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LIMA ÁCIDA ‘TAHITI’

Eduardo Sanches Stuchi e Fábio Luiz Lima Cyrillo

BOLETIM CITRÍCOLA Maio no 6/1998UNESP/FUNEP/EECB

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Stuchi, Eduardo SanchesS929l Lima ácida “Tahiti” / Eduardo Sanches Stuchi e

Fábio Luiz Lima Cyrillo. -- Jaboticabal : Funep, 199835p. : il. ; 21 cm

1. Lima ácida Tahiti. I. Título.

CDU: 634.33

Ficha catalográfica preparada pela Seção de Aquisição eTratamento de Informação do Serviço de Biblioteca e Documentaçãoda FCAV.

FunepVia de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/nº14884-900 - Jaboticabal - SPTel: (16) 3209-1300Fax: (16) 3209-1306E-mail: [email protected] Page: http://www.funep.com.br

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO................................................................... 1

2. VARIEDADES .................................................................... 2

3. PORTA-ENXERTOS ........................................................... 3

4. IMPLANTAÇÃO DO POMAR ............................................ 74.1. Preparo do terreno .................................................... 74.2. Sistema de plantio ..................................................... 84.3. Espaçamento .............................................................. 84.4. Preparo das covas ...................................................... 84.5. Plantio ........................................................................ 9

5. TRATOS CULTURAIS ...................................................... 10

6. ADUBAÇÃO .................................................................... 116.1. Adubação de Plantio ............................................... 136.2. Adubação de formação ........................................... 146.3. Adubação de produção ........................................... 156.4. Adubação foliar com micronutrientes ..................... 156.5. Adubação orgânica .................................................. 16

7. DOENÇAS ........................................................................ 177.1. Gomose de Phytophthora dos citros ...................... 17

7.1.2. Cuidados no replantio ................................... 197.1.3. Controle químico ........................................... 20

7.2. Podridão floral de Colletotrichum ou “estrelinha” 207.3. Outras doenças (CVC, Declínio, Cancro) ............... 21

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LIMA ÁCIDA ‘TAHITI’

Eduardo Sanches Stuchi1

Fabio Luiz Lima Cyrillo11

1. INTRODUÇÃO

O ‘Tahiti’ conhecido como limão, pertence a um grupode citros chamado de limas ácidas. Seu nome científico é Citruslatifolia Tan., não tendo, portanto, nenhum parentesco comlimão ‘Siciliano’ e outros limões verdadeiros. É conhecido comolimão ‘Persa’ no México, lima ‘Bears’ na Califórnia, lima ‘Tahiti’na Flórida (05) e como lima ácida “de fruto grueso” na Espanha(16). Difere do limão ‘Galego’ (Citrus aurantifolia) pelo seumaior tamanho e pela ausência de sementes.

Estima-se a área plantada no Brasil com ‘Tahiti’ ao redorde 30.000 ha (15), havendo estimativas que a área colhidaesteja próxima aos 46.000 ha (25). O Estado de São Paulo éo principal produtor, sendo responsável por 70 a 73% dasafra brasileira (15; 25). Contaria em 1997 com 2,17 milhõesde pés novos e 6,45 milhões de pés em produção, queproduziriam, segundo estimativa do Instituto de EconomiaAgrícola e da Cati, 18,17 milhões de caixas de 40,8 kg (19).

No ano agrícola 1996/97, a produção de limão e limaácidas atingiu 29,74 milhões de caixas de 25,0 kg, ou 19,8milhões de caixas de 40,8 kg. O valor desta produção foiestimado ao redor de 113 milhões de reais. Isto correspondea 1,27% do valor de toda a atividade agropecuária do Estadode São Paulo (08), superando assim a cultura da banana(1,18%) e a uva fina para mesa (0,38%), estando muitopróximo a atividade tangerina (1,29%), que engloba Poncã,Murcote, Cravo e Mexerica.

1 Engenheiros Agrônomos - EECB, doutorando e mestrando FCAV-UNESP,respectivamente.

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2. VARIEDADES

Na verdade, não existem variedades de lima ácida‘Tahiti’, mas sim clones. Os clones mais difundidos são oIAC-5 ou ‘Peruano’ e o ‘Quebra-galho’. Na região Nordeste,os clones mais difundidos são o CNPMF-1 e o CNPMF-2(24). Um clone obtido por microenxertia e premunizadocontra tristeza na EMBRAPA-Mandioca e Fruticultura, emCruz das Almas - BA, está sendo testado na EstaçãoExperiemental de Citricultura de Bebedouro desde de 1989(plantio). Nas cinco últimas safras (5º ao 9º ano), as plantasdeste clone, enxertado sobre tangerina Cleópatra, produziramcerca de quatro caixas de colheita (27,2 kg) por planta. Opercentual de falhas no nono ano foi de 20%.

O ‘Peruano’ apresenta maior produtividade, melhortolerância ao vírus da tristeza, ausência de fissuras na cascado tronco e ramos, e menor incidência de hipertrofia docálice das flores (14). O ‘Quebra-galho’ é o mesmo ‘Peruano’,só que contaminado com o complexo de viróides daexocorte, daí seu menor porte e a grande variação entreárvores de um mesmo talhão.

É comum se encontrar quem diga que existe um‘Quebra-galho’ verdadeiro, muito pouco vigoroso, e um“misto”, com vigor intermediário. Estas diferenças ocorremem função do tipo de viróide que esteja contaminando omaterial, o que antigamente se atribuía a raças. Tambémpodem ser atribuídas à segregação de viróides durante oprocesso de propagação ou inoculação (32).

Existe uma controvérsia quanto as vantagens de umou outro clone. Alegam os que preferem o ‘Quebra-galho’que este material apresenta maior produção na entressafra(fora de época) (22), entretanto, estudos realizados pelo IAC(13) mostraram que não há diferenças na produção de frutos,em outubro, entre o ‘Quebra-galho’ e o ‘Peruano’.

Em função disto, e da maior longevidade das plantas,deve-se usar o ‘Peruano’, em grande escala, e, em pequena

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escala, o clone microenxertado do CNPMF. Para se contornaro problema do tamanho das plantas, deve-se lançar mão deporta-enxertos.

3. PORTA-ENXERTOS

O limão ‘Cravo’ é o porta-enxerto utilizado na quasetotalidade dos pomares do Estado de São Paulo, muito maispela tradição do uso deste cavalo e pela falta de estudos deporta-enxertos alternativos para material sadio de ‘Tahiti’ doque por razões técnicas (12).

