licenciamento ambiental e licenciamento ambiental federal ... · os tipos gasosos (reservatório na...
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Aula 06
Licenciamento Ambiental e Licenciamento Ambiental Federal p/ IBAMA (AnalistaAmbiental)
Professor: Rosenval Jnior
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AULA 06
SUMRIO PGINA
Ciclos Biogeoqumicos 2
Recuperao de reas Degradadas 16
Lista com 50 questes 61
Gabarito 75
Aula 06
Ciclos do carbono, nitrognio, enxofre. Recuperao de reas
degradadas (conceitos, mtodos e tcnicas).
Ol, caros alunos e futuros Analistas Ambientais do IBAMA!
O ltimo edital especificou os ciclos do carbono, nitrognio e do
enxofre. Ainda assim, inclu os ciclos da gua, do oxignio e do fsforo.
Quem desejar pode estudar somente o que est expresso no edital, sem
problemas. Eu preferi entregar uma aula mais completa para vocs!
Abraos e bons estudos!
Rosenval
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Ciclos Biogeoqumicos
Um ciclo biogeoqumico pode ser entendido como o movimento ou
ciclo de um elemento qumico atravs da atmosfera, hidrosfera, litosfera e
biosfera da terra. Esto intimamente relacionados com os processos
geolgicos, hidrolgicos e biolgicos.
Podemos classificar os ciclos em:
Gasosos: o depsito est na atmosfera.
Oxignio
Nitrognio
Sedimentares: o depsito est na crosta terrestre.
Fsforo
Mistos: ambos os compartimentos (sedimentares e atmosfricos).
Ciclo da gua: Os depsitos so: mar, rios, lagos, geleiras e os
lenis subterrneos.
Enxofre: O maior reservatrio so as rochas e sedimentos.
Carbono: Grande reservatrio est na hidrosfera, na forma de gs
carbnico. Embora tambm esteja presente na atmosfera. A maior
parte do carbono da biosfera encontra-se sob a forma de
carbonatos dissolvidos nas guas dos mares profundos, alm de
sedimentos marinhos.
De acordo com a classificao de ODUM, do ponto de vista da
biosfera, os ciclos biogeoqumicos classificam-se em dois grupos bsicos:
os tipos gasosos (reservatrio na atmosfera ou na hidrosfera) e os tipos
sedimentares (reservatrio na crosta terrestre).
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Ciclo da gua
A gua (H2O) o composto mais abundante da terra, sendo que
do planeta coberto por ela. Sua importncia se deve principalmente
relao mantida com a manuteno da vida no planeta.
A gua um composto que pode ser encontrado naturalmente em
nosso planeta sob os trs estados bsicos da matria que so na forma:
slida (geleiras);
gasosa (vapores na atmosfera); e
lquida (presentes nos rios, lagos, mares, etc.).
Etapas do Ciclo da gua
Precipitao: gua que cai sobre o solo ou sobre um corpo dgua,
correspondendo entrada de gua em uma bacia hidrogrfica.
Deteno: parte da precipitao fica retida na vegetao,
depresses do terreno e construes. Essa massa de gua retorna
atmosfera pela ao da evaporao ou penetra no solo pela
infiltrao.
Escoamento Superficial: constitudo pela gua que escoa sobre o
solo, fluindo para locais de altitudes inferiores, at atingir um
corpo dgua como um rio, lago ou oceano. A gua que compe o
escoamento pode tambm sofrer infiltrao, ficar retida ou sofrer
evaporao.
Infiltrao: a gua infiltrada pode sofrer evaporao, ser utilizada
pela vegetao ou alimentar o lenol de gua subterrneo.
Escoamento Subterrneo: constitudo por parte da gua
infiltrada na camada superior do solo, sendo bem mais lento que o
escoamento superficial. Parte desse escoamento alimenta os rios e
os lagos, alm de ser responsvel pela manuteno desses corpos
durante pocas de estiagem.
Percolao: Infiltrao da gua pelo lenol fretico.
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Transpirao: parte da gua existente no solo que utilizada
pela vegetao e eliminada pelas folhas na forma de vapor.
Evaporao: em qualquer das fases descritas anteriormente, a
gua pode voltar atmosfera na forma de vapor, reiniciando o ciclo
hidrolgico.
Ciclo do Carbono
O carbono o principal elemento da matria orgnica e est
presente na atmosfera em diversos compostos, como por exemplo, no
gs carbnico (CO2); monxido de carbono (CO) e metano (CH4).
Nos organismos vivos, o carbono compe as molculas de protenas.
Etapas do Ciclo do Carbono
O carbono presente na atmosfera (CO2 livre) incorporado
matria orgnica pelas plantas e algas, atravs da fotossntese;
Das plantas o carbono pode passar para os animais, pela ingesto
de plantas e algas e pela ingesto de animais herbvoros por
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carnvoros;
O carbono retorna atmosfera, na forma de CO2, atravs da
respirao dos organismos. O processo de combusto de petrleo e
carvo tambm promove a emisso de CO2 de na atmosfera;
Ainda, a ao dos organismos decompositores tambm libera CO2
na atmosfera.
Ciclo do Oxignio
O oxignio se distribui em trs reservatrios: a atmosfera, a
biosfera e a litosfera.
Na atmosfera, o oxignio pode ser encontrado sob vrias formas,
seja como oxignio molecular (O2) ou em composio com outros
elementos (CO2, NO2, SO2, etc.).
O ciclo de transformaes do oxignio por estes reservatrios
constitui o chamado ciclo do oxignio que mantido por processos
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biolgicos, fsicos, geolgicos e hidrolgicos.
A principal forma de produo do oxignio a fotossntese
realizada por todas as plantas clorofiladas e algumas algas. A fotossntese
um processo pela qual as plantas transformam gua e gs carbnico na
presena de luz e clorofila em compostos orgnicos utilizados na sua
nutrio e libera o oxignio como consequncia dessa reao.
Etapas do ciclo do oxignio:
O oxignio presente na atmosfera utilizado no processo de
respirao dos seres vivos (animais e vegetais), e tambm como
combustvel (alimentando o fogo).
Tanto a respirao quanto o processo de combusto, convertem o
O2 em CO ou CO2, que volta atmosfera;
Atravs do processo de fotossntese (onde a planta absorve o gs
carbnico na presena de luz, gua e clorofila) a planta produz seu
alimento e libera o O2 novamente para a atmosfera.
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Ciclo do Nitrognio
O ciclo do nitrognio tambm conhecido como ciclo do azoto
um dos mais importantes e complexos, sendo um processo pelo qual o
nitrognio circula atravs das plantas e do solo pela ao de organismos
vivos.
Esses organismos utilizam nitrognio para a produo de molculas
complexas como aminocidos, protenas e cidos nucleicos, necessrias
ao seu desenvolvimento.
O principal repositrio de nitrognio a atmosfera, a qual
apresenta aproximadamente 78% de nitrognio, onde pode ser
encontrado na forma gasosa (N2). Outros repositrios consistem em
matria orgnica nos solos e oceanos.
Apesar de extremamente abundante na atmosfera o nitrognio
frequentemente o nutriente limitante do crescimento das plantas. Isto
acontece porque as plantas apenas conseguem usar o nitrognio sob trs
formas slidas: on de amnio (NH4+), on de nitrito (NO2-) e on de
nitrato (NO3-), cuja existncia no to abundante.
Estes compostos so obtidos atravs de vrios processos tais como
a fixao e nitrificao. A maioria das plantas obtm o nitrognio
necessrio ao seu crescimento atravs do nitrato, uma vez que o on de
amnio lhes txico em grandes concentraes.
Os animais recebem o nitrognio que necessitam atravs das
plantas e de outra matria orgnica, tal como outros animais (vivos ou
mortos).
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Processos do Ciclo do Nitrognio
Processo da Fixao
O processo de fixao pode ocorrer de vrios tipos, basicamente a
fixao o processo pelo qual o nitrognio capturado da atmosfera em
estado gasoso (N2) e convertido em formas teis para outros processos
qumicos, tais como os ons de amonia (NH4+), nitrato (NO3-) e nitrito
(NO2-). Esta converso pode ocorrer atravs de vrias formas, que
iremos estudar a seguir:
Fixao biolgica (biofixao)
Algumas bactrias tm a capacidade de capturar molculas de
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nitrognio (N2) e convert-las em componentes teis para outros seres
vivos.
Aqui ns temos a atuao de bactrias fixadoras de nitrognio, que
podem ser simbiontes ou de vida livre (assimbiontes).
Entre as simbiontes, h bactrias do gnero Rhizobium,
Bradyrhizobium, que estabelecem uma relao de simbiose com
algumas espcies de plantas (leguminosas). A simbiose
estabelecida atravs do consumo de ons de amnia por parte das
plantas.
H tambm cianobactrias simbiticas que podem fixar
nitrognio, destaque para Anabaena + associao com Pteridfita
aqutica do genro Azolla. H tambm o gnero Nostoc. Outra
possibilidade de fixao de nitrognio ocorre em cana-de-acar com a
bactria Acetobacter.
O fator chave da biofixao a enzima nitrogenase, que catalisa a
diviso do N2.
Pessoal, sem dvida, a associao entre a bactria Rhizobium e
plantas leguminosas o processo de fixao biolgica mais cobrado nas
provas de concursos.
