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Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais Pastor Presidente: Aílton José Alves Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524 LIÇÃO 10 - NÃO FURTARÁS - 1º TRIMESTRE 2015 (Êx 20.15; 22.1-9) INTRODUÇÃO O oitavo mandamento do Decálogo “não furtarás” visa orientar o homem a tratar com respeito a propriedade alheia. No caso de furto de algum bem material, a orientação divina como pena capital era a restituição. Nesta lição trataremos de forma mais detalhada este mandamento; destacaremos alguns tipos de práticas que podem ser consideradas como furto; quais as obras da carne que levam uma pessoa a infringir esse mandamento; e, por fim, pontuaremos que aquele que serve a Deus deve ter compromisso com a honestidade diante de Deus e dos homens. I – O OITAVO MANDAMENTO DO DECÁLOGO “Não furtarás” é o oitavo mandamento do Decálogo (Êx 20.15). Esse mandamento proíbe o furto, isto é, tomar para si algo que pertença a outrem. Assim, ele aprova o direito de propriedade. O homem pode possuir aquilo que é o resultado justo de seu trabalho, ou um presente. “Furtar ou roubar são atos que provocam instabilidade social. Aquele que furta demonstra desrespeito por outros ou inveja deles. Isso se aplica tanto aqueles que se apropriam diretamente dos bens de alguém quanto aqueles que usam de artifícios para obter ou reter consigo bens pertencentes a outrem. Além de se preocupar com as questões espirituais, a Bíblia nos instrui acerca da natureza dos relacionamentos interpessoais saudáveis. Assim, vários textos bíblicos tratam de questões do cotidiano, como a relação entre os ricos e os pobres ou entre os patrões e os funcionários. Muitas vezes, essas relações são negativas, pois uma parte procura se beneficiar usando de métodos que podem prejudicar a outra” (ADEYEMO, 2010, p. 114). 1.1 A pena capital para o roubo. Em Êxodo 22 encontramos nas leis civis Deus orientando o povo de Israel através de Moisés como seria a pena capital para aquele que havia furtado algo do seu próximo. O ladrão devia pagar cinco cabeças de gado para cada boi roubado e abatido e quatro ovelhas para cada ovelha roubada e abatida (Êx 22.1). Se o animal fosse encontrado com vida, o ladrão devia pagar em dobro, ou seja, dois bois ou duas ovelhas para cada boi ou ovelha roubada (Êx 22.4). A multa servia para dissuadir o criminoso em potencial e também levava em consideração o fato de que os danos causados por esse tipo de crime não se limitam ao valor da propriedade roubada, como no caso do sequestro onde o sequestrador era punido com a morte (Êx 21.16; Dt 24.7). II – O PRINCÍPIO DO RESPEITO À PROPRIEDADE ALHEIA O oitavo mandamento do Decálogo está entre os que dizem respeito aos relacionamentos interpessoais. O princípio nele contido - o respeito a propriedade alheia, é destacado tanto no AT quanto no NT como veremos a seguir: 2.1 Antigo Testamento. O mandamento que proíbe o furto faz parte da legislação mosaica (Êx 20.15; Dt 5.19). “O Antigo Testamento inclui proibições referentes ao furto, ao dano às propriedades e ao mau uso das propriedades ou objetos pertencentes ao próximo (Êx 21.33,34; 22.5,6; 22.4,7,9; 20.15; Gn. 31.31; II Sm 23.21)” (CHAMPLIN, 2006, vol 2, p. 836). Vejamos o que o AT diz sobre o furto: (a) o furto é uma abominação (Jr 7.9,10); (b) não pagar salários justos é um furto (Lv 19.13); (c) os ímpios são inclinados ao furto (Sl 119.61); a cobiça promove o furto (Am 3.10); (d) aqueles que consentem com o furto também tornam-se culpados (Jó 24.14; Ob 5); (e) geralmente quem furta também mata (Jr 7.9; Os 4.2); (f) paira uma maldição sobre o ladrão (Os 4.2,3; Ml 3.5); e, (g) o furto provoca a ira de Deus (Ez 22.29,31). Eis alguns exemplos de homens honestos: José (Gn 39.2-4); Samuel (I Sm 12.2-5); Daniel (Dn 6.1-4). 2.2 Novo Testamento. Jesus citou os mandamentos do Decálogo incluindo o oitavo: “não furtarás” (Mt 19.18; Mc 10.19; Lc 18.20). Paulo ensinou que quem ama ao próximo jamais irá furtar, pois o amor é o cumprimento da Lei (Rm 13.9). Em Efésios 4.29 “Paulo explicou que se uma pessoa que antes de ser convertido tinha o hábito de furtar, assim que se tornasse um crente tinha que se livrar desse antigo estilo de vida e fazer uma mudança, voltando-se para o trabalho honesto, a fim de ganhar a vida. Roubo e ócio andam juntos; dessa maneira, a instrução de Paulo não era somente para parar de roubar, mas também para começar um trabalho honesto. Além disso, muitas vezes, os escravos tinham a propensão de roubar a casa a que serviam; muitos escravos tornaram-se cristãos, e Paulo podia estar falando a eles. Todo crente deveria trabalhar arduamente, fazer sua parte na comunidade, sustentar-se, e não esperar que ninguém o mantivesse” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, vol. 02, p. 340). Do ponto de vista bíblico não existe desculpa para considerar a corrupção algo inevitável, e a justiça, um ideal inatingível. Honestidade e justiça são realidades que precisamos defender e praticar, o apóstolo Pedro fala a cerca desta verdade (I Pe 2.12; 4.15). Por fim, o ensinamento neotestamentário é contundente quando diz que aqueles que praticam furtos não entrarão no céu (I Co 6.10; Ap 21.27).

