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LIGUE O SOM. ROLAGEM MANUAL DE SLIDES. Walter Pacheco Jr.

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Page 1: LIGUE O SOM. ROLAGEM MANUAL DE SLIDES. Walter Pacheco Jr

LIGUE O SOM.

ROLAGEM MANUAL DE SLIDES.

Walter Pacheco Jr.

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O telégrafo, foi a primeira tecnologia de informação utilizada em rede mundial. Sua

difusão e desenvolvimento em Florianópolis, através da agência Western Telegraph

Company, carinhosamente denominada pelos ilhéus “Cabo Submarino” marcou uma

época.

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Cessionária, em 1872, do privilégio para o estabelecimento e custeio de linhas

telegráficas submarinas na costa brasileira, a empresa inglesa Western

and Brazilian Telegraph Company (WBTC), ganhou do governo imperial D.

Pedro II o direito de explorar a telegrafia por 100 anos no país.

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Exemplar da revista Zodiac, de lançamento mensal pela Western, relativo ao centenário

da empresa no Brasil.

Acervo - Walter Pacheco

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Em 1874, a Western Telegraph Company instalou na praça XV de Novembro, da então

Desterro, sua primeira agência.

Em 1923, a agência transferiu-se para o nº 26

da rua João Pinto.

Seu telefone, em Florianópolis, era 2607 e a Caixa Postal era

27.

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Sala da WTC, em Florianópolis, com os equipamentos telegráficos.

Ao longo de quase um século, a agência da Western, dirigida a mão-de-ferro pelos

ingleses, incorporou o telégrafo ao cotidiano dos florianopolitanos, competindo com a telefonia e rádio na transmissão de

informações.

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Exemplar de nota telegráfica: expedida por funcionário da empresa (IM).

Embora o serviço telegráfico da Western fosse caro, ele era

extremamente confiável.

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A comunicação via cabo submarino era eficiente e, como poucas pessoas possuíam aparelhos telefônicos na cidade, havia uma preferência na utilização dos serviços da

empresa, em detrimento ao oferecido pelo governo.

Segundo antigos funcionários da Western:

"O correio demorava; aqui era rápido; os clientes por vezes ficavam na calçada em frente ao prédio da agência, ou mesmo no

balcão, aguardando uma resposta ao cabograma que tinham acabado de enviar”.

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EXEMPLAR DE TELEGRAMA WESTERN (Rubricado: W. Pacheco).

Uma equipe de funcionários da Western, entre eles meu pai Walter Pacheco,

transmitia e recebia telegramas, um ofício repetido dezenas de vezes durante o dia,

operando uma rede mundial de comunicação.

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Telegrama da Western em 1962 - logotipo moderno.

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O Presidente Nereu Ramos e

outras figuras, de destaque do

mundo político e empresarial,

visitaram o “Cabo Submarino” em Florianópolis,

passando mensagens telegráficas.

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Os cantores: Cauby Peixoto, Vicente Celestino Roberto Carlos e o

“palhaço Carequinha”, também por lá circularam.

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De Santos (SP) e Rio Grande (RS) as mensagens podiam fluir para a América do

Norte, Europa e África, completando a ligação telegráfica de Florianópolis com o mundo.

Na ilha as mensagens, transmitidas através do Código Morse, caminhavam por uma complexa

rede de cabos.

Um cabo partia da agência da Western, passava pela Costeira do Pirajubaé e ia até a praia do Campeche. A partir daí, se ligava a um cabo submarino que se bifurcava para Santos e Rio Grande.

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Na cidade tinha a Agência e tinham as "Casas do Cabo": uma na Costeira do

Pirajubaé e a outra no Campeche, onde o cabo se transformava em submarino.

Da Estação Florianópolis até a Costeira do Pirajubaé, inicialmente era cabo terrestre, depois ía como submarino e seguida como

terrestre até a Casa do Campeche.Essas chamadas Casas do Cabo eram na

verdade conexões da estação.

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Arqueologia histórica do autor

Amostras de cabos terrestres que ligavam a estação Florianópolis à Costeira do Pirajubaé/Campeche.

Posteriormente, a ligação até a Costeira foi efetuada via cabo submarino, tendo os

terrestres sido abandonados.

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Principais componentes de um sistema de comunicação de longa distância utilizando

cabos submarinos.

Modelo de implantação de um cabo submarino

teleco.com.br

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Museu da empresa Western.

Amostras de cabos terrestres

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A operação de reparo de cabos com defeitos ou ruptura chamava-se "ship

watch".

Técnicos em Florianópolis, rastreavam sinais dos navios da empresa e os orientavam através

do Código Morse.

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Todos os navios da Western, no Brasil, eram comandados por Londres, onde ficava a sede

da companhia.

Navio Cabo Mercury

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Por ocasião do grave incêndio do navio Carl Hoepck, no litoral de Santos (SP), o

primeiro navio a chegar ao local foi o lança-cabos submarino Norsemann, de bandeira

britânica, da Western Telegraph que salvou 74 passageiros.

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A Western Telegraph Company implantou, a partir de 1873, redes de telégrafo em 14

cidades brasileiras.

Em Santos, a agência ostentava o famoso relógio de torre na Rua Tuiuti, perto do cais.

Durante anos o equipamento serviu de referência para os trabalhadores do porto que acertavam seus relógios por ele, confiando na

pontualidade britânica.

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A “Cabo Submarino”, em Florianópolis, também possuía um relógio de destaque.

De fabricação inglesa, a peça foi instalada na primeira sede da agência, na praça 15 de

Novembro em 1874, posteriormente transferida para o número 26 da rua João Pinto.

