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Prefeitura Municipal de Nísia Floresta Concurso Público 2016 Leia estas instruções: 1 Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em seguida, assine no espaço reservado para isso. 2 Este Caderno contém 35 questões de múltipla escolha, dispostas da seguinte maneira: 01 a 10 Didática; 11 a 35 Conhecimentos Específicos. 3 Se o Caderno estiver incompleto ou contiver imperfeição gráfica que impeça a leitura, solicite imediatamente ao Fiscal que o substitua. 4 Cada questão apresenta quatro opções de resposta, das quais apenas uma é correta. 5 Interpretar as questões faz parte da avaliação; portanto, não adianta pedir esclarecimentos aos Fiscais. 6 A Comperve recomenda o uso de caneta esferográfica de tinta na cor preta. 7 Utilize qualquer espaço em branco deste Caderno para rascunhos e não destaque nenhuma folha. 8 Os rascunhos e as marcações que você fizer neste Caderno não serão considerados para efeito de avaliação. 9 Você dispõe de, no máximo, três horas para responder às questões e preencher a Folha de Respostas. 10 O preenchimento da Folha de Respostas é de sua inteira responsabilidade. 11 Antes de se retirar definitivamente da sala, devolva ao Fiscal a Folha de Respostas e este Caderno. Assinatura do Candidato : ______________________________________________________

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Prefeitura Municipal de Nísia Floresta �Concurso Público 2016

Leia estas instruções:

1 Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em

seguida, assine no espaço reservado para isso.

2 Este Caderno contém 35 questões de múltipla escolha, dispostas da seguinte maneira:

01 a 10 � Didática; 11 a 35 � Conhecimentos Específicos.

3 Se o Caderno estiver incompleto ou contiver imperfeição gráfica que impeça a leitura,

solicite imediatamente ao Fiscal que o substitua.

4 Cada questão apresenta quatro opções de resposta, das quais apenas uma é correta.

5 Interpretar as questões faz parte da avaliação; portanto, não adianta pedir

esclarecimentos aos Fiscais.

6 A Comperve recomenda o uso de caneta esferográfica de tinta na cor preta.

7 Utilize qualquer espaço em branco deste Caderno para rascunhos e não destaque

nenhuma folha.

8 Os rascunhos e as marcações que você fizer neste Caderno não serão considerados

para efeito de avaliação.

9 Você dispõe de, no máximo, três horas para responder às questões e preencher a

Folha de Respostas.

10 O preenchimento da Folha de Respostas é de sua inteira responsabilidade.

11 Antes de se retirar definitivamente da sala, devolva ao Fiscal a Folha de Respostas e

este Caderno.

Assinatura do Candidato : ______________________________________________________

Prefeitura Municipal de Nísia Floresta �Concurso Público 2016 � Prof. Ens. Fund. Anos Finais – Português 1

Didát ica Ge ra l 01 a 10

01. Na opinião de Libâneo (2015), a Didática é uma disciplina pedagógica indispensável ao

exercício profissional da docência, constituindo-se como uma referência para a formação de professores pelo fato de investigar os marcos teóricos e conceituais que fundamentam, a partir das práticas reais de ensino-aprendizagem, os saberes profissionais a serem mobilizados na ação docente. Considere as afirmações a seguir relativas à Didática na atualidade.

I É um sistema teórico de referência no qual há a articulação entre o conhecimento disciplinar e o conhecimento pedagógico.

II Tem como núcleo central o domínio de técnicas gerais que garantem a eficiência do ensino.

III Apresenta relações com disciplinas como a Psicologia, a Antropologia, a Sociologia, a Política, dentre outras, que ajudam na compreensão do seu objeto de estudo.

IV É um campo prático que explica, de forma racional e objetiva, o processo docente, apoiado em leis e categorias de natureza positivista.

Das afirmações, estão corretas:

A) I e II.

B) II e IV.

C) I e III.

D) III e IV. 02. Aprender se configura como uma unidade com o ensinar. Por meio do ensino, são sempre

potencializados a aprendizagem e, principalmente, o desenvolvimento humano, quando são criadas situações nas quais o estudante se apropria das ferramentas culturais que lhes permitem operar com a realidade e enfrentar o mundo com uma atitude crítica e criativa. Nessa perspectiva, aprender é um processo de apropriação da cultura universal e de interação social, na zona de desenvolvimento próximo. Essas ideias estão baseadas na concepção de aprendizagem de

A) J. Bruner.

