linguagem digital e analógica e os aspectos do comportamento humano

20
Linguagem Digital e Analógica e os aspectos do comportamento humano. Outubro-2015

Upload: tiago-reboucas

Post on 15-Apr-2017

141 views

Category:

Education


0 download

TRANSCRIPT

Linguagem Digital e Analógica e os aspectos do

comportamento humano.

Outubro-2015

Universidade Católica do Salvador

Linguagem Digital e Analógica e os aspectos do comportamento humano.

Trabalho apresentado

em requisito à produção textual

em grupo relativa aos 2° e 4º

semestres, Portifólio para a

disciplina de Psicologia, ministrada

pelo professor Francisco Formigli.

Componentes:

Catarine;

Jamily;

Luan;

Paulo;

Raimundo;

Valdemir.

Sumário

1 Introdução..................................................................................

2 Linguagem digital x Linguagem analógica...................................

2.1 Linguagem digital e suas formas..............................................

2.2 Linguagem analógica e suas formas.........................................

2.3 Características básicas das duas formas de linguagem............

3 As Funções mentais superiores ................................................

3.1 Corpo, Cérebro e Mente........................................................

3.2 Sensação e percepção............................................................

3.2.1 Características das sensações............... ..............................

3.2.2 O Conflito e as percepções.................................................

4 Pensamento, linguagem e conflitos.........................................

5 Conclusão................................................................................

6 Referências..............................................................................

1 INTRODUÇÃO

A seleção e o desenvolvimento dos conteúdos deste portifólio refletem na influência

da Linguagem digital e analógica no cotidiano do comportamento humano.

O Leitor perceberá a associação entre a linguagem e os aspectos de comportamento,

principalmente se tratando de como reage uma vítima de um estupro e todo o

universo que a envolve, de que forma medo, angustia, dor, entre outras sensações são

emitidas pelo código binário (Sistema Nervoso Central) e as mais diversas

consequências.

O estudo a cerca das funções mentais superiores revelam a compreensão dos

complexos mecanismos por meio dos quais se desencadeiam os comportamentos e se

estrutura a realidade psíquica de cada indivíduo.

Além do caso concreto mencionado, que ilustra e permite ao leitor visualizar tanto

as formas de comunicação digital quanto as formas analógicas.

2 Linguagem digital x Linguagem analógica

Comunicação Digital:

• Precisão: coordenadas de posição e sentido bem precisas (polissemia restrita:

DNA, indicações nos mapas, receitas, quilometragens, etc.);

• Clareza na negação;

• Alcance de abstração: raciocínios e operações lógicas (como, por que, de onde,

portanto, se...então, etc.), equações, nomes próprios; daí, a racionalidade.

Comunicação Analógica:

• Imprecisão nas coordenadas de posição e de sentido; polissemia elevada:

imagens ( principalmente artísticas), paisagens, expressões corporais, gestos,

tons, sentimentos, etc.;

• Impossibilidade ou ambiguidade de negação (por exemplo, uma criança possui

dificuldade em mentir ou negar);

• Abstração limitada: limitação de operações lógicas (como, por que, de onde,

portanto, se... Então, etc.) daí, emocional, intuitiva, sensitiva, etc.

2.1 Linguagem digital e suas formas

A linguagem digital está associada à amplitude da realidade comunicacional (

PRODUÇÃO, CIRCULAÇÃO, PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÃO), sejam eles

letras, números, fonemas, palavras escritas ou faladas, Proteínas ( DNA), dentre

outros.

2.2 Linguagem analógica e suas formas

Linguagem analógica caracteriza-se pela comunicação não verbal, que produz sentido

pela própria totalidade do objeto, sejam eles imagens, cheiros, gestos, tons, emoções,

sentimentos, dentre outros.

