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Les Cornets Noirs Coro Gulbenkian Michel Corboz michel corboz © jean-baptiste millot 03 + 04 NOVEMBRO 2016

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Page 1: Les Cornets Noirs Coro Gulbenkian Michel Corboz · versões do Magnificat permitem escolher entre uma composição mais grandiosa (a sete vozes e seis instrumentos) e outra menos

Les Cornets NoirsCoro Gulbenkian

Michel Corboz

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03 + 04 NOVEMBRO 2016

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gulbenkian.pt/musica

04 DE NOVEMBROSEXTA18.00 — Auditório 3Entrada Livre

Conhecer uma obra — Guia de audiçãoVespro della Beata Vergine de Claudio Monteverdipor Rui Vieira Nery

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Duração total prevista: c. 1h 40 min.Concerto sem intervalo

03 DE NOVEMBROQUINTA21.00 — Grande Auditório

04 DE NOVEMBROSEXTA19.00 — Grande Auditório

Vésperasde Monteverdi

Les Cornets NoirsCoro Gulbenkian

Michel Corboz Maestro

Arianna Savall Soprano

Patrycja Gabrel Soprano

Michael Feyfar Tenor

Fernando Guimarães Tenor

Manuel Rebelo Baixo

André Baleiro Baixo

Paulo Lourenço Maestro do Coro Gulbenkian

Claudio MonteverdiVespro della Beata Vergine

Deus in adjutorium / Domine, ad adjuvandumDixit DominusNigra sumLaudate, pueri, DominunPulchra esLaetatus sumDuo SeraphimNisi DominusAudi coelumLauda, JerusalemSonata sopra “Sancta Maria”Ave maris stellaMagnificat

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Na encruzilhada entre duas épocas, Claudio Monteverdi foi simultaneamente um dos autores mais brilhantes do Maneirismo e o primeiro grande representante do Barroco musical. Esta dualidade traduz-se quer nos géneros musicais que cultivou, quer no seu estilo e linguagem. Basta pensar que foi o último vulto de peso no domínio do madrigal e o primeiro grande compositor de ópera. Nascido em Cremona, a sua carreira repartiu-se entre Mântua (onde exerceu funções como instrumentista e mestre de capela da corte dos Gonzaga) e Veneza (a partir de 1613) na qualidade de mestre de capela da Basílica deSão Marcos. Com um perfeito domínio do stile antico, adquirido com Marco Antonio Ingegnieri, passou rapidamente a partilhar as preocupações dos mais avançados músicos do seu tempo, sobretudo as que emanavam da Camerata Fiorentina (berço de novas técnicas como a monodia acompanhada, o stile recitativo, o stile rappresentativo, o baixo contínuo ou a própria ópera). Estas encontravam-se intimamente ligadas à recuperação dos ideais da Antiguidade e à procura de novas formas de expressão na relação entre texto e música

através da subordinação desta última à prosódia natural e ao conteúdo semântico do poema. O próprio Monteverdi viria mais tarde a designar este novo estilo como seconda praticca. O seu princípio fundamental era a supremacia do texto, contrapondo-se à prima praticca, ou seja, ao estilo polifónico herdado do Renascimento e codificado por Zarlino. Foi também nesta época que Monteverdi compôs L’Orfeo (1607), a primeira ópera importante da história da música. Um ano depois surgia L’Arianna, da qual sobreviveu apenas o famoso lamento, e já nos finais do período veneziano Il ritorno d’Ulisse in patria (1641) e L’incoronazione di Poppea (1642), lançando as bases de um novo género que teria uma expansão bastante rápida. A destreza dramática de Monteverdi pode verificar-se também nos seus últimos livros de madrigais, em especial no oitavo (Madrigali Guerrieri ed amorosi), onde se inclui o célebre Combatimento di Tancredi e Clorinda.Em 1610, quando era já uma figura de relevo do universo da música vocal profana, Monteverdi publicou em Veneza uma grande coletânea formada por oito cadernos de obras sacras dedicadas ao Papa Paulo V e intitulada

Claudio MonteverdiCremona, 9 de maio de 1567Veneza, 29 de novembro de 1643

Vespro della Beata Vergine

composição: 1610duração: c. 1h 40 min.

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Santissimae Virgini Missa Seni Vocibus ad Ecclesiarum Choros ac Vespere pluribus decantanda cum nonnullis sacris concentibus. A uma missa a seis vozes sobre temas de Nicolas Gombert, ainda composta sobre os princípios do stile antico quinhentista, não obstante a presença do baixo contínuo, opõe-se assimVespro della Beata Vergine, e uma obra de vanguarda onde estão patentes as principais inovações da época.Numa notável combinação entre tradição e inovação, as Vésperas de Monteverdi sintetizam a herança da polifonia quinhentista, ao mesmo tempo que desenvolvem as experiências florentinas e venezianas do final do século (como a monodia acompanhada e a policoralidade)e lançam pistas para o pleno estilo barroco.Um das Horas Canónicas mais importantes do Ofício Divino, juntamente com as Matinas, as Vésperas eram celebradas ao entardecer e contavam com uma tradição musical de grande riqueza desde há vários séculos. A obra de Monteverdi obedece fielmente à estrutura base da liturgia, sendo formada por 14 grandes peças destinadas a formações vocais e instrumentais diversas. Incluem os cinco salmos habituais nas festas marianas (Dixit Dominus, Laudate pueri, Laetatus sum, Nisi Dominus e Lauda Jerusalem), um hino (neste caso, o Ave maris Stella) e o Magnificat, com duas versões na publicação de 1610.A estas rubricas, Monteverdi acrescentou quatro “concertos” para vozes solistas – que substituem a antífona que se deveria seguir a cada salmona estrutura padrão da cerimónia – e a extraordinária Sonata sopra Sancta Maria.Logo após o versículo introdutório Deus in adjutorium (em cantochão), a resposta, Domine ad adjuvandum, é atribuída a um brilhante conjunto coral e instrumental que nos dá a ouvir a famosa Toccata da ópera L’Orfeo, uma espécie de hino da corte dos Gonzaga. Com efeito, pensa-se que o conjunto de peças que formam as Vésperas, publicado em Veneza em 1610, constitui uma antologia de música sacra composta por Monteverdi em Mântua, enquanto estava ao serviço dos Gonzaga, pensada para as grandes festas na Basílica de Santa Bárbara.

