levantamento detalhado de solos - dissertaÇÃo tadeu m m henriques. 2012

131
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Centro de Ciências Agrárias Departamento de Solos e Engenharia Rural Programa de Pós Graduação em Manejo de Solo e Água CARACTERIZAÇÃO E MAPEAMENTO DE SOLOS EM BREJO DE ALTITUDE NA PROPRIEDADE JARDIM, ÁREA EXPERIMENTAL DO CCA/UFPB, EM AREIA-PB Tadeu Montenegro de Miranda Henriques AREIA, PB FEVEREIRO DE 2012

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Page 1: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Centro de Ciências Agrárias

Departamento de Solos e Engenharia Rural

Programa de Pós Graduação em Manejo de Solo e Água

CARACTERIZAÇÃO E MAPEAMENTO DE SOLOS EM BREJO DE

ALTITUDE NA PROPRIEDADE JARDIM, ÁREA EXPERIMENTAL DO

CCA/UFPB, EM AREIA-PB

Tadeu Montenegro de Miranda Henriques

AREIA, PB

FEVEREIRO DE 2012

Page 2: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

TADEU MONTENEGRO DE MIRANDA HENRIQUES

CARACTERIZAÇÃO E MAPEAMENTO DE SOLOS EM BREJO DE

ALTITUDE NA PROPRIEDADE JARDIM, ÁREA EXPERIMENTAL DO

CCA/UFPB, EM AREIA-PB

Dissertação apresentada ao

Programa de Pós Graduação em

Manejo de Solo e Água da

Universidade Federal da Paraíba,

como parte dos requisitos para a

obtenção do título de "Mestre em

Manejo de Solo e Água". Área de

concentração: Manejo e

Conservação de Solos e Água.

Orientador: Ivandro de França da Silva

Co-orientador: João Carlos Ker

AREIA, PB

FEVEREIRO – 2012

Page 3: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

TADEU MONTENEGRO DE MIRANDA HENRIQUES

CARACTERIZAÇÃO E MAPEAMENTO DE SOLOS EM BREJO DE

ALTITUDE NA PROPRIEDADE JARDIM, ÁREA EXPERIMENTAL DO

CCA/UFPB, EM AREIA-PB

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós Graduação em Manejo de Solo e

Água da Universidade Federal da

Paraíba, como parte dos requisitos para

a obtenção do título de "Mestre em

Manejo de Solo e Água". Área de

concentração: Manejo e Conservação de

Solos e Água

Aprovada em 15 de fevereiro de 2012

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Ivandro de França da Silva

CCA/UFPB

Orientador

Dr. José Coelho de Araújo Filho

Embrapa Solos UEP - Recife

Examinador

Prof. Dr. Roseilton Fernandes dos Santos

CCA/UFPB

Examinador

Page 4: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

ii

Onde você estava quando lancei os alicerces da Terra? Responda-me, se é que você sabe tanto. Quem marcou os limites das suas dimensões? Talvez você saiba!

E quem estendeu sobre ela a trena? E os seus fundamentos, sobre o que foram postos? E quem colocou sua pedra de esquina?

(Jó 38:4-6)

Page 5: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

iii

Mas eu confio em ti, Senhor, e digo: "Tu és o meu Deus".

O meu futuro está nas tuas mãos.

"Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você".

(Salmos 31:14-15; 32:8)

Page 6: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

iv

DEDICATÓRIA

A Valuce, Talita e Vítor, por seu sacrifício tão pouco reconhecido, ao dividirem um

esposo e pai com uma dissertação que tanto exigiu dele.

Page 7: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

v

AGRADECIMENTOS

Ao Deus Eterno, pela vida, pela saúde, pela família, pelos amigos, pela Esperança.

A Valuce, que é a alegria da minha vida!

A Talita e Vítor, a quem devo grande parte da minha felicidade neste mundo. É

muito bom ser o pai de vocês!

A minha mãe, dona Oneide, pelo inestimável trabalho na construção do meu coração

e mente (literal e intangivelmente). Seu amor me constrange.

Aos meus jovens amigos, companheiros de lutas acadêmicas, pela solícita e grande

cooperação e pelo tratamento igualitário, mesmo tendo eu a idade dos seus pais. Um

abraço especial para o Thiago, o Jhony, o Emanuel, e o Gutemberg, que

gentilmente me hospedaram diversas vezes. Para a Renata, que me deu aquela

força enquanto cursávamos Estatística Experimental. Ao Járisson, pelo

companheirismo na UFV, e pelo alívio de não mais precisar ouvi-lo "cantar".

Aos funcionários do DSER por sua prestatividade e simpatia.

À coordenação, à secretaria e aos professores do Programa, pela boa vontade e

disponibilidade nos momentos de necessidade. Menção especial da professora

Vânia Fraga, do prof. Guttemberg Silvino e do prof. Roseilton Fernandes, que tão

de perto acompanhou meu trabalho, sempre com palavras de ânimo e apoio; grato

também por sua interpretação dos difratogramas.

Ao meu orientador, prof. Ivandro, pelo direcionamento amigo, tranqüilo e seguro,

nunca me fazendo sentir desânimo após uma conversa, mas, ao contrário, mantendo-

me animado e confiante.

Ao Dr. José Coelho de Araújo Filho, por aceitar integrar minha banca e pelas

valiosas sugestões concedidadas.

Ao prof. João Ker, por me lembrar de que eu não iria "salvar o mundo com a minha

tese", dando-me uma perspectiva mais realista da importância dela na minha vida.

Ao prof. Liovando Costa, pela sua ajuda na identificação dos fitólitos do solo, tema

que pretendo desenvolver num artigo.

Ao prof. Adailson, pelo apoio na fase PROCAD.

À Codevasf por me conceder a oportunidade de, durante dois anos, estar ausente

para aperfeiçoamento profissional.

Ao meu amigo e chefe Luiz Augusto, meu verdadeiro professor de Pedologia, por

seu estímulo e auxilio que foram fundamentais na minha liberação para estudar.

À Dra. Ecila Villani, pela gentil revisão do meu texto final.

Page 8: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

vi

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS .............................................................................................. v

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................ viii

LISTA DE TABELAS .............................................................................................. x

RESUMO .............................................................................................................. xii

ABSTRACT ......................................................................................................... xiii

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 3

2.1. Aspectos fisiográficos da área estudada ................................................. 3

2.1.1. O Ambiente Brejo ................................................................................... 3

2.1.2. A Propriedade Jardim ............................................................................. 6

2.1.3. Relevo .................................................................................................... 8

2.1.4. Geologia ................................................................................................. 8

2.2. Aspectos edáficos ...................................................................................... 9

2.3. Argissolos ............................................................................................ 10

2.4. Planossolos ........................................................................................... 11

2.5. Latossolos .............................................................................................. 13

2.6. Gleissolos .................................................................................................. 15

2.7. Neossolos Regolíticos ............................................................................. 16

2.8. Horizontes cimentados (coesos) – fragipans e lamelas ........................ 17

2.8.1. O horizonte plácico ............................................................................... 18

2.8.2. Lamelas ................................................................................................ 20

2.9. Mineralogia do solo .................................................................................. 20

2.10. Caulinita ................................................................................................... 21

. 2.11. Outros minerais de ocorrência frequente nos solos ......................... 22

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 24

3.1. A área de estudo ...................................................................................... 24

3.2. Coleta de dados ........................................................................................ 24

3.3. Análises físicas ......................................................................................... 25

3.4. Análises químicas ..................................................................................... 25

3.5. Análises mineralógicas ............................................................................ 25

3.6. Classificação dos solos e mapeamento ................................................. 26

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 27

4.1. Distribuição Espacial dos Solos .............................................................. 27

Page 9: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

vii

4.2. Topossequências selecionadas ............................................................. 28

4.2.1. Topossequência I ................................................................................ 28

4.2.2. Topossequência II ................................................................................ 44

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES ................................................... 67

6. CONCLUSÕES ................................................................................................. 68

7. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 69

8. APÊNDICES ..................................................................................................... 74

APÊNDICE A – Tabelas de descrição geral e descrição morfológica dos

perfis que compõem as topossequências I e II. ............................................ 75

A.1. Topossequência I .................................................................................. 76

A.2. Topossequência II ................................................................................. 80

APÊNDICE B – Difratogramas de raios-X – argila natural .......................... 85

APÊNDICE C – Mapas ...................................................................................... 94

C.1. Localização da área de estudo ............................................................... 95

C.2. Mapa de Solos da Propriedade Jardim ................................................... 96

C.3. Mapa de Uso do Solo e Cobertura Vegetal da Propriedade Jardim ....... 97

C.4. Modelo Digital de Elevação da Propriedade Jardim .............................. 98

C.5. Hidrografia e Curvas de Nível da Propriedade Jardim ........................... 99

C.6. Bacia do rio Mamanguape. Modelo Digital de Elevação ...................... 100

APÊNDICE D – Arquivos Fotográficos ......................................................... 101

D.1. Fotos da propriedade Jardim ................................................................ 102

D.2. Fotos dos Perfis das Topossequências ................................................ 104

APÊNDICE E – Cálculos para definição do horizonte A húmico do Perfil 1

(Latossolo Amarelo Distrófico húmico), segundo Embrapa (2006) .......... 113

9. ANEXOS ......................................................................................................... 114

Anexo 1 - Classes de interpretação da análise do solo ............................. 115

(Segundo Alvarez V et. al, 1999) ................................................................... 115

Page 10: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Região do Brejo Paraibano, abrangendo oito municípios ........................ 3

Figura 3. Perfil esquemático dos brejos de altitude no Nordeste do Brasil ............ 4

Figura 4.Localização da área de estudo, a 8 km da cidade de Areia-PB ............... 6

Figura 5. Espacialização da Topossequência I, Propriedade Jardim, Areia/PB,

composta pelos Perfis P1 (LAd), P8 (PVAd) , P10 (SXdb) e P7 (GMd) ............... 29

Figura 6. Perfil esquemático da Topossequência I, Propriedade Jardim, Areia/PB,

composta pelos Perfis P1 (LAd), P8 (PVAd) , P10 (SXe) e P7 (GMd) ................ 29

Figura 7. Perfil do Latossolo Amarelo distrófico húmico ....................................... 30

Figura 8. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de

Latossolo Amarelo distrófico típico (P1), apresentando dominância de picos de

Caulinita (Ct). Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni. .. 34

Figura 9. Aspecto do Perfil P8 (PVAd) na estação seca (1) e na chuvosa (2) ...... 36

Figura 10. Perfil 10 (1) e aspecto da área de ocorrência de Planossolos na

Propriedade Jardim (2). ........................................................................................ 39

Figura 11. Aspecto do Planossolo erodido, com o horizonte Bt exposto. ............. 39

Figura 12. Perfil 7. Gleissolo Melânico Tb distrófico úmbrico ................................ 41

Figura 13. Espacialização da Topossequência II. Propriedade Jardim, Areia/PB,

composta pelos perfis P15 (PVAd), P13 (PVd), P5 (PAd), P6 (RRd) e P12 (GMe)

.............................................................................................................................. 44

Figura 14. Perfil esquemático da Topossequência II ........................................... 44

Figura 15. Erosão em Argissolo Amarelo, ocorrente em área cultivada próxima ao

Perfil 15 da Topossequência II. Início de exposição do horizonte Bt (1); Horizonte

Bt já exposto mais abaixo na encosta (2). ............................................................ 45

Figura 16. Aspecto do Perfil 15 (PAd), na propriedade Jardim, Areia/PB, na

estação seca (1) e no início da estação chuvosa (2). ........................................... 46

Figura 17. Argissolo Vermelho com horizonte superficial muito raso. Aspecto da

tradagem inicial. Indício de horizonte decapitado por intenso processo erosivo.

Área de pastagem próxima ao P13 ....................................................................... 50

Figura 18. Perfil de Argissolo Vermelho Distrófico endoáquico (1) e aspecto da

lenta permeabilidade do perfil (2) .......................................................................... 50

Page 11: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

ix

Figura 19. Perfil 5, sendo apontada a profundidade de ocorrência do horizonte

plácico ................................................................................................................... 53

Figura 20. Fragmento do horizonte plácico, retirado do P5, localizado na unidade

cartográfica PAd .................................................................................................... 53

Figura 21. Perfil 6 - Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico, lamélico (1);

detalhe das Bandas Onduladas (2); material do horizonte sub-superficial coeso

(3), aspecto das lamelas com a camada Entre Bandas parcialmente removida (4)

.............................................................................................................................. 58

Figura 22. Efeitos adversos do lençol freático elevado em experimentos de milho

e mandioca – variação no stand e clorose. ........................................................... 65

Figura 23. Aspecto do P12, sendo percebida a desuniformidade do sollun no

perfil, devido à ocorrência de camadas descontínuas de deposição diferencial. .. 66

Page 12: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Solos identificados e classificados na propriedade Jardim ................... 27

Tabela 2. Resultados das análises físicas do Perfil 1. Latossolo Amarelo Distrófico

húmico .................................................................................................................. 34

Tabela 3. Resultados das análises químicas do P1. Latossolo Amarelo Distrófico

húmico .................................................................................................................. 35

Tabela 4. Resultados das análises físicas do perfil 8. Argissolo Vermelho-Amarelo

Distrófico úmbrico endoáquico .............................................................................. 37

Tabela 5. Resultados das análises químicas do perfil 8. Argissolo Vermelho-

Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico ................................................................ 37

Tabela 6. Resultados das análises físicas do Perfil 10. Planossolo Háplico

Eutrófico úmbrico .................................................................................................. 40

Tabela 7. Resultados das análises químicas do Perfil 10. Planossolo Háplico

Eurófico típico ....................................................................................................... 40

Tabela 8. Resultados das análises físicas do Perfil 7 Gleissolo Melânico Tb

Distrófico úmbrico ................................................................................................. 43

Tabela 9. Resultados das análises químicas do Perfil 7 Gleissolo Melânico Tb

Distrófico úmbrico ................................................................................................. 43

Tabela 10. Resultados das análises físicas do Perfil 15. Argissolo Amarelo

Distrófico úmbrico endoáquico .............................................................................. 47

Tabela 11. Resultados das análises químicas do Perfil 15. Argissolo Amarelo

Distrófico úmbrico endoáquico .............................................................................. 47

Tabela 12. Resultados das análises físicas do P13. Argissolo Vermelho Distrófico

endoáquico............................................................................................................ 51

Tabela 13. Resultados das análises químicas do P13. Argissolo Vermelho

Distrófico endoáquico ............................................................................................ 51

Tabela 14. Resultados das análises físicas do Perfil 5. Argissolo Amarelo

Distrófico arênico fragipânico plácico .................................................................... 56

Tabela 15. Resultados das análises químicas do Perfil 5. Argissolo Amarelo

Distrófico arênico fragipânico plácico .................................................................... 56

Tabela 16. Atributos físicos das camadas do horizonte C1 do P6. Neossolo

Regolítico Distrófico fragipânico lamélico .............................................................. 60

Page 13: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

xi

Tabela 17. Atributos químicos das camadas do horizonte C1 do P6. Neossolo

Regolítico Distrófico fragipânico lamélico .............................................................. 60

Tabela 18. Resultados das análises físicas do Perfil 6. Neossolo Regolítico

Distrófico fragipânico lamélico............................................................................... 62

Tabela 19. Resultados das análises químicas do Perfil 6. Neossolo Regolítico

Distrófico fragipânico lamélico............................................................................... 62

Tabela 20. Resultados das análises físicas do Perfil 12. Gleissolo Melânico Tb

Eutrófico úmbrico .................................................................................................. 64

Tabela 21. Resultados das análises químicas do Perfil 12. Gleissolo Melânico Tb

Eutrófico úmbrico .................................................................................................. 64

Tabela 22. Descrição Geral do Perfil 1 ................................................................. 76

Tabela 23. Descrição Morfológica do Perfil 1 ........................................................ 76

Tabela 24. Descrição Geral do Perfil 8 ................................................................. 77

Tabela 25. Descrição Morfológica do Perfil 8 ........................................................ 77

Tabela 26. Descrição Geral do Perfil 10 ............................................................... 78

Tabela 27. Descrição Morfológica do Perfil 10 ...................................................... 78

Tabela 28. Descrição Geral do Perfil 7 ................................................................. 79

Tabela 29. Descrição Morfológica do Perfil 7 ........................................................ 79

Tabela 30. Descrição Geral do Perfil 15 ............................................................... 80

Tabela 31. Descrição Morfológica do Perfil 15 ...................................................... 80

Tabela 32. Descrição Geral do Perfil 13 ............................................................... 81

Tabela 33. Descrição Morfológica do Perfil 13 ...................................................... 81

Tabela 34. Descrição Geral do Perfil 6 ................................................................. 82

Tabela 35. Descrição Morfológica do Perfil 6 ........................................................ 82

Tabela 36. Descrição Geral do Perfil 5 ................................................................. 83

Tabela 37. Descrição Morfológica do Perfil 5 ........................................................ 83

Tabela 38. Descrição Geral do Perfil 12 ............................................................... 84

Tabela 39. Descrição Morfológica do Perfil 12 ...................................................... 84

Page 14: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

xii

RESUMO

MIRANDA HENRIQUES, T. M. Caracterização e mapeamento de solos em brejo de altitude na propriedade Jardim, área experimental do CCA/UFPB, em Areia-PB. Areia-PB. Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal da Paraíba. Fevereiro de 2012. Dissertação. Programa de Pós Graduação em Manejo de Solo e Água. Orientador: Ivandro de França da Silva. Co-orientador: João Carlos Ker.

O trabalho consiste de um estudo dos solos da propriedade Jardim, área experimental do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, localizada no município de Areia, na microrregião do Brejo Paraibano. Foi realizado o levantamento e a classificação dos solos ocorrentes na propriedade de 152 ha, de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos vigente. Dezoito perfis foram descritos e coletados, tendo sido feitas análises físicas, químicas e mineralógicas. Os solos são predominantemente distróficos, sendo os Argissolos a classe dominante. Ocorrem Argissolos Vermelhos, Amarelos, Vermelho-Amarelos e Acinzentados. Foram identificados também Planossolos, Neossolos Regolíticos, Latossolos e Gleissolos. Nove perfis foram selecionados para compor duas topossequências a fim de apresentar um trabalho mais compacto. Algumas particularidades pedogênicas foram identificadas, como é o caso das bandas onduladas (lamelas), do horizonte plácico e da ocorrência de Latossolo com horizonte A húmico. O trabalho teve por finalidade principal identificar as diversas unidades de solos existentes na área, tendo sido definidas as suas características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas, assim como sua distribuição e extensão geográfica, disponibilizando-se uma nova fonte de subsídios básicos para o planejamento e execução de experimentos, podendo-se correlacionar produtividade com classe de solo e extrapolar resultados para áreas semelhantes na região do Brejo.

Palavras chave: Classificação de solos. Brejo de Altitude. Lamelas. Horizonte

plácico. Horizonte A húmico. Argissolos

Page 15: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

xiii

ABSTRACT

MIRANDA HENRIQUES, T. M. Characterization and mapping of the Jardim farm's soils, CCA/UFPB experimental area in high wetlands of Areia-PB, Brazil; Areia-PB. Center of Agrarian Sciences. Paraíba Federal University. February, 2012. Dissertation. Pos-Graduate Program in Soil and Water Management. Leader: Ivandro de França da Silva. Co: João Carlos Ker.

This work consists of a study of the Garden Farm soils that belongs to the Center of Agrarian Sciences, Federal University of Paraíba, located in Areia-PB, in the Brejo microregion. The survey and classification of soils were conducted in a 152 ha property, according to the Brazilian Soil Classification System (Embrapa, 2006). Eighteen profiles were described and collected. A physical, chemical and mineralogical analisis was done. The soils are predominantly dystrophic, Ultisols being the dominant class. Planosols, Entisols, Oxisols and Gleysols could also be found. Nine profiles were selected to compose the two toposequences in order to present a compacted paper. Some pedogenic particularities have been identified, such as wavy bands (lamellae), placic horizon and Oxisol with A humic horizon. The paper aims to identify the various major soil units in the area defining their morphological, physical, chemical and mineralogical attributes as well as its geographical spread and extension, providing a new source of basic subsidies for planning and execution of experiments whose results make it possible to correlate soil with productivity and could be extrapolated to other similar areas in the Brejo region.

Key words: soil classification. lamellae. placic horizon, A humic horizon

Page 16: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

1

1. INTRODUÇÃO

A área experimental do Centro de Ciências Agrárias, localizada no

município de Areia, PB, na microrregião do Brejo Paraibano, não contava com um

levantamento detalhado de solos que abrangesse toda a sua extensão.

Levantamentos foram executados anteriormente, porém, quer pela

abrangência parcial, quer pelo nível de detalhamento, ou ainda pela qualidade

gráfica do material produzido, não eram suficientes para que os trabalhos de

pesquisa realizados naquela área tivessem um embasamento em relação às

classes de solos.

A partir da necessidade de ter um mapa atualizado dos solos da

propriedade, e com um detalhamento que possibilitasse a correta identificação da

classe de solos em que os experimentos são realizados, promoveu-se a abertura

de dezoito trincheiras, de acordo com as exigências das variações fisiográficas da

área, onde dezessete perfis foram descritos e coletados. As análises físicas,

químicas e mineralógicas realizadas, associadas às informações obtidas por

sondagens a trado, seguindo uma malha de cem metros por toda a área,

possibilitaram a identificação e delimitação das unidades cartográficas, tendo sido

elaborado o mapa detalhado de solos na escala 1:7000.

Os solos mais representativos da propriedade foram agrupados em duas

topossequências, com a finalidade de produzir um trabalho mais compacto, porém

elucidativo sobre os solos da Propriedade. A topossequência I, composta pelas

unidades taxonômicas Latossolo Amarelo, Argissolo Vermelho, Planossolo

Háplico e Gleissolo Melânico, e a topossequência II, composta por Argissolo

Amarelo, Argissolo Vermelho, Argissolo Amarelo, Neossolo Regolítico e Gleissolo

Melânico.

O desenvolvimento pedogenético dos solos reflete a atuação dos

diferentes fatores de formação. Atuando em conjunto, com graus de dominância

distintos, o clima, o material de origem, o relevo, o tempo, determinaram as

diferentes feições pedológicas encontradas na área estudada. A elevada

precipitação pluviométrica anual e a temperatura mais amena contribuíram de

forma marcante na gênese da maioria dos solos das duas topossequências,

resultando em solos profundos, com textura média dominante, ocorrência de

horizontes A proeminente e húmico, mineralogia predominantemente caulinítica e

Page 17: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

2

reação ácida. A forte influência do relevo na pedogênese também ficou

constatada ao conferir padrões diferenciados a cada solo, atribuídos a esse fator.

