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Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás Upstream Luiz Gustavo Bezerra 07/03/2017 Tendências

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Licenciamento Ambiental naIndústria de Óleo & GásUpstream

Luiz Gustavo Bezerra

07/03/2017

Tendências

2

Sumário

• Aspectos Gerais

• Peculiaridades para Upstream

• Tendências

• Compensação Ambiental

• Fraturamento Hidráulico (fracking)

• Descomissionamento na Indústria

• Fiscalização: Órgãos Ambientais

• Margem Equatorial

• Conclusões

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Aspectos Gerais

4

Licenciamento Ambiental: Normas Gerais

• Obrigação legal e prévia à instalação de qualquer empreendimento ou atividadepotencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente.

• Procedimento pelo qual o órgão ambiental competente autoriza a localização,instalação, ampliação e operação destes empreendimentos.

• Principais guidelines previstas nos seguintes textos: Lei 6.938/81, Constituição Federal,Resoluções CONAMA 1/86 e 237/97 e Lei Complementar 140/2011.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

5

Etapas do Licenciamento Ambiental (Resolução Conama nº 237/97)

Termo de Referência

Elaboração e apresentação de

EIA/RIMA

Requisição de licença

Análise de documentos,

projetos e estudos

Audiência pública, quando couber

Solicitação de esclarecimentos e complementações

Parecer técnico conclusivo e,

quando couber, jurídico

Deferimento ou indeferimento do pedido de licença

(LP)

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Etapas do Licenciamento Ambiental (Resolução Conama nº 237/97)

Elaboração do Plano Básico Ambiental

(PBA)

Atendimento às condicionantes

Requerimento da Emissão de LI

Deferimento ou indeferimento do

pedido de licença (LI)

Execução de Programas Ambientais

e pagamento de compensação exigível

Instalação do Empreendimento

Parecer técnico conclusivo e, quando

couber, jurídico

Deferimento ou indeferimento do

pedido de licença (LO)

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Repartição de competências (LC 140/2011)

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Competência Federal

Empreendimentos localizadosno Brasil e em país limítrofe;

no mar territorial, naplataforma continental ou nazona econômica exclusiva;

em Terras indígenas;

em Unidades de Conservaçãoinstituídas pela União, excetoem APAs;

localizados ou desenvolvidosem dois ou mais Estados;de caráter militar;

destinados a pesquisar, lavrar,produzir, beneficiar,transportar, armazenar edispor material radioativo;

que atendam tipologiaestabelecida por ato do PoderExecutivo

Competência Estadual

Empreendimentos que não seenquadrarem nos casos decompetência federal emunicipal;

localizados ou desenvolvidosem Unidades de Conservaçãoinstituídas pelo Estado, excetoem APAs;

Competência Municipal

Conforme tipologia definidapelos respectivos ConselhosEstaduais de Meio Ambiente,considerados os critérios deporte, potencial poluidor enatureza da atividade;

empreendimentos localizadosem Unidades de Conservaçãoinstituídas pelo Município,exceto em APAs.

8

Conflito de Competência (Histórico)

• Reconhecimento de possibilidade de duplo licenciamento.

ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DESASSOREAMENTO DO RIOITAJAÍ-AÇU. LICENCIAMENTO. COMPETÊNCIA DO IBAMA. INTERESSE NACIONAL.

1. Existem atividades e obras que terão importância ao mesmo tempo para a Nação epara os Estados e, nesse caso, pode até haver duplicidade de licenciamento. (...)

3. Não merece relevo a discussão sobre ser o Rio Itajaí-Açu estadual ou federal. Aconservação do meio ambiente não se prende a situações geográficas ou referênciashistóricas, extrapolando os limites impostos pelo homem. (...)

4. Está diretamente afetada pelas obras de dragagem do Rio Itajaí-Açu toda a zonacosteira e o mar territorial, impondo-se a participação do IBAMA e a necessidade deprévios EIA/RIMA. A atividade do órgão estadual, in casu, a FATMA, é supletiva.