Todos os salmos integram de modo explícito a fórmula melódica gregoriana tradicional, mas apresentam ao mesmo tempo todo o esplendor da escrita coral através de composições para seis, sete, oito ou mesmo dez vozes em dois coros, que recorrem a diálogos e contrastes concertantes e técnicas policorais. Como contraste, os “concertos sacros” (destinados a vozes solistas e baixo contínuo) são peças que seguem o caminho aberto por L'Orfeo, explorando a monodia,o recitativo e a ornamentação características da seconda praticca. Cada uma destas peças possui uma distribuição vocal e instrumental diferente. Nigra sum, para tenor solo, é um expressivo arioso em que o ritmo segue a prosódia natural do texto e alguns madrigalismos (ou “word painting”) surgem em palavras-chave; Pulchra es é um dueto de sopranos que faz alternar maleáveis linhas melódicas virtuosísticas com passagens mais incisivas de métrica regular; no belíssimo Duo Seraphim, aos dois Serafins (dois tenores) que proclamam a glória do Senhor, junta-se uma terceira voz (baixo) em uníssono como forma de evocação da Santíssima Trindade; e em Audi coelum, o compositor trabalha com mestria sugestivos efeitos de eco, como se se tratassede vozes que vêm do céu.Em lugar de um quinto “concerto sacro”, Monteverdi incluiu a Sonata sopra "Sancta Maria", para oito instrumentos e baixo contínuo, na qual a invocação Sancta Maria ora pro nobis, na voz de soprano, emerge intermitentemente sobre exuberantes intervenções instrumentais apoiadas num ostinato. Finalmente, as duas versões do Magnificat permitem escolher entre uma composição mais grandiosa (a sete vozes e seis instrumentos) e outra menos imponente, para seis vozes e baixo contínuo. Em qualquer dos casos, Monteverdi apresenta soluções distintas para cada versículo plenas de criatividade, reforçando a ideia de que esta obra magistral se pode comparar a uma fascinante enciclopédia da música sacra do início do século XVII. cristina fernandes

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Claudio Monteverdi

Vespro della Beata Vergine

I. Deus in adjutoriumSalmo 69 (70), 1 V. Deus in adjutorium meum intende:R. Domine ad adjuvandum me festina.Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto.Sicut erat in principio, et nunc, et semprer,et in saecula saeculorum. Amen.Alleluia.

II. Dixit DominusSalmo 109 (110) Dixit Dominus Domino meo:sede a dextris meis,donec ponam inimicos tuos,scabellum pedum tuorum.Virgam virtutis tuaeemittet Dominus ex Sion:dominare in medio inimicorum tuorum.Tecum principium in die virtutis tuaein splendoribus sanctorum:ex utero ante luciferum genui te.Juravit Dominus, et non paenitebit eum:Tu es sacerdos in aeternumsecundum ordinem Melchisedech.Dominus a dextris tuisconfregit in die irae suae reges.Judicabit in nationibus, implebit ruinas:conquassabit capita in terra multorum.De torrente in via bibet:propterea exaltabit caput.Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto.Sicut erat in principio, et nunc, et semper,et in saecula saeculorum. Amen.

V. Apressa-te, ó Deus, a libertar-me!R. Apressa-te, Senhor, a socorrer-me!Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.Como era no princípio e agora e sempre,pelos séculos do séculos. Ámen.Aleluia.

O Senhor disse ao meu Senhor:senta-te à minha direitaaté que faça dos teus inimigoso escabelo dos teus pés.O Senhor estenderá de Siãoo ceptro do teu poder:Domina entre os teus inimigos.Serás os príncipe entre os teus no dia da tua forçapor entre os esplendores dos Santos:gerei-te no meu seio antes da aurora.O Senhor o jurou e não se arrependerá.És sacerdote para sempresegundo a maneira de Melquisedeque.O Senhor, à tua direita,Julgará os reis no dia da sua ira.Julgará os povos e espalhará morte e ruína:esmagará contra a terra o crânio de muitos.Beberá água da torrente no caminho:Por isso erguerá a sua cabeça.Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.Como era no princípio e agora e sempre,pelos séculos do séculos. Ámen.