Fixao atmosfrica
A fixao atmosfrica ocorre atravs dos relmpagos, cuja
elevada energia separa as molculas de nitrognio e permite que os seus
tomos se liguem com molculas de oxignio existentes no ar formando
monxido de nitrognio (NO). Este posteriormente dissolvido na gua
da chuva e depositado no solo.
Fixao industrial
Atravs de processos industriais (processo de Haber-Bosch)
possvel produzir NH3 a partir de nitrognio (N2) e hidrognio (H2). O
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amonaco produzido principalmente para uso como fertilizante.
Processo da Amonificao ou Mineralizao
Atravs da amonificao a matria orgnica morta (submetida ao
processo de decomposio) transformada NH4+ por intermdio de
bactrias aerbicas, anaerbicas e alguns fungos.
Processo de Nitrificao
A nitrificao ou oxidao do on de amnia um processo que
produz nitritos (NO2-) e nitratos (NO3-) a partir do NH4+. Este processo
desenvolvido devido ao de bactrias nitrificantes em dois passos:
numa primeira fase o NH4+ convertido em nitritos (NO2-) e numa
segunda fase (atravs de outro tipo de bactrias nitrificantes) os nitritos
so convertidos em nitratos (NO3-), que esto prontos para serem
assimilados pelas plantas.
Processo da Assimilao
No processo de assimilao, os nitratos (NO3-) formados pela
segunda fase do processo de nitrificao so absorvidos pelas plantas e
transformados em compostos carbonados para produzir aminocidos e
outros compostos orgnicos de nitrognio.
Processo de Desnitrificao
O processo de desnitrificao ocorre paralelamente ao de
Assimilao, porm por outra via. Como na assimilao, os nitratos
(NO3-) so absorvidos pela planta, j na desnitrificao o processo
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onde o nitrognio volta atmosfera sob a forma de gs quase inerte
(N2).
Este processo ocorre atravs de algumas espcies de bactrias
(Pseudomonas sp. e Clostridium sp.) em ambiente anaerbico. Estas
bactrias utilizam nitratos alternativamente ao oxignio como forma de
respirao e libertam nitrognio em estado gasoso (N2).
Resumindo os principais pontos sobre o ciclo do nitrognio:
Fixao
biolgica
N2 em NH3 Rhizobium, Nostoc,
Frankia
Amonizao
(Mineralizao)
N orgnico em NH4 Bactrias e alguns
fungos
Nitrosao NH4 em NO2 (nitrito) Nitrosomonas
Nitratao NO2 (nitrito) em NO3
(nitrato)
Nitrobacter
Desnitrificao NO3 em N2 Pseudomonas
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Ciclo do Fsforo
O fsforo um elemento qumico importante na composio de
molculas fundamentais do metabolismo celular, como fosfolipdios,
coenzimas e cidos nucleicos. Alm disso, um nutriente limitante do
crescimento de plantas.
Os grandes reservatrios de fsforo so as rochas e outros
depsitos formados durante as eras geolgicas. Esses
reservatrios, devido ao intemperismo, pouco a pouco fornecem o fsforo
para os ecossistemas, que absorvido pelos vegetais e posteriormente
transferido aos animais superiores e, por consequncia, ao homem, via
cadeia alimentar.
Parte do fosfato proveniente da eroso das rochas escapa para o
mar (sedimentos rasos e profundos).
Uma situao interessante no que diz respeito ao ciclo do fsforo
o importante papel desempenhado pelas aves marinhas na restituio do
fsforo marinho para o ambiente terrestre, pois ao se alimentarem de
peixes marinhos e excretarem em terra firme, trazem o fsforo de volta
ao ambiente terrestre. Pesquisas desenvolvidas em Ilhas prximas ao
Peru, cobertas de guano (excremento das aves), mostram o quanto as
aves so importantes para a manuteno do ciclo.
O uso mais comum para o fsforo como fertilizante. Ele um dos
componentes principais do tipo de fertilizante mais utilizado, o fertilizante
base de NPK, uma vez que a quantidade de fsforo disponvel muito
baixa e esse elemento fator limitante da produo biolgica.
A eutrofizao das guas, caracterizada pelo aumento
desequilibrado da produo primria, muitas vezes causada pelo aporte
externo de fsforo, proveniente de efluentes urbanos, industriais e
agrcolas.
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Ciclo do fsforo
Ciclo do Enxofre
Compostos contendo enxofre so emanados de vrias formas: Nas
emisses vulcnicas, nas rochas sulforosas, de origem biognica (tanto
oriundas dos oceanos quanto do meio terrestre, e tambm, devido a
emisses de combustveis fsseis).
A gua das chuvas um agente de extrema importncia no ciclo do
enxofre, pois ela proporciona a deposio desta substncia de volta
superfcie terrestre. H tambm o enxofre presente nas rochas (expostos
devido ao processo erosivo), que so dissolvidos na gua da chuva.
As plantas ou animais mortos sofrem a ao de microrganismos
que decompe os aminocidos (origem biognica) que contm enxofre
presentes em seus corpos.
A principal perturbao humana no ciclo global do enxofre a
liberao de dixido de enxofre (SO2) para a atmosfera como resultado
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da queima de carvo e leo contendo enxofre.
O gs SO2 prejudica a respirao nos humanos em elevadas
concentraes, e moderadamente txico para as plantas.
O SO2 tem importncia na formao da chuva cida ao combinar
com as gotculas de gua formando cido sulfrico (H2SO4).
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Referncias
ARAUJO, G. H. S.; ALMEIDA, J. B.; GUERRA, A. J. T. Gesto Ambiental
de reas Degradadas. Bertrand Editora. 2005. 320 p.
BAIRD, C. Qumica Ambiental. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
622p.
BRAGA, B. et. al. Introduo Engenharia Ambiental. So. Paulo :
Prentice Hall - 2 edio. 2005. 318 p.
BERTONI, J.; NET, F. L. Conservao do Solo. Ed. cone. 6 ed. 355 p.
MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e bioqumica do
solo. UFLA, 2002. 625 p.
ODUM, E. P. Ecologia. Editora Guanabara. 434 p.
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Recuperao de reas Degradadas
Conceitos de rea degradada x rea perturbada
A degradao de uma rea ocorre quando a vegetao nativa e
a fauna forem destrudas, removidas ou expulsas; a camada frtil do
solo for perdida e a qualidade e o regime de vazo do sistema hdrico
forem alterados. A degradao ambiental ocorre quando h perda de
adaptao s caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas e inviabilizado
o desenvolvimento socioeconmico.
Os principais fatores de degradao dos solos so:
1) Desmatamento ou remoo da vegetao natural para fins de
agricultura, florestas comerciais, construo de estradas e urbanizao;
2) Super-pastejo da vegetao;
3) Atividades agrcolas, incluindo ampla variedade de prticas agrcolas,
como o uso insuficiente ou excessivo de fertilizantes, uso de gua de
irrigao de baixa qualidade, uso inapropriado de mquinas agrcolas e
ausncia de prticas conservacionistas de solo;
4) Explorao intensiva da vegetao; e
5) Atividades industriais ou bioindustriais que causam poluio do solo.
rea degradada aquela que sofreu, em algum grau,
perturbaes em sua integridade, sejam elas de natureza fsica, qumica
ou biolgica.
O pesquisador Kageyama em seus trabalhos faz uma distino entre
reas degradadas e reas perturbadas.
Para o autor, reas degradadas so pores de terrenos que
sofreram distrbios e que aps estes fenmenos tiveram perda de
vegetao e dos meios biticos como banco de sementes, banco de
plntulas, chuvas de semente e rebrotas, apresentando baixa capacidade
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de resilincia, isto , de voltar ao seu estado anterior, necessitando para
tanto de interveno antrpica.
J a rea perturbada a frao que sofreu menores perturbaes
e no perdeu a capacidade de auto-regenerao ou resilincia.
Eroso
o processo de desprendimento e arraste das partculas do
solo causado pela gua e pelo vento.
Nas regies tropicais, o principal agente da eroso a ao da
chuva, principalmente, das chuvas torrenciais.
A eroso se desenvolve e evolui a partir da exposio dos solos,
quase sempre provocada pelo desmatamento, com o impacto direto das
chuvas, que promove a desagregao de suas partculas.
Etapas da Eroso Hdrica:
1 - Escoamento superficial: promove o arraste das partculas de solo
liberadas e, pela ao da enxurrada, a desagregao e arraste de novas
partculas.
2 - Eroso laminar: produto do escoamento superficial difuso da gua
da chuva sobre os solos desprotegidos. A eroso se processa como uma
lmina agindo sobre toda a superfcie agrcola, removendo as camadas
mais superficiais e expostas dos solos.
3 - Eroso em sulcos ou ravinar: aparece, tanto como uma evoluo
da eroso laminar, quanto pelo revolvimento e exposio dos horizontes B
e C dos solos.
4 - Voorocas: trata-se da evoluo da etapa anterior, quando, pela
ao das guas pluviais, uma ravina se aprofunda at atingir o lenol
fretico, perenizando-a. uma forma avanada de eroso.
5 - Deslocamento e escorregamentos de massas de solo:
geralmente so ocasionados por cortes feitos nas bases dos morros
bastante inclinados.
