letras taquarenses nº 59 * antonio cabral filho - rj
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Letras Taquarenses eh um fanzine literario, publica poesia, conto, cronica, literatura, eh editado por antonio cabral filho,TRANSCRIPT
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HAICAIS
Nvoa esbranquiada
Cobre a orla da praia Inverno no litoral.
Cida Micossi SP
Vento frio, aonde
Quer ir? Instala-se, hirto,
Num talo de grama.
rico Verssimo RS
Tombam metralhas,
Vicejam flores verdes!
Brilho de prata!
Maria Jos Dias - ??
Roda de crianas:
Gafanhoto seguro
Pelas pernas.
Manoel F. Menendez SP
Dessas flores murchas,
Se entorno a gua do vaso,
Viro novas flores.
Neide Rocha Portugal PR
Logo aps a chuva,
Um momentinho de sol.
Varais enfeitados.
Humberto Del Maestro ES
Traando no cu
O desenho de uma cruz,
Andorinhas partem.
Renata Paccola SP
Robalo difcil
De ser pescado de anzol,
Acaba na rede.
Joo Batista serra-Ce
Tremelica a folha:
Na folhagem atrs de casa,
Borboleta pousa.
Olivaldo Junior SP
Na histria, o grito
L nas margens do Ipiranga...
Hoje s detrito.
Eliana Ruiz Jimenez SC
Pssaro azul,
Na conteno do seu vo,
Sobra perspiccia.
Na manh de domingo,
Passeio a colher flores:
S trouxe gardnia.
A vem setembro:
Crianas querem saber
Quando Cosme-e-Damio.
Tapete de cores
Para alguma santidade:
Paineiras floridas.
Sanhao perscruta,
Silente, meu mamoeiro:
Tem mamo devs.
Caminho do mar:
A navalha no meu rosto,
Corta que nem gelo.
Trilha do mosteiro:
O andarilho vai convicto,
Buscar paz de esprito.
Vai de galho em galho,
Pra, olha, me vigia:
Esquilo mineiro...
Cai um temporal
Sobre o calor de domingo:
So guas de maro.
Chove em Parati:
Mil peixinhos vm tona,
Provar outras guas.
Antonio Cabral Filho RJ
TROVAS
Felicidade, um evento,
Uma graa fugidia...
Como lufada de vento,
Passa por ns, algum dia!
Fernando Vasconcelos Pr
Desse jeito, esperneando,
Considero-te a criana,
Que sempre tenta chorando
Quando o que quer no alcana
Joo Batista Serra CE
As guerras, fome, violncia,
Descontrole universal,
So tragdias sem clemncia,
Desrespeitando o NATAL.
Elza Meireles Chola SP
D-se ao jovem liberdade
Para sem medo ele ousar.
- no ardor da mocidade
Que o sonho aprende a voar.
A. A. de Assis - PR
Raia o dia, terno e lindo,
Piam na mata, nambus,
E o sol acorda sorrindo
Dentro de um ninho de luz.
Humberto Del Maestro ES
Se a tua cruz pesada,
E vives s de lamento,
Hs de encontrar pela estrada
Outros com amis sofrimento.
Jess Nascimento RJ
A lenda de Cantagalo,
Encontro mui benfazejo:
Do belo canto do galo
Com o nome do lugarejo.
Henny Kropf RJ
Ano VIII n59 Setembro 2014 Distribuio Gratuita Editor: Antonio Cabral Filho
Rua So Marcelo, 50/202 Rio de Janeiro RJ Cep 22.780-300 Email: [email protected] http://blogdopoetacabral.blogspot.com.br / http://letrastaquarenses.blogspot.com.br Filiado FEBAC
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No confies no destino,
Pois na ltima viagem
No vale o desatino,
Bondade vira passagem.
Osael de Carvalho RJ
Pintei o sete contigo,
Na minha imaginao;
Agora, pra meu castigo,
Te tenho no corao.
Arlindo Nbrega SP
Eu velejo mar adentro,
Sem temer a tempestade,
Indo em busca do meu centro
A toda velocidade.
Ivone Vebber RS
Nesta pedra est gravada
Toda a minha emoo
De saber que no sou nada
Alm de mera iluso.
Silvrio da Costa SC
Uma lgrima que escorre
Trs mil brilho prpria face,
Se a cada sonho que morre
H um novo sonho que nasce.
