XI JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2011 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.

1-Primeiro autor é Discente do curso de Agronomia da Unidade Acadêmica de Garanhuns- UFRPE/UAG. Av. Bom Pastor, s/n, Boa Vista, Garanhuns-PE, CEP 55.292-270. E-mail: francis-henrique@hotmail.com 2- Segundo autor é Discente do curso de Agronomia da Unidade Acadêmica de Garanhuns- UFRPE/UAG. Av Bom Pastor, s/n, Boa Vista, Garanhuns- PE, CEP 55.292-270. 3- Terceiro autor é Discente do curso de Agronomia da Unidade Acadêmica de Garanhuns- UFRPE/UAG. Av Bom Pastor, s/n, Boa Vista, Garanhuns-PE, CEP 55.292-270 4- Quarto autor é Discente do curso de Agronomia da Unidade Acadêmica de Garanhuns- UFRPE/UAG. Av Bom Pastor, s/n, Boa Vista, Garanhuns-PE, CEP 55.292-270 5- Quinto autor é Professora adjunto III da Unidade Acadêmica de Garanhuns- UFRPE/UAG. Av. Bom Pastor, s/n, Boa Vista, Garanhuns-PE, CEP 55.292-270.

LEVANTAMENTO DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS NO MUNICÍPIO DE CORTÊS-PE.

Francis Henrique Tenório Firmino¹,Jéssica Rafaella de Souza Oliveira2, Franciele Nayara da Silva Monteiro 3,

Emanuella Soares de Matto4, Josabete Salgueiro Bezerra de Carvalho5.

INTRODUÇÃO O uso terapêutico de plantas, com poderes de curas ou preventivos, chama cada vez mais a atenção devido à boa parte da população ter tido experiência com as mesmas desenvolvendo desde um simples chá com plantas coletadas em seus quintais a grandes fornecedores para a industrialização dos mesmos. Segundo a Organização Mundial de Saúde, planta medicinal é qualquer planta que possua em um ou em vários de seus órgãos, substancias usadas com finalidade terapêutica, ou que estas substâncias sejam ponto de partida para a síntese de produtos químicos e farmacêuticos. Pode-se dizer também que planta medicinal é qualquer vegetal capaz de produzir substâncias biologicamente ativas sendo usadas como medicamentos [1] ou que apresente um ou mais princípios ativo capaz de promover atividades terapêuticas [2]. Albuquerque (2002) assinala que todas as ciências que se ocupam de investigar a relação pessoas/plantas estão preocupadas em registrar e conhecer as estratégias e conhecimentos dos povos locais, procurando também usar essa informação em benefício dessas próprias pessoas. Nesse contexto, os estudos relacionados com a medicina popular têm merecido cada vez maior atenção, em virtude da gama de informações e esclarecimento à ciência [3]. Assim, esses estudos constituem-se de grande importância para o aprimoramento dos conhecimentos acerca do uso de plantas no tratamento de doenças que as populações estão submetidas, aqui em especial aquelas populações instaladas na Zona da Mata Sul Pernambucana. Os trabalhos de levantamentos sobre plantas usadas no Nordeste indicam que pelo menos 300 espécies são reconhecidas como medicinais, contudo quando vamos observar as que realmente são utilizadas, verificamos que a população conta no seu dia-a-dia com pouco mais que 30 plantas que são cultivadas em seus quintais. Essas pequenas criações, cultivadas nos quintais, tem a finalidade de resolver pequenos problemas de saúde, que as populações se deparam corriqueiramente. O presente trabalho teve por objetivo realizar o levantamento das plantas medicinais cultivadas nos quintais dos moradores do município de Cortês – PE.

