa de uma certa quantidade de memória, dados que precisam ir para algum lugar. Se vocênão tem nem memória RAM suficiente, nem memória swap, o sistema simplesmente não tem ondearmazenar os dados e acaba travando durante o boot. Você pode criar uma partição swap usando ogparted ou cfdisk incluídos no Kurumin, ou mesmo usar o CD de instalação de outra distribuição Linuxque ofereça algum utilitário de particionamento.

Mesmo que você não tenha o Linux instalado no HD, é recomendável deixar uma partição swap, mesmoque pequena reservada, pois não apenas o Kurumin, mas também outras distribuições que rodam a partirdo CD são capazes de detectar e ativar a partição swap no boot. Usando swap, o desempenho do sistemafica melhor (pois ele pode mover arquivos e bibliotecas que não estão em uso para a swap, mantendomais memória livre para os programas).

Caso você tenha pouca RAM e ainda por cima não tenha uma partição swap disponível, o sistema seoferecerá para usar o arquivo de swap do Windows (se o HD estiver formatado em FAT 32). Esta é umamedida desesperada para permitir que o sistema pelo menos consiga dar boot, mas como o arquivo deswap do Windows oferece um desempenho muito inferior ao de uma partição Linux Swap, o desempenhodo sistema ficará muito abaixo do normal.

Apesar disso, mesmo usando a partição swap, o sistema vai ficar bem lento num micro com 64 MB deRAM ou menos. Existe uma forma mais rápida de dar boot pelo CD e instalar do que ficar esperando oKDE abrir. Inicie o sistema usando a opção "kurumin 2" abaixo na tela de boot.

Isso fará o Kurumin dar boot em modo texto (já logado como root), o que consome cerca de 18 MB dememória, dando boot pelo CD. Isso vai permitir que você consiga dar boot em um micro com 64 MB,mesmo antes de criar a partição swap.

O primeiro passo é particionar o HD, criando a partição onde o sistema será instalado, a partição swap eopcionalmente também a partição /home:

# cfdisk

Você pode ativar a partição swap sem precisar reiniciar com os comandos:

# mkswap /dev/hda2# swapon /dev/hda2(onde o /dev/hda2 é a partição swap criada)

Com a swap ativa, você pode começar a instalação. Ao invés de esperar o KDE carregar, você pode abrirum X "pelado", sem gerenciador algum e por isso bem mais rápido de carregar, usando o comando:

# xinit

Com o X aberto, chame o instalador do Kurumin com o comando:

# kurumin-install

Depois de terminar a instalação, você pode aproveitar para desativar a abertura do KDE durante o boot.

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Para fazer isso antes de reiniciar, monte a partição onde o sistema foi instalado e use o comando "chroot"para abrir um terminal dentro dela:

# mount /dev/hda1 /mnt/hda1# chroot /mnt/hda1(onde o /mnt/hda1 é a partição onde o sistema está instalado)

Dentro do terminal do chroot, chame o:

# wmconfig

Use a opção que desativa o KDM e escolha o gerenciador de janelas padrão. Ao reiniciar, o login seráfeito em modo texto, tornando o boot mais rápido. Para abrir o modo gráfico, use o comando "startx".

Naturalmente, ao deixar de usar o KDE, você abre mão de muitas funcionalidades, fazendo com que osistema deixe de ser muito amigável. Se você quer uma interface simples, num micro para seu própriouso, pode experimentar o Fluxbox, que já vem pré-instalado no Kurumin. Você pode usá-lo direto do CD,usando a opção de boot "kurumin desktop=fluxbox".

Se você precisa de uma interface que, além de leve, seja amigável, adequada para o usuário final, devoalertar que ela simplesmente não existe. Você pode obter resultados razoáveis personalizando o IceWM,mas depois de uma boa dose de trabalho. Uma opção um pouco mais desenvolvida seria o Blanes, que noKurumin pode ser instalado através do script "instalar-wm".

O Blanes é uma espécie de "clone" da interface do Windows 98 (apenas a interface, sem os utilitários deconfiguração). Ele não é tão leve quanto o IceWM e o Fluxbox, mas com um pouco de trabalho podeoferecer resultados interessantes. Um alerta é que (embora originalmente desenvolvido com base noIceWM) o Blanes é um pacote proprietário, que pode não ser gratuito em versões futuras e não possuigarantias de continuidade. Pense duas vezes antes de basear algum projeto importante nele.

Mas, o conselho geral em se tratando de uso de micros muito antigos, para atender usuários finais, é usaro LTSP, ou outro sistema de acesso remoto, ao invés de tentar rodar os aplicativos localmente. Épossivelmente a única solução que oferece uma solução realmente utilizável e relativamente rápida deinstalar mesmo ao usar micros Pentium 100 ou 486.

No Kurumin, você pode instalar o LTSP através do ícone mágico do Kurumin Terminal Server. Eleautomatiza a maior parte de instalação, transformando-a em um procedimento muito simples. Use ummicro novo, ou pelo menos um micro com uma configuração razoável, como servidor e você terá um bomdesempenho em todos os terminais.

Existe uma lenda dentro do mundo Linux, que diz que o Gnome é uma opção mais leve que o KDE epode ser usado mesmo em micros antigos. Isto era mais ou menos verdade na época do Gnome 1.4, mas écompletamente falso atualmente. O Gnome 2.10 ou 2.12 consome mais memória que o KDE, a únicavantagem é que o carregamento é um pouco mais rápido.

O Kurumin usa uma configuração bastante otimizada para o KDE, o que aumenta a diferença. Entre asdistribuições atuais, que usam o KDE ou Gnome como padrão, as únicas que rivalizam com o Kuruminem termos de consumo de memória são o Slackware (e derivados) e o próprio Debian.

Você pode instalar o Gnome no Kurumin através do comando "apt-get install gnome-core". Muita genteacha a interface do Gnome mais simples e mais fácil de aprender, mas, do ponto de vista do desempenho,o KDE leva vantagem.

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Capitulo 5: Os programas

Depois de instalado e configurado, o sistema operacional passa a ser uma espécie de coadjuvante, quevocê só nota quando surgem problemas. No dia-a-dia, você não usa o sistema operacional, usa osprogramas que rodam sobre ele. No final das contas, podemos dizer que o mais importante são justamenteeles: os programas.

Ninguém usaria Linux se não existissem bons programas disponíveis para a plataforma. É justamente esteo tema principal deste capítulo.

A instalação de novos programas no Linux não é tão complicada como pode parecer à primeira vista. Pelocontrário, muitas vezes é até mais simples que no Windows, pois raramente você precisará perder tempocomprando e registrando o programa, retirando banners de propaganda, desativando spywares, e coisas dogênero. O tempo de instalação do Office Professional pode chegar a mais de dois meses, se você incluir otempo que precisaria trabalhar para comprá-lo ;).

Aplicativos do Linux

Você não encontrará no Linux o Internet Explorer, o Outlook, o Photoshop ou muitomenos o Microsoft Office. Porém, se você tiver paciência, vai encontrar programasque substituem a maior parte das funções destes, além de outros programas quepodem ser úteis para outras tarefas. Além da grande quantidade de programasnativos, é possível executar a maior parte dos aplicativos e jogos for Windowsatravés do VMware, Wine, Qemu e Cedega.

Esta é mais uma diferença importante entre o Windows e as distribuições atuais doLinux. O Windows traz apenas alguns aplicativos básicos, para acessar a Web (IE),ouvir músicas (Media Player), um editor de textos básico (Wordpad) e, no XP,também um firewall básico, um editor de vídeos, um programa de gravação de CDsintegrado entre alguns outros acessórios.

Depois de instalar o sistema, você ainda precisará adquirir softwares de terceirospara realizar tarefas mais elaboradas. A chance de a próxima versão do Windows jávir com o Photoshop e o Corel Draw, por exemplo, é muito remota.

No Linux temos um cenário oposto. As distribuições trazem geralmente centenas deaplicativos diferentes. O mais complicado acaba sendo selecionar os aplicativosmais adequados às tarefas do dia-a-dia.

Nesse processo é importante mudar um pouco a mentalidade, não procurarprogramas "iguais" aos que você usa no Windows, que serão muito raros (atéporque ninguém pode simplesmente clonar um programa da Microsoft ou da Adobee sair impune, e nem este é objetivo dos desenvolvedores), mas sim pensar nastarefas que você deseja realizar e procurar programas que ofereçam um conjuntode recursos o mais próximo possível do que você utiliza. O Office pode sersubstituído pelo OpenOffice, o Photoshop pelo Gimp, o Corel pelo Inkscape, oIllustrator pelo Scribus, o IE pelo Firefox, o MSN pelo Kopete ou pelo Mercury, oOutlook pelo Evolution, o Media Player pelo Kaffeine, o Nero pelo K3B, o iTunespelo Amarok, o WinAmp pelo XMMS e assim por diante.

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Se tantos desenvolvedores dedicam seu tempo para desenvolver aplicativos tãoelaborados com o Gimp ou o OpenOffice, nada mais justo do que você tambémdedicar algum tempo para aprendê-los, não é mesmo?

Um ponto importante é que também existem muitos softwares comerciais paraLinux. É possível rodar muitos aplicativos Windows através do Wine ou do Cedega,e existe até mesmo a possibilidade de rodar uma instância completa do Windowsdentro de uma máquina virtual do VMware, permitindo rodar lado a lado osprogramas das duas plataformas.

Mas, apesar de nem sempre terem os mesmos recursos, os softwares open-sourcetrazem a vantagem de serem utilizáveis por qualquer um, não apenas por quempode comprar o software. A lista inclui programas poderosos como o Gimp,OpenOffice, Mozilla e tantos outros. Aliás, estes três estão disponíveis também emversão Windows, com todos os recursos. Começar a utilizá-los, mesmo noWindows, é um excelente passo, pois você passará a dispor das mesmasferramentas nos dois sistemas.

A questão dos pacotes

No começo existia o código fonte. Você baixava um pacote .tar.gz, contendo ocódigo fonte do programa, e a instalação consistia em compilar e instalar osexecutáveis gerados na sua máquina. Esta forma de distribuição faz sentido em setratando de aplicativos abertos, pois permite que você veja e até adapte o códigofonte se necessário, para que ele rode na sua máquina. Em muitos casos, épossível instalar o programa em outro sistema operacional (a maior parte dosprogramas do Linux podem ser instalados no BSD, com pequenas adaptações) ouaté mesmo numa outra plataforma.

O problema é que instalar programas a partir dos fontes é demorado e nem sempresimples, já que você precisa ter instalados os compiladores e bibliotecasnecessários para compilar muitos programas. Existem incontáveis pequenasbibliotecas e ferramentas de desenvolvimento por aí e não é muito viável tentarmanter todas elas instaladas.

Compilar significa transformar o código fonte, escrito pelo programador, nosarquivos binários que são executados pelo sistema. Ao compilar um programa, sãogerados vários executáveis, bibliotecas e arquivos de configuração, que sãocopiados para pastas específicas do sistema. Os executáveis vão para a pasta"/usr/bin/", as bibliotecas para a "/usr/lib/", os arquivos de configuração para o"/etc/" e assim por diante.

Alguém chegou então a uma conclusão obvia: ao invés de cada um ter que ter otrabalho de compilar o programa na sua própria máquina, seria mais simples sealguém compilasse e distribuísse um arquivo ponto, com os componentes jácompilados, num formato simples de instalar. Nasciam então os pacotes pré-compilados :).

Os pacotes são uma idéia muito simples. Você cria um arquivo compactadocontendo a mesma estrutura de pastas e arquivos que seria criada ao instalar oprograma manualmente. Ao instalar o pacote, os arquivos são descompactados nodiretório raiz, fazendo com que todos os arquivos sejam colocados nos diretórioscorretos. Ao desinstalar o pacote, os arquivos são removidos, deixando o sistema

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da forma como estava inicialmente. Uma forma rápida e limpa de instalarprogramas.

Existem basicamente três formatos de pacotes diferentes: os pacotes .deb, usadospelas distribuições derivadas do Debian, os pacotes .rpm, usados pelasdistribuições derivadas do Red Hat e os pacotes .tgz, usados pelo Slackware ederivados. Não existe nada de fundamentalmente diferente entre os três formatos eé inclusive possível transformar um pacote .rpm num pacote .deb, mas, devido àsdiferenças que existem entre uma distribuição e outra, não existe garantia de queum pacote do Fedora funcionará no Debian, por exemplo.

O próximo passo foi a criação dos gerenciadores de pacotes, programas quepermitem baixar e instalar novos programas de forma automática, verificando asdependências e, caso necessário, baixando outros programas e bibliotecas de que oprograma inicial precisa.

Já vimos alguns exemplos do uso do apt-get, o gerenciador usado nasdistribuições derivadas do Debian. Além dele, temos também o urpmi, usado noMandriva, o yum, usado no Fedora e o emerge, usado no Gentoo.

Você pode perguntar por que não fazem como no Windows, onde cada programatem seu instalador. Na verdade, muitos programas são distribuídos desta forma,como Java, OpenOffice, Firefox, Thunderbird, VMware e diversos jogos. Nestescasos, você simplesmente executa o arquivo e o instalador se encarrega do restoda instalação. O inconveniente é que estes pacotes são desenvolvidos parafuncionarem em qualquer distribuição, por isso incluem todo tipo de bibliotecas emódulos de que o programa possa precisar, sem reaproveitar os componentes quevocê já tem instalados. Isso faz com que os pacotes sejam práticos de instalar, masem compensação bem maiores (e mais pesados), assim como muitos dosprogramas do Windows.

Em resumo, podemos dizer que existem três formas de instalar programas noLinux:

1- Usar o apt-get ou outro gerenciador de pacotes para instalar pacotes próprios dadistribuição em uso. Esta é a forma mais simples e menos passível de problemas,que você usa sempre que possível.

2- Programas com instaladores próprios, destinados a funcionarem em váriasdistribuições. Eles também são simples de instalar, mas não tão simples quantousar o apt-get. Muitos programas são distribuídos apenas desta forma, como oVMware.

3- Instalar o programa a partir do código fonte, o que pode ser necessário no casode aplicativos pouco comuns, que não estejam disponíveis de outra forma.

Instalando programas com o apt-get

O apt-get é uma ferramenta extremamente poderosa e prática de usar depois que você aprende osconceitos básicos. Ele pode ser encontrado não apenas no Debian, Ubuntu e no Kurumin, mas em outrasdistribuições baseadas no Debian, como o Lycoris, Libranet e até mesmo no Linspire. Ferramentas comoo urpmi do Mandrake, o synaptic do Conectiva e o yum do Fedora também são baseados nele.

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Em primeiro lugar, o apt-get utiliza um conceito de fontes de atualização. Ele pode obter pacotes depraticamente qualquer lugar, incluindo CD-ROMs do Debian, unidades de rede, etc. Mas, o meio maisusado é justamente baixar os pacotes via internet, o que permite obter sempre as versões mais recentesdos programas.

Para usar o apt-get, o primeiro passo é rodar o comando "apt-get update", que faz com que o apt-getverifique todos os repositórios disponíveis e baixe a lista com os pacotes disponíveis em cada um. Issopermite que ele crie uma espécie de banco de dados, com os pacotes disponíveis, onde cada um pode serencontrado e qual endereço contém a versão mais recente. Este comando deve ser executadoperiodicamente. O ideal é que você o use uma vez por semana, ou sempre que for fazer alguma instalaçãoimportante:

# apt-get update

Lembre-se de que para virar root, basta digitar "su" no terminal e fornecer a senha configurada durante ainstalação.

Terminado, você pode começar a instalar os programas, usando o comando "apt-get install", seguido dopacote desejado. Para instalar o Abiword (o processador de textos), por exemplo, use o comando:

# apt-get install abiword

Veja que o apt-get cuida de toda a parte chata. No meu caso, por exemplo, é preciso instalar também ospacotes "abiword-common", "libenchant1" e "libmyspell3", que o apt-get instala automaticamente juntocom o pacote principal, depois de pedir uma confirmação.

Terminada a instalação, o Abiword já está pronto para usar. Você vai encontrar o ícone dentro do menu"Escritório e utilitários" no iniciar. Alguns programas podem não criar corretamente os ícones no iniciar,mas você sempre pode chamá-los via terminal, ou criar o ícone manualmente, usando o kmenuedit.

Isto se repete para qualquer um dos mais de 20.000 pacotes atualmente disponíveis nos repositórios quevêm ativados por padrão no Kurumin. Basta saber o nome do programa e você pode instalá-lorapidamente a qualquer momento. Você pode ver uma lista dos pacotes disponíveis nos FTPs oficiais doDebian no: http://www.debian.org/distrib/packages.

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Além de instalar, é possível usar o apt-get para atualizar qualquer pacote do sistema. Para isso, repita ocomando de instalação, como em:

# apt-get install abiword# apt-get install mozilla-firefox# apt-get install mplayer-586

E assim por diante. O comando faz com que ele verifique se existe uma versão nova do programa e, emcaso afirmativo, já a baixa e instalada automaticamente. Caso contrário, ele simplesmente avisa que aversão mais recente já está instalada e não faz nada.

Quando você não se lembrar do nome completo do programa, digite apenas as primeiras letras e pressionea tecla TAB duas vezes, assim você verá uma lista com as alternativas possíveis.

Em casos onde o programa realmente "desapareça" depois de instalado, sem rastros aparentes, você podeprocurá-lo usando o comando "whereis" (onde está), como em:

$ whereis realplayrealplayer: /usr/bin/realplay

Em muitos casos, o programa pode ser instalado em uma pasta fora do PATH (as pastas /bin, /usr/bin,/usr/local,bin, etc.), e por causa disso o sistema não encontre o comando. Nestes casos, chame-oindicando o caminho completo, ou crie um link para ele (usando o comando "ln -s") dentro da pasta "/usr/bin", ou "/usr/local/bin", onde o sistema consiga localizá-lo diretamente, como em:

# ln -s /usr/lib/realplayer10/realplay /usr/bin/realplay

Lembre-se de que em muitos casos o nome do executável do programa pode ser diferente do nome doprograma. Por exemplo, o executável do Realplayer é "realplay" e o do VMware Player é "vmplayer".

Um detalhe interessante é que, mesmo ao atualizar um programa, as suas configurações são mantidas. Aoatualizar o Firefox ou o Konqueror, por exemplo, você não perde seus bookmarks. Isso acontece porqueas configurações e arquivos referentes aos programas são armazenados em pastas ocultas dentro do seudiretório de usuário. Os bookmarks, cache, cookies e outros arquivos do Firefox, por exemplo, vão para apasta ".mozilla/firefox", dentro do seu home.

O apt-get nunca altera estes arquivos, de forma que sua preferências sempre são preservadas durante osupgrades.

Um segundo tipo são os arquivos de configuração do sistema, que também fazem parte dos pacotes.Quando um pacote traz uma nova versão de um determinado arquivo de configuração, mas o apt-getpercebe que o arquivo anterior foi alterado por você, ele pergunta se você quer manter o arquivo atual ouse você quer substituí-lo pela nova versão. O conselho geral nestes casos é responder não à substituição(que é o default). Isso mantém o arquivo atual, que afinal está funcionando. Autorize a substituiçãoapenas quando você souber do que se trata.

Lembre-se de rodar o "apt-get update" periodicamente, de preferência uma vez por semana, ou antes deinstalar qualquer programa ou atualização importante, assim você terá certeza que o apt instalará sempreas versões mais recentes dos programas.

O apt não apenas torna a instalação de novos programas bem mais simples, mas diminui também anecessidade de estar sempre instalando versões mais recentes da distribuição, já que você pode iratualizando os programas mais usados sempre que souber de uma versão mais nova.

É possível também remover pacotes instalados, neste caso usando o parâmetro "remove", como em:

# apt-get remove abiword

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Caso os arquivos referentes ao programa tenham se corrompido de alguma maneira (desligamentosincorretos, problemas de BIOS, etc. ;), você pode forçar sua reinstalação, usando o parâmetro "--reinstall".

Normalmente o apt-get avisa que o programa já está em sua versão mais recente e não faz nada:

# apt-get install bluefishLendo Lista de Pacotes... ProntoConstruindo Árvore de Dependências... Prontobluefish já é a versão mais nova.

Adicionando o "--reinstall" ele prossegue a instalação, mesmo que o pacote já seja a versão mais recente,substituindo todos os arquivos referentes a ele e resolvendo o problema.

# apt-get install --reinstall abiword

Naturalmente, existem programas gráficos que facilitam (?) as coisas, como o Synaptic, que abordo nocapítulo sobre o Ubuntu. A questão de facilitar ou não é na verdade polêmica, pois muita gente acha maisfácil trabalhar com o Synaptic, enquanto outros acham sua interface muito complicada e preferemcontinuar usando os comandos. Mas, de qualquer forma, ele não deixa de ser uma opção interessante.

Configurando os repositórios

O apt-get procura por pacotes em todos os endereços (chamados de repositórios) listados no arquivo"/etc/apt/sources.list". Este é um simples arquivo de texto, onde os endereços são colocados um porlinha. As linhas iniciadas com "#" são comentários, observações gerais que são ignoradas pelo programa.

No Kurumin ele já vem configurado com os endereços dos repositórios do Debian e mais algunsprogramas disponíveis nos ícones mágicos, mas você pode editar o arquivo manualmente caso queiraincluir algum endereço adicional, ou trocar o endereço de algum repositório que está fora do ar.