Algumas particularidades pedogênicas foram identificadas, como é o caso

das bandas onduladas que se fazem presentes no Neossolo Regolítico (Perfil 6)

e, do horizonte plácico, cuja ocorrência pouco comum pode ser percebida no

Argissolo Amarelo distrófico (Perfil 5). O horizonte A húmico do Perfil 1 é também

digno de nota, por despertar especial interesse científico e ambiental devidos aos

escuros e espessos horizontes superficiais, com importantes reservas de carbono

orgânico em profundidade.

Assim, o trabalho teve por finalidade principal identificar, mapear e

caracterizar as diversas unidades de solos existentes na área por meio de um

levantamento detalhado. Sendo assim, este estudo constituirá uma nova fonte de

subsídios básicos para o planejamento e execução dos experimentos, podendo-

se correlacionar produtividade com classe de solo e extrapolar resultados para

áreas semelhantes na região do Brejo.

Neste trabalho serão apresentados os principais solos da propriedade,

agrupados nas duas topossequências anteriormente referidas.

Page 18: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Aspectos fisiográficos da área estudada

2.1.1. O Ambiente Brejo

Nas regiões mais orientais do Estado da Paraíba, ocorrem climas mais

amenos resultantes da ação expressiva da massa de ar Equatorial Atlântica.

Essas massas de ar, carregadas de umidade movimentam-se para o interior do

Estado e por convecção acabam precipitando nas encostas do Planalto da

Borborema, cuja altitude média é de 600 m, propiciando condições bioclimáticas

diferenciadas àquele ambiente, que é denominado de Brejo de Altitude (Figura 1).

Figura 1. Região do Brejo Paraibano, abrangendo oito municípios1

A microrregião do Brejo destaca-se das adjacências principalmente pelas

condições climáticas presentes, como temperaturas mais amenas e umidade mais

elevada. Segundo a classificação de Köppen, o clima é do tipo As’ – quente e

úmido, com verão seco e estação chuvosa iniciando em janeiro/fevereiro com

término em setembro, onde a precipitação pluvial anual varia de 1.400 a 1.600

1 Fonte: Imagem da Wikipédia (2011), georreferenciada no ArcGIS (ESRI, 2010).

Page 19: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

4

mm. A temperatura média anual varia entre 23 e 24ºC, com variações mensais

mínimas (BRASIL, 1972; GONDIM, 1999).

Os brejos de altitude nordestinos, com sua vegetação de Mata Atlântica,

formam ilhas de floresta úmida em plena região semiárida, cercadas por

vegetação de caatinga e com uma condição climática bastante atípica para as

condições nordestinas, com relação à umidade, à temperatura e à vegetação

(Figura 3).

Em algumas áreas na Zona do Brejo devido às chuvas frequentes e ao

fornecimento de umidade pela condensação dos nevoeiros, desenvolvem-se

formações vegetais que podem ser consideradas como disjunções da floresta

subperenifólia, conhecidas por matas serranas. Estas áreas possuem o mesmo

bioclima, as formações florestais, fisionomia e composição semelhantes às

florestas da Zona do Litoral e da Mata (PORTO et al., 2004).

Figura 2. Perfil esquemático dos brejos de altitude no Nordeste do Brasil 2

O Brejo Paraibano é hoje caracterizado por condições sociais e

ambientais bastante vulneráveis. A intervenção das atividades humanas nesse

cenário tem propiciado degradação ambiental acentuada, originando inclusive em

algumas áreas os denominados “núcleos de desertificação”, onde a degradação é

muito mais intensa (DUARTE, 2004). O crescimento econômico e a exploração do

meio rural têm sido constantemente prejudicados pela falta de um planejamento

real, que tenha como base o conhecimento dos recursos naturais.

O mesmo autor assevera que no Brasil, a ocupação do solo, conduzida

por pressões populacionais ou econômicas, tem se processado em total

2. Fonte: PORTO (2004)

Page 20: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

5

desrespeito à aptidão agrícola das terras e a não adoção de critérios técnicos no

planejamento tem agravado problemas ambientais. O homem, ao realizar a

adaptação das terras para as explorações agrícolas, modifica as características

dos solos, não considerando os fatores limitantes e favorecendo a agressão das

mais variadas formas, o que leva á deterioração progressiva dos recursos

edáficos. Nas últimas décadas, o aumento da produção agrícola e da

produtividade e as consequentes intensificações do uso do solo, trouxeram

preocupações relacionadas aos impactos ambientais e à conservação dos

recursos naturais a curto, médio e longo prazo.

Para reverter essa situação é importante que sejam levantadas as

características e propriedades dos recursos solo, água e vegetação, bem como

sua espacialização na paisagem geral, o que possibilitará uma avaliação do seu

potencial e de suas limitações, com a consequente previsão e prevenção de

problemas.

Lepsch et al. (1991), destacam que as informações geradas do meio

físico, levando em consideração a declividade, solos e uso das terras, permitem

conhecer as características e as condições das áreas, fornecendo subsídios para

atividades de análise ambiental e planejamento agrícola. Um estudo de

caracterização, planejamento e uso do solo, gera informações objetivas e

proporciona uma discussão embasada em critérios reais sobre o planejamento

conservacionista da área.

O município de Areia, localizado no brejo de altitude paraibano, encontra-

se entre as coordenadas geográficas 6º51’47” e 7º02’04” latitude Sul e 35º34’13”

e 35º48’28” longitude Oeste e abrange, segundo o IBGE (2004), superfície

territorial de 269 km2. Em seu território há vários fragmentos da mata que outrora

recobria grande parte da área. A relação clima-relevo-solo pode ser denotada

pelo perfil aparente da comunidade vegetal, que se caracteriza pela presença

efetiva de formações de grande porte, como as florestas. A presença dessa

tipologia contrasta com outras situações espacialmente próximas, destacando

uma paisagem diferenciada da realidade de municípios vizinhos.

Embora possua suporte ecológico distinto, contemplando uma

complexidade entre elementos e fatores bioclimáticos que permitem uma

constituição que lhe confere o status de Brejo de Altitude, Areia apresenta uma

paisagem degradada, decorrente das fases econômicas vividas pela população. É

perceptível a necessidade de implementação de ações que sejam direcionadas

Page 21: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

6

para a recuperação de algumas áreas, contemplando a manutenção de seus

recursos naturais para a utilização pelas gerações futuras (BARROS, 2007).

2.1.2. A Propriedade Jardim

A propriedade Jardim, pertencente ao Centro de Ciências Agrárias, da

Universidade Federal da Paraíba, localiza-se na porção noroeste do município de

Areia, a 6°58'12"S e 35°42'15"W. Sua altitude média é de 590 m, e o relevo

apresenta-se entre ondulado e fortemente ondulado, característico da região.

Topos arredondados e em forma de chã são interrompidos por encostas com

predominância de vertentes com gradientes fortes a suaves, que convergem para

baixadas de fundo chato, em forma de U e de fundo mais estreito em forma de V.

Está a 8 km da sede do município, ao longo e à direita da estrada “Anel do Brejo”

(PB 079), no trecho Areia-Remígio (Figura 4 e Apêndice C.1).

Figura 3.Localização da área de estudo, a 8 km da cidade de Areia-PB 3

Localizada nas cabeceiras da Microbacia de Vaca Brava, integrante da

Bacia do Rio Mamanguape (Apêndice C.6), a hidrografia da propriedade é

composta por pequenos riachos e nascentes. Os principais riachos são o Olho

3 Fonte: Inserção de dados sobre imagem do Google Earth (2010).

Page 22: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

7

D’água, cuja nascente encontra-se no interior da área, e o Jardim, que passa pelo

açude local, abastecido pelo escoamento superficial e drenagem das áreas mais

elevadas circundantes (Apêndice C.5).

A propriedade limita-se ao norte pelo sítio Olho D’água, ao sul pela

estrada PB 079, a leste pelo sítio Lameiro e a oeste pelo sítio Barreira. Apresenta

uma poligonal bastante irregular, tendo sua maior extensão na direção norte-sul, e

área total de 152,4 ha.

A vegetação original é representada pela Floresta Tropical Subperenifólia,

com trechos de transição para a Caatinga ou Savana Estépica, conforme IBGE

2011.

Trata-se de uma área destinada à experimentação agrícola e a atividades

acadêmicas diversas, como aulas práticas e demonstrações de campo. Nela

também se localizam a horta da Instituição, que abastece parcialmente o

restaurante universitário, uma microdestilaria de álcool, que se encontra em fase

de reativação, e alguns experimentos de pesquisa. Percebe-se, contudo, um

nítido sub-aproveitamento do potencial da propriedade, uma vez que poucos

trabalhos de pesquisa estão em andamento na área.

Contrastando com as demais propriedades que a cercam, a propriedade

Jardim possui áreas reflorestadas com espécies diversas, bem como

remanescentes de floresta, ainda que quase totalmente secundária. Tais aspectos

refletem a aplicação de princípios conservacionistas adotados no passado,

quando muitos trechos declivosos do terreno foram protegidos, amenizando os

danosos efeitos da erosão provocados pelo intenso desmatamento. Há trechos

reflorestados com eucalipto (Eucalyptus globulus), pinus (Pinus elliotii), teca

(Tectona grandis), sabiá (Mimosa caesalpinefolia), bambu (Bambosa vulgaris),

jacarandá (Darbergia sp ), entre outras (ver mapa de uso atual e vegetação,

Apêndice C.3).

Por localizar-se às bordas da região do Brejo Paraibano, a propriedade

Jardim está numa área de transição geoclimática. Tal fato pode ser constatado na

sua fisiografia, quer seja no aspecto pedológico quer no vegetacional. Num trecho

de poucos quilômetros, uma paisagem dominada por Latossolos e Argissolos

profundos altera-se para outra de solos rasos, planossólicos; deixa-se uma

paisagem de floresta tropical e ingressa-se numa vegetação mais xerófila,

prenúncios da chegada ao Semiárido circundante.

Page 23: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

8

2.1.3. Relevo

O Planalto da Borborema constitui o mais característico e elevado

acidente geográfico da Região Nordeste, exercendo na Paraíba papel de

particular importância no conjunto do relevo e na diversificação do clima. Esta

área é dividida em três regiões: a Superfície Aplainada, as Frentes do Planalto e

os Restos de Capeamento Sedimentar Elevados. As Frentes do Planalto

possuem comumente direção N-S, localiza-se entre a Depressão Sublitorânea, a

leste, e as extensas áreas pediplanadas sertanejas, a oeste. A escarpa oriental (a

leste) tem repentina mudança de nível, notando-se a ruptura do relevo, sobretudo

no trecho central correspondente à Zona do Brejo. Neste local ocorre uma área

dissecada, com os níveis superando 600 m em contraste com os níveis de 200 m

da Depressão Sublitorânea. O clima úmido propicia drenagem rica em córregos

perenes de grande atividade erosiva, surgindo um relevo de espigões de topos

horizontais (sendo alguns capeados por sedimentos da Formação Bananeiras) e

sub-horizontais (chãs), de extensão variável (FURRIER et.al, 2006). Predomina o

relevo forte ondulado e montanhoso, com vales profundos em forma de V, e

diferenças altimétricas locais de 100 a 200 m ou superiores. Há, contudo, trechos

do interior do planalto com relevo menos acidentado com formas colinosas

limitando vales relativamente amplos em forma de U. As várzeas assim formadas

são importantes para a agricultura regional por proporcionarem melhores

condições de cultivo.

2.1.4. Geologia

Sedimentos do Grupo Barreiras formam parte da área litorânea do Estado

da Paraíba, tendo também representação no município de Areia. O Grupo

Barreiras é constituído de sedimentos pouco consolidados, de estratificação

predominantemente horizontal, afossilíferos, apresentando materiais areno-

argilosos, argilo-arenosos, arenosos, argilas de coloração variegada, intercalados

muitas vezes com camadas de seixos rolados e concreções lateríticas (BRASIL,

1972). Podem ser encontrados em toda a zona úmida costeira da Paraíba,

chegando a atingir 40 km em direção ao interior. Possuem espessura variável,

sendo que em alguns locais atingem até 80 m (FURRIER et al., 2006), onde entram

Page 24: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

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em contato com os calcários do “Cretácio”. Diminuem de espessura à medida que

avançam para oeste.

2.2. Aspectos edáficos

Publicado em 1972 na escala 1:500.000, o Mapa de Solos do Estado da

Paraíba (BRASIL, 1972) permite a percepção de apenas duas unidades de

mapeamento na área da Propriedade Jardim, assim definidas: Associação de

Regosol eutrófico com Solos Litólicos eutróficos (REe 11) e Associação de

Podzólico Vermelho-Amarelo Equivalente eutrófico com Solos Litólicos eutróficos

(PE 11) . Em 2006 a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da

Paraíba – AESA publicou uma versão do mapa anterior, com uma legenda

simplificada, onde novamente apenas duas classes de solo podem ser

identificadas na área: Podzólico Vermelho Amarelo eutrófico e Regosol

(AESA,2006)..

No ano de 1974 foi realizado um levantamento semidetalhado dos solos

da propriedade Jardim, como uma das etapas de um curso sobre uso manejo e

conservação de solos, promovido pela Sudene. Na ocasião, onze perfis de solo

foram descritos, coletados, e análises físicas e de fertilidade foram realizadas,

culminando o trabalho com a geração de um mapa pedológico, onde dezoito

unidades de mapeamento foram definidas. Os principais solos identificados,

segundo os critérios de classificação vigentes foram: Latossolo Vermelho Amarelo

distrófico, Podzólico Vermelho Amarelo, Solo Litólico distrófico, Regossolo

distrófico, Regossolo eutrófico, Aluvial Hidromórfico eutrófico, Gley húmico

eutrófico e Solos Concrecionários.

A atualização da legenda do mapa de solos da propriedade foi efetivada

por Campos e Queiroz (2002), seguindo os mesmos critérios adotados para a

atualização do mapa estadual de acordo com Embrapa (1999).

Segundo Farias (2006), os solos de maior ocorrência na bacia Vaca

Brava, onde está inserida a propriedade, foram identificados e classificados por

Brasil Neto (2001), Lima (2003) e Duarte (2003), apoiados nas descrições

completas de trabalhos descritos no Boletim 15 da Sudene (BRASIL, 1972), em

trabalhos de dissertação (SANTOS, 2004) e relatórios técnicos. Esses autores

relataram a ocorrência de: Argisolo Vermelho-Amarelo distrófico típico, Argissolo

Vermelho distrófico típico, Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico latossólico,

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Argissolo Vermelho-Amarelo Concrecionário, Argissolo Vermelho-Amarelo

Variegado, Neossolo Regolitico distrófico típico , Neossolo Fluvico Tb distrófico,

Neossolo Flúvico Tb distrófico gleico, Cambissolo Háplico Tb distrófico, Neossolo

Litolico distrófico típico e Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico.

Este relato sobre os solos da bacia de Vaca Brava constitui a fonte de

informação disponível mais atualizada acerca dos solos ocorrentes na

Propriedade Jardim. De acordo com a legenda do mapa apresentado, todas as

classes categóricas apresentadas acima têm ocorrência na área experimental da

Universidade.

2.3. Argissolos

Os Argissolos são solos constituídos por material mineral, apresentando

horizonte B textural imediatamente abaixo do horizonte A ou E, com argila de

atividade baixa ou com argila de atividade alta conjugada com saturação por

bases baixa e/ou caráter alítico na maior parte do horizonte B, e satisfazendo,

ainda, os seguintes requisitos: horizonte plíntico, se presente, não satisfaz os

critérios para Plintossolo; horizonte glei, se presente, não satisfaz os critérios para

Gleissolo (Embrapa, 2006). Em segundo nível categórico, os Argissolos podem

ser: Bruno-Acinzentados, Acinzentados, Amarelos, Vermelhos e Vermelho-

Amarelos

A base para a definição desta classe de solos é a evolução avançada

com atuação incompleta de processo de ferralitização, em conexão com

paragênese caulinítica-oxidíca ou virtualmente caulinítica, ou com hidroxi-Al entre

camadas, na vigência de mobilização de argila da parte mais superficial do solo,

com concentração ou acumulação em horizonte subsuperficial. O critério adotado

é o desenvolvimento (expressão) de horizonte diagnóstico B textural em

vinculação com atributos que evidenciam a baixa atividade da fração argila ou o

caráter alítico4.

Considerando todo o Estado da Paraíba, os Argissolos são a terceira

ordem de maior ocorrência, contribuindo com pouco mais de 13% do total

(OLIVEIRA, 2007). Os solos dominantes são os Neossolos Litólicos (40%) e os

Luvissolos (23%). Na microrregião do Brejo Paraibano os Argissolos ocorrem com

4 Refere-se à condição em que o solo se encontra dessaturado e apresenta teor de alumínio extraível

> 4 cmolc/kg de solo, associado à atividade de argila > 20 cmolc/kg de argila e saturação por alumínio [100 Al

+3/(S + Al

+3)] > 50% e/ou saturação por bases (V% = 100 S/T) < 50%

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maior frequência, sendo os solos dominantes na Propriedade Jardim. No mapa de

solos da Paraíba (BRASIL, 1972), os Argissolos correspondentes à área estudada

estão representados na unidade de mapeamento correspondente a Podzólico

Vermelho Amarelo com A proeminente abrúptico com fragipan textura argilosa,

sendo reconhecido pela presença de horizonte B textural, não hidromorfico, com

argila de atividade baixa e saturação por bases baixa, e destacando-se por

apresentar horizonte A proeminente, fragipan e o caráter abrúptico. São solos de

baixa fertilidade natural, profundos ou muito profundos, tendo por material de

origem sedimentos argilo-arenosos do Grupo Barreiras, em capeamento pouco

espesso, localizados nos baixos platôs nas transições da faixa úmida para a faixa

seca.

2.4. Planossolos

Os planossolos geralmente ocorrem em áreas que apresentam

alternância de ciclos de umedecimento e secagem, e em áreas de topografia

plana ou deprimida, podendo, em alguns casos, ocorrer em superfícies

moderadamente onduladas (JACOMINE, 1996). No Brasil, os planossolos

ocorrem em vários Estados, sendo mais expressiva sua presença no Semiárido

do Nordeste (OLIVEIRA et al., 1992).

São solos minerais imperfeitamente ou mal drenados, com horizonte

superficial (A + E) de textura mais leve, que contrasta abruptamente com o

horizonte B imediatamente subjacente, adensado, geralmente de acentuada

concentração de argila.

No Sistema Brasileiro de Classificação de Solos - SiBCS (Embrapa,

2006), o horizonte B textural de cores acinzentadas, que se apresenta subjacente

a horizonte A ou E, que é precedido por mudança textural abrupta e cuja estrutura

é prismática, colunar ou em blocos angulares e subangulares, grandes ou médios,

é denominado o horizonte B plânico. Dada sua baixa permeabilidade, este

horizonte funciona como um pã de argila e dificulta o movimento de água e a

penetração das raízes, sendo responsável pela formação temporária de lençol de

água suspenso nos períodos mais chuvosos do ano, bem como pelo

estabelecimento de ambiente redutor no seu topo e na base do horizonte

precedente (OLIVEIRA, 2001). A presença de horizonte B plânico à profundidades

inferiores a 1,5 m, associada ao ambiente semiárido inviabiliza a utilização dos

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solos que apresentam este tipo de horizonte com agricultura irrigada

(CODEVASF, 1998), não só pela formação do lençol de água suspenso, mas

também por agravar os riscos de salinização/sodificação dos solos.

Apresenta estrutura prismática, ou colunar, ou em blocos angulares e

subangulares grandes ou médios, e, às vezes, maciça; permeabilidade lenta ou

muito lenta e cores acinzentadas ou escurecidas, podendo ou não possuir cores

neutras de redução, com ou sem mosqueados. Este horizonte apresenta teores

elevados de argila dispersa e pode ser responsável pela formação de lençol de

água suspenso, de existência temporária, o que, associado às tendências

alcalinas, limita o uso destes solos para a agricultura irrigada (FERNANDES,

2005).

A formação de horizonte plânico está sempre relacionada com processos

que levam à concentração relativa de argila no subsolo, seja porque este foi

enriquecido com argila (iluvial, formada "in situ" ou neoformada), seja porque o

horizonte superficial foi empobrecido em argila (por destruição ou remoção

vertical e, ou, lateral de argila) (Embrapa, 2006).

A ocorrência destes horizontes paleoplânicos não está diretamente

restrita a um único tipo litológico, o que leva a crer num controle local imposto

pelo relevo. De acordo com Dudal (1973), citado por Parahyba (1993), os fatores

que são reconhecidos como favoráveis à formação de Planossolos são aqueles

que provocam a má drenagem, interna ou externa, durante um período do ano.

Estes são geralmente desenvolvidos em relevo plano, sobre material rochoso,

compactado ou argiloso, e sob condições climáticas, que, conjuntamente,

resultam numa superfície sujeita à alternância de umedecimento e secagem.

Os solos desta classe ocorrem preferencialmente em áreas de relevo

plano ou suave ondulado, onde as condições ambientais e do próprio solo

favorecem vigência periódica anual de excesso de água, mesmo que de curta

duração, especialmente em regiões sujeitas à estiagem prolongada, e até mesmo

sob condições de clima semiárido (Embrapa, 2006).

De modo geral, os planossolos são eutróficos. Podem apresentar reação

fortemente ácida ou neutra no horizonte superficial, tornando-se alcalina na

subsuperfície (PINHEIRO e PANIGATTI, 1972; OLIVEIRA et al., 1992).

Na região semiárida do Brasil, é comum a presença do íon sódio (Na+),

ocupando porção considerável do complexo de troca, conferindo aos planossolos

o atributo de solódico (6 < PST < 18) ou sódico (PST > 18), segundo EMBRAPA

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(2006). As motivações são diversas para ocorrência do íon Na+ no solo, podendo

ser devido à intemperização de rochas contendo minerais como feldspatos e

feldspatóides ou outros minerais sódicos ou cálcio-sódicos (SUMNER, 1995);

aporte geoquímico de elementos solúveis de alteração de rochas ao longo de

pendentes, e contribuição de sais de NaCl e Na2SO4 em lâminas de águas de

irrigação (PIZARRO, 1985).

