letras taquarenses nº 60 * antonio cabral filho - rj

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HAICAIS Botão orvalhado Fulgura ao sol da manhã: Canteiro de rosas. Ângela Guerra - SF nº02¹2014 Mordida a pêra, O rapaz se estica todo: Abundante suco. Manoel F. Menendez SP Dessas flores murchas, Se entorno a água do vaso, Virão novas flores. Neide Rocha Portugal PR Há pouco chovia Agora apenas o vento É dono da rua. Humberto Del Maestro ES Sertão nordestino, Fogueiras, fogos, bebidas... Noite de São João. João Batista serra-Ce Pássaro azul, Na contenção do seu vôo, Sobra perspicácia. Na manhã de domingo, Passeio a colher flores: Só trouxe gardênia. Aí vem setembro: Crianças querem saber Quando é Cosme-e-Damião. Tapete de cores Para alguma santidade: Paineiras floridas. Sanhaço perscruta, Silente, meu mamoeiro: Tem mamão devês. Caminho do mar: A navalha no meu rosto, Corta que nem gelo. Trilha do mosteiro: O andarilho vai convicto, Buscar paz de espírito. Vai de galho em galho, Pára, olha, me vigia: Esquilo mineiro... Cai um temporal Sobre o calor de domingo: São águas de março. Chove em Parati: Mil peixinhos vêm à tona, Provar outras águas. Antonio Cabral Filho RJ TROVAS Felicidade, um evento, Uma graça fugidia... Como lufada de vento, Passa por nós, algum dia! Fernando Vasconcelos Pr Desse jeito, esperneando, Considero-te a criança, Que sempre tenta chorando Quando o que quer não alcança João Batista Serra CE Dê-se ao jovem liberdade Para sem medo ele ousar. - É no ardor da mocidade Que o sonho aprende a voar. A. A. de Assis - PR Raia o dia, terno e lindo, Piam na mata, nambus, E o sol acorda sorrindo Dentro de um ninho de luz. Humberto Del Maestro ES Se a tua cruz é pesada, E vives só de lamento, Hás de encontrar pela estrada Outros com amis sofrimento. Jessé Nascimento RJ A lenda de Cantagalo, Encontro mui benfazejo: Do belo canto do galo Com o nome do lugarejo. Henny Kropf RJ Não confies no destino, Pois na última viagem Não vale o desatino, Bondade vira passagem. Osael de Carvalho RJ Pintei o sete contigo, Na minha imaginação; Agora, pra meu castigo, Te tenho no coração. Arlindo Nóbrega SP Eu velejo mar adentro, Sem temer a tempestade, Indo em busca do meu centro A toda velocidade. Ivone Vebber RS Nesta pedra está gravada Toda a minha emoção De saber que não sou nada Além de mera ilusão. Silvério da Costa SC Urubu sobre o telhado E voando abertamente Ficou muito bem olhado Pelo suspiro da gente. Franc Assis Nascimento - Go Ao brincar com seu cabelo E puxar o seu vestido, Vento sede a um sexy apelo E revela ter crescido. Olivaldo Júnior SP Ano VIII nº60 Outubro 2014 Distribuição Gratuita Editor: Antonio Cabral Filho Rua São Marcelo, 50/202 Rio de Janeiro RJ Cep 22.780-300 Email: [email protected] http://blogdopoetacabral.blogspot.com.br / http://letrastaquarenses.blogspot.com.br Filiado à FEBAC

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letras taquarenses, fanzine literario, poesia, antonio cabral filho

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  • HAICAIS

    Boto orvalhado

    Fulgura ao sol da manh:

    Canteiro de rosas.

    ngela Guerra - SF n022014

    Mordida a pra,

    O rapaz se estica todo:

    Abundante suco.

    Manoel F. Menendez SP

    Dessas flores murchas,

    Se entorno a gua do vaso,

    Viro novas flores.

    Neide Rocha Portugal PR

    H pouco chovia Agora apenas o vento

    dono da rua.

    Humberto Del Maestro ES

    Serto nordestino,

    Fogueiras, fogos, bebidas...

    Noite de So Joo.

    Joo Batista serra-Ce

    Pssaro azul,

    Na conteno do seu vo,

    Sobra perspiccia.

    Na manh de domingo,

    Passeio a colher flores:

    S trouxe gardnia.