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Por exemplo, um dos repositórios usados por padrão no Kurumin é o Marillat, que contém diversospacotes, com codecs que oferecem formatos a diversos formatos de vídeo, programas para ripar CDs eDVDs e assim por diante. Depois que o Debian Sarge (o atual stable) foi lançado, renomearam a pastaonde estão os pacotes do testing de "testing" para "etch" (o nome da nova versão). Isso foi avisado no sitedo projeto, mas naturalmente o apt-get não tinha como adivinhar a mudança sozinho. Como nãoencontrava mais a pasta antiga, passou a dar um erro ao rodar o "apt-get update", avisando do problema:

W: Não foi possível checar a lista de pacotes fonte ftp://ftp.nerim.net testing/main Packages(/var/lib/apt/lists/ftp.nerim.net_debian-marillat_dists_testing_main_binary-i386_Packages) - stat (2 Arquivo ou diretórionão encontrado)

W: Você terá que executar apt-get update para corrigir esses arquivos faltosos

E: Alguns arquivos de índice falharam no download, eles foram ignorados ou os antigos foram usados em seu lugar.

A solução neste caso foi simplesmente abrir o arquivo "/etc/apt/sources.list" e corrigir a linha, mudandode:

deb ftp://ftp.nerim.net/debian-marillat/ testing main

Para:

deb ftp://ftp.nerim.net/debian-marillat/ etch main

No Kurumin o arquivo vem comentado, permitindo que você veja a função de cada linha. O arquivo vaisendo atualizado conforme os endereços mudam ou conforme aparecem novos repositórios. Você podebaixar estas atualizações atualizando os scripts dos ícones mágicos, usando a opção "Ícones Mágicos >Ativar o apt-get > Atualizar scripts dos ícones mágicos".

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Normalmente, você não precisa se dar o trabalho de alterar este arquivo, mas não custa entender melhorcomo ele funciona. Vamos a um resumo rápido dos repositórios usados por padrão no Kurumin 5.1 e afunção de cada um:

# Testingdeb http://ftp.us.debian.org/debian testing main contrib non-free

# Unstabledeb http://ftp.us.debian.org/debian unstable main contrib non-free

Estas duas linhas contém os repositórios padrão do Debian, ao usar o Testing/Unstable. É recomendávelmanter as duas linhas ativas, mesmo que o padrão seja o Testing, pois em muitas situações o Testing ficacom dependências quebradas (pacotes que precisam de outros que ainda não foram atualizados) e o aptresolve o problema automaticamente baixando a partir do Unstable.

Lembre-se de que o Debian é composto de três versões, desenvolvidas simultaneamente. Além do Testinge Unstable, existe a opção de usar o Stable.

Usar o Stable parece uma boa idéia à primeira vista, afinal, tratam-se de pacotes "estáveis". Porém, oStable recebe apenas correções de segurança, os pacotes não são atualizados, fazendo com que fiquemvelhos. Com o tempo, isso começa a causar problemas, já que você passa a querer atualizar algunsprogramas e as novas versões exigem pacotes que só estão disponíveis no Testing. O Stable é uma opçãoapenas se você é adepto da filosofia do "se não está quebrado, não mexa" e realmente não faz questão deinstalar versões recentes dos programas.

Para usar o Stable, você substituiria as linhas acima por estas:

# Stabledeb http://ftp.us.debian.org/debian sarge main contrib non-freedeb http://security.debian.org/ sarge/updates main

A primeira linha contém o repositório principal e a segunda contém atualizações de segurança. Comopode ver, aqui estamos usando o Debian Sarge, que foi lançado em junho de 2005. A próxima versãoestável será o Etch (o atual testing), que está planejado para o final de 2006.

Ao alterar a versão usada por padrão no "/etc/apt/sources.list", você deve alterar também o arquivo"/etc/apt/apt.conf", mudando a primeira linha de:

APT::Default-Release "testing";

Para:

APT::Default-Release "stable";

Isso explica ao apt que ele deve passar a utilizar os pacotes do Stable ao invés do Testing. Não se esqueçade rodar o comando "apt-get update" sempre que fizer alterações nos dois arquivos.

Embora não seja recomendável, você pode manter descomentadas simultaneamente as linhas referentesao Stable e o Testing simultaneamente. Neste caso, o apt-get vai usar por padrão o que estiverconfigurado no arquivo "/etc/apt/apt.conf", mas você fica com os dois repositórios disponíveis e podeinstalar um determinado pacote a partir do outro, usando o parâmetro "-t testing" (ou -t stable), como em:

# apt-get install -t testing abiword

Esta é uma forma de instalar versões recentes dos programas, a partir do Testing ou Unstable, semprecisar mudar o repositório padrão, mas nem sempre é uma boa idéia, já que misturar pacotes das duasversões pode levar a problemas se você não souber o que está fazendo. Muitos programas, como o

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OpenOffice, Firefox, Thunderbird, Java, Skype e outros são relativamente independentes de outrospacotes instalados e quase sempre funcionam, independentemente da versão. Mas, os programas do KDE,Gnome e as bibliotecas base do sistema, possuem uma forte interdependência entre si, fazendo com que,muitas vezes, a única forma de instalar a versão mais recente de um programa simples, como o kedit ou oksplash seja atualizar todo o KDE, como neste exemplo:

Veja que algo aparentemente inocente está prestes a se transformar num desastre de proporções bíblicas.Neste caso, estou usando o stable por padrão, mas estou pedindo para que o apt-get instale a versão maisrecente do kedit a partir do unstable. O kedit precisa das novas versões das bibliotecas do KDE, que porsua vez possuem um conjunto próprio de dependências e conflitos. Para fazer a atualização, o apt-getprecisaria não apenas atualizar todo o KDE e outros pacotes relacionados, mas também remover umconjunto de programas aparentemente inocentes, incluindo o Amarok e o OpenOffice.

Como disse, forçar a instalação de pacotes de outras versões nem sempre é uma boa idéia. Preste atençãonas mensagens do apt-get e aborte em caso de problemas iminentes.

Outra configuração comum é com relação ao mirror do Debian que será usado. Existem vários mirrorsdisponíveis, diferenciados pelo código de país. A linha "deb http://ftp.us.debian.org/debian testing maincontrib non-free", por exemplo, especifica que deve ser usado o mirror dos Estados Unidos(us.debian.org). Para usar o do Brasil, você substitui a sigla por "br", para usar o da Alemanha por "de",para usar o da Inglaterra por "uk" e assim por diante.

Não existe uma regra fixa para qual mirror será mais rápido. Pela lógica, o do Brasil seria sempre maisrápido, mas isso depende muito do horário, de qual operadora você usa, e assim por diante. Em muitos

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casos, o dos EUA ou da Alemanha podem ser mais rápidos. O melhor é testar os três em diferenteshorários e ver qual apresenta melhores resultados. Não se esqueça de rodar o "apt-get update" depois decada alteração.

Outros repositórios, que complementam os repositórios oficiais do Debian (e são usados por padrão noKurumin) são:

# Debian Unofficialdeb http://ftp.debian-unofficial.org/debian sarge main contrib non-free restricted

O Debian Unofficial contém uma grande quantidade de pacotes "não livres", porém importantes, como oJava, Acrobat Reader, Real Player e outros.

deb ftp://ftp.nerim.net/debian-marillat/ sarge main

Como comentei anteriormente, o Marillat contém uma série de pacotes relacionados à multimídia,incluindo o pacote w32codecs (necessário para assistir vídeos .wmf, quicktime e outros formatos), oMplayer, o DVDrip e outros.

deb http://wine.sourceforge.net/apt/ binary/

Este repositório contém as versões mais recentes do Wine, que permite rodar aplicativos do Windows.Em outubro de 2005 ele entrou finalmente em fase beta (depois de quase 12 anos em estágio alpha! :o), oque marcou uma grande mudança na qualidade dos pacotes, que passaram a ser mais estáveis e comatualizações mais previsíveis. Acabaram os tempos em que uma versão funcionava e a seguinte não.

Usando o dpkg

O dpkg complementa o apt-get, permitindo instalar pacotes .deb baixados manualmente. Digamos quevocê tenha baixado, por exemplo, o arquivo "skype_1.2.0.18-1_i386.deb", o pacote com o Skype,disponível no http://skype.com.

Para instalá-lo, você usaria o comando:

# dpkg -i skype_1.2.0.18-1_i386.deb

Lembre-se de usar a tecla <TAB> para completar o nome do arquivo depois de digitar as primeiras letras.

Se você tiver uma pasta com vários pacotes (como o OpenOffice 2.0, por exemplo), pode instalá-los deuma vez usando o comando "dpkg -i *.deb".

Se você receber erros de dependências mas quiser forçar a instalação do pacote (geralmente não é umaboa idéia...), pode usar o comando "dpkg -i --force-all pacote.deb". Neste caso, tome cuidado com versõesantigas, pois este último comando não checa dependências nem conflitos, apenas instala tudo de uma vez,na marra, causando os mais diversos problemas.

Sempre, depois de instalar qualquer pacote usando o dpkg, rode o comando "apt-get -f install" para que oapt-get possa verificar o que foi feito e corrigir qualquer problema que tenha aparecido durante ainstalação. Em casos de pacotes quebrados ou conflitos, o apt-get sempre vai sugerir alguma solução,mesmo que ela seja simplesmente remover o novo pacote.

Pense no dpkg como uma espécie de ajudante do apt-get. Ele faz o trabalho braçal, mas não é bom emresolver problemas. É o apt-get que cuida das situações mais delicadas.

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O ideal é que você instale todos os programas através do apt-get. Apele para a instalação manual depacotes apenas como último recurso, para o caso de programas específicos, que não estejam disponíveisno apt-get.

O cache do apt-get

O apt-get salva uma cópia de todos os pacotes baixados, para uso posterior dentro da pasta"/var/cache/apt/archives/". A lista dos pacotes disponíveis (gerado ao executar o apt-get update) é salvadentro da pasta "/var/lib/apt/lists/".

No Debian, é muito comum fazer backup destas duas pastas de forma a preservar o cache do apt-getdepois de reinstalar o sistema, ou mesmo instalar os pacotes já baixados em outras máquinas. Pense nocaso de alguém que tem banda larga no trabalho, mas acessa via modem em casa, por exemplo.

Por outro lado, o cache tende a ficar grande com o passar do tempo e ocupar muito espaço no HD. Sevocê acessa via banda larga, este pode ser um gasto desnecessário. Existem duas opções para limpar acasa. A primeira, mais contida, é usar a opção:

# apt-get autoclean

Ela remove apenas pacotes antigos ou duplicados, mantendo só as versões mais recentes, que realmentetêm chance de serem usadas. Para realmente eliminar todos os arquivos do cache, use o comando:

# apt-get clean

No caso do Kurumin, existe uma forma mais conveniente de fazer o backup e instalá-lo em outrasmáquinas, que é gerar um CD do Kokar. Você encontra esta opção dentro do "Painel de controle > ÍconesMágicos > Instalar ou gerar o CD do Kokar".

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O Kokar nada mais é do que um arquivo .iso, uma imagem com o conteúdo das duas pastas (junto comoutros arquivos que os scripts dos ícones mágicos baixam para dentro da pasta "/packages/"), que podeser gravada num CD ou DVD (de acordo com o tamanho) e instalada em outros micros.

Uma observação importante é que ao instalar o Kokar ou restaurar o backup do cache em outro micro,você não deve rodar o "apt-get update" até ter terminado de instalar todos os programas desejados a partirdo cache. O motivo é simples: o apt-get sempre instala as versões mais recentes dos programas. Aoinstalar o Kokar, são restaurados os arquivos da pasta "/var/lib/apt/lists/" da forma como estavam na outramáquina, fazendo com que o apt use os pacotes do cache. Ao rodar o apt-get update, você atualiza aslistas, fazendo com que ele volte a baixar os pacotes mais recentes da Internet.

Documentação

Depois de instalar um pacote que você não conheça, muitas vezes você vai ficar se perguntando: "o quefaço agora"? Afinal, a instalação é feita de uma forma quase automática pelo apt-get, muitas vezes ele jácuida também da configuração básica, mas o conhecimento necessário para usar o programa em questãojá depende de você.

Depois de instalar qualquer pacote estranho, a sua primeira parada deve ser a página do desenvolvedor,onde você geralmente encontrará o manual e instruções de uso.

Outra opção é a pasta "/usr/share/doc/", onde cada pacote instala uma cópia da documentaçãodisponível. Por exemplo, ao instalar o pacote raidtools (um conjunto de ferramentas para configurar umsistema Raid via software), é criada a pasta "/usr/share/doc/raidtools/" onde fica disponível o howto, umread-me, um quickstart e alguns exemplos de configuração.

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Caso os arquivos estejam compactados, basta clicar com o botão direito sobre o arquivo e usar a opção"Extrair aqui" do Konqueror.

Aproveite também para fazer uma pesquisa no Google. Como ele indexa vários grupos de discussão egrupos da usenet, você sempre encontrará uma grande quantidade de mensagens com problemas esoluções.

Resolvendo problemas com o apt-get

O apt-get é uma ferramenta desenvolvida para ser usada em servidores e outras aplicações importantes.Isto significa que ele foi desenvolvido para ser o mais confiável possível e nunca realizar nenhumamodificação potencialmente perigosa para o sistema, a menos que autorizado por você.

Quando qualquer coisa inesperada acontece, ele pára e fica esperando sua confirmação antes de fazerqualquer outra coisa.

O problema desta abordagem é que às vezes um defeito em algum pacote ou um download corrompidopode fazer com que o apt fique "travado", sem concluir a instalação de um determinado pacote por causade um erro qualquer e sem aceitar instalar outros antes que o problema inicial seja resolvido.

Este tipo de problema é relativamente raro, mas pode acontecer. Veja um caso particularmente feio queaconteceu certa vez ao tentar atualizar o k3b usando o comando "apt-get install k3b".

Neste caso ele precisou atualizar algumas bibliotecas do KDE antes de atualizar o programa, mas umadelas estava com um defeito bobo que fazia ela tentar substituir duas associações de arquivos do K3B.Isto passaria despercebido se o apt-get não entrasse em pânico:

Descompactando substituto kdelibs-data ...dpkg: erro processando /var/cache/apt/archives/kdelibs-data_4%3a3.1.4-2_all.deb (--unpack):

tentando sobrescrever `/usr/share/mimelnk/application/x-cue.desktop', que também está no pacote k3b

dpkg-deb: subprocesso paste morto por sinal (Broken pipe)Erros foram encontrados durante processamento de:/var/cache/apt/archives/kdelibs-data_4%3a3.1.4-2_all.debE: Sub-process /usr/bin/dpkg returned an error code (1)

A partir daí o apt-get se recusava a instalar qualquer outro pacote, pois sempre tentava terminar ainstalação do pacote "kdelibs-data" o que sempre acabava no mesmo erro.

Como o tal arquivo a ser substituído não tem importância nenhuma, é apenas uma associação de arquivos,a solução foi simplesmente forçar a instalação do pacote kdelibs manualmente, usando a opção do dpkgque ignora erros:

# dpkg -i --force-all /var/cache/apt/archives/kdelibs-data_4%3a3.1.4-2_all.deb

Depois disso, bastou usar o comando "apt-get -f install" que conclui a instalação de todos os pacotespendentes, incluindo a atualização do K3B que era meu objetivo inicial. Lembre-se de que você pode usaro botão do meio para colar a localização do arquivo a partir da mensagem de erro, sem precisar ficardigitando tudo.

Dependendo da situação, você pode remover o pacote com problemas ao invés de forçar sua instalação.Isso é útil em casos de pacotes que realmente estão com problemas mais graves e estão bloqueando ainstalação de outros. Neste caso, use o comando "dpkg -r" , como em:

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# dpkg -r k3b

Basicamente, quando encontrar este tipo de problema você deve:

a) Rodar o "apt-get update" para ter certeza que a lista de pacotes do apt está atualizada.

b) Rode o comando "apt-get -f install" para usar o sistema de resolução de problemas do apt.

c) Caso ele não resolva, experimente usar o "dpkg -i --force-all" para forçar a instalação do pacote comproblemas, como no meu exemplo, ou use o "dpkg -r pacote" caso prefira desistir da instalação.

d) Rode o comando "dpkg --configure -a", que verifica pendências na configuração dos pacotes.

d) Rode novamente o "apt-get -f install". Caso ele não resolva, experimente o "apt-get -f remove", quetem uma função similar à do "-f install", mas dá preferência a remover os pacotes com problemas, aoinvés de tentar corrigir a instalação.

Chaves de autenticação

O GPG é um sistema de encriptação composto de duas chaves, uma chave pública, que é distribuídaabertamente e uma chave privada, que é secreta. A cache privada pode ser utilizada para encriptararquivos, que podem ser desencriptados apenas usando a chave pública. Isto é feito através de um truquematemático: a chave privada é uma espécie de equação extremamente complexa, que embaralha oconteúdo dos arquivos. A chave pública é um antídoto para ela, que permite reverter os dados a seuestado original. Porém, é impossível descobrir o conteúdo da chave privada usando a chave pública e étambém impossível fazê-lo via força bruta.

A partir da versão 0.6, incluída no Debian Etch, o apt-get passou a operar em modo seguro, onde odesenvolvedor usa sua chave GPG privada para assinar seus pacotes e o apt-get usa a chave pública paraverificar se o pacote que está sendo instalado não sofreu modificações.

Este processo extremamente seguro, que visa ter certeza de que o pacote que está sendo instalado na suamáquina é exatamente o mesmo que foi disponibilizado pelo desenvolvedor, eliminando qualquerpossibilidade de alguém de má fé alterar o conteúdo pelo caminho.

Este é um nível se segurança que não possui similar no mundo Windows. Mesmo que alguém consigainvadir o servidor onde os pacotes estão hospedados, ou consiga dar upload de pacotes falsos usando umasenha roubada, não terá como falsificar também a assinatura dos pacotes, fazendo com que você sejaavisado ao tentar instalar e o problema seja detectado instantâneamente.

A desvantagem é que isto tornou o uso do apt um pouco mais complexo, já que agora, além de rodar o"apt-get update", para atualizar a lista dos pacotes, você precisará muitas vezes atualizar também a listacom as chaves públicas, usadas para verificar os pacotes.

Ao atualizar a partir de uma versão antiga do apt-get, no Kurumin 5.1 ou anterior, ou em qualquerdistribuição derivada do Debian que venha com uma versão antiga do apt-get, você passará a recebererros como estes ao rodar o "apt-get update":

W: GPG error: http://ftp.us.debian.org etch Release: Could not execute /usr/bin/gpgv to verify signature (isgnupg installed?)

O primeiro passo é instalar o pacote "gnupg", usado pelo apt-get para fazer a verificação:

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# apt-get install gnupg

Como o sistema de autenticação ainda não está funcionando, ele vai exibir o aviso padrão, pressione "s"para continuar a instalação:

AVISO : Os pacotes a seguir não podem ser autenticados !gnupgInstalar estes pacotes sem verificação [s/N]?

Com o gnupg instalado, falta baixar as chaves públicas, que serão usadas para verificar os pacotes. Cadarepositório listado no arquivo "/etc/apt/sources.list" possui uma chave diferente. Sem instalar asrespectivas chaves, você continuará recebendo erros, como em:

W: GPG error: ftp://ftp.nerim.net etch Release: Couldn't access keyring: Arquivo ou diretório nãoencontrado.

Para baixar a chave para o repositório principal, use o comando abaixo (como root):

# wget http://ftp-master.debian.org/ziyi_key_2006.asc -O - | apt-key add -

Esta chave será atualizada anualmente. Em Janeiro de 2007, 2008, 2009, etc., atualize-a com o mesmocomando, mudando apenas o ano, como em:

# wget http://ftp-master.debian.org/ziyi_key_2007.asc -O - | apt-key add -

Para baixar a chave do repositório Marillat (de onde são instalados o mplayer, o w32codecs e váriosoutros pacotes ligados a multimídia, de uma forma geral), que é usado por padrão no Kurumin e emdiversas outras distribuições, use os comandos:

# gpg --keyserver wwwkeys.eu.pgp.net --recv-keys 1F41B907 # gpg --armor --export 1F41B907 | apt-key add -

Para o Debian Unofficial, também usado por padrão no Kurumin, use:

# gpg --keyserver subkeys.pgp.net --recv-keys 4B2B2B9E # gpg --armor --export 4B2B2B9E | apt-key add -

Concluindo, baixe também a chave para o repositório com as atualizações de segurança do Etch:

# wget http://secure-testing.debian.net/ziyi-2005-7.asc -O - | sudo apt-key add -

Estes comandos para baixar as chaves podem ser encontrados nas páginas iniciais dos respectivosprojetos, ou através do Google. Faça uma pesquisa por "gpg", mais o endereço do repositório dos pacotes,como em "gpg ftp://ftp.nerim.net"

Depois de adicionar todas as chaves, rode novamente o "apt-get update" e os erros desaparecerão.

Se você precisar adicionar endereços extras, cujos pacotes não estejam assinados no "sources.list" equiser desabilitar os avisos do apt-get, adicione a linha "APT::Get::AllowUnauthenticated 1 ;" no arquivo"/etc/apt/apt.conf".

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Usando o Alien

O Alien permite converter pacotes .rpm, que originalmente seriam destinados a outras distribuições, comoo Fedora, Mandriva, etc. Usar pacotes destinados a outras distribuições nem sempre funciona, pois elesforam compilados para trabalhar em outro ambiente, com bibliotecas e componentes diferentes dos queestão realmente instalados no seu micro. Mas, em muitos casos, pode ser a única opção.

Um exemplo clássico é o antigo pacote de drivers 3D para as placas ATI Radeon. Digo antigo, pois nasnovas versões ele adotou um sistema similar ao do VMware, onde existe um instalador genérico, que seencarrega da instalação.

O driver antigo era distribuído apenas em versão .rpm, muito embora pudesse (com algumas adaptações),ser usado em outras distribuições.

O Alien pode se instalado usando o próprio apt-get:

# apt-get install alien

Para converter um pacote, simplesmente use o comando "alien", seguido pelo arquivo, como em:

# alien fglrx_4_3_0-8.10.19-1.i386.rpm

fglrx-4-3-0_8.10.19-2_i386.deb generated

Note que ele gera um arquivo de mesmo nome, mas com a extensão .deb, quepode ser instalado usando o comando "dpkg -i".

