letras taquarenses nº 56 * antonio cabral filho - rj

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HAICAIS Pequeninas flores E o amarelo-limão. A cidra no pé. Manoel F. Menendez SP Ainda está verde Doce de cidra esquecido Na velha dispensa. Neide Rocha Portugal PR Festa no arraial! No dia seis de janeiro, Reisado na rua. Humberto Del Maestro ES Na estrada sem luz Caminhão segue viagem Ao clarão da lua. Renata Paccola SP Robalo difícil, De ser apanhado no anzol, Acabou na rede. João Batista serra-Ce Sol bebendo orvalho, Após noite de esplendor, Dia do Arquiteto. Fernando Vasconcelos Pr Venta... leve é o sol. Um menino solta pipa Sem usar cerol. Nilton Manoel SP Caminho do mar: A navalha no meu rosto, Corta que nem gelo. Trilha do mosteiro: O andarilho vai convicto, Buscar paz de espírito. Vai de galho em galho, Pára, olha, me vigia: Esquilo mineiro... Cai um temporal Sobre o calor de domingo: São águas de março. Chove em Parati: Mil peixinhos vêm à tona, Provar outras águas. Antonio Cabral Filho - RJ TROVAS Cheirosa qual um jasmim, Ela mal pisa no chão, Mas pisa ao passar por mim, Com força, meu coração. João Batista Será CE A vida com seus mistérios, Mostra-nos e muito bem, Que no poder, homens sérios São sérios se lhes convém. Nilton Manoel SP Vida feliz, meu amor, É a vida dos meus cansaços Que nascem do meu labor E vão morrer nos seus braços. Eno Teodoro Wanke RJ Dê-se ao jovem liberdade Para sem medo ele ousar. - É no ardor da mocidade Que o sonho aprende a voar. A. A. de Assis Pr Fico olhando o teu aprumo. És linda e jovem demais... E eu sou um barco sem rumo, Sem mais direito ao teu cais. Humberto Del Maestro ES É teu sonho inatingível? Basta que creias somente. Não existe o impossível Pra Deus e o poder da mente. Jessé Nascimento RJ Vem chegando a primavera, Os jardins ficam floridos... Almas cheias de quimera E corações coloridos. Henny Kropf RJ De um amigo, sempre escrevo Um pouquinho a cada vez, Na pedra, o bem que lhe devo, Na areia, o mal que me fiz. Renata Paccola SP Urubu sobre o telhado E voando abertamente Ficou muito bem olhado Pelo suspiro da gente. Franc Assis Nascimento - Go Quando vi a nossa foto Desgastada na gaveta, Vi nascer um terremoto Neste inóspito poeta. Olivaldo Júnior - SP Poluição é o nosso ocaso... No ar, os danos afligem: Chaminés lançam descaso Tampando o sol com fuligem. Eliana Ruiz Jimenez - SC Saudade, ponte estendida Entre o passado e o presente. E o tempo rio da vida, A correr eternamente. Franklin Coutinho - Rj. Quando, manhã, bem cedinho, Abrindo os olhos desperto, Através do teu carinho Vejo logo um céu aberto. Walter Siqueira - Rj Ano VIII nº 56 Junho 2014 Distribuição Gratuita Editor: Antonio Cabral Filho Rua São Marcelo, 50/202 Rio de Janeiro RJ Cep 22.780-300 Email: [email protected] http://blogdopoetacabral.blogspot.com.br / http://letrastaquarenses.blogspot.com.br Filiado à FEBAC

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letras taquarenses, fanzine literario, poesia, antonio cabral filho,

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  • HAICAIS

    Pequeninas flores

    E o amarelo-limo.

    A cidra no p.

    Manoel F. Menendez SP

    Ainda est verde

    Doce de cidra esquecido

    Na velha dispensa.

    Neide Rocha Portugal PR

    Festa no arraial!

    No dia seis de janeiro,

    Reisado na rua.

    Humberto Del Maestro ES

    Na estrada sem luz

    Caminho segue viagem

    Ao claro da lua.

    Renata Paccola SP

    Robalo difcil,

    De ser apanhado no anzol,

    Acabou na rede.

    Joo Batista serra-Ce

    Sol bebendo orvalho,

    Aps noite de esplendor,

    Dia do Arquiteto.

