letras taquarenses-nº-52-nov-dez-2013 * antonio cabral filho - rj

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MEUS INESQUECÍVEIS E agora no final Este quesito me enleia: Quem terá sido, afinal, O garçon da Santa Ceia? Eno Teodoro Wanke RJ Por andares te pintando, De tanto te colorires, Eu notei que estão faltando Certas cores no arco-íris. Pedro Giusti RJ Ao que a lógica conduz, Pois é das letras a trilha, A palavra não tem luz, O sentimento é que brilha. Fernando Vasconcelos PR O amor chega sem jeito, Balança meu coração, Que bate forte no peito Temendo desilisão. Osael de Carvalho RJ Por vezes, na revisão, Dá um branco no revisor E o texto sai com senão: “Errar é humano”, leitor. Sinésio Cabral - CE HAICAIS Tão plascidamente O sete de abril revela A nova manhã. Eliana Ruiz Jimenez SC Folha caída No quintal do casarão: Bilhete da vida. Olivaldo Junior SP Só eu e o salgueiro Que procuram nossos olhos Sempre para o chão? Neide Rocha Portugal PR Conta mil façanhas Para a amada impressionar: Fogo que não queima. João Batista Serra-Ce No meio da noite, Um súbito despertar: Pernilongos a postos. Renata Paccola SP Seis horas em ponto. As andorinhas me acolhem Brincando na rua. Humberto Del Maestro ES Menino extasiado, A pandorga atingiu Altura do telhado. Manoel F. Menendez SP Chove de mansinho Na manhã de primavera: Frio tropical. No baile das flores, Beija-flores fazem festa: Eis a primavera. Caminho do mar: A navalha no meu rosto, Corta que nem gelo. Antonio Cabral Filho - RJ TROVAS Passa o vento num arrulho. A noite é fria lá fora... Como é gostoso o barulho Da chuva, caindo agora. Humberto Del Maestro - ES À sombra dos arvoredos Da praça, paz e alegrias, Vou sonhando meus segredos E envelhecendo meus dias. Jessé Nascimento RJ Vem chegando a primavera, Os jardins ficam floridos... Almas cheias de quimera E corações coloridos. Henny Kropf RJ Suscitando a inquietude De uma longa odisséia, A trova, mais que virtude, É gênese de uma idéia. Silvério da Costa SC Urubu sobre o telhado E voando abertamente Ficou muito bem olhado Pelo suspiro da gente. FranciscodeAssisNascimento Contemplando o próprio rosto, Sem saber do que é preciso, Sou “Narciso” e tenho o gosto Que provém do meu sorriso. Olivaldo Júnior - SP Sorte, aleatório caminho Que cada destino traça: Para alguns, tão forte vinho; A outros, vazia taça. Eliana Ruiz Jimenez - SC Camomila e poesia Mais o cobertor de orelhas Fazem a minha alegria Numa noite sem estrelas. & No Largo da Abolição Ouvi berimbau nos ares, Lembrei que a escravidão Fez do Brasil seu Palmares. & Minha pedra, minha vida, Diz o craqueiro a cantar, Sem saber que aquela “vida” Acaba de se queimar... Antonio Cabral Filho RJ Ano VII nº52 Nov/Dez 2013 Distribuição Gratuita Editor:Antonio Cabral Filho Rua São Marcelo, 50/202 Curicica-Rio de Janeiro RJ Cep 22.780-300 Email: [email protected] http://blogdopoetacabral.blogspot.com.br / http://letrastaquarenses.blogspot.com.br Filiado à FEBAC

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MEUS INESQUECÍVEIS

E agora no final

Este quesito me enleia:

Quem terá sido, afinal,

O garçon da Santa Ceia?

Eno Teodoro Wanke – RJ

Por andares te pintando,

De tanto te colorires,

Eu notei que estão faltando

Certas cores no arco-íris.

Pedro Giusti – RJ

Ao que a lógica conduz,

Pois é das letras a trilha,

A palavra não tem luz,

O sentimento é que brilha.

Fernando Vasconcelos – PR

O amor chega sem jeito,

Balança meu coração,

Que bate forte no peito

Temendo desilisão.

Osael de Carvalho – RJ

Por vezes, na revisão,

Dá um branco no revisor

E o texto sai com senão:

“Errar é humano”, leitor.

Sinésio Cabral - CE

HAICAIS

Tão plascidamente

O sete de abril revela

A nova manhã.

Eliana Ruiz Jimenez – SC

Folha caída

No quintal do casarão:

Bilhete da vida.

Olivaldo Junior – SP

Só eu e o salgueiro –

Que procuram nossos olhos

Sempre para o chão?

Neide Rocha Portugal – PR

Conta mil façanhas

Para a amada impressionar:

Fogo que não queima.

João Batista Serra-Ce

No meio da noite,

Um súbito despertar:

Pernilongos a postos.

Renata Paccola – SP

Seis horas em ponto.

As andorinhas me acolhem

Brincando na rua.

Humberto Del Maestro – ES

Menino extasiado,

A pandorga atingiu

Altura do telhado.

Manoel F. Menendez – SP

Chove de mansinho

Na manhã de primavera:

Frio tropical.

No baile das flores,

Beija-flores fazem festa:

Eis a primavera.

Caminho do mar:

A navalha no meu rosto,

Corta que nem gelo.

Antonio Cabral Filho - RJ

TROVAS

Passa o vento num arrulho.

A noite é fria lá fora...

Como é gostoso o barulho

Da chuva, caindo agora.

Humberto Del Maestro - ES

À sombra dos arvoredos

Da praça, paz e alegrias,

Vou sonhando meus segredos

E envelhecendo meus dias.

Jessé Nascimento – RJ

Vem chegando a primavera,

Os jardins ficam floridos...

Almas cheias de quimera

E corações coloridos.

Henny Kropf – RJ

Suscitando a inquietude

De uma longa odisséia,

A trova, mais que virtude,

É gênese de uma idéia.

Silvério da Costa – SC

Urubu sobre o telhado

E voando abertamente

Ficou muito bem olhado

Pelo suspiro da gente.

FranciscodeAssisNascimento

Contemplando o próprio rosto,

Sem saber do que é preciso,

Sou “Narciso” e tenho o gosto

Que provém do meu sorriso.

Olivaldo Júnior - SP

Sorte, aleatório caminho

Que cada destino traça:

Para alguns, tão forte vinho;

A outros, vazia taça.

Eliana Ruiz Jimenez - SC

Camomila e poesia

Mais o cobertor de orelhas

Fazem a minha alegria

Numa noite sem estrelas.

&

No Largo da Abolição

Ouvi berimbau nos ares,

Lembrei que a escravidão

Fez do Brasil seu Palmares.

&

Minha pedra, minha vida,

Diz o craqueiro a cantar,

Sem saber que aquela “vida”

Acaba de se queimar...

Antonio Cabral Filho – RJ

Ano VII nº52 Nov/Dez 2013 Distribuição Gratuita Editor:Antonio Cabral Filho

Rua São Marcelo, 50/202 Curicica-Rio de Janeiro – RJ Cep 22.780-300 Email: [email protected]

http://blogdopoetacabral.blogspot.com.br / http://letrastaquarenses.blogspot.com.br Filiado à FEBAC