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Conceitos de recuperao x restaurao
De acordo com o art. 2 da Lei 6.938/81, a Poltica Nacional do
Meio Ambiente tem por objetivo a preservao, melhoria e recuperao
da qualidade ambiental propcia vida, visando assegurar, no Pas,
condies ao desenvolvimento socioeconmico, aos interesses da
segurana nacional e proteo da dignidade da vida humana, atendidos
entre diversos princpios, a recuperao de reas degradadas.
Consoante o Decreto 97.632/89, os empreendimentos que se
destinam explorao de recursos minerais devero, quando da
apresentao do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do
Relatrio do Impacto Ambiental - RIMA, submeter aprovao do
rgo ambiental competente, plano de recuperao de rea
degradada (PRAD).
De acordo com o referido decreto, so considerados como
degradao os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos
quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais
como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais. A
norma ainda estabelece que a recuperao dever ter por objetivo o
retorno do stio degradado a uma forma de utilizao, de acordo com um
plano preestabelecido para o uso do solo, visando a obteno de uma
estabilidade do meio ambiente.
A recuperao de uma dada rea degradada deve ter como
objetivos recuperar sua integridade fsica, qumica e biolgica (estrutura),
e, ao mesmo tempo, recuperar sua capacidade produtiva (funo), seja
na produo de alimentos e matrias-primas ou na prestao de servios
ambientais. Nesse sentido, de acordo com a natureza e a severidade da
degradao, bem como do esforo necessrio para a reverso deste
estado, podem ser considerados os seguintes casos:
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Recuperao: restituio de um ecossistema ou de uma populao
silvestre degradada a uma condio no degradada, que pode ser
diferente de sua condio original.
Restaurao: restituio de um ecossistema ou de uma populao
silvestre degradada o mais prximo possvel da sua condio
original.
Assim, a recuperao o retorno do stio degradado a uma forma
de utilizao, de acordo com um plano pr-estabelecido para o uso do
solo, visando obteno de uma estabilidade do meio ambiente. a
reverso de uma condio degradada para uma condio no degradada,
independentemente de seu estado original e de sua destinao futura.
J restaurao implica o retorno o mais prximo possvel ao
estado original da rea, antes da degradao. Por esse motivo, esse
termo no muito utilizado. Pois o retorno ao estado original de todos os
aspectos relacionados como topografia, vegetao, fauna, solo, hidrologia
seria um objetivo praticamente inatingvel.
Modelos e Tcnicas de Recuperao de reas
H diversos modelos de recuperao que podem ser empregados
para promover a recuperao de reas com a formao de floresta de
proteo o mais semelhante possvel da que existia antes da degradao.
A escolha do modelo mais adequado para a recuperao depende
de uma srie de fatores como informaes sobre condies ecolgicas da
rea, estado de degradao, aspectos da paisagem regional,
disponibilidade de mudas e de sementes e nvel de conhecimento
ecolgico e silvicultural das espcies a serem utilizadas.
Os modelos de recuperao podem ser agrupados em simples e
complexo.
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Nos modelos simples, poucas espcies e arranjos de espcies so
utilizados e, normalmente, necessitando, muitas vezes, de peridicas
intervenes, o que acaba resultando em custo elevado a longo prazo.
Os modelos complexos procuram imitar a natureza, ou seja,
atravs de conhecimentos ecolgicos busca-se restaurar as funes
ecolgicas, atravs da utilizao de um nmero elevado de espcies,
combinando espcies de diferentes grupos sucessionais.
Estes modelos mais complexos podem, na implantao, ter custos
mais elevados do que os modelos simples, contudo, por resultarem em
ambientes mais heterogneos, nos quais as funes da floresta so
reestabelecidas, tendem a exigir menor interveno e a ser auto-
sustentveis.
Etapas ou fases
O planejamento tem como objetivo produzir o plano operacional,
contemplando as aes necessrias, desde o diagnstico de situao at a
implementao das operaes. A abrangncia e o detalhamento do plano
dependem do tamanho da rea a ser recuperada e do grau de
degradao.
Quanto maior a rea e maior o grau de degradao, maior ser a
necessidade de um plano operacional abrangente, composto basicamente
por:
Inspeo ambiental da rea a ser reabilitada (levantamento
topogrfico, caracterizao da rea, diagnstico florstico e
ambiental);
Documentao fotogrfica dos itens de passivo identificados;
Identificao dos processos de transformao ambiental que
deram origem aos itens de passivo identificados;
Caracterizao ambiental dos itens de passivo e de seus
processos causadores;
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Hierarquizao dos itens de passivo, em termos de sua
representatividade, assim como de seus processos causadores;
Estabelecimento de medidas corretivas e preventivas para
cumprir com as necessidades de reabilitao ambiental da rea;
Oramentao das medidas.
Basicamente as tcnicas de recuperao consistem em
Isolamento da rea;
Retirada dos fatores de degradao;
Implantao. Ex.: plantio de mudas ou semeadura direta.
Regenerao Natural. Ex.: conduo de plantas que colonizam
espontaneamente a rea.
Enriquecimento. Ex.: plantio de espcies no pioneiras.
Nucleao. Ex.: implantao de poleiro, para que aves promovam
a disperso de sementes.
A escolha das espcies vegetais deve levar em considerao,
alm de sua ocorrncia natural, os seguintes aspectos:
Caracterstica quanto exigncia de luminosidade (helifita e
escifita);
Caractersticas quanto exigncia de umidade (xerfita e higrfita);
Adaptao a solos empobrecidos;
Capacidade de fixao de nitrognio;
Plantas com sistema radicular vasto, capazes de conter eroso;
Tipo de disperso (zoocoria, por exemplo);
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Modelos adotados
Modelo de Reflorestamento Homognio
Em determinadas situaes de degradao do solo, como a
presena de sulcos de eroso e de voorocas com relevo
acidentado, pode ser necessrio o plantio puro de uma espcie de rpido
crescimento, que logo proporcione a cobertura do solo e reduza o avano
do processo erosivo.
Nestas condies, so indicadas espcies nativas agressivas,
preferencialmente leguminosas com capacidade de fixao de
nitrognio, como a bracatinga (Mimosa Scabrella). Outra espcie
bastante agressiva, comumente utilizada na revegetao de voorocas,
o bambu de pescar (Phyllostachys sp).
Os espaamentos utilizados neste modelo so muito variveis,
sendo os mais comuns: 3,0x2,0m, 3,0x1,5m, 2,5x2,0m, 2,0x2.0m,
dentre outros.
Uma opo para aumentar a diversidade e restaurar a funo da
mata ciliar a transformao do reflorestamento homogneo em
heterogneo. Aps determinado tempo, suficiente para que a recuperao
e a proteo do solo e dos recursos hdricos sejam atingidas, podem ser
realizadas intervenes, no sentido de aumentar o nmero de espcies.
Algumas tcnicas silviculturais so indicadas como, por exemplo, o
plantio de enriquecimento com espcies tardias. O enriquecimento
pode ser feito atravs de desbastes no povoamento puro e posterior
plantio de espcies nativas nas reas abertas. Os desbastes podem ser
feitos eliminando-se, por exemplo, linhas alternadas do reflorestamento e
substituindo-as por linhas compostas por vrias espcies nativas
regionais.
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Modelo de Ilhas Vegetativas
Quando a rea a ser recuperada muito extensa e se dispe
de pouco recurso financeiro para a sua restaurao, pode-se optar
pela recuperao, atravs de ilhas vegetativas.
O modelo de recuperao em ilhas baseia-se em estudos que
mostram que a vegetao remanescente em uma rea degradada,
representada por pequenos fragmentos ou at mesmo por rvores
isoladas, atua como ncleo de expanso da vegetao, por atrair animais
que participam da disperso de sementes. Assim, a partir das ilhas
vegetativas, a vegetao secundria vai se expandindo e acelerando o
processo de sucesso na rea degradada.
Apesar de ser um modelo de recuperao de baixo custo, a
formao de uma mata ciliar a partir das ilhas de vegetao, tende a ser
um processo lento. Quanto maior o nmero de ilhas e o tamanho das
mesmas, e quanto maior o nmero de espcies implantadas, mais rpida
ser a colonizao das reas ao redor.
Recomenda-se a utilizao de espcies atrativas da fauna como a
crindiva (Trema micrantha), as embabas(Cecropia spp), o tapi
(Alchornea glandulosa), as figueiras (Ficus spp), a pindaba(Xylopia
sericea), dentre outras.
Pssaros e morcegos procuram as rvores das ilhas
vegetativas como poleiro e fonte de alimento, e como se deslocam a
grandes distncias, espalham as sementes ao longo da rea degradada
bem como trazem sementes de outros fragmentos e dispersam na ilha
e nas reas ao redor.
Um modelo que pode ser adotado o plantio de espcies no
pioneiras em ilhas, e espcies pioneiras em rea total. Assim, toda a rea
a ser recuperada receber mudas das espcies pioneiras, mas apenas
algumas reas, as ilhas, recebero mudas de espcies no pioneiras.
Assume-se que as espcies no pioneiras, plantadas nas ilhas, com o
tempo iro colonizar as reas plantadas com pioneiras. Este modelo
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apresenta como vantagem em relao ao plantio completo, ter custo mais
baixo, uma vez que as mudas de pioneiras apresentam custo de produo
menor.
Uma outra forma de implantao de ilhas vegetativas a utilizao
de serapilheira, ou seja, a camada de restos vegetais (folhas,
ramos e material reprodutivo) e de animais, depositada sobre o
solo da floresta. Parte-se do pressuposto que a serapilheira contm
grande parte do banco de sementes de espcies pioneiras, de
nutrientes e de matria orgnica e, desta forma, aps a germinao,
as plntulas encontraro condies mais adequadas para o seu
estabelecimento.
