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LIDERANÇA: Aspectos no comportamento organizacional nas Instituições de Ensino Superior Profa. Ms. Anna Cristina Pascual Ramos <[email protected] > Prof. Ms. Alexandre Santos <[email protected] > Universidade de Santo Amaro - UNISA Fevereiro de 2009 RESUMO Este artigo apresenta sínteses das linhas de estudos ou teorias mais significativas em liderança, através da revisão bibliográfica de autores especialistas no assunto, refletindo sobre a influência destes modelos no comportamento organizacional dos líderes em Instituições de Ensino Superior, consideradas as principais características e pressupostos dos estudos e suas contribuições ao entendimento do comportamento organizacional, face as diferentes perspectivas dos gestores de cursos no ensino superior. Palavras-chaves: liderança e comportamento organizacional. ABSTRACT This article presents syntheses of the lines of studies or more significant theories in leadership, through the bibliographical and revision of authors specialists in the subject, reflecting on the influence of these models in organization behavior of the leaders in Higher Education Institutes, considered the main characteristics and estimated of the studies and its contributions to the agreement of the organization behavior, face the different perspectives of the leaders higher courses. Key-words: Leadership and Organization behavior.

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LIDERANÇA: Aspectos no comportamento organizacional

nas Instituições de Ensino Superior

Profa. Ms. Anna Cristina Pascual Ramos

<[email protected]>

Prof. Ms. Alexandre Santos

<[email protected]>

Universidade de Santo Amaro - UNISA

Fevereiro de 2009

RESUMO

Este artigo apresenta sínteses das linhas de estudos ou teorias mais significativas em

liderança, através da revisão bibliográfica de autores especialistas no assunto, refletindo sobre a

influência destes modelos no comportamento organizacional dos líderes em Instituições de

Ensino Superior, consideradas as principais características e pressupostos dos estudos e suas

contribuições ao entendimento do comportamento organizacional, face as diferentes perspectivas

dos gestores de cursos no ensino superior.

Palavras-chaves: liderança e comportamento organizacional.

ABSTRACT

This article presents syntheses of the lines of studies or more significant theories in

leadership, through the bibliographical and revision of authors specialists in the subject,

reflecting on the influence of these models in organization behavior of the leaders in Higher

Education Institutes, considered the main characteristics and estimated of the studies and its

contributions to the agreement of the organization behavior, face the different perspectives of the

leaders higher courses.

Key-words: Leadership and Organization behavior.

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1. Introdução

A liderança é tema recorrente dos estudiosos do comportamento organizacional, em

muitos estudos o assunto é conduzido como um fenômeno comportamental complexo e

significativo para o sucesso das organizações.

Há mais de sessenta anos a liderança é estudada de forma sistemática, no entanto, não há

consenso quanto a definição deste fenômeno, nem tão pouco, sobre sua correlação com fatores

essenciais da organização, como por exemplo a produtividade, a satisfação das pessoas no

trabalho ou qualquer outro referencial de eficácia organizacional.

Este artigo aborda os modelos e enfoques sob os quais as definições para o tema liderança

foram construídas, como os líderes são entendidos por estes enfoques e quais os reflexos destes

modelos no comportamento organizacional, visto a pesquisa realizada com líderes de cursos

superiores em São Paulo.

Os modelos e enfoques mais significativos nos estudos de liderança são explorados a

partir da perspectiva de liderança como fenômeno de grupos, ou seja, envolvendo duas ou

mais pessoas, e embora falem do mesmo assunto, destacam aspectos diferentes do

comportamento humano nos relacionamentos interpessoais. Os enfoques nos estudos de

liderança percorrem pressupostos como as características do líder, estilos comportamentais,

influência situacional ou contigencial, liderança carismática, transformacional, visionária e

moral.

O entendimento sobre o papel do líder é subjacente as definições para o conceito de

liderança, ou seja, líderes cujas características o fazem emergir e manter-se como tal, líderes

orientados segundo variáveis ambientais ou comportamentos estilizados, líderes que são

legitimados pela situação ou contingência, líderes simbólicos com capacidades heróicas, líderes

condutores, articuladores e morais.