Converter pacotes de um formato para outro é bem mais simples do que podeparecer à primeira vista. O principal não é o formato do pacote em si, mas o queexiste dentro dele. Atualmente, está em desenvolvimento um gerenciador depacotes universal, o "smart", que é capaz de converter e instalar automaticamentepacotes de diferentes formatos. Ele pode vir a ser o sucessor do apt-get, urpmi,yum e outros gerenciadores que usamos hoje em dia.

Instalando a partir do código fonte

Os pacotes com código fonte, distribuídos na forma dos famosos pacotes .tar.gz ou .tar.bz2, são o formatomais universal, porém ao mesmo tempo o mais complicado de instalar, que você deixa como um últimorecurso a lançar mão quando não encontrar um pacote atualizado do programa que precisa instalar.

Em primeiro lugar, é necessário ter instalado um conjunto de compiladores, incluindo o gcc e g++, eferramentas como o make, autoconf, diff e patch e bibliotecas, como o binutils-dev, libc6-dev. Este "kitbásico" é instalado ao marcar a categoria "desenvolvimento" (ou development) durante a instalação. Nocaso do Kurumin, use o script "instalar-compiladores".

Uma dica é que todos os pacotes cujo nome termina com "-dev" são justamente bibliotecas dedesenvolvimento, que podem ser necessários ao compilar determinados programas. Quando o instaladorreclama da falta de bibliotecas ou arquivos do X, provavelmente ele está dando falta do pacote "xlibs-dev", quando reclamar da falta de arquivos do KDE, provavelmente está pedindo o pacote "libqt3-dev" eassim por diante. A maior dificuldade em compilar programas complexos está justamente em localizar einstalar o conjunto de bibliotecas de que ele precisa.

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Se os pré-requisitos estiverem em ordem, a compilação em si é feita descompactado o arquivo (usando ocomando "tar -zxvf pacote.tar.gz" ou "tar -jxvf pacote.tar.bz2" ou descompactando pelo próprioKonqueror), acessando a pasta que será criada e rodando três comandos básicos:

$ ./configure$ make# make install

O "./configure" executa um script (dentro da pasta do programa), que verifica o sistema, em busca doscomponentes de que precisa. Ele avisa caso algo esteja faltando, como neste erro que apareceu ao tentarcompilar o Qemu:

ERROR: QEMU requires SDL or Cocoa for graphical outputTo build QEMU with graphical output configure with --disable-gfx-checkNote that this will disable all output from the virtual graphics card.

Neste exemplo, está faltando a biblioteca de desenvolvimento do SDL. Quase sempre, os pacotes quecontém bibliotecas começam com "lib" e os pacotes de desenvolvimento terminam com "-dev".Procurando no http://www.debian.org por um pacote que comece com "lib", termine com "-dev" e tenha"sdl" no meio, você chega ao "libsdl1.2-dev", que é justamente o pacote que estava faltando neste caso :).Em casos onde a solução parecer mais difícil, a melhor opção é fazer uma busca no Google, usando parteda mensagem de erro.

O "make" cuida do trabalho pesado, fazendo a compilação propriamente dita. Ele se baseia nasinformações deixadas pelo configure para encontrar os componentes de que precisa.

Finalmente, temos o "make install", que finalmente instala o programa, copiando os arquivos geradospelo make para as pastas corretas do sistema. Ao contrário dos dois primeiros comandos, ele precisa serexecutado como root, já que envolve fazer alterações no sistema.

Apesar destes três comandos serem um padrão adotado na maioria dos pacotes, eles não sãonecessariamente uma regra. Muitos programas usam sistemas simplificados de instalação ou mesmoscripts próprios, por isso é sempre bom dar uma olhada no arquivo "INSTALL" ou "README" dentro dapasta, que explica os passos necessários.

Em geral, os programas instalados a partir dos fontes não criam os ícones no menu. Você precisa chamaro programa via linha de comando ou criar os ícones manualmente.

Uma dica com relação às dependências e bibliotecas é usar o auto-apt, um programa que verifica asmensagens de erro geradas durante a compilação e procura instalar via apt-get os componentesnecessários para concluir a compilação. Ele não é perfeito: muitas vezes se perde ou tenta instalar pacotesdesnecessários, mas realmente ajuda em muitos casos. Você pode instalá-lo via apt-get:

# apt-get install auto-apt

Depois de instalado, execute (nesta ordem) os comandos "auto-apt update", "auto-apt updatedb" e"auto-apt update-local", que geram a base de dados que ele usa para fazer seu trabalho.

Depois de tudo pronto, você passa a executar os comandos de compilação dos pacotes através dele,usando o comando "auto-apt run" seguido pelo comando, como em:

# auto-apt run ./configure# auto-apt run make

Programas com instalador

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Como comentei, muitos programas usam instaladores próprios e são desenvolvidos de forma afuncionarem sem modificações em várias distribuições. Alguns exemplos são o Java, RealPlayer, AcrobatReader, os drivers 3D da nVidia e ATI, versões antigas do OpenOffice (anteriores ao 2.0), versões doFirefox e Thunderbird baixadas do mozilla.org ou mozilla.org.br e muitos jogos (como o Quake 3,Unreal, Medal of Honour e outros), que utilizam um instalador gráfico desenvolvido pela saudosa Loki.

Estes programas quase sempre usam a extensão ".sh" e são fáceis de instalar, já que basta executar oarquivo num terminal para iniciar a instalação.

Ao baixar o arquivo, ele sempre virá com a permissão de execução desmarcada, uma medida desegurança para prevenir acidentes com possíveis arquivos infectados com vírus e trojans. Apesar deparecer perda de tempo, esta é uma das medidas que mais contribui para a segurança geral do sistemanum desktop, pois você não corre o risco de executar um arquivo simplesmente por clicar por acidentenum link no navegador ou no leitor de e-mails: precisa realmente salvá-lo no HD, marcar a permissão deexecução e finalmente executá-lo. Um vírus que se propagasse via e-mail encontraria um terreno muitomenos fértil no Linux; ele teria que vir com manual de instruções ;).

Para ativar a permissão de execução, use o comando "chmod +x", como em:

$ chmod +x mohaa-lnx-1.11-beta3.run

Muitos instaladores podem ser executados diretamente com seu login de usuário, desde que você instale oprograma numa pasta dentro do seu home. Outros realmente precisam ser executados como root.

Você pode executar o programa diretamente pelo Konqueror, clicando sobre ele (lembre-se de que vocêpode abrir o Konqueror como root usando o comando "sudo konqueror" ou ainda "kdesu konqueror"); oupelo terminal, usando o "./", como em:

# ./mohaa-lnx-1.11-beta3.run

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No caso dos games, o instalador pede os CDs de instalação do Windows, da ondecopia os arquivos necessários (mapas, sons, etc.). Mas, depois de instalado, ogame roda realmente como um aplicativo nativo.

No caso de games compostos por vários CDs, você por usar os comandos"umount /mnt/cdrom" e "mount /mnt/cdrom" para trocar o CD durante ainstalação. A dica neste caso é que você não pode estar dentro da pasta"/mnt/cdrom" ao tentar desmontar o CD, caso contrário o sistema percebe que odiretório está em uso e retorna um erro. Dê os comandos a partir de outro diretórioqualquer e você consegue desmontar normalmente.

Além das páginas dos respectivos desenvolvedores, você pode baixar osinstaladores (e demos) for Linux de muitos dos games portados no:http://darkstar.ist.utl.pt/pub/games/.

Outras ferramentas de instalação

O apt-get é atualmente quase que uma ferramenta universal. Além de ser usadonas muitas distribuições derivadas do Debian (incluindo o Ubuntu), ele foi portadopara distribuições derivadas do Red Hat pela Equipe da Conectiva. Embora aindanão seja a opção padrão, ele pode ser instalado no Mandriva, Fedora e em outrasdistribuições.

Mas, além do apt-get em si, existem outras ferramentas de instalação, particularesde cada distribuição.

No Mandriva é usando o "rpmdrake", um utilitário gráfico (disponível dentro doMandriva Control Center) que permite instalar, remover e atualizar programas.Também é possível instalar programas via linha de comando usando os comandos"urpmi programa" (para instalar) e "urpme programa" (para remover). Porpadrão, o urpmi simplesmente instala os pacotes a partir dos CDs de instalação,mas é possível adicionar fontes adicionais, como no apt-get. Um site que ajudanesta tarefa é o: http://easyurpmi.zarb.org/.

No Fedora é usado o "yum", que funciona de forma bem similar ao apt-get,baixando os pacotes da Internet, junto com as dependências. Use o comando "yuminstall pacote" para instalar novos programas e "yum remove pacote" pararemover. Existe ainda o comando "yum update" que atualiza de uma vez todos ospacotes do sistema, de forma similar ao "apt-get upgrade". No yum não existenecessidade de baixar uma lista de pacotes, como no "apt-get update", pois ele fazisso automaticamente no início de cada operação.

Assim como no urpmi, é possível adicionar repositórios extras, adicionando-os noarquivo "/etc/yum.conf".

Programas de escritório

Ao longo dos anos, o MS Office conquistou uma espécie de hegemonia dentro daplataforma Windows, como a suíte de escritório mais usada. Grande parte disto se

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deve ao formato de arquivos usado. A partir do momento em que a maioria começaa usar o Office e começa a lhe mandar documentos criados nele, gostando ou nãovocê acaba sendo obrigado a também ter o Office instalado para conseguir abri-los.

Ter uma boa suíte de escritório, que ofereça bons recursos e compatibilidade comos arquivos do Office e ter um bom navegador são pré-requisitos para qualquersistema operacional ter condições de competir com o Windows. Felizmente, játemos no Linux programas tecnicamente superiores tanto ao Office quanto aoInternet Explorer: o OpenOffice e o Firefox, que inclusive rodam nas duasplataformas.

OpenOffice

O OpenOffice dispensa apresentações. Ele é a segunda suíte de escritório maisusada no mundo, atrás apenas do MS Office, disponível tanto em versão Linux,quanto Windows.

O OpenOffice possui algumas vantagens importantes sobre o MS Office, como ofato de ser compatível com mais formatos de arquivos, ser capaz de salvardocumentos em PDF nativamente (Arquivo > Exportar como PDF) e salvar osdocumentos num formato aberto, gerando arquivos muito mais enxutos eportáveis. Isso é muito importante para empresas e governos e mesmo para muitosque armazenam grandes quantidades de textos e outros documentos importantes.Usando o formato do OpenOffice você tem certeza que poderá abrir estesdocumentos daqui a 10, 20 ou 30 anos. No caso do MS Office, não existe estagarantia pois você fica amarrado a um fornecedor específico que controla oformato, no caso a Microsoft.

Os arquivos gerados pelo OpenOffice são na verdade arquivos compactados,contendo arquivos separados para o texto, layout e imagens e outros objetosincluídos. As imagens são mantidas em seu formato original (sem perda, ouqualquer tipo de alteração) e o texto é salvo na forma de um arquivo .xml,razoavelmente legível, bem diferente da sopa de bytes gerada pelo concorrente.Examine você mesmo, descompactando um documento qualquer, como se fosseum arquivo zip. Via linha de comando você pode usar o comando "unzip", como em"unzip 1-Intro.sxw":

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O fato do formato ser legível, organizado e aberto (o que permite que outrosprogramas incluam suporte, filtros de conversão e outros tipos de ferramentas quepermitam lidar com os arquivos), não existe nenhuma possibilidade real de você terdocumentos corrompidos, "irrecuperáveis" como acontece no MS Office. Mesmo queuma tragédia acontecesse, ainda seria possível abrir o arquivo e arrumá-lomanualmente, corrigindo ou removendo a parte danificada usando um editor detextos.

O OpenOffice é composto pelo Writer, Calc, Draw, Impress e Math, que sãorespectivamente o editor de texto, planilha, programa de desenho vetorial, geradorde apresentações e editor de equações. Naturalmente, o Writer e o Calc são osmais conhecidos e usados, mas o Draw e o Impress também surpreendem pelosrecursos.

O OpenOffice 2.0 trouxe um novo componente, o Base, um gerenciador de bancode dados que oferece recursos similares aos do MS Access, além de muitasmelhorias na interface, novas funções dentro dos demais aplicativos e um melhorsuporte aos documentos do MS Office. Apesar do tamanho do pacote teraumentado, o desempenho melhorou em relação ao OpenOffice 1.1.3 e anteriores,sobretudo o tempo de abertura. Mesmo que você já utilize uma versão anterior doOpenOffice, é interessante procurar migrar para a nova versão, devido a todas asmelhorias.

Você pode baixar o OpenOffice no http://www.openoffice.org.br mas, na maioriados casos, a melhor opção é simplesmente instalar a versão mais recente da suadistribuição favorita e usar a versão incluída. O Kurumin, por exemplo, passou a vircom o OpenOffice 2.0 a partir da versão 5.1, usada para escrever este livro.

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Existem algumas dicas com relação ao desempenho do OpenOffice (comodesabilitar o Java e aumentar o tamanho dos caches) e dicas para melhorar aqualidade do corretor ortográfico, que veremos a seguir.

Enquanto escrevo, os manuais do OpenOffice 2.0 ainda não foram traduzidos parao português. Você pode acompanhar o trabalho de tradução nohttp://www.openoffice.org.br/, ou ler os documentos originais, em inglês no http://documentation.openoffice.org/manuals/index.html.

Outro site com várias dicas é o http://www.tutorialsforopenoffice.org/.

Configurando o OpenOffice

O OpenOffice é um dos aplicativos mais complexos que temos no Linux, com maislinhas de código que o próprio Kernel e um sem número de componentes ebibliotecas diferentes. Ele também inclui suporte a diversas línguas e ao Java, o quetorna o conjunto ainda mais complexo :).

É possível obter o OpenOffice a partir de dois lugares. Nohttp://www.openoffice.org/, você pode baixar o pacote oficial da Sun,disponibilizado em várias línguas (que é o pacote que vem pré-instalado na maioriadas distribuições), enquanto no http://www.openoffice.org.br/ você encontra opacote localizado para o Brasil, mantido pela equipe responsável pela tradução parao Português do Brasil, ainda na época do StarOffice.

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Na pasta de downloads do site, você encontra três pacotes:

OOo_2.0_Win32Intel_install.exe: O pacote com o instalador for Windows.

OOo_2.0_LinuxIntel_install_debs.tar.gz: O pacote compactado, contendo oOpenOffice empacotado na forma de pacotes .deb.

OOo_2.0_LinuxIntel_install_rpms.tar.gz: Tem o mesmo conteúdo, masempacotados na forma de pacotes RPM.

Pela lógica, se você usasse o Ubuntu, Kurumin, ou qualquer outra distribuiçãoderivada do Debian, você baixaria os pacotes contendo os pacotes .deb. Mas, istonem sempre é uma boa idéia, pois este pacote é gerado para trabalhar no Debianunstable e tem um grande número de dependências, que impedem que sejainstalado em muitas distribuições.

Ao invés disso, a instalação é mais simples se você baixar o pacote com os pacotesRPM e convertê-los usando o alien. Para isso, comece instalando o alien pelo apt-get, como em:

# apt-get install alien

Descompacte o pacote e, dentro da pasta contendo os pacotes .rpm, rode ocomando que faz a conversão:

# alien *.rpm

Isso vai gerar um conjunto de pacotes com o mesmo nome, porém com a extensão.deb. Você pode em seguida instalá-los usando o comando:

# dpkg -i *.deb

Na pasta "desktop-integration" você encontra pacotes contendo os ícones do menuiniciar para várias distribuições. Lembre-se de que você deve instalar apenas umdeles. O arquivo com os pacotes .deb contém o pacote "openoffice.org-debian-menus", com os ícones para as distribuições derivadas do Debian.

Na verdade, esta parte da instalação não é necessária na grande maioria dos casos,pois o OpenOffice já vem pré-instalado na maioria das distribuições. O próximopasso é o corretor ortográfico, uma peça essencial se você realmente usa oOpenOffice no dia-a-dia.

O OpenOffice 2.0 é por padrão instalado dentro da pasta "/opt/openoffice.org2.0/".Em algumas distribuições, que incluem pacotes próprios, a pasta de instalação podeser a "/usr/lib/openoffice2/" ou mesmo "/usr/share/openoffice/", mas este é umdaqueles casos em que a ordem não altera o resultado.

Dentro da pasta de instalação, acesse o diretório "share/dict/ooo/", que é onde vãoos dicionários da correção ortográfica. O corretor completo é composto por trêscomponentes, o corretor propriamente dito, o hifenizador (que entende a divisãodas sílabas) e o dicionário de sinônimos (thesaurus), que inclui uma longa lista comvariações de palavras, que complementa o dicionário principal.

O pacote do OpenOffice da Sun vem apenas com um deles (o corretor). O pacotedo OpenOffice.org.br vinha com os três na época do 1.1.3, mas estranhamente

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passou a vir apenas com apenas o corretor na versão 2.0, resultando numacorreção ortográfica bastante pobre.

Você pode verificar o status do seu, em "Ferramentas > Opções > Configurações deIdioma > Recursos de Correção Ortográfica". Se apenas o "OpenOffice.org MySpellSpellChecker" estiver disponível, (como neste screenshot do OpenOffice incluído noUbuntu 5.10), significa que apenas o corretor está instalado.

Mas, não existe motivo para pânico :). Você pode baixar o restante doscomponentes aqui:

http://guiadohardware.net/kurumin/download/dics-oo2-kurumin.tar.gz

Como o nome sugere, este é o arquivo com os dicionários que reuni para uso noKurumin, mas que naturalmente pode ser usado em qualquer distribuição. Parainstalar, descompacte o arquivo e copie seu conteúdo para dentro da pasta"share/dict/ooo/", dentro do diretório de instalação do OpenOffice, substituindoos arquivos existentes.

Se você escreve textos técnicos, pode baixar também o meu dicionário pessoal,que contém uma lista enorme de termos técnicos, que ao ser instalado faz ocorretor deixar de marcar os termos como palavras incorretas. Salve o arquivo na

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pasta "share/wordbook/pt-BR/" dentro da pasta de instalação do OpenOffice.Desculpe pelo link longo ;).

http://www.guiadohardware.net/kurumin/skel/.openoffice.org2/user/wordbook/kurumin.dic

Depois de salvar os arquivos, feche todas as janelas do OpenOffice e abra-onovamente. Isso fará com que ele encontre os novos arquivos e ofereça a opção deusá-los. Volte ao "Ferramentas > Opções > Configurações de Idioma > Recursos deCorreção Ortográfica" e você verá que apareceram mais duas opções no campo"Módulos de Idiomas Disponíveis" e o dicionário "kurumin" no campo "DicionáriosDefinidos pelo Usuário". Marque todas as opções e você ficará com o corretorcompleto.

No campo "opções" marque a opção "Verificar em todos os idiomas". O pacote dosdicionários que disponibilizei contém também os arquivos do corretor em inglês(en_US), de forma que ao ativar esta opção o corretor passará a entender tambémpalavras em inglês (simultaneamente com as em português) o que acaba sendobastante útil, já que é muito comum usarmos termos e palavras do inglês no dia-a-dia.

Isso evita que você tenha que baixar e instalar todo o pacote do Openoffice.org.brsó porque os corretores não vieram em ordem. O próximo passo é dar uma olhadageral nas configurações, para reduzir o tempo de carregamento e uso de memória.

É quase que um consenso que o OpenOffice é pesado e que demora pra abrir. Masgrande parte do "peso" é devido à configuração padrão, que está longe de serotimizada. A maior parte das configurações é definida durante a compilação e porisso não podem ser alteradas facilmente, mas existem duas configurações simplesque podem ser modificadas rapidamente pelo "Ferramentas > Opções" e geramresultados interessantes.

A primeira é desativar o Java na opção "OpenOffice.org > Java > Usar um JRE". Naverdade, o Java foi integrado artificialmente ao OpenOffice, como uma tentativa daSun de integrar os dois produtos, fazendo com que a popularidade do OpenOfficeimpulsionasse também o uso do Java de uma forma geral. O Java é usado apenas

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em macros, algumas funções dentro do Base (o banco de dados incluído noOpenOffice 2.0) e os assistentes para criação de documentos.

Desativar o Java reduz o tempo de carregamento do OpenOffice quase pela metadee de quebra diminui o uso de memória em quase 30 MB. Você tem a opção dereativar o Java ao tentar usar qualquer opção que realmente precise dele, de formaque você pode desativá-lo com segurança.

Um dos motivos do OpenOffice demorar mais para abrir e salvar documentos doque o MS Office é o fato de ele salvar todas as imagens e o próprio texto eformatação do documento num formato compactado, que resulta em arquivosbrutalmente menores que os do Office, mas que exigem muito mais processamentopara serem criados e abertos.

Uma forma de reduzir o tempo de carregamento é aumentar o tamanho do cachegráfico, na opção "OpenOffice.org > Memória > Cache Gráfico". Usar um cachemaior faz com que o OpenOffice consuma mais memória RAM, mas fiqueperceptivelmente mais rápido. Se você tem um micro com 512 MB, vai ter bonsresultados reservando de 80 a 150 MB dentro da opção "Utilização para oOpenOffice.org". Se, por outro lado, você tem um micro com 256 MB ou menos, vaiter melhores resultados usando um cache menor, de 20 a 40 MB. Ajuste também aopção "Memória por Objeto", que deve ser proporcional ao tamanho total do cache.Ao usar um cache maior, aumente o valor e, ao usar um cache menor, reduza-o.

Desativando o Java, aumentando o tamanho dos caches e fuçando um pouco maisnas configurações é possível fazer o OpenOffice carregar em cerca 7 segundos numSempron 2800 com 512 MB (primeiro carregamento, sem preloading) e em poucomais de 3 segundos a partir do segundo carregamento (quando ele já estáarmazenado no cache de disco) e consumindo bem menos memória RAM que decostume.

