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LEVANTAMENTO DE PRAGAS EM DIVERSAS PLANTAS MEDICINAIS Cláudia Beatriz Oliveira Araújo 1 Germano Leão Demolin Leite 1 Carlos Antônio Amorim Delbem 1 Ernane Ronie Martins 1 1 UFMG, Instituto de Ciências Agrárias, C. Postal 135, 39404-006 Montes Claros, MG 2 UFV, Departamento de Biologia animal, 36571-000 Viçosa, MG. RESUMO O objetivo deste trabalho foi estudar os artrópodes associados bem como o efeito climático sobre estes, durante um período de dois anos, em mais de 80 espécies de plantas medicinais. Observou-se maiores densidades de Aphis sp. (Hemiptera: Aphididae) nas plantas de Foeniculum vulgare e Pimpinella anysium; Frankliniella sp. (Thysanoptera: Thripidae) e Uroleucon ambrosiae f. lizerianum (Hemiptera: Aphididae) em Calendula officinalis; Coccus sp. (Hemiptera: Coccidae) em Chamomilla recutita e F. vulgare; Aetalium reticulatum (Hemiptera: Aetalionidae) em Vernonia condensata “NCA”; Lagria villosa (Coleoptera: Lagriidae) em Bryophyllum pinnatum em períodos de temperatura mais amena (r = -0,11; P = 0,0257); Cycloneda sanguinea e Eriopsis conexa Germar (Coleoptera: Coccinelidae) em Artemisia absinthium e F. vulgare, respectivamente, predando pulgões (r = 0,35; P = 0,0017). Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae) foi afetada, principalmente, por temperatura (B. tabaci = 2,56 + 0,11xTemperatura + 0,0037xPluviosidade – 0,12xInsolação – 0,0654xUmidade, R 2 = 0,21 e P = 0,0000); Empoasca sp. (Hemiptera: Cicadellidae) por pluviosidade (r = -0,14; P = 0,0056) e Pentatomidae (Hemiptera) por temperatura (r = -0,13; P = 0,0103). Palavras chave: Fitoterápicos, insetos, inimigos naturais ABSTRACT The objective of this work was to study the arthropods associated as well as the weather about the arthropods, during the period of two years, in more 80 species of medicinals plants. Higher densities of Aphis sp. (Hemiptera: Aphididae) in the Foeniculum vulgare and Pimpinella anysium plants; Frankliniella sp. (Thysanoptera: Thripidae) and Uroleucon ambrosiae f. lizerianum (Hemiptera: Aphididae) in the Calendula officinalis plants; Coccus sp. (Hemiptera: Coccidae) in the Chamomilla recutita and in the F. vulgare plants; Aetalium reticulatum (Hemiptera: Aetalionidae) in the Vernonia condensata “NCA” plants; Lagria villosa (Coleoptera: Lagriidae) in the Bryophyllum pinnatum plants in the periods with milder temperatures (r = -0.11, P = 0.0257); Cycloneda sanguinea and Eriopsis conexa Germar (Coleoptera: Coccinelidae) in the Artemisia absinthium and F. vulgare plants, respectivelly, eating aphids (r = 0.35, P = 0.0017) were observed. Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae) was affected, principally, for temperature (B. tabaci = 2.56 + 0.11xTemperature + 0.0037xPluviosity – 0.12xSunlight – 0.0654xUmidity, R 2 = 0.21 and P = 0.0000); Empoasca sp. (Hemiptera: Cicadellidae) for pluviosity (r = -0.14, P = 0.0056) and Pentatomidae (Hemiptera) for temperature (r = -0.13, P = 0.0103). Keywords: Phytoterapics, insects, natural enemies Muitas plantas que apresentam propriedades medicinais são utilizadas pelos povos desde a antiguidade. Diante desse interesse, tornou-se relevante o estudo de artrópodes em plantas medicinais, sendo que há poucos trabalhos disponíveis sobre o assunto no Brasil, o que dificulta a adoção de medidas de manejo ecológico de insetos herbívoros. Para tanto, torna-se necessário o desenvolvimento de uma base ecológica por meio da compreensão da estrutura qualitativa (espécies constituintes) e quantitativa (níveis populacionais) como também do hábito alimentar (predadores, parasitóides ou herbívoras) dos artrópodes e do efeito climático sobre estes. Portanto, o objetivo deste trabalho foi estudar os artrópodes associados bem como o efeito climático sobre estes, durante um período de dois anos, em mais de 80 espécies de plantas medicinais, sob cultivo orgânico, em Montes Claros-MG. MATERIAL E MÉTODOS 1

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Page 1: LEVANTAMENTO DE PRAGAS EM DIVERSAS PLANTAS … · LEVANTAMENTO DE PRAGAS EM DIVERSAS PLANTAS MEDICINAIS Cláudia Beatriz Oliveira Araújo1 Germano Leão Demolin Leite1 Carlos Antônio

LEVANTAMENTO DE PRAGAS EM DIVERSAS PLANTAS MEDICINAIS

Cláudia Beatriz Oliveira Araújo1

Germano Leão Demolin Leite1

Carlos Antônio Amorim Delbem1

Ernane Ronie Martins1

1UFMG, Instituto de Ciências Agrárias, C. Postal 135, 39404-006 Montes Claros, MG 2UFV, Departamento de Biologia animal, 36571-000 Viçosa, MG.

