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Aula 09 Licenciamento Ambiental e Licenciamento Ambiental Federal p/ IBAMA (Analista Ambiental) Professor: Rosenval Júnior WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS

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Aula 09

Licenciamento Ambiental e Licenciamento Ambiental Federal p/ IBAMA (AnalistaAmbiental)

Professor: Rosenval Júnior

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Aula 09: Padrão de respostas das provas discursivas seguindo a grade de

correção da Banca CESPE. Obs.: Não há correção individual. O professor

irá elaborar um padrão de respostas para os alunos.

Orientações iniciais 3

Temas respondidos (Redação) 11

Temas respondidos (Questões práticas) 40

Questões extras 51

Espelhos de correção padrão da Banca CESPE / UnB 53

Olá, prezados alunos e futuros analistas ambientais!

O que eu estou passando para vocês é o pulo do gato!

Tenham certeza disso! Nesta aula, há inclusive os espelhos de

correção ORIGINAIS da Banca CESPE/UnB.

Peço que guardem muito bem este material! É SÉRIO! Vocês

possuem um conteúdo muito relevante para a preparação de

vocês.

Muitos candidatos não fazem nem ideia de como é corrigida

uma redação, quais são os quesitos, o que é levado em

consideração. Só o nervosismo, a insegurança e o

desconhecimento das regras são suficientes para que muitos

reprovem, mesmo sendo excelentes profissionais!

É bem provável que não irei lançar outras turmas da parte

específica para o IBAMA, MMA ou ICMBio. Logo, está será a minha

única turma de 2016/2017. Mesmo com a solicitação da

Coordenação do curso Estratégia, devo manter somente esta

turma da parte específica.

Para o Ibama, MMA ou ICMBio, irei manter somente o curso

de Legislação Ambiental (Legislação do Setor de Meio Ambiente).

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Neste semestre estou escrevendo duas monografias. Isso

mesmo! Duas! Resolvi fazer duas pós em 2016, o que está

tomando boa parte do meu tempo e por isso não vou manter as

turmas específicas do Ibama que demandam muito tempo para

elaboração do material. Outra questão é que em 2017, começo um

mestrado e isso vai tomar mais um bocado de tempo. Sendo

assim, manterei somente turmas de legislação, direito ambiental e

sustentabilidade. Não tenho pretensões de lançar turmas de

conhecimentos específicos.

Estou sendo bem franco com vocês, pois tudo o que faço é

para passar o melhor conteúdo. Até por isso, inseri essas duas

aulas sobre a prova discursiva, pois sei da dificuldade de muitos

alunos. Enfim, guardem essas aulas, pois quando o concurso do

IBAMA sair, vocês já estarão muito à frente da concorrência!

Quando eu fiz a prova, não tinha nada disso! Eu tive que

aprender tudo sozinho! Errando e acertando! Descobrindo

sozinho! Aprendendo no campo de batalha! Fazendo concurso.

Vocês estão tendo a oportunidade de ver como funcionam os

bastidores. Estão tendo contato com as provas, com os espelhos

de correção. Enfim, espero ter contribuído e ajudado de alguma

forma. Aproveitem e bons estudos!

Viajarei para a África em fevereiro de férias e também para

um período de trabalho voluntário. Quando voltar, irei fazer um

webinário sobre como se preparar para esse concurso do Ibama.

Acredito que poderemos fazer em março.

Feliz natal e um 2017 sensacional!

Prof. Rosenval Jr.

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Orientações iniciais

O título

Não haverá problema algum ao utilizar o título. Entretanto, as

questões práticas devem ser respondidas em até dez linhas. Por se

tratar de um texto de pequena/curta extensão, o mais importante é o

domínio do conteúdo. Por essa razão, não recomendo o emprego desse

componente textual, isto é, iniciem a resposta à questão discursiva na

primeira linha.

Até mesmo na prova discursiva (30 linhas) o título é

dispensável! Lembrem-se do seguinte: o edital do concurso não exige

título na redação e também não proíbe! Logo, é facultativo! No entanto,

sugiro ir direto ao assunto, respondendo aos quesitos solicitados pela

Banca.

Só coloque título se o comando da questão assim exigir. Caso não

seja exigido, já utilize a primeira linha para iniciar o seu texto com a

resposta da questão prática ou redação.

Estruturando o parágrafo

A extensão ideal de um período, por sua vez, deve ser mensurada

em três ou quatro linhas, a fim de manter a objetividade da informação

que se deseja transmitir.

Cada ideia central deve corresponder a um parágrafo. Por essa

razão, vocês poderão encontrar parágrafos longos e outros mais curtos,

mas esses sempre deverão ser claros e concisos.

Unidade

Qualidade que consiste em “dizer uma coisa de cada vez”. Devemos

omitir o que não é essencial ou o que não se relaciona com a ideia

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predominante no parágrafo. Contudo, é importante ter o cuidado para

não omitir tópicos na questão discursiva.

Nas provas discursivas, o CESPE geralmente apresenta excertos de

textos motivadores para que vocês, candidatos, reflitam e elaborem

textos dissertativos.

Em seguida, a banca direciona a elaboração da redação,

apresentando aspectos que, necessariamente, devem ser apresentados

na redação/questão discursiva.

Com relação a esse aspecto, um fator de extrema importância é a

omissão de tópicos. Se a banca apresentar, por exemplo, três tópicos

na proposta temática, todos eles deverão NECESSARIAMENTE ser

respondidos e/ou encontrados na questão discursiva. A simples

omissão de qualquer dos itens também acarreta a perda de pontos.

Lembrem-se, portanto, de responder a todos os questionamentos!

O parágrafo e o tópico frasal

A cada novo enfoque, a cada nova ideia central, haverá um novo

parágrafo.

O parágrafo é estruturado com base em um tópico frasal

(enunciado que expressa a ideia-núcleo), a ser desenvolvido por frases

com que o autor vai expressar seu pensamento sobre a ideia que

enunciou. Localizando os tópicos frasais de cada parágrafo, o leitor terá

condições de identificar o conteúdo, numa primeira instância, até chegar

ao tema geral do texto.

O tópico frasal não necessita, obrigatoriamente, aparecer no

começo. No entanto, a maioria dos parágrafos se enquadra nesse

esquema, já que, por meio dele, há a retomada do tema e o

posicionamento do autor do texto.

Tipos de tópico frasal

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O tópico frasal deve ser claro, pois deve apontar, resumidamente,

os argumentos que serão desenvolvidos no parágrafo. As formas mais

comuns são:

a) Declaração inicial –o autor afirma ou nega algo, para, em seguida,

justificar ou fundamentar a asserção, apresentando argumentos sob a

forma de exemplos, confrontos, razões etc.

b) Definição – consiste na explicação de um conceito em que o trabalho

está embasado.

c) Alusão histórica – trata-se de iniciar um parágrafo fazendo alusão a

um fato acontecido, real ou fictício.

O parágrafo da introdução

Ao organizar um texto, devemos saber estruturar o primeiro

parágrafo, pois nele estarão os referenciais a serem desenvolvidos no

decorrer do texto. Porém, o tema não deve ser esgotado. Em outras

palavras, a introdução deve apontar as ideias e a estrutura em que será

organizado o texto.

Em se tratando de provas do CESPE, o parágrafo da introdução

deve retomar a ideia/palavra-chave da proposta temática contida

no texto de apoio. Assim, o candidato poderá “guiar” a leitura do leitor-

avaliador.

Vejam, por exemplo, o parágrafo introdutório em conformidade com

uma das propostas temáticas apresentadas na aula passada:

Questão discursiva

O que é compensação ambiental nos termos da Lei nº 9.985/00?

De acordo com o STF, a compensação ambiental foi considerada

inconstitucional?

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Inicialmente, vamos fazer um roteiro sobre os aspectos que a banca

exigiu:

a) definição de compensação ambiental (de acordo com a Lei nº

9.985/00);

b) a constitucionalidade desse instituto, segundo o STF.

As respostas a esses dois questionamentos devem ser encontradas

na questão discursiva.

Vejamos, então, como ficou o parágrafo introdutório.

“A compensação ambiental é um instrumento que obriga o

empreendedor a apoiar a implantação e a manutenção de unidade de

conservação. (tópico frasal – declaração inicial). Essa obrigatoriedade

ocorre nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos que

causem significativo impacto ao meio ambiente, com fundamento no

Estudo de Impacto Ambiental (EIA).”

Reparem que o autor do texto retomou a proposta temática por

meio do emprego de palavras-chave (“compensação ambiental”). É uma

excelente forma de apresentar o tema, cuja tese deverá ser defendida e

desenvolvida nos parágrafos seguintes. Notem, inclusive, que houve

obediência ao comando da banca examinadora, que solicitou a

fundamentação com base na Lei nº 9.985/00.

Ademais, houve obediência ao “roteiro textual” feito pela banca

examinadora, ou seja, o autor da redação iniciou o texto respondendo ao

primeiro comando do CESPE na mesma ordem em que os aspectos foram

apresentados na proposta temática.

Por fim, houve uma perfeita coesão entre os períodos, com o

emprego do pronome demonstrativo anafórico “essa”, no trecho “essa

obrigatoriedade”, isto é, houve uma referência à obrigação citada no

período anterior.

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Os parágrafos do desenvolvimento

Em textos dissertativos, há uma relação de natureza lógica,

chamada progressão temática.

Os parágrafos de desenvolvimento da questão discursiva devem

ampliar as ideias apresentadas na introdução, sempre

fundamentando o ponto de vista defendido pelo autor (isso é

importantíssimo nas provas discursivas). Esses segmentos textuais

devem apresentar não só uma unidade interna, mas também uma

correlação entre si. Para isso, o redator deve apresentar uma boa

argumentação.

Argumentação

A argumentação consiste em qualquer tipo de procedimento usado

pelo produtor do texto que tem como objetivo levar o leitor a aderir às

teses defendidas. Assim, a argumentação está sempre presente em

qualquer texto.

Um excelente recurso argumentativo é a citação de textos /

argumento de autoridade. A comprovação de teses defendidas pode

basear-se em citações de textos, em pesquisas ou dados

estatísticos ou, ainda, em depoimentos de especialistas

autorizados. Um texto ganha credibilidade quando se apoia em outras

opiniões que tratam sobre o mesmo tema.

Vejamos, por exemplo, o parágrafo continuativo da proposta

temática citada acima.

“O Supremo Tribunal Federal declarou constitucional o instrumento

da compensação ambiental, mas considerou inconstitucional o piso de

0,5% previsto na Lei 9.985/00. Consoante a decisão, o montante deverá

ser fixado pelo órgão ambiental, de acordo com o grau de impacto

causado dimensionado no EIA.”

