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ANO V, Nº 10 - Aracaju Sergipe Brasil Março - 2013 LEIA NESTA EDIÇÃO: 04 … Orientação na Magnetização texto de Gilberto Cruz 05 … Eventos sobre Magnetismo 09 … Autismo teorias explicativas 15 … Reflexões sobre Autismo e Espiritualidade 18 … Palavras do Codificador 19 Anatomia e Fisiologia Humanas sistema endócrino específico para o sistema reprodutor 23 Coluna do Leitor 24 Jacob Melo responde sobre passe palmar e digital Edição especial sobre o autismo. Dois textos abordando os aspectos fisiológicos e espirituais desta síndrome que vem sendo tratada através do Magnetismo. Página 09 EVENTO SOBRE SONAMBULISMO EM LINHARES ES página 05

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Ano V - n° 04 - Aracaju Sergipe Brasil - agosto - 2012 ANO V, Nº 10 - Aracaju – Sergipe – Brasil – Março - 2013

LEIA NESTA EDIÇÃO:

04 … Orientação na Magnetização – texto de Gilberto Cruz 05 … Eventos sobre Magnetismo 09 … Autismo – teorias explicativas 15 … Reflexões sobre Autismo e Espiritualidade 18 … Palavras do Codificador 19 … Anatomia e Fisiologia Humanas – sistema endócrino específico para o

sistema reprodutor 23 … Coluna do Leitor 24 … Jacob Melo responde sobre passe palmar e digital

Edição especial sobre o autismo. Dois textos abordando os aspectos

fisiológicos e espirituais desta

síndrome que vem sendo tratada

através do Magnetismo.

Página 09

EVENTO SOBRE SONAMBULISMO EM LINHARES – ES

página 05

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Pág. 02 JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 02

EEDDIITTOORRIIAALL

Valorizada nos trabalhos de magnetismo de todas as épocas, a vontade sempre foi

tida como um dos atributos essenciais a ser desenvolvido pelos magnetizadores. Motor propulsor das nossas ações, torna-se necessário que o magnetizador atente para o aprimoramento deste recurso, ampliando as suas possibilidades terapêuticas através de uma vontade firme e constante. Com isto a ação magnética é poten-cializada, o fluido ganha direção e força de penetração.

A importância da vontade para o magnetizado também é de relevância. O desejo sincero de curar-se aliado à confiança na magnetização, apesar de nem sempre serem indispensáveis, podem fazer uma grande diferença. Não estamos nos referin-do àqueles doentes que buscam o retorno à saúde a qualquer custo, mas aos que aprenderam a ter resignação e que já compreendem a função de todas as dores da vida. Esses sabem ter esperança, um sentimento que produz leveza e tranquilidade de espírito. Sabem querer, sem inquietar-se com os resultados.

Perseguir a cura, sem exigências descabidas; querer a saúde, sem acomodar-se quanto aos esforços necessários para atingi-la; acreditar que é possível, sabendo esperar com paciência. Eis o que magnetizador e paciente podem e devem praticar a fim de que mais amplos resultados em termos de harmonia e bem-estar sejam alcançados.

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JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013

O Vórtice tem como objetivo a

divulgação da ciência magnética

dentro da ótica espírita.

EXPEDIENTE:

Adilson Mota de Santana

Edição e diagramação

Marcella Silas Colocci

Revisão

Lourdinha Lisboa

Fotografia

As edições do Vórtice

podem ser acessadas e

copiadas no site

www.jacobmelo.com

Ajude a fazer o Vórtice enviando

seus textos, notícias sobre cursos e

seminários, estudos de casos,

pesquisas sobre Magnetismo... para

[email protected]

Pág. 03

VVIIVVEENNDDOO OO AAMMOORR

Somente o amor

Será capaz de construir

Um mundo novo

A cantar fraternidade.

Somente o amor

Será capaz de reflorir

A esperança

Entre gorjeios de amizade.

O amor é o sol

Que nos aquece e ilumina

É como a prece

Fulgurando a luz divina.

O mundo será feliz

Somente assim:

Vivendo a paz

Vivendo o amor

Amor sem fim!

O amor é o sol

Que nos aquece e ilumina

É como a prece

Fulgurando a luz divina.

Fonte: www.omensageiro.com.br

JOÃO CABETE

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JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 04

O magnetismo é fabuloso e dependendo de como se utiliza através dos

processos que a natureza impõe, ninguém subjuga sua força, sua pujança.

A atenção dos magnetizadores deve estar voltada para o magnetizado, de forma a direcionar as emanações fluídicas em proficiência no mal a que se deve tratar. Não deve ser temerária e os pensamentos não devem se misturar com as formas pensamentos, que abstraem e tomam toda atividade, em todos os atos. É muito importante essa premissa, pois é muito comum o desejo de magnetizar, mas em que os pensamentos volitam como imagens ou lembranças.

A vontade firme não tergiversa e os procedimentos são cheios de atitudes dignas onde a ação fluídica aí está proporcional a ardente fé; utilizando percepções extras no campo da intuição ou o tato magnético, acompa-nhado do olhar atento no magnetizado, lhe advirá a certeza de uma magnetização profícua.

No magnetizado sob o efeito de seu magnetizador, alterar-se-á as zonas de recepção e estará mais acessível à ação da magnetização, ocorrendo o seguinte processo que não se deve descurar: no primeiro momento, o complexo de técnicas já bem entendido por quem a utilizará fará que os centros vitais estejam harmonizados entre si, ocasionando nesse proces-so um bem estar, digamos que uma fase de sonambulismo suave, caben-do ao magnetizador tirar o melhor proveito desse estado, que é o segundo momento; deverá o magnetizador estar, então, centrado na sua ação, e com muita calma e equilíbrio alterar as suas emoções e seus sentimentos numa vontade firme, expandindo as vibrações de saúde e paz, e com conhecimento de causa, dirigir o fluido ao objetivo da magne-tização. Entraremos no terceiro momento: é o retorno do magnetizado com as técnicas apropriadas das fases sonambúlicas inclusive refazendo a psissensibilidade, sendo agraciado com um profundo bem estar e vitali-dade, sendo alcançado, por assim dizer, um grau do magnetismo.□

Gilberto Cruz

[email protected]

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Realizou-se no dia 16 de março último na cidade de

Linhares, Espírito Santo, o seminário O SONAMBULISMO À LUZ DO ESPIRITISMO E DO MAGNETISMO, com Adilson Mota, da cidade de Aracaju, Sergipe, que falou sobre a teoria do sonambulismo e dos diversos fenômenos que Allan Kardec chamou de fenômenos de emancipação da alma, além de orientar sobre a aplicação destas faculdades de forma positiva e os meios de identificação do seu porta-dor.

