linguagem e percepção ambiental

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO COLÉGIO UNIVERSITÁRIO – COLUN CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE DISCIPLINA: GEOGRAFIA APLICADA PROF. ROGERIO MAFRA ROOSEVELT FERREIRA ABRANTES

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Page 1: Linguagem e percepção ambiental

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO COLÉGIO UNIVERSITÁRIO – COLUN

CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE

DISCIPLINA: GEOGRAFIA APLICADAPROF. ROGERIO MAFRA

ROOSEVELT FERREIRA ABRANTES

SÃO LUÍS2012

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ROOSEVELT FERREIRA ABRANTES

Linguagem e Percepção Ambiental

Trabalho apresentado à disciplina de Geografia Aplicada do segundo modulo, ministrada pelo Prof. Rogério Mafra para obtenção de nota.

SÃO LUÍS2012

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SUMARIO

Introdução....................................................................................................................05A Questão Ambiental e a Nova Ordem Mundial..........................................................06A Questão Ambiental Hoje...........................................................................................07As Múltiplas Faces da Questão Ambiental..................................................................07Humanismo Planetário................................................................................................08O Meio Ambiente como a Nossa Realidade por Excelência.......................................08Constitutivos do Meio Ambiente..................................................................................08Riscos Globais.............................................................................................................09A Relação Ser Humano Mundo-Natural......................................................................10Percepção e Linguagem do Meio Ambiente com Vistas a Gestão Ambiental............10Percepção Ambiental...................................................................................................11Percepção individual: O sensorial e o Racional...........................................................11Linguagem Ambiental..................................................................................................12Natureza da Ciência Ambiental...................................................................................12 Requisitos da Ciência Ambiental e da sua Linguagem................................................13 Proposta de Definições como Hipóteses de Trabalho.................................................14Considerações Finais ..................................................................................................15Referencias Bibliográficas ...........................................................................................16

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INTRODUÇÃO

A partir do século XV, a civilização ocidental europeia passou a imprimir marcas profundas com a expansão marítima. Extorquiu minérios, devastou florestas, dizimou animais e exterminou povos indígenas. Ao mesmo tempo, foi impondo sua cultura a outras áreas do planeta. O mundo foi ocidentalizado e passou também a pisar fundo no ambiente. Outra grande transformação foi a revolução industrial, cuja origem localiza-se na Inglaterra do século XVIII. Ela se expandiu pelo mundo, dividindo-o em países industrializados e países exportadores de matéria prima. A partir dela, começa a se criar uma outra realidade planetária, com emissões de gases causadores do aquecimento global, devastação de florestas, empobrecimento da biodiversidade, uso indevido do solo, urbanização maciça, alterações profundas nos ciclos de nitrogênio e fósforo, contaminação da água doce, acidificação dos oceanos, disseminação de uma infinidade de produtos químicos, produção de poeira, adelgaçamento da camada de ozônio e extração excessiva de recursos naturais não-renováveis, que, por sua vez, produz quantidades inauditas de lixo. As concepções tradicionais de meio-ambiente o apresentam como uma realidade fechada em si mesma e com comportamento causal. Estas concepções por possuírem subjacentemente um conceito positivista e uma posição analítica, tomam o meio-ambiente como sendo o natural (físico e biótico) ao qual se soma, exatamente em moldes adicionais, o social. Ele é a soma de partes, onde sistema e particularidades são recíprocos e só na sua reciprocidade são cognocíveis. O meio-ambiente não é visto como totalidade dialética, onde o biogeofísico e o sócio-econômico são os seus perfis de tensão e do possível. O meio-ambiente não é visto como sua trama vital histórico que adquire sentido através de um projeto, isto é, do trabalho e, portanto, do homem. A questão ambiental não poderá escapar da compreensão das diferenças geradas pelo sistema produtivo, que ocasionaram este ou aquele problema ambiental, visto que desenvolvimento é entendido como implantação da ordem capitalista no seu nível material e ideológico. A questão ambiental se não for compreendida deste modo, não se escapará da figura tecnoburocrática que se coloca como a consciência da realidade dispondo de uma atividade racional que organiza a história, dá corpo à nação e funda o poder. Figura esta que é chamada para impor as condições daquilo que é e deve ser. É ela que, pela mediação do Estado, desperta a razão que prevê o futuro, encurta o tempo e preconiza o planejamento justificando, teoricamente, todo esse quadro e anulando a rede constituída de relações de produção e as diferenças de interesses sociais. Os critérios de análise da problemática ambiental só terão razão de ser se revelarem, nas suas especificidades bio-geo-físicas e sócio-econômico-culturais, os dois pontos acima mencionados, ou seja, relações de produção e diferentes interesses sociais. Caso contrário não representam a realidade, mas sim, manipulam o real de acordo com os interesses de alguns.

