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Licenciamento Ambiental e Unidades de Conservação Marília Nobre Estação Ecológica Tupinambás 23 de julho de 2015

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Licenciamento Ambiental e

Unidades de Conservação

Marília Nobre Estação Ecológica Tupinambás

23 de julho de 2015

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Legislação Pertinente

• Licenciamento Ambiental

Lei nº 6938/1981;

Resolução Conama nº 001/1986;

Resolução Conama nº 009/1987;

Resolução Conama nº 237/1997;

Lei nº 9985/2000*;

Decreto 4340/2002*;

Resolução Conama nº 428/2010*;

Lei Complementar nº 140/2011;

Decreto 8437/2015.

* também abordam compensação ambiental

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Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6938/1981)

O licenciamento ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente

• Art. 9º São instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente:

IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras.

• Art. 10 A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental (redação dada pela Lei Complementar 140/2011).

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Resolução Conama nº 001/1986

Exigência de EIA/Rima para o licenciamento ambiental de determinadas atividades

• Art. 2º Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental – Rima, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e da Secretaria Especial de Meio Ambiente – SEMA em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:

I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;

III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;

IV - Aeroportos;

V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos;

VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);

IX - Extração de minério;

X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;

XII - Complexo e unidades industriais e agroindustriais.

Não se trata de uma listagem excludente

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Outros tipos de estudos (normas diversas)

• Estudo Ambiental Simplificado: relatório técnico, impactos locais;

• Relatório Ambiental Preliminar: equipe multidisciplinar, avaliação ambiental, alternativas, medidas mitigadoras;

• Relatório de Controle Ambiental;

• Estudo Ambiental de Sísmica;

• Estudo Ambiental de Perfuração;

• Estudo Ambiental de Teste de Longa Duração.

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Resolução Conama nº 001/1986

Conteúdo mínimo do EIA/Rima

• Art. 5º O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais:

II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade;

III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza.

• Art. 6º O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas:

III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas.

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Conceitos

Medidas Mitigadoras*:

• são aquelas destinadas a corrigir impactos negativos ou a reduzir sua magnitude. Podem ser preventivas ou corretivas (recuperação).

Medidas Compensatórias*:

• tomadas pelos responsáveis pela execução de um projeto, destinadas a compensar impactos ambientais que não podem ser evitados ou mitigados.

Compensação Ambiental:

• empreendimentos de significativo impacto ambiental devem apoiar a implantação e manutenção de UC de proteção integral. Proporciona a incorporação dos custos sociais e ambientais da degradação gerada por determinados empreendimentos, em seus custos globais.

* Compõem manifestação do órgão gestor da UC para licenciamento.

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Resolução Conama nº 001/1986

Previsão para realização de Audiência Pública

• Art. 11 Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA será acessível ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos interessados, nos centros de documentação ou bibliotecas da SEMA e do órgão estadual de controle ambiental correspondente, inclusive durante o período de análise técnica.

§ 2º Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental e apresentação do RIMA, o órgão estadual competente ou a SEMA ou, quando couber o Município, determinará o prazo para recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e, sempre que julgar necessário, promoverá a realização de audiência pública para informação sobre o projeto e seus impactos ambientais e discussão do Rima.

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Resolução Conama nº 009/1987

Audiência Pública para empreendimentos com EIA/Rima

• Art. 2º Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministério Público, ou por 50 (cinqüenta) ou mais cidadãos, o Órgão de Meio Ambiente promoverá a realização de audiência pública.

§ 2º No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese do Órgão Estadual não realizá-la, a licença concedida não terá validade.

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Resolução Conama nº 237/1997

Definição de licença e previsão do estabelecimento de condições

• Art. 1º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:

II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental;

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Resolução Conama nº 237/1997

Obrigatoriedade do licenciamento ambiental para determinadas atividades

• Art. 2º A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.