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III. Concerto: Nigra sumCântico dos Cânticos Nigra sum, sed formosa,filiae Jerusalem.Ideo dilexit me Rexet introduxit me in cubiculum suumet dixit mihi:Surge, amica mea, et veni.Jam hiems transiit,imber abiit et recessit.Flores apparuerunt in terra nostra.Tempus putationis advenit.

IV. Laudate, pueri, DominumSalmo 112 (113) Laudate, pueri, Dominum,laudate nomen Domini.Sit nomen Domini benedictum,ex hoc nunc, et usque in saeculum.A solis ortu usque ad occasum,laudabile nomen Domini.Excelsus super omnes gentes Dominus,et super coelos gloria ejus.Quis sicut Dominus Deus noster,qui in altis habitat;et humilia respicitin coelo et in terra?Suscitans a terra inopem,et de stercore erigens pauperem,ut collocet eum cum principibus,cum principibus populi sui?Qui habitare facit sterilem in domo,matrem filiorum laetantem?Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto.Sicut erat in principio, et nunc, et semper,et in saecula saeculorum. Amen.

Sou negra, mas formosa,ó filhas de Jerusalém.Por isso o Rei me amoue me fez entrar na sua câmarae me disse:Ergue-te, ó minha amada, e vem!O inverno já passou,a chuva terminou e afastou-se.As flores surgem sobre a nossa terra.Chegou o tempo de podar as vinhas.

Louvai, servidores, o Senhor,louvai o nome do Senhor!Bendito o nome do Senhoragora e por todo o sempre!Do nascer ao pôr do Sollouvado seja o nome do Senhor!O Senhor está acima de todas as nações,a sua glória está para lá dos céus.Quem se assemelha ao Senhor nosso Deusque habita nas alturas;e desce o seu olhar sobre as coisas humildesno céu e na terra?Que ergue do pó o miserávele tira o pobre do monturopara o fazer sentar-se entre os grandes,entre os grandes do seu povo?Que faz a mulher estéril habitar em sua casae ser mãe feliz de muitos filhos?Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.Como era no princípio e agora e sempre,pelos séculos do séculos. Ámen.

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V. Concerto: Pulchra esCântico dos Cânticos Pulchra es, amica mea,suavis et decora filia Jerusalem.Pulchra es, amica mea,suavis et decora sicut Jerusalem,terribilis sicut castrorumacies ordinata.Averte oculos tuos a mequia ipsi me avolare fecerunt.

VI. Laetatus sumSalmo 121 (122) Laetatus sum in his, quae dicta sunt mihi:In domum Domini ibimus.Stantes erant pedes nostriin atriis tuis Jerusalem.Jerusalem, quae aedificatur ut civitas:cujus participatio ejus in idipsum.Illuc enim ascenderunt tribus,tribus Dominitestimonium Israelad confitendum nomini Domini.Quia illic sederunt sedes in judicio,sedes super domum David.Rogate quae ad pacem sunt Jerusalem:Et abundantia diligentibus te.Fiat pax in virtute tua:et abundantia in turribus tuis.Propter fratres meos et proximos meos,loquebar pacem de te:Propter domum Domini Dei nostri,quaesivi bona tibi.Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto.Sicut erat in principio, et nunc, et semper,et in saecula saeculorum. Amen.

VII. Concerto: Duo SeraphimIsaías 6,3; I João 5,7-8 Duo Seraphim clamabant alter ad alterum:Sanctus, Dominus Deus Sabaoth.Plena est omnis terra gloria ejus.

És bela, ó minha amada,filha doce e amável de Jerusalém.És bela, ó minha amada,doce e amável como Jerusalém,terrível como um exércitoem linha de batalha.Afasta de mim os teus olhosQue me perturbam.

Alegrei-me quando me disseram:Vamos à casa do Senhor!Os nossos pés detiveram-seàs tuas portas, Jerusalém.Jerusalém, construída como uma cidadecujas partes se interligam.Aí sobem as tribosas tribos do Senhorsegundo a lei de Israelpara celebrar o nome do Senhor.Aí foram estabelecidos os tronos para o julgamento,os tronos da casa de David.Rogai para que a paz seja com Jerusalém:Aqueles que te amam viverão em prosperidade.Que haja paz entre as tuas muralhas:E prosperidade nas tuas fortalezas.Por amor dos meus irmãos e dos meus próximoste digo: a Paz seja contigo!Por amor à Casa do Senhor nosso Deus,peço para ti a felicidade.Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.Como era no princípio e agora e sempre,pelos séculos do séculos. Ámen.

Dois serafins exclamavam um para o outro:Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!Toda a terra está cheia da sua glória!

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Tres sunt, qui testimonium dant in coelo:Pater, Verbum et Spiritus Sanctus.Et hi tres unum sunt.Sanctus Dominus Deus Sabaoth.Plena est omnis terra gloria ejus.

VIII. Nisi DominusSalmo 126 (127) Nisi Dominus aedificaverit domum,in vanum laboraverunt qui aedificant eam.Nisi Dominus custodierit civitatem,frustra vigilat qui custodit eam.Vanum est vobis ante lucem surgere:surgite postquam sederitis,qui manducatis panem doloris.Cum dederit dilectis suis somnum;ecce haereditas Domini filii:merces, fructus ventris.Sicut sagittae in manu potentis,ita filii excussorum.Beatus vir qui implevit desiderium suum ex ipsis:Non confundetur cum loqueturInimicis suis in porta.Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto.Sicut erat in principio, et nunc, et semper,et in saecula saeculorum. Amen.

