liberdade provisória adilson junior

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MARCELO SERAFIM DE SOUZA ADVOGADO - OAB/ES 18.472 ______________________________________________________ EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA SERRA/ES PROCESSO Nº 0018608-49.2013.8.08.0048 ADILSON DE OLIVEIRA JUNIOR, brasileiro, solteiro, mecânico de manutenção, portador da carteira de identidade nº 2.154.476 SPTC ES, inscrito no CPF/MF sob o nº 129.401.187-10, residente e domiciliado na Rua Níquel, nº 04, bairro Serra Dourada I, CEP: 29171-085, Serra – Estado do Espírito Santo, nos Autos de número supra, que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado signatário, com escritório descrito no rodapé da página, onde recebe as intimações e notificações de praxe, vêm com todo o acato e respeito à honrada presença de Vossa Excelência, para manifestar e requerer: Avenida Adolpho Cassoli, nº 50, Apto. 202 São Cristóvão www.marceloserafim.jud.adv.br Ed. Rufino de O. Filho (Tel: 9778-6930) Vitória/ ES [email protected]

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Page 1: Liberdade Provisória Adilson Junior

MARCELO SERAFIM DE SOUZAADVOGADO - OAB/ES 18.472

______________________________________________________

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA

DA SERRA/ES

PROCESSO Nº 0018608-49.2013.8.08.0048

ADILSON DE OLIVEIRA JUNIOR, brasileiro, solteiro, mecânico de manutenção, portador da

carteira de identidade nº 2.154.476 SPTC ES, inscrito no CPF/MF sob o nº 129.401.187-10,

residente e domiciliado na Rua Níquel, nº 04, bairro Serra Dourada I, CEP: 29171-085, Serra –

Estado do Espírito Santo, nos Autos de número supra, que lhe move a Justiça Pública, por seu

advogado signatário, com escritório descrito no rodapé da página, onde recebe as intimações e

notificações de praxe, vêm com todo o acato e respeito à honrada presença de Vossa

Excelência, para manifestar e requerer:

L I B E R D A D E P R O V I S Ó R I A

com supedâneo no parágrafo único do artigo 310 do Código de Processo Penal e razões

adiante ventiladas.

Avenida Adolpho Cassoli, nº 50, Apto. 202 São Cristóvão www.marceloserafim.jud.adv.br Ed. Rufino de O. Filho (Tel: 9778-6930) Vitória/ ES [email protected]

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As circunstâncias que circundam o fato pelo qual foi incurso o Acusado, bem como a vida

pregressa e ordeira que este vive, requerem como medida da mais lídima e cristalina justiça, a

concessão do benefício da liberdade provisória, para que enfim possa o aguardar em liberdade

a tramitação processual, com fundamento no Artigo 310 do Código de Processo Penal, pelo

que expõem e ao final requerer o seguinte:

Conforme narrado na inicial acusatória, e apurado nesta instrução, o ora requerente teria

praticado, em tese fato típico (roubo - qualificado pela violência resultante de lesão corporal

grave - na modalidade tentada) capitulado nos incisos I e II do § 2º do artigo 157 do Código

Penal, , vindo o acusado a ser abordado e preso, estando o mesmo preso e recolhido no CDP –

CENTRO DE DETENÇÃO PROVISÓRIA – do município da Serra, à disposição deste R. Juízo.

Em que pese, neste azo, não trata de mérito, apenas, observa-se tecnicamente e

processualmente o procedimento apurado; deseja o acusado manifestar, afirmando que é

pessoa trabalhadora, humilde, responsável, cumpridora de suas obrigações, possuindo

residência fixa, vivendo de atividade lícita, conforme demonstra sua CTPS com várias

assinaturas em anexo.

Observa pelo conjunto de notícias “criminis”, que o Acusado foi envolvido nos fatos por roubo

majorado pela violência empregada cumulada com o emprego de arma e concurso de pessoas

para a consecução delituosa.

RouboArt. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;

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II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

Porém, consta às fls. 10 dos autos suso a oitiva do requerente, em que este afirma

categoricamente que, não se encontrava no local dos fatos, apenas pegou carona com um

conhecido do bairro onde reside “o menor Lucas”, não sabendo a procedência daquele

veículo.

Quadra registrar que, o afirmado pelo requerente em sua oitiva foi corroborado pelo

depoimento do “menor Lucas” às fls. 08, afirmando que: praticou o roubo sozinho e ainda

mais, não havia outro veículo dando “cobertura” à ação delituosa.