§ 1º Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as atividades relacionadas no Anexo 1, parte integrante desta Resolução;

§ 2º Caberá ao órgão ambiental competente definir os critérios de exigibilidade, o detalhamento e a complementação do Anexo 1, levando em consideração as especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras características do empreendimento ou atividade.

Complementação do Anexo 1: novas tecnologias, casos omissos.

Não se trata de uma listagem excludente

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Resolução Conama nº 237/1997

Obrigatoriedade do EIA/Rima para atividades efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação

• Art. 3º A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/Rima), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação.

Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento.

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Resolução Conama nº 237/1997

• Art. 8º O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças.

I - Licença Prévia (LP) – válida por até 5 anos: aprova a localização e a concepção e atesta a viabilidade ambiental do empreendimento ou atividade;

II - Licença de Instalação (LI) – válida por até 6 anos: autoriza o início das obras, concorda com as especificações dos planos, programas e projetos apresentados, estabelece medidas de controle ambiental, fixa medidas mitigadoras para a fase de instalação;

III - Licença de Operação (LO) – válida de 4 a 10 anos: é concedida após verificação do cumprimento das condicionantes das licenças anteriores, contém medidas mitigadoras à operação.

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Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei nº 9985/2000)

Compensação Ambiental: obrigatoriedade de empreendimentos de significativo impacto, assim considerados pelo órgão licenciador, apoiarem a implantação e manutenção de UC

de PI

• Art. 36 Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/Rima, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.

§ 1º O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento (modificado pelo Decreto nº 6848/2009).

Órgão licenciador calcula o Grau de Impacto (0 – 0,5%), ficando estabelecido o valor da compensação

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Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei nº 9985/2000)

§ 2º Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA/Rima e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação;

§ 3º Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste artigo.

Não existe % mínimo para ser destinado às UCs afetadas

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Decreto 4340/2002

• Art. 10 Compete ao conselho de cada mosaico:

IV - propor diretrizes e ações para compatibilizar, integrar e otimizar:

a) as atividades desenvolvidas em cada unidade de conservação, tendo em vista, especialmente:

6. a alocação de recursos advindos da compensação referente ao licenciamento ambiental de empreendimentos com significativo impacto ambiental;

IV - manifestar-se, quando provocado por órgão executor, por conselho de unidade de conservação ou por outro órgão do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama, sobre assunto de interesse para a gestão do mosaico.

• Art. 20 Compete ao conselho de unidade de conservação:

VIII - manifestar-se sobre obra ou atividade potencialmente causadora de impacto na unidade de conservação, em sua zona de amortecimento, mosaicos ou corredores ecológicos.

Parecer nº 0785/2012/AGU/PGF/PFE-ICMBio

“(...) a participação do Conselho Deliberativo (Resex), nos termos do art. 20, VIII, do Decreto nº 4340/02, possui o caráter de contribuição, de natureza opinativa, não

vinculante”.

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Resolução Conama nº 428/2010

Reitera a necessidade de Autorização para Licenciamento Ambiental em caso de afetação a

UC ou ZA

• Art. 1º O licenciamento de empreendimentos de significativo impacto ambiental que possam afetar Unidade de Conservação (UC) específica ou sua Zona de Amortecimento (ZA), assim considerados pelo órgão ambiental licenciador, com fundamento em Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), só poderá ser concedido após autorização do órgão responsável pela administração da UC ou, no caso das Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN), pelo órgão responsável pela sua criação;

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Resolução Conama nº 428/2010

Altera entendimento anterior (Conama 13/90 – área circundante) de 10 km para 3 km, para UCs que não possuem ZA regularmente estabelecida, num prazo de 5 anos

§ 2º Durante o prazo de 5 anos, contados a partir da publicação desta Resolução, o licenciamento de empreendimento de significativo impacto ambiental, localizados numa faixa de 3 mil metros a partir do limite da UC, cuja ZA não esteja estabelecida, sujeitar-se-á ao procedimento previsto no caput, com exceção de RPPNs, Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e Áreas Urbanas Consolidadas.