    A vem setembro:

    Crianas querem saber

    Quando Cosme-e-Damio.

    Tapete de cores

    Para alguma santidade:

    Paineiras floridas.

    Sanhao perscruta,

    Silente, meu mamoeiro:

    Tem mamo devs.

    Caminho do mar:

    A navalha no meu rosto,

    Corta que nem gelo.

    Trilha do mosteiro:

    O andarilho vai convicto,

    Buscar paz de esprito.

    Vai de galho em galho,

    Pra, olha, me vigia:

    Esquilo mineiro...

    Cai um temporal

    Sobre o calor de domingo:

    So guas de maro.

    Chove em Parati:

    Mil peixinhos vm tona,

    Provar outras guas.

    Antonio Cabral Filho RJ

    TROVAS

    Felicidade, um evento,

    Uma graa fugidia...

    Como lufada de vento,

    Passa por ns, algum dia!

    Fernando Vasconcelos Pr

    Desse jeito, esperneando,

    Considero-te a criana,

    Que sempre tenta chorando

    Quando o que quer no alcana

    Joo Batista Serra CE

    D-se ao jovem liberdade

    Para sem medo ele ousar.

    - no ardor da mocidade

    Que o sonho aprende a voar.

    A. A. de Assis - PR

    Raia o dia, terno e lindo,

    Piam na mata, nambus,

    E o sol acorda sorrindo

    Dentro de um ninho de luz.

    Humberto Del Maestro ES

    Se a tua cruz pesada,

    E vives s de lamento,

    Hs de encontrar pela estrada

    Outros com amis sofrimento.

    Jess Nascimento RJ

    A lenda de Cantagalo,

    Encontro mui benfazejo:

    Do belo canto do galo

    Com o nome do lugarejo.

    Henny Kropf RJ

    No confies no destino,

    Pois na ltima viagem

    No vale o desatino,

    Bondade vira passagem.

    Osael de Carvalho RJ

    Pintei o sete contigo,

    Na minha imaginao;

    Agora, pra meu castigo,

    Te tenho no corao.

    Arlindo Nbrega SP

    Eu velejo mar adentro,

    Sem temer a tempestade,

    Indo em busca do meu centro

    A toda velocidade.

    Ivone Vebber RS

    Nesta pedra est gravada

    Toda a minha emoo

    De saber que no sou nada

    Alm de mera iluso.

    Silvrio da Costa SC

    Urubu sobre o telhado

    E voando abertamente

    Ficou muito bem olhado

    Pelo suspiro da gente.

    Franc Assis Nascimento - Go

    Ao brincar com seu cabelo

    E puxar o seu vestido,

    Vento sede a um sexy apelo

    E revela ter crescido.

    Olivaldo Jnior SP

    Ano VIII n60 Outubro 2014 Distribuio Gratuita Editor: Antonio Cabral Filho

    Rua So Marcelo, 50/202 Rio de Janeiro RJ Cep 22.780-300 Email: [email protected] http://blogdopoetacabral.blogspot.com.br / http://letrastaquarenses.blogspot.com.br Filiado FEBAC

  • OS ESPELHOS

    Os espelhos que vivem em mim

    Encontram nos seus olhos

    O afeto, o silncio

    E a sinceridade.

    Espelho

    Minha imagem pelo ar,

    Solto os impulsos

    Nos fios de ternura

    E me alimento dos desejos

    Que moram em sua pele.

    Luiz Fernandes da Silva - Pb

    Primavera

    Hibiscos vermelhos floridos

    Pinhados de beija-flores.

    Selmo Vasconcellos RO

    PAUTA

    Solam guitarras

    Sutis enlevos

    Alcois

    Ventrloquos

    meia voz flutuam

    Inevitvel silncio

    A sede e a fome sacio

    Imaginria paisagem

    Balem ovelhas ao longe

    Incompleto

    O meu nome balbucio

    Dias semanas no sei

    Quiprocs

    Tartamudo repasso

    Notas de uma cano

    Hlvio Lima MG

    LONGA ESTRADA

    Todo poeta

    Tem a cabea cheia

    De letras,

    Palavras, frases,

    Pensamentos loucos,

    Que tenta, com a mo,

    Colocar no papel,

    Na mquina de escrever,

    No teclado do PC.

    Porm, como longa

    E acidentada a estrada

    Entre a cabea e a mo

    do poeta!