RESUMOO objetivo deste trabalho foi estudar os artrópodes associados bem como o efeito climático sobreestes, durante um período de dois anos, em mais de 80 espécies de plantas medicinais.Observou-se maiores densidades de Aphis sp. (Hemiptera: Aphididae) nas plantas de Foeniculumvulgare e Pimpinella anysium; Frankliniella sp. (Thysanoptera: Thripidae) e Uroleucon ambrosiaef. lizerianum (Hemiptera: Aphididae) em Calendula officinalis; Coccus sp. (Hemiptera: Coccidae)em Chamomilla recutita e F. vulgare; Aetalium reticulatum (Hemiptera: Aetalionidae) em Vernoniacondensata “NCA”; Lagria villosa (Coleoptera: Lagriidae) em Bryophyllum pinnatum em períodosde temperatura mais amena (r = -0,11; P = 0,0257); Cycloneda sanguinea e Eriopsis conexaGermar (Coleoptera: Coccinelidae) em Artemisia absinthium e F. vulgare, respectivamente,predando pulgões (r = 0,35; P = 0,0017). Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae) foi afetada,principalmente, por temperatura (B. tabaci = 2,56 + 0,11xTemperatura + 0,0037xPluviosidade –0,12xInsolação – 0,0654xUmidade, R2 = 0,21 e P = 0,0000); Empoasca sp. (Hemiptera:Cicadellidae) por pluviosidade (r = -0,14; P = 0,0056) e Pentatomidae (Hemiptera) portemperatura (r = -0,13; P = 0,0103). Palavras chave: Fitoterápicos, insetos, inimigos naturais

ABSTRACTThe objective of this work was to study the arthropods associated as well as the weather about thearthropods, during the period of two years, in more 80 species of medicinals plants. Higherdensities of Aphis sp. (Hemiptera: Aphididae) in the Foeniculum vulgare and Pimpinella anysiumplants; Frankliniella sp. (Thysanoptera: Thripidae) and Uroleucon ambrosiae f. lizerianum(Hemiptera: Aphididae) in the Calendula officinalis plants; Coccus sp. (Hemiptera: Coccidae) in theChamomilla recutita and in the F. vulgare plants; Aetalium reticulatum (Hemiptera: Aetalionidae) inthe Vernonia condensata “NCA” plants; Lagria villosa (Coleoptera: Lagriidae) in the Bryophyllumpinnatum plants in the periods with milder temperatures (r = -0.11, P = 0.0257); Cyclonedasanguinea and Eriopsis conexa Germar (Coleoptera: Coccinelidae) in the Artemisia absinthiumand F. vulgare plants, respectivelly, eating aphids (r = 0.35, P = 0.0017) were observed. Bemisiatabaci (Hemiptera: Aleyrodidae) was affected, principally, for temperature (B. tabaci = 2.56 +0.11xTemperature + 0.0037xPluviosity – 0.12xSunlight – 0.0654xUmidity, R2 = 0.21 and P =0.0000); Empoasca sp. (Hemiptera: Cicadellidae) for pluviosity (r = -0.14, P = 0.0056) andPentatomidae (Hemiptera) for temperature (r = -0.13, P = 0.0103).Keywords: Phytoterapics, insects, natural enemies

Muitas plantas que apresentam propriedades medicinais são utilizadas pelos povos desde aantiguidade. Diante desse interesse, tornou-se relevante o estudo de artrópodes em plantasmedicinais, sendo que há poucos trabalhos disponíveis sobre o assunto no Brasil, o que dificulta aadoção de medidas de manejo ecológico de insetos herbívoros. Para tanto, torna-se necessário odesenvolvimento de uma base ecológica por meio da compreensão da estrutura qualitativa(espécies constituintes) e quantitativa (níveis populacionais) como também do hábito alimentar(predadores, parasitóides ou herbívoras) dos artrópodes e do efeito climático sobre estes.Portanto, o objetivo deste trabalho foi estudar os artrópodes associados bem como o efeitoclimático sobre estes, durante um período de dois anos, em mais de 80 espécies de plantasmedicinais, sob cultivo orgânico, em Montes Claros-MG.