B) H. Wallon.

C) L.S. Vygotsky.

D) J. Piaget.

03. Os conteúdos, sua seleção e sua organização estão relacionados com determinadas

concepções de ensino e de aprendizagem e igualmente com as finalidades da educação. As afirmações a seguir referem-se a essa categoria da Didática.

I As habilidades são um conteúdo do tipo procedimental.

II A aprendizagem dos conteúdos conceituais precede a formação dos conteúdos atitudinais.

III Os mapas conceituais constituem modos de representar a organização dos conteúdos na teoria de Ausubel.

IV As competências gerais do currículo se formam no marco de um dos componentes curriculares.

Das afirmações, estão corretas

A) I e III.

B) I e IV.

C) II e III.

D) II e IV.

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04. No quadro abaixo, há a descrição de uma das categorias necessária à organização e ao desenvolvimento do currículo na atualidade.

Integra teoria e prática, de maneira a concretizar os conteúdos curriculares em situações

mais próximas e familiares ao estudante. Potencializa uma aprendizagem de conteúdos

significativos, relacionados à cidadania, ao mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia,

dentre outros.

A categoria do currículo a qual o texto faz referência é denominada

A) Flexibilização. C) Metacognição.

B) Contextualização. D) Transposição didática.

05. A avaliação da aprendizagem dos estudantes é uma competência profissional dos

professores. A fim de permitir que essa categoria da Didática possa cumprir suas funções durante a aprendizagem dos estudantes, uma correta atividade avaliativa do professor deve

A) garantir a intervenção pedagógica para a aprendizagem dos estudantes a partir de seus erros.

B) preparar instrumentos de avaliação final para garantir que os estudantes adquiram familiaridade com estes após responderem as provas.

C) utilizar os mesmos tipos de instrumentos de forma a evitar dispersão de informações ou de resultados.

D) priorizar a função classificatória da avaliação com a finalidade de estimular a criatividade dos estudantes.

06. As novas Tecnologias da informação e das Comunicações (TIC's) são ferramentas para o

desenvolvimento do currículo na escola. Em relação a sua condição como recursos didáticos, considere as seguintes afirmações:

I as novas TIC’s permitem o acesso ao saber numa lógica de ordem linear e progressiva como é definido nos programas das disciplinas.

II as novas TIC’s permitem aos professores trabalhar na fronteira do conhecimento que pretendem ensinar.

III o uso das novas TIC’s na escola exigem formar o julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético e dedutivo e a habilidade de pesquisa.

IV as novas TIC’s exigem que o professor se torne um especialista em informática para poder ensinar com esses recursos.

Das afirmações, estão corretas

A) II e III. B) II e IV. C) I e IV. D) I e III.

07. A interdisciplinaridade é uma das formas de se organizar os componentes curriculares na

escola. Duas professoras desejam planejar atividades de natureza interdisciplinar no currículo da escola e, para isso, procuram alguns fundamentos desse tipo de prática. Nos itens a seguir, estão as afirmações dessas professoras feitas com base nos fundamentos da interdisciplinaridade.

I A interdisciplinaridade é, essencialmente, o fim da prática educativa na escola.

II A interdisciplinaridade busca o estabelecimento de uma intercomunicação efetiva entre as disciplinas por meio do enriquecimento das relações entre elas.

III O ensino pautado na prática interdisciplinar procura formar estudantes com uma visão global do mundo, aptos para articular diferentes pontos de vistas.

IV Uma atividade interdisciplinar exige sempre vários professores de disciplinas diferentes.

Das afirmações, estão corretas

A) I e III. B) I e IV. C) II e IV. D) II e III.

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08. Uma das preocupações da escola deve ser desenvolver estratégias que possam favorecer e

garantir a inclusão de estudantes com necessidades educacionais especiais. Na busca dessa inclusão, a escola deve

A) favorecer a aprendizagem dos estudantes surdos utilizando imagens e diagramas do objeto de estudo.

B) definir objetivos de aprendizagem diferenciados para os estudantes com deficiência visual.

C) favorecer o pensamento convergente dos estudantes com altas habilidades.

D) definir objetivos de avaliação diferenciados para estudantes com dificuldades motoras.

