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UNIVERSIDAD E CÂNDIDO M E ND ES I NSTITUTO A VEZ DO MESTRE LI MITAÇÕES AO PODER DE TRI BU TAR Bruno Palermo Or ientadora: Pr ofessora Cláudia G urgel Rio de Janeiro 2006

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

Bruno Palermo

Orientadora: Professora Cláudia Gurgel

Rio de Janeiro

2006

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

Monografia apresentada a Universidade

Cândido Mendes - Instituto a Vez do

Mestre, como requisito para obtenção do

título de Pós-Graduado em Direito Público

e Tributário.

Orientadora: Professora Cláudia Gurgel

Bruno Palermo

Rio de Janeiro

2006

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Agradeço a minha mãe que na sua

luta incansável sempre esteve ao

meu lado ajudando sem hesitar.

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RESUMO

PALERMO, Bruno. Limitações ao Poder de Tributar. Pós-graduação

“Lato Sensu” em Direito Público e Tributário - Universidade Cândido Mendes –

Instituto A vez do Mestre – Centro – Rio de Janeiro – 2006.

Esta monografia tem como objeto a abordagem das limitações

constitucionais ao poder de tributar. Serão abordadas questões relativas aos

princípios constitucionais, às imunidades tributárias, sobre as vedações

pertinentes aos privilégios odiosos, segurança jurídica e direitos fundamentais.

Palavras Chaves:

Limitações ao poder de tributar: princípios constitucionais, direitos fundamentais,

liberdade, igualdade, tipicidade, legalidade, segurança jurídica, certeza jurídica,

mínimo existencial.

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__________________________________________________________________

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 6

CAPÍTULO I

A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 18 DE 1965 7

CAPÍTULO II

DAS LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR 9

CAPÍTULO III

DAS IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 21

CAPÍTULO IV

DA SEGURANÇA JURÍDICA E O MÍNIMO EXISTÊNCIAL 31

CONCLUSÃO 36

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Esta monografia trata das limitações constitucionais pertinentes ao poder

de tributar. No primeiro capítulo deste trabalho será abordada matéria sobre a

emenda constitucional nº 18 de 1965 tendo em vista a sua importância para o

âmbito tributário do Brasil, pois trouxe organização para um sistema tributário

insuficiente por força da ausência de instituição de tributos com critérios racionais

e com delimitações eficazes. Existiam sérios problemas instalados na ordem

jurídica tributária pertinente ao campo residual antes do advento da referida

emenda.

No segundo capítulo serão abordadas as limitações constitucionais ao

poder de tributar preconizadas pelos princípios constitucionais, tendo em vista que

estão diretamente ligados ao equilíbrio da relação jurídica tributária entre o

contribuinte e o Estado. No terceiro capítulo serão abordadas as imunidades

tributárias e a vedação aos privilégios odiosos.

No quarto e último capítulo deste trabalho monográfico serão abordadas

questões relativas à segurança jurídica e o mínimo existencial. Sem a segurança

jurídica e a certeza jurídica, pilares fundamentais do Estado de Direito, o cidadão

não teriam acesso a uma vida digna conforme preceitua o Princípio da Dignidade

da Pessoa Humana.

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CAPÍTULO I

A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 18 DE 1965

A abordagem que se faz por meio da presente sobre as limitações ao poder de

tributar, não será completa, sem antes lembrar da reforma tributária nascida no ano

de 1965 por meio da Emenda Constitucional nº 18 de 1965, tendo em vista que antes

da sua inserção no mundo jurídico, o sistema impositivo oriundo da Constituição de

1946 já não mais respondia aos critérios da efetividade.

Existiam inúmeras exações que inevitavelmente ocasionavam confusões

quanto à devida identificação das mesmas, merecendo a resposta devida por parte

do Estado com a finalidade de banir do mundo jurídico tributos instituídos sem critério

racional e sem delimitação.

Por meio de um breve relato histórico pode ser lembrada a Comissão de

Reforma do Ministério da Fazenda, instituída com a finalidade precípua de buscar

resolução do problema instalado na seara tributária do Brasil.

As espécies de tributos foram identificadas e devidamente codificadas pelo

Sistema Tributário Nacional, mas o chamado campo residual ainda estava em

vigência e inclusive foi mantido até 31 de dezembro de 1966. Buscou-se por meio do

art.5º do Código Tributário Nacional (denominação adotada após a Lei Complementar

nº 36/67), fechar de forma eficaz as espécies de tributos e por meio do artigo 17º do

mesmo diploma legal regular o rol dos impostos.

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Ainda restava o problema pertinente ao “campo residual”, tendo em vista que

suas fronteiras eram demarcadas de forma insuficiente. Sendo assim, o legislador

adotou a correta identificação dos tributos no CTN por meio do Princípio do numerus

clausus, conforme disposições contidas no artigo 5º e 17º, ambos do CTN.

Mas, com o advento da Constituição de 1967, a residualidade foi novamente

introduzida em nosso ordenamento jurídico, regulando matéria tributária ligada a

impostos e favorecendo a União, sendo permitido para o exercício da residualidade a

utilização de Lei Ordinária e Decreto-lei. No atual ordenamento o exercício da

residualidade pertinente a impostos ocorre de forma diferente da Constituição anterior,

tendo em vista que atualmente se exige a edição de Lei Complementar. Sendo assim,

a emenda ora analisada trouxe latente rigidez para a seara jurídica tributária

brasileira.

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CAPÍTULO II

DAS LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE

TRIBUTAR

É necessário trazer a colação breve relato histórico sobre o âmbito tributário do

Brasil. Enquanto colônia e subordinada ao Reino de Portugal, a mesma não possuía

campo fiscal em virtude das normas ditadas pela monarquia lusitana, que não

permitia a inserção de regramentos de índole fiscal no território densamente

explorado. O que havia na colônia eram as taxações impostas pela metrópole, como

exemplo o quinto, e que foi objeto de inúmeras indignações e inclusive de revolta.

Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, ocorreu, conforme

latente notoriedade, a abertura dos portos as nações amigas e a conseqüente

taxação das mercadorias que adentravam em nosso país, ficando concentrada a

atividade tributária nas mãos do monarca, o que gerava plena centralização do poder

de tributar, o que hoje, certamente, causaria flagrante desrespeito as normas

constitucionais.

Mais tarde ocorreu uma regulamentação por meio da Lei nº 99 de 1835 cujo

objeto era regular a competência tributária de cada província, buscando-se a

permissão para cada província, hoje estados, para a instituição de tributos, o que

gerava grave deficiência em virtude da liberdade concedida, pois os estados

acabavam por instituir impostos com o mesmo fato gerador e hipótese de incidência

que os impostos instituídos pela União.

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Outro ponto falho era permitir que impostos que deveriam ter a competente

instituição pelos municípios ficassem sob o manto da instituição Estatal, ficando o

município plenamente vinculado, o que certamente viola regras básicas do

escalonamento de competências e autonomias estabelecidas pela constituição de

1988.

Tais criações legislativas inócuas foram banidas por meio da regulamentação

da competência tributária instituída pela Carta Magna de 1934, avanço que se traduz

por incontestável.

É inegável que o Estado necessita arrecadar e obter receita para a viabilização

dos procedimentos cabíveis à manutenção estatal, caso contrário seria impossível o

cumprimento das suas obrigações. Mas a arrecadação e a obtenção da receita

devem ser realizadas com base no Princípio da Legalidade e sob o manto dos

princípios constitucionais que norteiam, sem qualquer hierarquia, as relações

jurídicas tributárias existentes entre o Fisco e o contribuinte.

Desta forma, a atuação do Fisco no momento de arrecadar deve ser balizada

constitucionalmente. Toda e qualquer relação jurídica tributária deve ter como ápice

as disposições contidas na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,

sob pena de flagrante desequilíbrio entre os protagonistas da relação jurídica

instalada. Assim sendo, as medidas de equilíbrio preconizadas pela Constituição,

seja por meio de normas ou por meio de princípios, freiam a voracidade do fisco e

resguardam o contribuinte de toda e qualquer ingerência estatal.

Com o advento da Constituição de 1988 as normas de estruturas passaram a

estabelecer as competências tributárias das pessoas políticas, cujo fundamento de

validade é encontrado na própria Carta Magna.

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A matéria pertinente ao regramento de tais limitações deve ser abordada como

limitações referentes à competência tributária, revelando que o ente político atua

dentro dos limites impostos pela constituição, sendo vedado o ius imperium, pois ao

ente político é atribuída somente autonomia para exercer as disposições contidas nas

normas tributárias de nível legalmente inferior as normas constitucionais.

Cumpre trazer a colação os ensinamentos de Roque Antonio

Carraza: “No Brasil, por força de uma série de disposições

constitucionais, não há falar em poder tributário(incontestável,

absoluto), mas, tão-somente, em competência tributária

(regrada, disciplinada pelo Direito)”. (Roque Antonio Carraza,

2005, pág.465)

Assim, o legislador, titular do poder estatal que se esgota na própria atividade

legislativa no momento em que cria as normas de índole substantiva, exercendo a

competência tributária, fica adstrito aos limites jurídicos estabelecidos pela

Constituição e pelo Princípio Republicano, Federativo, da autonomia municipal, da

autonomia distrital, da segurança jurídica, da igualdade, da reserva de competência e

da anterioridade. A LEI TRIBUTÁRIA MAIOR ainda estabelece a impossibilidade, sob

pena de flagrante inconstitucionalidade do ato normativo, do ente político estabelecer

exações de cunho confiscatórios.

A lei tributária maior delimitou o campo das competências tributárias, dividindo-

a, privativamente, entre a União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Não se pode

olvidar que a competência tributária, a partir da sua devida limitação, passou a ser

caracterizada pela sua privatividade, indelegabilidade, incaducabilidade,

inalterabilidade, irrenunciabilidade e facultatividade do exercício.

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Assim, a instituição de tributos é puramente política em virtude de ser atividade

tipicamente legislativa. Instituindo o tributo o legislador descreve legalmente a

hipótese de incidência, o sujeito ativo, sujeito passivo, a base de cálculo e sua

alíquota, ocorrendo a sua modificação e revogação por meio de lei ordinária, salvo as

exceções previstas no artigo 148, 153, VII, e art. 154,inciso I da CF/88.

A lei complementar recebeu a função com base no artigo 146 da CF/88, com

nova redação atribuída pela emenda constitucional nº 42/2003, de detalhar as

disposições constitucionais pertinentes aos conflitos de competência entre os entes

políticos, de regular as limitações ao poder de tributar, instituir as determinações de

normas gerais de direito tributário, sendo ainda possível à instituição de imposto cuja

hipótese de incidência não esteja prevista conforme dispõe o artigo 154, I, da CF/88.

Desta feita chega-se à conclusão de que a Lei Complementar extrapola o simples

conceito de norma de simples complementação.

As limitações ao poder de tributar impedem que o ente político, por meio da

competência que a lei maior tributária lhe confere, exerça as suas prerrogativas de

forma ilimitada e absoluta, encontrando inicialmente limite no artigo 5º, inciso II, artigo

150 e artigo 152, todos da CF/88, bem como limitações existentes nos artigo 9º,

artigo 10º e artigo 11º, todos do CTN.

O artigo 150, inciso I da CF/88 determina como limitação ao poder de tributar,

a obrigatoriedade do legislador observar o processo pertinente à instituição do tributo

e que tal processo legislativo somente poderá ser efetivado por meio de lei. Esta

obrigatoriedade advém do Princípio da Legalidade, cujo escopo e efeitos buscam

resguardar o contribuinte do arbítrio do ente político e assegurar a efetivação da

segurança jurídica.