MATERIAL E MÉTODOS

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O trabalho foi conduzido no Horto Medicinal do Instituto de Ciências Agrárias (ICA)/UFMG,localizado em Montes Claros-MG, de fevereiro de 2001 a dezembro de 2002. As plantasmedicinais estudadas foram: anador (Altemanthaera dentata L.), chambá (Justicia pectoralis var.stenophylla Leon.) (Acanthaceae); chapéu de couro (Echinodorus grandiflorus Mitch.)(Alismataceae); phafia (Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen) (Amaranthaceae); marcelinha(Anthemis cotula L.) (Asteraceae); gragiru (Arrabidaea chica Humb. & Bonpl.) (Bignoniaceae);confrei (Symphytum officinale L.), erva baleeira (Cordia verbenacea DC.) (Boraginaceae);espinheira santa (Maytenus ilicifolia Reissek) (Celastraceae); mastruço (Chenopodiumambrosioides L.) (Chenopodiaceae); arnica (Solidago chilensis Meyen), artemísia (Tanacetumparthenium L.), calêndula (Calendula officinalis L.), boldo ICA (Vernonia condensata Baker),camomila (Chamomilla recutita (L.) Rauschert), carqueja (Baccharis trimera (Less.) DC.), catingade mulata (Tanacetum vulgare L.), dente de leão 1 (Taraxacum officinale Weber), dente de leão 2(Taraxacum officinale Weber), erva botão (Eclipta alba (L.) Hassk.), erva doce 1 (Pimpinellaanysium L.), guaco (Mikania glomerata Spreng.), jambú (Acmella oleracea (L.) R.K.Jansen), losna(Artemisia absinthium L.), mil folhas (Achillea millefolium L.) (Compositae); batata de purga(Operculina macrocarpa (L.) Urb.) (Convolvulaceae); fortuna (Bryophyllum pinnatum (Lam.)Oken), balsamo (Cotyledon orbiculata L.) (Crassulaceae); buchinha (Luffa operculata (L.) Cogn.),croá (Sicana odorifera Naud) (Cucurbitaceae); quebra pedra D4, D3 (Phyllanthus sp.), methiolate1 e methiolate 2 (Jatropha multifida L) (Euphorbiaceae); capim santo (Cymbopogon citratus (DC)Stapf.), citronela (Cymbopogon nardus) (L.) Rendle (Gramineae); hipérico (Hypericum perforatumL.) (Guttiferae); marupari (Eleutherine bulbosa (Mill.) Urb.) (Iridaceae); alecrim (Rosmarinusofficinalis L.), alfavacas C10 (Ocimum basilicum L.), C11 (Ocimum sp. 1), C12 (Ocimumgratissimum L.), C13 (Ocimum sp. 2), D11 (Ocimum selloi) Benth., D12 (Ocimum sp. 3), boldogrande (Plectranthus grandis (Cramer) Willems), língua de vaca (Stachys byzantina K. Koch),manjericão (Ocimum sp.), melissa (Melissa officinalis L.), menta A1, A2 (Mentha x villosa Huds),orégano (Origanum vulgare L.), poejo (Mentha pulegium L.), sálvia (Salvia officinalis L.), setedores (Plectranthus barbatus Andrews), temperão (Plectantus amboinicus (Lour.) Spreng)(Lamiaceae); tomilho (Thymus vulgaris L.), vique (Mentha arvensis L.) (Labiatae); azuki (Vignaangularis (Willd.) Ohwi & Ohashi) (Leguminosae); alho japonês (Allium tuberosum Roxb), babosasE2 (Aloe vera (L.) Burm. f.), E 3 (Aloe arborescens Mill.) (Liliaceae); malva (Malva sylvestris L.)(Malvaceae); Maracujás (Passiflora sp.) G3, G4, H2, H3 (Passifloraceae); capeba (Pothomorpheumbellata (L.) Miq.), falso jaborandi (Piper angustifolium Lam.) (Piperaceae); tanchagem(Plantago major L.) (Plantaginaceae); cavalinha (Equisetum hiemale L.) (Polypodiaceae); arruda(Ruta graveolens L.) (Rutaceae); chá da Índia (Capraria biflora L.) (Scrophulariaceae); panacéia(Solanum cernucim), tomate cereja (Lycopersicon pipinellifolium Mill.) (Solanaceae); chagas(Tropaeolum majus L.) (Tropaeolaceae); centinela (Centella asiatica L.), coentrão (Eryngiumfoetidium L.), erva doce 2 (Pimpinella anisum L.), funcho (Foeniculum vulgare Mill.) (Umbelliferae);alecrim pimenta (Lippia gracilis Schauer), alecrim da vargem (sem identificação de espécie),cidreira H8, H7 (Lippia alba (Mill.), gervão (Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl)(Verbenaceae); insulina vegetal (Cissus sicyoides L.) (Vitaceae); açafrão (Curcuma sp.), caninhado brejo (Costus spicatus (Jacq.) Sw.), água de colônia (Alpinia zerumbet (Pers.) Burtt & Smith);gengibre (Zingiber officinale Roscoe) (Zingiberaceae).