Renata Paccola SP
Urubu sobre o telhado
E voando abertamente
Ficou muito bem olhado
Pelo suspiro da gente.
Franc Assis Nascimento - Go
Ao brincar com seu cabelo
E puxar o seu vestido,
Vento sede a um sexy apelo
E revela ter crescido.
Olivaldo Jnior SP
Quando, manh, bem cedinho,
Abrindo os olhos desperto,
Atravs do teu carinho
Vejo logo um cu aberto.
Walter Siqueira RJ
LONGA ESTRADA
Todo poeta
Tem a cabea cheia
De letras,
Palavras, frases,
Pensamentos loucos,
Que tenta, com a mo,
Colocar no papel,
Na mquina de escrever,
No teclado do PC.
Porm, como longa
E acidentada a estrada
Entre a cabea e a mo
do poeta!
Araci Barreto RJ
OCULTO
Visto ao longe
Sou nebuloso
Como alto da serra
Em dia cinza,
Coberto
Meu verde-mistrio
S pra quem v de perto.
Marlos Degani RJ
BLA-BLA-BLA
Bla-bla-bla
Bla-bla-bla
Existe muita gente no senado
Bla-bla-bla
Bla-bla-bla
Muita gente na
Cmara dos deputados
Bla-bla-bla
Bla-bla-bla
Muita gente com fome
Sem casa
Bla-bla-bla
Bla-bla-bla
De dois em dois anos eleies
Bla-bla-bla
Bla-bla-bla
Bla-bla-bla
Lrian Tabosa RJ
POEMAS DO TOUCH
Pssaros no ninho:
Novas vidas que iluminam
Os olhinhos do menino.
GUERREIRA ILUMINADA
Aqum do escuro silncio
Servido em redomas azuis;
No sorriso da guerreira
Brilha a lcida trincheira
Em versos de ira e luz.
FRUTA
Eu te amo como quando
Saboreio as fruta madura,
Na cumplicidade da degustao.
Te amo como quando
Mordo com prazer.
Enterrando os dentes
Em polpas e fibras
Amparando o sumo
Na ponta da lngua.
Amar
a consistncia da semente.
Gnese.
CHAMA
A saudade azul...
Cinzentas
So as tempestades.
Que rabis na alma...
Antonio Luiz Lopes Touch SP
SALDO ESCASSO
Aps devorar
A sagrada esperana
De Agostinho Neto,
Com gosto de suor africano
Explorado em solo brasileiro,
Regada a muito caf
E mergulhado em insnia,
Vou passear no quintal
Ver se colho um poema
Ou o sal da escassez.
-
NOITE
Depois de trabalhar
O dia inteiro
A noite fica exausta
E se dependura
L do cu sobre ns
E dorme como os morcegos...
por isso que acordamos
Chamuscados de escurido.
METAPOTICA
De tanto
Alavancar o poema
Acabei pavimentando
O verso
E instalando a poesia
Sempre no ponto final.
COMPLEXO DE KAFKA
No fossem os calafrios
Da pobre coitada me
Que vivia em panos quentes
Pra manter seu pai
Em banho-maria
Teramos mais psicanalistas
Tentando livrar as pessoas
Dos estados parasitrios
E Kafka transformado
em barata.
LARGO DA BATALHA
J diz tudo
O nome do local
Que nos lembra
Algo longe
Transido de combates
E ainda agora
Nos seus arredores
Chegam avisos da plvora:
Seguem escaramuas
Por seu corpo escarpado,
Todo respingado de rubro.
PONTO CEM RIS
No sei quantos reis
Passaram por este ponto
E no sei ainda
Se era sem ris
Caso houvesse pedgio
Transitar livremente.
ENQUETE
O vov anarquista
Perguntou para o netinho
Se acreditava em Papai Noel:
- Por qu, vai me dar presente?
Inquiriu o garoto, todo serelepe,
Enquanto o av confabulava
Com seus bigodes:
- Que menino materialista!
ANTI GULLAR
Intil a luta corporal
Sem poemas concretos
Sobre romances de cordel
A ss dentro da noite veloz
Pra cometer poema sujo
E acender uma luz no cho
Em plena vertigem do dia
Causar crime na flora
E sair por a fazendo barulhos
Com muitas vozes
E argumentao contra
A morte da arte
Pleno de antologias...