A fração argila apresenta composição muito diversificada, o que ocorre

em função do material de origem, das condições ambientais e do relevo. É citada

a ocorrencia de argilominerais do tipo 2:1, expansivos ou não, associados à

caulinita (LUZ et al., 1992), interestratificados (SMITH e WILDING, 1972), cloritas

e feldspatos (FEIJTEL et al., 1988) e quartzo (OLIVEIRA NETO, 1992).

PARAHYBA et al. (2010) comentam que embora possuam, na maioria,

condições de fertilidade natural de razoáveis a boas, apresentam fortes limitações

ao uso agrícola, sobretudo no que diz respeito às condições físicas e à

suscetibilidade à erosão. Quanto à gênese dos Planossolos, estes mesmos

autores atribuem a diferenciação textural desses solos ao processo de formação e

acumulação de argila in situ, no horizonte Bt, da própria rocha do local, associado

à perda lateral de materiais mais finos do horizonte superficial. Ainda segundo

Parahyba et al. (2009), a diferenciação textural em Planossolos pode não ser

decorrente da iluviação de argila, sendo o fator preponderante a intemperização

de silte e areia. Esse interessante fato é confirmado no trabalho citado no início

deste parágrafo, pelas observações micromorfológicas, que evidenciam a

intemperização de biotitas e produção in situ de argila. Eluviação-iluviação e

lessivagem em sentido restrito pareceram exercer menos influência, havendo

poucas evidências de terem ocorrido.

2.5. Latossolos

O processo de formação dos Latossolos (latossolização) ocorre quando o

intemperismo químico, especialmente a hidrólise e a oxidação, e a lixiviação são

muito intensos, ou atuaram durante um período bastante longo. Os solos onde

este processo predomina são ricos em caulintia e/ou óxidos de ferro e alumínio,

dependendo do grau (intensidade) da dessiliciticação. Assim, o horizonte B

Latossólico é um horizonte em avançado estágio de intemperização, intensa

dessiliciticação e lixiviação de bases, e concentração residual de óxidos de Fe e

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Al e argilominerais do tipo 1:1 resistentes ao intemperismo. Possui ainda baixa

relação textural, pouca diferenciação de cor entre os horizontes, menos de 5% do

volume com fragmentos de rochas, grau de floculação da argila, em geral, igual

ou próximo de 100%, menos de 4% de minerais primários alteráveis, CTC a pH 7

menor do que 17 cmolc.kg de argila e cerosidade no máximo pouca e fraca.

Os Latossolos são constituídos por material mineral, com horizonte B

latossólico e pequena variação textural ao longo do perfil. São muito

desenvolvidos, comportando variações desde solos predominantemente

cauliníticos, com valores de Ki mais altos, em torno de 2,0, admitindo o máximo

de 2,2, até solos oxídicos com Ki muito baixo.

São, em geral, solos fortemente ácidos, com baixa saturação por bases,

distróficos ou alumínicos. Ocorrem, todavia, solos com média e até mesmo alta

saturação por bases, encontrados geralmente em zonas que apresentam estação

seca pronunciada, semiáridas ou não, ou ainda por influência de rochas básicas

ou calcárias.

São típicos das regiões equatoriais e tropicais, ocorrendo também em

parte das zonas subtropicais, distribuídos, sobretudo, por amplas e antigas

superfícies de erosão, pedimentos ou terraços fluviais antigos, normalmente em

relevo plano e suave ondulado, embora possam ocorrer em áreas mais

acidentadas, inclusive em relevo montanhoso. São originados a partir das mais

diversas espécies de rochas e sedimentos, sob condições de clima e tipos de

vegetação os mais diversos (EMBRAPA, 2006).

Têm sequência de horizontes A, Bw, C, com pouca diferenciação de

horizontes, e transições usualmente difusas ou graduais. Em distinção às cores

mais escuras do A, o horizonte B tem aparência mais viva, as cores variando

desde amarelas ou mesmo bruno-acinzentadas até vermelhas, nos matizes 2,5

YR a 10 YR, dependendo da natureza, forma e quantidade dos constituintes,

especialmente dos óxidos e hidróxidos de ferro. No horizonte C,

comparativamente menos colorido, a expressão cromática é bem variável, mesmo

heterogênea, devido à natureza mais saprolítica. O incremento de argila do A

para o B é pouco expressivo e a relação textural B/A não satisfaz aos requisitos

para B textural. De modo geral os teores da fração argila no solum aumentam

gradativamente com a profundidade ou permanecem constantes ao longo do

perfil. Tipicamente é baixa a mobilidade das argilas no horizonte Bw, ressalvados

comportamentos atípicos, de solos desenvolvidos de material arenoso quartzoso,

Page 30: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

15

de constituintes orgânicos ou com variação de pH positiva ou nula (CUNHA et al.,

2000).

2.6. Gleissolos

Conforme especificado no SiBCS, a classe dos Gleissolos compreende

solos hidromórficos, constituídos por material mineral, que apresentam horizonte

glei dentro dos primeiros 150 cm da superfície do solo, imediatamente abaixo de

horizontes A ou E (com ou sem gleização, sendo que, por vezes, o próprio

horizonte A ou E pode ser concomitantemente horizonte glei), ou de horizonte

hístico com menos de 40 cm de espessura; não apresentam textura

exclusivamente areia ou areia-franca em todos os horizontes dentro dos primeiros

150 cm da superfície do solo ou até um contato lítico, tampouco horizonte vértico,

ou horizonte B textural com mudança textural abrupta acima ou coincidente com

horizonte glei ou qualquer outro tipo de horizonte B diagnóstico acima do

horizonte glei. Horizonte plíntico, se presente, deve estar à profundidade superior

a 200 cm da superfície do solo. Sendo assim, a base para sua caracterização é a

hidromorfia, expressa por forte gleização, resultante de processamento de intensa

redução de compostos de ferro, em presença de matéria orgânica, com ou sem

alternância de oxidação, por efeito de flutuação de nível do lençol freático, em

condições de regime de excesso de umidade permanente ou periódico.

Os solos desta classe encontram-se permanente ou periodicamente

saturados por água, salvo se artificialmente drenados. A água permanece

estagnada internamente, ou a saturação é por fluxo lateral no solo. Em qualquer

circunstância, a água do solo pode se elevar por ascensão capilar, atingindo a

superfície.

O processo de gleização é evidenciado por meio de cores acinzentadas,

azuladas ou esverdeadas, devido à redução e solubilização do ferro, permitindo a

expressão das cores neutras dos minerais de argila, ou ainda precipitação de

compostos ferrosos. A ausência de oxigênio favorece a atividade de

microrganismos anaeróbios, que utilizam metais como aceptores finais dos

elétrons (reação de oxi-redução). Os primeiros oxidantes, substituindo o oxigênio

na recepção de elétrons, são nitratos e alguns compostos de manganês. Quando

esses se esgotam, o ferro (Fe) de valência 3 na goethita e hematita passa a ser o

receptor de elétrons. Desta maneira, Fe3+, Mn3+ e Mn4+ são reduzidos e liberados

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16

dos respectivos óxidos. A migração dos íons Fe2+ e Mn2+ na solução origina zonas

empobrecidas em óxidos e, por isso, descoloridas (EMBRAPA, 2006).

2.7. Neossolos Regolíticos

A classe dos Neossolos compreende solos minerais, que não apresentam

alterações expressivas em relação ao material originário devido à baixa

intensidade de atuação dos processos pedogenéticos, seja em razão de

características inerentes ao próprio material de origem, como maior resistência ao

intemperismo ou composição química, ou dos demais fatores de formação (clima,

relevo ou tempo), que podem impedir ou limitar o desenvolvimento dos solos.

Constituem um grupamento de solos pouco desenvolvidos, apresentando

insuficiência de manifestação dos atributos diagnósticos referentes aos diversos

processos de formação. Possuem exígua diferenciação de horizontes, com

individualização de horizonte A seguido de C ou R, com predomínio de

características herdadas do material originário.

Os Neossolos Regolíticos são solos com contato lítico a uma

profundidade maior que 50 cm e horizonte A sobrejacente a horizonte C ou Cr,

admitindo horizonte Bi com menos de 10 cm de espessura. Apresentam pelo

menos um dos seguintes requisitos:

a) 4% ou mais de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao

intemperismo) na fração areia total e/ou no cascalho, porém referidos a 100g de

TFSA em algum horizonte dentro de 150 cm da superfície do solo;

b) 5% ou mais do volume da massa do horizonte C ou Cr, dentro de 150

cm de profundidade, apresentando fragmentos de rocha semi-intemperizada,

saprolito ou fragmentos formados por restos da estrutura orientada da rocha que

deu origem ao solo.

Mesmo apresentando textura arenosa dominante e baixa capacidade de

adsorção de nutrientes e possuir baixo teor de matéria orgânica e nitrogênio, este

solo é intensamente utilizado na agricultura, seja por suas características físicas

favoráveis, seja por sua grande difusão geográfica.

Page 32: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

17

2.8. Horizontes cimentados (coesos) – fragipans e lamelas

O conceito de fragipã do atual SiBCS (Embrapa, 2006) corresponde

parcialmente ao conceito adotado pela Soil Taxonomy (EUA, 1999) e refere-se a

um horizonte mineral subsuperficial endurecido e aparentemente cimentado

quando seco, contínuo ou presente em 50% ou mais do volume do horizonte. Seu

conteúdo de matéria orgânica é pequeno e os valores de densidade do solo são

normalmente elevados e superiores aos demais horizontes do perfil. Sua

coloração tende a esbranquiçada, quase sempre com a presença de mosqueados

ocres e pequenos. A textura é, na maioria dos casos, média tendendo a arenosa,

com expressiva participação da fração areia, não sendo raros os casos de textura

arenosa. Mesmo com tal textura o fragipã tende a oferecer resistência à

penetração de água e raízes em razão de sua massividade e dureza,

especialmente quando se apresenta de forma contínua no perfil.

Normalmente o fragipã não apresenta uma nítida organização dos

elementos estruturais, sendo na maioria dos casos considerado um horizonte de

estrutura maciça. Quando seco, apresenta consistência que varia de dura a

extremamente dura, e quando úmido apresenta quebradicidade fraca a

moderada; seus elementos estruturais tendem a se romper subitamente sob

pressão entre o polegar e o indicador, não sofrendo deformação lenta. A sua

gênese e de algumas características que o definem ainda são motivo de

controvérsias. Embora alguns autores relacionem sua formação, dureza e

arranjamento denso das partículas com fenômenos diversos ocorridos em “eras

geológicas” passadas, tais como: consolidação dentro de uma camada de

permafrost, pressão por geleiras etc., a maioria dos autores que estudaram o

assunto, conforme destaca a última versão do Soil Taxonomy (EUA, 1999),

considera sua origem como sendo pedogenética.

Para explicar a formação do fragipã e de características a ele associadas

por processos pedogenéticos, alguns autores destacam que o arranjamento

maciço e a dureza podem ser resultantes do rearranjo de partículas com

empacotamento por argilas, além de ligações químicas mais frágeis por um ou

mais agentes, e não necessariamente o mesmo em todos os tipos de solos,

destacando-se a participação da sílica, do alumínio e, em menor quantidade, do

ferro (RODRIGUES E SILVA & LEPRUN, 1997; MOREAU, 2001), das pontes de

hidrogênio com aluminossilicatos (EUA, 1999) etc. A fragilidade das reações

Page 33: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

18

químicas poderia ser a explicação para a quebradicidade do fragipã quando

imerso na água por duas horas, conforme recomendado por Embrapa (2006).

Alguns processos apóiam a explicação de origem pedogenética, como os

indicativos de reações de oxi-redução no mosqueado e em pequenas fissuras

com cores mais claras, às vezes presentes, que permitem a visualização de um

arranjamento poligonal grosseiro e orientação de argilas, ainda que de forma

tênue (EUA, 1999).

A ocorrência de horizontes adensados tem sido mais constatada no Brasil

na região semiárida e nos tabuleiros costeiros do nordeste e leste, onde tiveram

sua gênese e características estudadas por ARAÚJO FILHO (2003), GOMES

(1995) e MOREAU (2001).

As pesquisas de Lima Neto et al. (2010), estudando horizontes

adensados nos tabuleiros costeiros alagoanos, sugeriu que a gênese do caráter

coeso apresenta duas fases distintas, sendo formado inicialmente pelo

entupimento dos poros decorrente da iluviação de argila fina, havendo

posteriormente uma perda de Fe na parte superior, que colapsa a estrutura e

provoca um ajuste face a face da caulinita.

A dispersão de argila associada à predominância das frações areia fina e

muito fina verificadas na areia total colaboram também com a formação do

adensamento. A dispersão pode acarretar a eluviação da argila para as camadas

inferiores, levando ao encrostamento superficial e à compactação subsuperficial

do solo (PRADO e CENTURION, 2001).

Os ciclos alternados de umedecimento e secagem, a que estes solos

estão submetidos, atuando continuamente sobre estas frações, proporcionam um

estado de orientação e de proximidade tal, que influi nos acentuados valores da

densidade do solo (VIANA et al. 2004). Os fluxos de água lateral (água que

permanece na superfície antes de percolar) e basal (qualquer oscilação do lençol

freático perto da superfície), que são provenientes destes ciclos de umedecimento

e secagem, provavelmente contribuem também para formação de horizontes

adensados devido ao suprimento de água abundante nos períodos chuvosos,

provocando rearranjamento estrutural e o carreamento de partículas e agentes

cimentantes.

2.8.1. O horizonte plácico

Page 34: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

19

É um tipo especial de horizonte cimentado (plácico – do grego plax, pedra

chata), constituindo-se num horizonte fino, de cor preta a vermelho escuro que é

cimentado por Fe (ou Fe e Mn), com matéria orgânica. São autênticas crostas,

apresentando-se como um impedimento à passagem da água e ao

desenvolvimento das raízes das plantas (Embrapa, 2006). Na descrição de JIEN

(2010) o material tem aparência vítrea, de cor castanha escura com laivos

avermelhados até negros, cimentados por óxidos complexos ferro-alumínicos

ligados a material orgânico (complexos Bhfc ou Bfc), óxidos hidratados de Fe

(Bgfc), ou uma mistura de óxidos de Fe e Mn. Existem poucos registros da sua

ocorrência e, portanto, da variabilidade de atributos tais como espessura. Em

vista do conhecimento atual, o horizonte plácico deve atender aos seguintes

requisitos:

Ser cimentado ou endurecido por Fe ou Fe e Mn, com matéria

orgânica, acompanhados ou não de outros agentes cimentantes;

Ser contínuo lateralmente, exceto por fendas verticais espaçadas de,

pelo menos, 10 cm através das quais pode haver penetração do sistema

radicular; e

Ter uma espessura variável entre 0,5 cm (mínimo) e 2,5 cm

(máximo).

O horizonte plácico, segundo o SiBCS ocorre geralmente associado aos

Espodossolos. Dias et al. (2003) caracterizando solos altimontanos no Parque

Estadual do Ibitipoca, MG, identificaram horizontes descritos como "feições

micropedológicas [...] semelhantes às de horizontes plácicos, com duas gerações

de deposição ferruginosa: uma mais avermelhada (ferridrita-hematita) e outra

xantizada (goethita). O plasma intergranular do horizonte espódico apresenta

zonas plásmicas diferenciadas, uma mais aluminosa, de composição caulinítica, e

outra mais ferruginosa, rica em sílica, revelando uma participação de sílica

coloidal amorfa na cimentação dos “ortstein” (ou horizontes plácicos) em

associação ao cimento ferruginoso, no Espodossolo. Os autores concluíram que,

naquele caso, os dados evidenciaram a participação de sílica coloidal ao lado de

aluminossilicatos amorfos, na cimentação dos “microorstein” (horizontes plácicos),

em associação ao cimento ferruginoso e plasma caulinítico, provavelmente pouco

cristalino.

Page 35: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

20

2.8.2. Lamelas

Uma lamela é um horizonte de solo iluvial com menos de 7,5 cm de

espessura, que contém uma acumulação de argila sobre ou unindo grãos da areia

e de silte. Igualmente referida como lâmina, pseudofibra, faixas da argila, bandas

onduladas, sua presença é comum em solos de textura grosseira em todo o

mundo. Geralmente, os horizontes contêm diversas lamelas de B textural

separadas pelos horizontes que contêm menos ou nenhuma argila. Em solos

argilosos, as lamelas são facilmente reconhecidas por terem cromas mais altos,

matizes mais vermelhas e valores de uma cor mais baixa, do que os horizontes

eluviais adjacentes. Parecem geralmente como finas camadas de argila, tendo

frequentemente limites superiores e inferiores ondulados, e não são sempre

lateralmente contínuas (SCHAETZL, 2001).

2.9. Mineralogia do solo

A mineralogia do solo constitui-se em área básica e essencial ao

entendimento e desenvolvimento da Ciência do Solo. Utilizada desde a década

de 30 para determinação da estrutura cristalina, a difratometria de raios-X é

essencial para a caracterização mineralógica dos argilominerais e de outros

constituintes cristalinos presentes nas frações granulométricas mais finas dos

solos, como silte e argila. É considerada como a principal técnica para a

identificação de minerais nestas dimensões e se tornou indispensável para

estudos em mineralogia de solos.

O termo argilomineral é atribuído especificamente aos aluminossilicatos

hidratados planares do grupo dos filossilicatos. Engloba os seguintes grupos de

minerais: grupo da caulinita, grupo das micas, grupo das vermiculitas, grupo das

esmectitas e grupo das cloritas, além de possíveis minerais interestratificados

constituídos por espécimes pertencentes a dois grupos diferentes. De ocorrência

menos comum em solos, podem ser citados também os grupos do talco-pirofilita e

da sepiolita-palygorskita (EMBRAPA, 2009).

A difratometria de raios-X é a mais poderosa ferramenta para estudo de

minerais do solo, particularmente aqueles presentes na fração argila. Esta técnica

baseia-se na resposta dos planos atômicos dos minerais à radiação de raios-X,

possibilitando a obtenção dos difratogramas, gráficos que refletem os atributos

Page 36: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

21

dos minerais (tamanho, grau de cristalinidade, caracterização dos compostos

cristalinos, ocorrência de substituição isomórfica), constituindo-se

verdadeiramente na impressão digital dos minerais (SAMPAIO, 2006).

Ao incidir um feixe de raios-X em um cristal, o mesmo interage com os

átomos presentes, originando o fenômeno de difração. A difração de raios-X

ocorre segundo a Lei de Bragg, a qual estabelece a relação entre o ângulo de

difração e a distância entre os planos que a originaram (característicos para cada

fase cristalina):

Sua utilização permite a identificação e a quantificação dos minerais

presentes nos solos. Quando aliada aos conhecimentos da pedologia, fertilidade

do solo e nutrição de plantas, esta técnica possibilita a obtenção de informações

gerais sobre fontes potencias de nutrientes existentes e previsão sobre o

comportamento físico-mecânico do solo (RESENDE et al., 2005).

Em grande maioria, minerais primários como, quartzo, micas, feldspatos,

olivinas, anfibólios e piroxênios, estão presentes nas frações areia e silte. Na

fração argila encontram-se os minerais secundários, os quais influenciarão no

comportamento, além de participarem nas diversas reações físicas e químicas

que acontecem no solo (FONTES, 2006).

Entre os minerais do solo, as argilas tem destaque pela grande atividade

físico-química, que é derivada da sua grande superfície específica. Tanto as

argilas silicatadas como os óxidos exercem grande influência no comportamento

dos solos.

Assim sendo, num contexto definido pelas informações pedológicas, a

identificação e a caracterização desses minerais podem trazer grande

contribuição no aperfeiçoamento do estudo dos solos. Além da identificação, da

determinação do grau de cristalinidade, do tamanho do cristal e da substituição

isomórfica, pode-se, pelo uso da difração de raios-X, quantificar os minerais

presentes na amostra.

2.10. Caulinita

A caulinita é um argilo-mineral do tipo 1:1, não expansivo, devido às fortes

ligações entre folhetos adjacentes. Por ter baixo equilíbrio de cargas e fraco poder

de retenção de água, é um mineral pouco eletronegativo, o que influencia na sua

capacidade de troca de cátions, que também é baixa (SAMPAIO,2006). Este

mineral é produto das alterações por intemperismo de feldspatos, micas ou outros

Page 37: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

22

aluminossilicatos. Mineralogiamente a caulinita é classificada como um

filossilicato, cuja fórmula química é Al2Si2O5(OH)4 . Quimicamente, sua

composição é 39,5% Al2O3, 46,5% SiO2 e 14% H2O. Sua estrutura é constituída

por camadas neutras do tipo tetraedro-octaedro, sendo o silício (Si) o elemento

central dos tetraedros e o alumínio (Al) o elemento central dos octaedros. A união

entre tais camadas ocorre por ligações de hidrogênio entre os grupos OH da

camada dos octaedros de alumínio e os oxigênios da camada dos tetraedros de

Si.

De grande abundancia na crosta terrestre, a caulinita é um mineral que

ocorre na fração argila, formada através da alteração dos minerais primários e

secundários dada as adversas condições ambientais. Sua gênese é propiciada

por condições de clima quente e úmido, meio ácido, drenagem livre e sem

lixiviação intensa de sílica, mas, não exclusivamente (DIXON, 1989). Tais

situações são geralmente encontradas nos trópicos, justificando a alta

expressividade desse mineral, principalmente para os Latossolos (KER, 1999).

Nas condições de intemperismo tropical, onde há temperaturas elevadas

e muita chuva, os silicatos primários são destruídos e a grande quantidade de

água corrente produz a lixiviação rápida dos metais alcalinos terrosos. O Fe tende

a atingir o grau máximo de oxidação e seu movimento é retardado, juntamente

com o Al. Nesse ambiente rico em água, sílica solubilizada, Fe e Al podem

formar-se outras composições minerais, como as argilas, que são

aluminossilicatos hidratados, a exemplo da caulinita (RODRIGUES, 2009).

. 2.11. Outros minerais de ocorrência frequente nos solos

Os minerais de argila não silicatados, óxidos, hidróxidos e oxi-hidróxidos

de Fe e Al, comumente chamados de óxidos, possuem grande relevância para os

solos do Brasil e das regiões tropicais. Influenciam nas propriedades do solo, e

são encontrados na fração argila, possuindo presença quase obrigatória

(FONTES, 2002).