(REsp 588022/SC, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em17/02/2004, DJ 05/04/2004 p. 217)

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Conflito de Competência (Segurança Jurídica)

• Detalhamento das hipóteses de competência da União e dos Municípios (Estado comcompetência residual).

• LC 140/2011 encerra o conflito.

Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados,ambientalmente, por um único ente federativo, em conformidade com asatribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar.

§ 1o Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgãoresponsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante,respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental. (...)

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Competência para Fiscalização

• Primária do licenciador: o órgão que fiscaliza é aquele que tem competência paralicenciar ou autorizar (princípio do licenciador-fiscalizador primário).

• Constituição Federal, art. 23: competência comum da União, Estados, Municípios eDistrito Federal para “proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquerde suas formas”.

• Outros entes podem tomar medidas para evitar a ocorrência de degradação daqualidade ambiental e exercer sua competência comum para a fiscalização.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

11

Decreto Federal 8.437/2015

• Trouxe a nova regulamentação da Lei Complementar 140/2011 para estabelecertipologias e empreendimentos licenciados pela União Federal. Diversos setores deinfraestrutura foram impactados pela nova regulamentação.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

TIPOLOGIA HIPÓTESES OBSERVAÇÕES

Exploração e produção de

petróleo, gás natural e outros

hidrocarbonetos

Exploração e avaliação de jazidas

convencionais localizadas no mar ou

em zona de transição terra-mar

Compreende as atividades de

aquisição sísmica, coleta de dados de

fundo (piston core), perfuração de

poços e teste de longa duração.

Exploração e produção em jazidas

convencionais localizadas no mar ou

em zona de transição terra-mar

Compreende as atividades de

perfuração de poços e implantação

de sistemas de produção e

escoamento.

Exploração e produção a partir

de recursos não convencionais

localizados em terra, no mar ou

em zona de transição terra-mar

Compreende as atividades de

perfuração de poços, fraturamento

hidráulico e implantação de sistemas

de produção e escoamento.

Peculiaridades para Upstream

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Etapas Regulares (Upstream)

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

LEVANTAMENTOS

SÍSMICOSPERFURAÇÃO

AVALIAÇÃO DA

DESCOBERTA

DESCOBERTA

NÃO DESCOBERTA

NÃO COMERCIAL

COMERCIALRISCO GEOLÓGICO

RISCO DE

COMERCIALIDADE

DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO

FASE DE EXPLORAÇÃO

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Principal Legislação Federal Aplicável

• Resolução CONAMA 23/1994 – Exploração e produção (petróleo e gás natural)

• Resolução CONAMA 350/2004 – Aquisição de dados sísmicos marítimos

• Resolução CONAMA 393/2007 – Descarte contínuo de água de processo ou de produção

• Resolução CONAMA 398/2008 – PEI

• Portaria MMA 422/2011 – Exploração e produção (petróleo e gás natural) para o licenciamentofederal (offshore)

• Portaria Interministerial 198/2012 – Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS)

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Portaria MMA nº 422/2011

• Critérios mais objetivos para o licenciamento

• Instrumentos de Racionalização e Eficiência:

• Polígonos de Perfuração

• Estudos de abrangência regional

• Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (EAAS)

• Processo Administrativo de Referência (PAR)

• Processos de licenciamento ambiental único

• Delimitação de prazos para emissão de licenças. Contexto do “Pacote de Portarias” de

2011

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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IN IBAMA 15/2014

• SIEMA (Sistema Nacional de Emergências Ambientais)

Ferramenta informatizada de comunicação de acidentes ambientais, visualização de mapas interativos e geração

de dados estatísticos para comunicação imediata.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Portaria MMA nº 422/2011 – Licenças e Estudos Necessários

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Licença de Pesquisa Sísmica

(LPS)

Classe 1 (profundidade inferior a 50 metros ou em

áreas de sensibilidade ambiental)

Classe 3 (profundidade superior a 200 metros)

Classe 2 (profundidade entre

50 e 200 metros)