09. O livro didático é um recurso pedagógico estratégico para o desenvolvimento do currículo na escola. Numa reunião de planejamento para refletir sobre os livros didáticos foram feitas as afirmações a seguir:

I no livro didático, a finalidade essencial das fotos, das ilustrações e dos esquemas é motivar os estudantes.

II a contextualização dos conhecimentos no livro didático, deve estar pautada, fundamentalmente, no cotidiano dos estudantes.

III no livro didático, os conteúdos devem estar organizados segundo o princípio da flexibilidade.

IV os livros didáticos devem favorecer atividades de leitura e interpretação e de busca de informação.

Das afirmações, estão corretas

A) II e IV.

B) I e III.

C) III e IV.

D) I e II.

10. No planejamento de ensino, estão previstas, basicamente, as atividades que serão desenvolvidas pelo professor e as realizadas pelos estudantes para alcançar os objetivos pretendidos. As afirmações a seguir referem-se a essa atividade profissional dos professores.

I Uma etapa do planejamento de ensino é o diagnóstico inicial dos conhecimentos e a determinação dos níveis de assimilação inicial das habilidades a serem desenvolvidas.

II O planejamento de ensino deve garantir a elaboração de um plano para cada aula, com objetivos a serem atingidos, uma independente das outras.

III A definição dos procedimentos da avaliação do alcance dos objetivos propostos antecede a definição metodológica de ensino.

IV As unidades ou sequências didáticas são formas de planejamento que integram e flexibilizam as atividades de ensino e de aprendizagem de um conteúdo programático.

Das afirmações, estão corretas

A) II e IV.

B) I e III.

C) I e IV.

D) II e III.

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Co nhe c i ment os E spec í f i co s 11 a 35

As questões de 11 a 19 referem-se ao texto reproduz ido a seguir.

Jô Soares. Revista Veja. São Paulo: Editora Abril, 31 out. 1990, p.17

11. Em comparação com a fábula de La Fontaine, o texto de Jô Soares

A) imita o texto fonte de modo a garantir a referenciação implícita do enredo e o caráter pedagógico da moral.

B) mantém as personagens, mas subverte o enredo e a moral, de forma a atualizar o enfoque e provocar o riso.

C) parodia a fábula tradicional com o intuito de promover a reflexão sem que haja subversão do texto matriz.

D) atualiza o texto fonte, mas reelabora a moral de modo a manter a mesma perspectiva pedagógica.

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12. Para uma leitura proficiente do texto, o leitor deve acionar, prioritariamente, o conhecimento

A) sobre as relações interacionais que garantem ao leitor recuperar as inferências necessárias para a atribuição de sentido ao texto.

B) linguístico garantidor das relações de continuidade que promovem o diálogo entre os textos.

C) sobre o modo de funcionamento dos textos, recuperando as relações intertextuais explícitas responsáveis pela construção de sentidos.

D) enciclopédico necessário para desfazer as contradições do texto com o mundo ao qual se refere.

13. Considerando o modo de organização composicional do texto, afirma-se:

I há uma hibridização de gêneros discursivos como recurso utilizado pelo autor para atualizar a temática, sem comprometer a função sócio-historicamente construída do gênero fábula.

II há uma mescla dos gêneros discursivos que se circunscreve à forma composicional da fábula.

III a intergenericidade entre o rap e a fábula permite ao autor construir seu posicionamento sob uma perspectiva humorística.

IV a relação intergêneros é um fenômeno que promove o diálogo entre tipos de textos diversos e propicia ao autor criticar a sociedade.

Dentre as afirmativas, estão corretas

A) II e IV. C) II e III.

B) I e IV. D) I e III.

14. Considerando-se o gênero discursivo, as escolhas lexicais justificam-se porque

A) a presença de gírias e de expressões informais é recorrência estilística apenas no gênero discursivo fábula.

B) o grau de informalidade do texto marcado pela interlocução com o leitor é constitutivo apenas do gênero rap.

C) a variante linguística do narrador difere da variante utilizada pelas formigas que se caracteriza por escolhas lexicais mais formais.

D) o uso de gírias, de rima e de metáforas são recorrências estilísticas do gênero discursivo rap que serve de matriz para a configuração da fábula em foco.

15. Do ponto de vista semântico, a vinculação entre os vocábulos formiga, cigarra, leão e

bicho evidencia

A) a enumeração entre os termos na qual o termo bicho é co-hipônimo dos demais termos.