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A influências dos modelos de liderança oferecem diferentes perspectivas e contribuições

ao entendimento do comportamento organizacional, o que significa que a interação social entre o

líder e o liderado nas organizações se reflete sob enfoques diferentes, relações de recompensas e

punições, comportamentos voltados para pessoas ou tarefas, influência adequada às

circunstâncias, relações legitimadas pelo anseio dos liderados, relações carismáticas ou mesmo

morais.

2. Influências dos estudos em liderança no Comportamento Organizacional

Os estudos sobre liderança refletem diferentes perspectivas no comportamento

organizacional e, por conseguinte, contribuem para uma análise mais crítica do tema sobre a

efetiva aplicação dos modelos nas organizações. As teorias e enfoques de liderança, assim como,

o papel do líder subjacente a cada definição contribui com o entendimento das abordagens

atualmente aplicadas ao comportamento organizacional.

Ao nos remetermos a Teoria dos Traços, conforme Robbins (2002), muitas das pesquisas

para identificar os traços responsáveis pela capacidade de liderança deram em nada, ele afirma

que na revisão de vinte trabalhos nessa linha identificou aproximadamente 80 traços de liderança,

e apenas cinco eram comuns a quatro ou mais estudos. O autor enfatiza que se o objetivo da

investigação era identificar traços que sempre diferenciassem líderes de liderados e líderes

eficazes e ineficazes, as pesquisas falharam. No entanto, se as pesquisas buscavam traços que

costumam diferenciar os líderes dos liderados os resultados podem ser interpretados de maneira

mais clara. Neste sentido o autor menciona algumas características como a ambição e energia,

desejo de liderar, honestidade e integridade, autoconfiança, inteligência, conhecimentos

relevantes para o trabalho e flexibilidade em ajustar o comportamento a diferentes situações.

O comportamento organizacional sob o enfoque sob a teoria dos traços ou do “grande

homem” foi entendido por muitas organizações a partir da figura central do líder, ou seja, a

liderança enquanto uma qualidade pessoal e, consequentemente, não ser líder ou exibir

características de liderança passa a ser um ponto fraco ou defeito.

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Segundo Bergamini (1994), muitos dos pontos de vista apresentados por esses primeiros

teóricos já foram colocados à prova, deixando supor que algo mais ainda está por ser

considerado. Ao se caracterizar o líder ideal, principalmente dentro das empresas, passou-se a ter

a preocupação de perseguir padrões. É nesse ambiente que segundo a autora, surgem as “bulas”

comportamentais. Com isso, as pessoas deixaram de aproveitar-se dos seus próprios recursos

naturais de forças pessoais, deixando em segundo plano aquilo que realmente eram para poder

passar a se lamentar sobre o que não eram.

Entendemos que o comportamento organizacional sob o enfoque da Teorias dos Traços

se mostra muito limitado às características do líder nato e essas limitações levaram os

pesquisadores a buscar outras direções, como por exemplo as características comportamentais.

Segundo Robbins (2002), as teorias comportamentais obtiveram um sucesso modesto na

identificação de relações consistentes entre o comportamento de liderança e o desempenho do

grupo. O que parece faltar aos fatores ligados ao comportamento organizacional é a análise de

fatores situacionais que influenciam o sucesso ou fracasso nas organizações.

Segundo Bergamini (1994), apesar de serem ainda muito recentes em sua aplicação nas

organizações, a autora afirma que não se pode negar que representem uma abertura maior de

horizontes no estudo da dinâmica da liderança. Outro mérito dos pesquisadores, conforme a

autora, é terem dado início à consideração de que o aspecto motivacional represente um tópico de

importância.

Entre os críticos das teorias situacionais, os autores Badaracco & Ellsworth enfatizam

que: “o enfoque situacional sustenta que quase tudo seja flexível e possa adaptar-se às demandas

das situações, incluindo o estilo dos gerentes. O comportamento dessas pessoas é premeditado e

calculado em lugar de ser espontâneo e natural. De maneira extrema, esse enfoque resulta num

comportamento no trabalho que foi polido, no qual o ator comporta-se de formas que podem não

ser consistentes com a personalidade, os valores e a forma de pensar das pessoas” (Bergamini,

1994).