Material e métodos Os trabalhos de campo foram conduzidos no período compreendido entre janeiro e fevereiro de 2011, no município de Cortês-PE, distante a 94 km da capital Recife [4]. As entrevistas foram realizadas semanalmente. Foram amostradas as plantas utilizadas como medicinais pelos moradores de diferentes partes do município. Foram distribuídos 50 questionários, aleatoriamente aos moradores do município de Cortês, os domicílios que detinham de pelo menos dez plantas medicinais, foram visitados para o registro através de fotos (figura 01), onde fora observado uma grande diversidade de plantas, geralmente estes domicílios são pontos conhecidos pela população que visavam suas propriedades através da popularidade e sabendo onde encontrar plantas para suas necessidades corriqueiras. Para cada planta amostrada anotaram-se em caderneta informações relevantes para o reconhecimento das espécies além de dados referentes à(s) parte(s) utilizada(s) da planta, suas respectivas finalidades e procedência, para posteriormente serem avaliadas. Resultados e Discussão A partir dos questionários 76% dos entrevistados detém em sua propriedade de pelo menos uma espécie de planta medicinal. Para fazer uso das plantas, os entrevistados mencionaram que procuram informações com amigos, familiares ou parentes, e a partir destas, fazem uso para algum tipo de enfermidade. Quando diz respeito ao porque, do cultivo destas plantas, cerca de 98% afirmam que “Detém destas, como recurso rápido na amenização de alguma enfermidade, e na ausência farmacêutica utiliza as plantas a partir dos conhecimentos adquirido por seus pais”. Foram identificadas 16 espécies (tabela 01). As pesquisas ainda revelam que as plantas medicinais adquiridas com maior freqüência são aquelas utilizadas como calmante, analgésicos, e problemas digestivos, a partir dos conhecimentos populares foram listados algumas indicações terapêuticas (Tabela 01). No que se refere às formas de uso, os resultados aqui obtidos, observou a predominância dos chás. Na utilização das partes da planta o maior índice é das folhas (tabela 01).

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Observa-se a grande diversidade de plantas com caráter medicinal no município. Nos quintais são cultivadas principalmente plantas herbáceas (hortelã – miúda, hortelã – graúda, capim – santo, cidreira, algumas plantas arbustivas como a alcachofra e a romã, e dependendo do espaço livre em torno da residência é plantada alguma arbórea como é o caso da aroeira, goiabeira e cajueiro. REFERÊNCIAS [1] CASTRO, H.G. & FERREIRA, F.A. 2000. Contribuição ao

estudo das plantas medicinais carqueja (Baccharis

genistelloides). Viçosa, MG: UFV, imprensa universitária. [2] MARTINS, E.R.; CASTRO, D.M.; CASTELLANI,

DC.;DIAS,J.E. Plantas medicinais. Viçosa: Ed. Imprensa universitaria.

[3] SHELDON, G. Conhecimento de diversidade de plantas terrestres do Brasil. In: Lewilsohn, T.M. & P.L. Prado. Biodiversidade Brasileira.

[4] IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Figura 1. Registro de algumas espécies de plantas medicinais dos quintais do Municipio de Cortês-PE.

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Tabela 1. Espécies de Plantas Medicinais Utilizadas no Município de Cortês-PE, como também a parte

utilizada e indicação terapêutica.

Espécie – Família Parte Utilizada Indicação Terapêutica:

Aceroleira (Malpighia glabra L.) -

Malpighiaceae

Folhas Gripes e Resfriados

Alcachofra ( Vernonia condensata L.) -

Asteraceae

Folhas Problemas digestivos

Aroeira ( Schinus terebinthifolius Raddi)

– Anacardiácea

Casca Inflamações da garganta e genitália

feminina

Arruda ( Ruta graveolens L.) – Rutaceae Folha Mal estar; Dor de ouvido

Babosa ( Aloe sp.) - Liliaceae Folha Cicatrize

Cana-de-macaco (Costus spiralis Rosc.) –

Costaceae

Folha Diurético

Capim santo (Cymbopogon citratus (DC.)

Stapaf.) – Poaceae

Folha Calmante

Erva – cidreira ( Lipppia Alba(Mill)N,E,

Br. –Verbenaceae

Folha Calmante

Erva – doce (Pimpinella anisum L.)

Apiaceae

Folha Cólicas intestinais/gases

Goiabeira ( Psidium guajava L) –

Myrtaceae

Folhas e Fruto Infecção intestinais

Hortelã-graúda (Plectranthus amboinicus

(Lour) Spreng.) – Lamiaceae

Folha Expectorante

Hortelã-miúda (Mentha piperita L.) –

Lamiaceae

Folha Amebiase; Cólicas

Mastruz (Chenopodium ambrosioides L.)

– Chenopodiaceae

Toda Planta Expectorante/verminoses

Pitangueira (Eugenia uniflora L.) Folha Infecções intestinais

Trançagem (Plantago major L.) –

Plantaginaceae

Folha e Casca Dor de garaganta / Cicatrizante

Romãzeira (Punica granatum L.) fruto Dor de garganta