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1 LÍNGUA PORTUGUESA I ALUNO: R.A. CURSO: UNIDADE: TURMA: SEMESTRE/ANO: 1/2013 PROFESSORA: ROSANGELA XAVIER ([email protected])

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LÍNGUA

PORTUGUESA I

ALUNO: R.A.

CURSO: UNIDADE:

TURMA: SEMESTRE/ANO: 1/2013

PROFESSORA: ROSANGELA XAVIER ([email protected])

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PLANO DE ENSINO – 2013

CURSO: DIREITO

DISCIPLINA: Língua Portuguesa I CÓDIGO:

POSIÇÃO NA GRADE DO CURSO: 1º

SEMESTRE

CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 80 h/a

EMENTA: Os aspectos lingüístico–gramático–discursivos. O sistema da língua, tendo em

vista a elaboração clara, coesa e coerente de textos. Os processos envolvidos na

elaboração e consecução de pesquisas acadêmicas.

OBJETIVOS: O curso se propõe a: oferecer uma introdução à linguagem formal do Direito;

aperfeiçoar o domínio sintático das estruturas frasais; desenvolver a utilização dos

conectivos oracionais, dos processos semânticos de coordenação e de subordinação.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: PLANOGRAMA

SEMANA CONTEÚDO

1 Apresentação da disciplina

Língua, linguagem e variação linguística

Atividades de análise de textos em que se exploram diferentes usos da

linguagem

2 Áreas de estudo da gramática

Aspectos da ortoepia

Aspectos da ortografia

Reforma ortográfica

3 Distinção entre morfologia e sintaxe

Classe de palavras: substantivos, artigos, adjetivos e numeral – ênfase na

concordância

4 Classes de palavras: pronomes e preposições – ênfase em usos, regência e

aspectos coesivos

Crase

5 Distinção entre a artigo, a pronome e a preposição

Colocação pronominal

Verbos: modos e aspectos

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6 Verbos irregulares

Uso do infinitivo, do particípio e do gerúndio

7 Conjunções: aspectos coesivos

Advérbios: distinção entre advérbio e adjetivo

8 Gramática de uso

Produção de texto

9 Revisão de conteúdos

Avaliação

10 Correção da avaliação

Análise das produções dos alunos

Exercícios: concordância, coesão, regência

11 Frase, oração, período, texto

Organização da oração: sujeito e predicado

Produção de texto

12 Análise das produções dos alunos

Predicado:complemento verbais e adjunto adverbial

13 Complemento nominal

Exercícios: análise sintática aplicada ao texto

14 Período composto: coordenação e subordinação

15 Orações subordinadas substantivas

16 Orações subordinadas adjetivas

17 Orações subordinadas adverbiais

Produção de texto

18 Análise das produções dos alunos

Coesão e coerência: relação entre as idéias

19 Orações reduzidas

Paralelismo

Gramática aplicada ao texto

20 Revisão de conteúdos

Avaliação

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2009.

CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 3a ed.

Rio de Janeiro: Lexikon Editorial, 2009.

MACEDO, Iraelcio Ferreira, et. al. Lições de gramática aplicadas ao texto jurídico. Rio de

Janeiro, Forense, 2007.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do Português. São Paulo: UNESP,

2006.

CIPRO NETO, Pasquale. O dia-a-dia da nossa língua. São Paulo: Publifolha, 2002.

SIMÕES, S. L. Regência nominal e verbal sem segredo. v. 2. São Paulo: Uninove, 2009.

______. Concordância nominal e verbal sem segredo. v. 4. São Paulo: Uninove, 2010.

NASCIMENTO, Edmundo Dantes Nascimento. Linguagem forense. São Paulo: Saraiva,

2009.

METODOLOGIA DE ENSINO:

Quanto à exposição de aula - o professor substitui a aula-monólogo por exposições

dialógicas, construindo conceitos teóricos, promovendo as reflexões de interpretação das

fontes do direito, produzindo conclusões, com a consequente análise de casos concretos,

fomentando a pesquisa de jurisprudência e a leitura de obras doutrinárias recomendadas.

Quanto ao registro da matéria ensinada - o conteúdo é resumido em quadros sinópticos ou

mapas conceituais, que estimulem a memorização visual do discente e a retenção de

informações, de forma que o discente construa o seu conhecimento a respeito dos temas

ministrados.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO:

O instrumento avaliativo denominado AV1 deve se dar de forma individual e deve

contemplar o conteúdo ministrado em aula, na forma de casos práticos, facultando-se ao

professor regente da disciplina deliberar a respeito da possibilidade de consulta à legislação,

doutrina e jurisprudência. Vedada a aplicação de avaliação exclusivamente de natureza

objetiva (múltipla escolha).

Os instrumentos avaliativos denominados AV2 e AV3, deverão contemplar a totalidade do

conteúdo programático ministrado no semestre letivo, não sendo permitido o fracionamento

conteudístico. Estes instrumentos deverão se dar de forma dissertativa, com consulta

obrigatória à legislação, doutrina e jurisprudência, contemplando casos concretos, sendo

terminantemente vedadas questões meramente conceituais.

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ELABORAÇÃO : PROFESSOR (ES) RESPONSÁVEL (EIS)

Alice Yoko Horikawa

Márcia Sanches

Sérgio Simões DATA :

ASSINATURA :

APROVAÇÃO : COORDENADOR DO CURSO :

DATA :

ASSINATURA :

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LÍNGUA, LINGUAGEM E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

O HOMEM É UM SER SOCIAL

Afirma-se, desde Aristóteles, que o homem é um ser social e que, por isso, precisa se comunicar.

Necessita, assim, viver em comunidade onde troca seus conhecimentos e suas experiências que irão levá-lo a

assimilar e compreender o mundo em que vive, dando-lhe meios para transformá-lo.

Ao acumular as experiências de sua comunidade, o homem vai construindo uma cultura própria que é

transmitida de geração para geração. Para transmitir sua cultura e para suprir a necessidade de buscar a

melhor expressão de suas emoções, suas sensações e seus sentimentos, o homem se viu diante de certos

desafios: um deles foi o de criar e desenvolver uma maneira de comunicar-se com seus semelhantes.

Distanciou-se, então, ainda mais dos outros animais, pois foi o único que conseguiu criar símbolos e signos

de vários tipos (linguísticos, picturais e gráficos) com o intuito de comunicar-se.

LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA

Para que consiga se comunicar, o homem emprega muitos meios simbólicos: gestos, batidas,desenhos,

palavras etc.

A linguagem é todo esse conjunto de símbolos que o homem pode utilizar para comunicar-se e só o

homem possui o privilégio dessa capacidade de comunicação por meio de símbolos.