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No exemplo acima, o autor do texto respondeu ao comando da

banca examinadora, apontando a constitucionalidade do instituto da

compensação ambiental.

E como ele (o autor) fez isso? Ora, lançando mão de um

importantíssimo recurso argumentativo, qual seja, “argumento de

autoridade”. No excerto demonstrado, o redator citou “O Supremo

Tribunal Federal declarou (...)”. Com isso, o texto não apenas

fundamentou a argumentação, mas também proporcionou maior

credibilidade ao que foi mencionado. Reparem, ainda, que houve alusão

ao dispositivo legal (Lei nº 9.985/00), obedecendo ao comando do

examinador.

Por fim, os vocábulos proporcionaram elevado grau de coesão

interna entre as ideias dos períodos. Notem que a expressão “a decisão”

refere-se, textualmente, à “declaração do Supremo Tribunal Federal”.

Dessa forma, a questão foi respondida com clareza, objetividade,

concisão, além de ter sido apresentada na sequência pré-estabelecida

pelo examinador.

O parágrafo da conclusão

Em se tratando de questões discursivas de curta extensão (até dez

linhas), o parágrafo conclusivo não é essencial. O importante, nessa

modalidade de prova, é responder a todos os questionamentos feitos pela

banca na proposta temática, isto é, o conteúdo é a parte mais

importante.

Vejamos, por exemplo, o texto baseado na seguinte proposta

temática:

“Quais são os mecanismos de implementação ou flexibilização do

Protocolo de Quioto? De maneira sucinta, explique cada um

deles.”

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Texto:

Para que os países desenvolvidos consigam cumprir suas metas, o

Protocolo de Quioto estabeleceu três Mecanismos Adicionais de

Implementação: Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL),

Implementação Conjunta e Comércio de Emissões.

O MDL permite que as Partes do Anexo I cumpram suas metas,

investindo em projetos sustentáveis em países em desenvolvimento e

adquirindo Reduções Certificadas de Emissões.

Na Implementação Conjunta, países com limites de emissões

podem investir em projetos de remoção de emissões em outro país

também desenvolvido, ficando, assim, com créditos chamados de

Unidades de Emissão Reduzida.

Por fim, há o Comércio de Emissões, o qual possibilita a negociação

de cotas de redução entre as Partes que possuem compromissos

estipulados pelo Protocolo.

Inicialmente, vejam que o parágrafo introdutório retomou a

proposta temática por meio do emprego de palavras-chave: “Protocolo de

Quioto” e “Mecanismos Adicionais de Implementação”. Com isso, o

examinador percebe, claramente, que o texto, de fato, se relaciona com o

tema.

Em seguida, ainda no mesmo parágrafo, o autor mencionou, de

maneira sucinta, os “mecanismos de implementação/flexibilização do

citado protocolo: “(...) Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL),

Implementação Conjunta e Comércio de Emissões”. É uma ótima

introdução, pois apontou os aspectos (argumentos) que serão

respondidos nos parágrafos seguintes.

Nos segmentos subsequentes, o redator atendeu ao comando da

banca examinadora, explicando cada um dos mecanismos.

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Observem que não houve parágrafo conclusivo, mas todos os

aspectos foram respondidos, proporcionando uma excelente resposta

à questão discursiva.

Vamos agora ao padrão de respostas dos temas apresentados na

aula passada.

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Solução para os temas propostos (Dissertação e questões

práticas)

Respostas para os temas de dissertação:

1 - (CESPE/UnB - Concurso do Ministério do Meio Ambiente -

2008)

Área 17: Qualidade Ambiental - Subárea: Segurança Química

A certeza de que a atuação do homem está provocando mudanças

drásticas no clima do planeta levou a ONU a organizar as

Conferências das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento. Muitos consideram a Conferência Rio 92 como a

mais ambiciosa delas, ressaltando-se a importância da Agenda 21.

Em 1997, foi elaborado o ambicioso plano de redução de emissão

de gases poluentes que ficou conhecido como Protocolo de Kyoto.

Redija um texto dissertativo a respeito do principal objetivo do

Protocolo de Kyoto, esclarecendo quando e em que condições

entrou em vigor, e caracterize o Mecanismo de Desenvolvimento

Limpo.

Com o objetivo de fixar metas concretas de redução dos gases do

efeito estufa (GEE), a 3ª Conferência das Partes da Convenção do Clima

adotou o Protocolo de Quioto, no Japão, em 1997. A sua entrada em vigor

dependia da ratificação de, no mínimo, 55 países, incluindo os países

desenvolvidos responsáveis por, pelo menos, 55% das emissões de GEE.

Diante dessa exigência, o protocolo só entrou em vigor no âmbito

internacional em 2005, após a ratificação pela Federação Russa.

A partir de então, o Protocolo definiu metas obrigatórias para países

desenvolvidos, que fazem parte do Anexo I da Convenção. As emissões

deveriam ser diminuídas em 5,2%, em média, entre 2008 e 2012 em

comparação aos níveis de 1990.

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Para que os países desenvolvidos (Anexo I) conseguissem cumprir

suas metas, foram estabelecidos três Mecanismos Adicionais de

Implementação ou Flexibilização, em complementação às medidas

domésticas de redução de emissão e remoção de gases. Dentre eles,

destaca-se o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), o qual

permite que países desenvolvidos (Anexo I) cumpram suas metas

investindo em projetos sustentáveis em países em desenvolvimento (Não

Anexo I).

A ideia é que um projeto gere, ao ser implantado, um benefício

ambiental (redução de emissões de gases do efeito estufa ou remoção de

CO2) na forma de um ativo financeiro negociável no mercado global.

Assim, um país que tenha metas pode adquirir Reduções Certificadas de

Emissões (RCEs), como forma de cumprir parte de suas obrigações

quantificadas no âmbito do Protocolo.

Tais projetos devem implicar reduções de emissões adicionais

àquelas que ocorreriam na ausência do projeto registrado como MDL.

Como exemplo, poderíamos citar o Florestamento e reflorestamento em

áreas degradadas e a captura de gás em aterros sanitários em países em

desenvolvimento como Brasil, Índia e China.

Diante do exposto, verifica-se a importância do Protocolo, já que,

por intermédio do MDL, um de seus instrumentos de implementação ou

flexibilização, busca alcançar o desenvolvimento sustentável, contribuindo

para o esforço mundial de mitigação do efeito estufa.

2 - (Cespe/UnB - Analista Ambiental - Tema 1 - Subtema 1.1:

Licenciamento e Auditoria Ambiental – Ibama – 2008)

No mês de novembro de 2008, em determinado porto localizado

em região de aquífero costeiro permeável, uma carga de sais em

perdimento foi armazenada em contêiner cilíndrico circular reto,

de 2,0 m de diâmetro, com contenção unicamente lateral, disposto

a céu aberto. A carga ocupava 1,0 m de altura do recipiente,

conforme mostrado na figura abaixo.

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Considerando que se está no final do mês de janeiro de 2009, que

a precipitação média mensal naquele porto, nos meses de

novembro, dezembro e janeiro, foi de 130 mm ao mês, descontada

a evaporação, redija um texto dissertativo sobre os principais

riscos ambientais iminentes e potenciais dessa situação. Em seu

texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

situações distintas de solubilidade do sal;

processos físico-químicos envolvidos na possibilidade de

solubilização ou precipitação do sal;

possíveis trajetos, da fração de sal precipitada, no ambiente

portuário.

Na situação em análise, a precipitação média no período de três

meses somada à carga de sais supera a capacidade de armazenamento

do contêiner, que está em porto localizado em região de aquífero costeiro

permeável. Diante disso, considerando ainda o fato de o contêiner ter

contenção unicamente lateral, podemos afirmar que houve vazamento de

sais, podendo atingir o aquífero e sua área de influência direta e indireta.

A extensão e a gravidade do vazamento vão depender da

solubilidade do sal. Se for de alta solubilidade, poderá, por lixiviação,

contaminar o solo, o aquífero permeável e a área por ele abrangida. Se

for de baixa solubilidade, parte do sal poderá ficar precipitada na base do

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contêiner, o que causaria menor dano ambiental.

Ainda é possível, em um segundo momento, que o sal em solução

presente no lençol freático venha, por ação da tensão superficial, ser

elevado até o nível do terreno. A evaporação que se sucede pode deixar

os resíduos sólidos salinos na superfície.

Ademais, o sal pode ficar depositado em depressões, aumentando a

concentração salina em áreas localizadas nas margens. Como a salinidade

da água do mar resulta de uma mistura de íons, por evaporação da água,

vamos obter uma cristalização de sais, por ordem crescente de

solubilidade, ou seja, começam por cristalizar os menos solúveis e só

depois os mais solúveis.

Assim, são necessárias medidas para mitigar os potenciais impactos

ambientais e, o mais importante, que condutas pautadas no princípio da

precaução sejam aplicadas para evitar outros possíveis acidentes de

mesma natureza.

3 - (Cespe/UnB - Tema 1: Regulação, Controle, Fiscalização,

Licenciamento e Auditoria Ambiental – Subtema 1.2: Regulação,

Controle e Fiscalização Ambiental – Ibama – 2008)

Redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema.

A ALOCAÇÃO NEGOCIADA DA ÁGUA NO CONTEXTO DA POLÍTICA

NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

Em seu texto aborde, necessariamente, os seguintes aspectos

relacionados à alocação negociada:

• conceito e objetivos;

• relação com a política nacional de recursos hídricos;

• forma de execução (descrição das etapas do ciclo da

alocação);

• participação do poder público na alocação pactuada.

A alocação negociada da água consiste no processo de definição de

quantidades de água a serem alocadas em cada bacia e/ou trechos de

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rios para atender à necessária disponibilidade de água, presente e futura,

em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos.

O objetivo é alocar água em qualidade e quantidade adequadas aos

mais diversos usos. Assim, busca-se atender minimamente a todos os

usuários, levando-se em conta tanto as demandas quanto as incertezas

em relação à disponibilidade.

A Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei nº

9.433/97, definiu a água como recurso natural limitado, de domínio

público, dotado de valor econômico. Sua gestão deve proporcionar o uso

múltiplo das águas e ser descentralizada, com a participação do Poder

Público, dos usuários e das comunidades.

Entre os instrumentos dessa política temos os planos de recursos

hídricos; a outorga dos direitos de uso; o enquadramento dos corpos de

água em classes; o sistema de informações; e a cobrança pelo uso. É

importante destacar que a alocação negociada de água não foi definida,

na Lei nº 9.433/97, como um dos instrumentos de gestão. No entanto,

ela tem se tornado um deles, na prática.