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A CF/88 ainda determina que a lei instituidora do tributo deve explicitar de

forma clara e precisa, o fato tributável, a base de cálculo, a alíquota ou algum

parâmetro para determinar o valor que seja devido, a identificação do sujeito ativo e

passivo da relação jurídico tributária.

Outra questão importante é quanto à instituição de tributo por meio de medida

provisória, após o advento da emenda constitucional nº 32/2001, tendo em vista que

em casos de relevância e urgência o chefe do Poder Executivo poderá adotar

medidas provisórias, com força de lei, para a instituição ou majoração de tributos,

desde que não exista a obrigatoriedade de lei complementar ou que as exigências

legais contidas no inciso III, alínea (a) do artigo 146 da CF/88 sejam plenamente

satisfeitas.

Cumpre trazer a colação os ensinamentos do mestre Ricardo

Lobo Torres: “O Princípio da Legalidade é um dos pontos

cardeais do Estado Financeiro. Aparece na vertente tributária e

orçamentária. A legalidade tributária vem expressamente

consagrada no art.150, I.” (Ricardo Lobo Torres.2005. pág.

106).

Quanto à progressividade das alíquotas estabelecidas pelo ente político, a

limitação constitucional advém do Princípio da Progressividade, contido

ostensivamente no artigo 145, parágrafo primeiro, artigo 150, inciso II, artigo 153,

parágrafo quarto, artigo 182, parágrafo quarto, inciso II, todos da CF/88.

O Princípio da Progressividade busca regular o aumento das alíquotas

gradualmente segundo a capacidade econômica do contribuinte. Com o advento da

emenda constitucional nº 29/2000 foi autorizado o IPTU progressivo tendo como base

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o valor do imóvel, gerando divergências quanto a constitucionalidade da referida

norma, pois o fundamento legal para a cobrança do imposto é balizado segundo uma

obrigação pessoal, mas o valor do imóvel é tido como instrumento hábil para a

identificação da capacidade contributiva do proprietário.

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no que tange a

matéria relativa à cobrança e aumento dos tributos, determina que o ente político

somente poderá efetuar tais procedimentos no exercício subseqüente a entrada em

vigor da lei que instituiu ou aumentou a exação. Esta limitação ao poder de tributar

advém diretamente do Princípio da Anterioridade, contido no artigo 150, inciso III,

letra (b), da CF/88.

Cumpre citar os ensinamentos do mestre Luciano Amaro no

que tange ao Princípio da Anterioridade: “A Constituição exige,

como dizíamos, que a lei que crie ou aumente tributo seja

anterior ao exercício financeiro em que o tributo será cobrado e,

ademais, que se observe à antecedência mínima de noventa

dias entre a data de publicação da lei que o instituiu ou

aumentou e a data em que passa a aplicar-se”.(Luciano Amaro.

2004, pág.121)

Com o advento da Emenda Constitucional nº 42/2003 o contribuinte adquiriu

maior proteção perante o ente político, tendo em vista que além do resguardo

fornecido pelo Princípio da Anterioridade, procedimentos para a cobrança de

determinados tributos devem ser realizados somente após decorridos 90 (noventa)

dias da data de publicação da lei que o instituiu ou aumentou, passando a

anterioridade ao reconhecimento de cláusula pétrea.

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Existem tributos que não estão sob a égide do Princípio da Anterioridade

comum como o Empréstimo Compulsório com a finalidade de custear despesas

extraordinárias nascidas de calamidades públicas, guerra ou em caso de iminência

de guerra, vide artigo 150, inciso III, b, da CF/88, O Imposto de Importação e de

Exportação, o IOF, Imposto Extraordinário, o IPI e a Contribuição para a Seguridade

Social.

Segundo o mestre Luciano Amaro: ”Alguns tributos

escapam à aplicação do princípio da anterioridade. O rol de

exceções está no art.150, § 1º, da Constituição, que, mesmo

com a nova redação dada pela Emenda n.42/2003, não esgota

as situações que escapam ao princípio”.(Luciano Amaro, 2004,

pág.124)

Para a anterioridade nonagesimal seus efeitos não alcançam o Empréstimo

Compulsório em casos de calamidade pública e de guerra externa ou iminência de

guerra, Imposto de Importação e Imposto de Exportação, o IOF e Imposto

Extraordinário.

Peculiaridade existente é o fato do Empréstimo Compulsório com a finalidade

de instituição de tributo voltado para investimento público de caráter urgente e de

relevante interesse nacional, estar sujeito ao Princípio da Anterioridade Comum, bem

como ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal. Outro fato importante é a sujeição

da base de cálculo do IPVA, a base de cálculo do IPTU e o IR, somente ao Princípio

da Anterioridade Comum.

No que tange a instituição de uma nova lei pelo ente político é vedada a sua

aplicação a fatos geradores já consumados, ou seja, ocorridos antes do início de sua

vigência, conforme preceitua o artigo 150, inciso III, alínea a, da CF/88 e artigo 105

do Código Tributário Nacional, revelando o Princípio da Irretroatividade dos tributos.

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Mas existe caso peculiar no que tange a tributo que tenha fato gerador

continuado, tendo em vista a teoria do fato gerador complexivo, o que causa

divergências.

O Supremo Tribunal Federal editou súmula que estabelece que o fato gerador

do Imposto de Renda por força da sua complementação somente em 31 de

dezembro ficará sob a égide da lei que venha a ser publicada até a referida data,

aplicando-a a todo o período.

A Súmula 584 estabelece o seguinte: “Ao imposto de renda

calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplicando-se a lei

vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a

declaração.”(Súmulas do STJ e STF, 2005, Espaço Jurídico).