Na formação dos óxidos de Fe, diversos fatores influenciam, por exemplo:

o material de origem, as condições do ambiente, os processos pedogenéticos e o

grau de intemperimo. Estes, são indicadores de pedogênese e mesmo ocorrendo

em pequenas proporções, possuem elevado poder de coloração, resultando em

diversas pigmentações passíveis de distinção nos solos (KÄMPF E

Page 38: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

23

SCHWERTMANN, 1983; KÄMPF E CURI, 2000; FONTES, 2006). Detentores de

elevada superfície específica, e dada sua natureza química, apresentam

capacidade de adsorver ânions e propiciam a cimentação, pois contribuem na

formação e estabilização de agregados de pequena dimensão, e podem possuir

elementos fundamentais para os vegetais (MELO et. al., 2001; FONTES, 2002).

Destacam-se a goethita (α-FeOOH), hematita (α-Fe2O3), magnetita

(Fe3O4), maghemita (α-Fe2O3), lepidocrocita (α-FeOOH) e ferridrita (5Fe2O3.9H2O)

como os principais óxidos de Fe encontrados nos solos brasileiros, contudo, os

dois primeiros (goethita e hematita) são os mais expressivos (FONTES, 2002). A

Goethita juntamente com a hematita influenciam na cor do solo, sendo

responsáveis pelas colorações amarelas ou brunadas e vermelhas,

respectivamente. (KÄMPF, 1988; SCHWERTMANN 1983).

Considerada como a forma mais estável, a goethita ocorre em diferentes

condições ambientais, possuindo a tendência de ser a forma mais expressiva nos

solos. Está presente em diversos tipos de solos, até mesmo nos avermelhados,

contudo, é mascarada pela coloração da hematita (RESENDE, 1976). De modo

geral, são provenientes de minerais primários contendo ferro, geralmente em

estado divalente. Após a intemperização, o ferro liberado passa para a solução,

oxida-se (Fe3+), e precipita-se como ferrihidrita, se a taxa de liberação for superior

ao produto de solubilidade deste óxido, caso contrário, precipita-se como goethita

( KÄMPF, 1988).

Se ocorrer pequena atividade de sílica em solução (ambiente favorável) e

baixas quantidades de matéria orgânica, acontece uma menor complexação do

ferro, a ferrihidrita origina a hematita mediante rearranjos internos de

desidratação, sendo, por este motivo, considerada precursora da hematita. O

maior conteúdo de matéria orgânica pode ser responsável pela habilidade em

complexar o Fe e estabilizar a ferridrita (a fonte primária de FeO), inibindo, assim,

sua transformação para formas mais estáveis de óxidos de ferro

(SCHWERTMANN e TAYLOR, 1977).

Tal situação é geralmente verificada quando a drenagem é livre, e as

temperaturas, regime de umidade e pH, são altos, o que favorece maiores taxas

de intemperismo, maior mineralização da matéria orgânica e lixiviação de sílica.

Por outro lado, se os fatores do ambinte não propiciarem estas condições

ocorrerá a dissolução da ferrihidrita e a formação da goethita (KER, 1999).

Page 39: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

24

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. A área de estudo

A propriedade Jardim, pertencente ao Centro de Ciências Agrárias da

Universidade Federal da Paraíba localiza-se a 8 km da cidade de Areia, na

microrregião do Brejo paraibano. Com 152 ha de área, encontra-se inserida nas

coordenadas geográficas 6°57'35''S e 35°45'30''W. O relevo é ondulado a

fortemente ondulado.

Inicialmente toda a área da propriedade foi percorrida a fim de se obter

uma noção da sua fisiografia, por meio da observação da vegetação, do relevo e

dos solos. A abertura dos perfis foi definida com base em dois fatores: (1) a partir

das variações de solo observadas na paisagem e (2) a proximidade com os perfis

abertos na década de 1970, cuja localização fosse possível encontrar e que

correspondessem a prováveis unidades taxonômicas de solos.

3.2. Coleta de dados

Para fins de caracterização do solo, foram abertas dezoito trincheiras (P1

a P18), medindo 1,50 m de comprimento e 1,30 m de largura, com profundidades

variáveis, de acordo com o limite requerido pela profundidade do solo. Os

trabalhos de descrição e coleta de perfis foram realizados conforme as

recomendações do Manual de Descrição e Coleta de Solos no Campo (SANTOS

et al. 2005).

Além dos perfis, foram feitas observações e sondagens a trado seguindo

uma grade de pontos georreferenciados espaçados em aproximadamente 100 m.

As prospecções pedológicas foram realizadas até uma profundidade média de

200 cm, ou até onde fosse encontrada camada de impedimento; não houve coleta

de amostras por ocasião dessas tradagens, tendo apenas sido feitos registros

visando individualizar as unidades de mapeamento, definindo seus limites.

Os dados sobre os limites da área da Fazenda foram obtidos por meio do

georreferenciamento dos pontos do contorno, utilizando o GPS Garmim Map

76CSX, a partir de um caminhamento por todo o perímetro, tendo sido registrados

os pontos de referência.

Page 40: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

25

Dos dezessete perfis descritos e coletados, nove foram selecionados para

este trabalho, compondo duas topossequências (TOP I e TOP II) representativas

da área de estudo.

3.3. Análises físicas

As amostras deformadas foram secas ao ar, destorroadas e

passadas em peneira de malha de 2 mm, obtendo-se a terra fina seca ao ar

(TFSA). As análises físicas de caracterização dos solos foram realizadas de

acordo com os métodos apresentados em Embrapa (1997), e incluíram

granulometria, argila dispersa em água, densidade do solo (método do torrão

parafinado e método do cilindro para uma amostra mais arenosa) e densidade de

partículas. A partir dos resultados, foram calculados o grau de floculação e a

relação silte/argila, conforme expressões apresentadas por Embrapa (1997).

3.4. Análises químicas

As análises químicas, realizadas conforme métodos descritos em

Embrapa (1997) constaram das determinações de: pH em água (na relação

1:2,5 de solo:solução); Ca2+ e Mg2+ (extraídos com KCl 1 mol L-1 e

determinados por espectrofotometria de absorção atômica); Na+ e K+ (extraídos

com solução de Mehlich-1 e determinados por espectrofotometria de chama);

Al3+ (extraído com solução de KCl 1 mol L-1 e determinado por tilulação); H + Al

(extraídos com solução de acetato de cálcio 0,5 mol L-1 e determinados por

titulação com NaOH 0,060 mol L-1), P e C orgânico (oxidação pelo dicromato de

potássio em meio sulfúrico). A partir desses dados, foram calculados: soma de

bases (S), capacidade de troca de cátions (CTC), saturação por bases (V%) e

porcentagem de saturação por alumínio (m%).

3.5. Análises mineralógicas

Para as análises mineralógicas, primeiramente foi feita a

individualização das frações areia - silte - argila a partir da TFSA. O fracionamento

das amostras foi realizado por peneiragem úmida em peneira de 0,053 mm de

Page 41: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

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malha, separando-se a fração areia. As frações silte e argila foram

individualizadas por decantação e centrifugação, obedecendo à lei de Stokes.

Para a realização desta etapa foi utilizado o difratômetro marca

PANanalytical e modelo X'PERT PRO com tubos de cobalto e filtro de níquel. A

faixa de varredura foi na amplitude de 4 a 50° à temperatura ambiente, e a

velocidade de varredura foi de um passo 0,01° a cada 10s. O comprimento de

onda da emissão de raios-X foi de y = 0,17890 nm.

Utilizou-se a difratometria de raios-X apenas na fração argila, sem

tratamentos prévios (argila natural), sendo as amostras preparadas em lâminas

de vidro e orientadas. A análise por difratometria de raios-X das amostras da

fração argila foi realizada no Departamento de Solos da Universidade Federal de

Viçosa. A interpretação dos difratogramas de raios-X foi realizada segundo Brown

(1961), Grim (1968) e Joint Committee on Powder Difraction Standards (1974).

3.6. Classificação dos solos e mapeamento

Os solos foram classificados de acordo com o Sistema Brasileiro de

Classificação de Solos - SiBCS (EMBRAPA, 2006).

O processamento dos dados obtidos e a edição dos mapas foram

realizados por meio do software ArcGIS 9.3 (ESRI, 2009).

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27

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Distribuição Espacial dos Solos

Os solos são distribuídos na paisagem de maneira condizente com o

ambiente de transição fisiográfica em que está inserida a propriedade Jardim. Foi

identificada a ocorrência de Latossolos Amarelos, Argissolos Acinzentados,

Argissolos Amarelos, Argissolos Vermelho-Amarelos, Gleissolos Melânicos,

Neossolos Regolíticos e Planossolos Háplicos, sendo os Argissolos Vermelho-

Amarelos a classe dominante. A relação completa dos solos identificados e

classificados na área de estudo é apresentada na Tabela 1. O mapa de solos

encontra-se no Apêndice C-2.

Tabela 1. Solos identificados e classificados na propriedade Jardim

Classes de Solos Área

ha %

Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico endoáquico - PVAd 36,1 23,7

Gleissolo Melânico Tb Eutrófico - GMe 20,7 13,6

Argissolo Vermelho Distrófico típico - PVd 19,2 12,5

Argissolo Vermelho Distrófico úmbrico endoáquico - PVd 18,6 12,2

Argissolo Amarelo Distrófico típico - PAd 14,8 9,7

Planossolo Háplico Eutrófico típico - SXe 19,0 12,4

Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico - RRd 5,7 3,7

Gleissolo Melânico Tb Distrófico - GMd 4,4 2,9

Neossolo Regolítico Distrófico típico - RRd 4,2 2,7

Latossolo Amarelo Distrófico húmico - LAd 3,2 2,1

Argissolo Amarelo Distrófico endoáquico - PAd 2,6 1,7

Argissolo Amarelo Distrófico arênico fragipânico plácico - PAd 2,1 1,4

Argissolo Acinzentado Distrófico abrúptico epiáquico - PACd 1,3 0,9

Argissolo Amarelo Distrófico cambissólico - PAd 0,7 0,5

Totais 152,6 100

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4.2. Topossequências selecionadas

Foram selecionadas duas topossequências, cujas feições guardam

características inerentes à área de estudo, sendo também representativas dos

solos regionais e da maneira como dispostos na paisagem. A primeira sequência,

denominada TOP I, é composta por quatro classes de solos, e inicia na parte mais

alta da propriedade, com ocorrência de Latossolo, e segue até a baixada onde

ocorre Gleissolo; no trecho intermediário são encontrados Argissolo e Planossolo.

A segunda sequência, TOP II, também inicia num topo, só que com ocorrência de

Argissolo Amarelo, seguido de Argissolo Vermelho, Argissolo Amarelo, Neossolo

Regolítico, terminando com Gleissolo na baixada.

Pelo estudo, infere-se que a sequência se desenvolve sobre os mesmos

sedimentos argilo-arenosos, pois as diferenças de textura quantificadas entre os

diversos solos seriam devidas não a descontinuidade litológica, mas a processos

de dissoluções, migrações e neoformações, influenciados pelos fluxos hídricos no

solo. Quimicamente, todos os perfis estudados são dessaturados (distróficos) e

ácidos. Quanto aos teores de carbono orgânico, eles decrescem em

profundidade, sendo apresentados valores superficiais na faixa de 2,42 e 0,62

dag kg-1, teores considerados bons a baixos, conforme Alvarez V. et al. (1999). A

difratometria com raios-X revelou que todos os solos da propriedade possuem

mineralogia da fração argila essencialmente caulinítica. De modo geral, esses

solos apresentam baixo pH, baixa disponibilidade de P e de outros elementos

(nutrientes) necessários para o desenvolvimento da planta, alta fixação de P e

toxicidade de Al, baixa CTC, entre outras características ou propriedades

relacionadas, direta ou indiretamente, com a mineralogia dominantemente

caulinítica.

4.2.1. Topossequência I

A dinâmica físico-químico-hídrica desses solos passa a ser discutida,

iniciando-se pela TOP I (Figura 5), composta pelos Perfis P1 (LAd), P8 (PVAd) ,

P10 (SXdb) e P7 (GMd). Uma visualização esquemática da sequência é

apresentada na figura 6. A íntegra dos dados da descrição geral e da morfológica

de todos os perfis encontra-se no Apêndice A, no entanto, dados de maior

interesse na discussão dos perfis integrantes das topossequências serão

apresentados em seguida.

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Figura 4. Espacialização da Topossequência I, Propriedade Jardim, Areia/PB, composta pelos Perfis P1 (LAd), P8 (PVAd) , P10 (SXdb) e P7 (GMd) 5

Figura 5. Perfil esquemático da Topossequência I, Propriedade Jardim, Areia/PB, composta pelos Perfis P1 (LAd), P8 (PVAd) , P10 (SXe) e P7 (GMd) 6

4.2.1.1. Latossolo Amarelo Distrófico húmico (LAd), Perfil 1

O P1 (Figura 7) encontra-se no topo da paisagem, numa área de mata

secundária com altitude de 625 m. O relevo local, plano a suave ondulado,

associado aos demais fatores de formação, possibilitou a formação desses solos,

que se estendem por uma vasta área na direção leste, compondo a chamada Chã

de Jardim.

5 Fonte: inserção de dados sobre imagem do Google Earth, 2010.

6 Fonte: inserção de dados sobre perfil topográfico do Google Earth, 2010.

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30

Figura 6. Perfil do Latossolo Amarelo distrófico húmico

Trata-se de um solo muito intemperizado, profundo e bem drenado. A

faixa abrangida pelos dois horizontes mais superficiais, rica em matéria orgânica,

apresentou coloração variando de preto a bruno acinzentado muito escuro, com

teor médio de carbono igual a 2,3 dag kg-1, considerado bom pelos valores

preconizados por Alvarez V. et al. (1999), que serão usados como referência ao

longo de toda esta discussão. A maior riqueza em carbono orgânico (COT)

relaciona-se à condição climática do Brejo de Altitude e também ao fato de tratar-

se de uma área de mata, cujo horizonte A não foi empobrecido por erosão ou uso

agrícola inadequado.

Os procedimentos contidos em Embrapa (2006) quanto à classificação do

horizonte A, levaram ao enquadramento desse horizonte como húmico. Os

cálculos efetuados para definição do A húmico estão inseridos no Apêndice E.

Segundo Ker (1998), a distrofia do sistema bem como as temperaturas amenas

ao longo do tempo, inibem a atividade microbiana, favorecendo o acúmulo de

matéria orgânica. Em razão disso, particularmente em áreas que permitem maior

acúmulo de matéria orgânica, não é incomum encontrar Latossolos Húmicos com

horizonte A de mais de 1 m de espessura.

O registro da existência de A húmico na Paraíba é recente, não existindo

ainda literatura científica publicada que mostre a ocorrência desse horizonte nos

Page 46: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

31

solos do Estado. Dados não publicados de Miranda Henriques et al. (2010)

relativos à descrição morfológica e à determinação dos dados físicos e químicos

desse solo, condizem com o enquadramento do P1 como húmico. Em

andamento existem as pesquisas também ainda não publicadas de Lima (2011),

que fez a caracterização mineralógica e o fracionamento da matéria orgânica de

outro perfil aberto na mesma unidade de mapeamento. Esses pesquisadores

obtiveram resultados analíticos concordantes com os obtidos neste trabalho. Os

resultados analíticos do P1 podem ser visualizados nas tabelas 2 e 3.

O grau de floculação (GF) manteve-se entre 92 e 98%. Reações do solo

mais ácidas, como encontradas neste solo, integram os fatores que determinam

um alto grau de floculação da argila e alta estabilidade dos agregados. Em

Latossolos, valores mais próximos de 100% são um indicativo de que há uma

maior saturação por Al na fração argila, pois esse elemento desempenha

importante papel na floculação desses solos (RESENDE,1983). Nos horizontes

mais superficiais, mesmo não havendo valores de m tão elevados quanto no Bw1,

infere-se que a matéria orgânica, mais presente nesses patamares, exerça sua

parcela de contribuição na estabilidade dos agregados e na manutenção do grau

de floculação elevado.

A relação silte/argila, apresentou valor médio de 0,13, sendo este valor

considerado baixo, estando, portanto, em conformidade com o elevado grau de

desenvolvimento pedológico do solo.

Quimicamente, os teores encontrados são condizentes com o alto grau de

intemperismo e distrofia dessa unidade de mapeamento.

A caracterização mineralógica da fração argila revelou tratar-se de um

solo predominantemente caulinítico. Apesar de ser um solo muito intemperizado,

não apresentou, reflexões de gibsita, uma vez que não foram definidos picos

referentes a este argilomineral nos difratogramas (Figura 8). Os difratogramas

referentes aos demais perfis, por não apresentarem diferenciações mineralógicas

significativas, estão inseridos no Apêndice B.

Page 47: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

34

Tabela 2. Resultados das análises físicas do Perfil 1. Latossolo Amarelo Distrófico húmico

Horiz. Prof. Granulometria

ADA GF Textura Silte/ Argila DS DP Porosid. Areia Silte Argila

cm ------------------ dag kg-1 -------------------- ---------- g cm-3 ---------

Oo 4 - 0 - - - - - - - - -

Ap 0 - 10 58 6 36 3 92 Arg-arenosa 0,15 1,48 2,69 0,55

A1 10 - 20 59 7 34 1 96 Fr-arg-arenosa 0,19 1,55 2,74 0,56

A2 20 - 70 48 7 45 2 93 Argilo-arenosa 0,15 1,54 2,71 0,57

A3 70 -100 37 6 57 4 93 Argila 0,10 1,33 2,72 0,49

AB 100 -140 39 5 56 3 94 Argila 0,10 1,33 2,68 0,49

Bw1 140 - 180 41 7 52 3 95 Argila 0,13 1,40 2,72 0,51

Bw2 180 - 230+ 29 7 64 1 98 Muito argilosa 0,10 1,44 2,76 0,52

Horiz. = horizonte; Prof = profundidade; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo; Porosid.=Porosidade Total

32

Page 48: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

35

Tabela 3. Resultados das análises químicas do P1. Latossolo Amarelo Distrófico húmico

Horiz. Prof. pH H2O

Ca2+ Mg2+ K+ Al3+ Na+ H+Al SB t T m V COT P

cm ----------------------------------- cmolc kg-1 -------------------------------- ----- % ---- dag.kg-1 mg.dm-3

Oo 4 – 0 - - - - - - - - - - - - - -

Ap 0 -10 4,0 0,9 0,7 0,03 0,3 0,06 13,37 1,69 1,99 15,06 7,48 11,22 2,42 0,24

A1 10 -20 3,6 0,75 0,4 0,03 0,25 0,04 11,59 1,22 1,47 12,75 8,63 9,10 2,20 0,18

A2 20 -70 3,4 0,75 0,2 0,03 0,25 0,03 11,39 1,01 1,26 12,45 8,78 8,51 1,99 0,14

A3 70 -100 3,8 0,3 0,3 0,02 0,5 0,02 9,24 0,64 1,14 9,88 10,82 6,48 0,93 0,06

AB 100 -140 3,7 0,4 0,2 0,03 0,2 0,01 5,61 0,7 0,9 11,04 17,83 5,80 0,86 0,03

Bw1 140 – 180 3,7 0,6 0,2 0,02 0,05 0,03 3,96 0,85 0,9 4,81 25,25 17,67 0,47 0,01

Bw2 180 -230+ 4,0 0,6 0,2 0,03 0,1 0,02 3,14 0,85 0,95 3,99 31,90 21,30 0,29 0,01

SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total

33

Page 49: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

34

Figura 7. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de

Latossolo Amarelo distrófico típico (P1), apresentando dominância de picos de

Caulinita (Ct). Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.

4.2.1.2. Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico úmbrico endoáquico, Perfil 8

Este componente da topossequência localiza-se a 599 m de altitude numa

área de mata secundária em relevo suave ondulado e ocupa uma área de 36 ha,

correspondendo a 23% da propriedade. Configura-se como um solo profundo,

moderadamente drenado, que apresenta cores que vão do bruno muito escuro ao

33

Page 50: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

35

bruno acinzentado nos horizontes superficiais e coloração variegada a partir dos

80 cm, onde são expressos os efeitos da retenção hídrica periódica, indicando

restrição de drenagem nesse perfil. Há uma diferença textural acentuada entre os

horizontes A e Bt, encontrando-se uma camada muito argilosa (70 dag kg-1 de

argila), que vai dos 80 aos 160 cm, cuja permeabilidade lenta mantém o lençol

freático alto durante alguns meses do ano.

O caráter epiáquico contemplado pelo Sistema Brasileiro de Classificação

de Solos - SiBCS, derivado de FAO (1998), é conceituado como ocorrente em

solos que apresentam lençol freático superficial temporário resultante da má

condutividade hidráulica de alguns horizontes do solo. Esta condição de

saturação com água permite que ocorram processos de redução e segregação de

ferro nos horizontes que antecedem ao Bt e, ou, no topo deste, conforme

Embrapa (2006).

Ainda conforme o SiBCS, o padrão de distribuição das feições de redução

e oxidação do caráter epiáquico atinge, em profundidade, até o topo do horizonte

Bt. No entanto, neste perfil, e também nos demais solos deste estudo que

apresentam características semelhantes, a retenção hídrica não ocorre

superficialmente, como é requerido para a inclusão nesse caráter, porém a

profundidades maiores (Figura 9), mas ainda no horizonte B. Para configurar e

expressar com mais precisão tal situação sugere-se que seja considerada pelo

Comitê do Sistema a criação do caráter endoáquico, que designaria os solos que

apresentassem em profundidades maiores as feições do caráter epiáquico.

Sugere-se profundidades superiores a 80 cm, ou que abrangessem toda a porção

inferior do horizonte B.

Sendo os Argissolos dominantes na área da propriedade, os aspectos

morfológicos apresentados por esta unidade são bem representativos dos demais

solos que foram observados neste estudo. Especialmente essa faceta

“endoáquica”, que se repete com graus variados em nove dos dez perfis

argissólicos descritos.

Page 51: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

36

Figura 8. Aspecto do Perfil P8 (PVAd) na estação seca (1) e na chuvosa (2)

As análises químicas revelaram tratar-se de um solo com baixa fertilidade

natural, com teores de P, Ca e Mg abaixo dos desejáveis para cultivos agrícolas.

Os índices de acidez trocável estão entre baixos e médios, a acidez potencial é

alta e a saturação por Al tem valores médios; por conseguinte, a reação do solo

encontra-se entre forte a moderadamente ácida. Em relação à soma de bases, os

valores estão entre baixos e médios, e os teores de carbono orgânico, na faixa

dos 0,9 dag kg-1 nos horizontes superficiais, são considerados baixos (ALVAREZ

V, 1999). Os parâmetros comparativos preconizados por Alvarez V (1999), que

foram utilizadas na interpretação dos resultados, encontram-se no Anexo 1. Os

resultados das análises químicas do P8 são apresentados na tabela 4.