As etapas que integram o processo de alocação são as seguintes:

divulgação do processo para apresentar o problema para a sociedade,

destacando o objetivo da alocação e a importância da participação de

todos os interessados; o cadastramento dos usuários de água para

identificá-los, conhecer as suas necessidades hídricas, as finalidades de

uso, entre outros aspectos; a obtenção dos dados relacionados com o

problema e a definição de cenários de solução.

A próxima etapa é a assembleia dos usuários, em geral aberta

também a órgãos públicos e a entidades da Sociedade Civil, nela são

apresentados os cenários identificados. Em seguida, há a discussão das

possíveis cotas de uso da água para cada usuário. Com base nas

definições da assembleia, o órgão gestor pode, então, emitir as outorgas

de uso, instrumento que assegura ao usuário o direito de utilizar a água

de uma determinada fonte, com uma vazão e finalidade determinadas, e

por um período pré-definido.

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Uma vez que o processo de uso da água é dinâmico, no qual

demandas surgem e se extinguem, ou aumentam e diminuem com o

tempo, a alocação de água de uma bacia terá de ser um processo

também dinâmico. Por isso, para fechar o ciclo, após um determinado

período, previamente acordado, é realizada outra assembleia, na qual

poderão ser definidas novas cotas de uso, em função dos resultados

obtidos.

Diante do exposto, com o intuito de minimizar os potenciais

conflitos pela água, a alocação negociada fortalece o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos, contribuindo para o avanço da

Política Nacional de Recursos Hídricos, ao favorecer a implementação de

instrumentos de gestão, com a participação dos usuários de água, da

sociedade civil organizada e do Poder Público.

4 – (Cespe/UnB - Tema 3: Gestão, Proteção e Controle da

Qualidade Ambiental - Ibama – 2008)

Elabore um texto dissertativo acerca do tema

Gestão, Proteção e Controle da Qualidade Ambiental.

Em seu texto aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

• Convenção de Basiléia;

• Convenção de Estocolmo;

• Convenção de Roterdã;

• as interdependências entre si, relacionando-as com a Agenda

21.

O controle efetivo da geração, do armazenamento, do tratamento,

do transporte e do depósito dos resíduos perigosos é de extrema

importância para a saúde do homem e para o desenvolvimento

sustentável. Isso requer cooperação e participação ativas da comunidade

internacional, dos Governos e da indústria. Nesse sentido, foram

realizadas três convenções: a Convenção de Brasileia; de Roterdã; e

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também a de Estocolmo. Em conjunto, elas oferecem os meios para o

manejo global ecologicamente saudável das substâncias perigosas.

A Convenção de Basileia sobre o Controle dos Movimentos

Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito estabelece

mecanismos internacionais de controle baseados no princípio do

consentimento prévio e explícito para a importação e o trânsito de

resíduos perigosos. Além disso, procura coibir o tráfico ilícito e prevê a

intensificação da cooperação internacional para a gestão adequada desses

resíduos.

A Convenção de Roterdã sobre Procedimento de Consentimento

Prévio Informado para o Comércio Internacional de certas Substâncias

Químicas e Agrotóxicos Perigosos tem o objetivo de promover a

responsabilidade compartilhada e os esforços cooperativos entre as Partes

no comércio internacional de certas substâncias químicas perigosas,

visando à proteção da saúde humana e do meio ambiente contra os danos

potenciais dessas substâncias.

A Convenção de Estocolmo sobre os Poluentes Orgânicos

Persistentes é um dos mais importantes instrumentos de promoção da

segurança química global. Obriga os Países-Partes a adotarem medidas de

controle relacionadas a todas as etapas do ciclo de vida (produção,

importação, exportação, disposição e uso) das substâncias classificadas

como poluentes orgânicos persistentes (POPs). Esses poluentes têm

propriedades tóxicas, são resistentes à degradação, sendo transportados

através das fronteiras internacionais e depositados distantes do local de

sua liberação, onde se acumulam em ecossistemas terrestres e aquáticos.

Os tratados internacionais se complementam e reforçam o peso de

decisões já tomadas internamente nos países. Para atendimento à Agenda

21, temos dispostos, nos capítulos 19 e 20 de seu texto, o manejo

ecologicamente saudável das substâncias químicas tóxicas e a prevenção

do tráfico ilícito de produtos tóxicos e perigosos.

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5 - (Cespe/UnB - Área 41 Licenciamento e Avaliação Ambiental

Subárea: Instrumentos de Avaliação Ambiental - MMA – 2008)

Entre fins da década de 50 e início da de 60 do século passado, a

crescente sensibilidade de estudiosos, acadêmicos e gestores

públicos apontava a necessidade urgente da criação de novos

instrumentos capazes de complementar e ampliar a eficiência dos

tradicionalmente utilizados no licenciamento ambiental de

atividades e empreendimentos. Vários grupos de estudos foram se

formando nos Estados Unidos da América e na Europa,

primeiramente nacionais e a seguir multinacionais, para dar

resposta a esses desafios.Já na década de 60 passou a consolidar-

se o conceito, hoje corrente, de impacto sobre o ambiente. O

detalhamento desse conceito demonstrou que sua avaliação podia

ser feita com razoável margem de objetividade, de modo que ela

pudesse ter aceitação e representatividade social e transformar-

se em instrumento do processo de tomada de decisões no

licenciamento ambiental. Para tanto, essa avaliação deveria ter

características técnicas mínimas regulamentadas pelo poder

público e ser traduzida em instrumento público acessível aos

vários segmentos da sociedade interessados no processo de

licenciamento ambiental.

Braga et al. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo:

Pearson Prentice Hall, 2.ª ed. 2005 (com adaptações).

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter

unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do

seguinte tema:

A avaliação de impacto ambiental como instrumento da política

nacional do meio ambiente.

Ao elaborar seu texto,

inclua um roteiro básico para a elaboração do estudo de

impacto ambiental e do relatório de impacto ambiental;

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aborde pelo menos cinco atividades modificadoras do meio

ambiente que dependem da elaboração do estudo de impacto

ambiental e do respectivo relatório de impacto ambiental;

descreva a finalidade e os principais fundamentos da

audiência pública no processo de licenciamento ambiental e

sua relevância para a integração da sociedade na

problemática ambiental.

Obs.: Alguns temas foram retirados de provas para o MMA com

limite de 90 linhas. Ou seja, o triplo do limite estipulado para o

Ibama. Diante disso, vou apresentar o roteiro completo para essas

propostas ainda que extrapolem o limite de 30 linhas, ok?!

Meu objetivo agora é responder todos os quesitos exigidos,

alertando que a banca ofertou 90 linhas para isso.

Obviamente, na prova de vocês, a banca não exigirá tópicos

que necessitem de muitas linhas para serem desenvolvidos, haja

vista que 30 linhas não seriam suficientes.

Acreditem, vocês com a bagagem que estão adquirindo terão

que sintetizar muito para conseguir passar toda a informação

exigida dentro do limite imposto.

Vamos à proposta de resposta.

Consoante disposto na Lei nº 6.938 de 1981, a avaliação de

impactos ambientais, o licenciamento e a revisão de atividades efetivas

ou potencialmente poluidoras são instrumentos da Política Nacional do

Meio Ambiente. O fundamento da exigência do licenciamento ambiental

reside na possibilidade, constitucionalmente outorgada, de o Poder

Público impor restrições ao exercício do direito de propriedade e do direito

ao livre empreendimento, a fim de que a função socioambiental da

propriedade seja observada.

A Constituição Federal de 1988 determina, em seu artigo 225, que,

para assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente ecologicamente

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equilibrado, o Poder Público deverá exigir, na forma da lei, para instalação

de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa

degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que

se dará publicidade.

O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em

especial aos princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do

Meio Ambiente, deverá contemplar todas as alternativas tecnológicas e de

localização do projeto; identificar e avaliar sistematicamente os impactos

ambientais; definir os limites da área geográfica a ser direta ou

indiretamente afetada pelos impactos; considerar os planos e programas

governamentais propostos e em implantação na área de influência do

projeto e sua compatibilidade.

O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as

seguintes atividades técnicas: diagnóstico ambiental da área de influência

do projeto, considerando: o meio físico, o meio biológico e os

ecossistemas naturais e o meio socioeconômico; análise dos impactos

ambientais do projeto e de suas alternativas; definição das medidas

mitigadoras dos impactos negativos; elaboração do programa de

acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos.

Já o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) refletirá as conclusões do EIA

e deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua

compreensão. As informações do Relatório devem ser traduzidas em

linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e

demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender

as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as

consequências ambientais de sua implementação.

Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e

respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, o licenciamento de

atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: estradas de

rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; ferrovias; portos e

terminais de minério, petróleo e produtos químicos; aeroportos;

oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de

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esgotos sanitários; linhas de transmissão de energia elétrica, acima de

230KV; entre outras atividades.

Uma etapa importante do processo de licenciamento ambiental e

que possibilita a efetivação do princípio da participação e da informação é

a audiência pública. O Órgão do Meio Ambiente promoverá a realização de

audiência pública sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado

por entidade civil, pelo Ministério Público, ou por 50 ou mais cidadãos. As

audiências têm por finalidade expor aos interessados o conteúdo do

produto em análise e do seu referido RIMA, dirimindo as dúvidas e

recolhendo dos presentes as críticas e as sugestões a respeito. No caso de

haver solicitação de audiência pública e na hipótese do Órgão Estadual

não realizá-la, a licença não terá validade. A ata da Audiência Pública e

seus anexos servirão de base, juntamente com o RIMA, para a análise e

parecer final do licenciador quanto à aprovação ou não do projeto.

Assim, para assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações,

incumbe ao Poder Público exigir o licenciamento ambiental para a

localização, a instalação, a ampliação e a operação de empreendimentos e

de atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetivas

ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma,

possam causar degradação ambiental.

6 - (Cespe/UnB - Área 42: Licenciamento e Avaliação Ambiental –

Subárea: Políticas para o Licenciamento Ambiental – MMA – 2008)

Embora na época da promulgação da Lei nº 6.938/1981, o sistema

de licenciamento já estivesse previsto na legislação de vários

estados, ele foi disciplinado por essa lei, em nível nacional,

tornando-se obrigatório em todo território nacional.

De acordo com a norma federal, estão sujeitas a licenciamento

das obras ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais

consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como

capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.

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Essa definição é bastante genérica, mas a grande maioria dos

estados optou por relacionar as obras ou atividades sujeitas ao

sistema de licenciamento ou estabelecer critérios para a sua

identificação.

As licenças são normalmente expedidas pelos órgãos de controle

ambiental dos estados, cabendo ao governo federal, por meio do

IBAMA, o licenciamento de âmbito nacional ou regional.

Braga et al. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo:

Pearson Prentice Hall, 2.ª ed., 2005 (com adaptações).