Duas necessidades de autorização: geográfica e de afetação (nexo causal)

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Resolução Conama nº 428/2010

O órgão licenciador deve solicitar a autorização antes da emissão da LP. Também deverá haver consulta na fase de TR

• Art. 2º A autorização de que trata esta Resolução deverá ser solicitada pelo órgão ambiental licenciador, antes da emissão da primeira licença prevista, ao órgão responsável pela administração da UC que se manifestará conclusivamente após avaliação dos estudos ambientais exigidos dentro do procedimento de licenciamento ambiental, no prazo de até 60 dias, a partir do recebimento da solicitação.

§2º O órgão ambiental licenciador deverá, antes de emitir os termos de referência do EIA/RIMA, consultar formalmente o órgão responsável pela administração da UC quanto à necessidade e ao conteúdo exigido de estudos específicos relativos a impactos do empreendimento na UC e na respectiva ZA, o qual se manifestará no prazo máximo de 15 dias úteis, contados do recebimento da consulta.

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Resolução Conama nº 428/2010

A análise das UCs deve estar restrita à avaliação dos impactos na UC ou em sua ZA e aos objetivos de sua criação, observando seu PM

§3º Os estudos específicos a serem solicitados deverão ser restritos à avaliação dos impactos do empreendimento na UC ou sua ZA e aos objetivos de sua criação.

• Art. 3º O órgão responsável pela administração da UC decidirá, de forma motivada:

I - pela emissão da autorização;

II - pela exigência de estudos complementares, desde que previstos no termo de referência;

III - pela incompatibilidade da alternativa apresentada para o empreendimento com a UC;

IV - pelo indeferimento da solicitação.

§1º A autorização integra o processo de licenciamento ambiental e especificará, caso necessário, as condições técnicas que deverão ser consideradas nas licenças.

As licenças incorporam total ou parcialmente (justificado) as condições das autorizações

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Resolução Conama nº 428/2010

Casos de ciência

• Art. 5º Nos processos de licenciamento ambiental de empreendimentos não sujeitos a EIA/Rima o órgão ambiental licenciador deverá dar ciência ao órgão responsável pela administração da UC, quando o empreendimento:

I - puder causar impacto direto em UC;

II - estiver localizado na sua ZA;

III - estiver localizado no limite de até 2 mil metros da UC, cuja ZA não tenha sido estabelecida no prazo de até 5 anos a partir da data da publicação desta Resolução.

§ 2º Nos casos das Áreas Urbanas Consolidadas, das APAs e RPPNs, não se aplicará o disposto no inciso III.

§ 3º Nos casos de RPPN, o órgão licenciador deverá dar ciência ao órgão responsável pela sua criação e ao proprietário.

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Lei Complementar nº 140/2011

Estabelece as competências da União, estados e municípios relativas à proteção do meio ambiente e ao combate à poluição em qualquer de suas formas

• Art. 7º São ações administrativas da União:

XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:

h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento (estabelecida pelo Decreto 8437/2015).

• Art. 12 Para fins de licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, e para autorização de supressão e manejo de vegetação, o critério do ente federativo instituidor da unidade de conservação não será aplicado às Áreas de Proteção Ambiental (APAs).

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Fluxo de Licenciamento Empreendimento de Significativo Impacto Ambiental

Empreendedor preenche Ficha de Caracterização da

Atividade

Licenciador encaminha minuta de TR aos órgãos

gestores das UCs potencialmente afetadas

Empreendedor elabora estudos

ambientais

Licenciador emite TR

Licenciador encaminha os estudos ambientais aos órgãos gestores das UCs

UCs enviam contribuições ao TR

UCs emitem manifestação*

sobre o licenciamento

Licenciador emite LP,

constando GI (informa ao

CCAF)

Licenciador emite LI,

constando valor da compensação

ambiental (informa ao

CCAF)

Licenciador emite LO

Esec Tupinambás

(12) 3892-4427

[email protected]