IX. Concerto: Audi coelum Audi, coelum, verba mea,plena desiderioet perfusa gaudio.– Audio. –Dic, quaeso, mihi:Quae est ista,quae consurgens ut aurora rutilatut benedicam?– Dicam. –Dic nam ista pulchraut luna electa,ut sol replaet laetitiaterras, coelos, maria.– Maria. –Maria Virgo illa dulcis,praedicta de propheta Ezechielis

Há no céu três que dão testemunho:O Pai, a Palavra e o Espírito Santo.E estes três são um.Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!Toda a terra está cheia da sua glória!

Se o Senhor não edificar a casa,aqueles que a edificam trabalham em vão.Se o Senhor não guardar a cidade,aquele que a guarda vela inutilmente.Em vão vos levantais antes do nascer do dia:Levantai-vos depois de repousardes,vós que comeis o pão da dor.Ele dá o sono aos que ama:Assim os filhos são a herança do Senhor:O fruto do ventre é a sua dádiva.Como flechas numa mão poderosa,assim são os filhos gerados na juventude.Feliz o homem que deles encheu a sua alijava:Não se confundirá quando falaraos seus inimigos à sua porta.Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.Como era no princípio e agora e sempre,pelos séculos do séculos. Ámen.

Escuta, ó Céu, as minhas palavras,cheias de desejoe repletas de alegria.– Escuto. –Diz-me, peço-te:Quem é estaque resplandece, subindo como a aurora,para que eu a celebre?– Vou dizer-to. –Diz-me, porque ela é bela,é única como a Luae como o Sol enche de alegriaa terra, os céus e os mares.– Maria. –Aquela doce Virgem Maria,anunciada pelo profeta Ezequiel

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porta Orientalis.– Talis. –Illa sacra et felix porta,per quam mors fuit expulsa,introducta autem vita.– Ita. –Quae semper tutum est mediuminter homines et Deum,pro culpis remedium.– Medium. –Omnes hanc ergo sequamurquae cum gratia mereamurvitam aeternam.Consequamur.– Sequamur. –Praestet nobis Deus,Pater hoc et Filius et Matercujus nomen invocamus dulcemiseris solamen.– Amen. –Benedicta es, Virgo Maria,in saeculorum saecula.

X. Lauda, JerusalemSalmo 147 Lauda, Jerusalem, Dominum:lauda Deum tuum, Sion.Quoniam confortavit seras portarum tuarum:benedixit filiis tuis in te.Qui posuit fines tuos pacem,et adipe frumenti satiat te.Qui emittit eloquinum suum terrae:velociter currit sermo ejus.Qui dat nivem sicut lanam:nebulam sicut cinerem spargit.Mittit cristallum suum sicut bucellas:ante faciem frigoris ejus quis sustinebit?Emittet verbum suum, et liquefaciet era:flabit spiritus ejus, et fluent aquae.Qui annuntiat verbum suum Jacob:justitias et judicia sua Israel.Non fecit taliter omni nationi:et judicia sua non manifestavit eis.

como a porta do Oriente.– Essa. –Aquela porta sagrada e feliz,por onde a morte foi expulsae por onde entrou a vida.– A mesma. –Que é sempre mediadora seguraentre os homens e Deus,para remissão das nossa culpas.– A mediadora. –Sigamo-la, pois, todos,porque pela sua graça obteremosa vida eterna.Tal nos conceda.– Sigamo-la. –Que Deus nos proteja,o Pai e o Filho, e a Mãecujo doce nome invocamos,conforto dos miseráveis.– Ámen. –Bendita és tu, Virgem Mariapelos séculos dos séculos.

Louva, Jerusalém, o Senhor:Louva o teu deus, Sião.Pois reforçou os ferrolhos das tuas portas:Abençoou os teus filhos no teu seio.Estabeleceu a paz nas tuas fronteirase saciou-te com o melhor do trigo.Ele envia as suas ordens à terra:E a sua palavra corre velozmente.Faz cair a neve com flocos de lã:E espalha a geada como cinza.Lança o granizo como migalhas:Quem pode resistir ao Seu frio?Envia a Sua palavra e elas derretem-se:Faz soprar o Seu vento e as águas correm.Anunciou a Sua palavra a Jacob:As suas leis e ordens a Israel.Não fez assim com as outras nações:E não lhes manifestou as Suas ordens.

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Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto.Sicut erat in principio, et nunc, et sempre,et in saecula saeculorum. Amen.

XI. Sonata sopra “Sancta Maria”Sancta Maria, ora pro nobis. XII. Hymnus: Ave maris stellaAve maris stella,Dei Mater alma,Atque semper VirgoFelix coeli porta. Sumens illud AveGabrielis ore,Funda nos in pace,Mutans Evae nomen. Solve vincla reis,Profer lumen caecis,Mala nostra pelle,Bona cuncta posce. Monstra te esse matrem,Sumat per te preces,Qui pro nobis natus,Tulit esse tuus. Virgo singularis,Inter omnes mitis,Nos culpis solutos,Mites fac et castos. Vitam praesta puram,Iter para tutum,Ut videntes Jesum,Semper collaetemur. Sit laus Deo Patri,Summo Christo decus,Spiritui SanctoTrinus honor unus.Amen.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.Como era no princípio e agora e sempre,pelos séculos do séculos. Ámen.