Considerando que o fragmento acima tem caráter unicamente

motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema:

O processo de licenciamento ambiental como instrumento de

gestão ambiental

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes

aspectos:

licenças que podem ser expedidas pelo poder público no

controle ambiental;

etapas do procedimento de licenciamento ambiental;

empreendimentos/atividades — incluir pelo menos cinco —

utilizadores de recursos ambientais considerados efetiva ou

potencialmente poluidores, bem como os empreendimentos

capazes, sob qualquer forma, de causar degradação

ambiental, sujeitos ao licenciamento ambiental.

O licenciamento tem a finalidade de controlar atividades

potencialmente poluentes, procurando imprimir-lhes um padrão de

atuação sustentável, de modo a prevenir e/ou a mitigar danos

ambientais. Em regra, no licenciamento ambiental ordinário, o Poder

Público pode expedir três licenças ambientais: prévia, de instalação e de

operação.

A Licença Prévia (LP) tem prazo de cinco anos é concedida na fase

preliminar do planejamento, aprova a localização, a concepção e atesta a

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viabilidade ambiental da atividade. A Licença de Instalação (LI) tem prazo

de seis anos e precede os procedimentos de efetivo início de implantação

da atividade. Por fim, cumpridas as restrições e condicionantes das

licenças anteriores e resguardadas as medidas de controle ambiental, o

órgão ambiental expede a Licença de Operação (LO), que autoriza a

operação e tem prazo de quatro a dez anos, podendo ser renovada.

O procedimento de licenciamento ambiental obedecerá às seguintes

etapas: definição pelo órgão ambiental competente, com a participação

do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais,

necessários ao início do processo de licenciamento; requerimento da

licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos,

projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida

publicidade; análise pelo órgão ambiental competente; solicitação de

esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental e audiência

pública, quando couber; emissão de parecer técnico conclusivo e, se for o

caso, parecer jurídico; e, por fim, o deferimento ou indeferimento do

pedido de licença, dando-se a devida publicidade.

Entre as atividades que exigem EIA/RIMA temos: extração de

combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); aterros sanitários,

processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; distritos

industriais e zonas estritamente industriais - ZEI; qualquer atividade que

utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em quantidade

superior a dez toneladas por dia; e empreendimentos potencialmente

lesivos ao patrimônio espeleológico nacional.

Conclui-se que o licenciamento ambiental de empreendimentos e

atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de

significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto

ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente

(EIA/RIMA), ao qual será dado publicidade, garantida a realização de

audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação.

7 - (Cespe/UnB - Tema IV - Ibama – 2005)

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Com relação ao manejo florestal em áreas naturais, discute-se

muito, atualmente, acerca das operações de exploração na

floresta por meio de técnicas de impacto reduzido.

A respeito do emprego das técnicas referidas acima, redija um

texto dissertativo abordando, necessariamente, os seguintes

aspectos:

atividades que devem ser executadas antes, durante e após

a exploração da floresta;

cuidados necessários durante e após o corte de árvores, para

se obter madeira de boa qualidade e o máximo de

rendimento na serraria.

O manejo florestal sustentável pode ser definido como a

administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos e

sociais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema

objeto do manejo. Essa exploração de impacto reduzido tem suas

atividades divididas em três fases distintas para cada ciclo de corte: pré-

exploratória, exploratória e pós-exploratória.

A fase pré-exploratória inicia-se com o planejamento e a

delimitação das áreas de corte anual e unidades de trabalho com o

inventário 100%. Nessa etapa são definidas as espécies e os diâmetros

utilizados; a localização, identificação e medição das árvores; o

zoneamento da área; o planejamento das trilhas de arraste e estradas, e

a construção da infraestrutura necessária. Há, ainda, quando necessário,

o corte de cipós no mínimo um ano antes do abate das árvores

selecionadas para exploração.

As atividades de exploração florestal incluem o corte/abate

direcionado das árvores selecionadas e sinalizadas, a fim de preservar as

remanescentes; arraste; transporte; movimentação das toras nos pátios

de estocagem; operações de pátio, incluindo a separação de toras para

serraria e laminadoras; empilhamento; medição e romaneio. Ainda nessa

etapa temos a manutenção das estradas.

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Na última etapa do manejo florestal sustentável temos as atividades

pós-exploratórias: monitoramento; manutenção das trilhas de arraste e

pátios de estocagem; tratos silviculturais; avaliação das atividades de

exploração, seus impactos e desperdícios; e medidas de proteção à

floresta.

Conclui-se que a adoção do manejo florestal sustentável ou

exploração de impacto reduzido pode conduzir a uma exploração

economicamente viável, e proporcionar ganhos substanciais na eficiência

de conversão das toras em madeira serrada, com grande redução dos

danos ambientais durante a extração.

8 - (Cespe/UnB - Analista Ambiental – Área de Concentração I:

Administração e Planejamento em Meio Ambiente – Ministério do

Meio Ambiente – MMA – 2008)

A Constituição de 1988 consagrou uma série de princípios e

estabeleceu um conjunto de regras atinentes à relação entre a

administração e os servidores. Um dos aspectos mais relevantes

diz respeito à investidura em cargo ou emprego público, seja

mediante concurso público, seja para os chamados cargos em

comissão.

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente

motivador, redija um texto dissertativo acerca do ingresso no

serviço público a partir dos princípios da administração. Em seu

texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

principais princípios da administração pública na

Constituição Federal;

formas principais de ingresso no serviço público;

relações entre formas de ingresso e princípios da

administração descritos.

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De acordo com o artigo 37, da Constituição Federal de 1988, são

princípios expressos norteadores da Administração Pública: a legalidade, a

impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência.

O princípio da legalidade aplicado à Administração significa que esta

só pode praticar atos quando a lei assim determina ou autoriza. A

impessoalidade significa que a atividade administrativa deve ter por fim o

atendimento ao interesse público. A moralidade é o conjunto de regras

objetivas de condutas da boa e correta Administração, liga-se à ideia de

probidade. A publicidade determina a divulgação oficial dos atos do Poder

Público como requisito de eficácia dos atos administrativos que devam

produzir efeitos externos. Por fim, o princípio da eficiência, inserido pela

Emenda Constitucional 19, de 1998, identifica-se com a administração

gerencial e busca a melhor relação entre custos e benefícios.

A Constituição prevê como principais formas de ingresso no serviço

público a nomeação após aprovação em concurso público para cargos e

empregos públicos efetivos; a nomeação para cargos em comissão para

as funções de chefia, direção e assessoramento, de livre escolha da

autoridade competente. Há, também, a contratação por necessidade

temporária de excepcional interesse público.

No que diz respeito à relação entre as formas de ingresso e os

principais da administração descritos, registre-se que todos eles são

aplicáveis, direta ou indiretamente. Entretanto, o princípio da

impessoalidade ou isonomia, moralidade e eficiência são citados pela

doutrina majoritária e pela jurisprudência como de aplicação direta às

formas de acesso ao serviço público.

Assim, verifica-se que os princípios são orientadores de toda a

atividade da Administração Pública, devendo ser observados em toda a

sua atuação e, por consequência, nas formas de ingresso no serviço

público.

9 - (Cespe/UnB - Área 37 Engenharia Florestal. Subárea: Áreas

Protegidas - MMA – 2008)

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Para desenvolver, acompanhar, coordenar e elaborar pareceres

técnicos sobre planejamento, criação e gestão de áreas

protegidas, o profissional tem a seu dispor as leis que regem

todos esses aspectos, entre as quais pode ser citada a Lei n.º

9.985/2000, que criou o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação (SNUC). As unidades de conservação integrantes do

SNUC dividem-se em dois grupos: (1) as unidades de proteção

integral, cujo objetivo básico é preservar a natureza, sendo

possível, resguardadas algumas exceções, o uso indireto dos

recursos naturais; e (2) as unidades de uso sustentável, cujo

objetivo básico é compatibilizar a conservação da natureza com o

uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente

motivador, disserte acerca das unidades de proteção integral e

unidades de uso sustentável, abordando tanto os objetivos dessas

unidades quanto as restrições a que estão submetidas, em relação

a cada um dos seguintes tipos:

estação ecológica;

reserva biológica;

parque nacional;

área de proteção ambiental;

reserva extrativista.

OBSERVAÇÃO!

O Cespe ofereceu 90 linhas para a redação dessa proposta no

concurso do MMA. No entanto, para o concurso do Ibama temos o

limite de 30 linhas, o que é insuficiente para abordarmos de

maneira completa e satisfatória todas as características e

restrições de 5 unidades de conservação. Por esse motivo, vamos

adaptar a questão mantendo a proposta original, mas escrevendo

sobre 2 unidades: estação ecológica e reserva extrativista.

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Teve aluno que conseguiu escrever, de forma resumida,

sobre as 5 categorias, entretanto, nós consideramos a avaliação

partindo do pressuposto de que seria difícil o candidato escrever

sobre todos os quesitos em 30 linhas.

Vocês podem utilizar esse modelo de questão e escrever

sobre as 12 categorias de UC. Escrevam sobre 2 ou 3 unidades em

cada redação. Assim estarão preparados para qualquer tema que

aborde os grupos e as categorias do Sistema Nacional de Unidades

de Conservação.

Diante disso, a proposta será a seguinte:

Disserte acerca das unidades de proteção integral e unidades de

uso sustentável, abordando tanto os objetivos dessas unidades

quanto as restrições a que estão submetidas, em relação a cada

um dos seguintes tipos:

estação ecológica;

reserva extrativista.

Vamos à proposta de solução:

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é constituído

pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e

municipais. Há dois grupos de unidades: o de proteção integral e o de uso

sustentável. Além disso, cada um desses grupos é composto de

categorias com características específicas.

O grupo de proteção integral tem como escopo preservar a natureza,

sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. A

estação ecológica é uma categoria de unidade de conservação

pertencente a esse grupo.

A estação ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a

realização de pesquisas científicas. É de posse e domínio públicos, sendo

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que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas.

A visitação pública é proibida, exceto quando for com objetivo

educacional. A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão

responsável pela administração da unidade e está sujeita a condições e a

restrições.

Já as unidades de uso sustentável buscam compatibilizar a

conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos recursos

naturais. Neste grupo, temos as reservas extrativistas, unidades de

domínio público, com uso concedido às populações extrativistas

tradicionais, sendo desapropriadas as áreas particulares incluídas em seus

limites.

As Reservas Extrativistas são criadas para proteger os meios de vida e

a cultura das populações extrativistas e para assegurar o uso sustentável

dos recursos naturais. A visitação pública é permitida, desde que seja

compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano

de Manejo da área. A pesquisa científica é permitida e incentivada,

sujeitando-se à prévia autorização. A exploração comercial de recursos

madeireiros só será admitida em bases sustentáveis e em situações

especiais e complementares. Já a exploração de recursos minerais e a

caça amadorística ou profissional são proibidas.