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Koffice

O OpenOffice é o líder disparado em número de usuários e (de uma forma geral)também em recursos. Mas, isso não significa que não existam alternativas. OKoffice é a suíte office do KDE, composta de 11 aplicativos. Eles oferecem avantagem de serem mais leves que o OpenOffice e possuírem menos funções, oque os torna mais fáceis de usar para muitos.

Inicialmente, os aplicativos do Koffice utilizavam um formato de arquivos próprio,com um fraco suporte a documentos criados no MS Office ou OpenOffice. Issocriava um sério problema de interoperabilidade, pois você tinha que salvar umtexto em .rtf ou no formato do Word 6 para conseguir abri-lo em outro lugar.

A partir da versão 1.4, os aplicativos do Koffice passaram a utilizar o formatoOASIS, o mesmo usado pelo OpenOffice 2.0. Isso tornou as duas suítes muito maiscompatíveis entre si. Os filtros para arquivos do Microsoft Office também receberammelhorias, o que tornou o Koffice uma alternativa mais promissora.

Em resumo, os pontos fortes do Koffice, de uma forma geral, são a leveza (quandousado em conjunto com o KDE), facilidade de uso e a boa integração entre osaplicativos. Os negativos são a falta de muitos recursos avançados e acompatibilidade com arquivos gerados no MS Office e no OpenOffice, que apesardas melhorias das últimas versões ainda está longe de ser perfeita.

Os aplicativos que compõe o Koffice (na versão 1.4.2) são:

Kword, Kspread e Kpresenter: Estes são os três aplicativos base,respectivamente o editor, planilha e gerador de apresentações, correspondentes aoWord, Excel e Power Point do Office.

Kivio e Kchart: Estes dois adicionam funcionalidades aos aplicativos principais. OKivio é um gerador de fluxogramas (similar ao Visio), enquanto o Kchart permitegerar gráficos e diagramas. Apesar de você poder usá-los de forma autônoma, osfluxogramas e gráficos gerados por eles podem ser integrados aos documentos doKword, Kspread e Kpresenter. Complementando a dupla, temos também oKformula, que permite gerar fórmulas matemáticas para uso nos documentos.

Karbon: O Karbon é um programa de desenho vetorial, com uma interface quelembra um pouco a do Corel Draw. Apesar de trabalhar por padrão com um formatopróprio, ele é compatível com o formato SVG, de forma que é possível editararquivos criados no Inkscape e outros programas. O Karbon também é capaz deimportar os arquivos gerados no Kivio e Kchart, permitindo que você aplique efeitose faça retoques em geral.

Kugar: É um gerador de relatórios. Ao contrário dos outros programas da suíte, eleé desnecessariamente complicado de usar e pouco intuitivo. Um dos problemasfundamentais é que ele não é capaz de importar dados de outros aplicativos, énecessário criar manualmente um arquivo XML com as informações e criar o layoutdo relatório separadamente, usando o comando "kudesigner" (quem inventou estenome definitivamente não era brasileiro ;). No final você usa o Kugar para carregaros dois arquivos e, finalmente, ter seu relatório. Essa burocracia toda me faz darrazão para as pessoas que preferem usar papel e caneta :-/.

Kplato: É um gerenciador de projetos, onde você pode incluir vários objetivos outarefas, pessoas encarregadas de executá-las, além de objetivos ou prazos. Elepode ser usado em diversas áreas, de construções a desenvolvimento de projetos.

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Ele é um dos componentes mais novos da suíte, e vem passando por grandesmudanças a cada versão.

Kexi: Um gerenciador de banco de dados (como o Base do OpenOffice ou o MSAccess), mas ainda em estágio inicial de desenvolvimento. Ele pode trabalhar comuma base de dados local, ou acessar um servidor MySQL ou Postgree. Paratrabalhos sérios, é mais aconselhável usar o OpenOffice Base, incluído a partir doOpenOffice 2.

Krita: Este é provavelmente um dos componentes mais promissores do pacote. Eleé um editor de imagens, similar ao Gimp e ao Photoshop em diversos aspectos,mas surpreendentemente poderoso e fácil de usar.

Koffice-i18n-ptbr: Este pacote contém a tradução para o português do Brasil paratodos os programas. É necessário instalá-lo para ter suporte à nossa língua, mesmoque você pretenda instalar apenas um dos componentes.

Todos estes pacotes podem ser instalados diretamente via apt-get, como em "apt-get install kword kspread kpresenter krita koffice-i18n-ptbr". Você encontra a suítecompleta disponível a partir do Debian Sid (o atual testing). Todos os aplicativos doKoffice compartilham do corretor ortográfico padrão do KDE, configurado no Centrode Controle.

Abiword

Depois do OpenOffice, o Abiword é provavelmente o melhor substituto para o Word.Ele possui um conjunto equilibrado de recursos e uma interface bem similar à doWord, o que o torna familiar para quem vem do Windows.

O Abiword possui dois pontos fortes: ele é leve e independente as bibliotecas doKDE e do Gnome, o que faz com que rode rápido mesmo em micros antigos, ou aousar outras interfaces gráficas, e ele possui uma boa compatibilidade com osarquivos do Word, que rivaliza em qualidade com os filtros do OpenOffice e estãobem à frente dos filtros do Kword. O Abiword possui também uma versão Windows(além de versões para o Mac OS e diversos outros sistemas), que pode ser baixadano: http://www.abisource.com/.

Assim como o Kword, o Abiword é capaz de abrir documentos gerados noOpenOffice, mas a compatibilidade está longe de ser perfeita. Pelo contrário, existeum melhor suporte aos documentos do MS Office (um formato obscuro ecomplicado) do que ao formato aberto usado pelo OpenOffice, um paradoxo.

Ao instalar o Abiword via apt-get, instale também os pacotes "abiword-plugins"(que inclui a maior parte dos filtros de conversão de documentos) e o "aspell-pt-br", que inclui o corretor ortográfico.

Gnumeric

O Gnumeric faz par com o Abiword, oferecendo uma opção leve (porém poderosa)de planilha. Ele surpreende pela quantidade de recursos e pela boa compatibilidadecom os arquivos gerados no Excel. Segundo muitos, o Gnumeric supera o

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OpenOffice Calc em vários aspectos. Ao instalá-lo via apt-get, instale também opacote "gnumeric-plugins-extra".

Scribus

O Scribus é um programa de editoração eletrônica bastante maduro, similar emmuitos aspectos ao Page Maker. Um programa de editoração é bem diferente deum editor de textos, pois é mais voltado para a produção do layout da página,oferecendo uma precisão muito maior. Você usa um editor de textos como Abiwordpara escrever um livro, mas usa um programa de editoração quando precisa fazer olayout de uma revista, ou a própria capa do livro :).

Os pontos fortes do Scribus são a facilidade de uso (comparado com outrosprogramas da área) e o excelente suporte a exportação de arquivos em PDF, umponto em que o Scribus é realmente bem superior a outros programas. Ele incluisuporte a vários recursos incluídos nas últimas versões do formato, como apossibilidade de criar PDFs "inteligentes", com a inclusão de java scripts, quepermitem incluir botões, formulários e outras funções.

O Scribus foi o primeiro programa a oferecer suporte ao formato PDF/X-3 (umpadrão ISO, aberto, para gerar arquivos PDF de alta qualidade, destinados àimpressão), antes mesmo das ferramentas da Adobe. Ele também suporta CMYK (aconversão é feita automaticamente ao gerar arquivos PDF) e possui muitasferramentas de desenho, incluindo o suporte a arquivos em SVG (um padrão paradesenhos vetoriais), que podem ser incluídos diretamente no documento e

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modificados dentro do próprio Scribus, sem necessidade de ficar importando eexportando.

Ele pode também ser expandido através de plugins, escritos em C++, ou scripts,escritos em Python. Veja mais detalhes aqui: http://docs.scribus.net/index.php?&page=plugin_howto. Você pode encontrar vários tutoriais sobre o uso do Scribusno http://docs.scribus.net/.

Assim como o OpenOffice, o Scribus utiliza um formato de arquivo aberto ebastante limpo, baseado em arquivos XML. Isto surpreende, pois os arquivosgerados pelo PageMaker, Quark e outros programas da área são extremamentecomplexos e ilegíveis, praticamente impossíveis de recuperar quando algo dáerrado. No caso do Scribus, é muito mais raro perder trabalhos por causa dearquivos corrompidos e, mesmo nestes raros casos, existe sempre a possibilidadede abrir o arquivo num editor de textos e remover a parte danificada.

Por ser um programa bastante popular atualmente, o Scribus é bem simples deinstalar na maioria das distribuições, basta instalar o pacote "scribus" usando o apt-get, urpmi ou yum. Caso ele esteja aparecendo em inglês, experimente chamá-lovia linha de comando, usando o comando "scribus --lang br".

O Scribus se beneficia dos avanços feitos pelo Linux em outras áreas, como nosuporte a fontes truetype, as brutais melhorias no sistema de impressão, asmelhorias nas bibliotecas gráficas e assim por diante. É a combinação de tudo issoque tem possibilitado o aparecimento de tantos programas profissionais para aplataforma, que realmente podem ser utilizados em ambientes de produção.

Imagem e desenho

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O Gimp é o programa de edição de imagens for Linux mais conhecido, mas ele nãoé mais o único. Atualmente temos também programas como o Krita e oKolourpaint, que também são editores de imagens, além do Inkscape, Sodipodi eKarbon, que são editores vetoriais. O Blender e o Blender e o PovRaycomplementam as duas turmas, oferecendo opções para modelagem em 3D. Temosainda o Tuxpaint, que é um programa de desenho infantil, muito bonito e bemfeito.

Gimp

O Gimp é sem sombra de dúvida o editor de imagens for Linux mais completo emaduro disponível atualmente. Mesmo se comparado aos programas do Windows, oGimp leva vantagem sobre a grande maioria; apenas o próprio Photoshop concorrediretamente com ele em recursos. Uma das funções mais interessantes são osscripts disponíveis em "Extras > Script-Fu", que permitem criar logotipos e efeitosdiversos de forma muito simples, como este, criado usando a função "Logos >Brilhante".

A maior dificuldade tem a ver mais com a disposição das funções e a interface emgeral. Embora o Gimp seja muito similar ao Photoshop em recursos, a interface éorganizada de forma diferente e muitos efeitos são obtidos através do uso de duasou mais ferramentas. O Gimp também não é um programa especialmente fácil deusar para quem não tem uma boa noção sobre o uso de programas gráficos. Oprograma exige uma certa curva de aprendizado.

O Gimp pode ser encontrado em praticamente todas as distribuições. Se ele nãovier instalado por padrão, você pode instalá-lo usando o apt-get, yum ou urpmi,chamando diretamente pelo nome, como em "apt-get install gimp", "urpmi gimp"ou "yum gimp".

Existem diversos sites em Português com dicas sobre o Gimp, dois dos maisconhecidos são o http://www.ogimp.com.br/ e o http://www.gimp.com.br/. Você

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também vai encontrar uma grande quantidade de tutoriais e exemplos no siteoficial: http://www.gimp.org/docs/.

Se você estiver à procura de um programa mais simples, mais no estilo "paint",pode experimentar o Kolourpaint, que faz parte KDE e também está disponível viaapt-get, ou mesmo o Krita, que vimos no tópico sobre o Koffice.

O Tuxpaint é um misto entre editor de imagens e programa educativo. Ele é umprograma de desenho para crianças (de todas as idades), que conta com váriosefeitos sonoros e animações, que tornam o programa muito colorido e atraente.Você pode baixá-lo via apt-get (apt-get install tuxpaint) ou ver mais detalhes no:http://www.newbreedsoftware.com/tuxpaint/.

Inkscape

O Inkscape é um programa de desenho vetorial, similar em muitos aspectos aoCorel e ao Illustrator. O principal atrativo do Inkscape é que, apesar do programaconter muitas funções e ser bastante poderoso, a interface e as funções são bemsimples de usar, com as ferramentas fazendo o que são projetadas para fazer, semesquisitices.

Ele utiliza por padrão o formato SVG, uma espécie de padrão entre os programasvetoriais. Você pode abrir os arquivos criados no Inkscape diretamente noIllustrator, ou importá-las no Corel. Eles também oferecem a opção de exportar emSVG, de forma que existe um bom nível de intercompatibilidade.

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Clicando em "Ajuda > Tutoriais" você tem acesso aos arquivos de ajuda doInkscape, que são documentos editáveis, em SVG. Esta é uma idéia beminteressante, pois todos os campos e exemplos podem ser editados através dopróprio Inkscape, permitindo que você realmente coloque a mão na massaenquanto está lendo, editando os exemplos e testando as funções.

Se os arquivos não estiverem disponíveis, simplesmente reinstale o Inkscape. Vocêpode fazer isso via apt-get usando o comando "apt-get install --reinstall inkscape".

Você pode encontrar uma quantidade muito grande de cliparts e desenhos editáveise de livre distribuição (a maior parte em SVG), bem úteis para treinar e usar nodia-a-dia no: http://www.openclipart.org/.

O Inkscape surgiu em 2003 como uma derivação do Sodipodi. Desde então os doisprogramas têm sido desenvolvidos de forma mais ou menos separada, mas a maiorparte das funções são muito similares em ambos. A principal diferença é que oInkscape utiliza uma interface "estilo corel", com as barras de ferramentas incluídasna janela principal, enquanto o Sodipodi é baseado em menus flutuantes. OSodipodi também pode ser instalado via apt-get: "apt-get install sodipodi".

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Blender

Originalmente, o Blender utilizava uma licença mista, com algumas partes doprograma cobertas pela GPL, enquanto a maior parte era proprietária. Apesar disso,o Blender era gratuito, tanto na versão Linux quanto na versão Windows.

Porém, a empresa que desenvolvia o Blender passou pro problemas financeiros eacabou sendo comprada. Acontece que os compradores estavam mais interessadosna propriedade intelectual e no quadro de funcionários e demonstraram poucointeresse em continuar o desenvolvimento do Blender.

O Blender já tinha então muitos fãs. Um grupo se uniu e propôs a compra dosdireitos sobre o Blender por 100.000 euros. A proposta foi aceita e o dinheiro foiarrecadado através de uma campanha feita via Web. O resultado é que depois deresolvida toda a papelada, o Blender passou a ser licenciado integralmente sob aGPL e a ser desenvolvido num ritmo muito rápido.

A página oficial é a http://www.blender.org, onde você encontra uma grandequantidade de tutoriais e trabalhos desenvolvidos nele. Existe também uma páginaem português no http://blender.com.br.

A instalação via apt-get é bem simples, basta usar o comando "apt-get installblender".

Outra opção é o PovRay é um programa profissional de modelagem em 3D,concorrente do Blender. Além da versão for Linux, existem ports para o Windows eOSX. Na página oficial você pode encontrar uma grande quantidade dedocumentação e vários projetos de exemplo: http://www.povray.org.

Ao instalar via apt-get, baixe também o kpovmodeler, que é uma interface paraele. O comando fica: "apt-get install povray kpovmodeler".

Ksnapshot

No Windows, a forma mais comum de tirar um screenshot é apertar a tela printscreen, colar a imagem em algum programa de edição de imagem e finalmentesalvá-la num arquivo. No KDE, você pode fazer isso de uma forma muito maissimples usando o Ksnapshot.

O Ksnapshot é um programa extremamente prático. Ao chamá-lo, eleautomaticamente tira um screenshot da tela atual. Você pode salvar estescreenshot diretamente, basta escolher um nome de arquivo. O melhor de tudo éque ele salva as imagens já em .png (compactadas de uma forma extremamenteeficiente, mas sem perda de qualidade), com a opção de gerar imagens em .gif,.jpg ou outros formatos. Você pode criar um atalho de teclado no Painel de Controledo KDE, de forma que ele seja executado ao pressionar a tecla print screen.

Além de tirar screenshots da tela inteira, ele permite também tirar screenshots dejanelas. Para isso, basta marcar a opção "Janela sob o cursor". Você podeestabelecer também um tempo de espera, 5 segundos, por exemplo, dando tempode chegar até algum menu ou opção. Existe também uma função para imprimirdiretamente o screenshot.

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Não é preciso dizer que ele é uma ferramenta extremamente prática para quemdeseja desenvolver apostilas e tutoriais. Você pode tirar rapidamente uma grandequantidade de screenshots mostrando todos os menus de um determinadoprograma e já salvá-los num formato compactado, pronto para o uso.

Junto com o OpenOffice, o Ksnapshot é um dos programas que mais estouutilizando no desenvolvimento deste livro, por isso não poderia deixar de indicá-loaqui :).

Navegadores

O Navegador é provavelmente a ferramenta mais importante hoje em dia, umrecurso básico que damos como garantido em qualquer sistema que se preze.Existem três grandes navegadores disponíveis no Linux: o Firefox, Konqueror eOpera, seguidos por projetos menores, de navegadores especializados, como oEpiphany (um navegador baseado no Firefox, que usa as bibliotecas do Gnome) eaté navegadores leves, destinados a micros antigos e dispositivos embarcados,como o Dillo.

Firefox

No começo existia o Mosaic, que é considerado o primeiro navegador web moderno.Depois veio o Netscape, que foi durante muito tempo uma espécie de navegadorpadrão, até ser desbancado pelo IE, que passou a vir integrado no Windows. ONetscape teve então seu código aberto e se tornou a base para o projeto Mozilla,que além de navegador, tinha um cliente de e-mails, editor html e até um clientede IRC.

Justamente por conter tantos componentes, o Mozilla era grande e pesado.Surgiram então versões especializadas, que contém apenas um dos componentesdo pacote e por isso são mais rápidas.

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O primeiro foi o Phoenix, que depois mudou de nome para Firebird e finalmenteFirefox, o nome definitivo. O cliente de e-mail do Mozilla se transformou noThunderbird e o antigo Composer, que vinha sem muitas modificações desde oNetscape 4.5, ganhou vida própria na forma do NVU, um editor html visual quetem a equipe de desenvolvimento parcialmente financiada pela Linspire.

O Firefox é uma espécie de "jóia da coroa" entre os aplicativos de código aberto.Além de ser o navegador mais usado no Linux, ele é usado como navegador padrãopor mais de 10% dos usuários Windows, desafiando a hegemonia do IE.

É bem provável que você já utilize o Firefox no dia-a-dia, então, ao invés de perdertempo falando sobre os recursos e a configuração básica, vou aproveitar para falarsobre a instalação de plugins, um recurso muitas vezes negligenciado na maiorparte das distribuições.

Ao contrário do que tínhamos a alguns anos atrás, atualmente temos plugins paraquase todos os formatos de vídeo, animações e outros tipos de arquivosencontrados na Web. É possível assistir vídeos via streaming, fazer com quearquivos PDF sejam abertos diretamente ao clicar sobre um link (com a ajuda doAcrobat Reader) e assim por diante.

Os plugins que comento aqui já vêm instalados por padrão no Kurumin, mas é útilconhecer os passos para instalá-los manualmente, tanto para instalá-los emdistribuições que não os tragam por padrão, quanto para corrigir problemas.

A configuração que descrevo aqui é uma espécie de "mínimo denominador comum",escrito de forma genérica, para funcionar em várias distribuições. Em muitos casos,você pode instalar o Java, Acrobat, ou mesmo o Flash simplesmente instalando umpacote. Mas, quando tudo mais falhar, siga as dicas abaixo :).

Suporte a Flash: Para instalar o Flash no Firefox, baixe o pacote for Linux (o arquivo"install_flash_player_7_linux.tar.gz") disponível no:

http://www.macromedia.com/go/getflashplayer.

Apesar da extensão, o pacote contém o programa já compilado. Basta descompactar, usando o comando"tar -zxvf flash_linux.tar.gz", ou usando o gerenciador de arquivos e, em seguida, copiar os arquivos"flashplayer.xpt" e "libflashplayer.so" para dentro da pasta de plugins do Firefox, que na maioria dasdistribuições é a "/usr/lib/mozilla-firefox/plugins/".

Para habilitar o Flash também no Konqueror, clique em "Configurações > Configurar Konqueror >Plugins". Veja se a pasta de plugins do Firefox está na lista e a adicione caso necessário. Depois ésó clicar no "Instalar novos plugins" para que ele detecte e ative o plugin.

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Suporte a Java: Embora seja gratuito, o Java não é open-source, nem livre. Odesenvolvimento é controlado pela Sun e mesmo a distribuição do pacote estásujeita a um contrato de licença. Isto faz com que muitas distribuições não incluamo Java, novamente obrigando-o a instalá-lo manualmente.

Nestes casos, você tem duas opções. A primeira é baixar a JRE da Sun, que ativaráo suporte não apenas no Firefox, mas também em outros programas, como oOpenOffice. O primeiro passo é baixar o instalador no: http://java.sun.com/j2se/.

Escolha entre o "Linux RPM in self-extracting file" e o "Linux self-extractingfile". Os dois são arquivos executáveis, que exibem o contrato de licença e se auto-descompactam. A diferença é que o primeiro gera um arquivo RPM instalável damaneira usual e o segundo um arquivo binário que deve ser executado paraconcluir a instalação.

O plugin para o Firefox será instalado na pasta"/usr/lib/j2re1.5/plugin/i386/ns7/". Para instalá-lo, você precisa criar umlink, dentro da pasta "plugins" no diretório de instalação do Firefox apontando parao arquivo libjavaplugin_oji.so dentro da pasta de instalação do Java. Éimportante ressaltar que você não deve copiar o arquivo (pois ele não funciona forada pasta original) mas sim criar um link para ele. Se o Firefox está instalado dentroda pasta "/usr/lib/mozilla-firefox/", por exemplo, o comando seria:

# ln -sf /usr/lib/j2re1.5/plugin/i386/ns7/libjavaplugin_oji.so \/usr/lib/mozilla-firefox/plugins/

A pasta de instalação do Java ou do Firefox podem mudar de distribuição paradistribuição. Se não estiver encontrando, experimente usar o comando "locate",como em "locate firefox". Ele retorna os nomes de todas as pastas e arquivos com"firefox" no nome.