    Fernando Vasconcelos Pr

    Venta... leve o sol.

    Um menino solta pipa

    Sem usar cerol.

    Nilton Manoel SP

    Caminho do mar:

    A navalha no meu rosto,

    Corta que nem gelo.

    Trilha do mosteiro:

    O andarilho vai convicto,

    Buscar paz de esprito.

    Vai de galho em galho,

    Pra, olha, me vigia:

    Esquilo mineiro...

    Cai um temporal

    Sobre o calor de domingo:

    So guas de maro.

    Chove em Parati:

    Mil peixinhos vm tona,

    Provar outras guas.

    Antonio Cabral Filho - RJ

    TROVAS

    Cheirosa qual um jasmim,

    Ela mal pisa no cho,

    Mas pisa ao passar por mim,

    Com fora, meu corao.

    Joo Batista Ser CE

    A vida com seus mistrios,

    Mostra-nos e muito bem,

    Que no poder, homens srios

    So srios se lhes convm.

    Nilton Manoel SP

    Vida feliz, meu amor,

    a vida dos meus cansaos

    Que nascem do meu labor

    E vo morrer nos seus braos.

    Eno Teodoro Wanke RJ

    D-se ao jovem liberdade

    Para sem medo ele ousar.

    - no ardor da mocidade

    Que o sonho aprende a voar.

    A. A. de Assis Pr

    Fico olhando o teu aprumo.

    s linda e jovem demais...

    E eu sou um barco sem rumo,

    Sem mais direito ao teu cais.

    Humberto Del Maestro ES

    teu sonho inatingvel?

    Basta que creias somente.

    No existe o impossvel

    Pra Deus e o poder da mente.

    Jess Nascimento RJ

    Vem chegando a primavera,

    Os jardins ficam floridos...

    Almas cheias de quimera

    E coraes coloridos.

    Henny Kropf RJ

    De um amigo, sempre escrevo

    Um pouquinho a cada vez,

    Na pedra, o bem que lhe devo,

    Na areia, o mal que me fiz.

    Renata Paccola SP

    Urubu sobre o telhado

    E voando abertamente

    Ficou muito bem olhado

    Pelo suspiro da gente.

    Franc Assis Nascimento - Go

    Quando vi a nossa foto

    Desgastada na gaveta,

    Vi nascer um terremoto

    Neste inspito poeta.

    Olivaldo Jnior - SP

    Poluio o nosso ocaso...

    No ar, os danos afligem:

    Chamins lanam descaso

    Tampando o sol com fuligem.

    Eliana Ruiz Jimenez - SC

    Saudade, ponte estendida

    Entre o passado e o presente.

    E o tempo rio da vida, A correr eternamente.

    Franklin Coutinho - Rj.

    Quando, manh, bem cedinho,

    Abrindo os olhos desperto,

    Atravs do teu carinho

    Vejo logo um cu aberto.

    Walter Siqueira - Rj

    Ano VIII n 56 Junho 2014 Distribuio Gratuita Editor: Antonio Cabral Filho

    Rua So Marcelo, 50/202 Rio de Janeiro RJ Cep 22.780-300 Email: [email protected] http://blogdopoetacabral.blogspot.com.br / http://letrastaquarenses.blogspot.com.br Filiado FEBAC

  • Nem sempre o cabelo branco

    Reflete a s conscincia,

    Por trs dum sorriso franco

    H muita maledicncia.

    Arlindo Nbrega SP

    Caminhando contra o vento,

    Como dizia o cantor,

    Pensei em breve momento

    Que felicidade AMOR.

    Osael de carvalho RJ

    No retrato na parede

    Vejo teu belo semblante,

    Vai matando a minha sede

    Do teu olhar cativante.

    Ivone vebber RS

    Seja casada ou solteira,

    Seja velha ou rapariga,

    Toda mulher janeleira

    Tem um vergo na barriga.

    &

    Custou-te lutas cruentas,

    Muita dor e sofrimento,

    Essa grinalda que ostentas

    No dia do casamento.

    Pedro Giusti - Rj

    Em 25 de Abril

    Portugal respira fundo,

    Manda puta que pariu

    Salazar e todo o mundo.

