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64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO PRELIMINAR EM FLORESTA ESTACIONAL SUBTROPICAL NA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL Sabrina M. Wolf¹*, Karina M. Wolf², André A. Portalet. 1,2 Universidade Federal de Santa Maria;* [email protected] Introdução Os inventários de espécies constituem a base de qualquer estudo comprometido com a avaliação correta do valor de um ecossistema, sua conservação e gerenciamento [1]. Levantamentos florísticos em grandes áreas e que estudem toda a flora vascular são escassos na região. O presente trabalho tem por objetivo realizar o inventário floristíco, demonstrar a riqueza local e contribuir para o conhecimento da flora da região central do Estado do Rio Grande do Sul. Metodologia A área do levantamento florístico pertencente aos municípios de Santa Maria e Itaara (29°34” S, 53°41” O, 450 s. n. m.). Para a classificação da fitofisionomia baseou-se na nomenclatura proposta por Oliveira Filho [2], assumindo o termo Floresta Estacional Subtropical. A parte do fragmento estudado possui 100 ha aproximadamente, onde foram feitas expedições para coleta de material botânico de março de 2012 a janeiro de 2013. Para a identificação das espécies foi utiliza bibliografia especializada e consultas aos herbários SMDB (Santa Maria Departamento de Biologia) e HDCF (Herbário do Departamento de Ciências Florestais) pertencentes à UFSM. Resultados e Discussão Até o momento, foram registrados 392 táxons pertencentes a 257 gêneros de 95 famílias botânicas distribuídas entre Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. Nas Angiospermas, os maiores números de espécies encontradas pertencem à família Orchidaceae (39 spp.), seguida de Asteraceae (28 spp.), Fabaceae (22 spp.), Solanaceae (18 spp.), Bromeliaceae (13 spp.) e Myrtaceae (11 spp.). As demais famílias somam 242 espécies, totalizando 373 espécies. Dentre as 18 Pteridófitas encontradas, Aspleniaceae, Pteridaceae e Polypodiaceae (três spp. cada) obtiveram destaque. Para Gimnospermas, Araucaria angustifólia (Bertol.) Kuntze foi a única espécie para este grupo. Foram registradas espécies exóticas, citando-se algumas como Hovenia dulcis Thunberg, Citrus spp. e Melia azedarach L. [3], Urtica urens L. e Bidens pilosa L. [4], efeito de ações antrópicas no entorno e interior do fragmento. De acordo com o Decreto 42.099/2002 [5] algumas espécies se encontram ameaçadas de extinção como Dicksonia sellowiana Hook, Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr., Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, Smallanthus connatus (Spreng.) H. Rob. e Tillandsia geminiflora Brongn., além da possibilidade de novas espécies. Ademais, Blumenbachia exalata Weigend e Solanum fusiforme L. B. Sm. e Downs são citadas pela primeira vez para a região central do Estado. Figura 1. Smallanthus connatus (Spreng.) H. Rob.. Conclusões A área estudada apresentou uma riqueza de 392 táxons, com registro de 373 Angiospermas, 18 Pteridófitas e uma Gimnosperma. Ademais, encontrou-se 28 espécies exóticas, 16 ameaçadas e duas novas ocorrências. Os resultados obtidos servem de suporte para a elaboração de estratégias para preservação da área e posteriores estudos. Referências Bibliográficas [1] Fuhro, D.; Vargas, D. & Larocca, J. 2005. Levantamento florístico das espécies herbáceas, arbustivas e lianas da floresta de encosta da ponta do cego, reserva biológica do Lami (RBL), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas, botânicas 56: 239-256. [2] Oliveira-Filho, A. T. 2009. Classificação das fitofisionomias da América do Sul cisandina tropical e subtropical: proposta de um novo sistema – prático e flexível – ou uma injeção a mais de caos? Rodriguésia 60 (2): 237-258. [3] LORENZI, H. 2009. Árvores Exóticas no Brasil. Nova Odessa, Plantarum. [4]LORENZI, H. 2006. Manual de identificação e controle de plantas daninhas. Nova Odessa, Plantarum. [5] Rio Grande do Sul. Decreto nº 42.099, de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no Estado do RS e dá outras providências. Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v.52, n.1, 2003.