E é a linguagem verbal o mais útil e perfeito meio simbólico da comunicação humana. Entende-se por

linguagem verbal o conjunto de símbolos articulados por meio de palavras,

sejam elas orais ou escritas. Já a linguagem não-verbal emprega símbolos que não dependem de palavras,

mas, sim, de imagens ( cores, gestos, desenhos etc. ) e de sons

(música, batidas etc.).

A língua é o conjunto de regras, combinadas e articuladas entre si, o qual possibilita a uma comunidade

utilizar-se da linguagem para comunicar-se. Então, a língua é o código linguístico, visto que utiliza a

linguagem, próprio e particular de uma comunidade. A comunidade linguística portuguesa, por exemplo, é

formada principalmente por Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e

Príncipe: São países que têm o português como língua oficial. Toda essa comunidade, chamada de

lusofônica, utiliza o mesmo código linguístico: a Língua Portuguesa.

Já a fala é a realização concreta da língua, feita por um indivíduo da comunidade num determinado

momento. È interessante que cada indivíduo, para comunicar-se, utiliza o código linguístico do modo que

julga mais apropriado. Entretanto, para que a comunicação seja completa é preciso que a língua – o código

linguístico – seja respeitada em suas regras internas. Assim, podemos dizer que a língua é comum a todos os

indivíduos de uma determinada comunidade linguística e que a fala é um ato individual que cada membro

pode efetuar com o uso da linguagem.

A COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA

Abrangendo todas as relações cotidianas do homem, a língua precisa de certos cuidados para que

desempenhe o importante papel da comunicação.

Convém, por isso, notar que entre a língua oral ou falada e a escrita há diferenças bem acentuadas.

Escrever uma história, por mais simples que ela seja, é diferente do ato de contá-la oralmente. Cada uma

dessas modalidades de expressão tem suas características, seus fundamentos, suas necessidades e suas

realizações.

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Para conhecer melhor o assunto, veja algumas das características de cada uma:

A língua oral é mais abrangente, pois atinge a todos: letrados, analfabetos, adultos, crianças,

deficientes visuais, etc.

Na comunicação oral, podem-se utilizar recursos da linguagem não- verbal, como gestos e

expressões fisionômicas, o que não ocorre na comunicação escrita.

A língua escrita não apresenta recursos como entonação e o ritmo, que enriquecem a língua oral.

A comunicação oral permite uma maior interação, pois o receptor pode, a qualquer momento,

interromper o emissor para esclarecer eventuais dúvidas.

O emissor da mensagem oral pode perceber imediatamente a reação do receptor, fato impossível

no caso da mensagem escrita.

Na comunicação oral, geralmente há repetições de palavras e emprego de gírias e expressões

populares em maior quantidade do que na escrita.

Na comunicação oral, não há possibilidade de apagamento, ou seja, é impossível cancelar algum

tipo de construção inadequada.

Na comunicação oral, empregamos os marcadores conversacionais (vícios de linguagem)

Muitas vezes, as frases da língua falada são interrompidas antes de nós a concluirmos.

As palavras, na comunicação oral, sofrem, muitas vezes, um processo de redução.

A língua escrita possui um aspecto mais permanente (registro) do que a oral.

As frases produzidas na comunicação oral não obedecem rigidamente às regras estipuladas pela

gramática normativa.

NÍVEIS DE LINGUAGEM

A língua é um organismo vivo e dinâmico, em constante evolução, pois as palavras têm vida, deixam de

existir e de ser utilizadas ou surgem para suprir novos conceitos.

Já sabemos que cada um de nós tem uma maneira própria de se expressar, utilizando um código comum: a

Língua Portuguesa.

Convém, no entanto, observar que, de acordo com a situação que se apresenta, procuramos nos comunicar

de um a maneira ou de outra. Se falamos com um professor, por exemplo, utilizamos um vocabulário mais

“elegante” e uma entonação de voz. Se falamos com um colega, talvez tenhamos que empregar outro

vocabulário, mais “livre”, incluindo gírias e expressões que sabemos que ele entende.

Assim, ao fazer uso da linguagem para se comunicar, o emissor tem uma clara consciência do ato de

comunicação e adapta sua fala e seu discurso à situação do momento.

Assim, de acordo com o uso que tivermos de fazer do nosso código linguístico, segundo as circunstâncias

que se apresentam, podemos até alterar o nosso vocabulário, alternando os níveis de linguagem.

Nível coloquial: caracteriza-se por ser uma linguagem informal, despreocupada com as regras gramaticais.

No entanto, percebe-se que o falante tem certo grau de escolaridade ou encontra-se em situação

comunicativa (fala e escrita) informal, de maneira a evitar a linguagem de distanciamento pertencente ao

padrão culto. Procura respeitar a ortografia e outros elementos gramaticais.

Nível culto: Tanto em situações de fala quanto de escrita; o falante preocupa-se com a norma culta. As gírias

não fazem parte desse discurso. O nível culto caracteriza-se pelo emprego de um vocabulário mais

requintado e cuidado maior com as normas gramaticais.

Comparando-se a línguagem culta com a línguagem coloquial pode-se perceber que as diferenças

entre ambas são, praticamente, impossíveis de se determinar, pois o uso coloquial, muitas vezes, é previsto

pela própria gramática.

VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS

Além da existência dos níveis de linguagem, determinados, em grande parte, pelos aspectos sociais, há

ainda variações de outra natureza, chamadas de modalidades ou variações linguísticas.

Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a muitas variações.

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O modo de falar uma língua varia:

de época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje;

de região para região: o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de maneiras nitidamente

distintas; Por exemplo: na região Nordeste diz-se aipim para designar a mandioca da região

Sudeste; em Porto Alegre dá-se o nome de sinaleiro ao semáforo de São Paulo. Quando as

diferenças da língua de uma região para a outra são muito profundas, origina-se o dialeto.

de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados nobres falam

diferente dos que moram na periferia. Costuma-se distinguir o português das pessoas mais

prestigiadas socialmente (impropriamente chamada de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de

grupos sociais menos prestigiados (a fala popular ou norma popular é a encontrada em algumas

camadas da população, sem instrução formal escolarizada. Há, nesta modalidade, grandes desvios

das normas gramaticais, como a ausência de pluralização e supressão de fonemas.).

de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a

fala formal) e de modo mais espontâneo e menos controlado (a fala informal). Um professor

universitário ou um juiz falam de um modo na faculdade ou no tribunal e de outro numa reunião de

amigos, em casa e em outras situações informais.

Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a

gíria própria de faixas etárias diferentes, a língua escrita e oral.

Diante de tantas variantes linguísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. Resposta: não

existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala

bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situação e consegue o

máximo de eficiência dentro da

variante escolhida.

Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da

comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, é

inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, fugir afinal das normas típicas

dessa situação.

Quando se fala das variantes, é preciso não perder de vista que a língua é um código de

comunicação e também um fato com repercussões sociais. Há muitas formas de dizer que não perturbam

em nada a comunicação, mas afetam a imagem social do falante. Uma frase como “o povo exageram”

tem o mesmo sentido que “o povo exagera”. Como se sabe, o coletivo, sob o ponto de vista do conteúdo,

é sempre plural. Nada impede que, mesmo na forma singular, mande o verbo para o plural. Houve mesmo

época em que o “chique” era a concordância com o conteúdo. Hoje, a concordância é com a forma. Nesse

particular, há uma aproximação máxima entre língua e etiqueta social. No português atual, uma frase

como “o povo exageram”, embora não contenha nenhum absurdo, deprecia a imagem do falante.

TEXTOS PARA ANÁLISE

LínguaBrasileira (por Kledir Ramil)

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“Outro dia encontrei um mandinho, um guri desses que andam pela rua sem carpim, de bragueta aberta,

soltando pandorga. Eu vinha de bici, descendo a lomba pra ir na lancheria comprar umas

bergamotas…”.

Se você não é gaúcho, provavelmente não entendeu nada do que eu estava contando. No Rio Grande do

Sul a gente chama tangerina de bergamota e carne moída de guisado. Bidê, que a maioria usa no

banheiro é o nome que nós demos para a mesinha de cabeceira, que em alguns lugares chamam de

criado mudo. E por aí vai. A privada nós chamamos de patente. Dizem que começou com a chegada dos

primeiros vasos sanitários de louça, vindos da Inglaterra, que traziam impresso “Patent” número tal. E

pegou.

Ir aos pés no RS é fazer cocô. Eu acho tri elegante, poético. “Com licença, vou aos pés e já volto”. Uma

amiga carioca foi passear em Porto Alegre e precisou de um médico. A primeira coisa que ele perguntou

foi: “Vais aos pés normalmente, minha filha?” Ela na mesma hora levantou e começou a fazer flexão.

O Brasil tem dessas coisas, é um país maravilhoso, com o português como língua oficial, mas cheio de

dialetos diferentes.

No Rio é “e aí merrmão! CB, sangue bom! Vai rolá umach paradach”. Até eu entender que merrmão era

“meu irmão” levou um tempo. Em São Paulo eles botam um “i” a mais na frente do “n”: “ôrra meu! Tô

por deintro, mas não tô inteindeindo”. E no interiorrr falam um erre todo enrolado: “a Ferrrnanda

marrrcô a porrrteira”. Dá um nó na língua. A vantagem é que a pronúncia deles no inglês é ótima.

Em Mins, quer dizer em Minas, eles engolem letras e falam Belzonte, Nossenhora e qualquer objeto é

chamado de trem. Lembrei daquela história do mineirinho na plataforma da estação. Quando ouviu um

apito, falou apontando as malas: “Muié, pega os trem que o bicho tá vindo”.

No nordeste é tudo meu rei, bichinho, ó xente. Pai é painho, mãe é mainha, vó é vóinha. E pra você

conseguir falar com o acento típico da região, é só cantar sempre a primeira sílaba de qualquer palavra

numa nota mais aguda que as seguintes.

Mas o lugar mais curioso de todos é Florianópolis. Lagartixa eles chamam de crocodilinho de parede.

Helicóptero é avião de rosca (que deve ser lido rôchca). Carne moída é boi ralado. Se você quiser um

pastel de carne precisa pedir um envelope de boi ralado. Telefone público, o popular orelhão, é

conhecido como poste de prosa e a ficha de telefone é pastilha de prosa. Ôvo eles chamam de semente

de galinha e motel é lugar de instantinho. E tem mais…”BRIÓI” é como chamam a BR-101. E a

pronúncia correta de d+e é “di” mesmo e não “dji” como a gente fala. Também t+i é “ti” e não “tchi”.

Dizem que vem da colonização açoriana, mas eu acho que essa pronúncia vem sendo potencializada pela

influência do castelhano, com a invasão de argentinos no litoral catarinense sempre que chega o verão.

Alguma coisa eles devem deixar, além do lixo na praia.

Em Porto Alegre, uma empresa tentou lançar um serviço de entrega a domicílio de comida chinesa, o

Tele China. Só que um dos significados de china no RS é prostituta. Claro que não deu certo. Imagina a

confusão, um cara pede uma loira às 2 da manhã e recebe a sugestão de Frango Xadrez com Rolinho

Primavera. Banana Caramelada! O que é que o cara vai querer com uma Banana Caramelada no meio da

madrugada? Tudo isso é muito engraçado, mas às vezes dá problema sério.

A primeira vez que minha mãe foi ao Rio de Janeiro entrou numa padaria e pediu: “Me dá um

cacete!!!”. Cacete pra nós é pão francês. O padeiro caiu na risada, chamou-a num canto e tentou

contornar a situação. Ela ingenuamente emendou: “Mas o senhor não tem pelo menos um cacetinho?”

Leia o artigo abaixo:

Hermetismo jurídico

Tecnicidade da linguagem pode afastar sociedade da Justiça (por Vivianne Rodrigues de Melo)

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Estudos atuais da linguística, da filosofia da linguagem e de diversos ramos do Direito

apontam a existência de uma linguagem jurídica dotada de características que a investem de juridicidade,

diferenciando-a de outras linguagens técnicas.

O Direito nos é dado a conhecer por meio de palavras, manifestadas em todos os sentidos: nas leis, nos

atos judiciais e em outras formas diversas que não dispensam a ferramenta da linguagem para o conhecimento da

matéria jurídica.

Resta evidente, pois, que o Direito é ciência dotada de linguagem técnica e específica, com espaço de

sentido e espaço estrutural autônomos (gramática e dicionário jurídicos próprios). Seguramente observa-se que

tantas outras ciências possuem vocabulário próprio, tais como a medicina, a informática e a economia, não

diferentemente do Direito. Entretanto, o tecnicismo deste último tem sido alvo de antigas preocupações, no que

diz respeito à própria razão de existir do Direito, em função da garantia do bem-estar da coletividade: o Direito

possui um léxico e um campo semântico peculiares e a cientifização descontrolada da linguagem jurídica pode

ser fator de distanciamento, inclusive ideológico, daqueles que do Direito precisam se servir.

Miguel Reale, em antiga e prudente preocupação com a introdução dos iniciantes na linguagem do

Direito, já estabelecia recomendações propedêuticas ao estudo do Direito, pois, “às vezes, expressões correntes,

de uso comum do povo, adquirem, no mundo jurídico, um sentido técnico especial”.