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  • Igreja Evanglica Assembleia de Deus Recife / PESuperintendncia das Escolas Bblicas Dominicais

    Pastor Presidente: Alton Jos AlvesAv. Cruz Cabug, 29 Santo Amaro CEP. 50040 000 Fone: 3084 1524

    LIO 10 - NO FURTARS - 1 TRIMESTRE 2015 (x 20.15; 22.1-9)

    INTRODUOO oitavo mandamento do Declogo no furtars visa orientar o homem a tratar com respeito a propriedade

    alheia. No caso de furto de algum bem material, a orientao divina como pena capital era a restituio. Nesta liotrataremos de forma mais detalhada este mandamento; destacaremos alguns tipos de prticas que podem ser consideradascomo furto; quais as obras da carne que levam uma pessoa a infringir esse mandamento; e, por fim, pontuaremos queaquele que serve a Deus deve ter compromisso com a honestidade diante de Deus e dos homens.

    I O OITAVO MANDAMENTO DO DECLOGONo furtars o oitavo mandamento do Declogo (x 20.15). Esse mandamento probe o furto, isto , tomar

    para si algo que pertena a outrem. Assim, ele aprova o direito de propriedade. O homem pode possuir aquilo que oresultado justo de seu trabalho, ou um presente. Furtar ou roubar so atos que provocam instabilidade social. Aquele quefurta demonstra desrespeito por outros ou inveja deles. Isso se aplica tanto aqueles que se apropriam diretamente dos bensde algum quanto aqueles que usam de artifcios para obter ou reter consigo bens pertencentes a outrem. Alm de sepreocupar com as questes espirituais, a Bblia nos instrui acerca da natureza dos relacionamentos interpessoaissaudveis. Assim, vrios textos bblicos tratam de questes do cotidiano, como a relao entre os ricos e os pobres ouentre os patres e os funcionrios. Muitas vezes, essas relaes so negativas, pois uma parte procura se beneficiar usandode mtodos que podem prejudicar a outra (ADEYEMO, 2010, p. 114).