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A QUESTÃO AMBIENTAL E A NOVA ORDEM MUNDIAL

Com o final da Guerra Fria, após a fragmentação da URSS no ano de 1991, o mundo iniciou uma nova etapa de relações geopolíticas, definindo os Estados Unidos como potência hegemônica e o sistema capitalista como determinante para a construção de uma Nova Ordem Mundial. As discussões e análises que permaneceram por décadas focadas nas disputas entre as ideologias antagônicas da Guerra Fria começaram a dividir espaço com outras problemáticas, como a erradicação da pobreza, a degradação ambiental e o terrorismo internacional. No ano de 1992, foi realizada a Conferência das Nações Unidas para Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Rio 92, primeiro grande encontro promovido pela ONU após o início da Nova Ordem Mundial. É notável que as instâncias políticas e a imprensa de um modo geral passaram a oferecer maior atenção para os temas relacionados ao meio ambiente global. Em todos os segmentos da sociedade ocorreu, de fato, uma busca por ações ambientais e políticas públicas mais próximas da sustentabilidade social e ambiental, uma vez que o debate, até então muito concentrado nos meios científicos e acadêmicos, foi estendido para a vida cotidiana da população. No âmbito da globalização, que marcou a economia e as relações internacionais a partir do final do século XX, várias são as manifestações que constituíram um processo único chamado desterritorialização, no qual um Estado perde, de forma implícita, parcial ou totalmente a soberania em seu território com relação a certas decisões. Essa perda se dá em função das necessidades de outro(s) Estado(s) ou em função das prioridades do capital globalizado, atuante na forma de empresas transnacionais cujos objetivos muitas vezes se contrapõem aos objetivos do Estado e da própria sociedade. Em meio a essa chamada Nova Ordem, vários foram os interesses que ultrapassaram as fronteiras de um ou mais países, tornando-se interesses globais, forçando, de certa forma, a desterritorialização. O meio ambiente não escapou desse processo, posto que a degradação ambiental trata-se de um problema que não reconhece fronteiras. É altamente questionável atéque ponto as instituições internacionais são capazes de coordenar ações em direção de leis ambientais globais e assentadas de acordo com o desenvolvimento socioeconômico de cada nação. Por vezes, a lógica do capital se opõe à conscientização ecológica, sempre buscando a viabilidade econômica dos empreendimentos, como pode ser observado pela difusão de selos verdes, certificados ambientais e diversos programas de conservação. Muitas empresas alcançam maior valor de mercado ao participarem de projetos de reflorestamento e educação ambiental, o que atualmente é denominado de Ecomarketing. As tendências da globalização imprimem um ritmo econômico acelerado e em descompasso com o equilíbrio ecológico, e as instituições supranacionais como a ONU e os blocos econômicos ainda não estão adequados a essas demandas. A solução do problema das mudanças climáticas, por exemplo, requer uma modificação radical no sistema energético atual, baseado em energias não renováveis e contaminantes (petróleo, carvão, gás natural) que são utilizadas de maneira não equitativa, excessiva e com desperdício. O novo sistema deveria ter como base as energias renováveis de menor impacto ambiental e um menor consumo energético, com um aproveitamento mais eficaz da energia e permitindo a satisfação das necessidades básicas de todos os habitantes do mundo. Essa alteração no padrão de geração de energia provocaria transformações na economia, na sociedade e nas formas de viver, além de constituir um contraponto ao consumismo que impera em nossa sociedade e ao dogma do crescimento econômico.