    Araci Barreto RJ

    OCULTO

    Visto ao longe

    Sou nebuloso

    Como alto da serra

    Em dia cinza,

    Coberto

    Meu verde-mistrio

    S pra quem v de perto.

    Marlos Degani RJ

    BLA-BLA-BLA

    Bla-bla-bla

    Bla-bla-bla

    Existe muita gente no senado

    Bla-bla-bla

    Bla-bla-bla

    Muita gente na

    Cmara dos deputados

    Bla-bla-bla

    Bla-bla-bla

    Muita gente com fome

    Sem casa

    Bla-bla-bla

    Bla-bla-bla

    De dois em dois anos eleies

    Bla-bla-bla

    Bla-bla-bla

    Bla-bla-bla

    Lrian Tabosa RJ

    POEMAS DO TOUCH

    Pssaros no ninho:

    Novas vidas que iluminam

    Os olhinhos do menino.

    GUERREIRA ILUMINADA

    Aqum do escuro silncio

    Servido em redomas azuis;

    No sorriso da guerreira

    Brilha a lcida trincheira

    Em versos de ira e luz.

    FRUTA

    Eu te amo como quando

    Saboreio as fruta madura,

    Na cumplicidade da degustao.

    Te amo como quando

    Mordo com prazer.

    Enterrando os dentes

    Em polpas e fibras

    Amparando o sumo

    Na ponta da lngua.

    Amar

    a consistncia da semente.

    Gnese.

    CHAMA

    A saudade azul...

    Cinzentas

    So as tempestades.

    Que rabis na alma...

    Antonio Luiz Lopes Touch SP

    AMANHECE

    Orvalho cai

    Gotas de mel

    De teus lbios

    De rosa

    Eu beija-flor

    Sugo-te o

    Doce

    Fao-te prosa

    Semramis Reis RJ

    SALDO ESCASSO

    Aps devorar

    A sagrada esperana

    De Agostinho Neto,

    Com gosto de suor africano

    Explorado em solo brasileiro,

    Regada a muito caf

    E mergulhado em insnia,

    Vou passear no quintal

    Ver se colho um poema

    Ou o sal da escassez.

  • NOITE

    Depois de trabalhar

    O dia inteiro

    A noite fica exausta

    E se dependura

    L do cu sobre ns

    E dorme como os morcegos...

    por isso que acordamos

    Chamuscados de escurido.

    METAPOTICA

    De tanto

    Alavancar o poema

    Acabei pavimentando

    O verso

    E instalando a poesia

    Sempre no ponto final.

    COMPLEXO DE KAFKA

    No fossem os calafrios

    Da pobre coitada me

    Que vivia em panos quentes

    Pra manter seu pai

    Em banho-maria

    Teramos mais psicanalistas

    Tentando livrar as pessoas

    Dos estados parasitrios

    E Kafka transformado

    em barata.

    LARGO DA BATALHA

    J diz tudo

    O nome do local

    Que nos lembra

    Algo longe

    Transido de combates

    E ainda agora

    Nos seus arredores

    Chegam avisos da plvora:

    Seguem escaramuas

    Por seu corpo escarpado,

    Todo respingado de rubro.

    PONTO CEM RIS

    No sei quantos reis

    Passaram por este ponto

    E no sei ainda

    Se era sem ris

    Caso houvesse pedgio

    Transitar livremente.

    ENQUETE

    O vov anarquista

    Perguntou para o netinho

    Se acreditava em Papai Noel:

    - Por qu, vai me dar presente?

    Inquiriu o garoto, todo serelepe,

    Enquanto o av confabulava

    Com seus bigodes:

    - Que menino materialista!

    ANTI GULLAR

    Intil a luta corporal

    Sem poemas concretos

    Sobre romances de cordel

    A ss dentro da noite veloz

    Pra cometer poema sujo

    E acender uma luz no cho

    Em plena vertigem do dia

    Causar crime na flora

    E sair por a fazendo barulhos

    Com muitas vozes

    E argumentao contra

    A morte da arte

    Pleno de antologias...

    HORA DA RVOLUO

    hora da revoluo!

    hora da revoluo!

    No! No nenhum

    Sinal dos tempos

    Nem devido queda

    De algum ditador.

    que eu vi

    Um homem no nibus

    Lendo o Manifesto Comunista.