Apesar de induzir boas produções logo nos primeirosanos e mantê-las durante a vida útil da planta, a combinaçãode ‘Tahiti’ sobre limão ‘Cravo’ tem vida útil curta por sermuito atacada pela gomose de Phytophthora (12), o que foicomprovado num experimento de porta-enxertos conduzidona EECB, onde aos nove anos do plantio, 100% das plantassobre limão ‘Cravo’ estavam mortas, principalmente devidoà gomose. Outros cavalos indutores de boa produtividadeapresentaram no máximo 40% de plantas mortas. Entre estesporta-enxertos pode-se destacar, em ordem decrescente, ocitrange ‘Morton’, o tangelo ‘Orlando’, o citrumelo ‘Swingle’ou 4475, o Trifoliata, e o limão ‘Volcameriano’. (Tabela 1)(FIGUEIREDO et al., dados não publicados).

Neste estudo, as tangerinas confirmaram seu maudesempenho como porta-enxertos para ‘Tahiti’, conforme járelatado (12). A tangerina ‘Cleópatra’, que é um porta-enxertorecomendado para ‘Tahiti’ (29), induziu uma produtividademuito inferior à dos melhores cavalos (mais de meia caixa),entretanto, quando a copa é o clone microenxertado doCNPMF, a sua produtividade é boa e o tamanho das plantas,aos 9 anos de idade, é maior (altura média de 4,5 m ediâmetro da copa de 6,1 m) com apenas 20% de plantasmortas. Possivelmente, estas diferenças existam devido aosclones, que são de origens distintas.

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A tolerância à seca de uma série de combinações de‘Tahiti’ IAC-5 com diferentes porta-enxertos foi relatada (12),conforme pode ser visto na Tabela 2.

Tabela 2. Resistência à seca de 11 porta-enxertos, por ordem declassificação do mais para o menos resistente, quandoenxertados com limão ‘Tahiti’. Avaliações realizadasem período de seca nos anos de 1994 e 1995, emBebedouro.

_________________________________________________________________________________________________________________________

Porta-enxertos 1994 1995 Média_________________________________________________________________________________________________________________________

limão Volcameriano 1 1 1

limoeiro ‘Cravo’ 2 2 2

tangerina Sunki 3 3 3

tangerina Cleópatra 6 4 4

citrumelo Swingle 4 6 5

laranja Caipira DAC 8 5 6

Trifoliata EEL 7 9 7

citrange Morton 5 10 8

tangerina Batangas 9 7 9

tangerina Oneco 10 8 10

tangelo Orlando 11 11 11_________________________________________________________________________________________________________________________

O citrumelo ‘Swingle’, além da boa produtividade enula mortalidade de plantas, possui boa tolerância à seca, einduziu menor altura das planta e menor diâmetro da copa,o que facilita a colheita e permitiria a instalação de pomaresligeiramente mais adensados que os porta-enxertos citrange‘Morton’ e tangelo ‘Orlando’ e com a mesma densidade dolimão ‘Cravo’. O Trifoliata, entre os porta-enxertos que sedestacaram, é o que permitiria maior aumento da densidadede plantio, além de ser o que induziu menor altura deplantas.

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Para se obter maior redução do porte das plantas de‘Tahiti’, uma das alternativas é o uso de porta-enxertosananicantes, como o Poncirus trifoliata cv. FlyingDragon.(FD). Está em uso comercial como porta-enxerto paralimões na Argentina (34). Na Martinica, este tipo de citrosestá sendo testado como cavalo para ‘Tahiti’. A primeira safrapode ser colhida aos dois anos do plantio, enquanto o padrão(Macrophylla) só produziu no terceiro ano, quando aprodutividade foi de 12 t/ha para a combinação ‘Tahiti’/ FD,plantada com densidade de 1000 plantas/ha, contra 4,4 dacombinação ‘Tahiti’ /Macrophylla, plantada na densidadeusual (20).

O FD está sendo testado como porta-enxerto para Tahitinum experimento da EECB, onde o plantio foi feito emnovembro de 1994, com quatro espaçamentos: 4 x 1, 4 x 1,5,4 x 2 e 4 x 2,5. As principais constatações são: produção dealguns frutos no segundo ano de plantio e boa qualidadeexterna dos frutos. Na Tabela 3, podem ser vistos os valoresda produção acumulada de frutos por planta e por hectareno ano de 1998 (até agosto), e o tamanho médio das plantasem abril de 1998. A produtividade em toneladas por hectarealcançada é muito boa, mas deve-se ter em mente que sãoinformações preliminares, pouco se sabe sobre a longevidadedas plantas e que o FD apresenta extrema sensibilidade àseca, o que torna obrigatório o uso de irrigação para pomarescomerciais.

Em outros países, foram estudados muitos porta-enxertos para o ‘Tahiti’. Entre os que apresentaram melhoresproduções de frutos de boa qualidade, na maioria dosexperimentos, foram: Citrus macrophylla, laranja ‘Azeda’ elimão ‘Volcameriano’. Um segundo grupo alternou bons emaus resultados, dependendo das condições. Entre elesestiveram: citrange, citrumelo, pomelo, kalpi (Citrus excelsa),limão ‘Cravo’, limão ‘Rugoso’, shekwasha (Citrus depressa)e “sweet lime” (04).

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Tabela 3. Produção de frutos na primeira safra (44 meses deidade) e tamanho médio das plantas de ‘Tahiti’ sobreTrifoliata Flying Dragon em abril de 1998. EECB, agosto1998.

4. IMPLANTAÇÃO DO POMAR

O plantio de mudas de boa qualidade, tanto genéticacomo sanitária, garante o sucesso de um pomar no que serefere à sua produtividade, menor incidência de doenças,longevidade e manutenção de “stand” economicamenteviável, complementado por técnicos, comentados a seguir.

4.1. Preparo do terreno

Um bom plantio começa com um bom preparo desolo, incluindo a correção da acidez através da calagem.A calagem profunda propiciará melhor desenvolvimentodas plantas que terão um maior volume de solo emcondições de ser explorado. Como conseqüência , o pomarresistirá mais aos períodos de estiagem e será maisprodutivo. A dose de calcário deverá ser calculada paraelevar a saturação de bases a 70%, de acordo com a análisedo solo (33).

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4.2. Sistema de plantio

Existem dois sistemas de plantio recomendados: oplantio em linhas retas e o plantio em nível, que devem seradotados em função das características de cada área(declividade e uniformidade).