Os canteiros de cada espécie vegetal continham 10 plantas, sendo todas avaliadas a partirde 30 dias de idade. O replantio de cada planta medicinal variou conforme o seu ciclo, ou seja, onúmero de canteiros avaliados durante o período experimental variou de espécie para espécie,sendo sempre plantadas em canteiros diferentes do plantio anterior, mas, em média, foram trêsplantios. As avaliações dos artrópodes herbívoros, inimigos naturais, protocooperantes epolinizadores foram quinzenais, sendo analisadas três folhas/planta ao longo do dossel nasplantas presentes em cada canteiro. Os artrópodes foram coletados e armazenados em frascocom álcool 70%, para posterior identificação. Os dados climáticos (temperatura, precipitação,umidade relativa do ar e insolação) foram obtidos da Estação Climatológica Principal de MontesClaros do 5º DISME – INMET. Os dados foram submetidos a análise de variância e,posteriormente, ao teste de média de Scott-Knott, correlação de Pearson e análise de regressãomúltipla, todos a 5 % de significância. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As tabelas 1 a 4 apresentam os artrópodes observados nas plantas estudadas, ou seja, asplantas que não estiverem presentes em uma ou mais tabelas é devido a não presença de um ou

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outro grupo de artrópodes nestas. A tabela 1 apresenta os insetos da ordem Hemipteraencontrado nas plantas medicinais. Observou-se maiores densidades de pulgão verde(Aphididae) nas plantas de funcho, seguido pela erva doce, comparado com as demais plantasestudadas. Contudo, as plantas de açafrão, dente de leão, sávia, calêndula, vique e boldo NCAtambém são muito atacadas por esse inseto, só que o ataque ocorreu mais concentrado emdeterminadas épocas, o que resultou em uma média, ao longo do período experimental, baixa.Foram identificadas duas espécies de pulgão verde, sendo que Aphis spiraecola Patch atacoupreferencialmente plantas de calêndula e carqueja e Aphis gossypii Glover as demais plantasdeste trabalho. Já o pulgão vermelho Uroleucon ambrosiae (Thomas) f. lizerianum (E.E.Blanchard) ataca somente as plantas de calêndula, podendo alcançar grandes colônias,principalmente nas hastes florais. A cochonilha verde Coccus sp. (Coccidae) atacou mais asplantas de camomila, seguido pela de funcho, comparado com as demais espécies de plantasmedicinais. Contudo, as cochonilhas podem apresentar populações altas, de forma esporádica,em plantas de calêndula, quebra pedra D3 e D4 e água de colônia. Somente as plantas de boldoNCA apresentaram-se mais atacadas por cigarrinhas, destacando-se Aetalium reticulatum (L.)(Aetalionidae). Foi observado, mas em baixa densidade populacional, Deois flavopicta (Stal) eZulia entreriana (Berg) (Cercopidae) em capim santo e Xestocephalus sp. (Cicadellidae) eAlydinae (Alydidae) em calêndula. Quanto aos percevejos, todas em reduzido número, foramDiactor bilineatus (Fabr.) em Passiflora; Leptoglossus sp. (Coreidae) em vique; Empoasca sp.(Cicadellidae), Xyonysius sp. (Lygaeidae), Prepops sp. (Miridae), Proba vittiscutis Stal. (Miridae),Harmostes sp. (Rhopalidae) e pentatomídeos (Heteroptera) bem como o predador Zelus sp..(Reduviidae) em todas as plantas estudadas. Bemisia tabaci (Homoptera: Aleyrodidae) tambémapareceu em pequeno número nas plantas medicinais, destacando-se apenas anador e setedores. Dos hemípteros avaliados, mosca branca foi afetada, principalmente, por temperatura(mosca branca = 2,56 + 0,11xTemperatura + 0,0037xPluviosidade – 0,12xInsolação –0,0654xUmidade, R2 = 0,21 e P = 0,0000); Empoasca sp. por pluviosidade (r = -0,14; P = 0,0056)e Pentatomidae por temperatura (r = -0,13; P = 0,0103).