    &

    Amizade no tem preo

    Nem presente que enjeito,

    sempre mais que mereo

    E guardo aqui bem no peito.

    &

    Lua de sangue ou vermelha

    No traz-me revelao,

    Pois em nada se assemelha

    Com a minha revoluo.

    &

    Nenhum eclipse de sangue

    Ofusca meu horizonte,

    Em nada me faz exangue

    At que meu sol desponte.

    Antonio Cabral Filho RJ

    CREBROS

    TRANSISTRIZADOS

    Cad o controle remoto

    Do meu pensamento?

    Ser que eu perdi

    Ou esqueci na loja

    De propsito?

    Ou o meu pensamento

    Quem controla

    O remoto

    Controle remoto!?

    Malungo Poeta - Pe

    AVISO AOS MARGINAUTAS

    Deus no est. Saiu para jantar

    Curtindo uma de poeta

    Marginal sem mtrica, sem Rima , sem rumo, devidamente

    Liberto de compromissos

    Com toda a humanidade

    E com a comunidade estelar.

    Deus duvidou: ser ou no ser

    Um poeta marginal?

    E saiu abraado com

    Um soldado, no se sabe

    Se do bem ou do mal,

    Cambaleando,

    Embriagado de verdade.

    ILMA FONTES SE

    QUEM?

    Tudo cru e tudo universo

    Mais se renova do que parece?

    No o real o que enxergamos?

    O mais est sempre mais longe?

    Sinal mais longe,

    mais que o som,

    ento: quem disse

    de cada coisa

    o verdadeiro nome?

    ARICY CURVELLO ES

    ESTABILIDADE

    Vivemos como casal:

    Voc trabalha demais,

    Me sustenta,

    Probe isso e aquilo,

    Exige a casa arrumada,

    Quer almoo uma hora,

    O jantar s sete e meia,

    Sobremesas variadas...

    Com teus caprichos concordo,

    E por vingana, te engordo...

    LEILA MCCOLIS RJ

    SANGUE NAS RETINAS

    No era vampiro

    Nem assassino contumaz,

    Mas emanava sangue

    De seus olhos...

    ANTONIO CABRAL FILHO

    SOBRE AS HORAS

    Enquanto barcos singram

    Os mares baleias na Esperana de peixes calmo, Contri o Tempo teias

    E runas febre, traio, Morte e vilania na boca Insone da noite

    Mastigando o dia

    TANUSSI CARDOSO Rj

    ME

    A claridade da manh

    Desenhava o horizonte

    Como um sorriso de me

    ANTONIO LUIZ LOPES SP

    DAS CARCIAS

    Minha mo

    Percorre teu corpo

    Como gua seguindo o rio,

    Encontrando emoes,

    Encontrando sentimentos.

    WALMOR DS COLMENERO

  • MEMORABILIA 6

    Donanja faz caf

    Numa tarde de maio

    Benze portais ergue

    Os santos do fim do mundo

    : chamas para as quais

    Sero levados a p

    Sobre milnios de milhos

    Todos os tontos

    Sem f

    Iacyr Anderson Freitas - Mg

    CONTINUA NA PRXIMA

    O seriado que eu vivi

    No teve fim,

    Acabou,

    Continua na prxima semana

    Com a dor que

    Ficou

    MOACY CIRNE RN

    CAMINHADA

    Quando me sentarei contigo

    Na ternura das coisas justas

    E tu me envolvers

    Em teu perfume selvagem

    E violento?

    Quando te darei de presente

    Minha alma inquieta?

    Jos Jackson Sampaio Ce

    CAMINHOS

    O teu sonho criou asas

    E voou...voou...voou...

    Para um lugar de magia.

    E to contente tu estavas

    Que tua vida brilhou

    No esplendor

    De um novo dia.

    E quando tu retornaste

    Tudo ficou diferente

    A vida mudou de cor.

    Em tudo, pois, triunfaste

    Ao seguires para sempre

    Os caminhos do amor.

    Auri Antonio Sudati RS

    POTICA

    No sei dizer palavras

    Dbias. Meu sermo

    Chama ao lobo verdugo

    E ao cordeiro irmo.

    JOS PAULO PAES SP

    SEM SENTIDO

    Talvez a vida melhore

    Se a f de que tanto se fala

    Vier a entrar nesta sala

    E, para sempre, se instalar.