2.3 Características básicas das duas formas de linguagem

Toda racionalidade se sustenta em códigos digitais e toda sensibilidade,

em Códigos analógicos. Em outras palavras, a inteligência racional se

baseia em dígitos e a inteligência (sim!) emocional se baseia em

analogons. Uma forma se baseia na outra. São dois aspectos de um

mesmo fenômeno: a comunicação. Ou, na lógica da Pragmática da

Comunicação de Watzlawick; o COMPORTAMENTO.

3 As funções mentais superiores

3.1 Corpo, Cérebro e Mente

Para compreendermos os próximos passos é necessário lermos o caso concreto a

seguir:

Luciana: um encontro com a violência

Luciana, jovem de 17 anos, estudante, voltava da escola para casa, à noite, no

trajeto habitual que a levava a transitar por um trecho mal iluminado, próximo a vários

terrenos baldios, com muitas árvores e mato alto, margeando o pequeno riacho em

torno do qual o bairro distante se desenvolveu.

Tais circunstâncias propiciaram a ação de três homens que estavam próximos ao

local. Eles a cercaram e dominaram, deferindo-lhe um soco no olho e tapando-lhe a

boca. Assim, maltratada e imobilizada, Luciana viu-se arrastada para o matagal.

Ali, foi estuprada pelos três, repetidas vezes, enquanto todos passavam as mãos em

seu corpo, mantendo-a imobilizada e emudecida pela própria calcinha, violentamente

arrancada e enfiada em sua boca, quase até asfixiá-la.

Após breve confabulação, os três decidiram não matá-la e fugiram do local, de posse

dos escassos bens da vítima: alguns trocados, passes escolares e o relógio barato

adquirido na feira livre do bairro.

Luciana permaneceu um tempo, que lhe pareceu infinito, deitada sobre o chão

imundo, onde os três urinaram antes de se evadir, sentindo mais nojo do que dor.

Deve ter perdido os sentidos, pois, de repente, viu-se só. Arrastou-se, com dificuldade,

entre a vegetação, até que conseguiu se orientar. Levantou-se e, tremendo e

chorando, buscou o caminho de casa. Com muita vergonha, relatou o ocorrido para a

mãe e o padrasto.

Enquanto a mãe consolava-a, o padrasto não deixou de recriminá-la por seus

“modos”. “Sempre achei que ainda ia acontecer alguma desgraça”, afirmou. A mãe,

entretanto, fez questão de levá-la à delegacia do bairro para prestar queixa.

A ocorrência foi comunicada à polícia civil, seguindo-se o suplício de se submeter a

exame de corpo de delito.

Nos próximos meses, Luciana permaneceu em casa, recuperando-se pouco a pouco

da provação. Perdeu o emprego e não conseguiu retomar as aulas naquele ano... Tinha

vergonha de encarar os colegas de trabalho e de escola. Passou a evitar conhecidos e

parentes.

Algum tempo depois, a polícia logrou êxito na prisão dos suspeitos, os quais foram

identificados, submetidos a julgamento, sentenciados e condenados.

Durante o julgamento, a advogada de defesa dos criminosos colocou em dúvida o

depoimento de Luciana, questionando a gravidade dos fatos, alegando que a vítima

não soube precisar quantas vezes foi estuprada por cada um dos elementos.

3.2 Sensação e percepção

Sensação e percepção constituem um processo

contínuo, que se inicia com a recepção do estímulo (interno ou externo do corpo) até a

interpretação da informação pelo cérebro.

Deste modo, entende-se que a percepção é o processo de transferência de

estimulação física em informação psicológica; processo mental pelo qual os estímulos

sensoriais são trazidos à consciência.

3.2.1 Características das sensações

A partir de agora vamos compreender, depois de analisarmos o caso concreto

apresentado anteriormente, a relação das linguagens com a psicologia jurídica.

Algumas pessoas experimentam sensações decorrentes de mínimas transformações

fisiológicas em seus interlocutores. A emoção afeta a sensação, durante um conflito,

os participantes tornam-se mais sensíveis a estímulos como luz, calor, ruído,

movimentos opositores e também ocorre uma redução seletiva de da sensibilidade

(uma forma de o psiquismo proteger-se contra algo que o agride profundamente). A

pessoa, por exemplo, pode sofrer um “bloqueio” que a impede de ver, recordar, etc.