Os insetos da ordem Coleoptera notados nas plantas medicinais são apresentados naTabela 2. Lagria villosa Fabr. apresentou maiores populações em folha da fortuna, principalmentenas folhas mais velhas em períodos de temperatura mais amena (r = -0,11; P = 0,0257). Emperíodos mais frio (r = -0,15; P = 0,0046) e seco (r = -0,17; P = 0,0011), Diabrotica speciosaGerm. ocasionou maior desfolha em capeba, açafrão, methiolate, confrei, calêndula e alfavacaC10. Sistena sp. chegou a ocasionar alguma desfolha em calêndula e melissa em períodos demenor pluviosidade (r = -0,10; P = 0,0320). De forma eventual, foi observado Euphoria sp.(Cetoniidae) e Chalcophanini (Chrysomelidae: Eumolpinae) em erva baleira e Malthinus sp.(Cantaridae) em Arnica. Por outro lado, foi observado maiores densidades de joaninhasCycloneda sanguinea L. e Eriopsis conexa Germar em plantas de losna e funcho,respectivamente, predando pulgões (r = 0,35; P = 0,0017). Interessante ressaltar que apesar decalêndula e erva-doce terem apresentado altas populações de pulgões, estas eram poucovisitadas por joaninhas, sendo o fato contrário observado para losna, ou seja, poucos pulgões enúmero considerável deste inimigo natural. As formigas Crematogaster sp. visitaram mais plantasde confrei, Passiflora G3, funcho e manjericão em condições de temperatura mais amena (r =-0,14; P = 0,0054) e seca (r = -0,12; P = 0,0155) e Solenopsis saevissima (F. Smith) as depanacéia, água de colônia, erva botão e arnica em período de menor umidade relativa do ar (r =-0,14; P = 0,0058) (Tabela 3). Um pé de hipérico foi morto devido a um ataque intenso realizadopor Atta sexdens Forel (Hymenoptera: formicidae). Trigona spinipes Fabr. (Hymenoptera: Apidae)e vespas predadoras (Vespidae) pousavam nas folhas de alfavaca e Passiflora (Tabela 3) devidoa estas estarem buscando néctar nas suas inflorescências. Não foi objetivo deste trabalho avaliarinsetos polinizadores, contudo, foi verificado as abelhas Apis mellifera (L.) (Hymenoptera: Apidae)nas inflorescências de boldo grande, alfavaca e Passiflora e Mamangaba Centris sp. nesta últimaplanta. As plantas medicinais foram muito pouco atacadas por lepidópteros, destacando minasfoliares de Liriomyza sp. (Agromyzidae) em bálsamo e Dione juno juno (Cramer) (Nymphalidae)em Passiflora, talvez explicando a baixa densidade de vespas predadoras no presenteexperimento. Foi observado o complexo de tripes do gênero Frankliniella, destacando F. schultzei(Trybom) (90,38%), apenas nas folhas de calêndula (Tabela 4). Foi encontrado em baixadensidade os herbívoros gafalhoto Xyleus sp. (Acrididae) e grilo Gryllus assimilis (Fabr.)(Orthoptera: Gryllidae) bem como os predadores Louva Deus Stagmatoptera sp. (Mantodea:Mantidae) e sirfídeos Syrphus sp. e Pseudodorus clavatus (Fabr.) (Diptera: Syrphidae) nas

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plantas em estudo (Tabela 4). Por outro lado, as aranhas [Argiope sp. e Parawixia spp.(Araneidae), Cheiracanthium inclusum (Hentz) (Miturgidae), Misumenops sp. (Thomisidae),Oxyopes sp. e Peucetia rubrolineata (Hentz) (Oxyopidae), Paracleocnemis sp. (Philodromidae),Salticidae e Theridiidae] foram encontradas em maior número de plantas e em maioresdensidades (Tabela 4). A população das aranhas tiveram como presa preferenciam oscoleópteros (Aranha = 0,01663 + 0,0630059xDiabrotica speciosa + 0,000800xUmidade Relativa +0,00215053xInsolação – 0,003606xTemperatura – 0,000026046xPluviosidade; R2 = 0,12 e P =0,0000).