Segundo Adilson, este tema é muito pouco estudado nas instituições espíritas causando diversos transtornos às pes-soas que demonstram possibilidades sonambúlicas, ao ponto de ser confundido com mediunidade ou mesmo com obsessão. "O sonambulismo é uma faculdade relativa-mente comum - disse Adilson - sendo difícil não encontrá-la em um Centro Espírita. O grande problema é que esta e as demais faculdades não são aproveitadas, nem mesmo compreendidas. O sonâmbulo geralmente não tem com quem conversar a respeito, seja porque não encontre facil-mente alguém que se interesse pelo assunto, seja por medo de não ser aceito ou mesmo de ser tachado de doente."

O seminário promovido pelo Grupo Espírita Joana d'Arc teve a participação de espíritas de várias cidades do Espírito Santo, formando um grupo interessado e partici-pativo, num ambiente de alegria e confraternização.□

EVENTO SOBRE

SSOONNAAMMBBUULLIISSMMOO

EM LINHARES/ES

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JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 06

Seminário sobre Magnetismo Abordagem em 12 temas Instrutores: Dalton Eloy, Romélia Dolores, Carlos Airton e Luiz Gonzaga Pinheiro Início: 16 de março de 2013 Aos sábados, das 14h30min às 17h30min Inscrições gratuitas Vagas limitadas Local: Centro Espírita Grão de Mostarda Rua Torres Portugal, 257 - Pq. Araxá Fortaleza/CE Contatos: (85) 3265-3005 / 9994-2935 E-mail: [email protected] Realização: NACE - Núcleo de Apoio Cultural e Espiritual Seminário SONAMBULISMO À LUZ DO ESPIRITISMO E DO MAGNETISMO Palestrante: Adilson Mota – Aracaju/SE Dias 13 e 14 de abril de 2013 Início: sábado às 14h Local: Centro Espírita Nosso Lar Rua Uberlândia, 77 – São Lourenço Teixeira de Freitas – Bahia Inscrição: 20,00 Informações: 9987-0564 (Elias) – 9985-7752 (Ari) – 8816-0291 (André Seabra) MAGNETISMO E ESPIRITISMO: UNIDOS NA PRÁTICA DO PASSE Palestrantes: Clevis Silva e Andréa Guinancio Dia 21 de abril de 2013 Domingo, das 08 às 15h Local: Escola Municipal Monsenhor José Alves Landim Rua Retirolândia, s/n – Bairro Potengi – Natal/RN Próximo à Associação Espírita Obreiros da Vida Eterna Realização: Departamento de Assistência Espiritual - CRENORTE Seminário A DEPRESSÃO, O SUICÍDIO E A ESPERANÇA Palestrante: Jacob Melo (RN) Dia 27 de abril de 2013 Sábado, às 14h Local: Federação Espírita do Estado do Ceará - FEEC Rua Princesa Isabel, 255 - Centro Fortaleza/CE Inscrições na FEEC Valor: R$ 10,00 Informações: (85) 3212-1092 (85) 3212-4268 Realização: FEEC Seminário O PASSE NA CASA ESPÍRITA Palestrante: Jacob Melo (RN) Dia 28 de abril de 2013 Domingo, às 08h30min Local: Federação Espírita do Estado do Ceará - FEEC Rua Princesa Isabel, 255 - Centro Fortaleza/CE Inscrições na FEEC Valor: R$ 10,00 Informações: (85) 3212-1092 (85) 3212-4268 Realização: FEEC

EVENTOS

SSOOBBRREE

MMAAGGNNEETTIISSMMOO

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JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 07

EEssttuuddoo ssoobbrree MMaaggnneettiissmmoo

eemm AArraaccaajjuu -- SSeerrggiippee

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A organização do 6.º

EMME solicita a todos

que se inscreveram para

o evento mas que ainda

não enviaram o

comprovante de

pagamento da inscrição

que o façam. Somente

assim a inscrição estará

confirmada.

A não confirmação

implicará na

disponibilidade da vaga

para outro interessado.

AAVVIISSOO

66..ºº EEnnccoonnttrroo

MMuunnddiiaall ddee

MMaaggnneettiizzaaddoorreess

EEssppíírriittaass

JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 08

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JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 09

Este texto baseia-se no artigo Espelhos Quebrados

– Uma Teoria Sobre O Autismo, escrito por Vilayanur S. Ramachandran e Lindsay M. Oberman (2006), neurocientistas da University of Cali-fornia/San Diego, e publicado na Revista Scientific American/Brasil – Edição Especial de Aniversá-rio/dezembro de 2012, sendo citado como um dos dez melhores artigos científicos dos últimos dez anos. (Figura 1)

Segundo os autores, o autismo é uma síndrome estudada pela primeira vez no ano 1940 por dois médicos, o psiquiatra americano Leo Kanner e o pediatra austríaco Hans Asperger, que a descre-veram como um distúrbio que afeta o desenvol-vimento de milhares de crianças. Esses dois profis-sionais estudaram esse transtorno separadamente (um não sabia do outro) e deram o mesmo nome - autismo, originado do grego “authos” que significa “de si mesmo”. O autismo é caracterizado, basica-mente, pelo isolamento do mundo exterior e a per-da de interação social. Mantendo um padrão de sintomas característicos, há uma variedade de graus e por isso hoje se diz “TRANSTORNOS DO ESPECTRO DO AUTISMO”.

Desde a década de 90, cientistas da Universidade da Califórnia, em San Diego, da Universidade de Lon-dres, na Inglaterra e da Universidade de Parma, na Itália, têm feito estudos em vários setores da neuro-ciência tentado explicar partes dos fenômenos da sintomatologia apresentada pelos autistas.

Os principais sinais clínicos da criança autista são: isolamento social, ausência de contato visual, po-breza de expressão verbal, vocalização, inexistência de empatia, e outros menos percebidos e não menos importantes, como dificuldade de imitar sinais, não compreensão de metáforas e a interpre-tação literal das mesmas, preocupação exagerada com coisas insignificantes (para nós), não levam em conta aspectos sociais no seu entorno e demons-tram extrema aversão a determinados sons.

Os cientistas sabem que as causas têm propensão hereditária e que fatores ambientais exercem importância no desenvolvimento da doença. Os neurocientistas e estudiosos das universidades cita-das apresentaram propostas de teorias para expli-car o autismo e as dividem em dois grupos: o anatô-mico e o psicológico. Um terceiro grupo, o da “mãe geladeira”, baseado na ideia da frieza emocional materna como causa da doença, foi logo rejeitado. (Figura 2)

Teorias explicativas

[email protected]

Garcia Barata

Figura 1

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A demonstração anatômica comprova que crianças autistas possuem anomalias típicas na estrutura do cerebelo, órgão do sistema nervoso central, responsável pelos movimentos musculares voluntários permitindo equilíbrio e movimentos finos. Talvez estas alterações estruturais sejam devidas a genes anormais, não propriamente relacionados ao autismo. Portadores de doença cerebelar possuem movimentos inco-ordenados, não necessariamente relacionados há sinais típi-cos autísticos. A verdadeira causa da doença estaria em outros efeitos dessa anormalidade. Esta teoria é defendida por Eric Courchesne, da University of California e por outros anatomistas.