B) uma relação de partonímia na qual os termos se completam como contíguos em uma disposição hierárquica.

C) a disposição hierárquica entre os termos na qual o vocábulo bicho é o superordenado na relação hiperonímica.

D) uma relação de meronímia na qual os termos se equivalem associativamente.

16. Do ponto de vista da planificação do texto, constata-se

A) a presença de verbos no pretérito perfeito gerenciadores das transformações e caracterizadores da sequência textual dominante.

B) a presença de verbos no pretérito imperfeito que funcionam como caracterizadores das personagens e demarcam a sequência textual dominante.

C) o uso recorrente de substantivos e adjetivos com a finalidade de delimitar a problematização que é constitutiva da sequência textual dominante.

D) o uso de verbos no pretérito perfeito e no pretérito imperfeito que funcionam como desencadeadores das operações interacionais da sequência textual dominante.

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17. Considere o trecho: “Olha, se quiser guarida, vai pedir pras tuas amigas”.

De acordo com a variante padrão da língua portuguesa, a reescrita do trecho, com a finalidade de manter a uniformidade de pessoa, deve ser:

A) Olhe, caso queiras guarida, vás pedir para as suas amigas.

B) Olha, se quiseres guarida, vai pedir para as tuas amigas.

C) Olha, se quiseres guarida, vais pedir para suas amigas.

D) Olhe, caso queiras guarida, vá pedir para tuas amigas. 18. Sobre a coesão e a coerência do texto, afirma-se:

I As rimas e as duas colunas são recursos utilizados pelo autor para garantir a legibilidade e a interpretabilidade.

II O referente La Fontaine ao ser recategorizado como The Black Fontaine exprime um ponto de vista crítico e coerente com a forma composicional do texto.

III O título do texto está em consonância exofórica com o cotexto e expressa com fidelidade o conteúdo temático abordado.

IV Os elementos verbais e não verbais colaboram para a construção do sentido e permitem caracterizá-lo como multimodal.

Dentre as afirmativas, estão corretas

A) III e IV. C) II e IV.

B) I e II. D) I e III. Para responder a questão 19, considere o excerto a seguir.

Saca essa fábula, bicho (1), Que (2) vai te (3) deixar cabreiro. [...] um dia (4) uma punk louca que (5) se chamava cigarra e achava que (6) era touca trabalhar tanto, na marra, se meteu com a formigada [...].

19. As afirmações a seguir referem-se aos elementos coesivos em destaque.

I Do ponto de vista da tradição gramatical, o elemento 1 funciona como vocativo e garante a interlocução.

II O sintagma 4 funciona como elemento coesivo que propicia a progressão temporal e a mudança de estado.

III Do ponto de vista da tradição gramatical, os elementos 2, 5 e 6 funcionam como anáfora exofórica em todas as ocorrências.

IV O elemento 3 funciona como dêitico pessoal e remete ao interlocutor.

V O sintagma 4 funciona como dêixis temporal e remete para uma data sugerida no cotexto.

Dentre as afirmativas, estão corretas

A) I, II e IV. C) II, III e V.

B) I, II e III. D) III, IV e V.

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Para responder as questões 20, 21 e 22, leia o fragmento reproduzido abaixo.

Revista Práticas de Linguagem. v. 3, n. 2, jul./dez. 2013. Disponível em:<http://www.ufjf.br/ praticasdelinguagem/files/2014/01/388-%E2%80%93-393-Entrevista-com-Carlos-Alberto-Faraco.pdf.>. Acesso em: 21 jul. 2016.

20. Da leitura do fragmento, depreende-se

A) uma visão de escola que aborda as variantes regionais de forma a oferecer ao educando uma visão folclórica que privilegia as diferenças geográficas e socioeconômicas, preparando-o para compreender a diversidade linguística.

B) uma concepção de língua como heterogeneamente constituída de variantes que dizem respeito à mobilidade social em dissonância com a formação de professor de língua materna que não o prepara para compreender a realidade sociolinguística do país.

C) uma concepção de ensino de língua materna que aborda a variação linguística e a diversidade de usos a fim de preparar o aluno para resistir a um padrão culto de língua desnecessário ao convívio sociolinguístico.

D) uma visão de ensino de língua alicerçado na heterogeneidade linguística dos falantes da língua materna cujo propósito basilar é diminuir os distintos modos de falar dos grupos sociais, alcançando a homogeneidade de falares.