Santa Maria, rogai por nós.

Ave, estrela-do-mar,Doce mãe de DeusE sempre virgem,Feliz porta do céu. Recebendo aquele AveQue ouviste da boca de Gabriel,Firma-nos na pazPor esta mudança do nome de Eva. [Eva-Ave] Desata os laços dos pecadores,Dá luz aos cegos,Afasta os nossos males,Obtém-nos todos os bens. Mostra que és nossa mãePara que ele receba por ti a nossa oração,Ele que por nósQuis ser teu filho. Virgem sem igual,Doce entre todos os seres,Faz com que, livres das nossas culpas,Sejamos doces e castos. Concede-nos uma vida pura,Protege o nosso caminho,Para que, vendo a Jesus,Sempre rejubilemos. Louvado seja Deus Pai,Glória a Cristo supremo,E ao Espírito SantoHonra sem igual aos três.Ámen.

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XIII. MagnificatLucas 1,46-55 Magnificat anima mea Dominum. Et exultavit spiritus meusin Deo salutari meo. Quia respexit humilitatem ancillae suae:ecce enim ex hoc beatam me dicentomnes generationes. Quia fecit mihi magna qui potens est:et sanctum nomen ejus.

Et misericordia ejus a progeniein progenites timentibus eum. Fecit potentiam in brachio suo:dispersit superbos mente cordis sui. Deposuit potentes de sede,et exaltavit humiles. Esurientes implevit bonis:et divites dimisit inanes. Suscepit Israel puerum suum,recordatus misericordiae suae. Sicut locutus est ad patres nostros,Abraham et semini ejus in saecula. Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto.Sicut erat in principio, et nunc, et sempre,et in saecula saeculorum. Amen.

A minha alma glorifica o Senhor. E o meu espírito rejubila em Deus,Meu Salvador. Porque desceu o seu olhar sobre a condição humilde da sua serva:por isso todas as gerações me chamarão bem-aventurada

Porque o Todo-Poderoso fez por mim grandes coisas: e o seu nome é santo.

E a sua misericórdia estende-sede geração em geração sobre os que O temem. Usou a força do seu braço:e dispersou os que tinha no coração pensamentos orgulhosos Depôs os poderosos dos seus tronos,e elevou os humildes. Cobriu de bens os famintos:e mandou embora de mãos vazias os ricos. Socorreu Israel, seu servidor,recordando-se da Sua misericórdia. Como fora dito aos nossos pais,A Abraão e à sua posteridade, para sempre. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.Como era no princípio e agora e sempre,pelos séculos dos séculos. Ámen.

tradução de rui vieira nery

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A entrada de Michel Corboz no universo da música encontra-se profundamente ligada ao seu fascínio pela voz e pelas obras escritas no domínio da música vocal. Consequentemente dirigiu, ao longo da sua carreira, pelo mundo inteiro, as grandes oratórias e outras obras que incluem coro, solistas e orquestra.Depois de fundar o Ensemble Vocal de Lausanne, em 1961, as inúmeras distinções concedidas e o acolhimento entusiasta da imprensa às suas gravações das Vésperas e do Orfeo de Monteverdi (1965 e 1966) marcaram o início de uma longa carreira que evoluiu naturalmente, sem ambições particulares, enriquecendo-se todosos anos com uma nova obra.Em 1969, Michel Corboz foi nomeado Maestro Titular do Coro Gulbenkian, cargo que vem exercendo com inexcedível competência desde então. À frente do Coro Gulbenkian, realizou um grande número de concertos e gravações,

tendo assim colocado em destaque as qualidades fundamentais do agrupamento e contribuído decisivamente para a sua projeção nacionale internacional.A discografia de Michel Corboz conta com mais de cem títulos, muitos deles distinguidos com prémios internacionais do disco. Neste domínio, salientam-se as grandes obras sacras de Bach e de Mozart, Selva morale de Monteverdi, as oratórias de Mendelssohn e os Requiem de Brahms, Fauré, Duruflé e Verdi. Na Ópera de Lyon recriou Ercole amante de Cavalli, obra composta para o casamento de Luís XIV, bem como David et Jonathas de Charpentier. No domínio da ópera, dirigiu L’Incoronazione di Poppea, Il ritorno d’Ulisse in patria e ainda, L' Orfeo de Monteverdi.Em dezembro de 1999, Michel Corboz foi condecorado pelo Presidente da República Portuguesa com a Grã Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique.