    Pensando se vai por a

    Ou se fica mesmo aqui,

    Sonhando se voa no ar,

    Chorando se molha o sof,

    Morrendo se chega ao cu,

    Vivendo se sofre a granel.

    Eita vida complicada!

    Vida intil e sem sentido

    Que faz todo mundo igual

    Na hora do adeus final.

    Araci Barreto RJ

    IN NATURA

    A ma do rosto

    A batata da perna

    A planta dos ps

    A raiz dos cabelos

    Delmo Fonseca RJ

    Cano Daquele Agosto

    Drummond

    Mineiro velho

    Quando o teu barco de palavras

    Te levou

    De volta ao no-sei-onde

    Ficou, num jardim triste,

    Despetalada

    A rosa do teu povo

    E bem no meio do caminho

    A eterna pedra

    Tumular

    Sergio Correa M. Filho-Rj

    POEMAS

    Quando aquela me chorou

    Ela soube que no haveria

    Deus que pudesse atend-la

    Na face da terra.

    &

    A criana faminta

    Procurou socorro

    Junto aos pais.

    Foi espancada

    E atirada

    Porta a fora.

    &

    A velha viu-se perdida

    Em sua velhice.

    Esperou

    Que filhos viessem

    Em seu socorro.

    Djanira Pio SP

    AMANHECE

    Orvalho cai

    Gotas de mel

    Em teus lbios

    De rosa

    Eu beija-flor

    Sugo-te

    O doce

    Fao-te prosa

    Semramis Reis RJ

    A INSPIRAO

    Existe uma palavra

    Que muita gente j ouviu,

    Mas nunca tentou ver

    Se a tinha na hora certa:

    A inspirao. Ela breve,

    Curta e interessante,

    To curta,que quando eu

    Comecei a escrever

    Esse comentrio,

    Estava com bastante inspirao

    E agora, estou sem nenhuma

    Pra continuar...

    rica Chlamtac RJ

  • SALDO ESCASSO

    Aps devorar

    A sagrada esperana

    De Agostinho Neto,

    Com gosto de suor africano

    Explorado em solo brasileiro,

    Regada a muito caf

    E mergulhado em insnia,

    Vou passear no quintal

    Ver se colho um poema

    Ou o sal da escassez.

    NOITE

    Depois de trabalhar

    O dia inteiro

    A noite fica exausta

    E se dependura

    L do cu sobre ns

    E dorme como os morcegos...

    por isso que acordamos

    Chamuscados de escurido.

    METAPOTICA

    De tanto

    Alavancar o poema

    Acabei pavimentando

    O verso

    E instalando a poesia

    Sempre no ponto final.

    COMPLEXO DE KAFKA

    No fossem os calafrios

    Da pobre coitada me

    Que vivia em panos quentes

    Pra manter seu pai

    Em banho-maria

    Teramos mais psicanalistas

    Tentando livrar as pessoas

    Dos estados parasitrios

    E Kafka transformado

    em barata.

    LARGO DA BATALHA

    J diz tudo

    O nome do local

    Que nos lembra

    Algo longe

    Transido de combates

    E ainda agora

    Nos seus arredores

    Chegam avisos da plvora:

    Seguem escaramuas

    Por seu corpo escarpado,

    Todo respingado de rubro.

    PONTO CEM RIS

    No sei quantos reis

    Passaram por este ponto

    E no sei ainda

    Se era sem ris

    Caso houvesse pedgio

    Transitar livremente.

    ENQUETE

    O vov anarquista

    Perguntou para o netinho

    Se acreditava em Papai Noel:

    - Por qu, vai me dar presente?

    Inquiriu o garoto, todo serelepe,

    Enquanto o av confabulava

    Com seus bigodes:

    - Que menino materialista!

    ANTI GULLAR

    Intil a luta corporal

    Sem poemas concretos

    Sobre romances de cordel

    A ss dentro da noite veloz

    Pra cometer poema sujo

    E acender uma luz no cho

    Em plena vertigem do dia

    Causar crime na flora

    E sair por a fazendo barulhos

    Com muitas vozes

    E argumentao contra

    A morte da arte

    Pleno de antologias...

    HORA DA RVOLUO

    hora da revoluo!

    hora da revoluo!