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A QUESTÃO AMBIENTAL HOJE

Os cientistas estão demonstrando que, dentro do Holoceno, a ação humana coletiva no capitalismo e no socialismo provocou uma crise ambiental sem precedentes na história da Terra gerada por uma só espécie. Eles estão denominando o período pós-revolução industrial do século XVIII de Antropoceno, ou seja, uma fase geológica construída pela ação coletiva do ser humano. Em função dessa grande crise ou dessa nova época é que a Organização das Nações Unidas vem promovendo grandes conferências internacionais, como as Conferências de Estocolmo (1972), Rio-92 e, proximamente, a Rio+20. O objetivo é resolver os problemas do Antropoceno, seja conciliando desenvolvimento econômico e proteção do ambiente, seja buscando outras formas de desenvolvimento. A Rio-92 adotou a fórmula do desenvolvimento sustentável, que ganhou diversos sentidos, inclusive antagônicos ao original. A Conferência Rio+20 pretende colocar em pé de igualdade as dimensões ambiental, social e econômica. A palavra mágica, agora, é economia verde, cujo conteúdo não apresenta clareza. Supõe-se que, no mínimo, signifique a substituição progressiva de fontes de energia carbono-intensivas por fontes renováveis de energia, bem como a substituição de recursos não renováveis por renováveis. Tudo indica que a conferência está fadada ao fracasso, já que os países industrializados não querem abdicar da sua posição; os países emergentes querem alcançar os industrializados; e os países pobres querem ser emergentes. Enquanto não houver entendimento acerca dos limites do planeta, inútil pensar em justiça social e desenvolvimento econômico. Por conseguinte, o ambiente é mais importante que o social e o econômico, já que sem ele não se pode encontrar solução para os outros dois. Por outro lado, o conceito de ecodesenvolvimento parece ser o mais correto enquanto tática e estratégia.

AS MÚLTIPLAS FACES DA QUESTÃO AMBIENTAL

Essa questão multifacetada possui aspectos científicos, econômicos, sociais, culturais e políticos. Estes aspectos se sub-dividem em outros a medida que são aprofundados por estudos e experiências capazes de conduzir a gestão ambiental a um novo humanismo, desafios incessantes a problemática ambiental. O aspecto cientifico possui a sua base e referencia centrada na ecologia. Neste entendimento a nova biologia com as suas explorações e descobertas acerca dos seres vivos traz para o rol das ciências inúmeras inovações indispensáveis para a evolução de nossa espécie. Principalmente a antropologia e a psicologia social, vem com seus trabalho contribuindo para a analise em profundidade das formas de relacionamento das comunidades com seu entorno e com o mundo natural em seu conjunto. O aspecto econômico esta correlacionada as relações entre recursos, produção e consumo, e nesta exterioridade precisa de uma profunda revisão. A administração do planeta deve ser pensada de forma sustentável, com as doutrinas e praticas da economia voltadas para relação meio ambiente e ocupação-produção humana, que envolva toda a terra e não somente os agrupamentos humanos. Este fator talvez seja impraticável uma vez que ele não esta agregada a produção e o consumo sustentável. O aspecto social configura-se de alusões decorrentes do meio ambiente com a realidade social, não apenas como conjunto de condições de ordem física, química e biológica, ou no estoque de recursos naturais para a exploração. As desigualdades socioeconômicas geradas entre as nações, diferentes no seio de cada uma delas não

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pode ser separadas da questão ambiental. O que realmente se observa neste cenário é o que o uso destes recursos naturais, que é um bem coletivo, geralmente é extraído e cosumido pela ação especulatoria das grandes empresas capitalizadas, que no geral não devolvem quase nada ou nenhum retorno social a estas comunidades onde são estaladas. O aspecto cultural manifesta a universalidade sobre o posicionamento da família humana em relação aos valores sociais que ela representa na forma de pensar, agir e de como enxergar o mundo a sua volta. O aspecto político tem um caráter universal no que tange o entendimento político-administrativo sobre as comunidades regionais, nacionais e internacionais, sejam elas na configuração humana ou de seus ecossistemas. A inteligência destes cinco aspectos é imprescindível na analise objetiva da questão ambiental, que ajuda a influenciar uma gestão ambiental lucida na formação de políticas para o meio ambiente, e que direcione ao caminho da conciliação da espécie humana com o seu ambiente ideal.