EIA/RIMAEAS/RIAS

EAS OU INFORMAÇÕES

COMPLEMENTARES AO PCAS

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Portaria MMA nº 422/2011 – Licenças e Estudos Necessários

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Licença de Operação (LO)

para perfuração

Classe 1 (profundidade inferior a 50 metros ou a

menos de 50km de distância da costa ou em

áreas de sensibilidade ambiental)

Classe 3 (profundidade superior a 1000m, a

mais de 50km de distância da costa)

Classe 2 (profundidade entre 50 e 1000m, a mais

de 50km de distância da costa)

EIA/RIMA

EAP/RIAP

EAP/RIAP

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Portaria MMA nº 422/2011 – Licenças e Estudos Necessários

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Licenciamento de Teste de Longa

Duração (TLD) –LP, LI e LO

TLD que: (i) envolver apenas um poço; (ii) tiver duração máxima de 180 dias; (iii)

estiver localizado a mais de 50 km da costa; (iv) estiver localizado em águas com mais de

50 m de profundidade.

TLD em demais situações

EATLD/RIATLD

EIA/RIMA

Licenciamento da Produção, Escoamento

de Petróleo e Gás Natural – LP, LI e LO

EIA/RIMA

20

Portaria Interministerial MME/MMA nº 198/2012

• Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS)

• Avaliação baseada em estudo multidisciplinar, com abrangência regional, utilizado pelo

MME e MMA.

• Escopo: avaliar impactos socioambientais associados à empreendimentos de E&P e

classificação da aptidão de áreas.

• É esperado da AAAS obter recomendações a serem integradas aos processos decisórios

relativos à outorga de blocos exploratórios e ao respectivo licenciamento ambiental.

• Caráter prévio às rodadas ANP para evitar o leilão de blocos “não-licenciáveis”.

• As bacias sedimentares de Sergipe-Alagoas e Jacuípe (offshore), na Bahia, e do Solimões

(onshore), na Amazônia, serão a primeiras a serem submetidas à Avaliação Ambiental de

Área Sedimentar.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Casos Emblemáticos

• Devon e Sipetrol: indeferimento de LPPer devido à proximidade com reservabiológica no Sergipe. Interrupção definitiva das atividades.

• Newfield: indeferimento de licença por localizar-se nas proximidades do ParqueNacional de Abrolhos. Arbitragem com ANP.

• El Paso: “indeferimento” de licença ambiental do Campo de Pinaúna, devido àsensibilidade ambiental da área (ocorrência de corais).

• Abrolhos: discussão judicial decretando a impossibilidade de atividades de exploraçãode petróleo em um raio de 50 km do Parque Nacional Marinho de Abrolhos. Suspensãodos efeitos da sentença em 2010.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Rodadas da ANP

• Rodadas 0 a 3: licitação de blocos sem mapeamento ambiental prévio.

• Rodada 4: primeiro guia de licenciamento para atividade de perfuração.

• Rodadas 5 a 9: guias de licenciamento para atividades de sísmica e perfuração.

• Rodadas 10 e 11: pareceres emitidos pelo GTPEG e por todos os órgãos estaduaiscompetentes.

• Rodada 12: pareceres emitidos pelo GTPEG e por todos os órgãos estaduaiscompetentes.

• Rodada 13: pareceres emitidos pelo GTPEG e por todos os órgãos estaduaiscompetentes.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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AM, AL, PI e ES: Normas genéricas para Licenciamento.

RN e BA: Normas específicas paraLicenciamento.

SE: Possui norma que faz referênciaaos procedimentos da Resolução CONAMA nº23/1994.

Legislação Estadual (Exemplos)

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Compensação Ambiental

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Compensação ambiental

• Lei Federal 9.985/2000 (Art. 36)

• “Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto

ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em

estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é

obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do grupo de

proteção integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta lei”

• § 1º “O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade

não pode ser inferior a 0,5% (meio por cento) dos custos totais previstos para a

implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental

licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento”.