A serapilheira depositada em determinadas reas e espera-se
que, com o tempo, estas reas tornem-se ilhas vegetativas,
desencadeando o processo sucessional na rea ciliar como um todo.
Melhores resultados so obtidos quando a serapilheira for coletada
nas bordas ou em clareiras de floresta secundrias, onde se concentram
as espcies pioneiras, que formam banco de sementes e que estaro mais
aptas a colonizar a rea a ser recuperada.
O custo principal envolvido o transporte da serapilheira at a rea
a ser recuperada. Quando no existem fragmentos de floresta secundria
nas proximidades, o custo se eleva, podendo tornar-se invivel.
A utilizao de serapilheira muito polmica, pois no se deve
degradar uma rea pra recuperar outra. Se a coleta de serapilheira for
muito intensa, a floresta pode ser problemas futuros de regenerao.
Modelo de Plantio ao Acaso
O modelo de recuperao atravs do plantio ao acaso das mudas,
ou seja, sem espaamento definido, se baseia no fato de que a
regenerao natural das espcies arbreas no obedece a nenhum tipo de
espaamento pr-determinado.
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Entretanto, a anlise do padro de distribuio espacial das
espcies arbreas na floresta revela que, apesar de realmente muitas
espcies apresentarem distribuio aleatria, vrias apresentam
distribuio agregada, formando grupos de indivduos. A distribuio
espacial das espcies resulta do tipo de disperso das sementes, dentre
outros fatores. Dessa forma, o simples plantio ao acaso no garante que
as espcies encontraro condies timas para sua sobrevivncia e o seu
crescimento na rea a ser recuperada.
Apesar de ser aleatrio deve-se procurar distribuir as mudas no
campo de uma forma mais regular, evitando-se deixar grandes reas com
solo nu e reas com adensamento de mudas. Recomenda-se, portanto,
manter uma distncia de 3 a 5m entre as covas de plantio.
Este modelo apresenta a dificuldade em se combinar
espcies sombreadoras (pioneiras) com sombreadas (no
pioneiras).
Uma alternativa para este modelo o plantio ao acaso somente de
espcies pioneiras e um segundo plantio aps dois anos, tambm ao
acaso, de espcies no pioneiras. As espcies no pioneiras sero
favorecidas pelo sombreamento propiciado pelas pioneiras, j com dois
anos de plantio.
Modelos Sucessionais
Muitos modelos de recuperao baseiam-se na combinao de
espcies de diferentes grupos ecolgicos ou categorias sucessionais.
Esses modelos partem do princpio de que espcies de incio de
sucesso (pioneiras), intolerantes sombra e de crescimento
rpido, devem fornecer condies ecolgicas, principalmente
sombreamento, favorveis ao desenvolvimento de espcies finais
da sucesso (aquelas que necessitam de sombra, pelo menos na
fase inicial do crescimento).
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Os modelos sucessionais so os que normalmente geram os
melhores resultados em termos de sobrevivncia e de crescimento
das mudas e consequentemente na proteo dos fatores edficos
e hdricos.
Plantio em linha com duas espcies
O modelo de plantio em linhas mais simples emprega uma linha
com uma nica espcie pioneira, alternada com uma linha de
espcie no pioneira (secundria tardia ou climtica). Desta forma,
a floresta a ser formada ser composta inicialmente apenas por duas
espcies.
Este modelo se baseia na premissa de que a espcie pioneira
fornecer sombra para a no pioneira que a substituir ao longo do
tempo. Alm disso, espera-se que, com o tempo, a entrada natural de
sementes no sistema se encarregue de aumentar sua diversidade. Os
espaamentos mais recomendados so de 3,0x2,0m, 2,5x2,0m, e
2,0x2,0m.
Neste modelo, o plantio de pioneiras e de no pioneiras pode ser
realizado simultaneamente ou em diferentes pocas. No segundo caso,
procura-se fornecer melhores condies de sombreamento s mudas das
espcies no pioneiras atravs do desenvolvimento das pioneiras por um
perodo de dois anos.
O plantio escalonado pode representar maior custo em relao ao
plantio simultneo, mas, como se espera maior sobrevivncia das mudas
de no pioneiras, em razo do maior sombreamento, h uma tendncia
de equilbrio nos custos dos dois sistemas de plantio.
O sucesso deste modelo pode ser avaliado em dois aspectos: o
primeiro diz respeito efetiva proteo do solo contra processos erosivos
e, consequentemente, do curso dgua contra o assoreamento. Essa
proteo pode ser avaliada em termos das simples sobrevivncia e do
crescimento das mudas plantadas. O segundo aspecto engloba a
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recuperao de fatores essenciais para a sustentabilidade do sistema, ou
seja, a diversidade de espcies, a atrao e conservao da fauna, a
ciclagem de nutrientes etc. A avaliao destes fatores mais difcil e
demanda um tempo maior desde a implantao.
Para grandes reas a serem recuperadas em regies carentes de
remanescentes florestais, este modelo deve ser evitado, recomendando-
se optar por modelos mais complexos.
Plantio em linha com vrias espcies
A utilizao de vrias espcies, formando grupos de pioneiras e de
no pioneiras, um modelo complexo que apresenta, como maior
vantagem, a formao de uma floresta com maior diversidade e,
portanto, mais semelhante a uma nativa.
A floresta resultante tende a fornecer maior proteo ao solo e ao
curso d' gua, apresentar custo baixo ao longo do tempo, por exigir pouca
manuteno, e ser menos susceptvel a danos causados por pragas, por
doena e por fatores ambientais como geadas e estresse hbrico.
As espcies pioneiras e no pioneiras podem ser alternadas entre
linhas ou dentro das linhas. No primeiro caso, feito o plantio de uma
linha composta de espcies pioneiras, alternada com uma linha de
espcies no pioneiras. No segundo, as espcies pioneiras e no pioneiras
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so alternadas na linha de plantio, cuidando para que as espcies de um
mesmo grupo ecolgico no coincidam tambm entre linha.
Por utilizar a combinao de vrias espcies de diferentes grupos
ecolgicos, este modelo bastante flexvel, permitindo uma srie de
adaptaes como, por exemplo, a variao na proporo de espcies dos
diferentes grupos ecolgicos e na proporo de plantas de cada espcie,
de acordo com suas densidades em condies naturais.
A utilizao de maior nmero de pioneiras apresenta vantagens,
tanto ecolgicas como econmicas. Em condies de solos pobres e
degradados h melhores resultados em termos de sobrevivncia e de
crescimento inicial das mudas, diminuindo os custos iniciais do projeto de
recuperao.
Essas espcies, ainda, proporcionam uma maior proteo ao solo e
ao curso d' gua e melhoram as condies ecolgicas para as espcies
dependentes de sombra. J as espcies no pioneiras, que sero
responsveis pela estruturao da floresta, devero continuar se
mantendo na rea, atravs da regenerao natural. Da, a possibilidade
da utilizao de um nmero menor de plantas deste grupo, na fase de
implementao. Tem sido utilizada uma combinao de 60% de espcies
pioneiras e 40% de no pioneiras.
O plantio de nmero variado de mudas de cada espcie mais uma
maneira de aproximar o reflorestamento com uma floresta nativa. Na
natureza, as espcies arbreas apresentam diferentes propores de
plantas por unidade de rea. Determinadas espcies so abundantes nas
matas nativas, ao passo que outras so raras, ou seja, apresentam
densidade muito baixa, menos de um indivduo por hectare.
Espcies pioneiras tpicas, como Cecropia spp, Vernonia
diffusa, e Piptocarpha macropola, dentre outras, so normalmente
abundantes em capoeiras, em bordas de florestas e em clareiras
grandes, porm, tornam-se raras e, por fim, desaparecem
medida que a sucesso avana, ficando extremamente
dependentes da abertura de clareiras nas florestas maduras.
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Assim, estas espcies podem ser plantadas com um nmero
elevado de mudas, uma vez que, num projeto de recuperao de rea
degradada, as condies ecolgicas, principalmente a luz, so
semelhantes s que predominam nas reas abertas, em incio de
sucesso secundria.
No caso de espcies no pioneiras (secundrias tardias e clmax) a
densidade nas florestas maduras regulada por um conjunto de fatores,
como quantidade e periodicidade da produo de sementes, sndrome de
disperso das sementes, predao das sementes e das plntulas,
necessidade de microstios especficos para a regenerao, relao com
outras espcies etc. Assim, a raridade de muitas espcies tardias deve ser
adquirida ao longo do tempo num processo evolutivo e, portanto, deve
ser respeitada nos projetos de recuperao de reas degradadas.
Visando atender a este aspecto de abundncia/raridade das
espcies, pode-se utilizar a seguinte proporo de mudas de espcies de
diferentes grupos ecolgicos: 60% de mudas de pioneiras, 40% de mudas
de no pioneiras. Dentre as no pioneiras, 70% de mudas de espcies
comuns e 30% de raras.
Plantio em quincncio
No plantio em quincncio, uma muda de espcies no pioneira
fica no centro de um quadrado formado por quatro mudas de
espcies pioneiras. Como as espcies pioneiras apresentam
crescimento rpido, iro fornecer o sombreamento necessrio para a
muda de espcies no pioneiras.