Diante do exposto, verifica-se a importância desses espaços

ambientais que exigem proteção especial para a manutenção da

biodiversidade e para a preservação dos recursos naturais em benefício

do meio ambiente ecologicamente equilibrado, da saúde e da qualidade

de vida.

10 - (CESPE – Defensor Público – AC/2012)

Estabelece a Constituição Federal no caput do art. 225: “Todos

têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de

uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,

impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-

lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

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No inciso I do artigo 3º da Lei n.º 6.938/1981, que dispõe sobre a

Política Nacional do Meio Ambiente, meio ambiente é definido

como conjunto de condições, leis, influências e interações de

ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a

vida em todas as suas formas.

Com base nos dispositivos acima transcritos, disserte sobre os

princípios da precaução e do poluidor-pagador, estabelecendo a

diferença entre eles.

Com o objetivo de evitar que os danos ao meio ambiente se

concretizem, o princípio da precaução determina que, nos casos de perigo

de dano grave e irreversível, a falta de certeza científica absoluta não

deverá ser utilizada como razão para postergar a adoção de medidas

eficazes para impedir a degradação do meio ambiente.

A ausência de certeza científica, ou seja, a dúvida acerca de um

dano não pode ser utilizada para adiar a adoção de medidas efetivas no

intuito de evitar a degradação ambiental. Desse modo, o ônus de provar

que as intervenções pretendidas não são perigosas ou poluentes incumbe

ao interessado. Na dúvida, iremos adotar a posição mais favorável à

saúde e ao meio ambiente.

Importante lembrar que há inúmeras situações nas quais o dano

ambiental não pode ser evitado. Nesses casos, deve ser aplicado o

princípio do poluidor-pagador, em sua acepção reparatória. Aquele que

polui tem o dever de pagar. Ao poluidor impõem-se todas as

consequências derivadas do dano ambiental, incluindo recuperação ou

indenização do meio ambiente degradado. Vale observar, nesse ponto,

que o princípio do poluidor-pagador não prevê apenas a reparação dos

danos ambientais, mas também determina a adoção de medidas para

evitar que o dano se materialize. Trata-se, nesse caso, de incentivo

negativo destinado àqueles que pretendem praticar conduta lesiva ao

meio ambiente. Qualquer pessoa, física ou jurídica, que pretende utilizar

recursos naturais deve suportar as despesas de prevenção do dano

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ambiental. O princípio do poluidor-pagador pode ser entendido, portanto,

como um instrumento econômico que exige que o poluidor, uma vez

identificado, suporte as despesas de prevenção, de reparação e de

repressão dos danos ambientais.

11 - (MPE – GO – Promotor de Justiça – GO/2010)

Disserte, objetivamente, sobre as competências administrativas

em matéria ambiental, seus conflitos, critérios doutrinários e

legais para resolvê-los.

A competência administrativa em matéria ambiental é comum a

todos os entes da federação, nos termos do artigo 23, VI e VII, da

Constituição da República de 1988. Assim, União, Estados, Distrito

Federal e Municípios são competentes para promover a execução de

diretrizes, políticas e preceitos relativos à proteção ambiental, bem como

para exercer o poder de polícia ambiental.

Na tentativa de solucionar conflitos de competência, a Constituição

de 1988, no parágrafo único do artigo 23, dispõe que leis

complementares fixarão normas para a cooperação entre União e os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Em matéria ambiental, foi

editada a Lei Complementar nº 140/2011, que apresenta critérios de

definição de competências, delineando os campos de atuação

administrativa dos entes federados.

Ainda que a Lei Complementar nº 140/2011 apresente uma lista de

ações de cooperação de competência de cada ente federado, conflitos

poderão subsistir, em razão da competência comum em matéria

ambiental. Nesses casos, a doutrina apresenta critérios de definição,

como o da preponderância (predominância) do interesse, que deverá ser

analisado no caso concreto.

12 - (MPE – GO – Promotor de Justiça – GO/2010)

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Discorra sobre o licenciamento ambiental, abordando sua

natureza jurídica, características, competência e normatização.

De acordo com a Lei Complementar 140 de 2011, licenciamento

ambiental é o procedimento administrativo destinado a licenciar

atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais,

efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de

causar degradação ambiental.

O licenciamento integra a tutela administrativa preventiva do meio

ambiente, que apresenta como objetivo primário a preservação dos

recursos naturais. As licenças ambientais estabelecem as condições

mínimas de exercício da atividade econômica, além das contrapartidas

exigidas do particular para alcançar esse fim.

Trata-se de instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente

(PNMA), previsto no artigo 9º, inciso IV, da Lei nº 6.938/81,

regulamentado pela Resolução do CONAMA nº 237/1997 e pela Lei

Complementar nº 140/2011.

O licenciamento apresenta, como uma das principais características,

a natureza jurídica de procedimento administrativo, o que denota a

existência de um conjunto de formalidades e etapas definidas pelas

normas ambientais a serem observadas pelo interessado para que

obtenha o consentimento para concepção, localização, instalação e

operação de seu empreendimento ou de sua atividade.

Todos os entes federados são competentes para realizar o

licenciamento ambiental, tendo em vista tratar-se de atividade

administrativa de competência comum, nos termos do artigo 23, inciso VI

e VII, da Constituição de 1988. No entanto, em cada caso concreto, a

competência específica para o licenciamento ambiental é atribuída a

apenas um ente federado específico, tendo em vista não haver

possibilidade de licenciamento ambiental simultâneo ou duplo. Nos termos

da Lei Complementar nº 140/2011, os empreendimentos e as atividades

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são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente

federativo.

13 - (Procurador do Estado MG – FUMARC – 2012)

“Acerca do Licenciamento Ambiental, responda de forma

fundamentada:

(A) Qual a natureza jurídica da “Licença Ambiental”?

(B) O Licenciamento Ambiental de um “aterro sanitário” pode ser

concedido independentemente da realização de Estudo de

Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto ao Meio

Ambiente (EIA/RIMA)?

(C) Qual a competência para o licenciamento de um

empreendimento localizado em Área de Proteção Ambiental,

instituída pela União Federal, abrangendo o território dos

Municípios de Belo Horizonte e Nova Lima?

(D) Considerando que a instalação de determinado

empreendimento minerário dependa da supressão de vegetação

secundária em estágio avançado e médio de regeneração de Mata

Atlântica, informe quais são os requisitos para a prática de tal

atividade?”

A licença ambiental apresenta natureza jurídica sui generis, pois

apresenta características tanto de licença quanto de autorização.

A anuência da autoridade ambiental, para alguns, deve ser

concedida ao empreendimento que cumprir todas as exigências previstas

em lei, característica de ato administrativo vinculado. Por outro lado,

apresenta também natureza de ato administrativo discricionário, pois o

administrador preenche o vazio da norma a partir de dados técnicos

apresentados no caso concreto. Além disso, trata-se a licença ambiental

de ato administrativo com prazo determinado, característica das

autorizações administrativas.

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O licenciamento ambiental de um aterro sanitário depende de

apresentação, ao órgão ambiental licenciador, do Estudo de Impacto

Ambiental e respectivo Relatório de Impacto ao Meio Ambiente

(EIA/RIMA). Trata-se de atividade modificadora do meio ambiente,

expressamente elencada no rol do artigo 2º da Resolução CONAMA nº

01/1986, que relaciona as atividades cujo licenciamento ambiental

depende de elaboração de EIA/RIMA.

Um empreendimento localizado em Área de Proteção Ambiental

(APA), instituída pela União Federal, abrangendo o território dos

Municípios de Belo Horizonte e Nova Lima, ambos localizados no Estado

de Minas Gerais, deve ser licenciado pelo órgão ambiental estadual

competente. A Lei Complementar nº 140/2011 institui tratamento

especial às APA’s, especialmente no tocante ao licenciamento ambiental,

definindo critérios específicos pré-estabelecidos em seus artigos 7º, 8º e

9º. Assim, no caso da APA, o órgão ambiental competente para licenciar

uma atividade não será, necessariamente, o órgão ambiental do ente

federado que institui a unidade de conservação. No caso sob análise, em

uma APA federal em que seja necessário o licenciamento de uma

atividade que cause ou possa causar impacto ambiental em território de

dois municípios do mesmo Estado, a competência será do órgão

ambiental estadual.

Nos termos artigo 32, da Lei da Mata Atlântica (Lei nº

11.1428/2006), a supressão de vegetação secundária em estágio

avançado e médio de regeneração para fins de atividades minerárias

somente será admitida mediante: a) licenciamento ambiental,

condicionado à apresentação de Estudo Prévio de Impacto Ambiental

/Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA, pelo empreendedor, e desde

que demonstrada a existência de alternativa técnica e locacional ao

empreendimento proposto; b) sejam adotadas medidas compensatórias

que incluam a recuperação de área equivalente à área do

empreendimento, com as mesmas características ecológicas, na mesma

bacia hidrográfica e sempre que possível na mesma microbacia

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hidrográfica, independentemente do pagamento da compensação

ambiental prevista no artigo 36 da Lei do Sistema Nacional de Unidades

de Conservação(Lei nº 9.985/2000).

14 - (MPE – MA – Promotor de Justiça - MA/2009)

Acerca do tema responsabilidade civil ambiental discorra sobre

quais as formas de reparação dos danos causados ao meio

ambiente, esclarecendo inclusive:

a) Se é possível a cumulação de pedidos na ação civil pública

destinada a este fim e, em caso positivo, quais os pleitos viáveis;

b) Se a obrigação de reparar o passivo ambiental transmite-se ou

não ao adquirente da área degradada;

c) Se a licitude da atividade que causou o dano é causa excludente

ou não da responsabilidade civil ambiental, justificando a

resposta. Todas as assertivas deverão conter respostas com

fundamentação legal.

Conforme dispõe o artigo 225, parágrafo 3º da Constituição da

República de 1988, as condutas e as atividades consideradas lesivas ao

meio ambiente sujeitarão os infratores a sanções penais e

administrativas, além da obrigação de reparar os danos causados.

A reparação dos danos ao meio ambiente deve-se dar com a

imposição ao poluidor da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos

causados, consoante inciso VII do artigo 4º da Lei nº 6.938/1981 (Política

Nacional do Meio Ambiente - PNMA).