Estudiosos da University College of London (Uta Frith) e da Cambridge University (Simon Baron-Cohen) defendem a “Teoria da Mente Alheia”, como hipótese psicológica. Segun-do eles, o autista teria como principal anormalidade a incapacidade de construir uma “Teoria da Mente Alheia”. O que seria isto?

Há no nosso cérebro um circuito neuronal especializado que permite ao indivíduo pensar sobre si próprio e sobre o outro, e assim criar e formular ideias sobre sua mente e sobre a mente do outro, prevendo, ainda, o comportamento do seu semelhante. A existência desse circuito neuronal sofisticado permite então a interação social, pela capacidade que nor-malmente temos de cooperar e aprender com o próximo.

No autista esta integração social está parcial ou totalmente quebrada porque eles não compreendem que as pessoas têm seus próprios pensamentos, pontos de vista e um modo único de ser. E assim, eles tampouco entendem crenças, emoções e atitudes dos outros. Os circuitos neuronais que explicam a teoria da mente alheia nos autistas, não existiriam ou estariam seriamente comprometidos. Entretanto, não explicaria o aparecimento dos demais sintomas.

JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013

O que os estudiosos precisam identificar são “os me-canismos cerebrais cujas funções conhecidas se asso-ciam àquelas que, nos portadores da patologia, estão desintegradas”.

Quando promovemos um determinado movimento voluntário, por exemplo, segurar um lápis, um grupo de neurônios partindo do córtex motor é acionado até que a ordem chega à musculatura do membro supe-rior e o lápis é seguro pela mão. Vários neurônios entram neste circuito partindo do lobo frontal e todo este movimento pode ser monitorado por aparelhos.

Um grupo de neurocientistas da Universidade de Parma, na Itália, comandados por Giacomo Rizzolatti, observou a seguinte curiosidade em experimentos com macacos Rhesus: ao promover atividades indu-zidas, como pegar amendoim ou movimentar uma alavanca, o circuito neuronal se fazia partindo o estí-mulo do neurônio inicial no córtex pré-motor do lobo frontal. Mas observaram que um subgrupo de neurô-nios de comando motor disparava quando o animal via outro desempenhar a mesma ação, fosse ele ma-caco ou pesquisador. O mesmo grupo de neurônios era acionado quando o animal assistia o movimento ser executado pelo seu colega de laboratório. Esta é a Teoria dos Neurônios-Espelho.

Estudos de Ressonância Magnética com Potencial Evocado (Pet-Scam) revelaram que os neurônios-espe-lho existiam também em redes neurais de humanos e principalmente no córtex pré-motor, córtex insular, córtex do giro angular e no giro cingulado anterior, e desempenham importante papel nas demonstrações de empatia. Assim podemos nos relacionar e sentir a dor do outro: “eu sei o que você está passando”, “sou

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Figura 2

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capaz de avaliar a sua dor”, é o que normalmente ouvimos ao presenciarmos ou ser descrito um quadro doloroso seja físico ou psicológico. Quando alguém boceja ou suga um limão, imediatamente nos vem a vontade de também boce-jar ou a salivação intensa acontece. Fenômenos explicados pela presença dos neurônios-espelho nos circuitos neuro-nais. (Figura 3)

No ato de mostrar a língua para o bebê em que circuito visuais e musculares estão envolvidos ou no aprendizado da linguagem na infância em que há integração de áreas cerebrais, transformando sinais auditivos nos centros dos lobos temporais em conteúdos verbais, formados pelo cór-tex motor, podem ser explicados pela presença dos neurô-nios-espelho nestas áreas cerebrais.

O enxergar o outro como a si mesmo é um dom essencial na autopercepção e na introspecção. A necessidade de explicar a falta de habilidade social e de empatia, déficit de aprendizagem, mimetismo precário, tão características da síndrome autística, fez que o grupo de neurocientistas da Universidade da Califórnia (RAMACHANDRAN, V.S. e OBERMAN, L.M.) procurassem uma forma não invasiva de monitorar as ações dos circuitos neurais dos neurônios-espelho.

JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013

Estudando-se o traçado do Eletro-encefalograma (EEG) percebeu-se que um grupo de ondas, as ONDAS MU, são bloqueadas quando o indivíduo faz movimentos muscu-lares voluntários intencionais, como abrir e fechar as mãos. O mais inte-ressante é que esse bloqueio ocorre quando o indivíduo observa um ou-tro a fazer o mesmo movimento. Usou-se, então, a supressão da onda MU no traçado do EEG como método simples e não invasivo para monitorar a atividade dos neurô-nios-espelho. (Figuras 4a e 4b)

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Figura 3

Figura 4b

Figura 4a

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JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013

Recebemos inúmeros estímulos sensoriais visuais, auditivos, gustativos, olfatórios, que após serem processados nas áreas respectivas do córtex cerebral, são transmitidas para a amígdala (região intracerebral) que atua como portal do sis-tema límbico (unidade responsável pelas emoções). Utilizan-do conhecimentos armazenados, a amígdala determina como devemos agir emocionalmente: se frente a um ladrão – medo; se frente à pessoa amada – sensualidade; se frente a episódio insignificante – reagimos com indiferença. Essas mensagens – medo, sensualidade ou indiferença – atingem o sistema límbico numa reação em cascata, chegando ao sistema nervoso autônomo que prepara o corpo para uma ação: correr, carinho, neutralidade, por exemplo. Com o tempo a amígdala cria um mapa topográfico emocional do ambiente interno de cada um de nós.

Os autores citados decidiram explorar a ideia de que os autistas teriam uma conexão deformada das áreas do córtex, amígdala e sistema límbico, comprovando hiper-reações da criança autista frente a fenômenos simplórios, triviais ou indiferença a estímulos considerados fascinantes. Assim, um grupo de 37 crianças autistas tiveram suas respostas autonô-micas monitoradas através da condutância da pele pela sudorese. Nos autistas, esta condutância estaria aumentada quando confrontadas com objetos e situações simples ou estressantes que desencadeariam reações alarmantes na res-

Outros pesquisadores partiram para outros métodos investigativos da atividade neural. A Magnetoence-falografia, que mede campos magnéticos produzidos por correntes elétricas no cérebro, descobriu defi-ciência de neurônios-espelho em crianças autistas. A ressonância magnética funcional registrou redução de atividade dos neurônios-espelho do córtex da região pré-frontal. Com a técnica da Estimulação Magnética Transcraniana, que induz correntes elétricas no córtex motor produzindo movimentos musculares, os pesqui-sadores constataram movimentos menos intensos nas crianças autistas.