Se você usa alguma distribuição derivada do Debian, existe um pacote extra-oficialdisponível no "ftp.debian-unofficial.org", que facilita a instalação.

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Para usá-lo, você precisa primeiro adicioná-lo à lista de fontes do apt-get. Paraisso, abra o arquivo "/etc/apt/sources.list" e adicione a linha:

deb http://ftp.debian-unofficial.org/debian sarge main contrib non-free

Rode o comando "apt-get update" para que o apt-get atualize o banco de dadosdos pacotes disponíveis e instale o Java com o comando:

# apt-get install sun-j2se5.0-jre-binary

O pacote inclui um script que cria automaticamente o link dentro da pasta deplugins do Firefox durante a instalação.

RealPlayer: Embora pouco divulgado, a Real mantém uma versão do Real Playerfor Linux desde os tempos da versão 7. Você pode baixar o arquivo no"http://www.real.com/linux?".

Baixe o arquivo "RealPlayer10GOLD.bin". Este é um arquivo binário, desenvolvidopara funcionar em qualquer distribuição. Para instalá-lo, você precisa apenasmarcar a permissão de executável para o arquivo e em seguida executá-lo, comoroot:

# chmod +x RealPlayer10GOLD.bin# ./RealPlayer10GOLD.bin

O default do programa de instalação é simplesmente instalar o programa dentro dapasta onde ele foi executado. Se você executá-lo dentro do seu diretório home, elevai criar a pasta "/home/$USER/RealPlayer/". Isto permite fazer uma instalaçãoparticular, dentro do seu home e válida apenas para seu login. Neste caso vocêpode executar o arquivo usando seu login de usuário, não existe necessidade deexecutá-lo como root.

Para fazer uma instalação válida também para o root e outros usuários, instale-onuma pasta de sistema, como a "/usr/local/RealPlayer/".

O pacote usa um instalador da velha guarda, um script com uma interface simples,em modo texto. No final ele pergunta: "Configure system-wide symbolic links?[Y/n]:". Esta opção cria links que permitem que você chame o programa pelonome, sem precisar dar o caminho completo. A maioria dos instaladores fazem issosem ficar puxando sua calça pedindo confirmação, mas no RealPlayer isso exige um"Y" adicional.

O script é tão chato e detalhista que em seguida pergunta: "enter the prefix forsymbolic links [/usr]:". Responda "/usr/bin/" para que ele crie o link na pastacorreta. A partir daí você pode abrir o programa executando o comando "realplay".Crie um ícone no menu para facilitar.

O próprio instalador se encarrega de instalar o plugin no Firefox, que permiteassistir aos vídeos disponíveis na Web, que consiste em criar os links "nphelix.so" e"nphelix.xpt" dentro da pasta de plugins do Firefox, apontando para os arquivosreais, localizados na pasta "mozilla/", dentro do diretório de instalação doRealPlayer.

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Ao clicar sobre o link de um arquivo .RA ou .RAM no Firefox pela primeira vez, eleperguntará o que fazer com o arquivo. Marque a opção "abrir com: Programa..." eindique a localização do executável do RealPlayer ("/usr/local/RealPlayer/realplay",por exemplo) e marque a opção "Memorizar a decisão para este tipo de arquivo".

Alguns links abrem os vídeos dentro de janelas popup e só funcionam se vocêdesabilitar a opção "Bloquear janelas popup" na configuração do Firefox.

O plugin para o Firefox é a principal aplicação do RealPlayer, pois o suporte aoutros formatos (no RealPlayer) é muito fraco, superado com muitas vantagens porprogramas abertos, como o Kaffeine, Xine e Mplayer. Para os vídeos em formatoWMF a melhor solução é usar o kaffeineplugin ou o mplayerplugin (veja maisdetalhes a seguir), com o pacote "w32codecs" instalado.

Nas distribuições derivadas do Debian, você pode instalar a partir do debian-unofficial, assim como o Java. Depois de adicionar a linha "deb http://ftp.debian-unofficial.org/debian sarge main contrib non-free" no "/etc/apt/sources.list" e rodar o "apt-get update",instale o Real Player com o comando:

# apt-get install realplayer10-binary

O RealPlayer em si é proprietário, mas a maior parte do código fonte está disponível na forma doHelixPlayer, que a Real desenvolve com ajuda da comunidade e usa como base para o RealPlayercomercial. O HelixPlayer oferece suporte a muitos formatos, mas ironicamente não aos vídeos no formatoRealMedia, que utilizam um conjunto de sistemas anticópia proprietários, que não podem ter o códigofonte divulgado. Você encontra informações sobre o HelixPlayer no https://helixcommunity.org/.

Acrobat Reader: Existem vários leitores de PDF livres, como o Kghostview e o Xpdf eas distribuições geralmente trazem pelo menos um já instalado e configurado.

O Kghostview, por exemplo, faz parte do pacote KDE e se integra muito bem com oKonqueror. Ao clicar num link para um arquivo PDF numa página Web qualquer, elejá o abre automaticamente numa janela dentro do Navegador, como se fosse umapágina html.

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Mesmo assim, muita gente prefere instalar o Acrobat Reader for Linux. O principalmotivo é que o Acrobat Reader oferece uma qualidade de visualização melhor que ados leitores livres, mantendo a qualidade do texto e imagem ao utilizar váriosníveis de zoom. Alguns arquivos PDF que ficam com as fontes borradas noKghostview abrem normalmente no Acrobat Reader for Linux.

Você pode baixá-lo no http://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html.

Ao contrário das versões anteriores, o arquivo de instalação do Acrobat 7 temquase 40 MB, incluindo muitas fontes TrueType adicionais. Para instalar,descompacte o arquivo, acesse a pasta que será criada, logue-se como root (su) einicie a instalação:

$ tar -zxvf AdbeRdr701_linux_enu.tar.gz$ cd AdobeReader/$ su <senha># ./INSTALL

Por padrão, o Acrobat será instalado na pasta "/usr/local/Adobe/Acrobat7.0/". Emalgumas distribuições, o instalador reclamará da falta de um pacote chamado ed(um editor de texto, usado pelo instalador para exibir o contrato de licença). Ele fazparte da maioria das distribuições, por isso não deverá ser problema instalá-lo. NoDebian e derivados, por exemplo, você pode instalá-lo com o comando "apt-getinstall ed".

Se você manteve o default do instalador, o comando para chamar o Acrobat Readerserá "/usr/local/Adobe/Acrobat7.0/bin/acroread", o que não é muito prático dedigitar.

Para resolver isso, crie um link com o comando:

# ln -s /usr/local/Adobe/Acrobat7.0/bin/acroread /usr/bin/acroread

A partir daí você poderá chamá-lo simplesmente digitando "acroread" numterminal. Aproveite para criar também um atalho no menu do KDE.

Existem duas formas de fazer isso. A primeira é chamar o kmenuedit, que é oeditor de menus do KDE. A segunda é criar diretamente o ícone dentro da pasta"/usr/share/applnk/" (para isso, abra o Konqueror como root).

Para concluir, você pode aproveitar para associar os arquivos PDF com o AcrobatReader, isso fará com que os arquivos sejam automaticamente abertos nele quandovocê clicar sobre o arquivo ou link no Konqueror ou outro aplicativo do KDE.

Para isso, abra o Centro de Controle do KDE (kcontrolcenter) e vá em Componentesdo KDE > Associações de arquivos > Application > PDF e mude o comando doaplicativo de "kgohostview" (ou o que estiver configurado) para "acroread".

Para que o Acrobat se integre também com o Firefox, você deve criar um linkdentro do diretório de plugins do Firefox para o arquivo nppdf.so, que fica dentroda pasta "/usr/local/Adobe/Acrobat7.0/Browser/intellinux/", como em:

# ln -s /usr/local/Adobe/Acrobat7.0/Browser/intellinux/nppdf.so \/usr/lib/mozilla-firefox/plugins/

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Ao usar o debian-unofficial, você pode instalar o Acrobat usando o apt-get:

# apt-get install acroread

Neste caso, o plugin para o Firefox (incluindo o link) é instalado através de umpacote adicional, o mozilla-acroread:

# apt-get install mozilla-acroread

Kaffeine e Mplayer: O RealPlayer é útil apenas para vídeos em seu próprioformato. Para assistir a vídeos em QuickTime ou no formato WMF, você podeescolher entre usar os plugins do Kaffeine ou do Mplayer.

Estes dois plugins detectam tags de abertura de vídeo ou áudio dentro das páginase carregam os arquivos no player. Em ambos os casos, você precisará também dopacote w32codecs, que contém um conjunto de dlls do Windows, que sãoexecutadas com uma mãozinha da biblioteca do Wine, dando suporte a maisformatos de vídeo, incluindo vídeos em QuickTime e até no formato do WindowsMedia Player.

A existência do win32codecs e outros pacotes semelhantes são um indíciointeressante de novos tempos. Hoje em dia, existem projetos abertos para suportea quase todo tipo de formato e, no caso dos formatos mais secretos oucomplicados, é possível utilizar a biblioteca do Wine para fazer com que a bibliotecaou o próprio programa for Windows rode no Linux. Isto pode ser feito diretamente,instalando o Wine na sua máquina ou, de uma forma mais refinada, pelos própriosdesenvolvedores.

O Kaffeine pode ser encontrado na maioria das distribuições que utilizam o KDE. Okaffeineplugin é um programa relativamente pequeno, que apenas direciona osarquivos para o Kaffeine propriamente dito. Em algumas distribuições, o plugin éincluído dentro do próprio pacote "kaffeine" e em outras (como no Debian) temosdois pacotes separados, com o plugin oferecido na forma do pacote "kaffeine-mozilla", que precisa ser instalado separadamente.

Com ele instalado, você encontrará o arquivo "kaffeineplugin.so" (junto comoutros dois arquivos) na pasta "/usr/lib/mozilla/plugins/"; eles são colocados nestapasta mesmo que o Mozilla não esteja instalado no sistema.

Ao usar outro navegador, como o Firefox, você deve criar um link simbólico dentroda pasta de plugins do navegador, apontando para a pasta"/usr/lib/mozilla/plugins/" (assim como no caso do Java) e não tentar copiar oarquivo diretamente. Para criar o link, use o comando abaixo, prestando atenção nahora de indicar a pasta onde o Firefox está instalado. Em caso de dúvida, confirmea localização dos arquivos usando o comando "locate":

# ln -s /usr/lib/mozilla/plugins/kaffeineplugin.so \/usr/lib/mozilla-firefox/plugins

Uma observação importante é que ao instalar simultaneamente o plugin doRealPlayer e o Kaffeineplugin, o Kaffeineplugin será o default, pois os plugins sãoinicializados em ordem alfabética e o K vem antes do R. Isto faz com que oKaffeineplugin passe a sempre tentar abrir os arquivos .RAM (aos quais ele não temsuporte), ao invés de deixar a tarefa para o RealPlayer.

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A solução neste caso é renomear o link para o Kaffeineplugin, de forma que o nomecomece com outra letra. Desta forma, o Firefox primeiro consulta o RealPlayer (quese oferece para abrir apenas arquivos do seu próprio formato) e consulta oKaffeineplugin no caso de outros formatos de arquivos. Um "z" no início no nomeresolve o problema. Para isso, basta remover o link antigo e criar outro, indicando onovo nome do arquivo:

# ln -s /usr/lib/mozilla/plugins/kaffeineplugin.so \/usr/lib/mozilla-firefox/plugins/zkaffeineplugin.so

Ao abrir uma página com vídeo, o Kaffeine Starter entra em ação, carregando ovídeo e abrindo uma janela separada do Kaffeine Player, que se encarrega de exibiro vídeo.

O grande problema com os formatos de streaming são as chaves de encriptaçãousadas para dificultar a cópia dos arquivos. O Kaffeine suporta muitas destaschaves, o que permite assistir à maior parte dos vídeos.

Em muitos casos, os vídeos são linkados dentro da página usando tags ActiveX quesó funcionam no Internet Explorer (e vão continuar assim, pois o ActiveX é umatecnologia insegura e que caminha para se tornar obsoleta). Neste caso é umaopção do webdesigner, que optou por desenvolver uma página compatível apenascom um navegador. Você pode retribuir o favor simplesmente acessando outrapágina ;).

Konqueror

O Konqueror é o browser nativo do KDE. Além de navegador, o Konqueror tambémserve como gerenciador de arquivos e pode ser expandido com novas funções. Naverdade, o Konqueror em si é composto por apenas algumas poucas milhares delinhas de código, responsáveis por criar a interface. Todas as funções usadas nelefazem parte do Kpart, uma biblioteca de componentes que pode ser usada em

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qualquer aplicativo do KDE, composta de coisas como funções para abrir menus,renderizar páginas html e assim por diante.

O Konqueror é intimamente relacionado ao KDE e as novas versões do navegadoracompanham as novas versões do ambiente. É praticamente impossível atualizar oKonqueror sem atualizar junto as bibliotecas base do KDE e a maior parte doambiente, por isso ele é o tipo de aplicativo que já vem pré-instalado e você nãoatualiza com tanta freqüência. Todas as distribuições que trazem o KDE, instalam oKonqueror automaticamente.

Nas primeiras versões o Konqueror era bastante deficiente na parte de java-script esuporte a plugins, mas isso foi gradualmente mudando e ele tornou-se um browserbastante maduro a partir do KDE 3.0. Uma curiosidade é que o Safari (o navegadordo MacOS X) é baseado no código fonte do Konqueror.

A partir do KDE 3.1 o Konqueror adquiriu também o suporte a tabs (como noFirefox) e um corretor ortográfico integrado, que corrige suas barbeiragens aopostar num fórum ou blog.

A configuração dos plugins vai em "Configurações > Configurar Konqueror >Plugins". Aqui você configura as pastas onde o Konqueror busca por plugins. Aoinvés de exigir uma configuração específica, o Konqueror é desenvolvido para sercompatível com os plugins do Firefox ou Mozilla; por padrão ele já vem configuradopara procurar nas pastas de plugins dos demais navegadores.

Ou seja, ao instalar o Flash ou Java no Firefox ou Mozilla, o plugin também serádetectado pelo Konqueror. Ele procura por novos plugins durante a abertura doKDE ou ao usar o botão de procura manual.

No caso de distribuições que trazem apenas o Konqueror (como o Slax), sem oFirefox, você pode instalar os plug-ins seguindo as receitas anteriores copiando osarquivos ou criando os links dentro da pasta "/usr/local/netscape/plugins/" ouqualquer outra incluída na lista do Konqueror.

Como gerenciador de arquivos, o Konqueror também oferece muitos recursos. Sevocê, por exemplo, tem um monte de imagens dentro de uma pasta e quer fazerum álbum de fotos, vá em "Ferramentas > Criar Álbum de Imagens".

Clicando com o botão direito sobre um arquivo e indo em "Ações", você abre ummenu de contexto com opções relacionadas ao tipo de arquivo, como gravar umCD, mandar por e-mail, etc. No caso de uma imagem, aparecem opções pararedimensionar, girar, converter para jpg, gif ou png, entre outras opções.

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Opera

O Opera é um navegador leve, independente do KDE e Gnome, o que o torna aopção preferida de muita gente que usa micros antigos. Ele consegue ser um poucomais rápido que o Firefox no geral e oferece um bom suporte a páginasproblemáticas, desenvolvidas especificamente para o IE, ou com código mal escrito.Outro ponto forte é que ele oferece uma quantidade muito grande de opções depersonalização, desde opções para não carregar imagens, ou exibir apenas imagensincluídas no cache do navegador (útil quando a conexão estiver lenta), até umaopção de exibir a página como ela seria vista num palmtop (útil para webmastersque querem oferecer esta opção).

Inicialmente, o Opera era um aplicativo comercial, depois passou a ser oferecidauma versão gratuita, que exibia um banner de propaganda e, recentemente elepassou a ser inteiramente gratuito (embora sem ter o código aberto). Você podebaixar a versão mais recente no http://opera.com/download/.

A empresa faz um trabalho surpreendente de empacotamento, oferecendo pacotesespecíficos para várias distribuições (no caso do Kurumin 5.1, por exemplo, vocêbaixaria o pacote para o Debian Etch) e também um par de pacotes genéricos(.rmp e .tar.gz), que podem ser usados nas poucas distribuições que não sãodiretamente suportadas.

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NVU

Junto com o OpenOffice Writer (usado com a opção de salvar em html), o NVU éum dos melhores editores html visuais. A longo prazo, a idéia é concorrer com oDreamweaver, que apesar das deficiências é um dos programas mais usados. AMacromedia já anunciou que está trabalhando numa versão nativa doDreamweaver, portada através da libwine, mas as versões atuais já rodam deforma aceitável no Linux, através do Wine ou do CrossOver Office.

O NVU está disponível no apt-get a partir do Debian Etch (ou seja, está disponívelapenas ao utilizar o Testing). Para instalá-lo, use o "apt-get install nvu". Tambémexiste a opção de baixar um pacote genérico, que funciona em várias distribuiçõesno: http://www.nvu.com/.

E-Mail

Hoje em dia, a maioria das pessoas simplesmente usa algum webmail, que podeser acessado de qualquer lugar, ao invés de um cliente dedicado, como nos velhostempos. Um dos fatores que apressou esta mudança foram os inúmeros problemasde segurança no Outlook e Outlook Express. Felizmente, a Microsoft ainda nãoresolveu desenvolver uma versão Linux da dupla, de forma que você pode ter umambiente muito mais seguro para ler seus e-mails :). Alguns dos leitores maisusados no Linux são:

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Mozilla Thunderbird

O Thunderbird é o primo-irmão do Firefox, que surgiu do desmembramento doMozilla. O principal diferencial dele em relação a outros programas é um poderosofiltro anti-spam, que aprende durante o uso, tornando-se cada vez mais preciso.Para ativá-lo, marque a opção "Ferramentas > Anti-Spam > Filtro Adaptável >Identificar Spam ao receber mensagens desta conta". Na aba "Opções" você podeconfigurar o que fazer com as mensagens marcadas como spam; o padrão é move-las para a pasta "Spam".

O filtro é desenvolvido de forma a preservar os e-mails úteis, excluindo mensagensapenas quando houver certeza. Depois de ativar o filtro, você precisa "treiná-lo",indicando o que é e o que não é spam, de forma que ele identifique um padrão epasse a agir de forma autônoma.

Sempre que receber um spam, clique com o botão direito sobre a mensagem e usea opção "Marcar > Como Spam" ou pressione a tecla "J". Marque também asmensagens importantes como não Spam, pressionando "Shift+J".

Na aba "Ferramentas > Anti-Spam > Opções" você pode configurar o que fazercom as mensagens marcadas como spam, onde o padrão é move-las para a pasta"Spam" e deletá-las depois de alguns dias. É importante que nos primeiros diasvocê cheque as mensagens movidas para a pasta e marque manualmente comonão spam qualquer mensagem boa classificada de forma equivocada pelo filtro.

Depois de alguns dias de treinamento, o filtro passará a eliminar o grosso dosspams e, depois de algumas semanas, passa a eliminar quase tudo. Quanto maisvocê o treina, mais ele se torna apurado.

O Thunderbird guard os e-mails e preferências dentro da pasta ".mozilla-thunderbird", dentro do seu diretório home. Basta conservar esta pasta aoreinstalar o sistema, e seus e-mails e filtros continuarão intactos.

Por ser um programa bastante popular, é possível encontrar o Thunderbird namaioria das distribuições. Nas derivadas do Debian, você pode instalá-lo via apt-get:

# apt-get install mozilla-thunderbird# apt-get install mozilla-thunderbird-locale-pt-br

Você pode também usar a versão disponível no: http://www.mozilla.org.br/. Estaversão não precisa ser instalada, basta descompactar a pasta em qualquer diretório(você pode inclusive instalar dentro do seu diretório home, sem nem precisar usara conta de root) e executar o comando "./thunderbird" dentro da pasta.

Uma observação importante é que esta versão armazena os e-mails dentro dapasta ".thunderbird" e não ".mozilla-thunderbird", como na versão disponível noapt-get. Isso causa uma certa confusão ao trocar de uma versão para outra, poisum não consegue encontrar as pastas de e-mails criadas no outro. A solução maissimples neste caso é simplesmente fazer um link. Se seus e-mails estão na pasta".mozilla-thunderbird" e você quer usar a versão do mozilla.org.br, que usa a pasta".thunderbird", use o comando:

$ ln -s ~/.mozilla-thunderbird ~/.thunderbird

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Crie o link, não renomeie simplesmente a pasta, pois na configuração de cada contavai o caminho completo até a pasta onde estão os arquivos. Ao renomear a pasta,o Thunderbird reconhece o profile, mas não consegue encontrar os e-mails. Criandoo link, tudo funciona perfeitamente.

Evolution

Enquanto o Thunderbird é mais voltado para o público doméstico, o Evolution é umcliente de e-mails voltado para o público corporativo, incluindo também funções deagenda, suporte a Palms e, principalmente, suporte a LDAP e servidores MSExchange, o que permite a integração com a estrutura de e-mail e gerenciamentode tarefas usada em muitas empresas.

Para ativar o suporte a servidores MS Exchange, você deve instalar também opacote "ximian-connector", disponível nohttp://www.gnome.org/projects/evolution/. Ao usar o Debian Etch (testing), vocêpode instalá-lo junto com o Evolution via apt-get: "apt-get install evolution ximian-connector".

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Kmail e Sylpheed

Tanto o Thunderbird quanto o Evolution não são exatamente programas leves. Aousar o KDE, uma opção de programa mais simples e leve é o Kmail, que pode serinstalado via apt-get. Dependendo da distribuição, ele está disponível na forma dopacote "kmail", ou como um componente incluído no pacote "kdepim".