Page 52: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

37

Tabela 4. Resultados das análises físicas do perfil 8. Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico

Horiz Prof. Granulometria

ADA GF Textura Silte/

Argila DS DP Porosid.

Areia Silte Argila

cm ----------------------- dag kg-1 --------------------- ----------- g cm-3 ----------

A1 0 -20 83 5 13 4 70 Areia franca 0,38 1,59 2,66 0,60

A2 20 - 50 72 7 21 3 88 Fr-arg-aren 0,35 1,6 2,68 0,60

AB 50 -80 62 7 31 10 67 Fr-arg-aren 0,23 1,52 2,67 0,57

Bt 80 -160 19 11 70 14 80 Mt argiloso 0,15 1,41 2,67 0,53

Bt/Cr 160 - 180 + 57 20 23 2 94 Fr-arg-aren 0,89 1,53 2,72 0,56

Horiz. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo; Porosid.=Porosidade Total

Tabela 5. Resultados das análises químicas do perfil 8. Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico

Horiz. Prof. pH H2O Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P

cm ---------------------- cmolc kg-1 --------------- ---- % ---- dag.kg-1 mg.dm-3

A1 0 -20 4,9 2,1 0,65 0,03 0,2 5,86 2,81 3,01 8,67 6,64 17,2 0,89 0,53

A2 20-50 4,6 0,8 0,65 0,14 0,03 0,75 8,17 1,62 2,37 9,79 31,65 12,2 0,94 0,34

AB 50 -80 4,7 0,95 0,3 0,14 0,03 0,7 7,84 1,46 2,16 9,30 32,41 12,8 0,79 0,15

Bt 80 -160 5,2 1,05 0,5 0,09 0,07 0,65 5,61 1,74 2,39 7,35 27,2 17,8 0,32 0,03

Bt/Cr 160-180+ 5,5 1 1,25 0,03 0,1 0,05 1,32 2,33 2,38 3,65 2,1 75,8 0,15 0,01

SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total

37

Page 53: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

38

4.2.1.3. Planossolo Háplico Eutrófico úmbrico . Perfil 10

Estando inserida numa área climática transicional, há uma parte da

propriedade Jardim que começa a apresentar características mais diferenciadas

daquelas do Brejo Paraibano. A ocorrência de Planossolos é uma dessas

características. Esses solos apresentam um horizonte E distinto, precedido pelo

horizonte A um pouco mais rico em matéria orgânica e sucedido pelo B plânico,

numa sucessão abrupta evidenciada pelo limite drástico que configura um

fraturamento muito nítido entre o horizonte E e o Bt (Figura 10). A feição textural

apresentada é em blocos angulares grandes, com tendência prismática.

Esta Unidade ocupa uma área de 6,5 ha, o que equivale a 4,3% da área

total da propriedade. Está localizada na porção mais setentrional da Propriedade,

em terreno ondulado, tendo 9% de declividade no local do perfil e a altitude é de

568 m.

Trata-se de um solo imperfeitamente drenado, pouco profundo, com

material litóide encontrado à profundidade de 90 cm. A presença do horizonte B

Plânico, que funciona como uma barreira ao fluxo descendente da água ocasiona

uma imperfeita drenagem do perfil e a consequente saturação.

Apesar das desvantagens agrícolas do ponto de vista físico, por ser um

solo mais raso, mais arenoso superficialmente, e pela permeabilidade baixa no

horizonte subsuperficial, esse solo apresenta vantagens químicas (nutricionais)

em relação aos demais da topossequência. Como evidenciado na tabela 7, os

valores de pH estão entre os mais agricolamente favoráveis que ocorrem na

Propriedade, contudo o solo ainda é classificado como moderadamente ácido. A

acidez trocável apresenta índices bons, e a potencial mostrou-se entre média a

alta. Os teores de P são muito baixos, o mesmo não ocorrendo com os de Ca2+ e

Mg2+, que vão de médios a muito bons. A CTC efetiva (t) está entre média a

muito boa (ALVAREZ et. al, 1999). Estes níveis refletem a condição menos

intemperizada desse solo, que é também atestada pelos altos valores da relação

silte/argila, de 0,66 a 1,13.

A presença de um horizonte mais arenoso na superfície, associada à

ausência de técnicas conservacionistas e ao regime pluvial da região, proporciona

acentuados índices de erosão. Ações erosivas do tipo laminar e em sulcos foram

observadas em toda a área (Figura 11). A susceptibilidade dessa classe de solo à

erosão foi evidenciada na pesquisa de Oliveira et al. (2008), sobre a tolerância de

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39

perdas de solo por erosão nos solos da Paraíba, onde os Planossolos foram

situados logo após os Neossolos e os Luvissolos na escala de tolerância a perdas

por erosão, tendo apresentado valores bem próximos entre si.

Figura 9. Perfil 10 (1) e aspecto da área de ocorrência de Planossolos na Propriedade Jardim (2).

Figura 10. Aspecto do Planossolo erodido, com o horizonte Bt exposto.

Page 55: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

40

Tabela 6. Resultados das análises físicas do Perfil 10. Planossolo Háplico Eutrófico úmbrico

Hor. Prof. Granulometria

ADA GF Textura Silte/

Argila DS DP Porosid.

Areia Silte Argila

cm ----------------------- dag Kg-1 -------------------------- ----------- g cm-3 -----------

Ap 0 -10 87 7 7 1 81 Areia fr 1,00 1,62 2,65 0,61

A1 10 - 30 79 9 12 4 68 Fr-aren 0,78 1,59 2,65 0,60

A2 30 - 60 74 11 16 4 76 Fr-aren 0,66 1,63 2,61 0,62

Bt 60 - 90 50 9 41 3 33 Arg-aren 0,22 1,68 2,81 0,60

Cr 90 -120 73 14 13 5 59 Fr-aren 1,13 1,7 2,75 0,62

Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP = densidade de partícula; DS = densidade do solo; Porosid = porosidade total

Tabela 7. Resultados das análises químicas do Perfil 10. Planossolo Háplico Eurófico típico

Horiz Prof pH Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P

cm H2O ------------- cmolc kg-1 ------------ --- % --- dag.kg-1 mg.dm-3

Ap 0 -10 6,0 2,15 0,65 0,02 0,02 0,05 3,22 2,84 2,89 6,06 1,73 46,86 0,62 0,83

A1 10 - 30 5,8 3,35 0,98 0,28 0,03 0,05 4,87 4,64 4,69 9,51 1,07 48,79 0,70 1,59

A2 30 - 60 5,8 3,55 0,65 0,09 0,07 0,25 5,61 4,36 4,61 9,97 5,42 43,73 0,79 0,28

Bt 60 - 90 6,1 3,9 3,75 0,03 0,43 0,35 4,37 8,11 8,46 12,48 4,14 64,98 0,24 0,14

Cr 90 -120 6,3 3,45 3,75 0,05 0,43 0,25 6,68 7,68 7,93 14,36 3,15 53,48 0,17 5,33

SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total

40

Page 56: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

41

4.2.1.4. Gleissolo Melânico Tb Distrófico úmbrico, Perfil 7

Por sua localização na paisagem, inserido numa baixada inundável que

permanece com lençol freático alto durante toda a estação chuvosa, este solo

reflete os efeitos ambientais principalmente pela cor acinzentada do horizonte

subsuperficial. As feições do horizonte superficial, entre elas a existência do

horizonte A proeminente e da coloração preta (10YR 2/1) até 50 cm, dentre outras

características, preencheram as exigências contidas em Embrapa (2006) para

enquadrá-lo como Melânico (Figura 12).

Figura 11. Perfil 7. Gleissolo Melânico Tb distrófico úmbrico

Especialmente nos horizontes subsuperficiais, por conta do regime

hídrico, os valores da argila dispersa em água são mais elevados, havendo a

consequente diminuição no grau de floculação e aumento da densidade do solo.

Apesar da textura ser favorável à drenagem natural, a sua localização favorece o

encharcamento, limitando seu uso agrícola apenas à estação seca. Nas

imediações do perfil observam-se afloramentos de rocha, o que justifica ter havido

contato lítico de material gnáissico a 85-110 cm.

Com acidez moderada e índices de saturação por Al (m) baixos,

apresenta uma CTC efetiva (t) com valores favoráveis à agricultura. Considerando

Page 57: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

42

também os teores de Ca2+ e Mg2+ classificados como bons a muito bons e os

bons teores de carbono orgânico, pode-se concluir que este solo possui uma

aptidão agrícola pouco explorada economicamente no momento.

As tabelas 8 e 9 apresentam os valores obtidos nas caracterizações

físicas e químicas desse solo.

Page 58: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

43

Tabela 8. Resultados das análises físicas do Perfil 7 Gleissolo Melânico Tb Distrófico úmbrico

Hor. Prof. Granulometria

ADA GF Textura Silte/

Argila DS DP Porosid.

Areia Silte Argila

cm --------------------- dag kg-1 ----------------------- ----------- g cm-3 -----------

Ap 0 - 8 68 12 20 5, 75 Fr-arg-aren 0,57 1,39 2,59 0,54

A2 8 - 21 66 14 21 8 63 Fr-arg-aren 0,64 1,5 2,55 0,59

A3 21 - 45 67 12 21 6 69 Fr-arg-aren 0,57 1,55 2,6 0,60

Cg1 45 - 85 65 17 17 15 12 Fr-aren 1,00 1,72 2,64 0,65

Cg2 85 - 110 76 9 15 13 15 Fr-aren 0,60 1,89 2,71 0,70

Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo. Porosid. = Porosidade total

Tabela 9. Resultados das análises químicas do Perfil 7 Gleissolo Melânico Tb Distrófico úmbrico

Horiz Prof. pH Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P

cm H2O ---------------------------- cmolc kg-1 --------------- ---- % ---- dag.kg-1 mg.dm-3

Ap 0 - 8 5,6 4,45 2,25 0,07 0,06 0 5,86 6,83 6,83 12,69 0 53,82 1,24 0,31

A2 8 - 21 5,7 5,3 1,4 0,16 0,07 0,05 10,48 6,93 6,98 17,41 0,7 39,80 1,32 0,38

A3 21 - 45 6,2 4,35 1,2 0,05 0,07 0,05 9,9 5,67 5,72 15,57 0,9 36,42 1,00 0,36

Cg1 45 - 85 5,3 2,75 0,85 0,07 0,09 0,1 2,31 3,76 3,86 6,07 2,6 61,94 0,24 0,1

Cg2 85 - 110 6,1 1,35 0,65 0,05 0,11 0,05 2,23 2,16 2,21 4,39 2,3 49,20 0,11 0,06

SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total

43

Page 59: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

44

4.2.2. Topossequência II

Esta topossequência compreende cinco perfis: P15 (PVAd), P13 (PVd),

P5 (PAd), P6 (RRd) e P12 (GMd), dispostos em segmento descendente a partir

do topo (616 m de altitude) até a baixada (586 m), como mostrado na figura 13. A

posição relativa de cada perfil em relação à declividade do terreno é mostrada no

perfil esquemático da figura 14.

Figura 12. Espacialização da Topossequência II. Propriedade Jardim, Areia/PB, composta pelos perfis P15 (PVAd), P13 (PVd), P5 (PAd), P6 (RRd) e P12 (GMe) 7

Figura 13. Perfil esquemático da Topossequência II 8

4.2.2.1. Argissolo Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico. Perfil 15

O P15, localizado a 616 m de altitude, em topo de paisagem, ocupa uma

área de 2,6 ha (1,7% do total da propriedade). Trata-se de um solo profundo, com

7 Fonte: inserção de dados sobre imagem do Google Earth, 2010.

8 Fonte: inserção de dados sobre perfil topográfico do Google Earth, 2010.

Page 60: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

45

relevo local suave ondulado e vegetação de gramíneas e capoeira baixa, sendo a

área utilizada para plantio de culturas de subsistência (principalmente mandioca e

feijão). O horizonte superficial de textura franco-argilo-arenosa, associado ao fato

da total inexistência de práticas conservacionistas, favorece o arrastamento das

partículas do solo pela enxurrada, havendo locais em que o horizonte Bt,

localizado a mais de 60 cm de profundidade, encontra-se exposto. Nos arredores

do perfil, onde a declividade aumenta, são visíveis os efeitos da erosão laminar,

havendo também a formação de sulcos profundos, se bem que esparsos,

expondo o horizonte Bt (Figura 15). O uso da área, com agricultura de

subsistência, ainda utilizando técnicas rudimentares de cultivo, favorece o

processo erosivo.

Figura 14. Erosão em Argissolo Amarelo, ocorrente em área cultivada próxima ao Perfil 15 da Topossequência II. Início de exposição do horizonte Bt (1); Horizonte Bt

já exposto mais abaixo na encosta (2).

Trata-se de um solo moderadamente drenado, pois a textura

subsuperficial muito argilosa (70 dag kg-1 de argila no Bt) ocasiona o surgimento

de cores de redução devido à retenção hídrica no perfil durante o período das

chuvas (Figura 16).

Page 61: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

46

Os valores de argila dispersa em água são baixos, sendo

consequentemente alto o grau de floculação, que chega a 100% no Bt. É um solo

fortemente ácido, com valores de acidez potencial de alta a muito alta e acidez

trocável média (Tabelas 10 e 11). Ainda assim, no horizonte superficial até 10 cm

a soma de bases chega a 4,4 cmolc kg-1, valor classificado como bom, segundo

Alvarez V et. al (1999). Comparando-se os teores mencionados com aqueles do

P3, outro perfil da área, que apresenta semelhanças com o P15, os valores da SB

superficiais são ainda maiores. A saturação por bases, no entanto, é baixa ao

longo de todo o perfil. Foram encontrados valores bons de Ca e baixos de P. Os

valores nutricionais melhores do horizonte superficial podem ser creditados, em

parte, aos teores de carbono orgânico, que são médios, ou à ação humana, pela

realização de adubações no passado, possibilidade que não foi atestada pelo

agricultor.

Figura 15. Aspecto do Perfil 15 (PAd), na propriedade Jardim, Areia/PB, na estação seca (1) e no início da estação chuvosa (2).

Page 62: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

47

Tabela 10. Resultados das análises físicas do Perfil 15. Argissolo Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico

Hor. Prof. Granulometria

ADA GF Textura Silte/ Argila DS DP Porosid. Areia Silte Argila

cm ----------------------------- dag kg-1 ----------------------- ----------- g cm-3 -----------

Ap 0 - 10 70 4 26 4 85 Fr-arg-aren 0,17 1,52 2,63 0,58

A2 10 - 35 65 7 28 5 82 Fr-arg-aren 0,24 1,63 2,66 0,61

AB 35 - 55 42 4 54 10 81 Argilosa 0,07 1,56 2,72 0,57

BA 55 - 80 37 7 57 6 88 Argilosa 0,12 1,48 2,63 0,56

Bt 80 -160 + 21 10 70 0 100 Mt arg 0,14 1,55 2,73 0,57

Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo; Porosid= porosidade total

Tabela 11. Resultados das análises químicas do Perfil 15. Argissolo Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico

Horiz Prof. pH Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P

cm H2O -------------------------- cmolc kg-1 -------------------- ------ % ----- dag.kg-1 mg.dm-3

Ap 0 - 10 5,5 3,8 0,35 0,14 0,13 0,05 6,93 4,42 4,47 11,35 1,12 38,94 1,71 0,44

A2 10 - 35 4,9 0,8 0,9 0,14 0,06 0,75 8,42 1,9 2,65 10,32 28,3 18,41 0,76 0,29

AB 35 - 55 5,2 0,55 0,65 0,09 0,05 0,9 9,24 1,34 2,24 10,58 40,18 12,67 0,63 0,06

BA 55 - 80 5,3 0,8 0,4 0,03 0,07 1,05 8,09 1,3 2,35 9,39 44,68 13,84 0,41 0,06

Bt 80 -160 + 5,3 0,8 0,7 0,03 0,06 0,4 5,45 1,59 1,99 7,04 20,1 22,59 0,23 0,01

SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total

47

Page 63: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

48

4.2.2.2. Argissolo Vermelho Distrófico endoáquico, Perfil 13

Por se encontrar no terço superior de uma encosta ondulada, com

declividade local de 14%, esta unidade apresenta o horizonte superficial menos

profundo de todos os Argissolos ocorrentes na Propriedade. Contudo, os efeitos

do hidromorfismo estão presentes nesse perfil. A cor variegada, com dominância

dos matizes avermelhados, faz-se presente logo aos 40 cm de profundidade

(Figura 18). A textura também é diferenciada, sendo argilosa desde os horizontes

superficiais, passando a muito argilosa a partir dos 40 cm, onde uma faixa de

drenagem muito lenta tem início (Tabela 12).

Há a possibilidade de que o horizonte superficial seja raso por ter sido em

parte erodido (decapitado). A vegetação em fase de regeneração, mas ainda de

pouca idade, indica ter estado esse solo desprotegido por um longo período. Na

mesma encosta há vários trechos reflorestados, mas que não foram estendidos

até alcançar o local deste perfil.

Pode-se inferir também que as condições de maior declividade tenham

contribuído para uma menor atuação dos fatores de formação deste solo. Ao se

considerar a relação silte/argila desta unidade, bem superior a todas as outras,

percebe-se que há indicativos de se tratar de um solo com menor

desenvolvimento pedogenético. Os teores de silte são duas a três vezes maiores

do que os do perfil 15, localizado no topo da encosta, em terreno suave ondulado

(4%). Mesmo os valores da relação silte/argila estando dentro da faixa

considerada baixa (0,23; 0,30 e 0,59), há uma diferença considerável em relação

aos encontrados no P15 (0,07; 0,12 e 0,14), nos horizontes ABt a Bt.

Os valores de argila dispersa em água (ADA) são também

comparativamente maiores, iniciando com 21 dag kg-1 no Ap e aumentando para

41 dag kg-1 no ABt , enquanto que no início da topossequência o P15 apresentou

valores nos mesmos horizontes indo de 3,8 a 10 dag kg-1, chegando a 0 no BC

Enquanto o grau de floculação (GF) apresentou valor médio de 87% no perfil

anterior, neste não passou de 65%. Esses valores de argila dispersa em água e

do grau de floculação indicam um solo menos estruturado (Tabela 12).

Prado e Centurion (2001) discorreram sobre a ação da matéria orgânica

no sentido de aumentar o grau de floculação da argila, e a estruturação do solo,

por seu efeito cimentante, citando inclusive pesquisa de Carvalho Júnior et

al.(1998), que constatam a ocorrência da floculação da argila pela ação da

Page 64: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

49

matéria orgânica, em áreas com vegetação nativa. No entanto, de maneira

diversa, no solo em estudo os teores de carbono orgânico são superiores aos do

P15 e, mesmo assim, há uma considerável diferença para menos na ADA e no

GF. Conclui-se que outros fatores estão em ação neste solo, contribuindo para

que esses índices sejam mais baixos. A atenção volta-se então para os teores

mais elevados de Ca2+ e Mg2+ presentes no P13 (Tabela 13).

A atribuição dos índices de ADA e de GF menores à ação dessas bases é

referida por Albuquerque et al. (2003) que constataram a diminuição do GF de

69 %, em média, no solo não calcariado, para aproximadamente 58 %, quando se

adicionou 9,0 Mg ha-1 de calcário. Segundo esses autores, esta redução está,

provavelmente, relacionada com o aumento da espessura da dupla camada

elétrica difusa dos colóides, atribuído à criação de cargas negativas, a qual se

evidencia pelo aumento na CTC e pela substituição do Al3+ pelo Ca2+ e Mg2+ no

complexo de troca.

Outra influência de maiores teores de Ca2+ e Mg2+ sobre os atributos

físicos do solo é a diminuição na atividade de Al3+ e H+ na solução do solo, que

são os principais agentes floculantes em solos ácidos (MORELLI e FERREIRA,

1987). Nesse caso, há precipitação de polímeros de hidróxidos de Al, pelo

aumento do pH do solo.

No entanto, quanto ao pH, este solo é tão fortemente ácido como o que o

precede na topossequência. Pode-se deduzir que mesmo sendo igualmente

ácidos, a presença das bases em maior teor exercem maior influência, como pode

ser verificado pelos menores índices de ADA e menor GF.

Os teores de carbono orgânico neste perfil são superiores aos do perfil

que o precedeu na topossequência, especialmente no horizonte superior, onde

atingem 2,86 dag kg-1 sendo valores considerados bons. A soma de bases foi

também superior, com valores bons em sua maioria. A CTC efetiva apresentou

valores entre médios a bons (Tabela 13).

Ao longo da extensão de ocorrência deste solo, que abrange uma área

aproximada de 18 ha, há mudanças nos padrões de profundidade, ocorrendo

manchas com horizonte A ainda mais raso (Figura 17), de cor e de textura,

havendo textura cascalhenta (cascalho arestado) a profundidades variáveis.

Page 65: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

50

Figura 16. Argissolo Vermelho com horizonte superficial muito raso. Aspecto da tradagem inicial. Indício de horizonte decapitado por intenso processo erosivo.

Área de pastagem próxima ao P13

Figura 17. Perfil de Argissolo Vermelho Distrófico endoáquico (1) e aspecto da lenta permeabilidade do perfil (2)

Page 66: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

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Tabela 12. Resultados das análises físicas do P13. Argissolo Vermelho Distrófico endoáquico

Hor. Prof. Granulometria

ADA GF Textura Silte/

Argila DS DP Porosid.