Embora não se saiba quais os fatores genéticos ou ambientais de risco que impedem o desenvolvimento ou alteram o funcionamento dos neurônios-espelho, os resultados desses estudos são a confirmação incon-testável da tese de que as pessoas com autismo sofrem de disfunção do sistema de neurônios-espelho.

Distúrbios na fabricação de neurotransmissores, dese-quilíbrios químicos intraneuronais e capacitação de receptores nas sinapses, seriam estudos que estão em desenvolvimento pelos neurocientistas para completar o conhecimento do autismo.

A hipótese dos neurônios-espelho não explica por si só outros sintomas do autismo como movimentos repeti-tivos, contorções, ausência de contato visual, hiper-sensibilidade, aversão a determinados sons.

Foi então que o grupo liderado pelo autor deste artigo (Vilayanur S. Ramachadran), da Universidade da Cali-fórnia, desenvolveu a Teoria do Mapa Topográfico Emocional. (Figura 5)

Como funciona a resposta autonômica frente a estímulos do cotidiano e sua valorização emocional?

Em um grupo de crianças autistas, em grau leve, o EEG registrou supressão da onda MU quando a criança fazia um movimento voluntário, que é o normal. Mas quando ela observava outra pes-soa a executar o movimento não ocor-ria a supressão.

Estudos com um maior número de crianças autistas em graus mais severos e comparados com crianças típicas, também constatou a supressão de onda MU nos movimentos voluntários e não supressão nos autistas que observavam o movimento em outras pessoas ou através de um vídeo. O método do EEG tornou-se, então, uma forma científica de comprovar o distúrbio de atividades elétricas nos neurônios-espelho das crianças portadoras do transtorno do espectro autístico e também de acom-panhar sua evolução clínica.

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Figura 5

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JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013

posta autonômica.

Também em situações de febre, o autista diminuía a intensidade de sua sintomatologia. A crise convulsiva, que é comum no autista e em outras síndromes do lobo temporal, explicaria a presença desordenada dos movimentos corporais, pelo desordenamento dos im-pulsos pelas malhas neurais de conexão entre o córtex visual e a amígdala, fortalecendo uns e enfra-quecendo outros sinais e sintomas.

A teoria do mapa topográfico emocional poderia elu-cidar os movimentos corporais repetitivos e as pan-cadas autoinfligidas na cabeça pelas crianças porta-doras do transtorno autístico. Esses movimentos auto-estimulados diminuiriam ou atenuaria as tempestades autonômicas. A autoestimulação além do efeito cal-mante, diminuiria a condutância da pele.

Essa constatação trouxe a possibilidade de uma tera-pia sintomatológica para tratar o autismo. Hirstein criou um colete portátil acionado por um medidor de condutância da pele através eletrodos. Quando a des-carga autonômica iniciava, aumentava a condutância da pele monitorada por eletrodos e disparava um dispositivo no colete que promovia uma suave com-pressão no corpo da criança, como se fosse um abraço gentil e amoroso, e assim o estímulo negativo se abrandava ou desaparecia.

No filme autobiográfico, Temple Grandin, autista que se tornou bióloga e engenheira, constrói uma máqui-na de madeira, em que ela, frente a situações estres-santes, entrava nesta e acionava gradativamente uma alavanca que promovia uma compressão através de almofadas e a fazia se sentir protegida. Vale a pena assistir este filme.

Os autores terminam o artigo com o seguinte

parágrafo: “Nossas duas teorias candidatas a explicar

os sintomas do autismo – DISFUNÇÃO DOS

NEURÔNIOS-ESPELHO e DISTORÇÃO DO MAPA TOPO-

GRÁFICO EMOCIONAL – não são necessariamente

opostas. É possível que a mesma ocorrência que dis-

torce o mapa topográfico – conexões embaralhadas

entre o sistema límbico e as demais regiões cerebrais

– danifique também os neurônios-espelho. Ou então,

as conexões límbicas alteradas seriam um efeito

colateral dos mesmos genes que desencadeariam as

disfunções do sistema de neurônios-espelho. Muitos

experimentos serão necessários para testar com rigor

essas hipóteses. A verdadeira causa do autismo per-

manece um mistério. Enquanto ele não é desven-

dado, nossas especulações talvez ofereçam uma base

útil para futuras pesquisas”.

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EM TEMPO Vamos aguardar a evolução da ciência nos estudos sobre neuro-plasticidade, na capacidade neuronal de desenvolver novas sinapses, ampliando e reverberando as informações em outros neurônios.

Outro setor que deverá ter grande desenvolvimento será o da neurogênese. Até então se achava que o ser vivo animal (humano especificamente) nascia e morria com o mesmo número de células neuronais (aproximadamente 100 milhões de neurônios). Hoje, estudos e pesquisas sobre células tronco embrionárias, consta-taram a presença de células tronco neurais localizadas em áreas cerebrais, como no hipocampo e região periventricular, que migram para a região do bulbo olfatório e de lá são estimulados a substituírem células nervosas, lesadas ou envelhecidas, em outros setores do sistema cerebral.

A bioquímica intracelular tem avançado com a descoberta de substâncias facilitadoras e desencadeadoras de estímulos (fatores de crescimento), alterações cromossômicas nos neurônios de determinadas patologias neurodegenerativas, proteínas que alte-ram o metabolismo celular e promovem depósito de substâncias provocando a morte do neurônio, estudos dos neuro-hormônios e seus receptores, novas drogas farmacêuticas na tentativa de salvar o neurônio do envelhecimento, tudo isso sendo exaustivamente pesquisado desde a década 1990.

Também grande importância tem sido dada às células da glia (tecido de sustentação dos neurônios), principalmente os astró-citos e oligodendrócitos, que têm função de defesa e na facilitação de impulsos entre os circuitos neurais das diversas áreas cerebrais.

O conhecimento das novas conquistas da ciência pode e, sempre que possível, deve ser usado na prática do Magnetismo, ajudando assim a favorecer a melhora do paciente.

Existem na literatura espírita, dois livros de autoria do eminente professor e espírita Hermínio C. Miranda, Autismo – Uma Leitura Espiritual e Alquimia da Mente, que abordam o tema autismo sob a ótica espírita, trazendo grandes esclarecimentos sobre seus “porquês” para facilitar nosso entendimento acerca desse trans-torno, que, segundo nos relatou Ana Vargas, é de grande serie-dade e de difícil abordagem.