HORA DA RVOLUO
hora da revoluo!
hora da revoluo!
No! No nenhum
Sinal dos tempos
Nem devido queda
De algum ditador.
que eu vi
Um homem no nibus
Lendo o Manifesto Comunista.
PRMIO JUSTO
Corredor polons
S para o maldito inventor
Do corredor polons,
Que eu fui.....
CACETE BAIANO
Depois de apanhar
At gato morto miar,
Por dizer gracinhas
Para a menina dos olhos
Do paizo ciumento,
Diz que ganhou
O maior cacete baiano.
APROPRIAO INDBITA
Eu sei que o boca-a-boca
a melhor propaganda,
Mas no adianta resmungos
Nem choro pelos cantos.
S devolvo o beijo
Que te roubei dormindo,
Se vieres tom-lo
Boca-a-boca...
DEUSES DE PAUPRIA
Era uma cidade
Fundada por ATA
E l estava escrito:
Artigo nico
Aqui todos somos felizes,
Pela graa dos deuses.
E todos tudo fazem
Para o bem de todos.
nico Revogam-se as disposies em contrrio.
POEMINHO IDEOLGICO
Comunismo:
Voc, foi-se....
Eu martelo,
Hasta la revolucin !
Antonio Cabral Filho RJ
HAICAISNvoa esbranquiadaCobre a orla da praia Inverno no litoral.Cida Micossi SPVento frio, aondeQuer ir? Instala-se, hirto,Num talo de grama.rico Verssimo RSTombam metralhas,Vicejam flores verdes!Brilho de prata!Maria Jos Dias - ??Roda de crianas:Gafanhoto seguroPelas pernas.Manoel F. Menendez SPDessas flores murchas,Se entorno a gua do vaso,Viro novas flores.Neide Rocha Portugal PRLogo aps a chuva,Um momentinho de sol.Varais enfeitados.Humberto Del Maestro ESTraando no cuO desenho de uma cruz,Andorinhas partem.Renata Paccola SPRobalo difcilDe ser pescado de anzol,Acaba na rede.Joo Batista serra-CeCaminho do mar:A navalha no meu rosto,Corta que nem gelo.Trilha do mosteiro:O andarilho vai convicto,Buscar paz de esprito.Vai de galho em galho,Pra, olha, me vigia:Esquilo mineiro...Cai um temporalSobre o calor de domingo:So guas de maro.Chove em Parati:Mil peixinhos vm tona,Provar outras guas.Antonio Cabral Filho RJTROVASFelicidade, um evento,Uma graa fugidia...Como lufada de vento,Passa por ns, algum dia!Fernando Vasconcelos PrDesse jeito, esperneando,Considero-te a criana,Que sempre tenta chorandoQuando o que quer no alcanaJoo Batista Serra CEAs guerras, fome, violncia,Descontrole universal,So tragdias sem clemncia,Desrespeitando o NATAL.Elza Meireles Chola SPD-se ao jovem liberdadePara sem medo ele ousar.- no ardor da mocidadeQue o sonho aprende a voar.A. A. de Assis - PRRaia o dia, terno e lindo,Piam na mata, nambus,E o sol acorda sorrindoDentro de um ninho de luz.Humberto Del Maestro ESSe a tua cruz pesada,E vives s de lamento,Hs de encontrar pela estradaOutros com amis sofrimento.Jess Nascimento RJA lenda de Cantagalo,Encontro mui benfazejo:Do belo canto do galoCom o nome do lugarejo.Henny Kropf RJUrubu sobre o telhadoE voando abertamenteFicou muito bem olhadoPelo suspiro da gente.Franc Assis Nascimento - GoAo brincar com seu cabeloE puxar o seu vestido,Vento sede a um sexy apeloE revela ter crescido.Olivaldo Jnior SPQuando, manh, bem cedinho,Abrindo os olhos desperto,Atravs do teu carinhoVejo logo um cu aberto.Walter Siqueira RJLONGA ESTRADATodo poetaTem a cabea cheiaDe letras,Palavras, frases,Pensamentos loucos,Que tenta, com a mo,Colocar no papel,Na mquina de escrever,No teclado do PC.Porm, como longaE acidentada a estradaEntre a cabea e a modo poeta!Araci Barreto RJOCULTOVisto ao longeSou nebulosoComo alto da serraEm