    No! No nenhum

    Sinal dos tempos

    Nem devido queda

    De algum ditador.

    que eu vi

    Um homem no nibus

    Lendo o Manifesto Comunista.

    PRMIO JUSTO

    Corredor polons

    S para o maldito inventor

    Do corredor polons,

    Que eu fui.....

    CACETE BAIANO

    Depois de apanhar

    At gato morto miar,

    Por dizer gracinhas

    Para a menina dos olhos

    Do paizo ciumento,

    Diz que ganhou

    O maior cacete baiano.

    APROPRIAO INDBITA

    Eu sei que o boca-a-boca

    a melhor propaganda,

    Mas no adianta resmungos

    Nem choro pelos cantos.

    S devolvo o beijo

    Que te roubei dormindo,

    Se vieres tom-lo

    Boca-a-boca...

    DEUSES DE PAUPRIA

    Era uma cidade

    Fundada por ATA

    E l estava escrito:

    Artigo nico -

    Aqui todos somos felizes,

    Pela graa dos deuses.

    E todos tudo fazem

    Para o bem de todos.

    nico Revogam-se as disposies em contrrio.

    Antonio Cabral Filho RJ

    HAICAISPequeninas floresE o amarelo-limo.A cidra no p.Manoel F. Menendez SPAinda est verdeDoce de cidra esquecidoNa velha dispensa.Neide Rocha Portugal PRFesta no arraial!No dia seis de janeiro,Reisado na rua.Humberto Del Maestro ESNa estrada sem luzCaminho segue viagemAo claro da lua.Renata Paccola SPRobalo difcil,De ser apanhado no anzol,Acabou na rede.Joo Batista serra-CeSol bebendo orvalho,Aps noite de esplendor,Dia do Arquiteto.Fernando Vasconcelos PrVenta... leve o sol.Um menino solta pipaSem usar cerol.Nilton Manoel SPCaminho do mar:A navalha no meu rosto,Corta que nem gelo.Trilha do mosteiro:O andarilho vai convicto,Buscar paz de esprito.Vai de galho em galho,Pra, olha, me vigia:Esquilo mineiro...Cai um temporalSobre o calor de domingo:So guas de maro.Chove em Parati:Mil peixinhos vm tona,Provar outras guas.Antonio Cabral Filho - RJTROVASCheirosa qual um jasmim,Ela mal pisa no cho,Mas pisa ao passar por mim,Com fora, meu corao.Joo Batista Ser CEA vida com seus mistrios,Mostra-nos e muito bem,Que no poder, homens sriosSo srios se lhes convm.Nilton Manoel SPVida feliz, meu amor, a vida dos meus cansaosQue nascem do meu laborE vo morrer nos seus braos.Eno Teodoro Wanke RJD-se ao jovem liberdadePara sem medo ele ousar.- no ardor da mocidadeQue o sonho aprende a voar.A. A. de Assis PrFico olhando o teu aprumo.s linda e jovem demais...E eu sou um barco sem rumo,Sem mais direito ao teu cais.Humberto Del Maestro ES teu sonho inatingvel?Basta que creias somente.No existe o impossvelPra Deus e o poder da mente.Jess Nascimento RJVem chegando a primavera,Os jardins ficam floridos...Almas cheias de quimeraE coraes coloridos.Henny Kropf RJUrubu sobre o telhadoE voando abertamenteFicou muito bem olhadoPelo suspiro da gente.Franc Assis Nascimento - GoQuando vi a nossa fotoDesgastada na gaveta,Vi nascer um terremotoNeste inspito poeta.Olivaldo Jnior - SPPoluio o nosso ocaso...No ar, os danos afligem:Chamins lanam descasoTampando o sol com fuligem.Eliana Ruiz Jimenez - SCSaudade, ponte estendidaEntre o passado e o presente.E o tempo rio da vida,A correr eternamente.Franklin Coutinho - Rj.Quando, manh, bem cedinho,Abrindo os olhos desperto,Atravs do teu carinhoVejo logo um cu aberto.Walter Siqueira - RjNem sempre o cabelo brancoReflete a s conscincia,Por trs dum sorriso francoH muita maledicncia.Arlindo Nbrega SPCaminhando contra o vento,Como dizia o cantor,Pensei em breve momentoQue felicidade AMOR.Osael de carvalho RJNo retrato na paredeVejo teu belo semblante,Vai matando a minha sedeDo teu olhar cativante.Ivone vebber RSSeja casada ou solteira,Seja velha ou rapariga,Toda mulher janeleiraTem um vergo na barriga.