HUMANISMO PLANETÁRIO

O pensamento humanístico de séculos atrás que objetivava “o homem ideal”, nada tem haver com o atual, diferente dos valores e ideais que objetivou esta forma de agir, o pensamento humanista hoje, visa “o homem concreto no mundo concreto”, uma espécie de simbiose com o planeta, por isso fala-se de humanismo planetário.

O MEIO AMBIENTE COMO A NOSSA REALIDADE POR EXCELENCIA

A preocupação com o meio ambiente tem haver em nossa atualidade com a sobrevivência não só da espécie humana, mas do próprio planeta, e esse esforço supera as perspectivas de tempo e espaço. Antes a preocupação com o meio ambiente se restringia ao setor e a localização de uma determinada comunidade, hoje o entendimento possui níveis globais. Esta percepção ambiental mais objetiva possui constitutivos ligados aos riscos globais, e a relação ser humano-mundo natural ou sociedade-meio ambiente.

CONSTITUTIVOS DO MEIO AMBIENTE

O planeta é um organismo vivo, um gigantesco ecossistema fechado, as relações estabelecidas entre estes fatores ecossistematicos mantém o estado de equilíbrio dinâmico do planeta, mediante interações incessantes. O homem por sua vez interfere poderosamente nas relações ecossistêmicas em função das atividades produtivas, de teor econômico, tecnológico e cultural associado. A questão ambiental tem como tomada de consciência as entidades ambientalistas que estão balizadas hoje no reducionismo, que são centradas na ação de elementos determinados como os recursos humanos, grandes biomas e poluição urbana, desprezando a visão de conjunto sistêmico. O meio ambiente não é apenas envolvido com os fatores bióticos e abióticos, mas nas relações existente entre eles e ainda nas transformações introduzidas pelo homem, sejam elas positivas ou negativas. Os ecossistemas sociais resultam das construções e realizações da espécie humana em todos os campos, ocupando um espaço, organizando assentamentos e

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desenvolvendo determinados tipos de atividade, isso deve ser pensando como meio ambiente também.

RISCOS GLOBAIS Diante das transformações ocorridas na sociedade até sua caracterização como sociedade pós-industrial, principalmente a tomada de consciência sobre a problemática ambiental, surge a questão da sustentabilidade e/ou necessidade de um uso responsável dos recursos naturais no presente considerando as futuras gerações. Em 1972, o relatório “Limits to Growth” demonstrou a existência de um limite entre o esgotamento dos recursos naturais em face da atividade econômica, assim, tornou-se necessário encontrar meios de compatibilizar a conservação ambiental e crescimento econômico. O Relatório Brundtland, publicado em abril de 1987, estabeleceu conceito importante sobre desenvolvimento sustentável, como aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias necessidades. A efetivação de práticas visando o desenvolvimento sustentável com harmonização de objetivos sociais, ambientais e econômicos, significa e implica num processo de mudança de valores de toda a sociedade – governos, empresas, cidadãos (consumidores), que deve ser avaliada sob a perspectiva da globalização e da magnitude dos impactos causados pelas decisões e avanços tecnológicos da sociedade atual (sociedade de riscos). Os problemas ambientais são consequência direta da intervenção humana nos diferentes ecossistemas da Terra, causando desequilíbrios no meio ambiente e comprometendo a qualidade de vida. A seguir, veremos os principais problemas que ocorrem na atualidade, são elas: a chuva acida, o desmatamento, o efeito estufa, o aquecimento global e as formações de buracos na camada de ozônio. Os problemas ambientais se situam em um determinado espaço e tempo, e parecem restritos aquele espaço e aquele tempo, todavia, a soma dos efeitos ambientais determinam impactos que se somam a outros fatores. E o que há de comum em todos esses fatores são os aspectos ecológicos, tecnológicos, sociais, econômicos, sanitários e outros. A soma destes fatores constitui a questão ambiental. A questão ambiental é a globalização dos problemas locais; o problema ambiental é a localização determinada e identificada da questão ambiental. Com o incremento da sociedade industrial e a multiplicação de tecnologias inadequadas, as intervenções humanas sobre o mundo natural tornaram-se insuportáveis. Como consequências dessa desordem, os efeitos negativos se avolumam quase que exponencialmente, defrontando com o que é chamado de riscos globais, são eles: os riscos nucleares, crescimento demográfico, desequilíbrios climáticos, desperdício energético, perda de patrimônio energético dentre outros. Os ricos nucleares por não possuir um nível estável de segurança, podem causar implicações devastadores em escala planetária, com impossibilidade total de retorna a vida em muitas regiões. O crescimento demográfico gera um aumento na demanda das necessidades básicas dos seres humanos gerando decréscimo na qualidade de vida e de subsistência da espécie. Os desequilíbrios climáticos ameaçam em grandes proporções áreas extensas do planeta, afetando plantações, alterando os níveis dos oceanos, provocando alterações congêneres em varias formas de vida, promovendo efeito estufa, rompendo a camada protetora de ozônio e desencadeando inúmeros outros desequilíbrios biológicos. O desperdício energético resulta do estado generalizado de entropia, causado por uma demanda excessiva de consumo energético.