4 Pensamento, linguagem e conflitos

Os conflitos iniciam-se e se cronificam pela impossibilidade dos litigantes de lidar com

mudanças. São limitações impostas pelo pensamento e pela emoção.

A linguagem, por outro lado, influencia no que e como se pensa, o que passaria

despercebido em condições habituais pode ser o estopim de ou acentuar um conflito.

Quando as partes envolvidas pensam e empregam linguagens muito diferentes, a

incompatibilidade aumenta; situações banais, que nada teriam para gerar conflitos,

provocam reações e comportamentos surpreendentes.

Diferenças e incompatibilidade entre pensamento e linguagem, que contribuíram para

estabelecer e manter conflitos, mais tarde, torna-se-ão empecilhos para soluções

satisfatórias. Em vez de linguagem e pensamento se tornarem instrumentos da

geração de opções, evocam as emoções negativas que acentuam ainda mais as

diferenças.

5 conclusão

O trabalho realizado buscou associar as Linguagens Digitais e analógicas à psicologia

Jurídica por intermédio do estabelecimento de um caso hipotético, o qual foi

minuciosamente detalhado ao longo deste portifólio.

Por meio de definições e configurações de imagens, foram elaboradas explicações,

de como a linguagem é fundamental para entendermos os aspectos comportamentais

dos seres humanos diante das mais diversas situações.

Ademais, fomos capazes de conceituar aspectos ligados tanto ao direito quanto a

psicologia, demonstrando que para a compreensão de ambas, a linguagem é de

extrema relevância, tornando-se o ponto de partida para desvendarmos os mais

diversos acontecimentos do universo cotidiano.

6 Referências

BERGSON, Henri. Matéria e Memória. Ed. 1. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

BERTALANFFY, Ludwing Von. Teoria Geral dos Sistemas. Ed.4.Petrópolis:Vozes, 2010.

BLACKMORE, Susan. J.Waking from the Meme Dream The Psychology of Awakening:

Na International Conference on Buddhism, Science and Psychotherapy, Darting, 9

November 1996.

DAWKINS, Richard. O Maior Espetáculo da Terra- As Evidências da Evolução. Ed.1.São

Paulo: Companhia das Letras, 2009;

________________. O Relojoeiro Cego – A Teoria da evolução Contra o Desígnio

Divino. Ed.6.São Paulo: Companhia das Letras,2011.

FIORELLI, José Osmir. Psicologia jurídica/José Osmir Fiorelli, Rosana Cathya Ragazzoni

Mangini. - 4.ed.- São Paulo:Atlas, 2012.

FREUD, Sigmund. Introdução ao Narcisismo, Ensaios de Matapsicologia e Outros

Textos, in Obras Completas, vol 12.ed.1.São Paulo: Companhia das Letras,2012.

MORA, José Ferrater. Dicionário de Filosofia.ed.4.São Paulo: Companhia das Letras,

2012.

PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. Ed. 2.São Paulo: Perspectiva,1995.

PINKER, Steven. Como a Mente Funciona.Ed.3.São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

_________________. O Instituto da Linguagem: Como a Mente Cria a Linguagem.

Ed.2. São Paulo: Martins Fontes,2004.

RIDLEY, Matt. Oque nos Faz Humanos. Ed.2.Rio de Janeiro: Record,2001;

_________________. Genoma, ed.2. Rio de janeiro: Record,2004.

SKINNER, B.F. sobre o Behaviorismo. Ed.2.São Paulo: Cultrix,1985.

STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. Ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

WATZLAWICK, Paul; BEAVIN, Janet H.; JACKSON, Don D. Pragmática da Comunicação

Humana. Ed.3. S. Paulo: Cultrix, 2006.