4.3. Espaçamento

A escolha do espaçamento é influenciada pelo tipo desolo (fertilidade e textura), pelo porta-enxerto, pelo clima epelos tratos que se pretende dar ao pomar.

Existe uma maneira prática para se definir oespaçamento: medir o diâmetro de plantas adultas presentesna mesma região, isto é, medir a largura da projeção dacopa, e calcular a média. A esta “largura” média devem sersomados 2,5 m; o resultado será o espaçamento entre aslinhas de plantio. O espaçamento entre as plantas na linhaserá igual ao diâmetro.

Por exemplo, na Tabela 3, o diâmetro médio das plantasde ‘Tahiti’ enxertado sobre citrumelo ´Swingle´ é de 6,2 m,então, para se definir o espaçamento soma-se 2,5 a 6,2 e oresultado é o espaçamento entre as linhas, 8,7 m; como oespaçamento entre as plantas na linha deve ser igual aodiâmetro, o espaçamento será de 8,7 x 6,2 m. Com isto, seconsegue plantar uma maior quantidade de plantas porhectare e minimiza-se o risco de ocorrer fechamento dopomar na fase adulta, dificultando o trânsito de máquinas ea colheita.

4.4. Preparo das covas

O preparo das covas deve ser feito bem antes doplantio. Por preparo da cova se entende as operações de

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abertura e adubação. Uma boa cova deve ter as dimensõesde 40 cm de “boca” por 40 cm de profundidade. O sulco deplantio também deve ter 40 cm de profundidade. As aplicaçõesde calcário e adubos, quando recomendadas, são as etapasseguintes do preparo da cova. Os adubos e corretivos devemser bem misturados com a terra da cova. As covas devem sertampadas e marcadas com estacas para localização.

4.5. Plantio

É uma operação muito importante, que precisa ser feitacom o máximo de cuidado. Dele depende o bom pegamento edesenvolvimento das mudas. Pode ser feito em qualquer épocado ano, desde que existam mudas e condições de regar, notempo certo, todas as mudas. A melhor época para fazê-lo é ado início das chuvas, pois se consegue reduzir o número deregas.

Não é recomendável que as mudas fiquem armazenadaspor muito tempo. Devem ficar depositadas em lugar de fácilirrigação que não acumule água e deve-se evitar a rega emexcesso.

Deve ser levada para o campo a quantidade necessáriapara um dia de trabalho. O transporte e manuseio deve sercuidadoso para evitar a quebra do torrão ou danos àsradicelas.

As covas devem ser reabertas de acordo com o tamanhodo torrão, sendo a profundidade ajustada pelo tamanho dotorrão. O torrão deve ficar ligeiramente exposto, isto é, a suasuperfície deve ficar aproximadamente 5 cm acima do nívelnatural do terreno. É o que se convencionou chamar de plantioalto.

Retira-se a embalagem, acerta-se a muda naprofundidade recomendada, firma-se ao solo chegando terraao torrão e apertando suavemente. Em seguida, pisoteia-se

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sucessiva e cuidadosamente em volta do torrão. O torrãonão deve ser pisoteado.

O passo seguinte é puxar terra com enxada até seconseguir uma crista redonda (coroa ou bacia), distante 30 a50 cm do tronco da muda. Uma primeira rega deve ser feitalogo após a construção da bacia, usando-se entre 10 a 50 Lpor muda. A finalidade desta rega é eliminar eventuais bolsõesde ar que dificultam o desenvolvimento das raízes, facilitar a“liga” entre a terra do torrão e a da cova, além do fornecimentode água.

5. TRATOS CULTURAIS

O primeiro trato cultural a ser dispensado a um pomarem formação é a rega periódica das mudas até o início doperíodo chuvoso e, em algumas condições, mesmo duranteeste. As mudas que eventualmente não peguem devem serreplantadas rapidamente (07).

A retirada de brotos (esladroamento ou desbrota) docavalo e os da copa, que surjam abaixo das pernadas, deveser feita tão logo estes brotos surjam, assim são fáceis deretirar, não causando ferimentos. Os ferimentos queporventura ocorrerem devem ser tratados com produtos abase de cobre ou tinta plástica.

Também, para que o pomar tenha um bomdesenvolvimento, é necessário que as plantas não soframcom a competição das ervas daninhas. O controle do matonas linhas pode ser feito com herbicidas pré-emergentes,geralmente diuron ou oxifluorfen, ou com enxada noprimeiro ano. A partir do segundo ano também podemser usados herbicidas de contato e translocação(geralmente, glifosato ou paraquat + diuron). A entrelinhadeve ser roçada quando o mato atingir uma altura de 50

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cm. O uso de leguminosas como cobertura verde tambémé uma boa opção.

O uso constante de grade apresenta uma série dedesvantagens: corte de raízes e radicelas, e distribuição dofungo da gomose por todo o pomar, o que causa aumentoda incidência de gomose; aumento da erosão do solo;diminuição da matéria orgânica, entre outras (07). O uso degrade deve ficar restrito a uma ou duas vezes por ano, sempreno período de seca, para incorporação de calcário ou quandoocorrerem infestações de ervas de difícil controle como oscapins brachiaria e colonião.

A poda lateral ou de topo de árvores de ‘Tahiti’, não éempregada nas condições do Estado de São Paulo. Na Flórida,quando recebem esta poda, as árvores de ‘Tahiti’, retornamrapidamente à produção (03), talvez por isto e pelanecessidade de reduzir o porte das plantas, a poda não muitosevera seja uma prática comum atualmente. As árvorespodadas geralmente emitem novos brotos que não sãoprodutivos, entretanto, os ramos não podados mantém aprodução (31).

6. ADUBAÇÃO

Dos dezessete elementos considerados essenciais nacultura do limão, apenas oito devem ser motivos depreocupação do produtor: nitrogênio, fósforo e potássio, quesão fornecidos por adubações químicas via solo, em dosesparceladas na época das chuvas; cálcio e magnésio, que sãofornecido a planta através das calagens realizadas no pomar;e, finalmente, os micronutrientes boro, zinco e manganês,fornecidos através de adubações foliares realizadas no decorrerdo ano.

O programa de adubação de um pomar de ‘Tahiti’deve estar alicerçado por análise de solo e foliar feitas

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periodicamente. A interpretação dos resultados analíticos deveser efetuada utilizando-se as Tabelas 4, 5 e 6, que refletemas classes de teores de macro e micronutrientes, em análisesde solo e folha para citros.