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A perda do patrimônio genético decorre das ações predatórias sobre os ecossistemas e dos demais fatores acima citados, que causam significativos níveis de redução da biodiversidade do planeta. A RELAÇÃO SER HUMANO-MUNDO NATURAL

O homem desde a concepção antropocêntrica, apesar de ser extremamente extrínseco ao meio ambiente, sempre se colocou em status superior com poderes ilimitados e inquestionáveis em relação ao planeta. Isto se deve ao distanciamento do ser humano com o meio natural ou cogitado e determinado na sociedade humanista dos séculos passado. Na gestão ambiental é imprescindível retomar uma reflexão sobre o homem e a natureza, ambos são termos relativos, ou seja um não pode prescindir sem o outro, mesmo por que a espécie humana faz parte do mundo e não pode viver sem ele, da mesma forma esta correlação se estende para a sociedade e o meio ambiente. Neste entendimento a qualidade ambiental para o planeta entra em síntese com a qualidade de vida para a humanidade. Em suma se os fatores acima citados garantem uma simbiose perfeita entre todos esses termos, não é difícil concluir que de fato isto não acontece, a posição antropocêntrica aliada ao desenvolvimento socioeconômico registrado pela historia das civilizações nos denotam o maltrato e a tirania orquestrada sobre o mundo natural. A natureza, porém nos mostra atualmente em resposta os desastres e catástrofes resultantes da violência com que os efeitos naturais acarretam insegurança da vida sobre a terra. Algumas das atitudes humanas como a poluição, a degradação do ambiente natural, a má administração dos recursos, os conflitos econômicos e sociais confirmam os abusos e o péssimo relacionamento que temos com o planeta. Uma reversão a estes males estão principalmente na vontade de fazer dos governantes e em investimento em políticas publicas mais severas. A questão ambiental esta na essência do relacionamento da espécie humana com o conjunto do mundo natural, que precisão ser revistas no campo cientifico, social, cultural e político. O atual quadro planetário desenha as necessidades de mudanças profundas no estilo das civilizações, tais como: estilo e nível de vida, modos de produção, padrões de consumo e etc. Fator que é muito na percepção do risco que ameaça o planeta e, com ele, a própria espécie humana.

PERCEPÇÃO E LINGUAGEM DO MEIO AMBIENTE COM VISTAS A GESTÃO AMBIENTAL

O meio ambiente possui atemporalmente uma realidade natural e social bastante diferenciada e muito complexa, que reúne uma infinidade de componentes bióticos e abióticos, racionais e irracionais, materiais e imateriais. Primeiro esta se configura complexa porque participam de uma teia de relações diversas, que caracteriza cada ser e cada elemento natural e diferenciada pelas distinções claras de suas funções atuam no planeta. Neste sentido a questão ambiental deve esclarecer as anfibologias, fatores dúbios, e as falácias no diagnostico do tratamento da problemática ambiental, possibilitando que a humanidade conheça e escolha o mais acertado para melhorar o seu relacionamento com o meio em que vive.