21. Considerando a organização linguístico-discursiva do texto, afirma-se:

I No enunciado “Penso que um aspecto fundamental [...].”, o verbo tem função modalizadora de natureza lógica, uma vez que o autor posiciona-se a partir do princípio da certeza.

II No enunciado “Nossa sociedade ainda ignora sua história [...]”, o advérbio, além de ser um operador argumentativo, demarca o grau de apreciação do enunciador.

III O autor faz uso tanto da primeira pessoa do plural quanto da primeira pessoa do singular a fim de construir um ponto de vista no qual se revela o grau de engajamento do enunciador.

IV A expressão “É preciso criticar [...]” é modalizadora de natureza deôntica, uma vez que apresenta um grau de obrigatoriedade.

Dentre as afirmativas, estão corretas

A) II e III. C) I e IV.

B) III e IV. D) I e II.

[...] o imaginário que a sociedade brasileira desenvolveu sobre sua realidade linguística é a principal causa da resistência em acolher a variação linguística, em especial na escola. Nesse imaginário há uma recusa à diversidade. A sociedade só aceita a diversidade que pode folclorizar (as variedades regionais). Aquelas que servem para demarcar fronteiras socioeconômicas e culturais (as que carregam estigma) são demonizadas. A escola reproduz esse imaginário: condena a diversidade, tenta impor um padrão artificial e, com isso, impede que nossas crianças e jovens ampliem sua competência no uso das variedades cultas. Há um longo e árduo caminho para vencermos essa dificuldade. É preciso criticar sem trégua o imaginário que nos impede de reconhecer o rosto linguístico do nosso país. Nossa sociedade ainda ignora sua história e sua realidade sociolinguística. Um dos principais efeitos disso é justamente a incapacidade de nossa escola de oferecer um ensino adequado de português a nossas crianças e jovens. Penso que um aspecto fundamental na formação dos professores de português é justamente conhecer a nossa história e a nossa realidade sociolinguística para que eles não sejam meros reprodutores do imaginário. Saibam compreendê-lo, criticá-lo e saibam construir uma pedagogia para a língua materna.

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22. Cotejando o texto de Jô Soares com esse fragmento, constata-se que

A) o texto de Jô Soares mimetiza uma expressão artística que muitas vezes é estigmatizada como marginal ou inadequada por todos os professores.

B) a linguagem do rap, que a escola precisa compreender também como adequada, contribui para mostrar o rosto linguístico da sociedade.

C) o registro linguístico utilizado no texto de Jô Soares remete a um grupo regional, que faz uso de jargões, para demarcar sua identidade.

D) a linguagem utilizada no rap demarca fronteiras socioeconômicas de um grupo que resiste à norma padrão ao usar gírias e metáforas.

As questões de 23 a 32 referem-se ao texto reproduzido a seguir.

Eles devem ler; mas, o quê?

Jauranice Rodrigues Cavalcanti

A pergunta pode parecer descabida quando se pensa que nos dias atuais o professor de português tem pouco poder de decisão no que se refere à seleção de textos para seu trabalho em sala de aula. Afinal, os livros didáticos, o material apostilado e as listas de livros dos vestibulares – que servem de referência para a seleção de textos presentes no material didático – decidem e impõem o que deve ser lido na escola e os textos que podem circular nesse espaço.

Mesmo que disponham de material já pronto, os professores costumam se interrogar se devem exigir ou não a leitura de certos títulos (os clássicos), se devem acatar sugestões dos alunos sobre que material selecionar – o que significa, algumas vezes, dar explicações a pais e direção da escola – ou se devem escolher textos mais “fáceis” ou mais “difíceis”.

Tais dúvidas são compreensíveis: circulam muitas e diferentes opiniões sobre o assunto, desde as que defendem somente a leitura de textos literários, a presença de títulos de “qualidade” na escola, textos “politicamente corretos” – o que explicaria a exclusão de boa parte da obra de Rubem Fonseca – até os que reivindicam só a leitura de textos cujos temas se aproximem do mundo e interesses dos alunos. Para defender a leitura dos textos selecionados, o professor é obrigado, muitas vezes, a repetir o velho argumento de que “vai cair no vestibular”. Ante a obrigação, a saída costuma ser a mais rápida e “indolor” – os alunos leem os resumos dos livros. E assim, ano após ano, continua-se a falar em crise de leitura.