    1.1 A pena capital para o roubo. Em xodo 22 encontramos nas leis civis Deus orientando o povo de Israel atravs deMoiss como seria a pena capital para aquele que havia furtado algo do seu prximo. O ladro devia pagar cinco cabeasde gado para cada boi roubado e abatido e quatro ovelhas para cada ovelha roubada e abatida (x 22.1). Se o animal fosseencontrado com vida, o ladro devia pagar em dobro, ou seja, dois bois ou duas ovelhas para cada boi ou ovelha roubada(x 22.4). A multa servia para dissuadir o criminoso em potencial e tambm levava em considerao o fato de que osdanos causados por esse tipo de crime no se limitam ao valor da propriedade roubada, como no caso do sequestro onde osequestrador era punido com a morte (x 21.16; Dt 24.7).

    II O PRINCPIO DO RESPEITO PROPRIEDADE ALHEIAO oitavo mandamento do Declogo est entre os que dizem respeito aos relacionamentos interpessoais. O

    princpio nele contido - o respeito a propriedade alheia, destacado tanto no AT quanto no NT como veremos a seguir:

    2.1 Antigo Testamento. O mandamento que probe o furto faz parte da legislao mosaica (x 20.15; Dt 5.19). OAntigo Testamento inclui proibies referentes ao furto, ao dano s propriedades e ao mau uso das propriedades ouobjetos pertencentes ao prximo (x 21.33,34; 22.5,6; 22.4,7,9; 20.15; Gn. 31.31; II Sm 23.21) (CHAMPLIN, 2006, vol2, p. 836). Vejamos o que o AT diz sobre o furto: (a) o furto uma abominao (Jr 7.9,10); (b) no pagar salrios justos um furto (Lv 19.13); (c) os mpios so inclinados ao furto (Sl 119.61); a cobia promove o furto (Am 3.10); (d) aquelesque consentem com o furto tambm tornam-se culpados (J 24.14; Ob 5); (e) geralmente quem furta tambm mata (Jr 7.9;Os 4.2); (f) paira uma maldio sobre o ladro (Os 4.2,3; Ml 3.5); e, (g) o furto provoca a ira de Deus (Ez 22.29,31). Eisalguns exemplos de homens honestos: Jos (Gn 39.2-4); Samuel (I Sm 12.2-5); Daniel (Dn 6.1-4).

    2.2 Novo Testamento. Jesus citou os mandamentos do Declogo incluindo o oitavo: no furtars (Mt 19.18;Mc 10.19; Lc 18.20). Paulo ensinou que quem ama ao prximo jamais ir furtar, pois o amor o cumprimento da Lei(Rm 13.9). Em Efsios 4.29 Paulo explicou que se uma pessoa que antes de ser convertido tinha o hbito de furtar, assimque se tornasse um crente tinha que se livrar desse antigo estilo de vida e fazer uma mudana, voltando-se para o trabalhohonesto, a fim de ganhar a vida. Roubo e cio andam juntos; dessa maneira, a instruo de Paulo no era somente paraparar de roubar, mas tambm para comear um trabalho honesto. Alm disso, muitas vezes, os escravos tinham apropenso de roubar a casa a que serviam; muitos escravos tornaram-se cristos, e Paulo podia estar falando a eles. Todocrente deveria trabalhar arduamente, fazer sua parte na comunidade, sustentar-se, e no esperar que ningum omantivesse (APLICAO PESSOAL, 2010, vol. 02, p. 340). Do ponto de vista bblico no existe desculpa paraconsiderar a corrupo algo inevitvel, e a justia, um ideal inatingvel. Honestidade e justia so realidades queprecisamos defender e praticar, o apstolo Pedro fala a cerca desta verdade (I Pe 2.12; 4.15). Por fim, o ensinamentoneotestamentrio contundente quando diz que aqueles que praticam furtos no entraro no cu (I Co 6.10; Ap 21.27).