Espcie Pioneira Espcie Pioneira
Espcie No Pioneira
Espcie Pioneira Espcie Pioneira
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As espcies pioneiras, alm de sombrearem as mudas das
espcies tardias, promovem a cobertura do solo nos primeiros
anos aps o plantio. Com o tempo, medida que a floresta se
desenvolve, a densidade de pioneiras tende a diminuir pela
mortalidade natural, j que apresentam tempo de vida menor, e
as no-pioneiras encontram condies ecolgicas cada vez
melhores para a sua regenerao no sub-bosque.
Plantio em mdulos
No modelo de plantio em mdulo as espcies so combinadas de
acordo com os aspectos sucessionais e, ou, adaptativos. A distribuio
dos mdulos de plantio deve ser baseada nas caractersticas adaptativas e
biolgicas das espcies que iro compor o mdulo.
Este modelo permite uma srie de adaptaes visando implantar as
espcies mais adaptadas para cada ambiente a ser recuperado. Assim,
para as reas de brejo, so implantados mdulos compostos por
espcies adaptadas ao encharcamento permanente do solo. J para
reas distantes do curso d' gua e outras reas no sujeitas inundao
e encharcamento do solo, so utilizados mdulos compostos de
espcies tpicas das florestas estacionais semideciduais.
Plantio adensado
O plantio efetuado de forma adensada, com espaamento de
1,0x1,0m (10.000 plantas/hectares), com linhas de espcies pioneiras,
seguidas de linhas onde so intercaladas pioneiras e no pioneiras.
Apresenta a vantagem de promover a rpida cobertura do solo,
inibindo o crescimento de espcies invasoras.
Como o nmero de mudas muito alto, o custo de implantao,
neste modelo, mais elevado do que nos espaamentos mais amplos
(3,0x3,0m, 2,5x2,0m etc.), mas tende a ser compensado por uma menor
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manuteno,uma vez que o sombreamento inibe a infestao por
herbceas invasoras.
Plantios adensados podem ser indicados para reas muito
degradadas, em que a cobertura rpida do solo necessria para
o controle da eroso ou quando espcies invasoras, principalmente
gramneas, como o colonio (Panicum maximum) e o capim-gordura
(Melinis minutiflora) apresentam crescimento muito agressivo,
competindo com as mudas das espcies arbreas.
Manuteno da rea em recuperao
Implantao de zona tampo
Uma maneira de amenizar os impactos sobre as reas em
recuperao a construo de uma zona tampo.
Um tipo de zona tampo recomendado so os chamados sistemas
agroflorestais (SAF), que compreendem os cultivos consorciados de
espcies arbreas com culturas agrcolas e, ou animais.
A zona tampo tambm tem uma importante funo de quebra-
vento, por exemplo, reduzindo a velocidade dos ventos que atingem a
mata e que causam a quebra de rvores.
Outro tipo de zona tampo o reflorestamento comercial, que
mantm o solo coberto por perodos mais longos, evitando a eroso e o
carreamento de defensivos.
Controle de cips
A ocorrncia de grande quantidade de cips comum nas bordas
das florestas. Estas plantas so favorecidas por ambientes perturbados,
onde a incidncia de luz maior do que no interior da floresta, e tendem
a desenvolver-se agressivamente, podendo inibir a regenerao das
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espcies arbreas e, em alguns casos, causar a morte de rvores adultas,
pela queda ou sufocamento.
Em casos avanados de infestao, mais comuns em fragmentos
pequenos e muito isolados, a floresta como um todo pode estar
condenada a uma degradao geral, com decorrente extino de vrias
espcies de rvores, transformando-se em um verdadeiro emaranhado de
trepadeiras.
Para se evitar o crescimento descontrolado de trepadeiras,
recomenda-se o corte peridico das mesmas nas reas onde se observa o
incio da infestao. Entretanto, deve-se destacar que, da mesma forma
que as outras espcies da flora, este grupo de plantas tambm tem seu
papel ecolgico na floresta, fornecendo plen e nctar para insetos
polinizadores e frutos para animais dispersores de sementes. Portanto,
no se deve procurar erradicar os cips, mas apenas controlar seu
crescimento.
O controle dos cips deve-se restringir s bordas da mata e s
clareiras, mantendo as populaes que esto presentes no interior.
Restaurao de clareiras
As clareiras podem ser de origem natural, provocadas pela morte e
queda de uma ou mais rvores, pela ao de ventos fortes e, ou, chuva,
deslizamentos de terra, ataque de insetos, ou de origem antrpica,
atravs do corte de rvores, de fogo etc.
As clareiras naturais pequenas (menores que 200m) e
mdias (entre 200 e 400m), causadas pela queda de apenas
uma rvore, naturalmente no geram prejuzos ecolgicos
floresta.
Pelo contrrio, fazem parte de sua dinmica, sendo responsveis
pelo processo de sucesso secundria. Estas pequenas aberturas no
dossel da floresta no necessitam ser restauradas, pois a prpria
vegetao se encarrega de reocup-las.
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As grandes clareiras (maiores que 400m), causadas pela queda de
vrias rvores, ou resultantes de desmatamento ou do uso de fogo,
necessitam muitas vezes estmulo para serem novamente ocupadas por
uma vegetao arbrea. Nestas amplas reas abertas pode ocorrer
grande infestao por trepadeiras, o que inibe a regenerao da floresta.
Assim, a adoo de tcnicas silviculturais recomendada para estimular a
sucesso.
A restaurao destas grandes clareiras pode ser feita pela
semeadura ou pelo plantio de mudas de espcies arbreas. A semeadura
mais indicada para reas com grande declividade, como encostas de
morros que sofreram deslizamentos de terra por ao de chuvas fortes e
localizadas, e quando no h disponibilidade de mudas.
Deve-se procurar aumentar a diversidade, semeando vrias
espcies ao mesmo tempo ou, ainda, semear as espcies pioneiras no
primeiro ano, no incio da estao chuvosa (outubro/novembro) e semear
as espcies no pioneiras no segundo ou terceiro ano, tambm na mesma
poca, ou em intervalo maior, caso a vegetao pioneira demore para se
estabelecer.
No caso do plantio de mudas, devem-se utilizar as mais vigorosas,
produzidas em viveiros ou transplantadas de reas prximas. No caso do
transplante, deve-se ter a preocupao de no degradar outra rea.
O plantio nas clareiras pode ser em linhas alternadas de espcies
pioneiras e no pioneiras. Partindo-se do centro da clareira para as suas
bordas, implantam-se linhas paralelas distantes ente si de 2,0m. Na
primeira linha, ou seja, na linha central, so plantadas espcies pioneiras
at as bordas da clareira onde a primeira e a ultima planta devem ser de
espcies no pioneiras, tolerantes ao sombreamento fornecido pelas
rvores do entorno da clareira. As linhas paralelas e central vo se
alternando com espcies pioneiras e no pioneiras, mas sempre iniciando
e terminando com as no-pioneiras. O espaamento entre plantas nas
linhas deve ser 2,0m, para facilitar o sombreamento das no pioneiras
pelas pioneiras.
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O plantio aleatrio (sem espaamento definido) tambm pode ser
adotado, no recomendado para grandes reas abertas, por ser mais
difcil a padronizao das operaes de plantio. H tambm dificuldade de
se esquematizar o modelo sucessional de espcies pioneiras sombreando
as no-pioneiras. Alm disso, deve ser mantida uma determinada
distncia entre as mudas, para se evitar competio.
Plantio de enriquecimento
Em pequenos fragmentos de mata isolados de outros e sob forte
presso por atividades agrcolas em seus entornos, vrias espcies
arbreas e arbustivas podem estar extintas ou apresentar problemas de
regenerao, com impactos sobre a fauna, em geral.
O enriquecimento pode ser feito por muda ou por semente.
Na utilizao de sementes, deve-se optar por espcies no
pioneiras, j que a vegetao existente fornecer o sombreamento das
mesmas.
A semeadura deve ser feita no incio da estao chuvosa, utilizando-
se o maior nmero de espcies possvel, dentro das indicadas para as
matas ciliares. Deve-se tomar o cuidado de introduzir apenas sementes
de espcies tpicas das matas ciliares da regio.
No enriquecimento por mudas, recomenda-se a abertura de picadas
estreitas na capoeira, nas quais sero plantadas espcies no pioneiras
em espaamentos amplos, uma vez que a prpria vegetao da capoeira
ou floresta secundria fornece o sombreamento necessrio para as
espcies no pioneiras implantadas.
A utilizao de espcies atrativas fauna como o palmito-jussara
(Euterpe edulis) e a pitanga (Eugenia uniflora) dentre outras indicada
nestes plantios de enriquecimento,visando tambm a recomposio da
fauna, que assim passa a atuar na disperso de sementes e a contribuir
com a regenerao e a dinmica da floresta.
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Indicadores de Recuperao
O sucesso de um projeto deve ser avaliado por meio de indicadores
de recuperao. Atravs destes indicadores, possvel definir se o projeto
necessita sofrer novas interferncias ou at mesmo ser redirecionado,
visando acelerar o processo de sucesso e de restaurao das funes da
floresta, bem como determina o momento em que a floresta plantada
passa a ser auto-sustentvel, dispensando intervenes antrpicas.