Areia Silte Argila

cm ------------------------------ dag kg-1 ------------------------- ------------ g cm-3 ------------

Ap 0 - 10 44 9 47 21 54 Argilosa 0,19 1,34 2,56 0,52

A2 10 - 25 40 12 49 17 65 Argilosa 0,25 1,46 2,68 0,54

AB 25 - 40 21 15 65 41 37 Mt arg 0,23 1,41 2,75 0,51

Bt 40 - 120 18 19 63 18 72 Mt arg 0,30 1,38 2,81 0,49

BC 120-180 + 25 28 48 2 97 Argilosa 0,59 1,42 2,87 0,49

Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo; Porosid. = porosidade total

Tabela 13. Resultados das análises químicas do P13. Argissolo Vermelho Distrófico endoáquico

H o r . Prof pH Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P

cm H2O ------------------------- cmolc kg-1 ----------------------- --- % ---- dag.kg-1 mg.dm-3

Ap 0 - 10 4,6 2,85 1,75 0,33 0,17 0,15 8,91 5,1 5,25 14,01 2,86 36,40 2,62 0,14

A2 10 - 25 5,0 1,8 1,75 0,19 0,12 0,4 8,09 3,86 4,26 11,95 9,39 32,30 1,53 0,08

AB 25 - 40 4,4 1,05 1,65 0,05 0,15 0,45 4,79 2,9 3,35 7,69 13,43 37,71 0,81 0,01

Bt 40-120 4,0 1,05 1,6 0,05 0,18 0,65 4,54 2,88 3,53 7,42 18,41 38,81 0,44 0,01

BC 120-180+ 4,0 0,3 1,55 0,05 0,15 1,65 5,61 2,05 3,7 7,66 44,59 26,76 0,10 0,01

SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total

51

Page 67: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

52

4.2.2.3. Argissolo Amarelo Distrófico arênico fragipânico plácico. Perfil 5.

Esta unidade taxonômica ocorre de forma isolada e pouco representativa,

compondo apenas 1,4% do total da área, ocupando pouco mais de 2 ha. Sua

importância deve-se à presença de uma feição pedológica pouco comum, o

horizonte plácico. O P5 (Figura 19) situa-se a uma altitude de 596 m, no terço

médio de uma encosta de relevo ondulado, com declividade de 14%. É um solo

bem drenado, profundo, sendo a vegetação local um denso plantio de Sabiá

(Mimosa caesalpiniifolia. Benth), sem exploração comercial, tendo papel de

reflorestamento e conferindo boa proteção contra a erosão. Há também indícios

de uma sistematização de solo, um terraceamento, aparentemente executado há

décadas, contribuindo para obstar as enxurradas.

Foram medidas conservacionistas como esta que pouparam (ou

recuperaram) vários trechos da Propriedade Jardim do intenso desgaste que

ocorre de maneira generalizada na região. Considerando que o aclive em tela

apresenta declividades de até 23%, pode-se avaliar o benefício de tal

reflorestamento para esse trecho da propriedade.

Separando o horizonte Bt do Btx, há uma tênue camada de

aproximadamente 0,8 cm de espessura, composta por material muito adensado,

férreo, escurecido, que foi identificado como horizonte plácico (Figura 20). Tal

camada tem consistência extremamente dura e está associada a outra camada

igualmente tênue, porém bem menos endurecida, ocorrendo à profundidade de

140 cm (Figura 19).

Há ainda controvérsias quanto à denominação horizonte plácico. Discute-

se se não seria a denominação de caráter plácico mais adequada. Até o

momento, o Comitê Executivo do SiBCS, ainda não se pronunciou no sentido de

fazer alterações na definição já exarada no Sistema, tendo sido nele inserida a

partir dos trabalhos de Araújo Filho (2003). Sendo assim, a formação pedológica

identificada no P5 pode ser inserida na classe de horizonte plácico, conferindo

nome ao solo no quarto nível categórico. Neste trabalho não são apresentados

resultados analíticos do horizonte plácico do ponto de vista físico nem químico,

apenas mineralógico, e ainda assim, apenas da argila natural, sem tratamentos,

visto que análises mineralógicas mais complexas ainda estão em andamento. No

entanto, a presença de Fe no material parece evidente aos sentidos comuns. Seu

Page 68: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

53

caráter impermeável à água e às raízes, a não ser em algumas fendas, foi

observado in loco.

Figura 18. Perfil 5, sendo apontada a profundidade de ocorrência do horizonte plácico

Figura 19. Fragmento do horizonte plácico, retirado do P5, localizado na unidade cartográfica PAd

A ocorrência do horizonte plácico na região não está registrada na

literatura científica, havendo, inclusive escassez de relatos e descrições mesmo

em outras regiões do Brasil. Sugere-se que seja mais bem pesquisada a

abrangência deste pan na área estudada, realizando-se novas sondagens a fim

de delimitar com mais precisão seus limites.

Page 69: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

54

Além do horizonte acima discutido, este solo tem a particularidade de

apresentar o horizonte Btx, (fragipânico) que, além de ter feições coesas,

apresentando uma cimentação branda, mostra-se com textura franco-arenosa,

sendo que o horizonte que o precede é bem mais argiloso (Tabela 14). Os teores

de argila voltam aos níveis dos horizontes superficiais, em torno de 10 dag kg-1. A

argila dispersa em água alcança o máximo valor no perfil e o grau de floculação

cai para 49% contra 85% no horizonte precedente. Neste caso, ao contrário do

que acontece no P13, não há níveis de bases que justifiquem essa dispersão

maior. Os teores de carbono orgânico e de acidez trocável e potencial também

não se diferenciam dos demais horizontes (Tabela 15).

Em horizontes coesos, segundo Jacomine (2001), o adensamento é

caracterizado pelo aumento da densidade do solo e redução da porosidade total

em relação aos horizontes adjacentes, apresentando-se muito duros ou até

extremamente duros, quando secos, e friáveis ou firmes, quando úmidos. Tais

características são apresentadas pelo horizonte adensado do P5.

Horizontes subsuperficiais adensados, comumente denominados de

coesos, têm ocorrência significativa em solos do Nordeste do Brasil,

principalmente nos Tabuleiros Costeiros Terciários da Formação Barreiras. O

caráter coeso foi definido como um atributo diagnóstico do SiBCS (Embrapa,

2006) para designar um estado de coesão, sem cimentação aparente, que se

manifesta quando o solo está seco e desaparece ou torna-se bem menos

expressivo quando o solo está úmido (Lima Neto et al., 2010). Esses autores, que

pesquisaram solos com horizontes adensados nos tabuleiros costeiros de

Alagoas, sugeriram que sua gênese não se deve à presença de agentes

cimentantes e que a origem do horizonte coeso apresenta duas fases distintas,

sendo sua base formada inicialmente pela iluviação de argila fina, entupindo os

poros do solo, com posterior perda de Fe na parte superior, colapsando a

estrutura.

Por outro lado, Cooper et al. (2000), pesquisando a origem dos cutãs de

iluviação em B textural (que são formações pedológicas texturais) sugeriram uma

ligação aos processos de hidromorfia temporária que ocorrem nos horizontes

superficiais e Bt dos solos, provocando a desestabilização das ligações Fe-argila,

facilitando assim a mobilização e a redistribuição do Fe e da argila. A existência

de um “teto” férreo no Btx do P5, associada aos mosqueados que indicam ter

Page 70: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

55

ocorrido hidromorfismo, permite adotar a sugestão dos autores acima como válida

neste caso.

Os valores de pH deste solo variaram de extrema a moderadamente

ácidos, concentrando-se a acidez nos horizontes superficiais (Tabela 15). Os

teores de P são muito baixos, como também os de Ca2+ e Mg2+, com exceção do

teor de Ca2+ no horizonte Ap, que, devido à matéria orgânica adicionada pela

vegetação, apresenta-se médio. Os valores de acidez trocável são bons nos dois

primeiros horizontes, passando a médio e alto nos seguintes. A acidez potencial é

alta ao longo de todo o perfil, e a saturação por Al (m) só é muito baixa no Ap,

sendo classificada como média nos horizontes seguintes, segundo parâmetros de

Alvarez V et. al (1999). É notório o fato do gradiente de m ser tão grande ao

longo do perfil, indo de um valor inicial de 9,3 no Ap para valores de 34 a 50%.

Essa diminuição que ocorre no horizonte superficial foi atribuída ao aporte

orgânico proporcionado pelo reflorestamento (Tabela 15).

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56

Tabela 14. Resultados das análises físicas do Perfil 5. Argissolo Amarelo Distrófico arênico fragipânico plácico

Hor. Prof. Granulometria

ADA GF Textura Silte/

Argila DS DP Porosid.

Areia Silte Argila

cm --------------------------- dag kg-1 --------------------------- --------------g cm-3 -------------

Ap 0 - 10 89 1 10 3 73 Areia franca 0,15 1,61 2,62 0,61

A2 10 - 20 cm 83 5 13 1 90 Areia franca 0,38 1,6 2,63 0,61

A3 20 - 100 80 5 15 4 74 Fr-arenosa 0,36 1,62 2,64 0,61

Bt 100 - 130 70 4 26 4 85 Fr-arg-aren 0,17 1,62 2,63 0,62

Btx 140 - 200 + 76 14 10 5 49 Fr-arenosa 1,33 1,7 2,64 0,64

Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo; Porosid. = Porosidade total

Tabela 15. Resultados das análises químicas do Perfil 5. Argissolo Amarelo Distrófico arênico fragipânico plácico

Hor Prof. pH Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V CO P

cm H2O -------------------------- cmolc kg-1 -------------------- -------------- % ------------- dag.kg-1 mg.dm-3

Ap 0 - 10 4,8 1,9 0,3 0,19 0,05 0,25 6,02 2,44 2,69 8,46 9,29 28,84 0,80 0,27

A2 10 - 20 4,6 0,65 0,6 0,16 0,03 0,75 6,11 1,44 2,19 7,55 34,25 19,07 0,52 0,2

A3 20 - 100 4,0 0,55 0,3 0,16 0,02 1,05 7,18 1,03 2,08 8,21 50,48 12,55 0,51 0,1

Bt 100 - 130 5,7 0,5 0,45 0,18 0,02 0,95 4,9 1,15 2,1 6,05 45,24 19,01 0,34 0,04

Btx 140 - 200 + 5,6 0,45 0,03 0,07 0,02 0,55 4,62 0,57 1,12 5,19 49,11 10,98 0,26 0,58

SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total

56

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57

4.2.2.4. Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico. Perfil 6

Esta unidade, representada pelo perfil 6, ocupa uma área de 5,7 ha (3,7%

da área total) e está a 592 m de altitude. Trata-se de um solo com características

alóctones, classe textural arenosa, profundo e bem drenado. Mesmo com tal

textura, podem ser percebidos aglomerados estruturais fracos, em formato de

blocos grandes, laminares.

O horizonte C1, com 50 cm de espessura, apresenta bandas texturais

onduladas, também denominadas lamelas (Figura 21). Essas bandas, que podem

ser visualizadas em número aproximado de seis (pois há trechos em que duas

bandas coalescem e voltam a se dividir), destacam-se no perfil por apresentarem

coloração e textura diferenciadas das entre-bandas. Sua textura é franco-arenosa,

apresentam cimentação fraca, consistência ligeiramente dura, friável, não

plástica, não pegajosa e coloração bruno escuro. A espessura individual das

bandas é de aproximadamente 0,8 cm, sendo um pouco variável devido à

conformação ondulada-irregular. As camadas entre-bandas têm textura areia

franca e coloração bruno amarelado claro. A transição entre as formações

lamélicoes e as camadas que as separam é abrupta e o incremento de argila

entre as duas camadas é da ordem de 160%, indo de 5 para 13%.

As bandas onduladas são formadas por leitos sinuosos, mais ou menos

lenticulares, em geral sub-horizontais e que sobressaem em perfis dos solos,

sendo levemente mais ricas em argila, óxido de ferro hidratado, cimento

carbonático ou componentes húmicos do que os materiais intercalados entre as

bandas. Essas diferenças de composição é que atribuíram comportamentos

diversos ressaltando as bandas através da lavagem pelas águas pluviais

(SUGUIO e COIMBRA, 1976).

Page 73: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

58

Figura 20. Perfil 6 - Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico, lamélico (1); detalhe das Bandas Onduladas (2); material do horizonte sub-superficial coeso

(3), aspecto das lamelas com a camada Entre Bandas parcialmente removida (4)

Estudos detalhados em perfis de solo atribuem a vários mecanismos a

responsabilidade pelo acúmulo de colóides nas lamelas, entre os quais a

deposição em frentes de ressecamento do solo e o entupimento de poros finos

associado ao movimento gravitacional de partículas em suspensão (DIJKERMAN

et al., 1967). O desenvolvimento dessas estruturas em perfis de solo tem se

mostrado rápido, ocorrendo mesmo em materiais com pequena quantidade (1%)

de argila (BOUND, 1986). Este pesquisador reproduziu em laboratório a formação

Page 74: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

59

das bandas onduladas por processos de iluviação e a subsequente deposição de

argila, concluindo que: 1) as bandas são muito semelhantes às encontradas em

campo; 2) a dispersão da argila e sua deposição ocorrem por obstrução dos poros

finos ou quando se excede o máximo de concentração de argila em suspensão; 3)

a formação das bandas ocorre simultaneamente ao longo do perfil; 4) o tempo

para a formação das bandas deve ser curto; 5) a velocidade de transporte do

material deve ser curta; e 6) uma baixa porcentagem de argila (1%) já pode ter

efeito nos solos arenosos.

Ruellan e Dosso (1993) sintetizaram as interpretações possíveis sobre a

origem das bandas onduladas, como sendo de dois tipos: (1) de acumulação:

devido a migração vertical e lateral de argila; (2) de degradação e lessivagem de

partículas argilosas: as bandas são residuais do empobrecimento em argila de um

horizonte argiloso. Essas camadas, geralmente horizontais, são sempre

onduladas, com ondulações mais ou menos acentuadas. Os elementos

aglutinantes presentes nas lamelas aparentemente tiveram uma ação conjunta,

que, associada aos fatores que possibilitaram sua formação, culminou por

construir tais curiosidades pedológicas.

Segundo o SiBCS, será considerada como B textural a ocorrência de

lamelas, de textura franco-arenosa ou mais fina, que, em conjunto, perfaçam 15

cm ou mais de espessura, podendo ocorrer entre as mesmas material de textura

arenosa. As lamelas encontradas no P6 não se enquadram nesses critérios, não

sendo, portanto, consideradas como Bt.

A caracterização físico-química das bandas onduladas do P6 foi feita de

modo a permitir a comparação entre o material que compõe as Bandas e o

material adjacente denominado neste estudo de Entre Bandas (Tabelas 16 e 17).

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60

Tabela 16. Atributos físicos das camadas do horizonte C1 do P6. Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico

Camada Granulometria

ADA GF Textura silte/ argila DS DP Porosid. Areia Silte Argila

------------------------- dag kg-1 ----------------------------- --------- g cm-3 ---------

Camada de 50 a 105 cm

EL 85 10 5 4 27 Areia franca 2,00 1,73 2,67

0,65

L 79 8 13 6 52 Franco-arenosa 0,60 1,73 2,7 0,64

EL=Entre Lamelas; L= Lamelas; ADA=Argila Dispersa em Água; GF=Grau de Floculação; DS=Densidade do Solo; DP=Densidade de partículas

Tabela 17. Atributos químicos das camadas do horizonte C1 do P6. Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico

Camada pH H2O Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P

--------------------------------------- cmolc kg-1 ---------------------------------- ------ % ------- dag.kg-1 mg.dm-3

Camada de 50 a 105 cm

EL 4,8 0,5 0,3 0,05 0,03 0,5 1,3 0,8 1,2 2,10 36,6 37,14 0,15 0,6

L 4,7 1,1 0,4 0,07 0,051 0,3 2,7 1,6 1,9 4,29 16 36,60 0,28 1,3

EL=Entre Lamelas; L= Lamelas; SB=Soma de Bases; t=CTC efetiva; T=CTC a pH7; m=Saturação por Al; V=Saturação por Bases; CO=Carbono Orgânico.

60

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61

O pH é fortemente ácido em todos os horizontes, variando de 4,4 a 5,3.

Em relação aos horizontes superficiais, ao horizonte subsequente e às camadas

que as separam, as lamelas apresentam maiores teores e são diferenciadas em

alguns aspectos químicos, ainda que os valores sejam igualmente considerados

baixos. No teor de P, apresentam 1,34 mg.dm-3, enquanto a média dos outros

horizontes é 0,51 mg.dm-3. Os teores de K e de Ca2+ + Mg2+ são também

superiores, com exceção do carbono orgânico, que é superior nos horizontes

superficiais (Tabelas 18 e 19). Especialmente empobrecidas são as entre-bandas,

cujos valores são sempre os menores que compõem as médias. Comparando os

teores das lamelas apenas com os das entre-bandas, todos os elementos

ocorrem numa quantidade duplicada, como pode ser visualizado na Tabela 17.

O horizonte que vai de 138 cm a 150 +, quando tem inicio o material

litóide, apresenta também particularidades. Inicialmente é digna de nota a

ocorrência de uma textura mais pesada, franco-argilo-arenosa, sendo este o

horizonte mais rico em argila (21%, contra 7, 9, 5 e 13% nos precedentes) e ter o

maior valor de Soma de Bases. Apresenta sinais de hidromorfia, com mosqueado

pouco, com tons amarelos e vermelho amarelado, contrastando com o bruno

muito pálido e bruno acinzentado dominantes; ocorrem tons vermelhos ao

aproximar-se de R. A consistência é muito dura, firme, não plástica e não

pegajosa. Esse horizonte mais adensado, que ocasiona retenção líquida no

período chuvoso, pode ser melhor visualizado em locais onde torna-se bem mais

raso e aparente devido à declividade do terreno ou à erosão (Figura 21, item 3).

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Tabela 18. Resultados das análises físicas do Perfil 6. Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico

Hor. Prof Granulometria

ADA GF Textura Silte/ Argila DS DP Porosid. Areia Silte Argila

cm ----------------------------- dag kg-1 ------------------------------ ------------g cm-3 -------------

Ap 0 - 10 86 8 7 3 62 Areia franca 1,20 1,67 2,64 0,63

A2 10 - 50 83 8 9 4 57 Areia franca 0,86 1,71 2,66 0,64

C1 (EL) 50 - 105 85 10 5 4 27 Areia franca 2,00 1,73 2,67 0,65

Cx1 (L) 50 - 105 79 8 13 6 52 Fr-arenosa 0,60 1,73 2,7 0,64

C2 105 - 138 84 8 7 6 13 Areia franca 1,17 1,89 2,67 0,71

Cr 138 + 63 16 21 12 46 Fr-arg-arenosa 0,75 1,83 2,71 0,68

Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo; Porosid.= Porosidade total

Tabela 19. Resultados das análises químicas do Perfil 6. Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico

Horiz Prof. pH H2O Na+ Ca2+ Mg2+ K+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P

cm ------------------------- cmolc kg-1 ------------------- ------ % ------ dag.kg-1 mg.dm-3

Ap 0 - 10 5,3 0,03 0,7 0,5 0,14 0,25 2,31 1,37 1,62 3,68 15,43 37,23 0,55 0,75

A2 10 - 50 4,5 0,03 0,8 0,3 0,07 0,25 4,29 1,2 1,45 5,49 17,24 21,86 0,37 1,18

C1 (EL) 50 - 105 4,8 0,03 0,45 0,25 0,05 0,45 1,32 0,78 1,23 2,10 36,59 37,14 0,15 0,63

Cx1 (L) 50 - 105 4,6 0,05 1,1 0,35 0,07 0,3 2,72 1,57 1,87 4,29 16,04 36,60 0,28 1,34

C2 105 - 138 4,4 0,03 0,45 0,4 0,05 0,25 1,07 0,93 1,18 2,00 21,19 46,50 0,10 0,26

Cr 138 + 4,8 0,17 1,45 1,75 0,05 0,5 2,15 3,42 3,92 5,57 12,76 46,62 0,13 0,23

SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total

62

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4.2.2.5. Gleissolo Melânico Tb Eutrófico úmbrico, Perfil 12

Localizado a 586 m de altitude, o perfil 12 situa-se numa baixada

alagadiça que compõe a porção central da área experimental. Seu uso atual é

como área de pastagem, culturas anuais e experimentos agrícolas, nas áreas

terraceadas de maior cota.

Por sua cor, cinzento muito escuro, nos três horizontes superficiais (10YR

3/1), e pelo fato de apresentar horizonte A proeminente, coube-lhe a designação

de “melânico” no segundo nível categórico.

A descontinuidade textural identificada no perfil, não chegou a levar ao

enquadramento desse solo no 4º nível categórico como neofluvissólico, pois as

demais características apresentadas foram insuficientes, visto não haver uma

distribuição errática em profundidade do conteúdo de carbono orgânico (o C

decresce de modo gradual), nem a ocorrência de camadas estratificadas em 25%

ou mais do volume do solo. A presença de bolsões arenosos, que se apresentam

sob a forma de verdadeiras camadas nalguns pontos do sequum, não se

configurou com a estratificação necessária. Tais bolsões ocorrem de maneira

realmente errática no perfil, a partir da profundidade de 60 cm. Sua gênese pode

ser atribuída a fortes variações da sedimentação aluvial no passado, ocasionando

a ocorrência de camadas de deposição diferencial descontínuas (Figura 23).

Os processos de oxidação-redução que ocorrem nos solos de várzeas

alteram as características químicas, inclusive a dinâmica dos nutrientes. A reação

do solo se apresenta com os valores mais altos em toda a área de estudo,

variando de 5,8 a 6,5 e enquadrando-se na classe moderadamente ácida. Os

valores da soma de bases (SB), foram os mais elevados da área, variando de

7,09 cmolc kg-1 (valor considerado muito bom), no horizonte superficial, a 3,12

cmolc kg-1 (médio) no Cg . Nas Tabelas 20 e 21 são apresentados os valores

obtidos pelas análises físicas e químicas do P12.

A maior limitação desse solo é motivada pelo hidromorfismo. Apenas

durante os meses secos do ano, entre outubro a março, quando o nível do lençol

freático recua abaixo de 150 cm, é possível o cultivo.

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Tabela 20. Resultados das análises físicas do Perfil 12. Gleissolo Melânico Tb Eutrófico úmbrico

Hor. Prof. Granulometria

ADA GF Textura silte/ argila DS DP Porosid. Areia Silte Argila

cm -------------------------- dag kg-1 -------------------------- ---------g cm-3 ---------

Ap 4 – 0 55 19 26 9 65 Fr-arg-aren 0,72 1,36 2,61 0,52

A2 0 -10 65 16 19 5 73 Fr-arenosa 0,85 1,49 2,58 0,58

A3 10 -20 66 15 19 9 53 Fr-arenosa 0,78 1,58 2,62 0,60

AC 20 -70 58 9 33 30 8 Fr-arg-aren 0,28 1,92 2,71 0,71

Cg 70 -100 58 8 34 25 26 Fr-arg-aren 0,23 1,74 2,62 0,66

2Cg 100 -140 80 9 11 7 30 Fr-arenosa 0,86 1,91 2,67 0,72

Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo. Camada 2Cg: excertos arenosos (bolsões).