O hermetismo da linguagem jurídica é sintomático pois o Direito, por ser uma ciência, é investido de um

método próprio que requer a configuração de um vocabulário técnico, não facilmente apreendido pelo homem

comum.

Em acertada crítica, o linguista Adalberto J. Kaspary estabelece abordagem categórica a respeito da

questão do hermetismo da linguagem jurídica:

“O desenvolvimento da técnica jurídica fez com que surgissem termos não-usuais para os leigos.

A linguagem jurídica, no entanto, não é mais hermética para o leigo que qualquer outra

linguagem científica ou técnica. Aí estão, apenas para exemplificar, a medicina, a matemática e a

informática com seus termos tão peculiares e tão esotéricos quanto os do Direito. Ocorre que o

desenvolvimento da ciência jurídica se cristalizou em instrumentos e instituições cujo uso

reiterado e cuja precisão exigiam termos próprios: servidão, novação, sub-rogação, enfiteuse,

fideicomisso, retrovenda, evicção, distrato, curatela, concussão, litispendência, aqüestros (esta a

forma oficial), etc. são termos sintéticos que traduzem um amplo conteúdo jurídico, de emprego

forçado para um entendimento rápido e uniforme. O que se critica, e com razão, é o rebuscamento

gratuito, oco, balofo, expediente muitas vezes providencial para disfarçar a pobreza das idéias e a

inconsistência dos argumentos. O Direito deve sempre ser expresso num idioma bem-feito;

conceitualmente preciso, formalmente elegante, discreto e funcional. A arte do jurista é declarar

cristalinamente o Direito”.

Tem-se observado que a linguagem jurídica recorrentemente praticada com excessivo preciosismo,

arcaísmo, latinismo e polissemia contribui para o afastamento da própria sociedade em relação ao Direito, sendo

que do fundamento ontológico deste ramo do conhecimento, infere que a linguagem jurídica deveria apresentar-

se mais diáfana aos olhos dos cidadãos, como verdadeiro instrumento a serviço da sociedade e de busca pela

excelência da prestação jurisdicional. Relevante é a ressalva de que o acesso ao conhecimento do Direito

constitui uma das modalidades de acesso à Justiça, na lição clássica de Cappelletti.

A propalada indissociabilidade entre linguagem e Direito nos indica que os aplicadores do Direito devem

investir em uma melhor comunicação jurídica e primar pela depuração da linguagem jurídica e pelo controle do

rigor técnico formal excessivo, por vezes frutos de egoística afeição ao vernáculo, todavia tão prejudicial aos

jurisdicionados e à sociedade de forma geral, que quedam alijados de conhecimentos sequer rudimentares do

Direito. Observam-se muitas vezes sentenças cujo teor não é possível que as partes conheçam sem a interferência

de seu advogado, porque a leitura da peça é de total incompreensão, haja vista o abuso de termos jurídicos

obsoletos, em manifesta exacerbação estilística. Assim sendo, a liberdade das partes litigarem em sede de Juizado

Especial sem constituir advogado, respeitando o limite legal do valor da causa, pode restar frustrada no campo da

efetividade, diante do alheamento dos cidadãos em relação às especificidades da linguagem jurídica.

Variegadas e insurgentes são as possíveis soluções práticas para a maior afinidade da população com

informações basilares sobre cidadania e direito, dentre as quais a realização de cursos de capacitação promovidos

pelos tribunais e pelos diversos órgãos públicos, no sentido de qualificar os integrantes de seus quadros a

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destinarem tratamento condigno aos cidadãos. Por exemplo, em prol de melhor atendimento sobre os

direitos e informação nos Juizados Especiais, Procons, etc., todos quantos atestadores do primado da ética e da

igualdade material nas atribuições do serviço público. Também de premente importância é o exercício do direito

social

da educação, com a confecção de cartilhas a serem elaboradas pelos tribunais e órgãos públicos, inclusive

em parcerias com a pesquisa e a extensão das universidades, e depois distribuídas à população, juntamente com a

realização de campanhas com o apoio da mídia bem como a implantação obrigatória de disciplina de noções

elementares de cidadania e direito nos currículos escolares, para fomentar a educação cidadã. Trata-se, ao que se

depreende, de modestos exemplos de iniciativas simples a serem tomadas para a inclusão dos cidadãos ao

conhecimento

do Direito a partir da integração com a linguagem jurídica. Os aplicadores do Direito, em seu múnus,

enfim, devem dignificar a humanização das leis, tornando-as socialmente mais úteis e apreensíveis, ao

conhecimento primário da população como um todo.

A educação se apresenta como direito social da cidadania ou direito público subjetivo que, incorporado

nas cartas políticas atuais, revela o caminhar dos direitos humanos para a necessidade natural de evolução do ser

humano e de sua integração à instrução e ao conhecimento, devendo o Estado equiparar-se com políticas públicas

adequadas para a institucionalização e desenvolvimento da educação como forma de inclusão às vicissitudes do

Direito por meio da linguagem jurídica, mitigando o seu hermetismo sem fronteiras.

Nalini, na esteira de tantos outros juristas, manifesta oportunamente sobre o dever ético do juiz na

divulgação do Direito e na facilitação do discurso jurídico veiculado na linguagem jurídica: “Além dessa divulgação operacional, as entidades promoveriam a divulgação institucional,

propiciadora de informações sobre o funcionamento do Judiciário no Brasil. Não se pode nutrir

afeição por aquilo que não se conhece. Isso explica os índices de comprometimento afetivo

demonstrado pela população brasileira a seu Judiciário, em qualquer pesquisa realizada nesta

década (...) a assessoria de mídia, anexa a cada organismo, deve desempenhar sua parte e fazer a

aproximação entre midiática e Justiça, decodificando o hermetismo da linguagem e o

distanciamento que o Judiciário só nutrir em relação aos mass media”.

Em tempo, mais producente seria se os juristas se aliassem ao poeta Manuel Bandeira (in Azevedo, 1996:

86), cuja maturidade e inspiração compreendeu a importância social de se evitar o hermetismo no fazer versos:

com maior simplicidade e clareza das palavras deverá ser o fazer justiça, para a segurança dos cidadãos e sua real

participação no modus vivendi do Estado Democrático de Direito.

Ante o exposto, sem a pretensão de exaurir o rico tema posto em discussão, forçoso concluir que o

hermetismo da linguagem jurídica justifica-se pelo tecnicismo desta, sendo necessário um engajamento dos

aplicadores do Direito para em diversas e criativas medidas tornar mais acessível a linguagem jurídica ao

conhecimento da sociedade, tendo em vista o conhecimento do Direito como acesso à Justiça e direito

fundamental dos cidadãos.