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A linguagem e a percepção ambiental são fatores que tem sido usados e distinguidos de maneira inadequada, principalmente no manuseio de identificação dos problemas ambientais relacionados as praticas de gestão do meio ambiente. Uma falha ou um erro de percepção aprofundar-se na base do diagnostico e do planejamento das ações, fator que pode agrava desvios na efetivação positiva desta ação. Neste caso pode ser observado a importância elementar dos atores sociais e dos agentes ambientais, em perceber e expressar com clareza e cuidado redobrados de atenção dos fatos que querem tratar.

PERCEPÇÃO AMBIENTAL

O ator de perceber significa captar com profundidade, algo que se deve espera em uma analise e nos diagnósticos de um agente ambiental, ou seja, deduz-se que esta percepção deve ser feita de maneira correta e abrangente. A percepção é o primeiro momento no processo de conhecimento, dependendo deste os aspectos teóricos e aplicações praticas. No entanto quando há falha ou erro na direção das percepções, haverá conclusões equivocados sobre os resultados. A percepção ambiental assim como em outros ramos perceptivos das noções cientificas e a técnico –cientifica deveriam passar constantemente por reavaliações, pois mesmo a ciência pode produzir ignorância, pois o conhecimento fecha-se na especialização. Por isso a percepção ambiental, apesar de se balizar no conhecimento e na observação minuciosa dos dados, deve trabalhar nas esferas especificas do individuo, da comunidade, e da profissão e da cidadania.

PERCEPÇÃO INDIVIDUAL: O SENSORIAL E O RACIONAL

Percepção Sensorial: Funciona como um ferramenta que capta dados, a parti do intermédio das sensações (fisgado pelo organismo animal, através dos sentidos inteiramente correlacionados com o seu mundo exterior) que converte as informações uma vez capturadas e elaboradas pelo cérebro, cria uma espécie de banco de dados super eficiente que pode ser acessada continuamente e progressivamente. Ou seja os sentidos trabalham com signos, coisas, matérias e energia em síntese. É importante observa que este banco de dados é formado a partir do mundo natural.

Percepção Racional: É um processo funcional aperfeiçoado de conhecimento que se desenvolve no âmbito da inteligência, apta a trabalhar com elementos imateriais de maneira concatenada, seguindo a lógica do pensamento, neste caso o conhecimento humano parte de elementos concretos para trabalhar ideias, ou seja o intelecto trabalha com abstrações e signos. São os signos por exemplos que aperfeiçoaram e desenvolveram a linguagem, fator importantíssimo na percepção ambiental.

Percepção Social e Comunitária: Esta ligada a cultura predominante que traduz sobre as representações da sociedade o seu modo de enxerga ou de opinar sobre a realidade ambiental em que vivem. Isso tem haver com as diferenças regionais e os estamentos sociais estabelecidos. Estas representações resultam nos fatores naturais, culturais e históricos de cada povo, que contribuem para a formação nacional, organização política, visão religiosa e modelo econômico adotado. Percepção Profissional: Atualmente esta percepção esta baseada no pensamento pragmático construído sobre o modelo hierarquizado das especializações técnicas e

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acadêmicas, focadas em conhecimentos fragmentados, com falhas e distorções oriundas no berço da formação destes profissionais, uma herança deixada na formação da sociedade industrial, impulsionado por uma visão mecanicista do mundo natural. Os profissionais formados em nosso sistema educacional vigente, não tem se preocupado em desenvolver agentes capacitados voltados para exercer a cidadania ambiental no âmbito da sua profissão, muitos estão inabilitados para trabalharem em teias ou redes complexas, muito menos com as abordagens holística e sistêmica que precisaria ter. A grande maioria das universidades e dos cursos com capacitação técnica, estão formando profissionais autônomos, bons para determinadas tarefas, mas incapazes de enxergar as complexidades e exigências do meio ambiental. Neste entendimento muito precisa-se avança no âmbito da percepção profissional, formalizando neste nichos a sensibilização de uma consciência critica e pautada dentro do exercício da profissão.