São exceções à vedação da irretroatividade as leis de natureza interpretativa,

leis que não tenham atribuído ao fato cunho de infração, leis que diminuem

penalidades, que concedem remissão ou anistia, conforme dispõe o artigo 106 do

Código Tributário Nacional.

Outro princípio que merece abordagem é o Princípio da Igualdade contido no

artigo 150, inciso II, da CF/88. Este princípio cujo escopo limita o poder de tributar do

ente político, veda o tratamento desigual entre contribuintes que ocupem situação

jurídica equivalente. A regulação da situação jurídica de índole tributária por meio do

Princípio da Igualdade é ainda corroborada pelos princípios da personalização e da

capacidade contributiva, cuja previsão legal está inserida no artigo 145, parágrafo

primeiro, da CF/88.

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Cumpre trazer a colação os ensinamento do mestre Ricardo

Lobo Torres no que tange ao Princípio da Igualdade: “Sucede

que o princípio da igualdade é vazio, pois recebe o conteúdo de

outros valores, como a justiça, a utilidade e a liberdade. Assim

sendo, só será proibida a desigualdade na apreciação da

capacidade contributiva do cidadão ou da necessidade do

desenvolvimento econômico se não tiver fundamento na justiça

ou na utilidade social, hipótese em que estará ferida a liberdade

alheia.”(Ricardo Lobo Torres, 2005, pág.78).

Cumpre citar o posicionamento de José Afonso da Silva no que

tange ao Princípio da Igualdade Tributária: ”O princípio da

igualdade tributária veda às entidades tributantes ”instituir

tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em

situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de

ocupação profissional ou função por eles exercida,

independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,

títulos ou direitos” (art.150,II).” (José Afonso da Silva,2006,

pág.654).

O confisco também é proibido em nosso ordenamento jurídico conforme

estipula o Princípio da Proporcionalidade Razoável, cuja inserção legislativa ocorreu

no artigo 150, inciso IV, da CF/88. Desta forma, é vedado ao ente político instituir e

cobrar tributo que venha a consumir a maior parte da propriedade ou prejudique o

exercício de atividade de cunho lícito, tendo em vista que o confisco atinge

diretamente o direito de propriedade previsto no artigo 5º, inciso XXII, da CF/88.

É necessário trazer a colação os ensinamentos de José Afonso

da Silva sobre o Princípio da Proporcionalidade Razoável: “Tal

regra veda utilizar tributo com efeito de confisco. Isso, na

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verdade, significa que o tributo não deve subtrair mais do que

uma parte razoável do patrimônio ou da renda do contribuinte.”

(José Afonso da Silva, 2006, pág.655).

A proibição da tributação pertinente ao tráfego intermunicipal e interestadual

de pessoas ou bens está no artigo 150, inciso V, da CF/88 e no artigo 9º, inciso III, do

Código Tributário Nacional. Esta limitação imposta pela lei maior tributária é realizada

por meio do Princípio da Ilimitabilidade do Tráfego de Pessoas ou Bens.

Cumpre citar os ensinamentos de José Afonso da Silva sobre o

Princípio da Ilimitabilidade do Tráfego de Pessoas ou Bens: “O

princípio veda estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou

bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais.

Ressalvada, no entanto, a cobrança de pedágio pela utilização

de vias conservadas pelo Poder Público. O princípio é uma

regra complementar do direito à livre circulação de pessoas e

de bens”.(José Afonso da Silva, 2006, pág.656)

Quanto a questão relativa a tributação uniforme no território nacional, é

proibido a União, conforme estabelece o Princípio da Uniformidade Tributária contido

no artigo 151, inciso I, da CF/88, instituir tributo diferenciado em relação ao Distrito

Federal, Municípios e Estados.

Para o Mestre Ricardo Lobo Torres a Uniformidade Tributária

significa: “Essa proibição de privilégio significa que o tributo deve

ser geograficamente uniforme, ou seja, deve incidir pela mesma

alíquota e base de cálculo e sobre idênticos fatos geradores em

qualquer ponto do território nacional”.(Ricardo Lobo

Torres.Renovar, 2005, pág:80).

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Para o mestre Ricardo Lobo Torres as normas previstas nos artigos 150 e 152

da CF/88 são normas de caráter declaratório. Para o mestre ora citado as limitações

constitucionais ao poder de tributar são formadas pelas imunidades, pelas proibições

de privilégio odioso, proibições de discriminação fiscal, pelas garantias normativas ou

princípios gerais ligados à segurança dos direitos fundamentais.

Segundo Ricardo Lobo Torres sobre as limitações ao

poder de tributar: ”Alguns dos direitos fundamentais se abrem

ao poder financeiro do Estado. O livre exercício de qualquer

trabalho, ofício ou profissão (art.5º, XIII), que produz riqueza,

pode ser objeto de tributação. Também o direito de propriedade

(art.5º, XXII e XXIII), que deverá atender a sua função social,

suporta a incidência dos tributos. Mas essas liberdades são

ambivalentes: ao se autolimitarem, abrindo-se à tributação,

criam também limitações ao exercício do poder financeiro do

Estado, que não as poderá sufocar nem aniquilar”.(Ricardo

Lobo Torres, 2005, pág.63)

Desta feita, o constituinte buscou inserir as limitações ao poder de tributar na

Constituição com a finalidade de proteger direitos e garantias fundamentais de todos

os cidadãos, resguardando-se desta forma os direitos da personalidade humana de

toda e qualquer ingerência estatal na vida privada e possibilitando a manutenção

equilibrada do Estado Democrático de Direito, cujos pilares são a segurança jurídica

e a certeza jurídica. Deve ser ainda ressaltado que o cidadão deve ter pleno acesso

ao mínimo existencial que só é possível mediante o pleno exercício dos direitos e

garantias fundamentais preconizados pela Carta Magna, resguardados ainda pela

aplicação diferida dos princípios constitucionais, pois são postulados fundamentais

em que o ordenamento jurídico de um país democrático repousa.