Dentro da atividade do Magnetismo temos dois grupos espíritas que trabalham no tratamento do transtorno autístico e das doenças com distúrbio neuropsicomotor. São eles: a Sociedade de Estudos Espíritas Vida, na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, sob a orientação de Ana Vargas, e o Instituto Espírita Paulo de Tarso, em Aracaju, Sergipe, sob a atenção criteriosa de Marcella Colocci e sua equipe.

Aqueles interessados em estabelecerem em seus núcleos de trabalho atividades afins devem estabelecer contato com os grupos citados, a fim de receberem orientações e observarem resultados práticos quanto às técnicas aplicadas.

Assim sendo, aconselhamos a leitura dos livros citados e também o contato com os responsáveis pelos dois núcleos espíritas atuantes na causa do autismo.□

Que Deus abençoe a todos neste esforço humanitário e crístico!

JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013

FONTES DE PESQUISA: Revista Scientific American/Brasil – Edição

Especial de Aniversário, dezembro 2012, Departamento de Neurociência, artigo

Espelhos quebrados e as imagens do autismo, por Vilayanur S. Ramachandran e

Lindsay M. Oberman.

Revista Mente e Cérebro – edição de novembro 2007, artigo especial Fim de um dogma: o cérebro e refaz - novas esperan-ças para a cura de doenças degenerativas.

Revista Mente e Cérebro – edição de dezembro 2007, artigo especial Emoção: a

outra inteligência.

Apostila do Estudo do Passe e do Magnetismo de Adilson Mota.

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SOCIEDADE DE ESTUDOS ESPÍRITAS VIDA www.sociedadevida.org

INSTITUTO ESPÍRITA PAULO DE TARSO [email protected]

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Qual é o nosso olhar para a criança? Regra geral, encantam-nos com sua inocência,

beleza e curiosidade. Preocupamo-nos em preparar seu quarto, seu enxoval, em contratar um pediatra, acumulam-se fotografias e filmagens desde o pré-natal.

Mais tarde, escolinhas, preocupação que seja bem educada, bem comportada, uma criança obediente e saudável. Entenda-se, fisicamente saudável.

Algo errado nisso? Obviamente, não. Mas está incompleto. É um olhar que contempla apenas o aspecto material. E como é olhar a infância incluindo o aspecto espiritual?

Costumo dizer que esse é um exercício que transfigura não somente a criança, mas a família, o lar e a responsabilidade de todos que lidam com a infância sob qualquer título. Em primeiro lugar remete à colônia espiritual de “nosso lar”. Não confunda, não é a mesma do Espírito André Luiz. Estou falando da colônia espiritual onde você, provavelmente, se encontra ao ler este texto, àquela na qual ingressamos pela reencarnação: é a sua casa, a minha casa. Local onde temos uma importante tarefa espiritual a desenvolver: compete-nos a tarefa de desembaraçar da perturbação reencarnatória aquele bebê lindo com seu sorriso desdentado. Pois é, a criança é um espírito enfrentando um sério e longo processo de perturbação decorrente do retorno à vida material. Nos preocupamos com os que desencarnam, oramos por eles pedindo que equipes socorristas do Mundo Espiritual os acolham e auxiliem. E muitas pessoas adoram informar-se da missão e ocupação dos Espíritos no Mundo Espiritual, no entanto, ficam muito surpresas quando se fala que nos cabe aqui na Terra, na colônia espiritual de “nosso lar”, cujo endereço sabemos, uma missão tão importante ou mais do que a narrada por André Luiz.

JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013

Ana Vargas

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O momento da encarnação é muito mais perturbador para o Espírito do que a desencarnação, mais longo e complexo. Existe um processo preparatório no qual ele mergulha com ansiedade e luto. Ansiedade porque sabe que irá se submeter a provas, e quem não fica ansioso quando se submete à avaliação? Natural. De luto, porque precisará se afastar de Espíritos amados que ficarão na Espiritualidade. Também podemos avaliar isso, é conhecido de todos. Depois, com a concepção e sua ligação à matéria, inaugura-se um estado de perturbação psicológica e de simbiose progressiva com a mãe. Apagam-se suas ideias, sua identidade física e as lembranças de seu passado. Pense, é como se sofresse uma amnésia, não sabe quem é, nem como é (perda de identidade física, não reconhece o corpo). O Espírito renasce à semelhança de uma folha em branco em longo romance. O passado jaz, com toda sua história. Notem que se fala em perda intelectual (identidade física e lembranças), mas não emocional. A criança traz intacto o arcabouço emocional e em pleno funcionamento, assim como os instintos. Essa perturbação ces-sará com o desenvolvimento dos órgãos físicos e psíquicos, portanto levará em média 18 anos para completar-se. Aí, ao final da adolescência, completa-se o processo reencarnatório, desfaz-se a perturbação e o reencarnante tem plenas condições de manifestação no mundo físico. Inclusive, é quando ressurge a personalidade plena do Espírito e em alguns casos, faz com que se pense que o adolescente é uma criatura estranha em “nosso lar”. Não foi quem criamos, amamos e educamos. Muitas vezes, não mesmo. Pois não olhamos o Ser Espiritual, nos detivemos apenas no corpo infantil.

Já devem ter identificado nessa breve explanação algumas das principais características autísticas: falta de consciência de si, de identidade física, simbiose com alguém (significa usar o corpo do outro, dependência). Não sem razão que a ciência diz que todos passamos por uma fase autista na infância. A Doutrina Espírita já diz isso desde 1857, em O Livro dos Espíritos.

Também não nos pensamos como seres em aprendizado neste planeta ou a conduta humilde e interessada do aprendiz seria mais facilmente encontrada e haveria maior solidariedade. Logo, jamais pegamos um bebê no colo pensando no que traz para essa vida ou o que ela lhe reserva. E a noção de uma infância divorciada da vida adulta ainda é grande demais. Tratamos crianças como adultos em miniatura no modo de vestir, de falar, em dar-lhes obrigações e criar uma rotina, mas é difícil observar o comportamento de uma criança e reconhecer problemas em seu desenvolvimento se ela não tem febre, se não tem uma doença física. Se a dificuldade está em suas atitudes, se o pro-blema está em órgãos invisíveis que não posso submeter à tomografia computadorizada ou à ressonância magnética, então o “bicho pega”. Ela é mal educada. É birrenta. Faz passar ver-gonha em sociedade. É culpa de alguém. E em geral não perdoa-mos, e na lista de recomendações sempre haverá lugar para lembrar que uma palmada dada com amor tem muito valor.

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“Já devem ter identificado

nessa breve explanação

algumas das principais

características autísticas:

falta de consciência de si,

de identidade física,

simbiose com alguém

(significa usar o corpo do

outro, dependência). Não

sem razão que a ciência diz

que todos passamos por

uma fase autista na

infância.”