O material didático produzido nos últimos anos oferece ao leitor-aluno um volume significativo de atividades de leitura e compreensão elaboradas a partir de textos dos mais variados gêneros. Certamente críticas podem ser feitas quanto à seleção do que aparece nesses manuais, em especial a de textos literários: sempre os mesmos títulos, os mesmos escritores. No que diz respeito à poesia, por exemplo, seria interessante dar a conhecer aos alunos outros poemas de Bandeira e Drummond, além de “Vou-me embora pra Pasárgada” e “Poema de sete faces”. Já os textos em prosa, devido à limitação de espaço dos didáticos e apostilas, aparecem na forma de fragmentos que não dão conta de mostrar a complexidade e singularidade das obras.

Diferentes autores já analisaram as atividades de leitura presentes nos livros didáticos. No geral, o que se tem apontado é a inadequação e a improdutividade dessas atividades, uma vez que não exigem reflexões mais acuradas e não levam à formação de leitores de obras literárias. Ao contrário, os exercícios acabam por distorcer o material apresentado, levando o leitor a construir uma ideia equivocada do que seria a leitura (mera apreensão de conteúdo) e do que seria o texto literário, transformado em texto informativo ou apenas usado como exemplo de uma dada escola literária.

Costuma-se atribuir só à produção literária traços que a tornariam mais importante que outras produções, como a presença de recursos expressivos ou a discussão de temas relevantes. Se se leva em conta a própria natureza da linguagem, sua não explicitude, seu caráter dialógico, admite-se que todos os textos, dos mais “simples” aos mais sofisticados, agenciam diferentes recursos linguísticos, manifestam diferentes vozes sociais, revelam, de forma explícita ou silenciosa, diferentes pontos de vista.

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Isso não significa abrir mão da leitura de obras literárias. A ideia de que só textos “significativos” devem ser trabalhados com os alunos, diretamente ligados a suas experiências, próximos de seus interesses e necessidades, soa equivocada. Isso porque a escola, como instituição responsável pelo ensino da leitura, deve ser um espaço onde os alunos entrem em contato com a literatura que faz parte de nossa herança cultural. Muitos alunos só têm condições de conhecer determinadas produções, as consideradas representativas de nossa cultura, no espaço escolar. Como negar a eles essa oportunidade?

Ressalte-se que o contato com tal produção pode ocorrer de forma a polemizar os critérios que a conduziram a uma posição privilegiada. Não se trata, portanto, de uma mera transmissão de obras consagradas, ou de perpetuar cânones, mas de abrir possibilidades de interlocução dos alunos com produções simbólicas consideradas relevantes.

Outra razão para a leitura de textos literários, não diretamente ligados ao mundo “atual” ou aos interesses dos jovens, é a possibilidade que tal leitura oferece, isto é, a de levar o leitor a conhecer outros mundos, outros pontos de vista, que podem enriquecer suas experiências, ampliar sua vivência e sua condição humana.

Sendo assim, não se trata de que textos privilegiar ou escolher para objeto de leitura – e também de trabalho com os alunos –, mas como olhar esses textos e perceber neles toda sua complexidade. Essa percepção permite desvelar aspectos cruciais para a interpretação, como críticas indiretas, ou a imposição de um certo modo de ver/avaliar o mundo. Nesse sentido, o que faz a diferença é o olhar do professor-leitor que apreende aspectos relevantes e o que seria interessante apontar e discutir.

Diante disso, pode-se afirmar que a questão “Que textos devo selecionar para trabalhar com meus alunos?” deve ser substituída por outra: “Como devo trabalhar os textos com meus alunos?”. A mudança representa um passo importante no processo de formação de leitores críticos e leitores de obras literárias.

Disponível em:<http://www.revistaeducacao.com.br/eles-devem-ler-mas-o-que/>. Acesso em: 21 jul. 2016.

23. Considere o excerto reproduzido abaixo.

Para defender a leitura dos textos selecionados, o professor é obrigado, muitas vezes, a repetir o velho argumento de que “vai cair no vestibular”.

Do excerto, infere-se que a prática pedagógica do professor de língua materna que assume essa postura está assentada em um ensino de língua

A) formativo, visto que as aulas de leitura promovem o conhecimento de uma diversidade de autores e de gêneros literários que são determinados pelo cânone da literatura brasileira, habilitando-o para realizar concursos de forma exitosa.