• Limitação imposta com a ADIn 3.378-6 pelo STF (09/04/2008): inconstitucionalidade

da expressão “não pode ser inferior a 0,5%”.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Compensação ambiental

• Decreto 6.848/2009 (âmbito federal)

• Alteração do antigo Decreto 4.340/02.

• Grau de Impacto (“GI”) entre 0% a 0,5% (meio por cento). Fatores de cálculo: impacto

sobre a biodiversidade, comprometimento de áreas prioritárias e influência em unidades de

conservação.

• Valor de Referência (“VR”) consiste na soma dos investimentos para implantação do

empreendimento. Desconta-se: (i) programas de mitigação; (ii) encargos e custos de

financiamento, garantias e seguro do empreendimento.

• Cálculo: VR x GI.

• Resolução CONAMA 371/2006, IN IBAMA 8/2011 e IN ICMBio 10/2014:

procedimentos para pagamento e celebração dos TCCAs.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Compensação ambiental

• Execução Direta x Indireta (TCU)

– Pagamento em dinheiro: execução indireta

– Adoção de medidas: execução direta

• Em 2013, o TCU entendeu (preliminarmente) pela inexistência de respaldo legal para que

a compensação ambiental fosse cumprida sob a forma de aporte de recursos.

• Entre 2013-2016: lapso temporal que permitia que o empreendedor optasse.

• Abril de 2016: decisão final do TCU, fixando o entendimento de que a compensação

ambiental somente pode ser cumprida na modalidade direta.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Compensação ambiental

• Temas Atuais

• Discussão sobre incidência em casos de EIA/RIMA e/ou estudos menos complexos.

• Metodologia imposta pelo Decreto Federal 6.848/2009 e discussão sobre aplicabilidade

em processos estaduais.

• Critérios para definição do Grau de Impacto e a discricionariedade técnica do órgão

licenciador.

• Recurso contra o cálculo: efeitos práticos e aplicabilidade jurídica.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Compensação ambiental

• Temas Atuais

• Processos desordenados e sem previsibilidade (e.g. compensações ambientais sendo

cobradas anos após o encerramento de campanhas exploratórias).

• Conflitos entre órgãos gestores de UCs e órgão licenciador: descompasso no

relacionamento governamental.

• Discussão sobre aplicabilidade de SELIC vs. IPCA.

• Questionamento do Ministério Público quanto à efetividade das obrigações (e.g.cumprimento dos TCCAs).

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Recomendações Práticas

• O licenciamento ambiental, apesar de ser um processo eminentementetécnico, deve ser acompanhado também do ponto de vista jurídico:

Revisão de estudos ambientais, evitando deficiências do ponto de vistanormativo

Mitigação dos riscos de judicialização

Monitoramento de riscos de autuação e preparação preventiva para defesa

Evitar perda de oportunidades de recursos (ex. cálculo de compensaçãoambiental) ou de pedidos de reconsideração (ex. estudos inexigíveis do pontode vista legal)

De modo geral: auxiliar o órgão ambiental a fazer seu próprio trabalho, demaneira que o processo tenha a maior segurança jurídica possível para evitar /mitigar impactos de futuros questionamentos do MP

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Recomendações Práticas

• Audiência pública etapa crítica do licenciamento ambiental

Tal como as demais etapas do processo, é imprescindível o acompanhamentodo ponto de vista jurídico

Realização de simulados e treinamentos prévios

Mapeamento e realização de background check de stakeholders,notadamente membros do Ministério Público e de organizações não-governamentais

Monitoramento de veículos de comunicação

Em casos de alta sensibilidade, monitoramento de eventuais medidasjudiciais objetivando suspensão da audiência / do processo

Observância dos ritos da audiência conforme prescrições normativas:novamente, auxiliar o órgão ambiental a fazer seu próprio trabalho

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Fraturamento Hidráulico

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Principais Impactos

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Impactos

Gerenciamento do Flowback

Intenso uso dos Recursos

Hídricos

Disposição dos efluentes produzidos e

da lama

Abalos Sísmicos

Emissões de Carbono e

Metano

Qualidade do ar

Risco para a potabilidade

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Fonte: Reuters Graphic

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Reservas Globais de Gás de Folhelho

Em trilhões de metros cúbicos

35

Reservatórios no Brasil

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Bacias com Potencial paraGás de Xisto

Fonte: ANP e MME

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Resolução ANP 21/2014

• Necessária a aprovação prévia para a realização da operação com 60 dias deantecedência.