COMO UM ADVOGADO TERMINA UM NAMORO!!!!!

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Prezada "NOME DA FULANA"

Face aos acontecimentos de nosso relacionamento, venho, por meio desta, na qualidade de homem que

sou apesar de V Sa. não me deixar demonstrar, uma vez que não me foi permitido devassar vossa

lascívia retratar-me formalmente, de todos os termos até então empregados à sua pessoa, o que faço

com sucedâneo no que segue:

A) DA INICIAL: MÁ-FÉ DE VOSSA SENHORIA

1. CONSIDERANDO QUE nos conhecemos na balada e que nem precisei perguntar seu nome direito,

para logo chegar te beijando-a;

1.2. CONSIDERANDO seu olhar de tarada enquanto dançava na pista esperando eu me aproximar;

1.3. CONSIDERANDO QUE com os beijos nervosos que trocamos naquela noite, V.Sa. me induziu a

crer que logo estaríamos explorando nossos corpos, em incessante e incansável atividade sexual.

Passei então, a me encontrar com Vossa Senhoria.

B) DOS PREJUÍZOS

1. CONSIDERANDO QUE fomos ao cinema e fui eu quem pagou as entradas e também o jantar após o

filme;

2. CONSIDERANDO QUE já levei V. Sa. em boates das mais badaladas e caras,sendo certo que fui eu,

de igual sorte, quem bancou os gastos;

3. CONSIDERANDO QUE até à praia já fomos juntos, sem que Vossa Senhoria gastasse um centavo

sequer, eis que todos os gastos eram por mim experimentados, e que V.Sa. não quis nem colocar

biquíni alegando que estava ventando muito.

C) DAS RAZÕES DE SER DA PRESENTE

1. CONSIDERANDO AINDA QUE até a presente data, após o longínquo prazo de duas semanas,

V.Sa. não me deixou tocar, sequer sua panturrilha;

2. CONSIDERANDO QUE Vossa Senhoria ainda não me deixa encostar a mão nem na sua cintura com

a alegação barata de que sente cócegas;

DECIDO SOBRE NOSSO RELACIONAMENTO O SEGUINTE:

1. Vá até a mulher de vida airada que também é sua progenitora, pois eu não sou mais um ser humano

do sexo masculino que usa calças curtas e a atividade sexual não é para mim um lazer, mas sim uma

necessidade premente;

2. Não me venha com colóquios flácidos para acalentar bovinos de que pensava que eu era diferente;

3. Saiba que vou te processar por me iludir aparentando ser a mulher dos meus sonhos,quando, , na

verdade, só me fez perder tempo, dinheiro, e jogar elogios fora, além de me abalar emocionalmente.

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Sinceramente, sem mais para o momento, fique com meu cordial "VAI TOMAR NO ORIFÍCIO

RUGOSO LOCALIZADO NA REGIÃO INFERO-LOMBA DE SUA ANATOMIA", porque esse

relacionamento já inflou o volume da minha bolsa escrotal!

Dou assim por encerrado o nosso relacionamento, nada mais subsistindo entre nós, salvo o dever de

indenização pelos prejuízos causados

Sem mais para o momento,

P. Deferimento.

Data e assinatura

ATIVIDADES

1) Leia o texto abaixo e aponte o problema de comunicação encontrado.

Dona Comunicação – História não escrita

Otávio, o caixa, por certo nunca ligara para problemas de comunicação. Falava... e dizia. Pronto. O

interlocutor que ouvisse... e escutasse. Ignorava, talvez, que a cada universo de ouvintes corresponde um

linguajar específico, um repertório.

Palavras como “isótopo” e “fissão” só costumam ser inteligíveis entre os enunciados em Física Nuclear.

Expressão como “Malagueta diz que vai apagar o macaco” pode ser corriqueira entre policiais e malandros,

mas para outros mortais carece tradução (Malagueta diz que vai matar o policial).

Otávio não atentava para isso e se julgava, decerto, possuidor de comunicação universal, acessível a

qualquer repertório. Falava e dizia. Quem ouvisse, que escutasse.

Assim, quando Terezinha lhe apresentou o cheque, ele nem imaginou que a cliente talvez não

entendesse o idioma bancário:

_ Por favor, moça, seu cheque é nominal a Terezinha Gomide, precisa de endosso.

Terezinha escutou, mas não ouviu. Nominal? Endosso? Endosso Endosso tinha sabor de açúcar. Mas

não, era possível, não tinha nada a ver.

_ Desculpe, seu Otávio, não entendi.

De novo, o caixa disse:

_ Simples. Coloque sua firma aqui no verso.

Ainda sem ouvir, a cliente espichou-lhe o olhar interrogante. Verso? Firma? Que diabos. Antes

“nominal”. Agora “verso”. “Endosso” e também “firma”. Ora, eu não sou sócia de nada! Nem poeta!

Terezinha, atônita, achou-se de perguntar:

_ Perdão, seu Otávio continuo não compreendendo.

Deu-se, por fim, um estalo. O caixa sentiu os cifrões da própria língua, pensou no repertório de

Terezinha e tratou de adivinhá-lo. Fácil, pensou. Com sorriso de psicologice, foi virando o cheque e apontou

com jeito cúmplice:

_ Coloque aqui seu nome. Assim... como você faz no final de carta pro seu namorado.

Terezinha iluminou-se. Decidida, pegou firme na caneta e lascou no verso do cheque: Com todo amor,

um grande beijo. Terezinha. Diante daquela Terezinha sorridente, Otávio, o caixa, foi apresentado à dona

Comunicação. Sentiu, naqueles olhos brilhantes, que há repertórios e repertórios. E que falar nem sempre é

dizer. (Autor desconhecido)

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2) Leia os textos abaixo, escreva um parágrafo resgatando as idEias principais de ambos:

Texto 1: O caráter público da língua

Dizemos que são considerados bens públicos aqueles de uso comum do povo. Nesse sentido, não há

como deixar de considerar a língua como um bem público, já que ela é de uso comum dos que dela se

utilizam para atos de comunicação. A língua é exterior aos indivíduos e, por isso, estes não podem criá-

la ou modificá-la individualmente. Ela só existe em decorrência de uma espécie de contrato coletivo que

se estabeleceu entre as pessoas e ao qual todos aderiram. A língua portuguesa, por exemplo, pertence a

todos aqueles que dela se utilizam. No caso de línguas como o português, o inglês e o espanhol, só para

citar alguns exemplos, esse bem público é veículo de comunicação de pessoas de vários países; são,

portanto, línguas multinacionais. A língua portuguesa é utilizada não somente por brasileiros. (...). O

português hoje é falado por cerca de 200 milhões de pessoas, ocupando o quinto lugar entre as línguas

mais faladas do mundo. (TERRA, Ernani. Linguagem, Língua e Fala.)