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Sinceramente, imagino o quanto deve ser doloroso e difícil de aceitar um diagnóstico de autismo em um filho. Creio que o chão deva se abrir. Falo com alguns pais que me perguntam: o que é autismo? Embora, existam poucas informações a respeito da síndrome, as pesquisas científicas contam apenas setenta e poucos anos, e o crescimento assustador do número de crianças autistas na última década obrigou a toma-da de atitudes na sociedade e maior informação. Eles não são uma invenção da atualidade. Crianças autistas sempre existiram, não eram conhecidas, e eram raras. Frequentemente, viviam isoladas, escondidas, ou eram tratadas com qualificativos que iam desde o “esqui-sito” até “débil mental”, “deficiente mental”, e outros. Expressões, hoje, incorretas.

Espiritualmente, o que é o autismo? Vejo uma grande porta de estudo da reencarnação, aliás, foi no contato com eles e nos seus atendimentos, sob orientação do Espírito Georges, que passei a estudar seriamente esse processo reencarnatório do Espírito sob a respon-sabilidade dos encarnados. Crianças autistas não se desembaraçaram desse processo ou se desemba-raçaram imperfeitamente. Por quê? “Mil caminhos levam a Roma”. Provavelmente cada criança traga uma história que ligue seu passado à “colônia espiri-tual” à qual retornou, além de suas tendências e necessidades.

02 de abril, Dia Mundial do Autismo. Pensemos na infância, cuidemos dela.

JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013

Tenho aprendido que a pergunta “por quê?” é de importância secundária. Prova, missão, expiação, possibilidades, questões do passado ou do presente, não importam. As grandes perguntas são “para quê?” e “o que fazer?”.

Lidar com o autismo traz grandes lições, aprendizado e desenvolvimento prático de virtudes e valores como paciência, compreensão, tolerância, dedicação, lidar com frustrações, reconhecer e superar barreiras so-ciais e preconceitos. Exige muito, mas gratifica na mes-ma proporção. Acima de tudo, tenho aprendido a valorizar pequenas atitudes, a compreender comuni-cação como um processo muito além das palavras e dos gestos, a não nos deixar iludir por uma “pseudo” ausência.

Não posso falar muito sobre qual o aprendizado de um Espírito em uma reencarnação como autista, posso fazer uma leitura de alguém com profundas barreiras à socialização, isolamento mental, físico e emocional, e dizer que é alguém que já enfrentou muitas decepções com o ser humano e quiçá consigo mesmo, que teve dificuldade em lidar com essa frustração, daí essa tendência, essa busca de isolamento que é ao mesmo tempo um pedido desesperado de um amor maior, pleno de aceitação, paciência e carinho, que cure as feridas da alma.□

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PALAVRAS do Codificador

REVISTA ESPÍRITA

Janeiro de 1864

JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 18

O insucesso do magnetismo com a senhorita Júlia levou várias pessoas a tentar;

neste número estava um jovem dotado de grande força fluídica, mas que, infelizmente, não tinha qualquer experiência e, sobretudo, os conhecimentos necessários em casos semelhantes. Ele se atribuía um poder absoluto sobre os Espíritos inferiores que, em sua opinião, não podiam resistir à sua vontade. Tal pretensão, levada ao excesso e baseada em sua força pessoal e não na assistência dos Espíritos bons, deveria provocar-lhe mais uma decepção. Só isto deveria ter bastado para mostrar aos amigos da mocinha que faltava a primeira das qualidades requeridas para que o socorro lhe fosse eficaz. Mas o que, acima de tudo, deveria tê-los esclarecido, é que ele professava, sobre os Espíritos em geral, uma opinião completamente falsa. Segundo ele, os Espíritos superiores são de natureza muito etérea para poderem vir à Terra comunicar-se com os homens e os assistir; isto só é possível aos Espíritos inferiores, em razão de sua natureza mais grosseira. Esta opinião, que não passa da doutrina da comunicação exclusiva dos demônios, cometia ele o grave erro de a sustentar diante da enferma, mesmo nos momentos de crise. Com esta maneira de ver, só devia contar consigo mesmo, e não podia invocar a única assistência capaz de ajudá-lo, assistência que, é verdade, julgava poder dispensar. A consequência mais deplorável era para a doente, que ele desencorajava, tirando-lhe a esperança da assistência dos Espíritos bons. No estado de debilidade em que se achava o seu cérebro, tal crença, que dava todo poder ao Espírito obsessor, poderia tornar-se fatal para sua razão, e mesmo matá-la. Assim, ela repetia sem cessar, nos momentos de crise: “Louca... louca..., ele me põe louca... comple-tamente louca... eu ainda não o sou, mas ficarei”. Falando de seu magnetizador, ela descrevia perfeitamente sua ação, dizendo: “Ele me dá a força do corpo, mas não a força do espírito”. Tal expressão era profundamente significativa e, no entanto, ninguém lhe dava importância.

Quando vimos a senhorita Júlia, o mal estava no seu apogeu e a crise que testemunhamos foi uma das mais violentas. Foi no próprio momento em que nos dedicávamos a levantar-lhe o moral e inculcar-lhe o pensamento de que ela podia dominar esse Espírito mau, com a assistência dos bons e de seu Anjo da Guarda, cujo apoio devia invocar. Foi nesse momento, dizíamos, que o jovem magnetizador, que se achava presente, por uma circunstância sem dúvida providencial, veio, sem qualquer provocação, afirmar e desenvolver sua teoria, destruindo por um lado o que fazíamos por outro. Tivemos de lhe expor com energia que praticava uma má ação e assumia a terrível responsabilidade da razão e da vida daquela infeliz mocinha.

Um fato dos mais singulares, que todos tinham observado, mas cujas conse-quências ninguém havia deduzido, produzia-se na magnetização. Quando se dava durante a luta com o Espírito mau, só este último absorvia todo o fluido, que lhe conferia mais força, enquanto a doente enfraquecia e sucumbia à sua ação nefasta. Devemos nos lembrar de que ela estava sempre em estado sonambúlico; consequentemente, via o que se passava, e foi ela mesma quem deu a explicação. Não viram no fato senão uma malícia do Espírito e contentavam-se em se absterem de magnetizar em tais momentos e ficarem como espectadores da luta. Com o conhecimento da natureza dos fluidos, é possível dar-se conta facilmente desse fenômeno. Antes de mais, é evidente que, absorvendo o fluido para aumentar a força em detrimento da doente, o Espírito queria convencer o magnetizador da inutilidade de sua pretensão. Se havia malícia de sua parte, era contra o magnetizador, pois se servia da mesma arma com a qual este último pretendia vencê-lo. Pode dizer-se que lhe tomava o bastão das mãos. Não menos evidente era a sua facilidade de se apropriar do fluido do magnetizador, denotando uma afinidade entre esse fluido e o seu próprio, ao passo que fluidos de natureza contrária se teriam repelido, como água e óleo. Só este fato bastaria para demonstrar que havia outras condições a preencher. É, pois, um erro dos mais graves e, podemos dizer, dos mais funestos, não ver na ação magnética senão uma simples emissão fluídica, sem levar em conta a qualidade íntima dos fluidos. Na maioria dos casos, o sucesso repousa inteiramente nestas qualidades, como o êxito depende, na terapêutica, da qualidade do medicamento. Não seria demais chamar a atenção para este ponto capital, demonstrado, ao mesmo tempo, pela lógica e pela experiência.