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CAPÍTULO III

DAS IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS

A Constituição de 1988 pontificou que o poder de tributar do ente político em

determinados casos é limitado por meio de imunidades tributárias, criando privilégios

de índole constitucional. Segundo o mestre Ricardo Lobo Torres, “a imunidade

tributária se traduz por uma intributabilidade absoluta ditada pelas liberdades

preexistentes”.(Ricardo Lobo Torres, 2005, pág:65).

As imunidades podem ser explícitas, implícitas, objetivas e subjetivas, fazendo

com que determinados bens e pessoas não fiquem sujeitos a tributação. Desta forma,

não há dúvidas de que a imunidade está inserida no rol de vedações tributárias

estabelecidas pela Constituição.

O mestre Ricardo Lobo Torres classifica as imunidades como:

“As imunidades protegem os direitos fundamentais contra a

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incidência dos tributos em geral (art.150, IV e V), dos impostos

(art.150,VI), das taxas (art.5º, itens XXXIV, LXXIII, LXXIV,

LXXVI e LXXVII;art.206,IV;Art.208,§ 1º) e das contribuições

(art.195,§ 7º e 203). Podem ser explícitas, como as acima

mencionadas, ou implícitas, como as que protegem o mínimo

existencial e os representantes diplomáticos estrangeiros e

como acontece no direito constitucional americano. São, ainda:

objetivas, quando se referem a coisas (art.150,VI, d); subjetivas,

quando excluem das imposições certas pessoas, o que é a

regra geral”.(Ricardo Lobo Torres, 2005, pág.65).

O Supremo Tribunal Federal entende que a imunidade tributária está

intimamente ligada aos direitos humanos. Assim sendo, o mínimo existencial deve

ser preservado para que o cidadão tenha acesso a uma vida digna conforme

determina o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.

Por sua vez, o mestre Luis Emydio F.da Rosa Jr, assevera que:

“A própria existência do Direito Tributário depende de estar o

Estado, no desempenho de sua atividade tributária, submetido

à lei, pelo que o poder de tributar não pode ser exercício

através da força. Se o for, não há porque se falar em Direito

Tributário e nem em Estado de Direito”.(Luis Emydio F.da Rosa

Jr, 2003, pág.287)

Todos os direitos assegurados pela Constituição de 1988 são alcançados pelo

mínimo existencial. O direito de acesso ao mínimo existencial não pode ser suprimido

em prol da tributação sobre a parcela mínima do patrimônio do contribuinte destinada

a sua sobrevivência, devendo ser obedecido o que estabelece o Princípio da

Vedação ao Retrocesso.

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As limitações constitucionais ao poder de tributar estão intimamente ligadas ao

alicerce que mantém estabilizado o Estado de Direito em nosso país repugnando-se

todo tributo que tenha carga tributária exorbitante ou com fins confiscatórios.

Segundo brilhante lição do mestre Ricardo Lobo Torres: “Vimos

que o direito de propriedade e o livre exercício das profissões,

declaradas no art.5º, inciso XIII, XXII e XXIII da CF, são a sede

constitucional do poder tributário, posto que se abrem, pelo

consentimento, à incidência fiscal. Mas, ao mesmo tempo em

que se autolimitam, esses direitos estabelecem duas limitações

ao poder de tributar: as imunidades, que vedam a incidência

sobre as liberdades públicas (locomoção, comércio, religião,

manifestação do pensamento); as proibições de desigualdade,

que impedem o tratamento desigualitário ou

discriminatório.”(Ricardo Lobo Torres, 2005, pág:77).

É necessário trazer a colação os ensinamentos de José

Afonso da Silva sobre as garantias asseguradas ao contribuinte,

mediante comentários ao artigo 150 da Constituição de 1988:

“Todas as garantias asseguradas na Constituição aos

indivíduos, em geral, se estendem ao contribuinte como tal.

Algumas delas são especificamente previstas neste artigo,

constituindo, assim, garantias específicas do contribuinte: o

Princípio da Reserva legal, o princípio da igualdade tributária

etc. Mas ainda aquelas que não estejam aqui repetidas, tendo

como destinatários os contribuintes, a eles também se

entendem”. (José Afonso da Silva, 2006, pág.654)

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As imunidades tributárias são criadas por Lei Complementar por força da

obrigatoriedade de se observar e regulamentar aspectos formais, limitando

constitucionalmente o poder de tributar, conforme dispõe o artigo 146, inciso II, da

CF/88.

No que tange a imunidade relativa aos impostos, prevista no artigo 150, inciso

IV, deve ser lembrado o Princípio da Imunidade Recíproca, também contido nos

artigos 9º e 11º, ambos do Código Tributário Nacional. Desta feita, é vedado aos

entes políticos a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns

dos outros.

Mas o artigo 13 do Código Tributário Nacional excepciona e determina que os

concessionários de serviços públicos, empresas públicas e sociedades de economia

mista não podem ser beneficiados com a imunidade, como no caso do ICMS.

Cumpre trazer a colação breves comentários sobre alguns entes que gozam

dos benefícios da imunidade tributária, como os sindicatos de trabalhadores, centrais

sindicais e instituições de educação.

As empresas públicas e as sociedades de economia mista não gozam do

privilégio da imunidade em virtude da subordinação ao regime jurídico privado. A

imunidade também não beneficia a exploração de atividades econômicas de índole

privada.

No que tange aos partidos políticos, as entidades sindicais, a norma de

eficácia limitada garante ao ente beneficiado que sua renda, patrimônio e serviços

fiquem resguardados da tributação. Mas existe divergência no que tange ao alcance

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desta norma, tendo em vista que para alguns autores a imunidade tributária não

alcança as entidades sindicais dos empregadores.