Tabela 4. Padrões de fertilidade para interpretação de resultadosde análise de solo para citros1.

Fonte: Grupo Paulista de Adubação e Calagem para Citros (1994).1 Manter , no mínimo, 10% de CTC com Mg++ e 40% com Ca++

Tabela 5. Interpretação preliminar de resultados de análisequímica de solo para enxofre e micronutrientes.

Fonte: Grupo Paulista de Adubação e Calagem para Citros (1994).

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Tabela 6. Faixas para Interpretação de teores de macro e demicronutrientes nas folhas de citros, geradas naprimavera, com 6 meses de idade de ramos com frutos.

_______________________________________________________________________________________________________________________________

Nutrientes Baixo Adequado Excessivo

g/ kg_______________________________________________________________________________________________________________________________

Nitrogênio < 23 23 – 27 > 30

Fósforo < 1,2 1,2 – 1,6 > 2,0

Potássio < 10 10 – 15 > 20

Cálcio < 35 35 – 45 > 50

Magnésio < 2,5 2,5 – 40 > 5,0

Enxofre < 2,0 2,0 – 3,0 > 5,0

mg/ kg

Boro < 36 36 – 100 > 150

Cobre < 4,1 4,1 – 10,0 > 15,0

Ferro < 50 50 – 120 > 200

Manganês < 35 35 – 50 > 100

Zinco < 35 35 – 50 > 100

Molibdênio < 0,10 0,10 – 1,00 > 2,00_______________________________________________________________________________________________________________________________

Fonte: Grupo Paulista de Adubação e Calagem para Citros (1994).

6.1. Adubação de Plantio

A adubação de plantio é feita em sulcos profundos.A recomendação oficial do GPACC (1994) sugere dosesfixas de calcário dolomítico, boro e zinco, conformerecomendado na Tabela 7, enquanto que as doses de P

2O

5

são baseadas na análise química do fósforo no solo. Ozinco e o boro podem ser fornecidos na forma de óxidossilicatados (“fritas”) ou na forma de sais (sulfato de zincoou borax).

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Tabela 7. Recomendação de calcário e adubo para o sulco deplantio.

_______________________________________________________________________________________________________________________________

RECOMENDAÇÃO g/m sulco_______________________________________________________________________________________________________________________________

Calcário Dolomítico 250Zinco 2Boro 1P resina (mg/ dm3) P

2O

5 (1)

0 – 5 806 – 12 6013 – 30 40> 30 20_______________________________________________________________________________________________________________________________

Fonte: Grupo Paulista de Adubação e Calagem para Citros (1994).(1) Utilizar, de preferência, o superfosfato simples.

6.2. Adubação de formação

A adubação do pomar deve ser feita de acordo com aidade da planta e em função da análise de solo, iniciando-selogo após o pegamento das mudas e estendendo-se até o quintoano de idade. Neste período, cujas exigências sãoproporcionalmente maiores que no período produtivo, as dosesdos nutrientes foram estabelecidas para suprir as necessidadesde crescimento e formação das plantas (Tabela 8).

Tabela 8. Recomendação de adubação para citros em formaçãopor idade e em função da análise de solo.

Fonte: Grupo Paulista de Adubação e Calagem para Citros (1994).

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6.3. Adubação de produção

As recomendações de adubação de produção para citrossão baseadas na expectativa de produção (t/ ha), no máximolucro, nos teores foliares de N e K, nos teores de P e K daanálise de solos (07), como mostrado na Tabela 9.

Tabela 9. Recomendação de adubação para lima ácida ´Tahiti´em produção, em função da análise de solo e das folhas.

Fonte: Grupo Paulista de Adubação e Calagem para Citros (1994)(1) Quando o teor de N nas folhas for superior a 30 g/kg, reduzir sua

dose em 1/3 da recomendada.(2) Quando o teor de K nas folhas for superior a 19 g/kg, reduzir

a adubação potássica suprimindo o K do último parcelamento.

6.4. Adubação foliar com micronutrientes

As fontes mais tradicionais para a aplicação foliar commicronutrientes são na forma de sais, conforme recomendadona Tabela 10.

Observa-se que no caso do uso de sais devem seradicionados a uréia e o cloreto de potássio, que auxiliamnuma absorção mais rápida e eficaz dos micronutrientes.

A época mais adequada para adubação foliar é operíodo de vegetação das plantas. Nos pomares em formaçãorecomenda-se 3 a 4 aplicações. Naqueles em produção, três

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aplicações normalmente no período de setembro – março,sendo a primeira na época do florescimento, logo após aqueda das pétalas, aproveitando o tratamento fitossanitário;a segunda durante o fluxo de vegetação, e a terceira cercade 45 a 60 dias após, lembrando-se que deve ser incluído oboro apenas na primeira pulverização foliar, quando do usodo mesmo no solo. Podem ser utilizados como fontes demicronutrientes, produtos quelatizados, principalmente parazinco e manganês, os quais, desde que oriundos de um bomquelato, tem vantagens na economia da dose, bem comodiminuem riscos de incompatibilidade no interior do tanquede pulverização (33).

Tabela 10. Composição da solução de micronutrientes paraaplicação via foliar em citros.

_______________________________________________________________________________________________________________________________

FONTES Concentração Quantidade por100 litros de água

_______________________________________________________________________________________________________________________________

% Gramas

Sulfato de Zinco 0,30 300Sulfato de Manganês 0,20 200Ácido Bórico 0,10 100Uréia 0,50 500Cloreto de Potássio 0,25 250_______________________________________________________________________________________________________________________________

Fonte: Grupo Paulista de Adubação e Calagem para Citros (1994).

6.5. Adubação orgânica

A adubação orgânica traz inúmeros benefícios empropriedades químicas, físicas e biológicas do solo. Além defornecer nutrientes, principalmente nitrogênio, proporcionaa quelatização de micronutrientes evitando que os mesmossejam precipitados e consequentemente tornando-se

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insolúveis. Esta prática também melhora as propriedades físicasdo solo, melhorando retenção de umidade e a aeração.

Tabela 10. Composição da solução de micronutrientes paraaplicação via foliar em citros.

___________________________________________________________________________________

Fase de desen- Esterco Esterco Tortavolvimento da de cural de galinha de mamona cultura___________________________________________________________________________________

Kg/planta

COVA 10-15 2-5 1-1,5FORMULAÇÃO 10-15 4-6 2-3PRODUÇÃO 25-30 10-12 5-6___________________________________________________________________________________

Fonte: Vitti e Cabrita (1998).