Um dos pontos fortes do Kmail é a preocupação com a segurança. Em geral, todosos clientes de e-mail for Linux são bastante seguros, mas a equipe do Kmail seesforça para ficar um pouco à frente neste quesito. Outro ponto forte é que ele seintegra bem com outros aplicativos do KDE, como o Korganizer (agenda decompromissos), Konqueror e até mesmo com o Knotes, que permite criar notasrápidas. O Kmail faz par com o Knode, um leitor de news.

Prosseguindo na categoria dos pesos leves, encontramos também o Sylpheed, cujoprincipal objetivo é ser um leitor de e-mails leve, com uma interface simples deusar. Embora não tenha tantos recursos quanto o Evolution, não seja integrado aoutros aplicativos do KDE, como o Kmail, nem conte com um filtro anti-spam tãoapurado quanto o do Thunderbird, ele é uma boa opção para quem usa o Fluxboxou outra interface leve num micro mais antigo. Já cheguei a usar o Sylpheed emconjunto com o IceWM num 486 com 16 MB de RAM :).

Mensagem e Voz

Me lembro que em 98, quando estava dando minhas primeiras cabeçadas no Linux,a única opção para usar o ICQ era uma versão em Java, pesada e que travava devez em quando.

Felizmente estes tempos passaram. Hoje em dia, praticamente usa algum protocolode mensagem instantânea. Em número de usuários, o ICQ e o MSN dominam, masexistem outros muito usados como o AIM e mais recentemente o Jabber, que éuma tentativa de criar um protocolo de mensagem instantânea open source.

Devem existir hoje em dia de 100 a 200 clientes diferentes, que variam emrecursos, mas, para poupar tempo, vou comentar apenas os relevantes.

Gaim

O Gaim é um dos mensageiros mais antigos. As primeiras versões tinham poucosrecursos e eram baseadas no GTK 1.x, o que também não ajudava no visual. Mas,a partir da versão 0.6, o Gaim foi portado para o GTK 2, ganhou muitos novosrecursos e passou a seguir o human interface guidelines, um padrão internacionalde usabilidade. Tudo isso contribuiu para quem o Gaim se tornasse um dosmensageiros mais usados no Linux, adotado por padrão em diversas distribuições.

A interface do novo Gaim é bem simples e intuitiva para novos usuários. A tela deabertura tem apenas três opções: Contas, Preferências e Conectar.

A tela de adicionar uma nova conta é novamente bem simples, você apenas escolheo protocolo que será usado, usuário, senha e apelido. São suportados o ICQ, AIM,

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MSN, Yahoo, IRC e Jabber, além de protocolos mais incomuns como o TOC, Zephyr,Gadu-Gadu e até o protocolo de conversação usado pelo antigo Napster. Uma dasgrandes vantagens do Gaim é que você pode configurar várias contas e usar todassimultaneamente, uma solução para quem usa ICQ, MSN e outros protocolos aomesmo tempo. A página do projeto é a http://gaim.sourceforge.net.

Kopete

O Gaim e o Kopete são similares em muitos aspectos, ambos suportam o uso devários protocolos simultaneamente e incluem muitas funções. A principal diferençaé que o Kopete é baseado nas bibliotecas do KDE. Além das diferenças estéticas, oKopete oferece mais opções de personalização, embora seja ao mesmo tempo umpouco menos simples de usar.

Uma observação importante, que se aplica tanto ao Kopete quanto ao Gaim, é queé sempre recomendável manter uma versão recente instalada. Os protocolos demensagem usados pelo ICQ e (principalmente) pelo MSN mudam com uma certafreqüência, fazendo com que versões antigas dos programas comecem a apresentarerros estranhos, ou simplesmente deixem de conectar na rede quando passa a serusada uma nova versão do protocolo.

Por exemplo, a partir de 15/10/2003 a Microsoft tornou mandatário o uso do MSN9, a nova versão do protocolo do MSN, que havia sido lançada poucos meses antes.Depois desta data, mesmo os usuários Windows teriam que atualizar o programa. Onovo protocolo é fechado, não documentado e foram empregadas várias técnicaspara dificultar o uso de engenharia reversa.

Mesmo assim, em 09/09/2003, mais de um mês antes da mudança, já estavadisponível o Kopete 0.7.2, compatível com o novo protocolo. Uma nova mudançaocorreu em Maio de 2005, novamente precedida pelo lançamento de uma versãoatualizada do Kopete (o 0.10.1), compatível com o novo protocolo.

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Para instalar o Kopete use o "apt-get install kopete" (no Debian) ou "urpmi kopete"(no Mandriva). Muitas distribuições já o trazem instalado por padrão.

Mercury

O Mercury é um cliente MSN escrito em Java, disponível no:http://www.mercury.to/. Ele se tornou famoso por ser o primeiro a oferecersuporte a webcam no MSN, embora o suporte ainda seja incipiente. Outro fatorinteressante é que o visual e as funções são muito similares ao MSN da Microsoft,incluindo o suporte a winks animados e outras frescuras. Ele é provavelmente ocliente mais parecido com o Messenger que existe atualmente no Linux.

A desvantagem é justamente o fato de ele ser escrito em Java, o que acaboutornando o programa bem maior e mais pesado. Ele não é definitivamente umprograma adequado para ser usado em máquinas antigas.

No site, existem duas versões Linux, a "With JVM" e a "Without JVM". A primeira ébem maior, mas já vem com o Java incluído, fazendo com que a instalação sejamenos passível de problemas. Basta descompactar o arquivo e executar oinstalador que está dentro. Para usar o segundo arquivo, você deve ter o Java daSun instalado. Veja a dica sobre a instalação do Java no tópico sobre a instalaçãode plugins no Firefox.

Para instalar o suporte a webcams, você precisa instalar o JMF, um móduloadicional. Você encontra instruções dentro do Wiki, disponível no:http://www.mercury.to/.

Para o Mercury 1709, o pacote com os arquivos do JMF pode ser baixado viabittorrent, através do: http://download.mercury.to/torrents/JMF.torrent.

Depois de descompactar o arquivo, copie os arquivos "VidConf-libs.jar" e "JavaLibs-linux.jar" para a pasta "lib/", dentro do diretório de instalação do Mercury edescompacte o arquivo "NativeLibs-linux.zip" na pasta "jni/linux/jmf" (novamentedentro do diretório de instalação do Mercury). Esta pasta não existe originalmente,você deve criá-la manualmente.

Copie também o arquivo "libjmutil.so" para dentro da pasta "lib/i386/" no diretóriode instalação do Java. Ele varia de distribuição para distribuição, no Kurumin 5.1,por exemplo, é a pasta "/usr/lib/sun-j2se5.0-jre/lib/i386/".

Sim

O Sim é outra opção interessante de mensageiro. Além de ser mais leve que oKopete, existem vários detalhes na interface que o deixam mais confortável deusar.

Por exemplo, ao receber uma mensagem o ICQ da Mirabillis simplesmente toca umsom e o ícone ao lado do relógio fica piscando. Você só sabe quem mandou amensagem ao abrir a janela do ICQ. No Kopete é mostrado um balãozinho quemostra o remetente, mas ele é um pouco irritante por ficar esperando por um clickdo mouse.

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No Sim é mostrada uma mensagem de texto no lado esquerdo da tela que somedepois de alguns segundos. Ela cumpre o papel de avisar sobre quem mandou amensagem, mas de uma forma que não perturba caso você esteja ocupado eresolva ignorar o aviso.

A equipe do Sim tem feito um trabalho muito legal em implementar as sugestões, oque tem atraído uma legião de usuários fiéis. O Sim oferece suporte ao ICQ, MSN eoutros protocolos. A principal deficiência é que você só pode usar um de cada vez.A página é: http://sim-icq.sourceforge.net.

Amsn

O Amsn é um "clone" do MSN Messenger escrito em TK, uma biblioteca gráfica queé muito usada em scripts, mas que não oferece tantos recursos quanto o Qt e oGTK2 e não possui um visual muito bonito.

Levando em conta estas limitações, o Amsn surpreende. Em primeiro lugar porqueele é um programa leve que "simplesmente funciona" sem muitas frescuras quefiquem consumindo memória. Os pontos negativos são o número relativamentegrande de bugs e problemas em geral (uma parte do próprio Amsn, outros dabiblioteca Tk, que ele utiliza ao extremo) e a falta de suporte à suavização defontes e outros efeitos visuais, novamente limitações da biblioteca usada.

O visual default do Amsn é um pouco estranho, mas você pode ajustar as fontes ecores a gosto nas preferências do programa. Você pode instalá-lo via apt-get (apt-get install amsn). Existe ainda uma versão genérica, disponível nohttp://amsn.sourceforge.net, que pode ser usada em diversas distribuições. Bastadescompactar o arquivo e executar o "amsn" dentro da pasta criada.

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Skype

Embora seja um programa proprietário, o Skype é bastante popular também noLinux. Não é comum encontrá-lo pré-instalado nas distribuições (com exceção doKurumin), mas você pode baixá-lo no: http://skype.com/products/skype/linux/.

Assim como no caso do Opera, estão disponíveis pacotes para várias distribuições,incluindo o Debian, Mandriva, Fedora e SuSE. Estão disponíveis também doispacotes genéricos, que podem ser usados em caso de problemas de instalação comos principais, ou no caso de distribuições que não estejam na lista, como oSlackware, Gentoo e outros.

O "Dynamic binary tar.bz2" é um arquivo compactado, onde você só precisadescompactar e executar o programa de dentro da pasta. Você pode inclusivedescompactá-lo dentro do seu diretório home e executar o programa a partir daí,sem nem precisar usar a senha de root. Para funcionar, o Skype precisa dabiblioteca Qt, de forma que você precisa ter o KDE, ou pelo menos as bibliotecasbase do KDE instaladas. A segunda opção, menos passível de problemas, é o"Static binary tar.bz2 with Qt 3.2 compiled in", um arquivo um pouco maior, quecontém uma cópia interna das bibliotecas necessárias. Esta é a opção "à prova defalhas", que realmente vai funcionar em praticamente qualquer ambiente.

Naturalmente, além do Skype existem vários outros programas de VoIP for Linux.Outro bastante usado é o GnomeMeeting, que também suporta o uso de webcam.Ele utiliza o protocolo do antigo Netmeeting da Microsoft (sem compatibilidade como padrão usado pelo MSN), permitindo que você faça contato tanto com outrosamigos usando o GnomeMeeting, quanto com clientes Windows usando oNetmeeting. Você pode instalar o GnomeMeeting via apt-get (apt-get installgnomemeeting). A página oficial é a http://www.gnomemeeting.org/.

O Asterix é uma solução profissional, que permite transformar um PC comum emuma central PBX, capaz de realizar tanto chamadas via internet, quanto através deuma linha telefônica convencional (usando uma placa adaptadora). Uma vezconfigurada a central, você pode fazer chamadas a partir de qualquer um dosmicros da rede local (usando o GoPhone, GnomeMeeting ou outro dos clientesdisponíveis) para micros em outras redes, ou mesmo para telefones fixos oucelulares. A idéia neste caso é que a chamada seja feita via internet até um outroservidor Asterix localizado na cidade-destino e deixar que ele realize uma chamadalocal para o telefone, economizando o interurbano.

O Asterix está longe de ser uma solução fácil de usar, mas está crescendorapidamente, adotado na infra-estrutura de comunicação de inúmeras empresas.Você pode encontrar mais informações no http://www.asterisk.org.

Vídeo, som, CDs e DVDs

O suporte a formatos de vídeo e áudio já foi um problema no Linux. Mas, esta foi aárea que progrediu mais rápido nos últimos dois ou três anos, chegando a umponto em que muitos consideram mais fácil assistir a vídeos de formatos variadosno Linux do que no Windows.

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Kaffeine

O Kaffeine é o player de mídia padrão do KDE, capaz de exibir vídeos em diversosformatos, música, DVDs e até TV, caso você tenha uma placa de captura. OKaffeine faz parte da família de players baseados na libxine, uma bibliotecacompartilhada por muitos programas. O primeiro foi o próprio Xine e em seguidavieram muitos outros, como o gXine, Toten e outros. Estes programas variam emrecursos e opções de interface, mas o nível de compatibilidade com arquivos ébasicamente o mesmo.

A interface do Kaffeine é bem construída, com acesso fácil às funções e suporte alegendas em filmes em Divx. Ao abrir o filme, ele abre a legenda automaticamente(caso os dois arquivos tenham um nome parecido), ou pede sua confirmação, casoexista mais de um. Existe também um recurso de playlist integrado ao Konqueror:clique com o botão direito sobre o arquivo e você tem a opção de incluí-lo naplaylist do Kaffeine. Também funciona se você simplesmente arrastar o arquivopara dentro da janela da playlist.

Um pequeno extra é que, ao abrir um MP3 ou outro formato de áudio, ele ativa umplug-in de visualização, daqueles hipnóticos, algo parecido com o que o MediaPlayer do Windows faz.

Para ter um suporte completo a formatos de vídeo, você precisa ter instalado opacote w32codecs e para ter suporte a DVDs protegidos, o pacote libdvdcss2. Estesdois pacotes são um pouco problemáticos do ponto de vista legal, pois o w32codecsé composto por um conjunto de dlls do Windows, retiradas do Windows MediaPlayer e outros programas e executadas no Linux através da biblioteca do Wine(incluída no pacote). O libdvdcss2 quebra o sistema de encriptação dos DVDs e éproibido nos EUA (embora seja perfeitamente legal no Brasil e em outros países).Estas restrições fazem com que ambos os pacotes não sejam incluídos diretamentenas distribuições, embora você possa instalá-los manualmente sem muitadificuldade.

No Debian, adicione as linhas abaixo no arquivo "/etc/apt/sources.list" e rode ocomando "apt-get update":

deb ftp://ftp.nerim.net/debian-marillat/ sarge maindeb ftp://ftp.nerim.net/debian-marillat/ etch main

Em seguida, instale os dois pacotes usando o comando "apt-get installw32codecs libdvdcss2". No Kurumin, as linhas já vêm adicionadas no arquivosources.list por padrão, você só precisa instalar os pacotes ou usar o ícone mágicopara instalar mais suporte de vídeos.

Este repositório possui vários mirrors. Se o endereço principal estiver fora do ar,você pode encontrar outros pesquisando por "debian-marillat" no Google. Umexemplo é o:

deb http://www.las.ic.unicamp.br/pub/debian.d/debian-marillat/ sarge maindeb http://www.las.ic.unicamp.br/pub/debian.d/debian-marillat/ etch main

O Kaffeine possui também um plugin para o Firefox, o "kaffeineplugin", que permiteassistir vídeos via streaming, como vimos no tópico sobre o Firefox.

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Mplayer

O Mplayer é famoso por ter sido o primeiro player de vídeo "completo" para Linux,capaz de exibir vídeos na maioria dos formatos e DVDs protegidos. Muito do queexiste hoje na área de suporte a formatos de vídeo e multimídia em geral, noLinux, surgiu graças ao trabalho feito no Mplayer.

Ainda hoje ele é um dos players mais usados, embora não venha incluído porpadrão na maioria das distribuições, que preferem usar o Kaffeine, Totem e outrosplayers da família do Xine. O Kurumin traz o Mplayer pré-instalado, de forma queas instruções de instalação se aplicam apenas a outras distribuições derivadas doDebian, onde seja necessário instalar manualmente.

Um dos grandes atrativos do Mplayer é que ele oferece um excelente suporte avídeos danificados ou incompletos. Isto é muito útil naqueles casos em que vocêbaixa um Divx pela metade, e quer assistir o que já baixou, sem ter que achar oresto do arquivo. O Mplayer é esperto o suficiente para reconstruir o mapa deframes do arquivo (que normalmente fica no final) e exibir o vídeo normalmente. Oíndice de sucesso também é muito bom com vídeos danificados, ele consegue"pular" as partes defeituosas e exibir o restante do vídeo, geralmente sem muitosproblemas. Ele também é eficiente na hora de assistir vídeos em formatos exóticos,para os quais não existe um codec adequado instalado. Eles simplesmente tentaexibir usando o codec mais próximo, muitas vezes com bons resultados. A regra ésempre "fazer o possível" para exibir o vídeo, não importa o quão estranho seja oarquivo.

O Mplayer está disponível no repositório Marillat, o mesmo que contém os pacotesw32codecs e libdvdcss. Depois de adicionar as duas linhas no sources.list, vocêpode instalar o mplayer via apt-get, com o comando "apt-get install mplayer-586".

O comando para abrir a interface gráfica do Mplayer é "gmplayer". Se você estiverusando o KDE, clique com o botão direito sobre os arquivos dos vídeos, selecione aopção "abrir com", escreva "gmplayer" no espaço para o comando e marque aopção "lembrar da associação de aplicativo para este tipo de arquivo". Assim, osvídeos passarão a ser abertos automaticamente no Mplayer quando você clicarsobre eles.

Clique com o botão direito sobre a janela principal e você verá as opções para abrirvídeos, legendas, DVDs e VCDs:

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Acessando o menu "Preferences", você tem acesso a mais algumas opçõesimportantes. No menu vídeo você escolhe o driver de vídeo que será usado. Odefault é o X11, que funciona em todas as placas de vídeo e possui uma qualidadede imagem muito boa. O problema é que o X11 é todo processado via software, porisso também é o mais lento, principalmente ao ativar o modo de tela cheia.

A segunda opção é o xv, que já utiliza a interpolação via hardware disponível nagrande maioria das placas modernas. Ele já consegue exibir vídeos em tela cheiasem perda de desempenho, mas a qualidade da imagem não é a mesma,principalmente na temperatura de cor. Os resultados variam de acordo com omodelo da placa de vídeo.

A terceira opção é o xvidix que também oferece aceleração via hardware e umaqualidade de imagem semelhante à do X11, mas em compensação é compatívelcom menos placas. Finalmente, temos o xmga, o driver otimizado para placasMatrox G200, G400, G450 e G550 e o dxr3, que ativa o suporte a placas dxr3,vendidas em muitos kit's de DVD da Creative.

A opção "Enable Double Buffering" é importante para a qualidade de exibição,pois permite que o software processe simultaneamente dois quadros ao invés deum, permitindo que, enquanto o primeiro quadro está sendo exibido, o seguinte jáesteja pronto para ser exibido, evitando delays e perda de frames. Esta opção exigemais processamento, por isso pode ser desabilitada para melhorar o desempenhoem micros antigos.

O "Enable Frame Dropping" permite assistir vídeos em alta resolução mesmo emmáquinas lentas. O software simplesmente vai descartando alguns frames, deacordo com o processamento disponível. O vídeo fica pulado, mas pelo menos vocêconsegue assistir.

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No Kaffeine, a configuração do driver de vídeo que será usado, entre outras opçõesrelacionadas à decodificação e exibição dos vídeos vai no "Configurações >Parâmetros do Xine".

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Na aba Audio você pode alterar o driver de audio usado. O Alsa é o que oferecemelhor qualidade, mas só vai funcionar caso a sua placa de som seja suportadapelos drivers Alsa e eles estejam ativados. As outras opções podem ser testadasem caso de problemas.

Na aba Misc você encontra mais algumas opções que podem melhorar a qualidadeou desempenho do vídeo. Se você tem um processador muito rápido, ative o"Enable postprocessing", assim os ciclos livres serão utilizados para melhorar aqualidade da renderização dos vídeos em Divx.

Ao assistir vídeos a partir de um CD, DVD ou um compartilhamento de rede,aumente o valor da opção Cache. Ela permite determinar a quantidade de vídeo jáprocessado que será armazenado na memória. Quanto maior o valor, maior será a"reserva" a ser exibida em casos de interrupções temporárias no fornecimento dedados. O cache grande vai ser muito útil ao assistir um filme gravado num CDriscado por exemplo.

Os valores do DVD device e CD-ROM device precisam estar corretos, casocontrário você não conseguirá assistir nada a partir deles. Em caso de problemascom os links padrão, experimente fornecer diretamente o device do drive, comoem: "/dev/hdc" (mestre da segunda IDE) ou "/dev/hdd" (slave da segunda IDE).

Os leitores e gravadores de CD USB também são detectados como se fossemdispositivos SCSI, por isso também aparecem como "/dev/sr0" ou "/dev/sr1". Emgeral eles são detectados automaticamente pelo hotplug, encontrado empraticamente todas as distribuições atuais. Você precisa apenas plugar o drive eaguardar alguns instantes.

Uma curiosidade é que existe também a opção de chamar o Mplayer via linha decomando, mesmo a partir de um terminal de texto puro, usando o driver svga,frame-buffer ou mesmo exibindo o vídeo usando caracteres de modo texto.Algumas mini-distribuições, como por exemplo o emovix, utilizam estas opçõespara exibirem vídeos mesmo sem ter o X instalado. Alguns exemplos de comandospara assistir os vídeos a partir do modo texto são o "mplayer -vo svga filme.avi"(usa o driver svga, que funciona na maioria das placas, exibindo o filme em telacheia) "mplayer -vo vesa filme.avi" (que funciona em algumas placas onde osvga não roda), "mplayer -vo fbdev filme.avi" (usa frame-buffer, só funciona seo frame buffer estiver ativo na configuração do lilo). Abra o arquivo /etc/lilo.conf eprocure pela linha "vga=" deixe em "vga=788" para 800x600 ou "vga=791" para1024x768) e "mplayer -vo aa filme.avi" (a mais curiosa de todas exibe o filmeusando caracteres de texto. Dá um efeito interessante, mas a qualidade não é láessas coisas. O legal é que funciona mesmo usando um monitor CGA ;).

No manual você encontra as opções para ativar legendas, assistir DVDs, VCDs,frameskipping, etc. ao usar o player de modo texto. São realmente muitas opções,você pode dar uma garimpada no manual: man mplayer.