A grande parte dos insetos fitófagos observado neste presente trabalho apresentou-se embaixa densidade populacional na maioria das plantas medicinais estudadas, talvez devendo-seaos produtos químicos presentes em suas folhas (Simões et al., 2003) e/ou ao fato de terem sidocultivadas sob sistema orgânico, no qual disponibiliza mais lentamente os nutrientes às plantas,reduzindo o ataque de pragas (Chaboussou, 1987; Marschner, 1995) e/ou ao policultivo (Altieri etal., 2003). A presença de gafanhotos e de cigarrinhas deve-se, provavelmente, ao Horto dePlantas Medicinais do NCA fazer divisa, em do seus lados, com uma pastagem bem como aonúmero de visitas por formigas, as não cortadeiras do gênero Atta, aos seus ninhos instaladosentre os canteiros, apesar do controle contínuo das mesmas. Dos herbívoros observadosdestacam-se, conforme a cultura em que ocorreu mais, pulgões, cochonilhas, tripes ecoleópteros, pelas suas maiores densidades e relevância econômica destes grupos de pragas emdiversas culturas, tais como Brassicaceae, Solanaceae, Liliaceae, Cucurbitaceae, entre outras(Gallo et al., 2002). A farmacopéia brasileira (1996), citado por Brandão et al. (1998), admite, nomáximo, 5% de matéria orgânica estranha (pedúnculo, folhas, insetos) no comércio de plantasmedicinais e fitoterápicos. Contudo, em estudo realizado para avaliar a qualidade da camomila(Matricaria recutita L.) (Asteraceae) comercializada, verificou-se que, das 27 amostras analisadas,todas apresentaram contaminantes por matéria orgânica, sendo que 63% das amostrascomercializadas em farmácias continham insetos, o que resulta em perda qualitativa do produto(Brandão et al., 1998). Por isso, a necessidade de manter baixa a densidade populacional dessesherbívoros, pois o dano econômico que eles podem causar é mais de ordem qualitativa do quequantitativa. Para tanto, adubação orgânica, rotação de culturas, policultivo e uso de coberturamorta são práticas que devem ser adotadas para reduzir a população de pragas específicas emesmos as gerais, pois estas reduzem o foco inicial de ataque, dificulta a localização das culturaspelas pragas e incrementa o controle biológico natural (Marschner, 1995; Gallo et al., 2002; Altieriet al., 2003). No caso da necessidade de intervenção química, uma saída é a utilização decompostos naturais, de fácil degradação e de pouco impacto no ecossistema (Gallo et al., 2002;Simões et al., 2003). Joaninhas e aranhas são importantes predadores, devendo, portanto, seremmantidos nas lavouras (Gallo et al., 2002), principalmente nas de plantas medicinais, no qual nãose recomenda o uso de pesticidas. Formigas, apesar de não ter sido detectado correlaçãosignificativa neste presente trabalho, geralmente protocooperam com pulgões e cochonilhas,protegendo-os contra inimigos naturais, devendo-se controlá-las para que possa incrementar ocontrole biológico natural destas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALTIERI, M.A., SILVA, E.N., NICHOLLS, C.I. O papel da biodiversidade no manejo de pragas.Ribeirão Preto: Holos, 2003. 226p.BRANDÃO, M.G., FREIRE, N., VIANNA-SOARES, C.D.V., Vigilância de fitoterápicos em MinasGerais. Verificação da qualidade de diferentes amostras comerciais de camomila. Caderno deSaúde Pública, v.14, p.613-616, 1998. CHABOUSSOU, F. Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos: A teoria da trofobiose. Porto Alegre:L& M, 1987. 256p.GALLO, D., NAKANO, O., SILVEIRA NETO, S., CARVALHO, R.P.L., BATISTA, G.C., BERTIFILHO, E., PARRA, J.R.P., ZUCCHI, R.A., ALVES, S.B., VENDRAMIM, J.D., MARCHINI, L.C.,LOPES, J.R.S., OMOTO, C. Manual de entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920 p.MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. London: Academic Press, 1995. 889.SIMÕES, C.M.O., SCHENKEL, E.P., GOSMANN, G., MELLO, J.C.P., MENTZ, L.A., PETROVICK,P.R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre/Florianópolis: Ed.Universitária/UFRGS/Ed. da UFSC, 2000. 821P.

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Tabela 1. Números médio e máximo (x)/folha observados de hemípteros em plantas medicinais. Fevereirode 2001 a dezembro de 2002. Montes Claros-MG, Brasil.Plantasmedicinais

Moscabranca*

Pulgãoverde**

Pulgãovermelho

Coccussp.**

Cigarrinhas**

Leptoglossus sp.*

Percevejos*

açafrão 0,00 0,92 (210)C

0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,00

água de colônia 0,00 0,00 C 0,00 0,05 (15) C 0,00 B 0,00 0,00alecrim 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,01 (1)B 0,00 0,00alecrim pimenta 0,00 0,01 (1) C 0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,00alfavaca 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,03 (1)B 0,00 0,00alfavaca C10 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,01 (1)B 0,00 0,00alfavaca C11 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,01 (1)B 0,00 0,01 (1)alfavaca C12 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,01 (1)B 0,00 0,01 (2)alfavaca D11 0,00 0,00 C 0,00 0,01 (1) C 0,01 (1) B 0,00 0,00alfavaca D12 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,01 (2)anador 0,10 (7) 0,00 C 0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,00arnica 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,01 (1)B 0,00 0,00artemísia 0,00 0,00 C 0,00 0,03 (5)C 0,01 (1)B 0,00 0,00batata de purga 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,02 (1)B 0,00 0,00boldo NCA 0,00 0,09 (13)C 0,00 0,00 C 0,28 (23) A 0,00 0,00buchinha 0,00 0,04 (4)C 0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,00calêndula 0,01 (2) 0,21 (28)C 0,22 (59) 0,07 (12)C 0,03 (3)B 0,00 0,004 (1)camomila 0,00 0,00 C 0,00 0,46 (34)A 0,00 B 0,00 0,00caninha dobrejo