&Custou-te lutas cruentas,Muita dor e sofrimento,Essa grinalda que ostentasNo dia do casamento.Pedro Giusti - RjEm 25 de AbrilPortugal respira fundo,Manda puta que pariuSalazar e todo o mundo.&Amizade no tem preoNem presente que enjeito, sempre mais que mereoE guardo aqui bem no peito.&Lua de sangue ou vermelhaNo traz-me revelao,Pois em nada se assemelhaCom a minha revoluo.&Nenhum eclipse de sangueOfusca meu horizonte,Em nada me faz exangueAt que meu sol desponte.Antonio Cabral Filho RJCREBROSTRANSISTRIZADOSCad o controle remotoDo meu pensamento?Ser que eu perdiOu esqueci na lojaDe propsito?Ou o meu pensamentoQuem controlaO remotoControle remoto!?Malungo Poeta - PeAVISO AOS MARGINAUTASDeus no est. Saiu para jantarCurtindo uma de poetaMarginal sem mtrica, semRima , sem rumo, devidamenteLiberto de compromissosCom toda a humanidadeE com a comunidade estelar.Deus duvidou: ser ou no serUm poeta marginal?E saiu abraado comUm soldado, no se sabeSe do bem ou do mal,Cambaleando,Embriagado de verdade.ILMA FONTES SEQUEM?Tudo cru e tudo universoMais se renova do que parece?No o real o que enxergamos?O mais est sempre mais longe?Sinal mais longe,mais que o som,ento: quem dissede cada coisao verdadeiro nome?ARICY CURVELLO ESESTABILIDADEVivemos como casal:Voc trabalha demais,Me sustenta,Probe isso e aquilo,Exige a casa arrumada,Quer almoo uma hora,O jantar s sete e meia,Sobremesas variadas...Com teus caprichos concordo,E por vingana, te engordo...LEILA MCCOLIS RJSANGUE NAS RETINASNo era vampiroNem assassino contumaz,Mas emanava sangueDe seus olhos...ANTONIO CABRAL FILHOSOBRE AS HORASEnquanto barcos singramOs mares baleias naEsperana de peixes calmo,Contri o Tempo teiasE runas febre, traio,Morte e vilania na bocaInsone da noiteMastigando o diaTANUSSI CARDOSO RjMEA claridade da manhDesenhava o horizonteComo um sorriso de meANTONIO LUIZ LOPES SPDAS CARCIASMinha moPercorre teu corpoComo gua seguindo o rio,Encontrando emoes,Encontrando sentimentos.WALMOR DS COLMENEROMEMORABILIA 6Donanja faz cafNuma tarde de maioBenze portais ergueOs santos do fim do mundo: chamas para as quaisSero levados a pSobre milnios de milhosTodos os tontosSem fIacyr Anderson Freitas - MgCONTINUA NA PRXIMAO seriado que eu viviNo teve fim,Acabou,Continua na prxima semanaCom a dor queFicouMOACY CIRNE RNCAMINHADAQuando me sentarei contigoNa ternura das coisas justasE tu me envolversEm teu perfume selvagemE violento?Quando te darei de presenteMinha alma inquieta?Jos Jackson Sampaio CeCAMINHOSO teu sonho criou asasE voou...voou...voou...Para um lugar de magia.E to contente tu estavasQue tua vida brilhouNo esplendorDe um novo dia.E quando tu retornasteTudo ficou diferenteA vida mudou de cor.Em tudo, pois, triunfasteAo seguires para sempreOs caminhos do amor.Auri Antonio Sudati RSPOTICANo sei dizer palavrasDbias. Meu sermoChama ao lobo verdugoE ao cordeiro irmo.JOS PAULO PAES SPSEM SENTIDOTalvez a vida melhoreSe a f de que tanto se falaVier a entrar nesta salaE, para sempre, se instalar.Pensando se vai por aOu se fica mesmo aqui,Sonhando se voa no ar,Chorando se molha o sof,Morrendo se chega ao cu,Vivendo se sofre a granel.Eita vida complicada!Vida intil e sem sentidoQue faz todo mundo igualNa hora do adeus final.Araci Barreto RJIN NATURAA ma do rostoA batata da pernaA planta dos psA raiz dos cabelosDelmo Fonseca RJCano Daquele AgostoDrummondMineiro velhoQuando o teu barco de palavrasTe levouDe volta ao no-sei-ondeFicou, num jardim triste,DespetaladaA rosa do teu povoE bem no meio do caminhoA eterna pedraTumularSergio Correa M. Filho-RjPOEMASQuando aquela me chorouEla soube que no haveriaDeus que pudesse atend-laNa face da terra.