K3B

Por ser bastante intuitivo e possuir muitos recursos, o K3B se tornou rapidamenteuma espécie de programa padrão para gravação de CDs e DVDs no Linux. Eleoferece uma interface bastante prática, com todas as opções para gravar CDs eDVDs de dados, copiar CDs (incluindo uma função para clonar CDs e DVDs), riparCDs de música, ripar DVDs, converter músicas e vídeos em diversos formatos,

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limpar CDs regraváveis e até mesmo gravar CDs mistos, onde são misturadasfaixas de áudio e dados, como nos CDs de alguns games. A página oficial é a:http://k3b.org.

A interface lembra a do Nero, com as funções bem acessíveis. O ponto forte do K3Bé que ele tenta ser o mais intuitivo possível. Por exemplo, ao criar um CD demúsica, você vai arrastando os arquivos de áudio para a janela de gravação. O K3Bse encarrega de converter arquivos em .mp3 ou .ogg para o formato nativo do CDautomaticamente, durante e gravação.

Existe funções do K3B incluídas no menu de contexto do KDE. Ao clicar com o botãodireito sobre uma pasta ou arquivo, aparece a opção de gravá-los num CD dedados, dentro do menu "ações":

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Caso o K3B exiba um erro, dizendo que não foi possível encontrar um drivercdrdao, acesse as preferências em Configurações > Configurar K3B... >Dispositivos e altere o "Driver cdrdao" para Generic-MMC (compatível com amaioria dos drivers) ou um adequado ao seu gravador:

O K3B é na verdade uma interface para diversos programas de linha de comando,que ficam encarregados do trabalho pesado. Caso você note a falta de algumafuncionalidade no K3B, verifique se todos estes pacotes estão instalados:"cdparanoia" (necessário para ripar e copiar CDs de audio), "transcode"(necessário para ripar DVDs, salvando os filmes em Divx), "libvorbisenc2"(biblioteca necessária para criar CDs de música a partir de arquivos .ogg),"vcdimager" (necessário para criar VCDs), "normalize" (permite normalizar ovolume das faixas ao gravar CDs de música), "sox" (esta é uma biblioteca quepermite converter arquivos de áudio, necessária para criar CDs de áudio a partir dearquivos .mp3 ou .ogg), "liblame0" (necessária para gravar CDs de música a partirde arquivos .mp3), "libmusicbrainz4c2" (outra biblioteca, que permite que o K3Binclua corretamente as informações sobre as faixas (CD-Text) ao criar CDs demúsica a partir de arquivos .mp3 ou .ogg) e emovix (o K3B inclui uma opção para

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criar CDs ou DVDs bootáveis, contendo músicas ou filmes usando o emovix; vejamais detalhes sobre como instalá-lo a seguir).

Uma opção mais antiga de gravação de CDs é o Xcdroast, um programa bem maissimples, com menos funções que o K3B, mas por outro lado bastante robusto. Elepode ser instalado via apt-get (apt-get install xcdroast), ou encontrado nohttp://www.xcdroast.org/.

eMovix

Muitos CDs com filmes em Divx que tenho visto ultimamente estão vindo com osexecutáveis de algum player ou os codecs de alguma versão do Divx. Muitaspessoas não possuem estes arquivos instalados, e não saberiam como exibir o filmesem eles.

O Movix é uma mini distribuição que permite resolver este problema. Ao invés deficar adicionando executáveis no CD, você pode transformá-lo num CD bootável,que inicializa em poucos segundos e já começa a exibir o arquivo automaticamente.É algo parecido com o que temos no Kurumin, só que menor e otimizado para estatarefa específica.

O eMovix é uma variação dele, que possui apenas 8 MB e é usado para criar CDs"híbridos". Ao abrir o CD no Windows, ou qualquer distribuição Linux, você vê umCD "comum" com algum filme ou músicas dentro. A única pista de que o CDcontém algo a mais é uma pasta "movix" perdida no raiz. Porém, ao dar bootatravés do CD, o eMovix automaticamente detecta o vídeo e placa de som e depoisde alguns segundos começa a exibir os arquivos de vídeo ou áudio que estãodentro do CD sem que seja necessário fazer absolutamente nada. É uma soluçãoideal para poder transportar seus filmes e músicas, sem se preocupar se o PC quevai usar tem ou não os codecs necessários para exibi-lo e também para quandovocê quiser mandar alguma coisa para aquele seu(ua) amigo(a) completamenteleigo(a) que não saberia o que fazer com o arquivo. É um exemplo de aplicação quetransforma o PC numa espécie de eletrodoméstico, que não precisa de muitasinstruções para ser usado.

Originalmente, criar CDs incluindo o eMovix era um processo trabalhoso, mas o K3Boferece uma opção no menu "Arquivo > Novo Projeto", que automatiza o processo.Clique no "Novo Projeto de DVD (ou CD) eMovix" e arraste os arquivos com osfilmes ou músicas que quiser, como se estivesse gravando um CD de dados normal.

Para que esta opção funcione, é necessário instalar o pacote com os arquivos doeMovix. Ele pode ser instalado via apt-get, ou baixado manualmente no:http://sourceforge.net/projects/movix/.

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Enquanto escrevo, a versão mais recente é o arquivo "emovix_0.9.0-1_all.deb".Depois de baixar o arquivo, instale-o com o comando:

# dpkg -i emovix_0.9.0-1_all.deb

Para usar legendas, inclua o arquivo junto com o filme no CD e ela será abertaautomaticamente. Existem duas pequenas regras aqui:

a) A legenda deve ter exatamente o mesmo nome do arquivo (observe maiúsculase minúsculas), mudando apenas a extensão. O "filme-12345REC.avi" vai usar umarquivo de legenda "filme-12345REC.src", por exemplo.

b) Todos os arquivos que serão exibidos devem ficar no raiz do CD-ROM. Arquivosdentro de sub-pastas são ignorados pelo eMovix.

Os arquivos do eMovix ocupam 8 MB no CD-ROM. Para gravar um CD de 80minutos, o filme deve ter no máximo 692 MB. Se você precisar gravar arquivosmaiores, procure uma mídia de 90 minutos ou use um DVD.

Depois de terminar de selecionar os arquivos, clique no botão de gravação e vocêverá a janela com as opções do projeto. Além das opções normais de gravação(velocidade, gravador, DAO, TAO, etc.), aparecerá uma aba "eMovix".

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A opção "Loop playlist" determina quantas vezes os arquivos serão exibidos. Sevocê está fazendo um CD com um monte de músicas, pode querer colocar umnúmero alto aqui para que ele fique tocando indefinidamente, mas, no caso de umfilme, você provavelmente só vai querer ver uma vez.

Por default, o eMovix vai exibir os arquivos incluídos no CD em ordem alfabética.Você pode mudar isso ativando a opção "Play files randomily. A opção "Do not useDMA" desabilita o DMA do CD-ROM. É apenas para a solução de problemas, caso omicro trave durante o boot, por exemplo. Esta opção deteriora muito a qualidadeda exibição dos filmes, por isso deve ser usada apenas como último recurso.Aproveite para ajustar também a opção "eMovix boot messages language", oportuguês está disponível :).

DVDrip

O DVDrip permite fazer "backups" de DVDs, salvando os filmes em MPEG2 (oformato original), ou convertendo-os para Divx ou outros formatos.

Ele é capaz de ripar tanto DVDs sem proteção, quanto títulos protegidos, utilizandoo libdvdcss2 que também deve estar instalado. Ele oferece vários filtros de cor esom (ajuste de temperatura de cor, filtro de eliminação de ruído e assim pordiante) e é capaz de ripar também as legendas (tanto como arquivos separadosquanto mescladas com o filme).

O DVDrip em si é uma interface, que reúne as funções disponíveis em diversosoutros programas, de uma forma similar ao K3B. Para ter o conjunto completo,você deve instalar todos os pacotes a seguir, usando o apt-get: dvdrip (oprograma propriamente dito :), libdvdcss2 (suporte a DVDs protegidos), avifile-xvid-plugin, avifile-vorbis-plugin, avifile-mad-plugin, toolame, transcode(este é um dos pacotes principais, permite converter vídeos em diversos formatos),subtitleripper (para extrair as legendas), ogmtools (opcional, permite salvar oáudio em .ogg, reduzindo um pouco o tamanho final) e vcdimager (tambémopcional, necessário para criar VCDs).

Muitos destes pacotes fazem parte dos repositórios do Marillat (as duas linhas queadicionamos no sources.list no tópico sobre o Kaffeine).

Amarok

O Amarok é um player de audio de "nova geração", que trabalha com um conceitode organização de arquivos diferente do usado em programas mais antigos com oXMMS e o WinAMP. Ao invés de simplesmente colocar alguns arquivos ou pastanuma playlist, você cria uma "coleção" contendo todas as suas músicas. O Amarokutiliza um banco de dados para armazenar todas as informações sobre as músicas,incluindo o artista, o CD do qual cada uma faz parte, gênero e assim por diante.Parte das informações são retiradas das tags ID3 dos arquivos, outras são obtidasatravés de uma base de dados online. Graças à combinação das duas coisas, oAmarok é capaz de reunir músicas que fazem parte de um CD, mesmo que elasestejam espalhadas em várias pastas diferentes. Se você tiver muitas músicasespalhadas, vai acabar percebendo que na verdade tem faixas de muitos CDs quenem imaginava que existiam :).

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O processo inicial de criação da coleção e catalogação das músicas pode demoraralguns minutos, caso você tenha muitas músicas, mas depois você notará que eleoferece muitos recursos interessantes, como exibir as letras das músicas que estãotocando e mostrar imagens das capas dos CDs (tudo baixado da web). Conformevai usando o programa, ele começa a reunir uma série de estatísticas, como asmúsicas que são mais ouvidas, o número de vezes que ouviu cada uma e assim pordiante. Ele também oferece recursos para ouvir rádios online (ele já vem com umalista bastante completa), podcasts, suporte a iPods e outros MP3 Players e atéopções para gravar músicas da coleção direto em CD.

A interface do Amarok possui muitas funções, por isso demora um pouco para seacostumar com ele, mas o conjunto de todas as funções faz com que ele sejaatualmente um dos melhores programas da área, embora naturalmente não agradetodo mundo. A grosso modo, a organização das músicas por artistas e por CD fazsentido se a sua coleção de músicas realmente é composta predominantemente porálbums completos, com as tags ID3 dos arquivos criadas corretamente. Se vocêtem um monte de arquivos soltos, a coleção dentro do Amarok vira uma bagunça.

Justamente por ser um programa complexo, o Amarok possui uma grande lista dedependências, que além da versão correspondente do KDE e vários plugins ebibliotecas, incluem até o pacote "mysql-common", usado para criar a base dedados local, onde ficam armazenadas as informações sobre as músicas. Isso fazcom que a facilidade de instalação dependa do fato de ele fazer parte ou não dospacotes incluídos na distribuição que está usando. No Debian Etch (testing), porexemplo, você pode instalá-lo simplesmente usando o "apt-get install amarok". Osite oficial é o: http://amarok.kde.org/.

Outro programa com recursos similares é o Rhythmbox (também disponível viaapt-get), que utiliza as bibliotecas do Gnome. Ele se integra ao Nautilus e à barrade tarefas do Gnome, fazendo com que ele seja mais usado em distribuições que

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utilizam o Gnome por padrão, como o Ubuntu e o Fedora. A página oficial é a:http://www.gnome.org/projects/rhythmbox/.

XMMS

O XMMS é um dos players de audio for Linux mais antigos. A primeira versão foilançada em 1997 e ele é até hoje o player mais popular. Ele não oferece tantosrecursos quanto o Amarok e está há vários anos numa fase de manutenção,recebendo apenas pequenas melhorias. Ele oferece uma interface simples, similar àdo WinAMP, onde você adiciona algumas músicas na playlist e escuta, sem rodeios.

Existem alguns plugins, que permitem adicionar recursos extras, como vários tiposde filtros de áudio e até suporte a alguns modelos de controle remoto (útil paraquem usa o PC como aparelho de som), mas o principal ponto positivo do XMMS éjustamente a simplicidade.

Kaudiocreator

Existem vários programas para ripar CDs de música no Linux, inclusive o próprio Konqueror. Acessandoo endereço "audiocd:/" na barra de endereços, ele exibe um conjunto de pastas contendo várias opções deformatos para as músicas do CD. Arrastando qualquer uma das pastas para o HD, o CD é ripadoautomaticamente, no formato escolhido.

A principal vantagem do Kaudiocreator é que ele é capaz de baixar as informações sobre as faixas (nome,artista, álbum, etc.) via web, a partir do freedb.org. Isso permite que os arquivos MP3 sejam gerados comas tags ID3 criadas corretamente.

Para ripar as faixas bastam dois cliques: "Selecionar todas as faixas" e "Ripar faixas selecionadas" (obotão com o ícone da engrenagem). Os arquivos gerados vão para a pasta "mp3", dentro da pasta home, jáconvertidas em MP3 e divididas por artista e disco. Você pode acompanhar o status da ripagem na aba"trabalhos":

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Nas preferências você pode escolher o padrão de compressão dos arquivos. É possível gerar arquivosMP3, Ogg, Flac ou arquivos Wav sem compressão.

Outra boa opção é o Grip, um programa especializado em ripar CDs, que permite ripar os arquivosdiretamente em MP3 e também serve como CD-player. Você pode instalá-lo via apt-get (apt-get installgrip).

Na tela principal, marque as faixas a serem ripadas clicando sobre elas com o botão direito. Depois,acesse a aba "Extrair" e em seguida em "Extrair e Codificar" para ripar direto em MP3 ou Ogg Vorbis ouem "Rip only" para extrair as faixas em formato Wav. Assim como no caso do Kaudiocreator, as músicassão salvas na pasta "mp3/", dentro da sua pasta home.

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O default do Grip é encodar as músicas no formato Ogg Vorbis, não em MP3. O Ogg é um formato deáudio com uma qualidade e capacidade de compressão semelhantes à do MP3, mas que traz a vantagemde ser completamente aberto, enquanto o MP3 é um formato proprietário, cuja patente pertence aoInstituto Fraunhofer. Você pode alterar a configuração na "Configuração > Encode > Codificador".Troque o "oggenc" (que gera arquivos .ogg) pelo "lame" (que gera arquivos .mp3).

Audacity

O Audacity é um gravador e editor de áudio que inclui diversos efeitos, filtros eferramentas de edição bastante simples de usar. Ele é um programa semequivalentes, pois é ao mesmo tempo muito fácil de usar, mas ao mesmo tempotão poderoso quanto muitos programas de edição mais profissionais. Ele é idealpara quem não é profissional da área, mas precisa de um programa de edição parauso no dia a dia.

Ao abrir o programa, você pode gravar diretamente a partir do microfone (nãoexiste limite para o tamanho da gravação, ele simplesmente vai gravando enquantohouver espaço no HD, o que é útil ao gravar palestras e concertos) ou importar umarquivo de áudio em .mp3, .ogg, .wav ou qualquer um dos outros formatossuportados.

Usando a ferramenta de seleção (Selection Tool) você pode selecionar trechos, quepodem ser removidos (tecla DEL), copiados (Ctrl+C) ou colados em outro lugar(Ctrl+V). Você pode editar os canais de áudio simultaneamente, inclusive juntando

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múltiplas faixas. Se você tem uma banda de garagem, por exemplo, pode gravarvoz e instrumentos separadamente (usando um metronomo) e depois juntar tudousando o Audacity. Isso vai gerar uma gravação muito mais próxima da feita emestúdio, onde você pode ajustar individualmente o volume de cada instrumento,remover trechos ruins, ajustar o tempo e assim por diante.

Você pode instalar o audacity via apt-get (apt-get install audacity) ou baixá-lomanualmente no http://audacity.sourceforge.net/download/linux. Ele não temmuitas dependências externas, por isso é um programa bem fácil de instalar.

Outro programa similar, porém voltado mais para o público profissional é oRezound, disponível via apt-get ou no http://rezound.sourceforge.net.

Usando o VMware Player

Ao começar a usar Linux, a maioria opta por conservar o Windows em dual boot, a fim de ir sehabituando gradualmente ao sistema, sem perder o acesso aos programas e ao ambiente que estáacostumado a usar. Com o passar do tempo, alguns conseguem passar a usar apenas Linux, com algumsacrifício, enquanto outros conservam o dual boot, perdendo tempo entre os resets.

Mas, hoje em dia existe uma opção muito mais interessante que o dual boot, que é a possibilidade demanter o Windows instalado dentro de uma máquina virtual. Isso permite rodar o Windows dentro deuma janela, usando simultaneamente os aplicativos dos dois sistemas.

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Todos os arquivos referentes à máquina virtual são salvos dentro de uma pasta, de forma que você nãoprecisa ter uma partição separada. Também é muito mais fácil fazer backups e reinstalações, já que vocêsó precisa salvar a pasta em outro lugar e restaurá-la quando qualquer coisa der errado. Usando uma VM,você não precisa mais perder tempo reinstalando o sistema cada vez que o Windows pegar vírus oucomeçar a travar.

Além do Windows, é possível rodar outras distribuições Linux ou mesmo outros sistemas operacionaispara micros PC, permitindo que você teste diversos sistemas sem precisar ficar formatando o HD.

Naturalmente, dois sistemas rodando simultaneamente são mais pesados do que um, por isso você precisater um PC relativamente potente (a partir de um Duron de 1.0 GHz), com de preferência 512 MB dememória RAM.

Como citei no capítulo 2, existem diversas opções de emuladores e virtualizadores, incluindo o Qemu e oXen, mas o VMware (pelo menos do ponto de vista de um usuário doméstico) é de longe o mais práticode usar. Ele está disponível no http://www.vmware.com.

O grande problema do VMware era o fato de ser um software caro. Você podia se cadastrar no site paraobter um trial de 30 dias mas, para usá-lo definitivamente (pelo menos legalmente), você precisava pagarUS$ 199 pela versão completa.

Isso mudou com o lançamento do VMware Player, em outubro de 2005. O Player é uma versão gratuitado VMware, cuja grande limitação é o fato de não possuir as opções que permitem criar e modificar aconfiguração da máquina virtual. Isso não impede que ele seja usado no dia-a-dia, pois você pode usar aversão trial do VMware Workstation para criar e configurar a máquina virtual e depois ficar usando-aindefinidamente no Player.

A licença de uso do VMware Player permite explicitamente o uso de máquinas virtuais distribuídas poroutras pessoas ou criadas usando o VMware Workstation, mesmo a versão trial. Você pode inclusivedistribuir máquinas virtuais com distribuições Linux (ou qualquer outro sistema de livre distribuição) pré-instaladas.

Ao usar o Kurumin, você pode usar o Kurumin-EMU, um conjunto de script que desenvolvi para instalaro VMware Player, além de criar e modificar as máquinas virtuais, eliminando a necessidade de usar oVMware Workstation. Inicialmente, tinha desenvolvido o Kurumin-EMU como uma interface para oQemu, o emulador open-source, que concorre com o VMware, pois na época ele era melhor soluçãogratuita. Depois do lançamento do VMware Player, modifiquei os scripts para utilizá-lo no lugar doQemu, dando origem à versão atual, que você encontra nas versões recentes do Kurumin, a partir do 5.1:

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Ao usar outras distribuições, você pode baixar o arquivo de instalação do VMware Player no:http://www.vmware.com/download/player/.

Existem duas versões Linux disponíveis, um pacote .rpm e um pacote .tar.gz genérico, que pode serinstalado em qualquer distribuição. Para instalá-lo, descompacte o arquivo e execute (como root) oarquivo "vmware-install.pl" dentro da pasta.

Via terminal, os comandos seriam os seguintes:

$ tar -zxvf VMware-player-1.0.0-16981.tar.gz $ cd vmware-player-distrib/$ su <senha># ./vmware-install.pl

A fim de ser compatível com todas as distribuições, o VMware usa um instalador bem simples, em modotexto. A instalação é basicamente automática, mas ele confirma as pastas de instalação de uma série dearquivos. Você pode simplesmente ir pressionando enter, aceitando as opções padrão.

Dependendo da distribuição em uso, ele pergunta num certo ponto sobre a compilação de um módulo deKernel. Este módulo é necessário pois ele precisa de acesso direto ao hardware. No Kurumin, a instalaçãoprossegue automaticamente, pois o sistema já vem com os headers do Kernel e os compiladoresnecessários, mas em outras distribuições você pode precisar instalar estes componentes manualmente.Procure pelos pacotes "kernel-headers", "kernel-source", "gcc" e "g++". No capítulo seguinte, veremosum passo a passo de como instalá-los no Ubuntu.

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Depois de instalado, você pode executá-lo usando o ícone criado no menu, ou via terminal, usando ocomando "vmplayer". Execute-o usando seu login de usuário; o root só é necessário para a instalação.

Ao abrir, você só precisa indicar a pasta com a máquina virtual que será usada. Se tiver memória RAMsuficiente, você pode inclusive abrir duas ou mais instâncias simultaneamente, cada uma rodando umsistema diferente.

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Aqui chegamos ao primeiro problema: ainda não temos nenhuma máquina virtual criada :). Você poderiavoltar ao http://www.vmware.com e preencher o formulário para baixar o trial do VMware Workstation,instalá-lo, usá-lo para criar as VMs e, depois de 30 dias voltar a usar o VMplayer. A segunda opção é usaro próprio Kurumin-EMU, que oferece a mesma opção de forma bem mais descomplicada.

Ao criar uma nova máquina virtual, você deve definir o sistema operacional que será instalado, aquantidade de memória RAM que será reservada e o tamanho do disco virtual.

Se você tem 512 MB, por exemplo, pode reservar 256 MB para a máquina virtual. O sistema dentro damáquina virtual (chamado de guest) fica limitado a usar a quantidade reservada, sem prejudicar o sistemaprincipal.

Em termos de hardware, a memória RAM é justamente o principal requisito para um bom desempenho,mais importante que o processador. Quando existe pouca memória disponível, o VMware começa a usarswap, reduzindo brutalmente o desempenho. Se as coisas estiverem lentas, experimente antes de maisnada adicionar mais um pente de memória.