0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,01 (1)

capeba 0,00 0,01 (1) C 0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,00capim santo 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,01 (1)B 0,00 0,01 (1)carqueja 0,00 0,01 (2) C 0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,00catinga demulata

0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,01 (1) B 0,00 0,00

chagas 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,00coentrão 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,01 (1)B 0,00 0,00confrei 0,01 (1) 0,00 C 0,00 0,00 C 0,12 (1)B 0,00 0,00croá 0,00 0,07 (1)C 0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,00dente de leão 0,00 0,29 (34) C 0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,00erva doce 0,00 1,69 (93) B 0,00 0,00 C 0,01 (2)B 0,00 0,00fortuna 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,01 (1)B 0,00 0,00funcho 0,00 3,64 (100)

A0,00 0,20 (17) B 0,00 B 0,00 0,00

jambú 0,00 0,00 C 0,00 0,01 (1)C 0,02 (1)B 0,00 0,00losna 0,00 0,02 (1)C 0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,00melissa 0,01 (1) 0,00 C 0,00 0,00 C 0,04 (3) B 0,00 0,00menta A1,A2 0,00 0,02 (3)C 0,00 0,00 C 0,02 (3)B 0,00 0,00menta B1,B2 0,00 0,00 C 0,00 0,01 (1)C 0,07 (5)B 0,00 0,00mil folhas 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,02 (1)B 0,00 0,00orégano 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,04 (2)B 0,00 0,00Panacéia 0,00 0,00 C 0,00 0,04 (2) C 0,00 B 0,00 0,00quebra pedraD3, D4

0,00 0,00 C 0,00 0,13 (12) C 0,00 B 0,00 0,00

sálvia 0,00 0,32 (32) C 0,00 0,00 C 0,03 (3)B 0,00 0,02 (1)sete dores 0,04 (5) 0,00 C 0,00 0,00 C 0,00 B 0,00 0,00tanchagem 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,01 (1)B 0,00 0,00temperão 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,01 (1)B 0,00 0,02 (2)tomilho 0,00 0,00 C 0,00 0,00 C 0,05 (5)B 0,00 0,00vique 0,00 0,08 (13) C 0,00 0,00 C 0,02 (3)B 0,01 (1) 0,01 (1)*Não significativo pelo teste F a 5 % de significância. **As médias seguidas pela mesma letra maiúscula nacoluna não diferem, entre si, pelo teste de média de Scott Knott a 5% de significância.

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Tabela 2. Números médio e máximo (x)/folha observados de coleópteros em plantas medicinais.Fevereiro de 2001 a dezembro de 2002. Montes Claros-MG, Brasil.Plantas medicinais Diabrotica

speciosa*Lagriavillosa*

Sistena sp.* Cyclonedasanguinea**

Eriopsisconexa**

açafrão 0,01 (4) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Balfavaca 0,02 (1) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Balfavaca C10 0,01 (2) 0,01 (1) 0,00 0,00 B 0,00 Balfavaca C11 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 B 0,00 Balfavaca C12 0,01 (1) 0,01 (1) 0,01 (1) 0,00 B 0,00 Balfavaca D11 0,01 (1) 0,00 0,01 (1) 0,00 B 0,00 Balfavaca D12 0,00 0,00 0,00 0,00 B 0,01 (1)Barnica 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 B 0,00 Bartemísia 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bbabosa E2 0,003 (1) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bboldo grande 0,00 0,00 0,01 (1) 0,00 B 0,00 Bboldo NCA 0,00 0,01 (1) 0,01 (1) 0,00 B 0,00 Bbuchinha 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bcalêndula 0,02 (2) 0,00 0,02 (2) 0,00 B 0,00 Bcamomila 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bcaninha do brejo 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 B 0,00 Bcapeba 0,06 (4) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bcapim santo 0,006 (1) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bcarqueja 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bcidreira H8, H7 0,01 (2) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bcitronela 0,00 0,02 (1) 0,00 0,00 B 0,00 Bcoentrão 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bconfrei 0,03 (3) 0,01 (1) 0,01 (1) 0,00 B 0,00 Bdente de leão 0,003 (1) 0,00 0,00 0,03 (1)B 0,003 (1)Berva baleira 0,00 0,00 0,02 (1) 0,00 B 0,00 Berva doce 0,00 0,00 0,00 0,01 (1) B 0,00 Bfalso jaborandí 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bfortuna 0,00 0,42 (40) 0,00 0,01 (1) B 0,00 Bfuncho 0,02 (1) 0,01 (1) 0,00 0,02 (1) B 0,41 (15)Agervão 0,00 0,01 (1) 0,02 (1) 0,00 B 0,00 Bjambú 0,01 (1) 0,05 (4) 0,03 (1) 0,00 B 0,00 Blosna 0,00 0,01 (1) 0,00 0,11 (3)A 0,05 (2)Bmarcelinha 0,00 0,01 (1) 0,01 (1) 0,00 B 0,00 Bmelissa 0,00 0,00 0,04 (2) 0,00 B 0,00 Bmenta A1,A2 0,01 (1) 0,00 0,003 (1) 0,00 B 0,00 Bmethiolate 0,10 (4) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bmil folhas 0,00 0,04 (3) 0,00 0,00 B 0,00 BPassiflora H3 0,05 (1) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 BPassiflora H2 0,02 (1) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bsálvia 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 B 0,00 Btanchagem 0,00 0,05 (2) 0,01 (1) 0,00 B 0,12 (8)Btemperão 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 Bvique 0,02 (2) 0,00 0,00 0,00 B 0,00 B*Não significativo pelo teste F a 5 % de significância. **As médias seguidas pela mesma letra maiúsculana coluna não diferem, entre si, pelo teste de média de Scott Knott a 5% de significância.