Para o mestre Hugo de Brito Machado: ”São também imunes

às entidades sindicais. A letra do dispositivo constitucional

refere-se apenas a entidades sindicais dos trabalhadores, o

que revela o seu caráter demagógico. Estariam os sindicatos

patronais sujeitos à tributação? Poderia o Estado esmagá-los

com impostos? A Liberdade de associação seria assegurada

apenas aos trabalhadores? Qual a abrangência da palavra

trabalhadores, no texto em questão? Parece-nos que a

imunidade deve abranger as entidades sindicais em geral, mas

o dispositivo constitucional está aí, a desafiar a argúcia dos

hermeneutas que não pretenderem ficar com a sua

literalidade”.(Hugo de Brito Machado, 2005, pág.287).

As instituições de assistência e de educação cujo objeto seja social e sem fins

lucrativos, também gozam de imunidade tributária. Devem cumprir a exigência

constitucional de exercerem atividades não lucrativas, ou seja, a Constituição

determinou o cumprimento de determinadas condições para a concessão da

imunidade.

São subordinadas ao cumprimento das mesmas formalidades atribuídas

aos sindicatos de trabalhadores, como realizar a escrituração contábil em livro próprio,

investir integralmente recursos no Brasil e não alienarem parcela do patrimônio ou da

renda seja a que título for.

Os templos religiosos também são beneficiados por meio da limitação ao

poder de tributar imposta pela imunidade, conforme estipula o artigo 150, inciso VI,

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alínea b, da CF/88, cujo benefício abrange a imunidade pertinente ao patrimônio,

renda e serviços que estejam ligados ao fim essencial do templo. Conforme estipula a

Súmula 724 do Supremo Tribunal Federal, os imóveis de propriedade das entidades

religiosas, mesmo que alugados a terceiros, são imunes ao IPTU.

Súmula 724 do STF: “Ainda quando alugado a terceiros,

permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer

das entidades referidas pelo art.150,VI,c,da Constituição,

desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades

essenciais de tais entidades”. (Súmulas do STJ e STF, 2005,

Espaço Jurídico)

A imunidade limita a incidência de tributo nas atividades que tenham por

objetivo a produção de livros, jornais e periódicos. Existem divergências quanto ao

alcance desta imunidade, tendo em vista que algumas interpretações do artigo 150,

inciso VI, alínea d, da CF/88, geram entendimentos de que por força da objetividade

contida no artigo mencionado a imunidade não abrange a empresa jornalística, o

autor e o livreiro.

O Supremo Tribunal Federal se manifestou sobre a questão e

entendeu que a imunidade também abrange filmes e papéis

fotográficos, conforme Súmula nº 657: “A imunidade prevista no

artigo 150, inciso VI, alínea d, da CF abrange os filmes e

papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e

periódicos”. (Súmulas do STJ e STF, 2005, Espaço Jurídico)

Estes são alguns casos em que a imunidade determinada por nossa

Constituição, por força de privilégio ou interesse social, possibilita aos beneficiários o

exercício de suas atividades livre da tributação.

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Cumpre ainda comentar as limitações tributárias pertinentes à proibição do

confisco, quanto às limitações ao tráfego de pessoas e bens, que se subdivide em

comércio interno e comércio exterior e sobre o mínimo existencial.

Conforme dispõe o artigo 159, inciso IV, é proibido pela Constituição a

utilização de tributo com a finalidade de confisco pelo ente político, buscando coibir

os fatos ocorridos no Estado Patrimonial e garantir que a parcela mínima da

propriedade do indivíduo destinada a sua sobrevivência seja resguardada da

tributação, caso contrário, um direito fundamental estaria sendo francamente violado,

tendo em vista o status conferido a propriedade privada pela Constituição.

Segundo a posição do mestre Ricardo Lobo Torres sobre a

vedação do tributo, com efeito, confiscatório: “A relação entre o

direito de propriedade e o direito tributário é dialética. A

propriedade privada fornece o substrato por excelência para a

tributação, já que esta significa sempre a intervenção estatal no

patrimônio do contribuinte. Mas está protegida qualitativamente

e quantitativamente contra o tributo: não pode ser objeto de

incidência fiscal discriminatória, vedada pela proibição de

privilégio (art.150,II); nem pode sofrer imposição exagerada

que implique na sua extinção, em vista da proibição de confisco

( art.150, IV)”. (Ricardo Lobo Torres, 2005, pág.66)

Conforme já abordado no capítulo anterior, a vedação contida no artigo 150,

inciso V, da CF/88, proíbe que o tráfego de pessoas seja tributado pelo ente político,

tendo em vista que a fundamentação para a concessão desta imunidade é a

liberdade de locomoção.

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Ainda é vedada a tributação sobre o tráfego de bens dentro do território

nacional por meio de tributos interestaduais e intermunicipais. O constituinte buscou

por meio do artigo 150, inciso V, proteger a liberdade de comércio, resguardando-se

o princípio do federalismo. A liberdade de comércio também é respeitada no que

tange ao comércio exterior conforme dispõe a Carta Magna de 1988 em seus artigos

155, parágrafo segundo, inciso X, alínea a e 149, parágrafo segundo, inciso I.

Cumpre citar os ensinamentos do mestre Ricardo Lobo Torres

quanto à imunidade concernente ao comércio interior: “A

vedação surgiu explicitamente no texto de 1891 e se manteve

nas sucessivas reescrituras constitucionais. Recebemos a

influência direta da jurisprudência americana, que inicialmente

elaborou a doutrina da “embalagem original” (original package),

segundo a qual não poderia haver tributação enquanto a

mercadoria se encontrasse em seu envoltório e, portanto, fora

do ciclo da comercialização”.(Ricardo Lobo Torres, 2005,

pág.67).