    PRMIO JUSTO

    Corredor polons

    S para o maldito inventor

    Do corredor polons,

    Que eu fui.....

    CACETE BAIANO

    Depois de apanhar

    At gato morto miar,

    Por dizer gracinhas

    Para a menina dos olhos

    Do paizo ciumento,

    Diz que ganhou

    O maior cacete baiano.

    APROPRIAO INDBITA

    Eu sei que o boca-a-boca

    a melhor propaganda,

    Mas no adianta resmungos

    Nem choro pelos cantos.

    S devolvo o beijo

    Que te roubei dormindo,

    Se vieres tom-lo

    Boca-a-boca...

    DEUSES DE PAUPRIA

    Era uma cidade

    Fundada por ATA

    E l estava escrito:

    Artigo nico

    Aqui todos somos felizes,

    Pela graa dos deuses.

    E todos tudo fazem

    Para o bem de todos.

    nico Revogam-se as disposies em contrrio.

    POEMINHO IDEOLGICO

    Comunismo:

    Voc, foi-se....

    Eu martelo,

    Hasta la revolucin !

    Antonio Cabral Filho RJ

    HAICAISBoto orvalhadoFulgura ao sol da manh:Canteiro de rosas.ngela Guerra - SF n022014Mordida a pra,O rapaz se estica todo:Abundante suco.Manoel F. Menendez SPDessas flores murchas,Se entorno a gua do vaso,Viro novas flores.Neide Rocha Portugal PRH pouco chovia Agora apenas o vento dono da rua.Humberto Del Maestro ESSerto nordestino,Fogueiras, fogos, bebidas...Noite de So Joo.Joo Batista serra-CeCaminho do mar:A navalha no meu rosto,Corta que nem gelo.Trilha do mosteiro:O andarilho vai convicto,Buscar paz de esprito.Vai de galho em galho,Pra, olha, me vigia:Esquilo mineiro...Cai um temporalSobre o calor de domingo:So guas de maro.Chove em Parati:Mil peixinhos vm tona,Provar outras guas.Antonio Cabral Filho RJTROVASFelicidade, um evento,Uma graa fugidia...Como lufada de vento,Passa por ns, algum dia!Fernando Vasconcelos PrDesse jeito, esperneando,Considero-te a criana,Que sempre tenta chorandoQuando o que quer no alcanaJoo Batista Serra CED-se ao jovem liberdadePara sem medo ele ousar.- no ardor da mocidadeQue o sonho aprende a voar.A. A. de Assis - PRRaia o dia, terno e lindo,Piam na mata, nambus,E o sol acorda sorrindoDentro de um ninho de luz.Humberto Del Maestro ESSe a tua cruz pesada,E vives s de lamento,Hs de encontrar pela estradaOutros com amis sofrimento.Jess Nascimento RJA lenda de Cantagalo,Encontro mui benfazejo:Do belo canto do galoCom o nome do lugarejo.Henny Kropf RJUrubu sobre o telhadoE voando abertamenteFicou muito bem olhadoPelo suspiro da gente.Franc Assis Nascimento - GoAo brincar com seu cabeloE puxar o seu vestido,Vento sede a um sexy apeloE revela ter crescido.Olivaldo Jnior SPOS ESPELHOSOs espelhos que vivem em mimEncontram nos seus olhosO afeto, o silncioE a sinceridade.EspelhoMinha imagem pelo ar,Solto os impulsosNos fios de ternuraE me alimento dos desejosQue moram em sua pele.Luiz Fernandes da Silva - PbPrimaveraHibiscos vermelhos floridosPinhados de beija-flores.Selmo Vasconcellos ROPAUTASolam guitarrasSutis enlevosAlcoisVentrloquos meia voz flutuamInevitvel silncioA sede e a fome sacioImaginria paisagemBalem ovelhas ao longeIncompletoO meu nome balbucioDias semanas no seiQuiprocsTartamudo repassoNotas de uma canoHlvio Lima MGLONGA ESTRADATodo poetaTem a cabea cheiaDe letras,Palavras, frases,Pensamentos loucos,Que tenta, com a mo,Colocar no papel,Na mquina de escrever,No teclado do PC.Porm, como longaE acidentada a estradaEntre a cabea e a modo poeta!Araci Barreto RJOCULTOVisto ao longeSou