  • III - TIPOS DE FURTOO mandamento de no furtar amplssimo, pois trata do respeito a propriedade alheia. A falta de honestidade nos

    negcios e na vida social rompe os vnculos que mantm a comunidade unida e resultam em injustia e caos por todaparte. Abaixo destacaremos os vrios tipos de infraes que se constitu numa violao deste mandamento:

    TIPOS DE FURTO REFERNCIAS

    Omisso no pagamento dos impostos Pv 16.8; Mc 12.17; Rm 13.7

    Sequestro x 21.16; Dt 24.7; I Tm 1.10

    Propina: suborno x 23.6; Dt 27.19; Ez 18.8; II Pe 2.15

    Comprar e no pagar, ou contrair dvidas que no pode pagar desonestidade Hc 2.6,7; Rm 1.31

    No pagar o salrio do funcionrio justamente Lv 19.13; Dt 24.15; Jr 22.13; Tg 5.4

    No devolver o que achou sabendo quem o dono Lv 6.1-4

    IV OBRAS DA CARNE RELACIONADAS AO FURTO luz da Bblia, o furto um pecado motivado por algumas obras da carne, como veremos a seguir:

    OBRAS DA CARNE REFERNCIAS

    Cobia x 20.17; Js 7.21

    Inveja Mc 7.22; I Pe 2.1; I Tm 6.8

    Preguia Pv 13.4; 21.25; Ef 4.28

    Mentira Pv 11.1; 20.23; 21.6; At 5.1-4

    V O CRISTO DEVE TER COMPROMISSO COM A HONESTIDADEA palavra honestidade vem do latim honos ou honor, que significa honra, honroso, distino. A forma

    adjetiva, honestus, significa honroso, de boa reputao, glorioso, excelente, digno de ser honrado. A palavra hebraicamais comum, traduzida por honra, nas tradues, kabed, que envolve o sentido bsico de pesado, rico,honorvel. O Novo Testamento grego tem kalos, bom, mas que traduzido por honesto em trechos como Lc8.15; Rm 12.7; II Co 8.21; 13.7 e I Pd 2.12). Esse vocbulo grego significa livre de defeitos, belo, nobre. Aquele que honesto possui um bom e nobre carter, isento dos defeitos que enfeiariam o seu carter. Um homem honesto aqueleque justo, cndido, veraz, equitativo, digno de confiana, no fraudulento. Caracteriza-se pela franqueza, pelo respeitoao prximo, pela sua veracidade (CHAMPLIN, 2004, vol. 3, p. 159 acrscimo nosso). Assim, a santidade deve semanifestar nos relacionamentos humanos caracterizados por integridade, honestidade e amor, como veremos a seguir:

    5.1 Pois zelamos do que honesto, no s diante do Senhor, mas tambm diante dos homens (II Co 8.21) . Otrecho de Pv 3.4, ao qual bem provavelmente Paulo aludia aqui, reconhece a importncia no somente da posse de umcarter piedoso, mas tambm de termos boa reputao at mesmo entre os homens. muito importante o que os homenspensam a nosso respeito, porque aquilo que eles pensam a nosso respeito tambm pensaro sobre Cristo, posto que somosos seus representantes na terra. Esse 0 fato que Paulo reconhece no versculo que temos a frente. Comparemos isso como trecho de II Co 6.3, onde Paulo exorta que nenhum motivo de escndalo deem os crentes em qualquer coisa, a fim deque 0 ministrio cristo no seja vilipendiado. Essa exortao ele faz apresentando o seu prprio exemplo, a fim de que,pelo menos em seu caso pessoal, o ministrio pudesse manter boa reputao, visto que todas as atitudes por ele tomadascondiziam com os excelentes princpios cristos (CHAMPLIN, 2002, vol. 4, p. 380). Honestidade total deve sempre sera marca do povo de Deus. Portanto, devemos nos esforar para criar uma cultura de honestidade em nosso mbito derelacionamentos (I Tm 2.2; Tt 2.14).

    CONCLUSOO princpio do respeito ao que do prximo est explcito tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Deus

    espera daquele que lhe serve que evite o mal no furtar e pratique o bem seja honesto, cada um para com o seuprximo, pois a verdadeira espiritualidade envolve todas as reas da nossa vida.

    REFERNCIASADEYEMO, Tokunboh. Comentrio Bblico Africano. MUNDO CRISTO.CHAMPLIN, R. N. Dicionrio de Bblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versculo por versculo. HAGNOS.Comentrio do Novo Testamento. Aplicao Pessoal. CPAD. STAMPS, Donald C. Bblia de Estudo Pentecostal. CPAD.