7. DOENÇAS

7.1. Gomose de Phytophthora dos citros

A gomose é uma doença presente em todas as regiõesprodutoras de citros do mundo. Várias espécies de fungosdo gênero podem causá-la. No Brasil, Phytophthoraparasitica e Phytophthora citrophthora são as espécies maisencontradas nas regiões produtoras. No Estado de São Paulo,Phytophthora parasitica é a principal espécie responsávelpela doença em viveiros e pomares comerciais. Suaocorrência é muito elevada em plantios novos devido,principalmente, à utilização de mudas contaminadas naimplantação de pomares (11). Portanto, a primeira efundamental medida de controle deve ser o uso de mudassadias (67).

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7.1.1. Manejo ou controle integrado da gomose

O manejo ou controle da gomose deve ser feito de maneiraintegrada, o que quer dizer que devem ser adotadas uma sériede medidas de controle que, empregadas ao mesmo tempo ouem seqüência, conseguem manter a doença num nível tolerável.Estas medidas, ligeiramente modificadas (11), são:

1) evitar solos rasos, pesados e com problemas sérios dedrenagem;

2) no caso de renovação de pomares velhos e/ou muitoafetados por gomose, proceder uma boa limpeza daárea, com enleiramento e queima dos resto do pomaranterior, e plantar culturas anuais por pelo menos doisanos;

3) adotar as práticas de conservação do solo;4) preparar bem o solo, com a incorporação a pelo menos

20 cm dos corretivos (calcário) e adubos (químicos eorgânicos);

5) fazer adubação orgânica com estercos bem curtidos; nospomares adultos não incorporar a matéria orgânica comequipamentos pesados, e sim distribuí-la pela superfície;

6) uso de porta-enxertos resistentes ou tolerantes, como ocitrumelo ́ Swingle´ e o Trifoliata;

7) uso de mudas de boa qualidade e sadias, com altura deenxertia entre 20 e 30 cm;

8) plantar alto, isto é, o cavalo não deve ficar enterrado,uma vez que o ‘Tahiti’ é mais sensível à gomose devendo,portanto, ficar o mais longe possível do solo;

9) evitar ferimentos causados por pragas (larvas deNaupactus e de Pantomorus , cupins e cochonilhas deraiz e do tronco), implementos agrícolas (grades eenxadas, principalmente) e agroquímicos (fertilizantesnitrogenados, principalmente) que serviriam como “portade entrada”;

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10) fazer, durante os meses frios e secos do ano, os seguintestratamentos: a) descalçamento de plantas muitoenterradas ou com acúmulo de terra e detritos junto aotronco; b) poda de ramos doentes (30 cm abaixo daslesões), secos, improdutivos ou mal posicionados; c)pincelamento dos cortes com tinta plástica (esmaltesintético ou tinta a óleo) ou com calda preparada comproduto à base de cobre; d) pulverização do tronco edas raízes principais descalçadas, e da superfície do solocom produtos cúpricos em concentração elevada.

11) aplicação de fungicidas sistêmicos.

7.1.2. Cuidados no replantio

É comum, em pomares recém-formados e nos pomaresnovos, o aparecimento de plantas com sintomas da doença.Normalmente, nestas situações os danos causados são muitograndes (mais da metade do tronco afetado e poucasradicelas) e mesmo tratadas com fungicidas sistêmicos, asplantas jovens nunca atingirão todo seu potencial. Estas plantasdevem ser substituídas. Nos pomares adultos só devem sertratadas as plantas nas quais os sintomas só se manifestaramnuma parte da copa e as plantas muito afetadas devem serarrancadas e queimadas.

Como o fungo consegue sobreviver no solo por longosperíodos, o solo deverá ser tratado antes do replantio. Otratamento mais barato consiste na retirada e distribuição dosolo da cova na superfície, ao redor da cova, para que fiqueexposto ao sol por pelo menos 3 meses. Após isto, as novascovas devem ser preparadas com a utilização de esterco bemcurtido. O uso de esterco bem curtido favorecerá a vida deoutros microrganismos que dificultam o desenvolvimento dagomose. O replantio deve ser feito 2 meses após o preparodas covas, sempre utilizando mudas livres de doenças,enxertadas sobre cavalos tolerantes.

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As mudas recém-plantadas devem ser protegidas comfungicidas sistêmicos aplicados a cada 60 dias, até o seupegamento completo.

7.1.3. Controle químico

As lesões em troncos e ramos podem ser controladaseficazmente com pulverizações foliares e pincelamentos detronco com fosetyl-Al, sendo dispensável a eliminação detecidos lesionados (tratamento cirúrgico). No controle depodridões de raízes e radicelas, tanto o metalaxyl como ofosetyl-Al são eficientes. O metalaxyl é recomendado paraaplicação via solo, enquanto o fosetyl-Al para aplicação foliar.Estes dois produtos, em pomares adultos, só devem ser usadosno período chuvoso, quando as condições são mais favoráveisao fungo. Mas, em pomares irrigados, as aplicações devemser aumentadas, acompanhando os surtos de vegetação dasplantas (11).

7.2. Podridão floral de Colletotrichum ou“estrelinha”

O ́ Tahiti´ é uma das variedades cítricas mais sujeitas àqueda prematura dos frutos jovens, causada pelo fungoColletotrichum gloeosporioides. Alta umidade e temperaturasamenas na época da florada são as condições ideais para oestabelecimento da doença, notando-se no início umnecrosamento dos botões florais e, posteriormente, as pétalasapresentam manchas róseas sobre sua superfície. Após aqueda ou secamento das pétalas verifica-se o amarelecimentodos frutinhos com posterior queda. O cálice da flor fica retidopor, aproximadamente, um ano na planta, dando o aspectode “estrelinhas”, o que originou o nome popular da doença.O tratamento é bastante oneroso, sendo recomendada aaplicação de benomyl (100 g/ 100 L) em três aplicações comintervalos de 15 em 15 dias.

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7.3. Outras doenças (CVC, Declínio,Cancro)

A bactéria causadora da CVC, Xylella fastidiosa, nãofoi detectada em plantas de ‘Tahiti’ cultivadas no campo emárea muito afetada pela doença (LARANJEIRA et al., 1998).