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Tabela 3. Números médio e máximo (x)/folha observados de himenópteros e lepidópteros observados emplantas medicinais. Fevereiro de 2001 a dezembro de 2002. Montes Claros-MG, Brasil.Plantas medicinais Crematogas

ter sp.*Solenopsissaevissima*

Trigonaspinipes*

Vespidae* Lepidópteros*

água de colônia 0,00 0,03 (5) 0,00 0,00 0,00alecrim 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00alfavaca 0,02 (1) 0,00 0,03 (2) 0,00 0,00alfavaca C10 0,00 0,00 0,17 (10) 0,01 (1) 0,00alfavaca C11 0,00 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00alfavaca C12 0,02 (1) 0,00 0,02 (3) 0,01 (1) 0,00alfavaca D11 0,01 (1) 0,00 0,02 (1) 0,00 0,00alfavaca D12 0,00 0,00 0,01 (2) 0,00 0,00arnica 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00babosa E3 0,00 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00balsamo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06 (3)buchinha 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00calêndula 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)caninha do brejo 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00capeba 0,00 0,00 0,00 0,01 (1) 0,00carqueja 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)citronela 0,02 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00confrei 0,26 (25) 0,00 0,00 0,00 0,00dente de leão 0,02 (2) 0,00 0,00 0,00 0,00erva baleira 0,02 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00erva botão 0,00 0,02 (1) 0,00 0,00 0,00espinheira santa 0,07 (2) 0,00 0,00 0,00 0,00funcho 0,12 (7) 0,00 0,00 0,00 0,00insulina vegetal 0,04 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00jambú 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00manjericão 0,26 (5) 0,00 0,00 0,00 0,00melissa 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00menta B1,B2 0,004 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00mil folhas 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)orégano 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00panacéia 0,00 0,24 (12) 0,00 0,00 0,00Passiflora F2 0,00 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00Passiflora G3 0,12 (10) 0,00 0,06 (2) 0,00 0,01 (1)Passiflora H3 0,02 (1) 0,00 0,01 (1) 0,03 (1) 0,00PassifloraH2 0,02 (1) 0,00 0,02 (1) 0,00 0,00vique 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00*Não significativo pelo teste F a 5 % de significância.

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Tabela 4. Números médio e máximo (x)/folha observados de tisanópteros, ortópteros, mantódeos,Syrphidae (Diptero) e aracnídeos observados em plantas medicinais. Fevereiro de 2001 adezembro de 2002. Montes Claros-MG, Brasil.Plantas medicinais Tripes* Gafanhot

o*Grilo Louva

DeusSyrphidae

*aranhas*

alecrim 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,03 (1)alecrim da vargem 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00alfavaca 0,00 0,02 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00alfavaca C10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)alfavaca C12 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00alfavaca D11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)arnica 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)arruda 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 (2)artemísia 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)babosa E3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)boldo NCA 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00calêndula 0,06 (5) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 (2)caninha do brejo 0,00 0,00 0,00 0,01 (1) 0,01 (1) 0,01 (1)capeba 0,00 0,02 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00capim santo 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00carqueja 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)cidreira H8, H7 0,00 0,003 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00citronela 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 (1)confrei 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)dente de leão 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)erva baleira 0,00 0,03 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00espinheira santa 0,00 0,03 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00falso jaborandí 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)funcho 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)gervão 0,00 0,02 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00jambú 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)losna 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)marcelinha 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)menta A1,A2 0,00 0,01 (1) 0,003 (1) 0,00 0,00 0,01 (2)menta B1,B2 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00methiolate 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00mil folhas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)orégano 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)sálvia 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)sete dores 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,00temperão 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)vique 0,00 0,01 (1) 0,00 0,00 0,00 0,01 (1)*Não significativo pelo teste F a 5 % de significância.

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