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Patrycja Gabrel é licenciada em canto e piano. Estudou no Conservatório Fryderyk Chopin, em Varsóvia, e na Escuela Superior Reina Sofía, em Madrid, com Tom Krause. Participou em master-classes de Riri Griest, Charles Kellis, Anita Garanca e Helmut Deutsch. Prossegue o seu aperfeiçoamento vocal com Joana Siqueira. Recebeu o Prémio Alfredo Kraus para “Melhor Jovem Músico em Madrid” e o prémio do concurso Arte da Canção Polaca (rádio Classica). Foi bolseira da Fundação Gulbenkian, no âmbito da rede enoa, e membro do Coro Gulbenkian. Participou no Festival d’Aix-en-Provence, no Flagey Brahms Festival, em Bruxelas, e no Festival de Órgão da Madeira, entre outros. Integra regularmente prestigiados agrupamentos nacionais, como a Capella Patriarchal e o Ludovice Ensemble. Cantou com a Orquestra do Norte (Il Mondo della Luna deP. A. Avondano), a Orquestra Metropolitana de Lisboa (4.ª Sinfonia e Rückert-Lieder de Mahler), a Orquestra de Câmara Portuguesa (Missa em Dó maior, op. 86, de Beethoven), a Filarmónica de Varsóvia e a Orquestra Gulbenkian. O seu diversificado repertório incluiu ainda Dixit Dominus de Händel, Pulcinella de Stravinsky,Peer Gynt de Grieg, ou Momente de Stockhausen.Em 2015 gravou o papel de Mãe para a estreiada ópera L’Autre Hiver de Dominique Pauwels.O seu repertorio operático inclui Tatiana (Evgeny Onegin), Violetta (La traviata), Rainhada Noite (A flauta mágica) e Condessa Almaviva(As bodas de Figaro), entre outros papéis.

PatrycjaGabrel

De ascendência catalã, Arianna Savall nasceu em 1972 em Basileia, na Suíça. Estudou piano com Susanne Hockenios, harpa com Magdalena Barrera e canto com Maria Dolors Aldea. Iniciou-se na interpretação de música antiga com Rolf Lislevand, no Conservatório de Toulouse. Recebeu também os ensinamentos de Andrew Lawrence-King e Hopkinson Smith, bem como dos seus pais Montserrat Figueras e Jordi Savall. Realizou estudos de pós-graduação em canto na Schola Cantorum Basiliensis, com Kurt Widmer, tendo-se também especializado em harpa histórica com Heidrun Rosenzweig.Em 2000 estreou-se no elenco de uma ópera barroca – Opera Seria de Florian Leopold Gassman – no Teatro de Basileia, com o maestro Carlos Harmuch. Em 2002 estreou-se no Gran Teatre del Liceu de Barcelona numa produçãode L' Orfeo (papel de Eurídice) de Monteverdi, sob a direção de Jordi Savall. Outras interpretações incluem: o papel de Carilda (Arianna in Creta de Händel) no auditório Scala de Basileia; Sueños y Folías (como harpista e cantora) no Teatro Liceo de Salamanca, Celos aún del ayre matan, de Juan Hidalgo, no Auditori de Barcelona e no Konzerthaus de Viena; The Fairy Queen, de Purcell, com a Main Barockorchester Frankfurt, e Il combattimento di Tancredi e Clorinda (Clorinda) de Monteverdi, com Le Concert des Nations. Em outubro de 2015 apresentou-se na Fundação Gulbenkian com o seu grupo Hirundo Maris. Entre 1997 e 2008, colaborou com o agrupamento Hespèrion XXI, nomeadamente em gravações para a editora Alia Vox.

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Fernando Guimarães licenciou-se em Canto pela Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, no Porto. Foi galardoado com o Prémio Jovens Músicos da RDP (2007) e como 2.º Prémio do Concurso de Canto Luísa Todi. Como vencedor do Concurso Internacional de Canto L'Orfeo, cantou o papel principal desta ópera de Monteverdi, em Mântua, no 400.º aniversário da estreia. Em Portugal, apresenta-se com regularidade na Fundação Gulbenkiane no Centro Cultural de Belém. Colabora com as mais importantes orquestras portuguesas e com agrupamentos de música antiga como Divino Sospiro ou Os Músicos do Tejo.Os destaques da sua carreira incluem: o papel principal em La descente d’Orphée aux enfers, de Charpentier, com Les Arts Florissants; as oratórias Il Diluvio Universale e Nabucco, de M. Falvetti, com a Cappella Mediterranea e o maestro L. G. Alarcón; e o papel de Abramo na estreia moderna de Isacco, figura del redentore, de N. Conti, no Festival de Bruges. Mais recentemente, estreou-se com a Orchestra of the Age of Enlightenment no Queen Elizabeth Hall, em Londres, realizou uma digressão com a Freiburger Barockorchester, apresentou-se no Festival d’Aix-en-Provence (Teseo, em Elena de Cavalli), cantou Il ritorno d ´ Ulisse in patria com os Boston Baroque e interpretou Alidoro (LOrontea de Cesti) no Festival de Música Antiga de Innsbruck. Estreou-se em Armide, de Lully, com Les Talens Lyriques e C. Rousset, e colaborou também com o Concerto Köln numa série de concertos dedicados a obras de Giovanni Simone Mayr.