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O relógio da Western, preso a uma das janelas que dava para

a rua João Pinto.

Não era raro as pessoas passarem em frente ao Cabo

Submarino e acertarem o horário de seus relógios pelo

da agência, pois era considerado o relógio mais

confiável da cidade. Com o fechamento da companhia, em 1973, o relógio foi doado à Prefeitura de

Florianópolis, face o empenho do radialista, Vereador e Prefeito Dakir Polidoro.

Transferido para o vão do Mercado Público permanece nele até hoje.

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A maioria dos funcionários da Western Telegraph Company

ingressava na companhia como mensageiro, aos 14 anos, e era

encarregado de entregar os telegramas até o destino certo. Se

o trabalho fosse bem feito, o empregado não demorava muito a

chegar a um posto superior. Porém a “peneira” e a seleção

eram muito rigorosas.

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A Western reconhecia e premiava os bons serviços de seus funcionários.

Brinde comemorativo aos 25 anos de serviço. Agraciado

Walter pacheco (acervo).

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A Western reconhecia e premiava os bons serviços de seus funcionários.

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Os ingleses acompanhavam o trabalho de cada um dos funcionários de perto “a disciplina era rigorosa”. Moravam no último andar do prédio

do Cabo Submarino e a cada três anos, por determinação da empresa, trocavam de cidade ou de país para

não criar vínculos afetivos.

Em 1969 a empresa contava com 50 funcionários.

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Greve consentida dos empregados em apoio a movimento nacional.

Na mesa, em frente a porta principal, da agência se encontra Lourival Costa (IM) – Presidente do sindicato da categoria.

Funcionários da Agência da Western em Florianópolis

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DA DIREITA PARA À ESQUERDA PODEMOS IDENTIFICAR GENÉSIO PEREIRA (IM), VALDO W. PACHECO, MENSAGEIROS, AMAURI MARTINS (IM), WALTER PACHECO E HAMILTON LOBO (DE CHAPEU) A MESA ESTÁ

FRENTE A PORTA PRINCIPAL DA ESTAÇÃO. O VEÍCULO PERTENCIA A LOURIVAL COSTA.

Funcionários da Agência da Western em Florianópolis

Greve consentida dos empregados em apoio a movimento nacional.

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Funcionários da Agência da Western em Florianópolis

Greve consentida dos empregados em apoio a movimento nacional.

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Durante o tempo em que funcionou no Brasil,a Western Telegraph Company recrutava

apenas funcionários ingleses para os quatro principais cargos da empresa, como os de

gerência, sub-gerência e os dois de assistente de engenharia. O mesmo valia para

Florianópolis.

A tradição só foi encerrar em 1960. "A partir de um determinado momento, a

legislação determinou a implantação de um curso para formar brasileiros para as funções

de engenharia“.

O governo objetivava capacitar “seu pessoal da rede telegráfica”, para que o país não ficasse

sempre submetido ao conhecimento e à técnica estrangeira.

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O Gerente Geral de cada estação também acumulava as funções de Cônsul Britânico.

As Bandeiras do Brasil e do Reino Unido eram

diariamente hasteadas.

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Embratel foi marco final

A Western Telegraph Company tentou renovar o contrato de permanência no Brasil em 1961, doze anos antes de fechar as portas da agência

da rua João Pinto.

O pedido foi negado pelo presidente da época, Jânio Quadros, em função da criação da

Embratel, que passou em 1963 a controlar o sistema de comunicações no País.

Com o encerramento dos serviços, todos os funcionários foram indenizados. Muitos deles foram exercer atividades no setor empresarial

e outros em estatais, com grande aproveitamento.

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Acervo – Walter Pacheco

Carta de despedida da empresa ao funcionário

Walter Pacheco, quando de sua aposentadoria aos 30 anos de

serviço.

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Convite do ex funcionário Amilton Lobo para um encontro dos ex funcionários em sua residência – esforço para manter o coleguismo.

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O prédio de propriedade da Western, em Florianópolis, foi vendido em 1973, quando expirou o contrato de exploração do serviço, permanecendo sem grandes alterações até

hoje.

Além do fechamento desta agência, foram encerradas naquele ano outras 14 no Brasil.

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Acervo Walter Pacheco

Calendário usado pela Estação Florianópolis

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Anotações no verso do calendário da empresa

Por Walter Pacheco

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A empresa inglesa Western Telegraph Company, operou em Florianópolis de 1874 à 1973, completando quase um

século de atuação local. Encerrou suas atividades, em todo o Brasil, em 05 de

abril e o derradeiro “GN” foi no dia 23 de 1973.

Fez valorosa escola e deixou saudades.

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Músicas:

- Earl Grant

- Serenade Schubert

Formatação: Maiara - 2010

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REFERÊNCIAS:

MENEZES, Ana Cláudia - Cabo submarino ligava Ilha ao mundo. www1.an.com.br/ancapital/2001/jan/14/1ult.htm

BRACK, Carlos Henrique - O Cabo Submarino - 2007 www.google.com.br/imgres?imgurl=http://1.bp.blogspot.com/cabo-submarino

MOSIMANN, Rogério de Souza - Implicações da Internet nos Jornais e a Presença da RBS na Web. 2007. 257 f. Dissertação (Mestrado) - UFSC, Florianópolis, 2007. www.floripaadventure.com/internet/

NOVO MILÊNIO - Histórias e lendas de Santos - Famosos relógios públicos da cidade (II)www.novomilenio.inf.br/santos/h0086b.htm

TELECO – Inteligência em Comunicações - Cabo Submarino: Estrutura Básica do Sistema www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialcsub/pagina_3.asp