Quanto à imunidade pertinente ao comércio exterior prevista na

Carta Magna de 1988 em seus artigos 155, parágrafo segundo,

inciso X, alínea a e 149, parágrafo segundo, inciso I, o mestre

Ricardo Lobo Torres ensina que: “Superando a velha

orientação mercantilista de tributar asperamente as

exportações, que nos veio dos tempos coloniais e perdurou até

recentemente, o direito constitucional tributário aderiu à idéia

de imunidade das exportações à incidência de tributos,

principalmente o IPI, o ICMS, o ISS e as contribuições sociais e

econômicas”. (Ricardo Lobo Torres, 2005, pág.68).

Desta feita, as imunidades tributárias são importantes instrumentos, ao lado

dos princípios gerais e específicos, para a realização da finalidade constitucional de

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garantir a proteção dos direitos fundamentais. Sendo assim, o mínimo destinado à

sobrevivência do cidadão ficará resguardado da incidência de tributos e protegido

pelo manto da segurança jurídica e certeza jurídica, conforme dispõe as regras

atinentes à atividade legislativa que tenha como objeto a criação dos tributos.

Segundo os ensinamentos de Alexandre de Moraes: “O

princípio fundamental consagrado pela Constituição Federal da

dignidade da pessoa humana apresenta-se em uma dupla

concepção. Primeiramente, prevê um direito individual protetivo,

seja em relação ao próprio Estado, seja em relação aos demais

indivíduos. Em segundo lugar, estabelece verdadeiro dever

fundamental de tratamento igualitário dos próprios

semelhantes”. (Alexandre de Moraes. 2003.pág.129)

Cumpre ainda abordar as vedações pertinentes aos privilégios odiosos

contidas na Carta Magna de 1988, sendo vedado toda e qualquer discriminação que

venha a ensejar a exclusão ou diminuição da carga tributária levando a situação de

desigualdade entre os contribuintes, garantindo um direito fundamental preconizado

pela Constituição que é o direito de liberdade do indivíduo. Caso alguma lei venha a

instituir privilégio de índole discriminatória, será nula.

Para o mestre Ricardo Lobo Torres: “As discriminações fiscais

odiosas são desigualdades infundadas que prejudicam a

liberdade do contribuinte. Qualquer discrimine desarrazoado,

que signifique excluir alguém da regra tributária geral ou de um

privilégio não-odioso, constituirá ofensa aos direitos humanos

do contribuinte, posto que desrespeitará a igualdade

assegurada no artigo 5º da CF, caindo sob a vedação do

art.150, II’. (Ricardo Lobo Torres, 2005. pág.82).

Cumpre trazer dois exemplos de vedações aos privilégios odiosos :

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Vedação aos privilégios Geográficos Federais: Esta vedação impede que ocorra a

instituição de tributo que não seja uniforme, devendo ser adotada a mesma

alíquota, base de cálculos em todo território nacional, conforme dispõe o artigo

151, inciso I, da CF/88;

Vedação ao Privilégio das Profissões: Impede à discriminação em razão da

ocupação profissional ou função exercida pelo cidadão, conforme estipula o artigo

150, inciso II, da CF/88;

Por fim, a brilhante visão do Mestre Ricardo Lobo Torres demonstra que a

imunidade é uma limitação ao poder de tributar cujo fundamento é encontrado na

liberdade absoluta, cuja fonte é a própria Constituição. É importante ressaltar que o

mestre ora citado assevera que a imunidade tem como origem a natureza das coisas,

com eficácia declaratória, cuja sua irrevogabilidade é plenamente reconhecível.

No caso dos privilégios odiosos as limitações possuem como fundamento a

proteção aos direitos fundamentais que tenham por escopo o tratamento igualitário

entre os cidadãos.

Conforme assevera o mestre Ricardo Lobo Torres: “Enquanto

as imunidades, como forma de intributabilidade absoluta, são

garantias em homenagem à liberdade, os privilégios odiosos

são proibidos porque ofendem o direito fundamental à

igualdade de tratamento”. (Ricardo Lobo Torres, 2005. pág.83)

CAPÍTULO IV

DA SEGURANÇA JURÍDICA E O MÍNIMO EXISTENCIAL

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Princípio de suma importância para o regular balizamento da relação jurídica

entre o Estado e o cidadão, com certeza e plena igualdade, é o Princípio da

Segurança Jurídica. Sem este princípio não seria possível a manutenção do Estado

de Direito, tendo em vista que reinaria a instabilidade e o ius imperium do ente estatal.

A segurança jurídica segundo o ordenamento constitucional vigente se traduz

por um direito fundamental que é efetivado por meio das garantias constitucionais,

formando um dos pilares, ao lado da certeza jurídica, do Estado Democrático de

Direito. Este direito fundamental ganha positividade por meio dos princípios

constitucionais, como, por exemplo, os contidos nos artigos 1º e 5º da CF/88,

encontrando-se protegidos pelo manto das cláusulas pétreas conforme dispõe o

artigo 60, parágrafo quarto, inciso IV, da CF/88.

Desta forma, veda-se à edição de normas que não tenham sido elaboradas

dentro da razoabilidade e sem qualquer propósito e delimitação. Todo contribuinte

possui o direito público subjetivo de ter plena ciência quanto aos elementos

caracterizadores dos tributos, que devem estar descritos explicitamente na

Constituição e devem ser criados mediante o processo legislativo apropriado.

A interpretação da lei tributária deve ser realizada de forma restrita para que

direitos e garantias fundamentais sejam devidamente protegidos por força da própria

Constituição, impedindo que o aplicador ou intérprete acabe por extrapolar o

conteúdo determinado nas leis tributárias.

O princípio da Legalidade e da Tipicidade são princípios que estão

intimamente ligados à segurança jurídica, pois regulam a atividade legislativa na

criação e instituição de tributos. Sem estes dois princípios o cidadão não teria o

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resguardo constitucional quanto à limitação ao poder de tributar do ente político,

ficando sob o ius imperium do Estado que teria total liberdade para adentrar na esfera

patrimonial do cidadão sem qualquer racionalidade e critério, fazendo com que o

cidadão ficasse sem acesso ao mínimo existencial que é justamente um dos

corolários dos direitos fundamentais.