Dessarte, conforme se depreende do depoimento do acusado Lucas, este sozinho agiu, não

tendo sequer participação de outrem, ou ainda outro veículo para supostamente dar

“cobertura” ao ato delituoso.

Destarte, ao ver não justifica claramente os elementos ensejadores para a decretação da

medida cautelar preventiva, tendo em vista, que os fatos ocorreram, sem no momento o

acusado saber ou precisar o que estava ocorrendo, pois parecia que não compreendia no

momento a gravidade de seus atos.

Além, de não haver qualquer tipo de prova cristalina plausível que viesse justificar que o

acusado não tem condições de responder a imputação em liberdade, pois tem residência fixa,

morando com sua tia, ajudando-a nas despesas do lar, com o seu trabalho honesto. Tudo

conforme se depreende das cópias da CTPS deste em anexo.

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O acusado ostenta plenas condições sociais para que seja agraciado com o benefício que lhes

faculta a Lei Penal1, ou seja, os requisitos necessários para a concessão do benefício da

Liberdade Provisória, ostentando residência fixa com ânimo definitivo, conforme afirmado

alhures, podendo ser encontrado no endereço supramencionado.

O festejado artigo 310 do Código de Processo Penal, que dispõe sobre a liberdade provisória,

concedida sob certos pressupostos e condições a presos custodiados, deixa claro que não se

trata de favor que se possa outorgar ao preso que está nessa circunstância como requerente,

mas sim um direito, conforme diz Heber Martins Batista, permissa vênia2, neste azo, para

transcrever:

1 Se a prisão não for necessária para a garantia da ordem pública, da instrução criminal ou da

aplicação da pena, não se justificando seja mantida e o juiz deve conceder a liberdade ao

acusado. (Hélio Tornachi – Curso de Direito Penal – pág.43)

O subjetivismo do julgador não contribui fundamentação para tirar a liberdade do acusado,

primário e de bons antecedentes, antes da decisão final e definitiva da ação penal em que

lhe foi imputada. (rt – 589/411).2 O Juiz não julga; ele decide. E o faz de acordo com a certeza que tenha dos fatos, diante da

Lei. Esta é o escudo da sua consciência; a certeza acerca dos fatos é a que decorre da prova,

visto como resultante do exame valorativo dos meios de prova postos pelas partes à sua

disposição, ou que ele exercita no uso de seu poder de promover a prova. “O velho

brocardo “o que não está nos Autos, não é do mundo” transmite bem a trágica realidade

que cerca toda decisão Jurisdicional” [...]. “O Juiz decide o conflito com base na prova, e o

faz como emprego da razão e não da vontade”. (J.L. da Gama Malcher, p. 326, Manual de P.

P., 3ª Ed., Freitas Bastos).Avenida Adolpho Cassoli, nº 50, Apto. 202 São Cristóvão www.marceloserafim.jud.adv.br Ed. Rufino de O. Filho (Tel: 9778-6930) Vitória/ ES [email protected]

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Premissa - Sr. DD. Juiz, sendo o requerente ostentador de plenas condições sociais para ser

agraciado com o benefício que lhe faculta a Lei Penal3, sendo possuidora de residência fixa,

com ânimo definitivo, sem antecedentes criminais, conforme o comprovado e, sua liberdade

não atentará contra a ordem pública, não perturbará o rito especial da ação criminal e não

prejudicarão a aplicação da Lei Penal não havendo assim, razão para não continuar no distrito

da culpa e comparecer perante este Juízo.

O contexto probatório contribui para que o Acusado seja agraciado com o benefício que lhe

faculta o Diploma Legal, tendo ainda em vista, inúmeras provas no mérito e mais que se deve

levar em conta que ostenta o presente pedido, há provas sólidas no sentido de que o

beneficiário ostenta meios de sobrevivência por atividade lícita, tratando-se de pessoas de

3 “Tanto a vitima quanto o acusado representam no processo penal interesses públicos,

porque o Estado tem tanto interesse na punição de um culpado quanto na absolvição de

inocente e tutela de igual modo a segurança pública e a liberdade individual”. (H. B.

Tornachi, a Relação Processual Penal, p. 84, Ed. A Noite, 1944).