O ‘Tahiti’ quando enxertado em limão Cravo, ésuscetível ao declínio, o que também ocorre quando o cavaloé o Trifoliata e o Volcameriano.

O limão ‘Tahiti’ e considerado altamente resistente aoCancro Cítrico.

8. PRAGAS

8.1. Ortézia (Orthezia praelonga)

A Ortézia é a principal cochonilha que ataca a culturado ‘Tahiti’. Sua importância tem crescido consideravelmentenos últimos anos, pois seu controle é difícil, tem que serrealizado sistematicamente, resultando em aumentoconsiderável nos custos de produção.

A Ortézia é um coccideo provido de placa ou lâminacerea; tanto as fêmeas adultas como as ninfas podem mover-se sobre a planta. Segundo (15), esta cochonilha, além deum excelente sugador, ao alimentar-se injeta toxinas quecontribuem para o enfraquecimento da planta. Além disto,durante este processo, a exsudação eliminada pelo insetodesenvolve a fumagina, que impede a realização plena dafotossíntese pelas plantas.

A época de maior incidência desta praga é no períodomais seco do ano, pois sua disseminação ocorre,principalmente, pelo vento. O controle deve ser efetuadocom a aplicação alternada de inseticidas sistêmicos,granulados aplicados no solo e pulverizados via foliar. O

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recomendado seria a intercalação do aldicarb (130 g/ planta),aplicado ao redor da copa, a uma profundidade de 5 a 7centímetros, em sulcos ou em pontos de ambos os lados daplanta, e do acephate, na dosagem de 50 gramas/ 100 litrosde água, repetindo-se a pulverização depois de 15 dias.

8.2. Escama farinha (Pinnaspsis aspidistrae)

São cochonilhas cujas carapaças (escamas) aparentampequenos pontos, assemelhando-se à farinha de trigo.Desenvolvem-se ,principalmente, no tronco e nos ramos dasplantas. A sucção intensa da seiva causada pelo inseto, alémdo enfraquecimento da planta, causa rachadura na casca eramos do tronco, facilitando a entrada de fungos, comoPhytophthora, causador da gomose.

Seu controle deve ser feito com pulverização com jatodirigido sobre a cochonilha com produtos como methidethion(125 mL/ 100 litros), ethion (150 L/ 100 litros) ou dimethoate(190 mL/ 100 litros), adicionados a 0,5% de óleo vegetal oumineral, apresentam um controle bastante eficiente sobre apraga.

8.3. Ácaro branco (Polyphagotarsonemus

latus)

É o principal ácaro que ataca a cultura do ‘Tahiti’, sendoque seu potencial de dano aumentou muito na última década.Seu ataque na planta cítrica se concentra, principalmente,em folhas novas, ponteiros de brotações e frutos novos, cujossintomas nos frutos é a perda de cor e posterior manifestaçãoopaca como um prateamento na superfície do fruto,depreciando-o para o mercado interno.

A infestação com 8 a 32 ácaros por fruto começam amostrar os danos 4 a 6 dias depois da presença do ácaro eapresentam danos severos (30 – 65%) na epiderme dos frutos

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12 dias após o início da infestação. Além de depreciaçãoeconômica para o consumo “in natura”, as injúrias nos frutosreduzem o peso dos mesmos (15).

Seu controle deve ser efetuado com utilização deprodutos a base de enxofre pó molhável (350 g/ 100 litros),abamectin (30 mL/ 100 L), adicionados a 0,5% de óleovegetal ou pyridaphenthion (100 – 175 mL/ 100 L).

8.4. Ácaro da falsa ferrugem(Phyllocoptruta oleivora)

O ácaro da falsa ferrugem infesta folhas, ramos e frutos.Nestes últimos, o seu ataque causa danos às célulasepidérmicas, que adquirem coloração prateada e aspectoáspero, causando depreciação do produto paracomercialização “in natura”. Além do dano no aspecto, osfrutos atacados pelos ácaros apresentam, em geral, tamanho,peso e percentagem de suco reduzidos. Seu controle éefetuado, principalmente, com produtos a base de enxofrepó molhável (350 g/ 100 L) e bromopropylate (40 mL/ 100L) ou pyridaphenthion (100 – 175 mL/ 100 L).

8.5. Larva minadora dos citros (Phyllocnistis

citrella)

O adulto é uma mariposa (2 mm) de coloração branco-prateada, com manchas e pontuações marrom no par de asasanteriores; as larvas são pequenas ( 2mm), de cor verde- amarelabrilhante. A incidência desta praga geralmente ocorre em mudasnovas, devido a sua intensa vegetação, que devido ao seuhábito alimentar, nota-se uma destruição do limbo foliar emforma de “mina”, diminuição da capacidade fotossintética daplanta, brotações em mudas e até queda de folhas novas, quandoestão presentes de 4 a 8 larvas por folha.

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Seu controle deve ser efetuado na constatação de 30 a40% dos brotos na presença de uma ou mais larvas vivas(nível de ação) com abamectin (30 mL/ 100 L), adicionadosa 0,5% de óleo vegetal ou lufenuron (75 mL/ 100 L).

9. COLHEITA

Os frutos de ‘Tahiti’ atingem seu ponto de colheita idealquando apresentam, pelo menos, 47 mm de diâmetro e cascarugosa, de cor verde escura. Alguns cuidados devem sertomados durante a realização da colheita: a) não colher frutosmolhados ou orvalhados, b) não expor os frutos colhidos aosol, c) evitar ou diminuir todos os procedimentos que causammachucados nos frutos, como, por exemplo, derrubar o frutodireto no solo e uso de ganchos (15).

10. PRODUÇÃO FORA DE ÉPOCA

O ‘Tahiti’ apresenta uma forte concentração da ofertano primeiro semestre, quando os preços caem. Já no segundosemestre do ano, os preços se recuperam de uma maneira àsvezes brusca. Seria interessante e muito lucrativo odeslocamento da produção de frutos para este período, masdevido às nossas condições climáticas, é praticamenteimpossível se alterar a época de produção. O que é possívelé aumentar a produção na entressafra. Antes de se entrarnos aspectos práticos, é importante observar alguns pontosda fisiologia do florescimento e frutificação do ‘Tahiti’.