Texto 2: O caráter privado da fala

A língua, como vimos, é um bem público, ou seja, pertence a toda a comunidade de falantes, que podem

utilizá-la como meio de comunicação. A utilização que cada indivíduo faz da língua, a fala, por outro

lado, possui um caráter privado, ou seja, pertence exclusivamente a cada indivíduo que a utiliza. É o

aspecto individual da linguagem humana. Cada um dos quase duzentos milhões de falantes da língua

portuguesa apropria-se da língua que fala com animus domini, isto é, com o ânimo de quem se sente

dono dela, utilizando-a com todas as prerrogativas que lhe confere o domínio sobre esse bem, dentro de

alguns princípios preestabelecidos pela comunidade de falantes. A dicotomia entre língua e fala permite

verificar que a linguagem humana, ao contrário dos demais bens (que são públicos ou privados), possui,

ao mesmo tempo, as características de bem público e privado, de individual e coletivo. A língua é o lado

público e coletivo da linguagem humana, ao passo que a fala é o seu lado privado e individual. Encarada

como um bem público, a língua é uma instituição social de caráter abstrato. É instituição porque é uma

estrutura decorrente da necessidade de comunicação, com um conjunto de convenções necessárias para

permitir o exercício da faculdade da linguagem aos indivíduos. É social porque, sendo exterior aos

falantes, pertence à comunidade lingüística como um todo. É abstrata porque só se realiza através da

fala.

(TERRA, Ernani. Linguagem, Língua e Fala.)

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4) Leia a tirinha abaixo:

A linguagem se divide em três grandes grupos: linguagem verbal, não-verbal e mista. Qual a linguagem

da tirinha? Justifique sua resposta.

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5) Leia o seguinte texto de Jô Soares: Português é fácil de aprender porque é uma língua que se

escreve exatamente como se fala Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu

si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas

palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate

nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua

é u putuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê.

Levando em conta o texto lido, procure explicar de maneira resumida a diferença entre língua escrita e

língua falada.

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3) Identifique a região em que cada um dos assaltos teria ocorrido.

a) -Ei, bichim, isso é um assalto. Arriba os braços e num se bula ...e num faça muganga. Arrebola o

dinheiro no mato e num faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora.

Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu to com uma fome da moléstia.

________________________________________

b) Ô sô, prestenção: isso é um assarto, uai. Levanta os braço e fica quetin quesse trem na minha

mão ta cheio de bala. Mio passá logo os trocados que eu num tô bão hoje. Vai andando, uai. Tá

esperando o que, sô? _________________________________________

c) -O guri, ficas atento. Báh, isso é um assalto. Levantes os braços e te aquieta, tchê! Não tentes

nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas pra cá e te manda a la

cria, se não o quarenta e quatro fala. __________________________________

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d) Seguiiiiiinte, bicho: Isso é um assalto.... Passa a grana e levanta os braços rapá. Não fica de

bobeira que eu atiro bem..... Vai andando e se olhar pra traz, vira presunto.

_________________________________________

e) Ô meu rei (longa pausa). Isso é um assalto (longa pausa) ...... Levanta os braços, mas na se avexe

não (longa pausa). Se não quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado. Vai passando a

grana bem devagarinho (longa pausa). Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar

muito pesado. Não esquenta, meu irmãozinho (longa pausa), vou deixar seus documentos na

encruzilhada. ____________________________________

f) Ôrra, meu, isso é um assalto, meu. Levanta os braços, meu. Passa logo a grana, meu. Mas passa

bem rapidinho que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo do

Curintia, mano. Pô, se manda, meu . ___________________________________

g) Querido povo brasileiro, estou aqui, no horário nobre da tv para dizer que no final do mês

aumentaremos as seguintes tarifas: energia, água e esgoto, ônibus,

h) IPTU, IPVA,IPI ICMS, PIS, gasolina, álcool, mas não se preocupem, seremos

HEXACAMPEõES

_____________________________________ Fonte: ( adaptado de: www.osvigaristas.com.br/textos/listas/84.html)

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ESTUDO DA GRAMÁTICA

Aspecto da Ortoépia ou Ortoepia

A palavra ortoépia se origina da união dos termos gregos orthos, que significa "correto" e hépos, que significa

"palavra". Assim, a ortoépia se ocupa da correta produção oral das palavras (pronúncia).

1) Veja a seguir alguns casos frequentes de pronúncias corretas e errôneas, de acordo com o padrão

culto da língua portuguesa no Brasil. Assinale a pronúncia correta:

Adivinhar advinhar

Adevogado advogado

Atenciosamente anteciosamente

Bandeja bandeija

Buchecha bochecha

Buteco boteco

Bueiro Boeiro

Cabelereiro cabeleireiro

Catorze quatorze

Empecilho impecilho

Mendingo mendigo

Frustrado frustado

Lagartixa largatixa

Metereologia meteorologia

Mortandela mortadela

Pneu peneu

Previlégio privilegio

Sobrancelha sombrancelha

Subzídio subsídio

asterisco asterístico

cabeçário cabeçalho

cuspir guspir

um clipe um clips

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rubrica rúbrica

Aspecto da Ortografia

A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no

padrão culto da língua.

RESPONDA VERDADEIRO (V) OU FALSO (F) NAS SENTENÇAS ABAIXO:

( ) Pense nos ideais porque batalhamos há muito tempo.

( ) Tenha a certeza absoluta que eu não te quero mal.

( ) Daqui há pouco chegaremos a Maceió.

( ) Preciso analizar o motivo da discussão.

( ) Agora é um mau momento para se comprar dólares.

( ) Aonde estão aqueles livros?

( ) Não sei por que faltaram, mas sei o porque da minha raiva.

( ) Foi um previlégio conhecer você.

( ) Há muito tempo que não vejo Luciana.

( ) Ela saiu exatamente ao meio-dia e meio.

( ) Ele pretendia apoiá-la, mais na última hora desistiu.

( ) Os cidadões sempre esperam o melhor dos governadores.

( ) Trata-se de uma questão muito mal resolvida.

( ) Não conhece o lugar aonde vou passar as férias.

( ) Quanto menas garotas melhor.

( ) Enviamos inclusos o recibo.

( ) De São Paulo a Campinas a uma distância de 90 quiilômetros.

( ) O bazar benificiente agradou a todos.

( ) Não sei porque estou tão aborrecida hoje.

( ) O ideal por que lutamos é digno.

( ) Não há mais tempo para estudar, a prova começará daqui a dez minutos.

( ) A mãe parecia meia assustada.

( ) Naquela casa não é proibido a entrada de menores.

( ) Anexa ao telegrama estão as explicações.