Tabela 21. Resultados das análises químicas do Perfil 12. Gleissolo Melânico Tb Eutrófico úmbrico

Horiz Prof. pH Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P

cm H2O ------------------------------- cmolc kg-1 --------------------------- ---- % ---- dag.kg-1 mg.dm-3

Ap 0 - 8 5,8 5,00 1,95 0,07 0,07 0 6,44 7,09 7,09 13,53 0 52,40 1,96 1,21

A2 8 - 18 5,9 4,65 1,05 0,16 0,09 0 4,95 5,95 5,95 10,90 0 54,59 1,06 0,61

A3 18 - 30 5,9 4,00 0,65 0,09 0,14 0 6,11 4,88 4,88 10,99 0 44,40 0,80 0,46

AC 30 -110 6,3 1,85 1,50 0,05 0,68 0,05 3,80 4,08 4,13 7,88 1,21 51,78 0,26 0,13

Cg 110 -160 5,9 1,60 1,15 0,03 0,34 0,05 3,14 3,12 3,17 6,26 1,58 49,84 0,04 0,08

2Cg - 6,5 0,95 0,05 0,03 0,12 0 3,38 1,15 1,15 4,53 0 25,39 0,05 0,37

SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total

64

Page 80: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

65

Pela presença do lençol freático em nível elevado durante a maior parte

do ano, especialmente nos locais mais baixos, não é prudente sua utilização em

experimentos agrícolas, a não ser aqueles que visem quantificar os efeitos dessas

condições específicas adversas no desenvolvimento vegetal. Foram observados

plantios experimentais de milho e mandioca (Figura 22) com várias parcelas

negativamente afetadas pelo solo semi-saturado, com lençol freático a 40 cm.

Figura 21. Efeitos adversos do lençol freático elevado em experimentos de milho e mandioca – variação no stand e clorose.

Page 81: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

66

Figura 22. Aspecto do P12, sendo percebida a desuniformidade do sollun no perfil, devido à ocorrência de camadas descontínuas de deposição diferencial.

Nesta topossequência, a influência dos diversos fatores de formação dos

solos tem atuação ao mesmo tempo integrada e individualizada nos diferentes

perfis. No perfil 15, localizado no topo e em terreno suavemente ondulado,

percebe-se a notória influência do relevo na formação do horizonte A

proeminente, e do material de origem na composição do horizonte subsuperficial

de menor drenagem, ocasionando a saturação do horizonte B durante parte do

ano. O perfil 13, localizado mais abaixo, em terreno bem mais declivoso é

marcado por um raso horizonte A, seguido de um horizonte B muito argiloso, de

baixa permeabilidade, havendo, no entanto, maior translocação lateral interna

pela atuação da gravidade combinada com a declividade acentuada. Por

conseguinte, este perfil apresenta cores mais vivas, com menos influências

redutoras.

Os perfis 5 e 6, localizados na sequência inferior, mostram diferenciação

textural e no arranjamento do perfil, quer pela ação de fatores de

arrastamento/deposição, quer pela natureza do material de origem. O perfil 12, na

baixada, revela a influência da sua posição no relevo, sob os aspectos da

gleização e da descontinuidade litológica. A primeira pelo encharcamento

periódico e a segunda pela recepção de sedimento colúvio-aluvionar depositado

de maneira irregular.

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67

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES

Considerando-se a importância da área experimental para o CCA, ressalta-

se a necessidade de uma eficiente demarcação dos limites e

instalação/restauração das cercas da propriedade, evitando, assim, o uso

indevido dos seus recursos naturais por terceiros;

Que seja estimulada por parte do Centro a intensificação do

aproveitamento da área para a finalidade que lhe corresponde, reduzindo o

sub-aproveitamento, através da divulgação interna da ampla variedade de

ambientes e do seu potencial em proporcionar grande diversidade de

temas de pesquisa;

Apesar dos solos terem sido adequadamente classificados no SiBCS até o

terceiro nível categórico (grande grupo), no quarto nível (subgrupo),

percebeu-se a necessidade de inclusão do caráter endoáquico em três

unidades mapeadas. Portanto, propõe-se a inclusão de um subgrupo

endoáquico dentro da classe dos Argissolos Amarelos e dos Vermelhos,

para enquadrar os solos dessas classes, que, diferentemente dos solos

típicos, apresentam as características designadas no Sistema como

"epiáquico", em profundidades maiores e não nos horizontes que

antecedem ao B e/ou no topo deste. Sugere-se profundidades superiores a

80 cm, ou que abranjam toda a porção inferior do horizonte B;

Propõe-se também a inclusão dos subgrupos plácico e lamélico, a fim de

designar solos cujo duripã/fragipã apresente-se sob a forma de horizonte

plácico ou de lamelas, respectivamente.

Page 83: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

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6. CONCLUSÕES

1. Os solos estudados foram adequadamente classificados de acordo com o

SiBCS até o terceiro nível categórico;

2. Foram identificadas, caracterizadas, classificadas e mapeadas as seguintes

unidades taxonômicas de solos na propriedade Jardim: Argissolo Vermelho-

Amarelo distrófico abrúptico endoáquico – PVAd (23,7%) Gleissolo Melânico Tb

distrófico – GMd (16,5%); Argissolo Vermelho distrófico típico – PVd (12,5%);

Argissolo Vermelho distrófico abrúptico endoáquico – Pvd (12,2%); Argissolo

Amarelo distrófico típico – Pad (9,7%); Planossolo Háplico eutrófico típico –

Sxe (8,1%); Planossolo Háplico distrófico típico – SXd (4,3%); Neossolo

Regolítico distrófico fragipânico lamélico – RRd (3,7%); Neossolo Regolítico

distrófico típico – RRd (2,7%); Latossolo Amarelo distrófico húmico – LAd

(2,1%); Argissolo Amarelo distrófico endoáquico – PAd (1,7%) ; Argissolo

Amarelo distrófico arênico fragipânico plácico – PAd (1,4%); Argissolo

Acinzentado distrófico abrúptico epiáquico – PACd (0,9%); Argissolo Amarelo

distrófico cambissólico – Pad (0,5%);

3. Os Argissolos constituem a classe dominante, ocupando 63% da área da

propriedade;

4. Foram identificadas feições pedogenéticas incomuns, como bandas onduladas,

no Perfil 6; horizonte plácico, no Perfil 5 e horizonte A húmico, no Perfil 1;

5. Os solos da propriedade são essencialmente cauliníticos;

6. A dominância de solos com horizonte A proeminente, bem como a presença de

Latossolo com A húmico, associados aos baixos teores de bases e o alto teor

de alumínio no complexo de troca são indicativos de solos bem desenvolvidos

e intemperizados, condizentes com as condições climáticas regionais.

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69

7. REFERÊNCIAS

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Fevereiro de 2012.

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74

8. APÊNDICES

Page 90: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

75

APÊNDICE A – Tabelas de descrição geral e descrição morfológica dos perfis

que compõem as topossequências I e II.

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A.1. Topossequência I

Tabela 22. Descrição Geral do Perfil 1

Latossolo Amarelo Distrófico húmico textura argilosa/muito argilosa, caulinítico fase floresta tropical subperenifólia

DATA 10/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da

UFPB, em Areia/PB. Coordenadas UTM

195736,81 e 9229460,18

SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em mata secundária, em área suave ondulada.

ALTITUDE 625 m FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO

Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos

PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Plano a suave ondulado (Chã). RELEVO REGIONAL Fortemente ondulado com vales secos

abertos, topos arredondados e vertentes de dezenas de metros.

EROSÃO Inexistente. DRENAGEM Bem drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Floresta Tropical Sub-perenifólia secundária. USO ATUAL Reserva florestal. DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M M Henriques

Tabela 23. Descrição Morfológica do Perfil 1

Horiz Descrição

Oo 4 – 0 cm. Liteira

Ap 0 -10 cm. Bruno-escuro (10 YR 3/3 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido); argilo-arenosa

(59,06,36); moderada, pequena a média, granular; poros muito pequenos;

ligeiramente duro, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição

plana e clara.

A1 10 -20 cm. Bruno-escuro (10 YR 3/3 seco), e bruno muito escuro (10 YR 2/2 úmido);

argilo-arenosa (59,06,36); moderada, pequena a média, blocos subangulares; poros

comuns muito pequenos; ligeiramente duro, friável, ligeiramente plástico e

ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual.

A2 20 -70 cm, bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2 seco), e bruno muito escuro

(10 YR 2/2 úmido); franco-argilo-arenosa (59,07,34); moderada, média, blocos

subangulares; poros comuns muito pequenos; ligeiramente duro, friável,

ligeiramente plástico, ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual.

A3 70 -100 cm. Bruno-escuro (10 YR 4/3 seco), e bruno muito escuro (10 YR 2/2

úmido); argilosa (37,06,58); moderada, média a grande, blocos subangulares e

angulares; poros comuns muito pequenos; dura, firme, muito plástico e muito

pegajoso; transição plana e gradual.

ABw 100 -140 cm. Bruno-escuro (10 YR 3/3 seco), e bruno-acinzentado muito escuro (10

YR 3/2 úmido); argilosa (40,06,55); moderada, média, blocos subangulares; poros

comuns muito pequenos; dura, firme, muito plástico e muito pegajoso; transição

plana e gradual.

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Bw1 140 – 180 cm, bruno-amarelado (10 YR 5/4 seco), e bruno-amarelado escuro (10 YR

4/4); argilosa (42,07,52); moderada, média a grande, blocos subangulares; poros

comuns muito pequenos; dura, firme, muito plástico e muito pegajoso; transição

ondulada e gradual.

Bw2 180 -230+ cm. Amarelo-brunado (10 YR 6/6 seco), e bruno-amarelado escuro (10

YR 4/6); Muito argilosa (29,07,64); moderada, média a grande, blocos angulares;

dura, firme, muito plástico, muito pegajoso.

Tabela 24. Descrição Geral do Perfil 8

Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico úmbrico endoáquico, A proeminente, textura arenosa/média/muito argilosa caulinítico fase

floresta tropical subperenifólia

DATA 14/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da

UFPB, em Areia/PB. Coordenadas UTM

195293,81 e 9229513,70

SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em mata secundária, em área suave-ondulada.

ALTITUDE 599 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO

Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos

PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Suave ondulado RELEVO REGIONAL Suave ondulado a ondulado EROSÃO Laminar ligeira. DRENAGEM Moderadamente drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Floresta Tropical Sub-perenifólia em

recuperação, associada a capoeira. USO ATUAL APP – Reserva de topo DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques

.

Tabela 25. Descrição Morfológica do Perfil 8

Horiz Descrição

A1 0-20 cm, bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2 seco) e bruno muito escuro (10YR

2/2 úmido); areia franca (83,05,13); fraca, pequena, blocos angulares e subangulares;

muito poroso; ligeiramente duro, muito friável, ligeiramente plástico e ligeiramente

pegajoso; transição plana e difusa.

A2 20-40/45 cm, bruno-acinzentado escuro (10 YR 4/2, seco); bruno-acinzentado muito

escuro (10 YR 3/2, úmido); franco-argilo-arenosa (72,07,21); moderada, média, blocos

angulares e subangulares; muito poroso; macio, muito friável, plástico e ligeiramente

pegajoso; transição plana e difusa.

ABt 40/45-80 cm, bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2 úmido) e cinzento escuro

(10YR 4/1 seco)); franco-argilo-arenosa (62,07,31); moderada, grande, blocos

angulares e subangulares; poros pequenos e muito pequenos; duro, muito friável,

plástico e ligeiramente pegajoso; transição irregular e clara.

Bt 80-160 cm, cor variegada, indo de vermelho (2,5 YR 4/8) a bruno-amarelado escuro (10

YR 4/3 seco), e bruno-amarelado (10 YR 5/8 úmido) amassado; Muito argilosa;

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moderada, grande a muito pequena, blocos angulares; poros comuns; muito duro,

friável, plástico e pegajoso; transição ondulada e difusa.

Bt/Cr 160-180+ cm, vermelho (10 R 4/8 seco) e vermelho-escuro (10 R 3/6 úmido); (micáceo,

reluzente); franco-argilo-arenosa (57,20,23); fraca, grande, blocos angulares; poros

comuns muito pequenos; ligeiramente dura, muito friável, ligeiramente plástico e

ligeiramente pegajoso.

Tabela 26. Descrição Geral do Perfil 10

Planossolo Háplico Eutrófico típico A moderado textura arenosa/argilosa fase floresta tropical subperenifólia

DATA 16/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da

UFPB, em Areia/PB. Área antropizada, sob

cultivo de culturas subsistência. Coordenadas

UTM 194959,18 e 9229474,78

SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em área cultivada, com declividade de 9% ( ondulada).

ALTITUDE 568 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO

Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos

PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Ondulado RELEVO REGIONAL ondulado a suave ondulado EROSÃO Laminar ligeira; sulcos moderada. DRENAGEM Imperfeitamente drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Gramíneas; culturas de subsistência. USO ATUAL Cultivado DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques

Tabela 27. Descrição Morfológica do Perfil 10

Horiz Descrição

Ap 0 -10 cm. Bruno-acinzentado escuro (10 YR 4/2 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido); areia

franca (86,07,07); fraca a moderada, pequena, blocos angulares e subangulares; poros

pequenos; macia, muito friável, não plástica, não pegajosa; transição plana e clara.

A1 10 – 20/30 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e cinzento muito escuro (10 YR 3/1

úmido); franco-arenosa (79,09,12); moderada, média a grande, blocos subangulares;

poros muito pequenos; ligeiramente dura, muito friável, não plástica, não pegajosa;

transição plana e clara.

A2 30 – 55/60 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido); franco-

arenosa (74,11,16); moderada, grande a muito grande, blocos subangulares; poros

muito pequenos; dura, friável, ligeiramente plástica, ligeiramente pegajosa; transição

ondulada e abrupta.

Bt 55/60 – 90 cm. Bruno (10 YR 5/3 seco), e bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2

úmido); mosqueado comum, pequeno, distinto, vermelho (2,5 YR 4/8 seco); argilo-

arenosa (50,09,41); moderada, grande, blocos angulares; poros muito pequenos; muito

dura, muito firme, plástica e pegajosa; transição ondulada e abrupta.

Cr 90 – 120 cm. Cinza-brunado claro (10 YR 6/2 seco), e bruno-acinzentado escuro (10

YR 4/2 úmido); mosqueado pouco, pequeno, difuso, vermelho (2,5 YR 4/8 seco);

Page 94: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

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franco-arenosa (73,14,13); fraca, grande, blocos angulares; poros muito pequenos;

extremamente dura, muito firme, plástica e pegajosa

Tabela 28. Descrição Geral do Perfil 7

Gleissolo Melânico Tb Distrófico úmbrico A proeminente textura média fase floresta tropical subperenifólia de várzea

DATA 20/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da

UFPB, em Areia/PB. Área de baixada, coordenadas UTM 194902,37 e 9229543,39

SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em baixada, base de encosta, relevo suave ondulado

ALTITUDE 565 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO

Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos

PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Plano a suave ondulado RELEVO REGIONAL Ondulado a suave ondulado EROSÃO Não aparente DRENAGEM Mal drenado VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Sabiá, vegetação palustre USO ATUAL Plantio Sabiá DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques

Tabela 29. Descrição Morfológica do Perfil 7

Horiz Descrição

Ap

0 – 8 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido). Franco-argilo-

arenosa (68,12,20); moderada, pequena, blocos angulares; poros muito pequenos;

dura, muito friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e

clara.

A2

8 -21 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido). Franco-argilo-

arenosa (66,14,21); moderada, blocos angulares médios a grandes; poros muito

pequenos; ligeiramente dura, friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso;

transição plana e clara.

A3

21 – 38/50 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e preto (7,5 YR 2/1 úmido). Franco-

argilo-arenosa (67,12,21); moderada, grande, blocos angulares; poros muito pequenos;

dura, muito friável; não plástico e ligeiramente pegajoso; transição ondulada e abrupta.

Cg1

50 – 85 cm. Cinzento-claro (10 YR 7/1 seco), e cinzento-escuro (10 YR 4/1 úmido).

Franco-arenosa (65,17,17); moderada, grande, blocos angulares; poros muito

pequenos; dura, friável; não plástico e ligeiramente pegajoso; transição

irregular/quebrada e clara.

Cg2

85 – 110 cm. Cinzento-claro (10 YR 7/1 seco), e bruno-acinzentado escuro (10 YR 4/2

úmido). Franco-arenosa (76,9,15); moderada, grande, blocos subangulares; poros

muito pequenos; dura, muito friável; não plástico e não pegajoso; transição irregular e

clara.

R 110+ cm.

Page 95: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

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A.2. Topossequência II

Tabela 30. Descrição Geral do Perfil 15

Argissolo Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico A proeminente textura média/muito argilosa fase floresta tropical subperenifólia

DATA 23/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da

UFPB, em Areia/PB. Topo de elevação, em

área antropizada. Coordenadas UTM

194874,78 e 9230320,63

SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em topo de paisagem suave ondulada, declividade de 4%

ALTITUDE 616 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO

Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos

PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Suave ondulado RELEVO REGIONAL Fortemente ondulado a ondulado EROSÃO Laminar ligeira; sulcos a pouca distância DRENAGEM Moderadamente drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Capoeira, cultivos de subsistência (feijão,

mandioca, batata) USO ATUAL Agricultura tradicional DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques

Tabela 31. Descrição Morfológica do Perfil 15

Horiz Descrição

Ap 0 -10 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e bruno-escuro (10 YR 3/3 úmido); franco-

argilo-arenosa (70,04,26); moderada, média a grande, blocos angulares e

subangulares; poros comuns pequenos e muito pequenos; ligeiramente dura, muito

friável, plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.

A2 10 -35 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e bruno muito escuro (10 YR 2/2 úmido);

franco-argilo-arenosa (65,07,28); moderada, média a grande, blocos angulares e

subangulares; poros comuns pequenos e muito pequenos; ligeiramente dura, muito

friável, plástica e pegajosa; transição ondulada e abrupta.

AB 35 - 55 cm. Bruno (10 YR 5/3 seco), e bruno-escuro (10 YR 3/3 úmido); argilosa

(42,04,54); moderada, média a grande, blocos angulares e subangulares; poros

comuns muito pequenos; muito dura, muito friável, plástica e pegajosa; transição

irregular e difusa.

BA 55 – 80 cm. Bruno-acinzentado escuro (10 YR 4/2 seco), e bruno-escuro (10 YR 3/3

úmido); mosqueado pouco, grande, distinto, amarelo (10 YR 7/8); argilosa (37,07,57);

moderada, média a grande, blocos angulares e subangulares; poros comuns muito

pequenos; muito dura, muito friável, plástica e pegajosa; transição irregular e difusa.

Bt 80 – 160+ cm. Cor variegada, composta de bruno-amarelado escuro (10 YR 4/6) e

bruno-amarelado (10 YR 5/8 úmido), e vermelho-amarelado (5 YR 5/8 úmido)

amassado; Muito argilosa (21,10,70); moderada, grande, blocos angulares; poros

poucos muito pequenos; muito dura, muito firme, plástica e pegajosa.

Page 96: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

81

Tabela 32. Descrição Geral do Perfil 13

Argissolo Vermelho Distrófico típico A moderado textura argilosa/muito

argilosa fase floresta tropical subperenifólia

DATA 24/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da

UFPB, em Areia/PB. Terço médio de encosta

com aclive acentuado. Coordenadas UTM

194963,75 e 9230168,53

SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em área de capoeira. Encosta voltada para o Leste. Declividade de 14 %.

ALTITUDE 607 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO

Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos

PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Ondulado RELEVO REGIONAL Fortemente ondulado a ondulado EROSÃO Inexistente. DRENAGEM Moderadamente drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Espécies herbáceas e arbustivas locais;

vegetação em fase de regeneração. USO ATUAL Área não cultivada DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques

Tabela 33. Descrição Morfológica do Perfil 13

Horiz Descrição

Ap 0 -10 cm. Bruno-acinzentado escuro (10 YR 4/2 seco), e bruno-escuro (10 YR 3/3

úmido); argilosa (44,09,47); moderada, pequena a grande, blocos angulares e

subangulares; poros comuns pequenos e muito pequenos; duro, firme, plástico e

pegajoso; transição plana e clara.

A2 10 -25 cm. Bruno (10 YR 4/3 seco), e bruno-escuro (7,5 YR 3/2 úmido); argilosa

(40,11,49); moderada, pequena a grande, blocos angulares e subangulares; poros

comuns muito pequenos; duro, firme, plástico e muito pegajoso; transição irregular e

abrupta.

AB 25- 40 cm. Cor variegada, com predomínio de vermelho (2,5 YR 4/6) e bruno-

avermelhado escuro (2,5 YR 2,5/4 seco), e vermelho (2,5 YR 4/6) e vermelho escuro

acinzentado (2,5 YR 3/2 úmido); Mt arg (21,15,65); moderada, pequena a grande,

blocos angulares; cerosidade moderada; poros comuns muito pequenos; duro, firme,

muito plástico e muito pegajoso; transição ondulada e clara.

Bt 40 -120 cm. Cor variegada, composta de bruno-avermelhado escuro (2,5 YR 2,5/4) e

vermelho (2,5 YR 4/8 seco), e vermelho (10 R 4/8 úmido); Mt arg (18,19,63); moderada,

pequena a grande, blocos angulares; poros comuns muito pequenos; duro, firme, muito

plástico e muito pegajoso; transição ondulada e clara.

BC 120 -180+ cm. Cor variegada, composta de cinza-brunado claro (10 YR 6/2) e bruno-

avermelhado escuro (2,5 YR 3/4); argilosa (25,28,48); moderada, pequena a grande,

blocos angulares (tendendo para laminares); poros poucos muito pequenos; duro,

firme, muito plástico, muito pegajoso.

Page 97: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

82

Tabela 34. Descrição Geral do Perfil 6

Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico A moderado textura arenosa fase floresta tropical subperenifólia

DATA 27/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da

UFPB, em Areia/PB. Área antropizada,

próxima à estrada de acesso à fazenda.

Coordenadas UTM 195220,45 e 9230210,95

SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Terço inferior de encosta suave (6% de declividade)

ALTITUDE 592 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO

Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos

PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Suave ondulado RELEVO REGIONAL Ondulado EROSÃO Laminar moderada DRENAGEM Bem drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Pastagem e árvores frutíferas. USO ATUAL Pastagem; coleta de material arenoso. DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques

Tabela 35. Descrição Morfológica do Perfil 6

Horiz Descrição

Ap

0 – 10 cm. Bruno-acinzentado (10 YR 5/2 seco), e bruno-acinzentado muito escuro (10

YR 3/2 úmido); areia franca (85,08,07); fraca, grande a muito grande, laminar (blocos

subangulares laminares); poros muito pequenos; ligeiramente duro, muito friável, não

plástico, não pegajoso; transição plana e clara.