Michael Feyfar iniciou a sua atividade musical no seio do coro juvenil Knabenkantorei, em Basileia. Posteriormente estudou canto com Frieder Lang e Donald Litaker, em Berna e Karlsruhe, respetivamente. O seu interesse pelas interpretações autênticas de música antiga levou-o a ingressar na Schola Cantorum Basiliensis, onde estudou com Gerd Türk.Neste domínio, recebeu também os ensinamentos de Christoph Pregardien, Hans-Peter Blochwitz e Jakob Stämpfli. Michael Feyfar tem atuado em prestigiados palcos na Europa, incluindo festivais em Munique, Weimar, Lucerna, Paris, Berlim, Hamburgo, Colónia, Estrasburgo e Zurique. Como solista, interpreta as grandes obras do repertório coral e instrumental como as Paixões de J. S. Bach, Paulus, Elias e Lobgesang de Mendelssohn, As Estações e A Criação de J. Haydn, Messias, Israel no Egito e Brockes-Passion de Händel, ou Stabat Mater de Dvorák. Apresenta-se também com regularidade nos palcos de ópera, com destaque para a estreia de La Machine Rêve (festival Les Museiques, em Basileia, em 2004), A flauta mágica (Tamino) de Mozart, Le devin du village de Rousseau, ou Orfeu e Eurídice (Orfeu) de Gluck. Desde 2010, atua com regularidade na Ópera de Basileia (La Calisto de Cavalli, Aida de Verdi, A Dama de Espadas de Tchaikovsky). Cantou também o papel principal em Spartakus,de G. Porsile, no festival de inverno de Schwetzingen (2010) e Nacht, de G. F. Haas, no Festival de Lucerna (2011). Michael Feyfar recebeu os prémios culturais Ernst Göhner Foundation e Migros.

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André Baleiro nasceu em Lisboa. Estudou canto na Universidade das Artes de Berlim, com Siegfried Lorenz, Axel Bauni e Eric Schneider. Foi bolseiro da Fundação Walter & Charlotte Hamel (Hanôver) e da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2016 venceu o Concurso Internacional Robert Schumann, em Zwickau, na Alemanha, e recebeu também o 1.º prémio no Concurso de Canto Lírico da Fundação Rotária Portuguesa. Tem colaborado com a Ópera de Câmara de Munique, onde se estreou em 2016 no papel de Figaro (O barbeiro de Sevilha). Outros papéis de destaque incluem: Don Parmenione (L’occasione fa il ladro) no Teatro Pérez Galdós, em Las Palmas; Belfiore (Fra i due litiganti il terzo gode de G. Sarti); Capitão (O três desejos de B. Martinu), na Universidade das Artes Berlim; o papel principal em Ainda não vi-te as mãos, de Ayres d’Abreu, no Teatro Municipal de Santarém; Cabo da Guarda (Il cappello di pagliadi Firenze de Nino Rota); Pantalone (Turandot),no Teatro Nacional de São Carlos, e Apollon(La descente d’Orphée aux enfers de Charpentier) no Convento de Mafra. Em concerto, interpretou a Paixão segundo São Mateus, de J. S. Bach, na Fundação Gulbenkian, Um Requiem Alemão,de Brahms, na Salle Métropole de Lausanne,e o Requiem de Fauré no festival La Folle Journée, em Nantes e Tóquio. Apresenta-se também com regularidade em recital, na Alemanha e em Portugal. Em 2015, no Piano Salon Christophori, em Berlim, interpretou o Italienisches Liederbuch de Hugo Wolf, acompanhado pelo pianista Eric Schneider.

AndréBaleiro

Manuel Rebelo começou a estudar música aos seis anos de idade. Inserido num coro infantil, estreou-se em palco aos sete anos, tendo então cantado a Paixão segundo São Mateus, de J. S. Bach, sob a direção de Michel Corboz. Concluiu o Curso de Canto do Conservatório Nacional, na classe de Rute Dutra. Diplomou-se em Formação Musical pela Escola Superior de Música de Lisboa. Em 2006 estreou-se no domínio da ópera, na Fundação Gulbenkian, no elenco de Salome de R. Strauss, sob a direção de Lawrence Foster. Nos anos seguintes participou na estreia absoluta da ópera Orquídea Branca (Professor Barroso) de Jorge Salgueiro, e In Paradisum, de Eurico Carrapatoso, com o quarteto Tetvocal, a Sinfonietta de Lisboa e o Coro Ricercare, tendo também gravado esta última obra. Em 2008 foi solista em A Sea Symphony, de V. Williams, com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, no Centro Cultural de Belém. Em 2009 integrou o elenco do musical Deus. Pátria. Revolução., com direção musical de Luis Bragança Gil. No Cento Cultural Olga Cadaval, estreou a Cantata para um Silêncio de Daniel Schvetz. Mais recentemente, interpretou D. Quixote, em O Retábulo de Mestre Pedro de M. de Falla, com a Orquestra Gulbenkian e a maestrina Joana Carneiro. Como solista, interpretou também o Requiem de Fauré, sob a direção de Jorge Matta, e a Missa da Coroação de Mozart,com Rodrigo Queiroz. Integra o Coro Gulbenkian desde 2000 e é membro do grupo Tetvocal desde 2002. Mantém também uma intensa atividadeno campo da direção.

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O agrupamento Les Cornets Noirs foi fundado em 1997 por Gebhard David e Bork-Frithjof Smith. O seu interesse principal é o repertório dedicado ao instrumento que lhe dá o nome: o corneto, também denominado “corneto negro” em virtude da cobertura de couro. Este instrumento teve o seu apogeu entre meados do século XVI e o fim do século XVII, principalmente em Itália e na Alemanha.Nesse espaço geográfico e cronológico,o agrupamento encontra um repertório rico e em grande parte desconhecido. Les Cornets Noirs venceram o Concours Musica Antiqua, no âmbito do Festival van Vlaanderen Brugge 2000. Desde então, têm atuado em vários países da Europa (Suíça, Áustria, República Checa, Polónia, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, França, Itália e Portugal). Apresentam-se também em colaboração com grupos vocais para interpretar as grandes obras do início do período Barroco, como as Vésperas de C. Monteverdi ou os Salmos de David de H. Schütz. Em 2004 foi lançado o primeiro CD do grupo (O dilectissime Jesu, Motetos

e Sonatas de G. Legrenzi, com Monika Mauch) muito elogiado pela crítica, assim como o álbum Echo & Risposta (2009) com música do século XVII executada na Igreja de Muri, na Suíça, com o órgão Bossart de 1743. Destaque também parao disco Schätze aus Uppsala (Tesouros de Uppsala), lançado em 2012. O SACD Polychoral Splendour (salmos policorais de H. Schütz e canzonas deG. Gabrieli), gravado em colaboração com o grupo vocal Cappella Murensis, foi agraciado com o International Classical Music Award 2013.