Deve ser dada preferência à recuperação do meio ambiente

degradado, para que ele volte a apresentar características idênticas ou

mais próximas possíveis das originais. Para tanto, alguns instrumentos

podem ser utilizados, como a regeneração natural da vegetação

degradada ou a compensação em outra área com características

similares. Apenas nos casos em que não seja possível a recuperação do

meio ambiente degradado é que se deve exigir do degradador a

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indenização pelos danos ambientais causados. Com intuito de alcançar a

reparação integral (in integrum) do meio ambiente degradado, doutrina e

jurisprudência são pacíficas ao afirmar a possibilidade de cumulação de

pedidos, em ação civil pública, de recuperação do meio ambiente natural

e do pagamento de indenização.

A obrigação de reparar os danos causados ao meio ambiente tem

natureza real, transmitindo-se ao novo adquirente da área degradada.

Nesses casos, o Superior Tribunal de Justiça admite a hipótese,

excepcional, de atribuição de responsabilidade civil independentemente

da existência de nexo causal. Assim, mesmo inexistindo relação de causa

e efeito entre a conduta do atual proprietário do imóvel e o dano ao meio

ambiente, será ele obrigado a repará-lo, por se tratar de obrigação

propter rem, que segue o imóvel.

Por fim, importante destacar que a responsabilidade civil por dano

ao meio ambiente é objetiva, nos termos do artigo 14, parágrafo 1º da

Lei nº 6.938/1981 e não qualquer hipótese de excludente de

responsabilidade civil. Por se tratar de responsabilidade objetiva, não há

que se discutir a licitude da atividade, ou se houve dolo ou culpa por

parte do degradador. Deve-se apenas analisar os elementos dano

ambiental e nexo causal. Como regra geral, comprovada a lesão ao meio

ambiente e a relação de causa e efeito entre a conduta e o dano, deve o

poluidor responder civilmente pelos danos ambientais causados.

15 - (CESPE - Magistratura Federal – TRF 1ª Região 2011)

Com base no direito ambiental, discorra sobre os princípios do

poluidor-pagador, da precaução e da prevenção, bem como sobre

as condições específicas da responsabilização penal da pessoa

jurídica.

O princípio do poluidor-pagador é um instrumento econômico que

exige que o poluidor suporte as despesas de prevenção, de reparação e

de repressão dos danos ambientais. Há duas acepções válidas desse

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princípio. Numa primeira interpretação, ele apresenta uma exigência

dirigida ao poluidor para que assuma todas as consequências derivadas

do dano ambiental, traduzida na obrigação de reparar os danos e

prejuízos, sendo inclusive denominado por alguns doutrinadores como

“princípio da reparação” ou “princípio da responsabilidade”. Aquele que

polui deve pagar. De acordo com outra interpretação, compatível com a

primeira, o princípio passa a ter uma finalidade dissuasiva, e não tanto

restitutiva, tendo em vista que a obrigação de pagar pelo dano causado

atua, ou deveria atuar, como incentivo negativo em relação àqueles que

pretendem praticar uma conduta lesiva ao meio ambiente.

A aplicação dos princípios da prevenção e da precaução, por sua

vez, têm como intuito evitar a concretização de danos ao meio ambiente.

O princípio da prevenção se apoia na certeza científica do impacto

ambiental de determinada atividade. Ao se conhecer os impactos sobre o

meio ambiente, impõe-se a adoção de todas as medidas preventivas

hábeis a minimizar ou a eliminar os efeitos negativos de uma atividade

sobre o ecossistema.

Já o princípio da precaução é considerado uma garantia contra os

riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não

podem ser ainda identificados. Este princípio afirma que, no caso de

ausência da certeza científica formal, a existência do risco de um dano

sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam

prever, minimizar e/ou evitar este dano.

Tanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto o Supremo

Tribunal Federal (STF) confirmaram o entendimento de que é admissível a

condenação de pessoas jurídicas pela prática de crime ambiental. Para

que haja responsabilização penal da pessoa jurídica, a infração deve ter

sido cometida no interesse ou no benefício da entidade e por decisão de

seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado. São

essas as condições específicas para que a pessoa jurídica seja

responsabilizada penalmente.

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16 - (TJ/RJ – Juiz de Direito – RJ/2012)

Consideram-se agrotóxicos e afins:

“a) os produtos e agentes de processos físicos, químicos ou

biológicos, destinados ao uso de setores de produção, no

armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas

pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de

outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e

industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou

da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos

considerados nocivos;

b) substâncias e produtos, empregados como desfolhantes,

dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento”.

Fale sobre o registro de agrotóxico, abordando o conceito,

competência para registro, avaliação técnico-científica, rotulagem

e impugnação.

A Lei nº 7.802/1989, regulamentada pelo Decreto nº 4.074/2002,

dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e

rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a

propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino

final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a

inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins. A

expressão “agrotóxicos e afins” refere-se, nos termos do artigo 2º, I e II

da Lei nº 7.802/1989: a) aos produtos e aos agentes de processos

físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de

produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas,

nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de

outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e

industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna,

a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados

nocivos; e b) as substâncias e produtos empregados como desfolhantes,

dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento.

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O registro dos agrotóxicos, seus componentes e afins pode ser

conceituado como um requisito prévio e indispensável para o

consentimento estatal para que seja possível a sua produção, exportação,

importação, comercialização e utilização, de acordo com as diretrizes e

exigências dos órgãos federais responsáveis pelos setores da saúde, do

meio ambiente e da agricultura. Nos termos do artigo 1º, XLII, do

Decreto nº 4.074/2002, o registro do produto é ato privativo de órgão

federal competente, que atribui o direito de produzir, comercializar,

exportar, importar, manipular ou utilizar um agrotóxico, componentes ou

afim. A competência para o registro é, portanto, do órgão federal

competente, nos termos do caput do artigo 3º, da Lei nº 7.802/1989.

A avaliação técnico-científica deverá ser realizada pelos órgãos

federais competentes, para fins de registro ou reavaliação de registro, no

prazo de até cento e vinte dias, contados a partir da data do respectivo

protocolo.

Para que sejam vendidos ou expostos à venda, os agrotóxicos e

afins são obrigados a exibir rótulos próprios e bulas, redigidos em

português, que especifiquem seus dados essenciais, como as indicações

para a identificação do produto, as instruções para sua utilização, as

informações relativas aos seus perigos potenciais e a recomendação para

que o usuário leia o rótulo antes de utilizar o produto.

Existe a possibilidade de solicitação de impugnação ou

cancelamento do registro de agrotóxicos e afins, nos casos de prejuízos

ao meio ambiente, à saúde humana e aos animais. São legitimados para

requerer a impugnação, nos termos do artigo 5º, da Lei nº 7.802/1989:

a) entidades de classe, representativas de profissões ligadas ao setor; b)

partidos políticos, com representação no Congresso Nacional; e c)

entidades legalmente constituídas para defesa dos interesses difusos

relacionados à proteção do consumidor, do meio ambiente e dos recursos

naturais.

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Propostas de questões práticas (limite de 10 linhas)

1 - (Cesgranrio - Profissional Básico: Formação Engenharia -

BNDES – 2011)

O Protocolo de Quioto estabeleceu três Mecanismos Adicionais de

Implementação em complementação às medidas de redução de

emissão e remoção de gases de efeito estufa implementadas pelas

Partes no Anexo I.

Entre esses mecanismos, destaca-se o Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo (MDL) como um instrumento econômico

que visa a facilitar o cumprimento das metas desse Protocolo.

Nessa perspectiva, descreva:

ATENÇÃO! Considere cada alternativa como sendo uma questão

com limite de 10 linhas para a resposta.

a) em que consiste o MDL.

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) consiste na

possibilidade de um país, que tenha compromisso de redução de emissões

(países inseridos no Anexo I), adquirir Reduções Certificadas de Emissões

(RCEs) geradas por projetos implantados em países em desenvolvimento

(países não inseridos no Anexo I), como forma de cumprir parte de suas

obrigações quantificadas no âmbito do Protocolo.

A ideia consiste em fazer com que, ao serem implantados, os

projetos gerem um benefício ambiental (redução de emissões de GEE ou

remoção de CO2) na forma de um ativo financeiro, transacionável,

denominado de Reduções Certificadas de Emissões.

Tais projetos devem implicar reduções de emissões adicionais

àquelas que ocorreriam na ausência do projeto registrado como MDL,

garantindo benefícios reais, mensuráveis e de longo prazo para a

mitigação da mudança global do clima.

b) o objetivo do MDL.

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O objetivo do MDL é assistir às Partes não constantes do Anexo I

para que contribuam com o objetivo final da Convenção, que é estabilizar

as concentrações de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera.

Ademais, visa ao desenvolvimento sustentável das Partes por meio

da implementação de atividades de MDL; e objetiva contribuir para que as

Partes do Anexo I cumpram suas obrigações quantificadas de limitação e

de reduções de emissões de gases.

c) quem pode participar do MDL.

Podem participar de uma atividade de projeto de MDL entidades

públicas, privadas e parcerias público-privadas das Partes no Anexo I e

das Partes não constantes do Anexo I, desde que devidamente

autorizadas pelos respectivos países.

O MDL é um mecanismo de mercado que estimula a ativa

participação do setor privado, com sua reconhecida agilidade, flexibilidade

e capacidade de resposta. Além disso, o engajamento deste setor é

crucial para a efetividade das ações de mitigação.

2 - (Elaborada pelo Professor Rosenval – 2016)

Qual a diferença entre Licença Ambiental e Licenciamento

Ambiental? De acordo com as Resoluções 237/97 e 01/86 do

Conama, quais são os tipos de licenças, suas características e seus

prazos?

O licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo

qual o órgão ambiental autoriza uma atividade utilizadora de recursos

ambientais, considerada efetiva ou potencialmente poluidora ou que

possa causar degradação ambiental.

Já a licença ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão

ambiental estabelece as condições, as restrições e as medidas de controle

ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, nos casos em

que o licenciamento é exigido.

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Há, em regra, três licenças: a Licença Prévia, que tem prazo de

cinco anos e é concedida na fase preliminar do planejamento, aprova a

localização, a concepção e atesta a viabilidade ambiental da atividade. A

Licença de Instalação, que tem prazo de seis anos e precede os

procedimentos de efetivo início de implantação da atividade. E, por fim, a

Licença de Operação, com prazo de quatro a dez anos e que autoriza a

operação, desde que sejam cumpridas as restrições e condicionantes das

licenças anteriores e resguardadas as medidas de controle ambiental.

3 - (Elaborada pelo Professor Rosenval – 2016)

Proteção de áreas de florestas nativas (desmatamento evitado)

pode ser projeto de MDL e requerer RCEs? Aborde

necessariamento o conceito de "Linha de Base".