“Outra teoria afirma que a finalidade da jurisdição é a tutela dos direitos subjetivos (ROCCO)

[...], esta, porém, só se exerce na medida em que o próprio direito objetivo protege e

ampara o direito subjetivo”. (LASCANO). PG. 202, (H.B. Tornachi, p.74 Ed. A Noite, 1944).

“Se o Juiz não dá de si, para dizer o direito em face da diversidade de cada caso, a sua

Justiça será a do leito de procusto”, [...]. “Não deve ser o Juiz um aplicador automático do

literalismo da lei, mas um revelador de todo o passível direito que nela se encerra, suprindo-

lhe a inexplicitude decorrente da imperfeição da linguagem humana. É vedado, entretanto,

negar a lei. Notadamente em matéria penal, não pode o Juiz meter-se a filósofo reformista, a

santo incipiente ou a sociólogo de gabinete”. ”. (Nelson Hungria – Comentários ao C.P., Ed.

Revista Forense – RJ. 1949, pg (s). 59 e 66) Avenida Adolpho Cassoli, nº 50, Apto. 202 São Cristóvão www.marceloserafim.jud.adv.br Ed. Rufino de O. Filho (Tel: 9778-6930) Vitória/ ES [email protected]

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bem, não leva à conclusão de que representa risco à sociedade ou que irá se furtar à aplicação

da ação da justiça.

A cautela no processamento judicial é regra e medida extremada, para que se evite causar

dano maior ao seio social, mesmo ao se saber em que a aplicabilidade esteja sob o escudo da

legalidade, a reparação de constrangimento no cerceamento do direito de ir e vir não se

repara na tentativa da marca da prisão cravada na vida do imputado.

Mutatis mutandis, conforme afirmado alhures, não há previsão legal à antecipação da tutela

penal e, in casu, não se vislumbra a ocorrência dos requisitos legais autorizadores da prisão

preventiva (art. 312 do CPP). Além disto, o requerente não esta sendo processado pela prática

de crime hediondo ou equiparado. Também não praticou o crime com emprego de arma de

fogo de grosso calibre, ou, requintes de crueldade.

A respeito do tema o Superior Tribunal de Justiça assim decidiu:

"A simples alegação judicial da gravidade genérica do delito, de natureza hedionda, praticado

pelo paciente não é fundamento suficiente a ensejar a manutenção de sua custódia cautelar,

devendo o juiz discorrer sobre os requisitos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal.

Sendo a prisão preventiva uma medida extrema e excepcional, que implica em sacrifício à

liberdade individual, é imprescindível a demonstração dos elementos objetivos, indicativos dos

motivos concretos autorizadores da medida constritiva" (STJ - 5.ª T. - HC 33.578 - rel. Laurita

Vaz - j. 03.08.2004 - DJU 30.0802004, p. 313; STJ - 5ª T - HC 31.444 - rel. Laurita Vaz - j.

1612.2003 - DJU 16.02.2004, p. 283). Com omissões.

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Ademais, os efeitos deletérios das penas só levam para a reincidência. Sobretudo quando se

trata de réu primário que não ostenta maus antecedentes, pois, segundo Baumann, apud,

Cezar Roberto Bitencout, "a liberdade é um bem extremamente valioso para ser sacrificado

desnecessariamente", in Tratado de Direito Penal - Parte Geral, vol. I, 3º edição, São Paulo, Ed.

Saraiva, 2003.

Isto posto, provado o “Quantum Satis”, os requisitos e os pressupostos exigidos pela Lei Penal,

na melhor forma de direito, vem requerer a Vossa Excelência que digne-se de acolher ao

presente feito, julgá-lo procedente para que o acusado responda ao Processo em liberdade,

determinar a Revogação de qualquer Medida de Prisão Temporária ou Preventiva, Caso haja, e

a Concessão da Liberdade Provisória, que seja expedido o competente Contra Mandado e o

Alvará de Soltura, para defender-se solto da imputação que lhe é atribuída; desde já

compromete-se a comparecer a todos os atos da Justiça que lhe for determinado; assim

procedendo este R. Juízo, certamente estará aplicando a lídima Justiça.

Termos em que,

Pede e espera deferimento.

Vitória/ ES, 16 de Janeiro de 2012.

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MARCELO SERAFIM DE SOUZA

ADVOGADO

OAB/ES 18.472Avenida Adolpho Cassoli, nº 50, Apto. 202 São Cristóvão www.marceloserafim.jud.adv.br Ed. Rufino de O. Filho (Tel: 9778-6930) Vitória/ ES [email protected]

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