Les Cornets Noirs

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violinosAmandine BeyerCosimo Stawiarski

cornetosBork-Frithjof SmithGebhard DavidJosué Melendez Pélaez

sacabuxasSimen van MechelenHenning WiegräbeJoseph Bastian

tiorbaMatthias Spaeter

violonceloPatrick Sepec

viola da gamba / lironeMatthias Müller

órgãoJohannes Strobl

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Fundado em 1964, o Coro Gulbenkian conta presentemente com uma formação sinfónica de cerca de cem cantores, atuando igualmente em grupos vocais mais reduzidos. Assim, apresenta-se tanto como grupo a cappella, interpretando a polifonia dos séculos XVI e XVII, como em colaboração com a Orquestra Gulbenkian ou com outros agrupamentos, para a interpretação de obras coral-sinfónicas do repertório clássico, romântico ou contemporâneo. Na música do século XX tem interpretado, frequentemente em estreia absoluta, inúmeras obras contemporâneas de compositores portugueses e estrangeiros. Tem sido igualmente convidado para colaborar com as mais prestigiadas orquestras mundiais, entre as quais a Philharmonia Orchestra de Londres, a Freiburg Barockorchester, a Orquestra do Século XVIII, a Filarmónica de Berlim, a Sinfónica de Baden-Baden, a Sinfónica de Viena, a Orquestra do Concertgebouw de Amesterdão, a Orquestra Nacional de Lyon, a Orquestra de Paris, a Orquestra Juvenil Gustav Mahler, ou a Orquestra Sinfónica Simón Bolívar. Foi dirigido por grandes figuras como Claudio Abbado, Colin Davis, Frans Brüggen, Franz Welser-Möst, Gerd Albrecht, Gustavo Dudamel, Jonathan Nott, Michael Gielen, Michael Tilson

Thomas, Rafael Frübeck de Burgos, René Jacobs ou Theodor GuschIbauer. O Coro Gulbenkian tem participado em importantes festivais internacionais, tais como: Festival Eurotop (Amesterdão), Festival Veneto (Pádua e Verona), City of London Festival, Hong Kong Arts Festival e Festival Internacional de Música de Macau. Em anos recentes, apresentou-se no Festival d’Aix-en-Provence, numa produção da ópera Elektra, de Richard Strauss, com a Orquestra de Paris, dirigida por Esa-Pekka Salonen, que teve a assinatura do encenador Patrice Chéreau. Em 2015 participou, em Paris, no concerto comemorativo do Centenário do Genocídio Arménio, com a World Armenian Orchestra dirigida por Alain Altinoglu. A discografia do Coro Gulbenkian está representada nas editoras Philips, Archiv / Deutsche Grammophon, Erato, Cascavelle, Musifrance, FNACMusic e AriaMusic, tendo ao longo dos anos registado um repertório diversificado, com particular incidência na música portuguesa dos séculos XVI a XX. Algumas destas gravações receberam prémios internacionais. Desde 1969, Michel Corboz é o Maestro Titular do Coro, sendo as funções de Maestro Adjunto e de Maestro Assistente desempenhadas por Jorge Matta e Paulo Lourenço, respetivamente.

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Michel Corboz Maestro TitularJorge Matta Maestro AdjuntoPaulo Lourenço Maestro Assistente

sopranosAna Bela CovãoAriana RussoClara CoelhoInês LopesManuela ToscanoMaria José ConceiçãoMariana MoldãoMarisa FigueiraMónica AntunesMónica SantosNatasa SibalicRosa CaldeiraRute DutraVerónica Silva

contraltosAna UrbanoFátima NunesJoana EstevesJoana NascimentoManon MarquesMaria Forjaz SerraMichelle RollinRita Tavares

tenoresDiogo PomboFrederico ProjectoJoão AfonsoJoão BarrosJoão BrancoManuel GamitoMiguel SilvaPedro MiguelSérgio Fontão

baixosJosé Bruto da CostaLuís FernandesLuís PereiraPedro CasanovaPedro MorgadoRicardo MartinsRui BorrasSérgio SilvaTiago Batista

coordenaçãoMariana Portas produçãoFátima PinhoLuís SalgueiroJoaquina Santos

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direção criativaIan Anderson

design e direção de arteThe Designers Republic

design gráficoAH–HA

Pedimos que desliguem os telemóveis durante o espetáculo. A iluminação dos ecrãs pode igualmente perturbar a concentraçãodos artistas e do público. Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens duranteos espetáculos. Programas e elencos sujeitos a alteraçãosem aviso prévio.

tiragem800 exemplares

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