A implantao de um modelo de recuperao, por mais bem
planejado que seja, e com maior embasamento ecolgico que tenha, no
garante, necessariamente, que determinada rea ciliar ter, no futuro,
uma cobertura florestal com capacidade de regenerao, com efetiva
proteo do solo e do curso d'gua, com atratividade fauna etc.
A avaliao da recuperao, atravs de indicadores, funo das
metas e dos objetivos pretendidos com ela. No se pode cobrar uma
elevada diversidade biolgica em um projeto cujo objetivo tenha sido o de
proteger o solo e o curso d'gua dos feitos negativos da eroso do solo de
uma rea extremamente degradada. Neste aspecto, modelos de
recuperao mais complexos, envolvendo uma diversidade inicial maior
de espcies, tendem a promover uma recuperao mais rpida da
biodiversidade e da funcionalidade do ecossistema.
Os insetos tm sido considerados bons indicadores ecolgicos da
recuperao, principalmente as formigas, os cupins, as vespas, as
abelhas, e os besouros.
Em nvel de solo, nas reas em processo de recuperao, h uma
sucesso de organismos da meso e macrofauna que esto presentes em
cada etapa da recuperao destas reas.
Outros indicadores vegetativos podem ser medidos como: chuva
de sementes, banco de sementes, produo de serapilheira.
A seguir, so apresentados alguns indicadores de recuperao
relacionados com a vegetao.
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Regenerao Natural
O monitoramento de comunidade jovem, do ponto de vista
estrutural esttico e dinmico, possibilita a identificao do estdio seral e
a evoluo da mesma. Assim, as anlises da regenerao natural so
essenciais para se avaliar o sucesso da recuperao.
A regenerao natural analisada atravs de medies de
dimetro, no nvel do solo, e da altura das plntulas e plantas jovens,
presentes em pequenas parcelas amostrais, lanadas na floresta. Uma
estratificao vertical auxilia o entendimento da dinmica da regenerao
natural.
A quantificao da regenerao, quando associada com a
classificao sucessional das espcies (pioneiras, secundrias
iniciais, secundrias tardias e climcicas), compe um indicador
extremamente til das condies de recuperao e de sustentabilidade da
floresta ciliar.
Quando, na regenerao natural, espcies tpicas dos estdios
iniciais da sucesso (pioneiras e secundrias iniciais) predominam em
nmero de espcies e, ou, de indivduos, percebe-se indicativo de que a
sucesso est muito lenta na rea e que as espcies tardias no esto
conseguindo chegar at o local ou, embora estejam chegando, por algum
motivo no esto conseguindo se estabelecer. Nesse caso necessrio
algum tipo de interveno. claro que a anlise deve levar em
considerao o tempo em que a floresta foi plantada.
Banco de Sementes
O banco de sementes compreende as sementes viveis presentes
na camada superficial do solo. Atravs de uma moldura de 0,5x0,5m,
lanada na superfcie do solo, coleta-se toda a serapilheira e o solo, numa
profundidade de 0-5 cm, que retm a maior parte das sementes.
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Transferido para casa de vegetao e livre de contaminaes
externas, so fornecidas condies de luz e de umidade necessrias para
a germinao das sementes. Aps um determinado tempo, as sementes
germinadas e as plntulas so identificadas.
importante destacar que o banco de sementes formado,
principalmente, por espcies pioneiras que, normalmente, apresentam
disperso a longa distncia e, portanto, no esto, necessariamente,
presentes na vegetao arbrea local.
Em condies de boa cobertura vegetal e com bom sombreamento
do solo, espera-se que estas espcies pioneiras presentes no banco no
encontrem condies favorveis germinao e ao estabelecimento, a
menos que ocorra um distrbio. Contudo, este aspecto no diminui a
importncia do banco de sementes como indicador de recuperao e de
sustentabilidade, uma vez que so as espcies pioneiras que iro
desencadear o processo de colonizao de uma rea, aps um distrbio.
O importante determinar a riqueza de espcies do banco de
sementes e a proporo entre espcies nativas e invasoras. Um banco
rico em sementes de espcies invasoras ou ruderais sugere que, frente a
um distrbio natural, como a abertura de clareiras, estas espcies
podero vir a colonizar a rea, podendo competir com as espcies
nativas, afetando a sustentabilidade da floresta ciliar.
Produo de Serapilheira e Chuva de Sementes
A serapilheira compreende, principalmente, o material de
origem vegetal (folhas, flores, ramos, cascas, frutos e sementes)
e, em menor proporo, o de origem animal(restos animais e
material fecal) depositado na superfcie do solo de uma floresta.
Atua como um sistema de entrada e sada, recebendo entradas via
vegetao e, por sua vez, decompondo-se e suprindo o solo e as razes
com nutrientes e com matria orgnica. Este processo particularmente
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importante na restaurao da fertilidade do solo nas reas em incio de
sucesso ecolgica.
Em comunidades sucessionais, o acmulo de serapilheira e o tempo
de sua remoo podem produzir mudana radical na estrutura, afetando a
substituio de espcies dominantes, bem como a riqueza e a
diversidade.
A determinao da produo de serapilheira numa floresta
realizada atravs da instalao de coletores, ou seja, de caixas de
madeira de 0,5x0,5m ou de 1,0x1,0m, com laterais de 0,1m e fundo em
tela de nilon de malha fina (2x2mm), que so mantidas acima da
superfcie do solo. Mensalmente, a serapilheira depositada nestes
coletores retirada, separada por folhas, frutos, sementes, flores e
ramos, secada em estufa e pesada.
A quantificao da serapilheira, ao longo do ano, permite estimar a
produo anual por hectare. Em uma rea ciliar em recuperao, esta
informao muito importante, pois possibilita a comparao com outros
estudos realizados em reas ciliares. Se a produo de serapilheira da
rea em avaliao est muito baixa em comparao com outras
comunidades ciliares pode estar ocorrendo problemas, em nvel de
ciclagem de nutrientes.
Um indicativo de que a floresta est se recuperando o retorno de
nutrientes do solo para as plantas, ou seja, a ciclagem de nutrientes.
Os coletores de serapilheira podem tambm ser usados para se
avaliar a chuva de sementes. A frao frutos e sementes da serapilheira
submetida a uma nova triagem, onde so contadas as sementes de cada
coleta. Por meio do exame morfolgico dos frutos e das sementes
possvel determinar a sndrome de disperso destas. Frutos secos, com
estruturas de adeso, e frutos carnosos so associados disperso por
animais; frutos com plumas e asas disperso pelo vento; frutos grandes
e pesados so dispersos apenas pela gravidade (barocoria). As sndromes
de disperso de sementes permitem uma ideia dos provveis grupos
ecolgicos a que as sementes pertencem.
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Estudos mais detalhados, envolvendo a identificao em nvel de
espcies, permitem determinar a contribuio de cada espcie e de cada
grupo ecolgico na chuva de sementes.
Uma rea com boa recuperao deve exibir uma chuva de sementes
abundantes e rica em espcies, com presena de sementes, tanto dos
grupos ecolgicos de incio de sucesso, como de final.
importante a presena de sementes de espcie pioneiras nativas
nos coletores, pois estas iro atuar na recuperao da floresta, frente a
um distrbio. Por outro lado, a presena de sementes de espcies no
pioneiras indica que tais espcies ou j esto presentes na rea, ou esto
chegando, via disperso.
A ausncia ou baixa densidade de sementes de espcies no
pioneiras na chuva de sementes significa que estas espcies tero
dificuldades de regenerao na rea em recuperao. Como as espcies
no pioneiras so mais importantes na definio da estrutura da floresta,
devem ser tomadas medidas visando estimular sua chegada rea. Como
discutido anteriormente, a semeadura ou o plantio de enriquecimento
podem ser realizadas com essas espcies finais da sucesso.
Abertura do Dossel
O dossel florestal (cobertura superior da floresta formada pelas
copas das rvores), em termos ecolgicos apresenta uma grande
influncia na regenerao das espcies arbustivo-arbreas, alm de atuar
como barreira fsica s gotas de chuva, protegendo o solo da eroso.
Em florestas secundrias jovens, o dossel normalmente encontra-se
mais aberto, com grandes espaos entre as copas das rvores, permitindo
maior passagem de luz e, assim, inibindo a regenerao de espcies no
pioneiras, especialmente as climticas.
Nas florestas maduras, o dossel mais fechado, causando
maior sombreamento no sub-bosque e favorecendo a regenerao
das espcies tardias, formadoras de bancos de plntulas.
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Numa rea ciliar em processo de restaurao, espera-se que o
dossel torne-se cada vez mais fechado, medida que as rvores cresam
e que suas copas se encontrem. Contudo, em reas em que ocorreu
mortalidade elevada de mudas, sem posterior replantio, o dossel
apresentar muitas falhas, e a regenerao natural de espcies no
pioneiras poder ser prejudicada.
Dessa maneira, o nvel de abertura do dossel pode ser um bom
indicador da recuperao. Porm, cabe ressaltar que este indicador deve
ser combinado com outros, principalmente com a regenerao natural,
pois possvel se obter um dossel muito fechado, com bom
sombreamento e boa cobertura do solo em reflorestamentos
homogneos, e que, apesar da proteo ao solo, no so considerados
auto-sustentveis e so pouco eficientes na recuperao da
biodiversidade.
Existem vrios mtodos para se estimar a abertura do dossel, sendo
a utilizao de fotografias hemisfricas o mtodo mais prtico e preciso.