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64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO PRELIMINAR EM FLORESTA ESTACIONAL SUBTROPICAL NA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE

DO SUL, BRASIL

Sabrina M. Wolf¹*, Karina M. Wolf², André A. Portalet. 1,2 Universidade Federal de Santa Maria;* [email protected]

Introdução Os inventários de espécies constituem a base de qualquer estudo comprometido com a avaliação correta do valor de um ecossistema, sua conservação e gerenciamento [1]. Levantamentos florísticos em grandes áreas e que estudem toda a flora vascular são escassos na região. O presente trabalho tem por objetivo realizar o inventário floristíco, demonstrar a riqueza local e contribuir para o conhecimento da flora da região central do Estado do Rio Grande do Sul.

Metodologia A área do levantamento florístico pertencente aos municípios de Santa Maria e Itaara (29°34” S, 53°41” O, 450 s. n. m.). Para a classificação da fitofisionomia baseou-se na nomenclatura proposta por Oliveira Filho [2], assumindo o termo Floresta Estacional Subtropical. A parte do fragmento estudado possui 100 ha

aproximadamente, onde foram feitas expedições para coleta de material botânico de março de 2012 a janeiro de 2013. Para a identificação das espécies foi utiliza bibliografia especializada e consultas aos herbários SMDB (Santa Maria Departamento de Biologia) e HDCF (Herbário do Departamento de Ciências Florestais) pertencentes à UFSM.

Resultados e Discussão Até o momento, foram registrados 392 táxons pertencentes a 257 gêneros de 95 famílias botânicas distribuídas entre Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. Nas Angiospermas, os maiores números de espécies encontradas pertencem à família Orchidaceae (39 spp.), seguida de Asteraceae (28 spp.), Fabaceae (22 spp.), Solanaceae (18 spp.), Bromeliaceae (13 spp.) e Myrtaceae (11 spp.). As demais famílias somam 242 espécies, totalizando 373 espécies. Dentre as 18 Pteridófitas encontradas, Aspleniaceae, Pteridaceae e Polypodiaceae (três spp. cada) obtiveram destaque. Para Gimnospermas, Araucaria angustifólia (Bertol.) Kuntze foi a única espécie para este grupo. Foram registradas espécies exóticas, citando-se algumas como Hovenia dulcis Thunberg, Citrus spp. e Melia azedarach L. [3], Urtica urens L. e Bidens pilosa L. [4], efeito de ações antrópicas no entorno e interior do fragmento. De acordo com o Decreto 42.099/2002 [5] algumas espécies se encontram ameaçadas de extinção como Dicksonia sellowiana Hook, Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr., Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, Smallanthus connatus (Spreng.) H. Rob. e Tillandsia geminiflora Brongn., além da possibilidade de novas espécies.

Ademais, Blumenbachia exalata Weigend e Solanum fusiforme L. B. Sm. e Downs são citadas pela primeira vez para a região central do Estado.

Figura 1. Smallanthus connatus (Spreng.) H. Rob..

Conclusões A área estudada apresentou uma riqueza de 392 táxons, com registro de 373 Angiospermas, 18 Pteridófitas e uma Gimnosperma. Ademais, encontrou-se 28 espécies exóticas, 16 ameaçadas e duas novas ocorrências. Os resultados obtidos servem de suporte para a elaboração de estratégias para preservação da área e posteriores estudos.

Referências Bibliográficas [1] Fuhro, D.; Vargas, D. & Larocca, J. 2005. Levantamento florístico das espécies herbáceas, arbustivas e lianas da floresta de encosta da ponta do cego, reserva biológica do Lami (RBL), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas, botânicas 56: 239-256. [2] Oliveira-Filho, A. T. 2009. Classificação das fitofisionomias da América do Sul cisandina tropical e subtropical: proposta de um novo sistema – prático e flexível – ou uma injeção a mais de caos? Rodriguésia 60 (2): 237-258. [3] LORENZI, H. 2009. Árvores Exóticas no Brasil. Nova Odessa, Plantarum. [4]LORENZI, H. 2006. Manual de identificação e controle de plantas daninhas. Nova Odessa, Plantarum. [5] Rio Grande do Sul. Decreto nº 42.099, de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no Estado do RS e dá outras providências. Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v.52, n.1, 2003.