O desmatamento evitado (Proteção de áreas de florestas nativas)

não pode ser incluído no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e

requerer Redução Certificada de Emissões (RCEs), pois os projetos

devem, necessariamente, significar reduções de emissões de gases do

efeito estufa adicionais àquelas que ocorreriam naturalmente na ausência

do projeto. Por outro lado, reflorestamentos e florestamentos de áreas

degradadas podem participar desse instrumento de implementação.

Linha de Base é o cenário de referência que representa as emissões

antrópicas de gases do efeito estufa por fontes que ocorreriam na ausência

da atividade proposta. Serve de base tanto para a verificação da

adicionalidade quanto para a quantificação das RCEs da atividade de

projeto MDL.

4 - (Elaborada pelo Professor Rosenval – 2016)

No âmbito do Protocolo de Quioto, o que vem a ser

"responsabilidade comum, porém diferenciada" e qual a sua

implicação no caso do Brasil?

De acordo com o princípio responsabilidade comum, porém

diferenciada, todos os países são responsáveis pelas mudanças climáticas

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e sofrerão os seus efeitos (responsabilidade comum), entretanto, essa

responsabilidade é diferenciada, porque alguns países desenvolvidos

contribuíram mais para o problema e por isso possuem compromissos,

tendo em vista suas capacidades econômicas e tecnológicas.

Diante disso, países em desenvolvimento, como o Brasil, por

exemplo, não estão obrigados, de acordo com o Protocolo de Quioto, a

cumprir metas de redução de emissões, embora possam colaborar para a

efetivação do acordo, tendo como instrumento projetos do Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo (MDL).

5 - (Elaborada pelo Professor Rosenval – 2016)

Os apicuns e salgados podem ser utilizados em atividades de

carcinicultura e salinas? Há a necessidade de Licenciamento

Ambiental? Responda necessariamente de acordo com as novas

disposições do Código Florestal.

Os apicuns e salgados podem ser utilizados em atividades de

carcinicultura e salinas, desde que observado o limite de área total

ocupada em cada Estado; a salvaguarda dos manguezais arbustivos; o

licenciamento pelo órgão ambiental; o recolhimento, tratamento e

disposição adequados dos efluentes e resíduos; a garantia da manutenção

da qualidade da água e do solo; e o respeito às atividades tradicionais de

sobrevivência das comunidades locais.

Estão sujeitos à apresentação de Estudo Prévio de Impacto

Ambiental e Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (EPIA/RIMA) os

novos empreendimentos de maior porte ou potencialmente causadores de

significativa degradação do meio ambiente ou ainda localizados em região

com adensamento de empreendimentos de carcinicultura ou salinas cujo

impacto afete áreas comuns.

6 - (Elaborada pelo Professor Rosenval – 2016)

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Qual é o entendimento do STF e do STJ sobre a possibilidade de

responsabilização da Pessoa Jurídica pela prática de crimes

ambientais?

É possível a responsabilização da Pessoa Jurídica pela prática de

crimes ambientais, porque há previsão expressa na Constituição Federal

de 1988.

A pessoa jurídica pode ser punida penalmente por crimes

ambientais ainda que não haja responsabilização de pessoas físicas, ou

seja, independentemente da responsabilização concomitante da pessoa

física que agia em seu nome.

Esse é o atual entendimento do STJ e do STF.

7 - (Elaborada pelo Professor Rosenval – 2016)

Quais os requisitos exigidos para a aplicação do princípio da

insignificância?

A aplicação do princípio da insignificância, de modo a tornar a ação

atípica, exige a satisfação, de forma concomitante, de certos requisitos,

quais sejam, conduta minimamente ofensiva, ausência de periculosidade

social da ação, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e

lesão jurídica inexpressiva.

O aludido princípio é considerado uma causa supralegal de exclusão

da tipicidade e, como tal, torna materialmente atípica a conduta imputada

ao acusado. Importante destacar que há divergências na jurisprudência e

na doutrina acerca da aplicação do princípio da insignificância e que o STF

inovou ao aplicá-lo.

8 - (Analista de Pesquisa Energética Meio

Ambiente/Geoprocessamento/Meio Físico - EPE – 2012)

Nos estudos de inventário hidrelétrico de bacias hidrográficas, de

acordo com o Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias

Hidrográficas, editado pelo Ministério de Minas e Energia, a

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Avaliação Ambiental Integrada (AAI) da Alternativa Selecionada é

um dos instrumentos de avaliação.

Explique, sucintamente, em que consiste essa Avaliação Ambiental

Integrada a ser considerada nos estudos de aproveitamentos

hidrelétricos.

Padrão de resposta apresentado pela Banca Cesgranrio:

O estudo de inventário de bacias hidrográficas deve considerar a

Avaliação Ambiental Integrada (AAI). A Avaliação Ambiental Integrada

(AAI) tem seu foco principal na situação ambiental da bacia hidrográfica

em consequência da implantação do conjunto de aproveitamentos

existentes ou planejados. Avalia os efeitos cumulativos e sinérgicos

relativos a esse conjunto de aproveitamentos considerando diferentes

cenários de desenvolvimento da bacia hidrográfica, levando em conta a

temporalidade para implantação dos projetos.

Propõe, ainda, diretrizes e recomendações para subsidiar a

concepção e a implantação dos empreendimentos e o processo de

licenciamento ambiental, visando à sustentabilidade socioambiental da

região, tendo por referência indicadores de sustentabilidade formulados

no âmbito do próprio estudo.

Ou

O estudo de inventário de bacias hidrográficas deve considerar a

Avaliação Ambiental Integrada (AAI). A Avaliação Ambiental Integrada

(AAI) da Alternativa Selecionada tem como finalidade complementar e

consolidar os estudos socioambientais da alternativa selecionada nos

Estudos Finais, de modo a destacar os efeitos cumulativos e sinérgicos

resultantes dos impactos negativos e positivos ocasionados pelo conjunto

de aproveitamentos que a compõem.

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É nessa etapa que são estabelecidas diretrizes socioambientais para

a continuidade dos estudos de concepção dos projetos e para futuros

estudos socioambientais na bacia, bem como para subsidiar o processo de

licenciamento ambiental dos futuros empreendimentos.

9 - (Elaborada pelo Professor Rosenval – 2016)

Motosserando Pascoal adquiriu a sua propriedade com as áreas de

preservação permanente degradadas, uma vez que o antigo

proprietário havia praticado o corte raso na área.

Diante da situação hipotética, ainda assim, Pascoal teria a

obrigação de recuperar a área e responder pelo dano ambiental?

Justifique.

A obrigação de recuperar a área de preservação permanente (APP)

degradada independe do fato de ter sido o proprietário o autor da

degradação ambiental, mas decorre de obrigação “propter rem”, que

adere ao título de domínio ou posse. Isso se deve ao fato de as

obrigações previstas no Código Florestal terem natureza real e serem

transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência

de domínio ou posse do imóvel rural.

O fato de a região não estar coberta por vegetação nativa não retira

a condição de área de preservação permanente. Assim, se a APP estiver

com a cobertura florestal nativa, o proprietário terá o dever de preservá-

la; se não estiver, sua obrigação será de recuperá-la.

Nesse contexto, é entendimento pacífico no âmbito do Superior

Tribunal de Justiça no sentido de que a responsabilidade civil pela

reparação dos danos ambientais é solidária, objetiva e adere à

propriedade, sendo possível responsabilizar também o atual proprietário

(responsável indireto pela degradação ambiental) pelos danos provocados

por proprietários antigos.

10 - (Elaborada pelo Professor Rosenval – 2016)

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O manual de auditoria ambiental do TCU apresenta uma tipologia

de auditorias. De acordo com a classificação e as modalidades

apresentadas no manual, o que seria auditoria ambiental de

conformidade e Auditoria Ambiental de Natureza Operacional?

A Auditoria Ambiental é o conjunto de procedimentos aplicados ao

exame e à avaliação dos aspectos ambientais envolvidos em políticas,

programas, projetos e atividades desenvolvidas pelos órgãos e entidades

sujeitos ao seu controle.

O foco da Auditoria Ambiental de Conformidade é a análise do

cumprimento de políticas, diretrizes, regras e procedimentos

estabelecidos por normas instituídas ou não pelo órgão ou entidade

responsável pela ação investigada. Assim, deve-se avaliar se o que foi

estabelecido está sendo adotado.

Já a Auditoria Ambiental de Natureza Operacional compreende duas

modalidades: a Auditoria Ambiental de Desempenho Operacional e a

Avaliação Ambiental de Programa. Tem o objetivo de avaliar os resultados

alcançados pela gestão ambiental. Assim, essa modalidade de auditoria

consiste na avaliação sistemática da economicidade, eficiência, eficácia e

efetividade de providências relativas à preservação do meio ambiente, por

meio da prevenção da degradação ambiental ou da sua reparação.

11 - (Elaborada pelo Professor Rosenval – 2016)

Quais as definições de Auditoria Ambiental de Desempenho

Operacional e de Avaliação Ambiental de Programa?

Tanto a Auditoria Ambiental de Desempenho Operacional quanto a

Avaliação Ambiental de Programa são modalidades de Auditoria Ambiental

de Natureza Operacional.

A auditoria ambiental de desempenho operacional tem por

finalidade examinar a ação governamental quanto à economicidade, à

eficiência e à eficácia. A análise realizada por esse tipo de auditoria deve

levar em conta não só o uso dos recursos ambientais, mas também a

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gestão dos recursos humanos, materiais, financeiros utilizados na

realização da gestão ambiental.

Na avaliação ambiental de programa, o objetivo é examinar o

impacto (efetividade) das funções, programas, atividades e projetos

governamentais. Deve-se, portanto, incluir na análise elementos que

permitam concluir se os resultados da atuação do Governo são coerentes

com o objetivo de proteger o meio ambiente e zelar para que não sejam

comprometidas a qualidade ambiental e a capacidade de as gerações

presentes e futuras usufruírem dos bens ambientais. Ou seja, deve-se

verificar em que medida as ações implementadas lograram êxito em

resolver os problemas relacionados ao meio ambiente.

12 - (TJ – GO – Juiz Federal – GO/2009)

Em se tratando de Responsabilidade de Direito Ambiental, pode-se

impor ao adquirente de área já desmatada a obrigação de reparar

o dano ambiental? Explique.

De acordo com o artigo 2º, parágrafo 2º, do Código Florestal (Lei

12.651/2012), a obrigação de reparar os danos causados ao meio

ambiente tem natureza real, transmitindo-se ao sucessor, de qualquer

natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.

Nesses casos, verifica-se a hipótese, excepcional, de atribuição de

responsabilidade civil independentemente da existência de nexo causal.

Mesmo inexistindo relação de causa e efeito entre a conduta do atual

proprietário do imóvel e o dano ao meio ambiente, será ele obrigado a

repará-lo, por se tratar de obrigação que segue o imóvel, ou seja, propter

rem.