A abertura do dossel pode tambm ser estimada atravs da
projeo das copas das rvores, determinando-se a proporo ente as
reas cobertas e as abertas. um mtodo subjetivo, mas que possibilita
uma viso geral do estado de recuperao de uma floresta, em nvel de
cobertura do solo.
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Caractersticas dos Grupos Ecolgicos
Pioneiras 2
Iniciais
2
Tardias
Climcicas
Crescimento Muito rpido Rpido Mdio Lento ou muito
lento
Tolerncia
sombra
Muito intolerante Intolerant
e
Intolerante
no estgio
juvenil
Tolerante
Regenerao Banco de
sementes
Banco de
plntulas
Banco de
plntulas
Banco de
plntulas
Tamanho dos
frutos e
sementes
Pequenos Mdios Pequeno a
mdio, mas
sempre
leve
Grandes e
pesados
Tempo de vida Muito curto
(menos de 10
anos)
Curto Longo Muito longo
(+ de 100 anos)
Altura das
rvores (m)
4-10 20 20 - 30
(algumas
at 50)
30-45
(algumas at 60)
Ocorrncia Capoeiras,
bordas, clareiras
mdias e
grandes
Florestas
secundrias em
estgio avanado
de sucesso,
florestas
primrias, dossel.
Dormncia das
sementes
Induzida (Foto
ou
termoregulada)
sem sem Inata
(imaturidade do
embrio)
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PRAD (Instruo Normativa N 4/2011)
Viso geral das etapas:
O PRAD dever reunir informaes, diagnsticos, levantamentos e
estudos que permitam a avaliao da degradao ou alterao e a
consequente definio de medidas adequadas recuperao da rea, em
conformidade com as especificaes dos Termos de Referncia constantes
nos Anexos da IN 4/11.
Desde que tecnicamente justificado o PRAD poder contemplar
peculiaridades locais sem necessariamente atender todas as diretrizes e
orientaes tcnicas constantes nos Termos de Referncia. Notem que
uma exceo, que dever ser tecnicamente justificada.
A depender das condies da rea a ser recuperada e das demais
condies apontadas na anlise tcnica, poder ser estimulada e
conduzida a regenerao natural da vegetao nativa. Em alguns
casos, o simples isolamento da rea alterada ou perturbada j suficiente
para a sua recuperao, o que provavelmente ocorrer em um espao de
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tempo mais longo, uma vez que no houve interveno mais significativa,
como o plantio de espcies pioneiras e tardias.
O IBAMA, em razo da anlise tcnica a ser realizada nas reas
degradadas ou alteradas, em pequena propriedade rural ou posse
rural familiar, poder indicar a adoo do Termo de Referncia para
elaborao de Projeto Simplificado de Recuperao de rea Degradada ou
Alterada de Pequena Propriedade Rural ou Posse Rural Familiar.
Para os mdios e grandes imveis rurais, podero ser adotados o
Termo de Referncia para elaborao de PRAD Simplificado ou o Termo
de Compromisso, em razo de anlise tcnica, para as reas alteradas em
tamanho inferior ou igual pequena propriedade rural ou posse rural
familiar.
O PRAD dever informar os mtodos e tcnicas a serem
empregados de acordo com as peculiaridades de cada rea,
devendo ser utilizados de forma isolada ou conjunta, preferencialmente
aqueles de eficcia j comprovada. Alm disso, dever propor medidas
que assegurem a proteo das reas degradadas ou alteradas de
quaisquer fatores que possam dificultar ou impedir o processo de
recuperao.
Dever ser dada ateno especial proteo e conservao do solo
e dos recursos hdricos e, caso se faam necessrias, tcnicas de controle
da eroso devero ser executadas.
O PRAD dever apresentar embasamento terico que contemple as
variveis ambientais e seu funcionamento similar ao dos ecossistemas da
regio.
O PRAD e o PRAD Simplificado devero conter planilha(s) com o
detalhamento dos custos de todas as atividades previstas.
Definies e conceitos importantes:
I rea degradada: rea impossibilitada de retornar por uma
trajetria natural, a um ecossistema que se assemelhe a um estado
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conhecido antes, ou para outro estado que poderia ser esperado;
II rea alterada ou perturbada: rea que aps o impacto ainda
mantm meios de regenerao bitica, ou seja, possui capacidade de
regenerao natural;
III recuperao: restituio de um ecossistema ou de uma
populao silvestre degradada a uma condio no degradada, que
pode ser diferente de sua condio original, conforme art. 2,
inciso XIII, da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000;
IV sistema agroflorestal SAF: forma de uso da terra na qual
espcies lenhosas perenes so cultivadas consorciadas a
espcies herbceas ou animais, com a obteno dos benefcios das
interaes ecolgicas e econmicas resultantes;
V espcie extica: espcie no originria do bioma de ocorrncia
de determinada rea geogrfica, ou seja, qualquer espcie fora de
sua rea natural de distribuio geogrfica;
VI espcies-problema ou espcies invasoras: espcies exticas
ou nativas que formem populaes fora de seu sistema de ocorrncia
natural ou que excedam o tamanho populacional desejvel,
respectivamente, interferindo negativamente no desenvolvimento da
recuperao ecossistmica;
VII espcie ameaada de extino: espcie que se encontra em
perigo de extino, sendo sua sobrevivncia incerta, caso os fatores que
causam essa ameaa continuem atuando e constante de listas oficiais
de espcies em extino;
VIII espcies pioneiras e espcies tardias: o primeiro grupo
ecolgico contempla as espcies pioneiras e secundrias iniciais,
enquanto que o segundo contempla as espcies secundrias tardias
e as climxicas;
IX espcies zoocricas: espcies vegetais dispersas pela fauna.
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Apresento ainda alguns conceitos da Lei 9.985/00 (Lei de Unidades
de Conservao), que no esto presentes na Instruo Normativa N
4/2011, mas que so importantes no estudo de recuperao de reas
degradadas.
Observem principalmente a diferena entre recuperao e
restaurao!
Recurso ambiental:
atmosfera,
guas interiores, superficiais e subterrneas,
esturios,
mar territorial,
solo, e subsolo,
elementos da biosfera, fauna e flora.
Restaurao: restituio de um ecossistema ou de uma populao
silvestre degradada o mais prximo possvel da sua condio
original.
Conservao da natureza: o manejo do uso humano da natureza,
compreendendo a preservao, a manuteno, a utilizao
sustentvel, a restaurao e a recuperao do ambiente natural,
para que possa produzir o maior benefcio, em bases sustentveis, s
atuais geraes, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e
aspiraes das geraes futuras, e garantindo a sobrevivncia dos seres
vivos em geral.
Preservao: conjunto de mtodos, procedimentos e polticas que visem
a proteo a longo prazo das espcies, habitats e ecossistemas, alm da
manuteno dos processos ecolgicos, prevenindo a simplificao dos
sistemas naturais.
Diversidade biolgica: a variabilidade de organismos vivos de todas as
origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres,
marinhos e outros ecossistemas aquticos e os complexos ecolgicos de
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que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de
espcies, entre espcies e de ecossistemas.
Conservao in situ: conservao de ecossistemas e habitats naturais e
a manuteno e recuperao de populaes viveis de espcies em seus
meios naturais e, no caso de espcies domesticadas ou cultivadas, nos
meios onde tenham desenvolvido suas propriedades caractersticas.
Manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a
conservao da diversidade biolgica e dos ecossistemas.
Procedimentos Iniciais
O PRAD, a ser elaborado de acordo com o Termo de
Referncia, dever ser protocolizado no IBAMA em 02 vias, sendo
uma em meio impresso e outra em meio digital, acompanhado de
cpia dos seguintes documentos:
I documentao do requerente;
II documentao da propriedade ou posse;
III cadastro no ato declaratrio ambiental ADA ao IBAMA, se for o
caso;
IV certificado de registro do responsvel tcnico no Cadastro Tcnico
Federal do IBAMA CTF, se for o caso;
V anotao de responsabilidade tcnica ART, devidamente recolhida,
se for o caso, do(s) tcnico(s) responsvel(is) pela elaborao e execuo
do PRAD, exceto para os pequenos proprietrios rurais ou legtimos
detentores de posse rural familiar, conforme definido em legislao
especfica;
VI informaes georreferenciadas de todos os vrtices das reas do
imvel, de Preservao Permanente, de Reserva Legal, a recuperar a
fim de delimitar a(s) poligonal(is), com a indicao do respectivo DATUM;
VII mapa ou croqui que possibilite o acesso ao imvel rural.
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Aprovado o PRAD ou o PRAD Simplificado pelo IBAMA, o interessado
ter at 90 dias de prazo para dar incio s atividades previstas no
Cronograma de Execuo constante dos Termos de Referncia do PRAD,
observadas as condies sazonais da regio.
Implantao e Manuteno
Quando for proposta a implantao direta de espcies vegetais, seja
por mudas, sementes ou outras formas de propgulo, devero ser
utilizadas espcies nativas da regio na qual estar inserido o
projeto de recuperao, incluindo-se, tambm, aquelas espcies
ameaadas de extino, as quais devero ser destacadas no projeto.