UUmm CCaassoo ddee PPoosssseessssããoo

SSEENNHHOORRIITTAA JJÚÚLLIIAA

(2º artigo – Ver o número de dezembro de 1863)

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HHUUMMAANNAASS

Garcia Barata

[email protected]

José Garcia Simões Barata,

anestesista, formado em

Medicina pela Universidade

Federal de Juiz de Fora/MG,

espírita há mais de 50 anos.

JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 19

Anatomia &

Fisiologia

SISTEMA ENDÓCRINO Específico para o sistema reprodutor

Vamos focalizar este estudo na ação hormonal produzida pela

glândula hipófise diretamente sobre os órgãos reprodutores masculinos e femininos, e dentre os hormônios hipofisários vão interessar a ocitocina, a prolactina e as gonadotrofinas (hormô-nio folículo estimulante e hormônio luteinizante).

Esquema: (Figura 1)

NEURO-HIPÓFISE (porção posterior da hipófise)

OCITOCINA

Ductos lactíferos da mama: contração Útero: contração das fibras musculares Ductos deferentes: passagem dos espermatozoides

HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO: depende do volume hídrico

ADENOHIPÓFISE (porção anterior da hipófise)

TIROTROFINA ou HORMÔNIO ESTIMULANTE DA TIREOIDE (TSH)

HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH)

PROLACTINA (PH): estimula a produção de leite

ADENOCORTICOTROFINA (ACTH): atua sobre o córtex da suprarrenal

GONADOTROFINAS: Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH).

Figura 1

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Os hormônios gonadotróficos atuam diretamente nas glândulas sexuais (testículos e ovários).

Nos testículos, o hormônio folículo estimulante e o luteinizante vão atuar nas células dos canais semi-níferos promovendo o desenvolvimento e maturação das células espermatogônias em espermatócitos de 1ª e 2ª ordens, espermátides e espermatozoides adultos, e nas células do estroma testicular, na produção do hormônio testosterona que vai regular os caracteres masculinos secundários.

A mulher nasce com mais de 300 mil folículos em ambos os ovários destinados à formação de óvulos. Pela ação hormonal, somente 400 a 500 serão aptos durante a vida fértil da mulher. Nos ovários, o hormô-nio folículo estimulante e o hormônio luteinizante vão atuar nas células ovogônias transformando-as em ovócitos de 1ª e 2ª ordens e depois óvulos maduros. Nas células estromais dos ovários, esses hormônios promoverão o estímulo para a produção de dois hor-mônios femininos importantes que são o estrogênio e a progesterona. Esses sim responsáveis pela variação do ciclo ovariano menstrual e/ou gestacional, além dos caracteres sexuais secundários.

ESPERMIOGÊNESE OU ESPERMATOGÊNESE (Figura 2)

A partir de células gonadais primárias sob a ação dos hormônios masculinos (folículo estimulante e luteini-zante), elas se transformam em espermatócitos de 1ª e 2ª ordens e espermatozoides adultos. São maturados milhões deles por dia desde a puberdade. O processo leva em torno de 72 dias. Existem cerca de 300 milhões de espermatozoides na ejaculação; abaixo de 60 mi-lhões no espermograma é considerado infertilidade masculina. Esperma é o volume de espermatozoides maduros localizados na ampola do ducto deferente a espera da ejaculação e sêmen é o volume contendo os espermatozoides e mais os líquidos do epidídimo, vesí-culas seminais e da próstata.

ESPERMATOZOIDE: é estimado que de cada esperma-togônia formam-se 512 espermátides que chegarão à célula adulta em 72 dias. O espermatozoide é uma célula móvel intrincada, rica em DNA, com uma cabeça principalmente constituída de material cromossômico. A cabeça é recoberta pelo acrossomo, organela rica em enzimas que facilitarão sua penetração no óvulo. A cauda móvel possui na porção proximal grande quanti-dade de mitocôndrias, que são responsáveis pelo for-necimento de energia durante o seu deslocamento no canal vaginal, pelo útero e tuba uterina até encontrar o óvulo. Sua velocidade é de 3 mm/minuto e alcança as tubas uterinas em torno de 30 a 60 minutos. (Figuras 3 e 4)

JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 20

Figura 4

Figura 3

Figura 2

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JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 21

OVOGÊNESE

É o processo de produção de óvulos maduros a partir dos ovócitos primários. A mulher já nasce com cerca de 300 a 400 mil folículos primários e, pela ação hormonal, na vida fértil (30 a 40 anos) apenas 400 se tornam capazes mensalmente e são captados pela tuba uterina, para no útero serem fecundados e gerarem filhos, ou não fecun-dados e serem eliminados na menstruação.

CICLO OVARIANO: consiste de uma série de eventos e mudanças no ovário: desenvolvimento dos folículos; liberação de um óvulo do folículo maduro (ovulação) e formação de uma estrutura cicatricial chamada corpo lúteo. O primeiro ciclo ovariano ocorre na puberdade. Sua duração é de 20 a 40 dias, e em média 28 dias. Está associado às modificações que acontecem no útero (princi-palmente) e na vagina.

Mecanismo: o FSH da hipófise atua sobre os folículos primários, formação da teca que ativa a produção de estrógeno. Este ativa a maturação de um folículo, em detrimento dos outros, que aumenta de volume e forma o folículo maduro ou folículo de De Graaf. Aumentado de volume e cheio de líquido rico em estrógeno, na superfície do ovário, o folículo se rompe e o óvulo maduro é lançado na cavidade pélvica (ovulação) e captado pelas fímbrias da tuba uterina. A hipófise produz o hormônio luteinizante em maior quantidade que vai atuar sobre o que restou do folículo maduro e formar o corpo lúteo ou amarelo. Se o óvulo for fecundado, o corpo amarelo permanece e passa a produzir progesterona e estrógeno até a formação da placenta, que passa a ter esta função, e o corpo lúteo degenera. Se o óvulo não é fecundado, o corpo lúteo permanece por 8 a 10 dias, e depois se degenera e atrofia, formando o corpo branco ou albicans. (Figura 5)

CICLO MENSTRUAL: é o resultado dos efeitos dos hormônios estrógeno e progesterona, produzidos pelos ovários por estímulo hipofisário (ciclo ovariano), sobre o útero e a vagina. Este efeito é mensal e pode ser dividido em três fases: (Figura 6)

A) Fase Menstrual: é a fase de perda sanguínea em que a camada da mucosa uterina espessada e ingurgitada de vasos sanguíneos descama-se e sai em forma de sangramento. Os hormônios gona-dais estão em baixa dosagem e o hipotálamo secreta o fator liberador de hormônio folículo estimulante ativando a hipófise na produção e liberação dos hormônios gonadais para que o ciclo ovariano aconteça. Mais um folículo primá-rio é maturado e a fase dura de 3 a 6 dias.