Percepção Ética do Meio Ambiente: Esta pautada em um valor intrínseco das coisas e das ações, portanto relacionada com a consciência critica, uma faculdade de natureza imaterial, que fazem estabelecidas ligações entre o mundo interior (sentidos internos) da pessoa e o seu universo exterior(sentidos físicos). Com base neste conceito podemos falar de um sentido ético ou ética ambiental, que brota dos conhecimentos científicos e da constatação de estado do mundo. Dentro da linha da percepção ética, tem se elaborado novos ramos da ética ambiental: a ecologia profunda e a ecologia interior. A primeira trata das formulações ético-ambientais mais correntes, questionando o antropocentrismo, os atos e ações nefastos e predatórias do homem sobre o sistema planetário, que subjulgam a manutenção das teias da vida. A segunda busca o sentido mais intima dos seres humanos com a terra, trazendo a luz da consciência, a revisão da vida pessoal em função de maiores valores, existente dentro do espírito humano.

LINGUAGEM AMBIENTAL

A linguagem ambiental esta estritamente baseada no processo e no resultado, no primeiro ela se manifesta através do ponto de partida para o conhecimento ambiental, enquanto no segundo ela se concentra no significado de todo o conjunto de conhecimento adquirido a respeito do meio ambiente. A percepção ambiental como principio e termino do conhecimento transforma em linguagem apropriada, todas as referencias analisadas na realidade ambiental. A percepção ambiental constitui-se também do uso de vocabulários próprios da ciência que a estuda, possibilitando nas analises ambientais o entendimento e a facilidade dos métodos de tratamento da questão ambiental, do contrario esta comunicação constituirá falhas e erros gravíssimos na interpretação e na identificação de dados e informações importantes. Neste caso o uso da epistemologia é um fundamento primordial na organização dos conhecimentos e do discurso ambiental. Em ultima hipótese faz necessário dentro da linguagem ambiental o uso de clareza e da abrangência dos conceitos.

NATUREZA DA CIÊNCIA AMBIENTAL

É uma ciência embora relativamente nova, já nasceu com aspecto bastante complexa e abrangente, sua formatação requer em sua base inicial, estruturação e pesquisa, além da adoção de uma epistemologia própria, que seja capaz de superar os vieses profissionais e os particulares de uma visão de mundo ainda mecanicista.

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A ciência ambiental enquanto uma reunião de saberes, provindas das mais diversas fontes (ecologia, biologia, economia, geografia, física, química, sociologia, direito, e tantas outras) embora focalizem temas relativos ao meio ambiente, procedem sempre em conformidade com seus respectivos objetos e métodos das disciplinas que as forma. A contribuição de todas estas ciências trabalha a sua maneira com todos os dados e as variantes ambientais para dar uma unidade ao conhecimento holístico da questão ambiental. Contudo não se pode esquecer que apesar de tenta dar um embasamento a esta ciência, o principal alvo da gestão ambiental e a sociedade humana, muito mais do que os recursos naturais, pois quando se pesar em estrutura, planejar e dar suporte ao ambiente físico (cidades, polos industriais, zonas rurais e outras aglomerações antropicas) se pensar também em garantir que os efeitos e subprodutos produzidos pela ação humana, não degrade ou interfira tanto nos meios naturais, ou seja pensar no meio físico sustentável e proteger o meio natural.

REQUISITOS DA CIÊNCIA AMBIENTAL E DA SUA LINGUAGEM

A ciência ambiental esta pautada em três requisitos que estão interligados de certa forma, continuamente a percepção e a linguagem da gestão ambiental, com característica ou requisitos que devem acompanhar o tratamento da questão ambiental, estritamente ligados á estrutura e á dinâmica do meio ambiente. Em síntese estes três componentes, a visão holística, o enfoque sistêmico, e o tratamento interdisciplinar, constitui o tripé da ciência ambiental e, por conseguinte, da visão que a percepção e a gestão ambiental pretende pratica na solução da questão ambiental. Neste tocante a observância desse tríplice requisito diminuirá sensivelmente as margens de erros nas analises ambientais.

Visão Holística: Em linhas gerais trata-se do estudo das totalidades que se aplica a um todo pequeno, como este pode ser aplicado ao todo de grandes proporções, até alcançar o todo universal. Em meio ambiente, a conceituação possui um caráter mais estrito, pode ser explicado como o estudo da questão ambiental ou do exame do todo ou ainda da analise da totalidade. Em síntese a visão holística é um levantamento feito de um determinado objeto em um determinado meio ou ambiente. Porem cabe resaltar que esta totalidade analisada não pode ser no entanto entendido como um conjunto de fatores, que poderia limita-se a uma visão quantitativa. A visão holística leva em consideração a complexidade de um determinado ambiente e sua intrínseca problemática.