B) prescritivo, visto que a indicação da leitura de obras clássicas da literatura serve apenas para cumprir o que é determinado pelos exames de ingresso ao ensino superior, alienando o aluno de sua realidade sócio-histórica e linguística.

C) descritivo, visto que a leitura dos clássicos da literatura permite que o aluno internalize a estrutura estilístico-composicional da língua culta, capacitando-o para uma escrita proficiente e para os exames seletivos.

D) produtivo, visto que a diversidade de gêneros literários ofertados aos discentes amplia os recursos estilísticos e as habilidades de uso da língua, desenvolvendo a competência sócio-discursiva do aluno.

24. No texto, há uma crítica às atividades de leitura apresentadas nos livros didáticos por elas

considerarem o ato de ler como

A) atribuição de sentido às palavras e reconhecimento das estruturas linguísticas, privilegiando, assim, o conhecimento linguístico do leitor.

B) interação entre leitor-texto para construir o sentido do texto, utilizando uma quantidade excessiva de gêneros discursivos.

C) recuperação das ideias prioritárias do autor, utilizando, para isso, o reconhecimento de estruturas linguísticas cristalizadas.

D) captação das intenções do autor ao produzir um texto, desconsiderando o leitor como agente de construção do sentido.

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25. De acordo com o texto, as atividades de leitura são elaboradas a partir de gêneros diversos. As recentes discussões teóricas definem gênero textual/discursivo como

A) construtos sócio-históricos, em número ilimitado, que se manifestam de acordo com necessidades enunciativas específicas.

B) modelos de textos orais ou escritos, em número limitado, que apresentam uma macroestrutura composicional e linguística.

C) construtos teóricos restritos que se distinguem pela composição, pelo conteúdo e pelo estilo, classificam-se em seis protótipos e apresentam relativa estabilidade.

D) modos de organização linguística com relativa estabilidade que podem ser classificados como narrativos, dissertativos, informativos, descritivos injuntivos e dialogais.

A questão 26 refere-se ao trecho reproduzido abaixo.

Ressalte-se que o contato com tal produção pode ocorrer de forma a polemizar os critérios que a conduziram a uma posição privilegiada.

26. Em relação às orações subordinadas desenvolvidas presentes no período, é correto afirmar:

A) a primeira é adverbial, a segunda, adjetiva.

B) a primeira é adverbial; a segunda, substantiva.

C) a primeira é adjetiva; a segunda, adverbial.

D) a primeira é substantiva; a segunda, adjetiva. 27. Quanto à utilização dos sinais de pontuação (o ponto e vírgula e a vírgula) presentes no

título, é correto afirmar:

A) apenas o ponto e vírgula foi utilizado por motivação estilística.

B) ambos foram utilizados, exclusivamente, por motivação estilística.

C) apenas a vírgula foi utilizada em atendimento às convenções da tradição gramatical.

D) ambos foram utilizados, exclusivamente, em atendimento à tradição gramatical. Para responder a questão 28, considere a atividade abaixo retirada de uma apostila de

Língua Portuguesa do 9º ano do ensino fundamental.

Leia o fragmento e responda as questões.

Que Manuel Bandeira me perdoe, mas vou-me embora de Pasárgada

Vou-me embora de Pasárgada Sou inimigo do Rei Não tenho nada que quero Não tenho e nunca terei Vou-me embora de Pasárgada Aqui eu não sou feliz A existência é tão dura As elites tão senis Que Joana, a louca da Espanha, Ainda é mais coerente Do que os donos do país. (Millôr Fernandes. Folha de S. Paulo, março 2001) a) Quem é o autor do texto? b) Quantos versos têm o poema? c) Por que o poeta deseja ir embora de Pasárgada? d) Faça um levantamento dos adjetivos utilizados no texto.

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28. Considerando as ideias do texto Eles devem ler; mas, o quê?, essa atividade de leitura

A) respalda-se na concepção de leitura defendida pela autora do texto ao sugerir questões de leitura que vão além da mera compreensão das ideias do poema.

B) confirma o posicionamento da autora do texto ao apresentar o poema como pretexto para estimular o senso crítico dos alunos.

C) corrobora a crítica realizada pela autora do texto ao ensino de leitura presente nas propostas didáticas de Língua Portuguesa.