Figura 6

Figura 5

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JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 22

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B) Fase Proliferativa: o folículo estimulado produz estro-gênio que espessa a camada de células proliferativas do endométrio, aumentando também o número de glândulas secretoras e de vasos sanguíneos. Esta fase dura cerca de 12 dias.

C) Fase Secretora: nesta fase é o corpo lúteo quem comanda as alterações, produzindo mais estrógeno e progesterona e, por um mecanismo de feed-back, inibindo a produção de FSH e LH pela hipófise. Há maior produção de secreção das glândulas mucosas e alargamento dos vasos sanguíneos para a formação da placenta (se houver fecundação). Não acontecendo a fecundação, caem os níveis de estrógeno e progesterona pelo corpo lúteo, deixa de haver suprimento sanguíneo adequado, há degeneração do endométrio e eli-minação do conteúdo uterino como fluxo menstrual. Com a queda dos níveis sanguíneos dos hormônios ovarianos, a hipófise inicia a produção de hormônio folículo estimulante e começa o desenvolvimento de mais um folículo ovariano primário.

O primeiro ciclo ovariano ocorre na puberdade e chama-se catamênio. O primeiro ciclo menstrual é chamado de menarca.

Não podemos deixar de assinalar neste momento a importância da ação da glândula pineal ou epífise, além do ciclo circadiano de dia/noite, como reguladora do despertar do timer da sexualidade na adolescência, ativando o tálamo, hipotálamo e a hipófise para funções sublimes do sexo no indivíduo como ser imortal.□

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COLUNA DO

JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 23

Eu conheci o Jacob Melo em São Bernardo

no Centro Espírita Lírio Branco. Inclusive eu

integrava o grupo que estava começando o

passe magnético com pessoas depressivas.

Ele aplicou pessoalmente o passe na minha

filha mais velha para nos mostrar algumas

das correções que precisavam ser feitas.

Fiquei com o grupo do Dionísio por quase

um ano, mas não pude continuar. Mesmo

assim, terminei conhecendo o jornal de

vocês recentemente através de um amigo

de outro Centro. Pela seriedade e cuidado

que você tomou para publicar o meu

artigo, demonstra a qualidade do que

vocês publicam. Acredito que o mesmo

deveria ser mais anunciado e ter um

melhor destaque no site. Ter uma

newsletter para que as pessoas pudessem

se inscrever. Quem sabe ter o próprio site.

Um grande abraço,

Armando Medeiros

Parabéns a todos que fazem parte desse

jornal, cujos artigos vão fazer parte de

nossos estudos. Um abraço a todos e

votos de paz.

Luciene Ferreira da Silva

Meu nome é Luci, sou de Brasília e

fundamos uma Casa Espírita na

comunidade de Girassol, município de

Cocalzinho de Goiás/GO. Já estamos

desenvolvendo lá o Tratamento Físico-

Espiritual. Tomei conhecimento desse

jornal e fiquei encantada como abordam

sobre o tema Magnetismo, dando-nos um

suporte maravilhoso para o trabalho.

Gostaria de parabenizá-los pela tarefa e

agradecer. A nossa Casa tem o nome

Fraternidade Espírita Chico Xavier.

Abraço

Luci Saigg

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responde

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JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 24

Jacob Melo

HÁ DIFERENÇA DE RESULTADOS ENTRE O PASSE PALMAR E O PASSE DIGITAL?

COMO ESSAS TÉCNICAS OCORREM?

Primeiramente vamos esclarecer do que se trata o passe palmar e o digital.

Alguns magnetizadores sentem, percebem ou mesmo confirmam que seus fluidos, quando empregando as mãos, saem potencialmente pelos dedos – estes são chamados de digitais –; outros (e parece que estes compõem a maioria) registram que é pelas palmas das mãos que se verifica a grande profusão fluídica – são os palmares.

O que determina essa diferença é uma aptidão natural e não intencional, mas ainda não é sabido o ou os motivos que geram isso. Contudo convém estarmos atentos a essa diferença, pois se um magnetizador digital for forçado a aplicar magnetismo de forma palmar, e vice-versa, pode ocasionar perdas, inefi-ciências e até efeitos contrários ao que se busca.

Lendo obras de magnetizadores mais antigos, quando o intercâmbio entre eles era sabidamente deficiente, fica bastante perceptível que mesmo eles não explicitando o fator, uns eram digitais e outros palmares. Em consequência, cada um orientava seus alunos e leitores a repetirem seus gestos e movimentos, como se imaginassem que todos teriam idênticas aptidões. Fica no ar uma sensação de que eles não percebiam essa diferença básica, natural, entre os vários aplicadores.

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JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 10 - março - 2013 Pág. 25

Chegando ao ponto “X” da questão, não tenho visto diferenças significativas entre os passes aplicados por palmares e/ou digitais. O que se tem revelado como muito significativo é que cada um se identifique na sua melhor maneira de exteriorizar seus fluidos e como manipulá-los com mais eficiência.

Pelo menos até onde tenho percebido e acompanhado, uma observação adicional é que para se fazer introjeções(*) magnéticas ou fluídicas em locais ou partes delicadas e pequenas, as técnicas praticamente reclamam que o magnetizador aja de forma digital. Paralelamente, noto que mesmo os magneti-zadores palmares, quando conseguem trabalhar essas introjeções com o uso dos dedos, agem como se estes apenas dirigissem ou manipulassem os fluidos em circulação ou doação, pois neles o jato energético viria mesmo da palma da mão.

Em termos de sensações, os digitais se referem a formigamentos, esquen-tamentos, frio ou pequenos choques nos dedos ou em suas extremidades enquanto aplicam os fluidos; os palmares traduzem isso na palma da mão, de uma ou das duas.□

(*) Chamo de introjeção magnética a técnica em que fazemos indução fluídica de forma pontual, através dos dedos, quase sempre em regiões de difícil acesso, como, por exemplo, partes do cérebro. Deduzo, inclusive, que o próprio Jesus fazia esse tipo de ação magnética, como se observa nesta passagem: “E, tirando-o à parte, de entre a multidão, pôs-lhe os dedos nos ouvidos; e, cuspindo, tocou-lhe na língua”. (Marcos 7:33).