• Divulgação dos compostos químicos utilizados na fórmula a ser injetada.

• Vinculação da autorização da ANP à validade do licenciamento ambiental realizadopelo órgão competente.

• Escopo mais relacionado à utilização dos produtos e enfoque regulatório.

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Contencioso (12ª Rodada)

• Seis ACPs ajuizadas em face dos Concessionários (Operadores e Não-Operadores)visando a suspensão dos efeitos da 12ª Rodada nos Estados do PI, AC, SE, PA, SP eBA até a elaboração da AAAS e da existência de Resolução CONAMAespecífica para a atividade. 1 Sentença e 5 Liminares favoráveis ao MPF já proferidas.

• ANP: “AAAS não é o meio adequado para conferir segurança à exploração porfraturamento hidráulico”, sendo aplicável à aptidão de áreas.

• MPF: “AAAS não garante a absoluta segurança da exploração de recursos nãoconvencionais, mas resultará em maior segurança ambiental para as áreas suscetíveisaos efeitos das atividades de E&P desse tipo de gás”.

• Impasse interpretativo sobre instrumentos do licenciamento ambiental.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Descomissionamento na Indústria do Petróleo

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Características

• Etapa crítica em virtude de pouco interesse econômico envolvido.

• Custos adicionais e ocasionalmente imprevistos. Descomissionamento podesuperar as receitas de exploração e produção.

• Regime da responsabilidade civil ambiental e da reparação integral do meioambiente. Status quo ante.

• Recolhimento de linhas, dutos e estruturas fixas. Remoção total de substâncias emateriais potencialmente poluentes (óleos e combustíveis, asbestos, PCBs, tintas anti-incrustantes, cantos vivos, entre tantos outros).

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Manutenção de Estruturas

• Matéria The Economist, 14/06/2014. Reefer madness: Turning oil rigs into reefssaves money and marine life. Yet many greens oppose it

• Gastos em energia e recursos para remoção são significativos.

• “More than 490 platforms in American waters have become reefs in the pastthree decades. The federal Bureau of Safety and Environmental Enforcement urgesstates to issue reefing permits”.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

41Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Legislação Aplicável

• Ausência e necessidade de legislação sobre questões ambientais, sociais e políticasenvolvidas.

• Instrução Normativa IBAMA nº 22/2009: apresentação de Plano Logístico de Descomissionamentoao IBAMA.

• Resolução ANP nº 27/2006, Anexo Único, Item 4.7: “Se a remoção de uma Instalação deProdução não for recomendada por razões de segurança ou de proteção ambiental, conformejustificativa técnica ou conforme determinado pelo órgão ao qual compete o controle ambiental na áreae, quando couber, pela Autoridade Marítima, as instalações deverão estar livres de produtos quepossam causar poluição ou trazer riscos à saúde humana”

• Próximos passos?• Construção de legislação aplicável (ANP, IBAMA e demais stakeholders) com contribuição da indústria.

• Interface ANP x IBAMA

• Questionamentos (Ministério Público)

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Fiscalização:Órgãos Ambientais

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Fiscalização: Órgãos Ambientais

• Levantamento de autuações administrativas em face de Operadores.

• 227 autuações identificadas em face de Operadores entre os anos de 2010-2017.Total: R$ 236 milhões.

• Diversas autuações não identificadas nos registros do IBAMA. Órgãos estaduais compouca informação disponibilizada.

• Levantamento geral IBAMA (TRF-1): 70% das autuações do órgão são revertidasou reduzidas no Poder Judiciário.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Recomendações – Por quê defender?

• Autos de infração: sempre apresentar defesas e recursos,independentemente do valor da multa.