Enfoque Sistêmico: Consiste no direcionamento, no foco, sobre determinado objeto da atenção, para as teias e as redes que se encontra em todas as manifestações de organização e da vida planetária. Ou seja e um estudo aprofundado sobre a realidade sistêmica (ecossistemas) das teias da vida e de suas conexões, que sustenta o planeta e permite o seu funcionamento.

Tratamento Interdisciplinar: É o conjunto de outros saberes e disciplinas, afim de examinar o mesmo objeto sobre os diferentes ângulos teóricos (científicos e técnicos), assim sobre diferentes ângulos práticos (operacionais, administrativos e gerenciais), ela diferente da multidisciplinaridades, a interdisciplinaridade cria vínculos, compromissos, e cumplicidades entre os que se propõem coloca-la em pratica. As principais características fundamentais da interdisciplinaridade consiste na sua intencionalidade, a saber: é imprescindível que se queria conhecer e agir interdisciplinarmente.

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PROPOSTA DE DEFINIÇÕES COMO HIPÓTESES DE TRABALHO

O desafio em apontar proposta de definições sobre algo tão simples e cheio de complexidades como a questão do meio ambiente, requer estudos mais aprofundados e minuciosos, justamente por se ter pouco elementos sobre este assunto, torna-se tão difícil entende-la com ciência. A questão ambiental é por si mesma é realmente muito complexa, e por isso mesmo tentar definir conceitos, expressão e significados serão uma das tarefas de muito empenho e vigor. Nos próximos tópicos discorreremos sobre os conceitos de questão ambiental, meio ambiente, desenvolvimento sustentável e gestão ambiental.

Questão Ambiental: É o conjunto de fatores de ordem técnica, cientifica, econômica, cultural e política, dentre outras que criou tensões crescentes nas relações de convivência da espécie humana com os demais componentes do ecossistema da terra, resultante em riscos globais e ameaças a sobrevivência de ambas partes.

Meio Ambiente: Envolve todas as coisas vivas e não-vivas ocorrendo na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. É ainda designado como o conjunto de condições, leis, influências e infra-estrutura de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. O meio ambiente no sentido de ecossistema é um conjunto de realidades ambientais, considerando a diversidade do lugar e a sua complexidade.

Desenvolvimento Sustentável: É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo. Em anos recentes, o conceito tornou-se um princípio, segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras, o que requereu a vinculação da sustentabilidade no longo prazo, um "longo prazo" de termo indefinido, em princípio. O desenvolvimento sustentável está vinculada e integra os aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade. Esse conceito de sustentabilidade representa promover a exploração de áreas ou o uso de recursos planetários (naturais ou não) de forma a prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e toda a biosfera que dele dependem para existir.

Gestão Ambiental: É a administração do exercício de atividades econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira racional os recursos naturais, renováveis ou não. A gestão ambiental deve visar ao uso de práticas que garantam a conservação e preservação da biodiversidade, a reciclagem das matérias-primas e a redução do impacto ambiental das atividades humanas sobre os recursos naturais. Fazem parte também do arcabouço de conhecimentos associados à gestão ambiental técnicas para a recuperação de áreas degradadas, técnicas de reflorestamento, métodos para a exploração sustentável de recursos naturais, e o estudo de riscos e impactos ambientais para a avaliação de novos empreendimentos ou ampliação de atividades produtivas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Percepção Ambiental pode ser definida como sendo uma tomada de consciência do ambiente pelo homem, ou seja, o ato de perceber o ambiente que se está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo. Cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente às ações sobre o ambiente em que vive. As respostas ou manifestações decorrentes são resultado das percepções, sejam elas de cunho individuais ou coletivas, dentro dos processos cognitivos, julgamentos e expectativas de cada pessoa. Desta forma, o estudo da percepção ambiental é de fundamental importância para que possamos compreender melhor as inter-relações entre o homem e o ambiente, suas expectativas, anseios, satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas.

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Page 15: Linguagem e percepção ambiental

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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