A época e a intensidade do florescimento dos citrossão reguladas por fatores ambientais como a temperatura eas chuvas. A indução floral das gemas começa com ainterrupção do crescimento vegetativo durante o “repouso”

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do inverno. O crescimento dos ramos é paralisado e o dasraízes reduzido, mesmo que as temperaturas não sejaminferiores a 12,5°C. É durante este período que as gemasadquirem a capacidade de florescer (06) . O estresse por frioou por déficit hídrico é o principal fator de indução. Emcondições de campo, períodos de seca maiores do que 30dias são necessários para induzir um número significativode gemas e o conseqüente florescimento. A intensidadedesta indução é proporcional à severidade e duração doestresse (30).

Na Itália, a técnica de produção de limões verdadeirosno verão, chamados “ verdelli”, é uma técnica conhecidadesde o século passado, quando foi relatada por Alfonso(1875), citado por (26). É chamada de “ secca” ou “ forzatura”e consiste na suspensão da irrigação no início do verão porum período variável em função do tipo de solo e dascondições climáticas. Em média, este período é de 40 dias(01). Após este período, retoma-se a rega pouco a pouco,com volumes crescentes e aduba-se com fertilizantesnitrogenados nítricos ou amoniacais ou mistos, em dosesabundantes de acordo com a idade da árvore (26). O segredodesta técnica é o controle do período de estresse hídrico. Oponto de murcha das folhas deve ser controlado (10) e,segundo Torrisi (1952) citado por (26), o ótimo de perda deágua está ao redor de 50% da umidade inicial das folhas,uma vez que, quando o estresse é excessivo, causa muitadesfolha e floração limitada. Por outro lado, se é insuficiente,só se consegue brotos vegetativos e poucas flores (26). Aocorrência de chuvas durante o período de “secca” interrompeo processo (10). Este processo pode vir a ser interessante emregiões semi-áridas do Brasil, mas para São Paulo, outrasalternativas devem ser consideradas.

No Estado de São Paulo, onde predominam os verõesúmidos e com período de inverno seco, com temperaturase precipitações pluviais reduzidas, ocorre um equilíbrio hídrico

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favorável para o ciclo fenológico das plantas cítricas pois ascondições térmicas e hídricas de junho a agosto condicionamo repouso, e a retomada das chuvas a partir de setembro ésuficiente para o florescimento e o desenvolvimento dosfrutos, sendo dispensável o uso de rega (24). Portanto, oesquema da “ forzatura” só se aplicaria a regiões áridas ousemi-áridas (29).

Considerando-se que o ciclo de frutificação (da florao fruto) do ´Tahiti´ é de cerca de 6 meses, seria necessárioaumentar os florescimentos menos importantes que ocorremde março a maio, época que normalmente não ocorrem déficitshídricos acentuados (24), não se aplicando portanto, a técnicade “ forzatura”.

O uso de Ethephon e óleo mineral para a derrubadade frutinhos da safra normal e obtenção de frutos temporãofoi estudado (02). Os tratamentos com ethephon (500 ppm),ethephon (250 ppm + uréia 1%) e ethephon (250 ppm +óleo mineral 2%) promoveram maior queda de frutinhos naflorada normal e permitiram mais produção de frutostemporões. Entretanto, ocorreram acentuada queda de folhase lesões em ramos novos, com seca dos mesmos, o quetambém foi relatado por outros pesquisadores (21; 27 e 28).Talvez esta seja a razão da não aplicação comercial destatécnica.

Na Bahia (21), em pomar de três anos de idade,conseguiu-se maior produção de frutos temporões atravésda derriça manual de flores e frutos do que com o uso dereguladores vegetais (ethephon e ANA) em diferentes doses.Os tratamentos foram aplicados em outubro. Na entresafra,outubro do ano seguinte, as plantas que sofreram derriçaproduziram em média 89,90 caixas/ ha, enquanto atestemunha não tratada só produziu 12,00 caixas/ ha e otratamento com ethephon (250 ppm + uréia 1%) produziu41,67 caixas/ ha.

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Outra alternativa seria a aplicação de ácido giberélicopara inibir o florescimento. Estudos realizados nos EUAapontaram que a aplicação deste regulador reduziu em muitoo percentual de brotos com flores, sendo que esta reduçãofoi maior quando a aplicação foi feita no final do períodode déficit hídrico (31).

11. COMERCIALIZAÇÃO

Basicamente, todo o ‘Tahiti’ fornecido no CEASA/SP,durante o ano, é proveniente de cinco regiões.

O Estado de São Paulo é o grande produtor brasileirode ‘Tahiti’, (cerca de 73% da safra brasileira), e quatromesoregiões são responsáveis por este abastecimento; aprincipal região produtora de ‘Tahiti’ é a região SP 36,denominada Serra de Jaboticabal, que engloba os municípiospaulistas de Bebedouro, Cândido Rodrigues, FernandoPrestes, Guariba, Jaboticabal, Monte Alto, Monte AzulPaulista, Pirangi, Pitangueiras, Santa Ernestina, Taiaçú,Taíuva, Taquaritinga, Terra Roxa, Viradouro e Vista Alegredo Alto, seguida da região SP 35, que é a região da MédiaAraraquarense, que fazem parte os seguintes municípios:Ariranha, Cajobi, Catanduva, Catiguá, Irapuã, Itajobi, NovoHorizonte, Palmares Paulista, Paraíso, Pindorama, Sales, SantaAdélia, Severínia, Tabapuã e Urupês. Estas regiões respondempor mais de 70% da oferta da fruta no CEASA/SP, em todosos meses no decorrer dos anos.

Com menor expressão na oferta do produto, é citada amesoregião SP 25 denominada, Alta Araraquarense deFernandópolis, composta pelos municípios de AparecidaD’Oeste, Dolcinópolis, Estrela D’Oeste, Guarani D’Oeste,Indiaporã, Jales, Macedônia, Marinópolis, Meridiano, MiraEstrela, Palmeira D’Oeste, Paranapuã, Pedranópolis, Populina,

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Rubinéia, Santa Albertina, Santa Clara D’Oeste, Santa Fé doSul, Santana da Ponte Pensa, Santa Rita D’Oeste, SãoFrancisco, São João das Duas Pontes, Três Fronteiras,Turmalina e Urânia, respondendo por cerca de 10% da ofertado produto nos meses de novembro a janeiro e,aproximadamente, 7% nos meses restantes.