&A criana famintaProcurou socorroJunto aos pais.Foi espancadaE atiradaPorta a fora.&A velha viu-se perdidaEm sua velhice.EsperouQue filhos viessemEm seu socorro.Djanira Pio SPAMANHECEOrvalho caiGotas de melEm teus lbiosDe rosaEu beija-florSugo-teO doceFao-te prosaSemramis Reis RJA INSPIRAOExiste uma palavraQue muita gente j ouviu,Mas nunca tentou verSe a tinha na hora certa:A inspirao. Ela breve,Curta e interessante,To curta,que quando euComecei a escreverEsse comentrio,Estava com bastante inspiraoE agora, estou sem nenhumaPra continuar...rica Chlamtac RJSALDO ESCASSOAps devorarA sagrada esperanaDe Agostinho Neto,Com gosto de suor africanoExplorado em solo brasileiro,Regada a muito cafE mergulhado em insnia,Vou passear no quintalVer se colho um poemaOu o sal da escassez.NOITEDepois de trabalharO dia inteiroA noite fica exaustaE se dependuraL do cu sobre nsE dorme como os morcegos... por isso que acordamosChamuscados de escurido.METAPOTICADe tantoAlavancar o poemaAcabei pavimentandoO versoE instalando a poesiaSempre no ponto final.COMPLEXO DE KAFKANo fossem os calafriosDa pobre coitada meQue vivia em panos quentesPra manter seu paiEm banho-mariaTeramos mais psicanalistasTentando livrar as pessoasDos estados parasitriosE Kafka transformadoem barata.LARGO DA BATALHAJ diz tudoO nome do localQue nos lembraAlgo longeTransido de combatesE ainda agoraNos seus arredoresChegam avisos da plvora:Seguem escaramuasPor seu corpo escarpado,Todo respingado de rubro.PONTO CEM RISNo sei quantos reisPassaram por este pontoE no sei aindaSe era sem risCaso houvesse pedgioTransitar livremente.ENQUETEO vov anarquistaPerguntou para o netinhoSe acreditava em Papai Noel:- Por qu, vai me dar presente?Inquiriu o garoto, todo serelepe,Enquanto o av confabulavaCom seus bigodes:- Que menino materialista!ANTI GULLARIntil a luta corporalSem poemas concretosSobre romances de cordelA ss dentro da noite velozPra cometer poema sujoE acender uma luz no choEm plena vertigem do diaCausar crime na floraE sair por a fazendo barulhosCom muitas vozesE argumentao contraA morte da artePleno de antologias...HORA DA RVOLUO hora da revoluo! hora da revoluo!No! No nenhumSinal dos temposNem devido quedaDe algum ditador. que eu viUm homem no nibusLendo o Manifesto Comunista.PRMIO JUSTOCorredor polonsS para o maldito inventorDo corredor polons,Que eu fui.....CACETE BAIANODepois de apanharAt gato morto miar,Por dizer gracinhasPara a menina dos olhosDo paizo ciumento,Diz que ganhouO maior cacete baiano.APROPRIAO INDBITAEu sei que o boca-a-boca a melhor propaganda,Mas no adianta resmungosNem choro pelos cantos.S devolvo o beijoQue te roubei dormindo,Se vieres tom-loBoca-a-boca...DEUSES DE PAUPRIAEra uma cidadeFundada por ATAE l estava escrito:Artigo nico -Aqui todos somos felizes,Pela graa dos deuses.E todos tudo fazemPara o bem de todos. nico Revogam-seas disposies em contrrio.Antonio Cabral Filho RJ