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O comportamento organizacional sob o enfoque transacional é evidenciado pela aplicação

das teorias comportamentais e contingenciais nas organizações. Estas teorias não excedem ao

papel do líder. As teorias transformacionais, ainda que não se oponham as transacionais,

consideram que o líder deve inspirar seus seguidores a transcender seus próprios interesses para o

bem da organização, causando um efeito profundo e extraordinário sobre seus liderados, porque

prestam atenção às preocupações e necessidades de desenvolvimento de cada liderado.

Na linha das teorias transformacionais Bergamini (1994), cita a obra de Kouzes & Posner,

cuja publicação atribui à credibilidade que a figura do líder inspira, a principal razão de sua

eficácia, uma vez que a liderança para os autores caracteriza-se por ser um relacionamento

recíproco entre aqueles que escolheram liderar e aqueles que decidiram seguir.

Robbins (1994) ainda menciona explora as Teorias Neocarismáticas, relatando que

existem recentes pesquisas que sugerem uma forte correlação entre a liderança carismática e os

altos índices de desempenho e satisfação entre os liderados. No entanto, existem discussões entre

os autores desta linha, alguns insistem que o carisma não possa ser adquirido, outros muitos

especialistas acreditam que as pessoas podem ser treinadas para ter comportamentos

carismáticos. Uma outra crítica que se faz a esta linha de estudos sobre liderança é que

geralmente o líder carismático surge na política, na religião ou em tempos de guerra, ou quando

uma empresa está iniciando sua vida ou enfrentando uma crise, ou seja, está ligada a uma

situação de incerteza ou tensão e, desta forma, nem sempre é o melhor caminho para se atingir

altos níveis de desempenho dos funcionários.

Segundo os pressupostos da Liderança Moral a ética permeia todos os demais estudos

sobre liderança. No caso dos líderes transformacionais, a virtude moral parece ser enaltecida, no

entanto, o líder pode manipular atitudes e comportamentos para obter o que se deseja dos

liderados. Os líderes carismáticos sem ética têm maior probabilidade de usar o carisma para

aumentar seu poder em proveito próprio. A Liderança Moral propõe que líderes éticos devem

utilizar seu carisma de maneira socialmente construtiva, para servir os outros. A base desta teoria

é a confiança, firmada na honestidade e integridade do líder.

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O comportamento organizacional sob a perspectiva da Liderança Moral está alicerçado

nas relações de confiança estabelecidas entre o líder e o liderado, confiança entendida como uma

expectativa positiva de que a outra pessoa não irá agir de maneira a tirar proveito da situação.

Segundo Brockener, Siegel, Daly, Tyler e Martin (1997), agora mais do que nunca, a

eficácia da liderança e dos administradores depende da capacidade de conquistar a confiança de

seus liderados.

Robbins (2002), ainda destaca três tipos de relação de confiança que estão refletidas no

comportamento organizacional:

� Confiança baseada na intimidação: medo de represálias, caso haja violação.

Relações frágeis e destrutivas.

� Confiança baseada no conhecimento: relações baseadas na previsibilidade do

comportamento resultante de um histórico de interações entre líder e liderado.

� Confiança baseada na identificação: compreensão mútua de intenções e na

concordância sobre desejos e vontades das partes.

Os autores Bolman e Deal (2003), resumem em um quadro as visões de liderança e o

comportamento organizacional esperado, sob a perspectiva da eficácia e não eficácia:

Fonte: Bomlman e Deal (2003).

A visão de liderança estrutural reflete um comportamento organizacional baseado no

conhecimento e decisões do líder, que procura orientar o processo de liderança pela execução das

tarefas e implementação das suas idéias e estratégias. A visão estrutural devido sua centralização

na figura do líder e orientação para as tarefas, quando não efetiva, pode incorrer em

comportamentos tirânicos e no comando desumano.