D) coaduna-se com a proposta de formação de leitores de obras literárias ao apresentar um texto que não pertence ao cânone da literatura brasileira.

29. No terceiro parágrafo, a palavra até funciona como

A) advérbio e expressa inclusão.

B) preposição e expressa delimitação.

C) preposição e revela uma informação subentendida.

D) advérbio e revela uma informação pressuposta. 30. No segundo parágrafo, há um entrecruzamento da voz do enunciador citante com a do

enunciador citado por meio de

A) modalização em discurso segundo, exclusivamente.

B) discurso indireto e de discurso direto.

C) discurso indireto livre, exclusivamente.

D) ilha textual e de discurso indireto. Para responder a questão 31, considere o excerto reproduzido a seguir.

Se se leva em conta a própria natureza da linguagem, sua não explicitude, seu caráter dialógico, admite-se que todos os textos, dos mais “simples” aos mais sofisticados, agenciam diferentes recursos linguísticos, manifestam diferentes vozes sociais, revelam, de forma explícita ou silenciosa, diferentes pontos de vista.

31. Em relação aos termos em destaque, afirma-se:

I O primeiro termo pode ser substituído pela conjunção “caso” desde que seja alterada a flexão do verbo “levar”.

II Os dois primeiros termos introduzem uma oração subordinada.

III O segundo e o terceiro termos funcionam como índices de indeterminação do sujeito.

IV O terceiro termo funciona como agente da passiva.

Dentre as assertivas, estão corretas

A) I e II.

B) I e III.

C) II e III.

D) II e IV.

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32. Considere o excerto reproduzido a seguir.

Isso não significa abrir mão da leitura de obras literárias. A ideia de que só textos “significativos” devem ser trabalhados com os alunos, diretamente ligados a suas experiências, próximos de seus interesses e necessidades, soa equivocada. Isso porque a escola, como instituição responsável pelo ensino da leitura, deve ser um espaço onde os alunos entrem em contato com a literatura que faz parte de nossa herança cultural.

Em relação aos elementos linguísticos em destaque, é correto afirmar:

A) Os dois pronomes demonstrativos são anáforas e funcionam, sintaticamente, como sujeito de oração principal.

B) Os dois pronomes relativos são anáforas e funcionam, sintaticamente, como sujeito de oração principal.

C) O primeiro pronome demonstrativo antecipa uma informação que está no período subsequente; e o segundo, retoma informações dos períodos anteriores.

D) O primeiro pronome relativo funciona como complemento nominal; e o segundo, funciona como sujeito da oração.

As questões 33, 34 e 35 referem-se ao texto reproduzido a seguir.

Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp>. Acesso em: 30 jun. 2016.

33. Considerando-se a relação constitutiva entre a situação de produção e o gênero discursivo, o

propósito comunicativo

A) do quadrinho é refletir criticamente sobre o conteúdo temático da fábula tradicional.

B) da charge é refletir criticamente sobre o conteúdo temático da fábula tradicional.

C) do cartum é propiciar uma reflexão crítica sobre a moral da fábula tradicional.

D) da tirinha é propiciar uma reflexão crítica sobre a moral da fábula tradicional. 34. Da leitura global do texto, conclui-se que

A) o uso da captação por imitação imprime ao texto um tom subversivo ao descontruir o conteúdo temático e o tom moralizante do texto fonte.

B) a elipse, presente no segundo quadrinho, como figura de sintaxe, funciona como recurso estilístico para evitar a repetição de um termo que tornaria o texto menos atrativo.

C) o uso da conotação imprime ao texto um tom crítico mais acentuado com a recorrência de expressões metafóricas e de pressupostos.

D) a elipse, presente no segundo quadrinho, como mecanismo de coesão referencial, exige que o leitor acione seu conhecimento sobre o texto fonte a fim de preencher semanticamente o que foi omitido.

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35. No que concerne à coesão textual,

A) há, no último quadrinho, uma anáfora pronominal que faz referência a todas as informações enunciadas anteriormente.

B) há, no segundo quadrinho, uma conjunção aditiva com valor adversativo em relação ao enunciado do quadrinho anterior.

C) há, no primeiro quadrinho, uma anáfora introdutora de uma oração subordinada adjetiva explicativa individualizando o termo a que se refere.

D) há, nos dois primeiros quadrinhos, a repetição do verbo “ficar”, o qual exprime uma ação contínua própria do aspecto durativo.