nebulosoComo alto da serraEm dia cinza,CobertoMeu verde-mistrioS pra quem v de perto.Marlos Degani RJBLA-BLA-BLABla-bla-blaBla-bla-blaExiste muita gente no senadoBla-bla-blaBla-bla-blaMuita gente naCmara dos deputadosBla-bla-blaBla-bla-blaMuita gente com fomeSem casaBla-bla-blaBla-bla-blaDe dois em dois anos eleiesBla-bla-blaBla-bla-blaBla-bla-blaLrian Tabosa RJPOEMAS DO TOUCHPssaros no ninho:Novas vidas que iluminamOs olhinhos do menino.GUERREIRA ILUMINADAAqum do escuro silncioServido em redomas azuis;No sorriso da guerreiraBrilha a lcida trincheiraEm versos de ira e luz.FRUTAEu te amo como quandoSaboreio as fruta madura,Na cumplicidade da degustao.Te amo como quandoMordo com prazer.Enterrando os dentesEm polpas e fibrasAmparando o sumoNa ponta da lngua.Amar a consistncia da semente.Gnese.CHAMAA saudade azul...CinzentasSo as tempestades.Que rabis na alma...Antonio Luiz Lopes Touch SPAMANHECEOrvalho caiGotas de melDe teus lbiosDe rosaEu beija-florSugo-te oDoceFao-te prosaSemramis Reis RJSALDO ESCASSOAps devorarA sagrada esperanaDe Agostinho Neto,Com gosto de suor africanoExplorado em solo brasileiro,Regada a muito cafE mergulhado em insnia,Vou passear no quintalVer se colho um poemaOu o sal da escassez.NOITEDepois de trabalharO dia inteiroA noite fica exaustaE se dependuraL do cu sobre nsE dorme como os morcegos... por isso que acordamosChamuscados de escurido.METAPOTICADe tantoAlavancar o poemaAcabei pavimentandoO versoE instalando a poesiaSempre no ponto final.COMPLEXO DE KAFKANo fossem os calafriosDa pobre coitada meQue vivia em panos quentesPra manter seu paiEm banho-mariaTeramos mais psicanalistasTentando livrar as pessoasDos estados parasitriosE Kafka transformadoem barata.LARGO DA BATALHAJ diz tudoO nome do localQue nos lembraAlgo longeTransido de combatesE ainda agoraNos seus arredoresChegam avisos da plvora:Seguem escaramuasPor seu corpo escarpado,Todo respingado de rubro.PONTO CEM RISNo sei quantos reisPassaram por este pontoE no sei aindaSe era sem risCaso houvesse pedgioTransitar livremente.ENQUETEO vov anarquistaPerguntou para o netinhoSe acreditava em Papai Noel:- Por qu, vai me dar presente?Inquiriu o garoto, todo serelepe,Enquanto o av confabulavaCom seus bigodes:- Que menino materialista!ANTI GULLARIntil a luta corporalSem poemas concretosSobre romances de cordelA ss dentro da noite velozPra cometer poema sujoE acender uma luz no choEm plena vertigem do diaCausar crime na floraE sair por a fazendo barulhosCom muitas vozesE argumentao contraA morte da artePleno de antologias...HORA DA RVOLUO hora da revoluo! hora da revoluo!No! No nenhumSinal dos temposNem devido quedaDe algum ditador. que eu viUm homem no nibusLendo o Manifesto Comunista.PRMIO JUSTOCorredor polonsS para o maldito inventorDo corredor polons,Que eu fui.....CACETE BAIANODepois de apanharAt gato morto miar,Por dizer gracinhasPara a menina dos olhosDo paizo ciumento,Diz que ganhouO maior cacete baiano.APROPRIAO INDBITAEu sei que o boca-a-boca a melhor propaganda,Mas no adianta resmungosNem choro pelos cantos.S devolvo o beijoQue te roubei dormindo,Se vieres tom-loBoca-a-boca...DEUSES DE PAUPRIAEra uma cidadeFundada por ATAE l estava escrito:Artigo nico Aqui todos somos felizes,Pela graa dos deuses.E todos tudo fazemPara o bem de todos. nico Revogam-seas disposies em contrrio.POEMINHO IDEOLGICOComunismo:Voc, foi-se....Eu martelo,Hasta la revolucin !Antonio Cabral Filho RJ