Segundo a brilhante lição do mestre Ricardo Lobo Torres: “A

segurança jurídica no direito financeiro adquire concretude

através de princípios tributários (tipicidade, anterioridade etc.)

ou orçamentários (exclusividade, não-afetação etc.). Alguns

deles vinculam-se à interpretação e complementação (proibição

de analogia), enquanto outros dirigem-se à criação das normas

(anterioridade, publicidade etc.) .”(Ricardo Lobo Torres, 2005,

pág.106)

Princípio de suam importância para a manutenção do ordenamento jurídico

vigente e que está diretamente ligado à segurança jurídica é o Princípio da Igualdade, pois

visa garantir ao contribuinte uma tributação justa, fazendo com que o legislador e o ente

político, sob pena de flagrante agressão a direito fundamental, avalie as peculiaridades

dos contribuintes.

Neste sentido Roque Antonio Carraza assevera o seguinte:

“Em síntese, fere-se o princípio da igualdade, no campo

tributário, quando não se encontra para um tratamento diverso

dispensado pelo legislador a várias pessoas, um motivo

razoável (resultante da natureza da coisa) ou, pelo menos,

convincente. Observamos que a distinção dos contribuintes em

função de suas condições econômicas é essencial em nosso

ordenamento jurídico, máxime em matéria de impostos”.

(Roque Antonio Carraza, 2006, pág.420).

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O mínimo existencial é inerente ao ser humano e garante que todo cidadão

brasileiro tenha acesso a condições mínimas de existência digna, sob pena de latente

infração ao direito de liberdade em caso de supressão do mencionando direito de

acesso.

Cumpre citar os ensinamentos brilhantes do Mestre Ricardo

Lobo Torres sobre o mínimo existencial: “O direito às condições

mínimas de existência digna inclui-se entre os direitos da

liberdade, ou direitos humanos, ou direitos individuais, ou

direitos naturais, formas diferentes de expressar a mesma

realidade. O mínimo existencial exibe as características básicas

dos direitos da liberdade: é pré-constitucional, posto que

inerente à pessoa humana, constitui direito público subjetivo do

cidadão, não sendo outorgado pela ordem jurídica, mas

condicionando-a; tem validade erga omnes, aproximando-se do

conceito e das conseqüências do estado de necessidade; não

se esgota no elenco do art.5º da Constituição nem em catálogo

preexistente; é dotado de historicidade, variando de acordo

com o contexto social. Mas é indefinível, aparecendo sob a

forma de cláusulas gerais e de tipos indeterminados”. (Ricardo

Lobo Torres, 2005, pág:70)

Sendo assim, torna-se inviável a incidência fiscal sobre este direito, pois é

condição da liberdade, devendo o Estado prestar assistência, levando-se ainda em

consideração que deflagra status negativo em virtude das disposições concernentes

as imunidades fiscais. Todo cidadão possui este direito publico subjetivo cuja

validade é erga omnes e está permeado por toda a Constituição.

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Cumpre ainda abordar o que dispõe o Princípio da Dignidade da Pessoa

Humana segundo o ordenamento constitucional vigente contido no artigo 1º, inciso III,

da CF/88, pois este princípio está diretamente ligado ao mínimo existencial.

Segundo os ensinamentos de Ana Paula de Barcellos o mínimo

existencial é formado por quatro elementos, a saber: “Na linha

do que se identificou no exame sistemático da própria Carta de

1988, o mínimo existencial que ora se concebe é composto de

quatro elementos, três materiais e um instrumental, a saber: a

educação fundamental, a saúde básica, a assistência aos

desamparados e o acesso à Justiça. Repita-se, ainda uma vez,

que esses quatro pontos correspondem ao núcleo da dignidade

da pessoa humana a que se reconhece eficácia jurídica

positiva e, a fortiori, o status de direito subjetivo exigível diante

do Poder Judiciário. (Ana Paula de Barcelos, 2002, pág.258).

A norma acima citada se divide em dois conceitos, em pessoa humana e

dignidade, sendo preciso abordar os seus valores jurídicos. Todo ser humano sem

distinção é considerado pessoa, com valores e consciência.

A pessoa é um centro de imputação jurídica, enquanto a dignidade é um

atributo intrínseco da pessoa humana que se confunde com a própria essência do ser

humano. Desta forma, a dignidade da pessoa humana é um valor de natureza

histórica que é reconhecida pela Constituição como um valor instransponível e como

fundamento do Estado Democrático de Direito, devendo ser reconhecido em todos os

campos normativos do ordenamento jurídico em virtude da sua permanência em

todos os direitos fundamentais preconizados pela Constituição.

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CONCLUSÃO

Inicialmente foi abordada matéria pertinente à emenda nº 18 de 1965 em

virtude da latente mudança que trouxe para o mundo jurídico tributário, tendo em

vista que o sistema anterior ao seu advento causava inúmeros problemas ao

Estado e ao contribuinte em razão de tributos criados sem racionalidade e

delimitação.

O constituinte buscou efetivamente resguardar a liberdade do indivíduo e

garantir que tenha acesso às mínimas condições de sobrevivência digna conforme

dispõe o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Desta forma, o legislador no

momento da instituição do tributo deve respeitar os parâmetros delineados pela

Constituição e observar as limitações ao poder de tributar em razão da sua

importância para a manutenção do Estado Democrático de Direito.

Esta monografia buscou demonstrar a importância das limitações ao poder

de tributar para a manutenção da ordem jurídica vigente e para a segurança

jurídica na relação tributária entre o contribuinte e o Estado, pois estão

diretamente ligadas aos direitos e garantias fundamentais.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

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