A mesoregião SP 43, que é a região da DepressãoPeriférica Setentrional, já tem uma participaçãosignificativamente menor na oferta do ‘Tahiti’. Sua participaçãose limita a ofertar o produto nos meses de fevereiro a julhocom uma representatividade variando de 0,81 a 3,24% daoferta do ‘Tahiti’ no CEASA/SP. Esta região é composta pelosmunicípios de Aguaí, Casa Branca, Leme, Mogi-Mirim,Pirassununga, Porto Ferreira, Santa Cruz da Conceição, SantaCruz das Palmeiras e Tambaú. A partir do mês de junho, osmunicípios do sul da Bahia, pertencentes à mesoregião BA56, tem uma participação importante no abastecimento do‘Tahiti’, ofertando uma quantidade considerável no produtono CEASA/SP, nos meses de agosto a novembro, aonde opreço do produto é mais alto.

Podemos observar na Tabela 11 que, com exceçãodo município de Itápolis, que pertence à mesoregião SP42, denominada Araraquara, todos os municípios que sãograndes produtores de limão pertencem à região SP 36 ouSP 35, concentrando toda a produção paulista nestas duasregiões. Outro destaque é o município de Itajobi, que é ogrande produtor brasileiro de limão, distribuídos em maisde 600 pomares em uma área acima de 4.000 hectares. ARegional Agrícola de Catanduva e a Regional Agrícola deJaboticabal, às quais pertencem os municípios citadosabaixo, correspondem por mais de 90% da produçãopaulista de limão, tendo mais de 3800 produtorescadastrados (1995/96), englobando uma área de 20.000hectares da cultura.

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Tabela 11. Principais municípios produtores de limão no Estadode São Paulo.

___________________________________________________________________________________________________________________________

Município Nº de produtores Área (ha) Região___________________________________________________________________________________________________________________________

Itajobi 636 4.158,30 SP 35Taquaritinga 382 1.903,00 SP 36Fernando Prestes 346 1.771,30 SP 36Urupês 366 1.587,60 SP 35Monte Alto 246 1.171,20 SP 36Novo Horizonte 285 1,014,30 SP 35Cândido Rodrigues 141 1.010,40 SP 36Santa Adélia 161 837,30 SP 35Itápolis 218 740,70 SP 42Catanduva 102 486,80 SP 35Vista Alegre do Alto 75 434,00 SP 36Irapuã 122 388,70 SP 35___________________________________________________________________________________________________________________________

Fonte: CATI (1997).

Esta distribuição de oferta do produto é melhor ilustradano gráfico 1, mostrando a oferta do ‘Tahiti’ no CEASA/SP,no decorrer do ano, no período de 1994 a 1997.

Gráfico 1. Oferta (%) do ‘Tahiti’ no CEASA/SP, das 5 principaismesoregiões produtoras (94-97)

-

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

% d

e of

erta

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

SP36 SP35 SP25 BA56 SP43

29

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Avaliando-se a estacionalidade para preços,encontraram-se os maiores índices nos meses de setembro,outubro e novembro, quando existe uma pequena quedadesta fruta no mercado, mas a tendência dos preços é semprecrescente no decorrer do ano.

Esta flutuação de preços é claramente percebida noGráfico 2, mostrando a média dos últimos 4 anos dasazonalidade de preços da fruta ocorrida no CEASA/SP. Ospreços foram convertidos para Reais de dezembro de 1995,usando o deflator IGP-DI.

Avaliando-se a sazonalidade para limão, considerando-se preços e quantidades, verificou-se que no primeirosemestre as médias para preços foram mais baixas e, paraquantidades, mais altas, ocorrendo o inverso no segundosemestre.

Gráfico 2. Sazonalidade de preços para ‘Tahiti’ no CEASA/SP(1994-1997).

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(1) AMARAL, J.D. Técnicas especiais da cultura dos citrinos.In: Os Citrinos. 4ªed. Porto: Clássica Editora, 1994.cap.VII, p.423-34.

Sazonalidade de preços

-5,00

10,0015,0020,0025,0030,0035,0040,0045,00

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

R$

(12/

95) -

cx

25,0

0 kg

30

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(2) CAETANO, A.A.; DE FIGUEIREDO, J.O.; FRANCO, J.F.Uso de Ethephon e óleo mineral para alterar a épocade produção do ‘Tahiti’. In: CONGRESSOBRASILEIRO DE FRUTICULTURA, Recife. Anais...Recife, Sociedade Brasileira de Fruticultura, 1981,v.2. p.723-731.

(3) CAMPBELL, C.W. Ten new ‘Tahiti’ lime selections.Florida State Horticultural Society. p.455-9, 1975.

(4) CAMPBELL, C.W. Rootstocks for the ´Tahiti´ lime. In:ANNUAL MEETING OF THE FLORIDA STATEHORTICULTURAL SOCIETY, 104, Miami Beach,Florida. Proceedings ... Miami Beach: THE FLORIDASTATE HORTICULTURAL SOCIETY, 1992. P.28-30.

(5) CRUZ, M.A.G.; RINDERMANN, R.S.; GONZÁLEZ, A.B.El limón persa en México. 1ªed. Chapingo:Universidad Autónoma Chapingo, 1994. 202p.

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Foto 1. Lima Ácida ‘Tahiti’ sobre citrange Morton. Combinaçãoque apresentam maior produtividade (EECB 1998),superior a 2,45 cx/planta (cx. 27,2 Kg) aos 9 anos.

Foto 2. Lima Ácida ‘Tahiti’ sobre limão Volkameriano. Porta-enxerto que mais confere vigor às plantas, em diâmetrosuperior a 7,0 metros, aos 9 anos.

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Foto 3. Lima Ácida ‘Tahiti’ sobre limão Volkameriano. Plantacom altura superior a 4,2 metros, aos 9 anos.

Foto 4. Lima Ácida ‘Tahiti’ sobre Flying Dragon. Confere asplantas caráter ananicante. Planta com 5 anos de idade,e altura inferior a 2 metros.

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Foto 5. Lima Ácida ‘Tahiti’ sobre citrumelo Swingle. Plantas muitoprodutivas com baixíssimo índice de mortalidade nocampo, aos 9 anos de idade.

Foto 6. Lima Ácida ‘Tahiti’ sobre Poncirus trifoliata EECB. Plantasvigorosas, mas de média produtividade.

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Foto 7. Lima Ácida ‘Tahiti’ sobre tangelo Orlando. Plantas muitovigorosas, muito produtivas, mas com alto índice demortalidade no campo.

Foto 8. Lima Ácida ‘Tahiti’ sobre tangerina Cleópatra. Plantas deporte médio, baixa produtividade, mas com baixíssimoíndice de mortalidade no campo aos 9 anos de idade.