A2

10 – 40/50 cm. Bruno-acinzentado (10 YR 5/2 seco), e bruno-acinzentado muito escuro

(10 YR 3/2 úmido); areia franca (83,08,09); fraca, média a grande, blocos subangulares

(blocos laminares); poros muito pequenos; ligeiramente duro, muito friável, não plástico,

não pegajoso; transição levemente ondulada e clara.

C1 50 – 105 cm. Cinzento (10 YR 6/1 seco), e bruno-amarelado claro (10 YR 6/1 úmido);

areia franca (85,10,05); sem estrutura (grãos simples); transição ondulada e abrupta.

C1x

50 – 105 cm. Bruno-amarelado escuro (10 YR 4/4 seco), e bruno-escuro (10 YR 3/3

úmido); franco-arenosa (79,08,13); bandas onduladas, laminar, grande, cimentação

fraca; poros muito pequenos; ligeiramente duro, friável, não plástico, não pegajoso;

transição ondulada e abrupta. C2 105 – 138 cm. Cinzento-brunado claro (10 YR 6/2 seco), e bruno-acinzentado escuro

(10 YR 4/2 úmido); areia franca (84,08,07); fraca, grande, laminar, cimentação fraca;

poros muito pequenos; ligeiramente duro, muito friável, não plástico, não pegajoso;

transição ondulada e clara. Cr 138 + cm. Cinzento-claro (10 YR 7/2) dominante e bruno-muito pálido (10 YR 7/4) –

com material vermelho amarelado (ao aproximar-se mais de R seco); bruno

acinzentado (10 YR 5/2) dominante e amarelo (10 YR 7/8) – com material de coloração

vermelha (2,5 YR 4/6) ao aproximar-se de R, úmido. Franco-argilo-arenosa (63,16,21);

fraca, média, blocos angulares; muito duro, firme, não plástico, não pegajoso.

Page 98: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

83

Tabela 36. Descrição Geral do Perfil 5

Argissolo Amarelo Distrófico arênico fragipânico plácico A moderado textura arenosa/média fase floresta tropical subperenifólia

DATA 28/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da

UFPB, em Areia/PB. Área reflorestada com

Sabiá. Coordenadas UTM 194899,14 e

9230041,19

SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Terço médio de encosta. Declividade 14% (ondulado)

ALTITUDE 596 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO

Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos

PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Ondulado RELEVO REGIONAL Ondulado a fortemente ondulado EROSÃO Laminar ligeira DRENAGEM Bem drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Reflorestamento com Sabiá USO ATUAL Floresta de Proteção DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M. de M. Henriques

Tabela 37. Descrição Morfológica do Perfil 5

Horiz Descrição

Ap 0-10 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e cinzento-muito escuro (10 YR 3/1 úmido); areia

franca (89,01,10); fraca, pequena, granular; poros muito pequenos; macia, solta, não plástica,

ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.

A1 10-22 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido); areia franca

(83,05,13); fraca, pequena, granular uena; poros muito pequenos; macia, solta, não plástica,

ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.

A2 22-100 cm. Bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido);

franco-arenosa (80,05,15); moderada, pequena, granular; poros muito pequenos; macia,

muito friável, não plástica, ligeiramente pegajosa; transição ondulada e clara.

Bt 100-130 cm. Bruno-acinzentado escuro (10 YR 4/2 seco), e bruno-escuro (10 YR 3/3 úmido);

Fr-arg-aren ((70,04,26); moderada, pequena a grande, blocos angulares; poros muito

pequenos; ligeiramente dura, muito friável, plástica e pegajosa; transição plana e abrupta e

descontínua.

Btx 130/140-200+ cm. Horizonte coeso, apresentado cimentação branda tipo fragipã, precedido

de um horizonte plácico descontínuo, com 0,8 cm de espessura. Matriz de cor bruno muito

pálido (10 YR 7/4 seco), e bruno-amarelado escuro (10 YR 4/4 úmido), com mosqueado

pouco, médio, distinto, amarelo brunado (10 YR 6/8 seco); franco-arenosa (76,14,10);

moderada, grande, blocos angulares; poros muito pequenos; muito dura, friável, não plástica

e não pegajosa.

Page 99: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

84

Tabela 38. Descrição Geral do Perfil 12

Gleissolo Melânico Tb Eutrófico úmbrico A proeminente textura média/arenosa fase floresta tropical subperenifólia de várzea

DATA 02/03/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da

UFPB, em Areia/PB. Área de baixada

alagadiça durante o inverno, com

coordenadas UTM 195384,99 e 9229618,71

SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em baixada alagadiça ALTITUDE 586 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO

Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos

PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Plano a suave ondulado. RELEVO REGIONAL Ondulado a suave ondulado EROSÃO Não aparente DRENAGEM Mal drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Gramíneas, vegetação palustre, jurema preta,

macaíbeiras USO ATUAL Pastagem DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques

Tabela 39. Descrição Morfológica do Perfil 12

Horiz Descrição

A1 0 – 8 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e cinzento muito escuro (10 YR 3/1

úmido); Franco-argilo-arenosa (55,19,26); moderada, pequena a média, blocos

angulares; poros pequenos a muito pequenos; ligeiramente duro, muito friável,

ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e clara.

A2 8 – 18 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e cinzento muito escuro (10 YR 3/1

úmido); franco-arenosa (65,16,19); moderada, pequena a média, blocos angulares e

subangulares; poros pequenos a muito pequenos; ligeiramente duro, muito friável,

ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e clara.

A3 18 -30 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e cinzento muito escuro (10 YR 3/1

úmido); franco-arenosa (66.15.19); moderada, média, blocos angulares e

subangulares; poros comuns pequenos a muito pequenos; duro, friável, ligeiramente

plástico e ligeiramente pegajoso; transição ondulada e abrupta.

AgCg 30 -110 cm. Cinzento-claro (10 YR 7/1 seco), e cinzento (10 YR 5/1 úmido); Franco-

argilo-arenosa (58,09,33); moderada, média a grande, blocos angulares; poros

comuns muito pequenos; muito duro, muito firme, plástico e pegajoso; transição

irregular e clara.

,Cg 110-160 cm. Cinzento-claro (10 YR 7/1 seco), e cinzento (10 YR 5/1); Franco-argilo-

arenosa (58,08,34); moderada, grande, blocos subangulares (laminares); poros

comuns muito pequenos; dura, firme, plástica e pegajosa.

2Cg

Excertos

arenosos

Ocorrência errática dentro do perfil a partir dos 60/70 cm, na forma de bolsões

desuniformes. Cinzento-claro (10YR 7/1 seco), e cinzento-brunado (10 YR 5/1);

franco-arenosa (80,09,11); fraca, média, blocos angulares, cimentação fraca; poros

comuns pequenos; ligeiramente dura, muito friável, não plástica, não pegajosa.

Page 100: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

85

APÊNDICE B – Difratogramas de raios-X – argila natural

Page 101: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

86

Figura B.1. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Latossolo Amarelo distrófico típico (P1), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.

A1 (10 - 20 cm)

0,7

23

nm

Ct

--0

,45

4 n

m C

t

--0

,42

1 n

m C

t

---0

,23

6 n

m G

b

0,3

64

nm

Ct

---0

,24

9 n

m G

t

Bw1 (140-180 cm) 0

,35

8 n

m C

t

--0

,23

9 n

m G

b

0,7

23

nm

--0

,41

5 n

m C

t

---0

,24

9 n

m G

t

4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48

Graus 2 θ

Bw2 (180-220+ cm)

0,7

16

nm

Ct

--0

,41

5 n

m C

t

0,3

58

nm

Ct

0,2

39

nm

Ct

Page 102: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

87

Figura B.2. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico epiáquico (P8), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.

A2 (10-20 cm)

0,3

38

nm

Ct

--0

,25

8 n

m

--0

,25

1 n

m

--0

,23

4 n

m C

t

0,3

58

nm

Ct

0,4

48

nm

Ct

0,7

23

nm

Ct

Bt (60-100 cm)

0,7

16

nm

Ct

--0

,35

8 n

m C

t

--0

,23

8 n

m

4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48

Graus 2θ

Bt/Cr (100-170+cm)

---0

,23

8 n

m

--0

,35

8 n

m C

t

0,7

15

nm

Ct

Page 103: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

88

Figura B.3. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Planossolo Háplico Distrófico típico (P10), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.

A1 (10-20/30 cm)

--0

,71

7 n

m C

t

---0

,44

6 n

m C

t

--0

,35

8 n

m C

t

---0

,33

4 n

m Q

z

--0

,26

2 n

m

--0

,25

6 n

m C

t --

0,2

50

nm

--0

,24

3

4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48

Graus 2θ

Bt (55/60-90 cm)

Argila 2:1

Page 104: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

89

Figura B.4. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Argissolo Amarelo distrófico abrúptico, endoáquico (P15), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.

P15/A2 (10-35 cm)

--0

,71

7 n

m C

t

P15/BtA (55-80 cm)

--0

,71

7 n

m C

t

4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48

Graus 2θ

P15/Bt (80-160+cm)

--0

,71

7 n

m C

t

Page 105: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

90

Figura B.5. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Argissolo

Amarelo distrófico arênico fragipânico (P5), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita, Qz: Quartzo. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.

A1 (10-20 cm)

Bt (100-130 cm)

---0

,25

7 n

m C

t --

-0,2

49

nm

Gt

---0

,23

9 n

m

---0

,23

4 n

m C

t

4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48

Graus 2θ

Btx (140-200+cm)

0

,71

6 n

m C

t

--0

,44

6 n

m C

t

--0

,35

8 n

m C

t

---0

,33

4 n

m Q

z

Page 106: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

91

Figura B.6. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Neossolo Regolítico distrófico fragipânico lamélico (P6), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita, Qz: Quartzo. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.

A2 (50-100 cm) entre lamelas

---0

,21

3n

m Q

z

---0

,2 2

8 n

m Q

z

---0

,23

8 n

m C

t

---0

,24

5 n

m

---0

,32

5 n

m F

d

----

----

-0,2

24

nm

0,3

37

nm

C

t

--0

,35

8 n

m C

t

--0

,42

6 n

m Q

z

--0

,71

7 n

m C

t

A2 (50-100 cm)_∑Lamelas=4,8cm

---0

,21

3n

m Q

z

----

-0,2

24

nm

--

---0

,22

8 n

m Q

z

---0

,24

5 n

m

---0

,29

2 n

m

---0

,30

1 n

m F

d

--0

,32

5 n

m F

d

--0

,33

7 n

m C

t --

-0,3

51

nm

---0

,38

1 n

m F

d

---0

,43

1 n

m Q

z

4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48

Graus 2θ

C/R (138+cm)

--0

,71

6 n

m C

t

---0

,44

8 n

m C

t

--0

,35

8 n

m C

t

---0

,33

5 n

m

---0

,23

9 n

m

Page 107: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

92

Figura B.7. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Horizonte Plácico presente em Argissolo Amarelo Distrófico fragipânico (P5), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita, Qz: Quartzo, Gt: Goetita. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.

4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48

Graus 2θ

P5_Hor. Plácico (140 cm)

---0

,33

4 n

m Q

z

--0

,35

8 n

m C

t

0,7

16

nm

Ct

--0

,44

6 n

m C

t

---0

,24

9 n

m G

t

---0

,23

9 n

m

Page 108: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

93

Figura B.8. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Gleissolo Melânico Tb Distrófico (P12), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita, Gt: Goetita, Hm: Hematita, Fd: Feldspatos, Qz: Quartzo, Tc: Talco, Hn: Hornblenda. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.

A2 (10-20 cm)

--0

,73

3 n

m T

c

--0

,44

8 n

m C

t 0,3

61

nm

Fd

-ort

--0

,33

7 n

m C

t

--0

,25

8 n

m G

t --

0,2

51

nm

Hm

--0

,23

6 n

m H

n

Cg (110-160 cm)

0,7

17

nm

Ct

0,3

58

nm

Ct

--0

,23

8 n

m C

t

--0

,33

4 n

m Q

z

4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48

Graus 2θ

Excertos arenosos (160+cm)

0,7

17

nm

Ct

0,3

56

nm

Ct

--0

,33

4 n

m Q

z

--0

,23

8 n

m C

t

Page 109: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

94

APÊNDICE C – Mapas

Page 110: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

95

C.1. Localização da área de estudo

Page 111: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

96

C.2. Mapa de Solos da Propriedade Jardim

Page 112: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

97

C.3. Mapa de Uso do Solo e Cobertura Vegetal da Propriedade Jardim

Page 113: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

98

C.4. Modelo Digital de Elevação da Propriedade Jardim

Page 114: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

99

C.5. Hidrografia e Curvas de Nível da Propriedade Jardim

Page 115: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

100

C.6. Bacia do rio Mamanguape. Modelo Digital de Elevação

Page 116: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

101

APÊNDICE D – Arquivos Fotográficos

Page 117: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

102

D.1. Fotos da propriedade Jardim

Page 118: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

103

Page 119: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

104

D.2. Fotos dos Perfis das Topossequências

D.2.1. TOPOSSEQUÊNCIA I

Perfil 1. Latossolo Amarelo Distrófico húmico textura argilosa/muito argilosa,

caulinítico fase floresta tropical subperenifólia

Page 120: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

105

rfil 8. Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico úmbrico endoáquico,

A proeminente, textura arenosa/média/muito argilosa caulinítico fase

floresta tropical subperenifólia

Page 121: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

106

Perfil 10. Planossolo Háplico Eutrófico típico A moderado textura

arenosa/argilosa fase floresta tropical subperenifólia

Page 122: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

107

Perfil 7. Gleissolo Melânico Tb Distrófico úmbrico A proeminente textura

média fase floresta tropical subperenifólia de várzea

Page 123: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

108

D.2.2. TOPOSSEQUÊNCIA II

Perfil 15. Argissolo Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico A proeminente

textura média/muito argilosa fase floresta tropical subperenifólia

Page 124: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

109

Perfil 13. Argissolo Vermelho Distrófico típico A moderado textura

argilosa/muito argilosa fase floresta tropical subperenifólia

Page 125: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

110

Perfil 5. Argissolo Amarelo Distrófico arênico fragipânico plácico A moderado

textura arenosa/média fase floresta tropical subperenifólia

Page 126: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

111

Perfil 6. Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico A moderado

textura arenosa fase floresta tropical subperenifólia

Page 127: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

112

Perfil 12. Gleissolo Melânico Tb Eutrófico úmbrico A proeminente textura

média/arenosa fase floresta tropical subperenifólia de várzea

Page 128: LEVANTAMENTO DETALHADO DE SOLOS - DISSERTAÇÃO TADEU M M HENRIQUES. 2012

113

APÊNDICE E – Cálculos para definição do horizonte A húmico do Perfil 1

(Latossolo Amarelo Distrófico húmico), segundo Embrapa (2006)

O horizonte A húmico é um horizonte mineral superficial, com valor e croma

(cor do solo úmido) igual ou inferior a 4 e saturação por bases (V%) inferior a

65%, apresentando espessura e conteúdo de carbono orgânico (C-org) dentro de

limites específicos, conforme os seguintes critérios:

a. Espessura mínima de 25 cm se o solum tiver 75 cm ou mais de espessura;

b. Teor de carbono orgânico inferior ao limite para caracterizar o horizonte

hístico, que é de 80 g/kg;

c. Teor de carbono igual ou maior ao valor obtido pela seguinte equação:

Σ (C orgânico, em g/kg, de subhorizontes A x espessura do subhorizonte , em dm)

> 60 + (0,1 x média ponderada de argila, em g/kg, do horizonte superficial,

incluindo AB ou AC)

Inicialmente, multiplicou-se o teor de carbono orgânico (g/kg) de cada

subhorizonte pela espessura do mesmo subhorizonte, em dm. O somatório dos

produtos dos teores de C-org pela espessura dos subhorizontes, é o teor de C-org

total do horizonte A. A seguir, calculou-se a média ponderada de argila do

horizonte A, a qual foi obtida multiplicando-se o teor de argila (g/kg) do

subhorizonte pela espessura do mesmo subhorizonte (dm) e dividindo-se o

resultado pela espessura total do horizonte A, em dm.

A operação acima pode ser resumida na expressão:

C-org total > 60 + (0,1 x média ponderada de argila do horizonte A)

Subhoriz. Prof (cm)

C-org (g/kg)

Argila (g/kg)

Cálculo da média ponderada da argila (g/kg)

Cálculo do C-org total

Ap 0-10 24,2 360 360 x 1dm / 14dm = 25,71 24,2 x 1 = 24,2 A1 10-20 22,0 340 340 x 1dm / 14dm = 24,28 22,0 x 1 = 22,0 A2 20-70 19,9 450 450 x 5dm / 14dm = 160,71 19,9 x 5 = 99,5 A3 70-100 9,3 570 570 x 3dm / 14dm = 122,14 9,3 x 3 = 27,9 AB 100-140 8,6 560 560 x 4dm / 14dm = 160 8,6 x 4 = 34,4

Total = 492,84 Total = 208

Aplicando-se os dados da tabela acima (referentes aos resultados do Perfil1) na

expressão, chegou-se à conclusão de tratar-se de horizonte A húmico, pois o C-

org total desse horizonte foi superior à soma do numeral 60 multiplicado por um

décimo da média ponderada da argila:

208 > 60 + (0,1 x 492,84)

208 > 60 + 49,28

208 > 109,28

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114

9. ANEXOS

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Anexo 1 - Classes de interpretação da análise do solo

(Segundo Alvarez V et. al, 1999)

Fonte: site da Embrapa Milho e Sorgo:

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Milho/CultivodoMilho/feranalise.htm

Tabela 1. Classes de interpretação para a acidez ativa do solo (pH)1

Classificação química Ac. muito elevada

Acidez elevada

Acidez média

Acidez Fraca

Neutra Alcalinidade

fraca Alcalinidade

elevada >4,5 4,5 - 5,0 5,1 - 6,0 6,1 - 6,9 7,0 7,1 - 7,8 >7,8

Classificação agronômica

Muito baixo Baixo Bom Alto Muito alto

< 4,5 4,5 - 5,4 5,5 - 6,0 6,1 - 7,0 > 7,0

1 pH em H2O, relação 1:2,5, TFSA : H2O. Fonte: ALVAREZ V. et al. (1999).

Tabela 2. Classes de interpretação de fertilidade do solo para.a matéria orgânica e para o complexo de troca catiônica

Característica Unidade1

Classificação Muito baixo

Baixo Médio2 Bom

Muito Bom

Carbono orgânico (C.O.)

2 dag/kg 0,40

0,41 - 1,16

1,17 - 2,32

2,33 - 4,06

> 4,06

Matéria orgânica (M.O.)

3 dag/kg 0,70

0,71 - 2,00

2,01 - 4,00

4,01 - 7,00

> 7,00

Cálcio trocável (Ca

2+)4

cmolc/dm3 0,40

0,41 -1,20

1,21 - 2,40

2,41 - 4,00

> 4,00

Magnésio trocável (Mg

2+)4

cmolc/dm3 0,15

0,16 - 0,45

0,46 - 0,90

0,91 - 1,50

> 1,50

Acidez trocável (Al

3+)4

cmolc/dm3 0,20

0,21 - 0,50

0,51 - 1,00

1,01 - 2,00

> 2,00

Soma de bases (SB)

5 cmolc/dm

3 0,60 0,61 - 1,80

1,81 - 3,60

3,61 - 6,00

> 6,00

Ac. potencial (H + Al)

6 cmolc/dm

3 1,00 1,01 - 2,50

2,51 - 5,00

5,01 - 9,00

> 9,00

CTC efetiva (t)7 cmolc/dm

3 0,80 0,81 - 2,30

2,31 - 4,60

4,61 - 8,00

> 8,00

CTC pH 7 (T)8 cmolc/dm

3 1,60 1,61 - 4,30

4,31 - 8,60

8,61 - 15,00

> 15,00

Saturação por Al

3+(m)

9 % 15,0

15,1 - 30,0

30,1 - 50,0

50,1 - 75,0

> 75,0

Saturação por bases (V)

10 % 20,0

20,1 - 40,0

40,1 - 60,0

60,1 - 80,0

> 80,0

1 dag/kg = % (m/m); cmolc/dm3. 2 O limite superior desta classe indica o nível crítico. 3 Método Walkley & Black; M.O. = 1,724 x C.O. 4 Método KCl 1 mol/L. 5 SB = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+. 6 H + Al, Método Ca(OAc)2 0,5 mol/L, pH 7.7 t = SB + Al3+. 8 T = SB + (H + Al). 9 m = 100 Al3+/t. 10 V = 100 SB/T. Fonte: ALVAREZ V. et al. (1999).

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Tabela 3. Classes de interpretação da disponibilidade para o fósforo, de acordo com o teor de argila do solo ou do valor de fósforo remanescente (P-rem) e para o potássio

Característica Classificação

Muito baixo Baixo Médio Bom Muito bom

---------------------------------(mg/dm3)1------------------------------------------

Argila (%) Fósforo disponível (P)2

60 - 100 2,7 2,8 - 5,4 5,5 - 8,03 8,1 - 12,0 > 12,0

35 - 60 4,0 4,1 - 8,0 8,1 - 12,0 12,1 - 18,0 > 18,0

15 - 35 6,6 6,7 - 12,0 12,1 - 20,0 20,1 - 30,0 > 30,0

0 - 15 10,0 10,1 - 20,0 20,1 - 30,0 30,1 - 45,0 > 45,0

P-rem4 (mg/L)

0 - 4 3,0 3,1 - 4,3 4,4 - 6,03 6,1 - 9,0 > 9,0

4 - 10 4,0 4,1 - 6,0 6,1 - 8,3 8,4 - 12,5 > 12,5

10 - 19 6,0 6,1 - 8,3 8,4 - 11,4 11,5 - 17,5 > 17,5

19 - 30 8,0 8,1 - 11,4 11,5 - 15,8 15,9 - 24,0 > 24,0

30 - 44 11,0 11,1 - 15,8 15,9 - 21,8 21,9 - 33,0 > 33,0

44 - 60 15,0 15,1 - 21,8 21,9 - 30,0 30,1 - 45,0 > 45,0

Potássio disponível (K)2

15 16 - 40 41 - 70 71 - 120 > 120

1 mg/dm

3 = ppm (m/v).

2 Método Mehlich-1.

3 Nesta classe apresentam-se os níveis críticos de

acordo com o teor de argila ou com o valor do fósforo remanescente. O limite superior desta classe indica o nível crítico. P-rem = Fósforo remanescente. Fonte: ALVAREZ V. et al. (1999).