dia cinza,CobertoMeu verde-mistrioS pra quem v de perto.Marlos Degani RJBLA-BLA-BLABla-bla-blaBla-bla-blaExiste muita gente no senadoBla-bla-blaBla-bla-blaMuita gente naCmara dos deputadosBla-bla-blaBla-bla-blaMuita gente com fomeSem casaBla-bla-blaBla-bla-blaDe dois em dois anos eleiesBla-bla-blaBla-bla-blaBla-bla-blaLrian Tabosa RJPOEMAS DO TOUCHPssaros no ninho:Novas vidas que iluminamOs olhinhos do menino.GUERREIRA ILUMINADAAqum do escuro silncioServido em redomas azuis;No sorriso da guerreiraBrilha a lcida trincheiraEm versos de ira e luz.FRUTAEu te amo como quandoSaboreio as fruta madura,Na cumplicidade da degustao.Te amo como quandoMordo com prazer.Enterrando os dentesEm polpas e fibrasAmparando o sumoNa ponta da lngua.Amar a consistncia da semente.Gnese.CHAMAA saudade azul...CinzentasSo as tempestades.Que rabis na alma...Antonio Luiz Lopes Touch SPSALDO ESCASSOAps devorarA sagrada esperanaDe Agostinho Neto,Com gosto de suor africanoExplorado em solo brasileiro,Regada a muito cafE mergulhado em insnia,Vou passear no quintalVer se colho um poemaOu o sal da escassez.NOITEDepois de trabalharO dia inteiroA noite fica exaustaE se dependuraL do cu sobre nsE dorme como os morcegos... por isso que acordamosChamuscados de escurido.METAPOTICADe tantoAlavancar o poemaAcabei pavimentandoO versoE instalando a poesiaSempre no ponto final.COMPLEXO DE KAFKANo fossem os calafriosDa pobre coitada meQue vivia em panos quentesPra manter seu paiEm banho-mariaTeramos mais psicanalistasTentando livrar as pessoasDos estados parasitriosE Kafka transformadoem barata.LARGO DA BATALHAJ diz tudoO nome do localQue nos lembraAlgo longeTransido de combatesE ainda agoraNos seus arredoresChegam avisos da plvora:Seguem escaramuasPor seu corpo escarpado,Todo respingado de rubro.PONTO CEM RISNo sei quantos reisPassaram por este pontoE no sei aindaSe era sem risCaso houvesse pedgioTransitar livremente.ENQUETEO vov anarquistaPerguntou para o netinhoSe acreditava em Papai Noel:- Por qu, vai me dar presente?Inquiriu o garoto, todo serelepe,Enquanto o av confabulavaCom seus bigodes:- Que menino materialista!ANTI GULLARIntil a luta corporalSem poemas concretosSobre romances de cordelA ss dentro da noite velozPra cometer poema sujoE acender uma luz no choEm plena vertigem do diaCausar crime na floraE sair por a fazendo barulhosCom muitas vozesE argumentao contraA morte da artePleno de antologias...HORA DA RVOLUO hora da revoluo! hora da revoluo!No! No nenhumSinal dos temposNem devido quedaDe algum ditador. que eu viUm homem no nibusLendo o Manifesto Comunista.PRMIO JUSTOCorredor polonsS para o maldito inventorDo corredor polons,Que eu fui.....CACETE BAIANODepois de apanharAt gato morto miar,Por dizer gracinhasPara a menina dos olhosDo paizo ciumento,Diz que ganhouO maior cacete baiano.APROPRIAO INDBITAEu sei que o boca-a-boca a melhor propaganda,Mas no adianta resmungosNem choro pelos cantos.S devolvo o beijoQue te roubei dormindo,Se vieres tom-loBoca-a-boca...DEUSES DE PAUPRIAEra uma cidadeFundada por ATAE l estava escrito:Artigo nico Aqui todos somos felizes,Pela graa dos deuses.E todos tudo fazemPara o bem de todos. nico Revogam-seas disposies em contrrio.POEMINHO IDEOLGICOComunismo:Voc, foi-se....Eu martelo,Hasta la revolucin !Antonio Cabral Filho RJ