( ) Mais amor, menos matéria é o que precisa o jovem.

( ) Eram gratuítos a assistência técnica e o ensino.

( ) Era meio-dia e meia quando entregaram a mercadoria.

( ) Muito obrigado – disse a filha ao pai.

( ) Ela mesmo comprou o pai com o esforço do seu trabalho.

( ) É proibida entrada naquele lugar.

( ) Eu estou quites com você.

( ) Qual será a quantidade de atenção necessária para aquele garoto?

( ) No lugar em que você vai há um parque onde todos se encontram.

( ) Desejo que você faça uma discrição da favela.

( ) João trabalha na cessão de artigos masculinos.

( ) Vale a pena lutar porque a vida é bela.

( ) Nunca faça o mau a ninguém.

( ) Ninguém esperava, mais ele acabou aparecendo.

( ) O garoto, por ser de menor, foi liberado pela polícia.

( ) Espero que ele seje muito feliz com a sua nova namorada.

( ) Não sei aonde lhe encontrar.

( ) Você agiu muito mau por não repreender aquele mal elemento.

( ) Ainda vou descobrir o porque dessa polêmica.

( ) Ele chegou da Europa a um ano.

( ) Eles trabalham muito, mais ganham pouco.

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( ) Ele se comportou mau.

( ) Muito obrigada – disse o rapaz à moça.

( ) O rapaz foi condenado por estrupro.

( ) Ela mesma se sentia injustiçada.

( ) Derrepente o garoto entrou na sala assustado.

Complete a lacuna com a palavra apropriada:

a. O advogado foi _____________________ (taxado/tachado) de incompetente, embora tenha observado

o ________________________ (comprimento/cumprimento) da lei.

b. Na __________________ (seção/sessão/cessão) de reconciliação, uma dúvida ______________

(emergiu/imergiu).

c. O ____________________ (mandato/mandado) do deputado foi ________________

(cassado/caçado), pois ele __________________ (infringiu/infligiu) as normas da Casa.

d. O ____________________ (incipiente/insipiente) advogado pecou por falta de ________________

(descrição/discrição) ao denunciar o ato de ___________________ (descriminação/discriminação) do

juiz.

e. O gerente do hotel ___________________ (retificou/ratificou) a necessidade de se pagar adiantado a

____________________ (estada/estadia).

Considere o texto abaixo e em seguida assinale a alternativa correta que preenche as lacunas do texto.

“Roberto é bom profissional, .......... é muito admirado por seus conhecimentos técnicos. Depois de

diplomar-se em Administração ........ dois meses, Roberto não parou .......... de estudar e de tentar aplicar

seus conhecimentos. Sabe melhor do que ninguém equacionar os problemas e definir as melhores

soluções. Sua dificuldade maior é lidar com pessoas: não sabe explicar as tarefas nem treinar ou

argumentar, tampouco tem paciência com os subordinados. Apesar de seu excelente preparo técnico,

Roberto não consegue progredir na empresa. Quer ser promovido a gerente de equipe, ........ fica sempre

na fila de espera.”

a- por que, há, mais, mas

b- porque, a, mais, más

c- porque, a, mas, mas

d- porque, há, mais, mas

VIAGEM é substantivo, VIAJEM é verbo. Complete as próximas orações:

a. Faça uma boa .......................... .

b. Tomara que eles ............................ bem.

Complete as orações abaixo com artigos definidos masculinos ou femininos (o, os, a, as), conforme

convier:

1. Você vai cortar ........ grama?

2. ........ gramas que você emagreceu não fizeram diferença na medida de seu cinto.

Conclusão (complete):

Complete as orações abaixo com TEM ou TÊM:

1. Ela ................... muita coragem.

2. Eles .................. bastante dinheiro.

3. Ana ................. estudado demais.

4. Rui e Pedro ................ sido pressionados pelos pais.

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Complete as orações abaixo com AGENTE ou A GENTE:

1. Você ficará mais tranqüilo se procurar um ............................ de viagem.

2. .......................... deve jantar mais cedo hoje.

3. Você quer ir à praia com ........................ .

4. Ele é um ótimo .......................... secreto.

5. Ele disse que, se .......................... quiser, ele pode comprar os ingressos com antecedência.

Assinale a alternativa correta:

a- Os alunos não sabiam o porquê de tanta algazarra que acontecia na outra sala de aula do lado.

b- Márcia, uma aluna estudiosa, tenta procurar um por que para o seu baixo desempenho nas atividades.

c- Os funcionários queriam saber por que os salários não foram reajustados de acordo com o estabelecido em ata.

d- Por que tanta gente consegue chegar ao poder por meio de mau comportamento? Os meios justificam o fim?

Por quê?

Apenas uma das alternativas abaixo o termo grifado foi empregado corretamente, assinale-a.

a- Mau cheguei em casa e foram despejando os problemas sobre mim!

b- Carlos costuma ter mal comportamento diante dos seus diretores – isso ainda o prejudicará no trabalho.

c- Mau hálito pode ser também um problema estomacal.

d- Durante quatro semanas, os candidatos passaram mau com as provas do concurso.

Em uma das alternativas abaixo há uma palavra empregada incorretamente, assinale-a.

a- Há aproximadamente dois meses que não recebemos os formulários para os clientes.

b- Aonde estão os meus documentos! Eu os deixei aqui!

c- Aquela pessoa ainda não conseguiu ser atendida porque não há funcionários suficientes para o atendimento.

d- O porquê de tanta revolta é algo que nos preocupa!

e- Entre mim e o restante dos funcionários criou-se uma longa distância.

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NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA

PORTUGUESA Objetivos

- unificar a escrita do Português;

- simplificar as suas regras ortográficas;

- aumentar o prestígio internacional da língua.

Datas

1990 – assinatura do Acordo pelos oito países membros;

2009 – vigência não obrigatória;

2010-2012 – adaptação dos livros didáticos;

2013 – vigência plena e geral do Acordo.

Países envolvidos

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e

Príncipe e Timor Leste

Observe-se que todos são países em que o Português é a língua oficial.

Abrangência

- Brasil: 0,5% das palavras

- Demais países: 1,6%

Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Alfabeto

Nova Regra Regra Antiga Como Será

O alfabeto é agora formado por 26

letras

O "k", "w" e "y" não eram

consideradas letras do nosso alfabeto.

Essas letras serão usadas em siglas,

símbolos, nomes próprios, palavras

estrangeiras e seus derivados.