No caso dos discos virtuais, o tamanho definido é apenas uma espécie de limite. Inicialmente, o discovirtual é um arquivo vazio, que ocupa poucos kbytes. Dentro da máquina virtual, o sistema guest pensaque está formatando e usando um HD de verdade, mas todas as mudanças são mascaradas e feitas dentrodo arquivo. Conforme você instala o sistema e outros programas, o arquivo vai aumentando de tamanho,até o limite definido. Enquanto ele não é atingido, o arquivo do disco virtual ocupa um espaçoequivalente à quantidade de espaço realmente ocupado.

Se você criou um disco virtual de 20 GB, mas apenas 2 GB estão em uso, você verá um arquivo deapenas 2 GB dentro da pasta da máquina virtual.

Este é o wizard de criação de uma nova máquina virtual do VMware Workstation:

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E este é o script usado pelo Kurumin-EMU. Lembre-se de que a máquina virtual é simplesmente umapasta criada no HD, de forma que você pode usar o Kurumin-EMU para criar e modificar suas VMs,mesmo que você pretenda usar outra distribuição. Basta dar boot pelo CD:

Depois de criada a VM, o próximo passo é instalar o sistema. A máquina virtual se comporta da mesmaforma que um PC normal, com setup e tudo mais. A única diferença é que tudo acontece dentro de umajanela. Como de praxe, a instalação consiste em dar boot através do CD de instalação do sistema, fazer oprocedimento normal de instalação e depois reiniciar dando boot pelo HD.

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Para configurar o "setup" da máquina virtual, pressione a tecla "F2" na tela inicial. Nele você podeescolher entre dar boot pelo CD-ROM ou pelo HD, e até mesmo acertar a hora do setup. A máquinavirtual tem até mesmo um relógio de CMOS próprio! :-).

Você pode tanto usar um CD-ROM físico, dentro do drive, quanto usar diretamente um arquivo ISO, útilpara testar outras distribuições Linux sem precisar queimar o CD. Isso é definido dentro da configuraçãoda máquina virtual:

O sistema dentro da VM realmente acha que está sendo instalado dentro de um PC real. Você particiona eformata o "HD" e tudo mais, porém tudo é feito dentro dentro da pasta, sem afetar o sistema principal:

Espiando dentro da pasta onde foi criada a VM, você verá uma estrutura como esta. O arquivo .vmdkcontém o disco virtual (dependendo da configuração ele pode ser dividido em vários arquivos), o .nvramcontém a configuração do "setup" e o .vmx contém a configuração da máquina virtual:

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O arquivo de configuração possui uma estrutura relativamente simples, permitindo que você editealgumas opções diretamente no arquivo, sem precisar usar o Kurumin-EMU ou o VMware Workstation.

A quantidade de memória RAM reservada à máquina virtual pode ser ajustada diretamente peloVMplayer, em "Player > Troubleshot > Change Memory Allocation".

Depois de instalar o sistema, vem outro passo importante, que é instalar o VMware Tools, um conjunto dedrivers que faz o sistema guest rodar com um melhor desempenho e de forma mais transparente,sobretudo com relação ao vídeo. Isso é necessário, pois, de dentro da máquina virtual, o sistema guest nãoenxerga o hardware real da sua máquina, mas sim um conjunto de dispositivos virtuais criados por ele. Épor isso que você pode usar a mesma VM em vários micros diferentes, sem precisar ficar instalandodrivers nem modificando o sistema guest.

O VMware Tools é especialmente importante se você estiver usando o Windows 98 ou 2000 como guest,pois ambos não possuem drivers para a placa de vídeo virtual do VMware, fazendo com que o vídeo fiquea 640x480, sem qualquer tipo de aceleração.

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Outra grande vantagem em instalar o VMware Tools é que o mouse não fica mais "preso" dentro dajanela da VM (normalmente você clica na janela para usar a VM e pressiona Ctrl+Alt para liberar omouse), o cursor passa a movimentar-se livremente, como se a máquina virtual fosse apenas mais umajanela.

Ao usar o VMware Workstation, você pode instalar o VMware Tools dando um boot na máquina virtual eusando a opção "Settings > VMware Tools Install". Isso simula a inserção de um CD-ROM dentro damáquina virtual, o que (no Windows) faz com que o instalador seja aberto automaticamente. O VMwareTools é simplesmente um conjunto de drivers, instalado de forma rápida.

Naturalmente, também é possível instalar o VMware Tools manualmente. Aqui vai o caminho das pedras:

Baixe o arquivo de instalação do VMware Workstation. Ao contrário do player, ele inclui as imagens doVMware Tools. Descompacte o arquivo e, dentro da pasta criada, acesse a pasta "lib/isoimages/". Elacontém quatro arquivos ISO, contendo o VMware Tools pra Linux, Windows, Netware e BSD.

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Para usá-los, você pode tanto queimar um CD-ROM, quanto configurar a máquina virtual para usardiretamente o arquivo ISO como CD. O importante é que o conteúdo da imagem esteja acessível dentroda VM.

Para instalar o VMware Tools no Windows, basta dar boot na VM e abrir o programa de instalaçãodentro do CD. Ele detecta a versão do Windows em uso e instala os drivers adequados.

Para instalar o VMware Tools for Linux, copie o arquivo "VMwareTools-5.0.0-13124.tar.gz" de dentrodo CD para uma pasta qualquer do HD, descompacte-o e execute o arquivo "vmware-install.pl" dentroda pasta.

Será aberto um instalador em modo texto, bem similar ao usado para instalar o VMware Player. Confirmeas pastas de instalação e no final escolha a resolução de vídeo que deseja usar. Ele oferece instruções parausar um driver de rede alternativo, mas você não precisa se preocupar com isso, pois a rede virtual doVMware é bem suportada no Linux. O mais importante é o novo driver de vídeo, que é muito mais rápidoe não prende o cursor do mouse.

Ao instalar o Kurumin como guest dentro da máquina virtual, você pode usar o script "instalar-vmware-tools", que automatiza o processo.

Uma configuração importante relacionada ao desempenho do vídeo é sempre configurar o sistema guestpara usar a mesma profundidade de cores que o sistema host. Se você está usando 16 bits de cor em um,use igual no outro.

Finalmente, temos a questão da configuração da rede, bem simples na verdade, pois a máquina virtualsimplesmente acessa sua rede local como se fosse um PC à parte. Se você tem um servidor DHCP ativo, osistema guest vai configurar a rede automaticamente e até navegar na internet usando a conexãocompartilhada. Caso contrário, você pode configurar a rede manualmente, de forma que o sistema host eo guest façam parte da mesma rede, e até mesmo usar os scripts que compartilham a conexão.

O VMware Workstation inclui um recurso que permite compartilhar pastas entre o sistema host e o guest,uma forma simples de trocar arquivos entre os dois. Este recurso não está disponível no VMware Player,mas você pode usar o Samba, NFS ou mesmo um servidor FTP para compartilhar arquivos entre os dois,usando a rede virtual.

Ao rodar o Windows dentro da VM, crie um compartilhamento de rede e tente acessá-lo no Linux usandoo SMB4K ou o "smb:/" do Konqueror. Ao rodar outra distribuição Linux dentro da VM, você pode usar oNFS para compartilhar arquivos, colocando as pastas compartilhadas dentro do arquivo "/etc/exports".

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Em caso de problemas, você pode usar um servidor FTP para acessar os arquivos. Um servidor FTP forWindows muito fácil de usar é o Filezilla, disponível no: http://filezilla.sourceforge.net/.

Outra idéia é usar um pendrive. Ao conectá-lo na porta USB, aparece um botão na janela do VMwarePlayer, que permite compartilhá-lo com a máquina virtual. Usando este recurso, ele pode ser acessado nosdois sistemas, servindo como uma área de transferência de arquivos.

Este mesmo recurso funciona também com impressoras, scanners, palms e outros dispositivos USB, quepodem ser usados dentro da máquinas virtual, mesmo que não estejam configurados no Linux. OVMware Player simplesmente permite que o sistema guest acesse diretamente o dispositivo.

Note que este recurso só funciona com periféricos USB. Não adianta tentar usar o Windows dentro daVM para ativar seu softmodem que não possui suporte no Linux, pois o VMware não oferece acessodireto a dispositivos PCI.

Uma última dica é que o vmplayer pode ser chamado via linha de comando, carregando diretamente amáquina virtual desejada. Basta indicar o arquivo .vmx dentro da pasta, como em:

$ vmplayer /mnt/hda6/winxp/VM.vmx

Isto permite criar ícones no desktop, ou até mesmo fazer que uma determinada máquina virtual sejaaberta automaticamente durante a inicialização do KDE. Neste caso você só precisa colocar o ícone como comando dentro da pasta ".kde/Autostart", dentro do seu diretório home.

Usando o Wine

Enquanto o VMware cria um ambiente virtual, que permite executar uma cópia do Windows e rodar osprogramas sobre ela, o Wine usa uma abordagem mais direta: simplesmente rodar os programasdiretamente.

Como disse no início, não existe originalmente qualquer compatibilidade entre os programas do Windowse Linux. Os dois sistemas não possuem sequer uma base comum, são realmente duas coisas bemdiferentes.

A equipe do Wine faz um trabalho de formiguinha, incluindo suporte às funções usadas no Windows,uma a uma. O conjunto destas funções é chamado de API (application programing interface). O Wine éjustamente uma implementação da API do Windows, que permite executar os programas no Linux comose fossem aplicativos nativos.

O problema reside justamente no fato da API do Windows ser fechada e existirem muitas chamadasescondidas e até mesmo bugs que são usados pelos programas. A única forma de descobri-las é na baseda tentativa e erro, o que faz com que o desenvolvimento do Wine seja bem lento.

O Wine foi provavelmente o maior alpha da história. Foram 12 anos, desde o anúncio das primeirasversões, em 1993. Em 25/10/2005 foi finalmente lançada a primeira versão beta, que indicou umamudança de rumos no projeto.

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Até então, mudanças estruturais aconteciam a cada novo release, fazendo com que muitos programas querodavam em uma versão não funcionassem mais na seguinte. Isso dificultava muito o uso do wine, pois aúnica forma de ter certeza que um determinado software iria funcionar seria usar a mesma versão edistribuição que o autor da dica estava usando. Você pode ver mais detalhes sobre esta fase negra nestetutorial que publiquei no Guia do Hardware: http://www.guiadohardware.net/tutoriais/098/.

A entrada no estágio beta indicou que o software passou a ser muito mais estável e previsível, fazendocom que as novas versões simplesmente incluam novos recursos, e não novos problemas. Vale lembrarque mesmo em estágio alpha, o Wine já rodava uma quantidade muito grande de aplicativos, como oOffice, AutoCAD, Photoshop, IE, Lotus Notes e um sem número de pequenos programas. Daqui prafrente a lista tende a aumentar.

Note que o Wine não é perfeito. Mesmo programas que são considerados compatíveis rodam muitasvezes com pequenos defeitos ou pequenas diferenças em relação ao Windows e muitos programassimplesmente não rodam.

Você pode encontrar uma lista de alguns programas testados no: http://www.frankscorner.org/.Naturalmente, esta lista está longe de ser completa, de forma que a melhor forma de saber se umdeterminado programa roda ou não é simplesmente testando.

O melhor lugar para baixar a última versão do Wine é na própria página do projeto, onde você encontrapacotes para várias distribuições: http://www.winehq.org/site/download.

Para instalá-lo no Ubuntu, Kurumin e outras distribuições derivadas do Debian, adicione a linha abaixono arquivo "/etc/apt/sources.list":

# Winedeb http://wine.sourceforge.net/apt/ binary/

Depois de rodar o "apt-get update", instale o Wine usando o apt-get:

# apt-get install -t binary libwine wine

A maioria das distribuições incluem pacotes próprios do Wine. No Ubuntu, por exemplo, ele estádisponível no repositório "Universe". O "-t binary" no comando faz com que o apt-get instale a versãodisponível no repositório que adicionamos, ao invés de instalar o pacote disponível no repositórioprincipal do Debian ou Ubuntu.

Depois de instalado, rode o "winecfg" (desta vez usando seu login de usuário, não o root). Ele seencarrega de criar as pastas e arquivos de configuração usados pelo Wine:

$ winecfg

Dentro do painel de configuração, clique em "Drives > Autodect", isso faz o winecfg criar a configuraçãoque permite que os programas Windows acessem arquivos dentro do seu diretório home e em outraspastas do sistema. O diretório home é geralmente visto dentro dos programas Windows com o drive "H:"e o diretório raiz aparece como o drive "Z:", mas isso pode variar de acordo com a configuração da suamáquina.

Na aba "Applications" você pode escolher qual versão do Windows será simulada. A maior parte dosprogramas roda melhor escolhendo "Windows 98", que é a opção recomendada. Mas, alguns programassó instalam no Windows 2000 ou XP. Nestes casos, você pode experimentar abrir novamente o winecfg etrocar a versão.

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Se você pretende usar o som dentro dos aplicativos Windows, acesse a aba "Audio" e marque a opção"Alsa", no lugar do "OSS" que vem marcado por padrão. Se preferir desativar o som, basta desmarcarambas as opções.

Depois de salvar a configuração no winecfg, o Wine já está pronto para uso. Um passo importante éinstalar o "dcom98" dentro do Wine. Ele é uma atualização importante, necessária para que váriosprogramas rodem corretamente sob o Wine. O arquivo de instalação pode ser baixado no:

http://download.microsoft.com/msdownload/dcom/98/x86/en/dcom98.exe

Para executar programas do Windows, você chama o comando "wine", seguido do programa Windowsque vai ser executado dentro dele. Para instalar o dcom98, use o comando:

$ wine dcom98.exe

Você pode associar os arquivos ".exe" com o Wine no Konqueror, de forma a executá-los simplesmenteclicando sobre eles no gerenciador de arquivos.

Para isso, clique com o botão direito sobre um arquivo ".exe" qualquer. Nas propriedades, acesse a opção"Abrir Com" e, no campo para indicar o programa, escreva "wine" e marque a opção "Lembrar daassociação de aplicativo para este arquivo":

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A partir daí, ao clicar sobre qualquer executável do Windows, ele será executado automaticamenteatravés do Wine.

Todos os programas instalados através do Wine vão para dentro da pasta ".wine/drive_c" dentro do seudiretório de usuário. Dentro dela, você verá as pastas "Windows", "Arquivos de programas" e outrasusadas pelos programas. Nas versões recentes, o Wine se encarrega também de incluir ícones para osprogramas instalados no menu:

Aqui estou rodando o Flash MX, um dos programas bem suportados, que instala e roda sem problemasvisíveis:

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Uma observação é que os programas executados pelo Wine podem (na configuração padrão) ler emodificar arquivos dentro do seu diretório home. Isto significa que, em algumas situações, como aoexecutar um arquivo infectado através do Wine, o vírus pode apagar ou modificar seus arquivos.

Para evitar essa possibilidade, você pode executar o Wine usando um usuário separado. Crie um novousuário usando o "adduser" ou o "users-admin" e use o "sux" ou o "su" para logar-se como ele, como em:

$ sux joao

Qualquer programa executado usando este usuário separado poderá no máximo modificar arquivos dentrodo home dele, sem risco para seus arquivos.

Vamos a um exemplo prático de uso do Wine, instalando o DVDShrink, que permite fazer backups deDVDs de vídeo. Ele é muito útil, pois os DVDs são caros e ao mesmo tempo frágeis, e você não ganhaoutro caso o DVD que comprou risque.

O DVDShrink é um dos programas mais simples de usar. Ele extrai o vídeo, junto com legendas, menus efaixas de áudio do DVD original e comprime (caso necessário) de forma que possa ser gravado numaúnica mídia DVD+R ou DVD-R. Isso permite inclusive fazer backup de DVDs dual-layer numa únicamídia, embora com uma pequena perda de qualidade. Você pode também remover as faixas extras deáudio, extras e outros recursos, de forma a deixar mais espaço para o filme.

O único problema é que ele é um programa Windows, um detalhe que o Wine ajuda a resolver.

O primeiro passo é instalar os pacotes libwine e wine, como vimos a pouco. Ao rodar o winecfg, não seesqueça de detectar os drives da máquina, clicando no "Drives > Autodetect". Você precisa ter instaladotambém o pacote "libdvdcss2", disponível via apt-get no repositório Marillat ou via urpmi no plf.

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Na aba "Applications", defina a versão do Windows como "Windows 2000". O DVDShrink não rodacaso o Wine simule o Windows 98.

O próximo passo é baixar o instalador do DVDShrink no http://www.dvdshrink.org/. O ideal é que vocêrode a versão 3.2 do DVDShrink sobre o Wine 0.9.8, que é um conjunto bastante testado e que funcionaseguindo apenas as instruções que reporto aqui. Se não for possível, use uma versão mais atual do Wine,mas nunca uma versão antiga.

Você pode baixar a versão correta do DVDSrink também no link abaixo:http://www.mrbass.org/dvdshrink/dvdshrink32setup.zip.

Para instalar, descompacte o arquivo e execute-o através do Wine. O instalador roda sem problemasvisíveis, como se estivesse rodando diretamente sobre o Windows.

$ unzip dvdshrink32setup.zip$ wine dvdshrink32setup.exe

Aproveite para instalar também o DVD Decrypter, que permite quebrar sistemas diversos de proteção,gerando um arquivo .iso que pode ser posteriormente processado através do DVDShrink:http://www.mrbass.org/dvdrip/SetupDVDDecrypter_3.5.4.0.exe.

Nas versões anteriores do Wine, era necessário copiar manualmente algumas dlls para dentro da pasta".wine/drive_c/Windows/System" e criar um link para o CD-ROM dentro da pasta ".wine/dosdevices",mas atualmente nada disso é necessário. Basta instala-lo diretamente.

Outra melhoria do Wine 0.98 sobre as versões anteriores é que agora são criados (corretamente) ícones nodesktop para os aplicativos instalados através do Wine. Isso torna o uso muito mais confortável, poisbasta clicar no ícone, como no Windows.

De qualquer forma, se você tem algum problema pessoal com eles, nada impede que execute osprogramas instalados da forma antiga, especificando o executável e caminho de instalação, como em:

$ wine /home/joao/.wine/drive_c/Arquivos\ de\ programas/DVD\ Shrink/DVD\ Shrink\ 3.2.exe

Veja que nas versões recentes, o Wine usa a pasta ".wine/drive_c" como drive C:, ao invés da".wine/fake_windows", usada nas primeiras versões.

Para que qualquer aplicativo executado via Wine consiga acessar o DVD ou CD-ROM no drive, é precisoque ele esteja montado. Ao usar uma distribuição que não faça isso automaticamente via automount,monte-o usando o ícone no desktop, ou o tradicional:

$ mount /mnt/cdrom

Uma coisa que me chamou a atenção ao rodar o DVDShrink pela primeira vez foi definir a região do meudrive de DVD. No Linux, não importa para qual região seu drive está ajustado, pois os aplicativos lêem odisco usando o libdvdcss2, que decodifica o filme diretamente, sem utilizar o chip decodificador incluídono drive.

É por isso que usei meu drive por meses, sem sequer perceber que ele não estava com a região definida:

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Ao abrir, clique no botão "Open Disk" para que ele leia o DVD no drive. Se neste ponto você receberuma mensagem de erro "Failed to open file \d:", abra as permissões do "/dev/cdrom" e do dispositivo doseu drive de DVD, como "/dev/hdc" ou "/dev/hdd", usando o comando chmod, de forma que o Winetenha permissão para acessar o disco:

# chmod 666 /dev/cdrom# chmod 666 /dev/hdc

No caso de DVDs com algum dos sistemas de proteção recentes (onde o DVD Shrink reporta um errosimilar), existe a possibilidade de usar o Mplayer para quebrar a proteção, permitindo que o DVD Shrinkacesse o DVD já sem a proteção ativa. Para isso, você precisa ter o Mplayer instalado, junto com o pacotelibdvdcss.

Com o DVD no drive, chame o Mplayer (via linha de comando), como se fosse assistir o DVD:

$ mplayer dvd://1

Caso necessário, especifique o driver de vídeo a ser usado, como em:

$ mplayer -vo xv dvd://1

Feche a janela pouco depois de começar o filme, monte o "/mnt/cdrom" e abra o DVD Shrink. Vocênotará que apenas por previamente abrir o filme no Mplayer, ele conseguirá acessar o conteúdo do DVDnormalmente. Isso acontece por que uma vez quebrado o sistema de proteção, o DVD fica disponível para

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qualquer aplicativo. Você precisa chamar o Mplayer novamente para cada novo DVD, mas é ainda bemmais prático do que ter que usar o DVD Decrypter, como seria necessário no Windows.

Na tela principal do DVDShrink você tem a opção de eliminar as trilhas e áudio e legendas de que nãoprecisa. Nas configurações, desmarque a opção "Enable Burning with Nero", já que vamos gravar o DVDusando o K3B.

Ao clicar no "Backup!" você tem a tela final, onde você escolhe em qual pasta salvar o arquivo final (épreciso ter pelo menos 4.4 GB livres) e mais algumas opções relacionadas à qualidade do arquivo gerado.No meu caso, estou salvando no "drive" E:, que corresponde à pasta "/mnt/hda6" no Linux.

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Depois de extraídos os arquivos, falta gravar o DVD, usando o K3B. Crie um "Novo Projeto de DVD deVídeo", arraste os arquivos das pastas "AUDIO_TS" e "VIDEO_TS" (de dentro da pasta gerada) paradentro do projeto e clique no "Queimar". Note que a pasta "AUDIO_TS" fica vazia quando vocêdesmarca as faixas de áudio extras.

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Se você prefere utilizar um programa nativo, experimente o k9copy, que embora não seja tão completoquanto o DVDShrink, é bem simples de usar e oferece os recursos mais básicos. A página do projeto é ahttp://k9copy.free.fr/ e você pode instala-lo via apt-get através do pacote "k9copy", disponível norepositório Marillat.

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