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A formatação do quadro ficou pesada.... faremos de outra forma

A liderança focada nos recursos humanos influencia comportamentos voltados para as

pessoas, segundo esta perspectiva a produtividade e o sucesso da empresa se dá através das

pessoas. Os líderes que acreditam nesta visão tendem gastar mais tempo com seus liderados,

buscam a participação das pessoas no processo decisório e fortalecem o poder de ação dos

funcionários, tendo-os como parceiros, ou seja, estão a serviço dos seus liderados, como

facilitadores. A não eficácia deste modelo pode estar em que o líder não seja responsável e

abdique das suas responsabilidades.

A visão da liderança como um sistema político entende o comportamento organizacional

como uma arena de persuasão, negociação e coerção, se necessário. Os líderes políticos

valorizam a construção de relacionamentos e a troca de influências. A não eficácia deste modelo

se dá através de relacionamentos manipuladores, fraudulentos, onde o líder esconde seus reais

propósitos e coage por palavras ou ações seus liderados.

A liderança sob a visão simbólica entende a organização como um teatro, onde os

personagens recebem impressões que devem conduzir seu comportamento na empresa. Os líderes

exercem papéis heróicos e demonstram coragem ao assumirem riscos, comunicarem suas visões

com convicção, demonstrarem com entusiasmo suas experiências e capturarem atenção de seus

liderados para suas histórias. Esta perspectiva de liderança quando não eficaz idealiza o líder e

cria uma cortina de fumaça em torno de eventos e pessoas que não são reais.

Ao refletirmos sobre as influências dos estudos em liderança no comportamento

organizacional, podemos notar que visões mais abertas, ou seja, onde os liderados participam do

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processo decisório e reconhecem a legitimidade do líder, tendem desenvolver relações mais

favoráveis ao ambiente das organizações, visto que os estudos baseados nas características do

“grande homem” ou na visão estrutural, já não são suficientes para tratar o contexto

organizacional complexo que se estabelece.

Quantos aos estudos comportamentais, situacionais e transacionais, ou seja, as visões

menos estruturais, fatores que tendem a orientação para a tarefa ou para pessoas, agregados às

considerações sobre as variáveis ambientais e contingenciais parecem ter maior adesão ao

comportamento organizacional.

Os modelos recentemente propostos pela Liderança Carismática e Moral, apesar de seu

forte apelo emocional e pesquisas ainda incipientes, tendem a ganhar crescente atenção dos

líderes e administradores, que segundo os autores mencionados, buscam a credibilidade de seus

liderados para modular a cooperação nas empresas.

3. Liderança em Instituições de Ensino Superior

Os dados a seguir tratam do perfil das instituições de Ensino na Grande São Paulo, que

aborda aspectos gênero, idade, tempo de trabalho e de ocupação do cargo de coordenação e as

condições de trabalho, ilustrados nos gráficos 1 a 7 respectivamente. Através do instrumento de

pesquisa os dados relatam que 80% dos coordenadores são do sexo masculino, acima dos 40 anos

de Idade, já trabalham nas instituições entre 8 a 11 anos e ocupam a função de coordenador entre

4 a 7 anos, aonde 60% dos coordenadores afirmam que todos na instituição são tratados com o

devido respeito além de lhe darem condições de trabalho e são respeitados pela Direção.

.

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Gráfico 1 - questionário QUEREMOS OUVÍ-LO

Gráfico 2 - questionário QUEREMOS OUVÍ-LO

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Gráfico 3 - questionário QUEREMOS OUVÍ-LO

Um aspecto importante no perfil institucional é o tempo que os professores atuam como

coordenadores, 80% estão há mais de 8 anos. Isto indica que eles conhecem muito bem sua

instituição e o clima organizacional. 20% apenas acham que sua instituição perante a comunidade

tem sua imagem ruim

Gráfico 4 - questionário QUEREMOS OUVÍ-LO

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Gráfico 5 - questionário QUEREMOS OUVÍ-LO

Apenas 20% dos coordenadores acham que sempre a sua instituição todos são tratados com o

devido respeito humano.

Gráfico 6 - questionário QUEREMOS OUVÍ-LO

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Podemos analisar na pesquisa que foi utilizada, apenas 40% dos coordenadores acreditam que as

condições ambientais do seu local de trabalho são excelentes.