Exemplos: km, watt, Byron,

byroniano

Trema

Nova Regra Regra Antiga Como Será

Não existe mais o trema em língua

portuguesa. Apenas em casos de

nomes próprios e seus derivados,

por exemplo: Müller, mülleriano

agüentar, conseqüência, cinqüenta,

qüinqüênio, frqüência, freqüente,

eloqüência, eloqüente, argüição,

delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça

aguentar, consequência, cinquenta,

quinquênio, frequência, frequente,

eloquência, eloquente, arguição,

delinquir, pinguim, tranquilo,

linguiça.

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Acentuação

Nova Regra Regra Antiga Como Será

Ditongos abertos (ei, oi) não são

mais acentuados em palavras

paroxítonas

assembléia, platéia, idéia, colméia,

boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia,

paranóia, jibóia, apóio, heróico,

paranóico

assembleia, plateia, ideia, colmeia,

boleia, panaceia, Coreia, hebreia,

boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico,

paranoico

obs: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis,

papéis.

obs2: o acento no ditongo aberto "eu" continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.

Nova Regra Regra Antiga Como Será

O hiato "oo" não é mais acentuado enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo,

abençôo, povôo

enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo,

abençoo, povoo

O hiato "ee" não é mais acentuado crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem,

relêem, revêem

creem, deem, leem, veem, descreem,

releem, reveem

Nova Regra Regra Antiga Como Será

Não existe mais o acento

diferencial em palavras homógrafas

pára (verbo), péla (substantivo e

verbo), pêlo (substantivo) , pêra

(substantivo) , péra (substantivo)

, pólo (substantivo)

para (verbo), pela (substantivo e

verbo), pelo (substantivo) , pera

(substantivo) , pera (substantivo) ,

polo (substantivo)

Obs: o acento diferencial ainda permanece no verbo "poder" (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo -

"pôde") e no verbo "pôr" para diferenciar da preposição "por"

Nova Regra Regra Antiga Como Será

Não se acentua mais a letra "u" nas

formas verbais rizotônicas, quando

precedido de "g" ou "q" e antes de

"e" ou "i" (gue, que, gui, qui)

argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe,

enxagúemos, obliqúe

argui, apazigue,averigue, enxague,

ensaguemos, oblique

Não se acentua mais "i" e "u"

tônicos em paroxítonas quando

precedidos de ditongo

baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha,

feiúra, feiúme

baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha,

feiura, feiume

Hífen

Nova Regra Regra Antiga Como Será

O hífen não é mais utilizado em

palavras formadas de prefixos (ou

falsos prefixos) terminados em

vogal + palavras iniciadas por "r"

ou "s", sendo que essas devem ser

dobradas

ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato,

anti-social, anti-rugas, arqui-

romântico, arqui-rivalidae, auto-

regulamentaçã o, auto-sugestão,

contra-senso, contra-regra, contra-

senha, extra-regimento, extra-sístole,

extra-seco, infra-som, ultra-sonografia,

semi-real, semi-sintético, supra-renal,

supra-sensível

antessala, antessacristia, autorretrato,

antissocial, antirrugas,

arquirromântico, arquirrivalidade,

autorregulamentaçã o, contrassenha,

extrarregimento, extrassístole,

extrasseco, infrassom, inrarrenal,

ultrarromântico, ultrassonografia,

suprarrenal, suprassensível

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23

obs: em prefixos terminados por "r", permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-

realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-

realista, super-resistente etc.

Nova Regra Regra Antiga Como Será

O hífen não é mais utilizado em

palavras formadas de prefixos (ou

falsos prefixos) terminados em

vogal + palavras iniciadas por outra

vogal

auto-afirmação, auto-ajuda, auto-

aprendizagem, auto-escola, auto-

estrada, auto-instrução, contra-

exemplo, contra-indicaçã o, contra-

ordem, extra-escolar, extra-oficial,

infra-estrutura, intra-ocular, intra-

uterino, neo-expressionista, neo-

imperialista, semi-aberto, semi-árido,

semi-automático, semi-embriagado,

semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-

elevado

autoafirmação, autoajuda,

autoaprendizabem, autoescola,

autoestrada, autoinstrução,

contraexemplo, contraindicaçã o,

contraordem, extraescolar,

extraoficial, infraestrutura,

intraocular, intrauterino,

neoexpressionista, neoimperialista,

semiaberto, semiautomático,

semiárido, semiembriagado,

semiobscuridade, supraocular,

ultraelevado.

Obs: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano,

socioeconômico etc.

Obs2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por "h": anti-herói, anti-higiênico, extra-

humano, semi-herbáceo etc.

Nova Regra Regra Antiga Como Será

Agora utiliza-se hífen quando a

palavra é formada por um prefixo

(ou falso prefixo) terminado em

vogal + palavra iniciada pela

mesma vogal.

antiibérico, antiinflamató rio,

antiinflacioná rio, antiimperialista,

arquiinimigo, arquiirmandade,

microondas, microônibus,

microorgânico

anti-ibérico, anti-inflamató rio, anti-

inflacioná rio, anti-imperialista, arqui-

inimigo, arqui-irmandade, micro-

ondas, micro-ônibus, micro-orgânico

obs: esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal

diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen

obs2: uma exceção é o prefixo "co". Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal "o", NÃO utliza-se hífen.

Nova Regra Regra Antiga Como Será

Não usamos mais hífen em

compostos que, pelo uso, perdeu-se

a noção de composição

manda-chuva, pára-quedas, pára-

quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-

choque, pára-vento

mandachuva, paraquedas,

paraquedista, paralama, parabrisa,

párachoque, paravento

Obs: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constitui unidade

sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e

zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgiã o, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel,

beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc

Page 24: LÍNGUA PORTUGUESA I - uni9direito9b.files.wordpress.com · Aspectos da ortografia Reforma ortográfica 3 Distinção entre morfologia e sintaxe Classe de palavras: substantivos,

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Observações Gerais

O uso do hífen permanece Exemplos

Em palavras formadas por prefixos

"ex", "vice", "soto" ex-marido, vice-presidente, soto-mestre

Em palavras formadas por prefixos

"circum" e "pan" + palavras

iniciadas em vogal, M ou N

pan-americano, circum-navegação

Em palavras formadas com

prefixos "pré", "pró" e "pós" +

palavras que tem significado

próprio

pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação

Em palavras formadas pelas

palavras "além", "aquém", "recém",

"sem"

além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados,

sem-número, sem-teto

Não existe mais hífen Exemplos Exceções

Em locuções de qualquer tipo

(substantivas, adjetivas,

pronominais, verbais, adverbiais,

prepositivas ou conjuncionais)

cão de guarda, fim de semana, café

com leite, pão de mel, sala de jantar,

cartão de visita, cor de vinho, à

vontade, abaixo de, acerca de etc.

água-de-colônia, arco-da-velha, cor-

de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-

meia, ao-deus-dará, à queima-roupa