O pagamento da multa pode ser utilizado como argumento para caracterizar oreconhecimento da infração consequências negativas nas demais esferas de

responsabilização

Pagar a multa não encerra o processo: IBAMA prossegue com instruçãosimplificada, sendo possível, inclusive, que a multa seja majorada mesmo após opagamento

O longo lapso temporal comumente observado na tramitação de processosadministrativos federais abre a possibilidade de prescrição intercorrente

Enquanto perdurar o processo administrativo, eventual majoração por reincidência deauto de infração posterior será sempre passível de questionamento

Mesmo em casos em que a infração seja evidente, há sempre a possibilidade, porexemplo, de redução da multa ou sua conversão

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Margem Equatorial (Oportunidades e Desafios)

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Características

• “Fronteira exploratória” em virtude da baixa quantidade de dados e doconhecimento geológico insuficiente.

• Riscos associados à proximidade dos blocos com áreas ambientalmente sensíveis:– Recifes de 9,5 mil km², uma área 20% maior que a região metropolitana de São Paulo.

– Maior área de manguezal do mundo, localizada entre o Pará e Maranhão.

– Habitats endêmicos à reprodução e rota migratória de diversas espécies sob risco de extinção, comotartarugas e peixes-boi marinhos.

– Águas agitadas e fortes correntezas na direção do Caribe e Guiana Francesa elevam o desafio da exploraçãodestas Bacias. PEI (mitigação do risco ambiental, mas também evitar conflitos internacionais).

• Laboratório de Ensaio: Portaria 422/2011.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Margem Equatorial – Bacias e Operadores

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

49Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Margem Equatorial – Viabilidade Econômica

• Os altos custos levam os operadores da Margem Equatorial a optarem por estudoscompartilhados.

• Exemplo: acordo entre Petrobras e Total para realização de estudos conjuntos nas áreas exploratóriasda Margem Equatorial. “Estudos conjuntos nas áreas exploratórias da Margem Equatorial e na área sulda Bacia de Santos, aproveitando a sinergia existente entre as duas companhias, já que cada umadetém destacado conhecimento geológico nas bacias petrolíferas situadas nas duas margens doAtlântico” (Fonte: http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/avancamos-na-alianca-estrategica-com-a-total-com-a-assinatura-de-novos-acordos.htm, Dez/2016)

• Estudo Ambiental de Caráter Regional compartilhado por três Operadores (FZA-M-59, FZA-M-57, FZA-M-86, FZA-M-88, FZA-M-125, FZA-M-127 e FZA-M-90) – BP, Total e Queiroz Galvão. Escopo: avaliaçãoconjunta de meio físico, biótico e socioeconômico.

• Aproximadamente 30 processos de licenciamento ambiental (fase exploratória) e 38processos para levantamento de dados sísmicos em andamento.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

Conclusões

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Conclusões

• Licenciamento ambiental visto como empecilho para desenvolvimento.

• DILIC vs. CGPEG

• Uma possível solução: criação de Banco de Dados

• PL 3.729/2004, Artigo 8º

• § 1º As condicionantes ambientais devem ser acompanhadas de fundamentação técnica porparte da autoridade licenciadora, que aponte a relação com os impactos ambientais da atividade ouempreendimento identificados no processo de licenciamento ambiental.

• § 2º Empreendimentos ou atividades com áreas de influência sobrepostas total ouparcialmente podem, a critério da autoridade licenciadora, ter as condicionantes ambientaisexecutadas de forma integrada.

• § 3º As condicionantes estabelecidas na forma do caput não poderão obrigar o empreendedor apraticar atos exclusivos do poder público”.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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Conclusões

• Regulamentação pendente: fracking e descomissionamento.

• AAAS (14ª Rodada Exploratória e 2ª e 3ª Rodadas Pré-Sal). Atuação do MinistérioPúblico Federal.

• Poder de Polícia dos órgãos ambientais: atuação contínua permanente.

Licenciamento Ambiental na Indústria de Óleo & Gás

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