Para os casos de plantio de mudas, na definio do nmero de
espcies vegetais nativas e do nmero de indivduos por hectare a ser
utilizado na recuperao das reas degradadas ou alteradas, devero ser
considerados trabalhos, pesquisas publicadas, informaes tcnicas, atos
normativos disponveis, respeitando-se as especificidades e
particularidades de cada regio, visando identificar a maior diversidade
possvel de espcies florestais e demais formas de vegetao
nativa, buscando-se, com isso, obter maior compatibilidade com a
fitofisionomia local.
As espcies vegetais utilizadas devero ser listadas e identificadas
por famlia, nome cientfico e respectivo nome vulgar.
Na definio das espcies vegetais nativas a serem empregadas na
recuperao das reas degradadas ou alteradas, dever ser dada ateno
especial quelas espcies adaptadas s condies locais e quelas com
sndrome de disperso zoocrica (espcies vegetais dispersas pela
fauna).
Na propriedade ou posse do agricultor familiar, do
empreendedor familiar rural ou dos povos e comunidades
tradicionais, podero ser utilizados Sistemas Agroflorestais SAF,
desde que devidamente justificado no PRAD Simplificado.
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A possibilidade de uso futuro da rea recuperada obedecer
legislao vigente, inclusive a explorao mediante manejo
ambientalmente sustentvel.
Para recuperao das reas de Preservao Permanente APP
devero ser observadas as restries previstas na legislao aplicvel. No
caso, o Cdigo Florestal (Lei 12.651/12 alterada pela Lei
12.727/12.)
Todos os tratos culturais e intervenes que se fizerem necessrios
durante o processo de recuperao das reas degradadas ou alteradas
devero ser detalhados no PRAD e no PRAD Simplificado.
Quando necessrio o controle de espcies invasoras, de pragas e de
doenas devero ser utilizados mtodos e produtos que causem o menor
impacto possvel, observando-se tcnicas e normas aplicveis a cada
caso.
Monitoramento e Avaliao
O monitoramento e consequente avaliao do PRAD e do PRAD
Simplificado de 3 anos aps sua implantao, podendo ser
prorrogado por igual perodo. O interessado apresentar, no mnimo
semestralmente, ao longo da execuo do PRAD, Relatrios de
Monitoramento.
Os Relatrios de Monitoramento, a serem elaborados pelo
responsvel tcnico do PRAD podero ser solicitados pela rea tcnica do
IBAMA, caso a situao requeira, em intervalos de 3 meses.
Ficam isentos da apresentao dos relatrios os pequenos
proprietrios rurais ou legtimos detentores de posse rural
familiar, conforme definidos no Cdigo Florestal.
As Superintendncias do IBAMA faro vistorias por
amostragem nas reas degradadas ou alteradas em processo de
recuperao.
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O IBAMA efetuar vistoria para quitao do Termo de
Compromisso utilizando-se quando necessrio, de recursos tecnolgicos
tais como sensoriamento remoto e geoprocessamento.
Eventuais alteraes das atividades tcnicas previstas no PRAD ou
no PRAD Simplificado devero ser encaminhadas ao IBAMA com
antecedncia mnima de 90 dias, com as devidas justificativas, para que
sejam submetidas anlise tcnica.
Ao final da execuo do PRAD, dever ser apresentado
Relatrio de Avaliao para a anlise do IBAMA, com indicativos que
permitam aferir o grau e a efetividade da recuperao da rea e
contemplem a recuperao das funes e formas ecossistmicas no
contexto da bacia, da sub-bacia ou da microbacia.
O responsvel tcnico pela elaborao e execuo do PRAD
comunicar, por intermdio dos Relatrios de Monitoramento e de
Avaliao, todas e quaisquer irregularidades e problemas verificados na
rea em processo de recuperao, sob pena da responsabilidade prevista
no Decreto n. 6.514, de 22 de julho de 2008, que dispe sobre as
infraes e sanes administrativas ao meio ambiente.
Caso os objetivos propostos no PRAD e no PRAD Simplificado no
sejam alcanados, a partir de caracterizao qualitativa e quantitativa,
no ser considerada como em efetiva recuperao a rea degradada ou
alterada, propiciando a reavaliao do projeto e aes tcnicas
pertinentes.
O Relatrio de Monitoramento e de Avaliao de Projeto de
Recuperao de rea Degradada ou Alterada dever conter
informaes como:
Diagnstico e Caracterizao Geral da rea em Recuperao
- Solo e subsolo:
Situao Inicial: Caracterizar as condies do solo no inicio da
execuo do projeto e nas avaliaes anteriores a atual (presena de
processos erosivos; indicadores de fertilidade; pedregosidade; estrutura;
textura; ausncia ou presena de horizontes O e A).
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Situao Atual: Informar a situao atual do solo na rea em
recuperao (presena de processos erosivos; indicadores de fertilidade;
pedregosidade; estrutura; textura; ausncia ou presena de horizontes O
e A).
- Hidrografia:
Situao Inicial: Caracterizar a hidrografia da rea em recuperao
se for o caso, no inicio da execuo do Projeto e nas avaliaes anteriores
a atual (nascentes, crregos etc.).
Situao Atual: Informar a situao atual da hidrografia na rea em
recuperao (ressurgncia de nascentes, drenagens natural e artificial).
- Cobertura vegetal:
Situao Inicial: Caracterizar a cobertura vegetal existente na rea
em recuperao no inicio da execuo do Projeto e nas avaliaes
anteriores a atual, informando a existncia e localizao (distncia) de
remanescentes na mesma, banco de sementes e plntulas, presena de
plantas invasoras ou espontneas, espcies indicadoras, mecanismos de
fornecimento de propgulos; etc.
Situao Atual: Informar a situao atual da cobertura vegetal na
rea em recuperao.
- Fauna:
Situao Inicial: Caracterizar a fauna existente na rea em
recuperao no inicio da execuo do Projeto e nas avaliaes anteriores
a atual.
Situao Atual: Informar a situao atual da fauna na rea em
recuperao.
Obs.: Os relatrios devero conter registros fotogrficos dos
mesmos pontos, antes e ao longo da execuo do projeto; tambm
devero conter informaes relativas a todas e quaisquer atividades
programadas e no executadas e atividades extras, justificadas, que se
fizeram necessrias. Complementarmente, tcnicas de sensoriamento
remoto e de geoprocessamento podero ser utilizadas.
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Avaliao da Recuperao
Apresentar os resultados das avaliaes propostas no Projeto.
Avaliao da Eficcia do Projeto para a Recuperao
Com base nas avaliaes, verificar a eficcia das estratgias adotadas
para a recuperao. Apresentar possveis solues para os problemas
encontrados.
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PRAD
PROJETO DE RECUPERAO DE REA DEGRADADA
I - Caracterizao do Imvel Rural
Documentao fundiria (Registro de Imveis; Escritura; CCIR; ITR; justa posse;
declarao de posse):
Nome do Imvel Rural:
Endereo completo:
Localidade:
Municpio / UF / CEP:
Mapa ou croqui de acesso:
rea do imvel rural (ha):
rea total do dano (ha):
Caracterizao da rea do dano (APP; RL; outras) em ha, georreferenciada:
Informaes georreferenciadas de todos os vrtices do imvel e coordenadas da
sede (Latitude; Longitude):
Informar Longitude e Latitude na forma de Coordenadas Geogrficas /
referenciadas ao DATUM
II - Identificao do Interessado
Nome / Razo Social:
CPF / CNPJ:
RG / Emissor:
Endereo completo:
Municpio / UF / CEP:
Endereo eletrnico:
Telefone / Fax:
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III Identificao do Responsvel Tcnico pela Elaborao do PRAD
Nome:
Formao do Responsvel Tcnico:
Endereo completo:
Municpio / UF / CEP:
Endereo eletrnico:
Telefone / Fax:
CPF:
RG / Emissor:
Registro Conselho Regional / UF:
Nmero de Registro no CTF:
*Nmero da ART recolhida:
Validade da ART:
IV Identificao do Responsvel Tcnico pela Execuo do PRAD
Nome:
Formao do Responsvel Tcnico:
Endereo completo:
Municpio / UF / CEP:
Endereo eletrnico:
Telefone / Fax:
CPF:
RG / Emissor:
Registro Conselho Regional / UF:
Nmero de Registro no CTF:
*Nmero da ART recolhida:
Validade da ART:
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V - Origem da Degradao
Identificao da rea degradada ou alterada:
Causa da degradao ou alterao:
Descrio da atividade causadora do impacto:
Efeitos causados ao ambiente:
Identificao da rea degradada ou alterada: Informar se rea de Reserva
Legal; rea de Preservao Permanente; outras.
Causa da degradao ou alterao: Informar a ao que deu origem
degradao ou alterao ambiental (Exs: pecuria; agricultura; minerao;
obras civis; explorao de madeira, queimada; etc.).
Descrio da atividade causadora do impacto: Informar que tipo de
degradao ou alterao ambiental foi causado (Exs: desmatamento;
extrao mineral de argila; alterao de curso d'gua).
Efeitos causados ao ambiente: Efeitos dos danos causados ao ambiente
(Exs: perda de biodiversidade; alterao dos corpos hdricos; processos
erosivos; assoreamento; etc.).
VI - Caracterizao Regional e Local
Clima Precipitao (regime pluviomtrico); temperatura;
etc.
Ecossistema Ex: Floresta Tropical Atlntica (Mata Atlntica)
Fitofisionomia Informar Regio Fitoecolgica:
Floresta Ombrfila Densa; Floresta Ombrfila