Gráfico 7 - questionário QUEREMOS OUVÍ-LO

No gráfico 11 podemos analisar que 80% dos coordenadores concordam que as instituições que

trabalham são inovadoras e criativas, e a imagem da instituição perante a comunidade que está

inserida é boa (gráfico 16).

Gráfico 8 - questionário QUEREMOS OUVÍ-LO

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Gráfico 9 - questionário QUEREMOS OUVÍ-LO

20% apenas acham que sua instituição perante a comunidade tem sua imagem ruim.

Gráfico 10 - questionário QUEREMOS OUVÍ-LO

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Gráfico 11 - questionário QUEREMOS OUVÍ-LO

Apenas 20% dos coordenadores discordam que a instituição dá condições de desempenhar seu

trabalho com qualidade, eles acreditam que este aspecto é

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negativo.

Gráfico 12 - questionário QUEREMOS OUVÍ-LO

Podemos analisar, conforme os Gráficos 28, 17 e 18 respectivamente, que os

coordenadores prevalegem os aspectos de exercerem a liderança com autonomia e as instituições

de ensino lhes dão liberdade para atuarem. Conforme citado por Bergamini (1994), as

características do liderado e as circunstâncias ambientais da organização. Não existiria, por

conseguinte, um perfil ideal de líder, nem um estilo ideal de liderança, mas um estilo mais

adequado à situação existente. Os autores adeptos desta corrente contestam a idéia de que a

liderança é um dom nato. Para eles, os administradores podem e devem ser treinados para serem

líderes. No qual 80% dos coordenadores consideram suas instituições flexíveis a mudança e lhes

dão totais condições de trabalho com qualidade.

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Um dos aspectos importantes que motivam os coordenadores a trabalharem em suas instituições é

o relacionamento com os colegas, um fator muito importante na questão na comunicação

interpessoal. Por outro lado apenas 20% são motivados pela valorização e possibilidade de

crescimento dentro da instituição.

4. Considerações finais

O artigo procurou apresentar a síntese das principais linhas ou visões dos estudos em

liderança sob a perspectiva do comportamento organizacional, desde o primeiro estudo

sistemático, a Teoria dos Traços, até estudos mais recentes como o conceito de Liderança Moral.

A perspectiva de visões que orientam as pesquisas e entendimento sobre liderança também

contribui para a análise do comportamento organizacional.

Estamos certos de que o trabalho não esgota todos os estudos realizados e o

posicionamento da totalidade de especialistas no tema, no entanto, proporciona ao leitor um

vislumbre dos mais significativos modelos e visões para o entendimento da liderança nas

organizações. Os estudos oferecem uma orientação em relação ao papel do líder e suas ações

para influenciar o grupo na direção dos objetivos organizacionais e na conduta dos

comportamentos nas empresas.

As características e orientações comportamentais definidas pelas primeiras teorias

sistematizadas sobre o tema liderança ainda podem ser reconhecidas no comportamento

organizacional das empresas. As teorias contingenciais e transformacionais são muito recentes

para inferências em suas aplicações, é mesmo possível que tenhamos mais de um modelo e

diversos estilos de liderança refletidos nos comportamentos organizacionais de uma mesma

empresa.

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Entendemos, entretanto, que segundo os estudos e autores mencionados pelo artigo, as

novas teorias e visões mais recentes para o entendimento da liderança podem ter maior aderência

às organizações, face o atual contexto social, ou seja, onde as empresas tornaram-se menos

estáveis e previsíveis. As teorias transformacionais, carismáticas e especialmente a liderança

moral que tem como base o princípio da confiança entre o líder e seus liderados, podem agregar

ao comportamento organizacional relações concebidas com maior concordância e conciliação das

necessidades e objetivos da empresa e do colaborador.

5. Referências bibliográficas

BERGAMINI, Cecília Witaker. Liderança: Administração do Sentido. São Paulo: Atlas, 1994.

BOLMAN, Lee G.; e DEAL, Terrence E. Reframing Organizations: artistry, choice and

leadership. California, USA: Jossey-Bass, 2003.

ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. Traduação técnica Reynaldo Cavalheiro

Marcondes. São Paulo: ABDR, 2002.

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