Vale lembrar que a reparação do dano ambiental deve se dar,

preferencialmente, com a recuperação dos bens ambientais e o

restabelecimento das características ecossistêmicas da área degradada,

e/ou, subsidiariamente, com o pagamento de indenização pelos prejuízos

causados ao meio ambiente.

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13 - (MPE – PR – Promotor de Justiça – PR/2012)

Discorra acerca das Reservas de Desenvolvimento Sustentável

(RDS), especialmente no que se refere aos seus objetivos.

A Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação na Natureza

(Lei nº 9.985/00) classifica a Reserva de Desenvolvimento Sustentável

como unidade de conservação do grupo de uso sustentável. Nesse grupo,

é possível compatibilizar a conservação da natureza com o uso

sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

Reserva do Desenvolvimento Sustentável como uma área natural

que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas

sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo

de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que

desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na

manutenção da diversidade biológica.

Seu objetivo é preservar a natureza e, concomitantemente,

assegurar os meios necessários para a reprodução, a melhoria dos modos

e da qualidade de vida e a exploração dos recursos naturais das

populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o

conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente desenvolvido por

essas populações.

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público, o

que significa dizer que as áreas particulares incluídas em seus limites

deverão ser desapropriadas.

14 - (MPE – GO – Promotor de Justiça – GO/2010)

Discorra sobre o direito adquirido à licença ambiental, abordando

a possibilidade ou não de aplicação de novas regras a

empreendimentos efetiva e potencialmente poluidores já

consolidados.

Não há direito adquirido neste caso. Sendo possível, inclusive, a

aplicação de novas exigências ambientais a empreendimentos já

licenciados.

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As licenças ambientais não são perenes, ou seja, têm prazos de

validade e precisam ser revisadas ou renovadas. Assim, periodicamente,

as atividades efetiva ou potencialmente poluidoras devem comprovar sua

adequação às normas ambientais em vigor e aos novos padrões de

qualidade ambiental, que podem ser alterados de acordo com as

inovações tecnológicas e científicas. Novas regras ambientais podem,

portanto, ser exigidas do empreendedor no momento da renovação da

licença ambiental. Não há que se falar em direito adquirido para causar

degradação ambiental.

Em determinadas situações, existe ainda a possibilidade de

modificação, suspensão ou cancelamento da licença ambiental antes

mesmo de findo o seu prazo de validade, momento que adviria sua

extinção natural. Tais hipótese estão elencadas no artigo 19 da Resolução

do CONAMA nº 237/1997 e relacionam-se ao interesse da coletividade na

manutenção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, à má-fé do

empreendedor ou à superveniência de irregularidades de atividades já

licenciadas. São elas: a) violação ou inadequação de quaisquer

condicionantes ou normas legais; b) omissão ou falsa descrição de

informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença; c)

superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.

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Questões EXTRAS:

1 - (Elaborada pelo Professor Rosenval – 2016)

Quais são os mecanismos de implementação ou flexibilização do

Protocolo de Quioto? De maneira sucinta, explique cada um deles.

Para que os países desenvolvidos (Anexo I) consigam cumprir suas

metas, o Protocolo de Quioto estabeleceu três Mecanismos Adicionais de

Implementação: Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL);

Implementação Conjunta; e Comércio de Emissões.

O MDL permite que países do Anexo I cumpram suas metas,

investindo em projetos sustentáveis em países em desenvolvimento,

adquirindo Reduções Certificadas de Emissões.

Na Implementação Conjunta, países com limites de emissões

podem investir em projetos de remoção de emissões em outro país

também desenvolvido, ficando assim com créditos chamados de Unidades

de Emissão Reduzida.

Por fim, temos o Comércio de Emissões, que possibilita a

negociação de cotas de redução entre as partes que possuem

compromissos estipulados pelo Protocolo.

2 - (Elaborada pelo Professor Rosenval – 2016)

Em que condições pode ser exigida Audiência Pública em

processos de licenciamento ambiental? Qual o seu objetivo?

Fundamente sua reposta de acordo com a Resolução 09/87 do

Conama.

O Órgão do Meio Ambiente promoverá a realização de audiência

pública sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por

entidade civil, pelo Ministério Público, ou por 50 ou mais cidadãos.

A audiência tem a finalidade de expor aos interessados o conteúdo

do relatório de impacto ambiental (RIMA), que apresenta as conclusões

do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) em uma linguagem mais acessível.

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Além disso, visa esclarecer dúvidas e recolher críticas e sugestões dos

interessados.

Dependendo do tipo de empreendimento e do seu impacto, podem

ser realizadas uma ou várias audiências públicas. No caso de haver

solicitação de audiência e na hipótese do Órgão ambiental não realizá-la,

a licença não terá validade.

3 - (Elaborada pelo Professor Rosenval – 2016)

De acordo com o STF a compensação ambiental foi considerada

inconstitucional? Sim ou não? Explique.

A Compensação ambiental é um instrumento que obriga o

empreendedor a apoiar a implantação e a manutenção de unidade de

conservação, nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos

que causem significativo impacto ao meio ambiente, com fundamento no

Estudo de Impacto Ambiental (EIA).

A decisão do Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional

apenas o piso de 0,5% previsto na Lei nº 9.985/00. A compensação

ambiental é constitucional e continua em vigor, sendo o montante fixado

pelo órgão ambiental de acordo com o grau de impacto causado, com

fundamento no EIA.

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Espelhos de correção originais da BANCA CESPE

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS IBAMA 2012 ANALISTA AMBIENTAL - Concurso público para provimento de vagas no cargo de Analista Ambiental

ESPELHO DA AVALIAÇÃO DA PROVA DISCURSIVA

Nome: XXXXXXXXXXXXX Inscrição: XXXXXXX

Analista Ambiental - Tema 1: Licenciamento Ambiental

PROVA ANALISTA AMBIENTAL - TEMA 1: LICENCIAMENTO AMBIENTAL - REDAÇÃO

ASPECTOS MACROESTRUTURAIS

Quesitos Avaliados Faixa de valor Nota

1 Apresentação e estrutura textual 0,00 a 0,50

2 Desenvolvimento do tema

2.1 Espécies e conteúdo das licenças ambientais 0,00 a 3,50

2.2 Competência da União para a outorga de licenças ambientais 0,00 a 3,00

2.3 Atuação em caráter supletivo dos entes federados nas ações administrativas de licenciamento e na autorização ambiental 0,00 a 3,00

ASPECTOS MICROESTRUTURAIS

Tipo de erro linha -->

0 1

0 2

0 3

0 4

0 5

0 6

0 7

0 8

0 9

1 0

1 1

1 2

1 3

1 4

1 5

1 6

1 7

1 8

1 9

2 0

2 1

2 2

2 3

2 4

2 5

2 6

2 7

2 8

2 9

3 0

Grafia/Acentuação Morfossintaxe Propriedade vocabular

RESULTADO

Nota no conteúdo (NC = soma das notas obtidas em cada quesito) Número total de linhas efetivamente escritas (TL)

Número de erros (NE) NOTA DA PROVA ANALISTA AMBIENTAL - TEMA 1:

LICENCIAMENTO AMBIENTAL - REDAÇÃO

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIEN TE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS IBAMA 2012 ANALISTA AMBIENTAL - Concurso público para provimento de vagas no cargo de Analista Ambiental

ESPELHO DA AVALIAÇÃO DA PROVA DISCURSIVA

Nome: Inscrição:

Analista Ambiental - Tema 2: Monitoramento, Regulação, Controle, Fiscalização e Auditoria Ambiental

PROVA ANALISTA AMBIENTAL - TEMA 2: MONITORAMENTO, REGULAÇÃO, CONTROLE,

FISCALIZAÇÃO E AUDITORIA AMBIENTAL - QUESTÃO 1

ASPECTOS MACROESTRUTURAIS

Quesitos Avaliados Faixa de valor Nota

1 Apresentação e estrutura textual 0,00 a 0,50

2 Desenvolvimento do tema

2.1 Abrangência dos trabalhos de auditoria realizados pela empresa de auditoria contratada pelo DF

0,00 a 2,50

2.2 Tipos de estudos e relatórios, com as respectivas características, necessários ao licenciamento ambiental do empreendimento

0,00 a 2,00

ASPECTOS MICROESTRUTURAIS

Tipo de erro linha -->

0 1

0 2

0 3

0 4

0 5

0 6

0 7

0 8

0 9

1 0

Grafia/Acentuação . . . . . . . . . . Morfossintaxe . . . . . . . . . . Propriedade vocabular . . . . . . . . . .

RESULTADO

Nota no conteúdo (NC = soma das notas obtidas em cada quesito)

Número total de linhas efetivamente escritas (TL)

Número de erros (NE)

NOTA DA PROVA ANALISTA AMBIENTAL - TEMA 2: MONITORAMENTO, REGULAÇÃO, CONTROLE, FISCALIZAÇÃO E AUDITORIA AMBIENTAL -

QUESTÃO 1

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIEN TE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS IBAMA 2012 ANALISTA AMBIENTAL - Concurso público para provimento de vagas no cargo de Analista Ambiental

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ESPELHO DA AVALIAÇÃO DA PROVA DISCURSIVA

Nome: Inscrição:

Analista Ambiental - PROVA ANALISTA AMBIENTAL - TEMA 3: GESTÃO, PROTEÇÃO E CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL – Questão

PROVA ANALISTA AMBIENTAL - PROVA ANALISTA AMBIENTAL - TEMA 3: GESTÃO,

PROTEÇÃO E CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL - REDAÇÃO

ASPECTOS MACROESTRUTURAIS

Quesitos Avaliados Faixa de valor Nota

1 Apresentação e estrutura textual 0,00 a 0,50

2 Desenvolvimento do tema

2.1 Padrões Nacionais de Qualidade do Ar 0,00 a 2,50

2.2 Principais Objetivos do PROCONVE 0,00 a 3,50

2.3 Identificação dos Poluentes Atmonsféricos 0,00 a 2,50

ASPECTOS MICROESTRUTURAIS

Tipo de erro linha -->

0 1

0 2

0 3

0 4

0 5

0 6

0 7

0 8

0 9

1 0

Grafia/Acentuação . . . . . . . . . . Morfossintaxe . . . . . . . . . . Propriedade vocabular . . . . . . . . . .

RESULTADO

Nota no conteúdo (NC = soma das notas obtidas em cada quesito)

Número total de linhas efetivamente escritas (TL)

Número de erros (NE)

NOTA DA PROVA ANALISTA AMBIENTAL - PROVA ANALISTA AMBIENTAL - TEMA 3: GESTÃO, PROTEÇÃO E CONTROLE DA QUALIDADE

AMBIENTAL -

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